Cerimonial Protocolo e Etiqueta
Cerimonial Protocolo e Etiqueta
Cerimonial Protocolo e Etiqueta
Protocolo e
Etiqueta
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Talita Cristina Zechner Lenz
L575c
171 p.; il
ISBN 978-65-5663-089-2
CDD 395.52
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico (a), seja muito bem-vindo a disciplina de Cerimonial,
Protocolo e Etiqueta! Nesta disciplina, você irá aprender sobre aspectos fundamentais
para a sua formação na área de eventos. Esta disciplina aborda um leque bem abrangente
de conteúdos, incluindo elementos de ordem protocolar e técnicos, bem como, incita
reflexões e o desenvolvimentos de habilidades, competências e atitudes concernentes
e a temas como ética, postura e etiqueta.
GIO
Você lembra dos UNIs?
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................159
UNIDADE 1 -
CERIMONIAL, PROTOCOLO, OS
DIVERSOS TIPOS DE EVENTOS E
SUA ORGANIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CERIMONIAL, PROTOCOLO, ETIQUETA E
EVENTOS: ASPECTOS INICIAIS
1 INTRODUÇÃO
Profissionais que atuam no setor do turismo estabelecem estreita relação
com a área de eventos. Estas interações podem ocorrem no interior dos hotéis, em
empresas especializadas em organização de eventos, em restaurantes especializados
em realizar eventos, no âmbito de autarquias e entidades relacionadas com a área, tais
como Secretaria de Turismo ou Prefeituras Municipais, entre outros espaços. Por esse
motivo, é fundamental que estes profissionais dominem os conceitos de cerimonial,
protocolo e etiqueta e, assim, entendam como estes elementos se conectam com a
área de eventos.
Para darmos início aos estudos desta disciplina é fundamental que você tenha
clareza e pleno entendimento a respeito de alguns conceitos centrais que compõem
esta área de estudo. Por isso, iremos iniciar apresentando os conceitos de protocolo,
cerimonial e etiqueta. Venha conosco descobrir o significado de cada um desses termos.
Lukower (2015, p. 11) define protocolo como o “conjunto de normas jurídicas, regras
de comportamento, costumes e ritos de uma sociedade em um dado momento históricos,
geralmente utilizadas nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal)”.
3
No Brasil, as regras para os protocolos públicos e formais são estabelecidas
pelo Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que determina as normas do cerimonial
público e a ordem geral de precedência. Esse documento é abrangente e, neste
momento, ofereceremos uma visão geral dos aspectos que são tratados no referido
documento. Posteriormente, ao longo do livro didático, nos aprofundaremos no estudo
de alguns elementos de destaque desse documento. Vamos conhecer um pouco melhor
este Decreto?
4
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO OS ENCAMINHAMENTOS QUE DEVEM SER OBEDECIDOS NAS
CERIMÔNIAS DE POSSE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
5
O Decreto baliza também os procedimentos a serem seguidos no caso
de falecimento de autoridades e figuras políticas. Em se tratando deste assunto,
as orientações estão organizadas da seguinte forma: o Capítulo VII refere-se às
instruções no caso do falecimento do Presidente da República, o Capítulo VIII trata dos
procedimentos no caso de falecimento de autoridades, o Capítulo IX orienta a respeito
do cerimonial no caso de falecimento de um Chefe de Estado estrangeiro e, por sua vez,
o capítulo X contempla os encaminhamentos a serem seguidos no caso de falecimento
de chefe de missão diplomática estrangeira.
6
DICA
O acesso integral ao Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, pode ser feito
no link a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d70274.htm.
Vamos analisar alguns pontos que foram realçados na fala de Yanes (2014). Note
que o aspecto da formalidade é central no âmbito dos cerimoniais. Outro ponto relevante
diz respeito à possibilidade de replicar os procedimentos que caracterizam o cerimonial
de forma constante. É neste sentido que o cerimonial ajuda a evitar constrangimentos,
pois atitudes “padrões” para cada situação formal são previamente estabelecidas.
Vale ressaltar que “as funções do cerimonial estão relacionadas aos objetivos
e às demandas específicas de cada evento a ser realizado” (YANES, 2014, p. 14) e,
neste sentido, de acordo com a função desempenhada eles podem ser classificados da
seguinte forma:
FUNÇÃO DESCRIÇÃO
7
Legislativa Codificar a legislação, as regras, os costumes e princípios.
DICA
No link a seguir, você poderá assistir ao vídeo que revela como ocorre este
cerimonial: https://www.youtube.com/watch?v=zj7-isBtLKg.
DICA
Caso você tenha curiosidade em conhecer mais a respeito da história e dos
detalhes deste cerimonial, recomendamos a leitura da reportagem a seguir:
8
Lukover (2015) explica que existem ainda os cerimoniais não oficiais, tais como
uma fila de cumprimentos em um evento, como na ocasião da celebração de um
casamento ou o corte da faixa inaugural em estabelecimentos.
NOTA
Por que da existência do Cerimonial e Protocolo?
9
3 O QUE SE ENTENDE POR ETIQUETA?
Ao longo deste tópico você poderá perceber que as ideias de cerimonial e
protocolo se encontram entrelaçadas. Além disso, há um outro conceito que anda
de mãos dadas com as ideias de cerimonial e de protocolo: o conceito de etiqueta.
No exercício de organizar, planejar e executar eventos, para além das orientações
elencadas no decreto que rege o protocolo, somada às práticas adotadas no âmbito
dos cerimoniais não formais, a etiqueta é outro “ingrediente” indispensável para o
planejamento e realização exitosa dos eventos.
10
Observe na explicação apresentada pelos autores que a função primordial da
etiqueta é facilitar o convívio entre as pessoas, de modo a tornar a convivência mais
harmoniosa, procurando atenuar desconfortos que possam surgir em decorrência
de diferentes percepções e modos de vida. Enquanto no âmbito do cerimonial e no
protocolo as regras tendem a ser mais rígidas e bastante claras, no plano da etiqueta,
as orientações destinadas a facilitar e organizar o convívio entre as pessoas são mais
sutis e menos estritas. Dependem de uma dose generosa de boa educação, empatia,
percepção e, principalmente, respeito ao outro. Nem sempre haverá um “certo” ou
“errado” absoluto e definitivo. Os comportamentos recomendados e considerados
adequados podem variar no tempo e no espaço.
11
4 COMO SURGIRAM OS EVENTOS? BREVE HISTÓRICO
Além da questão do cerimonial, do protocolo e da etiqueta, nesta disciplina,
também iremos discorrer sobre os eventos, de modo a compreender como esta temática
se relaciona com elementos previamente elencados. Nos próximos tópicos, você vai
entender as características e particularidades de cada tipo de evento, quais aspectos
precisam ser considerados na organização dos eventos e como colocar em prática as
diretrizes do cerimonial e do protocolo na ocasião de realização de um evento.
Para isto, vamos tomar como base a obra de Matias (2013). Esta autora identificou
três grandes momentos no que se refere à evolução histórica dos eventos.
Inicialmente, ela aponta para a relevância dos Jogos Olímpicos – ainda durante a
Idade Antiga – como marco relevante da história dos eventos. Em seguida, ela comenta
sobre a importância dos conclaves, representações teatrais e feiras comerciais,
empreendidos durante o período da Idade Média como pontos fundamentais na história
dos eventos. O terceiro período identificado pela autora diz respeito à expansão dos
eventos técnicos e científicos que ocorrem após a Revolução Industrial.
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JOGOS OLÍMPICOS REALIZADOS NA GRÉCIA, DURANTE A IDADE ANTIGA
O sucesso dos Jogos Olímpicos, realizados em Olímpia, fez com que outras
cidades gregas, como Delfos e Corinto, passassem a organizar seus próprios jogos,
concursos e demais atrações.
13
Com o declínio da civilização antiga, surgiu o cristianismo. Os romanos,
incapazes de acabar com o Cristianismo, tentaram buscar apoio no crescente
número de cristãos no Império. Entretanto, nem todos os cristãos viam com bons
olhos o aumento da riqueza e do podes da Igreja.
14
Para o Turismo de Eventos, a Idade Média foi bastante significativa, pois
praticamente plantou as bases para o desenvolvimento desse tipo de turismo.
Foi marcada por uma série de eventos religiosos e comerciais, que causaram o
deslocamento de um grande número de pessoas, como membros do clero,
mercadores e outros.
15
A relevância das feiras comerciais, com o intuito de permitir a negociação de
mercadorias foi um evento importante na história dos eventos. Note que as feiras de
negócios, embora tenham se tornado mais complexas e sofisticadas, permanecem em
cena no plano do turismo de eventos. Por sua vez, a temática religiosa também permanece
em evidência na área de eventos nos dias de hoje. Perante um amplo leque de religiões
que caracterizam o momento atual, os eventos incluem desde palestras e congressos,
além de diversas festividades religiosas, homenageando Padroeiras e outras figuras de fé.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
17
AUTOATIVIDADE
1 Em se tratando da realização de cerimônias, sejam estas de natureza formal ou informal,
observamos que elas podem cumprir distintas funções. Dentre tais funções, é possível
mencionar a chamada função semiológica. Sobre este assunto, assinale a alternativa
INCORRETA:
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é apresentar a você os diferentes tipos de eventos.
Vamos explicar as diferenças entre as cerimônias públicas e as privadas e apontaremos
as principais características de cada uma delas. Você também vai aprender que existem
diferentes formas de se classificarem os eventos, dependendo da finalidade que se
tenha em mente.
19
QUADRO 3 – DEFINIÇÃO DE EVENTOS
Evento significa...
Por outro lado, segue em curso eventos que se caracterizam por um rigor maior
a normas e aspectos tradicionalmente acordados, tais como são as cerimônias de posse
do governo, a realização de um simpósio acadêmico, a cerimônia de abertura de uma
olímpiada ou a realização de um casamento (caso os noivos optem em seguir o rito
tradicional), apenas para ilustrar.
Nesse sentido, a ideia deste tópico é situar o acadêmico dentro deste amplo
espectro da área de eventos. Tenha em mente que as definições que serão apresentadas
aqui visam balizar o seu posicionamento e suas atitudes neste campo profissional. Não
se esqueça, contudo, que este guia será capaz de norteá-lo no seu ambiente profissional,
mas que, em face ao amplo conjunto de particularidades que envolvem este setor
20
profissional, será imprescindível que você desenvolva as habilidades e competências
necessárias para manter-se atualizado e ademais, que você construa a capacidade de
“ler” a entidade, empresa ou organização na qual você irá atuar, atentando-se para as
características específicas do tipo de evento que realizam.
Ademais, a classificação dos eventos poderá ser feita adotando como critério
o modo de acesso ou participação, isto é, diz respeito ao acesso do público ao evento.
21
QUADRO 6 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O MODO DE ACESSO DO PÚBLICO
Como vimos, no Brasil, a lei que rege o cerimonial formal ou público é o Decreto
nº 70.274, de 9 de março de 1972. Além disso, é possível que cerimoniais formais sejam
organizados com base em “leis/normas” de um clube ou de uma empresa (LUKOWER,
2015). Por sua vez, o cerimonial social refere-se à organização dos eventos que não são
regidos por uma legislação específica e escrita,
22
Em eventos oficiais, temos basicamente a seguinte ordem de
solenidade:
1. Composição da mesa de honra.
2. Apresentação de homenageados e outros.
3. Execução do Hino Nacional.
4. Abertura pelo presidente da mesa.
5. Discursos por precedência (o mais importante fala por último).
6. Encerramento da solenidade pelo presidente da mesa.
Como você pode notar, existe uma ampla gama de eventos que podem ou
não obedecer há um cerimonial formal. Vamos examinar agora algumas tipologias de
eventos (Quadro 7).
EVENTOS SOCIAIS
São eventos sem caráter comercial, promovidos por empresas ou por pessoas físicas.
Podem ser casamentos, batizados, noivados, festas de debutantes etc. Esses eventos
são geralmente iniciados com uma cerimônia religiosa e seguidos de recepção, que
pode ser almoço, jantar, coquetel ou, no caso dos casamentos, bolo e champagne.
As empresas ou entidades de classe promovem eventos sociais com o intuito de
confraternização, logo encontraremos esse tipo de evento em todos os segmentos e
atividades. É comum estarem incluídos na programação de congressos ou feiras.
EVENTOS PROFISSIONAIS
São eventos de caráter comercial que podem visar ao lucro ou não. Promovidos
por empresas ou entidades, trabalham principalmente a imagem da empresa ou
instituição. São as convenções, feiras e mostras, entre outros. A abertura dos trabalhos
ou do evento propriamente dito é feita pelos organizadores ou por um mestre de
cerimônia. Quando há convidados especiais, é necessário que se organize uma mesa
de honra, obedecendo uma ordem de precedência pela importância dos participantes
e, se forem autoridades representativas de governos ou clero, é preciso consultar a
Ordem Geral de Precedência, em que prevalece a precedência Federal, de acordo com
o Decreto nº 70.274.
EVENTOS MISTOS
São eventos que possuem tanto um caráter comercial ou institucional como um caráter
social, como, por exemplo, uma confraternização após uma convenção, que pode ser um
almoço ou jantar, ou então um coquetel de boas-vindas a um congresso, ou mesmo um
jantar em comemoração a uma inauguração de fábrica. Podemos observar que na prática
os eventos são, em sua maioria, mistos. Para esclarecer a recepção que segue o evento, ela
sempre deve estar mencionada no convite ou programa do evento.
Pode ser considerado também um evento misto aquele promovido por empresas ou
entidades de classe, clubes com participação na promoção do referido evento com apoio
ou patrocínio de algum nível do governo, tendo alguma autoridade presente.
23
EVENTO TÉCNICO-CIENTÍFICOS
Consideramos eventos artísticos todos os tipos de shows, assim como o teatro, sendo
este último um tipo de evento que pode catalogado como artístico ou cultural.
EVENTOS CULTURAIS
EVENTOS RELIGIOSOS
São eventos totalmente ligados à liturgia religiosa. Pode até haver uma parte do evento
que seja social, porém o motivo maior será sempre o caráter religioso.
FONTE: A autora
3 TIPOLOGIA DE EVENTOS
Agora que você compreendeu as formas de classificação dos eventos, vamos
examinar com mais detalhes as diferentes terminologias empregadas para denominar
cada um deles. Cada uma das formas de denominação visa realçar algumas das
características que mais se destacam na ocasião de realização dos eventos. Acompanhe
a relação dos tipos mais comuns de eventos.
3.1 ASSEMBLEIA
“Reunião da qual participam delegações representantes de grupos, estados,
países etc. Sua principal característica é debater assuntos de grande interesse de
grupos, classes profissionais, países, regiões ou estados” (MATIAS, 2013, p. 108).
Neste tipo de evento, os trabalhos desenvolvidos costumam apresentar algumas
particularidades, a saber: as delegações são colocadas em lugares preestabelecidos, as
24
conclusões são apresentadas e votadas em plenário e posteriormente transformadas
em recomendações da assembleia; e, além disso, apenas as delegações oficiais têm
direito a voto, mas isso não impede a inscrição de participantes interessados no assunto,
desde que estejam na condição de ouvintes (MATIAS, 2013).
