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Guia Arvores - Cafe Regenerativo

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GUIA DE ÁRVORES

GUIA DE ÁRVORES
CAFEICULTURA REGENERATIVA
DA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO
GUIA DE ÁRVORES

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

NOTA DA AUTORA

FRUTAS

• Bacupari
• Baru
• Cajazeiro
• Cajuzinho-do-cerrado
• Ingazeiro
• Macaúba
• Mama-cadela
• Mangaba
• Murici
• Pequi
GUIA DE ÁRVORES

MADEIRA

• Açoita-cavalo
• Angico
• Aroeira-verdadeira
• Canafístula
• Caviúna-do-cerrado
• Louro-pardo
• Gonçalo-alves
• Peroba-do-cerrado
• Ipê-felpudo
• Sucupira-preta

EXÓTICAS

• Abacate
• Banana
• Cedro-australiano
• Mogno-africano
• Seringueira

CAPÍTULO-EXTRA

• O serviço ecossistêmico prestado pelas abelhas


• Abelha-africana x abelha nativa
• As abelhas e a produção de café-arábica

TABELA-RESUMO DAS ESPÉCIES


GUIA DE ÁRVORES

NOTA DA AUTORA
Recentemente, a ideia de agricultura climaticamente
inteligente tem sido difundida pela Organização das
Nações Unidas (ONU) para que as estratégias de manejo
agrícola considerem a resiliência das mudanças climáticas
e a neutralização e redução da emissão dos gases
responsáveis pelo efeito estufa.

Além de gerarem consequências climáticas, as práticas


da agricultura extensiva também criaram um cenário com
passivos a serem mitigados. Hoje, o empresário rural deve
gerenciar seu negócio considerando diversos fatores: o uso
Fonte: Nespresso/Sustentabilidade.
crescente de defensivos para combater pragas e doenças
mais resistentes, o declínio de polinizadores, o empobrecimento do solo, o assoreamento
dos rios, a erosão, o déficit hídrico, a queda da produtividade, a perda da biodiversidade,
entre outros.

Em resposta a essa condição ambiental, tornou-se uma prioridade a união de esforços para
ampliar a sustentabilidade da paisagem agrícola e promover a diversificação do sistema de
produção e do manejo das áreas de conservação, a fim de aumentar a biodiversidade local e
garantir a manutenção dos recursos hídricos e dos demais serviços ecossistêmicos.

O Guia de Árvores para a Cafeicultura Regenerativa da Região do Cerrado Mineiro foi criado
para auxiliar as fazendas do Programa AAA da Nespresso a escolherem plantas “amigas do
café” – ou seja, aquelas que beneficiam a lavoura e permitem a geração de mais recursos
financeiros para a fazenda, trazendo condições microclimáticas mais interessantes para os
cafezais e desenvolvendo caminhos para o controle biológico. Isso porque, considerando a
visão agroecológica desse processo, é necessário que haja uma harmonia entre a produção e
a conservação da biodiversidade presente nas áreas correspondentes às fazendas.

Neste Guia, foram selecionadas 25 espécies lenhosas: 10 espécies nativas para a produção de
madeira, 10 espécies nativas para a produção de frutas e cinco espécies exóticas de frutas e
madeiras. Considerei, entre as exóticas, a seringueira – espécie que produz a matéria-prima
para a borracha e que é nativa da Amazônia, porém exótica nos demais biomas brasileiros,
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incluindo o do Cerrado. A descrição de cada espécie vem acompanhada de uma ficha, que
sintetiza as informações ecológicas, técnicas e econômicas da árvore descrita. Esses dados
foram levantados a partir de artigos acadêmicos e do trabalho de empresas de pesquisa,
como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é bastante atuante na
disseminação de projetos de produção das plantas do Cerrado.

Todas as espécies selecionadas têm aptidão para consórcio com o café. Essas plantas
podem ser introduzidas nas áreas de produção da propriedade, com arranjos de grandes
espaçamentos, que não prejudiquem o café pelo sombreamento, distribuídos em locais nos
quais a mecanização não for possível; e também nas bordas de mata, nos carreadores, em
áreas de solos mais pobres e nas baixadas impróprias para a cafeicultura.

A seleção das 25 árvores/arvoretas que constam neste Guia foi feita considerando a
biodiversidade vegetal geral – e, em particular, a do Cerrado – e priorizando os seguintes
critérios:

Densidade da copa: mostra o nível de sombreamento proporcionado pela espécie, que pode
ser denso, médio ou ralo. É desejável o plantio de árvores cujas copas sejam ralas ou médias, a
fim de garantir pouco sombreamento quando são implantadas dentro dos cafezais.

Capacidade de fixação de nitrogênio: as espécies fixadoras de nitrogênio são adubadoras


natas e auxiliam na melhoria do solo e na redução do uso de fertilizantes.

Persistência da folhagem: as árvores podem ser caducifólias (perdem totalmente as


folhas nas épocas secas); semidecíduas (perdem parcialmente as folhas nesses períodos)
e perenifólias (não perdem as folhas). As que perdem folhas são ótimas recicladoras/
adubadoras e auxiliam na melhoria do solo e na adição de matéria orgânica a ele. Assim,
priorizamos tais tipos de árvores neste Guia.

Tipo de raiz: as mais desejáveis são aquelas cuja formação de seu sistema radicular seja mais
profundo, do tipo pivotante, de modo que não atrapalhem a mecanização da colheita e não
ocupem a mesma faixa de solo que o café, minimizando, assim, a competição entre as árvores.
Esse efeito também pode ser mitigado por meio do planejamento dos arranjos, usando
plantio em linhas e faixas de cultivo.

Densidade da madeira: para que a madeira seja valorizada e tenha usos nobres na
marcenaria, na carpintaria e na indústria naval, é necessário que sua densidade seja, no
mínimo, média (acima de 5 g/cm3).

Velocidade de crescimento e maturidade reprodutiva: o plantio de árvores de crescimento


rápido a moderado sempre torna o plano de negócios da fazenda mais viável. Foram
selecionadas árvores cujas madeiras podem ser usadas a partir de 15 até 30 anos desde o
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plantio e árvores frutíferas que produzam frutos a partir de seu quinto ano.

Altura do fuste: é a altura da base (solo) até a primeira inserção de galhos. Está diretamente
relacionada ao volume de madeira que pode ser explorado. Para que haja um bom consórcio
entre as árvores a serem cultivadas e o plantio de café, é preciso que o fuste delas seja acima
de 8 m, de modo que não haja competição com a saia do café e que a árvore tenha uma tora
de bom comprimento e consequentemente volume.

Comercialização: foi considerada a existência de mercado estabelecido em relação às


árvores selecionadas e/ou a demanda crescente para a formação de uma cadeia de produção
delas.

Atração em relação à fauna local: esse critério considera o fato de que as plantas
desempenham o papel ecológico de fornecer abrigo e alimento para a fauna silvestre. É
interessante cultivar também espécies melíferas, ou seja, aquelas que atraem polinizadores
para a área em questão.

“Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando


eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.”

Tom Jobim
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O CAFÉ ARBORIZADO

No Brasil, até os anos 1960, o sombreamento dos cafeeiros era comum nas regiões Norte e
Nordeste. Esse sistema permitia a produção de café mesmo em regiões com déficit hídrico
ou que fossem suscetíveis a geadas. No entanto, com o passar do tempo, a cafeicultura
se apropriou do sistema a pleno sol, que hoje é dominante no país, e todo o trabalho de
melhoramento foi direcionado para esse tipo de produção.

Ainda assim, sempre houve referências positivas de outros países que adotaram sistemas
sombreados, e sabe-se que existe uma variedade de sistemas de produção de café, que vão
desde o tradicional ao tecnificado. Pesquisas mostram que o sombreamento dos cafezais traz
diversas vantagens, e uma das principais é a maturação mais lenta dos grãos. Isso faz com que
seja obtido um café mais suave, que entra na categoria de cafés especiais – nicho de mercado
que é bem mais valorizado do que o de cafés comuns.

O fato é que, considerando a proposta da agricultura climaticamente inteligente, será


necessário rever alguns protocolos-padrão do sistema de produção de café. O desafio atual do
setor é encontrar as melhores formas de introduzir outras árvores nesse sistema, garantindo a
produtividade do cafezal, gerando outras fontes de renda e melhorando a paisagem em geral.

Um dos caminhos possíveis é o desenvolvimento de um sistema de produção diversificado,


que não necessariamente sombreie o cafezal. Nesse sentido, há diversas alternativas, como a
arborização em linhas intercalares, no sistema de aleias, com grandes espaçamentos entre as
espécies alternativas, e o enriquecimento do entorno das lavouras, das divisas, dos carreadores
e de áreas próximas, por meio do plantio de espécies que garantam a manutenção da
biodiversidade local. A própria Reserva Legal, alvo de tanta controvérsia, em face das regras da
legislação regulamentada em 2021, pode ser implantada parcialmente, por meio do cultivo de
espécies econômicas, de preferência de uso não madeireiro.
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Essa nova forma de pensar a cafeicultura deve, necessariamente, incluir uma maneira de
compensar a queda da produção de café por meio da cultura em consórcio. Diante do
cardápio de espécies oferecido neste Guia, muitas combinações podem ser feitas para
atingir esse resultado.

Há casos de fazendas, por exemplo, nas quais o consórcio do café com o abacate traz um
aumento de renda tão significativo que o custo de produção do primeiro é bancado com
a receita gerada pelo segundo.

Cabe salientar também os trabalhos de Madelaine Venzon, da Empresa de Pesquisa de


Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). A pesquisadora apresenta uma perspectiva
encorajadora em relação ao consórcio de café com ingá: os resultados mostraram que
infestações de broca-do-café foram menores nas áreas consorciadas.

Sem dúvida, as palavras de ordem para produzir uma agricultura resistente às intempéries
e que reverta o atual quadro de destruição são inovação, audácia e confiança nas novas
tecnologias.

Este Guia busca trazer vislumbres das possibilidades de uso racional da biodiversidade
do Cerrado para as fazendas do Programa AAA da Nespresso. As plantas aqui descritas
oportunizam a produção de alimentos de alto valor nutritivo e de madeiras nobres ainda
pouco exploradas pela silvicultura, além de trazerem novos princípios ativos que podem
contribuir para a cura de diversas doenças. Ademais, este material mostra que é necessário
valorizar determinadas espécies exóticas que já são tradicionalmente utilizadas em
consórcio com o café e comprovadamente garantem aumento nas rendas das fazendas.
Este livro é, enfim, uma ferramenta de consulta para que os produtores possam, por meio
da criação de sistemas agrícolas integrados a natureza, se precaver ao máximo em relação
às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global.

Lina Maria F. Inglez de Souza


Passa Quatro/MG, 14 de outubro de 2021.
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INTRODUÇÃO
Este Guia foi criado a pedido da Nespresso do Brasil para apoiar o trabalho técnico, por
parte das fazendas participantes do Programa AAA da empresa, de desenho e elaboração de
projetos de transição para a cafeicultura regenerativa da região do Cerrado Mineiro. Uma das
atividades centrais desse trabalho é a arborização das fazendas.

A cafeicultura regenerativa pode ser definida como um modelo lucrativo de agricultura,


baseado na natureza, com o objetivo não apenas de manter um solo saudável e vivo, mas
também de incrementar e conservar a biodiversidade local. Esse conceito é dividido em quatro
pilares centrais:
Fonte: Nespresso/Sustentabilidade.

Soluções baseadas Arborização Ações em paisagem Renovação


na natureza
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Tendo em vista os desafios impostos pelas mudanças climáticas, uma das ações de adaptação
recomendadas para viabilizar a produção de cafés de alta qualidade na região do Cerrado
Mineiro é a utilização tanto de árvores nativas como de exóticas em modelos de produção e
nas áreas de conservação das fazendas.

Acreditamos que esses novos modelos de produção resultam em muitos benefícios ecológicos
e econômicos, que incluem um aumento na qualidade dos cafés produzidos. Não existe uma
fórmula única, e a beleza do processo reside na liberdade de cada fazenda para elaborar
seu próprio plano de transição, desde que ele inclua o plantio de árvores e arbustos na faixa
perimetral, em barreiras de vento, em linhas de biodiversidade dentro dos plantios ou em
outras áreas.

Convidamos vocês a utilizar este Guia como fonte de informações e de inspiração para auxiliar
na escolha das melhores espécies de árvores para cada fazenda. Cada árvore plantada é um
símbolo do nosso legado e do nosso compromisso com o futuro e com as novas gerações.
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BACUPARI
(SALACIA CRASSIFOLIA - CELASTRACEAE)

O gênero Salacia está presente em toda a América do Sul.


No Brasil, há 21 espécies dele, quase todas com aptidão
para uso na farmacologia e na medicina tradicional.

Ela é uma planta arbustiva, nativa também do Cerrado


brasileiro. O bacupari também é chamado de laranjinha-
do-campo, tapicuru e uvacupari.

O fruto, de casca grossa e cor laranja, assemelha-se


à lichia, por causa de sua polpa esbranquiçada, doce
e saborosa. A partir da produção extrativista dos
frutos, eles são usados para o consumo in natura, para
a fabricação de polpas, sucos, doces e sorvetes e para
comercialização em feiras regionais.
Foto: Flickr - Mauricio Mercadante
Grande parte da planta (casca, frutos e sementes) contém
princípios ativos com propriedades anti-inflamatórias e que auxiliam no combate à diabete, entre
outros usos medicinais – por conta disso, conforme dito anteriormente, o bacupari é objeto de
estudo da farmacologia.

Em suas condições naturais – ou seja, nos cerrados e nos campos cerrados –, o bacupari aparece
não só em porte arbustivo, como também em arbóreo, e se distribui de modo gregário, em
agrupamentos de até 100 plantas. Isso demonstra que ele possui mecanismos de proteção contra
inimigos naturais e tem potencial silvicultural para ser plantado em alta densidade.
Observou-se também que o bacupari tem capacidade de brotação pela raiz; assim, muitos
indivíduos aparentemente distintos são, na verdade, a mesma planta. Tais aspectos mostram
que essa espécie tem potencial para ser cultivada em pomares.

2-3m
Curiosidade:
Em pesquisa química da Salacia crassiflora, pelo
menos 12 substâncias isoladas foram extraídas de
suas folhas. Foi descoberto que essas substâncias
possuem propriedades antimicrobianas, o
4m

que faz da Salacia crassiflora uma planta com


potencial de produção de princípios ativos para
2m

a indústria farmacológica.
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,


Distrito Federal, Rondônia, Tocantins, Piauí, Bahia,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em demais regiões da América do Sul: savanas


no Paraguai.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado, Cerradão e Campo Sujo.
Grupo sucessional Secundária.
Persistência da folhagem Semidecídua.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Consumida por aves, primatas e lobos-guará.

Características agronômicas

Tipo de solo Arenoso de rápida drenagem; fertilidade média.


Profundidade do solo Raso ou profundo.
Grupo sucessional Secundária.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Sem informação.
Precipitação 1200 a 1800 mm.

Pragas Mosca-das-frutas, principalmente as do gênero Anastrepha.


Doenças No Brasil, não há registros.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Cultivo puro; consórcio com o café ou outras
culturas; bordas de mata (reserva legal).
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 5x10m (mínimo) | Plantios puros: 4x5m.
Densidade de plantio Em consórcio: 200 plantas/ha. | Plantio puro: 500 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto a dezembro.


Período de frutificação Novembro a maio.
Sementes/kg 555 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Altura 2 a 4 m (DAP: 17cm) | Fuste < 2m.
Tipo de raiz Ramificada (produz brotações para formar outros
indivíduos). Ocupa camadas mais superficiais.
Tipo de copa Rala Projeção de copa 2 a 3 m.
Crescimento Rápido.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Frutos Não.

Folhas, casca do caule, Fitoterapia: insuficiência renal, úlcera gástrica, câncer de


sementes e frutos verdes pele, malária, tosse crônica e dor de cabeça.

Comercialização R$/kg do fruto R$ 16,00 (preço para o consumidor).


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BIBLIOGRAFIA
FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA. Espécie: Salacia crassifolia; Família: Celastraceae.
Brasília, 29 dez. 2016. Facebook: @floradojardimbotanico. Disponível em: https://m.facebook.
com/floradojardimbotanico/posts/994038420740095. Acesso em: 16 fev. 2022.

PAZ, T. A. Aplicação da biotecnologia na obtenção de triterpenos quinonametídeos bioativos


utilizando Salacia campestris (Cambess.) Walp. (Celastraceae) como modelo. 2011. Dissertação
(Mestrado em Química) – Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara. 2011.
Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/97012/paz_ta_me_araiq.
pdf;jsessionid=C5A7F22333CA8305C12AFD05F67E5E33?sequence=1. Acesso em: 16 fev. 2022.

RODRIGUES, V. G. et al. Salacia crassifolia (celastraceae): chemical constituents and antimicrobial


activity. Quím. Nova, [S. l.], v. 38, n. 2,p. 237-242, fev. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
qn/a/fSQGrr4hzgfyyj7JCwD7X8J/?lang=en. Acesso em: 16 fev. 2022.

SANTOS, L. T. P. Micobiota foliícola de Salacia crassifolia. 2011. Dissertação (Mestrado em


Fitopatologia) – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília. 2011. Disponível
em: http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br:80/handle/123456789/13591. Acesso em: 16 fev. 2022.

SCHNEIDER, L. C. et al. Caracterização física e química de frutos de bacupari Salacia crassifolia


(Mart. ex Schult.) G. Don, provenientes do município de Barreiras-BA. Brasilien Journal of
Development. Brasília, v. 6. n. 3, p. 13942-13953, mar. 2020. Disponível em: https://www.
brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/7881/6841. Acesso em: 16 fev. 2022.

SILVA, J. A. da et al. Coleta de sementes, produção de mudas e plantio de espécies frutíferas


nativas dos cerrados: informações exploratórias. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1992. 23 p.
(Documentos 44). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/
doc/548655/1/doc44.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
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BARU
(DYPTERIX ALATA VOGEL - FABACEAE)

O baru, também conhecido como cumaru ou cumbaru,


é uma espécie típica do Cerrado, que produz uma
amêndoa de alto valor nutritivo. A polpa e a casca do
fruto podem ser adicionadas a biscoitos e pães, ou
utilizadas como complemento para a alimentação de
animais. Do endocarpo duro, pode-se fazer carvão com
alto valor calorífico; das sementes, extrai-se óleo de
baru. Essa espécie possui, ainda, uso potencialmente
medicinal. Além disso, sua madeira é de alta densidade
e, portanto, durável e útil para construções externas e
civil.

