BIBLIOTECONOMIA
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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
370.19 B313s
ISBN: 978-85-67425-76-4
CDD 370.19
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Introdução à Sociologia. Sociologia: a educação como objeto de estudo da Socio-
logia. Educação e sociedade: cultura escolar. Diversidade cultural e globalização.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo de Sociologia da Educação. Neste
Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará o conteúdo
básico das seis unidades em que se divide este CRC.
Cremos que os conteúdos aqui apresentados são suficientes
para a sua iniciação à discussão de temas cujo conhecimento é im-
prescindível tanto à formação do educador quanto à do educando.
A primeira unidade, Breve Introdução à Sociologia: evolução
e método, apresenta uma breve introdução à Sociologia com a
proposta de constatarmos que a reflexão sobre os fenômenos so-
ciais tem uma longa tradição, muito anterior ao surgimento da So-
ciologia como ciência.
10 © Sociologia da Educação
Abordagem Geral
Responder que sentido faz para nós e, em especial, para a
nossa educação o que os pensadores da Sociologia escreveram e
escrevem em um momento no qual a nossa sociedade se debate
intensamente entre a tradição e a inovação está entre as preocu-
pações presentes nesta Abordagem Geral, na qual fazemos uma
introdução necessária ao estudo do CRC Sociologia da Educação.
Como é característica dos textos introdutórios, apresentamos este
conteúdo de forma sintética e, ao mesmo tempo, geral e simples,
evitando, assim, superficialidades.
Para isso, é preciso mostrar que a Sociologia da Educação não
apenas estuda a escola, como também está atenta à emergência e
ao desenvolvimento de outros contextos e processos de educação e
de aprendizagem, os quais ganham crescente importância e visibi-
lidade no mundo contemporâneo. Buscamos compreender, assim,
como se estruturam as nossas condutas no complexo contexto so-
cial para que você possa desenvolver uma postura que se traduza
em ações autônomas na vida social e no campo da educação.
Apresentar um texto de Sociologia da Educação a você sig-
nifica convidá-lo para refletir sobre um campo que tem muito a
contribuir para a compreensão do ser humano contemporâneo.
Isso porque, indiscutivelmente, a Educação pode ser um meio pri-
vilegiado de emancipação e um instrumento que possibilita ao ser
humano determinar o seu presente e preparar o seu futuro, o que
indica a sua importância no processo de transformação da socie-
dade e dos indivíduos.
A partir dessas possibilidades, mediante as perspectivas cria-
das pelas aproximações entre Sociologia e Educação, organizamos,
para este CRC, um conteúdo fundamentado em seis unidades:
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa de definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhe-
cimento dos temas tratados no CRC Sociologia da Educação. Veja, a
seguir, a definição de alguns conceitos:
1) Ciência: na ciência social moderna, o termo "ciência" sig-
nifica o estudo objetivo e sistemático de fenômenos em-
píricos e o corpo de conhecimento resultante desses es-
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles
que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com o estudo de Sociologia da Educação pode ser
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante
a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você es-
tará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa.
Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus
conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática
profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões
autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste CRC convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano.
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas
e científicas que estão presentes no material didático, bem como
partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar
com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir
algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que
não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capaci-
dade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade
EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão
ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções
científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
© Caderno de Referência de Conteúdo 31
2. CONTEÚDOS
• Origem da Sociologia.
• A Sociologia como ciência: "filha da Revolução".
34 © Sociologia da Educação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para nos referirmos ao surgimento da Sociologia, que é
uma ciência moderna, é preciso que tenhamos em mente que ele
ocorre em um dado contexto histórico que reflete as consequên-
cias do desaparecimento do sistema feudal e da consolidação do
sistema capitalista.
Nesta unidade, que apresenta uma breve introdução à Socio-
logia, será possível constatar que a reflexão sobre os fenômenos
sociais tem uma longa tradição, muito anterior ao surgimento da
Sociologia como ciência. No entanto, muito diferente das explica-
ções sobre os fenômenos sociais que foram apresentadas anterior-
mente a ela, sobretudo pela Filosofia, as explicações da Sociologia
como ciência obedecem aos mesmos princípios gerais válidos para
todos os ramos de conhecimento científico, mesmo considerando
as peculiaridades dos fenômenos sociais da abordagem científica
da sociedade.
