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Manual 0349

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MANUAL UFCD 0349

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Curso: FM - Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


Duração: 25horas

Formador(a): Carla Cardoso


INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
CONCEITOS GERAIS DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO............................................ 4
DEFINIÇÕES ................................................................................................................... 4
ACIDENTES DE TRABALHO................................................................................................ 5
FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA ............................................................ 8
AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE ................................................................... 9
SEGURANÇA DO POSTO DE TRABALHO ............................................................................ 12
SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO ................................................................. 12
O EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO .......................................................... 17
SEGURANÇA DE MÁQUINAS ............................................................................................ 19
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ......................................................................................... 20
REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE ............................................................................. 21
PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL ......................................................... 22
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ........................................................................................ 25
HIGIENE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO POSTO DE TRABALHO .......................................... 29
OS RISCOS QUE RODEIAM O POSTO DE TRABALHO ........................................................... 31
ALGUMAS MEDIDAS DA ERGONOMIA ............................................................................... 46
AMBIENTE .................................................................................................................... 48
ASPETOS GERAIS DA GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................... 49
CONCEITOS GERAIS ...................................................................................................... 49
EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS AMBIENTAIS ........................................................................ 54
FERRAMENTAS DO SÉCULO XXI ...................................................................................... 54
COMO SURGIU A CONSCIENCIALIZAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 55
CONSCIENCIALIZAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................. 55
PREVENÇÃO E CONTROLO INTEGRADOS DA POLUIÇÃO ...................................................... 55
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................................. 56
GERIR O AMBIENTE ....................................................................................................... 57
PORQUÊ A GESTAO AMBIENTAL ...................................................................................... 59
FERRAMENTAS DA GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................... 60
NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL - SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ............................... 61
O QUE É UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................. 63
INTRODUÇÃO

A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre


tratada como sua componente preponderante.
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram
levadas em conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que
tal implicasse riscos de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores.
Para tal contribuíam dois fatores, uma mentalidade em que o valor da
vida humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência
por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.
Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas
sérias de integrar os trabalhadores em atividades devidamente
adequadas às suas capacidades.
Atualmente em Portugal existe legislação que permite uma proteção
eficaz de quem integra atividades industriais, ou outras, devendo a
sua aplicação ser entendida como o melhor meio de beneficiar
simultaneamente as Empresas e os Trabalhadores na salvaguarda
dos aspetos relacionados com as condições ambientais e de
segurança de cada posto de trabalho.
Na atualidade, em que certificações de Sistemas de Garantia da
Qualidade e Ambientais ganham tanta importância, as medidas
relativas à Higiene e Segurança no Trabalho tardam em ser
implementados pelo que o despertar de consciências é fundamental.
É precisamente este o objetivo principal deste curso, o de
SENSIBILIZAR para as questões da Higiene e Segurança no Trabalho.
CONCEITOS GERAIS DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

DEFINIÇÕES

A higiene e a segurança são duas atividades que estão


intimamente relacionadas com o objetivo de garantir condições de
trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e
trabalhadores de uma Empresa.

Segundo a O. M.S.-Organização Mundial de Saúde, a verificação de


condições de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-
estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e
enfermidade ".

A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não


médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem
afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou
reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que
podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum


ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer
eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.
Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no
trabalho constituem o fundamento material de qualquer programa de
prevenção de riscos profissionais e contribuem, na empresa, para o
aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade.
Segurança - Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação;

Higiene - Identificar e controlar as condições de trabalho que


possam prejudicar a saúde do trabalhador;

Doença Profissional - Doença em que o trabalho é determinante


para o seu aparecimento.

ACIDENTES DE TRABALHO

O que é ACIDENTE?

Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento


imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo,
avaria, ruína, etc ..”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de


fatores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas
materiais.
Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar.
Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras
locomoções que fazemos de um lado para o outro, para cumprir
nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande


parte deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal
preparados para enfrentar certos riscos.

Em suma…
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para
o trabalho, permanente ou
temporária...”

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja


ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a
perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer


órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma
pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional…

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência


do exercício do trabalho em si.

Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições


especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas
como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade
para o trabalho.
Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contágio com colegas
de trabalho. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no
ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem do
trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.
Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por
contaminação acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um
caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se
operador de um banho de decapagem se queima com ácido ao encher
a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho.
Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo
tempo sem proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de
ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa,
isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho.
Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da
empresa apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente
sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente
resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao
trabalho em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de


realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma
definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho
imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente
com afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou
na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade
total e permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o


trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador
retorna às suas atividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda


vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por
exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista
incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o
trabalho.
Neste ultimo caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar
o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas
num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na
morte do trabalhador.

FATORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Em geral a atividade produtiva encerra um conjunto de riscos e de


condições de trabalho desfavoráveis em resultado das especificidades
próprias de alguns processos ou operações, pelo que o seu
tratamento quanto a Higiene e Segurança costuma ser cuidado com
atenção.
Contudo, na maior parte dos casos, é possível identificar um conjunto
de fatores relacionados com a negligência ou desatenção por regras
elementares e que potenciam a possibilidade de acidentes ou
problemas .

Acidentes devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS


❖ Máquinas e ferramentas
❖ Condições de organização (Lay-Out mal feito,
armazenamento perigoso, falta de Equipamento de Proteção
Individual - E.P.I.)
❖ Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio,
poeiras, ruído)

Acidentes devido a ACÇÕES PERIGOSAS


❖ Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)
❖ Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)
❖ Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal,
manobrar empilhadores à Fangio, distrações, brincadeiras)
AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto
as condições de trabalho e a produtividade se encontram ligadas.
Numa primeira fase, houve a perceção da incidência económica dos
acidentes de trabalho onde só eram considerados inicialmente os
custos diretos (assistência médica e indemnizações) e só mais tarde
se consideraram as doenças profissionais.
Na atividade corrente de uma empresa , compreendeu-se que os
custos indiretos dos acidentes de trabalho são bem mais importantes
que os custos diretos , através de fatores de perda como os
seguintes :
❖ perda de horas de trabalho pela vítima
❖ perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis
❖ perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do
❖ inquéritos
❖ interrupções da produção,
❖ danos materiais,
❖ atraso na execução do trabalho,
❖ custos inerentes às peritagens e ações legais eventuais,
❖ diminuição do rendimento durante a substituição
❖ a retoma de trabalho pela vítima

Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar


quatro vezes os custos diretos do acidente de trabalho.
A diminuição de produtividade e o aumento do número de peças
defeituosas e dos desperdícios de material imputáveis à fadiga
provocada por horários de trabalho excessivos e por más condições
de trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à
ventilação, demonstraram que o corpo humano, apesar da sua
imensa capacidade de adaptação, tem um rendimento muito maior
quando o trabalho decorre em condições ótimas.
Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a
produtividade simplesmente com a melhoria das condições de
trabalho. De uma forma geral, a Gestão das Empresas não explora
suficientemente a melhoria das condições de higiene e a segurança
do trabalho nem mesmo a ergonomia dos postos de trabalho como
forma de aumentar a Produtividade e a Qualidade.
A relação entre o trabalho executado pelo operador e as condições de
trabalho do local de trabalho, passou a ser melhor estudada desde
que as restrições impostas pela tecnologia industrial moderna
constituem a fonte das formas de insatisfação que se manifestam
sobretudo entre os trabalhadores afetos às tarefas mais elementares,
desprovidas de qualquer interesse e com carácter repetitivo e
monótono.

Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a


Produtividade é afetada, pela conjugação de dois aspetos
importantes:
❖ " Um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores
a riscos profissionais graves (causa direta de acidentes de
trabalho e de doenças profissionais)
❖ " A insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho
que não estejam em harmonia com as suas características
físicas e psicológicas.

Em geral as consequências revelam-se numa baixa quantitativa e


qualitativa da produção, numa rotação excessiva do pessoal e a num
elevado absentismo. Claro que as consequências de uma tal situação
variarão segundo os meios socioeconómicos.

Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras de


segurança e Higiene correspondentes, constituem um fator da maior
importância para a melhoria de desempenho das Empresas, através
do aumento da sua produtividade obtida em condições de menor
absentismo e sinistralidade.
Por parte dos trabalhadores de uma Empresa, o Emprego não deve
representar somente o trabalho que se realiza num dado local para
auferir um ordenado, mas também uma oportunidade para a sua
valorização pessoal e profissional , para o que contribuem em mito as
boas condições do seu posto de trabalho .
Querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos humanos e
monetários e a longo prazo garantir a competitividade da Empresa ,
deverá prestar-se maior atenção às condições de trabalho e ao grau
de satisfação dos seus colaboradores , reconhecendo-se que, uma
Empresa desempenha não só uma função técnica e económica mas
também um importante papel social.
SEGURANÇA DO POSTO DE TRABALHO

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar


as possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o
Trabalhador.
A prevenção consiste na adoção de um conjunto de medidas de
proteção, na previsão de que a segurança física do operador possa
ser colocada em risco durante a realização do seu trabalho .Nestes
termos , pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da
higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes
de trabalho.
Como princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança
industrial, poderemos apresentar os seguintes:

1. Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção


mais eficaz em matéria de higiene industrial exerce-se,
também, no momento da concepção do edifício, das
instalações e dos processos de trabalho, pois todo o
melhoramento ou alteração posterior já não terá a eficácia
desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será
certamente muito mais dispendiosa.
2. As operações perigosas (as que originam a poluição do meio
ambiente ou causam ruído ou vibrações) e as substâncias
nocivas, suscetíveis de contaminar a atmosfera do local de
trabalho, devem ser substituídas por operações e substâncias
inofensivas ou menos nocivas.

3. Quando se torna impossível instalar um equipamento de


segurança coletivo, é necessário recorrer a medidas
complementares de organização do trabalho, que, em certos
casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao
risco.

4. Quando as medidas técnicas coletivas e as medidas


administrativas não são suficientes para reduzir a exposição a
um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um
equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.

5. Salvo casos excecionais ou específicos de trabalho, não deve


considerar-se o equipamento de proteção individual como o
método de segurança fundamental, não só por razões
fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador
pode, por diversas razões, deixar de utilizar o seu
equipamento.

Um qualquer posto de trabalho representa o ponto onde se juntam


os diversos meios de produção (Homem, Máquina, Energia, Matéria-
prima, etc.) que irão dar origem a uma operação de transformação ,
daí resultando um produto ou um serviço .

Para a devida avaliação das condições de segurança de um Posto de


Trabalho é necessário considerar um conjunto de fatores de produção
e ambientais em que se insere esse mesmo posto de trabalho.
Para que a atividade de um operador decorra com o mínimo de risco,
têm que se criar diferentes condições passivas ou ativas de
prevenção da sua segurança.
Os principais aspetos a levar em contas num diagnóstico das
condições de segurança (ou de risco) de um Posto de Trabalho,
podem ser avaliados pelas seguintes questões:
1. O LOCAL DE TRABALHO

2. MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS;

3. POSIÇÕES DE TRABALHO;
4. CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS DO TRABALHO

5. MÁQUINA

6. RUÍDOS E VIBRAÇÕES

7. ILUMINAÇÃO

8. RISCOS QUÍMICOS
9. RISCOS BIOLÓGICOS

10. PESSOAL DE SOCORRO

Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que


afetam o homem e a produção.
Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários
(que têm por obrigação fornecer um local de trabalho com boas
condições de segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos
adequados) como os trabalhadores (aos quais cabe a
responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo
possível para si e para os companheiros) estejam comprometidos
com uma mentalidade de Prevenção de Acidentes.

Prevenir quer dizer : “...ver antecipadamente; chegar antes do


acidente; tomar todas as providências para que o acidente não tenha
possibilidade de ocorrer ...”

O EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO

Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos


acidentes e de suas causas e um dos factos já comprovados é que,
quando um acidente acontece, vários fatores entraram em ação
anteriormente por forma a permitir o acidente.
Um acidente laboral, pode muitas vezes ser comparado com o que
acontece quando enfileiramos pedras de um dominó e depois damos
um empurrãozinho numa uma delas. Em resultado, as pedras acabam
por se derrubarem umas ás outras, até que a ultima pedra caia por
terra.
Podemos imaginar que algo semelhante acontece quando um
acidente ocorre, considerando que se podem conjugar r cinco fatores
que se complementam da seguinte forma :
❖ Ambiente social
❖ Causa pessoal
❖ Causa mecânica
❖ Acidente
❖ Lesão
O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois factores
principais a saber : Hereditariedade e Influencia Social .As
características físicas e psicológicas do individuo são determinadas
pela hereditariedade transmitida pelos Pais. Por outro lado o
comportamento de cada um é muitas vezes influenciado pelo
ambiente social em que cada um vive (A moda tanto é usar cabelos
longos, como usar a cabeça raspada).
A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos
e habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num
dado momento. A probabilidade de envolvimento em acidentes
aumenta quando as condições psicológicas não são as melhores
(depressão), ou quando não existe preparação e treino suficiente.

