RIHGSP - Lafayette Toledo
RIHGSP - Lafayette Toledo
RIHGSP - Lafayette Toledo
DO
tellll
HWfii
DE
klMlM
SO PAULO
VOLUME
I
III
898
S.
PAULO
.
TYrOGEAPHIA DE
Rua
EL DIRIO ESPAOL
S. Joo. 83
1898
REVISTA
DO
tititi
ilirici
S.
Ceiiici
PAULO
VOLUME
I
III
898
S.
PAULO
TYPOGRAPHIA DE
Rua
EL DIRIO ESPAOL
1898
S. Joo, 83
Sahe
este terceiro
volume da Revista,
re-
vimento que recebeu, comparado com os volumes anteriores, compensaro esta demora e
serviro de desculpa.
s leitor, que, ao percorrer No haver as paginas da Revista, desconhea es servios que o Instituto Histrico de S. Paulo presta
um
e his-
monographia completa sobre a Ilhci a Trindade do venerando mestre dr. Moreira de Azevedo os estudos cuidadosos do dr. A. de Toledo Piza, que servem de introduco aos
curiosos manuscriptos sobre xpiso dos Jesutas e Successos da Provinda de Santa Cruz^ figuram pex^f eitamente ao lado dos eruditos tra-
II
Estrada de S. Paio ao Rio Grande by, sobre sobre a questo de limites entre Q Estudos do Sul
S.
Paulo
Minas.
Os nossos conscios dr. Theodoro Sampaio, Joo Monteiro e Eduardo Prado, valorisam ainda este volume com os magnificos e bellos discursos que pronunciaram como representantes do Instituto em actos solemnes. To conhecidos so esses
rio,
littera-
que dispensam qualquer commentario aos seus escriptos, ou elogio a suas obras.
Grande parte do volume occupado pela importante memoria de iiosso operoso conscio
Lafayette de Toledo, sobre a Imprensa Paulista, que neste gnero o primeiro trabalho feito entre ns, pois outros congneres e de outros
cunas,
de grand valor e indispensvel para a historia de nossa civilisao e de nossa vida politica. E' de esperar que o prprio auctor com a competncia conhecida e amor invejvel a investigaes desta ordem, complete e corrija to valiosa
monographia.
Monsenhor Passalacqua
der,
com
interessantes contribuies.
III
Vem
factos occorridos, demonstrar como trabalhou o Instituto no corrente anno, e firmar mais
um
Julgou-se
tambm de boa
Commisso de Redaco, Dr, Miranda Azeencarregado dessa tarefa, e com seus escriptos fecha o livro que offerecemos ao publico, que o acceitar com benevolncia e justia.
vedo
foi
Oxal venham as animaes dos competentes, o auxilio dos que podem e as sympathias de todos, para que o Instituto prosiga seguro na sua carreira, possa desempenhar cjom brillio suas aspiraes patriticas e commeraorar pro-
4^ centenrio
Brazil.
--^^^^-S'--^
ndice
Ao
Leitor.
A
A
Moreira de Azevedo
930
Expulso dos
balho servindo de introduco ao manuscripto sobre o mesmo assumpto, pelo Dr. A. de Toledo Piza
35
e causas
que
tive-
ram para
ella os paulistas
desde o anno
Paulo e
S.
Vicente
67
de
123
Successos da
Provncia
se
Santa
Cruz,
que vulgarmente
lido,
chama
Brasil,
ma.
.
com uma
125
171
Estrada de
S.
174199
201205
II
206
208
209
236
Discurso proferido pe!o Dr. .1. Monteiro na Sesso Solemne com que a 16 de Maio de 1898 A Sociedade de Geographia de
Jjisboa
celebrou
4^
centenrio da
Gloria de Vasco da
Gama
Questo Paulo e Minas GeA. Derby
relativo a
237
243
Um
documento antigo
S.
de limites entre
...
278
284
Estudo da Tribu
Camillo Passalaqua
285
301
.....
...
303
521
Dr.
de 10 de Novembro de 1898
Actas das Sesses
523 535
534 566
Geographieo de
1898,
S.
Paulo no anno
de
apresentado
567
576
Supplemento
Moedas
Mepri.
ao Catalogo
.
574
581
III
Generiil Couto de Magalhes, Necrologia C. Miranda Azevedo Dr. A. pelo
.
583
592
H02
595
randa Azevedo
Bibliographie Bresilienne Bil)liographia de A. L. Garraux, noticia, pelo Dr. Mi-
603
605
616
Diccionario BibliographiBibliographia
co, pelo Dr.
randa Azevedo
607
Augusto Blake,
noticia, pelo
616
623
621
629
632
em
1898
631
GRAVURAS
Extracto do
Extracto do Mappa das Cortes de 1749 Mappa de Olmedilla, 1775
Retrato do General Couto de 'Magalhes Retrato do Dr. Joo Mendes de Almeida
197
<iJ^<-' >3^^->
AKTiNDO de Lisboa, a 5 de maro de lOl, eiii a ndia, descobriu Joo da Nova, na[l^^^ viagem para vegador portuguez, a ilha da Asuno, hoje da Trindade, afastada da costa do Brazil 120 lguas. Est situada no occeano Atlntico em 20.^31' de latitude sul e 13.<^47\^7" de longitude este do meridiano do Rio de Janeiro. Tem perto de trs milhas em sua maior extenso NNO a SSE, e proximamente
seis
milhas de circumferencia.
Accidentado o
solo
de
natureza
montanhas
elevadssimas
rochedos dispidos de
vegetao
parecem monumentos
10
de
uma
natureza morta.
No
se levanta
alli
nenhuma
rido,
arvore,
triste,
no viceja
estril,
nenhum
arbusto,
tudo
reinando
e
uma
penhascos altivos
ceano.
solitrios
na immensidade do
oc-
maior
Toda a ilha parece uma grande rocha, cujo mede 3000.^ segundo as cartas inglezas.
pico
Os
em
desconhecido,
grandes
mente
Entre os penedos elevados noto-se no littoral ao O o Monumento assim denominado por alguns roteiros,
com 64 metros de
chamado
lhada
altitude
na extremidade do
a
N., outro
Crista de Gallo
outro de cr averme-
elevao acima do nivel do mar, e 300 metros de base. As faces so verticaes e privadas de vegetao denomina-se Morro do Furado
;
com 66 metros de
tnel construdo pela natureza, o qual perfurand-o de lado a lado, com o comprimento de 132 metros, d passagem as aguas do oceeano, que
um
alli precipito-se com fria insana. Ergue-se ao S outro rochedo pyramidal chamado Po de Assucar,
altitude e semelhante ao que existe na entrada da barra do Rio de Janeiro, e no centro outro, que forma o ponto culminante da ilha. Quasi todo o littoral circumdado de rochedos e
sobre os quaes arroja-se o mar com fria indmita produzindo, especialmente a noite, um rugido atroador. Cortadas a pino so as costas abruptas e lavadas pelo marulho das ondas, que no seu embate, no encontro decHve que lhes abata a fora primitiva.
recifes,
apresenta as praias Sem Nome, Empedrado, Tartarugas do Furto das Canoas, pequenas, margeadas
e
Ao Norte
11
Do immergidos. de ara muito branca, praia na nica enseada, que possue a ilha, chamada Forto do Principe, onde v-se uma ilhota de pedra.
de
recifes,
uns emergidos
e outros
lado
SE ha uma pequena
Desliso das montanhas pequenos filetes de agua, porem no se pde assegurar que sejo perennes, ou se extmguo en certas estaes do anno. Nada brota, como j dissemos, nesses penedos de
nasce
um
capim
rasteiro
em alguns lugares em que a uma leve camada de terra, de folha larga e spera e uma
com
flores rachiticas
trepadeira de
um
alli
verde claro
de
um
escarlate desmaiado.
Abundo
os
guayams de
os
um
e
amarello vivo,
as
e prodigiosa a da costa. So
communs
tubares
tartarugas
ostentando algumas dimenses extraordinrias. Habito os altos penhascos milhares de pssaros como os pilotos,
sua alvura deslumbrante bandos de gaivotas e mergulhes. Em 139 D. Joo 3.* de Portugal fez doao da ilha da Trindade a Belchior Camacho, como consta de documento existente na Torre do Tombo de Lisboa.
os trinta reis, notveis pela
e
Em
delia
15
de
abril
de
1700
aportou a esta
ilha, e
inglez
Edmond Halley. Pela carta regia de 22 de fevereiro de 1724 ordenou rei de Portugal providencias no sentido de impedir
se servisse
.
desta
proceder
sondagem
e explorao
da
illia,
sendo en-
(.)
12
o piloto Jos Alvares, que carregado dessa commisso sahio do Rio de Janeiro com trinta homens, em um anno. (.) hiate> a 27 de setembro do referido
Em
em
por
alli
Em
sua segunda viagem chegou Kook a esta ilha 31 de maio de 1775. 1781 mandou o governo britnico occupal-a se achar em guerra com a Hespanha, formando
se fazia entreposto para o contrabando que sombra do seu commercio com as provindas hespa nholas do Rio da Prata. Foi a ilha occupada pelo
um
alli
estabeleceu
um
posto de
seu
notas entre o ministro dos negcios estrangeiros Ajros de 8 Mello e o representante do governo portuguez
em
Londres Luiz Pinto de Souza e o governo britnico. O ministro Martinho de Mello e Castro dirigiu, em 12 de junho de 1782, aviso ao vice-rei do Brazil, Luiz
de Vasconcejlos, dando-lhe instruces para expelir os inglezes da ilha.
vice-rei s
ordens regias,
esquipou uma expedio confiando o commando delia ao capito de mar e guerra Jos de Mello, acompanhando-o o marchai de campo ChichorrO com lO ho-
{.)
ia
Recebera instruces de Martinho de Mello e Castro do vice -rei do Brazil o capito de mar e guerra Jos de Mello, encarregaiido-o de levar a carta do almirantado
e
para a evacuao da ilha e entregal-a ao official que a commandava; que se por ventura 'houvesse recusa usasse dos meios suasrios, mas esgotados estes,
iiiglez
empregasse a fora. Partio a expedio do Rio de Janeiro na no N. S. dos Praseres, em 16 de dezembro de 1782,. e chegou a ilha em 10 de janeiro de 1783 (.)
No dia 13 depois de reconhecer que os inglezes j a tinham abandonado, saltaro em terra o commandante (li expedio e o marechal Chichorro. A ordem do
almirantado inglez havia sido communicada ao governador da ilha, que tratou de dar-lhe execuo. Tendo os
inglezes
deixado
artilharia,
no desembarcaro os
Edificaro estes na ilha poirtuguezes a que levaro. o Forte da Rainha. officio de 10 de fevereiro de
Em
1783 participQU Luiz de Vasconcellos ao governo portuguez o resultado da expedio. Determinou o governo de Portugal que na ilha se conservasse uma guarnio, e que se tratasse de colo^
nisal-a e cultivar o terreno.
Enviou o
e
vice-rei
um
sementes diversas.
por um capito graduado em sargento-mor. Mas cedo reconheceu-se que o terreno era imprestvel para a cultura, que no suportava o solo o trabalho agricola,
a camada de terra, que revestia os rochedos. Acresce que todas as provises devio vir
porque leve
de
seis
era
em
as
seis
pesadas
mozes do Rio de Janeiro, e tornando-se despezas, sendo cada anno preciso mudar
(.)
14
.0
destacamento, resolveu o vice-rei reduzil-a a 88 homens de 150 que ero. En 16 de setembro de 1782 ordenara Martinho de
e
do Brazil que mandasse de Janeiro com a ilha por Rio do communicao meio de sumacas e outras embarcaes pequenas. Galanp de Laperouse, encarregado de uma viagem
Mello
abrir
Castro
ao
vice-rei
1785, avistou a ilha da Trindade, e procurou desembarcar com os seus companheiros, o que izero com grande risco de vida. Viro a ban-
de descoberta
em
deira
redor do
portugueza iada em um pequeno forte, em qual havia cinco ou seis casas de madeira
;
encontraro
200
homens,
alguns
fardados e
ilha
outros
em
fraldas
de camisa.
Vendo que a
no podia
os agua, o estabelecimento declarando que viajantes, portuguez parecia antes um esconderijo de bandidos do que um
fornecer-lhes
nem
nem
lenha,
retiraro-se
nao civihsada. junho de 1793, dirigido ao de reclamou o vice-rei do Brazil, governo Portugal, conde de Rezende, contra a permanncia de destacamento de tropas na ilha da Trindade, em consequncia
posto occupado por officio de
.
uma
Em
de
da excessiva despeza e outros inconvenientes. Attendeu o governo s observaes do vice-rei, e por aviso de 6 de fevereiro de 1795 mandou retirar o destacamento, (.)
Em
Princeza da Beira, e mais uma corveta de commercio, que regressaro em 11 de outubro conduzindo a artilharia,
munies de
de
igreja
campanha,
e
utenslios de hospital,
pertences
ilha.
na
C)
15
Em
Brito
1825
foi
com
corveta D. Isabel
em
1856. a corveta
do Brazil Bahiana em
em
porte de guerra. Penedo em 1894. Relatando a viagem, que fez como commandante (la corveta Nictheroif em janeiro de 1871, escreve o
baro de Jaceguay
'<A ilha
trs
milhas
em
seis
NNO
ao
SSE
a
proximamente
official
Ordenei
conhecedor
do
que
um
um
que
para
ter
saltar
em
terra,
se
arriscado bastante
facto de
no
ter
tantos dias de
bonana faz-me crer, como affirmo quasi todos os roteiros, que o desembarque na Trindade uma operao muito precria e que s se pde fazer
em
occasies excepcionaes.
Por decreto de 29 de novembro de 1884 concedeu o governo brazileiro permisso ao cidado Joo Alvares
Guerra, para explorar mineraes, extrahir productos naturaes e estabelecer salinas nesta ilha, considerando- a
accessoria da ento provincia do Espirito Santo. 1891 o governo da Republica dos Estados Unidos
Em
como
priso penitenciaria.
1893 fez conhecer que se opporia a tentativa do baro Harden Hickey, cidado dos Estados Unidos da
Em
America do Norte,
que distribuir
prospectos
para
16
afim cie seguil-o a ilha, que dealli uin principado. fundando sejava occupar, Retirado em 1795 o destacainento, que durante annos havia o governo portuguez conservado na ilha, ficou ella deshabitada como um ponto isolado no alto
engajar aventureiros
mar, e de difficil e perigoso desembarque. Esteve sculo apenas habitada por pssaros e aves aquticas. Era marco de granito na immensidade do occeano.
um
um
Esses rochedos escarpados, varridos pelos ventos, aoutados pelas ondas, vivio isolados, avistados pelos navios, percorridos pelas aves, e servindo de habitaes de peixes
e de tartarugas.
entregue ao furor
Mas se estava deshabitada no estava abandonada. J vimos que o governo havia mandado diversos navios
em commisso
alli
um
a ese fochedo, que planejara estabelecer presidio, e que por outros actos procurara manter
sempre sob o estandarte nacional essa posseso occeaMas apezar nica, como fisera o governo portguez. disso, foi a ilha occupada pelo navio inglez Barracoiita, que alli hasteou a bandeira de sua nao em janeiro
de 1895.
lhe
Ordenando lord Kimberley a occupao da ilha no deu publicidade, nem fez notificao alguma, pro-
em
assumpto, que no a
Teve o governo do Brazil conhecimento dessa usurjulho a noite, pela remessa que o deputado Jos Carlos de Carvalho fez ao ministrio dos negcios exteriores do Rio-News de 16 do referido m.ez e que se publica no Rio de Janeiro, em que vinha do Financial News de 4 transcripto junho, a noticia da incorporao da ilha ao dominio do imprio britnico.
pao,
em
18 de
n
19 de julho o ministro das relaes exteriores de Carvalho pedio informaes sobre o assumpto legao brazileira em Londres.
dr.
Em
Carlos
Despertou semelhante noticia viva impresso no Rio de Janeiro, exacerbou-se o patriotismo nacional,
e exaltaro- se os
Estava
a indignao, convocaro-se meetings, e o povo no seu furor atacou diversas casas de commerciantes e sbditos inglezes. 21 de
ptria.
da
Foi excessiva
Em
julho publicou-se o primeiro telegramma da legao brazileira en Londres noticiando a occupao da ilha.
acto,
Abrio-se a vlvula na imprensa, que proiigando o pedio ao governo promptas e enrgicas provi1
dencias.
de julho telegraphou a legao brazileira em ao ministro das relaes extericres participando Londres, a occupao da ilha, em nome do governo inglez, para
estabelecimento do cabo submarino argentino. A comConstruction tentou fazer desse panhia Telegraph ponto
Em 2
um
lugar de amarrao para o cabo que devia ligar a America do Sul Europa sem passar pelo Brazil Quiz o governo inglez desse modo coadjuvar a em-
preza projectada por Sir John Pender. notas de 22 e 23 de julho, enviadas ao representante clipLiniitico da Gr Bretanha acreditado no Rio de Janeiro, reclamou o dr. Carlos de Carvalho
Em
contra
o esbulho
do
territrio nacional, e
oiciou
ao
Londres, que lavrasse em continenti o competente protesto, o que este executou em 27 de julho.
ministro brazileiro
em
Trazida a questo ao congresso nacional declarou este, por uma indicao, ser solidrio com o governo
18
na defeza da soberania nacional, e aguardar que o governo lhe declarasse as providencias necessrias para defender essa soberania.
Colligindo todos os documentos que authentiavo a soberania do Brazil sobre a ilha da Trindade, des truindo todos os argumentos formulados nas notas do
esse diplomata,
ministro inglez, fulminando as razes apresentadas* por que firmava- se em estar a ilha abanter habitantes
donada por no
a nao
alguma, esfora-se por eviiar discuses e litgios, insistiddo com energia e talento sobre o nosso direito, reclamaiido a desoccupao pura e simples, e repellindo toda condio. Em 16 de dezembro propoz o sr. Constantino
Phipps, ministro plenipotencirio inglez no Rio de Janeh'o, de ordem do seu governo, que a questo fosse smbmettida a arbitramento, mas semelhante ])roposta foi recusada pelo governo neiro de 1896.
E'
brazileiro
em
de ja-
notvel a nota dirigida pelo dr. Carlos de Carvalho, em 7 de janeiro, ao ministro inglez, declarando que o presidente da Republica recusara o arbitramen-
exposio ordenada dos factos e dos do ministro brazileiro tornaro indiscutargumentos vel o direito do Brazil sobre essa ilha. Termina essa
to.
lgica e a
nota
com
estas palavras
que
em nome
esperar
da justia
fez a Inglaterra
em
1782
Hc^to
que
faa
agora.
Para resolver essa melindrosa questo que affectava a soberania^ nacional, offereceu o governo portuguez os seus bons officios as duas naes em litigio. Em 1 de maio de 1896 o ministro dos negcios
estrangeiros de Portugal, conselheiro
officiou ao dr.
Luiz
19
cios de Portugal no Rio de Janeiro, que, chegando ao conhecimento do governo portuguez, que entre o governo da Republica dos Estados-Unidos do Brasil e da
grave com respeito a occupao da ilha da Trindade, entendia offerecer os seus bons officios para uma soluo mais
Gr Bretanha
se suscitara desacordo
p.u;,iiM;i
Apressou -se o dr. Joo Lampreia em communicar a nota do seu governo ao ministro brazileiro dr. Carlos de Carvalho. Havia tambm o conselheiro Luiz de Soveral offieiado ao governo britnico offerecendo seus bons officios. Allegava que, visto ter sido a ilha descoberta por
navegadores portuguezes e haver-se [conservado sem interrupo conhecida at o fim do primeiro quartel do presente sculo, sob o dominio de Portugal, achava-se por esse motivo o governo portuguez nas condi-
Acceitaro o Brazil e
Liglaterra
interveno
portugueza para soluo amigvel da questo, o que o dr. Joo Lampreia participou ao seu governo em 20
de maio, e o ministro inglez de Portugal em 10 de maio.
em
Lisboa
ao
governo
Em
em Londres que desde o descobrimento da da Trindade, no principio do sculo XVI, jamais discutvel a legitimidade da soberania de Portugal
ilha,
dessa
essa
sobera-
governo britnico, ordenando a sua evacuao. Quando pelo tratado do Rio de Janei-
20
ro de 29 de agosto de 1825 confirmou Portugal a inilha dependncia de sua antiga colnia, tranferio-se a
da Trindade, coin as do grupo a que pertence, para posse formal do novo imprio. Se por ter-se conservado a ilha at a presente data
.
sem cultura
te
determinado apenas pelas condies especiaes da ilha nunca tendo deixado o governo brazileiro de afirmar por actos o seu propsito de a possuir, no pde isso
legitimar a occupao e a posse levada a do engano de suppol-a abandonavirtude effeito, por da. presena destes factos e da legitimidade dos
justificar e
Em
direitos
que
governo brazileiro
se
attribue,
confia
que o governo inglez se promptificar a reconhecer a soberania do Brazil sobre a referida ilha.
Em
cios
veral declarando que, em virtude das instruces que recebera, achava- se inclinado o seu governo a adherir
a opinio, que lhe foi manifestada, e por defernde suas pretenes a posse
ilha.
da
Em
telegramma para do goque verno do Brazil que, em presena das razes dadas, o governo britnico havia j declarado ao governo portuguez que reconhecia a soberania do Brazil sobre a ilha. da Trindade.
se apressasse
de Janeiro
levar
um
em
ao conhecimento
No mesmo
dr.
dia
Carlos de
o dr.
Joo
21
Em
Carlos de Carlos de
Carvalho a nota legao portugueza no Rio de Janeiro, notificando que levara ao conhecimento do presidente da Republica a noticia do reconhecimento da
soberania do Brazil sobre a ilha da Trindade pelo governo de S. M. Britnica, que o presidente a recebera
com muita
lli'a,
satisf aco, e o
pedindo-lhe
que
transmittisse
negcios
verno portuguez.
deceu ao governo do Brazil o espirito de conciliao e amizade que manifestara em semelhante questo. Agradeceu o governo brazileiro a nota recebida do governo
de Portugal. 21 de agosto a legao britnica remetteu a nota ao governo brazileiro, declarando que, de conformidade com as instruces recebidas do marquez de
Em
Sahsbury, tinha de informar que foram dadas ordens ao navio britnico Barraconta afim de ir a Trindade
remover os signaes da occupao da ilha alli deixados. Foi essa communicao recebida com sitisfnro |)elo governo do Brazil. Em 5 de agosto publicaro os joruaes. dirios do
tituda ao Brazil.
Rio de Janeiro que a ilha da Trindade havia sido resDespertou este acontecimento viva
fez
e
tados da RepubUca,
repercurtir
em todos em todos
os Es-
justos
sentimentos de
prazer
contentamento.
Semelhante
22
cendo a soberania do Brazil sobre o rochedo da Trindade, foi a victoria do direito e da dignidade nacional.
'
presidente da Republica
deputados communican
o
Portugal declarara
governo
le-
gao portugueza.
camar dos deputados approvou, sem debate, a seguinte moo: A camar dos deputados congratula-se com o povo brazileiro pela restituio da ilha da Trindade,
que, graas a attitude sobranceira e digna dos poderes
polticos
da Nao, nos acaba de ser feita pelo governo da Inglaterra 5 de agosto de 1896. Remettida ao Senado, idntica mensagem e copia da
requereu o senador Coelho Rodrigues que se consignasse na acta da sesso, que a noticia da soluo obtida pelo governo
brasileiro,
ilha
da Trin-
com muito
especial
agrado, e que,
em nome
caz.
ditamento
le
com
Indico que o Senado, em mensagem, se congratuo poder executivo e com a Nao Brazileira
por ver reconhecida a sua soberania sobre uma parte do territrio nacional, felicitando ao governo pela fir-
meza com que dirigio as negociaes resolvidas com 5 de agosto de 1896. honra para ambas as Naes Foram approvados o requerimento e o additamento.
23
Dirigiu o presidente
da Republica
uma mensagem
ao Senado agradecendo as suas congratulaes, e outra communicando ter transmittido pelo telegrapho legao brazileira em Lisboa a mensagem do Senado e o voto do
os
bons
officios
da Trindade.
Portugal
agradeceu -lhe
inteira e
bons
tos
officios
com
merecida confiana,
resolvendo
em
breve tempo a questo da ilha da Trindade. Agradeceu D. Carlos, no dia 8, o telegramma do presidente da Republica, congratulando se com este e a Nao Brazileira pelo feliz resultado obtido.
com
Em
sentado
(>
pharol de 2.* classe na ilha da Trindade, e na sesso do dia 11 da camar dos deputados foi lido o projecto declarando pertencer jurisdico privativa da Unio a illia da Trindade.
mandar
o projecto construir
autorisando
um
o governo mandado preparar um marco de padro granito para ser collocado na ilha, encarreo commandante do cruzador Bendessa commisso gou
Havendo
jamin Constant,
(|ue partiu
do Rio de Janeiro
em
11 de
janeiro de 1897, c no dia 20 chegou a ilha. Encontrou durante toda a viagem mar cavado e revolto, e tentando
desembarque na
iljia
foram infructiferas
arriscadas
todas as tentativas;
sobre esses rochedos, como querendo destruil-os, por alm disto, por toda a se opporem a sua passagem
;
parte recifes e apenas ao SE. uma pequen^ praia de alvssima ara, porm, muito variada e fu/ igada })elo
vento.
/
8c
Improvisou
uma
jangada, estabelec^U-se
um
cabo
24
de vaivm, mas ero repetidas e violentas as refregas, perdeu-se uma ancora de pezo de 2.400 kilos e depois
de innmneros perigos e esforos corajosos e hercleos
oficiaes e marinheiros, conseguio-se collocar, no o marco padro de pedra, mas um signal de posse. No dia 24 desembarcaram na ilha 32 homens ao
de
todo,
escolhidos
destemidos nadadores.
Como
auxiliares
o chefe da ex-
pedio tenente Souza, levou o guarda marinha Braulio Braga, seu ajudante, o mestre do navio Agostinho Jos,
um
serralheiro,
um
calafate,
marinheiros nacionaes. Ia
tambm
Con-
fixada
no extremo de
uma
haste,
tambm de
torno da qual Ficou o tenente Souza e Silva de girava. encarregado levantar este signal na parte da ilha chamada Forte da
cobre, de 2 metros e 90 de altura,
em
Bainha.
Alm da bandeira
bo, soldada a fogo,
pelo commissario do navio, assignado pelo commandante e officiaes e lido perante toda a guarnio formada, contendo alm disso diversos nmeros dos principaes
jornaes publicados no Rio de Janeiro, algumas moedas de cobre e nickel, o retrato do presidente da Republica
dr.
Prudente de Moraes, e cartes de visita de todos os officiaes. Tirou-se copia desse termo do po^se, a qual
ficou
tant.
em
poder
do
cominandante do
Benjamin Con-
Para collocao do
rios
uma
com
cesto
levaro os
uma
niento e dus baldes para agua. Todos iam com salva vida e colletes de salvao e providos de uma rao de agua e bolacha.
remos, largou de bordo rebocando a jangada e singrou em direco a seis viagens de jangada ao longo do cabo, praia.
Em
de vai-vm, desembarcou o tenente Souza com vinte e trs homens, conseguindo pr em terra todos os utensilios.
Havia sido
feito este
risco e difticuldade.
Logo que
saltou
em
terra hasteou,
marinheiro
na ara da praia, uma amarrada bandeira nacional, que levara ao pescoo. Era a primeira vez que a bandeira nacional tremulava na aquella illa. Duas horas depois, na esplanada da liainacional Bernardo Barreiros,
e
nha, levantava-se pintado de branco o signal de posse em outro ponto chamado Vigia do Alto, erguia-se sobre um remo uma grande bandeira nacional, hastea-
da pelo tenente Heck e guarda marinha Braulio. Na base da haste de cobre ficara enterrada a caixa, tendo sobre ella duas chapas de cobre, uma com os
nomes dos machinistas do Benjamin Conatant, sob o connnando do capito de fragata Rodrigues Torres, cm viagem de instruco da turma de guardas-mariJaneiro de 1897. nha, alumnos de 1896
posse.
Se
difficil
e arriscada foi
a ida
da expedio,
foi
tambm penosa e assaz perigosa a retirada. Tornara-se o mar iais bravio para a tarde; quatro vezes correndo ao longo do vai-vm
veiu a
jangada
conduzindo
26
para a lancha todos os que tinham partido; mas cro essas travessias feitas com grande risco e perigo, porque as ondas, envolvendo os tripulantes, parecia terem
resolvido sepultal-os naquelle sorvedouro.
que desembarcaro, encontraro na da sua recente occupao; assim, na esplanada do forte da Bainha, viro cabos de ps, ancinhos, um carrinho de mo, de madeira, um balde de
officiaes,
Os
ilha vestgios
ferro,
paos de barracas, latas de leo, cartuchos utilisados, tudo em pssimo estado, e pedras ligadas com uma argamassa de terra e ara, como tendo servido de
base a
um
signal qualquer.
governo mandou elogiar o commandante e officiaes que collocaro na ilha o marco signal da posse. Apossando-se da ilha da Trindade sob o falso pretexto de no ter habitantes e
estar
nem
abandonada, praticou
a Inglaterra
uma
violao
prepotncia esse rochedo, sem attender que no almirantado inglez havia de existir a correspondncia de 1782, authentimas acreditando cando o dominio e posse do Brazil
;
de territrio,
uma
isolado
na vastido
julgar talQuiz fazer
a ilha
pelo
seu
abandono
que podia
de
direito,
ser allegada por outra qualquer nao que tentasse esse arbtrio e ultrage a soberania do Brazil. alma altiva e generosa da nao sentio-se ultrajada
com
manir
festou-se
com dignidade
e patriotismo, collocando-se ao
devemos rende
e prudncia d
homenagem
ao
tino,
saber,
energia
27 digno ministro das relaes exteriores Carvalho. A sua attitiide firme, a sua
dr.
Carlos de
civica
altivez
recusando todas as propostas apresentadas, e acceitando apenas os bons officios offerecidos por Portugal que, em razo de indiscutveis factos, que durante sculos ligaro a historia portugueza do Brazil, mais facilmente podia apreciar a justia da causa que se
debatia, alcanou
ticos
um
ilha
que a liistoria do Brazil r*^gistra. A restituio da da Trindade foi uma simples restituio de direi-
Medeiros e Albuquerque, to, como disse o deputado mas merece louvores da nao pelo procedimento correcto e estatura moral
los
de Carvalho.
pelo
modo digno
as
negociaes. Repercuto os nossos applausos sobre a Nao Brazileira pela firmeza, patriotismo e dignidade mscula, que patenteou nessa questo, que findou de
modo nobre e digno, patenteando o nosso direito, ennobrecendo a nossa honra civica e deixando intacta a
soberania nacional.
Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1897.
dtoreir
de
Glzevedo
28
Aos vinte e quatro dias do mez de janeiro do anno de mil oitocentos e noventa e sete, nono da Republica,
sendo presidente dos Estados -Unidos do Brasil o Prudente Jos de Moraes Barros, e vice-presidente,
exerccio, o
sr.
dr.
em
dr.
Manuel Victorino
Pereira, e ministro
da marinha o contra-almirante Jos Alves Barbosa, na iliia da Trindade, no logar denominado Forte da Rainha,
cujas coordenadas so lat. 20'^-33'0()" e long. 29 21'-00" O Gov., collocou-se uma haste de bronze, tendo de com-
primento dous metros e 90 centmetros e de dimetro 28 millimetros, e uma chapa de metal de um metro e 50 millimetros de comprimento sobre 850 millimetros de
largura,
com uma
inscripao
Brazil,
e junto
uma
milli-
caixa de madeira
ses
:
metros e de altura
um
centmetro, dentro de
uma
outra
de chumbo, tendo de comprimento 334 millimetros, de largura 250 millimetros e de altura 110 millimetros, envolvida
pa com
cimento, tendo na parte superior uma chaa seguinte inscripao Este marco foi ollocado pelo cruzador Benjamin Constant, sob o commando do capito de fragata Rodrigues Torres, em viagem de
:
em
Janeiro, 1897, mstruco da turma GG. MM. de 1896 em consequncia de no se poder erigir o marco pa-
dro que trouxe este navio para ser collocado na referida ilha, devido isso a no possuir o navio uma jangada appropriada para o desembarque das peas do
niesmo marco-padro,
em numero
de
doze,
porquanto
29
de Oeste, adequada para semelhante fim, arrebenta continuadamente, e toda margeada de arrecifes, impossibilitando a approximao de qual enseada do lado
virar,
sacrificando todo
o pessoal. No satisfazendo a prancha, que o navio trouxe para esse servio, visto ser a praia rampada, improvisou-se a
bordo
uma
seis pipas,
um
com
acima mencionado, afim de notar que a referida ilha pertence a Republica dos Estados- Unidos do Brazil, tendo assim cumprido fielmente s ordens do governo.
para constar, lavrou- se o presente termo, que vae assignado por todos os officiaes de bordo e comm andante.
em
Bordo do Benjamin Comtant, na ilha da Trindade, 2 de j ano ro d( 1 8 )<> Joaquim Jos(S Ro< 1 rigues
i
)
Alfredo de Torres, capito de fragata, commaiidanto. vila Menezes, capito -tenente immediato. Francisco Xavier Tinoco Jnior, capito-tenente instructor. Ar-
thur
Pinheiro Hess, capito-tenente. Henrique Boiinstructor. Francisco teux, capito-tenente Augnst o de Lima Fninco. commiss;ir;" -1 r?/^ classo, capilMo
tenente.
3.-'^
1.
l)r.
-lulio
iiaval,
ciruro-io
.!
classe.
1.
Paulo Paquet, macliinista naval de 3.^ classe. Raul Varella Quadros, l. tenente. Bento de Barros Machado da Silva, l/' tenente. Joo Gomes da Silva,
machinista naval
da
4.*
Souza e
nente.
Cicero
Raphael
classe.
Augusto
Carlos
2.^
de
te-
Brusque,
Peanha, pharmaceutico.
30
que submettemos
correco dos doutos, servimo-nos de documentos encontrados no Archivo Publico Nacional e na Bibliothe-
ca Publica Nacional, das Revistas do Instituto Histrico e Geographico Brazileiro, vols. 23, 40 e 59, dos Rela-
do Ministrio dos Negcios Exteriores de 1896 e de 1897, preciosos documentos offerecidos pelo dr. Carlos Augusto de Carvalho, e de ums artigos sob o titrios
tulo
Ilha da
Trindade
publicados
na
Gazeta
de Notcias
em
janeiro de
1897.
MOREIRA DE AZEVEDO
mm m jew
em 16(o
expulso
dos jesutas
em 1640
TriVilho
lido
pelo
scio
sr.
dr.
Antnio de
Toledo
ao
Piza,
em
sesao
de 20 de
refere
Janeiro
de
1898,
servindo
de introduco
manuscripto a que se
e que vae
em
seguida ao trabalho.
EXPULSO dos padres da Companliia de Jesus do seu collegio de S. Paulo e de toda a capitania de S. Vicente, no anno de 1640, um dos factos mais interessantes e menos conhecidos da historia colonial
de S
Paulo.
Naquelle tempo, os grandes sertanejos Fernando Dias Paes Leme e Antnio Rodrigues de Arzo ainda
no tinham realisado as suas excurses pelas serras de Caiaguazes para descoberta do ouro e das esmeraldas, nem Bartholomeu Bueno da Silva, pae e filho, tinham
devassado os sertes de Goyaz, nem Paschoal Moreira Cabial, Fernando Dias Falco, irmos Leme, irmos
34
Maciel, irmos SiUil e outros clostemulos paulistas tiiiham feito as suas correrias pelas longiiiquas florestas
mundo admirado
vida paulista era toda ngricola e a falta de braos para a lavoura levava os habitantes da capitania a fazerem atrevidas entradas pelos sertes a caa de ntrazidos para o povoado, eram amansados e applicados ao cultivo das terras. Embalde vieram as leis philippinas de 1611 e outras
dios que,
prohibindo o
presos
captiverio
dos
ndios
que no fossem
t\.
guerra justa; o trafico de africanos, j iniciado, no satisfazia a demanda de braos para agricultura, e as correrias pelos sertes
em
continuavam semcontrario.
pre
como
si
no houvesse
lei
alguma em
ndios foi organisada nesta capital, em 1628, por Antnio Raposo c Manoel Preto, sendo composta de cerca
e mestios e de 2.000 ntodos mansos> disciplinados e armados com os instrumentos de guerra, de que a capitania ento dis
de 1.000
dios
homens brancos
punha. Esta expedio partiu de S. Paulo em Setembro de 10:: 8, para aquella regio situada alm do rio Parapancma e (onhecida na historia com o nome de
Provinda do Goayr.
como
seus limites os rios Negro e Yguas ao norte, o Uruguay ao sul, o mar nascente e as Misses Argentinas
norte
pelo rio
viesse
Paran.
antiga Provncia
do
at o mar,
corresponderia
hoje ao
Goayr, se Estado do
35
Paran, e abrangia todo o territrio banhado pelos rios
Yvahy
existia naquelle
tempo, seguia
por
Sorocaba
e Itape-
tiniiiga e atravessava algures o rio Tibagy; e por este motivo se passou depois a dar ao Goayr o nome de
Serto do Tibagy.
ndios, por elles catechisados durante quasi setenta annos de assiduo trabalho de evangelisao.
jesuitas,
desde
1560, al-
1600 havia no Goayr nada menos de trinta povoaes de ndios mansos, todos dirigidos pelos jehespanhes, e algumas populosas, ricas e em prosperidade. Citarei somente aquellas aldas que esto localisadas nos mappas antigos que possuo:
suitas
Em
plena
esquerda do Tibag}^ rrais ou menos da barranca do rio, estavam as reducres jpproximadas de S. Miguel e Jestis Maria, nas cabeceiras do rio; de Encarnao S.Xavier e S. Joseph^ em ordem pelo
j
Na margem
um
riacho tributrio
do Parapanema, perto da
Ignacio,
fz
rio.
sobre o
mesmo
estavam as aldes de Tamho, na cabeceira do rio, Copacahnna e Itat mais abaixo, e iudad lieal, na embocadura do Piquiry, no Paran, sobre o salto das Sete Quedas No valle do rio Yvahy se encontravam diversas povoaes e entre ellas eram notveis Satito Antnio, Los Arcangeles e S. Thom, estando estas duas ul-
timas sobre
um
sou a
se
chamar
Mouro,
em
honra do Morgado
de Matheus, que governou S. Paulo de 1765 a 1775; na l)arra deste riacho estava a grande Villa Bica, cu-
6
jas runas
foram
1771.
telho
em
No
de Vlla Bica e a pequenas distancias do rio, havia diversos arraiaes de ndios, que no formavam poVv)aes autonmicas, mas dependiam das auctoridades de Vlla Bica, Entre os rios Yvahy e Piquiry, a alguma
dista'-cia
do Paran
havia
grande numero de
indii)S
que
se dedicava
a minerao de ferro. Nas extremidades das serras do Apucarana e do Maracaj havia numerosos ncleos de ndios empregados na lavoura e na minerao de
metaes encontrados naquellas serras. No vasto Yguas estavam a alda de Santa Maria e outras menos importantes.
Dizem
e
os
historiadores,
com
razo,
que toda a
populao indgena do
cem mil
os
que
os
jesutas
alli
tinham
posto
em
pratica
princpios de socialismo com grandes vantagens para a prosperidade das colnias e para a felicidade dos seus
moradores.
Mello Moraes, na sua Historia dos Jesuitas, faz a seguinte descripo da vida e dos costumes dos ndios
mansos do Goayr
Cada
que
dirigiam
negcios
espirituaes
alli
podia para evitar toda a intimidade, que pudesse corromper os costumes dos novos chrstos, era prohibido apprender a fallar a lngua hespanhola, mas todos
trs dias e
nenhum
extrangeiro
os
neophytos sabiam el-a e escrevel-a correctamente. Em cada redaco havia duas escolas, luna para os primeiros elementos das lettras e outra para dana e
musica,
l^^sta
ultima era
particularmente frequentada
]!
flautas,
guitarras e todos
os
instrumentos
guerreiros,
sete an-
Logo que
um
a estudar-lhe o ca-
convinha; se
punham-no
em uma
officina
sua inclinao o levava. Estas officinas eram dirigidas pelos jesuitas, que haviam de propsito apprendido os officios para os ensinar aos ndios sem serem obrigados a recorrer a pessoas estranhas.
Os ndios que preferiam empregar-se no cultivo das terras alistavam na turma dos lavradores, e os que no queriam esse trabalho c preferiam a vida errante,
os rebanhos
ou com os
gados, para assim alimentarem o gnio vagabundo da sua primeira existncia selvagem.
As mulheres das
dos homens, no interior de suas casas principio de cada semana, se lhes dava
para
isso,
no
algodo ou
uma poro de afim de entregarem fiada, no sabbado, tarde, para ser applicada em obras que se tinham de fabricar. Tambm eram as mulheres
de lan como
tarefa,
applicadas pelos padres em trabalhos do campo, porm, com tanta discripo, que esses empregos no exce-
diam a suas
cessidade,
foras.
os gneros de
primera ne-
pblicos, por-
que em certos e deternnnados dias se d'stribuiam por cada familia todas as cousas necessrias ao seu sustenEsta distribuio era leita por um missionrio que o regulava pelo pessoal de cada familia
to e
bem
estar.
para que
nenhum
sentisse necessidade.
Os
trabalhos
38
signal de sino, e os meninos juntavam se naegreja para cantarem as oraes matutinas. Os homens e .*is
um
officio di.
do altar do Senhor, e se cantava as a da tarde cores e ao som de musica sagrada. oraes Para se regular a agricultura, as terras eram divididas
em
afim de as cultivarem para as suas necessidades. Alm desta regular providencia, os padres tinham
demarcado um grande terreno, que pertencia a todos, a que se denominou A possesso de I)eiis; era cultivado por todos e os seus fructos eram destinados a supprir as
orphos o enfermos. O que sobrava servia para fundos de reserva, destinados guerra, ou para as despezas do culto
colheitas
e
ms
ao
sustento
das
viuvas,
divino, ou para o pagamento do tributo do ouro, que cada famlia pagava coroa da
escudo de
Hespanha.
Em
consequncia da vida errante dos ndios, pouco affectos ao taabalho, um chefe de agricultura os vigiava
ras,
para que no abandonassem o trabalho das sementeiestimulando -os com palavras animadoras.
organisao social das redaces limitava-se a cacique ou chefe de guerra, um corregedor para a administrao da justia, um regedor e alcaides que
um
cos;
e a direco dos trabalhos pblipela assembla geral dos cidadvs e propostos pelos missionarioi. Alm destes magistracivil e politico,
dos militar,
havia
um
fiscal,
espcie de
censor publico, eleito pelos velhos indivduos da alda. * Os homens capazes de pegar em armas eram alistados. Um director vigiava os meninos, conduzindo-os a egreja, acompanhando -os a escola, levando na mo
39
varinha para os chamar a ordem; e de tudo dava conta aos missionrios, com observaes sobre os costumes, caracteres, qualidades e defeitos dos meninos a elle encarregados.
uma comprida
Para melhor ser policiada a alda, dividiam- na emquarteires vigiados por inspectores ou cabos de quar
teires.
Se o ndio infringia as
leis,
era
punido
pri-
com uma reprehenso em particular pelos missionrios; a segunda com uma penitencia publica a porta da egreja e a terceira com aoites; porm, diz
meira
falta
Charlevoix, as qualidades destes innocentes filhos do deserto eram to boas e dignas de apreo, que as suas faltas eram faltas de creanas e nunca houve exemplo
nesta Republica christ que
aoitado.
um
cultivo de
poro da l*ossessn de Dom e no se recusavam a isso. Os moos casavam-se cedo para evitarem a libertinagem, e as mulheres, que tinham filhos, se retiravam, na ausncia de seus maridos, a uma casa par-
uma
ticular
ti-
nham
portas
diversas
})or
onde
entravam
at
gulado e policiado
mesmo
o vestido
As mulheres traziam
por
uma
braos tanto descobertas, seus cabellos flnctuantcs a dcsombalaavam para o trabalho. Os homens eram vestidos
(
um
cinto;
seus
ns,
omo
os antigos
castelhanos;
traba-
com uma
camisola de
40
panno branco,
e se
eram
ndios
que
se
haviam
distin-
aces de valor ou de virtudes, traziam por guido cima camisolas cor de purpura. As aldas eram de ordinrio margem de um
<.<
em
rio,
ou
em um bom
local.
Todas
as
casas
eram uni-
formes, de um s andar e construdas de pedras: as ruas eram largas c alinhadas. No centro da alde es tava a praa publica formada pela egreja, a casa dos
padres, o celleiro publico, o arsenal, a casa de refugio c o hospital. As egrejas eram elegantes e ornadas painis separados por festes de flores e verdura na;
tural
era aromatisada
cemitrio,
por detraz
da egreja,
formava
um
quadriltero cercado do muro?; uma rua de palmeiras o cyprestes cercava tudo e era cortado por outras ruas do larangeiras e limoeiros; a rua do n^eio encaminha-
onde todas as segundas- feiras se pelo repouso dos mortos. Alamedas de arvores partiam das extremidades das ruas da alda e irjn dar a outras capellas, edificadas no
va-se para
campo
e vistas
em
soi'viam de
solemnidade.
No domingo,
e
mentos
tarde
Os baptismos eram feitos como na egreja primitiva, por trs immerses com canto, e vestidos de lin\n\ As principaes festas eram annunciadas com grande pompa; na vspera se accendiam fogos, as ruas- eram illuminidas e os meninos danavam na praa publica. Ao romper d alva do dia seguinte aparecia a milicia
ci-ianas.
cacique de guerra
44
vinha na frente,
docel que
dois
montado
do
officio
a cavallo e debaixo de
um
Ao
ban-
cavallciros traziam
a seus lados.
meio
dia, depois
divino, dava-se
um
quete ao extrangeiro que alli estivesse, sendo ento permittido aos ndios o uso de um pouco de vinho. De tarde havia jogos de carreiras e argohnhas, a que assistiam os padres para premiarem os vencedores. Ao
anoitecer dava se o signal de
recolher, e todas as famlias, felizes e pacificas, se retiravam contentes para suas casas a gosar das douras do somno. No centro destas mattas incultas e entre este pequeno povo, a festa do Santssimo apresentava um es-
pectculo pasmoso. Os jesutas alli tinham introduzido danas, maneira dos gregos, porque nada havia a temer entre christos de to grande innocencia.
Nada
lezas
faltava de precioso
na
festa;
todas as bel-
da
riedade
tava,
simi)les natureza eram dispostas com uma vaque a representava no seu esplendor; alli es-
por assim dizer, toda a vida, porque sobre as ramos, que compunham os arcos por baixo dos quaes passava o Santssimo, se viam voar pssaros de todas as cores, presos pelos ps compridos fios, de
flores e
modo que pareciam gosar de toda a vindo por si mesmos a misturar seus
canto
liberdade e ter
gorgeios
com
dos
modo a Aquelle cuja providencia nunca lhes falta. De espao a espao se deixavam ver tigres e lees (1)^ bem encadeados para no perturbarem a festa, e mui
formosos peixes nadando
em
bacias
cheias
de agua;
Na America no ha e no havia lees; ha, portanto, (1) engano da parte do esoripfcor, que talvez quizesse se referir a onas, que abundandam nos sertes.
42
em uma
Deus, no seu Augustissimo Sacramento. Entravam tambm nesta decorao todas as cousas que nas grandes festas, as primeiras de serviam de
mem
para
as
offerecer
ao Senhor, e o
se havia de
A musica dos instrumentos, o canto dos homens, o gorgeio dos pssaros, o rugido dos lees, o bramido dos tigres tudo alli se fazia ouvir sem confuso e for-
mava um
concerto nico.
Sacramento
entrava na
egreja apresentavam- se aos missionrios todas as cousas comestveis que tinham sido expostas na passagem. Elles faziam levar o melhor para os enfermos e o resto se dividia pelos habitantes
da alda.
noite havia
fogos de
artificio
*Com um governo
que os novos christos fossem os mais puros e os mais felizes dos humanos. A mudana dos seus costuera
mes
um
espirito de
grosseiros se
tinham transformado
em
espirito de do-
teu Q o
meu no eram
alli
nem
tiam o pouco que tinham com quem necessitava. Abundantemente providos das cousas necessrias vida,go. vernados pelos mesmos homens que os tinham arrancado dos desertos para viverem em sociedade, e a
quem
olhavam como espcies de divindades no seio de suas famlias e na sua ptria, fruindo os mais doces senti-
43
mentos da natureza, conhecendo as vantagens da vida sem ter deixado os desertos, e os encantos da sociedade sem ter perdido os da solido, estes indios pocivil
uma
felicidade
sem exemplo
Escrevendo ao rei Philippe V sobre os indios das misses, o bispo de Buenos -Ayres disse: Senhor,
nestas numerosas povoaes, compostas de indios naturalmente inclinados a toda sorte de vcios, reina to grande
um
pecado
Estado que no temia os perigos de uma constituio toda marcial, como a dos Lacedemonios, nem os inconv^enientes de uma sociedade
Via-se entre
elles
um
toda pacifica, como a dos Quakers. grande systema politico estava resolvido; a agricultura, que funda, e as
Um
estavam unidas. Os Guarani/s eram cultivadores sem terem escravos e guerreiros sem serem ferozes... A republica christ no era absolutamente agrcola, nem de todo entregue guerra, e nem privada inteiramente das lettras e do commercio. EUa
armas, que conservam,
alli
tinha
um
feito
no era melanclica
como
Sparta,
Athenas; o cidado no era opprimido pelo trabalho, nem encantado pelo prazer,,.
Esta belUssima descripo do maravilhoso resultado obtido pelo systema politico social empregado pelos primeiros jesutas no seu paciente trabalho de catechese e
civilisao dos indios, applica-se de preferencia ao Paraguay, onde elles tiveram o longo prazo de dois s-
Goayr que, havia j setenta annos, estavam sendo doutrinados por este mesmo methodo por outros padres da
44
companhia de Jesus, no menos intelligentes e dedicado do que os fundadores das reduces do Paraguay, e este espao de tempo era mais que sufficiente para os jesuitas do Goayr realisarem alli as mesmas maravilhas relatadas acima com referencia ao Paraguay. Quando mesmo haja muita exagerao na descripo que se faz da vida dos ndios nas misses jesuticas da America do Sul, ainda assim no podemos negar que estes ndios, dentro dos estreitos limites da sua esphera intellectual, eram muito mais felizes do que os seus dominadores hespanhes debaixo do tyrannico regimen de Philippe II e seus successores; mais felizes do que os francezes sob o imprio desptico, immoral e
devasso de Francisco I e Luiz XIV, do que os portuguezes sob o domnio clerial e carunchoso dos primeiros Braganas e talvez
inglezes do reinado
mesmo mais
felizes
do que os
de Henrique VIII,
o carrasco de
suas numerosas .esposas, e da pretenciosa Izabel, a assassina de suas rivaes, as desgraadas Jeane Gray e
Maria Stuart.
1629 havia, pois, no Goayr uma grande confederao de ndios, composta de 100.000 almas repartidas por mais de trinta aldas e obedecendo ao notvel regimen politico social que acabamos de vr. Foi sobre esta populao pacifica, industriosa e fe-
Em
bandos ferozes de caadores paulistas, capitaneados por Antnio Raposo e Manoel Preto Em trs annos ficou o Goayr liquidado e reliz
que
se
atiraram os
duzido a
um
monto de runas; no
pedra. Segundo alguns historiadores, cerca de 20.000 ndios foram mortos e 60.000 foram feitos prisioneros
e trazidos para S. Paulo, escapando somente uns 20.' 00 que conseguiram atravessar os rios Paran e Yguass e refugiar-se em territrio do e de Corrientes.
Paraguay
45
mercado de escravos ndios em S. Paulo ficou de tal modo imiundado por esta importao do Goayr,
que o preo desses escravos desceu a quinta parte e foram os importadores forados a levar grande quantidade delles pelo valle do Parayba abaixo at a cidade
de Campos. Alguns jesutas acomi>anharam os prisioneiros at S. Paulo na esperana de obteram alguma
ram porque
misericrdia para os vencidos; porm nada conseguitodos aqui eram directamente interessados
neste brbaro
commercio
e as leis
ndios,
nunca
o padre
srio,
Foi ento que os jesutas do Rio da Prata enviaram Francisco Dias Tanho Roma, como emis-
para obter do papa Urbano VIII uma declaraou o manifestao, formal e positiva, contra a caada
portuguezes e hespanlies, que ento estavam sob o reinado dos Philippes, sendo o Portugal uma provncia de Hespanha desde
pelos
e o captiveiro dos
ndios
1580. Appellava-se para as leis religiosas, que podiam actuar sobre o espirito supersticioso das populaes daquelles tempos, desde prio as leis civis.
que sobre
ellas
O
Prata,
Roma
em
um
e,
Breve
do Papa
acossado por
uma
tempestade, aportou ao Rio de Janoiro, onde foi hospedado pelos jesutas alli estabelecidos, aos quaes com-
E como
esta
interessava egualmente a todos os missionrios catholicos da America e estava, de pleno accordo com as opinies e methodos dos padres da
companhia de
apressaram
em
Jesus, os jesutas do Rio de Janeiro se fazer publicar este Breve com toda a
46
solemnidade, e enviaram depois villa d Santos uma copia que alli foi publicada na egreja matriz pelo vigrio da parochia.
indignao
dos
brazileiros,
natos
e adoptivos,
em
todas as villas
da capitania de
perar.
S. Vicente,
no Rio de
Janeiro, foi
assaltado pelo povo enfurecido e os padres teriam sido todos trucidados si no se tivesse dado a oppoHuna
Corra de S Be-
nevides, que no somente lhes sals^ou as vidas como at conseguiu que os seus edifcios no ficassem muito
prejudicados.
Em
Santos
ta
nbem
foi o
seu
collegio
assaltado, arrombado e invalido pelo povo, que inti mou os padres a no insistirem na execuo do Breve pontifcio sobre o captiveiro dos ndios, e no lhes fez
offerecida.
maiores violncias porque elles acceitaram a capitulao S. Paulo se procedeu de modo mais
Em
correcto: o
povo
e auctoridades
a se retirarem da capitania
em
prazo
logo obedecidos, renovaram a intimao por duas vezes com prorogaces dos prazos concedidos para elles deixarem a capitania, o que os padres fizeram depois de
fossem
terem tomado
suas
j
doras
das
valiosas
direitos futuros.
II
Ha cerca de dois annos o cidado Bento Ribeiro dos Santos Camargo auctorisou-me a ir a uma casa fechada do largo do Arouche, cuja chave deu-me, pertencente
um
47
velhos deixados pelo pa, e retirar de l alguns papeis
entre tenente-general Jos Arouche de Toledo Rendon,
os quaes era possivel
documentos de valor
Acceitando o gentil oEferecimento, encontrei na dita casa, em unia salinha que dava para o quintal, uma grande quantidade de papeis depositados a granel sobre
o soalha.
sala
Infelizmente
a janella e as
vidraas
dessa
tinham sido deixadas abertas por um caseiro pouco cuidadoso e os papeis tinham visveis oignaes de terem sido lavados por agua de chuva, entrada pela janella principalmente os que estavam unidos s taboas do soalho se achavam no somente molhados, mas tinham as folhas empastadas e a tinta da escripta apagada em
;
muitas partes. Depois de ter feito a necessria seleco, entregando familia os documentos de interesse privado e apropriando -me dos quo tinham algum valor histrico, comecei gradativamente a fazer, com o auxilio de poderosa lente de reagentes chimicos, a cpia daquelles
que
me
por de S.
lho,
mim
pareciam mais interessantes. Alguns j foram publicados na revista do Archivo do Estado Paulo, como o Dirio do coronel Affouso Bote-
em
com
os ndios
da tribu Xuelan.
Este curioso e instructivo Dirio est estragadissimo
e a sua ultima parte que continha a narrativa do encontro com os referidos ndios, est inteiramente i Ile-
gvel;
rativa,
elle estava uma cpia dessa, narestado de conservao e feita pelo tenente Francisco Olintho de Carvalho, que tomara parte
porm, junto a
em bom
48
blicado completo,
revista.
como
se v
do
volume IV da
dita
Nesse
Gaspar
est truncada, e o
mesmo
Fr. Gaspar.
encon-
com extenso manuscripto, muito as folhas todas soltas sem enumerao, estragadas por agua, com o papel em parte se desfazendo ao
um
com magnifica
lettra,
menor contacto, j roto em diverj^os logares e com as folhas to baralhadas, que a com grande custo me
foi
possvel collocal-as seguidamente enumerando-as, de modo a formar uma narrativa continua, intelligivel. est trunVerifiquei, infehzmente, que o manuscripto cado, faltando-lhe algumas folhas no meio e as do fim,
e
que no
traz data,
nem
Expulso dos jestjitas e causas que tiveram para ELLA os PAULISTAS DESDE O ANNO DE 16 l AT O DE 1640, EM QUE OS LANARAM PARA FORA DE TODA A CAPITANIA DE SO PAULO E S. VICENTE.
Manoel Eufrasio de Azevedo Marques, escrevendo Apontamentos Histricos da Provinda de S. Paulo,
os
ajuntou-lhes uma interessante Chronologia que abrange, dia a dia, os factos principaes da historia paulista. Nella
com
49
vos ffieiaes que se ponha em execuo o assento villa de S. Vicente, cabea da Capitania, sobre a expulso de Jesuitas; em cons3quencia do que
tomado na
dirigem -se todos ao collegio respectivo e expulsam os Padres que encontraram, e foram: o reitor Nicolau Botelho, Antnio Ferreira, Antnio de Mariz, Matheus
de Aguiar, Loureno Vaz, Domingos Alves, po^ alcunha o 2)ucui, Antnio Gonalves e Loureno Rodriguez.
vereamasda Gamara de 8. Faulo da expulso dos jesutas por Fedro Taqu&i de Almeida Fae.s Leme, que se refere a um * manuscrpto de Fedro Z Moraes Madureira, paulista
*
(Livro de registro de
desta data
Historia
citados).
O chronista Pedro Taques de Almeida Paes Leme nunca publicou cousa alguma; escreveu varias obras
relativas s capitanias de S. Vicente e de S. Paulo, falleceu deixando-as todas inditas e s quasi
mas
s-
um
culo depois da sua morte, cccorridacm 1777, foi que a Bevista Trimemal do Litituto Historico Brazieiro pu-
e S. Paulo.
em uma
discusso
que sobre as capitanias de S. Vicente e de S. Paulo, tinham es herdeiros de Martim Afionso de Souza e de seu irmo Pedro Lopes,
est completa e s foi publicada
depois do
falleci mento
em
1640.
A
ta
Nohiliarchia L^aullstana
uma
S.
relao
comple-
Paulo,
nhada da
acompamenos desem-
algum pa-
50
saliente
]>el
na
liistoria paulista,
desde a
chegada
de
Martini Affonso a S. Vicente, em. 1532, at a data etn que o chronista escrevia. Deste notvel trabalho foram
])ublicados, de
vista
1869 em deante, pela mencionada ReTrimemal do Instituto Histrico Brazileiro, os sedo anno de 1^69, contem o capitulo sobre os Buenos da Ribeira e parte do capi3i?,
guintes capitulos:
O volume
tulo sobre os
Taques Pompos.
O volume
Taques Pompos e mais os capitulos sobre os Almeida Castanhos^ Antas Moraes, Laras^ Prados,
Costas Cabras, Mesquitas, Penteados, e Avarengas Monteiros. volume 34, de 1871, contm a historia dos Pires, dos Affonsos Gayas, dos Chassins, dos Campos, dos Toledos Pizas, e dos Rendons.
volume
35, de 1872,
contm
os capitulos sobre
os
Lemes, sobre os Godoys, sobre os Bicudos^ Carneiros e Mendonas e sobre os Pedrosos, Vazes e Barros.
capitulos acima mencionados so os nicos publicados e tudo quanto resta da grande obra de Pedro
Os
Taques. Consta- me que, ultimamente, entre os papeis deixados pelo illustre paulista Joo Tibiri Piratininga, foi encontrado o capitulo relativo numerosa |e distincta familia dos
Arrudas Botelhos
Sampaios, tendo-
frequentemente se refere:
Leites de
Miranda
4 Furquins 5 Aguifres
6 Carvoeiros
7 Alvarts de Souza
10 Moraes
11 Pacliecos Jorgcs 12 Pintos Guedes
Nunes Siqueiras
30
A'ieiras
Maias
31 Moraes de Souza
32 33 34 35
Hortas
Rodrigues Lopes Tenorios
Freitas
38 Dutras 39 Arzo
r>2
40 Furtados 41 Betins
42 Moreira?
43 Guerras 44 Almeidas
53 Machados
Temos, portant(\ publicados 24 captulos da graude obra de Pedro Taques, um existente indito e 03 perdidos. Existe ainda na Bibliotlioca Nacional, no Rio
de Janeiro, e indito, um interessante trabalho deste mesmo auctor, sobre as minas e florestas da capitania
Vicente e de S. Paulo, do qual tem-me sido impossivel obter uma copia para o Arjhivo Publico c^es-
de
S.
10
Ksiado
Que
Pedro de
Moraes Madureira?
ica
a esta pergunta, que abi de lanada que algum acaso lhe d a es[)era necos-aiia resposta, acaso to feliz como aquelle que descobriu o titulo dos Arruda Botelho e Samjio en-
tre
os [)apeis do falleci<lo cidado !oo Tibiri e aquelle outro que fez vir parar nas minhas mos este curioso manus(ri[)to sobre a expulso dos jesutas em
1040
No
grapbias de
Amador Bucno
e de
53 da historia paulsita responsabilidade da expulso dos padres da companhia, no fizesse a narrao do papel que elles nella desempenharam e que deixasse
Tacques, cidados dos inais
illustres
e partici[>antes dn
passar (piasi
sem
meno
fez
este
importante
aconteci-
mento.
com
devia ter sido propositalmente o fim de deixar esse facto para servir de assmp-
Si assim o
to para
que elle devia ter escripto -e que, de facto, escreveu, porque foi tambm publicada pela Bevsta do mesmo Instituto Histrico Brazileiro, pa^^inas 5 a 40 do volume XII, do anno
historia espejial,
uma
de 1849.
O raanuscripto desta historia sahira das mos da familia de Pedro Taqucs para ir para o poder do
grande
poeta
Manoel
ao
de
mesmo
membro, sem comtudo explicar como lhe viera as mos esse manuscripto e sem dar a menor ida do
outro
que
havia
servido
de
guia
para
si
ela-
borao.
Nos seus Aponlamejit''s Histricos, no artigo intitulado Jesutas, Azevedo Marques transcreve diverofficiaes que esto tambm transcrino ptos presente manuscripto, e em um destes documentos, que um longo olficio dirigido pelns paulistas ao rei Joo 4". dando as rizes que tiveram a dos para expulso jesuitas, ha uma falha devida a de varias perda paginas que no foram conservadas,
nem
pela
Camar Municipal
de
S.
Paulo,
pessoas que asssignaram e tinham interesse var o inteira teor do referido officio. Esta falha est
no manuscripto,
acompanhada de nota, e est tamHistricos, com uma nota no o que faz crer que este ma;
4
e que , nuscripto foi o que Azevedo Marques citou, dos Jesutas por conseguinte, a Historia da Expulso
por Pedro de Moraes Madureira. A lettra do manuscripto, de excollente qualidade, comparativamente moderna e no pde ser do mesmo
porm,
isto
em nada
pre-
judica a hypothese, porque os uianuscriptos, a medida que iam-se estragando, eram successivamente copiados
Demais, o prprio Pedro Taques declara que a sua Historia da Expulso dos Jesutas foi em parte baseada sobre o manuscripto deixado por Pedro de Mo-
comparoo deste manuscripto, que de Pedro Taques mostra mas to semelhantes no no so ellas idnticas, que fundo e na forma, que somos forados a crer que este realmente o manuscripto que serviu de guia a Petenho a
vista,
raes Madureira e a
com
a obra
manuscripto deixado por Pedro de Moraes Madureira, cidado distincto que assistiu expulso dos jesuitas, devia estar junto a esta narrativa que foi
sobre ella baseada e juntos deviam ter sido publicados pela Revista do Instituto Histrico Brazileiro ; mas, o
pouco cuidado com que foram conservados estes e ou tros documentos, o misero estado a que a maior parte
tudo
justifica o desapparecimento desse escripto, tanto mais que os papeis no estavam intactos e j tinham sido examinados por outros interessados na historia
paulista.
e geographia
Outros documentos de grande valor para a historia do tempo foram por mim encontrados,
como
o Dirio de umj
55
expedio feita para explorar um certo rio do actual Estado do Paran, escripto pelo capello da mesma expedio, no qual j se no podem lr a descripo
do seu
inicio e o
nomo do
rio
explorado
um
interes-
Coimbra, irmo ser Arouche ou seu deve o que prprio general nma do da lenda Discusso Caramunt, inteiDiogo ramente intilisada P ovidencas para a conservao
brazileiro eln
;
;
sante Dirio de
um
estudante
um
;
Pelatorio
com que
ca
pito-general Mello Castro passou o governo successor Franca e Horta Noticia sohre a
ao
seu
e
Fauna
Alguns dos fragmentos so ainda dignos de leitura eu os irei copiando nas horas vagas e publicando os para conhecimento dos que se interessajn
e estudo
:
manuscripto relativo dos jesutas, que deu causa a esta serie que lhe servem de introduco.
Comearei
pelo
expulso
artigos,
de
r.
Je
toledo
cfiz.
em que
no anno de 1531 em todo o Brazil) se fundou de( primeira Povoao pois a Cidade da Bahia no anno de 1549 pelo Governador Thom de Souza, em cuja companhia foram os primeiros Jesuitas ao Brazil. Desta Cidade vieram a Yillx de S. anno de 1549 Vicente no mesmo para algs individues desta Sociedade, onde logo fundaram
Villa de S. Vicente
Fundada a
hu
Collegio.
So Paulo
Superior o
treze
Jezuitas
em
Padre Manoel de
chegando ao
sitio
Andr, que tinha fundado o Joo Ramalho, <|ue foi o Alcaide-Mr delia, Europo .ram avante a buscar ao Rey da Nao Firatipa^
havia a Villa de Santo
particular afeio aos Portuguezes. Desse Gentio foram recebidos os jezuitas c grande agazallio, e celebrou-se a primeira Missa em 2 de ja-
que j
se
achava
em
neiro do
mesmo anno
verso do Apostolo S.
S.
Paulo de Piratinin-
8
ga. Para esta povoao se transmigraram da Villa de Santo Andr por ordem de
os moradores
Mem
de S o
si
a administra-
o das ndios Piratininganos convertidos, e dos gentios, que vinham do centro dos Sertoens. Concebendo
se fizeram os Jezuitas
absolutos senhores de todo o governo temporal, com dio tal dos portuguezes assim Europos como Nacionaes.
Alguns
os
annos soffreram os damnos, que recebiam paulistas da falta do servio dos ndios aldeados
gem
pelos Jezuitas para o labor das minas de ouro de lavadescubertas pelo paulista Affonso Sardinha em
197 nas Serras de Jaguamimhaha, de Jaragu^ e Vuturuna distantes da Villa de S. Paulo quatro legoas. Para atalharem este perniciozo damno como objecto de futuras consequncias
providencia
tal
:
procuraram os Povos estabelecer hua se contem no contexto do Aos 15 dias do mez de Agosto do a)
como a que
Dom Jorge de Barros Fajardo Procurador do Concelho se ajuntaram os Officiaes da Gamara a saber, o Vereador Antnio Raposo, e seu
selho delia a requerimento de parceiro Antnio Rodrigues, o Juiz Manoel Francisco Pinto, e o dito procurador estando junto a maior parte
do povo, e moradores, e homens da Governana da Terra, e sendo todos juntos com o povo, o dito procurador requereo a elles ditos Officiaes por parte do povo dizendo
:
Que com o gentio Carij estavam morando ndios dos nossos aqui naturaes os quaes so da Alda dos Beys Magnos, e outros, e que ordinariamente entre
elles
ha brigas
e diferenas, e
que correm
risco mata"
59
rem-se por serem contrrios hiins dos outros pelo que lhes requeria fizessem requerimentos em nome deste
povo que os apartassem, e cada huns em sua Alda. Segundariamente: que no se largasse a posse, que temeste povo pelo Foral do Senhor da Terra, nem
deixassem meter-se nenhuma pessoa de posse das Aldes dos nossos Comarcaons, e nossos amigos, e compadres: Que se no largasse o Dominio aos Padres mais do que somente doutrinarem-nos como SuaMagestade manda, e quando elles ditos Padres os no qui-
zerem doutrinar
desta maneira
que
elles
officiaes
i-
zessem requerimento ao vigrio desta Villa para pr cobro nisso, o que se podia fazer facilmente: Que outro si os Carijs, que vieram antes dos padres irem
ao Serto, e que elles no descero nem os que vieram depois de virem os ditos padres, que elles ditos padres
que somente entendessem com os que descero; porque h tanto o Dominio, que elles tem no sobredito Gentio que no consentem que hum branco pouse nas Aldes o que nunca s fez, o
no entendo
elles,
com
que tudo
foi dito,
dito procurador diante de todo o povo, estando junto, o qual em altas vozes, junto em hu vz dissera Que
:
era muito bem, e que assim requeriam a elles officiaes, e porque era muita a gente disseram todos que
o dito procurador assignasse por elles, porque elles as.slm o haviam por bem: e que com isso fizessem
todos os requerimentos ao Senhor Governador Dom Luiz d Souza, e lhe fizessem a saber para nisso lhe pr cobro, e os ditos officiaes assim o assentaram. E
porque a razo de apartar os ndios dos Carijs era por haverem tido Guerra, ordinariamente desde ah initio, e agora ao tempo que os padres os foram descer os puzerani
em
come-
60
rem, como fizeram aos nossos ndios Christos parentes de estoutros nossos principaes Compadres, e Croulos, q' os mataram, e comeram, pelo que era necessario por-se Capitaens nas Aldes como Sua Magestade manda, e para que a elle se peo os ndios, que os moradores houverem mister, e se faa tudo por or-
venho a esta
servir.
Camar a
se so daquelles de
quem se espera que o tal cargo Assim o assentaram, e assignaram Borges Escrivo da Camar que ^Fernandes Pinto Antnio Rapozo Jorge de Barros Fajardo.
hajam de
e
Antnio
eu Simo
Depois disto parece que pela falta das providencias requeridas ficaram os povos recebendo maiores damnos, que os obrigou a uma nova altercao, ou desafogo;
porque no
ferido
(1)
:
mesmo
se
guinte
Em
em
os
10 dias do
mez
ajuntaram os officiaes da Camar a saber, o Vereador Vicente Bicudo assistiu em seu lugar o Vereador do anno passado Antnio o Jos de e seu ^Bapozo, juiz Camargo, parceiro Pedro Nunes, e Francisco da Gama procurador de Concelho, e sendo todos juntos com a maior parte do povo, e homs da Governana da Terra pelo juiz Joz de Camargo foi dito: Que todo povo junto, e o dito
e
ajtamento se lhe pedia pela maior parte deste povo Camar dizendo Que eram homens pobres, e que
:
de Aereaes da Camar de S. (1) Livro de Kegistros Paulo, tit. 610, pag. 19 verso. Esta nota e todas as seguintes no so do manuscripto, mas sim minhas. 4. de Toledo Piza,
(jl
para remediar suas necessidades lhes era necessrio muitas vezes, e cada dia, pedir ao Senhor Governador
quatro ndios assim para fazerem seus mantimentos para comer como para irem as Minas a tirar Ouro para
seu remdio, e delle pagarem os Quintos a Sua Magestade, e que com esta Ucena hio s Aldas, e no
achavam ndios, nem queriam hir (om elles; e quando hiai)i no cumpriam o termo da obrigao do aluguer, e com as pagas na mo se tornavam para Alda, deixando aos moradores em as Minas com os mantimen^<tos perdidos^ e suas pessoas, sem terem quem os be
neicie;
que
isto
cauzava o no terem
os ditos in-
dios nas Aldas Capito nem Justia, que os oppri misse a cumprir com as pagas, que recebiam, de que rezultava muito damno aos ditos moradores por fica-
rem perdidos, perdendo os seus mantimentos, paga, e tempo, e os ditos ndios fazendo zombaria 'dos mora,
dores, e rindo-se,
levantando-se s maiores,
os seus Reaes Quintos:
sua
sen-
Que Magestade perdendo do as Aldas desta > Capitania sempre sujeitas aos Capites e Justia desta dieta Capitania agora se intro dzia rumor dizendo Que no pelo dito Gentio
hum
e os
Que
as ditas
Al-
eram suas, porque eram Senhores no temporal e espiritual, e que s o Papa era a sua Cabea; e por <'COUza nova e dezacostumada, e nunca at hoje tal Dominio nem posse aos ditos padres da Companhia se dera desde que esta Capitania se fundou at hoje
das
havendo-a pertendido os ditos padres por muitas vias e modos, e s se lhes consentiu a administrao espi
ritual.
E porquanto
as couzas se
ma
dita os Officiaes
62
soubesse
se
haver- se dado
posse
se, e
aos ditos padres em algum tempo o disses. lhes justo no, que recobrassem parecia quando
bom
como costumava
que os ditos ndios sirvam por sua paga, e aluguel aos Moradores para que com elles cultivem as Minas e
faam seus servios, de que rezultar Dizimo a Deus, Quintos a ElRey, augmento aos Moradores, 9 a elles utilidade com o proveito de se vestirem com o eu
trabalho, e as suas mulheres^
e apartaram-se de
suas
que no pde rezultar servio algum de Deus, e com o' vicio da borracheira se levantarem contra os brancos, e moradocontinuas idolatrias, e
borracheiras, de
res
tes
como
nesta capitania
tem
feito,
em
outras par-
do Estado.
