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Trabalho 2 Hist. Sociedade

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

FAZER SÍNTESE DAS UNIDADES 13 ATÉ 24

Inês Augusto Toalha: 708202135

Curso: Licenciatura em Ensino de Historia


Disciplina: História da Sociedades III
Ano de Frequência: 3º ano

Docente: dr: Elisa Fernando Victor Borges

Tete Julho de 2022


Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução.............................................................................................................................................4
Objectivos.............................................................................................................................................4
Objectivos Específicos.........................................................................................................................4
Metodologia..........................................................................................................................................4
A Explosão Cultural no Período Contemporâneo: Novo Realismo.....................................................5
O Novo Realismo (conceito)................................................................................................................5
Contextualização..................................................................................................................................5
Os seus representantes e suas principais obras.....................................................................................5
2. O Colonialismo e a Estruturação Social em África..........................................................................5
Causas da fixação dos Europeus em África.........................................................................................5
Conferência de Berlim..........................................................................................................................6
Causas dos Conflitos Europeus em África...........................................................................................6
As Grandes Potências Intervenientes no Processo da Partilha de África.............................................6
As Teorias da Partilha..........................................................................................................................7
O Modelo Centro - Periferia.................................................................................................................7
A Periferia (Incorporação Resistência, Adaptação).............................................................................8
O Indigenato e o seu papel na demarcação dos espaços sociais: a especificidade sul africana...........8
A Especificidade Sul Africana.............................................................................................................8
A Especificidade Moçambicana.........................................................................................................9
Tipos de Ensino................................................................................................................................10
A Educação e sua contribuição na mobilidade Social em Moçambique..........................................11
Penetração Branca (colonatos).........................................................................................................12
Características físicas – Geográfico – Populacionais do Colonato de Revué..................................13
Associação dos Naturais como Projecta Social em África. (Caso da África central)......................14
O Lugar da Negritude e Nativismo na Socialização em África.......................................................14
O nativismo (conceito).....................................................................................................................16
Conclusão.........................................................................................................................................17
Referências Bibliográficas...............................................................................................................18

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Introdução

O presente trabalho aborda sobre a sintetização das unidades 13 a 24, portanto o Novo Realismo é
um movimento artístico, oficialmente criado na França em 1960, baseado em novas abordagens e
perceptivas do real. Os novos realistas reclamam a criação de uma nova expressividade, à altura de
uma outra realidade sócio-cultural, caracterizada pela hegemonia norte-americana no pós-guerra,
pela máquina, pelas culturas de massa e informação, pela publicidade, pelos avanços tecnológicos
que modificam o ambiente mais prosaico da vida cotidiana com os novos eletrodomésticos e,
politicamente, pela realidade da guerra fria. Trata-se de religar a esfera da arte ao mundo baseando-
se na introdução dos elementos do real nos trabalhos de arte. No entanto, um outro argumento
apresentado na época pelos propagandistas coloniais europeus, não se conjuga com a explicação de
que a partilha se deveu a rivalidades europeias. As Grandes Potências Intervenientes no Processo da
Partilha de África
O primeiro foi dado um dia depois de a conferência de Berlim ter terminado, quando Bismarck
anunciou a existência de um protectorado numa parte do território de Zanzibar, onde aventureiros
alemães tinham conseguido fazer alguns tratados.
Objectivos
O preste trabalho tem como objectivo sintetizar ou fazer um resumo das unidades 13 a 24.
Objectivos Específicos
 A Explosão Cultural no Período Contemporâneo: Novo Realismo
 Os seus representantes e suas principais obras
 O Colonialismo e a Estruturação Social em África
 Conferência de Berlim
 Causas dos Conflitos Europeus em África
 As Grandes Potências Intervenientes no Processo da Partilha de África
 O Indigenato e o seu papel na demarcação dos espaços sociais: a especificidade sul africana
 A Educação e sua contribuição na mobilidade Social em Moçambique
 Características físicas – Geográfico – Populacionais do Colonato de Revué
 Associação dos Naturais como Projecta Social em África. (Caso da África central)
 O Lugar da Negritude e Nativismo na Socialização em África.
Metodologia
A realização do presente trabalho baseou-me no método de consulta do módulo de História das
Sociedades II da UCM que me ajudou na sintetização das unidades

