9o CIDI 9o CONGIC

9th Information Design 9th Information Design

International Conference Student Conference

Concepção e desenvolvimento de sistema interativo para o aperfeiçoamento

da gestão de Comunidades que Sustentam a Agricultura no Distrito Federal
Conception and development of an interactive system for the management
improvement of Community Supported Agriculture in Distrito Federal

Sofia Santos, Camila Lombardi Torres & Rogerio Camara

Comunidade que Sustenta a Agricultura, sistema interativo, gestão do conhecimento, método

O artigo trata da Cconcepção de um sistema interativo cujo objetivo éque possibilitar o registro de
experiências e troca de conhecimentos entre Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) do
Distrito Federall–DF. Apresenta o projeto como meio para se atender a necessidades diagnosticadas no
que se refere a maior integração entre participantes das atividades de gestão das comunidades, seus
processos cotidianos e ao uso de ferramentas que facilitem o registro e divulgação de informações
emergentes. O método aplicado se fundamenta nas obras de Milton Santos, Christopher Alexander,
Nathan Sheddroff e de Jesse Garrett, e contempla: levantamento de dados em documentos e em campo;
interações com membros a Rede CSA Brasília , membros de comunidades locais e pesquisadores afins;
exercício de arquitetura da informação para a definição e atribuição de significados a padrões de ações
cotidianas das CSAs; desenvolvimento de um site responsivo com base na análise de conteúdos e
funcionalidades atribuídos ao sistema; priorização de estudos de interface para smartphone e validação
de ideias com participação de usuários; concepção da interface desktop e definição do projeto gráfico do
sistema a partir de aprendizados em testes da versão smartphone. Por fim, são discutidos os meios de se
alcançar a estabilidade do artefato criado quando este estiver online, critérios para sua evolução e a
apropriação do sistema tanto pela Rede CSA Brasília e como por seus usuários finais. Estima-se ainda
que o artefato desenvolvidosistema possa auxiliear na implementação de novas CSAs e que possa
serseja reaplicado em outraos CSAscasos para além do DF.

Community Supported Agriculture, interactive system, knowledge management, process

This article is about the interactive system design process whose objective is to enable the registration of
experiences and knowledge exchange between the Communities that Support Agriculture (CSA) in Distrito
Federal-DF. The project aims to meet the diagnosed needs of greater integration among participants in
community management activities, their day-to-day processes and the use of tools that could improve the
registration and dissemination of emerging information. The method applied is based on the works of
Milton Santos, Christopher Alexander, Nathan Shedroff and Jesse Garrett, and includes: data collection in
documents and in the field; interactions with Rede CSA Brasília, members of local communities and
related researchers; an information architecture exercise for the definition and attribution of meanings to
CSA daily action patterns; the development of a responsive website based on the analysis of contents and
functionalities attributed to the system; the prioritization of interface studies for smartphone and validation
of ideas with participation of users; the design of the desktop interface and definition of the system’s
graphic design based on tests using the smartphone version. Lastly, the means of achieving the stability of
the artifact created when it goes online, the criteria for its evolution and the appropriation of the system by
both the Rede CSA Brasilia and its end users are discussed. It is also estimated that the artifact developed
can aid in the implementation of new CSAs and that it can be reapplied in other cases beyond DF’s.

1 Introdução

A Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) é um modelo de produção e distribuição de

produtos agrícolas que preza pelo contato direto entre consumidores e produtores. Neste
sistema, um grupo de consumidores se compromete a adquirir a produção de agricultores
locais, pagando cotas idealmente estipuladas de acordo com a estimativa do custo anual de
produção. Os consumidores – chamados de coagricultores — concorrem com os riscos e

