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Danos de Bioerosão em Bioclastos Como Indicadores Paleoambientais em Zona Plataformal
Danos de Bioerosão em Bioclastos Como Indicadores Paleoambientais em Zona Plataformal
Danos de Bioerosão em Bioclastos Como Indicadores Paleoambientais em Zona Plataformal
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Maria Alejandra Gómez Pivel (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul)
Prof. Dr. Matias do Nascimento Ritter (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Profa. Dra. Sabrina Coelho Rodrigues (Universidade Federal de Uberlândia)
Dissertação de Mestrado
apresentada como requisito parcial
para a obtenção do Título de Mestre
em Geociências.
ATRAVÉS DA LEGENDA COM CORES. JÁ NAS SETAS AZUIS INDICAM POSSÍVEIS LOCAIS
DE PAELODRENAGENS................................................................................... 33
ICNOESPÉCIES. ............................................................................................ 56
FIGURA 11. FREQUÊNCIA RELATIVA DE ALGUNS DOS TRAÇOS DE BRIOZOÁRIOS. ............. 130
LISTA DE TABELAS
PARTE I ........................................................................................................................................................................................ 13
1. Introdução com a formulação do problema de investigação e a hipótese ............................... 13
1.1 Tafonomia ...................................................................................................................................................................... 13
1.2 Tafonomia atualística ............................................................................................................................................... 13
1.3 Assinaturas tafonômicas......................................................................................................................................... 15
1.4 Assinaturas tafonômicas de origem biogênica............................................................................................ 17
1.5 Dificuldades ................................................................................................................................................................... 17
2. Objetivos ............................................................................................................................................................................... 18
2.1 Objetivos específicos ................................................................................................................................................ 18
3. O estado da arte do tema da pesquisa ............................................................................................................... 19
3.1 Introdução à Bioerosão ........................................................................................................................................... 19
3.2 Classificação etológica ............................................................................................................................................. 21
3.3 Metodologias mais utilizadas ............................................................................................................................... 24
3.4 Potencial para interpretação paleoambiental ............................................................................................. 27
4. Materiais e métodos ...................................................................................................................................................... 29
5. Área de estudo .................................................................................................................................................................. 32
5.1 Características gerais ............................................................................................................................................... 32
5.2 Características geomorfológicas e sedimentares ...................................................................................... 34
6. Principais resultados obtidos, interpretações desenvolvidas nos artigos e discussão
integradora dos resultados ........................................................................................................................................... 35
7. Referências .......................................................................................................................................................................... 60
PARTE II ...................................................................................................................................................................................... 74
ARTIGO SUBMETIDO ........................................................................................................................................................ 74
BIOEROSION IN RELICTUAL BIOCLASTS FROM SOUTHERN BRAZIL SHELF AS
INDICATORS OF DEPTH AND SEDIMENT GRAIN SIZE VARIATION ...................... 74
PARTE III ................................................................................................................................................................................. 111
ANEXO I – Resumos publicados durante o período do curso de mestrado ................................ 111
PREDICTABILIDADE DE TRAÇOS DE BIOEROSÃO EM AMBIENTES
SEDIMENTARES MARINHOS SUBTROPICAIS ............................................................ 112
TRAÇOS DE PREDAÇÃO EM MOLUSCOS BIVALVES MARINHOS INDICAM UMA
ESTREITA RELAÇÃO COM SEUS HÁBITOS DE VIDA ............................................... 113
RELAÇÃO DO AMBIENTE ATUAL COM TRAÇOS DE BIOEROSÃO EM VALVAS DE
MOLUSCOS BIVALVES RECENTES DA PLATAFORMA CONTINENTAL
SUBTROPICAL DO SUL DO BRASIL .............................................................................. 115
TRAÇOS MICROENDOLÍTICOS EM CONCHAS DE BIVALVES DE AMBIENTES
MARINHOS SUBTROPICAIS E SEU POTENCIAL EM RECONSTRUÇÃO
PALEOAMBIENTAL.......................................................................................................... 117
ANEXO II - Normas para submissão de manuscritos para a revista PALAIOS ..................... 118
ANEXO III - Confirmação de submissão do artigo - BIOEROSION IN RELICTUAL
BIOCLASTS FROM SOUTHERN BRAZIL SHELF AS INDICATORS OF DEPTH AND
SEDIMENT GRAIN SIZE VARIATION à revista PALAIOS. ............................................................ 127
APÊNDICE I. Frequência relativa dos danos de origem biogênica (bioerosões). .............. 128
APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
PARTE I
1.1 Tafonomia
N° Fatores
1 Oxidação física;
2 Hidrólise;
3 Luz UV;
4 Microperfuração (microboring);
1.5 Dificuldades
2. Objetivos
et al., 1983; Golubic et al., 2005; Chacón et al., 2006; Glaub et al., 2007;
Pawłowska et al., 2008; Wisshak, 2012).
Microscopia petrográfica: Nessa metodologia são analisadas, através de
microscópio petrográfico, seções (cortes) muito finas do material onde se encontram
os traços microendolíticos. Porém, nessa forma de análise pode ocorrer uma série de
perdas de informações sobre os traços, visto que a microscopia petrográfica
(transmissão) nos dá uma visão bidimensional (2D) das estruturas dos objetos que
são tridimensionais (3D) (Wisshak, 2012). No processo para preparar as amostras é
necessário também a imersão com impregnação de resina epóxi de baixa viscosidade
(e.g., Ciba-Geigy: Araldite BY158þAradur 21) para a realização do corte do material,
após a laminação da amostra é vantajoso utilizar algum corante para obter uma
melhor visualização dos espaços porosos dos traços microendolítocos (Wisshak,
2012).
Tomografia computadorizada: O grande potencial dessa ferramenta
altamente tecnológica é o fato de que se baseia na utilização de raios-X (Farber et
al., 2003) e ou na utilização de feixes de nêutrons dando uma certa vantagem em
relação às outras técnicas. Isso se deve ao fato de não serem destrutivas, ou seja,
mantém o material fóssil e/ou atual de forma intacta e inalterada (Winkler, 2006;
Wisshak, 2012), podendo detectar, por exemplo, diferenças sutis de conteúdos
orgânicos ou de águas nos fósseis (Mietchen et al., 2008). Outra vantagem dessa
tecnologia é que apresenta os resultados de uma forma diferenciada, podendo ser de
forma impressa, em formatos 3D na forma de anáglifos (podendo ter o substrato
semitransparente e estruturas bioerosionais coloridas por exemplo), entre outros
(Wisshak, 2012). Entretanto, essa tecnologia pode ser desvantajosa pois envolve
altos custos e acesso atualmente limitado entre os cientistas. Mesmo assim, é uma
ferramenta muito promissora e que gera resultados muito detalhados de forma
tridimensional, com informações valiosas e mantendo a integridade da amostra
(Schönberg e Shields, 2008).
