Didática e A Formação Do Professor
Didática e A Formação Do Professor
Didática e A Formação Do Professor
do professor
Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa
Prof.ª Kathia Regina Bublitz
Prof.ª Mônica Maria Baruffi
2016
Copyright UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa
Prof.ª Kathia Regina Bublitz
Prof.ª Mônica Maria Baruffi
371.3
256 p. : il.
ISBN 978-85-7830-974-9
Impresso por:
Apresentação
Prezado Acadêmico!
Bons estudos!
III
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apre-
sentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em
questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO .............................................. 1
VII
UNIDADE 2 – CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E
APRENDIZAGEM ....................................................................................................... 89
VIII
UNIDADE 3 – AVALIAÇÃO EDUCACIONAL ................................................................................ 181
IX
X
UNIDADE 1
RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA
EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, conforme segue. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conte-
údo apresentado, além de dicas de filmes.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA
EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Estamos iniciando mais um Caderno de Estudos, e
nele vamos realizar uma viagem dentro da História da Educação, para melhor
compreendermos a Pedagogia e a Didática, através de recortes históricos, que nos
remeterá à Grécia, passando por Roma, chegando ao Brasil.
3
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
passado, senão que o presente também lhe pertence, como corte, ou sec-
ção, no desenvolvimento da vida humana. Por outro lado, a história da
cultura se refere antes aos produtos da mente do homem, tais como se
manifestam na arte, na técnica, na ciência, na moral ou na religião e em
suas instituições correspondentes. A educação é uma dessas manifesta-
ções culturais; e também tem sua história.
4
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
HELENISMO:
Em um sentido amplo, Helenismo refere-se à influência que a cultura grega (helênica, de
Hellas, ou Grécia) passou a ter no Oriente Próximo (Mediterrâneo oriental: Síria, Egito, Pa-
lestina, chegando até a Pérsia e Mesopotâmia) após a morte de Alexandre (323 a.C.) e em
consequência de suas conquistas.
SÓCRATES:
O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história
humana. Até então, a Filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças
da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Como diria mais tarde o
pensador romano Cícero, coube ao grego "trazer a filosofia do céu para a terra" e concentrá-
-la no homem e em sua alma (em grego, a psique). A preocupação de Sócrates era levar as
pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/mestre-busca-verda-
de-423245.shtml>. Acesso em: 18 fev. 2016.
PLATÃO:
Na história das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.), foi o primeiro pedagogo, não só por ter
concebido um sistema educacional para o seu tempo, mas principalmente, por tê-lo inte-
grado a uma dimensão ética e política. O objetivo final da educação, para o filósofo, era a
formação do homem moral, vivendo em um Estado justo. [...]. Para Platão, "toda virtude é
conhecimento". Ao homem virtuoso, segundo ele, é dado conhecer o bem e o belo. A busca
da virtude deve prosseguir pela vida inteira – portanto, a educação não pode se restringir aos
anos de juventude. Educar é tão importante para uma ordem política baseada na justiça –
como Platão preconizava – que deveria ser tarefa de toda a sociedade.
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Outra definição para Paideia seria de uma educação integral, que consistia
na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de outra cultura
numa influência recíproca. “Os gregos criaram uma pedagogia da eficiência
individual e, concomitantemente, da liberdade e da convivência social e política”
(GADOTTI, 2001, p. 30).
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
ARISTÓTELES:
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles (384-322 a.C.) foi o que mais
influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve
muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica e suas
conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17. Sua importância no
campo da educação também é grande, mas de modo indireto. Poucos de seus textos especí-
ficos sobre o assunto chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está
principalmente em escritos sobre outros temas.
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
FIGURA 1 - PAIDEIA
8
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
9
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Neste momento, a educação passa a ter uma visão mais humanista – lembra
o que vimos anteriormente como conceito de Paideia? Assim, surge neste período,
a ideia de um homem voltado como ser humano, com o caráter como base de sua
formação. Surgem também a partir desta ideia, através de pensadores da época
exemplos de Pedagogia.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Cícero, Marco Túlio (106 -43 a.C.): foi o maior dos oradores e pensadores
políticos de sua época. Sua fonte era a filosofia. Construiu também os alicerces do
processo educativo romano.
Quintiliano, Marco Fábio (35-96 d.C.): foi famoso crítico literário e retórico.
Elaborou escritos que tratavam da formação cultural dos romanos da infância à
maturidade. Trata, nestes volumes, a educação fundamental, a alfabetização e não
utilização de castigos físicos às crianças.
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Para maior aprofundamento de seus estudos, com relação aos pensadores, indi-
camos os sites abaixo:
<http://www.arqnet.pt/portal/biografias/cicero.html>
<http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MarcuTeV.html>
<http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Quintili.html>
<http://www.filosofia.com.br/bio_popup.php?id=66>.
DICAS
Alguns filmes que podem auxiliar você no entendimento deste período greco-
-romano:
FARAÓ 1964: Produção polonesa, com uma reconstituição belíssima da época. Trata das
disputas pelo poder entre as classes militares e religiosas, 120 min.
BEN-HUR 1959: História ambientada no início da Era Cristã, que conta com as lutas de Ben-
-Hur para libertar Jerusalém do domínio romano, 211 min.
Seguindo nossa linha do tempo, vamos agora para a educação cristã, que
nos remeterá a alguns padres que buscaram através da doutrina da Igreja, criar
novas formas de educação.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
“por ocasião da invasão dos bárbaros, a cultura greco-romana esteve a ponto de ser
destruída, o que não aconteceu graças, em grande parte, à atuação da Igreja Cristã,
pois somente através da religião foi possível educar os novos povos” (PILETTI,
1987, p. 82).
Santo Agostinho: esse foi o “maior dos Padres da Igreja e um dos pensadores
mais importantes de todos os tempos” (LUZURIAGA, 1985, p. 75).
13
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Ele escreveu muitas obras, das quais se destacam, de acordo com Luzuriaga
(1985, p. 76):
Saviani (2008, p. 5) nos apresenta que Santo Agostinho em sua obra “De
magistro”, escrita em 389, retrata um diálogo com seu filho Adeodato, no qual,
dava ao filho as coordenadas ou uma educação não voltada somente às verdades
divinas, mas também humanas.
Para Saviani, (2008, p. 5), “Evidencia-se, portanto, que, mesmo não lançando
mão, em momento algum, do termo “pedagogia”, a problemática pedagógica está
no centro da análise empreendida por Santo Agostinho”.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Cabe ressaltar, caro acadêmico, que Lutero buscava informar que ao Estado
“caberia tornar a frequência “a escola obrigatória” e cuidar para que todos os seus
súditos cumprissem a obrigatoriedade de enviar seus filhos à escola” (PILETTI,
1987, p. 106).
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Dentro desta linha do tempo, nos deparamos com muitas situações que
ocorrem ainda hoje, que nos dão base ao que buscamos dentro da educação e da
Pedagogia. Algumas delas podemos citar: a necessidade e cuidado com a educação
dos filhos; dar a alfabetização, o amparo necessário para o desenvolvimento da
criança.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
1º Nunca aceitar por verdadeira coisa nenhuma que não se conheça como
evidente, e só admitir juízos compostos de ideias claras e distintas.
2º Dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quantas for possível
e necessário para sua mais fácil solução.
3º Conduzir por ordem os conhecimentos, começando pelos mais simples
e fáceis para chegar, depois, pouco a pouco, aos mais complexos.
4º Fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que se
possa ter segurança de nada haver omitido.
DICAS
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Com esta fala de Saviani (2008) podemos perceber que surge entre os
grandes educadores e pedagogistas, no século XVII, João Amós Comenius. Esse
educador e pedagogista, conheceremos melhor nas próximas páginas, tratando
diretamente da Didática.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
3 AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Quando falamos em Pedagogia, a temos com o status de ciência da
educação. Nesta perspectiva, vamos adentrar neste espaço e conhecer as tendências
pedagógicas que perpassaram e perpassam a educação, enquanto futuros
professores e professoras.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
FONTE: As autoras
Cada uma destas tendências será apresentada a seguir, dando assim uma
ideia a você, acadêmico, de como cada uma delas se posiciona com relação ao
professor, ao aluno, aos métodos e o papel da escola.
Você poderá realizar uma reflexão, durante a leitura, sobre como foi sua
preparação enquanto aluno das séries iniciais e finais e como você se vê dentro
destas tendências.
21
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
23
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
• Autoeducação.
• Educação como Ciência.
• Educação Cósmica.
• Ambiente Preparado.
• Adulto Preparado.
• Criança Equilibrada.
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
compreender a criança para identificar nela os sinais da eficiência daquilo que lhe
está sendo oferecido. De acordo com Montessori, “uma das provas da correção
do processo educacional é a felicidade da criança”.
OVIDE DECROLY
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Necessidade e interesse
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Linguagens múltiplas
Outro educador que permeia esta tendência é John Dewey, o qual apresenta
o método de projetos. Esse método é muito utilizado na atualidade. Verifique sua
aplicabilidade.
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TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
JOHN DEWEY
Estímulo à cooperação
Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para
a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do
processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando
ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. Ao
mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
30
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
NOTA
31
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Com relação à ideia de cada uma das tendências já apresentadas, ainda diz
Libâneo (1990, p. 33):
Tanto a educação tradicional, denominada “bancária” – que visa
apenas depositar informações sobre o aluno –, quanto a educação
renovada – que pretenderia uma libertação psicológica individual – são
domesticadoras, pois em nada contribuem para desvelar a realidade
social de opressão. A educação libertadora, ao contrário, questiona
concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e
com os outros homens, visando a uma transformação – daí ser uma
educação crítica. (Grifos nossos).
Com relação aos conteúdos de ensino, podemos então perceber que nada
se compara ao que foi aprendido até o momento. O que antes era visto como
conteúdos tradicionais passam a dar lugar ao denominados “temas geradores”. Os
temas geradores são retirados do cotidiano dos alunos, as leituras são elaboradas
a partir do próprio aluno com a orientação do professor.
33
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Cabe salientar que esta Tendência Libertadora, tem como seu precursor,
Paulo Freire, (1921-1997), que se utilizou da realidade do educando para construir
seu conhecimento, a partir de sua realidade, de sua vivência diária. Este foi o mais
célebre educador de nosso país, Brasil, ganhando reconhecimento internacional
através de sua pedagogia.
