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Bacia Do Paraná
Bacia Do Paraná
Bacia Do Paraná
FACULDADE DE GEOLOGIA
Autores:
Fabio Gomes Machado
Fabrício Barreto
Leonardo Menezes
Nolan Maia Dehler
Rogério Monnerat Baptista Filho
RIO DE JANEIRO
2006
Autores:
Fabio Gomes Machado
Fabrício Barreto
Leonardo Menezes
Nolan Maia Dehler
Rogério Monnerat Baptista Filho
TÍTULO:
Bacia do Paraná: Introdução à Geologia
e Sistemas Petrolíferos
Orientadores:
Dr. Flávio Juarez Feijó
Prof. Dr. Egberto Pereira
RIO DE JANEIRO
2006
Autores:
Fabio Gomes Machado
Fabrício Barreto
Leonardo Menezes
Nolan Maia Dehler
Rogério Monnerat Baptista Filho
Data de aprovação
______________________
Aprovado por:
RIO DE JANEIRO
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
iv
ÍNDICE
RESUMO xii
ABSTRACT xiv
3 - SEDIMENTOLOGIA E ESTRATIGRAFIA 27
3.1 - Supersequência Rio Ivaí 30
v
4 - SISTEMAS PETROLÍFEROS 44
4.1 - Sistema Petrolífero Ponta Grossa-Itararé 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70
vi
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.7 – Mapa índice da Bacia do Paraná com distribuição dos poços de
exploração. A – Categoria do poço, B – Ano de conclusão do poço. Dados
obtidos no site da ANP......................................................................................14
Figura 1.8 - Mapa índice da Bacia do Paraná com distribuição das linhas
sísmicas adquiridas na bacia, notar a pouca e restrita distribuição das linhas.
Dados obtidos no site da ANP...........................................................................16
vii
Figura 2.1 – Arcabouço tectônico do fanerozóico da borda sul do Gondwana.
Mostrando a localização da Bacia do Paraná e as polaridades sedimentar e
tectônica (Milani, 1997)......................................................................................18
viii
Figura 3.4 – Diagrama esquemático mostrando a configuração tectono-
sedimentar da Supersequência Rio Ivaí (Milani 1997, 2000)............................31
ix
Figura 5.2 – Seção vertical na Mina da Petrosix mostrando os dois principais
corpos de folhelhos explotados. (modificado do site
www.mineropar.pr.gov.br)..................................................................................53
x
ÍNDICE DE TABELAS
xi
RESUMO
xii
épocas), como também durante a deformação pós-deposicional do
preenchimento sedimentar.
As atividades exploratórias na Bacia do Paraná remontam do final do
século XIX, não tendo sido alcançados resultados animadores. Somente
acumulações subcomerciais de óleo e gás foram caracterizadas, além das
ocorrências pouco convencionais, mas potencialmente importantes, de arenitos
asfálticos e dos folhelhos pirobetuminosos, que tem sido há muito explorados
pela PETROBRAS. Entretanto, dois sistemas petrolíferos efetivos foram
caracterizados: o sistema Ponta Grossa/Itararé e Irati/Rio Bonito – Pirambóia, o
que tende a despertar o interesse pela procura de hidrocarbonetos na bacia.
Os dados disponíveis na literatura sugerem que o potencial de geração destes
sistemas petrolíferos, considerados particulares pelo fato de que a maturação
da matéria orgânica teria sido alcançada principalmente devido ao intenso
magmatismo básico, poderia ser avaliado justamente por esta correlação
genética. Embora a existência de armadilhas estruturais para hidrocarbonetos
tenha sido demonstrada, o mesmo parece difícil no que se refere à detecção
destas armadilhas em profundidade, devida principalmente às dificuldades
técnicas do imageamento sísmico nesta bacia. A potencialidade das
armadilhas estratigráficas associadas à geometria dos corpos eólicos parece
ser mais animadora sob o ponto de vista exploratório, mesmo porque há a
comprovação da efetividade destas armadilhas nas ocorrências de arenitos
asfálticos.
xiii
ABSTRACT
xiv
subcomercial accumulations of oil and gas were discovered. Non-conventional,
but potentially important hydrocarbon accumulations are the tar sands and
organic matter-rich black shales, still explored by PETROBRAS at some time.
Two effective petroliferous systems were characterized: the Ponta Grossa /
Itararé and the Irati / Rio Bonito-Pirambóia. This fact have conducted to an
increase in the exploratory efforts in the basin. The published data suggest that
the potential of hydrocarbon generation for both petroliferous systems is linked
to the thermal maturation of organic matter promoted by the regional basic
magmatism. Hence, this might be used as a path in order to evaluate the local
generation potential within the basin. Structural traps were mapped but its deep
characterization by reflective seismic survey was strongly affected by the poor
quality of the obtained data base. Hence, the relative potential of stratigraphic
traps to prospection of hydrocarbon accumulation in the basin was increased.
The effective character of this type of accumulation could be accessed by
studying the tar sands accumulations.
xv
1 - INTRODUÇÃO E HISTÓRICO DE E&P
1
BACIAS
PALEOZÓICAS
BRASILEIRAS
1 - Solimões
2 - Amazonas
2 3 - Parnaíba
1
3 4 - Paraná
2 5 - Chaco-Paraná
1 3
4
4
5
5
A B
A B
Ordoviciano-Siluriano Permo-Carbonífero
Devoniano Jurássico-Cenozóico
2
Figura 1.2 – Mapa geológico simplificado da porção brasileira da Bacia do Paraná, mostrando o
contorno estrutural (profundidade) do embasamento cristalino, as supersequências que
preenchem a bacia, e alguns elementos estruturais regionais (Milani, 2004).
3
1.2 - ARCABOUÇO SEDIMENTAR E RECURSOS MINERAIS
4
5
O registro vulcânico mais expressivo marcaria os processos associados
à fragmentação deste supercontinente e abertura do Oceano Atlântico Sul no
caso da Bacia do Paraná (Zalán et al. 1990). Desta forma, a Bacia do Paraná
guarda, a seu modo, os registros tectônicos e paleoambientais da porção
ocidental do Gondwana por importante fração da história fanerozóica do
planeta (Milani 1997). Este registro paleoambiental está diretamente associado
à translação do supercontinente Gondwana em diferentes latitudes no
hemisfério sul, durante todo o Paleozóico. A Figura 1.4 mostra a posição do
Gondwana em diferentes períodos no Paleozóico e Mesozóico.
A primeira supersequência que engloba a supersequência Rio Ivaí da
Bacia do Paraná (Milani, 1997), corresponde aos episódios iniciais de
transgressão-regressão registrados no Paleozóico brasileiro, durante a
Orogenia Oclóyica (ver Figuras 1.3 e 1.4). Os registros desta supersequência
talassocrática são sedimentos basicamente de origem fluvial, neríticos
(periglaciais) a glacio-marinhos. O fim deste evento deposicional é crono-
correlato à Orogenia Caledoniana que marca a primeira grande discordância e
o fim desta supersequência. Após o fim desta orogenia, uma nova fase de
subsidência condicionou a deposição da supersequência II, que engloba a
supersequência Paraná na bacia homônima. As sinéclises interiores brasileiras
experimentaram a máxima transgressão marinha do Paleozóico, responsável
pela deposição de folhelhos ricos em matéria orgânica, em ambientes
deposicionais marinhos, além de pronunciados sistemas flúvio-deltáicos,
neríticos, glaciais e de mares anóxicos (Milani & Zalán 1999). Mais uma vez as
bacias presenciam uma interrupção na deposição e conseqüentemente uma
erosão originada pelos efeitos da Orogenia Chanica-Acadiana (Figura 1.3).
