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Valor Nutricional Da Silagem de Gramíneas Hibernais Com Aditivo Eou Leguminosa Com Aditivo Ou Leguminosa
Valor Nutricional Da Silagem de Gramíneas Hibernais Com Aditivo Eou Leguminosa Com Aditivo Ou Leguminosa
Valor Nutricional Da Silagem de Gramíneas Hibernais Com Aditivo Eou Leguminosa Com Aditivo Ou Leguminosa
DOIS VIZINHOS
2016
LUCAS FELIPE FRANCISCO
DOIS VIZINHOS
2016
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Dois Vizinhos
Curso Bacharelado em Zootecnia
TERMO DE APROVAÇÃO
TCC II
VALOR NUTRICIONAL DA SILAGEM DE GRAMÍNEAS HIBERNAIS
COM ADITIVO E/OU LEGUMINOSA
Aоs meus pais, irmã е a toda minha família que, cоm muito
carinho е apoio, nãо mediram esforços para quе еu chegasse аté
esta etapa dе minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que este momento fosse vivido por mim,
trazendo alegria aos meus pais e a todos que contribuíram para a realização deste trabalho.
A minha orientadora Magali Floriano da Silveira, por toda sua atenção, dedicação e
esforço para que eu pudesse ter confiança e segurança na realização deste trabalho.
Agradeço de forma especial ao meu pai e à minha mãe, pelo amor, incentivo e apoio
incondicional.
Agradeço aos meus amigos e familiares, por confiarem em mim e estarem do meu lado
em todos os momentos da vida.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.
“Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou seus desejos, e
não aquele que venceu seus inimigos; pois a mais dura das
vitórias é a vitória sobre si mesmo. ”
(Aristóteles)
RESUMO
FRANCISCO, Lucas Felipe. Valor nutricional da silagem de gramíneas hibernais com
aditivo e/ou leguminosa. 35f. TCC (Curso Bacharelado em Zootecnia), Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, 2016.
The present work had the objective of evaluating the bromatological characteristics and the
potential of losses of silage composed of black oats (Avena strigosa Schreb.) And ryegrass
(Lolium multiflorium Lam.) With addition of wheat bran and / or leguminous meal. Legume
used was vetch (Vicia sativa). The implantation of silage fodder was carried out in six plots of
9 m2. Distributed in four treatments and three replicates in randomized blocks. The treatments
consisted of confection of silos from the consortia between Oat + Azevém (AVAZ); Oat +
Azevém + Wheat bran (AVAZFT); Oat + Azevém + Leguminosa (AVAZE); Oat + Azevém +
Leguminosa + Wheat bran (AVAEFT). Wheat meal was added as soon as the material was
ensiled, at an inclusion level of 3%. The material for the ensiling was obtained from the 3rd cut
made in the plots, dated August. The samples were ensiled in experimental PVC silos (50 cm
long by 10 cm diameter). The evaluation consisted in characterizing the hydrogen ionic
potential (pH), the contents of original dry matter (DM), organic matter (OM), mineral matter
(MM), crude protein (CP), neutral detergent fiber Acid detergent (FDA) of the final material.
The analyzes of the potential of losses of gases (PG) and effluents (PE) were made through
equations. The AVAZ silage had a lower value for (MS) of 20.4%, while the other treatments
(AVAZFT, AVAZE and AVAZEFT) did not differ among themselves, with higher values and
above 21% of DM. For the bromatological composition of the silages, the levels of PB were
not significant among the treatments, with values between 21.5 and 20.6 of PB, and the values
of NDF, ADF, OM and MM, expressed differences in relation to treatments, In which AVAZ
treatment presented higher levels of MM and AVAZFT treatment higher levels of OM, NDF
and FDA. The pH differed according to the treatment, with AVAZE silage having a higher
value of 4.37 and the lowest AVAZEFT treatment of 4.19. The quantification of losses by gases
and effluents showed statistical difference only for the effluent loss variable, with 1.6 kg / ton.
