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Apostila-Portuges-Modulo-Ii 60 0

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PORTUGUÊS EM FOCO

MÓDULO II

CLASSES DE PALAVRAS

Em português, existem dez classes gramaticais, ou classes morfológicas, ou ainda classes de


palavras. Dessas, seis são variáveis (isto é, flexionam-se, indo ao plural, ou feminino, ou superlativo),
e quatro são invariáveis.

As classes variáveis são: artigo, adjetivo, pronome, numeral, substantivo e verbo. Nas classes
invariáveis, há: advérbio, conjunção, preposição e interjeição. Neste módulo estudaremos
morfossintaxe das classes de palavras variáveis.

MORFOSSINTAXE DAS CLASSES GRAMATICAIS VARIÁVEIS

Durante toda nossa trajetória enquanto seres aprendizes, passamos por determinadas etapas que
norteiam a prática da educação formal.

Atendo-nos aos conhecimentos de que dispomos acerca dos fatos linguísticos, tomamos consciência
de que a palavra morfossintaxe, em se tratando dos aspectos semânticos a ela atribuídos, resulta na
junção de aspectos morfológicos associados a aspectos sintáticos. Assim, acerca de tal afirmativa,
equivale afirmar que uma determinada palavra, com referência à classe gramatical a que pertence,
pode assumir funções sintáticas distintas, dependendo do contexto oracional, no qual se encontram
inseridas. No que se restringe às disciplinas da grade curricular, mais especificamente à Língua
Portuguesa, apreendemos os conteúdos direcionados a cada série de uma forma específica.
Quando adentramos no ensino médio, começa uma fase revisional de tudo aquilo que já travamos
contato durante as séries anteriores. E é justamente nesse período que nos deparamos com a
chamada Morfossintaxe. Ela nada mais é, que a junção da Morfologia, a qual estuda as palavras de
acordo com sua classe gramatical, e a Sintaxe, onde o estudo centra-se na posição desempenhada
pelas palavras em meio ao contexto linguístico.
Ao falarmos sobre morfossintaxe, devemos levar em consideração que uma mesma palavra analisada
sob a ótica morfológica pode assumir diversificadas funções quando analisada de acordo com a
sintaxe.

Vejamos os exemplos abaixo:

 O conhecimento é essencial a todos.

Logo, analisando o vocábulo “conhecimento” de acordo com a classe morfológica, estamos diante de
um substantivo abstrato. Sintaticamente, este mesmo vocábulo poderá exercer papéis divergentes.
Observe:
Nessa oração ele é sujeito simples, por tratar-se de apenas um núcleo.
Já em:
Devemos priorizar o conhecimento, o vocábulo “conhecimento” funciona como objeto direto, pois o
verbo priorizar é transitivo, e, consequentemente, requer um complemento.
 Os alunos necessitam de conhecimento para obter bons resultados. Nesse exemplo, o vocábulo
exerce a função de objeto indireto, como sendo um complemento do verbo necessitar, que, via de
regra exige a presença de uma preposição.
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 Gostaria que você saciasse a minha ânsia por conhecimentos. O vocábulo ”conhecimento”
completa o sentido de um nome - o substantivo “ânsia”, portanto, trata-se de um complemento
nominal.
De acordo com Macambira (1987, p. 17), “As palavras existentes em qualquer língua distribuem-se
em várias classes, conforme as formas que assumem ou as funções que desempenham, e para alguns
autores conforme o sentido que expressam.”
Em sua obra “A estrutura morfossintática do português, tanto ao tratar de classes de palavras quanto
de funções sintáticas”, Macambira (1987) vale-se de três tipos de critério:

A)o mórfico, B) o semântico e C) o sintático.

Consideraremos, aqui, morfossintaxe como o estudo simultâneo da sintaxe e da morfologia, ou seja,


o estudo em que, ao se analisarem frases - sempre sem perder de vista seu contexto, a situação de
texto em que se encontram; considerando-se, portanto, também aspectos semânticos e pragmáticos
-, serão levadas em conta não só as funções sintáticas exercidas por expressões nessas frases, mas
também as classes gramaticais e as orações que exercem essas funções, e, quanto às classes
gramaticais em especial, seu pertencimento a uma classe ou a outra dependendo das relações
estabelecidas dentro da frase em que estão sendo enunciadas.

Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de


objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

-lugares: Alemanha, Porto Alegre...


-sentimentos: raiva, amor...
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...

Morfossintaxe do substantivo

Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas
com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e
do agente da passiva.
Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do
predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são
desempenhadas por grupos de palavras.
Dentro da oração o substantivo pode funcionar como núcleo das seguintes funções sintáticas:

1) sujeito – Gasolina aumenta de novo.


2) predicativo do sujeito – A primeira colocada foi Heloísa.
3) predicativo do objeto – Consideram o técnico herói.
4) objeto direto – No aniversário, receberam flores.
5) objeto indireto – Acreditam em Deus.
6) complemento nominal – Tinham sede de vingança.
7) agente da passiva – A cidade foi invadida por turistas.
8) aposto – Pedro, a vítima, foi imediatamente socorrido.
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9) adjunto adverbial – Compraram frutas no mercado.


10) vocativo – Meninos, comportem-se.
11) adjunto adnominal – Casas de madeira são aconchegantes, mas inflamáveis.

MORFOSSINTAXE DO ADJETIVO

Pois bem, uma mesma palavra, a depender do contexto oracional em que ela estiver demarcada,
pode assumir funções sintáticas distintas, como é o que ocorre com o adjetivo. Nesse sentido,
compreender acerca da morfossintaxe do adjetivo é importante. Eis, portanto, algumas elucidações:

* Adjunto adnominal – Assim se materializa quando acompanha diretamente o substantivo de uma


forma direta, sem ser mediado pelo verbo. Vamos a alguns exemplos:

 Os alunos esforçados obtiveram um bom resultado nas avaliações.


 O carinho de mãe é essencial nas relações humanas.
 Adoramos as comidas típicas daquele lugar.
Inferimos que os termos que se encontram em destaque, ora representado, respectivamente, por
um adjetivo, locução adjetiva e adjetivo novamente, caracterizam-se como adjuntos adnominais.

* Predicativo do sujeito – Ocupa tal classificação quando se refere ao sujeito da oração pela
mediação ou não de um verbo de ligação. Vamos aos exemplos:

Os garotos são educados.


Os turistas entraram alegres na pousada.
Constatamos que os adjetivos “educados” e “alegres” conferem uma característica aos sujeitos “os
garotos” e “os turistas”.

* Predicativo do objeto – Tal função se manifesta em virtude de fazer referência ao objeto mediante
um verbo transitivo, ou seja, aquele que requer um complemento. Eis os exemplos que ilustram a
ocorrência em questão:

Aplaudimos os alunos veteranos.


Lemos as narrativas fantásticas.
Identificamos que ambos os complementos “os alunos” e “as narrativas” apresentam-se
caracterizados pelos adjetivos “veteranos” e “fantásticas”.

Dentro da oração o adjetivo pode exercer as seguintes funções sintáticas:


1) adjunto adnominal – quando acompanha o substantivo diretamente, isto é, sem mediação do
verbo. Exs.: Pessoas sensatas aplaudiram a decisão. / Computadores modernos equipavam aquela
empresa.·.
2) predicativo do sujeito – quando se refere ao sujeito da oração através da mediação de um verbo
(de ligação ou não). Exs.: Após a vitória, os torcedores ficaram contentes. / Os torcedores saíram do
estádio aborrecidos.

