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VAZQUEZ FILOSOFIA DA PRÁXIS-compactado

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racional, teórico.

Por conseguinte, a

vale por seu conteùdo da diluição


de teoria e pratica nao passa mem só se
unidade platönica realiza verdadeiramente na vida teórica.
da praxis
teoria.
na to, a
negação das relações Portan
como Platão, admite a legitimidade da praxis dutiva, ou o
entre teoria e prática material
modo de vinculá-las, pro-
Aristóteles,
como um nível interior à vida teórica. grego, de uma concepção provém so-pensamento
politicas mas sempre do-homem-como
teórico por excelência. Essa ser
A diferença de
seu mestre,. já não
pretende que a atividade
gia dominante e concepção faz partereeional ou
da ideolo-
politica se ajuste a principios absolutos traçados pela teoria. àscorresponde
condições sociais da cidade
leva-o à conclusão de que antiga, na
qual a
impotência,
A reaidade politica de seu tempo impraticável, e, dução escravista e, por outro, apor um lado, do modo de
pro-
teoria e prática é impossível, suficiência da mão-de-obra
a unidade de servil para satisfazer as
à que
idéia de a segunda seja necessidades práticas, fazem com
portanto, é preciso renunciar Platão pretendia que se ignore o valor do trabalio
A vida separa o
que humano, e que êste se apre
regida pela primeira. Nem os filósofos podem ser reis,
sente como mera rotina ou
atividade servil em que
manter unido idealmente. acima de tudo, não o conta,
nem os reis filósofos. E preciso
aceitar a distinção platônica produtor
conta, além disso, não tanto
mas sim o
produto. Este
entre as duas formas de vida, e entre os dois tipos de razão pela atividade
terializa, mas sim por seu valor de uso, istosubjetiva que ma
a uma e a outra, mas vendo
nelas não duas é, na medida em
que presidem que satisfaz ao ser utilizado- a
-

necessidade de outro.
vidas que se excluem uma à outra, mas sim que
se conjugam
reconhecem suas diterenças e
Na sociedade grega o trabalho
é visto em do função
e complementam, visto que se produto e êste, por sua vez, em função de sua utiidade ou
imn-
bierarquias. A teoria, no enfoque platönico, mostrou-se capacidade de satisfazer uma necessidade humana concreta.
no admitir outra atividade prática senão a re-
praticável ao O que conta, portanto, é seu valor de uso e não seu valor de
gida por ela. Pois bem, pensa Aristóteles, se é necessário troca, ou valor de uma mercadoria ao ser
posta em relação
levar em conta as exrigências da vida real, a atividade politica com outras, depois delas terem sido
não pode guiar-se pelos principios absolutos da razão teóri-
equiparadas como ex-
pressões do trabalho humano geral10. O valor do produto
Ca. Assim, portanto, teoria deve renunciar à prática, e como mercadoria não
passa do valor de uso para outra pes-
esta tem que tornar-se independente da teoria, Uma e ou- Soa. Aristóteles vislumbrou a necessidade de
equiparar as
ra subsistem, mas em planos diferentes. Isso não quer di- mercadorias para permitir sua
troca, mas como assinala
zer que a
atividade politica seja, por essência, irracional. Marx não conseguiu descobrir em que consiste essa r e
Tem um conteúdo racional, mas de outra ordem: a razão que lação de igualdade1
a nspira razão prática
não tem por objeto as essências Noutra passagem de O Capital, MMarx acentua que os
escritores da Antiguidade clássica, em vez de assinalar a im-
puras, mas sim ações humanas. O pensamento vinculado
à ação não é o
as
portância das quantidades e o valor de troca, atêm-se exclusi-
que tem a capacidade de "acolher o inteligí-
ve e a essência. pois é um vamente à qualidade e ao valor de uso. Ou seja, o produto
pensamento inferior ou intelecto
prático. Nesse nível sim, Aristóteles admite uma teoria da
praxis politica que, levando em conta os Estados empíricos, El Capital. Critica de la economia politica, I, tradução
reais, seja uma arte de dirigir na 10 Karl Marx,
prática os assuntos públicos. de W. Roces, nãoed. esp., F.C.E., Mézico-Buenos
3. Aires, 1984, P. 44.
podia decifrar por si mesmo... e ato de que
na
Se se admite a praxis 11 Aristóteles
politica, ainda
ferior, a atividade material produtiva fica que
num nível in
forma dos valôres das mercadorias todos os trabalhos se expressam como
trabalho humano igual, e portanto como equivalentes, porque a socieda-
ria; não só é alheia à essência separada da teo de grega se baseava no trabalho dos escravos e tinha, por conseguinte,
humana, como a
oposta ela, a desigualdade entre as homens
e sua força de tra-
pois tanto para Platão como Como base. natural
é o fato de
para Aristóteles o ho- balho. Oque exatamente valoriza o gênio de Aristóteles relaçio de
de valor das mercacdorias uma
Metafeica, 1072 b. haver descoberto na expressão cit., 20).
(K. Marx, El Capital, I, ed. esp.
igualdade P.

20 21
pectivamente, de acôrdo com o lugar central da como objeto ou matéria de sua
textos anteriormente citados de Marx, que praxis nos desta, isto é, como natureza
resultado dest atividade. Du como
mos, também, com
algumas referências a A
complementare Visto que
humanizada
Dissemos que o homem, de acôrdo comideologia alem. am
a
natureza só se
apresenta em unidade
atividade, considerä-la de
sua indis
o pensamento s per si, à margem
de Marx, é por essência um ser
que necessita objetivar-se de mem, considerá-la abstratamente.
é
A natureza
modo pråtico, material, produzindo assim um mundo huma- a natureza sem o numano, Sem sua &en-
no. Produzir e.
por um lado, projetar-se. objetivar-se no io de humano, ou a presença de um marca; ou seja, é o
mundo dos objetos
produzidos por seu trabalho; produzir é, d Só se dá essa natureza em si, mundotalta não humaniza
igualmente, integrar a natureza no mundo do homem, porque
Pois bem, isso sô pode se dar numa relação exterior, o
humano.
fazer
com que natureza perca seu estado de pura natureza, em si,
a
ta iá que o homem, como serativO, abstra-
para converter-se em natureza humanizada, ou natureza
para ale na medida em que deixa de ser prático, _só existe para
o homem. Como a pura natureza, na me
natureza de per si no tem um caráter dida em que a transtorma ehumaniza com
antropológico, o homem tem de ajustá-la a seu mundo huma- Fora dessa relação, a natureza é nada
sed aballho.
no, através da transformação a que a submete com seu traba- que para o homem como
para êle. Nada, pôsto
ho. "A indústria é a relação histórica real entre tal, ela só existe como objeto de
a natureza Sua ação ou como produto de sua atividade. A
e, portanto, as ciências naturais e o
homem"0bis, Através da toda relação com o homem, a natureza é o margem de
indústria, a
produção ou o trabalho, a natureza se adapta
imediato,
diado pelo homem, realidade não integrada em seu
a
o me
ao homem, pois "nem a natureza objetivamente, nem a na- mediante sua atividade. Com êsse caráter de mundo
tureza subjetivamente,
existem de modo imediatamente ade- Marx admite sua existência, e
imediaticidade,
inclusive
quado ao ser humano. A natureza em si, exterior ao ho- para êle, a natureza è
sua
prioridades, Mas,
real a que é objeto
atividade, de seu trabalho. A natureza, tal produto
mem, se transtorma em natureza humanizada e, nesse senti- de sua ou
do, Marx diz também que "a indústria é o livro aberto das como se forma
na história humana certidão de
förças essenciais do homem. Livro escrito, poderíamos di-
humana -
é a natureza real do
nascimento da sociedade
zer, com caracteres humanos. E o desenvolvimento da pro- homem; dai que a natureza,
ao ser formada
dução, da praxis produtiva, não passa de uma crescente pela indústria, ainda que seja em sua forma
humanização da natureza. alienada, é a verdadeira natureza
za não formada, não antropológica"4. A nature-
tocada pelo homem, é nada
O que é, então, a natureza à margem do homem, fora para êle.
de sua relação com ele!
Mas êsse nada que é a natureza
pura original,
quanto o homem não a integrar em seu mundo. O
só é tal en-
A natureza, considerada abstratamente, em si, isolada que on-
tem era nada
do homem, é nada para êste"". para êle (nada para o homem) acaba
adquirir um sentido humano. A partir dêsse sentido huma- por
Como interpretar essa passagem de Marx? Trata-se de
no, revela-se sua
prioridade ontológica, mas a natureza que
uma nova versão idealista do "não há objeto sem sujeito"? o homem
Estaremos diante de uma nova forma de idealismo: o idea- conhece já não é uma natureza em si,
nal,mas sim pura, origi-
lismo da praxis"? como natureza
integrada em seu mundo através da prática,
O homem só existe na relação prática com a natureza. já humanizada, isto é, como produto de seu
Na medida em que está e não pode deixar de estar
nessa relação ativa, produtiva, com ela, a natureza se lhe A prioridade ontológica da natureza, do objeto da
ao homem com atividade prática
relação a sua atividade criadora, é acentuada
Uma vez por Marx. Cf. a êsse
mais de
4001 Ibidem, p.8. a
natureza, sem o mundo exteriorrespeito: "O operário nada pode enar Se
41 Ibidem, p. 117. Este é a matéria sôbre a qua
Be etetua seu trabalho, sôbre a qualseêle atua,
Produz operário" (Manuscritos de 1844, à base e por meio qua
42 da
Ibidem, p. 123. o

Manuscritos de 1844, p. 88. p. 64).


144
145
ttalizar seus objetivos universais . A racionalidade ~ inse.
parA~I dessa Einatidade universal .
racional. surge ~ pr?blema qu1 não existe numa concepção
teleológica da h1stór1a como a de Hegel . Tal problema é 0
seguinte : como pode ser r~cional uma história que os ho-
A RACIONALIDADE DA HISTÓRIA REAL mens não estruturam conscientemente de acõrdo com seus
objetivos? De onde provém essa racionalidade?
O problema desaparece também, ao que parece, se a
Já em seus trabalhos da juventude Marx combateu essa racionalidade da história não é encarada em sua totalidade
concepção transcendente e teleológica da história, fazendo-o e só é admitida com relação a determinadas fases ou partes
principalmente por quatro razões: do processo histórico. Tal era o ponto-de-vista dos filósofos
a) por tal concepção buscar o sujeito fora da histó- do Iluminismo, no século XVlll. que tem clara expressão em
ria real do homem e reduzir o devenir histórico a uma histó- Voltaire . Para os iluministas, o homem é racional . por sua
ria do espírito; própria natureza, mas nem sempr~ ~iveu de acõrdo com sua
b) por reduzir o verdadeiro sujeito da história - os essência racional; bem pelo contrano. No passado compor-
homens - à condição de meios ou instrumentos de um su- tou-se sempre de modo irracional e, por isso, pode-se dizer
jeito sõbre-humano; que a história é irracional . Mas essa irracionalidade que se
prolonga até hoje está destinad~ a abrir caminho para o r~-
c) por considerar a história como um processo teleo-
no da razão . A sociedade organizada de acõrdo com os pnn-
lógico. isto é, orientado para a realização de um objetivo;
cípios da razão deixará para trá~ as superstiç~. os ~ s e
d) por fazer a racionalidade da história repousar em as trevas, e se desenvolverá entao de modo raoonal. isto t.
sua finalidade. de acôrdo com a essência universal e permanente do homem•.
A concepção teleológica e transcendente da história, Nessa concepção, a história se toma ra~onal q~do
Marx opõe a história real dos homens feita por êles mes- os homens adquirem consciência de sua própna essênca_ra-
mos como processo racional. sem que êsse processo tenha um cional . A razão da história aparece, portanto, com ~ h11t6-
carâter teleol6gico como desenvolvimento da humanidade em . ria de sua razão. Enquanto esta não se descobre a !• mesma
dúeção a um objetivo. Em contraposição a Hegel, para quem como a substãncia do humano, tudo t caos, _conf_usao e tre-
a radonalidade de uma fase do devenir histórico, assim como vas e não há, a rigor, uma racionalidade na h1st6na. A gran-
da totalidade dbte, acarreta necessàriamente sua finalidade, de 'contribuição de Hegel, frente ao pensamento do Ilumi-
Marz CO!lsidera que nem a racionalidade objetiva de um sis- nismo t justamente haver introduzido a razão cm tudo, e em
tema ou fue do devaur nem a história em sua totalidade partic~lar no dcvcnir hlst6rfco. Para êlc, a história t razão.
- totalidade. aliâs, nunca encerrada - acarretam a existên- 20 ••A razão pensa Volb.ire, é universal e constante. ~oclosmaldaos
progresd·
cia de uma finalidade à qual o movimento real tenha de ' la
'IOS humanos se devem a e • enquantod
que os extraVIOS,
usê • Daí porque o es-
es ou
subordinar-se. O marxismo repele qualquer concepção
profttica ou teleológica da história . A racionalidade não re- fôr~ dos iluministas tenda a «;tdenciar a i:
lmperfeições do passado derivam e sua a . nc~~clade do resente
univenal e petema.
. pousa na finalidade das ações, mesmo se considerarmos -
como considera Marx em oposição a tõda concepção trans-
~~te ~ história - que o verdadeiro sujeito do devenir
Mas essa suf>C!sta uruvetSa_Ddade
do que a razao que expnme num P •
ee=
e a esboçar um futu~ de _acô O com ~de da razão nada mais é
absoluto os interesses parti•
•cular se resenta como
culares, de classe da burguesia; sua .razaod ~rdo com 811 ela e em OPO·
~nco sao 01 homens e não uma potência - Deus, o Es- universal e, dêsse modo, a ordem ~nada aio: universal que lhe confere
pirito, etc. :- situada à margem ou acima dêles . Mas justa- siçio à ordem .concreta, real, adqwre ~ vai do homem". (Adolfo Sán-
men~ por 11110, ou seja, por admitir-se a existência de uma
praz15 histórica inintencional sem que por isso deixe de ser
chez Vázquez, "La filosofUlaNAeM
ln Presencia de Rouueau, ,
M=-~
sua conformidade com a n•~rez: racion v su influencia en M~xico".
DF. 1962. P· 41 ).
337
336
e não apenas num segmento ou aspecto privilegiado, mas sim
r
i
cem sua própria racionalidade, em virtude da qual se impõe
1
em sua totalidade e em cada uma de suas partes . Apesar da a necessidade histórica de passar a uma nova formação 50• ,,
forma idealista, teleológica, com que se apresenta em Hegel eia!. _igua!m~nte. do:ad~ de uma racionalidade própria, tão
a racionalidade histórica, sua concepção da história - como objetiva - isto e, tao independente da consciência e da von- ~.
processo unitário e racional, intencional e inintencional _ tade dos homens - como a racionalidade capitalista.
resultaria finalmente muito mais fecunda do que a do Ilumi- Se a história inteira é racional - e não apenas um seu
nismo. Pois bem, a superação da concepção hegeliana cfa período - não pode haver uma formação econômico-social
história só pode advir de uma aceitação da necessidade de que não tenha sua própria lei fundamental e, em função dela,
explicar racionalmente todo o processo histórico - tal como sua racionalidade. Pois bem, a concepção de uma racionali-
êle se realizou até o presente -. assim como de cada uma dade estreita e privilegiada, característica do Iluminismo -
de suas fases essenciais . Mas como o homem age, por um como racionalidade que surge numa fase determinada do de-
lado, de acôrdo com objetivos, e, por outro, produz resulta- venir histórico e inerente apenas a uma determinada socie-
dos que não correspondem a suas intenções, a história como dade - pão desapareceu por completo até hoje e, como um
história racional tem que integrar em sua própria racionali- eco muito tardio dos iluministas do século XVIII, às vêzes
~de ~to a praxis intencional dos indivíduos como a praxis reaparece inclusive em nome do marxismo. Mas se &te -
mm~enaonal em que se fundem as múltiplas praxis indivi- e particularmente o materialismo histórico - se propõe ex•
d~. Essa expl~caçã? deve ?elimitar o terreno justo em que