3.2 BRUNCH
Este tipo de evento surgiu nos Estados Unidos e passou a ser realizado no período
recente no Brasil, sobretudo, em hotéis com foco em lazer (alguns estabelecimentos os
realizam domingos, à beira da piscina). O brunch costuma ser servido entre às 10h30/11h e se
estende até, aproximadamente, às 15h30 (os horários variam conforme cada estabelecimento.
Trata-se uma “mistura” de café da manhã com almoço. Em um brunch, são servidos de
forma equilibrada doces, salgados, sucos e bebidas alcoólicas leves. A origem da palavra
brunch vem da junção de breakfast (café da manhã) e lunch (almoço) (MATIAS, 2013).
3.3 CONCLAVE
“Evento de cunho religioso, no qual acontece a reunião de cardeais para eleição
do Papa; também pode haver discussões de ordem ética e moral, cujas conclusões
serão adotadas por toda a Igreja Católica” (YANES, 2014, p. 23).
3.4 CONFERÊNCIA
Segundo Yanes (2014, p. 23):
25
geralmente científico ou técnico. Visa um público específico que
demonstra familiaridade com o assunto abordado. [...] de modo geral,
em conferências se faz necessária a formação de mesa diretora,
além de um presidente que fará a coordenação dos trabalhos.
3.5 CONGRESSO
De acordo com Yanes (2014, p. 24), este tipo de evento caracteriza-se por serem
“reuniões promovidas por entidades associativas que visam debater assuntos que
interessam a um determinado ramo profissional”. O principal objetivo de um congresso é
apresentar e debater temas atuais e de interesse de determinado público. Por exemplo,
realizam-se congressos nas áreas de saúde (em cada uma de suas especialidades), do
direito, do agronegócio e assim por diante.
Sobre este tipo de evento, Cesca (2015, p. 27) explica que: “é realizado em
vários dias, com a inclusão de outros encontros dentre deste. Constitui-se num evento
de grande porte, que engloba, inclusive, atividades sociais para os participantes”.
O congresso é um evento “robusto”, por assim dizer, e é possível que os trabalhos a
serem realizados sejam divididos em outros tipos de eventos, como mesas-redondas,
painéis, mostras, grupos de trabalho, oficinas e assim por diante. Veja o exemplo que
selecionamos para você. No quadro a seguir, expõem-se a programação do XXIX
Congresso Brasileiro de Turismo que ocorreu no ano de 2019. Observe na programação
ela contempla diferentes tipos de atividades.
8h Credenciamento
9h – 10h Solenidade de Abertura
Talk Show
Políticas públicas para o Turismo e o Compromisso com a Agenda
2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
10h – 11h30 Participantes:
Prof. Dr. Mario Beni
Turº Bel. Ítalo Mendes
Dr. Márcio Favila
VI Prêmio ABBTUR 2019 Mérito & Talento
11h30 – 13h
Destino Patrono 2019 Cabedelo/Paraíba - Turª Bel. Vera Simões
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13h – 14h30 Intervalo
Eixo: TURISMO X SAÚDE E SOCIEDADE
Painel: O Turismo que transforma - Saúde e Bem Estar
Moderadora:
Turª Bel. Drª Marlene Matias
Psicologia do Lazer - viagem como necessidade básica humana
Palestrante:
Rogério Giannini / Presidente do CFP - Conselho Federal de Psicologia
Alertas sanitários internacionais para viajantes ( CDC e OMS ) e sua
14h30 – 16h
utilização como ferramenta de planejamento.
Palestrante:
Turº Bel.Dr.Dennis Minoro Fujita/IFSP e Instituto de Medicina
Tropical/USP
"Turismo, Saúde e Desenvolvimento Social"
Palestrante:
Angela Ostritz/FIOCRUZ-CE
Painel: Destinos Turísticos: Acessibilidade para Quem?
Moderadora: Turª Bel.Ellen Carvalho - UFSE / Presidente ABBTUR
Seccional Sergipe
"Gorda, sim! De biquíni, também! As consumidoras de destinos de sol
e praia sob uma nova perspectiva."
Palestrante:
Turª Bel. Marcela Lidianny / UFPE
Inclusão, Acessibilidade e Preconceito nos Destinos Turísticos
Palestrante:
16h – 17h30
Cristiane Fornazieri / Casa do Braile Sinalização Visual e Tátil
Turismo como direito cidadão na Melhor Idade
Palestrante:
Tânia Gurgel - Presidente ABCMI-CE
As Estâncias e municípios turísticos estão preparados para receber
todas as pessoas?
Palestrante:
Turº Bel. Edson Rodrigo - Prefeito Monte Alegre do Sul- SP e
Presidente da Associação das Estâncias Turísticas de São Paulo
I CBTuris
I CONGRESSO BRASILEIRO DE TURISMÓLOGOS E PROFISSIONAIS DO
TURISMO
Quadro Político Institucional da construção da profissão de Turismólogo
Quem é o Turismólogo? Quatro décadas de avanços e retrocessos
Palestrantes:
17h30 – 20h
Turº Bel.Elzário Júnior
Turª Bel.Tânia Guimarães Omena
Turª Bel.DrªMaria José Giaretta
27
Eixo: PATRIMÔNIO X TURISMO
28
Painel: Políticas Públicas no Turismo: Exigências e procedimentos
Moderadora: Turª Bel. Vera Simões
Políticas Públicas de Turismo na Área Ambiental
Palestrante:
Turª Bel. Manuela Tambellini - INEA/RJ- Instituto Estadual do
Ambiente - Gerente de Visitação, Negócios e Sustentabilidade. da
Diretoria de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas
Governança regional de turismo: da constituição aos resultados.
Palestrante:
Turº Bel. Dr. Calidon Costa
O Turismólogo na construção de políticas públicas nos municípios
Palestrante:
16h – 18h30
Turª Bel. Marta Feitosa / CNM-Confederação Nacional dos Municípios
Metodologia para mensuração de desenvolvimento turístico dos
municípios capixabas
Palestrante:
Turº Bel. Luciano dos Santos Andrade / SETUR-ES
A Importância e a atribuição das Instâncias de Governança Regional
Palestrante:
Tur° Bel. Rosana Lima / ABBTUR Seccional Ceará
Programa Nosso Centro
Palestrante:
Turº Tecº Hugo Veiga / Secretário Adjunto de Turismo do Estado do
Maranhão
Encontro do Fórum Nacional de Cursos de Hotelaria, Lazer e Desporto,
Eventos, Gastronomia e Turismo
Moderadoras:
Turª Bel. Drª Silvia Cabral / UNIVALI
18h30 – 22h
Turª Bel. Drª Teresa Catramby / UFRRJ
Educação Superior em Turismo, Mercado e Desenvolvimento.
Palestrante:
Marcos Pompeu - Sistema Fecomercio/Senac.
FONTE: Adaptado de <http://www.abbtur.org.br/cbturis2019/>. Acesso em: 8 maio 2020.
29
NOTA
Anais...
Os anais de eventos ou proceedings são a reunião de todos os conhecimentos produzido
por um evento. Seja esse evento um congresso ou uma semana acadêmica, os formatos
de publicação variam de trabalhos completos a resumos. Para que os trabalhos sejam
incluídos nessa publicação, eles devem anteriormente terem sido aprovados pela comissão
avaliadora do evento.
[...]
Anais de eventos ou, em inglês, conference proceedings são documentos que compilam
todo o conteúdo gerado por um evento. Isto é, todos os resumos, trabalhos apresentados,
palestras e conferências, ou seja, os anais reúnem todo conhecimento científico que foi
debatido, produzido e apresentado em um evento. O documento inclui, além dos trabalhos,
os nomes de vários autores, avaliadores e participantes que contribuíram de alguma forma
com o conteúdo daquele evento.
3.6 CONVENÇÃO
Segundo Matias (2013, p. 110), este tipo de evento caracteriza-se por ser uma:
30
3.7 COQUETEL
Os coquetéis são realizados com a finalidade de comemorar alguma data ou
acontecimento e, na sua realização, são servidas bebidas e canapés aos convidados.
Caracteriza-se por ser um evento de curta duração e a orientação geral é que esse tipo
de evento não se estenda por mais de uma hora e meia (MATIAS, 2013). Para reforçar
a relevância da questão de limitar o tempo de duração de tais eventos, Carvalho (1987
apud MATIAS, 2013, p. 110) reforça que “o coquetel se caracteriza pelos 4S”: um para
surgir, um para saudar, um para sorrir e o último para sumir.
3.8 ENCONTRO
“Reunião de pessoas de uma categoria para debater sobre temas antagônicos,
apresentados por representantes de grupos participantes, necessitando de coordenador
para resumir e apresentar as conclusões dos diversos grupos” (MATIAS, 2013, p. 11).
3.9 FEIRA
Andrade (2013, p. 118) explica que a feira é um:
31
3.10 FÓRUM
Segundo Andrade (2007, p. 119), o fórum caracteriza-se pela “discussão de um
determinado assunto, reunindo representantes de múltiplas entidades, associações e/
ou indivíduos)”.
3.11 JORNADA
“Encontro de grupos profissionais, de âmbito regional, para discutir
periodicamente assuntos de interesse do grupo. É promovido por entidades de classe,
com duração de vários dias. As conclusões podem servir de diretriz para a classe”
(CESCA, 2015, p. 29).
3.12 MESA-REDONDA
“Os expositores ficam sob a coordenação de um moderador, com tempo limitado
para a exposição, e posterior debate. A plateia pode encaminhar perguntas à mesa”
(CESCA, 2015, p. 26).
3.13 MOSTRA
“É pequena, circulante e visa somente divulgar. É a única forma de expor
que circula, isto é, pode ser vista em vários locais, com a mesma forma e conteúdo”
(CESCA, 2015, p. 25). Para a realização deste tipo de evento, faz-se necessário negociar
a utilização de determinado espaço físico, montar e decorar um estande ou estrutura
similar. Parte relevante do esforço de organização consiste em produzir material de
divulgação. Usualmente, contratam-se recepcionistas que deverão ser devidamente
instruídas para auxiliar na tarefa de boas-vindas aos convidados. Ademais, recomenda-
se que se criem condições para oferecer coquetel, realizar apresentações artísticas,
demonstrações e outras ações que possam colaborar para a atração do público,
proporcionalmente ao porte do evento (CESCA, 2015).
3.14 PAINEL
“É um debate entre os expositores, sob a coordenação de um moderador”
(CESCA, 2015, p. 26). Este tipo de evento permite que sejam apontados vários ângulos
de uma determinada situação ou tema proposto.
32
FIGURA 9 – EXEMPLO DE PAINEL QUE DISCUTIU O EMPODERAMENTO DA MULHER NO MERCADO
DE TRABALHO
3.15 SEMINÁRIO
Este tipo de evento é realizado com frequência na área acadêmica. Com relação
as suas particularidades, realçamos que:
3.16 SIMPÓSIO
“São vários expositores com a presença de um coordenador. O tema geralmente
é científico. Após as apresentações, a plateia participa com perguntas a mesa” (CESCA,
2015, p. 26).
3.17 WORKSHOP
“Exposição ou oficina voltada para a aprendizagem, que tem como objetivo
detalhar, aprofundar um determinado assunto ou um produto por um especialista, que
estimula o participante a transformar a teoria em prática (YANES, 2014, p. 33).
33
FIGURA 10 – EXEMPLO DE WORKSHOP
Nos aproximamos do fim deste tópico. Notou como são diversas as possibilidades
de se classificar um evento? Compreender as diversas tipologias de eventos e as
particularidades de cada uma delas irá ajudar a você a planejar de modo adequado as
atividades, relacionadas ao tipo de cerimonial que convém ser adotado em cada tipo de
evento, conforme iremos vislumbrar ao longo deste livro didático.
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Existem várias formas de se classificar um evento, tais como: pelo tamanho, pela
periodicidade e pela forma de acesso do público.
35
AUTOATIVIDADE
1 Historicamente, as pessoas vêm realizando eventos. Seja por motivos comerciais,
religiosos, de comemoração, entre outros, esta é uma prática que vem ganhando
cada vez mais força na atualidade. Com relação a este fenômeno, avalie as seguintes
asserções e a relação proposta entre elas.
I - O evento, em função dos objetivos fixados, do grande número de pessoas que envolve
e das diversas expectativas e necessidades que estas pessoas apresentam, tornou-se
uma importante atividade econômica e social, que deve ser tratada de forma profissional.
PORQUE
2 Seja por sua finalidade, pelo seu formato, pelo tipo de público que participa ou pela
natureza das atividades que se desenvolve, os eventos podem ser muito distintos
entre si. Uma das formas de diferenciação possível diz respeito ao tamanho. Acerca
desta forma de caracterização dos eventos, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: <https://portal.ifrn.edu.br/servidores/concursos/concursos-2011/concurso-professores-2012-
edital-36-2011/provas-e-gabaritos/questoes-prova-disciplina-eventos>. Acesso em: 8 maio 2020.
36
3 Os eventos apresentam-se, a partir de vários tipos ou modalidades, de acordo com
sua natureza, objetivos, fato gerador, amplitude, local, nível dos participantes, entre
outros. Com relação aos tipos de eventos, analise as afirmativas a seguir:
37
38
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
NOÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos algumas ideias gerais relacionadas ao processo
de planejamento e gestão dos eventos. Você irá aprender que o planejamento, a
organização e a execução de um evento é uma tarefa bastante trabalhosa e requer o
envolvimento de diversos profissionais.
Vamos te mostrar quais caminhos devem ser seguidos entre ter uma ideia ou
uma proposta de um evento até os procedimentos fundamentais para executar o evento
com qualidade e profissionalismo. Como estudamos no tópico anterior, os eventos
podem ter diversas e denominações e particularidades. Contudo, sob o ponto de vista
de sua organização, os eventos partilham vários traços em comum.
2 A CONCEPÇÃO DO EVENTO
Nesta fase inicial de concepção de um evento, a ideia é refletir sobre que tipo de
evento se pretende realizar e isso envolve o levantamento de informações preliminares.
Conforme você estudou, existem diversos tipologias de eventos e eles podem variar
quanto ao tamanho, ao formato, ao público-alvo, a duração e a dinâmica das atividades
que serão realizadas. Neste sentido, é importante que se tenha em mente qual será
a “cara” do evento, isto é, que tipo de evento se pretende realizar e quais são suas
características essenciais.
Matias (2013) faz notar que é neste estágio que devem ser observados aspectos
como: quais são as necessidades do evento; como podem ser elaboradas alternativas
para suprir tais necessidades; compreensão de quais são os objetivos do evento;
levantamento de informações a respeito dos participantes, patrocinadores e de outras
entidades que possam estar envolvidas; clareza sobre quais são os resultados que
se deseja alcançar com e evento; elaboração de uma estimativa de exequibilidade
39
econômica e técnica; apuração do tempo e quais recursos serão necessários para
a realização do evento e, ainda, requer que seja elaborado os contornos (a versão
preliminar) do projeto do evento.