3) predicativo do objeto – quando se refere ao objeto, mediante um verbo transitivo.

Ex.: Considero sua proposta irrecusável.


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MORFOSSINTAXE DO ARTIGO

Artigo é a palavra variável em gênero e número que precede o substantivo, determinando-o de


modo preciso ou vago, indicando-lhe o gênero e o número. Justamente por isso, ele sempre exercerá
na oração a função sintática de adjunto adnominal do substantivo a que estiver se referindo.
Observe:

 O aluno chegou atrasado.


 Estudantes receberam os prêmios.
 Maura, uma pastora, inspirou vários poetas.
 A Terra é um planeta.

Com se percebe, para definir o que é artigo, mencionar suas relações com o substantivo. Assim, nas
orações da língua portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo:
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.

EMPREGO DOS ARTIGOS

a) É obrigatório o emprego do artigo definido entre o numeral ambos e o substantivo a que se refere.

O juiz solicitou a presença de ambos os cônjuges.

b) Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo (e flexões).

Este é o homem cujo amigo desapareceu.


Este é o autor cuja obra conheço.

c) não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de
chão firme), a menos que venham especificadas.

Eles estavam em casa.


Eles estavam na casa dos amigos.
Os marinheiros permaneceram em terra.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.

d) Não se emprega artigo diante da maioria dos nomes de lugar.


Passaram o carnaval em Salvador
Florianópolis é capital de Santa Cantarina.
Nevou muito em Roma.
Brasília é a capital da República.

e) É facultativo o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos.


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Deixaram meu livro na sala. = Deixaram o meu livro na sala.


Não conheço sua namorada. = não conheço a sua namorada.

f) Com nomes de pessoas, geralmente não se usa artigo.


Lígia não compareceu à cerimônia.
Capitu é personagem de um romance de Machado de Assis.
Napoleão mudou os rumos da Revolução Francesa.

g) Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, com exceção de senhor(a), senhorita e
dona. EX: Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.

h) Emprega-se o artigo definido com o superlativo.


Não consegui resolver as questões mais difíceis.
i) Depois do pronome indefinido todo, emprega-se artigo quando se quer dar ideia de qualquer dar
ideia de qualquer, omite-se o artigo.

Ele leu todo o livro. (o livro inteiro)

j) Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias.

MORFOSSINTAXE DO PRONOME

As elucidações que se firmam mediante a classe de palavra “pronome” convidam-nos a refletir


acerca de um importante aspecto. Nesse sentido, como nosso alvo principal se define pelo estudo
do pronome, uma vez representando uma das dez classes gramaticais de que temos conhecimento,
temos de ter consciência de que ele pode, assim como outras classes, assumir funções sintáticas
distintas; os pronomes pessoais indicam uma das três pessoas do discurso, tanto do singular quanto
do plural, ou seja:

EU/NÓS – A PESSOA QUE FALA


TU/VÓS – A PESSOA COM QUEM SE FALA
ELE/ELES – A PESSOA DE QUEM SE FALA
Quanto à função que desempenham, podem se classificar como pronomes pessoais do caso reto, ora
funcionando como sujeito da oração. Assim, vejamos:

Eu
Tu
Ele/ela
Nós
Vós
Eles/elas
Eu gosto muito de você. (sujeito simples)

Atuando como complemento verbal (objeto direto ou indireto, agente da passiva, complemento
nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal), classifica-se em pronomes pessoais do caso oblíquo,
subdividindo-se em átonos e tônicos. Constatemos, pois:
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Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

* Complemento nominal: Foi-lhe favorável à sentença. (favorável a ele/ela)


* Objeto direto: Encontrei-o perambulando por aí. (encontrei quem? – ele)
* Objeto indireto: Peço-lhe desculpas. (peço desculpas a quem? A ele/ela)
* Adjunto adnominal: Na confusão roubaram-me os pertences. (os meus pertences)

Tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Essas encomendas foram entregues a mim. (objeto direto)
Gostaria de lhe agradecer pelo favor. (objeto indireto)

Pronomes eu/tu – mim/ti

No que tange a tais pronomes, “eu” e “tu” desempenharão sempre a função sintática de sujeito,
assim como nos exemplos:

Eu aceito o pedido de desculpas. (sujeito)

Já os pronomes “mim” e “ti” exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente
da passiva, adjunto adverbial e sujeito acusativo, como evidenciado abaixo:

Não cabe a mim, tomar essa decisão. (objeto indireto)


Essa decisão foi favorável a ti. (complemento nominal)
Pronomes se/si e consigo

Os pronomes em questão somente se classificam como reflexivos ou recíprocos – razão pela qual são
empregados na voz reflexiva e na voz reflexiva recíproca. São exemplos:

Se você não se cuidar poderá ficar doente.


São egoístas as pessoa que só pensam em si.
Ela trouxe consigo lembranças de onde esteve.
Com nós, com vós, conosco e convosco.

Por mais que pareçam estranhas as formas “com nós” e “com vós”, elas podem ser perfeitamente
aplicáveis se à frente delas estiver indicando uma palavra que represente “somos nós” ou “quem sois
vós”, assim como nos atestam os exemplos abaixo:

Falaram com nós todos acerca das mudanças que iriam ocorrer.
Desistiu de sair com nós dois por quê?
De ele ou dele? Do ou de o?
Chegou o momento de ele decidir se permanece ou não.
O fato de o professor não ter explicado representa o descompromisso.

 Sujeito acusativo: quando se manifestarem em um período composto formado pelos verbos


“mandar, fazer, deixar, sentir, ouvir”, entre outros: Mande-me o relatório da empresa.

Em virtude de estarmos falando da norma padrão da língua portuguesa, eis que uma canção
demonstra ser objeto de estudo: sob a autoria de Marisa Monte, Beija eu:

[...]
7

Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
[...]

Ao analisarmos a colocação do pronome pessoal do caso reto, “eu”, constatamos que se trata de um
uso indevido, dada a condição de ele funcionar como sujeito, não como complemento (quando na
verdade o correto seria beija-me). No entanto, em se tratando da licença poética concebida ao
artista, possíveis desvios são tidos como intencionais, aceitáveis, portanto.

1) PRONOME PESSOAL

Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu ele/ela, nós, vós, eles/elas) devem ser empregados na
função sintática de sujeito ou predicativo do sujeito, podendo também ser empregados como
vocativo (tu e vós).

A norma culta não aceita esses pronomes empregados como complemento, embora esse uso seja
comum na linguagem coloquial. Exs.: Convidaram ele para a festa. / Chamaram nós para a festa.
Na função de complemento, na linguagem formal, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes
retos. Exs.: Convidei-o. / Chamaram-nos.

Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando precedidos de preposição, passam a funcionar como
oblíquos. Nesse caso, considera-se correto seu emprego como complemento. Exs.: Informaram a ele
os reais motivos. / Emprestaram a nós os livros.

As formas retas: eu e tu, só podem funcionar como sujeito ou como predicativo. Considera-se errado
seu emprego como complemento.
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição, não se usam as
formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti. Exs.: Ninguém irá sem mim. / Nunca houve
discussões entre mim e ti.
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas eu e tu mesmo precedidas de
preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo. Nesses casos, a
preposição é uma exigência do verbo e não do pronome. Exs.: Deram o livro para eu ler. / Deram o
livro para tu leres.

