Annaes Sci Nat v1
Annaes Sci Nat v1
Annaes Sci Nat v1
rj.f
'ibrarg of ^
OF
Btisewm
COMPARATIYE ZOLOGY,
AT HARVARD COLIEGE, CAMBRIDGE, MASS.
Deposited by
ALEX. AGASSIZ.
No. /lJ/L:
/l/innAj./J.
/^(^^- JtLm^.^
im
ANNAES
DE
CINCIAS NATURAES
PUBLICADOS
POR
AUGUSTO NOBRE
VOLUME PRIMEIRO
PORTO
TYPOGRAPHIA OCCIDENTAL 8o Rua da Fabrica 8o
1894
As Sciencias Naturaes
Estes Mnnaes vem a seu tempo. Representam tamijem uma homenagem memoria preclara do grande infante. A obra da moderna civilisao sobretudo scienlifica, e foram as nossas navegaes e conquistas que rasgaram sciencia os no-
vos horisontes. Mas, se a vista de tantas maravilhas e o trato de gentes to extranhas iniciaram
uma
em
todos os ra-
mos do
sciencias naturaes
desenvolvimento.
que immensa hoje a sua aco! No ha domnio do espirito humano em que ellas se no
tenham
reflectido.
No
suas filhas legitimas, que so as theorias e escholas histricas e evolucionistas nas sciencias sociaes e o realismo na litteratura e na arte seno
manifestaes do predominio das ideias natura-
Chegou-se a ponto de mais d'um philosopho e educador, passando do conhecimento a uma immoderada admirao, endeusar a natureza, como se no fosse ainda mais admirvel o gnio perseverante do homem que perscruta e desvenda
listas?
os seus mysterios.
da natureza materialisou um tanto a vida moderna, requintando as commodidades e os gosos at ao egoismo mas estes excessos foidolatria
;
ram de sobejo resgatados pela prpria dignificao do corpo humano, instrumento precioso do bem, e conjunctamente pela dignificao da mulher, que, como meio de reproduco, andava despresada, da creana, que se descurava tambm como uma cousa physica, dos operrios que, sob a designao de mecnicos, se confundiam com as massas inertes, e de todos os humildes. Tudo
quanto estava prximo da natureza, foi envolvido no mesmo amor. O corao seguiu a marcha da intelUgencia, que se voltara com desvelo para o estudo das almas simples e das instituies rudimentares, como se as sciencias moraes e sociaes quizessem iro encontro das sciencias naturaes para lhes pedir o segredo das suas descobertas. E, de facto, com os bons methodos, com a prtica da observao e comparao, transplantaram-se d*um para outro campo muitas doutrinas fecundas; e at, como sempre succede no ardor das generalidades, no faltou quem proclamasse uma assimilao absoluta, que a conscincia moral e a nossa dignidade repellem.
DR. B.
MACHADO
AS SCINCIAS NATURAES
que verdade, que se deu educao a sua base, e que ningum pode considerar-se instrudo sem uma larga preparao naturalista. Os grandes observadores o teem exemplificado comsigo.
No prestam
vem
de conhecermos o
mundo
physico,
mas ainda
noo d'um phenomeno, a lei que o regula teem, no ha duvida, uma segura importncia objectiva; mais importante comtudo o critrio pelo
<]usl\
o espirito
humano
as descobriu, habilitan-
cobrimentos. Eis o que preciso que o naturalismo no esquea, sob pena de no preencher a
-sua funco educativa.
Lisboa, 24 de Janeiro de 1894.
Bernardino Machado.
Eslioo
flo
Poro
POR
EDWIN
J.
JOHNSTON
vol-
do Porto, tomar
encontrava
das plantas mais notveis que fim de sabar, no anno seguinte, em que mez devia procurar exemplares completos. O resumo d'estas notas v-se no calendrio que segue. Cum-
em
lr,
pre- me,
servaes.
O me: refere-se, em girai, ao primeiro em que a planta foi encontrada em lr, mas, como se v do prprio calendrio, ha plantas que continuam em flor
geral,
dous ou trs mezes, ou mesmo durante a estaco. Em no se deve contar com a flor antes do mez indicado, embora haja s vezes exemplares com flores avulsas. Demais, a poca de florescncia est naturalmente sujeita a variaes, conforma o tempo fr bom ou chuvoso, frio ou de calor excepcional. O habial refere-se aoa lugares em que a planta foi effectivamente encontrada em flor, mas no se segue necessariamente que os apontamentos tomados nas resAnn. de
Sc. Nat., v.
I.,
Jan. 1891
pectivas occasies
possvel.
digam
muitos casos isto no me era que uma tal tarefa seria desnecessria, e mesmo suprflua, porque estou convencido, por uma serie de observaes feitas seguidamente, durante mais de dez annos, que, quando uma planta est em flor, em duas ou trs localidades d'estes arredores, est quasi sempre tambm em flor nas restantes por outras palavras, a florescncia da maior parte das plantas de qualquer espcie simultnea dentro d'esta rea de dis-
mencionadas, porque
em
Alm
d'isso, creio
tribuio.
que no passa d'um simples esboo, pois que, no tendo idas de publicao quando tomei para uso prprio as notas que serviram de base para a construco do mesmo, limitei-me s flores agrestes e s plantas mais curiosas ou notveis, deixando de parte muitas das mais vulgares e menos interessantes porisso mais um calendrio de flores agrestes para o amador da Natureza, do que para o botnico propriamente dito. Espero, porm, remediar esta falta nos mezes que ainda esto por publicar, alm de apresentar umas listas supplementares dos trs primeiros mezes do anno.
lendrio,
:
JANEIRO
FICARIA RANUNGULOIDES. Moench.
tes,
Lea
COCHLEARIA DANICA,
L.
Hab. Castello do Queijo, Lea da Palmeira, Boa Nova, Lavadores, V. do Conde, nos rochedos beira mar-
OXALIS PURPREA,
L.
(Estampa
i,
fig. 1)
Uab. S. Gens, Francos, Foz do Douro, Lea da Palmeira, proximidades de Avintes, A^^alladares, Magdalena e Senhor da Pedra, nos campos hmidos. Oriunda do Cabo da Boa Esperana, acchmada em muitas locaHdades.
MONTA MINOR,
Hub. S.
po, e
Gmel. Gens, Lea do Baho, Santa Cruz do Bisvrios outros logares, nas margens dos ribeiros e
LAMIUM MACULATUiM,
Hab. S.
L.
Gens, Lea do Balio, Gustoias, e muitas outras partes, nas sebes, atalhos e muros velhos.
{Uargarida)
Nos
CALENDULA ARVENSIS,
Hab.
Nos
campos
cultivados, abundante.
SENECIO SCANDENS, D. G (Estampa fig. 2) Acclimada em muitas partes, principalmente do lado sul do Douro, nas sebes, em Valladares, Granja e proxii,
FEVEREIRO
TEESDALIA NUDICAULIS,
Hab.
partes.
Terras
em
das estradas,
VIOLA ODORATA,
Jlab.
L. (Violeta)
do Balio, Moreira, Santa Cruz do Bispo e Mattosinhos, principalmente junto aos muros.
Lea
VOLA SILVATICA,
//a/).
Fr.
Nos
atalhos
S.
BELLIS PERENXIS,
Ilab.
Margens
dante.
ERIA LUSITANICA,
ta,
PRIMULA
-//a>.
Lea do Balio, Santa Cruz do Bispo, Rio Tinto (proximidades da estrada do Porto a Vallongo) e proximidades de Avintes, nas margens dos rios e ribeiros.
Alfena,
LITHOSPERMUM PROSTRATUM,
sele sangrias)
Hab.
Nas
OPHIOG.OSSUM LUSITANICUM,
Hab. preta nas proximidades do mar, em Guarda, Lea e Lavadores. Tambm apparece em terras hmidas perto da praia, nas proximidades de Espinho (em grande abundncia) e do Senhor da Pedra.
Terra
.TOIINSTON
ANEMONE
Hnb.
TRIFOLIA.
L.
de Balio, Santa Cruz do Bispo e Alfena, perto da margem do Rio Lea, Rio Tinto, proximidades da estrada do Porto a Vallongo, S. Pedro da Cova, perto das minas de carvSo, e proximidades de Avintes, perto
Leca
do Rio Avintes.
RANUXGULUS LENORMANDI,
Schultz
terras lamacentas.
STELLARIA HOLOSTEA,
Hab.
L.
Bjilio,
Nas
sebes,
Lea do
e vrios
ERODIUM CICUTARIUM,
Hab.
Hicrit.
Gens, Lea do Balio, Custoias e muitas outras parles, nos campos cultivados, e nas margens das
estradas.
S.
Brot. do Balio e Santa Cruz do Bispo, nas margens do Rio Lea. Margens do rio Douro, proximidades de Fonte da Vinha, e mais acima.
Ilab. Alfena, Lea
GENISTA FALCATA,
SHERARDIA ARVENSIS,
Hab.
L.
Nos
campos, abundante.
TARAXACUM
OFFJGlNALE, Wigg
{Dente de leo)
ERIA AUSTRALIS,
trada),
L.
em
Alheira Baixa.
10
EUPHORBIA HELIOSCOPIA,
Hab. Nos
L. {Maleilcira)
campos, vulgar.
L.
EUPHORBIA SEGETALIS,
Hab.
Lea
ALNUS GLUTINOSA,
Ilab.
Grtn. {Amieiro)
dos rios Lea e Avintes partes, Valladares, nas margens dos ribeiros.
Margens Nas
em
varias
NARCISSUS CYCLAMINEUS,
Hab.
Baker. (Estampa
Janeiro ou
ii)
margens dos
em
flor
em
mesmo em
Dezembro.
NARCISSUS BULBOCODIUM,
Ilab.
L.
Campos
e S.
Balio,
Guarda
Gens.
L. (Aarciso)
NARCISSUS PSEUDO-NARCISSUS,
Hab.
Mattozinhos,
Nos
nos
tojaes.
NARCISSUS TRIANDRUS,
Hab.
L.
pinhaes, abundante.
TRICHONEMA BULBOCODIUM,
H(ib.
Ker.
Bouas,
pinhaes
tojaes.
Abundante em
muitas localidades.
MARO
CARDAMINE PRATENSIS,
L.
Hab. dos rios e dos ribeiros, em Lea do Balio, Mattozinhos, Valladares e outros locaes.
Margens
CARDAMINE HIRSUTA.
Hab.
L.
S.
Lea
do Balio,
JOHNSTON
11
margens dos
ribeiros e
em
terras
hmi-
das.
CHELIDONIUM MAJUS
L.
VIOLA PALUSTRIS,
Hab.
L.
e
Margens
em
varias localidades.
MELANDRYUM PRATENSE,
Rohl.
var.
coloratum
SILENE INFLATA,
Hab. Lea
beira mar.
HALIMIUM UMBELLATUM,
Hab.
Spach.
Sen-
ANTHYLLIS VULNERARIA,
Hab. do mar.
Lea
{Giealeira)
nos bosques de carvalhos, e entre Santa Cruz do Bispo e Lea da Palmeira, nos rochedos granticos das margens do rio Lea, e mais outras partes.
Entre
S.
Gens
e Mattozinhos,
e terras pntano-
12
sas,
em
Alfena,
PTEROSPARTUM GANTABRICUM,
llab.
Alfena
e Serra de Vallongo, e
des de Arnellas.
ULEX EUROPAEUS, L
Ilab.
(Tojo)
Abundante em
anno.
com
ULEX LUSITAMCUS,
RHAMNUS ALATERNUS,
Ilab.
L.
Foz,
jo e Valladares,
mas
raro.
POTERIUM,
Hab.
sp.1
Lea do Balio e Santa Cruz do Bispo, nos muros e nos rochedos granticos.
FRAGARTA VESCA,
Hab.
L. (]Ioran(jo)
S.
nos arrelvados.
SAXIFRAGA GRANULATA,
Guifes, perto das
L.
Nas fraldas do convento da Serra, Hab. panha, (Freixo e estrada de S. Cosme) Santa
margens do nho do Campo, margens do rio
rio
em CamLomba e
S. Marti-
Lea
em
Ferreira.
PALUSTRE, Scop. Jab.S. Gens, Lea da Palmeira e Valladares, nas margens dos ribeiros e em terras pantanosas.
CIRSIUxM
JOHXSTON
13
CREPIS VIRENS,
L.
Muros, campes cultivados e arrelvados, Uab. muitos loG:ares ao norte e sul do Douro.
'fe'^
em
EVAX PYGMAEA,
Uab.
Pers.
em
Terras
COLEOSTEPHUS MYCONIS,
pilho de Mico)
Ilab.
nos campos cultivados e em muitas localidades, tanto ao norte como ao sul do Douro.
Abundante
SOLIVA BARCLAYANA,
Ifah. Abundante
D. G.
nas margens das estradas, proximidades da Boa Vista (Fonte da Moura), Quinta da Prelada, S. Mamede de Infesta, Rio Tinto (estrada do Porto a Vallongo), Vendas novas (idem), estrada do Porto a Ermezinde, rua da Restaurao, Massarellos, Ouro, (perto da estao dos carros americanos) S. Pedro da Cova,
e
margens do Rio
Do
tambm
sido importada da
DABOECIA POLIFOLIA,
Hab.
Don.
Alfena, nos
S.
ma
e Vallongo.
ANAGALLIS ARVENSIS,
Hab.
L. {Murrio)
PINGUCULA LUSITANICA,
Hab. Ponte Ferreira, na encosta do monte. Serra de Vallongo, nas margens dos regatos, e nos atalhos entre Santa Cruz do Bispo e a estrada de Pedras Rubras a Lea da Palmeira, em granito decomposto.
14
OMPHALODES LUSITANICA,
lab.
Pourr.
Nas
em Lea
do Balio,
bosques entre S.
Gens
e a estrada
de Lea, Fonte da
Hab.
S.
EGHIUM PLANTAGINEUM,
llab.
L. (Soage^n)
Campos
hmidos, abundante.
L.
PHILLYREA ANGUSTIFOLIA,
llab.
No
entre
Lugar da
VERNICA SERPYLLIFOLIA,
L.
Hab. Entre Santa Cruz do Bispo e Lea da Palmeira, nos atalhos e nas margens das estradas.
PEDICULARIS LUSITANICA,
Hab.
dantes.
Nos
Hffg. Link.
pinhaes.
Abun-
AJUGA REPTANS,
Hab.
L.
rios
Nas
margens dos
Lea e Avintes
em
varias partes.
ARMERIA LANGEANA,
Hab. Villa do
J.
Henr.
Conde, Guarda, Boa Nova, Lea da Palmeira e Lavadores, nos rochedos beira-mar.
Lam. Hab. Terras areentas nas proximidades do mar. Vulgar em muitos togares tanto norte como sul do rio
PARONYCHIA ARGNTEA,
Douro.
JOHNSTON
15
RUMEX
Hab. S. Gens, Lea do Balio, Valladares e outros logares, nas margens dos ribeiros e terras hmidas.
ACETOSA,
L.
QUERCUS PEDUNCULATA,
Ehrh. (Carvalho) do Balio, nas margens do rio Lea, Hab. Valladares, Alfena, margens do rio Ferreira, ao sul de
Lea
em
muitas loca-
POTAMOGETON NATaNS,
llah.
S.
L.
e nas
Gens
aguas estagnadas.
LAURUS
XOBILIS, L.
(Loureiro)
Hab. Perafita, Lea do Balio, proximidades de S. Gens e de Avintes. Subspontanea nas sebes e nas margens dos rios e ribeiros.
ORCHIS MORIO,
Hab.
L.
Serra
de Vallongo.
TRICHONEMA CLUSIANITM,
em
Lge. Terras areentas nas proximidades domar, Hab. Boa Nova, entre Foz e Mattozinhos, e Lavadores.
SCILLA MONOPHYLLOS,
Link.
Hab. Terras seccas e pedregosas, em S. Gens, Lea do Balio, Serra de Vallongo e varias outras localidades. Abundante.
CONVALLARIA POLYGONATUM,L.(5eo
deSalomo) Hab. Lea do Balio (proximidades do rio Lea), Santa Cruz do Bispo (idem), Rio Tinto, (n'uns bosques de carvalhos, perto da estrada de Vallongo), S. Pedro da Cova, perto das minas de carvo, e Valladares, n'uns bosques de carvalhos.
16
MUSCARI RACEMOSIjM,
Hab. Foz
tivados.
D. C.
ORNITHOGALUM UMBELLATUM,
nha)
L. (Leile de galli-
Hab.
S.
Gens
e Valladares,
nos campos.
Sibth.
POTENTILLA TORMENTILLA,
Hab.
Nos
pinhaes, abundante.
COREM A LBUM,
llab.
Dox. (Camarnhcira)
HALTMIUM LIBANOTS,
//a.
Nas
mesmas
localidades.
isrox A.S
Viola odorala.
Em
lr
desde
lns
de novembro at
meiados de fevereiro.
Oxalis
purprea.
Floresce
desde
dezembro
at
fructificao continua
Continuam em
Senccio
lr
scandens: Bellia
em
fevereiro
sijlccslris
Lamium
macu-
lalum.
silralica
Slcllaria Holo>;lea-Gcnisla falcata Polenilla spleridens Euphorbia segelalis Trichoucma Bulbo co liam
Aarcisms
Psculo-iiarriasui
^arcissu(
Bulbocodum
Narcissus Iriandrus
{Conlind).
aipis palmoDaflos
lerresfres
POR
AUGUSTO NOBRE
Por pouco regular que parea, nao esto ainda exactamente estabelecidas as affinidades zoolgicas de alguns dos grupos dos pulmonados terrestres, como o dos Arionideos e o dos Helicideos. Alguns naturalistas renem todos estes animaes em uma s famlia, Helicidtc, outros porm collocam os Arionideos com os Limacideos na famlia Amacida\ So estas as (lassi caes seguidas pelos principaes auctores e sQo suficientes para demonstrar a funda divergncia que ainda existe na classificao de muitos dos grupos zoolgicos. E' curioso notar que a demasiada importncia ligada ao apparelho lingual, ou radula, veiu collocar os Arionideos na familia dos Helicideos. s caracter foi sufficiente para comprehender aquelles animaes n'este ultimo agrupamento, quando positivo que em tudo o mais a sua organisao apresenta divergncias notveis. Antigamente era a concha elemento sufficiente para a classificao meth'^dica das espcies; reconheceu-se depois que tal proces.so no bastava e no satisfazia, dando logar a erros de im;iortancia. Veiu em seguida o apparelho lingual occupar o logar de principal caracter distinti
Um
Ann. de Sc,
Nat., v.
I.,
Jan. 1x91.
18
ANNARS
DI
SCIRNCIAS NATLUARS
ctivo dos famlias, e julgou-se que estava definitivamente encontrado o meio de resolver todas as lacunas e dificuldades que appareciam nas classificaes zoolgicas. Troschel chegou mesmo a estabelecer uma classificao dos molluscos baseada no seu apparelho iingual, classificao que ainda hoje geralmente adoptada. Os anatomistas, porm, teem pouco a pouco mostrado a insuficiencia de tal processo e provado que, no se deve concluir a afinidade das espcies pela similhana do appa-
relho dentrio, quando tomado isoladamente. O ainco com que a maior parte dos naturalistas attribuem radula um valor que na realidade ella nao tem, uma teimosia anloga que nutriam os antigos conchyliologistas com a importncia que julgavam dever ligar concha. Alguns malacologistas, convencidos da insufficiencia da theoria de Troschel, Macdonakl e de outros, e da verdade das afirmaes dos anatomistas, que viam de um modo mais geral, porque attendiam anatomia comparada e nao, restrictamente, aos caracteres externos e da radula, avanaram um pouco e ligaram uma im|)ortancia notvel ao systema reproductor, am[)liiind') portanto um pouco mais as bases de uma boa classificao caracteres externos e concha, quando a houvesse, externa ou interna, radula, maxilla e rgos reproductores E' mesmo este o processo usado actualmente por grande numero de naturalistas, mas, no parece que o caracter tirado dos rgos genitaes seja de valor tal que possam distinguir-se espcies com a convico de que se nao errou, visto que este apparelho varia com a edade e porque, como se sabe, so os rgos que mais tarde apparecem e se desenvolvem, softVendo atrophiamentos durante os perodos de inactividade reproductora, e sendo por conseguinte varivel o desenvolvimento dos rgos segundo as pocas em que podem sor observados. Emquanto a maior parte dos malacologistas proseguem na classificao das espcies undament mdo-se em differentes caracteres isolados, outros fjzem a anatomia
:
AUG
nervoso
19
com
o fim de estabelece-
rem
a classificao geral
provado, podem operar-se modificaes profundas na forma do corpo sem que o plano
cVaquelle systema seja alterado. E' claro que devem ser tomadas em considerao as relaas entre o systema
nervoso e os diversos rgos, incluindo a radula, maxilla e a concha deve faz3r-se emfim a anatomia do animal tomando por ponto de partida o systema nervoso, como a base mais importante da classificao natural, conforme foi, desde ha muito, considerada por alguns naturalistas a partir de Cu vier e confirmado sobretudo pelos trabalhos de Ihering, Lacaze Duthiers, B)uvier, e outros mais. Toda a classificao baseada no estudo da concha, maxilla e da radula, nao poder d modo algum ser apresentada como definitiva, muito principalmente depois que o valor da radula declinou pelas anomalias a que tem dado origem, em algumas das classificaas em qie tem
:
sido tomada
como
base.
verdade d'este facto resalta mais uma vez do estudo, embora rpido, que segue. Tomei para typo dos Arionideos o rion Iwiilanica^^ Mabille, vulgar nos arredores do Porto. O estudo do systema nervoso d'este animil feito nos principaes detalhes, emquanto que o das outras espcies do mesmo gnero simplesmente comparativo, assim com o de todos os outros grupos que so estudados Hclix^ Geomalacus, Limax, Zoni'es, Aropliana^ l*cir:
macella, 1'lutoma
Tctacella.
Quasi todos estes animaes foram obsequiosamente recolhidos vivos para este estudo pelo meu presado amigo e distincto inspector do Jardim Botnico da Universidade de Coimbra, o snr. Adolpho F. Moller, a quem a sciencia portugueza deve excellentes servios palas suas infatigveis investigaes scientificas.
^0
imposio geral do ayntema nervoso Como ordinariamente succede, os centros nervosos occupam a partesuperior e posterior do bolbo pharyngeo e renem se aos ganglios inferiores ou viscero-pediosos abraando o esophago pelas ligaes lateraes, duplas. Tanto dos ganglios superiores como inferiores nascem numerosos nervos
ganglios stomato-gastricos situados na base do esophago, entre as camadas musculares da pharynge, e ligados por
um
no
ponto
em que
elle
como
sos.
Ganglios cerebraes
cil
Em
c f-
compem
esta
mas-
sa nervosa superior, n'outros porm os ganglios confundem-se mais ou menos. Quando os ganglios se apresentam nitidamente observam-se em numero de fjuatro^
dois de cada lado, unidos por
uma
faxa nervosa.
:
Dos dois ganglios anteriores partem quatro nervos os dois primeiros pares (ry, h e g' h\ fig. I), seguem quasl soldados at ao musculo retractor do tentaculo occular, inserindo-se o nervo g na parte mais dilatada do musculo e o outro, h, na base do tentaculo (3, fig. 3); segue se o nervo , que parte do lado inferior dos nervos g e h, e um pouco mais grosso que o antecedente e que, assentando sobre a parte lateral do bolbo pharyngeo ( fig. 3),. se divide em dois ramos, um dos quaes se dirige para a maxilla e o outro, bipartindo-se novamente, vae innervar a parte superior da cabea. Temos em seguida os nervos /. (fig. 1, J, fig. .3) bastante grossos e que, correndo quasi
j)aralellamente ao nervo
rior.
m we
AVES DE PORTUGAL
POR
W.
C.
TAIT
O meu
Portugal,
primeiro ensaio de
um
catalogo das
Aves de
In.^-
foi
como porm
depois de terem sahido alguns nmeros aquella revista suspendeu a sua publicao, resolvi reproduzir o meu trabalho, ampliando-o, no jornal ornithologico de Londres, Jbis, o que se effectuou durante o anno de 1887. Pouco se tem escripto at hoje acerca da ornithologia de Portugal e, realmente, segundo creio, s um pe-
d'estes es-
Em
Museu de Lisboa, ao qual se seguiu o das que se achavam colleccionadas no Museu de Coimbra, publicado em
mero
1889 pelo dr. Albino Giraldes, tendo sido um grande nud'essas espcies offerecidas ao museu pelo snr. dr. Manoel Paulino de Oliveira, lente de Philosophia na Uni-
museu
e que,
em
da ornithologia a sua especialidade. Alm d'estes trabalhos o rev. A. C. Smith inseriu no Ibu, em
tempos,
fez
um
Jan. ldk.
22
no qual enumera 19;] espcies. Posteriormente publicao (Festes trabalhos teem sido adquiridas muitas outras observaes sobre este mesmo assumpto e algumas das espcies que eram entflo consideradas como raras so actualmente reconhecidas como vulgares, pelo menos em certas localidades, ou, especialmente, durante alguma das estaes do anno, sendo tambm outras formas differenciadas, taes como Silla ccesia, crcdula irbiiy etc. InfeJizmente o numero dos cultores da ornithologia em Portugal tem continuado muito limitado, e. segundo creio, ha at hoje no paiz muito poucos ornithologistas amadores, entre os quaes se conta o meu prosado amiga dr. Jos Maria Rosa de Carvalho, de Coimbra. Trocamos durante muitos annos uma agradvel correspondncia sobre o assumpto da nossa especialidade, sendo-lhe eu devedor de muitas informaes relatndas n'esta memoria, especialmente no que diz respeito s aves dos arredores de Coimbra e aos nomes vulgares porque ali -o conhecidas.
N'estes ltimos annos, sabendo muitos dos meus amigos que eu colligia observaes sobre aves, obsequiosamente me teem enviado exemplares com as datas de captura e localidades onde foram obtidos em tempo de caa^ o que me tem sido de grande utilidade pai-a fixar as datas de chegada dos emigrantes do outomno, raros e vul-
gares.
Posto que a fauna de Poitugal srja, como naturalmente era de esperar, quasi idntica de Hespanha e
muito similhante de
Itlia,
como
sabido,
A
rtimas,
longa
linha
pela
talvez
mano
Mediterrneo. Portugal
tambm um dos
principaes ca^
w.
c.
2:
ida e volta
Algumas espcies s apparecem durante o verSo e outras no inverno. Por todos estes motivos seria muito
para desejar que se fizessem
sas observaes sobre o
rios: a
em
Gi-
braltar, cxcellentes observaes acerca da emigrao das aves do sul da lespanha, |)ublicando-as no seu livro The
ornilhologij of lhe Srais of Gibrallar, sendo estas, segundo creio, as nicas que teem sido publicadas sobre a emigrao das aves d'aquelle paiz. O que d um particular interesse ornithologia portugueza a grande corrente de emigrantes f|ue passam no outomno ao longo das costas, do norte para o sul, voltando na primavera em direco contraria. Gom a approximao do inverno observam-se beira-mar algumas aves que parecem chegar dos montes do interior de Hespanha e de Portugal, como, por exemplo, a Cotovia pequena {Alauda arbrea, L.) o Picano real {Lanius merHonalis, Temm.); Felosa preta, Cheide etc.
;
foi
con
emigra-
Durante o mez de setembro o observador mais superficial no pde deixar de notar a passagem, para o sul, de muitos bandos de Rollas, Tialhes e Poupas, aos quaes se seguem os de Pombos torcazes, Lavercas, Douradas, Gallispos, Alcaraves, etc.
das espcies de aves que no outomno passam aos milhares do norte para o sul no regressam pelo mesmo caminho na primavera. N'essa poca do anno certo que se observam no sul de Hespanha: parece, porm, que no pela costa de Portugal que ellas voltam para o norte, mas sim que
E'
24
essa passagem se effictua mais pelo interior ou pela costa oriental de Hespanha. Nao julgo todavia provvel que as aves ribeirinhas atravessem as serras do interior. Durante a primavera, repetidas vezes procurei, mas
e . phragmils,
Cyanecula wolfi, nos logares pantanosos da costa martima onde so to communs e certos de se encontrar durante toda a poca da sua emigrao outomnal.
Com
anlogo
:
um
facto
s reapparece no outomno.
A partida d'esta espcie em setembro e o seu regresso a Gibraltar na primavera, so factos afifirmados pelo coronel Irby. Seria realmente interessante investigar, se
na volta para o norte da Europa, ella segue um caminho diverso d'aquelle por onde vem. As aves martimas e ribeirinhas e ainda algumas terrestres voltam para o norte pelo litoral.
Os pssaros granvoros:
durante todo o anno, mas que, em maior numero do que geralmente se suppe, emigram para o sul nos mezes do outomno, voltam depois para o norte na primavera atravez de Portugal, viajando todavia um pouco mais pelo interior do paiz do que quando se dirigem para o sul, o que c muito sabido dos passarinheiros. Palmn refere que, em algumas localidades, tem sido notado o facto de certas aves apparecerem unicamente no
que nada me satisfaz, quando os seus argumentos dizem respeito s aves ribeipor
um modo
S na costa Occidental da Pennsula ibrica, se encontram paragens adequadas a estas aves, onde seria de esperar que, como no outomno, apparecessem tambm durante a primavera, o que porm no succcde.
w.
c.
25
D-se um caso anlogo com umi ove que vive nos prados hmidos, a Boieira (UolncUla //a/), a qual durante o outomno atravessa a costa de Portugal, substituindo a forma do sul, a Lavandisca amareila {)loacilla flava). Esta ultima espcie regressa na primavera, mas s uma vez tive occasio de observar a .)/. Ilaii n'esta estao. E' mais natural que esta ave atravesse o interior do que a Locw^lella nauna e o Acrorcpliahis aqualicu^; supponho comtudo que na primavera sobem a costa oriental de Hespanha, para attingirem a estao de verSio em regies mais septentrionaes.
bella manha de vento nos encontramos em uma praia portugueza, e que para o sul passam voando bandos e bandos de aves emigradoras, um estranho sentimento de admirao e vaga curiosidade se apodera de ns ao pensarmos nas longnquas paragens a que essas pequenas aves se destinam. De que paizes vem e para onde iro ainda? Que muitas d'ellas atravessam o estreito de Gibraltar, seguindo a costa africana, sabemos ns, mas qual o limite da sua expanso geographica nas regies do sul? Algumas das retardatrias passam o inverno comnosco, como por exemplo a Lavandisca .l/o/afu/Za lugubris, o Corvo Corem fru^ilcvu^, o Gallispo Vauellus vulgarin, a Laverca /ait/a arcensis, a Sombria //zthus pralcnHs, desapparecendo na primavera. Em geral as aves terrestres emigram desde cerca de meia hora depois do nascer do sol at s 9 da manh; passada essa hora demoram-se pelos campos em procura de alimentos, ou descansam nos mattos e pinheiroes. Tenho observado a maior parte das aves portuguezas na sua passagem para o sul taes como: Andorinhas, Pedreiros, Lavercas, Sombrias das duas espcies (\nlhus Iricialis e Anlfim pralcmis), Rolas, Felosas, (PhijUoscopus Irochilm), Pombos torcazes, Gallispos, Andorinhas do mar. Gaivotas, Patos, Maaricos e Borrlhos, alm de muitas outras.
leste
.4
26
ANNARS
d:-:
scihncias naturaks
A mnior emigrao de aves martimas que tenho presenceado deu-se em uma manha um tanto nublada; recordo-me de ter visto, entre outras espcies: Gaivotas, Patos, Alcatrazes, Andorinhas do mar e algumas Pernaltas.
Em geral estas ultimas aves emigram principalmente durante as noites; pelo canto, porm, tenho podido reconhecer milhares de Maaricos passando a certa altura, assim como vrios outros, taes como: Borvlhos {Tring
alpina); Strcpsilas intcrpres; Fusellos, {Totanui calilr), e Maaricos gallegos
(
mente em noites de nevoeiro porisso que constantemente vo chamando uns pelos outros.
Em dias de primavera tenho tido occasio de ver o Maarico gallego voltando ao norte em grandes bandos. At hoje que eu saiba nenhumas observaes teem sido publicadas sobre a emigrao das aves nas costas de Portugal, Palmn no seu Zug^lrassem der Vgel: (Vias de emigrao seguidas pelas aves) apresenta a costa de Portugal como um d'esses caminhos, o que exacto, todavia, parece ter obtido poucas datas relativas a esta passagem, referindo-se aquellas apenas a duas espcies da costa septentrional de Hespanha e a nenliuma do litoral
j)ortuguez.
dr.
18
de abril de
1884-,
sul de Portugal
encontrei dois
arvcnni, Laverca, de
plumagem muito
de Foja, serra de Monchique, a sudoeste do paiz. Surprehendido peio tacto de ainda n'esta poca encontrar esta espcie em Portugal, pois que dos arredores
do Porto ella desapparece logo em fins de maro, e por observar que esses dois exemplares de Foja possuiam uma plumagem muito mais escura que os dos arredores do Porto, fui levado a crer que os dois exemplares de
Foja podiam pertencer a
pcie,
uma forma meridional d'esta esquer sedentria, quer emigradora, isto : das que
w.
c.
27
apenas aqui passam o vero. lafelizmenle, por um descuido do portador, perdi esses dois exemplares; mas, como esta espcie fjsse miis tarde encontrada na serra do Roxo, arredores de Coimbra, olitive um ainda novo que mandei para Inglaterra. O snr. Howard Saunders informou-me porm, que de Rigen, Bltico, lhe tinha sido enviado um exemplar ainda mais escuro e que nOo via n'isso razo para constituir uma nova espcie. Esta ave prendeu-me a atteno porque sup|)u/. muito possvel que a Laverca do sul, que no inverno frequenta os campos visinhos do Porto, no permaneceria em Portugal durante todo o vero, mas sim emigraria para o norte: Frana, Inglaterra, Allemanha, etc. Estes exemplares parecem-me de cr mais clara; s tive porm occasio de examinar dois adultos, e um novo da forma mais escura. E' bem possvel que, com a approximaro do inverno, os que habitam o norte venham refugior-se em regies situadas mais ao sul, substituindo ahi um grupo da mesma espcie, o qual, simultaneamente, caminhar para regies mais temperadas, como de resto succede com indivduos de espcies djfferentes. Muito provvel me parece portanto, que possa dar-se este facto entre indivduos de uma mesma espcie. E' este um assumpto digno de atteno, mas que s por um aturado estudo da emigrao das variedades geographicas pde ser suicientemente determinado. Os meus apontamentos sobre a emigrao das aves de Portugal comearam systematicamente em 1878, e, desde ento, tomei nota de numerosas observaes que se encontram condensadas n'este trabalho, constituindo ellas o maior inte]'esse das minhas excurses em horas de cio. A falta de mais tempo disponvel no me permiltiu tornal-as to completas como desejaria. E' por conseguinte intil esperarse um trabalho pei-feito: fiz no entanto todo
o possvel para realisar esse
meu
intento.
me
28
phica
diis espcies,
mais
fraco.
Supponho que
Parece-me que a Tordeia e a Negrinha, aves que criam em Portugal, que o seu limite meridional na Europa occidental, pem menos ovos aqui, do (jue em Inglaterra. Em geral tenho encontrado trs ovos nos seus ninhos, e s uma vez observei um ninho de Negrinha
com
cinco.
Para podermos chegar a uma concluso exacta n'esle assumpto, seriam necessrios alguns annos de observaes minuciosas e frequentes visitas aos ninhos, durante a poca de incubao, com o fim de observar se o ninho contm o numero completo de ovos, e comparar seguidamente os resultados obtidos com os que teem sido registados nos paizes mais septentrionaes. Durante as minhas
excurses pelas diversas provncias de Portugal tive sempre o maior cuidado em obter, em cada localidade, os nomes exactos dados s aves mais vulgares. A minha longa residncia n'este paiz e o intimo conhecimento da lingua, tem-me, segundo creio, ajudado a vencer muitas dificuldades e a corrigir erros da gente do campo, que em diversas localidades, dao o mesmo nome a aves differentes e at nomes errados, porque alguns dos camponezes nem mesmo conhecem os nomes das aves locaes, o que, diga-se de passagem, nao constitue excepo,
muitos outros paizes. Em geral at, a gente do povo tem aqui um sufficiente conhecimento das aves mais communs e sabem distinguil-as pelos seus nomes vulgares. So curiosas as observaes relativas aos nomes vulgares, muitos dos quaes so onomatopaicos, isto derivam o seu nome do canto das aves, como por exemplo Pim-pim (Fringilla ccelebs), arredores do Porto; outros como a Arvella {.Uolacilla alba), Aveiro, teem similhana com o latim, outros so idnticos como, Merula provncia do Algarve {Turdm merula); Tordo ('/'w/v/ws- mmipois que succede isto
em
w.
c.
29
encontrando-se lambem alguns que provavelmente derivam do mourisco, como Boita. Aveiro,
Tanger
(v.
of
cos.
caracterstico,
as pennas da crista do arredores do Porto, (do Latim linllu^, o Gallo), outros dos seus babitos, Pica-pau, ou do seu alimento favorito,
\
como
Papa-amoras
{"^yria rufn) e
Comprehende-se bem, que dem o nome de rcnl espcie maior dos Pica -paus, mas qual a razo ponjue espcie mais pequena chamam gnllcgo ?
Este
cies, taes
mesmo
como: Narceja gallega. Calhandra gallega, Touro gallego, etc. Supponho que a explicao encontra a sua origem no facto seguinte. A Galliza , como se sabe, uma das provncias do norte de Hespanha d'ondo voem
res,
para Portugal ganhar a vida muitos criados e can-ogadoque constituem uma ulil e laboriosa classe; mas,
d'elles se
como muitos
occupam tambm na
profisso de
com uma
certa superioridade,
resultando d'isto ser dada jialavra gallego uma signilcaHo subalterna. E' provavelmente, como disse, este o
motivo porque aquelle qualificativo se applica s espcies mais pequenas, havendo mais que uma no mesmo gnero. Quando uma ave apresenta a plumagem de muitas cores vivas chamam-lhe, em geral, francez ou da lui!'ut., talvez por que a gente do povo aprendesse a conhecer os brilhantes adornos com estes dois i)aizes, com os quaes Portugal mantm relaes commerciaes de ha muitos sculos.
meu
tra-
30
ANXAKS
Dl'.
sr.IKNXIAS
NAIURAFS
balho conlrii)uii-am por cerlo, o pouco tempo de que dispuz, a falta de exemplares de c)inparaiio e os poucos livros de historia natui'al, especialmente sobre ornithologia,
prompto auxilio do professor Alfredo Newton, de Cambridge, que teve a bondade de me communicar informaes muito completas, em resposta s minhas perguntas
feitas
Para a elaborao d'e5ta lista segui a classificao do catalogo das aves da Europa, de Dresser, mas em um pequeno numero de casos avenlurei-me a juntar um terceiro nome, segundo o systema trinominal. Parece-me muito arbitrrio dar nomes de valor especifico a raas estreitamente ligadas.
ja
A enumerao das aves que se segue, embora abraninformaes concernentes a todo o paiz, refere-se especialmente s observaes feitas sobre as aves dos arredores do Porto.