=
plicar a história real do homem, as leis gerais que regem
~ situa essa raoonal1dade histórica, objetiva. Se seu lugar suas formações econômico-sociais e a mudança e sucessão
nao se encontra na praxis intencional dos indivíduos e se destas.- tal explJcação só pode ser objetiva, cientifica, se admi-
contra o q~_e ~sten~ Sartre, a chave da inteligibilidade d; tirmos uma racionalidade objetiva tanto no processo hist6-
~ª.º
históric? pode ser tirada do comportamento rico em sua totalidade como em· cada uma de suas estruturas
ob-~•00 dos mdividuos mas sim de uma racionalidade sociais, assim como em sua mudapça e substituição. A ra-
1 . que escapa à sua vontade e a suas intenções serã cionalidade histórica, portanto, não pode ser reconhedda ape-
neasúrio
uma e outra det~ a · r q_ua~· sao
- as verdadeiras relações •entre nas a partir de um determinado momento da história real ou
de pram, prmopalmente quando a praxis coletiva numa determinada formação econômico-social, quer se trate
comsponum P""'1·eto- do mesmo modo que a praxis individual - do capitalismo ou do socialismo: a racionalidade objetiva não
a
produto · •dessa
., ouram uma. intençao
• prévia· e, por conseguinte, o pode ser procurada exclusivamente no sistema capitalista, en-
atividade rãtic! de é um_ ~esultado no qual se objetiva a quanto que no socialismo s6 se veria uma racionalidade sub-
Se a/mudan u~. su!e1to (nesse caso coletivo). jetiva ( sujeição da sociedade a leis estabelecidas consciente-
L,........,_ e - · ç.as .históncas obedecem a uma necessidade mente pelos homens) .
..._.._ nao
am.form.idade a um obietivo .traça dO de antemao,
com, uma '
- ou. à sua
zão do Jaomem -'~--b essenaa humana ( de vez que a ra-
"°"'
JJurniní!IDo, ainda ezicontra re essa essenaa,
• · tese que, depois do
A ÚMITAÇÃO DA R.ACIONALIDADB HISTÓRICA
duaive no jovem M mos em Feuerbach, com ecos in-
própria estrutura ~)' ~ racionalidade tem que estar na
IOCléh, p0JS SÓ •
portanto a _.,_ •dade assim a sua mudança - e A. racionalidade objetiva do desenvolvimento social ou
o ~ •da lúst6ria .......... u1
_ pode e d ti "dade que constituem,
escon. nui de uma determinada formação social não aparece de imedia-
captta.fismo para o social" ser racional. Se a passagem do to• ~ necessário todo um processo de abstração, de pro-
ama .radoaalídade ob"eti JSmo, yar exemplo, corresponde a dução de conceitos, para que ela possa ser captada como taL
objetivos ou m~ ;,: ho':nao simplesmente aos desejos, E f exatamente essa a tarefa da cibida, e particularmente
ens, é porque o capitalismo
339
JJ8
-I
e _
i
do matttiali~mo histórico. Preeisamente o que pode ser
~ ivel não só ao capitalismo como tambtm u IOCiedada
leis, ~c~r~e ta uma raci~- que
plicado cientificament e, reduzid ~
cons- c precederam . "O materialismo histórico não pode ,a
apU-
nalidade objetiva. Se o materialismo h1stonco pôde ra ao
tituir-se como uma ciência das leis gerais das diferentes
for- ~ado da mesma maneira às formações sociais anterio
mudan ça e sucessã o, foi capitalismo"" . A tese incontestável de que o materia
lismo
mações econômico-sociais e de sua
os Ilumi- ter presen te as distinç ões entre uma formaç ão
justam ente porque , em oposiç ão ao q~e p~nsav am histórico deve
ial não está · social e ou~a. e particularmente o que Rpara o capital
ismo
nistas, a racionalidade do processo h1stónco-soc
limitada a uma fase déste, já que isso significaria reduzir 0 das sociedades anteriores, não é razão suficiente para limitar
5 ua validade univers
al. O discutlvel aqui não é a tese, mas sim
acontecido anteriormente a uma fase irracional .
os argumentos ·utilizados por Lu.kacs ao assinalar a neces-
Que sentido tem, então, reduzir o materialismo históri- sidade de ver no materialismo histórico principalmente a
teo-
classe,
co, como fazia Lukacs em História e consciência de r ia da sociedade burguesa, que surge nela e em relação
l
ção da estrutu ra social capital ista, razão pela ento de conbe•
a uma explica situaçã o do proleta riado não s6 como instrum
o êle
qual ao triunfar o proletariado, devia mudar - segund cimento, mas também de ação . As razões de que o materi
a•
- a função do materialismo histórico?" lismo seja ·acima de tudo o conhecimento da sociedade
capi•
Abordemos essa questão na medida em que ela implicita- talista e de que se subtraiam dêle as sociedades anterio
res
na his- tam•
mente se relaciona com o problema da racionalidade não são, para Lukacs, apenas de ordem ideológica, mas
pura,
tória . bém objetiva. "A produção capitalista é a forma mais
pura, da submis são da socieda de
O materialismo histórico - diz Lukacs - é, o "conheci- ou melhor, a única forma
do
mento de si da sociedade capitalista"•tbla. Seu campo de
va- às leis sociais .. . "•• O capitalismo constitui o coroamento
ade processo de socialização da natureza. A realidade s6
podia
lidade e sua esfera de aplicação é, sobretudo, a socied t~
burguesa , "O materialismo histórico é, em primeiro
lugar, ser transparente quando o social - a "socialização de
cap1•
uma teoria da sociedade burguesa e de sua estrutu ra
eco- as relações" - "ao nivel das relações reificadas do dificiJ
teoria que na época capital ista - esclare ce tam- talismo" eliminasse a barreira do "natur al"". que toma
" .., as
nômica
ento de conhecimen- diferençar no passado as fõrças econõmicas de outras sob
bém Lukacs - não é apenas um instrum va- quais se exprime o ser social do homem, como. por exem•
to, mas também um meio de luta • A limitação de sua
23

ista - ou pelo menos a sua re- pio, a religião.


lidade à sociedade capital
dução quando se aplica a épocas pré-capitalistas - . põe
por- Se reduzirmos o problema apresentado por Lukacs aos
a•
tanto sob julgamento seu caráter como teoria
universal apli- têrmos que agora nos interessam. podemos dizer: o materi
uma
lismo histórico como ciência. ou Kja, como expressão de a-
~ DOS r e f ~ agora criti~m en~ a essa tese da obra de Lukacs, racionalidade objetiva, s6 pode ser aplicado àquela socied
de em que essa racionalidade - submissão total da socie•
21
~ tmd ~ e m (H1St6ria e consciência de
classe),
~licad a em 1923, convém lembrar que seu autor repudiou tando anos mais
dade a leis sociais objetivas - é plena. Não seria aplicá-
rela-
vel. ou pelo menos não o seria na mesma escala, em a em
que
: ~ eonteoo:o.
filosófioo fundamental da mesma, argumen
U:- ta:;;
'lllna a oompreender Ma111 verdadeiramente, e, particul
~ entre o hegelianismo e o marxismo . ( Cf. "Meio
ar-
ção àquelas socieda des em que a vida econôm ica repous
~ , • as
Wea ~ rmchnft LtJcac,, Berlim, 1955). Não obstante, ai- leis imanentes, autõnomas, e nas quais as relações human
s
:::. angular ele ~ época vêem na citada obra de Lulcacs a ainda não reduzem - como no capitalismo - os homen ma
-Ponty, s. O sistema econôm ico feudal não se aproxi
L a ~ tk l a ~ ocidental" (cf, M. Merleau ·
a número
, CuclÍlc l Paril, 1955).
~ ~~-
211111a 1
- -~ ~
Idem.
1':'i •
M"'jil Klauenbewwmeln (lfist6ri
a •n,..g, Berlim, 1923, p. 235.
a e
H C, Lukac:I, op. clt,, p . 944.
• 11 Idem, p. i39.
• Jbiclem, p. l-11, N Ibidem; pp. 943-944 .

uo 341
diferentemente do sistema cap
rela ç~s são "ind
mem . Em suma, hã uma
epen den te~
dife
itali sta - de um sistem
de
renç
todo carã ter hum ano ~oc 6ªª
a de estr utur a que é b -
utur a raci ona l. O que : so
0

dre-
te Godelier". num representant
,orno O skar Lan ge
ona
. "Pa
lida
ra
de
O.
econ
e atual da economia marxista
Lange - diz Godelier - e,
ômi ca t o prod uto histórico
l
tudo, uma diferença de estr princípio da raci trata de uma racionali-
eria lism o hist óric o pos sa dar razã o _ impe e, do capitalismo" ". Mas não s6 se
pois , que o mat
des pré- cap itali sta eé por- ma part icular - o capitalismo
tanto, ser aplicável - às soci eda
s_ua dade que se realiza num siste se converte num princípio ge-
irracionalidade, con- side rada esta do pon to-d e-vi sta
das
racio- - mas sim que êsse princípio de se realizar, sem as limita-
·d d . . d a soc1.ed a d e .ª I eis sociais natu rais que ral de comportamento que há ada capitalista, sob o sod a,
na l I a e - sfuô1e1çao ta ções inerentes à apropriação privlidade nad a mais t do que
próp ria da soc ieda de capitalis
operam como rças cegas - !ismo. esse principio de raci
ona
Luk acs o dete rmi nism o ·
imo com base no cálculo, isto t, com
Em poucas palavras, para o da raci ona lida de b~c~- a proc ura do lucr o màx
Trata..se, pois, de um prindpio
nômico representari a o Ambito plen
d . . - o Jeh- base numa atividade racional . vlduos, prindpio que levado
va A d et~m 1~~ smo nao econômico _ reli- geral do com port ame nto dos indi
""" ~ P~~enç a e um. io- - segundo Lange - nos
~fzma um coe ficie nte de irrac às últimas conseqüê ncia s trop eça
1'a)j.~da. dpo ico, etc. -dm tro soci eda des pre· ca P1•- próp ria estr utur a capitalista e apl ica
n e que se põe e man i esto nas - limites impostos pela soci alis mo•. •
a necessidade da passagem ao
talistas, que se trat e de
razã o, a idti a de
a a pres enç a do irracional Godelier repele. com sobr etud o
Po ~to . Lukacs est~beleceri el um principio particular do capi talis mo, e con test a
es pré- cap itali stas _ do pa do com por-
na neg~çao - par~ ~s soc1ed~d ma econ õml co e
ico. Luk acs che - · que a racionalidade de um siste o possa deri var do com por•
determ.mante, ~ ultima _aná lise, do eco nôm e últim
de- tamento dos agen tes d~t
· ga ª. essa negaçao ~~ nao
h~v~r dist ingu ido entr e pap el das leis do funcionamento dos
anãl ise, e pap el principal tamente dos indivlduos e não poucas palavras: •nã o se
~ ~ t e do econ ~m~ co em ultim a
sistemas e de sua evol ução . Em
- relin,., ião ' polí tica • etc • - num a e da form a geral do comporta•
uc uma fôrça •econ-om1ca . pode part ir dos indivldu os
de · ela Pois bem, part indo da distin- o cont eúdo da radonalidade
- term.ma SJtuaçao hist óric a. mento estabelecido para analisar õmicos"ao. Há que proceder
el prin cipa l do econômi-
:° entr e papel dete rmi nan te e pap
tam ente o econômico que
dos sistemas e dos agentes econ lisar primeiro o conteúdo
ana
justamente em sentido inverso: no qual atuam os indivfduos
d ~e -se compreender que é exa ião ou a políti- econômico e social do sistema a racionalidade de seu mm -
etermm,:_~~
ca que uc:iCIDpe
num a dad a situ ação seja a relig
nhe o pap el prin cipa l. para pod er entã o compreender
portamento.
a ·do ge - exposta e aiti cad a
mos
-
:~te.
pap el~ • ~ entr ar ago~
em
a ness e imp orta nte prob lem
últim
wr que Lukacs adm ite uma raci
a anál ise,

retu
do

do
econ ômi co pod e-
ona lida de obje tiva
par a o capltalis~
Na verdade, a posição de Lan parece ainda mais limf.
acer tada men te por Godelier
tada do que a de Lukacs, e
- nos
com mais raqu lcio s idealistas.
no nivel do econ ômi co, sob . mll
mo• ao passo que em 'rt ud e d e fsse dete rmi nism o ecoiiõmf- O estudo de Maurice GodeJier
aõbre a racionalidade doa lliltle
21
n ..:ononiw. Puta. 1988 ) -
co não ,.._ . • _ VJ -- iona liU
• u d e nas soci eda des pré - econômicos (Racionalit4 Ili fmlc
-r- ar em _tõcla sua PJenit · titui uma fecunda cont ribui
çio te6ric:a nlo 16 - . - C011C19to,
~ . N - -tid o.
e.apita.listas, esta s nao poderiam apre sen tar um prin cipi o ple- racio nalid ade histó rica em
como também no da l amlile da rado-
'nó de raci ona lida de e r . remetemos o leitor upartes de seu livro dedi cadu taliata e
a apli cáv el o racionalidade econ/lm!cl -::apl 193).
materiaUamo hist ónco . • po isso, não lhes seri nalidade dos siste mas econ õmlc os,
a. (pp. 11-lO I • 133-
. objeto e método da antropolosia econ /lmic
23.
.
A tese de uma racional1.d d e h.1stór1ca não univ ersa l ou 2a M. GodeJier, op. cit,, p. ll3-!5.
ela l'élCÍO(laJiclade como pro dutoª histó . ' 1d 211 M. Codeller, op. clt., pp.
taJismo, f encontrada tlm b rico v,ncu a o ao cap i- ao Idem, p . 31.
ém, com o o dem ons tra clar ame n- . 343
J41
pois não só exclui a existéncia de uma racionalidade univer-
sal - jla que para fie a racionalidade econômica é um pro- materialismo histórico - os seguintes traços característicos
duto histórico do capitalismo, ainda que ao estender-se pro- da racionalidade histórica .
gressivamente essa racionalidade vá culminar no socialismo A racionalidade do processo histórico. isto é. da histó-
- bem como tal racionalidade perde seu caráter · objetivo ria da praxis humana, é universal. Não há soci':_dadtS ou
para reduzir-se à forma geral dos comportamentos individuais mudanças e substituições de umas por outras que nao tenham
intencionais, isto é, de acôrdo com um objetivo: obtenção do razão de ser, ou seja, que não obedeçam a certa l~gahdade.
Essa racionalidade abrange, pois. desde as chamaaas socie-
lucro máximo com base numa análise racional dos meios ade- dades primitivas .até as sociedades de nossa época . Não há
quados , Da mesma maneira que Sartre, O . Lange extrai a sociedades privilegiadas por sua racionalidade . Do ponto-de-
chave da inteligibilidade do processo econômico do compor- vista de sua estrutura e da necessidade de sua mudança ou
tamento teleológico dos inciivfduos e não das leis fundamen- substituição, tõdas são igualmente racionais . Contud_o. f~-
tais das formações econômico-sociais e de sua evolução, que lou-se e ainda se fala da irracionalidade de uma SOCJedaae
aplic:a.m não só o funcionamento dos sistemas e sua mudan- estranha ou anterior; os gregos antigos, por exe~pl_o. julg~-
ça e substituição, como também o comportamento dos indi- vam assim os outros povos ao qualificá-los de bárbaros ;
vfduos. P~ outro lado, centralizando-se a atenção nas praxis :>s iluministas do século XVIII faziam algo semelhante com
individuais não se compreende, a nossa ver, como e por que 3 Idade Média; o capitalismo foi considerado_ alg~mas v~z~s
pmduzem algo que não pode ser explicado por suas inten- como uma sociedade irracional ou de uma raa~abdade ~1-
ções e sua praxis intencional, isto é, algo que escapa a sua tada; os jovens hegelianos justificavam sua critica da ~e-
consc:iincia e sua vontade. Ou, em outras palavras, como e dade alemã de seu tempo pela necessidade de destruir -
com a razão humana - seus elementos irracionais, etc . Em
por que as múltiplas praxis individuais se conjugam numa todos êsses casos. o conceito de irracionalidade aplicado .ª
pram coletiva ou num resultado comum que, não obstante uma determinada sociedade, a uma etapa de seu desenvo!VJ-
sua inintencionalidade, tem sentido e razão de ser. Final- mento ou a sua mudança ou substituição. carece ~e ~or
mente, trata-se é de responder a essa pergunta fundamental, científico, e sua existlncia só se explica pela .funçac_, 1d~
que ultrapassa os limites da busca da racionalidade · econômi- lógica que pode desempenhar na justificação da exiSténaa
ca: como podem os homens iazer uma história racional sem de determinada ordem social, ou na luta para transformar
ou · acelerar a transformação de uma determinada estrutura
estar consc:ientes disso, mas, ao mesmo tempo, agindo cons-
cientemente? Se a praxis histórica não se explica pela praxis social .
A racionalidade de uma sociedade não se encontra na
rálexiva. intencional, dos indivfduos, trata-se de saber como
massa de fatos e fenômenos que aparece na superflcie como
pode aistir uma praxis histórica - ou seja, coletiva - inin•
fatos casuais e desligados entre si, mas sim quando por ~e-
tmcioaal que seja, ao mesmo tempo, racional .
trás dbses fatos se põem em evidéncia seus elementos e ff a-
ções fundamentais constituindo uma totalidade ou conjunto

