Globoplay

Este artigo toma as práticas de binge-watching; binge-searching e speed-watching como formas de consumo contemporâneas em plataformas de streaming. Fazendo uso da Teoria das Mediações e do entendimento do excesso como fruição de uma representação, este trabalho propõe estudar tais práticas de consumo como tecnicidades dotadas de "temporalidades excessivas". O artigo aponta a atualidade do pensamento de Martín-Barbero na intepretação do consumo digital e propõe a relocalização do excesso como categoria cultural ontologicamente qualitativa. Como consideração final, as "temporalidades excessivas" do consumo são dispostas em três subdivisões: o excesso enquanto fruição na quantidade de conteúdo representado (binge-watching), o excesso como fruição na peregrinação pelo conteúdo representado (binge-searching) e o excesso como fruição no ritmo do conteúdo representado (speed-watching).

This research aims to identify how the streaming interfaces can provide forms of audiovisual fruition, we use Globoplay as the object of this research, which is a service derived from the main content producer in Brazil, TV Globo. For this, we use Audiovisual Design, which is a conceptual theoretical model developed by the intersection between the theories of Human-Computer Interaction and Media Studies. This model is opportune to carry out analyzes about the consumption of content through the uses of the interfaces, presenting different focuses to plan strategies in audiovisual products and services. The methodology of this work was carried out by qualitative analysis, using as instruments of data collection the survey of the conditions of the interfaces, the evaluations of the consumers, the interaction relations with the contents, the mapping of the information available online about the programming grid and the service catalog. The results showed that the resources offered by Globoplay allow the fruition at basic levels, through comments and shares. However, there are consumer relations between Globoplay and TV Globo, websites of television programs and digital social networks, which expand the interaction to other levels, although these interactions do not always occur in a planned way. We concluded this work by presenting opportunities for the creation of resources on the interfaces, assigning the domains of interaction to the individual, enabling the planning of the contents together with the forms of audiovisual fruition.

O objetivo deste trabalho é analisar as interfaces do Globoplay, identificando como é realizada a oferta de conteúdos sob demanda, e as potenciais aplicações e usos de seus conteúdos. Essa pesquisa foi realizada utilizando o método de análise qualitativa das interfaces, e quantitativa da oferta sob demanda. Os resultados apontam que o Globoplay necessita aprimorar sua tecnologia, tanto para corrigir as falhas de interação com as interfaces, ampliar sua oferta de conteúdos e promover a participação dos usuários. As aplicações elencadas como possibilidades neste trabalho se referem ao uso de smartTVs para promover o acesso aos programas locais, nos smartphones os conteúdos de variedades, realitys shows, esportivos e educativos estimulam participação, no browser os comentários podem retroalimentar o consumo da grade, bem como favorecer os sistemas de recomendações no streaming.

O Globoplay é uma das principais janelas de distribuição do Grupo Globo. Se antes o serviço era  utilizado como recurso de expansão da grade televisiva, atualmente a  plataforma também opera como serviço de streaming, com novas produções com o  selo Original Globoplay, principalmente ficções seriadas. Em paralelo a esse movimento, verifica-se o resgate de obras do grande acervo do conglomerado midiático, em especial as telenovelas, que foram lançadas a partir de maio de 2020. Dessa forma, identificamos a reciclagem de conteúdos que são reutilizados e distribuídos em outra janela, neste caso, o Globoplay. São mais de 50 títulos, incluindo obras nunca reprisadas na TV brasileira, que estão disponíveis para acesso a qualquer momento na plataforma. Essa estratégia busca, por um lado, fidelizar o público que compreende a novela como uma produção de valor cultural (GRECO, 2012) e parte da sua memória teleafetiva (BRESSAN JUNIOR, 2017) e, por outro lado, conquistar o público que está presente no digital e não assistiu às exibições na TV aberta. A partir deste escopo, o artigo analisa as estratégias de transmidiação (FECHINE  et  al.,  2013) utilizadas pelo Globoplay na divulgação do relançamento de telenovelas clássicas na rede social Instagram por meio da utilização de recursos históricos e nostálgicos.

