Educação Universidade e Pesquisa
Educação Universidade e Pesquisa
Educação Universidade e Pesquisa
Universidade e
Pesquisa
Textos completos do
III Simpósio em Filosofia e Ciência:
Paradigmas do Conhecimento no Final do Milênio
Organização
Kester Carrara
Unesp
Marilia
Publicações
FAPESP
Educação, Universidade e Pesquisa
Textos completos do
III Simpósio em Filosofia e Ciência:
Paradigmas do Conhecimento no final do Milênio
Organização
Kester Carrara
Unesp
Marilia
FAPESP Publicações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE FILOSOFIA ECIÊNCIAS
Copyright© Kester Carrara
Dirctor: Dr. C'ester Carrara
Vice-Diretor: Prof. Dr. Tullo Vigevani
Editoração Eletrônica
Crie Final: Edevaldo Donizeti dos Santos
Edson Ricardo Peixoto
Walter Clayton de Oliveira
Produtor Grítico: Alipio Prado
Gláucio Rogério de Morais
Rogério Aparecido Alves
2001.
250p. : 23cm .
ISBN 85-86738-16-6
DOI: https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6
1. Universidade - educação. 2. Pesquisa. 3. Interdisciplinaridade. I.
Carrara, Kester, org. 11. Universidade Estadual Paulista. III . Titulo .
CDD - 301.966
SUMÁRIO
Apresentação
Educação, Universidade e Pesquisa: em busca de novos paradigmas
Kester Carrara .... iii
Universidade e Sociedade
Universidade e Sociedade
Neusa Maria Dal Ri.............. ........... 3
A Universidade no próximo milênio: bases histórico - filosóficas
da pesquisa
Roberto Romano ..... 9
Organização do Conhecimento
Organização do conhecimento: algumas considerações
para o tratamento temático da informação
Mariângela Spotti Lopes Fujita ...... ............ 29
Organización del conocimiento: un nuevo marco
teórico -conceptual en Bibliotecologia y Documentacion
Mario Barite.... ...... 35
Perspectivas de ensino e pesquisa em organização do
conhecimento em cursos de Biblioteconomia: uma reflexão
José Augusto Chaves Guimarães ..... ........ 61
Kester CARRARA
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.pi-viii
Rastrear a história do pensamento contemporâneo conduz,
freqüentemente, a localizar suas raízes mais sólidas e profundas nos momentos
marcados por amplo debate. O caráter dinâmico da ciência se demarca pela
superação, via parcial incorporação, do conhecimento estabelecido pelo
conhecimento novo. Ganham sentido, nessa perspectiva, todos os episódios -
dos menores aos maiores - onde se procedeu a uma avaliação sistemática,
especialmente dentro da universidade, acerca da pluralidade de concepções
vigentes. De tais episódios, que são de radical importância para que a comunidade
acadêmica contraponha vigorosamente a crítica e a metacrítica aos pontos de
vista escolhidos para análise, acabam sempre emergindo alternativas teórico
práticas parcimoniosas , equilibradas e valiosas para o conhecimento
contemporâneo. Nas discussões realizadas na academia de hoje, tudo o que se
discute, todavia (e felizmente, creio), cada vez menos se origina e, a um só tempo,
pouquíssimo concorre para a constituição de grupos fechados, totalitários mesmo
no sentido de Goffmann (1974). Entretanto, os grupos existem e são quase
naturais, em função da identidade ( ou proximidade) de interesses científicos.
Como teria mencionado Kuhn (1976, p. 257) ,
...o conhecimento científico, como a linguagem , é intrinsecamente a
propriedade comum de um grupo ou então não é nada. Para entendê-lo,
precisamos conhecer as características essenciais dos grupos que o criam e
o utilizam .
iv
pública. Especialmente no caso brasileiro, tal se dá apesar das péssimas condições
de trabalho e - como diz Chauí (1999) - a despeito da cantilena populista que
defende " a universidade pública paga como uma questão de justiça social ”.
Embora os equívocos de principio acerca do conceito de justiça
social continuem campeando e seus autores e atores demarquem a universidade
pública como alvo predileto, a academia continua encontrando na própria busca
ao conhecimento suas forças mais consistentes para resistir e seguir adiante.
Também assim transcorreu com os debates que permearam o III Simpósio em
Filosofia e Ciência, que se deu na UNESP, em Marília (SP ), de 7 a 10 de junho de
1999. Ali, centrados na temática Educação, Universidade e Pesquisa: paradigmas do
conhecimento no finaldo milênio, pesquisadores de diversas universidades brasileiras
empenharam -se em avaliar conhecimentos já produzidos e propor e analisar
novos empreendimentos científicos, à luz das mais modernas tendências sociais,
face à passagem para uma nova e marcante época da história. Seguramente, o
simpósio ultrapassou barreiras regionais, contando, além das 278 comunicações
de pesquisa apresentadas e dos quase 600 inscritos, com um número significativo
de seletos conferencistas que mobilizaram as atenções dos participantes .
vi
anos da F.F.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania, ao
examinarem conjuntos distintos de assuntos, trataram de ser - no melhor sentido
- cosmopolitas o suficiente para deixarem antever perspectivas suficientemente
agudas de quanto, pela sua própria produção, a universidade pública está atenta
e se faz imprescindível. Como presidente da Comissão de Pesquisa na época do
evento, coube-me organizar os textos aí apresentados. Procurei obedecer no
limite do possível, seus delineamentos a partir dos enfoques diferentes de seus
respectivos autores, o que constituiu tarefa complexa na qual tentei respeitar ao
máximo os originais, compatibilizando-os tanto quanto razoável e possível com
os necessários requisitos gráfico -editoriais. Espero que sua disponibilização dê
se de modo a assegurar ao leitor um fluxo agradável de leitura.
Para a consecução desse importante evento, contribuíram
sobejamente os apoios assegurados pela CAPES, FUNDEPE , FUNDUNESP,
PROPP, FFC, ADUNESP e FAPESP, esta última ajudando decisivamente a,
além de cobrir despesas com a realização do simpósio, garantir parte significativa
desta publicação (processo 1999/01410-9; processo 2000 / 04656-8).
O respeito à pluralidade de concepções teóricas que pontuou
de forma transparente o simpósio e que se restaura nos textos subsequentes,
constitui a marca da universalidade na universidade e do direito à livre expressão
do pensamento (preservado até mesmo numa Constituição frequentemente
vilipendiada como a nossa: artigos 5º, IV e 206 ). Na mesma direção do respeito
ao saber plural ( que não deve sinonimizar ecletismo frouxo e gratuito), é que o
estudo dos diversos paradigmas científicos tem função de elucidar e garantir a
interpretação possível de diferentes opções de pesquisa. Entretanto - os autores
dos textos deixam isso claro - não há que pensar em paradigmas com sentido ou
função normativa que implique optar por qualquer caminho que necessariamente
deva ser o único a ser seguido na busca do conhecimento seguro. Desde os anos
30, tentativas outras, sem sucesso, já foram feitas em busca de uma ciência unificada.
A busca de linguagens comuns, métodos mais abrangentes , técnicas
compartilhadas, deve continuar existindo, como forma de melhorar nossa
compreensão mútua dos resultados de pesquisa, mas o entendimento entre
vii
cientistas não deve ser interpretado como aproximação a um sincretismo
exacerbado proveniente de uma ciência de consenso. Ao contrário, como se
evidenciou nessa reunião de pesquisadores e é possível depreender dos textos
inseridos nesta coletânea, numerosas questões novas e candentes, bem como
promissores caminhos alternativos existem à nossa escolha.
Referências Bibliográficas
CHAUÍ, M. Universidade em liquidação. Folha de São Paulo - São Paulo, 11 jul. 1999, p. 5.
Caderno Mais, n. 3.
viii
Universidade e Sociedade
UNIVERSIDADE E SOCIEDADE
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p3-8
Educação, Universidade e Pesquisa
processo de privatização desse ensino. Percebe-se que esse mesmo Estado que
vem, há anos, aligeirando a rede de ensino superior público, ao mesmo tempo,
subvencionou escolas particulares que gozavam do estatuto de "entidade privada
de direito público ”, uma vez que operavam com maciças inversões de recursos
públicos.