As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos
diretos, ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complemento de verbos transitivos
indiretos. Exs.: O menino convidou-a. / O filho obedece-lhe.

1.1PRONOMES DE TRATAMENTO

Entre os pronomes pessoais incluem – se os chamados pronomes de tratamento, que se usam no


trato com as pessoas, trato esse que, de acordo como indivíduo a quem nos dirigimos, pode ser
familiar, de respeito ou cerimonioso.
Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a polidez, entendida
como o ajustamento da expressão às normas de educação ou cortesia.
8

A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia ("Tenho a honra de encaminhar" e


não, simplesmente, "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..." em vez de, simplesmente,
"Sugiro..."); no cuidado de evitar frases agressivas ou ásperas (até uma carta de cobrança pode ter
seu tom amenizado, fazendo-se menção, por exemplo, a um possível esquecimento...); no emprego
adequado das formas de tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a superiores, colegas e
subalternos.
No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-se considerar
não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a
posição hierárquica do cargo que ocupa.
Veja o quadro a seguir, que agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares,
eclesiásticas, monárquicas e civis;
Apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e
plural);

Indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.

Autoridades Universitárias

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural

Ao Magnífico
Reitor
Vossa V. Mag.asou Magnífico
Magnificência V. Mag.ª ou V. Magas. Reitor ou
V. Maga.
Reitores ou ou ou Ao
V. Exa. ou V. Excelentíssimo
Vossa Ex.ª V.Ex.as ou Excelentíssimo Senhor Reitor
Excelência V.Exas. Senhor Reitor Nome
Cargo
Endereço

Ao
Excelentíssimo
Excelentíssimo Senhor Vice-
Vossa V.Ex.ª, ou V.Ex.as ou V.
Vice-Reitores Senhor Vice- Reitor
Excelência V.Exa. Exas.
Reitor Nome
Cargo
Endereço

Assessores
Ao Senhor
as
Pró-Reitores Vossa V.S.ª ou V.S. ou Senhor + Nome
Senhoria V.Sa. V.Sas. cargo Cargo
Diretores Endereço
9

Coord. de
Departamento

Autoridades Judiciárias

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural

Auditores

Curadores
Defensores Ao
Públicos Excelentíssimo
as
Desembargadores Vossa V.Ex.ª ou V. V.Ex. ou V. Excelentíssimo Senhor
Membros de Excelência Exa. Exas. Senhor + cargo Nome
Tribunais Cargo
Presidentes de Endereço
Tribunais
Procuradores
Promotores

Ao Meritíssimo
Senhor Juiz
Meritíssimo
Meritíssimo
Senhor Juiz ou
Juiz
M.Juiz ou
ou
Juízes de Direito V.Ex.ª, V. V.Ex.as ou Ao
Exas. Excelentíssimo
Vossa
Excelentíssimo Senhor Juiz
Excelência
Senhor Juiz Nome
Cargo
Endereço

Autoridades Militares

Cargo ou Por Abreviatura Abreviatura


Vocativo Endereçamento
Função Extenso Singular Plural

Oficiais Ao
Generais Vossa V.Ex.ª ou V. V.Ex. , ou Excelentíssimo Excelentíssimo
as

(até Excelência Exa. V. Exas. Senhor Senhor


Coronéis) Nome
Cargo
10

Endereço

Ao Senhor
as
Outras Vossa V.S.ª ou V. V.S. ou V. Senhor + Nome
Patentes Senhoria Sa. Sas. patente Cargo
Endereço

Autoridades Eclesiásticas

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural

A Sua
V.Ex.ª Excelência
Vossa
Rev.maou V. V.Ex.as Rev.masou Excelentíssimo Reverendíssima
Arcebispos Excelência
Exa. V. Exas. Revmas. Reverendíssimo Nome
Reverendíssima
Revma. Cargo
Endereço

A Sua
V.Ex.ª Excelência
Vossa
Rev.maou V. V.Ex.as Rev.masou Excelentíssimo Reverendíssima
Bispos Excelência
Exa. V. Exas. Revmas. Reverendíssimo Nome
Reverendíssima
Revma. Cargo
Endereço

V.Em.ª, V.
V.Em.as, V.
Ema.
Emas. A Sua
Vossa Eminentíssimo
Eminência
Eminência ou ou Reverendíssimo
ou Reverendíssima
Cardeais Vossa ou
Nome
Eminência V.Em.ª Eminentíssimo
V.Emas Rev.masou Cargo
Reverendíssima Rev.ma, V. Senhor Cardeal
V. Emas. Endereço
Ema.
Revmas.
Revma.

Ao
Reverendíssimo
V. Rev.ma
Vossa V. Rev.mas Reverendíssimo Cônego
Cônegos ou V.
Reverendíssima V. Revmas. Cônego Nome
Revma.
Cargo
Endereço

Frades Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo Ao


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Reverendíssima ou V. ou V. Revmas. Frade Reverendíssimo


Revma. Frade
Nome
Cargo
Endereço

A
Reverendíssima
V. Rev.ma
Vossa V. Rev.mas Reverendíssimo Irmã
Freiras ou V.
Reverendíssima ou V. Revmas. Irmã Nome
Revma.
Cargo
Endereço

2) PRONOME RELATIVO

Pronomes Relativos são aqueles que representam nomes já referidos, com os quais estão
relacionados. Retomam um nome anterior. Chamamos de antecedente o termo que o pronome
relativo retoma, relaciona, o termo dependente, o qual é fixo, não podendo ter outra colocação na
frase. Este termo será o sujeito da oração principal. O sujeito da oração subordinada chama-se
consequente, o termo relacionado pelo pronome relativo. A parte da oração principal que não é o
antecedente (o predicado da oração principal) pode mudar de posição na frase (estes em negrito,
sublinhado o antecedente):

A cidade a qual eu nasci é aquela.


As pessoas as quais eu convidei foram estas.

Observações: Sempre haverá um verbo de ligação:

1. Antes ou depois do antecedente quando a frase iniciar com pronome adjetivo:


Aquela é a cidade a qual eu nasci
Será este o rio o qual navegarei

2. Antes do pronome adjetivo quando o predicado da oração principal é colocado depois da oração
subordinada:

A cidade a qual eu nasci é aquela


O rio o qual navegarei será este
3. Após o pronome relativo quando não há verbo principal no núcleo da oração (haverá adjetivo que
pode ser substituído com o verbo de ligação por um verbo ou locução) necessitando de
complemento:
A cidade a qual sou nascido chama-se Cuiabá - necessita de complemento (chama-se Cuiabá)
O rio o qual será navegável nasce na Serra do Mar - necessita de complemento (nasce na Serra do
Mar)
4. O complemento pode seguir as regras dos itens 1 e 2:
12

A cidade a qual sou nascido é aquela


Este é o rio, o qual será navegável
Os pronomes relativos introduzem orações subordinadas adjetivas. Ao contrário das conjunções, que
não desempenham função na oração, os pronomes relativos sempre têm uma função sintática na
oração adjetiva.