Em virtude dessas múltiplas utilidades, o baru pode


ser considerado uma das espécies mais promissoras
para cultivo. Além disso, sua cadeia produtiva está,

atualmente, se estabelecendo. Ademais, o projeto “Redes Colaborativas: fortalecimento da


cadeia sustentável do Baru”, do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) Cerrado,
em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e o Centro de Desenvolvimento
Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB), visa amplificar as redes colaborativas da
cadeia sustentável do baru no Cerrado.

Existem várias iniciativas de cultivo puro do baru, nas quais se observou que o início da
produção ocorre seis anos após o plantio, e que a produtividade alcança 19 toneladas de
polpa por hectare.

6m
Curiosidade:
A casca da árvore contém princípios ativos que
anulam o efeito tóxico dos venenos de cobras e
a necrose provocada por eles. Assim, essa planta
14,5 m

tem potencial para se tornar um produto de alto


valor econômico.
4,26 m
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,


Minas Gerais e Tocantins (bioma: Cerrado).

Em demais regiões da América do Sul: Paraguai


e Bolívia.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado (sentido restrito); áreas de transição do
Cerrado Denso; Mata Estacional.

Grupo sucessional Secundária inicial a secundária tardia.


Persistência da folhagem Perenifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Barocoria e zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre É uma das poucas espécies que produzem frutos carnosos
na estação seca. Serve de alimento para mamíferos e aves
silvestres (morcegos, primatas, araras, papagaios, cotias,
entre outros).

Características agronômicas

Tipo de solo Substratos de média fertilidade; tolerante a solos ácidos;


solos com textura argilo-arenosas, com predomínio da
fração areia grossa, ou lateríticos; tolera solos com baixa
fertilidade natural.
Profundidade do solo Solos rasos ou profundos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 800 a 1200 mm.

Pragas Os frutos podem ser danificados por besouros e mariposas.


Doenças Fungos associados às sementes Phomopsis sp.
Além disso, o fungo Cylindrocladium sp pode apodrecer as
raízes na produção de mudas da planta.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
Indicação para local de plantio Plantios puros ou em consórcio com café; bordas de matas
(Reserva legal).
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Características agronômicas

Espaçamentos recomendados Plantios puros para fins florestais: 3 x 2 m ou 3 x 3 m.


Plantios puros para produção de frutos: 5 x 5 m (no
mínimo). Em consórcio: 20 x 5 m.
Densidade de plantio Para fins florestais: 1.100 a 1.600 plantas/ha.
Para produção do fruto: 400 plantas/ha.
Em consórcio: 100 plantas/ha.

Propagação e crescimento

Período de florescimento Novembro a janeiro.


Período de frutificação Dezembro a outubro.
Sementes/kg 600 a 1.190 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Altura 14,5 m. | Fuste 4,3 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Lento, com IMA de 7,3 m³/ha/ano.
Tempo para colheita Para frutos e castanhas, a partir de 6 anos.

Produtos e uso comercial

Frutos Alimentação humana e animal; ração; fertilizante.


Não madeireiros Semente Pode ser consumida in natura ou torrada. Utilizada para:
preparo de receitas; extração de óleo; uso medicinal; e
balanceamento de rações dietéticas. A polpa pode ser usada
como carvão na torra da semente.
Comercialização R$/kg do fruto R$ 50/kg (pago pelo consumidor).
Usos Estacas, postes, obras hidráulicas, mourões, cruzetas,
dormentes, vigas, caibros, ripas, batentes de portas e janelas,
tábuas e tacos para assoalhos, lambris, forros, carrocerias etc.
madeireiros Pode ser utilizada também na construção naval.
Densidade Densa (1,1 g/cm3)

Características Compacta, com alta durabilidade e elevada resistência ao


apodrecimento decorrente do ataque de fungos e cupins.

Comercialização Madeira em pé (R$/m3) R$ 103,00 a R$ 370,00/m³.


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BIBLIOGRAFIA
ARAKAKI, A. H. et al. O Baru (Dipteryx alata Vog.) como alternativa de sustentabilidade
em área de fragmento florestal do Cerrado, no Mato Grosso do Sul. Interações, Campo
Grande, v. 10, n. 1, p. 31-39, jan./jun. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/
kTPHBVmzTpRR5sqbSd7M3Jw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 16 fev. 2022.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo:
INPUT/Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/
Guia_de_arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

REDES Colaborativas do Baru. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (5 min 19). Publicado pelo Canal do IEB.
Disponível em: http://cepfcerrado.iieb.org.br/projetos/redes-colaborativa-do-baru/. Acesso em: 16
fev. 2022.

ROCHA, L. C. Cultivo e aproveitamento do Baru (Dipteryx alata). Belo Horizonte: Fundação


Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC), 2012. (Dossiê Técnico). Disponível em: http://www.
respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTY=. Acesso em: 16 fev. 2022.

SANO, S. M. et al. Baru: biologia e uso. Planaltina, DF: Embrapa, 2004. 52 p. (Documentos 116).
Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/566595/1/doc116.pdf.
Acesso em: 16 fev. 2022.
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CAJAZEIRO
(SPONDIAS SP - ANACARDIACEAE)

O gênero Spondias possui cerca de 20 espécies tropicais e,


destas, pelo menos sete encontram-se na América do Sul.
As espécies presentes no Brasil são: S. lutea (taperebá), S.
tuberosa (umbu), S. macrocarpa (cajazeiro) e S. venulosa
(cajá-graúdo). Todas elas ocorrem em zonas úmidas da costa
atlântica e da Amazônia, com exceção do umbu, que é da
Caatinga.

A espécie com maior destaque no mercado é o cajá-manga


(S. dulci). Apesar de ser nativo da Polinésia Francesa, ele
se adaptou muito bem ao Cerrado brasileiro, e hoje é
considerado uma fruta local.
Foto: Site Viveiro Ipe, Edilson Giacon.

A utilização do cajá-manga em sistemas agroflorestais é comprovadamente eficaz. No Espírito


Santo, ele aparece consorciado com o café Conilon, em espaçamentos de 15 x 7,5 m, melhorando
as condições microclimáticas locais, uma vez que sua copa traz sombra moderada e não afeta a
produção do café.

As polpas dos frutos desse gênero são ácidas e adocicadas, utilizadas em sucos e sorvetes. A fruta
é normalmente processada e vendida em grandes supermercados, principalmente na região
Nordeste. O cajá-manga é um produto cuja demanda é maior que a oferta – portanto, há um
amplo mercado a ser explorado e já há híbridos para seu cultivo. Existem empresas voltadas a essa
cadeia de produção do caja-manga, tais como a Associação dos Produtores de Polpas e Frutos do
Vale do Rio das Contas e a Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região Ltda.

3-4m
Curiosidade:
O umbuzeiro (Spondias tuberosa) destaca-se pela possibilidade
de ser cultivado em larga escala, dado o potencial que ele
demonstra para o desenvolvimento de novos fármacos. Sua
9 - 12 m

avaliação etnofarmacológica identificou princípios ativos para o


tratamento de diabetes, de inflamações, de cólicas uterinas e de
5-6 m

dores de estômago. Além disso, estudos mostraram a presença


de flavonoides e taninos nessa espécie, que, associados ao
conhecimento popular, podem resultar em efeitos cicatrizantes
e, conforme dito anteriormente, anti-inflamatórios.
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Características ecológicas

Abrangência territorial Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas


Gerais e Tocantins.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado e Caatinga.


Grupo sucessional Pioneira a secundária inicial.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocórica.
Atração em relação à fauna silvestre Flores e frutos servem de alimento para a fauna em geral.

Características agronômicas

Tipo de solo Areno-argilosos, de média fertilidade.


Profundidade do solo Profundos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 1.100 a 2.000 mm.

Pragas Moscas-das-frutas (Tephritidae), saúvas, tripes e cochonilhas.


Doenças Antracnose, verrugose, resinose, cercosporiose e
mancha-de-alga.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Plantios puros ou em consórcio com café (plantar
em local protegido por cortinas de quebra-ventos).
Espaçamentos recomendados Consórcio com café Conilon: 15 x 7,5 m.
Plantio puro: 9 x 9 m (ou mais).
Densidade de plantio Em consórcio: 89 plantas/ha.
Plantio puro: 100 a 123 plantas/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto a dezembro.


Período de frutificação Janeiro a junho.
Sementes/kg de Fruto 3 sementes/kg de fruto.
Dormência de sementes Sim; quebrada por choque térmico.
Altura 12 m. | Fuste 4,5 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 4 a 5 m.
Crescimento Rápido (> 1 m/ano).
Tempo para colheita Frutos: a partir de 4 anos de idade. Se a árvore for plantada
por estaquia, esse período pode diminuir para 2 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Frutos Doces, sucos, geleias, polpas congeladas, picolés, sorvetes,
produtos em conserva e licores. Pode ser desidratado
e comercializado como alternativa saudável, nutritiva e
prática de alimentação.

Folhas Uso medicinal, para o controle de vírus causadores


de diferentes formas de herpes. Além disso, possui
ação fungistática.

Comercialização R$/kg de polpa congelada R$ 15 a R$ 25/kg


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do
Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-
content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso
em: 17 fev. 2022.

SACRAMENTO, C. K.; SOUZA, F. X. Cajá. In: SANTOS-SEREJO, J. A. et al. (eds.) Fruticultura tropical:
espécies regionais e exóticas. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. p. 83-105
Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/11592/1/CL09011.
pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

SALES, E. F. et al. Cafezais associados ao cajá-manga (Spondias dulcis Parkinson) no estado do


Espírito Santo. Cadernos de Agroecologia,[S. l.], v. 10, n. 3, 2015. Disponível em: http://revistas.aba-
agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/16984/13092. Acesso em: 16 fev. 2022.

SALES, E. F. et al. Sistemas agroflorestais e consórcios no estado do Espírito Santo: relatos de


experiências. Vitória,ES: Incaper, 2018. 24 p. Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/
digital/bitstream/123456789/3011/1/BRT-sistemasagroflorestais-saf-sales.pdf. Acesso em: 16 fev.
2022.

SILVA, G. A. et al. Gênero Spondias: aspectos botânicos, composição química e potencial


farmacológico. BioFar: Revista de Biologia e Farmácia, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 8-20, 2014. Disponível
em: https://www.researchgate.net/publication/272181885_Genero_Spondias_aspectos_botanicos_
composicao_quimica_e_potencial_farmacologico. Acesso em: 16 fev. 2022.

SOUZA, F X. Spondias: agroindústrias e os seus métodos de propagação. Fortaleza: Embrapa-


CNPAT/SEBRAE/CE, 1998. 30 p. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/
doc/425856/1/Dc027.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

CAJUZINHO -DO - CERRADO


(ANACARDIUM HUMILE - ANACARDIACEAE)

O cajuzinho-do-cerrado, conhecido como cajuí, é a versão


miniatura do caju (Anacardium occidentale), com polpa mais
ácida, e consumido na forma de sucos, doces e geleias.

Trata-se de um subarbusto, com altura entre 0,5 e 1,5 m. Ele


possui um caule subterrâneo, que armazena água. É muito
conhecido na região do Cerrado, e sua forma de exploração
ainda é extrativista. Os principais comercializadores do
cajuzinho-do-cerrado são: a Central do Cerrado - produtos
ecossociais (Brasília), a Cooperativa Sertão Veredas (Minas
Gerais) e a Agrotec (Goiás).

Os cajueiros produzem bem a partir de 27 °C e suportam


temperaturas superiores a 30 °C, mas são sensíveis a
temperaturas abaixo de 22 °C por períodos longos. A melhor
condição para sua produção está nas regiões de sua ocorrência
natural.

A valorização do cajuzinho-do-cerrado no mercado vem


crescendo. Foram desenvolvidas diversas técnicas de
processamento do fruto, visando seu aproveitamento integral,
tais como: cajus desidratados, cajus cristalizados e compotas,
entre outras formas que valorizem o formato e o tamanho reduzido do cajuzinho-do-cerrado. Além
disso, essa espécie é melífera, é utilizada na medicina popular, fornece tinta, serve de alimento e sua
polpa fermentada resulta em um tipo de vinho.

A única espécie do gênero Anacardium que é cultivada é o caju. Tanto a espécie A. humile quanto a.
occidentale são indicadas para o consórcio com café, pois são rústicas, fáceis de germinar e possuem
usos múltiplos, incluindo a produção de castanhas, que têm alta demanda no mercado. Hoje, o quilo
da castanha ao consumidor final chega a R$ 70.

1,5 - 2 m
Curiosidade:
O líquido da casca da castanha-de-caju
0,30 -1,50 m

(LCC) é amplamente utilizado na indústria


química para a produção de polímeros
utilizados como insumo para matérias
plásticas, isolantes e vernizes.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo.

Em demais regiões da América do Sul: Bolívia e Paraguai.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Campo Sujo e Cerrado.


Grupo sucessional Pioneira.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Barocoria e zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Melífera. Consumida por lobos-guará, raposas-do-mato,
macacos, morcegos, tucanos, araras, papagaios, entre
outros animais.

Características agronômicas

Tipo de solo Arenoso e de rápida drenagem, com baixa fertilidade.


Profundidade do solo Rasos, cascalheiras; podem também ser cultivadas em
solos profundos de textura média.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 1300 a 1500 mm.

Pragas Sem informações.


Doenças Antracnose e oídio.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Plantios puros ou consorciados em linhas intercalares.
Espaçamentos recomendados Plantios puros: 3 x 3 m. | Pela ocorrência natural conjunta
das duas espécies (A. humile e A. occidentale) e o fato de
possuírem diferentes portes, há bom potencial de consórcio
entre elas. | Consórcio: 10 x 3 m.
Densidade de plantio Plantios puros: 1.000 plantas/ha. | Consórcio: 330 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Julho a setembro.


Período de frutificação Outubro a janeiro, com maturação em setembro/outubro.
Sementes/kg 750 a 1.300/kg.
Dormência de sementes Não. A semente germina em 20 dias se semeada
logo após a colheita.
Altura 30 a 150 cm. | Sem fuste.
Tipo de raiz Pivotante (pode atingir 18 m de profundidade).
Tipo de copa Média. Projeção de copa 1,5 a 2 m.
Tempo para colheita Frutos e castanhas: a partir de 5 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Frutos Frutos in natura, sucos, doces, geleias, compotas, vinho ou
aguardente.
Em Goiás, são fabricadas as famosas “passas” de caju.

Sementes Consumidas como amêndoas. Seu óleo é utilizado


para fins medicinais, e o líquido proveniente da
casca (LCC) é empregado na indústria química para
a produção de polímeros, conforme indicado no box
“Curiosidade”.
Folhas, flores e casca Uso medicinal, como antidiarreico; contra diabetes;
do caule anti-inflamatório. A casca do cajueiro serve para
tratar cáries dentárias e inflamações na gengiva e
pode ser usada como pasta dental.

Comercialização R$/kg Castanha: R$ 70. | Frutos: R$ 3.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural


Sustentável. Cajuzinho-do-cerrado: boas práticas para o extrativismo sustentável. Brasília, DF:
MMA. 2016. 42 p. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/publicacoes/desenvolvimento-rural/
category/200-departamento-de-extrativismo-mma.html?download=1502:04_ct2_cajuzinho_web.
Acesso em: 16 fev. 2022.

POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p.

RODRIGUES, V. E. G.; CARVALHO, D. A. Plantas medicinais no domínio dos Cerrados. Lavras:


Universidade Federal de Lavras, 2001. 180 p.

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p.

VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste do Brasil. Brasília, DF: Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, 2006. 320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/
livro_frutas_nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

INGAZEIRO
(INGA SP - FABACEAE)

As árvores do gênero Inga têm como


característica principal folhas paripinadas.
As espécies desse gênero possuem nectários
extraflorais, localizados entre cada par de
folíolos, e sementes envolvidas por uma
mucilagem carnosa e doce, muito apreciada
pela fauna silvestre.

Foto: Site Todafruta


No cerrado, as espécies mais típicas são I. sessilis, I. Laurina e I. marginata. Os
ingazeiros ocorrem principalmente em tipologias florestais, quase sempre associados aos cursos
d´água das regiões onde estiverem presentes. O potencial econômico dessa árvore se deve às suas
diversas possibilidades de uso: fitoterapia, produção de energia, alimentação e proteção das lavouras
contra pragas.
Por ser um fixador de nitrogênio, o ingazeiro é um bom recuperador de solo. Além disso, ele tem
copa larga e, por isso, seu plantio tem sido recomendado em projetos de restauração florestal, como
uma espécie de “preenchimento”. Ademais, conforme mencionado anteriormente, o ingazeiro
ajuda a controlar espécies invasoras e atrai a fauna dispersora ao local em que ele estiver plantado,
potencializando a regeneração natural da área.

No consórcio com o café, o ingazeiro – além de trazer equilíbrio ecológico por ser, conforme
mencionado, uma planta adubadora e uma fixadora de hidrogênio – promove a reciclagem do fósforo
no solo e, em decorrência de apresentar micorrizas em suas raízes, atrai pássaros, morcegos e insetos
que ajudam no controle biológico de pragas.

Nesse sentido, em pesquisas recentes, a EPAMIG, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa,
descobriu que o ingazeiro diminui a incidência do bicho-mineiro e da broca-do-café. Os pesquisadores
recomendam que essa árvore faça parte de lavouras de café, especialmente a espécie I. edulis.
6-8m
Curiosidade:
O gênero Inga é originário do sopé dos Andes no
Peru, no Equador, na Colômbia e no sul da América
Central. As árvores desse gênero fazem parte da
8 m

culinária local dessas regiões: as sementes, fontes de


proteína e de carboidratos, são cozidas ou assadas,
5 m

servindo como alimento direto ou sendo utilizadas


para o preparo de sopas. As mais de 300 espécies
desse gênero hoje estão espalhadas por todo o
continente centro e sul-americano.
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: todo o território.


Em demais regiões: América Central e América do
Sul, incluindo o Paraguai e o norte da Argentina.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerradão, Cerrado, Matas Paludosas e Floresta Estacional


Semidecidual (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica).
Grupo sucessional Secundária inicial.
Persistência da folhagem Perenifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria e hidrocória.
Atração em relação à fauna silvestre Serve de alimento para diversos animais, como aves, peixes,
morcegos, primatas e outros mamíferos terrestres.

Características agronômicas

Tipo de solo Solos argilosos e arenosos de textura média, com


capacidade de retenção de água.
Profundidade do solo Profundos.
Tolerância ao encharcamento Sim.
Tolerância a geadas Sim, na fase adulta. As mudas de até um ano são intolerantes.
Precipitação 800 a 1.800 mm.