A terceira supersequência marca o começo da fase geocrática do
continente Gondwânico, com um caráter mais continental da sedimentação.
Engloba as supersequências Gondwana I e II na Bacia do Paraná. É nítida a
passagem de um clima frio para um clima quente e seco, comprovados pelos
sais nas bacias do Solimões e Amazonas (Figura 1.4).
6
Figura 1.4 – Evolução paleogeográfica do Gondwana no Paleozóico e Mesozóico. Notar as
condições paleoambientais que influenciaram os registros sedimentares das sinéclises
interiores no Brasil (ver discussão no texto com ênfase na Bacia do Paraná) (modificado do site
www.scotese.com).
7
Na Bacia do Paraná, com um reflexo de uma glaciação ocorrida no
Carbonífero, temos a ocorrência de sedimentação glacial do Grupo Itararé
(Figuras 1.3 e 1.4). No final desta supersequência, durante a Orogenia
Sanrafaélica, o Continente Pangea está totalmente formado e em seu auge de
continentalização.
A sedimentação da supersequência IV guarda resquícios da época de
formação do Pangea, no final do Permiano, onde as configurações de
continentalização máxima, aliados a um nível eustático baixo e uma baixa
pluviosidade no interior dessa massa continental, causando assim uma
crescente desertificação (Figuras 1.3 e 1.4). Esta fase corresponde à
deposição das supersequências Gondwana III e Bauru na Bacia do Paraná. Na
passagem do Triássico - Jurássico, ocorre um grande magmatismo, sendo
conseqüência direta da quebra inicial do Pangea no Atlântico Norte
(magmatismo Penatecaua nas bacias do Solimões e Amazonas).
Na passagem Juro - Cretáceo, aliados a uma sedimentação eólica em
fases de intensa desertificação, iniciam-se eventos de ruptura do Continente
Gondwana, no chamado Estágio de Reativação Wealdeniana, tendo como
conseqüência o maior derrame de rochas basálticas conhecidas na terra na
Bacia do Paraná (Fm. Serra Geral) e, posteriormente, a separação das placas
sul-americana e africana e a formação do Oceano Atlântico (ver Raja Gabaglia
& Milani 1991). Durante estes episódios magmáticos, deu-se a maturação das
unidades geradoras das bacias Paleozóicas. Durante o Neo-Cretáceo,
associado às fases de Orogenia Pré-Andina, dá-se a deposição de extensos
pacotes de sedimentos continentais. No Paleogeno - Neogeno ocorrem
mudanças marcantes no nível de base regional, com a instalação da Orogenia
Andina.
Em termos de recursos minerais a Bacia do Paraná é relativamente
pobre. Destacam-se camadas de carvão em arenitos deltáicos permianos,
gemas em geodos nos derrames de basalto, e expressivos volumes de água
mineral armazenados em arenitos eólicos jurássicos, que compõe o aqüífero
Guarani. Calcários e diamantes são localmente explorados.
8
1.3 - ARCABOUÇO ESTRUTURAL E TECTÔNICO
9
Figura 1.5 – Arcabouço estrutural da Bacia do Paraná, segundo Zalán et al. (1990)
10
1.4 - HISTÓRICO DE E&P E GEOLOGIA DO PETRÓLEO DA BACIA DO PARANÁ.
11
ganharam novo impulso. Foram incrementados projetos de mapeamento
geológico-estrutural, acompanhados da aquisição geofísica regional utilizando-
se de métodos potenciais e, também, de levantamentos sísmicos (foram
levantados aproximadamente 8.000 km em linhas sísmicas).
Atividades ligadas a foto interpretação de imagens de satélites e análise
morfoestrutural foram empreendidas, assim como estudos geoquímicos,
paleontológicos e sedimentológicos. Como resultado foram perfurados 33
poços localizados no Estado de São Paulo. A então denominada British
Petroleum (BP) também executou atividades exploratórias na bacia
(levantamentos sísmicos – aproximadamente 1522 km -, e levantamentos
paleontológicos e estruturais). Estas atividades culminaram com a perfuração
de um poço exploratório.
Os resultados obtidos não foram encorajadores. As localizações dos
levantamentos geofísicos e dos poços podem ser vistas na Figura 1.6 e 1.7.
Após a perfuração de 114 poços exploratórios não foi descoberta nenhuma
acumulação comercial de óleo ou gás. Quatro poços podem ser classificados
como sub-comerciais para gás, e outros dois para óleo (Fig. 1.6). Indícios de
hidrocarbonetos, entretanto, estão presentes na maioria dos poços perfurados.
Segundo Zalán et al. (1990), dos poços exploratórios perfurados,
somente três da Paulipetro, um da BP, e outros poucos da Petrobrás, foram
construídos em fechamentos estruturais com controle ou determinados por
dados sísmicos. De acordo com os autores, isto significa que, embora a
estratigrafia da bacia esteja relativamente bem estabelecida, a exploração em
estruturas fechadas ou armadilhas na Bacia do Paraná é praticamente nula.
O desenvolvimento destas atividades exploratórias e de estudos
complementares, empreendidos por universidades e outros órgãos, conduziram
a um melhor entendimento e caracterização dos elementos e processos ativos
nos sistemas petrolíferos da bacia. Foram caracterizados dois sistemas
petrolíferos efetivos na Bacia do Paraná (Milani & Zalán 1999; Artur e Soares
2002): o sistema Ponta Grossa – Itararé, cujo gerador é de idade Devoniana, a
exemplo das outras Bacias paleozóicas brasileiras; e o sistema Irati - Rio
Bonito-Pirambóia, cujo folhelho gerador é extremamente rico em matéria
12
orgânica, o que possibilita a extração de óleo diretamente pela exploração dos
folhelhos betuminosos.
Figura 1.6 - Mapa índice da Bacia do Paraná mostrando a localização dos levantamentos
aéreos magnéticos e gravimétricos e levantamentos gravimétricos terrestres. Dados obtidos no
site da ANP.
13
Figura 1.7 – Mapa índice da Bacia do Paraná com distribuição dos poços de exploração. A – Categoria do poço, B – Ano de conclusão do poço. Dados obtidos no site da ANP.
14
Com relação às outras bacias paleozóicas brasileiras, a Bacia do Paraná
mostra também um desenvolvimento insuficiente das atividades exploratórias
(tabela 1). Apesar de sua dimensão, a bacia conta com um levantamento
sísmico (2D) relativamente restrito (figura 1.8), suplantando somente a Bacia
do Parnaíba. Isto em parte devido às dificuldades tecnológicas de aquisição
sísmica na Bacia do Paraná. Somente a Bacia do Solimões, como principal
bacia paleozóica produtora brasileira, conta com levantamento sísmico 3D. A
quantidade de poços exploratórios também é pequena, provavelmente em
virtude da má qualidade da sísmica 2D adquirida na Bacia do Paraná. Os
resultados do esforço exploratório na bacia não são
15
Figura 1.8 - Mapa índice da Bacia do Paraná com distribuição das linhas sísmicas adquiridas
na bacia, notar a pouca e restrita distribuição das linhas. Dados obtidos no site da ANP.
