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Unidade 6 Hidrogeografia Resumo Unico

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Unidade 6: Hidrogeografia

Hidrogeografia – é a ciência geográfica que estuda a hidrosfera que ocupa 70% da superfície total do planeta
Terra numa área de aproximadamente 371,1 milhões de km².

A água distribui-se em oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos e outras quantidades na atmosfera.

Hidrosfera – é a parte líquida da geosfera, ou seja, a água dos mares, dos oceanos, rios, lagos, lençóis freáticos
e da atmosfera.

Hidrografia – estuda os componentes da hidrosfera, as características físicas e químicas da água e as relações


existentes com outros componentes da geosfera.

Os principais ramos da Hidrogeografia são:

 Oceanografia – oceanos e mares.

 Potamografia – águas superficiais e subterrâneas.

 Limnografia – lagos e pântanos.

Hidrosfera

A água é um dos recursos mais importante da Terra e ocorre em três estados da matéria: o líquido, o gasoso e o
sólido.

Estudos recentes mostram que a água é distribuída nos seguintes modos:

Fonte Volume (km²) % Volume


Oceanos 1 384 000 000 92,39
Gelo polar, icebergues 227 000 000 2,01
Água subterrânea, humidade do solo 8 062 000 0,58
Rios, lagos 225 000 0,02
Atmosfera 13 000 0,001
Água potável 36 020 000 4,5
Total 1 619 320 000 100

Tabela baseada nos trabalhos de N. Meinardus (1928) e H. Hoinkes (1968)

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Origem das águas

Os dados disponíveis mostram que a água surge no processo de fusão das rochas existentes na crusta terrestre.
Dos processos vulcânicos, desprende-se a água e terá sido assim, no início que se formaram os actuais oceanos
e mares. Este processo continua até aos nossos dias o fornecimento da água juvenil.

Entretanto, o volume das águas oceânicas não aumenta por causa das perdas de partículas de água para o espaço
interplanetário pois a água é dissolvida pela luz solar nas altitudes mais elevadas e uma parte das moléculas de
H escapam da atmosfera. Este volume de perdas é compensado pelas águas provenientes do processo de
formação da água juvenil.

Mesmo havendo algumas dúvidas sobre o processo da formação inicial da água, esta teoria é uma base segura
para futuros estudos sobre a origem das águas.

Rios

Rio – é um curso de água doce suficientemente estável, composto por nascente, foz, leito, margens, afluentes,
talvegue, quedas de água e cascatas ou rápidos meandros capturados.

Fig. 1 Elementos do rio

Se as águas de um rio se juntam a outro mais importante, ao primeiro chama-se afluente. Assim, o rio e os seus
afluentes constituem a rede hidrográfica e o conjunto de terra onde ocorrem as suas águas é a bacia
hidrográfica ou bacia de drenagem. A água de um rio corre de nascente em direcção à foz. A velocidade
máxima regista-se no centro, na secção imediata, devido à influência do vento e exprime-se em m/s.

O caudal do rio é a quantidade de água que circula num dado ponto determinado do seu leito por unidade de
tempo. A alimentação do rio é feita de chuvas, neve e pelo gelo.

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Regime dos rios

Regime do rio – é o comportamento do seu caudal que depende da alimentação dos lagos reguladores, do
relevo e do escoamento superficial, assim como da vegetação ao longo do curso.

O regime de um rio pode ser constante, periódico, irregular ou intermitente, torrencial ou estacionário.

Regime constante – os rios mantêm um caudal constante, devido à regularidade das chuvas e de todas as fontes
de alimentação. Exemplo: Amazonas e Congo.

Regime periódico – é o comportamento do caudal dos rios das zonas tropicais (o Nilo) ou sob influência das
monções. Estes rios observam um período de cheias e outro de estiagem. As cheias são alimentadas por chuvas
periódicas concentradas no Verão. Na estiagem, as águas estão baixas com caudal fraco.

Regime irregular ou Intermitente – este regime de rios ocorre nas regiões desérticas (Oeste do Saara, Creks
da Alemanha). As águas correm apenas quando caem chuvas e esgotam-se imediato ou secam por evaporação
ou por infiltração.

Regime sazonal – depende das estações do ano. Os rios de certas áreas temperadas ou subtropicais têm o
caudal dependente da precipitação que cai no Outono, ou no Inverno. Noutras regiões, o aumento do caudal
deve-se à queda de neve.

Formas terminais: estuário e delta

Estuário – é a parte de um rio que se encontra em contacto com o mar. Por esta razão, um estuário sofre a
influência das marés e possui tipicamente água salobre.

Muitas vezes, usa-se a palavra estuário em contraposição ao delta, onde o rio se mistura com o mar através de
vários canais ou braços do delta. No entanto, um delta pode considerar-se também uma região estuarina. Por
outro lado, um ‘’mar interior’’ como o Mar Báltico pode apresentar em toda a sua extensão as características de
um estuário.

Delta – é a foz de um rio formada por vários canais ou braços do leito do rio. Um caso típico é o delta do rio
Nilo, no Egipto, que tem a forma de leque ou triângulo – que é a forma da letra grega maiúscula com este nome
( ) – donde provém esta designação. No entanto, a forma do delta depende da topografia da planície costeira
onde o rio vai desaguar. As regiões de deltas da África, da Ásia e da Europa são muito importantes porque
possuem grande concentração da população, como o delta do Reno, do Ganges e do Níger. Este tipo de foz é
comum em rios de planícies, devido ao menor declive e, consequentemente, menor capacidade de descarga de
água, o que favorece a acumulação de areia e aluviões na foz do rio.

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Nem todos os deltas se situam em costas marítimas: o delta do rio Okavango, no Botswana, é um delta interior.

Dinâmica da estrutura dos rios

A estrutura de um rio relaciona-se com o modelo que este representa nas diferentes dimensões da sua forma:

 Perfil longitudinal – obtém-se desde a nascente até à foz pela união de vários pontos do fundo do leito.
Graficamente em forma de parábola, o trabalho de erosão eliminará as irregularidades que o perfil do rio
apresenta no curso superior e verifica-se a diminuição do seu declive até ultrapassar o nível de base das
águas na foz, impedindo deste modo novos processos erosivos.