4. Materiais e métodos
Durante as expedições oceanográficas - Geomar VI, VII, XIII, XIV, XVIII, XXI e
XXII (1975-1984), REVIZEE Sul (1999) uma série de materiais de fundo foram
coletadas durante essas campanhas. As amostragens feitas nas expedições Geomar
foram realizadas através de busca-fundo tipo Van Veen, já na expedição REVIZEE
Sul foram coletadas usando-se amostradores do tipo Box-Corer. As informações
oceanográficas como salinidade, temperatura, velocidade da corrente, e informações
de sedimentologia estão disponíveis na Base Nacional de Dados Oceanográficos
(BNDO), órgão do Departamento de Hidrografia e Navegação (DHN), da Marinha do
Brasil. Estas amostras fazem parte do acervo do Laboratório de Tafonomia
Quantitativa (TafoQua) da UFRGS do departamento de Paleontologia.
Ao todo nesse trabalho são 13 amostras analisadas (coletadas pelas referidas
expedições oceânográficas), situadas em diferentes regiões na plataforma continental
sul brasileira (PSB), como mostrado na figura 1. Cada amostra possui diferentes
relações ambientais, como profundidade, condições de luz, energia, tamanho de
partícula, composição do substrato e até podem ter características ecológicas
exclusivas, podendo, assim, alterar o tipo de assinatura tafonômica de acordo com
cada microambiente. Algumas dessas informações estão contidas na tabela 3.
F071 (25m) 47% areia; 26% silte; 26% argila e 1% 0 33,9122 19,799°C
cascalho
F137 (130m) 61% areia; 8% silte; 11% argila e 20% 0 S/D S/D
cascalho
F132 (150m) 48% areia; 28% silte; 15% argila e 9% 53% 35,4446 19,892°C
cascalho
F133 (200m) 72% areia; 13% silte; 10% argila e 5% 64% 35,4807 19,5756°C
cascalho
5. Área de estudo
Subclasse
Protobranchia
Infaunal,
Nuculana sp.(442) depositívero e ou
suspensívoro.
F68, F69, F70, F71, F132,
F133, F136 e F137
Infaunal,
Propeleda sp.(1) depositívero e ou
suspensívoro.
F137
Subclasse
Pteriomorphia
Infaunal -
Glycymeridida Aragonítica; Glycymeris sp.(13); suspensívoro.
e Dall, 1908 Prismática externamente,
[1847] lamelar cruzada no meio e
F63, F69, F70 e F132
37
Epi ou endobissado
Limopsidae Aragonítica; Limospsis sp.(81); - suspensívoro.
Dall, 1895 Prismática externamente,
lamelar cruzada no meio e
F69, F70, F132,F133 e
lamelar cruzada comlexa
F137
internamente.
Infaunal ou
Philobryidae Aragonítica; Cosa sp.(15) epibissado -
F. Bernard, Cruzada lamelar suspensívoro.
1897 externamente e lamelar
F132 e F133
cruzada complexa
internamente.
Epibissado -
Chlamys sp.(1) suspensívoro.
F070
Epibissado -
Cyclopecten sp.(269) suspensívoro.
Epibissado -
Leptopecten sp.(15) suspensívoro.
Epifaunal.
Propeamussii Aragonítica e calcítica; Propeamussium sp. (3)
dae Abbott, Calcita colunar prismática
1954 (valva direita somente) e
F136
calcita folhada na parte
externa e aragonita cruzada
lamelar na parte interna
camada que se estende
para fora da linha palial em
alguns casos, quase até a
margem ventral.
39
Sublcasse
Heterodonta
Infaunal -
Ungulinidae H. Aragonítica; Diplodonta sp.(45) suspensívoro.
Adams & A. Prismático externamente,
Adams, 1857 lamelar cruzado no meio e
F62, F69, F133 e F137
lamelar cruzado complexo
internamente.
- -
Cyamiidae G. Cyamium sp. (1)
O. Sars, 1878
F133
Infaunal -
Cyclocardia sp.(84) suspensívoro.
Suspensívoro.
Crassatellidae Aragonítica; Crassatella sp.(8)
Férussac, Lamelar cruzada
1822 externamente e lamelar
F132, F136 e F137
cruzada complexa ou
homogênea internamente.
Suspensívoro.
Crassinella sp.(32)
Infaunal -
Tellinidae Aragonítica; Tellinidae cf.(4) suspensívoro.
Blainville, Prismático externamente
1814 (ausente em algumas
F136
espécies), lamelar cruzada
no meio e lamelar cruzada
complexa ou homogênea
internamente confinado
dentro da linha palial.
Infaunal -
Tellina sp.(9) suspensívoro.
Aragonítica; Infaunal –
Semelidae Prismática externamente, Abra sp.(7) Suspensívoro e
Stoliczka, lamelar cruzada no meio e depositívero.
1870 [1825] lamelar cruzada complexa ou
F69, F92 e F133
homogênea internamente,
confinado dentro da linha
palial.
Suspensívoros –
Tivela sp.(2) raramente
depositíveros.
F69 e F71
Suspensívoros –
Transenella sp.(2) raramente
depositíveros.
F68 e F69
41
Suspensívoros –
Transenpitar sp.(2) raramente
depositíveros.
F71
Infaunal ou Epifaunal -
Corbulidae Aragonítica; Corbula sp.(56) suspensívoros.
Lamarck, 1818 Lamelar cruzada
externamente e lamelar cruza
F68, F69, F70, F92, F132,
complexa internamente,
F133 e F136
confinado dentro da linha
palial.
- -
Erodonidae Erodona sp.(2)
Winckworth,
1932
F136
(Subclasse)
Anonualodes
mata
Infaunal – carnívoros.
Poromyidae Aragonítica; Poromya sp.(4)
Dall, 1886 Prismático ou homogêneo
externamente, nacarado no
F62, F69, F70 e F132
meio e nacarado lamelar
internamente.
Infaunal.
Verticordiidae Aragonítica; Verticordia sp.(4)
Stoliczka, Prismática simples
1870 externamente, nacarado
F69, F132 e F133
lenticular no meio.
- -
Bioclastos 35 GÊNEROS
identificados
TODAS AS AMOSTRAS
(1749)
- - -
42
TODAS AS AMOSTRAS
Bioclastos
não
identificados
(1022)
- - -
Brachiopodos
Phytophora isp1. Fungo F62, 63, 68, 69, 70, 95, 132, Wisshak et al., 2005 e
133, 136 e 137 Taylor et al., 2015.
Rhopalia isp. Cianobactéria F63, 69, 70, 95, 133 e 137 Radtke e Golubic,
2005.