Contribuindo com o assunto, Melo Neto (2012 apud NAKANE, 2017, p. 87)
ressalta que a criatividade é um elemento importante de ser considerado neste estágio.
Acompanhe o comentário exposto a seguir:
NOTA
1.Qual é o conceito do evento?
Tudo começa com o processo criativo de pensar e realizar eventos, que podem ter a
finalidade de entretenimento, envolver um acontecimento importante, marcar momentos
inesquecíveis ou simplesmente ser uma ocasião corporativa. A natureza do evento
determina o seu conceito, visão e entendimento. Para os esportistas, por exemplo, um
evento é um jogo ou uma competição, enquanto para homens de negócio, é a oportunidade
de comercialização de produtos e serviços, além de relacionamento com potenciais clientes.
Já para os artistas, evento é um espetáculo.
2. Qual a percepção que o público deverá ter do evento?
Para muitos, o evento desportivo é um espetáculo, com jogadas brilhantes, atletas incríveis,
além de shows, sorteios e promoções que podem acontecer nos intervalos, como aqueles
promovidos pela associação de basquete profissional dos EUA – NBA (National Basketball
Association). Estes são considerados verdadeiros espetáculos. Atualmente, quando
apreciamos exposições em museus e centros de cultura, podemos perceber a grande
mudança. O público não só admira as obras expostas como tem a possibilidade de assistir
às projeções em vídeos e aos espetáculos culturais realizados nos próprios espaços, bem
como participar de debates, seminários e oficinas sobre o tema. Para complementar
a experiência e relembrá-la, o público tem a possibilidade de comprar souvenirs sobre
a exposição, levando os locais de realização de eventos a repensarem seu modo de
administrar e intensificar a vivência por parte do público, o que acarretará aumento da
percepção, imagem e reputação do acontecimento especial.
3. Quais são os objetivos do evento?
Eventos podem promover entretenimento e lazer, além de informar, educar e conscientizar o
público, que se mobiliza e desenvolve a prática da cidadania. Além disso, eles proporcionam
oportunidades para reviver fatos, comemorar datas históricas, cívicas, religiosas e de tradições.
Pertencem também aos eventos os objetivos de divulgar trabalhos/realizações e promover o
desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da cultura e das artes. Por fim, no caso dos eventos
corporativos, podemos ter como objetivo o lançamento de produtos ou a experimentação
deles, o treinamento da equipe (distribuidores, vendedores etc.), entre outros.
4. Quais são os formatos possíveis para um evento ser construído?
Quanto às formas como os eventos são apresentados, podemos
encontrar uma série delas, e nos dias de hoje, o mercado oferece
até mesmo eventos virtuais, que acontecem na Internet, ou híbridos
(eventos que fundem a experiência presencial com o virtual no mesmo
local). Em uma visão macro, os formatos são os megaeventos e os
eventos de grande porte, médio ou pequeno porte, e pode ser nacional
e internacionais, regionais e locais.
40
5. Quais são as possibilidades de realização do evento?
As possibilidades podem ser funcionais (com foco em uma única área) ou multifuncionais
(reunindo áreas diversas em um mesmo evento), o que varia em função do local (na mesma
localidade ou itinerante), do período, da parceria com outras entidades e com a mídia, do
tipo de público e da sua natureza.
Acadêmico, você notou como é importante ter clareza sobre o que se espera de
um evento na ocasião de sua concepção? É nesta fase que serão apuradas as informações
que servirão como o Norte e o direcionamento para o planejamento do evento.
41
NOTA
Planejamento de eventos
A organização de eventos é trabalhosa e exige grande responsabilidade. Acontece “ao vivo”,
e qualquer falha comprometerá o conceito/imagem da organização para a qual é realizado
e do seu organizador.
Para ter os objetivos plenamente atingidos, é fundamental que se faça um criterioso
planejamento, que envolve: objetivos, públicos, estratégias, recursos, implantação, fatores
condicionantes, acompanhamento e controle, avaliação e orçamento.
OBJETIVOS
Devem ser considerados como gerais e específicos. É o que determina o que se pretende
com o evento, de forma ampla e específica.
PÚBLICOS
É a quem se destina o evento, determinando se externo, interno ou misto, e quem dentro
dessa classificação.
ESTRATÉGIAS
Consiste naquilo que serve de atração para o público de interesse do evento.
RECURSOS
São todos os fatores humanos, materiais e físicos que serão utilizados no evento.
IMPLANTAÇÃO
É a descrição dos procedimentos, desde a aprovação do projeto até o seu término.
FATORES CONDICIONANTES
São fatos, decisões e acontecimentos aos quais o projeto fica condicionado para a sua realização.
ACOMPANHAMENTO E CONTROLE
É a determinação de quem fará a coordenação de todo o processo da organização do evento
e de como ela será feita.
AVALIAÇÃO
É feita após o término do evento em forma de relatório para ser
entregue a quem solicitou a organização. É uma espécie de prestação
de contas.
ORÇAMENTO PREVISTO
Deve ser feito detalhadamente. É dele que virão os recursos
financeiros necessários para o pagamento dos recursos humano e
materiais. Caso se busque patrocínio, apoio ou permuta, deverá ser
dividido em contas para serem negociadas com os interessados.
4 A REALIZAÇÃO DO EVENTO
A execução do evento é o momento em que as ideias previstas na fase de
concepção dos eventos e os encaminhamentos que foram elencados no estágio do
planejamento serão colocadas em práticas. Trata-se de um momento que envolve um
grande conjunto de profissionais e de prestadores de serviços e requer um esforço
importante de coordenação de esforços e uma dose de jogo de cintura para lidar com
eventuais adversidades que possam surgir.
42
Matias (2013) sublinha que durante o transcorrer das atividades do evento,
é importante acompanhar e verificar as diversas áreas que estão envolvidas com a
realização do evento. Ressaltaremos algumas destas áreas que merecem especial:
Por sua vez, Nakane (2017, p. 94) lembra que é preciso prestar atenção ao clima/
atmosfera do evento:
43
Como podemos observar, são diversas as áreas que requerem a atenção e o zelo
dos organizadores do evento. Precisamos lembrar que um evento ocorre mediante a
conjunção de uma série de “detalhes” que, em conjunto e amalgamados, irão contribuir
para que a experiência do participante do evento seja proveitosa e agradável. Por isso,
precisamos nos atentar a cada um destes “pequenos/grandes detalhes”.
Para finalizar esta unidade de estudos, leia o artigo que selecionamos para você
e que sintetiza os principais passos para serem seguidos para a organização e realização
de um evento. Boa leitura!
44
LEITURA
COMPLEMENTAR
EVENTO: DA PROPOSTA AO PLANEJAMENTO
Marisa Canton
45
PROFISSÃO: ORGANIZADOR DE EVENTOS
[...]
O profissional organizador de eventos, para vencer, deve exercitar continuadamente
sua criatividade e inteligência utilizando para elaboração de suas propostas as mais
atuais e modernas estratégias de comunicação e marketing, disponíveis no mercado e
adequadas àquele momento. O profissional de eventos deverá ter uma visão técnica sob
sua organização e global sob o momento de sua atuação. Deverá ter uma equipe de apoio
coesa e eficiente, num organograma adequado – a pessoa certa no lugar certo.
Para os que já atuam no setor, estas colocações são óbvias e rotineiras. A estas
qualidades pessoais, acrescentam-se as de atuação profissional:
Para atingir estas fases, passamos por uma rotina de trabalho, às vezes de final
não conclusivo para nós, prestadores de serviços do setor. O fato de recebermos um
convite para apresentação de uma proposta não nos confirma um contrato. Todavia,
investimos com criatividade e profissionalismo e lutamos para obter bons resultados.
46
meta, já demonstra o ato de criar uma forma de atingir seu objetivo. Podemos considerar
atos criativos a simples escolha de um determinado tipo de evento e sua organização – a
escolha de todos os meios que possibilitarão a realização do evento. Se consideramos um
Evento como um conjunto de atividades destinadas à otimização de ações profissionais
em busca de resultados quantificados e qualificados junto ao público alvo, deverá o
organizador de eventos ser um profissional com suficiente sensibilidade para captar as
alterações do mercado, a fim de atingir o objetivo almejado, sendo capaz de levantar
novas dúvidas, novas possibilidades, olhar velhos problemas sob novos ângulos, ter,
portanto, imaginação criadora.
• o objetivo é submeter propostas que devem ser entendidas, evitando-se que sejam
mal interpretadas pelos mais severos críticos;
• nunca se deve omitir informações importantes, assumindo que seus clientes já a saibam
A omissão pode ser interpretada como falta de conhecimento do prestador de serviços;
• boas propostas não são vencedoras garantidas; no entanto, propostas ruins são
perdedoras certas.
47
Dentro deste contexto, podemos colocar como principais funções de um
administrador:
• organizar a proposta, de uma forma que possa ser rapidamente vista como resposta
clara para todos os requisitos de uma solicitação;
• selecionar material relevante para o objetivo;
• editar um relatório em estilo harmonioso e de fácil entendimento de formato
uniforme e com informações relevantes.
Uma análise de quais propostas devem ser aceitas constitui-se numa das primeiras
etapas do preparo de uma proposta. No caso de uma decisão para fazer e preparar a
proposta, deve-se partir para algo convincente e que dê resultados. Ao se decidir por
prepará-las, os administradores devem reunir-se e considerar as seguintes questões:
• temos capacidade de execução do trabalho para todas as áreas?
• quantos e qual a qualidade dos concorrentes que temos e que enfrentaremos neste
projeto?
• temos um quadro de funcionários disponível e capacidade financeira para atender
o projeto?
• o cliente em perspectiva tem condições ou meios para obter fundos necessários e
cumprir como pagamento do projeto?
• temos condições de trabalhar no projeto considerando sua localização geográfica?
49
O marketing institucional transmite a ideia de associar a empresa a um evento
vencedor existindo uma correlação direta e recíproca entre a qualidade do evento e o
prestígio de quem o patrocina.
50
Uma empresa que deseja perenizar e crescer no seu mercado de atuação deverá
ter seus objetivos e missão claros, o que permita à mesma o conhecimento de onde ela
quer chegar e as estratégias e planejamento necessários para se chegar lá. A empresa
terá que definir qual será sua imagem no mercado. Será ela uma especialista? (Aquela
que busca excelência, dentro da oferta de serviço específico) ou inovadora ou mesmo
aquela que busca a internacionalização.
A busca diferenciada dos serviços com base nos benefícios que estas possam
proporcionar aos vários segmentos de clientes é uma forma de se obter vantagens em
relação à concorrência.
Para que um evento tenha sucesso no mercado, na sua viabilidade total como
investimento eficiente, seja qual for o seu tipo, segmento ou categoria, é necessária
a combinação de uma série de fatores ou variáveis (condicionantes) de comunicação e
mercadológicas, que estarão em sintonia e perfeitamente otimizados, levando-se em
consideração dados do mercado para posterior análise, determinação dos objetivos e
estratégias e execução dos planos de ação. Resumindo os itens importantes referentes a
modos de comunicação, quando da necessidade de obter investimento para algum evento:
• Forneça uma breve história de seu produto/ serviço, o que faz e para que serve.
• Forneça um resumo claro de tarefa que se deseja realizar. Ela é original, diferente,
inovadora, criativa e viável?
• Por que o projeto é necessário?
• Que necessidade o produto/serviço está procurando preencher? • Como a tarefa
será realizada e a quem servirá?
• Por que o produto/ serviço é a instituição certa para levar adiante o projeto? • O
momento é certo para isso?
• Forneça um plano financeiro acurado e com orçamentos razoáveis incluindo
projeções de receitas, período de apoio futuro de um calendário para completar o
projeto proposto.
[...]
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
52
AUTOATIVIDADE
1 A organização e a realização de um evento requerem empenho e dedicação por
parte dos profissionais que desempenham tal tarefa. Neste sentido, uma das etapas
importantes para a organização de um evento consiste na chamada “concepção do
evento”. A respeito dessa etapa, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Durante esta fase, a ideia é refletir sobre que tipo de evento se pretende realizar
e isso envolve o levantamento de informações preliminares.
b) ( ) Neste período, a ênfase recai sobre as tarefas de comunicação e divulgação
institucional.
c) ( ) Neste momento, o mais importante é determinar quais serão as ordens de
apresentação dos membros que irão compor a mesa de autoridades.
d) ( ) Durante esta fase a ideia é entender como os formulários de verificação da
qualidade serão percebidos pelos participantes do evento.
a) ( ) Ela concentra toda a parte operacional do evento, das instalações físicas, dos
materiais para a secretaria, dos equipamentos audiovisuais ou do apoio logístico.
b) ( ) Ela engloba a parte informacional do evento, incluindo as mídias sociais e o
e-mail corporativo dos organizadores.
c) ( ) Ela consiste em recepcionar, acolher e ajudar os participantes do evento nos
ambientes externos ao evento em si.
d) ( ) Ela abarca a comunidade externa, que colabora com as ações de execução do
evento.
53
54
UNIDADE 2 —
ASPECTOS PRÁTICOS DO
CERIMONIAL E DO
PROTOCOLO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ELABORAÇÃO DE ROTEIROS E
COMPOSIÇÃO DE MESAS
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 desta disciplina, expusemos algumas questões conceituais e
históricas atreladas à área de protocolo, cerimonial, eventos e etiqueta, com o intuito
de situar você neste campo disciplinar e oferecer os esclarecimentos conceituais
necessários para você transitar por esta área.
57
É importante que os roteiros de cerimoniais sejam objetivos, para evitar que
a cerimônia fique muito extensa e acabe se tornando desagradável para aqueles que
estão prestigiando o evento. Outra orientação é que a fala do mestre de cerimônias
seja impessoal. Para evitar que os roteiros de locução fiquem excessivamente extensos,
é pertinente atentar-se para o modo como serão feitas as apresentações e como
os currículos das pessoas participantes da mesa de honra serão apresentados. Os
currículos devem ser mencionados de forma resumida.
O nível e o tipo de detalhe das informações que serão compartilhadas irão variar
de acordo com tipo de evento. Por exemplo, em um evento acadêmico será pertinente
mencionar a área de titulação da autoridade/personalidade e a linha de pesquisa em que
atuou. Já no caso de um evento de caráter municipal, poderá ser apropriado mencionar
as secretarias e postos de trabalho que possam ter sido anteriormente ocupados pelo
prefeito da cidade, por exemplo. Se a autoridade em questão tiver alguma relação com as
Forças Armadas, por sua vez, é recorrente que se mencione as principais condecorações e
medalhas recebidas. Tenha em mente que é adequado e respeitoso mencionar a trajetória
profissional ou acadêmica de alguma pessoa que está fazendo parte do evento, contudo,
procure apresentar estes convidados de forma elegante, leve e assertiva.
