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Resumo Relações Interpessoais

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Relações interpessoais

Processos fundamentais da cognição social

→ Noção de cognição social:


▪ A cognição social refere-se ao conjunto de conhecimentos e informações sobre
o mundo social: grupos, pessoas, instituições ou comunidades. Estão na base do
modo como encaramos os outros, a nós próprios e à forma como interagimos.
Assim, a cognição social é uma forma de conhecimento e de relação com o
mundo dos outros.

→ Principais processos de cognição social:


Os principais processos de cognição social são: as impressões, as expectativas, as
atitudes e as representações sociais.

→ Impressões: noção, processo de formação e efeito das primeiras


impressões:
▪ As impressões consistem no processo de integração de uma pessoa numa
categoria a partir dos dados que obtemos num primeiro contacto ou das
informações que nos são fornecidas pelos outros.
Processo de formação:
Na base da formação das impressões está a interpretação, isto é, nós percecionamos o
outro a partir de uma grelha de avaliação. Alguns indícios explicam o modo como
formamos uma impressão de uma pessoa, num primeiro encontro:

• Indícios físicos: remetem para características como facto de a pessoa ser alta,
baixa, gorda, magra, loira, morena, etc;
• Indícios verbais: o modo como a pessoa fala, por exemplo, o seu vocabulário, o
sotaque e o tom de voz;
• Indícios não verbais: o modo como a pessoa se veste, se usa fato e gravata ou
calças de ganga, se usa sapatilhas ou sapatos de tacão alto;
• Indícios comportamentais: é o conjunto de comportamentos que se observam
na pessoa e que nos permite classificá-la.
Efeito das primeiras impressões:
A primeira informação é a que tem maior influência sobre as nossas impressões.
Portanto, a ordem com que conhecemos as características de uma pessoa é relevante
para a formação de impressões sobre ela; as primeiras características têm mais
influência na apreciação global que fazemos.
Thrustone escreveu o que designou por “efeito de halo”, ou seja, criada uma
primeira impressão global sobre uma pessoa, temos tendência para captar
características que vão confirmar essa mesma impressão.

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→ Expectativas: noção e importância (investigações de Rosenthal):
▪ As expectativas são modos de categorizar as pessoas através dos indícios e das
informações, prevendo o seu comportamento e as suas atitudes. As expectativas
são mútuas, isto é, o outro com quem interagimos desenvolve também
expectativas relativamente a nós. As expectativas formam-se no processo de
socialização por influência dos agentes socializadores.
Um exemplo muito claro da importância das expectativas na vida social é-nos dado pelas
relações duradouras que se estabelecem entre pessoas como o marido e a mulher. Ao
exercer funções respetivas, há um conjunto de expectativas mútuas que regulam essas
relações.
Investigações de Rosenthal:
Rosenthal estudou as expectativas dos professores relativamente aos alunos, e as suas
consequências no processo de aprendizagem. Segundo ele, professores que têm uma
visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem
obter melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço pelos seus
alunos adotam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho
dos educandos. Esta conclusão chama-se “efeito do Pigmalião” que, resumidamente, é
a consequência que advém das expectativas.

→ Estatuto e papel social (conceitos e relação):


▪ Estatuto é o conjunto de comportamentos que um indivíduo espera da parte dos
outros tendo em conta a sua posição no grupo.
▪ Papel social é o conjunto de comportamentos com que legitimamente os outros
contam da parte das pessoas.
A cada estatuto corresponde um papel, isto é, um conjunto de comportamentos
esperados de um indivíduo com determinado estatuto. No caso, por exemplo, de uma
professora os alunos esperam que ela ensine bem e cumpra o programa. Existe,
portanto, uma complementaridade entre estatuto e papel social.

→ Noção de atitude:
▪ A atitude é uma tendência relativamente estável para uma pessoa se comportar
de determinada maneira. É uma tomada de posição intencional de um indivíduo
face a um objeto social.