{Conlinna).
L,),
SUR
l.ES
COTES DU PORTUGAL
PAR
ALBERT
A.
GIRARD
Les m<Ms de
petite taille
centimtres de loni;ueur
totale, se
quoique toujours assez rarement, sur nos cotes et sont trs bien connus des pcheurs qui les designent sous le iKjm de Roda, Rodini, Rolim, Peixe-lua. On a observe quelquefois soit en plein Atlantique, soit chous sur les cotes du nord de TEurope, des moles de grandes dimensions, parmi lesquels je citerai comme un des plus remarquables celui chou il y a une trentaine d'annes sur les cotes du Danemark, pesant 345 kilogr. mais un de ces moles gigantesques, qui sont toujours trs rares, n'avait pas encore t recueilli sur nos cotes et tait inconnu dans nos collections publiques. Tout recemment mon ami M.'' Frderic Burnay naviguant dans un de ses remorqueurs la latitude de Cabo Razo, quelques lieues de Tembouchure du Tage, a capture un magnifique specimen encore vivant, qu'il a eu la bontc de m'offVir et qui se trouvera bientt expos dans
,
32
ANNAIlS DE SCIRNCIAS
NATURARS
la snlle
que
je
Cest
celui
La
mme
description de celte espce a t faite souvent et son anatomic est assez bien connue depuis les tra-
vaux de Wallenbergh. Gleeland, lasting, pour que je n'ai pas m'y lendre, j'insisterai cependant sur les observations suivantes.
DDIENSIONS
Longueur
caudale
Hauteui* du corps entre
la
lotale
depuis Textrmit du
la
I,i0
dorsale et
0,'"80
Tanale
Ilauteur de Textrmit de Tanale
celle
de
la
dorsab
au niveau
de
1,85
0,">27
paisseur
rctil
maximum
Dans
fois trois
ce specimen la longueur
fait
exactcmcnt une
quart
la
deux diamtres sont prescfue gaux, mais 11 est admis aujourd'hui, d'aprs la mesure de nonibreux chanlillons, que ces diTrences regardes d'abord
de
petile taille ces
comme
listes,
mole devenant de
croissance.
A
sit
muco-
dire les
J'ai
nombreux
pu observer le disque osseux independant du squelette qui forme le museau de Tanimal, et qui presente la particularit d'Lre us. Celte usure que Tcn avait
A.
33
observe chez quelques jeunes specimens tient peut tre au mede d'alimentotion de cette espce qui parait tre exclusivement herbivore. A la gorge et le long de la ligne mediana, 25 et oO cenlimtres de la bouche, on voit aussi deux autres petites plaques ossifies, oblongues. L'e3tomac tait absolument vide et les organes gnitaux trs rudimentaires permettaient cependant de distinguer deux testicules. Quelques naturalistes qui ont tudi le mole ontt frapps du nombre de ses parasites, nul ne mrite mieux que lui, dit Van Beneden, le nom d'htellerie. Je n'ai pu reconnaitre que quelques espces, mais le nombre des individus tait considrable. Sur la peau. prs de la lente des oues et la base des pectorales, abondait le curieux polystomien le Trisloma mokv, Blanchart, et sur la bande qui se detache par sa couleur et s'tend depuis la nageoire dorsale jusqu' Tanale en bordant la
oaudale, ou
peau est moins paisse et moins rude, toute une colonie de l'andarui, sp?, s'tait tablie en la perforant pour y loger leur tte. Sur les branchies j'ai recueilli de nombreux couples du Cccrops Lalrcillci, Leacli, qui parait ne jamais faire dfaut chez le mole, et en petit nombre un Caligus, sp?, peuttre celui dcj tigur par Couch. Si je n'ai pu observer des vers dans Tintestin, le foie
la
tait
un cestode
qu'il tait
trans-
forme en une vritable ponge. Je crois pouvoir rapporter cot abondant parasite au (iymnorhynchus reptam, Rudolph, dj signal par Cobbold dans le foie d'un jeune mole pris en Angleterre.
NOTAS E COMMUNICACES
Piscicultura
Ha trabalhos
com
os servios
se
quando
Se se trata de fixar e cobrir de maltas resinosas os areaes da costa, depara-se, em muitos logares, com extensas lagoas de agua doce, aonde seria muito ulil introduzir e desenvolver a creao de boas espcies de Se no revestimento das nossas montanhas que tem de ser empregada a actividade do sylvicultor, este vae encontrar, nas origens e nas aguas altas de alguns dos nossos principaes rios, os logares onde nascem,
peixes.
reproduzem e vivem, temporria ou permanentemente, algumas espcies de peixes das mais apreciadas. Quem se occupa de servios florestaes por conta do Estado, tem, com certeza, muita occasio de emprehender e dirigir servios de piscicultura, e tudo que u'este simtido se fizer, ter seguramente muita utilidade, visto que as nossas aguas interiores so de uma pobreza ictiologica muito notvel e por isso oTerecem fraco recurso para a alimentao publica. Esta pobreza no deriva da falta de boas espcies, mas motivada principalmente pelos processos seguidos na explorao das aguas, que mais parece terem em mira a total ruina da produco piscicula, do que
auxiliar o seu desenvolvimento.
em qualquer
algumas disposies adminisque regulam o modo de exercer a pesca fluvial, mas no so cumpridas e por isso o despovoamento das aguas continua no noesmo esser mais funestas. Existem, certo,
trativas,
podem
(*)
1882,
foi
to grande a
quan-
tidade de peixe destrudo por meio de dynamite no rio Z'zere e seu alluente ribeira d'Alie, to inquinadas ticarain as aguas, que todts as pessoas de Figueir dos Vinhos, que naquelle anno lizerani uso de banhos na Foz d'Alje, foram atacadas de febres muito graves e passados mezes ainda algumas se achavam muito doentes. Imagine-se a quantidade de peixe que tinha sido morto, para assim corromper a agua de duas correntes to caudalosas, como o so o Zzere e Aije. a
NOTAS
COMMUNICAES
35
peixe,
um
dos
peixes que melhor se cria e muliipHca nos rios de montanha e que, se fosse
e delicado
alimen-
paiz.
tendentes
em
alguns
que de ha muitos annos tratam da cultura das suas aguas. No precisamos at de ir muito longe, para nos aproveitar a experincia alheia, pois que ha bastante tempo que a Hespanha fundou com resultado feliz no mosteiro de Piedra um estabelecimento de p!<cicultura,
de certo ha-de contribuir muito para repovoar com as melhores espcies
0^ rios e lagos d'aquelle paiz, tanio mais que esta
til instituio
que rene os elementos mais favorveis para a creao dus peixes e que
ter o
em algumas
adequadas para
das medidas, que primeiro occorre, quando se pensa nos meios de augmentar a povoao das nossas aguas, auxiliar a propagao de
Uma
selecta e
mulliplicao.
O salmo
uma
Lima, Cavado
e limpidez das suas aguas e outras condies, so muito propcios para a creao d'este peixe, que apesar d'isso raro, o
que motiva o seu elevado preo. Devia aproveitar-se a aptido daquelles rios para a creao do salmo, estabelecendo-se em algum d'elles uma piscifaciura destinada a reproduzir este peixe, o que teria certamente grande alcance econmico.
Um
fieiente
O Cavado
saios,
em
territrio portuguez.
Um
tam-
bm convm propagar,
rios
de grande
em alguns do paiz, com aguas menos frescas e lmpidas e que at turvam muito
as cheias.
(^)
com
(1)
Segundo informaes do
snr.
36
rios,
em
mais adequados para a creao dos peixes,, prohibindo-se aqui a pesca em qualquer tempo. Estes animaes encontrariim assim um refugio seguro, espcie de visiiios
que
se
julgassem
mesmos rios. No obstante termos no nosso paiz boas espcies prprias de agua
doce,
como
so
a truta, a boga,
bordalo, etc, a
introduco de al-
guns peixes
bom
alimento, pde oTi*recer vantagens e por isso deve ser ensaiada. Est
rios.
sequncia, viver
em aguas menos
frias e
em menores
rios,
gar a introduco da truta dos lagos da Suissa {Trutia adquire o tamanho de bons salmes.
lactistris),
qua
No
na
altitude
de
1:000
um
ensaio
melhor exilo.
(*)
Na serra da Estreita, a lagoa comprida tem uma superfcie que julgo no ser inferior do Enol (12 hectare-) e tambm no deve difTerir muito d'este relativamente temperatura das suas aguas. A sua altitude, l:SOO
metros, muito provvel que no seja excessiva para o fim indicado, vis-
que na Suissa a truta dos lagos vive at esta altura. Disse j que junto das dunas se encontram lagoas de agua doce, tendo algumas grande superfcie. So devidas invaso das areias, que encontrando nascentes e ribeiras, obstruem o curso das aguas, forando-as
to
seis lagoas,
das quaes
lambem existem
como as
precedentes.
Co~
nheo-as bastante
veitamento.
Vid.
um
In ensayo
2'i
piscicula en el
lago de Monles.
En(.l,
da Uecisla de
NOTAS
COMMUNICAES
37
formam uma
e
que sob
uma
supericie no
menor
A lagoa do Linhos , do lado do sul, o ultimo d'estes deposites e o maior de lodos, visto que occupa uma rea de cerca de 33 hectares. As suas aguas so sangradas por uma levada, que vae dar movimento aos moinhos da Leirosa, correndo ao depois para o mar. A curta distancia, 500 metros, do extremo sul da referida malta, depara-se tambm com outra lagoa, a da Ervedeira, assim denominada por estar junto do logarejo d'este nome. A sua figura oval e mede 820 metros de comprido por 430 na maior largura. Tem 25 hectares de superfcie e as suas aguas so principalmente devidas a infiltraes, pois que no se v ribeiro algum que n'ella desague. Cercada ao nascente por terras de cultura, nos outros lados est limitada por dunas bastante soltas, que a invadem e tecm reduzido bastante a sua extenso, phenomeno que se observa, mais ou menos, em todas as lagoas que confinam com areias movedias. As suai aguas conservam-se sempre lmpidas e so pouco frias; em agosto de 1889 accusavam a temperatura de 22 centgrados. (*) A sua profandidade vria, achando-se o fundo a 2, 4, 6 e 7 metros; as maiores funduras enconlram-se em mais de metade da lagoa. As plantas que inferiormente a revestem so muito abundantes e formam um prado denso, alto e to fjrte, que s vezes impede que a draga desa at ao fundo, que formado de areia pouco lodosa. As Charas, Potamogeloyi, Nymphaeas, Nuphares, Typhas, etc, enconlram-se em grande quantidade. Nas dragagens a que procedi achei abundncia e variedade de pequenos molluscos e annelideos. Mas a povoao ictiologica insignificante, porque s existem aqui .duas espcies de ruivaeas (Leiciscus)
de pequenssimo
corpo.
em
uma
como
vegetal, oTe-
campo vasto
cula, que tenha por fim povoala com espcies de peixes apropriados, que possam fornecer bom e copioso alimento. Passando em revista as espcies que no nosso paiz vivem permanentemente em agua doce, que so s as aproveitveis para o nosso caso, vemos que a maioria d'ellas requerem aguas correntes, batidas e frescas, condies que no se realisam na lagoa da Ervedeira, que tem agua parada e pouco fria como vimos. Mas ha duas espcies de peixes, que lambem existem no paiz e decer-
(1)
mez
e anno.
38
to devem adaptar-se perfeitamente n'esta lagoa, porque encontram ahi as melhores condies de vida. Refiro-me carpa ou sarmo {Cypiiniis carpia) e tena {Cyprinus tinca), as quaes se encontram uos nossos rios^
(*)
A carpa
te
30 e
3")
centmetros de comprido.
Em
trs
annos pde
ter o peso
sua carne de
boa qualidade. Este peixe quer aguas tranquillas e fundas, bem vestidas do vegetao; alimeuta-se de plantas, insectos, molluscos, vermes, etc.
E' muito prolfico. Quando pesa 250 grammas pe 200:000 ovos; mas pesando 2:500 grammas chega a pr 600:00) (Gauckler). E' provvel que a carpa portugueza apresente algumas variedades,
dade que fr mais gostosa. Em Hespanha, diz Graells, os pescadores distinguem duas castas de carpas, umas que so as mais finas e no degeneradas, e outras que so pouco estimadas, por a sua carne ser ordinria & abundante em espinhas. Segundo o mesmo author, a carpa no deve comer-se antes dos trs annos, porque d'esta idade em diante um peixo
abril,
que muitas pessoas apreciam, sobretudo quando colhido de f.;vereiro a porque quando se aproxima a desova e depois d'elia, perde as suas.
melhores qualidades.
A desova tem lugar no mez de maio e de junho, quando a temp-^ratura da agua chega a 22o. A fmea ento procura as margens mais hervosas e abrigadas, aonde deposita os ovos, que apenas sahem, ficam adherentes - plantas
;
macho que
facilitar
fecundao.
A
A
distancias,
se
renova ou areja
algumas
veze.
A tena no cresce tanto como a carpa, nem to productiva ; mas pde viver em lagoas pouco lmpidas, de fundo muito lodoso, aonde esta. ultima no se d bem. O seu modo de vida idntico ao da carpa. A carne menos estimada porque tem saibo a lodo, mas se a lenca fr creada
em agua
S)
fresca e limpa,
tornase saborosa.
ta utilidade
se
em poucos annos
aquella lagoa
NOTAS
COMMUNICAES
39
Para
isto
da lagoa
um
viveiro
em
diversos
compartimentos, para nelles se crearem e multiplicarem as carpas e tenas separadamente, n) s por espcies,
N'este
se
em
liberdade e a povoarem.
valia.
ao
decer-
isso, e
assim caminharia-
na lagoa da Ervedeira
me
tenho occupa-
em
aguas e
e.-pecies escolhidas,
tempo consomem peixe salgado e muitas vezes j to ardido e coradmira pos-sa servir de alimento. Os peixes que indiquei no so, certo, dos de carne mais fioa e estimada, visto que a estes ltimos so indispensveis condies, que no se encontram nas lagoas de que trato mas o que aquelles daro seguramente alimento abundante e sadio que substituir grande parte da pescaria que em mau estado de conservao consumida quotidianamente por muita gente pouco abastada.
d'este
rupto, que
Quando
se trata
de que hoje j existe de as defender da invaso das dunas, devendo estabelecer-se algumas sementeiras de pinheiros ao longo d'ellas, e tambm
orlar
as
e outras arvores
podem
realisar-se
com pequeno
dispndio e sem que se altere o piano geral da arborisao das dunas entre o M mdcgo e o Liz, evitaro immediatamente que as lagoas continuem a ser areadas e prestaro sombra e abrigo aos ppixes, quebrando ao mesmo temp) a fora dos veutos, que muitas vezes faz levantar ondas curtas,
mas bastante altas, que espraiando-se nos logares aonde os peixes desovam, podem destruT muitos germens e creao mida.
40
Nas lagoa? que lembro se submetiam a este ensaio de piscicultura, no uso pescar, ponjuanto, com) disse, as especie> ieiiologicas que as
povoaai so iosiguiiicaotes: alm d'isso, tanibm no se pratica a extraco de plantas aquticas, por consequncia, no se prejudicando interesses
j existentes e crean lo-se
uma
ao depois ser
peixe.
fcil
nem
esterelisem a creao do
De outra sorte, se depois de conseguirmos enriqupcer estas aguas com boas espcies de peixes, os methodos seguidos na pesca no furem
racionaes e muito diversos dos que geralmente se usam, seriam perdidos
Tenho-me
esto junto de
tambm aos
outros alagamentos qae lindam na lagoa dos Linhos, porque estas aguas
uma
as cuja arborisaio
me competiu
(*)
dirigir, e, pelos
motivos j apontados,
me
Parece-me que,
con/em comear
em
outros logares.
As lagoas de Mira, da Veia, de bidos, Albufoira, de Melides, Santo Andr, etc, oTtirecem vasto campj, cerca de 1:500 hactares, para se pr em execuo interessantes emprehcadimontos de piscicultora. E' possvel at que em algumas das lagoas do littoral do Alemlejo e do Algarve possa
conseguir-se
quentes.
com
|Ui
proveito a iatroduco de
Termino a
DE SOL'SA Pimentel.
Vallado, situado no conselho de Alcobaa, existem, a do Saloio, cujas aguas so lmpidas pode muito bem servir, apesar da sua pequena extenso (3,^60), para a creao de peixe, da carpa provavelmente. O peixe que aqui se produzisse poderia tambm ser aproveitado para povoar a lagoa rle Pataias, que flca perto e que pela sua grandeza, natureza das aguas, vegetao etc, no deve dilirir muito da lagoa da Ervedeira.
(1)
No pinhal nacional do
lagoas
uma
das
que
ali
NOTAS E COMMLNICACES
41
Ullimamente,
do
snr.
dr.
K.
Mubias,
sabio
director
do Museu
Zoolgico
da Universidade de Berlim, tenho mandado para aquelle estabelecimento scienlifico alguns exeir-plares de animaes da nossa fauna, producto das
tido a amabinomes scicntificos das espcies que lhe teuho enviado; e, como supponho que no deixar de ser interessante para os nossos naturalistas conhecer esses nomes e o
miohas exploraes no
de
paiz.
snr.
dr, K.
Mobius tem
lidade
me communicar
local
onde
ellas
habitam, apresento
hoj.}
lista
campos do Mondego.
:
Lnmbricideos
A. trapesoides, (Dugs);
Em
Museu de Zoologia
Anatomia comparada
quaes
ia
da Universidade de Turim o
Rosa, var.,
ura^
Museu de Berlim, a Allolobophora veneta' emquanto que para este ultimo museu enviei uma espcie que
fiz
no
foi
na remessa que
um
em 1S89 no BoUelino
Anatomia comparata
iS'es-
encontrada no Escuiial.
uma
Peri-
littoralis,
Os mexilhes de agua doce a que me referi so os seguintes: Unio Guv., var. pianasis, Lea; U. daclylus, Morelet; U. mucidus,
Aproveito esta occasio para tambm dizer qual o
nome de um ourio
do mar que
dei
des, Lin.
Thom, na Bahia de Anna Chaves, o de que mandois exemplares para o Museu de Berlim e que o Cidaris ribuloicolligi
S.
em
v^^allongo.
Brehm que
ella
m^^rgulha e ca-
porm,
em
direco op-
pelas
um
mel-
42
em um
sitio
uma
tros
um
certo
em desaccordo, como se v, com a afflrmao de Degland. E-^peramos porm em futuras excurses ter occasifio de obter mais algumas provas em favor do facto que observamos.
numero de
vezes. Editas ob-ervaes esto
E' costume
roubam
casal de
os filhos, esta
abandonarem o ninho quando lhes porm parece accommodar-se no mesmo ninho como
Em
priucipios de abril
de
1892,
um
com grande
E'
aciui
para a pesca.
usual
entre os amadores da pesca tirarem os passaritos dos
ninhos, e cortal-os
em pedaos
moinho; apesar
d'isto,
porm,
o=!
Quando em junho
de fazer
e ju-
de 1890
visitei
a serra
do Suajo com o
fitn
uma
explora-
o botnica, oTereceu-se
a
me
sua fauna.
Como me
conhej por existirem no Museu de Zoologia da Universidade, visto que no s\o estes os assumptos especiaes dos meus estudos. J em tempos dei uma noticia sobre a serra do Suajo no Jornal de Horticultura Pratica; hoje amplial-a-ei com mais alguns apontamentos. Eis a lista dos animaes
:
Mimm' feros
(Corso)
;
Sus
scrof'i,
Mus
outr'ora vul-
gar, segundo
me disseram; mas
deram pira
hj^
extremamente raro
O mesmo
um
NOTAS
COMMUNICAES
43
pouco, O rasto de um Lynce, cou^a que ha bastantes anos se no lembrava de observar por aquelles sitios. Tambm fiz toda a diligencia por obter Qforma53S exactas sobre se
mas nenhum dos caadores mais afamados d'ali, a quem interroguei, me deu noticia d'ella. Alguns chamam, no Suajo, Cabra brava ao Corso ou Cabrito dos montes (Cervus capreo;
lus L.
Peio qae poude averiguar, por pessoas d'ali, a Capra hiapanka Schimp. ainda se observa s vezes na Serra Amarella, prximo nascente do Rio Homem e um pouco mais adiante; mas no passa o valie do Lima. No prprio Gerez eila bastante rara; s quasi se encontra nos pin-
Homem, prximo
fronteira da Galiiza.
de Julho de 1892, andando eu a herborisar na Serra do Gerez, o rasto da Cabra brava, no muito longe do Borraji'iro, mostrou-me o guia
Em
fins
^te5
Apenas
Dress. (guia real); Milvus regalis, Briss. (Milhafre de rabo de bacalhau) Strix flamea, L., (Coruja das torpjs); Corvus corax, L. (Corvo); Oxculus
real):
Tardus merula,
L. (Mel-
Perdrix rubra, Bris. (Perdiz), s nos pontos menos elevados; Starna cinerea, L. (Perdiz cinzenta); etc. Esta ultima espcie, disseram-me os caadores da Serra do Suajo ser
altos,
ali
onde s
ella se
encontra.
rez,
A Perdiz cinzenta lambem se observa, que eu saiba, na Serra do Genas immediaes do Borrajeiro e mais ao norte do paiz, nas serras de
Rebordo e Montesinho, prximo a Bragana. Ainda no ha muito tempo que um caador de Coimbra me aTirmou, que tambm a havia nas encostas quasi inaccesslveis da margem esquer-
da do
rio Ceira, a
Nas povoaes menos elevadas da Serra do Suajo tambm se enconPardal (Passer domeslicus L.). No Gerez nunca o vi seno na base da serra, na povoao de Viilar da Veiga.
tra o
Laur.;
et Bib.
Rana
lenta, C.
L.;
(*)
muralis, L.
Tropidosaura algira,
uuico exemplar tan-
No me
to
um
da Lacerta Gadowii, Boulenger, como da Vipera Latasei, Bosca, reptis muito frequentes, na Serra do Gerez. As pessoas a quem ali interroguei
(1)
As Lacertas
serra.
e a
xos da
44
sobre a vibira no
Gerez observei
trella.
um
que se
me souberam dar noticia alguma dVlla. Na serra dj curioso com relalo ao que se d na Serra da Es. repele lambam na do Suajo, Vem a ser que, na Serra da
f ii;io
o Triton tnarmoratas,
como nas Lagoas, l\edonda e Secca s teuho visto Dum. et Bih. (T. Gesoeri, Laur.) e a Fiana esculenet Bib.);
-^s
mais elevadas do
ainda mais
abaixo.
A Rana
esculenia L., s a
vi
ga e Caldo. O Triton marnioralus, Dam. et Bib. s prximo quellas duas ultimas povoajs se encontra. Em 1890 tive occasio de observar na Serra
do Gerez, prximo a Leonte, n'um ribeiro, um exemplar da Chioglossa meu amigo o snr. Alfredo Tait disse-me tel-a tamliisitanica^ Bocage.
para des obrirmos no Gerez o Pleurodcles Waltlii, Micb., salamandra de que o professor Simrolh diz ter apanhado dois exemplares no sitio denominado Agua do Gallo, o que n-; no podemos conseguir O que eu encontrei nas Caldas do Gerez foi a Salamandra maculosa,
Laur., var. Molleri^ BeJriaga.
Peixes
(Truta);
Na
Cliondrostoma
cavednnus.
Sleiud. (Escalo); Leuciscus pyrenaicus, Gthr. (Bordalo) e a Anguilla acittirpstris, Yarrel. (Enguia), etc.
Na ribeTa da Peneda
o Lima tamb.im
linj!
vi
era
abundante
villa
em
um
ram
resul'ado
foi
ire.n
pois,
como
sabido,
com
outros peixes.
alm
de destrurem as ovas dos outros peixes so de inferior qualidade para a alimenla^"io. J que estamos a fallar em peixes e se tratada creao no
paiz de estabelecimentos aquicolas,
nacional do Urso,
umas
se
ali
poderiam introduzir as
terceiras
he<panliolas
NOTAS E COMMUNICAOES
45
As Tenas tambm
de Godio.
se
em
me
n:"io
faihi, do-lhe o
nome
Mas voltemos ao Surijo, assumpto da nossa noticia. Alm dos animaes (]ue j:i mencionei - tomei nola dis molluscos: Arion Nobrei, Pollonera e A. hidtanirus, Mabilie, de um inyriapodo do
gnero lulus, frequente debaixo das pedras, e de algumas minhocas entre
ellas a
Tambm
mas de que
no tomei notas pois como j disse o lim com que vi^iIei aquella serra foi para fazer uma explorao buiauica e mal me chegou o tempo para tratar
d'outro assumpto.
Theatrum
Frankfort,
la foi
1637.
desenhada no
em
Inglaterra.
sur. dr. Juli) Henriques refoesta
riu-se a
interessante planta no
fase. 2,
Na estampa
11 d"estes
Annaes
esl
em reduco
tamanho natural. A
lr c
de
um
bello
amarello de chromo.
Esta planta
uma
flora
li-
gada, pois que passou por planta imaginaria durante uns duzentos annos que esteve co esquecimento.
A. N.
piscicultura
dustria (jue
em
em Portugal. No deve restar duvida de que a inPortugal pde fornecer alimento mais abundante, variado,
;
isto
46
convida
mesmo
volvimento, merecendo ser cuidada no intuito da sua conservao e da proteco dos seres que a habitam.
Ainda ha pouco tempo nada d'isto era attendido entre ns, mas felizmente um estadista notvel, convencido das vantagens que certamente resultavam para o paiz do aproveitamento de to importante riqueza, promulgou o decreto de 30 de setembro de 1892, creando uma commisso
central,
seus
conhecimentos e
til,
composta de indivduos escolhidos pela sua posio olficial ou pelos competncias, para promover uma propaganda
tendente a introduzir e desenvolver no paiz medidas apropria-
activa e
fins da piscicultura. anuo tem de existncia a Commisso central permanente de Piscicultura, mas j tem assignalados os seus servios por trabalhos de grande valor e verdadeira utilidade, e mais teria feito se no fora a morosidade da resoluo do ex-ministro das obras publicas s propostas da commisso, algumas das quaes no envolviam despezas, nem perturbaes de outras instituies, visando puramente distribuio de servios; devendo comtudo consignar-se que a S. Ex. ficam vinculados
Pouco mais de
um
Em 20 de abril do anuo passado era approvado e publicado o regulamento geral dos servios aquicolas nas agaas interiores do paiz, proposto pela Comniis^o central: regulameaio de grande alcance para a pesca iaos u^^os e lerior e para a piscicultura e que se coadunava to bem costumes dos povos, que no levantou contra si neuhuma representao ou protesto, facto digno de registar-se na epoeha presente, em que quasi todas as medidas do poder central encontram resistncia na sua execuo, a maior parte das vezes por uma simples questo de forma e outras p)r
om
excederem os justos limites da concentrao administrativa. E' facto que este regulamento em via de execuo carece de ser acompanhado de alguns meios de ficalisao, que faltam actualmente s direces incumbidas de o applicarem, mas pouco a pouco, no difflcil,
ir
nomeadas Commisses regionaes, delegadas da Commisso do Castello: Povoa de Varzim; Villa do Conde; Santo Thyrso; Porto; Aveiro e Coimbra. Estas Commisses tem alada para se installar e formular o seu programma de trabalhos em harmonia cora o regulamento g.ral, iniciando e desenvolvendo desde j a sua propaganda
central,
em Vianna
em
favor da piscicultura.
uma
esta-
o aquicola no Rio Ave, para produeo de vulos das espcies das aguas
NOTAS E COMMUNICAES
47
interiores, a fim de
serem creados em piscinas de engorda ou lanados nos mxima vantagem que a cons-
tade,
quem depende actualmente a continuao com tanta deciso e boa voncomo mostrou nos despachos em que approvou as ultimas propostas
com
respeito a elle
da commisso.
em
Portugal,
Muito ha certamente a fazer para conseguir a piscicultura prtica mas do quo no resta duvida, de que j alguma cousa ha
depois da creau da
feito
Commisso
central
uma regulamentao
geral
um
estabelecimento de pis-
embryes industria particular e aos cursos d'agua despovoados ou em via de despovoamento. O nosso paiz no para grandes actividades, e portanto temos de nos contentar com que nos attendam pouco a pouco, porque sempre algucicultura qae possa fornecer vulos ou
ma
cousa se vae conseguindo, embora seja protelado o beneficio publico que derivava do exerccio e desen/olvimento d'eita industria, se ella fosse desde j montada nas suas bases principaes.
Lisboa,
29janeiro 1891.
Baldaque da Silva.
Projecto de
construro de
rios,
uma Estao Zoolgica em Cascaes. Annunciou-se a uma estalo de Zooidgia niarilitiia em (^lascaes, com aqude ha muito tempo,
em
differeutes
em
1886
i}),
tive oc-
casio de
me
mostrando
estudo,
um
com
eTeito
no nosso
litoral
crusam as faunas dos mares septentrionaes e as do Mediterrneo e africana, terminando muitas espcies a sua expanso geographica nas cosque
se tas
martimas portuguezas.
tal
uma
fauna mixta
como
com
pro-
uma
em
zoologia se faz
(1)
48
fora e se deve
paizes
Npoles,
constitue
onde se encontra a primeira estao de Zoologia martima, que ponto forado para os visitantes, pelos magnificos aqurios que
d'outras,
possue.
N'esta estao ha, alm
diffcrentes governos
durante
ou mais naturalistas dos seus paizes. No consta que Portugal tivesse l mandado algum no obstante a prodigalidade de commisses ao estrangeiro. Nem todos os laboratrios de zoologia martima possuem installaes como o de Npoles, o que no impede que d'elles saiam trabalhos scientiflcos de valor. A Estao zoolgica de Cette, onde pratiquei durante algum tempo, bem modesta , e no entanto muitos trabalhos teem l sido feitos no s de sciencia pura como de applicao s industrias do paiz. V-se, pois, que no necessrio grande ostentao para se manter um estabepraso ajustado,
lecimento d'esta ndole,
um
em
Cascaes.
uma
caes e os
algum a sua
Alm a mesma,
pelos
em
Cascaes.
A
fique
ideia
excellente
cm
projecto,
como desgraadamente
pouco interesse
em Por-
tugal, onde,
em
gerai, to
installadn, sob
um
realisando d'este
modo
mente apresentado e que em 1890 tive occasio de propor ao ministro das Obras Publicas o snr. Frederico Arouca, sob a dependncia das estaes aquicolas, que, como base da reorganisao dos servios aquicolas eu entendi dever comprehender no projecto de regulamento sobre as pescas fluviaes e
me
ministro
em junho
d'aquelle anno.
Dezembro, 1893.
AfGUSrO NOBIIE.
NECROLOGIA
PEDRO ARTHUR MORELET
Falleceu em 9 de (l'OQtul)ro ultimo no castello de Velars (Cte-d'Or) na edade avanada de oitenta e quatro anos este distiacto naturalista francez que durante quasi meio sculo enriqueceu a sciencia malacologica de numerosas memorias sobre a fauna de muitas regies do globo.
t>o
assigoatributo
de homenagem de
Nascido
em
uma
Crsega,
em
18l'i
em
bm
as suas provncias.
foi
coativ-id)
desconhecido da nossa fauna malacologica. Depois de numerosas viagens na America, descriptas n'uTia imporM)rolet Voyjgs dans rkmriqm centrale novamente para Portugal e em abril de 1S37 embarcava em Lisboa, em companhia do seu amigo Henri Drouet, com destino aos Aores, terras at essa epoiha quasi completamente desconhecidas dos zo3lotante obra
em dous volumes
dirigiu-se
gistas.
Reinava ento
em
Portugal El-R;i D.
J )o
qu dispsnsou aos
dous incansveis exploradores a mais decidida proteco n) eoaeorrenlo pouco para os valiosos resultados d'esta viagem.
Durante seis razes Mjrelet e Drouet psrcorreram quasi todas as ilhas do Archipelago, com excepo de S. Jorge, colhend) nunerosos e imp)rtanles dados sobre as prolucis natui-ae^ d'aia;lla iltia-; iiie deram a conhecer era varias memorias. Morelet, n'uma excellente obra magaifivja-
50
mente illustrada, occupou-se mais especialmeule dos mollu..eos terrestres reconhecendo 69 espcies habitando o archipelago, das quaes no menos
de 30 eram completamente novas para a seiencia.
Aores distinguiu-se de
um modo
emquanto se liga estreitamente do continente europeu, apresentando comtudo ura caracter notvel de especialidade.
Se foi esta a ultima exploiao de Morelet a terras portuguezas, a sua penna auctorisada aiada firmou durante a sua longa vida seientiiea alguns trabalhos no s sobre a nossa fauna continental mas principaln:iente
sobre a das nossas colnias.
em 1846
Foi
elle
pelo distincto
oTicial
tambm que
se
no
territrio
d'Angola e
em
S.
Thom,
colleces
preciosssimas pela
ridos no Journal de Concyliologie de 1850 a 1890, algumas tendo referencias nossa fauna colonial, e subscreveu ainda vrios volumes puramente
litterarios.
Todos os trabalhos d'este naturalista distinguem-se pela conciso e Adoptando o systema de especificao seguido pelos mais auctorisados conchyliologistas modernos, como Cuvier, Deshayes, Pfeiffer, Kobeit, Crosse e Fischer, era adversrio declarado da moderna eschola malacologista patrocinada por Bourguignat. Esta no lhe poupou algumas
pela clareza.
criticas
em
parte
cri-
a que
em
restres
et fluviatiles
de scientifica.
Morelet incontestavelmente
um
eo seu metho-
do fossem seguidos, infelizmente alguns adeptos da nova eschola productores de especits novas, como Servain e Castro, explorando a nossa fauna
malaeologica ainda no de todo conhecida, vo-na transformando n'um
et fluviatiles
du Portugal.
Paris,
1845, 8.0 14
pi.
et fluviatiles
du Portugal.
Io Jour-
A.
51
es moltusqves ime.^rrs de cet Archipel. Paris, d860, 8., 5 pi. col. Testacea qvcedam Africce occidentalis terresria et fluviatiUa. In Revue Zoologique, 1848, S. Series conchyliologiqves, .^e livrahcn. Cote occideniale d'Afriqne, Paris,
1858, 8. gr., 3
pi. col.
et
Bengnella. Mol-
equatoriale
in Joiro.
Notice sur
iles
les coqnilles
de Cessac des
la
Conchyl., 1863, S.
Morelet posuia
uma
rira bibliolheca e
uma
O Governo
em
Commendador da ordem de
8 de Fevereiro de 1894,
Alberto
A. Gikard.
CoDtriliDlli rtnie
4ii
fles
joissons
loce
e
2oolOiie
Portiial
d'aprs
la
coUectioi
Miise
e rUDiversil de Goilira
PAR
LE
DR.
LOPES VIEIRA
Avertissement
Le Catalogue prliminaire des poissons d'eau douce du Portugal par Mr. F. H. Steindachner, Lisbonne 1864,
premire publication qui ait parue sur ce sujet. dtermination dcs espces de poissons qui y sont La consignes a t faite en prsence des exemplaires qui se
t
la
avait t
Muse de" Lisbonne, dont la collection commence, il y avait peu de temps, de quelques endroits du Portugal. (Vid. catai, cit., note pag. 6.) Dans cette publication on a numr les espces,
trouvaient alors au
sans dcrire
les caracteres
comme
donn les diagnoses rsumes. Dans le Catalogo doa Peixes de Porlugal por Felix de Brito Capello, Lisboa, 1880, on a mentionn les espces contenues dans le catalogue de Mr. Steindachner, en ajoutant quelques autres, galement d'eau douce du Pora
Anii. de Sc. Nat. v.
I.,
Abril, 1894.
54
tugal,
tre
Mais
connues rcemment. on
cite seulement les publications faites en 1866 Ttranger par Mr. Steindachner, et que je n'ai pu consulter, ou le
Catalogue of Fuhea in lhe Ifrilish Muscum, le seul ouvrage, que je connaisse, ou Ton peut voir tous les diagnoses des poissons d'eau douce du Portugal.
Voil pourquoi je
talogue du British
me
UHisLoire naturclle des poissons de France, par Mr. Moreau, Paris, 1881, representante plus moderne d'une icthyologie semblable a celle de mon pays, me devait surtout servir de guide.
Le rsultat au quel je suis arriv dans mes investiga tions est bien extraordinaire; car, pour quatre genres^ je suis reste indcis quant la distinction d'espces que je trouvais faite et je n'ai pu harmonisr le rsultat de
mes
investigations,
et
n'ayant point de motif pour douter de celles des autres, il ne me reste seulement qu' attribuer cetLe notable diver-
gence ce
qu'il
nombre
liser.
suffisant d'individus,
Quoiqu'il en soit, mon but n'est pas de discuter les comptences, ni mme de m'attribuer des mrites que je ne possde pas, ou de me donner des honneurs qui ne me rapporteraient galement aucun profit. Mon dsir est d'harmoniser les observations des uns et des autres; de voir une contre preuve des diagnoses faites et d'tablir enfin une diagnose indubitable des espces de poissons d'eau douce du Portugal.
Qu'on
mon
but.
DR.
L.
55
NOTE A
Je n'ai pas, Tgard des espces du genre Barhus d'eau douce du Portugal, me rapporter VHistoire naturellc (Ics poiiso?ts de hrance, de Mr. le Dr. Moreau,
parce que cet ichthyologiste ne s'occupe que des espces qu'on trouve en France; et les espces du Portugal, selou Tavis et les descriptions de Mr. le Dr. Steindachner, in Catalogue prliminaire dci poissons d'eau douce du Portugal, Lisbonne, 1864, ainsi que les descriptions qu'on peut lire dans le Catalogue des poissons du British Musum, vol. 8." pag. 92 et 93, sont particulires la pninsule Iberique. Je me suis donc servi des descriptions de Mrs. le Dr. Steindachner et le Dr. Giinther, en profitant de toutes les deux; et j'ai mis en parallle les caracteres de premier ordre de leurs descriptions et ceux trouvs dans les individus du Muse de Coimbra. Voici les conclusions que je dois faire ressortir de
ce parallle. Je n'y vois pas de difrences qui permettent de dis-
comme
il
est ncessaire,
n'est pas
la tte est
nota-
ni n'est pas toujours convexe chez blement allonge ceux qu'on dirait liarbm Bocagei, Sleind. Tels sont les in-
dividus
nmeros
7, 8.