A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no


ambiente de trabalho. Quando o equipamento não apresenta
proteção para o trabalhador, quando a iluminação do ambiente de
trabalho é deficiente ou quando não há boa manutenção do
equipamento, os riscos de acidente aumentam consideravelmente.
Quando um ou mais dos fatores anteriores se manifestam, ocorre o
acidente que pode provocar ou não lesão no trabalhador.
SEGURANÇA DE MÁQUINAS

Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas,


pelo que é importante a existência e o cumprimento dos requisitos de
segurança em máquinas industriais ou a sua implementação no
terreno de modo a garantir a maior segurança aos operadores.

Máquina: Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos


de segurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de
energia que não a humana.
Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser
identificados , nomeadamente o que diz respeito ao seu acionamento
a partir de Comandos:

❖ Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho


Normal

❖ Devem estar devidamente identificados em português ou então


por símbolos

❖ O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em


funcionamento quando se aciona este comando, não devendo
arrancar sozinho quando volta a corrente

❖ O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao


comando de arranque

❖ STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspeto de


barra botão ou cabo.
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Protetores Fixos: os mais vulgarmente utilizados são as guardas.


São estruturas metálicas aparafusadas à estrutura da máquina e
devem impedir o acesso aos órgãos de transmissão. O acesso só para
ações de manutenção.

Protetores Móveis: neste caso as guardas são fixadas à estrutura


por dobradiças ou calhas o que as torna amovíveis. A abertura da
proteção deve levar à paragem automática do “movimento perigoso”,
(pode-se recorrer a um sistema de encravamento elétrico).

Comando Bi-Manual: para uma determinada operação, em vez de


uma só betoneira existem duas que devem ser pressionadas em
simultâneo. Isto obriga a que o trabalhador mantenha as duas mãos
ocupadas evitando cortes e esmagamentos (Guilhotinas , Prensas)

Barreiras Óticas: Dispositivo constituído por duas “colunas”, uma


emissora e a outra recetora, entre elas existe uma “cortina” de raios
infravermelhos. Quando alguém ou algum objeto atravessa esta
“cortina” surge uma interrupção de sinalo que leva á paragem de
movimentos mecânicos perigosos.

Distâncias de Segurança: Define-se distância de segurança, a


distância necessária que impeça que os membros superiores
alcancem zonas perigosas do equipamento.
REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE

Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de


medidas específicas de segurança, selecionadas de forma a
estabelecer maior eficácia na prevenção da segurança .
As prioridades são:

do risco : significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo:


uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de
acidente. Esse risco poderá ser eliminado com um piso
antiderrapante)

Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado.


Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da
eliminação de um risco. (exemplo: as partes móveis de uma máquina
como polias, engrenagens, correias etc. - devem ser neutralizadas
com anteparos de proteção, uma vez que essas peças das máquinas
não podem ser simplesmente eliminadas.

Sinalização do risco: é a medida que deve ser tomada quando não


for possível eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em
manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais
onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.
PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL

As medidas de proteção coletiva, através dos equipamentos de


proteção coletiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a
legislação, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores,
indistintamente.
Os EPC’s devem ser mantidos nas condições que os especialistas em
segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que
apresentarem qualquer deficiência.

Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:


❖ sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras
contaminantes do local de trabalho;
❖ enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do
ruído excessivo;
❖ comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da
zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina;
❖ cabo de segurança para conter equipamentos suspensos
sujeitos a esforços, caso venham a se desprender.
❖ Quando não for possível adotar medidas de segurança de
ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de
acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os
equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla
EPI.

São considerados equipamentos de proteção individual todos os


dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade física
e a saúde do trabalhador.
Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz
com a proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que
podem decorrer de acidentes.
Veja um exemplo:
Um operador derramou metal fundido dentro de um molde, com uma
concha sem reparar que havia um pouco de água no fundo do molde.
Ao derramar o metal, este reagiu com a água, causando uma
explosão que lhe atingiu o rosto. Dado que o operador usava
mascara. Isso impediu que o rosto e os olhos fossem atingidos.
Graças ao uso correto do EPI, o operador não teve nenhuma lesão.

Existem EPIs para protecção de praticamente todas as partes do


corpo.

Veja alguns exemplos:

Cabeça e crânio: capacete de segurança contra


impactos, perfurações, ação dos agentes
meteorológicos etc.

Olhos: óculos contra impactos, que evita a


cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É
utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e
limalhas.

Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne problemas


pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em
ambientes com poeiras, gases, vapores
ou fumos nocivos.

Face: máscara de solda, que protege contra


impactos de partículas, respingos de produtos
químicos, radiação (infravermelha e
ultravioleta) e ofuscamento.

Ouvidos: Auricular, que previne a surdez, o cansaço, a irritação e


outros problemas psicológicos.

Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído


superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.

Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque


elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em
trabalhos com solda elétrica, produtos químicos, materiais cortantes,
ásperos, pesados e quentes.

Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento


contra eletricidade e humidade. Devem ser utilizadas em ambientes
húmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos químicos.
Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de
produtos químicos, choque elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser
usados em trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilénica, corte a
quente.
A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do
Trabalho, mediante certificados de aprovação (CA). As empresas
devem fornecer os EPIs gratuitamente aos trabalhadores que deles
necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos
empregados usar os equipamentos de proteção individual onde
houver risco, assim como os demais meios destinados a sua
segurança.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir


formas de aviso e informação rápida , que possam auxiliar os
elementos da Empresa a atuar em conformidade com os
procedimentos de segurança .
Com este objetivo, existe m conjunto de símbolos e sinais
especificamente criados para garantir a fácil compreensão dos riscos
ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que
podem ocorrer no interior de uma Empresa ou em lugares públicos.
Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização existente e
a ser aplicada nas Empresas.

Sinais de Perigo
Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma
inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos,
instruções e procedimentos, etc..
Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo
amarelo.