• Boas-vindas.
• Lembretes.
• Objetivo da cerimônia.
• Composição da mesa de honra.
• Hino Nacional.
• Procedimentos referentes à cerimônia.
• Fala de autoridades.
• Considerações finais.
58
NOTA
Modelo de roteiro para solenidade de abertura de um evento
FONTE: <http://eventos.ifc.edu.br/wp-content/uploads/2015/04/Modelo-de-roteiro-
CERIMONIAL.docx>. Acesso em: 11 maio 2020.
59
A elaboração de um roteiro de cerimonial deve ser feita com zelo e atenção, pois
este roteiro, de certa forma, acaba por “dar o tom inicial” do evento, colaborando ou não
para a percepção de qualidade e de acolhida de um evento. Por se tratar de atividade que
inclui diversas pessoas em sua realização – considerando que outras falas irão compor
a cerimônia como um todo, uma boa dose de jogo de cintura e percepção poderão ser
úteis para procurar alinhar todas os discursos que serão realizados. Às vezes, uma dica
ou orientação, exposta de forma polida e gentil, poderá colaborar com o andamento da
cerimônia.
Colocando de forma bem simples e direta, vamos imaginar uma fala “correta”,
sob o ponto de visto técnico, mas pouco cordial e agradável. “Prezados, chegamos ao
final desta etapa da cerimônia. Cada um de vocês deve se dirigir para a sala onde irá ser
realizado o seu Grupo de Trabalho. Obrigada pela atenção”. Agora, uma outra alternativa
de repassar a mesma informação: “Caros participantes, estamos nos encaminhando
para o final desta cerimônia. Agradecemos às autoridades que aqui discursaram. Para
dar sequência as atividades do evento, pedimos gentilmente que cada um de vocês se
dirija para as salas nas quais irão ocorrer os Grupos de Trabalho, conforme a inscrição
de vocês. Desejamos uma ótima rodada de trabalhos em cada grupo e sintam-se à
vontade em contatar a equipe de cerimonial em caso de dúvidas. Obrigada”.
60
3 ORIENTAÇÕES A RESPEITO DA COMPOSIÇÃO DE MESAS
A composição das chamadas mesas de honra ou mesas dos homenageados
é outro elemento que compõe o cerimonial. Você já deve ter visto uma mesa assim
em algum cerimonial de formatura ou em outro evento mais formal em que havia uma
mesa desta natureza. Embora para os espectadores do evento a observação da mesa
de honra possa parecer algo simples e corriqueiro, a montagem de uma mesa deste tipo
requer cuidado e observância de algumas regras protocolares.
De modo geral, uma das primeiras dúvidas que surgem é: quem deverá ser
colocado nesta mesa? Em seguida, temos outra indagação recorrente: onde acomodar
cada membro da mesa? Quem fica perto de quem? Temos, ainda, algumas questões
acerca da estética da mesa: que tipo de arranjo devemos colocar? Nossa intenção aqui
é apresentar os principais pontos concernentes à organização da mesa de honra.
61
Em se tratando da mesa de honra, Yanes (2014) explica que a escolha dos
membros que irão compor a mesa de acordo e a disposição destes deve ser feita
conforme ordem de precedência e com base nas informações anteriormente recebidas
por parte da empresa/entidade que está organizando o evento. Esta atividade exige
muita atenção, flexibilidade e habilidade de um cerimonialista, para assegurar que não
ocorram erros na composição da mesa de honra e permitir que sejam realizados ajustes
no caso de alguma mudança repentina.
De modo geral, as pessoas que compõem este tipo de mesa são: o anfitrião, os
homenageados e as autoridades convidadas. Segundo Yanes (2014), um dos desafios
que surgem na ocasião de organização da mesa de honra, é a necessidade de lidar
com possíveis mudanças com relação aos convidados, pois, pode ocorrer que mesmo
autoridades que tenham confirmado sua presença venham a faltar. Pode ocorrer
também de autoridades que não tenham confirmado sua presença acabem chegando
ao evento e podem demandar que o cerimonialista rearranje os lugares da mesa. Outra
situação delicada para se tratar em evento, são os atrasos por parte das autoridades.
Como proceder em uma situação como esta?
DICA
Atraso de autoridades
Apesar de ocorrerem com frequência, atrasos demonstram falta de organização – e nem
sempre a culpa é do pessoal de cerimonial. Pode ser atraso de alguma autoridade, trânsito,
avião, enfim, são vários os motivos que podem causar atraso no início das atividades.
No entanto, infelizmente, a visão negativa será atribuída ao pessoal da organização –
qualquer atraso prejudica a imagem do evento. O cerimonial organizador do evento
deve comunicar-se com as autoridades antes da data do evento, para elucidar dúvidas,
(re)confirmar presença e necessidades – essas confirmações auxiliam na elaboração do
roteiro de locução. É importante que o pessoal do cerimonial tenha acesso rápido (agenda
personalizada) a qualquer autoridade ou assessor no caso de atraso.
No caso de atraso de autoridade de primeiro escalão, o evento não começará, e o anfitrião
e os convidados devem aguardar sua chegada. Se o atraso for de um dos integrantes da
Mesa Diretora ou de personalidade, o protocolo recomenda que a solenidade comece
após a espera de, no máximo, 30 minutos. Se a autoridade chegar antes do término
da composição da mesa, ocupa outra posição que não a prevista
originalmente. Caso o evento esteja mais próximo do final, o retardatário
será anunciado e ocupará as primeiras fileiras do plenário. Se for em um
banquete, ele ocupará outra mesa que não a principal.
FONTE: YANES, Adriana Figueiredo. Cerimonial, protocolo e etiqueta
em eventos. São Paulo: Saraiva Educação SA, 2014.
62
Vamos examinar agora como ocorre a composição de uma mesa de honra. Caso
o número de pessoas que serão acomodadas na mesa seja ímpar, será respeitada a
seguinte ordem (MATIAS, 2014).
Outra possível situação para compor uma mesa de honra, é aquela em que o
número de convidados para serem acomodados seja par. Neste caso, procede-se da
seguinte maneira:
63
Para ajudar a organizar a mesa de honra de um evento, os profissionais de
eventos utilizam alguns recursos para facilitar a organização, merecendo destaque o uso
de etiquetas e a colocação de prismas sob a mesa. Outro recurso usado é a colocação
de etiquetas nas cadeiras identificando o nome das autoridades.
Yanes (2014) lembra que, mesmo que os lugares da mesa já estejam marcados
e organizados, a composição da mesa pode mudar até o último instante antes do início
da solenidade. A este respeito, a autora orienta:
65
Tem noivos entrando de moto no salão da festa, recém-casados dançando tango
no lugar da valsa, noivas optando por vestidos curtos em detrimento dos tradicionais
longos, vemos cachorrinhos levando alianças na igreja, festas de casamento com
feições de festas badaladas e diversos outros exemplos que retratam as transformações
em curso.
Ainda existem, contudo, noivos que optam por um perfil de celebração e de festa
que seguem os ritos tradicionais do casamento. Há várias pessoas interessadas em
preservar os costumes e práticas convencionais relacionados a esta celebração. Neste
sentido, enquanto profissionais da área de eventos, é importante que você conheça
algumas destas tradições e costumes.
NOTA
Sugestões e orientações sobre como organizar a mesa de
convidados em um casamento
66
1. Mesas
Busquem saber com o responsável do espaço escolhido ou com a empresa que irá fornecer
as mesas de aluguel de que tipo elas são: quadradas, redondas, retangulares ou de formato
especial. Muito importante também é saber o seu tamanho (a medida correta) e quantos
convidados podem se sentar em cada uma delas.
Primeiro devem decidir se terão uma "mesa presidencial", onde sentarão apenas vocês, os
noivos, ou uma mesa compartilhada. Se optarem por sentar-se com outros convidados,
nesta mesa deverá estar a família direta do casal, pais e irmãos ou padrinhos, sempre
dependendo do tamanho das mesas.
3. Planilhas
As planilhas são grandes aliadas na tarefa de organizar a festa de casamento. Assim, para
organizar os lugares que seus convidados ocuparão, a primeira coisa é fazer uma planilha,
colocando o nome da família e o número de pessoas que a acompanham, isso os ajudará
bastante na distribuição.
67
4. Distribuição dos convidados
5. Convidados sozinhos
É muito provável que haja convidados que não pertençam a nenhum dos grupos. Ao invés
de colocar todos esses convidados que irão sozinhos em uma mesa, aloque-os na mesa de
outros grupos, com os quais também possuem afinidades. A conversa fluirá muito melhor
e vocês evitam que este convidado se sinta na “mesa de sobras”.
FONTE: <https://www.casamentos.com.br/artigos/conselhos-para-organizar-as-mesas-da-
recepcao--c2506>. Acesso em: 11 maio 2020.
68
Na Unidade 3 desta disciplina, iremos discorrer mais detalhadamente sobre
as regras de etiqueta. Entretanto, neste momento, aproveitamos para ressaltar que se
em um evento social os anfitriões optarem por usar o sistema de mesas com lugares
marcados, será considerando um comportamento deselegante e inadequado o não
respeito a este critério previamente estabelecido. Moellwald (2014, p. 98), ao tratar deste
assunto, comenta que:
Chegamos ao final deste tópico. Dentre os aspectos práticos que fazem parte
do planejamento e da execução do cerimonial, enfocamos até aqui os cuidados que
devem ser seguidos na elaboração dos roteiros de locução e mostramos algumas
dicas sobre como elaborá-los. Também aprendemos como organizar e proceder na
composição de mesas de honra em eventos em que requerem um cerimonial formal
ou social. Examinamos ainda algumas dicas sobre como acomodar apropriadamente os
convidados em uma festa de casamento. No próximo tópico, aprenderemos sobre como
apresentar e lidar com os símbolos nacionais nos eventos.
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O nível e o tipo de detalhe das informações que serão compartilhadas irão variar de
acordo com tipo de evento.
• A escolha dos membros que irão compor a mesa de acordo e a disposição destes
deve ser feita de acordo com a ordem de precedência e com base nas informações
anteriormente recebidas por parte da empresa/entidade que está organizando
o evento. Esta atividade exige muita atenção, flexibilidade e habilidade de um
cerimonialista, para assegurar que não ocorram erros na composição da mesa de
honra e permitir que sejam realizados ajustes no caso de alguma mudança repentina.
70
• Para ajudar a organizar a mesa de honra de um evento, os profissionais de eventos
utilizam alguns recursos para facilitar a organização, merecendo destaque o uso de
etiquetas e a colocação de prismas sob a mesa.
• O arranjo na mesa de honra deve ser usado como uma discreta ornamentação e
nunca em tamanho e altura exagerados que tirem o foco do público.
71
AUTOATIVIDADE
1 Para garantir que o evento ocorra de modo adequado e com qualidade, é importante
que a equipe responsável pelo cerimonial desenvolva um roteiro de cerimonial
apropriado. Acerca deste instrumento que colabora com a organização dos eventos,
assinale a alternativa INCORRETA:
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SÍMBOLOS NACIONAIS E DISPOSIÇÃO DAS
BANDEIRAS
1 INTRODUÇÃO
Os símbolos nacionais são elementos que representam a pátria. Os quatro
símbolos nacionais do nosso país são o Hino Nacional, o Selo Nacional, a Bandeira
Nacional e as Armas Nacionais. Como você já deve ter notado, alguns destes símbolos
são usados em eventos, tal como ocorre com a execução do Hino Nacional antes dos
jogos da seleção brasileira ou como se observa a disposição das bandeiras na abertura
dos jogos olímpicos, para exemplificar.
2 SÍMBOLOS NACIONAIS
Um símbolo só tem legitimidade enquanto sua forma e conteúdo são
integralmente respeitados. Assim, qualquer alteração arbitrária ou leviana dos elementos
formais – como figura, cor, movimento e som – compromete seu significado e reduz sua
capacidade de representação cabal. A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão de
Armas da República e o Selo Nacional são símbolos que representam nossa Pátria.
“Estes símbolos têm a forma, a apresentação e o uso regulamentados por lei para
que seus elementos formais sejam preservados e não se adulterem ou descaracterizem
na execução ou no trato” (LUZ, 2005, p. 17).
73
Os símbolos nacionais são manifestações gráficas e musicais de
relevante valor histórico que, derivadas da cultura de um país,
representam sua identidade e soberania por meio de cores, figuras e
sons que personificam, de forma inequívoca, a nação em solenidades,
documentos, eventos e localidades oficiais, dentro e fora de seu
território (IBGE, 2019, s.p.).
Para homenagear este símbolo nacional, foi criado uma data em tributo ao Hino
Nacional. Acompanhe a explicação a seguir:
IMPORTANTE
DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO
74
O Hino Nacional Brasileiro é um dos símbolos da República Federativa do Brasil, que é
comemorado no dia 13 de abril.
A escolha dessa data deve-se ao fato de que, na noite do dia 13 de abril de 1831, a música
do nosso hino foi tocada pela primeira vez no Teatro São Pedro de Alcântara, na cidade do
Rio de Janeiro. Até abril de 1831, o hino considerado “nacional” era o Hino da Independência,
composto pelo próprio imperador D. Pedro I.
O criador da música do hino, parte instrumental, foi o maestro Francisco Manuel da Silva
(1795-1865), que era cofundador do Instituto Nacional de Música e da Imperial Academia
de Música. A música e letra foram criadas logo após que D. Pedro I abdicou do trono para
o seu filho, no dia 7 de abril de 1831. Francisco Manuel era partidário do imperador e
procurou criar um hino para saudar o futuro do novo imperador. A primeira versão da letra,
escrita por Ovídio Saraiva, evidenciava bem esse contexto:
Em 1909, a nova letra foi eleita em um concurso criado para esta finalidade, escrita por
Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927). O Hino Nacional Brasileiro se tornou oficial
em 1922, durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil.
75
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo Dos filhos deste solo
És mãe gentil, És mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!
Vamos examinar agora um outro detalhe com relação ao Hino Nacional. Uma das
dúvidas que podem surgir na ocasião de realização de um evento é se é adequado ou não
aplaudir o hino. Acompanhe a orientação de Moellwald (2014, p. 142) acerca do assunto:
DICA
Confira dicas com relação à execução do Hino Nacional, acessando o link a
seguir: https://www.youtube.com/watch?v=czGhVIU1k70.
Dorta (2015, p. 154) orienta que as Armas Nacionais devem ser usadas nos
seguintes locais:
77
2.4 BANDEIRA NACIONAL
A Bandeira Nacional é um dos símbolos nacionais mais conhecidos e utilizados.
Com relação aos aspectos que caracterizam este símbolo, Dorta (2015, p. 155) observa que:
Como você já deve ter notado, a Bandeira Nacional pode ser usada em várias
ocasiões, sejam estas de caráter público ou particular. Todavia, seu uso é condicionado
ao respeito a uma lei específica, que normatiza o uso deste dispositivo. No quadro
a seguir, apresentamos um resumo com as principais orientações a respeito do uso
correto da bandeira.
