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Aspectos Importantes Da Disfagia Neonatal
Aspectos Importantes Da Disfagia Neonatal
Aspectos Importantes Da Disfagia Neonatal
Disfagia Neonatal
Conteúdo
1. Conteúdo
2. Objetivos
3. Apresentação
4. O que é deglutição?
5. A disfagia pode ser classificada de três formas:
1. Um exemplo de classificação da disfagia
6. Porque a disfagia neonatal normalmente é orofaríngea?
7. Avaliação do recém-nascido com disfagia
8. Tipos de bicos sintéticos
1. O impacto de mamilos artificiais nas funções orais
9. Verificação do conhecimento
1. Resposta
10. Referências
Objetivos
Compreender a classificação da disfagia neonatal
Reconhecer aspectos relevantes da avaliação da disfagia neonatal
Apresentação
Agora que vocês já estudaram sobre os aspectos do desenvolvimento sensório-motor oral,
aprenderam técnicas de aproximação, avaliação e procedimentos realizados nos bebês e sobre
a importância do leite humano, iniciaremos este módulo falando sobre um tema muito
importante: a disfagia neonatal.
Neste espaço daremos ênfase a ações e condutas nos casos de recém-nascidos (RN) ou
lactentes que não conseguiram evoluir por via oral (VO) ou que não responderam as principais
estratégias de alimentação utilizadas rotineiramente no ambiente de UTI neonatal, quando
essas dificuldades estão relacionadas com falhas no processo de deglutição.
Anatália Jatobá
Especialista em Disfagia
O que é deglutição?
É um processo neurofisiológico complexo composto por 4 fases sequenciadas e dinâmicas que
integram e coordenam os músculos da sucção, deglutição e respiração.
Para que ela ocorra é necessário que haja integridade nos aspectos anatômicos, preservação
das funções sensorial e motora, bem como sua relação com os nervos cranianos envolvidos
nesse processo.
Oral;
Faríngea;
Esofágica;
Leve;
Moderada;
Severa;
(ADA, 2002)
Alterações
fisiológicas e
comportamentais
moderadas (ex.
Alt. de FC, FR,
SPO2, cianose,
palidez, entre
outras).
Alterações
comportamentais
sem alterações
nos parâmetros
clínicos.
refeição e
estratégias
especiais.
Deglutição segura.
Já que estamos falando em dificuldade na deglutição dos neonatos pontuaremos aqui que a
disfagia orofaríngea acaba sendo o tipo de comprometimento mais comum nesta população.
Nesse contexto o fonoaudiólogo torna-se peça fundamental no processo de habilitação ou
reabilitação devido sua competência técnica e legal em atuar junto ao paciente disfágico.
A ilustração acima mostra os resultados de um estudo americano que mostrou que adultos
disfágicos tem alta hospitalar em média 2 dias depois do paciente não disfágico.
Bebês prematuros com disfagia necessitam de 9,3 dias a mais de internação para se alimentar
exclusivamente por via oral. Estima-se que o custo diário médio de internação neonatal é de
$1.000.000 (Bingham PM. 2009).
Nesse contexto trazemos aqui aspectos relevantes que devem ser observados ao avaliarmos o
paciente disfágico.
Investigação da queixa (em que circunstâncias ocorre, dieta prescrita, volume, fatores de
piora e melhora, relação temporal com a alimentação);
Sintomas associados (respiratório, cardiológico, neurológico, gastroenterológico,
estomatognáticos, nutricionais);
Progressão dos sintomas, tempo de evolução do quadro, uso de medicações
(principalmente se alteram nível de alerta e prontidão);
Protocolo de avaliação institucional (Fonoaudiologia Hospitalar Neonatal)
Tabela de sinais e sintomas de disfagia em lactentes;
A tabela de Dusick, traduzida e adaptada por Almeida, nos auxilia na percepção clínica acerca
dos sinais e sintomas da disfagia em lactentes. Podemos observar que ela está didaticamente
organizada em aspectos gerais e nas fases da deglutição.
Vale lembrar que os parâmetros apresentados nesta tabela precisam ser interpretados. Por
exemplo, a tosse e o engasgo aparecem nas três fases. O que a autora quis dizer com isso, é
que se a tosse aparece antes da deglutição, ela sugere uma disfunção no controle oral,
acontecendo antes da deglutição por escape precoce.
Se a tosse acontece durante pode ser interpretada como incoordenação da fase faríngea e se
ela acontece depois da alimentação pode sugerir um refluxo oculto, estase em recessos
faríngeos, dismotilidade e outros. Enfim, dependerá da situação e da habilidade de raciocínio
clínico do examinador.