Sarcomorpha isp. Fungo F69, 70, 95, 132, 133, 136 e Wisshak et al., 2011 e
137 Taylor et al., 2015.
Phytophora isp.2 Fungo F62, 63, 67, 68, 69, 70, 71, Wisshak et al., 2005 e
95, 132, 133 e 137 Taylor et al., 2015.
Orthogonum lineare Heterotrófico F69, 70, 95, 136 e 137 Wisshak et al., 2005.
indeterminado
Orthogonum fusiferum Fungo F69, 70, 133, 136 e 137 Vogel e Breh, 2009.
Entobia isp. Porífero F62, 63, 67, 69, 70, 92, 95, Wisshak e Tapanila,
132, 133, 136 e 137 2008.
Fascichnus isp. Cianobactéria F67, 68, 69, 70, 95 e 136 Radtke e Golubic,
2005.
Scolesia filosa Cianobactéria F69, 70, 95, 133, 136 e 137 Radtke e Golubic,
2005.
Pyrodendrina isp. Indeterminado F63, 68, 70, 95, 133, 136 e Wisshak e Tapanila,
137 2008.
Pinaceocladichnus Briozoário F62, 63, 69, 70, 92, 95, Mayoral, 1988.
onubensis 132, 133 e 137
Pennatichnus luceni Briozoário F62, 63, 70, 132, 136 e 137 Mayoral, 1988.
Briozoário indeterminado Briozoário F62, 63, 67, 68, 71, 92, 95 Mayoral, 1988.
e 132
Oichunus simplex Gastrópode - F62, 63, 68, 69, 70, 132, Archuby e Gordillo,
Muricidae 133, 136 e 137 2018.
Rafinesque, 1815
Oichunus paraboloides Gastrópode - F62, 63, 67, 70, 71, 92, Ruggiero e Raia, 2010.
Naticidae 132, 133, 136 e 137
Guilding, 1834
Predação incompleta Gastrópode F67, 68, 69, 70, 92, 132, Archuby e Gordillo,
133, 136 e 137 2018.
rara e apresenta apenas 1 tipo de icnotraço conhecido e que não foi identificado neste
trabalho. Então temos as classes: Fixichnia, Pascichnia, Praedichnia e Domichnia
(sendo essa a classe mais frequente dos traços encontrados). Essas informações
estão agrupadas na tabela 7.
Equilibrichnia -
Frag<20% -0,124** - - - - -
Frag>20% 0,125** - - - - -
Branca -0,231** - - - - -
Phormidium - - - - - -0,109**
isp.
Branca -0,114** - -
Oxidada - - - 0,104** -
Reduzida - - - - 0,103**
Phormidium - - - 0,138** -
isp.
Radulichnus 0,156** - - - -
isp.
Pyrodendrina 0,103** - - - -
isp.
P. onubensis - - 0,126** - -
Oichunus Oichunus
simplex paraboloides
texturas das conchas muito alteradas, não necessitando assim de transparência nas
valvas. Segundo Akapan e Farrow, (1985), a presença ou a ausência de perfurações
produzidas por algas em valvas de moluscos bivalves denotam zonas fóticas e
afóticas respectivamente. Porém, para as marcas de Phormidium isp., há um porém,
pois, suas marcas, ocasionadas por cianobactérias formam encontradas com certa
frequência em todas as amostras, incluindo aquelas amostras mais profundas (zonas
afóticas). Nesse caso usaremos a amostra F070 como exemplo. Essa amostra
atualmente está com 135 metros de profundidade e a presença do traço Phormidium
isp. seria na verdade, um reflexo de um ambiente no qual essa amostra atualmente
não se encontra mais, e, isso serve de indício de que o ambiente daquele local mudou
ao longo dos milhares de anos.
Segundo, Ritter et al., (2019) essas conchas apresentam uma condensação
espacial e temporal significativa, onde algumas dessas conchas podem apresentar
mais de ±30 mil anos de idade. Provavelmente, durante o último máximo glacial,
ocorrido há ±17.500 mil anos atrás o mar se encontraria há ±130 metros do nível atual
(Correa, 1996). Isso nos dá a possibilidade de compreender que a amostra em
questão (F070), atualmente localizado a 135 metros de profundidade (zona afótica)
poderia se encontrar a ±130 m abaixo do nível atual (resultando aproximadamente
±5 metros de profundidade - zona fótica em tempos pretéritos) e, então, conforme o
nível do mar subia no decorrer do tempo (até os dias atuais), havia, então, a mudança
do tipo de ambiente - fótico para afótico (juntamente com diversos outros fatores,
como energia, luminosidade, temperatura do meio por exemplo), gerando, dessa
forma, uma diversidade de nichos diferentes devido a mudança ambiental,
propiciando assim, uma sucessão ecológica (com uma enorme gama de fauna e flora
micro e macroendolítica) capaz de se perpetuar na forma de traços de origem
biológica, oriundas de diversos tipos de hábitats e nichos.
Sendo assim as conchas de certa forma poderiam armazenar diversas
informações ambientais (através dos traços ali presentes) no decorrer da modificação
da história do ambiente em questão que está sendo estudado e para isso daremos o
termo de icno-time-averaging (Fig.5, fig. 6 e fig. 7) e o termo bio-time-averaging
(Fig.5, fig. 6 e fig. 7) para a sucessão paleoecológica. É claro que para que tenhamos
um icno-time-averaging (condensação espacial e temporal de traços em um mesmo
55
7. Referências
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1 PARTE II
2 ARTIGO SUBMETIDO
3
9 Federal do Rio Grande do Sul, CEP 91.501–970, Porto Alegre, RS, Brazil; 2Departamento de
11 do Sul, CEP 91501-970 Biologia, Universidade Federal de Santa Maria, CEP 97.105–970,
13 e–mail: tafoqua@ufrgs.br
14 *Corresponding author
18 Quaternary.
19
20
21 ABSTRACT
25 shells from subtropical continental shelf areas. Our objective here is to identify and
26 quantify the bioerosion traces in shells from bioclastic deposits from the southern
27 Brazilian continental shelf (SBS), and to verify the relationship of these traces with
28 environmental factors. Thirteen samples of surface sediments from SBS were selected at
29 different depths between latitudes ~28°S and ~34°S. Traces were inspected using
30 stereomicroscope and SEM, and the characteristics analyzed are: fragmentation, color
31 change, and type of bioerosion marks. We evaluated 2800 bioclasts, belonging to more
32 than 30 mollusk genera. The most frequent bioerosion traits were, respectively:
33 Phormidium isp., Phytophora isp, Entobia isp., Iramena isp. and Scolesia philosa.
34 Microendolytic traits such as Orthogonum lineare, Phytophora isp. and Sarcomorpha isp.
35 appear more related to variation in latitude, the damage Scolesia filosa and Fascichnus
36 isp. are related to depth. Other damage had a high correlation with the type of
37 substrate, eg Pinnaceocladicnus isp., Iramena isp. and Entobia isp. had more correlation
38 with gravel and sand. Phormidium isp. and indeterminate foraminifera had a
39 correlation with areas richer in calcium carbonate. With the use of Canonical Proximity
43
44 INTRODUCTION
45
47 environmental influence on the degree of destruction of fossil remains. One way to measure
49 damage to biological debris (shells, bones, etc.) (Davies et al. 1989; Parsons and Brett 1991;
76
54 The environmental information derived from the sedimentary (geological) context can be
55 quite significant when adding taphonomic data from biological remains in unburied
56 accumulations. The formation of the fossil association takes place initially with the formation
57 of a dead assemblage. During this transition from death to fossil, many biogenic
58 characteristics are lost and the remaining bioclastic components undergo various destructive
60 (Ritter et al. 2019). One cause for nonlinear acquisition of taphonomic imprints is that some
61 processes only take place after prior damage in the biological remains (Powell et al., 2011).
62 Rates of biological damage also depends mostly on water energy, light exposure, sediment
63 composition and sedimentation rate, factors typically nonlinear across environments (Akpan
64 and Farrow 1985; Lecinsky et al. 2002; Radtke and Golubic 2005; Wisshak et al. 2005; Best
65 et al. 2007)
67 microbial decomposition of the organic matrix, both in aerobic and anaerobic conditions
68 (Glover and Kidwell 1993; Cutler and Flessa 1995; Harper 2000; Cai et al. 2006). The valves
69 of molluscs, especially bivalves, stand out because they present a huge range of diversity of
70 taphonomic signatures that can be easily recognized and quantified and they are also easily
71 collectable (Davies et al. 1989; Parsons and Brett 1991; Best and Kidwell 2000; Kowalewski
72 e Hoffmeister 2003; Behrensmeyer et al. 2005; Lockwood and Work 2006). These
73 taphonomic signatures of biological origin constitute a spectrum that can vary between totally
77
74 constructive processes, that is, with encrustations and between totally destructive alterations,
76 Bioerosion will be the taphonomic damage of biological origin addressed in this work.
77 For the nomenclature of these fossil traces a differentiated taxonomy is used (the
78 ichnotaxonomy), but with the use of the binomial nomenclature of Carl Von Linnaeus,
80 where the nomenclature rules for traits are practically the same as those used for animals
81 (Bromley 1992, 1994, 1996; Golubic et al. 2019; Wisshak et al. 2019).
82 In most cases, studies on taphonomic damage of biological origin are always more
83 concentrated in tropical seas (Cutler 1994; Mao Che et al. 1996; Lescinsky et al. 2002; Perry
85 regions, especially in Brazilian regions. This work will aim to characterize, qualitatively and
86 quantitatively, bioerosion damage present in bioclasts (shells of bivalve molluscs and recent
87 subtropical brachiopods from the southern Brazilian continental shelf (PSB)), to allow better
91
92 BACKGROUND
93 Study Area
94 The study area encompasses the Southern Brazilian Shelf (SBS), where the studied points
95 are: to the extreme south of the state of Rio Grande do Sul (RS) in the region of the city of
96 Chuí, approximately at the 34°S parallel (33°41′48″S.53 °13′54W) to the state of Santa
98 city of Itajaí, with sampling points (Fig. 1) with depths ranging from the shallowest point at
78
99 12 meters to the deepest point at 200 meters. The environment has a subtropical climate and
100 presents the confluence of the Brazil Current (warm subtropical waters) with the Malvinas
101 Current (cold waters with sub-Antarctic origins) (Bisbal 1995). The PSB is very wide and
102 with widths at some points that can reach around 130-200 km (Zembruski 1979; Veiga et al.
103 2004).
104 In the adjacent continental shelf out to a water depth of circa 60 m, Sandy sediments will
105 be dominating, while in the deep water will be muddy sediments predominate in these areas
106 (Corrêa 1996; Dillenburg and Barboza 2014). In the southern area, between isobaths of 10
107 and 50 m, will be sand bodies, sand waves and elongated bioclastic deposits and them
108 interrupt the usually smooth morphology (Figueiredo 1975; Villwock et al. 1986; Corrêa
109 1996).
110 The water masses present on the inner shelf can undergo seasonal temperature variations
111 that can reach the range of 10~21°C in winter and these temperatures in summer can reach
112 15~26°C (Möller et al. 2008). On the external platform, the Brazilian current, with tropical
113 waters, is predominant with relatively higher temperatures, above 22.7°C, and greater salinity
114 (Möller et al. 2008). However, as winter passes, the water bodies mentioned above are
115 directed to the more northern regions through the Brazilian coastal current. (Souza e
116 Robinson 2004). Regarding the sedimentary aspects, the PSB presents, in a broader way, an
117 almost null or even absent sedimentation rate, for not having the presence of predominant
118 source areas, being initially controlled by the remobilization of sediments that were later
119 reworked, but still It is important to note that the RS area has the highest deposition rate
121
123
79
124 Shell and sediment material were collected during the oceanographic expeditions Geomar
125 VI, VII, XIII, XIV, XVIII, XXI and XXII (1975-1984, Brazilian Navy) and REVIZEE
126 (1999), Samplings carried out in the Geomar expeditions were carried out using a Van Veen
127 grab dredge, while in the REVIZEE Sul expedition they were collected using Box-Corer
128 samplers. Oceanographic information such as salinity, temperature, current velocity, and
129 sedimentology information are available at the National Oceanographic Database (BNDO),
130 an agency of the Brazilian Navy's Department of Hydrography and Navigation (DHN). These
131 samples are deposited in the Coleção de Invertebrados Fósseis, Museu de Paleontologia Irajá
133 In total 13 samples were analyzed, as shown in Figure 1. Each sample has different
134 environmental features, such as depth, light conditions, energy, particle size, substrate
135 composition and they can even have exclusive ecological characteristics, thus being able to
136 change the type of taphonomic signature according to each microenvironment (Table 1). Raw
137 samples were carefully analyzed for the selection of some taxa, target taxa, such as some
138 genera of bivalve molluscs; they are: Nucula sp, Nuculana sp, Cyclopecten sp and Poromya
139 sp. All brachiopod valves and all bivalve molluscs with predation marks were also selected,
141 After extracting the target taxa from the raw samples, they were then quartered and from
142 only 1 single quadrant, another 150 bioclasts of different sizes were randomly selected,
143 however, all of these originated from the remains of bivalve molluscs. This sample size was
144 suggested by Kidwell et al. (2001), where this number of bioclasts would be enough for an
145 ideal characterization of taphonomic damage of a dead association, or even referred to in the
146 literature as thanatocenosis (a term already in disuse). After separation in all 13 samples, the
147 signatures of each type of biological origin were analyzed in all bioclasts from all locations. A
80
148 Wild Heerbrugg stereomicroscope with magnification from 6x to 50x was used for better
150 A series of characteristics were measured, from their taphonomic signatures to their
151 taxonomy, for each specimen of bioclast analyzed. They are listed in the table 2. All this
152 information was filled in a table similar to the table used in Erthal (2012) and later attached in
153 Excel spreadsheets to primarily obtain a better visualization of the frequency of damage. For
154 statistical calculations, the “SPSS” program was used, while the Rstudio program was used to
155 obtain the canonical analysis of proximities. Part of the material was photographed in a
156 scanning electron microscope (SEM) at the microscopy center of the Federal University of
157 Rio Grande do Sul (CMM-UFRGS), and the other part of the material was photographed in
158 the photography laboratory of the Geosciences Institute of the Department of Paleontology at