Sinais de Proibição
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma
inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos , aparelhos,
instruções e procedimentos, etc.. Têm forma circular, o contorno
vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
Sinais de Obrigação
Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma
inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos,
instruções e procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e
pictograma a branco.
Sinais de Emergência
Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma
inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos e
equipamentos, etc.. Têm forma retangular, fundo verde e pictograma
a branco.
HIGIENE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO POSTO DE TRABALHO

O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as


edificações, os equipamentos, os móveis, as condições de
temperatura, de pressão, a humidade do ar, a iluminação, a
organização, a limpeza e as próprias pessoas, fazem parte das
condições de trabalho e constituem assim o que se designa por
ambiente.
Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos
gera produtos e serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações
denominamos condições ambientais.
Em muitos casos, o ambiente de trabalho é agressivo para o
trabalhador, dadas as condições de ruído , temperatura , esforço , etc
, a que o mesmo se encontra sujeito durante o cumprimento das suas
funções.
O desenvolvimento tecnológico permitiu que em algumas das
condições mais duras de trabalho para o ser humano ,sejam usados
robots ou dispositivos mecânicos que substituem total ou
parcialmente a ação direta do trabalhador (Siderurgia , Pintura ,
Indústria química , etc).
Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há
situações em que o homem é obrigado a enfrentar condições
desfavoráveis ou perigosas na realização de determinadas tarefas
(Minas , Construção civil , etc)

INIMIGO INVISÍVEL
Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por
indicação médica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X
ao fazermos esse exame. Porém, para executar a radiografia, o
equipamento liberta uma grande carga de energia electromagnética
não percebida por nós. Essa radiação, em doses elevadas, é
prejudicial ao organismo humano, pois provoca alterações no sistema
de reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns casos,
a morte.

Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos


ambientais como inimigos invisíveis: alguns deles não são captados
pelos órgãos dos sentidos (audição, visão, olfacto, paladar e tacto),
fazendo com que o trabalhador não se sinta ameaçado. Inconsciente
do perigo, a tendência é ele não dar importância à prevenção.
As experiências e os estudos médicos demonstram que muitas
pessoas adquiriram doenças pulmonares depois de trabalhar anos a
fio, sem nenhuma protecção, com algum tipo de produto químico ou
produtos minerais. Este tipo de doença progride lentamente,
tornando difícil seu diagnóstico inicial, acabando a doença por se
manifestar muito mais tarde e muitas vezes sem recuperação .
Em resumo, o desconhecimento de como os factores ambientais
geram riscos à saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados
pelo trabalhador.

OS RISCOS QUE RODEIAM O POSTO DE TRABALHO

Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no


desenvolvimento das suas tarefas diárias.
Alguns destes riscos atingem grupos específicos de profissionais ,
como é o caso, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas
pressões e a baixas temperaturas. Por esse facto, são obrigados a
usar roupas especiais, para conservar a temperatura do corpo, e
passam por cabines de compressão e descompressão, cada vez que
mergulham ou sobem à superfície.

Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem


trabalhadores de diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira
subtil, praticamente impercetível. Esses últimos são os mais
perigosos, porque são os mais ignorados.

Os principais tipos de risco ambiental que afetam os trabalhadores de


um modo geral, estão separados em:
✓ Riscos físicos
✓ Riscos químicos
✓ Riscos Biológicos
✓ Riscos Ergonómicos
RISCOS FÍSICOS
Todos nós, ao desenvolvermos o nosso trabalho, gastamos uma certa
quantidade de energia para produzir um determinado resultado. Em
geral, quando dispomos de boas as condições físicas do ambiente,
como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura são aceitáveis,
produzimos mais com menor esforço.

Mas, quando essas condições fogem muito aos nossos limites de


tolerância, atinge-se facilmente o incómodo e a irritação
determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de
produção, falta de motivação e desconcentração .
Por outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho
interferem diretamente no desempenho de cada trabalhador e na
produção obtida, pelo que se justifica a sua analise com o maior
cuidado.

Ruído
Quando um de nós se encontra num ambiente de trabalho e não
consegue ouvir perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto,
isso é uma primeira indicação de que o local é demasiado ruidoso. Os
especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa
sensação desagradável ao homem.
As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do
ruído. A fadiga evidencia-se por uma menor acuidade auditiva. As
ondas sonoras transmitem-se tanto pelo ar como por materiais
sólidos. Quanto maior for na densidade do meio condutor, menor será
a velocidade de propagação do ruído.

O ruído é pois um agente físico que pode afetar de modo significativo


a qualidade de vida. Mede-se o ruído utilizando um instrumento
denominado medidor de pressão sonora, e a unidade usada como
medida é o decibel ou abreviadamente dB.
Sem medidas de controlo ou proteção, o
excesso de intensidade do ruído, acaba por
afetar o cérebro e o sistema nervoso.
Em condições de exposição prolongada ao
ruído por parte do aparelho auditivo, os
efeitos podem resultar na surdez profissional
cuja cura é impossível, deixando o
trabalhador com dificuldades para se
relacionar com os colegas e família, assim
como dificuldades acrescidas em se aperceber da movimentação de
veículos ou máquinas, agravando as suas condições de risco por
acidente físico.

Vibrações
As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência.
Apresentam geralmente baixas frequências e conduzem-se por
materiais sólidos (Exprimem-se em m/s 2 ou em dB.
Consoante a posição do corpo humano, (de pé, sentado ou deitado),
a sua resposta às vibrações será diferente sendo igualmente
Importante o ponto de aplicação da força vibratória.

Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos


seguintes casos:
Frequência entre 8 e 1000 Hz; O uso prolongado de martelos
pneumáticos ou motosserras, conduz a complicações nos vasos
sanguíneos e articulações e á diminuição na circulação sanguínea,
Estas lesões podem ser permanentes.

Frequência acima de 1000 Hz; O efeito restringe-se a nível da


epiderme (danos em células e efeitos térmicos). Com o passar do
tempo, afeções a nível das articulações e da coluna

Exemplos práticos:
Automóvel que passa lomba no asfalto; Alta Amplitude; Baixa
Frequência
Automóvel em piso de paralelo; Baixa Amplitude; Alta Frequência
Barco à deriva; Alta Amplitude; Baixa Frequência
Barco a motor; Baixa Amplitude; Alta Frequência
Em geral, as massas pequenas estão mais sujeitas a altas-
frequências.
As massas grandes, às baixas frequências.