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A Explosão Cultural no Período Contemporâneo: Novo Realismo
O Novo Realismo (conceito)
Segundo Bohaen (1991) é um movimento artístico, oficialmente criado na França em 1960, baseado
em novas abordagens e perceptivas do real. A nova natureza moderna, repleta de objectos
industrializados, de máquinas e aberta às modificações permanentes do progresso técnico inspira os
artistas.
Contextualização
Os novos realistas reclamam a criação de uma nova expressividade, à altura de uma outra realidade
sócio-cultural, caracterizada pela hegemonia norte-americana no pós-guerra, pela máquina, pelas
culturas de massa e informação, pela publicidade, pelos avanços tecnológicos que modificam o
ambiente mais prosaico da vida cotidiana com os novos eletrodomésticos e, politicamente, pela
realidade da guerra fria. Trata-se de religar a esfera da arte ao mundo baseando-se na introdução dos
elementos do real nos trabalhos de arte.
Caracteristicas
 Recupera-se assim uma intencionalidade política para a arte, ainda que em padrões
diferenciados aos dos realistas, inclusive pelo diálogo com os movimentos sociais que
emergiam naquele momento histórico: raça e gênero passarão a ocupar espaço nas obras e
reflexões dos artistas.
 Obviamente essa dimensão sempre foi motivo de polêmicas, no que se refere à adequação de
tal atitude, à compreensão do “espaço do sagrado” da arte. (Frascina:1998)
Os seus representantes e suas principais obras
Rapidamente, o núcleo inicial do movimento é expandido, ganhando a adesão dos artistas César
(1921 - 1998), Gérard Deschamps (1937), Mimmo Rotella (1918), Niki de Saint-Phalle (1930 -
2002) e a simpatia do búlgaro Christo (1935).
2. O Colonialismo e a Estruturação Social em África
Causas da fixação dos Europeus em África
Têm sido apresentadas várias explicações no sentido de esclarecer a concorrência desenfreada dos
europeus por colónias que assolou a África no último quartel do século XIX, e que só terminou
praticamente quando todo o continente foi partilhado entre alguns estados europeus.
No entanto, um outro argumento apresentado na época pelos propagandistas coloniais europeus, não
se conjuga com a explicação de que a partilha se deveu a rivalidades europeias. “Ninguém contesta
que a questão do Congo levou directamente à primeira conferência europeia sobre a partilha de
África; a conferência de Berlim 1884/5” (FAGE, 1995:338).

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Segundo Fage, idem: 407, a confrontação em Fachoda ( no alto Nilo ) em 1898, e a conquista da
república africânder nos três anos que se seguiram, foram os últimos incidentes da partilha de África
feita pelos europeus.
Conferência de Berlim
Segundo Fernandes (S/A) no entanto, uma grande parte desta partilha foi efectuada na Europa, nas
reuniões de Berlim, Paris, ou Londres e noutras capitais onde os estadistas europeus definiram
fronteiras entre as zonas rivais de influência dos seus países, que eram assinadas em mapas de
pequena escala e nem sempre muito precisos.
Nas duas últimas décadas do século XX, as potências europeias apressaram-se a dividir o mapa de
África entre si. Contudo, a implementação da divisão no terreno não foi rápido nem indolor. A posse
generalizada de armas, os códigos de honra militar e a hostilidade de longa data ao controlo
governamental, levaram a que a resistência popular em África se pautasse por conquistas mais
espectaculares do que na Índia por exemplo.
A Partilha de África
Causas dos Conflitos Europeus em África
Segundo Bohaen (1991) a lenta penetração europeia em África no século XIX entrou numa escalada
de lutas pela posse de territórios no final da década de 1870, por várias razões. Uma foi uma
iniciativa francesa no Senegal em1876 por um novo governador, Briere de L’Isle. Faidherbe tinha
seguido uma política expansionista no país vinte anos antes mas a sua partida em 1865 e a derrota da
França pela Prússia em1871 fizera-a abrotar.
Acima de tudo a conferência determinou que as futuras reivindicações europeias quanto ao território
africano deveriam ser mais substanciais que predomínio informal de que a Inglaterra gozava até
então através do seu poder naval e comercial. A divisão subsequente foi ditada pelas tentativas da
Inglaterra para defender as suas pretensões mais valiosas, quer as posições estratégicas que
protegiam as rotas marítimas para a Índia quer áreas de comércio particularmente extensivas como a
Nigéria.
As Grandes Potências Intervenientes no Processo da Partilha de África
Segundo Fernandes (S/A) o primeiro foi dado um dia depois de a conferência de Berlim ter
terminado, quando Bismarck anunciou a existência de um protectorado numa parte do território de
Zanzibar, onde aventureiros alemães tinham conseguido fazer alguns tratados.
A Inglaterra ocupou também a Rodésia do norte (Zâmbia) e Niassalândia (Malawi), desafiando as
reivindicações de Portugal na região mas reconhecendo as fronteiro de Moçambique e de Angola.
No entanto, a questão de ouro na república sul-africana foi uma decepção.