16
2 - TECTÔNICA E GEOLOGIA ESTRUTURAL
17
1992). Na região que hoje constitui a América do Sul, esta relação persistente
de convergência conduziu à colisões de terrenos através do Paleozóico, cujo
reflexo na Bacia do Paraná é caracterizado não só por marcantes incrementos
na taxa de subsidência (Milani & Ramos 1998), como também por episódios
erosivos e de não deposição (Zalán et al. 1990).
Dentre estes eventos colisionais pode-se destacar a colisão do terreno
Pré-cordilheirano em períodos Neo-Ordovicianos, denominado de orogenia
Oclóyica, síncrono ao início do registro sedimentar da Bacia do Paraná (Milani
& Ramos 1998). A figura 1.3 mostra os principais episódios colisionais e sua
relação com o registro sedimentar da Bacia do Paraná.
18
2.2 - HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DA DEPRESSÃO OU CALHA INICIAL
19
subsidência térmica regional, devida ao resfriamento litosférico subseqüente à
fase de temperatura elevada que se seguiu à colagem brasiliana e formação do
Gondwana. Entretanto não é por eles descartada a possibilidade de um
período de estiramento crustal como mecanismo inicial para a subsidência da
bacia, levando a formação de depocentros lineares similares a rifes que
acomodariam parte da seqüência siluriana.
Marques et al. (1993), apud Milani (2004), fazem um trabalho de
integração regional com dados geofísicos de diversas naturezas (gravimétricos,
magnetométricos, e sísmica de reflexão) com algum apoio litoestratigráficos de
poços profundos e apresentam interessantes interpretações acerca de um “rifte
central” da Bacia do Paraná (Figura 2.2). Pela interpretação desses autores, o
“rifte central” da Bacia do Paraná constituiria um domínio ordovício-siluriano
limitado por falhamentos normais e internamente compartimentado numa série
de altos e baixos estruturais, que não se refletem no pacote devoniano a ele
sobreposto (Milani, 2004).
Para Soares (1991), a subsidência inicial se daria por flexão e estaria
relacionada à compensação de diferenças isostáticas herdadas pela
justaposição de blocos litosféricos diferencialmente soerguidos na colisão e
diferencialmente erodidos no aplainamento que precedeu a implantação da
bacia. Segundo esse autor, o primeiro ciclo cratônico inicia-se no Neo-
Ordoviciano, com deposição e flexura crescente para oeste. O início do ciclo é
marcado pelo abatimento de blocos, formando grabens, como o de Seara, e
possivelmente na área de Dourados até a calha do Rio Paraná (Soares, op
cit.).
Milani (2004) faz uma revisão das principais hipóteses/possibilidades de
subsidência inicial sugeridas por diferentes autores. Sua interpretação,
baseada em estudos anteriores, leva em consideração o contexto tectono-
sedimentar do Gondwana sul-ocidenal no Neo-Ordoviciano, ao tempo da
Orogenia Oclóyica. A subsidência inicial seria de natureza transtensiva,
relacionada à reativação de zonas de fraqueza do embasamento, originando
grábens, correspondentes ao “rifte central” de Marques et al. (1993 apud Milani,
2004), que acomodaram o pacote sedimentar inicial da Bacia do Paraná, a
20
Superseqüência Rio Ivaí (Milani, 2004). Esse autor cita também a ocorrência
do Basalto Três Lagoas, associado à sedimentação ordovício-siluriana, e sua
datação radiométrica mais moderna, compatível com o intervalo deposicional
da superseqüência.
Figura 2.2 – A: Seção sísmica ilustrativa do “rifte central” da Bacia do Paraná. Notar que a
calha deposicional controlada por falhamentos normais, como interpretada por Marques et al.
(1993 apud Milani, 2004), é uma feição dominantemente pré-devoniana, que exerceu
importante controle sobre a distribuição de espessuras e área de ocorrência do pacote inicial
da bacia, ordovício-siluriano. B: Arcabouço tectônico da Bacia do Paraná (Marques et al., 1993
apud Milani, 2004), com ênfase para os elementos estruturais de orientação SW-NE. Destaque
para o conjunto de altos e baixos estruturais que define a província denominada de “rifte
central”. (Milani, 2004).
21
2.3 - ARCABOUÇO ESTRUTURAL DA BACIA DO PARANÁ
22
também, que as estruturas de direção NW-SE foram os sítios preferenciais
para o alojamento de numerosos diques de diabásio, em especial o arco de
Ponta Grossa e a zona de falha de Guapiara.
Figura 2.3 – Bacia do Paraná com o arcabouço estrutural interpretado por Soares et al.(1982)
acima, e Zalán et al. (1987) abaixo.
23
Duas seções estruturais da Bacia do Paraná são apresentadas por
Zalán et al. (1990) mostrando de forma simplificada a estrutura da bacia em
subsuperfície, uma E-W cruzando toda a bacia na parte centro-norte, e outra
NE-SW cruzando a região do arco de Ponta Grossa (Figura 2.4). Observa-se a
estruturação mais proeminente das estruturas NW-SE, principalmente no arco
de Ponta Grossa.
Figura 2.4 – Seções geológicas da Bacia do Paraná. A-A’, seção oeste-leste na parte centro
norte da bacia. B-B’, seção sul-norte cruzando o arco de Ponta Grossa. (1) topo da seqüência
Siluriana, (2) topo da seqüência Devoniana, (3) Formação Irati (folhelhos betuminosos), (4)
topo da seqüência Permo-Carbonífera, e (5) base das lavas. Setas indicam a localização dos
poços de controle. Os símbolos representam as seguintes litologias: pontos = arenitos,
localmente conglomerados; traços = rochas pelíticas; v’s invertidos = lavas (Zalán et al., 1990).
24
Zalán et al. (1990) faz uma série de correlações entre os mapas de
isópacas das unidades (elaborados a partir de dados de poços) e as direções
estruturais que mais influenciaram na sedimentação da bacia. Juntando essa e
outras linhas de evidência, esse autor apresenta um gráfico em que gradua, de
forma subjetiva, o nível de atividade dos três grupos de elementos tectônicos
por ele identificados (NW-SE, NE-SW, E-W), ao longo do tempo (Figura 2.5).
Os picos alternados de atividade dos dois principais grupos de trendes
estruturais são devidos provavelmente a orientações contrastantes dos campos
de tensão desenvolvidos durante os diferentes eventos colisionais que
afetaram as margens oeste e sul do Gondwana (Zalán et al., op cit.).
Figura 2.5 – Atividade tectônica dos três grupos principais de elementos estruturais da Bacia do
Paraná em função do tempo, através de várias linhas de evidência. A escala de intensidade de
atividade é subjetiva: B = baixa, M = média, A = alta, MA = muito alta (Zalán et al., 1987).