Amplitudes Térmicas
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente
quente para um ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais
à saúde.
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos
etc., ou pelo tipo de material utilizado e características das
construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aberturas
necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode gerar
alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.
A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura
resultante existente no local e do esforço físico que fazemos para
executar um trabalho.
A temperatura resultante é função dos seguintes fatores:
❖ Humidade relativa do ar
❖ Velocidade e temperatura do ar
❖ Calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente,
como fornos e maçaricos.

A unidade de medida da temperatura adotada é o grau Celsius,


abreviadamente ºC. De um modo geral, a temperatura ideal situa-se
entre 21ºC e 26 ºC enquanto a humidade relativa do ar deve estar
entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s.

Condições ambientais aconselhadas;


❖ a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC
❖ a humidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%
❖ a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s

Os ambientes térmicos podem ser classificados como :


❖ Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias),
❖ Frios (armazéns frigoríficos, atividades piscatórias)
❖ Neutros (escritórios).
Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em
ambientes térmicos frios e quentes ou sobretudo quando as duas
possibilidades existem na mesma empresa ou no mesmo posto de
trabalho .

Stress Térmico
Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador em
condições de trabalho em que a temperatura ambiente é muito
elevada , podendo-se conjugar uma humidade baixa e uma circulação
de ar deficiente .

Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostis podem ser


descritos por:

Ambiente Térmico Quente :


❖ Temperatura superficial da pele aumenta (vasodilatação dos
capilares, o indivíduo cora)
❖ Temperatura interna aumenta ligeiramente
❖ Sudação
❖ Mal estar generalizado
❖ Tonturas e desmaios
❖ Esgotamento e morte

Ambientes Térmicos Frios :


❖ Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés
❖ Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do
corpo humano adquiram uma coloração vermelho-azulada
❖ Pé-das Trincheiras, surge em situações de grande humidade, os
pés ficam extremamente frios e com cor violácea
❖ Enregelamento, é a congelação de tecidos devido a exposição a
temperaturas muito baixas ou por contacto com superfícies
muito frias
As medidas a tomar para minimizar os efeitos do Stress Térmico
podem passar por:
❖ Em primeiro lugar uma correta dieta alimentar de modo a
fortalecer o organismo.
❖ Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber
alcoól
❖ Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os
líquidos no organismo, moderar o consumo de cafeína.
❖ Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo
uma siderurgia a água a ingerir deve conter uma pequena
porção de sal de modo a compensar as perdas devido á
transpiração.
❖ Devem ser tomadas a nível de lay-Out medidas de ventilação.
❖ Implementar turnos com menor carga horária em situações
onde ocorre exposição a ambientes hostis.
❖ Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a
radiação emitida por materiais em fusão levam ao surgimento
de cataratas a nível ocular.

RISCOS QUÍMICOS

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção


industrial, são lançadas no ambiente de trabalho através de
processos de pulverização, fragmentação ou emanações gasosas.
Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e
gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal,
como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de
fundição.
No estado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de
petróleo), usado como combustível, ou gases libertados nas queimas
ou nos processos de transformação das matérias-primas.
Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de
solventes, tintas, vernizes ou esmaltes.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar
no organismo do trabalhador por:
Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos agentes
químicos, porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no
ar acaba por passar nos pulmões.

Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos


sujas, ou que ficaram muito tempo expostas a produtos químicos,
parte das substâncias químicas serão ingeridas com o alimento,
atingindo o estômago e podendo provocar sérios riscos à saúde.

Epiderme : essa via de penetração é a mais difícil, mas se o


trabalhador estiver desprotegido e tiver contacto com substâncias
químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela pele.

Via ocular : alguns produtos químicos que permanecem no ar


causam irritação nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a
penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela vista.

As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar


são obtidas por meio de aparelhos especiais que medem a
concentração, ou seja, percentagem existente em relação ao ar
atmosférico.
Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos
diferem de acordo com o seu grau de perigo para a saúde.
Valores Limite de Exposição
Na legislação ambiental Portuguesa constam os Valores Limite de
Exposição de diferentes substâncias (NP – 1796).

Os Valores Limite de Exposição não são mais do que


concentrações no ar dos locais de trabalho de diferentes substâncias.
Abaixo destes valores a exposição contínua do trabalhador não
representa risco para este.
Pode ser determinada uma “concentração média” no tempo inerente
a um turno de trabalho de 8 horas.

Concentração Limite é um valor que nunca deve ser ultrapassado


mesmo que a “concentração média” esteja abaixo do Valor Limite.
As substâncias químicas quando absorvidas pelo organismo em
quantidades suficientes, podem provocar lesões no mesmo.

Assim surge a definição de:


DOSE: Quantidade de substância absorvida pelo organismo.
Os efeitos no organismo, vão pois depender da dose absorvida e da
quantidade de tempo de exposição a essa dose.
Assim, os graus de Intoxicação com produtos Químicos podem ser
classificadas em :
Intoxicação Aguda , corresponde a uma absorção rápida num curto
período de tempo (geralmente ocorrem em situações de acidente).
Intoxicação Crónica , absorção de pequenas doses em certos
períodos de tempo (ocorrem no local de trabalho, num turno ou em
parte dele).

Efeitos dos Poluentes Químicos


Sensibilizantes : produtos que levam a reações alérgicas.
Manifestam-se por afeções da pele ou respiratórias. (Isocianatos
usados por exemplo no fabrico de espumas. )

Irritantes : produtos que levam a inflamações no tecido onde


atuam.
Também nesta situação os produtos inaláveis são os que levantam
mais preocupação. (ácido clorídrico ,óxidos de azoto).

Anestésicos ou narcóticos : produtos que actuam sobre o sistema


nervoso central, tais como os solventes usados na indústria das colas
ou tintas, (toluol, acetato butilo, hexano, etc...)

Asfixiantes : produtos que dificultam o transporte de oxigénio a


nível sanguíneo. (Monóxido de Carbono)

Cancerígenos : substâncias que podem provocar o cancro

Corrosivas : substâncias que atuam quimicamente sobre os tecidos


quando em contacto com estes.

Neumoconióticas : apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo.


