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Segunda Escola de Viena

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Escola Municipal de Artes Maestro Fego Camargo

Música do século XX
Professor: Mario Cesar Dias

Carlos Alexandro Medeiros

A Segunda Escola de Viena

Desde o final do século XIX se iniciou um período na música onde os compositores


começaram a fazer uma série de experimentos diversos e diferentes de tudo que já havia
sido produzido até então. No início do Século XX, em Viena, surge um compositor que
revolucionou o cenário moderno criando novas formas e estilos de composição, seu nome
era Arnold Schoenberg, que explorou muito o estilo do romântico tardio e o expressionismo
totalmente cromático, sem tonalidade central (atonalidade), e seu maior empreendimento é
denominado de dodecafonismo, uma técnica embasada numa série de doze notas. Com ele,
outros dois compositores (seus alunos) chamados Alban Berg e Anton Webern, se
aprofundaram nesta técnica e assim denominou-se este período de Segunda Escola de Viena.
(a primeira escola se refere aos compositores Haydn, Mozart e Beethoven)

Arnold Schoenberg
O compositor austríaco Arnold Schönberg (naturalizado cidadão americano em 1941)
nascido em 13 de setembro de 1874, foi uma das figuras mais importantes e influentes da
música do século XX. Foi o criador e grande impulsionador do dodecafonismo – técnica de
escrita musical em que nenhum dos 12 sons da escala cromática tem maior importância do
que os outros, e onde as noções de tónica e dominante, por exemplo, deixam de fazer
sentido. Schönberg encarou esta nova organização sonora como uma consequência
inevitável da desagregação do sistema tonal, já iniciada por Liszt (últimas peças) mas
sobretudo por Wagner, e que conduziu ao que ele designou a “emancipação da dissonância”.
Schönberg personifica bem a figura do artista inovador e revolucionário. Em diversas
situações ao longo da história da arte, inovar e romper com um sistema ou situação
estabelecida, pressupôs um conhecimento sólido e profundo nessa área específica. De outro
modo, não se estaria a romper com nada. Schönberg tinha um grande conhecimento prático
e teórico da música e da sua evolução, tendo afirmado: “sou um conservador que foi forçado
a tornar-se revolucionário”.
De formação essencialmente autodidata, para além de intérprete (tocou violino e
violoncelo) e compositor, Schönberg foi um teórico e pedagogo notável. Deixou trabalhos e
escritos fundamentais sobre as bases da composição e da análise musical. Schönberg foi a
figura central da “Segunda Escola de Viena”, juntamente com os seus brilhantes discípulos
Alban Berg (1885-1935) e Anton Webern (1883-1945), ambos vienenses (a designação
“segunda” resulta da existência em Viena nos séculos XVIII e XIX de uma outra famosa
tríade constituída por Haydn, Mozart e Beethoven).
Schönberg dedicou-se também à pintura na linha do movimento artístico
expressionista. A partir de 1907, Schönberg trabalhou com Gerstl, um dos expoentes
máximos do expressionismo austríaco e chegou mesmo a pertencer ao grupo expressionista
Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) fundado por Kandinsky. Em 1911 dá-se o encontro de
Schönberg com Kandinsky, tendo-se desenvolvido uma grande amizade e influência estética
e artística entre eles. Embora com percursos independentes, é na mesma época em que
Schönberg trabalha no sentido da dissolução do sistema tonal que Kandinsky se direcciona
para o abstraccionismo.
À semelhança de outros expressionistas, Schönberg pintou muitos auto-retratos (59),
o que para Barbara Russano Hanning poderá significar “um constante questionar da sua
própria identidade e do seu lugar entre os modernistas”.
A produção musical de Schönberg pode ser dividida em quatro períodos: um primeiro
período tonal, assumidamente na esteira da tradição romântica alemã (Ex:Noite
Transfiguada op.4, Gurrelieder); o segundo período a partir de 1908, atonal (6 Peças para
piano op.19); o terceiro período de 1920-1936 de base dodecafónica e serial (Variações para
orquestra op.31), e finalmente o quarto período onde se dá o “reaparecimento intermitente
da tonalidade” onde tenta uma síntese entre tonalidade e serialismo (Sinfonia de Câmara nº
2).
Schönberg foi uma figura extremamente controversa: criticado pelos conservadores
por abandonar o sistema tonal, e igualmente criticado pelos vanguardistas (em particular por
Boulez) por não ter levado o dodecafonismo até às últimas consequências.

Alban Berg
Alban Maria johannes Berg (nasceu em Viena, dia 09 de fevereiro de 1885 e morreu
dia 24 de dezembro de 1935, também em Viena), foi um compositor austríaco. Foi
apelidado "o romântico do dodecafonismo", pois nas obras que escreveu esse estilo
sobrevive na expressividade e dramatismo. Compôs as óperas Wozzeck e a incompleta Lulu.
A mais conhecida peça de Berg é o Concerto para Violino, na qual, tal como na maior parte
do seu trabalho, emprega a técnica dos doze tons, que combina a atonalidade com as
passagens harmônicas tradicionais da música europeia.
Berg fazia parte da elite cultural de Viena durante o início do século XX. No seu
círculo de amigos encontram-se os músicos Alexander von Zemlinsky e Franz Schreker, o
pintor Gustav Klimt, o escritor e sátiro Karl Kraus, o arquitecto Adolf Loos, e o poeta Peter
Altenberg. A estreia em 1924 de Wozzeck, ópera composta a partir da peça Woyzeck de
Georg Büchner, é um enorme êxito em Viena.
Faleceu provavelmente devido a picada de insecto e consequente envenenamento
sanguíneo, aos 50 anos.