Na verdade, a tendência do Estado, expressa claramente em
seu projeto para o ensino superior, é criar dois tipos distintos de universidade: a
universidade da produção e a universidade do consumo. A primeira seria
constituída pelos centros de excelência, aos quais seria reservada a tarefa e o
privilégio de desenvolver pesquisas e ministrar os cursos de pós-graduação. A
segunda configuraria a grande maioria das escolas que se dedicaria exclusivamente
ao ensino, como regra, em nível de graduação e, excepcionalmente, ministraria
cursos de extensão e de aperfeiçoamento. Trata - se da dissociação entre a pesquisa,
o ensino e a extensão,
Do ponto de vista da defesa do ensino superior público, a
própria evolução da autonomia universitária deveria ser revista. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional coloca, claramente, a possibilidade de desativação
de cursos e habilitações, de intervenção na instituição, de suspensão temporária
de prerrogativas da autonomia (Art. 46). No entanto, pensamos que o próprio
fortalecimento do ensino superior público e a luta em defesa deste passa
exatamente pelo fortalecimento da autonomia. Não de qualquer autonomia, mas
daquela que possibilite a evolução de seus elementos democráticos.
Autonomia não significa impermeabilidade a influências externas
e sim a capacidade de auto-regulação e adaptação construtiva a demandas e
condições circundantes, pela consolidação de uma cultura institucional e
profissional próprias. Uma instituição acadêmica autônoma e bem constituída
deve ser capaz de articular fontes externas de nível político, econômico e cultural,
sentir as necessidades manifestas pela sociedade mais ampla e responder a esses
condicionantes de acordo com suas próprias regras de probidade e competência
e, dessa forma, ampliar seu reconhecimento ante a sociedade e, consequentemente,
4
Universidade e sociedade
fortalecer a sua própria autonomia. Essa situação ideal deve ser contrastada com
a de comunidades fechadas, que são incapazes de perceber ou responder com
flexibilidade a sinalizações externas e acabam por se esgotar por falta de
realimentação e apoio. Ou seja, se a universidade não se abrir à sociedade mais
ampla e não se articular com ela , dificilmente poderá defender -se,
corporativamente, dos ataques do neoliberalismo, e dificilmente incorporará a
população na luta pela defesa do ensino superior público, gratuito e de boa
qualidade, direito fundamental da cidadania.
Além da defesa do ensino público, gratuito e de qualidade e da
autonomia, à universidade estariam colocadas as preocupações com o
desenvolvimento sócio-econômico do país e com a democratização da sociedade.
A história do desenvolvimento econômico brasileiro e a
consequente industrialização do país mostram que as classes dominantes,
historicamente, valeram-se sempre da importação de técnicas estrangeiras. Não
houve esforços, nem no setor público nem no privado, no sentido de desenvolver
e elaborar tecnologia própria no país. Mas com uma indústria cada vez mais
tecnológica, como a atual, a elaboração de tecnologia torna-se um fator estratégico
tanto para o desenvolvimento econômico do país como para a democratização
da sociedade. Não pode haver capacidade de autodeterminação nacional nem
desenvolvimento econômico se o país não for capaz de produzir tecnologia
própria. E há muito mais em jogo, além do desenvolvimento industrial ou
empresarial. A inexistência de um sistema científico e tecnológico nacional interfere
não apenas na capacidade operativa das empresas, mas, também, com a própria
capacidade do país em elaborar e operacionalizar projetos sociais e políticos,
construir alternativas de vida, ampliar a qualidade de vida da maioria da população
etc. Em suma, esse fator interfere com todo o sistema cultural e social do país.
Como bem elucidou Romano, em seu texto, a universidade
encaminha-se para um tempo em que a sua própria essência será transformada
pelas revoluções científicas e tecnológicas , sobretudo nos campos das
comunicações e da informática, da cibernética e de outros progressos culturais.
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Educação, Universidade e Pesquisa
6
Universidade e sociedade
7.
A UNIVERSIDADE NO PRÓXIMO MILÊNIO : BASES
HISTÓRICO - FILOSÓFICAS DA PESQUISA
Roberto ROMANO
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p9-26
Educação, Universidade e Pesquisa
é procurado, quanto no modo de o adquirir. Quem faz ciência capta a luz dos
conhecimentos. Para isto, o sábio possui, entre muitas habilitações, a força de
sintetizar os elementos da pesquisa. Ele é um sinótico capaz de ver o todo, e não
apenas as parcelas da investigação e do mundo observado.
Desde o século 16 , entretanto, com a Renascença , os
procedimentos ao redor do método se beneficiaram de uma saudável
desconfiança no olhar, na teoria. No século 18 sobretudo, se determinou uma
nova representação do espaço, não estritamente platônica. Isto conferiu ao
espectador,
uma liberdade que antes não era pensável. Este como que se liberta do
seu lugar no espaço e pode agora jogar com ele, colocando-se em todos
os lugares, adotando as perspectivas e pontos de vista que lhe aprouver
... A óptica moderna autonomiza - se face à visão enquanto tal e passa a
conceber-se como ciência objetiva da luz, a qual encontra na geometria a
linguagem adequada e segura. Esta ruptura da solidariedade entre a visão
e o visível invoca a distinção entre o fenômeno da consciência e a sua
causa exterior, correlata, no plano óptico, da distinção ... entre sujeito e
objeto ” do saber. (Santos, 1994 )
Os olhos corporais não servem, a partir da Renascença, como
paradigma do verdadeiro. Novos instrumentos ópticos ampliam a própria visão,
corrigindo-a . Já Francis Bacon louvou as “ próteses ópticas” , o telescópio, o
microscópio, instrumentos destinados a corrigir a vista. Assim, os olhos deixam
seu papel hegemônico, e sofrem a concorrência dos outros sentidos. No século
18, em I. Kant e na filosofia das Luzes, especialmente na escrita de Denis Diderot,
a vista é corrigida pelos outros sentidos. Isto ampliou desmesuradamente a
necessidade e a importância da comunicação dos saberes.
Herder, grande pensador do século 18, notava o seguinte: cada
um dos nossos sentidos
11
Educação, Universidade e Pesquisa
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Universidade e sociedade
outros, o que permite captar alguma simultaneidade entre nós e nós mesmos,
entre nós e o mundo. " Nossa alma é um quadro que se move, segundo o qual
nós pintamos sem cessar...o pincel executa em longo prazo o que o olho do
pintor abarca num só golpe”. A partir de agora, é preciso tatear a alteridade a ser
conhecida, sob pena de reduzi-la ao idiotismo do sujeito. Este mesmo sujeito, é
uma reunião instável de órgãos e de sentidos : 0 eu, arremata Diderot, " resulta
da memória, a qual liga um indivíduo à seqüência de suas sensações”. (Diderot,
citado por Romano, 1997) .
Deste modo, a pesquisa torna-se muito mais difícil, porque ela
supõe capturar a alteridade. Para isto, não é possível partir de um sentido
hegemônico, mas da reunião instável de cinco sentidos. Também não é possível
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Universidade e sociedade
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necessário até com chantagem , para definir seu próprio controle regional ou
local, a cada vez mais excessivo.
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Educação, Universidade e Pesquisa
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Universidade e sociedade
do aumento das alocações, de US$ 27,3 milhões em 1995 para US$ 48,5 milhões
em 1997, é muito insuficiente . Nos dias de hoje, a Fapergs tenta recuperar este
desvio, com muita dificuldade.
A Federação aplica US$ 23,51 milhões em Ciência e Tecnologia
em São Paulo. O Estado de São Paulo, por sua vez , gasta US$ 317,08 milhões. O
Orçamento das três universidades oficiais daquele Estado, como referido, atinge
os US$ 1.586,12 milhões. Em 1995, a Fapesp, o CNPq, Capes e Finep aplicaram
aproximadamente US$ 322,4 milhões nas universidades estaduais paulistas e US$
43,2 milhões nas federais. Todos estes dados podem ser conferidos na publicação
da Fapesp, " Indicadores de Ciência e Tecnologia em São Paulo", de 1998.
Embora não tenham autonomia plena, as três universidades de
São Paulo, com a relativa, apresentam muito conhecimento técnico e científico.
A Fapesp, graças a um dispositivo legal, proclamado pela Assembléia do Estado,
mantém a sua autonomia financeira e administrativa. Importa, e muito, notar
que o próprio mandamento de autonomia universitária, da Constituição Federal
de 1988, teve a marca da FAPESP. O deputado Florestan Fernandes, professor
da Usp, ao labutar com aquele preceito, teve em vista assegurar em plano absoluto
a autonomia conquistada pela FAPESP em São Paulo .
Mas as universidades públicas devem entrar no orçamento
federal, estadual, municipal. A analogia entre a Fapesp e os campi não é perfeita .