São exemplo destas substâncias a sílica livre cristalina comum em
minas ( provoca a silicose a nível pulmonar).
Poluentes sólidos

Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se


encontram em suspensão no ar. As mais perigosas são as de quartzo,
(originam a silicose)

Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e


líquidas, em conjunto ou não. A sua velocidade de queda é
desprezável (< 0.25 m/s ).
Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos
produtivos.
Com o fim de proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição,
referenciados na legislação devem ser cumpridos . Deve ser feita
igualmente a identificação dos contaminantes para de seguida se
efetuar a respectiva medição da sua concentração.
Mediante os valores obtidos há que tomar medidas , devendo-se
recorrer a equipamento de protecção pessoal sempre que possível ,
bem como a alterações no processo produtivo que permitam a
redução dos emissões de poluentes . Estas alterações podem ser ao
nível do equipamento ou de matérias-primas.

Riscos biológicos
Estes tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de
trabalho de microrganismos como bactérias , vírus , fungos , bacilos
,etc, normalmente presentes em alguns ambientes de trabalho,
como:
❖ Hospitais,
❖ Laboratórios de análises clínicas,
❖ Recolha de lixo,
❖ Indústria do couro,
❖ Tratamento de Efluentes líquidos.
❖ Penetrando no organismo do homem por via digestiva,
respiratória, olhos e pele, são responsáveis por algumas
doenças profissionais , podendo dar origem a doenças menos
graves como infeções intestinais ou a simples gripe, ou mais
graves como a hepatite , meningite ou Sida .
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem
mais em ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de
ser relacionadas com:
❖ A rigorosa higiene de Locais de trabalho,
❖ A rigorosa higiene de Corpo e das roupas;
❖ Destruição por processos de elevação da temperatura
❖ (esterilização) ou uso de cloro;
❖ Uso de equipamentos individuais para evitar contacto direto
com os microrganismos;
❖ Ventilação permanente e adequada;
❖ Controle médico constante,
❖ Vacinação sempre que possível

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de


trabalho é feita por meio de recolha de amostras de ar e de água,
que serão analisadas em laboratórios especializados.

OS RISCOS ERGONÓMICOS
Verifica-se que algumas vezes que os postos de trabalho não estão
bem adaptados ás características do operador , quer quanto à
posição da máquina com que trabalha , quer no espaço disponível ou
na posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções .
Para estudar as implicações destes problemas existe uma ciência que
avalia as condições de trabalho do operador, quanto ao esforço que o
mesmo realiza para executar as suas tarefas.

Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo


ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho.
Segundo um conceito Ergonómico A execução de tarefas deve ser
feita com o mínimo de consumo energético de modo a sobrar
"atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como
para a proteção do próprio trabalhador.

Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes


ergonómicos que causam doenças e lesões no trabalhador.
Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes
ergonómicos que causam doenças e lesões no trabalhador.

Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão


relacionados com:
❖ Exigência de esforço físico intenso,
❖ Levantamento e transporte manual de pesos,
❖ Postura inadequada no exercício das atividades,
❖ Exigências rigorosas de produtividade,
❖ Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,
❖ Atividades monótonas ou repetitivas
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e
do tronco produzem monotonia muscular e levam ao
desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios
iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas
genericamente de lesões por esforços repetitivos.
As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por
causar fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de
movimentar os músculos atingidos.
Há registos de que essas doenças já atacavam os escribas e notários,
há séculos. Hoje afetam diversas categorias de profissionais como
funcionários bancários, metalúrgicos, costureiras, pianistas,
telefonistas, operadores informáticos, empacotadores, enfim, todos
os profissionais que realizam movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor
arma, como sempre, é a prevenção, o que pode ser conseguido a
partir de:
❖ Rotação do Pessoal
❖ Intervalos mais frequentes
❖ Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos
repetitivos;
❖ Exames médicos periódicos
❖ Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para
Mulheres
❖ Postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando
❖ Pesos

Outros fatores de risco ergonómico podem ser encontrados em


circunstâncias aparentemente impensáveis, como :
❖ Falhas de projeto de máquinas,
❖ Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;
❖ Deficiências de layout ;
❖ Iluminação excessiva ou deficiente;
❖ Uso inadequado de cores;
A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás
dimensões e capacidades humanas onde máquinas, dispositivos,
utensílios e o ambiente físico sejam utilizados com o máximo de
conforto, segurança e eficácia.
A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:
❖ Melhores condições de trabalho
❖ Menores riscos de incidente e acidente
❖ Menores custos humanos
❖ Formação com o objetivo de prevenir
❖ Maior produtividade
❖ Otimizar o sistema homem / máquina

ALGUMAS MEDIDAS DA ERGONOMIA

Corpo em Movimento – Tornar os movimentos compatíveis com a


ação. Reduzir o esforço de músculos e Tendões.

Precisão de movimentos – Ter em atenção a sua amplitude,


posição e quais os membros a utilizar.

Rapidez dos movimentos – Salientar sinais visuais ou auditivos.

Esforço estático – Uma cadeira deve fornecer vários pontos de


apoio no corpo humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve
ter 5 apoios no chão. Deve ter apoio para os pés sempre que
necessário, etc...

Rampas e Escadas – Para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20


º. Para escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima
do degrau entre 13 e 20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm.
Etc...
Portas e Tetos – Altura mínima de uma porta é de 200 Cm.
Altura mínima de um teto é de 200 Cm. Corredor com passagem para
3 pessoas deve ter largura mínima de 152 Cm.
AMBIENTE

“O problema das relações entre o homem e o ambiente não nasceu


agora, é de sempre, mas assumiu uma dimensão nova que envolve
riscos que poderão ser fatais se não se integrar com rapidez nos
objetivos prioritários da formação do homem, a Educação Ambiental,
não como um simples acréscimo de matéria a rechear um programa e
a ocupar mais tempo aos alunos e aos professores; não como mera
fórmula de divulgação de observações esquemáticas, de resposta à
moda de um pretexto para umas quantas reuniões importantes, mas
sim como um modelo integrador de toda a aquisição de
conhecimentos advindos dos ensinos formal e não formal e da própria
vida, como força geradora de um novo humanismo capaz de conciliar
três componentes até agora sempre desencontradas: o
desenvolvimento, a que todos os povos aspiram com direito, a
identidade cultural, matriz da sociedade, e o ambiente que a
enquadra.”
(João Evangelista, Razão e Porvir da Educação Ambiental, 1992, pág. 117/118)
ASPETOS GERAIS DA GESTÃO AMBIENTAL

CONCEITOS GERAIS

DEGRADAÇÃO DO PLANETA
• Degradação da camada do ozono
• Deposição de resíduos
• Poluição das águas
• Efeito de estufa
• Poluição do ar
• Superpopulação
• Perda da biodiversidade
• Esgotamento dos recursos naturais
• Aumento do consumo de energia
• Etc.