Fig. 3 Perfil longitudinal

O nível mínimo de escavação de um rio denomina-se: nível de base; obtém-se no curso inferior junto à foz e é
necessário um determinado declive para que se verifique a escorrência das águas. No seu desenvolvimento, um
rio obtém mais rapidamente esse declive ou gradiente, desde que as condições existentes de descarga e as
características do caudal sejam ideais para o transporte da sua carga. Tal tipo do rio diz-se que está em
equilíbrio.

O perfil longitudinal de um rio em equilíbrio denomina-se: perfil de equilíbrio e apresenta-se em forma de


curva hiperbólica suavemente côncava para cima.

 Perfil transversal – é representado pela união dos diferentes pontos do curso do rio, duma margem até à
oposta, a sua forma característica é um V (medido em cima terá sempre maior largura do que em
profundidade).

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A formação deste perfil realiza-se conjuntamente com o processo erosivo do leito e o arranque do material das
vertentes.

Fig. 4 Perfil transversal

 Meandros – são sinuosidades regulares descritas pelo leito de um rio e o traçado fluvial afasta-se da sua
direcção de escoamento para voltar a ela depois de descrever uma curva pronunciada. É comum em rios de
planície com declive muito suave (Fig. 6).

Fig. 6 Meandros

 Capturas – para aumentarem o seu caudal, alguns rios capturam as águas de outros de maneira original. A
captura fluvial, que é como se denomina este fenómeno, é bastante frequente e o rio capturado cede parte do
seu caudal ao rio pirata.

Cursos água subterrânea

Resultam da penetração no solo das águas por infiltração em terrenos permeáveis. No interior, a água desce
através dos capilares até encontrar rochas impermeáveis e começa a acumular-se.

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Esta água pode constituir um rio, um lençol ou uma toalha subterrânea.

Toalha de água – é um depósito de água, cuja origem principal se deve à infiltração das águas das
precipitações atmosféricas.

As águas subterrâneas saem para o exterior sempre que encontram uma saída em forma de cascata ou de
nascente. A água concentra-se em forma de toalha de dois tipos:

1. Toalhas subterrâneas: formam-se por infiltração pelos interstícios e pequenas escadas de infiltração.

2. Toalhas cársicas: formam-se por infiltração através das diáclases. O nível das águas depende da
intensidade das precipitações, estação do ano, grau de humidade da região, percurso dos cursos de água,
proximidade relativa do mar. Nos terrenos secos, a água circula pelas diáclases das rochas e concentra-se
em camadas de maior profundidade, originando rios e lagos subterrâneos.

Balanço hídrico

Balanço hídrico – é a quantidade de água que entra e sai na superfície da Terra num determinado intervalo de
tempo e estabelece uma espécie de equilíbrio dinâmico.

O balanço hídrico de uma região faz parte do ciclo hidrológico. Tem como processos constituintes: a
precipitação, a evaporação, a descarga ou escoamento, a reserva ou armazenamento e o uso ou consumo.

Fontes naturais e artesianas

A água subterrânea tem como principais fontes as nascentes, que são as emergências das toalhas de água e as
exsurgências e ressurgências. No caso de exsurgência, o seu abastecimento de água procede da superfície da
massa líquida, a qual se encontra nos fundos de calcários e circula pelas condutas subterrâneas sem que
anteriormente tivesse formado um curso subaéreo.

Por outro lado, a fonte de uma ressurgência é um curso de água que, depois de um escoamento determinado, se
perde numa gruta ou numa zona rochosa filtrante.

Quando se abre poços verticais até se atingir a toalha de água, se o lugar se encontra sobre um nível superior da
toalha, a água mantém-se no poço até esse nível, sendo necessário, para obtê-la, a utilização de bombas ou
outros meios.

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Principais bacias hidrográficas do globo

1. Na América do Norte e do Sul

As bacias da América do Norte e do Sul têm cursos extensos de água que desaguam no Oceano Atlântico, os
que se orientam ao Pacífico são curtos de menor importância económica e social.

Bacia do Mississipi-Missouri – é a maior bacia hidrográfica da América do Norte (EUA) com uma área de
3 300 km².

O rio Mississipi, com uma extensão de 4 800 km, atravessa os EUA de norte a sul desaguando no Golfo de
México, onde forma um grande delta.

Sendo um rio de planícies e desfrutando de uma localização geográfica bastante favorável, o Mississipi vem
desempenhando desde há muito tempo um importante papel como de transporte e comunicações.

Os seus principais afluentes são:

 Margem direita: Missouri, Arcansas e Vermelho.

 Margem esquerda: Chio.

Bacia do rio Lourenço – é a segunda da América do Norte e desagua nos grandes lagos ao Atlântico, o rio São
Lourenço é o escoadouro natural de grande parte da produção norte-americana e canadense.

Bacia Amazónica – é a maior bacia hidrográfica do globo, drenando uma área de 6 868 000 km². Esta bacia de
planície com rios extensos e caudalosos, tem constituído uma importante via de transporte de Amazona, sendo
que os seus rios desempenham um papel muito importante como fonte de alimentação das populações
ribeirinhas através da pesca.

Bacia Platina – tem uma área de 4 000 000 km² drenando terras de Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Esta
bacia é composta por muitos afluentes, sendo os mais importantes o Panamá, o Paraguai e o Uruguai.

2. Na Europa

Os rios europeus são, em geral, de pequena extensão, desempenhando um papel de grande importância na vida
humana e económica das regiões por onde circulam.

Os principais rios europeus são:

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 Volga – situado em território russo, nasce no planalto Valdai e, após atravessar a planície russa em direcção
ao sul, vai desaguar no mar Cáspio num percurso de 3 645 km. É o mais extenso rio da Europa e um dos
mais navegados.

 Danúbio – rio internacional por excelência, o Danúbio banha terras de sete países, incluindo capitais
internacionais, como por exemplo: Viena, Budapeste e Belgrado. Com 2 900 km de extensão (é o 2° maior
rio da Europa), o Danúbio nasce na Floresta Negra e desagua no mar Negro.