34
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Trata-se de “colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o
conjunto de vida, as atividades e a organização do trabalho no interior
da escola (menos a elaboração dos programas e a decisão dos exames
que não dependem nem dos docentes, nem dos alunos)”. Os alunos
têm a liberdade de trabalhar ou não, ficando o interesse pedagógico na
dependência de suas necessidades ou das do grupo.
35
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Para tanto, o método de ensino é o de que “os métodos [...] não partem,
então, de um saber artificial, depositado a partir de fora, nem do saber espontâneo,
mas de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber
trazido de fora” (LIBÂNEO, 1990, p. 40). Podemos resumir como sendo a relação
entre a teoria e a prática. Ocorre troca de experiências e conhecimentos.
36
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Um filme que presenta muito bem a Tendência Progressista, e que pode auxi-
liar-nos no entendimento da relação professor, aluno e conteúdo é: Sociedade dos Poetas
Mortos. Filme de 1989, com a direção de Peter Weir.
Nesse filme, o professor contraria todas as regras de uma educação autoritária e faz com que
os alunos saiam da passividade e busquem construir de forma crítica a reflexão sobre suas
vidas e a realidade.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
• A Pedagogia tem sua raiz na Grécia, passando por Roma e sendo utilizada e
compreendida como forma de educação, associada a realidade de cada momento
histórico.
38
• Tendência Liberal Renovada não Diretiva (Escola Nova): nesta tendência, os
problemas psicológicos são mais importantes que o processo pedagógico ou
social. O professor é facilitador, aceitando a pessoa do aluno, demonstrando ser
uma pessoa confiável e que acredita no autodesenvolvimento do aluno.
39
AUTOATIVIDADE
40
UNIDADE 1 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Até o momento, caro acadêmico, verificamos a caminhada da Pedagogia,
vista como ciência na atualidade. Passaremos a tratar neste tópico sobre a Didática.
Qual a sua evolução histórica e os conceitos dados a ela.
2 A EVOLUÇÃO DA DIDÁTICA
Partimos da ideia que permeou nosso estudo até o momento. Os recortes
históricos, os quais nos delimitaram as ideias e momentos sociais de cada época.
Vamos retomar um pouco da Antiguidade, até o século XIX, onde vimos que a
prática escolar era tratada de forma “passiva e receptiva” (HAYDT, 2006, p. 14).
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UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Cabe ressaltar que ao professor cabia o repasse dos textos aos alunos,
os quais decoravam inicialmente textos mais curtos e passavam a ser ajustados
(aumentando o grau de dificuldade). Com o passar do tempo, os alunos estavam
habituados com essa prática de ensino que “durante séculos, passou a ser conhecido
como recitação de cor” (HAYDT, 2006, p. 15).
Aos poucos foi verificando que somente repasse de textos e a mera “recitação
de cor”, já não era mais interessante, e essa passou a ser discutida, dando espaço
agora a ideia de que: “o ser humano é capaz de apreender e assimilar o mundo que
o circunda. Com base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos
foram formulados” (HAYDT, 2006, p.15)
E
IMPORTANT
42
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
FIGURA 11 - SÓCRATES
Uma de suas frases célebres é a presente na figura. Isso não significa que
Sócrates era um ignorante, muito pelo contrário, essa frase nos indica que a pessoa
que se considera não conhecedora de tudo é alguém sábia, pois vai à busca de mais
conhecimento; enquanto aquela que julga possuir todo o saber, fica engessada em
seu mundo. Isso significa que estamos em constante movimento, crescimento.
DICAS
Para você obter maiores informações sobre Sócrates, deixamos o site abaixo
como sugestão. Neste vídeo, o Professor Mario Sérgio Cortella nos dá uma aula sobre esse
filósofo e seu método. Aparece intitulado como: Curtas filosóficas: Mario Sérgio Cortella fala
sobre Sócrates. <https://www.youtube.com/watch?v=LYTQhRKHfqU>.
43
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
FIGURA 12 - COMENIUS
Pode-se perceber que para Comenius, o homem não pode chegar a ser
homem se não for educado. “Ninguém pode crer que é verdadeiro homem a não
ser que haja aprendido a formar-se” (LUZURIAGA, 1985, p. 139).
Outro ponto a ser ressaltado, é que esse educador apregoava que a educação
deveria ser dada a todos – meninos e meninas – indiferente de sua classe social e
nas mesmas instituições, não fazendo separações. Ele também é considerado o
fundador da Didática, segundo Luzuriaga (1985).
44
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
Haydt (2006, p. 17) expõe como um professor deve ensinar um assunto aos
seus alunos na visão de Comenius:
O desejo dele, era que através desse tratado, o objetivo estivesse em “ensinar
tudo a todos”, (COMENIUS, 2001, p. 11) ou ainda:
Em pleno século XXI, ainda buscamos muitos dos ensinamentos, que eram
apregoados por Comenius, isso no século XVII.
45
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
FIGURA 13 - PESTALOZZI
46
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
Cabe ressaltar que esse filósofo buscava sua inspiração nas leituras de Jean
Jacques Rousseau (1712-1778), o qual tinha como base a doutrina dos naturalistas.
Com essa atitude, Pestalozzi inicia seu trabalho com as crianças, aplicando
junto a elas seu processo educativo que “deveria englobar três dimensões humanas,
identificadas com a cabeça (intelectual), a mão (físico) e o coração (afetivo ou
moral). O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla:
intelectual, física e moral”. (CARVALHO, 2011, p. 1)
Importante salientar que nas escolas de Pestalozzi, não era aceita a ideia de
castigar, ou de dar notas, tudo deveria fluir do íntimo do aluno. Ainda conforme
Carvalho (2011, p. 1), Pestalozzi acreditava que:
47
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Podemos buscar em uma síntese de Frank Viana Carvalho (2011) mais sub-
sídios para compreendermos a visão do Método de Pestalozzi:
MÉTODO DE PESTALOZZI
• Nas suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas; mais
importante que o conteúdo, o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
48
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
FIGURA 14 – HERBART
49
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Ele afirmava que o interesse não era apenas um meio para garantir a
atenção a atenção do aluno durante a aula, mas uma forma de assegurar
que as novas ideias ou representações fossem assimiladas e integradas
organicamente àquelas já existentes, formando uma nova base de
conduta.
50
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
FIGURA 15 - FROEBEL
51
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Para Ferrari, (2011, p. 1), Froebel vê: “o início da infância como uma fase
de importância decisiva na formação das pessoas – ideia hoje consagrada pela
Psicologia, ciência da qual foi precursor”.
52
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
DICAS
Caro(a) acadêmico(a)! Podemos com estas palavras, mais uma vez perceber,
que as necessidades que eram buscadas no século XVIII, estão presentes em nosso
cotidiano. Buscar desenvolver nas crianças e em seus pais os valores, fazer com que
as crianças tenham uma formação embasada no amor, no respeito e conseguindo
assim formar jovens e adultos conscientes e preparados para o cotidiano.
54
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
NOTA
Estaremos falando sobre cada um de forma breve, pois você estudará ou já estu-
dou sobre eles em seu Caderno de Psicologia de Desenvolvimento e da Aprendizagem.
55
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Jean Piaget iniciou seus estudos na psicologia aos vinte e quatro anos “fi-
cando famoso por suas pesquisas no campo da Psicologia do Desenvolvimento”
(HAYDT, 2006, p. 32).
FIGURA 16 - PIAGET
56
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
Período operatório: inicia-se por volta dos sete anos e “caracteriza-se pela
formação das operações mentais, que são ações exercidas mentalmente, isto é,
realizadas de modo interiorizado” (HAYDT, 2006, p. 44).
Período das operações concretas: fase que vai dos sete aos doze anos.
Nesse período surgem as operações concretas “que são ações interiorizadas,
móveis e reversíveis, cuja aplicação se limita aos objetos considerados reais, isto é,
concretos” (HAYDT, 2066, p. 44).
Período das operações abstratas ou formais: inicia por volta dos doze
anos e “caracteriza-se pelo surgimento das operações intelectuais formais ou
abstratas, que atingem um novo nível de equilíbrio por volta dos quinze anos,
aproximadamente” (HAYDT, 2006, p. 47).
57
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
NOTA
DICAS
58
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
PERÍODO FATO
A influência maior fica a cargo dos padres Jesuítas
que chegam ao Brasil em 1549, trazendo em sua
bagagem a preocupação em catequizar os índios
e negros. Para os colonizadores foi vista uma
BRASIL-COLÔNIA
educação coerente a eles. É adotado o famoso
plano educacional: Ratio Studiorum. O método de
instrução era baseado na memorização. Foram
criados colégios e seminários.
A igreja continua a controlar as instituições de
ensino. A economia continuava agroexportadora.
Inicia-se a troca da força de trabalho escravo pela
chegada dos imigrantes. Na fase Republicana, com
a Constituição de 1891, o ensino secundário fica
IMPÉRIO E PRIMEIRA REPÚBLICA
sob responsabilidade da União, e o ensino primário
e a formação do magistério primário ficam sob
responsabilidade dos estados. São Paulo é o primeiro
estado a se organizar com o ensino e passa a ter fortes
influências da pedagogia de Herbart.
Na década de 20 inicia no Brasil o movimento da
Escola Nova, tendo como precursores: Lourenço
Filho, Anísio Teixeira, dentre outros. “A Didática,
DIDÁTICA APÓS A 1ª GUERRA por sua vez, era compreendida como um conjunto
MUNDIAL de regras, com o objetivo de assegurar aos
futuros docentes as orientações necessárias ao seu
trabalho, separando, todavia, a teoria da prática”
(ALBUQUERQUE, 2002, p. 47).
Na década de 30 foi criado o Ministério da Educação
e Saúde Pública. Em 1932 foi lançado o Manifesto
dos Pioneiros da Escola Nova. Em defesa de uma
educação gratuita e pública. Na Constituição de
1934 foi elaborado um Plano Nacional de Educação
que “supervisionasse e coordenasse as atividades
de ensino em todos os níveis” (ALBUQUERQUE,
NOVA FASE DA EDUCAÇÃO E A 2002, p. 48).
CONSTRUÇÃO DA CONCEPÇÃO Criação do INEP (Instituto Nacional de Estudos
DE DIDÁTICA Pedagógicos), que foi coordenado por muitos
anos pelo educador Anísio Teixeira. A Didática foi
instituída como curso e disciplina (ALBUQUERQUE,
2002).
Na década de 60 surge o método de Paulo Freire,
onde as experiências da alfabetização com adultos
são introduzidas, mas acaba sendo destruída pelo
golpe militar.