RAaoNALIDAbE UNIVERSAL E EsTRuTuRAL DA HrsTóRrA


de elementos e relações estruturados, ou seja. um sistei:ª
ou estrutura. Por detrlas do acúmulo de fat~ casu~e eel:.
atividades individuais descobrimos então~e:5t~~relaçõeS
A anAlise precedente du concepções da racionalidade mentos e relações como os de "fõrc;_,as J' u ~ " "Es-
de produção", "modo de produção , classes •
lmtmka e. em seu lmbfto, da praxfs bfstórfca, através das
p0liç6a de Sartre. Lukaa e Lange. leva-nos agora a esta• tado", "arte", etc.
belccer - em conformJdade com as teses fundamentais do
Um sistema dess a natu reza ,
a formação econõmico-soci~I
( capi
ou estr utur a com
ta_lismo ou so~ialismo, por
plexa, é
1
i das as dem ais. Mas não se
trata de um condicionamento
l (sis tem a mun dial capitalis- caus a e efeito -. mas lim em e P"'
uem plo) . seja em nlvel univ ersa unidimensional - d~ o econõmico determina todos
a). seja em nlve l de um dete rmin ado país ( capi- uma estr utur a. Por isso. nem
ta ou soci alist tro dess a estr utur a utur a em seu conjunto nem
talismo ou socialismo num a naç ão) . Den e cada um dos aspe ctos da estr ar, nem a estru tura em sua
estr utur as simp les ( as relações de um elem ento dela em part icul
comple:ra pod em- se perceber e, por exem plo) , ou um elem ento isola do dela é redutível ao eco-
de produção de dete rmin ada soci edad tota lida de ou
que sua dep end ênci a long e de nômico.
csuu tura s depe nden tes, aind a plo, a arte ou õmico se e.11plique em
nom ia (por exem Daí que se bem que o não econ
e.11duir pressuponha certa auto que não se mtm da
rutu ra polí tica da form ação econômico-social cor- última anál ise pelo econ ômic o. sem pre
a supr aest unil atera l simples de causa e
rap oad ente ) . essa expl icaç ão numa relação
como o é uma dete rmin a- vez. mesm sendo determinaa-
o
Numa estr utur a complexa - efeito, o econômico, por sua e, na medida em que t um
sua raci ona lida de é estr u- te, não pod e expl icar -se por si,
da formação econõmíco-social - elem ento ou num a estr utur a lida de, tem que ser aplicado, a ,eu
tural; ou seja . não K dá num elemento de uma tota ido, pode-se dizer que
no todo, com suas rela ções e turno, pelo não econômico. Nes se sent
particular dentro dela, mas sim em sõbr e fie e entram como
é, na estr utur a com o um todo ,, político ou o ideológico influ
dcpendtncias estr utur ais, isto . Por con segu inte, a ra- ssár ios de seu apar ecim ento e desenvolvimento.
mgl lúco , inte rnam ente rela cion ado elementos nece
não se dã num elem ento o e o não econ6mico não
cionalidade da estr utur a com plex a As rela ções entr e o econômic ou independentes. Em
do do todo, e isso imp ede que são por isso pura men te depe nden tes
oa ~tu ra abstraJdo ?u isola um mod o únic o e excl usiv o ômico seja determinante. en-
• w,a o fato r dete rmin ante de
não razão disso, aind a que o econ ado, e não deisa de cumprir
~ ec:oaõrnicn, no polltico,
no religioso, etc. Ma s isso con tra- se por su·a vez determin
não com o um elem en- fato de que. numa determi-
uapede que. dentro dess a tota lida de e essa funç ão dete rmin ante pelo nhe o papel prin cipa l Em
lO oa ~ ~tu ra dela abst
rald a, o econômico dese mpe nhe, nad a form ação soci al. não dese mpe
rmin ante . . Se o fato r econ ômi
- co que determina quando o não
em 6ltima an!lúe. o pap el dete
prec ãria última anãl ise, é o econômi a soci al isto f. quando bte
tão
co é a&.traldo da tota lida de, sua real idad e é
a econômico dom ina numa estr uturMar x estabelece claramente
quanto a de '!uaJquer outr o
dem ento com que se efet ue dese mpe nha o pap el prin cipa l.
em últim a não dão marg em a dúvi das: a
m ~ oper ação . O econômi
co é dete rmin ante essa dist inçã o em têrmos que edade esp.lic:a por que ada
ente a exis - uma soci
~ a apr euã o NúJt ima anãl ise" tem pres estr utur a econômica de ente econõmic:aª.
utur as que não são redu tJ- riam
t&d a de out ru realidades ou estr dom ina uma estr utur a não prop
nom ia rela tiva de seu dese n-
~eam 6mi co - dai a auto
este jam con dído nad aa por fle. ia r lhe t'ot feita - tmm l alemlD
WH O to - • aind a
que n Referindo-ae a uma objeçio· 1859, - C ~ • Cn-
r econ ômi co corr espo nde Unidos ao ser pub em
lagarpapel detc rmin antc do fato na soci edad e hum a-
dos Estados
-:
ução ocu pa llca da «onornlo poUtlca, MiUZ segundo a qual o Np!! 8 ele pm-
80
- eiocm
daç
caa tral que
L•-.L -1-
a prod
de sua .._. ..., na mew em ben
~'da
de
que não é ape nas pro-
s útei s, na med ida,
2ue jornal dizia que mlnba tese
duçl o vige nte num a deter mina da ~ • u ~ ele
a estru lunl _ . . _ -
~ !t
isto aim ;:' mundo de obje
tos, priu a &se regime, numa palavra, a 111 ~tm a Jmfdlca ~
de ~ que por seu carã ter social é tam bém prod uçã o
ssãr fa de todo tipo de pro -
1 ~ a bue real s6bre a qual se ~ das formas de o,mc ilnrle
e à qual correspondem determinada vida ~ter ial amdk+ww ~

qae
lllla a
~ m:.õmko
daçio O IOdaú e condição nece em últim a anãl ise por•
é dete rmm antc
conaonAncia
com a na•
materiall econõmfc:as do homem com elas,
1 de que No regime de prod
p - . i da vicia socfaJ; ~tic
enta eom respeito ao muiiser
uçlo
a e ~ , era _ . ..... .
do modemo, ODde P : r : . : __ 0
- ,_
....

_. rd,:e;iue ne mfc
atab eJ«:um. em Jdonam t6- niaterlaJI, maa alo podia
aplicada l Ida
oade lmp aa• • r-- • - -
«onA a1 entre o, homens cond catiollelamo, nem a Aten u e Rom a.
UI
N6
Assim, pois, o papel determ ina nte de uma estrutura como ••am como histórico-natural, ilto t, sujeito a leit obje-
, económica t o paptl principal desta ou aque la estrutura ,:_aracte~~ escapam à conscitncía e à vontade dos homcn,n•.
nio cconõmlc• só podtm st r de~cobertos nas relações de de-
r,rndtncla das partes com o todo e das partes ent re sí. Por
uvas tomo se realiza a passagem de uma estrutura IOCial A
uma est rutura B?
1110, , racionalidade da prax is histórica. na medida em que para O ap arecimento .de uma nova estrutura____ ... B. ou IIOY3 for-
a1 ações dos homen s e suas relações con~tituem um sistema - económico-social. pressupõe n~namente uma a--
t uma radonalidade estrutural, na qual d í11tinguimos a lei maçao nteríor A. que, como tõda estrutura complexa, t um
ou as leis que regem a totalidade da estrutura . A essas leis
trutura • Ja dos entre II· e, portaJlto, -
, toª de elementos. vancu
correspondem as leis fundamentais do modo de produção conJ_unto de relações e dependtncías. Essa estruturação in-
coniun - ,. ~... • .1,
cm questão, como leis do funcionamento de uma estrutura. elementos integrantes nao ,. ""'°tíea, mas - ...,.
terna• do ·sA estrutura se encontra IUJetta
· · m · tema men te a ~_,...

:e:
nãm1ca. • d -1
difícações constante:: aparecimento e novot 1:.1emento1 e re-
i ões transformaçao de um elemento em outro, eté.
RACIONALIDADE DAS MUDANÇAS OE ESTRUTURA SOCIAL ~~da~ças que ocorrem interna~ente podem afetar -
eterminada relaçao 5Cll1 que afetem a atrubl-
mento ou u ma d d'clo ICDti-
em seu conjunto. Isso não deve IICr enten J no
A racionalidade nJo t apenas universal; não só se en-
contra em t6da1 e em cada uma das estruturas, como racio-
d: de que todos e cada um dos elementos ~ la' afetadol
por uma modificação, pois há mudanç~ que,nao afetam a.=
nalidade atrutural autõnoma, fechada em si mesma, como fundamental da estrutura . Esta, au1m, opõe aos elemenpoclc
tambáa no aparecimento e desaparecimento delas no tem- U
m limite qualitativo, isto t, estrutural. A estruturalmliq"-
atas P - .
,..,. 5Cll1 quemodo
absorver uma strie de mo d1·f·1caç.__.
po, ..,lm como na passagem de uma a outra. Não só cada
mtema ou estrutura tem sua própria lei fundamental de fun- na sua transformação qualitativa. D~ ~•::::
, mento de uma nova estrutura compreen e uma ele uma re-
danamento que determina as relações peculiares entre os di- dlficações (aparecimento de novo• elemen~ ou ma relaçlo
verlOI elemento1 e entre f11es e o todo, mas Inclusive o pró- lação, transformação de um elemento e :;1 r.:.
e~
prio proca,o hilt6rlco, como processo de mudanças radicais, que acarretam modificações em outroSd emenelemento que.
qualftatJvu, que acarretam a passagem de uma estrutura a da mesma estrutura)"'. A mud_ança e u~udánçat atnl-'
outra, cambáa au sujeito a Jdt. numa etapa de sua evolução, _nao Provoc:udança que afete
Nio DOI referimos aqui ao proces,o de aparecimento
turais, pode, noutra fas~, ocasJOnar 81
ªj
fõrÇU produd-
a estrutura inteira. Assim, por fxemp~ e c o n ~ ·
de um elemento dentro de uma estrutura (mediante sua trans- vas são ur.1 dos elementos da ormadinamilmO iltO t, par
formaçlo em outro), nem ao proce,so de gfnese de uma no- tsse elemento caracteriza-se por seu de • estrUtura.
" reJaçio entre doll ou mafl elementos de uma estrutura:
o que temo, cm mente t o aparecimento e o desaparecimen-
to de uma atrutura, ou 1Cja, o próprio proces,o de desenvol-
as fõrças produtivas se encontram
tro elemento fundamental dela: as re ç
e:
seu desenvolvimento ininterrupto. Dentro re1açio com oa-
j1.
de produção- Ao
.
wfmato (pauagem de uma formaçlo econõmlco-aoclal a ou- --~L..,....C.. • ,. erlft» • ,. ~
tra) • a natamente &IC proce,,o hltt6rfco que Marx e Engels

=-.:.~._:-
.._ • ... apllaa • 1111o pela qual numa clelu era fundamental •
o ~. . , precdMmente o modo como uma •
• w11ta• (~ e.,,,.,,1, ad. "J', cft., p. 4"),
i1b1a

( Emalol t6bre a lógica ela 1nveat1gaçl0


37-53.
=)~
K. Marx, Preficlo l Conmu--•· ...,,.. acl, Ili'· clt,, t. L
poUtlca, ln K. Marx e F. Engels, Obrai _,,,,,_,
PP 332-334
H . Cf. B. . A. Crushln, Ocherld loAlk'
~ . . . ....,,.
.
},folcOII, 1991, 'IP•

3"J

'"
contrário das fôrças produtivas, essas relações se e
1am dentro da estrutura por sua estabilidade . Enquaracteri- estrutura anterior, é a ela irredutfvel. A continuidade • ,e-
primeiras se desenvolvem e crescem continuamen te anto as -vela também na existéncia de alguns elementos da velha es-
çôes de produção permanecem inalteradas . Dentr~ ~s rela. trutura : mas êsses elementos, integrados numa nova tot,a)j..
mesma estrutura, durante um período de tempo ma 1s . e uma dade, entram em relações diferentes e cumprem outra fun..
- d • correspondem à ouf · me· ção . A descontinuidade se revela principalmente pelo apare-
nos longo. as re1.açoes• e produçao s erras
. •
prod utivas; ou seia. nao só nao entravam seu desenvo1v1men • .. cimento de novos elementos e relações.
. 1 . b
to. como me us1ve contri uem para êle Por con • • O fato de que uma mudança estrutura) não ae poua
· d • · seguinte 0 produzir sem que surjam necessáriamente certas condições
mcrem-:nto ~s forças produtivas ( homens e instrumentos 'd ou se efetuem certas modificações no seio de uma determi-
produçao) nao suscita nem exige uma mudança das I e
nada estrutura, modificações e condições que propõem ne-
de produção ( e, particularmente, da forma de apr:; ~ç6:8
cessàriamente a passagem para uma nova estrutura, é pi:ova
dos m~os de produção e dos produtos) . Quando as f~:çao de que o processo histórico como mudança e substitulçJo de
produ~ ~contram nas relações de produção existe ças umas formações econõmico-aociais por outras é um proces-
um_a bm:,çao a seu desenvolvimento, a correspondên cia ntes so sujeito a leis. Assim, pois, não só existe uma racfona)j..
tuior e e seu lugar a um conflito que, ao transformarªº "
em contradição a da exige, · -se dade histórica em tõdas as estruturas sociais, como também
para ser resolvido, novas rela- no processo histórico pelo qual se realiza a passagem de

=~·
ções de d - gu •
ça rad.icit ~~• ~ que aca:reta, por sua vez, uma mudan- umas formações sociais a outras.
adva q itatíva, de toda a estrutura e com isso 0 A possibilidade de estudar a racionalidade da vida .,_
pto de uma nova formação econõmico-socialaa ' eia! como um todo estruturado e, ao mesmo tempo, a racio-
mu ~ámudan~~ estrutural é determinada ·pela pró nalidade do processo histórico como passagem de uma atm-
·-... J que ncia se cria d. •
r--
redmaato En m as con 1ções de seu apa- tura a outra existe desde que Marx amceheu a buc eco-
. quanto a nova estrut ,,. d
de outra anterior há eJ • ura e: gera a no interior nômica da socredade e sua vida polltica e espiritual em ter-
e outra. Mas. ~r ou::.:tr açao de continuidade entre uma mos de estruturas relacionadas e dependentes. Existe. JguaJ-
5Up6e uma ruptura da or d~. qu_ando a nova estrutura pres- mente, desde o momento em que Marx assinalou a maneira
anta:iores e de suas reia:aniz~çao . dos elementos estruturais pela qual as mudanças operadas numa estrutura (as nla-
ea relação a ela. ões, implica numa descontinuidade ções de produção) provocam mudanças na estrutura que IC
Por IIDII .....,,;_ ergue sõbre suas bases. Finalmente. essa concepção estru-
---11.....te, o processo h. tó . turalista do processo histórico existe desde que foJ concebida
tnitmaJN é um proc IS rico como mudança es-
CDlldaao. A contmw:7e: mes~o tempo contínuo e des-
~ de uma nova estrumanifesta, portanto, como apa- 1
a gênese de uma nova estrutura como libertação de certos
elementos de uma estrutura anterior, ao mesmo tempo em
nar: oa lltja, os homms f tura sõhre as hases da ante- J que se punha de manifesto que são as contradições de uma
tiado das condiçõa aia::aem ~ua própria história, mas par- estrutura econômica que determinam a passagem • uma no-
va estrutura ou formação social. Tudo isso foi estahekddo
Clllatiallidade ae -~-,~-~ P ª geração anterior . A des-
-u:-...... ·
como. apareamento por Marx em seu prelâdo, de 1859, à Conttibaiçlo i critica
,- _ -.i~
__, CDmo .POllto de de algo nõvo
• partida as con~ções criadas pela 1 da economia política .
Marx, por conseguinte, foi o primdio a operar. DO es-
.. !.i_M-.P-"cfo, ~ d crfttca da «onomio pollHco. 4 tudo da história e da sociedade, com os conc:cftos de atru-
"" .._
.... • ·~doPl'lllle Nohllf6rlco tura e de processo histõrico como mudança estrutural. Mas
.. ~-:~
......
--o
~~)
~to-de-v uta eatrutural,
v; ~(Aad-
não se limitou a lançar esse prindpio estruturalista na apli-
cação da vida social e do piocaao hist6riCO. mas taa-
• op,o,y fUo.of#. a.• 10, 11164. bém o aplicou em investigaç6eS conaetaS, Por islo •
ISO
"'
filõsofo sovittico B . A . Grushin, numa obra em que' a p,.
... . . clJllento, e da passagem de umu a outru. Ma, as atrutu-
gan do-se a M arx, d esenvo1ve esse prmclpt0 estruturalis ta
as sociais são produtos humanos, e humanas são tambba
investigaçã o econômica, histórica e social. diz com muita jun~
!s atividades que tomam_pos slv~ ~uas muáanças e llUa balas-,
tua : "As obras históricas dos ciássicos do marxismo-len~- formação . Os homens sao os SUJeit.05 da praxis hist6rica qac
nismo demonstram que, de modo análogo a oucras ciências rgue e derruba uma ou outra estrutura sociai: portanto. as
a_tuais. a histó_ria tem por tare!a o estudo de sistemas obje-
tivos de relaçoes e a reproduçao dos processos históricos no
feis que regem o funcioname nw ~ a mudança áas esuuuaras
sociais nada mais são do q~e leJS ~ ~raus ilistórica e -
pensamento como sistemas orgânicos'". cial humana . Os homens sao os cnaoora de sua própria
Isso significa que a análise estrutural de um si§tema não história. mas como indivíduo~ concretos - não como robia-
pode ser substicuida por sua análise genética, o que não sig- sons - : ou seja. atuando con1untamente com ouuos no ãmhi-
nifica que uma se contraponh a a outra . Pelo contrário, sem to de uma estrutura que fixa suas relações de interáepeadi:a-
que se apaguem suas diferenças essenciais, uma necessita da cia com outros membros da sociedade. ~im como as .for-
outra. Isso se passa assim porque - por um lado - não mas gerais de sua ativi~de. Os ~divíauos não_~ ~
socialmente, como consc1entement~. _JSto é. ~ man._
se pode analisar uma estrutura ignorando os elementos da
que se propõem determ~ado s obJ~~- Desáe que ~ ho-
estrutura anterior que - como d iz Marx - foram liberta-
mem existe como ser soaal cada mdiví~ ~ coasaeare-
dos; e acontece assim também porque - por outro lado - mente e, contudo, durante séculos e sécu~-- ~ ~ . aias-
não podemos estudar a gênese e a evolução de um sistema ciência das leis e dos resultados de sua aôvíaade :. ~ his-
se não conhecermo s a natureza do que é engendrado e evo- tória da socieàaàe - diz Engels - ~ agentes sao ~
lui. Portanto, como diz Grushin, "a investigaçã o dos pro- dotaàos de consciência , que agem mOVJ~ pela ~ aa
cessos históricos de desenvolvim ento de um todo complexo a paixão, perseguind ~ det~ado s obietn'OS; _Dada aaiate-
pressupõe tanto o estudo de sua estrutura como o de sua ce aí sem uma intençao consoente. sem ~ ob1~-o mlima-
ginese-". Ou seja, a análise histórica de um sistema reclama pouco adiante. acrescenta: Os obJUA'OS qar
do "u· E ' um - oh da voatade.maso s~
sua análise teórica, estrutural. mas esta. por sua vez. não erseguem com os atos sao ra _
Se P ·realidade dêl d· - osao.e mes-
pode prescindir - sem deixar-se devorar por ela - de uma sultados que na • es envam nao .
análise histórica . Uma vez adotado o ponto-de-v ista estru- mo quando parecem ajustar-se de- •momenm_ ao_,~-o ~ :
cias mallO UUQcates _,.
~lista em que se situa Marx, não hã lugar para o histori- seguido, por fim encerram consequen
osmo (absoluto), nem tampouco para um teoricismo a-histó- desejadas" .
rico (ou primazia absoluta da análise teórica, estrutural) . • - - - a 511115 • e-
O que o homem faz não ~nae._ ..-~~
tenções. Não se trata de uma m ~ ~ a l • ~
PRODUTOS HISTÓRICOS INJNTENCIO NAIS
resultados imposta ~ tõda pr&lDS
cias do processo pràuco. Trata-se
:tal
que
ao ,:::S
0 il4iw-
. •-- ,..-
duo como ser social e ao integrar-se ~ OljoS ,_.
comum. esta se desenvolve como ~ rados • __.... ia-
A_ racionalida de histórica fundamenta l se nos . apresen- dutos ou resultados não- podem ser ~ de _. ~
ta, ~ama ~ tudo: como racionalida de das formações eco-
D6mko-9ocia1S, assim como de seu aparecimen to e desapare-