E aí surgem os problemas de operacionalização financeira da autonomia
universitária. Só grande competência jurídica, aliada ao espírito democrático e
ao respeito pela ciência e pelo ensino superior, poderão encontrar uma saída
legal e legitima para estes problemas. Não é isto o que se nota nos acenos e
ameaças do governo, nem o que se vê nas ações universitárias e nas associações
docentes nacionais e regionais. E não é isto, o que se indica no Plano Nacional de
Educação do Governo, apenso ao da oposição e da comunidade acadêmica,
esperando para ser discutido e votado pelo Parlamento. E não é isto o que
podemos ler nos anteprojetos de regulamentação da autonomia universitária,
expostos pelo MEC até agora.
23
Educação, Universidade e Pesquisa
Referências Bibliográficas
CARDOSO , F. H. Dos governos militares a Prudente de Moraes. In: FAUSTO, B. (Org.)
História da civilização brasileira. São Paulo: DIFEL, 1975, t. 3., v . 1 .
DÓRIA, F. A. (Ed.) A crise da Universidade. Rio de Janeiro:Revanra, 1998 .
24
Universidade e sociedade
ROSSI. P. Ants, spiders, epistemologists. In: BACON , E Terminologia e fortuna nel XVII
secolo. Seminário internazionale, a cura di Monta Fattori: Roma: Atheneo, s.d.
SANTOS, L. R. Metáforas da razão, ou economia poética do pensar kantiano. Lisboa: Funda
ção Calouste Gulbenkian / Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica,
1994.
25
Organização do Conhecimento
ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO : ALGUMAS
29
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p29-34
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30
Organização do ronbecimento
Integrantes do Grupo: Dra . Mariangela Spotti Lopes Fujita ( lider), Dr. Jose Augusto Chaves
Guimaraes, Dra. Maria Isabel Asperti Nardi, Profa. Maura Duarte Moreira Guarido.
31
Educação, Universidade e Pesquisa
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Educação, Universidade e Pesquisa
Referência Bibliográfica
VICKERY, B. C. Classificação e indexação nas ciências. Trad. de Maria Christina
Girao Pirola . Rio de Janeiro : BNG /Brasilart, 1980 .
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ORGANIZACIÓN DEL CONOCIMIENTO : UN NUEVO MARCO
TEÓRICO - CONCEPTUAL EN BIBLIOTECOLOGIA Y
DOCUMENTACION
Mario BARITE I
1 Introduccion .
35
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p35-60
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Organizaçãodecombecimento
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Organização de conhecimento
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Organização do conhecimento
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Organizaçãodo conhecimento
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Organizaçãodecombecimento
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Organização do conhecimento
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Organização do conbecimento
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tantas veces como atributos significativos para los usuarios tenga, lo que obligará
a considerar en un tesauro (por ejemplo) , cuáles de esos atributos serán
seleccionados.
Una tercera ley, entre otras muchas, determina que los
neologismos que denominan nuevos objetos y fenómenos, en general se
construyen , desde el punto de vista morfológico tomando en cuenta los formantes
latinos, y desde el punto de vista semántico, por aplicación de procesos analógicos
o metafóricos.
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Organização do conbecimento
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Educação, Universidade e Pesquisa
peculiaridad de sus lenguas en países que tienen otra lengua oficial. Han
desarrollado sobre todo la idea de planificación y política lingüística. La Escuela
Catalana en especial, ha desnudado las insuficiencias de la teoría clásica a partir
del reconocimiento y el respeto de la diversidad lingüística. Al mismo tiempo, ha
reubicado a la Terminologia como una disciplina de encrucijada, cuyas aplicaciones
son útiles para traductores, informáticos, documentalistas, lingüistas y
comunicadores..
b ) Teorías del concepto. Esta línea sitúa al concepto como el elemento central
alrededor del cual se estructura el conocimiento. La Conceptología
especialmente, ha avanzado tanto en el estudio de la arquitectura interna de
cada noción (cómo se construyen , como se definen, cómo se explican, como
se exteriorizan los conceptos), como en el establecimiento de un sistema de
relaciones con el resto de los conceptos de un campo. A su modo, estos
estudios han proporcionado una base firme para la elaboración de lenguajes
documentales en lo que respecta a los diferentes tipos de relación entre
conceptos, y a la redacción de definiciones y notas de alcance.
5
Conclusiones
En síntesis, y a cuenta de muchas otras cuestiones que pudieran
exponerse, queremos proponer como conclusión, que la Organización del
Conocimiento debe dedicarse, a nuestro entender (Barite, 1999, p . 10), a:
OD
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Educação, Universidade e Pesquisa
recuperación de información .
Desarrollar aplicaciones de inteligencia humana y artificial para un óptimo
acceso temático a la información en fondos documentales convencionales y
electrónicos .
En particular , la Organización del Conocimiento nos aporta a los
bibliotecólogos:
Un marco conceptual y un corpus de teorías en movimiento e
intercomunicación .
o La profundización de nuestra formación en aspectos de otras disciplinas
que pueden incidir en nuestro trabajo: semiótica, lingüística, epistemología,
informática.
Una caja de herramientas intelectuales para entender los procesos de
surgimiento, desarrollo, intervinculación y extinción de disciplinas y conceptos,
y para desarrollar tesauros y lenguajes documentales.
Herramientas metodológicas para la indización, y para trabajar en ambientes
donde predominan el lenguaje natural y sus fenómenos neológicos.
Una concepción que permite entender y dominar nuevos fenómenos
vinculados a los aportes de las nuevas tecnologías, y extenderlos a nuestro
ámbito: hipertextualidad, procesos de indización automática, tesauros
conceptuales o informáticos.
nuevos espacios de experimentación e investigación.
Agradecido por vuestra paciente y respetuosa atención.
Referencias bibliograficas.
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Organização doconbecimento
BARITE , M. Lenguajes documentales vs. lenguaje natural: nuevas implicancias de cara a las
nuevas herramientas de información . Buenos Aires: ABGRA, 1999. 27p. (material de
curso ).
60
PERSPECTIVAS DE ENSINO E PESQUISA EM ORGANIZAÇÃO
DO CONHECIMENTO EM CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA:
UMA REFLEXÃO
Introdução
A temática organização do conhecimento tem se constituído, no
decorrer dos últimos anos, em objeto de esforços de docência e de investigação
no curso de Biblioteconomia da ( em nível de graduação e de mestrado) , fruto
de um processo de capacitação docente, ocorrido na última década, em que se
fizeram sentir duas influências básicas: a linha francesa, de interface da lingüística
com a lógica no processo de análise documentária (desenvolvida pela ECA
USP) e a linha anglo -americana, mais voltada para os processos de recuperação
da informação e de interface tecnologia / indexação (desenvolvida pela UnB e
pela UFMG ).
Nesse contexto, o grupo de pesquisadores da Unesp - Marília
passou, pouco a pouco, a delinear suas especificidades, voltando suas
preocupações investigativas para temáticas como a teoria da classificação, o
processo de leitura documentária, a diplomática como suporte metodológico
ao processo de análise documentária e ainda a avaliação de linguagens
documentárias, mais especificamente os tesauros .
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p61-72
Educação, Universidade e Pesquisa
Organização do conhecimento
Para que se possa abordar teoricamente a organização do
conhecimento enquanto área de estudos, inicialmente, há de se diferenciar duas
concepções de conhecimento.
62
Organização do condecimento
b) enquanto algo sobre o qual existe um certo consenso social. Trabalha -se aqui
com o conhecimento registrado e divulgado.
Historicamente, verificam - se, na área de Documentação,
preocupações de duas ordens.
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Organização do cowbecimento
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Organização de conhecimento
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Educação, Universidade e Pesquisa
conhecimento .
A questão dos produtos (resumos e índices) na área, passa hoje por um
processo de redimensionamento , uma vez que, dentro de uma abordagem
cognitiva, o fazer do analista de informação não se restringe à geração dos
mesmos, mas vai além, procurando averiguar seu impacto junto aos usuários
e até em que medida os mesmos contribuem - ou não – para garantir o
paradigma de invisibilidade abordado anteriormente. Nesse âmbito , questões
como o estudo do vocabulário do usuário ( em suas distintas comunidades
lingüísticas)
Considerações finais
O cursos de Biblioteconomia do Mercosul passam, hoje, por
um processo de reflexão quanto à formação do profissional em que aspectos
como a globalização, o crecente uso das novas tecnologias e a presença de clientes
informacionais cada vez mais exigentes e cônscios de seus direitos levam a uma
análise do fazer pedagógico na área aspecto que, por definição, decorre de um
fazer investigativo.
Cada vez mais busca-se por profissionais com criatividade e
flexibilidade que não apenas atendam a necessidades informacionais de usuários
e clientes mas, principalmente, adiantem - se às mesmas , propiciando diversificadas
e específicas formas de acesso temático à informação e ao documento.