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Luciane Maria Fadel, Carla Spinillo, Anderson Horta, Luciane Maria Fadel, Carla Spinillo, Anderson Horta,
Cristina Portugal (orgs.) Cristina Portugal (orgs.)
Sociedade Brasileira de Design da Informação – SBDI Sociedade Brasileira de Design da Informação – SBDI
Belo Horizonte | Brasil | 2019 Belo Horizonte | Brazil | 2019
ISBN ISBN
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responsabilidades junto aos agricultores e, em troca do financiamento, periodicamente

recebem produtos agrícolas colhidos pelos produtores. Tal modelo de produção visa o
escoamento de produtos agrícolas sem intermediários, mercados ou serviços terceirizados de
transporte. Além de possibilitar o consumo de produtos com qualidade e origem conhecida, o
modelo previne os agricultores da instabilidade do mercado e de prejuízos resultantes de
intempéries meteorológicas por receberem o valor do cultivo antecipadamente. A proposta
contrapõe modelos tradicionais de produção e distribuição de produtos agrícolas, em que há
agentes atuando para mediar a relação produtor-consumidor conforme práticas convencionais
de mercado. Dada a ausência de intermediários nas CSAs, há a necessidade de que os
consumidores e produtores promovam, eles mesmos, a administração e a distribuição da
produção coletiva.
Para a organização e administração de uma CSA, é necessário que seus membros
adquiram conhecimentos sobre a prática de princípios que fundamentam o funcionamento do
modelo, compreendendo as experiências daqueles que viveram ou vivem a dinâmica deste tipo
de comunidade. T No entanto, tais referências existem, em sua maioria, apenas enquanto
conhecimento tácito, carecendo de registros estruturados, limitando sua propagação. Este
projeto objetivou possibilitar o registro de informações que residem no plano tácito, facilitar a
troca de conhecimentos e ampliar o acesso às práticas existentes em CSAs do Distrito Federal,
com a finalidade de instruir e possibilitar o fortalecimento da gestão comunitária. Para tanto,
visou-se a criação de sistema interativo com interface responsiva, capaz de ser operada no
cotidiano dos agentes envolvidos, promovendo o registro e a troca de informações sobre o
funcionamento das comunidades.
Além do entendimento sobre o conceito e a prática das CSAs por meio de debate junto a
pesquisadores e membros da equipe projetista que participam de CSAs, de visitas ao site da
Rede CSA Brasília e da leitura de textos e dissertação sobre o tema (Torres, 2017), outros
conceitos que fundamentaram pesquisa e criação foram: arquitetura da informação (Shedroff,
1999); conhecimento tácito (Lassance Jr. e Pedreira, 2004); linguagens de padrões
(Christopher Alexander, 2013); estrutura, função, processo e forma (Santos, 1992); gestão do
conhecimento (Takeuchi e Nonaka, 2008); rede de atores (Callon, 1987); e Tecnologia Social
(Bava, 2004; Dagnino et al, 2004).
Estudos referentes a esses conceitos foram fundamentais paraProcurou- promover o
entendimento coletivo sobre o propósito do projeto e para se prospectar o modo de inclusão de
um sistema interativo na dinâmica das CSAs. O projeto contou com a participação de vinte
pessoas, entre pesquisadores voluntários, bolsistas de iniciação científica e de apoio técnico,
de diferentes áreas do conhecimento (design, antropologia, psicologia, saúde, ciências da
computação, engenharia de software) e explorou-se os diversos temas em grupos formados a
partir do interesse e de competências dos membros da equipe.
Recorreu-se, para a ideação e definição do sistema, ao método de desenvolvimento de
mídia interativa com foco na experiência do usuário proposto por Jesse James Garrett (2011).
A referência foi fundamental para a documentação e evolução do projeto, especialmente no
que diz respeito à análise concomitante dos objetivos do sistema e das necessidades dos
usuários, à especulação de funcionalidades e conteúdos a fim de se solucionar os problemas
encontrados, à concepção da narrativa que compõem o design de interação e dos elementos
necessários à interface, à compreensão do usuário sobre as informações contidas no sistema,
e à participação de usuários ao longo do processo sempre que possível.

