Comparativo de Estruturas de Concreto Armado e de Aço Estudo de Caso
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Comparativo de Estruturas de Concreto Armado e de Aço Estudo de Caso
caso
ARTIGO ORIGINAL
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS DE CÁLCULO
O CONCRETO ARMADO
O AÇO ESTRUTURAL
ESTRUTURA EM PÓRTICOS
CONSIDERAÇÕES DE PROJETO
LAJES
VIGAS DE CONCRETO ARMADO
PILARES DE CONCRETO ARMADO
PESO DA ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO
FUNDAÇÃO RASA PARA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO
VIGAS E PILARES DE AÇO
PESO DA ESTRUTURA EM AÇO
FUNDAÇÃO RASA PARA ESTRUTURA DE AÇO
COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Comparativo de estruturas de concreto armado e de aço: estudo de
caso
RESUMO
No Brasil, as estruturas mais usadas são compostas por concreto armado ou perfis de aço,
sendo esse último bem comum em Shopping Center. Em função disso, para a escolha mais
adequada a um projeto, é importante a comparação dessas estruturas em vários aspectos.
Analisar as vantagens e desvantagens de um sistema de estruturas ajuda a compreendê-las
melhor, pois a construção civil passa por grandes evoluções e renovações. Esse artigo é uma
síntese do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por Moura (2018), na UNIEURO,
Brasília-DF. Para isso, o estudo consistiu-se na análise comparativa de estrutura de concreto
armado e de aço do projeto de um edifício comercial. As normas principais para esses
sistemas estruturais são a NBR 6118 (ABNT, 2014) e a NBR 8800 (ABNT, 2008),
respectivamente, para concreto armado e perfis de aço. Para obtenção das dimensões
geométricas, foi feito o pré-dimensionamento, de forma analítica, usando as fórmulas e
procedimentos expostos nas bibliografias consagradas. A análise estrutural foi feita por meio
do software SAP2000 e Microsoft Excel. As verificações necessárias da estrutura foram
realizadas conforme as exigências das normas supracitadas. As dimensões da fundação
foram obtidas analiticamente com o uso do Microsoft Excel. Ao final, comparou-se os
resultados de peso e influência nos elementos de fundação. Ficou evidente que o aço tem
uma excelente vantagem que o concreto armado no quesito peso.
INTRODUÇÃO
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É de senso comum definir as estruturas de aço como menos pesadas que as de concreto
armado. Para isso, este artigo apresenta, de maneira mensurada, a diferença de cada tipo de
estrutura para um projeto no quesito peso.
DESENVOLVIMENTO
As normas supracitadas também estabelecem que deva ser feitos algumas verificações nos
elementos estruturais a fim de garantir sua resistência com certa margem de segurança.
Essas verificações são feitas para os estados limites da estrutura; estado limite de serviço
(ELS) e estado limite último (ELU). São exemplos dessas verificações: a força cortante
mínimo, o momento fletor mínimo, o estádio dos elementos a flexão, a flambagem dos perfis
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O CONCRETO ARMADO
Fonte: civilgeeks.com
Para determinar o peso de qualquer elemento, primeiro, deve-se conhecer o valor de sua
massa específica (ρ) e seu volume. No caso do concreto armado, não havendo possibilidade
de ensaio, a NBR 6118 (ABNT, 2014) define o valor da massa específica em 2500 kg/m³.
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O AÇO ESTRUTURAL
O aço para estruturas metálicas pode ser moldado em perfis laminados ou soldados,
variando de acordo com cada projeto. A tensão de escoamento do aço (f yk ) é uma
propriedade que indica a resistência característica a tração e compressão. Com base no valor
dessa propriedade, faz-se o dimensionamento dos elementos estruturais, sendo que a
mensuração da mesma, normalmente, é feita pelo fabricante.
As estruturas feitas com perfis metálicos possuem diversas variáveis que se dever levar em
consideração em função do material constituinte, nesse caso, o aço. Segundo Frantz (2011),
as vantagens do aço são;
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O aço usado para dimensionamento desse projeto foi o CA-50, esse aço possui resistência
característica ao escoamento (fyk) em torno de 50 kN/cm2 e sua massa especifica é de 7.850
kg/m3. Na determinação da resistência de cálculo (fyd), o coeficiente de ponderação (γs) é de
1,15, conforme NBR 6118 (ABNT, 2014).
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ESTRUTURA EM PÓRTICOS
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CONSIDERAÇÕES DE PROJETO
Para esse projeto, foram feitas as seguintes considerações a fim de obter o peso próprio da
edificação:
– Revestido: argamassa (cal, cimento e areia) com espessura de 2,5 cm de ambos os lados e
peso específicos de 19 kN/m³;
– Cobertura: telhas metálicas com isolamento térmico com peso de 4,6 kg/m2;
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– Forro: carga de 0,5 kN/m2 conforme tabela 2 da NBR 6120 (ABNT, 1980).
