Laboratório de Física II
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PRÁTICA III
Oscilações livre, amortecidas e forçadas
2. OBJETIVOS
O objetivo desta prática é estudar o comportamento de um oscilador massa-mola
vertical, analisando sua amplitude e frequência em diferentes condições do meio. Nesta
prática, o sistema será estudado tanto no ar quanto na água, e também será explorado o
estudo das oscilações forçadas, com ênfase no fenômeno da ressonância.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - Materiais
• Oscilador massa-mola vertical montado conforme a Figura 1;
Figura 1: Oscilador massa-mola. Fonte: Autores.
• Trena com precisão de 0,1 cm para medição da amplitude das oscilações, conforme a
Figura 4.
3.2 - Métodos
Experimento 1 - Oscilações simples no ar.
O procedimento descrito na Seção 3.2.1 foi repetido, mas desta vez, a massa foi
posta para oscilar dentro de uma proveta com água, que é substancialmente mais
viscosa do que o ar. Assim, o amortecimento não pode ser desprezado, e esse sistema
será tratado como um oscilador harmônico amortecido.
Para isso, mediu-se, com auxílio da trena, a amplitude máxima 𝑥0 para cada
frequência angular Ω do motor, processo que foi realizado 9 vezes no total. Esse
processo consistiu em medir o período de rotação, com o uso do cronômetro, do motor
do oscilador em quatro frequências antes de atingir a frequência de ressonância, quatro
depois, além da própria frequência de ressonância, que havia sido previamente marcada
com uma fita no dispositivo. A Figura 5 ilustra o processo detalhadamente o
funcionamento da prática em relação ao uso do oscilador massa-mola vertical.
O procedimento descrito na Seção 3.3.1 foi repetido, mas desta vez com o corpo
oscilando dentro da proveta com água, essa servindo como amortecimento para o
sistema que agora encontra-se em seu estado de movimento harmônico amortecido
forçado.
No experimento, como na Seção 3.3.1, analisou-se a frequência do movimento e
sua amplitude observando como um depende do outro, além da análise do momento
que a frequência atinge a ressonância natural da mola e sua amplitude se torna máxima.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Experimento 1 - Oscilações simples no ar.
Figura 6: Sistema massa-mola onde (a) representa a posição de equilíbrio do sistema e (b)
ilustra as forças atuantes em um corpo quando o sistema está em uma posição deslocada. Fonte:
Beer et al. (2012)
De acordo com o diagrama de corpo livre da Figura 6, as forças que atuam sobre
o corpo são seu peso, direcionado para baixo, e a força 𝐹 da mola. Assim, a equação de
movimento (considerando o sentido positivo para baixo) é:
2
𝑑𝑥 𝑥
2 + 𝑘 𝑚
= 0 (1)
𝑑𝑡
A equação (1) é uma equação diferencial ordinária (EDO), serve para descrever a
posição de um movimento harmônico simples (MHS) e tem como solução:
2π 2π × ∆𝑇
ω0 = 𝑇
± 2 (4)
𝑇
Com esses resultados, calculamos um valor para a frequência natural por meio da
média dos valores apresentados na Tabela 1, resultando em:
O procedimento descrito na Seção anterior foi repetido, mas desta vez a massa
foi posta para oscilar dentro da proveta com água. Novamente mediu-se, três vezes, o
tempo de 10 oscilações, com o auxílio do cronômetro e os dados foram registrados.
