.Delors - Os 4 Pilares Da Educação
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Texto para fins didticos
DELORS, J. (org) Educao um tesouro a descobrir.
So Paulo: Editora Cortez, UNESCO, MEC 1999.
Cpia da pg. 89 a 102 do livro.
CAPTULO 4
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conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudana.
Para poder dar resposta ao conjunto das suas misses, a educao
deve organizar-se em tomo de quatro aprendizagens fundamentais que, ao
longo de toda a vida, sero de algum modo para cada indivduo, os pilares do
conhecimento: aprender a conhecer, isto adquirir os instrumentos da
compreenso; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente;
aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as
atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as trs
precedentes. claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma,
dado que existem entre elas mltiplos pontos de contato, de relacionamento e
de permuta.
Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se no
exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o
aprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem, a maior parte das
vezes, de circunstncias aleatrias quando no so tidas, de algum modo,
como prolongamento natural das duas primeiras. Ora, a Comisso pensa que
cada um dos "quatro pilares do conhecimento" deve ser objeto de ateno
igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educao aparea como
urna experincia global a levar a cabo ao longo de toda a vida, no plano
cognitivo como no prtico, para o indivduo enquanto pessoa e membro da
sociedade.
Desde o incio dos seus trabalhos que os membros da Comisso
compreenderam que seria indispensvel, para enfrentar os desafios do
prximo sculo, assinalar novos objetivos educao e, portanto, mudar a
ideia que se tem da sua utilidade. Uma nova concepo ampliada de
educao devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e
fortalecer o seu potencial criativo - revelar o tesouro escondido em cada um
de ns. Isto supe que se ultrapasse a viso puramente instrumental da
educao, considerada como a via obrigatria para obter certos resultados
(saber-fazer, aquisio de capacidades diversas, fins de ordem econmica),
e se passe a consider-la em toda a sua plenitude: realizao da pessoa
que, na sua totalidade, aprende a ser.
Aprender a conhecer
Este tipo de aprendizagem que visa no tanto aquisio de um
repertrio de saberes codificados, mas antes ao domnio dos prprios,
instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente,
como um meio e como uma finalidade da vida humana. Meio, porque se
pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo
menos na medida em que isso lhe necessrio para viver dignamente,
para desenvolver as suas capacidades profissionais, para comunicar.
Finalidade, porque seu fundamento o prazer de compreender, de
conhecer, de descobrir. Apesar dos estudos sem.utilidade imediata estarem
desaparecendo, tal a importncia dada atualmente aos saberes utilitrios, a
tendncia para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os
adultos a apreciar, cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da
pesquisa individual. O aumento dos saberes, que permite compreender
melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da
curiosidade intelectual, estimula o sentido crtico e permite compreender o
real, mediante a aquisio de autonomia na capacidade de discernir. Deste
ponto de vista, h que se repetir, essencial que cada criana, esteja onde
estiver, possa ter acesso, de forma adequada, s metodologias cientficas
de modo a tomar-se para toda a vida "amiga da cincia". Em nvel do
ensino secundrio e superior, a formao inicial deve fornecer a todos os
alunos instrumentos, conceitos e referncias resultantes dos avanos das
cincias e dos paradigmas do nosso tempo.
Contudo, como o conhecimento mltiplo e evolui infinitamente,
toma-se cada vez mais intil tentar conhecer tudo e, depois do ensino
bsico, a interdisciplinaridade um engodo. A especializao, porm,
mesmo para futuros pesquisadores, no deve excluir a cultura geral. "Um
esprito verdadeiramente formado, hoje em dia, tem necessidade de uma
cultura geral vasta e da possibilidade de trabalhar em profundidade
determinado nmero de assuntos. Deve-se, do princpio ao fim do ensino,
cultivar, simultaneamente, estas duas tendncias". A cultura geral, enquanto
abertura a outras linguagens e outros conhecimentos permite, antes de
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tudo, comunicar-se. Fechado na sua prpria cincia, o especialista corre o
risco de se desinteressar pelo que fazem os outros. Sentir dificuldade em
cooperar, quaisquer que sejam as circunstncias. Por outro lado, a
formao cultural, cimento das sociedades no tempo e no espao, implica a
abertura a outros campos do conhecimento e, deste modo, podem
operar-se fecundas sinergias entre as disciplinas. Especialmente em
matria
de
pesquisa,
determinados
avanos
do
conhecimento
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apresentados, muitas vezes, como antagnicos: o mtodo dedutivo,
por um lado, e o indutivo, por outro. De acordo com as disciplinas
ensinadas, um pode ser mais pertinente do que outro, mas na maior
parte das vezes o encadeamento do pensamento necessita' da
combinao dos dois.
O processo de aprendizagem do conhecimento nunca est
acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experincia. Neste
sentido, liga-se cada vez mais experincia do trabalho, medida
que este se toma menos rotineiro. A educao primria pode ser
considerada bem-sucedida se conseguir transmitir s pessoas o
impulso e as bases que faam com que continuem a aprender ao
longo de toda a vida, no trabalho, mas tambm fora dele.
Aprender a fazer
Aprender a conhecer e aprender a fazer so, em larga medida,
indissociveis. Mas a segunda aprendizagem est mais estreitamente
ligada questo da formao profissional: como ensinar o aluno a pr em
prtica os seus conhecimentos e, tambm, como adaptar a educao ao
trabalho futuro quando no se pode prever qual ser a sua evoluo? a
esta ltima questo que a Comisso tentar dar resposta mais
particularmente.
Convm distinguir, a este propsito, o caso das economias
industriais onde domina o trabalho assalariado do das outras economias
onde domina, ainda em grande escala, o trabalho independente ou
informal. De fato, nas sociedades assalariadas que se desenvolveram
ao longo do sculo XX, a partir do modelo industrial, a substituio do
trabalho humano pelas mquinas tornou cada vez mais imaterial e
acentuou o carter cognitivo das tarefas, mesmo na indstria, assim
como a importncia dos servios na atividade econmica. O futuro
destas economias depende, alis, da sua capacidade de transformar o
progresso dos conhecimentos em inovaes geradoras de novas
empresas e de novos empregos. Aprender a fazer no pode, pois,
continuar a ter o significado simples de preparar algum para uma tarefa
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material bem determinada, para faz-Ia participar no fabrico de alguma
coisa. Como consequncia, as aprendizagens devem evoluir e no
podem mais ser consideradas como simples transmisso de prticas
mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor
formativo que no de desprezar.
tambm,
mais
"inteligentes"
que
trabalho
se
"desmaterializa".
Este aumento de exigncias em matria de qualificao, em todos
os nveis, tem vrias origens. No que diz respeito ao pessoal de
execuo a justa posio de trabalhos prescritos e parcelados deu lugar
organizao em "coletivos de trabalho" ou "grupos de projeto", a
exemplo do que se faz nas empresas japonesas: uma espcie de
taylorismo ao contrrio. Por outro lado,
indiferenciao entre
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mudana toma-se evidente que as qualidades muito subjetivas, inatas
ou adquiridas, muitas vezes denominadas "saber-ser" pelos dirigentes
empresariais, se juntam ao saber e ao saber-fazer para compor a
competncia exigida - o que mostra bem a ligao que a educao deve
manter, como alis sublinhou a Comisso, entre os diversos aspectos
da aprendizagem. Qualidades como a capacidade de comunicar, de
trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos, tomam-se cada
vez mais importantes. E esta tendncia toma-se ainda mais forte, devido
ao desenvolvimento do setor de servios.
de
aconselhamento
tecnolgico,
servios
coleta
tratamento
personalizado
de
informaes
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completada
Com
aptido
para
as
relaes
interpessoais.
de
subsistncia.
No
existe,
rigorosamente
falando,
formal
ou
informal
no
desenvolvimento.
Trata-se,
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moderno e informal, por vezes bastante dinmico, base de artesanato,
de comrcio e de finanas que revela a existncia de uma capacidade
empreendedora bem adaptada s condies locais.
Em ambos os casos, aps numerosas pesquisas levadas a cabo em
pases em desenvolvimento, apercebemo-nos que encaram o futuro
como estando estreitamente ligado aquisio da cultura cientfica que
lhes dar acesso tecnologia moderna, sem negligenciar com isso as
capacidades especficas de inovao e criao ligadas ao contexto local.
Existe uma questo comum aos pases desenvolvidos e em
desenvolvimento: como aprender a comportar-se, eficazmente, numa
situao de incerteza, como participar na criao do futuro?
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concorrncia que caracteriza, atualmente, a atividade econmica no
interior de cada pas e, sobretudo, em nvel internacional, tem tendncia
de dar prioridade ao esprito de competio e ao sucesso individual. De
fato, esta competio resulta, atualmente, numa guerra econmica
implacvel e numa tenso entre os mais favorecidos e os pobres, que
divide as naes do mundo e exacerba as rivalidades histricas. de
lamentar que a educao contribua, por vezes, para alimentar este clima,
devido a uma m interpretao da ideia de emulao.
Que fazer para melhorar a situao? A experincia prova que, para
reduzir o risco, no basta pr em contato e em comunicao membros de
grupos diferentes (atravs de escolas comuns a vrias etnias ou
religies, por exemplo). Se, no seu espao comum, estes diferentes
grupos j entram em competio ou se o seu estatuto desigual, um
contato deste gnero pode, pelo contrrio, agravar ainda mais as tenses
latentes e degenerar em conflitos. Pelo contrrio, se este contato se fizer
num contexto igualitrio, e se existirem objetivos e projetos comuns, os
preconceitos e a hostilidade latente podem desaparecer e dar lugar a
urna cooperao mais serena e at amizade.
Parece, pois, que a educao deve utilizar duas vias complementares. Num primeiro nvel, a descoberta progressiva do outro. Num
segundo nvel, e ao longo de toda a vida, a participao em projetos
comuns, que parece ser um mtodo eficaz para evitar ou resolver
conflitos latentes.
A descoberta do outro
A
educao
tem
por
misso,
por
um
lado,
transmitir
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Passando descoberta do outro, necessariamente, pela descoberta de si
mesmo, e por dar criana e ao adolescente uma viso ajustada do mundo,
a educao, seja ela dada pela famlia, pela comunidade ou pela escola,
deve, antes de tudo, ajud-los a descobrirem-se a si mesmos. S ento
podero, verdadeiramente, se colocarem no lugar dos outros e compreender
as suas reaes. Desenvolver esta atitude de empatia, na escola, muito til
para os comportamentos sociais ao longo de toda a vida. Ensinando, por
exemplo, aos jovens a adotar a perspectiva de outros grupos tnicos ou
religiosos podem-se evitar incompreenses geradoras de dio e violncia
entre os adultos. Assim, o ensino da histria das religies ou dos costumes
pode servir de referncia til para futuros comportamentos .
Por fim, os mtodos de ensino no devem ir contra este reconhecimento
do outro. Os professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o
esprito crtico dos seus alunos, em vez de desenvolv-los, podem ser mais
prejudiciais do que teis. Esquecendo que funcionam como modelos, com
esta sua atitude arriscam-se a enfraquecer por toda a vida nos alunos a
capacidade de abertura alteridade e de enfrentar as inevitveis tenses
entre pessoas, grupos e naes. O confronto atravs do dilogo e da troca de
argumentos um dos instrumentos indispensveis educao do sculo XXI.
Tender para objetivos comuns
Quando se trabalha em conjunto sobre projetos motivadores e fora do
habitual, as diferenas e at os conflitos interindividuais tendem a reduzir-se,
chegando a desaparecer em alguns casos. Uma nova forma de identificao
nasce destes projetos que fazem com que se ultrapassem as rotinas
individuais, que valorizam aquilo que comum e no as diferenas. Graas
prtica do desporto, por exemplo, quantas tenses entre classes sociais ou
nacionalidades se transformaram, afinal, em solidariedade atravs da
experincia e do prazer do esforo comum! E no setor laboral quantas
realizaes teriam chegado a bom termo se os conflItos habituais em
organizaes hierarquizadas tivessem sido transcendidos por um projeto
comum!
A educao formal deve, pois, reservar tempo e ocasies suficientes em
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seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperao, logo
desde a infncia, no campo das atividades desportivas e culturais,
evidentemente, mas tambm estimulando a sua participao em atividades
sociais: renovao de bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, aes
humanitrias,
servios
de
solidariedade
entre
geraes.
As
outras
Aprender a ser
Desde a sua primeira reunio, a Comisso reafirmou, energicamente,
um
princpio
desenvolvimento
fundamental:
total
da
educao
pessoa
deve
esprito
contribuir
corpo,
para
inteligncia,
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para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto possvel,
donos do seu prprio destino.
Este imperativo no apenas de natureza individualista: a experincia
recente mostra que o que poderia aparecer, somente, como uma forma de
defesa do indivduo perante um sistema alienante ou tido como hostil,
tambm, por vezes, a melhor oportunidade de progresso para as sociedades.
A diversidade das personalidades, a autonomia e o esprito de iniciativa, at
mesmo o gosto pela provocao, so os suportes da criatividade e da
inovao. Para reduzir a violncia ou lutar contra os diferentes fIagelos que
afetam a sociedade os mtodos inditos retirados de experincias no terreno
j deram prova da sua eficcia.
Num mundo em mudana, de que um dos principais motores parece
ser a inovao tanto social corno econmica, deve ser dada importncia
especial imaginao e criatividade; claras manifestaes da liberdade
humana elas podem vir a ser ameaadas por uma certa estandardizao
dos comportamentos individuais. O sculo XXI necessita desta diversidade
de talentos e de personalidades, mais ainda de pessoas excepcionais,
igualmente essenciais em qualquer civilizao. Convm, pois, oferecer s
crianas e aos jovens todas as ocasies possveis de descoberta e de
experimentao - esttica, artstica, desportiva, cientfica, cultural e social -,
que venham completar a apresentao atraente daquilo que, nestes
domnios, foram capazes de criar as geraes que os precederam ou suas
contemporneas. Na escola; a arte e a poesia deveriam ocupar um lugar
mais importante do que aquele que lhes concedido, em muitos pases, por
um ensino tomado mais utilitarista do que cultural. A preocupao em
desenvolver a imaginao e a criatividade deveria, tambm, revalorizar a
cultura oral e os conhecimentos retirados da experincia da criana ou do
adulto. Assim a Comisso adere plenamente ao postulado do relatrio
Aprender a ser: O desenvolvimento tem por objeto a realizao completa do
homem, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expresses e
dos seus compromissos: indivduo, membro de uma famlia e de uma
coletividade, cidado e produtor, inventor de tcnicas e criador de sonhos.
Este desenvolvimento do ser humano, que se desenrola desde o
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nascimento at a morte, um processo dialtico que comea pelo
conhecimento de si mesmo para se abrir, em seguida, relao com o
outro. Neste sentido, a educao , antes de tudo, uma viagem interior,
cujas etapas correspondem s da maturao contnua da personalidade. Na
hiptese de urna experincia profissional de sucesso, a educao como
meio para uma tal realizao , ao mesmo tempo, um processo
individualizado e uma construo social interativa.
escusado dizer que os quatro pilares da educao, acabados de
descrever, no se apoiam, exclusivamente, numa fase da vida ou num nico
lugar. Corno se ver no captulo seguinte, os tempos e as reas da
educao devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de
maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o
melhor partido de um ambiente educativo em constante ampliao.
Pistas e recomendaes
A educao ao longo de toda a vida baseia-se em quatro pilares: aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
fruto
do
contexto
local
ou
nacional,
quer
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comuns e preparar-se para gerir conflitos - no respeito pelos
valores do pluralismo, da compreenso mtua e da paz.
esttico,
capacidades
fsicas,
aptido
para
comunicar-se.
Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a
privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de
aprendizagem, importa conceber a educao corno um todo. Esta
perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas,
tanto em nvel da elaborao de programas corno da definio de novas
polticas pedaggicas.
(...)
-oOo-
Arteterapia - 2015
Mdulo didtica do ensino superior