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método 37
5. ORIGEM DA SOCIOLOGIA
Embora a Sociologia seja uma ciência moderna que surgiu
no final do século 19, os seres humanos, ao longo de sua histó-
ria, não deixaram de observar e de refletir sobre as sociedades
e os grupos nos quais viviam. Podemos encontrar, por exemplo,
observações e ideias relevantes para a Sociologia nos escritos dos
filósofos, dos pregadores religiosos e dos legisladores de todas as
civilizações e épocas.
Qual seria, então, a diferença que distingue as preocupações
com a sociedade abordadas pela Sociologia e o pensamento social
anterior a ela?
A modificação radical nas concepções da vida social e nas
atitudes humanas, em virtude do surgimento do capitalismo in-
dustrial, é uma característica que marca a diferença no teor das
preocupações com a sociedade.
Outra característica que destacamos é a crescente convicção
de que os métodos das ciências naturais deveriam e poderiam ser
estendidos ao estudo das questões humanas, ou seja, que os fenô-
menos humanos poderiam ser classificados e medidos.
Essas questões estimularam a busca de novas formas para
analisar a sociedade. Os fenômenos sociais passaram a ser enten-
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método 39
O ludismo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1811
e 1812. Contrários aos avanços tecnológicos ocorridos na Revolução Industrial,
os ludistas protestavam contra a substituição da mão-de-obra humana por má-
quinas. O nome do movimento deriva de um dos seus líderes, Ned Ludd.
Com a participação de operários das fábricas, os "quebradores de máquinas",
como eram chamados os ludistas, fizeram protestos e revoltas radicais. Invadi-
ram diversas fábricas e quebraram máquinas e outros equipamentos que consi-
deram os responsáveis pelo desemprego e as péssimas condições de trabalho
no período.
O movimento ludista perdeu força com a organização dos primeiros sindicatos na
Inglaterra, as chamadas trade unions.
Interação social–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A sociedade é necessariamente dinâmica, está sempre em processo. Indivíduos,
grupos, categorias, agregados e estratos sociais agem e reagem continuamente
uns sobre os outros, ou seja, estão sempre em interação. Daí resulta que a in-
teração se torna o processo social mais importante.
A interação só é social quando existem símbolos e significados em jogo, mesmo que
as pessoas não tenham plena consciência desses componentes da situação social.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método 43
preocupante. Nas suas consultas, depara-se com pais apreensivos por verem os
filhos quase sempre agarrados aos telemóveis. E também com casos de jovens
em que o vício interfere nos estudos. "Há crianças que não dormem sem o tele-
móvel ao lado, e, se se esquecem dele, é um drama".
E porque o excesso de comunicação via SMS – ou Messenger – pode promover
o isolamento dos adolescentes e minar o desempenho escolar, Susana Gonçal-
ves aconselha os pais a "passarem tempo de qualidade com os filhos e a apren-
derem a comunicar-se" (BARBOSA, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
8. CONSIDERAÇÕES
Em uma síntese do que foi exposto nesta unidade, com rela-
ção ao surgimento da Sociologia como ciência, podemos apresen-
tar as seguintes questões:
1) No contexto do conhecimento científico, a Sociologia
nasce como um conjunto de ideias que se preocupa com
o processo e com o desenvolvimento da sociedade capi-
talista. Nesse sentido, ela é fruto da Revolução Industrial
e da Revolução Francesa. Ela buscou, justamente, res-
postas às questões colocadas pelas transformações de-
correntes das revoluções que, em um primeiro momen-
to, alteraram a sociedade europeia e, depois, o mundo
todo.
2) A Sociologia como "ciência da sociedade" não surgiu
de repente e, também, não resulta da reflexão de um
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método 49
9. E-REFERÊNCIAS
Figura 1 Os ludistas em ação: quebrando máquinas. Disponível em: <http://www.
radardanet.com/movimento-ludista-na-revolucao-industrial>. Acesso em: 15 dez. 2010.
Sites pesquisados
BARBOSA, André. Adolescentes viciados em SMS. Adaptado do site disponível em:
<http://socioaprendiz.blogspot.com/2009/01/adolescentes-viciados-em-sms.html>.
Acesso em: 15 dez. 2010.