Nesse contexto, já não faz mais sentido uma concepção, em
voga na década passada, em que o processo de tratamento da informação era
considerado como um packaging ao passo que a disseminação era tida como
simples delivery. Em tempos de informação com valor estratégico, cabe criar
instrumentos que se adequem a uma concepção de disponibilização de
conhecimento registrado para geração de novo conhecimento, em que a vertente
temática assume papel preponderante, visto resgatar a essência do conteúdo
informacional.
Referêcias Bibliográficas
BEGTHOL , C. Bibliographic classification theory and text linguistics: aboutness analysis,
intertextuality and the cognitive act of classifying. Journalof Documentation , v.42, n.2, p.
84-113, 1988
CINTRA, A. M. M. et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo : APB / Polis,
1994.
71
Educação, Universidade e Pesquisa
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A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas
MUITO ALÉM DAS DISCIPLINAS
75
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p75-78
Educação, Universidade e Pesquisa
Referências Bibliográficas
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso. 2. ed . São Paulo : Loyola, 1996 .
77
A CIÊNCIA, A INSTITUIÇÃO E O TERCEIRO MILÊNIO :
ABORDANDO A INTERDISCIPLINARIDADE
Introdução
79
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p79-90
Educação, Universidade e Pesquisa
partindo dos dados, das aparências, chega por um movimento progressivo através
dos fatos evidentes à observação do desconhecido. Ainda nesta concepção, o
dado é o objeto que se apresenta ao pensamento científico como algo evidente
imediatamente percebido pela experiência ou por ela representado como protocolo
de uma constatação isenta de toda implicação teórica.
O racionalismo nega que a ciência parta primeiramente de dados
brutos ou naturais, evidentes ou captados pela observação. Afirma que os dados
não são dados, mas são construidos teoricamente, são objetos pensados,
elaborados em função de uma problemática teórica que possibilita submeter a
uma interrogação sistemática os aspectos da realidade relacionados pela questão
que lhes é colocada. O conhecimento do mundo se deduz do raciocínio , partindo
da razão como primeiro ponto na procura do conhecimento. Diferentemente
do objeto real como produto do pensamento puro, e do objeto real em sua
totalidade concreta, o construído é um objeto concreto pensado. Segundo esta
concepção, a ciência não se apoia nos fatos ou dados observáveis. Tampouco
tem por objetivo a busca das essências ocultas das coisas. Ela se constitui mediante
um trabalho de produção de conceitos se contrapondo aos dados da experiência
sensorial e as convicções espontâneas ou subjetivas.
Vejamos como se manifestam estas duas concepções na física,
na astronomia e na biologia.
Na física a experiência cotidiana, espontânea, vivida e imediata
nos indica que os corpos caem porque são pesados. Para o senso -comum , este
fato é incontestável: o que é mais pesado que o ar cai e o que é mais leve sobe.
Aristóteles explicava assim a queda dos corpos. Galileu percebe que os corpos
caem de forma acelerada, o que irá gerar a idéia de que há um agente que os
acelera. Foi Newton quem mostrou que a queda dos corpos e a aparência
obedeciam a força gravitacional, ou seja o agente acelerador era a força. Este
conceito de força da gravidade não se originou em nenhuma experiência empírica
pessoal, nem tampouco de uma mágica inspiração. Ela foi o resultado da
importação teórica de conceitos matemáticos feitos pela física. Foi ainda o resultado
80
A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas
A interdisciplinaridade
O caso da Ciência interdisciplinar, como é o caso da Ciência
Cognitiva, é um pouco diferente. Embora geralmente originária de diversas ciências
disciplinares, como é o caso da Ciências Cognitivas: disciplinas tais como a
psicologia, a inteligência artificial, a filosofia, a linguística e a neurociência, têem a
convicção de que só será possível avançar do nível da experiência direta, sensível
para a elaboração de conceitos construidos como é o caso do conceito de
representação, central a esta nova ciência, caso possa contar efetivamente com
noções e conceitos provenientes de diversos campos teóricos e práticos
enriquecendo-se assim em suas características metodológicas.
82
A interdisciplinaridade nas Ciencias Humanas
83
Educação, Universidade e Pesquisa
Espera-se que estes esforços sirvam para constituir uma área interdisciplinar
desenvolvendo uma metodologia multifacetada na qual o estudo da cognição
possa ser feito de maneira ainda mais integrado.
É indiscutível que qualquer tarefa interdisciplinar e sobretudo a
de se criar uma nova área com denominação própria é extremamente difícil e
requer um movimento de idéias e de pesquisa ativo. A grande questão é de saber
se é possível realmente diminuir as distâncias epistêmicas existentes entre as diversas
disciplinas que a compõem, de saber se é possível encontrar conceitos que possam
federar ou superordenar outros tendo suficiente níveis de generalidade e abstração.
Façamos uma pequena locubração sobre o conceito de
representação , que como já foi dito, é considerado central para a Ciência Cognitiva.
A palavra que aponta para o conceito de representação é
particularmente ambígua, as diversas concepções que ela engloba constituem
diversas versões da noção de representação que são em si suscetíveis de levantar
múltiplos problemas. Algumas destas versões têem há muito tempo um lugar
importante nas teorias psicológicas mais ou menos espontâneas utilisadas na vida
cotidiana assim como em diversas teorias mais elaboradas de inspiração
introspectiva como a filosofia.
Apoiada em técnicas bastante robustas a noção de representação
tornou-se central na psicologia cognitiva e também em diversas outras disciplinas
como a linguística, a lógica e a informática, e particularmente na inteligência artificial,
onde uma área bastante importante é denominada representação do conhecimento.É
necessário então analisar com cuidado a noção de representação mental e de
justificar seu emprego antes de estudá- la experimentalmente em um campo onde
este conceito é uma noção fundamental.
Concretamente é desejável aplicar um certo número de conceitos
e conhecimentos de uma ciência a outra de tal maneira que possamos conferir
valor descritivo e explicativo a nova área que se pretende desenvolver. Expandimos
assim nosso dominio de conhecimentos. A dificuldade é certamente realizar o
pretendido sem perder a especificidade científica dos conceitos e conhecimentos.
Este deve ser um dos objetivos principais da Ciência interdisiciplinar.
84
A interdisciplinaridadenas Ciencias Humanar
A interdisciplinaridade na Academia
Ainda e para terminar , cabe ressaltar o papel da
interdisciplinaridade na academia.
As estruturas acadêmicas vigentes, em sua maioria não têm
conexão orgânica com os propósitos de integração desejados no mercado de
trabalho e se parte de pressupostos manifestamente equivocados quando, por
exemplo, consideramos que as necessidades de uma visão holística de mundo,
isto é, de associar os conhecimentos das ciências naturais, humanas, sociais e
tecnológicas pode se fazer pela compartimentação de disciplinas dessas diversas
áreas do saber em um ou dois semestres letivos.
Assim como a ciência interdisciplinar se propõe a, a partir de
um ponto de interesse comum, gerar articulação entre diversos universos abrindo
a possibilidade de um campo do saber transdisciplinar, assim também, ao nosso
ver, o conhecimento veiculado na academia deve propor integração verdadeira
87
Educação, Universidade e Pesquisa
Conclusão
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de 1987.
90
LINGÜÍSTICA, LINGÜÍSTICA APLICADA E ANÁLISE DO
DISCURSO EM UM ESTUDO NA FRONTEIRA COM A HISTÓRIA
E AS CIÊNCIAS SOCIAIS
Introdução
1 Um pouco de historia?
Uma das mais alentadas qualidades da Lingüística foi e, em certo
sentido, ainda é a sua cientificidade. A história quase oficial a respeito da constituição
da Lingüística como ciência é a que liga Saussure a Durkheim e, indiretamente, a
Comte. Essa vinculação da Lingüística à Sociologia de Durkheim parece não ser,
porém, o primeiro e único momento em que Lingüística e Ciências Sociais se
avizinham de algum modo .
91
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p91-112
Educação, Universidade e Pesquisa
explica que, se ele havia feito um dicionário nos moldes da análise de uma língua,
tinha sido porque ele queria construir um monumento que pudesse permitir às
gerações futuras conhecer o que haviam sido os costumes, os conhecimentos, as
técnicas do século XVIII. Esse procedimento caracteriza, segundo Foucault, a
tomada da ciência da linguagem como uma forma ou um conteúdo de
conhecimento. A aproximação entre os fatos de língua e os fatos de cultura são,
nesse caso , bastante evidentes.
