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Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação À Distância
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Tema:
A Problemática da Historiografia Africana
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Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
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Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 5
1.1 Objectivos ......................................................................................................................... 5
1.1.1 Objectivo Geral .......................................................................................................... 5
1.1.2 Objectivos Especificos ................................................................................................ 5
1.2 Metodologia ...................................................................................................................... 5
2 A problemática da historiografia Africana ................................................................................ 6
2.1 Conceito da historiografia.................................................................................................. 6
2.2 As fases da Historiografia africana .................................................................................... 6
2.2.1 Antiguidade ................................................................................................................ 7
2.2.2 A Idade Média ............................................................................................................ 7
2.2.3 Do século XV até à actualidade .................................................................................. 8
2.3 Correntes da Historiografia Africana ................................................................................. 9
2.3.1 Corrente Eurocêntrica ................................................................................................. 9
2.3.1.1 Características do eurocenteismo ........................................................................... 10
2.3.1.2 Defensores da corrente eurocentrista ...................................................................... 11
2.3.2 Corrente afrocêntrica ................................................................................................ 11
2.3.2.1 Contesto de surgimento da corrente afrocentrista ................................................... 11
2.3.2.2.Características da corrente afrocentrista ................................................................. 12
2.3.2.3 Defensores da corrente Afrocentrista ..................................................................... 13
2.3.3 Corrente progressista ................................................................................................ 13
2.3.3.1 Defensores da corrente Progrecista ........................................................................ 13
3 Conclusão .............................................................................................................................. 14
4 Bibliografia ............................................................................................................................ 15
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1 Introdução
O presente trabalho de pesquisa insere-se na cadeira de Evolução do Pensamento Historico e aborda
sobre A problemática da historiografia africana.
A história é o estudo feito cientificamente das diversas actividades e criações de outros tempos,
considerada numa época determinada e dentro de sociedades extremamente variadas. E a cada etapa
de desenvolvimento da sociedade correspondeu uma forma própria de encarar e fazer história, ou
seja, um tipo próprio de historiografia. É nesta perspectiva que o trabalho vai-se dedicar na
abordagem da problemática da historiografia Africana não deixando de fora as correntes que fazem
parte da senda do trabalho, nos referimos da corrente da inferioridade africana mas conhecida por
corrente eurocentrista. Esta corrente teve como característica essencial o racismo em relação a raça
negra. Em seguida falaremos da corrente afrocentrista que valorizava as pesquisas africanas, ou seja,
as contribuições africanas nos referem de os primeiros contactos entre afro-asiáticos que teve como
consequência no século XVIII a revolução industrial isto na Inglaterra, além disso os historiadores
africanos são unânimes em afirmarem que a problemática da historiografia de África parte a partir
da segunda corrente. E por último a corrente progressista, que faz uma fusão entre as duas primeiras
abordadas no trabalho.
1.1 Objectivos
1.2 Metodologia
Para que este estudo fosse factível, o presente trabalho assenta particularmente no método de
pesquisa bibliográfica, assim como a consulta a informação electrónica, e também alguns artigos
ligados a cadeira de Evolução do Pensamento Histórico e finalmente o dialogo com alguns docentes
que de alguma forma são possuidores de algum conhecimento credível do tema em estudo.
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2 A problemática da historiografia Africana
Segundo Cumbe (2008, p. 8), a historiografia como sendo “ciência que analisa e interpreta os factos
históricos, verificando como eles foram estudados por diferentes historiadores ao longo do tempo
e o espaço”.
A historiografia é o conjunto de escritas que servem para proporcionar informações sobre o passado
humano como testemunho. Por outras palavras historiografia é o conjunto de obras concernentes a
um assunto histórico, como por exemplo a produção histórica de uma época. Exemplo quando se
diz historiografia africana refere-se as obras escritas sobre a História de Africa, por autores
africanos ou estrangeiros.
A história oral também ocupa um lugar, tento quando este conceito designa as tradições históricas
transmitidas oralmente, mos povos sem escrita, como quando se refere ao registo escrito ou por
gravação de depoimentos orais de autores ou testemunhas de acontecimentos históricos.
Ki-Zerbo (2010), “os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início
da história escrita”.
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Os estrangeiros, ou seja, historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica
medieval tomaram como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia
uma considerável porção da África. Deste modo a historiografia de Africana pode ser dividida em
seguintes fases:
2.2.1 Antiguidade
Entre as civilizações da Antiguidade Oriental, desenvolveu-se em África a civilização egípcia. Os
egípcios desenvolveram nessa época a escrita hieroglífica, que serviu para fixar o legado religioso
que até então era transmitido oralmente (cosmogonias e mitografias).
Ki-zerbo (2010) aventa que “África ao norte do Sahara era parte integrante de duas civilizações e
seu passado constituía um dos centros de interesse dos historiadores, do mesmo modo que o
passado da Europa meridional ou o do Oriente Próximo”.