AVALIAÇÃO
Lembrando que o enfoque é com o neonato disfágico que não conseguiu se alimentar no seio
materno ou no copinho, e portanto terá que ser avaliado na mamadeira.
Devemos observar:
Padrão postural;
Ritmo de sucção;
Pausas: espontâneas ou induzidas;
Coordenação sucção/deglutição/respiração;
Presença de intercorrências clínicas;
Manifestação de sinais de estresse;
BICO ORTODÔNTICO:
Costumam ser a primeira opção, porque apesar da língua ficar mais posteriorizada, o que é um
fator negativo, o furo para cima proporciona ao recém-nascido de risco maior segurança e
controle do fluxo. Além disso, estabelece menos contato com o palato, diminuindo o risco de
deformações maxilares. Por haver também um estreitamento na base, estudos demonstram
que a medida de mordida aberta frontal são menores em comparação a crianças que usaram o
bico convencional.
Outra questão é que por ser de silicone, ele proporciona maior atividade muscular quando
comparado ao látex.
Furo em cima;
Menos contato com o palato;
Língua fica mais posteriorizada;
Médias das medidas de mordida aberta frontal menor;
em pacientes com hipotonia importante porque seu material é mais maleável e por isso
exige menor atividade muscular, o que causa menos fadiga. Além disso, o bico protruso
Alto fluxo;
Material mais maleável (menor atividade muscular);
Bico protruso aumenta a propriocepção;
Assim como exposto na tabela abaixo, a literatura traz de forma consensual que o uso de bicos
artificiais pode impactar na saúde da criança de várias formas, por exemplo, alterando as
funções orais e sua dentição.
Podemos ver na tabela dados recentes que afirmam que a sucção e a deglutição podem ser
afetadas devido a alteração da tonicidade, força e funcionalidade dos músculos do sistema
estomatognático. Além do risco de atraso de linguagem, desmame precoce, de desenvolver
respiração oral, e ainda prever má oclusões como mordida aberta e a cruzada, já que sucção
na mamadeira proporciona forças musculares inadequadas.
Lembrando que antes de optar por espessar a dieta várias estratégias são pensadas: controle
de fluxo, de ritmo, manobras posturais e facilitadoras, técnicas de suporte oral, adaptação de
manobra de esforço, fracionamento.
Quanto aos estabelecimento das condutas deverá ser prescrito o grau de espessamento da
dieta, o volume de teste, o número de dietas por via oral e os utensílios para a administração
dessa dieta de forma segura. Lembrando que a família é uma grande aliada neste processo e
deverá ser orientada e treinada sobre a forma de oferecimento.
Por fim, quando classificado o risco de alimentação por via oral, colaborar junto a equipe na
indicação da via alternativa de alimentação.
Verificação do conhecimento
Durante a amamentação, a ventilação por minuto é diminuída, a expiração é prolongada e a
inspiração encurtada. Todos esses mecanismos visam possibilitar a coordenação respiração-
deglutição e proteção da via aérea (Dusick, 2003). Qualquer alteração biomecânica neste
processo poderá fazer com que o bebê incoordene e acione seus mecanismos de defesa como
tosse/engasgo. Acerca deste tema assinale a alternativa incorreta.
C. Quando a tosse acontece após a deglutição pode sugerir escape precoce por
dificuldade no controle oral.
Resposta:
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Resposta
C. Quando a tosse acontece após a deglutição pode sugerir escape precoce por
dificuldade no controle oral.
Referências
1. Levy DS, Almeida ST. Disfagia Infantil. Thieme Revinter Publicações LTDA; 2018 Mar 28.
3. Padovani AR, Moraes DP, Mangili LD, Andrade CR. Protocolo fonoaudiológico de avaliação do
risco para disfagia (PARD). Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2007
Sep;12(3):199-205.
5. Almeida MBM. Análise do uso da dieta com a viscosidade modificada para recém-nascidos
com disfagia internados em uma UTI neonatal [Dissertação de doutorado]. Rio de Janeiro: Pós-
Graduação em Pesquisa Aplicada em Saúde da Criança e da Mulher, Instituto Fernandes
Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2018
6. Altman KW, Yu GP, Schaefer SD. Consequence of dysphagia in the hospitalized patient:
impact on prognosis and hospital resources. Archives of Otolaryngology–Head & Neck Surgery.
2010 Aug 16;136(8):784-9.
7. Bingham PM. Deprivation and dysphagia in premature infants. Journal of child neurology.
2009 Jun;24(6):743-9.
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