Bandeira nacional
De acordo com a lei que dispõe sobre o uso dos símbolos nacionais, a seguir
apresentam-se alguns artigos que estabelecem normas de uso da bandeira nacional.
78
Em situações de luto oficial, a Bandeira Nacional deve ser hasteada
até o topo e arriada a meio-mastro, permanecendo assim enquanto
durar o luto decretado. Hasteia-se a Bandeira Nacional em luto
a meio-mastro nas seguintes situações: quando o Presidente da
República decretar luto oficial: em todo o país, todas as bandeiras
são hasteadas a meio-mastro; em caso de luto estadual: somente as
bandeiras daquele estado e seus municípios são hasteados a meio-
mastro; em caso de luto municipal: somente a bandeira daquele
município é hasteada a meio-mastro (DORTA, 2015, p. 155).
A Bandeira Nacional não tem avesso e deve ser comprada em lojas que
tenham certificação do governo. Existem vários tipos de bandeiras
para diferentes finalidades: bandeira, bandeirola, estandarte, flâmula,
lábaro, pavilhão, pendão, entre outras. São 13 tamanhos possíveis de
bandeira: de 0,27m x 0,40 m, até 4,50 m x 6,43 m, e cada tamanho
deve ser adequado ao mastro ou estandarte em que será exibida [...].
79
QUADRO 2 – DESRESPEITO À BANDEIRA NACIONAL
Artigo 33 - Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no país sem que esteja
ao seu lado direito, de igual tamanho e em posição de realce, à Bandeira Nacional,
salvo nas sedes das representações diplomáticas ou consulares.
80
Quando for disposta com as bandeiras de outros países, deve ocupar
o lugar central, ladeada pelas outras bandeiras, que deverão seguir
a ordem alfabética dos países visitantes, pelo idioma do anfitrião.
Assim, se num evento as bandeiras de Brasil, Portugal e Estados
Unidos estiverem num palco, a ordem deverá ser a seguinte: Brasil
no meio, Portugal à direita de quem olha da plateia para o palco e
Estados Unidos à esquerda de quem está sentado na plateia.
NOTA
Posição da Bandeira Nacional em evento
81
a) Com Bandeira Nacional e do Estado: Nacional à direita e Estado à esquerda.
e) Com Bandeira Nacional e de outro País: Nacional à direita e do País visitante à esquerda.
f) Com Bandeiras de outros países: segue a ordem alfabética dos países visitantes, pelo
idioma do país anfitrião. Exceto se for em organismos internacionais, que segue o idioma
oficial.
82
Complementando esta explicação, reforçamos que a ordem de precedência a
ser seguida ao se dispor as bandeiras dos estados, leva em conta qual o estado é o
anfitrião do evento e qual a ordem de fundação histórica do estado, ou seja, “a ordem
de precedência entre os Estados da União e as bandeiras de mais de um estado é
determinada pela ordem de sua constituição histórica, porém a bandeira do estado
onde for hasteada tem precedência sobre as outras (YANES, 2014, p. 91).
Estamos chegando ao final deste tópico. Vimos até aqui muitas regras e cuidados
que devem ser seguidos ao se fazer uso dos símbolos nacionais. Embora, inicialmente, o
excesso de detalhes e de regras possa soar desafiador, aos poucos, você irá se habituar
a tais regras e irá sentir tranquilidade e confiança ao organizar a mesa e planejar a
disposição das bandeiras em um evento. Para finalizar o tópico, apresentamos uma
última dica referente à posição correta da tribuna no palco, considerando a localização
das bandeiras. Confira!
DICA
Qual a posição correta da tribuna no palco?
https://www.youtube.com/watch?v=qqCPpUDsIRQ
83
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Selo Nacional deve ser utilizado para autenticar os atos do governo, o diploma e os
certificados emitidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos.
• A Bandeira Nacional pode ser usada em várias ocasiões, sejam estas de caráter
público ou particular. Todavia, o seu é condicionado ao respeito a uma lei específica,
que normatiza o uso deste dispositivo.
• Em situações de luto oficial, a Bandeira Nacional deve ser hasteada até o topo e
hasteada a meio-mastro.
• A Bandeira Nacional não tem avesso e deve ser comprada em lojas que tenham
certificação do governo.
85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
PRECEDÊNCIAS E ATIVIDADES DO MESTRE DE
CERIMÔNIAS
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 3 desta unidade de estudos, vamos examinar de forma mais detalhada
as regras de precedência e atividades do mestre de cerimônias. As precedências, como
você já está acompanhando ao longo desta disciplina, está relacionada com os critérios
adotados para estabelecer “quem” ou “o quê” vem primeiro e o porquê.
Neste sentido, vamos conhecer diferentes regras e critérios que podem ser
utilizados, tais como fundação histórica, ordem alfabética, entre outros.
87
Em termos conceituais, Moellwald (2014, p. 89) explica que “protocolo ou
precedência são termos que fazem parte do cerimonial e consistem em dar passagem,
primazia, dar entrada, ceder a vez às pessoas mais importantes, mais velhas, mais
nobres etc., em determinado evento”. Por sua vez, Yanes (2014, p. 37) pontua que:
Critério Descrição
88
A utilização das regras de precedências ocorre principalmente em cerimoniais
públicos. De acordo com a ASCOM (2012, p. 28):
Critério/regra Descrição
89
Como vimos no tópico anterior, quando o assunto for a disposição das bandeiras,
o critério a ser seguido é a fundação histórica dos estados e a consideração ao aspecto
sobre qual o estado é o anfitrião. Esta regra é adotada para organizar a precedência
estre os governadores dos estados. A relação completa com a ordem de precedência
dos estados brasileiros é exposta a seguir. Acompanhe:
IMPORTANTE
Precedência entre os governadores dos estados
- Bahia;
- Rio de Janeiro;
- Maranhão;
- Pará;
- Pernambuco;
- São Paulo;
- Minas Gerais;
- Goiás;
- Mato Grosso;
- Rio Grande do Sul;
- Ceará;
- Paraíba;
- Espírito Santo
-Piauí;
- Rio Grande do Norte;
- Santa Catarina;
- Alagoas;
- Sergipe;
- Amazonas;
- Paraná;
- Acre;
- Distrito Federal;
- Amapá;
- Rondônia;
- Roraima;
- Mato Grosso do Sul;
- Tocantins.
90
As ordens de precedência não precisam ser decoradas. É importante que você
conheça e domine os diferentes critérios que podem ser empregados para definir as
precedências em distintas situações e se sinta seguro para organizar o cerimonial. Esse
procedimento poderá ser realizado consultando a lei base que regem o cerimonial,
conforme lhe foi apresentado, além de outros materiais complementares que possam
lhe ajudar neste sentido.
Precedência Critério
91
FIGURA 10 – DICAS A RESPEITO DOS DISCURSOS NOS EVENTOS
92
FIGURA 10 – PRECEDÊNCIAS NO CASAMENTO
93
NOTA
Você sabe a diferença entre Mestre de Cerimônias e Cerimonialista?
CERIMONIALISTA
O cerimonialista é o profissional responsável por auxiliar na organização e execução
de um evento. Entre suas demandas podem estar apenas as formalidades ou também a
assessoria como um todo, que inclui planejamento, roteiro e coordenação.
No leque de formalidades, um profissional de Relações Públicas desenvolve a elaboração
do roteiro e cerimonial da abertura do evento de acordo com as normas de Protocolo e
Cerimonial (ordem de precedência, ordem de composição de mesa, ordem de chamada
para pronunciamento etc.).
Já na demanda de assessoria, ele é capacitado para coordenar o evento e os fornecedores
envolvidos, por exemplo. Ele também é conhecido como produtor, organizador, atuando
nos bastidores e garantindo o bom andamento do evento.
MESTRE DE CERIMÔNIAS
O Mestre de cerimônias é a pessoa que conduz o evento através de um
cerimonial já elaborado. Sua função é transmitir as informações aos
participantes através de sua fala, com uma boa oratória, conhecimento
dos protocolos, carisma, formalidade e habilidade de improviso. Ele atua
como um elo entre o anfitrião do evento e os convidados anunciando
a programação, explicando possíveis alterações, transmitindo avisos e
apresentando autoridades, palestrantes, realizadores.
Ambas funções são importantes na condução de um evento, cada um
com sua demanda específica.
FONTE: <https://ancoracomunicacao.com.br/news/396-voce-sabe-a-diferenca-
entre-mestre-de-cerimonias-e-cerimonialista.html>. Acesso em: 13 maio 2020.
94
QUADRO 6 – O QUE FAZ UM MESTRE DE CERIMÔNIA
Mestre de cerimônia
Ser discreto; ter voz com tom coloquial; possuir boa leitura e dicção;
ter atitudes simpáticas, porém sérias; ser organizado; saber usar
corretamente o microfone; ter uma postura correta na tribuna;
conhecer as partes que compõem uma solenidade ou cerimônia;
ater-se à pauta, sem promover acréscimo de informações; vestir-se
adequadamente.
NOTA
Algumas dicas adicionais para os profissionais envolvidos com o cerimonial
95
local da mesa de honra, condições e tamanho da mesma, disponibilizar o
espaço das cadeiras, organizar discursos e ordem de precedência, reunir-
se com os profissionais desse local que possam auxiliar no desenvolver
do evento, acesso ao local (medidas de segurança), estacionamento
(tamanho e vagas suficientes), limpeza e higiene, essas informações devem
ser repassadas a todos os envolvidos (segurança, pessoal de alimentos
e bebidas, pessoal da limpeza e decoração etc.), inclusive ao motorista
oficial, para que a autoridade desembarque no local correto. Observar a
organização, o acesso e o layout da sala VIP, se há espaço para todos,
móveis, decoração, iluminação, entre outros. Localizar banheiros, copa
e cozinha (se houver), local e acesso para serviço médico, além de sala
de imprensa, descanso da equipe de cerimonial e outras que se façam
necessárias à realização do evento. Manter secretárias, assessores, chefe
de gabinete informados sobre os detalhes do evento para evitar confusões
e atropelamentos no evento.
Uma questão de grande importância é o policiamento e a segurança. É
necessário ter em mãos a planta do local para determinação de pontos
críticos. Deve ser feito o levantamento de quem vai fazer a segurança,
o esquema utilizado, e informar todos os participantes as medidas de
segurança para que sigam as regras.
96
O que não usar:
Para concluir esta unidade de estudos, indicamos para você a leitura complementar
exposta a seguir, que discorre sobre a relevância do uso adequado da linguagem por parte
do mestre de cerimônia de um evento. Boa leitura!
97
LEITURA
COMPLEMENTAR
A LINGUAGEM DO MESTRE DE CERIMÔNIAS
Marcelo Pinheiro
Resumo
Das diversas formas de linguagem verbal, o Mestre de Cerimônias, por seu
caráter neutro e impessoal, de interlocutor entre palco e plateia, deve adotar a linguagem
referencial, também neutra e impessoal, de modo a permitir sua atuação com vistas à
excelência. Enquanto narrador de fatos; condutor de atos e direcionador de informações,
prima pela verbalização compatível a sua posição no espaço coletivo dos eventos: de
coadjuvante, fazendo cumprir sua missão de guardião do verbo protocolar e solene a
serviço do Cerimonial.
Palavras-Chave
Mestre de Cerimônias. Cerimonial. Linguagem. Língua Portuguesa.
98
É irrefutável atentar que o no Cerimonial a linguagem verbal está para o Mestre de
Cerimônias como a precedência está para o Cerimonial: indissolúvel e interdependente.
A partir dessa função, a atividade ganha voz e se concretiza por meio do verbo que o faz
emissor de uma mensagem. O Mestre de Cerimônias é, senão, o guardião da linguagem
no espaço coletivo dos eventos. Do “Senhoras e Senhores...” ao “Tenham todos uma Boa
Noite. “, tudo é linguagem do Mestre de Cerimônias.
99
• Na abertura, a partir de seu introito ou saudação inicial.
• Na composição da mesa ou dispositivo, quando são convidadas as autoridades
e personalidades que façam jus a tal espaço.
• Nos hinos, e a partir do anúncio de suas execuções.
• No registro de presenças, também chamado de citação de autoridades, presentes
e que não compuseram a mesa ou dispositivo de honra.
• Nos pronunciamentos, anunciando as falas das autoridades e personalidades
que se fizerem necessárias.
• Nos atos, sejam quais forem, habituais nos bojos das solenidades, quer para o
anúncio de uma assinatura de um convênio, quer para o start de uma condecoração,
por exemplo.
• No encerramento, produzindo o fecho de sua atuação e do próprio evento que
conduz.
FONTE: <http://www.unirio.br/unirio/cch/escoladeturismologia/pasta-virtuais-de-docentes/joice-lavandoski/
cerimonial-e-protocolo-de-eventos/textos-complementares/Pinheiro.%20Mestre%20de%20cerimonias.pdf>.
Acesso em: 13 maio 2020.
100
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
101
AUTOATIVIDADE
1 Em um evento, para estabelecer as regras de precedência diversos critérios podem
ser incorporados. Esses critérios podem ser estabelecidos por lei ou podem derivar
da vivência prática e dos costumes. Sobre o critério de precedência que se baseia na
ordem alfabética, assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) Pontualidade.
b) ( ) Boa oratória.
c) ( ) Domínio de fluxo de caixa.
d) ( ) Cordialidade.
102
UNIDADE 3 —
A RELEVÂNCIA DA ETIQUETA
NA ÁREA DE EVENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar e aprender quais posturas físicas são adequadas para os ambientes profissionais;
• identificar os aspectos que colaboram para a construção de uma boa imagem pessoal
e profissional;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
103
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
104
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ETIQUETA SOCIAL E PROFISSIONAL
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é revelar o que é a etiqueta social e identificar como ela
se revela nas situações cotidianas. Vamos lhe mostrar que esta dimensão da etiqueta
envolve uma coleção de habilidades relacionadas ao agir de modo polido nas diferentes
interações sociais.
2 ETIQUETA SOCIAL
Conforme estudamos na Unidade 1, a etiqueta envolve o conjunto de normas,
geralmente tácitas, que regulamentam a vida social e ordenam as regras de convivências.
Quando as regras de etiqueta são respeitadas, os espaços tendem a se tornar mais
harmoniosos e agradáveis.
105
NOTA
Por que estudar etiqueta?
O tema etiqueta provoca resistência em muita gente. Muitas pessoas pensam que estudar
etiqueta é especializar-se em futilidades, em superficialidades. Mas, ao mesmo tempo, quase
todos reconhecem que é justamente a conduta de uma pessoa que lhe abre ou fecha
portas na sociedade. Está posto o dilema. Reconhecemos as regras de etiqueta como uma
necessidade, mas não admitimos que seja necessário aprendê-las.