!:.ª.!;


~ Ochffkl loglkl útorlachukogo luledooaniaya
~~ da fnvntlgaçlo histórica), Moscou, 1961, p. 17.
A
· - - . op. clt., p. 94 .
(En•
tenção. São atos humanos que. DO
social - o feudalismo, por exemplo - .

1T
procnazaa a-d ças
. ,,,,.,,,.
F . Eal(e)s. Lu,llllig F-6d f "•":;.:,;a_ dl. L R. . . .
mana, fn JC Man: e F. Engeb. Oiwat
.....
JJJ
Jn
- elementos • em suas relações m6tuu att ultra~ - dã ao processo biatbrico seu cadte:r utura1, do
~•limite qualitativo, o que acarreta o advento de uma nova 1 t O qu~ portanto, numa sua suposta alst&cia metafisica
estrutura _ o capitalismo• - com novos elementos estrutu- se baseia, dos homens - jã que as leis hllt6ricas do pas-
rais e novas relações entre êles. Ninguém - nem individual à roardgeml . da praxis humana -. mas sim no fato de que
nem coletivamente - se propõs criar essa nova estrutura _ sa~ e eeis atuam à margem ue • ........ da _
sua CODIIIUQl _._ •-
e TI.Ili-. na
80 ex_1 stem d entais da formação econõmklo-todal capltaliata
cial de acõrdo com um projeto individual ou comum. E
leisft~ ;mprodução de mais-valia, por aemple - ataam l
que se refere à estrutura em seu conjunto é aplicãvel aos seus
elementos e relações. Ninguém se propõs desenvolver as fõr-
0
- ª ei
rnarge~
:a vontade e da consciblcia dos capitaltltu e cios
inclusive independentemente do conhedmen1o
c;as produtivas com a consciência da contradição a que leva-
operár:1!~ :e tenha. Na medida em que uns e OUtml agem
va tal desenvolvimento com referência 'is relações de pro- que d entos da estrutura peculiar das re!açõa de JIIO-
dução vigentes e, em particular, com referência à forma de ~om_? ed::tro de uma totalidade complexa (a f = : :
propriedade. Se o desenvolvimentc, das fõrças produtivas,
diz Marx, t "resultado da energia pràtica dos homens"•Tbll, n~~~o-social capitalista), seu c?iportall ien:~ a atratara.
suas conseqüências fundamentais escapam à sua consciência ta necessàriamente a forma soc1a q~e ~ li leia que pie.
e seu incremento não corresponde pura e simplesmente a e os resultados de seus atos corres~ não se
sidem seu funcionamento. O oper~o valor :a:. Dai
uma soma de vontades individuais, jã que essa mesma ener-
gia prática, acrescenta Marx, "é determinad a pelas condi-
ções em que os homens se encontram coloc;ados, pelas fõr-
ças produtivas jã adquiridas, pela forma social anterior a ti!ª•
dese·a produzir um valor que exce o
de irabalho: o capitalista: .ª seu turno,
ao pagar determinado salar10 estã pagan ,
.
r.
não a fôrça de trabalho do operãrto
aaeclitar qae
aea pnço wr-
mu • -
que êles não criaram e que t produto da geração anterior . da de1ro, rtm agem segua
do • ,...
trabalho mesmo. Um e outro, po_ de mais-valia que ama -
econômica fundamental da produçao rios atos. mu mdepca-
objetivamente, através . de seus pr6:.ctbda e de saa ~
DuA LrDADE DA PRAx1s INDIVIDUAL dente de suas intenções, de sua co do inclivtduo wa•pacde
de. Nesse caso. o comportamento 1 e. nesse MDtido. e de-
às exigências _de uma e~_tu;v i::produz algo que ~ ...
O fato de que os resultados da praxis comum não pos, terminado socialmente· m suas pr6pril9 ►
sam ser imputados a uma consciência ou vontade, ou a uma tava em sua consciência e q~e ~1t:=duatme nte respd
soma delas. confirma que a racionalidade histórica não po- tenções: algo pelo qual êl~ 1:t•dual do 0 ~ e cio opi-
de encontrar-se ao nivel dos individuos, de seus objetivos ou vel. Ssse comportament~ m IV1 a atividade 111clividaa1 _.
interêsses ou de suas praxis individuais. A racionalidade da talista no que diz respeito à su •~
• · J · b"etiva e assume D~ ____ • O
praxis histórica, como praxis coletiva cujos resultados não . responde a uma ei O J a ue Man -
correspondem a intenções nem objetivos, tem que ser busca• tanto. uma forma social, que t qamento 111divfdall npN-
do no nivel das estruturas sociais e das mudanças fundamen• Capital. A forma social do com~lei que rege o ~
tais que nelas ocorrem . 2, por isso, uma racionalidade uni• senta propriamente sua suj:~o de pc,rtaDIO. na
versai. estrutural e objetiva. As leis que regem o funciona• . mento da estrutura, da qu i~undalnental da
mento das estruturas e da mudança que nelas se efetuam em que age de acõrdo com ª da ..raciODalldacle do
atuam à margem da con1eiênda e da vontade dos indivlduos pode-se falar. ~omo Go~eller, 1ndiVldUO como •
lamento do trabalhador • Mas 0 forma l(ldal de -
concraos, mas, por sua vez, operam como leis de sua ativi- não esgota seu comportamento na leia do siatellllo
dade ou, mais exatamente, como leis que só existem e se dade, ou seja, de acõrdo com as .
cumprem por meio dêles. A objetividade dessas leis, que
JS4 •
mento que se identifica, sob o capitalismo, com sua prax·
inintencional. N~o ~eve~os esquecer. êsse fato ao falar d1~ essa dualidade que antes apontamos no interior da -
quece~ tividade individual e que txplica, em definitivo, que
comportamento racional do operário na sociedade c .
ap1- próp~~~r:o não só seja su~rte das relações de produção, como
talista. 0 op coveiro consciente delas.
Sem deixar de ser o agente da produção capitalista, ist O
também a necessidade de levar em consideração bse as-
é, um individuo cuja atividade individual assume necessària~
mente uma forma social cujos resultados escapam à sua cons-
~ª! cional da atividade individual não Invalida abso- .
pecto tn eno fato de que a explicação da pruil individual
ciência e vontade, o operário é um indivíduo concreto que lutamente
- possa se r encontrada partindo dos indivíduos
•1 - de suas
atua como ser consciente e que persegue seus próprios fins. na 0 mas sim na estrutura IOCl8 i - ,.._,._
em cu,.... -
Sua atividade prática individual tem, então, um duplo cará- intenções - ex lica não s6 a forma social de sua prufa.
1
êles atuambé:s;ua ~orma própriamente individual, isto t, o
ter: intencional - na medida em que atua acreditando rea-
lizar seus próprios objetivos - e inintencional, na medida co~o tam dentro de uma determinada estrutura a revatc
em que ao atuar necessàriamente sob uma forma social seus carater qu~ ·ntencional carãter que faz tambán com que a
resultados não correspondem a objetivos seus previamente
traçados. Sua atividade prática revela-se, ao mesmo tempo,
como praxis 1
explicação t • •-
contratt~s k~~=•:::
• inalando ao longo
inclivlduoa e seus
dêsse capitu o - en aspectos intencional e inintendoaal de
com uma contraditoriedad e interna: por ser simultâneamen- resultados, entre os f rma social e seu contrido pr6-
te intencional e inintencional. e por ser ela mesma expressão sua praxis, ou entre sua o recurada tambáa na
de uma contradição entre o individual e o social, a forma so- priamente individual - ft~ha de serm · t:Urões dos indmcluos
• 1 Com e eito, se as ..
cial de sua atividade como praxis inintencional opõe-se à
sua forma propriamente individual como praxis intencional.
11 estrutura socia ·
.
não se rea )izam, ou s
e os pro d utos das diferentes pruis par·
. t ·o determinada. isSD
_
A existência dessa dualidade no interior de uma mesma ati- ticulares nao correspondem a uma m ença
ub'etivOS. mas sim à pro-
vidade prática concreta - o trabalho do operário - im- não se deve a fatõres meramdente s . ai que as praxis intal-
pede-nos, em conformidade com a advertência de Marx, tor- pria estrutura . Est a é que etermm . em para ....... --A .
UZlf
nar o indivíduo res.ponsável por uma atividade que lhe é im- clonais dos diferentes indivíduos se c~niu~ istO t, não cfc..
posta necessàriamente pela estrutura correspondente. Mas · to por nmgugoa,
algo não desejado ou pr~ .
justamente porque a atividade do indivíduo não se reduz a sejado por nenhuma consciência.
sua forma social - sendo, isto sim, a atividade de um sujei-
to dotado de consciência e vontade, o que dá necessària-
mente à sua praxis um caráter consciente, intencional - ela à PRAXJS CollUN
DAS PRAXIS INTENCIONAIS
não é apenas a personificação de uma relação social, suporte
INTENCIONAL
ou deito de uma estrutura. Se o homem não passasse do
suporte de determinadas relações sociais ou do efeito de uma • • clividuaiS. que
estrutura, isto ê. se ·seu comportamento individual se esgotas- dessas prax15 m cios. a
- Mas como é que se passa b certos resulta
se na forma que a estrutura lhe impõe necessàriamente , o de acõrdo com certos objetiV0:5 use: sem sai,e-lo ou desc-
processo histórico - não tanto o do passado como o do uma praxis comum na qual se mtegra. ....ra Pro:
dos indivldUOS ..--- ...,
presente e o do futuro - seria um processo que se realiza-
·ã-lo as múltiplas atividades p~ttcasem desejado e que.d~"
ria por intermtdio da atividade dos homens, mas sem sua J - preV1Ston _-nonc -
participação consciente tanto na abolição de uma estrutura duzir um resulta dO nao dida em que ~~-r--
aocial já caduca como na criação de· outra nova : o socialis- tudo tem razão de ser na me
mo. _Ao _assinalarmos justamente que o indivíduo é a per- leis fundamentais do sistema?
llODificaçao de funções e relações ~ocials não devemos es-

3$6

Nlo basta ob,erva r a existênc ia de uma contrad i


tft os objttivOS individuais e os resultad os e busca
· __ , d • Çio tn-
r sua vida: são, portanto , in6meras fõrças que se entncnazaa
,a nas 1eis gic:uuS a estruhlr a ou nas fôrças motri
dentro desta. estão por tràs dbses motivos . Eng zes que,
cau. corn as outras, urn. _grupo Infinito de paralelogramoe d#.
ças, das quais surge uma resultante - o acontecimento ldl-
u;::,_
la claramente tal contradição : "raras vlzes aconte Is assina. tórico - que, por sua vez. pode ser considerado como pm-
· ", "os o b1et1vos
. · O
• deseJa
da d que se persegu em com ece que duto de uma potência 6nica que, como um todo, ama -
-L- I os atos 0
uuo•
..11__.___ •
vonta e, mas os resu tados que na reaJ·d d
• ".. . 1 . -·" consciência e sem vontade . Porquan to o que um quer abana
~ • - - nao o sao ; ~ma i a e
a igualme nte a necessid d ic esd*J na resistência do que . lhe opõe outro, e. o que naaJ1a de
nao nos determos em tais motivos e de buscarm os
~- ª. explicação histórica tanto nas leis gerais • :: ~ con-
i8 e de tudo isso é algo que nmgutm desejou . Ofslc modo, • .....
ria transcor reu até agora como um processo aataral e ..a,-
a ~6ria ~mo nas forças motrizes que estão po~ trãse~ rnetida também substancialmente às mesmas leis dinl i!N -
motivos . Pois bem, apesar disso o problem a subsist Mas, do fato de as diferentes vontades incli,,iduais - cada
:v!i ~ que partindo dos objetivos individuais nã~ rrque
eJ:P car um resultado que não se deve õ
os uma das quais deseja aquilo que lhe inspira -■ ca M4-
c;ão flsica e uma série de clrcunstãncias otemaa . qac lio.
com nenhum objetivo prtviam ente traçado e
btm que ~ soma das praxis individu ais ~ão pod:: d:m-
:e ~ em relação
pos-
em última instância, circunstâncias econ6mic:aa (oa • -
próprias, pessoais , ou as gerais da sociedad e) - aio alca- :r 1

~=~~ D~ seus resultados, a verdade é qu:ª: · c;arem o que desejam, e sim se fundirem t6das aaaa _..
da total, numa resultan te comum. não se dcff iDfatr qae
margem das p=~:n .aldi~ dus produto s não existem à essas vontade s sejam igual a zero. Pelo contdriD. tedaa aa-
lmbito de um . m uos concret os que agem no tribuem para a resultan te e estão. por ccmseguinte. Mia ia-
reta n--a.-= -~ema. te e que !ste produto inintenc ional acar
~tes ......en a interven - d cluidas" ªª ·
ra cxmacien 56 há ~-º
. os m· d•1vfduos
multipli ddade ,de ruis ~rax1s. m~tenc lonal através de uma
como s!-• Dessa passagem de Engels. deduz-se:
que penegum do P }9) que os individuos agem movidos pela upraçi
mt~oon ais, de atos dos indivfduos o de
raaJtado que ant~:r ópnos o~jetivos dão origem a um realizar seus próprios objetivos:
çio oa ...,....._ passou idealme nte - como inten- 29 ) que os fins que aspiram a realizar • aatceatl l'W
portantor--,~ - por suas
, aos seguinte s t&mcooSC1·t noas
• '. O problem a reduz-se, e se opõem entre si:
estrutura determina os: como e em que condições a
j1agadas à praxis ~ ~ g e m das praxis individu ais con-
3 9 ) que os resultad os que se obtfm aio '°'' ; fm
aos objetivos colimados:
dade do aiatc:ma7 Como oonal que corresp onde à rac:ionali- 49 ) que os objeuvos se fundem auma aaultatt al.dà.
atrutur a toma poaslvel e em que condições diferen tes outra comum, para a qual cuntribulralll todos os inclMduas·
de pra:m mc:lmduais a ª paasag ~ de uma . multiplicidade Engels trata de n:ssaltar o papel dos adi,dduaa ~
. A pauagem do in~m; pr~x15 ~mum intendo nal7
cioaal t aplicad a por En :{;1 mtencio nal ao comum inten•
tos na praxis bistõrica. opondo-ae às falsas b-W li glt1a cll ·
•A L,_.,._,_ fa g da seguint e maneira ·
doutrin a de Marx que fazfaJD do (atol ilCGDl ti,, o
determi nante e que. por conseguinte. fuiPI ela t
"f!"
~ detiva -•z doa d eJ
conflito ta modo que o resultad ' o final . verdade iro sujeito da bistõrift. Mas. a DOIIO ftf. O r..
- •
duais, cada uma das quafa • entre muitas vontade s indivi- o resultad o comum. fnintenc:iollaL dcri'VV ele -
Nqif:ad ã de uma multipl kida~u a vez, é o que é em con-
11 F. l'.ap, de condições especiais çle
de praxis individuais, ainda que cert__.. .... •
...... pp. ~"= ,..,.,.,,_ ".,
• /ln fU la fllo,offa c1'11ca az.ma,u,, aa Carta de ~ zw;k
Man F. Engela. J. Blacb. .a.
11-11 • --'!! •
-,. tll-• t. ~ -
1s,
série de med iaçõ es - entr ecru zam
ento s e conf litos _
explica. cm prim eiro luga r. por
que
entra m em conf lito: e, c.m segu ndo essa s prax is individ nà~
luga r. por que se t Uais (NTE RtSS ES E ESTR UTUR A
SoclA L

