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Atitudes

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AS ATITUDES

Teorias de alterao das Atitudes


Resumo
Este trabalho tenta transmitir de uma forma concentrada vrios conhecimentos necessrios sobre as atitudes no mbito da Psicologia Social. Com especial foco no processo de Alterao das mesmas.

Fernando Campos
FCAMPOSPT@GMAIL.COM | A025652@ismai.pt

Contedo
A Natureza das Atitudes ................................................................................................................ 2 Verificao das Atitudes ................................................................................................................ 3 Teorias de Formao de Atitude.................................................................................................... 4 A Teoria Funcionalista ............................................................................................................... 5 A Teoria da Aprendizagem......................................................................................................... 5 a. b. A aprendizagem por condicionamento ............................................................................. 5 A aprendizagem por observao ....................................................................................... 5

A teoria da Auto percepo ...................................................................................................... 5 A Teoria da dissonncia cognitiva ............................................................................................. 5 Teorias de Mudana de Atitude .................................................................................................... 6 Teoria da Persuaso................................................................................................................... 6 Caractersticas do Alvo .......................................................................................................... 6 Caractersticas da Fonte ........................................................................................................ 6 Caractersticas da Mensagem ............................................................................................... 6 Teoria da Dissonncia Cognitiva ............................................................................................... 7 Premissas Tericas ................................................................................................................. 7 Fontes de Dissonncia ........................................................................................................... 8

Fernando Campos

As atitudes

A Natureza das Atitudes


A pesquisa sobre as atitudes tem sido muito popular em vrias disciplinas, no entanto, esse estudo considerado central para a Psicologia Social, mais do que qualquer outra rea acadmica. O conceito de atitude provavelmente o trao mais caracterstico e indispensvel psicologia social americana (Allport, 1935) Este conceito especialmente importante hoje em dia. Quase todos os trabalhos da rea de Psicologia Social falam delas. Sendo um conceito difcil de definir, principalmente porque j foi to definido, mas tambm devido aos usos e conotaes da palavra. Com (Znaniecki, Thomas, 1918) o estudo das atitudes foi muito focado em conceitos como a propaganda. Um estado mental e neural de prontido, organizado atravs de experincia, enxertando a directiva ou influncia dinmica nas respostas individuais a todos os objectos e situaes com que est relacionado (Znaniecki, Thomas, 1918) Muito recentemente, (Zimbardo, Leippe, 1991) definiram as atitudes como um mecanismo avaliador de alguns objectos baseados em cognies, reaces afectivas, intenes comportamentais e comportamentos antigos, que podem influenciar cognies, respostas afectivas e intenes e comportamentos futuros. As atitudes esto latentes e no so directamente observveis per se, mas agem de forma a organizar e/ou providenciar direco a aces e comportamentos que so observveis. Muitos referem-se as atitudes como predisposies de resposta (Zimbardo, Leippe, 1991). Sendo relacionadas com a percepo das situaes a nvel individual e a forma como o indivduo se apercebe da situao em que se encontra.

As Atitudes podem ser categorizadas segundo: - Direco (Positivas ou Negativas) - Grau (de positividade ou negatividade) - Intensidade (quantificao do empenho nessa tomada de posio)

As posies de atitude so ento o sumrio agregado de quatro componentes, as respostas afectivas, as cognies, os comportamentos e as suas intenes comportamentais. Sendo que o componente afectivo da atitude consiste da avaliao do indivduo, ou da sua resposta emocional perante alguma situao traduzindo-se em sensaes de contentamento, tristeza ou outros nveis de excitao fsica. O componente cognitivo da atitude no entanto conceptualizado, medida que o conhecimento factual da situao, objecto, ou pessoa ou mesmo do ego, cresce no indivduo. A componente comportamental da atitude pelo seu lado atende no comportamento exposto do indivduo dirigido situao, objecto ou pessoa. Por fim, a inteno comportamental atenta ao que o indivduo tem como objecto de comportamento, mesmo que por vezes esses planos continuem apenas isso.

