Suellen Dissertação Revisada
Suellen Dissertação Revisada
Suellen Dissertação Revisada
INSTITUTO DE BIOLOGIA
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM DIVERSIDADE E INCLUSO
Niteri
2015
SUELLEN DA ROCHA RODRIGUES
ii
Ficha Catalogrfica
iii
SUELLEN DA ROCHA RODRIGUES
Dissertao de Mestrado
submetido Universidade Federal
Fluminense como requisito parcial
visando obteno do grau de
Mestre em Diversidade e Incluso
Banca Examinadora:
_________________________________________________________________
Dra. Edicla Mascarenhas Fernandes Curso de Mestrado Profissional em
Diversidade e Incluso/UFF e - Ncleo de Educao Especial e Inclusiva/UERJ
(Orientador/Presidente)
_________________________________________________________________
Dra. Cristina Maria de Carvalho Delou Curso de Mestrado Profissional em
Diversidade e Incluso/ UFF
_________________________________________________________________
Dra. Neuza Rejane Wille Lima Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e
Incluso/ UFF
_________________________________________________________________
Dra. Hayda Maria Marinho de Sant`Anna Reis- Programa de Mestrado em Letras
e Cincias Humanas e Ensino de Cincias na Educao Bsica da Universidade
Unigranrio
iv
Dedico este trabalho aos meus pais,
Nair e Ismael, que sempre me
apoiaram e incentivaram.
v
AGRADECIMENTOS
vi
Marques, Thiago Caeiro e Carolina Albuquerque, vocs foram essenciais para o
trmino deste trabalho.
Agradeo aos professores Dr. Hlio Orrico e a Dra. Annie Redig pelas valiosas
contribuies e pelo incentivo na realizao desta dissertao.
Por ltimo agradeo a todos os meus amigos e familiares que souberam ouvir,
partilhar dvidas e hesitaes e me deram apoio moral ao longo deste trabalho.
vii
SUMRIO
Agradecimentos ......................................................................................................................... vi
Sumrio ..................................................................................................................................... viii
Llista de abreviaturas.................................................................................................................. x
Lista de figuras ........................................................................................................................... xi
Lista de quadros e tabela ......................................................................................................... xii
Resumo ..................................................................................................................................... xiii
Abstract ..................................................................................................................................... xiv
1 Introduo ............................................................................................................................1
1.1 Apresentao ...............................................................................................................1
1.2 Polticas pblicas da educao especial e inclusiva ................................................5
1.3 Formao continuada de professores para educao inclusiva..............................7
1.4 Sala de recurso multifuncional como modalidade de atendimento aos alunos
pblico alvo da educao especial ........................................................................................9
1.5 Tecnologia assistiva e seu uso no ambiente escolar ............................................. 14
2 Objetivos ............................................................................................................................ 19
2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 19
2.2 Objetivos especficos ................................................................................................. 19
3 Material e mtodos ............................................................................................................ 20
3.1 Metodologia ................................................................................................................ 20
3.1.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................ 20
3.1.2 Etapas da metodologia ...................................................................................... 22
3.1.3 Desenvolvimento da pesquisa: sujeitos e o contexto ..................................... 22
3.1.4 A educao no municpio de rio das flres ...................................................... 25
3.2 Desenvolvimento: realizao das oficinas ............................................................... 27
3.2.1 Organizao das oficinas .................................................................................. 27
3.2.2 Material e mtodos utilizados nas oficinas ...................................................... 27
4 Resultados .......................................................................................................................... 32
4.1 Resultados apresentados durante os encontros com os gestores ........................ 32
4.2 Resultados apresentados no pr-teste .................................................................... 35
4.2.1 Perfil dos professores ........................................................................................ 35
4.2.2 A tecnologia assistiva e a formao dos professores ..................................... 39
4.2.3 Perspectivas com a realizao das oficinas .................................................... 42
4.3 Resultados apresentados no ps-teste ................................................................... 43
4.3.1 Conhecimento a respeito dos softwares apresentados .................................. 43
4.3.2 Conhecimentos adquiridos a partir das oficinas .............................................. 45
4.3.3 Perspectivas sobre o Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis
a partir do uso da Tecnologia Assistiva.......................................................................... 46
5 Discusso ........................................................................................................................... 50
viii
5.1 Primeira oficina: apresentao da tecnologia assistiva .......................................... 50
5.2 Segunda oficina: apresentao dos softwares........................................................ 55
5.3 Segunda oficina: apresentao do guia................................................................... 56
6 Consideraes finais ......................................................................................................... 59
7 Referncias bibliogrficas ................................................................................................. 62
8 Apndices e anexos .......................................................................................................... 69
8.1 Apndices ................................................................................................................... 69
8.1.1 Termo de consentimento livre e esclarecido .................................................... 69
8.1.2 Ementa das oficinas ........................................................................................... 70
8.1.3 Material oficina 1 - teoria ................................................................................... 72
8.1.4 Pr-teste.............................................................................................................. 74
8.1.5 Ps-teste ............................................................................................................. 75
8.1.6 Sumrio do Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do
uso da Tecnologia Assistiva ............................................................................................ 76
8.2 Anexo .......................................................................................................................... 77
8.2.1 Parecer consubstanciado do cep ...................................................................... 77
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
x
LISTA DE FIGURAS
xi
LISTA DE QUADROS E TABELA
.......................................................................................................... 25
xii
RESUMO
xiii
ABSTRACT
This thesis aims to investigate the formation of the inclusive class teachers and
multifunctional resource rooms for the use of assistive technology in specialized
schooling for the target audience of special education students, through the
references presented by Herculiani, Deliberato & Manzini (2009), Fernandes &
Orrico (2011), Bersch (2013), in addition, Brazilian law. The methodology was
qualitative in which it opted for action research, through meetings and workshops,
which were presented to teachers and their parents some software designed to
meet the most different areas of special educational needs. It was found in the
questionnaires and during implementation of workshops that still lack knowledge
about assistive technology resources, ie, the initial and continuing education of
such professionals is not yet in the paradigm of inclusive education, many free
software available as assistive technology support are unknown by teachers.
Throughout the survey of interaction of teachers was producing a "Teaching
Materials Production Guide accessible from the use of Assistive Technology" in
order to provide information to professionals about the use of assistive technology
and selected software for specialized schooling the target group of special
education students. The guide will serve as a resource for inclusive classrooms of
teachers and multi-functional features of basic education to adapt teaching
materials for their students, thus seeking to spread the culture of respect for
diversity and uniqueness of their students.
xiv
1 INTRODUO
1.1 APRESENTAO
1
Pblico estabelecido pela Lei n 12.796/13 (BRASIL, 2013) que altera a Lei n 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, ao estabelecer que esse pblico, formado pelos alunos com deficincias,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao.
1
Rio de Janeiro (UERJ), e, durante os trs primeiros perodos, trabalhava na parte
da manh, fazia alguns cursos na parte da tarde (Contadores de Histria e Braille)
e ia para a faculdade no turno da noite. Mas meu sonho era fazer parte de um
grupo de pesquisa que falasse sobre Educao Especial e Inclusiva.
Ento, em 2008, fui at o Ncleo de Pesquisa em Educao Especial e
Inclusiva (NEEI), para falar com sua coordenadora, Prof. Dra. Edicla
Mascarenhas Fernandes, e me convidar a fazer parte do grupo como voluntria.
A professora Edicla imediatamente atendeu meu pedido e me convidou a
participar das reunies semanais.
Durante um semestre participei das pesquisas realizadas no NEEI como
voluntria at que surgiu a oportunidade de ser bolsista do Projeto de Extenso
Incluso e Diversidade Humana: Vivenciando Linguagens, onde fiquei durante
um ano e meio. A pesquisa desenvolvida pelo projeto era de natureza qualitativa
e tinha como objetivo contribuir na formao dos professores e futuros
professores, atravs das Oficinas de Currculo e Adaptaes, com exposies e
confeces de adaptaes curriculares de baixo custo ou no significativas2.