SUA PESQUISA. Ludismo. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/industrial/
ludismo.htm>. Acesso em: 15 dez. 2010.
2
Teóricos Clássicos
da Sociologia
1. OBJETIVOS
• Reconhecer que a nova ordem mundial decorrente das
Revoluções Francesa e Industrial precisava de um novo
indivíduo adaptado à nova sociedade.
• Compreender que a visão de cada um dos pensadores
clássicos sobre o processo social permite construir visões
específicas em torno do novo significado que a educação
assumiu e continua assumindo na sociedade capitalista
por meio de um sistema de ensino organizado.
2. CONTEÚDOS
• Educação: um objeto de estudo da Sociologia.
• Três correntes sociológicas significativas para a compreen-
são do fenômeno educativo: Marx, Durkheim e Weber.
52 © Sociologia da Educação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, tivemos por objetivo registrar que o
processo de elaboração científica do pensamento social ociden-
tal é resultado das transformações sociais, políticas, econômicas e
históricas provocadas pela instalação do capitalismo na Europa.
Além disso, os objetivos da Unidade 1 consistiam em cons-
tatar que, anteriormente ao aparecimento da Sociologia, existiam
indagações sobre os fenômenos sociais e em compreender que o
advento da Sociologia como ciência aplica um ponto de vista cien-
tífico à observação e à explicação dos fenômenos sociais. Agora,
nesta unidade, os objetivos estão vinculados, sobretudo, à neces-
sidade de compreensão que foi a questão social que colocou a so-
ciedade em um plano de análise científica e que, nesse cenário,
a educação emerge como elemento do amálgama das interações
sociais, circunstâncias que levaram pensadores clássicos do pro-
alemão Karl Marx. Vale salientar que essas observações têm des-
dobramentos na educação.
Como a vida escolar não é senão o germe da vida social e como esta
não é senão o desenvolvimento daquela – os principais processos
pelos quais uma funciona devem ser encontrados na outra. Pode-
se, pois, esperar que a Sociologia, ciência das instituições sociais,
nos auxilie a compreender melhor o que são as instituições peda-
gógicas e a conjeturar o que devam ser elas, para melhor resultado
do próprio trabalho. Tanto mais conheçamos a sociedade, tanto
melhor chegaremos a perceber o que se passa nesse microcosmo
social que é a escola (DURKHEIM, 1978, p. 88).
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Uma vez realizado o estudo desta unidade, é importante
que você realize as questões autoavaliativas a seguir, a fim de que
possa perceber se é preciso voltar ao texto da unidade para sanar
eventuais dúvidas:
1) Por que se considera que Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber oferecem
ontribuições teóricas significativas para a Sociologia da Educação?
4) Quais são as caracterísitcas que Weber apresenta para cada um dos três
tipos de educação: a educação carismática, a educação especializada e a
educação para a conduta de vida (Pedagogia do Cultivo)?
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, organizamos algumas reflexões para apre-
sentar a Sociologia e, de modo específico, a Sociologia da Educa-
que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão", afirma
Ítalo Calvino (1993, p. 2).
Em nossa biblioteca, temos muitos livros que tratam da So-
ciologia da Educação. Caso você pesquise algum autor diferente,
não deixe de socializá-lo com os companheiros de turma. No tópi-
co Referências Bibliográficas, você pode conferir uma vasta biblio-
grafia para iniciar as suas pesquisas.
9. E-REFERÊNCIAS
MARX, K. Glosas marginais ao programa do Partido Operário Alemão. Disponível em:
<http://www.marxists.org/portugues/marx/1875/gotha/gotha.htm>. Acesso em: 24
ago. 2010.
______. Instruções para os Delegados do Conselho Geral Provisório. As Diferentes
Questões. Disponível em: <http://www.marxists.org/portugues/marx/1866/08/
instrucoes.htm>. Acesso em: 25 ago. 2010.
3
Sociologia e
Educação no Brasil
1. OBJETIVO
• Abordar aspectos do pensamento sociológico brasileiro
que apontem estreitamento da relação entre Sociologia
e educação.
2. CONTEÚDOS
• Alguns registros sobre a Sociologia no Brasil.