→ Conhecer as componentes das atitudes:


• Componente cognitiva é constituída pelo conjunto de ideias, de informações e
de crenças que se tem sobre um dado objeto social.
• Componente afetiva é o conjunto de valores e emoções, positivas ou negativas,
relativamente ao objeto social.
• Componente comportamental é o conjunto de reações, de respostas, face ao
objeto social.

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É a partir de uma informação ou convicção (cognitiva), a que se atribui um sentimento
(afetiva), que desenvolvo um conjunto de comportamentos (comportamental).

→ Relacionar atitude e comportamento:


As atitudes não são diretamente observáveis: inferem-se dos comportamentos.
Também é possível, a partir de um comportamento, inferir a atitude que esteve na sua
origem. De igual modo, se conhecermos a atitude de uma pessoa face a uma situação
ou acontecimento, podemos prever o seu comportamento. Portanto, as atitudes são o
suporte intencional de grande parte dos nossos comportamentos.

→ Conhecer os processos de formação e de mudança das atitudes:


As atitudes não nascem connosco, formam-se e aprendem-se no processo de
socialização. São vários os agentes sociais responsáveis pela formação das atitudes: os
pais e a família, a escola, o grupo de pares e os meios de comunicação.
Os parentes mais próximos exercem um papel fundamental na formação das
primeiras atitudes nas crianças. São modelos que estas imitam e com as quais se
procuram identificar. A educação escolar desempenha um papel central na formação
das atitudes. Na adolescência, tem particular relevo o grupo de pares, isto é, os
indivíduos com idade aproximada com que os jovens contactam mais frequentemente.
Atualmente, os meios de comunicação têm grande importância na formação de
novas atitudes ou no reforço das que já existem: a publicidade, as telenovelas, os filmes,
são meios poderosos pela influência que exercem sobre o modo como se encara o que
acontece no mundo.
É através da observação, identificação e imitação dos modelos que se aprendem,
que se formam as atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem
particular prevalência na infância e na adolescência. Tal não significa que depois destas
idades as atitudes não possam mudar. Há contudo, uma tendência para a estabilidade
das atitudes.

→ Saber em que consiste a dissonância cognitiva:


A dissonância cognitiva é um sentimento desagradável que pode ocorrer quando
uma pessoa sustenta duas atitudes que se opõem. Por exemplo, uma pessoa gosta de
fumar, mas sabe que isso lhe faz mal, está, então, perante uma dissonância cognitiva
que lhe pode provocar angústia e inquietação.
É possível alterar ou, pelo menos, diminuir estas sensações: mudando as duas
convicções; alterando o grau de importância de uma delas; acrescentando uma outra
informação; negando a relação entre as duas convicções. A opção por qualquer uma
delas reduz a dissonância cognitiva, atenuando os efeitos da ansiedade e da inquietação.

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Influência social

→ Identificar os principais processos de influência social:


Os principais processos de influência social são: a normalização, o conformismo e a
obediência.

→ Conhecer a noção e importância da normalização:


▪ A normalização é o processo de elaboração de normas pelos elementos de um
grupo quando elas não existem de forma explícita.
As normas são um fator imprescindível na nossa vida, permitindo uma certa estabilidade
do meio e uma maior facilidade na aprendizagem de comportamentos. Por outro lado,
sem as normas a relação interpessoal seria dificultada, ou seja, não conseguiríamos
descodificar, nem prever o comportamento das pessoas com quem estabelecêssemos
uma interação.

→ Noção de conformismo:
▪ O conformismo é uma forma de influência social que resulta do facto de uma
pessoa mudar o seu comportamento ou atitudes pelo efeito da pressão social.