2 Objetivos do sistema e necessidades dos usuários

A proposta inicial de desenvolvimento do sistema interativo surgiu dos resultados de uma
pesquisa àdissertação nível de mestrado em design (de Camila Torres (, 2017) e da
constatação de temas recorrentes em debates sobrerelativos àa qualidade de formação e
funcionamento de CSAs, com destaque a dificuldades encontradas nas dinâmicas
autogestionárias, que se dão conforme a disponibilidade de seus membros (produtores e
consumidores) e à necessidade de se aproximar conhecimentos emergentes de cada as
comunidade a fim de se disponibilizar soluções para problemas comuns. Com o objetivo de

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viabilizar a produção tecnocientífica em si, a proposta foi submetida e aprovada em edital da

Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal (FAP–DF). Dentre os objetivos específicos
do projeto aprovado, destaca-se: investigar as formas de articulação e produção, e os
principais deslocamentos geográficos presentes no cotidianonas rotinas das CSAs,
observando as comunidades como meios auto-organizáveis; identificar processos de
comunicação, dinâmicas sociais (atores, processos, fluxos, problemas recorrentes e soluções
criativas) e os padrões de gestão entre CSAs do DF; Desenvolver e tornar acessível um
sistema interativo que abrigue novas possibilidades de difusão e gestão da informação,
compartilhamento de notificações, assim como a criação de interfaces adequadas à leitura
frente à diversidade instrucional dos membros das CSAs.
Com base no diagnóstico preliminar e nos objetivos da primeira etapa de projeto proposta
por Garrett (2011) (i.e. Definição de Estratégia), realizou-se novo levantamento sobre
necessidades dos usuários, considerando fatores anteriormente não identificados. Recorreu-se
a dados da pesquisa "Perspectivas da evolução das CSAs em Brasília" 1, de Aleksia Boon, a
depoimentos dos agricultores das CSAs do DF, e a atas de encontros realizados pela Rede
CSA Brasília2. Os resultados desta coleta foram somados aos objetivos e necessidades
preliminares da proposta e foram sistematizados em tabela (concepção e relação de objetivos
conforme necessidade diagnosticada).
A definição de uma estratégia para a concepção do sistema considerou a correlação e a
descoberta de necessidades a partir de ações elementares ao funcionamento de uma
comunidade, pois. Mmuitas vezes o que se declara como ‘necessidade’ parte da observação
de um sintoma de um problema que a precede, sendo este último passível de análises que
podem colaborar para soluções de maior impacto. Buscou-se compreender o espaço
sociotécnico em si, a partir de sua estrutura, funções e processos (Santos, 1992), como meio
de se identificar oportunidades de melhorias da dinâmica autogestionário implícita a uma CSA.
Foi realizada umaC compreendeu-se nasão prática do conceito de CSA e de seus princípios a
partir da observação em campo em eventos realizados por CSAs, assim como em locais da
produção agrícola. Coletou-se dados em conversas, registro fotográfico, uso de caderneta de
campo e diários etnográficos.
Como síntese das informações apreendidas por meio de pesquisa documentalda coleta e
em campo, foi realizado umrealizou-se diagrama de relações entre fatores que representam a
operação de umas CSAs, considerando regularidades cotidianas das comunidades e das
ações sistêmicas. O procedimento resultou num emprimeiro exercício de arquitetura da
informação do sistema que explicita a dinâmica dasde uma CSAs, considerando estruturação,
ordenação e classificação de dados. O tipo de dado abordado foi compreendido como um
padrão, conforme conceito explorado pelo Christopher Alexander 3 (2013). Para iniciar oNo
registro dos padrões de ação dasde uma CSAs, foi priorizado o reconhecimento daqueles que
tendem à circulação de informações a fim de se prever possibilidades de registro e, como se
almeja fomentar a discussão e a troca de conhecimentos em trânsito nas CSAs, foram
reconhecidas ações que acontecem em qualquer comunidade, a fim de que as soluções
encontradas fossem reconhecíveis.
Na busca do que há em comum, observou-se os eventos recorrentes. O pagamento de
cotas, por exemplo, acontece em todas as CSAs do DF, porém seu modo de realização pode
se diferenciar a depender de decisões comunitárias. Foram levantadas aproximadamente
quarenta ações-padrão das CSAs do DF, cada uma com especificações que apontam diversos
e especificou-se os modos de realização.