Alda grande para que no tenham foras quando alguma ora reinarem, se no que se partam de duzentos vizinhos, e no mais, e distantes trs, ou quata
tro legoas
no consinta que
aja
huas das outras. Assim tambm para que se nas Aldas estejam, nem se receservios
em todas
sejam acima
seno que Capites que tenham especial cuidado, e sufficientes para evitar, e ordenar as couzas
de brancos,
ditas; e
que para
dito
isto
pediam o parecer de
vozes
assi o
to,
em
altas
por
todos:
Que
e justo,
que
requeriam todos
aqui os
se
elles ditos
Officiaes,
e se
assignaro
ditos Officiaes
e
com
os demais,
que prezentes
acha-
vam, pelo Povo assignou o dito Procurador Francisco da Gama, e eu Simo Borges Escrivo da Camara que o escrevi Jos de Camargo Pedro Nunes * Antnio Giraldo Corra Francisco da GaRapozo
(J3
Oliveira Antnio Fernandes Bel Gonalo Madeira Pascoal Leite Furtado Duarte Machado Manoel Godinho Andr Gon Ascenso Ribeiro Manoel Francisco Pinto alves Ferno Dias Manoel Esteves Henrique da Cunha Christovno de Aguiar Giro Andr Botelho Mancel Aftonso Pascoal Dias M;uioel Fernandes Pedro Leme Antnio Pinto Micel Joo Leite JoHo Dias ^Pedro Dias Pedro Rodrigues Guerreiro FranPreto Chrizostomo Alvares Pedro de Arajo Braz Esteves Leme Aleixo Leme Manoel Paes Joo Fernandes Joo Alvares Ferreira Pedro GonJoo da Silva Jorge Peres Raalves de Freitas de Oliveira Thom Martins BonilhaLuiz Furtado Sebastio Leme Joo de Brito Jernimo de
ma Antoiiio de
clor da Costa
cisco
fael
Brito
Bartholomeu
Francisco de Siqueira Joo do Prado Domingos Cordeiro Joo de Oliveira Amador Bueno da Ribeira Diogo Pires Leonel Furtado Domingos Luiz o Moo Mathias Lopes Gonalo les Domingos Pires Affonso Coelho Francisco Sa raspe -Alonso Peres Canhamares Pelo Povo e por
Andr Peres
Joo Gomes
- Sebastio Fernandes
Bueno da Ribeira Joo Soares Camacho Antnio Bicudo Loureno Nunes Jacome Nunes Pinto
Pi-
para
fora da Capitania de So Paulo e So Vicente. Na Camar Capital desta Villa prezentes os Procuradores das
Camars das mais Villas da Comarca se tomou assento para serem expulsos os Jezuitas do theor seguinte Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo da Era de mil seiscentos e quarenta annos, aos
:
64
do mez de Junho do dito anno, nesta Villa de So Vicente nas Casas do Concelho delia, estando juntos os Procuradores das Villas desta Cavinte e cinco dias
*pitania, a saber o
cente Antnio Vieira Guimares, e os procuradores da Villa do Porto de Santos o Capito Lucas de Freitas
de Azevedo, e o Alferes Francisco Pinheiro Paes, e os procuradores da Villa de S. Paulo o Capito Fran
cisco Rodrigues
da Guerra,
e o
des de Sayavedra, e
o procurador
Anna da Parnahiba
o Capito Baltliazar Fernandes, e o procurador da Villa de Santa Anna das Cruzes o Capito Joz Preto, e o procurador da Villa de Nossa
Senhora da Conceio o Capito Vasco da Motta e o Procurador da Villa de Nossa Senhora das Neves do Iguape (2), e o Procurador da Villa de S. Joo de
(Canana Sebastio Pereira de Abreu
;
sendo ahi
to-
dos juntos trataram de remdios que hanam de ter para informarem a Sua Magestade, e supplicarem a
Sua Santidade sobre os Breves de Sua Santidade e do Senhor Coleitor destes Reinos de Portugal passardes a instanciados Reverendos Padres da
Companhia
de Jezus, e entre todos determinaram o seguinte (para o que tomaram juramento dos Santos Evangelhos sobre
Primeiservio de Deus, e Salvao de suas Almas): ramente se determinou se tirasse hum pedido nestas
duas Capitanias, e Villas delias conforme a posse de cada hu, que sero por ora quatro mil cruzados a saber, dois mil e quinhentos a Villa de S, Paulo, e a
traz,
nome do representante da
65
Villa de Santa
da Parnahiba cento
a Villa de Santa
Anna
das Cruzes
mil
reis,
reis, e a Villa
do Porto
S.
de Santos
e a Villa
da Ilha de
S.
Sebastio sessenta
reis, e
a Villa de
de Nossa Senhora da Conceio cem mil ris, e da Villa de Nossa Senhora das Neves de Iguape, sessenta mil ris,
e a villa de S. Joo de
Canana vinte
que
tudo faz
*
soma
tirar
com
curadores das
Camars, e
Povos
delia
na
Villa de
com
Cartas e
mais papeis, e pelo tempo adiante se tirar outra tanta quantia pelas mesmas Villas, seguindo a mesma
ordem.
Villa, e
hum desta Junta levou para a sua Povo, de que h Procurador, h Memorial dos Papeis, Provas, e Certides que cada Villa ha de cada h delles h traslado deste tirar, e levasse
Assento, e junta, assignado por todos.
que
mearam a fazer fundados nos Reverendos Padres da Companhia por razo destes Breves nos favores, que lhes davam, induzimen^o^, que lhes faziam, de que se
seguia risco notvel das vidas, fazendas, e honras de todos os moradores destas Capitanias (1), que se no
podia ataliar por meio algCi seno lanando os ditos Reverendos Padres da Companhia fora desta Capi-
Sebastio e Villa Bella estavam na cade Pedro Lopes, emquanto as outras povoaes aqui mencionadas estavam na capitania dos herdeiros de Martim AFonso. Eram, portanto, duas capitanias.
(
As
villas
de
S.
()ij
tania; e outro sim visto no se poder administrar Juscumprimento as Leys de Sua Magestia, nem dar
na sua prezena porquanto se tem poderozos que querem que tudo se faa a rer, e vontade, tanto assim que qualquer que lha no faz, o procuram logo calumniar os outros com medo de semelhante exemplo
tade, e
feito
to
seu queMinistro,
como
experincia ordinria-
mente nos mostra, tanto assim que publicamente dizem, e mostro por Cartas que dizem ser de outro Padres da sua Religio afflrjnativamente, e ainda com
juramentos, que temos outro Rey vivo, dizendo que h Dom Sebastio que Deos tem, persuadindo isto a muita grande parte destas Villas, e porque alguns ho-
mens de pouco saber, e antendi mento se pde temer alguma duvida antes d isto vir a mais, se assentou para evitar com tempo as alteraoens, que daqni se se podiam seguir, e juntamente constando que hum Padre de sua mesma Ordem, Religiozo professo, Sacerdote, e pregador,
In-
Pernambuco por nome o padre Francisco de Moraes, ao qual elles haviam constitui do, e por capito, e Governo dos mesmos ndios em a Guerra de Pernambuco contra os Olandezes, se rebellou, e landios de
ou com o inimigo levantado Guerra contra os nossos, assim elle com os mesmos ndios, fazendo-nos notaveis
tal
ruina
em quan cazar em
Olanda, e
*com
com
estes ndios
vidas,
Reverendos padres tanta mo que se pde temer o risco de nossas entrada que por esse meio somente poderia ter
os ditos
tem
o Inimigo. O que tudo bem considerado para mais segurana, e dcfenca destas capitanias, e quieta-
U7
o dos Vassallos de Sua Magestadc, o servio do dito Senhor se ordemnou, e assentou a que pela mais licita, honesta, e moderada ordem, que se pdr alcanar, se botem todos os Reverendos Padres da ompanhia, que nesta capitania assistem, fora delia com protestao de nunca mais os admitir nella, por ser
bem
co-
*mum, por capitanias, assim ordenarem o assignaram e eu Antnio de Ma dureira Salvadores Escrivo da Camar que o escrevi.
povos; e
que
foram
prezentes
nesta
Camaristas.
Aos dous do mez de Julho deste anno de 1640 na Casa do Concelho se abriu uma Caixinha, que veio de S. Vicente, sobre o que alli se determinou em Camar,
em Camar
prezentes os procuradores de todas estas Capitanias, e se abriu a dita Caixinha, e se achou nella
o que se determinou em S. Vicente, e se leu ao povo, que estava junto, e contedo nelle, e houveram por
que tinham obrado os procuradores, o qual eu Escrivo li ao povo todo, que estava presente papel
feito o
bem
assentado,
e a requerimento
Ofn3'acs da Camar, ao Collegio da Companhia de Jesus, e lizero a notificao, a qual fiz eu Escrivo da Camar a requerimento dos Officiaes delia, e Povo, ao Reverendo Padre Reitor Nicolo Bopessoas, a saber os
telho,
em
seis dias
mesmos Padres
gio do Rio
despejasse ao
com
os
Polle-
de Janeiro para segurana de suas vidas, honras, e fazendas contra o levantamento do Gentio, de que no vivem seguros, como a experincia tem
mostrado, e para segurana, e defeno de todas
estas
()8
para que o inimigo no tenha entrada nellas lhe convm, e h couza muito necessria que os ReveVillas,
rendos padres se saiam fora destas capitanias, fundados em outras muitas couzas, e razoens, que daro a Sua
ou a quem de Direito pertencer, pelo que lhes requerem o faam assim dentro em seis dias, porque os levantamentos, com que o Gentio ameaa no soffrem maior dilatao, vista a calamidade do tempo, em que o inimigo rebelde tem tanMagestade, e a seus
Ministros,
tas praas
occupado que os incita liu continua vigilncia, por cujas cauzas movidos estes povos esto rezolutos, entendendo convir assim ao Servio de
deste Estado
ns por evitarmos ale ajuntamento tumulto, guma dos povos poder succeder requeremos aos Reverendos ponham em ordem as suas cousas, e se recolham ao
e
indecencia, que
com
colgio do Rio
capitania,
para o que lhe daremos toda ajuda e favor dentro do dito termo, do que protestamos no incorrer
em
censura, ou excommunho alga e que succedendo alga dezordem ser a culpa imputada a Vossas Reverencias por sua contumcia. Este h o theor da notificao que o povo, e Cama-
r juntos,
Reverendos Padres, em que se assida Camar, e o Povo, que o dito fez em dito dia, mez e anno declarado, requerimento e eu Manoel Fernandes Velho Escrivo da Camar o
fez os
gnaro os Officiaes
escrevi, e
nelle
notificao
me assignei por ser por mim feita a em nome do Povo, e Camar. O escrivo
Manoel Fernandes Velho Fernando de Camargo (i)BarPertencia illustre famlia dos Camargo e tomou (1) te activa nB guerra civil contra os Pires e Taques. Deu tra Psdro Taques sangrento combate no largo da S em e no anno seguinte assassinou o mesmo Pedro Taques no
parcon-
1640 mes-
mo
largo,
na esquina da travessa da S.
6\)
ro
Domingos da
(4)
Antnio
Alves Coucei-
Pessoas que assignaro este termo. Gaspar Manoel Solvago, Francisco de Camargo, Fernando de Godoy Moreira, Pedro do Prado, Francisco Leme da Silva, Antnio de Barros da Silva, Ferno
Munhoz, Manoel Alvares de Souza, Innocencio FernanBanhos, Domingos Leme, Sebas* teo Fernandes, Gaspar Sardinha, Jos Ortiz de Camargo, Gaspar Fernandes Corte z, lvaro Rodrigues do Prado, Joo da Costa Lima, Gaspar Affonso, Joo Furtado, Pedro Leme, Innocencio de Brito, Amador Bneno (6), Belchior Carneiro de Barros, Domingos Fernandes Pinto, Matheus Luiz Grou, Antnio Bueno, Antnio Domingues, Diogo Coutinho de Mello, Pedro Leme do Prado, Ignacio Lopes, Bento do Amaral, Aleixo Leme, Gaspar de Godoy Moreira (7), Pedro Vaz de Barros (8), Joo Paes, Diogo Fernandes, Joo Baruel, Ferno Dias, Fructuozo da Costa, Luiz Fernandes Bueno, Gabriel de
des, Francisco Ribeiro
Ges, Pedro
Dias
de
Castilho,
Domingos Rodrigues
Velho, Thom Martins Bonilha, Antnio de Siqueira de Mendona, Luiz de Andrade, Antnio Bicudo, Bal(4)
tado de S. Paulo.
(5)
outros
eram verea-
dores.
Amador Bueno da Ribeira, o mesmo que, logo depois (i) da expulso dos jesuitas, foi acclamado rei de S. Paulo. Da unmerosa e illustre familia dos Godoy Moreira, qne (7)
at lioje distincta
em
S.
Paulo,
Ambaro
e Pindamonliangaba.
Vide Annexo H. do vol. XIII do Arehivo de S. Paulo. Cidado muito importante e fundador da numerosa (8)
e opulenta familia dos Barros
e
Queiroz,
de
S. Paulo.
70
thazar Corra, Joo Rapozo Bocarro (1), Dom Francisco Rendon de Quebedo (2), Miguel Loureno de Andra-
Luiz Rodrigues Cavalinho, Dom Francisco de Lemos, Paulo Pereira de Avellar, Antnio de Madureira
de,
Moraes, Pedro de Moraes Madureira, Domingos Jorge Bal thazar de Godoy Moreira, Domingos (3), Garcia, Ignacio de Bulhes, Garcia Rodrigues Velho (4),
Velho
Joo Maciel Bao Loureno de Siqueira de Mendona, Estevo Cabral de Tvora, Pedro da Silva, Henrique da Cunha Lobo, Joo Maciel Valente, Manoel de Siqueira
,
de Mendona, Joo Maciel, Pedro Fernandes, Pedro Fernandes Aragons, Francisco Joo Leme, Joo Martins Bonilha [5), Francisco Dias Leme, Pascoal Dias, Francisco Rodrigues, Brando, Thom Martins, Matheus Martins, Antnio Fernandes, Luiz Dias Barrozo,
(1)
S.
Sebastio e muito
l^roeminente. A' ella pertenciam Joo Leite da Silva Ortiz, il^ lustre sertanejo, companheiro e genro de Bartholomeu Rueno
da Silva, e Bartholomeu Paes de Abreu, genro do capito-mr Pedro Taques de Almeida e pae do historiador Pedro Taques de Almeida Paes Leme.
(2) Hespanhol de nascimento e fidalgo, genro de Ama dor Bneno da Ribeira e um dos auctores da acclamao do seu sogro para' rei de S. Paulo, no anno de 1641.
(3)
Deve
ser
mesmo grande
Pernambuco
Pertencia a
foi
uma
um
cidado de
muito prstimo
dencia e
importante descen"
Leme.
(5)
Era,
com
membro de
pelo Es-
hoje
espalhada
71
Manoel de Siqueira Bicudo, Manoel de Arzo, Manoel Rodrigues, Manoel de Macedo, Francisco Bicudo de Siqueira, Manoel Peres, Manoel de Linhares, Gonalo Gil, Antonto Rodrigues, Francisco da Costa Valadares, Francisco Rodrigues, Pedro LouDiogo Tavares
[1],
reno,
Sebastio
GU
de
Godoy,
Balthazar de Souza,
Barboza, Diogo da Gada Francisco Cunha, Francisco de ma, Borges, Felippe da Corra Antnio Francisco Silva, Paiva, Rodrigues,
Manoel Fernandes
[2],
Diogo
Joo Ribeiro, Baptista Maciel, Francisco Lopes BeneviQuadros, Alonso Peres Canhamares des, Ascenso de
[3],
Balthazar
Martini Velho
Pedro Gonalves Varejo, Domingos Peres Botelho, Antnio Loureno o moo, Aleixo Leme, Francisco de Alvarenga, Miguel Rodrigues Garcia, Lucas Pedrozo, Matheus Leme do Prado, Antnio de Siqueira, Domingos Luiz Leme, Joo da Cunha Gago (4).
de Quadros,
Diogo da Costa Tavares, irmo de Antnio Raposo Favares, que foi o commandante dos i^aulistas na guerra de Pernam])uco contra os hollandezes. A familia Tavares era muito
(1)
Havia em S. Paulo e Parnaliyba naquelle tempo uma (2) numerosa e importante familia Fernandes, descendente de Manoel Fernandes Ramos, fundador do villa de Parnaliyba. Domingos Fernandes foi o fundador de Yt. Andr Fernandes foi um sertanejo notvel e riquissimo e Balthazar Fernandes
foi
o fundader de Sorocaba.
(3)
Os factos aqui narradas tiveram lohavia logar J GO adnos que o Brazil pertencia Hespanha e a colnia hespanhola em S. Paulo era importante,
Era liespanhol.
lfi40;
em
etc.
>
Era to numerosa e importante a familia Cunha Gag que mereceu um capitulo especial na Nohiliarchia Paulintanay de Pedro Taques.
72
porque os Padres Jezuitas se deixaram ficar nesse CoUegio sem demonstrao de que o deixavam, tornou o povo em corpo de unio a apparecer em Camar aos
7 dias
execuo a expulso dos Jezuitas por se ter acabado o termo peremptrio, que lhes fora intise puzesse
em
mado para
isso;
tor-
nam
de trs dias
povo a esta
admittir a
vo da Camar Manoel Fernandes Velho, sem se lhes menor escuza na forma do Acordam toma-
hum
Depois no dia dez do mesmo mez de julho tornou grande numero de pessoas em corpo de unio, e
irmo
Dom
rendo todos
ta instancia
Joo Matheus Rendon e seu Rendon de Quebedo [1^, requeos Officiaes da Camar com clamor, e muida parte de Sua Magestade, dizendo:
Francisco
Dom
Villa, paz,
So Vicente
das duas
nhora
da Conceio (^), despedindo aos Reverendos Padres da Companhia de Jezus desta ^^illa pelas razes j allegadas e outras
(1)
Ribeira.
consequncia de longas contendas entre os herdeiros dos dois irmos Martim Affonso de Souza e Pedro Lopes de Souza, a cabea de uma das donatrias j)assou a ser a villa da Conceio de Itanliaen, icando S. Vicente como cabea da outra. Dahi estes nomes para as duas donatrias, errada2
Em
mente chamadas
capitanias;.
73
Sua Santidade dariam; o que visto pelos ditos ditos Officiaes da Camar mandaram que noteficados os Reverendos Padres da Companhia desta Villa terceira
vez para o que lhes assignavam dous dias peremptorios de terceiro termo; e passado o dito termo pro veriam com Justia o que mais fosse servisse de Deus,
Sua Magestade, e bem comum; e eu Domingos da Motta Tabelio desta Villa de S. Paulo, e seu tere de
mo, o escrevi por mandado dos ditos Officiaes ta do Escrivo da Camar, e o assignaram
dito povo.
em falcom o
Neste
nada,
mesmo
do livro j referido (1) pelo termo do theor seguinte: Aos dez dias do mez de Julho de mil seiscentos e
se v as folhas sessenta e duas
como
quarenta annos nesta Villa de S. Paulo, por mandar do dos Officiaes da Camar delia, a saber, os Juizes
ordinrios Bartholomeu Fernandes de Faria, e Fernan
do de
Camargo,
os
Vereadores Antnio
Alvares
Couceiro, Domingos da Rocha, Joo Fernandes Savedra, e o Procurador do Concelho Miguel Garcia Car
rasco a requerimento do Povo que atraz esto assignados, e de outros muitos que ficaram por assignar sendo juntos porta do Collegio de Santo Ignacio da
Companhia de Jezus desta Villa de Ss Paulo a reqrcrimento do dito Povo os ditos Officiaes da Camar ni liaram noteficar ao Reverendo Padre Antnio Fer-
livro a
que
se refere o
mesmo
das
actas
das ses-
ses da camar do anno de 1640; temol-o vista, estragadiso masimo, e por um ou outro trecho que se pode comparar, a gramcom s(>mente as fielmente actas, nuscripto reproduz matica um pouco melhorada, porque a do livro pssima e os
as iniciaes
em
lettras minsculas.
74
da Companhia de Jezus por no estar o Reitor, ficou elle em seu lugar. A noteficao que lhe foi feita h a seguinte : Que a dita noteficao so trs,
reira
feito
SS.
despefa-
querendo
incorrer
na
ou-
excommunho^ Si
tras
quis
suadente Biavolo,
nem em
no lanavam fora os ou mal querena, dio do Demnio, por perzuazo jiem vingana, mais que somente por defenderem suas fazendas, honras, e vidas, e de suas mulheres, e fiIhos, como tudo provariam largamente ante Juiz com-
e honra de outra mapetente, a qual fazenda, vida, neira no podiam defender. qual noteficao assim
Domingos da Motta por mandado dos ditos Officiaes da' Camar, lendo para isso um papel em que se continha o acima dito, que os ditos Offez o Tabelio
ficiaes
a requerimento do povo deram, o qual em predo dito padre foi lido em alta vs, que o dito zena Padre bem ouviu em prezena de mim Escrivo da Camar, do que os ditos Officiaes da Camar man-
daram fazer
este
Termo,
em que
o dito Tabellio c
migo Escrivo ,da Camar nos assignamos. Manoel Fernandes Velho, Escrivo da Camar, o escrevi. Ma^noel
Velho. Domingos
infallivel
da
Motta.-
zuitas,
como
ella
do
mesmo mez
os
em Camar
Cruzes Joo
Homem
oens foram reconhecidas pelos Oliciaes da Camar de Paulo, aos quaes dissero que elles vinham em nome das ditas Villas para o effeito de se dar execu"
^o
o o determinado na Villa de S. Viceiite em nome das ditas Villas, e moradores delias; e de como apre.
sentaram ditas procuraes com o requerimento declarado se fez de tudo termo, que todos assignaram, como se v a folhas 63 do j referido livro, no qual em
folhas 64 se acha o
Termo da ultima resoluo, que tomaram em Camar para lanarem aos Padres Jesuitas pelo theor seguinte
:
Aos 13 dias do mez de Julho de 1640 estando, os Officiaes da Camar, Juizes, e Vereadores, estando ahi
o procurador da Villa de da zes (\) Joo
Homem
Villa de Santa
procuradores
Anna de Pernahiba, e cada hum dos com sua gente de cada instancia, e
Villa,
requerero que se
desse
execuo o que da Villa de S. Vicente, Cabea * desta Capitania, viera determinado de deitar fora
desta
Villa
e
os
Padres
da
Companhia de Jezus
Villa
e Capitania pepara paz, las razoens j alegadas, e por outras mais que dariam Sua Magestade e a Sua Santidade, e que no puzessem no cazo dilao, e denovamente tornaro a
quietao desta
requerer com muita instancia, e clamor do Povo, e Procuradores das ditas Villas nomiadas; e visto pelos
Officiaes
da Camar o clamor,
requerimento doPo-
vo todoni
mandaram
to do Povo, que o faziam, disserem os ditos Officiaes da Camar que protestavam no incorrer em pena, nem em cen-
como no podiam
apaziguar,
nem
sobre a
Devesa ler Santa Anna de Mogy das Cruzes, cidade" margem esquerda do rio Tiet, tfns 60 kilometros aci
S, Paulo: servida pela
ma
de
Estrada
de Ferro Central do
Brazil,
76
logo tornou o dito
Povo de-
novamente a requerer que se executasse o que tantas vezes elle dito Povo tinha requerido, e que elle, e Procuradores davam disso conta Sua Santidade, e
Sua Magestade, do qual requerimento mandaram fazer este Termo, que assignaram com ditos Procuradores Joo Homem da Costa e Gonalo Ferreira com a maior parte do povo, e eu Manoel Fernandes Velho Escrivo da Gamara que o escrGYGona-o Ferreira Joo Homem da Costa Fernando de Camargo Bartholomeu Fernandes de Faria Antnio Alvares CouJoo J^ernandes Savedra Domingos da Bocha eeiro
assignaram este Termo ( 1 ) Manoel Ghaves Bravo, Gonalo Lopes, Balthazar de Souza, Ferno Dias, Francisco de Gamargo, Loureno Gorra, Jos Grtiz de Gamargo, Antnio de Faria Alberns,
Pessoas que
Henrique da Cunha G&go, Simo Borges, Manoel Delgado, Paulo Pedrozo, Balthazar Corde Fontes, Joo Delra, Belchior da Cunha, Diogo de Joo Antnio Edra, Pascoal Dias Gomes, gado, Luiz da Costa, AntSalvador Rodrigues, Rodrigues, nio Pedrozo de Freitas, Marcellino de Gamargo, Manoel Ribeiro de Azevedo, Francisco de Gaya (2), AnMiguel
Delgado,
tnio de Medeiros, Joo da Gosta, Brs
Mendes
Ribeiro,
como dissemos, o
e
mesmo
2
)
nomes porque de actas qne os contem est illegiveL porque os jesuitas voltaram por influencia de outros
mlia
Havia na capitania de S. Vicente uma importante faGaya que fez figura em S. Vicente, Santos e S. Paulo e mereceu um capitulo especial na NohiUarchia Paulistana de Pedro Taques.
(
Jofio
lheiros,
Maciel Baco, Manoel de Siqueira, Perno MaThom Martins Bonilha, Flvio da Costa, Fran-
Gonalves,
vSalvador
Borba, Fernando Munhoz, Thom Fernandes da Costa, Manoel de Gos, Matheus Luiz Grou, Luiz Gomes, Pedro Nunes, Gaspar Affonso, Bartholomeu de Quadros, Pede Miranda, Belchior Francisco Fernandes,
de
dro do Prado, Francisco Leme, Francisco Gaya, Luiz Dias Leme, Rafael de Oliveira o moo, Francisco
Dias, Joo Ferreira, Joo Furtado, Bernardo da Motta, Joo Paes Garcia, Angelo Preto, Mathias de Oliveira,
Freire, Diogo Barbosa Rego, Ferno de SiJoo queira, Rodrigues de la Penha, Joo Ribeiro, Ascenso do Quadros, Manoel de Ges Rapozo, Antnio de Siqueira Caldeira, lvaro Netto, Domingos Luiz Leme, Al nso Peres, Francisco Lopes Bravo, Antnio
Romo
Loureno o moo, Gaspar Sardinha, Joo Moreira, Joo Machado, Manoel Rodrigues, lvaro Rodrigues do Prado, Paulo Pereira, Joo Fernandes Edra, Domingos Fernandes Gigante, Manoel de Arzo, Joo do Pn.d), Fernando Dias Paes(l), Jernimo de Camargo, Mathias Paes, Joo Paes, Antnio de Barros da Silva, Gaspar Maciel Aranha, Pedro da Costa, Francis-
que este nome apparea entre os velho Fernando Dias Paes, fun-
dador da importantssima familia deste appeUido, falleceu em o seu filho Fernando Dias Paes, era to amigo dos jesutas que, fallecendo sm herdeiros forados, deixou todos os
ItO;
seus bens ao coUego dos jesutas de S. Paulo. O neto, Fernando Dias Paes Leme, o grande sertanejo e descobridor das esmeraldas, foi companheiro de Joo Pires nas negociaes e tratados para a volta dos jesutas. Si era membro da famlia Paes Leme, dflferencou-se delia nas suas relaes com a companhia de Jesus ou mudou mais tarde de opinio.
Bicudo Furtado, Joo de Figueiredo Maciel, Diogo Dias Ferraz, Jos Monteiro Cardoso, Elias de Moura, Domingos Barboza, Estevo Dias, Manoel Francisco de Andrade, Braz Cardozo, Diogo Barbosa, Diogo Tavares, Diogo Mendes, AntCO Dias Peres, Antnio
Luiz Rodrigues Cavallinho, Domingos Pascoal Antunes, Ferno de Godoy Moreira, Silva, Garcia Rodrigues Velho, Innocencio de Brito, Joo
nio Preto [1],
da
Borruel, Gaspar Dias Peres, Pascoal Dias Peres, Manoel Alvares Preto, Joo Martins Bonilha, Joo Dias
Peres, Antnio
Anrtin Eredia,
Negreiros,
Miguel Nunes Pereira, Joo Diogo Coutinho, Loureno Cardozo de Antnio Loureno, Domingos Luiz, Miguel
Cordeiro,
nia;. P.-(h'o
Tiiz
rns^^nril
Cordeiro, Francisco
Rodri-
Siqueira, Loureno Antnio Jorge Pereira, Francisco da Costa Valladares, Amador Bueno da Ribeira, Joo Pereira Thermudo, Miguel Rodrigues Pereira, Antnio
gues
iDrando,
Manoel
Pires,
de
Amaro
Alvares,
Bicudo de Mendona, Manoel de Siqueira de MendonManoel Garcia Velho, Manoel Fernandes, Joo a, Dias Peres, Antnio de Siqueira de Mendona, Braz
Machado, Pedro Fernandes Aragons, Joo de Godoy, Matheus Martins, Sebastio Fernandes, Antnio Leito,
Pedro Dias de CasPaulo do de Antnio tilho, Amaral, Arajo, Francisco Ribeiro, Antnio Mendes Coutinho, Sebastio Gil, Loureno Dias, Francisco Furtado, Pedro de Caraa, FranSebastio Rodrigues, Braz Leme,
cisco Borges, Francisco Barreto,
Era genro de Amador Bueno da Eibeira e pertencia importante famlia, Preto Moreira. Manoel Preto foi um dos heroes do Goayr, companheiro de Antnio Raposo na destruio destas famosas misses dos jesuitcs nos annos de 1G29 1632.
(D
uma
'9
Ribeiro, Sebastio Gonalves, Mathias Martins, Martins, Pascoal Leite Furtado (1), Domingos
Thonii
Pires,
Antnio Vieira, Antnio Barboza, Luiz Zianis Gil, Dom Joo Matheus Rendon, Dom Simo da Fonseca, Fructuozo da Costa, Andr Bernardes, Luiz de Andrade, Joo Gonalves, Francisco Dias Leme, Pascoal Ribeiro, Francisco Rodrigues Gomes, Domingos Fernandes Pin-
Paulo da Costa, Francisco Velho, Francisco Barboza, Francisco Cubas, Mauricio de Castilhos, Francisco Martins Bonillia, Pedro Vaz de Barros, Antnio
to,
lUcudc,
Joo de
Barros da
Silva,
Amador Bueno,
moo (2), Ignacio Preto, Francisco de Barros, Pedro Nunes de Pontes (3), Gonalo Lopes, Gaspar Gonalves, Sebastio Gil, Pedro Leme, Gonalo Gib Manoel
Paes de
Leme do
Linhares, Antnio Corra da Silva, Pedro Prado, Francisco Vieira, Aleixo Jorge, Joo
Luiz
Fernan-
1)
Era
um
dos
S.
Paulo na-
quella poca e pertencia a alta fidalguia portugueza. Delle descendiam os brigadeiros Joaquim Jos Pinto de raes Leme e Bernardo Jos Pinto Gavio Peixoto.
Mo-
Era illio mais velho de Amador Bueno da Bibeira e {2) av materno de Amador Bueno da Veiga, que commandou um corpo de paulistas na segunda Guerra doa Emboabas. Era homem rico, de muito prstimo e occupou cargos pblicos em
S. Paulo.
(3) Era o jjai do padre Belchior de Pontes, illustre prelado paulista e um dos mais notveis membros da companhia de Jesus em S. Paulo. Paulista muito distincto, filho do fidalgo hespanhol (4) Diogo Ordonhes de Lara e tronco das importantes famlias Lara e Moraes; era sogro do notabilissimo paulista Loureno
Castanho Taques e deixou numerosa descendncia que fez figura em S. Paulo e ainda hoie representa importante papel neste Estado e na historia do Brazil. Pela NobiUarchia PauNotas Genealgicas, do dr, Joo listana, de Pedro Taques, Mendes, e revista Archivo do Estado de S. Paulo, i^ode-se
acompanhar
80
Neste
mesmo
Collegio de S. Paulo os padres Jezuitas, cujo Reitor Nicolau Botelho constituio ao padre Manoel Nunes, Vigrio da Egreja Matriz de S. Paulo, seu procurador
Ainda que tenho encampado to pelo poder seguinte: dos os bens deste Collegio aos Officiaes da Camar, assim os que immediatamentc servem ao Culto Divino,
-
como
os outros
que possue
este Collegio,
como
Eccle7
que que os Officiaes da Camar ho de lhes estam entregues e nos lano fora de nossa possesso, que temos ha noventa annos, fao meu procurasiasticos,
so,
em nome
de Sua
Nunes para
em meu nome,
e deste Collegio, procurar, e examinar todas as couzas deste dito Collegio, dando Quitaoens
de dividas do que se pagar, e olhando por todas as cciuzas a elle pertencentes, com poder de administrar,
e repassar
vinha, e
pria,
assim Curraes, como fazendas, moinhos, mais bens do Collegio, como couza sua prodando as ordens, que para bem da dita fazennecessrias,
da forem
tomando conta
de tudo para
que esteja em sua fora, quando julgar que os Officiacs da Camar, a quem tudo est encampado, e que <(ho de dar conta, faltarem com alguma cousa, para
que
no perco de todo os Bens Eccleziasticos dedicados ao Servio Divino, e dos Religiosos, para o que lhe dou todos poderes em direito necessrios, e *peo ao mesmo Reverendo Padre olhe com particuse
lar
cuidado que se no faco aggravos aos Escravos, e ndios forros do servio deste Collegio, mandandorer,
Ihes dizer
algumas Missas quando algum delles morpagando a esmola dos Bens deste oUelio, S. Paulo 12 de julho de 1640. O Padre Nicolau Bote
lho.
81
Os Jezuitas lanados do
o Reitor Nicolo
Botelho,
Antnio
Ferreira,
Antnio
de Mariz, Matheus de Aguiar, Loureno Vaz, e os Leigos Domingos Alvares, Piauhi de alcunha, Antnio Gon-
Loureno Rodrigues. Depois de estarem os Padres j na Villa de Santos pretenderam no passarem avante, tendo a seu favor os Procuradores da mesma Villa, contra os quaes requereo em acto de vereao o Procurador do Concelho da Villa de S. Paulo, estando presente Jos Simoens, Ouvidor da Papitania, dizendo: Fizesse hum Auto contra os Procuradores da Villa de Santos Lucas
alves e
de
Freitas
de
Azevedo,
Francisco
Pinheiro
os
commum,
de
S.
estando
Paulo,
tornaram a recolher
e da no mesmo
seu Mosteiro, indo contra o que se assentou, e determinou na Villa de So Vicente com os procuradores
das Camars
destas
duas
grande dam no do bem Padres prejudiciaes, pelo que todo o damno que disso vier ao povo de perdas (1), e damnos por serem
falsos procuradores
e
traidores
Ptria,
Villas,
como
e
taes
devem
ser
desnaturalizados
das
Capi-
tanias, e requereu
manos
dou o Ouvidor
Officiaes da
com
Vereaes, a
1
75.
uma
palavra
sentido aqui est incompleto e obscuro por falta de engulida pelo auctor; deve-se entender que
,
ao
82
Em
18 de
o Ouvidor
aprezentou aos Oficiaes delia Joo Fernandes Savedra, e Francisco de Camargo, Juizes Ordinrios, Paulo do
Silva, Vereadores, e Miguel Garcia Carrasco, procurador do Concelho, hum a carta dos Oficiaes da Camar da Villa de S. Vicente,
a qual continha
ponderarem
as
incmodidades da Ca-
que padecero os moradores; pelo que eram de parecer que debaixo de concertos firmes, e bons, se aceitassem os Reverendos
Padres da Companhia, e se restituissem s suas cazas,
e rezidencia.
oppunham
aos ne-
E
ser
lida
dito
Ouvidor
muito
dando -se
dito
Ouvidor,
os di-
com
elle
se
conformaram
amara, para cujo effeito chamaram a ella as pessoas nobres mais antigas, e da Goverda sua determinao nana, as quaes deram conta dizerem o ou para requererem que na matria entendessem, entre os quaes se achou prezente o capito Francisco Rodrigues da Guerra Procurador do Povo, e
da
.
todos convieram
s suas Cazas,
restituidos os Jezuitas
fianas
abonadas
aos
que por escripto offereceram neste acto, os quaes se continham no Papel que entregaram a esta Assembla, e que cumprindo assim pelos ditos Padres
concertos,
no duvidavam do ingresso, e restituio delles. Assignaram este Accordo os Oficiaes Camaristas e o Ouvidor, todos j nomeados. Para este effeito assignaram obem as pessoas principaes, e da Governana, que se
83
acharam prezentes com o Procurador do Povo o capito Francisco Rodrigues da Guerra. Nada porm se conseguio, porque logo no seguinte dia, tendo noticia desta determinao o Povo, e os moradores de S. Paulo, pessoas nobres, e principaes da terra em corpo numerozo se oppuzer ao disposto
na Assembla do antecedente dia; como se mostra a fls. 107, pelo theor do Auto seguinte (1^. Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil seis centos quarenta e h annos, aos dezenove dias do mez de mayo da dita era, nesta Villa
Paulo da Capitania de S. Vicente, na Casa do Concelho delia, estando juntos os Officiaes da Camar
de
S.
por
elles foi mandado a mim Escrivo da dita Camara fazer este Auto em como, tendo elles asseitado com alguns homens nobres da Governana que os Reverendos Padres da Companhia se aceitassem nesta
Capitania, e fossem restitudos s suas Cazas, e rezidencias debaixo dos concertos que os ditos homens,
e pessoas mais antigas desta Villa e sendo a teno delles Officiaes
cumprimento Provizo do Senhor Marquez Vice Rey, hoje neste dito dia de festa do Espirito Santo, estando os ditos Officiaes cm conversao em caza do Juiz Joo Fernandes Savcdra, veio a ella a Nobreza, o Povo, e
em
altas
Que com
os
queriam concertos alguns, e todos os que a dita Camara, e mais homens tinham tratado e assentado re,clamavam, e por nenlia via queriam estar por
elles,
Befere-se aqui a fls. 107 do livro das actas da camar (1) municipal, de S. Paulo donde foi extrahida esta copia, que
alis est
um
i^ouco alterada.
84
porque confiavam na clemncia de Sua Real Magestade, na de Sua Santidade, e no Senhor Marquez Vice JRey, que os havia de ouvir de sua justia, e admittir suas razoens, pois as tinham bastantes, e cauzas
mui legitimas para no aceitarem, nem receberem os ditos Padres, pelo que requeriam ao dito Juiz, e mais Officiaes da Camar viessem a Caza do Concelho logo, e desfizessem os Termos, que estavam feitos sobre a matria dos concertos, e quando o no quizesse fazer
lhe tirariam a Vara, pois elle Juiz era feito pelo dito Povo, o qual pegando no dito Juiz, e mais Officiaes da Camar os trouxeram a esta dita Caza do Conce-
aonde mandaram se riscasse o Termo atraz, e rompessem os mais papeis (1), que sobre a matria
Iho,
estivessem feitos.
visto os clamores, o
prometeram
os ditos Officiaes de se
za alguma, nem darem execuo nada sem se lhes fdar vista, o que os ditos Officiaes assim fizeram por verem a deliberao de todo o sobredito Povo que elles
por
si,
e suas fazendas
prometiam,
se
obrigavam a
a paz e a salvo aos ditos Officiaes da Caanara de todo o damno, e prejuzo que lhes rezultasse. E requereo o dito Povo que se no mandassem farinhas
tirar
chasse o caminho do
nem mantimentos alguns ao Rio de Janeiro, e se feMar, e communicao que ha via com a Villa de Santos, e se notificassem os Senhores dos Moinhos com graves penas no moessem
farinhas
(2),
que
pessoas que
As resolues tomadas neste dia revogaram as resolu' (1) es anteriores, porm a acta anterior no foi riscada, estando entretanto quasi illegivel pelos estragos das traas. (2) Havia na capitania de S. Paulo boa plantao de trigo naquelle tempo e muitos moinhos para a fabricao da farinha.
.80
haviam de hir repartidamente ao Rio pequeno guardar o caminho do Mr, aonde se tomar por perdido
tudo o que alU
for, e se
mandar de mantimentos,
outros quaesquer gneros, e se depreque as Camars das Villas de Parnahiha e Mogy mirim (1) para que no consintam que os moradores delias mandem man-
mesma
deligencia
com
os
Senhores dos Moinhos das ditas Villas para que no moam mais que o que for necessrio para o sustento
das ditas Villas, o que os ditos Officiaes mandaram se fizesse. Declaro que as pessoas nomeadas expressaraente
no interdicto
se
ter-
mo
com
as condioens declaradas
nelles
des Savedra
dia
Antnio de Barros da Silva Miguel Garcia CarFrancisco Rodrigues da Guerra Dom Simo Castelhanos de Piza Ferno Dias Paes Diogo Coutinho Joo Rodrigues Medeiros Joo Barreto Do mingos Jorge Velho Manoel Paes Linhares Louren<o Castanho Taques ("2] Bartholomeu de Quadros Joo Rapozo Bocarro (4) Braz Cardozo Antnio de Andrade Arajo Ignacio Bulhes de Vsconcellos
rasco
Paulo
Joo
eu Manoel
Fernan-
de
Amaral Joo
Martins de Ere-
(3)
de actas est escripto Mog -mirim, porm, ha esta i30voao no existia ainda naquella poengano, porque deve ser Mogy das Cruzes. ca
(1)
No
livro
Cidado muitissimo proeminente, amigo de Amador (2) Bueno; tem enorme descendncia, que muito honra a S. Paule
at o presente.
um
dos troncos
tio,
Pertencia importante familia Bocarro, de S. Sebasque contava sertanejos notveis como Joo Leite da Silva Ortiz e Bartholomeu Paes de Abreu.
86
Pedro do Quintal Costa Pedro Gonalves Varejo Aleixo Dias Nogueira Dom Francisco Rendon de Quevedo Antnio Pedrozo de Freitas Thom Martins
Jos
Guilherme Pompo (1) Manoel Thoraaz Dias Mainardi Antnio Loureno Gaspar de Godoy Moreira (2) Antnio de Arajo Luiz de Andrade Paulo Pereira Jeronymo de Camargo Mar-
Tavac'io
Onoffre Jorge Velho Luiz Rodrigues Ca vallinho Pedro Morato de Bitancur Domingos GonJoo Ferreira de Oliveira Miguel Nunes, alves
Com
esta inquietao
Estevo Cabral Luiz da Costa Manoel de Siqueira Gaspar Sardinha Joo de ProenaDom Francisco de Lemos Manoel de So Tiago Simo Lopes Fernandes Antnio
*de
Camargo Dom Joo Matheus Rendon Manoel da Costa Cabral Pascoal Leite Furtado Antonio de Madureira Moraes Antnio de Siqueira Mendonca Joo do Prado Martins Domingos da Rocha Pedro Nunes de Pontes (3) Loureno Cardozo de Negreiros -Manoel Loureno de Andrade Loureno
cellino de
Siqueira Francisco
Sotil
(4)
da Nobreza de
S.
Paulo ele-
geram
da
mesma Nobreza
Homem muito proeminente, irmo de Loureno Cas(1) tanho Taques e pae do notabilissimo Padre Guilherme Pompo de Almeida.
(2^
familia at
hoje exis-
dos jesuitas
tornou-se
depois pae
do
illustre jesuita
Belchior de Pontes.
Havia em S. Paulo uma familia Sutil, a que perten(4) ciam os irmos Miguel e Sebastio Sutil, descobridores das minas de ouro de Cujab em 1718.
87
povo quatro pessoas principaes, e distinctas, com grande voto nas matrias da Republica, como se v no referido livro de Vereanas a fls. 106 [l), e foram ellas Francisco Rodrigues da Guerra, Amador Bueno de Ribeira, Joo Rapozo Bocarro e Dom Simo de Toledo Piza (2). Estes procuradores junto com os Officiaes da Camar elegeram Amador Bueno da Ribeira para passar a Corte de Lisboa (3) a tratar do requerimento, como se v do Termo a fls. 107, do theor seguinte: Aos 6 dias do mez de Agosto de 1641 annos nesta Villa de S. Paulo da Capitania do S. Vicente, na caza do Concelho desta dita Villa, estando junto os Ofi-, ciaes da Camar, e os Procuradores Geraes desta Vile
la
seu voto em Amador Bueao da Ribeira, que aceitou a dita Procuradoria, com declarao que se ajuntar dinheiro bastante para que no falte, e faltando-lhe
algum em Portugal se obrigarem em nome deste Povo, e pelos poderes que delle tem, de pagarem a quantia o dito Amador Bueno de Ribeira tomar
ganho, e lhe for necessria para os negcios a que vai o que tudo prometteram fazer, e de como assim (4);
(1)
Ha
livro
de actas,
ls.
176,
no se encontra
(2)
Atraz
vem
assignado
no
appellido.
(3)
No
foi
Lisboa;
em
Borba
facto, at hoje
desconhecido, no
e
depe
muito
em
favor da
desinteresse de
esta
Amador
a sua
fazer
viagem
88
o declararam, e assentaram
noel Coelho Escrivo da
Nada mais
lo
se
Do mesmo
consta, emfls.
13 de Julho de 1640,
que sahiram do Collogio de S. Paulo os padres Jezuitas, os Officiaes da Camar tomarem posse da Alda de Marueri (2) em nome de Sua Magestade, e puzeram nella para Cura daquellas almas ao padre
em
Thomaz
S.
Pedro, apto
e sufficiente para esta administrao, que aceitou, declarando que o fazia por servio de Deus e do Rey, e
bem comum,
se lavrou Termo, que asda Camar com o dito padre. E indo Alda de Nossa Senhora da Conceio dos Guarumnis a tomar posse delia se queixaram aquelles ndios notavelmente aos ditos Officiaes da Camar, die disto
mesmo
signaram os Officiaes
zendo:
passavam de quatorze annos e ainda estavam por baptizar, por que os padres da companhia no haviam tratado a fazerem
ndios
que
nos christos. Esta noticia participaram ao Reverendo Vigrio da. Matriz, para que com parocho acudisse a esta falta, e as outras muitas que haviam nas mais
Aldas.
Eu discorro que a cauza desta expulso trouxe a sua origem de movimento dos moradores da Cidade do Rio de Janeiro, porque do livro que anda em no-
me
de
Dom
em
As assignaturas faltam no manuscripto, porm, na (1) acta que est pagina 117, a no 107, como aqui se diz, se l: Joo Fernandes Savedra, Paulo de Amaral, Antnio de Barros da SiWa e Miguel Garcia Carrasco, alm de um outro cujo nome indecipliravel que parece ser Joo Martins de Heredia, Deve ser Baruery, hoje estao da Estrada de Ferro (2)
^orocabana.
89
soneros de Ia
com o titulo Insignes Mien la Provinda dei de Jesus Comijankia das Misem eleito Procurador consta Faraguay, que Tanho soens de Paraguay o Padre Francisco Dias
Pamplona no
aiino de 1687,
pssara a Roma em tempo do Padre Prepozito Geral Pusio Viteleschi, e beijando o p ao Beatissimo Papa Urbano VIII conseguira ser ouvido na Assembla que
presidio o Eminentissimo Cardeal Pamfilo,
e obtivera
ha Bulia
texto,
com
gentio datada
modo
penas, de 1G38. Este livro pelo cone estilo bem se d a conhecer que obra
graves
e censuras
a favor do
em Maro
do Jezuita apaixonado,
seus Peligiosos, e nas matrias de alguns factos que relata dos Paulistas, (jue [)enetraram os Sertoens dos
Uah [1), Tibagi, Uruguay, Paran e Paraguay, muito afastado da verdade, e odiozo aos Paulistas, aos quaes trata com o caracier de Mamelucos, Hereges, e Lohos Carniceiros, contra os ndios da Reduco dos Padres Jezuitas. Por isso no merece muito credito
Ilios
li
esta
e 31 sobre o
C'Olegio
da Cidade do
elles
mente que
(
livraro do attentado
Rio Yvahy, afiiiente da morgem esquerda do Paran. de Andela foi publicado em 1H87 e nessa poca j se A tinham dado quatro invases desse serto pelos Paulistas l^rimeira nos annos de 1028 a 1632, quando Antnio Raposo destruiu todas as misses do Goayr e de l trouxe 60.000
1
)
livro
ndios prisioneiros; a segunda em 1638, quando o mesmo Raivoso foi at at as misses argentinas de Corrientes; a terceira
em 1648, quando este mesmo Roposa foi at o Peru, combateu os hespanhoes sobre os Andes, lavou ss mos nas aguas do Oceano Pacifico e voltou pelo Amazonas, e a quarta em 1676
quando Pedroso Xavier invadiu o Paraguay
des despojos.
e de l trouxe gran-
90
pelas virtudes
e
de Transaco, e amigvel composio celebrada pelos Padres do Colgio daquella Cidade, e o Padre Francisco Dias Tanho, com os Oficiaes da Camar delia,
cujo
Documento
se
destre totalmente
ditos,
encarecimento,
que
contem nos
padre Francisco
'.
Roma
com Missoens as vinham dezasseis ompanhcio (juo para de Paraguay. Com os Des})achos da Duqueza de Mantua embarcaram em hum navio a direitura a Buenos Ayres, e no podendo montar o Cabo de Santa Maria
para Espanha passou-se para
Lisboa
tomara a Barra do Rio de Janeiro. Recolheram-se os Padres ao Colgio desta Cidade, no qual se achavam o Padre Visitador Geral, o Doutor Pedro de Moura, e era Reitor o Padre Jo/. <hi Vjsta, aos quaes deu noti(
trazia para remdio das hostillidades, que se praticavam contra a liberdade dos ndios no Estado do Brazil. cia
o Padre
Consultada a matria
com
os Padros
mais graves,
assentaram que se publicasse a Sentena Apostlica a favor da liberdade dos ndios Christaons tiranamente
opprimidos dos Portuguezes do Brazil, mais cruel que a que tem os Catholicos
com
servido
em
poder dos
Mouros, como assim se l nos referidos Capitules. No n. do Cap. 31 diz o autor Que do Pulpeto
:
em
res
dia festivo, e
dos morado-
da Cidade fora
todo o
Povo em
voz. alta
Salvador Corra de S e Benevides, de quem se tem governador do Ivio de Janeiro^ com jurisdico sobre S. Paulo.
(
1)
dl
obedecio ao que mandava o Summo Pontfice que uni popular tumulto acometera os portas da Igreja, e
;
Portarias que
deital-as
se
achavam
cerradas,
(pie
abaixo
com instrumentos
nador Salvador Corra de Sua e Benavides, e de seu primo Dom Jofio de Avalos e Benavides, Capito de
lufantaria daquella Praa, e que ao patrocinio destes dons Cavalliciros deveram a vida o padre Francisco
Dias Tanho, e o Padre visitador geral Pedro de Moura, que para perderem tiveram conselho aberto os amoti
nados; que o dito Padre Tanho, deixando na cidade o remdio a favor dos ndios das Capitanias do Rio
de Janeiro
do Sul,
embarcara
com
seus
compa-
nheiros para Buenos Ayres. At aqui o dito livro sem declarar o verdadeiro succcsso, por
(|ue
ser
eu
descobri pelo
:
seguinte
Saibam quantos
certo,
\
este publico
instrumento de con-
transaco, renunciao, e
amigvel compozio
irem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1640, aos dois dias do mez de Junho, nesta Cidade de S. Sebastio do Rio de Janeiro,
no Colgio da Companhia de Jesus, delia, onde eu tabalio fui vindo, logo ahi appareceram partes avindas e concertadas a saber, de ha o Reverendo Padre o Doutor Pedro de Moura, Vizitador Geral da Provncia, e bem assim o Reverendo Padre Jos da Costa, reitor do dito /olcgio, o o Reverendo Padre Francisco Dias
Tanho, Procurador de Paraguay, Provncia de Tucuma dos Reinos de Castella, e o Reverendo Padre Matheus Dias, Procurador do Colgio, e da outra o *rocurador,
'
Juiz,
('
^^Men(lores
bem
92
assim Joo
dos Zouro,
Dantas
Sargentomr, que
foi iiella, o
Ca-
o Capito Diogo de vila, Joo Deputados, e nomeados da dita Camar para que em nome do Povo desta Cidade assistissem ao
pito Aleixo Manoel,
fazer, e firmar este
concerto;
foi dito em prezenca das tesao diante nomeadas, e assignadas, que elle dito Reverendo Padre Francisco Dias Tanho trouxera
ditos
Reverendos Padres
teniunhas
a esta Cidade
hum a
Proviso do
Illustrissimo
ma
III,
de glorioza me-
moria,
passada
para
os
ndios
de Peru, Reino de
Provizo, e
incorrerem
e
em Excomunho
vendiam, traspassavam,
ndias, e
ditas
trissimo Senhor para estas partes, e Capitanias do Brazil passara a dita Provizo, contendo huma, e outra
se
no pudessem
os
ditos
moradores
nem
com
prohibindo outrosim assim dos do Serto, pelos quaes se tomavam as fazendas dos ditos ndios,
reter,
extorses e outros
se lhes
impedia
uzar da sua liberdade, porque ainda que eram infiis os no i)odiani obrigar a cativeiro, nem tomarem-lhe
suas fazendas, como, e mais, largamente contem a dita Provizo, e Bulia, a qual Provizo sendo offerecida pelo dito Reverendo Padre Francisco Dias Tanho ao
Reverendo Prelado Administrador desta Repartio o Reverendo Padre Pedro Homem Albernas veio a Camar, e mais o Povo desta Cidade ao cumprimento
da publicao
feito vista
delia
elles,
com
ef-
para
a qual se lhe
mandou
dar pelo
93
dito
Reverenno Prelado,
effeito
estando assim
em
vista, co-
a dita couza, por ella em si ser. rdua,, e defficultoza de hama e outra parte, e por os tumultos populares, e excessos que se podiam oriestava,
ginar, e
mo com
no ser conveniente
em
Povo se podia cauzar, sendo os ditos Reverendos Padres na dita cauza partes, assim o dito reverendo padre Francisco Dias Tanho em respeito do Peru, como os mais religiozos deste Colgio em respeito dos ndios desta Capitania; elles ditos Reverendos Padres por este publtco instrumento disseram que de-
zistiam
como
deffeito
bm com effeito da causa principal gos, com que este Povo, Padres do
dos ditos
Colgio
Embarcom o Re-
verendo Padre Francisco Dias Tanho, e que na dita cauza no seriam partes, nem nella uzariam de inter-
rupo
nem indirecU', por si nem por assim nesta primeira instancia como interposta pessoa, nas mais, e que somente correria a cauza dos ditos
algua
directa,
Justia Eccleziastica por dos a no Tribunal da Leinstancia ndios, cuja parte se a Provizo passou gacia embargada, como delia
consta por o dito Promotor ser nesta cauza verdadeira parte; e a mesma dezistencia faziam no Aggravo, que
na
dita
inti-
mado,
seguir,
e interposto
como
para
nem
srio faro
termo de dezistencia nos mesmos autos: e os ditos Reverendos Padres deste dito Colgio, a saber, o Reverendo Padre Vizitador Geral, Reitor, e Procurador em nome da dita Communioutrosim disseram
dade, e Colgio que elles nunca tiveram
administrao
94
moradoalgua dos ndios, que estavam em casa dos e que s res, nem a queriam ainda que lha dessem, tinham dentro nas Aldes e administrao dos ndios
delias, e esta
iMagestade, a qual
no podiam largar sem a ordem do dito Senhor, ou do Senhor Governador, e que havendo estas estavam emprestes para o fazer, mas que se obrigavam, sem tidas Aldes dentro da dita administrao que bargo
nham, em no consentirem ndio algum nellas que esteja em casa, ou servio de algum morador, e fariam
sempre muita deligcncia para serem tornados s ditas cazas os que s ditas Aldes se acolhessem; e isto para
quietao, e
elles ditos
Padres
Espiritual,
deste Povo, ficando -lhes a de curar os ditos ndios no poder e e de fazer suas entradas, Missoens no
at agora fizeram, por
bem commum
Serto
como
ser
tudo
bem
das
almas; e assim mais se obrigaram, em razo do negocio temporal, a que assim nos Juzos Ecclesiasticos,
como
seculares,
tratariam
na matria dos ditos ndios couza algua que seja em prejuzo desta Capitania, e tratando, ou procurando alqualquer outro Tribunal do Reyno de Portug-al, ouvindo, ou trazendo qualquer Provizo com dito prejuizQ, no uza-
indivect,
por
em
riam
delia, e
como de
se
effeito de-
como
expressamente
e
meno,
e de
nada queriam
uzar,
declara-
e obrepticio tudo que em lhe viesse, ou procurassem na forma relatada, e que nada pudesse aproveitar aos ditos ndios, e que outrosim se obrigavam que no que toca ao Aggravo, ou molstias de que se tinham queixado,
por' nullo, subrepticio,
vam
prejuzo deste
Povo
se lhe
of-
95
mais Povo Portaria do dito Collegio a tratar da sua deffenso em razo da publicao da dita Provizo e Bulia, que no dito Collegio
ficiaes delia,
e Justia, e
se havia feito
(|ue delia
pendendo a
tratariam,
vista e cauza de
e
no
com
effeito
Embargos, renunciavam
o
dito
todo e
particular
ou pretendesse poKjuanto cada hum dos Reverendos Padres delle perdoava assim, e a cada
Collegio tivesse,
um
delles
conforme
Religioza,
como
estia, injuria;
as Leys da caridade, e humildade tinha feito a qualquer aggravo, moj que no cazo se considerasse elles ditoss
Padres superiores a quem tocava esta acuzao e perdoavo por esta transaco, o que faziam n totum pr bano pacis; e ({ue sendo ca/.o que por .parte do dito
Collegio se
[)articular
elles ditos
(pieria
fazer
este
desta
ida a
elle,
Povo,
contrahentes e seus successores, Ofhciaes da Camar, que forem alegar toda a matria dos Captuo mais los, que no Aggravo tinham alegado, e ludo
i)ossa fazer
bem do
seu direito
Collegio.
em res[)eito dos ditos Reverendos Padres deste O qual concerto, e renunciao, o dezistencia
o dito Procurador e Oficiaes da Camar, e os Deputados nomeados nesta Escritura, abaixo assignados, em
nome delia e deste Povo como eleitos por elles, acceitavam na forma relatada em virtude delias; e por elles
outrosim
ciavam,
e
foi
dito
que
elles
da
mesma maneira
renun-
por si nem por outrem em nome da amara e Povo, e s deleis tratariam quando pelos ditos Reverendos Padres fosse innovada alguma couza lia forma relatada, obriga ndo-se huns, e outros, pelo-
da
dita
Camar a cumprir
m
guardar, e estar por todo o contheudo nesta dita Escriptura, que huns, e outros acceitaram, e eu Tabellio,
como nome
tocar,
pesso'.
publica estipulaiite e aceitante, aceitei em deste Povo pelas partes auzentes delle a quem
em
munhas
Fran Dias Tanho Pedro de Moura Jos da Costa Mafheus Dias Aleixo Manuel Antnio do Sago Prego Antnio de Sampayo Joo dos Zouro Joo Dantas
Antnio Corra Tabellio do Publico o
escrevi.
cisco
mim
que com
eu Joo
Jorge
Brito.
Manoel Jernimo Pedro de Oliveira Diogo de vila de Souza Flippe de Campos Domingos de
Como
nesta Escriptura
foram testemunhas
Filippe
Campos e Domingos de Brito, que ento se acharam no Rio de Janeiro, moradores de S. Paulo (1), no
regresso trouxeram a gostoza noticia de contheudo nesta transaco.
de
hum
anno
publi-
Santos pelo Vigrio delia a mesma Sentena do Coleitor Alexandre Castracani e acudindo para logo os Moradores daquella Villa a
;
pedir vista
efteito,
Crdova respondeo que a sentena vinha entregue ao Padre Reitor do CoUegio daquella Villa, que fora quem
(1) Filippe de Campos era portuguez, ha pouco chegado Paulo, onde casou-se com uma senhora da famlia Pi fundador da proeminente famlia Pires de res, e tornou-se o Campos. Foi pae do notvel jesuta Estanslau de Campos e av do celebre sertanejo coronel Antnio Pires de Campos. Domingos de Brito foi um paulista de nomeada; fundou a villa da Laguna, em Santa Catbarina, e explorou as campinas do Sul at o Bio da Prato; deixou descendncia Uustre que ainda figura em S. Paulo, como os Gavio Peixoto.
em
S.
97
lhe d
cia
ri i
com
Ta para publicar ;e fazendo se a mesma deligeno dito Reitor diss(^ que j tinha remetido pa-
o Rio de Janeiro.
Deste procedimento se tirou na Villa de Santos hum sumario de testemunhas, e daqui foi que teve principio a rezuloo da Asseinhlca que se formou na Camar se acharam Capital, da Villa de 8. Vicente na (jual
prezentes os Procuradores das Villa da Comarca, e pela de S. Paulo, como Hca j-e ferido, foi o Capito Francisco Rodrigues da Guerra, e pfoduzio a expulso dos
Padres Jesuitas, que temos relatado. Os Officiaes da (Jamara de S. Paulo enviaram a sua
reprezentaco ao senhor
Rey Dom Joo IV, a qual se no acha no Archivo desta Camar em livro de Regis-
tros.
Eu
a destobri entre
os papeis,
natural
da
Corte
nobre cidado de
faltar o
Paulo, posto que truncada por llie seguimento da orao no fim da lauda da primeira folha do papel, e passa ao principio da terceira
S.
lauda da
se
mesma
folha
em
diverso
sentido
(i),
pelo
conhece que faltam (juatro laudas da segunda que folha do [)apel. O que descobri da dita reprezentao li a seguinte [2J: Rkprezemtao dos paulistas
CONTRA os
(2
JEZL-ITAS,
mau habito ds no nu escreviam, de modo a ser imi)ossivel verificar quantas folhas faltam em um manuscripto truncado. O prprio original de onde extrahimos esta curiosa chronica, a!m de estragadissimo, tem falta de folhas e no Ijudemos vericar quantas lhe faltam. No seu livro Apontamentos Histricos da Provinda de (1)
Os noKsos
clironifitas
merar as folhas do
i)apol
em que
Azevedo Marquez publicou este documento na notique d sobre os Jesnitas, sem dizer onde o encontrou; essa publicao, porm, est corrigida quanto a grammatica e mais truncada pelo copista. Keproduzimol o aqui textualmente, por ser muito importante e merecer ficar melhor conhecido do povo paulista.
S.
Paulo,
cia
99
e Senhor: Reverendos Padres da Companhia de Jezus, que rezideni nesta Provincia do Brazil, em paga, e satisfa-
Os
o de os moradores e habitadores delia haverem dado o melhor em que situaram coUegios, e cazas feitas com dispndio de suas fazendas, depois de se verem ricos,
poderozos, impetraram subrepticiamente de Sua Santidade, com que trataram, e pretenderam de tirar, ])rivar, e esbolhar aos ditos mo radores da posse immemoriah e antiqussima, em que
prsperos,
e
hum
Breve
esto desde a fundao deste Estado at o presente do Gentio, sem a qual se no pudorain, nem podem sustentar, e conservar, e
com
e
ella
grandes augmentos,
gestade; e
ditos
estando
em
suas
Aldes,
e
Macom os
por
irrepa-
Reverendos
querem,
pretendem,
tantos
elles
seguem
damnos
rveis, quantos ham padecido, e experimentado tanto a sua custa os pobres moradores deste dito Estado, e
Vossa Magestade perdido a mayor parte e a Christandade, que nelle estava dilatada. Tam Leaes Vassalos, e q\w tanto zelaram o bem do seu Re}^, quanto com mais vantagem fora hoje se a multidam delles, que s maons ferozes o dito Gentio
por causa dos ditos Reverendos Padres ham acabado viveram, vendo a Vossa Magestade por larguissimos annos, porque sem duvida no tivera a Parca nelles
feito o
seu
effeito,
Pay
acudido s calamidades, e de muitos a esta parte padeceram, annos mizerias, que e cessariam as ignominias, e calumnias, e afrontas, que
Reverendos Padres lhes impuzeram, e os levantamentos do dito Gentio, mortes, e insultos, latrocnios
os
roubos, traioens,
que
99
hani
feito,
de que ha tantos
exemplos neste
dito
Es-
que em
tem
oc-
cupado; pois chegou a tanto seu dezaforo que de todas as Aldas, que naquelle contorno haviam, no fi-
com o inimigo se no metesse, o padre Manoel de Moraes seu Doutrinante, que os induzio, e persuadio accometerem taV insulto, aleivozia e traio, fazendo-se o mayor Herege, a Apscom
elles
tata,
que tem
e
lioje
a egreja de
isso cauza,
origem
de
se
que pela guardarem, por traos escaparam das suas maons, no escaparam da fome, de que morreram, e pereceram nas incgnitas matas, cauzando tantas destruioens, e males, que so mais [Catholico Rey e Senhor) para se sentirem chorando, que para se representarem a Vossa Magestade, e que obrigam a tanta lastima, e compaixo que at os mesmos inimigos (se nelles se pde dizer que ha] a tiveram, e se desculparam <la ruim guerra, com que estes ferozes alarves tratavam os pobres, e mizeraveis christaons, tanto assim
observarem,
que muitos que escaparam de suas mions do amparo do prprio inimigo Olandez.
Sirva
se
valei-am
(]ue
na capi-
O inaiuiscripto ;i<iiii Uuz ;i seguinte nota; Deste Aps que passou a ser puhlieamenie Pregador da infame Doutrina de Lnthero, trata o livro Castkioto Luzitano da restaurao de
[l)
tatn,
Pernambuco no Livro
6. n.
17.
100
tania do Porto seguro, e Povoao fizeram os ditos ndios, e Gentio,
mayor parte dos Moradores que na dita Capitania havia [l^ e a que escapou foi necessrio despovoalla, e larfazendas, e engenhos, e hir buscar lugar aonde
gar
vivessem sem o perigo, e risco de suas vidas por no tornarem a ver, e experimentar em si prprio o espectculo de
suas
filhas,
irmans, parentas,
e-
vizinhas
mais delias quizeram antes, memoas tendo-se pelos matos entregar-se fereza dos animaes, e morreram martirizadas, do que largarem a castidade
donzellas, e as
e virgindade,
em que
de
se conservaram.
o que ha quatro Gentio doutrinado pelos ditos Reverendos Padres na cidade da Bahia, quando a ella foi o rebelde Olandez: porque levando em
Sirva
tambm
mor exemplo
e
annos fizeram os
ditos ndios,
suas Nos quantidade do dito Gentio, e sendo em terra por todo o recncavo daquella Cidade, comeo, e poz a fogo, e sangue toda a gente, que pde alcanar sem
perdoar a homens, mulheres, moas, e meninos, arrazando, e queimando cazas, e fazendas com to notveis estragos,
que fazendo-se queixa ao conde de Nasau da ruim guerra se desculpou em dizer que era o brbaro Gentio doutrinado pelos Reverendos Padres,
e
tendo lastima de
tal
destruio
mandou
enforcar
alguns ndios.
Villa de S.
hum
ndio, a
quem
obedeciam, e
(1) Aqui traz o manuscripto a saguinte nota: ^ Trata disto Reverendo Doutor Gasjxir Fructnozo L. 4 Cap. 24 em que mostra ser este infeliz successo em tempo do Donatrio Pedro Campos
Tourinho,
101
tinham por Santo, depois de matarem toda gente, que puderam se foram Igreja da Alda dos Pinheiros, onde o dito ndio sc creou, e quebrando a cabea da
Imagem
de Deus, e
de Nossa Senhora, se poz a si o nome da May tal como este vem a ser todos os doutri-
nados pelos Reverendos Padres da Companhia, e assim Invicto Rey, e Senhor, este h o fructo, que os Vassalos de Vossa Magestade tiram dos ditos ndios e gentio
estarem
em
suas
Colcnias, e Aldas,
doutrinados
Do damno, e perda que daqui se segue Real coroa de Vossa Magestade he meterem os ditos ndios, e Gentio como metero por muitas vezes naste dito Estado inimigos, piratas, estrangeiros, contra as Leys
do Reino, e Bulias de Sua Santidade, recolhendo, e
fa-
vorecendo Hereges, como fizeram ao Pahnelar, que levaram ao collegio do Rio de Janeiro, o qual debaixo de concertos veio carregar de pu-brazil, que os
ditos ndios Ine
tinham
ha No debaixo de contractos prohibidos foi carregar a Cabo Frio; e por no poder levar todo veio a buscar o mais, do que tendo noticia as Justias de Vossa Magestade o foram queimar, e por o dito Guilherme a no achar tomou hum Navio carregado de aucares,
que era de Pantaleo
Duarte...
[1)
venham appare-
(1) Aqui est a falta de folhas da representao, meneio nada pelo auctor. A copia publicada por Azevedo' Marcjues contm esta mesma falta e, portanto, deve ter sido extrahida deste exemplar da representao a que se refere o auctor, no estando o documento registrado nos livros da camar.
102
cer (1), e acabar as suas maons, dito Gentio o far, tornando os
Padres a estas
e
Capitanias; porque
rataram de publicar o dito Breve a o dito Gentio corria, era de que eram sem sugeio de servido por estipendio, e daqui com o favor dos ditos Padres se liiam j fulminando levan-
tamentos, e incndios, mortes, e outros insultos, e era parte executando -os, que tudo se atalhou tanto que
os ditos Padres e quietos.
foram expulsos,
ficaram domsticos
os
ditos Padres
torna-
particular
esta Villa
gentio, de
numero de
toda a verdade affirmamos a Vossa Magestade que estas Capitanias se acabaro, e a Christandade que nellas est dilatada; porque mais leve cauza teve o dito Gen-
para se levantarem em qutras paites do que lhes fica sendo esta, porque paru a fazerem maior os ditos Reverendos Padres aos ndios, que encontram l, setio
chamo, e abrao, dizendo-lhes: meus andamos filhos, por amor d vs desterrados, e fora de nossas Ca^as; porque esses mos homens, e her. yes vos qnerem fazer captvos, o que no hade ser as.^m meus
filhi-
cretamente os
nhos.*
E com
mento que para hum brbaro, e para muitos, que no tem uzo pe razo, menos ha mister fazerem mil
para
excessos. Pelo
os ditos
que Vozsa Magestade no permita que Reverendos Padres voltem a perder seu Estaa
jjalavra
(1)
No mannscripto
apparecer
esta claramente
porm nota- se que foi emendada e devia ser 2}p.recer como copiou Azevedo Marques nos seus Apontamentos Histricos. A palavra anterior venham e no vinham como escreveu Azevedo Marques,
escripta,
103
do,
Ms, e
les
que depende destas Ctipitanias por serem mui abundantes de todos os mantimentos, e alm
alvitre
fer
del-
a Vossa Magestade de que nesSertam d-ellas ha muitos haveres e riquezas. Primeiramente lia os metaes de /erro, cobre, salitre e ealaim, e noticia de muita prata, e minas de
tas ditas Capitanias e
damos por
Ouro, que se tira em p, esmeraldas, e outras riquezas, que cojn facilidade descobriram os moradores (\) para
servir a
ticos
Vossa Magestade se sirva mandar homens prno dito Serto; mas h necessrio que Vossa Ma-
gestade se sirva
mandar homens prticos, que fazer insaios, e fundio dos ditos metaes, como
Fidalgo
saibam
tambm
no
de
sangue
dezinteressado,
verdadeiro
servio de Vossa Magestade, que nos governe, e assista sem mover dio, nem paixo, e amizade, como a que tem muiio particular o governador Salvador Corroa
com
os Reverendos Padres, e inimizade com os moradores destas ca|)itanias em razo de patrocinar, o zelar tanto esta cauza dos Reverendos Padres, que por todos os meios lhe tem prometido, e empenhado pa-
lavra de os jnetter nestas ditas Cil)itanias. c com mais izeno o procura de novo fazer com os cargos que diz Vossa Magestade lhe fez merc que vem a ser to-
o Governador Dom Francisco de Deus tem, como a esta Camar nos avibem (pie ainda no vimos as Provizoens, e
quem esperamos
Ferro tinha sido descoberto e explorado i)or Affonso (1) Sardinha havia mais de (50 amios; porm, esmeraldas e onro s foram explorados de 1(180 em diante, em Minas Geraes por Fernando Dias Paes e siiiros, em 1718 em Cnyab por Fer nando Dias Falco, Moreira Cabral, irmos Lemes e ontros, e
em
Goyaz,
em
1725, por
Bartholomeu Bueno,
filho.
104
lhe .mando para melhor se conseguir seu Real Servio novo Sucoessor no tocante a administrao das minas, e descobrimento; porque quanto mais Vossa Magestade
fomentar esta matria, e dr calor ella com pessoa que anime os Moradores e os preme, em nome de
Vossa Magestade tanto de melhor ter o bom successo, que estamos antevendo de achar Vossa Magestade neste
Estado outro Peru.
Alm do que,
Sul fazer Nos de
se
pde
e
em
do
alto
dncia de
madeiras,
pouco dispndio da Real Fazenda de Vossa Magestade, vindo desse Reino enxrcia, breu e velame, se bem nestas Capitanias ss faz hoje muito bem, porque as madeiras se fazem, e descem os ndios, o Gentio; o ferro como ica dito lij em abundncia, e melhor do
que nenhum, como se tem visto, e experimentado; os Portos aonde se faam as ditas Nos e Galeoens "abundam de mantimentos; as madeiras so incorruptveis;
e as Bahias capazes para
as
encarregar \^ossa Magestade desta Feitoria a pessoas de qualidade e experincia antiga neste Estado bem, e como devem, o
isto
h necessrio
que nomeamos a Vossa Magestade; huma h Domuigos da Fonseca Pinto Provedor, que at aqui foi da Fazenda de Vossa Magestade nestas Capitanias,
fario duas,
homem
pratico, e bem entendido, e grande servidor de Vossa Magestade, inteiro, e verdadeiro; e outra h Amador Bueno de Ribeira,^natural destas partes, homem rico, e
poderoso
os cargos,
bem
em
entendido,
nos de
que
foi
encarregado
deu sempre
verdadeira
conta e satisfao.
V)h
Filta.
por
isso ignoro o
Offi(.*iaes
e ({110 seguia esta Representao (l); seguimento delia at a sua data, e os Camaristas de 8. Paulo, que a deram. Ella foi
iiuiis
entregue ao Senhor Rey Dom Joo IV e foi posta em Consulta no Dezembargo do Pao de Lisboa, como persuade a iurformao, que sobre a matria deu o Conde de Castello Novo, e Marquez de ^ontalvo, que foi Estado do Brazil, e o que mandou a Vice Rev' do
Ordem
aos Camaristas de 8.
aos
Paulo para
P;i<1i''<
serem
resti-
Ti^/uitas,
que
delle
J)0
MAI,<ilIKZ
l)K
MONTALVO
Senhor, vi, c considerei como \'(;ssa Magestade luauda a Consulta induza do Dezembargo do Pao, e pareceo-me reprezentar a Vassa Magestade que esta
Consulta se funda principalmente em duas petioens de partes entre si contrarias; hum a do Provincial, e
mais Padres da Companhia de Jezs do Estado do Bradas Cupitanias da Repartizil, de que os Moradores do do mesmo Sul ICstado no tiveram vista para o responderem, e se defenderem do que os ditos Padres
delles dizem, e outra
dos Moradores,
Camars das
Cidade de
S.