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De recordar que neste processo de ocupação, dois obstáculos tinham até então confinado o poder
europeu ao litoral africano excepto no norte e sul. Um era a doença em especial a malária, que no
princípio do século XIX matou num ano cerca de metade de europeus chegados á África ocidental.
As Teorias da Partilha
Segundo Bohaen (1991) a partilha de África pode-se assegurar dentro das suas principais teorias em
quatro grandes domínios a saber: a) económica; b) psicológica (Darwinismo social, cristiaismo
envangelico, atavismo social); c) diplomática (prestigio nacional, equilíbrio de forças, estratégia
global); d) Da dimensão africana.
O Modelo Centro - Periferia
O Modelo Centro – Periferia (Conceitos)
O centro é a Europa (Ocidente), a partir da idade média; com o fim do império romano do Oriente,
o centro desloca-se para o ocidente, passa a gerir a economia e a Civilização.
O Centro do Centro – Refere-se aos EUA. Começa com a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945),
durante a guerra, os EUA, vendiam armamentos, medicamentos, vestuários alimentos e mais,
quando os países envolvidos na Guerra já estavam cansados, empobrecidos e endividados, nessa
altura, com o fim da guerra, o centro do centro passa a destacar-se, ditando a política mundial.
Periferia da Periferia: Refere-se aos países miseráveis do Sul do globo, que vivem a custa das
doações do centro e do centro do centro.
Contextualização
O conceito de periferia é reduzido ao distante, mas na cidade contemporânea não tem apenas um
centro. Hoje o termo periferia diz respeito a lugares e sujeitos objetos de abandono das políticas”,
constata o pesquisador. Actualmente o conceito de periferia é cada vez mais vinculado à ordem
social e ao poder. “O termo periferia está muito marcado pela questão social. Os grandes centros
urbanos usam o termo periferia para caracterizar as áreas ao redor do centro que foram sendo
ocupadas pelos poderes populares”.
Características Da periferia:
 Bairros de lata, de construção precária
 Falta de infra-estrutura (como energia elétrica, água encanada, esgoto, coleta de lixo, etc.);
 Casas de alvenaria;
 Equipada de centros culturais e de saúde;
 Existência de infraestruturas, rede electrica, sistemas de esgoto;
 Residentes com rendas médias e altas.
O Centro (Hegemonia, Crescimento e Diferenciação)

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Segundo Fernandes (S/A) limitados pela inferioridade tecnológica, os africanos foram obrigados a
decidir se lutavam ou negociavam com os invasores que procuravam converter a decisão no papel
em poder no terreno. Tratava-se de uma questão de táctica, porque o objectivo dos africanos era o
mesmo nos dois casos: manter, quanto possível a independência e o poder naquelas circunstâncias.
Ao escolherem a táctica a seguir, os africanos viram-se forçados a considerar a situação no seu
conjunto. Os que já tinham experiência do poder bélico dos europeus poderiam pensar que seria
inútil resistir.
A Periferia (Incorporação Resistência, Adaptação)
Segundo Fage (1995), a primeira parte do período colonial até 1914, ou nalguns casos mesmo até
aos anos vinte, foi, portanto, aquela em que os principais esforços visaram assegurar um domínio
apropriado das colónias, conquistá-las e organizá-las. Foi igualmente a época em que todas as
administrações coloniais enfrentaram o dilema fundamental: havia poucas possibilidades de receber
impostos em África, e de a maior parte do continente poder interessar a alguém a não ser a alguns
aventureiros, especuladores e evangelizadores europeus, antes de se exercer um domínio efectivo e
de se ter instalado as infra-estruturas necessárias à sua actuação.
Neste processo de administração e ocupação, não se deixou de parte a incorporação das
sociedades africanas. Frederic Lugard tornou-se num protótipo característico da administração
colonial britânico exemplar nessa matéria quando em 1897, as operações militares ao passaram a ser
da responsabilidade do ministério das colónias foram a si encarregues.
Incorporação e Adaptação
Os primeiros historiadores de África têm opiniões divergentes quanto ao período colonial. Para uns
este período foi apenas um episódio no fluxo contínuo da história africana. Para outros, ele destruiu
uma antiga tradição política que existia desde o tráfico de escravos.
O desacordo existe em parte porque uns pensaram na região ocidental da Nigéria e outros no Congo
Belga, já que o impacto colonial variou de lugar para lugar. As opiniões diferem também porque a
mudança colonial foi contraditória e subtil.
O Indigenato e o seu papel na demarcação dos espaços sociais: a especificidade sul africana
A Especificidade Sul Africana
Em África os sindicatos tardaram a surgir devido ao atraso económico e as políticas das potências
colonizadoras que impediam a industrialização de África evitando a concorrência com as indústrias
das metrópoles. (...) os sindicatos lutavam pela melhoria das condições de trabalho, redução das
horas de trabalho, por um código de trabalho, e para exigirem trabalho e igual salário entre brancos e
negros, como também chegaram a pôr em causa o próprio colonialismo, a partir de todos os
problemas que enfrentavam.

