Ionoforos Gado Corte
Ionoforos Gado Corte
Ionoforos Gado Corte
São Paulo
2021
MATHEUS FELIPE FREITAS VIANA DE PAULA
Departamento:
Nutrição e Produção animal
Área de concentração:
Nutrição de Ruminantes
Orientador:
Prof. Dr. Alexandre Vaz Pires
São Paulo
2021
Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Maria Aparecida Laet, CRB 5673-8, da FMVZ/USP.
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Data: _____/_____/_____
Banca Examinadora
Prof.
Dr._____________________________________________________________
Instituição:__________________________
Julgamento:_______________________
Prof.
Dr._____________________________________________________________
Instituição:__________________________
Julgamento:_______________________
Prof.
Dr._____________________________________________________________
Instituição:__________________________
Julgamento:_______________________
Dedicatória
Amo vocês!
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais, Jonismar Lázaro de Paula e Ivany Freitas Viana
por todos ensinamentos e por todo cuidado. Sempre me auxiliaram e
incentivaram a crescer, e não mediram esforços para que fosse possível minha
realização profissional, amo muito vocês! Agradeço ao meu irmão que
sempre esteve comigo, sempre foi meu grande amigo e companheiro, em quem
sei que posso confiar em todos os momentos, mesmo quando estava longe, amo
você.
Muito obrigado!
Epígrafe
Filipenses 4:12,13
RESUMO
The study aimed to evaluate the effects of the inclusion of ionophores on the
ruminal fermentation of beef cattle, with this, two experiments were carried out
with Nellore steers. Experiment I evaluated the effects of the inclusion of narasin
on ruminal fermentation of steers submitted to a diet with high roughage content
of different qualities, also evaluating the total digestibility. 28 Nellore steers with
ruminal cannula were used, the treatments are: 1- pre-dried with 15.3% CP; 2-
Pre-dried with 8.08% CP; 3- Pre-dried with 15.3% CP + inclusion of narasin (13
mg / kg dry matter); 4- Pre-dried with 8.08% CP + inclusion of narasin (13 mg /
kg dry matter). All animals received 50 g of ground corn for each 5 kg of dry
matter consumed, which was supplied before foraging and also served as an
ionophore vehicle for the treatments that received it. An effect was observed for
the quality of the pre-dried on the results of consumption and digestibility of
nutrients, where both were superior for the animals that received the pre-dried
with 15.3% of CP (P≤0.05), however, the inclusion of narasin did not affect any
of the variables. For the results regarding ruminal fermentation parameters, the
inclusion of narasin changed the molar ratio of propionic and isobutyric, also
changed the relationship between acetic / propionic and acetic / butyric / propionic
(P≤0.05). Experiment II evaluated the use of commercial sources of Monensin
Sodium on ruminal fermentation and digestibility of beef cattle fed a diet
containing a high content of concentrate. Thirty Nellore steers with a ruminal
cannula were used. The treatments are: 1- Control (without adding additives); 2-
MON-A (Bovensin 200, Phibro, 25mg / kg DM); 3- MON-B (Rumensin 200,
Elanco Animal Health, 25mg / kg DM) and the final diet composed of 92%
concentrate and 8% roughage. According to the results, it is observed that the
animals that received MON-B had lower consumption of DM, MO, NDF, FDA, PB,
ELg and NDT than the control treatment (P≤0.05). For the results referring to
ruminal fermentation parameters, the MON-B treatment increased the molar
proportion of the propionic, and decreased the proportion of the acetic, also
decreased the C2: C3 and C2 + C4: C3 ratio (P≤0.05). Both ionophores evaluated
in the present study were effective in modulating rumen fermentation. Narasin
changed the molar proportion of fatty acids, making a more efficient fermentation
process, in both forage qualities. Monensin (Rumensin 200) was able to change
the molar proportion of SCFA, when compared to the control, whereas (Bovensin
200) was not significant. Both molecules, narasin and monensin, did not affect
the apparent digestibility of nutrients.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18
Hipóteses ......................................................................................................... 29
5. Conclusões................................................................................................... 63
6. Referências .................................................................................................. 64
18
1. INTRODUÇÃO
2. Revisão de Literatura
2.2 Ionóforos
21
2.4 Narasina
Hipóteses
3.1 Objetivos
3.8 Resultados
Dietas1 Valor de P2
Consumo,
MS, kg/d 5,48 5,52 4,22 4,13 0,21 <0,0001 0,8947 0,7329
MO, kg/d 4,93 4,97 3,85 3,74 0,19 <0,0001 0,8520 0,7005
FDN, kg/d 2,92 2,94 2,62 2,56 0,12 0,0072 0,8569 0,7197
FDA, kg/d 1,52 1,53 1,57 1,53 0,06 0,6477 0,8462 0,6830
Hemi, kg/d 1,40 1,41 1,04 1,02 0,05 <0,0001 0,8701 0,7274
PB, kg/d 0,75 0,75 0,31 0,30 0,03 <0,0001 0,9829 0,8092
Digestibilidade, g/kg
Tabela 3. Parâmetros de fermentação ruminal de novilhos Nelore alimentados com pré-secado com diferentes qualidades, suplementados ou não com
narasina.