Pragas Larvas de díptera, coleóptera e de outros insetos


atacam as sementes.
Doenças Galha do ingá, que pode provocar ressecamento dos
galhos e das hastes da planta.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
Indicação para local de plantio Preferencialmente em consórcio, mas também como
quebra-ventos e/ou cercas vivas.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 6 x 10 m; 4 x 12 m; 10 x 10 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 100 a 160 plantas/há.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto a dezembro.


Período de frutificação Novembro a fevereiro.
Sementes/kg de Fruto Aproximadamente 1.428 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira Sem informação.
Altura 8 m. | Fuste 2 a 5 m.
Tipo de raiz Pivotante, profunda e espalhada.
Tipo de copa Densa e larga. Projeção de copa 6 a 8 m.
Crescimento Rápido. Em cinco anos, atinge até 8 metros de altura.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Medicinal Na medicina popular, é utilizada como laxante e para


tratar doenças nos rins.

Extrativo Tanino, para curtimento de couro.

Frutos Consumidos in natura pelo homem e por pássaros.


Flores Melíferas, visitadas por diversas espécies de abelhas.

Sementes Comercializadas para a produção de mudas voltada à


restauração florestal.

Madeireiros Usos Cabos de ferramentas, moirões, esteios, construção civil,


carpintaria e marcenaria.

Densidade 0,66 g/cm³.

Características Macia, pouco resistente, baixa durabilidade natural.


Flores Melíferas, visitadas por diversas espécies de abelhas.

Sementes Comercializadas para a produção de mudas voltada à


restauração florestal.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 300/kg.

Madeira (R$/m3) Sem informação


Serrada e seca. Sem informação

Naturalmente. Sem informação


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina/DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p.

BRASIL. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultivo consorciado do Ingá


auxilia no controle biológico de pragas no cafeeiro. agricultura.mg.gov.br, Belo Horizonte, 04 mar.
2021. Disponível em: http://www.agricultura.mg.gov.br/index.php/component/gmg/story/4242-
cultivoconsorciado-do-inga-auxilia-no-controle-biologico-de-pragas-no-cafeeiro. Acesso em: 16 fev.
2022.

POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p.

RODRIGUES, V E G; CARVALHO, D A. Plantas medicinais no domínio dos Cerrados. Lavras:


Universidade Federal de Lavras, 2001. 180 p.

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p.

VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste do Brasil. Brasília, DF: Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia. 2006. 3320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/
livro_frutas_nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

MACAÚBA
(ACROCOMIA ACULEATA - ARECACEAE)

A macaúba é uma palmeira que ocorre naturalmente


em altas concentrações no Cerrado e que possui
grande potencial para a produção brasileira de óleo
vegetal. Estima-se que tal produção pode chegar à
quantidade de quatro a seis toneladas de óleo/ha/ano,
uma produtividade 10 vezes maior que a da soja, por
exemplo.

O Brasil destaca-se pela produção de biodiesel, para o


qual o óleo de macaúba é considerado matéria-prima.
Apesar dos estudos voltados para a definição das
melhores formas de cultivo dessa planta, sua produção
Foto: Site Sementesdoxingu.org.br

atualmente é extrativista, o que acarreta em dificuldades no processo pós-colheita e em prejuízo


na qualidade final do produto.

O óleo é extraído das sementes, o que é uma vantagem – já que a planta é perene no sistema – e
favorece a obtenção de créditos de carbono. Além disso, os resíduos provenientes do refino do
óleo podem ser usados como fonte de alimentação animal e de geração de energia: o mesocarpo
dos frutos pode ser transformado em farinha de alta qualidade nutricional, e o endocarpo, em
carvão vegetal. As áreas de cultivo da espécie podem produzir até 30 toneladas de frutos/ha/ano.

A macaúba começa a produzir frutos cinco anos após seu plantio.

3-4m
Curiosidade:
Dado o grande potencial da macaúba como
matriz energética, existem hoje empresas voltadas
ao fomento da cadeia produtiva dessa planta –
15 m

como, por exemplo, o Innovative Oil and Carbon


Solution (INOCAS), que tem uma parceria com
10 m

pequenos produtores do Alto Parnaíba/MG para


a obtenção das sementes dessa árvore, visando à
implantação de sistemas silvipastoris na região.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.

Em demais regiões: do México à Argentina (exceto Equador


e Peru), Bolívia, Paraguai e Antilhas.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrados, Campo Cerrado, Palmeiral e Matas Mesofíticas.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Perenifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Serve de abrigo para diversas espécies animais; os frutos
são consumidos por aves e mamíferos silvestres.

Características agronômicas

Tipo de solo Neossolos e cambissolos. Textura média à argilosa,


com alta permeabilidade. Prefere solos férteis.
Profundidade do solo Rasos e profundos.
Tolerância ao encharcamento Baixa.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 1.100 a 2.000 mm/ano.

Pragas - Falsa-barata-do-coqueiro (Coraliomela brunnea thoracica).


- Broca-do-bulbo-do-coqueiro (Strategus sp).
- Coró (Cyclocephala forsteri Endrodi).
- Besouro-pardo (Bolax flavolineatus).
- Vaquinha-amarela (Macrodactylus sp).
- Bicho-do-coco (Pachymerus nucleorum).
- Gorgulho-dos-frutos (Parisoschoenus obesulus).
- Broca-dos-frutos-da-macaúba (Speciomerus revoili).
- Broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum).
Doenças - Lixa-grande (Camarotella acrocomiae).
- Podridão de fitóftora (Phytophthora spp.).
- Anel vermelho (Bursaphelenchus cocophilus) e outras
manchas foliares.
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Tolerância a sombra Heliófita.


Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Consórcios, sistemas silvipastoris, plantios puros e
bordas de mata.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 11,2 x 4,4 m (melhor espaçamento para
consórcio com café). | Plantios puros: 8 x 6 m ou 10 x 6 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 203 plantas/ha.
Plantio puro: 200 a 320 plantas/ha.

Propagação e crescimento

Período de florescimento Outubro a janeiro.


Período de frutificação Setembro a março.
Sementes/kg de Fruto 30 ton/ha.
Dormência de sementes Sim, quebrada através escarificação física.
Altura 15 m. | Fuste 10 m.
Tipo de raiz Profunda; raízes primárias grossas e numerosas.
Tipo de copa Rala. Projeção de copa 3 a 4 m.
Crescimento Moderado.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Caule (tipo estipe) Palmito para alimentação. Produção de vinho.

Folhas Produção de feno para cavalos, de fibra para artesanatos, de


redes, de linhas de pesca e de cobertura para casas.
Frutos Mesocarpo: produção de farinha de alta qualidade;
comestível in natura.
Além disso, tem uso medicinal, combatendo a pneumonia.
Endocarpo: carvão vegetal.

Sementes (Amêndoa) Extração de óleo para a produção de biocombustíveis.


Comestível: produção de paçoca.
Hidratante capilar e sabão.
O óleo usado pode ser usado como laxante.
Comercialização R$/kg do fruto R$ 0,40/Kg (de acordo com a Política de Garantia de Preços
Mínimos (PGPM), esse foi o preço mínimo recebido pelos
pequenos produtores em 2021).
GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Conab. Política de garantia de preços


mínimos para produtos da sociobiodiversidade. [S. l.]: Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), 2021. 8 p. Disponível em: https://www.conab.gov.br/images/chamadas/politicas_programas/
Folder-Pgpm-Bio-2021.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

FRIZZAS, M. R. et al. Aspectos fitossanitários da macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodedex.


Martius]: principais pragas e doenças. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados , 2020. 36 p. (Documentos
363). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1131774. Acesso
em: 16 fev. 2022.

INOCAS – Innovative Oil And Carbon Solutions. Propriedades mais rentáveis com macaúba. [S. l.]:
INOCAS. Disponível em: https://www.inocas.com.br/plantio/. Acesso em: 16 fev. 2022.

POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: EMBRAPA, 1994. 320 p.

RINALDI, M. M. et al. Estudos preliminares para colheita e armazenamento dos frutos da macaúba. .
Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 2020. 22 p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 355).

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p


GUIA DE ÁRVORES

MAMA- CADELA
(BROSSIMUM GAUDICHAUDII - MORACEAE)

Essa planta pertence à família da amora,


e foi denominada dessa forma devido à
semelhança de seus frutos com a mama
de cães fêmeas. É também chamada
de amoreira-do-mato e ocorre em três
biomas: Cerrado, Floresta Amazônica e
Mata Atlântica.

Seu porte vai de arbusto a árvore,


dependendo da região: a altura chega
a 4 metros no Cerrado e até a 10 m na
Foto: Blog ciprest.blogspot.com região amazônica.

Com sabor leve e adocicado, os frutos carnosos da mama-cadela são usados em receitas de
doces, sorvetes e salgados. Faz parte da cultura de alguns povos indígenas a utilização da raiz
aromática como fumo.

O grande destaque dessa espécie são suas propriedades curativas comprovadas


cientificamente, utilizadas na medicina alternativa. O bergapteno e a furocumarina, dois de
seus princípios ativos, são extraídos e industrializados para a produção de medicamentos
que tratam o vitiligo e outras doenças de pele. Além disso, a mama-cadela é uma planta
rústica, pouco exigente em relação ao solo e que apresenta alta capacidade de rebrota e de
produção de clones a partir de suas raízes.

3-4m
Curiosidade:
Dada a importância medicinal e terapêutica
da mama-cadela, alguns laboratórios goianos,
paulistas e do Distrito Federal estão elaborando
4-5 m

comprimidos, extratos, tinturas e cremes


utilizando essa planta como base. Um frasco com
1,5 - 2 m

60 comprimidos do extrato da mama-cadela custa


de R$ 25 a R$ 89.
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato


Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São
Paulo e Tocantins.
Em demais regiões da América do Sul: Paraguai e Bolívia.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado e nas vegetações de transição entre
tal bioma, a Caatinga, a Floresta Amazônica, o
Pantanal e a Mata Atlântica.
Grupo sucessional Não pioneira.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Barocoria e zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Abelhas e pequenos insetos polinizam as flores. Os frutos
servem de alimento para mamíferos e aves.

Características agronômicas

Tipo de solo Solos bem drenados, podendo ser ou não pedregosos.


Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Resiste a geadas de até -2 °C.
Precipitação 830 a 2.200 mm.

Pragas Algumas espécies de lepidópteros.


Doenças Não conhecidas.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Plantio puro a pleno sol ou plantio misto.
Espaçamentos recomendados Plantio puro: 4 x 4 m (no mínimo).
Densidade de plantio Plantio puro: 625 plantas/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Junho a novembro.


Período de frutificação Julho a dezembro.
Sementes/kg de Fruto 600 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Altura 4 m. | Fuste 1 a 2 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 1,5 m.
Crescimento Lento.
Tempo para colheita 6 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Frutos Consumo in natura. A polpa fibrosa pode ser transformada
em goma de mascar, sucos, doces, bebidas e sorvetes.
Forrageira (alimentação para bovinos).

Casca e raiz Uso medicinal: da casca, são extraídas substâncias ativas


usadas para o tratamento de vitiligo. A raiz, por ser
depurativa do sangue, ajuda no tratamento para a hepatite,
além de ter propriedades diuréticas.
GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina/DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual
ou potencial: plantas para o futuro: região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2016. 1162 p. Disponível
em: https://www.funbio.org.br/wp-content/uploads/2017/09/regio-centro-oeste-26-07-20171-5.pdf.
Acesso em: 16 fev. 2022.

DIJALMA, B. S. et al. Avaliação preliminar de cultivo de mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Trécul.


– Moraceae). Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2020. 20 p. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1124938/1/Boletim-Mamacadela-
360-FINAL.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p.

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p.

SILVA, D. B. et al. Propagação vegetativa de Brosimum gaudichaudii Trécul. (Mama-cadela) por estacas
de raízes. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v. 13, n. 2, p. 151-156, 2011. Disponível em: https://www.scielo.
br/j/rbpm/a/FcsYBsqt7VjghwxGCyWrTXx/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

MANGABA
(HANCORNIA SPECIOSA - APOCYNACEAE)

A mangabeira é uma árvore que


possui ramos inclinados e, por isso, é
semelhante ao chorão.

Os indígenas denominaram o fruto


dessa árvore de mangaba, que significa
“coisa boa de comer”. Ele costumava
crescer espontaneamente. O consumo
da mangaba e do látex produzido pela
mangabeira até hoje é uma tradição do
povo nordestino.
Foto: Site Embrapa.br

Trata-se de uma árvore rústica, típica dos biomas da Caatinga e do Cerrado, de ocorrência em
restingas e tabuleiros costeiros.

O nordeste brasileiro, onde predomina a exploração extrativista, é o maior produtor e


consumidor da fruta. A mangaba é o carro-chefe de grandes fabricantes de sorvetes e picolés
dessa região. Sua cadeia, já bem estabelecida, apresenta a produtividade de 10 toneladas de
frutos/ha, com rendimento líquido anual entre R$ 8 mil/ha a R$ 14 mil/ha.

A mangaba é uma fruta que se destaca por ter boa fonte de ferro (2,4 a 4,1 mg/100 g de
polpa) e de zinco (2,3 a 4,4 mg/100 g de polpa). O teor de ácido ascórbico presente na
mangaba, que pode atingir o valor de 274,7 mg/100 g de polpa, a coloca na lista de frutas
mais ricas em vitamina C. A mangaba também é rica em compostos tânicos, que são fenólicos
associados à adstringência da fruta e estão relacionados às suas propriedades antioxidantes e
de prevenção de doenças crônico-degenerativas.

4-6m
Curiosidade:
Desde 2013, a mangaba é um dos produtos
contemplados pela Política de Garantia de Preços
Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade
5-7 m

(PGPM-Bio) da Companhia Nacional de Abastecimento


(CONAB). O preço mínimo estabelecido para 2020 foi
2-3 m

de R$ 2,36/kg para os estados do Nordeste, e de R$ 1,91/


kg para os do Sudeste e do Centro-Oeste.
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Características ecológicas

Abrangência territorial Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins. Possível ocorrência


no Acre, em Roraima, em Alagoas, na Bahia, no Ceará,
no Maranhão, na Paraíba, em Pernambuco, no Piauí, no
Rio Grande do Norte, em Sergipe, no Distrito Federal,
em Goiás, no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, no
Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em
São Paulo e no Paraná.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Cerrado e Campo Sujo.


Grupo sucessional Pioneira.
Persistência da folhagem Semidecídua.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Principalmente para aves.

Características agronômicas

Tipo de solo Naturalmente cresce em solos arenosos, ácidos, pobres em


matéria orgânica, classificados como neossolos quartizênicos.
Profundidade do solo Rasos e pedregosos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 750 a 1.500 mm.

Pragas Lagartas, pulgão-verde e formigas cortadeiras podem


danificar as folhas, os ramos e as brotações.
Doenças Podridão aquosa ou murcha do colo, apodrecimento
das raízes, antracnose e mancha-parda.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sem registros.
Indicação para local de plantio Locais quentes e ensolarados, tanto para plantio
puro quanto em consórcio.
Espaçamentos recomendados Plantio puro: 7 x 6 m a 7 x 7 m. | Em consórcio: 10 x 10 m.
Densidade de plantio Plantio puro: 200 plantas/ha. | Em consórcio: 100 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Setembro a novembro.


Período de frutificação Dezembro a abril; junho a julho (portanto, duas
safras por ano).
Sementes/kg de Fruto 7.692/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade de frutos 10 toneladas/ha.
Altura 5 a 7 m. | Fuste 2 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Arredondada. Projeção de copa 4 a 6 m.
Crescimento Lento.
Tempo para colheita 3 a 5 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Frutos Consumido in natura; matéria-prima para o preparo


de geleias, doces, compotas, sorvetes, sucos, refrescos,
picolés, licores, vinho e xaropes.
O suco leitoso pode ser utilizado como medicamento
caseiro para o tratamento de tuberculose e úlceras.

Comercialização da polpa R$ 3/litro.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
LÉDO, A. S. et al. Mangaba. Brasília, DF: Embrapa, 2015. 90 p. (Coleção Plantar) Disponível em: https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/165360/1/PLANTAR-MANGABA-ed01-2015-MIOLO.
pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

LORENZI, H. et al. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). São Paulo: Instituto
Plantarum de Estudos da Flora, 2006. 672 p.

SILVA Jr., J. F. da et al. Hancornia speciosa: mangaba. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.
Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro:
região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 177-192. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.
embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1104669/1/Mangaba.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.

SILVA Jr., J. F. Mangaba: Hancornia speciosa Gomes. [S. l.]: Instituto Interamericano de Cooperación
para la Agricultura (IICA), 2017. 28 p. Disponível em: https://www.procisur.org.uy/adjuntos/procisur_
mangaba_476.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, 2006. 320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/livro_frutas_
nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

MURICI
(BYRSONIMA VERBASCIFOLIA - MALPIGHIACEAE)

A estimativa é que o gênero Byrsonia possua mais


de 200 espécies, sendo que pelo menos 100 delas
ocorrem no Brasil. São árvores pequenas, de troncos
tortuosos e com a coloração amarela de seus frutos
como característica marcante. O murici é uma das
espécies desse gênero e também conhecido como
douradinha-falsa, murici-assú, orelha-de-burro e
orelha-de-veado.
Foto: Site Coisas da Roça

Nas regiões de ocorrência natural do murici, seu mercado é local. Na região Nordeste, a fruta
é comercializada in natura nas feiras, juntamente com o jambo, a pitomba, a graviola e o caju.
No México e na América Central, o murici é utilizado para o preparo de pratos salgados e
recheios de carne.

Além do fruto da árvore – o qual também pode ser matéria-prima para sucos, sorvetes e
compotas –, a casca, os galhos e as folhas dessa planta têm utilização na medicina popular.
O murici é uma planta pouco cultivada, e sua produção é tradicionalmente feita por
extrativismo. Ela exige pouco manejo, cresce rápido, não necessita de defensivos agrícolas
e o retorno dos investimentos em seu plantio acontece em média após três anos. Um murici
produz cerca de 15 kg de frutos, uma produtividade média de 4.200 kg/ha. No CEASA
(Ceará), o preço para o consumidor final é de R$ 7/kg, segundo dados de 2021.

Além disso, os frutos dessa árvore – em virtude de seu rico valor nutritivo – têm grande
potencial para serem incluídos na alimentação humana.