• Sociologia brasileira como uma forma de pensar a edu-
cação.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A organização do pensamento sociológico é fruto de um
processo que se fundamenta nas condições históricas, políticas,
econômicas e sociais do capitalismo, que tem início na Europa do
século 14 e é implantado no século 19, quando o pensamento so-
cial passou a ser elaborado cientificamente. Nesse momento, a so-
ciedade torna-se objeto de pesquisa.
Por ser a Sociologia uma ciência social que se pensa o tempo
todo, que se questiona continuamente à medida que se desenvol-
ve e se modifica, ela apresenta peculiaridades ao se organizar no
Brasil.
Diante da questão básica da Sociologia, que é continuamen-
te buscar resposta para a pergunta "o que torna possível a orga-
nização social das relações entre os seres humanos?", constata-
mos que as três respostas clássicas para essa pergunta (a de Émile
Durkheim, a de Max Weber e a de Karl Marx) tiveram diferentes
© U3 - Modos de Educar Segundo Desmembramentos do Pensamento Clássico: Sociologia e
Educação no Brasil 81
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A fim de avaliar a sua aprendizagem sobre o conteúdo desta
unidade, tente responder para si mesmo as questões a seguir:
1) Qual é o tema proposto pelo texto desta unidade?
2) Quais são os autores citados no texto? Que conhecimentos você tem sobre
eles?
3) Já havia lido, ouvido ou escrito algo sobre o conteúdo proposto nesta unida-
de? Em que circunstâncias isso ocorreu?
8. CONSIDERAÇÕES
Os clássicos da Sociologia permitem que nos apropriemos
de instrumentos para análises do papel da educação na sociedade
capitalista do final do século 20 e início do 21, compreendendo
quais os novos elementos que estão sendo produzidos na educa-
ção, em especial na escola, que contribuem para a reprodução das
relações sociais em seu caráter mais amplo, ao mesmo tempo em
que identificam quais os elementos que estão sendo reproduzidos
para garantir as novas formas produzidas pelo capital para garantir
seu poder de dominação.
Em contrapartida, o pensamento clássico também gera avan-
ços nas reflexões, dando origem a novas linhas de pensamento que
contribuem para a identificação dos novos elementos produzidos
na educação, na luta pelas transformações das relações sociais de
produção capitalista e pelo reconhecimento dos próprios elemen-
tos que são reproduzidos na educação e na escola como formas de
resistência à exploração imposta pelo capital.
Nesse sentido, o Brasil não é uma exceção, uma vez que os
pensadores da Sociologia brasileira e da educação tomaram as
"descobertas" dos clássicos e mudaram o modo de pensar, indagar
e escrever. Os resultados dos estudos, das pesquisas e das análises
indicam que a incorporação de contribuições de novas teorias al-
© U3 - Modos de Educar Segundo Desmembramentos do Pensamento Clássico: Sociologia e
Educação no Brasil 97
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de Figuras
Figura 1 Florestan Fernandes. Disponível em: <http://www4.usp.br/index.php/
sociedade/8952>. Acesso em: 17 set. de 2010.
Figura 2 Fernando de Azevedo. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0103-40141994000300016&script=sci_arttext&tlng=en>. Acesso em: 22 set.
2010.
Figura 3 Anísio Teixeira. Disponível em: <http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo=20>. Acesso em: 22 set. 2010.
Site pesquisado
PEDAGOGIA EM FOCO. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm>. Acesso em: 19 set. 2010.
2. CONTEÚDOS
• Socialização: condições e resultado da vida social.
• Culturas: transformar e significar o mundo para transfor-
mar e significar o ser humano.
• Educação escolar, socialização e cultural.
100 © Sociologia da Educação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A interação social é a essência da vida social. Não podemos
imaginar qualquer tipo de grupo sem relacionamento e sem influ-
ências recíprocas, que podem assumir vários graus de intimidade e
permanência, determinando, assim, o tipo e a natureza desse gru-
po. Levando em consideração essas ideias, iniciamos esta unidade
abordando o viés da Sociologia que tem como objeto de pesquisa
as interações sociais organizadas pelos seres humanos, mediante
formas culturalmente padronizadas.