EX:
Ouço a voz do vento, que varre à tarde.
Pronome relativo, sujeito do verbo varrer sujeito simples.
Junto aos pronomes qual e quais haverá um pronome demonstrativo que concordará com o
antecedente (os pronomes demonstrativos podem estar contraídos com preposição, nestes casos, o
pronome é equivalente a cujo e flexões):

 As pessoas as quais eu convidei foram estas.


 Os meteoros, os quais não se desintegram, agridem o planeta.

Não se põe artigo junto aos pronomes cujo, cujos, cuja e cujas, eles simplesmente concordam com o
antecedente. São equivalentes a ao/do qual, aos/dos quais, à/da qual, às/das quais:

 As pessoas cujas eu falei não compareceram. = As pessoas às/das quais eu falei não
compareceram.

MORFOSSINTAXE DO NUMERAL

Os numerais podem desempenhar a função de um substantivo ou de um adjetivo. Quando o numeral


substitui um substantivo, é chamado numeral substantivo; quando acompanha um substantivo, é
chamado numeral adjetivo.

A partir daí, podemos concluir que, no primeiro caso, o numeral exercerá funções substantivas
(sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.); no segundo caso, funções adjetivas.
Um é pouco, dois é bom, três é demais. (numeral substantivo na função de sujeito)
Quinze pessoas compareceram. (numeral adjetivo na função de adjunto adnominal)

Observe:

Um é pouco, dois é bom, três é demais, (numerais na função sintática de núcleo do sujeito).
Dois mais dois são quatro (numeral desempenhando a função de predicativo do sujeito).
Já o numeral adjetivo exerce a função de adjunto adnominal.
Quinze pessoas compareceram à reunião (numeral na função de adjunto adnominal. Acompanhando
o substantivo pessoas, núcleo do sujeito).

Os numerais têm as seguintes funções sintáticas:

a) adjunto adnominal, como palavra adjetiva: As duas crianças cantavam e dançavam. Os primeiros
colocados serão favorecidos.

b) Como numeral substantivo, isto é, empregado no lugar do nome, exercerá as funções próprias ao
substantivo: sujeito, objeto, predicativo, agente da passiva:
13

EX: “Éramos seis.” (predicativo) (Leandro Dupré)


A resposta foi dada por ambos. (agente da passiva)
O 33 é meu número favorito. (sujeito)
Jogou e acertou o 27. (objeto)
Particularidades ao empregar o numeral:

a) Pode ocorrer, eventualmente, o emprego do cardinal como expressão superlativa:


Ex.: Naquela festa, abraços mil.

b) Ambos (ambas) – este numeral refere-se a dois seres. Chama-se dual.

c) O ordinal deve ser empregado quando se faz referência ao primeiro dia do mês:
Ex.: São Lourenço da Mata, 1º de junho...

d) Na nomenclatura de papas, reis, séculos e capítulos usa-se o ordinal até o décimo; daí por diante,
mantém-se o emprego do ordinal se o numeral vier anteposto ao substantivo; se posposto, emprega-
se o cardinal:
Exemplos: Pedro I (primeiro) – ordinal até 10º. Pio XII (doze) – cardinal – posposto ao substantivo.
Nessas referências o ordinal e o cardinal são frequentemente representados pelos algarismos
romanos. O vigésimo século (ordinal).
O sexto capítulo (ordinal). Estes antepostos ao substantivo.
e) Na linguagem forense, encontramos a expressão “a folhas oito”. É o uso do plural pelo singular
(sinédoque), pois o texto não se refere às informações das folhas antecedentes, mas somente às
indicações da folha numerada “8”, ou seja, à folha oitava. Trata-se de um fato de linguagem de grupo
social, e não da linguagem comum.

f) O sistema de numeração, em algarismos romanos, resulta da contagem dos dedos da mão. O latim
refletia bem esse processo, pois, através dos ideogramas, representava os números de um a dez.
Assim o ideograma identificador do numeral cinco é o contorno da mão aberta: V. O número dez é o
resultado de cinco mais cinco, os dois sobrepostos: X.

Curiosidades:

a) Quando chegarmos a 2020 deveremos dizer anos vintes (sim, com s). Raciocínio simplório –
Quantos anos há nos anos vintes? Resposta: (1921, 1922, 1923...) um, dois, três... Isto é plural!

Raciocínio gramatical – O numeral pode ser substantivo (quando fica no lugar do substantivo) e
adjetivo (quando acompanha o substantivo e de certa forma modifica-o). Neste caso, o numeral
adjetivo varia de acordo com o substantivo em gênero e número. Ex.: Os anos trintas. (substantivo
no plural, numeral no plural. Obs.: a década de vinte. (singular porque década mesmo indicando dez
está no singular)

b) Hum mil (será o dinheiro que pensa?) - isto é arcaísmo. Não há nem hum, nem um mil. Alguns
dizem que é para que ninguém ponha no cheque dois, três mil. Isto não cola, pois, se pensarmos
simploriamente é só colocar o numeral mil bem pertinho do início da linha do cheque, se assim lhe
convier. No entanto a explicação para o não uso é outra: mil é um numeral no plural que dá ideia de
14

plural, um, é singular. Não combinam. Bilhão, trilhão, etc., embora deem ideia de plural estão no
singular, pertencem ao singular.

MORFOSSINTAXE DO VERBO

Os verbos são, em sua maioria, significativos, isto é, informam alguma coisa a respeito do sujeito a
que se referem. Há, no entanto, alguns verbos que, por serem vazios ou quase vazios de conteúdo
significativo, praticamente nada informam a respeito do sujeito. São os verbos de ligação, que, como
o próprio nome indica, atuam como ligação entre o sujeito e um atributo do sujeito (o predicativo do
sujeito).
Os verbos de conteúdo significativo sempre funcionarão como o núcleo do predicado verbal ou o
núcleo verbal do predicado verbo-nominal. Exs.: Marcos recebeu os presentes. / Marcos recebeu os
presentes aborrecido.

Já os verbos de ligação, por serem vazios ou quase vazios de conteúdo significativo, não funcionam
como núcleo do predicado. Dessa forma, nos predicados em que aparece, o núcleo será sempre um
nome. Daí poder-se afirmar que quando ocorrer verbo de ligação seguido de um nome o predicado
será, sem dúvida, predicado nominal. Veja:

Os convidados ficaram insatisfeitos. (o núcleo do predicado é insatisfeitos, e ficaram é verbo de


ligação).

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar,
entre outros processos:

ação (correr);
estado (ficar);
fenômeno (chover);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras
como: corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados
acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

A Sintaxe é a parte da língua portuguesa que trabalha com a disposição das palavras em uma frase e
a lógica entre elas. Ela é muito importante para compreender a combinação de orações e palavras.
Nos estudos gramaticais a sintaxe é estudada por meio da análise sintática para analisar o sujeito, o
predicado e os termos acessórios de uma oração.
A concordância de uma frase ocorre quando há determinada flexão entre dois termos e ela pode ser
caracterizada como verbal ou nominal. É a responsável pela harmonia na construção de uma frase na
língua portuguesa.

Concordância Verbal
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Flexão do verbo para concordar com o número e a pessoa do seu sujeito. O verbo representa o
subordinado e o sujeito o item subordinante. Em alguns casos surgem dúvidas na hora da prova
devido o uso de expressões que passam o sentido de pluralidade e confundem o aluno.