Aps, este perodo, migrei para bolsa de Iniciao Docncia pelo Projeto
Recursos, Adaptaes e Tecnologia Assistiva para Educandos com
Necessidades Especiais, durante um ano. Projeto este, que, assim como o
anterior, tambm visava contribuir para a formao dos professores e futuros
professores, s que agora atravs do uso dos recursos de acessibilidade e da
tecnologia assistiva, por meio de apresentaes de equipamentos como: a
impressora Braille, a Lupa eletrnica Aladim, alguns softwares3, o teclado e os
mouses adaptados, dentre outros.
As participaes nesses dois projetos, em especial no Projeto de Extenso
Incluso e Diversidade Humana: Vivenciando Linguagens, culminou na
elaborao de minha monografia da graduao, em 2011, intitulada Adaptaes
Curriculares e Acessibilidade ao Currculo: Educao Especial e Inclusiva na
2
Segundo Oliveira e Machado (2007, p 43-44) as adaptaes curriculares no significativas (ou de
pequeno porte) so promovidas pelo professor, ampliando as possibilidades de participao e
aprimorando a aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais. A sua
implementao no exige a autorizao de qualquer outra instncia poltica, tcnica ou
administrativa, ocorrendo no cotidiano da sala de aula.
3
Software uma sequncia de instrues escritas para serem interpretadas por um computador
com o objetivo de executar tarefas especficas. Tambm pode ser definido como os programas
que comandam o funcionamento de um computador. Informao disponvel em:
http://www.significados.com.br/software/. Acesso em: abr. 2015.
2
Perspectiva da Formao dos Professores, com o objetivo de apresentar
algumas concepes sobre o uso das adaptaes curriculares por parte dos
professores que trabalhavam em escolas regulares.
Mesmo formada continuei a participar das atividades do NEEI auxiliando as
novas bolsistas e participando do Projeto Observatrio Estadual de Educao
Especial/Rio de Janeiro: Estudo em Rede Sobre as Salas de Recursos
Multifuncionais nas Escolas Municipais, do qual inclusive tratei em minha
monografia de Especializao em Educao Especial e Inclusiva, realizada pela
Universidade Federal Fluminense. Pesquisa esta que tinha o intuito de analisar a
Poltica de Implementao das Salas de Recursos Multifuncionais do Ministrio da
Educao (MEC), sendo realizada a partir do estudo de trs eixos centrais: (1)
Formao de professores para a incluso escolar, (2) Avaliao do estudante com
deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotao e (3) Organizao do ensino nas Salas de Recursos
Multifuncionais e Classes Comuns. Sendo importante destacar que tal projeto
estava ligado ao Observatrio Nacional de Educao Especial (ONEESP), que
contou com a participao de 32 universidades estaduais e federais, 48
pesquisadores, trs bolsistas de ps-doutorado e sob a coordenao da Prof. Dra.
Enicia Gonalves Mendes, da Universidade Federal de So Carlos (UFSCar),
tendo ocorrido nos anos de 2009 a 2014.
Nesses trs projetos pesquisei sobre a formao que os professores ou
futuros professores recebem atualmente, e, se essa formao j se encontra no
paradigma da incluso, ou no processo inclusivo. Onde foi possvel observar que
essa formao ainda no totalmente adequada como a estabelecida pelas
legislaes brasileira. Uma vez que, a formao desses profissionais muitas
vezes no atende o Decreto n 5.626/05 (BRASIL, 2005), que estabelece em seu
Art. 3 que A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatria nos
cursos de formao de professores para o exerccio do magistrio, em nvel
mdio e superior, de instituies de ensino, pblicas e privadas (...). Pois, grande
parte dos professores e futuros professores que participaram dessas pesquisas
no tiveram, durante suas formaes, a disciplina de Libras nem ao menos como
eletiva, quem dir como disciplina obrigatria.
A partir dos estudos realizados na graduao e na especializao, resolvi,
juntamente com minha orientadora, investigar a formao que oferecida aos
3
professores, seja essa formao anterior ou posterior a concluso de seu curso, a
respeito do uso da tecnologia assistiva. Tendo como base para essa anlise
algumas resolues e documentos publicados em mbito nacional e internacional
que dizem respeito educao inclusiva e a formao dos profissionais de
educao, visando atender o direito do aluno pblico alvo da educao especial e
reforando a igualdade de oportunidades educacionais.
Atravs das informaes aqui apresentadas surgiu o interesse de realizar tal
pesquisa, apresentando as falas e questionamentos dos profissionais da
educao a respeito da presente temtica, e, a partir desses questionamentos,
realizar uma anlise a respeito da formao de tais indivduos para o exerccio de
uma educao verdadeiramente inclusiva, levando em considerao o uso da
tecnologia assistiva como ferramenta que venha a auxiliar no processo de
incluso.
Para isso, a pesquisa dar incio apontando a poltica pblica brasileira e
suas legislaes a respeito da Educao Especial na perspectiva da incluso,
destacando: (1) Polticas pblicas da educao especial e inclusiva; (2) Formao
continuada de professores para educao inclusiva; (3) Sala de recurso
multifuncional como modalidade de atendimento a alunos pblico alvo da
educao especial complementar; e (4) Tecnologia assistiva e seu uso no
ambiente escolar. Apresentaremos ainda o objetivo geral e os objetivos
especficos, alm da metodologia utilizada.
Com o trmino desta etapa, daremos incio anlise dos dados obtidos
neste estudo, realizados em trs etapas: (1) Resultados apresentados durante os
encontros com os gestores; (2) Resultados apresentados no pr-teste: a) Perfil
dos professores; (b) A tecnologia assistiva e a formao dos professores; (c)
Perspectivas com a realizao das oficinas; e, (3) Resultados apresentados no
ps-teste: (a) Conhecimento a respeito dos softwares apresentados; (b)
Conhecimentos adquiridos a partir das oficinas; e, (c) Perspectivas para com o
Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do uso da
Tecnologia Assistiva. Culminando com a concluso realizada a partir dos dados
obtidos.
4
1.2 POLTICAS PBLICAS DA EDUCAO ESPECIAL E
INCLUSIVA
5
(UNESCO, 1994)4, documento primordial para efetivao do um novo perodo da
educao para os sujeitos, at ento, limitados a uma escolarizao informal. A
Declarao aponta que: aqueles com necessidades educacionais especiais
devem ter acesso escola regular, e que a escola deve se adaptar ao aluno e
no o aluno a escola, ou seja, d-se incio a Educao Especial na Perspectiva
da Educao Inclusiva, chamando a ateno dos governantes para o atendimento
das pessoas com deficincia5 na rede regular de ensino, alm de ter institudo
que cada aluno tem caractersticas, interesses, capacidades de aprendizagem
que lhe so prprios e que devem ter acesso a escolas regulares. Sendo
obrigao da escola a de atender a cada uma dessas caractersticas.
Seguindo a mesma linha da Declarao de Salamanca, e atendendo o Art.
3 inciso IV, da nossa Constituio Federal (BRASIL, 1988), que traz como um
dos seus objetivos principais promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao e de
seu Captulo III - Seo I, que trata da educao, constituindo que a mesma um
direito de todos e que deve estabelecer igualdade de condies de acesso e
permanncia na escola (art. 206, inciso I), a LDBEN 9.394/96 (BRASIL, 1996),
atribui s redes de ensino o dever de assegurar currculo, mtodos, recursos e
organizao para atender s necessidades dos alunos com deficincia,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao.
Essa nova poltica de incluso que se iniciou na dcada de 1990, prosseguiu
durante os anos 2000, como podemos observar com a Resoluo CNE/CEB2
(BRASIL, 2001), que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educao Especial
na Educao Bsica, ao divulgar a criminalizao da recusa em matricular
crianas com deficincia, aumentando assim o nmero de suas matriculas no
ensino regular. Alm do Decreto n 7.611/11 (BRASIL, 2011) que dispe sobre a
educao especial, o atendimento educacional especializado e garante um
sistema educacional inclusivo em todos os nveis, sem discriminao e com base
na igualdade de oportunidades. Ressalta-se tambm o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficincia, o Plano "Viver sem limite", Decreto n
7.612/11 (BRASIL, 2011), ao apresentar em seu art. 1, que o Plano tem (...) a
4
Declarao sobre princpios, poltica e prtica na rea das necessidades educativas especiais,
aprovada em julho de 1994, pelos representantes de 92 governos e de 25 organizaes
internacionais.
