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Manual - UFCD 4272
Manual - UFCD 4272
Manual - UFCD 4272
4272 25 horas
Curso/Unidade: Formador/a:
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ÍNDICE
1. Objetivos.…………………………………………………………………………………………………………..…………………..3
2. Conteúdos Programáticos ……………………………………………………………………………….……………………..3
3. Introdução………………………………………………………………………………………………………….…….…………….4
4. A Dança ………………………………………………………………………………………………………………………………….6
5. As Danças Folclóricas ou “Populares”.………………………………………………………………………..…………10
5.1. Folclore
5.2. A Dança é formada pelo
6. MÚSICA E INSTRUMENTOS TÍPICOS DE CADA REGIÃO……………………………………………………………12
6.1. MINHO E DOURO LITORAL
6.2. GUIMARÃES – INSTRUMENTOS E DANÇAS
6.3. TRÁS-OS-MONTES
6.3.a. DANÇAS TÍPICAS
6.3.b. INSTRUMENTO TÍPICO
6.4. BEIRA ALTA E BEIRA LITORAL
6.5. ESTREMADURA, RIBATEJO E ALENTEJO
6.5.a. Música Popular
6.5.b. Instrumentos Musicais
6.5.c. Música Vocal
6.6. Algarve
6.6.a. Danças Típicas
7. A Dança Educativa………………………………………………………………………………………………………………….16
8. A Dança Criativa……………………………………………………………………..……………………………………………..22
8.1. Ao se trabalhar a dança criativa, é possível chegar aos seguintes objetivos
9. Conclusão ………………………………………………………………………………………..………………………………….. 28
10. Bibliografia ………………………………………….……………………..……………………………..………………………. 30
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1. OBJETIVOS
Objetivos Gerais:
Objetivos Específicos:
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos, a
evolução e aparecimento da dança.
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos, a
dança tradicional/folclore.
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos,
os elementos constitutivos das danças folclóricas.
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos,
as danças populares portuguesas das diversas regiões.
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos, a
dança educativa.
• O formando deve ser capaz de identificar, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos, a
dança criativa.
• O formando deve ser capaz de reconhecer, sem recurso ao manual de apoio em 10 minutos,
as formas de atividades práticas.
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2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
o Aparecimento e evolução
o Origens da dança educativa – Isadora Duncan ( 1878 – 1927) e Rudolf Laban (1879 – 1958)
• Atividades práticas
o As ações quotidianas como início da dança: correr, saltar, deslizar, levantar, cair, etc
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3. INTRODUÇÃO
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Servindo as mãos para agarrar aquilo que se pretende e os braços para alcançar
aquilo que se quer, quando alguma coisa acontece com as mãos este pode ser um sinal
de falta de posse por parte da pessoa. O mesmo acontece com as pernas e os pés, pois
as pernas seguem por um caminho mas dependem dos passos que ditam as verdadeiras
regras. Se sucede algo com as mãos ou os pés, é evidente que sofre algumas escassez
de posse e que não consegue agarrar por inteiro as coisas que alcança.
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4. A Dança
Aparecimento e evolução
A dança nasceu com os primeiros seres humanos.
Através do movimento do corpo, da batida do coração, do caminhar, os seres humanos
criaram a dança como forma de expressão.
Por meio das pinturas encontradas nas cavernas, sabemos que homens e mulheres já
dançavam desde a pré-história.
A dança é uma expressão artística que usa o corpo como instrumento. Assim como o
pintor utiliza pincéis e tela para criar seus quadros, o bailarino serve-se do corpo.
Presente em todos os povos e culturas, a dança pode ser executada em grupo, duplas
ou solos. Pela dança se expressa a alegria, a tristeza, o amor e todos os sentimentos
humanos.
• Dança Primitiva
Chamamos dança primitiva aquela que surge de maneira espontânea e é praticada por
uma comunidade. Geralmente, é uma dança usada para celebrar um ritual específico
como as colheitas ou a chegada de uma estação do ano.
Nas culturas indígenas, a dança é usada em festas ou a fim de se preparar para a guerra.
Também é utilizada nos rituais de passagem, como o início da vida adulta.
• Danças milenares
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Na Grécia antiga, a dança também tinha um caráter ritual, sendo usada nos cultos aos
deuses. Uma das danças mais descritas na Antiguidade era aquela que se usava para
as festas do Minotauro ou do deus do vinho, Baco.