LAJES
Para ambos os sistemas estruturais, concreto armado e aço, foi usado a laje do tipo maciça.
No cálculo dessas lajes, foram utilizadas as cargas acidentais mínimas, conforme a NBR 6120
(ABNT, 1980), e as cargas permanentes conforme considerações de projeto e pré-
dimensionamento das mesmas. Após a obtenção dessas cargas, foi feita a combinação para
os estados limites: ELS e ELU.
Com base nos dados apresentados na tabela acima, foi calculado os momentos fletores com
uso das tabelas de Czerny, posição da linha neutra (LN) e a flecha. Além disso, foi verificado
o momento mínimo, estádio (x/d ≤ 0,45) e a flecha limite.
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Conforme os cálculos apresentados por Moura (2018), os momentos mínimos são 284,5
kN.cm, 640,1 kN.cm e 751,3 kN.cm, respectivamente, para as lajes de altura igual a 8,0 cm,
12,0 cm e 13,0 cm. Com isso, a tabela 2 dispõe dos momentos considerados em cada laje e
altura útil, sendo o cobrimento do aço de 2,5 cm para classe de agressividade ambiental II.
Para a laje sob o PNE, adotou-se, também, o momento mínimo, com isso, basta adotar os
resultados das lajes dos corredores.
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Nas lajes, também é feita a verificação no estado limite de serviço, que é o cálculo da flecha
e a comparação com os limites estabelecidos na tabela 13.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014). No
cálculo da flecha total, leva-se em consideração a flecha imediata, após a retirada das
escoras, e a flecha devido ao efeito da fluência do concreto ao longo do tempo. Para fluência,
foi adotado um tempo de 70 meses.
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As vigas são pré-dimensionadas em função do maior vão, que, nesse caso, é de 6,15 m. A
dimensão da alma (b) da viga varia de acordo com sua altura (h) adotada. Para as vigas de
concreto armado deste projeto, as dimensões da altura e alma ficaram, respectivamente, em
55 cm e 20 cm.
Com essas dimensões, obteve-se o peso próprio que, somado às cargas das lajes, foi usado
para calcular o momento fletor e força cortante com o uso do software SAP2000. As figuras 6,
7 e 8 mostram os gráficos desses esforços e deslocamento para os pórticos mais solicitados
de todo o projeto.
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Com base nos resultados obtidos nesses gráficos, foi possível realizar as verificações
necessárias para elementos de concreto armado submetidos à flexão. As tabelas 5, 6 e 7
mostram os cálculos e as verificações para os estados limites: ELU e ELS. O cálculo da força
cortante resistente (VRd2) é feito conforme NBR 2018 (ABNT, 2014). Do mesmo modo das lajes
maciças, faz-se o cálculo e a verificações da LN.
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Feito todas essas análises, fica confirmada as dimensões das vigas em toda a estrutura.
Dessa forma, parte-se para o cálculo dos pilares.
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Para essa área de influência, a carga total que chega à seção transversal na base do pilar é
de 384,96 kN. Sendo a resistência de cálculo do concreto expressa na equação abaixo, onde
o coeficiente de ponderação (γc) é de 1,4 e o fck do concreto de 25 MPa (2,5 kN/cm2) para
classe de agressividade ambiental II. Esses parâmetros são exigidos pela NBR 6118 (ABNT,
2014).
A fim de compatibilizar os pilares com as vigas, foi adotado um lado dos pilares com
dimensão de 20 cm. Com esses dados em mãos, calcula-se a outra dimensão mínima dos
pilares, pois, sabe-se que a tensão é a força dividida pela área.
Através das considerações feitas, obteve-se a outra dimensão dos pilares em 10,78 cm,
porém, a área da seção transversal para essas dimensões é de 215,58 cm2, o que não é
permitido pela NBR 6118 (ABNT, 2014). Para evitar esse problema e obter resultado
satisfatório na verificação e na esbeltez, adotou-se uma dimensão de 30 cm para todos os
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Após o dimensionamento no software SAP2000, verificou-se que a carga total na base dos
pilares, levando em consideração os coeficientes de segurança, é muito maior que os valores
pré-dimensionados. A figura 10 mostra a as maiores cargas nos pilares mais solicitados.
Em função desses valores na figura 10, foi possível a verificação das dimensões dos pilares.
Essa verificação pode ser vista na tabela 8.
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O peso total da estrutura é obtido em função das dimensões geométricas dos elementos que
a compõe. Conforme pode ser visto nos itens anteriores, as dimensões finais desses
elementos estruturais estão confirmadas nas verificações, com isso pode-se obter o peso de
cada um e, em seguida, o peso total. As tabelas 9 e 10 mostram como foi realizado o cálculo
desse peso.
