A Hibridação Intercultural de Néstor Garcia Canclini Na América Latina
A Hibridação Intercultural de Néstor Garcia Canclini Na América Latina
A Hibridação Intercultural de Néstor Garcia Canclini Na América Latina
AMÉRICA LATINA
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
[...] averiguar se sua hibridação pode ser lida com as ferramentas das
disciplinas que o estudam separadamente: a história da arte e a literatura que
se ocupam do culto; o folclore e a antropologia, consagrados ao popular; os
trabalhos sobre comunicação, especializados em cultura massiva. Precisamos
de ciências sociais nômades, capazes de circular pelas escadas que ligam
esses pavimentos [...] que redesenhem esses planos e comuniquem os níveis
horizontalmente. (CANCLINI, 2003, p. 19).
para que vamos ficar nos preocupando com a pós-modernidade se, no nosso
continente, os avanços modernos não chegaram de todo nem a todos? Não
tivemos uma industrialização sólida [...] nem uma organização sociopolítica
baseada na racionalidade formal e material [...] Nem o progressismo
evolucionista, nem o racionalismo democrático foram, entre nós, causas
populares. . (CANCLINI, 2003, p. 24/25).
O popular se apresenta de certa forma em oposição ao culto, que por sua vez está
ligado aos setores hegemônicos, ao passo que o popular ao subalterno. A modernidade é
produzida pelas áreas dominantes legando ao popular e as tradições um trágico final. A
antinomia existente entre o tradicional moderno; popular culto; subalterno
hegemônico para a corrente modernizadora se fundamenta pelo desenvolvimento de
seus ideais transformadores. (CANCLINI, 2003, p. 206). Já a condição subalterna dos
movimentos populares sustentar-se-ia pelos atrasos a que estão submetidos. O que de
fato está ocorrendo é a modernização das culturas populares, o que para os
modernizadores confirma a tese de que o tradicional está fadado a acabar. Para os
populares é um indício de que a primazia dos dominantes impede-os de ser quem
realmente são.
A cultura massiva por sua vez, invade e rivaliza cada vez mais com a cultura
popular (folclore) de nossas sociedades, exportando seus clichês e produções enlatadas
produzidas pelas grandes companhias. O entretenimento e sua indústria trataram de
difundir valores hegemônicos pelo território dos países ibero-americanos, inundando a
cultura nacional-popular com produções criadas “para deslumbrar, ou simplesmente
remoçar as telas a cada semana, para esconjurar seu medo de que o público não saia de
casa, como nas décadas anteriores, recorre ao método de assombrar sem exibir certezas
atuais, assustar com terrores distantes” (CANCLINI, 2008, p. 88).
Atente-se que, de acordo com o autor, os processos de hibridação são uma das
modalidades de interculturalidade, no qual a “interculturalidade remete à confrontação e
ao entrelaçamento, àquilo que sucede quando os grupos entram em relações e trocas
[...], implica que os diferentes são o que são, em relações de negociação, conflito e
empréstimos recíprocos.” (CANCLINI, 2009, p. 17). Em muitos casos essa relação não
é só de enriquecimento ou de apropriação pacífica, e sim conflitiva. É o denominado
“choque entre as culturas.”
CONCLUSÃO:
A hibridação ocorre nas mais diversas áreas da vida em sociedade, sendo que, o
autor faz abordagens baseado no trabalho conjunto das ciências sociais, gerando assim
uma nova concepção da modernização latino-americana. Procura substituir o
tradicional, na busca pela tentativa de renovação em diversos setores encarregados da
heterogeneidade multitemporal de cada nação.
Entretanto, a hibridização proposta pelo autor não revela esta faceta dialogal,
cooperativa e harmônica entre as culturas, em especial entre as culturas hegemônicas e
as subjugadas. Nesse ponto específico reside a contribuição da teoria proposta por
Canclini, utilizar-se do hibridismo cultural como canal de diálogo para repensarmos os
vínculos entre cultura e poder, uma reconceitualização híbrida estruturada pela
interculturalidade.
REFLEXÕES:
REFERÊNCIAS: