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Cerimonial Protocolo e Etiqueta

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Cerimonial,

Protocolo e
Etiqueta

Prof.ª Talita Cristina Zechner Lenz

Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Prof.ª Talita Cristina Zechner Lenz

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

L575c

Lenz, Talita Cristina Zechne

Cerimonial, protocolo e etiqueta. / Talita Cristina Zechner


Lenz. – Indaial: UNIASSELVI, 2020

171 p.; il

ISBN 978-65-5663-089-2

1. Etiqueta. – Brasil. 2. Eventos. – Brasil. Centro Universitário Leonardo


Da Vinci.

CDD 395.52

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico (a), seja muito bem-vindo a disciplina de Cerimonial,
Protocolo e Etiqueta! Nesta disciplina, você irá aprender sobre aspectos fundamentais
para a sua formação na área de eventos. Esta disciplina aborda um leque bem abrangente
de conteúdos, incluindo elementos de ordem protocolar e técnicos, bem como, incita
reflexões e o desenvolvimentos de habilidades, competências e atitudes concernentes
e a temas como ética, postura e etiqueta.

Procurando apresentar o contendo de forma coesa, estruturamos a disciplina


da seguinte forma. Na Unidade 1, os temas de estudo são o cerimonial, protocolo, os
diversos tipos de eventos e sua organização. No Tópico 1, iremos examinar e entender as
diferenças conceituais entre o cerimonial, o protocolo e a etiqueta. Iremos expor alguns
exemplos para que você entenda cada um destes termos com clareza. Na sequência,
iremos examinar os diversos tipos de eventos e seus elementos caracterizadores. Vamos
discutir que os eventos podem ser classificados e definidos dependendo do seu tamanho,
do seu público-alvo, do seu formato entre outros aspectos. Ao findar desta unidade inicial,
apresentaremos algumas orientações relacionadas a organização dos eventos.

Na Unidade 2 desta disciplina, a ênfase é colocada nos aspectos práticos


relacionados a execução do cerimonial e do protocolo. É uma unidade com caráter
orientativo, que oferece subsídios relevantes para planejar, organizar e realizar eventos
que demandem o cumprimento das regras do cerimonial e do protocolo. No Tópico 1
desta unidade iremos explicar como devem ser elaborados os roteiros de locução de
um evento, explicando a sequência das principais atividades que normalmente são
realizadas nos diversos tipos de eventos. Vamos te mostrar também como devemos
proceder ao compor uma mesa com convidados de honra e de homenageados,
incluindo aí orientação acerca da possibilidade de tais convidados realizarem ou não
pronunciamentos. No tópico dois, vamos te mostrar quais são os símbolos nacionais do
Brasil e como as bandeiras devem ser dispostas em um evento. Você irá entender quais
bandeiras ficam ao centro e quais são colocadas nas laterais e quais são as regras que
norteiam esse posicionamento das bandeiras. No tópico três, iremos te explicar o que
são as regras de precedência e como devemos proceder para colocar estas regras em
prática, na ocasião de realização de evento. Estas regras envolvem, por exemplo, que
discursa primeiro em um cerimonial público ou quem dos familiares entra primeiro na
igreja, quando ocorre a realização de um casamento.

Ao chegarmos na Unidade 3 vamos tratar da relevância da etiqueta na área de


eventos. O primeiro tópico de estudos desta unidade irá apresentar as particularidades
da etiqueta social e profissional. Iremos aprender que etiqueta não é “frescura” ou uma
atitude “esnobe” e que este conceito está estreitamento relacionado a ideia de harmonia,
elegância e de respeito ao próximo. No Tópico 2, iremos no dedicar a entender a relevância
da postura na área de evento. E quando falamos de postura, estamos nos referindo tanta
a importância de mantermos a coluna alinhada e de nos sentarmos de modo elegante e
saudável, bem como, nos referimos a postura ética, isto é, aquela que envolve atitudes
como evitar a fofoca e agir de acordo com as orientações da empresa para a qual você
esteja trabalhando. Por fim, o último tópico da Unidade 3, apresenta orientações a respeito
da elaboração de convites e da lista de convidados para os eventos. Serão elencados ainda,
os pronomes de tratamento que devem ser utilizados conforme as regras do cerimonial.

Desejamos a você uma excelente leitura e bons estudos!

GIO
Você lembra dos UNIs?

Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas


vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará
você a entender melhor o que são essas informações
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que
complementam o assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os


acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo
o espaço da página – o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular,
tablet ou computador.

Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo


layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade,
possa continuar os seus estudos com um material atualizado
e de qualidade.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade
para aprimorar os seus estudos.

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Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
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para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
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disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


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suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
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preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CERIMONIAL, PROTOCOLO, OS DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E SUA
ORGANIZAÇÃO.................................................................................................................................. 1

TÓPICO 1 - CERIMONIAL, PROTOCOLO, ETIQUETA E EVENTOS: ASPECTOS INICIAIS........3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2 O QUE ENTENDEMOS POR CERIMONIAL E PROTOCOLO?.................................................3
3 O QUE SE ENTENDE POR ETIQUETA?............................................................................... 10
4 COMO SURGIRAM OS EVENTOS? BREVE HISTÓRICO..................................................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE................................................................................................................... 18

TÓPICO 2 - OS DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E DE CERIMÔNIAS PÚBLICAS E


PRIVADAS............................................................................................................................. 19
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 19
2 AS DIFERENTES FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS....................................... 19
3 TIPOLOGIA DE EVENTOS.................................................................................................. 24
3.1 ASSEMBLEIA..........................................................................................................................................24
3.2 BRUNCH ...............................................................................................................................................25
3.3 CONCLAVE............................................................................................................................................25
3.4 CONFERÊNCIA......................................................................................................................................25
3.5 CONGRESSO.........................................................................................................................................26
3.6 CONVENÇÃO.........................................................................................................................................30
3.7 COQUETEL..............................................................................................................................................31
3.8 ENCONTRO ............................................................................................................................................31
3.9 FEIRA ......................................................................................................................................................31
3.10 FÓRUM..................................................................................................................................................32
3.11 JORNADA..............................................................................................................................................32
3.12 MESA-REDONDA................................................................................................................................32
3.13 MOSTRA................................................................................................................................................32
3.14 PAINEL..................................................................................................................................................32
3.15 SEMINÁRIO..........................................................................................................................................33
3.16 SIMPÓSIO.............................................................................................................................................33
3.17 WORKSHOP..........................................................................................................................................33
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 36

TÓPICO 3 - NOÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS................. 39


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 39
2 A CONCEPÇÃO DO EVENTO.............................................................................................. 39
3 O PLANEJAMENTO E A ORGANIZAÇÃO DO EVENTO....................................................... 41
4 A REALIZAÇÃO DO EVENTO............................................................................................. 42
5 A AVALIAÇÃO E O ENCERRAMENTO DO EVENTO........................................................... 44
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 45
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 53
UNIDADE 2 — ASPECTOS PRÁTICOS DO CERIMONIAL E DO PROTOCOLO...................... 55

TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE ROTEIROS E COMPOSIÇÃO DE MESAS.............................57


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................57
2 APONTAMENTOS SOBRE A ELABORAÇÃO DE ROTEIROS...............................................57
3 ORIENTAÇÕES A RESPEITO DA COMPOSIÇÃO DE MESAS ............................................. 61
RESUMO DO TÓPICO 1..........................................................................................................70
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................72

TÓPICO 2 - SÍMBOLOS NACIONAIS E DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS..............................73


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................73
2 SÍMBOLOS NACIONAIS......................................................................................................73
2.1 O HINO NACIONAL................................................................................................................................ 73
2.2 AS ARMAS NACIONAIS....................................................................................................................... 76
2.3 O SELO NACIONAL.............................................................................................................................. 77
2.4 BANDEIRA NACIONAL........................................................................................................................78
3 DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS........................................................................................ 80
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 85

TÓPICO 3 - PRECEDÊNCIAS E ATIVIDADES DO MESTRE DE CERIMÔNIAS......................87


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................87
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PRECEDÊNCIAS................................................................87
2.1 PRECEDÊNCIAS NOS CASAMENTOS...............................................................................................92
2.2 ATIVIDADES DO MESTRE DE CERIMÔNIAS ..................................................................................93
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 98
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................ 101
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................102

UNIDADE 3 — A RELEVÂNCIA DA ETIQUETA NA ÁREA DE EVENTOS..............................103

TÓPICO 1 — ETIQUETA SOCIAL E PROFISSIONAL.............................................................105


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................105
2 ETIQUETA SOCIAL ...........................................................................................................105
2.1 ETIQUETA SOCIAL E OS TIPOS DE TRAJES ................................................................................108
2.2 ETIQUETA SOCIAL RELACIONADA À MESA..................................................................................112
3 ETIQUETA PROFISSIONAL .............................................................................................. 113
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................ 118
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 119

TÓPICO 2 - POSTURA ÉTICA E FÍSICA............................................................................... 121


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 121
2 A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NOS EVENTOS....................................................................... 121
3 POSTURA FÍSICA ............................................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................136
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 137

TÓPICO 3 - ELABORAÇÃO DE CONVITES, LISTA DE CONVIDADOS E PRONOMES DE


TRATAMENTO......................................................................................................................139
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................139
2 CONVITES.........................................................................................................................139
3 LISTA DE CONVIDADOS...................................................................................................142
4 PRONOMES DE TRATAMENTO......................................................................................... 147
5 ORIENTAÇÕES E LEMBRETES COM RELAÇÃO À COMUNICAÇÃO ESCRITA NO
UNIVERSO DO TRABALHO.................................................................................................149
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................ 151
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................156
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................158

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................159
UNIDADE 1 -

CERIMONIAL, PROTOCOLO, OS
DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E
SUA ORGANIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• identificar os diferentes tipos de eventos e/ou cerimônias públicas e privadas;

• aprender as noções fundamentais para a organização de eventos;

• conhecer os aspectos históricos e a conceituação de diferentes tipos de eventos e/


ou cerimônias públicas e privadas;

• identificar as especificidades que caracterizam as diversas solenidades.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – CERIMONIAL, PROTOCOLO, ETIQUETA E EVENTOS: ASPECTOS INICIAIS


TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E DE CERIMÔNIAS PÚBLICAS E
PRIVADAS
TÓPICO 3 – NOÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
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UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CERIMONIAL, PROTOCOLO, ETIQUETA E
EVENTOS: ASPECTOS INICIAIS

1 INTRODUÇÃO
Profissionais que atuam no setor do turismo estabelecem estreita relação
com a área de eventos. Estas interações podem ocorrem no interior dos hotéis, em
empresas especializadas em organização de eventos, em restaurantes especializados
em realizar eventos, no âmbito de autarquias e entidades relacionadas com a área, tais
como Secretaria de Turismo ou Prefeituras Municipais, entre outros espaços. Por esse
motivo, é fundamental que estes profissionais dominem os conceitos de cerimonial,
protocolo e etiqueta e, assim, entendam como estes elementos se conectam com a
área de eventos.

Para darmos início aos estudos desta disciplina é fundamental que você tenha
clareza e pleno entendimento a respeito de alguns conceitos centrais que compõem
esta área de estudo. Por isso, iremos iniciar apresentando os conceitos de protocolo,
cerimonial e etiqueta. Venha conosco descobrir o significado de cada um desses termos.

2 O QUE ENTENDEMOS POR CERIMONIAL E PROTOCOLO?


O domínio dos conhecimentos relacionados ao campo do cerimonial, protocolo
e etiqueta permite aos profissionais de eventos que não cometam gafes e colaboram
para que haja o respeito, a formalidade e a elegância necessária para lidar com pessoas
que se encontram em um mesmo evento, sejam elas organizadoras ou espectadoras do
evento, mas que trazem consigo diferentes níveis socioeconômicos, culturais e, ainda,
distintos valores pessoas (YANES, 2014).

Yanes (2014, p. 13) sustenta que:

O protocolo representa as leis que regulam a conduta e o


comportamentos nos eventos. É um conjunto de formalidades
determinadas pela ordem hierárquica entre as autoridades,
determinando a precedência em que os governantes ou
representantes se apresentam em eventos oficiais ou particulares.
É definido por normas e decretos de âmbitos municipal, estadual,
federal e internacional.

Lukower (2015, p. 11) define protocolo como o “conjunto de normas jurídicas, regras
de comportamento, costumes e ritos de uma sociedade em um dado momento históricos,
geralmente utilizadas nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal)”.

3
No Brasil, as regras para os protocolos públicos e formais são estabelecidas
pelo Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que determina as normas do cerimonial
público e a ordem geral de precedência. Esse documento é abrangente e, neste
momento, ofereceremos uma visão geral dos aspectos que são tratados no referido
documento. Posteriormente, ao longo do livro didático, nos aprofundaremos no estudo
de alguns elementos de destaque desse documento. Vamos conhecer um pouco melhor
este Decreto?

O Capítulo I evidencia a questão das precedências, de modo geral.


Particularmente, o capítulo rege a questão das precedências das unidades federativas,
das personalidades nacionais e estrangeiras, dos desfiles, da execução do hino nacional
e das bandeiras nacionais. Pensando em exemplos práticos, é nesta unidade que
você poderá encontrar orientações sobre qual a ordem de colocações das bandeiras
nos cerimoniais formais, qual autoridade terá o direito de falar primeiro; se houverem
membros de outros países, é este documento que guiará sobre qual deverá ser a ordem
de execução dos hinos nacionais e assim por diante.

FIGURA 1 – CHARGE REPRESENTANDO A QUESTÃO DAS PRECEDÊNCIAS

FONTE: <https://cutt.ly/JoVNtjU>. Acesso em: 7 maio 2020.

No Capítulo II do Decreto, o tema central é a posse do presidente da República.


É o capítulo que serve como guia para estruturar a nomeação dos ministros de Estado, dos
membros dos gabinetes civil e militar, entre outras figuras de poder. Serão estabelecidas
regras sobre a ordem e formas e cumprimentos e serão repassadas orientações quanto
aos trajes e condução da recepção dos convidados.

4
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO OS ENCAMINHAMENTOS QUE DEVEM SER OBEDECIDOS NAS
CERIMÔNIAS DE POSSE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

FONTE: <https://cutt.ly/CoVMxvm>. Acesso em: 7 maio 2020.

Na sequência do Decreto, apresentam-se um amplo conjunto de orientações


a respeito dos procedimentos a serem adotados no caso de visita de autoridades e,
ademais, como as autoridades nacionais deverão proceder quando estiverem realizando
visitas oficiais. Particularmente, o Capítulo III discorre sobre as visitas do Presidente da
República e seu comparecimento a solenidades oficiais. Por sua vez, o Capítulo IV orienta
sobre os encaminhamentos a serem seguidos no caso de visitas oficiais, tais como
quando o Presidente da República visita oficialmente um Estado do território da Federação
(envolve aspectos como quem deverá recebê-lo e como deverá ocorrer a vista).

No Capítulo V, são repassadas as orientações para a ocasião de recebimento


de visitas de Chefes de Estados estrangeiros. Para exemplificar as orientações contidas
neste capítulo, recomenda-se que as visitas de Chefes de Estado estrangeiros ao Brasil
começarão, oficialmente, sempre que possível, na Capital Federal. Ainda no escopo dos
capítulos que regem as questões das visitas, o Capítulo VI normatiza a chegada dos
chefes de missão diplomática e entrega de credenciais.

FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO REPRESENTADO QUE AS VISITAS OFICIAIS DEVEM OBEDECER A


REGRAS PROTOCOLARES

FONTE: <https://cutt.ly/roV1oFz>. Acesso em: 8 maio 2020.

5
O Decreto baliza também os procedimentos a serem seguidos no caso
de falecimento de autoridades e figuras políticas. Em se tratando deste assunto,
as orientações estão organizadas da seguinte forma: o Capítulo VII refere-se às
instruções no caso do falecimento do Presidente da República, o Capítulo VIII trata dos
procedimentos no caso de falecimento de autoridades, o Capítulo IX orienta a respeito
do cerimonial no caso de falecimento de um Chefe de Estado estrangeiro e, por sua vez,
o capítulo X contempla os encaminhamentos a serem seguidos no caso de falecimento
de chefe de missão diplomática estrangeira.

FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO REPRESENTADO AS REGRAS A SEREM SEGUIDAS NO CASO DE CORTEJOS FÚNEBRES


OFICIAIS, COMO FOI O CASO DO SENADOR LUIS HENRIQUE DA SILVEIRA, QUE VEIO A FALECER EM 2015

FONTE: <https://cutt.ly/AoV0wxt>. Acesso em: 8 maio 2020.

Por fim, o Capítulo XI discorre sobre as condecorações, indicando como


deverão ser usadas a condecorações e medalhas conferidas pelo governo federal, ou
condecorações e medalhas conferidas por governos estrangeiros.

FIGURA 5 – IMAGEM REPRESENTANDO A ENTREGA DE CONDECORAÇÃO

FONTE: < https://cutt.ly/4oV0RNY >. Acesso em: 8 maio 2020.

6
DICA
O acesso integral ao Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, pode ser feito
no link a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d70274.htm.

Partimos agora para a discussão do conceito de cerimonial. Yanes (2014, p. 13,


grifos da autora) esclarece que:

Cerimonial é o conjunto de formalidades e procedimentos que


devem ser seguidos pelas autoridades nacionais e internacionais em
eventos solenes – a aplicação das leis do protocolo. Cria a imagem
de ato solene para um público específico. Cerimonial e protocolo
estabelecem e padronizam as relações as normas de conduta visando
as boas maneiras, os valores sociais e políticos, etiqueta, gestos,
formas de tratamento e a comunicação entre os participantes de
eventos e o desenrolar da solenidade. É uma linguagem que estabelece
comunicação própria, formal e diplomática. É uma prática que
sempre existiu, e desde a Antiguidade vem passando por variações de
acordo com a evolução da cultura, das sociedades, da tecnologia, e
que serviu para diferenciar os indivíduos e eventos uns dos outros,
alterando sua forma de apresentação e grau de importância.

Vamos analisar alguns pontos que foram realçados na fala de Yanes (2014). Note
que o aspecto da formalidade é central no âmbito dos cerimoniais. Outro ponto relevante
diz respeito à possibilidade de replicar os procedimentos que caracterizam o cerimonial
de forma constante. É neste sentido que o cerimonial ajuda a evitar constrangimentos,
pois atitudes “padrões” para cada situação formal são previamente estabelecidas.

Vale ressaltar que “as funções do cerimonial estão relacionadas aos objetivos
e às demandas específicas de cada evento a ser realizado” (YANES, 2014, p. 14) e,
neste sentido, de acordo com a função desempenhada eles podem ser classificados da
seguinte forma:

QUADRO 1 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CERIMONIAL

FUNÇÃO DESCRIÇÃO

Regular precedência (organizar) e adotar outras normas


Disciplinar
protocolares.
Definir rituais, gestos, honrarias e privilégios, organizando-os
Organizacional
como partes de um evento ou cerimônia.

Prever a linguagem formal, internacional e diplomática, e as


formas de cortesia, de etiqueta social, de tratamento, de redação
Semiológica
e expressão oficial entendidos por todos, não importando a
nacionalidade ou cultura.

7
Legislativa Codificar a legislação, as regras, os costumes e princípios.

Comunicar, ensinar, transmitir valores, formas de etiqueta e boas


Pedagógica e ética maneiras, de acordo com as culturas e civilizações, comunidades
ou organizações públicas ou privadas.

Informal Realizar e comemorar datas e eventos sociais.


FONTE: Salgado (s.d. apud Yanes (2014, p. 14)

Colaborando com esta linha de pensamento, Lukover (2015, p. 11) define:


“cerimonial é a aplicação prática do protocolo, ou seja, as suas regras. Exemplo:
cerimoniais e protocolos oficiais como a troca da guarda do Palácio de Buckingam”.

DICA
No link a seguir, você poderá assistir ao vídeo que revela como ocorre este
cerimonial: https://www.youtube.com/watch?v=zj7-isBtLKg.

A narração do vídeo está em língua inglesa, mas neste momento introdutório da


disciplina, nos interessa ressaltar que o procedimento de troca da guarda do palácio obedece
a uma série de regras que permanecem ao longo do tempo. Desta forma, a cerimônia
resguarda as mesmas características cada vez em que se realiza. A regras são extensas e
abrangentes, envolvendo vestimentas, reportório musical, instruções de segurança, trajeto
percorrido pela cavalaria e uma série de detalhes que compõem este cerimonial. Este
exemplo emblemático ajudará a você a se recordar que a ideia de cerimonial pressupõe
formalidade, organização e repetição (no sentido de que diversos aspectos do “ritual” se
mantêm constantes ao longo do tempo). Evidentemente, podem ocorrer mudanças ao
longo da história, mas tais eventuais transformações não são corriqueiras.

DICA
Caso você tenha curiosidade em conhecer mais a respeito da história e dos
detalhes deste cerimonial, recomendamos a leitura da reportagem a seguir:

Dica de reportagem: A troca da Guarda da Rainha no Palácio de Buckingham em


Londres. Disponível no link: https://viajar.io/paises/inglaterra/londres/a-troca-
da-guarda-da-rainha-no-palacio-de-buckingham-em-londres/.

8
Lukover (2015) explica que existem ainda os cerimoniais não oficiais, tais como
uma fila de cumprimentos em um evento, como na ocasião da celebração de um
casamento ou o corte da faixa inaugural em estabelecimentos.

FIGURA 6 – EXEMPLO DE CERIMONIAL NÃO OFICIAL: INAUGURAÇÃO DA ESCOLA DE ARTES E CIÊNCIAS, NA


UNIVERSIDADE DE OREGON (EUA)

FONTE: <https://cutt.ly/boV62Fu>. Acesso em: 9 maio 2020.

Talvez você esteja se perguntando, mas para que serve o cerimonial e o


protocolo? Acompanhe no quadro a seguir a explicação que elaboramos para você:

NOTA
Por que da existência do Cerimonial e Protocolo?

Existe para determinar os procedimentos e evitar embaraços.


Para exemplificar, podemos citar uma audiência, em que sempre há um
juiz sentado no centro da sala de audiência, e por ser o representante do
Estado, deve cumprir o papel de mediador, além do advogado de defesa e
da promotoria. Todos usam becas, porém as becas não podem ser iguais; o
promotor usará uma beca de estilo germânico e os demais advogados, uma
beca de estilo francês.
Todo este procedimento faz parte do protocolo do direito e a prática deste
protocolo é o cerimonial que ocorre nas audiências.
A lógica deste processo está na facilitação do entendimento para qualquer
pessoal que conheça o cerimonial e na distinção das funções dos profissionais
em questão.

FONTE: LUKOWER, A. Cerimonial e protocolo. São Paulo: Contexto, 2015, p. 12.

9
3 O QUE SE ENTENDE POR ETIQUETA?
Ao longo deste tópico você poderá perceber que as ideias de cerimonial e
protocolo se encontram entrelaçadas. Além disso, há um outro conceito que anda
de mãos dadas com as ideias de cerimonial e de protocolo: o conceito de etiqueta.
No exercício de organizar, planejar e executar eventos, para além das orientações
elencadas no decreto que rege o protocolo, somada às práticas adotadas no âmbito
dos cerimoniais não formais, a etiqueta é outro “ingrediente” indispensável para o
planejamento e realização exitosa dos eventos.

Ao longo desta disciplina, examinaremos aspectos de destaque vinculados à


questão da etiqueta. Neste momento, tendo em vista o escopo delimitado para este
tópico, nossa intenção é apresentar o conceito de etiqueta para você. Caso você sinta
curiosidade em aprofundar mais os seus conhecimentos sobre esta área, fique tranquilo
que retomaremos esta temática ao longo dos estudos da disciplina. Vamos para a
definição de etiqueta então!

Nas palavras de Lukover (2015, p. 11):

Etiqueta é um conjunto de normas de comportamento social,


profissional e familiar, que retrata a sociedade em cada época distinta.
A etiqueta também é indicativa de costumes e hábitos dos povos.
Como exemplo, podemos citar o cumprimento dos orientais, uma
inclinação para frente com a cabeça, em oposição ao cumprimento
ocidental do aperto de mãos. Nesse caso, as regras de etiqueta que
prevalecem são o cumprimento do anfitrião em primeiro lugar e
imediatamente após o cumprimento do visitante.

Contribuindo com o entendimento, apresentamos a definição de etiqueta de


Yanes (2014, p. 14):

Etiqueta é o conjunto de normas que regulamentam a vida social, e


se aplica no dia a dia dos indivíduos. Ordena as regras de convivência
e as relações interpessoais através do atendimento de costumes e
valores culturais. Regras de convivência são atitudes necessárias a
um relacionamento saudável, tomadas pelo indivíduo perante outro,
como respeito e educação, boas maneiras e cortesia.

Avançando com a discussão, apresentamos a contribuição de Egger-Moellwald


e Egger-Moellwald (2014, p. 65):

Etiqueta é o conjunto de hábitos, costumes, crenças, mitos e tabus


característicos de agrupamentos humanos transformados em regras
e que faz que o convívio com as diferenças entre as pessoas seja
atenuado. Enganam-se os que acreditam que as regras de etiqueta
são fixas e utilizadas apenas em situações especiais ou snobs, ou
que não se adaptam às exigências do mundo contemporâneo. Mais
do que nunca, as exigências para a boa convivência na vida social e
nos negócios são cada vez maiores, principalmente para as pessoas
expostas no seu cotidiano com estrangeiros.

10
Observe na explicação apresentada pelos autores que a função primordial da
etiqueta é facilitar o convívio entre as pessoas, de modo a tornar a convivência mais
harmoniosa, procurando atenuar desconfortos que possam surgir em decorrência
de diferentes percepções e modos de vida. Enquanto no âmbito do cerimonial e no
protocolo as regras tendem a ser mais rígidas e bastante claras, no plano da etiqueta,
as orientações destinadas a facilitar e organizar o convívio entre as pessoas são mais
sutis e menos estritas. Dependem de uma dose generosa de boa educação, empatia,
percepção e, principalmente, respeito ao outro. Nem sempre haverá um “certo” ou
“errado” absoluto e definitivo. Os comportamentos recomendados e considerados
adequados podem variar no tempo e no espaço.

Um exemplo emblemático, neste sentido, são os “beijinhos” ao se cumprimentar


uma pessoa: seria adequado dar um beijo ao saudar uma pessoa? Ou melhor, seriam
dois ou três beijos? Seria melhor, nenhum beijo? Beijar a mão, a bochecha, ou então,
seria permitido tocar suavemente os lábios do seu interlocutor? Ainda no assunto beijo,
caberia a mulher tomar a iniciativa de cumprimentar alguém desta forma? Ou seria
o homem? Viu como um simples aspecto da convivência pode gerar dúvidas? Todas
estas orientações irão variar dependendo do ambiente, do país e da cultura no qual
se esteja convivendo. Nossa intenção aqui é apresentar o conceito de etiqueta para
que você possa tê-lo em mente ao interagir socialmente e levar em consideração tais
ensinamentos ao se relacionar com os participantes do evento.

A ideia de cerimonial, protocolo e etiqueta abarca diversas dimensões da


nossa vida cotidiana. Assim, apresentamos no quadro a seguir, de forma resumida, as
principais áreas nas quais este entendimento se faz presente.

QUADRO 2 – DIVERSAS DIMENSÕES DO CERIMONIAL, PROTOCOLO E ETIQUETA

1. Alimentação: o que servir em determinada ocasião e evento, a ordem dos pratos


e a ordem dos vinhos e bebidas, guardando inclusive as questões alimentares
religiosas e ritualísticas de cada povo.
2. Linguagem: que assuntos devem constar em uma pauta e como devem ser
abordados.
3. Tratamentos: como referir-se a uma pessoa em função do cargo que ela exerce ou
título que possui, como nos dirigimos às pessoas mais velhas ou hierarquicamente
superiores.
4. Vestuário: que traje está de acordo para cada ocasião.
5. Gestual: tipos de saudação, cumprimentos, palmas etc.
6. Escrita: preocupação com termos adequados e apresentação visual do texto.
7. Priorização dos rituais.
8. Comportamento e etiqueta.

FONTE: Lukower (2015, p. 15)

11
4 COMO SURGIRAM OS EVENTOS? BREVE HISTÓRICO
Além da questão do cerimonial, do protocolo e da etiqueta, nesta disciplina,
também iremos discorrer sobre os eventos, de modo a compreender como esta temática
se relaciona com elementos previamente elencados. Nos próximos tópicos, você vai
entender as características e particularidades de cada tipo de evento, quais aspectos
precisam ser considerados na organização dos eventos e como colocar em prática as
diretrizes do cerimonial e do protocolo na ocasião de realização de um evento.

Antes de entrarmos nestes detalhes, mostraremos, de modo resumido, uma


breve história dos eventos.

Para isto, vamos tomar como base a obra de Matias (2013). Esta autora identificou
três grandes momentos no que se refere à evolução histórica dos eventos.

Inicialmente, ela aponta para a relevância dos Jogos Olímpicos – ainda durante a
Idade Antiga – como marco relevante da história dos eventos. Em seguida, ela comenta
sobre a importância dos conclaves, representações teatrais e feiras comerciais,
empreendidos durante o período da Idade Média como pontos fundamentais na história
dos eventos. O terceiro período identificado pela autora diz respeito à expansão dos
eventos técnicos e científicos que ocorrem após a Revolução Industrial.

Selecionamos três fragmentos de sua obra que trazem detalhes relevantes


sobre estes três momentos históricos, acompanhe:

As origens dos primeiros eventos

Anterior ao surgimento da palavra turismo, os homens haviam descoberto


que existia um grande espaço no seu entorno e que nele poderiam deslocar-se
pelos mais diversos motivos.

O ser humano sempre foi ávido por viver situações de descobertas e de


grandes acontecimentos. Isso pode ser verificado desde a civilização antiga, em
que se encontram os primeiros registros de deslocamentos de pessoas de uma
localidade a outra, no qual se reuniam para tratar de assuntos de interesse de todos.

Os primeiros registros que identificaram esses deslocamentos, que podem


ser considerados como origens do Turismo, mais especificamente do Turismo de
Eventos, foram os Jogos Olímpicos da Era Antiga, datados de 776 a.C.

12
JOGOS OLÍMPICOS REALIZADOS NA GRÉCIA, DURANTE A IDADE ANTIGA

FONTE: <https://cutt.ly/WoBtlce>. Acesso em: 8 maio 2020.

Esse tipo de evento acontecia na Grécia de quatro em quatro anos e possuía


caráter religioso. No período em que estavam ocorrendo os jogos, estabelecia-se
uma trégua e nenhum tipo de combate era travado.

Foi a partir dos Jogos Olímpicos que o espírito da hospitalidade se


desenvolveu. Conta a história que Zeus disfarçava-se de participante das reuniões
e que as vilas recebiam muito bem esses participantes, porque entre eles poderia
estar o deus.

O sucesso dos Jogos Olímpicos, realizados em Olímpia, fez com que outras
cidades gregas, como Delfos e Corinto, passassem a organizar seus próprios jogos,
concursos e demais atrações.

Outro tipo de acontecimento identificado na Antiguidade foram as Festas


Saturnálias, instituídas em 500 a.C, das quais derivam o carnaval.

O primeiro evento realizado, denominado congresso, aconteceu em 377


a.C, em Corinto. Este congresso reuniu todos os delegados das cidades gregas,
que elegeram Felipe o generalíssimo da Grécia nas lutas contra a Pérsia.

Em 56 a.C, aconteceu o último evento da Idade Antiga, que foi a Conferência


de Luca. César, graças a um grande esforço, conseguiu convocar para Luca, norte
da Itália, o evento que tinha por objetivo reconciliar os dois rivais Pompeu e Crasso.
O objetivo do evento foi alcançado, César aumentou o poder do Triunvirato e
derrubou o Senado.

13
Com o declínio da civilização antiga, surgiu o cristianismo. Os romanos,
incapazes de acabar com o Cristianismo, tentaram buscar apoio no crescente
número de cristãos no Império. Entretanto, nem todos os cristãos viam com bons
olhos o aumento da riqueza e do podes da Igreja.

A civilização antiga deixou de herança para o Turismo de Eventos o espírito


de hospitalidade, a infraestrutura de acesso e os primeiros espaços de eventos.

FONTE: MATIAS, M. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 5 ed. Barueri: Manole,


2013, p. 35.

Observe como ao longo da história os diversos âmbitos da vida interferiram na


trajetória dos eventos. No caso das Olímpiadas, considere a relação que se estabelece
com a dinâmica das guerras. Em se tratando das Festas Saturnais, note a ligação que
se forma entre a dimensão da religiosidade e das festividades.

Vamos examinar agora alguns elementos de destaque na trajetória da história


dos eventos durante o período da Idade Média.

Acontecimentos relevantes sobre a área de eventos na Idade Média

Evolução dos eventos: os eventos religiosos e os eventos comerciais

Os eventos são acontecimentos que possuem suas origens na Antiguidade


e que atravessam diversos períodos da história da civilização humana, atingindo os
dias atuais. Nessa trajetória, foram adquirindo características econômicas, sociais
e políticas das sociedades representativas de cada época.

Com a queda do Império Romano, o triunfo do Cristianismo e o estabelecimento


de reinos germânicos em terras que haviam sido romanas marcaram o início da Idade
Média. A Idade Média foi um período que apresentou características bem definidas,
como o poderio da Igreja e a atividade comercial, que foi desenvolvida próxima aos
castelos e mosteiros.

Os eventos que aconteceram nesse período retratam bem essas


características, como também tendências futuras. A Idade Média foi de pouca
expressão para o desenvolvimento do Turismo de Lazer em consequência da falta de
segurança nas estradas. Em outros aspectos, porém, foi promissora porque propiciou
o surgimento de instrumentos que poderiam facilitar as viagens, como o Guia de
Estradas de Charles Estiene (1552), que continha informações, roteiros e impressões
sobre viagens, e a publicação Of Travel, de Francis Bacon (1612), com uma série de
orientações para viajantes.

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Para o Turismo de Eventos, a Idade Média foi bastante significativa, pois
praticamente plantou as bases para o desenvolvimento desse tipo de turismo.
Foi marcada por uma série de eventos religiosos e comerciais, que causaram o
deslocamento de um grande número de pessoas, como membros do clero,
mercadores e outros.

Os principais tipos de evento que marcaram essa época foram os religiosos


(os concílios e as representações teatrais) e os comerciais (as feiras comerciais). Os
membros do clero se deslocavam para participar dos concílios, nos quais eram discutidos
assuntos relacionados à doutrina e aos dogmas da Igreja. Não se preocupavam com
os problemas de segurança, porque representavam a autoridade máxima da época.

FEIRAS COMERCIAIS DA IDADE MÉDIA

FONTE: <https://www.coroflot.com/SPAH/Market-marquees-history-n-origin>. Acesso em: 8 maio 2020.

Os mercadores, para participar das feiras, pagavam tributos ao senhor e/ou


clero em troca de proteção, tanto no caminho de ida quanto no de volta das feiras.

Com relação às representações teatrais, pode-se dizer que tinham caráter


religioso. Iniciaram-se no interior das igrejas encenando algumas passagens da
missa para quebrar a monotonia do ritual.

Posteriormente, começaram a encenar outras cerimônias e, em função do


grande número de espectadores que atraíam, as igrejas tornaram-se pequenas. Só
então as representações teatrais ganharam as ruas e a praça pública.

FONTE: MATIAS, M. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 5 ed. Barueri: Manole,


2013, p. 36.

15
A relevância das feiras comerciais, com o intuito de permitir a negociação de
mercadorias foi um evento importante na história dos eventos. Note que as feiras de
negócios, embora tenham se tornado mais complexas e sofisticadas, permanecem em
cena no plano do turismo de eventos. Por sua vez, a temática religiosa também permanece
em evidência na área de eventos nos dias de hoje. Perante um amplo leque de religiões
que caracterizam o momento atual, os eventos incluem desde palestras e congressos,
além de diversas festividades religiosas, homenageando Padroeiras e outras figuras de fé.

Continuando com a nossa viagem histórica, vamos acompanhar o comentário


de Matias (2013) sobre os destaques na área de eventos após a Revolução Industrial.

Acontecimentos relevantes sobre a área de eventos após a Revolução


Industrial

A Revolução Industrial operou grandes mudanças na sociedade,


transformando a economia manual em mecanizada. O trabalho humano ou animal foi
substituído por outros tipos de energia, como a máquina a vapor ou de combustão.
Essas mudanças causaram transformações também nos transportes e comunicação.

Todas essas mudanças que se processaram refletiram também nos tipos


de eventos realizados, causando o surgimento dos eventos científicos e técnicos.

FONTE: MATIAS, M. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 5 ed. Barueri: Manole,


2013, p. 38.

Chegamos ao final deste tópico. Agora você já conhece os principais aspectos


conceituais a respeito da temática cerimonial, protocolo e etiqueta. Vimos também
os principais elementos históricos relacionado ao surgimento dos eventos. Após
discorrermos sobre estes elementos, você terá condições de estudar de forma mais
detalhada cada um dos elementos que fazem parte desta temática de estudo, conforme
veremos nos tópicos vindouros.

16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O domínio dos conhecimentos relacionados ao campo do cerimonial, protocolo e


etiqueta permite aos profissionais de eventos que não cometam gafes e colaboram
para que haja o respeito, a formalidade e a elegância necessária para lidar com
pessoas que se encontram em um mesmo evento, sejam elas organizadora ou
espectadoras do evento, mas que trazem consigo diferentes níveis socioeconômicos,
culturais e, ainda, distintos valores pessoais.

• O protocolo representa as leis que regulam a conduta e o comportamento nos


eventos.

• No Brasil, as regras para os protocolos públicos e formais são estabelecidas pelo


Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que determina as normas do cerimonial
público e a ordem geral de precedência.

• Cerimonial é o conjunto de formalidades e procedimentos que devem ser seguidos


pelas autoridades nacionais e internacionais em eventos solenes – a aplicação das
leis do protocolo.

• Etiqueta é um conjunto de normas de comportamento social, profissional e familiar,


que retrata a sociedade em cada época distinta.

• Etiqueta é o conjunto de hábitos, costumes, crenças, mitos e tabus característicos


de agrupamentos humanos transformados em regras e que faz que o convívio com
as diferenças entre as pessoas seja atenuado.

• Na evolução histórica dos eventos, destacam-se alguns fatos: a relevância


dos Jogos Olímpicos, ainda durante a Idade Antiga, a relevância dos conclaves,
representações teatrais e feiras comerciais, empreendidos durante o período da
Idade Média e a expansão dos eventos técnicos e científicos que ocorrem após a
Revolução Industrial.

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AUTOATIVIDADE
1 Em se tratando da realização de cerimônias, sejam estas de natureza formal ou informal,
observamos que elas podem cumprir distintas funções. Dentre tais funções, é possível
mencionar a chamada função semiológica. Sobre este assunto, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) ( ) Envolve a atenção a linguagem formal, internacional e diplomática.


b) ( ) Dispõe sobre as possibilidades de participação dos convidados.
c) ( ) Abarca o cuidado com relação às formas de cortesia e de etiqueta social.
d) ( ) Inclui a preocupação em adotar uma redação e expressão oficial entendidos por
todos.

2 O profissional da área de turismo que almeje trabalhar no setor de eventos precisa


estar atento à terminologia recorrentemente utilizada nesta área, compreendendo
conceitos como cerimonial, protocolo e etiqueta. Com relação ao conceito de
protocolo, analise as sentenças a seguir:

I – Protocolos são definidos por normas e decretos de âmbitos municipal, estadual,


federal e internacional.
II – A execução do protocolo é flexível e optativa, mesmo nos cerimoniais públicos,
estando condicionada aos interesses dos organizadores.
III – Trata-se de um conjunto de formalidades determinada pela ordem hierárquica entre as
autoridades, determinando a precedência em que os governantes ou representantes
se apresentam em eventos oficiais ou particulares.
IV – O protocolo representa as leis que regulam a conduta e o comportamentos nos eventos.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) ( ) I e II.
b) ( ) III e IV.
c) ( ) Somente III.
d) ( ) I, III e IV.

3 Para desempenhar suas atividades com excelência, o profissional de eventos precisa


conhecer e dominar algumas regras de etiquetas, para que ele tenha as habilidades
necessárias para lidar com os diferentes tipos de participantes de eventos. Com
relação ao conceito de etiqueta, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Envolve as regras de convivência e atitudes necessárias para permitir que


estabeleçam relações mais harmoniosas no plano social das interações humanas.
b) ( ) Refere-se ao conjunto de normas que regulamentam a vida social, e se aplica no
dia a dia dos indivíduos.
c) ( ) Estabelece a ordem hierárquica a ser seguida, quando da presença de autoridades
políticas em um evento.
d) ( ) Inclui atitudes vinculadas a valores como respeito, educação, boas maneiras e cortesia.
18
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
OS DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E DE
CERIMÔNIAS PÚBLICAS E PRIVADAS

1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é apresentar a você os diferentes tipos de eventos.
Vamos explicar as diferenças entre as cerimônias públicas e as privadas e apontaremos
as principais características de cada uma delas. Você também vai aprender que existem
diferentes formas de se classificarem os eventos, dependendo da finalidade que se
tenha em mente.

Entenderemos as diferentes denominações empregadas para qualificar os


eventos, tais como painéis, simpósios, jornadas, conclaves, entre outros. Ficou curioso para
conhecer mais sobre esta temática? Então venha conosco e descubra as particularidades
de cada uma destas formas de se pensar e realizar um evento. Boa leitura!

2 AS DIFERENTES FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS


EVENTOS
Para começarmos o nosso estudo a respeito do tema eventos, destacamos a
explicação de Matias (2013, p. 31, grifo da autora):

Evento é um acontecimento que, desde as suas origens, na


antiguidade, e em sua trajetória histórica até chegar aos tempos
modernos, sempre envolve várias pessoas nas diversas fases do seu
planejamento e organização, como também, atrai um grande número
de participantes. Atualmente, o evento, em função dos objetivos
fixados, do grande número de pessoas que envolve e das diversas
expectativas e necessidades que estas pessoas apresentam, tornou-
se uma importante atividade econômica e social, que deve ser
tratada de forma profissional.

Avançando em suas explicações, Matias (2013, p. 106) pontua que o significado


de eventos abarca os aspectos realçados no quadro exposto a seguir:

19
QUADRO 3 – DEFINIÇÃO DE EVENTOS

Evento significa...

Ação do profissional mediante pesquisa, planejamento, organização, coordenação,


controle e implantação de um projeto, visando atingir seu público-alvo com medidas
concretas e resultados projetados.

Conjunto de atividades profissionais desenvolvidas com o objetivo de alcançar o seu


público-alvo pelo lançamento de produtos, apresentação de uma pessoa, empresa ou
entidade, visando estabelecer seu conceito ou recuperar sua imagem.

Realização de um ato comemorativo, com finalidade mercadológica ou não, visando


apresentar, conquistar ou recuperar o seu público-alvo.

Soma de ações previamente planejadas com o objetivo de alcançar resultados


definidos perante seu público-alvo.
FONTE: Matias (2013, p. 106)

Complementando o comentário de Matias (2013), ressalta-se que “evento


pode ser definido como um acontecimento organizado com objetivos institucionais,
comunitários ou profissionais” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017, p. 11). Tal como
podemos notar, a realização de um evento envolve um amplo número de pessoas e
ocorre em diferentes ambientes, sejam estes empresariais, acadêmicos, comunitários,
sociais, familiares, entre outros.

Na atualidade, verifica-se uma intensificação do processo de profissionalização


da cadeia produtiva do segmento de eventos. Referimo-nos ao amplo leque de
profissionais que colaboram e que ofertam os seus serviços na área de eventos. Nos
dias de hoje, temos doceiras especializadas em doces de casamento, decoradores de
eventos atuando em nichos cada vez mais especializados – chás de bebê e formaturas,
por exemplo –, emergem eventos virtuais como o TEDx Talks – que passam a requerer
um novo formato de organização, divulgação e realização de eventos – entre tantas
outras transformações que estão em curso.

Por outro lado, segue em curso eventos que se caracterizam por um rigor maior
a normas e aspectos tradicionalmente acordados, tais como são as cerimônias de posse
do governo, a realização de um simpósio acadêmico, a cerimônia de abertura de uma
olímpiada ou a realização de um casamento (caso os noivos optem em seguir o rito
tradicional), apenas para ilustrar.

Nesse sentido, a ideia deste tópico é situar o acadêmico dentro deste amplo
espectro da área de eventos. Tenha em mente que as definições que serão apresentadas
aqui visam balizar o seu posicionamento e suas atitudes neste campo profissional. Não
se esqueça, contudo, que este guia será capaz de norteá-lo no seu ambiente profissional,
mas que, em face ao amplo conjunto de particularidades que envolvem este setor

20
profissional, será imprescindível que você desenvolva as habilidades e competências
necessárias para manter-se atualizado e ademais, que você construa a capacidade de
“ler” a entidade, empresa ou organização na qual você irá atuar, atentando-se para as
características específicas do tipo de evento que realizam.

Feitos estes esclarecimentos, verifica-se que existem várias formas de se


classificar um evento. Quando o critério é o tamanho ou porte, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas – ABNT NBR 16004/2016 classifica a estrutura dos eventos da
seguinte maneira:

QUADRO 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O CRITÉRIO DE TAMANHO

Alto grau de complexidade de organização, normalmente tem


Megaevento visibilidade e repercussão mundial, e envolve um número expressivo
de público e profissionais para sua realização.

Alto grau de complexidade de organização, com visibilidade e


Grande Porte repercussão adequadas ao público-alvo. Normalmente, envolve um
número significativo de público e profissionais para sua realização.

Menor nível de complexidade de organização, com visibilidade e


Médio Porte repercussão adequadas ao público-alvo. Normalmente, envolve um
número significativo de público e profissionais para sua realização.

Baixo grau de complexidade de organização, visibilidade e


Pequeno Porte
repercussão, que envolve menos pessoas.
FONTE: Ministério da Educação (2019, p. 13)

Outro aspecto a ser considerado com relação à classificação a periodicidade, isto


é, com que frequência determinado evento acontece. Para tanto, segue-se a seguinte
forma de classificação:

QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO A PERIODICIDADE DE SUA REALIZAÇÃO

Evento que ocorre regularmente, podendo ter distintos intervalos


Permanente
de tempo: um semestre, um ano, dois anos, dez anos etc.

Esporádico Evento com intervalos irregulares.

Único Evento cuja edição se realiza uma única vez.

Oportunidade Ocorre por aproveitamento de uma ocasião ou fato.


FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2019)

Ademais, a classificação dos eventos poderá ser feita adotando como critério
o modo de acesso ou participação, isto é, diz respeito ao acesso do público ao evento.

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QUADRO 6 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O MODO DE ACESSO DO PÚBLICO

Aberto Com participação livre de critério de seleção

Fechado Com participação restrita por critérios específicos

FONTE: Ministério da Educação (2019, p. 14)

Avançando na explanação sobre a temática eventos, verifica-se que existem


diversos tipos de eventos: cerimônias de colação de grau, congressos, cerimônias de
posse de governo, festas de casamentos e tantas outras. Por conta disso, os eventos
podem ser classificados e organizados em diversas tipologias, tal como iremos
examinar adiante. De início, gostaríamos de ressaltar que podemos diferenciar os
eventos conforme o grau de formalidade que ele requer. Assim, temos eventos que são
realizados conforme um cerimonial formal e, por sua vez, temos outros que obedecem
a um cerimonial social.

Em termos simples, o cerimonial formal ou cerimonial público obedece a uma


lei, já o cerimonial social não segue uma lei específica embora siga um ritual de costume,
de tal modo que a sequência dos acontecimentos tende a ser constante.

Como vimos, no Brasil, a lei que rege o cerimonial formal ou público é o Decreto
nº 70.274, de 9 de março de 1972. Além disso, é possível que cerimoniais formais sejam
organizados com base em “leis/normas” de um clube ou de uma empresa (LUKOWER,
2015). Por sua vez, o cerimonial social refere-se à organização dos eventos que não são
regidos por uma legislação específica e escrita,

(...) mas se baseia em uma sequência de rituais implícitos e


tradições, como por exemplo em uma festa de casamento, onde o
brinde simbólico dos noivos e a partilha do bolo antecedem a valsa,
que começa somente com os noivos dançando, seguido dos pais,
padrinhos e, por fim, dos convidados. Não há uma lei especificando
essa sequência, porém a tradição rege este tipo de cerimonial, que
quando é omitido ou mudado causa espanto por fazer com que o
evento perca sua referência (LUKOWER, 2015, p. 12).

Ainda que a incorporação e o respeito a regras e determinadas formalidades


seja um traço relevante dos eventos públicos, Lukover (2015, p. 13) pondera que:

Devemos eliminar a imagem que temos de cerimônias, principalmente


os oficiais, de eventos faraônicos, pois eles não são assim na realidade.
Essas distorções ocorrem por conta de indivíduos que querem
demonstrar ostentação e poder excessivo. Na realidade, tratando-
se de eventos das áreas do governo, jamais deve-se ostentar, pois
eles são realizados com verbas públicas e, além disso, não devemos
relacionar requinte e bom gosto com ostentação.

A respeito das solenidades públicas, de modo geral, elas costumam obedecer a


um roteiro. Observe o comentário de Lukover (2015, p. 35) a respeito do assunto:

22
Em eventos oficiais, temos basicamente a seguinte ordem de
solenidade:
1. Composição da mesa de honra.
2. Apresentação de homenageados e outros.
3. Execução do Hino Nacional.
4. Abertura pelo presidente da mesa.
5. Discursos por precedência (o mais importante fala por último).
6. Encerramento da solenidade pelo presidente da mesa.

Como você pode notar, existe uma ampla gama de eventos que podem ou
não obedecer há um cerimonial formal. Vamos examinar agora algumas tipologias de
eventos (Quadro 7).

QUADRO 7 – TIPOLOGIA DE EVENTOS, CONFORME A FINALIDADE E O PÚBLICO-ALVO

EVENTOS SOCIAIS

São eventos sem caráter comercial, promovidos por empresas ou por pessoas físicas.
Podem ser casamentos, batizados, noivados, festas de debutantes etc. Esses eventos
são geralmente iniciados com uma cerimônia religiosa e seguidos de recepção, que
pode ser almoço, jantar, coquetel ou, no caso dos casamentos, bolo e champagne.
As empresas ou entidades de classe promovem eventos sociais com o intuito de
confraternização, logo encontraremos esse tipo de evento em todos os segmentos e
atividades. É comum estarem incluídos na programação de congressos ou feiras.

EVENTOS PROFISSIONAIS

São eventos de caráter comercial que podem visar ao lucro ou não. Promovidos
por empresas ou entidades, trabalham principalmente a imagem da empresa ou
instituição. São as convenções, feiras e mostras, entre outros. A abertura dos trabalhos
ou do evento propriamente dito é feita pelos organizadores ou por um mestre de
cerimônia. Quando há convidados especiais, é necessário que se organize uma mesa
de honra, obedecendo uma ordem de precedência pela importância dos participantes
e, se forem autoridades representativas de governos ou clero, é preciso consultar a
Ordem Geral de Precedência, em que prevalece a precedência Federal, de acordo com
o Decreto nº 70.274.

EVENTOS MISTOS

São eventos que possuem tanto um caráter comercial ou institucional como um caráter
social, como, por exemplo, uma confraternização após uma convenção, que pode ser um
almoço ou jantar, ou então um coquetel de boas-vindas a um congresso, ou mesmo um
jantar em comemoração a uma inauguração de fábrica. Podemos observar que na prática
os eventos são, em sua maioria, mistos. Para esclarecer a recepção que segue o evento, ela
sempre deve estar mencionada no convite ou programa do evento.
Pode ser considerado também um evento misto aquele promovido por empresas ou
entidades de classe, clubes com participação na promoção do referido evento com apoio
ou patrocínio de algum nível do governo, tendo alguma autoridade presente.

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EVENTO TÉCNICO-CIENTÍFICOS

São eventos ligados a áreas específicas, geralmente congressos e encontros, feiras


técnicas, conferências, seminários, mesas-redondas, simpósios, palestras e todo os
eventos em que informações técnico-científicas serão abordadas.

EVENTOS CORPORATIVOS OU EMPRESARIAIS

Esses eventos estão ligados à área de negócios em geral, como convenções,


lançamentos de produtos, eventos proprietários entre outros. Podem ter como objetivo
capacitação profissional, demonstração de resultados da empresa ou apresentação
de metas e programas de incentivos para funcionários; também podem ter o objetivo
de divulgar a marca como no caso dos eventos proprietários.
EVENTOS ARTÍSTICOS

Consideramos eventos artísticos todos os tipos de shows, assim como o teatro, sendo
este último um tipo de evento que pode catalogado como artístico ou cultural.

EVENTOS CULTURAIS

Temos desde os certames escolares até as exposições e feiras de arte, apresentações


de folclore, entre outros. Temos que ter cuidado e critério ao catalogar um evento
como artístico, pois seus promotores podem ter interesse financeiro.

EVENTOS RELIGIOSOS

São eventos totalmente ligados à liturgia religiosa. Pode até haver uma parte do evento
que seja social, porém o motivo maior será sempre o caráter religioso.

FONTE: A autora

3 TIPOLOGIA DE EVENTOS
Agora que você compreendeu as formas de classificação dos eventos, vamos
examinar com mais detalhes as diferentes terminologias empregadas para denominar
cada um deles. Cada uma das formas de denominação visa realçar algumas das
características que mais se destacam na ocasião de realização dos eventos. Acompanhe
a relação dos tipos mais comuns de eventos.

3.1 ASSEMBLEIA
“Reunião da qual participam delegações representantes de grupos, estados,
países etc. Sua principal característica é debater assuntos de grande interesse de
grupos, classes profissionais, países, regiões ou estados” (MATIAS, 2013, p. 108).
Neste tipo de evento, os trabalhos desenvolvidos costumam apresentar algumas
particularidades, a saber: as delegações são colocadas em lugares preestabelecidos, as

24
conclusões são apresentadas e votadas em plenário e posteriormente transformadas
em recomendações da assembleia; e, além disso, apenas as delegações oficiais têm
direito a voto, mas isso não impede a inscrição de participantes interessados no assunto,
desde que estejam na condição de ouvintes (MATIAS, 2013).

3.2 BRUNCH
Este tipo de evento surgiu nos Estados Unidos e passou a ser realizado no período
recente no Brasil, sobretudo, em hotéis com foco em lazer (alguns estabelecimentos os
realizam domingos, à beira da piscina). O brunch costuma ser servido entre às 10h30/11h e se
estende até, aproximadamente, às 15h30 (os horários variam conforme cada estabelecimento.
Trata-se uma “mistura” de café da manhã com almoço. Em um brunch, são servidos de
forma equilibrada doces, salgados, sucos e bebidas alcoólicas leves. A origem da palavra
brunch vem da junção de breakfast (café da manhã) e lunch (almoço) (MATIAS, 2013).

FIGURA 7 – BRUNCH TRADICIONALMENTE SERVIDO NO HOTEL TERRAZZA DANIELE, EM VENEZA (ITÁLIA)

FONTE: <https://pbs.twimg.com/media/EDoHtj5WkAEoJpk.jpg>. Acesso em: 8 maio 2020.

3.3 CONCLAVE
“Evento de cunho religioso, no qual acontece a reunião de cardeais para eleição
do Papa; também pode haver discussões de ordem ética e moral, cujas conclusões
serão adotadas por toda a Igreja Católica” (YANES, 2014, p. 23).

3.4 CONFERÊNCIA
Segundo Yanes (2014, p. 23):

Trata-se da apresentação de um tema informativo por uma autoridade


em determinado assunto (conferencista – pessoa reconhecidamente
competente), para um grande número de pessoas e conduzido por
um presidente de mesa que dirige a apresentação de um tema,

25
geralmente científico ou técnico. Visa um público específico que
demonstra familiaridade com o assunto abordado. [...] de modo geral,
em conferências se faz necessária a formação de mesa diretora,
além de um presidente que fará a coordenação dos trabalhos.

Após a explanação do conteúdo, a palavra pode ser dada à plateia para


questionamentos, ainda que a realização destas possíveis perguntas precise ser
planejada e organizada, tendo em vista a preocupação em manter a agenda do evento
no horário. Em alguns casos, aconselha-se não abrir espaço para perguntas para evitar
o comprometimento da pauta do dia (CESCA, 2015).

3.5 CONGRESSO
De acordo com Yanes (2014, p. 24), este tipo de evento caracteriza-se por serem
“reuniões promovidas por entidades associativas que visam debater assuntos que
interessam a um determinado ramo profissional”. O principal objetivo de um congresso é
apresentar e debater temas atuais e de interesse de determinado público. Por exemplo,
realizam-se congressos nas áreas de saúde (em cada uma de suas especialidades), do
direito, do agronegócio e assim por diante.

Sobre este tipo de evento, Cesca (2015, p. 27) explica que: “é realizado em
vários dias, com a inclusão de outros encontros dentre deste. Constitui-se num evento
de grande porte, que engloba, inclusive, atividades sociais para os participantes”.
O congresso é um evento “robusto”, por assim dizer, e é possível que os trabalhos a
serem realizados sejam divididos em outros tipos de eventos, como mesas-redondas,
painéis, mostras, grupos de trabalho, oficinas e assim por diante. Veja o exemplo que
selecionamos para você. No quadro a seguir, expõem-se a programação do XXIX
Congresso Brasileiro de Turismo que ocorreu no ano de 2019. Observe na programação
ela contempla diferentes tipos de atividades.

QUADRO 8 – EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO DE UM CONGRESSO


Quinta, 3 de outubro de 2019

8h Credenciamento
9h – 10h Solenidade de Abertura
Talk Show
Políticas públicas para o Turismo e o Compromisso com a Agenda
2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
10h – 11h30 Participantes:
Prof. Dr. Mario Beni
Turº Bel. Ítalo Mendes
Dr. Márcio Favila
VI Prêmio ABBTUR 2019 Mérito & Talento
11h30 – 13h
Destino Patrono 2019 Cabedelo/Paraíba - Turª Bel. Vera Simões

26
13h – 14h30 Intervalo
Eixo: TURISMO X SAÚDE E SOCIEDADE
Painel: O Turismo que transforma - Saúde e Bem Estar
Moderadora:
Turª Bel. Drª Marlene Matias
Psicologia do Lazer - viagem como necessidade básica humana
Palestrante:
Rogério Giannini / Presidente do CFP - Conselho Federal de Psicologia
Alertas sanitários internacionais para viajantes ( CDC e OMS ) e sua
14h30 – 16h
utilização como ferramenta de planejamento.
Palestrante:
Turº Bel.Dr.Dennis Minoro Fujita/IFSP e Instituto de Medicina
Tropical/USP
"Turismo, Saúde e Desenvolvimento Social"
Palestrante:
Angela Ostritz/FIOCRUZ-CE
Painel: Destinos Turísticos: Acessibilidade para Quem?
Moderadora: Turª Bel.Ellen Carvalho - UFSE / Presidente ABBTUR
Seccional Sergipe
"Gorda, sim! De biquíni, também! As consumidoras de destinos de sol
e praia sob uma nova perspectiva."
Palestrante:
Turª Bel. Marcela Lidianny / UFPE
Inclusão, Acessibilidade e Preconceito nos Destinos Turísticos
Palestrante:
16h – 17h30
Cristiane Fornazieri / Casa do Braile Sinalização Visual e Tátil
Turismo como direito cidadão na Melhor Idade
Palestrante:
Tânia Gurgel - Presidente ABCMI-CE
As Estâncias e municípios turísticos estão preparados para receber
todas as pessoas?
Palestrante:
Turº Bel. Edson Rodrigo - Prefeito Monte Alegre do Sul- SP e
Presidente da Associação das Estâncias Turísticas de São Paulo
I CBTuris
I CONGRESSO BRASILEIRO DE TURISMÓLOGOS E PROFISSIONAIS DO
TURISMO
Quadro Político Institucional da construção da profissão de Turismólogo
Quem é o Turismólogo? Quatro décadas de avanços e retrocessos
Palestrantes:
17h30 – 20h
Turº Bel.Elzário Júnior
Turª Bel.Tânia Guimarães Omena
Turª Bel.DrªMaria José Giaretta

27
Eixo: PATRIMÔNIO X TURISMO

Sexta, 04 de outubro de 2019

Eixo: PATRIMÔNIO X TURISMO

Fórum Nacional das Comissões de Turismo das Assembleias Legislativas


Coordenadores:
Dep. Felipe Souza - ALEAM
Dep. Nizo Costa - ALECE
Turª Bel. Lenora Horn Schneider - RS
Turº Bel. Sandro Bello - AP
9h – 12h Turº Bel. Hugo Veiga - MA
Pauta sugerida:
• Critérios para Editais de Concurso Público para vaga de Turismólogo;
• Fortalecimento para instituir o CFTur - Conselho Federal de Turismo;
• Sugestão para representatividade de um Fórum Permanente das
Comissões de Turismo das Assembleias Legislativas do Brasil no
Conselho Nacional de Turismo/MTur

12h – 13h Intervalo


13h – 15h Credenciamento

Painel: Atuação e responsabilidade do Turismólogo na área


patrimonial
Moderadora: Turª Bel. Fátima Aguiar
Contribuição do Turismo para os ODS
Palestrante:
Turº Bel. Ítalo Mendes - DF
Encontro Intersetorial Geologia x Turismo: Geoparque como Patrimônio
Turístico Natural, geodiversidade e importância para o turismo
Palestrantes e Articuladores:
14h – 16h Antonio Édio Callou - Geoparque Araripe/SEBRAE-CE
Mickaelon Belchior Vasconcelos/CPRM-Companhia de Pesquisas
de Recursos Minerais
Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial
Palestrante:
Mario Nascimento / CNM-Confederação Nacional dos Municípios
Cooperação do Turismólogo na gestão de riscos para proteção do
patrimônio turístico
Palestrante:
Pesquisador Turº Tecº Roberto do Nascimento da Silva / IFCE

28
Painel: Políticas Públicas no Turismo: Exigências e procedimentos
Moderadora: Turª Bel. Vera Simões
Políticas Públicas de Turismo na Área Ambiental
Palestrante:
Turª Bel. Manuela Tambellini - INEA/RJ- Instituto Estadual do
Ambiente - Gerente de Visitação, Negócios e Sustentabilidade. da
Diretoria de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas
Governança regional de turismo: da constituição aos resultados.
Palestrante:
Turº Bel. Dr. Calidon Costa
O Turismólogo na construção de políticas públicas nos municípios
Palestrante:
16h – 18h30
Turª Bel. Marta Feitosa / CNM-Confederação Nacional dos Municípios
Metodologia para mensuração de desenvolvimento turístico dos
municípios capixabas
Palestrante:
Turº Bel. Luciano dos Santos Andrade / SETUR-ES
A Importância e a atribuição das Instâncias de Governança Regional
Palestrante:
Tur° Bel. Rosana Lima / ABBTUR Seccional Ceará
Programa Nosso Centro
Palestrante:
Turº Tecº Hugo Veiga / Secretário Adjunto de Turismo do Estado do
Maranhão
Encontro do Fórum Nacional de Cursos de Hotelaria, Lazer e Desporto,
Eventos, Gastronomia e Turismo
Moderadoras:
Turª Bel. Drª Silvia Cabral / UNIVALI
18h30 – 22h
Turª Bel. Drª Teresa Catramby / UFRRJ
Educação Superior em Turismo, Mercado e Desenvolvimento.
Palestrante:
Marcos Pompeu - Sistema Fecomercio/Senac.
FONTE: Adaptado de <http://www.abbtur.org.br/cbturis2019/>. Acesso em: 8 maio 2020.

Ainda sobre as características de um congresso, vale ressaltar que eles são


realizados em intervalos de tempo regulares, normalmente se repetem a cada um ou
dois anos e sob o ponto de vista geográfico, podem ter abrangência regional, nacional
ou internacional. Yanes (2014, p. 24) menciona que “os trabalhos apresentados nos
congressos são compilados e publicados em forma de anais [...]”. Você se recorda
quais são as características deste tipo de publicação? Aproveitamos para recapitular
brevemente o que são os chamados anais de eventos, observe:

29
NOTA
Anais...
Os anais de eventos ou proceedings são a reunião de todos os conhecimentos produzido
por um evento. Seja esse evento um congresso ou uma semana acadêmica, os formatos
de publicação variam de trabalhos completos a resumos. Para que os trabalhos sejam
incluídos nessa publicação, eles devem anteriormente terem sido aprovados pela comissão
avaliadora do evento.
[...]
Anais de eventos ou, em inglês, conference proceedings são documentos que compilam
todo o conteúdo gerado por um evento. Isto é, todos os resumos, trabalhos apresentados,
palestras e conferências, ou seja, os anais reúnem todo conhecimento científico que foi
debatido, produzido e apresentado em um evento. O documento inclui, além dos trabalhos,
os nomes de vários autores, avaliadores e participantes que contribuíram de alguma forma
com o conteúdo daquele evento.

Qual a importância dos anais de eventos?


A publicação dos anais preserva e eterniza todo o conhecimento científico
que foi produzido por um evento. Além disso, são importantes também
para gerar um melhor relacionamento entre os congressistas e os
participantes do seu evento.
[...] Existem várias maneiras de publicá-los para que ele fique disponível
e acessível para qualquer pessoa interessada. Com isso, o conteúdo do
evento se torna público, acessível para todos os profissionais do meio
científico que tenham algum interesse nele, ampliando o seu impacto.
Os alunos e profissionais que não compareceram ao evento terão acesso
rápido e prático ao seu conteúdo. Contribuindo para a reputação e imagem
do evento, gerando visibilidade e autoridade. A publicação dos anais contribui
para a construção da história de grandes eventos e, principalmente, para o
desenvolvimento do meio científico em suas diversas ramificações.

FONTE: <http://digitalpub.com.br/o-que-sao-os-anais-de-eventos/>. Acesso em:


8 maio 2020.

3.6 CONVENÇÃO
Segundo Matias (2013, p. 110), este tipo de evento caracteriza-se por ser uma:

Reunião promovida por empresas, setores industriais (vendedores)


e partidos políticos. As convenções, quando reúnem pessoas de
empresas, são realizadas por setores distintos ou congrega todos os
setores integrantes da empresa. Há também convenções de vendas,
que reúnem os elementos ligados ao setor (vendedores, revendedores,
distribuidores, representantes) para o lançamento de um novo produto
ou a apresentação de um novo plano de expansão no mercado.

30
3.7 COQUETEL
Os coquetéis são realizados com a finalidade de comemorar alguma data ou
acontecimento e, na sua realização, são servidas bebidas e canapés aos convidados.
Caracteriza-se por ser um evento de curta duração e a orientação geral é que esse tipo
de evento não se estenda por mais de uma hora e meia (MATIAS, 2013). Para reforçar
a relevância da questão de limitar o tempo de duração de tais eventos, Carvalho (1987
apud MATIAS, 2013, p. 110) reforça que “o coquetel se caracteriza pelos 4S”: um para
surgir, um para saudar, um para sorrir e o último para sumir.

3.8 ENCONTRO
“Reunião de pessoas de uma categoria para debater sobre temas antagônicos,
apresentados por representantes de grupos participantes, necessitando de coordenador
para resumir e apresentar as conclusões dos diversos grupos” (MATIAS, 2013, p. 11).

3.9 FEIRA
Andrade (2013, p. 118) explica que a feira é um:

Lugar público, muitas vezes descoberto, onde se expõem e se vendem


mercadorias. Concentração de animais, produtos e serviços, técnicos
ou científicos, a serem comercializados, reunindo vendedores,
compradores, fomentadores e financiadores. O objetivo de uma feira,
geralmente, não é o de proporcionar contato com o consumidor, mas
com os canais de comercialização. Pode-se afirmar que se constituem
em uma expressão real de mercado, durante a qual fornecedores e
compradores se encontram, definindo negócios e, eventualmente,
tendências. Ela pode ser isolada ou paralela, dirigida a um público já
reunido por outro evento: congresso, convenção etc. É extremamente
comum a conjunção de dois eventos, num processo de sinergia.

FIGURA 8 – EXEMPLO DE UMA FEIRA DE LOGÍSTICA

FONTE: <https://cutt.ly/eoNEU4m>. Acesso em: 8 maio 2020.

31
3.10 FÓRUM
Segundo Andrade (2007, p. 119), o fórum caracteriza-se pela “discussão de um
determinado assunto, reunindo representantes de múltiplas entidades, associações e/
ou indivíduos)”.

3.11 JORNADA
“Encontro de grupos profissionais, de âmbito regional, para discutir
periodicamente assuntos de interesse do grupo. É promovido por entidades de classe,
com duração de vários dias. As conclusões podem servir de diretriz para a classe”
(CESCA, 2015, p. 29).

3.12 MESA-REDONDA
“Os expositores ficam sob a coordenação de um moderador, com tempo limitado
para a exposição, e posterior debate. A plateia pode encaminhar perguntas à mesa”
(CESCA, 2015, p. 26).

3.13 MOSTRA
“É pequena, circulante e visa somente divulgar. É a única forma de expor
que circula, isto é, pode ser vista em vários locais, com a mesma forma e conteúdo”
(CESCA, 2015, p. 25). Para a realização deste tipo de evento, faz-se necessário negociar
a utilização de determinado espaço físico, montar e decorar um estande ou estrutura
similar. Parte relevante do esforço de organização consiste em produzir material de
divulgação. Usualmente, contratam-se recepcionistas que deverão ser devidamente
instruídas para auxiliar na tarefa de boas-vindas aos convidados. Ademais, recomenda-
se que se criem condições para oferecer coquetel, realizar apresentações artísticas,
demonstrações e outras ações que possam colaborar para a atração do público,
proporcionalmente ao porte do evento (CESCA, 2015).

3.14 PAINEL
“É um debate entre os expositores, sob a coordenação de um moderador”
(CESCA, 2015, p. 26). Este tipo de evento permite que sejam apontados vários ângulos
de uma determinada situação ou tema proposto.

32
FIGURA 9 – EXEMPLO DE PAINEL QUE DISCUTIU O EMPODERAMENTO DA MULHER NO MERCADO
DE TRABALHO

FONTE: <https://cutt.ly/koNTfRC>. Acesso em 8 maio 2020.

3.15 SEMINÁRIO
Este tipo de evento é realizado com frequência na área acadêmica. Com relação
as suas particularidades, realçamos que:

Consiste em uma exposição verbal feita para pessoas colocadas no


mesmo plano, cujos participantes possuem conhecimento prévio do
assunto a ser exposto. Seu propósito é fornecer e somar informações
de temas já pesquisados. O evento divide-se em três fases: I) fase
da exposição: quando alguém, previamente escalado, realiza uma
pesquisa e leva sua contribuição para o grupo; II) fase da discussão:
quando o assunto em pauta é debatido e detalhado em todos os
seus aspectos; III) fase de conclusão: quando um coordenador,
polarizando as opiniões dominantes, propõe as recomendações finais
do seminário `a aprovação do grupo (MATIAS, 2013, p. 114).

3.16 SIMPÓSIO
“São vários expositores com a presença de um coordenador. O tema geralmente
é científico. Após as apresentações, a plateia participa com perguntas a mesa” (CESCA,
2015, p. 26).

3.17 WORKSHOP
“Exposição ou oficina voltada para a aprendizagem, que tem como objetivo
detalhar, aprofundar um determinado assunto ou um produto por um especialista, que
estimula o participante a transformar a teoria em prática (YANES, 2014, p. 33).

33
FIGURA 10 – EXEMPLO DE WORKSHOP

FONTE: <https://miro.medium.com/max/1400/1*37ZXfuKlw10SW4mBbh_XYw.jpeg>. Acesso em: 8 maio 2020.

Nos aproximamos do fim deste tópico. Notou como são diversas as possibilidades
de se classificar um evento? Compreender as diversas tipologias de eventos e as
particularidades de cada uma delas irá ajudar a você a planejar de modo adequado as
atividades, relacionadas ao tipo de cerimonial que convém ser adotado em cada tipo de
evento, conforme iremos vislumbrar ao longo deste livro didático.

34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O evento, em função dos objetivos fixados, do grande número de pessoas que


envolve e das diversas expectativas e necessidades que estas pessoas apresentam,
tornou-se uma importante atividade econômica e social, que deve ser tratada de
forma profissional.

• Existem várias formas de se classificar um evento, tais como: pelo tamanho, pela
periodicidade e pela forma de acesso do público.

• Existem diversos tipos de eventos, conforme a finalidade e o público-alvo: sociais,


profissionais, mistos, técnico-científicos, corporativos, artísticos, culturais e religiosos.

• Há um amplo conjunto de termos designados para classificar os eventos, tais como


painel, simpósio, colóquio, jornada, entre outros. A diferença entre cada um dos termos
procura realçar as particularidades com relação ao formato, estrutura da organização
e formas de participação/interação entre os participantes de cada evento.

35
AUTOATIVIDADE
1 Historicamente, as pessoas vêm realizando eventos. Seja por motivos comerciais,
religiosos, de comemoração, entre outros, esta é uma prática que vem ganhando
cada vez mais força na atualidade. Com relação a este fenômeno, avalie as seguintes
asserções e a relação proposta entre elas.

I - O evento, em função dos objetivos fixados, do grande número de pessoas que envolve
e das diversas expectativas e necessidades que estas pessoas apresentam, tornou-se
uma importante atividade econômica e social, que deve ser tratada de forma profissional.

PORQUE

II - Enquanto prática econômica, o planejamento e a realização de eventos encontra-


se exclusivamente dependente das instituições públicas para que estas possam
viabilizar a execução deles.

A respeito dessas asserções, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

2 Seja por sua finalidade, pelo seu formato, pelo tipo de público que participa ou pela
natureza das atividades que se desenvolve, os eventos podem ser muito distintos
entre si. Uma das formas de diferenciação possível diz respeito ao tamanho. Acerca
desta forma de caracterização dos eventos, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: <https://portal.ifrn.edu.br/servidores/concursos/concursos-2011/concurso-professores-2012-
edital-36-2011/provas-e-gabaritos/questoes-prova-disciplina-eventos>. Acesso em: 8 maio 2020.

a) ( ) Grandes eventos apresentam alto grau de complexidade de organização e


requerem parcerias público-privadas.
b) ( ) Eventos de grande porte apresentam alto grau de complexidade de organização,
com visibilidade e repercussão adequadas ao público-alvo.
c) ( ) Megaeventos normalmente tem visibilidade e repercussão mundial, e envolvem
um número expressivo de público e profissionais para sua realização.
d) ( ) Supereventos usualmente tem visibilidade e repercussão internacional, e envolvem
um número expressivo de público e profissionais para o seu planejamento.

36
3 Os eventos apresentam-se, a partir de vários tipos ou modalidades, de acordo com
sua natureza, objetivos, fato gerador, amplitude, local, nível dos participantes, entre
outros. Com relação aos tipos de eventos, analise as afirmativas a seguir:

I – Painel é um encontro onde há uma parte expositiva seguida da demonstração de


um produto ou serviço que gerou o evento. Poderá fazer parte de um evento de
maior amplitude.
II – Conclave é um evento de caráter religioso em que são discutidos temas de ordem
ética e moral.
III – Simpósio é a exposição de um assunto para uma plateia relativamente pequena.
O assunto é geralmente de natureza educativa e os ouvintes já possuem algum
conhecimento sobre o que será exposto.
IV – Jornada é um encontro de grupos profissionais, de âmbito regional, para discutir
periodicamente assuntos de interesse do grupo.
V – Fórum envolve apresentação das exposições feitas com a presença de um
coordenador. Caracteriza-se pela discussão e pelo debate. Ao final, o coordenador
apresenta uma conclusão representando a opinião da maioria.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) III, IV e V.
b) ( ) II, IV e V.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I e V.

37
38
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
NOÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos algumas ideias gerais relacionadas ao processo
de planejamento e gestão dos eventos. Você irá aprender que o planejamento, a
organização e a execução de um evento é uma tarefa bastante trabalhosa e requer o
envolvimento de diversos profissionais.

Vamos te mostrar quais caminhos devem ser seguidos entre ter uma ideia ou
uma proposta de um evento até os procedimentos fundamentais para executar o evento
com qualidade e profissionalismo. Como estudamos no tópico anterior, os eventos
podem ter diversas e denominações e particularidades. Contudo, sob o ponto de vista
de sua organização, os eventos partilham vários traços em comum.

Matias (2013), ao tratar sobre o processo de planejamento e organização de


eventos, identifica quatro fases comuns a todos os eventos, a saber: I) concepção:
incorporação da ideia; II) pré-evento: planejamento e organização; III) per ou transevento:
realização e; IV) pós-evento: avaliação e encerramento. Iremos discorrer sobre as noções
fundamentais para a organização de eventos seguindo esta linha condutora.

2 A CONCEPÇÃO DO EVENTO
Nesta fase inicial de concepção de um evento, a ideia é refletir sobre que tipo de
evento se pretende realizar e isso envolve o levantamento de informações preliminares.
Conforme você estudou, existem diversos tipologias de eventos e eles podem variar
quanto ao tamanho, ao formato, ao público-alvo, a duração e a dinâmica das atividades
que serão realizadas. Neste sentido, é importante que se tenha em mente qual será
a “cara” do evento, isto é, que tipo de evento se pretende realizar e quais são suas
características essenciais.

Matias (2013) faz notar que é neste estágio que devem ser observados aspectos
como: quais são as necessidades do evento; como podem ser elaboradas alternativas
para suprir tais necessidades; compreensão de quais são os objetivos do evento;
levantamento de informações a respeito dos participantes, patrocinadores e de outras
entidades que possam estar envolvidas; clareza sobre quais são os resultados que
se deseja alcançar com e evento; elaboração de uma estimativa de exequibilidade

39
econômica e técnica; apuração do tempo e quais recursos serão necessários para
a realização do evento e, ainda, requer que seja elaborado os contornos (a versão
preliminar) do projeto do evento.

Contribuindo com o assunto, Melo Neto (2012 apud NAKANE, 2017, p. 87)
ressalta que a criatividade é um elemento importante de ser considerado neste estágio.
Acompanhe o comentário exposto a seguir:

NOTA
1.Qual é o conceito do evento?
Tudo começa com o processo criativo de pensar e realizar eventos, que podem ter a
finalidade de entretenimento, envolver um acontecimento importante, marcar momentos
inesquecíveis ou simplesmente ser uma ocasião corporativa. A natureza do evento
determina o seu conceito, visão e entendimento. Para os esportistas, por exemplo, um
evento é um jogo ou uma competição, enquanto para homens de negócio, é a oportunidade
de comercialização de produtos e serviços, além de relacionamento com potenciais clientes.
Já para os artistas, evento é um espetáculo.
2. Qual a percepção que o público deverá ter do evento?
Para muitos, o evento desportivo é um espetáculo, com jogadas brilhantes, atletas incríveis,
além de shows, sorteios e promoções que podem acontecer nos intervalos, como aqueles
promovidos pela associação de basquete profissional dos EUA – NBA (National Basketball
Association). Estes são considerados verdadeiros espetáculos. Atualmente, quando
apreciamos exposições em museus e centros de cultura, podemos perceber a grande
mudança. O público não só admira as obras expostas como tem a possibilidade de assistir
às projeções em vídeos e aos espetáculos culturais realizados nos próprios espaços, bem
como participar de debates, seminários e oficinas sobre o tema. Para complementar
a experiência e relembrá-la, o público tem a possibilidade de comprar souvenirs sobre
a exposição, levando os locais de realização de eventos a repensarem seu modo de
administrar e intensificar a vivência por parte do público, o que acarretará aumento da
percepção, imagem e reputação do acontecimento especial.
3. Quais são os objetivos do evento?
Eventos podem promover entretenimento e lazer, além de informar, educar e conscientizar o
público, que se mobiliza e desenvolve a prática da cidadania. Além disso, eles proporcionam
oportunidades para reviver fatos, comemorar datas históricas, cívicas, religiosas e de tradições.
Pertencem também aos eventos os objetivos de divulgar trabalhos/realizações e promover o
desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da cultura e das artes. Por fim, no caso dos eventos
corporativos, podemos ter como objetivo o lançamento de produtos ou a experimentação
deles, o treinamento da equipe (distribuidores, vendedores etc.), entre outros.
4. Quais são os formatos possíveis para um evento ser construído?
Quanto às formas como os eventos são apresentados, podemos
encontrar uma série delas, e nos dias de hoje, o mercado oferece
até mesmo eventos virtuais, que acontecem na Internet, ou híbridos
(eventos que fundem a experiência presencial com o virtual no mesmo
local). Em uma visão macro, os formatos são os megaeventos e os
eventos de grande porte, médio ou pequeno porte, e pode ser nacional
e internacionais, regionais e locais.

40
5. Quais são as possibilidades de realização do evento?
As possibilidades podem ser funcionais (com foco em uma única área) ou multifuncionais
(reunindo áreas diversas em um mesmo evento), o que varia em função do local (na mesma
localidade ou itinerante), do período, da parceria com outras entidades e com a mídia, do
tipo de público e da sua natureza.

FONTE: NAKANE, A. M. (Org.). Gestão e organização de eventos. São Paulo: Pearson,


2017, p. 87.

Acadêmico, você notou como é importante ter clareza sobre o que se espera de
um evento na ocasião de sua concepção? É nesta fase que serão apuradas as informações
que servirão como o Norte e o direcionamento para o planejamento do evento.

3 O PLANEJAMENTO E A ORGANIZAÇÃO DO EVENTO


O estágio do planejamento é uma fase fundamental no processo de organização
dos eventos, pois diz respeito ao esforço organizacional que engloba todas as etapas
de preparação e desenvolvimento do evento. Matias (2013, p. 146) reforça que: “é a fase
decisiva do evento, na qual estão inseridos a coordenação executiva e os controles
financeiro, técnico-administrativo e social do evento”. É na etapa de planejamento que
será elaborada a versão detalhada e pormenorizada do evento. Colaborando com este
entendimento, Matias (2013, p. 148) destaca que:

Os principais itens que devem ser enfocados nesse projeto e compõem


a estrutura organizacional de um evento são: definição do produto;
escolha do local; definição da data; elaboração do temário e calendário;
identificação e análise dos participantes; estratégias de comunicação
e marketing; infraestrutura de recursos audiovisuais, materiais e
serviço; serviços de hospedagem dos participantes e convidados;
hospedagem dos participantes e convidados; programação social,
cultural e turística; agencia de viagem e turismo; recursos financeiros
e; cronograma básico.

Como você pode notar, diversos aspectos precisam ser contemplados na


elaboração do planejamento do evento, procurando identificar o maior número possível
de elementos e de condições que possam interferir na realização do evento. Como
o evento acontece “ao vivo”, a elaboração de um planejamento minucioso contribui
significativamente para o êxito do evento. Nossa ideia, neste tópico, é apresentar de modo
sintético as principais noções que compõem a organização de um evento. Na sequência,
apresentamos um modelo resumido dos principais elementos a serem considerados ao se
preparar um evento, acompanhe!

41
NOTA
Planejamento de eventos
A organização de eventos é trabalhosa e exige grande responsabilidade. Acontece “ao vivo”,
e qualquer falha comprometerá o conceito/imagem da organização para a qual é realizado
e do seu organizador.
Para ter os objetivos plenamente atingidos, é fundamental que se faça um criterioso
planejamento, que envolve: objetivos, públicos, estratégias, recursos, implantação, fatores
condicionantes, acompanhamento e controle, avaliação e orçamento.
OBJETIVOS
Devem ser considerados como gerais e específicos. É o que determina o que se pretende
com o evento, de forma ampla e específica.
PÚBLICOS
É a quem se destina o evento, determinando se externo, interno ou misto, e quem dentro
dessa classificação.
ESTRATÉGIAS
Consiste naquilo que serve de atração para o público de interesse do evento.
RECURSOS
São todos os fatores humanos, materiais e físicos que serão utilizados no evento.
IMPLANTAÇÃO
É a descrição dos procedimentos, desde a aprovação do projeto até o seu término.
FATORES CONDICIONANTES
São fatos, decisões e acontecimentos aos quais o projeto fica condicionado para a sua realização.
ACOMPANHAMENTO E CONTROLE
É a determinação de quem fará a coordenação de todo o processo da organização do evento
e de como ela será feita.
AVALIAÇÃO
É feita após o término do evento em forma de relatório para ser
entregue a quem solicitou a organização. É uma espécie de prestação
de contas.
ORÇAMENTO PREVISTO
Deve ser feito detalhadamente. É dele que virão os recursos
financeiros necessários para o pagamento dos recursos humano e
materiais. Caso se busque patrocínio, apoio ou permuta, deverá ser
dividido em contas para serem negociadas com os interessados.

FONTE: CESCA, C. G. G. Organização de eventos: manual para


planejamento e execução. 13 ed. São Paulo: Summus, 2015.

4 A REALIZAÇÃO DO EVENTO
A execução do evento é o momento em que as ideias previstas na fase de
concepção dos eventos e os encaminhamentos que foram elencados no estágio do
planejamento serão colocadas em práticas. Trata-se de um momento que envolve um
grande conjunto de profissionais e de prestadores de serviços e requer um esforço
importante de coordenação de esforços e uma dose de jogo de cintura para lidar com
eventuais adversidades que possam surgir.
42
Matias (2013) sublinha que durante o transcorrer das atividades do evento,
é importante acompanhar e verificar as diversas áreas que estão envolvidas com a
realização do evento. Ressaltaremos algumas destas áreas que merecem especial:

A secretaria do evento é responsável pelo apoio administrativo do evento,


incluindo aí a infraestrutura necessária instalada no local, que irá apoiar de modo
direto e indireto a realização do evento – contando com o apoio de recepcionistas e do
coordenador (MATIAS, 2013).

O serviço de recepção de um evento contribui com o clima e com a percepção


dos participantes sobre a organização do evento, devendo propiciar um sentimento de
acolhida. “Seja qual for o caso, é imprescindível demonstrar alegria ao participante, dar
importância à sua presença e transmitir o desejo dos organizadores de que ele encontre
no evento motivos de grande satisfação” (MATIAS, 2013, p. 172).

Por sua vez, Nakane (2017, p. 94) lembra que é preciso prestar atenção ao clima/
atmosfera do evento:

Esse aspecto é muito subjetivo, pois se refere ao estado emocional


daqueles presentes no evento, gerando grande influência nas atitudes
e nas suas opiniões em relação ao evento. Isso significa a qualidade do
clima ou da atmosfera do evento, que será percebida (e sentida) por
todos os envolvidos. Não é um único aspecto que determina o clima,
mas sim um conjunto de outros fatores que fazem parte da organização
e que criam relações inconscientes em todos os que estiverem
presentes no evento, seja física, intelectual ou emocionalmente.

Outro ponto que necessita de acompanhamento no transcorrer do evento são


as salas VIP e a sala de imprensa, que precisam oferecer os níveis de conforto e de
comodidade necessários para receber as autoridades, convidados especiais e jornalistas.

Nakane (2017, p. 240) recorda que não se pode descuidar da questão da


infraestrutura de apoio operacional. Esta dimensão do evento “concentra toda a
parte operacional do evento, das instalações físicas, dos materiais para a secretaria,
dos equipamentos audiovisuais ou do apoio logístico”. A atenção dedicada a estes
aspectos é bastante importante, pois qualquer falha em um destes elementos poderá
gerar insatisfação e descontentamento dos participantes dos eventos. Já imaginou se
o projetor multimídia não funcionar na hora “H”? Por isso, a atenção a cada um destes
elementos é necessária.

Lembramos ainda que dependendo do porte do evento e da sua concepção,


pode ser necessário que se crie uma equipe de infraestrutura de apoio externo.
A finalidade de uma equipe desta natureza consiste em recepcionar, acolher e ajudar
os participantes do evento nos ambientes externos ao evento em si, tais como nos
aeroportos, nos hotéis ou, ainda, colaborando com o entretenimento dos participantes,
oferecendo dicas e orientações quanto a programação social, cultural e artística que
acontece no espaço de entorno do evento (MATIAS, 2013; NAKANE, 2017).

43
Como podemos observar, são diversas as áreas que requerem a atenção e o zelo
dos organizadores do evento. Precisamos lembrar que um evento ocorre mediante a
conjunção de uma série de “detalhes” que, em conjunto e amalgamados, irão contribuir
para que a experiência do participante do evento seja proveitosa e agradável. Por isso,
precisamos nos atentar a cada um destes “pequenos/grandes detalhes”.

5 A AVALIAÇÃO E O ENCERRAMENTO DO EVENTO


Quando o evento termina, é importante que os organizadores do evento se
reúnam para perceber e discutir quais foram os aprendizados do evento. Matias (2013, p.
184), ao tratar do encerramento dos eventos, observa que “consiste na avaliação técnica,
administrativa e dos participantes. Isto é, ocorre a confrontação dos resultados esperados
com os obtidos, possibilitando identificar os pontos positivos e negativos do evento”.

Para finalizar esta unidade de estudos, leia o artigo que selecionamos para você
e que sintetiza os principais passos para serem seguidos para a organização e realização
de um evento. Boa leitura!

44
LEITURA
COMPLEMENTAR
EVENTO: DA PROPOSTA AO PLANEJAMENTO

Marisa Canton

Falar em eventos sugere ao leigo, num primeiro momento, simplesmente


algo festivo, encontros comemorativos e realizações de sucesso. Hoje, entretanto,
no momento exato em que as mudanças na economia do mercado exigem um novo
modelo de empresa de comunicação, surge um instrumento estratégico colocado a sua
disposição, que trabalhe totalmente integrado ao marketing de seus clientes e esteja
comprometido com os seus resultados – o “Evento” que surge como solução, nas mãos
de profissionais criativos e competentes.

Muito se tem falado sobre eventos, buscando esclarecer e justificar esta


atividade exemplar que acompanha o indivíduo no decorrer de sua vida, fazendo-o, às
vezes, de público, consumidor e mesmo um organizador. Algumas dessas definições:
• conjunto de ações profissionais desenvolvidas com o objetivo de atingir resultados
qualificados e quantificados junto ao público alvo;
• conjunto de atividades profissionais desenvolvidas com o objetivo de alcançar o seu
público-alvo através do lançamento de produtos, da apresentação de uma pessoa,
empresa ou entidade, visando a estabelecer o seu conceito ou recuperar sua imagem;
• realização de um ato comemorativo, com finalidade mercadológica ou não, visando
a apresentar, conquistar ou recuperar o seu público-alvo;
• ação do profissional através da pesquisa, do planejamento, da organização, da
coordenação, do controle e da implantação de um projeto visando a atingir o seu
público-alvo com medidas concretas e resultados projetados.

Na verdade, fazendo uma síntese, podemos afirmar que evento é a soma de


ações previamente planejadas com objetivo de alcançar resultados definidos junto ao
seu público-alvo. Planejadas, porque ele se realiza levando-se em consideração um
fato ou acontecimento e as estratégias necessárias para viabilizá-lo de acordo com os
interesses e expectativas de um cliente, ou promotor, e os objetivos a serem alcançados
junto a um determinado público. O evento, pelo próprio significado da palavra, é todo
fato ou acontecimento, espontâneo ou organizado, ocorrido na sociedade, que sob o
ponto de vista do profissional pressupõe planejamento e organização. Esta proposta
envolve a preocupação do profissional organizador de eventos em atender a todos os
itens acima enunciados [...].

45
PROFISSÃO: ORGANIZADOR DE EVENTOS
[...]
O profissional organizador de eventos, para vencer, deve exercitar continuadamente
sua criatividade e inteligência utilizando para elaboração de suas propostas as mais
atuais e modernas estratégias de comunicação e marketing, disponíveis no mercado e
adequadas àquele momento. O profissional de eventos deverá ter uma visão técnica sob
sua organização e global sob o momento de sua atuação. Deverá ter uma equipe de apoio
coesa e eficiente, num organograma adequado – a pessoa certa no lugar certo.

Entre outras qualidades, o profissional de eventos deve ser seguro, gerando um


clima de confiança ao cliente e funcionários; disciplinado, respeitando prazos, verbas,
reuniões; ter flexibilidade, aceitando sugestões, sabendo adequar propostas, sabendo
mudar na hora certa etapas do trabalho, raciocínio rápido, entendendo rapidamente
a capacidade, anseios e expectativas dos clientes e funcionários; preparo físico,
disposição, saúde; ser realista – percebendo limites e opções e sabendo usá-las
sabiamente; paciência infinita – tendo autocontrole e serenidade.

Para os que já atuam no setor, estas colocações são óbvias e rotineiras. A estas
qualidades pessoais, acrescentam-se as de atuação profissional:

• Planejamento: estabelecimento de um esquema orientador, relativo às ações futuras;


• Organização: agrupamento lógico de tarefas;
• Direção: que inclui: tomada de decisões entre diversas alternativas; transmissão de
ordens; chefia de subordinados e coordenação das atividades individuais;
• Controle: verificação da execução do plano, a fim de corrigir os desvios e atingir os
objetivos pré-estabelecidos.

Para atingir estas fases, passamos por uma rotina de trabalho, às vezes de final
não conclusivo para nós, prestadores de serviços do setor. O fato de recebermos um
convite para apresentação de uma proposta não nos confirma um contrato. Todavia,
investimos com criatividade e profissionalismo e lutamos para obter bons resultados.

ELABORANDO A PROPOSTA DO EVENTO

Após a realização do Briefing (diagnóstico) com o cliente ou promotor, partimos


para a elaboração e entrega da Proposta, que a nosso ver, não deverá ser propriamente
um projeto detalhado, onde o planejamento terá destaque, com inclusão de cronogramas
e orçamentos.

A Proposta, apoiada na pesquisa, deverá conter local, data, estratégias,


possíveis fornecedores e deverá estar embasada em conhecimentos técnicos, criativos
e convincentes, importantes instrumentos para a viabilidade e qualidade de um evento.

Neste momento, se faz mister a reflexão sobre a importância do uso da


criatividade, visto que ela está diretamente ligada ao aspecto da organização. O simples
fato de uma empresa decidir organizar um determinado evento para atingir determinada

46
meta, já demonstra o ato de criar uma forma de atingir seu objetivo. Podemos considerar
atos criativos a simples escolha de um determinado tipo de evento e sua organização – a
escolha de todos os meios que possibilitarão a realização do evento. Se consideramos um
Evento como um conjunto de atividades destinadas à otimização de ações profissionais
em busca de resultados quantificados e qualificados junto ao público alvo, deverá o
organizador de eventos ser um profissional com suficiente sensibilidade para captar as
alterações do mercado, a fim de atingir o objetivo almejado, sendo capaz de levantar
novas dúvidas, novas possibilidades, olhar velhos problemas sob novos ângulos, ter,
portanto, imaginação criadora.

O processo criativo de um Evento não significa uma brecha de originalidade,


mas sim, a busca de soluções de problemas objetivos, tais como: Onde será realizado
o evento?; Há um tema?; Qual?; Que material será criado em função do tema?; Quem
participará do evento?; Qual a duração?; Que atividades ocorrerão no local?; De quem será
a responsabilidade de coordenação de cada uma delas?; Qual o formato do evento e que
espaço serão necessários? Qual a verba disponível para o evento?; O que será oferecido
aos participantes no geral e aos convidados Vips?; Qual a categoria de hotel e transporte
para o evento?; Quais recursos serão necessários contratar para a viabilização do evento?

As Propostas devem ser originais, únicas, inovadoras, criativas e viáveis, na


busca de soluções e respostas para todos os itens arrolados.

Considerando-se que o primeiro passo para o preparo de uma Proposta é a


análise de pedido que é encaminhado pelo cliente, não devemos deixar de reiterar que
a mesma deverá perseguir a objetividade, atendendo às necessidades dos mesmos. Se
estes objetivos não forem atendidos, a impressão inicial a ser formada é de que a empresa
e seus responsáveis não entenderam o que o cliente realmente deseja ou necessita e, as
informações não foram transmitidas de forma devida aos encarregados do preparo dela.
Selecionamos cinco pontos fundamentais a serem considerados no seu preparo:

• uma demonstração de que houve um claro entendimento do proposto;


• a oferta deve ser de um projeto razoável, fundamentado com lógica e persuasão;
• uma evidência de que o projeto funcionará;
• a oferta de uma equipe qualificada para o desenvolvimento do projeto;
• uma estimativa de custos razoável, apresentada de uma forma clara.

Condições importantes para a sua apresentação:

• o objetivo é submeter propostas que devem ser entendidas, evitando-se que sejam
mal interpretadas pelos mais severos críticos;
• nunca se deve omitir informações importantes, assumindo que seus clientes já a saibam
A omissão pode ser interpretada como falta de conhecimento do prestador de serviços;
• boas propostas não são vencedoras garantidas; no entanto, propostas ruins são
perdedoras certas.

47
Dentro deste contexto, podemos colocar como principais funções de um
administrador:
• organizar a proposta, de uma forma que possa ser rapidamente vista como resposta
clara para todos os requisitos de uma solicitação;
• selecionar material relevante para o objetivo;
• editar um relatório em estilo harmonioso e de fácil entendimento de formato
uniforme e com informações relevantes.

As observações acima são apenas algumas dicas e sugestões para o preparo


eficiente de encaminhamentos. Como cada evento e cada empresa/cliente possuem
especificações técnicas e características peculiares, deve-se adaptar as informações
do ramo em consideração. Sabe-se que não existe uma forma fixa e permanente de
preparar propostas que vendam. No entanto, a criatividade dos administradores é fator
de extrema relevância para o trabalho.

Uma análise de quais propostas devem ser aceitas constitui-se numa das primeiras
etapas do preparo de uma proposta. No caso de uma decisão para fazer e preparar a
proposta, deve-se partir para algo convincente e que dê resultados. Ao se decidir por
prepará-las, os administradores devem reunir-se e considerar as seguintes questões:
• temos capacidade de execução do trabalho para todas as áreas?
• quantos e qual a qualidade dos concorrentes que temos e que enfrentaremos neste
projeto?
• temos um quadro de funcionários disponível e capacidade financeira para atender
o projeto?
• o cliente em perspectiva tem condições ou meios para obter fundos necessários e
cumprir como pagamento do projeto?
• temos condições de trabalhar no projeto considerando sua localização geográfica?

Por outro lado, em caso de concorrência, antes de prepararmos um projeto,


devemos considerar os seguintes aspectos:
• qualidade e extensão do nível de conhecimento de marketing para o desenvolvimento
do projeto em questão;
• concorrência;
• equipe que trabalhará no projeto;
• experiência direta ou relacionada com o tipo de projeto e área geográfica;
• exigência para consultores, associados e subcontratações e suas prováveis disponibilidades;
• habilidade para atender todas as etapas do projeto;
• tempo suficiente, equipe, recursos financeiros para atender o projeto;
• habilidades de apresentar um projeto com condições de preços competitivos;
• interesse no projeto de forma geral.

A prestação de serviço propriamente dita, inicia com o fechamento da proposta


ou assinatura de um contrato. Neste momento é que todas as promessas começam a ser
cumpridas. Se as expectativas do cliente não forem atingidas, haverá insatisfação e perda
de credibilidade.
48
Como na administração de qualquer coisa, isto implica quatro velhos passos
muito conhecidos, por mais desgastados que possam parecer:
• Percepção - mostrar que o evento tem custos. Mostrar que se trata de uma
oportunidade e que esta tem benefícios.
• Avaliação - determinar qual a situação da empresa no momento, especialmente em
comparação como que é necessário fazer para a obtenção dos resultados desejados.
• Prestação de contas - estabelecer relatórios regulares. Forneça um plano financeiro
acurado e com orçamentos razoáveis incluindo cash flow de pagamentos e projeções
de receitas.
• Ações - tomar decisões e fazer alocuções, estabelecendo rotinas e comunicações.

Adicionalmente, a exatidão das previsões quanto às intenções do cliente apoia-


se na qualidade do relacionamento com ele. Em um bom relacionamento, o cliente
partilha seus planos e expectativas com o organizador de eventos, ou pelo menos
possibilita conhecer suas intenções.

Para que a realização do evento ocorra com mínimo de falhas necessitamos:


• quanto à empresa: qualificação técnica das equipes responsáveis pelas diferentes
áreas elaboração de planos claros: cronogramas e fluxogramas bem definidos; prática
com -alto grau de profissionalismo; controle de todo o processo: planejamento,
organização, operacionalização e implementação;
• quanto ao produto em si: não perder de vista a qualidade do produto em todas as suas
fases; buscar sempre atingir os objetivos do planejamento; atender às expectativas
dos objetivos dos vários públicos; adequá-lo sempre às necessidades emergentes;
• quanto ao preço: condizente com a realidade do mercado; considerar sempre qualidade
x preço, e, especialmente no caso dos patrocinadores: a relação custo x benefício;
• no campo da distribuição e venda: comercializá-lo em canais de fácil acesso ao
público; estabelecer formas adequadas e viáveis de pagamento; implantar sistemas
de controle contábil e financeiro eficientes, otimizar a verba disponível;
• quanto à comunicação: elaborar um plano de comunicação eficiente e compactuado ao
mercadológico, através de campanhas de impacto, mensagens claras, planejamento
adequado da divulgação (mídia e assessoria de imprensa), produção de peças criativas
que desperte e estimule a participação do público;
• quanto ao apoio e recursos: estabelecer formas adequadas de negociação, formas
de apoio e obtenção de recursos. Uma boa negociação é aquela que leva em conta
não apenas o que está sendo negociado, mas também a forma pela qual se está
negociando. É necessário ouvir a todos, sendo esta a oportunidade para que todas
as partes manifestem os seus objetivos e propostas.

O patrocinador em potencial precisa de um plano absolutamente positivo e para


isto é importante que o projeto proponha claramente as vantagens que o empresário terá, se
participar do empreendimento. Evento é um processo de venda comercial ou institucional,
possibilitando no caso institucional a fixação da imagem do cliente (patrocinador). Se o
evento vier a utilizar a mídia, o cliente (patrocinador) passa também a ser anunciante.

49
O marketing institucional transmite a ideia de associar a empresa a um evento
vencedor existindo uma correlação direta e recíproca entre a qualidade do evento e o
prestígio de quem o patrocina.

A empresa quando de seu aval de participação de um evento, transmite simpatia


com ele, viabilizando e apostando no sucesso do projeto.

Com o fito de auxiliar o empresário a decidir em relação a sua participação ou não


em um evento, é muito importante dispor de informações seguras, sempre frisando os
objetivos de participação de forma bastante claras, precisas, mensurável e compatível,
tendo em vista que a relação custo benefício seja a maximização do retorno esperado.

Ao demonstrar o projeto ao patrocinador, trabalhar sua emoção, personalizando


a apresentação com layout, das peças promocionais com logo do patrocinador, com
isso irá contribuir para que o empresário visualize sua empresa como já colaboradora
do evento [...].

Temos como empresa organizadora um tipo de organização empresarial,


especializada no planejamento, organização e implementação de eventos, cuja atuação
se caracteriza de duas formas:

• através do desenvolvimento de eventos (produtos) próprios e comercializando-os


no mercado;
• planejando, organizando, implementando ou comercializando eventos, para terceiros,
por solicitação ou encomenda.

Em ambas as formas, a empresa deverá possuir estrutura própria para


desenvolver todas as etapas, ou parte delas, com também, sua contratar fornecedores
específicos para cada atividade, dentro do contexto necessário à viabilização adequada
do evento.

Dentro deste espírito outros enfoques se fazem necessário estudar:


• se o evento, quanto ao público, será considerado aberto, fechado ou misto;
• se sob o ponto de vista do mercado, qual abrangência geográfica (referente ao local) e
demográfica referente à públicos: próprio (próprio do evento) e de terceiros (empresas
no geral, sindicatos, associações e outros);
• quanto aos objetivos de sua proposta: comercial (patrocinadores, apoios, participantes
comerciais); de interesses generalizados (participantes, compradores, fornecedores,
transportadoras, agências);
• quanto à abrangência: público próprio (próprio do evento) e de terceiros (empresas
no geral, sindicatos, associações e outros).

50
Uma empresa que deseja perenizar e crescer no seu mercado de atuação deverá
ter seus objetivos e missão claros, o que permita à mesma o conhecimento de onde ela
quer chegar e as estratégias e planejamento necessários para se chegar lá. A empresa
terá que definir qual será sua imagem no mercado. Será ela uma especialista? (Aquela
que busca excelência, dentro da oferta de serviço específico) ou inovadora ou mesmo
aquela que busca a internacionalização.

A busca diferenciada dos serviços com base nos benefícios que estas possam
proporcionar aos vários segmentos de clientes é uma forma de se obter vantagens em
relação à concorrência.

O comportamento estratégico é um caminho seguro, para que se obtenham


vantagens competitivas ao longo do tempo, pois este estará sempre buscando minimizar
as ameaças ambientais e maximizar as oportunidades do mercado.

A empresa que tiver como tônica fazer do planejamento estratégico um dos


seus grandes instrumentos de estratégia mercadológica e de comunicação, saberá que
terá seu “lugar assegurado”, pois é sabido que o próprio forma condições para tomada de
decisões, criando barreiras competitivas duráveis em relação ao ambiente empresarial
em que o negócio participe.

Para que um evento tenha sucesso no mercado, na sua viabilidade total como
investimento eficiente, seja qual for o seu tipo, segmento ou categoria, é necessária
a combinação de uma série de fatores ou variáveis (condicionantes) de comunicação e
mercadológicas, que estarão em sintonia e perfeitamente otimizados, levando-se em
consideração dados do mercado para posterior análise, determinação dos objetivos e
estratégias e execução dos planos de ação. Resumindo os itens importantes referentes a
modos de comunicação, quando da necessidade de obter investimento para algum evento:

• Forneça uma breve história de seu produto/ serviço, o que faz e para que serve.
• Forneça um resumo claro de tarefa que se deseja realizar. Ela é original, diferente,
inovadora, criativa e viável?
• Por que o projeto é necessário?
• Que necessidade o produto/serviço está procurando preencher? • Como a tarefa
será realizada e a quem servirá?
• Por que o produto/ serviço é a instituição certa para levar adiante o projeto? • O
momento é certo para isso?
• Forneça um plano financeiro acurado e com orçamentos razoáveis incluindo
projeções de receitas, período de apoio futuro de um calendário para completar o
projeto proposto.

[...]

FONTE: CANTON, M. Evento: da proposta ao planejamento. Turismo-Visão e Ação, Balneário Camboriú, v. 1,


n. 1, p. 101, 1998.

51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Durante o estágio de concepção de um evento, a ideia é refletir sobre que tipo de


evento se pretende realizar e envolve o levantamento de informações preliminares.

• A natureza do evento determina o seu conceito, visão e entendimento.

• Eventos podem promover entretenimento e lazer, além de informar, educar e


conscientizar o público, que se mobiliza e desenvolve a prática da cidadania.

• Quanto às formas como os eventos são apresentados, podemos encontrar uma


série delas, e nos dias de hoje, o mercado oferece até mesmo eventos virtuais, que
acontecem na Internet, ou híbridos (eventos que fundem a experiência presencial
com o virtual no mesmo local).

• O estágio do planejamento é uma fase fundamental no processo de organização dos


eventos, pois diz respeito ao esforço organizacional que engloba todas as etapas de
preparação e desenvolvimento do evento.

• A execução do evento é o momento em que as ideias previstas na fase de concepção


dos eventos e os encaminhamentos que foram elencados no estágio do planejamento
serão colocadas em práticas.

• Quando o evento termina, é importante que os organizadores do evento se reúnam


para perceber e discutir quais foram os aprendizados do evento.

52
AUTOATIVIDADE
1 A organização e a realização de um evento requerem empenho e dedicação por
parte dos profissionais que desempenham tal tarefa. Neste sentido, uma das etapas
importantes para a organização de um evento consiste na chamada “concepção do
evento”. A respeito dessa etapa, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Durante esta fase, a ideia é refletir sobre que tipo de evento se pretende realizar
e isso envolve o levantamento de informações preliminares.
b) ( ) Neste período, a ênfase recai sobre as tarefas de comunicação e divulgação
institucional.
c) ( ) Neste momento, o mais importante é determinar quais serão as ordens de
apresentação dos membros que irão compor a mesa de autoridades.
d) ( ) Durante esta fase a ideia é entender como os formulários de verificação da
qualidade serão percebidos pelos participantes do evento.

2 Na ocasião de realização do evento, compete aos profissionais organizadores zelar


e atuar de modo e assegurar que as ações que foram dispostos no projeto do evento
se desenvolvam de maneira adequada. Neste sentido, é fundamental verificar a
infraestrutura de apoio operacional. Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Ela concentra toda a parte operacional do evento, das instalações físicas, dos
materiais para a secretaria, dos equipamentos audiovisuais ou do apoio logístico.
b) ( ) Ela engloba a parte informacional do evento, incluindo as mídias sociais e o
e-mail corporativo dos organizadores.
c) ( ) Ela consiste em recepcionar, acolher e ajudar os participantes do evento nos
ambientes externos ao evento em si.
d) ( ) Ela abarca a comunidade externa, que colabora com as ações de execução do
evento.

53
54
UNIDADE 2 —

ASPECTOS PRÁTICOS DO
CERIMONIAL E DO
PROTOCOLO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender a importância da elaboração de roteiros para um evento;

• conhecer e entender como devem ser compostas as mesas de honra de um evento;

• conhecer os Símbolos Nacionais;

• reconhecer as regras que regulamentam o uso dos Símbolos Nacionais;

• entender o conceito de precedência;

• conhecer quais são atribuições de um mestre de cerimônia.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – ELABORAÇÃO DE ROTEIROS E COMPOSIÇÃO DE MESAS


TÓPICO 2 – SÍMBOLOS NACIONAIS E DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS
TÓPICO 3 – PRECEDÊNCIAS E ATIVIDADES DO MESTRE DE CERIMÔNIAS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

Acesse o
QR Code abaixo:

56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ELABORAÇÃO DE ROTEIROS E
COMPOSIÇÃO DE MESAS

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 desta disciplina, expusemos algumas questões conceituais e
históricas atreladas à área de protocolo, cerimonial, eventos e etiqueta, com o intuito
de situar você neste campo disciplinar e oferecer os esclarecimentos conceituais
necessários para você transitar por esta área.

Nesta unidade, nosso objetivo será compreender algumas questões práticas


relacionadas à operacionalização do cerimonial. Para começar, o Tópico 1 explicará como
ocorre a elaboração dos roteiros de cerimoniais, apresentando algumas orientações que
precisam ser seguidas na ocasião de sua confecção.

Em seguida, apresentaremos as instruções e os encaminhamentos que


precisam ser atendidos no processo de composição das mesas de eventos, explicando,
por exemplo, quem deve compor a mesa de honra e como proceder com relação aos
pronunciamentos das pessoas que compõem este tipo de mesa. Venha conosco e
descubra isso e muito mais!

2 APONTAMENTOS SOBRE A ELABORAÇÃO DE ROTEIROS


A elaboração de roteiros contribui para que as atividades elencadas no
planejamento do evento ocorram de forma adequada e é um instrumento importante
que visa assegurar que os aspectos elencados no cerimonial se cumpram de maneira
adequada.

Yanes (2014) refere-se a este documento como o roteiro de locução e explica


que é neste texto que estão contidas as informações que dizem respeito à organização
das atividades dos eventos e é utilizado pelo mestre de cerimônias que, com sua fala,
conduzirá o evento. Complementando, a autora explica que:

O roteiro de locução pode ser elaborado pelo próprio mestre de


cerimonias, com a participação ou não do cerimonial (depende da
importância do evento). É utilizado em atos solenes e simbólicos,
com posses, transmissão de cargo, outorga de grau, inaugurações
e aberturas e encerramentos de encontros, feiras e seminários. A
elaboração do roteiro de locução não pode ser padronizada, sendo
necessário um novo roteiro para cada evento (YANES, 2014, p. 93).

57
É importante que os roteiros de cerimoniais sejam objetivos, para evitar que
a cerimônia fique muito extensa e acabe se tornando desagradável para aqueles que
estão prestigiando o evento. Outra orientação é que a fala do mestre de cerimônias
seja impessoal. Para evitar que os roteiros de locução fiquem excessivamente extensos,
é pertinente atentar-se para o modo como serão feitas as apresentações e como
os currículos das pessoas participantes da mesa de honra serão apresentados. Os
currículos devem ser mencionados de forma resumida.

O nível e o tipo de detalhe das informações que serão compartilhadas irão variar
de acordo com tipo de evento. Por exemplo, em um evento acadêmico será pertinente
mencionar a área de titulação da autoridade/personalidade e a linha de pesquisa em que
atuou. Já no caso de um evento de caráter municipal, poderá ser apropriado mencionar
as secretarias e postos de trabalho que possam ter sido anteriormente ocupados pelo
prefeito da cidade, por exemplo. Se a autoridade em questão tiver alguma relação com as
Forças Armadas, por sua vez, é recorrente que se mencione as principais condecorações e
medalhas recebidas. Tenha em mente que é adequado e respeitoso mencionar a trajetória
profissional ou acadêmica de alguma pessoa que está fazendo parte do evento, contudo,
procure apresentar estes convidados de forma elegante, leve e assertiva.

Segundo Egov (2018, p. 18), a sequência básica para a elaboração do roteiro de


cerimônia abarca:

• Boas-vindas.
• Lembretes.
• Objetivo da cerimônia.
• Composição da mesa de honra.
• Hino Nacional.
• Procedimentos referentes à cerimônia.
• Fala de autoridades.
• Considerações finais.

Acompanhe a seguir o exemplo de roteiro de locução que selecionamos para os


seus estudos:

58
NOTA
Modelo de roteiro para solenidade de abertura de um evento

Mestre de Cerimônia – Boa noite, senhoras e senhores. Em nome da (nome da Entidade)


iniciamos neste momento a cerimônia de (nome do evento), com o objetivo de (objetivo e
finalidade do evento).
(Breve histórico do evento)
Saudamos as autoridades aqui presentes e convidamos para compor a mesa:
1. ............................................
2. ............................................
3. ............................................
4. ............................................
5. ............................................
6. ............................................
7. ............................................
Registramos e agradecemos a presença do Senhor ...... (nominar autoridades presentes que
estejam ocupando a primeira fileira).
Saudamos ainda as demais autoridades, de forma especial aos coordenadores, vice-diretores,
alunos, professores, servidores, imprensa e a comunidade aqui presente.
Mestre de Cerimônia – Convidamos a todos para ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, cantado
pela Profª. ..........................
Mestre de Cerimônia – (Comentários sobre o evento. Pode ser apresentado um documentário,
vídeo institucional etc.) Exemplo: O vídeo que iremos assistir neste momento [...]
Vídeo sendo apresentado
Mestre de Cerimônia – Para dar as boas-vindas, convidamos o Senhor Fulano de Tal, presidente
do (nome da Entidade).
Senhor Fulano de tal falando
Mestre de Cerimônia – Para falar em nome da (Entidade tal) convidamos o Senhor Sicrano de Tal.
Senhor Sicrano de Tal falando
Mestre de Cerimônia – Neste momento, passamos a palavra para o Senhor Fulano de Tal,
(seu cargo).
Senhor Fulano de Tal falando
Mestre de Cerimônia – Agora, com a palavra, o Senhor Beltrano de Tal, neste ato representando
o Senhor ....................., da (Instituição tal).
Senhor Beltrano de Tal falando.
Mestre de Cerimônia – Neste momento, para proferir sua mensagem, fará uso da palavra o
Senhor Fulano de Tal, presidente da (Instituição).
Senhor Fulano de Tal falando.
Mestre de Cerimônia – E assim, com a mensagem do Senhor Fulano de Tal, encerramos
neste momento a solenidade de abertura do (evento). Ao encerrar esta, desfazemos a mesa
dos trabalhos, convidando as autoridades a ocuparem seus lugares na primeira fila deste
auditório para melhor participarem da palestra a ser proferida pelo Senhor ........................,
Presidente da .................................
Mestre de Cerimônia – Com a palavra o Presidente da ..........................., Senhor
............................., para proferir sua palestra intitulada ..............................................
Senhor ......................... palestrando.
Mestre de Cerimônia – Agradecendo a presença de todos, damos por
encerrada esta solenidade de abertura do (evento). Lembramos que a partir
de amanhã, as atividades iniciarão às .... horas, conforme consta no convite
e folder entregues no ............................ (breves palavras da programação do dia
seguinte). Desejamos a todos boa noite.

FONTE: <http://eventos.ifc.edu.br/wp-content/uploads/2015/04/Modelo-de-roteiro-
CERIMONIAL.docx>. Acesso em: 11 maio 2020.

59
A elaboração de um roteiro de cerimonial deve ser feita com zelo e atenção, pois
este roteiro, de certa forma, acaba por “dar o tom inicial” do evento, colaborando ou não
para a percepção de qualidade e de acolhida de um evento. Por se tratar de atividade que
inclui diversas pessoas em sua realização – considerando que outras falas irão compor
a cerimônia como um todo, uma boa dose de jogo de cintura e percepção poderão ser
úteis para procurar alinhar todas os discursos que serão realizados. Às vezes, uma dica
ou orientação, exposta de forma polida e gentil, poderá colaborar com o andamento da
cerimônia.

Outro detalhe a ser considerado é que, de um lado, existem as regras fixas e


estanques do protocolo para eventos formais que precisam ser respeitadas. De outro,
há a possibilidade de inserir pequenas doses de simpatia e de bom humor, de modo
elegante e cordial. Vamos expor um exemplo para ilustrar. Imagine que no roteiro da
cerimônia de abertura de um seminário esteja previsto que após a fala das autoridades,
os participantes deverão ser encaminhados para outras salas do evento, nas quais
irão ocorrer distintas atividades, conforme previsto para cada grupo de trabalho. Neste
exemplo, os participantes realizaram previamente a inscrição em quais grupos de
trabalho iriam participar, variando conforme os seus interesses.

Colocando de forma bem simples e direta, vamos imaginar uma fala “correta”,
sob o ponto de visto técnico, mas pouco cordial e agradável. “Prezados, chegamos ao
final desta etapa da cerimônia. Cada um de vocês deve se dirigir para a sala onde irá ser
realizado o seu Grupo de Trabalho. Obrigada pela atenção”. Agora, uma outra alternativa
de repassar a mesma informação: “Caros participantes, estamos nos encaminhando
para o final desta cerimônia. Agradecemos às autoridades que aqui discursaram. Para
dar sequência as atividades do evento, pedimos gentilmente que cada um de vocês se
dirija para as salas nas quais irão ocorrer os Grupos de Trabalho, conforme a inscrição
de vocês. Desejamos uma ótima rodada de trabalhos em cada grupo e sintam-se à
vontade em contatar a equipe de cerimonial em caso de dúvidas. Obrigada”.

Nem sempre as falas precisam ser longas ou rebuscadas. No entanto, é


fundamental que elas sejam polidas e agradáveis. Evite usar termos “normativos” para
conduzir os participantes do evento, tais como “devem ir para x local”, “precisam assinar
aqui”, é “obrigatório preencher”. Lembre-se de que em um grupo de adultos “livres”,
ninguém é “obrigado” a fazer as coisas. Compete aos organizadores do evento e do
cerimonial, mais precisamente, orientar, mostrar, pedir e solicitar. Por exemplo: “Para
que possamos elaborar os certificados de participação informando a carga horária das
atividades, pedimos a gentileza de assinar o registro de comparecimento”. Estes foram
alguns exemplos. Aos poucos, você irá se ambientar com a dinâmica das cerimônias e irá
desenvolver a assertividade e a sensibilidade para elaborar roteiros cada vez melhores.

60
3 ORIENTAÇÕES A RESPEITO DA COMPOSIÇÃO DE MESAS
A composição das chamadas mesas de honra ou mesas dos homenageados
é outro elemento que compõe o cerimonial. Você já deve ter visto uma mesa assim
em algum cerimonial de formatura ou em outro evento mais formal em que havia uma
mesa desta natureza. Embora para os espectadores do evento a observação da mesa
de honra possa parecer algo simples e corriqueiro, a montagem de uma mesa deste tipo
requer cuidado e observância de algumas regras protocolares.

De modo geral, uma das primeiras dúvidas que surgem é: quem deverá ser
colocado nesta mesa? Em seguida, temos outra indagação recorrente: onde acomodar
cada membro da mesa? Quem fica perto de quem? Temos, ainda, algumas questões
acerca da estética da mesa: que tipo de arranjo devemos colocar? Nossa intenção aqui
é apresentar os principais pontos concernentes à organização da mesa de honra.

Para começarmos esta conversa, precisamos entender que os critérios


utilizados para determinar quem será convidado ou não para compor uma mesa de
honra, estão pautados nas chamadas precedências. As regras de precedência visam
orientar e determinar quem e o que vem primeiro – de modo bastante geral. Uma regra
de precedência muito comum e que você já deve ter ouvido falar é a famosa frase “ladies
first”, dito em português, “primeiro as damas”. No Tópico 3, vamos apresentar diferentes
regras de precedência. Neste momento da unidade, nossa tônica será compreender
as regras de precedência com relação à composição de mesas de honra. Moellwald
(2014, p. 98) explica que “tanto faz se o jantar é de confraternização ou solene, se é de
governo, de empresa ou social. A preocupação com os lugares que as pessoas deverão
ocupar no salão deve ser uma constante”.

Com o intuito de reforçar a relevância de marcar os lugares à mesa com


antecedência, Moellwald (2014, p. 98) pontua que “a distribuição de lugares feita com
antecedência serve para criar um clima mais harmonioso e ajudar os convidados a se
confraternizar com pessoas com as quais, de outra maneira, provavelmente não teriam
a oportunidade de conversar”.

Discorrendo sobre a precedência à mesa em ocasiões de convívio social, Luz


(2017, p. 66) explica que “como precedência se relaciona ao conceito de presidir, de
ocupar o primeiro lugar em meio a determinado número de pessoas, na mesa ela é
estabelecida segundo o lugar em que o anfitrião se senta [...]”.

Para estruturar como deverão ser dispostos os lugares à mesa, os organizadores


de eventos se valem de um instrumento denominado plano de mesa. “O plano de mesa
é o planejamento da disposição dos convidados em relação ao lugar do anfitrião no
salão. Funciona para distribuir pessoas e deve ser feito junto com quem promove o
evento ou a reunião” (MOELLWALD, 2014, p. 98).

61
Em se tratando da mesa de honra, Yanes (2014) explica que a escolha dos
membros que irão compor a mesa de acordo e a disposição destes deve ser feita
conforme ordem de precedência e com base nas informações anteriormente recebidas
por parte da empresa/entidade que está organizando o evento. Esta atividade exige
muita atenção, flexibilidade e habilidade de um cerimonialista, para assegurar que não
ocorram erros na composição da mesa de honra e permitir que sejam realizados ajustes
no caso de alguma mudança repentina.

Dorta (2015), ao discorrer sobre os critérios de precedência para a composição


de mesa, ressalta que a direita é o lugar de honra. Outra orientação desta autora é que
somente autoridades e personalidades principais devem compor a mesa de cerimônia,
tomando-se cuidado para não acomodar um número excessivo de autoridades na mesa.

De modo geral, as pessoas que compõem este tipo de mesa são: o anfitrião, os
homenageados e as autoridades convidadas. Segundo Yanes (2014), um dos desafios
que surgem na ocasião de organização da mesa de honra, é a necessidade de lidar
com possíveis mudanças com relação aos convidados, pois, pode ocorrer que mesmo
autoridades que tenham confirmado sua presença venham a faltar. Pode ocorrer
também de autoridades que não tenham confirmado sua presença acabem chegando
ao evento e podem demandar que o cerimonialista rearranje os lugares da mesa. Outra
situação delicada para se tratar em evento, são os atrasos por parte das autoridades.
Como proceder em uma situação como esta?

Acompanhe as orientações que selecionamos a seguir.

DICA
Atraso de autoridades
Apesar de ocorrerem com frequência, atrasos demonstram falta de organização – e nem
sempre a culpa é do pessoal de cerimonial. Pode ser atraso de alguma autoridade, trânsito,
avião, enfim, são vários os motivos que podem causar atraso no início das atividades.
No entanto, infelizmente, a visão negativa será atribuída ao pessoal da organização –
qualquer atraso prejudica a imagem do evento. O cerimonial organizador do evento
deve comunicar-se com as autoridades antes da data do evento, para elucidar dúvidas,
(re)confirmar presença e necessidades – essas confirmações auxiliam na elaboração do
roteiro de locução. É importante que o pessoal do cerimonial tenha acesso rápido (agenda
personalizada) a qualquer autoridade ou assessor no caso de atraso.
No caso de atraso de autoridade de primeiro escalão, o evento não começará, e o anfitrião
e os convidados devem aguardar sua chegada. Se o atraso for de um dos integrantes da
Mesa Diretora ou de personalidade, o protocolo recomenda que a solenidade comece
após a espera de, no máximo, 30 minutos. Se a autoridade chegar antes do término
da composição da mesa, ocupa outra posição que não a prevista
originalmente. Caso o evento esteja mais próximo do final, o retardatário
será anunciado e ocupará as primeiras fileiras do plenário. Se for em um
banquete, ele ocupará outra mesa que não a principal.
FONTE: YANES, Adriana Figueiredo. Cerimonial, protocolo e etiqueta
em eventos. São Paulo: Saraiva Educação SA, 2014.

62
Vamos examinar agora como ocorre a composição de uma mesa de honra. Caso
o número de pessoas que serão acomodadas na mesa seja ímpar, será respeitada a
seguinte ordem (MATIAS, 2014).

FIGURA 1 – COMPOSIÇÃO DE MESA DE HONRA COM NÚMERO ÍMPAR

FONTE: Matias (2014, p. 99)

1. Maior autoridade: preside a cerimônia


2. Segunda maior autoridade presente.
3. Anfitrião: a esquerda da maior autoridade.

“As demais autoridades são posicionadas em ordem decrescente de precedência,


do centro para as extremidades, alternando-se direita/esquerda” (MATIAS, 2014, p. 99).

Outra possível situação para compor uma mesa de honra, é aquela em que o
número de convidados para serem acomodados seja par. Neste caso, procede-se da
seguinte maneira:

FIGURA 2 – COMPOSIÇÃO DE MESA DE HONRA COM NÚMERO PAR

FONTE: Matias (2014, p. 99)

1. Maior autoridade: preside a cerimônia – posição central direita.


2. Anfitrião: posição central esquerda

“As demais autoridades são posicionadas em ordem decrescente de precedência,


do centro para as extremidades, alternando-se direita/esquerda” (MATIAS, 2014, p. 99).

63
Para ajudar a organizar a mesa de honra de um evento, os profissionais de
eventos utilizam alguns recursos para facilitar a organização, merecendo destaque o uso
de etiquetas e a colocação de prismas sob a mesa. Outro recurso usado é a colocação
de etiquetas nas cadeiras identificando o nome das autoridades.

FIGURA 3 – UTILIZAÇÃO DE PRISMAS NA MESA DE HONRA PARA IDENTIFICAÇÃO DAS AUTORIDADES

FONTE: <https://cutt.ly/6oMa1kH>. Acesso em: 11 maio 2020.

Yanes (2014) lembra que, mesmo que os lugares da mesa já estejam marcados
e organizados, a composição da mesa pode mudar até o último instante antes do início
da solenidade. A este respeito, a autora orienta:

O cerimonialista e/ou encarregado de acompanhar as pessoas à


mesa de honra devem estar atentos, pois pode haver a necessidade
de retirar ou colocar cadeiras e etiquetas. Observação: não esquecer
de colocar água (garrafa semiaberta) e copos preenchidos até 1/3. A
colocação de prisma é importante para a identificação dos convidados.
A identificação dos prismas deve ser feita nas duas faces (para dentro e
para o público). Quanto ao cargo, função e denominação da organização,
utilizá-los assim: I) Quando a autoridade for da mesma organização,
identificar o nome e o cargo; II) Quando for de organizações diferentes,
indicar o nome da autoridade e o da organização; III) Quando for de país
diferente, identificar o nome da autoridade e o país correspondente; IV)
Nos eventos sociais, os prismas também servem para determinar os
lugares em refeições (YANES, 2014, p. 94).

FIGURA 4 – UTILIZAÇÃO DE PRISMAS EM EVENTOS SOCIAIS

FONTE: <https://cutt.ly/foMfutZ>. Acesso em: 11 maio 2020.


64
Com relação à ornamentação das mesas de honra em solenidades públicas,
é preciso escolher um tipo de arranjo que seja apropriado para este tipo de mesa. “O
arranjo na mesa de honra deve ser usado como uma discreta ornamentação e nunca
em tamanho e altura exagerados que tirem o foco do público” (DORTA, 2015, p. 162).
Hayran (2018, p. 1) orienta que:

A decoração de um local para a realização de uma solenidade


pública deve ser sempre discreta. O ideal é sempre valorizar a
simplicidade e evitar qualquer exagero. Não se deve colocar sobre
a mesa de autoridades arranjos acima de 20 cm de altura. Um
arranjo floral, preferencialmente com flores naturais, deve possuir,
aproximadamente, 80 cm de comprimento por 20 cm de altura.
Caso o arranjo tenha um tamanho maior, o ideal é colocá-lo no chão,
na frente da mesa. A mesa deve ser forrada com uma toalha de
coloração discreta, suave, ou seja, uma cor branca, bege ou creme.

FIGURA 5 – EXEMPLO DE ARRANJO DE MESA DE HONRA

FONTE: < https://cutt.ly/NoMg8Df>. Acesso em: 11 maio 2020.

Examinamos até aqui as principais orientações a serem respeitadas na


estruturação e organização da mesa nos eventos. Como você pode perceber, em algumas
situações as regras de precedência e critério de composição da mesa são estritos e
requerem plena atenção ao que está previsto no protocolo dos eventos. Agora, teceremos
alguns comentários relacionados à composição de um outro tipo de mesa: as mesas
de casamento. Optamos por fazer alguns apontamentos sobre este assunto, pois é um
campo de trabalho que costuma despertar muitas dúvidas nos profissionais de eventos.

Antes de começarmos a exposição desse assunto, precisamos, de antemão,


fazer alguns esclarecimentos. O primeiro e mais relevante para você ter em mente:
diferente das cerimônias públicas e formais, que seguem instruções normativas claras,
as celebrações de casamento, enquanto evento sociais, abarcam um conjunto infinito
de possibilidades e variações.

Em momentos históricos anteriores, os “ingredientes” de uma cerimônia de


casamento se mantinham relativamente constantes – reunião da família, flores para
decorar, valsa para os noivos, bolo dos noivos, buquê e por aí vai – na atualidade, verifica-
se uma profusão de celebrações de casamento das mais distintas formas.

65
Tem noivos entrando de moto no salão da festa, recém-casados dançando tango
no lugar da valsa, noivas optando por vestidos curtos em detrimento dos tradicionais
longos, vemos cachorrinhos levando alianças na igreja, festas de casamento com
feições de festas badaladas e diversos outros exemplos que retratam as transformações
em curso.

Ainda existem, contudo, noivos que optam por um perfil de celebração e de festa
que seguem os ritos tradicionais do casamento. Há várias pessoas interessadas em
preservar os costumes e práticas convencionais relacionados a esta celebração. Neste
sentido, enquanto profissionais da área de eventos, é importante que você conheça
algumas destas tradições e costumes.

Quando pensamos nas festas de casamento enquanto forma de realização de


um sonho ou de um plano de vida pessoal, tendemos a ter uma percepção estética
sobre aquilo que é belo ou não, romântico ou não e até mesmo, brega ou não (por assim
dizer). Essas impressões e sentimentos permanecem no plano pessoal de cada um.
Ao trabalhar com eventos, estamos pensando em atender e satisfazer as expectativas
de outra pessoa. Por isso, devemos manter a mente aberta e a escuta atenta, livre
de julgamento. Por outro lado, o desafio reside em colaborar com algumas ideias e
doses de elegância, bom gosto e etiqueta no casamento em que você participar da
organização. Afinal, este é um dos motivos pelos quais as pessoas procuram o auxílio de
um profissional para realizar tais eventos.

Apresentamos a seguir um texto que contempla algumas dicas e orientações


que podem ser úteis no processo de organizar as mesas de um casamento. O texto
foi escrito voltado em orientar os noivos nesta etapa de preparativos do casamento,
contudo, seu conteúdo e seus ensinamentos também são úteis aos organizadores de
eventos. Acompanhe:

NOTA
Sugestões e orientações sobre como organizar a mesa de
convidados em um casamento

Maria Religare (adaptado)

Depois de preparar a lista de convidados, que pode ser um dos passos


mais difíceis para os casais, é preciso pensar em outra coisa que
tem ligação direta com os seus amigos e familiares: devem decidir e
coordenar o planejamento dos lugares de cada pessoa, para que as
mesas estejam em perfeita harmonia com a decoração do casamento,
que todos estejam em lugares satisfatórios e que possam circular com
tranquilidade pelo ambiente da recepção [...].

Algumas orientações sobre o assunto:

66
1. Mesas

Busquem saber com o responsável do espaço escolhido ou com a empresa que irá fornecer
as mesas de aluguel de que tipo elas são: quadradas, redondas, retangulares ou de formato
especial. Muito importante também é saber o seu tamanho (a medida correta) e quantos
convidados podem se sentar em cada uma delas.

2. Onde e com quem sentam os noivos?

Primeiro devem decidir se terão uma "mesa presidencial", onde sentarão apenas vocês, os
noivos, ou uma mesa compartilhada. Se optarem por sentar-se com outros convidados,
nesta mesa deverá estar a família direta do casal, pais e irmãos ou padrinhos, sempre
dependendo do tamanho das mesas.

EXEMPLO DE MESA DE CASAMENTO ESTILO PRESIDENCIAL

FONTE: <https://cutt.ly/eo9fcRn>. Acesso em: 11 maio 2020.

EXEMPLO DE MESA DE NOIVOS ACOMPANHADO DOS PAIS

FONTE: <https://cutt.ly/jo9gHpN>. Acesso em: 11 maio 2020.

3. Planilhas

As planilhas são grandes aliadas na tarefa de organizar a festa de casamento. Assim, para
organizar os lugares que seus convidados ocuparão, a primeira coisa é fazer uma planilha,
colocando o nome da família e o número de pessoas que a acompanham, isso os ajudará
bastante na distribuição.

67
4. Distribuição dos convidados

Depois de elaborar a planilha com todos os convidados e seus acompanhantes, tendo


em vista apenas as pessoas confirmadas, separe-os por grupos. Provavelmente vocês
possuem diferentes círculos sociais e muitos dos convidados se encaixarão em cada um
deles. Atentem-se às pessoas que podem ter alguma desavença com alguém do mesmo
grupo, e tentem colocá-las em mesas separadas. Para estes, busquem uma mesa que,
ainda que seja de outro círculo, possa ter afinidades e estilo de vida em comum.

5. Convidados sozinhos

É muito provável que haja convidados que não pertençam a nenhum dos grupos. Ao invés
de colocar todos esses convidados que irão sozinhos em uma mesa, aloque-os na mesa de
outros grupos, com os quais também possuem afinidades. A conversa fluirá muito melhor
e vocês evitam que este convidado se sinta na “mesa de sobras”.

6. Mapa das mesas

O mapa de mesas é uma ferramenta que ajuda na organização da festa de casamento,


pois este mapa registra onde cada convidado irá se sentar. É indicado deixar uma cópia
do mapa com o responsável do buffet ou o cerimonialista. Tenham uma cópia extra caso
percam a oficial, assim não haverá problema de acomodação.

8. Mapa para convidados e plaquinhas (ou prismas)

Lembrem-se de que quando começa a recepção, geralmente todos os convidados chegam


ao mesmo tempo. Por isso é recomendável que façam um seating plan original para deixar
exposto na porta. Com um mapa publicado, de forma original com seu toque pessoal,
cada convidado saberá onde está, e assim eles mesmos poderão se dirigir às suas mesas,
facilitando muito o trabalho. É importante também que as mesas tenham cartões com o
nome de quem irá ocupar cada lugar [...].

IDENTIFICAÇÃO DOS LUGARES DOS CONVIDADOS EM CASAMENTOS

FONTE: <https://cutt.ly/ho9kXob>. Acesso em: 11 maio 2020.

FONTE: <https://www.casamentos.com.br/artigos/conselhos-para-organizar-as-mesas-da-
recepcao--c2506>. Acesso em: 11 maio 2020.

68
Na Unidade 3 desta disciplina, iremos discorrer mais detalhadamente sobre
as regras de etiqueta. Entretanto, neste momento, aproveitamos para ressaltar que se
em um evento social os anfitriões optarem por usar o sistema de mesas com lugares
marcados, será considerando um comportamento deselegante e inadequado o não
respeito a este critério previamente estabelecido. Moellwald (2014, p. 98), ao tratar deste
assunto, comenta que:

Algumas pessoas, menos experientes em confraternizações com


os lugares marcados, ficam injuriadas quando percebem que não
poderão escolher seus lugares. As menos educadas chegam,
inclusive, a mudar sorrateiramente a disposição dos seus nomes nas
mesas, alterando as posições determinadas, para ficarem próximas
aos amigos ou de pessoas do seu interesse, atitude que demonstra
falta de respeito com os organizadores do evento.

Chegamos ao final deste tópico. Dentre os aspectos práticos que fazem parte
do planejamento e da execução do cerimonial, enfocamos até aqui os cuidados que
devem ser seguidos na elaboração dos roteiros de locução e mostramos algumas
dicas sobre como elaborá-los. Também aprendemos como organizar e proceder na
composição de mesas de honra em eventos em que requerem um cerimonial formal
ou social. Examinamos ainda algumas dicas sobre como acomodar apropriadamente os
convidados em uma festa de casamento. No próximo tópico, aprenderemos sobre como
apresentar e lidar com os símbolos nacionais nos eventos.

69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A elaboração dos roteiros contribui para que a as atividades elencadas no planejamento


do evento ocorram de forma adequada e é um instrumento importante que visa
assegurar que os aspectos elencados no cerimonial se cumpram de maneira adequada.

• No roteiro de locução estão contidas as informações com a organização das atividades


do evento e é utilizado pelo mestre de cerimônias do evento que, com sua fala, irá
conduzir o evento.

• É importante que os roteiros de cerimoniais sejam objetivos, para evitar que a


cerimônia fique muito extensa e acabe se tornando desagradável para aqueles que
estão prestigiando o evento.

• O nível e o tipo de detalhe das informações que serão compartilhadas irão variar de
acordo com tipo de evento.

• A sequência básica para a elaboração do roteiro de cerimônia abarca: boas-vindas;


lembretes; objetivo da cerimônia; composição da mesa de honra; Hino Nacional;
procedimentos referentes à cerimônia; fala de autoridades e considerações finais.

• Em um roteiro de locução, as falas não precisam ser longas ou rebuscadas. No


entanto, é fundamental que elas sejam polidas e agradáveis.

• Em um evento, a distribuição de lugares feita com antecedência serve para criar um


clima mais harmonioso e ajudar os convidados a se confraternizar com pessoas com
as quais, de outra maneira, provavelmente não teriam a oportunidade de conversar.

• Para estruturar como deverão ser dispostos os lugares à mesa, os organizadores de


eventos se valem de um instrumento denominado plano de mesa.

• O plano de mesa é o planejamento da disposição dos convidados com relação ao


lugar do anfitrião no salão. Funciona para distribuir pessoas e deve ser feito junto com
quem promove o evento ou a reunião.

• A escolha dos membros que irão compor a mesa de acordo e a disposição destes
deve ser feita de acordo com a ordem de precedência e com base nas informações
anteriormente recebidas por parte da empresa/entidade que está organizando
o evento. Esta atividade exige muita atenção, flexibilidade e habilidade de um
cerimonialista, para assegurar que não ocorram erros na composição da mesa de
honra e permitir que sejam realizados ajustes no caso de alguma mudança repentina.

70
• Para ajudar a organizar a mesa de honra de um evento, os profissionais de eventos
utilizam alguns recursos para facilitar a organização, merecendo destaque o uso de
etiquetas e a colocação de prismas sob a mesa.

• Para a ornamentação das mesas de honra em solenidades públicas, é preciso escolher


um tipo de arranjo que seja apropriado para este tipo de mesa.

• O arranjo na mesa de honra deve ser usado como uma discreta ornamentação e
nunca em tamanho e altura exagerados que tirem o foco do público.

71
AUTOATIVIDADE
1 Para garantir que o evento ocorra de modo adequado e com qualidade, é importante
que a equipe responsável pelo cerimonial desenvolva um roteiro de cerimonial
apropriado. Acerca deste instrumento que colabora com a organização dos eventos,
assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Os roteiros de cerimonial devem ser objetivos.


b) ( ) A fala do mestre de cerimônias deve ser impessoal.
c) ( ) Os roteiros de cerimonial devem extensos e evasivos.
d) ( ) É desejável que o tom de voz do mestre de cerimônias seja agradável.

2 Na ocasião de realização de um evento, a composição da mesa de honra pode se


revelar uma tarefa desafiadora mesmo para organizadores de eventos experientes.
Neste sentido, as pessoas que compõem este tipo de mesa são:

a) ( ) O anfitrião, os homenageados e as autoridades convidadas.


b) ( ) O patrocinador, o anfitrião e as autoridades locais.
c) ( ) As autoridades locais, os homenageados e os apresentadores.
d) ( ) O anfitrião, os políticos e entes homenageados.

72
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SÍMBOLOS NACIONAIS E DISPOSIÇÃO DAS
BANDEIRAS

1 INTRODUÇÃO
Os símbolos nacionais são elementos que representam a pátria. Os quatro
símbolos nacionais do nosso país são o Hino Nacional, o Selo Nacional, a Bandeira
Nacional e as Armas Nacionais. Como você já deve ter notado, alguns destes símbolos
são usados em eventos, tal como ocorre com a execução do Hino Nacional antes dos
jogos da seleção brasileira ou como se observa a disposição das bandeiras na abertura
dos jogos olímpicos, para exemplificar.

Para utilizar cada um destes símbolos, é necessário conhecer as regras e


a legislação que regem o seu uso. Por este motivo, na ocasião de realização de um
evento, é muito importante que a equipe do cerimonial dedique a devida atenção para
assegurar que estes dois símbolos sejam respeitados.

Neste sentido, a intenção deste tópico é apresentar os quatro símbolos nacionais


do Brasil e mostrar como eles devem ser utilizados da maneira adequada e correta.
Também iremos conhecer como deve ser feita a disposição das bandeiras.

2 SÍMBOLOS NACIONAIS
Um símbolo só tem legitimidade enquanto sua forma e conteúdo são
integralmente respeitados. Assim, qualquer alteração arbitrária ou leviana dos elementos
formais – como figura, cor, movimento e som – compromete seu significado e reduz sua
capacidade de representação cabal. A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão de
Armas da República e o Selo Nacional são símbolos que representam nossa Pátria.

“Estes símbolos têm a forma, a apresentação e o uso regulamentados por lei para
que seus elementos formais sejam preservados e não se adulterem ou descaracterizem
na execução ou no trato” (LUZ, 2005, p. 17).

2.1 O HINO NACIONAL


O Hino Nacional é um dos mais conhecidos símbolos nacionais de nosso país,
mas o entendemos por símbolo nacional?

73
Os símbolos nacionais são manifestações gráficas e musicais de
relevante valor histórico que, derivadas da cultura de um país,
representam sua identidade e soberania por meio de cores, figuras e
sons que personificam, de forma inequívoca, a nação em solenidades,
documentos, eventos e localidades oficiais, dentro e fora de seu
território (IBGE, 2019, s.p.).

Posto isto, a primeira orientação que os organizadores de evento precisam ter


em mente é que existem normas que regulamentam o modo como os símbolos nacionais
devem ser usados e, em caso de dúvida, é indicado consultar a legislação que rege este
tema. Neste sentido, os cuidados a serem seguidos com relação ao hino nacional estão
contemplados na Lei nº 5.700/1971. Matias (2014, p. 96) ressalta os principais aspectos
elencados na referida lei e orienta que:

I) Nas cerimônias em que se tenha de executar um hino


nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino
Nacional Brasileiro. II) A execução dos hinos nacionais não exige
posicionamento e, direção à bandeira, somente que todos estejam
de pé, com boa postura, atenção e respeito e, no caso dos militares,
a posição de sentido.

A respeito da história do Hino Nacional, Moellwald (2014, p. 141) sustenta que:

A composição musical do Hino Nacional é do maestro Francisco


Manuel da Silva e foi executada durante quase um século sem ter
uma letra oficial. O poema escrito por Joaquim Osório Duque Estrada
só se tornou a letra oficial do Hino Nacional Brasileiro em 6 de
setembro de 1922, quando o presidente Epitácio Pessoa oficializou a
letra pelo Decreto nº 15.671.

Para homenagear este símbolo nacional, foi criado uma data em tributo ao Hino
Nacional. Acompanhe a explicação a seguir:

IMPORTANTE
DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO

FONTE: <https://cutt.ly/no9c6EB>. Acesso em: 13 maio 2020.

74
O Hino Nacional Brasileiro é um dos símbolos da República Federativa do Brasil, que é
comemorado no dia 13 de abril.

A escolha dessa data deve-se ao fato de que, na noite do dia 13 de abril de 1831, a música
do nosso hino foi tocada pela primeira vez no Teatro São Pedro de Alcântara, na cidade do
Rio de Janeiro. Até abril de 1831, o hino considerado “nacional” era o Hino da Independência,
composto pelo próprio imperador D. Pedro I.

O criador da música do hino, parte instrumental, foi o maestro Francisco Manuel da Silva
(1795-1865), que era cofundador do Instituto Nacional de Música e da Imperial Academia
de Música. A música e letra foram criadas logo após que D. Pedro I abdicou do trono para
o seu filho, no dia 7 de abril de 1831. Francisco Manuel era partidário do imperador e
procurou criar um hino para saudar o futuro do novo imperador. A primeira versão da letra,
escrita por Ovídio Saraiva, evidenciava bem esse contexto:

Uma prudente regência


Um monarca brasileiro
Nos prometiam venturosos
O porvir mais lisonjeiro.
E vós donzelas brasileiras
Chegando de mães ao estado
Dai ao Brasil tão bons filhos
Como vossas mães têm dado.

Com a proclamação da República em 1889, os republicanos propuseram a composição


de uma nova letra, mais de acordo com o novo regime político. Todavia, foi apenas em
1906 que foi finalmente autorizada uma reforma no Hino Nacional, proposta por Alberto
Nepomuceno, membro do Instituto Nacional de Música.

Em 1909, a nova letra foi eleita em um concurso criado para esta finalidade, escrita por
Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927). O Hino Nacional Brasileiro se tornou oficial
em 1922, durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil.

Letra do Hino Nacional Brasileiro


PRIMEIRA PARTE SEGUNDA PARTE
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,
De um povo heroico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida
Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”,
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,
Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro dessa flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. – Paz no futuro e glória no passado.
Gigante pela própria natureza, Mas se ergues da justiça a clava forte,
És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza. Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada Terra adorada
Entre outras mil Entre outras mil

75
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo Dos filhos deste solo
És mãe gentil, És mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!

FONTE: <https://www.esab.edu.br/13-de-abril-dia-do-hino-nacional-brasileiro/>. Acesso em:


13 maio 2020.

Vamos examinar agora um outro detalhe com relação ao Hino Nacional. Uma das
dúvidas que podem surgir na ocasião de realização de um evento é se é adequado ou não
aplaudir o hino. Acompanhe a orientação de Moellwald (2014, p. 142) acerca do assunto:

Um tema bastante polêmico é se, ao final do Hino Nacional, se deve ou


não aplaudir. Quem assim o faz, pode ficar tranquilo, pois, no parágrafo
único do Artigo 30 da Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971, passou
a vigorar a seguinte citação: “Parágrafo único. É permitida a saudação
em palmas como forma de homenagear os Símbolos Nacionais, após
a execução do Hino”. Assim posto, se estiver num evento em que o
Hino foi executado e ficou com vontade de aplaudir, não se acanhe.
Aplaudir uma apresentação ou uma pessoa é uma forma simpática de
mostrar o quanto se aprecia ou apreciou o que foi dito, mostrado ou
o quanto uma determinada pessoa nos é especial. Porém, é preciso
que o aplauso seja um ato espontâneo e que pata da plateia, sendo
considerado muito deselegante solicitar para que as pessoas o façam.

Selecionamos algumas dicas com relação à execução do Hino Nacional,


conforme você pode acompanhar no vídeo a seguir.

DICA
Confira dicas com relação à execução do Hino Nacional, acessando o link a
seguir: https://www.youtube.com/watch?v=czGhVIU1k70.

2.2 AS ARMAS NACIONAIS


Outro símbolo nacional são as Armas Nacionais, também chamadas de Brasão
Nacional. As Armas Nacionais representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil e foram
criadas na mesma data que a Bandeira Nacional. Elas são formadas por um escudo
redondo de cinco pontas e uma espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. Há
um ramo de café à esquerda e um de fumo à direita. Também se apresenta no brasão a
data de proclamação da República (LUZ, 2005).
76
FIGURA 6 – ARMAS NACIONAIS (BRASÃO)

FONTE: <https://cutt.ly/Po9Y4l0>. Acesso em: 13 maio 2020.

Dorta (2015, p. 154) orienta que as Armas Nacionais devem ser usadas nos
seguintes locais:

• Palácio da Presidência da República.


• Edifícios-sede dos Ministérios.
• Casas do Congresso Nacional.
• Supremo Tribunal Federal.
• Tribunais Superiores.
• Tribunais Federais de Recursos.
• Edifícios-sede dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
dos estados, e Distrito Federal.
• Prefeituras e Câmaras municipais.
• Frente dos edifícios das repartições públicas federais.
• Quartéis do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
• Polícias e corpo de bombeiros militares.

2.3 O SELO NACIONAL


“O Selo Nacional deve ser utilizado para autenticar os atos do governo, o diploma
e os certificados emitidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos”
(DORTA, 2015, p. 155).

FIGURA 7 – SELO NACIONAL

FONTE: <https://bit.ly/3crU4tC>. Acesso em: 13 maio 2020.

77
2.4 BANDEIRA NACIONAL
A Bandeira Nacional é um dos símbolos nacionais mais conhecidos e utilizados.
Com relação aos aspectos que caracterizam este símbolo, Dorta (2015, p. 155) observa que:

A Bandeira Nacional possui 27 estrelas. As constelações que figuram


na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu da cidade do
Rio de Janeiro, às 20h30 do dia 15 de novembro de 1889. A Bandeira
Nacional foi adotada pelo Decreto nº 4 (BRASIL, 1889). A frase Ordem
e Progresso foi extraída da fórmula máxima do positivismo: o amor
por princípio e a ordem por base, o progresso por fim.

Como você já deve ter notado, a Bandeira Nacional pode ser usada em várias
ocasiões, sejam estas de caráter público ou particular. Todavia, seu uso é condicionado
ao respeito a uma lei específica, que normatiza o uso deste dispositivo. No quadro
a seguir, apresentamos um resumo com as principais orientações a respeito do uso
correto da bandeira.

QUADRO 1 – ORIENTAÇÕES SOBRE A FORMA CORRETA DE USO DA BANDEIRA NACIONAL

Bandeira nacional

De acordo com a lei que dispõe sobre o uso dos símbolos nacionais, a seguir
apresentam-se alguns artigos que estabelecem normas de uso da bandeira nacional.

Artigo 10 - A bandeira nacional pode ser usada em todas as manifestações do


sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.