PROBLEMAS AMBIENTAIS

Efeito de Estufa
A atmosfera é constituída fundamentalmente por oxigénio (O2) e
azoto (N2); estes dois gases representam 99% da sua composição, o
restante 1% integra vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2)
e outros componentes, mas que têm contudo, uma importância
fundamental – por exemplo, é a partir do vapor de água existente na
atmosfera que se formam nuvens.
Para além disso, o vapor de água e o dióxido de carbono são
fundamentais num fenómeno muito importante: o EFEITO DE
ESTUFA.
Se a atmosfera não tivesse na sua composição gases com efeito de
estufa (GEE), a Terra seria um planeta com uma temperatura média
muito mais baixa (cerca de -20ºC).

Estes gases funcionam como “um cobertor” mantendo a superfície


terrestre a uma temperatura amena (cerca de 15ºC, em média).
Assim, o efeito de estufa é um fenómeno muito importante para a
existência de vida no planeta. No entanto, se esse efeito de estufa for
muito forte, podemos ter o fenómeno contrário, ou seja, um planeta
demasiado quente.
A concentração crescente de dióxido de carbono resultante da
atividade do Homem tem contribuído para o aumento do efeito de
estufa e, consequentemente, para o aumento da temperatura média
da superfície da Terra.

Atividades com maior emissão de GEE


• Industrias Energéticas
• Transportes
• Indústria e Construção Civil
• Agricultura e Pecuária
• Residencial e Serviços
• Resíduos
• Uso de Solventes

Clima do Futuro
Os impactes das alterações climáticas

• Aumento da erosão costeira


• Aumento das ondas de calor
• Maior risco de cheias no inverno e de seca no verão
• Maior risco de incêndios
• Perdas de produtividade na agricultura

Medidas para combater as alterações climáticas em Portugal

• Promoção do aquecimento de água e energia solar


• Incentivo à utilização de transportes públicos
• Produção de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia
• Aproveitamento energético dos resíduos das suiniculturas
• Aumento da reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos
e da compostagem de resíduos orgânicos
• Comércio europeu de licenças de emissão (CELE) – Protocolo de
Quioto
EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS AMBIENTAIS

FERRAMENTAS DO SÉCULO XXI

• Ecologia Industrial
• Eco-eficiência
• Contabilidade Ambiental
• Avaliação do Ciclo de Vida (NP EN ISO 14040:2005 e ISO 14041-
14044)
• Eco design
• Rótulo Ecológico (ISO 14021-14023; Regulamento Europeu
1980/2000, criado em 1992)
• Avaliação de Desempenho Ambiental
• Auditorias Ambientais
• Estudos de Impacte Ambiental (EIA)
• Códigos de práticas voluntaristas
• Sistemas de Gestão Ambiental

COMO SURGIU A CONSCIENCIALIZAÇÃO AMBIENTAL

CONSCIENCIALIZAÇÃO AMBIENTAL

• A conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano,


em Estocolmo em 1972
• Relatório Bruntland (1987) redigido pela Comissão Mundial para
o Ambiente e Desenvolvimento, que popularizou o conceito de
Desenvolvimento Sustentável
• Conferência do Rio de Janeiro sobre o Ambiente e o
Desenvolvimento (ECO92)
• A Conferência em Quito, em 1998

PREVENÇÃO E CONTROLO INTEGRADOS DA POLUIÇÃO


• Outubro de 1999: três condições essenciais: medidas de controlo
integrado de poluição disposta no Ato de Proteção do Ambiente em
1990
Abrange as seguintes questões:
✓ o Eficiência energética
✓ o Acidentes anormais
✓ o Ruído e vibração
✓ o Planeamento de processos ambientalmente sensíveis

• Os detentores das licenças IPPC são obrigadas a:


✓ O Utilizar as melhores tecnologias possíveis para a prevenção
da poluição
✓ O Introduzir e manter a minimização de resíduos e regimes de
reciclagem
✓ O Limitar as consequências ambientais de acidente
✓ Reunir esforços para reduzir o consumo de energia

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

“Desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente


sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazer as suas próprias necessidades”

Processos de melhoria económica e social que, satisfazendo as


necessidades e os valores atuais de diferentes grupos sociais mantêm
ao mesmo tempo as opções futuras, conservando os recursos e a
diversidade dos ecossistemas.

DEPLECÇÃO DOS RECURSOS <REGENERAÇÃO DOS RECURSOS


• Ar puro, água, solo
• Flora e Fauna
• Habitats
• Minerais
• Combustíveis fósseis

GERIR O AMBIENTE
As questões ambientais afetam todos os negócios independentemente
da dimensão da empresa.
O desafio que se coloca às empresas passa pela compreensão:
✓ Das condicionantes ambientais existentes ao nível do sector
pela antecipação das mudanças em curso
✓ Pela identificação das oportunidades e ameaças
✓ Pela realização de ações consequentes

Desta forma, um bom instrumento para tratar destas questões é a


aplicação de um Sistema de Gestão Ambiental.

Vantagens no exterior
• Redução dos riscos de incidentes ambientais (emissões ou
derrames) poluição regular ou acidental
• Bom relacionamento com fornecedores e clientes
• Melhor imagem perante os consumidores e opinião pública
• Conformidade com a legislação ambiental (redução de multas ou
coimas)
• Diminuição dos prémios de seguro
Benefícios económicos
• Redução da utilização de recursos e energia
• Redução de custos associados a uma melhoria da eficiência dos
processos (redução de consumos, de resíduos e emissões)
• Redução da geração de resíduos e emissões e por sua vez dos
custos de eliminação e tratamento

Crédito no interior
• Motivação dos colaboradores da empresa
• Melhoria das condições de trabalho do pessoal
• Diminuição do risco de acidente

Uma questão estratégica


A necessidade de prevenção e controlo integrado da poluição é uma
necessidade económica das empresas.
Quando resíduos, subprodutos, formas de energia são descarregados
no ambiente como poluição, é um sinal de que os recursos foram
usados de forma incompleta, ineficiente ou ineficaz.