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Verificao das Atitudes


Estes quatro componentes formam um sistema de atitudes, no sendo isoladas mas interrelacionadas, produzem e organizam uma estrutura ou representao mental da atitude construda. A pesquisa Behaviorista apoia o conceito que as aces levam a formao de esquemas cognitivos, que por si levam criao das atitudes. Sendo que o contrrio tambm se mostra verdadeiro, podendo as atitudes interferir na formao de relaes cognitivas, que por sua vez condicionam comportamentos. O estmulo situacional ou eventual que existe no ambiente influencia directamente o comportamento e a formao de atitudes. No estabelecendo comparaes entre as diferentes teorias, teremos que mencionar o paradigma tradicional behaviourista e o modelo de aprendizagem indirecta proposto por Zimbardo & Leippe. (Zimbardo, Leippe, 1991). Situaes que incluam a alterao de uma componente comportamental de determinada atitude leva a alteraes nas mesmas, mas o recproco tambm se verifica. Sendo que os componentes de um sistema de atitudes so interrelacionados a alterao no gosto (afecto) pode resultar numa alterao de comportamentos (Smith, 1982). Por exemplo, o conceito popular de aprendizagem cognitiva baseado na ideia de que os instruendos que aprendem fazendo so em muito valorizadas por eles. As actividades cognitivas de aprendizagem produzem de forma favorvel estudantes motivados e muitas vezes desejosos de aprender mais. Em suma, as atitudes, so de facto, um fenmeno complexo que tem sido estudado por dezenas de cientistas sociais e educadores que esto a comear a compreender e organizar os processos de aprendizagem e os seus resultados. Sendo as atitudes predisposies de resposta tomadas por indivduos que tornam quase certo que iro agir de uma certa forma ou determinada maneira. No sendo observveis, servem para produzir aces observveis de pessoas. As atitudes so ento padres de crena e opinio duradouros, que condicionam reaces a objectos, eventos e pessoas. As atitudes podem tambm servir como um pequeno concentrado das crenas do individuo. Sendo quantificadas usando escalas de atitudes como a famosa Escala de Likert na qual os sujeitos so perguntados quo fortemente concordam ou discordam com cada um dos assuntos.

Figura 1 Exemplo de Escala de Likert, de anlise Qualitativa de um produto.

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Um resultado total derivado das somas das medies. Sendo que outra aproximao avaliao emprega tcnicas camufladas, observaes de comportamento assim como expresses faciais, tom de voz e linguagem corporal. Tais medidas, que podem detectar respostas que o individuo possa estar a esconder, so obtidas medida que o individuo houve material verbal que tem o objectivo de produzir estados de excitao psicolgica que possa indicar a sua real opinio. Os componentes das atitudes so ento de natureza cognitiva, comportamental e afectiva. - Os cognitivos so as crenas do individuo em relao a um objecto, acontecimento ou pessoa. Por exemplo, a crena que todos os brancos so racistas. - As comportamentais, que consistem nas respostas predefinidas de uma certa forma, facilmente reconhecveis como preconceitos. Por exemplo, tratar um idoso como se de uma criana se tratasse. - As afectivas, que consistem nas emoes levantadas pelo objecto, pessoa ou evento em relao ao qual acontece a atitude. Por exemplo, ter pena de um negro, por se negro.

Teorias de Formao de Atitude


Assim como existem vrias teorias de aprendizagem, existem muitas teorias de formao de atitudes. Mas estas podem ser aplicadas tambm alterao de atitudes. Iremos distinguir aqui aquelas que para alm da alterao, explicam claramente como que elas so formadas inicialmente.

Segundo (Crisp & Turner, 2007), estas podem ser definidas por 5 categorias: - Mera exposio - Aprendizagem por condicionamento - Aprendizagem por observao - Teoria da Auto Percepo - Teoria Funcional

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A Teoria Funcionalista
Proposta por Daniel Katz, v as atitudes como determinadas pelas funes que servem ao individuo. O sujeito ter determinadas atitudes porque essas atitudes o ajudam a alcanar um objectivo bsico. Oferece tambm uma explicao ao porque da alterao das atitudes, pois de acordo com Katz, as atitudes mudam quem no servem mais o seu propsito ou funo e o individuo se sente bloqueado ou frustrado. Isto , de acordo com Katz, a mudana de atitude conseguida no tanto pela informao ou percepo que o individuo tem em relao pessoa, acontecimento ou objecto, mas mais pelos desejos e motivaes intrnsecas personalidade.

A Teoria da Aprendizagem
a. A aprendizagem por condicionamento i. Acontece quando dois estmulos so associados repetidamente, condicionando o individuo a responder a eles de uma determinada forma, ou com uma determinada emoo. Atravs de associaes repetidas, uma resposta normalmente neutra comea a levantar emoes diferentes relativas a um estmulo, sem a necessria presena do outro. Esta teoria explica o porque da persistncia de alguns comportamentos, mesmo quando o reforo retirado, explicando ao mesmo tempo o auto-reforo. b. A aprendizagem por observao i. Acontece quando o individuo observa outro na realizao de uma tarefa (objecto, atitude ou comportamento) e a repete sem questionar ou mesmo raciocinar. Isto , as observaes determinam as respostas que aprendemos, mas o reforo determina as respostas que exprimimos.