3. Na Ásia

O continente asiático apresenta uma rede hidrográfica bastante diversificada, indo desde os rios que
permanecem parte do ano congelados (rios que desaguam no Árctico), rios temporários e até extensos e
caudalosos rios do sul e do leste do continente asiático.

Os rios principais são:

 Yenissei, Obi e Lena – que atravessam a Sibéria e vão desaguar no Árctico.

 Indo, Ganges e Bramaputra – são importantes e extensos rios que têm origem na região do Himalaias e,
após banharem a península indiana, vão desaguar no Índico.

 Yang-Tsé-Kiang – também conhecido por Rio Azul, cuja extensão é de 6 380 km, é o maior rio asiático.

 Huang-Ho – também conhecido por Rio Amarelo, nasce no planalto de Tibete e desagua no Pacífico. Tem
uma extensão de 4 667 km.

4. Em África

No continente africano, a rede é também bastante diversificada. Os rios desaguam no Atlântico, no Índico e mar
Mediterrâneo e, na sua maioria, Reno – apesar da pequena extensão que apresenta (1 300 km), o Reno é o rio
mais intensamente navegável da Europa. Este rio nasce nos Alpes suíços, separa a Alemanha da França e,
depois de atravessar Alemanha e a Holanda vai desaguar no Mar do Norte. Tem muita importância económica,
política e estratégica, ao transportar cereais, máquinas e diversos outros produtos de grande valor.

São periódicos e extensos.

Bacia do Nilo – é a maior com uma extensão de 6 695 km e ocupa o segundo lugar em volume de água no
continente.

Este nasce no lago Vitória e desagua no Mar Mediterrâneo, formando um amplo delta.

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Do lago Vitória, onde nasce, ele sai com o nome de Nilo Branco e dirige-se para o norte penetrando no Sudão,
onde recebe o rio das Gazelas.

Posteriormente, é reforçado por afluentes provenientes do maciço da Etiópia, sendo o principal o Nilo Azul.
Isto permite que o rio Nilo possa atravessar 2 000 km de deserto (Saara) sem receber nenhum afluente, até
alcançar finalmente o Mediterrâneo.

A barragem de Assuá (no Egipto), construída em 1902, permite que as suas cheias sejam controladas.

Bacia do Congo – com 4 371 km de extensão e uma área enorme, é o segundo rio do mundo em volume de
água e a sua foz é no oceano Atlântico. É um rio de planalto com muitas quedas de água, por isso de elevado
potencial hídrico.

Os maiores rios do globo:

Rio Localização Nascente Foz Km


Amazonas América do Sul Lagos Glaciares, Oceano Atlântico, Brasil 6 868
Peru
Nilo Nilo Uganda, Centro da Mar Mediterrâneo, Egipto 6 695
África
Yang-tse-Kiang China Planalto Tibetano, Mar Amarelo, China 6 380
China
Mississipi-Missouri Estados Unidos Nascente Red Rock, Golfo do México, Estados 6 270
Montana, Estados Unidos
Unidos
Yenissei Rússia Montanhas Tannu- Oceano Árctico, Rússia 5 550
Olatanhas, Tuva
Ocidental, Rússia
Obi Rússia Montanhas Altai, Mar de Kara, Oceano Árctico, 5 410
Rússia Rússia
Huang-Ho China Parte Oriental das Golfo de Chihil, China 4 667
(Amarelo) Montanhas Kunlan,
China
Hellong (Amur) Ásia Confluência dos Rios Estreito Tatar, Oceano Pacífico, 4 368
Shilka e Argun, Rússia
Rússia e China

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Zaire África Central Confluência dos Rios Oceano Atlântico, Congo-Zaire 4 371
Lualab e Luapula,
Congo
Lena Rússia Montanhas Baikal, Oceano Árctico, Rússia 4 260
Rússia
Mackenzie Canadá Great Slave Lake, Mar de Beaufort, Oceano 4 241
Canadá Árctico
Níger África Ocidental Serra Leoa e Guiné Golfo da Guiné, Nigéria 4 167
Mekong Sudeste da Ásia Terras Altas Sul do Mar da China, Vietname 4 023
Tibetanas, China
Paraná América do Sul Confluência dos Rios Rio de La Plata, Argentina 3 998
Paranaíba e rio
Grande, Brasil
Murray-Darling Oceânia Alpes Australianos, Oceano Atlântico 3 750
New South Wales,
Austrália
Volga Rússia Planalto Valdal, Mar Cáspio, Rússia 3 645
Rússia
Zambeze Moçambique Angola Oceano Índico -

Lagos

Origem dos lagos

Lago – é uma massa permanente de água, relativamente ampla e mais ou menos profunda, depositada numa
depressão de terreno e sem comunicação imediata com o mar.

A formação dos lagos resulta tanto de factores naturais como artificiais que ocorrem à superfície, originando
depressões sobre as quais se acumulam as águas. Entre os factores naturais que concorrem para a formação dos
lagos estão os que ocorrem no interior da Terra como os movimentos tectónicos, as inflexões da crusta ou
desabamentos de cavidades subterrâneas e as explosões vulcânicas.

Outros fenómenos naturais ocorrem à superfície como a chuva, o vento e os glaciares, cuja acção conduz à
preparação do espaço sobre o qual se forma o lago.

As moreias glaciares, o desabamento de barreiras marítimas e aluviais, bem como a queda de meteoritos são
outros fenómenos naturais que ocorrem à superfície e que concorrem para a formação dos lagos.

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Além dos lagos naturais existem igualmente os lagos de origem artificial ou humana, que são aqueles que
resultam da acção humana, especialmente à actividade mineira e à construção de barragens.

1. Lagos de origem natural interna – resultam da acção de fenómenos naturais que ocorrem no interior da
Terra, como o tectonismo, as reflecções da crusta ou desabamento de cavidades subterrâneas e o
vulcanismo.

Os movimentos tectónicos originam fracturas no terreno, formando depressões. Exemplo: lagos da África
Oriental.

As inflexões da crusta, ou desabamento de cavidades subterrâneas levam a formação de lagos cársicos e os


lagos vulcânicos nascem em crateras de vulcões extintos.