Principais composições
•Sonata para piano em si menor Op. 1 (1908)
•Concerto de câmara para piano, violino e 13 instrumentos de sopro(1925).
Cordas
•Concerto para violino e orquestra (1935)
•Suíte lírica para quarteto de cordas (1925-1926)
Ópera
•Wozzeck (1922)
•Lulu (1935)
Vocal
•Sete lieder juvenis para voz e piano (1905-1908) (também orquestrados)

Anton Webern
Nascido Anton Friedrich Wilhelm von Webern, nunca usou seus nomes
intermediários e descartou o von em 1918. Ingressou na Universidade de Viena em 1902.
Estudou musicologia com Guido Adler e composição com Arnold Schönberg, escrevendo
sua Passacaglia op. 1 como peça de graduação em 1908.
Schoenberg, Webern e Alban Berg, que Webern conheceu tempo depois, revolucionariam a
música do século XX nas décadas seguintes com a produção dodecafônica.
Como maestro, passou por Bad Ischl, Teplitz, Danzigue, Estetino e Praga antes de
voltar a Viena. Conduziu a Orquestra Sinfônica dos Trabalhadores de Viena entre 1922 e
1934.
Anton Webern morreu em Mittersill, Salzburgo, morto por um soldado norte-
americano durante a invasão dos Aliados durante um incidente que envolveu o seu genro,
suspeito de atividades de mercado negro.

Obras com número de opus


•Op. 1 – Passacaglia para orquestra (1908)
•Op. 2 – Entflieht auf Leichten Kähnen, para coral a cappella com texto de Stefan George
(1908)
•Op. 3 – Cinco Lieder sobre Der Siebente Ring, para voz e piano (1907-08)
•Op. 4 – Cinco Canções com texto de Stefan George, para voz e piano (1908-09)
•Op. 5 – Cinco movimentos para quarteto de cordas (1909)
•Op. 6 – Seis peças para grande orquestra (1909-10, revisado em 1928)
•Op. 7 – Quatro peças para violino e piano (1910)
•Op. 8 – Duas Canções com texto de Rainer Maria Rilke, para voz e oito instrumentos
(1910; segunda versão sem data, terceira versão 1921 com nova instrumentação, quarta
versão revisada para publicação 1925)
•Op. 9 – Seis bagatelas para quarteto de cordas (1913)
•Op. 10 – Cinco peças para orquestra (1911-13)
•Op. 11 – Três pequenas peças para violoncelo e piano (1914)
•Op. 12 – Quatro Canções para voz e piano (1915-17)
•Op. 13 – Quatro Canções para voz e piano (1914-18)
•Op. 14 – Seis Canções para voz, clarinete, clarinete baixo, violino e violoncelo (1917-21)
•Op. 15 – Cinco Canções Sagradas para voz e pequena orquestra (1917-22)
•Op. 16 – Cinco cânons sobre textos em latim, para alto soprano, clarinete, e clarinete baixo
(1923-24)
•Op. 17 – Três Rimas Tradicionais, para voz, violino (alternando com viola), clarinete e
clarinete baixo (1924)
•Op. 18 – Três Canções para voz, clarinete em Mi bemol e violão (1925)
•Op. 19 – Duas Canções para coro misto, celesta, violão, violino, clarinete e clarinete baixo
(1926)
•Op. 20 - Trio de cordas (1927)
•Op. 21 – Sinfonia (1928)
•Op. 22 – Quarteto para violino, clarinete, saxofone tenor e piano (1930)
•Op. 23 – Três canções sobre Viae inviae de Hildegard Jone, para voz e piano (1934)
•Op. 24 – Concerto para 9 instrumentos flauta, oboé, clarinete, trompa, trompete, trombone,
piano, violino e viola (1934)
•Op. 25 – Três Canções sobre textos de Hildegard Jone, para voz e piano (1934-35)
•Op. 26 – Das Augenlicht, para coro misto e orquestra, sobre um texto de Hildegard Jone
(1935)
•Op. 27 – Variações para piano (1936)
•Op. 28 – Quarteto de cordas (1937-38)
•Op. 29 – Cantata Nº 1, para soprano, coro misto e orquestra (1938-39)
•Op. 30 – Variações para orquestra (1940)
•Op. 31 – Cantata Nº 2, para soprano, baixo, coro e orquestra (1941-1943)

Obras sem número de opus


•Duas Peças para violoncelo e piano (1899)
•Três Poemas, para voz e piano (1899-1902)
•Oito Primeiras Canções, para voz e piano (1901-1903)
•Três Canções, sobre poema de Ferdinand Avenarius (1903-1904)
•No Vento do Verão - ("Im Sommerwind"), para grande orquestra - sobre poema de Bruno
Wille (1904)
•Movimento lento para quarteto de cordas (1905)
•Quarteto de Cordas (1905)
•Peça para piano (1906)
•Rondó para piano (1906)
•Rondó para quarteto de cordas (1906)
•Cinco Canções, sobre poema de Richard Dehmel (1906-1908)
•Quinteto de piano (1907)
•Quatro Canções, sobre poema de Stefan George (1908-1909)
•Cinco peças para orquestra (1913)
•Três Canções, para voz e orquestra (1913-1914)
•Sonata de Violoncelo (1914)
•Peça para crianças, para piano (1924)
•Peça para piano, em tempo de minueto (1925)
•Peça para Trio de cordas (1925)
•"Deutsche Tänze" (Danças Alemãs) por Schubert (1824), orquestrado por Webern (1932)

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