Interações sociais são os modos pelos quais os seres huma-
nos se relacionam e interagem uns com os outros, reforçando ou
estabelecendo novas regras, normas e valores sociais, bem como
caracterizam o estudo sistemático da Sociologia e constituem os
4º caso:
[...] Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico,
efetuou um experimento para determinar que língua as crianças
falariam quando crescessem, se jamais tivessem ouvido uma úni-
ca palavra falada. Falariam hebraico – que então se julgava ser a
língua mais antiga – grego, latim, ou a língua de seu país? Deu
instruções às amas e mães adotivas para que alimentassem as
crianças e lhes dessem banho, mas que sob hipótese nenhuma fa-
lassem com elas ou perto delas. O experimento fracassou porque
todas as crianças morreram (HORTON; HUNT apud OLIVEIRA,
2007, p. 17).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Esses casos apresentados, que parecem coisa de um passa-
do distante, são acompanhados por uma denúncia recente, de 29
de maio de 2009, trazida à tona pela imprensa russa. O que temos
na reportagem é um novo caso de isolamento social, ausência do
contato social que nos humaniza e que deve ocorrer desde o nosso
nascimento de forma ininterrupta e a mais intensa possível, a fim
de que esse processo obtenha o êxito necessário. Não chegamos
prontos ao mundo, nossa humanização é um processo provenien-
te da socialização e seu começo é muito importante para desen-
cadear todo o processo de aprendizado. Observe, a seguir, essa
reportagem:
"Ela só se comporta como cão ou gato de vez em quando", disse uma fonte do
hospital.
O pai de Natasha, acusado de ter sequestrado a menina, foi preso, solto e será
investigado. Ele nega as acusações de que teria "roubado" a garota. O pai da
menina pode ser condenado a até três anos de prisão por "descumprimento das
obrigações de educação de um menor".
Natasha vivia em um subúrbio da cidade de Chita, na Sibéria. A porta do apar-
tamento tinha um cartaz de "Cuidado, ela morde", aparentemente referindo-se a
um dos cães.
A mãe da menina, que tem outros três filhos, foi quem chamou a polícia.
Quando policiais foram até a casa onde, além da menor, vivem seu pai e seus
avós, encontraram uma menina suja e com um comportamento mais próprio de
um cachorro do que de um ser humano, rosnando e ganindo.
"Nossa primeira impressão quando entramos foi a de que tínhamos ido parar
em algum lixão. O fedor era insuportável e estava cheio de cachorros enormes
e gatos", explicou Larisa Popova, chefe do departamento de menores da Polícia
de Chita.
Os assistentes sociais, acompanhados da polícia – que teve que fazer uso da for-
ça para entrar no apartamento diante da resistência dos familiares – constataram
que havia tempos a casa não tinha água corrente, calefação e gás (G1, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princí-
pios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistên-
cia de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da
lei, planos de carreira do magistério público, com piso salarial pro-
fissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia do padrão de qualidade.
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Tente responder às questões autoavaliativas a seguir, com
o objetivo de verificar se você precisa ou não voltar ao texto para
sanar as suas dúvidas:
1) Qual a importância da vida em grupo para os seres humanos?
9. CONSIDERAÇÕES
A evolução do ser humano só foi possível devido à sua ca-
pacidade de pensar e lutar pela superação de suas necessidades.
Nesse processo de evolução, a utilização das mãos e o desenvol-
vimento da linguagem foram decisivos e não se deram de modo
isolado; foram conquistas que ocorreram mediante um processo
educativo, no qual os seres humanos aprenderam juntos a cons-
truir meios para a sua sobrevivência.
A organização das sociedades humanas distingue-se dentre
as várias organizações de espécies animais existentes na Terra.
Essa distinção se dá pelo fato de os seres humanos serem capazes
de ampliar seu controle sobre a natureza por meio da criação e da
consolidação de um ambiente cultural que se mantém e se trans-
forma mediante o processo de socialização, sendo transmitido de
geração para geração.
10. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Novas formas de socialização primária ou socialização secundária precoce?
Disponível em: <http://cadernosociologia.blogspot.com>. Acesso em: 10 mar. 2009.
Figura 2 Natasha, que vivia trancada com cães e gatos. Disponível em: <http://
g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1175549-5602,00-MENINA+RUSSA+QUE+VIVIA
+TRANCADA+COM+CAES+E+GATOS+RECUPERASE+DIZEM+MEDICOS.html>. Acesso em:
19 set. 2010.