2
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑚 2 +𝑏 𝑑𝑡
+ 𝑘𝑥 = 0 (5)
𝑑𝑡
com solução
𝑏
−( 2𝑚 )𝑡
𝑥(𝑡) = 𝐴 · 𝑒 · 𝑐𝑜𝑠(ω1𝑡 + δ) (6)
𝑏
−( 2𝑚 )𝑡
em que 𝐴 é a amplitude de oscilação em 𝑡 = 0, o termo A · 𝑒 é a amplitude da
oscilação em função do tempo (decrescente, dado o expoente negativo de e), δ é a fase e
ω é a frequência angular de oscilação, dada por:
𝑘 𝑏 2
ω1 = 𝑚
− ( 2𝑚 ) (7)
em que
𝑏
γ = 2𝑚
(8)
−γ𝑡
𝑥(𝑡) = 𝐴 · 𝑒 · 𝑐𝑜𝑠(ω1𝑡 + δ) (9)
Assim, calculamos um valor para a frequência novamente por meio da média dos
valores ilustrados na Tabela 2, resultando em:
Esse valor está de acordo com as expectativas, uma vez que, conforme
demonstrado pela equação (10), era esperado um valor menor em comparação com a
frequência natural ω0 calculada na seção anterior. Isso ocorre porque, neste
experimento, há um fator de amortecimento, dado por γ, que reduz a frequência angular.
Com isso, foi elaborada a Tabela 3, reunindo os dados do tempo de cada meia
oscilação — ou seja, o instante em que o corpo atinge os extremos de seu movimento —,
as amplitudes dessas meias oscilações e a razão entre a amplitude original e as
subsequentes.
2 𝑇 7,5 0,500
4 2𝑇 4,6 0,307
6 3𝑇 3,4 0,227
8 4𝑇 2,3 0,153
9 4,5 𝑇 1,9 0,127
10 5𝑇 1,8 0,120
Anotação: A incerteza associada à razão entre a amplitude 𝑥𝑖 e a amplitude inicial foi calculada
𝑥𝑖
com base na média dos erros encontrados para cada valor de 𝑥0
. Esses erros foram
𝑥𝑖 · 0,1 + 𝑥0 · 0,1
determinados a partir da seguinte relação: 2 , em que 0,1 corresponde ao erro
𝑥0
| |
Em seguida, foi elaborado um gráfico de 𝑥𝑖/𝑥0 versus 𝑇𝑖 em escala logarítmica
com papel monolog, sendo essa escala escolhida, bem como o uso da fração 𝑥𝑖/𝑥0 , para | |
linearizar os dados no gráfico, visto que estes variam de forma exponencial, como
𝑏
−( 2𝑚 )𝑡
informado pelo fator 𝑒 na equação (6).
𝑙𝑛(𝑦1) − 𝑙𝑛(𝑦0)
γ= 𝑥1 − 𝑥0
(11)
𝑙𝑛(0,6) − 𝑙𝑛(0,51)
γ = 3 − 1,9
⇒γ = − 0, 147 𝑟𝑎𝑑/𝑠
Esse resultado não é consistente com a equação (10), pois, ao realizar os cálculos
utilizando ω1 e ω0 como os valores obtidos nas Seções 4.2.2 e 4.1, respectivamente, o
resultado esperado era 1,27. A variação nos resultados pode ser explicada pelo fato de
que a reta ajustada foi traçada manualmente, o que a torna suscetível a erros. Além
disso, todos os valores de tempo 𝑇 foram obtidos manualmente, o que também pode ter
contribuído para a variação observada.
1 1,97 3,8
2 2,63 4,8
3 3,43 6,6
4 3,76 12,9
5 4,83 -
6 5,37 8,9
7 6,64 6,7
8 8.38 8,4
9 11,64 11,6
1 0,95 3,1
2 2,46 4,0
3 3,24 4,3
4 4,16 7,1
5 4,72 10,3
6 5,51 4,3
7 6,22 2,8
8 7,76 1,3
9 12,08 0,9
2 2
Ω𝑟 = ω − 2γ (12)
5. CONCLUSÃO
A partir dos experimentos realizados, ficou evidente que o comportamento de
um oscilador harmônico é influenciado por diversos fatores. Em cada procedimento, o
período e a amplitude apresentaram comportamentos distintos, pois novos elementos
foram introduzidos, como o amortecimento ou o motor de rotação. Esses sistemas,
embora pareçam simples à primeira vista, são muito mais complexos, e a descrição
precisa de seu movimento requer atenção aos detalhes, para que todas as forças
externas sejam devidamente consideradas.
6. BIBLIOGRAFIA
- TIPLER, Paul Allen, MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros, volume 1:
mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e
Científicos Editora Ltda, 2009.