Isto se deve ao fato de que, muitas vezes, tratamos de temas que
parecem óbvios na busca da boa convivência entre as pessoas. O bom
senso poderia resolver grande parte das dúvidas que aparecem no dia
a dia de qualquer profissional, desde as mais banais, como a escolha
da roupa mais adequadas para cada situação, até os mais difíceis
conflitos éticos. Mas o fato é que o bom senso é um conceito subjetivo,
pessoal. O que é de bom senso para um pode não ser para outro. É
por isso que se faz necessária a sistematização de algumas regras de
convivência em sociedade.
106
Observe que a dimensão tácita é um importante diferenciador da etiqueta em
relação ao protocolo e ao cerimonial. Enquanto as regras de cerimonial e protocolo são
mais rígidas e explícitas, as regras de etiqueta são mais sutis. Ainda assim, elas são
igualmente relevantes. Perceba, por exemplo, que não existe um único tipo de vestimenta
apropriado para o trabalho nos dias de hoje. Contudo, ainda que não exista um Código
da Vestimenta na empresa, o funcionário ou candidato a trabalhar na organização que
prestar atenção ao seu entorno, irá notar que existe uma orientação e certo padrão
entre o modo como os quais seus colegas se apresentam.
Imagine uma outra situação hipotética: você chega para visitar um novo amigo
em sua casa/apartamento pela primeira vez. Ao chegar na porta, observando o gesto
do morador, você terá uma pista se deve ou não tirar os seus calçados ao adentrar
na residência. Etiqueta tem a ver com estar atento, perceber o outro e reparar o que
está acontecendo a sua volta. Além disso, neste segundo exemplo, podemos realçar
que não existe uma “lei” que regulamenta se as visitas à casa de um amigo devem
ser feitas descalças ou não, contudo, as regras de etiqueta nos sinalizam que este
procedimento é bastante comum em alguns países, como no Japão, por exemplo.
Assim, comportamentos elegantes e adequados com as regras de etiqueta resultam da
percepção do espaço de convívio e das pessoas, bem como podem se fortalecer quando
procuramos conhecer os costumes adotados em certos ambientes e circunstâncias.
Iremos lhes dar várias dicas e orientações neste sentido.
“Etiqueta, de fato, nada tem a ver com essa conduta esnobe. Agir de acordo
com a etiqueta não é ostentar uma posição social ou buscar uma imagem de luxo,
mas procurar se harmonizar nos mais diferentes ambientes” (WERNER, 2014). Atitudes
embasadas na etiqueta, sejam estas realizadas no ambiente de trabalho, da família ou
nas interações sociais são regidas por valores como respeito, segurança, transparência
e honestidade. Tais gestos, quando incorporados na rotina do indivíduo, se manifestam
com naturalidade. Não deveria ser nenhuma tormenta ou tremendo esforço respeitar
as regras de etiqueta. Evidentemente, as pessoas sempre possuem aspectos internos
e que podem ser melhorados. Seja por desconhecimento ou por falta de atenção, é
possível que a pessoa perceba que pode aprimorar algum gesto ou atitude sua em seus
espaços de convívios.
107
DICA
Dica de livro
Aproveitamos para recomendar um livro que pode te ajudar a desenvolver
novos hábitos que você tenha interesse em aprimorar, sejam eles pessoais
ou ligados ao trabalho. No link a seguir são apresentados de modo
sintético as principais ideias do livro. Não se trata de uma obra acadêmica,
é uma dica de leitura que poderá complementar os seus estudos e o
seu desenvolvimento pessoal. Acesse no link o resumo animado do
livro O poder do hábito, de Charles Duhigg: https://www.youtube.com/
watch?v=9BtrLf6PfYY.
108
QUADRO 1 – DENOMINAÇÃO DOS TRAJES MASCULINOS SEGUNDO AS REGRAS DE ETIQUETA
Trajes masculinos
109
FIGURA 2 – EXEMPLO DE TRAJE ESPORTE FINO, PASSEIO OU BUSINESS CASUAL
Trajes femininos
110
FIGURA 3 – EXEMPLO TRAJE ESPORTE PARA MULHERES
FIGURA 4 – EXEMPLO TRAJE ESPORTE FINO, PASSEIO, BUSINESS CASUAL OU TENUE DE VILLE FEMININO
111
orientar e sanar as dúvidas. Incertezas com relação ao traje também são frequentes
quando o assunto é casamento. Muitas convidadas ficam em dúvida sobre se precisam
ou não usar longo. Como vimos no quadro, é possível que a convidada vista um traje
passeio completo, mesmo com um vestido curto. Aspectos como sofisticação do tecido,
detalhes e um bom corte colaboram para o visual elegante. Vale lembrar que o termo
curto é normalmente utilizado como oposição ao longo, mas que os vestidos de festa
que procuram conferir um visual elegante distanciam-se dos vestidos curtíssimos, que
são mais indicados para as baladas e eventos de natureza similar.
112
• Guardanapo de pano deve ser colocado no colo. Pendurado ao pescoço, só se o prato
for uma macarronada suculenta.
• O pão deve ser partido à mão, sem o uso de faca para cortar. As saladas de folhas
também não devem ser cortadas – elas devem ser dobradas.
3 ETIQUETA PROFISSIONAL
Nos últimos trinta anos, o mundo passou por muitas transformações em todas
as áreas, incluindo as demandas que as empresas e o mundo do trabalho têm sobre seus
trabalhadores. Hoje, os gestores buscam pessoas que tenham empatia e sensibilidade,
que saibam trabalhar em equipe, resolver conflitos e que sejam gentis.
Em outras palavras, por mais que o seu colega de trabalho possa ser habilidoso
na gestão dos orçamentos dos eventos, por exemplo, em longo prazo, poderá ser difícil
para ele permanecer na equipe se ele tiver como costume fazer fofocas dos colegas, ou
se chegar sempre atrasado nas reuniões internas ou com os seus clientes.
113
Neste sentido, a etiqueta profissional está relacionada a esta dimensão dos
espaços de trabalho, na qual fazem parte aspectos como comunicação, relacionamento
interpessoal, imagem pessoal e ética. Werner (2014, p. 23) ressalta sobre a importância
de incorporar a etiqueta no ambiente corporativo:
114
Seguindo com a ideia da relevância do sentimento de confiança no ambiente
de trabalho, Werner (2014, p. 39) observa que: “conseguir promover um ambiente de
confiança entre as pessoas não é considerado uma das tarefas mais fáceis no local de
trabalho, mas o bom profissional é aquele que consegue fazer com que os colegas se
sintam bem na sua presença”.
Não estamos falando aqui sobre ser “amigos” de todas as pessoas que trabalham
conosco. Como sabemos, o ambiente corporativo nos convida a interagir com um
amplo conjunto de pessoas, muito diversas entre si. Com algumas, imediatamente
reconhecemos afinidades, nos identificamos e acabamos desenvolvendo uma relação
de amizade porque estamos em sintonia. Por sua vez, com outras, logo de imediato,
com base nas nossas percepções e julgamentos, percebemos aspectos que nos
desagradam nas outras pessoas: achamos que determinado colega é inconveniente,
que o fulano é rabugento, que a beltrana é muito extravagante e que ciclano é mal-
humorado. O primeiro lembrete a ser feito é que algumas de nossas percepções
podem estar equivocadas. O segundo ponto a ser ressaltado é que, quer você tenha se
encantado com a sua nova colega de trabalho ou não, você terá que interagir com ela.
Nestas horas, a etiqueta é de grande serventia. Ela colabora com os dois tipos de
situação, observe. Imagine que você esteja trabalhando na organização de um evento
e o seu gestor tenha solicitado que você entregue a ele um reporte com o status de
cada atividade prevista para aquela semana. Agora imagine que um membro da equipe
não tenha cumprido com a tarefa a ele delegada, de elaborar e entregar a lista de todos
os convidados do evento. Mesmo que o envolvido seja um amigo seu, você terá que
apontar o ocorrido para que o novo cronograma das tarefas subsequentes possa ser
ajustado e para que o gestor responsável possa seguir com os encaminhamentos que
julgar pertinente e conversar com o seu subordinado.
115
Não temos a obrigação de gostar de todas as pessoas que trabalham
conosco. Porém, gostando ou não gostando, temos a obrigação
profissional de criar um ambiente de cordialidade e cooperação,
sem incentivar a competitividade exacerbada, que leva as pessoas
a quererem derrubar o outro para poderem crescer. Saber conviver
com as diferenças também é profissionalismo.
Outra atitude bastante visada nos espaços de trabalho e que estabelece relação
com a ideia de etiqueta é a proatividade.
116
Por sua vez, Lukover (2015, p. 66) faz notar que a elegância requerida dos
profissionais de eventos requer que haja descrição em suas atitudes e comportamentos
e pontua:
117
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O que é de bom senso para um pode não ser para outro. É por isso que se faz
necessária a sistematização de algumas regras de convivência em sociedade.
• Etiqueta nada tem a ver com essa conduta esnobe. Agir de acordo com a etiqueta
não é ostentar uma posição social ou buscar uma imagem de luxo, mas procurar se
harmonizar nos mais diferentes ambientes.
• No plano das normas de etiqueta social estão inseridas as denominações dos trajes
indicados para distintas situações. Isto porque, dependendo do tipo de evento, pode
existir uma orientação sobre o traje que deverá ser utilizado.
118
AUTOATIVIDADE
1 O perfil profissional de quem trabalha com eventos é abrangente é reúne diversas
habilidades, competências e atitudes que colaboram para que a qualidade percebida
dos serviços prestados seja elevada. A este respeito, é relevante que os profissionais
conheçam as principais regras de etiqueta social. Assinale a alternativa INCORRETA
referente ao conceito de etiqueta social:
a) ( ) O traje esporte fino inclui tailleur, vestidos e calças compridas de tecido fino,
camisas de seda, sandálias de salto e sapatos de salto.
b) ( ) O traje passeio incompleto inclui vestidos de altura média, camisetas, tops, tênis
e sapatilhas.
c) ( ) O traje esporte inclui calça jeans, lã ou sarja comprida, terninhos, camisetas,
blusas, saias, sandálias baixas, sapatilhas, sapatos e vestidinhos de algodão.
d) ( ) O traje de gala contempla vestidos muito elaborados e de modo geral, bordados,
luvas, estolas e bolsas muito pequenas.
119
120
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
POSTURA ÉTICA E FÍSICA
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é apresentar a relevância da postura ética e da postura
física na área de eventos. Iniciaremos nosso estudo analisando o conceito de ética e
iremos aprender qual a diferença entre a ética e a moral. Posteriormente, será realçado a
relação que se estabelece entre a ética e a etiqueta.
NOTA
O que é ética?
Não é moral (código de conduta imposto de fora para dentro). Quando agimos de maneira
ética, agimos segundo normas que vêm de dentro para fora. Por exemplo: não avançaremos
o farol vermelho porque sabemos que isso é errado, mesmo que não haja nenhum policial
ou radar nos vigiando. A diferença entre uma pessoa ética e outra que só finge ser é que a
primeira tem princípios, ao passo que a segunda só considera errado o que a lei condena.
Segundo Immanuel Kant, somos capazes do que ele chamou de
“aprimoramento ético”, ou seja, de nos tornarmos melhores – o que não
tem nada a ver com sentimentos ditos humanitários ou religiosos, mas
simplesmente com a melhor maneira de se portar e agir de no interesse
do conjunto da sociedade, e não só em proveito próprio ou de uma facção
ou grupo social. Nesse sentido, podemos afirmar que a ética começa no
momento em que somos livres. Enquanto a moral é um código de
121
conduta imposto pela sociedade, a ética forma o conjunto que cada pessoa impõe
ou proíbe a si mesma. Essas leis que fixamos para nós mesmos visam menos satisfazer a
nossos desejos do que respeitar e levar em consideração os direitos dos outros.
Em geral, os estudos sobre ética tratam do bem, enquanto o mal fica relegado às religiões.
Talvez devêssemos nos perguntar se existe um bem e um mal dentro de nós, ou se eles
estão do lado de fora, dominando-nos; se somos responsáveis ou vítimas. Por isso existe
uma parte da filosofia chamada Ética, que trata dessa discussão; ela se ocupa dos princípios
que modificam e orientam o comportamento humano. É uma reflexão sobre o conjunto de
valores e normas de um grupo, comunidade ou sociedade, chamados valores éticos.
A palavra ética vem do grego ethos, sinônimo de caráter. Já moral vem do latim mores,
tradução latina de outro termo grego, ethikos (costumes). Por isso dizem que moral é um
conjunto particular de regras de conduta, que funcionam como norma em uma determinada
sociedade. Daí a importância da Ética como estudo filosófico, pois ela tem o objetivo de
ajudar a estabelecer critérios que permitem julgar se uma ação é boa ou má, e quais são os
motivos e as consequências de um ato.
FONTE: PERES, M. N. Dicionário Básico Escolar de Filosofia. São Paulo: Global, 2013, p. 116.
122
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS QUE CONTRIBUEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
POSTURA PROFISSIONAL ÉTICA
Com relação à dimensão ética na área de eventos, Lukover (2015, p. 66) realça que
o respeito com relação aos recursos financeiros daqueles que estão envolvidos no evento
também precisa ser considerado e comenta que:
123
Neste sentido, é importante se atentar para as escolhas dos endereços de
e-mails, tendo em vista que eles são utilizados para troca de informações de natureza
profissional. A este respeito:
Que credibilidade profissional pode ter uma pessoa que tem como
endereço de e-mail ‘bruxinhaazuk@xxxxxxxx.com.br’, ‘lulucalegal@
xxxxxxx.com.br’ ou ainda ‘gostosao37@xxxxxx.com.br’? Acredite:
endereços de e-mail com palavrões, apelidos ou tentativas de
autoafirmação são tão comuns quanto desaconselháveis. Isso não quer
dizer, é claro, que todos os apelidos são proibidos nos endereços de
e-mail. O que deve imperar é a lei do bom senso (WERNER, 2014, p. 114).
Entrevista
Gloria Kalil diz o que parece chique (mas não é) no trabalho
[...]
“Etiqueta não é aquela coisa de levantar o dedinho, isso não existe mais”, diz
Gloria. “Etiqueta é civilidade, é olhar para si mesmo, mas também olhar para o outro”.
Daí sua definição de etiqueta como diminutivo de “ética” — a atenção ao entorno, para
que a coletividade funcione bem. Envolto em mal-entendidos, o tema frequentemente
pode gerar confusões — e até tentativas frustradas de elegância.
Vamos pensar nas regras do trânsito. Suponha que você more numa rua que
dá mão para a esquerda, mas você precisa ir com seu carro até uma loja à direita do
seu prédio. Seria muito mais fácil pegar o carro e ir para a direita. Mas você pega a
mão da esquerda e dá toda uma volta para chegar ao seu destino. Por que você faz
o que é mais difícil? Para o bom andamento da sua comunidade. Podemos transpor
essa ideia para a etiqueta, como um instrumento de civilidade.