La bouche n'est pas trs fendue que dans le suppos Barbus comizo, Sleind. Au contraire, on la voit aussi fendue chez le numero 10, qui n'a rien de plus de semblable celui-l. Le grand rayon oss de la nageoire dorsale n'est pas toujours fort et distinctement denteie dans le Barbus^
qu'on dirait comizo, parce qu'il a
traordinairement allongs,
plaire empaill
la tte et le
le voit
museau ex-
comme on
la
numero O de
56
cote,
on
voil
un rayon
6,
numero
Harbm
focagci,
pour tous
ainsi que la formule des sne permettent plus d'tablir aucune dis-
tinction.
tel rsultat, je n'ose pas appliquer aux du Muse de Coimbra la distinction prtenexemplaires due par Mrs. Steindachner et Gunther, ni je trouve as-
En vue
d'un
sez justifie cette distinction, malgr la grande autorit, gnralement reconnue, de ces deux savants ichthyologistes, et de ce qu'on dit cette distinction constate, non seulement dans les exemplaires observes au Muse de Lisbonne, mais aussi confirme par des investigations accomplies par Mr. Steindachner en Espagne. Mais si Tallongement de la tte n'est pas suffisamment caractristique d'une diffrence d'espce des Ihirbus du Portugal, on peut se demander si elle ne ser pas un effet de Tge? On voit que les individus O, 1, qui sont ceux de plus grandes dimensions, sont aussi ceux dont la tte est la plus notablement allonge. D'un autre cote, dans aucun des nombreux exemplaires de la coUection, que je n'ai pas trouv ncessaire de mesurer, on ne voit Tallongement de la tte. 11 n'y a qu'une exception pour les exemplaires 4, 6 car le nucentimtres de longueur, a la tte trs mero 4, qui a 26 allonge, comme Tindique la mesure de 3 f tandis que Texemplaire numero 6, de 30 | centimtres de longueur totale, ne presente pas la tte allonge. En remarquant que Texemplaire numero 4 provient leuve Guadiana, ainsi que tous les autres qui prsendu tent un allongement gale de la tte; tandis qu'on ne trouve pas un tel caractere dans aucun des exemplaires des autres tleuves, on pourra se demander si un semblable caractere ne ser pas exclusif d'une variet du genre Barbus, propre ce leuve?
;
-|-
Parallle entre les 'Barbus-'"^Bocafjei, Stoitid. et 'Barbas comuo, Steinrl. et les Barbas des fleuves et rivires du Portugal de la collection du Muse Zoologique de l'Univei-sit de Coimbr-a
Numero
de
Nombre de
la
fois
que
longueur de
la tte
;
Forme de
la ligne
longueur tutale
loslro frontal
Bouctie
Formule des
cailles
convexe
petite,
horisonta
I
^i
Lr....;
peu denteie
1.1.
'.
.> o 8/8
8 ou
9;
47
a 52;
5 ou 6
,.^,
recte
ou concave
que, terminale
3/0 ou 7
8|ou9|;48a50;5i
droite,
peu
ne
incli-
fendue, oblique,
trminale
trs fendue,
peu
fort,
pas
denteie
3/8
droite, trs
peu
obli-
fort,
peu ou pas
denteie
incline
que, trminale
fendue, oblique,
fort,
denteie
trminale
sinueuse, peu
incline
idem
trs fort,
trs
denteie
idem
fort,
trs denteie
oblique,
faible,
vexe, peu
incli-
pas denteie
trminale
extra rdinai-
ne
droite,
presque
idem
rement
fort,
trs
rien incline
denteie
idem
droite, presqne en
idem
faible,
pas denteie
prolongement du
dos.
idem
idem
convexe, incline
idem
idem
fendue, oblique,
peu
fort,
pas
idem
trminale
denteie
Parallle entre
2/.
le.s
&
Vai.; i. aLbartioides,^\.em^-
poissons du genre Jjenciscus qui se trouvent au Muse de Zoologie de TUniversit de Coimbra, provenants des fleuves et rlvires du Por-tugal.
macrolepidotiis,
Numero
de
Rayons ds nageoires
Denls pharyng.
D.
Texemplaire
A.
2 3
4
5 6
7
8 9
10
11
12 13 14 15 16 17 18
DR.
L.
vieira: POISSONS DU
PORTUGAL
57
comme il nous le semble probacependant ajouter qu'une telle varit de Barserait pas la seule qui existe dans le fleuve Guadiana; car Texemplaire numero 6, qui provient aussi de ce mme fleuve, n'a pas la tte allonge. Toutefois, comme le Muse Zoologique de TUniversit de Coimbra n'a pas encore achev Texploration des fleuves et des rivires du Portugal, je n'ose point attribuer mes conjectures un caractere de gnralit et de certitude; me rsrvant, au contraire, de revenir sur ce sujet ds que je possederai de nouvelles observations.
si cela tait,
Mme
ble,
on bus ne
doit
NOTE B
J'ai tudi les
du Catalogue du
crit
les quatre
espces
d-
macrolepidolm, Slcind.\ L. alburnoides, Steind.: puisque Mr. Moreau ne dcrit que le L. rulilus, Agass., que Mr. Gunther croit represente par le L. aula, Cuv. e Vai., dans le midi (southern).
L.
11
ne m'a pas
plaires
faliu examiner tous les nombreux exemdu Muse de Coimbra pour me sentir incapable
de dmler toutes ces quatre espces; et aprs avoir inscrit, dans le tableau ci-joint, les caracteres de dix-huit individus, je me suis arrt pour consulter, au sujet de mes hsitations, Mr. le Dr. Boulenger, du British Musum, auquel j'ai envoy ce mme tableau, ainsi que les poissons auxquels il se rapporte. L'il lustre savant me permettra ici de rendre publique son opinion autorise, qu'il a bien voulumecommuniquer, ce dont je le remercie infiniment, et qu'il a rsum ainsi: Leuciscus n."' 17, 18 are young L. alburnoides,
Steind.;
ali
the others
would
refer to L.
I
me
suffit.
58
le
motif de
mes
hsitations
ou
Mais alors il faudra refaire la science et produire de nouvelles descriptions de les deux espces que Ton croit devoir conserver.
On
doit attendre
ce
cups de ce point.
NOTE
crit
Mr. Moreau (ouvrage cite, tom. III, pag. 429) ne dau genre Chondrosloma que Tespce nasus et j'ai
;
espce.
Mais
naire des
il
ne
cite
poissons d'eau douce du Portugal par Mr. Steindachner, qui dcrit une Cliondrodoma polijlepn comme nouvelle espce, ni mme le Catalogue du British Mu-
seum
les
fjag.
272
et 274,
ou Ton
particulires la pninsule
Prynenne.
Corame les caracteres de la Chondrosloma nasus de Mr. Moreau ne s'accordaient avec ceux des exemplaires que j'avais tudier, surtout pour ce qui touche au nombre d'cailles de
sale, ]'ai
la
ligne latrale et de
la
ligne transver-
Mr. Gunther.
En
tableau que
:
j'ai
Les nmeros
2,
6 seraient
b,
c,
la
Chondrosloma
polylepis,
Ia
Chondrosloma nasus, Agass., par le caractere e. Les nmeros 12, 16, 16 bis, Chondrosloma polylepis
par
, c, d.
&
Vai.;
Ti.
alburnoides, Steind.-
poissons du genre Teaciscus qui se ti"0uvent au Muse de Zoologie de TUniversit de Coimbra, provenants des fleuves et rivires du Portugal.
inacrolepidotus,
Steind.
et les
Numero
de
Denls
pharyrig.
D.
Texemplaire
10
2 3
4
5
6
7
8 9
10
11
12 13 14 15 16 17 18
Mureau
oii
la
"inata Fario.
C(j|lectioii
W
NuiniSi'0
(*)
de
1'exeDi-
Nombre
I
lioi-d
postrieur
de rayons
,
de lopercle
.J''*",\
dans
Ia
longuear
tolale
Ha5i
5 i
a
3 f
4 f
cii
pas courbo
11
6 I
courbe alloiige
10
12
long.
liaut.
tot.
40'
I
"9% 75
lot.
=4
4 A
courbe alloiige
12
loig.
28'
I
10
luuit.
"5%75"i
tot.
Iuii;'.
27'
j
5%75
21',25
_ ~
/
*
^'
baut.
long.
tot.
4%75
=4
^
^
'
5
baut.
22%5_j
5'
1
lung
bis
tot.
23', 25
5'
=
I
baut.
loig.
tot.
20',
5'
haut.
long. tot.
7
22'
baut.
long. tot.
8
"5'
22',5
*
"
baut.
long. tot.
5'
_ ~^
_
.
'
2
m
4',5
23', 5
5',
baut.
1 !
long. tot.
baut.
75
10 bis
baut.
long. tot.
i.',75
\
^
i
17', 25
baut.
long. tot.
3',50
j_8'
_ "
=
t-
4i
haut.
lung.
tot.
"4^02
17', 5
1^
baut.
long.
tot.
^4'
10', 75
li
haut. long.
lot.
.'3',75
17', 5
baut.
_ 3', 75
15
long. tot.
bis
1.3, 75
I
baut.
long. tot.
2',
75
16
13',50
\
baut.
long. tot.
It bis
2',75
14, 25
I
haut.
long. tot.
~1.'
14'
17
baut.
^^25
DR. L. VIEIRA
POISSONS DU PORTUGAL
59
par
b.
ti,
e.
raient la Ck. nasus par le caractere d raient pas par les autres caracteres.
mais
ils
ne
la
se-
Le numero 3 on
le croirait
caractere
b.
b, c.
Le numero Le numero
par
6.
4, Cli.
nasm
Wilkomii
Et ainsi de suite. Je demanderai donc oi sont les caracteres constnnts, qu'on puisse trouver pour permettre la distinction d'une quelconque de ces espces?!
NOTE D
Comme
comme
c'tait la classification
douce du Portugal, et, en outre, ne sache pas qu'on ait dcrit quelque espce de
Trulla qui soit exclusive de la pninsule Ibrique, j'avais considrer les trois espces que Mr. Moreau dcrit dans Trulla fario, Siebold., T. marina, Duh., et son ouvrage
T. Baillonii,
Moreau.
la Trulla Baillonii parmi les exemplaires du Muse de Coimbra, parce que un des caracteres de premier ordre de cette espce c'est de n'avoir pas plus de neuf rayons branchyostges et tous les individus de ce Muse ont dix, onze, ou douse rayons.
D'ailleurs,
on
dit
que
la
aux
pays froids. En mettant en parallle les caracteres attribus par Mr. Moreau la T. fario, Siebold., et la T. marina; Duh., avec les caracteres trouvs dans les exemplaires
que
'ai
pu observer,
je suis arriv
1,
L'exemplaire n.
60
tt tre
la T.
marina par
la
les caracteres
Les
cteres a,
n."' 2,
6, c
;
3,
5 bis seraient
T.
T. fario
d, qui est
Le
e
;
n."
il
T. fario
mais
faudrait le considrer
comme
T.
marina par
le
caractere d.
On
Les
a, , c,
numero
5.
6,
comme
c.
tels.
b, d,
Le
e;
n. 8 paraitrait T. fario
celui
Et ainsi de suite jusqu' la fin, de manire ne permettre de determiner exactement presqu'aucun des exemplaires.
Dans de pareilles circonstances, il me semble mieux de m'abstenir de distinguer les deux espces de Truttes, et de me borner enregistrer mes observations, pour que
d'autres, plus autoriss, puissent dcider
si elles
indiquent
ou non
la
necessite de contrler
la
distinction
moderne
des espces zoologiques multiples, que, aprs tout, on ne iit pas determiner, parce qu'on ne peul pas les distinguer
les
NOTE E
Je
considere
provisoirement
comme
representant
deux individus prepares que le Muse de Coimbra possde car je ne puis pas m'assurer de qu'on
;
y rencontre tous les caracteres de VAlosa vulgaria, Cuv. & Vai, espce qui ne me semble pas se prter a une distinction assez facile et intuitive de sa congnere YAlosa
finla, Selys.
DR.
L.
VIEIRA
POISSONS DU PORTUGAL
61
en celui du British Pour que je puisse juger par moi mme du vrai fondement de cette distinction de les deux espces, ainsi que pour que j'arrive bien les reconnaitre, il faudrait que le Muse de Coimbra aurait une srie assez nombreuse de poissons du genre Alosa. Je Tattends, et je suis bien certain que je ne Tattendrai pas long temps.
aussi
NOTE F
Je dis le Mugil capito, Cuv. & Vai. un des poissons de Teau douce du Portugal, de la mme manire que je considere leis V Alosa vulgaris, Cuv. & Vai; Aiiguilla vulgaris, C. Bp.; Pelromyzonmarinus, L.; Pcromyzon flu-
vialilis,
L.;
Accipenser sturio, L.
Salmo salar, L. Ce sont des poissons qu'on peut trouver tous dans les fleuves du Portugal, au moins pendant une partie de Fanne, et qui vivent aussi bien dans Teau douce que dans Teau sale. Cependant je veux ajouter, au sujet des espces du genre Mugil, que je ne sais pas encore prsent si c'est seulement le Mugil capito, Cuv. & Vai., ou s'il sont tous les espces du mme genre, comme il me semble probable, que Ton peut trouver dans Teau douce. Je n'ai pas de donnes pour formuler une opinion ni mme le Catalogue du Muse de Lisbonne me donne
assez de renseignements sur cet sujet.
Je ferai, Tt prochain, les investigations ncessaires
62
Catalogue des poissons des fleuves et rivires du Portugal conserves au Muse'e de rUniyersit de Coimbra
&
Vai.
Nom
vu\ga\re Eagana-gala.
et
les
des rigo-
Cyprinus carpio,
Nom
vulgaire
Linn.
Carpa.
fleuve Guadiana.
Deux
3
le
Cyprinus
auratus, Linn.
du Mondego, prs de
Barbus
sp.?
(*)
Nom
vulgaire
Barbo.
mont Caramulo.
Trois de
Un Un Un Un Un Un Un
(1)
la rivire de Cabeceiras de Basto. de Ponte da Barca. du fleuve Vez, Arcos de Vai do Vez.
du fleuve
de
THomem,
prs de Braga.
Vide Note A.
PORTUGAL
63
Tl.NCA
VULGARIS,
Cuv.
Nom
vulgaire - Tena.
Leucisgus
Leuciscus
Nom
ALBURNOiDES, Steind.
(^)
MACROLEPiDOTUS, Steind.
Huit individus de Melgao. la rivire de Torres, Monsao. Cinq du fleuve Lapella, Monso. Dix du fleuve Minho, Valena. Huit des rigoles de Valena. Quatre du fieuve Minho, Vianna. Huit du Coura, Caminha. Quatre du Cavado, Braga. Quatre de THomem, Braga.
Trois de
Trois de Ponte da Barca. Trois de 1' Ancora. Trois du Vez, Ai cos de Vai do Vez.
d'Eiras.
Un du
Guadiana, Elvas.
Mertola.
Deux du Guadiana,
du
Liz, Leiria.
Vide Note B.
64
Squlius
Nom
cephalus. Siebold.
vulgaire
Esctt/o.
Bordalo.
Trois de
la rivire
Trancoso, Melgao.
Un du
Trois de la rivire Lapella, Monso. Deux des Caldas de MonsSo. Quatre de la rivire Torres, Monso. Un du leuve Minho, Valena.
Cinq du Coura, Caminha. Un du Minho, Caminha. Quatre du Lima, Vianna. Deux du Perre, voisin de Vianna. Trois du Vez, Arcos de Vai do Vez. Un d'une rivire d'Arco de Baulhe. Deux de Ponte da Barca. Deux de THomem, Braga. Trois du Cavado, Braga. Quatre du Criz, Castelles. Deux d'une rivire de Santa Comba, Cannas de Sabugosa.
de TAntua, Estarreja. de TAlva. Deux de TArdilla, Moura. Un de TAlca, Nazareth.
9
Un Un
Chondrostoma
Nom
la rivire
sp.?
vulgaire
Boga.
(^)
Deux de
Un Un du
Un
MonsSo.
Torres, MonsSo.
Un
(1)
PORTUGAL
65
CoBiTis
Nom
TAENIA, Linn.
vulgaire
Vcrdeman.
off.
Trutta
Nom
FARio, Siebold
(*)
vulgaire
Truta.
Un du Un de
Deux Deux Deux Deux
fleuve d'Estarreja.
TAlvares, Lousa.
du Cabanas, Vianna.
de Villa da Feira.
de Cabeceiras de Basto. de S. Joo do Monte, Caranaulo.
Un du
Un du
12
Perre, Vianna.
vulgaris,
Alosa
Nom
(')
vulgaire
valla,
Sfti'e
Saboga (jeunes?)
Deux du
13
Anguilla
Nom
fleuve
vulgaire Enguia,
Eir.
Un du
(1)
Mondego, Coimbra.
(2)
66
Un
lalirostris).
14
Nom
Un du
15
fieuve
vulgaire
Lampreia.
Coimbra.
Mondego,
Petromizon
Nom
fluviatilis,
Linn.
vulgaire Lampreia
da agoa doce.
16
Flesus
Nom
fleuve
vulgar:S,
Moreau.
vulgaire
>//ia.
Un du Un du
17
MuGiL CAPITO,
Nom
Vai.
(^)
vulgaire
Tainha.
Mondego, Coimbra.
Deux
18
individus du leuve
Accii'ENSEK
Nom
STURio, Linn.
vulgaire
Solho,
l*cixc-l{ci.
Un du
Ttat d'adulte,
Mr. Jos da Silva e Castro a dit Tavoir rencontr, dans le fleuve Douro, prs du RumecSo.
19
Salmo
Nom
salar, Linn.
vulgaire 5a/?Mo.
Un
(1)
Vide Note
F.
AVES DE PORTUGAL
(Continuado de pag. 30)
Order PASSERES
Famlia
G.
TURDID^
TURDUS
TuRDUs
visGivoRUS, Linneu
Tordeia, Porto
Tordeira, Tordo-
Nomes
veia,
vulgares
Coimbra.
Abundante em todas as pocas no norte de Portugal, onde cria. Encontra-se tambm no extremo sul, na Serra de Monchique, e eu observci-o j em Abrantes. Informoume ainda o dr. Jos Maria Rosa de Carvalho, que commum nos arredores de Coimbra e da Beira, d'onde j
lambem
recebi ovos. Em Portugal tenho encontrado geralmente trs ovos nos ninhos d'esta espcie. Em 1878 observei que uma d'estas aves comeou a cantar muito cedo, a 3 de dezembro. Tenho ouvido cantar esta espcie
em
Entre-Quintas (Porto).
2
TuRDUS
Musicus, Linneu
e todo o paiz, Tordo
Nomes
vulgares
Tordo, Porto
branco, Coimbra.
Esta ave chega a Portugal em princpios de outubro, hiberna aqui e algumas vezes demora-se at muito tarde,
Ann. de
Sc. Nat., v.
I.,
Abril, 1894.
68
fins de
abundante
maro ou princpios de abril, sendo especialmente em novembro por occasiao da sua passagem
a Portugal depois de feitas as vindimas
para o sul.
Gomo chega
nao causa aqui os estragos que lhe attribuem em Frana. E' muito apaixonada por azeitonas e provavelmente ajuda a dispersar as sementes das pequenas fructas de caroo. Geralmente esta ave viaja s, ou em pequenos bandos. Nao consta que crie em Portugal. Durante o vero tenho-a procurado na Serra do Gerez, logar onde mais provavelmente se demoraria mas nao consegui ainda encontrai- a.
TuRDUs
ILIACUS, Linneu
bra
Tor/o. Porto; Tordo ruivo, CoimTordo pisco, Penafiel. Chega um pouco mais tarde que o T. mimem e quasi tao abundante como elle; desapparece em janeiro e
;
Nomes vulgares
fevereiro.
TuRDUs
piLARis, Linneu
Nomes
Coimbra.
vulgares
Tordcia,
Porto;
Tordo
tornai,
Gommum
mmicua
e o T. iliacus.
Nomes
Galliza.
Merlo,
em
Em principio de fevereiro faz um ruido idntico ao produzido pelo choque de dois seixos um contra o outro e pouco tempo depois comea a cantar, continuando at
ao fim de julho.
w.
c.
69
Supponho que os Melros do extremo sul de Portugal teem um canto mais agudo que os do norte. Esta ave no recomea a cantar no outomno como succede com muitas outras espcies.
As
tambm
TuRDus
TORQUATUs, Linneu
de papo branco. exemplares recolhidos em Portugal, mas sem indicao da poca em que foram apanhados. provvel que cheguem do norte em outubro. Tem de marsido observada nos arredores de Penafiel, e em o de 1886 meu irmo Alfredo Tait observou uma d'estas aves perto de Pinheiro, nos arredores de Braga.
Nome
vulgar
Melro
Tenho
visto alguns
G.
MONTICOLA
MoNTicoLA
vulgares
SAXATiLis, Liuneu
Nomes
Coimbra.
Commum
res,
das margens do rio Douro, onde nidifica. Dos dois exemplares do Museu de Coimbra um foi caado em maio e o outro em julho, sendo um proveniente da serra do Zorro.
agitando muito as azas, como costume nos aves que cantam voando. Tem o canto agradvel e melodioso.
MoNTicoLA
GYANUS, Linueu
Nomes
;
vulgares
Melro azul,
70
ANNAES
Dii
SCIENCIAS
NATURAES
nas margens escarpadas do rio Douro acima de Melres. Vi um exemplar recolhido em Villa Real, e encontrou-se outro em Coimbra onde, segundo o dr. Jos Maria Rosa de Carvalho, nao muito vulgar. Em abril de I88- observei dois exemplares d'esta espcie nas margens do rio Guadiana. Encontra-se tambm nas margens do Tejo, perto de Abrantes (Ribatejo). considerado alli como mau agouro, quando esta ave canta sobre o telhado de qualquer casa, e, principalmente, se ahi houver algum doente, porque, segundo a crena popular, significa a morte d'essa pessoa. Suppese que a origem d'esta superstio vem do canto que parece dizer: avia-lc,
avia-c.
Gommum
sedentrio.
Famlia
G.
CINCLID^
CINCLUS
GiNCLUs
AQUATicus, Bechst
Uelro do rio, Rio
Nomes
vulgares
Uelro peixeiro,
commum
Apparece
e habita as
no norte de Portugal. alguns dos afluentes do Mondego assim como n'este rio, ao nascente de Coimbra. Os filhos seguem os pes por algum tempo curioso observar os pes saltando das pedras agoa e mergulhando para reapparecerem rapidamente com um insecto que do aos filhos.,
rios e ribeiros, especialmente
em
G.
SAXICOLA
10
Saxicola
e
^nanthe, Linneu
Tanjarro, Peniche; Caiadas, liaEstremadura. Tenho encontrado esta espcie desde maio at 17 de outubro nos rochedos ds praias, taes como Lavadores
Nomes
,
vulgares
bo-hranco
Coimbra
w.
c.
tait: aves de
portugal
71
sul
etc.
assim
Coimbra
no inverno.
li
Saxicola
albigollis,
Vieill.
Nomes
tes.
vu]gn.res
Tanj-nmo,
Parece-me que esta espcie no apparece no norte de Portugal e que em todo o caso nSo se encontra senSo excepcionalmente nos arredores de Coimbra e Porto. Existem no Museu de Lisboa exemplares provenientes de Penamacor e Barranhos no Algarve vi e obtive alguns exemplares, notando que ahi preferem as planicies, encontrando-se muitas vezes pousadas nas figueiras. uma bella ave de eres vivas cujo canto breve mas agradvel. J tambm a observei em Abrantes. Emigra para o sul no inverno,
;
12
Saxicola
rufa,
C. L.
Brehm
Coim-
Nomes
vulgares
Caiada,
Qucijeira, Tanjarra,
Tatijc-asno,
Alemtejo; Cliasco-branco, Melres. Mais commum no sul e montes elevados do que no norte de Portugal. Emigra no inverno.
13
Saxicola
leugura, Gm.
Nomes vulgares Habo-branco, Pinho (Alto Douro); Chasco de leque, Coimbra. vulgar nas margens fragosas do Douro, como os penhascos da Abitureira, Bateiras, etc. Encontra-se s vezes pousado no travejamento do tecto dos lagares emquanto as uvas estSo pisadas e o vinho em fermentao.
72
Foi morto um exemplar d'esta espcie na serra do Zorro, suppondo-se at ento que nao apparecia nos arredores de Coimbra.
Tenho-o visto unicamente nas margens do Douro. O seu canto alegre e agradvel. O nome local de ave de leque provm do costume de abrir as pennas da cauda em forma de leque. a nica espcie do gnero Saxicola que se encontra em Portugal todo o anno.
G.
PRATINCOLA
14 Pratingola rubetra,
Nomes
Linn.
vulgares Charco, Tange- asno, Coimbra. Encontra-se nos arredores do Porto desde a segunda semana de setembro at ao fim de outubro, sendo vulgar n'esta epocha de emigrao. Foi a 9 de setembro de 1883 a occasiao em que mais cedo vi esta ave, e a 19 de outubro de 1879 aquella em que a observei mais tarde. A emigrao prolonga-se cerca de um mez. Gosta muito de pousar na extremidade das cannas seccas do milho. O nome vulgar em Coimbra, Tange-asno, provm da semelhana do seu canto com a linguagem dos rapazes
Do tambm
este
nome
15
Pratingola
rubicola,
Nomes vulgares Chas-chas, Redondela, Gallisa, Hesponha. Chasco, norte de Portugal; Cartaxo, no sul. As pessoas illustradas pronunciam o C brando em Chasco emquanto que o C duro como pronuncia o povo provavelmente archaico. curioso notar a differena dos dois nomes vulga-
W.
C.
TAIT
AVES DE PORTUGAL
73
res to distinctos.
})aico
;
O primeiro evidentemente onomatoquanto ao segundo, ou do sul, Carluxo, nSo consegui ainda descobrir-lhe a origem; vejo porm que o limite septemtrional do nome (Angeja, perto de Aveiro) coincide curiosamente um pouco mais ou menos com o nome que no sul dao Moladlla alva, Lavandisca, a que em Angeja chamam Arvella do latim arvum. Caldas de Aregos foi o ponto mais septentrional onde
encontrei esta ave designada algumas vezes pelo
nome
vulgar de Cartaxo. Esta espcie muito vulgar em todo o paiz, pousando habitualmente nos fios telegraphicos, pontas mais altas do matto ou no cimo dos muros, ou emfim em qualquer
elevao.
Os casaes so inseparveis e esta Saxicola uma das que primeiro nidifica mansa e nada medrosa. No povo existe a superstio de que o Chasco peonhento e excommungado porque, dizem, foi elle que guiou Judas ao logar onde estava Christo. Na Galliza diz a gente do povo que emquanto o Chasco cantava (em dialecto Gallego) Chs, chs por aqui bem bas, o Tentilho cantava, Pim, pim, por aqui bem vim, guiando-o em direco contraria e resultando d'esta crena ser o Pim-pim, mais estimado ou tido em melhor
:
conta.
G.
RUTICILLA
15 RUTGILLA
PHCENICURUS, LinU,
e,
alguns exemplares segundo informaes do dr. Carvalho, esta ave costuma apparecer nos arredores de Coimbra em setembro, emigrando em outubro. mais rara n'uns annos do que n'outros.
74
17
RUTIGILLA
TITYS, Scop.
vulgares Pisco ferreiro, Porlo [n/, Melres; Habo-ruioo, Penafiel e Peniche; !\egronc, ISoile 7ie;
Nomes
escarpadas, e
Esta ave apparece geralmente onde houver pedras tambm nas cidades, construindo o ninho
bahia de Vigo.
G.
CYANECULA
18
Cyanecula
em
wolfi.
C. L.
Brehm.
Em
s vezes
grao, apparece
tambm nos
cedo a vi foi 10 de agosto e a mais tardia 17 de outubro, de uma e outra vez nas proximidades de Lea da Palmeira, (Porto). Nunca vi esta ave durante a emigrao da primavera apezar de, por varias vezes, a ter procurado nos lugadata
res onde no
em que mais
outomno
ella
costuma apparecer.
(Conlina.)
W.
C. Tait.
OiserTaes
solire
systeiDEi
imm
POR
affliiMaes
zoolop
fle
alpiis
jBlinoDados
terreslres
AUGUSTO NOBRE
(Continuado de pag.
20)
Os nervos
a e os lbios.
e m'
(fig.
1)
Alm
d'estes nervos
(e,
e',
fig.
2,
fig.
3)
pelle,
e fino
Perto d'estes ainda se encontra um outro mais curto no representado no desenho, que penetra na cabolbo, pouco alm da sua origem nos
mada muscular do
e e
/".
A
q e h
carei os
nomes com os quaes sSo geralmente designados: i labial interno e so os tentaculares ou pticos
;
labial externo.
Na parte mais anterior dos ganglios cerebraes observam-se dois nervos {il e (/', fig. 1) que vSo ligar-se aos ganglios stomato-gastricos e que partem da face inferior da massa nervosa, dos pontos b e b', (fig. 2). Os nervos auditivos, difficeis de encontrar pela sua
Ann. de
Sc. Nat., v.
I.,
Ahril 1894.
76
extrema finura, nascem da parte inferior da massa cerebral, correndo quasi juntos aos connectivos que ligam os gangiios cerebraes aos ganglios viscero-pediosos e vindo terminar nos octocystos (g. 5 fig. 1) Ganglios viscero-pediosos. Da regio posterior do crebro partem os dois connectivos n e n', fig. 1), bastante grossos, e que vem unir-se aos ganglios inferiores, compostos de duas pores, a superior constituindo os ganglios pediosos e a inferior os visceraes. Entre estas duas pores fica um orifcio por onde passa a aorta cephalica (a', fig. 3 a, fig. A). Do lado direito do animal e correndo parallelo ao connectivo correspondente, v-se o nervo genital {n fig. 1 h. fig. 3 ng. fig. 4) que, partindo do
crebro, parece
tambm
similhando-se a
a que adeante
um
connectivo.
Ha
aqui j
uma
sensivel
me
referirei
com mais
detalhes.
Os
um
ao lado do
Do ganglio g 2, esquerdo, nascem da parte superior dois nervos palliaes (.s' e l', fig. 1) que passam por entre
a pharynge, base do bolbo e o
taculo ocular.
musculo retractor do ten.s', nervo .s' tripartindo-se pouco alm da O sua origem, vae innervar a camar pulmonar do lado esquerdo do animal. O nervo t' innerva tambm a parede da camar pulmonar; um dos ramos d'este vae perderse na pelle muito prxima do corao. Da outra extremidade d'este mesmo ganglio nascem trs nervos /. 2 e 3,
fig.
1 c, d, e, figs. 3 e 4), os dois lateraes mais superiormente que o central. O interno (/, fig. 1, c, figs. 3 e 4) vae inserir-se na base do musculo retractor da pharynge, seguindo por entre este musculo e um ramo
;
da
(2,
artria
fig.
pelle.
central
figs.
e 4)
ral
do manto
um
genitaes.
outro, o externo
fig.
1;
3 e
4),
cru-
77
sa
com os outros dois nervos (fig. 4), passando superiormente a um e inferiormente a outro, seguindo a aorta no ponto em que ella se encontra com os orgSos genitaes o nervo divide-se
em
dois ramos,
um
dirige-se para
direito pelo oviducto, e o outro, caminhando pouco junto a uma das ramificaes da aorta que banha os orgaos genitaes, dirige-se para o canal secretor da glndula hermaphrodita caminhando a par d'elle at vesicula do mesmo nome. Do outro ganglio da direita {m, ig. 4), nascem dois nervos (r, g, fig. 1 a, b. fig. 3) que se dirigem verticalmente e do lado do orificio pulmonar, vindo terminar junto d'este na parte anterior. A sua observao na posio natural s possvel quando se levanta primeiramente o manto. Algumas vezes os dois nervos chegam parte superior unidos em toda a sua extensSo. Da parte inferior d'estes ganglios, isto , dos ganglios visceraes, nascem para o lado direito alguns nervos (o', r', u', x', z',) que se distribuem pela parte inferior da camar pulmonar na sua juncao com a parede pallial, passando por entre a pharynge base do bolbo e o musculo rectractor do tentaculo ocular. O ultimo nervo, x', d origem a um ramo que vae inserir-se na base do musculo retractor do tentaculo ocular e a dois outros que se distribuem pela parede da camar pallial. O nervo {z',) insere-se no p. Os dois nervos m' e r' originam- se de um s, que se divide pouco depois do ponto em que nasce. Os principaes sSo os que correm ao longo do p Cg, p fig. 1) estes sao constitudos por feixes de filetes nervosos, quatro ou cinco, e parece soldarem-se com a edade, porque, em vrios exemplares novos, encontrei algumas vezes mais um nervo desligando-se quasi na base e inserindo-se no p, apresentando tambm a meia distancia do seu comprimento total um nervo fino que o liga ao feixe principal. Examinados sob um pequeno augmento, observa-se facilmen-
lado
um
78
te
que
elles
em
O nervo g, do lado esquerdo, apresenta quasi a meio do seu comprimento um brao que, partindo do lado direito e passando sob o ramo principal, vem terminar no p, esquerda, dando origem a um ramo que atravessa
novamente para o lado opposto indo perder-se tambm no p. Estes nervos so livres quasi at extremidade
sos para caudal do animal, emittindo apenas alguns filetes nervoambos os lados e de espao a espao. O outro
nervo do lado direito no apresenta aquelle ramo interessante a que me referi, seguindo em todo o seu percurso como a parte terminal do outro nervo.
Ganglios slomalo-gasiricos. So dois, bastante pequenos e regularmente ovides, situados d'um e d'outro lado do esophago {a, a' fig. 1 st. fig. 3). O connectivo que os liga atravessa inferiormente ao esophago. D'estes ganglios nascem diversos nervos. Os dois que se dirigem para a parte superior penetram no tecido muscular de um 6 de outro lado do canal salivar. O nervo (fig. 1)
; /)
atravessa a
camada muscular,
anterior. Para o lado posterior dirigem-se os nervos que ligam os ganglios stomato-gastricos aos ganglios cerebraes, os que seguem o canal salivar e os que innervam a superfcie posterior do bolbo.
(Conlina).
Ser
les
et
iBocors
do
Yrn^m
mariias,
Lina.,
Petroaipoi]
fittiatilis,
Ldd.
^
PAR
Tune
ni Tautre de ces
description soit
la dis-
faite
sur rhabitat
et les
c|ui
etant in-
aux personnes peu exerces et mme les induire en erreur. Parmi les ouvrages tranjers je me rapporte particulirement VHisloire nalurelle des pousom de France par le Dr. E. Moreau, Paris 1881, qui etant bien autorise et
assez moderne doit reprsenter un
drable.
,tat de connaissances plus complet et un ensemble d'observation plus consi-
En outre, elle se rapporte ricthyologie d'un pays qui se rapproche assez du mien. Parmi les nationaux je puis seulement me rapporter Touvrage de Mr. Baldaque da Silva sur le Eslado aclual das pescas em Portugal, Lisboa iSOi qui est la seule publication portugaise que je connaisse qui s'occupe des
,
I.,
Abril 18'Jl.
80
ANNAi:S
DI-:
scihncias naturaes
moeurs du Pelromyzon marinm. Linn., ou lamproie de mer, et qui parle du l'eromyzon jlumalilu. Limi., ou lamproie d'eau douce.
props da Vclromyzon marinu^t, Linn Mr. le Dr. Moreau, dans Touvrage ciL, dit Au printemps la lamproie marine s'engage dans les fleuves qu'elle remonte parfois une grande distance de leur embouchure. 11 n'ajoute rien sur Tpoque de fcondation de ces poissons, ni sur la couve ou le destin de la prole. Mr. Baldaque da Silva, se rapportant seulement au Portugal, crit que la lamproie marine quitte la mer la fin de dcembre, s'engage dans les fleuves qu'elle remonte une grande distance s'y rproduit sur les lits sablonneux, pendant les mis de mars et d'avril; que la couve reste enfouie dans le sable et s'chappe vers la mer ausssitt que Teau commence s'chauffer. Ce qui dit Mr, le Dr. Moreau en France ne peut pas se rapporter au Portugal. La lamproie marine s'engage dans les fleuves du Portugal avant le printemps, mais bien la fin de dcembre et au commencement de janvier, comme Tcrit Mr. Baldaque da Silva. Les jeunes lamproies restent enfouies dans le sable; et selon Tavis de Mr. Baldaque da Silva elles s'en vont vers la mer aussitot que Teau commence a s'echauff"er. J'ai ajouter~que beaucoup de jeunes lamproies, si ce n'est toutes les jeunes, restent enfouies dans le sable, d'une anne Tautre; car on vient de les y trouver aux premiers jours de mars et on a obtenu trente individus, qui se trouvent prsent dans un petit aquarium du Muse de d'Universit de Coimbra.
,
L'observation de ces petites lamproies marines, ainsi que celle de leur manire de vivre dans Taquarium, autorisent sufisamment les assertions que je viens de faire.
Ces trente individus prsentent une longueur variable seulement entre douze et seize centimtres; et
t pchs
ils
ont
au bord du
lit
du fleuve Mondego,
Coimbra,
en un seul jour.
DR.
L.
VIEIRA
PETROMYZON MARINUS
81
L'abondance de jeunes limproies marines, trouves dans une petite extension du fleuve Mondego, et son degr de dveloppement m'ont fait voir ds lors que ces petits poissons taient le produit de la couve de l'anne
dernire.
la lamproie marine rentre dans les fleude dcembre ou au commencement de janvier, pour s'y reproduire, on ne pouirait croire que Ton rencontrt des poissons de la nouvelle couve un tel degr de dveloppement, aux premiers jours de mars. S'il en est ainsi, on devrait supposer ou que de teis petits poissons sont restes dans !e fleuve depuis la couve de Tanne dernire ou alors, que ce n'est pas seu-
En
effet, si
ves
la
fin
lement k lamproie marine adulte qui vient de la mer, mais aussi les jeunes ou petites lamproies. Mais pour que je puisse admettre que ce soit la couve de Tanne dernire qui soit reste dans le fleuve, j'aurais de la difficult comprendre comment elle pourrait avoir chappe la force du courant des eaux pendant rhiver; et en outre les pcheurs praticiens disent que c'e>t pendant Tt que Wm volt les petites lamproies descendre le fleuve vers la mer. D'un autre cl, en sup|)osnnt que les [jctits poissons soient vnus de la mer, en mme temps (\ue les adultes, la croyance gnrale que la lamproie marine cherche les fleuves et s'y engage seulement pour s'y reproduire, s'y opposerait, ainsi que la circonstance que personne n'a jamais vu ici que les petites lamproies remontaient le fleuve comme les adultes, et comme on le volt faire aux petites anguilles pendant quelques jours de Tt. Cest Tobservation de la manire de vivre des petites lamproies marines dans Taquarium du Muse de Coimbra qui a clairci tous mes doutes et qui a tabli ma
conviction.