2. Lagos de origem natural externa – resultam de fenómenos naturais exteriores (chuvas, vento, glaciares,
barreiras marítimas, queda de meteoritos, etc.). Entre eles podem distinguir-se lagos de erosão e lagos
residuais.

Os lagos de erosão são originados pelas chuvas, vento ou glaciares que actuam preparando o espaço. Existem,
também, lagos formados por moreiras glaciares, desabamento de barreiras marítimas, aluviais (exemplos:
Cáspio, Aral), ou queda de meteoritos.

Os lagos são de origem marinha ou eólica:

 Lagos de origem marinha – surgem a partir da formação, ao longo da costa, de cordões de areia que com o
tempo acabam por se isolar.

 Lagos de origem eólica – ocorrem em locais de acumulação de areia transportada pelo vento.

3. Lagos de origem artificial ou humana – são resultantes da actividade humana e tem origem em minas ou
jazigos inactivos, que mais tarde acumulam água.

No processo da construção de barragens formam-se albufeiras que constituem lagos onde se desenvolve a
pesca, o turismo e permite o funcionamento da própria barragem.

Relação entre lagos e rios

Dependendo da sua posição geográfica, especialmente em terrenos de relevo, os lagos assumem diferentes
funções em relação aos rios. Assim, os lagos posicionados em zonas altas tendem a ser locais onde iniciam, ou
seja, nascem determinados rios. A estes lagos chama-se lagos emissores. Por outo lado, os lagos situados em
zonas baixas tendem a ser desembocaduras de alguns rios, assumindo, como tal, a posição de lagos receptores.

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Finalmente, lagos posicionados nos cursos médios dos rios tornam-se lagos transmissores que são
atravessados por rios.

Os lagos estabelecem relações com os rios de forma diferente. Assim, tem-se lagos: emissores, transmissores
e receptores.

 Lagos emissores – são alimentados por chuvas, pela fusão do gelo ou pela escorrência das vertentes e dão
origem a rios. Exemplos: lago Vitória (rio Nilo), lago Tana (Nilo Azul, afluente do Nilo).

 Lagos transmissores – são reguladores do caudal dos rios. Exemplo: lagos Constança e Genebra,
atravessados respectivamente pelos rios Reno e Ródano.

 Lagos receptores – são alimentados por rios, não têm escoamento e a sua massa de água estabelece-se por
um equilíbrio regulado pela evaporação. Exemplo: Mar Morto.

Fig. 17 Relação entre rios e lagos

Dinâmica dos lagos

Os lagos como massas de água que se acumulam em depressões não apresentam sempre o mesmo nível de
água, pois, algumas vezes, os mesmos, registam cheia e noutras vezes níveis muito baixos. Essa variação, quer
dizer, essa dinâmica dos lagos, depende das fontes de alimentação, portanto das fontes de água dos lagos,
nomeadamente a chuva, os rios, os glaciares, etc.

Sendo os lagos alimentados por rios, pelas chuvas ou através do degelo dos glaciares, a dinâmica dos lagos
varia consoante o comportamento das respectivas fontes de alimentação. Assim, a época chuvosa leva ao
aumento dos caudais dos rios e consequentemente aumento das águas que estes lançam para os lagos. Por outro

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lado, as águas das chuvas e as águas resultantes do degelo também contribuem para aumentar o nível das águas
dos lagos, chegando a provocar cheias.

Na época seca, os lagos tendem a reduzir a acumulação das águas, atingindo por vezes níveis muito baixos.

Um dos fenómenos interessantes ligados à dinâmica dos lagos tem a ver com o facto de que quando o lago
baixa, os braços que emergem do lago transportam os aluviões em direcção ao lago e que se acumulam no
fundo do lago. Desta acumulação resulta um progressivo aumento do leito que desse modo passa a fazer um
escoamento mais rápido, concorrendo para o desaparecimento do lago. Quando o lago seca e desaparece é
substituído por uma lama aluvial. O desaparecimento dos lagos é particularmente rápido quando os seus
afluentes são capturados por outros rios.

Um dos casos típicos de lagos cuja dinâmica conduz ao seu progressivo desaparecimento é o do lago Tchad, em
África, cujos afluentes correm o risco de ser capturados pelo rio Níger ou pelo Congo.

Os lagos que são alimentados fundamentalmente por afluentes ou por nascentes dos cursos de água aumentam o
nível das águas no momento de degelo ou como consequência das chuvas. Assim, podem transbordar e
provocar inundações sobre as margens. A partir do lago tem origem um curso de água, o emissário (ou lago
emissor) que evacua regularmente as águas em excesso.

A superfície do lago Tchad, reduz-se à metade na época da estação seca como consequência da alimentação
deficiente.

Os aluviões dos afluentes acumulam-se lentamente no fundo do lago, provocando um elevamento do nível das
águas que desta maneira escoam rapidamente, podendo provocar o seu desaparecimento.

Principais lagos e regiões lacustres

A distribuição dos lagos pela superfície terrestre é bastante variável tendo em conta que nem todas as regiões
apresentam condições propícias para a formação dos lagos. Portanto, nos diferentes continentes destacam-se
algumas regiões que pelas suas características registam a presença de lagos.

1. Em África

Em África, a região dos grandes lagos é muito extensa que surge como consequência de movimentos tectónicos
que provocaram fracturas e depressões. Os principais lagos são: Niassa, Tanganhica, Vitória e Eduardo.

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2. Na Europa e na Ásia

 Cáspio – também conhecido por Mar Cáspio, situado na Rússia e com uma área de 440 000 km². Cáspio é o
maior lago do mundo em extensão e para este Lago-Mar drenam águas de vários rios.

 Baikal – situado na Ásia Central, o Baikal é o lago de maior volume de água doce. A sua profundidade
alcança 1 740 m o que o torna o mais profundo de todos. A sua superfície está a 463 m acima do nível do
mar.

 Morto – este lago é mais conhecido por Mar Morto. Dentre os lagos situados abaixo do nível das águas do
mar, o Morto ocupa o primeiro lugar. Encontra-se a 396 m abaixo do nível do mar e é também o mais
salgado do mundo e é biologicamente morto.