Curiosidade:
O murici é uma espécie de múltiplos usos: das sementes
7-8m
é possível extrair um óleo, que pode ser destinado
tanto para alimentação quanto para a fabricação de
cosméticos; a polpa da fruta está sendo testada para a
produção de cervejas artesanais; o beneficiamento do
5 m

fruto em geleias garante o valor nutricional do alimento


e aumenta sua vida útil – o tempo de armazenamento
1 m

desse produto ultrapassa os 120 dias; e, além disso, o


fruto também já foi transformado em passas, que se
mostraram ricas em fibras, carboidratos e proteínas.
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal,


Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pará, São Paulo e Tocantins.
Em demais regiões: México, Bolívia e Paraguai.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado, Cerradão, Campo Sujo, Pantanal e
Floresta Estacional.
Grupo sucessional Secundária inicial.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Melífera. Quando caem, os frutos são consumidos pela
fauna silvestre.

Características agronômicas

Tipo de solo Solos areno-argilosos, bem drenados.


Profundidade do solo Rasos e profundos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Tolera temperaturas até -3 °C.
Precipitação Mínimo de 600 mm/ano.

Pragas Serra-pau (Oncideres dejeani) e ácaros fitófagos do


gênero Brevipalpus.
Doenças Sem informação.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Consórcio, plantios puros e bordas de florestas.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 5 x 8 m. | Plantios puros: 5 x 5 m ou 6 x 6 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 250 plantas/ha.
Plantio puro: 277 a 400 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto a novembro.


Período de frutificação Outubro a fevereiro.
Sementes/kg de Fruto 3.000/kg.
Produtividade de frutos 4.500 kg/ha (100 a 500 frutos/planta, que pesam entre
1 a 4 g cada; o rendimento da polpa é de 60%).
Dormência de sementes Sim; quebra por imersão em solução de ácido giberélico.
Altura 5 m. | Fuste 2 m.
Tipo de raiz Pivotante (profunda).
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 7 a 10 m.
Crescimento Lento a moderado.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Tronco Casca usada para tingimento de tecidos e indústria


de curtume.
Frutos Consumidos in natura ou em forma de doces, sucos,
polpas, geleias, sorvetes e licores.
Uso medicinal: laxante brando, além de combater
tosse e bronquite.
Sementes Extração de óleo para alimentação ou para a indústria
farmacêutica e de cosméticos.
Servem também como matéria-prima para artesanato.

Casca, folhas e ramos Uso medicinal.


Casca: no uso popular, febrífugo, antidiarreico e
adstringente; tóxica se ingerida em doses elevadas.
Folhas e ramos: antissifilíticos, diuréticos, eméticos,
antimicrobianos, antioxidantes, anti-hemorrágicos,
cicatrizantes e anti-inflamatórios.

Comercialização R$/kg (frutos in natura) R$ 5 a R$ 7 (preço para o consumidor).


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p.

ARAÚJO, R. R. et al. Byrsonima crassiflia e verbascifolia: Murici. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.
Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região
Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 137-146. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/
infoteca/bitstream/doc/1104683/1/Murici.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

GURGEL, F. L. O muricizeiro [Byrsonima crassifolia (L) H.B.K]: avanços no conhecimento e ações de pré-
melhoramento. Brasília, DF: Embrapa Amazônia Oriental, 2016. 52 p. Disponível em: https://ainfo.cnptia.
embrapa.br/digital/bitstream/item/149349/1/Muruci-cap1.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

SILVA, A. B. C. Bioatividade de extratos de folhas e frutos de Byrsonima spp (Malpighiaceae) em


Lactuca sativa L. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Universidade Federal de
Alfenas, Alfenas, 2016. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/ppgca/wp-content/uploads/
sites/188/2021/03/Dissert.-Barbara.2016-Bioat.-extrat.-folhas-e-frutos-de-Byrsonima-spp.-em-L.-sativa-
VersaoFinal_0.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p.


GUIA DE ÁRVORES

PEQUI
(CARYOCAR BRASILIENSE - CARYOCARACEAE)

O pequizeiro é chamado “ouro do cerrado”, um termo que


associa a coloração amarela do pequi ao seu valor econômico.
Ele é nativo do Cerrado e já tem uma cadeia de produção
consolidada, que vem crescendo.

O pequi é muito versátil: a polpa e a amêndoa servem para


a alimentação humana, e o restante dele pode ser utilizado
como ração animal ou adubo.
Foto: Site Pinimg.com
Esse fruto faz parte da culinária regional e também é
industrializado, na forma de extratos, conservas e óleo. Em
várias regiões do Brasil, é possível encontrar esses produtos no comércio, e eles até vêm com selo
de qualidade. O fruto processado e embalado a vácuo atende também ao mercado externo, e a
exportação valoriza o produto em até seis vezes em comparação com as vendas ao mercado interno.

Explorado majoritariamente de forma extrativista, a produção nacional de pequi é de 27.000


toneladas. Sua produtividade média é de 180 kg polpa/ha, considerando a densidade natural de
suas plantas, que é de 45 indivíduos/ha.

Um dos desafios do cultivo do pequi é sua germinação: ela é muito baixa. Por isso, há muitas
pesquisas em torno desse tema. As principais entidades de pesquisa envolvidas são: a Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP); a EMBRAPA Cerrados; a EMBRAPA CENARGEN; a Universidade
Federal de Goiás (UFG); a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – campus de Montes
Claros; a Universidade Federal de Uberlândia (UFU); a Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e
Fundiário; e a Associação dos Produtores e Beneficiadores de Frutos do Cerrado (Benfruc).

6-8m
Curiosidade:
A EMBRAPA Cerrados (Planaltina/DF) recomenda um
tratamento para acelerar a germinação das sementes
do pequi: elas devem ser imersas por 36 horas em uma
10 m

solução de ácido giberélico e água, na proporção de 1 g


de ácido para 1,5 litro de água. Esse procedimento faz
4-5 m

com que o tempo de germinação, que normalmente é de


120 a 360 dias após semeadura, caia para 40 dias.
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Características ecológicas

Abrangência territorial Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato


Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí,
São Paulo e Tocantins.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Campo Cerrado, Cerrado denso e ralo, Cerradão;
Mata Calcárea e “murundus”.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Semidecídua.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Melífera. Seus frutos são consumidos por roedores (preá,
paca e outros), insetos, aves e morcegos.

Características agronômicas

Tipo de solo Fertilidade química baixa. Bem drenado e constituído por


arenito, cretáceos e quartzitos estratificados, com camadas
de barro e areia cimentados e acidez elevada (pH de 4,5 a 5).
Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 900 a 2.250 mm.

Pragas Formigas, cupins e lepidópteros.


Doenças Podridão de raízes (Cylindrocadium sp), mal-do-cipó
(Phomopsis sp) e podridão dos frutos (Botryodiplodia
theobromae).
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Recomenda-se plantar em consórcio. Indicado para
sistemas silvipastoris.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 16 x 16 m. | Plantio puro: 9 x 9 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 35 a 40 plantas/ha.
Plantio puro: 123 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto a novembro.


Período de frutificação Novembro a fevereiro.
Sementes/kg de Fruto 145 a 200/kg.
Dormência de sementes Sim.
Altura 11 m. | Fuste Curto: 5 m.
Produtividade 3,7 toneladas/ha/ano (30% de óleo - 1.100 kg/ha/ano).
Por árvore | 2.000 frutos.

Tipo de raiz Nas fases iniciais é fasciculada; depois, torna-se pivotante.


Tipo de copa Densa. Projeção de copa 3 a 4 m.
Crescimento Lento, menos de 30 cm/ano.
Tempo para colheita 4 a 5 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Fruto Alimentação humana e animal e uso medicinal. A torta da


polpa pode ser aproveitada como ração ou fertilizante.
Sementes Extração de óleo para uso medicinal ou para a
produção de biocombustível; uso em compostagem
ou em ração para animais; e fabricação de licores e
de manteiga de pequi.

Comercialização In natura R$ 1,5 a R$ 6/kg.

Processado e embalado: R$ 11 a R$ 36/kg.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S P et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

BORGES, J. C. A. Características botânicas, aspectos nutricionais e efeitos terapêuticos do pequi


(Caryocar brasiliense): revisão de literatura. 2011. Seminário (Mestrado em Ciência Animal) – Escola
de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011. Disponível em: https://files.
cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/semi2011_Juliana__Carvalho_2c.pdf. Acesso em 16 fev. 2022.

CARVALHO, P. E. R. Pequizeiro: Caryocar brasiliense. Colombo, PR: Embrapa, jul. 2009, 10 p.


(Comunicado Técnico, 230). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-
2010/46379/1/CT230.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

OLIVEIRA, E. Exploração de espécies nativas como uma estratégia de sustentabilidade


socioambiental: o caso do pequi (Cariocar brasiliense Camb.) em Goiás. 2006. Tese (Doutorado) – Centro
de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília. Brasília, DF, 2006.

SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p.

SILVA, D. M. Cadeia produtiva de pequi no estado de Goiás: análise do ambiente organizacional


e institucional. 2011. Estágio (Graduação em Gestão do Agronegócio) – Faculdade UnB
Planaltina, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2011. Disponível em: https://bdm.unb.br/
bitstream/10483/3871/1/2011_DaniellaMenezesdaSilva.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
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AÇOITA- CAVALO
(LUEHEA DIVARICATA - MALVACEAE)

O açoita-cavalo é uma árvore de ampla


ocorrência, típica de florestas e de fácil
regeneração natural nas pastagens. Rebrota
rapidamente após ser cortada, ficando com
arquitetura baixa. Quando plantada em
áreas abertas, apresenta também muitos
galhos. Para que ela forme madeira, deve
ser sombreada nas fases iniciais. Tem boa
indicação para consórcio com café, quando
este já estiver bem formado. O açoita-cavalo
em sua forma adulta, no ambiente natural de
floresta, alcança até 10 metros de altura.

Essa árvore tem crescimento médio e atinge a fase de corte aos 10 anos. Sua madeira é bem
uniforme, de cor bege clara ou acinzentada, seca rápido e tem boa aceitação em relação a
tratamentos conservativos. Pelo fato de a madeira do açoita-cavalo ser boa de se trabalhar, ela é
indicada para a confecção de peças torneadas e para a fabricação de saltos de sapatos.

Embora essa árvore não tenha capacidade de fixação de nitrogênio, suas raízes se associam
facilmente com micorrizas, o que permite que a planta tenha boas disponibilidade e absorção
de nutrientes. Essa característica faz com que o açoita-cavalo seja benéfico para culturas
consorciadas com ele.

8m
Curiosidade:
Os galhos do açoita-cavalo têm
alta resistência e elasticidade.
Por isso, são usados para fabricar
10 m

chicotes, o que deu origem a esse


nome popular da espécie.
6 m
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Goiás e de Minas Gerais até o


Rio Grande do Sul.
Em demais regiões da América do Sul: Bolívia,
Paraguai, Peru.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombófila
Densa, Floresta Estacional Decidual e Semidecidual,
Pampas, Cerradão e Cerrado.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocórica (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É apícola e serve de alimento e abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Secos ou úmidos, bem ou mal drenados, de textura


média a argilosa.
Profundidade do solo Profundos ou rasos.
Tolerância ao encharcamento Leve.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 700 a 2.200 mm.

Pragas Besouros da família Scolytidae e serradores cerambicídeos.


Doenças Não há registro.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café ou outras culturas; em divisas de
propriedades; como arborizadora de carreadores; em
bordas de florestas; e em encostas íngremes.

Espaçamentos recomendados Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância


mínima de 12 m entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas de café).
Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m.

Densidade de plantio Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha.


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Propagação e crescimento

Período de florescimento Dezembro a julho.


Período de frutificação Junho a julho.
Índice Médio de Crescimento (IMC) 10 anos para corte.
Sementes/kg 280 mil sementes/kg
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 5 m³/ha/ano.
Altura 15 m. | Fuste 10 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 8 m.
Crescimento Lento a moderado. Aos 10 anos, alcança até 9 m.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Melífera. Do tronco, extrai-se resina. Óleo essencial pode


ser extraído das flores. A casca é muito valorizada por
conter tanino ( que tem uso medicinal), sendo empregada
em operações de curtume e, na medicina popular, usada
contra disenteria e reumatismo.

Madeireiros Usos Movelaria, hélices de avião, tacos, ripas, molduras,


guarnições, peças torneadas, compensados, instrumentos
musicais, forma de sapatos, lenha, carvão e mourão.
Densidade Moderadamente densa (0,7 g/cm3).
Características Textura média, resistente e flexível.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 160/kg

Madeira para lenha (R$/m3) R$ 50/m³


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil
Folhas do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/
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CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo:
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LÖF – MUDAS NATIVAS E ORNAMENTAIS. Açoita-cavalo. [S. l.]: LÖF, 2016. Disponível em: http://
www.mudasnativaslof.com.br/especies/detalhes/acoita-cavalo. Acesso em: 04 out. 2021.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.
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REDE DE SEMENTES DO CERRADO. Açoita-cavalo. [S. l.]: Rede de sementes do Cerrado, 2020.
Disponível em: https://rededesementesdocerrado.com.br/vendas/sementes-nativas/arvore/85-
acoita-cavalo. Acesso em: 04 out. 2021.

SOUZA, H. N. Sistematização da experiência participativa com sistemas agroflorestais: rumo à


sustentabilidade da agricultura familiar na Zona da Mata Mineira. 2006. Tese (Magister Scientiae
em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.
GUIA DE ÁRVORES

ANGICO
(ANADENANTHERA COLUBRINA - FABACEAE)

Não conseguimos mexer neste texto porque


ele é uma imagem. Além disso, o texto está
cortado. Então, não foi possível lê-lo na
íntegra, sendo, assim, impossível realizar
qualquer revisão.

8m Curiosidade:
O angico é considerado uma planta pioneira
antrópica. É uma espécie que aparece em
agrupamentos contínuos, em áreas alteradas. Se o
16 m

plantio dela não for controlado, essa planta pode


se tornar uma invasora, inibindo a propagação de
10 m

outras espécies. Por apararecer em agrupamentos


contínuos, em áreas alteradas. Por outro lado, sua
floração é bastante atrativa para abelhas silvestres.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do


Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Cerradão, Cerrado e Floresta Estacional
Semidecidual.
Grupo sucessional Secundária inicial.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Barocórica (por gravidade).
Atração em relação à fauna silvestre Melífera e serve de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Adaptada a solos secos, rasos ou pedregosos. Seu


desempenho é melhor em solos bem drenados e de textura
média a argilosa.
Profundidade do solo Rasos ou profundos.
Tolerância ao encharcamento Média.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 700 a 1.800 mm.

Pragas Frutos atacados pela broca; mudas podem sofrer


ataques de formigas saúva.
Doenças Não há registro.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
Indicação para local de plantio Em consórcio com outras culturas, como café; em divisas
de propriedades; como arborizadora de carreadores; em
bordas de florestas; e em talhões puros.

Espaçamentos recomendados Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância


mínima de 12 m entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas de café).
Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m.

Densidade de plantio Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha.


GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Dezembro a janeiro.


Período de frutificação Janeiro a julho.
Sementes/kg 10.000 a 20.000 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 31 m³/ha/ano.
Altura 8 a 16 m (DAP: 25-60 cm). | Fuste 10 m.
Tipo de raiz Pivotante (superficial em solos rasos).
Tipo de copa Média. Projeção de copa 8 m.
Crescimento Moderado a rápido. O corte pode ser feito a
partir de 20 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Melífera; curtume; corantes.


Madeireiros Usos Construção civil, marcenaria, carpintaria, mourões, postes,
caibros, ripas, tabuados, vigas e lenha.

Densidade Densa: 0,8 a 1,1 g/cm3.


Características Textura média, rija, não elástica.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 813,70/kg.

Madeira R$ 50,00/m³ para lenha.


(R$/m3- árvore em pé) R$ 136,67 a R$ 570/m³ para serraria.
GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas
do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Bruziguessi-et-al-
2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 1.


ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-content/
uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em: 17 fev.
2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/
wp-content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso
em: 04 out. 2021.

PAREYN, F. G. C. et al. Anadenanthera colubrina: angico. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.
Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro:
região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 740-745. Disponível em https://ainfo.cnptia.embrapa.br/
digital/bitstream/item/190109/1/Livro-Nordeste-740-745.2018.pdf
GUIA DE ÁRVORES

AROEIRA-VERDADEIRA
(MYRACRODRUON URUNDEUVA - ANACARDIACEAE)

A aroeira é conhecida por diversos


nomes: almecega, urundeúva, aroeira-
do-sertão, aroeira-do-campo, entre
outros. Trata-se de uma espécie
nativa do Brasil, mas não endêmica,
e que ocorre em todo o continente
americano.

Sua madeira, considerada


imputrescível e resistente a
microrganismos, insetos e à umidade,
Foto: Lina Inglez / Plantio puro de aroeira verdadeira em ilha Solteira/SP é muito usada como mourão de cerca.

A aroeira-verdadeira pode rebrotar em abundância como vegetação secundária e formar bosques


praticamente puros.É tolerante à seca e ao fogo.

Sua exploração é extrativista. Além da madeira, essa árvore possui outras partes úteis, como a
casca e a resina, que são utilizadas para a produção de taninos, corantes e remédios.

Experimentos de plantios puros e consorciados, feitos nas regiões de Ilha Solteira/SP, pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP) e de Bauru/SP, pelo Instituto Florestal, mostram o grande
potencial silvicultural da aroeira- verdadeira, que se desenvolve com fuste reto, mas necessita de
desbrota e desrama, de modo que sua madeira adquira uma forma adequada para uso. Após o
corte, essa árvore apresenta rebrota de raiz e, para a criação de um novo ciclo florestal, pode ser
conduzida por talhadia simples.

5,5 m
Curiosidade:
Um dos nomes comuns para a aroeira é “corrutela
de arara”, que significa “árvore da arara”. Essa
denominação se dá pelo fato de essas aves muito
9,7 m

frequentemente pousarem e viverem nessas árvores.


É recomendado que a aroeira seja plantada em
4,8 m

áreas de acesso restrito ao público, porque suas


folhas, flores e frutos contêm princípios alérgicos.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão,


Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
Em demais regiões do continente americano: desde o
México até a Argentina.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Florestas Estacionais Decidual e Semidecidual,


Cerradão e Cerrado.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É apícola e serve de alimento e abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Não é uma espécie exigente. Desenvolve-se em solos de


textura argilosa e arenosa, e é típica em solos ricos em cálcio.
Profundidade do solo Rasos e pedregosos, em declives acentuados.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 400 a 2.300 mm.

Pragas Coleóptero (Bresilienus bacordairei); nas folhas, pulgões.