Of effluent losses silage for AVAZ treatment. The inclusion of both legume and wheat bran
and the inclusion of both showed potential positive effects on the nutritional quality of silage
when compared to oat and ryegrass silage only.
2.1 GERAL: Avaliar o valor nutricional de silagens de gramíneas hibernais com inclusão de
aditivo e/ou leguminosa.
2.2 ESPECÍFICOS:
Avaliar as diferenças na composição química da silagem de aveia e azevém
proporcionada pela presença da ervilhaca;
Aferir os efeitos da inclusão do farelo de trigo como aditivo em silagens de gramíneas
hibernais com ou sem presença da ervilhaca;
Caracterizar as perdas por gases e efluentes;
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 SILAGEM
Com grande importância econômica para diversos países, incluindo o Brasil, a produção
de silagem se tornou um dos processos de maior utilização e com grande importância na
conservação de plantas forrageiras, fundamentada principalmente no fornecimento de alimento
em períodos de déficit de pastagens. Sendo a silagem o produto final da fermentação da
forragem, enquanto que, a ensilagem é a denominação do processo em si e o silo nada mais é
que o local recipiente onde está alocado o material (ANDRIGUETTO et al., 2002).
A caracterização do processo de ensilagem segundo Pereira & Reis (2001), expõe que
a conservação da forragem é oriunda de fermentação anaeróbica, na qual ocorre a conversão
principalmente dos carboidratos solúveis em ácidos orgânicos, sob a atuação de
microrganismos, que quando em ambiente adequado se proliferam e aumentam
proporcionalmente sua ação, criando condições propícias para a conservação do alimento, onde
há redução do pH e exaustão do oxigênio disponível cessando a ação de microrganismos
indesejáveis, como bactérias do gênero Clostridium.
Para que haja eficiência no processo de ensilagem, com redução de perdas e
apresentação de um produto final de qualidade, algumas características devem ser consideradas,
tanto para os caracteres desejáveis do material a ser ensilado como também para as técnicas
empregadas. McDonald (1981) salienta algumas propriedades necessárias ao material para que
o mesmo possibilite uma fermentação adequada, como níveis adequados e suficientes de
carboidratos solúveis, capacidade tampão relativamente baixa e teor de matéria seca (MS)
superior a 20%. É importante considerar ainda algumas particularidades, como a relação açúcar-
proteína, pois plantas com elevados conteúdos de carboidratos solúveis beneficiam a produção
de ácidos o que auxilia na diminuição do pH, enquanto forrageiras com maiores teores de
proteína apresentam certa resistência ao abaixamento do pH especialmente em decorrência de
proteólises sofridas no processo, prejudicando a conservação e o valor nutritivo do alimento
estaria prejudicada (VAN SOEST, 1994 ; ANDRIGUETTO et al, 2002).
A aplicação adequada das técnicas de ensilagem é outro fator importante o processo, no
qual deve-se considerar, o momento ideal do corte da forrageira para a ensilagem, que deve
ocorrer quando a mesma se encontra no estádio vegetativo, estádio este onde a planta se
encontra no ponto adequado entre a produção de matéria seca e qualidade nutritiva. O tamanho
da partícula, que terá influência sobre a disponibilidade de açúcares solúveis, ação dos
microrganismos e a facilidade de compactação do material e a eficiência da compactação e
15
expulsão do ar visando diminuir a presença de oxigênio também são pontos importantes durante
o processo de ensilagem. O tempo gasto para se encher o silo e o vedamento correto para se
evitar a infiltração de ar ou água, são determinantes para diminuir os problemas referentes a
fermentações indesejáveis (LOURES et al., 2003; SANTOS et. al. 2010).