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Caso do Apartheid
A primeira vez que se encontra registada a palavra apartheid foi num discurso de Jan Smuts, que se
tornou primeiro-ministro em 1919 (depois de Louis Botha).
Segundo ILIFFE, (1994:361/8), em 1948, o eleitorado maioritariamente branco foi confrontado com
uma opção a seguir. O national party de Malan propôs o apartheid. Uma palavra recente que
designava uma segregação mais rígida e centralizada, confinando cada raça a áreas específicas,
distribuindo africanos por fazendas ou cidades mas prometendo também que cada raça poderia pôr
em prática a sua própria cultura e seguir os seus próprios principios.
Os principais lideres Nacionalisas que lutaram veementimente contra o apartheid foram:
Nelson Mandela, Walter Sisulu, Gavan Mbequi, Oliver Tambo, Duma Nokwe).
O INDIGENATO E O SEU PAPEL NA DEMARCAÇÃO DOS ESPAÇOS SOCIAIS: A
ESPECIFICIDADE MOÇAMBICANA
A Especificidade Moçambicana
O reconhecimento efectivo da Baia de Maputo (Baia da lagoa) da-se em 1544. Foi elevada a Vila em
1875 e a 10 de Novembro de 1887 foi elevada a cidade. Em 1898, a capital da colónia foi transferida
da ilha de Moçambique para Maputo.
Factores do desenvolvimento da Cidade de Maputo.
 Factor Geográfico – que facilitava o escoamento dos produtos do interland.
 A transferência da capital para Maputo vai elevar o nível populacional e de trabalhadores.
 A construção do porto de Maputo.
 A construção da linha férrea Maputo Transvaal e a de Maputo Suazilândia.
 Assim, a cidade de Maputo desenvolve-se em termos políticos, económico e social.
Reformas sociais em Moçambique e seu significado (O Trabalho Indígena)
Os indígenas não eram considerados cidadãos e eram expostos a trabalhos forçados e duros e não
podendo abandonar o país, eram controlados pelos responsáveis. Os indígenas deviam ser registados
em livretes que serviam para o controle dos mesmos e do seu trabalho nas cidades e através deste
cartão não podiam abandonar o trabalho.
Educação (Educação Tradicional)
A educação é um processo de transmissão de natureza cultural de geração para geração e
consequentemente a integração dos mais novos na sociedade. Cada sociedade na África negra estava
organizada em clã, tribo reino que apresentava uma educação específica e adequada produzindo
deste modo a herança cultural orientada para as necessidades existentes em cada sociedade.
Portanto, o sistema de educação em Moçambique é informal e baseado no funcionalismo e
correspondia a vida tradicional das diferentes comunidades. (GOLIAS, 1993:17).