25
Soares (1991) verifica a associação das estruturas no interior da bacia
com estruturas do embasamento. Reconhece cinco direções principais na
bacia, Paraná (N25E), Pitanga (N60E), Rio Ivaí (N45W), Rio Piquiri (N70W) e
Goioxim (N20W), e duas direções subsidiárias, Tapirapui (N-S) e
Paranapanema (E-W), todas presentes, também, no embasamento e
caracterizadas por estruturas bem definidas. Para Soares (1991) as faixas
estruturais também exerceram controle direto na evolução estratigráfica da
Bacia do Paraná, inclusive com falhamentos sinsedimentares em determinados
eventos. Esse autor assume que a história deformacional da bacia é
relativamente complexa por ser policíclica. As cinemáticas das fases finais e
iniciais dos ciclos tectônicos formadores das seqüências tectonossedimentares
seriam opostas, caracterizando distensão no início e compressão no final de
cada ciclo. Dessa forma, todas as seqüências tectonossedimentares estariam
associadas a eventos compressivos na margem gondwânica, com a tensão
sendo propagada para o interior da placa.
A crescente correlação geológica entre os eventos tectônicos
colisionais associados à evolução fanerozóica da margem sul-ocidental do
Gondwana e a evolução da Bacia do Paraná (Milani, 1997; Milani & Ramos,
1998) vem contribuindo para um melhor entendimento das causas que levaram
à evolução do arcabouço estrutural da bacia.
26
3 - SEDIMENTOLOGIA E ESTRATIGRAFIA
27
Figura 3.1 – Síntese da diversa proposta para arcabouço aloestratigráficos da Bacia do Paraná
(Milani, 1997).
28
Figura 3.2 – Carta estratigráfica e diagrama tectono-estratigráfica da Bacia do Paraná, com os principais eventos tectônicos e magmáticos relacionados a sua evolução. NMI - nível máxima inundação (modificado
de Milani, 2000).
29
3.1 - SUPERSEQUÊNCIA RIO IVAÍ
30
estratificações cruzadas planares e acanaladas interpretados como depósitos
de origem fluvial com paleocorrentes para sudoeste. Estes litotipos gradam
para arenitos médios a finos mais maturos apresentando estruturas do tipo
hummocky indicativos de uma deposição de plataforma rasa. Associado aos
siliciclásticos da Formação Alto Garças ocorre o magmatismo Três Lagoas de
natureza básica. Essa associação vulcano-sedimentar e o trend deposicional
sugere uma fase de rifteamento inicial na história tectônico deposicional da
bacia.
31
registrada nos pelitos Vila Maria, caracterizando o primeiro ciclo transgressivo-
regressivo da bacia. Uma vasta erosão no topo desta sequência originou
discordância caracterizada por uma superfície peneplanizada.
32
A Formação Furnas representa a porção inferior desta sequência e é
comumente marcado na sua base por pacote de conglomerados e/ou arenitos
conglomeráticos com espessuras predominantemente menores que um metro.
Sobrepostos a este pacote areno-conglomerático ocorrem arenitos médios a
grossos brancos a cinza-claro com níveis basais mais feldspáticos com
estratificações cruzadas. O topo da formação é representado por uma
passagem gradacional dos arenitos médios a grossos para arenitos finos e
siltitos argilosos com presença estratificação do tipo hummocky e estruturas
influenciado por maré.
A associação de fácies basal é interpretada como sendo depósitos
tipicamente continentais de origem fluvial, os quais gradam verticalmente para
sistemas parálicos de maneira interdigitada. O topo desta formação é
predominado por depósitos deltáico-lagunares e sistemas praiais.
A Formação Furnas é gradativamente afogada pelos folhelhos da
Formação Ponta Grossa representada em campo por um pacote métrico
composto de arenitos finos gradando para folhelhos.
A Formação Ponta Grossa caracteriza-se na sua base folhelhos
laminados com intercalações localizadas de lentes de arenitos finos
apresentando estruturas de retrabalhamento de ondas e ocorrência de
folhelhos carbonosos (Membro Jaguariaíva), seguidos por arenitos siltosos
(Membro Tibagi), e seu topo caracterizado por pelitos (Membro São
Domingos).
Os folhelhos do Membro Jaguariaíva são interpretados com depósitos de
plataforma rasa, os arenitos sílticos do Membro Tibagi representa a
progradação do sistema deltáico sobre os depósitos plataformais e os pelitos
do Membro São Domingos representam a reimplantação da plataforma.
O topo da Supersequência Paraná é caracterizado por marcante
discordância abrangendo grande parte da bacia denominada pré-Itararé,
relacionada com períodos de erosão e não deposição associadas grandes
geleiras da glaciação Gondwanica cujo clímax ocorreu no Mississipiano,
ocasionando hiato deposicional de 55 Ma. Esta discordância foi responsável
pela erosão de grande parte dos folhelhos devonianos.
33
A Supersequência Paraná representa o segundo ciclo transgressivo-
regressivo de ordem 2 da bacia, onde o nível de mar baixo e transgressivo é
representado pelos depósitos da Formação Furnas e trato de mar alto pelos
depósitos marinhos da Formação Ponta Grossa. Internamente a esta
sequência foram reconhecidos 3 ciclos de ordem 3 atrelados a superfícies de
inundação máxima. No Membro Tibagi são descritos ciclos de maior frequência
na escala de parassequências.
34
Figura 3.6 – Arcabouço tectono-sedimentar do Gondwana sul-ocidental no Eo/Neopermiano ao
tempo da Orogenia Sanrafaélica, em período de continentalização da Bacia do Paraná
(modificado de Milani 1997).
35
do grupo com ampla distribuição na bacia, denominado de Formação Campo
Mourão. Ocorrências de pelitos vermelhos na região leste de Santa Catarina e
diamictitos em alguns locais da bacia são atribuídas, também, a esta formação.
O topo do grupo representado pela Formação Taciba é caracterizado por
folhelhos com intercalações arenosas distribuídos na porção sul (Membro Rio
do Sul) e diamictitos na porção central e norte da Bacia do Paraná. A
Formação Aquidauana com ocorrência na parte norte-nordeste da bacia
apresenta os mesmos litotipos, distinguindo-se apenas por cor avermelhada.
O Grupo Itararé e Formação Aquidauana depositaram-se em ambiente
glacial, com grande aporte sedimentar associado ao degelo, que favoreceu
principalmente o desenvolvimento de fluxo gravitacionais (fluxo de massa e
turbiditos). Os ritmitos são atribuídos aos depósitos de lagos periglaciais com
freqüente presença de seixos pingados, e os tilitos ocorrem associados a
pavimentos estriados provocados pela ação mecânica da geleira.
O contato entre o grupo Itararé com o grupo Guatá ainda é motivo de
discussões na literatura. Acredita-se que em sua porção setentrional, a
sucessão glacial é limitada por superfície erosiva resultado de exposição
subaérea resultante da nova configuração do substrato da bacia devido ao
choque do bloco patagônico (Orogenia Sanrafaélica) e nas demais localidades
da bacia esta discordância é evidenciada ora por contato angular, ora por
justaposição de sistemas deposicionais contrastantes.
Em seguida ao pacote glaciogênico vem uma seção transgressiva
(Grupo Guatá) que inclui arenitos, siltitos e carvões (Formação Rio Bonito),
assim como siltitos e folhelhos (Formação Palermo). Na porção norte da bacia,
os intervalos médio e superior da Formação Rio Bonito e a Formação Palermo
são agrupados como Formação Tatuí em contexto marinho. A Formação Rio
Bonito representa a progradação deltáica devido aumento do aporte
sedimentar. Com a retomada das condições transgressivas este sistema foi
afogado por sedimentos marinhos rasos da Formação Palermo.