As informações clássicas a respeito do mar Vermelho e do oceano Índico têm um fundamento mais
sólido, pois é certo que os mercadores mediterrânicos, ou ao menos os alexandrinos, comerciavam
nessas costas. (ibdem)
O Périplo do Mar da Eritreia (mais ou menos no ano +100) e as obras de Cláudio Ptolomeu (por
volta do ano +150, embora a versão que chegou até nós pareça referir -se sobretudo ao ano +400,
aproximadamente) e de Cosmas Indicopleustes (+647) constituem ainda as principais fontes da
história antiga da África oriental. (KI-ZERBO, 2010)
Os autores árabes eram mais bem informados, uma vez que em sua época a utilização do camelo
pelos povos do Sahara havia facilitado o estabelecimento de um comércio regular com a África
ocidental e a instalação de negociantes norte-africanos nas principais cidades do Sudão ocidental.
Noutras regiões do continente também se fizeram registos escritos sobre os africanos, feitos por
escritores árabes, como:
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particular a do Sudão ocidental e central, durante o período compreendido entre os séculos IX e
XV (KI-ZERBO, 2010).
As obras desta época apresentam o inconveniente de que, em geral, não há nenhum meio de avaliar
a autoridade da informação, de saber, por exemplo, se o autor a obteve por sua observação pessoal
ou a partir da observação directa de um contemporâneo, ou se ele simplesmente relata rumores
correntes na época ou a opinião de autores antigos. (KI-ZERBO, 2010).
Em conformidade com Ki-zerbo (2010), “os missionários, ao contrário, sentiam -se obrigados a
tentar alterar o que encontravam e, nessas condições, um certo grau de conhecimento da história
da África poderia ser -lhes útil.
A costa da Guiné foi a primeira região da África tropical descoberta pelos europeus; ela foi o tema
de toda uma série de obras a partir de 1460, aproximadamente (Cadamosto), até o início do século
XVIII (Barbot e Bosman). Uma boa parte desse material é de grande valor histórico, porque fornece
testemunhos directos e datados, graças aos quais podem -se situar várias outras relações de carácter
histórico. (KI-ZERBO, 2010).
Há também nessas obras abundante material histórico (entendido como não -contemporâneo),
sobretudo em Dapper (1688), que, ao contrário da maioria dos demais autores, não era um
observador directo, mas apenas um compilador de relatos alheios. Porém, o objectivo essencial de
todos esses autores era mais descrever a situação contemporânea do que fazer história.
A partir do século XVIII, parece que a África tropical recebeu dos historiadores europeus a atenção
que merecia. Era possível, por exemplo, utilizar como fontes históricas os autores mais antigos,
sobretudo os descritivos – como Leão, o Africano, e Dapper –, de maneira que as histórias e
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geografias universais da época, como The Universal History, publicada na Inglaterra entre 1736 e
1765, podiam consagrar um número apreciável de páginas à África. (KI-ZERBO, 2010).
Devido aos problemas coloniais, a África não foi considerada um espaço único e total, dai que até
hoje é frequente dizer-se «África branca» -África do Norte ou Magreb, e «África Negra»- Sul do
Sahara. Esta situação justifica o facto de aparecer uma história regionalizada: História de África
Magrebina; História de África Ocidental; Central e Oriental e África Meridional. (KI-ZERBO,
2010).
Principais historiadores africanos desta época foram: Samuel Johson (Serra Leoa): A história dos
Yorubas; Carl Christopher (Gana): A história da Costa de Ouro e de Ashant; e Joseph Ki-Zerbo
(Burkina-Faso): A História de África Negra.
Além destes existiram outros historiadores: Albert Adu Boahen; Bethwell Ogot; Teófilo Obenga;
Elika Mibokolo; John Donald Fage; Ronald; Oliver Terence Ranger; Philip Curtin, Basil Davidson
e Walter Rodney. (KI-ZERBO, 2010).
A História não se reduz ao estudo das principais obras históricas de cada época ou civilização,
compreende também trabalhos de metodologia, publicação de conhecimentos, ensino da história e
apreciação de obras literárias de teor histórico.
A história da historiografia está também ligada a ideias, pois os historiadores estão sempre ligados
as correntes do seu tempo.
Segundo Lopes (1995), “existiriam três grupos nos quais poderiam ser localizados, por afinidades
maiores, as diversas investigações ou alas realizadas sobre a África, a partir do século XIX:
a corrente da inferioridade africana eurocentrista, a correnteda superioridade africana
afrocentrista, e uma nova escola de estudos africanos corrente progressista.
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Eurocentrismo corresponde a uma expressão que emite a idéia no mundo como um todo de que a
Europa e seus elementos culturais são referência no contexto de composição de toda sociedade
moderna.
É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a negra.
Sustenta que os africanos não tinham história antes de estabelecerem contactos com os europeus.
Afirma que África não é uma parte histórica do mundo.
definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia da História, que contém afirmações
como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não demonstra nem
mudança nem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de se desenvolver e de
receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”.