59
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
60
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
5 OS CONCEITOS DE DIDÁTICA
Já vimos nos estudos realizados até o momento, que o homem, para
conseguir repassar suas informações e conhecimentos às gerações futuras,
utilizou-se inicialmente da linguagem, passando para a escrita e assim chegando
à necessidade de ordenar essas informações, criando a escola, “ instituição social
criada, especificamente, para educar e ensinar” (HAYDT, 2006, p. 12).
61
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Diante dessas exposições há mais uma autora, que nos faz repensar sobre a
Didática, saindo da Didática Instrumental para uma Didática Fundamental sendo
a mesma que utilizamos para nos situar nos momentos históricos da Didática no
Brasil.
A autora é Candau, (2012, p. 13) que afirma: “este é, a meu ver, o desafio
do momento: a superação de uma Didática exclusivamente instrumental e a
construção de uma Didática Fundamental”. Para melhor compreensão vamos
buscar ainda em Candau (2012, p. 13 e 14) as definições para cada perspectiva.
62
TÓPICO 2 | EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA DIDÁTICA
63
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou que:
• Sócrates construiu um método que é conhecido como método socrático que foi
nomeado de “ironia”, que possui dois tempos: a refutação e a maiêutica.
• Podemos ainda perceber que para Comenius, “o homem não pode chegar a ser
homem se não for educado”. “Ninguém pode crer que é verdadeiro homem a
não ser que haja aprendido a formar-se” (LUZURIAGA, 1985, p. 139).
• Comenius teve uma longa caminhada como professor, e dentro dessa sua
vivência educacional, escreveu uma de suas maiores obras, que ainda hoje se
busca referência, a “Didática Magna”, que é vista como um tratado e publicada
em 1632.
• Cabe ressaltar que o método partia do que já era conhecido para algo novo, do
concreto, para o abstrato.
• O Método de Pestalozzi consiste em: do mais fácil e simples, para o mais difícil
e complexo, do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, o ideal é
aprender fazendo. O processo educativo deve englobar três dimensões humanas
para uma formação também tripla: intelectual, física e moral. O método de estudo
deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número
64
(posteriormente a linguagem); nas suas escolas não havia notas ou provas,
castigos ou recompensas; mais importante que o conteúdo, o desenvolvimento
das habilidades e dos valores.
• John Frederick Herbart (1776-1841): o ser humano é uma unidade e não um ser
compartimentalizado, a partir de seu nascimento passa a conviver com todas
as possibilidades de situações, conseguindo assim reagir “de forma global”
(HAYDT, 2006, p. 20), através do amadurecimento de seu sistema nervoso.
a) Preparação: ao professor cabe instigar seu aluno pelo que sabe e assim conseguir
abrir novas possibilidades na obtenção de novos conteúdos.
b) Apresentação: Com a estimulação do aluno junto ao que sabe, o professor
apresenta novo conteúdo que tenha ligação com o que já foi obtido pelo aluno.
c) Associação: O aluno realiza neste momento uma junção do que já sabia com o
novo conteúdo.
d) Sistematização: O aluno ao assimilar o conteúdo realiza uma ligação do que já
sabe com o novo e assim constrói novos conhecimentos.
e) Aplicação: Ao aluno é realizada avaliações através de provas que determinam
se o mesmo adquiriu novos conhecimentos.
• A Escola Nova trazia em sua filosofia práticas educativas voltadas para uma
nova visão de homem e de mundo.
• Dentro da Didática, podemos observar que a Psicologia passa a ser vista com
maior ênfase a partir do século XX através dos psicólogos Jean Piaget e Lev
Vygotsky.
65
• O homem, para conseguir repassar suas informações e conhecimentos as
gerações futuras utilizou-se inicialmente da linguagem, passando para a escrita
e assim chegando a necessidade de ordenar estas informações, cria a escola,
“instituição social criada, especificamente, para educar e ensinar” (HAYDT,
2006, p. 12).
• Para Libâneo (2010) a Didática tem como objeto de estudo o processo de ensino
na sua globalidade, isto é, suas finalidades sociopedagógicas, princípios,
condições e meios de direção e organização do ensino e da aprendizagem pelos
quais se assegura a mediação docente de objetivos, conteúdos, métodos, em
vista da efetivação da assimilação consciente de conhecimentos.
• Para Haydt (2006) ensinar e aprender são como duas faces de uma mesma moeda.
A Didática não pode tratar do ensino, por parte do professor, sem considerar
simultaneamente a aprendizagem, por parte do aluno. O estudo da dinâmica
da aprendizagem é essencial para uma Didática que tem como princípio básico
não a passividade, mas sim a atividade da criança. Por isso, podemos afirmar
que a Didática é o estudo da situação instrucional, isto é, do processo de ensino
e aprendizagem, e nesse sentido ela enfatiza a relação professor – aluno.
66
AUTOATIVIDADE
67
68
UNIDADE 1 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Diante do que já foi exposto, percebemos que a Pedagogia
e a Didática passaram por vários momentos históricos (políticos, sociais), dando
assim a possibilidade de reformulação.
2 O PAPEL DO PROFESSOR
Quando falamos em professor, não estamos falando somente de uma
figura catedrática, mas sim de um ser que possui sua identidade, que nos parece
em muitos momentos históricos, ter sido visto como o centro do ensino, como
o único detentor do saber, com a Pedagogia Tradicional, e em outros momentos
como mero cuidador.
69
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
O “Ser Professor” nos remete a cada dia, num mesmo espaço, a momentos
inusitados, e que de uma forma ou outra necessitamos nos posicionar e tentar
encontrar respostas para solucionar ou direcionar as possíveis situações.
Celso Antunes (2009) trata (de maneira fictícia) o papel que o profissional
da educação pode vir a ser, ou já o é. Para ele existem professores e “professauros”.
Parece-lhe engraçado? Pois bem, vamos entender melhor estas palavras.
70
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
71
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
FIGURA 17 - METAMORFOSE
72
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
Mas como?
O artigo traz reflexão sobre o papel social do professor neste século XXI.
Em verdade, o professor perdeu o prestígio social. Hoje é figura apática, perdeu
as cores que outrora o faziam cidadão excelso, bem como viu abaterem sua
capacidade e autoridade em terreno pouco fértil. Todavia, continua a ser figura
imprescindível no mundo, pois não há ensino-aprendizagem sem professor.
Então, como resolver esse conflito entre o desprestígio e o necessário ao mundo
educacional? Como deve ser o professor do século XXI?
73
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
74
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
FONTE: LESSA, L. Como ser professor no século XXI. Disponível em: <http://www.gostodeler.
com.br/materia/13965/como_deve_ser_o_professor_do_seculo_xxi.html>. Acesso em: 19 jan.
2016.
75
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Tente relembrar quando você ainda estudava, nos anos iniciais. Que
lembranças você possui? De professores, das atividades, dos amigos, das
brincadeiras?
76
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
entre os colegas, entre os alunos e professores são as lembranças mais bonitas que
possuímos da escola na vida adulta, que arranca muitos sorrisos.
Com relação a essa fala, a professora Haydt (2006, p. 56) possui uma
afirmação sobre a interação:
Isso ocorre por que é durante este convívio, isto é, são nesses momentos
de interação, instantes compartilhados e vividos em conjunto, que
o domínio afetivo se une a esfera cognitiva e o aluno age de forma
integral, como realmente é, como um todo. Ou seja, ele age não só com
a razão, mas também com os sentimentos e as emoções. Portanto, nesse
momento de interação, de convívio, de vida em conjunto, o aluno torna-
se presente por inteiro, pois a razão e os sentimentos se unem, guiando
seu comportamento.
77
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
[...] somente uma das formas pelas quais se pode exprimir o discurso
filosófico, mas a sua forma típica e privilegiada, isso porque não se trata
de discurso feito pelo filósofo para si mesmo, que o isole em si mesmo,
mas de uma conversa, uma discussão, um perguntar e responder entre
pessoas unidas pelo interesse comum da busca.
78
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
Assim, sendo, você, acadêmico, que já é professor ou irá galgar essa linda
profissão, precisa se autoavaliar constantemente, saber observar o meio em que
você se encontra junto a seus alunos, reconhecer-se como professor, analisar o seu
fazer pedagógico, ter uma postura ética frente a seus colegas e a toda comunidade
escolar.
79
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Haydt (2006) ainda nos coloca que o professor deve partir do que o aluno já
sabe para que exponha seus conhecimentos, dando ao professor a possibilidade de
a partir deles auxiliá-lo na formação de novos conhecimentos levando-os a níveis
estruturados e sistematizados. Para tanto, faz-se necessária uma relação dialógica,
onde ocorre a troca e a reconstrução das informações.
Haydt (2006, p. 62) afirma que: “Nessa relação, o professor fala, mas também
ouve, ou seja, dialoga com o aluno e permite que ele aja e opere mentalmente
sobre os objetos, aplicando à realidade circundante seus esquemas cognitivos de
natureza operativa”.
DICAS
Caro acadêmico! Deixamos mais uma dica para você refletir, sobre a interação
que ocorre entre os seres humanos. Dessa forma, você poderá verificar o quanto sabemos e
o quão pouco interagimos.
O vídeo é mais para reflexão, no qual o Professor e Filosofo Mário Cortella, faz com maestria.
Vale a pena assistir a ele. Está disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3rzvOqr-
tWIc>. Está intitulado: Se você não existisse, que falta faria?
80
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
Estar motivado a fazer algo, nos remete a todo instante na busca de novas
formas de ver o mundo, a nossa realidade, a nossa escola, o nosso trabalho. É algo
interno do ser humano. E isso ocorre também com nossos alunos. Eles precisam
sentir-se motivados a ir para a escola todos os dias e para isso, nós, professores,
necessitamos encontrar meios para que no outro dia esse aluno sinta-se incentivado
a retorne à escola. Ao falar em sentir-se incentivado estamos falando de estímulos
externos.
Vamos mais uma vez buscar na linha histórica da Educação, que a questão
apresentada agora, já foi evidenciada muitas vezes por exemplo por Quintiliano
(35-96 d. C) no período romano, onde o interesse era processo do aprendizado.
Como Pestalozzi, que buscava apresentar que o professor deveria buscar o interesse
do aluno, através de uma sondagem, onde o educador descobre quais os interesses
de cada um em sua faixa etária. Outros teóricos como Maria Montessori, o próprio
Dewey, Froebel, e a área da psicologia com Piaget e Vygotsky, dentre outros vistos
aqui ou não nomeados, que apresentam o interesse para as atividades como um
ponto-chave na construção do conhecimento.