5
Termo utilizado pela Declarao de Salamanca (UNESCO, 1994).
6
finalidade de promover, por meio da integrao e articulao de polticas,
programas e aes, o exerccio pleno e equitativo dos direitos das pessoas com
deficincia, nos termos da Conveno Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficincia.
7
A legislao brasileira preconiza a formao dos professores para o
atendimento aos alunos pblico alvo da educao especial, como a LDBEN
9.394/96 (BRASIL, 1996), que em seu Art. 59, inciso III, estabelece que os
sistemas de ensino devam assegurar que os alunos pblico alvo da educao
especial sejam atendidos por professores com especializao adequada em nvel
mdio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integrao desses alunos nas classes comuns.
Alm, dos Art. 63 e 67 que tratam sobre a importncia que tais profissionais
tenham acesso a formao continuada.
A Resoluo CNE/CEB n 2, de 11 de setembro de 2001 (BRASIL 2001),
que institui as Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao
Bsica, estabelece que
8
diferentes reas de conhecimento, para atuao nos anos finais
do ensino fundamental e no ensino mdio;
4 Aos professores que j esto exercendo o magistrio devem
ser oferecidas oportunidades de formao continuada, inclusive
em nvel de especializao, pelas instncias educacionais da
Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.
Ainda segundo Milanesi & Mendes (2014, p.08), mesmo com essas
legislaes os professores no se sentem contemplados com a efetiva garantia
das mesmas, sendo possvel observar em seus discursos a preocupao a
respeito da formao continuada e da importncia que essa formao tem para o
exerccio do magistrio. Pois em sua pesquisa, as professoras que atuam em
salas de recursos multifuncionais (...)afirmaram ser necessrio se atualizar e
estudar sempre, e que, ainda assim, acreditavam que no estariam totalmente
prontas para atender, com qualidade, todos os tipos de alunos..
Para tal, indispensvel sensibilizar-se por meio de um olhar diferenciado,
sobre os alunos e sobre a prpria formao, de maneira mais humana e
consciente, contribuindo no acesso ao conhecimento dos alunos, apresentando-
lhes questes acerca dos seus direitos. Alm disso, os professores deveriam se
perceber como autores de sua prxis docente, no as reduzindo s tcnicas que
banalizam a educao no contemplando seus aspectos formativos e
humanizadores.
O atendimento educacional especializado ao aluno pblico alvo da educao
especial oferece desafios constantes s suas prticas, pois, nos aspectos da
Educao Inclusiva h a necessidade de suportes pedaggicos que garantam a
permanncia em classe regular com qualidade no acesso aos contedos. Desta
maneira, a formao continuada, torna-se ainda mais importante para os
professores, pois tais profissionais desempenham um papel fundamental na (re)
construo do currculo, devendo ter como intuito promover o sucesso educativo
de todos os seus alunos.
10
Portanto, levando em considerao que a educao direito de todos,
acentua-se o princpio da igualdade no acesso e na permanncia na instituio
escolar, respeitando a singularidade de cada aluno. Esse o princpio da
incluso. Desta maneira, um atendimento educacional especializado pode existir,
sem problemas, para equilibrar esta situao sem que isso v contra o princpio
de igualdade.
O Manual de Orientao: Programa de Implantao de Salas de Recursos
Multifuncionais (BRASIL, 2010), apresenta os aspectos legais e pedaggicos do
atendimento educacional especializado; os objetivos e aes do programa de
implantao de salas de recursos multifuncionais; as condies gerais de sua
implantao e as especificidades de cada tipo de sala de recurso multifuncional.
Separando-as em: Tipo I e Tipo II, onde cada um deles recebem kits contendo
materiais direcionados a: Equipamentos, Mobilirios e Materiais
Didtico/Pedaggico.
Os equipamentos das salas de recursos multifuncionais do Tipo I so
direcionados para o atendimento educacional especializado aos alunos que
apresentam as deficincias no geral, exceto alguns materiais especficos para os
alunos com deficincia visual.
11
Quadro 1 Salas de Recursos Multifuncionais do Tipo I (Fonte: Manual de Orientao:
Programa de Implantao de Salas de Recursos Multifuncionais)
12
Quadro 2 Salas de Recursos Multifuncionais do Tipo II (Fonte: Manual de Orientao:
Programa de Implantao de Salas de Recursos Multifuncionais)
13
pranchas de comunicao que a gente faz no Mover Make, mas
no todo aluno que tem problema na fala que pode, quer dizer
na minha cabea, que pode usar aquilo, porque de repente ele t
fazendo um trabalho com o fono que pode atrapalhar, que pode
ficar viciado em s usar a plaquinha e no desenvolver a fala.
Ento, assim, minha curiosidade agora nessa rea de tecnologia
assistiva, quando se deve usar, quais so os recursos. Que eu
conheo, mas no conheo tantos como eu gostaria, e quando
que gente t, tem essa autonomia de introduzir, de forma que no
atrapalhe. (MIRANDA & GALVO, 2014, p.10-11)
14
IX - desenho universal: concepo de espaos, artefatos e
produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas,
com diferentes caractersticas antropomtricas e sensoriais, de
forma autnoma, segura e confortvel, constituindo-se nos
elementos ou solues que compem a acessibilidade.
15
Pargrafo nico. So ajudas tcnicas:
I - prteses auditivas, visuais e fsicas;
II - rteses que favoream a adequao funcional;
III - equipamentos e elementos necessrios terapia e
reabilitao da pessoa portadora de deficincia;
IV - equipamentos, maquinarias e utenslios de trabalho
especialmente desenhados ou adaptados para uso por pessoa
portadora de deficincia;
V - elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal
necessrios para facilitar a autonomia e a segurana da pessoa
portadora de deficincia;
VI - elementos especiais para facilitar a comunicao, a
informao e a sinalizao para pessoa portadora de deficincia;
VII - equipamentos e material pedaggico especial para educao,
capacitao e recreao da pessoa portadora de deficincia;
VIII - adaptaes ambientais e outras que garantam o acesso, a
melhoria funcional e a autonomia pessoal; e
IX - bolsas coletoras para os portadores de ostomia.
16
auxiliar o professor no processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que o
professor tenha a sua disposio uma importante ferramenta na busca do
desenvolvimento de seu aluno e que o computador sozinho no gera avano da
qualidade da educao; por si s, ele no agente de nada. O que qualifica o
uso desse instrumento na educao seria a melhoria da qualidade da interao
professor-computador-aluno.
Hasselbring & Bausch (2005, p.72), que tambm descrevem a tecnologia
assistiva como sendo ferramentas que vem a auxiliar as pessoas com
necessidade educacional especial, as separam em dois grupos: as de alta
tecnologia (como o computador) e as de baixa tecnologia (como os ponteiros de
cabea ou lpis).
J o Assistive Technology - A Special Education Guide to Assistive
Technology, (Division of Special Education, 2004, p.18) guia preparado pelo
Escritrio da Instruo Pblica de Montana/EUA, destaca que a deciso sobre a
utilizao da tecnologia assistiva deve ser a partir da elaborao do PEI 6, que
deve sinalizar o tipo de tecnologia assistiva que o aluno precisa. Alm disso, o
Guia destaca nove etapas de processo do uso da tecnologia assistiva: (a)
Identificar eventual necessidade de dispositivos ou servios de tecnologia
assistiva; (b) Coletar e analisar informaes sobre o aluno; (c) Listar todas as
estratgias e dispositivos da tecnologia assistiva como estratgias de ensino; (d)
Se necessrio, incluir pessoas com experincia em reas especficas; (e)
Identificar e selecionar estratgias e dispositivos de tecnologia assistiva para
serem usados em cada ambiente; (f) Desenvolver um plano para ensaios de
dispositivos e estratgias que esto sendo considerados; (g) Criar um plano para
a obteno de dispositivos que so bem sucedidos e um plano para a formao
dos estudantes, funcionrios, responsveis e outras pessoas no uso da estratgia
de tecnologia assistiva; (h) Desenvolver um plano de manuteno e reparao; (i)
Avaliar rotineiramente a eficcia da tecnologia assistiva.
importante ressaltar que para que os professores faam uso desses
materiais, necessrio que os mesmos obtenham uma formao que os habilite.