Je
me
crois
donc autoris
penser que
les
lam-
dans
le
sable,
probablement dans
du
82
ANXAES
D1-:
SC11',NCIAS
NATURAHS
lit
du ieuve
oi reoii
esl
et elles
passent ainsi tout rhiver jusqu' Tanne suivante, pour s'en aller seulement vers la met' Tt nouveaii. Voil ce qu'oii peut observer dans raquarium du Muse de rUniversit de Coimbra. On n'y apercoit pas
les
petites
le
jour,
du
matin au
le
soir,
sable
la
du fond de Taquarium. Le matin on peut voir, surface du sable, des pelits trous, d'une circonfrence
l
;
vent
et
voit quel-
quefois
la tte
Pendant la journe, Tagitation provoque dans Teau de Taquaiium efface tous les trous mais au jour suivant, de nouveaux trous existent. On verra que mon assertion peut tre bien comprise et asstez justifie si Ton accepte que les petites lamproies marines se comportent dans le fleuve comme dans Taquarium. Cest ce que je crois.
;
Pour ce qui touche la lamproie d'eau douce ou PeIromyzon jlivnnlilu, lAiin., le Muse de TUniversit de Coimbra possde prsent deux individus conserves dans Talcool el un autre encore vivant dans un petit aquarium. Ces individus ont peu i)rs douze centimtres de longueur, et ils proviennent d'un ruisseau des envlrons de
Marinha Grande.
qu'on dit ne pouvoir atteindre plus de 20 30 centimtres de longueur, n'est pas connue des pcheurs du ieuve Mondego Coimbra. Cependant il ne me semble pas jrobable qu'ils Taient confonCette petite espce,
la
DR.
L.
vieira:
83
la forme et la disjDOsition de la nageoire dorsale, Ton peut voir par les figures de- la planche IV, La lamproie d'eau douce qui vit dans Taquarium du Muse de Coimbra s'y trouve en parfaite camaraderie avec deux Pleurodelcs Walllii, Micli., aux quels elles va se fixer parfois avec sa bouche. Elle ne cherche jamais s'enfouir dans le sable du fond d'un des coins de Taquarium tout au plus elle se cache quelquefois sous un bloc en pierre qui est au milieu de Faquarium, Voila une diffrence bien saisissable des moeurs des deux espces de lamproies, qu'il me semble intressant
que par
comme
d'enregistrer
Coimbra,
le
ici.
mars 1894.
Esoo
d'
Calenflario
fla
POR
EDWIN
J.
JOHNSTON
ABRIL
RANUNCULUS BUPLEUROIDES,
Hab.Nas
terras
Brot.
em
um
pouco hmidas.
L.
RANUNCULUS REPOENS,
Hab. S. Gens, Lea do Balio, Mattozinhos e em muitas outras localidades, nas margens dos ribeiros e em prados hmidos.
RANUNCULUS OPHIOGLOSSIFOLIUS,
Vill.
em
agoas
RANUNCULUS TRILOBUS,
Hab.
Desf.
em
Lea da Palmeira, campos hmidos e nas valias nas margens das esAlta, S.
e
v. I., Abril 1894.
Ramada
Gens
tradas.
Ann. de Sc. Nat.
85
RANUNCULUS FLAMMULA,
Hab. S.
L.
Gens, Mattozinhos, Guarda, ao norte de e Granja, nas margens dos ribeiros, agoas estagnadas, e terras hmidas.
RANUNCULUS FLABELLATUS,
Desf., var. gregaBrot.) Rius, D. G. {li. Gregarius, /fa6. Margens do rio Ferreira, prximo de Ponte Ferreira, nos atalhos ao norte de S. Cosme e na planicie entre Alfena e Vallongo.
(Bolsa do
culti-
LEPIDIUM HETEROPHYLLUM, Benth., var canescens. Gr. Godr. Hab. Boa Nova, nos arrelvados das proximidades
da praia.
MALCOMIA LITTOREA,
f/a. Nas areias do Douro.
R. Br.
littoral,
de ambos os lados do
RESEDA INTERMDIA,
lab.
Lag.
do Balio, Custoias e Rio Tinto, (estrada de Vallongo), nos muros e rochedos hmidos.
he
ASTROCARPUS
CLUSII, J. Gay. Hab. S. Gens, Guifes (margens do rio Lea), Perafita e Rio Tinto, prximo da estrada de Vallongo, em
terras seccas e rochedos granticos.
86
CISTUS SALVLEFOLIUS,
L.
lab.S. Gens, Mattozinhos, Lea, Perafita, Santa Cruz do Bispo, Serra de Vallongo e Valladares, nas maltas.
CISTUS HIRSUTUS,
Hab.
L.
nas mattas e nos pinhaes e tojaes, tanto ao norte como ao sul do Douro.
Abundante
TUBERARIA VAR[ABIL1S,
var vulgaris,
Wk.
Hab. S. Gens, Custoias, Lea do Balio, Mattozinhos e outras localidades, nas mattas, em terras seccas ou arrelvadas e nos atalhos.
Fonte
e
da Moura, Foz, Lavadores e Serras de Santa Justa, nas mattas e nos tojaes.
em
Serra de Vallongo, margens do da Ponte Ferreira), e proximidades terras seccas ou nas fendas dos rocheLea,
Rchb. Hab.S. Gens, Mattozinhos, Lea da Palmeira, Guarda, Rio Tinto, nas margens dos ribeiros e em terras pantanosas e campos hmidos.
EUDIANTHE LAETA,
ARENARIA montana,
l.
Hab. S. Gens, atalhos entre S. Gens e a estrada de Lea, Lea do Balio, Custoias, Santa Cruz do Bispo, Perafita, Rio Tinto, S. Cosme, proximidades da estrada de Vallongo, margens do rio F''erreira (ao sul da Ponte Ferreira) e Aliena, nas sebes, nos muros e nas fendas dos rochedos.
JOIINSTON
87
HONKENYA PEPLOIDES,
Ehrh.
littoral,
ao norte e
GERANIUM LUCIDUM,
//a/K Campanha
de Fonte da Vinha,
L.
em muros
L.
hmidos.
MEDICAGO MARINA,
Hab. Nas
areias do Httoral,
em
Lea, Mattozinhos,
LOTUS CORNIGULATUS,
gens das estradas.
L.
Hab.S. Gens, Mattozinhos, Serra de Vallongo e outras localidades, nos montes, nas mattas e nas mar-
GENISTA ANGLICA,
L.
meira, Guarda, Perafita e ao sul de Lavadores, nas margens dos ribeiros e em terras hmidas e lamacentas.
ORNTHOPUS SATIVUS,
Hab.S. Gens
pos.
Brot.
[Serradelld)
nos cam-
Custoias,
L-
VICIA SATIVA,
Hab.
fias
S.
88
Mattozinhos
Jacq. Hab. Entre Fonte da Moura e Castello do Queijo, Alfena, Serra de Vallongo, margens do rio Ferreira, ao sul de Ponte Ferreira, e em Valladares.
CRATAEGUS MONOGYNA,
BRYONIA
DIOICA, L.
(ISora branca)
Hab.S. Gens
QENANTHE CROCATA,
Hab.
L. ((E. apiifolia,
Brotero)
de Balio, S. Cosme, Alfena e outras localidades, nas margens dos rios e ribeiros. Quando cresce no leito d'um rio, a planta fica s vezes completamente coberta pelas aguas. N'este caso, a corrente agitando
as folhas da planta
Lea
um
;
uma
com
a haste e as fo-
HERACLEUM SPHONDYLIUM,
lio,
L. (Canabra^) Hab. Margens dos rios e ribeiros, em Lea do BaMattozinhos, Perafita, Valladares, Avintes e outras
localidades.
LONICERA PERICLYMENUM,
Hab. S. Gens, Santa Cruz do Bispo, Lea da Palmeira, Lavadores, Valladares, e Alfena; muros e sebes.
D. C. Hab. Nos muros; Porto: Virtudes, rua da Restaurao, Entre Quintas, Massarellos; Villa Nova de Gaya, no ces prximo da rua da Igreja, e em Valladares.
CENTRANTHUS RUBER,
89
CENTUREA SPH^ROCEPHALA,
llab.
L.
Nas
areias de littoral,
ao norte e ao sul do
rio
Douro.
L.
COTULA CORONOPIFOLIA,
Hah.
nas margens das estradas, margens dos rios e terras pantanosas, principalmente nas proximidades do mar, como na Foz, Lea de Palmeira, Lavadores e ao poente de Valladares; margens lamacentas do Douro, em Villa Nova de Gaya, no Ouro e no Bicalho.
Valias
AETIIIORRHIZA BULBOSA,
Douro.
Cass.
ambos os
lados do
DORONICUM PLANTAGINEUM,
Hab.Nas margens do
Fonte da Vinha.
rio
L.
Douro, ao nascente de
ARNICA MONTANA,
llab.
L. (Arnica)
Gens, Guifes, Boa Nova, Guarda, ao norte de Santa Cruz do Bispo, ao sul de Lavadores, ao poente de Valladares, Serra de Santa Justa, ao sul de Ponte Ferreira, e Alfena, nos lameiros e em terras hmidas.
S.
CHRYSANTHEMUM SEGETUM,
ras)
llab.
Nas
searas,
em
S.
Gens,
Lea do Balio e
Vallongo.
em
Nova
e Lavadores.
D. C. Prodr. Hab. Nos muros hmidos e assombrados em Villa Nova de Gaya, rua da Igreja e no ces em frente da Al-
VITTADINIA TRILOBA,
90
fandega; Massarellos, ces e rua de Entre Quintas. Oriunda da Nova Hollanda (Port Jackson) acclimada ha muitos annos nas localidades indicadas.
JASIONE MONTANA,
Hab.
L.
S.
em
calidades,
Gens, Mattozinhos, Rio Tinto, e outras loterras seccas, nas mattas e nos pinhaes.
L.
ERIGA UMBELLATA,
Hab. S. Gens, Mattozinhos, Lea da Palmeira, Perafita, Alfena e Serras de ^^allongo e Santa Justa, nas mattas, nos montes e nos pinhaes. E' muito mais desenvolvida nos montes e nas serras do que n^is proximidades do Porto. E' esta a urze que d uma cr roxa s serras ao nascente do Porto nos mezes de Abril e Maio.
ANAGALLIS LINIFOLIA,
Hab. Nas areias do os lados do Douro.
L.
littorai,
abundante de ambos
ILEX AQUIFOLIUM,
L. (Azecinhu)
Hab. Lea do Balio, Santa Cruz do Bispo, S. Cosme, Alfena, nos bosques, nas proximidades de Avintes (margens do rio), margens do rio Douro, ao nascente de Fonte da Vinha e mais acima ao nascente de Cres-
tuma.
atalhos, Vallongo,
igreja, e
em
Lanielias,
MYOSOTIS VERSICOLOR,
Hab.
tas e
Pers.
Entre
Foz
e Mattozinhos,
em
terras areen-
campos
cultivados.
(Continua).
Sir
la faaae
malacoloiiB
fles iles
e S. Tlion
et
ie Maire
PAR
AUGUSTO NOBRE
Aide
naturaliste au Laboraloire de Zoologia de
ILE DE
Depiiis que
j'ai
S.
THOME
malacologica da ilha de S. T/wm 0), j'ai t chargc de la rvision des mollusques de cette ile, qui appartiennent au Museum de Zoologie de TUniversit de Coimbra, recueillis par Mr. Adolpho Frederico Moller en 1885, et
dont j'avais dj donn un apera d'une partie de ces rcoltes en 1886 O- J'ai pourtant ajouter plusieures espces mes listes antrieures et, profltant de Toccasion,
je
tro, capitaine
m'occuperai aussi des espces recueillies par M. Casde gnie et que je n'avais pas signales en
1891
O.
MOLLUSQUES MARINS
Pusionella vulpina, Born. (Castro). Psoudoliva, sopimtina., Rang. (Castro). Colunibolla rustica, L.
Var striata, Duelos.
(Moller,
Castro).
Columbolla cupido,
Monterosato, mss.
(Moller,
Castro).
couleur corne uniforme. M. le a eu Tobligeance de m'envoyer plusieurs exemplaires de cette espce, recueillis sur les cotes de Barberie, qui sont
(1) (2)
das pelo
(3)
sr. .idolpho
Ext. erinslituto, Coimbra, 1891. Explor. SC. da ilha de S. Tliom: Conchas terr. e mar. recolhiMoller (in Boi. Soe. Geog. de Lisboa, 1886). Conlr. para a fauna malacologica da ilha de S. Thom.
Sc. Nal. v,
1.,
Ann. de
Abril 1884.
92
Thom,
rmlica.
et qu'il
con-
comme
espce distincte du
C.
Xlicinulu nodulosa,, Adams. (Castro). IDrillia. pyi-amiclata, Kiener. (Castro). IMarjrinolla olivsefonnis, Kiener. (Castro).
]>Iitra l>ai*l:>n<lonsiN,
Gnelin.
(Moller,
Castro).
Natica
Castro).
Olaiiciilus g,'uiueeni!iis,
Gmelin.
Lin.
(Castro),
(lastro).
Calypti-sea diinonsitsi,
(Moller,
Hypponix
chaiefox*iiiis Hochebrune. (Castro). f-iiplionaria venosa, Uef^ve. (Castro). M!olatnpusi Lil^erianiis, H. et A. Adams (Castro). ]>loIam|>us piisillus, Gmelin. (Moller, Castro).
Cfilaniys
g'il:>l:>a,
Linneu.
cniKiicla, Chemnitz. (Moller, Castro). pilcliella, Reeve. (Moller, Castro), Pectunculus i^ubeiis, Lamk.? (Moller, Castro).
Arca Arca
(Castro).
Cardium
bullatuin,
Lin.
(Castro).
Castro).
sommet au premier
un peu
tiers
saillant, valves
aplaties,
ment
du ct
blanches,
nombreuses
la
Ligament
petit;
deux dents
la
petites
valve gache.
Diamtre antroposterieur 52 m. m. Diamtre umbonomarginal 30 m. m. paisseur 9 m. m. Hab. lie de S. Thomc (J. F. de Castro). Telliiia DaHtzonborgi, nov. sp.
Pi. 5. fig. 2, 2.*
93
Coquille un peu bombe, allonge, arrondie Textremil antrieure, troite et avec le rostre obtus la rgion postrieure, un peu rleve; valves assez paisses, Tinfrieure rgulirement renfie, la suprieure un peu sinueuse;
stries concentriques
et
couleur
carmine rextrieur et plus teinte rintrieur et autour des sommets, qui sont ples ainsi que les zones medianes; bord ventral arrondi, bord dorsal anguleux, sommets aigus presque medians. Ligament petit; deux dents la valve droite, dont une bifide, une dent la valve gache aussi bifide. Diamtre antro postrieur 54 m. m. Diamtre umbono- marginal 29 m. m. paisseur 9 m, m. Je considere ces deux espces comme nouvelles, ne
les
Hab.
Je
lie
de S.
Thom
plaisir
(J.
F. de Castro).
de ddier cette espce M. Philippe Dautzenberg, savant malacologiste franais, qui a bien voulu me donner des renseignements sur [)lusieu-
me
fais
un
^mpliidosinn modesta,
A Adams.
(Moller,
Castro).
MOLLUSQUES TERRESTRES
JVanina 31ollori,
PI.
nov. sp.
V.
fig.
4.
Coquille globuleuse,
spire leve, conique,
de cinq tours lgrement convexes; suture bien marque; avec Ia loupe on observe de nombreuses stries inclines, peu saillantes; couleur jaune corne, peristome marron fonc; ouverture sub-quadrangulaire, columelle presque droite, un peu paissie et retourne sur la cavit ombilicale, qui est trs troite et en pariie reconverte par le
retour de
la
columelle
Hauteur 13 m. m. Diamtre 12 m. m.
94
Hab. lie de S. Thom (Adolpho F. MoUer). Monsieur A. Moller a recueilli plusieurs exemplaires de cette espce pendanl Texploration botonit|ue que ce naturaliste fait de Mai Septembre de 188o. Cette espce se ressemble! un peu au Canina Thomens, Dohrn, mais elle en differt par la hauteur de la spre et de i'ouverture. Chez le A. TJiomensi'<, la cavit ombilicale est plus ouvertc et les stries que Ton observe
la surface de
la
Mollcri.
Je prie
mon ami M.
Moller d'accepter
la
ddicace de
cette espce.
Buliiniuuts Castx-oi, ^'obre. PI. V. fig. 3. lUdiminus Caslroi, Nobre, Conlrib. parti a fauna malacol. da ilha de S. Thom (Instituto), jiag. 2. Coimbra 1891.
Ilab. S.
Thom
IBulimiuuN
p. 2G.
Cycloplioi-us Vaiiclollli,
PI.
Nubre.
fig.
G.
Cyclophorus
S.
Vandellii,
Nobre,
E.rpl.
.sr.
da ilha de
Thom: Conchas Icrr. c mar. rcr. pelo sr. Adolplio Moller na ilha. de S. Thom, p. 14 CBol. Soe. de Geog.
de Lisboa,
2 e
3.
C.*osse,
Faunale de
iile de S.
Thom
p. 27
{)1.
fig.
Hab. S.
Thom
(Moller).
15.
Crosse, Faunule de
S.
Thom;
j'ai
p. 28.
Hab. S.
Thom
(Moller).
De
ces
doux espces
pu examiner
plusieurs
exemplaires.
( suivrc).
NOTAS
COMMUNICACES
Notas zoolgicas
log. Zeitschrift,
N)
Entomo-
Bd.
XXXVlI,
lado
uma
em
S.
Thom durante
acham na
colleco do
na do
snr.
dr.
determinar mais
uma
mim,
(]uo
a Ncpliila pilipes,
Lucas.
Uns
Muzeu
de Zoologia da Universidade de Berlim, a pedido do seu sbio director o dr. K. Mobius, pertencem espcie ArcicoUi agrcslis, segundo aquelle professor acaba de me conimunicar.
(P.
pnnclolm^ Du:n.
et Bib.)
vulgar
uos arredores de Coimbra. Ha dias captureio-o no Jardini Botnico, Quinta da Zombaria e no sitio chamado Baleia.
O Ammoryctis
estes
tuto.
visi-
snr. dr.
me
foi
Onde encontrei
dade
foi
em
Mertola.
96
NOTAS
COMMUNICAES
A primeira
(Petronnjzon
vez que
ol)-;orvei
fii
em
fliivialilis, Lin.)
em
valia
Habitat do
Bocage.
Em
um
uma legoa da cidade do Porto. At ha pouco tempo, segundo mo consta, esta espcie, particular a'^ paiz, apenas tinha wdo encontrada no Bussaco, (Paulino d'Oliveira), no Gerez, (Alf. Tail), no Alerntpj I, (Barboza du Bocage) e em Vallongo (Reis Jnior). Meu irtno Alfredo Tait encontrou no dia 23 d'este mez dois exemplares ainda novos da mesma espcie, nas margens do rio Coina, perto da
de ferro da Povoa, e distante cerca de
antiga ponte do Pa-irasto, no n uito distante de Oliveira de Azemis.
Est provado, pois, que tinha muita razo o Dr. Egid Schreiber
em
em
W.
C. Tait.
Em
uma
recente
memoria publicada
Vieira
(^),
en-
contra-se a
li.-ta
uma
importante contri-
seu'*
pde bem diTranscrevemos a reff^rida nomes vulgares, pelo despjo que temos de reuque,
nir n'estes
Antmes tudo
Abrotea Phycis
laroche.
ca, Linn.
meiiit^^rraneus, De-
Badejo Merlangus
reau
pollachius,
Moet
Bbedo- Trigia
Vai.
pinl, Bloch.
Besujo Pagellus
acarnp,
Cuv.
(1)
da
,
Xiizarelli e da
d*i
Muzeu
d ichlyologia mariima da praia Varzim, pe!o naturalista adjunto interino do Zoologia da Universidade de Coimbra. (Separata do InsliLulo,
Povoa
rlf
Coimbi-a
NOTAS E COMMUNICAS
97
Bira Pagellus
Vai.
ervlhrinus,
Cuv.
et
Bonito Pelannys
et.
sarda. Willug.
Peixe
Linn
Peixe
Selys.
gladius,
vulgaris,
Bruxa
Cabra Trigla lyra, Linn. Caboz Blenius pholis, Linn. Cao .Mustellas vulgaris, Mui.
Henle.
et
et
Capato Pagrus
Vai. Vai.
vulgaris,
Cuv.
Qlosus,
Peixe pau Lota elongata, Riss. Peixe prego Ecbynorhinus spiPeixe rato Malacocephalus laevis, Lowe. Peixe rei Accipenser sturio, Linn.
nosus, Blainv.
Cherne Polyprion
Chicbarro
Gil n th.
Trachurus
Penadeira
Linn.
et
Lophius
piscatorius,
Congro- Conger
Faneca Gadus
B. et Cap.
Robalio
et Vai.
Labrax
Ferreta Centrophorus
Freirinha JuliS
Vai.
crepidalbus,
Romeiro
Kaucrates
VUlgaris,
Cuv.
C.
et
Bp.
surmuletus,
Goraz Pagellus
cenlrodontus,
Bp.
litngoado Solea
Sancto Antnio
Trigla corax, C. Aardiuha Alosa sardina, Morean. margo Sargas vetula. Cuv et Vai.
Savlhtt- Alosa vulgaris, Cuv et Vai. werro ScnrpoHfia sTfifa, Linn.
.^erro
iVMII.
Maragota- Labrus b'"rgylta. Ascan. Meiga Acanthias vulgaris, Riss. meio Beryx d'^cadactvlus, Cuv. et
Vai.
Sevfrino
et H^-nle.
Moreia Miirflena
Olho
Raf.
verde
Hexanclius
helena. Linn.
griseus,
Papagaio do
mar Chimaera
Tainha Mugil capito, Cuv. et Vai. Tintsireirn C^rcbarias glaucus. Tremedeira Torpedo njarmorata,
mons-
R's.
Iraosa, Linn.
Urge
Trigon
sp.?
um
snr. dr.
Gato
fre-
riguou se constitua
uma
espcie
diversa, e
uma
Tainha, muito
Augusto Nobre.
BIBLIOGRAPHIA
J.
Gr,
Hiclalgo. Ohras
;
I,
160 pag.
Parte II,
73o pag.;
eairega
1,
30 laminas
em
ne-
em dose volumes de texto e um atlas de mais de 500 estampas, edio feita pela Academia de Scieneias de Madrid. A parte publicada com prebende : Estdios preliminares sobre la fauna malacolopressos e outros inditos,
gica de las Philipinas
;
los
molluscos terrestres
y marinos de Espana, Portugal y las Baleares. As memorias que constituem estes estudos so j conhecidas dos naturalistas por terem sido publicadas em diversas revistas scientificas. Todo o fascculo segundo, pag.
273 a 734, traia da bibliograpbia referente aos molluscos da Pennsula; d'este modo o dr. Hidalgo conseguiu reunir todos os apontamentos que se
centos de publicaes.
E' evidente
que a
as suas referenciai n.o so mais que transcripes dos poucos trabalhos originaes que ha feitos acerca da sua fauna malacologica o que, de resto,
no
tira
trabalho do dr.
Hidalgo o
qual representa
um
occuparem
da malacologia da Penia^ula. Os trabalhos agora novamente reproduzidos foram j apreciados nas pocas das suas appirie^s e, porisso, nada poderamos dizer que no fosse
repetir o excellente acolhimento
que todos
elles
Hidalgo oceiipa
nos.
nm
atlas
A. N.
A.. 3X.
niy^iida;,
of
Nat.
a sequencia du outras
BIBLIOGRAPHIA
99
vida alguma apreciada por todos os naturalistas qae se interessam pela minneiosidade dos seus caracteres cspecificos, por vezes microscpico. O
presente trabalho assim
como
os outros do
mesmo
Amphipoda;
Brit. Srhizopoda
sena no Mediterrneo. De resto, escu>^ado sei dizer, que a nossa fauna carcinologica, sobretudo os Amphipodos e as espcies pequenas dos Tlioracostraceos, est insufflcientemente conhecida.
Em
Norman mostrase um
acompanham geralmente
memorias
descripiivas.
M;.
Paulino
Soe
<l'01ivoii-a.
Catalogue
des insedes
du Portugal
Colopres.
m
Coimbra, 1893;
1 vol. in-S,,
393 pag.
numero de 2:329
foi
iniciada
em
1881, na Bevista da
Coimbra.
Entre o grande numero de espcies novas para a fauna porlugueza,
so desctiptas as seguintes, novas para a sciencia
:
Nebria
Geraldesi,
Paulino: Zuphium
Bocagei,
Paulino:
Dromius
'>
Olivier; Heni-
em
:
diversas revistas.
as seguintes variedades
novas para a
Carabus antiquus,
Dej.;
toute
rouge-chatain;
Typhcea fumata, L
lusitanica
;
maculatus.
O catalogo dos Coleopteros de Portugal a mais vasta memoria que tem sido publicada entre n sobre a fauna do continente, e ser sem du-
100
A. N.
Contribulions la Fiore crypognmique
publicao
(i'estt
iiiiportan'e
as rt-ferencias (lue,
em
trabalhos j
iiiipre-sos, se
da
lora cryplOi^amica
em
Un
coUaboradores os
srs.
A. MoUer, de Coimbra e
W.
Tait,
do Porto. A maior
As
embora j
Winter;
Henriquesi,
Thuem.
Pliyllosticla
infuscala,
Aschochyta Molleriana, Winter; Ceirospora perichimeni, Winter: C. Molleriana, Winter: Diincrosporium eriophylvm, Winter: Lophium Limoni, Thuem.; Calonectria verruculosa, Niessel; Leplosplmria diaporhoides, Winter: He rpotrirhia Molleriana, Winter. A segunda parte, 42 pag.. comprehendc os Lichcns recolhidos pelo snr. Isaac Newton e ustudado pelo dr. Nyiander. Na caria prefacio dirigida por este sbio botnico ao sor. Newton e que procede o trabalho de que me occupo eucoutra-se o seguinte periodo que mostra o valor do trabalho realisado pelo snr. Newton. Drnireraent c'e^t vous qui avez inaugure une nouvelle re pour la connaissance
et attentives
les
stations, et
la
mme
les plus
de plusieurs oxeel-
me
As
espcies descriptas
Pyrenopus
triplo-
cocca.,
plumbella,
thrcma Iciospodium, Nyl.; Lecidea vcaabiUs, Nyl.; L. Porluenfis, Nyl.: Arlhrina baastroidca, Ny!. Esta memoria cumpreheode 245 esp cie-.
ellas
constituem as colheitas
tU f^u iu^D
W.
C.
TAIT
ida ao Brazil nos ltimos mepor assim dizer, forado a umas seis semanas de aprazivel descano em casa de um meu amigo, cuja propriedade, situada n'uma das encostas mais densamente arborisadas, domina a cidade e o porto de
Santos.
em
meu
entretinimento
sabido,
quaes como
Como nSo sou entomologista o meu desejo resumiaem trazer para a Europa bastantes d'estes indo
meu
Emquanto colleccionava estes insectos impressionaram-me vivamente alguns factos que observei relativos aos phenomenos do mimetismo e que citarei aqui com o fim de contribuir, embora pouco, para a melhor ellucidao do assumpto.
As
borboletas por
pelos snrs.
Walkins
que depois fiz Inglaterra. O mimetismo, ou mudana de cr das borboletas do Brazil , permittam-me o paradoxo, mais sensvel quando estacionadas em descano, do que quando temporariaAnn. de Sc. Nat. v.
I.,
Junho
1894.
102
mente pousadas nas flores ou durante o voo, no que muito se assemelham com as borboletas europeias. Ha muitas borboletas do Brazil que, voando expostas
a toda a luz
res,
ostentam todo o encanto das suas coemquanto que paradas ou quando assustadas tornam-se feias.
do
sol,
Algumas como
que tentam defender-se pela rapidez do voo, outras, como a grande Morpho azul to vulgar na Tijuca e as brancas e amarellas de perto do Rio, voando em zig-zog e como que ao acaso. A Eunogyra e outras mais teem por habito pousar na face inferior das folhas abrindo as azas horisontalmente para descanarem, o que
as torna invisveis, excepto para
quem
estiver directa-
mente por baixo. Ha-as com as azas transparentes e corpo leve e estreito, como as Ilhomia, que frequentam as plantas que vivem nas florestas especialmente perto das clareiras, ou logares onde os raios do sol entram coados pela ramaria
alta
das arvores.
A quem
onde vive, causa estranheza o pouco brilho das suas cores quando examinadas de perto. O voar cadenciado atra vez dos arbustos e a transparncia das azas orladas de preto parece combinar-se com as soma vegetao das florestas,
As
so,
bem me recordo, exclusivas do continente sul americano; muitas d'ellas voam em sentido horisontal, compassada c vagarosamente, e possuem as azas brilhantes e garridamente coloridas. Parece porisso que no teem protec(;o alguma contra o ataque das aves, mas alguns
se
naturalistas
(?
o invisvel, contendo no corpo alguma substancia que as torne repugnantes para as aves.
boletas maiores e de cores mais vivas;
pequenas
w.
c.
103
na falta de brilho, senSo inteiramente, pelo menos, segundo parece, em grande parte. Seria todavia interessante investigar por analyses chimicas ou por qualquer outro meio, qual ser a substancia que torna algumas borboletas desagradveis s aves e se este facto se observa egual-
mente n'umas
e n'outras.
As
borboletas brazileiras
possuem de
resto muitos e
variados meios de disfarce para se porem a salvo. Pousam em geral nos lichens ([ue cobrem os troncos das arvores e adaptam-se t3o admiravelmente aos
logares
onde
costumam descanar que mal se distinguem. Uma d'estas borboletas a Ageronia feronia, Linn.
Bigg-Withers nas suas iHoneering in frazil (Exploraes no Brazil) designa esta espcie pelo nome de u-hip-bulerfJy, borboleta de chicote, por causa do agudo estalido das azas ao batalhar no ar com as comsnr.
panheiras.
pousar a extremidade do corpo nos lichens pardacentos ou na casca do tronco das arvores. Pousam geralmente a uma altura de dois ou trs metros acima do solo. Esta borboleta adquire ento uma tal semelhan(;a de cores e de formas da superfcie onde descanca, que se torna realmente invisvel mesmo a uma distancia de poucos metros.
Dotada de uma indole em extremo bellicosa mal v approximar-se uma borboleta, seja de que espcie fr, saeIhe ao encontro, voando com fora e velocidade, atacando-a com violncia e produzindo o ruido de que falia o snr. Bigg-Withers. E' notvel que a face inferior das azas d'esta espcie apresenta cores mais vivas e vistosas do que a superior, que o lado protegido. Segundo o snr. Bigg-Withers, uma das aves das florestas chamada Suruqu sustenta-se principalmente de borboletas e em particular d'esta espcie sobre a qual se arremessa, sendo attrahida pelo estalido das azas. No tive nunca ensejo de vr esta ave ou qualquer
104
difficil
dr.
seus camalees cantivos gostam muito de alimentar-sede borboletas. J observei uma centopeia com uma traa na bocca c tenho visto ainda os pardaes apanharem as borboletas das couves. Alem d'estes, porm, no conheo outros perseguidores d'aquelles insectos. A avaliar todavia pelo seu mimetismo, durante o repouso, parece que devem ser muitos e constantes. A iiyiKcia dircc, Linn. outra borboleta que prefere os mesmos logares escolhidos pela Agcroa fcronia, mas, quando descana, fecha as azas em sentido vertical mostrando ento o primoroso rendilhado castanho amarellado sobre o fundo creme de lichens que cobrem os troncos das arvores em que poisa. A face superior tem uma larga e vistosa faixa diagonal amarella. e branca, sobre undo escuro, atravessando a aza superior. Estas duas borboletas sao uma prova evidente da geral supposio de que as cores e formas protectoras so regio do insecto que ica exposta durante o especiaes descano, por ser a que mais est em perigo. Tambm claramente vemos isto na grande traa europeii de azas inferiores vermelhas, a qual, de dia ou voando, mostra o vivo carmezim das azas inferiores, tornandc-so riuasi invisivel quando pousada nos muros cobertos de lichens, porisso que s mostra a cr pardacenta das azas superiores, em razQo de esconder as outras sob
c
estas.
Uma
ma-
como
a borboleta eu-
que frequenta os mattos retrahe as mande olhos e negras, nica parte brilhante da sua face inferior, escondendo-a debaixo da aza superior quando assustada por qualquer movimento inesperado do
chas
em forma
espectador.
As
W.
C.
TAIT
105
Emquan-
sao escuras, pretas, acastanhadas, azues-escutambm escuras. Poder-se-ha julgar por amarellas ras e isto que os seus inimigos so mais numerosos nas flo-
que nos campos descobertos. Una, Linn. de cr de castanho escuro, semelhante das folhas seccas cabidas pelo cho, sobre as quaes voa mysterisoamente como alma d'oulro mundo um p acima do solo e seguindo de preferencia os atalhos menos frequentados e mais cobertos de folha. Na parte inferior das azas a semelhana ainda mais accentuada no
restas do
I'ierella
como por um
fcil
obser-
seu
costume,
com
as
mente a
com
as imitaes de veias.
Ha uma
com hbitos
muito similares, que possue manchas cr de laranja acastanhada nas azas inferiores curioso que, emquanto isto torna a borboleta vistosa durante o voo, as azas superiores sao semi-transparenles, de cr castanho-escuro, em tudo emfim semelhante s folhas seccas sobre que voa e
;
a escondel-a.
Mj/scclia orsi<,
melho-escuro acastanhado. Frequenta as pequenas clareiras das florestas descanando em geral com as azas levantadas de modo a nccultar a vistosa face superior.
Taygelis euplychidia,
uma
borboleta toda de cr
castanho-escura tanto na parte superior como inferior das azas, tendo ao longo d'estas ultimas algumas pequenas pintas escuras por nico adorno. A Ennogyra Salyrus^ Westw, quasi to preta, co-
mo
azeviche e
inferior,
na parte superior, emquanto que na tambm preta mas baa, apresenta uns modestos
lisa
ornatos.
106
A maior parte das borboletas pequenas que vivem nas iorestas densas sao de cr castanho, escuras, com pintas negras; notei que, quanto mais densa era a floresta mais pequenos e raros s5o os exemplares que as frequentam, sendo tambm as clareiras e margens os logares mais seus predilectos emquanto que as outras de cores mais claras gostam muito de flores e bom sol. Em algumas pequenas mattas de arbustos em plena florescncia via eu muitas vezes grandes nuvens de borboletas na maior parte brancas e amarellas de varias es, pecies ora volteando ora em descano. Em Santos tive occasio de observar casos de mimetismo, alguns muito notveis, como por exemplo, a traa branca de azas arredondadas que em descano costuma estendel-as perfeitamente contra com a superfcie sobre que pousa de modo que apresenta uma notvel semelhana com uma d'estas manchas arredondadas de escremento
de pssaros.
Ha tambm um
pernas e conservando-se tao quieto que mais parece um escremento de ave gallinacea do que um insecto vivo. A enorme semelhana dos insectos pau com as hastes seccas muito vulgar em todos elles, sendo muitas e
variadas as espcies que vivem
em
Santos.
As
em
sugam
Morpho.
os fructos maduros ou cabidos, como por exemplo a grande A enorme borboleta coruja, assim chamada pels extraordinria semelhana com esta ave, devida s pintaa que tem na parte inferior das azas e ao corpo que parece
que apenas por volta das seis arbustos onde durante o dia se escondem, voando ento por sobre os ribeiros que atravessam os bosques. Muitas
vezes presenceei isto perto do hotel de
vel
apraz-
w.
G.
107
A Iraa dos bosques muito mais escura confundindo-se por isso mais facilmente na sombra do arvoredo. Encontrei tambm por vezes a grande Iraa cr de
castanho escura com desenhos subordinados a vrios tons, que muito se confunde com os fetos seccos e vrios outros cryptogamicas vasculares onde se esconde durante
o dia.
Um facto para que nSo estava prevenido e que muito surprehendeu foi o da grande quantidade de borboletas pretas que ha no Brazil. Sao em geral adornadas de vermelho e branco. A grande e vistosa borboleta amarella, que frequenta uma planta que parece a bananeira brava, tem um voo t5o rpido e tao incerto que difificilmente se caa rede ou apanhada pelos pssaros.
me
No
Brazil, a profuso e variedade de borboletas tal
que se tornam muito mais aceis os estudos de observao e generalisao, accrescendo ahi para ns habitantes do velho mundo o encontrar-inos representadas as espcies nossas conhecidas do sal da Europa por grandes fa_ milias e exemplares muito mais vigorosos. Esto n'este caso as borboletas das couves, do enxofre, as Vanessa, da tartaruga, do rabo de andorinha e varias outras.
O que
tgios
sobretudo mais
me impressionou foram
os ves-
que notei de duas influencias oppostas e apparentemente contrarias nos ornatos das borboletas do Bra/il. Uma d'estas influencias, sem duvida a que Darwin
classificou de seleco sexual, a transio para as bor-
no colorido e notveis pelo desenvolvimento que altingem, emquanto que a outra tende a tornal-as baas e escuras e a assemelharem-se aos objectos onde costumam pousar, provavelmente pela necessidade que teem de se esconder ou disfarar. Na maior parte dos casos esta segunda influencia modifica alguma cousa a outra, moderando -a, mas tambm
108
por vezes prevalece a ponto de acontecer que certas borboletas das florestas do Brazil parecem ter inteiramente supprimidos todos os adornos para melhor poderem occultar-se.
Ainda mesmo no caso de terem algumas pintas pequenas, manchas, listas, arabescos ou qualquer outro enfeite afigura-se-me isso como que um esforo extremo do dominio da influencia ornamental. Muitas das borboletas que costumam abrir de todo as azas e virar-se serenamente para melhor ostentarem a sua
abrem-nas ou fecham-nas immedialamente quando qualquer perigo as ameaa, tornando-se ento muito pouco
belleza
visveis.
uma
Grande parte das borboletas do Brazil apresentam facha em geral mais clara que o fundo e que se pro-
longa das azas superiores para as inferiores de modo a ficar perfeitamente symetrica quando o insecto conserva
as azas estendidas.
Mi cmprative h
spelette
CMen
et
Loiii>
PAR
La comparaison du squellete du Chien avec celui du Loup devait trs naturellement suscitei* la curiosit scientiflque,
soit
que Ton
veuille admettre,
comme
Tont
fait
Linn
Canis familiaris, L. est une espce parliculire, n'ayant rien de commun avec le Loup, soit
et
le
Buffon, que
que Ton pense, comme dans ces derniers temps, que le Chien provient de plusieurs souches, du Loup, du Chacal, ou du Renard. En effet, c'est le squelette qui bauche le mieux la configuration d'un animal c'est l que viennent se des;
Enfin, le
nest du tout subordonn aux faciles changements qui peuvent rsulter de Ttat variable de la nutrition.
Rien donc de plus naturel, lorsqu'on veut rechercher Chien est un Loup rduit en domesticit, par les effets accumuls d'un grand nombre de gnrations, que de mettre en parallle leurs squelettes.
si le
Ann. de
Sc. Nat. v.