Artigo 19 - A bandeira nacional, em todas as apresentações no território nacional,


ocupa lugar de honra, compreendido como uma posição.

I - Central ou a mais próxima do centro e à direita deste, quando com outras


bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou
peças semelhantes.
II - Destacada à frente de outras bandeiras, quando conduzida em formaturas ou
desfiles.
III - À direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho.

Parágrafo único - Considera-se direita de um dispositivo de bandeiras a direita de


uma pessoa colocada junto a ele e voltada para a rua, para a plateia ou, de modo geral,
para o público que observa o dispositivo.

FONTE: Adaptado de Matias (2014, p. 96)

Outra situação em que a bandeira nacional poderá ser usada, é em ocasiões


de luto oficial. Quando isto acontecer, algumas orientações também deverão ser
respeitadas, a saber:

78
Em situações de luto oficial, a Bandeira Nacional deve ser hasteada
até o topo e arriada a meio-mastro, permanecendo assim enquanto
durar o luto decretado. Hasteia-se a Bandeira Nacional em luto
a meio-mastro nas seguintes situações: quando o Presidente da
República decretar luto oficial: em todo o país, todas as bandeiras
são hasteadas a meio-mastro; em caso de luto estadual: somente as
bandeiras daquele estado e seus municípios são hasteados a meio-
mastro; em caso de luto municipal: somente a bandeira daquele
município é hasteada a meio-mastro (DORTA, 2015, p. 155).

Moellwald (2014, p. 139) aponta alguns detalhes sobre a Bandeira Nacional,


observe:

A Bandeira Nacional não tem avesso e deve ser comprada em lojas que
tenham certificação do governo. Existem vários tipos de bandeiras
para diferentes finalidades: bandeira, bandeirola, estandarte, flâmula,
lábaro, pavilhão, pendão, entre outras. São 13 tamanhos possíveis de
bandeira: de 0,27m x 0,40 m, até 4,50 m x 6,43 m, e cada tamanho
deve ser adequado ao mastro ou estandarte em que será exibida [...].

FIGURA 8 – FLÂMULA BANDEIRA DO BRASIL

FONTE: < https://cutt.ly/Ko3qIHo >. Acesso em: 13 maio 2020.

Tendo em vista que as formas de utilização da bandeira nacional são regidas


por uma lei específica, algumas situações de uso inadequado deste dispositivo são
consideradas desrespeitosas. Veja no box a seguir que situações se enquadram como
atitudes de desrespeito para com a bandeira:

79
QUADRO 2 – DESRESPEITO À BANDEIRA NACIONAL

Desrespeito à bandeira nacional

A Lei n. 5.700/71 considera como desrespeito à bandeira nacional, o disposto nos


artigos a se-guir:

Artigo 30 - Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a


Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do
Hino Nacional, todos de-vem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis
do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo
os regulamentos das respectivas corpora-ções.

Parágrafo único - É vedada qualquer outra forma de saudação.

Artigo 31 - São consideradas manifestações de desrespeito à bandeira nacional, e,


portanto, proibidas:

I - Apresentá-la em mau estado de conservação.


II - Mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dísitco* ou acrescentar-lhe outras
inscrições.
III - Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento
de tri-buna ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar.
IV - Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.

Artigo 32 - As bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a


qualquer Unida-de Militar, para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o
cerimonial peculiar.

Artigo 33 - Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no país sem que esteja
ao seu lado direito, de igual tamanho e em posição de realce, à Bandeira Nacional,
salvo nas sedes das representações diplomáticas ou consulares.

FONTE: Adaptado de Matias (2014, p. 98)

3 DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS


Após examinarmos as normativas previstas em lei e que regulamentam o uso da
bandeira nacional e conhecermos quais situações de uso incorreto do referido dispositivo
são consideradas formas de desrespeito, vamos examinar os detalhes concernentes à
disposição da bandeira, isto é, em qual ordem deve ser colocada quando houverem
outras bandeiras para serem apresentadas no mesmo evento.

A primeira situação que iremos tratar refere-se à posição da bandeira do Brasil


em situações nas quais existam bandeiras de outros países que também deverão ser
exibidas. Neste caso, Moellwald (2014, p. 140) orienta que:

80
Quando for disposta com as bandeiras de outros países, deve ocupar
o lugar central, ladeada pelas outras bandeiras, que deverão seguir
a ordem alfabética dos países visitantes, pelo idioma do anfitrião.
Assim, se num evento as bandeiras de Brasil, Portugal e Estados
Unidos estiverem num palco, a ordem deverá ser a seguinte: Brasil
no meio, Portugal à direita de quem olha da plateia para o palco e
Estados Unidos à esquerda de quem está sentado na plateia.

Para exemplificar, observe a imagem a seguir. Ela nos mostra a disposição


correta das bandeiras em um evento realizado na Argentina.

FIGURA 9 – EXEMPLO DE PRECEDÊNCIA DE BANDEIRAS ENTRE OS PAÍSES

FONTE: <https://cutt.ly/oo3rv1y>. Acesso em: 13 maio 2020.

Sobre a disposição da Bandeira Nacional com relação às bandeiras de outros


estados ou organizações, as regras a serem seguidas são apresentadas de forma
resumida a seguir, acompanhe:

NOTA
Posição da Bandeira Nacional em evento

Em eventos com a presença de bandeiras, a Bandeira Nacional


ocupa sempre o centro, no caso de arranjos ímpares (centro composto
por uma bandeira); ou no centro e à direita, no caso de arranjos pares
(centro composto por duas bandeiras), à guisa do que ocorre na
composição das mesas. A partir dela são colocadas as demais, por ordem
de precedência. A referência é o ponto de vista de alguém que ministra
uma palestra virado para a plateia, de costas para as bandeiras.
Seguem exemplos:

81
a) Com Bandeira Nacional e do Estado: Nacional à direita e Estado à esquerda.

b) Com Bandeira Nacional e do Município: Nacional à direita e Município à esquerda.

c) Com Bandeira Nacional, do Estado e do Município: Nacional no centro, Estado à


direita e Município à esquerda.

d) Com Bandeira Nacional, do Estado e do Município e Empresa: Nacional no centro-


direita, Estado à direita da Nacional, dividindo as duas no centro. Município à direita e
empresa à esquerda, ao lado da bandeira do Estado.

e) Com Bandeira Nacional e de outro País: Nacional à direita e do País visitante à esquerda.

f) Com Bandeiras de outros países: segue a ordem alfabética dos países visitantes, pelo
idioma do país anfitrião. Exceto se for em organismos internacionais, que segue o idioma
oficial.

FONTE: ASCOM. Manual de Eventos ANAC. 2012. Disponível em: https://ead2.iff.edu.br/pluginfile.


php/20252/mod_resource/content/0/Manual_Eventos_da_ANAC.pdf. Acesso em 20 de fevereiro de 2020.

82
Complementando esta explicação, reforçamos que a ordem de precedência a
ser seguida ao se dispor as bandeiras dos estados, leva em conta qual o estado é o
anfitrião do evento e qual a ordem de fundação histórica do estado, ou seja, “a ordem
de precedência entre os Estados da União e as bandeiras de mais de um estado é
determinada pela ordem de sua constituição histórica, porém a bandeira do estado
onde for hasteada tem precedência sobre as outras (YANES, 2014, p. 91).

Estamos chegando ao final deste tópico. Vimos até aqui muitas regras e cuidados
que devem ser seguidos ao se fazer uso dos símbolos nacionais. Embora, inicialmente, o
excesso de detalhes e de regras possa soar desafiador, aos poucos, você irá se habituar
a tais regras e irá sentir tranquilidade e confiança ao organizar a mesa e planejar a
disposição das bandeiras em um evento. Para finalizar o tópico, apresentamos uma
última dica referente à posição correta da tribuna no palco, considerando a localização
das bandeiras. Confira!

DICA
Qual a posição correta da tribuna no palco?

https://www.youtube.com/watch?v=qqCPpUDsIRQ

83
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os símbolos nacionais são elementos que representam a pátria. Os quatro símbolos


nacionais do nosso país são o Hino Nacional, o Selo Nacional, a Bandeira Nacional e
as Armas Nacionais.

• Para utilizar cada um destes símbolos, é necessário conhecer as regras e a legislação


que regem o seu uso.

• Um símbolo só tem legitimidade quando sua forma e conteúdo são integralmente


respeitados. Assim, qualquer alteração arbitrária ou leviana dos elementos formais
– como figura, cor, movimento e som – compromete seu significado e reduz sua
capacidade de representação cabal.

• Os símbolos nacionais são manifestações gráficas e musicais de relevante valor


histórico que, derivadas da cultura de um país, representam sua identidade e soberania
por meio de cores, figuras e sons que personificam, de forma inequívoca, a nação em
solenidades, documentos, eventos e localidades oficiais, dentro e fora de seu território.

• A composição musical do Hino Nacional é do maestro Francisco Manuel da Silva e foi


executada durante quase um século sem ter uma letra oficial. O poema escrito por
Joaquim Osório Duque Estrada só se tornou a letra oficial do Hino Nacional Brasileiro
em 6 de setembro de 1922, quando o presidente Epitácio Pessoa oficializou a letra
pelo Decreto nº 15.671.

• As Armas Nacionais representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil e foram


criadas na mesma data que a Bandeira Nacional. Elas são formadas por um escudo
redondo de cinco pontas e uma espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. Há
um ramo de café à esquerda e um de fumo à direita. Também se apresenta no brasão
a data de proclamação da República.

• O Selo Nacional deve ser utilizado para autenticar os atos do governo, o diploma e os
certificados emitidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos.

• A Bandeira Nacional pode ser usada em várias ocasiões, sejam estas de caráter
público ou particular. Todavia, o seu é condicionado ao respeito a uma lei específica,
que normatiza o uso deste dispositivo.

• Em situações de luto oficial, a Bandeira Nacional deve ser hasteada até o topo e
hasteada a meio-mastro.

• A Bandeira Nacional não tem avesso e deve ser comprada em lojas que tenham
certificação do governo.

• A disposição das bandeiras em eventos, sejam estas de um país, estado, município,


empresa ou organização, são expostas com base em ordens de precedência que
precisam ser previamente consultadas e respeitadas.
84
AUTOATIVIDADE
1 Ao organizar uma cerimônia de evento público, o profissional de evento precisa
conhecer os símbolos nacionais e a forma apropriada de utilização de cada um deles.
A respeito deste assunto, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Um símbolo nacional só tem legitimidade quando sua forma e conteúdo são


integralmente respeitados.
b) ( ) A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão de Armas da República e o Selo
Nacional são os símbolos nacionais do Brasil.
c) ( ) Símbolos nacionais têm a forma, a apresentação e o uso regulamentados por lei,
para que seus elementos formais sejam preservados e não se descaracterizem.
d) ( ) Caracterizam-se como símbolos nacionais do Brasil a Bandeira Nacional, o Hino
da Bandeira, as Flâmulas Nacionais e o Visto Federal.

2 Símbolos nacionais caracterizam-se por terem rigorosas orientações de uso. No Brasil,


a Lei nº 5.7000/1971 dispõe sobre as normas que devem ser respeitadas na ocasião
de uso da Bandeira Nacional. Sobre o assunto, assinale a alternativa CORRETA que
apresenta uma forma de desrespeito à bandeira nacional:

a) ( ) A bandeira nacional pode ser usada em todas as manifestações de sentimento


patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.
b) ( ) Em situações de luto oficial, a bandeira nacional deve ser hasteada até o topo e
arriada a meio-mastro.
c) ( ) Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos exposto à venda.
d) ( ) A bandeira nacional, em todas as apresentações no território nacional, deverá
ocupar o lugar de honra.

85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
PRECEDÊNCIAS E ATIVIDADES DO MESTRE DE
CERIMÔNIAS

1 INTRODUÇÃO
No Tópico 3 desta unidade de estudos, vamos examinar de forma mais detalhada
as regras de precedência e atividades do mestre de cerimônias. As precedências, como
você já está acompanhando ao longo desta disciplina, está relacionada com os critérios
adotados para estabelecer “quem” ou “o quê” vem primeiro e o porquê.

Neste sentido, vamos conhecer diferentes regras e critérios que podem ser
utilizados, tais como fundação histórica, ordem alfabética, entre outros.

Vamos examinar também quais são as atribuições de um mestre de cerimônias


e vamos discorrer sobre as principais qualificações esperadas deste tipo de profissional.
Vamos examinar, ainda, qual a diferença de um mestre de cerimônias e de um
cerimonialista. Ficou curioso para saber mais sobre este assunto? Então, siga conosco!

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PRECEDÊNCIAS


As precedências são um tema importante para os profissionais que atuam na
área de eventos, pois como vimos na Unidade 1 deste livro, elas estão estreitamente
relacionadas com o protocolo dos eventos. Além disso, as precedências também estão
entrelaçadas com as regras de etiqueta, pois são elas que colaboram para que se crie
uma atmosfera amistosa nos eventos, de modo que os convidados não se sintam
“diminuídos” ou “menos bem-quistos” em relação aos demais. Aquele convidado que
não for convidado para compor a mesa de honra, por exemplo, não se sentirá ofendido
ou desprestigiado se compreender que foi adotada alguma regra de precedência, na
qual, por alguma razão, ele não se encaixa.

Em se tratando das regras de precedência, há situações em que são empregadas


regras fixas e rígidas, como vimos no caso das bandeiras. Há também situações em
que a precedência se estabelece a partir das tradições e das regras de bons costumes,
tal como ocorre na ocasião de celebração de um casamento, no qual a ordem dos
convidados que adentram a igreja, usualmente obedece um critério de tradição, tal
como examinaremos em seguida.

87
Em termos conceituais, Moellwald (2014, p. 89) explica que “protocolo ou
precedência são termos que fazem parte do cerimonial e consistem em dar passagem,
primazia, dar entrada, ceder a vez às pessoas mais importantes, mais velhas, mais
nobres etc., em determinado evento”. Por sua vez, Yanes (2014, p. 37) pontua que:

Ordem de precedência é a ordem pela qual se determina a ordem


hierárquica de disposição das autoridades do Estado, de um
organismo ou de um grupo social. A ordem de precedência existe
dentro de qualquer tipo de etiqueta, seja na etiqueta pública,
empresarial ou social. É a base do cerimonial, reconhecendo a
hierarquia, e tem sido usada desde os tempos mais antigos. Sua não
observação pode causar transtornos.

De modo geral, “a ordem de precedência pode ser determinada pelos critérios


de hierarquia, idade, antiguidade da diplomação ou cargo, ordem alfabética, bom senso
e fundação histórica” (DORTA, 2015, p. 150). No quadro a seguir, apresentamos de modo
mais detalhado alguns destes critérios, acompanhe:

QUADRO 3 – POSSÍVEIS CRITÉRIOS PARA SEREM EMPREGADOS PARA A DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE


PRECEDÊNCIA

Critério Descrição

É dada precedência conforme o grau de conhecimento


Critério cultural acadêmico e cultural pelo qual a personalidade é reconhecida,
bem como pelo destaque que possui em seu meio social.

A precedência é definida de acordo com a idade das


personalidades presentes, o mais idoso precede o mais
Critério de idade
jovem. Este critério é utilizado normalmente para estabelecer
a precedência entre pessoas do mesmo nível e categoria.

A data de criação de organizações e órgãos públicos é usada


Critério de antiguidade
para estabelecer a precedência entre pessoas jurídicas, bem
histórica
como de unidades administrativas.

É o critério mais simples e objetivo, podendo ser empregado


no ordenamento de pessoas, organizações e estados.
É muito comum, por exemplo, em eventos esportivos
internacionais, que reúnem delegações de vários países.
Critério de ordem O critério de ordem alfabética pode ser empregado em
alfabética conjunto com outros critérios, como o do rodízio periódico,
atualmente adotado por vários organismos internacionais: a
precedência entre os embaixadores creditados na ONU, por
exemplo, é determinada em intervalos regulares, da mesma
forma, o Mercosul adota esta sistemática.

FONTE: ASCOM (2012, p. 32)

88
A utilização das regras de precedências ocorre principalmente em cerimoniais
públicos. De acordo com a ASCOM (2012, p. 28):

O cerimonial público apresenta as regras e normas oficiais que regulam


a condução ou a participação em cerimônias diversas em todas as
esferas dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário. Refere-se
ainda às normas que devem ser observadas pelo setor privado quando
da realização de eventos em que estejam presentes autoridades
nacionais e internacionais. As regras de cerimonial público envolvem
principalmente: I) a ordem de precedência de instituições e de pessoas;
II) o conhecimento e a correta utilização de Símbolos Nacionais; III) a
conduta e os procedimentos em cerimônias específicas.

Vale reforçar que:

Todos os eventos de caráter oficial (federal, estadual e municipal),


com composição de mesa de abertura ou qualquer outra forma
adotada, devem obedecer ao disposto no Decreto nº 70.274/1972,
que aprova as normas do cerimonial público e a ordem geral de
precedência (MATIAS, 2014, p. 89).

Quer algumas dicas de ordem de precedência? Então acompanhe o quadro


a seguir no qual são expostas algumas regras que o mestre de cerimônias deve se
atentar ao determinar as precedências. Essas orientações variam de acordo com o tipo
de cerimônia e se os convidados estarão sentados, de pé ou caminhando.

QUADRO 4 – ALGUNS CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS AO SE DETERMINAR A ORDEM DE PRECEDÊNCIA

Critério/regra Descrição

Geralmente, o lado direito é considerado superior ao lado


esquerdo, salvo em cerimônias nos templos católicos, em
Lado que o lugar de honra se situa à esquerda do presbitério ou da
nave. Em países muçulmanos o lado esquerdo é considerado
o lugar de honra.

A proximidade em relação ao lugar onde se realiza o ato ou


Distância cerimônia determina o grau de importância na escala de
precedência.

A localização de costas para a porta de entrada de um salão


Porta de entrada onde se realiza um banquete é considerada inferior à posição
de frente para essa entrada.

O lado iluminado ou que recebe luz natural pela esquerda é


Luz
considerado o melhor.
FONTE: Adaptado de Yanes (2014, p. 38)
*A nave é o termo referente à ala central de uma igreja ou catedral onde se reúnem os fiéis de modo a assistirem
ao serviço religioso.

89
Como vimos no tópico anterior, quando o assunto for a disposição das bandeiras,
o critério a ser seguido é a fundação histórica dos estados e a consideração ao aspecto
sobre qual o estado é o anfitrião. Esta regra é adotada para organizar a precedência
estre os governadores dos estados. A relação completa com a ordem de precedência
dos estados brasileiros é exposta a seguir. Acompanhe:

IMPORTANTE
Precedência entre os governadores dos estados

A precedência entre os governadores dos estados e a disposição das bandeiras são


determinadas pela ordem de constituição histórica dos estados, conforme segue:

- Bahia;
- Rio de Janeiro;
- Maranhão;
- Pará;
- Pernambuco;
- São Paulo;
- Minas Gerais;
- Goiás;
- Mato Grosso;
- Rio Grande do Sul;
- Ceará;
- Paraíba;
- Espírito Santo
-Piauí;
- Rio Grande do Norte;
- Santa Catarina;
- Alagoas;
- Sergipe;
- Amazonas;
- Paraná;
- Acre;
- Distrito Federal;
- Amapá;
- Rondônia;
- Roraima;
- Mato Grosso do Sul;
- Tocantins.

FONTE: DORTA, L. O. (Org.). Fundamentos em técnicas de eventos. Porto Alegre:


Bookman, 2015, p. 151.

90
As ordens de precedência não precisam ser decoradas. É importante que você
conheça e domine os diferentes critérios que podem ser empregados para definir as
precedências em distintas situações e se sinta seguro para organizar o cerimonial. Esse
procedimento poderá ser realizado consultando a lei base que regem o cerimonial,
conforme lhe foi apresentado, além de outros materiais complementares que possam
lhe ajudar neste sentido.

Complementando a relação de critérios que podem ser usados para definir a


precedência em cerimoniais públicos, acompanhe o quadro a seguir.

QUADRO 5 – OUTROS CRITÉRIOS DE ORDEM DE PRECEDÊNCIA

Precedência Critério

Precedências dos Ministérios O mais antigo é o da justiça.

Precedência das Secretarias de Determinado pelo critério de criação da


Estado respectiva secretaria.

Precedência das Secretarias


Obedece ao critério de criação.
Municipais e Estaduais

Precedência das Subprefeiuturas Feito por ordem alfabética.

O Prefeito presidirá as cerimônias a que


Precedência dos Municípios comparecer, exceto as do Poder Legislativo, que
serão presididas pelo Presidente da Câmara.

Obedece ao mesmo critério de antiguidade de


Precedência das Forças Armadas criação do órgão, ou seja, Marinha, Exército,
Aeronáutica e Polícias Militares Estaduais.

Deve-se seguir o organograma hierárquico da


Precedência em âmbito privado
empresa.

FONTE: Dorta (2015, p. 151)

Ainda com relação às precedências, é necessário atentar-se para o fato de que


elas interferem na condução dos discursos. “Vale lembrar que nem todas as pessoas
que compõem a mesa devem obrigatoriamente fazer uso da palavra” (DORTA, 2015, p.
153). Acompanhe na imagem a seguir alguns aspectos que precisam ser levados em
conta ao se organizar os discursos que serão feitos em um evento.

91
FIGURA 10 – DICAS A RESPEITO DOS DISCURSOS NOS EVENTOS

FONTE: Adaptado de Matias (2014, p. 98)

Dorta (2015) comenta que os discursos ou pronunciamentos devem ter um


propósito, isto é, precisam cumprir com algum objetivo, que pode se apresentar ao público
alguns dados sobre o evento, contextualizar o órgão que representa e expor a sua relação
com o evento, homenagear uma entidade promotora, entre outros. Sob o ponto de vista
daquele que participa de uma solenidade, é adequado que os pronunciamentos sejam
breves e apropriados e que não sejam demasiadamente extensos ou, ainda, enfadonhos.
Para evitar que os pronunciamentos fiquem cansativos para os ouvintes, Dorta (2015,
p. 158) apresenta as seguintes orientações para os discursos: “Concentrar argumentos
diretos ao assunto da solenidade, sem divagações ou fuga do tema, organizando o
discurso em início, meio e fim; usar entonação adequada, nem muito baixa, nem muito
alta, e cuidar a distância do microfone; marcar um tempo de 3 a 5 minutos”.

2.1 PRECEDÊNCIAS NOS CASAMENTOS


Para além das situações formais e públicas previamente apontadas, as questões
das precedências também interferem nas celebrações de casamento. Como vimos
anteriormente, no caso da composição de mesa na festa dos casamentos, os pais e
parentes mais diretos (íntimos) costumam ter a “precedência” e podem ser convidados
a se sentarem próximos aos noivos. Lembrando que outro formato de composição de
mesa possível é aquele em que os noivos reservam uma mesa exclusivamente para si.

Antes de chegar na etapa da festa, existem alguns critérios de precedência que


costumam ser utilizados para determinar qual será a ordem de entrada e de saída dos
convidados na cerimônia religiosa.

Para facilitar o entendimento destas orientações, apresentaremos uma imagem


que dispõe sobre a entrada dos convidados de uma cerimônia de casamento de forma
bastante didática, acompanhe na figura a seguir.

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FIGURA 10 – PRECEDÊNCIAS NO CASAMENTO

FONTE: <https://cutt.ly/Co34r5r>. Acesso em: 13 maio 2020.

2.2 ATIVIDADES DO MESTRE DE CERIMÔNIAS


A função de mestre de cerimônias requer que o profissional que desempenhe esta
tarefa reúna diversas habilidades, competências e atitudes, tal como examinaremos em
seguida. Para iniciarmos esta reflexão, é importante ter clareza sobre as diferenças entre o
mestre de cerimônias e o cerimonialista. Para isso, selecionamos uma reportagem na qual
as diferenças entre estes profissionais são expostas de forma clara e direta. Boa leitura!

93
NOTA
Você sabe a diferença entre Mestre de Cerimônias e Cerimonialista?

CERIMONIALISTA
O cerimonialista é o profissional responsável por auxiliar na organização e execução
de um evento. Entre suas demandas podem estar apenas as formalidades ou também a
assessoria como um todo, que inclui planejamento, roteiro e coordenação.
No leque de formalidades, um profissional de Relações Públicas desenvolve a elaboração
do roteiro e cerimonial da abertura do evento de acordo com as normas de Protocolo e
Cerimonial (ordem de precedência, ordem de composição de mesa, ordem de chamada
para pronunciamento etc.).
Já na demanda de assessoria, ele é capacitado para coordenar o evento e os fornecedores
envolvidos, por exemplo. Ele também é conhecido como produtor, organizador, atuando
nos bastidores e garantindo o bom andamento do evento.

MESTRE DE CERIMÔNIAS
O Mestre de cerimônias é a pessoa que conduz o evento através de um
cerimonial já elaborado. Sua função é transmitir as informações aos
participantes através de sua fala, com uma boa oratória, conhecimento
dos protocolos, carisma, formalidade e habilidade de improviso. Ele atua
como um elo entre o anfitrião do evento e os convidados anunciando
a programação, explicando possíveis alterações, transmitindo avisos e
apresentando autoridades, palestrantes, realizadores.
Ambas funções são importantes na condução de um evento, cada um
com sua demanda específica.

FONTE: <https://ancoracomunicacao.com.br/news/396-voce-sabe-a-diferenca-
entre-mestre-de-cerimonias-e-cerimonialista.html>. Acesso em: 13 maio 2020.

Tal como vimos na reportagem, o papel do mestre de cerimônias e do


cerimonialista são distintos. Matias (2014, p. 88) esclarece que, cerimonialista “em
eventos, entende-se que é a pessoa encarregada da condução da solenidade, ou seja, é
o responsável pelo cumprimento das normas protocolares”. A este respeito, Dorta (2015,
p.161) pontua que “o mestre de cerimônias trabalha diretamente com o cerimonialista e
ambos devem estar em perfeita sintonia, sendo o primeiro responsável pela apresentação
do evento, precedendo à leitura do roteiro e conduzindo o andamento da solenidade”.

Feitos estes esclarecimentos, vamos conhecer agora qual o papel do mestre de


cerimônia em um evento. Para iniciar, acompanhe o quadro a seguir que preparamos
para você!

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QUADRO 6 – O QUE FAZ UM MESTRE DE CERIMÔNIA

Mestre de cerimônia

Segundo Housaiss (2001), mestre de cerimônia é a pessoa "oficial encarregada do


cerimonial nas recepções de uma corte, ou em outros atos solenes". A seguir apresentam-
se algumas características necessárias a um mestre de cerimônia, que são:
• Mestre de cerimônias é a pessoa encarregada de fazer a locução da solenidade,
não devendo ser confundido com o cerimonialista.
• A participação do mestre de cerimônias é imprescindível em uma solenidade em
que se queira dar um tom oficial (clássico).
• O mestre de cerimônias deverá ter boa voz, boa dicção e boa leitura.
• Faz-se necessário familiarizar-se com o que irá acontecer no evento, redigir com
os coordena-dores (cerimonialistas) o script e a relação das autoridades pela
ordem de precedência.
• Do seu desempenho, dependerá o sucesso do evento. Ter conhecimento do
cerimonial público e iniciativa são requisitos do mestre de cerimônias.

FONTE: Matias (2014, p. 89)

Complementando a listagem dos requisitos indispensáveis para um mestre de


cerimônias, Dorta (2015, p. 161) ressalta os seguintes atributos:

Ser discreto; ter voz com tom coloquial; possuir boa leitura e dicção;
ter atitudes simpáticas, porém sérias; ser organizado; saber usar
corretamente o microfone; ter uma postura correta na tribuna;
conhecer as partes que compõem uma solenidade ou cerimônia;
ater-se à pauta, sem promover acréscimo de informações; vestir-se
adequadamente.

Ainda com relação às atribuições do mestre de cerimônias, lembramos que


compete a ele realizar a conferência dos equipamentos de áudio, incluindo o equipamento
de som do púlpito e da mesa da honra, além da checagem dos slides, projetores, vídeos e
quaisquer outros recursos audiovisuais que possam vir a ser usados durante a cerimônia.
Tais verificações deverão ser feitas, preferencialmente, sem a presença do público no
auditório (DORTA, 2015).

NOTA
Algumas dicas adicionais para os profissionais envolvidos com o cerimonial

É recomendado ao pessoal encarregado do cerimonial, com base na lista de convidados,


fazer a visita “precursora” ao local onde acontecerá o evento com antecedência. A função
é reconhecer e dimensionar o local estabelecendo suas funções, traçar o percurso que as
autoridades farão para evitar atrasos e tumulto, sua ordem de precedência, identificar o
local reservado para as autoridades, observar e detalhar como será feita a segurança destas,

95
local da mesa de honra, condições e tamanho da mesma, disponibilizar o
espaço das cadeiras, organizar discursos e ordem de precedência, reunir-
se com os profissionais desse local que possam auxiliar no desenvolver
do evento, acesso ao local (medidas de segurança), estacionamento
(tamanho e vagas suficientes), limpeza e higiene, essas informações devem
ser repassadas a todos os envolvidos (segurança, pessoal de alimentos
e bebidas, pessoal da limpeza e decoração etc.), inclusive ao motorista
oficial, para que a autoridade desembarque no local correto. Observar a
organização, o acesso e o layout da sala VIP, se há espaço para todos,
móveis, decoração, iluminação, entre outros. Localizar banheiros, copa
e cozinha (se houver), local e acesso para serviço médico, além de sala
de imprensa, descanso da equipe de cerimonial e outras que se façam
necessárias à realização do evento. Manter secretárias, assessores, chefe
de gabinete informados sobre os detalhes do evento para evitar confusões
e atropelamentos no evento.
Uma questão de grande importância é o policiamento e a segurança. É
necessário ter em mãos a planta do local para determinação de pontos
críticos. Deve ser feito o levantamento de quem vai fazer a segurança,
o esquema utilizado, e informar todos os participantes as medidas de
segurança para que sigam as regras.

FONTE: YANES, Adriana Figueiredo. Cerimonial, protocolo e etiqueta em


eventos. São Paulo: Saraiva Educação SA, 2014

Estamos nos aproximando do final desta unidade de estudo. Neste tópico,


discutimos e analisamos o que são precedências e como elas interferem nas ações de
planejamento, gestão e execução de um evento. Vimos também os diferentes papéis
desempenhados pelo cerimonialista e mestre de cerimônia. Seja na atuação enquanto
cerimonialista ou como mestre de cerimônias, a habilidade de se comunicar de forma
adequada é fundamental na área de eventos. Por isso, elaboramos um quadro para você,
com algumas dicas de comunicação.

QUADRO 7 – DICAS DE COMUNICAÇÃO PARA OS PROFISSIONAIS DE EVENTOS

Dicas de comunicação em eventos:

• Expressões que demonstram confiança: “tenho certeza”, “posso afirmar” e outras.


• Expressões de simpatia: cumprimentar amavelmente, usando “Bom dia”, “Posso ajudá-
lo em alguma coisa?”, “Se precisar de mais algumas coisa, nos procure, por gentileza”.
• Expressões de empatia: são aquelas que possibilitam se identificar com outra
pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, por exemplo: “Entendo
sua posição, se estivesse no seu lugar”.
• Expressões positivas: são aquelas que demonstram intenção ou disposição de
colaborar e ser útil, como: “Vou torcer para que tudo dê certo”, “Vamos melhorar
nosso desempenho” e outras.

96
O que não usar:

• Gírias: são um tipo de linguagem informal caracterizada por um vocabulário jocoso,


por exemplo: “Oi, cara, tudo bem?”, ou “Ô, meu, esqueci de te avisar que...” e outras.
• Expressões repetitivas: que demonstram insegurança e pobreza de vocabulário,
como: “né”, “tá”, certo” e outras.
• Expressões íntimas: como “lindinho”, “gatinha”, “queridinha” e outras.
• Expressões vagas: que possibilitam diferentes interpretações, tais como: “pode ser”,
“talvez”, “tanto faz” e outras.

FONTE: Matias (2014, p. 117)

Para concluir esta unidade de estudos, indicamos para você a leitura complementar
exposta a seguir, que discorre sobre a relevância do uso adequado da linguagem por parte
do mestre de cerimônia de um evento. Boa leitura!

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LEITURA
COMPLEMENTAR
A LINGUAGEM DO MESTRE DE CERIMÔNIAS
Marcelo Pinheiro

Resumo
Das diversas formas de linguagem verbal, o Mestre de Cerimônias, por seu
caráter neutro e impessoal, de interlocutor entre palco e plateia, deve adotar a linguagem
referencial, também neutra e impessoal, de modo a permitir sua atuação com vistas à
excelência. Enquanto narrador de fatos; condutor de atos e direcionador de informações,
prima pela verbalização compatível a sua posição no espaço coletivo dos eventos: de
coadjuvante, fazendo cumprir sua missão de guardião do verbo protocolar e solene a
serviço do Cerimonial.

Palavras-Chave
Mestre de Cerimônias. Cerimonial. Linguagem. Língua Portuguesa.

Uma questão de linguagem


Sorrir; cruzar as pernas; olhar; gesticular; falar. São muitas as formas de linguagem
utilizadas pelo homem. Tamanha amplitude que a própria ciência da comunicação a
categoriza como verbal – a partir de sons vocais – e não verbal – por meio de vários
signos não vocais. Freitas (apud BIRDWHISTELL, 2002) estima que somente o rosto seja
capaz de produzir 250.000 expressões, bem como Freitas (apud PEI, 2002) estimou que
as pessoas produzem 700.000 gestos diferentes.

O próprio homem desenvolveu ocupações, ao longo de sua evolução, capazes


de utilizar a linguagem como matéria-prima, ora enquanto processo, ora enquanto
instrumento. Que o digam a Fonoaudiologia, a Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS,
a pedagogia, a diplomacia e o Cerimonial. Nesses incontáveis tipos e formas de
linguagens verbais e não-verbais adquirem significantes e significados (significante é a
imagem acústica de uma palavra e significado é a representação mental de uma palavra,
um gesto, um fato) capazes de efetivar o processo da comunicação (o processo de
comunicação se dá por meio dos seguintes elementos: emissor, receptor, mensagem,
canal, código, contexto e mensagem). Um brasão impresso em ouro denota status de
quem possui a prerrogativa de seu uso; o anúncio da execução de um hino sugestiona à
ação de levantar-se e prostrar-se em atitude de respeito; um tapete vermelho assegura
a chegada de uma autoridade de envergadura; um pano sobre uma placa pressupõe o
início de uma inauguração.

98
É irrefutável atentar que o no Cerimonial a linguagem verbal está para o Mestre de
Cerimônias como a precedência está para o Cerimonial: indissolúvel e interdependente.
A partir dessa função, a atividade ganha voz e se concretiza por meio do verbo que o faz
emissor de uma mensagem. O Mestre de Cerimônias é, senão, o guardião da linguagem
no espaço coletivo dos eventos. Do “Senhoras e Senhores...” ao “Tenham todos uma Boa
Noite. “, tudo é linguagem do Mestre de Cerimônias.

Qual a sua língua?

Reinaux (2005, p. 44) desenha o Mestre de Cerimônias ao afirmar que:


“ele tem a autoridade do mando. Ele manda as autoridades se sentarem, manda as
autoridades e os visitantes se alevantarem, manda que se toque as músicas, os hinos,
faz recomendações, indica procedimentos, enfim conduz a solenidade”.

Talvez, aí, justifique-se, plenamente, o atributo de “Mestre”. Um autodidata na


docência protocolar extraclasse; a encarnação do verbo solene na figura humana.

Tamanha presença e responsabilidade, todavia, não podem ser vistas e, nem


tampouco, interpretadas como epicentro do poder da verbalização.

O Mestre de Cerimônias só gravita em torno desse mando e/ou comando,


anteriormente referido, cabendo-lhe o estereótipo de narrador; de interlocutor entre palco
e plateia, numa referência mais técnica; é a voz do instintivo, do natural ou, por que não do
óbvio (in)consciente da prudência, da polidez e da cautela? Em suma, fala “em nome de”
sem ser a si próprio; prenuncia o começo, o meio e o fim, e tão somente isso!

Abre-se, então, a partir de tal raciocínio, um referencial capaz de subsidiar a


impessoalidade da atuação do Mestre de Cerimônias, no que tange a sua linguagem.

Linguagem eminentemente referencial, caracterizada por Amsel (2009) como


neutra, descritiva de fatos e informações e caracterizada pela terceira pessoa do
singular “ele”, contrastando, de forma dispare, à função expressiva, na primeira pessoa
do singular “eu” do verbo, a qual prioriza emoções pessoais.

Como pode um profissional neutro, cauteloso e impessoal enunciar “convido a


compor a mesa...” ou “passo a palavra ao presidente da sessão...”? na mesma proporção,
como pode adotar um “convidamos...” ou “passamos a palavra...” se, em ambos os casos,
pressupõe a primeira pessoa do singular “nós”? Se a pauta é a linguagem, a própria
língua tem o poder de dirimir a polêmica e referenciar a sua solução.

Construindo um referencial de linguagem

Para se construir um referencial de linguagem do Mestre de Cerimônias é


exponencial, à título de prenoção, dimensionar quanti e qualitativamente, quais são as
suas intervenções num evento, senão vejamos:

99
• Na abertura, a partir de seu introito ou saudação inicial.
• Na composição da mesa ou dispositivo, quando são convidadas as autoridades
e personalidades que façam jus a tal espaço.
• Nos hinos, e a partir do anúncio de suas execuções.
• No registro de presenças, também chamado de citação de autoridades, presentes
e que não compuseram a mesa ou dispositivo de honra.
• Nos pronunciamentos, anunciando as falas das autoridades e personalidades
que se fizerem necessárias.
• Nos atos, sejam quais forem, habituais nos bojos das solenidades, quer para o
anúncio de uma assinatura de um convênio, quer para o start de uma condecoração,
por exemplo.
• No encerramento, produzindo o fecho de sua atuação e do próprio evento que
conduz.

