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Ética Nas Relações de Trabalho

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É tica nas Relaçõ es de Trabalho

Bruno Eduardo M. de Moraes

A origem da palavra ética remonta ao termo grego “ethos”, o qual


significa: caráter, disposição, costume, hábito, sendo este um dos
conceitos mais fundamentais e mais debatidos no campo da filosofia ao
longo de milénios. Durante este tempo, tal termo foi amplamente
definido e redefinido pelos mais diversos pensadores, adquirindo uma
ampla gama de significados ao longo da história.
O estudo da ética pela filosofia começou a engatinhar com os
pensadores da pré-socráticos, também comumente chamados de filósofos
da natureza, - pois se dedicaram amplamente ao estudo da “phisis”,
buscando o elemento primordial de todas as coisas, a “arché” - fundavam
suas teorias a partir de suas vidas e experiências, contemplando um
mundo que se apresentava com diversas transformações.
Depois destes, viram os sofistas, cujas teorias filosóficas se
baseavam no relativismo, rejeitando a existência de verdades ou valores
absolutos, incluindo no campo da ética e moralidade.
Já Sócrates, ensinava que o conhecimento humano era fundamental
para qualquer consideração da ordem ética, sendo esta a faculdade da
consciência. A lei cuja representação deveria ilustrar o móvel da conduta
eticamente boa é o derradeiro critério da moralidade.
Atualmente, discute-se que a ética contemporânea teve início em
meados do século XIX, tendo em busca: o homem concreto, em
detrimento do formalismo e do universalismo, o reconhecimento do
comportamento instintivo em detrimento do racionalismo absoluto, a
origem e compreensão do ser humano em si mesmo, não em uma
fundamentação transcendente da ética. Diante disso, tem-se como
princípios dessa ética o existencialismo, a psicanálise, o marxismo, o
neopositivismo e a filosofia analítica.
Durante a maior parte da história, essas discussões limitaram-se a
círculos intelectuais muito restritos, sendo praticamente desconhecidas
fora destes. De alguns tempos para cá, tal situação vem mudando, com
este tema passando a ser cada vez mais discutido na sociedade como um
todo.
Nesse contexto, surgiu a ética empresarial, um subcampo da
filosofia moral que visa promover, por meio de um comportamento ético,
uma melhor qualidade profissional, mantendo sua preocupação ética
alinhada ao racionalismo e aos resultados financeiros, preservando
também, a cautela necessária para agir também em prol do bem da
comum.
Agir de forma ética traz uma série de benefícios às organizações,
tais como um funcionamento mais eficiente de suas atividades e o
fortalecimento dos vínculos de trabalho dos funcionários entre si e entre
os mesmos e a diretoria. Assim, ética é indispensável, não somente para a
atividade administrativa, como também para a vida em sociedade, visto
que seus princípios evoluíram conforme o processo evolutivo do próprio
ser humano, passando a orientar sua conduta, fazendo com que o homem
busque refletir acerca da retitude de praticamente todas seus atos.
Atualmente, nas relações empresariais, considera-se que a ética é a
essência do sucesso para as organizações. Tal essência apresenta-se por
meio das ações ocorridas no âmbito das relações entre os agentes
empresariais, como por exemplo, clientes, fornecedores, concorrentes e
entre os próprios colaboradores da empresa.
O Código de Ética Profissional tem por objetivo o desenvolvimento,
formalização e implantação dos valores profissionais administrativos em
toda a estrutura organizacional, servindo de guia para a orientação da
conduta profissional de todos os colaboradores que fazem parte de uma
organização empresarial, assim como a bússola serve de guia para os
marinheiros em uma viagem marítima.
O motivo da discussão dessas questões, deve-se ao fato de que os
indivíduos, comprovadamente, demonstram níveis mais elevados de
comprometimento e desempenho profissional ao sentirem que as
empresas nas quais trabalham atuam com honestidade e integridade. É o
chamado exemplo, que contribui para a disseminação destes valores
dentro das organizações. A aplicação da ética nas organizações
empresariais influencia diretamente nos princípios que regem o corpo
social, pois o mercado e sociedade estão cada vez mais irmanados e, por
conseguinte, influenciam-se mutuamente.
Desse modo, a ética organizacional não é isolada nem alheia em
relação à da sociedade na qual a empresa se insere, mas, ao contrário, os
profissionais da empresa edificam os valores da mesma sobre a crenças
em voga na coletividade histórico-social humana.
Logo, uma empresa sempre está vulnerável diante dos princípios
éticos, pois esta não detém o poder de controlar a atitude de determinada
pessoa da equipe. Assim, fazem parte dos problemas éticos que podem
vir a ocorrer numa empresa: a corrupção, a utilização de informações
confidenciais em benefício próprio, revelação de estratégias adotadas pela
empresa, assédio moral ou sexual, manipulação de informações sigilosas,
desvio de dinheiro, dentre miríades de outros. Os problemas enfrentados
pelas empresas acabam por refletirem-se dentro da sociedade, que acaba
recebendo as consequências dos atos antiéticos, haja vista que alguns
desses problemas, como a corrupção e as fraudes, são diretamente
repassados ao produto final, que tende a ter um valor maior no mercado.
Além disso, alguns desses referidos problemas, principalmente os atos de
corrupção, abuso sexual ou moral, amiúde, geram grande comoção social,
o que acaba se refletindo na imagem da empresa frente ao público.
A importância dos princípios éticos dentro das organizações e
empresas ganhou maior relevância a partir da década de 1980, com a
redução gradual da hierarquização e a consequente autonomia financeira
concedida. A concorrência por cargos de maior importância também de
desenvolveu, criando um maior desejo de se sair melhor a qualquer custo.
Vale exclamar a seguinte afirmação: as empresas são formadas por
pessoas, sendo sua fundação existente tão somente por causa delas.
Assim, por trás de qualquer decisão a ser tomada, qualquer erro no
percurso ou imprudência estarão os colaboradores, pessoas de carne e
osso. São essas as pessoas que irão trabalhar em prol da empresa,
vivenciando suas glórias e seus fracassos. Assim, deve-se ter em mente
que qualquer erro que ocorrido dentro da empresa é um erro humano,
outrossim, as atitudes antiéticas devem ser atribuídas àquele que a
tomou, não à organização propriamente dita – claro, cada caso possui
suas peculiaridades e deve ser analisado.
A ética é a pedra angular sobre a qual se edificam os primais
alicerces da sociedade, e o mundo profissional não é nenhuma exceção,
quanto mais interligada a organização for com os valores de boa conduta,
mais prosperidade e prestígio ela alcançará, mais comprometida com seus
deveres será a equipe de funcionários e mais satisfeitos ficaram seus
clientes, ao mesmo tempo, ela estará contribuindo para a criação de uma
sociedade mais justa e equitativa.

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