Sujeito Simples: Quando é um sujeito simples o verbo concorda em número e pessoa e a ação é
praticada por apenas um núcleo.
- Meus filhos chegaram (3º pessoa do plural) com fome.
- Meu filho chegou (3º pessoa do singular) com fome.
Regras Sujeito Simples

1) Sujeito formado por expressão partitiva (uma porção de, a maioria de, grande parte de...) pode ter
a concordância no singular ou plural quando for seguida de substantivo ou por um pronome no
plural.
 A maioria dos alunos apoia/apoiaram a greve dos professores.
 Parte dos ônibus apresentou/apresentaram defeito mecânico.

2) Nos substantivos coletivos especificados os verbos ficam na 3º pessoa do singular.

 Um bando de bandidos saqueou/saquearam uma joalheria no centro da cidade.

3) Para os sujeitos que indicam uma quantidade aproximada (cerca de, perto de, mais de...) seguido
por um numeral e substantivo, o verbo fica em concordância com o substantivo.

 Mais de quinhentas pessoas participaram da corrida escolar.


 Cerca de duzentas crianças comemoraram o feriado no parque.
4) Nomes que só existem no plural e os que não tem artigo ficam com o verbo no singular. Mas,
quando essa palavra no plural vier com artigo o verbo deve ficar no plural.

 Os Estados Unidos são o país da oportunidade.

5) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (muitos, vários, quantos,


alguns...) que seja sucedido dos termos “de nós” ou “de vós”. O verbo nesse caso pode concordar
com o primeiro pronome ou com o pronome pessoal. Para os casos em que o pronome interrogativo
e indefinido estiver no singular o verbo também fica no singular.

 Quais de nós são/somos capazes?


 Qual de nós é capaz?
6) Quando o sujeito é formado por uma porcentagem e sucedido por um substantivo. O verbo deve
estar em concordância com o substantivo.

 35% dos candidatos reprovaram no vestibular.


 5% do orçamento do país deve ser destinado ao transporte público.

7) Para os casos em que existe porcentagem que não é sucedida de substantivo o verbo concorda
com o número. Exemplo:

 50% conhecem o candidato.


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8) Quando o sujeito da frase é o pronome relativo "que" o verbo concorda em número e pessoa com
o termo que antecede o pronome.

 Fomos nós que pagamos a conta do restaurante.


 Fui eu que fiquei feliz com sua visita.

9) Na expressão “um dos que” o verbo fica no plural. Exemplos:

 Pelé foi um dos jogadores que mais usaram a camisa da seleção brasileira.
 João é um dos que ensinam inglês na escola do bairro.

10) Para os casos em que o sujeito for um pronome relativo o verbo pode concordar com o termo
que antecede o pronome ou vir na 3º pessoa do singular.

 Fui eu quem viajou de carro./Fui eu que viajei de carro.

11) Para o sujeito que é um pronome de tratamento o verbo deve permanecer na 3º pessoa do
singular ou plural. Exemplos:

 Vossa Majestade é irônica?


 Vossas Majestades vão viajar?
12) Para verbos como dar, bater e soar a concordância ocorre dependendo do numeral. Exemplo:

 Soaram dez horas no relógio.


 Deu uma hora da manhã.
13) A concordância para verbos impessoais (haver, fazer e os que indicam fenômenos da natureza)
são utilizados na 3º pessoa do singular. Exemplos:


Faz duas semanas que não como carne.
 Trovejou ontem pela manhã.
Dica: Quando falamos durante o dia a dia somos levados a fazer concordância apenas no singular
muitas vezes levando ao erro.

Sujeito Composto: Aquele que possui mais de um núcleo. Veja a seguir as regras:

1) Para o sujeito composto que vem antes do verbo a concordância deve ser no plural. Exemplos:

 João e Maria conversavam na varanda.


 Pais e filhos devem ser amigos.

2) Para os sujeitos compostos que possuem pessoas gramaticais distintas a concordância verbal
segue a seguinte regra: a 1º pessoa predomina sobre a 2º pessoa. Exemplo:

 Pais e filhos precisam respeitar-se. (3º pessoa do plural-eles)

3) Quando o sujeito composto vem após o verbo (posposto) há duas possibilidades de concordância.
Na primeira o verbo concorda no plural com o sujeito e na segunda opção concorda com o núcleo do
sujeito mais próximo.
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 Compareceram a festa a mãe e suas filhas.


 Compareceu ao evento a mãe e suas filhas.
4) Para casos de reciprocidade a concordância se dá no plural. Exemplo:

 Abraçaram-se tios e primos.

5) Quando há sujeitos compostos formados por núcleos sinônimos o verbo concorda no plural ou no
singular. Exemplo:

 A falta de chuva e a seca marcam/marca o inverno no Distrito Federal.

6) Quando o sujeito composto apresenta termos dispostos em gradação o verbo pode concordar
com o último núcleo do sujeito ou ficar no plural. Exemplos:

 Dias, horas, minuto, segundo parecem solitários sem você.


 Dias, horas, minuto, segundo parece interminável sem você.

7) Quando os núcleos do sujeito estão ligados pelos termos “ou” ou “nem”, o verbo concorda no
plural e a afirmação do predicado é relacionada a todos os núcleos. Para os casos de núcleo
excludente o verbo permanece somente no singular. Exemplos:

 Jogador ou treinador de futebol ganham pouco.


 Nem Maria nem João foram viajar.

8) Para as expressões “um ou outro” e "nem um nem outro” pode-se utilizar a concordância no
plural ou singular, no entanto é mais comum ver no singular. Exemplos:

 Nem um nem outro foi/foram à festa.


 Um e outro viajou/viajaram para Paris.

9) Quando os núcleos do sujeito são ligados com o termo “com”= “e” o verbo concorda no plural.
Exemplo:

 A mãe com a irmã criaram uma nova empresa.

10) Para os núcleos do sujeito ligados por expressões correlativas (tanto...quanto, não somente, não
só...mas ainda, etc).

 Tanto os alunos quanto os professores ficaram tristes com o fim das aulas.

11) Quando os sujeitos compostos são reunidos em apenas um aposto recapitulativo (nada, tudo,
etc.) a concordância se dá de acordo com o termo utilizado na oração. Exemplo:

 Doces, Sal, Gorduras, tudo faz mal à saúde.

Concordância verbal com o verbo ser

Com o verbo ser, a concordância verbal poderá ser feita de acordo com o sujeito gramatical, como
normalmente, ou poderá ainda ser feita de acordo com o predicativo do sujeito.

Concordância verbal com o predicativo do sujeito


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A concordância verbal da oração deverá ser feita com o predicativo do sujeito:

- Com os sujeitos tudo, nada, o, isto, isso e aquilo, ficando o verbo no singular se o predicativo do
sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver no plural.

Exemplos:

 Isto é um exemplo do que pode acontecer.


 Isto são exemplos do que pode acontecer.
 Tudo o que eu quero é um dia sossegado.
 Tudo o que eu quero são dias sossegados.

- Com sujeitos formados pelos pronomes interrogativos que ou quem, ficando o verbo no singular se
o predicativo do sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver no plural.

Exemplos:

 Quem é este garoto?


 Quem são estes garotos?
 Que é este embrulho?
 Que são estes embrulhos?

- Quando o verbo ser se apresenta como verbo impessoal, ou seja, sem sujeito, na indicação de
noções temporais e distâncias, sendo a concordância verbal feita de acordo com o numeral.