• Dança na Europa Ocidental
Com a expansão do cristianismo na Europa, a dança perde seu caráter sagrado. A moral
do cristianismo colocava o corpo como fonte do pecado e, assim, precisava ser
controlado.
Por isso, ao contrário das outras artes, a dança não entra nas igrejas e se restringe às
festas populares e às celebrações nos castelos. Basicamente, podemos diferenciar dois
tipos de dançar na Idade Média: em pares, em roda ou formando cadeias.
Será este tipo de baile que dará origem às danças cortesãs e mais tarde, ao balé, como
o entendemos hoje.
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Saber dançar torna-se fundamental na educação dos nobres. As danças mais
conhecidas eram o minueto, a gavote, a zarabanda, a allamande e a giga.
No final do século XVIII, na Áustria e no Império Alemão, surge a valsa. Inicialmente, a
dança causa escândalo, pois é a primeira vez que os casais dançam abraçados e de
frente para o outro. Este ritmo vai se espalhar por toda Europa e chega ao Brasil com a
vinda da corte portuguesa.
Até hoje, a valsa está presente nos bailes de debutantes e casamentos.
• Balé clássico
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A dança moderna será a ruptura do balé clássico promovida na virada do século XIX
para o XX.
Com o crescimento das cidades e da expansão das indústrias, parte da sociedade já não
se identificava com aquele tipo de espetáculo do balé clássico. Surgem nomes como
Isadora Duncan (1878-1927), uma das primeiras a romper com os movimentos rígidos,
o figurino de tutus, e os cenários grandiosos.
Isadora Duncan preferia roupas simples, dispensava cenários e dançava descalça. Sua
obra abriu várias possibilidades para novas linguagens na dança contemporânea.
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5. As Danças Folclóricas ou “Populares”
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5.1. FOLCLORE
Tudo o que é folclórico é também, por definição, popular. Qualifica-se de popular, aquilo que foi criado
ou que teve origem no povo, o que agrada ao povo.
AS DANÇAS FLOCLÓRICAS
Não só porque se inserem numa arcaica tradição, como também, porque na sua origem, foram danças
de significado religioso, ritualista, mágico ou laboral e, ainda, porque se revestem de uma forte e profunda
carga de simbolismo.
- Simbolismo
- A forma
- Os assessórios
- A musica
- A técnica
• TEMA – é a ideia e até o próprio simbolismo de uma dança; uma dança não tem
necessariamente uma só forma: uma dada dança tanto pode ser expressa em roda, como em
forma de quadrilha, em par ou em grupo.
• ACESSÒRIOS – muito importantes nas danças folclóricas, devem ter um valor representativo
(vestes, máscaras, objectos usados pelos dançarinos, etc.), que ajudam a mostrar o simbolismo
da dança que os usa.
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• COREOGRAFIA – interligação e desenvolvimento dos passos, gestos, poses, movimento,
linhas, evolução das figuras e dos grupos, etc. além de constituir a dança propriamente dita,
procura exprimir o simbolismo, a ideia, de cada dança.
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6. MÚSICA E INSTRUMENTOS TÍPICOS DE CADA REGIÃO
• Hoje em dia, ainda podemos assistir a festas e romarias, nas quais se continua a
divulgar o património cultural, desta região, sobretudo no que diz respeito a cantares,
danças e trajes.
• São componentes dois violinos, um clarinete vareiro, três violas de lavoura, dois
cavaquinhos, dois violões da aldeia. Estes instrumentos são acompanhados por canas
de “bonecos” e dois cantadores populares.
Nesta região a dança, normalmente, era dançada por seis pares, vestidos com os trajes
típicos. As mulheres faziam estalejar os dedos e os homens usavam as castanholas.
6.3. TRÁS-OS-MONTES
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• A região de Trás-os-Montes é muito vasta e possui um relevo com características
contrastantes que influencia os costumes e tradições do seu povo.
• As músicas estão intimamente ligadas aos trabalhos rurais: pastorícia, trabalho do linho
e do centeio, etc.
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6.4. BEIRA ALTA E BEIRA LITORAL
• A Beira Litoral, que abarca uma grande parte dos distritos de Aveiro, Coimbra e
Leiria, está muito ligada à região do Minho.