1 Título provisório e traduzido livremente pela autora de um estudo à época em fase de desenvolvimento.
2 Entidade autônoma e sem fins lucrativos, movida por voluntários, cuja missão é "ser o elo de integração e
fortalecimento do movimento social de Comunidades que Sustentam a Agricultura no DF, para promover uma cultura
solidária, saudável e sustentável de produção e consumo de alimentos" (REDE CSA BRASÍLIA, 2017)
3 Para Alexander, um padrão representa um elemento capaz de se desdobrar em diversas facetas, porém sem perder
sua natureza essencial. O padrão funciona como um parâmetro, a partir do qual se observa possíveis variáveis. Ele
ainda adiciona que o que caracteriza um determinado local são os padrões de evento que acontecem repetidamente
neste.

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AReconhecidas as ações-padrão das CSAs do DF, estas foram organizadas considerando

as maneiras quee podem se relacionaamr na cronologia de uma rotina – o pagamento de
cestas, por exemplo, pode acontecer antes, depois ou simultaneamente à outra ação. O
processo revelou uma suposta estrutura implícita do sistema, que ressaltou tanto as ações
inerentes ao funcionamento de uma CSA do DF, bem como a compreensão de interfaces e de
interações entre os eventos recorrentes (Imagem 1).

Imagem 1: Diagrama da estrutura implícita revelada das CSAs do DF

Cada um dos padrãoões foi definido conforme características listadas abaixo:

■ Atores envolvidos: atores que aparecem na composição de determinadoum padrão;
■ Descrição: referindo-se à maneira como o padrão se dá essencialmente, sem
especificar qualquer possibilidade de variação do mesmo:
■ Variações/Modos de realização: apresenta as diversas formas possíveis de um mesmo
padrão desdobrar-se, sem que mude sua natureza essencial;
■ Lugar: expressão espacial relacionada ao padrão, não necessitando esta ser
necessariamente uma localização geográfica;
■ Periodicidade: período de tempo decorrente do exercício de um determinado padrão;
■ Informação gerada: aquilo que resulta da ação que pode ser registrada ou comunicada
a um terceiro;
■ Meio de transmissão da informação gerada: mídias utilizadas;
■ Relações com outros padrões: lista de ações mapeadas que tem interface com oa
padrão ora definido.
A partir da construção da arquitetura da informação compreendeu-se a complexidade da
gestão das CSAs; detalhou-se a tabela de objetivos do sistema e necessidades dos usuários;
as interfaces entre os padrões suscitou especulações sobre funcionalidades e motivações do
usuários; e sua documentação tornou-se rascunho para conteúdos textuais do sistema. Após
análise dos resultados alcançados, fez-se uma síntese das necessidades e uma lista
representativa do público-alvo, respectivamente descritos abaixo:

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■ Principais necessidades:
a. Aperfeiçoar processos de autogestão das CSAs;
b. Informar coagricultores e interessados em CSAs;
c. Integrar mais coagricultores na autogestão de suas CSAs;
d. Possibilitar a troca de informações entre CSAs sobre práticas de gestão e de
produção;
e. Melhorar a divulgação das CSAs para atrair novos coagricultores.
■ Público-alvo:
a. Agricultores e coagricultores experientes (i.e. aqueles que participam ativamente
de atividades de gestão da comunidade e que buscam referências para otimizar
processos de sua CSA);
b. Novos agricultores e coagricultores (i.e. recém membros que precisam de
informações para compreender o funcionamento de sua CSA);
c. Gestores da Rede CSA Brasília (i.e. atores que zelam pelas boas práticas dessa
tecnologia social e buscam meios de facilitar a formação de novas comunidades);
d. Pessoas curiosas (i.e. interessados em se tornar agricultores ou coagricultores)
e. Pesquisadores (i.e. considera-se os constantes estudos científicos sobre o tema)
O processo foi apresentado a representantes da Rede CSA Brasília, que retornou com suas
percepções e ideias sobre conteúdos e funcionalidades do sistema. Parte dos participantes
dessa apresentação, além de outros atores de CSAs do DF, foram posteriormente convidados
a participarem de cardsortings com o intuito de se investigar os modos de organização de
conteúdos previstos para o sistema e de promover a ideação espontânea de outros atributos.