159 UFRGS.
160
161 RESULTS
162
163 A total of 2800 bioclasts were analyzed, of which 1749 (~62.5%) were identified and
164 classified into 35 genera of bivalve molluscs from 23 families where they are found in
165 different subclasses, in addition to brachiopods 29 (~1%) and indeterminate fragments 1022
166 (~36.5%). 32 types of bioerosion traces were counted, including 4 types of predation holes
167 and only 1 type of parasitism mark. The most frequent traces of microendolytic and
168 macroendolytic damage were, respectively: Phormidium isp., Phytophora isp., Phytophora
169 isp.(2)., Entobia isp., Iramena isp. and Scolesia filosa some of these are shown in figure 2.
171 Less frequent traits were Orthogonum isp., Gastrochaenolites isp., Gnathichnus pentax
172 and Caulostrepsis taeniola and such traits only occur in specific localities. Predation traits
81
173 (Oichnus simplex and O. paraboloides) were verified at frequencies ranging between 7% ~
174 8% (Fig. 4-5.). Most bioerosion traces had a very low frequency, below 5%. Table 3 shows
175 the occurrence of micro and macroendolytic types in all studied samples.
176 To obtain a correlation between biological damage and the environment, it is always
177 necessary to more specifically characterize these traits in order to obtain a significant
178 quantitative correlation with environmental data. To test the relationship between
180 (CAP; Fig. 6) was performed. The Manhattan index was used, which is the most suitable for
181 multivariate analyzes with taphonomic data (Tomasovych and Zuschin 2009). The
183 frequency) present in the PSB and a series of environmental variables (standardized and
184 normalized to adjust the numerical scale) were evaluated. In this analysis, the proportion of
186 called inertia and indicates more than 85% predictability. Even so, most of the variation is
187 contained in the first axis (42%), so the main variables that influence this damage are latitude,
189 Microendolytic traits such as Orthogonum lineare, Phytophora isp., Sarcomorpha isp.
190 among others appear more related to latitude and longitude, the damage Scolesia filosa and
191 Fascichnus isp. are more related to the environmental depth factor. Other damages were more
192 correlated with the type of substrate, for example, indeterminate fungus was correlated with
193 more muddy substrates while the vast majority of traces caused by bryozoans,
194 Pinnaceocladichnus isp., Iramena isp., Pennatichnus luceni, and Entobia isp (Sponges
195 clionidae) had more correlation with gravel and sand substrates. Phormidium isp and
196 indeterminate foraminifera were correlated with areas richer in calcium carbonates.
197
82
198 DISCUSSION
199
200 The traces left by these agents can reveal the causative species as well as the environment
201 in which they occur, becoming an important tool for paleoenvironmental reconstruction
202 (Taylor and Wilson, 2003; Santos and Mayoral, 2008). However, there are few studies
203 dedicated to quantifying damage of biogenic origin in mollusc shells (e.g., Powell et al.
204 2011). Tomasovych and Zuschin (2009) found bioerosion and encrustation to be highly
205 species dependent in recent brachiopods from Red Sea. Erthal (2012) showed a considerably
206 low canonical variation when using a set of grossly detailed biological damage. That author
207 used only 10 generalized types of traces. In the present work, a much more detailed
208 characterization of these traits was performed, using several biological damage types. This
209 allowed to observe proportions of canonical variation in the order of almost 85%, a value
210 much higher than that found by Erthal and Ritter (2020). Those authors observed less than
211 30% of environmental effect on the measured damages. Most traces showed a strong
212 correlation with latitude and longitude along with samples F069 and F070. They also
214 Endobiont organisms commonly have organic particles from the surface planktonic
215 productivity as their main food source, therefore responding positively with the primary
216 productivity (Lescinsky et al. 2002). Fungi, which are heterotrophic beings, can exploit
217 mineralized organic matter by drilling into the limestone substrate of mollusc shells and other
218 carbonate substrates using their hyphae, however, their distribution is completely independent
219 of light and extends from the intertidal intervals to the abyssal ocean depths (Golubic et al.
220 2005). Here in this work we managed to correlate the various traces caused by fungi with the
221 environmental variables: depth and clayey environments. On the other hand, the ichnotraces
222 caused by cnetostome clionid sponges and bryozoan have a correlation with the gravel
83
223 sediment environment, which would facilitate, for example, sponges, bivalves and polychaete
224 annelids to feed on particles in suspension and their occurrence in shells indicate considerable
225 planktonic productivity in the environment, thus correlating that certain bioerosion traits have
226 a positive correlation with primary productivity (El-Hendeny 2007). This author also shows a
227 negative correlation with environmental energy as well as with the sedimentation rate in
228 relation to traces of bioerosion, since a greater environmental energy would more quickly
229 destroy the substrate where the bioerosion agent lives. Also, a high sedimentation rate would
230 cause the substrate to be buried together with the bioeroder, making it impossible to capture
231 particles for feeding, or obliterating the passage of light (El-Hendeny 2007).
232 The presence or absence of perforations produced by algae in bivalve mollusc valves
233 denote photic and aphotic zones respectively (Akapan e Farrow 1985). However, marks of
234 some cyanobacteria such as Phormidium isp. were present in high frequency in all samples
235 studied here, but particularly in samples now located in high depths, far below the photic
236 zone. Such traces (including but not restricted to Phormidium isp.), that are found in these
237 deep samples, would actually indicate a past environmental context that no longer exist at that
238 locality, indicating instead that there has been a change in sea level over thousands of years.