Exemplos:

 É uma da tarde.
 São seis da tarde.
 É um quarteirão para a direita.
 São três quarteirões para a direita.
 Hoje é primeiro de setembro.
 Hoje é doze de setembro.
Nota: Com a utilização da palavra dia nas datas, o verbo fica no singular: Hoje é dia doze de
setembro. Também é possível a construção da frase com o verbo no singular sem a palavra dia,
ficando a mesma subentendida: Hoje é doze de setembro.

- Com sujeito formado por uma expressão de sentido partitivo ou coletivo, ficando o verbo no
singular se o predicativo do sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver
no plural.

Exemplos:

 A maioria é criança.
 A maioria são crianças.
 O restante é besteira.
 O restante são besteiras.

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- Com um sujeito singular que se refira a coisas e um predicativo do sujeito no plural, devendo o
verbo ser escrito também no plural.

Exemplos:

 Minha vida foram só desilusões.


 Minha felicidade são as brincadeiras e aconchegos de meus filhos.

Nota: Caso o sujeito indique pessoas, a concordância verbal da oração deverá ser feita com o sujeito.

Exemplos:

 Minha filha é só alegrias e orgulho.


 Pedro era só confusões e faltas de consideração.

Concordância verbal com o sujeito ou com o predicativo do sujeito

A concordância verbal da oração poderá ser feita com o sujeito ou com o predicativo do sujeito:

- Quando o sujeito ou o predicativo do sujeito forem formados por um pronome pessoal reto, sendo
a concordância verbal feita de acordo com esse pronome.

Exemplos:

 Entre os diretores, eu sou a única representante feminina.


 Os responsáveis são eles.

Nota: Caso o sujeito e o predicativo do sujeito sejam ambos formados por um pronome pessoal reto,
a concordância verbal será feita de acordo com o primeiro pronome pessoal reto, que exerce função
de sujeito.

Exemplos:

 Eu nunca serei ele.


 Ele nunca será eu.

Outro caso de concordância verbal

A concordância verbal da oração será sempre feita no singular:

- Com sujeito que indique quantidade ou medida, seguido de: pouco, muito, menos de, mais de, o
suficiente, o bastante,… ficando o verbo sempre no singular, independentemente da quantidade
expressa ou da utilização do plural em algum termo da oração.

Exemplos:

 Apenas um litro de água por dia é pouco para mim.


 Três quilos de açúcar é muito para estes doces. Poderão ficar enjoativos.

REGÊNCIA VERBAL
Regência verbal é a relação de subordinação que ocorre entre um verbo e seus complementos.
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Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia:

“… a marca que o mundo confia.”

Acontece que quem confia, "confia em”. Logo, o correto seria dizer:
“… a marca em que o mundo confia.”

As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O
correto seria dizer “A rua em que moro” (quem mora, mora em...), “Os países a que fui” (quem vai,
vai a...), “A comida de que mais gosto” (quem gosta, gosta de...).

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”.

“… são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci…”

Se eu me esqueci, eu "me esqueci de". Quem esquece, "esquece algo". Quem se esquece, "esquece-
se de algo". Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci.” Pode-se, também,
eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que eu não esqueci”.

Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava:

"A gente nunca esquece do aniversário de um amigo.”


O que poderia ser corretamente escrito das seguintes formas:
“A gente nunca esquece o aniversário de um amigo.”
(quem esquece, esquece algo)
“A gente nunca se esquece do aniversário de um amigo.”
(quem se esquece, esquece-se de...)
Verbos Intransitivos

São os verbos que não necessitam ser completados. Sozinhos, indicam a ação ou o fato.

Comparecer, Chegar, Ir, Vir, Voltar, Cair e Dirigir-se:

Estes verbos aparentam ter complemento, por exemplo, “Quem vai, vai a algum lugar”. Porém a
indicação de lugar é circunstância, não complementação. Classificamos este complemento como
Adjunto Adverbial de Lugar. É importante observar que a regência destes verbos exige a preposição a
na indicação de destino e de na indicação de procedência. Só se usa a preposição em na indicação de
meio, instrumento.

Irei em Santiago de Cuba; (errado)


Irei a Santiago de Cuba;
Vou em São Paulo; (errado)
Vou a São Paulo;
Muitos não compareceram na prova do Enem; (errado)
Muitos não compareceram à prova do Enem;
Jesus dirigiu-se aos apóstolos andando sobre o mar;
A comida caiu no chão; (errado)
A comida caiu ao chão;
Você caiu do céu;
Voltei de lá;
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Cheguei de Curitiba há meia hora;


OBS: O fenômeno denominado crase também ocorrerá quando houver um verbo intransitivo
regendo a preposição a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, como no terceiro
exemplo acima.

Morar, Residir e Situar-se:

São intransitivos, mas costumam estar acompanhados de adjunto adverbial, regendo a preposição
em.
Moro / Resido em Londrina;
Minha casa situa-se no Jardim Petrópolis;
Não utilize a preposição “a” para logradouros.
Minha casa situa-se à rua Pero Vaz; (errado)
Moro a cem metros da estrada;
Deitar-se e Levantar-se:
Deito-me às 22h e levanto-me bem cedo.

Verbos Transitivos Diretos

São verbos que indicam que o sujeito pratica a ação, sofrida por outro termo, denominado <objeto
direto>. Por essa razão, uma das maneiras mais fáceis de analisar se um verbo é transitivo direto é
passar a oração para a voz passiva, pois somente verbo transitivo direto admite tal transformação,
além dos verbos (des)obedecer, pagar, perdoar, aludir, apelar, responder, assistir(ver), que admitem
a passiva mesmo não sendo VTD. (Motivo: eram diretos antigamente.)

O objeto direto pode ser representado por um substantivo, palavra substantivada, oração (oração
subordinada substantiva objetiva direta) ou pronome oblíquo. Uma vez que pronomes oblíquos
tônicos (mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas) só são usados com preposição, quando estes
representam objeto direto, tem-se um objeto direto preposicionado.

Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos diretos:

Desfrutar e Usufruir:

São VTD, apesar de serem muito usados com a preposição de.

Desfrutei os bens deixados por meu pai.


Pagam o preço do progresso aqueles que menos o usufruem.
Desfrutaremos da aposentadoria na velhice.

Compartilhar:

É VTD, apesar de ser muito usado com a preposição de.


Berenice compartilhou o meu sofrimento.
Compartilharam de tudo durante a vida.
Verbos Transitivos Indiretos

São verbos que se ligam ao complemento por meio de uma preposição. O complemento é
denominado <objeto indireto>. O objeto indireto pode ser representado por substantivo, palavra
substantivada, oração (oração subordinada substantiva objetiva indireta) ou pronome oblíquo.
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OBS: Estes verbos admitem os pronomes lhe, lhes como objeto indireto; alguns, porém, não.

Obedeceu ao chefe => Obedeceu a ele => Obedeceu-lhe.

Mas há exceções: assistir, aludir, referir-se, aspirar, recorrer, depender. Os gramáticos não trazem as
razões históricas para esse modo peculiar de construção de alguns verbos. Nem precisariam fazê-lo,
assim como não precisam justificar o motivo de um determinado verbo ser hoje transitivo direto e
outro, transitivo indireto. Às vezes, os verbos são sinônimos, mas apresentam diferentes
transitividades. Em verdade, a função primordial da Gramática não é fixar regras impositivas de cima
para baixo, mas sistematizar os fatos e as condutas que encontra na língua como manifestação.