93
Educação, Universidade e Pesquisa
95
Educação, Universidade e Pesquisa
96
+
A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas
2.2 A Sociolingüística
Com o desenvolvimento da Lingüística, várias subáreas foram
desenvolvidas e marcaram , cada uma a seu modo, a aproximação entre fatos de
língua e fatos sociais. Sem preocupação com uma ordenação cronológica, citamos
como um primeiro exemplo o da Sociolingüística, definida como uma área de
97
Educação, Universidade e Pesquisa
98
A interdisciplinaridade nasCiências Humanas
99
Educação, Universidade e Pesquisa
101
Educação, Universidade e Pesquisa
3 A pesquisa transdisciplinar
Passamos, neste ponto , a falar sobre o que temos feito na direção
de uma pesquisa que procura associar fatos lingüísticos e fatos sociais. De nossa
parte, trabalhamos com Lingüística Aplicada (LA ), um campo de estudo que,
por suas preocupações teóricas e práticas, se define basicamente como um campo
multidisciplinar e que, por isso mesmo, precisa constantemente recorrer a outras
áreas de conhecimento .
Cabe , aqui, um esclarecimento . Estamos entendendo por interdisciplinaridade a relação entre duas
ou mais disciplinas, enquanto efeito de constituição de uma terceira. No caso da Análise do Discurso,
a relação interdisciplinar que deu base a sua constituição foi a estabelecida entre a Lingüística e a
História, fato que resultou no estudo dos processos discursivos e que desencadeou uma busca de
outros campos de contato , fazendo aparecer um campo de estudo muito vasto, mal designado como
o campo próprio da Análise do Discurso, que passou a dar nome ao lugar vazio das práticas
científicas transdisciplinares ao requisitar para si a articulação entre diversos campos de
conhecimento . Segundo o que pensamos, tanto no caso da Análise do Discurso, como, por exemplo,
no caso da Lingüística Aplicada - esta última já desgarrada de sua origem na Lingüística e definida,
em razão de sua natureza aplicada, pela detecção de problemas ligados às diversas práticas discursivas,
para os quais as soluções teóricas são buscadas pelo contato e pela consideração da especificidade de
outros campos de conhecimento - o que há são campos de estudos multidisciplinares, no interior
dos quais o contato com campos ( mais ou menos afins) de conhecimento pode ser feito pela
superação dos limites das disciplinas - mas não de sua especificidade –, ultrapassagem de fronteiras
que constitui as práticas transdisciplinares. Não é difícil ver em outras disciplinas como a História
e a Sociologia o mesmo caráter de campo multidisciplinar. A eficácia teórica e as conseqüências
práticas dessa nova prática científica estão ainda por ser constatadas, mas as perspectivas são
muito animadoras .
104
A interdisciplinaridadenasCiências Humanas
106
A interdisaplinanidade nas Citncias Humanas
107
Educação, Universidade e Pesquisa
veiculado impõe, portanto , aos analistas de diferentes campos, uma atenção que
é, ao mesmo tempo, lingüística (pois, como recurso básico da comunicação, é a
língua que está em jogo, em um modo particular de apresentação ); discursiva
(pois são os processos discursivos que estão presentes nas escolhas e exclusões
das palavras, das construções e dos sentidos); social (pois são uns e não outros
os lugares sociais que permitem tomar uma posição enunciativa num determinado
meio de comunicação ) e histórica (pois não há discurso sem o recurso às práticas
discursivas já constituídas, sempre recuperáveis na atualidade de seu retorno ).
Logo se vê que as análises parciais dos lingüistas, dos analistas
do discurso, dos cientistas sociais e dos historiadores são, de fato , apenas análises
parciais. A esse respeito, é bom lembrar as tentativas de aproximação que os
pesquisadores de diferentes áreas sempre fizeram de puxar a brasa para sua
sardinha. Esse procedimento , que busca unificar os dados no interior de uma
única disciplina, caracteriza a prática científica dominante, mas já tem , nas tentativas
isoladas das práticas científicas transdisciplinares, um contraponto que não podem
mais desprezar.
Para encerrar, deixamos a palavra com Foucault (1969, p. 255 ,
tradução nossa)
... a lingüística se articula atualmente ſem 1969!] com as ciências humanas
e sociais por uma estrutura epistemológica que lhe é própria, mas que lhe
permite fazer aparecer as relações lógicas no seio do real; de fazer aparecer
o caráter se não universal pelo menos extraordinariamente extenso dos
fenômenos de comunicação, que vão da microbiologia até a sociologia;
de fazer aparecer as condições da mudança graças às quais podem-se
analisar os fenômenos históricos; e, enfim , de empreender ao menos a
análise do que se poderiam chamar as produções discursivas.
108
A interdisciplinaridade nas Ciencias Humanar
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110
A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas
111
A INTERDISCIPLINARIDADE, NO PASSADO E NO PRESENTE
Antonio Trajano Menezes ARRUDA
113
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p113-120
Educação, Universidade e Pesquisa
114
A interdisaplinaridade nasCiências Humanas
várias áreas. Antes as áreas que se sobressaiam eram a química, a física, a biologia
e outras, cada uma mais ou menos isoladamente. Em seguida, com o avanço do
conhecimento nessas disciplinas, avanço esse que vai permitindo enxergar a
vinculação entre os fios das várias áreas, emergem e consolidam -se outras áreas
e sub - áreas. Passaram a sobressair -se, por exemplo, a bioquímica, a geopolítica
outras, e, mais recentemente, a sociolinguística, a bioética, a neuropsicologia etc.
Estas todas são ( relativamente) recentes e, se apareceram , foi por essa razão, que
quanto mais uma disciplina avança, mais ela vai deixando visíveis os vínculos
com tópicos de outras disciplinas mais ou menos próximas dela. O movimento
é, desse modo, no sentido da emergência e articulação de diferentes elementos
de várias áreas.
qual tudo está relacionado com tudo. Melhor dizendo, tudo deve estar
relacionado com tudo; de fato, é mais provável que as coisas estejam relacionadas
umas com as outras, do que elas comporem agregados de partes sem muita
relação uns com os outros. A plausibilidade desta suposição de inter
relacionamento da confiança ao empreendimento interdisciplinar.
Além dessa fonte, que alimenta o ideal e a prática da
interdisciplinariedade, há outras, de natureza mais epistemológica. Uma delas,
que é a única que vou mencionar aqui, é a seguinte. Os estudiosos em geral são
característicamente, e por excelência, estudiosos de assuntos ( de temas, de
questões) e não de disciplinas. O sociólogo, o biólogo, o psicólogo, etc. são
estudiosos de determinados assuntos e não de suas respectivas disciplinas. Seu
objeto de estudo não é sua disciplina, a não ser quando ele está fazendo a história
ou a epistemologia dela; mas a regra geral, para o pesquisador, não é fazer a
filosofia ou a história de sua disciplina. Ora, se ele estuda um determinado assunto ,
então qualquer especialista de outra área que também se ocupe com esse assunto,
que tenha um interesse por este, é um potencial interlocutor interessante. O fato
de sermos estudiosos de assuntos, e não de disciplinas, é algo que pode
naturalmente predispor especialistas de várias áreas a se lerem e se comunicarem
uns com os outros. O interesse comum no assunto é algo decisivo e fundamental;
na verdade, um real e visceral interesse no mesmo assunto, ou em assuntos afins,
por parte de especialistas de áreas diferentes, é condição do empreendimento
interdisciplinar.
Ilustremos esse ponto com um problema, já clássico: nosso
comportamento, individual e coletivo, é determinado biologicamente ou sócio
culturalmente ? Como vai alguém estudar esse assunto sem trazer para a
investigação biólogos, neuro-psicólogos, psicólogo, cientistas sociais, isto é, sem
trabalhar com um literatura marcadamente pluridisciplinar; o tema obriga a isso,
o assunto é tal que não há como não convocar diferentes áreas para se
pronunciarem a respeito. Outro exemplo: a questão de se todos os nossos estados
mentais estão relacionados, e de que modos exatamente, com nossos processos
cerebrais. Aqui intervêm , entre outras coisas, a morfologia e a fisiologia do cérebro;
com respeito à morfologia: se a forma do cérebro sofre alteração, por exemplo
116
A interdisciplinaridade wasCiênciasHumanas
117
Educação, Universidade e Pesquisa
isolada dos outros trabalhos teóricos, a não ser talvez numa parte do século 19
e em nosso próprio século. Até o século 17 os pensadores eram cientistas também,
e vários deles se notabilizaram igualmente como filósofos e como cientistas; eles
realizavam, digamos assim, na pessoa de cada um deles individualmente, um
certo ideal de inter - relacionamento disciplinar. É no século 18 que começam a
aparecer os primeiros sinais de afastamento . O que aconteceu, em consequência
da separação entre episteme e arte, da fragmentação e especialização da episteme,
da rivalidade crescente entre o método matemático , o experimental e o
especulativo, é algo recente, e desse modo vamos encontrar no século 20 cientistas
fortemente positivistas, de um lado, e, de outro, filósofos hostis à ciência. Tem
se, por exemplo, o irracionalismo da filosofia existencialista, com sua arrogância
para com a ciência, e se tem, em contrapartida, o truculento cientificismo
equivocado da escola do positivismo lógico. Mas este é um cenário recente e, ao
que parece – esperemos – passageiro.