Doenças Ataque de Fungos (Aspergilus, Penincilium, A.Niger,
Alternaria etc.).

Tolerância a sombra Heliófita, mas pode se desenvolver à sombra nas fases iniciais.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Talhões isolados e consorciados com espécies
sombreadoras; bordas de matas; divisas de propriedades; e
como arborizadoras de carreadores. Quando em consórcio
com café, deve-se plantá-la em linhas intercalares, com
grandes espaçamentos entre elas.
GUIA DE ÁRVORES

Espaçamentos recomendados Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância


mínima de 12 m entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas de café).
Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m.

Densidade de plantio Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha.

Propagação e crescimento

Período de florescimento Nordeste: janeiro a abril. Sudeste: julho a agosto.


Período de frutificação Nordeste: janeiro a abril. Sudeste: julho a agosto.
Sementes/kg 47.000 a 65.000/kg
Dormência de sementes Sim. Para quebrar a dormência, recomenda-se imergir as
sementes em água por 24 horas, em temperatura ambiente;
depois, deve-se deixá-las na geladeira por até 6 dias.
Produtividade da madeira 5 a 6 m³/ha/ano (8 a 10 anos para mourão, e 15 a 20 anos
para a obtenção de dormentes).

Altura 9,7 m. | Fuste 4,8 m.


Tipo de raiz Pivotante, concentrada na superfície.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 5,5 m.
Crescimento Lento a moderado.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Uso medicinal: a casca da árvore é rica em fenóis, sendo


indicada para obter efeitos cicatrizante, analgésico e
anti-inflamatório. Os taninos, também presentes na casca,
servem como corantes de tecidos. Além disso, é uma
espécie melífera.
Madeireiros Usos Obras externas: postes, moirões, estacas, tacos para
assoalho. Fabricação de lenha e carvão (4.582 kcal/kg).
Densidade Muito pesada (1,19 g/cm3).
Características Dura e muito resistente.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 350 a R$ 800.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 130 a R$ 500.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas
do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Bruziguessi-et-al-
2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CARVALHO, P. E. R. Aroeira-verdadeira. Colombo, PR: Embrapa, dez. 2003. 16 p. (Circular Técnica, 82).
Disponível em https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/312989/1/CT0082.
pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/
wp-content/uploads/2019/09/%C3%81arvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso
em: 20 set. 2021.
GUIA DE ÁRVORES

CANAFÍSTULA
(PELTOPHORUN DUBIUM - CAESALPINIACEAE)

A canafístula, também conhecida como amendoim-falso,


é uma árvore muito utilizada em projetos de restauração,
dado seu rápido crescimento e o bom sombreamento
que ela proporciona.

Possui ampla ocorrência não só no Brasil, como também


na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.

Sua madeira, cujos tons são mais claros, é valorizada no


mercado e indicada para o uso em construções civis,
obras externas, movelaria e construção naval. Ela possui
resistência a fungos e cupins, mas, se em contato com o
solo, a vida média da madeira fica menor.

Fonte: Lina Inglez.


Não é uma planta exigente em termos de fertilidade do solo, mas cabe ressaltar que adubações
potencializam seu crescimento – que, por sua vez, é variável, com a árvore podendo apresentar
bifurcações se plantada em local de pleno sol. Além disso, em experimentos, a canafístula
apresentou desrama natural.

Aos sete anos, essa árvore pode chegar a 10 metros de altura, com incremento máximo de 19 m3/
ha/ano. Possui bom potencial de consórcio com café e a vantagem de ser uma boa cicladora de
nutrientes e uma fixadora de nitrogênio.

6m
Curiosidade:
Em experimentos feitos pelo Instituto Florestal
de Bauru/SP, a espécie não apresentou bom
crescimento em plantios puros: o tronco das árvores
20 m

submetidas aos testes ficaram finos e elas se


mostraram suscetíveis ao ataque de pragas. Assim,
15 m

essa é uma espécie que se desenvolve melhor em


plantios consorciados.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro,
São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Em demais regiões da América do Sul: Argentina, Uruguai
e Paraguai.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Florestas Estacionais Decidual e Semidecidual,


Cerradão e Cerrado.
Grupo sucessional Secundária inicial.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É apícola e serve de alimentação e abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Médios e argilosos. Não é exigente em termos de fertilidade,


podendo apresentar bom crescimento em solos ácidos.
Profundidade do solo Profundo. Não tolera solos pedregosos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Média.
Precipitação 700 a 2.300 mm.

Pragas Lepidoptera, Saturnidae (Molippa sabina) e Geometridae,


que causam desfolhamento total em povoamentos puros
em que as árvores tenham menos de um ano de idade
(observado em plantios no sudoeste do Paraná). Os
serradores cerambicídeos (Oncideres ulcerosa e Oncideres
dejeani) também podem causar danos, mas menores.
Doenças Não há relatos.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
GUIA DE ÁRVORES

Indicação para local de plantio Em consórcio com o café e outras culturas, em divisas de
propriedades; como arborizadora de carreadores; em
bordas de florestas; e em plantios associados a outras
espécies arbóreas.
Espaçamentos recomendados Em plantio com outras espécies arbóreas: 3 x 2 m.
Em consórcio: mínimo de 10 x 10 m.
Densidade de plantio Em plantio puro: 1.600 árvores/ha.
Em consórcio: 100 árvores/ha.

Propagação e crescimento

Período de florescimento Sudeste/Sul: setembro a março. Nordeste: março a agosto.


Período de frutificação Dezembro a maio.
Sementes/kg 4.200 sementes/kg.
Dormência de sementes Sim. A solução é deixar as sementes imersas em água a
70 °C por 10 minutos.
Produtividade da madeira 19,6 m³/ha/ano.
Altura 20 m. | Fuste 15 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Rápido.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros É melífera e pode ser utilizada para a alimentação animal.


Madeireiros Usos Obras externas, construção naval, marcenaria e carpintaria.
Densidade Densa (0,75 a 0,90 g/cm³).
Características Madeira rústica, de cor róseo-clara, levemente amarelada.
Textura médio-grosseira. Cheiro e gosto imperceptíveis.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 290/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 176 a R$ 500/m3.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CARVALHO, P. E. R. Canafístula. Colombo, PR: Embrapa, nov. 2002, 15 p. (Circular Técnica, 64).
Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/306466/1/CT0064.pdf.
Acesso em: 17 fev. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-
content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em:
17 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

CAVIÚNA-DO - CERRADO
(DALBERGIA MISCOLOBIUM - FABACEAE)

A caviúna-do-cerrado é uma espécie nobre, da mesma família do


pau-brasil e notabilizada pela coloração azulada de suas folhas. Ela
é comum nos Cerradões e conhecida também como jacarandá-do-
cerrado ou apenas caviúna. Sua madeira é comumente utilizada
para a fabricação de itens pequenos, como cabos de faca, peças
de xadrez e enfeites em geral, mas ela também é utilizada na
construção civil.

No Brasil, a incidência dessa árvore ocorre principalmente nos


estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Ela
tem sido explorada de forma extrativista, e sua madeira tem boa
valorização no mercado, sendo considerada tão nobre quanto a do
jacarandá-da-bahia.

Foto: Arvoresdobiomacerrado.com.br

A caviúna-do-cerrado possui crescimento lento e, quando em pleno sol, de galhadas. Por isso, se o
plantio dessa espécie for conduzido em silvicultura, a desrama é uma prática necessária.

Além disso, ela é uma fixadora de nitrogênio e, assim, melhora a qualidade do solo, proporcionando
benefícios para as plantas próximas.

A caviúna-do-cerrado é uma espécie que, naturalmente, tem populações com grandes densidades,
tendo sido observada uma média de 80 a 230 indivíduos/há – quando nessa alta densidade, a
espécie não sofre ataques de pragas e doenças. Essa característica mostra o bom potencial da planta
tanto para o plantio puro quanto para o consorciado.

6m
Curiosidade:
Em pesquisas, constatou-se que a
caviúna-do-cerrado não somente se
reproduz por meio de suas sementes,
16 m

como também o faz vegetativamente.


8 m
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerradão e Cerrado.

Grupo sucessional Secundária tardia.


Persistência da folhagem Perenifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocórica (vento).
Atração em relação à fauna silvestre Serve de abrigo para a fauna. Suas flores atraem insetos.

Características agronômicas

Tipo de solo Arenoso e bem drenado.


Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 1.500 mm.

Pragas Sem informações.


Doenças Os fungos Asteromella pyricolla e Heminthosporium
lavrense atacam as folhas, mas não causam injúrias
importantes e até ajudam a identificar a espécie, no
que parece ser uma associação simbiótica.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café e em outras culturas; plantios
agroflorestais
Espaçamentos recomendados Plantio puro e misto: 3 x 3 m ou 3 x 4 m. | Consórcio: 12 x 4 m.
Densidade de plantio Plantio puro e misto: de 830 a 1.100 plantas/ha.
Consórcio: 210 plantas/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Janeiro e fevereiro.


Período de frutificação Maio e junho.
Sementes/kg 6.200 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 6,5 m³/ha/ano.
Altura 8-16 m (DAP: 30-40 cm). | Fuste 8 m.
Tipo de raiz Pivotante; cresce mais profundamente e mais rapidamente
que sua parte aérea.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Lento; o corte pode ser feito após os 30 anos
de idade da planta.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Por meio de cocção, a casca fornece tinta preta, que é
comumente usada na tinturaria e no tingimento de fios. Os
frutos são matéria-prima para artesanatos, normalmente
comercializados em feiras populares.
Madeireiros Usos Madeira para construção civil, acabamentos internos,
pequenas peças e fabricação de carvão.
Densidade Densa (0,77 g/cm3).
Características Muito resistente e pesada.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 370/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 137 a R$ 570/m³.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CHACEL, F. C. Espécies arbóreas em Sistemas Agroflorestais no Distrito Federal, Brasil. 2018.


Dissertação (Mestrado em Botânica) – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, 2018.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-
content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em:
17 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

LOURO -PARDO
(CORDIA TRICHOTOMA - BORAGINACEAE)

O louro-pardo, também conhecido como louro-amarelo, é


da mesma família do freijó. É uma espécie bem adaptada às
regiões Sul e Sudeste do Brasil. A árvore é robusta, belíssima
e cresce de forma reta.

A madeira do louro-pardo é de excelente qualidade, possui


boa resistência e sua coloração é amarelada. Apreciada
tanto no mercado interno quanto no externo, ela tem
ampla utilização: na construção civil, na movelaria de luxo,
na produção de laminados e na indústria naval.

Há várias pesquisas que contêm dados sobre o crescimento


dessa espécie em diversas regiões do Brasil. Os resultados
são interessantes – em 10 anos, o louro-pardo pode chegar
a 10 metros de altura, e ter um incremento de 8,6 m3/ha/
ano. Adulta, a árvore pode atingir 35 metros de altura e ter
fustes de até 20 m.
Foto: Pinterest.com

É uma espécie exigente em relação a solos: cresce bem somente nos profundos e férteis. Nesse
sentido, é comum encontrar indivíduos isolados e bem desenvolvidos no meio dos cafezais.

6m
Curiosidade:
A floração do louro-pardo é vistosa,
com flores pequenas, brancas e
melíferas. Em seus primeiros anos de
25 m

vida, a espécie não tolera geadas. O


plantio mais favorável a ela se dá em
15 m

locais com temperatura média de 18 °C.


GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais.
Em demais regiões da América do Sul: Argentina, Bolívia
e Paraguai.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta
Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Cerradão
e Cerrado.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É melífera e serve de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Argiloso e de boa fertilidade.


Profundidade do solo Profundo e bem drenado.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Média (tolera geadas na fase adulta).
Precipitação 800 mm a 3.700 mm.

Pragas Inseto Dictyla monotropidia (Stal), que ataca as folhas.


Doenças Sem registros.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café e outras culturas, em divisas das
propriedades; como arborizadora de carreadores; em
bordas de florestas; e em plantios associados a outras
espécies arbóreas.
Espaçamentos recomendados Em plantio com outras espécies arbóreas: 3 x 2 m.
Em consórcio: mínimo 10 x 10 m.

Densidade de plantio Em plantio puro: 1.600 árvores/ha.


Em consórcio: 100 árvores/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Abril a julho.


Período de frutificação Julho a setembro.
Sementes/kg 20.000 a 35.200 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 9,7 m3/ha/ano (10 anos) e 10,7 m3/ha/ano (5 anos).
Altura 20 m. | Fuste 15 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Moderado a rápido. Em um ciclo de 20 anos, pode chegar
a 29,7 m³ de madeira/ha. Sua madeira pode ser serrada
quando a árvore tiver entre 15 e 20 anos de idade.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros É melífera. Tem uso medicinal e paisagístico.


Madeireiros Usos Móveis de luxo, revestimentos decorativos,
lâminas faqueadas para lambris, vigas, caibros, ripas,
caixilhos, persianas, guarnições, tabuado, obras internas,
construção de tonéis, carpintaria e marcenaria.

Densidade Leve a moderadamente densa (0,43 a 0,78 g/cm3).


Características Textura grossa; baixa resistência ao apodrecimento; fácil de
se trabalhar.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 340/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 103 a R$ 370/m3.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas
do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Bruziguessi-et-al-
2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf . Acesso em: 16 fev. 2022.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CARVALHO, P. E. R. Louro-pardo. Colombo, PR: Embrapa, nov. 2002, 16 p. (Circular Técnica, 66).
Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/284077/1/CT0066.pdf. Acesso
em: 17 fev. 2022.

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Informações sobre madeiras: louro-pardo. São Paulo: IPT,
c1983. Disponível em: http://www.ipt.br/informacoes_madeiras/68-freijo.htm. Acesso em: 17 fev. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-
content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em:
17 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

GONÇALO -ALVES
(ASTRONIUM FRAXINIFOLIUM - ANACARDIACEAE)

O gonçalo-alves pertence à mesma família da aroeira e do


caju. É também conhecido como sete-cascas, aroeira-do-
campo ou aroeira-d’água.

Ocorre em três biomas – Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica


– e pode alcançar até 35 metros de altura. É tolerante à seca
e a geadas. Em áreas plantadas e campos abertos, sua altura
vária de 8 a 10 metros.

Dado o grande interesse madeireiro em relação ao gonçalo-


alves, a UNESP de Ilha Solteira/SP desenvolveu diversos
plantios experimentais dessa planta, nos quais ela foi
consorciada com outras espécies. Nessas pesquisas, as árvores
demonstraram crescimento reto e, aos 17 anos, atingiram 10
metros de altura. Assim, o crescimento do gonçalo-alves pode
ser considerado lento – ele pode ser cortado somente quando
tiver entre 20 e 30 anos de idade.

A madeira é durável e resistente, e essa durabilidade persiste até mesmo quando ela está fincada na
água. Essa espécie é destinada a diversos usos, desde a fabricação de acabamentos internos até de
construções externas, incluindo peças torneadas.

As raízes do gonçalo-alves fazem associações com micorrizas, o que faz com que essa planta tenha
boas disponibilidade e absorção de nutrientes. Tal característica traz benefícios também para a
cultura que for consorciada com ela.

4m
Curiosidade:
A gonçalo-alves é uma espécie protegida por legislação
específica: seu corte na Floresta Atlântica primária é proibido;
em florestas secundárias do Cerrado e do Cerradão, o corte
10 m

só ocorre se houver prévia aprovação de plano de manejo


(Portaria nº 83-N/1991). Essas informações são válidas somente
4 m

para o manejo extrativista, e não para os plantios.


GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Amazônia.


Fitofisionomias naturais de ocorrência Floresta Amazônica, Cerrado, Cerradão e Floresta
Estacional Semidecidual.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É melífera e serve de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Textura argilosa a arenosa, bem drenado, de alta fertilidade.


Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 700 a 2.600 mm.

Pragas Sem registros.


Doenças Sem registros.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com outras culturas, como o café; em divisas
de propriedades; como arborizador de carreadores; em
borda de florestas; e em talhões consorciados com espécies
sombreadoras.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com
distância mínima de 12 metros entre cada uma (a cada 4
ou 5 ruas de café).
Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m.

Densidade de plantio Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha.


GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Maio a setembro.


Período de frutificação Setembro a outubro.
Sementes/kg 40.000 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 4,7 m³/ha/ano.
Altura 8 a 12 m. | Fuste 4 m.
Tipo de raiz Pivotante, profunda.
Tipo de copa Rala. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Lento. O corte pode ser feito a partir dos 20 aos 30 anos
de idade da planta.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros É melífera. Pode-se extrair tanino da planta. Tem, também,


uso medicinal.
Madeireiros Usos Acabamentos internos e construções externas, como
moirão de cerca, postes, dormentes, esquadrias, carrocerias,
móveis, peças torneadas e tacos. Empregada também nas
construções civil e naval, na carpintaria, em dormentes,
corrimãos, balaústres, portas etc.
Densidade Densa (0,97 a 1,13 g/cm³).
Características Madeira muito pesada, dura, com alto teor de tanino.
Resistente à podridão, mesmo quando em contato com o
solo por longos períodos.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 110/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 135/m³.

Serrada e seca naturalmente R$ 570/m³.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p.

BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas
do IEB, 2021. 140 p. Disponível em: https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Bruziguessi-et-al-
2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CNCFLORA – Centro Nacional de Conservação da Flora. Astronium fraxinifolium Schott. Rio de


Janeiro: CNCFLORA, 2012-2013. Disponível em: http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/
Astronium fraxinifolium. Acesso em: 08 out. 2021.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp-
content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em:
17 fev. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/
wp-content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso
em: 04 out. 2021.
GUIA DE ÁRVORES

PEROBA-DO - CAMPO
(ASPIDOSPERMA TOMENTOSUM - APOCYNACEAE)

Aspidosperma é um gênero de grande importância


econômica, porque contempla espécies fornecedoras de
madeira para a construção civil e para a marcenaria. Foram
descritas 55 espécies desse gênero, e 41 delas ocorrem no
Brasil. Ele inclui as perobas e os guatambus.

É uma espécie típica dos Cerrados e Cerradões e pode atingir


até 15 metros de altura, sendo mais comum que fique na faixa
dos 8 metros. O tronco é cilíndrico e compacto; e a casca,
espessa e sulcada, preparada para tolerar o fogo.

A bonita madeira da peroba-do-campo possui tons


amarelados e é fácil de se trabalhar, sendo, conforme
mencionado acima, valorizada no mercado. No entanto, os
fatos de não haver relatos sobre seu plantio e de a demanda
por essa árvore ser abastecida com base em um sistema
extrativista tornam esse gênero vulnerável. Há pouca

informação sobre a silvicultura da espécie. Sabe-se que ela tem uma boa regeneração a partir de sua
raiz, o que a torna apta à condução por talhadia em plantios homogêneos.