I.,
Junho 189,
110
II
est bien
possible que
la
lche que
le
j'ai
entreprise
ait flj t
I.
accomplie. Je dois
les
mme
supposer, puisque
Geofmy Saint-Hilaire a
dterminer
que
Ia
queue tourne du ct gache. Mais s'il y a quelque tude comparative des deux squelettes du Ctiien et du Loup, je ne la connais pas. Voil pourquoi j'ai t conduit examiner le problme des analogies ainsi que des diffrences qui peuvent exister entre les squelettes des deux animaux, d'apr3 ceux que le Muse de lUniversit de Coimbra possde, et c'est le rsultat de mon observation que je me propose de faire connaitre ici. En admettant mme que Ton m'ait dj devanc dans cette investigation, cela ne m'aurait pas empch de Tentreprendre, car je prfre juger d'aprs
personelle.
Si j'arrive des
mon
observation
ceux
inu-
comme
vent en opposition, ils doivent servir montrer qu'il faudra de nouvelles recherches pour qu'on puisse juger
srement ou se trouve la gnralit, ou Texception, Tincomptence ou Terreur. On sait que Ton se livre encore des discussions sur la souche du Chien, et que, si on refuse son origine indpendante, comme celle d'une espce distincte, on est
comme provenant d'un Loup, d'un Chacal ou d'un Renard, ou mme lui attribuer une origine multiple. Cependant, je n'ose pas m'engager dans une telle discussion, ni mme formuler une opinion sur ce sujet entoutefois indcis le considrer
L.
VIEIRA
T. GOMP.
DU SQUEL. DU GHIEN
111
Le Chien ainsi que le Loup, dont j'ai compare les du sexe masculin, d'une forme, d'une taille et d'une couleur trs semblables, Tge seulement
squelettes, taient
differant, le
le
le
squelette
du Chien
memle
Loup, dont
De plus, la dentition tait gale chez les deux animaux, non seulement par le nombre des dents de chaque mchoire, mais aussi pas leur forme et leur disposition. Tle osse On voyait que Tarcade zygomatique du Chien tait moins courbe et moins longue que celle du Loup; d'ou il rsultait que le Chien avait la face moins large que le Loup. En outre, Tapophyse coronoide du Chien surpassait le niveau du bord suprieur de Tarcade zygomatique, tandis que celle du Loup n'atteignait pas le
niveau de ce mme bord. Finalement, la crte sagittale tait beaucoup moins saillante chez le Chien que chez le Loup; Tangle que formaient les deux crtes sagittale et occipito-paritale en-
de 50 chez le Loup, que chez celui-l. Colonne verlbrale Je n'ai trouv aucune autre diffrence entre celles du Chien et du Loup, que pour leur portion caudale, qui tait compose de vingt vertbres chez le Chien, et de dix neuf seulement chez le Loup, toutes les deux tant visiblement completes. Thorax, Bassin, Mcmbres antrieurs Je n'ai constate aucune diffrence remarquable entre le Chien et le Loup. Membres jjoslrieurs On remarquait seulement que
tre elles tait
de 55 chez
le
Chien
et
c'est--dire
celui-ci
112
les
et
ceux du
du Loup se mais celui du Chien tait bien moins robuste que celui du Loup, c'est--dire, que les os du Chien taient en general moins gros.
general, les squelettes du Chien et
fait;
En
ressemblaient tout
du Chien et du Loup. Parmi les petites diffrences trouves dans la comparaison des deux squelettes, il y en a quelques unes que
lelles
comme
la
consquence
et
des diverses habitudes des deux animaux, d'une interprtation assez facile.
qui sont
je
ne sais
les expliquer.
gueur de Tarcade zygomatique, ainsi que le plus grand dveloppement des crtes des os du crne comme un effet des moeurs si difrentes du Chien et du Loup. En effet, le muscle masseter, moteur principal de la mastication, va s'insrer au bout suprieur de Tarcade zygomatique. D'autre part, le muscle temporal, qui prend
aussi part
la
le
chien
que chez
Loup, tout Tespace borne, au dessus, par la crte sagittale et, en arrire, par Toccipito-paritale. Au dveloppement moins considrable de Tarcade zygomatique et des crtes de la tte du Chien correspond le dveloppement moins grand des muscles qui s'y insrent, et le contraire arrive pour le Loup. Mais si le dveloppement des os chez le Loup est plus grand et si les muscles sont aussi plus dvelopps et plus puissants, c'est que le Loup donne plus d'activit a ces mmes muscles.
le
L.
H3
Je comprends que, puisque le Loup a toujours besoin de dchirer sa proie, il doit faire constamment de plus grands efforts de mastication que le Chien, qui trouve ou
qui reoit beaucoup d'aliments tout prepares.
fais
En
outre, je
drpendre la plus grande lvation de la crte occipitoparitale et Touverture plus grande de Tangle qu'elle forme avec la crete sagittale, de Tactivit musculaire plus grande du Loup. En effet, comme tous les muscles extenseurs de la lte ou qui Tlvent en arrire s'insrent roccipital, il s'ensuit que tous les efforts musculaires que le Loup a besoin de faire pour attirer la proie vers lui avec les dents, pour la lever du sol ou pour Tentrainer au loin, doivent aussi attirer en arrire Toccipital et consquemment faire dvelopper Tangle qu'il forme avec la crte sagittale, ainsi que les crtes qui donnent attache aux muscles extenseurs de la tte. Pour ce qui touche a la colonne vertl)rale, je ne sais si la seule diffrence d'une verlbre en moins la queue du Loup est constante, et je ne peux Texpliquer. Je ne dduis non plus aucun caractere distinctif entre le Chien et le Loup, de ce que celui-l ait un doigt de moins aux pieds, quoique les trois Loups adultes, que le Muse de TUniversit de Coimbra possde, aient seulement quatre doigts aux pieds; de plus, ayant fait des investigations cet gard, j'ai trouv que, si quelques Ghiens ont cinq doigts aux pieds, quelques autres n'en possdent que quatre, sans qu'il y ait aucune diffrence, de race, ou de sexe, et sans qu'on puisse en trouver une
e.xplication.
On
entre
le
verra que,
squelette
si
les
dissemblances que
et
j'ai
signales
elles
attri-
du Loup sont petites, sont encore plus considrables que celles que lui a
du Chien
M4
bues Isidore Geoffroy Saint Hilaire, qui les a rduites seulement une diffrence de courbature de la queue, caractere qu'il ne m'a pas t possible d'apprcier chez les deux individus, dont jai examine le squelette.car ils sont parvenus morts au Muse. Ge que je n'ose point affirmer c'est que toutes les diffrences que j'ai signales soient constantes, puisque je n'ai pu comparer qu'un individu de chaque espce. Mais I. GeofVoy Saint Hilaire a-til compare un grand nombre de squelettes pour pouvoir garantir ses conclusions? 11 m'est permis d'en douter.
AVES DE PORTUGAL
POR
W.
C.
TAIT
G.
ERITHACUS
19
Epjgathus
rco.
rubegula, (Linneu)
Nome
vulgar
Portugal durante todo o anno, mais porm no norte do que no sul, por ser mais arborizado e mais hmido.
Esta espcie muito vulgar
em
Como
mente prefere os logares hmidos e a sombra da folhagem. Posto que de modo algum seja timido, nao todavia
to familiar
em
Portugal
como
em
Inglaterra durante o
inverno talvez porque aqui s costuma nevar nas serras e elle encontra sempre com que sustentar-se. Cria cedo e chega at excepcionalmente a fazer ninho durante os invernos temperados. Em 22 de outubro de
1(S80 o clr. Jos Maria Rosa de Carvalho escreveu- me de Coimbra, informando- me que um casal de Piscos andava a fazer ninho na igreja de Cellas, entrando por uma janella onde faltava um vidro. N'aquelle mez a temperatura tinha sido muito l)randa.
Ann. de
Sc. Nat. v.
I, Junho 1894.
16
4 de janeiro de 1884
ter visto
um
Villa
um
dim em
Nova de Gaya.
G.
DAULIAS
20 Daulias
luscinia, (Linneu.)
lluiseior (Gal-
Nome
liza).
vulgar
Rouxinol (Portugal),
Chega em abril e fica at ao outomno; raro nos arredores do Porto e muito abundante nas provncias
do Minho, Douro e na Beira. Nao
norte Daulias philomela, (Bechst),
sei se o
j foi
Rouxinol do
encontrado
em
Portugal.
G.
SYLVIA
21
Sylyia
rufa,
Papa amoras, Porto; Charrasca, Esmoriz. Melres; Cheldra, Abundante e geralmente distribudo. Chega ao Porto quasi sempre e pouco mais ou menos no dia 8 de abril, embora o tenha j encontrado em maro. A sua partida coincide com o desapparecimento das amoras de que muito guloso, sendo provvel que muitas das silvas abundantes pelos montes provenham de sementes dispersas
Nomes
vulgares
por este pssaro. Nas visinhanas de Santa Clara a Velha e de S. Martinho das Amoreiras encontrei um exemplar com a cabea mais escura e cores mais vivas do que a forma com-
mum
O
vivas.
do norte de Portugal.
prof.
Newton
quem
enviei
um
exemplar commu-
Observao.
Tenho
w.
c.
117
exemplar de MaAndaluzia no inverno e primavera, provvel que durante a emigrao tenha sido observado no paiz.
22
Sylyia
subalpina,
(Bonelli)
dr.
agosto.
23
Sylva
gonspicillat, (Marm.)
O Muzeu
quaes
foi
um
dos
24
Sylva
vulgar
melanocephala, (Gm.)
Nome
Fura-moita, Verride.
Muito commum nas margens do Mondego e em Abrantes e parece geralmente distribuida no sul do paiz. Supponho ter visto esta fugidia espcie perto do Porto, em 10 de junho e 23 de dezembro de 1883. provvel que resida todo o anno em Portugal como succede em alguns pontos de Hespanha. Vi muitos exemplares em Abrantes durante novembro, mas nunca os vi ao norte do Porto.
25
Sylva
orphea, (Temm.)
Nunca
encontra-se porm nos arrabaldes de Lisboa e abundantemente no pinhal da Quarteira, perto d' Albufeira (Algarve),
em junho. canto muito forte para o tamanho que esta ave tem e parece uma combinao do da Tutinegra com o da
118
Esta, como a Sylma nelanocephala, uma das aves do meio dia de Portugal; nSo parece todavia que seja muito commum nos arredores de Coimbra. J a encontrei no Alemtejo.
26
Sylvia
ATRicAPiLLA, (Linn.)
Nome
vulgar
Tulinegra.
Esta espcie abundante e sedentria, frequenta os jardins e os logares arborisados. Canta todo o anno excepto em novembro, dezembro e janeiro, sendo o seu canto mais vigoroso na primavera e fraco nos mezes de julho e agosto durante os quaes muda a penna.
27
Sylvia
salicaria, (Linneu.)
Encontrei um ninho d'esta espcie com trs ovos (9 de junho de 1882) na Ilha do Congudo, rio Minho, prximo a Valena, obtendo um exemplar d'esta ave e observando outros nos salgueiros. Vi outros exemplares em Angeja perto d' Aveiro e no Jardim Zoolgico de Lisboa, durante o vero, emquanto que perto do Porto s nos mezes de agosto, setembro e outubro se podem ver quando apparecem em grande numero nos pomares e nos jardins. Sao muito gulosas de figos assim como da baga do sabugueiro e de outros
fructos.
G.
MELIZOPHILUS
28
MELIZOPHILUS
vulgares
;
UNDTUS, (Bodd.)
Nomes
Rozinha, Vianna do Castello. Esta espcie encontra-se em Portugal em todo o anno, porm nao ha duvida de que parcialmente emigradora. Na barra do Douro, por exemplo, no se enlosa preta, Penafiel
menos
a iO
w.
c.
119
ou meiados de fevelitoral
durante o verSo, porque observei um exemplar e o ninho em 4 de junho de 1882 na Ilha de Cies, Bahia de Vigo. Esta espcie prefere os tojos e as urzes das charnese affasta
Nao
inteiramente do
Tenho visto occasionalmente alguns pequenos baninverno, quando a neve e o frio das serras provano dos velmente os obrigam a descer aos valles e beira-mar. Tenho encontrado tambm esta espcie na serra do Gerez, Beira, Extremadura, Ribatejo, Alemtejo e Algarve, nos tojaes.
SUB-FAMILIA
PHYLLOSCOPIN^
G.
REGULUS
29
Regulus cristatus,
Eslrellinha,
(Roch.)
Nome
fiel.
vulgar
Apparece no inverno em pequenos bandos. A variedade Regulus cristatus maderensis, encontra-se na Madeira.
30
Regulus
ignicapillus, (Roch.)
mesmos nomes
no inverno
em
PHYLLOSCOPUS
31
Phylloscopus
vulgares
collybita
(Vieill.)
Nomes
Ferifolha,
Jou, (Traz-os-Montes).
Feloca,
120
folhtty Estoi,
Hes-
panha.
Sedentria e abundante, cria nos mattos e silvados
commum no vero. Canta desde a primeira semana de fevereiro at quasi ao fim do agosto, recomeando em novembro mas por pouco tempo.
a pouca altura no cho; mais
32
Phylloscopus
troghilus, (Linneu).
Nome vulgar Felosa. Apparece, de passagem, em agosto e setembro. NSo me consta que esta ave crie em Portugal, o que porm talvez possa effectuar-se no vero visto que o coronel Irby affirma que nidifica no sul da Hespanha.
33
Phylosgopus
sibilatrix, (Bechst.)
exemplar obtido
em
Phylloscopus
um
bonellii,
(Vieill.)
mno segundo
suB-FAMiuA
ACROCEPHALINyE
G.
HYPOLA.IS
chega na primavera e parte no outomno^ um metro ou dois acima do solo, construindoum ninho aberto, leve e elegante, com hervas, e mostra ter uma especial predileco pelas moitas de
Cria nos arbustos a
giestas.
Commum,
w.
c.
121
Ainda nao poude observar a Hypolaia iclerina; surprehende porm que tenha sido encontrada em Hespanha durante a primavera e o outomno, porque a considero como uma rma do norte que deve ser esperada unicamente n'aquellas estac^-es.
no
me
G.
AEDON
36
Aedon
galactodes, (Temm.)
visto este pssaro nos mattos perto de Abrannas proximidades de Tavira. NSo o tenho porm encontrado no norte de Portugal.
tes e
G.
Tenho
ACROCEPHALUS
37
AcROCEPHALUS
STREPERUS,
(Vieill.)
Uouxinol pequeno doa canias, Ovar. Abundante nos canios dos sitios pantanosos como Ovar, Esmoriz e Estarreja. Chega na primavera e cria em maio e junho; em agosto apparece de passagem nas relvas e nos pomares sendo visto at ao fim d'outubro.
38
Nome vulgar
AcROCEPHALUS
ARUNDINACEUS,
(L.)
Nomes
Ferreiro,
Murtoza; linla-r-r. Vagos, perto d' Aveiro. Abundante nos canaviaes dos sitios pantanosos como em Ovar, Estarreja, Angeja e Aveiro, nao se encontrando durante os mezes de inverno. Esta espcie um representante desenvolvido do A. Slreperus, e frequenta os grandes canaviaes, das aguas mais profundas; o seu canto muito ruidoso e tem o voo mais pesado. O seu canto que pde traduzir-se do seguinte modo: karra-karra-karra, karri-karri-karri, charracharra-charra, ouve-se ruidoso e claro por sobre os pntanos;
122
chados e segurando-se obliquamente nos canios ou poisando perto da extremidade pendente. O ninho perfeitamente construido de hervas seccas entrelaadas e em forma de taa, sustentado por trs ou mais canios onde elles so mais densos.
39
AcROCEPHALUS QUATicus,
(Gmel.)
E' commum esta espcie nas antigas salinas de Matlozinhos na segunda semana de agosto, podendo encontrar~se alli at terceira semana de outubro. Tenho-a
visto
Queijo,
tambm nos campos hmidos perto do Castello do mas unicamente no outomno, no obstante tel-a
40
ACROCEPHALUS
SH.ENOB.ENUS,
(L.)
Esta espcie encontra-se tambm nas proximidades e nas margens do canal de Lea (tambm onde frequenta os canios emquanto rio Lea) chamado que o A. aqualicus, prefere os juncos. Apparece em agosto e setembro, durante a passagem. A de novembro de
de Mattozinhos
L.
em
Portugal
POR
A.XJGUSXO N033IE
Vipera bcrus, L.
foi
j encontrada
no Porto por
foi
confirmado por outro naturaUsta nas publicaes que correm impressas sobre os reptis que vivem em Portugal. Ha alguns dias, em uma excursSo que fiz ao alto Minho com o snr. Adolpho Moller, tive occasio de recolher um exemplar d'aquelle ophidio na encosta d'Alcobaa, perto de Castro Laboreiro, uma das ramificaes da Serra do Suajo. O exemplar ainda novo e mede 35 centimetros de comprimento. E' todo de cr preta, razo porque conhecida esta vbora pelo nome de cobra negra. Do-lhe ainda o nome de escorpio e este mesmo o nome mais geralmente empregado. A cr preta, a forma da cauda, curta, e os dentes da maxilla superior, distinguem esta vibora de qualquer outra cobra, com que se poderia confundir, visto que a nica vibora cujo habitat era positivo em Portugal (Vipera Lataslei, Bosca) distingue-se immediatamente pela forma da cabea. Os outros caracteres, tirados da forma e disposio das escamas, esto de accordo com os que so indicados pelo snr. dr. Bedriaga na sua memoria Les Viprcs Europennes et Circummdilerranennes (Congrs International de Zoologie; deux."''' Session^ Moscou; Premire
:
Junho
1894.
124
O exemplar que
recolhi
mente o focinho e a parte superior da cabea, onze escamas circumdando os olhos, e uma s ordem de escamas
entre os olhos e as labiaes superiores.
Os camponezes teem um grande medo d'este ophidio porque sabem que extremamente venenoso dizem que a sua mordedura causa infallivelmente a morte nao sendo atacada immediatamente. Segundo me afirmaram, elles distinguem tambm esta vibora das cobras pelo silvo que emitte e por ser aggressiva, factos estes j mencionados por Lacepde; no se affasta tambm do logar onde nasce, sendo por este motivo mais frequente em certos pontos do que n'outros. Notam ainda que o seu comprimento pequeno e que engrossam muito. Por informaes que obtive, esta vibora encontra-se em Traz-os-Montes, na fronteira. Os exemplares de cr negra so classificados por alguns naturalistas sob o nome de Vipera bcrus, L. var.
:
Prs ler, L.
E'
com
este
nome que
ella se
encontra figurada
pi.
em
11
1891.
SOBRE
UM
POR
A.
GOLTZ DE CARVALHO
caranguejo que vive n'esta costa e que tem mais largo consumo na alimentao o Porlunus puber. Para ser capturado agita-se a negaa em frente da talisca onde se occulta e logo que sahe para fora, attrahido pela isca, rapidamente colhido no redefolle.
Vi ha tempo um d'estes crustceos, j preparado com outros para serem vendidos, com uma interessante deformidade.
direita d'este
specimen
te-
um
126
rior d'esta
encruzando ao fechar com a peca fixa, e, pela parte infemostra uma segunda pina com ambas as pe-
as fixas.
Tamanho natural
Esta monstruosidade poderia fazer-se desapparecer arrancando o membro defeituoso, visto estes animaes terem a propriedade invejvel de reproduzir os membros
amputados. Mas nao viria o novo membro com o mesmo defeito do membro amputado? Ou poderia um membro perfeito
amputado vir a ser substitudo por um. defeituoso? S pelo resultado de numerosas e pacientes observaes feitas nos aqurios se poder responder a estas perguntas.
Buarcos, 23 de maio de 1894.
Esoo
'iiiD
o Porio
POR
EDWIN
J.
JOHNSTON
CALYSTEGIA SOLDANELLA,
//ft. Nas areias do
littoral,
Douro.
DIGITALIS PURPREA, L. {Dcdaes) Hah.S. Gens, Foz, Fonte da Moura, Lea do Balio,
GLECHOMA HEDERA<:EA,
Hab.
L.
Santa
LAVANDULA STCECHAS,
Hab. Aliena,
SALVIA VERBENACA,
coides,
Hab.
No
var. pnecox, Lge. (S. verbenaBrot.) Areinho, nas margens areentas do Douro.
PLANTAGO BELLARDI,
All.
Hab. Terras seccas ou areentas em Mattozinhos, ao nascente do Gastello do Queijo, e ao nascente de Boa Nova, prximo da estrada de Pedras Rubras.
Ann. de
Sc. Nat., v. I.,
Junho 1894.
128
ARISTOLOCHIA LONGA,
Clus. Hab. Foz, Fonte da Moura, entre S. Gens e a estrada de Lea, Lea do Balio, margens do rio Lea, Mattozinhos, Alfena e Valladares, nos bosques e carvalhos
nos atalhos.
L.
CYTINUS HYPOCISTIS,
/a. Mattozinhos, tojaes das proximidades da rua do Godinho, Serras de Vallongo e Santa Justa. Parasita nas raizes de algumas Cisineas, por ex. Clu>> hirsuluSy
Helianlhemum
EUPHORBIA DULGIS,
Hab. Rio
margens dos
L.
EUPHORBIA AMYGDALOIDES,
Hab.S. Gens, Lea do
nos atalhos.
L.
RIS PSEUDACORUS, L. Hab. Mattozinhos, Guarda e ao poente de Valladares e Aliena, nas margens dos ribeiros e nos lameiros.
TAMUS COMMUNIS,
Hab.
S.
et
Link
dos ribeiros, pinhaes e bosques de e a estrada de Lea, Rio Tinto, prximo da estrada de Vallongo, Alfena e proximidades de Avintes.
carvalhos, entre S.
Margens
Gens
Abundan-
em
JOHNSTON
129
ASPHODELUS CERASIFERUS,
//a>.
Serra
e margens do rio
do
Pilar,
margens do
rio
Fer-
reira.
CAREX MXIMA,
ab.
Scop.
Alfena,
em
terra
h-
Desv. Hab. Nos atalhos, na sombra, e em muros e rochedos hmidos. Abundantes em muitas localidades.
GYMNOGRAMMA LEPTOPHYLLA,
Continuam em
cies
flr
Anemooe
trifolia.
L.
Soliva Barclayana, D, C.
Eria lusitanica,
Rud
Pinguicula lusitanifa, L.
Brachytropis mierophylla,
Wk.
Piillyrea angustifolia, L.
Erodium
cicutariuin, Hrit.
Omphalodes
Vernica
lusitanica,
Purr.
Ajuga reptans, L.
Paronyehia argntea, Lam.
spleadens, Ram.
Fragaria vesca, L.
Saxifraga granulata, L.
Crepis virens, L.
NOTA No
130
MAIO
Freyn. do Rio Lea, Ponte da Pedra, e entre Lea do Baliu e Moreira, e em Alheira Baixa, nos atalhos nas proximidades do Rio Avintes.
RANUNCULUS HENRIQUESII,
Hah.
Nas margens
RANUNCULUS PARVIFLORUS,
Hah.
L.
proximidades de S. Gens, nas margens das estradas; V. N. de Gaya (Rua do Rei Ramiro) idem.
e
Villarinha
THALIGTRUM GLAUCUM,
Desf. Hah. Lea do Balio, nas margens do rio Lea, Aliena, nas margens dos ribeiros, Valladares, idem; Avintes, nas margens do rio Avintes.
PAPAVER RHAEAS,
TJah.
L. {Papoula)
No
Areinho.
R. Br. (Agrio) nas margens dos ribeiros.
NASTURTIUM OFFICINALE,
Hah.
Mattozinhos,
HELIANTHEMUM VULGARE,
Hah.
Mattas
e atalhos
Gartn. hmidos em
S. Gens, Foz,
Gens, Mattozinhos, e varias outras localidades, nas margens das estradas, nos campos e em terras seccas.
Imitanica,
Wk.
SILENE HIRSUTA,
Lag. i/a. Mattozinhos, Lea, Rio Tinto (prximo da estrada de Vallongo) Ponte Ferreira e outras localidades, em terras seccas ou areentas.
JOHNSTON
131
SILENE PORTENSIS,
Hab.
L.
lit-
Rua
como
sul do Douro.
TNICA SAXIFRAGA,
HYPERICUM HUMIFUSUM,
lah.
lhos e
S.
HYPERICUM LINEARIFOLIUM,
Hnb.S. Gens,
e Gustoias,
Vahl.
terras seccas.
em
LAVATERA
Hab.
CRETIGA,
Mattozinhos
Lea
e Valladares,
nos campos.
RADIOLA LINOIDES
Hab.
des, nos atalhos e
em
terras seccas.
GERANIUM robertianum,
l.
/fab. Lordello, S. Gens, S. Cosme, Perafita, e outras localidades, nos atalhos e muros velhos.
GERANIUM COLUMBINUM,
Hab.
Fonte
L.
RHAMNUS FRANGULA,
Hab.S. Gens
L.
ORNITHOPUS EBRACTEATUS,
Brot. Hab. S. Gens e outras localidades, em terras seccas e nas margens das estradas. Abundante.
secca ou areenta.
132
ADENOCARPUS INTERMEDIUS,
Hab.Rua
cas.
D. C. {Codeeo) da Restaurao, S. Gens, Mattozinhos, Foz (Pasteileira), Avintes e outras partes, em terras sec-
ROSA CANINA,
Hah.
L. (liosa de co.)
Rio Tinto, ao norte de S. Gosme, Aifena, A^alladares e Alheira Baixa, nas margens ou proximidades dos rios e ribeiros.
Lea do Balio,
ALCHEMILLA ARVENSIS,
Scop. /Ya. Villarinha, S. Gens, Ramalde, Custoias e muitas outras partes, nos campos cultivados.
SEDUM ALTISSIMUM,
/ft.
Pom.
rio
Sampaio
Douro.
na rua da Restaurao, rua de Gonalo ChristovSo, Arrbida, ao sul de Ponte Ferreira, (margens do rio Ferreira) e outras localidades.
SEDUM BREVIFOLIUM,
D. C.
(estrada de Vale rochedos.
D. G. {Conchclos)
vulgar
em
muitas partes.
DROSOPHYLLUM LUSITANICUM,
Papa
Hab.
moscas.) de Vallongo e Santa Justa, abundante; na Magdalena (n'um tojal, abundante) e nos lados do monte, em Lamellas (estrada do Porto a Santo Thyrso);
Serras
mas
raro.
DROSERA INTERMDIA,
Hab.
Hayne.
S.
em
ter-
JOHNSTON
133
ras lamacentas
Lao. Gens, Lea do Balio, Lea da Palmeira, Mattozinhos e Valladares e outras localidades, em terras hmidas, e nas margens dos ribeiros. Hab.
LYTHRUM ACUTANGULUM,
S.
ORLAYA martima,
Hab.
ral.
Mattozinhos
litto-
SAMBUCUS NIGRA,
L. (Sabugueiro.)
rio
Lea (plan-
RUBIA PEREGRINA,
sebes.
nas
GALIUM DEBILE,
em
CENTHRANTHUS CALCITRAPA,
D. C.
locali-
Hab. S. Gens, Villa Nova de Gaya e outras dades, nos muros, rochedos e em terras seccas.
Em
terras seccas;
abundante
em
muitas par-
ANDRYALA INTEGRFOLIA,
Hab.
seccas.
S.
134
CIRSIUM FILIPENDULUM
Hab.S. Gens,
proximidades de Lavadoz nos pinhaes e nos tojnes.
e
Lge.
outros logares, nas mattas,
(Herva .Uonla.) Hab. Foz, Mattozinhos, Lea da Palmeira, Perafita, Santa Cruz do Bispo, Alfena, Serra de Santa Justa, Val-
PHAGNALON SAXATLE,
Hab. Muros e rochedos, Arrbida, rua da Restaurao, muro das Virtudes, Gandal, Areinho e entre Fonte
da Vinha e Oliveira do Douro, prximo das margens do rio Douro.
LEPIDOPHORUiM REPANDUM,
D. C.
//a, Mattas e pinhaes, na Foz, Mattozinhos, Lea da Palmeira, S. Gens, Perafita, Serra de Vallongo e outras localidades.
Abundante.
Brot. Hab. S. Gens, Boa Nova, Perafita, Serra de Vallongo, Alfena e Valladares, nos lameiros e em terras pan-
CENTUREA ULIGINOSA,
tanosas.
CENTUREA LIMBATA,
Hffg. et Link.
Hab. Nos montes entre Alfena e Vallongo, em Ponte Ferreira e nas Serras de Vallongo e Santa Justa.
(CoiitnaJ.
CoDtriliiJss
ara
raalacoloiia
portaEieza
POR
J^XJGHJSTO
NOBRE
Esta
recolhi
comprehende os molluscos marinhos que em uma excurso que fiz Bahia ou concha de S.
lista
Martinho, ossim
dades,
como alguns outros de diversas localipouco conhecidos e novos para a fauna portuespcies
:
gueza.
As
guintes
colhidas
em
S.
Martinho so as se-
Aa.s.sa rclwulala, Muller var nNassa incrassala. Mui.; Nalica cale7ia, C. Scalaria commuiiis, Lk. Cypram europcea, Mtg. Lillorina
;
Murex erinaceus, L;
tida, Jeffreys;
lillorea, L.
Troclius linealm, C.
7'.
obliqualus,
;
Gm. Pa;
tclla Lusilanica,
Gm.
l\
vulgata, L.
Aclamou lornalilis,
L.
Plwlas cndida, L., (recolhida tambm em Aveiro); Maclra helvacea^ Chemnz. .)/. suhlruncala, Montg. Lu~
;
traria oblonga,
Chemnz.
Syndosmia ovala,
; ;
Phil.
Scrobi-
cularia piperala,
Gm.
Solcn siliqua, L.
Ceralisolen legu-
T. lenuis,
;
Costa; Donax
Dosinia linda,
Tapes decussaus, L.
T. pullaslra,
Modiola barbala, L.
A
fina
praia de S. Martinho toda constituda de areia excepo da entrada que marginada de rochedos.
Sc. Nat., vol. I.,
Ann. de
Junho
1894.
136
As espcies que considero pouco conhecidas mas novas para a nossa fauna so
Neptuaa gracilis, (Gosta) Povoa de Varzim. Fusus rostratus, Olivi Faro, (Capito Castro). Nassa semistriata, Brocchi Tejo, no Estoril. Velutiaa laevigata, Pena Foz do Douro, Lea. Lamellaria perspicula, Linneu Estoril. Odostomia plicata, Mtg. Matoziohos.
e algu-
0. rissoides, llanley
Eulima distorta,
Dtsh.
Povoa
de Varzim.
Cascaes.
R. striata, Montg.
Matozinhos. Matoziuhos. Adeorbis sabearioatus, Mtg. Estoril. Janthiua pallida, Har/ey Adherentes
Adams
praias
em
Cascaes e Setbal.
et
Haminea hydatis,
Lin.
Barreiro.
o animal,
uma
dos, c aiuda
com
em uma
caminho de
ferro uo Barreiro.
Setbal, Cascaes. Haminea crnea, Lk. Akera buUata, Muller Cascaes. Algs. Dentalium novemcostatum, Lk. Matoziuhos. Syndosmia alba, Wood
Thracia papyracea.
Kellia suborbicularis,
Matozinhos
Foz,
Mtg. Matozinhos,
e Foz,
Foz.
muito
eommum,
sobro os roche-
Anomia
aculeata, Milller
Matozinhos.
ConlriiiotioD
UMi
fle
Ficltljolop laritie
PAR
Le
de
la
Muse de TUni-
le bord mer, 39 kilomtres de Coimbra, un poisson considere comme inconnu de tous les pcheurs de cette cote, 6 kilomtres de laquelle on Tavait pch dans un filet, ou il se trouvait presque mort. Pour nous, qui cherchons depuis quelques annes connaitre toutes les espces de poissons qui frquentent la cote ocanique du continent du Portugal qui avons vu toute la pche de Nazareth et de Povoa de Varzim (toutes deux d'un grand mouvement) et cela pendant les deux mis o Ton travaille le plus qui avons eu, pour le compte du Muse de Coimbra, des explorateurs Lisbonne, Setbal, Nazareth, Buarcos, etc, ce poisson ctait une vritable nouveaut. Long de 2. ""70, et, appartenant visiblement Tordre des plagioslomes et au groupe des squales, dont il prsentait la forme gnrale, comme on peut le voir par la figure ci-jointe (reproduction exacte d'une photographie de Tanimal mont(3) il ne nous restait qu' le chercher parmi les espces comprises dans le groupe indique. Comme c'tait le plus naturel, nous avons consulte premirement le Mmoire de notre compatriote, le savant directeur du Muse National de Lisbonne, Mr. Barbosa du Bocage, publi Lisbonne en 1866 et intitule Pois-
versit de
Coimbra
Ann. de
Sc. Nat,, v.
I.
Junho, 1894,
138
(2)
som
logie
du
1'orlugal.
la ciei
L'exarrien de
60,
nous
comme appartenant la genre Selache. Toutefois, en lisant la dscription de la seule espce du genre Selache, qu'on y trouve consigne, nous avons remarque que, bien que notre exemplaire ait quelques caracteres gnraux de Tespce Selache mxima, Mull. A un muHenle, il se trouvait en dsnccord, pour avoir un museau court, comseau long et pointu, et non pas me on Vv dcrit; et aussi parcequ'il portait un creux Textremit du museau, lequel, trs long et quelque peu releve, rappelait fort celui d'un cochon. Alors nous avons ouvert le tom. I. pag. 306 de Vllisoirc nalarellc des poissons de France, de mr. le dr. E. le Moreau, et nous y avons trouve mentionn que vamxima) parait forme museau (du Selache de un peu riable, comme on peut facilement le vo.ir en comparant les figures donnes par de Blainville, Lesueur, Yarrell, Couch, Gervais. Le Plerin du Muse de Genes, animal trs bien monte, a le museau trus allong, arrondi, terlons,
mine en
roslrala:
donner
le
nom
de Selache
le
museau scmblable
avril
chc Concarneau en
pi. XII).
Blainville avait
le
mu-
Or, nous nous croirions autoriss, par cette indica appliquer la dscription du Selache mxima. Mull.
et
Henle, au poisson du
Muse de Coimbra,
si
Ton n'y
avait fait aussi mention d'une carne sur les cts du tronon de la queue, caractere que lui accorde aussi mr.
le dr.
VII,
Gunther in Cal. of lhe fishes in lhe Bril. .l/is'., vol. pag. 394; mais qu'on ne rencontre pas, mme Ttt rudimentaire, chez Tindividu dont nous parlons. En outre, presque en mme temps O Occidenle
(13)
L.
139
public Lisbonne
le 1 raai
un poisson de 8'",50 de que le Muse National de Lisbonne vennit d'obtenir et de classev Selo eh o mxima cet individu prsentant un museau entirement arrondi et une nageoire caudale aux deux lobes gaux, et formant presque
voyait des gravures reprsentant
longueur
totale,
un
vait
sur
le
poisson du
Muse de Coimbra.
divergences, nous avons pris
le dr.
En prsence de
la
telies
G. A.
savant naturalisfe du Brit. Mus., en lui envoyant un croquis de la tte, cou et porlion caudale de
Boulenger,
notre poisson et en
sujet.
lui
Nous avons reu de cet illustre savant Topinion que le poisson du Muse de Coimbra lui semblait tre le Sjualius roslralm, Marc, que mr. le dr. Gunther, le clebre
ichthyologiste
du
British
Museum
considere
comme
vrai-
au Selache mxima. En mme temps, nous avons pu savoir aussi, par Tintermediaire du directeur de notre Muse, mr. le dr. Paulino d'01iveira, que mr. Birbosa du Bocage, directeur du Muse de Lisbonne, auquel il avait communiqu les caracteres principaux que Ton trouvait au poisson du Muse de Coimbra, est encore indcis pour le considrer identique au Selache mxima. Nous n'avons pas d'opinion tablie sur ce point, quelque trange que cela puisse paraitre Nous n'avons pas pu consulter tout ce qu'on a crit sur ce Squale; et nous ne savons pas non plus si Topiidenticiue
I
ment
nion d'autrui pourrait dissipcr toutes les reserves que nous maintenons encore pour ce qui touche une complete Identification entre le Selache mxima, Mull. et Henle, et
le
la
figure ci-aprs et
ropinion des
Siir la
faie raalacolome
to
iles
de S.
Tlom
el
Majre
PAR
AUGUSTO NOBRE
Aide
naturalisle au Laboratoire de Zoologic de
(Suile)
Pour terminer ce qui se rapportte la faune de S. Thom, je dirais que je vais prochainement publier une
rvision des mollusques marins, parce que les produits zoologiques de Ia nouvelle exposition Coloniale de Porto, qui m'ont t confies, m'ont permis d'tudier quelques
j'ai
eu ocder-
la
publication de
mon
donc pour ce travail, quelques renseignements nouveaux. A Tgard des mollusques terrestres, on voit que la faune s'accroit sensiblement depuis les recherches de M. M. Moller et Castro et dernirement par celles de M. Newton, dont les produits viennent d'tre tudis, par M. Albert Girard, du Musum de Lisbonne, qui en a dcrit sept espces noullnsliluto. Je reserve
velles.
Ann. de
Sc. Nat. v. I.,
mmoire dans
Junho 1894,
141
ILE DE
MADERE
Dans une note prliminaire publie dans l Instilulo {^) une srie de mollusques de Tile de Madre qui avaient t mis gracieusement ma disposij'avais fait connaitre
tion par
quoique resume, en attendant toutefois de nouveaux lments avec lesquels il me serait permis de prsenter un travail plus complet.
Je suis aujourd'hui en
renseignements, car, aprs la publication de mon premier mmoire, j'ai reu, de la part de M. Schmitz, de nouveaux matriaux dont je vais m'occuper. Je dois toutefois signaler, avant de traiter des nouvelles recherclies de M. Schmitz, que M. le R. Boog Watson a fait publier dans le Journal of Conchology une interessante notice sur la mme faune de Madre, dans laquelle il fait Ia critique des travauK anLrieurement publis ceux de Mac Andrew et nos contributions. Ce ne fut pourtant que Tanne dernire que j'ai pris connaissance de ce mmoire, parcequ'on ne peut se procurer facilement toutes les revues trangres, mais je me crois encore en temps pour dire de mon ct ce que je trouve ncessaire. Quoi qu'il soit, on doit, pensons-nous, toujours faire connaitre sans retard les faits acquis pour la science, surtout quand ils proviennent de matriaux mis notre disposition pour Ttude, mais, la vrit, on ne peut toujours faire que des listes bien pauvres de details quand soi mme on ne visite pas les rgions au sujet desquelles on crit. Voil la raison pour laquelle mon mmoire a t considere par M. Watson comme excessivement resu:
Ilha
da Madeira. Ext
142
m. Je
me
au Canial, et plusieurs rcoltes faltes sur les plages de la name baie. J'avais donc de fortes raisons pour croire Tauthenticit des matriaux soumis mon examen par Mr. Schmitz, et, quelques espces exceptes qui m'ont parues accidentelles, je n'ai eu de grands doutes au sujet des espces numres sur
baie
et
du Funchal
ma
liste.