Têm-se como uma silagem de qualidade e um processo fermentativo satisfatório aqueles
que apresentam algumas características como, prevalência da ação de microrganismos
anaeróbicos produtores de ácido lático, nenhuma ou baixa presença de oxigênio, nível de pH
de 3,6 a 4,5, e uma silagem que apresente cheiro agradável ou de vinagre, cores de verde
amarelada ou caqui em tonalidades claras, com textura firme porém, com tecidos macios mas
não destacáveis das fibras e um gosto ácido típico (LOPEZ , 1967; NUSSIO et al., 2001;
ANDRIGUETTO et al., 2002).
No contexto atual da produção de silagem, algumas culturas se destacam como a opção
mais escolhida para a produção, devido a suas características satisfatórias para a fermentação
ou alto valor nutricional, como é o caso do milho (Zea mays) e o sorgo (Sorghum bicolor), que
apresentam elevado teor de carboidratos solúveis, assim como, excelente rendimento de matéria
seca, fatores que condicionam uma fermentação adequada do material, resultando em teores
em torno de 33,30% de MS, 7,85% de PB e 45,8% de FDN paras as silagens provenientes da
planta de milho e 30,45% de MS e 8,46% de PB para as silagens de sorgo (SILVA & RESTLE,
1993 ; SOUZA MARTINS et al., 1999; PIRES et al., 2009).
A ensilagem não se restringe a nenhuma planta, mas é essencial considerar os aspectos
mínimos para se obter uma fermentação adequada. A grande variedade de forrageiras que
podem ser utilizadas e suas variantes genotípicas permitem uma utilização abrangente da
silagem para as diversas regiões do país. Silagens provenientes de gramíneas de inverno ou de
verão são opções vantajosas de utilização, por possuírem ótimo valor nutritivo, alguns
exemplos apresentam valores médio de MS variando de 20,70%, 22,2%, 25,7%, 29,5% e 38,4%
para as silagens de capim-marandu, girassol, aveia preta, aveia branca e trigo respectivamente,
com valores de proteína bruta em torno de 7,7%, 8,5%, 10,2%, 9,5%, 9,0% e níveis de FDN de
66,9%, 51,2%, 67,3%, 58,3% e 63,9% (RIBEIRO et al., 2008; FONTANELI et al., 2009;
OLIVEIRA et al., 2010).
Porém, os usos de consórcios entre gramíneas e leguminosas ainda são a melhor opção
para produção de silagens pré-secadas, quando comparada a ensilagem de leguminosa apenas.
A consorciação de gramíneas temperadas com leguminosas resulta em efeitos positivos em
relação a produção de massa, na qual Fontaneli et al. (1991), avaliando a consorciação de
leguminosas e gramíneas temperadas, observaram um destaque da aveia sobre as outras
espécies enquanto a ervilhaca apresentou o melhor rendimento de fitomassa dentre as
leguminosas. A ervilhaca (Vicia sativa L.) é uma leguminosa considerada de grande
importância por sua utilização como planta de cobertura de solo devido a sua boa produtividade
em massa verde, além de se destacar por seu alto valor nutricional (FILHO, 2009). Ortizi et al.
(2015) apresentaram teores de MS e PB da ervilhaca comum em torno de 15,08% de MS e
22,68% de PB, o que caracteriza uma boa qualidade, porém, elevados teores de umidade. A
utilização da consorciação de aveia, azevém e ervilhaca têm se mostrado vantajosa quando em
comparação a outras combinações de clima temperado, pois resulta em uma alta produção da
aveia, juntamente com a longevidade do azevém e a fixação de nitrogênio no solo e elevados
teores de proteína da ervilhaca (HEINRICHS et al., 2001).