Estudos fitoquímicos e farmacológicos sobre a peroba-do-campo mostraram que sua casca


produz um flavonoide com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, o que torna a espécie
potencialmente interessante para a indústria farmacêutica.

5m
Curiosidade:
As flores da peroba-do-campo são polinizadas por
mariposas. O formato dos frutos lembra o de um
coração e, quando eles se abrem, as sementes são
15 m

dispersadas pelo vento. O óleo do tronco é usado


para lustrar móveis.
10 m

Quando os ramos dessa árvore são quebrados, surge


uma seiva leitosa, que pode provocar irritação na pele.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato


Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo
e Tocantins.
Em demais regiões da América do Sul: Paraguai e Bolívia.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Cerrado, Cerradão e Pantanal.
Grupo sucessional Não pioneira.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocórica (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É melífera. As flores atraem mariposas; os frutos,
papagaios e araras.

Características agronômicas

Tipo de solo Solos arenosos, de baixa fertilidade e textura média.


Profundidade do solo Profundos e bem drenados.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 850 a 2.400 mm.

Pragas Sem registros.


Doenças Sem registros.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café e outras culturas; em divisas de
propriedades; e em plantios puros e/ou associados a outras
espécies arbóreas.
Espaçamentos recomendados Em plantio com outras espécies arbóreas: 3 x 2 m.
Em consórcio: mínimo de 10 x 4 m (em linhas intercalares).

Densidade de plantio Plantio puro: 1.600 plantas/ha.


Em consórcio: 250 plantas/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Setembro a outubro.


Período de frutificação A partir de julho.
Índice Médio de Crescimento (IMC) Não encontrado.
Sementes/kg 5.000 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 5,9 m³/ha/ano.
Altura 18 m (DAP: 20 cm). | Fuste 10 m.
Tipo de raiz Pivotante, profunda.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Lento.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros É uma espécie melífera e que possui potencial de uso


medicinal pela extração de componentes etanólicos e
flavonoides da casca.
Madeireiros Usos Móveis, acabamento interno, vigas, caibros, ripas,
forro, marcos de portas e janelas, venezianas, portões,
rodapés e molduras.
Densidade Pesada (0,82 g/cm³).
Características O alburno é marrom pálido, com camadas de crescimento
distintas. A textura da madeira é fina, mas ela é muito
resistente.

Comercialização Semente (R$/kg) R$ 2.000/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 137 a R$ 570/m³.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas
do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Bruziguessi-et-al-
2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

GOMES, S. M.; CAVALCANTI, T. B. Morfologia floral de Aspidosperma Mart. & Zucc. (Apocynaceae).
Acta Botanica Brasilica, Brasília, DF, v. 15, n. 1, p. 73-88, abr. 2001. Disponível em: https://www.scielo.
br/j/abb/a/PCmthLrFGqDvqq6vfkRshrf/?lang=pt. Acesso em : 25 set. 2021.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/
wp-content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso
em: 20 set. 2021.

MACHATE, D. J.; ALVES, F. M.; FARINACCIO, M. A. Aspidosperma (Apocynaceae) no estado de Mato


Grosso do Sul, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 67, n. 4, p. 1011-1024, 2016. Disponível em: https://
www.researchgate.net/publication/311568373_Aspidosperma_Apocynaceae_no_estado_de_Mato_
Grosso_do_Sul_Brasil. Acesso em: 25 set. 2021.
GUIA DE ÁRVORES

IPÊ-FELPUDO
(ZEYHERIA TUBERCULOSA - BIGNONIACEAE)

O ipê-felpudo pertence à família dos ipês, mas, ao


contrário deles, não se notabiliza pelas flores, e sim
por seus lindos frutos, cujo formato assemelha-se ao
de uma bolsa – motivo pelo qual um dos seus nomes
populares dessa árvore é bolsa-de-pastor. Ela é
comumente chamada também de ipê-tabaco, porque o
pó proveniente de sua serragem tem aspecto semelhante
ao do tabaco.

Os estudos pioneiros sobre a espécie datam de


1985, quando seu grande potencial silvicultural já foi
reconhecido. Isso porque o ipê-felpudo demonstrou ter
uma formação desejável para a produção de madeira:
fuste reto, desrama natural e copa alta, rústica e de
Foto: Site Árvores.Brasil
crescimento rápido. Após o corte, essa árvore mostrou ter rebrota vigorosa e, assim, aptidão para
conduzir o plantio no regime de talhadia.

O ipê-felpudo ocorre em quase todas as regiões do Brasil e tolera, além de solos rasos e
pedregosos, até mesmo aqueles com baixa fertilidade química – conforme foi demonstrado em
plantios conduzidos no Espírito Santo, nos quais a espécie apresentou ótimos resultados. Ele
pode ser plantado puro e a pleno sol. Possui uma madeira densa, de coloração amarelo-escura,
com alta durabilidade natural e que pode ser usada na construção civil, em obras externas e em
construções rurais.

6m
Curiosidade:
O ipê-felpudo se regenera facilmente em áreas
perturbadas, formando grandes agrupamentos e
podendo até ser considerado uma espécie pioneira
25 m

antrópica. Essa característica demonstra que, em


plantios puros, ele provavelmente será resistente a
20 m

doenças e ataques de possíveis pragas.


GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Goiás, Bahia, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Piauí.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Cerrado, Cerradão e Floresta Estacional
Semidecidual.
Grupo sucessional Secundária inicial.
Persistência da folhagem Semicaducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocórica (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É melífera, e suas flores atraem borboletas. Serve de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Bem drenado, de textura média – com exceção do Ceará


e de Pernambuco, onde a espécie aparece naturalmente
em áreas úmidas.
Profundidade do solo Rasos, pedregosos.
Tolerância ao encharcamento Leve.
Tolerância a geadas Sim.
Precipitação 850 a 1.700 mm.

Pragas Não há relatos.


Doenças Apiosphaeria guaranítica, fungo que causa uma crosta
marrom nas folhas.

Tolerância a sombra Heliófita.


Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café ou outras culturas; em divisas de
propriedades; como arborizador de carreadores; em bordas
de florestas; e em talhões puros ou consorciados com
espécies nativas.
GUIA DE ÁRVORES

Espaçamentos recomendados Plantios puros: 4 x 4 m e 4 x 2 m (melhores resultados


experimentais).
Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância
mínima de 12 metros entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas
de café).
Densidade de plantio Em consórcio: 83 plantas/ha.
Plantio puro: 625 a 1.250 plantas/ha.

Propagação e crescimento

Período de florescimento Sudeste: outubro a janeiro. Nordeste: fevereiro a julho.


Período de frutificação Maio a outubro.
Sementes/kg 15.000 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 24 m³/ha/ano.
Altura 30 m (DAP: 80 cm). | Fuste 20 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Rápido e monopodial. A espécie apresenta boa forma de
fuste e boa desrama natural.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Arborização e paisagismo.


Madeireiros Usos Fabricação de telhados, pisos, paredes de tábuas, vigas,
caibros, pontes, tacos de assoalho, cercas, mourões, postes,
currais e dormentes.
Densidade Densa (0,75 a 0,80 g/cm³).
Características Superfície irregular, lustrosa, lisa ao tato, algumas vezes
de aspecto fibroso; textura média, de cor amarela
escura/castanha.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 750/kg.
Madeira em pé (R$/m3) R$ 103 a R$ 370/m3.
GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/
Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/Guia_de_
arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CARVALHO, P. E. R. Ipê-felpudo. Colombo, PR: Embrapa, dez. 2005, 9 p. (Circular Técnica, 112).
Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/290793/1/circtec112.pdf.
Acesso em: 2 set. 2021.

LUZ, H. F.; FERREIRA, M. Ipê-felpudo (Zeyhera tuberculosa (Vell) Bur.): essência nativa pioneira com
grande potencial silvicultural. IPEF, Piracicaba, ano 31, p. 13-21, dez. 1985. Disponível em: https://www.
ipef.br/publicacoes/scientia/nr31/cap01.pdf. Acesso em: 2 set. 2021.

REMADE. Madeiras brasileiras e exóticas: Ipê-felpudo. [S. l.]: Remade. Disponível em: http://www.
remade.com.br/madeiras-exoticas/390/madeiras-brasileiras-e-exoticas/ipe-felpudo. Acesso em: 12 set.
2021.

UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Árvores da UENF: ipê-felpudo.
Campos dos Goytacases: UENF, c2020. Disponível em: https://uenf.br/projetos/arvoresdauenf/
especie-2/ipe-felpudo/. Acesso em: 2 set. 2021.
GUIA DE ÁRVORES

SUCUPIRA-PRETA
(BOWDICHIA VIRGILIOIDES - FABACEAE)

No cerrado, duas espécies são conhecidas como sucupiras: a Pterodon


emarginatus, também chamada de faveiro; e a Bowdichia virginoides.
Elas são da mesma família e até se parecem, mas a verdadeira é a
Bowdichia virgilioides: a sucupira-preta, que também é chamada de
sucupira-do-igapó, sucupira-marreta, sucupira-parda e sucupira-roxa.

Presente nos biomas da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado, da Mata


Atlântica e do Pantanal, ela pode alcançar até 15 metros de altura e
possui tolerância à seca, ao fogo e a solos de baixa fertilidade. Com
20 anos, atinge porte para serraria, o que mostra que a sucupira-
preta tem crescimento moderado – mesmo assim, vale a pena investir
nessa espécie, porque ela possui demanda no mercado: produz uma
madeira lindíssima, ótima para a indústria de movelaria de luxo.
Foto: Lina Inglez
Além disso, sua notável floração atrai insetos, tais como as abelhas nativas, que colaboram tanto
para a polinização e, assim, para a manutenção dos ecossistemas nos quais a sucupira-preta está
presente.

Essa espécie, como diversas outras, tem uso medicinal. O diferencial é existem estudos científicos
que comprovam seus benefícios à saúde: ela tem ações anti-inflamatória, antimicrobiana, ansiolítica,
hipoglicemiante e cicatricial.

A sucupira-preta é uma fixadora de nitrogênio e possui alta incidência de micorrizas em suas raízes,
o que confere a ela e às plantas ao seu redor boas disponibilidade e absorção de nutrientes, fazendo,
assim, com que essa árvore traga benefícios para as espécies consorciadas.

6m
Curiosidade:
A sucupira-preta é uma planta utilizada como
medicamento nas tradições populares para
curar feridas, diabetes, reumatismo, artrite,
15 m

amidalite e outros vários tipos de inflamações.


É comumente usada em garrafadas. Além disso,
10 m

há indústrias que produzem o óleo da sucupira,


para uso medicinal.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Mato


Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Em demais regiões: Colômbia, Guiana, Guiana Francesa,
Peru, Suriname e Venezuela.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Caatinga, Cerrado e Cerradão.
Grupo sucessional Secundária tardia.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocórica (vento).
Atração em relação à fauna silvestre É melífera e serve de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Arenoso e argiloso, de textura média.


Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Não
Precipitação 1.300 a 1.600 mm.

Pragas Sem registros.


Doenças Sem registros.
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Sim.
Indicação para local de plantio Em consórcio com o café ou outras culturas; em divisas de
propriedades; como arborizadora de carreadores; e em
borda de florestas.
Espaçamentos recomendados Plantios puros ou mistos: 3 x 3 m ou 3 x 4 m.
Em consórcio: 12 x 4 m (linhas intercalares).

Densidade de plantio Plantios puros ou mistos: 830 a 1.100 plantas/ha.


Em consórcio: 210 plantas/ha.
GUIA DE ÁRVORES

Propagação e crescimento

Período de florescimento Agosto e setembro.


Período de frutificação Outubro e dezembro.
Sementes/kg 38.610 a 49.382 sementes/kg.
Dormência de sementes Sim.
Produtividade da madeira IMA de 5,4 m³/ha/m³ aos 14 anos.
Altura 15 m (DAP: 15 a 40 cm). | Fuste 10 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Rala. Projeção de copa 8 m.
Crescimento Moderado.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Alto poder medicinal: chá para tratamento de doenças de


úlcera e dor de estômago, controle dos níveis de açúcar no
sangue e uma promissora ação antitumoral e antioxidante.
Sementes ajudam a diminuir inflamações nas articulações,
como artrite, reumatismo e artrose. O óleo da semente
apresenta propriedades antimicrobianas.
Madeireiros Usos Madeira para cortes finos, móveis de luxo, laminados
decorativos, molduras, assoalhos, batentes e
construções civil, rural e naval.
Densidade Moderadamente densa (0,68 a 0,85 g/cm3).
Características Textura média. Dura, resistente, pouco flexível.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 33/kg.

Madeira em pé (R$/m3) R$ 137 a 570/m³.


GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo:
INPUT/Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/
Guia_de_arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.

CNCFLORA – Centro Nacional de Conservação da Flora. Bowdichia virgilioides Kunth. Rio de


Janeiro: CNCFLORA, 2012-2013. Disponível em: http://www.cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/
profile/Bowdichia%20virgilioides. Acesso em: 12 set. 2021.

LORENZI, H Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do


Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/
wp-content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso
em: 12 set. 2021.

MACHADO, M. S. L. et al. Fitoterapia brasileira: análise dos efeitos biológicos da sucupira (Bowdichia
virginoides e Pterodon emarginatus). Brasilien Journal of Natural Science, São Paulo, n. 1, v. 2, mai.
2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/325329073_Fitoterapia_brasileira_
analise_dos_efeitos_biologicos_da_sucupira_Bowdichia_virgilioides_e_Pterodon_emarginatus. Acesso
em: 17 fev. 2022.

MARTHA, G. O. D. Óleo da semente de sucupira-preta (Bowdichia virgilioides Kunth) como


aditivo nutricional para bovinos de corte. 2017. Tese (Doutorado em Ciência Animal) Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso Do Sul, Campo
Grande, 2017. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/
trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5817705. Acesso em: 22
set. 2021.

PROGRAMA ARBORETUM de Conservação e Restauração da Diversidade Florestal. Bowdichia


virgilioides: sucupira. Teixeira de Freitas: Programa Arboretum, c2019. Disponível em: https://www.
programaarboretum.eco.br/especie/103/sucupira. Acesso em: 12 set. 2021.
GUIA DE ÁRVORES
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ABACATE
(PERSEA AMERICANA - LAURACEAE)

O abacateiro é uma planta cujo potencial


produtivo cresce a cada ano. Em 2010, o
consumo per capita anual era de 300 g/
pessoa/ano; em 2019, aumentou para 900
g/pessoa/ano.

A produção mundial é próxima de 4 milhões


de toneladas. No Brasil, são cerca de 10 mil
hectares plantados e uma produção que
chega a 200 mil toneladas/ano. A maior
parte destina-se ao mercado interno. Os
principais estados produtores são São Paulo
(1º), Minas Gerais (2º) e Paraná (3º).
Foto: Lina Inglez: café consorciado com abacate.

O abacateiro é separado em três raças – antilhana, guatemalense e mexicana –, que dão origem
aos híbridos cultivados no Brasil. São mais de 500 variedades de abacate, que podem ter produção
mais tardia ou precoce. É uma planta hermafrodita, e as flores masculinas e femininas amadurecem
em velocidades diferentes. Por essa característica, as variedades são plantadas intercalando-se os
grupos A e B.

Em regiões muito quentes, o abacateiro em consórcio com o café atenua a temperatura no cafezal.
Assim, pode diminuir as perdas ocasionadas por estresses térmicos. Devido ao fato de suas raízes se
concentrarem em camadas de 1 a 100 cm de profundidade, o mais adequado é fazer o consórcio dos
abacateiros em linhas intercalares, a fim de que eles não haja competição com as linhas do café.

6 - 13 m
Curiosidade:
O azeite extraído da polpa do abacate é um dos mais
nutritivos do mundo. Atualmente, esse óleo possui alto valor
comercial, uma vez que sua produção no mundo é pequena.
25 m

Além de essa substância ser consumida como alimento,


ela também tem sido muito utilizada para fins cosméticos
3 - 12 m

e no tratamento de problemas de pele, como dermatites,


inflamações e queimaduras.
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Características ecológicas

Abrangência territorial Originária do México e América Central.


Fitofisionomias naturais de ocorrência Florestas tropicais e equatoriais.
Grupo sucessional Secundária.
Persistência da folhagem Perenifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Zoocoria e barocoria.
Atração em relação à fauna silvestre Pode servir de abrigo e fornecer alimento (frutos e néctar).

Características agronômicas

Tipo de solo Bem drenado, com textura média a argilosa


Profundidade do solo Profundo.
Tolerância ao encharcamento Não. Solos encharcados predispõem a planta ao ataque do
fungo Phytophthora cinamomi.
Tolerância a geadas As mudas em porta-enxertos mexicanos ou guatemalenses
são mais resistentes ao frio. Os cultivares da raça antilhana
não toleram regiões de clima frio.
Precipitação 1.200 a 1.300 mm anuais, bem distribuídos.

Pragas Lagarta-do-fruto (Stenoma catenifer); ácaros (Oligonychus


perseae); bicudo-do-abacateiro (Heilus sp); tripes;
percevejo; coleobrocas; e formigas.
Doenças Gomose (Phytophthora cinnamomi); cercosporiose
(Cercospora purpura); oídio (Oidium perseae); e verrugose
(Sphaceloma perseae).

Tolerância a sombra Heliófita.


Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Cultivo puro, ou em consórcio com café ou outras culturas.
Espaçamentos recomendados Em plantios puros: 6 x 4 m até 12 x 12 m.
Densidade de plantio 100 a 400 mudas/ha.
Cultivares Para o mercado interno.
Cultivares precoces indicado para regiões quentes: Geada
(B), Quintal (B) e Fortuna (A).
Cultivares de meia estação ou tardios para regiões de
clima frio: Ouro Verde (A), Breda (B) e Margarida (B).
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Calendário brasileiro das variedades de abacate

embro Janei
Dez ro
o Fe
Avocado (Hass) Fevereiro - setembro
br v
m

er
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Breda Setembro - dezembro

eir
No

o
Fortuna Fevereiro - junho
o

Març
Outubr

o
Geada Novembro - fevereiro
ro

Abril
emb

Margarida Junho - novembro


Set

Ouro Verde
M
Junho - agosto
aio
o

t
os
Ag
Julho
Jun
ho Quintal Março - junho

Propagação e crescimento

Produtividade de frutos 15 a 25 toneladas/ha.


200 a 3.000 frutos/árvore.