3 Definição das funcionalidades e da estrutura do sistema interativo

A estrutura representadaO em diagrama revela ações que acontecem nas CSAs do DF, porém
a maneira como estas acontecem varia de acordo com a comunidade observada. CLogo,
compreendeu-se que a estrutura primária se desdobra em outras estruturas mais específicas e
que essa característica apontava para certoscom atributos de funcionalidade. As ações-padrão
foram oferecidas aos usuários do sistema experientes em CSA, que podem reconhecer o
evento em suas próprias comunidades devido ao caráter genérico de cada ação-padrão. Ao
usuário é solicitado informar como aquela ação-padrão acontece em sua comunidade,
evidenciando particularidades, a periodicidade e o modus operandi. BDessa forma, busca-se
que oportunizar o uma CSA tenha a oportunidade de compartilhamento dear soluções e de
práticas doe seu dia-a-dia da CSAs, de maneira orgânica, caracterizando modos de ação que
são classificados pelo sistema e, em seguida, correlacionadaos. às demais comunidades do
DF.
As funcionalidades doO sistema contemplaram ainda a disponibilização de modelos de
documento para aprofundamento e melhor registro de informações decorrentes do exercício da
prática em uma CSA, área para discussão sobre as práticas, apresentação eficiente e
detalhada das CSAs do DF, ambiente para registros internos e particulares de uma CSA, além
de conteúdo estático sobre o que é uma CSA e links para conteúdos afins.
Definiu-se o artefato a ser realizado como um sistema web responsivo, com adequação de
conteúdo para plataformas desktop e móveis, facilitando assim o acesso àa visualização e
inclusão de informações no cotidiano dos diversos agente envolvidos. O Design de Interação
foi estruturado em forma de diagrama, relacionando conteúdos e ações dos usuários no
sistema. A estrutura priorizou a relação sistêmica triangular entre os dados inscritos como perfil
de uma CSA (lista de comunidades), os verbetes representativos das práticas (similar a
proposta de wikis) e fóruns demarcados por esses verbetes. Este diagrama foi a principal
referência para a concepção da interface (Imagem 2).

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Imagem 2: Detalhe do diagrama que estrutura o Design de Interação.

4 Desenvolvimento do site responsivo

Iniciou-se a interface pela versão para smartphone em função de sua portabilidade, facilitando
a visualização e inserção de informações nos espaços ocupados por agentes de uma CSA e
aqueles que tem acesso a internet unicamente via smartphone. O fluxo entre telas foi
concebido em meio digital, fazendo-se uso da ferramenta Figma por esta possibilitar a geração
tanto de protótipo navegável como do guia de estilos. Definidas as áreas do sistema, a equipe
de desenvolvimento avaliava variáveis integrativas. Foi realizado um estudo de soluções para a
programação de backend e de frontend com foco na eficiência da relação entre dados e sua
visualização. Como resultado, considerou-se a criação de um CMS (Content Management
System) para melhor gerenciamento de conteúdo, na intenção de que membros ativos de
CSAs possam, de forma autônoma, realizar as adequações necessárias. A ferramenta adotada
para este fim foi a Strapi.
A definição do projeto gráfico se deu paralelamente aos resultados de testes com a versão
smartphone, incluindo avaliações colhidas por usuários em momentos de pesquisa de
usabilidade em campo com uso do protótipo navegável. Após a definição de interface da
maioria das telas da versão móvel, se iniciou a adequação de conteúdos e elementos
interativos da interface para o acesso em plataforma desktop (Imagens 3 e 4).
Imagem 3: Exemplo ‘Perfil da CSA’ na versão smartphone.

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Imagem 4: Exemplo ‘Perfil da CSA’ na versão desktop.