Je m'tais donc conform' aux renseignements communiqus par Mr. Schmitz et je n'y pouvais rien ajouter)
eu au moins le mrite d'appeler Tattention de Mr. Watson sur la faune de Madre, et qe naturaliste ayant rsid pendant dix annes dans cette ile, personne mieux que lui pouvait trs vraisemblablement doter la science d'un travail important et peut-tre complet. Malheureusement Mr. Watson aprs avoir publi deux mmoires sur divers groupes de mollusques de Tile de Madre, et enregistr une partie de ses rcoltes Madre dans son beau travail sur les Mollusques du Challenger, a laiss sous silence pendant bien des annes ses prcieuses recherches sur la faune de cette ile, ou il y a des faits interssants que seule Tobservation directe peut permettre de constater ou encore Tabondance d'exemplaires examiner, mais je n'ai pas eu cette bonne chance. Cest ce qui a lieu Tgard de Tidentit du Littorina canariens, d'Orbigny et Lit. slriata, King. D'aprs les observations de Mr. Watson on arrive la conclusion
travail a
Mon
que la Li. canaricnsis a t tablie par d'Orbigny sur des exemplaires jeunes du L. slriala, parce que, comme crit Mr. Watson: This species in its earliest stage always
prsents the tubercles and the relative diffrence of shape,
of specimens on can trace in every shade of transition into the larger, smother, more globose,
AUG. NOBRE
143
of full
growth
Le
fait
pas sa disposition un grand nombre d'exemplaires il est impossible de considrer les formes dcrites par d'Or-
bigny et King comme une seule espce. Moi mme je n'ai eu encore Toccasion de confirmer les observations de Mr. AVatson, n^ayant ma disposition qu'un petit nombre d'exemplaires.
Sur ce point et sur la prsence accidentelle de quelques espces Madre je pense comme Mr. Watson qu'il faut de nouvelles recherches pour confirmer les donnes
obtenues.
Toutefois
la
critique de
me
Tespce de Dunker. Mr. Gustave Dollfus m'crivait en 1888 qu'il Tavait recue aussi de Sierre Leonne envoye par le
Dr. Jullien.
Myilus cdiilu,
le
.]/.
edulis, L.>
comme
que
je
var. Calloprovincialis,
considere
comme une
edulis est
un forme
du M. edulis sur les plages du sud. Cardium pauciscoalalum, Sow. Cest Tespce de Sowerby celle qui vit Madre. Je crois que le C. echinalum, L., est bien une espce diferente du C. pauciscosatum. Sow. Le C. echinalum, L. ne vit pas dans la Mediterrance.
Tellina serrala, Brocchi: Mr.
Watson ne considere pas improbable Toccurence de cette espce Madre. D'aprs Berlin H vision des Tcllinids du Musum d' Hisl. nal. de l'aris (Nouv. Arch., 1878, pag. 205) le T. fabula, Gron. T. nilida, Poli et la T. serrala, Brocchi s'etendent
comme
jusqu'au Senegal,
en assurer
144
par Texamen de la belle collection de M. Petit de la Saussaye, actuellement en possession de Mr. Fischer. Psammobia Fcrroemu, Chem. Cette espce a t poslrieurement recueillie La Luz, Ganaries, (Dautzenberg,
Voyage de la Goelellc Melila aux Canaries el au Senegal.) drague au large des Aores par le Tallisman. Scalaria commulata, Monterosato. D'aprs Mr. Watson cette espce a t gnralement accepte comme le S. pseudoscalarns, Brocchi. Avec M. le Dr. Kobelt {Prodomus)y Mr. le Marquis de Monterosato, et MM. Bucquoy,
et a t
Dautzenberg
dere
et
Dollus {Uoll.
du llousllon)
je les consi-
comme
espces distinctes.
Bufonaria scrohiculala, L. Ce nom a t adopte par KieMr. le Dr. Hidalgo, le terme scrobialor doit tre prfr, parce que ce nom n'est pas defectueux: Linn Tavait fait driver de scrobis et nom de scrobiculus. Olivella leucozonias., Philippi. Vit aussi au Senegal. Ringicula Someri, de Folin. Cette espce que Mr. Watson dit ne pas connaitre a t dcrite et figure dans la Monograpliie du genre Ringicula, par Morlet (in Journal de Conchyliologie, p. 128, pi. V, fig. 12, 1878). Vit au Cap Vert. Mr. Fischer comprend cette espce {Manuel
ner. D'aprs
de Conchyliologie pag. 153j, dans la liste des MoUusques de Cap Vert. Cest une espce plus petite que la /. conformis, Mont., plus troite, avec la dent suprieure
plus aigue, et
le
labre
moins
pais.
La coul^r
est d'un
dre
la critique
du savant malacologiste
la liste
j'ai
anglais.
Je donne ci-aprs
eu occasion d'examiner je me rapporterai toutefois dans ce qui va suivre uniquement aux renseignements fournis par M. Schmitz.
( suivrcj.
Uma
excurso serra de
POR
S.
Gregrio
Tendo
uma
explorao
partida
como ponto de
no concelho de Melgao. Parti para alli no dia 18 de junho do corrente anno. Acompanhou-me por alguns dias o nosso amigo, o snr. Augusto Nobre, redactor d'esta revista, que desejava explorar a fauna do rio Minho e seus afUuentes. S. Gregrio uma pequena povoao que ica situada na fronteira e dista de Melgao oito kilometros. Outrora esta povoao teve um commercio importante, mas depois decahiu muito; actualmente porm tende outra vez a animar-se.
j 7 kilome-
que anda
em
construco.
Gregrio no sede de freguezia, a egreja matriz a cerca de um kilometro de distancia. Este facto, de povoaes importantes no serem
S.
est
em
como
por exemj)lo na Mealhada e no Cargal do Sal que so cabeas de concelho e teem a matriz em aldeias prximas.
parte alta de S. Gregrio est a cerca de 250 meacima do nivel do mar e o rio Minho fica-lhe ao norte distancia approximada de 1,500 metros.
tros
Ann. de Sc. Nat., v.
I.,
Junho
1894.
146
Do nascente, banha a parte bnixa d'esta povoao o pequeno rio ou ribeira de Trancoo, affluente do Minho, que limita Portugal da Galhza e tem a sua origem prxi-
ma
a Alcobaa, Ha uma pe(|uena ponte internacional sobre a ribeira de Trancoso, que liga S. Gregrio com
uma pequena aldeia hespanhola e onde existe um posto de fiscalisa-ao aduaneira. A estao do caminho de ferro da Galliza, marginal ao Minho e chamada Frieira, est approximadamente a
1,800 metros de distancia de S. Gregoi'io, porm, o cami-
nho que conduz alli mau e tem de se atravessar o Minho em barco. Dos lados sul e poente de S. Gregrio est a serra que tem por ponto culminante o castello de -Castro Laboreiro o qual fica a cerca de 1,250
metros de altitude. Para se ir a esta povoao passa-se pela aldeia denominada Alcobaa, situada na fronteira e que fica perto de 2 ^2 horas de caminho de S. Gregrio. A poente de Alcobaa ha um monte que tem a mesma altitude de Castro Laboreiro. D'esta parte da serra j me occupei n'uma noticia que dei sobre a serra do Suajo no Jornal de Horiiculura Pratica, do Porto, no numero de novembro de 1890. O solo em volta de S. Gregrio todo de origem grantica. Esta povoao abundante em agua e de boa qualidade. S. Gregrio saudvel e o seu clima temperado na estao invernosa e quente durante a calmosa. Para exemplo diremos que, no dia 26 de junho s 2 horas da tarde estando a atmosphera bastante carregada de electricidade, dentro de casa marcava o thermometro 30 c. O quarto onde fiz esta observao thermometrica tinha duas janellas voltadas para o norte e estavam com as vidraas abertas. Na mesma occasio fiz a leitura do meu aneride o qual marcava 738 mm. A cultura principal de S. Gregrio e povoaes limtrofes a vinha, milho, batata,
algum
centeio e os pra-
dos.
em
parreiras ou ramadas,
F.
S.
GREGRIO
147
mas
c,
em
mdia a cerca de
vel ao paladar
Arvores
fructiferas
observamos
a cerejeira,
em grande
N'outro tempo cultivava-se alli a oliveira, mas como producro era muito incerta os lavradores foram-nas arrancando, de sorte que hoje esta arvore alli rara talvez valesse a pena introduzir as variedades hespanholas de maturao precoce e prprias dos climas septentrionaes do paiz, taes como fdloludo ou Villoluda, Bc;
:
Varal negro, Colchonuaa, Ojillo de Lichrc, Carrasqucna e Vcrdego, e sobretudo esta ultima variedade.
dondillo,
Emquanto
lho,
o carva-
{(Jaerca^ pcduncalaa Ehrh.), castanheiro {Caslanea vulgaru Lamk.), pinheiro {Pinm marilima Brot. non Lamk.), vidoeiro {Uclula jiubncem Ehrh.), amieiro {\lnm glu'inosa Grtn.) e alguns salgueiros e entre elles o Salix airo-cincrca Brot., S. alba L. e S. viminalk L. Prximo a uma azenha que fica junto ribeira de
nao muito distante de S. Gregrio, vimos um com o tronco muito direito. Teria uns 20 metros de altura por 0,%0 de dimetro na
Trancoso
base.
As
essncias florestaes
abundam principalmente na
parte inferior da serra, prximo aos ribeiros e corgas. parte elevada tem pouco ou
rasteiro, e este
nenhum arvoredo
apparece
e s matto
mesmo nSo
em
todas as locali-
dades.
(tojo),
Cislm (sarga-
em
volta,
espcies,
mas no
148
montes esp-
estivemos, as plantas dos montinham j florescido. S na parte tes j estavam seccas ou baixa da serra e nos altos, nos pontos onde havia agua, que se encontravam plantas em flor. Ainda assim fizemos uma colheita muito soffrivel.
Na epocha em que
alli
Emquanto
fauna pouco
pudemos observar,
pois o
nosso fim era fazer uma po nos restava para outros estudos. Ainda assim pudemos averiguar o seguinte
habitam
alli alguns mammiferos como a lebre, {Lcpm meridionalis Gene), coelho {Lepm caniculm L.), raposoi {Canis melanogaster Ch. Bp.), texugo {Mlca Taxa^. L.), Lontra {Lutra vulgaris L.) e, nos pontos mais distantes, o lobo (Canis lpus L.), Javali (Sus scrofa L e corso {Cervus capreolus L.). Dentre as aves citarei: perdiz {Pcrdrix rubra Bris.),
)
codorniz {Cournix commuriii Bonat.), cuco (Cuculas canorus L), poupa {IJpupa epops L.), corvo (Gorom corax
L.),
L.),
Vieill),
pardal {Passer dumcsicus Briss.), tentilho {l'ringilla cadebs L., pintasilgo {Carduelis clegans Steph.), Alvola {Molacilla alba I..), papa-figo {Oriolus galbula L.).
melro
Blyth.),
[Turdus
merula L.), pisco Ilubccula [amiliaris chapim {Parus major L.), andorinha das chamins
L.),
[Hirundo ruslica
111.),
etc.
No
rio
Minho
boga) Chondrosloma polyUpis Steind), escalo {Leuciscus pyrenaicus Gthr), e a enguia {\nguilla deuliroslris Yare mexilhes (Unios e Anodontas). Na rel), camares
Melgao vimos a vender no mercado barbos que rio. Na ribeira de Trancoso s enguia. truta a a e encontram se Em reptis observamos as espcies seguintes
Em
Rana
F.
S.
GREGRIO
149
Hana
ibrica Boulenger.
Salamandra maculona Laur. var. Molleii. Bedriaga. Trion marmoraus Barb. du Boc.
l'leuro(leles
Walllii Mich.
Anguis fragilis L.
Lacerla ocellata Daud.
Psammo lromu<
algirus L.
Tropidoiiolus nalrix L.
Emys caspica Bosca. Prximo a Melgao foi ha dois annos encontrado pelo servente do Museu de Zoologia da nossa Universidade o
Chalriles Hedriagai Bosca.
snr.
fez serra
caminho, uma vbora que, quando m'a mostrou, vi logo que me achava em presena de uma espcie que nao era a Vipera Laa^tei Bosca. Depois de eu regressar a Coimbra este nosso amigo escreveu-nos dizendo que j a tinha determinado e era a Vipera berus L., e que a descreveria no presente numero d'esta revista. Que saibamos, esta vibora at hoje s tinha sido encontrada por Steindachner nas visinhanas do
capturou,
Porto.
um
Gregrio como em Melgao, affianaram-nos que na serra, e principalmente entre Alcobaa e Castro Laboreiro, habita uma lacertidea a que l dSo o nome de Escorpio e da qual diziam ser um pequeno lagarto quasi com o aspecto de uma lagartixa {Lacerla muralis Laur.), pouco mais ou menos de um palmo de comprimento. Este animal, segundo me disseram, tem a particularidade de apresentar duas membranas, dos lados do corpo, que pde desenrolar ou estender para saltar como que voando ao mesmo tempo. Accrescentavam que este reptil apparece com mais frequncia no tempo das ceifas dos fenos, saltando ou voando deante das gadanhas e escondendo-se durante o
Algumas pessoas,
tanto
em
S.
150
os caadores
inverno nas medas das palhas e fenos diziam ainda que temem este animal, porque mordendo na ca;
bea dos ces, produz-se uma grande inchao, resultando muitas vezes a morte. Talvez aqui haja confuso e seja antes a mordedura da Vipera bcrm
mal,
|iois
L.,
que cause
o
isto, e
nome de
vibora.
No temos elementos bastantes para conjecturar com segurana que espcie de animalejo possa este ser, ainda no archivado, que saibamos, em nenhum dos Museus pblicos do paiz. Porisso perguntamos aos mais entendidos e especialistas ser tal lacertideo o Chamaelco vulgaris Cuvier rnr. A. (G. Unereus Aldrov., Lacerla chamaeleon L.), que habitando principalmente na costa mediterrnea da Africa septentrional, tem tambm sido encontrado no meio dia de Hespanha e na Sicilia? Ou tratar-se-ha antes de uma espcie de Draco ainda no determinada? No abandonaremos a questo e daremos conta do
:
Estttlos
rios
flo
lorte ie Portoal
AUGUSTO NOBRJE
Comprehendo na memoria
os peixes, molluscos e crustceos que vivem permanente ou temporariamente na agua doce, valendo-me para isso
dos materiaes que tenho recolhido j ha escripto sobre o assumpto mamente fallecido Arthur Morelet lusques ter. et fluv. du Portugal 1845
e excellente trabalho
e consultando o
que
pelo
Detcriplion
como
o recente
Lopes Vieira Conlrihudes poissons d'eau douce du Portugal d'aprs lion l' elude la collection du Muse de Vlhiwersil de Coimbra, (Annaes
do snr.
dr.
de Sciencias Naturaes, vol. 1. 1894). Tenho a certeza de que o meu trabalho no ser completo mas que dar uma ideia geral da fauna dos nossos rios: outros naturalistas o completaro algum dia.
provncia do MINHO
RIO MINHO
curso d'este
rio,
em
S.
Gregrio
Os
affluentes
v. I.,
152
que desagua
me
referirei
ribeiras a
que
At Vilia Nova de Cerveira, 11 kilometros acima de Caminha, o rio muito largo e as margens bastante planas; embora depois comece a estreitar-se pouco a pouco, s se torna apertado e de margens em rocha por vezes talhadas quasi a pique, alternando-se com pequenas praias de areias e de seixos, antes de chegar a Melgao e depois de ter passado Monso, onde existem as aguas thermaes, em margem plana e innundada pelas pequenas cheias do rio. As aguas thermaes com a temperatura de 42 C, segundo a minha observao feita em um dos depsitos de nascente, emergem a alguns metros do curso de vero do rio. O primeiro affluente a que me referi o ribeiro de Trancoso, o qual nasce pouco acima de Alcobaa, pequena povoao situada a uns 800 metros de altitude. O ribeiro corre por entre as montanhas portuguezas e hespanholas, com grande declive, recebendo as aguas de ambas as vertentes, aguas frescas e de terrenos granticos, e que correm tumultuosas por entre os despenhadeiros das serras como os que se encontram antes de chegar a Alcobaa.
passar por esta povoao, o ribeiro quasi insignificante ainda serve de fronteira a sua origem fica pouco alm,
:
Ao
no macisso grantico que se eleva logo atraz de Alcobaa e que corre ao poente de Castro Laboreiro. Ainda porm se sobe at Portellinho, a nascente de Alcobaa, descendose ento por
um
um
ribeiro que,
passando junto villa de Castro Laboreiro, vae desaguar no rio ^^ez. N'aquelle ribeiro observei, antes de chegar villa de Castro, um exemplar de Truta com 15 a 20 centimetros, e muitos outros, pequenos e de dimenses comprehendidas entre dois e quatro centmetros. Este ribeiro deve estar a uma altitude de 1,200 metros pois que o Castello de Castro Laboreiro pouco se eleva sobre esse planalto, e a situao d'este castello de 1,250 metros aci-
A.
153
ma
quando
do nivel do mar. D'elle porm darei mais detalhes me occupar do rio Lima e dos seus affluentes.
Peixes
(*)
Barbm, sp. ? S vi exemplares de barbos nas mSos de uma mulher que de Melgao se dirigia para S. Gregrio, e que me disse tel-os comprado naquella villa. Em S. Gregrio porm desconhecido este peixe porque nSo vive no Minho nem em Trancoso, segundo informaes que consegui obter, porque n5o recolhi exemplar algum. Ribeiro d'Ardlla, perto de Monsao, (dr. Lopes
Vieira).
Minho
S. Gregrio.
Minho e affluentes (dr. L. Vieira). Nao consegui obter esta espcie no ribeiro de Trancoso nem d'elle me souberam dar noticias. O Museu de
Coimbra possue exemplares, que o empregado da explorao feita ao Alto Minho recolheu n'aquelle ribeiro.
Chondrosloma^ sp.? Rio Minho e seus affluentes (dr. L. Vieira). E' vulgar no rio Minho. Com relao ao ribeiro de
Trancoso
direi o
mesmo que
da espcie precedente.
Minho
at
Vulgar em todo o rio Minho e no ribeiro de Trancoso Alcobaa e rio de Castro Laboreiro.
(1)
Adopto a
classiflcao
pcies, cujo
nome
sem
este
nome,
por-
que, a
meu
terminar definitivamente. As tabelis dos caracteres distinctivos do recente trabalho do snr, dr. Lopes Vieira so provas, mais que sufflcientes, para'se
ajuizar inteiramente do valor dos caracteres difTerenciaes attribuidos s diversas espcies de Barbus, Leuciscus, Chondrostoma e Trutta.
154
Em alguns exemplares do ribeiro de Trancoso, colhidos em fins de junho, observei os ovrios ainda em to incompleto estado de maturao, que faziam prever uma ecloso ainda demorada por algum tempo. Este mesmo facto tive occasio de o examinar em exemplares colhidos poucos dias antes no rio Vez, nos Arcos de Val-de-Vez. Alosa vulgaris, Cuv. et Vai. Vive no rio Minho subindo at alm de S. Gregrio, onde abundante at julho. Anguilla vulgaris, Ch. Bp. Abundante em todo o rio Minho e ribeiro de Trancoso.
Abundante
Moreau.
Ribeiro Lapella e
Monso
et
(dr.
L. Vieira).
obtive informaes a
Vai.
Valena.
No
a encontrei
nem
Salmo
fins
salar, Linneu.
em
S. Gregrio at
Mollnscos
Ancylus simplex, (Buc'hoz) Espcie bem caracterisada
em
S. Gregrio, nas
mar-
debaixo das pedras e~ seixos. Em Monso extraordinariamente abundante. Encontrei-a egualmente nas torrentes da encosta de Alcobaa e no rio de Trancoso, mas tanto n'um local
commum
como
Commum em
Em Monso e S. Grecom
a espira quasi
A.
NOBRE
155
que inteiramente corroda e apresentando uma forma muito approximada da espcie designada pelo nome de canalu, que poder ser considerada como variedade da espcie ovala. Os exemplares so porm pouco desenvolvidos. Encontrei esta espcie em Monso nas aguas ther-
maes
a 39. C.
lo-
Limncea truncalula, (Mller). Rio Minho, em S. Gregrio. S a observei n'esta calidade mas possvel que se encontre em todo o
rio
Minho.
Planorbis spirorbis, (Linneu).
Monso
e Valena,
margens do
rio.
rio.
Monso, margens do
no sul, sobretudo nos arredores de Coimbra, se encontre no extremo norte em to grande abundncia como em Monso e Valena, sem apparecer em qualquer outro rio do norte do paiz. No vi se ella se encontra em Melgao, mas acima, em S. Gregrio, nem um nico exemplar observei. E' verdade que as aguas do rio Minho, em S. Gregrio, correm com violncia por causa das numerosas pesqueiras, e que em Monso, o rio sendo mais largo, as suas aguas mais se espraiam. Em Monso encontram-se at nos canaes de sabida dos tanques das aguas thermaes, a uma temperatura de 39. C, sendo porm mais abundantes nas poas d'agua formadas pelos alargamentos do rio, a pequena distancia dos tanques e em aguas impuras ou quasi estagnadas. Em Valena so abundantssimas nas margens do Minho. Os exemplares de Monso teem a cr acastanhada ferruginosa mais escura que os de Valena, que so de cr amarella crnea, muito mais escura que os do norte da Europa e similhantes aos de Franca e Blgica assim como aos do sul de Portugal. Todavia a cr da concha varia, como se sabe, segundo as causas exteriores.
E' curioso notar que esta espcie,
commum
156
geralmente truncada, tem trs ou quatro voltas e raras vezes possue cinco. Na reviso que fui encarregado de fazer de alguns molluscos do Museu de Coimbra, encontrei exemplares
que, segundo a etiqueta que traziam, haviam sido recolhi-
dos no Porto. Nas minhas excurses aindi porm no consegui encontrar esta espcie nos arredores d'esta cidade.
Valvata piscinalis, Mller.
Muito commum em Monso e Valena. Esta espcie, commum nos arredores de Coimbra, ainda no foi encontrada ao norte d'aquella regio.
E' muito interessante a presena d'esta espcie no rio
rios do norte de Portumenos, at hoje a no encontrei. Vive nos mesmos logares que a Bithinia tentaculala. Nas aguas thermaes de temperatura elevada no a encontrei. Os exemplares so muito desenvolvidos, apresentam
6 Vs
de dimetro e 6 de altura. U710 Batavus, (Maton et Rackett). Muito commum em todo o rio Minho, sobretudo em Monso. Os exemplares que colhi apresentam um allon81 '^
ni- "^-
Cuvier.
em Monso,
ainda
attri-
novo, e no qual no consegui descobrir os caracteres buidos por Morelet ao seu Unio mucidus.
nodonta cygnea, Linneu. S recolhi um nico exemplar, em Valena, mas bem caracterisado embora ainda um pouco novo. nodonta sp? Monso. Um nico exemplar muito pouco desenvolvido.
A.
NOBRE
157
Pisidium Casertanum, (Poli). S. Gregrio, nas presas d'agua. Os exemplares so bastante desenvolvidos, de concha frogil e translcida.
Pisidium pusillum, (Gmelin). Dois exemplares recolhidos n'um pequeno reservatrio de agua na margem da estrada que vae de Melgao a
S. Gregrio.
So de cr amarellada.
Creio poder attribuir a esta espcie dois exemplares que encontrei perto de Alcobaa e que perdi. Pisidium amnicum, (Miiller) Commum em Valena e Monso. Embora defira um pouco da espcie typica, considero-a como a mesma espcie, ainda que tenha o valor de uma variedade local. As differenas consistem na maior elevao dos vrtices, dando ao galbo uma forma mais triangular, a maior salincia dos dentes, cr mais escura, concha mais solida e mais alta, em dimetro, e as estrias mais numerosas e finas. O maior exemplar tem 8 Vs ni. m. de comprimento, 7 m. m. de altura e 5 de dimetro. Approxima-se de alguma das formas descriptas como distinctas do P. amnicum, mas do seu grupo, e que, a bem dizer, nSo constituem mais que variedades embora algumas d'ellas sejam notveis.
Crustceos
Caradrina Desmaresii, Joli. nas margens do
(^)
S. Gregrio,
aquticas.
Observei
um
exemplar
em
Valena.
(1)
EDWIN
J.
JOHNSTON
This rare plant, of which the accompanying photois a representation, was found near Barcellos by Snr. Antnio Ricardo da Cunha, keeper of the herbarium of the Polytechnic School in Lisbon. It has also appeared on the banks of the river Ferreira, about 7 miles east of Oporto..The group of plants on the left and the flowering stem in the centre are on a scale of very nearly one half the natural size; the numbered figures on the right are of course magnified. Fig. 1. Section of leaf, the concavity being on the upper side. In some plants recently examined, the leaves were found to be channelled at the base, but with the edges roUed inwards near the middle and extremities. 2. Utriculus with glume, under side. The glume is ovate-acuminate, but the edges have partly rolled inwards upon its removal from the spikelet. 3. Utriculus, upper side. 4. Section of the same, showing the achenium in the
type (Plate 6)
centre.
5. 6.
Part of male spikelet. Male flower, under side. The edges of the glume
have rolled inwards, as in Fig. 2. These figures were drawn from fresh specimens with the camera lcida, and they correctly represent what was under the microscope at the time, but the rapidity with
Ann. de Sc. Nat.,
v, I.,
JOHNSTON
CAREX DURI^I
159
which
the edges of the glumes curl inwards when detached from the spikelets is so great as not to allow time to make some arrangement for keeping them flat.
li-
o finding
some way
to
keep
glumes
difficulty
above mentioned invariably recurred, some modiseemed to be necessary, and it was thought that a dried plant might perhaps answer better, as not being liable to changes of form in any of its parts. Accordingly, the above illustration, taken from such a specimen, represents a female spikelet, and also, separately, on the right and left, one of the utriculi as seen respectively from the upper and the under sides, in the latter case with the dark chestnut-brown glume underneath it. As there is hardly any perceptible difference in dimensions or in form between the dried and the tresh specimens, it is hoped
fication of plan
that, taking the
two
appearance and
Dfiscrio
i'ma
um
espee
k Yap
viu)
fle
Aiipla
(estampa
POR
AUGUSTO NOBRE
Sp.
Corpus elongatum, vel ovatum, dorsum convexum in speciminibus vero spiritu vine conservatis, sublilissime rugosum. Color obscure olivaceoviridis, infra pallidore;
presque seulement visibles la loupe sur les couleur vert-olivtre sur le dos etjauntre infrieurement. Pied troit, un peu conique postrieurement et un peu plus largi vers le milieu de sa longueur, stri transversalement. Les tentacles suprieurs sont rides transversalement, bleutres, les in-
sem de
petites granulations
;
bords infrieurs
riears bifldes et
rugueux
comme
la
peau de
la tte.
Longeur du manteau
42
38
23
m. m.
pied
Largeur du manteau sur le dos Largeur du pied Hauteur Largeur des bords du manteau
7 12
6V2
Entre
os
productos
zoolgicos
enviados
Expo-
um
Junho, 1894.Porto.
NOBRE
161
nome do
devedor de algumas importantes memorias sobre os molluscos terrestres de Portugal e dos Aores. Fiz todas as minhas observaes com um nico exemplar muito contrahido pelo lcool. E' evidente pois que as medidas indicadas no so as do animal em vida. Pela mesma razo no completei as minhas investigaes sobre a anatomia do animal. Os desenhos da estampa 8.* daro uma ideia da organisao da Vaginula Simrothi. Dos rgos genitaes, as observaes que fiz so muito incompletas. Reservo todos os detalhes para quando me fr possvel obter novos exemplares.
EXPLICAO DA ESTAMPA
1 Animal, 2 Radula;
3 Dentes
augmenlado.
dentes centraes c lateraes.
VIII
Fig.
inarginaes.
BIBLIOGRAPHIA
C.
A.
de Souza Pimentel
1
RVORES
5
.1894,
photolypias e
O nosso estimadssimo collaborador o snr. Souza Pimentel, apresenta n'este breve estudo as arvores mais notveis que conhece, ou de que tem tido noticia, como o castanheiro d'Alcongasta, que o snr. Pimentel considera como uma verdadeira maravilha de corpulncia e vigor de vegetao, os sobreiros de que no estrangeiro se nSo encontram exemplares que excedam os nossos em corpulncia e qualidade superior dos seus productos, as azinheiras, os carvalhos, alguns colossaes, alguns pinheiros, notveis pela sua altura, os cedros, os freixos, dos quaes o da villa de Trancoso o maior do paiz e talvez da Europa, e os pltanos. E' uma memoria interessante e conscienciosa, como todos os trabalhos do snr. Pimentel, e na qual estabelecido o confronto entre a vegetao do nosso solo em tempos remotos e o da poca actual, de que os exemplares descriptos pelo distincto agrnomo e silvicultor no so mais que documentos histricos.
Albert Alexandre Glrard ETUDES SUR UN POISSON DES GRANDES PROFONDEURS DU GENRE HiMANTOLOPHUS DRAGUE SUR LES COTES DU PORTUGAL, ET DESCRIPTION u"UN ECHENEIS NOUVEAU DES COTES DU PORTUGAL LiSbonne, 1893, broch. in-8., 13 pag. e 2 pi. (Ext. do Boi. da Soe. de
9).
N'esta memoria descreve o seu auctor mais um peixe curiosssimo, que at agora s era conhecido por trs exemplares recolhidos na Groenlndia e nas ilhas Westman, prximas da Islndia e que foi apanhado na rede de arrasto de um vapor de pesca por 80 a 90 braas de fundo nas alturas de Nazareth, ao noile de Lisboa. A descoberta d'este peixe vem trazer mais uma importante addio fauna portugueza, e delimitar a zona
Ann. de
Sc. Nat., v.
1.,
BIBLIOGRAPHIA
163
em que
visto
vive, o que at agora era totalmente desconhecido, que dois dos outros exemplares tinham sido encon-
trados mortos, um rollado sobre as praias da Groenlndia e outro flucluando superfcie do mar, junto da mesma costa, sendo o terceiro pescado nas costas das ilhas Westman, mas talvez sem que fosse notada a profundidade em que foi apanhado. E' bem sabido porm que, grande parte das espcies que nas regies frias vivem em zonas pouco profundas se encontram, no Atlntico que banha as nossas costas, nas zonas abyssaes onde a temperatura sensivelmente egual d'aquellas regies. O outro peixe, novo para a sciencia, uma espcie de Hmora (Echeneis) conhecido dos nossos pescadores pelos nomes de pegadar, agarrador e peixe piolho )^ nomes fundamentados no facto de possurem estes peixes uma ventosa na parte superior da cabea. A espcie em questo Eciene pcdiculus proveniente dos mares do Algarve. Duas novas contribuies para a fauna portugueza e bem tractadas como todos os trabalhos do bem coniiccido naturalista do Museu de Lisboa.
BalthBzar Osorle
ESTUDOS ICHTYOLOGICOS CERC.\ DA FAU^NA DOS DOMIMOS POKTUGUEZES NA Afkic A Lishoa, 1893, bioch. in-S", 13 pa;^. (K\t. ilu
Hliys. e Aa.,
2.=*
srie,
ii."
10)
Comprehendem estes estudos duas notas, uma sobre os peixes de Angola e outra sobre os de S. Thom, Tilncipe e ilheo das Rollas, e so a sequencia de outros j |)Ublicados sobre as mesmas faunas, pelo mesmo auctor. Os peixes de Angola foram todos j-ecolhidos pelo infatigvel naturalista Anchietta; e os dos nossas outr;ts possesses fazem parte das exploraes dos snrs. Mlier-, Quintas e F. Newton. O snr. dr. B. Osrio descreve uma espcie nova Cirrhiles allanlicus, colhida no ilheo das Rollas pelo siu-.
F. Ne^^'ton.
Esta memoria mais uma utilssima contribiii-ao para o estudo da faunu afVicana da qual o distincto naturalista adjunto ao Museu de Lisboa um dos niai.-, assduos investigadores.
164
A. Itilne. Edwards et E. E,. Bouvier CONSIDRATIONS GNRALES SUR LA FA3I1LLK DES Galathiidks Paiis, 1894, bioch. in-8.0, 136 pag. e gravuras, (Ext. des Annales des Sciences Natuielles, vol.)
Esta memoria constitue a mais completa monographia que tem sido publicada at hoje sobre as Galatheias. Os seus auctores, sobejamente conhecidos, o primeiro um dos mais notveis sbios francezes e o segundo seu brilhante collaborador nos trabalhos carcinologicos, e auctor de excellentes memorias sobre o systema nervoso dos gasteropodes, tiveram sua disposio, para o presente estudo, as colleces do Musum de Paris e as que foram recolhidas por differentes navios exploradores o Blake, o Hassler, o Travailleur, o Talisman e o Hrondelle. No faltou pois riqueza de material para a elaborao da perfeita memoria de que nos occupamos, sabendo-se que as Glatheias sSo crustceos das zonas abyssaes. Depois de um estudo dos caracteres adaptivos e heriditarios em que so analysados minuciosamente os caracteres e funces physiologicas dos differentes rgos, appendices cephalicos, carapaa, abdmen, appendices bocaes e thoracicos, guelras, sexualidade, corao e desenvolvimento, os auctores estudam os caracteres e classiticao das Galatheias, famlias e sub-familias chegando concluso, d'accordo com J. Boas, e fundados nos numerosos caracteres communs que existem entre as Galatheias e os Paguros e nas homologias notveis que approximam as Aegleineas d'este ultimo, que as duas famlias se ligam aos Macruros por uma forma intermediaria commum, que esperam poder conhecer em investigaes ulteriores, estabelecendo todavia um systema das a!inidades da famlia das Galatheias, cujo estudo fazem detalha-
damente. O terceiro capitulo comprehende a distribuio geographica e bathimetrica das Galatheias. Por elle se v que ha certas espcies que nos interessam directamente por serem exclusivas, at ento, as costas portuguezas e hespanholas ; iHplychus rubro-nitlalm, A. M. Edwards. Elasmo)wlm vaillanli. A. M. Edwards e llunvlopsis media, nov, sp., recolhidas respectivamente s profundidades de 899, 1,068 e 717 metros. Alm d'estas citada outra espcie, Galalhea ^Irigosa, L. recolhida nas ilhas Berlengas a 600 metros de profundidade.
iliS^
Note
l8
lepiioiiis
arpelens, Bonat.
cuntii.
vel
caDdalBS,
PAR
On
verra, par
la
planche
IK
ci-jointe,
reproduction photographique des animaux monts d'aprs nature, que le Musc de rUnivcrsit de Coimbra posse-
de dans sa collecli.on, deux poissons du genre Lcphlopiis, dont Tua presente tous les cai-actres des descriptions classiques du l.epvlopa:^ (irficnlcm ou rawlalus; et Tautre
en a
la
Tefil
du corps,
effet,
c'est--dire,
parcequ'il
une hauteur
la longueur. Texempiaire le plus grand, ayant l'",31 de longueur et 0"\0,)5 de hauteur, Texemplaire le plus petit, dont le corps a i"',U de longueur, devrait avoir 0"\072 de
En
hauteur; puisqu.e
c'est:
P\31
Mais
il
1"',0 ::
O'", 95
O'",
072
en a seulement
O'",
me on
le
Outubro 1891.
venu du marn
166
(2)
ch de Lisbonne pour le Muse de Coimbra en 1890; Tautre a t acquis, cette anne, pendant rexploration
zoologique accomplie Setbal, En comparant les deux poissons je n'ai pu nullement supposer qu^ils puissent reprsenter une seule et mme espce zoologique; car parmi les nombreux individus de
Tespce Lcpidopus argentem, Bonat., que j'ai eu lieu d'examiner dans quelques-unes des plages du Portugal ou Ton pche le plus, je n'ai jamais vu un poisson qui ressemble au plus petit des deux, par Textension de son corp relativement la hauteur. Toutefois je dois ajouter que, en cherchant la description d'une autre espce du mme genre dans les ouvrages que j'avais ma porte, je ne Ty ai pas trouve. Ni VHul. Nal. des poissons par Cuv. & Vai.; ni Yllist. JSal. des poissons de France, par le Dr. E. Moreau, ou son Man. d'ichlhyoL franaise, Paris 1892; ni le Cat. of lhe fishes in lhe Brit. Mus. par le Dr. Gunther; ni The Bril. fishes par Day ne reconnaissent plus d'une espce au genre Lepidopus. Ges consid rations m'ont porte faire une esquisse, en grandeur naturelle, de chaeun des deux poissons et consulter sur ceux-I Mr. le Dr. A. G. Boulenger, du British Museum, mon maitre en cette spcialit, en lui exposant mes doutes et en lui demandant la bienvaillance de m'clairer et de me donner son opinion ce sujet
l-dessus.
honorablement accueillie, et Mr. le Dr. A. G. Boulenger a formule son jugement, en dclarant qu'il regarde les deux poissons comme absolument identiques et en ajoutant qu'on ne saurait en trouver aucune autre espce du mme genre dans la mer qui baigne la cote du Portugal. Malgr la grande autorit du sage naturaliste, qui a certainement sa porte tous les lments d'tude qu'on puisse trouver n'importe oi, il reste encore dans mon esprit les motifs de doute que voici.
a t
Ma demande
(3)
L.
167
Parmi les nombreux Lepidopus argenleus, Bonat., que je me suis mis en devoir d'examiner, je n'en ai jamais trouv aucun, comme je Tai dj dit, qui puisse tre compare au plus petit de la planche IX, quant la longueur de son corps. En outre, Setbal, plage o Ton se livre grandement la pche, aucun des pcheurs n'a connu ni n'a jamais vu un tel poisson; et ce fut pourtant une circonstance que Texplorateur du Muse de Coimbra a bien vrifie,
ge
l,
en interrogeant les difrents pcheurs de cette pla fin de venir bout de connaitre le nom vulgaire
on peut constater une diffrence trs saidu bord de Topercle des deux poissons; puisqu'il a la forme d'un demi rectangle au plus petit des deux; et celle d'une demi-ovale au plus grand, comme on le voit dans la planche X. Je ne suis parvenu remarquer aucune autre diffrence extrieure entre les deux poissons et celle que Ton peut trouver Tegard de la nageoire dorsale est tout-fait fictive et resulte de ce que Ton y trouve la membrane inter-radiaire anantie, et les rayons osseux abaisss. Dans de pareilles circonstances, je crois de quelque utilit d'enregistrer ici les deux formes trouves au Lepidopus en attendant que Tavenir veuille confirmer ou non
D'ailleurs,
;
l^ur identit.