Assistir(ver), Aspirar, Visar, Aludir, Referir-se (a):

Todos falam desse filme, mas eu não assiti a ele ainda.

Constar (de, em):

Quando se usa o verbo constar com o sentido de “estar escrito, registrado ou mencionado” ou “fazer
parte, incluir-se”, as preposições – de e em – são corretas :

Seu nome consta da lista de aprovados.


Consta nos autos que...
Consta dos autos que...
Vou fazer constar o incidente em meu relatório.
Já quando constar tem o significado de “ser composto, constituído ou formado; consistir em algo”,
usa-se apenas a preposição de:

A casa consta de partes grandes e arejadas.


Seu relatório constava de 50 páginas.

Obedecer e Desobedecer (a):


Obedeço a todas as regras da empresa.

Revidar (a):

Ele revidou ao ataque instintivamente.

Responder (a):

Responda aos testes com atenção.

Simpatizar e Antipatizar (com):

Não são verbos pronominais, portanto não se deve dizer simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Sempre simpatizei com ele, mas antipatizo com seu irmão.

Sobressair (em):

Não é verbo pronominal, portanto não se deve usar sobressair-se.

No colegial, sobressaía em todas as matérias.


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Torcer (por, para):

Pode ser também verbo intransitivo. Somente neste caso, usa-se com a preposição para, que dará
início a Oração Subordinada Adverbial de Finalidade. Para ficar mais fácil, memorize assim:

Torcer por + substantivo ou pronome.


Torcer para + oração (com verbo).
Estamos torcendo por você.
Estamos torcendo para você conseguir seu intento.

Verbos bitransitivos

Também chamados de transitivo diretos e indiretos. São os verbos que possuem os dois
complementos - objeto direto e objeto indireto.

Agradecer, Pagar e Perdoar:

São VTDI, com a preposição a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Agradeci a ela o convite.
Paguei a conta ao Banco.
Se o time rival ganhasse, a torcida não perdoaria aos jogadores a derrota em casa.

Pedir:

É VTDI, com a preposição a. A frase deve ser sintaticamente estruturada assim:

“Quem pede, pede algo a/para alguém”;


“Quem pede, pede que alguém faça algo”;
Pedimos a todos que trouxessem os livros.
Pedimos que todos trouxessem os livros.
É inadequado ao padrão culto da língua:

"Pedir para que alguém faça algo".

Preferir:

É VTDI, com a preposição a. Não admite ênfase, como: mais, muito mais, mil vezes.
Prefiro estar só a ficar mal acompanhado.

Informar, avisar, advertir, certificar, comunicar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir:

São VTDI, admitindo duas construções:


“Quem informa, informa algo a alguém”;
“Quem informa, informa alguém de/sobre algo.”
Informamos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.

Informamos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.

Regência oscilante / Mais de uma Regência

Aspirar:
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Será VTD, quando significar sorver, absorver.


Como é bom aspirar a brisa da tarde.

Será VTI, com a preposição a, quando significar almejar, objetivar.

Aspiramos a uma vaga naquela universidade.

Agradar:

Será VTI, com a preposição a, quando significar ser agradável; satisfazer.


Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo.
Será VTD, quando significar acariciar ou contentar.
A garotinha ficou agradando o cachorrinho por horas.

Assistir:

Pode ser VTD ou VTI com a preposição a quando significar ajudar, prestar assistência.

Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.


Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

Será VTI com a preposição a quando significar ver ou ter direito.

Gosto de assistir aos jogos do Santos.


O descanso semanal remunerado assiste ao trabalhador.

Será VI quando implicar morada.

Assisto em Londrina desde que nasci.


O papa assiste no Vaticano.

Chamar:

Pode ser VTD ou VTI com a preposição a quando significar dar qualidade. A qualidade pode vir
precedida da preposição de, ou não.

Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)


Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

Será VTI com a preposição por quando significar invocar.


Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

Será VTD, quando significar convocar.

Chamei todos os sócios para participarem da reunião.

Será VTDI, com a preposição a, quando significar repreender.


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Chamei os meninos à atenção, pois conversavam na sala de aula.


Chamei-o à atenção.

Obs.: Não confundir com a express]ão sem crase “chamar a atenção”, que não significa repreender,
mas fazer ser notado.

O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.

Casar:

Será VI quando por si só apresentar sentido completo.

Eles casaram (ou se casaram – na qualidade de pronome reflexivo).

Será VTI quando requisitar um complemento regido pelo uso da preposição:


Ele se casou com a melhor amiga.

Será VTDI quando requisitar os dois complementos:


O vizinho casou sua filha com meu primo.

Custar:

Será VI quando significar ter preço.


Estes sapatos custaram muito.

Será VTDI, com a preposição a, quando significar causar trabalho, transtorno.


Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

Será VTI com a preposição a quando significar ser difícil. Nesse caso o verbo custar terá como sujeito
aquilo que é difícil. A pessoa a quem algo é difícil será objeto indireto.

Custou-lhe acreditar em Maria.


Custou a ele acreditar em Maria.
Ele custou a acreditar... (está errado)

Atender:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.

Atenderam o meu pedido prontamente.


Atenderam ao meu pedido prontamente.

Anteceder:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.

A velhice antecede a morte.


A velhice antecede à morte.

Esquecer e Lembrar:
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Serão VTD quando não forem pronominais, ou seja, quando não forem acompanhados de pronome
oblíquo átono (esquecer-se, lembrar-se):

Esqueci que havíamos combinado sair.


Ela não lembrou o meu nome.

Esquecer-se e Lembrar-se:

Serão VTI, com a preposição de, quando forem pronominais:

Esqueci-me de que havíamos combinado sair.


Ela não se lembrou-se do meu nome.

Implicar:

Será VTD, quando significar fazer supor, dar a entender, produzir como consequência, acarretar.

Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.


Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.
As despesas extras implicam em gastos desnecessários.

Será VTI, com a preposição com, quando significar antipatizar.

Não sei por que o professor implica comigo.


Os alunos implicaram com o professor.

Será VTDI, com a preposição em, quando significar envolver alguém em algo.

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.


Ela implicou-se em atos ilícitos.

Namorar:

Apesar de ser muito usado com a preposição com, que só deveria ser usada para iniciar adjunto
adverbial de companhia, será VTD quando possuir os significados de inspirar amor a, galantear,
cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar com insistência, cobiçar.

Joana namorava o filho do delegado.


O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.
Eu estava namorando este cargo há anos.

Pode ser também VI:


Comecei a namorar muito cedo.

Presidir:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.


Presidir o país.
Presidir ao país.
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Proceder:

Será VTI, com a preposição de, quando significar derivar-se, originar-se.


Esse mau humor de Pedro procede da educação que recebeu.
Será VTI, com a preposição a, quando significar dar início.
Os fiscais procederam à prova com atraso.
Será VI quando significar ter fundamento.
Suas palavras não procedem.

Renunciar:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.


Nunca renuncie seus sonhos.
Nunca renuncie a seus sonhos.

Satisfazer:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição a.

Não satisfaça todos os seus desejos.


Não satisfaça a todos os seus desejos.
Abdicar:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição de, e também VI.