3. Na América

O continente americano é rico em lagos, particularmente nos EUA e Canadá.

 A região dos Grandes Lagos – abrangendo uma área extensa e situados nos EUA e no Canadá, os Grandes
Lagos da América do Norte forma uma bacia lacustre muito importante no mundo. Nas margens dos lagos
situam-se muitas cidades.

Os Grandes Lagos estão ligados entre si por meio de canais, e com o Atlântico, através do rio São Lourenço,
que é o escoadouro natural desses lagos.

 Lago Superior – com uma área de 82 500 km² é o mais extenso lago de água doce do mundo. Este lago
encontra-se a 184 m acima do nível do mar.

 Lago Michigan – com uma área de 58 000 km², o lago Michigan encontra-se a 177 m acima do nível do
mar, nas suas margens, localizam-se importantes cidades norte-americanas como Chicago e Milwaukee.

 Lago Huron – possui uma área de 59 600 km² e encontra-se a 177 m acima do nível do mar.

 Lago Erie – possui uma área de 25 700 km² e encontra-se a 174 m acima do nível do mar. As cidades de
Detroit, Toledo, Cleveland e Buffalo são algumas das muitas cidades norte-americanas situadas nas suas
margens.

 Lago Ontário – com uma área de 19 500 km² e situado a 75 m acima do nível do mar, liga-se directamente
ao Atlântico através do rio São Lourenço. Entre os lagos Erie e Ontário, encontram-se as famosas cataratas
de Niágara.

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Os maiores lagos do globo:

Lago Continente/ País Profundidade (m) Área (km²)


Cáspio Irão – Rússia 945 440 000
Superior EUA – Canadá 394 82 500
Victória Quénia – Tanganhica 82 67 000
Aral Ásia 67 66 000
Huron EUA – Canadá 281 59 600
Michigan EUA 228 58 000
Baikal Ásia 1 525 35 500
Tanganhica África – Tanganhica 1440 32 500
Grane Urso América – Canadá 80 58 000
Grande Lago dos Escravos América - Canadá 614 33 500

Oceanos e mares

Oceanos

Oceanos – são grandes massas de água assentes na plataforma oceânica, têm a comunicação bastante aberta,
com zonas abissais e todos apresentam características semelhantes.

Os principais oceanos são:

1. Pacífico – com uma extensão de 179,0 milhões de km².

2. Atlântico – com uma extensão de 107,0 milhões de km².

3. Índico – com uma extensão de 75,0 milhões de km².

4. Glacial Antárctico – com uma extensão de 85,0 milhões de km².

5. Glacial Árctico – com uma extensão de 14,0 milhões de km².

De salientar que o Glacial Árctico e o Antárctico, permanecem geados por muito tempo ao longo do ano.

A ciência que estuda os oceanos e os mares, tendo em conta as suas propriedades físicas, químicas e dinâmicas
chama-se Oceanografia.

A superfície ocupada pelos oceanos e mares representa ¾ da superfície terrestre e tem maior extensão no
hemisfério sul do que no hemisfério norte.
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O oceano mundial é repartido em cinco (5) oceanos, com limites não muito rígidos e as águas circulam de
forma independente, comunicando-se através de estreitos, canais, mares litorais, com excepção dos mares do
interior ou lagos salgados.

Mares – são assentamentos de massas de água em grandes proporções na plataforma continental ao longo da
costa ou mesmo no interior.

Os mares estão relacionados com os acidentes da costa que são as bacias, ilhas, baias. A comunicação efectua-
se de forma directa. Nos litorais, a comunicação faz-se com dificuldades nos mares mediterrâneos, através de
estreitos ou canais, e é praticamente impossível para os mares fechados, como é o caso do Mar de Aral na Ásia
Central.

Os principais mares são:

 Mar das Antilhas, Mar da China, Mar da Irlanda, Mar do Norte, Mar do Japão, Mar Báltico, Mar Negro,
Mar Baikal e Mar Vermelho.

Os mares apresentam características de distribuição, temperatura, circulação e salinidades variáveis o que


permite dividir os mares em três (3) grupos:

1°) Mares litorais – são mares situados junto das bacias oceânicas. Têm comunicação permanente com o
oceano, através dos estreitos suficientemente largos e profundos não havendo muita diferença entre a vida no
mar e no oceano. Exemplos: Mar da China, do Japão, das Antilhas, do Norte.

2°) Mares fechados – não se comunicam com o oceano mundial, constituindo actualmente lagos de água
salgada. Exemplos: Mar Morto, Mar Cáspio.

3°) Mares continentais – também conhecidos por mares mediterrâneos, na sua maioria situam-se dentro dos
continentes. Recebem muita influência do continente, mas comunicam-se com o oceano através de estreitos.
Exemplos: Mar Báltico, Mar Vermelho e Mediterrâneo.

Relevo oceânico e marinho

O relevo submarino apresenta: parte litoral, talude continental, fundo marino e região abissal.

 Litoral – com declive suave e penetra até uma profundidade de 200 m. A sua largura é variável e representa
22% da superfície do relevo submarino. Nesta zona verifica-se acumulação de sedimentos de origem
continental e a fauna e flora são abundantes. É nesta zona que se realiza a actividade pesqueira.

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 Talude continental – é a zona de desnível acentuado, com início da quebra da plataforma que parte dos
200 m até uma profundidade de 3 000 m.

 Fundo marinho – também conhecido por região pelágica, por ter maior concentração de depósitos
pelágicos (restos de animais e plantas do mar) é uma zona com profundidade entre 3 000 a 6 000 m e
representa a maior parte da superfície submarina.

Nos fundos oceânicos, o relevo assume características semelhantes ao relevo continental, com planícies e fossas
abissais, dorsais, ríftes, com a plataforma e talude continentais.

 Região abissal – representa apenas 3% da superfície submarina com fossas profundas no Índico, Pacífico e
Atlântico.