Em média, são sete inserções, se vistas quantitativamente. De modo qualitativo,


e atendendo a linguagem referencial, neutra e impessoal, o Mestre de Cerimônias
poderia:

• Na abertura, aplicar “Inicia-se...”; “tem início...”; “Em nome de(o)...”; “A presidência...


dá as boas-vindas...”.
• Na composição da mesa, “compõem a mesa...”; são convidados a compor a mesa...”;
“Integram a mesa...” para os casos de apresentação dessa; “À mesa, são convidados...”;
• Nos hinos, “É momento do Hino Nacional Brasileiro...”; “Todos são convidados, em
atitude de respeito, a...”.
• No registro de presenças, “Fazem-se presentes a este ato...”; “Registre-se as
presenças das autoridades e personalidades...”.
• Nos pronunciamentos, “vai usar da palavra...”; “fará uso da palavra...”; “para o seu
pronunciamento é convidado...”.
• No encerramento, “A presidência agradece e os convida...”; “encerrada esta
solenidade...”; “Ao final deste ato...”.

Por meio dessas e de muitas outras expressões que o Mestre de Cerimônias


vier a identificar como soluções à impessoalidade de seu verbo e atuação, serão
mantidos o protocolo, a linguagem e todos os outros adjetivos aqui mencionados para
que, autoridades e personalidades, palcos e plateias, emissores e receptores possam
entender a sua língua, afinal, você é o Mestre, e de Cerimônias.

FONTE: <http://www.unirio.br/unirio/cch/escoladeturismologia/pasta-virtuais-de-docentes/joice-lavandoski/
cerimonial-e-protocolo-de-eventos/textos-complementares/Pinheiro.%20Mestre%20de%20cerimonias.pdf>.
Acesso em: 13 maio 2020.

100
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Protocolo ou precedência são termos que fazem parte do cerimonial e consistem em


dar passagem, primazia, dar entrada, ceder a vez às pessoas mais importantes, mais
velhas, mais nobres etc., em determinado evento.

• Ordem de precedência é a ordem pela qual se determina a ordem hierárquica de


disposição das autoridades do Estado, de um organismo ou de um grupo social. A ordem
de precedência existe dentro de qualquer tipo de etiqueta, seja na etiqueta pública,
empresarial ou social. É a base do cerimonial, reconhecendo a hierarquia, e tem sido
usada desde os tempos mais antigos. Sua não observação pode causar transtornos.

• A ordem de precedência pode ser determinada pelos critérios de hierarquia, idade,


antiguidade da diplomação ou cargo, ordem alfabética, bom senso e fundação
histórica.

• Todos os eventos de caráter oficial (federal, estadual e municipal), com composição


de mesa de abertura ou qualquer outra forma adotada, devem obedecer ao disposto
no Decreto nº 70.274/1972, que aprova as normas do cerimonial público e a ordem
geral de precedência.

• O cerimonialista é o profissional responsável por auxiliar na organização e execução


de um evento. Entre suas demandas podem estar apenas as formalidades ou também
a assessoria como um todo, que inclui planejamento, roteiro e coordenação.

• O Mestre de Cerimônias é a pessoa que conduz o evento através de um cerimonial já


elaborado. Sua função é transmitir as informações aos participantes através de sua
fala, com uma boa oratória, conhecimento dos protocolos, carisma e formalidade.

101
AUTOATIVIDADE
1 Em um evento, para estabelecer as regras de precedência diversos critérios podem
ser incorporados. Esses critérios podem ser estabelecidos por lei ou podem derivar
da vivência prática e dos costumes. Sobre o critério de precedência que se baseia na
ordem alfabética, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) É o critério mais simples e objetivo, podendo ser empregado no ordenamento de


pessoas, organizações e estados.
b) ( ) Este critério está em desuso na atualidade, tento em vistas as alterações
dispostas no Decreto nº 70.274/72, que aprova as normas do cerimonial público
e a ordem geral de precedência.
c) ( ) É um critério muito comum, por exemplo, em eventos esportivos internacionais,
que reúnem delegações de vários países.
d) ( ) Este critério pode ser empregado em conjunto com outros critérios, como o do
rodízio periódico, atualmente adotado por vários organismos internacionais.

2 Vários profissionais são necessários para que o planejamento, a gestão e a realização


de um evento exitoso. Dependendo das atividades que cada um dos profissionais irá
desenvolver, amplia-se e altera-se o leque das chamadas habilidades, competências
e atitudes. Com relação aos atributos esperados que se destacam em um mestre de
cerimônia, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Pontualidade.
b) ( ) Boa oratória.
c) ( ) Domínio de fluxo de caixa.
d) ( ) Cordialidade.

102
UNIDADE 3 —

A RELEVÂNCIA DA ETIQUETA
NA ÁREA DE EVENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer o conceito de etiqueta social;

• aprender aplicações e orientações referentes à etiqueta social em diferentes


situações de convívio;

• conhecer o conceito de etiqueta profissional;

• aprender a relevância e aplicação das regras de etiqueta profissional nos espaços de


trabalho;

• entender o conceito de postura ética e suas implicações no trabalho;

• identificar e aprender quais posturas físicas são adequadas para os ambientes profissionais;

• identificar os aspectos que colaboram para a construção de uma boa imagem pessoal
e profissional;

• aprender a redigir convites;

• aprender a elaborar lista de convidados para eventos;

• mostrar como devem ser empregados os principais pronomes de tratamento


utilizados na área de eventos.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – ETIQUETA SOCIAL E PROFISSIONAL


TÓPICO 2 – POSTURA ÉTICA E FÍSICA
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO DE CONVITES, LISTA DE CONVIDADOS E PRONOMES DE
TRATAMENTO

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

103
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!

Acesse o
QR Code abaixo:

104
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ETIQUETA SOCIAL E PROFISSIONAL

1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é revelar o que é a etiqueta social e identificar como ela
se revela nas situações cotidianas. Vamos lhe mostrar que esta dimensão da etiqueta
envolve uma coleção de habilidades relacionadas ao agir de modo polido nas diferentes
interações sociais.

Apresentaremos algumas orientações com relação às regras de etiqueta à mesa


e trataremos dos diferentes tipos de trajes indicados para cada evento. Neste sentido,
destacaremos os termos empregados para se referir a estes trajes, tais como passeio
completo e gala, e, ademais, mostraremos as principais características de cada um deles.

Em seguida, analisaremos as implicações da etiqueta no âmbito profissional.


Vamos lhe mostrar que etiqueta no trabalho envolve pontualidade, cordialidade,
gentileza, entre outras habilidades similares. Você irá perceber que o domínio de algumas
regras de etiqueta corporativa visa facilitar o convívio nas relações que estabelecemos
quando estamos trabalhando, seja perante os nossos próprios colegas e gestores, seja
com relação ao público externo. Venha conosco e conheça mais sobre este interessante
e curioso assunto, a etiqueta.

2 ETIQUETA SOCIAL
Conforme estudamos na Unidade 1, a etiqueta envolve o conjunto de normas,
geralmente tácitas, que regulamentam a vida social e ordenam as regras de convivências.
Quando as regras de etiqueta são respeitadas, os espaços tendem a se tornar mais
harmoniosos e agradáveis.

Enquanto na Unidade 1 fizemos uma discussão conceitual do termo etiqueta,


neste tópico, nosso enfoque será apresentar algumas orientações de ordem prática
sobre etiqueta. Neste primeiro momento, particularmente, discorreremos sobre a
etiqueta ligada ao plano do convívio social, incluindo a etiqueta à mesa e o uso de trajes
adequados, indicados para conciliar com cada tipo de evento.

Para começarmos, acompanhe o fragmento de texto que selecionamos para


vocês, que esclarece os motivos pelos quais é relevante conhecermos as principais
regras de etiqueta.

105
NOTA
Por que estudar etiqueta?

O tema etiqueta provoca resistência em muita gente. Muitas pessoas pensam que estudar
etiqueta é especializar-se em futilidades, em superficialidades. Mas, ao mesmo tempo, quase
todos reconhecem que é justamente a conduta de uma pessoa que lhe abre ou fecha
portas na sociedade. Está posto o dilema. Reconhecemos as regras de etiqueta como uma
necessidade, mas não admitimos que seja necessário aprendê-las.
Isto se deve ao fato de que, muitas vezes, tratamos de temas que
parecem óbvios na busca da boa convivência entre as pessoas. O bom
senso poderia resolver grande parte das dúvidas que aparecem no dia
a dia de qualquer profissional, desde as mais banais, como a escolha
da roupa mais adequadas para cada situação, até os mais difíceis
conflitos éticos. Mas o fato é que o bom senso é um conceito subjetivo,
pessoal. O que é de bom senso para um pode não ser para outro. É
por isso que se faz necessária a sistematização de algumas regras de
convivência em sociedade.

FONTE: WERNER, A. Etiqueta social e empresarial. Curitiba: InterSaberes,


2014, p. 15).

Conforme fica evidente neste fragmento de texto exposto, é preciso desmitificar


a ideia de que etiqueta é frescura ou um mero capricho, especialmente para os
profissionais que atuam na área de eventos e que, por conseguinte, são expostos a
diversos ambientes de convívio social. Conhecer algumas noções de etiqueta podem
colaborar para que a pessoa se sinta mais à vontade e confiante de sua postura
profissional e pessoal.

O processo de evolução de etiqueta e comportamento social é


dinâmico e acompanha exatamente o momento histórico que o
indivíduo está vivendo. Nossas diretrizes de etiqueta, comportamento
social, cerimonial e protocolo são de simplificação das solenidades
e trato no dia a dia. É importante que o profissional tenha isto em
mente, para que possa desempenhar suas funções da maneira
mais correta possível e não causar embaraços para aqueles que o
contrataram (LUKOVER, 2015, p. 67).

Outro aspecto pertinente de ser ressaltado é o de que, de modo geral, as regras de


etiqueta social, em sua essência, possuem uma razão de ser. Segundo Werner (2014, p. 21):

Etiqueta é um conjunto de regras – tácitas, em sua maioria – para


promover a boa convivência entre as pessoas. Esse raciocínio resume
o sentido de praticamente todas as regras de comportamento. Por
exemplo: Por que não se deve falar de boca cheia? (Para não provocar
asco nos nossos interlocutores ao mostrar o alimento mastigado
dentro da boca). Por que se deve utilizar um tom de voz baixo e firme?
(Para não impor de forma agressiva nossa presença, ao se falar muito
alto e, ao mesmo tempo, para marcar nossa presença com firmeza).
E assim por diante, há justificativas para quase todas as regras de
convivência social. As exceções são exceções.

106
Observe que a dimensão tácita é um importante diferenciador da etiqueta em
relação ao protocolo e ao cerimonial. Enquanto as regras de cerimonial e protocolo são
mais rígidas e explícitas, as regras de etiqueta são mais sutis. Ainda assim, elas são
igualmente relevantes. Perceba, por exemplo, que não existe um único tipo de vestimenta
apropriado para o trabalho nos dias de hoje. Contudo, ainda que não exista um Código
da Vestimenta na empresa, o funcionário ou candidato a trabalhar na organização que
prestar atenção ao seu entorno, irá notar que existe uma orientação e certo padrão
entre o modo como os quais seus colegas se apresentam.

Imagine uma outra situação hipotética: você chega para visitar um novo amigo
em sua casa/apartamento pela primeira vez. Ao chegar na porta, observando o gesto
do morador, você terá uma pista se deve ou não tirar os seus calçados ao adentrar
na residência. Etiqueta tem a ver com estar atento, perceber o outro e reparar o que
está acontecendo a sua volta. Além disso, neste segundo exemplo, podemos realçar
que não existe uma “lei” que regulamenta se as visitas à casa de um amigo devem
ser feitas descalças ou não, contudo, as regras de etiqueta nos sinalizam que este
procedimento é bastante comum em alguns países, como no Japão, por exemplo.
Assim, comportamentos elegantes e adequados com as regras de etiqueta resultam da
percepção do espaço de convívio e das pessoas, bem como podem se fortalecer quando
procuramos conhecer os costumes adotados em certos ambientes e circunstâncias.
Iremos lhes dar várias dicas e orientações neste sentido.

“Etiqueta, de fato, nada tem a ver com essa conduta esnobe. Agir de acordo
com a etiqueta não é ostentar uma posição social ou buscar uma imagem de luxo,
mas procurar se harmonizar nos mais diferentes ambientes” (WERNER, 2014). Atitudes
embasadas na etiqueta, sejam estas realizadas no ambiente de trabalho, da família ou
nas interações sociais são regidas por valores como respeito, segurança, transparência
e honestidade. Tais gestos, quando incorporados na rotina do indivíduo, se manifestam
com naturalidade. Não deveria ser nenhuma tormenta ou tremendo esforço respeitar
as regras de etiqueta. Evidentemente, as pessoas sempre possuem aspectos internos
e que podem ser melhorados. Seja por desconhecimento ou por falta de atenção, é
possível que a pessoa perceba que pode aprimorar algum gesto ou atitude sua em seus
espaços de convívios.

Neste sentido, é comum que, em um primeiro estágio, a pessoa precise “se


segurar” para não persistir com um determinado hábito que ela percebeu que não é o
mais elegante, discreto ou apropriado para uma determinada situação. Seja o ímpeto de
falar muito alto, a vontade de contar uma piada de linguagem inapropriada para o trabalho,
ou o desejo repentino de palitar os dentes ainda na mesa do restaurante em frente aos
demais convidados; com o tempo, os pequenos ajustes a alguns comportamentos se
tornam hábitos e, pouco a pouco, passamos a agir com naturalidade e sem esforço face
a tais situações ou outras similares.

107
DICA
Dica de livro
Aproveitamos para recomendar um livro que pode te ajudar a desenvolver
novos hábitos que você tenha interesse em aprimorar, sejam eles pessoais
ou ligados ao trabalho. No link a seguir são apresentados de modo
sintético as principais ideias do livro. Não se trata de uma obra acadêmica,
é uma dica de leitura que poderá complementar os seus estudos e o
seu desenvolvimento pessoal. Acesse no link o resumo animado do
livro O poder do hábito, de Charles Duhigg: https://www.youtube.com/
watch?v=9BtrLf6PfYY.

Com relação ao conceito específico de etiqueta social, verifica-se que:

[...] as regras de etiqueta social têm o mesmo princípio de estabelecer


normas de conduta para a boa convivência entre as pessoas. Mais
especificamente, são os preceitos que indicam como devemos
agir nas mais diversas situações sociais (festas, comemorações e
celebrações) e definem boas maneiras em restaurantes, encontros
formais com pessoas consideradas importantes na sociedade ou, até
mesmo, em velórios e enterros (WERNER, 2014, p. 25).

2.1 ETIQUETA SOCIAL E OS TIPOS DE TRAJES


No plano das normas de etiqueta social estão inseridas as denominações dos
trajes indicados para distintas situações. Isto porque, dependendo do tipo de evento,
pode existir uma orientação sobre o traje que deverá ser utilizado. Tais orientações
normalmente são apresentadas nos convites que precedem cada evento. Acompanhe
os quadros que elaboramos para você e que resumem tais informações.

108
QUADRO 1 – DENOMINAÇÃO DOS TRAJES MASCULINOS SEGUNDO AS REGRAS DE ETIQUETA

Trajes masculinos

• Esportivo: bermuda, tênis, shorts, meia branca curta, camiseta.


• Esporte: camisa de tecido com manga longa e calça social de sarja, sapatos
esportes (não usar tênis).
• Esporte fino, passeio, business casual ou tênue de ville: terno e gravata para eventos
noturnos: nos diurnos, a gravata pode ser deixada em casa, e mudam os tons do
terno, podendo ser mais claros; os calçados têm de ser sapatos, não há exceções.
• Social ou passeio completo: terno escuro, camisa clara, gravata discreta, sapato
social de amarrar; aqui, não tem o que inventar.
• Black-tie ou rigor: smoking, que deve ser preto [...], camisa branca, faixa na cintura,
gravata borboleta de cetim preto e sapatos de amarrar preto [...].
• Gala: a casaca é o traje para cerimônias de gala. Hoje, só é usado em grandes bailes
ou recepções muito solenes [...]. Esse traje dever ser usada apenas em eventos

FONTE: Moellwald e Moellwald (2014, p. 75)

FIGURA 1 – EXEMPLO DE TRAJE ESPORTE MASCULINO

FONTE: <https://cutt.ly/8o8J8Li>. Acesso em: 13 maio 2020.

109
FIGURA 2 – EXEMPLO DE TRAJE ESPORTE FINO, PASSEIO OU BUSINESS CASUAL

FONTE: <https://cutt.ly/ko8JJlp>. Acesso em: 14 maio 2020.

Vejamos agora as denominações de trajes utilizados para as mulheres.

QUADRO 2 – DENOMINAÇÃO DOS TRAJES FEMININOS SEGUNDO AS REGRAS DE ETIQUETA

Trajes femininos

• Esportivo: calça ou bermudas, leggings, camisetas, tops, tênis, meias curtas


brancas ou coloridas.
• Esporte: calça jeans, lã ou sarja comprida, terninhos, camisetas, blusas, saias,
sandálias baixas, sapatilhas, sapatos, vestidinhos de algodão.
• Esporte fino, passeio, business casual ou tenue de ville: tailleur, vestidos e calças
compridas de tecido mais fino, camisas de seda, sandálias de salto, sapatos de
salto.
• Passeio completo: vestidos ou calças de tecidos nobres, curtos ou longos, que
podem ser bordados; bolsas devem ser pequenas.
• Black-tie ou rigor: vestidos longos; se forem curtos, devem ser bordados; sapatos
sofisticados [...]. Bolsa bem pequena [...].
• Gala: vestidos muito elaborados e de modo geral, bordados. Nessas situações, as
mulheres devem usar luvas, estolas e bolsas muito pequenas. Os sapatos devem
ser de alto e, de preferência, forrados de tecido.
• Bolsas: para ser usada no trabalho, é recomendável que seja grande e prática.
Para o jantar, deve ser pequena e, para as festas, mínima.

FONTE: Moellwald e Moellwald (2014, p. 76)

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FIGURA 3 – EXEMPLO TRAJE ESPORTE PARA MULHERES

FONTE: <https://cutt.ly/LppZRwP>. Acesso em: 14 maio 2020.

FIGURA 4 – EXEMPLO TRAJE ESPORTE FINO, PASSEIO, BUSINESS CASUAL OU TENUE DE VILLE FEMININO

FONTE: <https://cutt.ly/xo4t25D>. Acesso em: 14 maio 2020.

Os profissionais que atuam na área de eventos precisam estar familiarizados


com os principais termos empregados para se referir aos trajes femininos e masculinos.
Embora algumas destas denominações sejam formais, elas podem ser usadas tanto
em eventos sociais como profissionais. Em eventos no ambiente corporativo, umas
das dúvidas recorrentes é quando se menciona que o traje do evento será esporte.
Para aqueles que não estão muito acostumados com estes termos, é sempre indicado

111
orientar e sanar as dúvidas. Incertezas com relação ao traje também são frequentes
quando o assunto é casamento. Muitas convidadas ficam em dúvida sobre se precisam
ou não usar longo. Como vimos no quadro, é possível que a convidada vista um traje
passeio completo, mesmo com um vestido curto. Aspectos como sofisticação do tecido,
detalhes e um bom corte colaboram para o visual elegante. Vale lembrar que o termo
curto é normalmente utilizado como oposição ao longo, mas que os vestidos de festa
que procuram conferir um visual elegante distanciam-se dos vestidos curtíssimos, que
são mais indicados para as baladas e eventos de natureza similar.

O aspecto importante com relação aos trajes nos eventos é a comunicação.


Os organizadores dos eventos podem passar as orientações sobre as vestimentas
ao enviarem o convite, por e-mail ou, ainda, se colocarem à disposição para sanar
eventuais dúvidas. Outro lembrete válido é que, caso na organização de um evento
como congresso ou seminário, por exemplo, esteja prevista alguma atividade na área
externa, tal como um cocktail no entorno da piscina, é gentil e polido repassar esta
informação aos participantes dos eventos para que eles possam se planejar e se
sentirem confortáveis.

2.2 ETIQUETA SOCIAL RELACIONADA À MESA


Ainda com relação à etiqueta social, iremos apresentar algumas orientações
com relação à etiqueta à mesa. Acompanhe as principais orientações que foram
organizadas no quadro a seguir.

QUADRO 3 – ALGUMAS ORIENTAÇÕES DE ETIQUETA À MESA

Algumas orientações relacionadas a etiqueta à mesa

• Por elegância, quem convida deve chegar com antecedência.


• Evite “beliscar” entradas antes da chegada do seu convidado.
• Se você não for o anfitrião, não se sinta obrigado a aceitar a sugestão de cardápio
de quem o convidou, mas se for recusar, faça-o com delicadeza.
• Evite deixar o convidado comendo sozinho.
• Esteja concentrado nas pessoas que estão com você, e não com o olhar disperso
por todo o restaurante.
• Evite começar a comer antes do anfitrião.
• Não se deve partir todo o alimento (carnes, principalmente) antes de comer. Corte
cada pedaço que for comer.
• Caroços de azeitona devem ser retirados da boca com as mãos, mas de forma
discreta. Da mesma forma, deve-se proceder com as espinhas de peixe.
• Evite usar palitos de dente. Faça a assepsia dos dentes reservadamente, nos toaletes.
• Pode-se, sim, levar o que sobrou para casa, sejam alimentos ou vinho.

112
• Guardanapo de pano deve ser colocado no colo. Pendurado ao pescoço, só se o prato
for uma macarronada suculenta.
• O pão deve ser partido à mão, sem o uso de faca para cortar. As saladas de folhas
também não devem ser cortadas – elas devem ser dobradas.

FONTE: Werner (2014, p. 28)

Agora que você já conheceu a relevância da etiqueta no plano das interações


sociais, incluindo aspectos como boas maneiras à mesa e a escolha adequada das
vestimentas para cada tipo de eventos, iremos examinar a relevância da etiqueta no
trabalho. Você irá perceber que a etiqueta corporativa envolve uma série de orientações
com relação aos comportamentos apropriados aos espaços de trabalho, capazes de
estimular a gentileza e a harmonia. Venha conosco e descubra mais sobre este assunto.

3 ETIQUETA PROFISSIONAL
Nos últimos trinta anos, o mundo passou por muitas transformações em todas
as áreas, incluindo as demandas que as empresas e o mundo do trabalho têm sobre seus
trabalhadores. Hoje, os gestores buscam pessoas que tenham empatia e sensibilidade,
que saibam trabalhar em equipe, resolver conflitos e que sejam gentis.

Antigamente, havia uma certa distinção entre as chamadas habilidades


“técnicas/duras” e as chamadas habilidades “relacionais/brandas”. No caso de um
profissional da área de eventos, suas principais capacidades técnicas poderiam ser
destreza no planejamento de eventos e agilidade para atender os participantes, por
exemplo. Experiências profissionais anteriores que permitiram o aprimoramento de
habilidades técnicas também são consideradas relevantes.

Há um outro conjunto de competências, as quais normalmente não estão


descritas nos currículos, que também são essenciais para o êxito profissional. A habilidade
de lidar com as diferenças, de se comunicar de modo gentil e assertivo, o jogo de cintura,
entre tantas outras que poderiam ser elucidadas e que passaram a ter um papel cada
vez mais decisivo nas organizações. Se você fizer uma reflexão e conversar com algumas
pessoas do seu círculo de convivência, você irá perceber que, assim como as habilidades
técnicas costumam ser fundamentais para a contratação das pessoas, a fragilidade nas
aptidões relacionais figura como importante fator desencadeador de demissões.

Em outras palavras, por mais que o seu colega de trabalho possa ser habilidoso
na gestão dos orçamentos dos eventos, por exemplo, em longo prazo, poderá ser difícil
para ele permanecer na equipe se ele tiver como costume fazer fofocas dos colegas, ou
se chegar sempre atrasado nas reuniões internas ou com os seus clientes.

113
Neste sentido, a etiqueta profissional está relacionada a esta dimensão dos
espaços de trabalho, na qual fazem parte aspectos como comunicação, relacionamento
interpessoal, imagem pessoal e ética. Werner (2014, p. 23) ressalta sobre a importância
de incorporar a etiqueta no ambiente corporativo:

Foi-se o tempo em que etiqueta era considerada coisa de gente


esnobe, resumindo-se em saber como usar os talheres corretos ou
sentar-se com as pernas viradinhas para o lado, como as misses.
Por mais que algumas dessas coisas ainda sejam importantes em
dadas situações, hoje fala-se mais em etiqueta profissional: a busca
da harmonia nas relações de trabalho. [...] etiqueta nada mais é do
que o conjunto de pequenas regras: não são normas rígidas, mas
orientações sociais que nos ajudam a ficar mais sintonizados com as
pessoas nos mais diferentes ambientes em que atuamos. São dicas
passadas entre pessoas para a boa convivência entre atendentes e
clientes, patrões e empregados, colegas, fornecedores e parceiros.
Para o uso de muitas dessas regras, basta aplicar o bom senso. Mas
nem sempre é tão simples distinguir entre o que é e o que não é de
bom tom, o que pode causar mal-estar no trabalho ou até mesmo o
que pode ofender e provocar grandes confusões.

Enquanto algumas orientações podem variar de acordo com o ambiente


corporativo em questões, certas atitudes não são adequadas no espaço do trabalho e na
ocasião da realização do evento. Parte delas estão atreladas aos níveis de boa educação,
mas convém reforçar: não fale palavrões; não exponha sua vida particular, principalmente
no que se refere aos seus relacionamentos íntimos; não fale mal das pessoas e não fale
alto demais. Outra orientação fundamental para o seu êxito profissional: não faça fofoca.

A fofoca pode ser extremamente prejudicial em uma empresa,


pois coloca as pessoas uma contra as outras e cria um clima de
desconfiança geral. Normalmente as pessoas que têm o hábito de
repassar fofocas não são vistas como confiáveis e todos temem
ser alvos de suas conversas e histórias, nem sempre exatas ou
verdadeiras (WERNER, 2014, p. 40).

De modo geral, “a etiqueta profissional ou corporativa rege as normas de


conduta para o mercado corporativo, os ambientes profissionais” (WERNER, 2014, p. 29).
As orientações que tangem a etiqueta nos espaços de trabalho se assemelham com as
recomendações que permeiam os espaços de convívio social, isto é, estão pautadas
pela discrição e elegância. A diferença é que, algumas vezes, estas orientações precisam
ser adaptadas ao ambiente de trabalho (WERNER, 2014).

A etiqueta no universo do trabalho está vinculada tanto a questões de ordem


estética e visuais, bem como abarca os aspectos subjetivos que colaboram para que se
construa um ambiente de trabalho harmonioso e respeitoso. Tal como pontua Werner
(2014, p. 38):

Claro que é importante analisarmos o ambiente de trabalho para


escolhe a roupa certa, o corte de cabelo ideal e até o tom de voz
adequado para interagir com as pessoas. Mas muito mais importa do
que isso – e certamente com muito mais resultado! É saber criar um
ambiente agradável e de confiança.

114
Seguindo com a ideia da relevância do sentimento de confiança no ambiente
de trabalho, Werner (2014, p. 39) observa que: “conseguir promover um ambiente de
confiança entre as pessoas não é considerado uma das tarefas mais fáceis no local de
trabalho, mas o bom profissional é aquele que consegue fazer com que os colegas se
sintam bem na sua presença”.

Não estamos falando aqui sobre ser “amigos” de todas as pessoas que trabalham
conosco. Como sabemos, o ambiente corporativo nos convida a interagir com um
amplo conjunto de pessoas, muito diversas entre si. Com algumas, imediatamente
reconhecemos afinidades, nos identificamos e acabamos desenvolvendo uma relação
de amizade porque estamos em sintonia. Por sua vez, com outras, logo de imediato,
com base nas nossas percepções e julgamentos, percebemos aspectos que nos
desagradam nas outras pessoas: achamos que determinado colega é inconveniente,
que o fulano é rabugento, que a beltrana é muito extravagante e que ciclano é mal-
humorado. O primeiro lembrete a ser feito é que algumas de nossas percepções
podem estar equivocadas. O segundo ponto a ser ressaltado é que, quer você tenha se
encantado com a sua nova colega de trabalho ou não, você terá que interagir com ela.

Nestas horas, a etiqueta é de grande serventia. Ela colabora com os dois tipos de
situação, observe. Imagine que você esteja trabalhando na organização de um evento
e o seu gestor tenha solicitado que você entregue a ele um reporte com o status de
cada atividade prevista para aquela semana. Agora imagine que um membro da equipe
não tenha cumprido com a tarefa a ele delegada, de elaborar e entregar a lista de todos
os convidados do evento. Mesmo que o envolvido seja um amigo seu, você terá que
apontar o ocorrido para que o novo cronograma das tarefas subsequentes possa ser
ajustado e para que o gestor responsável possa seguir com os encaminhamentos que
julgar pertinente e conversar com o seu subordinado.

Observe que a atitude de realizar o trabalho conforme o solicitado está pautado


na chamada pequena ética do cotidiano, o nome como historicamente algumas
pessoas se referem a etiqueta, tal como menciona Kalil, em entrevista concedida à
Revista Exame (GASPARINI, 2017). Agora, vamos imaginar uma outra situação, apenas
para ilustrar. Imagine que Pedro esteja trabalhado com você no serviço de entrega dos
crachás de identificação de um evento. Vocês irão passar várias horas e vários dias,
juntos, lado a lado no balcão de recepção do evento. Imaginemos que você tenha tido
a impressão de que Pedro é mal-humorado. Independentemente de suas impressões,
um bom profissional é aquele que consegue contornar tais situações e com uma dose
de jogo de cintura e de boa educação, irá cumprimentar e tratar Pedro com respeito,
evitando realçar as diferenças de temperamento de cada um e focando no resultado
esperado de ambos por parte dos organizadores do evento. Novamente, a etiqueta
colabora para que um nível mínimo de harmonia seja mantido e visa minimizar o espaço
para aquilo que popularmente chamamos de “picuinhas” entre os colegas de trabalho.

Werner (2014, p. 41, grifo do autor) reforça que:

115
Não temos a obrigação de gostar de todas as pessoas que trabalham
conosco. Porém, gostando ou não gostando, temos a obrigação
profissional de criar um ambiente de cordialidade e cooperação,
sem incentivar a competitividade exacerbada, que leva as pessoas
a quererem derrubar o outro para poderem crescer. Saber conviver
com as diferenças também é profissionalismo.

Como lembra Werner (2014, p. 39) ao tratar da etiqueta corporativa no cotidiano


de trabalho:

Todas as empresas têm regras que devem ser cumpridas para o


bom andamento dos trabalhos. Nem sempre elas são explícitas
ou explicadas ao colaborar quando ele começa a trabalhar na
organização. Pelo contrário, a maioria das empresas têm normas
tácitas, que vão se formando e consolidando ao longo do tempo, até
mesmo sem que as pessoas se deem conta disso. Por isso, cabe ao
profissional saber interpretar bem o ambiente de trabalho para agir
em conformidade com ele. Com um pouco de perspicácia, é possível
perceber como é o ambiente e como devemos agir nele.

A pontualidade é um dos atributos que compõem a etiqueta profissional. Sobre


este assunto, Matias (2014, p. 71) comenta que:

Pontualidade significa cumprimento de horário e de compromisso,


portanto essa qualidade é essencial para um profissional de recepção
em eventos. Não cumprir horário, isto é, se atrasar, demonstra:
falta de profissionalismo, falta de respeito em relação aos outros
profissionais da equipe, falta de educação e falta de administrar o
seu tempo adequadamente.

Outra atitude bastante visada nos espaços de trabalho e que estabelece relação
com a ideia de etiqueta é a proatividade.

Proatividade é uma palavra que está em alta no mundo corporativo.


Entende-se por proativo o profissional que tem determinação e não
espera demandado para desenvolver uma atividade. Ele tem iniciativa
e age de forma segura, antecipando-se a eventuais problemas
e adotando atitudes firmes. Sua atitude é oposta à do profissional
chamado reativo – aquele que apenas responde aos chamados
e reage às situações depois que elas se instalam. No entanto,
proatividade não deve ser confundida com bajulação. Ninguém gosta
de profissionais que querem agradar o tempo todo e que bajulam os
chefes em busca de reconhecimento ou recompensa – nem patrões,
nem chefes, muito menos colegas (WERNER, 2014, p. 41).

Observe que as noções de etiqueta estão interligadas a outros traços


comportamentais desejados no ambiente de trabalho. Tais noções colaboram para que
as habilidades e aptidões atreladas ao bom desempenho das pessoas se manifestem
de uma maneira gentil e não ofensiva. Por exemplo, se determinada pessoa conhece
muito de certo assunto e pode contribuir para a resolução de um problema, sob o ponto
de vista da etiqueta, ela será considerada mais agradável se apresentar a solução para
a situação de forma firme e gentil, ao invés de tratar os demais colegas do grupo como
incapazes ou algo similar – ou seja, se tiver uma atitude esnobe ou arrogante – ainda
que o conteúdo da fala seja pertinente, sua imagem profissional será prejudicada.

116
Por sua vez, Lukover (2015, p. 66) faz notar que a elegância requerida dos
profissionais de eventos requer que haja descrição em suas atitudes e comportamentos
e pontua:

O profissional dessa área deve saber expressar-se de forma clara


e correta, deve ser discreto e saber exatamente qual é sua função
nos eventos e situações nas quais seus préstimos profissionais são
necessários, mantendo uma conduta irrepreensível. O que quero
dizer com isso é que convivemos com fartura de bebida e comida,
e com pessoas das mais variadas camadas, e não podemos cometer
excessos, nem indiscrições, partindo inclusive do nosso visual, que
deverá sempre estas de acordo com a ocasião e ser sempre o mais
discreto possível.

Dorta (2015, p. 164) também reforça a relevância da discrição e destaca que:

A discrição e o conhecimento das regras de etiqueta são quesitos


fundamentais para que o profissional da área de eventos tenha
sucesso em sua atividade e se destaque no campo do conhecimento
que optou por atuar. Esse é um processo natural que recebe o
reconhecimento em peso setor, porque é uma das características
mais importantes e devem ser trabalhadas continuamente nas
pessoas que atuam com eventos.

Chegamos ao final deste tópico após analisarmos as particularidades que regem


as regras de etiqueta nos planos sociais e profissionais. Esperamos que as orientações
que aqui foram expostas possam colaborar com o seu desenvolvimento pessoal e
profissional. Este é um assunto em constante transformação. Por isso, lembre-se de
ler a respeito desta temática e ficar atualizado sobre o assunto para que você possa
gradativamente ir ampliando o seu reportório de conhecimento de regras de etiqueta
e se torne uma pessoa e um profissional cada vez mais elegante, polido e sofisticado.

117
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O que é de bom senso para um pode não ser para outro. É por isso que se faz
necessária a sistematização de algumas regras de convivência em sociedade.

• O processo de evolução de etiqueta e comportamento social é dinâmico e acompanha


exatamente o momento histórico que o indivíduo está vivendo.

• Etiqueta é um conjunto de regras – tácitas, em sua maioria – para promover a boa


convivência entre as pessoas.

• Etiqueta nada tem a ver com essa conduta esnobe. Agir de acordo com a etiqueta
não é ostentar uma posição social ou buscar uma imagem de luxo, mas procurar se
harmonizar nos mais diferentes ambientes.

• As regras de etiqueta social têm o princípio de estabelecer normas de conduta para a


boa convivência entre as pessoas. Mais especificamente, são os preceitos que indicam
como devemos agir nas mais diversas situações sociais (festas, comemorações e
celebrações) e definem boas maneiras em restaurantes, encontros formais com pessoas
consideradas importantes na sociedade ou, até mesmo, em velórios e enterros.

• No plano das normas de etiqueta social estão inseridas as denominações dos trajes
indicados para distintas situações. Isto porque, dependendo do tipo de evento, pode
existir uma orientação sobre o traje que deverá ser utilizado.

• Segundo as normas de etiqueta, os principais tipos de trajes são: esportivo; esporte;


esporte fino, passeio, business casual ou tênue de ville; social ou passeio completo,
black-tie ou rigor e; gala.

118
AUTOATIVIDADE
1 O perfil profissional de quem trabalha com eventos é abrangente é reúne diversas
habilidades, competências e atitudes que colaboram para que a qualidade percebida
dos serviços prestados seja elevada. A este respeito, é relevante que os profissionais
conheçam as principais regras de etiqueta social. Assinale a alternativa INCORRETA
referente ao conceito de etiqueta social:

a) ( ) As regras de etiqueta social têm o princípio de estabelecer normas de conduta


para a boa convivência entre as pessoas.
b) ( ) São os preceitos que indicam como devemos agir nas mais diversas situações
sociais, como festas, comemorações e celebrações.
c) ( ) As regras de etiqueta social envolvem boas maneiras em restaurantes, velórios
e enterros e outras situações de convívio social.
d) ( ) São os preceitos que determinam as precedências hierárquicas quando da
realização de eventos formais.

2 A escolha adequada das vestimentas, considerando o horário, o local e o tipo do


evento é relevante para a manutenção da elegância. Na área de eventos, o emprego
de termos que indicam um conjunto de trajes esperados para cada situação é
recorrente. Em se tratando dos trajes femininos, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) O traje esporte fino inclui tailleur, vestidos e calças compridas de tecido fino,
camisas de seda, sandálias de salto e sapatos de salto.
b) ( ) O traje passeio incompleto inclui vestidos de altura média, camisetas, tops, tênis
e sapatilhas.
c) ( ) O traje esporte inclui calça jeans, lã ou sarja comprida, terninhos, camisetas,
blusas, saias, sandálias baixas, sapatilhas, sapatos e vestidinhos de algodão.
d) ( ) O traje de gala contempla vestidos muito elaborados e de modo geral, bordados,
luvas, estolas e bolsas muito pequenas.

119
120
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
POSTURA ÉTICA E FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é apresentar a relevância da postura ética e da postura
física na área de eventos. Iniciaremos nosso estudo analisando o conceito de ética e
iremos aprender qual a diferença entre a ética e a moral. Posteriormente, será realçado a
relação que se estabelece entre a ética e a etiqueta.