• Verifica-se a presença de viola portuguesa, que aqui assume o nome de viola
ramaldeira, e pela existência de danças comuns, como é o caso da “rusga”, da
“tirana” e do “vira”.
• Também na Beira Alta, que abrange grande parte dos distritos da Guarda e de
Viseu, se podem encontrar semelhanças com a região de Trás-os-Montes, como
é o caso das tunas.
• Deste tipo de agrupamento fazem parte instrumentos como o bandolim ou o
violão.
Pode ser encontrada em todo o país mas, na Beira Baixa assume um contexto diferente.
Nas tabernas era habitual haver um ou mais guitarras portuguesas para que os clientes
pudessem tocar acompanhados, por vezes, pelo próprio dono. Era uma forma de se
divertirem em conjunto e de atrair clientes.
O mesmo se passa com o acordeão, também típico de todo o país.
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6.5. ESTREMADURA, RIBATEJO E ALENTEJO
Esta é uma zona que se dedica à criação de gado, sobretudo o touro bravio, destinado
às touradas. Também neste território é criado o cavalo lusitano. O campino, com o seu
colete vermelho e gorro verde é a figura mais tradicional do Ribatejo.
No Baixo Alentejo são típicos os grupos corais que interpretam música polifónica (várias
vozes). A sua origem estará relacionada com os coros litúrgicos. Inicialmente eram
cantados nos campos, durante o trabalho, quer por homens, quer por mulheres. No
entanto, com a mecanização do trabalho no campo, passou a ser contado, com mais
frequência, nas tabernas, consequentemente, só por homens. Contudo, as mulheres
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ainda continuam a cantar neste tipo de coros nas festas populares e religiosas.
6.6. Algarve
Na região do Algarve podemos encontrar duas facetas distintas. Por um lado, temos um
povo serrano, com modos de vida muito próprios; por outro lado, a zona costeira que,
nas últimas décadas, tem vindo a sofrer grandes e rápidas transformações, sobretudo a
nível urbanístico, com o desenvolvimento do turismo.
• Para além do “corridinho” a “roda” é uma dança algarvia muito divulgada na Europa.
• Era costume os rapazes e as raparigas se juntarem, ao ar livre, normalmente no largo
da Igreja, para dançarem danças de roda.
• A interpretação ficava a cargo das vozes ou então de um instrumento como a flauta
travessa de cana, também conhecida como pífaro.
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7. A Dança Educativa
Educação Artística
A educação artística (educação e cultura) está centrada no ensino das Artes, e segundo
Batalha (2004), tem por base a promoção da criatividade, o favorecimento do juízo estético, a
facilitação da comunicação, o desabrochar das expressões e a problematização do objeto
artístico. Como tal o ensino artístico deve valorizar a criação e as expressões de sentimentos e
ideias. Segundo Sousa (2003a), a Educação Artística refere-se a uma educação com objetivos
voltados para o desenvolvimento harmonioso da personalidade (art.73.º, 2., da Constituição;
art.º 2.º, 4. e art.º 3.º, b) da Lei de bases do Sistema Educativo) o que significa uma educação que
simultaneamente atue nas dimensões biológicas, afetivas, cognitivas, sociais e motoras,
dirigindo-se a todas as dimensões de igual modo. Desta forma e de acordo com as ideias do autor,
é uma educação que permite uma equilibrada cultura geral, com vivências culturais no âmbito
das letras, das ciências e das artes, que contribui para um melhor desenvolvimento da pessoa, no
seu todo. Todavia a Educação Artística pressupõe uma íntima integração interdisciplinar com as
outras disciplinas, com propósitos relativos à verdadeira essência da arte: a elevação espiritual, a
formação da pessoa, a formação dos seus valores, baseado no bem e no belo espiritual de Platão.
O autor reforça que mais importante do que “aprender”, “conhecer” e “saber”; é vivenciar,
descobrir, criar e sentir.
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participar plenamente na vida cultural e artística, precisam de progressivamente compreender,
apreciar e experimentar as expressões artísticas. A Educação Artística contribui para uma
educação que integra as faculdades físicas, intelectuais e criativas e possibilita relações mais
dinâmicas e frutíferas entre educação, cultura e arte.