124
No passado, na corte francesa, ela de fato servia para diferenciar classes
sociais. Hoje ela passou a ser uma questão de funcionamento das coisas. E tudo que
não faz mais sentido, que é excessivo, deve ser automaticamente rejeitado, porque
ficou obsoleto. O que eu reivindico é uma etiqueta com sentido.
Sem dúvida. Uma vez fui conversar com um presidente de uma empresa
de cosméticos e ele se atrasou para a nossa reunião. O motivo é que ele estava
entrevistando dez pessoas que sobraram de um grande recrutamento que a
empresa estava fazendo para preencher três cargos. Perguntei quantas pessoas se
apresentaram. Ele disse que haviam sido 7 mil. Sobraram dez.
Hoje, as pessoas se vestem não para mostrar a sua classe social, mas sim a
sua individualidade. Elas expressam as suas personalidades com mais liberdade. Se
você me perguntar: hoje, qual é a saia que está na moda? Eu vou dizer: tem micro,
tem mini, tem pelo joelho, tem longa…qual é o seu estilo? Tudo está na moda. Você
escolhe aquilo que te representa.
125
Até onde vai essa liberdade de escolha em ambientes de trabalho?
Uma pessoa feliz no seu emprego está de acordo com o código de vestimenta
praticado pela empresa. Ela não se sente “violentada” porque tem que colocar um
tailleur se é advogada, por exemplo, porque ela curte aquele universo, aquilo faz sentido
para ela. Se não curte, então talvez ela esteja no lugar errado ou até na profissão errada.
Roupa de trabalho não é a sua roupa social, que você usa para ir para festas,
baladas e casamentos. Também não é igual a sua roupa do lazer, que você escolhe para
ir ao barzinho, ao clube etc. É preciso existir um guarda-roupa apenas para o trabalho.
Um detalhe é que ele também não pode ser fashion. Veja o exemplo da
Renata Vasconcellos (a jornalista da Globo apresentou uma chamada do “Jornal
Nacional” usando uma espécie de roupão, o que causou alvoroço nas redes sociais).
Se ela usasse aquele robe numa festa fashionista, seria normal, haveria pelo menos
três, quatro pessoas iguais a ela. Mas roupa de trabalho é diferente daquilo que você
usa numa festa, não pode ser a última moda. A Renata “causou” porque estava num
contexto de trabalho formal com uma roupa fashion. Virou meme de internet.
De fato, ficou tudo muito mais complexo. Não adianta a pessoa aparecer toda
bem-vestida no trabalho se está pelada no Facebook. A saída é usar as redes sociais
sabendo que você está fornecendo informação aos seus amigos, mas também aos
seus chefes, colegas e pessoas que você não conhece tão bem.
Tenha a consciência de que qualquer imagem sua, qualquer roupa sua, qualquer
frase sua, tudo vai chegar ao mundo. E toda informação tem consequência. Se você
acha que aquela publicação pode ser prejudicial para a sua carreira, guarde para você.
[...]
126
Em espaços de coworking e escritórios sem paredes, a convivência
com outros profissionais é intensa. Qual é a regra de ouro para ser elegante
em ambientes compartilhados?
Por mais que os ambientes de trabalho tenham mudado e hoje existam todos
esses espaços alternativos, os contatos humanos continuam sendo os mesmos.
Trabalhar junto depende de civilidade. Você precisa ser educado, limpar o que suja,
respeitar o espaço do seu colega, ser organizado, enfim, você precisa olhar para o outro.
Quem pensa na etiqueta como algo ligado à vaidade está pensando numa
etiqueta francesa, aquela coisa de levantar o dedinho. Isso não existe mais. Etiqueta é
civilidade, é olhar para si mesmo, mas também olhar para o outro e saber conviver. Hoje,
o mundo está muito junto, as pessoas convivem intensamente entre si e também com
outras culturas, de outras partes do planeta, a um clique de distância. Você precisa tomar
conhecimento do seu ambiente e respeitar as diferenças para viver bem em sociedade.
FONTE: <https://exame.abril.com.br/carreira/gloria-kalil-diz-o-que-parece-chique-mas-nao-e-no-trabalho/>.
Acesso em: 14 maio 2020.
3 POSTURA FÍSICA
Quando falamos em postura física estamos nos referindo tanto aos aspectos
gestuais e de movimento, ligados à conotação mais literal desta palavra, como também a
dimensão da imagem pessoal e da apresentação, isto é, que postura assumimos perante
a imagem que projetamos. Matias (2014, p. 74) nos diz que postura física “é a forma como
o corpo ou parte dele se apresenta e também seus movimentos”. Neste âmbito, estão
inclusos todos os detalhes concernentes à apresentação pessoal propriamente dita, tais
como vestimentas, cabelos, unhas e maquiagem.
Com relação à questão das vestimentas, Werner (2014, p. 138) comenta que:
IMPORTANTE
Cuide bem do seu uniforme e escolha sapatos adequados para trabalhar com eventos
Uniforme
O uniforme utilizado nos diferentes eventos se presta à identificação do grupo de trabalho e
à unidade visual do evento. Use-o de acordo com as normas estabelecidas pela organização
do evento, se for necessário lavá-lo, cuide para não manchar ou danificar, particularmente
com a temperatura do ferro elétrico. Mantenha seu uniforme sempre impecável.
Essas informações são importantes, porque o uniforme não deve ser apertado, curto e
nem desconfortável, e sim propiciar sensação agradável de uso. É aconselhável provar o
uniforme antes do evento para evitar surpresas desagradáveis e contratempo profissional.
Sapatos
• Manter os calçados sempre limpos e secos, guardados em local bem
ventilado e livre de umidade.
• Os sapatos devem combinar com o uniforme.
• A cor dos sapatos normalmente é definida pela própria organização
do evento.
• Procure utilizar sempre sapatos já usados (amaciados), de saltos de
alturas confortáveis.
• Dar preferência por sapato de qualidade e confortável. Não existe
nada pior que sapato apertado quando sua função básica é estar
em pé ou caminhando.
128
QUADRO 5 – LEMBRETES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS COM OS CABELOS FEMININOS NO AMBIENTE
PROFISSIONAL
Cabelos femininos
• Devem ter um bom corte, que combine com o tipo de cabelo e também com o
rosto [...]
• Devem estar sempre limpos, bem penteados e não podem comprometer a
movimentação durante o evento.
• Para cabelos tingidos a tintura deverá ser retocada para evitar exposição das
raízes do cabelo, o que demonstra sinal de desleixo [...]
• Para cabelos compridos, a fim de evitar que caiam no rosto, é aconselhável que
sejam presos com fivela que combine com o uniforme ou então com elástico de
cor escura ou neutra.
• Arrumar os cabelos e/ou penteá-los enquanto atende ao público deve ser a última
procuração. Portanto, mantenha-os em ordem.
Com relação aos cuidados com a aparência dos cabelos, a moda e algumas
tendências e formas de cortes, tinturas e penteados podem variar. Sendo assim, caso
você faça mechas nos cabelos, por exemplo, sabe-se que a altura da raiz pode variar.
Como estamos apresentando ao longo desta unidade, a ideia não é ficarmos refém de
normas estáticas e imutáveis. Essas orientações que foram expostas são lembretes
para que você não se esqueça que na área de eventos é relevante termos cuidado com
a imagem pessoal que projetamos. Neste sentido, são os detalhes que, em conjunto,
configuram uma imagem de asseio, harmonia, cuidado e capricho. Elencamos agora
algumas recomendações direcionados aos homens, acompanhe:
QUADRO 6 – LEMBRETES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS COM OS CABELOS MASCULINOS E BARBA
Cabelos masculinos
• Devem estar limpos, cortados e penteados de forma elegante. [...]
• Para cabelos compridos, é aconselhável o uso do rabo de cavalo e o uso de elástico
de cor escura ou neutra.
• Ainda para cabelos compridos, deve-se evitar o uso de bandanas ou de acessórios
chamativos para prendê-los.
Barba
• Manter diariamente a barba bem feita.
• Para quem usa barba, mantê-la sempre aparada.
129
As normas e recomendações apresentadas costumam ser praticadas por empresas
na área de eventos, mas cabe ressaltar que poderão variar de acordo com o tipo de evento
e as características do contratante. Matias (2014, p. 67) lembra que “é aconselhável ao
profissional de recepção de eventos seguir as normas e orientações estabelecidas pela
organização e/ou coordenação do evento no que se refere aos cabelos”.
130
FIGURA 5 – EXEMPLO DE BOA POSTURA EM EVENTOS
DICA
Dicas de postura para profissionais que atuam na recepção de eventos
Outra dúvida recorrente para quem trabalha com eventos é o que fazer com
as mãos/ braços quando estamos de pé. Existe um receio de parecer desajeitado.
Além, para quem está começando na profissão de recepcionista pode haver uma dose
de nervosismo que pode desencadear insegurança sobre como repousar os braços e
mãos e mãos próximos ao corpo. Por isso, separamos algumas dicas no quadro que se
apresenta a seguir, acompanhe:
131
Veja também estas outras sugestões para melhorar a sua postura.
NOTA
Dicas para uma boa postura
No andar
• Andar sempre com os olhos fixos no horizonte; isso demostra
segurança e elegância.
• Evitar andar de pernas abertas.
• Evitar caminhar com passos muitos largos ou muito curtos.
• Caminhar sem balançar demasiadamente os braços.
• Evitar caminhar arrastando os pés fazendo barulho em excesso.
• Observar o tipo de piso do local de trabalho para caminhar de
forma adequada, sem fazer barulho.
Portas
• Nunca entrar em qualquer ambiente sem bater discretamente (de
leve) na porta ou então sem ser anunciado.
132
Olhar
• Sempre olhar as pessoas nos olhos, de forma profissional.
• O olhar deve transmitir simpatia e hospitalidade.
• Evitar olhar as pessoas começando pelos pés e terminando no rosto, ou vice-versa.
• Evitar olhares cínicos e debochados.
133
dados a beijos e abraços e adoramos ficar bem pertinho e tocar uns
nos outros enquanto falamos, comportamentos impensáveis para
alguns estrangeiros. Somos tão dados à proximidade física que,
muitas vezes, podemos ser mal interpretados nas nossas atitudes
(MOELLWALD, MOELLWALD, 2014, p. 15).
Chegamos ao final deste tópico após discorrermos sobre os aspectos que fazem
parte da postura ética nos espaços de trabalho e depois de termos examinados diversos
aspectos e detalhes sobre os quais precisamos nos atentar no ímpeto de mantermos uma
boa imagem pessoal e profissional. Pouco a pouco, você irá se familiarizar com cada uma
destas sugestões e orientações que foram repassadas e poderá melhorar a projeção da
sua imagem corporativa. Fechamos o tópico com algumas dicas finais, acompanhe!
134
QUADRO 9 – RESUMO DE DICAS DE POSTURA E IMAGEM PESSOAL PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE
EVENTOS
135
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A ética serve para que haja equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que
ninguém seja prejudicado.
• Etiqueta é uma questão de civilidade. É preciso haver normas para que a sociedade
funcione.
• Quando falamos em postura física, estamos nos referindo tanto aos aspectos gestuais
e de movimento, ligados à conotação mais literal desta palavra, como também a
dimensão da imagem pessoal e da apresentação, isto é, que postura assumimos
perante a imagem que projetamos.
136
AUTOATIVIDADE
1 Aos profissionais da área de eventos, é requerido que eles mantenham uma postura
ética perante seus colegas de trabalho, empregadores e participantes dos eventos,
tendo em vista a relevância da ética nas interações humanas. A este respeito, com
relação ao conceito de ética, assinale a alternativa INCORRETA:
137
138
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
ELABORAÇÃO DE CONVITES, LISTA DE
CONVIDADOS E PRONOMES DE TRATAMENTO
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é mostrar quais os cuidados e orientações que devem ser
considerados ao se enviar um convite para um determinado evento e apresentar algumas
recomendações a respeito da elaboração da lista de convidados. Entenderemos com que
antecedência um convite deve ser enviado e quais informações devem constar nele.
2 CONVITES
Os convites são um elemento relevante no processo de planejamento de um
evento. A função primordial de um convite é a de permitir que a parte convidada possa
se preparar para prestigiar o evento, organizando a sua agenda e, quando se aplicar, se
planejar com relação às vestimentas a serem usadas e o pensar e ter condições para
comprar os presentes (se a natureza do evento assim o recomendar).
139
Geralmente envia-se ofício-convite apenas para as autoridades que
vão compor a mesa de honra ou vão compor a mesa de honra ou que
vão fazer uso da palavra durante a solenidade ou são palestrantes,
mas mesmo assim envia-se o convite impresso em anexo. O ofício-
convite informa detalhes sobre o evento para aqueles que farão o
uso da palavra (YANES, 2014, p. 96).
Com relação à forma como o convite é enviado, Yanes (2014, p. 96, grifo do
autor) esclarece que ele pode ser:
QUADRO 10 – ALGUMAS ORIENTAÇÕES A RESPEITO DOS PRAZOS PARA O ENVIO DOS CONVITES
Vale complementar que para eventos sociais vêm sendo adotado o Save the
date. Em tradução simples, a expressão significa “guarde esta data”, “marque a data”,
“marque em sua agenda”, “reserve esta data” ou algo do tipo.
140
Trata-se de uma comunicação, normalmente enviada por e-mail que solicita
que o convidado “reserve a data do evento em sua agenda”. Esta prática é comum em
casamentos e confraternizações empresariais. A razão do seu envio é que o Save the
date é que ele permite que o convidado já vá se organizando para participar do evento
enquanto alguns detalhes com relação ao planejamento do evento do evento ainda não
foram definidos. Imagine, por exemplo, que o casal ainda esteja fechando o contrato
com o espaço no qual será realizado o evento e esteja comparando duas opções. Se o
convidado já souber da data, ele poderá ir se preparando para prestigiar o evento.
Sigla usada nos convites para indicar a necessidade de resposta sobre a presença ou não
do convidado ao evento. De forma geral, é seguida pelo telefone ou e-mail para a resposta,
constando, por sua vez, o nome da pessoa responsável por receber as confirmações.
O R.S.V.P (Répondez s´il vouz plaît) pode aparecer com outras denominações e/ou
acompanhado de outras expressões que trazem algum tipo de solicitação ao convidado:
• R.P.F. (responda, por favor).
• regrets only: usado só para apontar o eventual não comparecimento.
• P.M. (pour memoire): expressão de origem francesa usada quando o convite foi
feito pessoalmente ou por telefone, tem o objetivo de lembrar o convidado.
• Indispensável a apresentação deste: os convidados devem se fazer acompanhar
do convite recebido em papal.
• Pessoal e intransferível: é usado em grandes festas para autenticar a pessoa que
recebeu o convite.
141
Observe na imagem um exemplo de utilização das siglas adotadas para responder
a um convite.
3 LISTA DE CONVIDADOS
A elaboração da lista de convidados de um evento é uma etapa relevante do
estágio de planejamento e organização de um evento. Os critérios utilizados para balizar
o número de convidados em um evento variam muito, dependendo do perfil, do local de
realização do evento e do orçamento disponível.