A crescente influência de algoritmos e plataformas digitais nos processos comunicacionais tem merecido especial atenção da comunidade acadêmica. Contudo, o algoritmo é quase sempre tratado como um mecanismo impenetrável, limitando as pesquisas. Este artigo abre algumas destas “caixas-pretas” ao investigar a estrutura dos “algoritmos de engajamento” do Globoplay. A exploração se baseia em recentes artigos científicos publicados por desenvolvedores da plataforma de streaming de vídeo. Nestes artigos, as operações são descritas e justificadas por especialistas que efetivamente criam os códigos, evidenciando de que forma o pensamento computacional lida com noções sociais. O objetivo central é compreender como os programadores traduzem o polissêmico conceito de “engajamento” para o interior de algoritmos que buscam examinar, prever e prescrever os comportamentos de usuários da plataforma.

A Netflix chega ao Brasil e engendra um padrão de qualidade, funcionalidade e custo benefício, após isso, surge o Globoplay com conteúdos nacionais, buscando uma memória afetiva e trazendo, por exemplo, telenovelas. A pesquisa irrompe com o intuito de entender como os assinantes brasileiros consomem e se comportam utilizando conteúdos de plataformas diferentes e quais motivos os levam a assinarem. Elaboramos um formulário visando entender melhor esse consumo brasileiro e se existe uma diferença entre ambas as plataformas, criamos 3 categorias de análise: Conteúdo, Interface e Custo benefício, para que assim pudéssemos destrinchar seus pontos positivos e negativos. Buscando assim, neste estudo compreender o panorama de qual é o perfil de consumo do brasileiro nas plataformas de streaming Netflix e Globoplay. 

Palavras-chave: consumo de conteúdo, plataformas de streaming, Netflix, Globopla

A consolidação das plataformas de streaming expandiu a ficção seriada
televisiva para novos mercados consumidores, além de estimular, nas próprias produções, o surgimento de estratégias criativas relacionadas a temáticas locais, com aspectos de universalidade. A partir de breve contextualização do fenômeno da transnacionalização (CHALABY, 2005; STRAUBHAAR, 1991, 2007; SINCLAIR, 2004, 2009), o objetivo do
presente artigo é compreender identidades e as representações das matrizes culturais (MARTÍN BARBERO, 2009) presentes na gênese da obra Desalma (Globoplay, 2020). Para sustentar nossa discussão realizamos estudo de caso a partir da observação deste produto de ficção seriada televisiva brasileira, realizado notadamente para públicos amplificados. Como conclusão, entende-se que as matrizes culturais, enquanto mediações, são ferramentas para a “vontade de experimentação” de um processo de transnacionalização do Globoplay.

O retorno de telenovelas clássicas no Globoplay realiza o reaproveitamento de produções televisivas no streaming. Essa ação está ligada à remediação que renova o formato em outro meio (BOLTER; GRUSIN, 2000). No artigo, buscamos investigar esse processo e a competência midiática dos espectadores no Twitter, analisando os indicadores propostos por Ferrés e Piscitelli (2015), compreendendo as relações entre formato e consumo.

Em  um  dos  horários  comerciais  mais  disputados  da  televisão brasileira no  início  de 2020,  o  intervalo  da  final  do  programa  Big  Brother  Brasil  20,  a  Rede  Globo  abriu espaço para anunciar as maiores concorrentes da GloboPlayno país:Netflix eAmazon Prime  Video. Em  um  cenário  de disputa  acirrada  entre  plataformas  de streaming, mostrava-se pouco provável que a emissora do “plimplim” disponibiliza-se a vitrine do seu  canal  de  TV  aberta,  líder  em  audiência,  para divulgaçãodos  referidos  serviços. Neste artigo, portanto, aborda-setal eventocom o objetivo de compreender como essa imbricação  e  tensionamento  entre  o  sistema  tradicional  de  TV  e  os  serviços  de streamingestão a percorrer por cenários convergentes.