239 According to Ritter et al. (2019) these shells present a significant spatial and temporal
240 condensation, where some can be more than 30 kyr old. Probably, during the last glacial
241 maximum (LGM), which occurred ±17,500 years ago, the relative sea level was
242 approximately 130 meters lower than today (Correa 1996). This would directly imply that the
243 sample F070, that now is located at the depth of 135m, was, in fact, within the photic zone
244 during the LGM. During further sea level rising, which occurred slowly and was interrupted
245 in times of coastline stabilization, the local environment shifted from photic to aphotic. This
246 environmental change affected current and wave energy, water temperature, and probably
247 lead to turnover of biotic agents affecting the taphonomic state of local shell deposits.
84
248 Therefore, biogenic damage such as bioerosion, but also encrustation, are direct testimonies
251 Thus, the shells could somehow store various environmental information (through the
252 traces present there) during the modification of the history of the environment in question that
253 is being studied, and for this we will use the term icno-time-averaging (Fig. 7) and the term
254 bio-time-averaging (Fig. 7) for paleoecological succession. It is clear that for us to have a
255 icno-time-averaging (spatial and temporal condensation of traces on the same substrate), in a
256 way it must go through the bio-time-averaging (paleoecological succession that may or may
257 not be perpetuated by the icno-time -averaging). We have to keep in mind that bioerosion
258 activity is cumulative over time, resulting in multiple overlapping impressions of specific
259 bioerosion signatures and where some successor traits can obliterate the record of previous
261 Bio-time-averaging would occur, for example, with perforating microbes that start
262 perforating usually at the apex of the shell (the oldest part), in these cases, the periostracus is
263 often removed by natural friction, thus preparing the conditions for later invasion by clionide
264 sponges (Mao Che et al. 1996). Another trait known for obliterating previous traits is the
265 scraping of chitons and echinoids that feed on algae that remain on the surface of hard
266 substrates. (Golubic et al. 1981; Akapan e Farrow 1985; Barclay et al. 2013; Belaústegui et al.
267 2017), as we see a schematic drawing in Figure 7 for a better understanding of overlapping
268 signatures and environmental change over the years. However, these bioerosion structures, as
269 in the case of cyanobacteria and algae, are still good indicators of photic/aphotic paleozones
270 and not necessarily of paleobatimetry, since light penetrability varies according to location
271 (Perry e Macdonald 2002). In theory, the same structures could not occur in shallow and
85
272 cloudy environments when compared to deeper, however brighter places (Perry e Macdonald
273 2002).
274 CONCLUSIONS
275
276 Most approaches in taphonomic studies of marine mollusk describe biological alterations
277 as a part of the total post-mortem imprint of bioclastic assemblages. Using multivariate
278 analysis, damages of biogenic origin identified in shells from recent marine bivalve molluscs
279 were quantitatively related to environmental factors. Despite largely unknown for subtropical
280 marine areas, the biogenic alteration present in shells from the Southern Brazil Shelf
281 faithfully reflect nearly 90% of the environmental conditions present in the area, but mainly
282 depth and sediment grain size These microendolitic traces may represent only a small portion
283 of the biological immensity of traces of biogenic origin from the continental shelf of southern
284 Brazil, but they are also good testimonies of sea level alterations, and, therefore, the time-
285 scale of such bathymetric variation. Some of these microendolithic traits and predation holes
286 enable their direct correlation with some environmental factors, such as depth, which
287 significantly influenced at least 7 traits. Many other traces still allow direct correlation with
288 longitude and latitude (and their aggregate environmental factors). Some traces were also
291 environments studied here, the use of these traces of biological erosion and predation is of
292 great value as an auxiliary tool for the reconstruction of paleoenvironments. Other rocks that
293 have been formed in equivalent depositional environments, if they have signatures of
294 biological origin, are an excellent tool to indicate relationships with the environment in which
86
295 they are found, thus providing a methodological basis for applications in paleoenvironmental
297
298 ACKNOWLEDGEMENTS
299
300 The authors are grateful for financial support provided by CNPq (process # 140927/2008-
303 comments of Maria Alejandra Gómez Pivel, Renata Alvarenga Kuchle, Matias do
304 Nascimento Ritter and Sabrina Coelho Rodrigues, Laboratory assistance was provided by
306
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411 GLOVER, C.P. and KIDWELL, S.M., 1993, Influence of organic matrix on the post-mortem
413
91
414 GOLUBIC, S., FRIEDMANN, I. and SCHNEIDER, J., 1981, The lithobiontic ecological niche, with
416
417 GOLUBIC, S., RADTKE, G., and LE CAMPION-ALSUMARD, T., 2005, Endolithic fungi in marine
419
420 GOLUBIC, S., SCHNEIDER, J. and LE CAMPION-ALSUMARD, T., 2019, Approaching microbial
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483 PERRY, C.T. and MACDONALD, I.A., 2002, Impacts of light penetration on the bathymetry of
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558
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97
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563
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572 WISSHAK, M., KNAUST, D. and BERTLING, M., 2019, Bioerosion ichnotaxa: review and
574
575 WISSHAK, M., GEKTIDIS, M., FREIWALD, A. and LUNDÄLV, T., 2005, Bioerosion along a
578
579 WISSHAK, M. and TAPANILA, L., 2008, Current Developments in Bioerosion – Erlangen Earth
581
582 Figure 1— Location of the study area and sampling sites, with indication of main
583 geomorphological and sedimentary features. Blue arrows indicate possible paelodrainages
584 (map modified from Figueiredo 1975; Vicalvi 1977; Kowsmann and Costa 1979; Kowsmann
99
585 et al. 1977; Villwock and Tomazelli 1995; Corrêa 1996; Tomazelli and Vilwock 2000; Corrêa
586 et al. 2014; Dillenburg and Barboza 2014; Weschenfelder et al. 2014)
587
588
589 Figure 2— Bioerosion traces (microendolytic traces) present on the continental shelf of Rio
590 Grande do Sul. A) Ropalia isp. (scale = 4mm) B) Phytophora isp. (scale = 1mm) C)
592 Indeterminate bryozoan (scale = 200 micrometers) E) Iramena isp. (scale=500 micrometers)
100
595 micrometers)
596
597
598
101
599
600 Figure 3— Relative proportion of selected damages. A) Phytophora isp. 1. B) Rhopalia isp.x.
605 indeterminate.