6
PEI Plano de Ensino Individualizado, descrito por Glat e Pletsch (2013, p.22) como sendo um
recurso para orquestrar, de forma mais efetiva, propostas pedaggicas que contemplem as
demandas de cada aluno, a partir de objetivos gerais elaborados para a turma. uma alternativa
promissora, na medida em que oferece parmetros mais claros a serem atingidos, sem negar os
objetivos gerais colocados pelas propostas curriculares.
17
Pois, a utilizao adequada da tecnologia assistiva na escola vem a ser uma
importante estratgia de desenvolvimento dos alunos pblico alvo da educao
especial na superao de suas dificuldades educacionais e sociais, buscando
assim, oferecer reais oportunidades de aprendizagem e insero social.
18
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar a formao dos professores de classes inclusivas e salas de
recursos acerca do uso da tecnologia assistiva para alunos pblico alvo da
educao especial.
19
3 MATERIAL E MTODOS
3.1 METODOLOGIA
3.1.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa de natureza qualitativa em que se optou pela pesquisa-ao,
atravs da realizao de encontros preliminares com integrantes da Secretaria
Municipal de Educao de Rio das Flres. Ressaltando que a parceria com o
municpio de Rio das Flres se deu a partir de reunies preliminares com o grupo
da secretaria, que buscou uma parceria extensionista com o NEEI (coordenado
pela orientadora desta dissertao), onde foi identificado que uma das maiores
dificuldades do professorado era o uso dos materiais da tecnologia assistiva.
A pesquisa se deu, ento, com a realizao de um encontro com Secretaria
Municipal de Educao de Rio das Flres e com a realizao de trs oficinas
oferecidas aos professores de classes inclusivas e de salas de recursos. Nelas
foram apresentados aos professores alguns recursos de tecnologia assistiva e
solicitado que os participantes respondessem a dois questionrios semiabertos,
sendo um pr-teste (Apndice-4), composto de oito perguntas, sendo sete abertas
e uma fechada e um ps-teste (Apndice-5), composto de seis perguntas, sendo
trs abertas e trs fechadas.
Os questionrios visaram pesquisar a respeito da tecnologia assistiva e do
Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do uso da
Tecnologia Assistiva, produto final desta dissertao. Resaltando que as oficinas
ocorriam com intervalos de no mnimo um ms, para que fosse possvel analisar
os dados obtidos em cada uma delas e assim a prxima oficina j seria realizada
a partir das demandas apresentadas pelos professores.
Para a pesquisa-ao foi utilizado os princpios propostos por Thiollent
20
de coletas de informaes, documentais ou orais que busque as melhores aes
para com a avaliao e os resultados apresentados, que podem implicar a
redefinio do problema.
21
3.1.2 ETAPAS DA METODOLOGIA
A metodologia da presente pesquisa-ao seguiu as seguintes etapas:
I- Reunio com a equipe da Secretaria Municipal de Educao para
identificar as necessidades do campo e apresentar nossa proposta de
atividade.
II- Estudo dos materiais de tecnologia assistiva aps a identificao das
necessidades apresentadas pelo municpio.
III- Anlise e escolha dos softwares utilizados nas oficinas para a
construo do Guia, objetivando os benefcios que tais programas
poderiam trazer para a prtica pedaggica dos professores, sua
funcionalidade, pontos positivos e negativos.
IV- Entrada no campo da pesquisa com a realizao de trs oficinas, uma
vez por ms cada, onde foram aplicados os questionrios, apresentados
os programas e o Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis a
partir do uso da Tecnologia Assistiva para os professores de classes
inclusivas e salas de recursos.
V- Coleta de dados atravs de dois questionrios semi-abertos, um pr-
teste e outro ps-teste, respondidos pelos professores, contendo: oito
perguntas (pr-teste) e seis perguntas (ps-teste) e registros orais dos
encontros com os professores atravs de gravaes em udio durante a
realizao das oficinas. Essa Coleta teve como objetivo realizar um
levantamento dos aspectos negativos e positivos a respeito dos recursos
de tecnologia assistiva de forma geral e dos softwares apresentados nas
oficinas. Alm da formao, acadmica e continuada, que o professor
teve sobre o uso de tais recursos.
VI- Anlise do material coletado atravs da apreciao dos conhecimentos
dos professores sobre o uso da tecnologia assistiva, em especial dos
softwares educativos ou inclusivos. Valorizando os recursos e
estimulando a iniciativa e criatividade dos professores.
22
pesquisa no mnimo 20 professores de classes inclusivas e salas de recursos
multifuncionais para participarem das oficinas e encontros, tendo como critrio
para a seleo desses profissionais a demonstrao de interesse pelo tema da
pesquisa e o comprometimento com a assiduidade e com o efeito multiplicador, o
repasse do material dos encontros e das reflexes destes para os demais
membros da escola.
Ressaltando que os encontros e oficinas foram realizados com o intuito de
colher dados da realidade vivenciada pelos professores e de traar as diretrizes
do procedimento desta pesquisa. E que nas oficinas, a pesquisadora aplicou
questionrios, realizou observao participante, com quatro horas de gravaes
em udio por encontro, totalizando 12h de udio, e apontamentos que eram
analisados nos intervalos entre as oficinas. Onde ao final das duas primeiras
oficinas, os sujeitos sugeriram as necessrias reformulaes no Guia de
Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do uso da Tecnologia
Assistiva. Estas foram feitas pela pesquisadora, atendendo s sugestes,
adequando assim o material s demandas sugeridas pelos professores e
apresentadas na terceira e ltima oficina.
Contexto
O critrio de escolha do municpio foi disponibilidade da equipe gestora em
participar do projeto de pesquisa e extenso e liberar os professores para
participarem das oficinas propostas.
O municpio de Rio das Flres fica localizado na Regio do Mdio Paraba,
no Estado do Rio de Janeiro, divisa com o Estado de Minas Gerais, e, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatstica IBGE, 20147, possui uma
populao estimada de 8.838 habitantes. O municpio conta com uma rea de
477,662 km2.
Na Figura 1, possvel observar que o municpio de Rio das Flres no
um municpio pequeno, no que trata de territrio, e que se encontra na divisa
entre o estado do Rio de Janeiro com estado de Minas Gerais.
7
Dados disponveis em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=330450. Acessado em
abr. de 2015.
23
Figura 1 Mapa do Estado do Rio de Janeiro com a diviso de cada uma de suas
regies, com destaque para Rio das Flres (Site: CEPERJ).
Figura 2 Mapa do Municpio de Rio das Flres (Site: IVT- Instituto Virtual de Turismo).
24
Atualmente Rio das Flres tem sua economia voltada para a pecuria e
turismo, apresentando como ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) 8 0.680.
Como possvel observar no Quadro 3, que apresenta o alm do IDH do
Municpio de Rio das Flres.
Tabela 1 IDH do Municpio de Rio das Flres (Fonte: Ranking IDH 2010-Brasil9)
Tipo de IDH Valor do IDH
IDH-Municipal 0.680
IDH-Renda 0.664
IDH-Longevidade 0.822
IDH-Educao 0.575
25
municipalizada em 1992 e com o seu ensino suspenso pelo Decreto n 083 de 21
de julho de 2008.