Sites pesquisados
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Disponível em: www.ufop.br/graduação/
ldb.rtf. Acesso em: 6 jun. 2010
G1. Menina russa que vivia trancada com cães e gatos recupera-se, dizem médicos.
Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1175549-5602,00-MENI
NA+RUSSA+QUE+VIVIA+TRANCADA+COM+CAES+E+GATOS+RECUPERASE+DIZEM+MEDI
COS.html>. Acesso em: 19 set. 2010.
RISCHBIETER, L. A triste história das crianças lobo ou Nem só de genes e cérebro vive
o homem. Disponível em: <http://www.educacional.com.br/articulistas/luca_
bd.asp?codtexto=220>. Acesso em: 16 maio 2009.
2. CONTEÚDOS
• Cultura, diversidade cultural e educação escolar: uma re-
flexão sobre a pluralidade cultural.
• Escola e diversidade cultural: um desafio para a educa-
ção.
128 © Sociologia da Educação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Desde a Antiguidade, comunidades, grupos e povos procura-
ram afirmar suas identidades em contraposição aos demais; sendo
assim, podemos inferir que a questão da diversidade cultural não
é nova. Ela perpassa a história da humanidade.
Para Telmo Marcon (2006), em suas reflexões sobre a diver-
sidade cultural, parece paradoxal, mas um dos elementos funda-
mentais para pensarmos em identidade é a diferença, que se expli-
ca por meio dos processos históricos com as inúmeras experiências
de dominação: fazer o outro assumir a identidade dominante.
Dentre os exemplos de dominação, pensemos nos portugue-
ses chegando ao território de uma "miríade de povos tribais", na
expressão de Darcy Ribeiro (1997, p. 29), e utilizando a diferença
como justificativa para a dominação. Isso ocorreu porque a dife-
rença se constituiu como ameaça, e a diversidade passou a ser pre-
texto para a imposição de valores, de costumes e culturas, para a
subordinação daqueles que possuíam menos poder.
Telmo Marcon (2006, p. 1) indica-nos que "ainda restam evi-
dências desses processos nas muralhas, nas guarnições militares,
na delimitação de espaços, na formação de guetos, na constituição
de campos de concentração". As barreiras são sinais que se levan-
tam para dar visibilidade às relações de dominação e de exclusão
do outro.
© U5 - Descoberta Permanente: Uma Possível Interface Entre a Diversidade Cultural
e o Espaço Escolar 131
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Realize, a seguir, as questões autoavaliativas, a fim de que
você perceba se o seu estudo desta unidade foi satisfatório ou se é
preciso retornar ao texto para sanar possíveis dúvidas.
1) O que é diversidade cultural?
2) Segundo Sueli Carneiro (2006), quais são as manifestações de preconceito
e discriminação que devem ser superadas para termos uma sociedade de-
mocrática?
3) Quais são os desafios que a escola precisa vencer para implantar a educação
democrática, livre de preconceitos e discriminações?
8. CONSIDERAÇÕES
O que podemos depreender do texto sobre o tema diversi-
dade cultural, neste caso específico, numa correlação com os de-
safios que a escola brasileira precisa vencer para concretizar uma
educação que seja democrática, é que ela deve organizar ações
educativas que permitam eliminar os preconceitos e as discrimi-
nações que pairam sobre diversos grupos étnicos e comunidades,
dentro ou fora da escolas.
Um ponto que chama a atenção é o significativo número de
medidas legais traduzidas em vários documentos organizados pelo
Ministério da Educação e que são regidos pela Carta Magna, a
Constituição Brasileira. São leis que precisam sair do papel.
Conhecer, principalmente, a Constituição e, também, os do-
cumentos oficiais que administram a conduta educacional do país
pode ser uma ação adequada como instrumento de reivindicações
para a efetivação de direitos.
© U5 - Descoberta Permanente: Uma Possível Interface Entre a Diversidade Cultural
e o Espaço Escolar 149
9. E-REFERÊNCIAS
Figura 1 Garota com shador (véu). Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/
noticias/story/2004/03/040304_veurg.shtml>. Acesso em: 21 mar. 2010.
Sites pesquisados
BBC BRASIL. Senado da França proíbe símbolos religiosos em escolas. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/03/040304_veurg.shtml>.
Acesso em: 21 mar. 2010.