0~u:J
:-em num resu lta~o _mé~i~ e
_c omu m que tem sent ido .
sulta do das ~rax'.s md1v!dua1s -
prax is intenc10na1s - nao é um resu lta do inintencional Nas cond ições da propriedade priva
da 161,re ae Jaàoe
resu ltad o esta tísti co m. d· e rão
As vont ades in~iv idua is não se
f~~d em num resultadoe ~~: d e pro du ~ , que carac teriz am as for m~ IOdala do pu-
dio total . mas sim no resu ltado ex1g
1do pela form a social sa d O e do capit alism o demd noss a tpoca, os inta bla -~- • .....
necc ssàn·ame nte assu mem , no am • b I·t o d e
·d e os da socie a e em seu CODJU · to _,._ Dbrd~ -
quel
uma estru tura socia VI uos
. l dos m D - : J«W;
as ativi dade s indiv idua is . Por e quan d o a posiç ão soc1a . dºvid
I uoe cm r.._-'-" -. - _.. .
determina a cont radi ção entr e
cons egui nte, é a estru tura qu~ d oduç ão ;_ como as dos cap. ita. .,___ ~- ~
obje e pr ntrap õem diametralmente, seus _ e - -... ..-- -
como os conf litos entr e os dive rsos tivo s · e resu ltado s, bem se tco o- em de mod o anta gôni co. lntc: rbaa tamW:a •
indi vídu os; é igualmente con rap Qua ndo • trata de apli -
a estru tura que impõ e o cará ter . . d
.vida de dos md1vi uos, de grupos __,..,_ GIi da --
inin
comum, já que ela tom a impo ssíve tenc iona l do resultado car a atl --
l uma prax is intencional cied ade intei ra, não se deve ~~is· de ~ idcail.
não já ao níve l dos indiv íduo s, como o fazem as co~cepções I ea taS : " lúst6 ' rla. . . •
mas da soci edad e inteira. . de dos indntdaaa. dae
Aind a que a histó ria não exis ta de seus inter êsse s. isto é, da ~ütu
à mar gem dos indivíduos diç6a de ail-
conc retos , é igua lmen te certo que lasse s ou da socie dade em relaça«>
os prod utos inintencionais a suas coa Jlllllçilt
que nela desc obri mos não pode m ~ência, vinc ulad a e~treitamenr!:i Jl!>f
em relaç ão aos meios d~ P u~~ () a~ ~ lbl ...,
ser expl icad os parti ndo- se
de indiv íduo s conc reto s cuja s
prax is indi vidu ais se entre- - m
cruz am e opõe m para fund ir-se , gem, port anto , em condições ob
não se sabe por que, numa J~-
resu ltant e com um. Só part indo
cion ame nto da estru tura social é
das leis que rege m o fun- A ativi dade dos homens ~
a socie dade intei ra - é uma ~~d
_m~:c; Fª';' 1
IOdl il •
e. pmr _,_
que pode mos expl icar por para com pree ndê- la é necessaru> a . dos iDtedma __ .
que a prax is histó rica tem no pass
ado um cará ter inintencio- ~ que. pmr _. ..a.
nal e por que pode ter no pres nos que se expr imem em c~o s
ente um cará ter intencional. ºb.etiva E m ~
send o uma e outr a a prax is de corre spon dem a certa Sld·~u~ oo:J
indi vídu os dQta dos de cons- -e'm ,.. - e ; . ,-,. .
ciên cia e vont ade. tamb ém com essa s co~ ic;.__.. b
· com a form a de prop netd e. ~C:s os mdoS de podaçiD -
Dentro de uma dete rmin ada estru tura mud a o próp rio carã ter os_ m ses mcti,,iduais • _. ,
social, o tipo de trc os iDtatsllS dos a-
relações sociais de prod ução -
e, part icula rmen te, a forma . _.J._...
assim com o as relações mu ~:.
.. -
.is • - da dasle • ..-
de propriedade sóbre os meios de prod
grande medida o cará ter inten cion
que. como acen tuam os insis tente
ução - dete rmin a em
al da prax is comum, já
men te, a prax is individual
divid uos, entr e os mto._........
pertencem os u:1dividuos._ ~:s
intei ra. O cara ter d~ -~-,1.,1.dade
esses 6ltimOS e a • 1
~ pmr _. _..
a poss ibili dade ou a u n ~ casode que • ~ qae :
+

( qual quer que seja a estru tura em dos mdMilrce •


que se dese nvol va) tem lizam poss a tra nsf orm ar~
eempre um cará ter inten cion al, class es sociais, num a P~15 fletem .=~ · lilrr
cial em seu conj unto e, púnc ipalm
cons cien te . A estru tura so• a atitedc dos -■I • )las.
Os interf:sses p e ~~ coaCffllll
ente ,
dade s6bre os meios de prod ução dete a form a de prop rie- em relaç ão a suas con~ ~vld uos L ui P ciP- --....
o cari tu iDin tend onal ou inten
Oaivo - das praxis hi1t6rica1 e, por
atu m as las do func iona men to
rmin am, por um lado,
cion al - espo ntãn eo ou re-
outr o, o mod o pelo qual
de uma dete rmin ada forma•
na med ida em que. os
em relaç ão aos meios e
mem bros de uma mesma
d
comuns de classe, que nlo .,-..a•
pa---
C-:, uma _.
ocupaa a _ . .
-....l m-lo . e siO-
tta
cle _.9Ddal
--;=
J:.,:s-'....:,...,
çio IOc:ial. . mas exprtme
pess oais, . •• ª'""'"" da - ... .
J6l
J60
ma dos interêsses estritamente pessoais, em relação a sua .
. . ex1s-
tlncia de e1asse . N as estruturas sociais em que vigor ..1mitaç~o de seus inte1êses de classe. 56 a CODICieada de
forma de propriedade privada dos meios de produçãoª a Jasse do proletari~do ~apta os interbsa da IOCiedade ia-
. . . os ~
interlsses das e 1asses antagonicas entram em agudo conflí. ~ei ia. já que seus interesses de classe coincidem com 09 de
to. Por sua vez. os interêsses da classe dominante, ao im- tõda a sociedade. .
pelirem esta a defender uma estrutura social dilacerada po Na medida em que os interêsses dependem da atrutwa
uma contradição que só pode ser resolvida com o desapareci~ social - ou. mais exatamente. do caráter das relaçaa d&
mcnto do sistema, entram em conflito com os interêsses de r edução e, particularmente, da forma de propriedade _
tõda a sociedade. ps interêsses se formam objetivamente, tlm um carâter obje-
~ivo. e sua sat-isfoçiio e:r.ige uma_ praxís de acardo com llea.
Os interêsses têm um conteúdo objetivo na medida em A consciência dos interêsses nao afeta, ~!_O. 11a11 aea
que são determinados pelas condições de existência dos ho- 1..onteúdo objetivo nem seu p~ocesso de formaçao, ~ tlm
mens e são êles igualmente que impulsionam a atividade dos sua realização e, por co~segu1~!e• o carãter da ~m. cole,.
homens. ainda que êstes não tenham uma consciência clara tiva que trata de satisfaze-los, Jª que só uma consd&cia ,b
disto. Nas condições da sociedade em que vigora a forma interêsses de classe pode lhe dar um carãter intmcioDal.
de propriedade privada sôbre os _meios de produção, a cons- Temos, pois, que tõda praxis correspon~ a artoa
cilncia dos ínterêsses varia de acôrdo com seu caráter. Os terêsses . . independente de que se tenha 011 nao
interêsses pessoais são mais imediatamente conhecidos e, por dêles. Enquanto os individuos não ~scen~ ã.
de seus interêsses ~e classe •. sua praxJS coletiYa ~ pode ria
tal razão, os homens se movem, sobretudo, por êsses interês-
ses. A consciência dos interêsses de classe ( consciência de
claue) pressupõe a necessidade de superar, até certo ponto,
uri caráter intencional, polS ê Justamente=-
que os leva á traçar objetivos comuns e.ª .
a1a:,.
~•.I
os interlsses imediatos, pessoais; com isso se torna possível praxis coletiva consciente. Quando os mclivfdaos
uma praxis comum intencional. A consciência de classe não consciência de seu .inte_rê~se _d~ classe,
só se verifica na prax1s mdiVJdual na
:.,:U. P ~
~
surge espontâneamente e requer a elaboração de certo ma-
taial ideológico. Enquanto que os interêsses de classe se responde a interêsses pessoaisto• · ' · ·
formam espontâneamente, de acôrdo com o processo de cons-
tituição da classe em questão, a consciência dêles só surge
no procaso de Juta entre as classes antagônicas e, particular- LIMITES DE UMA PRAXIS I
mente. com a elaboração da ideologia correspondente e a ·
criação dos partidos de classe que a inculcam. Assim, desde · Os interlsses e a consdfncia ~
o a&:ulo XVIII surge a consciência burguesa de classe e, · nar uma atividade pritica que esteja da
a J)8râr de meados do século passado, a consciência de elas- · leis fundamentais do fundollameDto
,e do pro.letariado.
respeito tanto aos interêsSa
Em t.6das as daues progressistas, ~evolucionária~, a classe. Uma praxis foten
mnsr&da de daue acarreta, por sua vez, certa consciên• com as condições objeti
da M mta&la da sodedade inteira. Mas, em virtude de
• ht flui .de cJa.,e da bur9uesJa não coincidirem com os 'º S6bre o mterfsse
1ultar D. I. ...C..---
de t6da a IOdedade - nem sequer na época em que aquela aotzlalnyf zalconov" (0
f 111118 daNe em ascenso -, 1ua consciência dos interêsáes m V opro8!J fllt!,offf.

-
da • eh••• mtdra f uma conscJ&cJa limitada. Essa Jimi- kak sótzloloRfchelkafa
tactc, . _ por CODMgulatc, um fundamento objetivo: o de Rica), Vo,,,o,,
conflito entre os objetivos e os resultados
, e êstes . .
-
adquirirão por isso um carát er inintencional.
A estr~t u1tunos e -~or
assim valer seu papel determinante em relaç tura . t' conseguint e, novas leis fundamentais, Só assim
dos individuas e das classes sociais quan
ão aos 0 .:,rªfaz d senvolvimento h'1st6rico .
a dquare .
o caràtu de
do estas ag Jetivos 0 ~;cional que é impulsionado intencionalmente.um procu-
contradição com as leis fundamentais que so 'á não é, então, apenas uma histór
A hist6-
a regem. em ern ia objetivamente ra•
na. I h'
Por outro lado, nas condições de uma estru
tura Clona 1. mas uma 1st 6 ria · pro duza'da racion · a1mente. A praxls
. , a 1· . • d
antagônica . é . h. ·tórica converte--se numa praxa.s comum .
1m1taçao os inter sses da e1asse domi· . social 15
e surge _ numa escala social - sob o socialional
intenc como
impede esta de agir com base num conhecim nante " qu , ismo.
ento da le
)idade da estrutura . Essa legalidade, por isso, As praxis inc'.ividuais se fundem - sob o sociali
vigorai esp~ª: smo -
tlneamente. A atividade social consciente resultar nu1n produto previsto e deseja
nante, numa estrutura em que vigora a prop
da classe dom~- p,hara_ li~ levam a êsse resultado global, atrav do. O. camf•
riedade privada n os q ú das praxis fn•
. ·d a·s ã
sõbre os meios de produção, não pode dar
lugar a lllm pro- dIVI li 1 • não fluem espont neam b' ente,
. mas sam .,em
. virtude
_____..,._
duto intencional - como, por exemplo, o contr e1a ace1
·taça-o de um pro1·eto ou o 1etivo comum .
ôle • d
mentação da economia de tõda a sociedade medi e a regula-
&:,Nil 111.Cl. . .
- t m por base certa fusao os interêsses pessoais e IO-
çao e
nificação - já que a própria estrutura enge ante sua pia. cia1s porqu e a estru tura social jà não tem mais a fonte do
.
ndra uma divf- conflito entre interêsses a~tagõnaco •. .J-d rivada
aio de interesses que impede reduzir ês11es
.. bre 05 meios de produc;ao, e a c~rresponddente ~ p
s: a propncua
Jnterêsses a um
denominador comum , A propriedade privada
sôbre os meios so • . o desaparecim ~-~
de produção e a lei da produçi'lo da mai!' classes antagonica s. ento as contra-,v-
l-valia só podem ·cas .
_ ainda que subsistam contra IÇ d" õa d tra
admitir, então, planificação e regulamentaçi\o antag Ô ni inter e ou
econômicas )1. . cria as condi ções para que os bsa ..... _.1.
mitadaa. As leis econômicas fundamentais esp éc1e - ~
do capitalismo, e sociais se aproximem e'. assimos::rà l poss1vd daen wavv «
por aua própria natureza, vigoram cegament uma praxis comum consciente. . d' . d ter lntenc ionll da pra•
mente, e a elevação da atividade consciente
burguesia não pode impedir que e11sas leis
e, espontlnea•
, de clasi!t, da
ajam com<> uma
fõrça cega, utul or. Ne1111as cone.lições, a ativi
xis, que antes era privativo dosd in
menor grau, dos desta~amentos
~:g:::~·
social. converte-se entao no carà:e; distintivo da pruls IO
em maiOr ou
de uma cJuae
dade conscien•
te da burgueala nas condições próprlns do capit nlvel de tõda a sociedade.
alismo mono• posslvel enqUI
pollata, ainda que po111a alcançar certos resul Essa praxis intencional coldetiv~ nido e~~tertslel das II•
reapondam a 11uaa Intenções, no fundamental tados que: cor• dai-
obtlm algo que 10 a estrutura impe aa a
. d. coinci tncaa os u•
nlo deae ji''nem pode prever: o aguçamento.da de objetivos comuns: era IID•
ses e, portanto, o surgimento
fundamcntal1 da eatrutura capitalista-monopolis contradições a consc iª11:n c••
..
da c)asle domlnlltt.
sta, Passivei também enquan to ue h aoa da socm ,. .J •..le
i-•A
Vemoa, por con ■egulnte, que 011 Hmltes de por expressar interfsses q se opun am .
intencional coletiva naa condições da proprieda uma praxls inteira nilo podia ascender a uma con~fal vf9t11
itndl te6riCI - ,_
de privada sõ• , . tt e de to-
bre OI meloa de produção ae encontr11m na
próp meramente ideo1õg 1ca _ A da estrutura ....- --'--
no próprio car6tcr daa lei, fundamentais· que ria e11trutura,
açlo de1111 leia aguça i contradição entre 011 a regem, A
do O processo histõrico. ::5
praxis histórica intencional, seasocial caplt
ibilidade de dtst11wn-
da ao con h---
claaae e torna lmpo11fvel uma praxla Intenciona intcre111cs de do funcionamento da estrutura 16 ,urge
IOCledade Inteira. l ao nfve.l da
rcHo histórico cm seu conjunt~~ial _ coao
Para que II açõea doa lndlvlduoa e doa grupo■
ltl t0cl1l1 po111m fundlr-■e numa praxl1 comu ou da■• a constituic;Ao de uma ~lasse )onge de limitei
cujo■ re1ultado1 po111m ■cr atrlbuldo1
m lntcnclc,nal - cujos lntertsses de e a~e, ul5'onlll•
a uma Intenção ou mcnro, necessàrlamcntt O IIIP
projeto comuna, t nece116rfa uma mudança radical de e■uu•
164
SusJETMSMO E VoLuNTARISMo NA PRAxis HisTó .. . e de sua vontade. Cada estrutura ou formação
RICA
INTENCIONAL conscie;eC: sua própria racionalidade, ou seja. suas próprias
social d entais que determinam - como observamos -
leis ~un . amará ter da praxis coletiva - intencional ou inin-
Em virtude dessa praxis comum intencional, cujos pro. o propni° Nesse sentido, como estrutura social, o socialismo
dutos podem ser atribuídos às intenções ou projetos do des- tenciona · róprias leis de funcionamento. sua racionalidade
tacamento avançado e consciente de uma classe, a mudança tem suas P como tôda racionalidade estrutural. abre algu-
radical de uma estrutura social e a passagem de uma forma- objetiva qbu_e1:dades' e fecha outras no que se refere ao com-
ção econômico-social ( o capitalismo) a outra ( o socialismo) ma s poss1 i i -tico .
racional de seus mem bros ,
são pela primeira vez um processo histórico consciente. Com ortamento pra . . . .
P m de uma praxis sooal mmtenc10nal - como
efeito, pela primeira vez na história, a praxis revolucionária A passage xi
d 0 ~inou históricamente até agora - a uma pra s
de uma classe social - com a Revolução de Outubro - e a que pr~ .. ai _ como a que se desenvolve cada vez
de tôda uma sociedade ( ao construir o socialismo) é posta coletiva if!tenc1on b o socialismo - não significa, absoluta--
em relação com a consciência e adquire o caráter de uma mais amplaf~en~: s;acionalidade objetiva, no sentido de ~
praxis histórica intencional. O papel da consciência e da mente. o im de acõrdo com as -
atividade subjetiva, como :,raxis intencional dos homens. a práxis possa desenvolver-se agora determinadas por sua
adquire uma dimensão que jamais tivera . Mas essa elevação ( mais exatamente regras ou normas)trate de um projeto ou
.• . ·nda que nesse caso se .J..,__.:• .1..
do fator subjetivo - na medida em que a praxis histórica consc1enc1a, a1 A . 1·dade nesse caso. UQA&l- 11K
deixa de ser uma praxis inintencionaI para ser a atividade intenção comum. . ~aciona d
te' da consdencia e da wn•
prática consciente de uma classe social ou da sociedade in- ser objetiva, ou se1a, indepenb.:va- produzida por sua CODI- ·
tade dos homens. para ser su 1 • se clepreellde de ama
teira - não deve ser interpretada num sentido subjetivista
ciência e por sua vontade. t_ oL~!.:ca intendollal- Cai« .
e voluntarista. . · · ta da prax1s JJJ:11,U&•
concepção su b1et1vis . __ .. w,.J-
•usta e . - nao •
-...a. .
Em que se evidenciam êsse subjetivismo e êsse volun- nesse êrro quando de um~ ~remissa 1 para t6du • _... ·
tarismo? para a estrutura social dal1s(~°:ja: não hã cltiw:"'olvi-
Já vimos anteriormente que qualquer que seja o grau turas sociais que a prece eram mtendDD81 oa inildD-
de consciência que os homens tenham de seus interêsses e men to social nem praxis hiSt6ricad----..-... t 'tOD'::l;
de suas ações, e apesar do caráter inintencional dos produtos
de sua atividade comum, os resultados de sua atividade têm
sentido, já que correspondem, em última instância, às leis
do funcionamento de uma determinada estrutura social•
lnintencionaJidade - dissemos - não equivaie a irraciona-
j
i
J.
..
c10nal - sem om.....
h ... s dotados e c:muu-- -