→ Fatores que favorecem o conformismo; a experiência de Asch:


• a unanimidade do grupo - o conformismo é maior nos grupos em que há
unanimidade;
• a natureza da resposta - o conformismo aumenta quando a resposta é dada
publicamente;
• a ambiguidade da situação - a pressão do grupo aumenta quando não estamos
certos do que é correto;
• a importância do grupo - quanto mais atrativo for o grupo para a pessoa maior
é a probabilidade de ela se conformar;
• a autoestima - as pessoas com um nível mais elevado de autoestima são mais
independentes do que as que têm uma autoestima mais baixa, que são,
naturalmente, mais conformistas.
A experiência de Asch:
Asch tinha por objetivo conhecer o modo como as pessoas se influenciavam umas às
outras. Então, agrupou oito indivíduos, em que sete tinham sido instruídos, pelo
investigador, no sentido de dar uma resposta incorreta. Cada um dos sujeitos deu a
avaliação em voz alta, e antes do sujeito ingénuo. Como resultados, o investigador
obteve que apenas um terço dos sujeitos ingénuos não se conformaram à pressão
implícita pelo grupo.

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→ Noção de obediência:
▪ A obediência é uma expressão de influência social que se manifesta quando as
pessoas não se responsabilizam pelas suas ações, quando as executam por
indicação de alguém a quem reconhecem autoridade.

→ Fatores que favorecem a obediência; a experiência de Milgram:


• Proximidade com a figura de autoridade - quanto mais próxima estiver a figura
de autoridade, maior é a obediência;
• Legitimidade da figura de autoridade - quanto mais reconhecida for a
autoridade, maior é a obediência;
• Proximidade da vítima - quando não há proximidade com a vítima há uma
obediência total, quando a vítima é observada pelos participantes apenas alguns
obedecem;
• Pressão do grupo - quando alguém se recusa a obedecer a ordens dos
superiores, grande parte do grupo também não obedece, ou seja, o efeito do
grupo anula o efeito da autoridade do experimentador.
A experiência de Milgram:
Milgram tinha como objetivo o estudo das reações individuais face a indicações
concretas de outros. A obediência era medida através das ações manifestas e
implicava comportamentos fonte de sofrimento para outros. Resumidamente, os
indivíduos ingénuos tinham de clicar num botão quando os que colaboravam na
experiência erravam a resposta e ia-se aumentando a descarga elétrica (choque).
Enquanto os que colaboravam na experiência fingiam que estavam a sentir muita dor,
os outros eram obrigados a continuar a clicar no botão e, assim, concluiu-se que a
maior parte dos indivíduos ingénuos continuava obedecendo às ordens e infligindo
choques cada vez maiores.

→ Inconformismo: noção, importância e papel das minorias:


▪ O inconformismo é uma atitude de não seguir o que está socialmente
estabelecido, de não corresponder às expectativas do grupo.
Importância e papel das minorias:
Um minoria, para ser atuante, deve ser coerente e consistente nas respostas e nos
comportamentos. As minorias influenciam as ideias e as atitudes das sociedades,
tornando-se dominantes, sem recorrer a um poder autoritário. Para a minoria
influenciar a maioria, as suas posições têm de ser: claras; coerentes e consistentes;
firmes.

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Indivíduos e grupos
→ Noção e funções dos estereótipos:
▪ Os estereótipos são o conjunto de crenças que dá uma imagem simplificada das
características de um grupo ou dos membros de um grupo. Um estereótipo é
uma super-generalização. Normalmente não pode ser verdadeira pois nem
todos os elementos desse grupo têm determinadas características do mesmo.
Os estereótipos têm uma:
• função sociocognitiva permite encarar eficazmente o mundo em que nos
encontramos inseridos. E, ao categorizar a realidade social, transmitem dados
que promovem a nossa adaptação;
• função socioafetiva, diz respeito ao sentimento de identidade social. Reforçam
o sentimento do “nós” por oposição aos outros.

→ Conhecer as noções de preconceito e de discriminação:


▪ O preconceito é uma atitude que envolve um pré-juízo na maior parte das vezes
negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais.
▪ A discriminação é designa o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo
preconceito. A discriminação é o comportamento que decorre do preconceito.

→ Reconhecer vários graus de hostilidade decorrentes da discriminação:


Há diferentes graus de hostilidade derivados da discriminação:
1. o evitamento do grupo objeto de discriminação;
2. a tentativa da sua eliminação física;
3. a manifestação de opiniões negativas.
A hostilidade tem tendência a aumentar em períodos de crise económica.

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