que as fermentações indesejáveis são controladas com facilidade. Porém, para se selecionar
qualquer material como aditivos, os ingredientes a serem incluídos, tem de apresentar altos
teores de matéria seca, grande capacidade de retenção de água, boa palatabilidade, fácil
manipulação, baixo custo e disponibilidade na região (IGARASI., 2002). Ávila et al. (2003)
trabalhando com silagens de capim-tânzania (Panicum maximum) constataram elevação
significativa nos teores de MS da silagem quando utilizados polpa cítrica e farelo de trigo como
aditivos. Van Onselen (1983) concluiu que a incorporação de fubá de milho em nível de 7%,
resultou em silagem de melhor valor nutricional e menor perda por efluentes. A adição de
subprodutos de acerola e goiaba foi capaz de elevar os teores de MS de silagens de capim
elefante, de 23,39 para 34,74% de MS comparando o nível de zero de adição de subproduto da
acerola para o nível de inclusão de 20%, respectivamente, enquanto que o subproduto de goiaba
elevou os valores de 21,90 para 32,70% de MS do tratamento com zero inclusão em relação ao
nível de 20% de inclusão (GONÇALVES et al., 2004).
O farelo de trigo se torna um produto interessante como alternativa de aditivo, pois
diminuiu perdas por efluentes, assim como também melhora o valor nutritivo e facilita a
compactação do material ensilado, diferentemente do material quando emurchecido. Também,
eleva o teor protéico e diminui os níveis fibrosos da silagem, segundo Ávila et al. (2003).
Evangelista et al. (2002) concluem que a adição de farelo de trigo é uma opção para diminuir
as frações fibrosas da silagem, resultando em um alimento mais digestível e consumo mais
elevado. Lima et al., (1999) sugerem que em decorrência do elevado teor protéico o farelo de
trigo poderia aumentar o poder tampão, assim como também a produção de N-amoniacal.
Ribeiro et al., (2008) constataram que os níveis de inclusão entre 13,7% e 29% de farelo de
trigo na silagem de capim-tânzania resultou em concentrações de MS de 29,99 e 39,99%,
respectivamente. Zanine et al. (2006) destacam que o valor nutritivo da silagem está
correlacionado de forma positiva com a inclusão do aditivo, obtendo maior concentração
energética, como também maiores índices de valor forrageiro com um nível de inclusão de 34%
de farelo de trigo. Com a inclusão do farelo de trigo é possível a redução a valores mínimos as
perdas de qualidade da silagem por efluentes, o que confirma o elevado potencial do farelo
como aditivo absorvente de umidade.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.3 ENSILAGEM
Nas parcelas foram realizados dois cortes antecedentes à ensilagem. O terceiro corte, do
qual foi obtido o material para a ensilagem foi realizado no dia 26 de agosto de 2016, cerca de
120 dias após o plantio. O corte do material ocorreu de forma manual, com o auxílio de uma
tesoura para poda, em uma altura a partir de 10 cm do solo.
O material obtido do terceiro corte, o qual foi caracterizado com a aveia no estadio de
pré-florecimento, e o azevém no estadio vegetativo, permaneceu um período de 3 horas exposto
a campo para que ocorresse a perda de umidade. Após o emurchecimento o material foi triturado
em um moinho forrageiro e então ensilado em silos experimentais de PVC com cerca de 10 cm
de diâmetro e 50 cm de comprimento, que foram devidamente identificados de acordo com cada
tratamento. Os tratamentos que receberem o farelo de trigo, tiveram a inclusão de 3% do peso
total do material ensilado, resultando em cerca de 70,5 gramas de farelo de trigo. A massa verde
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total ensilada foi de 2,350kg e compactado em uma densidade de 650 kg/m3 de matéria verde,
que está dentro dos valores apresentados por Andriguetto et al. (2002) como ideal. Para
quantificar posteriormente as perdas por efluentes foram adicionados 200g de areia por silo
experimental, sendo que a areia foi seca em estufa e depositada no fundo dos silos experimentais
com uma contenção de tecido que separava o material ensilado da areia, e após o alojamento
de todo o material os silos foram vedados.
Os silos experimentais permaneceram fechados por 37 dias, sendo realizada a
abertura no dia 30 de setembro de 2016. Imediatamente após sua abertura as amostras foram
coletadas para posteriores análises bromatológicas.