O limite entre o Grupo Guatá e o Grupo Passa Dois é marcado por
passagem gradacional e representa nítida tendência regressiva culminando
com red beds na entrada do Mesozóico.
36
O Grupo Passa Dois é dividido em sete formações. Sua base é formada
por folhelhos, folhelhos betuminosos, margas, carbonatos e anidritas da
Formação Irati, e por folhelhos da Formação Serra Alta. Seguindo para o topo
este grupo é representado por argilitos e siltitos da Formação Teresina,
ocorrendo também na porção superior desta formação calcários oolíticos e
bancos de coquinas. Intercalados aos litotipos da Formação Teresina são
descritos arenitos, siltitos e folhelhos da Formação Rio do Rasto, assim como,
no domínio nordeste folhelhos avermelhados com laminações heterolíticas da
Formação Corumbataí. O topo deste grupo é marcado por arenitos
avermelhados e esbranquiçados fino a grosso localmente conglomerático com
estratificações cruzadas acanaladas e planar das Formações Sanga do Cabral
ao sul e Pirambóia ao norte.
O Grupo Passa Dois desenvolveu-se dentro de um contexto regressivo
com progressivo entulhamento da bacia. A deposição inicia-se dentro de um
contexto marinho raso restrito hipersalino da Formação Irati. Um ciclo
transgressivo de menor ordem afogou o golfo Irati desenvolvendo condições de
sedimentação marinhas relativamente mais profundas marcados pela
Formação Serra Alta. A contínua regressão do sistema é marcada pelo
desenvolvimento predominante de sistemas parálicos, com implantação de
sistema de maré na Formação Corumbataí e Teresina e de lobos deltáicos na
Formação Rio do Rasto, neste último encontra-se, também, subordinadamente
sistemas fluviais e lacustre associados. O entulhamento final desta sequência
ocorre a partir do desenvolvimento do sistema fluvio-eólico das Formações
Sanga do Cabral e Pirambóia.
O topo da Supersequência caracteriza-se por discordância regional
erosiva marcada por forte tendência de desertificação do continente que
culminou no desenvolvimento de superfície de deflação eólica relacionada ao
pacote sedimentar da supersequência Gondwana III, descrita mais abaixo.
A Supersequência Gondwana I representa um ciclo aloestratigráfico de
ordem II, documentando um evento transgressivo-regressivo completo. Inicia-
se na base com sedimentos glácio terrestre do Grupo Itararé/ Formação
Aquidauana em trato de mar baixo. As condições transgressivas são
37
reportadas ao intervalo glaciogênico e estende-se até a porção basal da
Formação Palermo, que constitui a máxima inundação marinha desta
supersequência, sucedendo-se a partir deste momento um caráter regressivo
culminando nos depósitos continentais das Formações Rio do Rasto, Sanga do
Cabral e Pirambóia.
38
seqüência. A fácies de pelito subaquoso representa os sedimentos acumulados
no contexto lacustre característico da formação. Os horizontes de calcrete,
paleossolo e gipsita caracterizam episódios de arides refletindo um forte
controle climático na deposição desta sequência. Depósitos produzidos pela
desaceleração de fluxos fluviais num corpo aquoso são relacionados à fácies
de lobos de suspensão interpretados como depósitos de frente deltáica e
hiperpicnitos e intercalam-se a depósitos lacustres
39
impossibilidade de dissipação do calor mantélico nesta porção do planeta. Este
incremento causa significativas mudanças no regime tectônico do continente
gondwânico de compressivo para distensivo e culminando na quebra do
supercontinente Pangea já no fim do triássico e posterior quebra do continente
gondwânico e abertura do oceano Atlântico.
Este incremento contribuiu para o soerguimento por expansão térmica e
ruptura distensiva. Este soerguimento e as condições paleofisiográficas
colaboraram para o desenvolvimento de peneplanização e grande mobilidade
de ergs arenosos (figura 3.9).
40
encontrado nesta seqüência modelou o substrato da bacia devido à carga
litoestática destas rochas e contribuiu com a geração de espaço nesta
supersequência (figura 3.10).
41
A seqüência caracteriza-se, na base, pela formação Botucatu,
representada por pacote de arenitos médios a finos, com elevada esfericidade,
aspeto fosco, coloração rósea e estratificações cruzadas tangenciais de médio
a grande porte. Na porção norte e no Rio Grande do Sul ocorrem arenitos
médios a grossos, em corpos lenticulares intercalados aos depósitos eólicos.
Estes litotipos são característicos do ambiente desértico que se
desenvolveu no interior do continente ao longo de boa parte do período
Mesozóico. Os corpos lenticulares encontrados em algumas porções da bacia
indicam episódios torrenciais alúvio-fluviais ocorridos na paleomargem do
deserto.
Acima da Formação Botucatu ocorrem os basaltos da Formação Serra
Geral, em contato transicional, apesar da grande diferença de natureza dos
litotipos presente nas duas formações. Esta transicionalidade é evidenciada
pela presença de alternância entre os dois litotipos indicando movimentação
das dunas eólicas ao mesmo tempo em que ocorriam derrames basálticos e
termina no momento do soterramento total do sistema eólico que impediu a
manutenção e desenvolvimento deste sistema.
Associado aos basaltos, diques e soleiras, de material básico, cortam a
bacia em toda a sua extensão estando as soleira a intrudir principalmente os
pelitos da Formação Irati e Formação Ponta Grossa.
42
movimentos epirogenéticos ocorridos na quebra do Gondwana e deriva
continental subseqüente.
A supersequência é marcada por sedimentos do Grupo Bauru e Caiuá.
O primeiro é subdividido em três formações. Formação Adamantina,
relacionada a areias finas com intercalações argilosas e derrames alcalinos
associados, Formação Marília, com arenitos quartzosos e conglomerados
imaturos e polimíticos, freqüentemente com cimento carbonático e concreções
e Formação Uberaba, representada por arenitos com cimento calcítico e matriz
argilosa associados a siltitos, argilitos e rochas vulcanoclásticas.
O Grupo Caiuá ocorre interdigitados com os sedimentos do Grupo
Bauru, e são constituídos de arenitos finos a médio, de cor marrom arroxeada,
estratificações cruzadas tangencial de grande porte (Formação Rio Paraná e
Goio Erê) e arenitos muito finos a finos, geralmente maciços ou com
estratificações plano-paralelas incipientes, com siltitos subordinados (Formação
Santo Anastácio).
Os sedimentos do Grupo Bauru caracterizam domínio flúvio-lacustre,
passando para depósitos de regime torrencial com leques aluviais em clima
semi-árido, ocorrendo na porção nordeste da bacia próximo a sua borda. Estes
sedimentos possuem forte relação com vulcanismos alcalinos que ocorriam na
borda da bacia. Na porção sudoeste distribuem-se as areias de origem eólica
do Grupo Caiuá. A distribuição paleogeográfica para Supersequência Bauru é
sintetizada na figura 3.11.