81
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Pois bem, por que ocorre este movimento? Podemos dizer que se houver
por parte do professor desinteresse sobre o tema, falta de organização por parte
dele na apresentação da temática, o aluno automaticamente irá desmotivar-se e
buscar realizar outras atividades, ao invés de participar da aula.
Para melhor compreensão, e para situar você, acadêmico, que já está na ativa,
ou você que ainda iniciará seus trabalhos em sala, seguem alguns procedimentos
simples, mas que auxiliam no processo de incentivo da aprendizagem. Serão
apresentados aqui de maneira resumida, conforme pensamento de Haydt (2006).
82
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
• Faça com que seu aluno compreenda que o conteúdo apresentado possui
ligação com a vida cotidiana dele.
• Diga a seu aluno o porquê, ou objetivo que tem com relação ao conteúdo
estudado e que possui significado para ele em seu cotidiano.
• Informe aos alunos os resultados obtidos por eles nas atividades, não crie
muitas expectativas no que diz respeito as avaliações. Se ocorrerem dificul-
dades ou erros, estimule seu aluno a progredir, e incentive a ver o erro como
algo construtivo e não que o diminua.
Torna-se importante expor outro ponto crucial para que se respeite a iden-
tidade do aluno, se possua uma aprendizagem eficaz e para sermos respeitados
como professores. O ponto é o que Haydt (2006) chama de “Direção de Classe”, em
que se consideram a organização e os procedimentos que auxiliarão no processo
de ensino em aprendizagem.
83
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
DIREÇÃO DE CLASSE
Nossa posição é corroborada pelo professor Libâneo, que assim se expressa: "A
nível do relacionamento psicossocial entende-se uma revisão das formas de direção
do trabalho escolar incluindo questões como autoridade, estrutura organizacional
e participação; propõe-se uma forma de relacionamento professor-aluno onde o
adulto não omite seu papel de guia, expressando uma presença significativa para a
criança: ainda que permaneça um facilitador, não deve perder-se na ingenuidade
do não diretivismo. Numa perspectiva de educação crítica, direcionada para uma
pedagogia social que privilegia uma educação de classe no rumo de um novo
projeto de sociedade, a escola pública possui papel relevante e indispensável. Para
84
TÓPICO 3 | IDENTIDADE DOS PROFESSORES
isso, é preciso sim, dar aulas, fazer planos, controlar a disciplina, manejar a classe,
dominar o conteúdo e tudo o mais. Sabe-se que famílias pobres apreciam uma
escola onde há uma disciplina rigorosa e que exige dedicação aos estudos".
• planejar as aulas;
Com essa rica leitura, podemos nos perceber como articuladores, e para
tanto, para haver eficácia no processo ensino aprendizagem, nós, professores, pre-
cisamos de mecanismos que nos auxiliem neste processo. Esses mecanismos, além
dos já apresentados, serão analisados na próxima Unidade.
85
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou que:
• Para Celso Antunes (2009, p. 13-14) professor é o que reflete, busca novas
possibilidades de ensino, é crítico, busca novas leituras de mundo. Professauros
é o que acredita que sua maneira de ensinar está coerente desde que iniciou seus
trabalhos na educação. Não acredita em mudanças. O que faz está correto.
• A função do bom professor do século XXI não é apenas a de ensinar, mas de levar
seus alunos ao reino da contemplação do saber. Para tanto, deve caminhar, com
passos firmes, entre o desenvolvimento tecnológico e suas práticas pedagógicas.
j) respeitar as diferenças.
86
• O ato de ensinar e aprender vem carregado de interação, onde a relação que se
realiza entre os elementos (professor e aluno) dão o tom para uma aprendizagem
significativa.
87
AUTOATIVIDADE
88
UNIDADE 2
CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS
NO PROCESSO ENSINO E
APRENDIZAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um, você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir sobre os conteúdos
abordados e fixá-los.
89
90
UNIDADE 2 TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Estamos dando continuidade aos nossos estudos em
nossa linha do tempo. Até o momento vimos que o papel do professor dentro do
contexto ensino-aprendizagem é de grande importância, dando assim, a cada um
de nós, o entendimento de que “Ser Professor” não é tão simples, mas também não
tão difícil.
91
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
92
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
E
IMPORTANT
Se observarmos, esta é uma realidade que precisa ser modificada, mas neste ca-
derno como nos demais que estará recebendo, estaremos auxiliando você neste processo,
dando a possibilidade de realizar este movimento de troca de experiências e de busca de
possibilidades.
93
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
ilha, que em seu entorno há vida, a qual é rica e precisa ser observada, analisada,
e levada à sala de aula. E que na formação acadêmica que construímos possamos
encontrar meios para uma relação teoria e prática mais atual e fortificada.
94
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
95
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
DICAS
<http://portal.mec.gov.br/portal-do-professor>.
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13829:veja-passo-a-passo-como-
-usar-a-plataforma-freire>.
É preciso que cada professor realize uma autorreflexão sobre como sua
formação está sendo ativa para seu trabalho em sala de aula. Isso tem influência?
Tem. E como afirma Nóvoa (2001, p. 1) em entrevista a Paola Gentile:
96
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
Caro acadêmico, junto ao que se viu até o momento, podemos entender que
a formação ocorre individual e coletivamente e pode ser ofertada pelos sistemas
governamentais (MEC, Secretarias de Educação – estaduais ou municipais,
gestores), e são denominadas como formação continuada ou permanente.
Esta formação é realizada em nível nacional que possui o objetivo, conforme
apresentado no Portal do Ministério da Educação, Portal do Brasil (2015, p. 1): “[...]
de contribuir para a melhoria da formação dos professores e alunos. O público-
alvo prioritário da rede são professores de educação básica dos sistemas públicos
de educação”. Estas formações são realizadas em conjunto com:
97
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Candau (2003, p. 150) afirma que a formação continuada deve ser vista:
“como um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção
permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua”.
4 SABERES DOCENTE
Sabemos que as informações nos chegam ininterruptamente e, enquanto
professores, precisamos buscar informações para, posteriormente, transformá-las
em conhecimentos, os quais com o passar do tempo transformam-se em saberes
acumulados.
98
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
99
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
DICAS
100
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
<https://blogdonikel.wordpress.com/2015/10/29/saberes-docentes-e-formacao-profissional-
-segundo-maurice-tardif/>. Intitulado: Saberes docentes e formação profissional, segun-
do Maurice Tardif.
<http://paraosprofessores.blogspot.com.br/2013/09/resumo-do-livro-paulo-freire-pedago-
gia.html>. Intitulado: Resumo do livro de Paulo Freire: Pedagogia da autonomia.
Vamos agora buscar dentro dos saberes docentes, os saberes que nos
remetem à obtenção de condições para realizar um trabalho pedagógico em sala de
aula com qualidade. Para tanto vamos nos utilizar inicialmente de um mecanismo
denominado Planejamento.
101
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Segundo Haydt (2006, p. 94), é “um processo mental que envolve análise,
reflexão e previsão”. Assim sendo, nos encontramos cotidianamente nos
planejando. Este planejamento é necessário para que tenhamos êxito em nosso
trabalho pedagógico em sala de aula junto as nossas crianças.
De acordo com Piletti (1998, p. 60), “O planejar é assumir uma atitude séria
e curiosa diante de um problema. Assim, posso refletir para decidir quais são
melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a
partir de certa realidade”.
102
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
103
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
104
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
possam “ser executadas por toda a equipe escolar, para o bom funcionamento da
escola” (HAYDT, 2008, p. 95).
FONTE: As autoras
Nem todas as escolas possuem planejamento, pois ainda se ouve por alguns
corredores escolares, frases, como nos coloca Lück (2000, p. 9):
105
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Quantas vezes nos deparamos com este tipo de situação em nossas escolas?
Pense nisso, caro(a) acadêmico(a). Para tanto, se quisemos sair desta roda viva, é
preciso que tenhamos visão de planejamento. Mas como?
106
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
107
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Desta forma podemos perceber que cada nível de ensino possui de forma
bem definida seus objetivos, os quais vão sendo inseridos nas escolas, a partir da
realidade de cada uma.
108
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
109
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
110
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
111
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Até o momento, caro acadêmico, esperamos que você tenha percebido que o
planejar é algo essencial para todos nós. Sabemos que muitos professores costumam
realizar seus trabalhos sem a utilização de seu planejamento por escrito, deixando
somente em sua mente todo o processo. Isso é algo perigoso, pois podem surgir
lapsos de memória, deixando o professor pelo meio do caminho, transformando
sua aula em um momento desagradável, sem alcançar seus objetivos.
Algumas vezes, o professor não faz por escrito o seu plano, isto é, não
adota as conclusões a que chegou. No entanto, ele planeja mentalmente
as etapas de sua atuação na sala de aula, prevendo suas atividades
e as de seus alunos. Quando ele não anota as suas previsões, pode
correr o risco de se perder ao executar o que planejou, pois a memória
pode falhar, fazendo-o esquecer os procedimentos previstos. Por isso,
é aconselhável que se faça o registro por escrito das conclusões do
Planejamento didático.
E
IMPORTANT
Enquanto mediação teórico-metodológica, o Planejamento tem por finalidade “ fazer algo vir
à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário ‘amarrar’, ‘condicionar’, estabelecer
as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que
vem primeiro, o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais
(que recursos, materiais, equipamentos serão necessários) e políticas (relações de poder,
negociações, estruturas), bem como a disposição interior (desejo, mobilização), para que
aconteça” (VASCONCELLOS, 2000, p. 79).
112
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
Planejar não é algo simples, mas também não é complexo para quem
busca os meios para construir seus planos. Planejar é estar com o outro, que busca
crescer enquanto profissional e que busca dar a seus alunos meios de construir
seus conhecimentos. Somos a ponte! Então cabe a nós termos as bases firmes para
que aquela não venha a ruir no meio do processo.
113
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
• O papel que o professor deve ter no momento de sua formação inicial e em todo
seu caminho profissional, é o de “repensar, refletir, indagar e inferir-se sobre a
sua postura quanto à prática de ensino” (SILVA, 2012, p. 1).
• Conforme Freire (2002, p. 25): “É preciso que, [...] desde o começo do processo,
vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma
se forma e (re)forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser
formado”.
• Candau (2003, p. 150) afirma que a formação continuada deve ser vista: “como
um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção
permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua”.