É uma dança que se alia ao desenvolvimento da criança em seus aspetos físicos, afetivos e
cognitivos. Trabalha mais com experimentação e criação do que com reprodução de passos pré-
estabelecidos. Visa aprimorar a consciência corporal, a relação do corpo com o espaço, com os
ritmos e com as dinâmicas de movimento. Ao falar de dança educativa impõe-se a discussão
sobre tal expressão na escola.
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Por tudo isto, consideramos que a Arte deve ser a base da educação, pois esta permite a
formação humana integral, em cujo processo desempenha um papel primordial, sob todas as
suas formas expressivas, para a adequada formação da personalidade. Para Read, a educação
artística é um modelo educacional integrado, com objetivos definidos para desenvolver a
pessoa como um todo (H. Read, In Sousa 2003a).
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Dança Educativa
A Dança Educativa auxilia o desenvolvimento motor específico de cada faixa etária, pois
compreende que o corpo é a base para toda e qualquer experiência, respeitando e
transformando as características da idade em pressupostos para a dança.
Debruçamo-nos agora sobre a dança educativa acreditando que esta é um instrumento didático,
vamos por isso abordar a perspetiva de alguns autores (Sousa, s/d; Berge, 1975; Macara, 1998;
Batalha & Xarez, 1999; Balcells, 2000; Batalha, 2004; Padovan, 2010; entre outros) de forma a
analisar os contributos da mesma no desenvolvimento global das crianças.
Como já vimos anteriormente a dança como forma de expressão é uma atividade motora
que possui o carácter holístico e a sua inclusão nos programas da formação inicial do ensino
básico favorece uma formação pessoal mais equilibrada e uma educação corporal e motora mais
completa. Não pretendemos fazer uma retrospetiva histórica da evolução da dança como arte
humana, mas podemos concluir que foram vários os contextos sócio-económico-culturais que
originaram diversas correntes de pensamento, que possibilitaram o desabrochamento de
determinadas formas de dança, tais como a dança educativa.
A Dança Sousa (s/d) considera a dança, como uma das manifestações de movimento mais
natural, vulgar e espontânea do ser humano, pois dançar é uma forma natural da criança
satisfazer as suas necessidades de movimento e de expressão. Segundo o Currículo Nacional do
Ensino Básico11 dançar é humano e é uma atividade mágica, baseada na beleza da energia
humana, enquanto movimento produzido pelo corpo. Para além disso, não só envolve o
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pensamento, a sensibilidade e o corpo, mas também explora a natureza do indivíduo no seu
impulso para viver. Por sua vez, Sousa (2003b), admite que saltar de alegria, correr contente,
movimentar o corpo em movimentos espontâneos, apenas por prazer, será dança, porque
segundo o autor, a dança é espontânea, livre e expressiva, em que a finalidade reside no prazer
da sua execução e nas suas características expressivas e criativas.
Concordando com esta linha de pensamento, Nanni (1995, in Macara, 1998), menciona
que a dança representa um campo de expressão do movimento, sendo este inerente à vida e à
infância, estando diretamente relacionado ao desenvolvimento da criança.
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das atitudes interpessoais e como indicador do comportamento cultural e social do homem, daí
valorizar o ensino da dança ao nível da criatividade, das sensações e das formas de comunicação.
Batalha e Xarez (1999) veem a dança, não só como tradução de movimentos, mas também como
pensamento que transporta sentido. Mencionam que dançar é elevar a dança a um sentido
extraordinário, com a finalidade de espetáculo, partindo de movimentos simples e naturais,
desenvolve-se uma atividade complexa com movimentos e formas de acordo com uma dinâmica
de projeto. Porém, estes autores consideram que na dança o fundamental é o nascimento de
uma gestualidade própria, de um corpo habitado, do reinventar do corpo a partir da
sensibilidade, das emoções e das energias interiores. Além disso, a dança assume-se em torno da
Arte, de ideias, do belo e do sublime, com uma liberdade de criação.
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“La danza no es sólo un produto - una coreografia, un espectáculo - es un processo
creativo y artístico que utiliza como material el linguaje gestual del cuerpo. Ello le confiere la
posibilidad de poder reiniciarse desde el primer paso o acción gestual, como han dicho vários
autores y profesionales de la danza en la vasta y misteriosa selva del arte y de lacto creativo.”
(Balcells, 2000, p.79).