No meio das planícies abissais localizam-se elevações vulcânicas conhecidas por dorsais oceânicas, formadas
por dois alinhamentos montanhosos e com uma fractura na parte central; o rífte, pelo qual o material magmático
em fusão sobe, vindo do interior e vai formar uma espécie de montanhas no interior do mar. A dorsal do
Atlântico é muito extensa com zonas onde as elevações afloram à superfície aquática formando ilhas. Exemplo:
Ilha do Pico.

Fig. 28 Esquema da topografia submarina

Propriedades físicas e químicas

Propriedades físicas da água oceânica

As águas do mar e do oceano apresentam determinadas características que as tornam diferentes das águas dos
rios, dos lagos ou das águas subterrâneas. Das propriedades físicas das águas destacam-se as relacionadas com a
temperatura, a densidade, a dinâmica e a cor.

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Temperatura

A temperatura das águas superficiais depende da radiação solar e de fenómenos atmosféricos como o vento, a
precipitação, entre outros.

As águas do mar não apresentam as mesmas temperaturas em toda a sua extensão. A temperatura das águas
oceânicas varia com a latitude e com a profundidade.

Nas regiões de baixas latitudes, na zona do equador, onde a radiação solar é maior, as temperaturas são altas. À
medida que a latitude aumenta, a radiação solar diminui e as águas aquecem graças à acção dos ventos e das
correntes marítimas quentes que transportam o calor equatorial.

Por outro lado, a temperatura das águas nas altas latitudes polares é bastante baixa, devido à acção dos ventos e
pelas correntes marítimas frias que transportam o frio polar.

A temperatura das águas oceânicas também varia com a profundidade, resultando dessa variação três (3)
estratos bem demarcados:

1. Estrato superficial – que reflecte a temperatura ambiente de cada latitude. A este nível, a temperatura das
águas depende directamente dos diferentes fenómenos atmosféricos.

2. Estrato de descontinuidade térmica gradual – situa-se entre 100 e 150 m de profundidade. Nesta
profundidade, a temperatura decresce lentamente à medida que a profundidade aumenta.

3. Estrato do fundo – corresponde às maiores profundidades, nas quais a temperatura das águas está
dependente da origem das águas.

Densidade

A densidade das águas oceânicas e dos mares depende em grande medida da temperatura e da salinidade. Para
uma determinada temperatura, a densidade será tanto maior quanto maior for a salinidade.

As linhas (isopcnométricas) mostram claramente que as águas frias e altamente salinas são mais densas que as
águas quentes e de baixa salinidade.

De modo geral, todos os líquidos menos densos flutuam, tornando-se difícil a sua mistura o que implica muitas
vezes correntes de convecção.

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Propriedades químicas da água

Salinidade

As características das águas oceânicas e dos mares são determinadas pela sua composição química. A
salinidade é a característica mais comum. A água tem em média 35 g/litro de sal, mas, além do sal, estão
dissolvidas várias substâncias e elementos químicos.

Nos oceanos estão concentrados 60 elementos do quadro periódico e grande parte dentre elementos estão
combinados em forma de sais, cloretos, brometos, sulfatos, carbonatos, havendo vestígios de ouro e urânio para
além de gases dissolvidos particularmente o hidrogénio e o oxigénio.

A concentração dos elementos e substâncias químicas pode variar consoante os processos de evaporação,
adição de água proveniente dos rios e depósitos dos sedimentos sobre os fundos oceânicos.

Por exemplo, a salinidade dos mares do interior aumentou para níveis muito altos. No Mar Morto a forte
evaporação sem compensação impossibilitou o mar de desenvolver vida, tornando-o num recurso hídrico
biologicamente morto.

Dinâmica das águas do mar

As águas do mar não são estáticas. Possuem uma dinâmica que compreende movimentos diversos sob a forma
de ondas, marés e correntes marítimas.

Ondas – são posições de águas que alternadamente se elevam e descem na superfície dos oceanos.

A maior parte das ondas é produzida pela acção dos ventos, mas existem também ondas provocadas por
vulcões e maremotos que atingem dimensões gigantescas e são designadas ondas Tsunami.

Elementos da onda são: a crista, a cava, a amplitude, o período, a velocidade e a inclinação.

Fig. 31 Elementos da onda

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Tipos de ondas

De acordo com o processo da sua formação e as suas características, as ondas diferem uma das outras pelo que
se podem distinguir diferentes tipos de ondas, que são:

 Ondas de oscilação – caracteriza-se por requerer águas suficientemente profundas para realizar o seu
movimento orbital circular, uma vez completo o movimento circular, a massa de água fica mais adiante que
na posição anterior.

 Onda de transição – a água movimenta-se em direcção à propagação, sem compensar essa translação com
o movimento para trás. Este tipo de ondas não tem crista, nem outro tipo de sinais.

 Ondas solitárias – têm relação com os fundos marinhos. À medida que a onda se aproxima, a linha da
costa à frente da onda adopta um novo padrão reproduzindo aspectos submarinos da costa.

O desvio sofrido pela onda é refracção. Quer dizer que a crista da onda se produz mais lentamente quanto mais
rasa for a água, fazendo com que a frente da onda se desvie. No fim, a onda destrói-se na crista e forma uma
ruidosa ressaca.

Marés

Marés – são alterações do nível das águas oceânicas que se devem à atracção exercida pela Lua e pelo Sol
sobre elas, mas principalmente pela Lua por estar mais próxima da Terra.

Quando a água do mar está mais próxima da Lua, aquela (água) é atraída por esta (Lua) com uma força de
maior intensidade do que nos demais pontos. Enquanto isso, na parte oposta da Terra, a água tende a afastar-se.

Esta mudança verifica-se a cada seis horas, o que faz com que num dia, o nível das águas suba duas vezes e
desça, igualmente, duas vezes. O nível mais alto da maré é chamado de maré alta ou preia-mar e o mais baixo
de maré baixa ou baixa-mar.

A diferença entre as duas marés (maré alta e baixa) é chamada amplitude da maré. Enquanto a água sobe e
desce, move-se em direcção à costa e se afasta dela, alternadamente. O movimento da água é designado fluxo
da maré. Quando a água se move em direcção à costa, é o fluxo enchente. Quando se desloca para alto-mar, é
o fluxo vazante.