Em 2007, foi criado o CAPNEE (Centro de Apoio s Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais) e em 2013 passou por uma reforma
estrutura pedaggica, de acordo com as legislaes atuais sobre a Educao
Especial e o atendimento educacional especializado, contando em sua grade de
funcionrios: professores de educao especial e de educao fsica, psiclogos,
psicopedagogos, fonoaudilogos, musicoterapeuta e monitores.
O CAPNEE possui trs turmas de Educao Especial e seus alunos so
atendidos visando desenvolver as suas potencialidades, bem como promover
atividades acadmicas, de vida diria e de socializao. Sendo importante
destacar que no ano de 2014 foram atendidos 38 alunos com laudos e que alm
deles frequentarem o CAPNEE os mesmos estavam devidamente matriculados
no ensino regular do municpio.
Atualmente o municpio possui: uma escola especial (CAPNEE) e 16 escolas
regulares, que atendem cerca de 2.240 alunos e onde atuam 215 professores.
Sendo que cinco dessas escolas possuem salas de recursos, das quais: duas
foram montadas pelo MEC (sendo uma com gesto compartilhada com a
Secretaria Estadual de Educao do Rio de Janeiro), e as outras trs escolas pela
prpria prefeitura municipal de Rio das Flres. Outro dado importante que alm
dos 38 alunos atendidos no CAPNEE, o municpio atende mais 25 alunos, pblico
alvo da educao especial, nas salas de recursos.
Alm das duas salas de recursos multifuncionais do MEC, segundo o
Observatrio do Viver sem Limites, o municpio recebeu equipamentos e servios
existentes, por meio do projeto Escola Acessvel, em duas de suas escolas,
sendo uma delas de gesto compartilhada com a Secretaria Estadual de
Educao do Rio de Janeiro.
Segundo dados disponveis no Site Painel de Controle do MEC, o municpio
possui auxilio do governo federal atravs de: seis nibus adquiridos pelo
Programa Caminho da Escola; quatro escolas beneficiadas pelo Recurso
financeiro transferido pelo PDDE (total de R$ 19.200,00); oito escolas fazendo
parte do programa Mais Educao; R$ 313.790,47 em recursos repassados para
Educao Integral (Mais Educao); R$ 62.760,00 em recursos repassados para o
Ensino Fundamental.
26
3.2 DESENVOLVIMENTO: REALIZAO DAS OFICINAS
3.2.1 ORGANIZAO DAS OFICINAS
A primeira oficina teve como objetivo apresentar aos participantes: a
pesquisa e a tecnologia assistiva por meio de trs tpicos: O que ?, seu objetivo
e seu uso. Para isso, primeiramente foi apresentado pesquisa, destacando a
sua aprovao no Comit de tica da Plataforma Brasil e a solicitao de que os
participantes assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Aps essa etapa foi apresentado o termo tecnologia assistiva e uma
investigao prvia com os participantes, observando os conhecimentos j
existentes sobre o uso de tais recursos no processo de ensino e aprendizado dos
alunos publico alvo da educao especial. Essa etapa foi feita a partir da
observao entre as discusses apresentadas na oficina e das respostas obtidas
atravs do questionrio pr-teste.
A segunda oficina se deu com a apresentao dos softwares selecionados
(ABC do Sebran, Braille Fcil, DosVox, Editor Livre de Prancha e LetMe Talk), a
fim, de que, se pudesse analisar as dificuldades e facilidades apresentadas pelos
professores para com a utilizao de tais recursos. Nesta etapa da pesquisa as
observaes foram realizadas a partir das falas dos professores e de uma
avaliao, oral, a respeito da oficina, em que os participantes apontaram os
pontos positivos e negativos dos softwares.
J a terceira e ltima oficina, teve como meta apresentar aos professores o
Guia de Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do uso da
Tecnologia Assistiva, que foi confeccionado com base nas observaes feitas
durante a realizao das duas primeiras. E ao final, foi solicitado que os
participantes respondessem um questionrio ps-teste sobre os conhecimentos
adquiridos a respeito da tecnologia assistiva e dos recursos apresentados no Guia
sobre a utilizao do guia e uma breve avaliao, apontando os pontos positivos e
negativos da mesma.
27
ABC, Chuva de Letras e Chuva 1+2), que visam ajudar o aluno na rea da
Matemtica (nmeros de 1-9 e adio simples) e da Lngua Portuguesa (alfabeto
e escrita), alm de auxiliar na coordenao motora, ateno e raciocnio lgico.
composto por: figuras coloridas, msica (opcional), jogos alfabetizantes e leituras
para as crianas que se encontram na etapa de alfabetizao.
Alm das apresentaes dos jogos, foram destacados o Menu do programa,
com as suas principais funes (Escolha do idioma, Efeitos sonoros, Velocidade
exerccio e Estilo das letras utilizadas nas atividades).
importante ressaltar que o programa pode ser em outros idiomas, podendo
assim ser aproveitado para trabalhar outros idiomas (lngua inglesa, espanhola,
francesa, dentre outras), bastando apenas que o idioma desejado se encontre
entre as opes do seu sistema funcional.
O ABC do Sebran foi desenvolvido pelo Instituto Federal de Educao,
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Sul Campos Bento Gonalves.
Braille Fcil11
Software desenvolvido para auxiliar a criao de textos no Sistema Braille12,
transcrevendo os documentos que seriam impressos em tinta para documentos
impressos em Braille.
O programa possibilita que a pessoa que no tem conhecimento especfico
do Braille, seja capaz de escrever um documento neste sistema. Porm,
11
Dados disponveis no site: http://intervox.nce.ufrj.br/brfacil/. Acessado em mai. de 2014.
12
Sistema de escrita em relevo desenvolvido na Frana por Louis Braille, um jovem cego,
reconhecendo-se o ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educao e
a integrao dos deficientes visuais na sociedade. O Sistema Braille constituiu pela
combinao de 6 pontos, que apresenta letras simples e acentuadas, nmeros, pontuaes e
notas musicais.
28
importante destacar que mesmo com as facilidades que a ferramenta proporciona
oportuno que o usurio tenha um pouco de conhecimento quando for realizar
uma transcrio mais especfica, como no caso das fraes matemticas.
Das funes que o Braille Fcil possui, foram destacados: Escrever
documento em Braille, Visualizar linhas em Braille, Visualizar documento em
Braille, Abrir documento existente, Abrir novo documento, Salvar documento,
Imprimir, Configurar impressora, Inserir smbolo e Outras funes (cortar, copiar,
colar, quebra de pgina, negrito-itlico-sublinhado, centralizar o texto, etc.)
O Braille Fcil foi desenvolvido no Ncleo de Computao Eletrnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ), pelos professores Jos
Antnio Borges e Geraldo Jos Chagas Jr.
DosVox13
Software usado como leitor de tela de computadores passando as
informaes presentes no computador atravs de som, proporcionando que a
pessoa com deficincia visual acesse todo o sistema do computador atravs de
um sintetizador de voz. O programa ainda contm jogos educativos que podem
ser utilizados por pessoas que no sejam deficientes visuais, assim tambm como
os suas demais funes.
Das funes que o Dosvox possui, foram destacados: Velocidade, Testar
teclado, Subdiretrios, Escrever texto, Editar texto, Leitura, Gravar e ouvir arquivo
em udio, Jogos e Fechar o programa.
O Dosvox comeou a ser desenvolvido em 1993, no NCE/UFRJ, sob a
coordenao do Prof. Jos Antnio Borges.
13
Dados disponveis no site: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/. Acessado em mai. de 2014.
29
Figura 5 Software Dosvox
14
Dados disponveis no site: http://www.ler.pucpr.br/amplisoft/. Acessado em mai. de 2014.
15
Segundo Walter & Almeida, Comunicao Alternativa e ampliada um termo utilizado para
definir outras formas de comunicao como o uso de gestos, expresses faciais, o uso de
pranchas de alfabeto ou sinais pictogrficos, comunicadores com vos sintetizastes e tabletes.
considerada Alternativa quando o indivduo no apresenta outra forma de comunicao, e
considerada Ampliada quando o individuo possui alguma comunicao, mas essa no
suficiente para a suas trocas.