CARNEIRO, S. Por um multiculturalismo democrático. In: Jornal de Debates. 20 nov. 2006.
Disponível em <http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/como-viver-junto/artigo/
por-um-multiculturalismo-democratico-0>. Acesso em: 21 jan. 2011.
BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Disponível em: <http://www.cedine.rj.gov.br/
legisla/federais/Estatuto_da_Igualdade_Racial_Novo.pdf>. Acesso em: 6 out. 2010.
2. CONTEÚDOS
• Educação e Globalização: tentativas de interpretação.
• Convergências e divergências com relação ao papel de
professoras e professores.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O exercício da atividade de educador apresenta a necessi-
dade de repensarmos, permanentemente, as questões que dizem
respeito à educação em seu sentido amplo e em sua perspectiva
formal, escolarizada. Isso se dá pela dinâmica que acompanha a
vida social e que nos coloca diante do desafio de atender ao duplo
movimento social: ora de preservar, ora de mudar.
É sobre alguns pontos concernentes a esse movimento de
mão dupla que refletiremos no decorrer deste texto: necessidade
de atender às mudanças sociais ou atender às permanências so-
ciais. Porém, o ritmo das mudanças aliado ao que reconhecemos
como processo de globalização, com seus reflexos nos campos tec-
nológicos da comunicação e da informatização e suas repercus-
sões no campo educacional, nesse caso, escolarizado, não pode
ser esquecido.
Há correntes de pensamento que ressaltam que o finalizar
do século 20 apontou o paradigma da mudança como o norte da
educação. Para o professor Fredric Litto (2011, p. 1), criador da
Escola do Futuro da Universidade São Paulo – USP, diante do di-
lema de como educar para uma sociedade futura cuja natureza
desconhecemos, mas que certamente será diferente, sua resposta
é: "a sociedade contemporânea está passando por modificações
estruturais, obrigando-nos a reavaliar aquilo que estamos fazendo
em educação".
Litto (2011) apontou, também, a inviabilidade de um ensino
reprodutivista, mnemônico, diante da necessidade de uma educa-
ção voltada à construção do conhecimento em um ambiente par-
ticipativo, prazeroso e, sobretudo, crítico.
Para pensar sobre algumas dessas questões concernentes à
educação, adotamos uma ótica do processo de globalização por
entendermos que ela confere novos significados para a nossa com-
preensão e identificação de algumas relações entre a globalização
que lhes é exigida por lei; eles precisam saber lidar com os confli-
tos gerados pela insegurança desses novos tempos de um século
que se inicia.
O avanço da tecnologia coloca-os sob o olhar crítico de uma
educação problematizadora, dialógica e multidisciplinar. Não há
mais lugar para uma educação fragmentada, pois "não apenas
cada parte do mundo faz cada vez mais parte do mundo, mas o
mundo enquanto todo está cada vez mais presente em cada uma
de suas partes" (MORIN; KERN, 1995, p. 35).
O professor Pedro Demo (1995, p. 212), ao considerar que
"educação, ciência e tecnologia são os móveis mais decisivos das
mudanças estruturais sobrevindas", salienta a importância da
construção de uma didática fundamentada no aprender a apren-
der, no saber pensar, no saber informar-se e no saber refletir e
questionar a informação diária que a tecnologia da comunicação
proporciona. É preciso reconhecer e aceitar que o acesso ao co-
nhecimento é ilimitado e que os alunos têm autonomia para bus-
car o saber que o mundo lhes oferece.
No entanto, o acesso à tecnologia não elimina a necessidade
da existência de professoras e professores que devem atuar como
facilitadores, mediadores, orientadores e guias no ato pedagógico,
em que a máquina será um instrumento de trabalho no processo
do ensinar e aprender. O acesso à tecnologia aponta para a escola
que a dinâmica do mundo se apresenta em um processo de mu-
danças em ritmos cada vez mais acelerados, o que, certamente,
exigirá diferentes e novas respostas para diferentes e novos desa-
fios.
A compreensão de que a metodologia é a gênese do conhe-
cimento e caminha pelo viés dos atos de construir, de criar, em que
professoras, professores, alunas e alunos interagem na troca de
experiências para a construção dos saberes, é fundamental. Para
isso, faz-se necessário um ambiente escolar que seja um espaço
(1985, p. 79) reforça essa ideia quando afirma que "não basta ser-
mos competentes para que sejamos educadores. É o grau de cons-
ciência política que define se somos ou não educadores".