606
607 Figure 4—Traces of predation and parasitism present on the continental shelf of Rio Grande
608 do Sul. A) Oichuns simplex (scale = 100 micrometers) B) Oichuns paraboloids (scale = 200
609 micrometers) C) incomplete predation (scale = 200 micrometers) D) Predation with erosion
103
610 E) Bouchardia sp. (Rhynconellida brachiopod) (scale = 1mm) F) Mactra sp. (bivalve) with
612
613
614 Figure 5—Relative proportion of predation in samples from othe SBS. A) Oichnus simplex
616
104
617
618 Figure 6— Canonical Proximity Analysis, excluding damage of biogenic origin with very
619 low frequencies. Axis 1 is significant using forward test for axes based on ANOVA model in
621
623 some successor traits can in fact obliterate the registration of previous traits and/or
106
624 accumulate at different times: A) An example of live bivalve mollusk still without any mark;
625 B) Bivalve molluscs already dead; C) Invasion by perforating microbes or algae; D) Invasion
626 by clionide sponges in the marks left by algae or cyanobacteria; E) Echinoid scrapings that
627 feed on algae that remain on the surface of hard substrates; F) Shell with marks of an
629
630
631
632
633 Table 1— Sample name, depth (meters), particle size (%), CaCO3 (%), and temperature (°C)
F062 25 - - - -
F063 25 - - - -
F069 186 - - - -
635
636
B
Revised with Abbott (1974) and Mikkaelsen and Bieler (2008);
D Find out the color in which the bioclast could be found - natural, oxidized, reduced
or white;
F Types of bioerosion traces and their quantification on both sides of the bioclast;
638
639
640 Table 3— Name of the ichnofossil, its possible causative agent, occurrences and the references
641 used for identification.
ICHNOFOSSILS POSSIBLE OCCURRENCES REFERENCES
CAUSING AGENT
Phytophora isp.1 Fungi F62, 63, 68, 69, 70, 95, Wisshak et al., 2005
132, 133, 136 e 137 and
Taylor et al., 2015.
Rhopalia isp. Cyanobacteria F63, 69, 70, 95, 133 e Radtke and Golubic,
137 2005.
Eurygonum pennaforme Chlorophyte F69 e F70 Wisshak et al., 2005.
Sarcomorpha isp. Fungi F69, 70, 95, 132, 133, Wisshak et al., 2011
136 e 137 and
Taylor et al., 2015.
Phytophora isp.2 Fungi F62, 63, 67, 68, 69, 70, Wisshak et al., 2005
71, 95, 132, 133 e 137 and Taylor et al., 2015.
109
Orthogonum lineare Indeterminate hete F69, 70, 95, 136 e 137 Wisshak et al., 2005.
rotrophe
Orthogonum fusiferum Fungi F69, 70, 133, 136 e Vogel and Breh,
137 2009.
Entobia isp. Poriferous F62, 63, 67, 69, 70, 92, Wisshak and Tapa
95, 132, 133, 136 e nila, 2008.
137
Fascichnus isp. Cyanobacteria F67, 68, 69, 70, 95 e Radtke and Golubic,
136 2005.
Scolesia filosa Cyanobacteria F69, 70, 95, 133, 136 e Radtke and Golubic,
137 2005.
Gnathichnus pentax Echinoderm F70 Wisshak et al., 2011.
Pyrodendrina isp. Undetermined F63, 68, 70, 95, 133, Wisshak and Tapanila,
136 e 137 2008.
Pinaceocladichnus onuben Bryozoan F62, 63, 69, 70, 92, 95, Mayoral, 1988.
sis 132, 133 e 137
Pennatichnus luceni Bryozoan F62, 63, 70, 132, 136 e Mayoral, 1988.
137
Iramena isp. Bryozoan F62, 63, 67 e 95 Mayoral, 1988.
Briozoário indeterminado Bryozoan F62, 63, 67, 68, 71, 92, Mayoral, 1988.
95 e 132
Oichunus simplex Gastropod - F62, 63, 68, 69, 70, Archuby and Gordillo,
Muricidae Rafines 132, 133, 136 e 137 2018.
que, 1815
Oichunus paraboloides Gastropod - F62, 63, 67, 70, 71, 92, Ruggiero and Raia,
Naticidae 132, 133, 136 e 137 2010.
Guilding, 1834
Incomplete predation Gastrópode F67, 68, 69, 70, 92, Archuby and Gordillo,
132, 133, 136 e 137 2018.
642
111
PARTE III
A atividade alimentar de certos organismos pode ser perpetuada em uma rocha, sedimento ou
mesmo em outro resto fóssil, sendo muito importante em interpretações paleoambientais e
paleoecológicas. Os traços fósseis associados à predação mais comumente preservadas em
moluscos bivalves marinhos são Oichnus simplex e O. paraboloides, causados respectivamente
por gastrópodes das famílias Muricidae e Naticidae. Essas famílias predadoras apresentam
algumas secreções ácidas oriundas de uma glândula especializada e também possuem uma
rádula, capaz de gerar um furo característico para cada família, por onde então é sugada a massa
visceral. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é identificar e quantificar os tipos de marcas
predatórias presentes em conchas de moluscos bivalves recuperadas de depósitos bioclásticos
de ambientes plataformais do sul do Brasil, apontando quais gêneros são mais predados e
examinando uma possível relação entre a predação e o hábito de vida das presas. Treze amostras
de sedimento superficial de várias profundidades foram coletadas durante as expedições
GEOMAR e REVIZEE através de amostradores do tipo Box-corer e tipo Van-Veen, entre as
latitudes ~28°S e ~34°S. Para distinguir marcas de predação foi utilizado estereomicroscópio
binocular com aumento de 10-50 vezes. Foram examinados 2800 bioclastos pertencentes a mais
de 30 gêneros (23 famílias) de bivalves. Destes, 20 gêneros tiveram indivíduos predados, além
dos fragmentos indeterminados com predação. Os traços de predação O. simplex e O.
paraboloides, somados, oscilaram em frequências entre 7% - 8%, totalizando 222 conchas
predadas. Os gêneros mais predados foram: Cyclocardia (36), Carditamera (34), Limopsis (27)
e Crassinella (19). É notável que todos os gêneros supracitados são infaunais não-sifonados
suspensívoros, com exceção do Limopsis que é considerado seminfaunal. Os resultados
ilustram uma possível preferência por grupos de bivalves que ficam mais próximos da interface
sedimento-água, que foi confirmado por teste Qui-Quadrado, p<0,05. Esse dado paleoecológico
pode ser utilizado como ferramenta auxiliar para reconstruções paleoambientais do Holoceno
e Pleistoceno em ambientes plataformais, visto que essas conchas apresentam tanto uma
condensação espacial quanto temporal significativa.
114
115
Filipe Brasil Medeiros Silva1; Fernando Erthal1 & Matias do Nascimento Ritter1,2
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Programa de Pós-Graduação em Geociências, Campus
do Vale - Av. Bento Gonçalves, 9500 - Porto Alegre, RS. 2Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos
e Marinhos, Campus Litoral Norte, UFRGS. Av. Tramandaí, 976 - Imbé, RS.
filipebrasil2014@hotmail.com, fernando.erthal@ufrgs.br, matias.ritter@ufrgs.br
Figura 12. Frequência relativa de alguns dos traços de fungos observados na área de
estudo.