16
Sistema de escrita em que as ideias e os objetos so representados por desenhos.
30
Figura 6 Software Editor Livre de Prancha
LetMe Talk17
Software de Comunicao Alternativa e Ampliada para dispositivos mveis,
tipo Android, que pode ser utilizado por autistas, paralisados cerebrais, Sndrome
de Down, desordens de articulao/fonolgicas e etc. Contm mais de 9.000
imagens em seu banco de dados e permite a importao de imagens salvas no
dispositivo, podendo inclusive adicionar fotos retiradas na hora.
Das funes que o LetMe Talk possui, foram destacados: Criar pasta, Dar
uma imagem a pasta, Abrir as pastas, Nomear a pasta, Inserir nova imagem,
Excluir imagem ou pasta, Alterar nome da figura, Apagar a figura da lista de
comunicao e Ouvir o que foi descrito.
O programa interessante, pois pelo fato de ser para dispositivos mveis do
tipo Android, pode ser instalado tanto em tablets, quanto em celulares que
atendam essa caracterstica. Fazendo assim, com que o recurso possa ser
utilizado por um numero maior de pessoas e nos mais diferentes ambientes
possveis.
17
Dados disponveis no site: http://www.letmetalk.info/. Acessado em mai. de 2014.
31
4 RESULTADOS
Como mencionado anteriormente, a pesquisa iniciou-se com a realizao de
encontros com a equipe da Educao Especial do municpio de Rio das Flores e
contou, a princpio, com a participao de 27 professores de classes inclusiva e
salas de recursos nas oficinas. Ressaltando que desses 27 professores, trs se
retiraram do processo sem informar os motivos.
32
levadas atividades previamente planejadas pela pesquisadora e sua orientadora,
atendendo sempre os objetivos propostos pela pesquisa. Entretendo houve
flexibilidade no planejamento, a fim de atender demanda dos sujeitos envolvidos
e da situao apresentados por eles.
Durante esses encontros e da realizao da pesquisa sobre os softwares
ficou decidido que embora os softwares selecionados, a princpio, tenham sido o
ABC do Sebran, o Braille Fcil, o Boardmaker, o Editor Livre de Prancha, o NVDA
e o Tobii Sono Flex, os programas Boardmaker, NVDA e Tobii Sono Flex no
iriam fazer parte do Guia.
A retirada do Boardmaker se deu pelo fato do programa ser um software
pago, mesmo sabendo que ele faz parte do kit enviando pelo MEC para as salas
de recursos multifuncionais, e pelo fato de ser um software que s pode ser usado
em um computador por vez ( necessrio que alm de instal-lo no computador o
usurio ao fazer seu uso, coloque o CD no computador). Ou seja, o uso do
software durante a realizao da oficina se tornou impossvel, pois precisaramos
de no mnimo 28 CDs do Boardmaker (um para o aplicador da oficina e 27 para
os professores que participaram da formao). Alm do fato de j fazer parte do
guia o software Editor Livre de Prancha, que, assim, como o Boardmaker um
programa que tem como intuito a elaborao de pranchas de Comunicao
Alternativa e Ampliada.
J o NVDA foi trocado pelo Dosvox, pelo fato de que alm do Dosvox
tambm ser um leitor de tela, ele possui jogos didticos que podem ser utilizados
por alunos que no so deficientes visuais, ou seja, uma ferramenta que ao ser
instalada poder atender um nmero maior de alunos pblico alvo da educao
especial. E o Tobii Sono Flex foi trocado pelo LetMe Talk, por consideramos que o
LetMe Talk um aplicativo mais completo e de fcil manuseio, alm de ser
totalmente gratuito, enquanto o Tobii Sono Flex pago e encontra-se disponvel
para iPhone, iPod, iPad, PCs e dispositivos de voz regulares dedicados que
executam o Tobii Communicator18.
A partir desses dados, foi elaborado o Guia de Produo de Materiais
Didticos Acessveis a partir do uso da Tecnologia Assistiva, produto final desta
dissertao. Contando com:
18
Informao obtida no site: https://itunes.apple.com/br/app/sono-flex/id463697022?mt=8.
Acessado em mai. de 2014.
33
Introduo
I. Uso da Tecnologia Assistiva;
II. Poltica das Salas de Recursos Multifuncionais.
Apresentao dos Softwares selecionados (ABC do Sebran, Braille Fcil,
DosVox, Editor Livre de Prancha e LetMe Talk)
I. Breve explicao a respeito dos softwares;
II. Etapas de instalao de cada softwares;
III. Informaes bsicas dos softwares;
IV. Principais funes dos softwares;
V. Observaes finais.
Resaltando que sua elaborao deu-se a partir dos elementos obtidos nos
encontros e com a participao dos professores de classes inclusivas e salas de
recursos nas oficinas e que o buscando atender a necessidades apresentadas por
ele, o material final acabou sendo finalizado com 188 pginas, como se pode
observar no Apndice-6 que apresenta o sumrio do guia.
34
4.2 RESULTADOS APRESENTADOS NO PR-TESTE
4.2.1 PERFIL DOS PROFESSORES
Como primeiro dado da pesquisa, foi perguntando sobre o tempo de
magistrio dos professores, no foi questionado aqui o tempo em que estes
atendem aos alunos pblico alvo da educao especial, mas sim o tempo de
magistrio. Foram encontrados os seguintes dados.
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Menos de 1 1-5 anos 6-10 anos 11-15 anos 16-20 anos Mais de 20
ano anos
possvel observar que a maioria dos professores atua entre seis a dez
anos (oito professores), praticamente empatada com os professores que atuam
entre um a cinco anos (sete professores) e que quatro professores atuam a mais
de 20 anos e apenas um ainda no completou nem ao menos um ano de
magistrio. Ou seja, 16 professores atuam no mximo h dez anos no magistrio,
enquanto 11 atuam h mais de 11 anos no magistrio.
Ao analisarmos o tempo de magistrio, observamos que os professores com
maior tempo no magistrio, foram os que mais relataram sobre a falta de uma
formao a respeito dos recursos de tecnologia assistiva. Como podemos
observar na fala de um professor, com mais de 20 anos de magistrio, a respeito
se durante sua formao ouviu falar da tecnologia assistiva. P-16: No, at
porque sou formada h muito tempo na faculdade(...).
Sobre a formao dos professores, chama ateno que dos 27 professores
pesquisados, 10 possuem o Ensino Mdio na modalidade Normal. Sendo que
destes 10 professores, quatro, menos da metade, esto fazendo alguma
35
graduao, enquanto os demais possuem somente a formao mnima para o
exerccio do magistrio (Ensino Mdio na modalidade Normal). Tal informao
possvel ser visualizada a partir da figura apresentada abaixo.
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Normal Normal + Pedagogia Outras Graduao + Outras
Graduao Licenciaturas Ps-Graduao
Incompleta
36
16
14
12
10
0
Menos de 1 ano 1-5 anos 6-10 anos Mais de 10 anos
Figura 12 Tempo de atuao dos professores com os alunos pblico alvo da educao
especial
Mais uma vez, essa pergunta se deu para se observar o perfil dos
participantes das oficinas. Onde se concluiu que a maioria deles professores
trabalha com alunos pblico alvo da educao especial h no mximo cinco
anos (19 professores), ou seja, j deste comeara, a atender os alunos
pblico alvo da educao especial, j se tinha a poltica de atendimento
educacional especializado com salas de recursos.
Outro dado importante que podemos correlacionar com o grfico acima
so algumas falas durante a oficina, onde os professores destacam que se
sentem um pouco inseguros, com relao ao atendimento aos alunos pblico
alvo da educao especial, podendo inclusive ligar essa insegurana a falta
de conhecimento. Eu comecei a trabalhar com eles tem pouco tempo. E
devido a minha formao, eu diria defeituosa, tambm no me sinto muito
preparada para isso. (fala de um dos professores durante a realizao da
oficina).
A respeito das necessidades educacionais atendidas pelos professores
participantes da pesquisa, destaca-se que:
37
25
20
15
10
0
DA DV DI DF PC TGDs AH/SD
19
Separamos a Deficincia Fsica da Paralsia Cerebral, por entendermos que muitas vezes as
limitaes ocacionadas pela paralisia cerebral demandam um maior suporte no atendimento
educacional especializado do que com os alunos com deficincia fsica.
38
comunicao e por padres limitados e estereotipados de comportamentos e
interesses, e, englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses
infantis, a Sndrome de Kanner e a Sndrome de Rett.
P-17: a primeira vez que ouo este termo; acredito que tenha
tido contato com essa terminologia usando outro nome.
39
Sobre o uso da tecnologia assistiva os professores respondera que,
obtivemos como resposta:
16
14
12
10
0
Sim No
40
P-16: Se pensarmos em tecnologia, fazemos uso de datashow,
computadores e DVD, mas programas especficos de
computadores no. Isso ocorre por falta de conhecimento.
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Sim No
41
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Sim No
Destaca-se que o sim fica na frente com apenas cinco professores, embora
alguns professores escrevam em suas respostas que o municpio vem oferecendo
palestras e oficinas, os mesmos, no consideram tais atividades como fazendo
parte de uma formao continuada. P-24: Formao continuada no. O que
tivemos so palestras especficas. Outros relatam que o municpio vem
comeando a realizar essas formaes: P-14 Estamos iniciando agora com
oficinas e alguns cursos oferecidos. Seria interessante oferecer para os cursos
um curso de ps em AEE
42
Produo de Materiais Didticos Acessveis a partir do uso da Tecnologia
Assistiva, os mesmos apontam para a orientao e o aprendizado para o uso de
tais ferramentas.
43
14
12
10
0
ABC do LetMe Talk Dosvox Editor Livre de Braille Fcil Nenhum
Sebran Pranchas
Figura 17 Softwares que os professores j tinham ouvido falar antes das oficinas
Este dado vem mais uma vez a reafirmar a importncia de nossa pesquisa,
pois alguns dos softwares, como o Dosvox, so ferramentas muito usadas pelas
pessoas com deficincia.
J quando perguntados sobre os softwares que j faziam uso antes da
realizao da oficina, os professores apontaram:
44
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
ABC do LetMe Talk Dosvox Editor Livre de Braille Fcil Nenhum
Sebran Pranchas
Dos sete professores que disseram fazer uso de alguns dos softwares
apresentados: o Dosvox aparece em primeiro lugar com seis professores seguido
do ABC do Sebran com quatro professores e em ltimo o LetMe Talk que no
chegou a ser mencionado por nenum dos professores neste item.
45
P-17: So recursos e servios que nos auxiliam a ampliar as
habilidades funcionais de pessoas com deficincia, promover
maior independncia para elas.
46
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
ABC do Sebran Braille Fcil Dosvox Editor Livre de LetMe Talk
Prancha
P-3: Sou apaixonada por tecnologia, por isso tudo que conheo
aplico em minhas atividades dirias.
47
ele ainda no est preparado para aquele nivel do jogo s eu
voltar para o nivel anterior. (fala de um dos professores durante a
realizao da oficina)
48
poder ser utilizado em celulares, isso me faz pensar que podemos
apresenta-lo para os pais dos nossos alunos que no conseguem
se comunicar, para que eles usem com seus filhos em casa
tambm. (fala de um dos professores durante a realizao da
oficina)
49
5 DISCUSSO
5.1 PRIMEIRA OFICINA: APRESENTAO DA TECNOLOGIA
ASSISTIVA
A primeira oficina se iniciou com a apresentao da ementa e com a entrega
de um questionrio pr-teste, composto de oito perguntas (sobre os seus
conhecimentos a respeito da tecnologia assistiva, sua formao, sua atuao
profissional e sua expectativa com o Guia de Produo de Material Acessvel a
partir do uso da Tecnologia Assistiva) e uma breve identificao (nome, idade,
formao, tempo de magistrio e e-mail). Visando realizar uma investigao
prvia com os participantes a respeito dos conhecimentos j existentes sobre o
uso de tais recursos no processo de ensino e aprendizado dos educando com
deficincias, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotao.
Ao final desta etapa deu-se incio a apresentao de um Power Point sobre
a tecnologia assistiva e a entrega de um material impresso que contava com uma
lista das principais legislaes a respeito do atendimento educacional
especializado e da tecnologia assistiva, intitulado Material Oficina 1 Teoria
(Apndice-3). Sendo importante destacar que durante a realizao da oficina, foi
estimulada a participao dos professores e que a mesma foi devidamente
gravada em udio para que pudesse ser realizada uma anlise no apenas do
questionrio, mas tambm de suas falas. E, ao final, foi solicitado que os
participantes realizassem uma avaliao da oficina, apontando assim, os pontos
positivos e negativos da mesma.
50
Ao iniciarmos a discusso a respeito dos dados obtidos no pr-teste, foi
possvel observar que no item referente a apresentao dos professores que os
mais destacaram a falta de conhecimento sobre a tecnologia assistiva, foram os
professores que atuavam a mais de 10 anos no magistrio. Tal caracterstica
pode ser entendida pelo fato dessa discusso ainda ser recente no Brasil. Pois,
segundo Bersch (2013, p.02-03), somente em 2006 a Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidncia da Repblica - SEDH/PR, constituiu atravs da
portaria n 142, o Comit de Ajudas Tcnicas - CAT, que tinha como objetivos
principais: (a) apresentar propostas de polticas governamentais e parcerias entre
a sociedade civil e rgos pblicos referentes rea de tecnologia assistiva; (b)
estruturar as diretrizes da rea de conhecimento; (c) realizar levantamento dos
recursos humanos que atualmente trabalham com o tema; (d) detectar os centros
regionais de referncia, objetivando a formao de rede nacional integrada; (e)
estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criao de centros de
referncia; (f) propor a criao de cursos na rea de tecnologia assistiva, bem
como o desenvolvimento de outras aes com o objetivo de formar recursos
humanos qualificados e propor a elaborao de estudos e pesquisas,
relacionados com o tema da tecnologia assistiva.
J a respeito do tempo de atuao desses profissionais com os alunos pbico
alvo da educao especial, chamou ateno durante os depoimentos dos
professores na oficina, foi o fato de que alguns deles sentirem-se inseguros para
a realizao do atendimento a essa clientela. Esse tipo de fala reafirma a
importncia da realizao desse estudo, pois demostra a insegurana que os
profissionais muitas vezes sentem quando se veem na necessitade de atenderem
os alunos pblico alvo da educao especial.
Estudos do ONEESP tambm relatam essa insegurana por parte dos
professores, como exposto por Silva, Tartuci & Deus (2014, p.10) ao falarem da
inquietao dos professores (...)mostra um desconhecimento sobre o que a
legislao regulamenta sobre seu papel e sua atuao no atendimento
educacional especializado. A falta de esclarecimento gera um sentimento de
insegurana e de incerteza.
Atravs dos dados apresentados, observou-se um nmero considervel de
alunos atendidos pelos professores classificados com Transtornos Globais do
Desenvolvimento (23 professores num total de 27) e que segundo Lopes-Herrera
51
& Almeida (2008) pode est relacionado ao fato de que
52
ambientes escolares, nos levando a pensar sobre o que estabelecido no
Decreto n 5296/04 (BRASIL, 2004), que estabelece em seu art. 65, inciso IV, que
caber ao poder pblico viabilizar estabelecimento de parcerias com escolas e
centros de educao profissional, centros de ensino universitrios e de pesquisa,
no sentido de incrementar a formao de profissionais na rea de ajudas
tcnicas, e, do Decreto 3298/99 (BRASIL, 1999), que descreve em seu art. 7,
inciso IV, como sendo um dos objetivos da Poltica Nacional para a Integrao da
Pessoa Portadora de Deficincia a formao de recursos humanos para
atendimento da pessoa portadora de deficincia. Ou seja, proporcionar as
instituies oportunidades para o oferecimento de formaes a respeito do uso da
tecnologia assistiva.
Outro dado observado nos questionrios foi a resposta de um professor que
mesmo respondendo que faziam uso de alguns materiais (DVD, datashow),
acabou respondendo que no fazia uso da tecnologia assistiva, por entender que
tais recursos estavam ligados ao uso de programas.
Assim como a resposta apresentada acima, outras tambm vieram a
demonstrar a falta de uma formao inicial e continuada adequada que trate
sobre os tipos de tecnologia assistiva que podem ser utilizadas no atendimento
aos alunos pblico alvo da educao especial. Esse dado chama ateno, pois a
Resoluo n 04, sobre as Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado na Educao Bsica, modalidade Educao Especial
(BRASIL, 2009), que descreve em seu art. 13, inciso VII, que cabe ao professor
ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais
dos alunos, promovendo autonomia e participao..
importante destacar que embora aponte a obrigao do professor em
utilizar tais recursos de forma adequada, a LDBEN 9.394 (BRASIL, 1996),
estabelece que
53
professores responderam que no o fazem. Isso nos leva a pensar a respeito dos
objetivos do atendimento educacional especializado e que nem sempre eles so
alcanados, pois de acordo com o Decreto n 7.611/11 (BRASIL, 2011), em seu
Art. 3, so objetivos de tal atendimento
54
domiciliares, para a oferta dos servios e recursos de educao
especial.
Para assegurar a intersetorialidade na implementao das
polticas pblicas a formao deve contemplar conhecimentos de
gesto de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o
desenvolvimento de projetos em parceria com outras reas,
visando acessibilidade arquitetnica, os atendimentos de sade,
a promoo de aes de assistncia social, trabalho e justia.
55
Figura 21 2 Oficina: Apresentao dos softwares
56
fechadas e que tratavam dos programas apresentados e do conhecimento
adquirido a respeito da tecnologia assistiva. Como primeiro dado para discutir
aqui, tivemos o fato de que embora alguns professores tenham respondido que j
conheciam alguns dos softwares apresentados, o mesmo no aconteceu quando
questionados sobre o uso que eles j faziam a respeito de tais recursos.
Apontando que nem sempre ter conhecimento sobre determinado assunto, no
caso aqui da tecnologia assistiva, significa que o seu uso estar garantido. Pois,
muitas vezes esses conhecimentos so apenas tericos e no prticos.
57
habilidades ou superdotao, pblico para alm de suas necessidades
educacionais especiais, no reconhecimento das diferenas e singularidades dos
indivduos.
Por ltimo importante ressaltar que os professores demostravam grande
espectativa para com o guia e que sentiam-se comtemplatos com os softwares
apresentados.
58
6 CONSIDERAES FINAIS
Ao analisar as polticas pblicas e as leis referentes ao sistema educacional,
percebeu-se que nem sempre as aes pblicas condizem com as legislaes
vigentes no Brasil, como podemos observar nas pesquisas realizadas pelo
ONEESP ANJOS et al. (2014), Milanesi & Mendes (2014), Miranda & Galvo
(2014) e Mendes, Hostins & Rocha (2014) e que nosso estudo corrobora neste
sentido.
No possamos negar que ao longo da histria houve avanos na incluso
no apenas escolar como tambm social das pessoas com necessidades
especiais. Entretanto, ainda h um longo caminho a ser percorrido para que
tenhamos o atendimento ideal destes alunos nas escolas regulares.
A metodologia utilizada neste estudo mostrou-se adequada e conexa aos
objetivos traados, que requeriam buscar solues para os problemas
apresentados pela pesquisa, atravs de uma atuao dinmica, com a interao
entre os sujeitos e a pesquisadora. Para isso, preocupou-se que esta interao
ocorresse de forma que respeitasse o carter neutro da pesquisa e da coleta de
dados, distinguindo-a de uma simples interveno.
Ao analisarmos o Municpio de Rio de Flores, no que se refere Educao
Especial, verificou-se que o municpio vem buscando atender a legislao
brasileira, oferecendo aos alunos pblico alvo da educao a educao especial,
atravs do CAPNEE com 38 alunos, e do atendimento educacional especializado
nas salas de recursos, com o atendimento de mais 25 alunos. Alm de buscar
parceria com universidades, com o objetivo de oferecer a seus professores uma
formao continuada que dialogue entre a teoria e a prtica.
Foi verificado, tambm, que as principais demandas dos professores deste
municpio estavam direcionadas ao atendimento educacional especializado aos
alunos pblico alvo da educao especial, e que a utilizao da tecnologia
assistiva poderia ser utilizada como uma ferramenta importante no processo de
ensino aprendizado desses alunos. E, a partir de ento, detectou-se que o
Municpio de Rio das Flres seria um local relevante para a realizao desta
pesquisa, pois iramos atender as necessidades apresentadas pela Secretaria
Municipal de Educao e seus professores.
Com relao s analises feitas a partir dos encontros e das oficinas,
59
observamos com as respostas dadas nos questionrios (pr-teste e ps-teste) e
as falas dos professores durante as oficinas e no contato com os gestores da
educao especial, que os professores sentem falta de uma formao inicial e
continuada que trate das demandas apresentada pelos alunos pblico alvo da
educao especial, e, em particular do uso da tecnologia assistiva, ou seja, uma
formao na perspectiva da incluso. Pois, o uso de tal recurso de extrema
importncia para o processo de ensino e aprendizado desses alunos e que esse
conhecimento muitas vezes s possvel ser adquirido atravs de uma formao
continuada, tendo em vista que as instituies de ensino nem sempre tratam
desta temtica.
Os professores apontaram que quanto tecnologia assistiva eles tm
interesse em conhec-las melhor, pois eles entendem que tais recursos so
ferramentas importantes no processo de ensino e aprendizagem dos seus alunos
pblico alvo da educao a educao especial, e, que, inclusive podem ser
utilizados com os demais alunos. Isso demonstra que embora o conhecimento
oferecido na oficina fosse para o atendimento ao aluno pblico alvo da educao
especial, grande parte dos softwares apresentados poderiam ser utilizados com
os demais alunos da escola regular.
Observamos ainda que a partir das apresentaes realizadas sobre a
tecnologia assistiva e dos softwares, os professores se sentiram mais seguros
quanto sua utilizao, e a surpresa quando foi mencionado que todos os
softwares utilizados no Guia eram gratuitos e encontrava-se facilmente a
disposio na internet. Isso acaba fazendo que os mesmos percebam que a
formao continuada no apenas uma obrigao do estado em oferecer, mas
tambm do professor em buscar tal conhecimento.
Para tal, indispensvel sensibilizar-se por meio de um olhar diferenciado,
sobre os alunos e sobre a prpria formao, de maneira mais humana e
consciente, contribuindo no acesso ao conhecimento dos alunos. Apresentando-
lhes questes acerca dos seus direitos, reconhecidos por Leis, a fim de combater
prticas segregadoras vivenciadas historicamente. Essa sensibilizao, foi
possvel ser vista durante todo o processo, fosse atravs da preocupao das
gestoras com a temtica abordada, fosse pela participao efetiva dos
professores, atravs de perguntas e angustias para com o real desenvolvimento
de seus alunos. Pois, segundo Fernandes et al (2009)
60
(...) o processo de incluso s ir acontecer efetivamente quando
os alunos com necessidades educativas especiais estiverem em
sala. No se aprende lendo ou estudando, mas fazendo,
praticando, isto atravs de uma educao que ajude a
transformar a sociedade em algo mais solidrio.
61
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8 APNDICES E ANEXOS
8.1 APNDICES
8.1.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
69
8.1.2 EMENTA DAS OFICINAS
70
71
8.1.3 MATERIAL OFICINA 1 - TEORIA
72
73
8.1.4 PR-TESTE
74
8.1.5 PS-TESTE
75
8.1.6 SUMRIO DO GUIA DE PRODUO DE MATERIAIS DIDTICOS
ACESSVEIS A PARTIR DO USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
76
8.2 ANEXO
8.2.1 PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
77
78
79