114
• Nóvoa (1999, p. 9) nos apresenta o triângulo do conhecimento, onde estão
presentes os três grandes tipos de saberes: “o saber da experiência (professores);
o saber da pedagogia (especialistas em ciências da educação); e os saber das
disciplinas (especialistas dos diferentes domínios do conhecimento). ”
115
• A seleção e organização dos conteúdos que nortearão todo o trabalho do
professor. Lembrando sempre, que os conteúdos nacionais estão expressos
no caderno de Diretrizes Curriculares Nacionais, que auxiliarão na seleção e
organização dos conteúdos que você, professor estará elaborando para seus
alunos.
• A seleção dos recursos de ensino é tudo o que você, professor, estará utilizando
em seu ambiente de aprendizagem que auxiliará na estimulação dos alunos.
Estes recursos estão classificados em humanos e materiais.
• Planejar não é algo simples, mas também não é complexo para quem busca os
meios para construir seus planos. Planejar é estar com o outro, que busca crescer
enquanto profissional e que busca dar a seus alunos meios do mesmo construir
seus conhecimentos.
116
AUTOATIVIDADE
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Até o momento nos deparamos com diversos mecanismos que compõem
o Planejamento Didático ou de Ensino, dando a cada um de nós, a possibilidade
de perceber que planejar é algo essencial para nosso trabalho fora e dentro da sala
de aula. Não planejamos nossas aulas somente na escola, mas em vários espaços,
mesmo após a saída das crianças. Ser professor é planejar-se cotidianamente,
buscando em bibliografias, no dia a dia, respostas e estratégias para melhorar
nossa prática pedagógica.
2 A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO
Até o momento já visualizamos que a ação do professor, mesmo antes de
chegar à sala de aula passa por diversos pontos, os quais demandam consciência
e de forma sistemática buscam o sucesso em relação à aprendizagem dos alunos.
119
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
120
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
ATENCAO
Cabe ressaltar que o Plano de Curso faz parte do Plano Político Pedagógico
(PPP) da escola, dando assim a oportunidade do professor de ajustar o plano à
realidade de sua turma; orientar a aprendizagem; auxiliar no desenvolvimento
do trabalho a ser realizado e dar subsídios para perceber se o método utilizado foi
eficiente ou não.
121
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Não lhe parecem familiares estas pontuações feitas por Haydt? Vimos
anteriormente no esquema que Turra (1992) nos deixou em forma de figura. Na
figura está bem delimitado cada passo, os quais nos ativemos até o momento e que
seguimos no que diz respeito à estruturação e desenvolvimento do plano.
Observe acadêmico, que toda escola já possui seu Plano de Curso de anos
passados, eles podem servir de orientação, mas não de mera cópia. Os planos
anteriores, que já existiam na escola, podem servir como orientação para perceber
em que momento se encontrava a escola e também como auxílio na mudança desse
plano. As mudanças são essenciais, pois vivemos momentos históricos diferentes
do ano que passou, e nossos alunos não são os mesmos do ano passado. Existe
evolução, amadurecimento, e os planos também perpassam por estes movimentos.
Nome da Escola:
Endereço:
Disciplina:
Professor(a):
Série ou Ano: 4º ano
122
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Competência: OBSERVAR
Competência: REALIZAR
Competência: COMPREENDER
123
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Com isso podemos perceber que o Plano de Curso nos remete a um do-
cumento, que norteará todo o processo do ano vigente, adequando os objetivos,
conteúdos, estratégias e avaliações a realidade de sua turma ou classe. Esse docu-
mento também aparece no Projeto Político Pedagógico da escola.
DICAS
124
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
125
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Acadêmico! Esperamos que você tenha compreendido o que cada plano tem
de especial para seu trabalho em sala de aula. Observe que estamos desenvolvendo
este trabalho saindo do macro para o micro. Simplificando, estamos buscando dos
documentos oficiais que são apresentados pelo Ministério da Educação e estamos
chegando até a escola, mais precisamente em sala de aula.
5 PLANO DE AULA
Quando adentramos a uma sala de aula, nós, professores, precisamos
estar preparados para apresentar aos alunos os objetivos, conteúdos, estratégias e
avaliações que iremos trabalhar naquele momento.
126
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
sala, buscando com isso aprimorar a sua prática pedagógica bem como melhorar o
aprendizado dos alunos”. O autor ainda afirma que:
O Plano de Aula, ao vermos o que nos diz Haydt, significa que o professor
precisa observar em que momento se encontra a turma ou classe. É preciso que o
professor realize uma sondagem para ver em que nível a turma está e a partir deste
diagnóstico dar continuidade ao trabalho de ensino-aprendizagem.
127
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Podemos definir o Plano de Aula, então, como uma “situação didática real”
(LIBÂNEO, 2011, p. 241), em que o professor busca no Plano de Ensino, no Plano
Curricular, subsídios para que o seu Plano de Aula realmente saia do papel e tenha
significado para o aluno.
Objetivo(s):
Conteúdo(s)
Ano(s): 2º e 3º
Material necessário
128
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Desenvolvimento
3ª etapa: Coloque o aluno com deficiência junto a uma dupla e peça que um
dos videntes descreva detalhadamente as imagens e o outro leia as legendas
em voz alta. Estimule-o a fazer perguntas para os colegas para obter mais
informações.
4ª etapa: Distribua duas fotos para cada dupla e proponha a produção oral do
texto. Cada grupo dita as legendas que gostaria de escrever. Transcreva os
textos no quadro e faça uma revisão coletiva, considerando o leitor ausente, a
clareza do texto e a relação com a foto.
5ª etapa: Peça que as duplas escrevam a primeira versão das legendas. Nesse
momento, circule pela sala e faça intervenções que ajudem as crianças a
pensar sobre a escrita enquanto realizam a tarefa. Sugira que leiam o que
estão escrevendo, observem o trabalho do colega, comentem o que ainda falta
escrever e verifiquem se o escrito contempla quem ou o que é visto na foto.
Tire cópias dessa primeira versão do material produzido e identifique-a antes
de iniciar a próxima etapa.
7ª etapa: Separe a outra metade dos textos para ser revisado em pequenos
grupos. Explicite que deverão ser explicados os problemas de interpretação,
porém, nesse momento, não faça intervenções diretas. Por fim, peça que
revisem e selecionem o material que fará parte do álbum.
129
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Peça aos estudantes que estão formando o trio com o aluno com
deficiência para explicarem a ele detalhadamente o que a foto exibe e oriente-
os a contar com a participação do colega na descrição do texto. Para estimular
essa competência, proponha atividades para casa ou para o AEE,- Atendimento
Educacional Especializado - para que leiam para ele as legendas de imagens.
Recomende que ele descreva como imagina ser a foto e quais elementos estão
presentes.
Privilegie o trio para que o aluno com deficiência tenha mais espaço de
participação. Estimule sua crítica, colocando-o no lugar de ouvinte do texto.
Deficiências: Visual.
FONTE: Adaptado de: <http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/legendas-para-fotos>.
Acesso em: 8 fev. 2016.
Objetivo(s)
130
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Material necessário
• Livros de literatura.
• Almofadas.
• Bebês-conforto.
Desenvolvimento
131
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Introdução
132
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Objetivos
Conteúdos específicos
Ano: 4º e 5º anos.
Material necessário:
133
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
134
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Proponha aos alunos que, nos mesmos subgrupos das aulas anteriores,
inventem uma sequência de saltos com a corda coletiva em movimento,
utilizando uma trilha sonora escolhida por eles.
135
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Avaliação
Percebe-se que o Plano de Aula é como um diário, onde você apresenta tudo
o que pretende realizar e os possíveis problemas que poderão ocorrer. Saiba que
nenhuma aula sai exatamente da forma que planejamos, sempre podem ocorrer
imprevistos, por isso a necessidade de registrarmos tudo o que pretendermos
desenvolver com os alunos, assim, se ocorrer imprevistos saberemos como agir e
conseguiremos dar sequência a atividade, após solucionado o imprevisto.
136
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
Quando tratamos dos objetivos, estamos nos referindo ao que nos diz
Piletti (1998, p. 80) “os objetivos consistem em uma descrição clara dos resultados
que desejamos alcançar com nossa atividade”.
Haydt (2008, p. 112) ainda nos presenteia com sua fala, que possui relação
com o que estudamos na Unidade 1 deste Caderno de Estudos, afirmando que:
137
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Serão repassados agora, uma listagem de verbos que podem ser utilizados
junto aos objetivos gerais. Pois conforme Oliveira (2011, p. 36): “o objetivo geral
precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborado
com um verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na
interpretação do que se pretende pesquisar”.
138
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
1 GERAIS – COGNITIVOS
Administrar Aprimorar Delegar Fazer Recitar
Afirmar Avaliar Demonstrar Formular Resolver
Analisar Calcular Distinguir Identificar Saber
Aprender Compreender Entender Integrar Transferir
Aplicar Constar Enumerar Interpretar
Apreciar Construir Escrever Propor
2 GERAIS – AFETIVOS
Aceitar Cooperar Gostar Oferecer
Acompanhar Demonstrar Manter Participar
Apreciar Elaborar Mostrar Reconhecer
Completar Escutar Obedecer Ter
3 GERAIS – PSICOMOTORES
Coser Desenhar Executar Operar
Criar Escrever Montar Reparar
Demonstrar
Esses verbos são alguns dos que podemos utilizar para a elaboração dos
objetivos gerais. Observe que eles estão classificados por áreas, as quais nos dão
maior facilidade em apresentá-los de forma correta, junto ao que se pretende
trabalhar com o aluno. Apresentaremos os três níveis que o objetivo possui:
cognitivo, afetivo e psicomotor.