A respeito dos critérios que norteiam quem se convida ou não para um evento,
são diversos. Nos eventos sociais familiares, por exemplo, pesa a dimensão afetiva.
Em eventos corporativos, a tônica poderá ser em convidar pessoas que tenham boa
visibilidade no setor em que atuam, por exemplo.
Não existe fórmula mágica para elaborar uma lista perfeita em todas as ocasiões.
Cada evento possui características únicas e, por consequência, demandas diferenciadas.
Por isso, para saber como montar uma lista de convidados é preciso, primeiro, entender
o perfil do evento, isso é essencial para trabalhar a situação de forma adequada.
Também é muito comum que esse tipo de evento conte com convidados
especiais, como congressistas e palestrantes. Nesses casos, é essencial que tais
nomes sejam escolhidos com bastante cuidado, já que suas falas serão associadas à
própria organização. Além disso, eles podem ser responsáveis por atrair uma grande
parte do público.
Trabalhar com uma lista bem apurada também ajuda a criar uma atmosfera em
que todos fiquem satisfeitos. Assim, é possível selecionar o público de acordo com o
estilo da ocasião, de forma que todos possam se sentir mais confortáveis naquele local.
143
Crie listas menores
Para fazer isso, você pode separar os convidados que irão se apresentar, os que
possuem cortesia, os membros da imprensa, os parceiros etc. Com essa divisão, fica
mais fácil identificar os convidados, o que é importante, até mesmo, para a logística do
próprio evento, como o direcionamento da pessoa para o setor correto, por exemplo.
Defina um orçamento
Quem produz eventos sabe que os custos podem ser enormes e, por isso
mesmo, está sempre em busca de soluções que possam baratear o processo. Se elas
ainda ajudam a diminuir as preocupações e tarefas, então, melhor ainda. Por isso,
existe uma gama de ferramentas tecnológicas voltadas a solucionar os problemas
desse nicho de mercado. [...] o uso de um leitor de QRCode é uma outra solução
que tem sido cada vez mais requisitada nas produções de eventos. Isso, porque a
ferramenta faz com que o check-in dos convidados seja bem mais ágil e eficiente.
Confirme as presenças
144
tempo disponível para realizar mudanças e adaptações rápidas, como a inclusão de
novos convidados. Nesse momento, é interessante revisar a lista mais uma vez, para
garantir que todos os convidados importantes foram lembrados.
Mesmo com todos esses cuidados, é bem comum ter que lidar com problemas
de última hora em relação à lista. Pode ser que algum convidado importante não possa
mais comparecer, ou que parceiros influentes queiram incluir novas pessoas à lista.
Para resolver essas situações, é preciso sempre ter um plano B encaminhado. Uma boa
prática é a de deixar uma margem de garantia na lista, de forma que novos convidados
não significarão entraves logísticos. Para calcular essa estimativa é preciso considerar
um tamanho do evento, o espaço disponível e o perfil dos convidados. [...]
145
Ex e afins: qualquer pessoa relacionada a eles pode ser riscada da lista, a
não ser que você realmente seja amigo dele, claro.
Amigos virtuais: é comum fazermos amizade por meio das redes sociais,
mas isso não significa que você precisa convidá-los para o casamento. Deixe a
amizade apenas nas redes.
Vizinhos e colegas de trabalho: se forem amigos próximos, não tem
problema convidá-los. Acontece que muitos noivos pensam que tem obrigação de
convidar. Não convide por obrigação!
Dica: nunca faça a lista com a quantidade exata, pois sempre tem alguém que
desiste de ir ao casamento de última hora. O indicado é adicionar 10% da quantidade
programada de convidados. Por exemplo: festas para 200 convidados podem chegar
a ter 220 pessoas na lista.
Tipos de RSVP
Atenção! O RSVP pode ser utilizado apenas como medida de adquirir uma
média da quantidade de pessoas que irão ao casamento. Não considere a quantidade
dada por ele como certa. Muitos convidados confirmam, mas não vão; enquanto
outros não confirmam a presença e aparecem na festa como se nada tivesse
acontecido… entregue a lista completa para o buffet (mesmo com os nomes de quem
não confirmou) e evite que algum convidado acabe ficando de fora.
146
Esse é o dilema de muitas noivas que estão em busca de um mini wedding.
Hoje em dia é praticamente impossível fazer uma lista com 80 ou 100 convidados,
porém siga nossas dicas para reduzir o máximo que puder:
E o convite?
Para informar que a lista é pequena, utilize a expressão “mini wedding”. O
texto pode ser o seguinte:
“Convidam para seu mini wedding, a realizar-se no dia … às … horas. Após a
cerimônia, os convidados serão recepcionados no mesmo local”.
4 PRONOMES DE TRATAMENTO
Os pronomes de tratamento são formas usadas no trato com as pessoas.
Lukover (2015, p. 71) explica que “o emprego dos pronomes de tratamento obedece a
uma secular tradição. São de uso consagrado. A estruturação das formas de tratamento
empregadas considera a área de atuação e a posição hierárquica de cada autoridade.
De modo geral, as autoridades podem ser agrupadas em universitárias, judiciárias,
militares, eclesiásticas, monárquicas e civis (DORTA, 2015).
147
tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado.
Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
às comunicações.
148
5 ORIENTAÇÕES E LEMBRETES COM RELAÇÃO À
COMUNICAÇÃO ESCRITA NO UNIVERSO DO TRABALHO
Assim como algumas relações corporativas tornaram-se menos formais, de
modo semelhante, verifica-se também que ocorreu uma diminuição da formalidade do
processo comunicativo de muitas empresas. Conforme vimos, as comunicações que
permanecem seguindo as regras protocolares não se enquadram nesta tendência.
NOTA
Dicas para redigir e-mails
Os e-mails estão entre as formas de comunicação mais usuais nas empresas. Nas relações
pessoais, eles estão perdendo espaço rapidamente para a troca de mensagens por meio
das redes sociais. Para que a mensagem seja transmitida sem problemas, alguns cuidados
são importantes.
Primeiro, é preciso considerar que as mensagens de e-mail são escritas. Isso, por si só,
pode causar alguns problemas e mal-entendidos. Portanto, certifique-se de que a pessoa
irá interpretar da maneira como você quis transmitir o seu recado.
Além disso, há sinais que ajudam a transmitir a intenção das mensagens, mas, se não
soubermos o significado deles, podemos prejudicar ainda mais a compreensão. Por
exemplo: usar negrito, palavras inteiras escritas com letras maiúsculas ou escrever em
vermelho pode significar que você está gritando. Portanto, só use se essa for a sua
intenção – e acreditamos que isso não seja de bom tom no ambiente profissional.
A linguagem dos e-mails pode ser direta, sem enrolações. No entanto, é sempre mais simpático
usar uma saudação inicial e uma assinatura para que a mensagem não fique brusca.
149
protestos e xingamentos, porque não é raro pessoas falarem mal de colegas que também
estão recebendo a mensagem, causando transtornos e constrangimentos.
150
LEITURA
COMPLEMENTAR
ETIQUETA SEM FRESCURA
Claudia Matarazzo
Costas retas
Viver bem começa por sentir-se bem. E a postura é fundamental. Que tal costas
retas, queixo erguido e aquele ar de quem está sempre de bem com a vida? Não é melhor
aproveitar a paisagem ao redor do que ficar contando as pedras do caminho? Mas cuidado!
Não vá exagerar. Deixe as costas confortavelmente retas, que a elegância e a fluidez no
andar vão surgir naturalmente. Em pé: o que eu faço com essas mãos? Algumas pessoas
nunca sabem o que fazer com as mãos. Em geral, são pessoas tímidas, que se sentem
inseguras e usam a gesticulação como forma de esconder essa insegurança. No entanto,
é perfeitamente possível treinar e aprender a usar os gestos com moderação. Costas
retas, ombros erguidos e braços pendentes com suavidade. As mãos podem ficar à frente
do corpo, um pouco abaixo da linha da cintura e até mesmo apoiadas uma na outra. Os
homens podem fazer isso com as mãos para trás. Apoiar as duas mãos na cintura, imitando
açucareiro, não pode. Nem apoiar uma mão só, como uma xícara de chá. Enrolar uma mecha
de cabelo ou roer unhas também está fora de questão para quem quer ser elegante.
O ideal é apoiar o peso do corpo nas duas pernas, porque isso transmite uma
sensação de segurança e tranquilidade, tornando a conversa mais agradável.
151
a intenção), mas as pessoas percebem a diferença entre um olhar caloroso e um olhar
indiferente. Você não percebe?
Óculos escuros podem ser lindos, mas devem ser usados sob o sol, ao ar livre. E
horrível entrar em um ambiente fechado de óculos escuros. Mesmo que você seja fotofóbico,
existem as lentes fotocromáticas, que ficam mais claras quando se entra em um ambiente
mais escuro. Pode ser moderninho, mas nem cantor de rock deve usar óculos escuros à noite.
Distância
É muito importante manter uma distância correta das pessoas. Se você ficar
muito longe, numa postura reservada, vai criar uma verdadeira barreira que dificulta o
entendimento e uma relação agradável. Se ficar muito perto, é uma invasão de privacidade,
muito próxima da violência. Pegar pelas lapelas, tocar no braço, falar ao ouvido, tudo isso
tem uma grande chance de transformar você em um interlocutor insuportável.
AFABILIDADE E CORTESIA
Simplesmente simpatia
Bom humor
Sair por aí de cara fechada, emburrado feito um buldogue, só vai piorar o seu
dia. Sorria, nem que seja necessário um esforço sobre-humano para isso. Manter o bom
humor, além de melhorar o seu relacionamento com as outras pessoas, faz você ficar
jovem por mais tempo (a ciência comprova isso).
152
Se for muito difícil sorrir, pelo menos esteja aberto ao sorriso. Já ajuda.
Tolerância
Gentileza
Ser gentil é diferente de ser cortês, afável ou simpático. É algo muito mais
sutil, o fundamento de todas as regras de boa convivência social. Ser gentil pode ser
entendido como estar interessado nos pequenos problemas cotidianos dos outros e
fazer o possível para amenizá-los.
Só não vale ser o gentil profissional, aquele que guarda na manga um gesto
gentil pré-fabricado e usa permanentemente aquele sorriso mecânico que não sobe
aos olhos. Mesmo as pessoas mais ingênuas percebem a diferença.
[...]
Precedências
[...]
COMUNICAÇÃO APRESENTAÇÕES
Precedências
Quem apresenta quem, quem deve ser apresentado primeiro, como apresentar.
Com algumas regras simples, resolvemos sem sofrimento esses impasses. Veja só:
153
Essas três regrinhas já vão facilitar a sua vida na maioria dos casos. A etiqueta
tradicional, no entanto, diz que as pessoas menos importantes são apresentadas às pessoas
de maior destaque. Por exemplo, um ministro deve ser apresentado a um presidente e
nunca o contrário. Só que, no cotidiano, isso é muito antipático, você não acha?
Outra coisa: as pessoas devem ser apresentadas com nome e sobrenome, a não
ser em situações informais, como na rua ou na praia. Também não se deve apresentar
ninguém como "minha mulher" ou "meu marido".
Autoapresentação
Sou uma pessoa tímida. É muito difícil para mim a tal autoapresentação. Mas há
situações em que ela é necessária. Por exemplo, numa viagem de doze horas de avião,
quando nosso vizinho de poltrona engata uma conversa gostosa (se for chata fuja, se
finja de surdo, vale tudo para viajar em paz!). Chega um ponto em que você tem que
dizer o seu nome. Faça a autoapresentação da maneira mais natural possível, como se
ela fizesse parte da conversa, e dispense o "senhor" ou "senhora". Simplesmente diga o
seu nome. É mais do que suficiente.
Quem faz as apresentações são os anfitriões. A eles cabe ser claros, mas os
convidados devem prestar atenção para que se evite aquele desagradável "Como é
mesmo o seu nome?" durante a conversa. Também não tente ser esperto e usar a saída:
"Vocês já se conhecem, não é?" Porque você pode ouvir um "Ainda não" bilateral. E aí,
como é que fica?
154
Um clássico: "Você não se lembra de mim?". Além de deselegante, coloca a
outra pessoa numa situação delicada. E se ela realmente não se lembrar, porque você
envelheceu ou engordou demais? Agora, ajuda muito completar a frase: "Você se lembra
de mim? Estudamos juntos no ginásio!" Mesmo se não se lembrar, seu interlocutor vai
ao menos se situar.
[...]
Simpatia, sim!
Na verdade, para que você tenha uma conversa agradável, bastaria manter uma
postura básica: ser simpático. E transmita muito calor humano, porque hoje é o que todo
mundo procura. Olhe nos olhos, sorria, seja atencioso e preocupado com o bem-estar
da outra pessoa. O resto vem naturalmente.
Gerais
FONTE: MATARAZZO, Claudia. Etiqueta sem frescura. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995.
155
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O convite deve ser objetivo, e sem erros de ortografia, com a forma de tratamento
correta.
• Com relação à forma como o convite é enviado, ele pode ser impresso, semi-impresso,
carta ou ofício e; por telefone, e-mail e comunidades virtuais.
156
• O emprego dos pronomes de tratamento obedece a uma secular tradição. São de uso
consagrado.
157
AUTOATIVIDADE
1 Em se tratando de cerimonial, protocolo e etiqueta na área de eventos, os convites
cumprem um importante papel no sentido de estimular a participação das partes
convidadas nos eventos, bem como contribuem para que o planejamento do evento,
no que tange ao número de pessoas que irão participar, seja mais preciso. Sobre esse
assunto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O emprego da sigla R.S.P.V é recorrente nos convites e ela serve para indicar que
o convite se estende a todos os membros da família.
b) ( ) Os convites de eventos geralmente podem ser transferidos para outras partes
interessadas, desde que se respeite o número de pessoas esperadas.
c) ( ) A indicação geral dos organizadores de eventos é que todos os convites sejam
enviados com trinta dias de antecedência.
d) ( ) P.M. (pour memoire) é uma expressão de origem francesa usada quando o convite
foi feito pessoalmente ou por telefone, tem o objetivo de lembrar o convidado.
158
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 16.004, de 30 de agosto de 2016. Esta Norma fornece diretrizes
para a classificação de eventos e os termos específicos utilizados no segmento.
Disponível em: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=359730.
Acesso em: 8 maio 2020.
159
EGGER-MOELLWALD, L.; EGGER-MOELLWALD, D. Etiqueta, cerimonial e
protocolo: como receber estrangeiros e organizar um evento de sucesso.
Boston: Cengage Learning, 2014.
GASPARINI, C. Gloria Kalil diz o que parece chique (mas não é) no trabalho.
2017. Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/gloria-kalil-diz-o-que-
parece-chique-mas-nao-e-no-trabalho/. Acesso em: 14 maio 2020.
160
NAKANE, A. M. (Org.). Gestão e organização de eventos. São Paulo: Pearson, 2017.
161