Santos, e
mesma
Repartio,
em
que
se
e de
nuiita considerao
contra os mesmos Padres, de que elles tambm no houvero vista para responderem ao que contra elles se
diz,
e se
defenderem.
Falta em Azevedo Marques tambm tudo quanto falta seguimento da representao, sua data e nomes dos ve readores que a assignaram. o que confirma que a fonte de informaro (ira inna unira tmngada.
1)
aqui,
i;
106
Funda- se mais a
dita Consulta
em
Informaoens,
ertidoens, Papeis, e Documentos. offerecidos pr cada liuma das partes contrarias, agenciados, e negociados
e
por cada qual delias, e como sejam partes interessadas cada uma trate do seu cmodo, utilidade, e credito
lie
mui ordin-
Funda-se
do Doutor Joo de Souza Cardinis, dos quaes o primeiro nunca foi nem esteve no Brazil, e na Inforvos, e
ihi se rcgeo prin(*i])aliiionte pelas informaFi-ocurMdorcs dos laquclias Capitanias, como da oens
mao, que
dita
informao se
V('-
(.laramente;
segundo que
li
que esteve annos no lirazil ha milito, ([ue de l veio, e neste meio tempo })odio as couzas ter mudana considervel;
nem
da publicao estava, narjuellas partes ao tempo das Bulias sobre a liberdade dos ndios, e mais inquietaeeis, e ex[ulso dos Padres da (\)m[)anliia de suas
Igrejas.
a que o Doutor
Thom
Pinheiro da Veiga
Dezembargador do Pao, e Procurador da Coroa de Vossa Magestade d no tem outros fundamentos que
osreferidcs.
No se faz mi^no na dita Consulta de Informao alguma, que, se, tomasse do Governador do Rio de Janeiro vizinho daquellas Capitanias (\), e que de
mais perto soube dos ditos motins, e expulso dos Padres da Companhia, e como pessoa publico desinteressada podia informar ao certo o que passou, e o que
se refere
(1;
Aqui
sempre a duas
capitanias, a
de
Martin
Affonso e a do seu irmo Pedro Lopes, cujos herdeiros deman, daram pela posse de S. Vicente, Santos e S, Paulo.
107
de Vossa
se trata.
Nem tambm se falia em Informao alga, que tomasse do Administrador do Rio de Janeiro, que
Ecclesiastica,
e Prelado
como pessoa
de toda aquella
Repartio pode, e
nestas matrias se
couzas que
elle
toco ao
como h da
Tjiberdade, ou Cativeiro
\dos ndios Christos, do que h Prelado das entradas, que os Moradores de S. Paulo, S. \'icente, e Santos fazem ao Serto a bus-
reprezento tantos inconvenientes muito considerveis no comod(, com que se fazem as ditas entradas, c il;i administrao h couza os[)iritual
ctar
o (lentio,
em
se
dos mesmos, (jue estanJo at agora encarregada pelos Senliores Reys passou aos Padres da Companhia se
novo de se entregar a Clrigos Seculares, em assim a razo de se ([ue podem haver inconvenientes no acharem naquelle Estado em numero bastante para aquelle ministrio como em no haverem de achar tantrata de
;
:
tos
liar
aquelle cAiidado que convm, se Uie houver de .e Clri|)utar renda de que se possam sustentar tantos
gos fazendo o Oflicio, que os Padres da Companhia fazem de graa sem tei'eni, como na verdade no tem, renda alga para sua sustentao na administrao das ditas Aldes, e vivem somente de hua ordinria que lhes d o Rio de Janeiro, e no se liam de os ditos
Clrigos
vindos de
regido
fora
liam
se
1)
Nesti ora^o
o vorl>o inliiitivo
i)or
de'>, o
clero secular
no
emolumentos pelo servio que fazia, e exigia sempre ordenado lixo, que era em regra pago pela Fazenda Real.
sujeitava a
108
aceitar, e
ho de
tirar
pobres ndios, que de ordinrio so pagos com quatro varas de pano de algodo, que no basta para se sustentarem com suas famiUas.
se no falia em Informao alga (jue Governador de todo aquelle Estado, nem do Bispo da Bahia, que h como Metropolitano de todo elle, sendo que hua, e outra pareciam mui necessrias para se tomar o assento que convm em matria de tanta importncia E falando da administrao no espitual nas ditas Aldes tem muito que considerar o saber- se notoriamente que os Padres da Companhia ha
Tambm
se toma-se do
muitos annos, que trato de as largar pelo muito trabalho que tem da dita administrao, e desgostos, que
tem com
os moradores, sobre a
repartio
dos ndios,
para trabalharem em suas fazendas, e vexaens, que os ditos Moradores lhes fazem contra toda a razo, e justia; e h couza constante, que querendo os Padres largalas aos Governadores daquelle Estado Gaspar de Sou-
za e
Dom
nunca
elles,
nem
eu o consentindo,
nem tambm
;
os Prelados,
inconvenientes,
por de que
assim deste particular, da dos do como Padres, expulso que se acharo as cartas, que escrevi, na Secretaria do Estado, de que tenho
as copias
em
Lisboa.
tendo muitos Religiozos de varias Peligions a adminis trao, e cura espiritual de algas Aldes em Pernambuco, e outras Capitanias todos a largaram por verem o trabalho, e vexaes, que por respeito delias fade-
ciam
tambm h
vezes a
^:!lerigos
Aldes
ellas se
acabaram de tod,o
somente
prezisti-
109
ro as que
tem
da Companhia
bem espiritual dos prxicorto por semelhantes incomodidades e h muito para ver a doutrina com que tem os
que pelo
zello,
que tem do
mos
to conhecido,
porque
em
ciam
em
canto de
rgo, e
vezes,
assistem
e todas as
de Vossa
<!('
mandam com pontualidade. Pelas quaes razoens parece-me sendo esta matria tanta considerao, e em que tanto de credito, e de
reputao de cada ha das ditas partes, risco da conscincia sobrea liberdade, e curativo dos ndios, servio ou desservio de Deus, e de Vossa Magestade na cura espiritual das Almas, alem da perda ou proveito temporal da Fazenda de Vossa Magestade, e quietase considera
o dos Moradores das ditas Capitanias, que tambm devia tomar-se Informao mais vagaroza..
:
tambm do administrador
tanias
;
Eccleziastico das
tado, e
oens,
e outrosim do Governador Geral de todo o Esdo Bispo da Bahia, mandando -se as ditas Petide que devem haver vista as partes, com as
mais informaoens, e Documentos a custa de cada huma das partes aos sobreditos, esperando resposta sua para se poder tomar assento em matria to grave, sem que haja falta e perigos de dezacertar no que convm.
Entretanto poderia ordenar- se, que as Aldes esteno Estado, em que hoje estam|; de modo, -que as jam de Vossa Magestade, e no so de prezente so que administradas pelos Padres da Companhia, se deixem
que
os
Padres
ll
cia
Companhia da
(1).
El Rey fao saber ios que este Meu Alvar virem que tendo respeito ao que me reprezentou o Governador Geral de todo o Estado do Brazil, Gover
Eu
nador
da Gamara do Rio de Janeiro, e os de S. das Villas T^uilo, S.Vicente, Conceio, e Parnaliyba cerca da expulso dos Religiozos da Companhia
e Officiaes
de Jesus
S.
Hey por bem de conceder aos Moradores de Paulo Perdo Geral dj tod^s, e quaesquer culpas, que
:
partes, reservan-
com
declarao
Civel, e damnos, perdo que lhes concedo no seno depois de restituidc s os Padres
demandar em o
quo o
da Companhia, pois com esta, teno lhes mondo perdoar, e no de outra maneira e este se cumprir to interamente como nelle se contem, sem duvida nem
;
contradio
alga,
e valer
como
carta
sem embargo
Aqui faltam folhas no manuscripto nas quaes deviam parecer, as consultas feitas ao Governador e Administrador do Bio de Janeiro, ao Governador Geral do Brazil e Bispo da Bahia e a narrativa dos acontecimentos at o anno de 1G47. O parecer^ acima transcripto, apezar de trun(1)
em consequncia expulsos voltassem ao seu coUcgio, sendo esta ordem de 3 de Outubro de 1(543, Porem, a opposio a essa volta dos padres do companliia de Jesus continuou ainda por muitos annos e deu logar ao Alva r que segue, de 7 de Outubro de 1(U7, perdoando aos paulistas a culpa em que tinham incorrido pela expmlso daquelles padreS e reitcirando a ordem para ((ue os mesmos voltassem ao seu collegio.
mandou
cado, favorvel causa dos Jesutas, e o rei Joo IV que os padres
111
da Ord. do Liv.
2. t.^
em
contrario. Pascoal de
vedo a
fez
em
Lisboa
aos sete de
Rey
Outubro
de
Azemil
Reconhecida, e respeitada a Real Grandeza de Sua Magestade pelo Perdo Geral, e o seu Real Agrado de
serem restitudos os
Pi^dres Jesuitas
se
constituram
em
Protectores dos
msmos Padres
os
dons Paulistas
ricos e poderozos,
e geralmente respeitados, Fernando Dias Paes Leme, e Joo Pires (U, que ambos faziam grande roda de parentes da primeira Nobreza da Capitania, e tomaram assi a diiicultuoza empreza de fa-
zer capacitar ao
Povo de S
que teve
Cartas,
chamando do
qual posto em S. Paulo, e disposta a matria da recepo dos Jeznitas foi ao Senado da Camar no dia 12 de
Mayo de
Ordina-,
rios
Domingos Rodrigues
(1)*
de
Mesquita-
Domingos
e' genros de ontvo notvel paulista Rodrigues Velho. Fernando Dias Paes foi o descobridor (las esmeraldas, em Minas Geraes e tem numeroza descendncia em S. Pnilo e Minas. Joo Pires era o pae do Pae \da Ptria foi cidado muito i Ilustre e sustentou por annos a famosa
(
Eram com-cimhados
rareia
Camarf/os
<loixou
numerosa
e illustre
descendncia, que ainda boje faz bgura em S. Paulo. Fernando Dias Paes est sepultado na 'greja de S. Jjento, e Joo Pires,
se])nltado na Egreja do CoUegio, teve ha pouco seus ossos movidos para a crypta da 8. Ambos foram i)rotecsores dos snitas perseguidos pelos Camargos.
reje_
112
Garcia Vellio, os Vereadores Calixto da Motta, Francisco Cubas, e Gaspar Con-a, e Procurador do Concelho Sebastio Martins
Pereira, e entre todos
assenta-
ram que
os Jzuitas fossem
tambm
as con-
Que por via. de IraiisacvfHK v amigvel composio faro o lvc\('i'(Mi(i(,) P;idiv l-fitoi', e mais Religiozos,
com
o nuiito
[{cNci-eiido
Padre
Provincial
e
dezis-
tencia de todas as
dilaoens prinqueixas, acoens cipalmente da Sentenea. appclhida (pie sobre o interdicto se alcanou, v nunca em nenhum tem])0 iunova-
dita.
Sc-ntcna.
IT
gas-
nem
da
za
despezas algas feitas ath o preze nte porcaudita chamada expulso, e que ho de dar de
todo o sobredito aos Moradores por dezobrigados, com declarao de que se algum Morador lhe tiver alguma
couza movei, ou de
ligiozos,
raiz, que pertena a elles ditos Reque contra esses occupadores de couzas suas em particular podero requerer de seu direito, e justi-
a como lhes parecer, e qne o mesmo direito lhe ficar parfi requererein contra seus Procuradores para
lhes pagarem, e restituirem tudo, o lhe forem obrigados.
em
que,
como
taes
(i;
Comquanto
este
documento
de actas da Chamara Municipal de S. Paulo, follia .S. correspondente ao anno de llj;], no coKliecido dos estudantes da historia colonial da capitania. Serviu de l)ase a um outro accordo que vai adiante transcrii)to.
festeja
registrado no livro
113
III
Que no recolhero nem ampararo
fugirem aos Moradores,
Mosteiros, e Fazendas.
os ndios
que
seus
nem
os
consentiro
em
IV
(^ue dezistiro e no sero nunca
partes
na exe-
cuo, pul)licao do I^reve de Sua Santidade, que dizem tem sobre a liberdade do Clentio; cemo tambm
nem
no substancial
Provincial,
delle,
mais
se obrigaro a
mandar
vir todas
radas nestes Capitules, e tambm assignadas pelo seu Geral de Roma, e confirmadas por Sua Magestade El
Dom
Joo
IV, que
Deus Guarde,
em
conveniente tempo.
(iue os
soln-e esta
Contractos,
Escripturas,
que
taes
se
fizerem
matria ho de ser
com
clauzulas, e
condioens, que a todo o tempo fiquem obrigados os successores do dito Padre Provincial, e Reitor, e os
seus
VI
Que os moradores voluntariamente por sua devoo os ajudaro a concertar e reformar seu Collegio, conforme a devoo de cada h fazer o que quizer sem deste Offerecimento nascer obrigao, e a mesma ajuda
lhes
para
curto
114
E feitas as ditas Condioens assentaram os acima nomeados que se tii'assc hum traslado autentico para
se entregar ao
Reverendo Padre
e
com
o Muito
Rcvonudo Padre
cial, e mais Religiozos da Companhia de Jczus na forma da Procurao, que outrosim assentaro se fizesse
c para (jik^ a todo o temc Assaito, o mandaram faeste constasse Termo, po zer neste Livro, que todos assL!,nai'a.m com o dito (3u-
vidor Geral.
Eu Manoel Souro
Karnires
Escrivo
da
Camar
o escrevi.
Joo
Velho de
A^rz-rdi)
/
Domingos
(^nlius
Mai-fns
J\'r('/j'ff.
Ajuntaramsse na Camar Capital do 8. Vicente os Procuradores das Villas de So Paulo, o Parnahyba o Padre Domingos Cionios Alhernaz, o o Capito Francisco Rodrigues da (iiicrra (1). Eesta Assembla se
(2):
celebrada na
aos 14 de
Villa,
Mayo
do 1653,
de Domingos de Brito Peixoto (1) Este capito era sogro de ambos descendem familias iUustres co^no a do mareclial Arouche, os Gavio Peixoto e Rego Freitas. accordo lionve um outro que Azevedo (2) Antes deste
e
Marques imblicou, lavrado em S. Vicente em sesso da camar de 1 de Junlio de 1052 e a que o presente manuscrijjto no a] lude. A escriptura que segue tambm foi pul>licada por Azeve
do Marques, no artigo sobre
jesuitrs.
115
Medeiros, e os Vereadores Gonalp Ribeiro Tinoco, Domingos de Meira, e Joo Homem da Costa, e o Pro-
Thom de Torres de Faria, e as pessoas da Governana da Terra e Capito Loureno Cardozo de Negreiros, Manoel Lopes de Moura, o Capito Pedro Gonalves Meira, e outras muito abaixo
curador do Concelho
Francisco Gonalves da Companhia de Jezus Provincial do Brazil, o Padre Gonalo de Albuquerque Reitor de Santos, o Padre
assignadas, e
bem assim
o Padre
S.
co Madeira companlieiro do Provincial: Por parte da Camar de S. Paulo o Vigrio da Igreja Vizitador do
Sul, e o Capito Francisco Rodrigues da Guerra, ambos Procuradores bastantes dos Moradores, e Gamara de
S.
Paulo para
seus
efeito
de
se
serem os
Padres restituidos
:
aos
acordou da maneira seguinte Collegios, ('Primeiramente disse o Padre Provincial, e mais Re-
ligiozos j
nomeados, que
elles
promettio
dezistir. e
de
por via de transaco, e amigvel comde posio hoje para todo o sempre de todas as queieffeito dezistio
da sentena
prometiam
proseguirio nem innovario couza alguma sobre a dita sentena antes disse dava o Reverendo Padre Provincial que desde logo plenria absolvio pelos poderes, que para isso tinha
que nunca
em nenhum tempo
todas, e quasquer
via,
em
algas censuras, ou
censura de qualquer qualidade, ou condio, que fosse, ou haja sido e outrosim disse o dito Reverendo Padre Provincial, e mais Religiozos. que desistiam de to;
do o
direito, que tinham, ou podiam ter sobre as perdas e damnos, ou injuria, que por qualquer via se lhes
em nenh
116
as alegar, ou pedir para que tudo fique em perpetuo silencio, e conservao da paz, e concrdia, que ter, com declarao que se algum morador
tempo
pretendem da dita Villa, ou qualquer outra pessoa tiver algua couza sua, assim movei como de raiz, que pertena a elles ditos Padres, ou a seu Collegio, que contra esses
reoccupadores, e suas couzas poderam em particular e justia, como lhes parecer, e que seu direito, querer
poder requerer contra seus Procuradores para lhes darem conta de suas fazeno
direito lhes ficar para
mesmo
das, e lhes
como
taes
lhes
nem amparariam
suas cazas, ou fazendas os ndios, ou ndias, servios dos Moradores, nem os consentiriam em suas fazendas, e Mosteiros, antes os entregaro aos seus donos
em
com boas
praticas para
que os sirvam.
disseram mais o dito Padre, e mais Ree no seriam nunca partes na dezistiam, ligiozos, que do Breve, que dizem ter de Sua Santidade execuo
Outrosim
delle.
de
S.
em
no-
me
Padres ajuda que cada um podesse voluntariamente, conforme a sua devoo para reformao (Jo dito em
seu Collegio antigo e em cazo que o queiram mudar para outro sitio lhe prometem a mesma ajuda sem que desta promessa e offerecimento nasa abrigao algua.
;
vincial e
Outrosim prometeo, e se obrigou o dito Padre Promais Religiozos a mandar vir em tempo breconveniente
todos
estes
ve e
concertos, e
condies
e confirmadas por
Sua Ma-
117
gestade, que Deus guarde, e pelo Muito Reverendo Padre Geral, que assiste em Roma para que assim fiquem
Padre Provincial, e mais pree adiante ora forem, obrigados aguarlados, que so, dar todas estas condies, no innovando couza alguos suceessores do dito
ma, como
delle se
deve confiar.
E por
assi todos
acei-
gavam
de tudo o acima, e suas pessoas, bens moveis, e de raiz, havidos, e por haver para nunca irem contra estes concertos
todos, e
e Propostas
querem que
Rligiozos,
que antes desta hajam feito, e s esta se cumpra, tenha fora e vigor. E disseram mais o dito Padre Provicaial, e mais que
se nestes concertos, e
sio faltasse
algum ponto de
Direito, Clauzula,
amigvel compoou So
lennidade alga por declarar as haviam aqui todos por e declaradas, do que de tudo manpostas, expressas
daram
fazer
desta Camar,
esta Escripfura neste Livro de Regtstro e que delia dessem os Traslados, que
cumprissem onde todos assignaram com as testemunhas Domingos Ferrtira Jardim, Gaspar Gonalves Maira, Joo Nogueira, e Henrique Matozo, todos Moradores nesta Villa, e pessoas de mim Escrivo da Gamara reconhecidas e eu Antnio Madeira Salvadores Escrivo da Gamara que o escrevi. O Padre FranGocisco Gonalves Provincial. O Padre Domingos mes Albernas Francisco Rodrigues da Guerra. O Padre Francisco Paes Reitor do Collegio de.S. Paulo. O Padre Gonalo de Albuquerque Reitor do Collegio
;
de
S.
Miguel.
Gonalo
118
Domingos de Meira. Pascoal Joo Homem da Costa. O Capito Pedro Gonalves Meira. O Capito- mr Bento Ferro Castello Branco. Loureno Cardoso de Negreiros. Manoel Lopes de Moura. Gaspar Gonalves Meira. Henrique Matozo. Domingos Ferreira Jardim. Joo Nogueira.
Ribeiro Tinoco.
Leite.
Restitudos por
este
modo
os Padres
Jesutas ao
Cidadaons
e principaes
dos Nobres
Dom
muito
por
a( aceitao,
Juizes, Vereadores, e
Villa de S. Paulo.
Eu
Pela Proviso que com ecta vos mando remeter entendereis como fui servido de aprovar os procedimentos, que o Licenciado Joo Velho de Azevedo Ouvidor da
Capitania do Rio de Janeiro teve na Correio, com que foi essaVilla, e Capitania de So Vicente, e rezoluoens que tomou por tudo ser conforme Justia,
governo, e muito de servio de Deos, e Meu, e de annullar o que em contrario teve depois Jos Ortiz
e
bom
lhor
Castello
Me-
pelo
que vos
cumpraes, e guardeis, e faaes dar a sua devida exe cuo a dita Proviso to inteira e pontualmente, como de vs confio, certos que fico com particular Lembrana
do servio, que
me
fizeste
na aceitao
dos Religiuzos
(1)
municipal de
S.
Paulo
n.
4 pag. 24.
(2)
n. 4, pag. 75,
119
da
(\)iii[)aiihia,
vos houvestes
com
gar
o Ouvidor, o pessoas que o acomparam para folde vos fazer, e a essa Cambra o favor, e merc
Rey.>
sorte
lugar. Escripta,
em
De
([uiozos,
tal
avorecero os
elles
Padres
Jesutas, portando-se
afaveies,
benignos, e obze-
que vindo de
S.
vizita o Provincial
(|ue
Padre Pestre
agradecer
a
Paulo, que as suas aces representou-as ao seu lleverendissimo Preposito Geral Jernimo Ricln*t.
escreveo
aos Ofticiaes
da Camar os seus
;
agradecimentos
em
Senlior Juiz, e
Vereadores. A
>or
tive
(1)
da nuiita graa, amor, e benevolncia, que os padres desse Collegio experimento cada dia desse Nobre Senado cm gei'al, em cada hum dos seus senhores, q'",e
nelle a'-s"stcm
ta paradar a
tificar,
em
particular,
me
que
benelicios
recebidos,
lembrana dos
bemfeitores
deante do Divino Acatamento, pedindo ao Senhor que recompense sua Liberal Mfio, o que da nossa parte no
Ii
possvel satisfazer.
Tand)em mo chegou a
noticia
couzas passadas havia algua desconfiana dos nossos Kelgozos nessa Villa, e que recevamos dos senhores Moradores delia que intentssemos restituio de perdas e dannios, pelo que me parece assegurar a Vossas Mercs que estejo fora de cuidado nesta parte confor-
(1)
e Jesus.
120
pelo Padre Provincial Francisco Goialves de tomarmos a essa Villa para servir a Deos, e a Vossas Mercs^ segundo as Leys, do nosso Instituo
me
Acrdo
feito
no por interesses temporaes que encontram a jusGuarde o Senhor a Vossas Mercs tia, e earidade. annos. Roma 26 de Outubro de 1658. Servo por largos
to, e
Padres Jedelles
movimentos, e cauza
aqui pureza, e verdade, pelos Documentos que produzi, os quaes me deram a instruco para conhecimento do que aconteeeo para serem os Jesui-
no anda ainda
em
corpo
algum de Historia.
Eu
a tenho relatado
com
tas lanados
pitania
foram estimados,
favorecidos
de sorte que
estes benefcios
Lembrana
;
do Senhor Rey
Joo IV, e muitos annos depois o agradecimento do Padre Prepozito Geral o tempo, porem, que costuma alterar a ordem das couzas, e con-
Dom
sumir aquellas
imagens
do
fiel
reconhecimento, fez
occulta sagacidade tornassem a produzir nova cauza para novas desconfianas nos Moradores de S. Paulo, de tal sorte que
com que
os
mesmos
Jezuitas
com
hiam destruindo
sahindo de socorro a conquistar os brbaros ndios que as Villas de Oamam, Bolpeva, e Ca-
niv do Recncavo
de 1670, entre as propozies que o Paulista Estevam Ribeiro Eaiam Parente (1), Governador das Are foi pae do valente ser de Bento Maciel Parente governador do Maranho foi Bahia e fez grande destroo nos ndios do Recncavo e do interior, fazendo milhares de I)rBoneiros que trouxe para serem repartidos por seus compa(1)
Era
fidalgo de alta
;
tanejo Joo
linhagem
e
121
(Toste socorro,
:
iri;i8
ral oi
Que
os Padres
serem os
ditos
Padres a cautinha
como
experincia
mostrado.
parece que esta cautela no oi fanatismo do Governador Baiam porquanto j neste tempo tornavam os Jesutas a ir tirando i mascara, com que de antes encobriam a dominante i)aixrio (|ue tinliam de possuir o dominio espiritual e temporal dos ndios do Brazil como reconheci da resposta que os Officiaes da Caniara de S, Paulo deram ao Serenssimo Senhor Dom Pedro
I^]
r,
Prncipe Regente
:
do Reino de
seguinte
ha Carta assignada pela na qual h Vossa Alteza servido mandar-nos que demos informao do Estado das (juatro Aldes que Vossa Alteza tem nesta Villa; Que ndios tem Quem os administra, e por que Ordem. Tudo humildemente informamos a Vossa AlSenlior.
Recebemos
Real
Mo
de Vossa
Alteza,
teza
(1).
so quatro Aldes; [)rimeiro lugar, Senhor, de Maruer governada e administrada por Manoel Rodrigues Arzo, a de Nossa Senhora dos Pinheiros
Em
[)or
S.
nlieiros.
Morrendo na
Baliiu, o
seu
lillio,
a sua obra, devastou a<iuelles sertes e se tornou proprietrio de vastas fazendas (pie lhe foram dadas em recomi)ensa dos
Livro de Registros
da
camar
de
S.
Paulo
n. 5, pag.
138.
122
por Pedro Taques de tem Provizo do Governador
ceio
Almeida
deste
(l),
todos
Estado,
com
tanto zelo quanto se pde esperar de to os julsalos, como Vossa Alteza nelles tem, pelo que
bons VasAl-
teza for servido fazer-lhes, tanto assim que os Padres da Companhia tem tido notveis combates sobre os
muitos ndios que os ditos Padres tem em suas fazendas, porque os ditos Padres no querem que o Gen(nico remdio dos Vassalos do Vossa sejam de Alteza) sejam obrigados, nem to pouco a elles sirvam Vossa Alteza, seno que absolutamente Padres, o que li muito em prejuzo desta Capitania.
tio deste Brazil
Na administrao dos
Sacramentos
no se
lhes
pode dar Capello, porque no ha com que se pague, suposto qne huma destas Aldas por ser curada sempre tera Capello, e as outras se remedeiam por estarem perto desta Villa, no faltando em seus Capelles o
cuidado do
bem
espiritual,
e no,
Seidior, pelo
cuidado dos Padres da Companhia, ponjuc o seu desvello h somente ver se podem uzurpar Eeal Coroa estes poucos ndios
que
elles
tem
o melhor de setecentos dos seus domsticos, e mal podem acudir os trs Sacerdotes que ha neste Collegio aos de fora
mais illustres de S. Paulo, consultado e (1) Cidado dos ouvido pelo prprio rei de Portugal sobre os negcios da caera filho do grande Loureno Castanho Taques e deipitania xou notvel descendncia, que honra S. Paulo at o presente. A sua sogra, d. Leonor de Siipieira, e sua esposa, d. Angela de Siqueira, foram os principaes constructores da Egreja do Collegio de S. Paulo depois da volta dos jesutas.
;
123
Aqui termina o precioso inanuscripto, no porque a historia; mas porque faltam-llie as ultimas paginas. Quem quer seja o seu auctor, Pedro Taqu?s de Almeida Paes Leme, Pedro de Moraes Madureira ou
iiiialisassc
elle
um
relevante
servi-
columnas do Dirio em nome dos amantes do estudo da historia Popular, rendo sua memoria a justa homenagem a ])aulisti, nos (jue tem direito pelo importante legado que
o s lettras brazileiras e eu, das
deix.ju.
d?,
c/e
S^cec/o
9*i^a.
Trabalho apresentado e lido pelo sccio snr. !Dr. Antnio de Toledo Fiza na sosso de 30 de Abril de 1898.
manuscripto,
que
lioje
Histrico de S. Paulo,
foi,
com
papeis vellios deixados pelo falIccido tenent -cjeneral Jos Arouclie de Toledo Rendou
encontrado entre os
tem o seguinte
titulo
Successos da Provinda de
se
vulgarmente
chama
E' bastante antigo, como se reconliece pelo seu estado de conservo, ou antes de estrago, e pela lettra que do typo usado no sculo passado. No , entretanto, original, mas sim copia de um outro que ou no
chegou aos nossos dias ou est por alii algures escondido cm algum arcliivo paramiiu desconhecido. Julgo dever estabelecer sobre cllc algumas hypotheses que me parecem provveis e que devem facilitar a descoberta da verdade.
Quando,
Instituto o
de
S.
Paulo
em
J()40,
tive occazio
V2()
Paes Leme, que delia por Pedro Taqiies de Almeida fez grande uso quando escreveu a sua Historia da Expulso dos Jesutas. O chronista Pedro Taques confessa que o ma nus serviu do base cripto de Pedro de Moraes Madureira
Historia e
quando no confessasse
se obprovaria este facto o perfeito parallelismo que serva entre o manuscripto de Pedro de Moraes Madureire e
a obra de
mesma ordem
mentos
e
os factos, transcrevem os
algumas vezes
gem. Entendo que o manuscripto de Pedro de Moraes Madureira tem sobre a obra de Pedro Taques a vantagem de ter o auctor sido testemunha secular dos acontecimentos que relatou e de ter nos documentos
que transcreveu conservado os nomes dos signatrios omitidos por Pedro Taques por convenincia de brevidade.
presente manuscripto, conforme verifiquei, tem extraordinria similhana com a ChrcMica da Compa-
Como
re-
que
este
manuscripto seja
tal
um
esta
nem
de natureza
me
quem, apanhando o original deste manuscripto, se serviu delle como auctoridade e fonte de informaes para a execuo da sua obra; foi a these que serviu de base para a dissertamn d padre Simo de Vasconcellos.
127
auctor
do manuscripto,
seja,
membro
rece muito ter sido um jesuita pela admirao que tributa a Ancbieta e pelo numero de milagres que refere no seu resumido fescripto, e contemporneo dos lti-
visto
que os narra
recentes.
Brazil, e
de vora,
os
em
Por-
tellectuaes
centros in-
os arcbivos da-
ordem
em documen-
bistoriador escreve
em
Portugal e no no Brazil
deve estar o manuscripto original. Simo de Vascon<ellos era membro da mesma sociedade,
o, portanto, l
seus ^arcbivos e
se aproveitou
dos
documentos nelles encontrados para escrever a sua Chronca da Companhia de Jesus\ Porem, menos leal do (]ue Pedro Taques, no citou este manuscripto, nem outros documentos que Ibe serviram de ponto de informao entretanto, usou e abusou deste manus;
modo que em muitos pontos o copiou Fez mais ainda, porque terminou a sua Chronica da Companhhia de Jesns exactamente quando terminou o manuscripto, isto , nos primeiros annos do reinado effectivo de D. Sebastio, Como veiu esta copia parar nas mos do general
cripto de
tal
ipsis verhs.
Aroucbe
rar
Supponbo que veiu exactamente como vieram panas mos do mesuiO general diversas .obras inPedro Taques
c
ditas de
muitos manuscriptos
redigi-
em
Portugal
por
mais de
128
uma
vez, estudando a
historia
do
Brazil,
revolvendo
copiando documentos, e bem podia ter extrahido esta copia, que mais tarde passou, com outros escriptos seus^ para poder do general Arouclie. O prprio general Arouclie e seu irmo Diogo de
os archivos e
estudantes
em Coimbra
homens
iutelligentes e patriotas
publicidade. Conservada pelos seus herdeiros passou ella para as minhas mos e eu fao deha predal-a
sente ao Instituto.
No me
arrisco a airmar de
modo
positivo
quem
porque faltam-me elementos para um mesmo provvel. Consultas que a resBrazileiro e Biblio-
sem
resposta,
como
sem
res-
posta tinham ficado iguaes consultas que fiz sobre o manuscripto relativo a expulso dos jesutas, cuja auctoria attribui a Pedro de Moraes Madureira. O Baro
Homem
de Mello,
respeito,
entende que o manuscripto original pode ser obi-a de Pedro Magalhes Gandavo, chronista dos primeiros tempos coloniaes ; entendo, porem, errnea pela seguinte razo
:
que
esta
opinio
Gandavo escreveu uma Historia da Frovincia de Santa Cru2^ que vidgarmente chamamos Brazil. O titulo, como se v, quasi idntico com o do manuscripto porem, no texto Gandavo se limitou quasi que exclu;
sivamente a parte discriptiva e passou muito por alto pela parte narrativa. A sua obra de pequenssima
proporo
e
nella cabia
um
mento
te.
histrico
Pelo contrario, se
tivesse
mentos
um desenvolvimento que
guardasse certa
129
relao
com
;
um
Si
de Gandavo devicim estar juntos ou o auctor naturalmente em um se refereria ao outro como obras que
muito diverso, e si o estylo o homem, o auctor dos Successos da Frorrncia e Santa (jniz, quo rulgarmnte se chama Brazil
se
('
Santa- Cr m, que vulgarmente chamamos Brazil. Com a excluso de Gandavo e de Mimo de Vasconcellos,
como obra do
josuita Fedro Rodri;;*ues, que viajou era pelo Brazil, contemporneo dos acontecimentos relatados e deixou varias fbras que s ai!;ora esto sen-
do publicadas.
8.
Paulo, abril 20 de
1<S1)S,
e?.
c^c
"^ccc/o
9za.
Snccessos da Provncia
se
chama
que vulgarmente
As couzas da Provncia de Santa Cruz, que vul garmente se chama Brazil, nome impropriamente posto
por cauza do po vermelho qne aqui se cria, to invejado de todas as nares, estiivam aindo neste tempo
nmito tenras. Tinha sido esta nova Lnzitania dcscoherta pelo segundo descobridor da ndia Pedro Alvares Cabral no anno de ItOO; foi depois costeada e seus portos foram
descobertos particularmente por Gonalo Coelho e Christovo Jaques no principio do reinado de D. Tofio ITI, o qual a deu alguns dos seus vassalos para que a po-
voassem, como fizeram com nuiito trabalho poJos aimos de 1535; mas porque a Pahia de Todos os Santos era o principal porto deste .novo Estado e nelle no })de
tomar p seguro o
povoador Francisco Pereira Coitinho, por cauza da ferocidade dos naturaes da terra
1
."
32
emfim, passado algum tempo o vieram destruir de todo, e mandou El-Rei D. Joo povoar, e fundar ali uma cidade por sua conta, no anno de 154'J, pelo
jue,
de Souza, e constituiu cabea delle para residncia dos Governadores e Bispos do dito Estado.
1.0
Thom
coroa de Por-
tugal El-Rei D.Sebastio ainda estava tudo mui tenro. Aspiravam muito os Francezes a .posse desta nova
terra,
que lhe
via,
assim
por ser descobrimento e conquista prpria nossa, como pela desistncia que tinham feito os seus Reis quando
pelo
repartio de no-
vos descobrimentos de terras, e assim foram algumas vezes contractar ali com os naturaes da terra, sendo
sempre rechassados e expulsos pelos nossos; e ultimamente foram fazer assento na enseada do Rio de Janeiro, e a resoluo de vir aquelle porto foi esta: Tiveram noticia os Francezes em suas terras de
:
co-
,0
as gentes
daquellas para-
gens, muita em numero, e guerreira, depois de haver estado em amizade com os Portuguezes, guardando-lhes
promettida por algum tempo, vieram comtudo a quebrai -a, irritados de aggravos que diziam ter recebido delles, e que de amigos estavam feitos seus cona f
trrios
por cauza da ambio dos nossos, que, emfim, quanto ganham por seu valor vem a descreditar e perder por cauza delia; e como era o sitio do Rio to
tirar grandes proveitos d^s drogas do Brazil, e, especialmente do po vermelho, principaes tanto por que suspiram os Estrangeiros, sendo por outra parte a pouca ou nenhuma resistncia que podia haver na entrada, pois nem estava presidiada, nem
accommodado para
133
Com
loii,
esta certeza se
animou
um
Nicolo Villegail-
nobre Francez, cavalleiro da ordem militar de S. Joo, a fabricar uma armada de soldados e vir occupar inopinadamente h dita enseada, como com effeito fez, sem haver algum que lhe resistisse; e quando o
nosso Rei comeou a reinar tinha assentado liga com os naturaes da terra, e com palavras brandas e dadivas liberaes se
es, e
tinham feito senhor dos seus coraestavam unidos em um corpo contra os Por-
tuguezes, e de
do
mo commum se haviam fortificado, danbem cuidado com a sua visinliana nossa capita-
nia de S. Vicente; mas, emfim foram destrudos os seus desgnios, como adeante se ver. Os padres da Companhia de Jesus, que tinham pas-
espiritual daquelle
delle,
neste
novas po\oaes, accudindo ao remdio das almas de todos, assim naturaes da terra como Portuguezes, cathechisaudo, baptisando
c reduzindo aquelles a
viverem politicamente congregados povoaes, porque habitavam nas mattas como feras, e doutrinando a todos geralmente, porm achavam-se muito desgostados com o retorcimento dos
em
povos Tcmwiinos, a quem a cobia de alguns Portuguezes fez desertar outra vez para os seus antigos escondrijos; mas ainda l os no desamparava a caridade
falleceu
era
teve D.
governador Duarte da
nomeado para' terceiro a tomou posse do governo seno passado um anno, da Rainha D. Catharina, no anno S homem de grande corao. ie 158. Era Mem de
que deixou
Mem
de S, mas no
134
zelo e pruduiica, acom[)iiiliculos de lettras e experin-
cia
cm
curasse
paz c guerra; levava [)or seu regiiucnto que proem seu Governo, por todos os meios possveis,
daqueUa Provncia, e porque estes intentos tivessem melhor efeito sendo manifestado El-Rei o animo pio do Governador, e que na Proviso do seu cargo 11 le dava a entender que
havia de
serviria
governar muitos annos, dizendo nella que alm dos 3 annos ordinrios o mais tempo
e
deu to boa
conta de
si
primeira couza (]U(' fez este bom Gapito tanto deseiubarcou foi recolher-sc em um cubculo dos que
padres da Companhia e tomou ali por oito dias os exercidos espirituaes de Santo Ignacio por instruco do
1 da Nol^rega, consultando com Deus e o dito padre os meios mais suaves com que poderia conseguir o intento de El-Rei e o seu, que era o
Padre Mano
com
maior
bem do Estado
animadiosimo, cjiiierando em primeiro logar por sua pessoa com vida exemplar, que uniformemente obser-
vou
at a sua
morte.
dias
e
cm
todos in-
ouvia
missa ante
manh,
'^onfessava-se
todos os sabbados, assistia aos sermes era affavel advertncias aos pregadores, pias todos e to inclinado virtude que desejava ser para um dos obreiros da Companhia de Jezus, e para se
commungava
dava
no em]>regar
todo
com
os poderes do seu cargo obrar mais que isso. A prin)eira cousa a que attendeu foi o negocio dos ndios; soube que estes tinham, do tempo dos zeus antecessores, assentado pajes
com
os Portuguezes
que
135
no obstante
cilas
viviam sem
modera(;rio
nos ritos do
seu gentilismo, matando e comendo seus contrrios o vivendo modo de feras, espalhados pelas brenhas c fazendo guerra uns aos outros segundo o dict.ure do
prejuzo gran<le dos (pio j tinham ahraado a f e de toda a Republica. Consultou os meios dos remdios e resolveu que era n cessario
seu appetite,
somente
com
pr freio quellas demasias com leis elicazes, e mandou promulgar as seguintes, sob graves [)enas: A primeira que nenhum dos nossos confederados ousassem dali em diante comer carne humana; a segunda que no fizessem guerra seno com caus.i justa, aprovada por elle e os do seu conselho; a terceira que se ajuntassem
os que
eram
f,
fazendo casas aos padres da Coin[)anhia de Jezus para que residissem entre elles afim da instruco dos
ia
perder
promoveu grandes murmuraes entre o dizendo ulgo, que melhor era que se matassem e co jnessem uns aos outros por(|ue assim diminuiam as
conjunpovoaes; e que brigai- os a fazer igre" jas e casas aos padres era violentar a liberdade daquellas gentes, desgostai- as, e mettel-as em ira contra
suas forv^as contra ns, e que
o contrario era
c:
ctarem-se
em
mal seguros, sendo elles tantos. E descarregavam sobre o Padre NoIjrega como director das taes ordenaes. Accudiu elle dizendo que os Governadores passados tinham feito muito em chegar os gentios ao estado prezente e qu3
os nossos, poucos e todas estas queixas
"
136
obrigao nossa obrigai- os a differeiaremse das feras e prover, conforme a lei natural, para se abrir o caminho, a porta, divina era o maior empetgal, era
Reis, pois
era mais
que bare
um homem
impiedade
causa
de
que por
qualquer
estivessem
fazendo
nossos confederados,
que viviam
proteco, e que para os mais inconvenientes tidiamos Deus grande que acudiria pelos seus e por sua
um
e <|ue mais arriscados icavam sempre os padres, anda^'am entre elles, que quando succedesse alpois guma cou 5a do que se temia, primeiro havia de des-
cauza,
brbaros sobre
as suas cabeas.
Governador, que era pio e de grandes esperanas em Deus, mandou executar as leis, e com effeito se foram reduzindo os gentios a 4 povoaes, chamadas S. Fado, Santiago, S. Joo e E><prto Saiito^ e come-
aram a viver com mais policia, accommodando-se aos nossos preceitos, fazendo igrejas e admittindo padues. Ha via, com tudo, um mais principal entre elles, chamado
C'wrwr'Mj;/>/, quo no s no quiz obedecer as leis, mas com muita arrogncia dizia que havia de matar e comer a quantos pudesse, no isentando disso os Por-
tuguezes
este
Soube
o Governador
disso
e,
para atalhar
soldados bem armaque dando de sbito sobre as cabanas do soberbo, derrotar. un e puzeram em fugida os seus, sem poderem aprovjitar-se dos seus arcos e flechas, armas mui
dos,
perigosas d 3 que usavam, e o prenderam a elle, trazendo- o ao Governador que o mandou encarcerar.
No mesmo tempo mandou, em favor dos ndios, que fossejQ postos em liberdade todos aquelles que
137
contra a justia estavam em servido, feitos escravos dos portuguezes e na execuo desta lei mostrou fi;
nezas
um
e se
defeno dos ndios. Resistiu a este decreto pz-lhe o Governador a casa em cerco poderoso
;
em
no descendera lh'a destruia e a elle. Viam os mais na obedincia de ndios isto e se contirmavam
;
e igualmente succedeu que indo dos congregados nas aldas, vieram outros dos montes e os mataram e comeram. Qui.
Governador to recto
a pescar
trs
ndios
zeram os aldeos vingar-se com as armas o Governador os mandou accommodar, tomando o desaggravo por sua conta. Mandou os contrrios qne lhe remettessem os delinquentes; quizeram obedecer, mas estes amotinaram a todos de sorte que vieram responder com arrogncia que os fossem os portuguezes l buscar.
;
Aqui
em
o Governador metter
querel-os tanta e to
desta nnirmurao, sahiu o animoso de S da Bahia, embarcou a gente que lhe pertencia e desembarcou nas praias do contrario ; convo-
Sem embargo
Mem
cou os aggravados e
buscou
os
eram
infinitos,
intrincheirados
em uma
grande serra-
nia e fazendo
os nossos
medonha algazarra. Accommetteram-nos com grande esforo, mas como eram mui-
tos resistiram
por largo tempo, t que obrigados dos nossos arcabuzes foram derrubados e postos em fugi-
seguiram os aggravados fazendo nelles cruis carniarias. Teve o Governador noticia que um dos que foram mortos no eonflicto tinha menos um
da, os
brao,
138
que, diziam, oortara-o o
para
comer
um
cios
nossos
confederados
mandou
em
pena de morte, fosse restituido, e se achando-se unido ao corpo. cumpriu, Ento gosou dos applausos da victoria, que tinha
tantas horas, sob
mandado suspender, acceitou os vivas, louvou os esforados soldados e mandou que desconassem e tomassem refeio. Mas no parou aqui a victoria, quize-
vez
com
;
da paz da Bahia
trabalhos
mesmos
de antes, rompendo
uma
gados
em um
nas
nuvens
e rodeado de
uma
primeira diiiculdade, no
foi
que os montes eram alcantilados e cortados prumo de industria. Fez o capito- mr sua breve falia aos Tortuguezes c o Padre Antnio Rodrigues, grande lngua brazilica, outra aos indics da nossa companhia. Deu-se o signal de accomuietter sombra da Santa
Cruz que
gatos,
levavam arvorada; subiram trepando como pegando-se raizes e ouvindo as algazarras dos
brbaros, que lhes lanavam muitas pedras pela ladeira abaixo. Apezar de tudo foram cliegando os nossos aonde se travou a mais crua pendncia que naquellas e o estrondo partes viu o sol. As settas o encobriam
os ares, at que,
vendo
cho coberto de monos, desistiram da sua teima e valeram-se dos ps e das brenhas, mas nem assim escaparam muitos e foi a mortandade to grande que no teve conta.
o
Voltou o Governador
e foi nella recebido
139
Fizeram -se publicas aces de graas e viram os que foram de voto contrario que no era debalde a coniana do Governador e do Padre Nbrega, cuja prudncia e zelo
ficaram
daqui
em
A embaixada
e
de
conce-
obrigavam a que guardar as leis promulgadas e queriam unir-se em aldes e admittir padres que lhes ensinassem a f. Todos estes successos se contem no anno de 1558 e no anno seguinte de 1559 cliegou uma nova e maior
pazes
aos
dessem
restavam, e se
columna
ecclesiastica.
;
bispo do Brazil
zembro do
dito
anno
era
clrigo
que
foi
enviado
{)ela Rainha-Regente, cardeal coadjutor, quelle Estado para remdio espiritual delle. Deu boa conta do seu cargo, visitou as povoaes, ajudou a promulgar a f
por suas mos baptisava os convertidos. Na sua companliia levou 7 padres da Companhia de Jesus, que
lizeram 40
com
os
que
estavam,
misso.
todos
occupados
em
Por
este
tempo iam
dando bem
que cuidar os
francezes do Rio de Janeiro, porque se haviam apossado daquelle sitio desde o anno de 1556 e cada vez
mais se apoderavam delle, das drogas da terra e do commercio dos ndios, os quaes sombra das armas (la Frana iam crescendo em suas insolncias e descorriam toda a costa em damno dos nossos- da capi.
tania de S.
Vicente.
Iam cercando
cada
dia
intrincheirando
todo o
sitio,
entrando-lhe
novos curros,
140
(jue
mais
fugirem a Villegaillon,
herejes a dita delictos e seus querer castigar por foraiji para douto e um delles, homem Vicente, de S. capitania chamado Joo Bolls, versado na Escriptura torcida ao
romano, quatro
modo da sua
seita,
semeou
os
sim-
Luiz da Gram que no ples christos. Ali foi o Padre s o convenceu, mas fez que fosse preso, por ordem
do bispo para a Bahia com dois companheiros, convertendo-se o outro que ficou vivendo com mostras de
christo at a morte,
e o dito
Bolls foi
depois
justi-
ado no Rio de Janeiro, no anno de 1567, por mandado dito Governador e teve a fortuna de morrer reconciliado com a Egreja Catholica por deligencia da santo padre Anchieta.
se
como
da ndia, de
que
se
esperavam
maiores convenincias, e por isso ainda que em Portugal se sabia da rsideiuia dos francezes naquelle porto no dava isso muito cuidado, parecendo que se-
que se lhe poderia vir a prohibir com facilidade; mas, crescendo a noticia de quanto se iam apoderando e firmando na terra com fortalezas, cresria contracto
numero dos
ndios
Tamoyos,
seus confederados, e soccorros que lhe iam de Frana 6 de como ali se aproveitavam e evuiqueciam das .drogas,
do po-brazil e de outras muitas, que para elles eram de grande valor e ns dannio; e que segundo os Tamoyos sohcitavam as outras naes circumvisijihas e crescia o
numero dos soldados francezes, se podia temer que accommettessem maiores emprezas, movendo dali guerra s mais partes da costa. As quaes
no conselho de guerrg,
e
razes, consideradas
communi-
141
Brazil uma armaS para que, com ella e mais foras do Estado, os fosse forar fora do Rio de
mandou ao
da ao Governador
Mem
de
Janeiro, desaffrontando o
nome
portuguez.
chegada a armada no anno de 1560 ao Governador, que nenhuma outra cousa mais desejava do que era a hberdade do Estado, que lhe fora entregue, pz em conselho a forma da execuo da ordem da
Rainha, e no faltaram pareceres de que no convinha, com to pouco poder, accommetter inimigo to fortificado; que se devia dilatar o effeito at melhor
occasio
em que
soffrer
houvesse
o aggravo
menor
que a
mal era
algum
tem])0 mais
ignominia de ser rebatido; que era j a potencia dos francezes de considerao, o sitio quasi inexpugnvel, os auxiliares quasi infinitos; que as nos, s bastimentos e aprestos de
a
no
se
guerra entravam cada dia de Frana gastavam; por outra parte que as nossas nos
para to gran<ie empreza eram poucas e a soldadesca de conta no podia ser muita, nem demasiados os aprestos de guerra. Estas eram* as razes em contrario.
o Governador, prudente e christo, depois de consultar o caso com Deus e com o Padre Nbrega,
Porem
de cuja virtude tinha grande conceito, que lhe persuadia a empreza e quafei assegurava a victorin; e vendo
se
difticultava,
engrossando o tempo
nossos, o
animo aos
aos
inimi-
facilidade,
descuidos e
ganhar outras praas com maior ignominia do nome portuguez, resolveu-se a accommettel-os com o pouco
poder com que se achava, aprestou n armada, que constava de 10 navios e 2 nos de guerra principaes,
exti-nordiufuias,
costa, e nelles o
J4
imero que
de soldados
fez
fiel
pde
com
chegando com bom successo a emboccar a barra de noite foram sentidos das sentinellas francezas e obrifora.
e,
Os francezes
se
prepararam
deixando
todas
as
s fortalezas
Tamoyos frecheiros porque assim com a multido de gente, como das armas resistissem melhor ao nosso poDaqui partiu o Padi'e Nbrega para S. Vicente causa de seus achaques e l solicitou um bom socpor de canoas e um formoso bergantim de guerra. corro
der.
Com
tras a
este
bom
prs gio
mandou
Governador
ou-
se foi preparando accommetter a fortaleza para prhicipal da illia que chamam Villvfiaillon, nome que tomou do fundador, a qual
resistia,
e metidas
parecia inexpugnvel, porque tudo o que ilha era franceza, e tudo o que era fortaleza ilha, e toda, exce-
pto
um
dias bravas,
pequeno porto de praia, era cercada de peneonde bate o mar couza de 100 braas de
comprido e 50 de largo, em cujas duas ultimas pontas plantou a natureza dois cabeos talhados ao mar, e no meio de ambos um singular penedo como de 4 braas
e.i^
alto e
em
contorno da
e penedia, delles
tinham
feito defensvel
arteficio
muralha dos
dois cabeos
com pouco
dois
juntamente na-
turaes e artificiaes, e do penedo pouco mais cavado ao picfio caixas de plvora segura e com frente contra toda a artilharia. Horror causou, visto de ]>erto,
um
143
conflicto ganharam terra por degro de assentando nella grossa artilharia foram batendo fortemente por dois dias e noites, continuos, as
e
em
breve
victoria, e
princi^aes partes da fora; porem debalde, porque era viva roclia a penedia, accommodada somente por arte a poder de ferro, e no era possivel ser rendida por esta
o Co lhes hispirou um novo arteicio, favorecendo- os s claras porque a fora, que pde revia.
Porem
sistir
ao pelouro portuguez, no pde resistir ao seu brao, levado este do brio natural. Feitos em um cor-
po, arremetteram
a barra,
chamada
de muitos
morte
Com
este
bom
successo
animados, accomuKtteram ao penedo que servia de armazm de plvora com tal valor que desamparados dos seus foi ganhando e juntamente com elle perdido
o
e ndios,
que
fiados
no
segre-
do
noite se
foram
e,
parte s
Consultou-se
si
resolvendo-se que no. por no dividir as do Estado, que eram ainda poucas para to grande machina.
Conduziram
as nos a artilharia
que
e os
os
francezes
desampararam em grande
quantidade
mais
terra tudo jos da dita fortaleza, e p\izeram por era artificial e podia servir de reparo.
despoo que
lU
Succederara aqui cousas notveis que deixo por abreAdo Gonalves, soldado antigo, morador em S.
viar.
Vicente, foi
um
dos mais
pois a Bahia procurar certides de seus servios para requerer a El-Rei o premio delles o tocou Deos de sua
na Companhia
da Jesus, onde viveu e morreu virtuosamente, O capito dos ndios que foram a esta guerra, depois de obrou milagres baptisado, se chamou Martin Affonso
;
de esforo, dizendo que no maior conflicto do penedo elle fora o que lhe pz fogo e fizera desmaiar os contrrios
por onde mereceu ser muito louvado e favorecido pelo Governador e premiado de El-Rei com o
;
habito de Christo e tena, que depois gosaram tambm alguns seus descendentes. Dali partiu o Governador
com
Bahia.
Porto Seguro grandes perturbaes nascidas de assaltos contnuos da nao Aj/mor, que tudo atemorisava.
mana
tigos,
elles,
de todo o Brazil
porem, por aco de guerras que houve entre succedeu que certos bandos menos poderosos, fugindo a seus inimigos, se recolheram no interior do
serto a legares
fragosos e montanhas esteries, onde no podessem ser achados; e como ali viviam separados do commercio da mais gente, por decurso do tempo vieram seus filhos e netos a perder a noticia da hnguagem prpria e formaram outra que de nenhuuia outra nao era entendida, feia, guttural, arrancada do peito. E' gente agigantada, robusta e forosa; no tein ca-
145
bello
todo corpo mais que na cabea; todos os mais arrancam. Usam de arco demasiadamente grande, so
em
to destros freclieiros que nem uma mosca lhes escapa, no vivem em ca ligeirissimos e grandes corredores
;
sas de aldes,
Pelos
todo
nem algum lhes achou jamais morada. mattos e campos andam a maneira de feras, de dormem na terra e ns, homens e mulheres
;
escassamente lhes servem algumas folhas de colcho. Acoutam-se das chuvas ao p de qualquer arvore ou
ramo
chamam
l as fazen-
das ou quintas j ou sementeiras, sustentam -se de fructas agrestes e caas de feras e aves que parecem obeaos seus arcos e esta comem crua ou muito mal assada. Macho e fmeas andam todos tosquiados e tem suas navalhas para este effeito, feitas de certa espcie de canna que quisi egualam as de ao. Igualmente andam a caa de fera e de gente, e para elles a carne desta o mais saboroso boccado accommettem sempre a trahio, nunca em descoberto e por isso poucos em numero accommettem a muitos porque no tratam de defender o campo mas no fazendo a sua logo, foge cada um para seu cabo, sem lealdade ou
decer
policia de
lhos,
nem
fi-
ou
Estes
tes
Ay mores,
pois, selvagens
ou agrestes,
i)or
es-
tempos comearam a descer de suas terras, em que viviam havia tantos annos, e guiados da corrente dos
rios
vinham aps
elles sahir
ao mar e
davam
assaltos
em
tudo o que achavam, assolando os escravos e fazendas dos moradores e ainda muitos dos senhores nas
villas
dos lhos e Porto-Segui-o, com confuso, geral das aldas dos inclios dos j^adres da Companhia, que nem podiam defender- se, nem ter o socego necessrio para
tratar
da sua converso.
146
Chegou Bahia a queixa desta oppresso compadeceu- se o Governador e, tomando conselho, especialmente com o seu padre espiritual Nbrega, resolveu-se
;
em
lheu soldados e alguns ndios e desembarcou em breve tempo no porto dos Ilhos. Soube que os delinquentes
viviam retirados a uns logares occultos, onde se davam por seguros. No houve demora; tomada o guia, pzse o Governador a caminho com a sua gente e, venciespecialmente a de unia inaccessivel lagoa, deu de sbito sobre os brbaros, os derrotou e pz fogo as suas brenhas, que arderam por muitas legoas, e j se vinham retirando quando junto
das
grandes
dificuldades,
estavam esperando toda a escaparam, bramindo como lees. Preveniu S o remdio, deixou uma emboscada atraz e ordenou que os mais apressasem o passo fingindo que fugiam medrosos. Tanto que elles abalaram sodas
praias
viram que os
bre os nossos, deu-lhes a emboscada nas costas e os de deante vcltaram caras e elles, os rojearam com os
arcabuzes e espadas, ficando-lhes somente o refugio do mar onde se afogaram muitos. Com esta victoria entrou o capito S na villa dos Ilhos.
tinham passado muitos dias, estando tudo em paz, quando viram as praias coalhadas dos mesmos e outros brbaros dos bosques, convocados por de guerra, apostados a matar e elles, todos em som comer a todos os nossos e levar o Governador preso.
se
No
No
se atemorisou elle
com
ali
vinham
indo
no
attonitos
147
tal
modo de
pelejar,
e a
e,
ate-
comearam a desordenar
de suas frechas
sentir o
Usando
to a
elles
em
animar fortemente os seus soldados que, encarniados, encheram as praias de corpos mortos e tingiram
o
mar com
puderam
llies
escapar e
Fugiram
os
concedeu com as condies das primeiras Primeira. (iue no comeriam carne humana,
nem
Que se juntariam em aldeias grandes, Sejunda. onde vivessem com modo politico, levantassem egrejas casas aos padres da Companhia, que viveriam entre elles e ensinariam a doutrina da f aos que se quic
zessem converter.
Os que no quizeram
to dentro
\
ser-
dahi
mais
de 60
Com
dobradas
multiplicadas alegrias e segurana daquelles o Governador para a Bahia. ('Ontinuavoltou povos, vam as novas povoaes e augmentavam-se cada vez
ictorias,
mais os fructos da converso dos gentios por meio dos padres da Companhia.
Por
este
de
S.
Vicente
]nui revolta com os contnuos assaltos que faziam por todas aquellas terras os Tamoyos, inimigos dos portuguezes desde o tempo da entrada dos francezes no Rio
de Janeiro, iindavam caa da nossa gente como das feras para pasto da gula e juntamente da vingana. Accommetteram repentinamente, ora das terras aos que
ora das
canoas
aos
48'
<^tie
livre
Entre tantas angustias o santo velho Nbrega era o allivio de todos por si e por seus sbditos, avisando-os ser aquillo castigo de culpas e falta de observncia da
lei,
que
se
emendassem
e fizessem penitencia,
estando
a conscincia
tirar
limpa. Mas co
mo Deus
dos
costuma sempre
dos
grandes trabalhos
homens algum fructo, tirou agora destes mui dignos de memoria por to exemplares. Dos q'Te captivavam, estes alarves no s se aproveitavam i^ara comer, mas usavam das mulheres mui
depravadamente com lascvia. Entre as que temiain ser captiva havia uma viuva mestia de bom viver, a qual Os contrrios Tamoyos disse um dia a suas amigas:
me ho
mais.
de captivar; porm, eu no
me
hei-de
deixar
levar pontue no
Com
me tenham
esta
gar
c
pouco depois succedeu o que tinha prophetisado morreu s facadas em defena da castidade.
e
Os
casada
Ta-
moyos me ho de
bradando, por
acudir.
levar
em
suas canoas, eu
passarei,
(nomeando-a) e ningum me assim aconteceu; o que a captivou a deu seu pai para sua manceba; mas elle nunca a pde dobrar da sua constncia, nem com o carinho, nem
Tudo
tal parte
foras. Ia
prenhe
e depoi.: de parir,
des trabalhos, lhe matou o brbaro comeu a sua vista e a ella fez o
o assou e
mesmo, morrendo
e confuso das
despedaada por guarda de sua limpeza, para exemplo que l vivem hoje to deshonesta mente.
Entre tantos assaltos dos contrrios, fizeram tambm
149
(s nossos
ndios
um
contra
elles c.
tomando
um
seu
que tinha morto e comido a muito dos nossos, por maior vingana no s o espostejaram, mas tambm o comeram occuliamente, de que foram
principal capito,
mui reprehendidos" dos padres por aquella aco gentilica. Alm destes trabalhos sobrevieram outros de gravssimas doenas que deram bem trabalhos aos ditos
padres da Companhia.
as revoltas de S.
continuavam ainda iam cada vez ameaando maior runa porque os ndios, com o exerccio, se acha vam mais destros, com as ])resas da carne humana mais encarniados, e com a industria da gente francemais soberbos; no za, que ficara no Rio de Jatieiro,
e nelle
pretendiam j assaltos somente, mas acabar e consumir de todo os portuguezes e lanal-os por uma vez
fora de seus distrctos.
Ajuntava-se a todos estes mais o infeliz successo que de prximo tinham havido os nossos, porque acconnnettendo aos Tamoyos com o maior poder que possuam, por justos juzos de Deus ou castigo de culpas,
foram
E como
nun-
ca
vem um
mal
s,
succedeu
tambm
rebellarem-se
contra ns os ndios Tup^s, do serto, e deram de sbito sobre a villa de Piratininga para a destrurem, mas sendo os nossos avisados por um delles, que Deus mo-
veu a
anno.
em
de julho do
dito
Ficaram todos atemorsados pelo pouco poder com que se achavam para resistir a to formidvel assalto dos levantados; porm, animados por 10 padres do Companhia, que alli se achavam, convocando-se a todos os amigos das aldeias visinbas, a quem Deus movia os
150
coraes em nosso favor, resistir aos inimigos.
puderam
os nossos
mui bem
nossa aju-
Um
da
em
famoso indio chamado Martim Affonso, antes e Tehire, que era o mais principal de Piratininsbditos de 3 alga, o qual convocou a todos os seus
foi aquelle
desamparou as suas granjas e, emquanto os no chegavam, no cessou de admoestrar aos inimigos seus e animai-os a peleja e defenao da f e doutrina
deias suas,
christ e daquelles
que
Ih' a
ensinaram.
succedeu que
seu sobrinho da parte contraria, capito mui esforado, filho de seu irmo Araraig^ a persuadil-o que deixasse a parte que seguia pelo perigo a que se
veiu
um
expunha. Zombou disso o valoroso Affonso e respondeu que confiava em Deus vencel-o e matal-o por honra da f e defena da egreja santa, cuja bandeira arvorou
logo, arniando-se
como costumava.
nestes
Estando as cousas
termos,
recolhidas
as
mulheres e meninas dos portuguezes e ndios na egreja por logar mais forte e para que ali rogassem a
da
manh
de 9 do dito mez
dam
})s
e arcos,
como
costumam, que parecia se vinha o mundo abaixo e que se arruinavam os montes visinhos. Todos elles
pintados e empennados, promettendo-se a victoria, deixando nas costas grande canalha de velhas carregadas
de panellas e arados, em que, diziam, haviam de comer a carne dos captivos segundo a lei dos seus brbaros costumes
contrario,
porem, traou o Co o negocio em porque os nossos sahiram a recebel-os com brio e esforo, com bandeira da egreja de Deus, pela qual pugnavam. Investiram-se uns aos outros e era
;
151
cousa notvel ver aqui pelejar os pais contra os filhos estes contra aquelles e todos os parentes uns contra os
outros
s frechadas.
vrios Os successos da hatalha, at que por cansados e desbaratados, se retiraram os contrrios, fim, com morle de muitos, e muitos mais feridos, e foi
Foram
cousa milagrosa no morrer nein um dos nossos, ainda que ficaram muitos frechados, aos quaes se atudiu logo com a cura. O que mais fez desanimar o inimigo
foi
a morte
Este
do sobrinho de
valentia
Martin
Affonso, que
se
chamou por
bravo.
com
acconnnetteu a egreja, captivo da rica presa das mulhemas teve tal ventura que lho res que ali estavam
;
saliiu
ao encontro
uma
setta,
despedida por
um
escravo,
que o derrubou morto. Fugiram os seus e desanima' ram todos os mais, e assim ao outro dia, deixando todos
os arredores pizados
e destruidos,
se
foram com
ventura,
se os
indo -lhes
os
nossos
as costas.
Celebrou-se
esta victoria
com
na
converteram por este meio, tirando Deus maiores bens que tinham sido os males e trabalhos passados.
ndios
e
outros se
Porem estes grandes gostos e alegria geral de toda aquella capitania agourou a morte do grande Martim Affonso Tebyre, que succedeu em dia de natal do
mesmo
anno, a qual
foi
com
da-
quella ainda teiu"a christandade, e cai)ito mui esforado. Vendo se doente, conheceu a sua morte, mandou cha-
mar um dos padres da Companhia de Jesus,- confescom elle e praticou largamente cousas de Deus^ mostrando a viveza da f catholica e amor do mesmo Senhor que. tinha em seu corao fez seu testamento
sou -se
;
152
encommendou muito
a sua
mulher a perseverana
na religio christ e doutrina dos padres, e recebidos crucifixo todos os sacramentos daquella hora, com
um
claras provas de sua foi levado a sepultodos de acompanhado salvao, tar a. egreja dos ditos padres, quem elle tinha feito
nas mos
expirou
com
nuiito
grandes benefcios, admittindo-os em suas terras, ajudando a fundar a egreja e casas para sua vivenda fez com que fossem obedecidos e respeitados e deu traas ao seu sustento corporal. Finalmente Deus o tomou
;
dos portugueelle se
perdia
tudo.
as cousas iam com este bom no serto de Piratininga com os Tupys, andava o martimo em perpetua lida (om os Tamoyos porque os da parte do Rio de Janeiro tinham vindo em suas canoas e assaltado toda a praia de Boigau e Goah e varias outras, matando e levando ca})tiva quantidade
rosto
de mulheres e meninos, estes })ij'a tenro pasto do seu ventre e aquellas para o da lascvia. No havia remdio a tantos males porque andavam em ligeiras canoas de 15 e 20 remeiros {)or banda, elles muito destros no
evitai- os,
nem
dar-lhes alcan-
nem foras nossas que os acovardasse. Por este tempo, tendo chegado de Portugal Vasco Fernandes Coutinho, e vendo a sua capitanin do
Santo
desbaratada das guerras dos gentios, porem, achava-se impossibi;
Espirito
e apresto, (e receoso)
do inimigo
por
extra soberbo
esta
magoa
victorias passadas, viveu com at que persuadido das suas annos, alguns
com
as
mandou pedir
soc-
153
^^^
prmitticl(4
barc,
fez-se a
...
^^ /
^p
e
arma, tendo
veia
ijir
Quiricar, que est em altura de 19 gros, cousa de 70 legoas da villa do Espirito Santo. Aqui se foi encorporar com elle a gente de guerra da capitania. Fizeram em terra seus vallos e reparos e deram em breve
sobre o gentit) desacautelado, que facilmente taram, com morte e captiveiro de muitos.
gloria
I)orque,
desbara-
Porem a
pranto
deste
successo
os
se
converteu
logo
em
reunidos
ainda
frechas,
forado a
deram com tanto mpeto sobre elles que foi mandar Ferno de S retirar-se para o mar norem, com tal desordem e [)erturbao dos seus, que antes de poderem chegar s embarcaes, mataram s
;
frechadas ao
prprio capito com muita gente. Foi sentidssimo o successo, assim pela [)erda de um mancebo to brioso, empenhado na liberdade da terra, como
dali tiraram
maior
to
o resto que ficou do soccorro. este tempo as cousas da provncia de Santa Cruz mui varias, cujos successos vou abrevi-
Andavam por
com
ando. Os padres da Companhia no cessavam nas suas misses, fazendo nuii grande fructo para a egreja e utiUdade do Estado e do reino de Portugal. O Padre
e o grande apostolo daquelle Estado Jos de Anchieta aveiituraram-se a grandes trabalhos, entrando valorosamente pelo serto de S. Vicente, onde pade-
Nbrega
154
conduziram muitos daquelles brbaros ^^^rseveraua assentar pazes co\ ^'GS^Viosgrmio egreja e a todos a sos que tinham (sido) to molestados com os assaltos
cto
;
passados.
cularmente
Succedeu pouco depois ali uma geral fome, no districto da Bahia, originada d
parti-
uma
houve naquelle Estado'. Nesla pestilencial doena que vendiam os pais penria chegaram a tal misria que aos filhos e os maridos as mulheres, e houve tal ndio qne se vendeu a si prprio por uma s cuia de farinha para livrar a vida. Nas compras que nesta occaio fizeram os portuguezos houve depois grandes duvidas sobre encargos de conscincia. Consultaram Tribunal da Mesa da Conscincia, em Lisboa, e delle foi a resoluo que o pai podia em direito vender O filho em caso de apertadas necessidades e que qualquer
'
se podia
vender a
esta
si
mesmo
Havida
resoluo,
cidade da Bahia o bispo D. Pedro Leito com o governador Mem de S, o ouvidor geral Braz Fragoso e
o padre provincial da Companhia Luiz da Gran, e pareceu bem que se publicasse ao povo a resoluo da Mesa da Conscincia, porque com ella ficassem quietos os que compraram na forma ciitcuda e os que foram comprados fora delia se tivessem por liVrs; porm, como os moradores da Bahia e de toda a costa
estavam
feitos
senhores de to grande
tios,
que no tinham dominio sobre elles, determinouque os taes eram livres. Vistas, comtudo, as grandes difficuldades que se allegavam de se largarem todos estes ndios do servio dos portuguezes e porque podiam outra vz metter-se entre os gentios, com dispnse
foi
15
prmittido que ficassem eni
casa
:
dos
que os
tinham
avi-
com
aquelles que os resgataram em suas vidas, por evitar os inconvenientes que do contrario se podiam seguir,
e
que fugindo
os
taes
ndios
e
os
pudessem
condies
os
amos
mandar buscar
amos,
e castigar/
com
em
em
por seus servios aquillo que justamente lhes fosse taxado, com declarao que continuando elles a fugir
para os gentios, sendo depois da primeira vez, perdessem a soldada de um anno em recompensa do que os
os.
dos ditos ndios os no podero vender, nem nem dar, trocar, nem levar fora do Brazil, e os que no quizessem possuir com as condies apontadas os
largassem logo.
nem estas condies se guardaram, nem a de mais que de capti varem mais nserviu resoluo dios dali por diante com capa de vendidos por si ou
Porem,
por seus pes. No mesmo tempo se fez consulta sobre outra desordem maior, e era que com capa de uma
ndios
Coaetes^
que
dava a
todos por escravos pela morte que dera ao primeirq bispo do Estado, D. Pedro Francisco Fernandes Sardi-
nha, e no s a estes se haviam por capti vos, mas tambm volta delles a outros muitos, por cuja causa des-
povoaram as aldeias, fugindo para o serto. A esta desordem acudiram o governador e o ouvidor exceptuando os que se reduzissem a f; porem, por. mais que as Leis isto foi de nuiito fructo, pelo que acudiram aos seus remdios, dando a todos geralmente por livres, excepto os que fossem capti vos em guerra justa, e fi-
156
iialmente se veiu a dar por livres do dito captiveiro a todos os naturaes do Brazil poi* outro decreto.
No anuo
de 1564
mandou
collegio na Badar para os padres da Companhia seu El-Kei de nome sobrinho, com hia e o dotou, em
um
de 50 religiosos, cngrua equivalente a sustentao da dita capitania, que pelo temapplicada na redizima a dinheiro por uma proviso real reduziu se adeante po do dito anno. passada em Lisboa aos 7 de novembro anno mesmo No principio deste preparou o Gover-
uma
uma frota que enviou ao Rio de Janeiro, fundamento foi que tendo dado conta Rainha ReVillegente do successo da guerra que fizera contra e desrendendo de do Rio na enseada Janeiro, gaillon acima se truindo a fortaleza da Ilheta, como disse, no
nador Geral
e o
anno de 1560,
foi
festejada a
ali
nova,
se
obrou;
de gente portugueza, por o Cardeal e porque chegou nova cuja causa, regendo j noticia das pazes assentadas com os Tamoyos por meio dos padres da Companhia, mandou preparar dois forjusto no deixar l presidio
aprestos de guerra e soldados e de S, sobrinho do dito Govera Estacio por general com elles a seu tio para que junnador, e os remetteu tos s mais foras do Estado se fossem fazer senhores
do mesmo districto do Rio de Janeiro. Chegou Eslacio de S e, vistas as ordens de El-Rf^i em que lhe ordenava que fosse metter gente nossa na dita enseada, senhorou-se da terra, lanou de todo fora os francezes e comeou a fundar ali uma povoao.
Governador, que nenhuma outra cousa mais desejava, vendo-se com aquelle soccorro, apressou uma nova frota e mandou- a com aquelle novo capito, dan-
fosse
demandar a
157
barra do Rio
de
Janeiro,
entrasse
nella
som de
guerra, observasse ali as disposies e conselbos dos inimigos e se acbasse occasio que promettesse espe-
rana de victoria procurasse tirar o inimigo ao mar alto e ahi rompesse com elles, fazendo sempre por con-
com os ndios Tamoyos; e ordenando no regimento, que podendo tomar conselho com o Padre Nbrega no obrasse cousa de imporservar as pazes
lhe,
por fim
tncia
sem
elle,
no mez de fevereiro e mandou logo chamar o dito padre; porem, achando os Tamoyos rebellados e tendo noticia de que em S. \^icente havia novas revoltas, voltou
quella capitania. Soube- se na Bahia o retiro da
noticia
armada
se
mas tudo
compostas
as cousas, levou dalli grandes soccorros de mantimenda Companhia Gonto, ndios amigos e dois padres
alo de OHveira e o santo Anchieta, para remdio espiuma e outra ritual, para conselheiros e directores de
que eram peritos. E tendo gasto ali o resto do anno, se tornaram a fazer a vela no janeiro seguinte e a 20 do dito mez, dia dedicado a S. Sebastio,
lingua,
em
que por bom prognostico tomaram por ser to grande martyr e por ser nome do seu rei. E chegaram a occupar a barra do Rio de Janeiro a 1.*^ do mez de maro, aqui lanaram ferros junto as ilhas que esto para cima delia, esperando pela no
capitanea que, pela sua grandeza, e ventos contrrios,
vinha mais devagar. Unidas j todas, entraram pela barra dentro, saltou a infantaria em terra e comeou a se fortificar com trincheiras e fossos no logar on de de
158
pois clmniaram
Villa Velha, jimio a um altssimo peforma se chama Po de Assucar, sua nedo, que pela e outra penedia que por outro lado o cercava com que
em parte defendidos. Uma s cousa descontentava o logar, que era a falta de agua; porem, Deus a
ficaram
em um
poo que
ali
se abriu.
