Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado - Jean-Claude Maleval Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado Na 49 Jornada Da Escola Da Causa Freudiana Jean - Claude Maleval
Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado - Jean-Claude Maleval Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado Na 49 Jornada Da Escola Da Causa Freudiana Jean - Claude Maleval
Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado - Jean-Claude Maleval Resposta À Intervenção de Paul B. Preciado Na 49 Jornada Da Escola Da Causa Freudiana Jean - Claude Maleval
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1- São os psicanalistas que dizem se referir a Lacan tendo uma abordagem essencialista
da sexuação que fazem com que a transexualidade seja considerada “uma loucura”:
segundo Frignet: “é impossível não ser um homem ou uma mulher. A essa primeira
impossibilidade, se soma uma segunda: a transformação exterior e o desejo pessoal do
sujeito, é impossível modificar esse pertencimento. Somente a aparência será mudada, o
sujeito, queira ou não, será para ele mesmo e para os outros, um homem ou uma mulher”
(Frignet H., Le transsexualisme, Paris, Desclée de Brouwer, 200, p.149 & 128)
2 - A abordagem lacaniana da sexuação, como qualquer teoria, se baseia em hipóteses
indemonstráveis, isso vale também para a teoria de gênero. Invocar a experiência analítica
em favor de uma, ao invés da outra, seria recorrer ao que Lacan chamou de “carta marcada
da clínica” (Escritos, p. 815).
3- “O falo é a conjunção do que chamei de esse parasita, ou seja, o pedacinho de pau em
questão, com a função da fala”. (Seminário 23, p.16)
4- Ganharíamos no século XX em acentuar a abordagem lógica da função fálicas, que a
reduz a uma barra sobre o gozo operado por uma cifragem significante, a fim de destacá-
la mais radicalmente de qualquer imagem peniana.
5- J.-A. Miller, “Orientação Lacaniana, O Partenaire-sintoma” (1997-1998) lição de 18
de março de 1998
6- Preciado, B. Testo Junkie. Sexe drogue et biopolitique. Paris, Grasset, 2008, p. 218
7- Marret-Maleval S. “Sur Testo Junkie. Sexe drogue et biopolitique de Beatriz
Preciado”, Ornicar? 58, 2018, p. 195-198
8- Lacan, Outros Escritos, p. 569
9-AE: título concedido por três anos àqueles cujo percurso e o fim da análise têm valor
de ensino, ao final do procedimento do passe, instituído por Lacan, por sua vez, os
passadores, analisandos ainda em análise, transmitem ao cartel do passe o testemunho do
passante.
10- No que diz respeito ao sujeito homossexual, Miller afirma que a psicanálise visa
“essencialmente obter que o ideal deixe de impedir o sujeito de praticar seu modo de
gozo, [...] aliviar o sujeito de um ideal que o oprime por ocasião e colocá-lo em posição
de sustentar seu mais-de-gozar, o mais-de-gozar que ele é capaz, o mais-de-gozar que lhe
é próprio, ter uma relação mais confortável” (Miller & Laurent, O outro que não existe e
seus comitês de ética, lição de 21 de maio de 1997, publicado em espanhol). Não
compartilhamos as opiniões dos psicanalistas que afirmam ser capazes de identificar o
normal e o patológico, tal como Charles Melman no jornal Le monde de 01 de outubro
de 2005: “Façamos uma pergunta simples, a homossexualidade constitui uma patologia?
É o que psiquiatria americana hoje rejeita. Se admitirmos que ela está organizada por uma
defesa contra a diferença e a alteridade, neste caso, é incontestável que ela constitui”.
11- Quando a psicose ordinária é suplantada, por exemplo por uma transexualização bem
assumida, ela constitui um dos modos de conformidade social, e nada autoriza a
considerá-la como uma patologia. (ver Maleval J.-C., « Du fantasme de changement de
sexe au sinthome transsexuel », Repères pour la psychose ordinaire. Paris, Navarin, 2019,
p. 186-208).
12- Lacan J., « Joyce le symptôme I », em Joyce avec Lacan, Paris, Navarin, 1987, p. 24
13- Parece que a cura do autismo permite às vezes não liberar o S1 de um sinthoma, mas
sim construir um S1 como síntese.
14- Jornada do Centro de Estudos e Pesquisas sobre o Autismo, Paris, 10 de março de
2018.
15- Lacan J., « Fonction et champ de la parole en psychanalyse » (1953), Écrits, Paris,
Seuil, coll. Champ Freudien, 1966, p. 321.
16 : Cf. Maleval J.-C., Repères pour la psychose ordinaire, Paris, Navarin, 2019, p. 199-
200.
17 : Lacan, Seminário 14, lição de 10 maio de 1967, disponível no blog Lacan em .pdf
Para ter acesso à intervenção de Paul B. Preciado na 49ª Jornada da Escola da Causa
Freudiana, acesse: http://lacanempdf.blogspot.com/2019/12/paul-b-preciado-
intervencao-na-49.html