Acetico 75,70 75,28 77,76 77,10 0,30 <0,0001 0,0763 0,6705 <0,0001 0,0168 0,2630 0,2063
Propionico 13,66 14,13 13,64 14,23 0,24 0,7087 0,0544 0,9665 <0,0014 <0,0001 0,7253 0,3677
Isobutírico 1,25 1,36 0,96 1,02 0,04 <0,0001 0,0438 0,6190 <0,0001 0,1352 0,7883 0,5597
Butírico 6,86 6,49 5,59 5,45 0,17 <0,0001 0,1449 0,4962 <0,0001 0,0001 0,6310 0,0961
Isovalérico 1,74 1,66 1,38 1,43 0,06 <0,0001 0,8128 0,2130 <0,0001 <0,0001 0,8828 0,0821
Valerico 0,94 0,84 0,65 0,69 0,04 <0,0001 0,4232 0,0808 <0,0001 0,0066 0,8738 0,1798
C2/C3 5,55 5,35 5,67 5,43 0,10 0,3608 0,0493 0,8888 <0,0001 <0,0001 0,9723 0,3774
C2/C4/C3 6,06 5,82 6,07 5,82 0,11 0,9769 0,0364 0,9342 <0,0001 0,0002 0,8666 0,3440
Total 80,88 74,20 67,32 68,86 2,14 0,0001 0,2372 0,0637 <0,0001 0,0869 0,7069 0,7335
pH 7,09 7,20 7,30 7,23 0,04 0,0119 0,5737 0,0555 <0,0001 0,3943 0,2965 0,8313
Amônia, mg/dL 11,45a 8,41b 6,12b 7,10b 0,93 0,0014 0,2657 0,0366 <0,0001 0,0012 0,5323 0,1310
1 Alta PB = pré-secado contendo 15,3% de PB (na MS); Baixa PB = pré-secado contendo 8,08% de PB (na MS); 0N = dieta sem a inclusão de aditivos; 13N = inclusão de 13ppm de narasina.
37
2 V = efeito da qualidade do volumoso (pré-secado); N = efeito da inclusão de narasina; V × N = efeito da interação entre qualidade do volumoso e inclusão de narasina; Hora = efeito da hora de
coleta; V × H = interação entre qualidade do volumoso e hora de coleta; N × H = interação entre inclusão de narasina e hora de coleta; V × N × H = interação entre qualidade do volumoso, inclusão
de narasina e hora de coleta
38
14,8
14,4 *
Proporção molar propionato
*
14,0
(mM/100mM)
13,6
13,2
12,8
12,4
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
80,0
79,0
Proporção molar acetato
78,0
(mM/100mM)
77,0
76,0
75,0
74,0
73,0
72,0
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
8,0
Proporção molar butirato 7,5
7,0 * *
*
(mM/100mM)
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
2,5
*
Proporção molar isovalerato
2,0
*
(mM/100mM)
1,5
1,0
0,5
0,0
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
1,4
1,2
Proporção molar valerato
*
1,0
(mM/100mM)
0,8
0,6
*
0,4
0,2
0,0
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
5,9 *
5,8
Relação Ac:Prop
5,7
5,6
5,5
5,4
5,3
5,2
5,1
5,0
4,9
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
6,4
Relação AcBut:Prop 6,3 *
6,2
6,1
6,0
5,9
5,8
5,7
5,6
5,5
5,4
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
16,0
14,0 *
Nitrogênio amoniacal, mg/dL
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
H0 H6 H12
Horas em relação a oferta das dietas
Alta PB Baixa PB
3.9 Discussão
3.9.1 Referências
ELLIS, J.L.; DIJKSTRA, J.; BANNINK, A.; KEBREAB, E.; HOOK, S.E.;
ARCHIBEQUE, S.; FRANCE, J. Quantifying the effect of monensin dose on the
rumen volatile fatty acid profile in high-grain-fed beef cattle. J. Ani. Sci., 90:2717-
2726, 2012.
HUNGATE, R.E. The Rumen and its Microbes. Academic Press, New York. 1966.
48
NAGARAJA, T.G.; TAYLOR, M.B.; HARMON, D.L.; BOYER, J.E. In vitro lactic
acid inhibition and alterations in volatile fatty acid production by antimicrobial feed
additives. Journal of Animal Science, v. 65, p. 1064-1076, 1987.
Bos Indicus steers fed a high-forage diet. Transl. Anim. Sci. 4:118–128.
doi:10.1093/tas/txz164. 2020.
SILVA, R. G. et al. Effects of narasin in mineral mix to Nellore heifers fed with
high forage. J. Anim. Sci, v. 93, n. Suppl 3, p. 118, 2015.
VAN SOEST, P.J. Nutritional Ecology of the Ruminant. 0 & B Books, Inc.,
Corvallis, OR. 1982.
Hipótese
4.1 Objetivos
variâncias através do teste de Levene e retirada dos outliers com base no valor
do r de student. O conjunto de dados que não respeitar alguma das premissas
estatísticas foram submetidos às transformações logarítmicas, inversa ou raiz
quadrada.