Deste logar haviam os nossos de sahir a conquistar ou haviam de ser conquistados com desigual poder; porque, supposto que eram espantosas aos ndios as
nossas armas de fogo e nossas nos possantes, eram comtudo muito mais formidveis a grande multido de
canoas volantes e guerreiros, aos centos, e a infinidade de Tamoyos armados que cobriam os mares e as
praias, todos ao som de guerra, elles e seus logares arcados e vallados, insolentes das victorias passadas e,
com
as
nos de alto
do
Brazil,
no arco destrssimos; despediam as settas com que passavam um escudo e muitas vezes che-
gavam
vore.
a traspassar
um
corpo
sahir
ainda
com
tal
Com
Animavam
lavras e no
esta casta de gente era a nossa contenda. os padres os soldados com forosas pa-
menos o capito com uma valente pratica adquada ao intento e a occasio presente, com que os soldados tomaram resoluo e perderam algum terror com que estavam. Pouco depois de alojados, aos 6 de
maro, fizeram os inimigos uma investida aos nossos como para prova da sua disposio e valor. Acharam,
porem, valor e resistncia qual no cuidavam; pelejou se de uma e outra parte, mas foram vencidos dos nossos, que mataram muitos e puzeram os mais em fugida fazendo presa nas canoas em que vieram.
159
tomaram os nossos oubons princpios tomaram os nossos grande animo e se foram continuando os suclhes
tras 27 canoas, e
com
estes
cessos favorveis pela nossa parte. Viu-se aqui fafez vor conhecido do Co, que pasmar os mesmos ini-
um
migos, porque muitos pelouros dos francezes davam nos peitos dos nossos como se dessem em duro ferro,
cahindo aos ps ou tornando frustados para traz como approvando a justia da nossa causa, e as feridas que
algnns recebiam, ainda que mortaes, com tal facilidade saravam que era fora attribuir-se ao favor divino. Quiz a presumpo de Ambrozio Fernandes, cirurgio que as curava, attribuir a cura a sua gran pericia; po rem, quiz Deus mostrar o contrario, ficando morto em um conflicto e proseguindo o mesmo -favor da cura milagrosa ainda em mortaes feridas. Foi mais notvel o successo que aconteceu no principio de
trs
junho: Appareceram a vista do nosso arraial poderosas nos francezas, bem artilhadas, e uma
grande quantidade de canoas de guerra que passavam de 130; apresentaram batalha aos nossos com as costumadas vozes e alaridos, que atroavam os mares e
montes. No desmaiaram os nossos, antes os receberam com animo forte, disparando sobre elles quantidade de
artilharia e arcabuzes,
com
to
fez
deitar a capitanea costa, entre uma penedia, donde mal se pde salvar, e accommetteram os inimigos em
ordem de guerra. As
se desfazer
e os
trs
em
Tomoyos cobriam
a proteco do insigne martyr S. Sebastio, que com f invocaram, porque, passada a tormenta, correndo a estancia, se no achou morto algum, sendo que da
16
parte contraria o foram muitos, e os vivos postos
em
buscar
inimigo
fora
delle
capitanea. Despendeu no mesmo tempo esquadras contra as aldeias e contra as canoas de pescar, em que
se
fizeram
muitas presas,
deixando
inimigo ate-
morisado.
toria de
Aos 15 dias de outubro tiveram outra grande vic64 canoas inimigas, que tinham cercado e em posto perigo as nossas, as quaes acudindo outras,
depois de larga peleja as desbarataram e se assenhoalgumas. Fez o capito S tambm uma
;
raram de
uma grande aldeia mas tendo noticia em outra muito afamada estavam os ndios junque tos em uma festa, deu sobre elles e os pz quasi tosortida contra
dos a ferro e fogo. Mas tambm foi a custa de muitas feridas dos nossos e morte de Antnio da Lagea, que
por querer livrar uma mestia de S. A^icento, que ali estava captiva, sahiu to maltratado do mesmo fogo
Foram
ra por todo o
que tinham tomado por padroeiro, sempre succederam em favor nosso. Em julho succedeu que
Sebasiio,
desesperados os Tamoyos com os seus mjs successos, aconselhados dos francezes, determinaram empenhar o
resto
do seu poder e, com 180 canoas bem armadas e governadas por mui destros capites seus e francezes, quizeram fazer uma sortida contra os nossos. Partiram em segredo para cousa de uma legoa do arraial dos
portuguezes e
ali
se detiveram
encobertos
com uma
m
ponta de
terra;
a offerecer batalha aos nossos para que, sahindo-lhes, se fossem retirando at os irem metter nas ciladas.
arraial
uma
canoa
em que
ia
mordomo do
;
santo martyr, a
buscar
madeira para se lhe fundar uma capella, e foi dar as canoas do inimigo sahiu em seu soccorro o com mais 4. capito puzerain-se os contrrios em reti-
com
rada inanhosa e
as foram
metter
na
cilada.
Ali
se
viram
grande perigo e certamente sahiriam destroados, segundo o grande numero que lhes vinha cahindo em cima, se lhes no valera o mesmo santo que
pegasse
roquei-
em
invocaram no oontlicto, permittindo que fogo na plvora da canoa ao disparar de uma ra, cujo incndio, como cousa desacostumada, terror nos inimigos e os fez fugir, por mais
elles
metteu
que
os
francezes
quizeram
ter
mo
nelles.
Fizeram-se os nos-
ao favor
de
Sebastio e
muito mais
:
os
to
TamoYos perguntavam
Quem
era aquclle
soldado
em suas canoas
nos metteu
^>
tal
cando os nossos
DesembarUrror, que foi a maior causa de fugirmos ? em terra foram a egreja e fizeram
;
aco de graas por to evidente favor e daqui ficou introduzida a festa das canoas, que ali se celebra todos
os annos
em
dia de S.
Sebastio.
Em
novembro
deste
mesmo anno
El- Rei,
o governador
Mem
de S a fundar de
expulsando dali os enfadado inimigos, cuja resistncia o tinha j muito, o pela dilatao da guei-ra. Foram em sua companhia de o Leito, D. Pedro Azevedo, paire Ignaio bispo
visitador da
Companhia de
mar
162
tyrisado
vincial
Luiz
no mar, como adeante veremos, padre proda Gran, o grande Anchieta e outros,
soccorro de
levando
um bom
embarcaes
soldados
valorosos;
em
18 de janeiro
de 1567 e
prognostico
e
que logo
contra o
em
dia de S. Sebastio
se fizesse a investida
inimigo,
duas aldeias
confiando
de
que pareciam
tanto
as
inexpugnveis,
no
santo que
terra depois
claras os favorecia.
;
Saltaram
em
de vrios pareceres
beno pastoral e encommendaram os religiosos o negocio a Deus, com voto feito ao patrono por concordncia de todos.
Ao romper da manh do
batalhes da
flor
dois
da infanteria da armada e o arraial a cargo do capito mr Estacio de S, feita primeiro uma breve falia em nome do dito santo, acomraetteram igualmente a ferro e fogo a fortificao principal, que era a de Uraii-mirini, mais difiBcultuosa por sitio e
presidio maior dos Tamoyos e soldados francezes. pois de vrios successos foi entrada e vencida,
De-
com
lastimoso estrago dos Tamoyos, que morreram todos, e dois francezes, e cinco tomados as mos, foram pendu-
rados
em um po para terrvel espectculo dos mais. Custou aos nossos 10 ou 12 mortos, sendo o de mais conta o capito Gaspar Barboza, homem de muito exforo e virtude; porem, o que mais se sentiu foi sahir mui mal ferido o capito mr Estacio de S, que mor reu pouco depois Concludo este combate, accommetteram a segunda aldeia chamada Faranapucuji que estava situada na
,
for-
1(1^
tissims,
ra e mortos quantidades
casa; mas, obrigados de um apertado vieram a entregar s a partido da vida e no da liberdade. Morreram da no^sa parte um portu-
alguns
em uma
cerco, se
Deus
ra,
de novo mais perdurveis, e tambm lanaram os fundamentos da cidade, que dedicaram S. Sebastio em
memoria de tantos
rei,
benefcios e
tambm por
respeito do
em
distrtctos,
bem que
uma
breve
descripo
delles.
En-
tre os
paragem da terra que corresponde a outro pico austral, a que chamamos dii Ilha Grande, corre um pedao da America dos mais notveis que fabricou a natureza, porque no meio destes dois extremos, na altura de 23 gros e meio, parece que tomou a sua
e aquella
conta a
mesma
natureza,
industriosa,
sahir
com
tal
sitio, que igualmente fosse inexpugnvel inimigos, e de um seguro aos amigos, proveitoso a todos viventes
grandioso recncavo na forma que logo daremos, tudo por nome Elo deJan.ro, nome que lhe foi posto por ser descoberto no 1.*^ de janeiro do anno de 1532
164
pelo famoso here de Souza.
daquelles tempos
Martim Affoiso
Foi este
martimo,
que
paragem, junto ao mar, das mais estranhas penedias que jamais se viram. Assombro das armadas mais
fortes
quando chegam pelo mar em fora at a vista de terra, e em vez de praias que alegrem comeam a ver apparencias disformes de rochedos to altos, que sobem as nuvens e espantam os homens com as figuras que fazem, e comforme ellas assim se lhe pem O Frade, a Gvea, a Clia, e outros seos nomes
:
melhantes.
Quando
i
e
vem chegando
barra se
dois
vem
levantados de
fortes,
um
outro lado,
quaes
gigantes
penedo a que
chamam Pes
que dando com as cabeas nas nuvens, lavam os ps nas aguas. \^omitacada um delles quasi das suas entranhas fogo e pelouro, quando entram em clera de duas fortalezas reaes. No ha
de Assucar,
capitanea inimiga que ousasse emborcar, porque a barra de 200 braas somente, o encostar a um e outro penedo naufragar e o tomar o canal pelo meio
esperar a fria
do canho a
mo
tente de
uma
outra parte das foras, e quando fosse possvel a entrada no possvel a sabida porque de fora ha de voltar com a mar e obedecer aos ps de um destes
penedos, experimentando seus rigorosos tiros. Pelo terreno vae rodeando toda a bahia e recnca-
vo do Rio de Janeiro aquella espantosa serrania que, j por vezes temos dito, corre a costa toda e com a
parte de
l
mais
spera,
chamada
Montanha
dos
rgos, porque
em forma
tando
em ordem
165
do altura immensa que excede as nuvens. Representam aquelles grandes montes muralhas ou torres formidveis postas entre ns e os brbaros que habitam a outra parte, pt>rque aU fuhnina a natureza em
tempos tormentosos taes raios que assombram a terra e chegaram a suspeitar as naes agrestes que estavam armados de propsito para a defensa dos portuguezes.
de bonana aquelsua forma, altura e formopor mui sura, revestidos de arvoredo verde, e arrebentando em ribeiras de agua que, despenhadas dos altos cumes,
les picos inaccessiveis
So comtudo alegres
em tempo
vem a pagar tributo ao mar e alegram os olhos dos moradores. E' o alagamar da barra para dentro uma
estendida
Santos^
e
formosa
bahia,
emula
da
de
Todos
os
cando pela barra dentro, chega quasi a lavar os ps daquelles montes que chamamos rgos. Tem este alagamar ou bahia como cousa de 8 legoas de dimetro e 24 de circumferencia esta entrechassada de ilhas, boqueires e estreitos; estes ornados de verdura dos
;
mangues
f/oarazes,
e vermelhos dos pssaros a (pie chamam fazem a vista aprazvel. As ilhas fazem nu-
com
grossas
e
nella vrios
uns do centro, outros das terras circumvisinhas, que com o doce das suas aguas fazem continua guerra as do mar, querendo prevalecer cada
qual delias. E' abundantssima de
pescados, com tanta quanem que era necessrio navegar
rasas para evitar o pedos saltando de uma e outra parte, rigo peixes que, cabiam dentro e succedia ser talvez em prejuzo do
166
rosto e olhos dos
que navegavam. Sofaciliraos o maarredores porque so muitas as servio e maiores menores, que cortam estas aguas embarcaes, de dia e de noite, fazendo alegre vista e suave commercio do circuilo da baliia. Esto hoje povoados de
neio
e
dos
moradores de fazendas grossas, entre as quaes avultam mais as dos engenhos de assucar que passam de 100, as da machinas que suppooto ^ue com menos
Bahia.
neiro
S.
Sebastio do
Rio de Ja
arraial
uma
tificou
com
foras, e a barra
No
corao da cidade deu o governador Mem de S sitio para se fundar um collegio aos padres da Companhia de Jesus e lho applicou dote de renda necessria para o sustento de 50 religiosos, em nome de El-Rei, que assim ordenava o Cardeal-Regente, cuja merc acceitou
o venervel padre Azevedo, visitador ento e depois martyr; cuja escriptura de dote se passou em Lisboa,
em
6 de
fevereiro do
foi
um chamado
fim Affonso de Souza, nome que se cobridor do Rio de Janeiro, o qual fez
contra os
proezas
aggravados do muito o intento de se vingar deios tiveram affrontou, que le. A este, depois de acabada as guerras, mandou o go-
Tamoyos,
que
estes,
vernador que assistisse com sua gente em um sitio visinho a cidade, que tem por nome S. Loureno. Aqui, depois de assentada a sua aldeia, intentaram os ditos
Tamoyos,
167
occasio, porque havendo de carregar em seu districto seu pobrazil 4 nos francezis, lhes pediram que os ajudassem nesta einpreza, e como os fran-
veram boa
dependiam delles acceitaram, entrando em som de guerra pela bahia do Rio dentro em 8 lanchas e grande numero de canoas,
cezes
impedir o passo e a povoao sem cerca, por cuja causa se teve por perigoso o caso, porque o inimigo chegou inopinadamente, seu poder era grande e o nosso
mui
risco.
limitado, e
si
acconnue|;tessem
correramos ento
Tomaram
os nossos
animo
mandaram pergun-
com que intento entraram; responderam que iam entregar nas mos dos Tamoyos a Mai*tim Affonso de Souza. Ficaram os nossos mais des-
preoccupados, mas sem})re com algum cuidado acerca do ndio amigo e do mais que poderia acontecer; pelo que mandou o governador Salvador Corra de S avisal-o e
S.
No desmaiou
se fortificar o
til
o indio com o aviso, ma*^ tratou de melhor que pde; despejou a gente in-
para fora e esperou com animo o iuimigo. Desembarcou este em terra e conheceu-se ento ser o seu poder
formidvel
em comparao do que estava com elle (Martim Affonso), porque as 4 nos jogavam muita artilharia, as 8 lanchas lanaram de si summa de francezes, com armas de fogo, e as canoas to grande (juanticebidos
dade de Tamoyos que col)riam as praias, to bem percomo para uma guerra de mais porte. Porem, traava aqui o Oeu um successo de grande
foi
fama, e
terra e
sem
16&
Succedeu que aquella
deia
mesma
noite
entrou
na
al-
um
governador mandou
de portuguezes cajiitaneados por Duarte Martins Mouro, homem de valor. Visto este soccorro chorou de
alegria o cai)ito. Foi caso depois de exaggerar os seus
que
em
esqueceram
delle, e de-
pois de lhes trazer memoria as faanhas dos seus antepassados e as que elles tinham obrado na continua-
o daquellas guerras to prolongadas, tomou uma resoluo digna de corao esforado e, confiado no valor dos seus e no silencio e escuro da noite, mandou romper as cercas
e
e,
do martyr
S. Sebastio,
aqui uma bem ferida batalha, vz e exemplo do seu capito, paporque os nossos, reciam lees e, como deram em corpo desconcertado,
improviso,
travou-se
fizeram no inimigo grande estrago. Por outra parte a mesma multido fazia resistncia e pelejavam fortemen-
mais esforados mas, sem ordem, entre a confuso da noite, houveram por fim de voltar as costas, seguiram os nossos ao alcance e com pouco damno fite os
;
zeram uma grande matana. Emquanto uns e outros andavam na briga as nos francezas, que estavam junto a praia, postas em cerco com a vasante da mar, no puderam jogar a artilhados nossos assestaram ria, do que advertidos alguns
contra ellas
falco-pedreiro, disparando zes virados para terra a mo tente nuvens
um
mataram muitos francezes e destroaram a enxrcia mida. Acabada esta memorvel victoria aclarou a
manh
e
e viram ento os inimigos seu grande estrago mal puderam as relquias dos francezes reduzir-se a
169
todos confusos, envergonhados, foram -se barra ao Cabo Frio choraram fora e pela chegando os Tamoyos a sua ruina e os francezes se partiram com bem pouca alegria, deixando com esta ultima victoria
Assim
e o
mandou premiar
e
christo
um
vestido
do seu prprio corpo. Depois de alcanada a victoria chegaram os soccorros que se tinham mandado pedir a S.
Vicente,
e
achando concludo o
effeito
nham no quizeram voltar sem alguma proeza memorvel, pelo que os mandou o governador contra o Cabo-Frio, para onde os inimigos se tinham retirado e onde acharam terem-se j ido os francezes, porem, acha-
ram uma nova no daquella nao, bem artilhada e carregadas de mercadorias, e voltaram com esta noticia e como estavam os do Rio victoriosos e os de S. Vi;
cente desejosos de pelejar con vieram as suas canoas render aquella no.
em
ir
com
todas
capito governador em pessoa com a gente de effeito, e chegando a serem avisados dos montes de Cabo-Frio fizeram os Tamoyos avisos aos
Partiu o
mesmo
francezes, entre os quaes se viu dirigir o poder de pequenas canoas contra uma no artilhada de porte de
mais de 200 toneladas. Porem choraram os que riram, porque as canoas accommetteram uma madrugada por
uma
e outra parte e
ganharam de repente
os costados,
donde, por mais que a no estava preparada de artilharia e guarnecida de soldados e artifcios de fogo, a artilharia no fazia effeito porque jogava pelo alto e ficaram-lhe as canoas debaixo, e da mesma manoira toas frechas
das as mais armajs de fogo ficaram friist radas, ponjue varejavam os brbaros de maneira que no
era possvel os francezes chegarem-se a
elles, os
quaes
170
canoas jullogo sentiram bem a fora das pequenas antes de tiveram. riso o riso o que garam a sua custa ser 3 Accomiuetterem os nossos a subida vezes; mas coao entrar ficavam a peito descoberto foram rebatidos com os piques e com alcanzias de fogo, e nestes
mo
trs
accommettimentos cahiu
sempre o governador ao
Joi livre pelos
nossos
Prolongava-se a. briga travada de parte a parte. O capito da imo, vestido de armas brancas, brigando com duas espadas, se defendia e animava aos seus com
valor, discorrendo, discorrendo por todo o convez.
Entenderam
os nossos
dilata-
andiva to bem armado fo do successo, mas como no entravam com elle as settas. Entrou em brio um frecheiro e perguntou se tinham aquellas armas algum logar por onde entrasse uma frecha; disseram- lhe que
que pela
viseira.
effeito, e
disparou
logar penetrou o olho e o interior da cabea ao capito contrario e deu com elle no convez, a vista do que desanimaram os solda-
nma
frecha que
mesmo
dos e fugiram para baixo depois de muito bem feridos. Entraram os nossos e renderam a no a vista dos mes-
mos Tamoyos
contrrios que,
como escaldados no
se
Mandou o capito governador dar a>yela e entrou com a no no Rio. Deu o salve aos soldados que em
breve tempo appareceram vestidos dos melhores pannos do mundo A artilharia, applicou-se na defeno
na barra se no man-
com com
capito-mr a Mem de S, seu tio, a relao deste bom successo e ficou elle somente a gloria delle, no tomando cousa alguma dos des-
171
Estes grandes feitos dos portuguezes na dali em deante os nossos inimigos para nos terem mais respeito e no se atreverem conpojos para
si.
America esfriaram
tra ns.
Foi-se
uti-
lidade dos portuguezes e muito mais que por esta via se descobriram as minas de ouro. De Pernambuco no
temos noticia dos successos particulares destes annos; s consta que se iam augmentando a povoao e a utilidade dos engenhos de assucar, donde veiu sempre o mais selecto, e de outras produces do paiz. De tabaco
se
nem
se entendia a
sua utilidade.
e geral
commum
Estrada de
S.
NO SCULO PASSADO
As primeiras entradas feitas pelos antigos Paulistas no serto ao sul da cidade de So Paulo, as do sculo
XVII
cas e
de que resultou a destruio das misses jesutibem assim a expulso dos Hespanhes da regio
ou
de
occupao effectiva
do
vasto
territrio
con-
quistado.
Por muitos annos depois destes acontecimentos, a posse portugueza effectiva, fora da zona do littoral, ficou limitada s visinhanas da cidade de Sorocaba, estendendo-se talvez s de Itapetininga no actual Estado de So Paulo, e de Curityba no actual Estado do Paran, no se sabendo se houve,
ou no, communicao
Com
a fundao,
em
174
1737, de estabelecimentos portuguezes nas visinhanas da entrada da Lagoa dos Patos, houve necessidade, para a defeza e manuteno destas nascentes povoae
es destinadas a servirem de base para a conquista povoamento do actual Estado do Rio Grande do Sul,
ligao terrestre e mais segura do que a rtima com o centro paulista. As diversas guerras
de
uma
ma-
com
os Hef;panhes
trada,
deram
uma
das princi-
Brazil e assim se
tem conCl)
porm
certo
n'ella
que
uma
se
tes
lixarem
que,
diversos
moradores
permanen-
abrindo
commodidade
de populao dos quaes alguns se desenvolveram e passaram categoria de villas ou cidades, ao passo
que outros
ficaram
sitios
E* de presumir que a data fosse posterior a 1737, sen (1) do porem possivel que fosse au-.erior fundao definitiva das povoaes no Rio Grande do Sul. O catalogo da Exposio de Historia do Brazil traz, sob o u.o 1488, o seguinte titulo, Nova e l.a Carta da Terra firme e Costas do Brazil ao Meridiano do Rio Janeiro, desde o R." da Prata ath Cabo Frio, com o novo cam.o do Certo do R.o Grde, ath a cide. de S. Paulo. O. E. D. ao Poderozissimo Rey e Sr. D. Joo V. pelo P. M. Diogo Soares S. J. seu G. R. (Geographo Real) no mesmo Estado. 0,1 842 x 0,694. Original? a aquarella. Exp. Arch. Mil>. Esta carta que deve estar ainda conservada no Archivo Militar do Rio de Janeiro no tem data, porem outros trabalhos cartographicoB do mesmo auctor mencionados no dit catalogo so datados de 1730 e 1731.
175
mappas
J era 1749, o Mappa das Cortes, organizado em Lisboa para servir nas negociaes do tratado de limiserie tes com Hespanha, figura osta estrada por uma de signaes representando estabelecimentos fixos espaados de maneira a indicar que o factor determinativo da
sua fundao era a marcha diria das tropas, quer miquer commerciacs, e as facilidades de aguada e de culturas para o supprimento das suas necessidades.
litares
Conforme as investigaes do Baro do Rio Branco, resumidas na sua magistral Exposio ao Arbitro da questo de limites com a Republica Argentina, as in
formaes
em que
se
baseava o auctor do
Mappa
das
Cortes para modificar e augmentar nesta parte os raappas existentes dos Jesutas eram fornecidas pelo General Silva Paes. fundador dos estabelecimentos
que talvez
tivesse
transitado por ello. O oicio de 8 de Fevereiro de 1749 do Secretorio de Estado, Marco Antnio de Azevedo
Coutinho, (citado pelo Baro d Rio Branco, p. 149) diz que a parte relativa as possesses portuguezas no
sul foi tirada
Soares
(1).
no
dito
teiro, posio com referencia aos cursos de agua (cujo seguimento para o
Como o mappa representa diversos detalhes que so 1) certamente posteriores expedio do General Silva Paes em 1737, parece que a contribuio deste era bastante importante ou euto que o mappa j referido do Padre Diogo Soares foi
oonfeoQionado depois desta data.
176
interior era alis desconhecido) e
com approximao
(1).
rumo
e a distancia de
um
pouso a outro
mappa no d os nomes das situaes representadas, nem os dos rios cortados pela estrada, com a excepo de um affluente do Iguass, deInfelizmente o
nominado Itupeva, que no figura nos mappas modernos, mas que parece ser o que desagua perto do Porto da Unio e que hoje conhecido pelo nome de
Canoinhas
.
Durante os annos de paz que se seguiram ao Tratado de Madrid de 1750, esta estrada serviu apenas de
via
com
commercial, cuja importncia de\ia ter crescido o crescente desenvolvimento dos estabelecimentos
tania de
Grande do
Sul.
Estando
a Capi-
sem governo
officialmente
Quasi todos os antigos mappas brazileiros (e nos (1) detalhes grande parte dos modernos) so baseados em taes ro-
ou informaes dos vaqueanos. Na falta de um levantamento geodsico ou feito com instrumento, o meio mais seguro
teiros
de se fazer
um
esboo geographico de
uma
regio desconhe-
cida de facto
com
pregados com critrio, do um mappa cuja approximao verdade , muitas vezes, sorprehendente. Neste respeito o caipira
to)
ou tropeiro brazileiro
aguaias so rigorosas; as relativas aos rumos e distancias, muito approximadas verdade. O nosso digno conscio, dr.
perito
no levantamento de mappas,
emprego de instrumentos como pelas informaes dos vaqueanos, me confirmar nesta apreciao do instincto geographico do tropeiro brazileiro.
177
Restabelecido,
em
1764,
o governo
D.
So
Paulo
com um governador,
Souza Botelho Mouro, extremamente emprehend ador e especialmente empenhado na explorao e povoamento do vasto serto da Capitania, e tendo ao mesmo tempo
de orgonizar e expedir os contingentes de tropas e munies para a guerra (pie tinha rebentado d novo no
sul,
do
governo.
A parte ao norte do Iguass serviu de base para as numerosas expedies de explorao e povoamento nos sertes de Tibagy e Ivahy, e, para dominar os ndios na parte da estrada que se approximava da Serra de Paranapiacaba, resolveu-se a fundao de Itapeva ou Faxina, cujo desenvolvimento dentro de poucos annos lhe gr a ngeou o titulo de villa. Para melhor garantir as communicaes com o Rio Grande do Sul, D. Luiz Antouio cuidou no estabelecimento de um centro mais forte de populao na regio do alto Uruguay, escolhendo para este fim a fazenda ou pouse das Lages, elevado villa em 176(5. Em 1766, D. Luiz Antnio remetteu para a Corte um mappa de grande parte da America
Meridional que indubitavelmente representava esta estrada naquella cpocha, mappa que infelizmente parece
que
se perdeu,
onde os detalhes dessa estrada vem representados com mais minudncia de origem hospanhola e incidentalmente mostra a grande importncia que os hespanhes attribuiram a esta via de communicao, que para
elles
O mappa
era
uma ameaa
constante
do Rio da Prata e, na hypopara de um movimento these offensivo, um meio de alcanar os seus inimigos no seu centro continental mais forte, a cidade de So Paulo.
as suas posseses
178
mappa da America do Sul, orga177 pelo geographo real da Hespanha D. Juan de la Cruz Cano e Olmedilla. que d quarenta e tantos nomes d 3 localidades entre So Paulo e Viamo, isE' este o granda
nizado
em
to
um
longa
jornada. E' realmente curioso ver figurar neste mappa do continente, em que s teriam logar os nomes das povoaes de certa importncia, tanta riqueza de desig-
naes
que,
na maioria
dos
casos,
provavelmente
representavam
Nenhum
Rio Grande com egual presenta a estrada So Paulo somraa de minudencias. Por exemplo, o da Capitania
Paulo, organizado em 17J_' por Montezinho, apezar de ser mappa local e no geral, mujto menos detalhado a este respeito. E' de i)i-esumir que os
de
So
detalhes
fornecidos
por
informaes, ou roteiro, que serviram pnra a ccmfeco deste mappa devem ser anteriores adminis
trao de D. Luiz Antnio de Souza, visto que no d o nome de Lages, que somente nesta epocha comeava de tomar importncia especial. No Archivo de So Paulo, o documento mais valioso que se encontra a respeito desta estrada, a seguinte
ficou registrada
um
officio
com
data de 21
de
Bohm, commandante
Sul.
em
179
Trnsitos por onde ho de marchar as Companhias DE Cavallaria de Voluntarios Reaes de So Paulo para o Exercito do Rio Grande de Sio Pedro. l.<*~Da cidade de So Paulo Carapecuuba.
2/*
3.^
do
matto Payol.
4.^
.^
Dos Barreiros,
6.^
7.^
8.^
De De De
8arapu
de baixo,
Fazenda de Pederao
Porto de Ta-
neiras.
9.*^ Da
Fazenda de Pederneiras,
petininga.
10.
1
1
.^
Da Parnapitanga,
de distancia,
legoas
canoa.
13.<^ Do Sitio de Piahy, sa, dista quatro legoas,
14.
Fazenda da EscaramusSitio
Da Fazenda da Esciramussa, ao de Tadista quari^ lguas. Do quatro de de Perituba, Taquari, ao dista quatro lguas. Do de Perituba, Fazenda de So Fequatro lguas meya. Da Fazenda de So Pedro, Fazenda de Mu15.
Sitio
Sitio
16.
Sitio
dro, dista
17.
^^^')
18.
Da Fazenda
dista
riayl>a,
cinco
com passagem do
Rio, e
canoa.
19.
De
co lguas-
Grande, abaixo das Furnas, dista quatro lguas e meya. Do Atterrado Grande, Fazenda do Capito iil. Francisco Carneiro Lobo, dista quatro lguas e meya. Da Fazenda do Capito Francisco Carneiro 22.
20. -^Da
Fazenda da Cinza,
ao Atterrado
Lobo, ao Sitio de Tapanhuacanga, dista quatro lguas. De Ta])anhuacanga, Fazenda do Boqueir o, 23.
e
dista quatro lguas Do Boqueiro,meya. Encruzilhada do Carrapato, dista quatro legoas e meya. Do Carrapato, Fazenda do Lago, dista quatro lguas. Da Fazenda do Lago, Fazenda do Ferrador, cinco lguas. Da Fazenda do Ferrador, ao Registro de Curi24. 2.
26.
dista
27.
28.
Do
Lappa.
2?.
De
Campo do
Tenente.
30.
Do Do
Campo do
Rio
Negro.
31.
32.
Negro De Butiatuba, a
Ogurayp.
33. De Oguaryp,
to
mat
de So Joo.
34. 3.
Da
Do
Estiva, a
181
Tacuaral, onde se sahe do Matto, entrada do Matto do Espigo. 37 Da entrada do Matto do Espigo, Espichada, fora do dito Matto.
36
Do
bS
Da
39
41
Da Sepultura,
40 Da
Da
Do
Ponte-Alta, a outra
rombas.
42 43
44 45
noas.
Dos
46 47
Do Rio das Canoas, a Loureno da Rocha. Do Loureno da Rocha, a Villa das Lages, que
l-
no chega a ter duas lguas. Todos os mais trnsitos acima so de quatro guas, e alguns de menos.
Da Villa das Lages, se entra nos Marcds do Continente do Rio Grande, onde os trnsitos so um pouco puxados, por conta dos pastos para os cavallos.^
Na
dente
organisao desta ordem de marcha houve eviempenho em regular, quando fosse possivol, a
appa-
rentemente
que j nesta
foram
diria.
Como
os pousos que devem ser occupados pela tropa, este roteiro no d a relao completa dos
vem mencionados
estabelecimentos ao longo
da estrada
e,
nos casos de
182
descordancias entre
devidas
em
parte calidades so designadas ora por nome local, ora pelo seu dono (^que varivel), sendo possvel que muitas destas discordncias sejam verdadeiros synonimos.
elle e os inappas, estas podem ser a estas localidades intermediarias e em parte em todos os roteiros, as loComo synonimia.
um
do desenvolvimento das
ordem de marcha
comparando-o
com
os
mappas
considej
alguns
rela-
communicao
de
entre So Paulo e
(este
Sorocaba.
das Cortes e o
Olmedilla
d o
Jarocabas) figuram apenas os pontos extre-, mos, e o de Montezinho de 1792 d apenas os pontos intermedirios de Pinheiros e So Roque. A ordem de
nome de
marcha, indo pela estrada antiga que se bifurca da de It, indica que a mais directa por Cotia e So Roque no existia ainda, ou que no tjstava em condies de
ser preferida
(1)
(1).
Nas notas colleccionadas pela Commisso de Estade 1888, a fundao da Cotia presume -se ter se realigado n anno de 1713 e a elevao de So Roque freguezia no anno de 1768. Sobre a data da abertura da estrada que liga So Roque Sorocaba uo se encontra referencia alguma.
tstica
83
Os pousos so
Carapecuuha,
(
Carapicuiba
),
que ainda conserva o mesmo nome. Baruiry merim, que evidentemente a actual povoao de Baruery e que figura no Mappa de Montezinho de 179: na margem direita do Tiet. Barreiros para l do Matto Payol, deve ser no districto de Araariguama, onde o nome Payol conservado no Crrego do Payol.
Olhos de Agua,
Felippe Guenal^que deve ser algum pouso antigo perto da cidade de Sorocaba (l), o qual ficava como ponto intermedirio da marcha do 6. dia.
No trecho da estrada entre Sorocaba e Faxina o Mappa das Cortes s indica um pouso sem nome, porm em posio que corresponde ao Porto Je Itvpetininga, e o de Olmedilla tem diversos nomes que sero mencionados abaixo. Os nomes indicados na Ordem da
marcha so
os seguintes
(1)
O mappa
nome de
Sorocaba, mas
nma povoao
um
rio <Britida>
om
com
a da cidade e rio
uma povoao de So
Felippe. No mappa anterior do mesmo auctor, publicad em 1734 nas 'Lettres Edificantes et Curieuses crites des Missio-
nes Etrangeres par quelques Missionaires de la Compagnie de Jesus >, ha alm destes nomes o do cBerusacaba> (Araoiaba). Como o mappa do DAnville foi confecr^ionado com 'os dados
fornecidos pelos
Jesutas,
de presumir
que estos
dos
nomes
da
foram
encontrados
em
alguns
escriptos
padres
companhia.
184
Opanema, que evidentemente a passagem do rio Ipanema na estrada de Campo Largo e acima do morro do
mesmo nome.
baixo,
Sarapmi de
rapuhy.
passagem do
rio
Sarap ou Sa-
ser entre
Alam-
bary e Itapetininga (fundada em 1770), onde ainda se conserva o nome de crrego des Pederneiras. po-
Em
nome
Recistro que talvez indique que existia poi;,ani registro do qual ze perdera a tradio.
um
Porto de
Ipetininga, o
mappa de
Olmedilla d na
margem de um rio que corresponde ao Itapetininga o nome Cubaz provavelmente o do morador no ])orto, ou
n'um dos dois pousos seguintes que no vem mencionados no mesmo mapp. Pescaria. Este nome ainda se conserva n'uma fazenda prxima margem direita do Paranapanema. Paranapitanga. Provavelmente na margem do pequeno rio do mesmo nome. O mappa de 1792 tem o noiie de Col: Joaquim Manoel ne^ta posio.
Sitio do Piahy,
tes e o
nome Pedroso no de
nome induvitavelmente
a Antnio Furquim Pedroso que, conforme a chronica, fundou, em 1766, a poyoa<Jo de Itapeva da Faxina, no logar denominado Villa Velha donde, depois de elevada categoria
de villa em 1769, foi removida para o sitio actual. A occorrencia deste nome umo indicao valiosssima da exactido do mappa hespanhol, mesmo nos casos
em que no
concorde
com
se con-
185
serva.
existia,
ha
os seguinte pousos.
Sitio de
Tacuari.
nas passagens
dos nos
Taquary
Pirituba que
no
nome
figuram no mappa de Ohnedilla o qual tem, ]>orem. o estranho de Hangua em posio que correspon-
mesmo
a
um
que evidentemente o Itarar, pode-se suppor que Hangu seja erro de copia por Itangus. ])e facto
conforme informaes de um viajante que ]>ercorreu ultimamente esta regio, um Lageado de Itangu cerca de meia distancia entre os rios laquary e
existe
Pirituba.
Devo no obsequio do
estrada.
sr.
C.
F.
Scheler
a seguinte
Castro, de
O CoronelJoo
Martins, morador
em
cerca de 60 annos de idade, qne viajou muito como tropeiro no N. de Paran e S de ;S. Paulo deu as se-
guintes informaes
sobre
antiga
estrada entre
;
S.
Paulo
Curityba
em
territrio
paranense
De S. Pedro de Itarar, uma povoao relativamente nova em S. Paulo, passa-se primeiro a antiga fazenda Morungaba. O actual dono. Coronel do Canto Silva, mora nesta fazenda no logar denominado Barbozas.'A Tapera, a antiga casa da fazenda, fica mais distante a E. Para chegar l passa-se primeiro' um pequeno morro depois um lageado (pequeno riacho^ de onde se avista a Tapeira encostada n primeio morTo de Morungaba (que tem uiais de um ponto culmi-
186
nante). Indo para o S. atravessa-se o rio Jaguaricat e as fazendas Postinho, Limoeiro e Tucunduva, aonde
e criao de gado.
Esta ultima
fazenda pertence hoje Companhia Frigorifica. Depois passa -se a fazenda -Samambaia antigamente perten-
cendo ao Baro de Antonina, actualmente ao Coronel Domingos Antnio da Cruz. Atravessando a ponte do na villa do rio Jaguariahyva nesta fazenda, entra-se
recebeu este
nome
pela fazenda,
em
que houve
restinga,
foi edificada.
antiga casa
d'esta fazenda,
onde
uma pequena
onde
se
avista
Deixando a fazenda
ou Capella do Snr.
Menino, aonde fica hoje Pirahy. O dono desta fazenda era lia O annos o Capito Francisco Carneiro do Lobo
que porem morava retirado da villa Jaguariahyva n'um outro sitio. De Pirahy at Castro seguiu- se pelo caminho actual. Passando Castro entra-se na fazenda
Carambehy que
d'elle,
foi
de
um
Capito Mr.
mulier
D. Francisca Carambehy morreu ha 50 annos muito velha. Ligado a esta fazenda era a do Boqueiro A casa ficou trs legoas da cidade da Ponta
Grossa e a N.
IO.**
E. desta cidade.
Uma
outra fazenda
Carrapato, que demora alem do Tibagy e a S. 20. W. da Ponta Grossa. Ponta Grossa era uma pequena povoao encostada a uma ponta grossa de matto, distante l 1|2 km. da cida-
Existem
ahi casas,
que
se avista
passa-se a
capella
do cemitrio. Da fazenda dos Carrapatos fazenda Santa Cruz (aonde existe ainda a mais antiga n'esta regio), que pertencia ao
Gonalves Guimares,
Capito Joaquim
que morreu
18T
em 185? com
da do Lago.
90 aiinos de edide.
De
l chega-se
fazen-
casa ficou
1{2
legoa de
Palmeira.
antigo registro no Iguass ha 5 legoas. Este registro achou-se perto da estao Tamandu. A ultima parte deste caminho desde Ponta Grossa at
De Palmeira ao
Tamandu no
Martins no
era
commum
Snr.
Coronel Joo
sabe explicar, porque foi indicado este transito para as tropas, salvo que era por causa do
melhor pasto. Fazenda de So Pedro. Este nome ainda se conserva numa fazenda que occupa grande extenso de terreno direita do rio Itarar e que provavelmente deu o nome actual povoao de So Pedro de Hara-
no ponto de passagem do rio. O mappa hespanhol d este nome mas tem o do Rio Verde que outro pouso na mesma regio. Fazenda de Murungaba. O mappa hespanhol d a (jrthographia Morungaba que mais do accordo com o uso moderno. O nome ainda se conserva n'uma grande fazenda do estado do Paran e ^i'um morro poucos kilometros abaixo de So Pedro do Itarar. O pouso acho-se asssignalado no Mappa das Cortes. Sitio de Jagtiariayha. Passagem do rio Jaguariahiva, e talvez no logar da actual villa deste nome. O mappa de Olmedilla d Jauarayba, e entre este e Morungare
no
ba, o rio
Jaguarahi
com
o sitio
de
Samambaya que
uma
fazenda
que ainda
conserva o
mesmo nome
a direita do rio
Jaguariahiva estando a povoao deste ultimo nome esquerda do mesmo rio. O mappa de Montezinho de
1792 tem o
nome de Boa
Vista
para a
povoao
so-
bre o Jaguariahiva,
Fazenda das
evidentemente o
que
nome Cinza
estropiado^
188
Grande abaixo das Furnas. Este ponto assigiialado no Mappa das Cortes, tem o nome que de Araraz no de Olmedilla que o colloca sobre um do Coronel rio Turnas (^Furnas^. Conforme a nota Martins o Atterrado Grande tem hoje a nome de PiAtterrada
epocha)
Fazenda do Cap. Francisco Carneiro Lobo, Este ponto se no o da actual cidade de Castro, nas suas immediaes. O mappa hespanhol d o nome de Rocha. O- Capito Francisco Carneiro Lobo era um
dos exploradores do serto de Guarapuava em 1768 (i) de So Paulo, vol. IV, p. 49. ) e ( Archivo do Estado
na occasio da creao da villa de Castro em 1792, era capito de auxiliares. Ao sul da atual cidade de Castro as exploraes de 1768-1772 tinham aberto diversas estradas na regio
dos
Campos
Geraes,
entre
outras
uma
para o re-
gistro
do Iguass que encurtava a grande volta por a estrada So Paulo -Curitiba en-
A ordem
da
de marcha de
nova, ao pousos mappas de Olmedilla e das Cortes do passo que os da antiga. Ao norte, a bifurcao das duas estradas era na povoao de Pitangui conforme o mappa de
os
estrada
um esboo que acoma em 1789 a panha petio, para elevao da freguezia do villa Yap (Castro) parece que era mais para o norte. Os mappas modernos desta regio so to pouco
Montezinho de 1792, porem por
(1)
O commandante
desta expedio
era o
Guarda Mor
que na administrao de D. Luiz Mascarenhas era Guarda-Mor das novas minas de Santa Anna do Sapucahy, donde se retirou na occasio da passagem deste districto para Minas em 1749.
189
minuciosos que
des.
dificil
identificar
e
todas as
localida-
guintes.
Tapanhoacanga. O mappa de Olmedilla d Caicanga parecendo haver confuso com a localidade deste nome na margem do Iguass abaixo do registro.
O mappa
nos Boqueiro
em
mente com
Martins este
este pouso.
sitio,
o Boqueiro dos mappas modernos, parecem pertencer antiga fazenda Carambehy, sendo a fazenda do Boqueiro que vem em seguida uma outra
Fazenda do Boqueiro. Ao que parece, no a actual povoao deste nome sendo mais para o lado de Ponta Grossa, e
tiu
prximo ao rio Tibagy. Encruzilhada do Carrapato. E' o ponto donde para estrada para o serto de Guarapuava, situado a
uma lgua da margem do rio Guarauna, affluente do lado esquerdo do Tibagy, e trs lguas da Ponta Grossa, conforme a narrativa de Affonso Botelho de So
1772, e a 4 1|2 lguas da fazenda do Boqueiro, conforme a ordem de marcha. E' provvel que o
Paio
em
nome ainda
exista,
bem que no
figure nos
mappas
Com
os
dados
mo no
duas fapossivel determinar a posio exacta destas zendas, nem se tem ellas conservado at hoje os mes
mos nomes. Conforme a narrativa de Affonso Botelho, a fazenda do Ferrador no estava maito longe do porto de Caiacanga no rio Iguass, distante 9 lguas de com a Carrapato, distani^ia esta que est de accordo ordem de marcha de Martim Lopes, O nota do coronel
19
Martins d a Fazenda
meira.
do Lago a
li2
lgua de Pal-
do rio Iguass na Registro de Curitiba. Passagem o estrada de Curitiba. Nem o Mappa das Cortes, nem conse donde neste indica de Olmedilla ponto, pouso
clua
que o estabelecimento do
registro era
facto re-
cente
em 1775. O mappa de
os
Negro
antiga.
Yap
strada
provaCaiacanga. Sobre um afluente do Yap. velmente o ponto Tapanhoacanga da ordem de marcha e talvez o Boqueiro dos mappas modernos. Pitangui. O mappa de Montezinho tem Pitangas com o accrescimo dos Jesuitas, dando a suppor que
ali
occupao
Rocha Pombo n'um recente escripto jesuitica. no Jornal do Commercio (27 de Novembro de 1897) menciona uma Igreja Velha na estrada de Castro a
Sr.
Tibagy attribuindo-a, porem, aos Jesuitas de So Paulo. Como na regio dos Campos Geraes ha muitas rochas de formas fantsticas que, as vezes, se assemelham a
que algumas destas tinham sido assim chrismadas na linguagem popular. E' certo porem, que os Jesuitas de Guayr conheceram todo o valle do Tibagy onde tiveram diversos estabelecimentos que vem representados no mappa de 1646-1649. O de In carnation parece ter sido na regio da actual villa de Tibagy o e de S. Miguel perto das cabeceiras do rio, ambas do lado esquerdo. Seria interessante verificar o que ha de exacto sobre restos ou tradies de Jeruinas, possivel
suitas nesta regio.
Um viajante
uma
recente, o
Sr.
Erasmo
Braga d noticia de
tas
em Carambehy.
191
Tajacoca.
O nome
Itajacoca
figura
nos mappas
modernos.
Coynbeju.
Conforme o esboo ja referido de 1789 so nomes de duas fazendas que ficam a cada lado do alto Tibagy na estrada de Castro a Curitiba.
Porcos.
estes os
Caho Largo.
l^ray Carlos.
Campo
Largo.
Conforme a narrativa de Affonso Botelho, a Fazenda dos Carlos ficava a 10 legoas de Curitiba e cerca de 6 legoas de Campo Largo. Dahi foi se em um dia a N.^ S.* da Conceio de Tamandu (que
da
ponto Prelado de Olmedilla, fora estrada), Caiacanga e Fazenda do Ferrador. (3 Mappa das Cqrtea representa trs pousos nas
talvez o
aguas do
Boqueiro
Tibagy que
e
Pitangui,
Iguass que pela posi:o parece ser Lapa. Existe no Archivo Militar do Rio de Janeiro
indito
foi
um
que mappa organiz^ido anno 1770, para accomponhar uma exposio de governador, D. Luiz Antnio de Souza, a respeito das exploraes dos Sertes do Tibagy e Ivahy, sendo de
em
So Paulo no
suppor
xlffonso
que
seu
auctor
fosse
Tenente
Coronel
Botelho
de
So Paio.
Piay (Apiahy) como o ultimo affluente do Paranapanema. Depois vem ao sul um rio sem nome, rio Pintuba
unem para formar um no Tibagy. O Itarar que recebe Taquan desaguando o Jaguanaiva (Jaguariahiva) que de sua vez recebe o
(Pirituba) e
rio
Jaguarc.tta (Jaguaricat) tambm representado como affliiente do Tibagy. E' evidente que nesta epocha os
rios desta regio s
eram conhecidos
ceiras nos pontos da passagem da estrada, sendo hyde descarpotheticos os seus cursos inferiores e pontos
192
ga, e a e.ste respeito as hypotheses do mappa hespanhol so mais acertadas do que as do paulista. O primeiro d acertadamente o Rio Verde unindo -se com
um
sem nome. que o Itarar, e correndo para o Paranapanema, mas est em erro dando o Pirituba como affluente do Rio Verde. O nome de Rio Taquaii
dado no mappa paulista ao curso inferior do Rio Verde corresponde em posio com o Rio Itangus do
mappa de
s
Olmedilla. E'
e
quan, Itangus
nome indigena. O Mappa das Cortes de 1749, embora sem nomes, representa melhor os rios desta regio
do que o paulista de 1770. Continuando do Registro
do Iguass
a
ordem de
marcha d
Santo Antnio da Lapa. A narrativa de Affonso Botelho de 1770 menciona a Freguezia nova de Santo Antnio do Registro mas nada diz de um registro nas
margens do Iguass.
Campo do Tenente
Este
nome que
conservado at
hoje vem tambm no mappa de Olmedilla que tem ao sul o de Passa 3,> sobre um affluente da margem direita do Rio Negro. O mappa de Montezinho d a es-*
te
nome de Rio dos Trs Irmos e representa-o dando uma volta em forma de S de modo que a eso
nao do mappa hespanhol. A mesma configurao e o nome de Passa Ires so dados no mappa do Brigadeiro MuUer de 1838. O home Passa Ires figura tambm nas
noticias das recentes operaes militares
hespanhol d o nome de R. Grande Meri ao rio ao norte do Campo do Tenente [Rio da Vargem), reo como affluente do Iguass. presentando-
O mappa
nesta regio.
193
Outra banda do Bio Negro. Este pouso tem o node Curralinho no mappa de Montezinho.
trecho intermedirio entre o Rio Negro e Lages mappas modernos so to incompletos que, sem co-
me
os
No
nhecimento pessoal do terreno, impossivel identificar muitas das localidades das quaes algumas tem indubitavelmente nuidado de nome. Os pousos so os seguintes Butiatuha.
:
O mappa
em
1875.
re,
publicado
synonomo do Rio da Contagem. No mappa de Muller de 1838 o nome Butia dado ao segundo ribeiro ao
sul
do Rio Negro.
Ogurat/p ou
Oguarypu.
A ordem
de
marcha d
ambas
nome
onde se entra no matto de So Joo. Nos o nome Estiva s apparece nos Cam modernos mappas
B.^^tira
pos da Estiva designando um territrio grande ao sul do Rio Negro. A identificao deste ponto tem a sua importncia na discusso de limites entre Paran e
ter sido
designado
rio,
ou
ri-
como
Lages na occasio da demarcao desta ultima em 1774. Nas discusses hividis tem se dado como perdido ou inidentificavel o nome de Estiva, mas com os dados
fornecidos pelo documento df Martim Lopes deve ser fcil verificar no terreno, a i)osio exacta do limite original. A regio a [direito da estrada e ao sul dos
Iguass ainda hoje figura com Serto desconhecido sendo incerto o curso de diversos crrerios
Ne^ro
se v
no recente
mappa
1896.
ofticial
do Estado do
Paran, publicado
em
194
Alto (Sima) do
dilla
Morro Grande. O mappa de Olmed Monte de San Juar entre o Rio Negro e o
?)
cujo
este
curso
inferior
nome
'
Tacuaral onde
se sahe do matto.
O mappa
hespanhol
Ponte AltcL^
nome
verdadeiro
hespanhol d C. Alto, C. Alegre e Papaguyas au sul do Espigo. O ultimo se acha na margem de um rio sem nome, affluente do Uruguay, que parece ser o Rio das Marombas. Outra Banda do rio das Marombas.
Curitihanos.
O mappa
O mappa
hespanhol
divide o
nome
em
ctos.
Ponte Alta.
Estes dois
mappa
ponto Fray Juan. de villa Lages termina o roteiro da Ordem de Marcha de Martim Lopes. O mappa de Olmedilla, po-
vendo entre
Na
Tributos.
id5
P. Altos.
Porcon.
Frutas.
Trrido^
Rio de Pez.
Este
representado
talvez seja erro
como
afflueiite
rio Teviquari que por Taquary. Este porem no se estende bastante a leste para alcanar a estrada em questo e, conforme os mappas mo-
do
cem
Vacaria.
Bio da Anta.
Este rio
fluente do Curucay
quary. Camisas.
Alto da Sie^-ra.
Eodante, sobre o
rio Caliy
ou Caiyi.
O nome
mo-
derno Rolante
Os
tes e
dois esboos juntos reproduzidos do Mappa das Cor do Mappa de Olmedilla esclarecem mellior o assumpto.
(9rvtM
(S.
^er^y
197
/T
Granc^e
cie S.
Pt
..
199
'^
..
.iSHab/o
ff
apt
O /A,:Lort,d c/f/yVorU
Vi/la Jf MS. c*i Socorro c. cLtlJfcstierro
^:^' At
ros
cie ST/fa-rf/i
<
tiainoii
^" Caria >t <f
do .Mapiju de 01 iN cdiUdl??^
CrunJe
alr
5 Prctro
Mascarenhas
Devo ao
Dr.
o presente documento, reuiettido de Santos, e que ora offereo ao Instituto para dar lhe abrigo em seus archivos, visto trazer algum subsidio para melhor conhecimento da vida e caracter de um personagem que
to saliente
papel representou na historia da antiga de S. Paulo. Capitania Refiro-me copia do testamento com que falleceo D. Luiz Mascarenhas que aqui foi por nove annos
Governador e Capito General. O documonto em si pouco vale pelo que diz respeito historia propriamente de S. Paulo, mas pinta
bem
na
os
fainilia
do testador que
D. Luiz Mascarenhas representa na historia colonial o direito vivo, tradiccional e resistente dos Paulis-
202
posse das suas intrminas conquistas nas regies occidentaes do Brazil. Diante da tigura do Conde de
tas
Bobadella, o celebre Gouies Freire de Andrade, valido do Marquez de Pombal e fiel executor da sua politica,
D. Luiz Mascarenhas
avulta
como
um
defensor inte-
merato das suas prprias prerogativas e jurisdico e' pela energia e tenacidade com que fez respeitar os territrios desta Capitania de S. Paulo, cobiados dos
Mineiros, deveras credor do respeito e admirao dos filhos desta terra.
Minas Geraes que foram uma creao dos Paulistas tinham prosperado tanto e tanto se povoaram com ag frequentes descobertas de abundantes lavras auriferas
.
que logo
nomo
tornou preciso crear nellas governo aute independente de S. Paulo. Dessa epocha em
se
diante as invases dos Mineiros obrigam a assentar-se os limites entre as duas Capitanias pelo Rio Grande
grandes rios que mui perfeitamente os assignnlavam. Mais tarde, porem, tendo-se descoberto novas minas de ouro na regio ao Sul do Sapucahy em 1745, D. Luiz Mascarenhas chega a tomar attitude
e
Sapucahy,
cisco
de guerra para conter as invases dos Mineiros. FranMartins Lustosa ento nomeado guarda-mor
defesa do territrio representa o e, na brao forte do enrgico governador de S. Paulo^: Orde no-lhe, dizia D. Luiz Mascarenhas ao seu representante
dessas minas
nas margens do Sapucahy, se tornarem a perturbar ao Povo da minha Capitania, ou sejam officiaes da Camar ou Ministros, ou Officiaes da Milicia, os far a
esta Cidade
com
Diante de tanta energia e deciso os intrusos e invasores se contiveram e no transpuzeram o Sapucahy, limite norte d Capitania seno depois que pelas
203
ii
ao reino, annexada a capitania de S. Paulo do Rio de Janeiro sob o governo do mesmo Bobadella, e destacados da mesma Capitania de S. Paulo as novas de
lei
em
todos os negcios {)oliticos e no polticos da metrpole. Bobadella, que ropresentava fielmente os interesses
do
fisco
como na metrpole
se
os
comprehen
politica e
linha na
Luiz Mascarenhas, apeado do governo da capitania pela proviso regia de 9 de Maio da 1748, tinha tambm, seu valimento.
D.
Mas
uhegando ao
lecer.
Em um
espirito
eminentemente
irms eram
e no
menos de cinco de
sutis
religiosiis recolhi
Como
se
como todo
da vida e o que pode succeder na navegai^o. . I). Luiz morreu solteiro e sem herdeiros forados e
por isso testou livremente. Instituiu por seu universal herdeiro e testamenteiro a D. Maria Barbara de Mene-
sua sobrinha. Legou-lhe uma quinta em Mouro, junto ao Guadiana, e as legitimas que lhe tocavam a elle de seus fallecidos pes, os Marquezes de Fronzes,
teira
c
em
Legou-lhe mais setenta mil crusados integrados i)rimeiro logar, no ficando a herdeira obrigada
a cousa alguma, excepto a despesa do funeral e missas antes de embolsada delles. A cada uma das cinco
da
Esperana e no de
204
Santa Clara de Santarm legou a penso de cincoenta annuaes, pagos pela herdeira universal emellas vivas fossem. Dos remanescentes, ou do quanto
Diil ris
que excedesse de setenta mil cruzados, legou vinte mil cruzados ao irmo, D. Francisco Xavier Mascarenhas, uinte mil ao sobrinho D. Jos Mascarenhas, quinze mil sobrinha D. Magdalena Mascarenhas, fazendose ralegatrios se acaso os remanescentes no perfizessem o total desses legados. Caso a herdeira universal viesse a fallecer primeiro que o testador^ institua por herdeiro em seu logar a D. Jos Mascare
teio entre estes
nhs, seu
ria
sobrinho
com
j legados a seu irmo D. Francisco Xavier Mascarenhas, e que todos os bens se vinculariam em morgado
para o dito herdeiro e seus descendentes. Declarava mais que se os seus bens chegassem para todos os
legados, que seu herdeiro nada pedisse da legitima de seus pes, os Marquezes da Fronteira.
Mandava
de
de 220
ris
cada
uma
uma
s vez, e mais
cem missas
morreu no govermezes antes de ao fel -o Tabellio Manoel Brazil, chegar approvar pelo Antnio de Passos na cidade de Lisboa aos nove dias do mez de Setembro de 1738, conforme se v dosubscripto desse documento. Abrio o na cidade de Lisboa o Tabellio Bartholomeu Angelo Escopery a 2 de Agosto
no da ndia,
fez esse testamento poucos
pes, por uma s vez tambm. D. Luiz que foi Conde d' Alva e
de 1757, registrando-o a fs. 32 do Livro n.^ 267 do Registro Geral dos Testamentos ali do mesmo mez e
anno,
se
traas, por pouco,
documento que as illegivel. E para que no perca de vez essa pea de no pequeno valor
se v desse velho
como tudo
no tornaram
?0
y)ani a hiograpliia
toria,
do
um
liis-
cuja recordao deve ser grata aos Paulistas, peo ao Instituto lhe d abrigo no seu apenas iniciado
archivo.
S.
Paulo, 18 de
Junho de 1898.
<S//ieoc/oro
G>a
206
SS. Trindade, Padre Filho e Espirito Santo, trs pessoas distinctas e hum s Deus Verdadeiro em que eu D. Luiz Mascarenhas bem e verda-
Em
nome da
Santa
sempre
vivi e pro-
me
salvar
CathoHco e
iel
christno.
Porquanto
perfeita sade,' juizo e entendimento que Deus nosso Senhor foi servido dar-me e estando de partida para os
Estados do Brasil a occupar o governo das Minas de S. Paulo, em que El -Rei meu senhor me proveio, e con-
que pode succeder na navegao, ordeno o presente meu solemne testamento pela maneira seguinte: Primeiramente, encommendo a alma a Deus nosso Senhor que creou e remio com seu preciosissimo sangue na arvore da Santa Cruz; e peo e rogo Virgem Sanctissima Nossa Senhora e a todos os Anjos da Corte Celestial, e da minha guare
da,
nome
e devoo
se digne perdoar
me
gloria e
bemaventu rana para que me creou. Deixo disposio do meu enterro ao arbitrio do meu herdeiro
que abaixo nomeio, fallecendo eu
e testamenteiro
em
parte em que elle m'o possa mandar fazer e caso acabe 09 dias de miha .ida no Governo para onde estou de
207
partidn, ento s ser obrigado a fazer as despezas que se fizerem Mando que se digam mil missas por mi:
e vinte ris
cada
uma
uma
vez somente
Mando
se
alma de meus pes os Illustrissimos e ExcelMarquez de Fronteira por uma s vez da esmola _acima referida. Declaro que sou solteiro e nao tenho herdeiros alguns forados, que meus bens hajam a herdar, assim ascendentes como descendentes e como tal posso livremente testar do que possuo o tudo o mais que puder adquirir, e usando da faculdade que me licita, instituo por meu universal herdeiro e testamenteiro a Senhora D. Maria Barbara de Menezes, minha sobrinha para que esta o seja de todos os meus bens por ser esta a minha ultima vonsas por
ientissimos senhores
que Mouro, junto a Gua diana que prazo emfatensim a Camar da mesma villa de que pago de foro sete mil reis, como tambm das legitimas que me tocam herdar por fallecimento
eu sou senhor de
tade,
com
uma
quinta
em
<le
meus pes
os Illustrissimos
Exms.
Srs.
Marquez
de Fronteira, que Santa Gloria haja, nas quaes ainda estou por embolsar e tudo o mais que me pertence deixo ao meu herdeiro universal. Declaro que ao meu
herdeiro universal, lhe deixo em primeiro logar, que de todos os meus bens presentes e futuros e adquiridos at a hora da minha morte se inteire de setenta mil
cruzados primeir) quo todos os outros legados que mais declarar, por minha ultjna vontade assim o dispem
que antes de integralmente embolsados delles no fique o meu herdeiro obrigado a cousa alguma, excepto a despesa do funeral e missas: Declaro que tenho cinco irms religiosas, a saber a sra. D. Magdalena Mascarenhas, a sra. D. Izabel Mascarenhas no Convene
^08
do Sacramento, n sra. D. IniioceDoia. a sra. D. Antnia Mascarenhas no Convento da Esperana, a sra.
to
Santarm, s quaes ser obrigado o meu herdeiro a dar a cada uma cincoenta mil reis cada um anuo, em quanto vivas forem e por sua morte ficaro ao meu
herdeiro universal.
gando o meu
H minha
ceder a quantia de setenta mil cruzados, que expressamente deixo ao meu testamenteiro e herdeiro Universal,
sr.
do que sobrar mando que se d a meu Irmo o D, Francisco Xavier Mascarenhas vinte mil cruzados^
e a
minha sobrinha
a sra.
D.
Magdalena Mascarenhas
quinze mil cruzados e no havendo cabedal na minha herana, que depois de retirados os setenta mil cruzados para o herdeiro que tenho instituido possa pagar
os legados,
esse
t^l
remanescente
di-
que houver
claro mais
tos legatrios,
cada
um
que succedendo haver ao temqo de minha morte bens que cubram o que deixo ao meu herdeiro e legatrio, ficando e ainda sobrando remanescente algum todo este deixo ao meu herdeiro universal.
Discurso proferido pelo scio sr. dr. '^heodoro Sampaio, como orador official do Instituto, na sesso magna de 20 de Maio de 1898.
Sr. Presidente,
e Secretarias'
xms.
e
Srs.
Vice-Presidenfe do ERtade
meus
.wnhores,.
cabo no ser como dizes o das Toinentas, o que sera de mau presagio, selo antes da Boa Esperana por qne elle nos abre a rota da Azia.
-^Este
Sirvani-me de
estas
epigraphe
neste
bosquejo histrico
suspirada nova do descobrimento do nunca visto promontrio onde toda a africana costa acaba. Eu quizera ao recordar-vos estas palavras propheticas do grande principe
tor dos Luziadas, nesta
possuir
como
o immortal canelle
hora
em que como
alto e
enfren-
to o
tylo
mesmo
objecto,
e
um
som
sublimado,
um
cs-
g-Tandiloquo
mente a epopeia inexcedivel com que o pequeno povo luzitano se sublimou na Historia fazende escurecer a
no
fama dos grandes povos navegadores, as victorias de Alexandre e de Trajano e impondo at j silencio a tudo
o
que a
Musa
antigua eanta.
grande problema do sculo cuja soluo definitiva o descobrimento do herico marinheiro assegurava, problema temeroso e de incalculveis consequncias que o Castelhano, havia pouco, e seguindo a rota de Colombo, sonhou resolver sulcando os mares do Occidente, a armada portugueza, guiada pelo nobre Gama, ia
modo cabal e positivo a soluo nirealisando a modo carthaginez o priplo ca, verdadeira, da Africa, j agora arrancada das trevas do Oceano
agora dar-lhe de
ignoto.
la
iam
e
decorridos
setenta
um
aimos de
Mar
dos a audcia
herosmo
das
poucos
desvendando antes de
as
promontrio
portas
regies
to
longamente
desejadas. De hoa esperana, sim, de bom presagio era com effeito o descobrimento que dava logar quellas palavras propheticas de D. Joo II porque, de feito, alh
estava patente o caminho das ndias, das regies maravilh >sas "que Marco Polo descreveu, das terras do Presie Joo e com o ingresso dos mares orientaes alii
estava
tambm
mercio do
te
mundo
as
Gama que
horrifico
alm inves-
promontrio, marinheiros destemidos, que, en\ trs frgeis embarcaes de mediano porte, afrontam a clera dos elementos colhgados, no so somente a
nesse
do
punhado de
inpavidez, a coragem, a tenacidade inquebrantvel do portuguez que vo prova dos perigos de uma em-
m
so os prprios destinos ainda igno. preza audaciosa tos da nao, so as esperanas to longamente afagadas de um povo inteiro que desde o bero presente
:
nas lides do
futuro.
])o
mar
de
fundo
sua
alma
cltica,
cujos
ntimos
cruzamentos etlmicos de todo no apagao ram, Portuguez na extrema occidental da Europa, onde a terra acaha e o mar comea, do alto das suas
impulsos os
montanhas onde cedo se fez invencvel com Viriato e onde se familiarisou com os largos horisontes do mar, com o rugido das vagas nos dias de tempestade, o
para o Occidente, reconhece que nas lides do Oceano est a verdadeira orientao do seu
olhar alongado
instincto audacioso e
vagas
inivel,
Como
de
uma
frente do Atlntico reproduz os caracteres Phenicia nova, se sente solicitado para a:s via-
em
gens remotas, para os descobrimentos martimos, para o connnerei de extranhos povos, feitos em que. na
verdade, por muito escurecem
os
dos
mercadores de
essa inclinao
Tyro
e de Sydonia.
chia, quasi
uma
legenda.
A faanhas navaes contra os Mouros, terminando com a conquista do Algarve, revelam que os recursos
martimos
dos
portuguezes
se
desenvolvem quasi
si-
212
miiltaneamente
com
o constituir da nacionalidade.
Com
d, Diniz a marinha mercante apparece bafejada. Cem (1. Fernando, o remisso e descuidado d. Fernando, ella
e de
definitivamente se constite por meio de sabias isenes especialissimos favores. Chega este prncipe to
detrahido na historia pela sua desegualdade de caracter^ a associar-se com armadores para fomentar o commercio
martimo de sua
de ma-
mattas reaes, isenta de impostos os navios construidos no extrangeiro por conta 'de nacionaes'
deiras nas
feito
em
so
e
navios
vultos
para Lis-
uma
marujos
(1^.
E' porm, com o infante d, Henrique, com a sua escola naval de Sagres, com o seu aturado empenho
de quarenta e oito annos de emprezas martimas e de descobrimentos realisados que esto os slidos e reaes
fundamentos
portuguezes.
da grandeza
politica
commercial dos
Evocado pela
e
gurado do seu promontrio de Sagres a amplido dos mares que foram os seus domnios de outr'ra e, rodeado de
uma
pliade
de hericos marinheiros
contemplar
Bartholomeu
Perestrello,
Ulsodermare, Antnio da Nola, Nuno Tristo, lvaro Fernandes e Pedro de Cintra acercam-se da figura ve-
1)
Oliveira Martins
Historia
de Portugal.
213
iiurmuli ck) velho principe, trazendo
ptria engrande
cida, nesta
hora
Porto Santo descobertas, o cabo Bojador ultrapassado, os Aores reconhecidos, o Cabo Verde, o Senegal, o
Gambia, o Cabo Mesurado como marcos successivos dos limites do imprio dilatado atravs do Mar Tenebroso.
do maravilhoso, a paixo do desconhecido, a intrepidez, a independncia em fundo religioso quasi mystico, taes so os caractersticos dos heres do
oceano ignoto.
O amor
Quando em 1463, o Infante, aT^pellidado o navegador, tombou na morte aos sessenta e sete annos de
edade, do caminho
da
Iiidia,
alvo
contorno
da costa africana e recuado o limite do mundo para alm do que fora attingido por Hanon, o carthaginez, e por Eudoxio. A' importncia porm de to grandes feitos, o msculo solvido pelos Porturito real do problema do ainda um s estudo que suocinto da sociedade guezes do progresso das sciencias, das europa contempornea, artes e do commercio do mundo os faria devidamente
aquilatar. Vereis ento
com que
elementos, e
em que
sur-
prehendendo-o com
com
sculo
XV, meus
com
grande acontecimento ora commemorado, foi de facto um periodo de profundas revolues na sociedade da
214
Europa. Comea nelle a edade moderna com esse sopro de benfica renovao que na historia se chamou a Renascena porque, na verdade, a poHtica,
as sciencias, as artes, as lettras, tudo se
os
costumes,
transformou ou
renasceu.
aindo que a cruz do Nazareno, chamada a triumnos mares nunca dantes navegados aos esforos de phar Portugal e Castella, cedesse terreno no Oriente deante
c( s
triumphante com os Turnos muros de Constanainda o schisma que tinopola, rehgioso, as luctas dya civil convulcionassem a fundo a venasticas, guerra lha sociedade da Europa, mal ferida na lucta das Cru-
II
zadas, notava-se
um
movi-
mento
se
effeito
salutar,
um symptoma de
progresso e reconhecia-
que essa sociedade, to perturbada ainda, tinha com achado a sua formula definitiva e enveredava
por objectivo claro e preciso. (1^. As nacionalidades [despontam e se individualisam. A unidade politica o a do territrio surgem vencedoras com a ascendncia decisiva da realeza sobre as ruinas
do feudalismo. Por toda a parte se nota a mesma tendncia consolidadora do poder real. Assim em Ingladepois do golpe decisivo na das duas rosas guerra que por trinta annos dilacerou e enfraqueceu a nobreza ingleza; assim em Franterra
civil
a com Luiz XI; na Allemanha com Maximiliano I; na Hespanha com Fernando e Isabel, a Catholica; em Portugal
com Joo
Itlia,
II,
o prncipe ])erfeito
Na
retalhada
em
republicas
so
disfaradas
Os Medicis de
(1)
Guizot Histoire de
la Civilisation
en Europe,
215
Florena sho gonfaloneri por herana, constituem
nastia na
dyda
Eropa. O Papado, enfraquecido no poder temporal, uenta roergiiel-o. Cozar Borgia sonha unii Itlia unii
cada sob seu sceptro. Veneza, j em declinio, recuava diante do Turco, perdia os seus portos iio Archipclago, mas ainda assim fazia frente liga dos estados italianos
revoltados contra os seus monoplios. Gnova, a soberba,
minada pelas suas prprias dissenses, sem{)re em rivalidade com Veneza, sempre verstil na sua politipor fim a Luiz XI que regeita a offerta Os como quem couhece o valor do presente genovedizia o manhoso me vm-se zes, prncipe, entregar a mim, mas eu dou os ao diabo. A onda invasora do Islam, impellida por Maho
ca, entrega-se
:
met
II,
contida por algum tempo nas montanhas da Albnia por Scanderbeg, vencedor em vinte e duas batalhas,
acaba
a3
tudo
Ego at
o scenario
margens do Danbio.
Trs vultos
:
politico
Luiz
XL
esar
Borgia
d,
Joo
II
de
Portugal.
Luiz
XI
alma da unificao
franceza,
mas
tambm
a perfdia
em
aco.
denhando
pas que
impem
aos ambiciosos, no tolerava competncias no no admittia rivalidades, e comtudo, no empoder, a violncia seno qviando se desenganava de pregava com os meios no alcanaria o seu intellectuaes que
alvo.
mentira, o
o
perjrio
a perfdia
eram
as
ar-
mas da sua
rmo,
predileco.
No
obstante,
manda matar
21 ()
o cardeal La Balue, ende prisioneiros. Mas quando morre, acabrunhado de remorsos e exhortado por S. Francisco de Paula, cuja piedade lhe mitigava os terrores, a
mette
numa
gaiola de ferro
che
a Bastilha
ita-
desse tempo,
que o
Prncipe. Vivo de imaginao, espirito brilhante, facinador e eloquente, Borgia era a verdadeira imagem
do
crime
em homens
disignios.
de governo.
Com
frieza,
sem
com
o
a prpria irman, a celebre Lucrcia de Borgia, mata irmo e arroja-lhe o cadver ao Tibre envenena
;
dominios
Luiz XI, at as ferraduras dos ginetes de seu coche eram de ouro, maiidando-as pregar com um s cravo como para inluxo
oriental
;
quanda
visita
culcar que pouco se lhe dava de perdel-as. Foi esse o homem em quem Machiavel descobriu as qualidades
no throno portuguez, era um principe da escola italiana tambm, e comtudo no era modelo seu um Mediei ou um Borgia, porque no gostava do luxo; era sbrio e austero no que alis condizia com o
D. Joo
II,
gnio nacional. No physico, destit\iido de elegncia, nas gostos, nas maneiras, nos instinctos, nas fortes decises politicas, e no processo de reahsal as va-se mais de Luiz X. Costumava dizer
:
approxima-
No
2t7 que devia, caminhando para o seu alvo com animo deliberado de conseguilo
sem
desfallecimentos
nem
es-
colha de meios.
Um
que o du-
que de Bragana, senhor de uma tera parie do reino, conspirava; mandou-o prender e fel-o justiar depois de um simulacro de julgamento. O primo, o duque de
Vizeu, conspirou tambm.
prncipe
e
alli
mandou-o cha-
mar a
como
to,
Setbal,
interpellou-o,
mesmo
coseu-o a
descobrimento do caminho da ndia, O renascimento ainda mais intenso na sciencia, nas lettras, nas artes, nos elementos de progresso real
tria o
da sociedade.
pela sua opulncia adquirida nas cruzadas, pelo seu commercio com o Oriente, pelos despojos do
Itlia,
homens
cultos
que nella
se refu-
giavam fugindo ao dominio ottomano, estava no pinculo da sua cultura e incontestavelmente era o centro
da Europa. Preciosos manuscriptos gregos, obras primas de arte, eximios professores de eloquncia, estylistica e de philosophia nas suas numerosas univercivilisador
sidades
davam
vendo o gosto pelos estudos Faliam -se os prncipes e deste movimento intellectual
da antiguidade.
os
e
papas os protectores
artstico
em que
elles
mesmos tomavam
Nicolo
parte
mui
directa.
embelleza
Roma,
foi
funda
a bibliotheca
um
tratado de
Cosmographia.
uma
capital
218
de
das
ftrtes
lettras,
e das sciencias:
crea
a bibliotheca
de Piza, os jardins asylo para as obras primas da estaturia antiga. Hercules, da casa dEste, fazia representar na sua corte de Ferrara, traduzidas para o ita-
da Academia como
um
liano, as
comedias gregas
Toscanelli,
e latinas.