Parte das amostras colhidas foram encaminhadas para o processo de pré-secagem para
posterior análises bromatológicas e uma parte foi utilizada in natura para a determinação de
potencial hidrogeniônico da silagem.
As perdas por efluente foram calculadas por meio da equação apresentada abaixo,
fundamentadas na diferença de peso da areia e relacionadas com a massa de forragem fresca no
fechamento (ZANINE et al, 2006).
Os valores obtidos (Tabela 1) da matéria seca (MS) demonstram que os tratamentos que
possuíam inclusão da ervilhaca, farelo de trigo ou de ambos apresentaram valores entre 22,9 e
23,8%, e não diferiram entre si. Contudo, o tratamento que não se incluiu a leguminosa ou
farelo de trigo, apresentou valor inferior, de 20,4%, diferindo-se dos demais e demonstrando o
potencial desta silagem em sofrer possíveis fermentações secundárias.
As condições consideradas ideais para a ensilagem de forrageiras, segundo
McDONALD et al. (1991), consistem em a planta possuir alguns requisitos mínimos diante de
características específicas para que o processo de fermentação ocorra de forma adequada, como
exemplo, o teor de matéria seca (MS). Ainda salientam que valores inferiores a 21% de MS
podem elevar os riscos de fermentações indesejáveis.
Meinerz et al. (2011) avaliando a silagem de seis espécies de gramíneas de inverno e
seus genótipos, em manejo de duplo propósito, obtiveram resultados de % MS para a silagem
de aveia-preta de 33,20, 30,22 e 24,45%, para os genótipos, UPFA 21 – Moreninha, Agro-zebu
e Comum, respectivamente, considerando a ensilagem realizada nos cortes subsequentes ao 3º
corte. Fontaneli et al. (2009) encontraram valores de MS de 28,5 e 25,7% para silagem de aveia-
preta, analisando os genótipos IPFA 99009 e Agro Zebu, respectivamente, sendo a ensilagem
realizada no estadio de grão pastoso.
Até mesmo os tratamentos que demonstraram maiores teores de MS, expressaram
valores relativamente baixos aos encontrados na literatura e apresentados como ideais. Zanine
et al. (2006) relatam que com a adição do farelo de trigo há uma tendência em aumentar os
teores de MS pelo fato do farelo possuir cerca de 88,8% de MS, o que acabaria acrescendo nos
teores do material ensilado. Porém, no presente trabalho a inclusão do farelo de trigo e
leguminosa por mais que elevaram o teor de MS em relação ao tratamento sem inclusão, não
proporcionaram teores de MS próximos ou iguais a 30%, que é considerado ideal.
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Tabela 1 - Teores de matéria seca original (MS), matéria mineral (MM) e orgânica (MO),
proteína bruta (PB), fibra em detergentes neutro (FDN) e ácido (FDA) das diferentes silagens.
SILAGENS
Componente
AVAZ AVAZFT AVAZE AVAZEFT
Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste Tukey (P<0,05).
silagem de capim elefante, constataram uma diminuição dos teores de FDA em consequência
da inclusão do farelo de trigo. Isso pode explicar pelas diferenças na composição
bromatológicas entre as gramíneas de clima temperado e as tropicais, e a influência do farelo
de trigo sobre a fermentação da silagem nestas duas situações.
Avaliando os valores de pH (Tabela 2) obtidos para os tratamentos, é possível observar
que o tratamento AVAZEFT apresentou o menor valor de pH, enquanto o tratamento AVAZE
expressou o maior valor. Possivelmente a adição do farelo de trigo contribuiu para o
abaixamento do pH da silagem, em decorrência da presença em maior quantidade de
carboidratos solúveis que foram utilizados pelos microrganismos, enquanto o tratamento com
inclusão apenas da leguminosa pode ter sofrido certa resistência ao abaixamento do pH devido
ao aumento de substratos proteicos pela inclusão da leguminosa. Todos os tratamentos,
entretanto, demonstraram valores de pH dentro da faixa considerada ideal para silagem.