Assim sendo, para Piletti (1994, p. 82) “[...] o cognitivo refere-se à razão,
à inteligência e à memória, compreendendo desde simples informações e
conhecimentos intelectuais, até ideias, princípios, habilidades mentais de análise e
síntese etc.” O autor dá exemplo deste domínio cognitivo:
139
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
140
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
141
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
QUADRO 6 - OBJETIVOS
1 ESPECÍFICOS – COGNITIVOS
Aplicar Converter Esboçar Justificar Relacionar
Autorizar Criar Escrever Listar Relatar
Avaliar Criticar Especificar Manipular Reproduzir
Calcular Defender Exemplificar Modificar Resolver
Categorizar Definir Explicar Mostrar Resumir
Citar Demonstrar Expressar-se Obter Reorganizar
Classificar Descrever Generalizar Operar Rever
Combinar Diferenciar Identificar Organizar Selecionar
Compilar Discriminar Ilustrar Preparar Separar
Comparar Distinguir Indicar Prover Se capaz
Compor Dizer Inferir Produzir Subdividir
Concluir Enumerar Interferir Reconstruir Sublimar
Confirmar Enunciar Interpretar Redigir Sumarizar
Contrastar Escolher Inventar Reescrever Utilizar
2 ESPECÍFICOS – AFETIVOS
Aderir Dar Felicitar Mostrar Repartir
Ajudar Defender Formar Nomear Replicar
Alistar Descrever Generalizar Ordenar Resolver
Alterar Diferenciar Identificar Organizar Responder
Apresentar Discriminar Iniciar Perguntar Rever
Arranjar Discutir Influenciar Praticar Salientar
Assistir Dizer Integrar Preparar Seguir
Atuar Enumerar Justificar Propor Selecionar
Combinar Escolher Ler Qualificar Sintetizar
Comparar Escrever Localizar Realizar Trabalhar
Completar Executar Manter Recitar Usar
Conformar-se Estudar Militar Relacionar Verificar
Convidar Explicar Modificar Relatar
3 ESPECÍFICOS – PSICOMOTORES
Afiar Criar Fixar Martelar Redigir
Aquecer Desligar Furar Misturar Seguir
Calibrar Edificar Juntar Ouvir Segurar
Colocar Emendar Ligar Pesar Serrar
Compor Enroscar Limpar Prender Usar
Consertar Expressar-se Manipular Pintar Utilizar
Construir
FONTE: FERREIRA, Nathália. Coletânea de verbos para a elaboração de objetivos. Disponível em:
<http://amigadapedagogia.blogspot.com.br/2012/04/coletanea-de-verbos-para-elaboracao-de.
html>. Acesso em: 8 fev. 2016.
142
TÓPICO 2 | TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
E
IMPORTANT
Segue agora um texto do professor Leandro Villela de Azevedo que auxilia nosso
entendimento em relação aos conceitos dos objetivos.
143
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
144
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
a) Levantar dados sobre as condições dos alunos, fazendo uma sondagem inicial.
b) Propor objetivos gerais e definir os objetivos específicos a serem atingidos
durante o período letivo estipulado.
c) Indicar os conteúdos a serem desenvolvidos durante o período.
d) Estabelecer as atividades e procedimentos de ensino e aprendizagem
adequados aos objetivos e conteúdos propostos.
e) Selecionar e indicar os recursos a serem utilizados.
f) Escolher e determinar as formas de avaliação mais coerentes com os objetivos
definidos e os conteúdos a serem desenvolvidos.
145
b) Desenvolvimento: nesta etapa, os alunos deverão chegar à compreensão do
tema. Aqui o professor poderá lançar mão das seguintes atividades: estudos
de textos; estudo dirigido; solução de problemas; projetos; trabalhos em grupo,
pesquisa.
c) Integração: nesta etapa, os alunos deverão chegar a uma síntese dos temas
abordados na Unidade. Isso poderá ser alcançado através das seguintes
atividades: organização de resumos; relatório oral que sintetize os aspectos
mais importantes da Unidade.
146
• As funções dos objetivos específicos são:
147
AUTOATIVIDADE
148
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Estamos adentrando neste momento nos conteúdos de
ensino. Para tanto, vamos retomar as perguntas feitas anteriormente e buscaremos
respondê-las de maneira clara e objetiva. As perguntas eram: Será necessário
falarmos dos conteúdos? Não é só repassarmos o que nos é apresentado nos livros
didáticos?
2 O QUE É CONTEÚDO?
Se realizarmos um feedback do que já estudamos até o momento, nos
lembraremos que na Escola Tradicional o conteúdo era visto como o “ fim em si
mesmo” (PILETTI, 1994, p. 90). Tudo era repassado ao aluno em grande volume,
sem a preocupação em verificar se ouve ou não aprendizagem. Assim, com o
passar dos anos e das mudanças educacionais que passamos, já na escola Nova,
passou-se a dar maior ênfase aos métodos e as técnicas de ensino, deixando o
conteúdo em segundo plano.
149
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Com isso podemos perceber que os conteúdos não podem ser organizados
de maneira aleatória, muito pelo contrário, devemos nos balizar junto aos
documentos nacionais, sendo que esses estão sendo revistos através da consulta a
Base Nacional Comum Curricular que está prevista no Plano Nacional de Educação
(PNE) 2014-2023.
150
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
DICAS
De acordo com tudo que foi exposto, conforme Piletti (1994, p. 91), podemos
determinar que os objetivos devam estar na dianteira na busca dos conteúdos,
conseguindo assim verificar qual é a sua importância para a turma e se condizem
com a realidade vivenciada pelo aluno.
151
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Vejamos...
152
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Katya Fernandes
1 INTRODUCÃO
153
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
E como pode ser notado, nenhum conhecimento se faz por si só, todos
possuem sua base, assim como aprender a conhecer é base do aprender a
fazer, aprender a fazer também torna-se base de aprender a viver juntos, pois
existem projetos, processos e procedimentos que não poderão ser feitos ou
produzidos por um único ser. Para que um livro seja publicado é preciso que
haja um escritor, alguém que revise, alguém que publique; para que um edifício
se erga é necessário um engenheiro, um técnico, pedreiros, serventes e outras
especificidades, ou seja, um conjunto.
154
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
No meio escolar estes conteúdos são trabalhados todo o tempo, seja ele
nos trabalhos individuais ou em grupos, sendo ele melhor trabalhado em grupo
já que o tema proposto é aprender a viver juntos respeitando uns aos outros
em suas opiniões, concordando ou discordando de determinadas atitudes
que ferem as normas e os valores estabelecidos normalmente. Os conteúdos
atitudinais "proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem.
Detentores dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha
uma postura perante eles.
5 CONCLUSÃO
155
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
2011, p. 130). O autor ainda nos apresenta que: “os conteúdos de ensino devem
ser elaborados numa perspectiva de futuro, uma vez que contribuem para a
negação das ações sociais vigentes tendo em vista a construção de uma sociedade
verdadeiramente humanizada”.
156
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Adentramos então, em outro elemento que compõe todo este processo, são
os procedimentos de ensino.
157
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Haydt (2008, p. 144) também nos apresenta sua análise com relação aos
procedimentos de ensino, dizendo que o professor deve observar no momento da
utilização dos procedimentos alguns aspectos básicos, como:
a) Adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino e aprendizagem.
b) A natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem a
efetivar-se.
c) As características dos alunos, como, por exemplo, sua faixa etária,
o nível de desenvolvimento mental, o grau de interesse, suas
expectativas de aprendizagem.
d) As condições físicas e o tempo disponíveis.
Podemos determinar que a partir dos objetivos que foram propostos para
sua aula; a escolha correta dos conteúdos que se pretende repassar aos alunos; a
sondagem de quem são seus alunos e em que nível estão, além do espaço em que
se encontram, são critérios que tornam a escolha das estratégias de ensino e sua
organização mais condizentes à classe. Percebe-se que “é a partir desses aspectos
que se estabelece o como ensinar, isto é, se definem as formas de intervenção na
sala de aula para ajudar o aluno no processo de reconstrução do conhecimento”
(HAYDT, 2008, p. 145).
Para que os Planos de Aula sejam bem elaborados é necessário também que
se observe a utilização dos materiais didáticos, sejam eles relacionados às novas
tecnologias como: projetores, computadores, gravadores, aparelho de som, dentre
outros, ou como os livros didáticos, revistas, figuras etc., temos que, enquanto
professores, “saber explicar os conteúdos”.
Cabe ao professor, além dos materiais propostos para suas aulas, ter a
capacidade de saber ensinar. Pois, conforme Haydt (2008, p. 146), é necessário
que “os professores expliquem e desenvolvam os conteúdos de forma clara, para
que eles possam compreender seu significado e participar mais ativamente do
processo de reconstrução do conhecimento. Isso é um direito dos alunos e deveria
ser norma de todos os professores”.
158
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Com este parecer, podemos apresentar algumas normas didáticas que vem
auxiliar o trabalho do professor, independente dos tipos de procedimentos de
ensino que serão utilizados. Os critérios são, no parecer de Haydt (2008, p. 149):
a) Aula expositiva
159
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Mas, a mesma, aula expositiva, se bem elaborada, pode vir como auxiliar
no desenvolvimento da prática pedagógica com eficácia. Conforme Fernandes
(2011, p. 1):
A aula expositiva necessita sim de cuidados pelo professor, para que não
se torne mero repasse de informações. Ao professor cabe observar e conhecer
muito bem seus alunos, tendo uma visão clara de cada aluno em suas reações e
que o aluno também esteja interessado no assunto. É preciso levantar questões
que tornem o assunto aprazível, onde ocorra a participação de todos. Sabemos que
é um desafio aos professores, mas é importante que parta dele buscar os meios
para transformar sua aula agradável e construtiva. Esses pequenos detalhes é que
fazem com que a aula expositiva não seja tão indesejável como muitos pensam ser.
b) Aula dialogada
Nesta prática pedagógica o aluno expõe suas ideias, as quais são levadas
em conta pelo professor, ocorrendo uma troca de conhecimentos e de construção
do mesmo.
Observe a tirinha do Calvin, ela expressa bem esta visão dialógica, que
deveria ocorrer, mas muitas vezes é excluída pelo professor.
160
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
c) Estudo dirigido
161
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
São alguns exemplos que tornam o estudo dirigido, como já falamos, mais
criativo, dando ao aluno a possibilidade de construir a partir do texto novas ideias
e ativar a atividade mental de seu aluno.
d) Método Montessori
Esse método foi visto na Unidade 1 deste Caderno de Estudos. Mas vamos
rever algumas questões importantes.
162
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
163
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
e) Centros de interesse
Esse método foi criado por Ovídio Decroly, nascido na Bélgica. Seu sistema
pedagógico levava em conta “ a evolução natural dos interesses da criança”
(PILETTI, 1998, p. 111).
Decroly, com seu método dizia que “para obter um bom aproveitamento
escolar não basta a reforma do programa. É preciso modificar a dinâmica do
trabalho escolar, permitindo o desenvolvimento da individualidade através da
atividade interessada do educando” (HAYDT, 2008, p. 169).
164
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
165
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Jogos e simulações não são brinquedos que o educador possa usar para
‘criar um clima gostoso em sala de aula’ ou apenas variar as estratégias.
Pelo contrário, eles não só devem fazer parte do Planejamento de ensino
visando a uma situação de aprendizagem muito clara e específica, como
exigem certos procedimentos para a sua elaboração e aplicação.