Figura 3.11 – Modelo de preenchimento do Supergrupo Bauru (Fernandes & Coimbra, 1996).
43
4 - SISTEMAS PETROLÍFEROS
44
apresentam para a mesma formação um COT mais otimista entre 1,5% e 2,5%,
com picos de 4,6%, com matéria orgânica do tipo II.
Em termos de maturação, os geradores devonianos do Megasistema
Petrolífero Intracratônico sul-americano compartilham uma característica em
comum. Em nenhuma dessas bacias aplica-se um modelo simples de evolução
de maturação baseado somente em taxas de subsidência e soerguimento, e
acréscimo termal por estiramento crustal (Figueiredo & Milani, 2000). Nas
rochas devonianas da Bacia do Paraná, a espessura acumulada de rochas
intrusivas é da ordem de centenas de metros, impondo um regime térmico que
craqueou todo o betume (em folhelhos imaturos ou já maturados) e
hidrocarbonetos (em acumulações formadas antes das intrusões) na maior
parte em frações de gás (Milani & Zalán, 1999). A Figura 4.1 (Zalán et al.,
1990) correlaciona profundidade, unidades estratigráficas e rochas intrusivas
com os valores de reflectância de vitrinita (Ro) e índice de alteração termal
(TAI) do registro de um determinado poço, mostrando o efeito térmico das
intrusivas sobre tais valores.
Vesely & Assine (2004) identificam alguns espessos (20 a 50 metros)
corpos arenosos no registro estratigráfico do Grupo Itararé, principalmente na
parte média a inferior dos perfis. Esses corpos representam os possíveis
reservatórios do petróleo gerado pelo folhelho Ponta Grossa. Apesar da
ocasional sobreposição dos arenitos por lamitos e diamictitos, que poderiam
funcionar como rochas selantes, os efetivos selos reconhecidos em
perfurações correspondem a soleiras de diabásio mesozóicas (Zalán et al.,
1990; Milani & Zalán 1999; Figueiredo & Milani, 2000).
Figueiredo & Milani (op cit.) atribuem às acumulações de gás da Bacia
do Paraná a dobras transpressionais permianas. Dessa forma, a geração de
trapas estaria relacionada aos efeitos intraplaca da Orogenia San Rafaélica,
ocorrida no Permiano (Milani & Ramos, 1998; Rostirolla et al., 2000), à época
de colisão do Bloco da Patagônia com a margem sul-ocidental do Gondwana.
Com base nos dados coligidos nessa revisão, elaborou-se um quadro de
eventos tentativo para o sistema petrolífero Ponta Grossa-Itararé (Figura 4.2).
Devido às características peculiares do sistema petrolífero apresentadas
45
anteriormente, espera-se que os elementos e processos do sistema
apresentem variações locais possivelmente setorizadas.
46
folhelhos betuminosos, folhelhos ricos em matéria orgânica, arenito, marga,
anidrita e carbonato (Milani et. al., 1994).
O óleo gerado na formação Irati abastece os reservatórios das
formações Rio Bonito e Pirambóia (Zalán et al.,1990). A migração horizontal, a
partir da rocha geradora, é bastante expressiva em termos de deslocamento,
em torno de 200 a 300 km de distância, em contraste com uma migração
vertical pouco significativa e restrita. Também é constatado pelos mesmos
autores, de forma pormenorizada, a acumulação de hidrocarbonetos nos
arenitos eólicos da formação Botucatu.
Milani & Zalán (1999) inserem as formações Rio Bonito no Eopermiano e
Pirambóia no Neopermiano/Eotriássico como sendo os principais reservatórios
areníticos responsáveis pelas acumulações de óleo neste sistema, podendo ter
associada alguma ocorrência de gás. Esta primeira formação é considerada
como a principal acumuladora do play, onde seus arenitos costais e deltáicos
encontram-se em altos estruturais alongados preferencialmente na direção NE
e apresentam-se capeados por litotipos argilosos (Rostirolla et al., 2000). A
estruturação em falhas normais desta unidade deveu-se a ocorrência do
magmatismo Serra Geral. A Orogenia La Ventana condicionou a bacia a um
regime compressional, visto que possui feições como estruturas em flor
positiva, dobras en-echelon e horsts, nos quais são responsáveis pela
formação das principais trapas estruturais.
Já a formação Pirambóia representa um reservatório de menor
expressão neste sistema petrolífero. Milani & Zalán (1999) retratam esta
unidade como arenitos eólicos/fluviais trapeados por fluxos de lavas basálticas.
Os constituintes litológicos são puramente siliciclásticos, variando entre
arenitos de cor avermelhada a esbranquiçados, com textura de areia média a
fina com porções localmente conglomeráticas. Comporta feições internas como
estratificações cruzadas acanaladas e planares (Milani et. al., 1999) e não
apresentam conteúdo fossilífero algum. Milani & Zalán (op. cit.) retratam a
existência de mais de 20 exudações conhecidas de um arenito asfáltico oriundo
do sistema Irati/Pirambóia nos Estados de São Paulo e Santa Catarina.
47
Quanto a natureza geoquímica dos constituintes litológicos e produzidos
na formação Irati, ambos Milani & Zalán (1999) e Zalán et al.(1990) concordam
que a eficácia da maturação dos componentes orgânicos dos folhelhos deveu-
se, principalmente, à dissipação térmica provocada pelas intrusões de diques e
soleiras de diabásio (Figura 4.1). Zalán et al.(op. cit.) reportam uma relação
entre a maturação dos folhelhos com a espessura da rocha intrusiva: quase
que como regra, ao se atingir espessuras maiores que 30m, a rocha geradora
já se encontraria num estado de supermaturação, com elevado craqueamento
da matéria orgânica. Destacam ainda, estes últimos autores, a possibilidade da
maturação dos folhelhos Irati ter ocorrido de forma normal, ou seja, pelo
empilhamento rochoso característico ocorrido nas porções mais profundas da
bacia do Paraná.
Milani & Zalán (1999) apresentam em seus estudos valores de COT do
folhelho Irati variando entre 8% a 13%, podendo chegar até 24%. No entanto,
Zalán et al.(1990) reportam valores de COT mais pessimistas, nos quais se
constata uma variação de 0,1% a 23% com média geral em torno de 2%. O
membro Assistência é característico por apresentar um querogênio do tipo I
basicamente, tendo os seus valores avaliados somente na porção oriental da
bacia, onde medidas de reflectância da vitrinita e alteração termal mostram
rochas imaturas. O potencial gerador (S2) é da ordem de 273kg HC/ton.. Os
membros Taquaral e Serra Alta apresentam um querogênio do tipo III de
origem lenhosa.
48
viáveis de folhelhos pirobetuminosos, acumulação de gás no campo de Barra
Bonita, além de ocorrências sub-econômicas de gás e óleo em outros
prospectos e ocorrências de rochas betuminosas (arenitos asfálticos).
No presente trabalho serão relatadas três formas de acumulação na
bacia retratadas em trabalhos científicos abordando a gênese e reserva destas
acumulações, sendo elas os folhelhos pirobetuminosos (xisto betuminoso) da
Formação Iratí, onde será explorado a jazida de São Mateus do Sul (PR) da
Petrobras, a acumulação comercial de Gás em Pitanga (PR) no prospecto
Barra Bonita e os arenitos asfálticos encontrados nas proximidades dos
municípios de Anhembí, Angatuba, Guareí e Bofete, no estado de São Paulo.