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Assim, é indiscutível que mesmo antes da penetração dos asiáticos em Moçambique já existia
educação. Em cada sociedade, por mais pequena que fosse podia instruir, treinar para o trabalho e
para a vida da comunidade. Sabe-se que a educação tradicional visava uma tripla integração do
indivíduo: integração pessoal; integração cultural; integração social.
Educação colonial em Moçambique
Os europeus não admitiam a ideia de que pudessem existir culturas que não fossem europeias, eles
pensavam na vida cultural das outras sociedades como estados arcáicos de único processo cultural,
na qual Europa representava o estado mais completo (CASTIANO at all, 2005: 53).
Processo de Assimilação
O governo procurou implantar nas suas colónias o sistema da assimilação, este consistia em
europeizar os povos dominados, quer pela escola, quer através de outros meios de propaganda do
seu meio ideológico.
Foi em pleno período republicano que a assimilação e o indiginato tiveram a sua expressão legal,
sobre tudo, a partir de 1917, que se determinou a divisão da sociedade em três extractos: os não
indígenas, os assimilados e os indígenas. Em situação colonial a assimilação é o processo que leva o
indígena a tornar-se semelhante pelos usos e costumes ao civilizado, como forma de adquirir a
cidadania (Fernandes (S/A)).
Tipos de Ensino
Desde 1880 o ensino esteve confiado as igrejas portuguesas e não portuguesas (protestantes) e ao
estado colonial monárquico, em que existiam muitas barreiras para o acesso do nativo na educação
devido o legado do racismo e as politicas de exploração que o colonialismo tinha em vista.
Ensino técnico profissional
Segundo Fernandes (S/A) Todos cursos são acompanhados por matéria de cultura geral adequada a
uma educação intelectual, moral e cívica.
Em 1960, devido a pressão da comunidade internacional, sobretudo pelos avanços dos movimentos
de libertação em África, o governo português aplicou mais reformas no ensino, visando a aceleração
do acto económico e duma política mais valiosa de assimilação. Essa reforma que decorreu 1964
culminou com a abolição do estatuto indígena, substituiu o ensino indígena pelo ensino de
adaptação, o ensino pré primário neste período visava a aquisição correcta da língua portuguesa e
corrigia-se a presumível deficiência do ensino missionário no tocante a didáctica da língua
portuguesa.
O papel da igreja no ensino
Segundo Iliffe (1994) no que diz respeito ao ensino das massas predominavam para a maior parte
deste período as missões cristas não portuguesas (protestantes), que estabeleceram após 1880 apartar

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de sedes nos territórios vizinhos. Desde 1881, os missionários metodistas da junta americana
fundaram várias missões na província de Inhambane e Manica, em 1982 missionários protestantes
anglicanos trabalham na província do Niassa.
Características do ensino colonial
a) Carácter discriminatório restabelecia dois tipos de ensino, 1 destinado população negra e dirigido
pelas missões e outro reservado a alianças europeias assimilados confiado ao estado e a instituição
privada. Limitava o ingresso na escola primária e o ensino superior de escolarização.
b) Unidade entre a religião e o ensino - a organização, direcção do controlo do ensino para o
endigena estava confiada aos missionários
c) Carácter fictício da escolarização obrigatória – tinha limitações de ingresso na escola, na base da
idade, existência de uma rede escolar insuficiente e inadequada nas áreas ocupação colonial
d) Carácter urbano de rede escolar – as escolas oficiais localizam-se nos centros urbanos e eram bem
equipadas, enquanto os postos escolares localizavam-se nas zonas rurais para a maioria da
população e estavam mal equipadas.
e) Carácter paternalista – o complexo de superioridade em relação ao negro, era bem patente em
livros de leitura usada nas escolas primárias para os indígenas.
A Educação e sua contribuição na mobilidade Social em Moçambique
Escola de São Benedito (Localização Geográfica da Escola).
A Escola São Benedito, localiza-se na província de Sofala, cidade da Beira, no Bairro da Manga.
Actualmente é chamada escola João XXIII, da Manga. A mesma funcionava numa igreja ou missão
católica.
A Fundação da Escola
Foi fundada em 22 de Agosto de 1947, pelo Bispo Dom Sebastião Suares de Resende.
Objectivos da Escola
 Os seus objectivos eram ensinar a ler e escrever;
 Preparar a mão-de-obra;
 Incutir no indígena o espírito de servir o colonizador;
 Incutir no indígena o espírito patriótico e o amor por ter nascido em terras portuguesas.
Funcionamento da Escola
Segundo Iliffe (1994) nesta escola havia alunos assimilados, indígenas e brancos na mesma sala,
pois o Bispo Dom Sebastião Suares de Resende, procurava transparecer que não havia
descriminação racial na sua missão pois pregava a igualdade de todos perante a Deus. Entretanto,
havia diferenças no tratamento dentro da sala, pois os assimilados e brancos não tinham castigos só
os indíginas.