Em conclusão
Um Sistema de Gestão Ambiental garante a redução da carga
poluidora gerada, porque envolve a revisão do processo produtivo
com vista à melhoria contínua do desempenho ambiental da
organização.
As Empresas ganham competitividade através da gestão ambiental
tanto para a sua sobrevivência no mercado global, como para o
controlo dos aspetos ambientais, garantindo a sustentabilidade do
processo de desenvolvimento e consequentemente a melhoria da
qualidade ambiental e de vida da população.

PORQUÊ A GESTAO AMBIENTAL


FERRAMENTAS DA GESTÃO AMBIENTAL

Ecologia Industrial – tem como objetivo a conceção e operação


industrial em ciclo fechado

Eco-eficiência – tem por base a prevenção da poluição aplicando


boas práticas ambientais, tecnologias ambientalmente mais corretas,
substituição de materiais e processos de valorização.

A metodologia a ter em conta:


• Inventário (fluxos, causas e consequências)
• Formulação de alternativas
• Análise financeira
• Implementação

Contabilidade Ambiental – tem como objetivo o apoio á decisão


empresarial, informação às partes interessadas.

Avaliação do ciclo de vida do produto (LCA) – tem por base as


normas ISO 14041 e 14044, onde são definidos os princípios de
orientação, limitações, relatórios, aplicações e revisões de pontos
críticos.
A aplicação desta ferramenta é feita em cada fase da avaliação do
ciclo de vida.
Eco design – significa que o desenvolvimento ecológico tem por
base a desmaterialização, durabilidade, utilidade/função/serviços,
desmontagem, substituição de materiais, logística inversa e eficiência
tecnológica

Avaliação do desempenho ambiental – tem por base a norma ISO


14031, cujos objetivos são o eco-benchmarketing e a medição da
melhoria. Os documentos principais incidem sobre a avaliação dos
sistemas de gestão e avaliação dos sistemas operacionais.

Rótulo Ecológico – tem por base a norma ISO 14021, 14024 e


14025 e regulamentos comunitários e que se destina a identificar
produtos com impacte ambiental reduzido.

Auditorias ambientais – é um processo de avaliação sistemática,


documentada, periódica e objetiva do funcionamento da organização,
do sistema de gestão e dos processos de proteção ambiental.

Estudos de impacte ambiental – são um instrumento para


preservar o ambiente e para compatibilizar a preservação do
ambiente com o desenvolvimento.

NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL - SISTEMAS DE GESTÃO


AMBIENTAL

A norma ISO 14001 especifica os requisitos do SGA que são sujeitos


a auditoria ambiental e visa suportar a proteção ambiental e a
prevenção da poluição em equilíbrio com as necessidades
socioeconómicas.
O modelo do SGA estabelecido de acordo com esta norma, baseia-se
num processo cíclico em que a organização revê e avalia
periodicamente o seu SGA de modo a identificar oportunidades de
melhoria.
Partilha os mesmos princípios do Sistema de Qualidade da norma NP
EN ISO 9001:2000.
• ISO 14001 – norma de referência para a implementação de um
Sistema de Gestão Ambiental e especifica os requisitos que podem
ser objetivamente auditáveis para efeitos de certificação
• ISO 14004 – é um guia para a implementação de um Sistema de
Gestão Ambiental, funcionando como uma "Ferramenta interna" que
providencia orientações para a implementação de um Sistema de
Gestão Ambiental segundo a NP EN ISO 14001. Esta norma inclui
exemplos, descrições e opções que orientam quer na implementação
do sistema, quer no reforço de integração com o sistema geral de
gestão da organização.
• ISO 14050 – vocabulário

AUDITORIAS AMBIENTAIS
• ISO 19011 – estabelece as linhas de orientação para auditorias a
sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental

ROTULAGEM ECOLÓGICA
• ISO 14020 – estabelece os princípios orientadores para o
desenvolvimento e utilização de rótulos e declarações ambientais.
Não tem como finalidade ser utilizada como especificação para efeitos
de certificação ou registo.
• ISO 14021 – Auto declarações ambientais
• ISO 14024 – estabelece os princípios e os procedimentos para o
desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental Tipo I,
incluindo a seleção das categorias de produtos, os critérios
ambientais e as características funcionais dos produtos, bem como
para a avaliação e demonstração de conformidade.
Estabelece também os procedimentos de certificação de concessão de
rótulo

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO

• ISO 14031 – fornece orientações para a conceção e utilização da


avaliação do desempenho ambiental numa organização. É aplicável a
todas as organizações, independentemente do tipo, dimensão,
localização e complexidade.

• ISO 14040 – estabelece os princípios gerais e enquadramento da


avaliação do ciclo de vida.

O QUE É UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

• O que é?
• Objetivos?
• Vantagens?
• Modelos?
Definição ISO – “A estrutura, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos organizacionais, para a
implementação e sustentação da gestão ambiental.”

E a parte do sistema global de gestão inclui:


• Estrutura funcional
• Atividades de planeamento
• Responsabilidades
• Práticas e procedimentos
• Processos e recursos

Desenvolver, implementar, concretizar, rever e manter a Política do


Ambiente

O objetivo da implementação de um SGA é a melhoria contínua do


desempenho ambiental da organização:
✓ Assegurar que estamos a par e cumprimos a legislação
✓ Apoiar a proteção do ambiente, controlando os impactes
ambientais das atividades, produtos ou serviços
✓ Centrar a organização na gestão dos processos, métodos,
materiais, produtos e recursos
✓ Envolver todos os níveis da organização estabelecendo
objetivos e metas e desenvolver a responsabilização
✓ Melhorar a comunicação interna e fortalecer o espírito de
equipa
✓ Considerar a implementação da melhor tecnologia disponível
Vantagens
Permite á organização:
✓ Estabelecer uma Política Ambiental adequada
✓ Identificar os aspetos ambientais significativos
✓ Identificar os requisitos legais relevantes
✓ Definir objetivos e metas ambientais adequadas
✓ Assegurar a continuidade do cumprimento da Política Ambiental
(PA)
✓ Realizar auditorias e o desencadeamento de ações corretivas
✓ Sensibilizar e motivar todo o pessoal para as questões
ambientais
✓ Cumprimento legal (risco reduzido de pagamento de coimas)
✓ Prevenção da poluição
✓ Redução do impacte ambiental
✓ A melhoria do desempenho ambiental
✓ Redução de consumos de energia e matérias-primas
✓ Redução de custos de deposição de resíduos em aterro
✓ Melhoria da imagem da organização
✓ Aumento da confiança das partes interessadas (investidores,
colaboradores, acionistas e comunidade em geral)

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