Sobre TI em Pequenas Empresas
Sobre TI em Pequenas Empresas
Sobre TI em Pequenas Empresas
R ESUMO
A BSTRACT
Studies have been conducted on Information Technology in specific areas, about standards and
success factors, user’s satisfaction. There are a few papers about IT (Information Technology)
analysis in small business, mainly in countries under development such as Brazil. The aim of this
paper is to describe the organizational impact due to the IT implementation in small business,
considering performance criterion, success factors, adoption motivation and difficulties. IT
considers three factors such as: a) to increase the continuity; b) controls more efficient; c) to
provide more understanding of productive functions. This research was conducted by multicases
method in 25 firms, during the first trimester of 2002. The studied firms integrate many sectors
such as electrical-eletronical, logistic, commerce and services. The results indicated the two
highest scores on success factors: use needs perceptions and management support. As benefits
were pointed: a better understanding of productive functions and user´s satisfaction.
INTRODUÇÃO
Assim, para esse autor as informações devem ser avaliadas segundo quatro
fatores:
De acordo com Yong (1992), nos países do primeiro mundo a TI tem sido
considerada como um dos fatores responsáveis pelo sucesso das organizações,
tanto no âmbito de sobrevivência, quanto no aumento da competitividade.
Corroborando este pensamento, Zuboff (1994) afirma que a TI, baseada nos
computadores, está proporcionando nova infra-estrutura para as várias atividades
produtivas e comunicativas, algo vital para a vida organizacional.
Os administradores em geral investem em novas ferramentas de TI, porque
acreditam que isso lhes permitirá realizar suas operações mais rapidamente e a
um custo mais baixo; utilizam-na para objetivos estratégicos e para planejar e
alcançar um ou mais dos três objetivos operacionais independentes:
Estatísticas da Sondagem Sebrae (2000) mostram que apenas 30% das micros
e pequenas empresas estão totalmente informatizadas. Destas, 50% não possuem
acesso à Internet e 55% não possuem computadores ligados em rede. Por meio
desses números, verifica-se que existe informatização apenas de processos
operacionais isolados da empresa. Desses sistemas de informação não se extraem
informações relevantes para a tomada de decisão, nem do ambiente interno da
empresa e muito menos do seu ambiente externo. Para Saviani (1995) a
informática, nas pequenas empresas, não tem a mínima visão de como produzir
informações, sejam elas gerenciais ou não.
Silva (1997) afirma que as pequenas empresas brasileiras são muito sensíveis
a preço. Das pequenas empresas não informatizadas, 41% afirmam que o motivo
é não ter condições de investir nesta área, segundo informações da Sondagem
Sebrae (1999). Outro grande problema com relação aos custos é a avaliação do
preço da nova tecnologia. Os três, segundo Souza Neto (1998), são o custo de
desenvolvimento, o preço de mercado e a receita esperada.
O fator tempo é considerado por El-Manaki (1990) como uma das barreiras
encontradas pela pequena empresa que dificulta a incorporação de tecnologias
informatizadas em seus sistemas administrativos; a outra é o custo. Em virtude
do dinamismo da pequena empresa, seu sistema de informação não pode levar
muito tempo para ser desenvolvido e implantado. Segundo Penteado (1996), não
são apenas as grandes empresas que têm pressa de informatizar seus processos;
as pequenas também.
16 RAC, v. 8, n. 2, Abr./Jun. 2004
Tecnologia da Informação em Pequenas Empresas: Fatores de Êxito, Restrições e Benefícios
Como a pequena empresa não possui hierarquia formal, ela não distingue as
necessidades de informação de maneira metódica. Muitas vezes o proprietário/
gerente, além de supervisionar os processos, assume papéis operacionais no dia-
a-dia da empresa. Dessa forma, o sistema de informação deve possuir
características ao mesmo tempo estratégicas, táticas e operacionais, de acordo
com Thong (2002).
Para Saviani (1995) a área de informática da pequena empresa não tem visão
estratégica da utilização de hardware e software para a produção de informações.
Dessa forma, fica cada vez mais difícil que a produção de informações seja o
maior objetivo de uma área de informática moderna. Neste sentido, é fundamental
o estabelecimento de um Plano Diretor de Informática (PDI), mas somente depois
de desenvolvido o Plano de Metas, dentro do qual a informática agiria como
apoio do planejamento estratégico da empresa. A estratégia de PDI tem como
missão básica o apoio, por meio do processamento eletrônico de dados, de cada
segmento do Plano de Metas, produzindo informações gerenciais com qualidade,
atendidos os quesitos de custo e prazo, conforme Saviani (1995). Outro ajuste,
igualmente necessário, é fazer com que cada usuário de um sistema informatizado
entenda seu sistema não apenas de forma isolada e independente, mas de maneira
integrada com todas as áreas da empresa.
Uma estratégia para as pequenas empresas, que até o momento não tiveram
contato com as novas tecnologias de informação, segundo Yong (1994), foi dividida
em duas etapas:
METODOLOGIA
C ONSIDERAÇÕES F INAIS
Por fim, destaca-se que as empresas estão visualizando como a TI pode ser
útil, porém não conseguiram ainda avaliar, em termos de custo/benefício, o
investimento realizado. Os benefícios com maior intensidade, por outro lado, estão
relacionados à melhoria de compreensão das funções produtivas, principalmente
ao aumento da satisfação do usuário, em melhoria de controles (redução de
redundância de operações e aumento de continuidade), em face da maior
velocidade de resposta.
Fator limitante do trabalho foi o número reduzido de empresas no estudo, uma vez
que muitas empresas se mostraram relutantes em responder às questões retratadas
na pesquisa, justificando que o tema era de natureza estratégica para seus negócios.
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