O documento discute as fases oral, anal e fálica do desenvolvimento psicosssexual segundo a teoria psicanalítica. A fase oral centra-se na relação entre mãe e bebê. A fase anal envolve o controle dos esfíncteres e a ambivalência em relação aos pais. A fase fálica tem o falo como objeto central e leva à percepção da diferença sexual.
O documento discute as fases oral, anal e fálica do desenvolvimento psicosssexual segundo a teoria psicanalítica. A fase oral centra-se na relação entre mãe e bebê. A fase anal envolve o controle dos esfíncteres e a ambivalência em relação aos pais. A fase fálica tem o falo como objeto central e leva à percepção da diferença sexual.
O documento discute as fases oral, anal e fálica do desenvolvimento psicosssexual segundo a teoria psicanalítica. A fase oral centra-se na relação entre mãe e bebê. A fase anal envolve o controle dos esfíncteres e a ambivalência em relação aos pais. A fase fálica tem o falo como objeto central e leva à percepção da diferença sexual.
O documento discute as fases oral, anal e fálica do desenvolvimento psicosssexual segundo a teoria psicanalítica. A fase oral centra-se na relação entre mãe e bebê. A fase anal envolve o controle dos esfíncteres e a ambivalência em relação aos pais. A fase fálica tem o falo como objeto central e leva à percepção da diferença sexual.
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2º AULA
Curso: Psicanálise Clínica
Disciplina: Complexo de Édipo
Professora. Ester Silva
A fase oral (0 – 2 ano) O principal interesse do bebê, nesta fase, é a satisfação de suas necessidades físicas, assim também como do calor humano, que é obtido através do contato com a mãe. Segundo Winnicott (1965), a mãe “suficientemente boa” é capaz de responder naturalmente ás necessidades de seu bebê, devido ao desenvolvimento, na mãe, de uma “preocupação materna primaria” que ocorre no período do nascimento do bebê, favorecendo relação harmoniosa entre as necessidades do bebê e as respostas providas pela mãe. Essa relação harmoniosa entre a mãe e o bebê fornece, contudo, ao último uma qualidade criativa onipotente. Se o desenvolvimento afetivo for normal, o amor será estabelecido como sentimento básico. Se o desenvolvido for dominado por angustias, a agressividade (ódio) será predominante, restante o sentimento de que tudo aquilo que é amada é incorporado, é inevitavelmente destruído. Este sentimento de destruir o que é amado constitui o ponto de fixação que poderá estabelecer um futuro quadro de melancolia (psicose maníaco-depressivo). Professora Ester Silva A fase anal (1 – 3 ano) É a segunda fase pré-genital da sexualidade infantil. Essa fase é caracterizada por uma organização da libido sob o primado da zona anal e por um modo de relação de objeto que Freud denomina “ativo” e “passivo”, intimamente ligado ao controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle é uma nova fonte de prazer. A atividade é posta em operação pelo instinto do domínio, por intermédio da musculatura somática; o órgão que, mais do que qualquer outro, representa o objeto sexual passivo é a membrana mucosa erógena do ânus. Professora Ester Silva Obs. Então,na fase anal, já está presente uma divisão de opostos que perdurará pela vida sexual, o par ativo/passivo, que ainda não pode ser denominado de masculino/feminino, porque a evidência de que meninos e meninas defecam do mesmo modo levaria à percepção de uma ausência de diferença sexual Fase anal (1 – 3 ano) Essa fase está impregnada de valor simbólico, sobretudo a ligação das fezes . Do primeiro ao terceiro ano de vida, a habilidade do controle muscular da criança, ela aprende engatinhar, a ficar de pé sem apoio, isto é, dá-se a organização psicomotora de base. É o período que a criança inicia a falar, andar, onde se estabelece o controle de esfíncteres, e, além disso, as funções da parte terminal dos intestinos passam a ser tão prazerosas como o foram a da entrada de tudo digestivo, no primeiro ano de vida. Esse é um período de crise de independência e de controle. Ao mesmo tempo em que a criança deseja a imediata satisfação de seus impulsos, ela teme perder o objeto que ama e é dependente. Esse sentimento, devido à fantasia de onipotência da criança, é bastante exagerado.