tura social. pelo fato de


objetivas e passam a depen
leis que ff9ell -
tira-se a falsa conclusão de que as heddas. cfeisaa ele-
sedi'
~ t o . da
de-se assim a
consciência dos homens. Con .:i:eciJDeato dela. ~
==••
~---=--~
Wi'
a.

.lidade. O feudalismo. por exemplo, não era a irrazão na his- 1• de uma estrutura com O co 1vcr-ae uma
tória. Ao agirem os servos de acôráo com as leis fundamen- equivocaàamente que, ao des:ddade de
tais da estrutura social feudal - e não podiam, aliás, agir ca comum consciente, a rac ca,6tÚ ob
de outra maneira - agiam racionalmente . A suposta ,irracio- como a socialista - ~ e :"um.a
nalidade da história dos povos pré-colombianos no passado, certo que não existem leis
ou ~ ~vos ~Joniais de hoje, só pode ser sustentada por gem dos homens, jâ «!ue O : : :que •
IIIOtivol 1deoJógJCos. Mas a racionajidade universal - que ções humanas, disso nao se da que ,a
1e atende ã história inteira - é objetiva; ainda que só exis-
ta _A mar,~ dos homens como racionalidade de sua praxis,
práticos dos homens - aill
mente numa praxis cOJDum -
*
exute ob1et1vamente, isto é, ã margem e independente de sua
. J66
!-eui< surg,me nro. desenvo lviment o. caráter e pos 'b • . u causas, .ocorrida s em alguma ocasião no d
pela racional idade que- é: inerente à estrutur a em s, ilt_dades o ução soc1a . - d escon h ecidas ou viol ecurso
da
da ~ons-
. . questao 16 11sta. sao as leis do
exatame nte a formaça o soc,a 11sta que cria a s cond • -
· e. tr . 1·d d nao - d esapareceráa - s 'á
passa•J~ esa q_ue sistema. su~ ra~1~na i . a e 1 de
possib~liram. difer~nt ~m~n_ t e d~s estrutur as do do objetivo , e inerented ao próprio sistema _ . mas q~e. vigora
ant~ ô•~ - mo
regraçao das . prax1s md1v1dua1s ou das classes não o. com resultado s opost ·
9 ~i- , então como, no dpassa . d fl os aos es-
cas ainda ex,srenr es numa praxis comum intencio nal A ra
perados , isto_ e. pro uzm o um con ito entre os objetivos da
por consegu inte. a diferençda entre a praxis históric a nas · ss,m.
. 1·ismo e a as socieda des pré-soci al · t con- - atividad e pratJCa e ~eu~ ~esultad_o~. Mas êsse reaparecimen-
.,.,_ d o soc1a to transitór io e preiud1c1al da _mm~encionalidade na praxis
d ,ç~s . . . . 1s as nao
!"e ba seIa em que af primeira se1a subjetiv a e a segund b· comum não pode abol ir a racionalidade objetiva da estru-
. . d e que. no primeiro caso tal a o· 1e-
t 1va. mas s,m no ato • raciona- tura.
·d d ·
l l a e vigora conscie ntement e e. no segundo , espontã nea-
ment~ . E~ _a~bos os casos. são os homens que
fazem sua
própria h1stor1a ; mas enquan to no passado faziam-
na s FATOR SUBJETI VO E RACIONA LIDADE OBJETIV
A

sabê-lo. ignoran do as leis das formaçõ es sociais e de s:m


mudança e substitu ição, o que os impedia de utilizar cons~
aentem ente essas leis em seu favor e acelerar o
desenvo lvi- A existênc ia de uma racional idade estrutura) objetiva
mento históric o. no present e - sob o socialis mo - os ho- ue não depende da consciên cia nem da vontade dos homens.
mens fazem a história sabendo que a fazem. isto é, conhe- ~nge de negar o papel do fator subjeti~o, el~-o nas con-
cendo o caráter das leis fundam entais que regem sua estru- dições peculiar es de uma estrut~r a social nao_ baseada na
tura e. portant o. com base nesse conheci mento, orientan
do e
propried ade privada sõbre os meios de produçao. Mas essa
aceleran do o desenvo lviment o social . Assim, pois, enquan- elevação do papel da consciên cia e da . vont~de ~os bom~
te.
to numa estrutur a a raciona lidade vigora espontâ neamen tem limites que são imposto s pela própria racionalidade 0~1e-
ntement e. A ignorân cia da racional i-
na outra atua conscie
ou seu conheci mento, sob tiva, já que esta não é redutíve l a um produto da ~sabi-
o capitalis mo,
dade estrutur al. sob
e da. As leis que regem o funciona mento da formaçao eco-
o socialism o. criam possibil idades opostas no que concern nõmico- social não são leis no sentido jurídico, isto ê. ~or-
a uma praxis coletiva comum . Mas, em última instânci a,
é:
es mas ou regras criadas pelos homens para que a el~ se a1us-
o tipo de raciona lidade da estrutur a que cria as condiçõ
te o compor tamento dos membro s de_ ~a de~ermm a~ SO:
de uma praxis comum intencio nal. já que a socializ ação dos
meios de produçã o ( e o corresp ondente desapar eciment o
dos ciedade. Nesse sentido, as leis do soaalism o na~ 15
se difer:a
antagon ismos de classe) facilita não s6 o conheci mento des- ciam das do capitalis mo. Marx descobria as le q~e reg.
interêss es o movime nto da estrutur a capitalis ta: não as -produziu ou m-
sa racionalidade ( conheci mento não limitado por Jia vigora como
de classe). como também a possibil idade de que êsse co• ventou. A lei de produçã o de mais-va · nao lista e o operi-
,.becém aito possa ser utilizad o, com base na unidade de in- uma norma a que devam sujeitar -se o capita d . do
tcr&.es e objetivos, em favor de tôda a socieda de.
Essa mente, ou seja, indepen endtesua
rio. Essa lei vigora objeti-h e
unidade de objetivos e &se conheci mento permite m desen- tra bem como
conhecim ento que dela tenham uma e ou • ta)ista como ·
wolver uma atividad e prátéc:a comum, por um lado intencio - vontade de sujeitar -se ou não a ela (o capi ' ã
nal. e, por oum,, em conform idade com as leis fundam entais
in- isto t, como propriet ârio dos meios de produção, n ~
do -«ema . São precisam ente a unidade de objetivo s e
tae.a e a utilizaç ão conlden te das- )eis que assegur am que deixàr de utilizar nem tsses meioS ·de produçã o ne:_
os l'C9Ultado9 obtidos corrapo ndam, em maior ou menor
me- de trabalho que compra buscand o a obtenção de ma
cl;da, aos objetno s propost os. Se por diversas circuns tlncias

J68
operá rio por sua vez, como tal. não pode r.
deixa r de vend Rr- ooNA LI D
t, D E F1NAL IDADF . NA PRAX l5 HISTÓ
RICA
sua fôrça .de trab~lhQ, ~q~o mer~ adori a
para produ zir mais- valia ). A . lei atua _e c~locá -la em açã~
a1 ob1 et1 v<1 ment e ; não
é uma criaç ão de Marx nem tamp em resum o. que a praxis comum como ati-
ouco fruto de uma decisão
dos capit alista s. O conh ecim ento dela- Con5tª ta rn o 5~nsci ente e organ izada , bem
não pode a boli-la ; ela vidad e hurn~n a e •anal e espon tânea do como a praxis
só pode desaparecer junto com passado, repousam
o sistem a cujo funci onam en- .
histó nca inint eno
to rege. . ional das reaçõ 1 es soc1a1 · · b'
nunia es trutu ra rac ,·s das formações econo• s, . e tam..em nas
A socia lizaçã o dos meios de produ ção r estru tura m1co-socia1s, mu-
rnudança.,. .
lismo, como uma lei do sistem a, e não vigor a, no socia- dança s su l e1tas
•s obi·etivas. Tant o num como noutro ca-
a 1ei .de · da que -
corno uma norm a . racio nalm ente, am nao o faça
jurídi ca ou mora l . Aind a que o grau so a histó ria prhogrd1
de conh ecim ento da . marc home ns em direç ão a um objetivo ou
racio nalid ade não esbar re nas limita ções como uma a os b
estru turai s que se . rescr ito - não
manifestam como limita ções dos interê
sses de class e. nem ideal que est1M sse p racio nalid ade da se sa e por quem -
tõda essa racio nalid ade é comp letam ente história não significa
trans paren te nem prêvi amen t~ - as a. ausen te da praxi
a ela ascen dem, em medi da igual , todos
os que a finali dade esteJ~ 1 das ativid ades s humana. Ela está
cieda de. e: essa a razão pela qual a praxi mem bros da so- semp re pr esent e .ao mve práticas individuais
nal. que tem como âmbi to e funda ment
s comu m inten cio- 1·dad e se funde m no passa do numa praxis
o a próp ria estru tura que, por s~a soc~d ~tos ~u resul tados não
socia l, apesa r de seu carát er consc iente comum cuias _p r corre s~de m aos
e de seu funda men- - dos sujeit os práticos. Está presente
to objet ivo, nem semp re ocasi ona uma obi'etivos ou mten çoes 1 .
tivos e resul tados . Por outro lado, não
adeq uaçã o entre obje-
igual ment e na pr axis co et1va na medida em que os homen confors
. am suas ativid ades
to da racio nalid ade objet iva de uma estru
basta o conh ecim en- organ izam e combu~ t ou objet ivo comupráticas em .•
tura e, em seu âmbi - ns. Por conseguJD·
to. a análi se de uma situa ção conc reta, mida de crm um prf Je o to histórico. precis
para garan tir o êxito te, há no- desen vo v1men amente por ser~
de uma praxi s reflex iva, basea da em tal ue a em como sêreS dota
conh ecim ento . Sste histó ria da praxi s de hdomens q final ~ade
engen dra certo s objet ivos que se prete ndem de consc iênci a e venta e. u~a 1 subjetiva que dá à
realiz ar conju nta- er a
mente, mas entre êles e os resul tados sua praxi s um carát er intenc1o~a : qd~vid intencionalidade a6
inser e-se todo um pro- • el das prax1s m 1 uais que se traduzem
cesso práti co que acarr eta, princ ipalm se mani f este ao niv uer se man if
ente quan do tem um numa praxi s comu m ininte ncion .
1 · este na r-:-
-wk
caráter criad or, certa marg em de impr a • q . . ciasses ou da __..
evisi bilida de e incer - . dos grupo s soc1a1s,
teza. comum d e d eterm ma f l'dad e subje ..A. ae-
dade i_n teira . Mas es~ l~dade objetiva tiva pressu....- limi-
Temos, por conse guint e, que a praxi s cessà riame nte uma racio na 1 que fixa seus
inten ciona
l cole-
tiva baseada no conh ecim ento das leis que regem tes e possi bliida des •
ment o de uma estru tura socia lista, longe de
t&d a de uma racio nalid ade objet iva, nece
o funci ona-
exclu ir a exis-
ssàri amen te a pres-
Uma conc epção objetiviSt
leve em conta o pape l do fator 511 Je d
·
ª t ::;,xi:c:entuad
.

entre o .___
. humaDª que DiD

-:.,.~
~
..,põ e. Por sua vez, o carát er objet ivo ment e o que hà de comu m
dessa racio nalid ade ·a sua suJeiçãO a
atrut uraJ, Jonge de exclu ir o fator subje co e os proce ssos natur ais. ou seJ •
tivo - a ativi dade hã ele
ma« iaite dos home ns - nece ssàri amen
te o press upõe , pois tivas, mas ignor arà, por sua dvezd,,ãda o que
4e· .adllml•Jilt
86 au ativi dade perm ite orien tar
devid amen te e acele rar o
dam ~vim cnto ,ocia J, livra ndo assim 01 home
praxi s huma na: seu carit er he
vos mesm o quan do os atos 11111prai.$.
ªanos-•-..-.,
n•
,_ NCrWdot exi9i do1 pelo proce 110 hiltórico dos inaud i- ln~tencional porquanto em toda
quan do fste ' clênd
taD um carAt.u cego, espontâneo. tados de cons a • vontad• •
no
Uma concepção teleológica . da. .praxis histó rica• q
sa•1ta - em nome d o carater cspecif1co do su • . d ue res.
. f· . . 1e1to ess
-x1s - seu carater ma 11sta, e que faça da h • t . . a Pra.
. d 1· - d is or1a u
cesso sucessivo
. h e rea 1zaçao
f· . e obi'etivos , por meio . dm pro •
0
se encam1n a para um 1m ultimo, se priva • . qua)
todo caráter científico. ra igualmente de

. - existe história
. 1 como história feita pe 1os hom
con d 1çoes particu
. . ares criadas. também po r e• 1es. O 8 h ens em
fazem a. h1stór1a h. e a história faz os ho mens . N-ao h·omens CAPtTULO VI
co~segumte, 1stória à margem da racionalidade . . ª• por
tónca· que 1 torna possível certa finalidade , ou certa obietiva
pr . his-
tenc1ona , nem tampouco à margem d e certa f inal 'd ax1s d · in-
atos h umanos, quer em nlvel individual i a
. M ·d ' quer em ní 1e dos
t1vo. as, cons1 erada a praxis em escala h . . ve cole.
sal.
h como praxis intencional ou i'n1·nte . isltór1co-univer-
.
umana - como história da praxis do h
ncmna a h ' ..
, 1stor1a
Praxis e Violência
processo histórico-natural isto é s . 'tOs º1~ens - é um
racional". ' ' UJel ª eis, e portanto

A VIOLÊNCIA COMO ATRIBUTO HUMANO

T ÔDA PRAXIS é processo de formação, ou, mais uata-


mente. de transformação de uma matéria. O sujeito, por um
lado, imprime uma determinada forma à mat&ia depois ele
havê-la desarticulado ou violentado. No curso d&se pio-
cesso leva em conta a natureza do objeto de sua ação para
0
poder desarticulá-lo e amoldá-lo. Por outro lado. obJetO ·
só é objeto da atividade transformadora do sujdto na medi-
da em que perde sua substantividade para converter.« em
41 EmnlaçloalllUIDUdu
tlculanmme o PJObJema da -~~ ~•bordada nesse capítulo · (par-
. outro. Dêsse. modo, é arrancado de sua própria ~
da lei que o regr., para sujeitar-se à que o sujeito estabe)ecei
_.. cleg)hdernente meu •..,..,lallWIOe estrutural da história), ver
,,,.,..,. • Edmundo O'Gorman
estud,;, "Ettruturaliamo e história" em Ho- co_m sua atividade . O objeto sofre assim a ingeitDda ele
zico, ·DF (no pü,). (em seu 60.0 anfverú.rlo), UNAM, Mi- lei exterior e, na medida em que aceita • 1egalicfade