166
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
5.1 DRAMATIZAÇÃO
Ao falarmos da dramatização estamos nos referindo à representação que
alunos realizam em determinado espaço. Na escola essa técnica vem a auxiliar na
socialização da criança “pois integra as dimensões cognitivas e afetivas do proces-
so educacional e instrucional” (HAYDT, 2008, p. 179).
As dramatizações não ficam apegadas apenas a textos que são dados para
serem representados, busca-se também através de situações do cotidiano a drama-
tização, onde envolve o aluno em seu cotidiano.
Com isso a dramatização passa a ter três fases que são assim determinadas:
Vendo o número de alunos que a sala possui. Visto isso, passar por cada
carteira e dar um número a cada aluno. Esse número deve ser determinado para
dar o número de grupos desejados pelo professor. Assim pode-se misturar os
alunos, não criando as “panelinhas”.
168
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
169
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Salienta-se que neste método é preciso possuir uma postura científica tendo
como base as cinco fases fundamentais que são:
170
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Resultados: tanto professor como alunos reúnem-se para ver quais os resul-
tados da ação realizada e verificar os pontos positivos e negativos de todo o
projeto.
171
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
172
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Ser professor(a) é a todo instante buscar para seus alunos, os cuidados com
relação às atividades, aos planos, a sua postura como profissional da educação.
LEITURA COMPLEMENTAR
O aprendizado do trabalho em grupo
173
UNIDADE 2 | CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
Para isso, cabe ao professor atuar com seus colegas e com a coordenação
pedagógica, aliás, com a mesma dinâmica que pretende propor em sala de aula.
Além de se perguntar "de que forma a atividade em grupo melhora o ensino da
minha disciplina?", é necessário formular outra: "De que forma minha disciplina
pode promover nos grupos a aprendizagem cooperativa?" Sim, é possível também
ter a disciplina a serviço dessa formação coletiva e não apenas o inverso. Com isso,
tem-se o foco na aprendizagem e no desenvolvimento da turma, não somente no
ensino de conteúdos.
É claro que nem tudo deve ser feito de forma coletiva, pois são igualmente
essenciais a exposição do professor e tarefas individuais de crianças e jovens, mas
é preciso compor esses momentos articulando com coerência as ações pessoais
e coletivas. Essa construção conceitual e afetiva depende do trabalho em grupo,
em que se desenvolvem afinidade e confiança, identificam-se potencialidades e
aprende-se com os demais. Com a diversificação do planejamento, são contempladas
as diferentes necessidades e propensões dos alunos. Não só na rede pública, mas
especialmente nela, os mais beneficiados por essa construção são os que vêm de
contexto cultural limitado, sem outras oportunidades que não as da escola para a
sua emancipação.
174
TÓPICO 3 | A SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
175
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
176
capacidade intelectual e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno, considerando
individualmente. Entre estes estão o trabalho de fichas, estudo dirigido e o
ensino programado.
b) Métodos socializados de ensino: são os métodos que valorizam a interação
social, fazendo a aprendizagem efetivar-se em grupo. Incluem as técnicas de
trabalho em grupo, a dramatização e o estudo de casos.
c) Métodos socioindividualizados: são os que combinam as duas atividades, a
individualizada e a socializada, alternando em suas fases os aspectos individuais
e sociais. Abrangem, entre outros, o método de problemas, as unidades de
trabalho, as unidades didáticas e as unidades de experiências.
• Aula dialogada: nesta prática pedagógica o aluno expõe suas ideias, as quais
são levadas em conta pelo professor, ocorrendo uma troca de conhecimentos e
de construção desse. Observa-se que o professor se utiliza dos conhecimentos
prévios do aluno, sendo o professor “mediador” deste processo, levando ao
aluno a questionar, dar opiniões, ser reflexivo e reconstruir seu conhecimento.
• Centros de interesse: Foi criado por Ovídio Decroly, nascido na Bélgica. Seu
sistema pedagógico levava em conta “a evolução natural dos interesses da
criança” (PILETTI, 1998, p. 111). Para Menezes (2001, p. 1) “Decroly elaborou
a ideia de “centros de interesse” que seriam uma espécie de ideias-força em
torno das quais convergem as necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais do
aluno”.
177
• Dramatização: Ao falarmos da dramatização estamos nos referindo à representação
que alunos realizam em determinado espaço. Na escola essa técnica vem a auxiliar
na socialização da criança “pois integra as dimensões cognitivas e afetivas do
processo educacional e instrucional” (HAYDT, 2008, p. 179). As dramatizações não
ficam apegadas apenas a textos que são dados para serem representados, busca-se
também através de situações do cotidiano a dramatização, onde envolve o aluno
em seu cotidiano.
• Estudo de casos: É uma técnica interessante também de ser aplicada, pois podemos
enquanto professores utilizar filmes, artigos jornalísticos, resenhas, ou através de
casos hipotéticos, tendo sempre o cuidado de ter como parâmetro a realidade. Nela,
o aluno é convidado a dar sua opinião, a tentar resolver o problema ali apresentado
buscando possíveis saídas ou respostas.
• Estudo do meio: é uma prática pedagógica que envolve o meio natural e social que
envolve o aluno.
a) Método da descoberta: onde são propostos aos alunos experiências que levarão
o aluno a observação e que “formulem por si próprios conceitos e princípios
utilizando o raciocínio indutivo” (HAYDT, 2008, p. 205).
b) Método de solução de problemas: é dada ao aluno uma situação problema para
que encontre uma solução. Pode ser realizado individual ou coletivamente.
Salienta-se que neste método é preciso possuir uma postura científica tendo como
base as cinco fases fundamentais que são: formulação e delimitação do problema;
coleta e organização dos dados; elaboração de hipóteses; seleção de uma hipótese;
verificação da hipótese escolhida.
c) Método de projetos: o ensino passa a ser realizado “através de amplas unidades
de trabalho com um fim em vista e supõe a atividade propositada do aluno, isto
é, o esforço motivado com um propósito definido”. O aluno é levado a realizar
este método de maneira individual ou coletiva, buscando resolver algo através de
atitudes concretas executando-as.
178
• Movimento Freinet: este procedimento de ensino baseia-se nas ideias de seu
fundador Freinet que defendia “a ideia que o professor deve considerar os interesses
de seus alunos, deixando que eles se manifestem espontânea e livremente para, em
seguida, fazer um trabalho pedagógico que tenha por base a livre expressão dos
alunos” (HAYDT, 2008, p. 220).
179
AUTOATIVIDADE
180
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 do Caderno de Estudos é dedicada a reflexões acerca da
avaliação, questão bastante polêmica e atual na agenda pedagógica.
Trataremos, nos três tópicos que seguem, dos aspectos conceituais e históricos
da avaliação, das abordagens mais correntes em avaliação educacional e das
funções e instrumentos de avaliação do desempenho escolar.
181
182
UNIDADE 3 TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Falar em avaliação nem sempre é uma tarefa fácil, pois em torno deste termo
divergem opiniões. Mas o objetivo da unidade de estudo, não é apresentar uma
receita pronta, nem impor nosso ponto de vista acerca do tema, mas sim apresentar
e discutir com você, acadêmico, essa temática, com o objetivo de aprimorar seus
conhecimentos.
2 CONCEITUANDO A AVALIAÇÃO
Para iniciar, iremos apresentar algumas definições apresentadas na
Enciclopédia de Pedagogia Universitária: glossário (2006, p. 461-462) acerca da
avaliação:
183
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
184
TÓPICO 1 | AMPLIANDO O OLHAR ACERCA DA AVALIAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
DICAS
O download da enciclopédia completa pode ser realizado no site do INEP - Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: <http://www.publicacoes.
inep.gov.br/portal/download/483>.
185
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
De acordo com Haydt (2000), foi a partir de 1960 que o termo avaliação
assumiu novas dimensões, graças aos grupos de estudos formados nos Estados
Unidos, tendo destaque inicial na esfera da avaliação do currículo e ampliando-se
ao processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Lindeman (1972), citado por Hoffmann (1991, p. 47), “pelo seu
significado próprio, medimos extensão, quantidade, volumes e outros atributos
dos objetos e fenômenos. O que medimos deve ser invariavelmente expresso em
escalas ou graus numéricos” Para Costa, (2005, p. 54) “medir é um processo de
determinar a extensão de uma característica pertencente a um objeto ou a uma
pessoa”.
186
TÓPICO 1 | AMPLIANDO O OLHAR ACERCA DA AVALIAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
Sendo assim, vale destacar que estes três termos não são sinônimos, mesmo
que seus significados se justaponham, por conta da amplitude de sua significação
eles se completam.
187
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
188
TÓPICO 1 | AMPLIANDO O OLHAR ACERCA DA AVALIAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
189
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
190
TÓPICO 1 | AMPLIANDO O OLHAR ACERCA DA AVALIAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
191
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
Para conhecer mais sobre essa trajetória, acesse o portal do MEC: <http://portal.
mec.gov.br/institucional/historia> e conheça mais sobre o Ministério que a quase 80 anos bus-
ca promover ensino de qualidade para nosso país.
Será que eles realmente existem? Ou são apenas mitos, falsas verdades?
Para iniciar, vamos conhecer o que a autora Thereza Penna Firme (2009),
fala a respeito dos mitos na avaliação da aprendizagem no artigo publicado na
Revista Ensaio, Mitos na avaliação: diz-se que...
• “Os alunos não podem passar de ano sem saber ler”. Não é verdade. Pois a
leitura é uma aprendizagem contínua, que não se completa em determinada
série, ela começa antes da criança entrar na escola e continua ampliando-se
durante toda a vida. É preciso que se respeite o ritmo de cada um, e não punir.
192
TÓPICO 1 | AMPLIANDO O OLHAR ACERCA DA AVALIAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
• “Os pais não concordam que seus filhos passem sem saber nada”. Não é
verdade. Se os pais são informados de que seu filho “não sabe nada” e mesmo
assim vai passar, é natural que se preocupem com a decisão de passar. Agora
quando são informados referente as dificuldades de aprendizagem de forma
coerente, onde o professor explica que apesar de ter algumas lacunas, alcançou
progressos satisfatórios em alguns aspectos de aprendizagem, tendo melhorado
em vários aspectos, os pais compreenderão que existe grande possibilidade das
dificuldades virem a ser superadas na série seguinte, pois houve aprendizagem
significativa.