Professora Ester Silva
Fase anal (1 – 3 ano) A criança fica ansiosa fase aos seus impulsos aparentes incontroláveis, mas deseja também ser capaz de controlar seus pais, para que não a abandonem por causa de sua crueldade e exigências. Dentre os produtos que acriança elabora, as fezes assumem um lugar central na fantasia infantil. É objeto que veem de dentro do seu próprio corpo, é sua produção. São objetos que geram prazer ao serem produzidos. Nesse período, toilet training é fator importante no relacionamento com o país. Ao passo que a criança esta se tornando mais consciente de sua capacidade de separação, esta também aprendendo os elementos básicos do dar e receber, existente no relacionamento. Mas, devido uma consciência de si mesma em termos de corpo, a criança tende equacionar o corpo com a sua concepção do Eu. Assim, os produtos de seu corpo se tornam importantes no elemento de dar e receber no relacionamento com seu pais. Professora Ester Silva A fase anal (1 – 3 ano) A fase anal desenvolve-se durante o segundo e terceiro anos. O orifício anal é a zona erógena dominante, e as fezes constituem o objeto real que dá ensejo ao objeto fantasiado das pulsões anais. Do mesmo modo que havíamos distinguido o prazer de comer do prazer sexual da sucção, devemos aqui separar o prazer funcional de defecar, aliviando-se de uma necessidade corporal, do prazer sexual de reter as fezes e ejetá-las bruscamente. A excitação sexual da mucosa anal é provocada, antes de mais nada, por um ritmo particular do esfíncter anal, quando ele se contrai para reter e se dilata para evacuar.
“Originalmente, conhecemos apenas objetos sexuais: A psicanálise nos
mostra que as pessoas a quem acreditamos apenas respeitar e estimar podem, para nosso inconsciente, continuar a ser objetos sexuais”. S. Freud A fase anal (1 – 3 ano) O valor que os adultos dão á evacuação, nessa fase, leva a criança a fantasiar que os produtos fecais são materiais preciosos e a quer guardá-los para si. O que sugere o aspecto sádico da criança, pois ao invés de oferecer suas fezes de presente ao pais, como expressão de amor, poderá retê-las como gesto hostil ao pais, que desejam a evacuação. Por outro lado a criança pode considerar as fezes como objetos internos destrutivos, que podem ser eliminados através da evacuação. Nas relações objetais, a excreção pode assumir características de agressividade prazerosa, portanto sádica. Como é o caso, por exemplo, da criança que não usa o vaso sanitário para suas excreções, para contrariar seu país que desejam mantê-la limpa.
Professora Ester Silva
A fase anal (1 – 3 ano) Nessa fase, o relacionamento da criança com os pais é envolto por sentimentos simultâneos de amor e ódio. Ao mesmo tempo em que ama seus pais e deseja cooperar com eles, por reconhecimento pelo amor que eles deles recebe, também os odeia, pois são obstáculos para a satisfação de impulsos. As exigências dos pais muitas vezes estão em desacordo com os impulsos da criança. Se a bexiga ou os intestinos estão cheios, a criança deseja esvaziá-los imediatamente para obter alívio de tensão e prazer.