49
prospecto. A grande discordância existente entre as Supersequência Paraná e
Gondwana I, marcada pelo avanço dos glaciares na Bacia, bem como os
processos sinsedimentares foram fundamentais para proporcionar um efetivo
contato entre os reservatórios arenosos e os folhelhos geradores devonianos.
As amostras do folhelho gerador Ponta Grossa obtidas em poços na
área, exibem teores de carbono orgânico residual de até 1,5%, em matéria
orgânica liptinítica/amorfa de boa qualidade para a geração. Os reservatórios
do Grupo Itararé na região do Paraná Central apresentam porosidades
menores que 10%, fruto de uma complexa história diagenética (França &
Potter, 1988) e correspondem a lobos de geometria lenticular, amalgamados
associados aos arenitos Lapa-Vila Velha da Formação Campo Mourão. Estes
apresentam-se na forma de um blanket arenoso de ampla ocorrência (França
et al., 1996). O selo do campo faz-se por soleiras de diabásio associado ao
vulcanismo Serra Geral. A porção basal da soleira encontra-se fraturada o que
permite acumulação de gás nesta.
Com base nos perfis adquiridos nos poços foi interpretado
quantitativamente porosidade matricial 5 e 9% no reservatório arenítico com
saturação de gás entre 70 e 80%. A correlação entre os poços indicou um
adelgaçamento do corpo arenítico que passou de uma espessura de 12m no
poço 1-BB-1-PR para cerca de 5m no poço 3-BB-2D-PR (figura 5.1).
Com base em perfis de imagem, duas famílias de fraturas específicas
foram observadas: fraturas sub-horizontais e fraturas subverticais. As fraturas
sub-horizontais mergulham para oeste, apresentam alta regularidade e
pequena espessura. A família de fraturas subverticais ocorre na base da soleira
de diabásio, bem como no corpo arenítico e apresentam direção preferencial
de mergulho para SSW com inclinações entre 75º e 85º. Estes sistemas de
fraturas contribuem para melhor condutividade do reservatório.
50
Figura 5.1 - Correlação entre os poços a partir da análise quantitativa dos perfis. O poço 3-BB-
2D-PR, perfurado direcionalmente, apresenta-se nesta ilustração verticalizado (Campos et al.,
1998).
51
Tabela 5.1 – Dados de porosidade e permeabilidade obtidos em campo e em laboratório.
52
em plena escala, em dezembro de 1991, marcou a consolidação da tecnologia.
A mineração é realizada a céu aberto, com área de 64,5 quilômetros quadrados
de concessão da Petrobrás.
Na jazida, o minério é encontrado em duas camadas: a camada superior
de folhelho com 6,4 metros de espessura e teor de óleo de 6,4%, e a camada
inferior com 3,2 metros de espessura e teor de óleo de 9,1% (figura 5.2). A
reserva é estimada em 1,12 bilhões de barris de óleo, 48,322 milhões de
toneladas de enxofre, 4,5 milhões de toneladas de gás liquefeito e 73,83
bilhões de metros cúbicos de gás combustível (dados obtidos no site da
MINEROPAR).
Figura 5.2 – Seção vertical na Mina da Petrosix mostrando os dois principais corpos de
folhelhos explotados.
A extração do minério se caracteriza por sua simplicidade operacional
onde o folhelho minerado a céu aberto passa por um britador que o reduz a
fragmentos de 6 a 70 milímetros. Esse material é levado a uma retorta onde é
aquecido a temperatura de aproximadamente 500 graus centígrados (processo
de pirólise). A ação do calor transforma o betume e querogênio contido no
folhelho, gerando óleo e gás. Neste processo são gerados outros subprodutos,
tais como: enxofre e material para indústria cerâmica.
53
Figura 5.3 – Etapas do
processo de extração e
beneficiamento do folhelho
pirobetuminoso na Petrosix (site
www.mineropar.pr.gov.br).
54
Figura 5.4 – Mapa de localização da área de ocorrência dos arenitos asfálticos da Bacia do
Paraná. (Ia) Planalto Residual de Botucatu; (Ib) Planalto Centro Ocidental; (IIa) Depressão do
Médio Tietê; (IIb) Depressão do Paranapanema; (III) Planícies Fluviais. Nomes das ocorrências
estão representadas na tabela 5.1 (Araújo et al. 2003).
55
Tabela 5.2 - Localização das principais ocorrências dos arenitos asfálticos na Bacia do Paraná.
* Ocorrência nos arenitos da Formação Tatuí
Prof. Teresina Prof. Max.
Num. Ocorrência UTM E (m) UTM N (m) Cota Dique associado Espessura (m)
(m) (m)
1 Jacutinga* 789316 740606 660 Não 5 - -
2 Nhaiva 786034 7415501 703 Sim (NE) 93 70 57
3 Itatigue 780238 7412922 702 Não 31 48 38
4 Bairro Quebra 787292 7420877 703 Não - - -
5 Sobar I 769878 7413118 625 Não 9 35 28
6 Sobar II 769534 7414274 645 Não - - -
7 Sobar III 771234 7415906 630 Não - - -
8 Morro do Bofete I 783254 7432376 544 Sim (N) - 57 -
9 Morro do Bofete II 783150 7432514 553 Sim (NE) - - -
10 Morro do Bofete III 783412 7432378 553 Sim (N) - - -
11 Morro do Bofete IV 783450 7432402 558 Sim (N) - - -
12 Estrada da Mina I 782530 7432650 539 Sim (NE) - - -
13 Estrada da Mina II 782439 7432752 551 Sim (NE) - - -
14 Bairro da Mina I 782274 7432619 543 Sim (NE) - - -
15 Bairro da Mina II 782259 7432660 540 Sim (NE) - - -
16 Bairro da Mina III 782290 7432636 539 Sim (NE) - - -
17 Fazenda São Jorge I 783226 7431789 569 Sim (NE) - -
18 Fazenda São Jorge II 782302 7432310 536 Sim (NE) - - -
19 Piapara 783650 7471000 577 Não 16 80 20
20 Porto Martins 777619 7488660 453 Sim (NW) - - -
21 Volta Grande 783460 7488200 455 Não - - -
22 Braço da Represa 787587 7482382 472 Não - - -
23 Betumita 806036 7479911 525 Sim (NE) 80 130 47
24 Moquém I 803648 7478267 547 Sim (NE) - - -
25 Moquém II 804014 7478826 535 Sim (NE) - - -
26 Fazenda Ribeirão Claro 807271 7483403 528 Não - - -
56
As amostras de mão são coesas devido a ação cimentante dos
hidrocarbonetos com arenitos siliciclásticos de granulometria média a grossa,
grãos de esfericidade moderada, subarredondados com contatos côncavo-
convexos. A maturidade varia de submatura a matura.
57
(1) Fraturamento de folhelhos e geração de estruturas
penecontemporâneas (sismitos) durante evento tectônico Permiano
relacionado à Orogenia Sanrafaélica;
(2) Deposição da Formação Pirambóia e Botucatu (Triássico-Jurássico).