372
ue lhe é imposta. se tra~sforma . É claro abilidade, imobili_dade ou identidade.
4 que essa legalidade
)ena harmonia com a natureza, ou passiO homem vi-
que lhe vem de fora nao pode da est Se
. ser abso
. . de outro modo encontraria . lutam
_ . ente ext . vamente _
pois uma res1stencia abso lutaer1or v~sse ed: não reco rreri a à viol~ncia, jã 111
superável. por parte do objeto. eertas . • ~ue esta é, por prin-
prop ried ades dê' in-
t
je•t? ª a expr essã o de um desaJuste
radacal. Nease sentido,
ou certo nível de ~eu desenvolvimento,
hão de ofer ecer det::~ cíp• 0· os dizer que só o homem pode
ser viole
minadas condições de po~s!bilidade par_
a.
pode~ uma ordem estabelecida à qual sento. O animal,
pois. caso contrário , a at1v1dade do suJe1 sua t~ansformação, i~se n!~t ; sem pode r alterá-la, não
submete paa.,
to seria nula, visto conhece a violbcia. Em
que a matéria ao impor um limite insu s1vam
perável torn aria im- ensa ça- 0 , as relações entre o homem e a natureza como
posSí\·el sua transfo~m~ção na dire~ão ~?m P - cons tante de uma ordem natu •
dese jada . Assim, por v10 1·d
açao sem pre ral atabclecida, aio
conseguinte. a inten onda de do obieto
tem que esta r aberta pe la v10
. 1-enci.a. N·ao ... -
e; com~~er uma vfo.1m ·'"- -
à transformação que o sujeito r~gic;~tra a natu reza transformá-la!
inicia do exte rior e que, em isto t, imprimir-lhe uma
principio. como transformação ideal, eia hum ana mediante a alteraçao de sua
deixa aind a intacto própria Jegali- .
objeto. Pois bem, a transformação real, 0 dform
d a1 A hum aniz açao - da natu
reza na da m111 · e;.1. do que
efetiva, exige que 0 ª e. 0 pelo qual o homem lhe impõe uma lei um
objeto s~ja forçado ou violentado, pois a ela ~
só assim as suas pos- p~oces~a lei hum ana, forçando ou viole
sibilidades inerentes de trans form ação ntando sua legalfclW
podem realizar-se. Mas nna ªt · uai A sociedade é violação cons
essas possibilidades só existem como ur • tante da natmaa.
tal para o sujeito da . ·
praxis. e apenas se realizam mediante Como dest ruiçã o de uma ordem '!tab
sua ativi dade real e eleci da. • viofea-
objetiva. . é um atrib uto humano, mas
que nao se moatra lplll8 I

=
Assim. por conseguinte, a trans form ação c:ia presença da fôrç a. Na na~ureza
hã f6__rças natmail. -
ge, por um lado, o, reconhecimento e do obje to exi- ~ violência não é a fôrça em si, ou em
a subm issão a sua le- açao, mas sâD o ~
galidade e, pÓr outro, sua alteração da fôrça. Na natu reza , as fõrças atua
ou dest ruiç ão. Qua ndo ~, mas não •
essa alteração e>u ·pestruição se exerce
físico, podemos qualificá-la de violenta,
sôbr e um obje to real,
só Ohomem usa a fôrça e pode usar_
Por isso dizemos que a fôrça em s1 !1 m~ o
a a:' e lim
e os atos realizados apenas a fôrça usada pelo homem. nao é violln chlsiva,-
para alterar ou destruir sua resistênc
ia física podemos qua- Dai o canta a
lificar de violentos .. Na medida em mente humano da violência.
que a ativi dade prâtica
humana se exerce sôbre um objeto físico
, real, e exig e a alte-
ração ou destruição física de sua lega
lidad e ou de algumas A VIOL ÊNCI A
de suas propriedades, pode-se dizer que NAS PRAX IS PRODUTIVA E
ÃJtT(S1'ICA
a violência acom-
panha a praxis. A violência se man ifest
a onde o natu ral ou o
humano - como matêria ou objé to de .
ao homem. Verifica-se justamente num sua ação - resiste As considerações anteriore s pe~tem que n o s ~
a ativi dade hum ana mos da ques tão fundamental dêSte capltulo: 0 dpO de . -
que detm: desvia e finalmente alter a
uma lega lidad e natu - ções entre violência e praxis. Mas essa estão aio paclc ltf
ral ou SOdal. Nesse sentido, a violência
é excl usiv a do ho- formulada I de modo geral e abstrato, q_u de adido-
mem, na medida em que fie é o único e SiJlll'OIIIIOI~
ser forma especifica de praxis e. portantG,
se em sua legalidade prôpriamente hum que para ·manter~ · os têrmos que se unem e se opõem
emrclaçlO
ana nece ssita violar na .
ou violen)tar constantemente uma lega
natureza • lidad e exte rior ( a da Vejamos, em primeiro lugar, ª a ~
),
humano se opõe ao não humano ( Iter
ah Num mundo estável e idêntico a si -, dade s _do obje to da atividade si~d ~. a• - -
mesmo não se co- se articulam suas parte s t desUU . A_ .
eceria ·ª violbcia, semp re que esta é exat am~ te alteração •
374
sis ten da a
realizar umaesssér as alt era çõ es e destr
uições
ser quebrada . Opõe-se
ie de
tln da t cega. opaca atos violentos pa ra'
: res ist lnc
J O

ia su rd a d om má -la
_sujeito tt 111
utn ª no va leg ali da de
nova fortnª~ção , nã o . A violência em si,
é cri ad ora : nã o ba como
à praxis uma . A. qut sil!lPleS ntl~dade pa ra sta destruir determi-
or d em ª ord
1
nad~ ~~~ 1que es tar qu e su rja uma nova realidade. A vio
reage como se utasse e tem b na tura rts}is-
- para perseverar em ) - em pre ga nd o a ex
seu ser • p 1s s _a elecida a su jei ta ao objetivo -
en ren!" resist!ncias 0 . bem pr a es sa o de Spin tincia . plasmar . ou forma ideal que
. oqut Qu an do fal am
mafs nao enfrenta um, limites, fôrças u~ pr ax is pr od u/ se queirapraxis violen os - como neste caso
ta, qu -
tendentes a anular a a an tip rax is ·st ª de utn ªserviço d a pr op na ere mo s d 1ze ' r que certa violência
.vên . d própria pr a · .1 0 qé, é preciso ve iva està ana artística a v10
· · prax1·s . N em na
praxis
aa . • uma d<termi um sis
x1s, ou a as s tema d ncer, · prod utiva
netn inaterial po de · 1·enc1a
V1 · qu e se exerce
zer. _pol_r ISSO, qu• à ml nada rea lid ad , N ~u ra r a sobato'
e ter sõ bre a matéria
ou
En cia do viçoo de utn fim. M d' tro es tat uto que o de meio a ser-
ou
traV
se o- JO '-
en oa do objeto, ou
... - como uma antip
da ma tér '
su jei to° ;
ia. E sta
ao S< po
e opreon ha umadee i- :f• ,,. ,g er o do roeram
e 1ante a v1.o1·enc1ha . se tor na po ~~ el a
raxis à pr ax is do .
. ~1ste, mas não on- ~u objetivado no pr ente na tur a 1 ao uroano. materializado
Acontece algo semelh od uto do tra ba lho
téria resistt ain an te A praxis nã o se red ou na ob ra de arte.
va. da ma is d com a ax is arte1t su1 o. uz aq ui à violência
. mas est a - como
. p01'Qlle a forma qu O qu e em relpr aç ão à íst ica A meio - é um eletne
nto indispensável da
e se de . · ma praxis .
ma is su a legali
a marca do h dade pró pri a P . a im . . prax1s produti--
sej
Ih . pn m1 r-l he viola a. d
umano na pró•prior se r em e d
-e ~ c a t ain da a ma téri o ~ su a plenitm a A V1 0L ÊN CIA NA
ma e. ud
ten aa ior com . a,. a v10lência que e PR AX IS So c1 AL
mt fn .do da ma ter ial p
· ISS O, ma ior se
t. - aa. . ta n igualm or mais du ra po ré tam bé m
na o se <n t< um ~r át m, qu a resis- E qual ser á o pa pe l
ama an · ms ere •
no im b. • se ja ess
er ce go e op a re- e seja, qu an do o home da violência na prax
is social ou
rto - uc lu siv am ac .
zer ,mw
tip raX IS. Po r con
c..n um·t t en t h o: ,sto objeto da ação? Tr atam nã o t apenas sujeito, mas também
- - a VJ0 • .1C e um an o - humanos sõ bre ou tro -se aq ui da praxis como ação de sêre5
1 ~11o
bt t o mármore sofra exercida de
•a - u e, am bé m n·
uma co~trpoar. el~emplo ao se po de di- s. ou como pro du çã o
Daf resul , pe lo esc ult or sô- no depois da su bv ers de um mundo huma-
na . .
vio enc1a. praxis social ass um ão da realidade social estabeJ.ecida. A
ta e assim a forma da
do artistica , a vioqu e tan to na pr ax is
~dem 'OU. uma dupla < do lên cia s6 ui st
fun
,: t d
çã
t . I
pr od uti va como
volucionária qu e im
pli
atividade prática re-
ordem social pa ra ins ca na de str uiç ão de uma dctaJDiSlBda
o· cial. Ab re- se dê sse tau rar ou criar uma nova estmtuta ~
de o o su jei to, cumprin-
oa tm
ama determinada
ama lmma, de am l<galii..f°' um la ~.- como ne amplo ca mp o pa ra
mo do - e abriu-se
histõdC8111ente _;;.8
. . como negação de a ordem d e ( ou se1a, d<struiç - a
resiste a ser tra ns fo vio lên cia . A ma1'ria da ação huJDall
ssa •_ e um a rea lid ad e) ão rm ad a e a ação do
ttr ia que -
~
a .. , ... :1 ,aç ao ~n <g e, r forma vio len ta po rq homem assume mna
ª aç ão dialética da :_ pa ra qu e ten ha lug arue s6 ela perm_!te

::·=-~
ca~d"a' ~=-Sartre
pa rec
~
eber, po r fim, uma um OS ~ l o $
pa nh am tão lr>:timam a criação. Pruis e vio1f:nda SC
ent e. às vezes. ~ ..

= •~r-se a condição de e qu
meio da squnda. A ~cn-
pu il tambán 1118 fale tb c, vio1f:nc:ia llfll. tão
~~
. . . , . _ i _o ... ..: vinculada a ~6da pr
lejl: bata-te
ama pu k lim,pàpda
. qu
como ll!IUltado n1o e íme a6s o fmputamO<-
pi o de uma infinidad
E.: tou quem ne la vis od uç ão ou c:daÇio
se a própria f61ça
aotda do
="""" ....._,::SJ_1;,,ê.,_"!!'~
meu.e de w
daejãdo nem prevf,to e de mento histórico•. Te
~- Pu t, , l9IIÔ 1a .
ve rd ad eir as rel aç õe mos. por ~ - -· de
J. deltu· ou
• PP· IA»J Pe• ~
~~
. _ pitica
•- ,- ,_ ,e m ..- , ..,..ia• s en tre
.. .. .. .. do

la ftlÜ On dlal.c#qt#i vio1lad"
a6s
376 : ·
.. .. cajDI pn,clatm • _ _ •••
pr uil êrfadorã, ,ou • mante
ti- 1 Dühring. Gumplowlol:
, em pa \ • 4"'
J' peidenm ma Yitaltdade r camente o raclamO •
o fudlllO•
·
terminar att que po~to !le . trata ou não de
dispensAvel da prax,s !loc,al, em partic ular um elemento 1 . mente pela violtncta; ilto t, impor ta numa
de uma n. ssa nece!\sàrJ,a t ruição física das propriedad
criador,1 . Prax11 Pª· ~ ou es es ou lcgali-
. altera c;ao obi·eto tísico .
Recordemos. em primeiro lugar , o que afirm àvam de urn
. d o Jades
teriormfflte a ret1peito . a praxi.s que t em por objeto nã s an. ·nstal amos no terreno da praxil IOdal. a
homem como tal. mas uma math ia não huma Quan do nos. bre J
.....a-. h
. na : não 8 ° 0
ação se e xerce
home ns concretos ou r1e
. rn sodêsse modo, seu ob'Jeto ou mat.1.....1.-
~ umaau
duz à violtncia. ma~ - ~orno _meio - é um elementoe~- ln- que con st~tue sê.res dotad os de corpo, home g ~ , c.-a
•--
dispensá\'el da praxis . Vimo~, igualmente, que ns de carae e
ela é neces- homen s sao · d' . Unam uno . Mas as ações
sária nessas forma _s de praxis ~r ca_usa da .. orno iri a bumaau -IIIC
resistência ou osso , c
limite que a matéria oferece, resistência que . b · Jes não se dirigem tanto ao que ..-. _ uc _._ ... _
é, por sua vez se exerc em so re e . _..
a de uma ordem não humana que reage cegam f·1 ··cos e sim a seu . 1
ação humana orientada no sentido de alterâ -la
ente face à · reos s 1
res corpo d . , ·eitos • de determ inada s re--.
ser socsa ; ou &<M•
...,.,.,
' • - " - ---i..J .
a -

A ação esbarra num limite , e não em outra ação


ou destrui-la. condição el_ts_uJas que se encarnam e cristalu- - • ca,.
• ·cas po ic . izam cm catai
.contràrio destinada a anulá -la . Frent e à praxis de sinal no~i . : . iinstitu ições e relações que -:- -:..- ~
, dizlamos, inst1tuiçoes , d . divíduos concretos. A pnm lldU " ' - - : - - - . . - - -
não se manifesta uma antipr axis. O limite é IOCi al..,
um limite flsico à margem os in
corpóreo. na medida em que o objeto resiste
nada estruturação corpórea, física, seja altera
a que determi~ 1~ -
à destruição ou altera çao de uma
deteímmada atrata
instltU iç6a IOdafl.
ra

da . A Yiolência é. nesse caso, o uso de uma


da ou destrut-
fôrça flsica
social, constituída po~ certas
Mas essa praxi s social só. ~
d~ª~t:,ada a cabo . . . .
para destruir ou quebr ar uma resist ência
física . A produção os homens como sêres soc1a~. e se exerce• por sua ftZ. ti-
de um objeto pressupõe uma série de atos com OI dealil
que o homem bre outros home ns que só exis t~~~
executa, diretamente com suas mãos, ou indire e como membros de uma comuns por oatro llcllt.
tamen te com
como indivíduos dotad os de uma consciência de 11111 CISfD
as ferramentas ou máquinas que as prolo ngam , ,
, para altera r e
o estatuto flsico da matéria. Sem essa violên
cia que o ope- próprios. •
ràrio aplica. não poderia haver propr iamen
te uma praxi s pro- .
· ·dade onait a ..--da ..... a -
A praxi s social, como_ ativt realidade IQCia). tem - --
dutiva. O mesmo se pode dizer da praxi s artist
ica. Por n:iais formação de uma dete ~ma ~ ~
rica e profunda que seja a significação espiri mat&ia (IOCial. )naaaaa)
tual do ob1e- mente que vence r a resistência da . esbarr
to a.rtlstico e por mais que a obra de arte seja
irredu tivel ao que -se prete nde transf orma r• A praDS
a DO limite ale-
que tem de mero objeto físico, a criação artist
ica, como pro..
A d)leDda • ..,.
recido por individuos e grupos humani• uso
cesso ~ objetivação de um conteúdo espiri tual da ~ poli
~ matéria. não poderia ser alcan çada sem
huma no numa
a vio-
sere na praxi s na medida em que se
a ação violenta é exata mente a ~ue tai esta
de
a -vactr aa . -
âlaa f11u:a a que o artist a submete o mater tal ai • c:ad--
ial. um limite atrav és da fõrça • ôbv iam ai~ _
• cal,e • o-
é ai Tan_to numa co':11~ noutr a forma de ter material. fisico. pois a fõrça ~ d a ftlica
praxi s, a violência aa cim,6-
ca:::
tu ~ ou destn uçao de uma ordem fisica
fmaterial • A violência, por isso, assum e també
am lo dobb . Podemos dizer, por conse guint e,
, de uma estru-
m um
pressão - não destrói nenhuma ação flslCa
rea. A ação violenta como tal t • d tc8,cM
sõbre individuas conae tos. dotados s6ke
qac • _...
Ddl e -,..
que . . . . . •
que o sentid o mas se exerce tamb tm difeta maite ~ O• O
na Pde umat&mo ,1_._violên
, __ ,cia, como
d destrui,.'r81 o ou altera ,. 1 o huma - ~•
de ser corpóreo, lisico. Dize m~ viollnda. .....
um s e n t i d o ~ O! em natur al, identi fica-s 'r8
e aqui com ,~
uso da ft, ai;: restrito de violência -! destru ição flsica ou
po é o objeto primdrO e direto insdJlda 80
formas derçapra .capa ra conseguir essa destru ição.

