Didactica Geral Flavio 2
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Tutor:
1.1.Objectivos.............................................................................................................................. 4
1.1.1.Geral ............................................................................................................................... 4
1.1.2.Específicos ...................................................................................................................... 4
1.2.Metodologias ......................................................................................................................... 4
3.Conclusão................................................................................................................................... 12
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
a) Conhecer os modelos de formação de professores;
1.1.2. Específicos
a) Descrever os modelos de formação de professores em Moçambique;
b) Caracterizar o alinhamento entre a teoria e a prática docente;
1.2.Metodologias
Para materialização do presente trabalho, o autor recorreu vários endereços electrónicos e
manuais existentes o que culminou com a selecção dos que são importantes para o nosso estudo.
Em seguida foram compiladas detalhadamente para dar sentido o texto. Os autores apresentados
ao longo do texto estão devidamente citados nas referências bibliográficas.
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2.Formação docente
Para que seja “professor” é necessário que tenha uma prévia preparação científica e técnica para
o exercício do magistério. Mas não é só com a única formação que o indivíduo deve se sentir
satisfeito é preciso acompanhar a evolução tecnológica do mundo contemporâneo e actualizar
permanentemente os seus conhecimentos de modo que não se tornam obsoletos.
Para Rehem (2009), a formação docente é a educação técnica – professor como profissional de
um ofício, que domina o saber ensinar, o saber disciplinar e o saber da profissão que os alunos
estão aprendendo.
Segundo Altet apud Rehem (2009), o professor profissional é uma pessoa autónoma, que
constituiu competências específicas e especializadas, assentadas sobre uma base sólida de
conhecimentos racionais legitimados, reconhecidos, além de conhecimentos adquiridos pela
prática reflexiva.
Como nos remete Libâneo (2013), a dimensão/formação teórico-científica é aquela que inclui a
formação académica específica nas disciplinas em que o docente vai especializar-se e a formação
pedagógica, que envolve os conhecimentos da Filosofia, Sociologia, História da Educação e da
própria Pedagogia, que contribuem para o esclarecimento do fenómeno educativo no contexto
histórico-social.
Neste fio de pensamento libaneano, acredita-se que o modelo de formação 10ª classe + um ano
de formação não observa estes critérios de formação ou por outra acredita na aprendizagem que
os formandos trazem consigo no ensino primário e secundário geral 1.
Formação técnico-prática
Face a esta dimensão/formação do professor, acreditamos que o modelo em análise tem maior
enquadramento uma vez que os formandos aprendem as metodologias de ensino e as cadeiras
especificas da educação (Organização e Gestão Escolar, Psicopedagogia e Práticas Pedagógicas).
Rehem (2009) defende que para aprender o ofício de professor deve articular três eixos
fundamentais a destacar:
Olhando para este pensamento de Rehem, de facto é necessário que um profissional de educação
tenha conhecimentos e habilidades sólidos de conteúdos académicos, científicos, técnicos e
culturais de modo a lidar competentemente com os diversos fenómenos sócio-académicos e
profissionais.
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2.2.Tipos de formação docente
Existem 2 tipos de formação do professor que são: formação inicial e formação contínua ou
continuada a qual passamos a descrever a seguir:
Formação inicial
Para Rehem (2009), a formação inicial é primeira etapa, entendida decisiva para esse profissional.
Se bem-feita, tal preparo permitirá ao professor transpor as dificuldades de fazer aprender na
prática, pois deverá ter desenvolvido, por exemplo atitudes de disposição para o estudo, para a
busca de referências na prática, para a investigação, para a descoberta pela reflexão-na-acção e
conhecimento-na-acção, como professor que reflecte sobre sua prática, analisa seus efeitos e gera
ferramentas inovadoras.
Rehem (2009) defende ainda que é aquela que deve ser concebida na perspectiva de
prosseguimento pela formação continuada, considerando que a construção dos saberes passa pela
vida toda, pois, quando reflexiva, experiência profissional é largamente formadora.
Nesta ordem de ideias, presume-se que a formação inicial é aquela em que o formando recebe
pela primeira vez e que permite-o a ingressar na vida sócio-profissional pese embora não seja o
suficiente porque ela deve ser consolidada sempre que possível porque a vida não é estática.