Siiteiflos
flo
arcliipelai
AUGUSTO NOBRE
ilhas de
sido j estudada por alguns naturalistas, nao se pde dizer que esteja inteiramente conhecida porque falta recolher quasi que inteiramente as espcies pequenas, tSo pouco exploradas em toda a regio africana. Actualmente o snr. Joo Cardoso Jnior procede a successivas exploraes malacologicas na ilha de Santo Anto e cujo r-rsultado amavelmente resolveu submetter
ao
meu
As
estudo.
rem-se tambm a algumas das ilhas do mesmo archipelago cuja fauna ainda no conhecida ou est muito mal explorada. E' de esperar portanto que o snr. Joo Cardoso que, com tanta actividade tem feito conhecer a flora de Cabo Verde, muito principalmente a flora medica, prestar malacologia afi'icana excellentes servios. Do que j tenho recebido, producto das suas colheitas scientificas,
lista
qual
comprehende em geral as espcies mais vulgares, reservando algumas espcies raras ou representadas por
Annaes de
Sc. Nat. v.
I.,
Outubro 1894.
A.
169
exemplares nicos ou mal conservados para novo artigo, quando as novas colheitas do snr. Cardoso Jnior me proporcionem ensejo de o fazer, resolvendo algumas duvidas que os referidos exemplares me apresentam. Spirula Peroni. Lamk, Ilha do Sal e de Santo An-
to.
Olira flammulala,
zia, Sal.
Lamk.
Harpa
Luzia, Sal.
rsea,
Lamk.
S.
Dunker.=/??/.
.\loll,
p.
19 e 66.
= 1'urpura viverraloides,
f.
d'Orbigny, Moll.
da
Canarica,
p. 91, est. 6,
38.
Santo
Anto, S. Vicente, Santa Luzia, S. Nicolau, Sal. Sobre os rochedos, entre as algas. Commum. Columbclla vibraria, Lamk. Ilha do Sal. S. Vicente, SanG. ruxiica, L. var. slriala, Duelos.
to
S.
Vicente, S. Nicolau,
Santo Anto, Santa Luzia, Sal. Vive sobre os rochedos, entre as plantas marinhas. Commum. P. neriloidci, Lamk. S. Vicente, Santo Anto, S.
Commum
ed.
sobre os rochedos.
Lamk.
p.
Animaux sans
628.-Ilha do Sal.
verlbres,
Deshayes, tom. X,
/.
llanella scrobiculalor,
ta Luzia, S.
Lamk,
c. p.
626, v. 9.
San-
S.
S.
G. lurida, L. Santo Anto, S. Vicente, S. Nicolau, Santa Luzia, Sal. Entre os exemplares que examinei pro-
170
venientes de-S. Nicolau e de Santo Anto, notam-se alguns com uma forma accentuadamente globosa.
Slrombus bubonius,
Lamk. S.
Vicente.
Anto. Cerithium guiniacum, Philippi. Ilha do Sal. Os exemplares sao mais pequenos que os da ilha de S. Thom. I^lanaxis HennannsenU Dunker, l. c, p. 16, est. II, Santo Anto, entre as plantas marinhas da zof. 33-34. na litoral. A espcie de Santo Anto a mesma que a de S. Thom, Os numerosos exemplares que comparei,
Triforis pervcrsus, L.
Santo
d'uma
e d'outra ilha, nSo offerecem differenas sensiveis. Muito commum em Santo AntSo. Tumlella bicingulala, Lamk, l. c, p. 256, vol. IX. Santo Anto. LiUorina globosa, Dunker, /. c, p. 9, est. V, f. 10. Santo Anto. Muito vulgar sobre os rochedos da zona li-
toral.
Aa.
Fossarus ambiguui. (Lin.), Lc Fos^ar, Adanson, /m Senegal, p. 173, est. 13, f. 1. Santo Anto.
Hisl.
Calyptrwa (Trochatella) radiam, Lamk, l. c, p. 626. Santa Luzia alguns exemplares teem a espira elevada e
;
outros
um
pouco achatada.
nilens,
Menke. Kobelt,
Proilomua, p. 224.
Natica porcelana, 'Orh\gn\, l. c, p. 84, est. 6, f. 27-28. Santa Luzia. Esta espcie a mesma que se en-
contra na Madeira e em S. Thom. iSerila sencgalens, Gmelin. Le Piuiar, Adanson, /. Santo Anto, S. Nicolau. Esta c, p. 188", est. 13, f. 1.
sobre os rochedos. No ha differena alguma entre estes exemplares e os que tive occasio de examinar provenientes de S. Thom.
espcie parece que
commum
Trochus Tamsi, Dunker, L c., p. 16. est. 11, f. 40-42. Santo Anto, S. Vicente. Em Santo Anto esta espcie muito commum sobre os rochedos. Fissurella rsea, (Gmelin). Lamk, /. c., p. 595, vol. VIL Santo Anto.
A.
NOBRE
171
Spondylm gwderopm, Lin. Lamk, /. c, p. 184, vol. VII. S. Vicente e S. Nicolau. Hmnilci sinuof<us, (Grnelin) Lamk, l. c v. VI. p. 148. Ilha do Sal. Parece que esta espcie no deve ser
rara.
Chlamysjacobem,
l.
Lamk,
c, vol. VII,
cie
uma
em
/.
S. Vicente.
p.
p.
c, vol. Vil,
/.
l.Jsognomum perna,
44, est. VII,
f.
(Ostrea), Lin.
Dunker,
c,
7-10. Ilha
do
Sal.
Hnna pernula, Chemnitz Ivoi^elt, /. c, p. 419. Myilus senegalenm, Lamk, /. c, vol. VII, pag. 40. Santo Anto e Ilha do Sal. Arca pulchella, Reeve, Conch. icon, est. XVII, f. 122. A. i\o(. Linneu, Lamk, /. c, vol. VI, p. 461. San^
ta
Luzia, S. Nicolau.
A
e
plares de Cabo
Verde
duvida alguma sobre a sua identidade. Nao sei por conseguinte qual ser o valor especifico da irca def!pecla, Fischer. Pelo que pude observar a concha modifica-se
bastante, havendo exemplares muito curtos e outros muito
longos.
Cardium (elicum, Born. Lamk, /. c, vol. VI, p. 404. Santo Anto e Santa Luzia. Este mollusco no deve ser
raro.
c, vol. VI, p. S. Nicolau. Krauss {Swlafrik-Mollusk, p. 10) classifica os exemplares do sul d'Africa que teve para estudo, como pertencenl.
Lamk,
tes V. vcrrucosa,
considerando-os todavia
como cons-
tituindo
uma
cita
variedade.
Bodwich
a Vnus verrucosa
da Boa Vista e
espcie recolhida
A meu
175
As
differenas mais
e os de Portugal dizem respeito maior espessura das canneluras transversaes e tambm ao maior desenvolvimento dos
tubrculos, que
valor especifico.
locaes
mas sem
Clovissc descre-
ve
r.
uma
me
parece concor-
dar
com
verrucosa.
tambm
d'aquella espcie.
Jagonia rcliculala. Poli Lucina peclcn, Lamk, /.. c, vol. VI, p. 230. Nao encontro razo alguma para que se admitta distinco entre a ./. relKulala e a J. pcclen. Pela comparao feita entre numerosos exemplares do Mediterrneo, de Cabo Verde e de S. Thom decidi-me a acceitar a identidade das duas espcies. A forma das cannel luras varia muito, umas vezes so espessas e outras bastante finas. Ilha do Sal, Santo Anto e S. Nicolau.
Agosto de 1894.
Prepraes esieeleticas
Misei
PELO
fla
UDversiafle e
Coiira
DR.
LOPES VIEIRA
Nao
ainda
quelticas
com que
Nao obstante, o que ahi se v feito ou preparado ultimamente, pertencendo j ao periodo de completa refor-
ma
rejuvenescimento d'este vasto estabelecimento, bastante para se poder ajuizar da nitidez dos seus processos de preparao e do completo xito obtido. No ha, certo, novidade n'esses processos. Mas,
total
ou
nao obstante, nao ser destituda de interesse a sua apresentao; e poder ella porventura contribuir para animar algum curioso ou desinvolver alguma aptido.
O esqueleto tanto mais difflcil de preparar, quanto mais pequeno o animal. Porisso, em geral, so relativamente fceis de obter os esqueletos dos nossos mamferos, quer terrestres quer marinhos e os das nossas aves mais corpolentas; e sao tambm estes os que geralmente fazem objecto de colleco ou que avultam nas colleces formadas
Annaes de
Sc. Nar, v,
I.,
Outubro 1894.
174
(2)
Os esqueletos dos
peixes, ainda
quando
estes sejam
corpolentos, offerecem sempre grandssima difficuldade, nSo s pela grande multiplicidade das suas peas, mas tambm pela frouxa unio de muitas d'ellas. Torna-se at quasi impossvel de obter o esqueleto dos peixes cartillagineos.
queleto sseo, quer de mamferos, quer de aves, ou d'ou~ tros animaes consiste em despojal-os primeiro o mais
possvel de todas as carnes, por meio de disseco a escalpello, thesoira e pina; e submettel-os depois a
mace-
rao na agua fria, de modo que fiquem inteiramente cobertos por esta, tendo o cuidado de renovar-lhes a agoa
esta se apresente tinta de sangue. agoa deve ser despejada cautelosamente, e melhor ser se empregue para isso um tubo de cautchouc, que sirva de sypho, o qual tenha adaptado, extremidade que houver de mergulhar na agoa, um pedao de tarlatana, destinado a servir de filtro, que impea a aspirao d'alguma pequena pea do esqueleto e a sua perda. A demora do esqueleto em contacto com a agoa suja obstaria maior alvura d'aquelle, depois de preparado. A macerao tem por fim promover a putrefaco das carnes e a sua desagregao dos ossos, por maneira
sempre que
que
tal
quente.
Antes que
comece
a desligar as diver-
der umas s outras, por meio de um fio resistente, todas aquelias que possam depois offerecer alguma duvida ou
diiculdade
em serem
dispostas naturalmente.
em
(3)
L.
VIEIRA
PREPARAES ESQUELTICAS
175
Assim, na cabea, haver a separar os dentes da masuperior dos da inferior, desde que elles estejam em termos de vir a destacar-se espontaneamente. Todas as peas da coiumna vertebral sero mantidas na sua posio relativa, fazendo passar um fio ao longo do canal medullar at ultima vrtebra lombar; e atando fora as duas pontas a bastante distancia, para que ao longo do fio possam ser as vrtebras deslocadas, affastadas umas das outras e limpas.
xilla
mais seguro
atal-as
umas
s outras.
As costellas precisam de ser numeradas por sua ordem, por meio de placas de chumbo suspensas de um fio, com algarismos gravados e signal que indique a qual dos dois lados pertencem; pois vindo a desligar-se inteiramente, dariam grande trabalho a armar e nunca se poderia garantir a inteira exactido na sua collocaao. As falsas costellas lucram em que se no deixe chegar a macerao at ao ponto de desprender as articulaes chondro-esterinaes e chondro-costaes; para o que mais vale que as cartillagens sejam retiradas da macerao ainda menos limpas, e se complete depois a limpeza pela disseco e frico a panno spero. Os ossos da coxa e perna, como os dos braos e antebraos precisam tambm de ser ligados entre si. Finalmente deve haver cuidado especial com os ps as mos, pondo, a tempo, cada um d'elles separadae mente em macerao, por modo a nunca se poderem confundir os ossos do metatarso, metacarpo e dedos. Tambm se torna importantissimo no deixar desagregar inteiramente uns dos outros os ossos de cada pata ou mo; nem tanto necessrio para a sua boa preparao. Antes convm retiral-os, ainda quando relacionados pelos ligamentos e il-os assim limpando. Para que todas estas operaes sejam feitas a tempo,
176
(4)
macerao com frequncia e, medida que as partes molles se frenn desprendendo dos ossos, retirar da agoa as peas e ir-lhes extrahindo as car indispensvel visitar o
;
nes
lo,
com o auxilio de um escalpeitornando a immergir a pea na agoa, sempre que tiver de interromper-se ou deixar-se income limi)an'lo os ossos,
;
thesoira e pina
Nem
lhes
preciso humedecer ou sujar as mos, o que communicaria o cheiro altamente enjoativo e des-
agradvel da macerao.
Quando porm isso acontea, a melhor maneira de tirar das mos o mao cheir-o a lavagem d'estas em agoa quente com sabo ou sabonete e depois a passagem pela
agoa phenica a 2 por cento. A macerao i)de fazer-se n'um c[uintal ou pateo ao ar livre, mas preserverada do p por meio de uma cobertura qualquer.
n'estas condies no
eTeitos
Jamais observei
disseco
feito
sobre as peas
em macerao, qualquer
que
seja o periodo em que esta se encontre. A' medida que se vo limpando os ossos, poem-se a enxugar e a branquear ao sol.
supprir, e
menos ainda
substituir
com vantagem, a aco descolorante da luz viva. Experimentou-se, minha vista, a immerso dos ossos em lcool e a barragem com cal em massa. Nada presta. O que a aco prolongada da agoa e da luz no fizerem, nada o consegue. Note- se, todavia, que os esqueletos de animaes gordos nunca podem ficar bem alvos; porque a gordura, accumulada na medulla e sobretudo nas epiphyses, vem sempre repassar o osso e dar-lhe uma cr amarellada. Uma vez bem seccos os ossos e to branqueados quanto possvel, segue-se o trabalho da armao do esqueleto. Vae-se indo |)or |iartes. Repoem-se os dentes que se hajam deslocado dos ai-
(5)
L.
VIEIRA
PREPARAES ESQUELTICAS
177
goma
arbica:
arti-
com
a superior: colloca-se
uma
molla de arame enrolado em voltas unidas, fixando as extremidades da molla a pontos menos visveis das duas maxillas, e por modo que estas sejam attrahidas uma para a outra e as queixadas se conservem unidas, como se o animal tivesse a bocca fechada. Arma-se cada membro separadamente, articulando entre si as correspondentes peas. Forma-se a columna vertebral; e para isso furam -se ao longo todos os corpos das vrtebras, por modo a fazel-as atravessar por um arame de metal, que ha de ligar-se, por uma das extremidades, ao craneo e pela outra ao sacro. A poro caudal armada separadamente e suspensa do sacro, depois de articulado este com os ossos iliacos. Segue-se a articulao de cada coslella com o esterno
se d'elle
chegaram
at a da cartillagem costal
com
com
a faceta articu-
do corpo das vrtebras respectivas. Liga-se a cabea columna vertebral, ou fazendo com que o arame, que passa ao longo d'esta, penetre pelo buraco occipital e atravesse o alto do craneo, sendo ahi fixado por meio de uma pequena porca metallica; ou simplesmente fazendo-o atravessar uma rolha entallada no buraco occipital. Na outra extremidade liga-se a columna
vertebral bacia.
Resta fixar os
membros ao
sobretudo pela posio do bordo superior da omoplata em relao ao bordo superior das apophyses espinhosas das vrtebras, qual a posio natural dos membros anteriores, aos quaes falta o ponto de referencia certo que os membros posteriores entural flexo e posio dos
e
membros,
178
(6)
contram na cavidade cotyloida da bacia, a que tem de adaptar-se a cabea do fmur. Escolhida a posio natural dos membros em relao
ao tronco, fixam-se ento os membros e substituem-se os prumos de pao por outros de ferro, tendo uma forquilha na extremidade superior para se fixar onde convier, e geralmente ao corpo de uma vrtebra. Quando a cabea do animal muito pesada torna-se indispensvel firmal-a sobre um prumo especial; bastando um outro ao meio da columna vertebral e outro junto da bacia. Para os pequenos esqueletos bastam dois supportes, porque a cabea pde ser sustentada pelo ara-
me
dorsal.
Est assim armado o esqueleto que resta collocar em peanha preta, para destacar. Succede por vezes que os membros, por sfiu pezo,
no se sustentam na posio conveniente. Ento necessrio amparal-os, prendendo-os a ferros verticaes que se
lhe encostam.
Accreseentarei que Iodas as ligaes se conseguem, furando os ossos no sua posio natural por meio de instrumento appropriado e fazendo-os atravessar por arame de ferro galvanisado ou de lato, de grossura sufficiente, terminando fora, de um e outro lado, por meio de um annel ou argolla vertical, feita a alicate de pontas redondas,
com duas
voltas do arame sobre uma rodella de previamente se tem feito atravessar ao fio.
lata
que
Os esqueletos das aves so preparados por idntico processo ao dos mamferos; mas como estas so pela
maior parte pouco corpolentas, torna-se necessrio no levar a macerao to longe, afim de poder aproveitar as articulaes naturaes, que, nos esqueletos pequenos, so
diicillimas
de substituir.
(7)
L.
VIEIRA
PREPARAES ESQUELTICAS
179
Finalmente mais
difficil
Museu
de Coimbra, especialmente por falta de tempo para acudir a todas as necessidades de uma larga reforma e amplo engrandecimento. No obstante, o processo ainda o mesmo, para os peixes de esqueleto sseo ou teleosteos; e s diftere notavelmente o que se aconselha para os peixes cartillagineos ou chondropterygeos. Este ultimo processo no o conhecamos,
nem
jamais
viramos descripto processo algum d'este gnero. Foi o snr. dr. Gadow, professor de anatomia comparada na Universidade ingleza de Cambrige, quem obsequiosamente noFo indicou. Eis como elle o descreveu: Se o peixe fresco, ferve-se em agoa at que e pelle amolea ento esfrega se esta e as carnes com uma escova macia ou com uma esponja. Em seguida ferve-se tudo n'uma soluo aquosa de potassa custica a 1 ou 2 por lOU, durante poucos minutos e esfregam-se ainda as carnes. Repete-se este processo at que o esqueleto fique limpo de carnes, tendo o cuidado de o no ferver de mais, para no destruir os ligamentos. Se o peixe tiver estado em lcool, pe-se de molho em agoa fria por um ou dois dias, conforme convier, e trata-se em seguida como acima.
:
'
em uma
Gadow indicou um processo anlogo, que muito do processo adoptado para os mamferos e aves, para ser applicado aos peixes sseos. E' o seguinte: Ferve-se o peixe moderadamente em uma soluo
snr. dr.
differe
180
(8)
aquosa de potassa custica a 2 por 100, tirando-o para fora, de poucos em poucos minutos e esfregando-lhe as carnes, mas de modo a evitar que se soltem as peas do estjueleto . Duas vezes experimentmos o processo de preparao do esqueleto dos peixes cartillagineos, mas sem resultado assaz satisfatrio;
perincia nossa, mas,
Em
peixes exige
uma redoma
amores
o Porto
POR
EDWIN
J.
JOHNSTON
SOLIVA LUSITANICA.
Hab.
Less.
das estradas e entre as pedras dos em Massarellos, Entre Quintas, Lordello do (Juro, Foz, Lea da Palmeira, rua do General Torres (Gaya) proximidades do Alto da Bandeira (estrada de Lisboa) e estrada de Avintes a Arnellas. Encontrase tambm em varias ruas e i)raas d'esta cidade do Porto. Muitas vezes misturada com a Senebiera didyma, Pers.
ces ou das caladas,
Margens
CAMPNULA ERINUS,
Hab.
L.
Nos
CAMPNULA RAPUNCULUS,
L. {Kapuncio.)
lio,
Hab. Margem do rio Lea, em Aliena, Lea do BaMoreira e Santa Cruz do Bispo, e em Valladares, nos
atalhos.
ERIA SCOPARIA,
Hab. Nos
Ann. de
Sc. Nat. v.
I.,
L.
iSSJi.
182
ASTEROLINUM STELLATUM,
ab.
Hffg. et Link.
ANAGALLIS TENELLA,
Hab.
ladares e
S.
Gens, Mattozinhos, Boa Nova, Alfena, ValS. Andr, nos lameiros e em terras pantanosas.
L. {Alface dos rios.)
SaMOLUS VALERANDI,
//a/).
Lea da Pahneira, Boa Nova e Guarda, nas margens dos ribeiros e em terras lamacentas nas proximidades do mar.
Pers. (Fel da lerra.) nos pinhaes; ao norte de Vallongo, em terras seccas, nas margens do rio Douro, ao nascente de Fonte da Vinha, e Gandal, no aqueducto da Serra do Pilar.
Mattozinhos,
ERYTHRAEA CENTAURIUM,
Hah.hea do
Balio,
ERYTHRAEA MARTIMA,
fita,
Pers. Hah. S. Gens. Lea da Palmeira, Boa Nova, PeraSerra de Vallongo, Aliena, S. Andr e outras loca-^
ERYTHRAEA
SCILLOIDES, Chaub. (E. Portensis Hffg. et Link.) Hab. S. Gens, Lea do Balio, Moreira, Santa Cruz do Bispo e Pampolide, na sombra dos atalhos.
CICENDIA FILIFORMIS,
Mattas
CONVOLVULUS ARVENSIS,
Hab. Margens das
L. {Corriolla.)
em
JOHNSTON
183
e Valladares,
nas se-
SCROPHULARA SCORODONIA,
L.
Hab. Nos muros e rochedos, na rua de Gonalo Christovao, rua da Pastelleira (Lordello) e outras localidades.
os lados do
SCROPHULARA AURICULATA,
L.
Hab. S. Gens, Lea do Balio, Lea da Palmeira, Candal, e Valladares, nas margens dos ribeiros.
VERNICA ANAGALLOIDES,
Guss. Arrbida (estrada da Foz), Mattosinhos, Boa Hab. Nova, Guarda, Quebrantes, Lavadoz, e S. Andr, nos ribeiros e em terras lamacentas.
VERNICA SGUTELLATA,
L.
Hab. Mattozinhos, em terras pantanosas ao nascente do Matadouro, Valladares e Alfena, nos lameiros.
VERNICA OFFIGINALIS,
L.
EUFRAGIA VISCOSA,
Benth. Mattozinhos, Boa Nova, Guarda, e Alfena, Hab. nos lameiros e arrelvados hmidos.
UNARIA SPARTEA,
lio, e
Hffg. et Link.
e
em
Lea do Ba-
prximo de Ermezinde
Vendas Novas.
184
rochedos,
Lea do Balio, entre S. Gens e a estrada de Lea da Palmeira, atalhos ao nascente de Mattozinhos, Santa Cruz do Bis{30, Fanzeres, S. Cosme (ao norte do monte), Candal, proximidades de Avintes (estrada do Alto da Bandeira), e Valladares.
muros
em
LINARIA LUSITANICA,
Hab. do Douro.
Nas
Hffg. et Link.
como
sul
Abundante.
fraldas da Serra do Pilar, Rio Tinto (prximo da estrada de Vallongo), Villa Nova de Gaya (rua da Igreja e prximo da mesma) e prximo do Areinho, em muros ou rochedos
hmidos.
Desf. Gens, Rio Tinto (prximo da estrada de Vallongo), S, Pedro da Cova, Ponte Ferreira, e montes entre Vallongo e Alfena, em pedregulho, terras seccas, e nas fendas dos rochedos.
Hab. S.
ANARRHINUM BELLIDIFOLIUM,
SIBTHORPIA EUROPAEA,
Hab.
po,
L.
Guifes,
Perafita,
em muros
hmidos, ou granito
Moench. (Herva frrea). Gens. Lea do Balio, Guifes, Valladares, e outros lugares, nos bosques, atalhos, e arrelvados.
Hab.
BRUNELLA VULGARIS,
S.
CALAMINTHA CLINOPODIUM,
Hab.
Benth.
Gens, Valladares, e outros lugares, terras seccas, nas sebes e nas margens dos campos.
S.
em
JOHNSTON
185
CALAMINTHA
Hab.
atalhos.
S.
OFFICINALS, Moench.
Nos
tojaes,
Lavadoz.
OSYRIS ALBA,
Rab.
jo,
L.
sebes, ao nascente do Castello do Quei-
Nas
rio
Lea.
QUERCUS TOZZA,
llab.
Entre
S.
Gens
ORCHS INCARNATA,
Hab.
ja,
L.
Alfena,
Foz,
S.
em campos hmidos
ORCHIS MACULATA,
Hab.
Fonte da Moura, S. Gens, Moreira, Pedras Rubras, e Villar do Pinheiro, principalmente nos pinhaes, em terra um pouco hmida.
ORCHIS BIFOLIA,
L.
Perafita, Avelleda, (prximo de Villar do PiHab. nheiro) Pedras Rubras, ao norte da Quinta do Bispo, proximidades do Lugar do Freixieiro (estrada de Pedras Rubras a Lea da Palmeira) e perto da estrada de Lea da Palmeira, prximo a Villarinha, nos pinhaes e nos bosques de carvalhos, em terra um pouco hmida.
SERAPIAS CORDIGERA,
Hab.
Nas
em
S.
Gens, Lea
186
do Balio, Mattozinhos, Lea da Palmeira, Alfena, Serra de Vallongo, Valladares, e vrios outros lugares. Abundante.
SERAPIAS LNGUA,
Hab.
dos.
iena, e Valladares,
L.
Mattozinhos,
vezes est
em
flor
em
abril.
ris fgetidissima, l.
Hab.
len.a e
S.
Anna
Magda-
Granja, idem.
Abundante na Granja.
Boiss.
GLADIOLUS REUTERI,
S. Gens, Lea do Balio, Moreira, e Alfena, Hab. nos pinhaes Serra de Vallongo, e margens do rio Ferreira, ao sul de Ponte Ferreira.
;
ALSMA PLANTAGO,
Hab.
L. {Tanchagem d'agua).
Rio
margens dos
ribeiros.
ALISMA RANUNCULOIDES,
L. var. repens, Gren. Hab. Esmoriz e prximo do Senhor da Pedra, e ao poente de Valladares, nos pntanos e lameiros.
LATFOLIA. L. (Taba larga). Hab. Lavadoz, e ao poente de Valladares, nos pntanos e lameiros. Talvez fosse plantada.
TYPHA
{Coniina).
AVES DE PORTUGAL
W.
C.
TAIT
(Continuado de pag.
t2-2)
G.
LOCUSTELLA.
41
LoCUSTELLA
N.EVIA, (Bodd.)
Apparece de passagem em setembro e outubro em companhia do Acrocephalm aqualicus^ e frequenta quasi os mesmos logares preferindo todavia as margens dos regos ou das valias. O dr. Carvalho informou-me que esta espcie com" mum nos alluvies das margens do Mondego, abaixo de Coimbra em setembro e parte de outubro, e que uma occasiao observara uma nos mesmos logares, em janeiro. Nunca a encontrei nos arredores do Porto senSo no outomno.
42
LoCUSTELLA
LUSCINOIDES, (Savi.)
a indicalo d'esta esp-
O
cie
dr.
Carvalho a
quem devo
participou-me que j uma vez encontrou um exemplar novo e um adulto nos pntanos de S. Fagundo perto de
Coimbra.
Tenho procurado esta ave no Algarve e nas grandes marinhas de Aveiro mas sempre sem resultado.
An. de Sc. Nat, v.
I.,
Outubro 1891.
188
43
Cetlia
cetti,
(Marmora)
Nome
vulgar
Rouxinol bravo.
Todos os annos costumam apparecer algumas d'estas aves nos arbustos dos regatos da beira-mar prximo ao Castello do Queijo (arredores do Porto) demorando-se
desde outubro at maro. Esta espcie um tanto emigradora. Em outubro encontrei-a muito abundante nas margens do Mondego perto de Coimbra e o dr. Carvalho assegurou-me que ahi canta e cria em todo o anno fazendo ninho nos arbustos. No inverno o seu canto brusco e forte mas um pouco semelhante ao do rouxinol chega por vezes quasi a causar susto quando irrompe inesperadamente de entre as moitas densas de arbustos onde no se pde penetrar.
44
CisTicoLA
cuRsiTANs, (Frankl.)
Nome vulgar Boila, Aveiro; Fuinha, Fuim, Estoi, Algarve; Cochicha, Ovar; Chincha- folies, Vagos; Bentoinha, Santa Clara a Velha, Alemtejo. Muito abundante nos juncaes e pontas das plantas altas e viosas dos pntanos, ou nos terrenos hmidos das proximidades da beira-mar. No seu canto repetido percebe-se distinctamente o monosyllabo tzil-lzit-tzii, que se ouve at uma tao grande distancia que a ave j mal se avista. Costuma voar em crculos cantando a cada curva
ascendente.
muito abundante
em
Estarreja e Ovar e
em Mat-
tozinhos
seadas.
rio)
tambm
vulgar.
W.
C.
TAlT
AVES DE PORTUGAL
189
agosto ou meiados de setembro, ficando um ou outro desgarrado at aos fins de outubro. No inverno nunca a encontrei nos arredores do Porto, mas o dr. Carvalho diz-me que nas proximidades
de Coimbra se encontra em todo o anno mudando-se no inverno para as terras altas e campos de centeio. Perto de Abrantes j a tenho encontrado tanto no vero como no inverno. das primeiras e das ultimas a fazer ninho, pois
que j em abril de 1880 vi um ninho com passaritos, em 20 de julho de 1879 encontrei um ainda a fazel-o e dois dias depois observei outro com uma ninhada e alguns ovos ainda, e por ultimo, em 17 de julho de 1881 deparei com um ninho em que havia trez ovos ainda frescos. A estructura do ninho das mais curiosas tem a forma d'um casulo de bicho da seda parecendo apezar d'ispo, feito de seda froxa preso geralmente s hastes ou folhas de plantas viosas de um p ou dois de altura. A abertura do ninho feita na parte superior estreita e bem disfarada. primeira vista quasi pde de facto confundir-se este ninho com uma poro de teias de aranha e nem se dar por elle. Conforme notou o snr. Howard Saunders os ovos sao muito variveis. ninho por exemplo tem s vezes trez ovos todos com manchas azul claro esverdeado, outros nao teem nenhumas. Os ovos de dois outros ninhos que encontrei tinham pintas vermelhas. outro dos ninhos apanhados tinha 4 ovos muito maiores com fundo branco e pintas avermelhadas em
:
Um
Um
So talvez estes os ovos chamados cr de cravo por alguns escriptores porque emquanto frescos so transparentes e rosados. So maiores do que alguns ovos do Cedovem, um pssaro maior, mas cujo colorido e pintas se assemelham muito s da ave a que nos estamos referindo. Link e Hoffmannsegg levaram de Portugal as pelles
190
e por ellas
Temminck
foi
espcie.
45
ACCENTOR
Aegrinha,
MODULARIS
Nome
\u]gav
sedentria. Vulgar no norte de Portugal e muito abundante prximo barra do Douro onde tenho encontrado ninhos e ovos. Parece-me ser este quasi o limite sul habitado por esta
espcie.
rara nos arredores de Coimbra segundo informaes do dr. Carvalho; o coronel Irby refere que poucas vezes se encontra em Gibraltar e isso mesmo s no inverno. Os ninhos que tenho encontrado em Portugal teem geralmente trez ovos o que representa uma diminuio
relativamente aos que de ordinrio se encontram
glaterra.
em
In-
46
AcREDULAs
iRBii, Sc. e
Dres.
Nome
vulgar
liabilongo,
Megengro
Fradinho,
Coimbra. Esta espcie foi classificada pelos snrs. Sharpe e Dresser, segundo pelles obtidas no sul de Hespanha pelo
coronel Irby.
Carvalho notaram que esta ave no concordava com a descripo da A. caudala feita por Linneu. Fez ninho n'uma arvore coral do meu jardim e os seus hbitos pareceram-me os mesmos das A. rseas espcies do norte encontradas nas ilhas britannicas.
drs.
Os
Bocage
W.
C. TAIT*.
AVES DE PORTUGAL
191
47
Parus
major, (Linn.)
Nome
vulgar
Cedorem,
Pinta caldeiras,
Fradisco,
Ferreiro, Porto; Mezengro, Melres e Caldas de Aregos; Palachim, Parachim, Douro; Papa-abelhas, ChincharaveIha, Penafiel; Pssaro do linho. Semeia linho, Estarreja; Cachapim, Beja; Chinchinim, Santa Clara a Velha; Caldeirinha, Quarteira, Algarve; Ferreirinho, Redondella,
(Galliza).
Esta espcie comea a cantar em fevereiro e segundo a verso popular parece dizer semeia linho, semeia linho, avisando de que tempo de fazer essa sementeira. Entre o povo existe a crena de que, quando as aves cantam muito, signal de boa colheita e que diz mais ainda, ludo bem, tudo bem. Tenho visto esta ave despedaar com o bico ninhos de lagartas {Cnelhocampa pilyocampa) feitos nos pinheiros
e
comer
a larva.
comer
estas lagar-
fazer os ninhos.
sabido os pellos da Cnelhocampa produzem grande inflammao na pelle das pessoas e portanto o P. major deve ter uma garganta, moela e estmago conformados de maneira a supportar aquella aco cuti-
Como
uma
cante.
48
Parus ATER,
(Linn.)
sedentrio e vulgar nos pinheiraes das margens da embocadura do Douro. O dr. Carvalho diz-me que esta espcie rara nos arredores de Coimbra e o coronel Irby no a .encontrou
em
Gibraltar.
muro do meu
jar-
192
dim, mas, provavelmente Portugal nSo estar longe do limite sul da sua distribuio geographica.
49
Parus
caeruleus, (Linn.)
Cedovcm pequeno, Porto ; Fura-huChinchar avelha. Caldas do Gerez. vulgar e sedentria esta ave; um casal fez ninho no muro do meu jardim.
vulgar
;
Nome
galhos, Penafiel
50
Parus
cristatus, (Linn.)
Sedentrio e vulgar no norte de Portugal, principalmente nos pinheiraes das encostas. Perto do Porto no tronco co d'um carvalho de dentro do qual eu tinha previamente tirado os ovos de Gecinus Sharpii j um casal fez ninho. Segundo refere o dr. Carvalho nSo rara nos arredores de Coimbra.
51
SlTTA
CAESIA
Carapito,
Nome
vulgar
Traz-os-Montes ;
local.
Sedentrio e vulgar
em
alguns logares,
mas muito
pesca
em
POR
Buarcos
O mar, com
nicaao
commu-
com
a terra,
Os penedos desde o Cabo Mondego at foz do rio do mesmo nome, facilitam na baixa-mar a captura de grande numero de polvos, caranguejos, fanecas, tainhas,
etc.
Revestidos de abundante marisco os rochedos do litque a mar descobre duas vezes por dia, convidam o homem a exercitar-se na importante industria da pesca martima, industria que n'esta villa occupa maior numero
toral,
de braos.
Empregam-se aqui actualmente na pesca 60 embarcaes, sendo 8 barcos, 9 lanchas, 3 saveiros, 2 bateis e
homens approximada-
mente.
Os apparelhos de pesca em uso sao de dois systemas de rede e de farpa. Os primeiros cercam ou prendem a pescaria nas malhas e os segundos ferem o
peixe
em
An. de
189i
194
APPARELHOS DE PESCA
DE MALHA
1
.
Si
3
'
Rede
Rasca
da pescada
mples.
5l Sardinlieira
^
>
REDES DE ESPERA
^
Compostas
fixa
. .
^- Petisqueira
Bran queira
Rede
De movimento
Jiorisonlal
REDES DE MOVIMENTO
ou arrasto.
Meijoeira 7 Arte 8 Zorro 9 Rede do mexoalbo 10 Rede de p 11 Coa 12 Extramalho 13 Rede de salto
6
De movimento
ascendente
Redefolle
DE FARPA
17
ISCA,
18
19
Gorazeira Coni,'rueira
Canna
Fisga
Arpo
20
,21
'22
Bicbeiro
Uede da pcscala. Esta rede tem malha de 6 a 8 centmetros de n a n, tem 42 metros de comprimento e 4"',50 de altura. Est um ou mais dias no mar e apa-
nha pescada,
4?(530 ris.
Importa
em
As malhas d'esta rede teem 48 centimen a n 6 o panno tem 50 metros de comprimento e 5 metros de altura. Costumam os pescadores tel-a no mar de 6 a 8 dias e apanha raia, rodovalho, pa2
tros de
trucia, etc.
liasca.
ris.
malha mida (O, 017) e 17 metros de comprimento e 6 metros de altura. Usa-se na pesca da sardinha de novembro at janeiro. Cada rede
3
a
Sardinheira.
5;$i390 ris.
Tem
custa
GOLTZ DE CARVALHO
A PESCA EM BUARCOS
195
Esta rede tem trs pannos sendo o 4 Petisqueira de dentro um panno de rede da pescada e os de fora tem malhas mais apertadas. Tem 43 metros de comprimento e 3, 50 de altura. Pesca linguados, raias, tremelgas, etc.
Importa
5
O panno do meio d'esta rede tem a malha egual da sardinheira e os pannos de fora teem as malhas como as da rede da pescada. Colhe roballos,
sargos, etc. NSo excede o seu custo a 6;$000 ris. 6 Meijocira. Esta rede fica preza a umas estacas
Hranqueira.
em
3)$780 ris.
mar o
permitte.
Tem
trs
Apanha
roballos,
Importa em 1)5500 ris. 7 Arte. Esta rede lanada no mar a uma distancia de 2 kilometros da praia. Gompe-se de duas partes principaes mangas e sacco. Apanha sardinha e importa em 300<5000 ris a rede e as cordas, e outros obje-
ctos
em
8
Zorro.
em
70050GO ris.
uma
uma
porta
Apanha sardinha
Rede que
pilado.
e pilado e
im-
Hcde
(lo
mcxoaho.
se
puxa de uma
ris.
apanha
Custa 22)5000
10
llede
etc.
de p.
a p ou a nado
e puxada de terra. Pesca fanecas, caImporta em 4?$000 ris. 11 Coa. Rede de malha mida que apanha tainhas, camares, etc. Importa cada uma em 2!$000 ris. 12 Exlramalho. Rede pouco empregada. Serve para apanhar a solha e custa j>SOO ris. 13 Hede de salto. Esta rede lanada com o impulso do brao para o mar, puxando- se em seguida. Apanha tainhas, sargos, camares, etc. O seu custo de
se lana no
mar
mares,
6;$000 ris.
14
Covo.
Tem
esta rede
um
196
do sacco e
15
uma
Copo.
li
corda para a puxar. Leva isca presa com Importa em 1)$000 ris. Mais pequena que o covo. Apanha caris.
mares.
16
Custa 40
ede folie.
Tem
na
bocca do sacco
um
arco
com uma haste de pau. Apanha caranguejos quando sahem dos seus esconderijos attrahidos pela negaa. Obtem-se por 80
17
ris.
Gorazeira.
Cada
linha
tem
83'",30 e
um
anzol
em
cada distancia de 1"\70. apparelho completo leva 40 linhas. Apanha ruivos, bacamartes, gorazes, raias, etc. Cada linha importa em 480 ris. Congrueira. Cada linha tem dois anzoes. Os 18 pescadores levam 6 linhas para o mar. Pesca faneca e congro. Cada linha custa 100 ris. 19 Canna. De um fio prezo extremidade de uma canna pendem dous anzoes pequenos. Pesca tainha e custa 120 ris. 20 Fisga. como uma forquilha de 4 dentes farpeados. Crava-se em fundos de areia para apanhar o linguado. Custa 500 ris. 21 Arpo. Serve para ar|)oar cetceos ou peixes grandes. Importa cada um em 1^600 ris. 22 Bicheiro. Emprega-se principalmente para apanhar o polvo que vem negaa. Custa 60 ris.