378
X1S antu citadas, a transf orma ção
Nas duas
da mat& ia
a rigo[, não se dirija em <iltim•
ser meramente natur al, e silD
A violência visa dobra r a c:on
=da.• -'91 •
o1,eer •
ment
· o, eJ a ação que se exer ce sõbr e
isso. a e a. N ao• •
inter essa a alter ação o corp o d.1ri9e onde à violê ncia com a cont ravio
como tal. mas sim com . que _re 9 P violência está tanto no ltnci a. Por con-
..,. . 1o corp o de u ou dest ruiç ão dose,coPor
em sua consc1~nc1a pe a ação viole m ser con .
sujei to como no objeto e
nt d sc1ente f l'J>o0
geg 1nte,
U
anhaª tanto a prax1s · como a antipraxis, tanto a atiYi
tanto
.. . a .violência que se exer ce s·b ª e que é ob,·~ acornP obi·etiva subv erter a orde m estabeleci ' -
n~ e, e sim em sua cons ciên cia. seo re o co ... otª . etad
p da de •sa
da como a
o 1 hom.em como ser natu ral f1·s·. u d rpo não s or. quecons ervá -la.
ver
1co. com o adei ro ob1· .."" teo detél que ()es de que a violê ncia se ins~~
m~ sim como ser hum ano e cons
, nã ll la na soci~dade, a servi.-
cien te m~ro ser cor o (. de dete rrnin a~as _relaç ões soc1a1s,
me11'0 luga r a violê ncia
se exer ça sôbr e. Amd a que ef:re ço e urna ativi dade opas ta. e uma tõ~ vi~ltncia suscita
~
que acom panh a uma prax is ou anti o, v1oltnc1a responde a
selilPr Pol' violê ncia se ente nde entã
~o reco nhec imen to de que o corpp corJ?º· a violê Pr_f. outra . as
tes forxn - que ,
o, aplicação de difcren-
;a~~ so soci al implica n~1a de c~e~çao, cne~ am . . .
das. coxn o obJet~vo de conq uista inc1us1vc às açõe s auna-
~
sun o corp o de um ser hum ano.
é mero corpo, r ?u manter um domlnio
conôxnico e polít1co, ou de cons egui
r tsscs ou aquflcs pri-
a violência vigo ra tanto nas relaç cm e~~ antagõnical.
:ilég ios. Nas_ soci edad es divid idas
VIOl.tNCIA

=
E CoN TRA VIOL tNCI A ões socia IS mtem as entie
as dif cren tes ciass es. com o nas relaç
ões enue os paisCS; a
guerras inter nas (civi s) _num caso
e _as gu~ as e~ternas (de
- A violência da prax is socia l é d agressão, ou de defe sa, mde pend ênoa
ou libcrtaçac>) CID ou,.
.
p(= j pela necessidade de ven ce:' :rm •~•~ tro cons titue m suas form as extr ema
. . ness e caso ) que é recis o • _como em s.
O apar ecim ento e o dese nvol vime
res1s a da ma- tenc1 nto da violtncia nas .., .
sistê ncaf que essa prax is enco n~a lações sociais estã o ligad os a f atõrc
não s~bdmeter. Mas a re- s objetivOS - o bDptdD
~
que a o ettci da _,.. téri da prop rieda de priv ada e a divis ão
dutiv a . . ma e o mesm o gên
ee _:: : artis tica .. Justa a natu ral ou físic à . trõ
men te porq ue o ser ad ~rax 1s pr~- - que torn aram imposstvel att agorda sociedade CID c1assa
a a solução das contra-
--- - no ser fis1co ou natu r 1 d dições fund ame ntais por um cami
~ outr as form as de prax is se:d o.º b. o . ome m nao
Jet? de sua ativi dade classes se dese nvol ve histo ricam ente
nho pacifico. A luta ele
uc cons cieD da e wnt ad
, . o, !sto sim, um ser dota maior ou men or de violência, mas a com um cocficicDte
tentativa de alter ar ou ~es: :1.st e do expe ribd a bist6dO de-
nao apen as cega men te à mon sua que quan do està em perig
~ e COD KÍCll teme nte - o a exfsdllda da clallt
com : uma orde m hum ana, como dominante, esta não vaci la em reco
iDte Etua l man uten ção da d ser soci al que vinc ula seus mais extre mas, inclu sive o terro r mad rrer M formu 1'ioleD!U
cont ra uma determinada ra:S se social està disp osta a aban dona ço, pois nenlluma daa-
em _que se dese ja queb rar - r voluntirllllll•te o c:enl·
acompanha a praxis f p
opõe m a ela. Enq ~U: gur a
º. ~e m como seu ob j:~ orm as ravi
t
SOC1al. Junt o à violê ncia que
cont
de
olên cia dos que se
rio da histõ ria .

~ • e. de outr o resis ten . • de um prax is que não têm
:us .eocial o objeto•não t a aa cega
lado , violê ncia e cons - V10L ANC IA POTE NCIA L E V10L
INCI A BII Ã'IO
. p~r~ opad dade , na pra-
. a~p aesa do ou violado ~ s um limi te que resis te a ser

=-
aa - em maio r ou m ~ sun A violência, port m. não uist e apen
maa Dão .resiste de modo grau - obje
um to que tem cons dên- as dl ato.
post a a uma violê ncia real. A violf
legaJãdade que físa e .;:c:on
:º•!:n de st-lo . Por isso o ho-
suje ito pass ivam ente a uma
tura com o violê ncia pote ncia l paoa ada
ta • ~

a reali zar-s e quan do o uigiJ eOl ~
com aaa grau de Essa violê ncia orga niza da - o•
sua resis tênc ia, e sim, de 11
convcrtf,.la em opol ição eia, vari ando a resis tênc ia os •••• •--
J80 cujo set\riço ela se enco atra. - t
aber ta. com o uma antip raxl s e>
divi dida cm clas ses anta gôn icas
a
do Esta do: viol ênci a em ato qua viol ênc·18 . to legítimo de uma civili-
ter de órgã o de dom inaç ão de
ndo assi é 8 _raig0
ou do dese n vo \v1m \ en. aça-0 de outros povos. A
uma ela : 0 exig e seu61ll"'- hornefll : .
ue exig e a co on1z 1
viol ênci a pote ncia l qua ndo o Esta pelo superior q entã o . como u_ fato tão norma como os
do pod :e sObre outr :-rt. ~ ue a consecução dêsses
mina ção, ou o cons enti men to ;aÇ~~ciª apar et e.é inse pará vel. l~ol~
dos inte rêss !ªr~ ntir eaaa' ~ll nta sem que êles se ne•
repr esen ta por outr os cam inho s viole d que e 3 deix ar de ser v1
não coer citiv ~s . Mclaaae q1a; ~ den
do Esta do de clas se, esta é a fjflS
. s 0
3
• . razã o últim a as, e111 to f1n naº p si. ..,.,es rnos . . . . ·nsep aráv el da poht1 ••
em pote ncia sem pre pron ta a con , com o Vlo) 1
ca.
gassefll a utIO caso , a vio 1· nc1a e i
"
vert er-s e em ~<:la
• •
_e em prim d
Na soci edad e base ada na exp . f,Julfl e no eiro luga r gr~n des
hom em. com o a soci edad e capi lora ção do ª~0
• m caso se poem
fv\ enqu ant~ nu ais e abst rato s. e violência é pratica a
talis ta atua l a ~m em Pelo
mos tra tant o nas form as dire tas
lênc ia real ou poss ivel . qua nto
e orga niza das•
dVIO1êneia lt
de mod o indi reto : uma Vlo.
r;:cípidS
P o um m
u;r;~: .d
a reiaç ão de necessidade
não . se enco~~:a a~c ação . no outr
e sim com . . o já ap~-~
men te espo ntãn eo, com o viol ênci com cont eu o. . s prin cipio s e, p orta nto, em sua a~ t
a seu rópr to m-
nant e e exp lora dor das rela ções vinc ulad a ao 'car: re:re n!t- cor: inscrita nos p um caso os pnnc . . • não assu ...... a v10•
1pio
hum ana s. :a a viol tn ;he . rec - Enq uant o n .
s considerada COlllO
mis áia. da fome, da pros titui
ção ou das enfe rmid ade~ da cac;ao . sta é ignoracta ou ocul tada , ou
. assu mid a como prtn . cípio uni•
\ência, e ~
já nã~ é a res~ st~ a o~tr

o exig e a próp ria essê ncia do


a viol
mas sim a pr6p na v1olênc1a com ênci a pote ncia J ou err:
o mod o de vida porq ue asa·
:=. versa\ m
teno r ª
ê\eS. em outr o ~ 1 d homem e
algo ex etafísico cons u b s tanc ia . 0
- .
sua
. .
b1St6ria,
coberta ou aberta.
regi me soci al. Essa viol ên: .do pela v1olenc1aden . tica do homem
surd a caus a mui to mais vitim as Num mun do regi la na ativi da e pra_ 7 A expe
do que a viol ênci a ruidosa riln-
~
dos orga nism os coer citiv os do Esta que pape l t~~ ~~f tr::: a eprópria ;;:1
do . ~'!.3e :~e:n :°3~ie:dad es
tendente a d assa do dem ons
eia histórica\ ~e! anta gôni cas, . as des mudanças •
didas em c as gr::f orm ac;ã o rev olu ~
REV OLU ÇÃO P. VJO L!NC IA a verd adei ra ~ra indir da V101Pl'-
ue implicaram numase nunc a pude
q_a da soci edad e qu ram_ pr~~ ingléSa do sé-
mplo das·, re:vo1uc;d stculo XVl
~ia A julg ar pelo exe nort e-am ll,
Um a prax is soci al verd adei ra, se . eric ana. º1 XX àS quaiS .
não quis er cair no uto• culo XVI I · fran cesa e do secu
piam o. tem que part ir do reco
nhec ime nto de que, hoje em h'
mexicana, russ a. c ::rrsaasedecuba na • . oacion•al dos..nn- -
dia. tem que se dese nvo lver num mun inde
devemos junt ar ~s g do I século pend enc1 :s° movune:ntos de
lãic ia. Esta sempre do gov erna do pela vio• XIX . e. . os no presente
exis tiu e sem pre se usou a forç vos \atin o-am ~ric ~n;; s povo s asiát
bem. os mesmos que se serv iram dela , neg aram -se
a. Pois
a reconhe•_ liber taçã o nac1on~ - o ào aíirm
icos e ~-';':tênda t a~
cu abertamente o pape l da viol
ênci século, Mar x t':ri.~, ra;: s tom andoar que f em seu senti
reconhecido. Maq uiav el aind a cont a. Pelo fato de havê-lo teira da histó ria . - faz ver a essa ra: apenas ajuda a
cãnd alo. Salv o nos regimes desp inua send o mot ivo de es• corr eto: a part eira nao. luz. e s das revoluc;õd
ótic Mas
se a negã-,la ou aico bri- la. As vêze os ou arbi trári os, tend ej fazer com que se a veJa . iolência O rc ua
em nenhvoluma •onàrioS de to•
. ....i.,r
s se a adm ite com o ma • s
necasàrío para defe nde r uns
prin
pmo s. Sua aplk açio deix aria inta clpi os que são tido s por
cta a pure za dess es prin•
ante riore s se inve nto~ ~ \ ela porq
dos os temp os reco!r.1a A violência ue s6 .ass:· ~
priJD-~ ~
~

dpío l. p6lt o que se pressupõe nova s relaç ões ~c1a 1s. uebr ar uma surgia, ial. c:0nsu
que a viol fnci a estA com ele; gar, para dest ruir ou q orde m soe
numa relação de n:ta iori dad e. Em ve1hà quo
c.ouiderado como um mal nece ssãr io outr os caso s, fã não
reza de ICUS fias, e •fm que a violfnci que deix a inta cta a pu- ~ .. A violéncia ~ 11 i-ar;·ra de ltld a~ clt,i! \i:
Mars. O Ccr r- •
lob a forma de uma n:pl oraç io a estA nos próprios fins entra nhai outra nova
normal e natural ·
do homem
382
. a violê ncia, Marx e Enge ls
.d irnportânc1a_ d . grafi a burgu esa em ne-
eia a •m homens concretos de carne e osso que
por S
~
ua vez. determina . d .
o tipo de ,·1.0 1enc1a
. .
. Ao reexerci ª111,
fjrfl'lªr ern a dênci a d a histo rioolvim
p,.o ªcontra a teun papel no desen v ·edadento
h iston
º , .c o e "ª
. l... nci·a em cada uma d essas sttu . açoes- h 1stori
. -
'"ºcionár
e::. cas correr à · rn · se • da soc1
e· Lênin , por sua
ha,-iam chega d o. mais
• '
ios . , os rev rea9'ª encobrir f ·
lu - . 1• . ou meno s claram e o- ou _ revo \ucio nána b a conce pção re orm1s -
Con clusão de que a nao-v10 enc1a nao
-
poae
.
anula r um nte •. à gaf sforrnaça~ tarne nte para co m ater e eleva va os méto os nao
d -
~
Jéncia estabelecida e que, por conse guint e, · cran
para transfa V10 • fazia ,us d rnarx ismo. qu Mas nem Marx e
determinadas relaço- es human as e criar .
novas relaçõ es erormar vez, ºoportunista ºao nível do absol utoo.u
· ,·10
· I entam en_re _ª ia e tro procu ravam fa-
cessário destn nr ~ea 1I·d d
seava. por sua vez. numa vJOlenc,a reala ee soc1a
ª ba.
· 1 que S't- ne. ·o\entos e
d luta L"
lado nem en1·n . por i·nda consi ,
v• derá- la como
possível . E,ngels, por .urnda violê · .
ncia e, meno s a
1 . o de· luta. Para é1es .. a
zer a apo\og~~ ou urn méto do e~c u~::a pelas
contr adiçõ eS ~-
A urn firn_ern a urna neces sidad e i;P.d ida em class
NECES SIDAD E HISTÓ RICA DA VIOLÊ
NCIA violênc1a er es antagõ111--
urna socie dade iv1 ostos tanto pelas
conciliáve'.s dde com fins diam etralm ente o~im
. e utihza a , id;s . A expe-
Marx e Engel s semp re recon hecer am a cas o pelas class es op enhuma
necessidade domi nante s com
histórica dos métodos vio~ tos de luta na
trans forma ção re- classes , . lhes demo nstra va. com efeito . que n
1 tàriam ente suas
volucionária da sociedade e se opuse ram, por ·ênda histon ca
timação do papel da violência na referi da
isso, à subes- n . t estav a d 1'spos ta a ceder vo un ~ ....._
senuu u,
trans forma ção. classe domi na~ e . políti cas vitais e que~ .0
Opon do-se aos dois nessa quest ão vital. Karl ·ções econom1cas e ·derac;ões pacifistas ou
huma -

=
Kauts ky, e com. pos1 d
Ele os chefes da social-democracia, ressa ltava
, acima de tudo, não se deixa va pren e r por lh.
cons1
igual ment e. que diante dessa re--
a possibilidade de levar a cabo a revol ução nitaristas: d emo nstra va- es.
mente por meios pacificas no terren o parla
socia l exclusiva,. . •das e explora das encontravam
ment ar da demo- sistência as cla~s :s ºp1:~ i~os e, de modo
cracia burguesa. Foi justam ente essa negaç
ão, ou essa subes- fechados os camtn os . • . geral.. 96
timaç ão, do papel da violência, que se Dess a experiblc:18 o
foi acent uand o en- brava o camin ho da_ v1o!e naa .é êles não tiravam nenhuma
tre os chefes reformistas da socia l-dem ocrac
ia alemã desde objetivamente pela hi stõna. por ~• • da
a dúad a de 70 do século passa do, q,_ue violtncia: pelo con--
levou Lênin a lem- conclusão que levas se a uma _apoi;g1a do
brar com firmeza o papel que Marx e Enge
ls atribu lam à
próprio desenvolvi-
revolução violenta na passa gem do capita lismo tràrio. da análi se objet iva •. c1ent icada socie
ao socialis- · dade capitalista•
mo. Assim. em O Estacú, e a Revolução, escrit mento histór ico. e partic ularm en~ei lidad e
o às véspe ras ela abolição ela vlo-
da Rewl ução de Outub ro, •Unin dizia: "A
doutr ina de Marx
dtduz iam a neces sidad e e ª ~osst b possibilidade dese m~
e Engel s sõbre o carát er inevit ável da revol lência. ainda que na realiz açao Ide~ ·ot-t
ução viole nta se . 1 a Por outrO la-
refeR ao Estad o burguês. ~ste não pode
ser subst ituido pelo nhasse impo rtante pape a revo uçao nin vi ~...
repeli •
Estado proletário ( pela ditad ura do tanto Marx e Enge ls como U
am qualquer. cxa-
ª -~çã o~. ~ sim apena s, comodoregra prole tariad o) medi ante
geral
· quant o ao papel
gêro da vio1ênaa · · · Já rcirist
em -BS
.,_1 -po Marx
- ~-
revolução VK>lenta. • • A neces sidad e de educ . medi ante a combateu as palav ras-d e-ord em av~t u
ele b)anquis-
ar sistem àtica- elos mttoclos ~
. mai~ as massas nem, idéia, preci
same nte nesta idéia da re- tas e anarq uistas . que exage ravam O papel
vo:~~ -viol uKBda de con~
e~ -•. aita. é algo básico em tôda a doutr ina de Marx lentos para tenta r supri r dtsse m~o:~ud
onãr ia, ao
· c;ões reais, objet ivas. para uma praxt s
_ grossck8 e
' V I Lmia.OEllotlo mo tempo etn que cond enava a co n~
cit •• ii... xxv. p. 383. • • ~ , l n 0mm compwta.,, ed. -,. tiva do socia lismo e do comu nismo que
essas
uz
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