Formação contínua
Segunda Ribas apud Rehem (2009), a formação continuada é um processo que começa na
formação inicial e não para neste espaço, mas prolonga-se por toda vida profissional, acentuando
o desenvolvimento da competência pedagógica.
Silva apud Chamon (2006), a formação continuada é uma actividade sequencial, que ocorre ao
longo da carreira docente, após uma certificação profissional primeira, e que é oferecida à
aqueles que já possuem uma experiência de ensino.
Pimentel apud Chamon (2006), a formação continuada nasceu das actividades de treinamento e
aperfeiçoamento desenvolvidas nas décadas de 1940 a 1970, nas quais predominava o carácter
compensatório, buscando-se, principalmente, corrigir lacunas da formação inicial. E diz ainda:
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A partir da década de 1980, não apenas em função dos baixos resultados obtidos nesses
programas de treinamento, mas também como um primeiro reflexo do processo de reestruturação
produtiva que se anunciava no mundo capitalista, a formação continuada modificou-se, buscando
introduzir, além de preocupações relativas aos conteúdos e às estratégias de ensino-
aprendizagem, aquelas relativas aos saberes e competências dos professores.
De acordo Maximiano e Assis apud Sambo (1999), modelo de formação é o programa de ensino
e estruturação das escolas. Segundo Chamon (2006), modelo de formação “é uma forma de
representação abstracta de um fenómeno ou uma situação – objecto, cujas características e
evolução se deseja descrever, prever ou explicar.
Simão, Caetano e Flores apud Chamon (2006) o modelo de formação docente apresenta cinco
processos actuantes na mudança de professores, sendo: acção, colaboração, investigação, teoria e
reflexão.
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Os processos acima citados, influenciam-se mutuamente por interacções tencionais e
compreendem duas dimensões: pessoal (professores e alunos) e contextual (escola, sistema
educativo e comunidade).
Chamon (2006) descreve três tipos de modelos e chama de “triângulo da formação a destacar:
Os modelos de formação docente são âncoras para o exercício competente do magistério a vários
níveis e subníveis no planeta azul independentemente do seu ritmo de assimilação e
aplicabilidade rumo a um desenvolvimento sócio-profissional.
Antes da independência:
Sambo (1999) diz que houve necessidade de formar moçambicanos apenas no domínio da leitura,
escrita e aritmética, foi criada em 1926 a primeira Escola de Habilitação de Professores de Posto
do Alvor, distrito da Manhiça, pelo Governo Português sob implementação da igreja católica,
cuja iniciou a funcionar em 1930 com o modelo 3ª classe +1 ano. Em 1944, na mesma instituição
e outros pontos do País foi introduzido o modelo 4ª classe +1 ano. No mesmo período, foram
introduzidos os modelos 4ª classe + 2 anos e 4ª classe + 3 anos respectivamente. E em 1969 foi
introduzido o modelo 4ª classe + 4 anos ambos para o ensino segregacionista (classe dominante e
a classe dominada).
Durante a luta de libertação da opressão colonial portuguesa havia continuidade dos modelos
acima, mas também haviam capacitações de 3 meses entre os moçambicanos para trabalharem
nas zonas libertadas como monitores.
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Depois da independência
Desde 1975 até hoje, Moçambique viveu e vive os seguintes modelos de formação de
professores 6ª classe + 2 anos introduzidos em 1982, em 1984 passaram para o modelo 9ª classe
+ 3 anos. Na década de 90 funcionou também o modelo 7ª classe + 3 ano, Em 1999 introduziu-se
o de 10ª classe + 1 ano + 1 ano. Em 2003 foi introduzido o modelo 10ª classe + 2 anos por fim
em 2007, mudou-se para 10ª classe + 1 ano, em cursos simultaneamente com o de 10ª classe + 3
anos introduzido em 2013 em alguns centros do país.
2.4.Trabalho docente
Acreditamos que há vários equívocos sobre o trabalho do professor consequentemente uns
desprezam e outros valorizam-no porque alguns pensam que qualquer um pode ser professor e
outros reconhecem que ser professor não uma tarefa fácil, por isso, trazemos neste trabalho como
palavra-chave para aclarar o que é e quão o trabalho do magistério nos dia de hoje.
Segundo Libâneo (2013), o trabalho docente é parte integrante do processo educativo mais
global pelo qual os membros da sociedade são preparados para a participação na vida social.