Segundo entendo, há hoje para o filósofo um ganho enorme,
em comparação com a situação imediatamente anterior dos estudos filosóficos,
digamos a da primeira metade de nosso século . Esta última era aproximadamente
a seguinte. De um lado, havia aqueles para quem a filosofia busca conhecer não
as relações (quantitativas) entre as coisas, mas a essência destas, com a implicação
de ser o conhecimento filosófico mais geral e mais profundo do que o da ciência,
ou a visão de ser a filosofia algo anterior e acima da ciência. De outro lado, havia
aqueles para quem a filosofia não investiga a realidade propriamente dita, não
visa o conhecimento do mundo, mas antes se limita a falar da linguagem , do
discurso e da estrutura lógico -epistemológica da ciência. Felizmente, esta situação
está, ao que parece, se alterando bastante e dando lugar a algo mais sensato: 0
que se tem agora é muitos filósofos, em todas as áreas, interagindo e atuando
com os praticantes das demais modalidades da episteme, e sentindo-se à vontade
fazendo isso. E por essa razão nossa época é uma época particularmente excitante
para se fazer filosofia, para se ser filósofo: o profissional da filosofia que queira
filosofar não precisa nem desdenhar, rejeitar ou competir com a ciência, nem
tampouco renunciar a praticar a filosofia entendida como uma forma genuína
de episteme, de saber racional sobre o mundo.
119
Por fim , o que pensar da interdisciplinaridade no currículo de
nossos cursos de graduação, em particular em ciências humanas e filosofia. Os
nossos cursos estão sabidamente a léguas e léguas de realizar qualquer ideal de
interdisciplinaridade. Um ideal desse tipo supõe uma estrutura curricular muito
diferente das que existem nos diferentes cursos.Mais ainda, há cursos em que há
pouquíssima relação entre as próprias disciplinas integrantes do currículo; nestes
o que temos é uma fileira de salas de aula do mesmo curso, uma contígua à
outra, entre as quais a coisa comum mesmo que há é a parede que separa uma da
outra. Ou melhor, e como também brincou alguém , a única coisa realmente
comum entre elas é a fiação de eletricidade que passa por todas. Esta situação
deve ser, em graus diferentes, a de todos os cursos na área de ciências humanas
e filosofia. Não se tem integração nem dentro de uma mesma área, muito menos
entre áreas. Então, temos aí um vasto e gigantesco trabalho a ser realizado no
sentido de reduzir essas imperfeições.
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Modelo de ensino na comunidade alternativa
" Los Horcones"
PARADIGMA BEHAVIORISTA NA EDUCAÇÃO : FUTURO E
QUESTÕES TRANSICIONAIS
Kester CARRARA
123
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p123-128
Educação, Universidade e Pesquisa
125
Educação, Universidade e Pesquisa
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Modelo de ensino na comunidade alternativa " Los Horcones "
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MODELO DE ENSEÑANZA EN LA COMUNIDAD
ALTERNATIVA LOS HORCONES : CONDUCTISMO RADICAL
COMO FILOSOFÍA DE LA EDUCACIÓN
Juan ROBINSON
129
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p129-142
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Modelo de ensino na comunidade alternativa " Los Horcones
tenemos que buscar la pasividad en sus mentes sino dirigir nuestra atención a
aquellas condiciones que provocan y mantienen la conducta pasiva. El uso de
términos no conductuales es un gran problema en la educación . Cuando la
psicologia o pedagogía no conductista habla de la crisis en la educación, utiliza
términos como falta de iniciativa, altos niveles de frustración, ausencia del sentido de
responsabilidad etc. Estos términos se refieren a algo subjetivo e inespecífico y
por lo tanto cada persona los interpreta de manera diferente. ?Qué es
frustración ? ?Qué es iniciativa?, ? Que es sentido de responsabilidad ? Lo
primero que necesitamos hacer para resolver los problemas educativos es
describirlos en términos observables para todos, es decir, en términos
conductuales.
2 El mentalismo promueve la prática de culpar. Si los estudiantes no estudian
con éxito es culpa de ellos, de sus profesores, o quizá de su familia. Si los
profesores no enseñan efectivamente, la culpa es de ellos, de los estudiantes o
quizá del gobierno . Para el mentalismo, siempre es un grupo o persona quien
tiene la culpa.
3 El mentalismo obstaculiza la aplicación de técnicas educativas efectivas. Se
basa en el mito de la mente y lo defiende como un dogma. La práctica
mentalista ha sobrevivido por más de dos mil años y se ha defendido de una
Ciencia de la Conducta. Consecuentemente, técnicas educativas efectivas han
sido rechazadas.
4 El mentalismo fomenta la discriminación y el elitismo en la educación . Por
ejemplo, en el campo intelectual o acadêmico; afirma que hay profesores y
estudiantes con mentes privilegiadas y otros con mentes mediocres. En lo relativo
al gênero; considera que el hombre tiene más capacidad mental que la mujer.
Y lo concerniente a raza; considera que ciertas razas estan mentalmente más
privilegiadas que otras.
5 El mentalismo fomenta el uso del castigo en la educación. Al considerar que
las causas de la conducta se originan en la mente del individuo, el mentalismo
afirma que es entonces el propio individuo quien tiene la culpa de sus acciones;
por lo tanto quien merece castigo.
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Educação, Universidade « Pesquisa
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Modelo de ensino na comunidade alternativa " Los Horcones "
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Educação, Universidade e Pesquisa
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Educação, Universidade e Pesquisa
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Modelo de ensino na comunidade alternativa "Los Horcones "
139
Educação, Universidade e Pesquisa
Conclusión
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Modelo de ensino na comunidade alternativa " Los Horcones "
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142
A CRISE DA EDUCAÇÃO E O BEHAVIORISMO.QUE PARTE NOS
CABE NELA ? TEMOS SOLUÇÕES A OFERECER?
Sergio Vasconcelos de LUNA'
Quero, sim, valer-me da questão para abordar alguns aspectos peculiares dela.
Um dos tópicos centrais desta discussão, especialmente quando
se trata da educação em países do 3º mundo, diz respeito à carência de recursos
para investimento no sistema educacional (para pagamento de melhores salários
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - SP
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Educação, Universidade e Pesquisa
aos professores, para equipar bem escolas ou mesmo para construir escolas em
número minimamente suficiente). Seria tolo questionar este argumento. Mas parece
igualmente tolo atribuir a ele um status explicativo poderoso. Inúmeros artigos
recentes comentam a questão do financiamento da educação nos EUA, mas
Pennypacker (1994) ataca o problema de forma contundente:
Schmidt (1992) assinalou que desde 1965, os Estados Unidos
quase dobraram o gasto per-aluno nas escolas públicas. Embora isto nos coloque
à frente da Inglaterra, da França, do Japão e da Alemanha quanto a este indice
(Wall Street Jounal, 1991 ), nossos resultados educacionais não são favoráveis
quando comparados com os destes países. ( p.15).
Igualmente, o problema não carece de envolvimento, participação
e de propostas.
Há uma renovada forte consciência por parte de políticos, altos
executivos e profissionais da educação de que a educação oferecida em nossas
escolas é inadequada. Políticas nacionais e estaduais estão sendo reformuladas;
políticos estão apresentando soluções que vão do estabelecimento de objetivos
para as escolas americanas ... até a elaboração de leis sobre a formação de
professores e a criação de loterias e outros planos para o aumento de fundos
para a educação. ... Educadores profissionais estão discutindo a importância da
experiência na pré-escola para todas as crianças, a reestruturação da escola e
mudanças radicais na formação de professores. (Deitz, in Pennypecker, 1994)
Lá, como aqui, problemas e soluções, a despeito de prováveis
diferenças, parecem assumir as mesmas feições. Lá como aqui , porém , é
necessário avaliar o impacto de nossos produtos na qualidade de profissionais
voltados para a educação. Mesmo que se suponha que dispomos de recursos e
condições adequadas, o que temos a oferecer para a solução do problema
educacional? Se temos oferecido alguma coisa, quais os resultados obtidos? Como
analista do comportamento , procuro, a seguir, responder a estas perguntas em
relação à própria análise do comportamento.