O eurocentrismo é uma visão de mundo que tende a colocar a Europa (assim como sua cultura, seu
povo, suas línguas, etc.) como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna,
sendo necessariamente a protagonista da história do homem. Eurocentrismo é a valorização da
cultura e sociedade europeia como sendo superior as outras.
Os eurocentristas julgavam que os seus objetivos, o conhecimento, o poder e a riqueza das
sociedades e das civilizações europeias deviam sobrepor-se às de mais sociedades.
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Os Eurocentristas defendem que somente as fontes escritas são fidedignas, negligenciando a
Historia feita com fontes orais. Assim, a história de algumas cidades como Cartago (actual
Tumes), Darfur, Songhai, Ghana, e Oriba entre outras.
O afrocentrismo defende que se deve interpretar e estudar as culturas não europeias, nomeadamente
a africana, e os seus povos do ponto de vista de sujeitos ou agentes e não como objectos ou
destinatários.
Farias (2003), afirma que o “afrocentrismo defende que se deve interpretar e estudar as culturas
não europeias, nomeadamente a africana, e os seus povos do ponto de vista de sujeitos ou agentes
e não como objectos ou destinatários”.
Estes não defendem que o mundo seja interpretado sob uma única perspectiva cultural,
como foi o caso do eurocentrismo, mas que seja reconhecida a existência de uma cultura e
a sua avaliação em termo de pensamento e conhecimento através da sua própria perspectiva,
nesse caso, mais concretamente a cultura africana seja analisada, por si, enquanto sujeito e
não através de modelos culturais que por vezes não só a entendem como a desprezam e
desvalorizam (ibdem).
Contrariamente a corrente afrocentrista, afrocentrismo valoriza excessivamente as realizações
africanas. Recusa influência que os outros povos exerceram sobre a história de África. Para eles, a
história é o que graças ao esforço exclusivo dos africanos, sem concorrência de nenhum factor
externo.
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O estudar a África sempre foi um grande desafio, pautado por disputas intelectuais e com interesses
políticos e econômicos.
Conforme Lopes (1995) a historiografia do continente africano tem sido “dominada por uma
interpretação simplista e reducionista”, e que podemos perceber três momentos, ou tendências, no
estudo da África:
A primeira Corrente da Inferioridade Africana (com maior influência entre 1880 até 1950)
que se assemelha ao que Leite (2008) define como periférica, visão ocidental;
A segunda seria a Corrente da Superioridade Africana (1950-1970), que Leite (2008) define
como visão interna;
A terceira, por Lopes (1995), seria a Corrente das “emoções controladas”, que de certa forma
também considera a África-sujeito.
Esta separação oferecida por Lopes (1995) qualifica o entendimento destas disputas sobre o
conhecimento e suas produções sobre a África.
A primeira corrente, da Inferioridade Africana, pode também ser percebida como (ou através) de uma
perspectiva Eurocêntrica. O Eurocentrismo percebe os processos históricos sempre por uma visão
comparativa em relação aos processos típicos europeus ou ocidentais.
Essa visão “de fora pra dentro” transforma a África em objecto, tendendo a levantar discursos
salvacionistas e colonizantes. Entretanto, inferioriza processos e estruturas africanas buscando impor
valores sócio-culturais externos através da associação e projeção europeia nas realidades africanas.
A corrente Afrocentrista sustenta que as três formações que marcaram as diversas fases da evolução
dos Povos Africanos não resultam das consequências dos outros povos; ela considera que a história
da África é o que é graças ao esforço exclusivo dos Africanos, sem concorrência de nenhum fator
positivo externo.
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2.3.2.3 Defensores da corrente Afrocentrista
Alguns defensores da corrente Afrocentrista são: Joseph Kizerbo; Elikia M’bokolo; Teofilo
Obenca; Albert Adu Boahen; Jan Vansina; Walter Rodney; Terence Ranger; Philip Curtin;
Bethwell Ogot; etc.
Segundo Ki-zerbo (2010, p.3), “o progressismo expandiu-se a partir de meados do século XIX
com historiadores como: Albert Adu Boahen, Joseph Ki-Zerbo, Teólifo Obenga, e Roland Oliver”.
A tese geral defendida por estes historiadores é a de que, a partida, sempre existe uma história
original de cada povo, pois não existe nenhuma civilização que tenha ficado imóvel no espaço e
no tempo; A mobilidade social e política é uma caraterística de todos os povos.
Para estes defensores, onde existe o homem, existe mudança, dinâmica, progresso, logo existe
História. Daí que, todos os vestígios humanos deixados pelos antepassados desde os restos de
comida, fósseis, contos, desenhos são de tomar em conta na feitura da História.
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3 Conclusão
Com base neste trabalho, conclui-se que a história de África foi por muitos pensadores ignorados
na medida em que viam a África como um continente sem história sob alegacão de falta de
documentos escritos.
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4 Bibliografia
Cumbe, J. A. (2008). Saber história. Maputo Moçambique: Longman.
Lopes, G. (1995). Dicionário de História. Políticas sociais, econômicas, culturais, gerais ( 1a ed.).
Lisboa: SA.
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