No segundo momento do tópico, examinaremos os diversos aspectos que


compõem a imagem pessoal e profissional e entenderemos a relevância da postura física
neste processo. Vamos tratar de questões como vestimentas, cuidados com os cabelos e
de como se colocar de modo elegante quando estiver atuando como recepcionista de um
evento. Também elaboramos orientações e várias dicas para que você possa incorporá-
las no seu dia a dia de trabalho com facilidade. Venha conosco!

2 A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NOS EVENTOS


Para balizarmos nossos estudos a respeito da relevância da ética na área de evento,
inicialmente discorreremos sobre o conceito de ética e sobre o seu entrelaçamento com o
campo da filosofia. Para isso, acompanhe a leitura do verbete Ética, extraído do Dicionário
Básico Escolar de Filosofia e exposto a seguir:

NOTA
O que é ética?

Não é moral (código de conduta imposto de fora para dentro). Quando agimos de maneira
ética, agimos segundo normas que vêm de dentro para fora. Por exemplo: não avançaremos
o farol vermelho porque sabemos que isso é errado, mesmo que não haja nenhum policial
ou radar nos vigiando. A diferença entre uma pessoa ética e outra que só finge ser é que a
primeira tem princípios, ao passo que a segunda só considera errado o que a lei condena.
Segundo Immanuel Kant, somos capazes do que ele chamou de
“aprimoramento ético”, ou seja, de nos tornarmos melhores – o que não
tem nada a ver com sentimentos ditos humanitários ou religiosos, mas
simplesmente com a melhor maneira de se portar e agir de no interesse
do conjunto da sociedade, e não só em proveito próprio ou de uma facção
ou grupo social. Nesse sentido, podemos afirmar que a ética começa no
momento em que somos livres. Enquanto a moral é um código de

121
conduta imposto pela sociedade, a ética forma o conjunto que cada pessoa impõe
ou proíbe a si mesma. Essas leis que fixamos para nós mesmos visam menos satisfazer a
nossos desejos do que respeitar e levar em consideração os direitos dos outros.

A ética é um discurso e sobretudo uma prática na primeira pessoa do singular (eu),


enquanto a moral diz respeito à primeira pessoa do plural (nós). A ética é o fundamento que
determina um comportamento coerente com nós mesmos. A moral nos obriga, enquanto
a ética não é outra coisa senão o sentimento de dignidade [...].

Em geral, os estudos sobre ética tratam do bem, enquanto o mal fica relegado às religiões.
Talvez devêssemos nos perguntar se existe um bem e um mal dentro de nós, ou se eles
estão do lado de fora, dominando-nos; se somos responsáveis ou vítimas. Por isso existe
uma parte da filosofia chamada Ética, que trata dessa discussão; ela se ocupa dos princípios
que modificam e orientam o comportamento humano. É uma reflexão sobre o conjunto de
valores e normas de um grupo, comunidade ou sociedade, chamados valores éticos.

A palavra ética vem do grego ethos, sinônimo de caráter. Já moral vem do latim mores,
tradução latina de outro termo grego, ethikos (costumes). Por isso dizem que moral é um
conjunto particular de regras de conduta, que funcionam como norma em uma determinada
sociedade. Daí a importância da Ética como estudo filosófico, pois ela tem o objetivo de
ajudar a estabelecer critérios que permitem julgar se uma ação é boa ou má, e quais são os
motivos e as consequências de um ato.

FONTE: PERES, M. N. Dicionário Básico Escolar de Filosofia. São Paulo: Global, 2013, p. 116.

Notou como a noção de ética se aproxima, em alguns aspectos, da noção de


etiqueta? O principal elemento que aproxima estes dois conceitos é que ambos estão
vinculados ao convívio e ao modo mais apropriado de se relacionar com os demais.
Conforme Matias (2014, p. 49):

A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social,


possibilitando que ninguém seja prejudicado. Neste sentido, a ética,
embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o
sentimento de justiça social. A ética é construída por uma sociedade
com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da
filosofia, é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.

Para mostrar como a ética pode se manifestar nos espaços de trabalho,


elencamos alguns comportamentos que contribuem para a construção de uma postura
profissional ética, acompanhe:

122
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS QUE CONTRIBUEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
POSTURA PROFISSIONAL ÉTICA

A vida profissional é permeada por atitudes e comportamentos que denominam


postura ética, que pode ser demonstrada ao:
• Respeitar as pessoas; nosso limite termina onde começa o do outro.
• Cumprir o que foi estabelecido no contrato, para que o contratante cumpra sua parte.
• Antes de iniciar as atividades de trabalho, estabelecer os limites de responsabilidade
de cada um.
• Não praticar e nem permitir a prática de atos que possam prejudicar as ações e
interesses de outros profissionais.
• Zelar pelo bem público, que é dever de todo o cidadão, como também zelar pelo
patrimônio da empresa.
• Não cometer e nem colaborar com injustiças que sejam praticadas contra colegas.
• Respeitar o mercado, os clientes, os concorrentes e a si próprio.
• Atuar profissionalmente com lealdade, dedicação e honestidade para com seus
empregadores, chefes e colegas de trabalho.
• Atuar sempre de acordo com a legislação que rege o exercício profissional, buscar
cumpri-la sempre.
• Estar sempre atualizado e buscar aperfeiçoamento profissional.

FONTE: Adaptado de Matias (2014, p. 49)

Com relação à dimensão ética na área de eventos, Lukover (2015, p. 66) realça que
o respeito com relação aos recursos financeiros daqueles que estão envolvidos no evento
também precisa ser considerado e comenta que:

A base de toda atividade remunerada é a satisfação do cliente


em suas necessidades e anseios, portanto é fundamental que o
profissional da área de eventos tenha essa consciência. Quando
falamos em eventos, estamos falando em algo que mexe com os
sentimentos, independentemente de ser um evento social particular
ou profissional. Há muita coisa em jogo, principalmente a vaidade
humana. Cabe ao organizador ter ciência dessa questão, tratar os
clientes com deferência e procurar transmitir o máximo de segurança,
pois é o que todo cliente espera. Otimizar a verba do cliente trará
benefícios mútuos, credibilidade para o organizador e economia
para o cliente, porem a qualidade é fundamental. Toda vez que esta
estiver ameaçada, em função de corte de despesas, a questão deve
ser levantada.

Ademais, ao tratar do aspecto da ética no que diz respeito à conduta profissional,


Werner (2014, p. 113) observa que:

O telefone celular e a internet (especialmente as inúmeras


possibilidades de conexão com as redes sociais) têm provocado a
discussão de uma nova ética e etiqueta profissional. É preciso pensar
no assunto, sob pena de adotarmos posturas que fragilizem as nossas
relações de trabalho e prejudiquem a nossa credibilidade.

123
Neste sentido, é importante se atentar para as escolhas dos endereços de
e-mails, tendo em vista que eles são utilizados para troca de informações de natureza
profissional. A este respeito:

Que credibilidade profissional pode ter uma pessoa que tem como
endereço de e-mail ‘bruxinhaazuk@xxxxxxxx.com.br’, ‘lulucalegal@
xxxxxxx.com.br’ ou ainda ‘gostosao37@xxxxxx.com.br’? Acredite:
endereços de e-mail com palavrões, apelidos ou tentativas de
autoafirmação são tão comuns quanto desaconselháveis. Isso não quer
dizer, é claro, que todos os apelidos são proibidos nos endereços de
e-mail. O que deve imperar é a lei do bom senso (WERNER, 2014, p. 114).

Conforme percebemos, existe uma estreita relação entre as noções de ética e de


etiqueta. Leia os fragmentos de entrevista que selecionamos para você, na qual Gloria Khalil
apresenta de um jeito descontraído a conexão que se estabelece entre estes dois termos.

Entrevista
Gloria Kalil diz o que parece chique (mas não é) no trabalho

[...]

“Etiqueta não é aquela coisa de levantar o dedinho, isso não existe mais”, diz
Gloria. “Etiqueta é civilidade, é olhar para si mesmo, mas também olhar para o outro”.
Daí sua definição de etiqueta como diminutivo de “ética” — a atenção ao entorno, para
que a coletividade funcione bem. Envolto em mal-entendidos, o tema frequentemente
pode gerar confusões — e até tentativas frustradas de elegância.

Na entrevista, Gloria dá exemplos de comportamentos que parecem “finos”,


mas não são, além de dar conselhos sobre o guarda-roupa ideal para o trabalho e
gestão da reputação em tempos de redes sociais.

EXAME.com – Historicamente, a etiqueta foi um fator de diferenciação


entre ricos e pobres. Talvez por isso, muita gente ainda enxerga temas como
elegância e moda como “frescura”. Para que servem essas preocupações, afinal?

Glória Kalil – Vejo a etiqueta como um diminutivo de ética, do francês


“etiquette”, ou seja, uma pequena ética do cotidiano. Etiqueta é uma questão de
civilidade. É preciso haver normas para que a sociedade funcione.

Vamos pensar nas regras do trânsito. Suponha que você more numa rua que
dá mão para a esquerda, mas você precisa ir com seu carro até uma loja à direita do
seu prédio. Seria muito mais fácil pegar o carro e ir para a direita. Mas você pega a
mão da esquerda e dá toda uma volta para chegar ao seu destino. Por que você faz
o que é mais difícil? Para o bom andamento da sua comunidade. Podemos transpor
essa ideia para a etiqueta, como um instrumento de civilidade.

124
No passado, na corte francesa, ela de fato servia para diferenciar classes
sociais. Hoje ela passou a ser uma questão de funcionamento das coisas. E tudo que
não faz mais sentido, que é excessivo, deve ser automaticamente rejeitado, porque
ficou obsoleto. O que eu reivindico é uma etiqueta com sentido.

O que significa ser chique?

Na minha concepção, é um equilíbrio absoluto entre aparência e conteúdo.


Chique é uma pessoa que que se apresenta bem, que se veste adequadamente, mas
que também tem conteúdo. É alguém que tem cuidado com o outro, que escuta
o outro, que sabe medir o seu entorno. Alguém que presta atenção ao seu redor
e busca adequação. Não há competência profissional que não se beneficie de boa
aparência. Não há boa aparência que compense a falta de competência profissional.

O mercado de trabalho hoje vê a etiqueta como uma competência


comportamental, da mesma categoria de habilidades como liderança,
comunicação e resiliência?

Sem dúvida. Uma vez fui conversar com um presidente de uma empresa
de cosméticos e ele se atrasou para a nossa reunião. O motivo é que ele estava
entrevistando dez pessoas que sobraram de um grande recrutamento que a
empresa estava fazendo para preencher três cargos. Perguntei quantas pessoas se
apresentaram. Ele disse que haviam sido 7 mil. Sobraram dez.

Aquelas dez tinham currículo igual, as mesmas qualificações. “Agora, é olho


no olho”, ele me disse. O que importava para diferenciar era como a pessoa se vestia,
como conversava, ou seja, civilidade, etiqueta. Isso conta muito. Ainda mais hoje, com
o desemprego e as dificuldades de se inserir no mercado de trabalho, tudo conta ponto.
[...]

O mundo da moda é muito associado a regras rígidas, no estilo “pode/


não pode”. Isso ainda está valendo?

A moda mudou muito. Existe uma imagem famosa do [estilista francês]


Christian Dior, em que ele segura uma fita métrica na barra de uma saia de uma
moça e diz: “A barra da saia deve estar a 40 centímetros do chão”. Ficasse bem em
você ou não, tanto faz. Você precisava usar aquilo para mostrar que pertencia a uma
determinada classe, ou então estava por fora.

Hoje, as pessoas se vestem não para mostrar a sua classe social, mas sim a
sua individualidade. Elas expressam as suas personalidades com mais liberdade. Se
você me perguntar: hoje, qual é a saia que está na moda? Eu vou dizer: tem micro,
tem mini, tem pelo joelho, tem longa…qual é o seu estilo? Tudo está na moda. Você
escolhe aquilo que te representa.

125
Até onde vai essa liberdade de escolha em ambientes de trabalho?

É preciso associar a sua personalidade com a personalidade da empresa.


Existem ambientes formais e informais e hoje surgiram os megainformais, como as
startups e espaços de coworking, por exemplo. Cada um tem as suas características
e seus códigos. É preciso buscar essa associação entre a sua individualidade e o
estilo do empregador.

Uma pessoa feliz no seu emprego está de acordo com o código de vestimenta
praticado pela empresa. Ela não se sente “violentada” porque tem que colocar um
tailleur se é advogada, por exemplo, porque ela curte aquele universo, aquilo faz sentido
para ela. Se não curte, então talvez ela esteja no lugar errado ou até na profissão errada.

No seu novo livro, você afirma que guarda-roupa de trabalho é um


guarda-roupa à parte. Por quê?

Roupa de trabalho não é a sua roupa social, que você usa para ir para festas,
baladas e casamentos. Também não é igual a sua roupa do lazer, que você escolhe para
ir ao barzinho, ao clube etc. É preciso existir um guarda-roupa apenas para o trabalho.

Um detalhe é que ele também não pode ser fashion. Veja o exemplo da
Renata Vasconcellos (a jornalista da Globo apresentou uma chamada do “Jornal
Nacional” usando uma espécie de roupão, o que causou alvoroço nas redes sociais).
Se ela usasse aquele robe numa festa fashionista, seria normal, haveria pelo menos
três, quatro pessoas iguais a ela. Mas roupa de trabalho é diferente daquilo que você
usa numa festa, não pode ser a última moda. A Renata “causou” porque estava num
contexto de trabalho formal com uma roupa fashion. Virou meme de internet.

A internet criou situações inimagináveis num passado recente. O chefe


pode ver fotos do seu funcionário bebendo cerveja num churrasco ou assistir a
um vídeo dele cantando num karaokê — basta que eles sejam amigos no Facebook.
Quais são os efeitos disso para a gestão da imagem de um profissional?

De fato, ficou tudo muito mais complexo. Não adianta a pessoa aparecer toda
bem-vestida no trabalho se está pelada no Facebook. A saída é usar as redes sociais
sabendo que você está fornecendo informação aos seus amigos, mas também aos
seus chefes, colegas e pessoas que você não conhece tão bem.

Tenha a consciência de que qualquer imagem sua, qualquer roupa sua, qualquer
frase sua, tudo vai chegar ao mundo. E toda informação tem consequência. Se você
acha que aquela publicação pode ser prejudicial para a sua carreira, guarde para você.

[...]

126
Em espaços de coworking e escritórios sem paredes, a convivência
com outros profissionais é intensa. Qual é a regra de ouro para ser elegante
em ambientes compartilhados?

Por mais que os ambientes de trabalho tenham mudado e hoje existam todos
esses espaços alternativos, os contatos humanos continuam sendo os mesmos.
Trabalhar junto depende de civilidade. Você precisa ser educado, limpar o que suja,
respeitar o espaço do seu colega, ser organizado, enfim, você precisa olhar para o outro.

Quem pensa na etiqueta como algo ligado à vaidade está pensando numa
etiqueta francesa, aquela coisa de levantar o dedinho. Isso não existe mais. Etiqueta é
civilidade, é olhar para si mesmo, mas também olhar para o outro e saber conviver. Hoje,
o mundo está muito junto, as pessoas convivem intensamente entre si e também com
outras culturas, de outras partes do planeta, a um clique de distância. Você precisa tomar
conhecimento do seu ambiente e respeitar as diferenças para viver bem em sociedade.

FONTE: <https://exame.abril.com.br/carreira/gloria-kalil-diz-o-que-parece-chique-mas-nao-e-no-trabalho/>.
Acesso em: 14 maio 2020.

3 POSTURA FÍSICA
Quando falamos em postura física estamos nos referindo tanto aos aspectos
gestuais e de movimento, ligados à conotação mais literal desta palavra, como também a
dimensão da imagem pessoal e da apresentação, isto é, que postura assumimos perante
a imagem que projetamos. Matias (2014, p. 74) nos diz que postura física “é a forma como
o corpo ou parte dele se apresenta e também seus movimentos”. Neste âmbito, estão
inclusos todos os detalhes concernentes à apresentação pessoal propriamente dita, tais
como vestimentas, cabelos, unhas e maquiagem.

Com relação à questão das vestimentas, Werner (2014, p. 138) comenta que:

Estar bem vestido não é, necessariamente, usar roupas de grife ou da


última moda. Apresentar-se bem é, antes de tudo, mostrar cuidado com
a higiene. Roupas limpas, bem passadas, no tamanho certo nosso corpo
(nem grandes, nem apertadas), cabelos bem cortados e penteados,
unhas aparadas e benfeitas, calçados em bom estado etc., tudo isso
ajuda a compor um visual agradável aos olhos do grupo – e, portanto, o
visual de uma pessoa se torna mais confiável aos olhos da sociedade.

Por sua vez, Moellwald e Moellwald (2014, p. 73) salientam que:

As roupas têm um papel importante nas apresentações porque


colaboram para compor a imagem da pessoa e influenciam a percepção
de quem está se relacionando conosco. A primeira coisa que vemos
quando somos apresentados a alguém que não conhecemos é sua
imagem. E é por meio dela que fazemos nossas primeiras considerações
[...].
127
Na área de eventos, em se tratando das vestimentas é recorrente a adoção
de uniformes para a equipe. Gonçalves (2006 apud DORTA, 2015, p. 165) aponta que a
adoção do uniforme tem diversas funções:

Padronizar a vestimenta da equipe; transmitir a ideia de que todos


desempenham suas respectivas atividades em torno de um mesmo
ideal; apresentar uma diferenciação entre os cargos; agilizar o
atendimento ao cliente; demonstrar profissionalismo na recepção aos
participantes de um evento.

IMPORTANTE
Cuide bem do seu uniforme e escolha sapatos adequados para trabalhar com eventos

Uniforme
O uniforme utilizado nos diferentes eventos se presta à identificação do grupo de trabalho e
à unidade visual do evento. Use-o de acordo com as normas estabelecidas pela organização
do evento, se for necessário lavá-lo, cuide para não manchar ou danificar, particularmente
com a temperatura do ferro elétrico. Mantenha seu uniforme sempre impecável.

Para evitar transtornos aos organizadores de eventos, o profissional de recepção, ao ser


contratado para um trabalho, deve informar corretamente sua altura, peso, manequim e
também o número de sapato que usa.

Essas informações são importantes, porque o uniforme não deve ser apertado, curto e
nem desconfortável, e sim propiciar sensação agradável de uso. É aconselhável provar o
uniforme antes do evento para evitar surpresas desagradáveis e contratempo profissional.
Sapatos
• Manter os calçados sempre limpos e secos, guardados em local bem
ventilado e livre de umidade.
• Os sapatos devem combinar com o uniforme.
• A cor dos sapatos normalmente é definida pela própria organização
do evento.
• Procure utilizar sempre sapatos já usados (amaciados), de saltos de
alturas confortáveis.
• Dar preferência por sapato de qualidade e confortável. Não existe
nada pior que sapato apertado quando sua função básica é estar
em pé ou caminhando.

FONTE: MATIAS, M. A arte de receber em eventos. Barueri: Manole, 2014,


p. 71.

Em se tratando da projeção da imagem pessoal nos espaços de trabalho,


convém reforçar as seguintes orientações a respeito dos cuidados a serem seguidos
com os cabelos e a barba, acompanhe:

128
QUADRO 5 – LEMBRETES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS COM OS CABELOS FEMININOS NO AMBIENTE
PROFISSIONAL

Dicas de higiene e imagem pessoal

Cabelos femininos
• Devem ter um bom corte, que combine com o tipo de cabelo e também com o
rosto [...]
• Devem estar sempre limpos, bem penteados e não podem comprometer a
movimentação durante o evento.
• Para cabelos tingidos a tintura deverá ser retocada para evitar exposição das
raízes do cabelo, o que demonstra sinal de desleixo [...]
• Para cabelos compridos, a fim de evitar que caiam no rosto, é aconselhável que
sejam presos com fivela que combine com o uniforme ou então com elástico de
cor escura ou neutra.
• Arrumar os cabelos e/ou penteá-los enquanto atende ao público deve ser a última
procuração. Portanto, mantenha-os em ordem.

FONTE: Adaptado de Matias (2014, p. 67)

Com relação aos cuidados com a aparência dos cabelos, a moda e algumas
tendências e formas de cortes, tinturas e penteados podem variar. Sendo assim, caso
você faça mechas nos cabelos, por exemplo, sabe-se que a altura da raiz pode variar.
Como estamos apresentando ao longo desta unidade, a ideia não é ficarmos refém de
normas estáticas e imutáveis. Essas orientações que foram expostas são lembretes
para que você não se esqueça que na área de eventos é relevante termos cuidado com
a imagem pessoal que projetamos. Neste sentido, são os detalhes que, em conjunto,
configuram uma imagem de asseio, harmonia, cuidado e capricho. Elencamos agora
algumas recomendações direcionados aos homens, acompanhe:

QUADRO 6 – LEMBRETES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS COM OS CABELOS MASCULINOS E BARBA

Dicas de higiene e imagem pessoal

Cabelos masculinos
• Devem estar limpos, cortados e penteados de forma elegante. [...]
• Para cabelos compridos, é aconselhável o uso do rabo de cavalo e o uso de elástico
de cor escura ou neutra.
• Ainda para cabelos compridos, deve-se evitar o uso de bandanas ou de acessórios
chamativos para prendê-los.

Barba
• Manter diariamente a barba bem feita.
• Para quem usa barba, mantê-la sempre aparada.

FONTE: Matias (2014, p. 67)

129
As normas e recomendações apresentadas costumam ser praticadas por empresas
na área de eventos, mas cabe ressaltar que poderão variar de acordo com o tipo de evento
e as características do contratante. Matias (2014, p. 67) lembra que “é aconselhável ao
profissional de recepção de eventos seguir as normas e orientações estabelecidas pela
organização e/ou coordenação do evento no que se refere aos cabelos”.

Vamos apresentar em seguida um conjunto de orientações e dicas concernentes


à postura física, propriamente dita. No processo de comunicação entre as pessoas, além
do conteúdo verbal, a chamada comunicação não verbal também interfere na percepção
que as pessoas têm a respeito de um determinado atendimento/interação profissional.
Sendo assim, os cuidados com a postura física são relevantes, pois, primeiramente,
eles são importantes para a manutenção da saúde e o bem-estar do indivíduo, pois
interferem diretamente nos impactos que desencadeiam nas articulações em todo o
corpo humano. Além disso, a postura física adequada confere elegância e demonstração
de bons modos para aquele que a sustenta. Ademais, uma postura física ereta e alinhada,
colabora para que os clientes e público do evento percebam a pessoa como disposta,
motivada e interessada em ajudar. Vamos as orientações então?

QUADRO 7 – ORIENTAÇÕES PARA MANTER A POSTURA EM EVENTOS

Dicas para uma boa postura


Em pé (pés/pernas)

• Manter os pés em paralelo e os calcanhares juntos, mas levemente separados, sem


se tocarem. Nessa posição não se deve flexionar os joelhos e nem esticar as pernas.
Manter a posição anterior para os calcanhares, e flexionar apenas um dos joelhos.
Essa posição é menos cansativa para quem vai ficar longos períodos em pé.
• Ficar com as costas eretas, queixo ligeiramente erguido, com o corpo apoiado
sobre os pés.
• Evitar apoiar-se em apenas um pé, o que não é elegante e ao mesmo tempo mais
cansativo.
• Contrair os músculos abdominais possibilita uma postura mais ereta e elegante.
• Caminhar sempre olhando a linha do horizonte, o que demonstra elegância e
segurança.
• Evitar encostar-se pelos cantos.
• Evitar ficar em pé com os joelhos separado.
• Evitar ficar em pé com os pés cruzados.
• Evitar apoiar-se em móveis e paredes, isso demonstra cansaço e postura
deselegante.
• Evite ficar de braços cruzados.

FONTE: Matias (2014, p. 75)

130
FIGURA 5 – EXEMPLO DE BOA POSTURA EM EVENTOS

FONTE: <https://cutt.ly/6pq4pKq>. Acesso em: 14 maio 2020.

DICA
Dicas de postura para profissionais que atuam na recepção de eventos

Acompanhe as dicas de postura para as recepcionistas de eventos


apresentadas no link: https://www.youtube.com/watch?v=xoy6l1KrkAA.

Outra dúvida recorrente para quem trabalha com eventos é o que fazer com
as mãos/ braços quando estamos de pé. Existe um receio de parecer desajeitado.
Além, para quem está começando na profissão de recepcionista pode haver uma dose
de nervosismo que pode desencadear insegurança sobre como repousar os braços e
mãos e mãos próximos ao corpo. Por isso, separamos algumas dicas no quadro que se
apresenta a seguir, acompanhe:

Dicas para uma boa postura


Em pé (braços/mãos)

• Movimentar braços e mãos com suavidade e leveza.


• Apoiar os antebraços na parte da frente dos quadris, deixar as mãos separadas.
Manter os braços de forma relaxada nas costas, com as mãos unidas na altura dos
quadris (essa posição é considerada de descanso e/ou espera).
• Evitar mãos e braços tensos.
• Evitar colocar as mãos na cintura.
• Colocar os braços cruzados na altura da cintura, mantendo os polegares sob os
antebraços e outros quatro dedos deverão ficar à mostra sobre o antebraço.
FONTE: Matias (2014, p. 75)

131
Veja também estas outras sugestões para melhorar a sua postura.

QUADRO 8 – DICA PARA UMA BOA POSTURA EM PÉ OU SENTADO

Dicas para uma boa postura


Em pé ou sentado (cabeça/tronco/pescoço)

• O movimentar da cabeça e o olhar devem estar de acordo com o restante do corpo.


• Manter a cabeça ligeiramente erguida, porque queixo muito alto pode significar
arrogância e, muito baixo, submissão, insegurança e inferioridade.
• Evitar ficar com os ombros curvados (caídos), mantê-los sempre na linha dos quadris.
• Manter troncos e nádegas tensionados; isso possibilita uma postura ereta e elegante.
• Manter a planta dos pés sempre fixadas no solo para manter o equilíbrio do corpo.

FONTE: Matias (2014, p. 76)

Elegância e boa postura andam juntas. Acompanhe algumas orientações


complementares que selecionamos para você e que colaboram para que você construa
uma imagem profissional elegante e apropriada.

NOTA
Dicas para uma boa postura

No andar
• Andar sempre com os olhos fixos no horizonte; isso demostra
segurança e elegância.
• Evitar andar de pernas abertas.
• Evitar caminhar com passos muitos largos ou muito curtos.
• Caminhar sem balançar demasiadamente os braços.
• Evitar caminhar arrastando os pés fazendo barulho em excesso.
• Observar o tipo de piso do local de trabalho para caminhar de
forma adequada, sem fazer barulho.

Como apanhar objetos


• Para objetos que estão no chão, deve-se flexionar os joelhos
(unidos) e pegar o objeto de lado.
• Nunca pegar objetos no chão com as pernas esticadas e dobrar
apenas a cintura.

Portas
• Nunca entrar em qualquer ambiente sem bater discretamente (de
leve) na porta ou então sem ser anunciado.

132
Olhar
• Sempre olhar as pessoas nos olhos, de forma profissional.
• O olhar deve transmitir simpatia e hospitalidade.
• Evitar olhar as pessoas começando pelos pés e terminando no rosto, ou vice-versa.
• Evitar olhares cínicos e debochados.

Cumprimentar (aperto de mão)


• É aconselhável segurar a mão da outra pessoa com naturalidade, sem apertar.
• Nunca aperte a mão da outra pessoa com força.
• Nunca pegar a mão da outra pessoa pela ponta dos dedos, porque isso
demonstra antipatia.
• Ao cumprimentar o outro, é aconselhável segurar a mão com naturalidade,
olhar nos olhos e não ficar sacudindo o braço.
• Nunca ficar segurando por muito tempo a mão da outra pessoa.
• Manter uma distância de cerca de 50 cm da outra pessoa.

FONTE: MATIAS, M. A arte de receber em eventos. Barueri: Manole, 2014, p. 77)

Ainda com relação ao aperto de mãos e às impressões advindas deste gesto,


Werner (2014, p. 54) salienta que:

Quando alguém aperta muito forte a mão do interlocutor, pode passar


uma imagem de querer dominar a situação, ser egoísta ou mesmo
não confiável. Já os apertos de mãos fracos e frouxos evocam a
insegurança, o desinteresse e o retraimento. Os desajeitados, com
movimentos bruscos ao segurar a mão do outro, passam a imagem
de nervosismo, falta de habilidade social. Na hora de cumprimentar
alguém com um aperto de mãos, a palma da sua mão deve descansar
contra a palma da mão do outro. O espaço entre o seu polegar e o seu
indicador deve tocar o mesmo espaço da mão do outro. Seus dedos
devem cruzar-se suavemente contra a mão do seu interlocutor. O
momento também favorece um breve contato visual, que transmite
segurança, confiabilidade e simpatia.

Ainda com relação à questão dos gestos e cumprimentos nos espaços de


trabalho, convém ressaltar que, na área de eventos, é comum que ocorram interações
pessoais com estrangeiros. Nestes casos, as orientações a respeito dos cumprimentos
e demais manifestações de cordialidade precisam ser tratadas com ainda mais cuidado
e atenção. Isto porque:

Alguns estrangeiros têm uma maneira diferente de ver os


comportamentos e a proximidade entre as pessoas. As diferenças
culturais não são percebidas apenas na religião, na comida ou no
vestuário, mas também no comportamento e na proximidade
entre as pessoas. Muitos estrangeiros se assustam e até sentem-
se incomodados com tanto calor humano dos brasileiros. Somo

133
dados a beijos e abraços e adoramos ficar bem pertinho e tocar uns
nos outros enquanto falamos, comportamentos impensáveis para
alguns estrangeiros. Somos tão dados à proximidade física que,
muitas vezes, podemos ser mal interpretados nas nossas atitudes
(MOELLWALD, MOELLWALD, 2014, p. 15).

Neste sentido, a principal orientação a ser seguida é a observância da chamada


Bolha de Privacidade que diz respeito à distância física que as pessoas gostam de manter
em relação às outras e isto envolve também a distância que gostamos que as pessoas
mantenham quando não são íntimas (MOELLWALD, MOELLWALD, 2014). Este espaço
considerado ao interagir com uma pessoa varia de acordo com as tradições e costumes
de cada país. Sendo assim, reiteramos a instrução de observar e perceber como estão
agindo as pessoas que circulam pelo evento. Notando o modo como elas gesticulam, se
cumprimentam e interagem entre si, você poderá ter várias pistas sobre como proceder.
Por mais desconfortável e desafiador que possa parecer, precisamos mencionar que:

Os brasileiros, com o excesso de calor humano e intimidade que lhes


é peculiar, vira e mexe, sofrem, por parte de quem não os conhecem
bem, interpretações diferentes acerca do seu comportamento. Não é
incomum um estrangeiro acreditar que pode ter mais intimidade do
que o normal quando conhece, por exemplo, uma mulher brasileira.
Nosso hábito de proximidade e afetuosidade nos confere a imagem
de certa liberalidade que não necessariamente corresponde à
realidade (MOELLWALD, MOELLWALD, 2014, p. 16).

Considerando o enfoque desta disciplina, não iremos nos aprofundar nos


aspectos antropológicos, culturais e sociais atrelados aos cenários que foram descritos.
O que se verifica, na prática, é que pessoas agradáveis, gentis, afetuosas e bem-
intencionadas, podem correr o risco de serem mal interpretadas nos eventos. É uma
pena que situações como essa possam acontecer, o que os profissionais de eventos
podem fazer é aprimorar cada vez mais a habilidade de observação e do jogo de cintura.
Outra orientação relevante é de reportar aos seus superiores qualquer situação que gere
desconforto ou que denote falta de respeito.

Chegamos ao final deste tópico após discorrermos sobre os aspectos que fazem
parte da postura ética nos espaços de trabalho e depois de termos examinados diversos
aspectos e detalhes sobre os quais precisamos nos atentar no ímpeto de mantermos uma
boa imagem pessoal e profissional. Pouco a pouco, você irá se familiarizar com cada uma
destas sugestões e orientações que foram repassadas e poderá melhorar a projeção da
sua imagem corporativa. Fechamos o tópico com algumas dicas finais, acompanhe!

134
QUADRO 9 – RESUMO DE DICAS DE POSTURA E IMAGEM PESSOAL PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE
EVENTOS

Dicas de postura e imagem pessoal relacionadas a área de eventos

• Não demonstrar cansaço.


• Não ficar conversando com os colegas de trabalho sobre assuntos que não sejam
referentes ao evento.
• Manter a distância suficiente ao se aproximar das pessoas, especialmente para dar
recados que não podem ser ouvidos por todos, mas que também não precisam ser
dados próximos da orelha do ouvinte.
• Evitar beijos no rosto ao cumprimentar as pessoas, pois nem sempre são bem-vindos.
• Nunca deixe seu posto de trabalho sem um substituto ou sem ser autorizado.
• Usar crachá de identificação.
• Não ingerir qualquer tipo de alimento enquanto atende ao público.
• Não mascar chiclete, não chupar balar, não roer unhas, não palitar os dentes ou
qualquer outro ato semelhante durante o período de trabalho.
• Não ingerir bebidas alcoólicas durante o trabalho.
• Aceitar comida e bebida dizendo sim ou não, e não como é visto costumeiramente:
“obrigada”.

FONTE: Matias (2014, p. 78)

135
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Enquanto a moral é um código de conduta imposto pela sociedade, a ética forma o


conjunto que cada pessoa impõe ou proíbe a si mesma.

• A ética é um discurso e sobretudo uma prática na primeira pessoa do singular (eu),


enquanto a moral diz respeito à primeira pessoa do plural (nós). A ética é o fundamento
que determina um comportamento coerente com nós mesmos. A moral nos obriga,
enquanto a ética não é outra coisa senão o sentimento de dignidade.

• A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que
ninguém seja prejudicado.

• Etiqueta é uma questão de civilidade. É preciso haver normas para que a sociedade
funcione.

• Quando falamos em postura física, estamos nos referindo tanto aos aspectos gestuais
e de movimento, ligados à conotação mais literal desta palavra, como também a
dimensão da imagem pessoal e da apresentação, isto é, que postura assumimos
perante a imagem que projetamos.

• Apresentar-se bem é, antes de tudo, mostrar cuidado com a higiene.

• As roupas têm um papel importante nas apresentações porque colaboram para


compor a imagem da pessoa e influenciam a percepção de quem está se relacionando
conosco.

• Na área de eventos, em se tratando das vestimentas, é recorrente a adoção de


uniformes para a equipe.

• Elegância e boa postura andam juntas.

136
AUTOATIVIDADE
1 Aos profissionais da área de eventos, é requerido que eles mantenham uma postura
ética perante seus colegas de trabalho, empregadores e participantes dos eventos,
tendo em vista a relevância da ética nas interações humanas. A este respeito, com
relação ao conceito de ética, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A ética determina as implicações legais ligadas ao desenvolvimento social.


b) ( ) É um campo do saber que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade.
c) ( ) A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social.
d) ( ) A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais.

2 Nos espaços de trabalho, o uso de vestimentas apropriadas colabora para que se


construa uma imagem de solidez e profissionalismo. Na área de eventos, diversas
empresas optam pelo uso de uniformes, especialmente durante o transcorrer dos
eventos. Em se tratando das vantagens que o uso de uniforme pode promover para
as equipes que realizam eventos, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Uniformes permitem que os profissionais não se preocupem com sua imagem


pessoal.
b) ( ) O uso do uniforme padroniza a vestimenta da equipe.
c) ( ) O uso de uniforme pode agilizar o atendimento ao cliente.
d) ( ) Uniformes demonstram profissionalismo na recepção aos participantes de um
evento.

137
138
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
ELABORAÇÃO DE CONVITES, LISTA DE
CONVIDADOS E PRONOMES DE TRATAMENTO

1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é mostrar quais os cuidados e orientações que devem ser
considerados ao se enviar um convite para um determinado evento e apresentar algumas
recomendações a respeito da elaboração da lista de convidados. Entenderemos com que
antecedência um convite deve ser enviado e quais informações devem constar nele.

Também discorreremos sobre o emprego adequado dos pronomes de tratamento


ao se redigir um convite e ao se reportar a uma autoridade. Ao final, apresentaremos
algumas recomendações adicionais relacionadas ao envio de e-mails nos espaços de
trabalho.

2 CONVITES
Os convites são um elemento relevante no processo de planejamento de um
evento. A função primordial de um convite é a de permitir que a parte convidada possa
se preparar para prestigiar o evento, organizando a sua agenda e, quando se aplicar, se
planejar com relação às vestimentas a serem usadas e o pensar e ter condições para
comprar os presentes (se a natureza do evento assim o recomendar).

Dependendo do tipo de evento a que se destina, os convites podem ser


bem diferentes. No caso dos cerimoniais formais, alguns convites são enviados
acompanhados de ofício, como parte do protocolo. Já nos eventos sociais, os convites,
além de seu caráter informativo, são um pequeno indicativo de que como será o evento.
No caso dos casamentos, por exemplo, muitos convidados apreciam os detalhes que
compõem o convite, tais como: o tipo do papel, a mensagem/citação escolhida para ele
e, assim, começam a vivenciar de um modo positivo, as expectativas e os preparativos
para o grande dia.

Sejam os convites direcionados a eventos oficiais ou sociais, eles precisam


respeitar algumas orientações gerais, a saber:

O convite deve ser objetivo, e sem erros de ortografia, com a forma


de tratamento correta. Quando se convida uma autoridade, deve-se
fazê-lo por ofício, mas esse procedimento está caindo em desuso,
e a maioria dos órgãos tem preferido emitir convites impressos.

139
Geralmente envia-se ofício-convite apenas para as autoridades que
vão compor a mesa de honra ou vão compor a mesa de honra ou que
vão fazer uso da palavra durante a solenidade ou são palestrantes,
mas mesmo assim envia-se o convite impresso em anexo. O ofício-
convite informa detalhes sobre o evento para aqueles que farão o
uso da palavra (YANES, 2014, p. 96).