131
Figura 13. Frequência relativa de alguns dos traços de vermes (Caulostrepsis taeniola
e verme indeterminado) e bivalve (Gastrochaenolites isp.)
Figura 14. Frequência relativa de alguns dos traços de verme (Caulostrepsis isp.),
equinodermata (Gnatichnus pentax), gastropoda (Raduchichnus isp.) e indeterminado
(Pyrodendrina isp.).
132
Data: 15/09/2021
Conceito: A
PARECER:
A redação da dissertação está clara, apresentando pequenos erros gramaticais, os
quais não comprometem a fluidez da leitura. O tema estudado é de grande relevância,
com contribuição significativa ao avanço do conhecimento da área em Paleontologia.
Cumpre ressaltar que o candidato desenvolveu sua pesquisa nos anos da maior crise
sanitária que já tivemos conhecimento, o que certamente trouxe maior dificuldade ao
bom andamento da pesquisa e escrita da dissertação. Mesmo assim, o aluno finalizou
sua pesquisa, apresentando resultados de impacto no contexto de discussão
internacional tendo submetido o artigo para publicação, e participou de 3 eventos
científicos (1 regional, 1 nacional e 1 internacional). Dessa maneira, atribuo conceito A
para Filipe Brasil Medeiros Silva.
Segue ainda, meus comentários visando contribuir com o artigo. GERAL- Os
resultados apresentados e discutidos mostram claramente correlação entre dano
biótico e condições ambientais, o que torna a análise atrativa do ponto de vista de sua
compreensão e aplicação ao registro sedimentar. Algumas bioerosões por
microendolíticos correlacionam positivamente aos fatores latitude e longitude,
enquanto outros tipos à profundidade de tipo de sedimento de fundo. Esse padrão
parece ser em resposta aos requisitos ecológicos do agente produtor do traço e
apresentam aplicabilidade à análise paleoambiental. Acho interessante a discussão
sobre um dado bioclasto testemunhar mudanças no nível do mar, e todas as varíaveis
ambientais envolvidas no processo, porém senti falta de discussão de outras
possibilidades. Por exemplo, os autores poderiam argumentar que os bioclastos não
mostram evidências de erosão, que poderiam sustentar a hipótese do bioclasto
viajado, invés de bioclasto testemunha temporal. Como estão as correntes marinhas
nessa localidade? As baixas taxas de sedimentação já são indícios da calmaria, visto
que as acumulações ocorrem acima do nível de base de ondas de tempestade. Nesse
contexto, eu sugeriria alteração no termo “predação com erosão”. Não acredito que
seja erosão, e sim dissolução, o bioclasto ilustrado mostra textura superficial granular
(conforme Rodrigues & Simões, 2010). Essa feição corrobora a interpretação de que o
bioclasto é testemunha dos agentes que atuaram ao longo do tempo (icno e bio-time-
averaging). ESPECÍFICO- Figura 4. Sugiro revisão na predação com erosão, conforme
ilustrado em D. Em E não há menção de qual traço está ilustrado na concha de
Bouchardia. Minha opinião é que não há traço algum. Talvez um traço de predação na
margem (em forma de meia lua), porém como a margem está muito irregular, tenho
dúvidas quanto o seu reconhecimento. Table 3. Necessita de revisão, pois existe
termo em português. Necessário revisar referências, existem títulos listados que não
foram citados no artigo.
Ciente do Aluno:
ANEXO I
Título da Dissertação/Tese:
“DANOS DE BIOEROSÃO EM BIOCLASTOS COMO INDICADORES
PALEOAMBIENTAIS EM ZONA PLATAFORMAL”
Data: 14/09/2021
Conceito: B
PARECER:
A presente dissertação de mestrado tem como objetivo primário avaliar como traços de
origem biológica – preservados em conchas de moluscos – podem ser utilizados como
indicadores de variáveis ambientais, tais como profundidade, temperatura,
sedimentologia dentre outros. Esse tema é de importância internacionalmente
reconhecida, uma vez que a preservação de traços permite avaliar interações
ecológicas, i.e., relações positivas, negativas ou neutras entre os organismos. Devido
à natureza do registro fóssil e o grupo alvo da dissertação, moluscos, esse volume
abrange aspectos que carecem de maiores detalhamentos e estudos, despeito sua
citada importância. Nesse sentido, essa dissertação tem em seu escopo ineditismo
relevante e, consequentemente, tem seu mérito científico aqui reconhecido.
Na minha opinião, esse trabalho tem seu maior valor em reconhecer que os traços
preservados carregam consigo uma história ambiental de mistura de gerações e
ambientes, em consonância como o passado geológico recente de oscilações
eustáticas da área de estudo. Essa conclusão não é inédita por si só, mas foi muito
bem reforçada nesse trabalho com o emprego de dois novos termos na literatura.
Por outro lado, a dissertação apresenta certos aspectos que carecem de maior
atenção e revisão, em especial aquelas apresentadas no artigo submetido. O
manuscrito falha em construir uma redação lógica e focada na principal contribuição
dessa dissertação (op. cit). Uma vez que trabalhos prévios já demonstraram que a
profundidade – variável ambiental preditora a qual abrange uma complexidade
espaço-temporal –, seria esperado que o trabalho em tela partisse dessa premissa.
Assim, poderia ter se focado na mistura de gerações de traços, apresentando ao leitor
disparidades entre traços sob o aspecto ambiental em questão. Logo, esse resultado,
se mais bem apresentado e discutido, poderia lançar luz sobre como essas novas
informações poderiam ser interpretadas no que tange às peculiaridades do registro
fóssil marinho.
Não obstante, diversos outros aspectos, como bibliografias não consultadas, lógica e
circularidade de estruturação do texto, bem como sugestões, foram apontados
diretamente na dissertação, os quais serão compartilhados com o orientador.
Por último, mas não menos importante, reforço que a dissertação cumpre os requisitos
do fazer científico, da análise crítica e na proposição de novos conhecimentos e
interpretações em uma área carente na Paleontologia. Essa temática envolve uma
série de habilidades e competências por abranger múltiplas áreas da ciência, desde
Geologia até Ecologia e Estatística. Desse modo, considero a dissertação aprovada,
com indicação do meu conceito abaixo.
Atenciosamente,
Assinatura:
Data: 14/09/2021
Ciente do Orientador:
Ciente do Aluno:
ANEXO I
Título da Dissertação/Tese:
“DANOS DE BIOEROSÃO EM BIOCLASTOS COMO INDICADORES
PALEOAMBIENTAIS EM ZONA PLATAFORMAL”
Data: 31/08/2021
Conceito: B
PARECER:
Ciente do Aluno: