O documento discute a utilização da "Hora do Jogo" para observar processos de aprendizagem em crianças. A Hora do Jogo envolve fornecer uma caixa de materiais para brincadeira livre enquanto a criança é observada. Os três momentos chave de inventário, organização e integração são esperados no brincar, assim como no processo de aprendizagem.
O documento discute a utilização da "Hora do Jogo" para observar processos de aprendizagem em crianças. A Hora do Jogo envolve fornecer uma caixa de materiais para brincadeira livre enquanto a criança é observada. Os três momentos chave de inventário, organização e integração são esperados no brincar, assim como no processo de aprendizagem.
O documento discute a utilização da "Hora do Jogo" para observar processos de aprendizagem em crianças. A Hora do Jogo envolve fornecer uma caixa de materiais para brincadeira livre enquanto a criança é observada. Os três momentos chave de inventário, organização e integração são esperados no brincar, assim como no processo de aprendizagem.
O documento discute a utilização da "Hora do Jogo" para observar processos de aprendizagem em crianças. A Hora do Jogo envolve fornecer uma caixa de materiais para brincadeira livre enquanto a criança é observada. Os três momentos chave de inventário, organização e integração são esperados no brincar, assim como no processo de aprendizagem.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 24
Rosângela Gonçalves
Utilizamos a hora do jogo para compreender
alguns processos na gestação de uma patologia no aprender, já que:
O espaço de aprendizagem e o espaço de
jogar são coincidentes; Ambos os processos têm momentos analogizáveis (inventário – organização – integração);
A modalidade desenvolvida no jogo e o tipo
de tratamento do objeto lançam luz sobre a cena da aprendizagem.
O brincar possibilita o desenvolvimento das
significações de aprender. O que no adulto aparece no motivo de consulta ( a demanda, as fantasias de enfermidade e cura), principalmente na linguagem verbal, na criança expressa-se através da linguagem lúdica.
A hora do jogo permite observar a dinâmica
da aprendizagem. Colocamos dentro de uma caixa, com tampa separável, elementos com as seguintes características: Para desenhar Para recortar Para ler Para escrever Para guardar (caixinhas de diferentes tamanhos) Para modelar Para montar Papéis brancos Papéis pautados Cartolinas coloridas Revistas e livros infantis (com texto) Blocos de construção ou montagem (Lego) Tesoura sem ponta Lápis preto e de cores Apontador Massa de Modelar Tinta e pincéis Barbantes e fitas etc Os materiais não precisam ser novos, mas precisam estar em boa condição de uso e ser de boa qualidade.
Apresentamos a caixa FECHADA e em posição
favorável à criança, de preferência no chão, sobre um tapete. Adota-se a Hora do Jogo em crianças de 3 a 9 anos. A partir dos 10 anos utiliza-se EOCA. “Aqui está uma caixa com muitas coisas para você brincar com tudo o que você quiser; enquanto isso, eu vou observar e fazer algumas anotações aqui. Um pouco antes de acabar o tempo, eu lhe aviso”. Possibilitar o desenvolvimento e posterior análise das significações do prender para a criança;
Compreender algum dos processos que
podem ter levado a instalação de alguma patologia no aprender. Observar a inter- relação inteligência-desejo-corporeidade. Observar o processo de construção do símbolo. Por esta razão entregamos material não-figurativo. Em síntese, observar “a aptidão da criança para criar, refletir, imaginar, fazer notar e produzir um objeto”.
Observar os processos de assimilação –
acomodação e seus possíveis equilíbrios, desequilíbrios e compensações. Analisar a modalidade de aprendizagem;
Ver a capacidade da criança para argumentar,
para construir uma história e em que medida a cognição põe-se a serviço de organizar seu mundo simbólico. INVENTÁRIO, ORGANIZAÇÃO, INTEGRAÇÃO-APROPRIAÇÃO.
Quando lemos um livro, procuramos saber do
que se trata, olhamos o índice, observamos a extensão da temática, ou seja, faremos um “inventário”. Logo faremos uma relação entre os conceitos transmitido pelo autor e faremos uma “organização” do material. Apenas num terceiro momento, integraremos estes conceitos aos nossos esquemas (conhecimentos anteriores e experiências.) Somente neste momento, podemos nos apropriar da experiência da leitura. Depois poderemos nos esquecer do livro e do autor, mas algo ficará enriquecendo nossa experiência.
Este último momento é o da apropriação.
Estes três momentos acontecem em toda
aprendizagem que chegou a acontecer. Se observarmos a brincadeira de uma criança também encontraremos os três momentos.
Vamos descrevê-los agora em função da
Hora do Jogo psicopedagógica. Procuramos ver que tipo de inventário faz a criança com os objetos da caixa. Se os experimenta, se pega rapidamente o primeiro que encontra e o usa, se procura um objeto ou instrumento em particular em função de um projeto ou se os objetos, sozinhos, determinam o uso. Observaremos a coerência do relato jogado, a inclusão de referências verbais, a coerência do episódio argumental. No plano de aprendizagem, as dificuldades neste momento terão a ver com obstáculos para entender relações, formular hipóteses, apresentar problemas e portanto, encontrar solução. Tem a ver com a possibilidade de chegar a uma conclusão argumental que mostre as consequências dessa forma de relação entre objetos. Relacione-as também com a capacidade de decisão (decidir-se entre um ou outro final), capacidade de domínio (eu decido o jogo), com a aceitação da carência (estamos chegando ao final), com o grau de tolerância ante a frustração (isto é o que eu posso fazer) com a capacidade de mostrar e guardar (isso é o que eu te mostro, mas não é tudo) Com a possibilidade de lembrar (trocar o acontecido pela lembrança). Em síntese, tem a ver com a possibilidade de aprender. Logicamente, uma criança que estruturou um problema de aprendizagem – sintoma ou inibição cognitiva, não poderá chegar a este momento de jogo e apresentará dificuldades em diferentes graus e tipos nos dois momentos anteriores. A criança que fracassa no aprender por razões de ordem reativa ao sistema educacional, não tem por que apresentar dificuldades na organização desses três momentos da “hora do jogo”. Um erro que encontrado frequentemente na atitude do Pp que administra a Hora do Jogo é a precipitação.
Precipitação gerada pela ansiedade,
impossibilitando a correta interpretação. Interrupção da criança
Interferência Intervenção
Intervenção produtiva
Observação apressada
Esquecer fatos trazidos na anamnese
Como mostra o que sabe? Sabe demais? Observar a Modalidade de Aprendizagem; A disponibilidade corporal e o grau de prazer; Utilização dos recursos existentes na caixa; Se é persistente ou se desiste fácil; Correlação entre o discurso verbal e corporal; Relação com o objeto do conhecimento; Analisar a presença e características dos três momentos do jogar-aprender; Observar estratégias para os problemas que se apresentam.