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5 Considerações finais
Devido à complexidade do sistema e ao fato do projeto considerar adequações da interface a
partir de testes e da adesão do sistema por seus usuários finais, fez-se necessário a
contratação de uma empresa parceira com foco em desenvolvimento de sistemas web. A lista
de tarefas atribuídas a estes contemplou manutenção incremental e corretiva do sistema pelo
período de seis meses, entendendo-se por incremental a implementação de funcionalidades de
alta complexidade (sistema interno de busca/pesquisa e visualização gráfica e lúdica dos
dados). Já a manutenção corretiva visa a busca por estabilidade do sistema decorrente de
ajustes a problemas que potencialmente vão se apresentar. quando o artefato estiver
efetivamente disponível, ou seja, online.
O sistema proposto, em fase de implementação final, responde a demandas sociais
concretas; valorizar e favorecer a aprendizagem e a construção de conhecimentos coletivos
característicos das CSAs; promove a troca de saberes para o encorajamento de novas
comunidades e o aperfeiçoamento das existentes. Possibilita, deste modo, aa sistematização
dinâmica do conhecimento gerado e sua veiculação. Ao se prever o aumento de verbetes
representativos das práticas e ao se reconhecer a necessidade de resoluções referentes aos
níveis de autorização para inserção de informações do sistema em comum acordo com a Rede
CSA Brasília, é de suma importância dar-se continuidade ao projeto para além da estabilidade
do site publicado. Estão previstos estudos contínuos de usabilidade envolvendo participantes
de CSAs do DF, além da capacitação voluntária de membros da Rede CSA Brasília, com o
objetivo de assegurar o bom uso e a constante evolução do sistema.
Sabe-se da ocorrência de demandas semelhantes ao que foi observado em CSAs do
Distrito FFederal em outros estados brasileiros e, visto que o projeto se evidencia como o ato
de estruturar dados provindos de conhecimentos tácitos em informações acessíveis por meio
de um suporte e de convenções de apresentação, assim potencializando o fluxo de informação
(Shedroff, 1999), espera-se que o artefato concebido possa ser reaplicado para casos alhures
como ferramenta de suporte à gestão coletiva, além de colaborar para a divulgação das
comunidades aos interessados em participar e fomentar esse modelo de produção e
distribuição de produtos agrícolas.

Agradecimento
Este projeto contou comAgradecemos o amparo apoio financeiro da Fundação de Apoio a
Pesquisa do Distrito Federal (FAP–DF), por meio de recursos decorrentes da aprovação do
projeto no Edital 06/2017 – Seleção Pública de Propostas de Pesquisas Sobre Meio Ambiente,
Sustentabilidade e Políticas Públicas Socioambientais no Distrito Federal,. Além da equipe de
bolsistas e demais pesquisadores envolvidos no projeto via edital, agradecemos ao CNPq
como responsável pelo financiamento de uma bolsista à toda equipe de iniciação científica,de
professores e bolsistas, à participação de voluntários no decorrer da pesquisa e a
disponibilidade da Rede CSA Brasília e a demais membros das CSAs-DFe Comunidades que
Sustentam a Agricultura em interações que foram fundamentais para o desenvolvimento do
projeto.

Referências
Alexander, C., et al. (2013). Uma Linguagem de Padrões. Porto Alegre: Bookman.
Bava, S. C. (2004). Tecnologia social e desenvolvimento local. Tecnologia Social: uma
estratégia para o desenvolvimento. Fundação Banco do Brasil. Rio de Janeiro.
Callon, M. (1987). Society in the making: the study of technology as a tool for sociological
analysis. In: BIJKER, Wiebe E. et al. Social Construction of technological systems.
Cambridge: Cambridge University Press.

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Dagnino, R., Brandão, F., & Novaes, H., (2004). Sobre o marco analítico-conceitual da
tecnologia social. Em Tecnologia Social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de
Janeiro: Fundação Banco do Brasil.
Lassance JR, A, & Pedreira, J. Tecnologias sociais e políticas públicas. Em Tecnologia Social:
uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Banco do Brasil.
Santos, M. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1992. 3 ed.
Shedroff, N. (1999). Information Interaction Design: a unified field theory of design. Em
Jacobson, R. E. (Ed.) Information design (pp: 267-292). Cambridge, MA: MIT Press.
Takeuchi, H., & Nonaka, I. (2008). Gestão do Conhecimento. Editora: Bookman Companhia Ed.
Torres, C. L. (2017). Comunidade que Sustenta a Agricultura: a reaplicação da tecnologia
social a partir dos casos pioneiros em Brasília. Dissertação (Mestrado). Brasília, Brasil:
Universidade de Brasília

Sobre os autores
Sofia Santos, Graduanda, UnB, Brasil <sofiaguerragcs@gmail.com>
Camila Lombardi Torres, Mestre, UnB, Brasil <camila.lombardi@gmail.com>
Rogerio Camara, Doutor, UnB, Brasil <rogeriocamara@gmail.com>

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