145
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146
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5 Ao que tudo indica, Skinner foi vítima desta mesma ilusão. Em um excelente trabalho realizado
para uma disciplina no Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento, Yara Nico (a
ser submetido para publicação), analisando as alterações entre textos iniciais de Skinner sobre
educação e os mais atuais, indica que sua crença no fato de que a tecnologia educacional se sobreporia
pela eficiência, transforma-se em perplexidade nos textos finais.
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Este alerta foi dado por Skinner ( 1972, p. 10) , creio, sem muito
sucesso:
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" A este respeito cabe alertar para a terminologia empregada por Pennypacker. O uso do termo
“ descoberto ", em relação ao conhecimento, parece naturalizar o processo além do razoável . De
qualquer modo, minha intenção, aqui , é apenas a de demarcar o caráter justificatório das instituições
E, em contraposição ao caráter funcional das instituições F.
154
Modelo de ensino na comunidade alternativa " Los Horcones "
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Comunicação alternativa
na Educação Especial
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Sadao OMOTE
159
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p159-162
Educação, Universidade e Pesquisa
160
Comunicação alternativa na Educação Especial
161
CONCEITOS BÁSICOS EM COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E
SUPLEMENTAR
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p163-178
Educação, Universidade e Pesquisa
164
Comunicação alternativa na Educação Especial
volume, definição de graves e agudos, como uma música com o seu ritmo,
compasso. A prosódia também ajuda a verificar traços de personalidade, tais
como agitação, estado de tranquilidade.
A comunicação engloba todos esses aspectos, ou seja, ela consiste
em poder compreender o que o indivíduo quer dizere/ou poder fazer -se entender
pelo interlocutor sobre o que se quer dizer.
Exatamente nesse contexto é que entra em cena a comunicação
alternativa.
165
Educação, Universidade e Pesquisa
1 comunicação apoiada;
2 comunicação não apoiada.
A comunicação apoiada englobaria todas as formas de
comunicação na qual a expressão lingüística existe na forma física, fora do usuário,
por exemplo: fotografia, desenho, sistemas de signos gráficos ou cartas. O signo
é selecionado: quadros ou livros, computadores.
A comunicação não apoiada englobaria as expressões próprias
daquela pessoa, tais como os sinais manuais, gestos, código Morse, piscar de
olhos para indicar sim ou não.
Dentro ainda da comunicação alternativa encontramos a
definição de comunicação dependente e comunicação independente.
166
Comunicação alternatirana Educação Especial
167
Educação, Universidade e Pesquisa
168
Comunicação alternativa na Educação Especial
169
Educação, Universidade e Pesquisa
170
Comunicação alternatina na Educação Especial
If / ~ ج 2.
171
Educação, Universidade e Pesquisa
SIMPLES
fogo
?
orelha
sol
COMPOSTO
##
tecido proteção
#
roupa
IDEOGRÁFICO
dentro emoção mente
PICTOGRÁFICO
DUPLA
CLASSIFICAÇÃO
lar casa + emoção = lar
ARBITRÁRIO ) )( (
presente passado futuro
172
Comunicação alternativa wa Educação Especial
173
Educação, Universidade e Pesquisa
Mãe Pai
PESSOAS
A
cansado lento
DESCRITIVOS
SOCIAIS
? A
casa
jantar
SUBSTANTIVOS
od se
atrasado Que horas s.do
MISCELÅNIA
臭
comer beber
VERBOS
2
174
Comunicação alternativana Educação Especial
ochod
FIGURA 5 - Possibilidades de nomeação e personificação no PCS
נ- מבם
TOTAL
ILICA
2000
nis
176
Comunicação alternativana Educação Especial
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Educação, Universidade e Pesquisa
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COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA : MODELOS TEÓRICOS E
TECNOLÓGICOS , FILOSOFIA EDUCACIONAL E PRÁTICA
CLÍNICA
Fernando C. CAPOVILLA
179
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p179-208
Educação, Universidade e Pesquisa
180
Comunicaçãoalternatirana Educação Especial
181
Educação, Universidade e Pesquisa
182
Comunicação alternatira na Educação Especial
Nunes et al., 1997; Capovilla et al., 1998; Dunn et al . , 1986 ), do Teste Token
(DeRenzi & Vignolo, 1962; Di Simoni, 1978; Macedo et al., 1998), da Escala de
Maturidade Mental Colúmbia (Burgemeister, Blum & Lorge, 1971 ; Capovilla et
al., 1997c), do Teste de Inteligência Infantil de Wechsler ou WISC III-R (Wechsler,
1991 ), do Reversal Test (Capovilla et al., 1998; Edfeldt, 1971 ), e do Teste de
Prontidão para a Leitura (Capovilla et al., 1998; Kunz, 1979), dentre outros. Para
cada um desses testes desenvolvemos versões computadorizadas por acionamento
direto com mouse e tela sensível ao toque, e indireto por varredura automática
em parâmetros temporais variando de 1 a 3 segundos e dispositivos sensíveis ao
piscar e a movimentos. Em uma série de estudos (Thiers & Capovilla, 1999),
aplicamos todos esses testes (exceto o WISC) em todas as suas versões
computadorizadas e tradicionais, e comparamos o desempenho de várias dezenas
de crianças em cada uma das versões computadorizadas com a respectiva versão
tradicional para saber se as computadorizadas seriam tão discriminativas quanto
as tradicionais. Os resultados dos estudos mais recentes provaram que as versões
computadorizadas foram capazes de discriminar entre as séries escolares tão
bem quanto as tradicionais , apesar de produzirem uma redução geral no
desempenho, na seguinte ordem do melhor para o pior desempenho:
1 versão tradicional;
185
Educação, Universidade e Pesquisa
186
Comunicação alternativa na Educação Especial
188
Comunicaçãoalternativa na Educação Especial
189
Educação, Universidade e Pesquisa
tiver controle motor suficiente para poder fazer uso dele, e indireto ( e.g., varredura
automática e detetores sensíveis ao piscar, ao gemido ou a movimentos grossos)
quando os distúrbios motores impedirem o acionamento direto. Um sistema de
CA só cumpre sua função plena de prótese comunicativa quando permite a pessoa
com SDMF, apesar de suas limitações sensório -motoras e cognitivas, controlar a
apresentação dos recursos de multimídia para produzir efeitos sociais sobre o meio. E
ele só cumpre sua função plena de prótese cognitiva quando permite a essa pessoa
controlar a apresentação dos estímulos em suporte às suas próprias respostas,
tornando-se capaz de usar o arranjo seqüencial das figuras, palavras e sílabas do
computador como parte de seu pensamento e em auxílio a ele, para conseguir
pensar através do sistema como os ouvintes falantes e os surdos sinalizadores
que usam sua própria fala e sinalização consigo mesmos como parte vital de seu
pensar. Maiores detalhes sobre sistemas de CA como próteses cognitivas podem
ser encontrados em Capovilla, Macedo e Capovilla (1997) e Capovilla, Macedo,
Duduchi, Capovilla e Gonçalves (1998).
190
Comunicação alternativa na Educação Especial
191
Educação, Universidade e Pesquisa
192
Comunicação alternatiu na Educação Especial
195
Educação, Universidade e Pesquisa
196
Comunicação alternativa na Educação Especial
voz digitalizada produz o fortalecimento da fala interna que, por sua vez, aumenta
a eficácia do uso do sistema de CA para produzir mensagens completas e para
aprender a ler e escrever. Assim, o sistema de CA pictorial deve incorporar
desde o início a voz digitalizada. Isto levará ao desenvolvimento de habilidades
fonológicas e lingüísticas da criança, que facilitará sua transição do pictorial ao
lingüístico fônico, levando à sua alfabetização plena. Nesta fase de substituição
do sistema de CA do pictorial ao lingüístico fônico, é especialmente importante
administrar à criança procedimento de treino de consciência fonológica (Capovilla
& Capovilla, 1998a) .