A teoria da Auto percepo (Bem, 1972)


Diz-nos que inferimos nas nossas atitudes desde o nosso comportamento. No existindo tenso, mas sim um propsito informativo. Calmamente observamos o nosso comportamento e tiramos inferncias razoveis dele, assim como da observao de outros.

A Teoria da dissonncia cognitiva


Foi desenvolvida por Leon Festinger (Festinger, 1957), proclama claramente que um estado psicolgico desconfortvel acontece quase sempre que existem duas cognies incompatveis. Estas criam tenses, que o individuo tenta aliviar, com o objectivo de encontrar a paz (consonncia psicolgica)

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Teorias de Mudana de Atitude


Sendo que as atitudes dos indivduos so indicadores gerais do seu comportamento, importante compreender como as atitudes podem mudar e ser mudadas de maneira a alterar o comportamento do mesmo. Existem varias teorias sobre a mudana de atitudes. Iremos de Seguida mencionar algumas, para mais tarde pegarmos naquela que o foco do trabalho.

Teoria da Persuaso
Esta teoria baseia-se na premissa que as atitudes dos indivduos assim como as suas opinies podem ser modificadas pelo uso directo de comunicao persuasiva. Esta teoria diznos que a mudana existe atravs da criao da incerteza nas mentes daqueles que fortemente se opem ao ponto de vista do persuasor, reduzindo a resistncia da audincia, alterando ou amplificando as suas atitudes, atravs da Aco estimulante para com aqueles que j concordam com o persuasor (McGaan, 2010). Existem seis princpios base desta teoria (Straker, 2010): 1) Inteno: Apesar da persuaso poder ocorrer acidentalmente, a maior parte intencional (consciente ou no). 2) Coero: Enquanto a mudana de comportamento ou o seu condicionamento podem existir graas a coero, as alteraes nas atitudes ou cognies internas podem no ocorrer. 3) Contextualizao: Uma alterao num comportamento pode ser limitada a um contexto em particular. 4) Pluralidade: A persuaso pode influenciar o prprio, um individuo, ou vrios. 5) Presena: No temos que estar fisicamente presentes para usar a persuaso. 6) Meio: Um largo leque de meios pode ser usado como ponte de comunicao. Relativamente s capacidades persuasivas da mensagem foram identificadas trs facetas centrais, sendo elas o alvo, a fonte e a mensagem em si.

Caractersticas do Alvo
Elas referem os traos dos indivduos que vo receber e processar a mensagem, uma das qualidades sendo o grau de conscincia individual para resistncia persuaso. Sendo que algumas pessoas so naturalmente mais argumentativas que outras e podem mais facilmente resistir a tentativas de persuaso, pela simples vontade de reterem a sua opinio prpria e/ou liberdade de escolha (Baron, Branscombe, & Byrne, 2008). Outras como a inteligncia, Auto estima e predisposio emocional tambm afectam directamente a capacidade de impacto de uma tentativa de persuaso.

Caractersticas da Fonte
So as qualidades do comunicador, que ajudam a tornar a mensagem mais ou menos persuasiva. Os indivduos so mais passiveis de ser persuadidos por algum credvel, confivel e atractivo.

Caractersticas da Mensagem
So a moldura do argumento. A quantidade de emoo induzida e as intenes (ocultas ou no) do comunicador. Aquelas mensagens que no parecem intencionalmente colocadas com o objectivo de mudar as nossas atitudes so as que tendem a ter mais sucesso. Explicando o porqu da linguagem cuidada ou dos objectivos ocultos.

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Teoria da Dissonncia Cognitiva


A Dissonncia cognitiva aparece quando um individuo experiencia duas crenas contraditrias ou inconsistentes, que causam desconforto e tenso psicolgica. A dissonncia tambm criada quando o comportamento de um individuo incompatvel com os seus ideais (Coon & Mitterer, 2010). De acordo com Festinger, a dissonncia cognitiva cria a motivao eterna para eliminar a dissonncia, pois um resultado de um desejo natural por consistncia nas nossas cognies, que nos levam a mudar de atitudes. O Diagrama seguinte tenta explicar o modelo de dissonncia cognitiva.