Professora Ester Silva
Karl Abraham e Freud subdividem a fase anal em duas etapas. A etapa inicial é caracterizada pelo domínio dos processos expulsivos, sobre assentará o mecanismo psicológico da projeção. A segunda etapa é retentiva, o que propiciará a base para os mecanismos psicológicos ligados ao controle. De acordo com a teoria psicanalítica os processos descritos derivados de trabalhos clínicos são denominados de psicopatologia. Assim todos os mecanismos psicológicos que surgem é necessários e adaptativos dentro de certo momento da vida, mas à medida que um mecanismo psicológico se fixa e se torna o centro da organização afetiva, originara um quadro psicopatológico. Por exemplo: Caráter retentivo-anal ocorre quando (os pais batem na criança por que não fez o cocô ), consequências anormais que surgirá, obstinação, avareza compulsividade; teimosia. Caráter expulsivo anal-cruel, (pais que batem na criança quando faz muito cocô) . Consequências anormais; tendência masoquista, destrutivo, desordenado, egoísta, colecionador de coisas velhas, interesseiro, acumula várias atividades ao mesmo tempo. Lê no banheiro para enganar o inconsciente, etc. FASE FÁLICA (3 – 5 anos) A fase fálica precede o estado final do desenvolvimento sexual, isto é, a organização genital definitiva. Entre a fase fálica, que se estende dos três aos cinco anos, e a organização genital propriamente dita, que aparece quando da puberdade, intercala-se um período chamado “de latência”, durante o qual as pulsões sexuais são inibidas. No curso da fase fálica, o órgão genital masculino — o pênis — desempenha o papel dominante. Na menina, o clitóris é considerado, segundo Freud, um atributo fálico, fonte de excitação. À semelhança das outras fases, o objeto real serve de base para o objeto fantasiado. Aqui, o pênis e o clitóris são apenas os suportes concretos e reais de um objeto fantasiado chamado falo. Quanto ao prazer sexual, ele resulta das carícias masturbatórias e dos toques ritmados das partes genitais, tão ritmados quanto podem ser os movimentos alternados da sucção no prazer oral e os da retenção/expulsão no prazer anal. FASE FÁLICA (3 – 5 anos) No começo dessa fase, meninos e meninas acreditam que todos os seres humanos têm ou deveriam ter “um falo”. A diferença entre os sexos, homem/mulher, é então percebida pela criança como uma oposição possuidor do falo/privado do falo (castrado). Depois, a menina e o menino seguirão um caminho diferente, até sua identidade sexual definitiva. Essas vias divergem porque o objeto (falo) com o qual a pulsão fálica se satisfaz assume, num e noutro, uma forma diferente. a fantasias ligadas a sua mãe. Depois, sob o efeito conjunto da ameaça de castração proferida pelo pai e da angústia provocada pela percepção do corpo feminino, privado de falo, o menino acaba renunciando a possuir o objeto-mãe. O afeto em torno do qual o Édipo masculino se organiza, culmina e chega ao desenlace é a angústia; a chamada angústia de castração, isto é, o medo de ser privado daquela parte do corpo que, nessa idade, o menino tem por objeto mais estimável: seu pênis, cuja fantasia tem o nome de “falo”. FASE FÁLICA (3 – 5 anos) Na menina, a passagem da mãe para o pai é mais complicada. O grande acontecimento durante o Édipo feminino é a decepção que a menina sente ao constatar a falta do falo de que ela acreditava ter sido dotada. Esse sentimento de decepção, onde se misturam rancor e nostalgia, assume a forma acabada de um afeto de inveja: a inveja do pênis. Pênis — não nos esqueçamos — cuja fantasia é o falo. O afeto em torno do qual gravita o Édipo feminino não é, portanto, a angústia, como no menino, mas a inveja. Inveja do pênis, que logo se transformará no desejo de ter um filho do pai e, mais tarde, quando a menina se houver transformado em mulher, no desejo de ter um filho do homem eleito. Mas vamos deixar claro que Freud, muito depois, complementou a teoria da castração na menina, reconhecendo que a inveja não era a única resposta à castração que ela acreditava já e definitivamente consumada, em virtude de sua falta de pênis. Existe ainda na mulher um afeto diferente da inveja, o de angústia. De uma angústia que deve ser compreendida como o medo, não de perder o pênis/falo que ela nunca teve, mas de perder o outro “falo” inestimável que é o amor proveniente do objeto amado. A angústia de castração, na mulher, não é outra coisa, portanto, senão a angústia de perder o amor do ser amado. Numa palavra, os dois grandes afetos que decidirão sobre o desfecho do Édipo feminino são a inveja do pênis e a angústia de perder o amor.