197
Educação, Universidade e Pesquisa
com que a criança se comunica e pensa e as da escrita alfabética. Tão forte é tal
relação entre a fala interna e a escrita que, na fase alfabética (Frith , 1985, 1990) de
aquisição de leitura e escrita, a criança tende a escrever como fala (i.e., por
codificação fonológica estrita, sem acesso ao léxico ortográfico ainda incipiente ),
cometendo assim erros de regularização fonológica. Tirando vantagem da relação
entre a fala e a escrita na criança ouvinte, numa série de estudos de intervenção
com pré-escolares e escolares de escolas particular (Capovilla & Capovilla, 1997a)
e pública (Capovilla, Capovilla & Silveira, 1998) , e de crianças com paralisia
cerebral (Capovilla, Capovilla, Silveira et al., 1998 ), demonstramos que um breve
treino de consciência fonológica pode produzir notáveis progressos em
habilidades fonológicas, de leitura e de escrita . A propósito, tais progressos são
ainda mais facilmente documentáveis agora que desenvolvemos testes cognitivos
computadorizados de compreensão auditiva e de texto (Capovilla & Macedo,
1999) , bem como de competência de leitura silenciosa (Capovilla, Macedo,
Capovilla & Charin , no prelo) , baseados nos modelos mais refinados da
neuropsicologia cognitiva (Braibant, 1997; Khomsi, 1997) , que são especialmente
apropriados para avaliar o desenvolvimento de diferentes rotas cognitivas de
leitura em crianças com paralisia cerebral . Este teste de competência de leitura,
por exemplo, é capaz de determinar em que fase do desenvolvimento da leitura
e escrita a criança com SDMF se encontra (i.e., se na logográfica , na alfabética ,
ou na ortográfica, cf. Frith, 1985, 1990), permitindo assim identificar quais as
habilidades específicas que devem ser desenvolvidas para a completa alfabetização
da criança. De qualquer modo, há farta evidência de que, na criança ouvinte, a
aprendizagem da leitura e escrita leva a uma dramática reorganização cognitiva e
lingüística, que retroage muito favoravelmente sobre a fala . Por outro lado, se a
criança com SDMF for surda, para que seu desenvolvimento lingüístico em
sinais se beneficie da aprendizagem da escrita, a criança precisará de um estágio
adicional e anterior de aprendizagem de leitura e escrita, em que uma escrita
diferente é usada, não alfabética mas sim baseada na representação visual direta
dos sinais . O sistema de escrita visual direta de sinais SignWriting faz pelo
desenvolvimento lingüístico em sinais da criança surda o mesmo que a escrita
alfabética faz pelo desenvolvimento lingüístico da fala na ouvinte. O
199
Educação, Universidade e Pesquisa
201
Educação, Universidade e Pesquisa
das centenas de estudos que conduzimos, como pequenas pedras cujos desenhos
particulares coalescem naturalmente, revelando inadvertidamente um todo maior:
este belo mosaico que é a Neuropsicolingüística Cognitiva Experimental, e a
ainda mais bela arquitetura cognitiva que ele faz revelar.
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Os 40 anos da F.F.C.: sua contribuição para a
construção do conhecimento e da cidadania
OS 40 ANOS
DA FFC : SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DA CIDADANIA
Arlêta Nóbrega ZELANTE
1° Momento
211
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p211-214
Educação, Universidade e Pesquisa
212
Os 40 anos da E.EC.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
pela desestruturação causada nos cursos, nos docentes, na infra -estrutura e pela
dificuldade da inserção de cada Campus em sua comunidade local e regional. É
interessante lembrar que houve, na ocasião, trocas de cursos e de docentes entre
as várias cidades do interior paulista. Novos cursos foram criados, outros extintos
e em decorrência : desativação de laboratórios , necessidade de adequação de
bibliotecas e realocação de recursos materiais e humanos.
Não se pretende fazer reflexão ampla e aprofundada do contexto
sócio -político, pois foge ao objetivo desta colocação inicial, mas é preciso, no
entanto, referir -se ao fato de que, mesmo anteriormente a criação da UNESP, as
unidades de ensino médio e superior vinham sendo alvo de ações repressivas,
principalmente a partir de 68, que afetaram dentre outras coisas, o ensino público
no país.
Todo esse processo criou uma distância entre a Universidade e
as sociedades locais, que viram no ideário de livre expressão dos acadêmicos , o
perigo de " contaminação ” (na expressão de Bovo - 1999) e a conseqüente
subversão da ordem político -ideológica estabelecida .
3º Momento e finalmente
A promulgação do novo estatuto de cunho mais democrático,
a abertura política do país, a peculiar distribuição geográfica da UNESP e o
aumento da sua produtividade, com maior número de pesquisa e de produção
científica e tecnológica , o oferecimento crescente de vagas, a abertura de novos
cursos de graduação e pós-graduação, dos quais Marília também participa,
causaram um impacto social na comunidade , concorrendo para o processo de
consolidação da UNESP enquanto Universidade.
Nada mais adequado portanto neste final de milênio em que
comemoramos os 40 anos de criação desta Unidade, colocá-la em questão,
mostrando não só a sua importância na formação dos jovens – muitos dos
quais já há algum tempo compõem o quadro de professores e pesquisadores da
213
Educação, Universidade e Pesquisa
214
A PESQUISA EM FILOSOFIA NA FACULDADE DE FILOSOFIA
E CIÊNCIAS DA UNESP EM MARÍLIA : UMA BREVE
RETROSPECTIVA
215
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p215-218
Educação, Universidade e Pesquisa
216
Os 40 anos da F.E.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
217
Educação, Universidade e Pesquisa
218
A FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS DE MARÍLIA :
ORIGENS
Leonor M. TANURI
219
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p219-226
Educação, Universidade e Pesquisa
2
Anais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, v . 1, 1959 - 1962. Marília, 1969,
p.9 .
3
Ibid ., p. 9-14.
220
Os 40 anos da F.F.C.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
4
REIS Filho, 1984, p.37-39 .
5
OLIVEIRA , 1989, p.82.
221
Educação, Universidade e Pesquisa
222
Os 40 anos da F.F.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
225
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REIS Filho, C. Depoimento. Revista ANDE, n. 8, p.37-39, 1984.
226
Os 40 anos da EFC.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
227
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p227-232
Educação, Universidade e Pesquisa
228
Os 40 anos da F.F.C.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
229
Educação, Universidade e Pesquisa
de alto nível e agora está expulsando esse pessoal. Quem está lucrando com isso?
As escolas particulares que não formaram esse pessoal.
Eu estou me aposentando, inclusive com perda de salário . Não
obstante, vou continuar aqui, sem ganhar nada, nos cursos de pós -graduação e
orientando mestrandos e doutorandos, aliás, como inúmeros colegas estão
fazendo. Por dedicação à nossa FAFI. Se a Universidade nos desse condições, eu
não estaria me aposentando, como o Prof. Lauro e o Prof. Celestino, aqui
presentes, não o teriam feito. Realmente, tudo está cada vez mais difícil. Peço
desculpas pelo tom enfático e pouco acadêmico do meu discurso. Obrigado.
231
O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UNESP : UMA
TRAJETÓRIA ACADÊMICA
Mariângela Spotti Lopes FUJITA
233
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p233-240
Educação, Universidade e Pesquisa
234
Os 40 anos da F.F.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
235
Educação, Universidade e Pesquisa
236
Os 40 anos da F.F.C.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
1 preocupação com uma visão gerencial dentro das modernas teorias da ciência
da informação, ligadas a planejamento estratégico, qualidade total, etc.;
2 abordagem dos suportes de informação como um todo e não unicamente
na informação bibliográfica;
3 convívio diário com as novas tecnologias de informação enquanto ferramentas
para toda e qualquer área de atuação profissional;
4 preocupação interdisciplinar onde subsídios teóricos-metodológicos de áreas
de interface concorrem para o desenvolvimento aprimorado do profissional
da informação ;
un
238
Os 40 anos da E.F.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
239
Educação, Universidade e Pesquisa
240
A FONOAUDIOLOGIA NO NOVO MILÊNIO.
241
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p241-246
Educação, Universidade e Pesquisa
242
Os 40 anos da F.E.C.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
243
Educação, Universidade e Pesquisa
A fonoaudiologia na FFC
O Curso de Fonoaudiologia na FFC foi criado em 1990 e até a
presente data formou 194 fonoaudiólogos. Temos informações que muitos desses
profissionais conseguiram inserção no mercado de trabalho, atuam em diferentes
regiões do País, tendo muitos se destacado em diversas áreas de atuação.
A Fonoaudiologia é uma " Ciência da Saúde" e na FFC busca
sua identidade. Desta forma, esse fator tem contribuído para a formação do
profissional preocupado com as questões da interdisciplinaridade, principalmente
244
Os 40 anos da F.F.C.: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
Referências Bibliográficas
CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA - 2 região. Código de Ética. In:
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CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA - 2 região -Perfildo Fonoaudiólogo no
Estado de São Paulo, São Paulo , 1997.
245
CONTRIBUIÇÃO DA PÓS- GRADUAÇÃO AO DESENVOLVI
MENTO DA UNESP EM MARÍLIA
247
https://doi.org/10.36311/2001.85-86738-16-6.p247-250
Educação, Universidade e Pesquisa
248
Os 40 anos da F.F.C .: sua contribuição para a construção do conhecimento e da cidadania
249
Educação, Universidade e Pesquisa
Para concluir:
250
ISBN 85-86738-16-6
97885861738 166