Início da ativação Juro-Cretácea com reativação de estruturas, fraturamento da
rocha geradora, início da atividade vulcânica e aquecimento anômalo da rocha
geradora;
(3) Maturação da matéria orgânica e migração primária a partir do
aumento anômalo do gradiente geotérmico;
(4) Migração secundária ao longo de falhas e diques de rocha básica e
camadas permeáveis basculadas. Fluxo em direção aos altos estruturais.
Acumulação sob camadas de baixa permeabilidade e junto a paredes de
diques.
Figura 5.6 – Modelo evolutivo para geração, migração e acumulação para os arenitos asfálticos
da Bacia do Paraná (modificado de Araújo et al., 2004).
58
O elemento chave nas ocorrências é a presença de diques de rochas
básicas como barreiras e condutos. Estas apresentam direções preferenciais
NE e subordinadamente NW, estando as acumulações localizadas na porção
oeste dos diques. Outra característica destes depósitos de hidrocarbonetos é a
distribuição próxima a rocha geradora, apresentando pequena migração lateral.
Existem poucos trabalhos a respeito da cubagem destas ocorrências,
porém para os depósitos Anhembi, Tomas Filho (1982) indica um volume de
óleo de 5,7 milhões de barris, com um teor médio de 5,5% de óleo em peso. A
área computada abrange aproximadamente 40 ha e a espessura de arenito
asfáltico chega a atingir mais de 80 m. Tendo por base esta reserva, o autor
estima um total de 26 milhões de barris de óleo minerável para as ocorrências
de Moquém, Bofete e Guareí (Itatigue).
59
6 - CONCLUSÕES E PERPECTIVAS EXPLORATÓRIAS FRENTE AO
HISTÓRICO DE E & P NA BACIA DO PARANÁ
60
6.1 - PERSPECTIVAS EXPLORATÓRIAS FRENTE AO HISTÓRICO DE EXPLORA-ÇÃO E
EFETIVIDADE DOS SISTEMAS PETROLÍFEROS
61
importantes de acumulações de hidrocarbonetos. O número de poços, e a
kilometragem e qualidade das linhas sísmicas (somente 2D) frente à extensão
da bacia, por exemplo, sugerem que ainda há espaço para uma avaliação mais
segura do potencial econômico da bacia para petróleo. Zalán et al. (1990), por
exemplo, afirmam que da centena de poços exploratórios perfurados na bacia,
somente quatro foram perfurados em estruturas fechadas. Isto é crucial para a
segurança de uma avaliação do potencial petrolífero da bacia.
62
também contem imensas jazidas de arenitos betuminosos, somando
aproximadamente 1 trilhão de barris (Zalán, comum. pess.).
63
Para este fim escolheu-se as demais sinéclises interiores brasileiras
(Solimões, Amazonas e Parnaíba) (Milani & Zalán 1999, Rostirolla et al. 2000,
e Artur & Soares 2002), bacias na China (Ordos e Junggar) (Cao et al. 2005, e
Xiao et al. 2005), e antiga União Soviética (Bacia do Volga-Urais e do médio
mar Cáspio) (Peterson & Clarke 1983, e Ulmishek & Harrison 1981).
64
Idade do Geradores Maturação Armadilhas Produção
Área Espessura
2 Preenchi- Esp. Subsi- Discreta Estru- Estrati- Observações
Km Máxima COT Idade
mento máx. dência (Vulca.) turais gráficas Status
2.0% Poços
Devoniano
Bacia do subcomerciais; Vulcanismo Serra
1.400.000 6.000 m Ordo. – Cret. Sim Sim Sim Sim
Paraná 10% Ocorrências de Geral
Permiano
(24%) óleo e Gás
125 m Devoniano
Campos Gigantes e
(45 m)
Bacia do Volga- Supergigantes
Sim Principal- Produtora
Urais 500.000 6.300 m Devo. – Perm. ≤ 5% Sim Não (Romashkino ~ 13,0
mente (Óleo e Gás)
(Rússia) bbl;
< Mississipian
Orenburg ~70 tcf)
240m o
Bacia de
Estruturação
1.26 a Produtora de
Junggar 130.000 10.000m Carb. – Ceno. >700m Permiano Sim _ Sim Sim importante –
1.4% Óleo e Gás
Campos Gigantes
(China)
Paleozóico 15 a Carbonífero
Bacia de Ordos Produtora Estruturação
250.000 6.000 m Inferior a 60m 1.5 a 5.0% - Sim _ Limi-tada Sim
(China) de Gás Simples
Mesozóico Permiano
Tabela 6.1 – Dados gerais de bacias Paleozóicas confrontadas com a Bacia do Paraná. Dados obtidos com base em: Cao et al. (2005), Xiao et
al. (2005), Milani & Zalán (1999), Rostirolla et al. (2000), Artur & Soares (2002), Peterson & Clarke (1983), Ulmishek & Harrison (1981). ∗ rochas
reservatórios e selantes estão presentes na coluna sedimentar das bacias; migração e preservação efetivos.
65
Com relação às armadilhas (estratigráficas e tectônicas) para
hidrocarbonetos, pode-se observar a importância de uma estruturação imposta
por tectônica com timming adequado, na acumulação econômica de petróleo.
Isto pode ser observado, por exemplo, para as bacias do Solimões e de
Junggar, embora as estruturas tectônicas sejam também importantes para as
bacias do Volga-Urais, do Mar Cáspio e também do Amazonas. Entretanto,
algumas bacias produtoras podem não ser portadoras de expressiva
estruturação tectônica, como por exemplo, a bacia de Ordos, que é produtora
de óleo e gás. Outras bacias, desprovidas de uma estruturação importante,
como a bacia do Parnaíba, não são produtoras de petróleo. Assim, pode-se
observar que apesar da forte influência da estruturação tectônica na presença
ou não de acumulações econômicas de petróleo, estas também podem ocorrer
em bacias com estruturações relativamente mais simples (armadilhas
estratigráficas).
66
para um sucesso exploratório futuro na Bacia do Paraná. Mais do que um
aspecto em especial da geologia do petróleo de cada bacia, o que parece
determinar o sucesso de cada bacia analisada é um conjunto de fatores. Cada
bacia produtora pode ter características consideradas importantes
universalmente para a geração de importantes acumulações econômicas de
hidrocarbonetos, como por exemplo, subsidência-maturação regional da
matéria orgânica e estruturação tectônica com timming adequado, ou também
características mais sutis e particulares, como vulcanismo e outros tipos de
armadilhas para acumulação dos fluidos.
67
somente muito localmente teriam alcançado o estágio maturo por subsidência
(Zalán et al. 1990), e promovido um segundo evento de maturação nos
folhelhos Ponta Grossa.
68
dados de poços, por exemplo, possibilitaria estimar o papel da intrusão na
geração de hidrocarbonetos em determinada região; b – no caso da Bacia do
Paraná, onde o pacote vulcânico é muito expressivo, talvez se possa extrair a
influência nas leituras geofísicas obtidas das rochas vulcânicas, de tal sorte
que se possa avaliar somente a influência das rochas posicionadas nos níveis
estratigráficos de interesse; c – trabalhos experimentais prévios, envolvendo
grandezas de interesse para a avaliação empírica da efetividade de geração de
hidrocarbonetos por parte de intrusões básicas, também poderiam ser úteis
para este tipo de trabalho;
69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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