11
O aluno começava a estudar com 18 anos, e fazia 6 anos, podendo sair com 23 anos e ser usado
como mão-de-obra por exemplo nos CFMs.
A maior parte dos professores eram negros apenas um era branco.
Níveis de ensino: o aluno engressava no Primeiro Nível, que era designado de Cartilha Maternal.
(Primeira e Segunda Cartilha Maternal).
Por tanto, o primeiro nível durava 2 anos.
Segundo Nivel, compreendia 4 classes (1ª, 2ª, 3ª, e 4ª classes).
Para além das disciplinas curriculares realizavam-se as actividades extra curriculares como
actividades manuais (corte e costura, bordados, culinária, para as meninas) produção agro – pecuária
para ambos sexos.
Os meninos aprendiam a carpintaria, seralharia, mecânica etc.
Os indígenas depois de fazer a 4ª classe recebiam os seus Certifricados e eram empregados.
Os assimilados podiam fazer exame de admissão para o liceu. Que era Pedro Anaia, actual escola
secundária da Manga, ou na actual Escola secundaria Mateus Sansão Mutemba.
Mais tarde formou-se o liceu João XXIII, que tinha como objectivos:
 Formar quadros para a administração colonial;
 Formar quadros qualificados;
O indígena não tinha acesso ao liceu e mesmo os assimilados dificilmente tinham acesso. Ai vivia-se
um regime de discriminação racial.
Penetração Branca (colonatos)
Reflexos Sociais de sua Implementação
Caso colonato de revué
Segundo Ki-Zerbo (1977) colonato é uma forma de organização económica e social, rural na qual o
trabalhador arrenda uma porção de terra de outro, sob condição de destinar parte de sua produção ao
seu proprietário. Uma outra forma de colonato é reservar um ou mais dias da semana para dedicar-
se ao cultivo da terra do proprietário.
Localização Geográfica do Colonato de Revué
O Colonato de Revué localizava-se na região Centro Sul da actual província de Manica, no vale do
rio Revué. Ao longo deste rio instalaram-se dois colonatos distintos e separados geograficamente:
 Colonato de Revué Central ou de Mavuzi, que se situava no sul do distrito de bondola, na
região de Macate, sendo este o primeiro a ser instalado naquela região da província de
Manica.
Planos de Fomento
A essência dos planos do fomento

12
Segundo Ki-Zerbo (1977) até a IIª Guerra Mundial estava assegurada em Portugal, as condições
internas para repressão da luta de classes, garantindo assim uma forte acumulação de capital. A
guerra veio reforçar o processo de aculação de capital da burguesia portuguesa. A não particição na
guerra (posição ambígua de Portugal face aos blocos em conflito), e o fluxo constante de divisas
provenientes externos das colónias, proporcionaram a Portugal um reforço do seu próprio comércio
externo, uma acumulação de reservas e a duplicação das receitas públicas (HEDGES, 1993:161).
Características físicas – Geográfico – Populacionais do Colonato de Revué
Segundo Fernandes (S/A) com a realização do golpe de Estado e militar em Portugal (1926),
apoiado por vastos sectores da burguesia portuguesa e a posterior subida ao poder de Salazar (1928),
foram promulgadas leis que revelaram a intenção de estreitar relações económicas entre colónias e a
metrópole.
Isto se fez através de várias medidas, entre as quais a abolição do sistema de companhia magistáticas
e de arrendamento dos prazos.
Objectivos da Implantação do Colonato de Revué
Tinha por outro lado, o objectivo de estabelecer zonas que deviam constituir barreira ao avanço de
qualquer movimento nacionalista que, na altura, emergia por toda África, e dava em Moçambique os
primeiros passos. (IDEM).
Impacto Sócio Cultural do Colonato de Revué
A conquista e a montagem da administração coloniais foram justificadas ideologicamente pela
negação do homem africano. A raça e a segregação passaram estar latente na prática colonial, nas
leis para os “indígenas” e no “propósitos justificativo” de educar e civilizar. Foi assim “decretado” o
homem colonizado.
Impactos positivos
 O colonizador defendeu no seu interesse, a presença de algumas das estruturas tradicionais,
da divisão étnica e regional do espírito místico e religiosos e das tendências ao
conservadorismo.
 As realizações do SHER no campo social são avaliadas pelas infra-estruturais mais
disponíveis, designadamente um bairro habitacional apetrechado com mais moderno
equipamento de diversão e de lazer. A barragem de chicamba real, posteriormente beneficiou
os nativos assimilados (negros).
Impactos negativos
 Tentativas de criação, através da instalação de colonatos, de barreiras para o
desenvolvimento de movimentos nacionalistas moçambicanos emergentes.