Dimensões
Volume total Peso
Viga b h Vão eixo a eixo Vão livre Quantidade 3
[m ] [kN]
[cm] [cm] [m] [m]
Vigas de 6,15m 20 55 6,15 5,95 48 31,416 785,400
Vigas de 6,00m 20 55 6,00 5,80 36 22,968 574,200
Vigas de 1,85m 20 55 1,85 1,65 21 3,812 95,288
Vigas de 3,30m 20 55 3,30 3,10 9 3,069 76,725
Vigas de 1,55m 20 55 1,55 1,35 2 0,297 7,425
Peso total de todas as vigas [kN]: 1539,038
Fonte: Moura (2018)
Com os valores calculados nas tabelas acima, chega-se ao peso total da estrutura, levando
em consideração apenas as vigas e pilares. Esse peso total é de 1998,413 kN.
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Cintra, Aoki e Albiero (2003) definem que a resistência de um solo pode ser obtida, de forma
aproximada, conforme equação abaixo. O valor obtido para esse projeto foi de 149,5 kN/m2.
Com esse valor de resistência do solo e as cargas axiais advindas dos pilares, foi possível
calcular a área de todas as sapatas. O somatório da área de todas as sapatas, para a
estrutura de concreto armado, foi de 97,84 m2.
A figura 11 é o diagrama de momento fletor para o pórtico com maior solicitação desse
esforço. Com base nesse dado, momento fletor máximo obtido de 151,3 kN.m, foi possível a
verificação das vigas.
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Para a verificação dos pilares, foi escolhido o mais solicitado, cujos resultados estão
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apresentados a seguir.
Após serem feito todos esses procedimentos do item anterior, foi possível calcular o peso da
estrutura. As tabelas 11 e 12 estão os cálculos para as vigas e pilares em perfis de aço.
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O peso total da estrutura, objeto desse estudo, é o somatório do peso dos pilares, vigas e
componentes de ligação. Com todas essas considerações feitas, o peso total dessa estrutura,
em perfis de aço, foi de 549,919 kN.
Para o cálculo da fundação da estrutura em perfis de aço, foi feita as mesmas considerações
da estrutura de concreto armado, exceto o peso, que, obviamente, se refere aqui ao aço.
Com isso, o somatório das áreas de todas as sapatas foi 84,51 m2.
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Os gráficos 1 e 2 mostram os resultados obtidos nos cálculos, com base neles pode-se
comparar os resultados. Essa comparação mostra a diferença entra cada um desses sistemas
estruturais analisados.
Em m2.
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CONCLUSÃO
Conforme citado por Moura (2018), o aço possui uma massa específica de 7850 kg/m3 em
média e o concreto armado tem 2500 kg/m3 conforme NBR 6118 (ABNT, 2014). Considerando
o mesmo volume, o aço é 3,14 vezes mais pesado que o concreto, porém, o aço é mais
resistente e, na compressão, chega a 10 vezes a resistência do concreto C25, por exemplo.
Conforme pode ser visto nos resultados, é possível reduzir o peso da edificação com o uso de
perfis de aço.
Para esse projeto, levando em consideração as vigas e pilares, é possível verificar que a
estrutura em concreto armado é 263,88% mais pesada que em aço. Com isso, conclui-se que
esse valor é bastante significativo nas obras de engenharia.
Comparando a área total dos elementos de fundação em contato com o solo (sapata rasa), é
possível notar também uma diferença. A área das sapatas para estrutura de concreto
armado excede em 15,77% a de aço. Essa diferença na fundação só não foi maior, pois
ambas as estruturas possuem lajes maciças. Outro fator que pode ser analisado, a fim
reduzir ainda mais o peso, é análise dos tipos de lajes a ser usado no projeto, porém, essa
não foi objeto desse estudo.
REFERÊNCIAS
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Comparativo de estruturas de concreto armado e de aço: estudo de
caso
______. NBR 6120: cargas para o cálculo de estruturas de edificações: procedimento. Rio de
Janeiro, 1980.
______. NBR 8800: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios: procedimento. Rio de Janeiro, 2008.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Tensão admissível em fundações diretas. São Carlos:
RiMa, 2003.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de Aço, dimensionamento prático. 7. ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos Editora LTDA, 2000.
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso básico de concreto armado. São Paulo: Oficina de
textos, 2015.
[1]
Pós-graduando em MBA em Gestão de Obras na Construção Civil no Instituto Brasileiro de
Formação (IBF), Engenheiro Civil pelo Centro Universitário UNIEURO e técnico em
Telecomunicações Aeronáuticas pela Escola de Especialista de Aeronáutica (EEAR).
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