Libâneo (2013) diz ainda que o trabalho docente é uma actividade intencional, planejada
conscientemente visando atingir objectivos de aprendizagem.
Marin (2005) define trabalho docente como sendo “todo conjunto de informações, questões,
temas e problemas referentes à actividade didáctica.
Silva apud Chamon e Sales (2012) caracterizam 4 campos semânticos da formação docente
educação, ensino, instrução e formação propriamente dita. Logo estes constituem o seu ofício
pelo qual foi preparado, consequentemente o seu trabalho diário.
Nesta ordem de ideias, a direcção do PEA com vista a assimilação consciente e sólida de
conhecimentos, habilidades, hábitos e capacidades cognitivas, isto é, dirigir a educação, o ensino
e a instrução para a construção da personalidade humana em todos aspectos. Mas para tal é
necessário que seja previamente planejada.
Presume-se que o trabalho docente é a preparação e iluminação das crianças e jovens para a
participação activa e consciente no caminho da sua vida futura sociopolítica, económica e
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cultural através da educação, instrução e do ensino, usando as suas habilidades e capacidades
teórico-científica e técnico-prática.
Teoria é “um conjunto de conhecimentos não idênticos nem totalmente distintos da prática, mas
provenientes desta através de uma análise crítica que tem por finalidade, no seu retorno à prática,
esclarecê-la e aperfeiçoá-la e prática é “um saber objectivo e traduzido em acção”.
Dessa maneira, tratando das teorias pedagógicas que sustentam a acção docente podemos
evidenciar o percurso formativo destas para a transformação da prática. Sendo a teoria a força
intencional que possibilita o saber docente consolidar-se no fazer-se docente, materializando os
conceitos originados no âmbito de sua formação, direccionando-o a reflexões recorrentes que
tem por objectivo ressignificar sua prática docente e assim construir sua práxis.
Compreende-se que o discente em formação necessita articular, sistematizar e aperfeiçoar os
saberes através da unicidade teoria-pratica, pois dessa maneira estará produzindo conhecimento
para si, para que, como futuro educador, possa tornar a educação significativa para os educandos.
O professor é visto como o profissional da educação que possui aptidão e competência para
“organizar, sistematizar e hierarquizar idéais, sendo capaz de planejar e desenvolver de forma
dinâmica e significativa um modo coerente de aplicar essas ideias em sua prática docente,
efetivando o saber-fazer e aperfeiçoando sua acção pedagógica.
Durante a formação dos discentes, enquanto futuros educadores, é imprescindível que no
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decorrer do curso haja práticas pedagógicas em espaços escolares, pois estas contribuem na
construção do saber empírico que advém dos estágios presentes nos cursos de formação de
professores ou até mesmo em projetos desenvolvidos pelas instituições de ensino.
Actualmente, o cenário de profissionalização docente se centraliza em um emaranhado de teorias
que têm como objetivo o aperfeiçoamento profissional do professor, isso quando sua formação já
tem se concluído, partindo assim para uma formação continuada. Assim, percebemos que tanto a
profissionalização, quanto a formação são determinantes para qualificação profissional do sujeito
docente, logo, são nelas que o professor constrói seus primeiros saberes e conhecimentos acerca
da profissão.
3.Conclusão
Concluímos que o processo de formação dos professores é um dos assuntos mais debatidos na
actualidade. Esse processo que acontece de modo contínuo, trata-se de como o sujeito será
constituído como futuro educador, retratando, portanto, como construirá seu saber docente e seus
conhecimentos, práticas pedagógicas e metodologias, teorias e conceitos. Dessa forma, o docente
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será norteado para desenvolver suas competências como futuro profissional da educação,
mediando uma relação entre o espaço escolar e a realidade de cada educando, desenvolvendo
assim o saber-fazer que privilegiará tanto a sua formação quanto o processo de ensino-
aprendizagem do discente.
O binômio que circunda esse referido processo é a relação teoria e prática que possui relevância
significativa na formação dos professores e alunos. Essa relação é caracterizada por uma
trajetória histórica com perspectiva dicotômica que acaba afetando de forma negativa o
desenvolvimento dos saberes docentes.
4.Referências bibliográficas
Bernardo, Frei (1987). Pedagogia – perspectivas. (Volume VIII). Porto Editoras. Rio de Janeiro;
Haydt, R. (2011). Curso de Didáctica Geral. (1ª edição). Ática Editora. São Paulo;
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