Duas cognies inconsistentes entre a attitude e o comportamento

Estado de Dissonncia

Motivao para reduzir a dissonncia

Mudana de Atitude

A Menos que
Sem Dissonncia

Justificao para comportamento contra-atitude

Sem Mudana de Atitude

A Fora da dissonncia depende da importncia do assunto, pessoa ou objecto; do quo conflituosos ou incompatveis so as crenas e pensamentos e qual a nossa habilidade para racionalizar e/ou justificar o comportamento ou atitude (Kearsley, 2010). A Teoria da dissonncia cognitiva ento o sentimento de tenso que surge quando um individuo est simultaneamente consciente de duas cognies conflituosas. Por exemplo quando se age de forma contrria as atitudes, ou, quando se toma uma deciso em favor de uma alternativa quando se prefere outra. Tendo por base as Teorias de consistncia, que hiposteniza que quando surgem inconsistncias entre cognies, os indivduos so motivados para repor a harmonia.

Premissas Tericas
1. A Teoria da Dissonncia Cognitiva diz que as relaes entre duas cognies podem ser ou consonantes, ou dissonantes, ou irrelevantes 2. A Dissonncia Cognitiva um estado psicolgico nocivo, que produz excitao fsica desagradvel 3. Os Indivduos vo tentar reduzir ou eliminar a dissonncia e vo tentar evitar conscincias adicionais que aumentem essa mesma dissonncia 4. A Dissonncia cognitiva pode ser reduzida ou eliminada apenas por: a. Adicionando novas cognies b. Alterando cognies existentes

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Fontes de Dissonncia
1. Inconsistncia de Informao. Quando recebemos informao contrria ou contraditria aquela que temos ou acreditamos 2. Expectativas no confirmadas. Os indivduos preparam-se para um evento, pessoa ou objecto que nunca aparece ou acontece. 3. Justificao Insuficiente. Os indivduos ainda assim fazem aquilo que no tem justificao para fazer. 4. Dissonncia ps-atitude. Depois de cada deciso existe a dissonncia, pela rejeio de algumas coisas boas e aceitao de algumas ms. Mas ento, se nem todas as inconsistncias resultam em dissonncia cognitiva, como a final a inconsistncia possvel? As cognies encontram-se colocadas em escalas de necessidades e quando essa inconsistncia existe numa prioridade baixa, no produzira desconforto. Podem mesmo nunca se encontrar ou ser chamadas ateno, pois a atitude actual consonante e o comportamento automtico. Ainda que as consequncias no sejam perceptveis, de forma ao individuo incorrer em dissonncia, o seu contacto tem que resultar de um ponto de vista contra atitude, para que a dissonncia nunca se torne aversa ao individuo. Ainda assim para que as cognies sejam percebidas pelo individuo, ele tem que se sentir responsvel ou afectado pelo evento, pessoa ou objecto. No sendo um comportamento/atitude voluntrio, s existe quando as consequncias no so imprevisveis. Ainda assim imprevisvel diferente de no vistas, quando nos esquecemos de pensar em alguma consequncia, a dissonncia acontece. aqui que se torna difcil distinguir entre a Teoria da Auto percepo e a Teoria da Dissonncia cognitiva, pois ambas fazem as mesmas previses e chegam s mesmas concluses. No entanto, existem provas que, como previsto pela Teoria da dissonncia cognitiva, existem efeitos fsicos que acompanham as condies dissonantes, alis, quando esse desconforto eliminado, a mudana de atitude no existe. No entanto a Teoria da Auto Percepo explicanos algo, que da Teoria da Dissonncia cognitiva no consegue, que quando somos recompensados por algo que j fazamos, mais provvel comear-mos a faze-lo menos. Sendo os pontos de vista das teorias muito prximas, um fica a pensar se no s uma questo de quo discrepantes so os factos ou atitudes dissonantes

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Referencias
Allport, G. (1935). Atitudes. Baron, R. A., Branscombe, N. R., & Byrne, D. R. (2008). Social Psychology (12th Edition ed.). Bem, D. (1972). The Self-Perception Theory. Coon, D., & Mitterer, J. O. (2010). Introduction to Psychology: Gateways to Mind and Behavior. Crisp, R. J., & Turner, R. N. (2007). Essential Social Psychology. Festinger, L. (1957). Teoria da Dissonncia Cognitiva. Kearsley, G. (2010). Cognitive Dissonance. Obtido de The Theory Into Practice Database. McGaan, L. (2010). Introduction to Persuasion. Smith, J. M. (1982). Evoluo e a Teoria dos Jogos. Straker, D. (2010). Persuasion. Zimbardo, Leippe. (1991). A psicologia da mudana de atitude ou influncia social. Znaniecki, Thomas. (1918). The Polish Peasent in Europe and America.

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