Altura Quando crescem sem controle, atingem até 25 m. Podados,


ficam com altura de até 5 m ou até menores que isso.
Fuste 3 a 12 m.
Tipo de raiz Pode chegar a 6 m de profundidade; 80% delas estão em
camadas de 0 a 100 cm de profundidade.

Tipo de copa Densa. Projeção de copa 6 a 13 m.


Crescimento Plantio comercial deve ser feito com mudas enxertadas.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Comercialização


Mudas Mudas enxertadas: R$ 15 a R$ 65.

Fruto in natura R$ 49 a R$ 94.


(R$/caixa 20 kg)*
Óleo do abacate R$ 30 a R$ 90.
(R$/litro) para o
consumidor final
*Fonte: Ceasa Belo Horizonte/MG. Cotação: 11/10/2021
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BIBLIOGRAFIA
ABACATES DO BRASIL. Variedades de abacates. São Gotardo: Abacates do Brasil. Disponível em :
https://abacatesdobrasil.org.br/abacates-do-brasil/#variedades. Acesso em: 17 fev. 2022.

AGROLINK. Cotações: abacate. [S. l.]: Agrolink, c2022. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/
cotacoes/frutas/abacate/. Acesso em: 17 fev. 2022.

DONADIO, L. C. Abacate para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília, DF: EMBRAPA
-SPI, 1995. 53 p. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/183134/1/
Frupex-Abacate-para-Exportacao-Aspectos-Tecnicos-da-Producao-2-Ed-1995.pdf. Acesso em: 17 fev.
2022.

DUARTE, O. R. A cultura do abacateiro. Boa vista: Embrapa-CPAF-Roraima, 1998. 14 p. (Circular


Técnica, 4). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/131654/1/
abacateiroCIT.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.

RIBEIRO, Y. L. L. et al. Abacate: condução do plantio à colheita. Campo&negócios, Uberlândia, 25


abr. 2020. Disponível em: https://revistacampoenegocios.com.br/abacate-conducao-do-plantio-a-
colheita/. Acesso em: 17 fev. 2022
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BANANEIRA
(MUSA SP - MUSACEAE)

A banana é uma planta monocotiledônea, herbácea e que


se originou nas regiões tropicais do planeta. Por isso, ela
exige calor e umidade, sendo a faixa climática de 28 °C e
a umidade média do ar acima de 80% as condições ideais
para seu cultivo, que ocorre em mais de 130 países, sendo o
Brasil o quarto maior produtor da bananeira.

Existem mais de mil tipos de bananas, subdivididas em 50


variedades, que foram criadas a partir de duas espécies
selvagens: Musa Acuminata e Musa balbisiana. Apesar de a
bananeira ser uma árvore que sofre com o ataque de várias
pragas e doenças, é possível selecionar cultivares e híbridos
resistentes e adaptados às regiões brasileiras.

O consórcio de outras culturas com a bananeira é bem difundido, mais comum na África e na
América Central. No caso do café, essa planta traz diversos benefícios à lavoura, tais como:
redução de plantas daninhas; auxílio no combate à erosão nos plantios em áreas declivosas;
manutenção da água no sistema; e melhoria do microclima. Além disso, a biomassa produzida
pela banana é fonte de matéria orgânica e de outros nutrientes que contribuem para o
aumento da fertilidade do solo na lavoura de café.

A produção de bananas é contínua, o que faz com que ela sempre proporcione uma renda
extra ao sistema.

Curiosidade:
A banana é uma planta adubadora!
Cada tonelada de folhas e colmos
decompostos da bananeira fornece
2-8m

8,6 kg de nitrogênio, 1,5 kg de fósforo


e 73 kg de potássio.
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Características ecológicas

Abrangência territorial Cultivada em mais de 130 países, que ocupam a faixa entre
as latitudes de 30° norte e sul, onde as temperaturas variam
de 10 °C a 40 °C.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Sua região de origem são as florestas tropicais do
Sudeste da Ásia (Malásia, Indonésia e Filipinas).
Persistência da folhagem Perenifólia.
Atração em relação à fauna silvestre A árvore pode servir de abrigo, e os frutos, de alimento.

Características agronômicas

Tipo de solo Argilosos, mistos, bem drenados e com textura média. Solos
arenosos favorecem os nematoides.
Profundidade do solo Profundos.
Tolerância ao encharcamento Sim. Porém, conforme mencionado acima, a cultura se
desenvolve melhor em solos bem drenados.
Tolerância a geadas Não.
Precipitação 1.200 a 1.800 mm/ano.

Pragas Broca-da-bananeira (Cosmopolites sordidus);


nematoides (Radopholus símiles, Helicotylenchus sp, e
Meloidogynes sp); tripes; lagartas; pulgões; ácaros; e lesmas,
entre outros.
Doenças Mal-de-sigatoka (Mycosphaerella fijiensis); mal-do-panamá
(Fusarium oxysporum); ferrugem (Uromyces musae);
antracnose (Colletotrichum musae); doenças bacterianas
(Ralstonia solanacearum); e viroses.

Tolerância a sombra Heliófita.


Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
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Indicação para local de plantio Plantio puro; consórcio com café e outras culturas; em divisas
de propriedades; e em bordas de florestas.
Espaçamentos recomendados Cultivo puro: 2 x 2 m; 2,5 x 2 m; ou 2,5 x 2,5 m.
Em consórcio: 10 x 2,5 m a 15 x 2,5 m.

Densidade de plantio Cultivo puro: 2.000 a 2.500 plantas/ha.


Consórcio: 260 a 400 plantas/ha.

Propagação e crescimento

Florescimento/frutificação O ano todo. Os frutos levam, em média, 4 meses


para amadurecer.

Produtividade de fruto/ha 18 a 35 toneladas/ha/ano.


Altura 2 a 8 m. | Fuste Não Tem

Tipo de raiz Fasciculada, do tipo rizoma; ocupam, horizontalmente,


até 5 m. Em geral, 40% do sistema encontra-se em
profundidade de 10 cm em relação ao solo.

Produção da primeira colheita Climas tropicais: 11 a 13 meses.


após o plantio das mudas Climas subtropicais: 15 a 18 meses.
Locais frios: 24 meses.

Produtos e uso comercial

Outros usos Fibras retiradas do pseudocaule servem para fazer


artesanato (brincos, colares etc.) e para a fabricação de
papel e de sacos para cereais.
Frutos Usos Fruto in natura e industrializado (doces, geleias,
banana, passas etc.).
Comercialização* Nanica: R$ 1,8/kg
Prata: R$ 2,7 a R$ 3/kg
*Fonte: Agrolink. Cotação em 11/10/2021. (https://www.agrolink.com.br/cotacoes/ceasa/frutas/banana)
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BIBLIOGRAFIA
ALVES, E. J. Consórcio da bananeira com culturas anuais e perenes e plantas de cobertura de
solo. Cruz das Almas: Embrapa, jul. 2003. (Circular Técnica, 52). Disponível em: https://ainfo.cnptia.
embrapa.br/digital/bitstream/item/81112/1/Consorcio-da-bananeira-com-culturas-anuais....pdf.
Acesso em: 17 fev. 2022.

BORGES, A. L. et al. Sistema de produção da bananeira irrigada. Brasília, DF: Embrapa, jul. 2009.
115 p. (Sistemas de produção, 4). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/110622/1/Sistema-de-Producao-da-Bananeira-Irrigada.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.

MOREIRA, V. R. R. Consórcio de café com bananeira. Brasília, DF: Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento. 2 p. (Fichas Agroecológicas, 12). Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/
pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-producao-vegetal/12-
consorcio-de-cafe-com-bananeira.pdf

NOMURA, E. S. Cultivo da bananeira. Campinas: CDRS, 2020. 178 p. (Manual Técnico 82). Disponível
em: https://www.cdrs.sp.gov.br/portal/themes/unify/arquivos/produtos-e-servicos/acervo-tecnico/
producao_vegetal/Manual_tecnico_82_Cultivo_da_Bananeira.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.

YARA NUTRE. Tipos de bananas. In: Yara Brasil. Yara Nutre. Porto Alegre, 30 out. 2020. Disponível
em: https://www.yarabrasil.com.br/conteudo-agronomico/blog/tipos-de-bananas. Acesso em: 17
fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

CEDRO -AUSTRALIANO
(TOONA CILIATA - MELIACEAE)

O cedro-australiano pertence à mesma família do


cedro-brasileiro (Cedrella fissilis) e é originário das
florestas subtropicais do sul da Ásia e do norte da
Oceania.

É uma árvore bem adaptada às condições brasileiras e


já tem destaque em plantios consorciados com café.
Sua grande vantagem é ter crescimento reto, mesmo se
desenvolvendo a pleno sol, o que torna desnecessárias
operações de desrama em seu manejo silvicultural.

Tem média exigência em termos de fertilidade do solo,


não é susceptível a pragas e doenças, possui rápido
crescimento e suas mudas ficam prontas para plantio
em 120 dias.
Fonte: Lina Inglez.

No mercado, há várias empresas de consultoria especializadas em projetos envolvendo o cedro-


australiano, que atuam desde o planejamento até a implantação de tais projetos . Atualmente,
a reprodução clonal dessa árvore tem sido utilizada, o que confere mais uniformidade ao
desenvolvimento dessas plantas, elevando a média de produção de sua madeira.

4m
Curiosidade:
O cedro-brasileiro (Cedrella fissilis) não teve
êxito em plantios puros no Brasil, sofrendo
com o ataque de broca (Hypsipyla grandella).
20 m

Por sua vez, o cedro-australiano apresentou


resistência a essa praga, o que contribuiu para o
15 m

sucesso em seu cultivo no território brasileiro.


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Características ecológicas

Abrangência territorial Sul da Ásia, Papua Nova Guiné e Norte da Austrália.


Fitofisionomias naturais de ocorrência Florestas subtropicais do sul da Ásia e norte da Oceania.
Grupo sucessional Secundária; favorável sombreamento em seu estágio inicial.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre Pode servir de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Desenvolve-se tanto em solos arenosos como em argilosos,


com preferência para texturas médias.
Profundidade do solo Profundo. Intolerante a solos com impedimentos
físicos ou pedregosos.
Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Média.
Precipitação 800 a 1.800 mm.

Pragas Formigas cortadeiras na fase pós-plantio.

Doenças No Brasil, não há registros.


Tolerância a sombra Ombrófila, mas pode crescer bem a pleno sol.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com o café ou outras culturas; em divisas de
propriedades; como arborizadora de carreadores; e em
borda de florestas.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 6 x 6 m ou maior (a depender do projeto).
Plantios puros: 3,5 x 3,5 m (ocorrem desbastes a partir do
segundo ano).

Densidade de plantio Em consórcio com café: 277 plantas/ha.


Plantio puro: 816 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Setembro a novembro.


Período de frutificação Janeiro a março.
Sementes/kg Média de 220.000 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 15 m³/ha/ano.
Altura 20 m (DAP: 120 cm). | Fuste 15 m.
Tipo de raiz Pivotante.
Tipo de copa Média. Projeção de copa 4 m.
Crescimento Na região de Campo Belo/MG, as árvores alcançaram
4 m de altura com 1 ano de idade. Em Venda Nova do
Imigrante/ES, chegaram a 6 m com 20 meses e a 10 m
aos 6 anos. A recomendação de corte é a partir dos 15
anos de idade da planta.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros Uso insignificante.


Madeireiros Usos Usos nobres: movelaria, instrumentos musicais, construção
naval e em sofisticadas construções interiores.
Densidade Moderadamente densa (0,55 g/cm3).
Características Textura grossa, macia, de fácil processamento.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 1.200/kg.

Madeira (R$/m3) Serrada R$ 2.500/m3.


e seca naturalmente
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BIBLIOGRAFIA
BIOSEMENTES plantando soluções. Cedro australiano (Toona ciliata var. australis): Descrição.
Itabuna: Biosementes. Disponível em: https://www.biosementes.com.br/loja/item/Cedro-
Australiano-%28Toona-ciliata-var.-australis%29-100g-sementes.html. Acesso em: 17 fev. 2022.
KALIL FILHO, A. N.; WENDLING, I. Produção de mudas de cedro australiano. Colombo, PR:
Embrapa, ago. 2012, 5 p. (Comunicado Técnico, 309) Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-
de-publicacoes/-/publicacao/942888/producao-de-mudas-de-cedro-australiano. Acesso em: 22 set.
2021.

PAULINO, D. N. et al. Rentabilidade econômica de cedro-australiano em plantios puros e


consorciados com café. Colombo, PR: Embrapa Florestas, dez. 2015, 52 p. (Documentos, 284).
Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1039745/rentabilidade-
economica-de-cedro-australiano-em-plantios-puros-e-consorciados-com-cafe. Acesso em: 22 set.
2021.

REMADE. Madeiras australianas e exóticas: Cedro Toona. [S. l.]: Remade. Disponível em: http://
www.remade.com.br/madeiras-exoticas/696/madeiras-australianas-e-exoticas/cedro-toona. Acesso
em: 17 fev. 2022.

SOUZA, J. C. A. V.; BARROSO, D. G.; CARNEIRO, J. G. A. Cedro australiano. Niterói: Programa Rio
Rural, 2010. 14 p. (Manual Técnico, 21). Disponível em: http://www.pesagro.rj.gov.br/downloads/
riorural/manual21.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.

STEHLING, E. Clones de cedro australiano de alta produtividade chegam ao mercado. Revista da


Madeira, Curitiba, n. 136, jul. 2013. Disponível em: http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_
materia.php?num=1698&subject=Cedro%20Australiano&title=Clones%20de%20cedro%20
australiano%20de%20alta%20produtividade%20chegam%20ao%20mercado. Acesso em: 17 fev.
2022.
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MOGNO -AFRICANO
(KHAYA IVORENSIS - MELIANEAE)

O mogno-africano pertence à mesma


família do mogno, do cedro e da
andiroba, espécies nativas do Brasil.

Possui amplo uso comercial devido


às suas características tecnológicas
favoráveis, à beleza da madeira,
à durabilidade dela, ao seu fácil
manuseio e à sua alta demanda nos
mercado nacional e internacional.

Fonte: Lina Inglez.


Dentre as árvores exóticas de madeira nobre, é uma ótima opção para a serraria. Seu cultivo
é relativamente simples, porque se trata de uma espécie de rápido crescimento, adaptada ao
clima brasileiro e com boa rentabilidade. É produzido em vastas áreas no Brasil (atualmente, há
40 mil hectares de mogno-africano plantados em território brasileiro, com diferentes idades,
sendo Minas Gerais o estado com maior área de cultivo) e também no mundo, inclusive em
plantios consorciados com café.

O mogno-africano, em seu ambiente de origem, pode atingir até 50 metros de altura e


diâmetro de até 2 metros. Suas raízes são fortes e gigantescas. Considerando essas potenciais
características, é recomendável que seu consórcio seja feito em grandes espaçamentos e
em linhas intercalares, de modo que não haja prejuízo para o desenvolvimento da cultura
consorciada com tal árvore.

6m
Curiosidade:
As florestas de mogno-africano começam a ficar
interessantes financeiramente a partir dos 12
anos de idade das plantas, quando a madeira
50 m

em pé pode ser extraída com diâmetro de mais


de 25 cm. Ao final de seu ciclo, a expectativa
30 m

de receita bruta de um hectare dessas árvores


pode alcançar R$ 500 mil.
GUIA DE ÁRVORES

Características ecológicas

Abrangência territorial Natural na África Ocidental, Costa do Marfim, Gana, Togo,


Benin, Nigéria e Sul de Camarões.
Fitofisionomias naturais de ocorrência Florestas tropicais africanas.
Grupo sucessional Secundária, mas cresce bem a pleno sol.
Persistência da folhagem Perenifólia; mas caducifólia em regiões áridas.
Síndrome de dispersão de sementes Anemocoria (vento).
Atração em relação à fauna silvestre Pode servir de abrigo.

Características agronômicas

Tipo de solo Arenosos e argilosos, de textura média.

Profundidade do solo Profundo.


Tolerância ao encharcamento Não.
Tolerância a geadas Média.
Precipitação K. ivorensis: acima de 1.200 mm.
K. senegalensis: abaixo de 800 mm.
Pragas Sem registros.

Doenças No Brasil, sem registros.


Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Em consórcio com café ou outras culturas; em divisas de
propriedades; como arborizadora de carreadores; e em
borda de florestas.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: 10 x 15 m ou mais.
Plantios puros: 5 x 5 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 60 a 70 plantas/ha.
Plantio puro: 400 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Dezembro a julho.


Período de frutificação Junho a julho.
Sementes/kg 3.300 a 4.000 sementes/kg
Dormência de sementes Não.
Produtividade da madeira 40 m³/ha/ano (20 m³ de madeira serrada).
Altura 50 m (DAP: 200 cm). | Fuste 30 m.
Tipo de raiz Pivotante (ocupa grandes espaços).
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 6 m.
Crescimento Rápido. Corte de raleamento, com aproveitamento
comercial, pode ser feito aos 10 anos de idade da planta,
e corte raso, aos 15 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros A casca, as raízes e as sementes são usadas na


medicina tradicional.
Madeireiros Usos Nobres: indústria moveleira, trabalhos de marcenaria e
entalhes, fabricação de laminados, compensados, janelas,
portas escadas, construções navais e instrumentos musicais.

Densidade Moderada (0,6 g/cm3).


Características Textura média; resistente, flexível.
Comercialização Semente (R$/kg) R$ 1.600/kg.

Madeira (€/m3) Serrada 500€ a 600€/m3 da madeira em pé.


e seca naturalmente
GUIA DE ÁRVORES

BIBLIOGRAFIA
IBF - Instituto Brasileiro de Florestas. Invista em madeira nobre com inteligência. Londrina: IBF.
Disponível em: https://poloflorestal.com.br/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_
campaign=leads-polo-florestal&gclid=CjwKCAjwx8iIBhBwEiwA2quaq_9ksUlPPqaXkhL2Yf9xi3m
4h-BrOvPm1AHH6ST8TCaR7QlwEr4t7BoCZEwQAvD_BwE. Acesso em: 20 set. 2021.

IBF - Instituto Brasileiro de Florestas. O mogno africano. Londrina: IBF. Disponível em: https://
poloflorestal.com.br/o-mogno-africano/. Acesso em: 20 set. 2021.

MOGNO africano surge como opção de madeira de qualidade juntas. Revista da Madeira,
Curitiba, n. 129, nov. 2011. Disponível em http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_
materia.php?num=1573&subject=E%20mais&title=Mogno%20africano%20surge%20
como%20op%E7%E3o%20de%20madeira%20de%20qualidade%20juntas. Acesso em: 20 set.
2021.