A amplitude da maré não é constante, difere dia após dia de acordo a posição do Sol e da Lua. Na Lua Cheia e
Nova, ambos se colocam numa mesma linha em relação à Terra, a maré fica mais alta do que o normal e é
designada por maré de Sizígia ou maré de águas-vivas. No quarto-crescente ou quarto-minguante, o Sol e Lua

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formam com a Terra um ângulo recto, a maré é muito baixa que o normal e é designada por maré de
Quadratura ou maré de Águas-Mortas.

A formação da costa marinha produz, igualmente, uma grande diferença na amplitude da maré. Nos estuários e
baixas com o formato de funil, a amplitude pode ser muita alta. A forma, o tamanho e a profundidade dos mares
e oceanos influenciam no comportamento da maré.

Nos lugares de superfície terrestre em que a Lua se encontra no Zénite ou no Nadir, surge uma maré e a acção
secundária do Sol origina:

 Marés vivas – quando a Lua e o Sol se encontram em oposição ou em conjunção.

 Marés mortas – (como um fluxo espectalmente baixo) quando o Sol e a Lua se encontram em quadratura.

 Marés semidiurnas – são as que registam maior frequência e amplitude. A sua maior incidência verifica-se
em grande parte dos oceanos Atlântico e Índico.

 Marés diurnas – são as que apresentam uma menor assiduidade, observam-se entre outros lugares, no Mar
de Bering, no Golfo do México e no Mar da China.

 Marés mistas – são as marés características do oceano Pacífico, verificando-se também em parte litoral
brasileiro e argentino, Golfo da Guiné, e noutros lugares.

Fig. 32 Marés

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Circulação oceânica

Circulação oceânica ou Correntes marítimas – é a deslocação que as águas do mar realizam continuamente,
tanto na horizontal como na vertical.

O calor do sol é o principal responsável por essa circulação dos oceanos. A energia solar incide de forma
diferenciada sobre a superfície terrestre, sendo maior na zona equatorial, entre 34° N e 34° S. Estas diferenças
de temperatura originam transferências de calor do equador para os pólos, condicionando os movimentos do ar
e dos oceanos.

A circulação oceânica reveste-se de grande importância, porque:

 Mais de metade do calor transportado à volta do planeta é realizada pelos oceanos, o que torna a parte mais
importante do sistema de controlo do clima terrestre.

 É o garante da vida marinha pois é responsável pelo transporte do oxigénio atmosférico para o mar.

A circulação oceânica resulta essencialmente de dois processos intimamente ligados, nomeadamente:

1. Densidade – a água movimenta-se sob a influência das diferenciações de densidade entre diferentes
regiões. A densidade do mar depende da temperatura e da salinidade, e origina uma circulação chamada
termohalina (termo – temperatura e halina – sal).

2. Ventos – os ventos são também causadores da circulação oceânica pois estão na origem de grandes
correntes sobretudo à superfície dos mares, como por exemplo a Corrente do Golfo.

No hemisfério Norte

A circulação oceânica transporta a água da superfície do mar para a região polar onde arrefece. Este
arrefecimento liberta calor, que acaba por aquecer o ar e arrefecer a água. A água arrefecida torna-se mais densa
e, por consequência mais pesada, movimentando-se até ao fundo do oceano, isto resulta na formação de novas
águas profundas que substituem as já existentes, empurrando-as para o equador.

As principais regiões de formação destas águas profundas são os mares de Labrador e de Gronelândia
localizadas no norte do Atlântico Norte. Estas águas profundas do Atlântico Norte fluem, então para o Sul junto
do fundo do oceano, permitindo às águas quentes superficiais desaguar nesta região para as substituir.

Ocorre, também, um forte arrefecimento da água do mar de Báringue, no Pacífico Norte, mas a estrutura do
fundo do oceano é diferente nesta zona, e impede a água profunda que sai de forma a entrar nesta circulação
oceânica.

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Antártida

A formação das águas profundas ocorre, igualmente, a volta da Antártida, devido à produção do gelo do mar.
Este gelo contém pouco sal e, quando se forma, a água envolvente torna-se mais salgada e, por consequência,
mais densa. Esta água mais densa, então, entra para as profundezas até perto do continente antárctico e, forma-
se aquilo que se chama Água Antárctida do Fundo. No fundo do oceano, esta água estende-se e move-se à
maior parte do fundo oceânico.

Os cientistas pensam, agora, que as águas profundas que circulam junto aos fundos dos oceanos encontraram as
chamadas dorsais oceânicas. Estas cadeias montanhosas oceânicas obrigam as águas profundas a subir até à
superfície.

No Oceano Austral, o vento provoca, igualmente, uma mistura intensa que traz as águas profundas à superfície.
Uma vez à superfície, a água volta para os pólos devido às correntes superficiais induzidas pelos ventos, a fim
de completar o ciclo.

Circulação induzida pelo vento

A Corrente do Golfo é uma das mais importantes correntes provocadas pelo vento. Esta corrente transporta a
água tropical muito quente, do Mar das Caraíbas e do Golfo do México, para a Europa do Norte através do
Atlântico Norte. O calor da água aquece o ar que se situa imediatamente acima desta água e este movimento do
ar representa um processo essencial de transporte do calor para o norte. Graças a este transporte de calor, a
Europa do Norte é mais quente que os países que se localizam nas mesmas latitudes na América do Norte ou à
volta do Oceano Pacífico. A Corrente do Golfo representa um exemplo de ‘’Corrente Profunda do Bordo
Ocidental’’, que é definida como sendo a corrente que flui ao longo da Costa Oeste de magnitude grande bacia
oceânica.

A corrente correspondente no Oceano Pacífico é a Corrente de Kuroshio (ou Corrente do Japão) e no Oceano
Índico é a Corrente das Antilhas. Estas correntes do Bordo Ocidental resultam das interacções entre a forma
da bacia oceânica, a direcção do vento e a rotação da Terra. Estas três correntes movimentam-se com uma
velocidade relativamente elevada, são bastante estreitas (entre 100 a 200 km de largura) e influenciam com o
clima da região correspondente. Existem, igualmente, correntes do Bordo Oriental que transportam as águas
frias da superfície dos pólos para o equador. Estas correntes são, geralmente, mais fracas que as suas homólogas
de Oeste.