Paulo
universal
como cosmographo e se constituia orculo nesta sciencia renascida com a vulgar isao dos escriptos de Ptolomeu que a imprensa, recentemente descoberta, fazia apparecer em suas primeiras edies.
ditos
Joo Pico, conde da Mirandela, era o typo dos eruda poca, ponsuia a .sciencia universal, propunha-
quihusdam
aos 18
alliisy
a conf aliava
com
Aristteles e
annos
de
vinte
duas lnguas.
Feirara
as suas produces poticas.
com
Bramante, Miguel Angelo, Leonardo de Venci o Perugino e Rafael na Itlia, c Alhoiio Durer na Alle-
manha com
Hollanda,
pela AUemanba, pela Frana, publicando a Biblia, os escriptos de Aristteles, de Plato, de Plinio, de Stra-
imprensa
desenvolve-se
intellectual
porque nos outros paizes elle apenas perceptvel. la-se ento Itlia estudar nas suas numerosas universidades como sculos antes se ia a
mais intenso
Oordova
e a
Granada estudar a
sciencia entre os
Mou-
ros de Hespanha. Da Itlia saiam os mestres, os consructores, os artista-, os cosmographos e os mais hbeis
219
Imitavam-se os costumes, os gostos italianos,
cl.
pilotos.
Henrique,
recolhido
das expedies africanas, resolveu fundar a sua escola nutica de Sagres, no extremo sul do reino, bem em
frente do ignoto oceano
que
ia ser o theatro
das suas
conquistas, seu primeiro intento, alis no realisado, foi installar alli uma colnia de gonovezes para attrahir o
commercio do Oriente
(l)
mas
nfto
obstante eram
ainda genovezes, venezianos, maiorquinos, catales os seus primeiros auxiliares nas construces navaes e na arte propriamente da navegao.
Ao
dos de
lado dos vultos nacionaes, discpulos quasi tode Jayme de Mayorca, ao lado de Nuno Tristo,
Zarco, Tristo
Gonalves
Gonalo Cabral, lieroes primeiros das faanhas do mar, apparecem notabilissimos navegadores como Perestrello,
Cadamosto, Usodemare, Antnio da Nola, Pedro de Escalone e Baldaia, quasi todos itaUanos. Eram estes
os elos 'dessa
fogo
sa-
grado da civilisao se transfere de povo a povo, cada vez mais intenso, cada vez mais bello, illuminando o gnero humano no seu gyro em torno da terra.
Mediterrneo, at ento verdadeiramente um lago da civilisao, era a escola practica dos mais hbeis navegadores. Nas suas margens, profundamente recor-
lagunas, das bahias encantadoras e seguras, nas suas ilhas de um pittoresco inexcedivel, espalhadas, distribudas pelo mar como a convidar os homens ao com-
Tomo
Con-
220
surgem
se
desenvolvem por
sculos.
Com
a escola
nutica de
Sagres,
com
Sacrum, vae agora chegar a vez do Atlntico, grande oceano mysterioso, atravs do qual, em rota gloriosa, vo os portuguezes ensinar aos
povos como se descobre e se avassala o mundo.
mento do promontrio
Eis
em
rpido bosquejo,
feito histrico
meus
senhores, o scenario
do grande
delle
agora
conseguil-o. Periclitava
Veneza, a rainha do Adritico, a poderosa republica cujos magistrados ao assumirem o poder supremo ce-
lebram
com o mar, rcconhecia-se j da audcia de Mahomet II, que se deante impotente de Otranto, ameaando a Itlia inteira. O apoderara leo de S. Marcos, o symbolo da republica dos doges,
festas esponsalicias
temido e respeitado at noa confins da Sarmacia, a garra estendida sobre Negroponto, Cliypre, Rhodes, (jandia, e quasi todas as Ciciadas, o leo a cuja sombra nas
margens do Helesponto
te
se
latinos de Constantinopola,
ottomano
e estremecia
no fundo das
lagunas
protectoras.
O commercio
e
do Oriente
escapava-lhe
definitiva-
com
Debalde soccorre-se a republica da intriga, concitando o Persa contra o Ottomano. Debalde procura garantir nos portos do Egypto e d Syria esse commercio
que os tratados lhe deixaram livre. O turco golpeava-o a fundo no mar como na travessia dos deser-
221
tos
esse
commercio do
Oriente, graas ao qual o europo, terando armas com o Sarraceno, logrou reatar a sua marcha na civilisao
que o diluvio brbaro interrompera. De volta ptria, o cruzado ou o peregrino infiltrado na alma o gosto pelas cousa e costumes
taes
trazia
rien-
que elle reconhecia superiores. As tapearias da Prsia, as sedas da China, as prolas de Ormuz, os diamantes de Golconda, as saplii
ras,
esmeraldas e jacinthos de Ceylo, as especiarias da Malsia, as essncias preciosas, o pau de sndalo, o pau
de tinta ou verzino dos italianos por ns chamado brasil, e as armas brancas constituam um grosso commercio
de Genova
rabes, ali-
de combinao
com
as grandes caravanjfs
mentavam.
entrada do
De Ormuz, entrada do Golfo Prsico, de Aden Mar Vermelho e de Suez no fundo desse mesmo mar partiam as grandes cfilas de mercadores
que pelo norte buscavam Samarkand entre os Moges, pelo noroeste, atravez da Armnia, alcanavam Trebisonda margem do Mar Negro. De Orimiz, cruzando
o Tigre por
Bagdad
Joo
d' Acre e da Phenicia. De Aden e de Suez pelo Cairo esse commercio penetrava no Delta do Nilo, em Alexandria e Damietta, oude o recolhiam as armadas venezianas, ou
proseguia pelo Norte d' Africa at Ceuta e Tanger em frente de Gibraltar abastecendo Crdova,, Granada e os restos no domnio rabe em terras de Hespanha.
poltica
europa am-
de luctas porfia-
222
(ias
vinham dividindo
ensanguentando os povos
margem do Mediterrneo.
Depois os viajantes como Marco Polo, Clavijo, Nicolau Conti, penetrando no continente asitico, percorrendo-lhe os portos, visitando-lhe as grandes cidades e os extranhos monumentos, referiam cousas estupendas da
riqueza, dos
Na
como a
costumes, da grandeza dos imprios. mente do europeu, taes regies ficaram sempre
terra das maravilhas. O Cathay, o Cipango, a Malaca, a ndia, Ceylo, ou a Taprobana dos antigos, o Preste Joo, rei christo de um paiz desconhecido, eram objecto das cogitaes de todos os governos que viam
Sim, era esse commercio ento golpeado pelo Turque se via escapar das garras do leo de Veneza, a que politica lusitana em dois reinados successivos se
aprestava por conseguil-o.
As conquistas
realisadas
esse disignio. Mas Ceuta, Tanger Arzila, conquistadas no lhe tinham sequer assegurado o commercio
trional
plano to longamente proseguido desde. d. Duarte com o Infante d. Henrique at Affonso V. Mas dois caminhos restavam ainda:
o do Oriente, affrontando
o Turco e o Sarraceno em novas cruzadas que a esassn populao do reino ahs no comportava e o do sul, contornando a Africa,
investindo contra
Mar
Tenebroso.
Decidem-se por este ultimo a audcia e o herois]no dos portuguezes, e nisto est, meus senhores, to-
As
sciencias
as artes
22S
que mais directa applicaco tinham na navegaro e no commercio participavam, certo, nessa epocha
) sopro de benfica renovao e, o adiantamento delias to assignalacomtudo, no era
afortunada, do
mesm
do
c
na scena do
progresso real dos erros dos
mundo no
effectivo,
para todas
um
uma
rectificao
geograplios mais
auctorisados,
sciencia
da
que importa ao nauta, a geogramercador cinm ainda sciencis' ao pliia que importa e em pontos essenciaes conconfusas embrionrias,
cosmographia
trovertidas.
As
Mela, li/oram
obras
de
commentadas atravz
avanar
a
rle
geographia descriptiva, apezar das notabilissimas dos rabes de Kalifado, e da Marco Polo, viagens otTerecia ainda as mais absurdas noes quanto fore contorno dos continentes e dos mares. Entre as noes em voga a respeito da frina do globo terrestre prevalecia a do sbio Edrisi, mouro de Hespanha, que dava o nmndo habitvel s na parte septehtrional porque ... as partes do sul, dizia alie,
ma
so a])andonaflas o
raios
desertas por
causa do
calor
dos
do
e
sol.
Estando estas
da
or])ita
aguas ha ausncia de toda a espcie de seres vivos.. O mar oceano envolve a metade do globo sem inter-
rupo como
deixar
uma
zona
seno
circular
de
modo a no
se fora
apparecer
uma
parte
como
um
24
e assim que a metade vo mergulhado n.agua. o mar Tenebroso da terra fica mergulhada no mar. alm do qual ningum jamais viu o que existe. Confirmando essa opinio do sbio mouro, ou, por.
ventura, dando-lhe origem, guardava-se entre os povos da Ibria a tradico dos maghurins ou os burlados que,
partindo de Lisboa no comeo do sculo XII a explorarem o oceano occidental, voltaram com a noticia de que as aguas delle se faziam espessas nos remotos confiins e que nessas paragens onde a vida era impossivel
um
crepsculo
eterno.
Na imaginao
ilhas
rabe,
Afortunadas onde
bronze apontavam o mundo ignoto para traz de si, o mar acabava em lodos ferventes com intensos vapores sob um co de fogo. Ningum conhecia terra habitvel
para alm desses limites. A tradico antiga de
uma
Atlntida
subvertida
imaginao bretan a creao de lendas maravilhosas onde se pintava o Oceatio occidental, no como um
mar
tenebroso,
mas como
um
oceano de
luz,
semeado
de ilhas
Cidades,
com muralhas
verdejantes entre as quaes se via a das Sete de ouro esplendente. (1) Era o
vago presentimento dos archipelagos ocenicos e qui do continente da America na imaginao escaldada dos
marinheiros da Bretanha.
cosmographo do sculo XIV desenhava um mappa-mnndi em confirmao da opinio de Joo Mandeville de que na extremidade do mundo conhecido, no
Um
(1)
Oliveira
I,
pag
142.
225
ponto mais elevado da terra inteira e rodeado de fortes muralhas, estava o recinto ininterrupto do Paraiso, coberto de basta folhahem, e punha-lhe por legenda
Apezar das correces trazidas geographia de extremo oriente pelas narrativas de Marco Polo e de
outros viajantes illustres, o
mar das
rado
um mar
interior
terras africanas se
prolongavam
com
as
regies de alm Malsia. Paulo Toscanelli, o orculo dos cosmographos contemporneos, diminua tanto o mbito do mundo, ou
fazia to extenso o contineate asitico a oriente
que a
travessia pelo oceano occidental para o Cipango e o Cathay de Marco Polo se tornou desde logo uma obsesso no espirito de Colombo, e foi a to grande erro
que
se
seis
annos
Apezar das
Infante
d.
brem
as
atlnticas
leva a explorao da
;
Cabo Mesurado apezar de attingido em 1486 o Cabo da Boa Esperana que abria a rota da sia, to incertas, to nebulosas eram as noes geogroi)hicas acerca da Africa Oriental que d. Joo II resolve no anno seguinte enviar dois exploracosta africana at o
to,
dores disfarados, Paiva e Covilhan, atreves do Egyppara colherem infor moes positivas e minuciosas.
Paiva, colhido pela morte, no logrou seno iniciar
a sua misso, mas Covilhan, que em Aden se embarcara para a ndia e visitara Ga e Cananor na costa
do
Malabar,
certifica-se
entre
rabes,
negociantes
d' Africa,
se ao longo delia
do lado
occi-
226
de, costeando-se
e a ilha
de
estes,
de facto,
as
Verifiicavam-se
palavras propheticas do P.incipe Perfeito. E a soluo que lhe d Vasco da Gama fecha quasi um sculo de esforos, de aspiraes e de esperanas de um povo, que vae deslumbrar o mundo com o brilho das suas
faanhas impereciveis.
Em
perda Joo
II
sem
realisar
noites
mal
dormidas.
Ao duque
annos
rei
de Vizeu, d. Manoel, irmo daquelle que antes em Setbal fora pelas mos do prprio
devia
executado,
caber
o coroamento
da epopa
inteiro.
um
povo
Doze annos depois do descobrimento do Cabo da Ba Esperana, confirmada por dois negociantes judeus de Ormuz as informaes de Covilhan, d. Manoel organisa a expedio cujo commando entregou a Vasco da Gama, determinando lhe de costerar a Africa pi lo sul e chegar ndia em Calecut, emprio j famoso nessas partes do Oriente. Aprestam-se no Tejo trs fortes nos das de maior porte qae ento se construam, as quaes, alis no tinham duzentas toneladas de arqueao. Eram como
caravellas
grandes,
com
dois
castellos,
um
davan-
com uma
vela
quadrada sotoposta a
outros cada
um com uma
227
ponte, artilharia assestada no convez e nos castellos, e sobre um retbulo por cima da popa, desenhava- se
deste typo, fceis de manobrar, e deitando de ordinrio mais de duas
nome
as
com vento de
feio.
em
pes-
como Bartholomeu
Dias, os
prudentes
consellios, activando,
animando, prevenindo. Nos primeiras dias de julho de 1497, estavam concludos os aprestos. A bordo das nos ancoradas em
frente
ao
Restello
de Belm,
tinham-se recolhido
e nas
as
um
anno de
travessia, equipa-
mento
munies
de guerra. Os melhores pilotos do reino, tomavam parte na exj)edirio para a qual a equipagem de cento e
sessenta homens, se
compunha
Paulo da
commandava a
terceira.
apparelhando
de
alma
para
morte...
que
Na manhan
8,
todos, para os bateis, seguidos pelo rei que alli se, despede, por grande massa de povo, e de religiosos de cruz
partida.
Atroam
os
ares os
228
soltam -rje as velas e balanam nas vergas os areos
tandartes.
es-
em
nas velas davante, vae ao mundo assignalando como a f o guia e o estimulo desse povo na phase suprema
da sua
te
assim era que primeira no horizondos mares ignotos surgia a cruz do Nazareno fluhistoria.
Gama
aproa ao
mar
em
fora...
A buscar novos
e por ultimo, antes
Pouco a pouco, perdem-se de vista os ptrios montes da noite, o cabo de S. Vicente que nos occulta o Sacro-promontorio onde primeiro se assentou
com
approximam-se as Canrias, que foram outr'ora os trminos do mundo; a costa adusta da Berbria onde
direita a
o Atlas se curva para beber as aguas do Oceano; e Madeira e Porto Santo, que nos recordam Pe-
restrello.
do occidente.
Mais alm, descendo para o sul, invisvel tambm, porque a pequena frota passa ao largo, corre a extensa costa da Massy lia, secca e triste nos seus areaes estreis, remettendo para o mar o cabo Bojador e o cabo Bronco que nos recordam Gil Eannes, seu descobridor, terra desolada dos Azenegues, onde passam velozes, tangidas pelo vento quente do deserto as grandes
avestruzes.
Com dezoito
um
dias de viagem, a pequena frota, que denso novoeiro dispersava na altura das Canrias,
22d
chega a Santiago,
uma
longa travessia. a trs de Prosegue agosto, proa ao largo, afastan.. do -se das calmarias da Guin. Deixa esquerda e j
bem
longe o Senegal; a ponta avanada do Cabo Verde, o antigo Arsinario, na terra dos Jalofos; a extensa costa dos Mandingas, que a Gambia limita pelo norte; a
Serra Leoa, o Cabo Mesurado que o arthaginez no ultrapassou, o cabo das Palmas onde se inflecte para oriente a extensa costa da Guin, rica de ouro, emregies adustas que nos recordam as navegaes do Nuno Tristo, lvaro Fernandes, Cadamosto e Pedro de Cintra. Deixa tambm
esquerda e bem distante as costas do Congo, onde o Zaire traz ao Oceano o tributo de remotssimas e incgnitas regies.
J comea a divisar-se
rara estrella
tellado das
polo sul
que
nenhuma
alis cons-
aasignala no co dos
trpicos,
fulgurantes estrellas. E navegando, ha j trs mezes, para o sul desde que de Santiago se partira, avista emfim a pequena frota longes terras, quaes nuvens repousadas sobre o mar.
mais bellas
Estamos em principio de novembro, a esquadrilha approxima-se da costa. O almirante desembarca, leva para terra o seu astrolbio de madeira construdo por Beheim, e o quadrante, para tomar as alturas e reconhecer o ponto do continente em que aportava. Era
j passado o Trpico do sul e a costa que pisava da bahia que se chamou de Santa Elena possuda por negros
baros o
hottentotes d-nos no primeiro encontro com esses bre] >isodio de Ferno Velloso qua os Lusadas to
pittorescamcnte nos descrevem. O ethiope accommette traioeiro e o emissrio que s carreiras desce o monte,
bestial,
bruta e malvada, a
230
custo chega a praia onde por salval-o
peleja. se trava rpida
iirn
companheiro,
:
Comeando
se todos a sorrir
Ol, Velloso amigo, aquelle outeiro E' melhor de descer, que de subir,
Se
Daquelles ces depressa um pouco vim, Para me lembrar, que estveis c sem mim.
esqua<lrillia
apiou de ilovo
ao
sul,
buscar o
grandissimo promontrio, mas eis a assalta medonha tempestade, e branda aragem succede agora rijo vento.
O horisonte aos poucos escurece e as ondas j cavadas accusam agitaes reflexas longnquas. Aves mari-
nhas passam timidas, veloces, precursoras da procella. Adens am-se as nuvens debruando-se temerosas sobre
as aguas
que
se inflam
em
successivos e
galhes.
Manobram
mas
o vento
as nos.
vergas,
que arremette quente, sulfreo codiablica de fornalha, ruge, retorce, rassopro e arrebata os de sbito colhidos numa agiga pannos tao frentica de urias. Ribombam os trovos nas con-
mo um
tinuas e elctricas descargas e a chuva, em grossas bagas despenhando se, inunda o convs, enche os pores
formidandas alagaram. A custo a mariacode s bombas. Sacudidas pela fria da pronhagem Cella, as nos mergulham na agua os gurupezes e com os cabos partidos aoitam as ondas. Alam -se com ellas
que
as vagas
ao coliginoso eo que
os corriscos
ameudados
illumi-
nam
subvertem no barathro profundo como se disputassem a misrrima presa os elementos conturbados. Eil-a verdadeiramente no Mar Tenebroso: mar
e logo se
densos
vapores sob
um
231
tempestade, porm, vae amainando, e j agora frente dos jiiiseros navegantes, illuminados pelos ltimos clares do sol poente, a cor terrena e plida, os
em
em
reluzindo
nas
fragas
vulto
do celebrado promontrio,
agora cabo da Boa Esperana, onde ainda resa nas quebradas o eo apagado da procella fugitiva. Era o
dia 22 de novejubro.
esquadrilha passa alm, e singrando mar em fora, proa ao nascente, vae a 25 fundear na bahia de Natd, onde encontra entre os Cafres gente mais humana pastores de um gado manso e bem nutrido, e nuilheres trigueiras
montadas
Reinam agora
se retarda
em
at 7 de dezem})ro, quando a esquadrillia de novo recomea. Passa a 15 os ilheos rasos ou chos, termo da navegao de Bartholomeu Dias e aproa
ento para
Nordeste,
luctando
correntes que puxam para o sul. A marinhagem atemorisa-se com o phenomemo que considera invencvel.
O Gama
insiste, a tripolao revolta-se debalde porque o connnandante na sua inflexvel tenacidade no cede.
por diante, era a imagem da ptria que lhe acendia ao espirito ordenando, exigindo. As revoltas e as correntes foram vencidas. A esquadrilha
ir
aporta no dia 10 de janeiro a Inhambane, entrada do canal de Madagscar encontra mar bonanoso e vento
;
de feio, nokes claras, noites serenas em que no topo dos mastros apparece a luz mysteriosa do SanfElmo
que todos tom por bom presagio. Entretanto, corro rapem -sedhe os mantimentos e as molstias assaltam a tripoloo pue tudo suporta com espartana obedincia e coragem desmedida.
232
Chega a 22
visa
foz de
Zambeze,
em
Quilimane, di-
que entram povo que saque bia navegar. E' ainda o povo ethiope, mas nas manei: ras mais polido. Trazem as cabeas apertadas em delgados pannos como se foram toucas de seda bem lavrada, e cintura saiotes do mesmo panno tinto de azul.
com
No faliam
o rabe,
mas
o interprete colhe
sempre
alguns indicios de que grandes nos como as portuguezas alh vinham regularmente das partee do Oriente,
mesma
cor dos
recem-chegados.
que por
chaman-
Gama um
dos padres
de mrmore que trazia mas emquanto alimpa as rtos as repara a tripolao dicimada pelo escorbuto, molstia horrvel que ningum sabe como tratar. Com
tudo, ficou
um mez em
Quilimane
e s
chegou a Mo-
ambique a 2 de Maro. Viu ainda a mesma gente e os mesmos hbitos, viu navios toscos" sem coberta e
com
um
commercio longiquo,
visital-o
que a bordo
vem
informa
es doPreste Joo, mas no consegue os pilotos de que carece para a travessia da ndia.
Foge o
teando at
das perfdias do mouro e segue cosMombaa onde de novo se lhe armam trai-
Gama
Melinda cujo
jogos e danares, banque teia-ocom manjares desusados. Mas o Gama, fiando-se pouco da amizade desses mouros, sempre prfidos, e
manamente,
festeja- o
com
desenganado de obter os prticos que procura, faz -se ao mar, cominho da ndia em direitura, guiado por um mouro que se deixara ficar o bordo em Moambique. A 19 de maio com vinte e seis dias de navega^
233
o depois que de Melinda se partiram, comeam os da armada a avistar os altos montes da terra to lonas
la
gamente desejada; j divisam na linha do horisonte montanhas orgulhosas do Mysora, as alturas de Ni-
Dobrando os joelhos em breve e muda prece, tomando por testemunha na hora suprema da victoria a
Deus, o Deus da sua f, jamais desfollecida, o grande capito rende lhe graas, que a elle e s a elle devia a
realisao
do grande feito. Grandes foram sem duvida as consequncias deste feito memorvel. No somente a victoria de um povo que elle assignala, significa antes, o dominio dos europeus na terra
inteira.
vae
agora a Europa, cujo espirito o Christianismo modelou, mostrar com os portuguezes aos povoa innumeros do Oriente que o segredo e a fora dos imprios no re-
sidem no numero avultado dos que os defendem, mas nos grandes ideaes, no herosmo dos que os servem. E' um povo pequenino, dos menores sobre a terra,
em menos
de vinte annos,
com
234
golpes rpidos^ certeiros e brilhantes, se funda
prio dos maiores que jamais existiram.
um
im-
Da praia occidental da Lusitnia, atravs da Africa da Arbia, pela Prsia, pela ndia, pela Indo -China e Sio e pelas ilhas da Malsia passam vencedores pelo brao de valorosos capites os estandartes portuguezes.
e
Ormuz, Aden, Suez, submettidos, cortam de vez o commercio pelos portos do Egy])to e da Syria, e tiram ao Turco o que elle mesmo j arrebatara ao Veneziano
e ao Genovez.
As armadas de guerra
e de
commercio singram em
todas as direces desde o fundo do Golfo Prsico, pelas ilhas de Sonda, Tidor, Formosa ate a Ciiina e Japo.
No procuremos seguir o Gama nas suas relaes e peripcias com o Samorim de Calecut. O ouro, as saphiras, os rubis e as esnieraldas dos naires e dos rajahs,
o esplendor da Corte
magestade dessa fora mysteriosa que se chama herosmo, representado nessa armada pequenina, batida das tempestades, as nos desmastriadas, a trij)ulao de-
cimada pelo escorbuto, e que regressa cortando res, entoando a cano dos vancedores.
os
ma
A'
margem
deste grande
mar
Atlntico, o
Mar
Te
nehroso de outr'ora, cujos arcanos primeiro decifraram as armadas gloriosas da Lusitnia, ns, os Brasileiros, os descendentes dos hericos marinheiros que ao longe
rentes aos ecos dessa
passam triumphantes, no podemos ter ouvidos indiffesymphonia de triumpho a onda ocenica emmudecida e confidente Que
235
deixe chegar at ns os sons festivos de alra-mar cotn que o povo portuguez quer affirmar o seu renasci-
commemofes-
de farniUa que
Tomemos meus senhores a nossa parte nessa tambm a nossa festa, porque
foi
no constante, atrevido Hdar do hisitano contra o salso elemento que surgiu o Brazil, cuja historia nos seus primeiros lineamentos a mesma gloriosa historia do
descobrimento do caminho da ndia
Erguendo
velejam longe vo
mar onde
que ao
brancas
caravellas
alterosas
nos
em demanda do novo Ophir, ja ento racompanheiros na e[)opa martima que devia levar um povo innnortalidade. E se ficamos a meio
mos
os
da
gloriosa
jornada,
quaes
nufragos
[)lagas
do
turosos, aos
com que se vo da lei da morte libertando, particij)avamos comtudo da mesma gloria, recolhianjos os mesmos opimos despojos e, curvando para o solo a fronte suarenta de lavradores, lanvamos os lunda mentos de um povo que nascia na America (juando de todos s recantos do Oceano as vagas submissas entoavau os louvores da nuie-patria.
as obras valerosas
Devemos
fiixa
ter
en-
em
como
s as
Luiz de Cames. Povo que nasceu bofejado pelas victorias, ennobre eido pelos feitos insignes da me-patria no cora dian})odia cantar o gnio de
te
das naes, exulta glorioso por um passado que no morre. E tu no perecers, oh herica Lusitnia, como no
2? 6
assim como o pean^ o canto alegre dos vencedores de Salamina, entoado sculos depois, (juando j nfio havia Grcia, fazia ainda estremecer entre obscuros des.
cendentes a fibra potriotica c ao mundo inteiro recor dava as glorias da ptria de Themistocles e de Aristides,
a tua
memoria para sempre veneranda e ento, por uma poderosa evocao como s aquelle divino poema
pode
ter,
os teus
como enfeixando- os numa apotbeose nica, no horisonte do mar Tenebroso, j ento illumisurgir nado pela tua gloria, a armada rutilante, transfigurada
feitos e
do nobre
Gama
aproando immortalidade.
DISCURSO
Proferido pelo dr. Joo Monteiro na sesso solemne com que a l(j de maio de 898 a socie dade de geographia de lisboa celebrou o 4.<^ CENTENRIO DA GLORIA DE VaSCO DA GaMA.
Beal SenhorReaes Senhoras
Minhas Senhoras
Meus Senhores
Aqui vimos
os
Srs. Vioira
oousules da Republica dos Estados Uuidos do Brasil em Lisboa e no Porto, e eu - em com misso da Socieda-
trico e
trazer-vos
honras
so-
lemnes, que a ns mais nos honram, e to elevadamente, que nos sentimos em parallelo com os mais altos ideaes das nossas
mais arrojadas aspiraes. a dizer-vos, que n'este turvo penltimo bruxolear do sculo, quando as sociedades politicas, impul-
Vimos
sionadas, domhiadas por desordenada effervescencia de pheno menos econmicos cada vez mais afinados con-
28
soante
a irremovvel realidade da lucta pela
singular, parece
c
xistencia
individual ou
ttrico
que
se
;
abeiram j do
quando o
so-
cialismo, que algures denominei a ante sala do anarchismo, ou venha pelos reaccionrios livros de Karl Marx e de Naquet, seus legtimos patronos, ou irrompa sanguinolento do punhal de Caserio Santo ou da
seus
vesanos
deturpadores, est
as ultimas e j quasi deslocadas pedras dos institutos legaes quando as regras bsicas do direito internacional, que a utpica concepo do
;
.
illustre Bluntschli
sonhou
articular
em
coactivo cdigo
universal,
primeiro ministro da primeira potencia naval do mundo, spero baldo, temerrio desafio quando as prprias areias do oceano, por sobre cujas
do muito
avermelhadas ondas j comea a correr humano sangue, como que se revoltam contra a mais injusta guerra dos modernos tempos, e no largo cu do nascituro sculo
como que se abrumam os resplendores da esperana pelo pezado espolio d'este terrvel momen-
to histrico
vossa
festa,
senhores,
tem
to elevada
avoluma em seu alcance significao moral, politico e cresce no esplendor como que nos est deslumbrando, que mais no fora preciso para irreplicatanto se
mente
attestar ao
mundo
inteiro a irreductivel
pujan-
Mas na
meio
diffuso
d' estes
clares,
que fascinam
no
armas, escudos ,estatuas, effigies, vivas mappas insignies de vossos passados triuniphos, fecundos emblemas de vossas memorveis e immorre
d'estes brazes,
doiras glorias
vossos
m
Brasileira se encadeia por fortes elos de lgica sympa Sua Majestade El-Rei, porque lhe corre nas thia
:
que nos deu a Independncia, Sua Magestade a Rainha, porque em seu nome re-
mos
fluem reminiscncias da Frana, em cujos cdigos foheber, a largos haustos, os grandes princpios da
liberdade, da igualdade e da fraternidade, que so, na valente phrase de Victor Hugo, os trs degraus da su-
escadaria da dignidade humana; deante da mais selecta reunio do que Lisboa conta de insigne na politica, nas armas, nas sciencias, nas lettras e nas artes sinto- me to incerto no jogo da palavra, to
prema
dbil
ser brevssimo
dia,
na actividade imaginativa, que peo vnia para e a fim de que no me lapideis a ousaapadrinliome com este tercetto do famoso poeta
; :
florentino
O homem,
disse eu
feio do vento que est soprando, e o seu ser vibra consoante a nota tnica do dia. E eis-me fatalmente assim levado,
escravo do meio
:
paulista,
nesta hora de angustias internacionaes, a vr em vossa sumptuosa festa o mais nobre, o mais eloquente, o mais- persuasivo protesto contra o ultimo discurso da
Vrimroso Leafim, a que j fiz alluso. Relembrem os vossos acadmicos os gloriosos feitos dos vossos ousados mareantes; do inexgottavel pantheon dos vossos heroes, a\ ivem elles as grandiosas li-
homricas
ns,
hospedes
240
da vossa captivaclora gentileza, s nos cabe affirmar-vos
de extranrpida syntliese e com a imparcialidade centenrio do vosso internacional geiros, que afeio
em
esta:
ral,
mostrar que a
lei
pelo gnio inglez applicada a quaesquer phenomenos do domnio biolgico, lei que, por alguns professores contemporneos, como Gogliolo, considerada
apenas qual hypothese no muiido dos phenomenos jurdicos, chega a ser impossvel quando, como acaba de
pretender lord Salisbury, pretexta estender- se s collecti vidados politicas, s sociedades historicamente consolidadas.
Oh, no
Se no
mundo
um
passam evolutivamente, isto , pela seleco o natural, que quer dizer, pela absorpo do mais fraco no mais forte, o que equivale ainda a dar como certo,
pela aco combinada de
estticas e
foras
physicas e chimicas,
assombroso gnio de um dynamicas; Haeckel pde, manejando com a sua concepo monistica do universo, encadear successivamente os vrios protoplasmas da cosmologia universal, de modo a dese o
sapparecerem por completo os seres intermdios aqui, nesta hora tambm de sumptuosidades nacionaes, em
ciferas constellaes
que na majestosa cpula da vossa historia rutilam as ludo valor indmito na guerra, da intrepidez temerria na navegao, da perfeio subli-
mada nas
lettras, e
da razo immcula no
tr^ctum de toda a phenomenalidade sociolgica quando nos sentimos a pisar a terra onde Joo de Barros, que para o voso saudoso inimitvel Latino Coelho, foi o Herdoto portuguez, disse, ao rememorar feitos pa-
U
que tanta era a grandeza delles s por decreto da Divina Providencia ponderam succeder terra abentrios,
oada, donde irrompeu, por trs sculos successivos, o luminoso raio que hoje alinha a maior extenso geo graphica do globo; raio enorme, que enlaou a sia, a
Af.iica e
a America,
como
se
realmente as
estreitas
de
Zacuto
houvessem presidido aos vossos feitos feitos sem exeiupic no pretrito, como sem copia no porvir; terra prodigiosa, que houvera descoberto a America se no fora a desmentida descrena de D. Joo II, alis
cognominado o Prncipe
Ferfeto:
-\\xq
mandou Cabral
produzir a ditosa ptria minha amada^ luxuoso alcaar da mais polymorphicamente bella natureza que jamais sahiu das eternas officinas do eterno creador dos mundos
cons-
tellaes austraes, o que foi motivo da escolha do nome que lhe poz o vosso valoroso capito, e a que o preexcelleute pico, tambm vosso, allude no verso reproduzido ali
terra portentosa,
De Santa Cruz o nome lhe poreis; como reis D. Joo I, de Boa Me-
descobertas e
conquistas civilisadoras; que, pela intrepidez de seus navegadores, to hartos na audcia quo seguros no engenho, largamente transformou os tratados
de Aristteles e as taboas geograrhicas de Ptolomeu, e assim como Pygmalio, o estaturio, dos amorphos blocos do hellenico
mrmore
fez
brotarem
as
luxuriantes
formas da sua adorada Galathea, arrancou, dos insondveis abismos do infinito oceano, por mares nunca dannavegados, e Ceuta, e Porto Santo, e a Madeira, e os Aores, e o Cabo Verde, e o Cabo da Boa Esperana,
tes
e as ndias e o
meu preeminente
l
e estremecido Brasil,
e se mais
mundo houvera
chegara
(Bravo
hravo
\)',
*t
que na poesia teve Cames, na hisHerculano, no romance Camillo, no theatro Almeida Garrett, na jurisprudncia Mello Freire^ ainda hontem, na sciencia, Souza Martins; oh, no lerra <][ue assim, do Senegal ao Cabo da Boa Esperanterra
j
rivilegiada,
toria
Alexandre
a,
de
Ormuz
a Macau, do
Amazonas ao
Prata, deixou
impre;5S0 o signal do seu valor, e na gal, a remos, na nau, a velas, e em todas as formas dos vossos aventureiros
vasos
galees,
bastardas,
subtis, fustas
pela
voz atroadora da vossa artilharia^aguias, sacres, falfoi cravar o marco da civilisao nas ces, pedreiras
da barbrie inconsciente, e, pelo sopro do seu poder jurdico, inoculou o Direito onde s a fora brutal de humanas feras dominava; terra assim forte, assim civilisadora, assim rica dos dous mais preciosos thesouros do mundo physico e do mundo moral a
escuris regies
luz e o
de tanto prodgio
no ene
fraquice,
jamais
(Bravos
palmas
at sotopr-
homo homnis fosse possvel que os precursores clares do Inpus XX traassem, na primeira pagina da futura iMCuio
:
historia,
])i3ndo
de guerra, reedio do in armis jus ferre et omnia fortium virorum esse, de Tito Livio, feroz embledis
ma
primitivas
escurides
la force prime le <hoit--SG isso fosse possvel, ento, illu mi nados pela vossa glorificao de hoje, todos os povos da latina raa
dizer ao vosso amado Portugal da vossa historia, e, endireitando o rumo para as bandas donde emerge o solda justia eterna,
se levantariam para
1
:
)esfei
as velas
243
ide a trazer de la os vossos heroes
te
enfileirae-os dean-
a fora recuar cada vez e vos sentirdes abatida; prpria emquanto seus dos mundo na orbita maior ainda rolar o maiores,
inteiro,
do ninndo
que deante
d'elles
de
si
destinos,
porque ento o
direito
star brilhando
!
em
(Longa
e reiterada salva
palavras do orador,
e cf)nq\ianto
Um
No
vem
documento remettido por um corresestampado pondente (Jos uustodio de Alves Lima) em Lisboa, que nfio figura na colleco recentemente publicada peXI dos Documentos Intelo Archivo do Estado (Vol.
ressantes) e
um
que parece merecer reproduco e discusso na Revista do Instituto Histrico, no tanto por
valor
inrinsico,
seu
como
por
documento em questo um requerimento sem data mas evidentemente do anno de 1777, de certos moradores do alto Camanducaia nos seguintes termos Ulmo. e Exmo. Sr. Dizem Simam de Toledo
Piza, z
Almeyda Paes, Joz Manoel, Jode Souza, Joam Moreira Godoy, e Manoel Gomes
de
Joam
Maldonado, moradores da Freguezi l nova de Jaguary desta Comarca, que elles Sup.^'* desde o principio, q' descubriram aquelles Sertoeus, sempre dero obedincia
246
a esta Capitania, e Bispado, tanto em buscar o Sacram.*" para Suas Almas, como as Justias Seculares p.^ seu
s('cego, e
Dizimr.*^^
;
de
tanto assim,
que
se
descubrio
Anua
Lustoza, o fez o
d.*^
Guardamr Reg.*^, e logo por parte das Minas mandou Gomes Freire de Andrade ao Dr, Ouvidor do
das Mortes, viesse dividir
a Comarca, e se fez a
.
R.
meyo do R. Sapucahyass ficando dahi e do meyo destrito p.^ S, Paulo e logo a Minas, p/"^ Camera de Mogy das Cruzes foi tomar posse por parte
divisam no
;
desta
Comarca
pelo Secular
q'.
se descubrio S.
Francisco
de
;
Paula
do Ouro Fino, e subsequentem.* Cabo Verde e como o d.^ Lustoza se retirasse p.^ as p.*^^ de Curitiba, o
Comarca senam puzessem Justias Seculares p.^ regerem aquellas Terras, se proveram por p.* de Midesta
nas, e Luiz Diogo,
General
delias,
o Gov.^^
do
Bispado,
lanand aos
provendo as Igrejas por parte de Minas, e antes poutempos mandou o D.""* Gomes Freyre, pouco antes de seu fallecim.*'^ pr hum marco no Morro do Lopo, m}^ fora, e dist.*^ do Destrito de Minas; sem dar pt.^
cos
ao
Govern.'^'', que nesse tempo era Alexandre Luiz, e como inda naquelle Contin.**^ de Camandocaya no haviam Moradores, nem houve q. disso desse parte
;
povoada que q'. foram alongando por aquelle Sertam, por parte de Minas se mandou no Caminho de Camandocaya pr hum Marco em front.^^ do Lopo, e no R." Registo e como a huns dous, outios mezes o Gen.*^ de Minas
se
;
foi
247 chegou at o Marco, e passou ordem ao Caho do Reg. q. todos os Moradores do Marco p,* a p.**^ de S. Paulo,
'^
q'.
ficassem p.^
S.
a parte de Minas,
fazer arrancham,*'^
se,
q'.
do Marco
dentro, o os olrigas-
q'.
todos os
Pezimos, q
a j)agar aos
S.
Paulo, tornassem
Minas.
puderam, arrumaram se com dinheiro, outros com espera, e do 8up.''^ Manoel Gomes Maldonado, (\ nem de Minas, remataram todos os terras tem no i3ist." endo seus bens, e nam parece justo, q'. os Sup.*^^^ no moradores Destrito desta e terem Comarca, sempre
Os
q'.
os Dizimeyros delia pago os Dizimos, q'. liquem de Minas, e tornem a pagar Dizimos -iegunaparte p.'^ da vez e essa averiguaram [)arece pertence aof< Dezip.*
;
meyros, Governadores, e snr. Gen.'''' das Comarca p.* fazerem dividir as ditas, e depois dahi por diante pa ''^^ onde se lhes determinar, e nau pa gareiri os Sup. duas vezos: do q'. Pedem a V. En /^ se avista gar
5,
,
digne
dar
providencia
aos
Sup.***
na forma
<)'.
for
>ob
So Paulo
ao M.nistro
dirigida
criginal
que devia
ter ficado
em So Paulo no
tendo sido archivado no registro da corres[)on'lencia daquelle Governador no foi encontrado na buscn a que
se procedeu
chivo do Estado.
na occasio da confeco do Vol. XI do Ar A carta que faz referencia a ei-te do cumento vem estampado a pagina 354 deste volume o
-
(3
vexames,
com que
xVs continuas
24^
pitania, confinantes
com
os de
Minas Geraes;
e os ine-
vitveis prcjuizos,
que
pela deminuio do Quinto de ouro da Caza da Fundio desta cidade, me obrigo a expor na Prezena de
V. Ex. os inattendiveis pretextos, com que por parte daquella Capitania se tem estabelecido, e continuo a estabelecer, alguns Registros no terreno desta, excedendo-se os antigos Limites, que lhe foro prescriptos; e violentando-se os Povos, comprehendidos dentro dos mesmos intrusos Registros a entrarem na derrama para
complemento das cem arrobas de ouro, que os Mineiros das Geraes se obrigaro a pagar a Sua Magestade em
lugar do Quinto. fEstes extraordinrios movimentos j tivero principio no anno de 1764, governando esta Capitania Ale-
xandre Luiz de Souza Menezes, o qual no obstantes as providencias, que deo, e protestos que fez, no poude
embaraar a violenta posse que tomaro os Mineiros dos Arrayaes de Jacuhy, Cabo Verde, e Santa Anna, que at aquelle tempo sempre tinho sido da Jurisdio
desta Capitania,
tanto
pelo que
reepoita ao
Governo
Civil, como ao Ecleziastico, ficando at o prezente prejudicada a Real Fazenda desta Repartio nos rendimen-
nas entradas,
q'.
ero obrigados a
;.
pagar os que comeriavo para os mesmos Arrayais e o que ainda mais attendivel perder a mesma Real
Fazenda o Quinto do ouro que extrahera os seos moradores, sem que por isso se augmente o numero das cem arrobas, a que se obrigaro os Geralistas0 Direita desta Capitania a respeito do Dominio dos referidos Arrayais he tam incontestvel, que o Bispo desta
Jurisdio
sentena.
Dioeze,
reclamando, pr
via de
litigio,
Ecleziastica,
que
se
249
Parece
que todas
estas
eontendas
com
Dom
em quem Sua
Capitania,
:
mandando
e dirigindo ao mesmo tempo ordem ao Jurisdio Conde de Cunha, Vice Rey do Brazil, para assignalar a demarcao das duas Capitanias. codsequencia
Em
ordem convocou o mesmo Vice Rey huma Junta i)raticas no Pays para procederem na referida devizo, a qual se concluhio na forma do Assento de 2 de Outubro de 1765, copia N, L
desta
de Ministros, e pessoas
Norma
inaltervel s Capita-
em
quanto sua
nam
dctrminasse o contrario.
Nam foram
hibir a
fizero huma nova irrupo pelo erigiro Registos, e compelliro os sbditos desta Capitania a pagarem os Dizimos Entradas,
No anno de 1771
;
mesmo Jacuhy
e
notvel das applicaes a que so destinados os reditos desta Ficando de nenhum effeito as repetidas repre:
zentaes feitas ao Governador, e Capito General o Conde de Valladares e nam merecendo atteno ai
;
guma
ommandante encarregado daquella deligencia, o qual apoiava as injustas pretences dos Mineiros, o protesto que se lhe mandou intimar, e que se remette por copia N.
2.
ao
Ainda que inteirado dos referidos factos nam quiz com tudo innovar cousa alguma a este respeito, parecendo- me
em
inaco,
at
Dom
Luiz Antnio
250
de Souza tinha dado conta, rezolvor o que fosse servido Porm como da parte de Minas so continuos os
:
e os sbditos daquella Capitania nam de uzurpar o terreno desta, com meoccazio perdem tendo violncias nas Povoaes que com elles confino
movimentos,
nam me
nho de
os
posso eximir, pela rigoroza obrigao que teFazenda de Sua Magestade, de repetir, sobreditos procedimentos, e de relatar os que de
zelar a
novo se executo, No mez de Novembro do anno passado de 1777 reprezentou a Camar de So Joo de Atibaya, comarca
desta cidade, que uo destricto de Jaguari se tinha estabelecide Oum Registo, e posto. huma guarda de sol-
dados por parte da Capitania de Minas em consequncia de huma ordem do Intendente do Rio das Mortes,
com
das
:
o pretexto de auxiliar o Real Contracto das entraE que o dito Registo se achava situado mais de
quatro legoas pelo interior dasta Capitania, conprehendeuco deb'Bxo debaixo da sua Jurisdio 127 fogos, e
745 moradores do
circuito dita
da
mesma
se
Villa,
E porquanto a
Camar
incompetente estabelecimento, protestando pela violncia feita a esta Capitania, e pelos prejuzos que se seguiro aos Reaes interesses da sua conservao, como
v do Protesto copia N, 3., nam conseguio mais, do que respostas vagas do Official encarregado daquella
se
ordens
que
trazia,
segurando nam vinha perurbar os sbditos desta Repartio, nem embaraar a cobrana dos rendimentos
Reaes,
sobre este
que lhe pertencessem porm a sua conducta ponto tem sido muito diversa das ditas
; ;
e os requerimentos que ponho por copia promessas na prezena de V. Ex. com N. 4., deixam muito bem ver as vexaes que se fazem aos vassalos de Sua Ma-
251
gestade, que ficaro debaixo do mesmo Registo, e quaes sejlo as intenes de seo estabelecimento
Pela carta do Intendente do Rio das Mortes, e condies nella insertas, copia N. 5. ser patente a V. Ex.
se per tendeu corar tam tanta se no conforma que o estabelecimento das com mesmas conespirito aquelle ao nellas he coitrario se determina. que dies, que
frvolo
protexto
com que
e
marifesta
violncia,
que Sua Magostade facultou aos Contracpoderem mudar os Registos para onde lhes [)arecer, e levantar outros novos nas paragens qne forem mais cmodas aos viandantes, e aos seus interescerto,
He
tadores o
ses,
mi\s
tambm he
certo,
que
se
lhe
declara
nas
condies, que devem reprezentar nas Juntas da Fazenda dos Destrictos aonde se houverem de fazer
mesmas
os estabelecimentos, os motivos
q'.
para
isso
seus respectivos Limites lhe podero deferir porque do contrario se originaro inevitveis dczordens, o fastidiosos conflictos
de Jurisdico.
Mas no
he,
Senhor Exmo., o
zelo
do augmento do
Real Contracto das Entradas, lie sim o interesse, e ambio dos Mineiros, quem fomenta to reiterados movimentos; por ser evidente, que quanto mais se dilatar o Destricto de Minas pelo terreno desta, ou de outra
ficar aos
mesmos
mi-
arrobas
numero dos
lavradores,
por queni se devida, menor ser o oramento para cada hum em particular. A convenincia que lhes rezulta
destas uzurpaas, lhes surgire a cada
tos
passo os pretexmais especiozos, com que procuro atrahir para o doE certamnio daquella Capitania os sbditos desta
:
mente
se
as providen-
252
repetidas dezoro absorver todo o dens, conseguiro os ditos Mineiros rendimento do Quinto da Caza da Fundio desta cicias
proporcionadas
a terminar tam
larga experincia, de que da sua ambio, nemattendem aos prejuzos da Fazenda Real, que se lhes tem reprezentado, nem reparario em cometter os majores insultos, se eu por via de fora os quizesse expulsar das terras do meu comando; j^or isso exponho na Preos referidos Mineiros, cegos
zena de V. Ex. os presentes factos, para que SuaMagestade se digne determinar o que for servido. 1 >eos
Guarde a V. Ex. So Paulo a 28 de Abril de 1778. Ulmo. e Exmo. Senhor Martinho de Mello e Castro. Martim Lopes Lobo de Saldanha. Dos cinco documentos mencionados nesta Carta, que no prima pela exactido histrica, o n. 1 o celebre Assento de 1l' de Outubro de 1765 que nunca tive execuo; o n. 2 refere a uma centenda na regio de Jacuhy na administrao do antecessor de Martim Lopes e somonte os ns. 3 (protesto da Camaro de Atibaia), 4 (o documento presente) e (a carta do Intendente do Rio das Mortes) tem referencia questo dos terrenos do Rio Comandocaia. Os documentos ns. 3 e 5 no tem sido conservados mas o seu contedo pode ser inferido do requerimento dos moradores interessados, da carta de Martim Lopes
ao Ministro e das seguintes cartas trocadas entre este ultimo e o Governador de Minas. D. Antnio de Noronha.
Ulmo.
dirigio
Exmo. Snr.
Pela
mez
me
na
data de 13 do
passado,
e pela copia
25^
da carta do comandante de Jacuhy, n'ella incluz, venho no conhecimento de que, no s o dito commandante, mas huma grande parte des officiaes que se aclio empregados no servio nas paragens confinantes com esta Capitania, nlo tem outro ponto de vista mais do que perturbarem o socego de V. Ex., e
inquietarem com continuadas desordens, motivados a fim de saciarem a sua cobia, e de prejudicarem a Fazenda Real, pretextando as suas perniciosas
de
intenes com apparente zelo de utilidade publica, e do servio d'El-Rey, e pintando-as a V. Ex. com cores to dissimuladas, que quasi he obrigado a dar-lhe o
me
que no merecem. He certo, Exmo. Sr. que depois de muitas e repetidas queixas que se me fizero pelos extravios commetttdos pelas differentes estradas, por onde costumacredito,
viandantes de Minas, e pelos dcscaminlios que experimentava a Real Fazenda nos seus diFareitos, me deliberei com o voto da junta da Real
vo seguir os
zenda
e tendo precedido
ticas e ntelligentes,
mandar
mais favorveis e prprios para os di"^os extravios, entre aquelles foi comprehen Jida a an tiga estrada de Jacuhy, por no ter ataque, e por se
([ue se julgavo
no seguir
prejuzo
algum
ao
commercio
em
dar
entrada no novo Registo de S. Matheus, para onde fiz nuidar o antigo do Rio Pardo, em atteno ao bom commodo <los viandantes e j Sua Magestade, a quem
;
como
1.
nem
commercio
experimento incommodo
sensvel
n'esta
mudana, salvo
se fr o de se lhe evitarem
de algum
?54
nodo os contrabandos e extravios dos
Direitos
Reaes,
:
V. Ex. o
commandante de Jacuhy
por quanto se os ditos extravios se acililo pela multiplicidade de estradas por onde os viandantes transito, nas quaes no he possvel que haja a vigilncia necessria,
proporo que se lhe diminuem as ditas estradas, se lhe feho outros tantos portos aos mesmos extravios d'estas mesmas cautelas usou sabiamente V. Ex. no
;
mesmo
effeito,
mandando
caminhos,
pou
se
me
partici
Ex.,
por
co-
pia N. 2.
Igualmente no devo presumir que os povos da jurisdico de V.-Ex. attendo to pouco aos seus interesses, que venho fundir o seu ouro a esta Capitania, aonde forosamente se lhe ha. de tirar o Quinto, no
ficando por isso alliviados da derrama para o complemento das cem arrobas de ouro que offerecero a Sua
Magestade. A vista do que tenho exposto, julgue V. Ex se eu deveria suspender as provideecias econmicas
da Real Fazendo commandante de Jacuhy, da, pela vaga presumpo o qual, como to zeloso da mesma Real Fazenda, podia applicar outros meios de cohibir os extravios no caso
d'esta Capitania, tendentes utilidade
Estou
e
bem
a junta da Real Fazenda com a verdade e circumspeco devida, teria V. Exa. evitado as continuas ve-
xaes, que se fazem aos povos desta Capitanio, e no me acompanharia o desgosto de ver que V. Ex., com
quem
ami-
*55
zade, permitta se excedo os antigos e impreteriveis limites das duas Capitanias, come succedeo ultimamente pela
de quatre legoas pelo interior desta Capitania, e ficando debaixo do mesmo Registo cento e vinte e sete
fogos, e setecentos e quarenta e cinco visinhos
da mes-
ma
villa.
O pretexto deste impraticvel rompimento, parecer a V. Ex., primeira vista, favorvel aos Reaes interesses, e
muito (onforme s condies 5.* e 17,^ do contracto das entradas, as quaes remetto a V. Ex., por copia, com a carta do Doutor Intendente da comarca
S.
de
3.
mas ao
contrario,
Exmo.
Sr., opposto ao espirito das mesmas condies, e muito prejudicial fazenda de Sua Magestade. He
elle lie
espirito das condies, porque dando Sua faculdade aos contractadores para mudarem Magestade os Registos para onde lhes parecer, e levantarem ou-
opposto ao
tros
forem
mais
com-
modas aos viandantes, lhes declara devem elles representar s juntas das Fazendas dos districios aonde se houverem de estabelecer os ditos Registos, a necessidade que houver dos seus estabelecimentos,
e s
estas
dentro dos seus respectivos limites lhes podero defedo rir; o que bem so coUige das mesmas condies; e
contrario, todo o procedimento (|ue
no for
este moti-
como
pre-
Magestade, porquanto ao mesmo passo, que o districto de V. Ex. se for estendendo por esta, ou outra qualquer Capitania, perder a Real Fazenda o rendimento do (Quinto
de todo o ouro qne se lavrar naquelles terrenos,
He
prejudicial Real
Fazenda de Sua
sem
266 que por isso se augniente o numero das cem arrobas, que os sbditos de V. Ex. se obrigaro apagar amiual mente a Sua Magestade pelo dito Quinto. *Eu, Exmo. Sr., conheo claramente que os com-
mandantes dos descubertos visinhos a esta Capitania com os Mineiros, he que motivo todas estas inquietaes para so verem mais alliviados da mesma derrama, porque sendo maior o numero dos lavraconloiados
menor ser o oramente de mas estou certo, que V. Ex. particular: no ha de consentir em hum damno to manifesto da
dores por
quem
se
divida,
cada
hum em
Real Fazenda, e que attendendo ao que tenho ponderado dar logo ae providencias, que pede to importan te matria, no s a respeito deste Registo, mas tam
bem
Rio Pardo,
dos movimentos que principio pelo descuberto do como me avisou o Guarda-mr daquellas Mi-
nas, Antnio
Bueno da
Silveira,
em
carta de 7
de Ja-
do capitulo que trata deste particular, para que se digne ordenar se no inneiro, e remetto a V. Ex. a copia
que j comea a
sentir
algumas
perturbaes.
esta longa digresso se os factos que exponho na sua presena no fossein to constantes, e se me no assistisse
bem fundada
esperana
de
que V. Ex.
sei,
far
que o seu aniharmonia, e olha indifferentemente a maior ou menor exque para tenso de terra do seu governo, como me tem segurado nas suas cartas de 6 a 25 de Outubro," lo e 26 de Dezembro de 1775, e da minha parte affirmo a V. Ex.,
pr termo a
mo
he de conservar commigo
huma boa
que so contra o meu gnio estas fastidiosas disputas^ que diariamente fomento huns poucos officiaes revoltosos, e dominados do espirito d' ambio. Deos Guar-
26t
de a Vossa Excellencia.
S.
177 8
Paulo 6 de
de Saldanha.
Fevereiro
de
oiTllmo.
Exmo. Senhor.
Recebi
a carta de V. Ex.
de 6 de Fevereiro do prezente anno, e por- ella venho no conhecimento decapitarse V. Ex. da falsa conta
pr na prezena de V. Ex. Guardanior Antnio Bueno da Silva, dizendo este tinho passado dois soldados pagos desta Capitania de Caboverde a estabelecer hum Registo no Rio Pardo; o contrario do que prezume o dito Guardanior ver V. Ex. i>a carta que remetto por copia do Intendente da Comarca respectiva, e do cabo da Guarda de Toledo. ^Emquanto aos mais captulos da carta de V. Ex.
relativos s divizes desta e dessa Capitania, poder V. Ex. melhor persuadirse da copia da carta do mesmo Intendente das sem razes com que os Povos des-
recebem dos Povos de Minas: Este Intendente assistio a todas as divises, e ningum pode dizer melhor sobre ellas do que elle. Logo que V. Ex. me advertio
de alguns phantasticos procedimentos feitos pelos Povos de Minas aos dessa Capitania eu passei ordens neceasarias ao dito Intendente
como
se ve
da copia
o de V.
in-
em
socego, tanto
meu
espirito,
como
Ex.,
coui baca-
a Justia, que eu mereo me deo Antfaa. nam se persuadiria da conta que lhe nio Gomes Machado: he sem duvida que eu passei aos
me
fizesse
confins desta Capitania com bem diferente destino daquelle que suppoem o dito Machado.- e Imma legoa para
c do Morro do
estava
possuindo
^56
sem
ttulos,
que
cero justas para que os Reaes Interesses se judicassem. Agora dezejo eu que V. Ex. me
me parenam prediga
se
eu fiz mal, ou se intentei uzurpar aquillo que me no pertencia, depois de mediar a distancia de huma legoa
entie a roa e o Morro do Lopo, cujo faz a divizo desta; e dessa Capitania. O dito Antnio Gomes Ma-
chado he
hum homem
indigno de
se acreditar,
eu
seu procedimento
quem
elle
sempre
a Ereco do Novo Registo de Jaguari, no destricto da Villa de So Joo de Atibaya, sobre este particular
Em quanto
Fazenda desta
Capitania ao Intendente da Comarca do Rio das Mortes, a fim de se evitar o que V. Ex. me expem; e o
tambm
as suas
providencias.
<Eu
e o
protesto a V. Ex.
grande dezejo q' tenho de executar as suas ordens. Deos Guarde a V. Ex. Villa Rica a 23 de Maro de
1778.
Dom
e
Antnio de Noronha.
Ulmo.
Exmo.
Sr.
hua
carta,
que V. Ex.
honra de
dirigir
na
data de 23 de Maro do prximo passado, tanto por livrar a V. Ex. das inquietaoens, que lhe cauzo estas fastidiozas
ciderar
empregado em dependncias de major ponderao, que certamente se devem preferir a estas pequenas dissenoens, que so to ordinrias nos Povos
do seo melhoramento. no conhecera, que toda a relaxao, e condescendncia, que tivermos agora neste particular, poder ser para o futuro muito prejudicial aos Reaes Interesconfinantes,
como h
o dezejo
Eu
se
259
ses, nem teria dado atteiio ao que me reprezentaro os Sbditos desta Capitania, nem mortificaria a V. Ex. com as minhas rogativas mas devo agradecer s '^uas
:
sabias providencias o socego em que actuabnente me concidero nesta parte, porquanto os moradores de bum,
c outro Territrio,
turbar
com
as suas contendas.
f.ivoniasse as injustas pela imaginao, que de dos seos siibditos; nem to poupertenoens alguns co deve prezumir da minba fiel amizade, que os Ofcios,
V.
Ex.
que Ibe tenho dirigido sobre esta matria, tivessem outro objecto mais, do que querer conservar os limites desta Capitania no mesmo estado, em que os achei
:
regulandome sempre pela Divizo, que induza remetto por copia, a qual nos deve servir de norma, emquanto 8 Magestade no determinar o contrrio.
Mas no b
que me conduz
terlbe a
este,
Exmo.
Sr
o
;
centa
com
os
destacamentos
esti
em
dessa Capitania, que marcharo por foo soccorro do Exercito do Sul, as quaes
pagas pela Junta da Real Fazenda ate o ultimo dia de Dezenibro do anno passado pois me me vejo na
;
mayor consternaam, V. Ex pode conciderar, sem dinheiro algum nos cofres da Fazenda Real e obrigado a
os avultados soldos dos dous Regimentos, nesta Praa vindos da Campanha, sem acho que receberem couza alguma, h perto de trs mezes. Nesta critica situao, fiado na promessa, que V Ex.
satisfazer
j se
fez, de satisfazer estas despezas, me vejo precizado rogarlhe, que, por servio de S. Magestade, se digde mandar remetter pelo portador desta o Sargento
me
^0
Mor Joaquim
Manoel
de
Macedo
Vasconcellos
quantia de 13:456$155 reis, que tanto importa o saldo da dita conta corrente, do que logo enviarei conhe-
cimento
em forma
dessa Repartio.
V. Ex., faa
expedir logo esta remessa, para ocorrer as dezordens que V. Ex. nam ignora, se podem originar da falta
de
S.
pagamento
Paulo
1
das
de
Loho de Saldanha.
Ulmo.
e
Exmo. Senhor.
Recebi a
;
carta de V. Ex*
de Fevereiro do prezente anno e sabre os pontos que ella contem respectivos aos Limites da Divizo das terras desta, e d'essa Capitania, j a V. Ex. pon-
de
derei por carta de fi de Outubro de 1775 os justificados motivos que me obrigo a fazer conservar a posse dos territrios com que os meus pred cessores tem dominado os destrictos pertencentes a esta mesma Capi-
tania
S.
em
observncia
d'El
do
termo de Junta
feito
em
Rey pelo do qual rezultou a aprovao de S. Magestade pelo Avizo de 2 de Maro de (7(37, e das mais providencias dadas por aquelle Governador
Joo
Novembro de
1764,
este
respeito, de
e o
mesmo tornei a repetir a V. Ex. por carta de 25 do mesmo mez, e anno, referindo-me sobre dita carta, nam podendo ceder os destrictos pertendidos por V. Ex.
sem expressa rezoluo de Snv, Magestade, perante quem se acho pendontes as contas que dero os meus Predecessores, e os de V. Fx. sobre este mesmo
particular,
voaes ns
mesmo
estado
em que
justamente as pos-
261
suiro
os
meus
Exmos.
predecassores,
sem
suscitar
couza nova, que no seja a da Real Decizo. Tambm em cartas do 2i de Abril de 1777, 13 de
Janeiro, de 78 e a 23 de
Maro do mesmo anno, a qual V. Ex. prezentemente me responde, insistindo na mesma pertendida possesso, expuz a V. Ex. as inquietaes que
experimentavo os Povos desta ('apitania, cauzadas pelo dessa, e motivadas destas fastidiosas duvidas de
Limites,
sobre
as quais
sobre
ellas,
que
o Intendente
;
por
prezentemente continuo, como V. Ex. ver da copia da carta do dito Intendente de 30 de Dezembro do
mesmo
assumpto, a
(jual
foi
resposta
dirigida
dada
em
Eu estou
do
esta
que
se V.
de
pelas provas que tem dado, sompre devo ponderar a V. Ex. esta simples reflexo: Que o sobre dito
Magestade aprovou o termo de Junta, providencias dadas pelo Exmo. Luiz Diogo he datado em 25 de Maro de 1767 muito posterior da ordem, e assento tomado no Rio de Janeiro, a que V. Ex. se refere, e do qual no houve at o prezente aprovao Regia Agora considerandose V^ Ex. em meu
Avizo,
pelo qual
e
i
:
Su
pode haver razo para que esteja por aquella disciziva aprovao, sendo a 'ultima que houve, sem que offenda a observncia da Real
lugar, dezejo
diga, se
me
inj usto
que eu
262
no desse resposta ao prezente officio de V. Ex. ; este o motivo porque a dou sobre semilhante assumpto, porque nada mais posso dizer do que o que j tenho
repetido
nas
sobreditas
minhas
cartas,
nem mudarei
de parecer dos fundamantos, que refiro, porque se a V. JEiX. no parecerem justos, pode entrar por toda
esta
Capitania
com
foras
de Armas,
sem
ellas,
que en protesto e nam hei de impugnar, porque no devo fomentar huma Guerra civil entre dous Governos
vassalos da
mesma Monarquia,
e contraria
s Pias In-
tenes da Nossa Augusta Soberana. S me resta rogar a V. Ex. com as mais vivas ex-
prees com que dezejo ver tranquilizados os Povos dos Limites confinantes, e da reciproca unio, em que nos devemos conservar sem mover duvidas, porque ne-
nhumas podem ser intentadas sem prejudicar os Reaes interesses, como prezentemente se est experimentando
nesta Capitania Queira V. Ex. por huma vez pr esta matria na Real Prezena de Sua Magestade para a sua decizo, que sendo servida aprovala. se finalizar o
:
nesta parte tem vivido os nossos ess assim eu cederei em a cumprir gospiritos, porque tosamente junto com as determinaes de V. Ex.
dezasocego
em que
Remeto a quantia que na carta de V. Ex. me pede das despezas que fizero os Destacamentos desta Capitania, que marcharo em soccorro do Sul, a qual conde Macedo e Vasconcellos, que V. Ex. mandou. Deos Guarde a V. Ex. Villa Rica a 16 de Maro de 1110. D. Antnio de Noronha.
duz o
Nesta correspondncia cada governador ao passo que reaffirma o que julga ser os antigos direitosda sua Capitania (o de So Paulo firmado no Assento de 1 2 de Outubro de 1765
263
e
no Aviso de 25 de Maro de 1707) declara a sua inteno de manter provisoriamente a posse do territrio
foi
entregue pelo seu antecessor. Esta posse de Minos foi delimitada na estrada que sepela parte a Santa Anna do Sapucahy, pelo Morro de Atibaia guia do Lopo designado como diviza entre as duas Capita-
que lhe
nias pelo auto de Thomaz Kuhim lavrado em 1741). Nestt> morro tinha sido collocado um marco que conforme
diz o requerimento foi feito por
ordem de Gomes
Freire
de Androde pouco antes do seu falleeimento em 1763. Dois mezes antes do requerimento D. Antnio de Noro-
nha tinha
o esta
visitado este
marco
conforme
elle
affirma,
mesmo
marco, aTirma-
que confirmada pelo prprio requerimento. questo verdadeira, porm, no era sebre a posi.o do inarco que no era contestada pelos supplicantes mas sobre a posio da linha tirada do marco para o
norte, posio
se
por exemplo o aucto de D. Antnio de Noronha de que queixa no requerimento achava-se de certo modo
que os supplicantes acharo conveniente no mencionar nas suas recordaes histricas. Antes, porm, de referir estes acontecimentos convm rc estabelecer a verdade histrica sobre a primitiva demarcao uesta regio que foi feita de modo bastante differente do contado no requerimento e
ter se
guia
do por este
mesmo
requerimento.
historia, a
demar-
cao das duas comarcas do Rio das Mortes e de So Paulo foi feita por ordem de Gomes Freire de Andrade
pelo njeio do Rio Sapucahyguass e depois da descoberta de ouro
em
264
por D. Luiz de Mascarenhas, governador de S. Paulo, de Francisco Martins Lustosa como Guarda Mr do no-
vo descoberto, tendo o districto passado posse mineira por descuido ou abandono, do mesmo lustosa. Consta mais o requerimento que annos depois (pouco antes
do seu fallecimento) Gomes Freire njandoupr
co no Morro do
um
mar-
Lopo
e que,
de Minas
docaia
no Rio Registro.
conforme consta dos documentos officiaes estam|)ados no Vol. XI do Archivo de So Paulo que a [)osse mineira tomada nas marfacto histrico, porm,
gens do Rio Sapucahy foi acto da Camar da Villa de So Joo d' El -Rei a 4 de Maro de 1843 em occasio em que no era conhecida a existncia de ouro ao sul
do
ta
mesmo
rio o
qual
foi
Camar como
limites das
do
territrio a direita
do Rio Sapucahy no
districto
de e pouco tempo depois a questo foi resolvida conforme a vontade da Camar Mineira pela Proviso Regia de 30 de Abril de 1747. J neste tempo, porem, tinha se descoberto ouro
em
Santa
Anna do Sapucahy
de Outubro de 1746, pela Camar de Mogy das Cruzes e tratava de expulsar pela fora o Guarda-Mor, Francisco Martins Lustosa, nomeado pelo governador de
So Paulo, como em 1743 tinha expulso do Arraial da Campanha o Guarda-Mor Paulista, Bartholomeu Bue Governador de So Paulo no. Lustosa appoiado pelo
resistisse e o districto
manteve-se
em
estado de guerra
que levou o governo de Lisboa a suspender o governo separado da Capitania de So Paulo, pela Proviso Re-
265
gia em 24 de Agosto de 1748 e de encarregar Gomes Freire de Andrade com a demarcao das duas Capitanias
indicando-lhe
Sapucahy, mas
outro limite.
Em
mes
Rio das
Mortes, Thomaz Rubim de Barros Barreto, a linha de demarcao pelo alto da Serra da de correr Mantiqueira at encontrar o Rio Grande sendo eviden-
te
na Ca[)itania de Minas. A o era era de impossvel execuo mas esta circumstancia no impediu que Thomaz Rubim lavrasse, a 19 de Setembro de i749, o
auto de demarcao designando o Morro do Lo[)0 como ponto extremo da linha divisria pelo alto da Serra da Mantiqueira e deixando vago todo o
seu celebre
resto
da demarcao. Lustosa recusou-se a receber a ordem de Gomes Freire mas no deixou de rspeital-a,
resistncia
abandonando a sua
primeiro para
subsequenteescapando da ordem de prizo que foi expedida contra elle. A 29 de Junho de !7O os Mineiros tomaro posse do arraial de Ouro
o arraial de
e retirando se e
mente
para
Curitiba assim
lettra
das Instruces
pauHsta Sapucahy. Assim esta posse foi quatorze annos anterior visita do Governador Luiz Diogo referida no requerimento. Em alguma epocha, no consta quando ou por quem, um marco no foi collocado ( ou esculpido na rocha
por estar fora
Gomes
territrio
da bacia do
rio
Morro do Lopo mas pouco provvel que houve para isto ordem expresso de Gomes Freire. Pelo contrario certo que este Governador deu a 9 de Novembro de 1762 uma carta de Sesmaria a Cludio Furquim d
"
266 Almeida de um terreno situado para o lado mineiro do Morro do Lopo tratando o como pertencente Ca})itania de
S,.
Paulo.
1771 (Archivo, Vol. XI, p. 118) em que se diz que por ordem de Tliomaz Rubim metero hum marco,
ou esculpiro humas letras em hum penedo nativo naDivizo das Capitanias de quella [)arte, (|ue dizem e Minas de Esta noticia i)Oi" ocr mais miS). Paulo nuciosa merece mais confiana do que a do requerimento, bem que possa ser em erro a respeito da data da collocao do marco, sendo porem mais provvel que esta fosse no tempo de Thomaz Rubim, quando o negocio da demarcao era fresco, do que nos ltimos annos da administrao de Gomes Freire nos quaes nada consta para motivar esta providencia. E' tambm possvel que ambas as noticias estejam em erro e que O marco fosse collocado subsequentemente ao estabelecimento por Luiz Diogo em 1761 de um registro mineiro nas margens do Rio Jaguary junto ao Morro do Lopo. Seja isto como for^ no ha noticias mais modernas deste marco cuja posio fica incerta sendo porem pro-
do dito registro
em
requerimento falia de um outro marco posto dede pois povoada a regio no caminho de Comandoaya em fronteira do Lopo e no rio Registro. Esta refe-
rencia deve
ser ao
registro estabelecido
em
1771 por
ordem do Conde de Valladares, governador de Minas, no districto do actual So Jos de Toledo. Nos acontecimentos deste anno que para a questo presente timais importncia do que os referidos, um dos signatrios do requerimento, Simo de Toledo Piza,
nham muito
267
teve parte saliente,
mas sobre
estes o
dou
um
silencio
discreto.
historia
XI do
Simo de Toledo Piza pertencente a uma familia importante da Capitania de So Paulo tinha, conforme
declarao
na carta citada
alto
cm
na regio do
parte ao
antigos
coberto, (yomo porem D. Luiz Antnio tinha ordem de no permittir minerao na Capitania de So Paulo e ficando demorada a soluo da questo de limites, Simo de Toledo Piza entendeu, em 1771, obter a de
sejada licena
do governador
de Minas conforme se
deprende da
<
um
oflicial
do
Governo de Minas.
Por
me
com que
V. mce. SC porta no Real servio interessando s no aumento Rgio; sou o dizer a V. Mce. por meio desta
que confio da sua actividade, exvi do conceito que o Ulmo. e Exm. Sr. Conde General faz de V. Mce., para que logo sem demora ponha na prezena do dito Se nhor o fidelidade com que me desejo empregar no Real
-
servio, e o
quam
atento sou a
S.
segurado o
dito
Jos,
])0sse
que naquelles
o
General
de Sapucahy para
quem
logo disse,
dentro, ao
ou ao mesmo
Lopo para
que
me
res-
2()8
de tomar pondeo, que se nain repartiria, senani depois em silencio tudo posse, e como nunca tomou, estive todos estes annos. He senam quando em Dezembro pus sado recebi carta do Guarda Mor de 8. Paulo pai-a que
fosse falar lhe a beneficio de se re)>artir o meu Descuberto, e sem lhe responder, logo fui ao Ouro lino mostrar a dita
carta ao
Cabo Manoel
Jos,
e ao Alferes
Luiz de Freitas, pedindo .a est(!S que dessimos huma conta disto ao Ulmo. Sr. Conde General, e que supposto
o tinha dado para 8. Paulo,
nho
dito
da posse,
sejnpre eu
me
leal
mi-
nha Capitania, e es])ecialmciite a quem era verdadein mente meu Superior, como o Ulmo. o Exmo, Sr. ('on (le General, nam quizeram estes dar esta conta, o Cabo
Manoel Jos de Azevedo,
faria
e o Alferes (|ue so depois
de repartido o
com razoens frvolas se escuzou de alterando vozes com o dito Cabo disse a tosorte, que dos os que se achavam prezentes, como Lino Jos "de Fieitas, e o Fiel Antnio de Souza, o Joam Pereira, que todos me servissem de testemunhas para a todo o tempo mostram que eu tinha
Sr.
tes,
feito
soubesse, me nam culparia a mdm, mas sim a espois mostravam nam ser c^mstantes a esta Capita
mostrando tambm, quererem quasi ceder desta jurisdicam para a de S Paulo, e voltando para este sitio achei carta de So Paulo, em que me chamavam em nome do Sr. General, a quem forosamente havia obenia,
decer, o qual me disse estava informado, que o meu Descuberto lhe pertencia, dizendo me daria huma })arte,
ou satisfaam ao Sr. C>)nde General, e como vejo esta. uzura que se faz a Capitania de Minas, digo a V. Mce. que o meu Descuberto he verdadeiro, porque lenho socavado meya lgua com jornaes certissiraos para (^ua-
269
tro vintns
at
meyas
patacas, e
ter
s falta
lgua,
socovar
uma
este
ha
hum
ribeironete, que nasce na Serra Negra. Tambm est o rio de Camandocaya, rio grande com oiro desde a
Negra at o Salto Grande, que ter 6 at 7 de distancia do principio da Serra Negra para lguas, baixo at certa distancia com ouro para jornaes cerbaixo espero jornaes de muito mais avantejados, fora outras Crregos, c ribeiroens, que desaguo no dito rio que est tudo
;
dita Serra
e dahi para
por ver bem, pois tudo mostra oiro em qualquer parte, como sei o quam til ser ao Povo de Minas, e muito mais ao agrado de S. Exa. fao esta a V. Mce. para
o
Sr.