Lehmen et al. (2014) demonstraram valor de pH para silagem de aveia preta de 4,25,
assemelhando-se aos valores encontrados neste trabalho. Avaliando o pH da silagem de triticale
em diferentes épocas de corte Lopes et al. (2008) citam valores de pH entre 4,45 e 3,70 para
silagens oriundas de cortes aos 83 e 118 dias, relacionando desta forma o valor de pH com a
idade da planta no momento da ensilagem.
O método de ensilagem é capaz de proporcionar muitas vezes um ambiente propício
para o desenvolvimento de microrganismos de forma geral, sendo de interesse a atuação de
microrganismos desejáveis, os quais contribuem para uma fermentação ideal e colaborando
com a qualidade da silagem (McDONALD et al., 1991). Mas a ensilagem pode também, em
decorrência de diversos fatores facilitar e proporcionar o desenvolvimento de microrganismos
indesejáveis e patogênicos, como o caso das bactérias do gênero Clostridium ssp. ,se tendo
atualmente como um dos principais parâmetros para a avaliação de qualidade da silagem a
análise de pH que, segundo Nussio et al. (2001), deve ser apresentada em uma faixa de 3,6 a
4,5 , o que proporcionaria a inibição do crescimento de microrganismos prejudiciais.
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Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem significativamente entre sí pelo teste Tukey (P<0,05).
A relação dos valores para perda de efluentes (PE) para os diferentes tratamentos
demonstraram que a inclusão do farelo de trigo e da leguminosa (AVAZFT, AVAZE e
AVAZEFT) reduziram os valores das perdas, tornando evidente a ação adsorvente de umidade
nas silagens com as respectivas inclusões. Enquanto que a silagem que era composta apenas
pela aveia e azevém (AVAZ), apresentou valor superior de perdas em relação aos outros
tratamentos, diferindo significativamente dos demais.
Constata-se um potencial de perdas de nutrientes em decorrência do excesso de
umidade e da evasão de efluentes. Entretanto, no presente estudo, a qualidade nutricional da
silagem não sofreu interferência expressiva em decorrência destes fatores. Zannine et al. (2006)
avaliando a adição de farelo de trigo em silagem de capim elefante constataram redução de
perdas por efluentes quando comparada a silagem de capim elefante sem inclusão e com
inclusão do farelo de trigo a 30%, de 23,89 e 1,15, respectivamente. Em outro trabalho Zannine
et al. (2006) verificaram o potencial de perdas por efluentes de silagem de capim Mombaça
com inclusão de farelo de trigo, obtendo os valores de 38,22 e 0,92 para a silagem sem inclusão
e a silagem com inclusão de 40% de farelo, respectivamente. Rezende et al. (2008) constataram
valores de perdas por efluentes de 1,77 para silagem de capim elefante com inclusão de 7% de
farelo de trigo. É possível observar que o nível de inclusão de farelo de tipo afeta os valores de
perdas, sendo assim, inclusão de 3% de farelo de trigo nos tratamentos utilizados pode ter
ajudado na redução das perdas através do efluente.
As perdas decorrentes da produção de gases (PG) não apresentaram diferença
significativa entre as quatro silagens avaliadas (AVAZ, AVAZE, AVAZFT, AVAZEFT), com
resultados mínimos quanto a perdas por gases, podendo ressaltar que os tratamentos não
influenciaram diretamente na produção de gases oriundos de fermentações secundárias.
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Zannine et al. (2006) encontraram valor de 1,58% para perdas por gases para silagem de capim
elefante com inclusão de 40% de farelo de trigo, valor superior aos resultados de todos os
tratamentos do presente trabalho, enquanto que Rezende et al. (2008) apresentaram valores de
2,29% de perdas por gases para silagem de capim elefante com inclusão de 7%, expressando
uma relação entre as perdas por gases e a quantidade utilizada de inclusão do farelo.
6 CONCLUSÃO
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