Neste sentido a autora considera que a dança é um meio excelente para combinar el
mundo interior con el exterior de cada persona e é necessário experimentar as múltiplas
possibilidades da linguagem corporal, tais como: esquema corporal, imagen corporal, cuerpo
propio y conciencia corporal (Balcells, 2000, p.79).
Todavia, Batalha (2004) partilha da mesma linha de pensamento ao considerar que o mais
importante é encarar a dança para crianças, como uma forma de expressão da interioridade e
uma linguagem corporal para comunicar com o exterior. Ou seja, dançar significa encontrar a
magia que existe dentro de cada indivíduo, por isso mesmo, e consequentemente como tal, a
ênfase da aula deverá estar no surgir do movimento de dentro para fora. Já que o mais
importante não é ensinar o conceito de movimento, mas levar as crianças a descobri-lo e a saber
recriá-lo. Para Macara (1998), o valor mais alto deste género artístico, reside na procura do
sentido humano, numa modelação responsável e criativa do corpo, do espaço, do tempo, da
dinâmica e sobretudo da vida. A autora considera que a dança é a glória dos gestos e é por isso
que esta se destaca das outras atividades motoras, por despertar e provocar o imaginário através
dos seus desempenhos motores espetaculares. Para terminar, ainda no entender da mesma
autora, o ensino da dança incide na interação do aspeto motor, cognitivo, afetivo e social do
aluno que dança, sendo o processo de ensino-aprendizagem mais importante do que o produto
eventualmente a exibir.
Quem concorda com esta ideia é Batalha (2004), que nos indica também que o foco do
ensino da dança está no aspeto motor, cognitivo, afetivo e social da criança e que o processo de
aprendizagem é mais importante do que o produto final. Aliás, esta autora alerta para dois
aspetos significativos que devem ser contemplados em todo o processo de ensino-aprendizagem
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da dança, o aluno deve obrigatoriamente dançar, e dançar implica prazer e alegria. No parecer
do neurocientista Damásio (2003), os mapas ligados à alegria significam estados de equilíbrio
para o organismo e os estados de alegria traduzem uma coordenação fisiológica ótima e um fluir
desimpedido das operações da vida. Conduzem também à sobrevida do bem-estar e são
caraterizados por uma maior facilidade da capacidade de atuar.
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8. A DANÇA CRIATIVA
A Dança Criativa nasceu também dos estudos realizados por Rudolf Von Laban, baseando-se
na organização espacial do movimento e na sua qualidade, nomeadamente, o ritmo e a dinâmica.
É um método de ensino desenvolvido para dar à criança uma identificação motora, do
equilíbrio, da flexibilidade, da lateralidade e amplitude articulares, além de estimular a
criatividade e facilitar a descoberta de novas modalidades de ação, sendo agente efetivo de
harmonia até a vida adulta.
Autores como Ruth Murray e Virginia Tanner, defendem a dança criativa ao chegar no
pressuposto de que toda criança/ adolescente tem o dom livre, natural e espontâneo de dançar.
A partir da dança criativa, é possível que haja uma educação do ser integral, completo, total, bem
como a busca constante da transcendência, da harmonia e da integração do homem todo através
da dança.
- auto-expressão
- autoconhecimento
- auto-liberação
- auto-controle
- auto-educação
A educação centrada no aluno é o que mais vem caracterizando os princípios educacionais dessa
modalidade de dança. Desta forma, um dos princípios inabaláveis da dança criativa é de que toda
criança/adolescente tem o direito de dançar. Por trás desta afirmação, está a justificativa da
inclusão da dança como disciplina obrigatória nos currículos escolares, não mais somente aos
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eleitos pertencentes a uma elite conforme citam alguns autores ao ensino do balé clássico, a
dança criativa, seria para todos, por direito humano.
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9. CONCLUSÃO
Interessante como Laban busca em sua obra vincular a ciência e a arte, e faz isso com
muita propriedade, por meio do seu procedimento de análise e observação do movimento.
Concordamos plenamente com ele sobre a necessidade tanto do saber como do aprender do
artista e do cientista e a contribuição que cada um pode oferecer ao outro, com vistas à
construção de um conhecimento, tal como ele sugere: "um todo equilibrado". Nosso trabalho
tenta, por meio da educação, fazer essa aproximação. Vejamos como alguns estudos estão
aplicando seus referencias teóricos e metodológicos.
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10. Bibliografia
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