• “Trabalhar com turmas heterogêneas em que uns sabem ler e outros não, porque
foram promovidos sem saber ler é impossível”. Não é verdade. Classificar e dividir
os alunos de acordo com o seu nível de conhecimento não assegura sucesso na
aprendizagem. Por mais que sejam “reclassificados” e “remanejados”, preciso
entender que os alunos jamais serão homogêneos, além disso, essa prática gera a
rotulação discriminatória. O professor precisa trabalhar o potencial respeitando
e valorizando as múltiplas inteligências.
• “Quando todos os alunos sabem que vão passar, o professor perde a autoridade”.
Não é verdade. Pesquisas mostram que o professor conquista mais respeito dos
193
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
Jussara Hoffmann
194
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
195
• Ralph Tyler escreve o livro Princípios Básicos de Currículo e Ensino em 1949,
traduzido no Brasil, na década de 1970. Fortificando as ideias de Bobbitt, quando
afirma que os objetivos do ensino devem ser muito bem definitivos para que
consigam atingir a sua finalidade.
196
AUTOATIVIDADE
197
198
UNIDADE 3 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Neste tópico iremos aprofundar os conhecimentos acerca
da avaliação no cotidiano escolar, bem como conhecer as definições para as
abordagens da avaliação quantitativa e qualitativa, além de conhecer as avaliações
de aprendizagem realizadas no âmbito nacional.
199
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
A autora ainda afirma que um grande fator do fracasso escolar está rela-
cionado à preocupação do professor em transmitir corretamente uma informação
e não se preocupar por que os alunos não a compreenderam. Se os professores
realizassem uma boa avaliação com funções reguladoras, bem planejada, essa ofe-
receria mais oportunidades para os alunos tirarem boas notas.
200
TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
DICAS
Néus Sanmartí,
Sem avaliação das necessidades dos alunos, não haverá tarefa efetiva
dos professores. Sem autoavaliação do significado que têm os dados
novos, as novas informações, as diferentes maneiras de entender ou de
fazer, não haverá progresso. Por isso, ensinar, aprender e avaliar são, na
realidade, três processos inseparáveis (SANMARTÍ, 2009, p. 21).
201
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Foco na promoção – o alvo dos alunos Foco na aprendizagem – o alvo do aluno
é a promoção. Nas primeiras aulas, se deve ser a aprendizagem e o que de
discutem as regras e os modos pelos proveitoso e prazeroso dela obtém.
quais as notas serão obtidas para a Implicação – neste contexto, a avaliação
promoção de uma série para outra. deve ser um auxílio para se saber quais
Implicação – as notas vão sendo objetivos foram atingidos, que ainda faltam
observadas e registradas. Não e quais as interferências do professor que
importa como elas foram obtidas, podem ajudar o aluno.
nem por qual processo o aluno
passou.
202
TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
Segundo Piletti (2003), o aluno deve ser avaliado diariamente e não somente
nos dias de provas ou outras atividades avaliativas previamente marcadas,
mas sim constantemente em cada atividade desenvolvida. Quando o professor
tiver que tomar a decisão de aprovar ou reprovar, em hipótese alguma poderá
agir baseado sob pressão ou emoção, precisa ter uma postura neutra no que diz
203
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
respeito ao envolvimento pessoal ou algo parecido. Amparada na Lei n.º 9.394 / 96:
“a avaliação escolar é vista como sendo um rendimento do aprendizado do aluno,
desta forma, a escola tem como competência avaliar o desempenho de seus alunos,
sendo este com êxito ou com o fracasso.”
DICAS
204
TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
Concordamos com Demo (1995, p. 31), quando expõe que “apesar de tudo,
a avaliação qualitativa é uma necessidade inadiável, simplesmente porque não
podemos negar a dimensão qualitativa da realidade, por mais que ainda definamos
muito mal ou talvez sequer seja questão de definição”.
206
TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
As avaliações são realizadas a cada dois anos, quando são aplicadas provas
de Língua Portuguesa e Matemática, além de questionários socioeconômicos
aos alunos participantes e à comunidade escolar.
207
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
ATENCAO
Você pode ser convocado para realizar o ENADE. Fique atento e vá se preparan-
do durante o curso! Em 2017 o curso de PEDAGOGIA fará a prova do ENADE!
DICAS
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TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
FIGURA 30 - PNAIC
FIGURA 31 - PROINFANTIL
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
FIGURA 32 – PARFOR
FIGURA 33 - PROINFO
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TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
oferecidos pelo Portal do Professor, pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio
Público e pelo Banco Internacional de Objetos Educacionais.
FIGURA 35 – GESTAR II
211
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
O acesso aos materiais é gratuito, basta fazer o download dos cadernos de estudo
e salvar em seu computador para leitura e acesso posterior.
Para saber mais e acessar os materiais disponíveis, acesse o portal do MEC - Formação conti-
nuada para professores Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/formacao>.
212
TÓPICO 2 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS
213
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Esse tipo de avaliação pode ser tanto qualificadora, quanto formativa – reguladora.
Sanmartí (2009 p. 34):
214
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Conforme Sanmartí (2009, p. 8), “As atividades de avaliação deveriam ter como
finalidade principal favorecer o processo de regulação, de maneira que os
próprios alunos possam detectar suas dificuldades, e a partir daí, desenvolvam
estratégias e instrumentos para superá-los”.
215
• Para coletar dados acerca do processo de ensino-aprendizagem, o MEC
desenvolve diversas avaliações de aprendizagem no âmbito nacional. As
avaliações da aprendizagem são coordenadas pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.
216
AUTOATIVIDADE
217
218
UNIDADE 3 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos sobre as funções da avaliação e conheceremos
alguns dos instrumentos mais usuais de verificação do rendimento escolar em
diferentes etapas de ensino e segmentos.
2 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
Como mencionado anteriormente na LDB (Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Lei nº 9.394, de 20/12/1996), a avaliação é contemplada,
diretamente, nos itens V, VI e VII, do art. 24. Também aparece descrita no Art.
13 entre as responsabilidades dos docentes principalmente nos itens III a V. Nos
demais itens aparecem outros aspectos podem ser também inter-relacionados à
avaliação, mostrando sua importância na função docente.
219
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
Didática
José Carlos Libâneo
E
IMPORTANT
A avaliação pouco contribui para o trabalho do(a) professor(a) e dos alunos quando:
224
TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
DICAS
225
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Sendo assim, de acordo com o RCNEI (1998), a avaliação deve permitir que
as crianças acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades
ao longo de seu processo de aprendizagem e o professor precisa compartilhar com
elas a sua análise, mostrar os avanços e elencar possibilidades de superação das
dificuldades que possam vir a existir.
DICAS
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
3.1 OBSERVAÇÃO
A avaliação do olhar, de acordo com o RCNEI (1998, p. 65-69):
Para que a avaliação do olhar seja coerente, é necessário saber o que se deseja
avaliar e realizar registros para poderem ser retomados sempre que necessário.
Mas quando, o que e como avaliar?
3.2 AUTOAVALIAÇÃO
A autoavaliação possibilita uma análise mais pontual da aprendizagem do
aluno realizada por ele mesmo. Na autoavaliação, o aluno deixa de ser apenas
um executor de atividades, mas para que a autoavaliação seja realizada de
forma correta, é necessário que o professor direcione o processo com perguntas
norteadoras.
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Questões como "O que você aprendeu nesse semestre?" E "Como avalia
sua aprendizagem?" Dão margem a respostas vagas. Quanto mais específicas as
indagações, mais o estudante consegue se focar no que precisa avançar naquele
momento.
Não adianta arquivar tudo sem se deter no que foi observado pelos
alunos. A autoavaliação serve como uma maneira de promover a autorregulação.
Especialmente no início, o professor tem um papel essencial nesse processo,
debatendo as reflexões de cada estudante e mostrando as dificuldades que
passaram despercebidas.
Sobre tudo, não se deve deixar o aluno sem um feedback. Para Santos (2003,
p.18), o feedback deve:
230
TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
DICAS
Leia o artigo Autoavaliação: como ajudar seus alunos nesse processo. Disponí-
vel em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/autoavaliacao-como-ajudar-seus-alunos-
-nesse-processo-planejamento-538875.shtml?page=0>.
3.3 PORTFÓLIOS
O portfólio é um conjunto de atividades, trabalhos, pesquisas, produções
individuais ou em grupo realizadas pelo aluno ao longo de um período com o
objetivo de proporcionar um diálogo entre os envolvidos no processo avaliativo
referente a aprendizagem e desenvolvimento de cada aluno ou do grupo, quando
for confeccionado o portfólio coletivo.
231
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
com a resposta. Esse tipo de prova não é mais muito utilizada, tendo em vista o
grande número de alunos nas turmas, o que torna o processo demorado. Muitos
alunos podem ser prejudicados, principalmente aqueles que não gostam de
falar em público ou tem medo de dar a resposta errada. Mas há o outro lado da
moeda, quando aplicadas de forma coerente possibilitam um maior estreitamento/
envolvimento entre professor e aluno, onde o professor pode questionar a resposta,
fazer com que o aluno argumente. Rodas de conversa seriam uma estratégia valida
neste caso.
Conforme Libâneo (1994), esse tipo de questão favorece uma análise ampla
dos conhecimento e habilidades dos alunos, bem como, possibilitam detectar o
que as crianças valorizam em seu cotidiano, seus interesses, percepção e o seu
modo de ver e enfrentar as situações.
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
DICAS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
DICAS
Caro Acadêmico! Vale salientar, que o professor nem sempre irá conseguir
avaliar todas as habilidades dos alunos ao mesmo tempo. Por isso é de extrema
importância que o professor em seu planejamento elenque as formas e os critérios
de avaliação e os aplique de forma coerente com o intuito de diagnosticar as
aprendizagens dos alunos e, a partir dos resultados, redimensionar a sua prática,
sempre que necessário, buscando a progressão das aprendizagens de forma
significativa.
239
UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela es-
cola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do currícu-
lo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve:
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TÓPICO 3 | AVALIAÇÃO ESCOLAR: FUNÇÕES E INSTRUMENTOS
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UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Para que sejamos capazes de analisar os avanços das crianças, precisamos criar
boas situações de avaliação e boas estratégias de registro.
243
• Nas Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (2010, p. 29): “As instituições
de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do
trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem
objetivo de seleção, promoção ou classificação.”
244
• De acordo com Libâneo( 1994), a prova escrita objetiva tem o intuito de avaliar
a extensão de conhecimentos e habilidades dos alunos, em vez de possibilitar
respostas abertas, o aluno precisa escolher uma que considera correta entre as
alternativas apresentadas.
245
AUTOATIVIDADE
246
REFERÊNCIAS
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ANOTAÇÕES
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