Os dados foram analisados utilizando o Procedimento MIXED do SAS
(SAS versão 9.0). Para todas as análises o animal foi considerado a unidade
experimental e o subject foi definido como animal(tratamento). Para as variáveis
de consumo e digestibilidade dos nutrientes, o modelo estatístico incluiu o efeito
fixo de tratamento, sendo que o bloco foi considerado efeito aleatório. Para as
variáveis analisadas como medidas repetidas no tempo, foi considerado o efeito
fixo de tratamento, efeito fixo de hora de coleta e o efeito fixo da interação entre
tratamento e hora. Bloco e animal foram incluídos como efeito aleatório. Para as
variáveis analisadas como medidas repetidas no tempo, dez matrizes de
covariância foram testadas e utilizada a matriz que apresentou o menor valor
obtido para “Akaike Information Criterion Correted” (AICC). A médias dos
tratamentos foram obtidas pelo comando LSMEANS. Quando observado efeito
de tratamento para o modelo proposta, os dados foram submetidos ao teste de
Tukey (5%).
4.8 Resultados
de monensina
Dieta1
Item EPM Valor de P
CONT MON-A MON-B
Consumo, kg/d
Digestibilidade, g/kg
Dieta1 Valor de P2
Item EPM
CONT MON-A MON-B Trat Hora T×H
AGV, mM/100mM
mg/dL
1CONT = dieta controle, sem a inclusão de aditivos; MON-A = dieta controle acrescia de 25 ppm
de monensina (Bovensin 200, Phibro); MON-B = dieta controle acrescida de 25 ppm de
monensina (Rumensin 200, Elanco Animal Health)
2Trat = efeito de tratamento; Hora = efeito de hora de coleta; T × H = interação entre tratamento
e hora de coleta.
59
4.9 Discussão
O objetivo geral deste estudo foi avaliar além dos efeitos do consumo,
causados pela inclusão da monensina, foi avaliar se as diferentes fontes da
molécula agiriam da mesma do ponto de vista de fermentação ruminal. De um
modo geral a inclusão de ionóforos na dieta dos animais alteram a proporção
molar dos AGCC. O efeito é caracterizado pela inibição das bactérias Gram-
positivas, que são as principais produtoras de acetato, butirato, amônia e
hidrogênio, enquanto que as bactérias Gram-negativas são resistentes a esses
aditivos, que são os principais microrganismos responsáveis pela produção de
propionato e utilização do lactato (RUSSELL E STROBEL 1989). Os resultados
obtidos no presente estudo demonstram esses efeitos, com o aumento na
proporção molar de propionato e redução na proporção de acetato, reduzindo
também as relações entre eles.
propionato (P<0,01) butirato (P=0,05) e na razão Ac:Pr (P< 0,001), enquanto não
foram observadas diferenças entre o tratamento controle e a monensina B e
ambos os produtos resultaram em uma razão Ac:Pr reduzida (TEIXEIRA et al.,
2019).
Thornton et al., (1976) relata que com a inclusão de monensina nas dietas
os níveis de amônia ruminal tendem a ser mais baixos, indicando proteólise
ruminal diminuída e uma alteração do local de digestão das proteínas, com maior
influxo para o intestino. Reduzindo assim as perdas de proteínas e aminoácidos
que seriam potencialmente fermentados em nível ruminal para produção de
amônia (RUSSELL e STROBEL, 1989).
5. Conclusões
6. Referências
BERG, D.H.; HAMILL, R.L. The isolation and characterization of narasin, a new
polyether antibiotic. The Journal of Antibiotics, v. 31, n. 1, p. 1-6, 1978.
MCALLISTER TA, BAE HD, JONES GA, CHENG KJ. Microbial attachment and
feed digestion in the rumen. J Anim Sci. 1996;72:3004–18.
NAGARAJA, T.G.; TAYLOR, M.B.; HARMON, D.L.; BOYER J.E. In vitro lactic
acid inhibition and alterations in volatile fatty acid production by antimicrobial feed
additives. Journal of Animal Science, v. 65, p. 1064-1076, 1987.
OWENS, F. N.; SECRIST, D.S.; HILL, W.J. et al. Acidosis in cattle: A review. J.
Anim. Sci. 76:275–286, 1998.
POLIZEL, Daniel Montanher et al. Narasin inclusion for feedlot lambs fed a diet
containing high amounts of ground flint corn. Scientia Agricola, v. 78, n. 6, 2021.
PRADHAN, P.; FISCHER, G.; VAN VELTHUIZEN, H.; REUSSER, D.E.; KROPP,
J.P. Closing yield gaps: How sustainable can we be? PLoS One 10(6):e0129487,
2015.
SILVA, R.G.; FERRAZ JUNIOR, M.V.C.; GOUVEA, V.N.; Gra, D.P.; SANTOS,
M. H.; MISZURA, A.A.; ANDRADE, T.S.; WESTPHALEN, M.F.; BIEHL, M.V.;
PIRES, A.V. Effect of narasin in mineral mix to Nellore heifers fed with high
forage (Abstract). Journal of Animal Science, E-Suppl. s3 v.98, p-118, 2015.