Con-
de para que logo e logo mande socavar e repartir, ano mande repartir, tes que o Sr. General de S. Paulo
pois nie determinn por carta sua, que mande abrir o eamiidio para o dito efeito e eu como vejo que ha de
tirar o direito
ao
Ulmo.
Sr.
muito
fui a
o
para
por
Sr.
meyo
pois delia sou freguez, avizo a V. Mce. rogando lhe pago Dezimos, me desta para que ponha na prezena do dito
Conde, para que se nam ponha contra mim, pois pelas muitas limitadas foras nam vou pessoal aos seus illustres
pes beijar lhe a man,
mas
se se quizer
informar melher
da minha verdade,
fabula, e o
e ser conhecer,
que
nam
sou de
nho
Soares, e
Capm. Mor Jos da Silva Pontes, Agostimeo Irmo Franco. Xer. Paes que mora
Marianna, estes daro a dita informao, e tambm quero que o Sr. General de So Paulo nam fique con
em
recomendaam que me fez, pelas quaes amda mais desconfio, e o Sr. Conde General que se compadea das necessidades que ha.
tra
mim, exvi da
cautella
270
mayormente amerc, que havendo este remdio nas minhas terras estou padecendo a falta de se no repartir, e pode V. iMce. segurar ao dito Senhor, que repartido isto, ha nmitos mais crregos e rios para se des
cobrirem, por liaverem terras, matos, serras, e crregos infinitos. As mostras do dito Descuherto as vio o Sr.
General de
to pezo.
S.
Paulo
e he oiro
muito bonito
e de mui-
sade de V. Mce. que Ds. Gde. por m. ^n. Campanha da Lagoa, hoje 2 de Julho de 1771. i)e V. Mce. seu muito venerador, e afeituoso.
Estimarei
a boa
Simo de
Tolech) Fiza-.
Por esta cai'ta parece que mezes zembro do anno anterior, tinha havido
antes,
em
cei*to
Deru-
um
a i*espeito das novas minas e que pessoas de So Paulo tinha se intei-essado em segural-as para esta Capitania obtendo do governador o levantamento da interdico da minerao e a abertura de uma picada para
mor
De facto D. Luiz Antnio tinha dado, a 10 de Abril, ordem para abrir a picada (Archivo, XI, p. 104^ baseando se em informaes dadas por Simo de Toledo Piza e uma carta do Commandante de Ouro
a regio.
Fino, Luiz de Freitas Villalva. Este Commandante o Luiz de Freitas do qual ha queixa na carta supra e
a referida cartn que s podia ser sido communicada pelo prprio Simo de Toledo Piza a seguinte.
Senhor Capito Simo de Toledo Piza. A respeito do que V. M. quer saber da demarcao das Capitanias, e informaes que diz a esse respeito ao Ajudante Do-
mingos Soares de Barros foi o que me escreveo pedindo a, informao, a qual era por ordem do Ulmo. e Exmo. Snr. Conde declarando tudo o que se perguntou. Como disse eu a V. M. informei que a demarcao ou marco que se poz era no lopo no caminho velho e se-
271
Carvalho^ no so
huma
o que se achou com o Ouvidor Rubim que mandou passar o termo, ou lavrar dizia que daquelle marco correria
rumo
da
direito a buscar o
Freguezia
de
daly
(1)
caminho de Guayazes
no poderia de
Rio Grande
sul a norte, e
que poderia
nordeste, e nesta forma poderia passar o caminho que hoje serve para Jacarehy pelo Lima chamado pouco mais ou menos nesta informey. Ouro Fino 22 de Maro de 1771. De V. M. Primo Amante e
Atento
lalva
Ven.^''
obrigadissimo,
Lidz de Freitas
Vil-
j antes de 22 de
Maro o Converificar
de de Valladares tinha
mandado um
official
posio do novo descoberto. O mesmo facto consta da seguinte carta do Oommandante de Camahdocaya
(hoje cidade de Jaguary) que foi remettido a D. Luiz Antnio, conjunctamente com a carta supra de Simo
Esta carta muito interes.sante por dar a interpretao por iim contemporneo e signatrio do auto de Thomaz Rabim Verssimo Joo de Carvalho ao modo de ligar o Morro do Lopo ao Rio Grande pela dita demarcao. Este modo era por uma linha recta traada do Morro do Lopo para um ponto na estrada de Goyaz duas lguas acima da Freguezia de Mogy-Guass e por esta estrada at o Rio GrandeComo esta linha no est expressa na Instrucco de Gomes Freire de Andrade nem no Auto de Thomaz Rubim, temos assim a demarcao imaginada por Verssimo Joo de Carvalho diferente destas duas e differente tambm da imaginada por Luiz Diogo em 17G4. A linha Verssimo Joo de Carvalho diftere tambm da traada nos maj)pas de 1778, 1804 9 1808 e sendo mais favorvel o Minas do que a actual linha de posse
(1)
dar! a
<
do que a maioria das outras linhas que se tem imaginado especiamente recommendavel attenco dos Mineiros.
^fi
de Toledo Piza de Valladares
em
carta de
para justificar
posso
que
[)re tendia
pa
^
regio.
Otoni.
1771
Tempos ha em que me deo Simo de Toledo Piza huma parte na qual me manifesta hum Descoberto na
sua
Campanha o qual segundo as conirontaoens fica do Morro do Lopo para dentro da demarcao destas Minas, buscando para Ouro Fino; essa parte eu a
!S.
dei a
Exa. e o dito
Sr.
mandando
se informar,
o de
Ajud. Domingos
Soares de
Barros, e se
veyo informou
pessoas apaixonadas pela parte de S. Paulo s a fim de que eu ficasse mal pela razo de que na mesma conta que dei do Descuberto, tambm dei de dois oficiaes,
que me deixaram fugir dous prezos, os quaes foram o meo Ten.'' Manoel Per.*, e o meo Alferes Braz Estives da S.*, e estes mesmos foro que dero a informao ao tal Ajud.^ fazendo a demarcao ser por hum Cargo por onde nunco foi, pois a demarcao, e marco desta Capitania he pelo Morro do Lopo, por cuja razo est < dito Descuberto em cauza parada, e eu zellozo, e fidedigno a Sua Mag. dou
oficiaes
,
para ver a providencia que lhe d, porque atendendo a consternao dos Povos de Minas pela sujeio^ em que estam das cem arrobas,
este parte
a V. Mce.
como tambm
pelo gosto que sei V. Mc. ha de ter de dar esta parte a S. Exa. para que tenha no tempo de seu feliz Governo este aumento, Desejo a V. Mc. sade que Ds. Gde. m. an. Camandocaya a 22 de Junho de 1771 De V. Mce. mto. venerador e Criado. O
2^8
No emtanto
mandado, a 17
de Junho, Gamara de Atibaia verificar se o districto pertancia ou no Capitania de S. Paulo e esta Cama-
Auto lar tinha respondido affirmativamente por vrado, a 24 do mesmo mez no paragem chamada Cam-
um
panha
da Lagoa que
Simo de
que
ti-
Toledo Piza.
a 30 de
Antnio escreveu
sido con-
Junho a seguinte carta, parecendo nha havido outras anteriores que no tem
servadas.
Vejo o
(}ue V.
M.
me
do ca-
deve fazer para o llibeio do descoberto a fim de se mandar sucavar e fazer as experinse
minho que
Por este principio sou a dizer a V. M. que logo e sem demora faa acabar a abertura do dito cammho e
concludo que seja me remeta com toda a brevidade as amostras que extrahirem com a certeKa da pinta que
se tirar
para com esta deligencia eu njandar os suca vadores a fazer o mais servio que manda o Regimen io e nisto
lhe possa servir de prejuzo puis sem eu ter* a cabal certeza do que ha no po^so mandar os suca-
mora que
vadores por no fazer gastos desnecessrios e logo que V. M. me fizer avizo certo como tenho referido os farei
expedir
com
toda a brevidade.
Tambm he precizo que V. M. mande dizer a ex teno em que sa dilato as terras mineraes do dito descoberto e os crregos que em sy contem. He tudo o que se me oferece dizer a V. M. que
Deos guarde muitos annos. S. Paulo 30 de Jiinho de \11\.~ B. Luiz Antnio de Souza. Sr. Simo de Toledo Piza.
274
a D. Luiz Antnio que tinha mandado uma guarda de dragoens ao districto em questo, e este parece ter che-
de Toledo Piza respondeu nos S. Paulo seguintes termos. Exmo. Snr. Foro as letras de V. Exa. para
em Simo
especial da ventura, e o meo gosto, pois o desparticular Lizonja para desta honra costume que sempre apeteci, me duplica o afecto, e augmenta o meu gosto. Curtos seram meus
huma
rendimentos para a honra que recebo de V. Exa., e me permita todas as occasioens do seu servio Dentro da alma shito nani dar execuam ao que V. Exa. me ordena na sua, nam tanto pela notificao
que me fez o Cabo, que fallou a V. Ex. da parte do Conde para eu daqui nam arredar com pena de ser prezo, como me ha de impedir huma Guarda de
Sr.
esto nesta
Campanha,
Exa. o que poderei obrar, que me considero apertado de duas partes, de V. Exa. porque o dezejo servir, e nam posso; do Sr, Conde, porque infallivel me castigar. Descursando V. Exa. o aperto em que me vejo, me no dar o nome de desobediente, e para tudo o mais ter V. Exa. sempre a sua obedincia que Ds. Gde. m. an Campanha lioje
16 do Corrente (Julho
?;
de 1771.
De
V. Exa.
mais
obediente
S.
e afeituoso Cr.
(/omo nenhum dos dois governadores quiz ceder nas suas pretenes foro estabelecidas guardas de lado a lado sendo provvel que o rio Camandocaia servisse de
limite
districto
con-
tinuava quasi
successor do
em
porem
reestabelecida
no anno
216
seguinte. E' pois de presumir que o falia o requerimento fosse collocado
segundo marco de
durante o estado
agudo desta contenda, isto , entre i77I e 1774. Assim, pois, o documento aqui considerado no contou direito a parte da historia em que os seus signata
rios
luto sobre a,
no tomaro parte pessoal e guardou silencio abso muito mais importante para o caso. em
actores.
sua
ii^portancia
histrica
em
provar que j
em
estava arrependido, e rjuia envergonhado, do papel que tinha representado c, j tarde, procurava restaurar este districto jurisdico paulista. C-omo
ledo Piza
um hello exemplo da influencia dos interesses privados do memento de certos moridores da regio litegiosanas
oscilla^os
da
liidia divisria
Instituto Histrico de
(9rv^//e
tt
^erlj
Ni Colleco de Documentos relativos secular (jucsto de limites entre os estados de So Paulo o Minas
Geraes, puljlicada recentemente no volume XI do Ai" cliivo do Estado de So Panlo ha referencias a alguns
de maior ou menor importan^na, (juo no foram re[)i'o duzidos por no sei-em ^..ncontrados no respectivo Archivo, ou por nunca l ter tido entrado (como os (jue
pertencem exclusivamente ao Archivo Mineiro) ou por desaparecido pela aeo do tempo ou por luna casualidade qualjuer. Ultimamente alguns destes documentos que faltavam tem apparecido nas columnas do
ter
Correio
Paulistano
tendo
sido
remettidos
em
copias
Um
destes doeu-
278
inentos, a representao de certos moradores do districto de So Jos de Toledo referida na carta de 28 de Abril
de 1778 do Governador Martim Lopes Lobo de Saldanha (Vol. XI do Archivo do Estado de So Paulo p.
communicado ao Instituto conuim longo commentario para ser estampado na sua Revista. Parecendo conveniente que os outros ainda inditos, salvo nas coluni354), j foi
ser
nasde um jornal dirio, sejam conservados de modo a mais accessiveis aos estudiosos, os trago atteno do Instituto para que figurem igualmente nas paginas da Revista que assim tomar-se-ha o comprimento do referido Volume XI do Archivo para os que desejam
estudar a questo.
Os documentos transcriptos em seguida so cartas div^ersos governadores de Minas das quaes duas dirigidas ao Secretario de Estado em Lisboa nunca foram communicadas ao governo de So Paulo e portanto nunca tiveram entrada no Archivo deste estado.
de
outra dirigida ao governador de So Paulo devia ter ficado archivada aqui porem nem esta nem outra do mesmo governador Antnio Carlos Furtado de Mendona foram encontradas parecendo que se tem extraviado o competente Uvro de registro. Para a questo de limites a importncia principal destas cartas consiste
o de 17G7 do Secretorio de Estado Francisco Xavier de Mendona Furtado no a considerava como uma
rosoluo final e com[)leta sobre a questo de limite que ento se discutia com o governador de So Paulo, D. Lniz Antnio de Souza. Constituem portanto provas
da certeza da proposio que baseada nas documentos imcompletos que tive a vista, aventurei na Introduco do referido Volume XI do Archivo, que
irrefutveis,
379
aimportancia suprema dada dita carta de 2 de Maro era uma interpretao forada que levou bastante
tempo para
sio
na occa
1773 que pelo governador Antnio uarlos Furtado de Mendona, mas agorn claro que nem este nem o seu successor, D. Antnio de Noronha davam tanto alcance a referida carta que s foi officialmente arvorada em soluo da questo de limites trinta annos depois da sus exesta interpretao
tinha sido
dada
em
797 de Berpedio na carta de 29 de Dezembro de nardo Jos de Lorena (Vol. XI do Archivo cio Estado
1
p.
418).
/Secretario
V.
em
rigi
Na carta (pie recebi de Ulmo, e exmo. senhor: exa. do vinte e sinco de maro do corrente anno, e que me certifica ter sida entregue das que lhe dinas datas de sinco do referido
mez
desanove de
julho
de
Presen de approvar
sidade as
Mesmo Senhor
de
providencias que dei em S. Joo, e S. Pedro Jacuhi, Cabo V^erde, Ouro Fino, Jagoari e Tajubas para evitar na parte possvel os extravios de ouro e
da
observncia das
ditas
(^le
nrovidencias,
x\ssentos
da
Junta
sesenta
de vinte e
e
seis
quedei
o que procurarei executar segurando a v. exa. o particular gosto, que me resulta de ter merecido nesta parte apr o-
*J80
vas
dade,
de
S,
Mag.^
F., attribuiiido-a
que
em
tudo, e por tudo com a recta Inteno do Mesmo Senhor e de viver unido ao que for do seu mayor /igrado.
de
Francisco Xavier
de
Mendona
Estado em Lisboa
Snr.
Ulmo.
eExmo.
Governador que
foi
desta
Capitania Luiz Diogo Lobo da Silva [)assou no anno de 1764 nos territrios de Jaculiy, C^abo Verde, Sapo
cahy, e outros, onde deu algumas providencias concernentes boa arrecadao da Real Fazenda, que foram approvadas pelo Avizo expedido pelo Ulmo. Snr. Franisco
Xavier de Mendona Furtado, a 25 de Maro de 1767, como consta da primeira copia junta. ()
Entrando ao depois disso o Conde de Valadares a Governar esta Capitania foi perturbado na posse daquelles territrios pelo Governador de S. Paulo D. Luiz Antnio de Souza; do que rezultou dar hum e outro conMagestade, que esto indicizas. S. Paulo pertendeo que Antnio Carlos Furtado de Mendona sucessor do Contas
S.
O mesmo Governador de
as terras
elle
no
fez,
como
consta da
segunda copia junta. (2) Ultimamente o actual Governador de S. Paulo entrou na mesma perteno por meio da carta que me di(J)
(2)
vol.
XI do Archivo do
baixo.
Estado.
em
281
e consta
(1)
a qual eu
tambm junos
e
ta.
(2)
Alem
disto
constou -me
que
fino,
morado-
res
dos
territrios
do
Ouro
Campanha
de Toledo pertencentes a esta Capitania se achavo as ordens que os Commandantes de inquietos com S. Paulo pertcndio executar naquelles destrictos; e pon-
derando eu as perigosas consequncias desto inovao, expedi uma guarda para paceficar, e conter os povos, ordenando ao Cabo delia qne no fizece a menor resistncia ao" ditos
fora nas terras desta Capitania; o que partecipei ao Governador de S. Paulo, o dito Cabo, para maior commodidade da Guarda se aquartelou em hum citio ]>erta Capitania; e eu o
partecipando-o ao Governador de S. Paulo. V.* Ex.* se digne pr esta matria na Real Prezena de Sua Magestade para que o dito Senhor mandando examinar os documentos juntos, e as contas que dero
predecessores, haja de Determinar esta contenda que tem perturbado o socego dos Povos habitan;
meus
Real Fazenda, maiormcnte ao depois que o Governador de S. Paulo fez tapar os caminhos que se dirigio para os
re;;istios desta Capitania,
onde os Negociantes
13 de
pagavo os
*Ds. G.
direitos
que so devidos.
Janeiro de
a V.
1776.
Ill.mo
e Ex.^ Sr.
D. Antnio de Noronha.
(1) (2)
282
Carta do Governador de Minas a D. Luiz Antnio de Souza, Governador de So Paulo.
O
esta
sr.
Officio Capitania me entregou a carta de de V. Exa. de 23 de Janeiro^ em que V. Exa. punha da junta que por na sua presena a deciso
fazer o Sr.
sua Magestade, que Ds. Gde. mandou Conde da Cunha, Vice Rey do Estado, a efeito de regular os Limites destas duas Capitanias, e que do termo daquella Junta ficou assentado que o rio Sapocah}^ service de deviza, mandando Sua Magistade que estejamos pela decizo da Junta em q.*'' no man-
ordem
de
dar
contrario,
de
Snr.
Officio
de 4 de Fev/ de 1765
do Ulmo. Exmo.
Estado (2),
Mendona^ Secretario de que Marquez Vice-Rey do Estado lhe insignua na sua Carta de 29 Outubro de 1772, fazer este mesmo avizo ao Snr. Conde VallaFrancisco
e
Xavier
o
de
Exmo.
Snr.
dares, e
que V. Exa. lhe parecia ficava secando toda a duvida, visto Sua Magestade ordenar que estejamos
pela decizo daquella Junta, em quanto Sua Magestade no mandar ao contrario, querendo V. Exa. que se pacem as ordens necessrias para se retirarem p.* que
sem
ditas terras,
entendendo V. Ex. ser mais conveniente aos intereces de Sua Mag.^, sobre os quaes no deve dilatar o considervel prejuzo, que se est cauzando a Real Fazenda ha tantos tempos em se confundir por este motivo
o Quinto que lhe loca do ouro que se tira nas terras, Ex. entende que fico pertencendo a essa Cap. ^**. q'
(1)
(2)
283
cujo Quinto se deve pagar separado da Cotta das cem arrobas, que os Povos desta Cap.^* de Minas Geraes
so obrigados apagarem diferente, e por outros principios; Devo primeiramente dizer a V. Ex, que eu sou
bem
tes decizoens
inimigo de semelhantes questoens; pois semelhannunca deve haver entre ns que temos a
honra de sermos Vassalos do mesmo Rey que Ds. Gde. Devesse supor que o Exmo. Snr. Conde da Cunha Vice Rey, a quem foi encarregada esta deligenia lhe no
devia esquecer fazer avizo a V. Ex. e ao Governador a carta do q' ento era desta Cap.'* como determina
Snr. Francisco Xavier de
Mendona de 4 de Fevero de 1765 para se' estar pelo que se assentou na refferida Junta, e sim se deve entender que o Snr. Vice-Rey sups embarao nesta decizo, e que deu conta a Sua Mag.<^ que Ds. G.^^,; pois se no houvece embarao devemos
entender, que j nestas duas Cap.**% estaria a confirmao do Assento que se fez na junta. O sr. Luiz Dio-
go Lobo da S.* foi aos novos descobertos de S. Joo de Jacuhy, S. Pedro de Alcntara, e Almas, as paragens do Rio Grande aonde faz barra o de Sapocahy, e
dalii a
Cabo Verde,
ao Ourofino, a
camandocaya nas
vezinhanas do Rio Jaguary, Registo do Mandu, Sapocahy, Campanha do Rio Verde, Baipindi, Pouzo Alto,
Registo de Capivary, Serra da Mantiqueira, Arrayal do Itajub, Juruoca, Cabeceiras do Rio Grande, e Ibitipoca.
de
S.
Ponte chamada da Caxoeira, e recolhendo-se a V.* Joo d'El-Rey fes em 26 de Novembro de 1764,
o Termo que por copia remeto a V. Exa. dando as providencias precizas sobre os refferidos continentes, e deu conta a Sua Mag.^e do refferido, e o mesmo' Senhor foi servido
q' faa executar
Cartas, Assentos,
Bandos e Instruoen,
por Carta
do
284
Snr. Secretnrio de Estado Francisco Xavier de
Mendon-
a de 2 do Maro do 17)7, q' por copia tobem remeto a V. Ex.*, sendo certo, que se Sua Mag.^^ tivee aprovado o Tcrino que o Snr. Conde da Cunha fes,
no devia
ordens ao
Sr.
iz
V. Exa. ficar persuadido dos justos motivos, que eu tenho p.-^ no passar as Ordens que V Exa. quer, perccendo-me q' desemos contra a sua
q'
.
Mag.^ p,''^ rczolver o que for servido. Ds. Ge. a V. Exa. Villa Rica a 16 de Junho de 1773. -Antnio Carlos
Furtado de Mendona -
Dervy
ASSUMPTOS
I II III
Estudo cia TriUii selvagem do Pury em Campos Dcsciipo 'O Bptismo de um iiidigena Petio de Beatificao do Venervel Anchieta
Apresentados na sesso ordinria do Instituto Histrico e Geographico de S. Paulo, em 5 de Outubro de 181)S pelo scio do mesmo Instituto Monsenhor Camillo Passalacqua.
Exmo. Snr. Presidente
toric:, e
Cumpre-me, antes de tudo, agradecer ao Instituto em seu grmio, onde tenho o de homens do nosso meio httevr aureolados prazer
a honra de acceitar-me
rario
e scientifico. Confesso que tive sempre grande enthusiasmo por emprezas sociaes do gnero desta nose devo uma explicao ao Instituto, particularsa
;
mente aos Ilustres cavalheiros seus fundadores. Quando se tratou de crcar, nesta capital, o Instituto Histi
rico e
onvidnram
me
para-delle fazer
porem, esse honroso convite, que muito desvaneceo-me, com um perodo de vida sobre-
286
modo
atarefada da
minha
existncia, pelo
que no
me
foi dado (com pezar o digo) corresponder delicadeza tamanha. E eis a razo nica, pela qual no fui scio
fundador do nicao do do
Instituto.
meu
illustre
amigo
dedicado secretario
Instituto, Dr. Carlos Reis, de que os dignos membros desta casa haviam approvado unanimamente a
minha entrada como scio effectivo. Nessa qualidade, compareci na sesso magna do Instituto, em que se
a data gloriosa da Descoberta da ndia, e tomei posse da minha cadeira como e vosso companheiro, ainda que o mais humilde
obscuro. Si no tenho sido dos mais assduos s
veitosas sesses do Instituto,
commemorou galhardamente
pro-
nem por
cido dos deveres que nos imps o artigo 10 dos nossos Estatutos. Assim que hoje venho offerecer vos
considerao trs documentos, que me de alguma importncia para o Instituto, senparecem do os dois primeiros transladados para aqui de um ansa illustrada
tigo peridico,
que,
com
nome de
Religio, se publi-
da qual
ultimo,
coUeco rarssima,
distincto amigo.
emquanto
dias,,
entendo,
salvo
melhor juizo da respectiva commisso, que bem pode figurar no nosso archivo na parte relativa Historia do Brasil.
do
Trihu selvagem o segundo uma bllissima descripo do Bai^tismo de um indgena da Alda de S. Pedro de Alcntara das Ferradas o terceiro a Peprimeiro
um
breve estudo da
Pury em Campos
PontiUce Leo
do processo
da nossa
287
esses
em sua alta epreciao que documentos merecem a honra de ser lidos e mais, de ser publicados em sua interessante Revista^ penso que prestar mais um servio Historia Ptria,
Si o Instituto entender
cujo o desenvolvimento tem tanto a peito. Com isso, o humilde apresentante julga ter cumprido um dos seus deveres sociaes, e si m'o permittem, passo leitura
nos dois
pri-
A Tribu selvagem
do Pury
em Campos
grande obra da catechese e da civilisao dos indgenas, no Brasil, soffreu um golpe mortal com a
nos regularmos pelas numeextinco dos jesutas. rosas e povoadas aldes que esses homens apostlicos tinham estabelecido entre os indigenas, acostumando
as tribus
verem
a
vestirem-se e a terem os costumes dos povos civilisados em que julgarmos por esses primeiros resultados
;
estado
de
prosperidade e de
vantagem para o
paiz,
no
grande poro dos habitantes do Brasil? Porm, faltou a mo do operrio e a obra definhou pouco a pouco e morreo. Para fazer uma ida
estaria hoje essa
.
do seu estado
corte.
actual,
no preciso
ir
muito longe da
D 'aqui bem
perto esto os
sertes de
Campos
nesta provncia do Rio de Janeiro, povoados por essa parte da familia humana que vive vida selvagem e
erradia
:
16
legoas da
a tribu dos
Purys, que
se calcula
em 400
famlias, habitando as
margens do
rio Itabapoana,
^<S8
homem
primitivo estado de selvagem, no trazem cobertura alguma sobre no tem uma choupana o corpo seguem o princino so da antropophagos, antes so polygamia pio
;
pacficos e medrosos; no cultivam a terra; vivem de sahem fora das mattas para breganhapesca e caa
;
rem com
es do
os brancos aguardente e
fumo
pelas produc-
tem muita desconfiana dos brancos, receiam que lhes tomem os filhos pequenos. porque Antigamente as margens do rio Muriah, em Camestes fopos, eram igulmente habitadas de indgenas rara-se retirando proporo que os fazendeiros hiam
matto
;
;
avanando hoje em dia toda essa povoao indgena do rio Muriahj, que era immensa, desappareceo como por encanto, na frente da civilsao ; e o mesmo que vae acontecendo do Pury do rio Itabapoana. A experincia tem demonstrado que no possvel tra;
civHsao desta gente procurando os attrahir a a povoao ci vi Usada, ou para as fazendas para desigualdade chocante que existe entre os dois povos,
tar
afasta os primeiros e
civlisado
e
os afugenta.
No meio do povo
e taistes,
contrafeitos
acabam por voltar para os seus matos. O nico o que empregavam os jesutas; e nada se pode esfora
delle
e
perar
vem
ser,
no tentar trazer os
indgenas,
ao
centro
da
civihzao;
que
principiam
por
viztal-os,
que
levantar uma capella no meio depois conseguem das suas matas; que com as solemnidades e festas
magnificas da Religio, com os seus hymnos tocantes ai e coros sagrados os impressionam, e os attrahem
;
se
vo erguendo
em
roda desta
289
vo habituando pouco a pouco a estas fam-
capella,
lias erradias
gada
dade christ, que recebem no leito da doena, do seu Padre, c;ue o seu pai, tudo isto vae pouco a pouco fazendo flexveis estas almas broncas. A estes confortveis da
uma
outra
or-
dem
batadoras, os princpios da f e da .moral christ, que comeam a conhecer, mais pratica que theoricamente ; eis os meios nicos de civlisar as tribus selvagens.
Para
isto preciso
que haja
um
centro.de fora
:
que
esse centro era aco estes recursos a congregao de Santo Ignacio, no Brazl desappareceo o governo tem missionrios apostlicos que mo;
obre e
ponha em
vidos por espirito verdadeiramente Evanglico, se pozeram sua disposio que lhes d todos meios para
:
ganharem e attrahirem as tribus selvagens, enviando-os, e fazendo-lhe remessas continuas e abundantes de roupas para os indgenas, de ferragens, instrumentos agrcolas,
sagrados, e dinheiro, para de todos estes recursos possam custa de benefcios desinteressados de chardade christ dar
botica,
paramentos
que munidos
uma
da, e
tureza das vantagens da vida civilizada, para que ela invejem e a recebam. E quando este primeiro les ensaio tenha dado bom resultado, ainda precizo. que
o governo
proteja essa povoao contra os ataques de
aventureiros,
e
homens mos,
e
perturbadores,
que
as
povoaes civlisadas
seus vcios
que vo corromper com seu egosmo e matar com uma obra nova de sociedade christ, que a florescer: foi sempre este um segundo princicomea pio meio vital que os jesutas empregaram para a
290
prosperidade e conservao de sua obra, formando um cordo sanitrio que no deixava passar para dentro seno o que era bom e conveniente. Sem este governo
solidar
patriarchal da Religio no possivel tentar, nem cona felicidade de uma povoao nova de in-
digenas.
dizer,
que o
seu
Sr.
Cndido Bapministrio,
de
Oliveira,
durante o
ultimo
explorar o rio Itabapoaera de chefe o na, engenheiro cidado brasileiro que Francisco das Chagas Oliveira Frana, fazendeiro das
margens do mesmo
estar
rio,
o qual
desempenhou a sua
relatrio
misso, remettendo a S.
na
que,
secretaria
da
mas
segundo
Ex.
um
informaes precisas a respeito das povoaes indgenas do Pury nas margens do Itabapoana. A sabida, do ministrio, do Exmo. Snr. Conselheiro Cndinoticias e
teis projectos
Tambm me consta
que
um
fazendeiro de Campos,
de muita caridade, possuindo terras despovoadas nas raias das matas onde erram os Purys, no lugar denomi-
nado Pedra Formosa no crrego de Medina, tem obtido aldear umas 30 famlias, que comeam a mostrar
inclinao para
mudarem
de gnero
de
vida; porm,
efficaz
ainda no tem
um
Padre,
que
d esperanas de que esta obra possa ir adiante. Oh! si o governo a protegesse efficazmente !... Tambm nos consta que ha a 6 mezes s margens do Ribeiro da Boa Vista, confluente do Itabapoana, uma
povoao inteira de indgenas, cujo numero ainda se no pde avaliar, que vinham fugidos dos sertes do Fitnna 6 do Bio Novo por terem l descoberto o rasto
291
doBoticudo, que elles muito temem. Esta raa pacicomo o do Pury.
fica
Que vasta
seara
hu-
de Ado!...
Membros do Instituto, a reproduco do documento publicado em 1848 no n. 11 do peridico, a que acima me referi, que via a luz na capital do antigo Imprio. Permetti, srs., que diga hoje, 50 annos depois, que essas consideraes tem ainda nos
Eis, snrs.
interessante
nossos dias a
mais palpitante
actualidade.
Ningum
mais do que vs sabe, termos, ainda em nossos dias, in numeras familias de indigenas, que civilisados eiicaz-
mente poderiam
prestar valiosssimos servios principalmente agricultura nacional. Para iio fallar-vos do Estado de Goyaz, em cujo vasto territrio vivem de to-
bem
planejada
catear-
no por
mas, que os afugenta sempre mais indignados; mas feita e modelada pelos processos que acabamos de ler no
documento que
ouvistes, viriam, sem comtudo abandonai as regies que habitam, collaborar na fecundao das terras brasileiras, cujos segredos elles mais do que
ningum conhecem,
podesse melhor
e conhecidos fal-os-iam a
quem
os
utilizar
com
No ha muito tempo
ma
em
conversa
inti-
com o
apostlico
Bispo de Goyaz. De S. Ex. soube que naquella diocese existe um sem lumero de indigenas, que, conservando ainda recordaes de comeadas catecheses, infeUz-
falta
de recursos mate*
29.^
riacs,
Ex. pcsst al:nento nollos qnalid-ulrs admirveis, entre as quaes tal ou rju:d pureza do cosverificou
S.
tumes que
Em
oppreuderam dos seus antigos ndssionarios. aquellas matas, no ha recanto que elles n"o
decer-
conheam, assim como a apropriao das terras a terminado plantio, as boas fontes de potvel agua,
to
numero de plantas medicinacs, o curso dos rios, as condies de clima e n\uitas outras riquezas da flora e fauna; o que tudo com o corr(3r dos tempos e de pacientes sacrifcios viria a ser aproveitado em favor do bem
geral do paiz.
No sei, srs. membros do Instituto, si ousadia da minha parte abordar uma considerao que : Fazerem os Poderes Pblicos um sacrifcio no sentido de orgaidzar-se para os nossos ndios uina obra de
tempo almejados. colha o pensamento de qae nos temI)Os passados os Governos i)odiam, em virtude da uio da Igreja com o Estado, lanar mo de missionrios ca-
nem
tholicos, o
em
face das
leis
uma
proteco
relici-
giosa; mas de uma exigncia imposta pela prpria vilisao, augmentada pelos laus que prendem os
po-
vos de
de importantssimos e
um
facto
que
os nosj;^;-
sos indigeiiis pertencem Nao Brasileira accideis esto afastados da sua vida civil.
.
.
e s
Lembra-me, Snrs. que apazar de todos os prejuizos vigentes na nao norte-americana, no se acha
alli
cordo
descuidada a civilisao dos seus ndios. ainda qu'e ha uns 10 annos mais ou
Eme
re-
menos,
sendo
ministro, encarregado das colnias francezas, o Snr. Constans, homem desaffecto ao Catholicismo, no
^n
vacillou todavia de confiar a civilisaco dos da Ilha de Madagoscar aos filhos de
yola.
habitantes
Ignacio de
Lo-
que
officiahnente
heterodoxo,
triuni})lios
missionrios
catholicas
em
suas colnias.
No
tigio
tenlio,
mesmo porque me
perante os Poderes Pblicos do nosso Estado, nao tenho, (hg), a |i;\^tenso de i',izer valer e tornar effe(;tivo
o plano
quo ora
dos
lenil)i'o,
principalmente
em
fa-
vor
da
civilisao
ndios que
povoam
terras
do
Estado de S. Paulo. Cumpro, porm, um dever de humanidade, deixando aqu', nesta sesso do seu benemrito
nhas.
II
Instituto
Histrico
Geographico
essas
li-
O Baptismo de
um
indgena
d' Alcntara
das Ferradas)
Narrao
1848
Morei algum tempo no hospcio dos capuchinhos desta cidade (Rio de Janeiro), e alli nas minhas horas do recreio nmitas vezes me entretinha com o Rev.
Padre Ludovico de Liorne, esse homem que depois de 31 aimos passados com as hordas indgenas, dos Cumacans e Boticudos, 32 annos de zelo a prol
d'aquelles infelizes, achava-se ento no hospcio: ou fosse por sympathia ou fosse a admirao que consagrava s suas virtudes o certo que encontrava em
um fundo de edificao em sua conversao que no um rea trocaria pelo mais celebrado divertimento: sumo completo de todas as virtudes era o que tran-
294
sudava da conversa do venervel ancio.
Um
dia tra-
os indigenas
com quem
digno velho
havia
falia-
va om animao
fallasse dos filhos.
elle
seus
olhos
brilhavam como se
me
relatou
seguinte
facto
leitores
Ilhos,
me
disse
piava apenas a acostumar-me no meio dos Cumacans, tribu com quem me havia mais relacionado. Achava-
me
feliz
me amava,
eu os
attra-
hia para o rebanho que. pretendia ali formar e folgava de os encontrar dceis aos meus avisos. Chamavam-me seu
pai,
esse
ama
me
nome
Um
Com
licena para se
quanto eu
por l se ficassem
entre os seus, que tambm por l andavam, dia comtudo negar-lhes o que me pediam.
no poOh mal
!
sabia
que hiam aquellas ovelhas em busca de outra que andava perdida no meio do silvado da moneu,
a condu-
partiram, e por l
delles
andavam
no-
sem que
(pois
houvesse
Uma
bella
manh
se
vr-se e
magestoso
o acordar
ha
uma
virgem e secular ), ao sahir da choupana que para mim havia formado, encontrei-me cara a cara com um mancebo Cumacan, robusto e bello como devem elles ser. Seus cabellos grossos e lustrosos lhe pendiam pelas costas, uso da sua tribu; sobraava flecha
floresta
295
e arco, tendo
no rosto o
riso
mas no
um
destes risos
expresso, alguma cousa mais havia no riso do indigena. Ao ver- me, correo para mim e em sua lingua assim me fallou: Orogdon verddao que me disseram que ningum pode ser amigo d Deus sem molhar a cabea ?
communs,
sem
Uma
meu
srio
tal
pergunta
me
confundio. Inda
nenhum Cu:
eu lhe
respondi
Sim,
tado,
tro e
filho, para que Deus seja nosso amigo necesagua na cabea. Oh, retrucou o Cumacan espantinho razo os meus amigos que foram l den-
isto me contaram. Orogdon eu quero ser de Deus, quero agua na cabea. amigo
que
maneira porque
de todo o natural.
dice aquelle
Eu
levantei os olhos ao
corao
meu
filho
minha
Suas instancias
para receber o sagrado baptismo, todos os dias eram maiores, e muitas vezes bem me custava o no acceder a
ellas;
mas eu no o podia
christ.
fazer
da doutrina
Tambm
gisse ao depois como muitos o haviam feito, que se os tivera eu baptisado, christos, se iriam de novo sua vida selvagem e aos seus silvestres costumes.
Assim caminhavam
selvagem dado e eu
se
as cousas,
quando a sade
a sua morte.
reiteradas
do
comeou
a alterar.
No
supplicas
de baptismo e as exclamaes de dor e sentimento que fazia vista de uma imagem do Senhor Crucificado,
296
ao preparar-me para celebrar o Sancto da missa, me vieram dizer que o mancebo me chamava. Corri a elle: ao vr-me, segurando-me no habito prorompeo em novos rogos, em fortes instancias do
pacrificio
Uma manh
baptismo, porque, me dizia o coitado, queria ser filho e amigo de Deus. No pude mais vencer-me: lembrava-me
S. Paulo e julguei, que os caminhos Dcos conduzio porque aquelle selvagem ao grmio da sua Igreja eram extraordinrios. Depois de fazer-lhe algumas exhortaes sobre o Sacramento que ia rece-
das doutrinas de
ber,
elle
!
eu lhe administrei o baptismo. Oh como o recebeo de joelhos abraado com a imagem do Salvador e
com o maiores signaes de consolao! Beija-me as mos dizendo-me, cheio de contentamento: Agora sim,
Orogdon, agora sim, j sou go de Deus. Queria mesmo acompanhar- me ao Sancto sacrificio da Missa, mas como havia estado indisposto, deixei-o em companhia de outros, j mais civilisados, ainda que
filho
menos dceis. Eu lhe havia posto o nome de Manoel. Achava-me to feliz por aquella acquisio para o seio da Igreja que corri aos altares a render graas a Deus de me haver levado ao meio daquella gente to boa, to
chegado ao lugar da elevao e o Senhor se achava em minhas mos sob a forma de po. Os meus selvagens ali estavam de joelhos.
.
amava de
corao.
quando ouvi
e
lie
um
elles,
de palavras
estava,
com
j^.
elles,
julguei
e
que talvez fosse algum viajante que por ali Mispasssase, ou outra qualquer cousa. Continuei
sa, despir-me das sagradas uin vestes, quando selvagem acompanhado de outros, chegando-se a mim, disse: Orogdon, Manoel morreo.
ao
finalizal-a.
fui
297
Morreo
zos de
?
;
Deus
altos
ju-
levantava o clix, Manoel morreo. Foi disse o selvagem. Corri ao logar onde o havia deixado, e qual o espectculo
O mancebo Cumacan
que lhe havia eu dado. Seu semblante plcido e socegado parecia antes adormecido naturalmente do que
sob o dominio da morte. Os braos cruzados sobre peito apertavam a Imagem do Salvador.
Confesso,
vel ancio)
meu
filho
assim
me chamava
o vener-
que foram tantas as consideraes, (jue me assaltaram neste monjento, que achei-me confundido sem saber o que pensasse Aquelle selvagem havia por certo gozar da bemaventurana eterna e mais de uma
!
DescuJpae-me, Snr. Presidente e mais membros do Instituto, por vos haver tomado por mais alguns momentos a vossa atteno com a narrao desse facto,
que,
em
uma
ficantes
que por enthusiasmo despertaram na alma dos nossos poetas, cujos escriptos e immortaes versos ainda hoje nos encantam, nos arrebatam e constituem eloquentes e imperecedouros trophos da litteratura
escriptores, e tanto
vezes
nacional.
ii98
III
Membros
dolnstitiito:
uma
em
o qual
o Episcopado Brasileiro
pedio
Padre Leo XTII a Beatificao do grande do Brasil, fao justia aos illustres membros Apostolo de to illustre quo illustrada corporao, pensando que lhe seja em todo o tempo grata a conservao em seu archivo dessa pea firmada por todos os Prelados
ao Santo
da Igreja
rias
que,
com
na
capital do nosso Estado, como em todo o Brasil. So mui recentes as impresses produzidas em
to-
dos ns por aquellas significativas festas, para que se faa agora precizo rememoral-as. O meu fim apenas guardar no nosso archivo, si assim o entenderem os
membros do
Instituto, esse
documento, para
em
todo,
o tempo constar.
Assim, pois, limito-me apenas a registrar uma copia do referido documento, assignado, como j disse, por todos os dignos Representantes das Dioceses do
Brasil.
Segue o documento
* * *
officio pastoral,
do qual
foi
regar-nos, continuamente nos impcllc e nos obriga a trabalhar com todo o esforo para confirmar e promover no amor e na pratica da religifto a parte do devi-
foi confiada.
experincia nos
299
meio muito poderoso para alcanar fim, exemplo e a intercesso dos Santos, princij)almente para aquelles povos, no meio dos quaes
mostra, que
este
um
elles
floresceram
pela
sua
santidade
pelos
seus
benefcios.
Entre os
enviar
para plantar, cultivar e propagar a entre os Religio povos do Brasil, prima sem duvida o Venervel Padre Jos de Anchieta, da Companhia
de Jesus, que resplandeceu pelo ardor da caridade para
pela pureza anglica da ca herica de todas as virtudes.
do
cu
com Deus,
alma
e pela prati-
To conveniente foi o seu zelo pela salvao das almas, quer chamando f os selvagens, quer mantendo ou pronivovendo a piedade entre os christos, que mereceu ser comparado ao grande Xavier. Emfim, taes e tantos foram os prestgios que Deus operou pela
sua intercesso, quer durante a sua vida mortal, quer dopois da morte, que por concurso unanime foi denominado novo Ado e thaumaturgo do Brazil
virtudes e preclaras aces viva nas historias destas regies sempre e na tradico dos povos, de tal maneira, qne nem o Icngo j)ercur80 de trs sec ulos, nem a serie to varia-
A memoria
das
suas
conservou se
offuscar.
E
da
approximando-se depois sua morte, se instituram reunies peridicas, nas quaes oradores distinctos de todos os classes da sociedade,
paiz,
terceiro
sculo
celebram
com
os mritos
do vener-
vel varo, e solemnes festejos se preparam para solemo dia do seu terceiro centenrio, 9 de Junho
de 1897.
Todas
avivaram
em
mmmu
ATA
iii
paulista
7 de
fevereiro
prensa Costa Carvalho, marquez de Monte -Alegre. O Pharol (1) Paulistano foi a primeira publicao A principio era semanal peridica da ento provncia.
por sema80 numero ris. cada custando Continha na, quatro paginas de texto impresso a duas coluinuas e trazia a divisa: La liberte est une enclume que usera touts les ynarteaux.
l)hica
em
S.
Durou
seis
annos, e
em
foram impressos o
critico
Justiceiro
politica; seus artigos so m geral, consagrados defesa dos principies constitu cionaes e escriptos eD\ linguagem moderada. Costa Car-
diz um ridico,
feio do pe-
valho foi o redactor principal, tendo por companheiro de redaco a Antnio Mariano de Azevedo Marques. Nascido na Bahia, filho de Jos da Costa Carvalho e
(1)
O marquez
ph.
de
f,
no
com
304
de Ignez Maria da Piedade Costa, aquelle illustre esr tadista veiu para S. Paulo, em 1821, como juiz de fora. Desempenhou o mandato de deputado e exerceu
muitos cargos, inclusive o de regente do Imprio. Foi casado duas vezes a primeira com d. Genebra de Barros Leite e a segunda com d. Maria Izabel de Sousa
:
em
S.
Paulo no mez de
setembro
Azevedo Marques,
do
dr.
paulista,
Marques
em
Gertrudes de Jesus, collaborou diversos jornaes e era advogado notvel. Morreu em 1844, no Rio de Janeiro.
e de d.
Anna
foi
pos Mello, distincto paulista, fallecido em 1878. Contase que Costa Carvalho, quando occupado, no Rio, com
os trabalhos legislativos, escrevia a Campos Mello cartas que continham sempre estas mesmas palavras:
Tambm
escreveu nessa
gazeta o eminente
Maptor maranhense, eximio traductor de Virglio, noel Odorico Mendes; e, a propsito, diz Joo Francisco
Lisboa
:
escri-
Astria foi (Odorico) fundador com Vergueiro, Costa Carvalho e outros. Costa Carvalho, que falFeij, leceu marquez de Monte-Alegre, ento simples deputado
e
Da
chefe
proeminente
e
da regncia
nistrios,
havia introduzido a primeira typographia em S. Paulo, onde era um dos mais opulentos proprietOdorico, que rios, e onde fundou o Pharol Paulistano.
no fim de uma das sesses e a convite delle o acompanhara quella provincia, no s escreveu para o jornal
305
opposicionista grande quantidade de artigos, sino que, mingua de operrios, ajudava a composio como
typographo. E' de todos sabida a decidida influencia que estes dois jornaes exerceram na Corte e nas provincias
do
sul.
segundo jornal paulista foi o Observado^- Constitucional, que appareceu em 1829 e durou at 1832, fundado e redigido pelo dr. Joo Baptista Libero Badar. Este medico italiano veiu para S. Paulo em 1828, em
e morreu assassinado a 20 de Nevembro de 1830, junto sua casa da rua de S. Jos, na capital. Nascera em 1798, em Laigueglia,
foi
um
liberal ardente.
de
justa
nomeada
ptria.
considerado hoje
um
ponto
da historia
De 1827 em
prensa
em
actividade.
curso jurdico, os jornaes multiplicaram-se, e houve poca em que sociedades, como a Philomatca o Ensaio PMlosophico Patilistano, o Cliih Scientfeo o Instituto
tifico e outras,
Scien-
dam
na,
como
Bernardino
Foram propulsores importantes desse movimento, alm de muitos, cujos nomes ignoramos, os srs. Costa Silveira, Sobral, Jos Maria Lisboa, Joaquim Roberto e
Cabral.
Com
em
carta
illustrado sr.
:
Castro
306
Sobre Manuel Francisco da Costa Silveira posso alguma cousa, porque o conheci muito de perto
paulista: muito instrudo
ingleza,
dizer
Era
em
lnguas extrangciras.
especialmente na
tamante
apezar de ter
communicativo, gozava de particular estima e amizade de homens notveis do seu tempo, como Costa Carvalho (marquez de Monte Alegre), senador Cndido Baptista,
na rua de S. onde foram publicadas, alm de um peridico politico, diversas obras litterarias, entre as quaes o Ensaio de um quadro estatstico da jjnwireia de S. Paulo (1838), attribuido ao general Daniel Pedro MUer (1). Mais tarde deixou a typographia para substituir o cnepo
typographia, que funcionava
uma
Gonalo, e
go Ildefonso Xavier Silveira no logar] de official- maior da Faculdade de Direito de S. Paulo, cargo que serviu por muitos annos e com muita distinco, porque alm
de ter
uma
letra lindssima,
tinha espirito
de ordem,
methodo de trabalho, e assim poude organizar o servio da secretaria da Faculdade com inteligncia e zelo inexcedivel. Sou um pouco suspeito para falar neste homem,
porque fni muito seu amigo
dos preparatrios,
o
seu discpulo
em
estu-
Succedeu-lhe na typ-^graphia
J.
F. Sobral, ao prin-
(1)
lo.
estatstico
da yrovincia de
S.
Pau-
1838.
de
ff.
IV
Analyse por Terneaux-Compans, nos Nouvcaux annales des voyages, 4 Brie, 1843. I
307
estabelecido
cipio
na
rua
de
Largo da
verno,
S, e depois director
em
palcio,
^i)
Ha tambm
Cabral,
s o
conheci de vista; pouco tempo trabalhou em S. Paulo, retirando-se para o Rio, onde tinha a direco de uma
folha politica.
era o seu
blicada,
Santo Cabral, parece-me que obra que fosse por elle puno tenho nome;
Espirito
Silveira e Cabral,
(l) Parece -nos de interesse histrico, a reproduco do seguinte documento sob a criao de uma typographia official em S. Paulo. E' uma proposta do Conselho Geral que funccionou a 1828 a 1835. Foi publicado no Dirio ropular de 9 do Maio de 1894 sob o titulo de Papeis Velhos pelo dr. Estevam Leo Bourroul: Proposta para a creao de uma typographia Nacional nesta Provncia
A publicidade em todos os seus actos da essncia do Governo Representativo. Este principio, no se pode pr em duvida por muito sabido faz ociosa qualquer demonstrao da utilidade da Proposta, que o Conselho Geral tem a honra de levar Auguste Presena de Vossa Magestade Imperial, cuja Sanco supplice e esperaArtigo I Haver na Capital da Provncia de S. Paulo hum a Typographia Nacional, que sirva para a regular publicao dos actos da Administrao, trabalhos do Conselho Geral e Camars Municipaes.
A7igo II
da Provncia fica authorisado a dispender a somma precisa para a compra e mais despezas necessrias da mencionada Typographia. Pao do Conselho Geral de S. Paulo, 8 de Fevereiro de 1830 Manoel Joaquim de Ornellas. Diogo Antnio
O Governo
Feij.
308
De
rio
numa
publicao no Di-
Poimlar: 10 de junho de 1856, ao meio dia, fiz a minha entrada em S. Paulo, contando ento 18 annos e cer-
ca de trez mezes.
17 do
mesmo mez
fui
admittido nas
officinas
me
conservei at fins de
maio de 1859.
'Por motivo de molstia fui para o Rio de Janeiro e, para no perder tempo, entrei nas officinas Laemmert onde estive at 31 de dezembro do mesmo anno. A 6 de janeiro de 1860 regressei a S. Paulo, en-
trando de novo no Correio Paulistano, que nessa poca mudra-se da rua do Ouvidor para a do Rosrio, hoje
15 de Novembro.
Ahi a folha passou a ser definitivamente diria, a typographia a ter maior somma de trabalho, sendo necessrio
augmentar o pessoal
e entroduzir
outros
me-
lhoramentos.
Entre estes a creao de um escriptorio permanente para recepo de annuncios, para publicaes, etc. Fui o convidado para exercer essas funces e o
meu
o, de assignaturas e publicaes, ajuste de trabalhos avulsos, direco de officinas e, em falta de outros, a collaborao de qualquer cousa.
11 de
novembro de 1863
S.
ento provncia de
Paulo
em
Paulistano, percorrendo todas as localidades, desde Mogy das Cruzes at Macacos, provncia do Rio. Dahi
regressando a ^. Paulo a
19
de
No
meus
affazeres
no Correio Paulistano.
309
janeiro de 1866 publiquei, induzido por alguns amigos, um livrinho com 162 paginas, coUeco de diversas variedades publicadas no Correio sob vrios pseu-
Em
por nada exprimir o tituk que ia abrigar os meus modestos rabiscos, escripto quasi sempre em falta de outros ori-
donymos
que
intitulei
Cousas
Lousas,
ginaes.
Em
em
1869
uma
folha
Campinas. Convidado para assumir a sua direco, acceitei o A 31 do convite e a 22 de outubro para l parti. mesmo mez sahia o l.*' numero da Gazeta de Campinas. Era proprietrio da folha o sr. Joaquim Roberto, redactor o dr. Quirino dos Santos e eu o gerente ou
antes o faz tudo, desde a Xaixa remessa. 1871 publiquei o AlmanaTc de Campinas, o pri-
Em
meiro
alli feito e,
Em 1872 editei o 2.'' an no do Almanah de Campinas, annexando-lhe o Almanak de Amparo, organisado este pelo sr. Francisco de Assis Santos Prado.
Em lo73
naks de
sr.
fiz
publicar
e
em um
volume
os
Alma-
Convm
trabalho de organisao,
o typographica.
No mesmo anno
liense
de 1873
o dr.
Amoric Braside
Historia
preleces
Fatria no collegio de
la cidade.
310
Indo ouvir a exposio do
illustre prelector, tanto
me emocionou que
dessas
sabias
o
induzi
a consentir
na publicao
aprofundadas preleces. Foram estas primeiro publicadas na Gazeta de Campinas, e depois por mim editadas em livro, que s appareceu em 1876 No correr do anno de 1874 foi aventada a ideia de
republicana,
Subscripto o capital fez -se questo que eu devia ser o seu gerente. Meu estado desande, desde tempos melindroso, fazia me recusar a distinco. Pedido instantes,
porm, dos
Salles Salles
drs.
A. Brasiliense, A. de
Campos
Campos Campos
demoveram-me
quem
3L de
outubro de 1874,
Em
1(S76 iniciei
a publicao
do Almanak
Litte-
Martodos
e J.
Taques. Os
artigos deste
volume so
de
Ainda em
1876
emprehendi publicao
uma
folha litteraria que se intitulou Piopuhlica das Lettras, redigida, entre outros, por Lcio de Mendona.
publicados poucos nmeros por falta de vendedores. Nesse tempo havia um s: um preto americano,
Foram
muito
intelligente, e
repente desappareceu e a folha extinguiu-se. A 16 de setembro de 1876 entregava publicidade a 2.* edio das lies de Historia Ptria do dr. Amrico Brasiliense, impressas
em
maior formato.
311
Em
nak
1877,
sem mais
auxiliares, publiquei o
Alma-
Litterario.
anno, um pouco augmentada. editei a segunda edio das Cousas e Lousas. 1878 entreguei publicidade AlmanaJc Litte-
No mesmo
Em
rario
de
e
S,
Paulo,
Paulo
uma
S.
No AlmanaJc que
em
1879, inclui
uma
um
importante
Guia Medico, organisado pelo dr. Luiz Pereira Barreto. O Almanak de 1880 sahiu adornado com uma photographia, representando a extincta e importante colnia
de
1881 addicionei o
retrato
do maes-
Gomes.
interrompida nos annos de 1882
iniciada.
e 1883.
Em Em
1884
foi foi
novamente
188
Almanak
Por que convm aqui consignar, tanto as edies dos Almanaks, como as dos demais livros por mim editados
exgottaram-se completamente e
1884, tendo entrado como scio para a Provncia de S. Paulo o dr. Alberto Salles, nesse mesmo dia, esse senhor dispensou os servios do
commum. A 9 do
outubro de
dr.
os
meus.
mez, o dr. Antnio P)ento, meu cunliado, procurou-me, offerecendo-me a transferencia do Jornal do Commercio e respectivas officinas, tudo
10
do
mesmo
de sua propriedade.
312
Depois de certa reluctancia, acceitei a offerta e a 25 do mesmo toniava-me proprietrio daquella folha e seu
effectivo material.
Entendendo que devia associar Amrico de Campos minha sorte, isso lhe propuz, elle acceitou, e a 8
de novembro, isto , antes de um mez, o Dirio Popular fazia a sua appario, dando occupao a.os dispensados. A. de Campos, Horcio de Carvalho, Hilrio Jnior tambm associado, e a minha pessoa, cada um fazendo o que podia, collaboraram para esse resultado.
A. de Campos, ao ser nomeado cnsul em Npoles, desligou -se da folha e estabelecimento, abrindo um v-
cuo
tm
da
minha
em
S. Paulo
mento muitas palavras confortantes, ouvidas em diversos peridicos, e que me foram no momento blsamo
consolador.
>
seguida a relao dos jornaes que se tm publicado em S. Paulo, de 1827 a 1895, devidamente annotada. possvel ou quasi certo que seja
Damos em
incompleta; serve
historia
comtudo de
subsidio
ao estudo da
Eis a relao:
AMPAEO
l
Amparense
(1)
(1)
1881.
pouco tempo.
313
2 Beija-flr (1), 1894. Correio Amparense
[2,)
1886.
Commercio do Amparo
Dirio do
(5).
8 Dirio do 9 Epocha
(8),
Amparo Amparo
1879.
(6),
1881.
1893.
(7),
(1) Folha litteraria e humorstica, dedicada ao bello sexo, publitada pela sociedade Cinco de Marro^
Folha publicada por Antnio Pinto Correia Ju appareceu em 8 de agosto de 1886 e desappareceu em julho de 1894. Em Outubro de 1890 comeou a ser publicada diariamente, sob a redaco do padre Joo Manuel de Carvalho. (3) Orgam republicano. Appareceu em junho ou julho de 1894, resultado da fuso do Correio Amparense, orgam dos interesses do municpio, e Diari do Ampa(2)
-
nior,
ro,
orgam republicano.
E' seu director o
(4)
sr. A. P. Correia Jnior. republicano, propriedade de uma associao. Appareceu a 10 de abril de 1891, e foi redigida por Joaquim de Toledo, dr. Joo Nepomuceno Nogueira da Motta, dr. Jos Leite de Sousa, dr. Cndido Motta e
Orgam
outros.
Propriedade de Jos Rebello de Amorim, e deEstevam dos Santos. (6) Publicado por Jos Rebello de Amorim. Sahiram poucos nmeros. (7) Folha popular, publicada sob a redaco de Carlos Ferreira, que foi substitudo pelo sr^ Raphel Galvo Prestes, passando ento a ser orgam republicano. (5) Peridico de propaganda republicana, impresso em Campinas, semanal e redigido pelos drs. Antnio Augusto Bittencourt, Antnio Muniz de Sousa,-Francisco de Assis Peixoto Gomide, e Bernardino de Campos, actual presidente do Estado. A 5 de outubro sahiu o primeiro numero.
V
(5)
pois de BenedJcto
14
10 Gazeta do
11
Amparo
(1).
(2),
1886.
1886.
(3),
15 Miniatura
16 Jardim
(5),
(4)
189d.
1889.
1895.
19 Progresso
(H)
1890.
Publicada em Janeiro, por Jos Augusto do AmaSousa, durou seis mezes. (3) Proprietrio e redactor: Jorge Pires de Godoy.. Sahiu luz da publicidade a 18 de julho de lb86, suspendendo a publicao a 10 de janeiro de 1889. Reappareceu a 1 de janeiro de 1895, sob a direco do antigo redactor; orgam dos interesses do municpio e publioa-se aos domingos.
(2)
ral
(4)
Interessante e
mimosa
apparecida a 28 de fevereiro. Director: Jos Ferreira Louzada e publica-se s quintas feiras. At dezembro de 1895 foi redigida por Joaquim de Toledo e Joo
sa,
Loureno Rodrigues. (5) Folha Htteraria, puhlicada por Laurindo Marques e Bento da Silva. Snliiram poucos nmeros.
(6)
315
APPARECIDA.
1 Estreita da Apparecida. 2 Horizonte, 1884. 3 Voz da Apparecida, 1888
189.
ARARAQUARA
1
Coneiu de Araraquara
(1),
(janeiro),
1893
2 Folha do Povo
'd
1890.
Municpio^ 1881.
ARARAS
Boto, 1894. J Cidade de Araras.
1
3 Tribuna do Povo
(^janeiro),
18J2.
4 Lnr^ 1881.
AREIAS
1
Areieiise
(2),
1869.
2 Aurora.
3 Atalaia.
4 Mosquito\\. 1872.
f)
Popular
[4),
1875.
interesses locaes, sem (1) Era jornal dedicado aos cr politica, e redigido pelo rev. Bento Ferraz, ministro evanglico, auxiliado pelos drs. Antnio Piza, Jlio de Moraes e Francisco Malta. Hoje ha ali A Noticia, sob a redaco do dr. Joo de Arajo (2) Propriedade do alferes Joo Jos de Arajo Faria, depois escrivo da provedoria da capital, e redaco do dr. Carlos Caetano de Abreu, que mais tarde passou a residir em Ribeiro Preto e Jaboticabal. (3] Proprietrio e redactor -chefe L. A. Pereira (^ Peridico litterario, coramercial e noticioso, de que foi proprietrio Antnio de Oliveira Leite, redactores
.
316
6 Timbira
7
(1),
1881.
(2),
Unio
Crena
1881,
(3)
1884.
ATIBAIA
1
Itapetinga
Victoria.
(4),
1890.
AVARE'
1
2 Apologo, 1892.
4 6
1
jRf^m^?,
1891.
(1"
Eionovense
T^^&a',
de novembro),
ISSI.
1892.
BANANAL
Arauto
(5),
1869.
Salles e re(1) Propriedade de Joaquim Xavier de daco de Raphael Braga. (2) Jornal spirita, pertencente ao grupo Fraternidade Areense e impresso na typographia do Timbira. (H) Sahiu primeiro numero a 1 de janeiro de 1884, sob a redaco de Jos Victorino Sampaio Netto. vez publicado (4) A 16 de agosto foi pela primeira o Itapetinga, de que era redactor-chefe o dr. Olympio da Paixo e redactor-secretario o dr. Affonso de Carvalho. No chegou a entrar no segundo anno de existncia, sendo a typographia vendida Companha Impressora de Bragana. Itapetinga o nome de uma serra do municpio de Atibaia. (5) Dirigido pelo dr. Derme vai da Fonseca, ex-redactor da Gazeta de Noticias, ento simples estudante.
317
2 Bananal
1881.
(2),
(1),
3 Commercio de Bananal
1887
4 co Bananaleme
5 Embryo, 1879. 6 .j^oca, 1892.
7 /ri^
(S)\
1872.
Bananalense
(4),
1867.
8 Monitor Paulista
(5),
1878.
Reverbero,
1867.
18 Ga^etmha, 1892.
BATATAES
1 Bga7m, 1892. 2 Cosmopolita 6 de Agosto,
1893.
,1)
(2)
Orgam do
Castilho
Joo Do-
mingues Guedes.
(3) Jornal litterario, agrcola e noticioso. Editor: Antnio Rodrigues Leite. drs. Fran(4) Existiu at 1869, sob a redaco dos cisco de Paula Ferreira, fallecido em Rezende, e Jos
politico do Correio Paulistano, sendo gerente Adriano de Castilho Azevedo. (6) Appareceu a 21 de Abril, redigida por Accio Garibaldi de Paula Ferreira.
director
318
3 Sculo
1881.
(2J,
(l),
4 Treze de Maio
5 Unio
6 Lutador
7
(SJ,
1888.
1884.
(4),
1892.
,
Penna
(5),
abril
1895.
BOCAINA
1
^a Tar-e
1888.
BOTUCATU'
1
Botucatiien-e, 1893.
(7),
2 Gazeta de Botucat
1887.
(1)
(2)
Redigido por Csar Augusto Ribeiro, durou pouco. Seu proprietrio e redactor foi Affonso Fraui-
berg, j fallecido. (3) Redigida pelo bacharel Joo Paulo Diniz, natural da ndia portugueza e fallecido em 1890, na Limeira. (4) Era de propriedade e redaco de Jos de Vasconcellos.
(b) Folha imparcial, scientifica, literria, agricola, pedaggica e noticiosa foi redigida por Antnio Jacintho de Oliveira, cnego Joaquim Ferreira, dr. Manuel Furtado, dr. Eduardo Guedes, Pedro Tavares Lopes da Silva, dr. Washington Luiz, dr. Ivan Nolf, dr. Honrio Pinto, dr. Eduardo de Camargo, dr. Matheus Fi;
lidory, Jos
(6)
primeiro numero foi publicado a 16 de agosto de 1883, saiu da typ. da Gazeta da Bocaina, na vil la da Bocaina, e era de pequeno formato, semanal e
litterario.
(7)
Negro
Ravoux
Darse.
Folha democrtica
^
.
noticiosa, de
propriedade
e redaco de
Azurara.
319
BRAGANA
1
Ahutre, 1892,
2 Alamir. 1880.
3 Bilontra, 1887.
(3),
1886.
8 Dirio de Bragana
(4),
1889
Gazeta de Bragana
(6),
89 1
il,
reiro
O pi-imtiix) numero foi publicado a 26 de feve^ de 1876. Propriedade de Jos ('andido Furquim
de Campos.
<2) Appareceu a 10 de abril de 1879. Era a segun" da folha deste titulo, mudado depois suceessivamente' para O Alamm'', Eco Bragantino, Lbaro, e Bragancense, de que foi proprietrio o mesmo Furquim de Campos.
(3) O primeiro numero foi dado estampa a 6 de janeiro de 1889. A principio foi bisemanal e posteriormente dirio e trisemanal. Seu proprietrio, Manuel Fernandes de Oliveira, hoje director da Voz do Povo,
de Sorocaba.
(4) Publicou-se de agosto a novembro de 1889, sob a redaco do dr. Eliseu Guilherme Christiano, actual
So Jos do Kio-Pardo. nico numero, pubHcado a 4 de dezembro de 1887 pelo pharmaceutico Jos Francisco Pinto Marjuiz de direito de
{5J
Um
tins, j fallecido.
(6) Foi pr( priedade da Companhia Impresswa Bragantina, pertencendo actualmente a J. Maia. & Comp. E' redigido pelo major Manuel de Almeida Cardoso, escrivo do jury da comarca, antigo negociante e re<lactor do Giaripocaha. Appareceu a 31 de maro.
320
12 Guaripocaha [l], 1877. 13 ris Juvenil (2), 1889.
1877.
Mez
de
Maria 1893.
Azurara 1894.
1875.
XIX
22 Vampiro.
de 17 de junho de 1877, (1) O primeiro numero sendo redigido pelos srs. Manuel de Almeida Carneiro, Jos Guilherme Christiano, padre Joo Baptista de Oliveira Salgado, Pedro Alvares Coutinho, Joaquim Roberto de Carvalho Pinto Filho e Nicolau Asprino. Destes, retiraram-se logo da redaco os quatro ltimos, continuando os dois primeiros at 1888, em que assumiu a direco da folha o dr. Eiseu Guilherme Christiano, que, em meiado do anno seguinte, a transformou em Dirio de Bragana. de 10 de maro (2) Foram publicados seis nmeros a 14 de junho. Orgam dos alumnos do Collegio Bra(3)
Orgam do
do
Sr.
legio
habilissimo Gazeta de Bragana. Era segundo informaes que tenho, um jornal mignon, cuidadosamente revisto e puramente litterario. Foram seus redactores principaes dr. Valdomiro Guilherme, talentoso rapaz mineiro fallecido no verdor dos annos; Olegrio Ribeiro, ento professor publico e Francisco Napoleo Maia. O primeiro numero deste jornal sahiu luz, em julho de 1877, e o ultimo em agosto de 1879. O illustrado sr. Jos Guilherme, residente em Bragana possue ^. colleco
:
Club dos Estudantes do excellente colJos Guilherme Chiistiano editado pelo Jos Maia, actual director-proprietario da
321
2S Cidade de Bragana 24 M2 de Maria 1893.
1875.
(1),
publicado nesta cidade^ (1) Foi o primeiro jornal devido aos exforos do sr. Joz Cndido Furquim de Campos, tendo o primeiro numero visto a luz a 2 de de maio de 1875. Foram dados estalnpa 41 nmecessando a publicidade a 5 de fevereiro de 1876. ros, Em 1877 vendeu a typographia empreza do (riiaripocaba, porm, pouco depois, fez acquisio de uma
em que publicou o Alamir, mais tarde o Echo Bragantino, depois o Lbaro e por fim o Bragancense, todos de sua propriedade e por elle redigidos.
outra,
lismo,
predileco to pronunciada pelo jornasi, aos pouces, pacientemente, aprendeu a arte typographica, de modo que fazia todo o servio de redaco e orticina somente auxiliado por um fmulo. Si no tinha grande preparo intellectual, possuia uma grande fora de vontade para vencer todas as dificuldades dessa vida espinhosa que tanto o sedu-
Tinha
uma
que s por
zia,
qual se dedicou, no
com mira de
mas
interesses
e sim por distraco til e entretenimento agradvel. Republicano antigo, tinha por divisa a moderao.
No
se envolvia
em
questinculas,
era soldado
fir-
me em
seu posto.
Occupou vrios cargos de eleio e nomeao, em que sempre se houve com circumspeco e hombridade.
Como
//a,
cidado era de
uma
prestimoso., calmo e inoffensivo. Tinha hbitos concentrados, pouco sahia, mas as pessoas que o procuravam ivelle encontravam o typo de perfeito cavalheiro, to affavel e delicado quo modesto e despretencioso.
Espirito de ideias avanadas, era progressista e humanitrio; e agora baixa ao tumulo, pranteado nHo s pela familia, que o estremecia, mas tambm por todos que apreciavam o seu caracter, sua nobreza de sentie seu espirito essencialmente bondoso e mentos,
caritativo.
Pelo que deixamos dito se pde julgar de sua grande alma e dos servios que abnegadamente prestou imprensa e ao logar.
322
BROTAS
1
Gazeta de Brotas.
2 3unicipio, 1895.
CAMPINAS
Actualidade, 1875. 2 A7Ytuto, 18 de janeiro 1881. 3 Boletim da Estao Agronmica
1
(1),
18?'l
C?/Zfo
Sciencia
(1
de outubro) 1891.
1875.
(3),
Correio de
Campinas
1885.
official da Estao Agronmica hoje, (1) Publicao Instituto Agronmico. Sahiram alguns nmeros, de trs em trs mezes, at que foi a revisla substituda pelos
importantes e preciosos relatrios annuaes, onde vm insertos muitos artigos sobre agricultura, industria, etc. O Boletim e os relatrios so redigidos pelo director e auxiliares do estabelecimento, e dejentre estes de justia salientar os drs. Adolpho Barbalho Ucha uavalcanti e F.
(2)
W.
Dafert.
:
Redactores e proprietrios bacharis Joo Gabriel de Moraes Navarro e Luiz Silvrio Alves Cruz,
ambos
(3)
fallecidos.
Fundado
e redigido
;
pelo
intelligente
escriptor
Henrique de Barcellos appareceu a 1." de janeiro de 1885. Em 1893 a empreza passou a novos proprieretirando- se Barcellos e assumindo a redaco trios, o dr. Joaquim Gomes Pinto. Sob o titulo Jo?'ia^S' Caw^29^neiros, disse o
Dirio Popular ('janeiro. 1895): Fazendo a relao dos jornaes que existiram e existem na cidade de Campinas, o nosso distincto colaborador Lafayette de Toledo, referindo -se ao Correio dahi, disse que, com a saida do antigo redactor sr. Barcellos, assumiu a redaco o dr. Gomes Pinto. Como em temnoticimos, o dr. Gomes Pinto deixou tambm a di-
po
reco daquella folha. Tendo certamente, uni' caracter histrico o interessante retrospecto do sr. Lafayette,
3;3
Correio da Tarde
(1),
1880.
Dia
(2)
1894.
1882.
10 Dirio da Tarde,
aqui fazemos a rectificao supra. E, j que nos referimos ao clr. Gomes Pinto, diremos que elle, ainda alumno do collegio Cidto Scienciar redigiu o Arauto, edi tado pelos srs. Joo Azevedo e Herculano de Albu-
querque, em 1881, e que no vem mencionado na Imprensa Paulista. O Ara ti to viveu quatro mezes. A esta noticia accrescentou Arlequino, na seco Folha do
^
Correio (19 janeiro 1895^: Si o estimado peridico, fazendo a rectificao, tinha em vista simplesmente o CARACTER HISTRICO DE RETROSPECTO, dcvia meucionar outros organs de publicidade, como fizemos aqui no passado numero: De mais que rectificou o collega ? Acaso o sr. Lafayette dissera, affirmra, jurara que o dr. Joaquim Gomes Pinto o actual redactor do Correio ? A. retirada daquelle nosso amigo no foi annunciada,
at
em
terinos
escreveu a noticia olvidou o Foptilar^ o DiCo9Teio da Tarde, interessantes dirios, mas no s( esqueceu do Arauto, folhinha semanal ou quinzenal de vida ephemera, revelando assim ter sido muitc outro o seu intuito. Gato escondido com o rabo de fora... Essas rectificaes, j esto feitas: dos redactores do Correio, foi Jos Gonalves Pinheiro, de quem logo faliaremos; e no corpo de colaboradores conta essa folha muitos escriptores conhecidos. Nella escrevem o padre Joo Manoel, Alberto Faria, Ren Barreto, Paulino Muniz e Henrique de Barrio e o
A taes Quem
Um
cellos.
da Silva -e pro (1) Dirio dirigido por Hyppolito priedade do professor Joo de Oliveira Fagundes. (2) Durou pouco tempo. Era redigido por Alberto Faria, Reno Barreto e outros.
324
11 Dirio de Campinas
187'
(1),
(1)
Orgam
popular, sem caracter partidrio, tem prestado assignalados servios ao progresso de Campinas e ao do prprio Estado. Desde sua fundao tem sido dirigido pelo major Antnio Duarte de Moraes Sarmento, seu proprietrio, e redigido por Henrique de Barcellos, Heitor Barbosa, Gonalves Pinheiro, Joaquim de Toledo, dr, Alberto Sarmento, Jlio Riedel, dr. Joaquim Nogueia de S Itagiba, dr. Joo Brasiliense Leal Costa, dr, Paulo de Lacerda, Jos Felippe Pestana, Theodoro Flvio No-
gueira de Carvalho e lvaro Miller. Gonalves Pinheiro falleceu a 14 de fevereiro de 1893, em Campinas, e delle escreveu Barcellos no
Correio n. 374,
anno XI
Jos Gonalves Pinheiro chegou a Campinas no dia 11 de agosto de 1872, no dia portanto em que se inaugurou a linha frrea paulista. Anno e meio esteve no commercio, retirando-se dali para se entregar, com outros, entre os quaes quem estas linhas escreve, vida da imprensa. Comeou a sua carreira jornalstica num pequeno jornal, A Sensitiva, mas logo, de sociedade com Antnio Sarmento e Henrique de Barcellos, fundou a A Mocidade, folha semanal. 19 de setembro de 1875 Gonalves Pinheiro,
Em
os dous acima citados e mais Joaquim de Toledo, viu realizado o seu sonho, que era ver a Mocidade diria. vez, porm, daquelle titulo, sahiu luz o Dirio de Camjnnas. Trabalhador infatigvel, escrevendo com pasmosa
com
Em
com um chiste pouco commum, era elle o verdadeiro redactor do Dirio, accrescendo que tinha a seu cargo a administrao d folha. O que o poder da vontade Nos seus principies, elle conhecia a defticencia de sua instruco. Dotado, porm, de notvel intelligencia, de grande perspiccia, Gonalves Pinheiro em pouco tempo conquistou uma grande somma de saber, a ponto
facilidade,
!