13
 Impediu, por outro lado o desenvolvimento de muitas manifestações culturais e o
desabrochar de outras. Segundo Ki-Zerbo (1977).
Associação dos Naturais como Projecta Social em África. (Caso da África central)
Caso da África Central
Segundo o vocabulário de História (S/d: 29) associação é um agrupamento de pessoas com interesse
comum que pretende atingir, assim mais facilmente do que o faria agindo cada um por si. Elas
podem ser de carácter Desportivo, Humanitário ou de carácter social (como sindicatos de
trabalhadores) ou políticos (como os partidos).
Contexto Histórico em que Surgem as Associações dos Naturais
As associações dos naturais como um projecto social emergem no contexto da dominação colonial
europeia, na medida em que os colonizadores vão impor uma submissão a sua hegemonia cultural
como também vão impor outras formas de dinâmica em termos da construção das sociedades em
moldes capitalistas, com particular enfoque para a urbanização.
Impacto das associações culturais
Foi notório o impacto das associações do qual podemos destacar:
 Promover o ajustamento e integração dos indivíduos recém chegados na cidade, facilitando a sua
adaptação e enquadramento;
 Serviram de elo de ligação entre o mode de vida da aldeia e da cidade;
Associacão dos Naturais como Projecto Social em Africa e em Moçambique
Caso de Moçambique zona Sul.
A multiplicação de associações surge no contexto do colonialismo e visa responder as inquietações
dos africanos nascidos ou não em África, mas também são a resposta da multiplicação de identidade
e interesses do homem moderno.
O Lugar da Negritude e Nativismo na Socialização em África.
A Negritude
Segundo Iliffe (1994) as primeiras tentativas de definição são atribuídas a Leopoldo Sedar Senghor,
o qual definiu-lhe como património cultural, os valores e sobretudo o espírito da civilização negro –
africano ou como conjunto dos valores culturais do mundo negro. Senghor citado por FERREIRA,
(1989:57).
O Surgimento da Ideia de Pertença a Raça Negra
Segundo Munanga, (1988), durante séculos, os negros colaboraram no comércio dos seus
semelhantes com uma nítida convicção de actuar ao mesmo nível dos mercadores europeus.
Nesta ordem de ideias, o desenvolvimento da ideia africana divide se em três períodos.

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 Primeiro período compreende os escritos dos autores do séc. XVIII, empenhados na luta anti-
esclavagistas;
O Renascimento Negro Americano
LARANJEIRA, (1995).A negritude lançou as suas raíses até aos movimentos culturais
protagonizados por negros, brancos e mestiços que desde as décadas 10, 20, 30, vinha pugnando por
um renascimento negro (busca e valorização das raízes culturais africana, criolas e populares);
principalmente em três países americanos, Aiti, Cuba e EUA, mais também um pouco por todo o
lado (p:27)
Precursores e suas obras
Segundo Ki-Zerbo (1977) Edward Wilmot Blayden nasceu nas Antilhas em 1937. É o primeiro
intelectual negro de notoriedade internacional a dar uma forma ao sentimento de pertença a raça
negra. Influenciado pelas correntes humanitárias que tinham, proporcionado a fundação de Serra
Leoa (1784) e da Libéria (1822) com os escravos libertos levados da América e da Inglaterra.
Blayden idealizava um retorno maciço dos ex – escravos ao continente africano, onde poderiam
fundar nações avançadas, caracterizadas pela síntese de duas civilizações.
A Negritude na Europa
Os Africanos em Paris: paris era o lugar mais propício da Europa para acolher o nascimento de um
movimento como a negritude. O ambiente era favorável do ponto de vista cultural e político. A nova
arte estava na moda, o exótico, o cubismo propusera a arte africana com a atenção do mundo
intelectual.
Causas do Surgimento da Negritude
Segundo Iliffe (1994) como foi referenciado a cima, os estudantes africanos encontravam na Europa,
principalmente em Paris, um ambiente radicalmente diferente dos que estavam habituados a
frequentar. Paris era como o centro do mundo, no plano não só cultural, cidade cosmopolita por
excelência, sofisticada que atraia intelectuais e artistas de todo o Mundo.
Objectivos da Negritude
Munanga (1988:83), aponta 3 objectivos principais da negritude,
 Buscar o desafio cultural do Mundo negro (a identidade negro africana);
 Protestar contra a ordem;
 Lutar pela emancipação de seus povos oprimidos e lançar o apelo de uma revisão das relações
entre os povos para que se chegasse a uma civilização não universal como a extensão de uma
regional imposta pela força – mas uma civilização do universal, encontro de todas as outras,
concertas e particulares.
Ideologia da negritude