Observação sobre o Édipo do menino: O papel essencial do pai Eu gostaria de desfazer, aqui, um frequente mal-entendido concernente ao Édipo do menino e, em particular, ao papel que o pai desempenha nele. Habitualmente, como nós mesmos acabamos de fazer, enfatizamos o apego do menino à mãe como objeto sexual e seu ódio pelo pai. Pois bem, sem renegar essa configuração clássica do Édipo, Freud privilegiou tanto a relação do menino com o pai que não hesitaremos em fazer do pai — e não da mãe — o personagem principal do Édipo masculino. Eis o argumento para isso. Na primeira etapa da formação do Édipo, reconhecemos dois tipos de ligação afetiva do menino: um apego desejante à mãe, considerada como objeto sexual, e sobretudo um apego ao pai como modelo a ser imitado. O menino faz de seu pai um ideal em que ele próprio gostaria de se transformar. O vínculo com a mãe — objeto sexual — não é outra coisa senão o ímpeto de um desejo, ao passo que o vínculo com o pai — objeto ideal — repousa num sentimento de amor, produzido pela identificação com um ideal. Esses dois sentimentos, o desejo pela mãe e o amor pelo pai, diz-nos Freud, “aproximam-se um do outro, acabam por se encontrar, e é desse encontro que resulta o complexo de Édipo normal”. Observação sobre o Édipo do menino: o papel essencial do pai Ora, o que se passa durante esse encontro? O menino fica aborrecido com a presença da pessoa do pai, que barra seu impulso desejante dirigido à mãe. A identificação amorosa com o pai ideal transforma-se, então, numa atitude hostil contra o pai, e acaba por derivar para uma identificação com o pai como homem da mãe. O menino passa então a querer substituir o pai junto da mãe, tomada como objeto sexual( Trio amoroso). Certamente, todos esses afetos dirigidos ao pai cruzam-se e combinam-se numa mescla de ternura pelo ideal, animosidade em relação ao intruso e vontade de possuir os atributos do homem. Entretanto, pode ainda suceder ao Édipo virar-se numa curiosa inversão. O verdadeiro Édipo invertido — expressão muito usada e raramente bem compreendida — consiste numa mudança radical do estatuto do objeto-pai: o pai aparece aos olhos do menino como um objeto sexual desejável. Tudo sofre uma reviravolta. De objeto ideal que despertava admiração, ternura e amor, o pai transforma-se então num objeto sexual que excita o desejo. Antes, o pai era aquilo que se queria ser, um ideal; agora, o pai é o que se gostaria de ter, um objeto sexual. Numa palavra, para o menino, o pai se apresenta sob três imagens diferentes: amado como um ideal, odiado como um rival e desejado como um objeto sexual. É isso que nos empenhamos em sublinhar: o essencial do Édipo masculino são as vicissitudes da relação do menino com o pai, e não — como se costuma acreditar — com a mãe. * Mais uma palavra para sublinhar as particularidades da fase fálica, tão essencial em relação às fases precedentes, já que de seu desfecho dependerá a futura identidade sexual da criança transformada em adulto. Aqui estão os aspectos a serem guardados em mente. Primeiro, note-se que, nessa fase, o objeto fantasiado da pulsão não se apoia, como antes, numa parte do corpo do indivíduo, como o polegar ou as fezes, mas em uma pessoa. O objeto fantasiado da pulsão (falo) assume a imagem de uma mãe ou de um pai às voltas com desejos e pulsões. Assim, a mãe é percebida pelo menino da fase fálica através da fantasia de uma mãe desejante. Observe-se ainda que, no decorrer dessa fase, a criança, pela primeira vez, tem a experiência de perder o objeto da pulsão, não como consequência de uma evolução natural, como nos estágios precedentes (o desmame, por exemplo), mas em resposta a uma obrigação incontornável. O menino perde seu objeto-mãe para se submeter à lei universal da proibição do incesto. Lei que o pai lhe ordena respeitar, sob pena de privá-lo de seu pênis. Por último, observe-se que a fase fálica é a única que se conclui pela resolução de uma opção decisiva: o sujeito terá de escolher entre salvar uma parte de seu próprio corpo ou salvar o objeto de sua pulsão. Essa alternativa equivale, definitivamente, a eleger uma ou outra forma de falo: ou o pênis, ou a mãe. O menino terá que decidir entre preservar seu corpo da ameaça da castração, isto é, preservar o pênis, ou conservar o objeto de sua pulsão, ou seja, a mãe. Terá que escolher entre salvar seu pênis e renunciar à mãe, ou não renunciar à mãe, mas sacrificar seu pênis. Sem dúvida, o desfecho normal consiste em renunciar ao objeto e salvar a integridade de sua pessoa. O amor narcísico tem primazia sobre o amor objetal. Essa alternativa, que apresento como o drama que seria vivido por uma criança mítica, é, na verdade, a mesma alternativa que todos atravessamos em certos momentos de nossa existência, quando somos forçados a tomar decisões em que o que está em jogo é perder aquilo que nos é mais caro. Então, para preservar o ser, é o objeto que abandonamos.