325
de no lhe ser extranho qualquer assumpto. Alm do idioma nacional, que elle sabia manejar com admirvel correco, fallava correctamente o italiano e o francez; desta ultima lingua traduziu dous romances que fo-
ram publicados no
Em
outro collega
local.
uma
livraria.
inclinao bem deplorvel da imprensa, fechou a sua casa commercial em 1884 e foi para o Rio de Janeiro, onde em 14 de novembro daquello anno publicou o primeiro numero do Dirio Por-
Voltando-lhe,
porm a
tuguez.
Aempreza dessa folha, a principio delle e de mais dous, passou depois a ser propriedade de uma associao .commanditaria. Exactamente quando Qssa empreza ia perfeitamente, surgiram questes presas aos interesses de certos mandes, do Rio e o Dirio Forheguez desappareceu.
A pedido instante do redactor- chefe desta folha, Gonalves Pinheiro consentiu em redigir o Correio de Campinas, mas a contragosto pois que a inesperada desappario ao Dirio Vorfuguez lhe causara a maior amargura. A sua repugnncia, ]a ento manifesta pela imprensa, foi vencida pelos nossos pedidos e nessa occasio elle melancolicamente nos disse que s a amizade que nos tinha o levava a retomar da penna que nas suas mos foi sempre adamantina.
No Correio de Camjmias creou Gonalves Pinheiro muitas seces, algumas escriptas diariamente e a todas vinculava o seu brilhantismo, a sua preciso analytica, tudo obdecendo a um profundo critrio, quahdade dominante de seu espirito reflectido e calmo. Portiiguez de nascimento, Gonalves Pinheiro fora sempre estrnuo patriota, mas dotado desse sentimento
que eleva
um
altar ptria
no corao
mesmo
e por isso
e quando em 1881, com sua familia Portugal l de Dezembro de 1889 se decretou a grande naturali;
em
526
De uma vez, em um bond, Campos Salles, notando que elle sempre fora jornalista, perguntou-lhe porfaam os que no se naturalisava. Elle respondeu senhores a grande naturalisao e eu serei brasileiro com muito gosto. Por actos justificou o que dissera. Votava entranhado amor a Campinas e dizia que s aqui, na terra de sua familia, se dava bem. As suas pugnas jornalsticas exuberantemente comprovaram esse amor a esta terra, onde fechou os olhos luz do
:
com
alegria a
nova
mundo.
o Dirio^ de 27 de setembro de 179-1:: a alfaiataria do Judeu Errante, em 1874, para fazer parte do grupo de bohemios que fundou a
Deixou
Mocidade.
todos que estreiam na imprensa escrevia, emendava; refundia os artigos, consultava e discutia com o Barcellos, a propsito dos mesmos, e depois l ia elle triumphantemente levar s officinas as
:
Comeou como
que havia composto. Seus artigos eram sisudos, graves como sua pessoa. Tinha a preoccupao de doutrinar. Lembramo-nos ainda hoje que, aJi nas palestras da rua Lusitana, na casado Villares, do Queiroz e do Louveira, naquelles bons tempos, chamavam o Pinheiro de
tiras
philosopho. Escrevia,
traduzia,
transcrevia, noticiava
e,
nessa
misso prestava bons servios a Mocidade, Actualidade Dirio. Depois deixou esta folha, abriu livraria, e foi para o Rio, onde fundou um jornal e, regressando a esta cidade, entrou para o Correio de Campinas. Jos Gonalves Pinheiro hoje fallecido, que sirva agora a recordao do seu nome, de homenagem memoria do nosso antigo companheiro de trabalhos. O Dirio, de 27 de setembro de 1893 (n. .299,
anno XIX), consagrou toda a folha commemorao do seu anniversario, estampando na primeira pagina os retratos de Henrique de Barcellos, Pinheiro, Felippe
32^
Pestana, Toledo, Luiz Corneta, Antnio e Alberto Sarmento, Heitor Barbosa, Leal Costa, Csar Marques, e
Leme
um
njado por Gil- Br az Foi no dia P. de maro de 74. ali antiga rua do Theatro, numa casinha de porta e janella. ramos ainda moos; cheios de nobres aspiraes, no havamos ainda recebido o contagio das ambies vulgares e nem o attrito das paixes que depauperam o espirito jovenil e deprimem os bons sentimentos.: Todos ns trabalhvamos egualmente.
O mesmo que
durante
a noite
;
o que fazia a reportagem, ajudava na entrega do jornal o que compunha durante o dia imprimia a folha durante a noite. Henrique de BarcelJos e Gonalves Pinheiro eram
Felippe Pestana^ collaborador Joaquim Toledo tambm collaborava; Jos Sarmento trabalhava em composio Luiz Corneta era o entree era o dispenseiro-mr gador e o contador de historias que a seu turno nos amenisava a rudeza do trabilho por aquellas noites
: ;
redactores
typographo
sem
fim.
typographia era um grande pastel, o preloera de madeira, systema primitivo. havia custado tresentos mil Aquillo tudo nos ris quem nos emprestou o dinheiro para a compra
foi
existe.
Mocidade, cuja aquelle material tiramos primeira jagina figura hoje estereotypada na nossa pagina de honra. Campinas, esta terra que tem sempre a alma aberta a todas as grandezas e nobres commettimentos, recebeunos com surpreza; ella no sabia quem ns ramos e nem
Com
caixeiros:
um
de loja de
ferra-
alfaiataria,
328
(1).
livros;
diabo querero elles. Foi esta a interroga vo que corria de bocca oiu bocca entre os novidadeiros e criticos de esquina, quando appareceu o primeiro numero da Mocidade. O que lis queriamos viram elles depois...
Cl)
Que
obscuros,
completamente desconhecidos.
31 de Outubro de 1809
Salles,
foi
publicado o primeiro
drs.
Quirino dos Santos e de outros republicanos (pie a fundaram para orgam do partido. At 1874 foi seu gerente o sr. Jos Maria Lisboa. Esse dirio desappareceu em 1891 tendo pertencido a diversos empresrios; Nelle tambm escreveram Francisco Glycerio. Herculano de Freitas, Carlos ^erreira, Antnio Cezar, Jorge de Miranda, Jlio de Mesquita, Miranda Azevedo, Aberto Salles, Thomaz Alves, Silveira Lopes, .Alberto Salles e muitos outros escriptores de nome feito na politica, naslettrasou nasciencia: O dr. Francisco Quirino dos Santos miscido era Campinas a 14 de julho de 1841 falleceu em S. Paulo a ( de Maio de 188, quando occupava a cadeira de deputado provincial. Rectificando esta nota, diz -me, em carta, o dr. Jos Augusto Quirino dos Santos: A Gazeta de Campinas o\ fundada por meu pai, dr Francisco Quirino dos Santos, por meu tio dr. Joo Qnirino do Nascimento e por meu av, e fallecido tenente -coronel Joaquim Roberto de Azevedo
Marques. < i>iiiiqui transcrevemos as seguintes informa nistradas pelo dr. Miranda Azevedo Como maior prazer accedo ao seu gentil (,unv nu de contribuir para completar os seus apontamentos acerca da Gazeta de Carnpinas. a qual estou ligado pehis mais gratas recordaes de amizade e de saudades do bom tempo da propaganda: As minhas relaes jornalsticas nascero, por occasio da celebre polemica que surgiu na imprensa de Campinas, em 1873 quando ahi appareceu pela primeira vez a febre amarella. A discusso mdica travada rntro os dis. F. PtMvira Lima, e Va-
329
lentim da Silveira Lopes, que sustentavo a existncia do cruel flagello, contra a opinio do dr Cassiano e creio
que Souza Campos, transportou-se para as corporaes medicas do Rio de Janeiro, onde ento eu residia. Fui procurado por LuizQuirino dos Santos, de quem era amigo dedicado, e por elle incumbido, em nome de seu irmo,
o dr. Francisco Quirino dos Santos, de acompanhar a questo junto dos mestres e informar de tudo a (iazvta de Campina,^. Foi grande o interesse que em (amj)inas despertou toda essa discusso, cujo desenlace na ento Imperial Academia de Medicina, foi confirmar a exisda molstia, conforme escr(^v(M\M a fnllm do tncia dr. Francisco Quirino dos Santos Todos esses pareceres firmados [)elos mdicos maia
distinctos
zeta,
e a resoluo final
em extenso telegramma. Mais tarde estreitei relaes pessoaes com o prprio dr. Francisco Quirino dos Santos, um dos vultos nuiia notveis da politica republicana e um dos talentos mais cultos de S. Paulo, e fui [)or elle convidado para escrever chronieas (pmizeiwes' sobre a vida Huminense em todos os seus aspectos. Foi nessa qualidade (]ue tive a felicidade de collaborar effecti vmente para a (iazeta de Campinas at'i 1H78 quando mudei-me |)ara (xuaratinguet, em])ora nesse tempo, j a nroi)riedade e a redaco effectiva fossem de um outro illustre amigo o distincto poeta Carlos Ferreira. Nessa epocha prometti a esse amigo, quando meu hospede em Guaratinguet, de passagem para os Campos do Jordo a convalescer de molstia pertinaz, continuar a colloborar no seu jornal. Infelizmente as resj^onsabilidades da vida pratica, no consentiro que contribusse como desejava para
mittida
corresponder distinco que recel)i. mas acompanhei sempre as diversas phases da vida gloriosa <la (ia*c.ta at' sua final susi)enso. Coube me taml)em a honrosa e a triste misso do ser um dos mdicos que assistiu e accompanhou na ultima e rpida molstia o illustre dr. Francisco (iuirino
330
espero em trabalho que tenho delineado, prestar ao grande morto, toda a homenagem de que digno como dos mais puros e alevantados caracteres dos republicanos da propaganda. Oxal melhor imitado fosse nas grandes lices de patriotrismo e aj-
dos Santos.
um
negao que legou a esta terra que tanto estimava em prol da ida republicana que to bem representava
e comprehendia.
Na redaco da Gazeta de Campinas, fiz conhecimento com o illustre philologo e publicista paulista Joo Vieira d'Ahneida. Fui-lhe appresentado pelo ento
redactor proprietrio Carlos Ferreira.
Ao
distincto
amigo
Joo Vieira d' Almeida que tambm abrilhantou as columnas da Gazeta com seus escriptos, devo as seguintes: informaes, que por assim dizer completo a historia da vida da Gazeta.- Eis o que escreve o sr. Joo Vieira d' Almeida Foi fundada pelo finado dr. Franciso Quirino dos Santos, jornalista advogado e poeta campineiro. Seo primeiro administrador foi o sr. Jos Maria Lisboa, actual proprietrio do Dirio Popular da capital do nosso Estado. Em seguida passou direco do sr. Abilio Marque falleceu ques, mallogrado Uomem de lettras, como gerente ^la companhia Agua e Luz, desta ca:
<^
pital.
Pelo anno de 1877 era seo gerente, o sr. Alfredo Pinheiro, talento omnimodo que viveo e ainda vive a luctar contra a m sorte sempre adversa Era ento seo redactor o eminente liiterato Carlos Ferreira, que, hoje desilludido de litteratices e de politicagem, consagrou o entardecer da existncia a nobre causa da educao da mocidade, dirigindo o coUegio
Benjamin Contant na cidade do Amparo. Esta alma de athleta, em corpo de creana, tragou os maiores dissabores na sustentao do baluarte republicano do ento 7 districto eleitoral da antiga provnconcorrendo poderosamente para alcandorar aos pncaros governamentaes e honras, homens que hoje, j se no lembram da escada que os ajudou a galgar o poder
cia,
331
Mocidade
(2)
1873.
(3)
18
Mundo Largo
1884.
< Desgostoso de tanta lucta inglria passou a redaco do glorioso peridico a Poly carpo de Queiroz, espirito folgazo que para l foi, no intuito de ser mais um testamenteiro do que um batalhador da democracia E assim sumiu-se na voragem do esquecimento o valente esgrimista republicano Folha litteraria a quatro paginas redigida por (1) Jos Felippe Pestana. Publicaram -se apenas treze
I
!
nmeros.
A Mocidade era redigida por Henrique de BarcelJos Gonalves Pinheiro, era editada por Antnio Duarte Moraes Sarmento e appareceu ai" de Maro de 1873. CoUaboraram n'esta folha Jos Felippe Pestana, Joaquim de Toledo, Jos Sarmento e outros. Desappareceu em 1876 e foi substituda pelo Dirio de Campinas. A propsito escreve o Dirio do yampinas (3) de 27 de Novembro de 1884. O Mundo Largo o titulo de um i>eriodico turco <pie se publica ha dois mezes mais ou menos, n'esta cidade, publicao essa que estava passando despercebida da policia visto que o redactor, o sr. Salim Beleche no se havia dado ao trabalho nem de tirar a licena municipal e ainda menos de apresentar responsvel idneo perante a autoridade competente. virtude d' essa falta ou menoscabo s nossas leis e as muitas queixas de turcos aggredidos pelo referido peridico, o sr. Major Moraes, delegado, mandou intimar o sr. Salim a comparecer essa presena. O sr. Salim em vez de obedecer a ordem da auctoridade, fez o contrario respondendo ao escrivo que Toi intimar, que estava muito hem, na sua casa e que no iria a presena do sr. delegado. vista de semelhante
(2)
los e
Em
Em
332
19 ONeophyto 1893
20 Opinio Liberal (1) 1881 21 Petk Jornal, 1879 22 Revistado Colleg lo Internacional 1875 23 Beviita Trimensal 1983
24,
A
O
EeroZa
(2)
1888
28 LUnione,
agosto 1894).
o sr. Major Moraes mandou conduSalim a sua presena acompanhado de praas, ficando elle detido pela maneira desrespeitosa com que
modo de proceder
zir
xeira de
Transformao do trabalho, Campinas, 1>89, 235 pag. O n. 1 da Opinio de 22 de junho Folha de franca e activa propaganda republica(2) na publicada semanalmente. O primeiro numero tem a data de 30 de Junho de 1888 e o ultimo (13) a de 8 de r^ezembro do mesmo anno. Era impressa na typographia cv Gazeta com quanto no trouxesse indicalivro
o alguma, e ti^iha por lemma Libertas quoj ser tamen. Todos os artig\.c vinham firmados por pseudonymos, que encobriam os nc:^ies de Herculano de Correia, Joo de j^cIts Sampaio, LaFreitas, Ernesto fayette de Toledo....
533
29
Verdade,
(1)
1898.
30 O Vigilante.
31 Petiz, (12 julho) 1885. 32 Popular, 1890,
33 Theodorino, (20 julho) 1885. 34 Folha, (l. maro) 1895. 35 Bilontra. (raarc>) 1895 36 Conservador, 1860.
37 Pernilongo, 1860. 28 Aurora Campineira, 1860. 39 Movimento, 1876.
"
Tdegrapho, 1877.
1878.
coisa, (4
47
maro) 1880.
48
Alliana, 1882.
(7
maio) 1883.
54 Jornal da Ker messe, 1889, 55 Orpham, 1889. 56 Violeta, (1. novembro) 1891. 57 ^'.9 cie OwMro, 1892.
58 Prego, 1893. 59 .4w/y, 1894.
(1)
tista
Ero redactores da Verdade o cnego Joo BapCorreia Nery e Antnio Rodrigues de Mello.
catholico.
Era orgo
334
60 Fdssio Domini, 1894.
61 Bepuhlica das Letras, 62 Vinte e Cinco, 1894.
(1.^
novembro) 1877,
CAAPAVA
1
Caapavense 1870.
2 Democracia
3 Democrata 1894.
4 Discipulo 1894.
Ensaio 1894. 6 Gazeta de Caapava (junho) 1895. 7 Norte de So Paulo, 8 Provinciano 1889.
9 Regenerador 1885,
10
AS'ec^?o
1883.
CAJURU'
1 Independente.
CANANEIA
1 co Cananiense 1888. 2 Gazeta de Canania. 1882.
3 Restaurador
(1),
1892.
comarca.
355
CAPIVARY
1 Capivary (1) 1875. 2 Capivary ano 1884. 3 Gaveta de Capivary
(2)
1885.
4 Mocidade
5 Tagarella
(3)
(4)
1885.
1876.
CASABRANCA
1
Bem
(1)
Publico
(6)
1885.
drs. Baptista
Redaco dos
de Souza e Lniz de
Souza,
Propriedade e redaco de Joo de Arruda Leite (2) Penteado, tendo como coUoborador o dr. Cesajio
Motta.
Peridico de pouca durao e pequeno formato, (3) redigido por um grupo de rapazes, entre os quaes figurava o actual 2.^ promotor da capital, dr. Cndido Nazianzeno Nogueira da Motta. Redaco d Jos Toledo Penteado, ento nego(4) ciante naquella cidade. Peridico critico e noticioso.
Publicao mensal, noticiosa e religiosa, dirigida (5) pelo Ryrao. C. Dickson. Appareceu em fevereiro. Editores: Alfi-edo Jlio de Arajo Macedo e Ma(6) noel Francisco de Paula Fernandes. Principiando a publicao a 9 de agosto de 1885, a terminou em 1888, depois de ter augmentado o formato, reapparecendo a 21 de maro de 1891, sob a redaco de Lafayette de Toledo, que se conservou nesse posto at janeiro de 1895. E' uma fuso do Casahranquense com o primeiro Oeste de So Paulo.^^a. sua primeira pbase foi redigido pelo dr. Joo Aristides Soares Serpa, e colaborado por
Silveira, dr.
An-
tnio Mercado, Hemeterio de Carvalho e outros. Na segunda teve a colaborao de Alfredo Jlio, dr. Ernesto Correia, Antnio Pantoja e outros. Hoje redigido por Jos Honrio de Silos.
336
2 Casa-Branm
1877.
Primeiro jornal que appareceu em Casa-Branca. (1) Peridico imparcial, que appareceu a 2 de dezembro de 1877, foi redigido pelos drs. Brasilio Machado e Ricardo Baptista. Desappareceu em 1879, tendo-se declarado francamente republicano. A respeito deste hebdomadario, l-se no Casahranquense, de 7 de fevereiro de 1885 * *No dia II de janeiro completaram-se 4 annos que falleceu Francisco dos Santos Bastos, o fundador da primeira imprensa nesta cidade. O sentimento profundo que nos fez nascer no peito, com a leitura do artigo memorial que a elle dedicou o nosso coUega d' Oeste, obrigou-nos a acompanhal-o,
:
um
essencial.
O Casa-Branm,
dado aqui.
Publicou-o durante 8 mezes, do anno de 1878. Na occasio da vinda de s. m. o imperador a esta cidade, occasio em que as bandeiras nacionaes teciam as ruas por entre as ramagens, espera de s. m., elle o esperava muito ao contrario de todos. As suas idas republicanas, puxaram -se para o
abysmo. O asa-Branca, at ento impresso pallidamente tornou -se corado de uma cor escarlate. Numa das suas columnas, via-se o nosso escudo de armas, mas sem a coroa, que elle a havia cortado, decapitara- a com um formo, servindo de epigraphe a um artigo. Foi distribudo O Casa-Branca, e um numero delle foi levado^ a mandado de Bastos, ao monarcha. Elle, j acostumado com essas que tm plena liber,
como cavara
sua ruina.
Triste presagio.
Aquelles que mais extasiados e contentes liam-n-o o assignavam ambiciosos de possuil-o sempre, foram dos primeiros que incendiaram-se de dio contra o autor daquelle attentado contra o monarcha.
As conspiraes
tar a nossa coroa,
coii traaquellt
armaram -se.
Bastos, o valente e ousado republicano, cjue era, tornou-se fugitivo, como Caim quando manchou a terra com o sangue de seu irmo. Foi para a cidade da Franca, onde esteve algum tempo, e depois seguiu para Uberaba. Ainda ahi fundou um jornal intitulado o Raio. Ali de janeiro de 1881, desceu sepultura, depois de ter passado as maiores misrias. Eis pois quanto soffreu o nosso mestre typcgrapliico, Francisco dos Santos Bastos. E no Almanak da Casa- Branca, ISSS, pag. 71. A 11 de janeiro passado completaram-se quatro annos depois da morte de Franciscs dos Santos Bastos. Primeiro que teve a lembrana de fundar um jornal nesto cidade o Casa- Branca, cumpre consignarmos em nossa folha algumas palavras que commemorem o anniversario do passamento desse homem que, durante tanto tempo, comnosco conviveu. Recordemos um momento da vida de F. S. Bastos, quando aqui nesta cidade, redigiu o Casa-Branca. Foi
1878. (a) m. o Imperador dignou-se visitar esta cidade. Muita festa, muito foguetrio, gastos enormes de rhetorica de occasio, nada foi poupado para corresponder honra que nos dava o imperial visitante. -Bastos era um republicano sincero, convicto. Republicano de estolb Robespierre, e de bofes Marat. De que s6 havia de lembrar o desgraado? O imperador chegara. Era necessrio fazer comprehender que elle. Bastos, o republicano, o visionrio que sonhava com relao sua ptria os mesmos sonhos do Tiradentes, no recebia o rei com or, applausos dos outros mortaes
S.
em
em
(a)0
BT. d.
1878, a 15 de setembro. Acompanharam -se nesta excurso a imperatriz, o conselheiro Sinimbu, visconde do Bom-Retiro, conde de Iguass, baro de Macei, dr. Moreira de Barros, dr. Ataliba Nogiieira e outros.
338
sua profisso de f de homem livre, o seu credo de republicano convicto e enrag. O que lembrou ento o desgraado? Imprimiu um numero do seu jornal, o Casa-Branca. Encimando o artigo editorial desse numero, via-se o escudo das armas do Brasil, mas... sem a coroa; Essa, elle cortou-a de um s golpe. Eu imagino a fria com que o descarregou. Era o imperial pescoo que elle imaginava cortar. E o numero, assim arranjado do seu Casa-Branca, F. Bastos mandou-o a S. M. o
imperador.
S.
que o applaiidiam. EUe quiz demonstrar que o sua espinha dorsal, feita de um osso mais duro, mais rijo, no se curvava nem mesmo diante do primeiro poder desta terra, pretendeu lavrar de um modo solemne a
M. viu-o, e
sorriu-se.
sei,
que
o redactor do Casa-Branca no o admittia rei, sentado no throno, com o seu voto. Sabia que da unanime acclamao do povo que o fez monarhca, tinha de ser subtrahida a voz de Francisco dos Santos Bastos: Os cortezos, como era justo, franziram a testa e reprovaram tamanha audcia. Infeliz franqueza a do redactor do Casa-Branca mez depois o seu jornal cahia, sem que exforo. algum de sua parte pudesse mais amparai- o. O corte daquella coroa foi osignaldo seu desmoronamento. Francisco Bastos retirou-se para a Frana. Mau fado o acompanhava. Aquella coroa. aqnella coroa... Da Franca ^eguiu para Uberaba. Sempre o corte fatal da coroa!... Em Uberaba a sua estrella no foi mais brilhante, ou melhor: o infeUz depois dogol])e desastrado no brazo de armas de sua ptria, nunca
!
Um
mis teve
extrema,
Uberaba morreu em pobreza de misria o mais lastimoso. Exemplo e lico aos demagogos de agora e do futuro: nada de golpes na coroa que encima-o emblema herldico de nossas armas. O tempo grudou-a ali. Deixae que o tempo a arranque, e isso quando for de seu agrado. (a).
estrellas.
Em
num estado
ia)
Oeste de So Paulo, n.
7,
de 5 de fevereiro de 1885.
339
3 Casa-Branca, (1) 1887
Recreio, cuja linguagem saltitante de ve^'ve punha em ebulio todos os espritos. Gaspar da Silva, Paiva Teixeira e ocommendador Gomes da Silva, retirando -se da Gazeta^ crearam o Correio Uhefrabense, em 1880, um jornal feito com todo o capricho, digno de uma cidade civilisada, como o Uberaba. Bastos tambm pz s costas a sua modesta bagagem e, sem ningum o suspeitar, O Recreio, que mais tarde se chamou O
1879, empregando -se de Uhet-aha da qual, a esse tempo, era administrador Jos Augusto de Paiva Teixeira, am intelligentissimo rapaz que tem sido parte integrante da imprensa uberabense desde 1974. Quando na Gazeta, fundou e redigiu um pequeno peridico. O
em
Baio, l vinha do Correio com farto carregamento de faccias espirituosssimas. Alegre, jovial e esquisito. Bastos captara para logo a dedicao e a amizade dos seus
companheiros. No levou vida miservel, nem tampouco morreu em estado o mais lastimoso, como presume o illustrado redactor do Oeste, no viveu sempre rodeado de estima morreu em casa do cidado Paiva Teixeira, onde foi medicado com todo o carinho e solicitude. O seu enterro, feito a expensas dos typographos do Correio, foi o mais decente possvel e muito concorrido. Cremos que algum, que, tendo vivido pobremente, encontra na hora extrema proteco e amigos, no pode morrer em estado deplorvel, ao menos no tocante dedicao do prximo. Bastos era natural de Angra dos Reis, onde tem famlia importante, e falleceu aos trinta e poucos annos de idade, no dia 11 de janeiro de 1881, victima de uma molstia de fgado. Tancredo lAicas. ^1) Semanrio imparcial, noticioso e commercial, propriedade de Manuel Theodoro da Silva Appareceu a 9 de julho de 1897. Nelle escreveram Valdomiro Silveira, Manuel Martins Teixeira de Carvalho, Constantino Xavier de Mesquita (portuguez, fallecido nesta cidade em 1892J. Distribuiu apenas sete nmeros.
; ;
3-10
4 Casa-hranqueme,
(1)
18U4
1887.
Democrata
1
(2)
1880.
(3),
6 Dirio do Povo
1894.
1893.
8 Gazeta de Casa-Branea
9 Imparcial (5) 1879. 10 Municijno (6) 1882.
(1) Semanrio, propriedade de Francisco Jlio de Arajo Macedo e dirigido por Alfredo Jlio. Sahiu a lume em 10 de outubro de 1884, tendo sido escripto pelo dr. Antnio Mercado, dr. Joo Baptista da Silveira, Antnio Custodio da Gama Pantoja e outros. (2) Publicao semanal dirigida por Joaquim Jos da Silva Quadros; iniciada a 3 de dezembro de 1880,
Folha semanal, de propriedade de Silva & Meire(3) (Manuel Theodoro da Silva e Firmino Gomes de Meirelles) e redaco de Lafayette de Toledo. Appareceu a 20 setembro de 1887, durou apenas oito dias e era francamente republicano
les
(4)
logo cessou.
ticular
composta
Martins Pereira Balieiro, Marcos Horta, Pedro de Magalhes Passos, Digenes de Vasconcellos, Jos de Ma galhes Passos Jnior e Alfredo de Silos, e em que escreveram os drs. Joo Silveira, Octvio de Barros, \^aldomiro Silveira, Lafayette de Toledo e outros. O n. 1 de 24 de maio e o ultimo 33 de 22 de fevereiro de 1894. (5) Orgam semanrio, editado por M. F. de Paula Fernandes. Appareceu a 23 de novembro de 1879 e foi redigido por Augusto Oesar Correia, Antnio Dias Ferraz da Luz. (6) Orgam dedicado aos interessses deste municpio e de seus visinhos. Redactor e proprietrio Manuel Flix de Alvarenga e Silva. Apparecendo a 28 de maio de 1882 e cessou de ser publicado em junho de 1887. Colaboraram nelle o dr. Aristides Serpa,
:
341
11
Oeste de
So Paulo
(1),
1884.
12 Oeste de S. Paulo,
(2),
1888.
Nogueira da (raina, Oscar da Motta, dr. Jos lonacio de Figueiredo, Ismael Fremberg, Lafavette de Toledo e outros. Manuel Flix nasceu em Itajub, Minas, a 5 de janeiro de 1825 e falleceu em Casa- Branca a 7 de maro de 1888. Exerceu diversos cargos pblicos em So Gonalo de Sapucahy, Cabo-Verde e Itajub,
desta cidade por decreto prooutubro de 1878. Em janeiro de 1881 foi nomeado promotor publico de Batataes. Muito auxiliou o construco da Misericrdia, de cuja mesa administrativa fez parte. Alm do Municpio, escreveu dois folhetos Cabo-Vivde (So Paulo, typ. do Constituinte, in-4." 1879, peq., 22 pag^; Cidade de Casa-Branca,
e foi
1. tabelio interino
vincial de
manifesto. (So Paulo, typ. J. Seckler <fe C.^, 1883. in-4.** 4 pag.) e A Misericrdia dp Casa-Branca. (So Paulo typ, J. Seckler c\: O.* 1887, in-8.<' gr., 17 pag).
gr.,
(1) Propriedade de Manuel Francisco de Paula Fernandes. Sahiu luz a 25 de dezembro de 1884, sob a redaco do dr. Aristides Serpa. Desa])pareceu em 1885, quando, feita a fuso com o Casahranquens^e,
foram ambos substitudos pelo Bem Publico (2) Segundo deste titulo. O primeiro numero sahiu a 2 de setembro de 1888 a at maro de 1890 foi publicado regularmente duas vezes por semana, sendo seus redactores o dr. Aristides Serpa e Lafayette de Toledo. Reduzindo o formato metade, passou a ser publicado trs vezes por semana, voltando mais tarde a uma. Lafayette de Toledo, deixando a redaco em maro de 1890, foi snbstituido por Eugnio Lefvre, que deu-lhe caracter politico (republicano^ pois era imparcial. Retirando-se Lefvre em setembro, assumiu
a
redaco o
di-.
sicionista.
(1'ste,
phase setembro
peridico
um
dos
Serpa, passando a folha a ser oppoat ao n. (, pertenceu a Jeremias de Paula Fernandes e Manuel de Jesus sempre o gerente. Durante a primeira de 1888 a maro de 1890. foi este melhores do interior, e nelle escreve-
342
13 Fintasilgo (1), 1893. 14 Feti^ (2), 1889.
15 Raio
17
f),
1892.
(4),
(5),
16 Rouxinol
1893.
1993.
Semana
Jnior, Valdomiro cnego Miguel Martins da Silva, dr. Ernesto Correia. Octaviano de Toledo, Pedro de Mattos, Cndido Prado. Manuel de Moura Azevedo, Antnio Pantoia, dr. Pedro Agpio de Aquino, dr. Antnio Mercado dr- Ricardo Baptista, Joaquim Aguiar, A. M. Pinto
Coelho, dr. Martim Francisco Filho, Napoleo Baldy e outros. Na segunda phase redigiram-no os drs. Jos Rodolpho Nunes e Delfim Carlos Bernardino Silva, e actualmente os srs. dr. Pereira das Neves e Alfredo Jlio. Orgam jovial e noticioso. Editores: Justino Cas(1) tro e Joo Luiz de Souza Campos. Comeou a publie logo desappareceu de Benedicto Correia. Saliiu o priPropriedade (2) meiro numero a 22 de setembro e o ultimo a 27 de outubro. Era de formato mignon. (3) Orgam politico e noticioso, redigido por F. Octaviano e B. Correia, publicado semanalmente, aos domim-
cao
em
8 de
maro
gos.
Sahiram apenas oito nmeros, sendo o primeiro a 31 de julho de 1892 e o ultimo a 18 de setembro.
escripta
Era
em linguagem
Correia & Rios. Do seguudo numero em diante declarou-se folha sebastianista, por critica aos partidrios da monarchia. Seu primeiro numero sahiu a publico no dia 26 de maro de 1893 durou pouco tempo. Era redactor o dr. Valdomiro Silveira.
;
tando ter sido escripto por Benedicto Maria de Toledo e bacharel Benedicto Castilho de Andrade. Publicou-se um numero somente a 22 de ou(4) * tubro Orgam noticioso e litterario, propriedade de B. ()
;
343
18 Treze de Maio
1890.
1881.
(1)
(2),
19 Trem da Tarde
20 Typographo
22 Guanumhy
(^3),
1890.
21 Voz do Povo
()
(4),
1881.
1895.
CONCEIO DE ITANHAEN
1
Areolitho
1884.
2 Itanhan 1893.
Appareceu a 13 de maio de 1890 e logo morreu. Publicao diria, Boletim do commercio de Casa Branca, dedicado aos interesses do municipio, appareceu a 13 de fevereiro de 1881, cessando a publicao dias e semanaldepois reapparecendo em abril, mente, como peridico dedicado aos interesses do municipio em particular e do progresso em geral , sob a gerncia de Luiz de Oliveira e propriedade de uma associao anonyma. Foram seus redactores Jos Joaquim Gomes Villa-Maria, director de um coUegio, e
(1)
(2)
Orgam
imparcial.
Deu
o primeiro
numero em
25 de dezembro de 1890 e o segundo e ultimo (nova pliase, anno 11, n. 1) a 29 de maio de 1892. Semanrio dedicado aos interesses do municipio (4) de Casa-Branca, propriedade de Joaquim Ferreira de Castro e direco de Manuel Francisco de Paula Fernandes. O primeiro numero de 17 de setembro de 1881. Escreveram na Vo^ do Povo; Augusto Correia, dr. Serpa, Anlonio Pantoja. Semanrio, publicado s quintas-f eiras. Direco (5) Jos de Manuel de Almeida Albuquerque e Alarico Silveira. Redactores: Octvio de Barros, Valdomiro Jos MarSilveira, Moyss Horta de Macedo. Gerente tins Pereira Balieiro. O n. 1 de 8 de agosto.
.
.
344
CORDEIROS
'
CUNHA
1
Cunhense.
2 Conservador.
3 Municipio. 4 Bedempo.
DESCALVADO
1
.2
4 Bescalvadense
5 JDescalvado
Appareceu em abril. Pouco raaior de que o objecto que lhe serve de titulo o peridico que acabam de nos remetter de
(1)
em
Campinas, noticioso e
litterario
Com ha de crescer na estima publica e breve vel o hemos especto. Gratos pela remessa. (Correio Paulistano de 6 abril
189),
(2) cioso.
Semanrio politico, litterario, commercial e notoOrgam do partido conservador. Foi redigido por Francisco das Chagas Ourique de Carvalho e outros. O Bescahadense, o Campeo e a Tenda foram (3) redigidos pelo jornalista portuguez Jos Ferreira Martins.
Aquelle appareceu a 15 de janeiro. Redactores drs. Amncio Penteado e Cndido Rodrigues. Gerente: Jos Victorino da Silva. Editor: Jos Rufiro Tavares, O n. 1 de 5 de janeiro.
4]
:
345
8 Imp7'ensa do Descalvado, (3 de fevereiro) 1884. D Lutador, (1) 1893. 10 Tenda, 1889. 11
Verdade, 1^84.
DOTS-CORKEGOS
1
Correio de
Correio do Oeste,
(2),
1891.
(3)
1892.
1888.
(4)
Orgam republicano, de que so redactores o maLessa e o tenente-coronel Polycarpo Alves Gabriel jor
Normanha. Propriedade de uma associao. Semanrio que, a principio in titula va-se orgam (2) da opposico partidria do dr. Amrico Brasiliense e tornou se, depois, imparcial, porque as cousas no lhe correram bem. Durante alguns mezes sahiu a lume
duas vezes por emana. Foi seu redactor o sr. Miguel Virgiuio, que o manteve por espao de mais de um anno. Orgam popular; comeou a saliir a luz, semanal(3) mente, 3 Je julho, tendo a sua frente, como redactoi es, os srs. capites Armando de Almeida Vergueiro e Antnio Thomaz Pacheco Lessa, e como gerente o hbil typographo Flix Vieira Cortes. Mais :^arde retirouse o primeiro daquelles redactores a empregar o seu
teres,
precioso tempo e brilhante intelligenciaem outros mistficando at^ hoje como redactor chefe o capito Antnio Th. Pacheco Lessa. E' o nico jornal que nessa cidade agora existe. Semanrio editado por Flix Vieira Cortes; era (4) essencialmente noticioso e imparcial. O seu primeiro numero foi publicado a 11 de novembro de 1888 e o
ultimo a 9
346
4 Pinhaleme,
1887.
(1)
FAXINA
1
Eco do
Sul,
1889.
4 O Sertanejo,
(4)
1889.
FRANCA
1
Alfinete,
(novembro) 1894.
(5)
1892.-
4 Correio da Franca,
(1)
(6)
1889.
foi o capito
Antnio Raposo de Almeida, que desempenhou se de to nobre quo espinhosa tarefa com o brilhantismo que era de se esperar do seu bello talento. Esta folha comeou a ser publicada em 1887 e desappareceu no anno seguinte, sempre mantendo-se em uma posio
imparcial. Peridico hebdomadario, de que era propriet(2) rio e redactor Eugnio Leonel, gerente, Evangelista
Galvo e editor, R. de Carvalho. Semanrio imparcial. Redactor Augusto Piedade. (3) O 1.0 numero do Sertanejo appareceo a 24 de (4) maro de 1889, sob a redaco de Augusto Piedade. Mais tarde denominou-se Sid de S. Paulo, dedicado exclusivamente a intereses municipaes. A Cidade da Franca substituiu o Nono Bistricto (5) e era redigida por Fulgencio de Almeida, cnego Cndido Martins da Silveira Rosa, drs. Modesto Brando e Frederico do Nascimento Moura. O Correio de Franca, comeou a ser publicado (6) em maro de 1887, era orgam conservador sob a redaco do sr. lvaro Abranches Lopes.
347
5 Correio Fopular, (1) 1893. 6 iwcha, (2) 1892.
Francano, (3) 1889. Gazeta da Franca, C4; 1884. 9 Gazetinha Familiar, 1885.
7
1888.
^owo
14 FajMigaio, 1888.
15 Eosa-Ch, 1885.
16 Sentinela. 17 Tiradentes, (7) 188(). 18 Perdo, Amor e Caridade, 1895.
Director e gerente Antnio Simplicio da Costa, tambm o Papagaio e a Gazetinha Fa:
(1)
que
dirigira miliar.
(2)
Orgam
Guilherme AVoss.
(3) Eedigido por lvaro Abranches Lopes, que egualmente escrevera na Piosa-Ch e na Gazeta da Franca. Proprietrios Jos Guermer de Almeida C.^.
:
Redactor, Jos Alfredo Lopes. Publicou- se at 1888, e era redigida pelo dr. Es(5) tevam Leo Bourroul, que redigiu depois o Correio da P)-anca, eui 1890, sob o pseudonymo de Iskander.
(4)
primeiro jornal que appareceu na Franca, e Fundado por Csar Augusto Ribeiro, actual director do Commercio de S. Paulo, e Gaspar da Silva, passou mais tarde a ser dirigido por Simplicio Villaa e dr. Joo de Faria. (7) Orgam do partido republicano da Franca. Redactor politico, Marat (Csar Ribeiro?); e editor, lvaro. Abranches Lopes. Appareceu em fevereiro de 1886, e publicou 33 nmeros, sendo o ultimo a 17 de outubro. Era impresso na typographia do Nono
(6)
existiu at 1890.
Districto.
348
19 Castigo, dio
e
Egoisrm;
(1)
1895.
GUARATINGUETA'
1
Atalaia,
[t)
1879.
2 Americano, 1885.
3 Correio do Norte, 1889.
4 Crus,
(3)
1878.
(4)
5 Cinco de Janeiro,
6 EstreJla.
7 Paulista.
1878.
Temos em mos os primeiros niimeros cfeste jornal, orgam do spiritismo francano e habilmente redigido pela scintillante penna do nosso sympatliico e illustrado amigo Alexandre Vieira.
{\)
Apezar do nosso collega occupar se em dirigir pilha alguns conteri-aneos nossos, no podemos deixar de aprecial-o, porque, alm de bem escripto, jocoso
(
rias
valer.
No podemos dizer nada a respeito do que diz o que os spiritos ou spiritas que se combatem. .. (Noticia do Correio Popiar).
collega, visto
(2)
-
Editor Antnio Veloso Nogueira. Peridico catholico, propriedade de Alexandre 3) A. Teixeira Machado. O Cinco de Janeiro e O Atalaia, peridicos re])u(4) blicanos, foram redigido.^ pelo dr. Lycurgo de Castro Santos, filho do dr. Jos Mann<'l de Casti-o Santos e do d. Porcia Castro Santos, nas-ido em Guaratinguet, em 1^48 c fallecido em '^0 de janeiro de 1893, na cidade do seu nascimento. Doutorou-s.- em medicina em 187H, tendo feito com brilhantismo o seu curso acadmico. Logo depois de formado segnio para Europa a aperem prin^ipios Ic S78 studos, e regress;) feioar seus para Guaratinguet, onde estabeleceu clinica. Foi eleito senador estadoal ao Congi-esso Constituinte de 1891, era um democrata ardente e convicto. Escreveu um perfil de Emilio Litr, de cuja escola philosophica era
: (
adepto, e
um
opsculo de pole-nica:
liberdade espi-
349
8 Democrata, 1872. Estrella do Norte, 1873.
9
11
em
profunde da questo. Pouco antes de morrer, escreveu ao Estado do S. Paulo, a seguinte carta: Estou profundamente doente e sinto-me muito mal. Parece-me que morrerei hcje ou amanhan de uma febre grave. Estou, ]>orin, lcido e aftirmo solemnemente as minhas
opinies philosopl.icas e republicanas de toda a minha vida. Relativamente ao Cinco de Janeiro, escreve-nos o
distincto jornalista dr. Joo de Oliveira, lente da faculdade de direito de Pernambuco, o seguinte: Com relao ao Cinco de Janeiro, que d v. como
esoripto pelo fallecido dr. Lycurgo peo-lhe permisso para dizer que o simples titulo Cinco de Janeiro denota a feio liberal monarchca desse jornal, cujo n. 1, anuo T, possuo e cujo artigoprogramma bastante ox|)li('ito nesse sentido. Era orgam liberal, batendo -se com o Parahiha, orgam conservador. Quem, como eu, lutou pelo idial republicano { glo riosa batalha que nos levou, a mim pelo menos, a desilluso ), sabe que os conquista de uma grande. republicanos brasileiros rcccl) Miun de lana em riste o gabinete do sr. Sinimbu, eivado da traio do sr. Lafayette; o sr. Martinho Prado, na Assembla Provincial, e a Provinda de S. Paulo, atacaram rijamente a nova situao, e era impossvel que o dr. Lycurgo., republicano, se abrigasse tenda do Cinco de Janeiro. No quero depreciar os ineritos do dr. Lycurgo, em cuja vida politica s encontro o erro de ter feito parte do Congresso PauHsta de 1891, que adheriu, com o
orgam republicano,
sr.
de 4 de novembro.
Miranda
14 Jornal da
Noite, 1887.
O
dr.
Cinco
de Janeiro,
e
partido
alliou-se
liberal
como
se
exerceu at o lugar de
supplente pelo presidente dr. J. Baptista Pereira. Foi redactor desse peridico quasi at o fim, quando fundado o partido republicano em 1880, desligou-se dos liberaes, e na folha accentuou a nova orientao. O Atalaia, veio antes, e mais tarde
declarou-se
subdelegado, nomeado
em
republicano. Ao chegar em Guaratinguet 1878, no existia ncleo republicano; havia porm, um bom grupo de correligionrios, que graas aos meus esforos, aos do venerando Francisco Ceslo, deLindolpho Francisco de Paula, de Mximo dos Santos, do dr. Lycurgo abril de 1^80, e outros, tomou uma l)oa organisao. estava fundado o Club Republiciino, que desde ento no cessou de trabalhar na propaganda de suas idas. Constituda a primeira reunio, e tendo sido escolhido para presidente do Club, no por mritos pessoaes, mas por ser o nico signatrio do Ma>rfesto de .H de dezembro, ali presente, declinei da honra e propuz, que coubesse lembrando o nome do ella, a um guaratinguetense, dr. Lycurgo de Castro Santos, que foi acceito unanimemente, bem como a ida de ser, o nosso, representante, sesso do Congresso Bepuhlicano; que reunia esse anno em S. Paulo. Para completar estes rpidos
Em
traos
histricos,
direi
primeira directoria, ficou presidente dr. Lycurgo de Castro Santos, vice-presidente Antnio Antunes de Vasconcellos, 1.^ secretario Francisco Ceslo de Paula Oliveira, 2.^ secretario Lindolpho Francisco de Paula, orador d. A. C. de Miranda Azevedo, thesoureiro Antnio Jos da Rocha, procurador Jos Velho Sobrinho.
assim
351
17 Liheral 1881. 18 Mosaico, (1) 1862. 19 Norte de S. Faiilo, (11 janeiro) 1880. 20 Pygmeo, 1889. 21 Ptria Paulista, (2) 1889. 22 Pequeno Jornal, (novembro) 1890.
23 Parahiba,
(3)
1863.
A respeito do
:
Mosaico, escreve-nos o
dr.
Miranda
Azevedo
Creio
que
sem cor politica. Vi uma colleco em mos do fallecido Antnio Cazemiro de Macedo, um dos seus fundadores e collaborador dos mais assiduos. Paraelle, escrevio distintos guar tinguetacnses como os drs. Martiniano de Oliveira
Boi-ges, Oliveira Braga, Castro Santos e outros,
imprimio
em
embora
adiantamento intellebtual daquella cidade nessa epocha. (2) Orgam republicano, dirigido por Jos da Silva
Passos
(3)
Nesta folha,
em
sempre chorado Jlio Ribeiro, n'uni artigo que escrevera sobre o presidente Juarez. Era rgo do partido conservador e por longos annos foi seu redactor o dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves. (4) Orgam democrtico, de que era proprietrio Antnio Cuba, autor dos olhetos Capella da Apparecida
(1874) e Babiscos (1878).
352
33 (luaratinguetense, 1877. 34 Gazeta do Norte, 1883.
35 Ensaio, 1885.
o6 Gaiato, 1885. 37 Boa Nova. 1 85.
38
39
P}-ogresso,
18G.
Ventosi, 18^7.
42 Ramalhete, 1880.
49
Fe9j9a,
1889.
IGUAPE
1
Artista,
1885.
(1)
2 Comme^xio de Iguape,
IS 76,
3 Iguapense,
(1)
(2).
primeiro luiinero
foi |)iiblicado
em julho.
Seo
tem sido o capito orgam conservador monarchista, mas adheriu a Republica, tem hom material e nunca interrompeu a sua publicavo. Fundado pelo tenente Jos Antnio Peniche, (2) nesse tempo chefe liberal, que o redigiu sempre, tendo
diversas epochas como auxiliares Octaviano Carneiro, Faustino de Oliveira Ribeiro JuUior, etc; adheriu a Republica e tornou se orgam governista em tempo da presidncia do dr. Bernardino. Foi empastellado pela opposio em 1892 e, em 1894, suspendeu a sua publicao por ameaa de novo empastellamento. Tem dous prelos e
em
353
4 Municpio de Iguape, 5 Barrete.
6 Bouquet de Flores 7 Bilontra. 8 Carapua.
(2).
(1).
(4).
Laharo.
12 Medusa.
18
P/e/>ew.
14 Si-Paidista.
15 Tezourinha.
ITAPIRA
1
L?f?,
1884.
ITATIBA
1
Binculo, 1881.
Corr?^)
6'o?ve)
r7^^
/'
1893.
4 OiJa'
/e
///ifl,
90.
5 Despertador, 1890.
Fundado por Francisco Alves Pereira e redigi (1) do por Abel Fortes; organi o[)posicionista em 1892, foi empastellado em rapresalia ao empastellamento do Iguapense e no reappareceu mais. Tem bom prelo que funceiona como typographia com mu m.
Foi seu redactor Joaquim Jos Rebello Jnior. (3) i)rimeiro numero ai)pareceu em 26 de fevereio tenente Octaviano Carneiro Braga. ro. Redactor Publicou-se uma ou duas vezes somente em su(4) bstituiv^o ao Commerco que tinha desapparecido. O jornal deste titulo, propriedade de Octvio (5) Machado, comeou a publicao em junho. (6) Propriedade de Miguel Virglio dos Santos.
(2)
'
354
6 Progresso, 1884.
7'
Reforma, 1882.
Vigilante,
(dezembro) 1895.
ITAPETININGA
1
1879.
1881.
.S^mZ
>S'.
P^^/o,
Brilhantemente redigido pelo dr. Venncio de (1) Oliveira Ayres, natural de Itapetininga, onde estabeleceu o seu escriptorio de advocacia, logo depois de formado. oi eleito deputado provincial, e nesse cargo se distinguio pela sua independncia e elevao de vislas. Fundou em Itapetininga o partido municipal, e apparecendo o manifesto de 1870, foi a sua uma das primeiras adheses que obteve em S. Paulo o partido nascente. Mudando se para o Rio Grande do Sul, onde falleceu, fundou ali um excellente jornal, o Padre Feij, em que combatteu com inexcedivel patriotismo pelos santos princpios da liberdade. Teve a assignalada
a legendaria folha ri();grandense. Era um abnegado e o prova o seguinte echo de um artigo publicado na Federao, pelo dr Ramiro Barcellos, em dezembro de 1889: Um grupo de moos privava se frequentemente de grande parte dos seus parcos rendimentos para acudir subsistncia desta filha querida, portadora de suas esperanas, transmissora da sua f, depositaria de suas
honra de ser primeiro candidato republicano naquella antiga provncia. Foi o primeiro redactor da Federao,
355
ITU'
(1) 1883. 2 Correio de If, (2) 188G.
1
Cidade de It,
dessas occasies de j pareciam esgotados todos os recursos, cHegou a correr por entre os nossos a desoladora noticia de que a Federao ia tocar ao extremo de cessar
locubraes patriticas.
crise financeira,
Em uma
em que
a sua publicao Como em todos os outros embaraos semelhantes, a Commisso Executiva do partido conferenciava diariamente afim de descobrir os meios de debellar a crise. Eis que repentinamente nos chega de confins de Rio Grande, onde Venncio Ayres, recm descansava das labores de redactor em chefe, uma carta
!
cognominado o santo, no seu estylc biblico que simplesmente to incisivo e elegante: A Federao no pde morrer E' a nica filha que tenho. J achei comprador para o meu pequeno pedao de campo e para algumas vaccas que possuo. Tudo isto para A Federao. Aguentem a crise que no demodeste grande
cidado,
em
que
foi
dizia elle,
mandar-lhes recursos. preciso, (guando nos chegou s mos a carta de A^enancio, j liaviamos conseguido meios para conjurar o desastre. Est no segundo anno de existncia. E' proprie(1) dade de F. P. Mendes Neto e teve como seu primeiro gerente Jos Antnio da Silva Pinheiro. Nella tm colararei e:n
No
foi
srs.
drs.
Eugnio
Fonseca
Fundado em
numero
nior e redigido pelo dr. Augusto Csar de Barros Cruz, tendo como gerente o sr. Antnio de Castro Andrade.
Era orgam republicano e abolicionista. Redigi-o tambm em 1887. Cessou a publicao por difficuldades que ram creadas por questes de abolicionismo.
lhe fo-
Reappareceu, porm, em principio de 1888 como folha extremamente defensora da liberdade dos captivos, com o nome de Gazeta da Tarde,
356
3 Esperana, 1867. 4 Gaveta da Tarde,
5 Gazeta do Novo
6 Imprensa Ituana,
(1)
1888.
(7
Mundo
(2)
setembro) 1881.
1877.
ephmera, pois cessou a do apparecimeuto do decreto publicao logo depois a aboliu no Brazil. escravido que Teve muitas vezes ameaada a sua typographia pe(1)
Teve
uma
existncia
los esclavocratas.
Fui tambm seu collaborador. (2) Appareceu em 1877, fundada pelo tenente Feliciano Leite Pacheco, j fallecido, que a dirigiu por algum tempo. Em 1887 comeou a ser publicada diariamente, foi ento o seu perodo ureo, tendo como redactores o dr. Elias Fausto Pacheco Jordo, engenheiro, actualmente scio da casa Prado, Chaves efe Comp., desta capital, Joo Tliomaz de Mello Alves, ento juiz de direito de Yt, e hoje juiz da 1** vara desta capital, e Francisco Jos da Silveira Lobo, nosso cnsul actual em
Anturpia. A gerncia estava entregue ao sr. Luiz Borges de Sampaio, depois redactor do Correio da Limeira, e hoje fallecido
fins de 1888 passou a ser propriedade dos srs. Octaviano Pereira Mendes e F. P. Mendes Netto, sendo redigido pelo sr. Ricardo Azamor e outros. fins de 889 me foi confiada a sua direco at 1891, quando cessou a sua publicao para reapparecer, pouco depois, com a denominao de Cidade de It. Nella collaboraram, desde os seus primeiros tempos, dos srs. illustres cidados. Lembro- me, de memoria, drs. Francisco Nardy de Vasconcellos, Eugnio Fonseca, Baptista de Lima, Joo de Mesquita Barros e Fernando Maria Nogueira da Motta, pae dos drs. Cndido Motta e Joo Motta. (Estas notas so do sr. Tancredo do Amaral).
Em
Em
357
JABOTICABAL
1
3 Trahcho,
1894.
JACAREHY
1
Correio do Norte.
3.
8 Correio de Jacarehy,
^4
1895.
JAHU'
1
Camdia, 1893.
4 Despertador, 1887.
Jornal fundado por Joo Teixeira, em principio (1) do anno, para advogar os interesses da lavoura porm, logo cessou a sua publicao sendo a sua typographia comprada pelos drs. Luiz Zacharias de Lima e Jos Ferraz de Oliveira em outubro.
;
de
Fundado pelos drs Zacharias de Lima e Torres Oliveira em substituio do Caf e dedica-se a defesa dos interesses locaes.
(2)
Fundado em julho por Amrico Penna o rodi gido pelos drs. Galhardo Madeira e Eduardo Ribeiro, era sem cr politica e durou poucO;
(3)
(4)
Appareceu
em
outubro,
sob
redaco
de
E'
Abel Nogueira
358
5 Gazeta de Jali, 1891.
6 Jahense, 1889.
7
189.
JUNDIAHY
1
LEME
1
Gazeta do Leme,
(1)
1895.
LENOES
Fiat-Lux, (2) 2 Correio de Lenes, (maro) 189.
1
1889.
LIMEIRA
1 Arte, 1892. 2 Cidade de Limeira, (outubro) 1894. 3 Correio da Limeira, (3) 1888.
Colibri,
1888.
Gazetinha, 1891.
8 Limeirense
9 Sentinela. 10 Tribuna do
Oeste,
1886.
(1)
rino, dirigido
de
J.
Victo-
Orgam im]arcia], noticioso e commercial. Pro(2) priedade e direco de uma associao particular. Edito rresponsavel, Raul da Silva. Redigido por J. Quadros Sobrinho,, dr. Octa(3) viano da Costa Vieira e outros. Propriedade de Luiz Borges de Sampaio.
359
11 Trem, 1889. 12 Vespa, (julho) 1594.
14 Munioipio,
(abril)
1895.
LORENA
1
Alavanca,
^e
889.
(1)
2 6ra^fa
Lurna,
1877.
1884.
5 Juventude, 1885.
6 Lorennse,
7 Patriota,
(2)
1872.
1888.
MOCOCA
High-Life Mocoqiiense, (J2 junho) 1893. 2 Monitor Paulista, (4) 1888.
1
3 Porvir,
(5).
Redaco de Alexandre Riedel. Editor, Manuel A. Ges Moreira. Antnio C. de Assis Camargo. Redactor, (3) Fundado e dirigido pelo tenente Wenceslu de (4) Almeida, natural de Minas Geraes, e collaborado por Antnio Rabello Cysterna, dr. Jos Mendes^ dr. Au(1)
(2)
gusto
Toledo
Esievo
Bourroul,
Lafayette
de
Folha de formato mignon, editada por Adeo(5) dado do Alvarenga e da que foi redactora d. Carmelitana Arantes. Era impresso na typographia do Monitor Paulista, e durou pouco tempo.
360
Gazeta de
2 Gazeta de
Mogy Mogy
3 Ipiranga.
MOGY MIRIM
Athleta, (27 setembro) 1893. 2 Brado da Lavoura, 1883.
1
(4)
.
1894.
Imprensa Mogyana,
879
12 Imprensa, 1894
Este jornal tinha por leninia s palavras (j[ue hoje figuram na nossa bandeira: Ordem e Progresso. Comeou a publicao a 20 de junho. Na (2) Gazeta tm cscripto os srs. dr. Alexandre Coelho, Sebastio Dias. Luiz de Campos, Joo Mendes de Almeida Jnior e Estevam Leo Bourroul, E' orgam do Cluh Cosmopolita.
(1)
O fundador da imprensa em Mogymirim, fo (3) Antnio Flix de Souza Brito, conhecido pela alcunhai de Tatu. O Independente, de que foi redactor, publicou -se durante muitos annos. Peridico litterario, noticioso e commercial, (4) publicado una vez por semana, sob a direco de Francisco Octaviano. Appareceu em Agosto.
361
13 Mogtjano.
(2)
1889.
PEDREIRA
1893.
'yre/
Po>ar,
(4)
Proprietrio. Joo Alberto de Oliveira Prado, o gerente, Joo Rodri<(iies de Barros. Com o fim de batalhar pela propaganda repu(2)
(1)
HS9, tendo como redactor cl Uife o tenente Pedro Paulo de Matios, filho do finado capito Ignacio d(; Mattos e de d. Maria do Mattos, e nascido eniMcgymirim a 29 de junho de 1867. O tenente Mattos
de
redigiu
tambm
Cidade do Amparo. Peridico humorstico e litterario. Redactor(3) proprietario, Antnio Flix de Souza Brito. 1-ogo abaixo do titulo traz a fiejur.i do animal que lhe <leu a denominao. Era impresso na tvnographia do Progresso. Redactcr, padre dr. Alexandrino Felicssimo de 4) Rego Barros, natural de Pernambuco. Peridico bimensal, consagrado instruco religiosa, cientifica e
litteraxia.
362
PINDAMONHANGABA.
1
Americano
(1)
1872.
4 Binculo, 1878.
Correio do Norte, 1886. 6 Comboio, (setembro) 1895. 7 Democracia, 1875.
8 Democracia, (20 maio) 1879.
Dmno
do Norte,
o
(2)
187
7.
10 Esculpio, 1^91.
11 .E'c/io
Professorado,
(3)
18'<3.
15 Guarany, 1890.
16
G^ra/i,
(7
setembro) 1891.
19 Juvenil, 1893.
(2) Redigido pelo jornalista portuguez Alfredo de Almeida, fallecido em S. Paulo a 30 de agosto do 1887, e que dirigiu tambm A Opinio Liberal, de Campinas, O Liberal Paulista, de So Paulo, e O Paulista, de Taubat.
(3)
publicado
Asssis.
363 24 Patriota, 1890. 25 Paulista, (27 setembro) 1891. 26 Pharmacia Gouveia, 1884.
27
Per?/, l^r>2.
30 Progresso,
ls^64.
31 T^ecmo, 1889.
32
novembro) 18S2.
33 Trabalho, 1884. 34 Tribuna do Norte, (11 junho) 1182. 3 Volitivo, 1892. 36 FoZ. (julho) 1895.
PIRACICABA
1
Orgam democrtico, impresso na typographa, G. Escobiir e editado por Joaquim E. de Almeida Proena. O ollegial, (^ue publicou treze nmeros, nas(2) ceu a 7 de setembro de 1880, era orgam do ollegio Albuquerque Seus redactores, ento meninos de dez a onze annos, foram os drs. Antnio Jos de Moraes Barros, advogado em Piracicaba, Jos Pisa e Joaquim Piza, estes filhos do dr. Joaquim de Toledo Piza e Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal. Peridico critico e humorstico, editado por (3) J. A. Damasceno e J. P. L. Rodrigues.
de
(1)
Redactor e proprietaiio Antnio Gomes de de quem farei menv), e que foi redactor tambm do Piracicaba, folha imparcial.
(4)
scobu",
364
6 Dirio de Piracicaba.
7
Espanador,
(abril)
1887.
12 Lavrtdor Fa^ista,
13 Piracicaba, 1876. 14 Piracicabano.
(l. janeiro)
1888.
PIRASSUNUNGA
E'cho de Pirassununga, 2 Imprensa, (julho) 1895.
1
(1)
1876.
Nebulosa, 1^81.
6 Opinio, (2) 18
7
7.
18>'7.
10 Ptria Paulista.
11 J?o
^mwco, 1882.
(abri!)
12 Tim-tim,
(1)
(2)
1894.
Fundado por Francisco dos Santos Bastos seu respeito, em novembro de 1895, escre-
veu o Dirio Popular: A Opinio. Reappaieceu na cidade de Pirassununga, depois de cinco mezes de interrupo, este nosso distincto coUega. que alli foi fundado em 1887,
pelo nosso illustre confrade Francisco Conceio Muitos so os ervios prestados aqnella localidade, durante os oito annos de existncia, j)elo nosso collega. Apezar de ter mudado de redactor, acreditamos que o gentil collega contimiir a trjlbar \\ rota f]ue lho f>i traada pelo seu fundador, e que foi sempre a linguagem morigerada, critrio e moralidade.
365
QUELUZ
1
Colibri.
4 Quelzense.
REDEMPAO
1
RIBEIRO PRETO
1 Folha do Povo, 1892. 2 Gazeta de Riheiro- Preto, 1885.
3 Imparcial, 1892.
4 Intransigente, 1891.
5 Zwa, (1) 1884. 6 Locomotiva, 1890.
7 Martllo,
1894.
1889.
Fundada e redigida pelo sr. Ramiro Pimentel. (1) Foi o primeiro jornal de Ribeiro Preto. O n. 1, de 19 de setembro. Redactor Alfre(2) do Rezende.
Redigido por lvaro Ramos. Durou at 31 de maro de 1895, e foi redigido drs. Alfredo Pujol, Francisco Antnio Csar, pelos Sebastio Lobo, Eduardo Leite Ribeiro e Joaquim Lobo. (5) Appareceu a 14 de abril, com a declarao de eK-Gazeta de Uberaba, fundada em 1879, anno xvii, n. 1.032. Publica-se duas vezes por semana, circula em grande parte do Oeste do Estado, e actualmente o jornal de maior circulao no triangulo mineiro e Sul de Goyaz. Editor, Tobias Antnio Rosa, e redactor, Theophilo de Assis Barbosa.
(3)
(4)
366
13 Beprter,
1892.
(1)
RIO-CLARO
1 Alpha, (2) 1878. 2 Caijnra, Sl.
3 Correio da Tarde, 1894. 4 Correio do Oeste, (3), 1880. 5 Correio do Serto, (4).
6 Correio do Rio- Claro, 1881.
cido em 1886, no Jaboticabai. Era um moo talentoso e illustrado, um eximio virtuose, assas admirado onde quer que fizesse ouvir o seu magico violino ou a sua bella voz de hasso soprano. Falleceu aos trinta e poucos annos de edade e era paulista.
Editor-gerente^ Nicolau Wendling. Era seu redactor o intelligente sacerdote portuguez, padre Antnio Alvares Guedes Vaz, residente em Ribeiro -Bonito. O padre Antnio A. Guedes Vaz, natural de Lamego, era ardente miguelista e durante o tempo que residiu no Rio de Janeiro, no deixava passar o anniversario do fallecimento de d. Miguel, sem fazer celebrar
(3)
(4)
Impresso s quartas -feiras e sabbados, orgam (!) de grande circulao. Director politico. Elpidio Gomes; director-gerente, Juvenal de S, e redactor, dr. Tito de S. Tiragem, 2.700 exemplares. O redactor do Aijhn foi Augusto Cintra, falle(2)
um
exquias solemnes.
acreditado collegio de instruo o secundaria, que substituiu o do conhecido baro de Tauplious, que durou at 1870. Foi um dos fundadores do Lyceu Litterario Portugus; com o dr. Ferraz de Macedo, Cunha Vasco, Pedro de Almeida, Pinho e outros. Foi tambm o principal fundador e primeiro gerente do Cruzeiro, que se publicou no Rio de Janeiro. Mudando se para S. Paulo, filiou se ao partido repue
Fundou
dirigiu
um
blicano.
(M.
Azevedo.)
367
Commerdo do
8 Dirio do Rio-Claro,
9 E^cJio do Povo,
(2)
1886.
1872.
15 Rio- Ciarense.
16 Raio, (21 abril) 1894. 17 Sculo XIX, (4) 1886.
18 Te-mpo,
(3 julho) 18.-52.
2J Rio Claro,
(6)
1895.
E' seu redactor o esforado e infatigvel (1) republicano Jos David Teixeira, que ha muito sus.^ de tenta a ijnprensa no Rio-Claro. Ap pareceu a setembro.
1
Redigido pelo jornalista rio-grandense Nicanr (2) Nolasco Rodriguez V^az. L^esappareceu logo. Era redigido pelo intelligente cidado Antnio (3) Gomes de Escobar, natural de Mogymirim e fallecido
em
Piracicaba, onde
pareceu
em
1876.
Orgam da classe caixeiral, creado por Eduardo (4) Ribeiro Leite, e que relevantes servios prestou a essa
classe.
redactores o
Publicado por diversos rapazes, sendo um dos morador sr. Cndido Prado, actualmente em Tres-Pontas, Minas, e que fora redactor do Tiradentes, de S. Jos do Rio Pardo. Orgam republicano; foi um dos seus redactores, (6) o cidado Francisco de Assis Salles, fallecido em agosto de 1895.
(5)
368
SALTO DE YTU'
1
Correio do Salto,
(1)
1888.
SANTA BARBARA
1
Aurora, 1888.
(Tancredo do Amaral).
imparcial e noticioso, dedicado aos interesses do municpio. Publicao aos domingos. Prol)rietario e redactor-hefe, dr. Jos Silvino de Faria. Appareeeu a 16 de junho.
(2)
Orgam
369
SANTA IZABEL
1
Munieipio.
SANTO AMARO
1
Viajante, 1882.
SO BENTO DE SAPUCAHY
1 Americano, ( junho) 187G. 2 Liberal, (1) 1880.
5 Sapucahy, 1887.
SO CARLOS DO PINHAL
1 Aliana, 1878. 2 Alvorada, 1884 3 Arauto, (abril) 1895.
(1)
Marcondes Pontes.
370
6 Evoluo, 1884. 7 Lanterneta, 1895.
10 Ordem
(3)
(4)
187G.
OxrZo^
do Pinhal,
1895.
18
F^)Zea,
1891.
19 Lanterneta, 1895.
1892.
(1)
Propaganda
u' as
e a Aliana,
eram republicanas.
Redigiam
Jos
Rubim
em
Pirassununga e era filho do conselheiro Saturnino de Souza e Oliveira. O segundo reside actualmente em Santos, onde advogado. Folha diria, cujo primeiro numero sahiu a 5 (2) de outubro de 1890. Durou poucos mezes, sendo seu proprietrio e director o sr. Joo de Aranda Leite
Penteado. Peridico imparcial, redigido por Ernesto^ Luiz (3) Gonalves, seu proprietrio, e appareceu a 26 de no-
vembro.
Orgam republicano, propriedade de Pedro (4) Teixeira da Silva Branco, publicado s quartas, sextas e domingos. Appareceu a 27 de abril. Redactores, Silviano Barbosa, dr. Moucas de (5) Andrade, Jos Theodoro de Oliveira e outros.
SO JOO DO CURRALINHO
1
SO JOS' DO BIRREIRO
1
2 Horizonte,
Antonio.
1886.
Yetym.
Vontade, (maro)
1.^95.
(1)
Peridico
dedicado
tenente
Redactor,
Jnior.
Redactor, Adolpbo Paulido. Foram publicados sete nmeros. Redactor, Mrio Rodrigues. () Appareceu a 21 de outubro, sendo editor-gerente Luiz Soares Pereira, e redactor o i)rofessor Emilio Mrio de Arantes, que, retirando-se, foi substitudo pelo illustrado advogado Francisco de Escobar.
(3)
(4)
372
4 Tiradentes,
1889.
(1)
2 Luizense.
3 Municipio
4 Parahitinga,
5 Pedempo,
(2)
(3) 1880.
SO MANUEL DO PARAIZO
1
Municipio, 1894.
SO SEBASTIO
1 Mar, 1893. 2 Term, 1894.
SAO SIMO
1 Bagageiro, 1884. 2 Simonense, 1884.
(4)
1895.
retrato
Appareceu a 21 de abril de 1889, trazendo o do immortal Tiradentes, em formato grande. Publicaram-se l nmeros, sendo o nltimo a 11 de
(1)
ser tamen.
Tinha o lemma: Libertas quce Escreveram neste jornal os srs dr. Muniz de Souza, dr. Rocha Azevedo, Cndido Prado, (director); dr. Costa Machado, Lafayette de Toledo, etc. Era
agosto daquelle anno.
orgam republicano.
(2)
Orgam
redigido pelo
Braga.
(3)
Redactor e proprietrio
da Silva
Maia Torres.
(4) Fundada por Elisiario de Vasconcellos, passou depois aos srs. major Francisco Leite de Assis, Ezequias de Oliveira Carvalho dr. Leal Costa e dr. Jlio
Bandeira
Villela.
373
SO VICENTE
1
Clarim.
Vicentino, 1885.
SANTOS
1
4 Bmcap, 187.
(1) Appareceu a 17 de juulho. veiios Valis: Entre os jornaes de Santos, v.
A
s.
respeito, cscre-
deixou escapar
Mando-lhe primeiro numero, convindo notar que do si^guudo em dianto sahiu com o mesmo formato dos primeiros nuiieros do Firatiny. Os fundadores d' O Alvor foram os mesmos do Piratiny, e esse jornal foi incontestavelmente o que mais trabalhou pela abolio, em Santos, levando a sua ])ropaganda at os limites da revoluo Os seus proprietrios e redactores, todos empregados no commercio, eram moos de 15 a i8 annos. e, alm do jornal, tinham uma espcie de sociedade secreta, onde se planejou e executou-se muitas fugas de
Alvor, precursor do Firatiny.
escravos.
publicou cinco nmeros, sendo succedido pelo Firatiny, que durou cerca de um anno. No Firatiny, alm dos seus proprietrios e redactores, Guilherme Mello, Augusto de Carvalho, Arthur Andrade. Luciano Nogueira, Joaquim Montenegro, Antnio Augusto Bastos, Collaborava o brilhante poeta dr. Vicente de Carvalho Esses moos qne occupam hoje posio ele-
Alvor
vada na
politica, na administraJo publica e no commercio, apoiados por Silva Jardim, constituam a vanguarda do partido republic\no de Santos, que ta-nto se salientou na gloriosa luta da libertao dos escravos, Dtsscs ijipazes s n) existe Arthur Andrade, \oidadeira vocao jornalstica, que morreu com 17 annos. j reportei' e noticiarista do Dirio de Santos.
374
5 Biscouto,
1890.
(l)
8 Caboclo, 1863.
9 Correio da Semana (13 agosto) 1894. 10 Correio de Santos, 1869. 11 Correio de Santos, 1878.
12 Correio de Santos,
Por
f aliar
(2)
1885.
Dirio de Santos: -convm notar a das phases mais brilhantes desse jornal creio que 1 >*6 e l'^87, quando redigido pelos foi, drs. Martim Francisco Sobrinho e Joo Galeo CarvaV.
s.
em
que
uma
lhal, actual deputado estadoal. Nesse periodo em que eia fervorosa a campanha da abolio, esses dois distinctissimos democratas, auxiliados por alguns dos
enormes
servios
Nesta insignificante rectificao, vai, talvez, um,pouco de amor prprio; mas. nestes tempos, em que tanta gente trabalhou pela proclamao da republica, no mu lembrar os nomes daquelles que realmente trabalharam. 1-9. Valis.. Santos, 19 Eurico Saldanha, typographo do Ilcdnctor, (1) Dirio da Manh, em cujas officinas era impresso o
peridico.
Fundado por J. Guelfreire. Deixou de existir 18S7, aps a sabida de Jlio Ribeiro, que era ento o redactor. No Conxio de Santos coUaborou o poeta e maestrino ituano dr. Francisco de Assis Pacheco Netto, que escrevera tambm no Jornal da Tarde, de So Paulo, no Correio Paulista u) e no Dirio de Santos, e fundara a Quinzena Paulista, com Emiliano Perneta, e o Braz Cuhas com Marinho de Andrade, Severiano de Rezende e Mrio de Alencar. A esta nota o sr. Alberto Souza fez o seguinte rectificao, que aceitamos: No deixou tal de existir depois da sabida de
(2)
om
375
13 Club XV, (12 junho) 1894. 14 Colibri, 1887.
15 Correio Mercantil, 1873. 16 Commercio de Santos, (l) 1869.
17
(4)
1888.
24 Dirio da Tarde,
(5)
1888.
Jlio Ribeiro. Sobreviveu ainda muito tempo, tendo como redactor Alfredo Costa, ex-actor portuguez, que morreu no seu posto jornalstico, e foi substitudo pelo
querido amigo e conterrneo Gasto Bousquet, que hoje occupa logar proeminente no jornalismo fluminense. Cora a retirada destes teve outros redactores que pouco pararam, sendo o ultimo em cujas mos extinguiu se em 891, o cidado Alberto Estanislau. O n. 1 de 1.^ de julho. (1) Propriedade de J. Rabello Amorim. Folha consagrada aos interesses geraes do paiz, (2) redigida por Augusto Emilio Zaluar, portuguez, autor do livro Peregrinao pela proviucia de S. Paulo; pouco durou. Deffensor da classe caixeiral; apparecido em (3) 1879. Entre outros foi seu redactor o fallecido pharmaceutico Floriano Manoel dos Santos Castro. O n. 1 de 7 de setembro. Dirio de propriedade de Brazilio Marques. Foi (4) seu redactor o dr. Martim Francisco Filho, e depois Joo Ferreira de Menezes, que reside na capital. Duron
iT^eu
pouco tempo.
qiK'i alii
Redactor, Aprigio C. do Macedo. Publi primeiro attentado potico Fui correspondente htterario desta folha na capital. (Nota de Alberto Souza).
(51
i8^9.
meu
376
25 Dirio de Santos,
(1)
1872.