MOGNO africano – boa alternativa para produção de madeira nobre. Revista da Madeira,
Curitiba, n. 131, mai. 2012. Disponível em http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_
materia.php?num=1605&subject=. Acesso em: 21 set. 2021.

REMADE. Madeiras brasileiras e exóticas: Mogno africano. [S. l.]: Remade. Disponível em: http://
www.remade.com.br/madeiras-exoticas/1492/madeiras-brasileiras-e-exoticas/mogno-africano.
Acesso em: 17 fev. 2022.
GUIA DE ÁRVORES

SERINGUEIRA
(HEVEA BRASILIENSIS - EUPHORBIACEAE)

Árvore de origem amazônica e que ocupa principalmente as


várzeas e os igapós. Muitas espécies dessa família produzem
o látex, produto mais conhecido proveniente da seringueira.
Além disso, a madeira e as sementes têm valor econômico: a
madeira, de cor clara, é usada em movelaria; da semente, é
extraído um óleo, empregado na fabricação de tintas.

A seringueira traz muitas vantagens em consórcio com o


café: por ser uma espécie de uso não madeireiro, auxilia na
mitigação dos efeitos climáticos e é uma potencial geradora
de créditos de carbono. Além disso, por ser caducifólia, é uma
boa recicladora/adubadora e também melhora o microclima
da lavoura, minimizando efeitos de geadas, do frio, do vento e
de altas temperaturas.
Fonte: Lina Inglez.
Esse sistema de consórcio da seringueira com o café tem sido bem difundido no Brasil e sua
viabilidade técnica e econômica foi estudada em importantes centros de pesquisa, como o
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Embrapa.

Foram criados e testados diferentes arranjos e espaçamentos para esse consórcio, e um dos mais
eficazes é o plantio duplo, formando renques com espaço de 20 a 40 metros entre eles. Dessa
forma, a seringueira não prejudica a produtividade do café em termos de sombreamento.
Trata-se de uma cultura complexa, mas cuja tecnologia é bastante conhecida. O alvo do processo
é a sangria, que deve produzir o máximo com custo mínimo, sem danificar a árvore. A partir disso,
devem ser feitas as escolhas sobre as técnicas agronômicas a serem utilizadas.

5m
Curiosidade:
Na Amazônia, as tentativas de cultivo da
seringueira fracassaram por conta da incidência
do fungo Mycrocyclus ulei, conhecido como
20 m

mal-das-folhas, favorecido pela umidade e


temperatura próprias da região. Por isso, a
15 m

heveicultura acabou se concentrando nas regiões


Sudeste e Centro-Oeste.
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Características ecológicas

Abrangência territorial No Brasil: o Brasil: Amazônia brasileira e região Sudeste


Outras regiões: países próximos, como Bolívia, Colômbia,
Peru, Venezuela, Equador, Suriname e Guiana.

Fitofisionomias naturais de ocorrência Florestas tropicais.


Grupo sucessional Florestas tropicais.
Persistência da folhagem Caducifólia.
Síndrome de dispersão de sementes Hidrocórica e zoocórica.
Atração em relação à fauna silvestre Pode servir de abrigo; as sementes servem como alimento.

Características agronômicas

Tipo de solo Textura média a argilosa; porosos, de fácil drenagem.


Tolerância a solos ácidos.
Profundidade do solo Profundo, sem impedimentos rochosos.
Tolerância ao encharcamento Sim. Porém, conforme dito acima, recomenda-se o plantio
em solos bem drenados.
Tolerância a geadas Sensibilidade a baixas temperaturas na fase jovem e
intolerante a geadas nos primeiros 2 anos.
Precipitação 1.200 a 1.300 mm/ano (em temperatura média de 21 °C).
Pragas Mandarová, mosca-branca, vaquinha, cochonilha, pulgão,
percevejo-de-renda, saúva e cupim.
Doenças Mal-das-folhas (fungo Microcyclusulei), requeima, queda
anormal, cancro estriado (fungo Phytophthora sp) e
antracnose (fungo Colletotrichum gloeosporioides).
Tolerância a sombra Heliófita.
Capacidade de fixação de nitrogênio Não.
Indicação para local de plantio Plantio puro, ou em consórcio com café ou outras culturas.
Espaçamentos recomendados Em consórcio: plantio em linhas duplas (renques): 3 x 4 m,
4 x 2,5 m ou 5 x 2 m; entre os renques, distância pode variar
entre 20 a 30 m.
Plantios puros: 7 x 3 m; 8 x 2,5 m ou 8 x 3 m.
Densidade de plantio Em consórcio: 186 a 348 plantas/ha.
Plantio puro: 470 a 500 plantas/ha.
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Propagação e crescimento

Período de florescimento Amazônia: julho a setembro.


Sudeste: agosto a novembro.

Período de frutificação Amazônia: fevereiro a março.


Sudeste: abril a maio.
Sementes/kg 260 sementes/kg.
Dormência de sementes Não.
Produtividade (coágulo) 2.500 kg de coágulo/ha/ano (a 54% de borracha).
Altura 20 a 30 m. | Fuste 15 a 20 m.
Tipo de raiz Pivotante, bem desenvolvida e profunda.
Tipo de copa Densa. Projeção de copa 124 m²
Crescimento Início da produção de látex em plantios: 6 a 10 anos.
A vida útil de uma seringueira é de 30 anos.

Produtos e uso comercial

Não madeireiros kg do coágulo: R$ 9,79/kg (*).


- borracha (coágulo)

Madeireiros Usos Móveis; laminados e compensados; lápis; e forros para casas.


Densidade Média (5,86 a 6,35 g/cm³).
Características Clara, leve e flexível.
Comercialização* Semente (R$/kg) R$ 3000/kg.

Madeira (R$/m3) Serrada R$ 35/m3.


e seca naturalmente

*Fonte: APABOR (http://www.apabor.org.br/SiteNovo/referencias-apabor.php). Valores de outubro/novembro de 2021.


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BIBLIOGRAFIA
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Disponível em: https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-ecologica/
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IAC - Instituto Agronômico. Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais. A importância da


borracha natural. Campinas: IAC. Disponível em: https://www.iac.sp.gov.br/areasdepesquisa/
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MELO, J. T.; GUIMARÃES, D. P. A cultura do café em sistemas consorciados na região do cerrado.


In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 2000, Poços de Caldas. Anais [...]. Brasília,
DF: Embrapa Café; Belo Horizonte: Minalplan, 2000. p. 963-966. Disponível em: http://www.
sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/566/155537_Art253f.pdf?sequence=1. Acesso em:
17 fev. 2022.

PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C (eds.). Cultura da seringueira no Cerrado. Planaltina, DF:


Embrapa Cerrados, 2001. 59 p. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/120948/1/pereira-01.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.

SOUZA, A. D. et al. Seringueira. In: SHANLEY, P.; MEDINA, G. Frutíferas e plantas úteis na vida
amazônica. Belém: CIFOR, Imazon, 2005. p. 133-146. Disponível em: https://www.cifor.org/
publications/pdf_files/Books/BShanley0501.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.
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AS ABELHAS E A PRODUÇÃO
DE CAFÉ-ARÁBICA
A natureza conservada fornece serviços preciosos que devem
ser reconhecidos. Sequestro de carbono, prevenção da erosão,
fixação de nitrogênio no solo, manutenção dos lençóis freáticos,
conservação da biodiversidade, proteção dos rios e produção
de alimentos são alguns exemplos. Tais processos ecossistêmicos
são um capital natural de valor incalculável, em virtude dos
benefícios que oferecem.

A polinização é um serviço prestado sobretudo por insetos,


pássaros e morcegos, que permite a produção de frutos e
sementes por parte da flora.

As abelhas são consideradas um dos polinizadores mais


eficientes e importantes da natureza, contribuindo com a produção de tomate, café, manga,
laranja, melão, goiaba, melancia, maracujá, pimentão, maçã, pêssego, abacate, entre outros
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frutos. Por desempenharem esse imprescindível trabalho, pode-se afirmar que as abelhas
proporcionam uma grande variedade alimentar ao cardápio das pessoas, além de serem
responsáveis pela conservação de muitas espécies de plantas nativas.

Essa importância contrasta com os impactos ambientais que, atualmente, ameaçam de


extinção várias espécies de abelhas. Há, por exemplo, estudos que mostram uma relação direta
entre o uso de agrotóxicos e a diminuição da quantidade de colmeias. Além disso, há outros
levantamentos preocupantes, que mostraram que cerca de 50% do pólen coletado no Brasil
possui traços de defensivos agrícolas; esse pólen contaminado é levado para a colônia das
abelhas, danificando toda a colmeia.

Entender a dinâmica e a economia que envolvem o papel das abelhas na natureza e garantir um
bom manejo dos espaços agrícolas são formas de conter o processo de extinção desses seres
vivos tão importantes.

ALGUNS NÚMEROS SOBRE AS ABELHAS


Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. No Brasil, são cerca de 3 mil
espécies, e apenas pouco mais de 400 delas catalogadas.

Em torno de 80% das plantas do Cerrado e de 50% das plantas das florestas tropicais
dependem de polinizadores animais para se reproduzirem.

Cerca de 50% da polinização praticada por animais é feita pelas abelhas.

Das espécies vegetais mais plantadas no mundo, 42% são polinizadas por abelhas.
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ABELHA-AFRICANA
X ABELHA NATIVA
A apicultura teve início no Brasil em 1839, quando
algumas colônias da espécie Apis mellifera (abelha-
europeia) foram trazidas de Portugal para o Rio
de Janeiro. Na década de 50, chegaram ao Brasil
colmeias da abelha-africana (Apis mellifera scutellata),
que se acasalaram acidentalmente com as europeias,
formando uma espécie híbrida – que foi chamada
de abelha africanizada. Hoje, a apicultura brasileira
cultiva variedades dessa abelha, que também é
utilizada na polinização de plantas espalhadas
por todo o mundo. Já as abelhas nativas do Brasil
são aquelas que já viviam aqui antes dessas outras
espécies estrangeiras chegarem ao território brasileiro.

Apesar de a utilização da abelha-africana na apicultura ter seus benefícios econômicos, o fato


de ela ser uma espécie exótica acabou por torná-la também uma espécie invasora, que pode
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causar desequilíbrios nas populações de abelhas nativas. Atualmente, a maioria dos ninhos
encontrados na natureza são de abelhas africanizadas. Elas são tão eficientes na localização de
recursos florais (néctar e pólen) que podem diminuir ou mesmo exaurir o pastejo por parte das
abelhas nativas. Além disso, competem por locais de nidificação e podem transmitir parasitas
para os organismos nativos.
Em função desses desequilíbrios, vem crescendo no mercado a produção de abelhas nativas sem
ferrão (meliponídeos). Essa atividade é chamada de meliponicultura.

O uso de abelhas sem ferrão como polinizadoras de culturas agrícolas vem se mostrando uma
alternativa promissora: essa variedade tem as mesmas vantagens econômicas em relação
à abelha-africana e não causa o impacto ambiental provocado por tal espécie, ajudando a
conservar as comunidades vegetais nativas.

Em geral, as abelhas sem ferrão são generalistas – ou seja, capazes de utilizar néctar e pólen de
diversas espécies de plantas. Isso as torna capazes de serem empregadas em diferentes culturas
e, assim, faz com que elas se tornem mais eficientes em seus papeis de polinizadoras e de
produtoras de mel, o que intensifica e alavanca a produção dessa substância.

Marmelada, moça-preta, jataí, mirim, manduri e mandaçaia são algumas espécies de abelhas
sem ferrão. Além de todas as vantagens citadas, elas produzem um mel com elevada atividade
antibacteriana e, portanto, com valor medicinal – ele é utilizado contra doenças pulmonares,
gripes e infecções nos olhos. Além disso, o mel produzido por essas espécies possui menor teor
de açúcar em relação ao mel produzido por outras abelhas e é considerado um ingrediente
nobre na gastronomia.
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AS ABELHAS E A PRODUÇÃO
DE CAFÉ-ARÁBICA
Conforme mencionado, os trabalhos científicos sobre
a utilização de abelhas para a polinização de diversas
culturas vêm crescendo. Um estudo feito no Espírito
Santo, em uma fazenda com 50 hectares de café,
mostrou que a produtividade dessa lavoura, após um
ano da implantação da apicultura, passou de 29,46
sacas/ha para 35,79 sacas/ha – um aumento de 21,5%.
No caso do café-arábica (C. arabica), embora suas
flores se autopolinizem, a formação de frutos cresce
em média 20% quando essa cultura é efetivamente
polinizada por abelhas que residem em manchas de
vegetação nativa próximas aos cultivos. Em Minas
Gerais, estudos mostraram um aumento de 14,6% na produtividade de fazendas de café-
arábica polinizadas por tais insetos.

Além desse aumento de produtividade, observou-se também, em alguns casos, que a qualidade
dos grãos produzidos via polinização de abelhas é superior em relação aos não polinizados e
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que aqueles produzem um café de notas maiores.

A relação entre a polinização e a produtividade de culturas de café demonstra a


interdependência do homem com os serviços ecossistêmicos: esse serviço, se tornado escasso,
resultará na redução do bem-estar humano.
Conforme visto, a polinização é fundamental para o equilíbrio ecológico – mas também é
essencial para a gestão dos recursos vegetais cultiváveis. Os agentes polinizadores naturalmente
ocupam as reservas naturais das propriedades; assim, quanto mais próximos estiverem os
cafezais dos remanescentes florestais, maior será o número de espécies de abelhas a visitarem
as flores de café e, dessa forma, todo o ciclo positivo explicado anteriormente se intensifica.
Isso mostra que áreas de produção (lavouras) e de conservação (ecossistemas naturais)
possuem uma dinâmica de interação – antes, ela era oculta; agora, pouco a pouco está sendo
revelada.

Hoje, os ecossistemas naturais (florestas, Cerrados, Cerradões, campos nativos, veredas etc.)
estão, em grande parte, isolados, degradados ou perturbados – muitos até condenados ao
desaparecimento. Juntamente deles, morrem possibilidades de uso dos recursos naturais e de
seus serviços ecossistêmicos. Incluir, nas operações da fazenda, a recuperação e a conservação
das reservas naturais é uma necessidade urgente, e esse planejamento deve ser tratado com
os mesmos cuidado e rigor destinados à logística da cultura agrícola.

O manejo de ecossistemas naturais é uma ciência nova, mas o que já se conhece é suficiente
para reverter os atuais quadros drásticos de perdas. É preciso enriquecer os ecossistemas,
restaurar as matas ciliares, controlar as espécies invasoras, construir corredores ecológicos,
entre outras medidas, para que esses recursos naturais sejam perenes e tragam resultados
positivos – que, no final, garantirão o bem-estar de toda a sociedade.
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BIBLIOGRAFIA
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Científica da UERGS, Porto Alegre, n. 4, v. 3, p. 694-703, 2017. Disponível em: http://revista.uergs.
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GAGLIANONE, M. C. A contribuição das abelhas para a produção brasileira de café. Revista


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JANUÁRIO, A. P. F. et al. Influência da apicultura sobre a produção de café arábica. In: XII
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PERUZZOLO, M. et al. Polinização e produtividade do café no Brasil. PUBVET, Maringá, n. 4, v.


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mento=13. Acesso em: 17 fev. 2022.
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Tabela-resumo das espécies

Nome popular Nome científico Uso econômico

Abacateiro Persea americana mudas; fruto in natura; óleo; indústria


farmacêutica; fitoterápicos.

Açoita-cavalo Luehea divaricata melífera; óleo essencial (flores); medicinal;


carpintaria;marcenaria; peças torneadas.

Angico Anadenanthera falcata melífera; corantes; construção civil;


marcenaria; carpintaria.

Aroeira Myracrondruon urundeuva carpintaria; construção rural; lenha; carvão.

Bacupari Salacia crassifolia Fruto: in natura e processado (suco, doce e


licor); medicinal.

Bananeira Musa sp frutos; fibra para artesanato; celulose.

Baru Dypterix alata alimentação humana e animal; óleo (semente);


medicinal; carvão; construção civil e naval.

Cajazeiro Spondias sp Fruto: in natura; processado (suco, doce, geleia,


licor); folha: medicinal.

Cajuzinho-do-cerrado Anacardium humile Fruto: in natura; processado (suco, doce, geleia,


licor); semente: amêndoa, óleo medicinal; folha,
flor, caule: medicinal

Canafístula Peltophorun dubium melífera; alimentação animal; marcenaria;


carpintaria; construção naval.

Caviúna-do-cerrado Dalbergia miscolobium Construção civil; carpintaria; carvão; tinta;


artesanato.

Cedro Australiano Toona ciliata var. australis Construções externas; carpintaria;


construções civil e naval.

Gonçalo-alves Astronium fraxinifolium Construções externas; carpintaria;


construções civil e naval.
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Tabela-resumo das espécies

Nome popular Nome cientifico Uso econômico


Ingá-do-cerrado Inga sp Controle biológico; fitoterápico; frutos in
natura; madeira.

Ipê-felpudo Zeyheria tuberculosa Carpintaria; obras externas.

Louro-pardo Cordia trichotoma movelaria de luxo; carpintaria; marcenaria;


obras externas.

Macaúba Acrocomia aculeata Fruto: in natura; farinha; fitoterápico;


carvão vegetal; óleo combustível (semente);
alimentação; medicinal.

Mama-cadela Brossimum gaudichaudii Fruto: in natura, suco doce, alimentação animal;


casca e raiz: medicinal(tratamente vitiligo).

Mangaba Hancornia speciosa Fruto: in natura, geleia, doce, calda,


sorvete, vinho, fitoterápico.

Mogno Africano Khaya ivorensis Construções externas; carpintaria; construções


civil e naval.

Murici Byrsonima verbascifolia Fruto: in natura, doce, geleia, licor; casca:


tingimento; folha: alimentação animal;
semente: óleo comestível, indústria
farmacêutica; casca, folha, ramo: uso medicinal.

Pequi Caryocar brasiliense Fruto: alimentação humana e animal; medicinal;


óleo medicinal e biocombustível (semente).

Peroba-do-cerrado Aspidosperma tomentosun Marcenaria; carpintaria; movelaria de luxo.

Seringueira* Hevea brasiliensis Madeira para energia; coágulo (látex - matéria-


prima da borracha)

Sucupira-preta Bowdichia virgiliodes Movelaria de luxo; construções civil, rural


e naval.

Exótica Fruta Madeira


* Do bioma Cerrado; nativa do Brasil.
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