Adotando-se esse pensamento, entende-se que, quando o
espaço escolar é o palco de ideias a serem discutidas e questiona-
das pela comunidade escolar na busca e no compromisso da pre-
paração de sujeitos autônomos, ou quando o processo educacional
conduz à substituição da memorização de respostas ou fatos pelo
desenvolvimento de potencialidades, despertando a capacidade
de pensar, de expressar-se com clareza, de solucionar problemas,
de tomar decisões adequadas, bem como de desenvolver outras
formas de inteligência que possibilitem uma visão holística do co-
nhecimento e do universo em que habita, torna-se possível uma
educação transformadora.
Para os educadores, facilitadores, mediadores, parceiros,
guias na construção dos saberes, as palavras-chave são: criativida-
de, autonomia, criticidade, desterritorialização, integração e mo-
dernidade técnica.
Diante do mundo globalizado, é preciso deixar-se desafiar
como profissional da educação, assim como é preciso compreen-
der que a necessidade de adaptações não poderá ser excluída des-
sa realidade com que interage para conectar-se à escola.
Para encerrar esta unidade e este CRC, ficamos com um pen-
samento de István Mézáros (2005) expresso no livro A educação
para além do capital, segundo o qual a sociedade está diante de
uma tarefa de transformação social emancipadora radical, incon-
cebível sem a contribuição ativa da educação:
E, também, a educação não pode funcionar suspensa no ar. Ela
pode e deve ser articulada adequadamente e redefinida constante-
mente no seu inter-relacionamento dialético com as condições em
mudanças e as necessidades da transformação social emancipado-
ra progressiva. As duas têm êxito ou falham, sustentam-se ou caem
juntas. Cabe a nós todos – todos porque sabemos bem demais que
"os educadores também têm que ser educados" – a sua manuten-
ção e não a sua queda (MÉZÁROS, 2005, p. 51).
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Responda às questões autoavaliativas a seguir, a fim de que
você possa verificar se compreendeu o conteúdo desta unidade:
1) O que é a globalização?
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, apresentamos a questão da globalização e
as exigências que ela propôs no campo educacional formal. Trata-
se de um tempo que carrega em seu bojo os resultados da nossa
crença de que, como coletivo humano, quanto mais soubésse-
mos sobre a realidade social e material, mais seríamos capazes
de controlá-la em nosso benefício e nos tornaríamos senhores do
nosso próprio destino. Ao contrário do esperado, o mundo é de
incertezas e de riscos produzidos. A globalização tem significado à
transformação dos sistemas econômicos e da estratificação, assim
como dos contextos da experiência social.
A globalização não deve ser vista simplesmente como um fe-
nômeno distante, porque ela afeta não apenas os espaços globais,
mas também as intimidades da existência pessoal, uma vez que
atua de modo a transformar a vida cotidiana. Não constitui um
processo único, e, sim, uma mistura complexa de processos que,
em inúmeras circunstâncias, atuam de forma contraditória, produ-
zindo conflitos, desarticulações e novas formas de estratificação.
Todas essas questões indicam que educação está diante de
uma tarefa de transformação social emancipadora radical, incon-
cebível sem a contribuição ativa da educação. Dessa forma, elas
trazem desafios enormes para os professores porque estes cons-
© U6 - Educação e Globalização: Articulações e Antagonismos 173
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de Figuras
Figura 1 Globalização. Disponível em: <http://cadernosociologia.blogspot.com/2009/04/
posicoes-sobre-globalizacao.html>. Acesso em: 19 set. 2010.
Figura 2 Globalização: rumos da educação. Disponível em: <http://bignadaquasar.
wordpress.com/2009/08/20/na-teia-do-porco-aranha-educacao-os-tempos-
mudaram/>. Acesso em: 19 set. 2010.
Site pesquisado
LITTO, F. M. Um modelo para prioridades educacionais numa sociedade de informação.
Disponível em: <http://miniweb.com.br/atualidade/entrevistas/Prof_Litto/artigo_
modelo_prioridades1.htm>. Acesso em: 20 jan. 2011.