Um
{Conlina).
de
aipis
pDliiiODaflos
lerreslres
POR
AUGUSTO NOBRE
(Continuado de pag, 78)
Helix aspersa,
L.
Nos
uma
superior,
massa nervosa
sob-esophagica
Ganfjlioi
(est. xi fig.
i).
cerebraes
Os
ganglios
so indistinctos.
Toda
qual
esta
a forma de
uma
faxa da
partem
assim
como
um
dos ramos dirige-se para o tentaculo e outro para o seu musculo retractor. O nervo ocular occupa o penltimo logar (o). Em-
quanto ao nervo penial v-se que manifestamente nervo cerebral, (fig. xi p).
Ganglios viscero-pediosos
um
indivduos bem desenvolvidos quasi impossvel distinguir os diversos ganglios que constituem esta massa nervosa sob-esophagica.
D'estes ganglios partem os nervos palliaes, o que se diAnn. de Sc. Nat,
v,
I.,
Nos
Outubro 1891.
13
198
(b)
nervo columellar.
teraes que
nos tecidos do p, e alguns outros laterminam nas paredes do monto. O systema nervoso dos Helicideos bem conhecido principalmente na Helix pomalia, que nSo temos no nosso poiz mas da qual a H. apersa muito prximo repre-
sentante.
nervoso d'esta espcie e o do Ai^ion Imilanicm, assim como das que seguem, em face das concluses a que chegamos no fim d'esta memoria.
Plutoiia atlntica,
Mor
el
Dr.
systema nervoso porm pouco ou nada conhemenos segundo as publicaes a que me refiro. Arruda Furtado foi quem primeiro estudou anatomicamente este animal, descrevendo os seus caracteres externos, systema digestivo, reproductor e concha. O desenho dos orgSios reproductores um pouco confuso em razSo de um erro lithographico que parece fazer communicar o canal da vescula seminal com a poro livre do oviducto. O snr. Francisco Affonso Chaves, um dos directores do Muzeu Municipal de Ponta Delgada e naturalista a quem a sciencia aoriana deve excellentes servios, offereceu-me, para o meu estudo, trs exemplares em lcool de Plulonia com os quaes eu pude organisar esta noticia anatmica sobre o animal, que espero completar quando puder ter ao meu dispor exemplares vivos para o estudo do systema circulatrio que, pelo exame que me foi possvel fazer nos indivduos contrahidos pelo lcool,' offecido, pelo
199
rece
particularidades
que
merecem
um
estudo deta-
lhado.
Acerca da Plulonia communicou-me o snr. Chaves algumas observaes pessoaes que, pelo seu interesse, eu no posso deixar de tornar conhecidas. Arruda Furtado encontrou poucos exemplares na regio do Pico do Carvo. O snr. Chaves foi mais feliz pois que as encontrou nos Ginetes, nas Sete Cidades, e, no anno passado, nas Furnas, durante a explorao que fez
com
Rego
em pequeno numero.
Uma
res, era,
segundo
explorao de 4 horas que desse dois exempladiz o snr. Chaves, uma explorao bem
succedida.
Em
mullusco tem motivado, o snr. Affonso Chaves resolveu-se a estabelecer um viveiro com exemplares provenientes das Sete Cidades. Na primeira estao que fez com exemplares do Pico do Carvo foi pouco feliz, o que no succedeu j na segunda com exemplares provenientes das Sete Cidades e nos quaes o snr. Chaves fez algumas observaes, como a mudana de colorao que se effectua segundo o meio em que vive o animal, realisando-se esta alterao em poucos mezes. Assim a cr geral das Plutonias que castanho escuro (mais escuro que a indicada por Simroth), passa cr amarella um pouco ecura quando o animal vive entre a rama secca de pinheiro. Esta alterao da cr pde bem ser devida mudana ou pobreza de alimentao ou a falta de luz. Sobre este ponto devia o snr. Chaves repetir as suas observaes. Os phenomenos de homochromia so tambm vulgares nos molluscos, segundo os objectos a que
:
se fixam.
Systema nen:oso
Ganglios cerebraes
Para
se poder
um
:
200
por dois pares de ganglios que se salientam nitidamente sobre o bolbo pharyngeo, que muito longo e musculoso. Os nervos que mais facilmente se observam partindo d'estes ganglios so os seguintes um nervo muito
:
a que vae perder-se na pelle da cabea, e que innerva provavelmente a bocca; outro egualmente fino que se insere nos tecidos junto do outro tambm muito delfino
gado, o nervo labial (c) em seguida a este encontra-se um nervo mais grosso, o nervo ocular (d), que se introduz no musculo retractor do tentaculo no ponto indicado no desenho. Ao lado do nervo ocular v-se outro nervo
;
da
mesma
para o musculo retractor do tentaculo inferior vae terminar junto d'elle mas na pelle. Ainda pelo lado de ra
d'este se encontra outro
dirige para os tecidos lateraes do manto. Se, pela disposio d'estes nervos, a iHulonia se approxima mais dos Arion que dos Hclix, pela situao dos
ganglios stomato-gastricos as suas relaes com as Teslacclla so evidentes, das quaes diferem todavia por outros caracteres.
Nervos slomalo-gastricos
Contrariamente
ao que te-
mos observado
dos
ganglios cerebraes, visto que a situao do collar nervoso no bolbo pharyngeo e no sobre o esophago como nos
llelix e Arion.
que so os nervos externos, e outros que se inserem no& tecidos da pharynge. Para baixo seguem dois pares de nervos muito finos que se dirigem um d'elies para o esophago e o outro para as glndulas salivares, que so isoladas uma da outra.
Ganglios viscero-pediosos
Nos
envolvimento no completo, os ganglios so em numero de cinco e deixam entre si um espa(;o por onde passa a aorta.
AUG. NOBRE
NERVOSO
201
Do ganglio da direita nasce o nervo penial (p) assim como outros nervos mais finos que vo terminar nas
paredes do manto. D'este mesmo ganglio e para o lado inferior, partem alguns nervos um dos quaes (/) se dirige para a glndula hermaphrodita alojada em um dos lbuemitte um nervo que los do fgado. O ganglio superior vae terminar na camar pulmonar ao lado do coraro. O ganglio t d origem a um dos connectivos que ligam os ganglios viscero-pediosos com os ganglios cerebraes. O ganglio v emitte o outro connectivo e alguns
(.s^)
nervos dos quaes os l e U se dirigem para a parte anterior do bolbo, os nervos m para as paredes do manto e o nervo n para a camar pulmonar. As observaes que consegui faSyscma vascular zer com respeito a este systema teem apenas um caracter provisrio, porque s um dos exemplares dissecados me permittiu as observaes que seguem os outros, muito contrahidos pelo lcool e ainda mais, de pequenas dimenses, nSo me serviram para a confirmao que desejava, alm do que s em exemplares vivos se podem fazer investigaes a serio sobre o apparelho vascular. O que fere immediatamente a vista a falta de rede pulmonar arborescente como a dos Arion ou da Tcslacella para nao fallarmos nas dos Helix, assim como outra particularidade a da bifurcao da aorta, (r, fig. 4, est. xii) voltando o novo ramo, para a camar pulmonar, depois de passai: por debaixo do intestino. Para o estudo d'este systema porm necessrio uma injeco corada, muito fina, porque as dimenses do animal so muito pequenas
(fig.
1,
est. XII,)
(^).
{Conlina).
Desenho, segundo exemplar vivo, copiado da memoria de Ar(1) ruda Furtado: Viquesnelia atlntica^ Moreiet et Drouet (in Jorn. de Sc.
Malh. Phys.
e
NOTAS E COMMUNICACES
Ao enlhusiasmo que deu logar proI2.0 vista aquicola mulgao de medidas tendentes a iniciar entre ns a aquicultura succedeu o que se tem visto, um silencio completo. Foi nos porm affirmado que novamente se recomear esta campanha de que grandes benefcios resultaro para o paiz, o qual continua a ser o nico, que se diz civilisado, onde a aquicultura no mereceu ainda a decidida proteco dos governos. Com o fim de provar tudo isto iniciaremos no prximo numero uma serie de artigos de propaganda a fim de tornar conhecido no paiz o que l fora se vae passando relativamente cultura das aguas, que, cm alguns paizes, motivo de tantos cuidados como a cultura das
terras.
Entre ns,
nem ao menos
as
medidas que
Commisso
central de
pratica.
em
Haja
em
vista
o regulamento.
ainda ha dias
foi dito
no parla-
mento que aquillo de que o paiz mais precisa de medidas que concorram para o desenvolvimento do seu commercio e da sua industria, n'uma palavra, para a riqueza publica >. De til, porem, nada foi posto em pratica, de intil e prejudicial algnma coisa se fez. Tudo isto vir a lume em artigos subsequentes. ainda no ha muito que Emquanto execuo do regulamento. dois regedores das visinhanas do Porto encontrando-se em exercicio
.
criminoso de pesca
em um
mente
se interrogavam se
dos rios mais prximos d'esta cidade mutuano tinham recebido o regulamento da pesca
ultimamente publicado! Este facto define nitidamente a manha e estupidez d'esses simples, encarregados da execuo da lei. Creio tambm que a pouco mais se resume a chronica aquicola o norte do paiz n'estes ltimos tempos.
A. N.
Ha
tempos mandei ao
alli eslive
dr.
colhi
em
S.
Thom, quando
em
explorao botnica.
sbio director do
um
W.
Weltner, de
Ann. de
Sc. Nat. v.
I.,
Outubro 1894.
NOTAS E COMMUNICAES
203
seu
Wcitner communicou-me o resultado do conforme segue: Eispongia inerrilaris Ldf.; Hpposponoia, sp Slelospo)ioi\j? Chalinide ; Clathria sp. As esponjas que mais abundam nas praias d'aquella ilha perten-
Ha poucos
dias o snr.
-^
cem
is Ldf. e Hippospongia sp. As esponjas, depois de seccas, so muito diflficeis de determinar, e a maior parte das vezes impossivel, sobretudo as arrojadas praia e que se acham mortas. Para se poderem estudar convenientemente, devem coUigir-se logo que se tiram da agua deitam-se num frasco exemplares vivos com uma soluo de lcool a 96 <'/q. Passadas algumas horas deve re-
Eispongia irregtilai
novar-se a soluo
No
dia
uma
a 75 "/o e
Quando o exemplar
Entre as esponjas de S. Thom que mandei para o Museu de Berdiz-me o snr. Weltner que encontrou um exemplar d'um moUusco rachiglosso, que, dando-o ao seu collega n'aquelle Museu o professor von Martens elle lhe disse, depois de o estudar, ser o Semifusus mono.
lim,
Adolpho
F.
Mollkk.
Nas nossas ilhas de S. Thom hmidas e sombrias, um moUusco terrestre de grandes dimenses o qual ahi designam pelo nome de Bzio do Matto ou Ol. Este moUusco a Achatina bicarinata Brug. (A. si-
A^dititinn. l>ica.i*iiiata.
habita, nas florestas
do Principe
Os negros em S. Thom comem com prazer este animal. Os ovos da Achatina bicarinata, Brug. so quasi do tamanho dos
de rolla,
dizer
no Principe.
Adolpho
F.
Molle.
Hni>ita.t
<la,
de abril d'este jornal o nosso amigo o sr. W. Tait publicou uma pequena notita sobre o habitat da Chioglossa liisitanica Barboza du Bocage, no nosso paiz.
Este senhor com certeza se esqueceu de indicar Coimbra, onde amphibio vulgar. Esta localidade encontra-se indicada no trabalho do sr. dr. J. de Bedriaga sobre os reptis e amphibios de Portugal e no catalogo do snr. dr. A. Lopes Vieira sobre estes mesmos animaes. A Chioglossa, hisitajiica Barboza du Bocage, frequente nas visinhanas de Coimbra. Temos encontrado o animal e os seus gyrinos no fim do inverno
este
204
e princpios da primavera dentro d'agua, e no resto do anno debaixo das folhas seccas e hmidas, herva cortada e secca em princpios de
decomposio
regatos.
dififerentes
e musgo molhado, prximo s margens dos ribeiros e Onde mais a temos encontrado nos arredores de Coimbra em
Em alguus d'estes pontos tambm se encontra o Plourodeles Waltlii Mich. mas raro. Onde o encontrmos em grande abundncia foi em S. Gregrio prximo a Melgao e Mertola e Villa Real de Santo Antnio, N'este ultimo ponto tambm capturamos alguns gyrinos d'csta insteressante espcie,
Adoi.pho
F.
Moller.
A.i'aiilias da illia <lo S. Xliotii. No numero de dezembro do Instituto do anno findo, publicou o sr. dr. Lopes Vieira uma lista de aranhas de S. Thom, que ns havamos trazido d'aquella ilha, quando em i885 alli estivemos fazendo uma explorao botnica.
Aquellas aranhas foram classificadas pelo
sor
dr. Ph.
Bertkau, profes-
aquelle sbio professor mandounos a determinao de mais trs espcies de aranhas de S. Thom da nossa coUeco, que ento no lhe tinha sido possvel estudar, as quaes so as seguintes.
Cyrtophora
Wall;, var.
Thomana
Adolpho
F.
Molleb.
leptis
da
Soi-i-a
de Castro
falle
Ijal:>oi*oii*o
Posso
no numero passado
d'esta re-
assim
Um
da Serra da Soajo e a
quem
Paliando
Serra do Soajo, sobre o assumpto, disse-me. e confirmaram outros d'aquella freguezia que se
achavam na occasio presentes, que os dois animaes tambm apparecem nas visnhanas da Gavieira. As cobras pretas a que elles chamam Escorpio (Vipera berus L.) apparecem por ali bastantes, e, disse tambm, que havia dias (Julho)
ali
fora
trs
palmos de comprimento.
Todos conhecem ali esta cobra por ser muito venenosa. Emquanto ao lagarto de azas, so ali muito raros, mas ainda assim apparecem; affirmou-me que uma filha d'elle ainda ha pouco matara
um
NOTAS
COVIMUMCAES
205
De tudo o que for sabendo acerca desta curiosa Lacertidea informarei os leitores d esta revista.
Coimbra.
Adolpho
F.
Molleu.
cia Segundo
Suem
em
gos fundados
em
i865.
Cong-resso scionfifico No
sabias que se reunir na
1895 sero tratadas varias questes entre as quaes ha a notar as seguintes: Monographias relati(Paris)
Sorbonna
em
Estudo detalhado da
fauna
Indicar
e, n'este ultimo caso, as datas da sua chegada e da partida. Notar tambm a poca da postura. Influencia da composio da agua Estudo, sob o ponto de vista da Piscicultura, da fauna dos animaes invertebrados e das plantas que se encontram nas aguas Cultura dos
gradoras
devem propagar-se
A.
n'elles.
N.
UiTii,
cias
das scien-
de Paris
um
novo
parasita da vinha,
uma
triu7n de Nowakowski e a que deu o nome de C. viticohnn. O snr. Prunet reconhece n'este parasita a causa das doenas mal definidas descriptas com o nome Anthracnose punctuada, A. deformante, Gom-
mose
bacillar, Roncet,
mal nero
e outras.
com
maromba
tinha
de agosto d'este anno pelo distincto agrnomo o snr. Alfredo Carlos Le Cocq, em seguida aos estudos a que procedeu nas cepas marombadas
da Regoa.
J
em
1886 o snr. Le
Cocq
tinha identificado, a
maromba com o
A. N.
mal
nero.
BIBLIOGRAPHIA
Paul
CliolTat DeSCIUPTION de la FAUNE JUtlASSIQUE DU PORTUGAL; AMMONITES DU LUSITANIEN DE LA CONTRE DE TORHES VEDRAS. Lisboniie 1893; 1 vol. iii-4. SI pag. et 20 pi.
mais
um
dos
Direco
dos Trabalhos Geolgicos de Portugal. O auctor d'esta memoria, o bem conhecido e illustre gelogo ao servio da Direco dos Trabalhos Geolgicos, estuda os
snr. Choffat
Ammonites do Malm inferior d'aquella regio, a que o chama Lusitaniano e onde os cephalopodes so abundantssimos, o que no succede nas outras camadas do Malm portugue, onde,
tado espordico
As espcies do Lusitaniano calcareo descriptas pelo snr. Choflatso P. Tizianifarmis ; P. Linki ; P. Eschvcegi ; P, Janiis; P. FontanJiesi ; P. Stuneri P. Castroi P. Vandei li ; P. cbadiensis P. fseudoliclor ; P. 'PJbeiroi P. Delgadoi ; P. (Mogoensis P. pseudobifiircatus; P. Torresensis e ci,Aspidoceras lusitanicum alm d'outras variedades e d'algumas espcies novas talvez, mas cujos exemplares no permittiram uma descripo rigorosa. Esta nova memoria do snr. Choffat muito bem feita e tratada com a alta competncia do seu auctor, bem reconhecida pelos bellos trabalhos que tem publicado sobre o jurssico portuguez.
as seguintes: Perisphinctes subrota
; ; ; : ; :
Dr. n. iSImrotb
bER
TRAGE ZUR KENNTNISS DER PORTUGIESISCHEN UND DER OSTAFRIKANISCHEN Nacktschnecken-Fauna Frankfurt A. Mein 1891. Brocli. in-4.**, 38 pag. e 3 est. col. e gravuras no texlo.
uma
espcie nova
A.
zeleromorfha, prove-
Na segunda
Universidade
de
BIBLIOGRAPHIA
207
enviados pelo snr. dr, Paulino de Oliveira, entre os quaes se encontram duas espcies novas, Geomalactis orrcindis, oriundo da Serra da Estrella,
Arion
Ilessei, de
o que eleva a quatro o numero dos Geomalacus portuguezes, e Coimbra. Alm d'estas duas espcies descreve ainda
foi
uma
obtida
Portunhos (Gandra). Dos molluscos africanos descreve duas espcies novas: Urocyclus rti/escens. de Usambara, Darema, e Phaieroporiis nnicoloj-, da mesma
em
provenincia.
dada ainda
berta pelo
mesmo
naturalista, o Trichotoxon
3
memoria
acompanhada de
P. Guiirret
vence),
LES PCHERIES ET LES POISSONS DE LA MKDITERRANE (PrOvol. in 16. de 3G0 pag. com 109 llg. iatercalladas no texto.
A
o
snr.
acaba de publicar
um volume
naturalista
da Biblio-
firmado por
um
competente
Paul Gourret.
Embora
do Mediterrneo, no deixa de ser interessante para os que no nosso paiz se occupam de questes importantes como a das peszas
cas.
As medidas de proteco indicadas pelo snr. Gourret seriam realmente teis se fossem postas em pratica, mas, a respeito de inspeco aos mercados e prohibio temporria da pesca aos amadores, etc, v-se que succede em Frana o mesmo que entre ns cada um faz o que pde. Em concluso apresenta o snr. Gourret as causas do empobrecimento da fauna ichthyologica do golfo de Marselha, entre as quaes figuram em primeiro logar as artes de arrastar, que no nosso paiz ainda encontram defensores vaidosos da sua presumida competncia.
:
O
dade,
livro fecha
com uma
lista
e provenal,
modo
de captura, etc.
ndice do livro
em
questo o seguinte:
em
sas
dos
peixes.
Como
se ve
um
livro til e
208
B. Klika iind dr. H. Slmrodi - BeitIIAOE ZCU KENNT.\iSS DER KAUKASISCH ARMENISCHEN MOLLUSlvENFAUNA, Via.^. 1893. BrOCb. Il-8.<^, Vi 6 l
est.
col.
primeira parte d'esta memoria a relao das espcies de molVvra da Universidade ds Bohemia recolheu no Cu-
das quaes uma d'cllas, Ltniax (Heynemannia) primitiviis. Simroth. nova para a sciencia. De todas as outras s uma pejrtence fauna occidental, o Planorbis alhiis, MLiller. Na segunda parte estuda o dr. Simroth os rgos genitaes de Ltcaso, 23 espcies terrestres e fluviaes,
max
primitivus, n.
Sith;
bischi,
Paralimax Reibischi, Sith; Mesolimax Reisp. Agrioltmax sitbaoreslis, Sith; A. agresliculus, Sith; e
;
Daudebardia
Lecieri,
Bttger.
Bfarclicfip dl
Moiiterosato
CONCHIGT.IE
MuNTE PELLEGiuNO,
Palefiiio,
1^94. Broch.
8. gr. 9 pag.
Lista das espcies que se encontram no Monte Pellegrino, bem conhecido de todos os paleontologistas pelos magnficos jazigos fossiliferos que possue. O auctor d'esta memoria, que um dos primeiros malacologistas da actualidade, considera-a como uma guia para todos os malacologistas que visitem aquella parte da Siclia So 43 espcies vi-
vas e
5 fosseis.
se sabe nas espcies marinhas fosseis que consiste a queza dos tufos calcareos de Pellegrino.
Como
ri-
Or.
f%'.
Broch.
iii-8.,
8 pag. el 10
fig.
compe-
como
do Museu de Berlin.
Arnoild l,ocard
DE.SCIUPTION
Broch.
O
snr.
Locard descreve
n'esta
memoria
das pelo snr. Jacquemet nos tufos quaternrios dos arredores de Cr-
BIBLIOGRAPHIA
209
algumas das quaes constituem espcies bem definidas e outras apresentam variaes importantes em relao fauna actualmente viva na mesma regio ou nas regies circumvisinhas. As espcies descriptas so as seguintes Siiccineci J acquemeti, HyaUnia slramicensis, Helix slrigellina, II. strioeila. II. elisiila, II. obst}-iilenla, H. conulifera, II fraviaia, II. hispidellina, II. subsarinica, Ziict.pelrcca e Z. prxcursor.
: .
A. Uiihois EAUX.
Vol.
em
LV
gr.,
152
p.ig.
e 27
fi^^.
Paris 1891.
Prix
2 fr.
Existe
Paris
uma
fim principal fazer a propaganda d'estas duas industrias, o que tem con-
seguido
em grande
dois jornaes,
um
semanal
distri-
budos por todas as classes e bem acceites pela sua leitura fcil e atrahente. Esta bibliotheca acaba de publicar o volume cujo titulo encima
esta noticia, e
sar
um
todos os informes teis ao pescador e piscicultor acerca das esprocessos de pesca, o que de grande uti-
um
como feito, Torna-se por isto como a maior parte das es-
commendalo
O
linha
snr.
em
Dubois comea por referir-se ao estado actual da pesca Frana cuja situao tem sido muito melhorada pelas cem soutils-
simos, velar pelo cumprimento das leis sobre pesca, entre outros, esto
que resultam da cultura annualmente a somma de gSo.ooo francos pelo arrendamento dos 33gj lotes em que dividiu os cursos d'agua navegveis e os canaes, o que pouco comparado com a Inglaterra que tira em menor rea i5 milhes de francos. A situao porm das aguas cultivadas deixa ainda muito a desejar em Frana, como o prova a enorme importao de peixes que lhe fornece a Allehanha (800.000 trutas e ecrevisses), a Itlia (Soo. 000 trutas e enguias) e a Inglaterra (900.000 trutas e salmes). S para a Inglaterra calcula o snr. Dubois que a Frana em troca do seu peixe lhe envia 18 milhes de francos. A Frana paga ao estrangeiro a enorme somma de
noticia
as vantagens
mida
cm que demonstra
j tira
5i
210
do mar satisfaz s necessidades dos mercados. S Paris paga annualmente mais de i5 milhes de francos pelo peixe de agua doce que importa. Em Frana o preo mdio do kilometro de pesca em aguas navegavejs de 76 francos, emquanto que em Inglaterra esse valor sobe a 25oo francos. E' claro que esta differena provm do estado de cultura das aguas que na Inglaterra cuidadosamente feito. Reerindo-se cultura d'um hectare de terreno calcula o snr, Dubois em 5o francos as despezas a fazer e em 342, 90 francos o rendimento ao fim de dois annos. Eis um resumo da memoria do snr. Dubois que acompanhada de desenhos de quasi todos os peixes a que se refere.
Pbilippe Dautzenberg
Concliyl, n.o
1
Liste
viLLE ET SAiNT-PAiR
Broch,
Janv-1893),
Comprehende
uma
til
auctor descreve
algumas variedades novas cx color e ex forma. Considera egualmente a forma sfellata do Pectiinciilus glycimeris, como uma variedade e no como uma espcie distincta, o que achamos mais correcto do que a criao de espcies custi de caracteres de valor muito secundrio.
Pb. Mautateiiberg MoLLUSQUES NOUVEAUX RECUEILLIS AU TONKIN PAR M. LE CAPITAINE EM. DOHR ET DCRITS PAR) ET DESCKIPTION D'U.\ MOLLUSQUE NOUVEAU PROVENANT DU CONGO FRANaIS BrOCh. n-8. p. 11 pag'
et 2 pi.
n.>
3 Juillet-1893).
Do Tonkin so descriptas 8 espcies novas Ennea calva. E. atomaria, Streplaxis (Eustreptaxis) Dorri^ Xesta ti}u'l7ieata, Macrochlanris teniii granosa., Microcystis Mirmido, Kaliella Haifhonoensis e Pufina Dorri do Congo francez dada a descripo do Spatha sorru: ;
pala.
Pb. Dailtzenbcrg DESCRIPTION D'UN PERIDERIS NOUVEAU PROVENANT DU DAHOMEY UESGRIPTION DUNE NOUVELLE ESPCE DU GENRE L1TT0R1NA PROVENANT DES COTES DE LA TUNTSIE. BrOCh. n-8, p, 6 pag. et 1 pi.
(Ext.
du
,Jour7}.
de Condi, n."
Jaiiv. 1893).
do Perideris ainipigmentiim, Reeve, que a nova espcie P. Lechalelieri mais se approxima, da qual se destingue todavia por alguns
caracteres tirados da forma e da cr.
BIBLIOGRAPHIA
211
A Liitortna Nervillei, da Tunsia, pelo auctor considerada como prxima da L. functata, Gmelim pela sua cr, emquanto que pela forma se assimelha um pouco Littoriia tenebrosa, Montagu (L. riidis, var tenebrosa) do Oceano Atlntico.
Ph. DaHtzenbepg MOLLUSQUES MARIXS DE SAINT .lEAN-DE-LUZ in-8. gr, 2 pag. (Ext. Mem. Soe. Zoei. de France, tome vii,
Broch.
1891).
ctuada pelo
Enumerao das espcies recolhidas vivas por dragagem effesnr. Chevreux no seu yacht Melita, entre as quaes ha algumas espcies dos mares quentes, como Ringicula conformis, ejagania
reticiilata.
Ph. Dantzcnbert
DeSCRIPTIOX D'UN HKLICIEN N0U\ EAU PROVENANT DE Broch. ia 8." gr. 2 pag. et 3 fig. LA COTE occiDENTALE Du iiARROc (Ext. du Buli. Soe. Zoai. de France, t. xix-1894.)
O
franceza
em
Oualimilitar
diya pelo
em Marrocos.
Ph. nnutzeibers
gr.
=
et
(Ext,
Rev.
ISiol.
du nord de
la
France,
vi,
189 3-94).
No obstante ter j sido estudada por alguns naturalistas a fauna malacologica da Syria e da Palestina, no havia ainda uma monographia to completa em synonimia e outras informaes como a que este distincto naturalista acaba de publicar. Quatro espcies novas vieram enriquecer aquella fauna, graas s investigaes do professor Barrois; so
ellas
:
e B. Pi aalmy
E uma memoria bem feita e que constituir uma til contribuio para os naturalistas que estudam a fauna d'aquella regio.
A. N.
ndice
Dr. B. Machado Edwin Jounston.
Augusto Nobke
As sciencias naluraes, pa^. Esboo cl'um calendrio da Hora dos arredores do Porio, (Est. e pag. 5, 84, 127 e 181. Observaes sobre o syslema nervoso e aTinidades
1.
I
II),
W.
C.
Tait
Augusto Nobre
.
Sur
zoolgicas de alguns pulnionados terrestres, (Est. Ill, XI e Xll), pag. 17, 75 e 197. Aves de Portugal, pag. 21, 67, 115 e 187. Note sur une poivson-lune, pag. 31. Gontriliutlon i'tude des poissons d'eau douce du PortugHl d'aprs la coliection du Muse de Zoologie de runivervil de Coimbra, pag. 53. Sur les nuBurs du Pelromyzon marinus, Linn. et
du P.
la
flavatilii,
maiacolocique des iles de S. Thom et de Madre, (Est. V), pag. 91, 141. O mimetismo nos insectos americanos, pag. 101. tude comp^rative du squelellet du cbien et du loup,
fuiie
Augusto Nobre
Goltz de Carvalho
Augusto Nobre
Nota acerca do habitat da Vipera berus L. em Portugal, pag. 123. Sobre um raso teratologico do Porlunus puber, pag;. 125. Contribuies para a malacologia porlugueza, pag. 135.
pag.
109.
Edwin
J.
.Iohnston
.
Augusto Nobre
Carex Duna', Steudel, (Est. VII), pag. 158. Descripc.o d'uma nova espcie de Vuginulii de Angola, (Est. VIII), pag. 100. Note sur le Lopidop^is argenlens, Bonat. vel cauda
Augusto nobre
lalus, (..iinlh, fE^t, ix e X), pag. Iii5. Subsidio'^ para a fauna melacologica do archipelago de Cabo Verde, pag. 168. Preparaes esqueltica*; no Museu da Universidade de Coimbra, pag. 17^.
Edwin
J.
Johnston
. .
W.
C.
Tait
Goltz de
Carvalho. A
em
:
niotas c
conimunicaes
41; Notas sobre a fauna do Suajo, 42; Notas zoolgicas, 95; Esponjas de S. Thom, 202; Achalina birarinnta, 203; Habitat de Chioglossa liisilanca,-203; Aranhas de S. Thom, 204; Reptis de Castro Laboreiro, 204. A. Do.<5 Reis Juniok. Cinvlus aqualicus, 41. Augusto NoBnE. Narcissus cydamineu^, 45; Projecto de uma estao zoolgica em Cascaes, 47 ; Peixes da Povoa de Varzim, 96; Revista aquicola, 202 ; Estabelecimentos de Piscicultura na Sucia, 204; Congresso scientiQco, 205 ; Uma nova doena da vinha, 205. Baldaque da Silva. A piscicultura em Portugal, 45. Caklos Pimentel. A piscicullura, 34. W. C. Tait. Habitat de Chioglossa lusilanica, Barbosa do Bocage, 96.
Adolpho
F.
Necrologia
49.
Jt
Anx de
Sc
Nat., \oI.
I.
1894
Est.
III
Aug. Nobre,
dc-1.
&
Peix-olo,
Porto
J.\.\
DK Sc
N\T V)L
I,
1801
Est. IV
^.if
Photog
e 1'hototyp.
Co;cne_e
&
Peixoto. Porto
Pelrunyort
iiiiriius,
[..
Plromyzon
fluviatilis,
L.
Pciruinyzon mnrinus, L.
Ann. dk
Sc.
Nat. Vol.
I,
I8;a.
Est.
I
5
mLm
^P
rhotog
e
Phototvp. CoMrr^e
&
Peixoto. Porto.
Mollu^qucs dcs
ilcs
de S.
Thomc
et
de Madcro
ANN. DE Sc
NaT.-
VOL.
I,
1894
-PORTO
Est. VI
Porto
CaREX DURLEl,
Seudel
Vol.
I,
1891
Pof
Est. Vlll
Phnth
|'(
Vaginula
Si.mrothi.
Ann. de
Sc.
Nat.
Vol.
I,
1894.
Est. II
Ann. de
Sc.
Nat.
Vol.
I,
1894.
Est.
Vol.
1804
Est.
</
]\'7
1/
I
iu(|.
hobpf.
des.
Vol.
1894
Est. XI
\ni\.
Nobre,
des.
Primeiro
anno n."
Janeiro de i894
ANNAES
SCIENCIAS NATURAES
PUBLICADOS
AUGUSTO NOBRE
XaluralisUi adjunlu ao Laboratrio de Zoologia da
Academia
l^olNtcclinica,
SUMMARIO
Dr.
Bernardino
M.u-li.i(.lo
A'
Edwin Jofanston
Augusto Nobre
de algu7is
W.
C.
Tait
A. Girard
Alliert.
pui noitadas terrestres. Avt'S de Portuqnl. yole siir 1(1)1 Poisou- 1 tne.
NOTAS
E C0.MMUN1CAES
C rios Pimentel Adolpbo Moller Alves dos Reis Jnior Adoiphu Moller A. N. BaUInque da Sil\ii
Auusto Nub'e Aiberl. A. Girard
piscicultura. Subsdios para a fauna de Parlugal. Cindas aquticas. Notas sobre a fauna do Sunjo. }iii,rrissus njcl iniineus. A Piscicul ura em fortugal. E^UiAo zod >gicu em Gascacs. lliur Morelel.
KSTAMCAS
'II.
'
Flora dos arredores do Porlo: Oxili purprea; Senecio scandens. Flora dos arredores do Porlo Narcissus ci/ritmineus. Jll, Arion lusitanicus, Mabille.
I,
:
pORro
i
YPOGRA PH IA OCCIDEN TA L
8o, Rua da Fabrica, 8o
z^
Primeiro
anno n.
Abril de 1894
ANNAES
SCIENCIAS NATURAES
PUBLICADOS
iS.Ko-f-
AUGUSTO NOBRE
Naturalista adjuncto ao Laboratrio dt Zoologia da Acaderaia Polytechnica do Porto
Director da Esta^io Aquicola do Rio
Ave
SUMxVlARIO
Dr.
Lopes Vieira
W.
C. Tait
Augusto Nobre
pulnionados terrestres.
Dr. Lopes Vieira
Sur
les
nioiurs
du Petromyzon ma-
Edwin
J.
Johnston
Augusto Nobre
Linn., et da Petromyzon, fluvialilis, Linn. Esboo de um calendrio da flora dos arredores do Porto. Sur la fanne inalacologiqne des iles
rinus,
de S. Thoni
et
de Madre.
NOTAS E COMMUNICAES
Adolpho
F.
Moller
Notas zoolgicas.
Habitat de Cliioglassa lusitanica, Bocage.
\V. C, Tait
Augusto Nobre
BIBLIOGRAPHIA.
ESTAMPAS
IV.
V.
Petromyzon
Ttiom
et
tliiviatili?,
L.
de Madre.
Acabado de imprimir
12 de abril.
PORTO
-Typoi^raphia Occidental
Primeiro
anno n."
Jullio
de 1894
ANNAES
SCIENCIAS NATURAES
PUBLICADOS
POR
AUGUSTO NOBRE
SUMMARIO
W.
C, Tait
.
el
da
l.ouri.
Augusto Nobre
Vipera berus'>,
[..
em
Portugal A. Goltz de Carvaltio. Sobre um caso terutologico do Porlunus puber^^. Edwin J. Jolinston .Esboo de um calendrio di flora dos arredores do
Purlo.
Contribuies para a tnalticologia porlugxieza. Conlribulion VLude de 1'tchthyologie maritune. .Sur la faiine mnlacologique des Ues de S. Tlioiu et de Madre. Adolpho F. Moller . ('ma excurso serrai de S. Gregrio. Noi)re Augusto .Estudos sobre a fauna aqutica dos rios do norte de Portugal. Edwin J. Johnston .Carex Duricei, Steudel. Augusto Nobre ..Descripo d'uma nova espcie de Yaginula de Angola.
.
.
.
bibliographia.
estampas:
VJ Carex Durisei, Stt-udeL *VII Poisson capiur Buarcos. iNlll Vaginula Simrothi, nov. sp.
^
Acabado de imprimir
21
de julho
PORTO Typographia
Occidental
Librairie C.
15,
Viennent de paraitre:
L'EMBRYOLOGIE COMPARE
PAR
Le D' Louis
ROULE
LAURAT DE L'INST1TUT (GRAND PR IX DES SCIENCES PHYSIQUES), PROFESSEUR A LA FACULTE DES SCIENCES DE TOULOUSE
Cartonn Tanglaise
st
fr.
TRAIT
DE
PHYSIOLOGIE HUMAINE
COMPRENANT
rHistologie et TAnatoinie microscopique et les principales applications
MEDECINE PRATIQUE
Par
L.
LANDOIS
de Greifswald
Par
Professeur de Zoologie
et
G.
MOQUIN-TANDON
la
d'Anatomie compare
Un volume grand
Primeiro
anno n."
Outubro de 1894
iS,U^
LABORATRIO BIOLGICO DA FOZ DO DOURO
cn
cl
ANNAES
OS
c
bfl
'w
CO CS
SCIENCIAS
NATURAES
CO rt
3
O)
PUBLICADOS
CO CS
AUGUSTO NOBRE
SUMMARIO
Dr. Lopes Vieira.
.
CS
u O
o.
Augusto Nobre.
Dr.
Lepidopus argenteus, Bonat. vel caudatus, sur Gunth. Subsidiou para a fauna malacologica do archipelago
'ioe
le
Lopes Vieira.
J.
Edwin
Johnston
Porto.
A. Goltz de
Carvalho
, .
.
W.
C. Tait.
Augusto Nobre.
.4
pesca em Buarcos. Aves de Portugal. ubservaes sobre o systema nervoso e affmidades zoolgicas de alguns pulmonados terrestres.
:
o
lc$
C
CJ
NOTAS E COMMUNICACES
A. N.
.
.
A. F. Moller
^
(f
(X,
B 6
A. N.
Uma
WBLIOGRAPHIA,
c o u CS G Cl,
^
CO
ESTAMPAS
IX 6 X XI
XII
'm
:
-Lepidopus
Systeiua
argenteus, vel caudatus, Giinth. nervoso de Helix aspersa, L. Organisao de Piulonia atlntica, Mor, et Drouet.
S V ^ h CS
o
r>
c
CO CO
cr '^
OT
CS
Acabado de imprimir
a 8 de
novembro
<
PORTO Typographia
Occidental
V
'd
o
*3 cr
1894
Annalen
des K. K. Naturhislorischen
Hofmuseums. Wien.
Nturelle de VH-
Annales de
Annali
dei
rault. Montpellier.
di renova.
.
Gnova.
Roma.
Museo
Toscan
di Scienzi ISaturali.
Bergens
Museum
Aarbog. Bergen.
Boogical Soei et y.
Washington.
Bulletin
de
la
Socit
de^
Nimes.
Nimes.
Bulletin de la Socit Royale Linnenne de Bruxelles. Bruxelles.
* Bulletin de
la Socit Sdenttfque de
VAude. Franca.
delia R.
^ Anatomia comparata
BullHin
paign, Illinois.
Museum
of comparative Zology at
Bulletin of the
Harvrd
College.
Cambridge
U. S. A.
* Bulletin of the Unit. St. Geohg. Survey. Washington. Compte rendu des Sances ylu la Socit de Physque et d'Histoire Nturelle de Genve. Genve. langs et Rivire". P^ris.
Feuille des Jeunes Naturalistes. Paris.
di
Mediei
Naluralisti.