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Água Antártica do Fundo

A Água Antártica do Fundo é formada principalmente no Mar de Ross e de Weddell por convecção profunda e
preenche as bacias oceânicas abaixo dos 4 000 m de profundidade. No Oceano Pacífico Norte, e a mistura é
conhecida como Água Circumpolar. A água profunda do Atlântico Norte é o resultado dum processo que
envolve convecção profunda no Oceano Árctico, no Mar da Groenlândia e no Mar do Labrador.

A maior parte da água intermediária antárctica é formada por convenção profunda ao Sul do Chile e na
Argentina e espalha-se por todos os oceanos na Corrente Circumpolar Antárctica. A água intermediária no
hemisfério norte pode ser formada tarde por convecção como por subduração. A água central, aquela massa de
água termoclina permanente, é formada por subducção nos subtópicos. Também, a água do Mediterrâneo como
a água do Mar Vermelho são intrusões das águas quentes com alta salinidade dos dois Mares Mediterrâneos.

Cores da água do mar

Há muitas lendas e histórias que explicam as cores da água do mar:

1. Uma dessas lendas é sobre o Mar Vermelho supostamente pintado pelo sangue de soldados egípcios sob
domínio dos Faraós que teriam afogado na perseguição do povo de Israel conduzido por Moisés a caminho
da terra prometida.

Na verdade, a água do mar é transparente. Ainda que ela pareça azul, verde ou até cinzenta.

O reflexo do seu céu não torna o mar azul, o que torna o mar de aparência de azul é o facto de que a luz azul
não é absorvida, ao contrário do amarelo e do vermelho.

A cor da água depende da cor da terra ou das algas transportadas pelas suas águas. A partir de uma certa
profundidade, as cores começam desaparecer do fundo do mar. A primeira cor que desaparece é a vermelha, aos
seis metros. Depois, aos quinze, desaparece a amarela. Até chegar a um ponto em que só se verá o azul.

2. Uma das ideias mais populares sobre a cor da água é que esta é devida à reflexão da cor do céu. Mas esta
explicação não justifica a imagem da Terra vista do espaço e o facto de continuarmos a ver azul a água
numa piscina interior ou o mar em dias nublados em que o céu está branco ou acinzentado. Por outro lado,
debaixo do mesmo céu azul, a cor da água tem tons diferentes consoante a profundidade, o que não pode se
explicado por reflexão.

3. Outras explicações defendem que as cores da água são devidas ao mesmo fenómeno de dispersão que não
faz ver o céu azul ou devido à impurezas dissolvidas, por exemplo iões Cu2+.

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Embora, quer a dispersão quer a presença de impurezas sejam importantes, o factor determinante da cor da
água tem a ver com anomalia desta na reflexão e das correntes na água, como fitoplâncton e rochas
que podem conferir colorações azul-esverdeadas ou avermelhadas.

Principais oceanos e mares do globo:

Nome do Oceano/ Mar Área (km²) Profundidade Média (m) Profundidade Máxima (m)
Oceano Pacífico 179 000 000 3 820 11 521
Oceano Atlântico 107 000 000 3 290 9 187
Oceano Índico 75 000 000 3 590 7 000
Mar Antárctico 85 000 = 5 012
Mar Glacial Árctico 14 000 1 280 5 440
Mar Mediterrâneo 2 966 000 1 400 4 396
Mar de Bering 2 283 000 = 4 091
Mar da China 1 527 000 983 3 846
Mar do Japão 940 945 =
Mar da Irlanda 50 80 =
Mar das Antilhas 2 643 = 1 970

Importância da hidrosfera

Hidrosfera – é a camada líquida da Terra, composta pela água nos seus vários estados.

Ela constitui um dos recursos mais importante da Terra, como mostram vários exemplos de aplicação da água:

 Uso estético – uso da água contribui de modo agradável e harmonioso para compor as paisagens.

 Recreação – uso da água que representa uma actividade física exercida pelo Homem na água, como
diversão.

 Preservação da flora e da fauna – uso da água destinado a manter a biota natural nos ecossistemas
aquáticos.

 Actividades agro-pastoris – uso da água para irrigação de culturas e dessedentação e criação de animais.

 Abastecimento industrial – uso da água para fins industriais, inclusive geração de energia.

 As águas dos oceanos, rios, lagos e outros espaços participam no ciclo-hidrológico.

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 As águas são viveiros, ecossistemas de vários recursos pesqueiros e reservas de minerais, muitos em
condições de exploração. O mais comum é o cloreto de sódio (NaCl).

 Nos rios erguem-se barragens hidroeléctricas e hidroagrícolas. São os casos de Cahora-Bassa e Massingir,
em Moçambique.

 Nos rios de planícies, os rios são vias e meios de transporte. Esta prática é comum em muitos rios da
Europa, América e África.

 Aliado aos recursos hídricos, constroem-se os centros turísticos e realiza-se pesca fluvial.

 A água é essencial para a higiene pessoal, o ramo industrial e como matéria-prima industrial.

Medidas de defesa e conservação da hidrosfera

O uso, conservação e protecção da água constitui uma prioridade da humanidade. As acções negativas que
contribuem para a contaminação das águas dos rios, mares, lagos e subterrânea põem em causa a vida das
plantas e dos animais.

Entre os factores que concorrem para à poluição dos oceanos destacam-se os petroleiros que derramam grandes
quantidades de petróleo. Assim como as indústrias químicas, de papel e de pesticidas que lançam para os rios
substâncias nocivas à água.

Os problemas ambientais provocados na hidrosfera têm reflexos na vida e pioram a qualidade de vida. Para a
conservação da hidrosfera é necessário:

 Evitar o derrame de produtos tóxicos no mar.

 Evitar o depósito do lixo industrial nos rios.

 Proibir a lavagem de petroleiros no mar.

 Evitar o abandono de barcos velhos.

 Reduzir o abate das florestas, pois estas contribuem para a conservação da humanidade na Terra e
para a formação de chuvas.

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