Com relação à forma como o convite é enviado, Yanes (2014, p. 96, grifo do
autor) esclarece que ele pode ser:

Impresso: a opção pelo tradicional. Semi-impresso: padronizado


com espaço em branco para colocação do nome do convidado
e outras informações como hora, local e data (isso acontece em
empresas). Carta ou ofício: para convidar autoridades superiores,
e de preferência a entrega deve ser feita “ em mãos”. Por telefone,
e-mail e comunidades virtuais: quando o evento for informal, com
grande visibilidade e número de convidados.

Outra dúvida recorrente diz respeito à antecedência necessária para o envio


dos convites. O prazo que antecede o envio do convite varia segundo o tipo de evento.
Em linhas gerais, a orientação é a seguinte:

QUADRO 10 – ALGUMAS ORIENTAÇÕES A RESPEITO DOS PRAZOS PARA O ENVIO DOS CONVITES

Prazos para envio de convites

Eventos sociais ou corporativos devem procurar respeitar os prazos para o envio de


convites. Fazendo isso, evita-se que os convidados deixem de comparecer porque
assumiram outros compromissos e possam se preparar em todos os sentidos. Os
prazos sugeridos aqui seguem uma relação comum e utilizada em todos os eventos
de cunho social e oficial:
• 30 dias para eventos que exijam trajes especiais, gala, black-tie ou fantasia,
presença de autoridades, palestrantes, conferencistas, solenidades;
• 30 dias para casamentos, bodas e festas dessa natureza;
• 15 dias para de 15 anos ou outros eventos sociais;
• 10 dias para eventos profissionais que não estejam incluídos na lista dos que
necessitam de 30 dias;
• 3 a 5 dias para qualquer evento informal (jantares sociais, para pequenos grupos,
e informais).

FONTE: Moellwald e Moellwald (2014, p. 111)

Vale complementar que para eventos sociais vêm sendo adotado o Save the
date. Em tradução simples, a expressão significa “guarde esta data”, “marque a data”,
“marque em sua agenda”, “reserve esta data” ou algo do tipo.

140
Trata-se de uma comunicação, normalmente enviada por e-mail que solicita
que o convidado “reserve a data do evento em sua agenda”. Esta prática é comum em
casamentos e confraternizações empresariais. A razão do seu envio é que o Save the
date é que ele permite que o convidado já vá se organizando para participar do evento
enquanto alguns detalhes com relação ao planejamento do evento do evento ainda não
foram definidos. Imagine, por exemplo, que o casal ainda esteja fechando o contrato
com o espaço no qual será realizado o evento e esteja comparando duas opções. Se o
convidado já souber da data, ele poderá ir se preparando para prestigiar o evento.

O gesto de confirmar a presença após receber um convite, é antes de tudo, um


ato de respeito de boa educação com os anfitriões. Ademais, ressalta-se que:

A confirmação de presença é necessária em qualquer tipo de cerimônia,


para determinação da montagem de salas (número de cadeiras,
mesas reservadas, formato etc.), composição da mesa de honra ou
palanque e providencias para recepção em aeroportos, contratação
de transporte durante a estada, hospedagem, alimentação (número
de mesas, cadeiras, garçons, equipe da cozinha, preparação e nível
de qualificação) e atividades sociais se necessário. O cerimonial
organizador do evento pode e deve contatar as autoridades, antes da
data do evento (YANES, 2014, p. 97).

O procedimento de confirmação de presença dos convites recebidos,


tradicionalmente, vale-se de várias siglas, conforme apresentamos a seguir:

QUADRO 11 – SIGLAS UTILIZADAS PARA RETORNAR OS CONVITES RECEBIDOS

R.S.V.P. e outras formas de lembranças usadas nos convites

Sigla usada nos convites para indicar a necessidade de resposta sobre a presença ou não
do convidado ao evento. De forma geral, é seguida pelo telefone ou e-mail para a resposta,
constando, por sua vez, o nome da pessoa responsável por receber as confirmações.
O R.S.V.P (Répondez s´il vouz plaît) pode aparecer com outras denominações e/ou
acompanhado de outras expressões que trazem algum tipo de solicitação ao convidado:
• R.P.F. (responda, por favor).
• regrets only: usado só para apontar o eventual não comparecimento.
• P.M. (pour memoire): expressão de origem francesa usada quando o convite foi
feito pessoalmente ou por telefone, tem o objetivo de lembrar o convidado.
• Indispensável a apresentação deste: os convidados devem se fazer acompanhar
do convite recebido em papal.
• Pessoal e intransferível: é usado em grandes festas para autenticar a pessoa que
recebeu o convite.

FONTE: Moellwald e Moellwald (2014, p. 110)

141
Observe na imagem um exemplo de utilização das siglas adotadas para responder
a um convite.

FIGURA 6 – EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DA SIGLA R.S.V.P EM UM CONVITE

FONTE Moellwald e Moellwald (2014, p. 110)

Moellwald e Moellwald (2014, p. 111) expõem algumas orientações adicionais


concernentes aos envios dos convites e os seus envelopes, a saber:

Coloca-se o remetente apenas quando o convite não é entregue


pessoalmente; a forma correta de tratamento, precedência do nome
do convidado e a indicação de seu cargo após o nome são exigências
para qualquer convite profissional ou ligado ao governo; qualquer
convite para um evento informal pode ser feito por telefone, e-mail
ou mesmo, dependendo das circunstâncias, por torpedo, SMS ou
outro meio correspondente; caso o evento exija um traje especial,
isto deverá estar escrito no corpo do convite [...].

Por fim, lembre-se que:

Procure comparecer vestido com o traje pedido nos convites.


Lembre-se de que, na maioria das vezes, o anfitrião se esmerou muito
para proporcionar o melhor para os seus convidados e, se ele pediu,
por que não? Comparecer ao evento com o traje solicitado é uma
forma de agradecer e demonstrar respeito ao anfitrião (MOELLWALD;
MOELLWALD, 2014, p. 78).

3 LISTA DE CONVIDADOS
A elaboração da lista de convidados de um evento é uma etapa relevante do
estágio de planejamento e organização de um evento. Os critérios utilizados para balizar
o número de convidados em um evento variam muito, dependendo do perfil, do local de
realização do evento e do orçamento disponível.

Independentemente da natureza do evento, é indispensável ter controle sobre a


lista de convidados e, sobretudo, do número confirmado. Como vimos, o conhecimento e
a expectativa do número de pessoas que irão comparecer ao evento são imprescindíveis,
142
para que se organize todo o evento, desde estacionamento, alimentação, serviços de
apoio e tudo mais. Para efetuar este controle do número de convidados, a utilização de
listas, planilhas e ferramentas tecnológicas similares é fundamental.

A respeito dos critérios que norteiam quem se convida ou não para um evento,
são diversos. Nos eventos sociais familiares, por exemplo, pesa a dimensão afetiva.
Em eventos corporativos, a tônica poderá ser em convidar pessoas que tenham boa
visibilidade no setor em que atuam, por exemplo.

Para colaborar com este entendimento, selecionamos duas reportagens para


você. Na primeira, são repassadas orientações concernentes ao envio de lista de
convidados em eventos empresariais. Na segunda, apresenta-se algumas dicas na hora
de elaborar a lista de convidados de um casamento. Estes materiais irão ajudar a você a
desenvolver a habilidade de elaborar estas listas de convidados. Boa leitura!

Aprenda como fazer uma Lista de Convidados para Eventos

O primeiro passo para produzir um bom evento é a elaboração da lista de


convidados. É a partir dela que será possível embasar todo o restante do planejamento,
como a escolha do mobiliário, a confecção de brindes, a contratação do buffet e muito
mais; mas, afinal, como fazer uma lista de convidados?

Considere o perfil do evento

Não existe fórmula mágica para elaborar uma lista perfeita em todas as ocasiões.
Cada evento possui características únicas e, por consequência, demandas diferenciadas.
Por isso, para saber como montar uma lista de convidados é preciso, primeiro, entender
o perfil do evento, isso é essencial para trabalhar a situação de forma adequada.

No caso de congressos e eventos corporativos, nos quais o networking é


um grande objetivo para a maior parte dos interessados, fica ainda mais marcante a
importância de um mailling consistente e selecionado, já que os próprios convidados
passam a ser atrações do evento.

Também é muito comum que esse tipo de evento conte com convidados
especiais, como congressistas e palestrantes. Nesses casos, é essencial que tais
nomes sejam escolhidos com bastante cuidado, já que suas falas serão associadas à
própria organização. Além disso, eles podem ser responsáveis por atrair uma grande
parte do público.

Trabalhar com uma lista bem apurada também ajuda a criar uma atmosfera em
que todos fiquem satisfeitos. Assim, é possível selecionar o público de acordo com o
estilo da ocasião, de forma que todos possam se sentir mais confortáveis naquele local.

143
Crie listas menores

A organização é a palavra-chave quando se fala em elaborar a lista de


convidados. Uma boa estratégia para facilitar a sistematização da lista é setorizá-la
por categorias, ou seja, criar sublistas menores, que podem ser separadas de diversas
formas e vão facilitar na hora de identificar o convidado, agilizando o processo.
Além disso, essa divisão também é uma boa forma de conferir a lista e garantir que
ninguém importante deixou de ser convidado.

Para fazer isso, você pode separar os convidados que irão se apresentar, os que
possuem cortesia, os membros da imprensa, os parceiros etc. Com essa divisão, fica
mais fácil identificar os convidados, o que é importante, até mesmo, para a logística do
próprio evento, como o direcionamento da pessoa para o setor correto, por exemplo.

Defina um orçamento

Para fazer a lista de convidados é fundamental estabelecer um teto de


gastos, já que essa definição é necessária para saber o limite de pessoas que poderão
ser convidadas. Lembre-se de que buffets costumam cobrar por pessoa e é preciso
providenciar mobiliário suficiente para que todos fiquem confortáveis durante o dia.

A contratação de colaboradores para trabalhar durante o evento também


varia de acordo com o número de convidados, que influencia decisões como a
quantidade de garçons, seguranças, apoios, portaria e mais. Para garantir que o
limite não seja ultrapassado, o segredo é saber filtrar os convidados que são, de fato,
importantes. No caso de eventos corporativos, dê prioridade aos parceiros com os
quais você tem interesse em estreitar as relações e privilegiar.

Utilize soluções tecnológicas

Quem produz eventos sabe que os custos podem ser enormes e, por isso
mesmo, está sempre em busca de soluções que possam baratear o processo. Se elas
ainda ajudam a diminuir as preocupações e tarefas, então, melhor ainda. Por isso,
existe uma gama de ferramentas tecnológicas voltadas a solucionar os problemas
desse nicho de mercado. [...] o uso de um leitor de QRCode é uma outra solução
que tem sido cada vez mais requisitada nas produções de eventos. Isso, porque a
ferramenta faz com que o check-in dos convidados seja bem mais ágil e eficiente.

Confirme as presenças

Muita gente pode achar o processo de confirmar as presenças muito


trabalhoso, mas ele é essencial para o sucesso do evento – e já existem soluções
tecnológicas voltadas para otimizar essa tarefa. O ideal é que isso seja feito com
certa antecedência, cerca de cinco dias antes do evento. Desse modo, ainda há

144
tempo disponível para realizar mudanças e adaptações rápidas, como a inclusão de
novos convidados. Nesse momento, é interessante revisar a lista mais uma vez, para
garantir que todos os convidados importantes foram lembrados.

Se prepare para imprevistos

Mesmo com todos esses cuidados, é bem comum ter que lidar com problemas
de última hora em relação à lista. Pode ser que algum convidado importante não possa
mais comparecer, ou que parceiros influentes queiram incluir novas pessoas à lista.
Para resolver essas situações, é preciso sempre ter um plano B encaminhado. Uma boa
prática é a de deixar uma margem de garantia na lista, de forma que novos convidados
não significarão entraves logísticos. Para calcular essa estimativa é preciso considerar
um tamanho do evento, o espaço disponível e o perfil dos convidados. [...]

FONTE: <https://lets.events/blog/como-fazer-uma-lista-de-convidados/>. Acesso em: 14 maio 2020.

Lista de convidados: Quem convidar para o casamento?

A primeira grande decisão a ser tomada é quem convidar para o casamento.


Isso porque é a partir da lista de convidados que podemos decidir os principais
detalhes da festa, como:
• Estilo.
• Local do casamento.
• Quantidade de convites de casamento.

Pensando nisso, elencamos os principais critérios para convidar para casamento


e, desta forma, conseguir uma lista de convidados de casamento sucinta e especial.

Lista de convidados de casamento: como fazer?

Comece fazendo uma lista completa de todos os conhecidos, amigos e


parentes que vocês gostariam de convidar. Pode fazer sem medo! Depois, caso a
lista esteja muito maior do que haviam planejado, risque as seguintes pessoas:

Amigos e parentes distantes: pessoas que vocês não encontram há


tempos e conversam apenas algumas vezes para saber se está tudo bem. Qualquer
um que não for amigo de verdade não precisa convidar.
Amigos de terceiros: a amiga da sua mãe, que você quase nunca vê (mas
que sua mãe adoraria convidar) não precisa tirar o lugar de alguém que seja importante
para você. É um momento de festa e a família fica empolgada para compartilhar com
o máximo de amigos que encontram. É natural acontecer, mas você precisa explicar
que não pode distribuir convites.

145
Ex e afins: qualquer pessoa relacionada a eles pode ser riscada da lista, a
não ser que você realmente seja amigo dele, claro.
Amigos virtuais: é comum fazermos amizade por meio das redes sociais,
mas isso não significa que você precisa convidá-los para o casamento. Deixe a
amizade apenas nas redes.
Vizinhos e colegas de trabalho: se forem amigos próximos, não tem
problema convidá-los. Acontece que muitos noivos pensam que tem obrigação de
convidar. Não convide por obrigação!
Dica: nunca faça a lista com a quantidade exata, pois sempre tem alguém que
desiste de ir ao casamento de última hora. O indicado é adicionar 10% da quantidade
programada de convidados. Por exemplo: festas para 200 convidados podem chegar
a ter 220 pessoas na lista.

Porcentagem de faltosos em casamento

Esse número dependerá da quantidade de convidados da lista de casamento.


Quanto menos convidados, menos faltosos; e quanto mais convidados, mais faltas.

Portanto, caso planeje um mini wedding, não extrapole na lista porque as


chances de todos irem é muito maior do que a de um casamento para 300 convidados.

Para não se preocupar com o número de convidados a mais, faça um RSVP.

Tipos de RSVP

• O RSVP (confirmação de presença), pode ser realizado de diferentes maneiras.


Separamos três:
• Telefone ou e-mail no convite: no final do convite, os noivos adicionam um
telefone ou endereço de e-mail para os convidados enviarem a confirmação até
determinado dia.
• Site de casamento: a maioria dos sites de casamento possuem esta função. No
convite, os noivos adicionam a URL do site para que os convidados acessem e
confirmem a presença.
• QR code: é uma imagem que o convidado precisa tirar foto para ser encaminhado
a um site, onde ele poderá fazer o RSVP.

Atenção! O RSVP pode ser utilizado apenas como medida de adquirir uma
média da quantidade de pessoas que irão ao casamento. Não considere a quantidade
dada por ele como certa. Muitos convidados confirmam, mas não vão; enquanto
outros não confirmam a presença e aparecem na festa como se nada tivesse
acontecido… entregue a lista completa para o buffet (mesmo com os nomes de quem
não confirmou) e evite que algum convidado acabe ficando de fora.

Como convidar poucas pessoas para o casamento

146
Esse é o dilema de muitas noivas que estão em busca de um mini wedding.
Hoje em dia é praticamente impossível fazer uma lista com 80 ou 100 convidados,
porém siga nossas dicas para reduzir o máximo que puder:

Apenas pessoas próximas


Aquela prima ou amiga que está sempre por perto. O irmão. A tia que você
adora. O amigo que sempre passa na sua casa para comer uma pizza e bater papo…
pessoas assim, que fazem parte do seu dia a dia. Apenas elas são importantes para
compartilhar um momento tão especial quanto o casamento ao seu lado.

Não convide por obrigação


Elimine qualquer um que você considere uma “obrigação” convidar. A festa é
pequena, não tem como convidar todos.

E o convite?
Para informar que a lista é pequena, utilize a expressão “mini wedding”. O
texto pode ser o seguinte:
“Convidam para seu mini wedding, a realizar-se no dia … às … horas. Após a
cerimônia, os convidados serão recepcionados no mesmo local”.

Não tem segredo!


Quem convidar para padrinho de casamento?
Entre todos esses convidados importantes, escolha os que se destacam
entre eles para cumprirem o papel de padrinhos.

A quantidade deverá ser de acordo com o número de convidados. Caso a


festa seja grande, pode escolher mais casais; mas se for pequena, uma quantidade
menor é mais adequada e proporcional. [...]

FONTE: <https://www.papeleestilo.com.br/lista-de-convidados/>. Acesso em: 14 maio 2020.

4 PRONOMES DE TRATAMENTO
Os pronomes de tratamento são formas usadas no trato com as pessoas.
Lukover (2015, p. 71) explica que “o emprego dos pronomes de tratamento obedece a
uma secular tradição. São de uso consagrado. A estruturação das formas de tratamento
empregadas considera a área de atuação e a posição hierárquica de cada autoridade.
De modo geral, as autoridades podem ser agrupadas em universitárias, judiciárias,
militares, eclesiásticas, monárquicas e civis (DORTA, 2015).

Lukover (2015, p. 74) reforça que:

Acrescente-se que Doutor não é forma de tratamento, e sim título


acadêmico. Não deve ser usado indiscriminadamente. Seu emprego
deve restringir-se apenas a comunicações dirigidas a pessoas que

147
tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado.
Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
às comunicações.

O uso dos pronomes de tratamento é balizado por um conjunto de formas de


tratamentos. Cada uma delas é adequada para um tipo de situação. Apresentamos um
quadro no qual tais denominações são apresentadas. Lembre-se de consultar este
material sempre que tiver dúvidas.

QUADRO 12 – PRONOMES DE TRATAMENTO

FONTE: Yanes (2014, p. 99)

148
5 ORIENTAÇÕES E LEMBRETES COM RELAÇÃO À
COMUNICAÇÃO ESCRITA NO UNIVERSO DO TRABALHO
Assim como algumas relações corporativas tornaram-se menos formais, de
modo semelhante, verifica-se também que ocorreu uma diminuição da formalidade do
processo comunicativo de muitas empresas. Conforme vimos, as comunicações que
permanecem seguindo as regras protocolares não se enquadram nesta tendência.

Como boa parte da comunicação profissional se dá por meios


eletrônicos (especialmente e-mails), as mensagens têm como
principal objetivo a transmissão de um conteúdo de forma rápida e
objetiva. Assim sendo, a linguagem deve ser bastante clara e sem
delongas que tomam o tempo do leitor sem acrescentar conteúdo.
[...] no entanto, faz-se necessário alertar para o bom senso, pois
muitas pessoas confundem linguagem informal e rápida com
liberalidade para invadir espaços e ultrapassar limites na hierarquia
organizacional (WERNER, 2014, p. 102).

NOTA
Dicas para redigir e-mails

Os e-mails estão entre as formas de comunicação mais usuais nas empresas. Nas relações
pessoais, eles estão perdendo espaço rapidamente para a troca de mensagens por meio
das redes sociais. Para que a mensagem seja transmitida sem problemas, alguns cuidados
são importantes.

Primeiro, é preciso considerar que as mensagens de e-mail são escritas. Isso, por si só,
pode causar alguns problemas e mal-entendidos. Portanto, certifique-se de que a pessoa
irá interpretar da maneira como você quis transmitir o seu recado.

Além disso, há sinais que ajudam a transmitir a intenção das mensagens, mas, se não
soubermos o significado deles, podemos prejudicar ainda mais a compreensão. Por
exemplo: usar negrito, palavras inteiras escritas com letras maiúsculas ou escrever em
vermelho pode significar que você está gritando. Portanto, só use se essa for a sua
intenção – e acreditamos que isso não seja de bom tom no ambiente profissional.

A linguagem dos e-mails pode ser direta, sem enrolações. No entanto, é sempre mais simpático
usar uma saudação inicial e uma assinatura para que a mensagem não fique brusca.

Não há necessidade de usar linguagem pernóstica e expressões inócuas,


como as antigas “cartas comerciais”, que tinham sempre expressões como
“ Venho por meio desta...”. Este tipo de expressão está em desuso, mas
é claro que sempre se deve considerar a quem estamos nos dirigindo,
respeitando a hierarquia da empresa e as pessoas. A linguagem de um
e-mail é semelhante à de um bilhete, simples e direta, sem rodeios, mas
com gentileza e cordialidade [...].

Muito cuidado com as mensagens respondidas “a todos”. Certifique-se se


é mesmo importante mandar a resposta a todos, para não sobrecarregar
a caixa de mensagens dos colegas com respostas que digam apenas “ok”,
“ recebido”, “ confirmado” etc. Além disso, evite expressar indignações,

149
protestos e xingamentos, porque não é raro pessoas falarem mal de colegas que também
estão recebendo a mensagem, causando transtornos e constrangimentos.

Da mesma forma, é importante certificar-se de que a sua mensagem está sendo


encaminhada para o destinatário correto. É comum clicar em responder quando a intenção
é encaminhar, ou mesmo digitar o nome do destinatário e não conferir – e a memória do
programa de e-mail pode ter selecionado outro nome parecido. Erros assim podem gerar
desde situações engraçadas até problemas sérios.

FONTE: WERNER, A. Etiqueta social e empresarial. Curitiba: InterSaberes, 2014, p. 121.

Com relação ao emprego de expressões em negrito ou em realce no corpo


das mensagens de trabalho, o seu uso pode ser empregado, desde com a devida
atenção. Por exemplo, imagine que ao longo do e-mail você escreva: “Reforço que as
confirmações deverão ser enviadas até o dia 5 de abril de 2020, para assegurarmos
a adequada acomodação de todos os participantes do evento”. O tom da mensagem
permanece gentil. Contudo, se ao final de um e-mail você terminar a mensagem com
o texto “Aguardo o seu retorno!”, o conteúdo adquire um tom impositivo e agressivo.
Neste sentido, tenha em mente que algumas destas orientações podem variar ao
longo do tempo e, mais do que seguir um conjunto de regras fixas, o mais importante é
aprimorar a habilidade da empatia e da gentileza.

Chegamos ao final deste tópico e desta disciplina! Foram muitos aprendizados!


Esperamos que as explicações e orientações que aqui foram passadas contribuam para
o seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional! Desejamos sucesso em sua
trajetória!

Confira a leitura complementar que selecionamos para vocês. Ela é composta


por fragmentos de textos que tratam dos conteúdos que foram tratados nesta disciplina,
escritos de forma descontraída pela autora Claudia Matarazzo, em seu livro Etiqueta
sem frescura. Boa leitura!

150
LEITURA
COMPLEMENTAR
ETIQUETA SEM FRESCURA
Claudia Matarazzo

POSTURA E ELEGÂNCIA – POSTURA CORPORAL

Costas retas

Viver bem começa por sentir-se bem. E a postura é fundamental. Que tal costas
retas, queixo erguido e aquele ar de quem está sempre de bem com a vida? Não é melhor
aproveitar a paisagem ao redor do que ficar contando as pedras do caminho? Mas cuidado!
Não vá exagerar. Deixe as costas confortavelmente retas, que a elegância e a fluidez no
andar vão surgir naturalmente. Em pé: o que eu faço com essas mãos? Algumas pessoas
nunca sabem o que fazer com as mãos. Em geral, são pessoas tímidas, que se sentem
inseguras e usam a gesticulação como forma de esconder essa insegurança. No entanto,
é perfeitamente possível treinar e aprender a usar os gestos com moderação. Costas
retas, ombros erguidos e braços pendentes com suavidade. As mãos podem ficar à frente
do corpo, um pouco abaixo da linha da cintura e até mesmo apoiadas uma na outra. Os
homens podem fazer isso com as mãos para trás. Apoiar as duas mãos na cintura, imitando
açucareiro, não pode. Nem apoiar uma mão só, como uma xícara de chá. Enrolar uma mecha
de cabelo ou roer unhas também está fora de questão para quem quer ser elegante.

Sentado: pernas, para que te quero?

Ao se sentar, procure não entrelaçar as pernas num ato de contorcionismo.


Além de feio, é incômodo. Mantenha as pernas paralelas e, se for cruzá-las, certifique-
se de que a postura não pareça forçada. Colocar os pés em cima de uma mesinha ou
na cadeira da frente é uma tentação que deve ser contida a todo custo; num ambiente
muito íntimo, pode-se usar um banquinho próprio para essa finalidade. As pernas
também podem se transformar em um problema quando a gente está em pé. Algumas
pessoas ficam numa posição totalmente torta, se equilibrando em cima de uma perna
só e jogando o peso de um lado para outro.

O ideal é apoiar o peso do corpo nas duas pernas, porque isso transmite uma
sensação de segurança e tranquilidade, tornando a conversa mais agradável.

Olhos nos olhos

Como é importante o olhar! É o nosso primeiro contato com qualquer pessoa


e deve transmitir o máximo de simpatia. Olhe sempre nos olhos da outra pessoa, sem
medo. Claro que não é para ficar lançando olhares sedutores (a não ser que essa seja

151
a intenção), mas as pessoas percebem a diferença entre um olhar caloroso e um olhar
indiferente. Você não percebe?

Óculos escuros podem ser lindos, mas devem ser usados sob o sol, ao ar livre. E
horrível entrar em um ambiente fechado de óculos escuros. Mesmo que você seja fotofóbico,
existem as lentes fotocromáticas, que ficam mais claras quando se entra em um ambiente
mais escuro. Pode ser moderninho, mas nem cantor de rock deve usar óculos escuros à noite.

Distância

É muito importante manter uma distância correta das pessoas. Se você ficar
muito longe, numa postura reservada, vai criar uma verdadeira barreira que dificulta o
entendimento e uma relação agradável. Se ficar muito perto, é uma invasão de privacidade,
muito próxima da violência. Pegar pelas lapelas, tocar no braço, falar ao ouvido, tudo isso
tem uma grande chance de transformar você em um interlocutor insuportável.

O ideal é manter uma distância de mais ou menos 50 centímetros, seja em


pé ou sentado. É uma distância confortável que, em geral, as pessoas de bom senso
respeitam sem perceber.

AFABILIDADE E CORTESIA

Simplesmente simpatia

Simpatia é fundamental em qualquer situação. É ela que aproxima as pessoas e


torna a vida da gente muito mais fácil. Infelizmente não há uma regra para ser simpático,
mas preocupar-se com o bem-estar das pessoas, sem dúvida, é um bom começo.

Obrigada, desculpe e por favor

"Obrigada", "desculpe" e "por favor" são três expressõezinhas simples que


podem transformar o mundo num lugar muito melhor para se viver. Não é por acaso que
as mães preocupadas ensinam seus filhos a usar essas palavras desde cedo. Crianças
que sabem usar essas expressões se transformam em sucesso instantâneo assim que
abrem a boca. Já reparou?

Abuse do "obrigada", "desculpe" e "por favor", porque você só tem a ganhar,


quer fazer um teste? Chegue a um restaurante depois das quatro da manhã, quando o
garçom estiver bem cansado, e trate-o com toda a simpatia do mundo. Com certeza, o
serviço vai ser irrepreensível. Pode acreditar.

Bom humor

Sair por aí de cara fechada, emburrado feito um buldogue, só vai piorar o seu
dia. Sorria, nem que seja necessário um esforço sobre-humano para isso. Manter o bom
humor, além de melhorar o seu relacionamento com as outras pessoas, faz você ficar
jovem por mais tempo (a ciência comprova isso).

152
Se for muito difícil sorrir, pelo menos esteja aberto ao sorriso. Já ajuda.

Tolerância

No premiado filme A Lista de Schindler, numa frase que, sozinha, já valeria um


Oscar, o protagonista diz: "Tem o poder quem sabe perdoar". É bom ter em mente que
ninguém é perfeito, e o próximo a errar pode ser você. OK, tudo tem seus limites. Não dá
para ser tolerante com alguém que invade o seu quarto regendo uma banda militar às
duas e quinze da manhã, por exemplo. Ser tolerante não significa ser trouxa.

Gentileza

Ser gentil é diferente de ser cortês, afável ou simpático. É algo muito mais
sutil, o fundamento de todas as regras de boa convivência social. Ser gentil pode ser
entendido como estar interessado nos pequenos problemas cotidianos dos outros e
fazer o possível para amenizá-los.

Não importa se é alguém da família, um amigo ou alguém que você acabou de


conhecer no convívio social, a gentileza é a maior qualidade de todas.

Só não vale ser o gentil profissional, aquele que guarda na manga um gesto
gentil pré-fabricado e usa permanentemente aquele sorriso mecânico que não sobe
aos olhos. Mesmo as pessoas mais ingênuas percebem a diferença.

[...]

Precedências

Gentileza é fundamental, e bom senso é indispensável. Em qualquer porta, quem sai


tem preferência em relação a quem entra, não importando sexo ou idade, pela óbvia questão
de facilitar a circulação. Fora isso, a regra é conhecida: primeiro os mais velhos, depois as
mulheres, e por último os marmanjos. Segurar a porta é muito simpático, mas cuidado para
não ficar na frente de quem está entrando, porque atravanca e anula a gentileza.

[...]

COMUNICAÇÃO APRESENTAÇÕES

Precedências

Quem apresenta quem, quem deve ser apresentado primeiro, como apresentar.
Com algumas regras simples, resolvemos sem sofrimento esses impasses. Veja só:

• os mais jovens são apresentados aos mais velhos;


• o homem é apresentado à mulher;
• a mulher solteira é apresentada à mulher casada.

153
Essas três regrinhas já vão facilitar a sua vida na maioria dos casos. A etiqueta
tradicional, no entanto, diz que as pessoas menos importantes são apresentadas às pessoas
de maior destaque. Por exemplo, um ministro deve ser apresentado a um presidente e
nunca o contrário. Só que, no cotidiano, isso é muito antipático, você não acha?

Outra coisa: as pessoas devem ser apresentadas com nome e sobrenome, a não
ser em situações informais, como na rua ou na praia. Também não se deve apresentar
ninguém como "minha mulher" ou "meu marido".

As pessoas têm nome e gostam de ser chamadas por ele.

Também é horrível apresentar a mulher com o nome do marido. Por exemplo:


Maria da Silva é casada com João Pereira. O correto é apresentar assim: "Esta é a
senhora Maria da Silva Pereira" e nunca "Esta é a senhora João Pereira". Essa norma
de apresentação era muito usada antigamente, e hoje é perdoável apenas em reuniões
comerciais, feiras e eventos empresariais, mas, francamente, acho-a simplesmente
insuportável. Onde fica a individualidade da dona Maria?

Autoapresentação

Sou uma pessoa tímida. É muito difícil para mim a tal autoapresentação. Mas há
situações em que ela é necessária. Por exemplo, numa viagem de doze horas de avião,
quando nosso vizinho de poltrona engata uma conversa gostosa (se for chata fuja, se
finja de surdo, vale tudo para viajar em paz!). Chega um ponto em que você tem que
dizer o seu nome. Faça a autoapresentação da maneira mais natural possível, como se
ela fizesse parte da conversa, e dispense o "senhor" ou "senhora". Simplesmente diga o
seu nome. É mais do que suficiente.

Para não errar

Numa reunião social, saber apresentar os convidados tem uma grande


importância e colabora muito para o sucesso da festa.

Quem faz as apresentações são os anfitriões. A eles cabe ser claros, mas os
convidados devem prestar atenção para que se evite aquele desagradável "Como é
mesmo o seu nome?" durante a conversa. Também não tente ser esperto e usar a saída:
"Vocês já se conhecem, não é?" Porque você pode ouvir um "Ainda não" bilateral. E aí,
como é que fica?

É muito simpático por parte dos anfitriões acrescentar algumas informações


sobre a pessoa que está sendo apresentada. Isso facilita que algum assunto em comum
surja entre as pessoas e aumenta a integração de todos à reunião. E atenção: nunca
apresente alguém usando o "ex". Por exemplo: "Este é fulano de tal, ex-diretor de tal
empresa". Ninguém é "ex" nada. Se você quiser mencionar a ocupação do apresentado,
informe-se sobre a atual.

154
Um clássico: "Você não se lembra de mim?". Além de deselegante, coloca a
outra pessoa numa situação delicada. E se ela realmente não se lembrar, porque você
envelheceu ou engordou demais? Agora, ajuda muito completar a frase: "Você se lembra
de mim? Estudamos juntos no ginásio!" Mesmo se não se lembrar, seu interlocutor vai
ao menos se situar.

[...]

Simpatia, sim!

Na verdade, para que você tenha uma conversa agradável, bastaria manter uma
postura básica: ser simpático. E transmita muito calor humano, porque hoje é o que todo
mundo procura. Olhe nos olhos, sorria, seja atencioso e preocupado com o bem-estar
da outra pessoa. O resto vem naturalmente.

Gerais

Há sete pecados capitais que você deve banir de toda conversa.

• Maledicência: prefira calar-se a falar mal de alguém. (Resista, resista!)


• Excesso de naturalidade: nada de falar sobre doenças, problemas cotidianos, intimidades
e tudo o mais, que não fica bem fora de casa. Palavrões não! Seja qual for a situação.
• Bocejo: o inimigo número 1 de qualquer conversa. Se a situação estiver
insuportavelmente tediosa e você não conseguir segurar o bocejo, continue olhando
nos olhos da outra pessoa, demonstrando interesse. Não esqueça de desculpar-se
depois, explicando sua exaustão.
• Consultas profissionais: em reuniões sociais elas são totalmente descabidas. Ao
conversar com um médico, nunca comente aquela doença que persegue você
desde a infância. No máximo, peça um cartão e marque uma consulta por telefone.
• Falar de negócios: para isso existem reuniões de negócios.
• Piadas: utilize-as apenas se você for profissional, mesmo assim somente com
cachê. Numa reunião, a segunda piada já fica chata.
• Intransigência: respeite a religião, o paladar e a opinião política dos outros. Não
discuta esses tópicos quando você perceber que pode dar confusão [...].

FONTE: MATARAZZO, Claudia. Etiqueta sem frescura. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995.

155
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os convites são um elemento relevante no processo de planejamento de um evento.

• A função primordial de um convite é a de permitir que a parte convidada possa se


preparar para prestigiar o evento.

• O convite deve ser objetivo, e sem erros de ortografia, com a forma de tratamento
correta.

• Com relação à forma como o convite é enviado, ele pode ser impresso, semi-impresso,
carta ou ofício e; por telefone, e-mail e comunidades virtuais.

• O prazo que antecede o envio do convite varia segundo o tipo de evento.

• Eventos sociais ou corporativos devem procurar respeitar os prazos para o envio de


convites. Fazendo isso, evita-se que os convidados deixem de comparecer porque
assumiram outros compromissos e possam se preparar em todos os sentidos.

• O gesto de confirmar a presença após receber um convite, é antes de tudo, um ato de


respeito de boa educação com os anfitriões.

• A confirmação de presença é necessária em qualquer tipo de cerimônia para a


organização do evento.

• O procedimento de confirmação de presença dos convites recebidos, tradicionalmente,


vale-se de várias siglas.

• A elaboração da lista de convidados de um evento é uma etapa relevante do estágio


de planejamento e organização de um evento. Os critérios utilizados para balizar o
número de convidados em um evento variam muito, dependendo do perfil do evento,
do local de realização do evento e do orçamento disponível.

• Para efetuar este controle do número de convidados, a utilização de listas, planilhas


e ferramentas tecnológicas similares é fundamental.

• Cada evento possui características únicas e, por consequência, demandas


diferenciadas. Por isso, para saber como montar uma lista de convidados é preciso,
primeiro, entender o perfil do evento, isso é essencial para trabalhar a situação de
forma adequada.

156
• O emprego dos pronomes de tratamento obedece a uma secular tradição. São de uso
consagrado.

• A estruturação das formas de tratamento empregadas considera a área de atuação e


a posição hierárquica de cada autoridade.

• As autoridades podem ser agrupadas em universitárias, judiciárias, militares,


eclesiásticas, monárquicas e civis.

157
AUTOATIVIDADE
1 Em se tratando de cerimonial, protocolo e etiqueta na área de eventos, os convites
cumprem um importante papel no sentido de estimular a participação das partes
convidadas nos eventos, bem como contribuem para que o planejamento do evento,
no que tange ao número de pessoas que irão participar, seja mais preciso. Sobre esse
assunto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O emprego da sigla R.S.P.V é recorrente nos convites e ela serve para indicar que
o convite se estende a todos os membros da família.
b) ( ) Os convites de eventos geralmente podem ser transferidos para outras partes
interessadas, desde que se respeite o número de pessoas esperadas.
c) ( ) A indicação geral dos organizadores de eventos é que todos os convites sejam
enviados com trinta dias de antecedência.
d) ( ) P.M. (pour memoire) é uma expressão de origem francesa usada quando o convite
foi feito pessoalmente ou por telefone, tem o objetivo de lembrar o convidado.

2 Ao se redigir um convite é importante que se atente para o uso adequado dos


pronomes de tratamento, para que se evite desconfortos, constrangimentos e até
mesmo, situações de desrespeito. Em se tratando dos pronomes de tratamento,
assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A estruturação das formas de tratamento empregadas considera a área de


atuação e a posição hierárquica de cada autoridade.
b) ( ) Os pronomes de tratamento determinam a ordem dos discursos de cada
cerimonial e o formato das apresentações.
c) ( ) O emprego dos pronomes de tratamento obedece a uma secular tradição e são
de uso consagrado.
d) ( ) De modo geral, as autoridades podem ser agrupadas em universitárias, judiciárias,
militares, eclesiásticas, monárquicas e civis.

158
REFERÊNCIAS
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para a classificação de eventos e os termos específicos utilizados no segmento.
Disponível em: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=359730.
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D0004.
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