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Segundo Godinho (Coord.) (1967) os povos negros eram considerados sem história e idólatras,
feiticeiros ou feitichistas, além de brutos, primitivos, incivilizados, cafres e selvagens. O autor
acrescenta que defensores da descriminação racial sustentavam que o negro era uma criatura diversa
do branco.
Reflexos da Negritude em África
Segundo Munanga, (1988) a negritude surge com e como ressurgimento da consciência do orgulho
de ser negro, o que dará um importante surto do nacionalismo que desembocará nas independências
africanas dos anos 60. O renascimento negro é muito mais do que uma renovação ou inovação
cultural, culturista. Desencadeia um movimento muito amplo da consciência histórica, cultural e
política; propulsor de uma autêntica revolução política que leva o negro a passar de vítima ao motor
da história, pelo derrube da situação colonial tornada insustentável. Nascido sob o signo do
anticolonialismo, a negritude caracterizou-se pela negação, pela recusa, pela africanização do ser,
pretendendo sobretudo revelar e assumir o direito de valorizar o negro e a sua cultura.
A Negritude nos países Africanos de expressão Portuguesa
Segundo Munanga, (1988) mas a verdade é que, quer em Angola, quer em Moçambique quer em
Cabo verde a problemática da Negritude nunca foi fora o objecto de discussão pública, defendiam-se
simplesmente o projecto de literaturas nacionais. E invés de Negritude falou-se de cabo-
verdianidade, angolanidade e moçambicanidade.
Impacto da Negritude em África
 A Negritude permitiu a emancipação do negro, ao mostrar ao mundo que a África tinha sua
História e Civilização própria que faz parte da Civilização universal com um contributo valioso.
 Permitiu a valorização e reconhecimento das línguas, culturas africanas.
 Foi importante ao despertar no africano a consciência de estar a ser explorado, e assim,
contribuir para a luta pelo seu lugar no mundo.
 Com os seus textos poéticos, a negritude eliminou os nacionalistas africanos no fortalecimento
do espírito nacionalista.
O nativismo (conceito)
Nativismo para a Antropologia é toda ação que procure valorizar a cultura de um lugar, em reação à
imposição de uma cultura externa, em geral dominante.
O nativismo faz-se sentir especialmente na hitória dos povos que foram colonizados por outros,
muitas vezes através de revoltas e motins, culminando mais adiante na própria emancipação - ou na
completa aculturação.

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Conclusão
Concluo que as primeiras tentativas de definição são atribuídas a Leopoldo Sedar Senghor, o qual
definiu-lhe como património cultural, os valores e sobretudo o espírito da civilização negro –
africano ou como conjunto dos valores culturais do mundo negro. Mas a verdade é que, quer em
Angola, quer em Moçambique quer em Cabo verde a problemática da Negritude nunca foi fora o
objecto de discussão pública, defendiam-se simplesmente o projecto de literaturas nacionais. E invés
de Negritude falou-se de cabo-verdianidade, angolanidade e moçambicanidade. Isto teria-se devido
ao facto de o termo Negritude, subversivo e altamente comprometedor, sem também na imprensa ou
então porque os intelectuais não estavam muito preocupados na sua discussão; ainda porque os
produtores dos textos, homens e inspiradores marxistas, progressistas antifascistas e patriotas mais
sujeitos dos centros urbanos vivendo em microcosmos culturais, influenciados pela cultura
portuguesa, onde o mulatismo literariamente fora um facto real. Nativismo para a Antropologia é
toda ação que procure valorizar a cultura de um lugar, em reação à imposição de uma cultura
externa, em geral dominante.
O nativismo faz-se sentir especialmente na hitória dos povos que foram colonizados por outros,
muitas vezes através de revoltas e motins, culminando mais adiante na própria emancipação - ou na
completa aculturação

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Referências Bibliográficas
 BOHAEN, A. A. (1991). História Geral de África: África sob Dominação colonial 1880-
1935. S. Paulo: Ed. Ática.
 FAGE, J. D. (1995). História da África.
 FERNANDES, D. (S/A). África e sua história..
 GODINHO, V. M. (Coord.). (1967). A história social: Problemas, Fontes e Métodos. Lisboa,
Edições Cosmo,.
 ILIFFE, J. (1994). Os africanos: História de um Continente.
 KI-ZERBO. (1977). História da África Negra. VolII. 3ª ed. Mira Sintra,
 LARANJEIRA, P. (1995). Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Santa Maria da
Feria: Ed. Afrontamento.
 MUNANGA, K. (1988). Negritude, Usos e Sentidos. 2ª ed. S. Paulo: Ed. Ática,.

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