O Imperador abdicou o trono.
O Imperador abdicou do trono.
O Imperador abdicou.

Atentar:

Pode ser VTD ou VTI, com as preposições em, para ou por.


Atente o ouvido.
Deram-se bem os que atentaram nisso.
Não atentes para os elementos supérfluos.
Atente por si, enquanto é tempo.

Cogitar:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição em ou de:


Começou a cogitar uma viagem pelo litoral brasileiro.
Hei de cogitar no caso.
O diretor cogitou de demitir-se.

Consentir:

Pode se VTD ou VTI, com a preposição em.

Como o pai desse garoto consente tantos agravos?


Consentimos em que saíssem mais cedo.
Ansiar:
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Pode ser VTD ou VTI, com a preposição por:


Ansiamos dias melhores.
Ansiamos por dias melhores.

Almejar:

Pode ser VTD ou VTI, com a preposição por, ou VTDI, com a preposição a.
Almejamos dias melhores.
Almejamos por dias melhores.
Almejamos dias melhores ao nosso país.

Faltar, Bastar e Restar:

Podem ser VI ou VTI, com a preposição a.


Muitos alunos faltaram hoje.
Três homens faltaram ao trabalho hoje.
Resta aos vestibulandos estudar bastante.
Pisar:

Pode ser VI ou VTD. Quando for VI, admitirá a preposição em, iniciando Adjunto Adverbial de Lugar.
Pisei a grama para poder entrar em casa.
Não pise no tapete, menino!

Prevenir

Pode ser VTD fazendo referência a evitar dano:

A precaução previne acontecimentos inesperados.

Pode ser VTDI referindo-se ao ato de avisar com antecedência.

Prevenimos os moradores de que haveria corte de energia.

Querer:

Será VTI, com a preposição a, quando significar estimar.


Quero aos meus amigos, como aos meus irmãos.

Será VTD, quando significar desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar.
Sempre quis seu bem.
Quero que me digam quem é o culpado.

Visar:

Será VTI, com a preposição a, quando significar almejar, objetivar.


Sempre visei a uma vida melhor.

Será VTD, quando significar mirar, ou dar visto.


O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.
O gerente visou o cheque do cliente.
Proibir:
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Pode ser VTD. Proibir alguma coisa:


A lei brasileira proíbe o aborto.

Pode ser VTDI. Proibir alguém de alguma coisa / Proibir alguma coisa a alguém:
O pai proibiu o filho de viajar.
A ANVISA proíbe oferecer prêmios à indústria farmacêutica.

Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido:

· abdicar (de)
· acreditar (em)
· almejar (por)
· ansiar (por)
· anteceder (a)
· atender (a)
· atentar (em, para)
· cogitar (de, em)
· consentir (em)
· crer (em)
· deparar (com)
· desfrutar (de)
· desdenhar (de)
· gozar (de)
· necessitar (de)
· preceder (a)
· precisar (de)
· presidir (a)
· renunciar (a)
· satisfazer (a)
· versar (sobre).

Exemplos:

· Precisamos pessoas honestas.


· Precisamos de pessoas honestas.
· Nunca cri pessoas que falam muito de si próprias.
· Nunca cri em pessoas que falam muito de si próprias.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes são os átonos sempre estão vinculados a um verbo e, de acordo com a posição,
recebem a seguinte classificação:

a) Próclise;
b) Ênclise;
c) Mesóclise
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A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita depois do
verbo (sendo chamada de ênclise), no meio do verbo (sendo chamada de mesóclise), ou
antes, do verbo (sendo chamada de próclise), existindo regras definidas para cada uma
dessas situações.

Os pronomes pessoais oblíquos átonos são:


1.ª pessoa do singular - me
2.ª pessoa do singular - te
3.ª pessoa do singular – se, o, a, lhe
1.ª pessoa do plural - nos
2.ª pessoa do plural - vos
3.ª pessoa do plural – se, os, as, lhes
Exemplos:
Ênclise: Deram-me uma caixa de bombons ontem.
Próclise: Não me deram uma caixa de bombons ontem.
Mesóclise: Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã.

A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal,


seguindo a estrutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso
da próclise se encontra generalizado na linguagem falada.

Apesar desse uso generalizado, a próclise não deve ser utilizada quando o verbo se encontra
no início das frases. Nesta situação, o correto é a ênclise.

Exemplos:

Ouviram-me chamar?
Deram-lhe os parabéns!
Caso o verbo não se encontre no início da frase, nem haja situações que justifiquem o uso
específico de uma forma de colocação pronominal, é facultativo o uso da próclise ou da
ênclise.

Exemplos:

Minha mãe ajudou-me nos trabalhos.


Minha mãe me ajudou nos trabalhos.
Ênclise

A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada:

- Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do


futuro do pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes
oblíquos.
Exemplos:

Refere-se a um tipo de árvore.


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Viram-me na rua e não me cumprimentaram.


- Em orações imperativas afirmativas.
Exemplos:

Sente-se imediatamente!
Lembre-me para fazer isso no fim do expediente.
- Em orações com o verbo no gerúndio (sem a preposição em).
O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança.
Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados.
- Em orações com o verbo no infinitivo.

Espero dizer-te a verdade rapidamente.


Convém dar-lhe autorização ainda hoje.

Próclise

A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras
atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como:

- Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais,…).

Exemplos:
Não te quero ver nunca mais!
Nunca a esquecerei.

- Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo,...).


Exemplos:
Embora o faça, sei que é errado.
Cumpriremos o acordo se nos agradar.

- Pronomes relativos (que, qual, onde,…).


Exemplos:
Há professores que nos marcam para sempre.
Esta é a faculdade onde me formei.

- Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos,…).

Exemplos:

Alguém me fará mudar de opinião?


Poucos nos emocionaram com seus relatos.

- Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo,…).

Exemplos:
Isso me deixou muito abalada.
Aquilo nos mostrou a verdade.
32

- Frases interrogativas (quem, qual, que, quando,…).


Exemplos:
Quem me chamou?
Quando nos perguntaram isso?

- Frases exclamativas ou optativas.


Exemplos:
Como nos enganaram!
Deus te guarde!

- Preposição em + verbo no gerúndio.


Exemplos:
Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado.

Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião.

- Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma
vírgula, deverá ser usada a ênclise.
Exemplos:
Aqui se come muito bem!
Talvez te espere no fim das aulas.

Mesóclise

A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver
conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.

Exemplos:
Ajudar-te-ei no que for preciso.
Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.

A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja
situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.

Colocação pronominal nas locuções verbais


Com verbo principal no gerúndio ou no infinitivo

- Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar após o
verbo principal ou após o verbo auxiliar.
Exemplos:
Quero ver-te hoje.
Quero-te ver hoje.

- Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar
antes da locução verbal ou depois da locução verbal.

Exemplos:
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Não te quero ver hoje.


Não quero ver-te hoje.

Com verbo principal no particípio

- Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar depois
do verbo auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.
Exemplo:
Tinham-me dito que você não era de confiança.

- Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar
antes da locução verbal.
Exemplo:
Já me tinham dito que você não era de confiança.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. AZEREDO, J. Carlos. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1990.

2. CUNHA, C.F. & CINTRA, C. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 2001.

3. MIRA MATEUS, M.H. et alii. Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra, Livraria Almedina, 1983.

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