A 10 de outubro de 1872, comeou a publido Dirio de Santos, hoje uma das melhores folhas do Estado. Pertenceu por muito tempo a Joo Jos Teixeira, passando por fallecimento deste ao dr. Heitor Peixoto. Em 1879 coUaborou no Dirio o dr. Manuel Ferreira Garcia Redondo, que, com o dr. Alexandre Rodrigues, deu principio campanha favor da libertao dos captivos. A redaco desse importante jornal tem sido confiada a Eduardo Salamonde, dr. OUveira Braga Jnior, Alberto Veiga, dr. Jos Emilio Ribeiro Campos, Manuel Rocha, proprietrio e redactor d'^ Noticia, do Rio, Navarro de Andrade e outros. Com relao a este jornal, diz -me o sr. Alberto Souza, o mais antigo dos actual inente existentes em Santos, commettestes uma omisso involuntria, que a no ser reparada, equivaleria a uma grave injustia. O nome de u'n dos seus redactores, o nome de Arthur Bastos, a qupm -rendestes homenagem nos Faulistas lUustres, no foi contemplado. Pois Arthur Bastos foi, durante s annos mais vigorosos de sua mocidade, uni dos redactores do Dirio. Redigiram-n'o tambm :---e este foi um dos seus primeiros redactores durante lon(1)
cao
gos annos, o cidado Carlos de Affonseca. actual corretor da praa, irmo do sr. Leopoldo de Affonseca, o (tidado Joo Guerra, guardalivros hoje; e o dr. Rubim Csar, advogado, sob cuja direco o Dirio manteve uma ardente campanha abolicionista. O dr. Inglez de Souza, conhecido romancista, tambm redigiu-o numa das suas ultimas phases, logo aps a Republica. la-me esquecendo que os drs. Martim Francisco
Sobrinho,
advogado do Banco
Unio, e o
deputado
seus
foram
tambm
377
29 Dirio da Manh, (I) 1889. 30 Diaj-io do Con.mercio, (2) 1884. 31 Dirio de Noticias, ^3) 1877. 32 Entre-acto, 1882.
33 Ensaio, (4; 188G. 34 Escola, 1893. 35 cho, 1894. 36 Evoluo, 1882.
37 Escolar, 1884. 38 Elora, (5; 188.S.
39 Formiga,
(5 julho)
(6)
1879.
40 Foguete,
(1)
1877.
liberal.
Orgaiii
Redactores,
dr.
Pinto Jnior,
Alexandre Rodrigues e Joaquim Pereira de Moraes, hoje secretario da camar municipal de Santos.
dr.
Excellente jornal, liabilmente redigido pelo Vicente de Carvalho. Suspeiideu a publicao com a retirada do seu director, em 1891, quando este foi
(2)
dr.
escolhido secretario do Interior no governo do sr. Cerqueira Csar. () sr. Alberto Souza fez parte de sua redaco desde os primeiros mezes e o artigo de seu ultimo numero foi escripto por elle. J Vicente de Carvalho era secretario do Interior. (3) Appareceu a IG de janeiro. Vicente de Carvalho, ainda acadmico, era o seu redactor conjuntamente om o advogado Jos Andr do Sacramento Macuco. Editor, Elias Pimenta. (4) Redigido por Josi Hypolito da Silva Dutra e Joo Guerra. (5) Pequenino semanrio, redigido por Alberto
negociante. O artigo-])rofoi escripto por mim. O dr. Eduardo Fontes, funccionaiio do thezouio do Estado, escreveu chronicas litterarias para esse jornalsinho. (Nota de Albei-to Souza).
Moraes, hoje
ciJ'cumspcctt)
(G)
Orgam de um
titulo.
clul)
mesmo
Escreveram
Appareceu
em
de abril
378
41 Folha,
1895.
18;.
l.
(l)
42 Folha da Tarde, (." agosto) 43 Flor de Maio, 188744 Operrio, (9 outubro) 1892.
45 Gazeta Commercial,
(9
maio) 1880.
46 Gazetinha, (2) 189. 47 Gazeta de Santos, (3) i883. 48 Itor.r, (4) 1859.
janeiro)
(5)
1870.
Fundada por Alberto Veiga, ex-redactor do (1) Dirio de Santos, a 19 de juuho. Em novembro, retirando-se esse redactor, foi substituido por Henrique Lopes, que deu ao peridico o subtitulo de jo7mal vespertino republicano
de combate. Desapparcceu em dezembro, sahindo em seu logar Correio da Ttirde, redidigido por A. C. Santos Jnior. Appareceu a 15 de julho. Era redigida por (2) Henrique Machado, Gasto Bousquet e Carhtos de
Affonseca.
(3)
Fontes, sergipano, fallecido, e Tiburtino Pestana, director interino da secretaria do Interior. E' de 25 de janeiro o n. 1. Sahiu luz a 1 de fevereiro. de seus re(4) dactores foi o dr. Silva Costa, jurisconsulto brasileiro, residente no Rio, e seu director dr. Antnio Perei-a dos Santos. O Itoror, deu apenas 17 nmeros e desapparcceu em 1860Foi redigido pelo distincto poeta santista (5) dr. Joaquim Xavier da Silva, fallecido em Santos a 30 de agosto de 1874, contando 30 annos de edade. Era
dr.
Serafim
Mondim
Um
editafln
(6)
por Josv Ignacio da Gloria. Redactores, Manuel Pereira de Simas, gnardalivros, e Izidoro Pinto de Souza Valente, funccionario da alfandega nesse tempo. Publicou dous ou trs nmeros.
379
3 Ideia, (30 setembro) 1877. 54 Ideia Nova, 18^3.
55 Ideia Nova,
(1)
1886.
60 61 62 63 64
Lmo,
1867.
Com relao /c Nova, forneceu-me Alberto (1) Souza, esta ilota: Era genuinamente republicano, e foi redigido por mim, Constantino Mesquita, boje funccionario municipal em Santos, o Francisco Vianiia de Arajo, negociante. O dr. Alfredo Caiafa, actual pi ,^fessor de italiano do Gyninasio Paulista, e ento estudante de direito, collaboron assiduamente naquelle peridico. Recordaes por toda a parte. Appareceu a 18 de julho (A. de Souza).
(2)
Escripto
em
o
italiano.
em
Comeou de
publicar-se
foi
1.**
de novembro.
(3)
Fernandes,
quem exacerbou
da queda da monarcbia. Rodactores, engenheiro jgnacio AVallace de Gama Cochrane, hoje residcj^te na capital, e dr. Aquilino do Amaral, senador republicano por Matto Grosso.
380
6^
(j6
Lm,
1878.
Louvre, 1895.
(3)
1^50.
-
seus redactores, entie outros, o \\ Au tonio Jnior, actualmente deputado, eleito pela opposio ao Congresso do Estad<; e o dr. Pereira dos Santos, ex-deputado estadoal, hoje advogado em S. Manoel do Paraizo. Eram ambos acadmicos* Por divergncias politicas entre os vrios re-
Eram
Martins Fontes
Mercantil,
em
1853, foi
Manuel Raposo, de Almeida, natural da Ilha de So Miguel, dos Aores, e fallecido em Taubat a 17 de maro de 886, na edade de 79 annos, pois, nascera a 15 de agosto de 1807. Raposo residiu na^Bahia, em Pernambuco, em Minas, em Santa Catliarina, no Rio e neste Estado, e em toda a parte fundou e redicisco
1
historia,
giu jornaes. Publicou vrios trabalhos de theologia, geographia, critica e biographia, deixando inditos dramas e romances e a Historia eccl siastica do Brazil. Era bacharel em direito e doutor em cnones pela Universidade de Coimbra, doutor em theologia exgratia de Tio IX, official da Santa S Apostlica e promotor- fiscal da nunciatura apostlica no Rio. Publicou em Santos diversos dramas histricos entre os quaes Cames, O Monge da Serra Ossa e Martim de
Freitas.
Pubhcava-se s quintas-feiras, na typog!a])hia (3 do Lnparcial, rua Santo Antnio n. 67. O n. 73 de 3() de outubro de 1851. Nota do dr. i^iza e Almeida.
381
75 Nacional,
(1)
1890.
78 Correio da Tarde, (dezembro) 1895. 79 Lidador, (novembro) 1895. 80 Noticia, (2) 1883.
81 Noticia, (3) 18?>3. 82 JSovidades, (4) 1893.
Fundado
redigido
pelo
distincto
escriptor
Horcio de Carvidho, director do Dirio Ofjicial e autor do romance O hromo. O n. 1 de 14 de julho. Semanrio humoristico, que causou grande suc(2) cesso. Era redigido pelo fallecido Arthur Bastos, e pelo cidado Joo Florindo, actual pagador do thezoaro do Fsiado A' Notcia, e particularmente a este ultimo de
seus redactores, deve-se a denominao, que ficou, para Santos, de terra de sapos. Redactores, o professor normalista Eugnio (3) Assis e Angelo de Souza.
(4)
um
de Santos, de
nome
Lisboa.
Folha essencialmente repubhcana, guarda-avan(5) ada da mocidade intelligente daquelles tempos. Redactores, Arthur Andrade, prematuramente fjUecido; Augusto Tci.xeira de C^^aivalho, actual administrador da recebedoria de rendas de Santos; Guilherme de Mello e Antnio Augusto Bastos, connnerciantes. Collaborava nella o (h*. Vicente de Carvalho, ento acadmico de mas j director do partido republicano de direito, Santos. Teve, talvez, mais redactores, de cu os nomes no me rec<)rdo no momento. Appareceu a 25 de outubro. Vide nota relativa ao
Alvor.)
382
88 Topular, 1879. 89 rerola, 1890.
90
Voimla'*^
(1.*^
novembro) 1885.
93 Frocla, 1888.
94 Faranpiacaha, 1858.
95 Patriota, 96 Pincenez,
98
levista,
(1)
1889.
(2)
1886.
97 Progresso, 1860.
(3)
(9 agosto) 1885.
99 Bevista,
(4)
1890.
de policia; Erasmo de Mello, rutilante e esperanoso talento colliido cedo pela 'norte; Flix Carneiro e Norberto Lobo Vianna. Os amigos de Erasmo, como pie-
homenagem posthuma, reuniram em livro os O volume, apezar de todo impresso, seusversos. Uto foi destribuido. O n. 1 do Patriota de 1.'^ de
dosa
maro.
(2)
Redactores,
os
moos
C;i]los
Colin
c
Fran-
aquelle
maranliense
este ser-
gipano.
Semanrio, no qual eu o Gasto Bousquet, com (.) quinze annos incompletos cada um, estreamos timidamente nas lettras. Orgam francamente republicano. Retirei nie de sua redacrio por causa de um artigo irre verente que escrevi sobre o papel secundrio de Pedro I, no 7 de setembro, e que contrariou s opinies monaichicas do meu pae. Ha dez annos! (Alblrto Souza). (4) Redigido por Diocleciano Fernandes e Jlio de :ouza. Appareceu a 6 de abril.
-
383
103 Revista ammercial
1848.
(1)
104 Reclame, 1887. 105 Raio, (2) 1875. 106 Semiireviva, (25 julho) 1875.
107 Santos Comynercial,
(3) (22 a^^osto) 1894.
(1)
no dia 2 de setembro de
1.^72 esse peridico teve como redactor o annos. dr Joo Jos Frederico Ludovice, natural do Bananal,
Em
deste Estado, e que residiu por muito tempo em Uberaba, onde foi advogado, professor da Escola Normal e redoctor da Gazeta, juntamente com os drs. Thoiaaz Pimentel de Uiha, Jofo Caetano de Oliveira e Sonza,
Juventino Policarpo Alves de Lima, tenente Wenceslau Pereira de Oliveira, Gaspar da Silva e Tobias Rosa. O dr. Ludovico foi deputado ])rovincil em Minas Geraes,
pelo partido conservador, e era um notabilissimo orador, exceliente poeta e jornalista correcto Falleceu ha uns
quatro annos em Uberaba, deixando nuuicrosa familia. Escreveu alguns dramas e um delles, os Milagres de S. Francisco, loi representado em Ouro Preto, no anno de 1894, com muiio successo. Ainda quando cursava a Faculdade de Direito de S. Paulo, publicou um livro de variedades e poesias intitulado Rabiscos Acadmicos.
A
a
Revista foi
tambm
redigida
])or Jofio
Carlos
Behn
e Jorge Elias Behn; este, nascido a 3 de maro de 1817, falleceu a 6 de maro de 1845. Pertenceu em tempo
& Irmo, o tambm ao Dr. Guilherme Delius annos. Foi correspondente no Rio durante muitos por
Rocha
annos o sr. Augusto Fomm, santista intelligente e illustrado, antigo redactor comniercial do Jornal do Commercio no Rio. Hebdomadario, editado por Sebastio J. de A. (2)
e
Souza, e violentnmente redigido por Hypolito da conhocido escriptor e distincto poeta, padre Francisco Gonalves Barroso, j fallecido, e creio que por Antnio i\'anuel Ferniuidcs. actual vereador da
Silva,
municipalidade santista. Redaco de Eurico Saldanha. Passou a ser (3) monarchista com o mesmo Saldanha como redactor. orgam
384
(1) 1894.
112 Typograi^ho, (18 outubro) 1885. 113 ViUa de Eedempo, (2) 1887.
116 Luva,
(fevereiro) 1895.
117 Semana (18 setembro) 1881. 118 Santos- Andaluz ia; (29 maro) 18^5. 119 Saniista, 1887.
Em
por isso o nome do quilombo histrico. A 1.0 de janeiro de 1888 declarou se francamente republicano, sendo a sua nova attilude fundamentada por mim em longo artigo de fuudo. Desappareceu com a escravido, publicando o seu ultimo numero cm 16 de maio. Quanta recordao, e quanta saudade dos dezoito annos (Alberto Souza) Boletim martimo e commercal. (3)
!
385
121
122 Comhate, (17 junho) 1895. 123 Questo Soeiai, (\) 1895.
SAO PAULO
1
Amigo das
Lettras,
1830.
2 Amigo do Povo, (2) (ontubro) 1890. 3 Americano, (3) 1844. 4 Arrebol 1849. 5 Annaes do Ensaio Acadmico, 1862.
)
Orgam do CpJitrt. Socialista, redigido pelos (1) drs. Silvrio Fontes e Soter de Arajo e professor Carlos
de Escobar. Appeireceu em setembro. Foi fundado para defeza do partido operrio. O Americano, joinal jurdico, litterario e noti(3) cioso, publicava se as quartas-feiras e siibl ados, em typographia prpria, na rua do Prncipe n. 24. Era folha governista, redigida pelo dr. Joaquim Ignacio Ramalho, hoje director da Fa^-uldade de Direito. A a Joaquim Roberto direco technica estava confiad de Azevedo Maiqucs, fallecido cm 189.:^, que trabalhou como typographo nas officinas do Novo Pharol Paulistano, e foi inerente do Americano, do Y2Jranga e do
(^)
i
Correio Paulistano. Durou pouco, desapparecendo com a sabida do dr. Ramalho, que se retirou para Go3^az,
presidente daquelLi provncia. Jornal politico, religioso, litterario e noticioso, de que era redactor e u*nco resp.>nsavel o dr. Cndido Cndido Bueno da Costa Banos. Era impresso na Typgraphia Allem, de H. Schroeder.
(4)
CO. no
386
9 Acadmico
1868.
(1)
O primeiro numero sahiu a 7 de junho e de(1) cimo-quinto e ultimo a 19 de novembro. Era jornal jurdico, litterario e noticioso e teve como directores de redaco os drs Carlos Lencio de Carvalho, Fernando Ozorio e Jos Francisco Diana, que mais tarde occuparam altas posies na politica do imprio. destes ki te na Academia de S. Paulo.
(2)
O
me
primeiro
sr.
informa
que o Anhangura foi [>ublicado por Cndido Silva e que, comquanto fosse escripto em linguagem desbragada, que descontentou a muita gente altaneira, no
deixava de ter grande circulao. O junho de 1869, que possuo, traz por sculo de Boccagen. 4,
de
1;^
de
lomma
este ver-
Zoilos, tremei; posteridade s minha. Era impresso na t3pographia Americana. Orgam dos estudantes da Academia de S. (3) no nos enganamos, em se Foi fundadi a substituir Imprensa Acadmica, folha para rodactores eram tirados de todos os anni>s do
,
Paulo.
1876,
cujos curso
jurdico, c entre os
do 5 ^ anno, um por c'cio geral, o redactor-chefe. Esses lugares ero muito disputados, e geralmente a escolha era acertada. No tinha cor politica, mais admittia em suas columnas artigos de todas s opinies, sob a responsabilidade de seus auto1871 era seu redactor chefe Augusto Cai-los de res. Carvalho, ministro do Exterior. Por occasio da celebre
Em
questo acadmica, em 1871, a Imprensa Acadmica, naturalmente, manifestou-se em conflicto com os lentes, e por causa da interrupo das aulas saspendeu sua publicao no s nesse anno como depois. A Academia de S. Paulo, foi creadada parasvibstituil-n, seu redactor-chefe em 1876, foi o dr. Antnio Tiburcio Figueira que republicano da propaganda, occupou cargos polticos como membro do partido libei'al e depois no quiz acceitar mais posio no actual regimen republicano.
387
12 Abolio, (31 agosto) 1884.
Aurora, 1892.
dr.
pouco.
tes,
Durou dois annos e era redigido por estudanQuintino Bocayuva, Flix Xavier da Cunha e outros. Desappareceu em 1853. Periodio acadmico, dirigido por Cyro de (3) Azevedo e S Manna O primeiro hoje diplomata e o segundo advo.^ado illu?tre do Rio de Janeiro, secretario do Instituto dos Advogados e auctor dos Eshoos Criticas da Faculdad' de Direito de S. Paulo. (Rio, 1880, 125 pags.) Appareceu a 18 de junho de 1881. Sobre este jornal, escreve me o dr. Antnio Piza, (4)
(2)
seguinte
1858, a 17 de maro, aj pareceu nesta capital O Azorragiie, jornal de Pedro Taques de Almeida Alvim. Era oigam conservador, violento, aoite dos liberaes e, principalmente, d Martim Francisco. Tenho o n. 1, em pequeno formato, a trs columnas. Abaixo
)
Em
do
388
25 26 27 28 29 30
Amor
ScieMoia.^
31 Avvenire, 1894.
Houve grande divergncia, Fizeram grande questo, Sobre o remdio que aos loucos
Voltar fizesse a
razo,.
Depois de seria disputa, Foi geral a approvao Que o meio mais efficaz
Era o da fomeritao. Seus artigos ou versos, eram escriptos em linguagem virulenta, injuriosa e insr.ltante, e to somente por isso, como amostra, eis um acrstico contra Martim
Francisco:
D c
Martim,
vil
o p
Arara
pescador de mangue sujo, P=*trevido escriptor de papelucho, Reptil assaz nojento de ti fujo,
^ua baba
no cbcgou, que te despreio, rl^nda Sestro e gro senhor da velhacada ^anfario atrevido, audacioso, ?cabugento, grito e malcreado,
>ssim te presumiste talentoso, ^o i)udeste por ti s advogar, caixeiro te fizestes de escriptorio, KHiido autoL ao cartrio proc urar. Oiabe, pois, que as baldas te conheo, oom desprezo ])agarei os teus insultos Cuti-o ti'0C0 melhor no reconheo.
mim
impura, empeonhada,
O
>>
d?'.
Buhrica.y>
Lei,
389
32 Aurora Paulistana, 1852, 32 Archivo do Estado de S: Paio,
(1)
1894:
Publicao official de documeitos interessanpara a historia e costumes de S. Paulo. A principio, os ojiusculos distiibuidos pela Repartio de Estatstica
(1)
tes
Archivo do Estado, no tinham uma systematisao de peridico, de gazeta. O primeiro volume (A Beimar da !e Francisco Ignaci), dado a lume em abril de 1894,
e
no
nuuicrao, o que se verifica do segundo, do governo provisrio de S. Paulo, em ] 821-28). (Actas A comear do 3.^, j se v a dechi rao de ser o Archivo do Estado uma publicao official, com caracter de. peridico. At 1891 sdiiram sete vc>lu.nes, em brochura, e mais um avulso sobre Divisas de S. Paulo e Minas. E' um trabalho importantssimo, digno de figurar nesta resenha da imprensa, em logar saliente, ^-^eu director o illustrado engenheiro dr. Antnio le Toledo Piza, chefe de ]-epartio do Archivo e cuja aptido se acha assas provada. [)ara trabalhos desta ordem A Revista Brasileira, na sua seco Bihliographia, accusando o recebimento das publicaes feitas pelo Archivo deste Estado, insere o seguinte, a respeito Archivo do Estado de S. Paula. S. Paulo, l^84. ~Vol. I. A. Bernarda de Francisco Ignacio em S. Paulo nu 28 de Maio de 1822, 99 pgs. Vol. ii Actas das sesses do Govrno p ofisorio de S. Paulo em 1821-1822, l>9 pgs. Vol. III, VI, V, VI e VII. Piihlicao official de documentos interesantes para a historia e costumes de S. Paulo, IGO, 129, 17, 108, 187 pgs. A simples noticia da i)ublicao de documentos e peas histricas, que em geral a nossa dtsidia deixa estragar e perder nos archivos informes, desconhecidos e como quer que seja inexploraveis dos estados e da mesma capital federal, revela da parte dos podi^ns ])ublicos do estado de S. Paulo uma inteUigente preoccupao, a qual no estamos por tal forma habituados que nos dispensemos de louval-a, encorajai a e de desejar vel-a por toda a parte imitada.
traz
<
390
34
Allioth, (1) 4886.
Apreo e louvores vo tambm ao sr. A. de Toledo Piza que na qualidade de arcbivista olicial do Estado dirige, com intelligeucia, saber c criteiio revelados j nos cinco volumes apparecidos, esta importante publicao. O aspecto material, muito para estimar em todo o gnero de publicaes, pela commodidade do formato (in-8.^) pela excellencia do papel e pela nitidez da impresso, predispe favoravelmente o leitor. A cpia de notas com que a redaco de Archivo amplia, completa, corrige ou esclarece o textc, um precioso auxilio no s para os estudiosos que nos antigos documentos ora publicados procurem materiaes de estudo e trabalho, como para os simples curiosos ou amadores
da historia ])atria. Nessa histoi-ia, o episodio paulista sem duvida dos mais interessantes. Por isso o Archiro do Estado de S. Pmdo ser Km
pi'ecioso subsidio ])ara ella.
Do V volume em diante contem o Archivo todos os documentos encontrados no archiro paulista sobre as tentativas e esforos feitos na segunda metade do sculo passado para a fundao de luna colnia nas margens do Iguatemy, em territrio fronteiro ao Paraguay cuja posse, contestada sempre pelo governo hespanhol, s foi reconhecida ao Brasil pelo Paraguay, depois da nossa victoria de 1870, sculo depois como inform.-i uma nota da redaco do A^rli ro. Todos esses documentos lanam uma grande luz sobre a vida politica e administrativa, os costumes e factos ainda obscuros daquelle periodo. J". V, At a data da entrada para o prelo deste trabalho
um
sobre
tsto ])u!^licados
Imprensa Panlista, l. de janeiro de 1898, 24 volumes do Archiro do Estado de S. Paulo, e se no houver algum motivo de fora maior esta publicao alcanar a algumas centenas de volumes. (1) Ai)pareceu em janeiro, escripto em portuguez e italiano, sendo encarregado da pri-neira parte o sr. Francisco Gaspar e da segunda Joo Baptista Cadeste Foi um auxiliar na Itlia. forte actualmente netto,
a
391
35 Amigo da Religio, 1855. 36 Araoiaya, 1857. 37 Academia do Sul, 1857. 48 Am^ericauo, 1874. 39 Academius, (20 junho) 1877. 40 Abolio, 1888.
41 Aspirante, 1886.
42 43 44 45 46
Amico
dei Famiglie,
1893.
Alarma, 1895.
Barholeta, 1874. Bhemio, (l) 1881.
Folha iUustrada, cuja publicao foi encetada (1) a 6 de agosto, sendo impressa na Typographia Popular. Substituiu o J^ntracto o foi redigida por Valentim Magallies' e outros acadmicos. Cada munero continha trs paginas de i Ilustrao e caricaturas e cinco de texto
e annuncios.
O Bohemiv estampou os retratos de Amrico de Campos, Luiz Pereira Barreto, Affonso Celso Jnior, Arthur Azevedo, Cerqueira Mendes, Martinho Prado Jnior e Lycurgo dos Santos. O Brasil Contynporaneo, semanrio illustrado, (2)
propriedade de uma associao commanditaria, appareceu a 14 de novembro de 1886, trazendo o retrato e a biographia do conselheiro Jos Bonifcio. Eis o seu programma escripto por seu director gerente Joo Navarro de Andrade: Peridico semanal illustrado com retratos, photographias dos personagens mais importantes, no s nacionaes como estrangeiros, residentes ou de passagem no Brazil, e bem assim com vistas dos principaes logares, edifcios e curiosidades de todo o i;iipiM'ii). Acompanhava ns retratos uma circumstanciada biogra])hia, sendo lambem as vistas descri po ou noticia histrica.
acompanhadas de nma
lettras,
Brazil
Contemporneo,
occUpar-se-ha de
392
commercio o costumes, offe recendo especialmente producccs de cscriptores nacionaes. Trar uma revista dus acontecimentos mais importantes do paiz. Cada anno do jorni^l constituir um lbum de grande valor no s pelas illustraes como pelo variado e interessante assumpto que contem, sendo postos em evidencia os principaes ramos da actividade braziartes, sciencias, industria,
leira.
da
das
politica,
lettras,
da
sciencia,
da industria,
do
commercio,
das artes, e bem assim, aquellas pessoas que tenham prestado servios humanitrios. Ao Brazil Contemporneo no sero indifferentes os acontecimentos notveis, nem os hcmens de outras naes, que pelos seus actos, sejam dignos de curiosidade
.
publica.
tinha typo^cTaphia prpria; era do formato do Journal lUustr, de Paris de 4 ]:>aginas, bem impresso em *J cokunnas. A serie dos nmeros do 1.^ trimestre at o n. 19, impiimiu se na typograpliia da Gazeta do Povo, ]-ua do Imperador n. 1; depois foram outros impressos na typographia de J. Lousada & C. na rua da Boa Morte n. 14, at o n. 2S, passando depois a impresso definitiva, at o fim da folha, a ser feita na typogra])1iia e estereotipia a vapor de King & C, a rua do Commercio. Eis a relaon dos nmeros publicados no primeiro anno, que foi 1886-1887.
I. Senador Jos Bonifcio. II. Coronel A*^ t >nio Proost Rodovalho. JIT. Baro Souza Queiroz. IV. Coi.^-^e^ieir Antnio da Silva Prado. V. Conselheiro Saldanha Marinho. VI. QnMi tino Boca\uva VII. Oooalves Dias. VIII. O Sr. D. Pedro II. IX. Macslro Carlos Gomes" X. Francis u) Gl.ycerio. XI. Conde de Mattobinhos. XII. Dr. Ferreira de Arajo. XIII. Cond de
No
Trs Rios. XIV. Luiz Guimares. XV. Visconde do Rio Bran CO. XVI. Dr. Joaquim Nahuco. XVII. Conde de Moreira Lima. XVIII. Ladislu Netto. XIX. Conselheiro Joaquim Ign^^cio Ramalho. XX. Dr. Clemente Falco de Souza Filhe. XXI. Senador Dantas. XXII. Baro de Cotogipe. XXIII Comniendador M. de Pinho. XXIV. D. Ant nio de Macedo Costa, bispo do Par. XXV. Dr. Ferreira Viauna. XXVI. Baro de Totres Homem. XXVII. Dr. Francisco Rangel Pestana. XXVIII.
393
47 Bestia Umana, 1893.
48 Bisturi,
(1)
1888.
Dr. Anlrado Fi^neiru XXIX. Ednsirdo Brazo XXX. Aiig.isto Roza. XXXI. lamallio Ortigo. XXXII. Conselheiro Diiai-tt de Azevedo. XXXIII. Dr. Amrico de Campos XXXIV. General Conto Magalhes.
1888 augnientou para quatro paginas, e dava o recarto fora do texto; impresso em typo menor e tambm em duas columnas. Sahiram dous nmeros, o primeiro com uma photographia da Princeza Imperial, esposo e filhos, copiada de uma outra offerecida pelo Conde de En, ao general Couto de Magalhes. O segundo trazia o retrato de Jos de Alencar, com a biographia e estudo critico do grande
trato
Em
em
litterato
politico;
era
escripta
pelo
dr.
Miranda
Azevedo. Quando tudo parecia annunciar una vida prospera e fcil, cessou seu apparecimento. As biographias foram escrij)tas por vrios homens de lettras, como os drs. Rangel Pestana, Quirino <los Santos, Miranda Azevedo. Brazilio Machado, Navarro de Andrade, Outra Rodrigues e outros. A parto litteraria era de escriptores nacionaes ou portuguezes' e tajnbem as poesias, que eram de Joo de Deus, Jos
Bonifcio, Guimares
polito
Jnior,
Ra^nnundo Corra,
ly-
da Silva. Macedo Papana, etc, etc. Estes apontamentos nos foram ministrados pelo velho republicano Francisco Ceslo de Paula Oliveira, colleccionador curioso, e que foi quasi at o fim o administrador do
Brasil Contemporneo. (1) Appareceu a 11 de novembro. A seu respeito, diz-me o sr. Alberto Souza o seguinte: O BUturi teve como redactores o talentoso rapaz Luiz de Carvallio e Joaquim Pitaguary, moo mine ro de extraordinria intelligencia, que passou obscuro na vida commercial em S. Paulo e que agora agoniza em uma localidade do sul do Estado. Foi orgam genuinamente republicano, e, apezar de occultar os nomes dos seus redactores, ns nimca fizemos mysterio de que o ramos. No celebre banquete, offerecido pelo dr. Antnio Bento aos jornalistas de S. Paulo, afim
394
49 Brazih 1889. 50 Bohemio, 1887.
51 Bandeirante^ (25 de setembro) 1892. 52 Boletim da Grande Loja de S Paulo, 1893. 53 Bohtim da Commisso Geographica e Geolgica^ (i ) 1 889
.
(2)
1894.
de reconciliai os com o jornal monarchista e aulico Dirio Mercantil, compareci na qualidade de redactor do Bisturiy fui o nico que no tomou o compromisso de sustar a guerra aquelle Biaiio, allegando nada poder eu resolver sem scieicia dos meus companheiros de redaco. No dia seguinte o Dirio Mercantil, em sua noticia, inseriu o meu nome como redactor do Bisturi^ que redigido por inexperientes nas lettras, tinha e tem ainda para os sobreviventes dessa empreza jornalstica o mrito de recordar uma phaze luminosa do seu passado, evocando tambm a energia, o desassombro e o civismo com que ja se batiam nas lutas
em fascculos, in 8.*^ grande, e o primeiro numero de 1.^ de junln). At 1893 tinham sabido nove nmeros, contendo o retrospecto histrico dos estudos geographicos e geolgicos em S. Paulo, dados climatolgicos annuaes, consideraes goographicas e econmicas sobre o vallc do Paranapanema, contribuies mineralgicas e petrographicas e um importante estudo sobre os sambaquis paulistas, trabalhos membros da Commisestes firmados pelos illustrados so Geographica e Geolgica: Drs. Orvilie, A. Derby, A. Loefgren, Gonzaga Campos, Theod ro do Sam])aio e E. Hussak. Quasi todos os fascculos vm acompanhados de mappas, (juadros e estampas.
(2)
uma
E' uma publicao mensal em fascculos) De noticia do Correio Paulistano, de janeiro de 1895, extractamos os seguintes trechos, que bem deHneiii esta
:
publicao Esi j publicado o volume n. 12 do Boletim Demographo- Sanitrio, correspondente ao mez de dezembro do anno passado.
395
5 Braza, 1889. 6 Braz Chas^ 1890.
57
Bom
Pastor, 1889.
(abril
1<993.
8 Bacalhau,
Estes boletins da directoria do servio sanitrio do Estado, so um trabalho de tal ordem, que verdadeiro prezer tem a gente em elogiai -os, porque sabe que o elogio nasce deste nobre sentimento que nos invade a ns todos ao vr S. Panlo subir dia a dia em seu progresso, a se equiparar em cousas da publica administrao com os velhos paizes em que taes servios so
tidos
positivamente
thermometro patliologico
mensalmente
meteorolgicas
]>ubliea e, dadas simultnea e densidade da populao e as oscilaes do nosso clima, sobre taes curvas,
registradas com tamanho cuidado, que o medico paulista estabelecer dentro de poucos annos as leis geraes
da pathogenia do Estado.
o enorme alcance de.ste da directoria da hygiene; o lanamento das bases fundamentaes da independncia do
Comprehende
se, portant,
excellente servio
diagnostico, porque; si tudo se ada])ta e se transforma conforme os meios, tambm as molstias esto sujeitas mesma lei, e, ou se attenuam ou se aggravam con forme a qualidade dos seus factores.
E' um volume in-4 ^-grande, impresso nitida, rico de informaes e de 126 paginas, que obedecem numerao dos volumes anteriormente publicados, c que reunidos todos, j do um livro de 750 paginas. Qual o medico paulista que commetter a imperdovel falta de no ter esses volumes em sua estante ? O Boletim de dezembro, abre, como os demais, com o quadro meteorolgico do mez, trabalho da respectiva seco da Commisso Geographica, e Geolgica do Estado,
quadro em que, com as mdias, mximas c mnimas da altura baromtrica e da temperatura, se nota
396
9 60 61 62 63 64 65
BorMeta, 1869.
Brasileiro, (1) 1885.
Boccacio, 188.
Bilontra, (fevereiro) 1887.
Beijinho, 1890.
(2)
1882.
cifra
da humi-
quantidade de chuva cahida, especificados os dias chuvosos, nublados, claros, de trovoada e de neblina, e tambm a nebulosidade mdia. Assim, daqui a annos os dados que a Directoria do Servio Sanitrio, hoje ajunta com tanto cuidado produziro os effectos sonhados pela culta cabea do legislador bandeirante, e tero assentado as basses desta grande obra que estava e est por fazer, a pathologia
dade,
evaporao do vapor,
paulista.
(1)
Redigido
por
Francisco
Gaspar
e dr. Brant,
Normal de Diamantina Minas Geraes). O seu primeiro numero de 1-3 de junho. Jornal dedicado aos colleccionadores ama(2)
dores de sellos postaes, estampilhas, etc. E' publicao mensal. Antes sahira um numero com formato [) de jornal. Revista humorstica das lettras, artes, politica e costumes. Sahia mensalmente um folheto de 58 paginas em IQ.^ Era redactor e proprietrio J. Navarro de Andrade, No passou do n. l, em abril. Era impresso na typographia a vapor do Dirio de Santos. Os editores, Teixeira & Irmo. Grande Livraria Paulista.
397
72 Boletim, (19 novembro) 1891. 73 BoUetino Ufficiale delia amera Italiana^ 1894. 74 Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia, {maio) 1 85
75 Buscap. 76 Caixeiro, 1883.
78 Cruzeiro do
Antnio de Toledo Piza, me af firma que, Imvia este jornal, de que era redactor o celebi'e advogado Balthazar da Silva Carneiro, que depois residiu muitos annos em Campinas. O dr. Balthazar era natural de Campos, Estado do Rio, fez na Faculdade de Direito de S. Paulo o curso respectivo, recebendo o grau de bacharel em 1858, e o de doutor com capello em 1859. Escreveu em diversos jornaes e pubUcou a Beforma bancaria do Imprio do Brasil (Rio,
(1)
dr.
em
1855,
paginas in-4.); Saudades e Consolaes, poecollaborao com Paulo Antnio do Valle (S. Paulo, 1861); Sejntimio, romance (S. Paulo, 1861); Discursos, Theses, etc. Falleceu ha cerca do dois annos. Foi fundado, segundo sou informado, pelo bem (2)
1859,
31.
sias,
em
conhecido e j fallecido jornalista Navarro de Andrade. Teve typographia e redaco na rua de S. Bento, onde pouco antes existia o Jornal da Tarde, e cremos q^e o material foi o mesmo. Com poucos nmeros publicados expirou por falta de apoio. Appareceu a 3 de novembro de 1881. Pertenceo a Csar Ribeiro & C, e comeou a ser (3)
publicado
em 7 de janeiro de 1893. Na dos jornaes, do Correio Paulistano, l-se o O Commercio de S. Paulo (jornal) Ribeiro. Este cavalheiro o proprietrio director, seu redactor, seu administrador,
398
84 Cometa, (11 Dovembro) 1886. 85 Cenculo, (15 junho) 1880.
86 87 88 89
Certamen, 1888.
Constituinte, (l)
90
1879.
finalmente Isso no obsta que, para superar o enorme trabalho que tem attrahido sobre os seus hombos, embora possantes, o sr. Csar Ribeiro se soccorra de
mesmo de real merecimento. Consta que escreveu no Commerco, alm dos collaboradores occasionaes, os srs. Luiz de Castro (filo do grande jornalista Raymundo Capella, Couto de Magalhes Sobrinho, Evaristo de Oliveira, Roso Ijaga e
auxiliares e alguns
,
Apparicio Sampaio. Seu correspondente telegraphico no Rio, o tenente coronel Baldomero Fuentes, do Jornal do Commercio. politica O Commercio de S. Paulo neutro. Entre os trabalhos mais interessantes que no deve-se esquecer as Notas sohre a Bevolta La Armada, escriptos pelo sr. Alcindo Guanabara. Foi depois vendido a uma commandita representada dr. Eduardo Trado, que o fez orgam do pelo sr. restaurador. Foi empastellado em monarchista partido maro de 1897, passando depois s mos do dr. Affonso Arinos e continuando como orghm monarchista. Sobre este jornal escreve-me o dr. Antnio de (1) Toledo Piza: A 7 de setembro de 879 appareceu nesta capital
Constituinte, redigida pelos drs. Leite Moraes, Bento de Paula Souza e Brasilio Machado, sob a gerncia de Alfredo de Almeida. Em fevereiro de 1880, Leite Mo]'aes ficou s na redaco e o jornal morreu em julho desse anno. Parece-me que pelos annos de 1881 ou 1882, apparoceram alguns nmeros de um outro jornal com o nomo de A Constituiute, redigido pelo sr. Francisco de Campos, genro do desembargador Bernardo Gavio
Peixoto.
399
91
Constituinte, (1) 1881.
(2)
(3)
92 Constitucional, 93 Constiliicionah
1874.
1878.
1875.
Vide nota acina. Orgam do Cluh Comtitucional Acadmico, durou (2) alguns annos e no comeo era seu redactor o dr. Luiz
(1)
Paulino Pereira Pinto Orgam do Cluh Conervador, redigido por Fer(3) nando Mendes, Cardoso de Mello Jnior, Eduardo Prado, Pennaforte Mendes de Almeida, Camar Leal.
II.
Graa
(4)
e outros.
Jornal hu^noristico e por ultimo il lustrado, redigido por Amrico Brasiliense, Amrico de Campos, Luiz Gama e Diogo de Mendona Pinto. Folha litteraiia, de que foram redactores Silva (5)
Jardim, Valentim Magalhes, Eduardo Prado, Gustavo J. Pinto Pacca e Adolfo Carneiro de Almeida Maia. Era publicada diariamente e pouco tempo durou. Vide adiante nota sobre O Becrcio. (6) (7) Appareceu a 26 de junho de 1854. E' o decano da iniprensa paulista, e a primeira
folha diria que appareceu em S. Paulo. A principio o Correio sabia em pequeno farmato; em 1856, porm, augmentou e, na phrase de Ezequiel Freire, attingiu ao apogeu do seu esplendor e ao pinculo do jornalis-
400
mo
provinciano, aureolando-lbe o
nome
as fulguraes
Affonso Celso, Couto de Magalhes, Falco Filho, Aureliano Tavares Bastos. Horta Arajo, Pedro Taques, Alambary Luz, Thomn/. Alves Jnior, Rodrigo Silva, Paulo do Vale, Quiriuo dos Santos, Rangel Pestana, Amrico de Campos, Fagundes Varede talentos de primeira agua, a ja, toda uniM pliade fina flor da mocidade acadmica de ento. Joaquim Roberto de Azevedo Marques foi o seu fuiidador e
intellectuacs de
director, ate 1882,
tnio
da
Silva
simples administrador. 1890 passou a ser propriedade de uma associao particular e orgam do partido republicano. Tem-n'o redigido, em suas ultimas phases, os drs Almeida Nogueira, Herculano do Freitas, Jorge Miranda, Wenceslou de Queiroz, Virglio S Pereira e outros. Quando em 189(), Joaquim Roberto deixou o Correio, esta folha publicou a seguinte noticia: *E' com bastante ])ezar que communicamos aos nossos leitores que desligou-se da a<lministrao desta folha o estimvel cidado capito Joaquim Roberto de
Em
26 de junho de 1854, e seu proprietrio durante longos annos, o seu nome ligado a esta folha desde o bero delia, votava-lhe estremecido affecto de pae, como por vezes ouvimol-o declarar, e ultimamente alegrava se com o desenvolvimento que ella vae tendo e sua grande acceitao pelo publico. Sem ter parte directa, por assim dizer material na redaco, no obstante por sua inveterada pratica e intelligencia esclarecida, o capito Joaquim Roberto no se conservava estranho orientao deste jornal; comprehendia, como que por intuio e dava conselhos proveitosos e aproveitados aos diversos redactores que durante seu longo tirocnio jornalstico tem tido o
Correio.
Noutros
tempos
tambm
esci-evia,
segundo
c-^tamos informados e at escrevia com certo atticismo, sem entretanto assignar seus escriptos, o que sem du-
401
vida era um acto de modstia de sua parte. Ultimamente considerava aijuella collaborao como peceados da mocidade, e s vinha rara e excepcionalmente imprensa, quando era solicitado por algum motivo
pa;ticular.
!'espedindo-sc o sr. capito Joaquim Roberto da adnn'nistrao do Correio Paulistano, pde a convico de que deixa nesta casa muita saudade de sua pessoa
nos redactores, collaboradores, empregados da administrao e da officina. A respeito deste benemrito cidado, escreve o dr. Ezequiel Freire, em 1889, na Gazeta do Povo, o seguinte: O velho capito Joaquim Roberto um dos membros da numerosa e benemrita dynastia dos Azevedos
menos
qual nesta provncia um membro pelo cada ramo de funco publica e actividade privada, havendo delles no magistrio, na militana, na burocracia, na imprensa, nas lettras amenas
Marques, da
reina
em
e didcticas.
um
Seu pae
seu
tio
mestrinho, revelou
prodigiosa intelligencia em tenros de companhia com o njais tarde marquez de Monte Alegre, fundou o primeiro jornal que veiu a publicidade em S. Paulo, o Fliarol Faulistano. De seus irmos, um Roberto Maria escreveu o
annos,
e,
Leno de Luiz XIV, pachuchada litteraria que teve em seu tempo extraordinria voga; e outro, o major
o ndice
um
livro
So, pois, os Azevedos Marques familia operosa e prolfica, o que importa duas bcnemerencias, num paiz onde a preguia vasta e a terra maior. Fiel s tradies atvicas, Joaquim Roberto, homem temente a Deus, tem honradamente cumpj-ido- as duas
recommendaes
feitas i)elo Omnipotente ao nosso primeiro Pae, antes e de manducao do pomo vedado j crescendo e multiplicando a prole, j amassando o po quotidiano com o suor do seu rosto.
402
velho, no amassar po
pobre deste honrado desse subsistncia sua numerosa famiha, tanto a que o creou, como a por elle creada; porquanto Joaquim Rberto, bom
ter
muito
deve
suado
com que
pae
que , tambm foi bom filho e, ainda creana, ficando orpham, teve de auxiliar com os recursos do seu trabalho a mantena da famlia me e quatro
Joaquim Roberto. Viu-se, pois, o pobro rapazito obrigado a abandonar o escola, indo aprender a arte de Guttemberg na typographia de Gosta Silveira, onde se imprimia ento o Novo Fharol Taulistano. Durante alguns annos Joacjuim Roberto praticou
aquella arte, delia tirando meios
da familia.
Fm
Topographico (que pelo nome no perca) instituio destinada ao ensino das sciencias mathematicas o typographo Joaquim Roberto, desejoso de illustrar seu
espirito, rnatiiculou-se naquelle curso. Sobrevem a revoluo de 1842, e o referido
nete,
Gabivictima imbelle da vicissitude dcs tempos, teve de suspender a iniciao da mocidade estudiosa nos mysterios da typographia, em quanto as tropas de Lima e Silva punham agua na fervura revolucionaria, debandando as hostes rebeldes do brigadeiro Raphael Tobias. Joaquim Roberto lembrou-se ento de que o pap cingira espada, e ambicionando mais rutilas glorias do que lhe daria o manusear diurno e nucturno d( s elzevires, jurou bandeira, assentando praa no 4.*^ batalho de fuzileiros. Tinha o nosso esperanoso cadete 17 annos de idade. 1845 era presidente desta provncia e commandante das armas o general Manoel da Fonseca Lima e Silva, que morreu baro de Suruhy; a opposio atacava-o de rijo, e o presidente julgou imprescindival fundar jornal que defendesse a sua administrao. (A esse tempo no existia ainda a imprensa neutra.) Difficil era a empreza; o jornalismo provinciano estava em sua
Em
403
infncia; grande escasez de pessoal technico, que era myster ir-se recrutar Corte. Nesse nterim, em palestra de palcio, algum inculca o nome de Joaquim Roberto, qne durante os vagares do servio militar con-
tinuara a praticar a arte typographica. Apalavra-se o presidente com o cadete; este requer inspeco de sade, obtm baixa, e assume a direco technica do Americano, folha governista, redigida pelo dr. Joaquim Ignacio Ramalho, hoje baro de si mesmo. Durou pouco o Americano, perecendo retirada do
dr.
Ramalho, quo seguia presidente de Goyaz. 1848, apeado do poder, o partido liberal resolveu fundar imprensa, que lhe fosse vlvula de escapamento bilis opposicionista e suavidade aos amargores do ostracismo: dahi crear-se o Ypiranga. Mandou se vir typographo da corte, que, logo, de-
Em
savindo-se com a empreza, negou- se a compor. Perigava o jornal, quando de novo lembram se de que Joaquim Roberto era o homem dos momentos difficeis.
Procuram-n'o;
e o
elle
assume
a direco
da typographia
Yjnranga
re.-ipparece.
Eis, pois, pela segunda vez aquelle paulista frente de estabeleci iuento t5'pographico nesta capital.
um
Com pouco Joaquim Roberto tornou-se proprietrio da typographia e editor. gerente do Ypiranga. Foi ento quo, a 26 de junho de 1854, o incansvel typogiapho icz sahir dos seus prelos o primeiro numero do Correio Paulistano, que tambm era a primeira folha diria vinda a luz nesta provincia. Honra, portanto, slo primeii o dos jornalistas paulistanos
!
conhece esta ingrata ] profisso, miseranda e gloriosa do jornalismo, bem ])(le avaliar que enorme somma de actividade, intelligencia e sacrifcios, foi ento necessria quelle rijo homem despender para
dar vida ao seu jornal,
lia,
Quem
importava com a publicidade. Basta dizer (|ue para encher os primeiros nmeros do Correio, Joaquim Rol erto teve de andar de porta em porta dos commerciantes, pedindo-lhos annuncios
e
em
num tempo em
se
que-
ningum
que ningum
404
de graa
e
E
o
s relutando Ih^os
Correio,
davam
em
1856
ao apogeu do seu e ao do jornalismo provinciano, pinculo esplendor aureolindo-lhe o nome as fulguraes intellectues de Affonso Celso, Couto de Magalhes, Falco Filho, Auattingiu
augmentou de formato
Arajo,
Pedro Taques,
Silva,
Paulo do Valle, Quirino dos Santos, Rangel Pestana, Amrico de Campos, Fagundes Varella, toda uma pliade de talentos de primeira agua, a fina flor da mocidade acadmica de ento. Pde-sc dizer que todos esses nomes, uns gloriosamente afundidos na morte, outros consigrados pela
admirao dos que ainda vivemos jornahstas, littera uns e outros fizeram as suas primeiras tos, polticos armas nas modestas columnas do Correio Paulistano de
Joaquim Roberto.
E' de vr-se, ainda, que valiosos servios prestou maximt; naquelles tempos, o jornal de Joaquim Roberto, j encorajando os seus novis escrip*
provincia,
tores, j
pulares, j
durante quasi annos. quarenta E* muito, pois no ? o beneficio que a esta provincia tem prestado aquelle digno velho, desde que aos doze annos de edade. ajuntou os caracteres com que compz a primeira palavra do original que lhe distribuiram at hoje em que o vemos, sempre firme na estacada, entre os seus presados typos, vivendo delles e por elles, encanecido na faina jornalistica, rememorando do seu longo passado os dias gloriosos e as horas amargas, alli, na preoccupii(;o e no amor de toda a sua prova, com a mesma pacincia e a mesma serena corage.n do florir das suas 12 primaveias, quando collocou no componidor o seu primeiro quadratim, na typographia de Manoel Francisco da Costa Silveira, ha 53
405
106 Cruzeiro do Sul,
annos... pois muito^ feito a esta terra?...
(1)
1860.
no ? o beneficio que
elle
tem
corao do Joaquim depois de ter lutado contra a penria durante 27 annos, teve de submetter-se, no struggle for life, soberania de el-Rei Dinheiro. Faziam-lhe concurrencia outros jornaes amparados por argentarios; Joaquim Roberto teve de vender o Correio, o seu querido jornal, que elie crera e que mantivera atravez de todas as peripecios da sua vida de ho!>iem pobre 1882 a propriedade do Correio foi adquirida conselheiro Prado, passando Joaquim Roberto a pelo exercer posto subalterno na administi-ao do jornal,
elemento do
Em
que conthiuou, entretanto, a prestar relevantes servios provncia, no tendo o menor dellos a sua interveno opportunista, mas effectiva na lucta pela liberdade dos escravos. No moio de tantas amarguras da sua penosa vida dia de glorificajornalstica, Joaquim Roberto teve o; foi quando, em 18 de setembro de lo82, a cor-
um
porao typographica desta capital, representada por delegados de todas as typographias, foi manifestar solemnemente a sua homenagem, o seu reconhecimento e a sua estima pelo primeiro typographo paulista, fundador da imprensa diria de sua terra, o velho Joaquim Roberto, o nosso decano, como lh'o dizemos todos, carinhosamente, nos dias festivos do jornalismo. E ao pasar rapidamente a minha penna affectuosa o alegre pela vida deste infatigvel trabalhador, sinto
que neste ponto ella estaca no trao dalettra e se inclina perante as honradas cs do velho Joaquim Roberto. E' a ininha homenageio. Foi redigido por Theophilo B. Ottoni Filho, (1) natural de Minas Geraes, prematuramente f:i!l('cido.
Era
honravam
as
tra-
406
107 Constitucional^ 1861. Crena, 1864.
Cahrio,
(1)
Crhysalida, 1874.
Catholicoy (2)
1876
H3
114 Oew6W, (4) (14 abril) 1845. 115 Corriere de Itlia, 1880. 116 Chrysolida, 1869. 117 Clarim Saquarema, () 1851. 118 Cnrreo Espaiol, 1891. 119 Correio Siir Americano, 1891. 120 Cittadino Italiano, 1890.
121 Commercio, 1887. 122 Comedia, 1887.
123- Chrysalida, (6)
1891.
(1)
.Jornal
por
iLiitoiio
Manoel
redigido
o
Dlaho
Coixo, de Luiz
Gama
Amrico de Campos.
Peridico acadmico, redigido por Benedicto (2) Philadulpho de Castro e Estevo Leo Bourroul. O primeiro 6 hoje juiz de direito de Capivary e o segundo advogado em Mococa. Foi redigida por moos hbeis como Carlos (3) Ferreira Frana, Affonso Celso Jnior, Ezequiel Freire, Fernandes da Cunha, Alberto Fialho e Magalhes Casiro. Era impresso na typographia Americana, a rua (4) de S. Jos e era orgam do partido liberal. (M. Azevedo). (^rgam conservador, redigido por Pedro Taques (5) de Almeida Alvim, quando ainda era estudante do
segundo anno
(6)
jurdico.
Orgam
dos
alumnos do
S.
redigido
BeVamare,
auxiliar da
Paio.
407
125 Crena,
(1)
1873.
128
Bow de Dezembro, 1860. 129 Biario de S. Paulo, (^) 1865. 130 Dirio da Manha, (4) i878. 131 Dirio Popular, () 1884
124 Colibri,
1870.
Antes deste jornnl houve um outro com o nome (1) de Crena, em 1864, redigido por Didimo da Veiga. Periodico-i-eclame da Papelaria Guarany, cuja (2) publicao comeou em outro. O Dirio de S. Paulo, foi fundado pelos drs. (3) Pedro Taques de Almeida Alvim e Dellno Pinheiro de
Ulha
Cintra, que o redigiram por algum tempo. Passou depois a ser i)ropriedade do coronel Paulo Delfino da Fonseca, sendo ento redigido pelos chefes conservadores da provncia, drs. Antnio Prado e Rodrigo Duarte de Silva, deputados, senadores e ministros, Azevedo, deputado, ministro e advogado illustre, e Joo Mendes de Almeida, deputado e jurisconsulto emrito. O coronel Paulo Delfino da Fonseca, falleceu em So Paulo a 25 de outubro de 1884, como tabellio de
notas.
(4) Orgam liberal, redigido pelo dr. Francisco de Paula Paiva Baracho, mais tarde deputado provincial e fallecido aos trinta annos de edade. Fundado por Amrico de Campos e Jos Maria (5)
Lisboa, teve sempre feio democrtica, sem comtudo ser jornal politico. Seu principal collaborador foi o
republicano e intemerato batalhador dr. Aristides Lobo, infelizmente enfermo ha tempo. Com respeito ao Dlaro Popiar, assim se manifestou o Correio Paulistano, em uma noticia sobre a imprensa da capital, em jai eir de 1895. Dirio Popular. Publica-se somente nos dia teis. Seu proprietrio e director o sr. Jos Maria Lisboa,
illustre
408
132 Dirio Mercantil,
1884.
(1)
portuguez de origem, mas brasileiro de corao e nacionalidade. So redactores dr Popular os srs Ray mundo Furtado Filho, Lisboa Jnior e Germano
Frana,
e
collaboradores
effectivos
os
srs.
Urbano
Duarte (do Rio), Lafayette de Toledo e Joo Luzo. DeuIhe muito incremento outr'ora a assidua collaborac de Aristides Lobo. A seco livre desta folha muito procurada porque oct-upaa sua primeira pagina, transferindo pnra a segunda o noticirio. A seco telegraphica, egualmente bo:i, attrahe sempre cm primeiro legar a atteno dos leitores, por antecipar de algumas horas ns noticias do Rio, trazidis pelo trem nocturno.
corres |)ondente Maximiano Serzedello, da Gazeta de Noticias. Comeou a publicar-se a S de novembro de 1884. Amrico de Campos, actual cnsul do Brasil em
}>
Na])olo'.
Jos de
nomeado em 1890, filho do dr. Bernardino Campos e d) d. Felisbina Gonalves de Camirmo mais velho do dr. Bernardino de Campos,
Nasceu em Bragana a 12 de agosto de 1835. Bacharelou se em direito, mas entregou se sempre ao jornalismo, redigindo em 18(50-67, o Cahrio, com Antnio Manoel dos Reis, o Correio Paulistano, de 1867 a 1874; a Provinda de S. Paulo, de 1x75 M, 1884, tendo Rangel Pestana como companheiro do redaco, e o Dirio Popular, de 1884
a 1890.
dos melhores dirios pauli^^tas pela cor(1) reco da sna linguagem e escolha de assumptos litte rarios. Era redigido por Gaspar da Silva, Lo de Aifon seca e Eduardo Salamonde. Retirardo-se o primeiro, ficou o Dirio Mercantil a cargo dos dois ltimos, desappR recendo em 1891, com a retirada destes ])ara o Rio .le Janeiro, onde foram residir como redactor^^s
d'
Um
Paiz.
Mercantil, e neste collaborou effecti vmente o intelligente moo Jos Severiano de Rezende, natural de Minas Geraes.
409
133 Dirio Liberal, 134 Dirio Offieial
(22 maro) 1895.
(1)
(i)
1891.
um
Havia nesta capital dois jornaes liberaes; a (1) Gazeta Liberal, redigida pelo dr. Jns de Vasconcellos e desembargaJor Gavio Peixoto, e o Dirio de So Paulo, redigido pelos drs. Leite Moraes e Augusto Queiroz. Da fuso destes dois jornaes, surgiu o Dirio Liberal, redigido pelo desembargador Gavio, auxiliado por diversos polticos do tempo. Orgam official do governo do Estado, creado (2) por decreto do theor seguinte: Decreto n. 162 A. O governador do Estado de S. Paulo, no exerccio da attribuio conferida pelo artigo 3.0, 36, do decreto n. 7, de 20 de novembro de 1889, decTjta Art. 1. Fica creado um jurual com o titulo de Dirio Gfficial do Estado de S. Paulo, que se destinar publicao dos actos e do expediente do governo, bem como do expediente das diversas reparties publicas do Estado. Art. 2.0 O Dirio OJficial ser editado em officinas ty] ographicas de propriedade do Estado, que, sob a denominao genrica da Typographia do Estado de S Paulo, se podero aimexar, como dependncias oficinas para trabalhos concernentes arte typographica, pau taco e encadernao. Art. 3.0 O pessoal encarregado da publicao do Dirio Official e dos demais servios ser o seguinte
:
director,
um
sores, officinas
jorngLl,
um
tabHdade, dois escripturarios e um continuo. Art. 4.0 O governador, em regulamento expedido esse fim, organisar a repartio do Dirio Offipara cial e descriminar as attribuies dos empregados a que se refere o artigo antecedente, os quaes percebero os vencimentos constantes da tabeli annexa. O secretario do governo o faa publicar. Palcio
administrador, um machinista, um chefe de de obras e machinas, um chefe de officina do um encarregado da remessa, um chefe de con-
410
do governo do Estado de S. Paulo, 28 de abril de 1891. Amrico Braziliense de Almeida Mello." O primeiro director do Dirio Official, foi o dr. Joo de Arajo, que foi substituido em dezembro de 1891. por Horcio de Carvalho, que ainda hoje desempenha dignamente o cargo. Deste jornal disse o Correio Paulistano: O Dirio Offcial do Estado de S. Paulo , como o prprio titulo o declara, o orgam do governo estadual: Publica os actos legislativos, os do poder
execiitivo
expediente
etc.
das
secretarias,
trabalhos
do congresso,
Tem tambm um
discreto noticirio,
por vezes, estudos de alto interesse scientifico, criteriosa smente extrahidos de relatrios, revistas ou jornaes
e conhecido jornalista Horcio de Carvalho, que tem. como auxiliares nos labores da redaco os intelHgentes moos drs. Canto e Mello e Ezequiel Ramos Jnior. O fundador da imprensa official em S. Paulo, pois
sr.
foi
que a provncia nunca teve jornal pro])riamente seu, o dr. Amrico Brasiliense de Almeida Mello, filho do dr. Francisco Antnio de Almeida Mello e de d. Felizarda Joaquina Pinto, nascido agosto de 1833. Bacharelou-se
doutorou-se em 1860, oi deputado provincial e geral, presidente das provncias de Parahyba e do Rio de Janeiro e lente da Faculdade de Direito. Foi governador de S. Paulo e eleito seu primeiro presidente, em 1891, e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal. Escreveu em diversos jornaes e publicou a These para obter o grau de doutor (1860), as Lies de historia pab ia (1877), os Frogrammas dos partidos (1878), as Bases para a Constituio Politica do Brasil (1890), as Cartas Politicas (1895). Jornal de Terontillo Arsa, pamphleto politico 1878). Foi administrador- gerente do Dirio Official o cidado Pedro Braga, fallecido em maro de 1895, de quem o Correio Paulistano, de 17 deste mez disse o seguinta:
411
A's 2 da madrugada de ante-hontem para hontem sucumbiu nesta cidade, victima da affeco cardiaca que soffria ha dois annos, o estimado cidado Pedro
Braga, gerente do Dirio Official. Moo ainda, pois no tinha 42 annos completos, a sua morte foi muito sentida no circulo no limitado dos seus amigos.
Republicano histrico, companheiro do grupo inais novo da propaganda a todo o custo, feita pela gerao dos mais moos, de typographo habilissimo, dono de seu officic, Pedro Braga foi -se fazendo por si mesmo, at que um dia o vimos gerente da antiga Trovincia de S. Faulo, hoje O Estado de S. Paulo. Vimol-o depois como gerente da Gazeta do Povo, sob a direco e redaco de Jlio Ribeiro e F. Paes de Barros. Pedro Braga foi ainda, com o dr. Vicente de Carvalho, proprietrio do Dirio da Manh, em Santos, que gyrou sob a firma Pedro Braga & C. Por occasio em que se organizou e se nomeou a Commisso do Alto Paran, (para abertura de uma estrada naquelle rumo)
foi elle
ella.
nomeado pagador
e,
como
tal,
seguiu
com
Organizando-se politicamente, o Estado de S. Paulo, Pedro Braga foi indicado para gerente do Dirio Official, cargo que desempenhou com a grande competncia que tinha, para tanto, e nessa qualidade, prestou
quella repartio publica reaes servios. Era lhano, estimvel e estimado. Foi casado duas \ezes e deixa, das primeiras npcias, dois filhos, e das segundas, que realizou ha 3 annos, a esposa e um
filhinho.
Seu enterro effectuou-se s 4 e meia da tarde de hontem, muito concorrido, provando a estima em que elle era tido. Coi apareceu a esse acto de dever todo o pessoal superior do Dirio Official^ parte do corpo de
typographos, e foi esse pessoal superior quem pegou os alas ao caixo, para conduzil o ao carro- fnebre. Vimos ainda muitas pessoas gradas da nossa sociedade a acompanhar o fretro e entre ellas notamos que o nosso collega o Estado se fez representar pelo seu
412
13 136 137 138
Dirio do Commercio, (1) 1890. Dirio da Tarde, (2) 1894 Dirio de S. Paulo, (3) 1883.
DiaMo
de Noticias,
(4)
1887.
sr.
Ju-
Condodos pela morte de um companheiro de trabalho, na imprensa de que fazemos parte, enviamos sentidos pezames sua exma. tamilia. Vide adiante nota sobre O Recreio. (1)
Platea,
Appareceu a 1.^ de fevereh*o, em lugar da que foi supprimida temporariamente, por ordem do marechal Floriano Peixoto, durante o periodo do estado de sitio. Vide adiante nota sobre O liecreio. Orgam liberal, redigido pelos drs. Leite Moraes e (3)
(2)
Augusto Queiroz. Appareceu em 17 de julho e pouco durou. (4) Principiou a publicar-se em 31 de julho de 1888 e desappareceu em 1891, sendo seu proprietrio
Albino Soares Bairo. Neste jornal escreveu o jovem poeta Luiz de Carvalho, fallecido em S. Paulo em 10 de junho de 1890, a respeito de quem se l no mesmo Dirio de Noticias, de 11 daquelle mez
:
Hontem
flores,
era-lhe o alvorecer
da ridente primavera
e enflorada de inebriantes abrindo sua pujante cerebrao de poeta os amplos horizontes da immortalidade... E hoje a terra glida do tumulo a lhe cobrir aquellas aspiraes mortas, a verminar aquelle corao robusto que se expandia aos suaves encantos da poesia! Quem no conheceu Lvdz de Carvalho? Quem no admirou o inspirado burilador de tantos sonetos primorosos, esparsos nas diversas folhas de So e Mello, J. Riedel e Pitaguary eram os companheiros mais dilectos do inditoso e mallogrado moo. Aquella existncia esperanosa, to abrupta e precocemente arrebatada ao carinho de sua familia e admirao dos seus amigos, veio trazer-me uma pun-
Paulo? Canto
413
A
sadello
um
cahos e
um
pe-
Morte nfio conhece, no respeita aptides, nem individualidades. A sua brutalidade inexorvel abrange no seu furor os velhos cobertos de cs e as creancinhas imbelles... Hoje, cheios de vida, sentindo no crebro o fervilhar candente do gnio; amanh, aniquilados, algidos, putrefactos, servindo de banquete larvaria abjecta do
sepulchro!,..
triste, como doloroso, como confrange o prprio sceptico vr inar-so na mais risonho enflorecer da edade uma vida que era animada da esplendente scentelha da inspirao mais privilegiada do
E como
at
gnio!...
mo
illusso, tanta esperana, atiradas no mutisignaro da campa!... E que de risonhos horizontes havia sonhado o poeta! Gomo a sua imaginao se havia tantas vezes occupado dos seus triumphos vindouros
Tanta
dizia-
me
Luiz
de
Eu vou coUeccionar o que tenho publicado dos meus versos, e, bem polidos e cuidados, conjuntamente com outros que tenho inditos, hei de publicar proximamente um livro. Livro caro Editado em Paris sob a minha immediata fiscalizao! Ha de ser uma obra
!
prima... de luxo. Depois preparo-me para apanhar a tunda da critica... E morreu este sonhador, talvez um mez depois... A poesia contempornea perdeu em Luiz de Carvalho um dos seus mais dilectos e inspirados cultores. Aprimorado no estilo, fluente e scirtillante na phrase, Luiz de Carvalho cultivava de preferencia a arte mais difficil do verso o soneto. E no raras vezes, ao ler as suas poesias^ que eu
conhecia*" j'^pelo estylo, lhe disse Achei os teus versos com iins resaibos de nostalgia imprpria da tua edade e do teu temperamento.
Pareces-me
tristonho...
414
Quem
elle,
invariavelmente:
me
C por dentro anda sempre uma tristeza medonha! Era a voz da morte que j fallava ao seu espirito,
avisando-o talvez da sua
prpria romaria
v sempre a
rir
engana-se commigo.
ao
mundo
do esquecimento e da treva.
baixou, clere, a essa fria regio do nadai... se extinguir to cedo. Ahi ficam fallando bem alto ])ara que o cho repercuta o seu nome, as suas innumeras poesias, verdadeiros prilores de sentimento e inspirao. Aqui traslado um bellissimo soneto que o malogrado poeta me dedicou
CONFIDENCIA
Das puras a mais
pura.
mais formosa
das formosas que vires na cidade e que tiver a cr de lirio e rosa Eo semblante do anglica bondade; Aquella em quem achares a orgulhosa, porm, nobre expresso de raagpstade,
mais senhoril, e u^eiga e caiinliosa de entre as mais beilas a que mais te agrade... A que vires, emfim, menos contento, ( uvindo juraa mil de amor ardente, liomenagens e affectos desprezando... Essa, fica sabendo por quem vivo, por quem mo ves alegre ou pensativo, por quem mo ,ves agora andar pensando. Quem escreveu versos destes teve o baptismo sacrosanto d poesia,
No Dirio da Manh,
O telegramma que
de Santos,
l:
vai na seco competente traznos a inesperada noticia do fallecimento de Luiz de Carvalho, rapazito de muito] talento que passou a vida em S. Paulo a vender bilhetes e loterias, e fazendo versos magnficos com que muitas vezes firmou o seu valor nas columnas da Provinda de So Paulo e
um
Dirio Popular. Luiz de Carvalho era verdadeiramente poeta. Vivendo por necessidade pessoal, num meio de interesses commerciaes, arredado quasi que de todo do convivio
415
do mundo das lettras, no dispondo de tempo nenhum para se occupar de trabalhos intellectuaes, Luiz de Carvalho escrevia poesias lyricas de uma correco exemplar e de uma doura infinita. Aqui no Dirio da Manh, publicmos diversas produces poticas da sua lavra. Ultimamente, tendo-se retinido por doena grave, do commercio, collaborava no Dirio de Noticias^ onde a sua face de humorista feliz revelou-se nas chronicas
que
alli escrevia aos sabbados. Luiz de Carvalho possuia versos inditos, alm da colleco que guardava dos que j publicara. Era moo ainda, pois contava apenas 22 annos de edade. Filho de Minas Geraes, mudou-so com toda a familia para o Estado de S. Paulo, residindo em diversas localidades do interior, e depois na capital, onde comeou o revelar a sua veia potica. Era irm do distincto litterato Horcio de Carvalho, a quem enviamos nossos sentidssimos pezames, como a toda a exma. familia do finado. E no Dirio Pojnar o seguinte: Acabamos de saber da morte inesperada do nosso
intelligente
e sympathico collaborador e affectuoso Luiz de Carvalho. amigo Victima de um accesso algido succumbiu hoje s trs e meia horas da manh. Foi esta a synthese dolorosa da communicao que
tivemos.
Que fazer? Que dizer? Que pde produzir uma penna quando peza na alma de quem escreve a enormidade de um tamanho
golpe e os olhos cheios de agua quasi no distinguem sobre o papel as linhas mal traadas?
que no admittem um commentario. exemplo, a consummao de tamanha brutalidade, o vcuo enorme que a falta de um amigo vem abrir no corao dos que o estimavam, a falta das consolaes de um companheiro nas lides da penna, ferem -nos e postram-nos como si turbilhonasse ao redor
factos
Ha
Este,
por
o destroo de
um
formidvel cataclysma.
416
Ha como que uma predestinao maldita que peza sobre as geraes de moos intelligentes e que as obriga a contribuirem com os seus rebentos mais vivaces para o anniquilamento da morte.
E eil-a que vem, com as longas mos descarnadas, arrebentando alades, despedaando as lyras mais sonoras, vivando como uma panthera faminta, a dominar os coros dos psalterios, e vai com sua presa, inexorvel e fria, diante das desconsokes das lagrimas e dos desconfortos. De que serve extender agora os olhes em torno em procura de um ente arrebatado na. voragem, si essa voragem escancara-se diante de nossos passos e no se pde saber qual deve ser o primeiro arrebatado para o mundo das sombras eternas? Por toda parte deparamos com vestigios daquelles que se foram. Aqui, um canto suavssimo que lhe fugiu de dentro da alma na hora em que a primavera da vida lhe desenrolava sobre a cabea grinaldas de louros e
rosas
Alli,
uma
endeixa
triste
suspirada
acicato da
amargura
quando o no peito.
rijo
Por toda parte a sombra delle, a sua imagem eternamente gravada no fundo da retina, o cho de sua voz chorado a nossos ouvidos como os queixumes de uma lyra suspensa aos ramos de um salgueiro e aoitada pelas brisas da noite. E os mais que ficam pela vida com o "corao distilando lagrimas amargas como o tronco de um cedro a que uma fouce impiedosa houvesse rasgado a dura
casca
I
Qual ser mais feliz. Aquelle que a mo da morte arrastou para o eterno descano, onde no ha sonhos, nem lutas, onde no ia reminiscncias, nem maguas, ou o que fica pelo mundo vagando como uma ave perdida, ouvindo dentro de si mesmo o choro lancinante da saudade ?
Felizes os que vo. Felizes esses, pois que
ao
417
turbavel que os encerra no penetra nem o menor cho do mundo que possa levar-lhes ao ouvido as imprecaes dos homens ou o grito raivoso de uma blasfmia. Na paz indefinida a que se acolheram no chegam as raras notas alegres da vida, mas tambm alli no se abrigam as multides de magnas e tristezas. E ns, ns que ficmos, vamos vendo dia a dia o lento desfolhar das nossas esperanas, soffrendo hoje mais um revz para continuar amanha na mesma luta
vencidos, sempre anniquilados e tendo alm de tudo que guardar dentro da alma a saudade dos que se foram, tendo de chorar constantemente a falta dos que partiram. Triste misso dos homens.
improlicua, sempre
Bemaventurados
os
que
se vo.
Luiz de Carvalho era mineiro, filho do sr. Fidelis F. de Souza Carvalho e irmo de Horcio de Carvalho. De tenros annos tendo se dedicado a vida do com-
mercio soube captar innumeras sympathias nesta praa, onde era considerado pela rectido de seu caracter e proverbial honestidade Desde logo comeou a ensaiar os seus primeiros voos poticos e dentro em breve conseguiu elevar-se altura dos primeiros poetas da gerao actual Modesto e despretencioso viveu sempre arredado
. .
desses grupos
e crente
em que se faz uma popularidade pouco duradoura e trabalhava sozinho, consciente de sua fora
no futuro. Ultimamente colheu o a enfermidade que no conseguiu roubar-lhe nunca a alegria franca, que era um
de seus bellos caractersticos. Mesmo depois de enfermo era
um dos nossos mais assduos collaboradores poticos e ultimamente escrevia aqui a seco Pequenas epliemerides, deixando de fazol-o unicamente quando se recolheu ao leito de enfermo. A morte colheu- o com 23 annos de edad. A* sua familia pedimos licena para compartilhar a sua magua, pois que ns tambm sentimos a falta e lamentamos a perda do nosso estimado Luiz.
418
139 Domingo, (outubro) 1886. 440 Discijmlo, 1888.
141 Dahlia, (15 junho) 1894. 142 Bemocraciy 1885. 143 Discipulo, 1882.
1865.
Jornal illustrado e humorstico, em prosa e verso, (1) redigido por Luiz Gama. Durou algum tempo o foi substitudo pelo Cahrio, de Antnio Manoel dos Reis e Amrico de Campos. Luiz Gonzaga Pinto da Gama, nasceu na cidade
S. Salvador, capital da ]>ahia, em 21 de junho de 1830, sendo baptisado em 1838 na matriz do Sacramento, da cidade de Itaparica. Era filho de uma preta, africana livre da Costa da Mina, da nao Nag e de nome Luiza Maheu. Luiza era baixa de estatura, magra e bonita, tinha muitos alvos e a sua cor era de um preto os dentes
de
retinto, reluzente.
Possuia um gnio irascivel e violento e era de ndole vingativa, sendo no gesto grave e sombria. Era muito trabalhadeira e entrega va-se ao commercio de quitandas, sendo na cidade em que residia muito popular e conhecida. Era pagan e recusava -se obstinadamente a converter- se ao christianismo. Mais de uma vez foi presa por suspeita de envolver-se em planos de insurreio de escravos, que no
tiveram
effeito.
1837, depois da revoluo do dr. Sabino, mais conhecida pelo nome de Sabinada, veio ao Rio de Janeiro e nunca mais voltou. Procurou-a o filho em 1847, em 1856 e em 1861, no Rio, sem que a podesse encontrar. 1862, soube por uns pietos minas, que a conheciam e delia deram signaes certos (]uo, apanhada com malungos desordeiros em uma cas^ de dar fortuna em 1838, fora posta
Em
Em
419
em
tanto
ella
como
os
companheiros
Era opinio dos informantes que os amotinadores houvessem sido deportados pelo governo, que nesse tempo tratava rigorosamente os africanos Hvres, tidos
E assim nada poude Luiz alcanar em relao a sua me. Em 1861, voltando a S. Paulo e estando em commisso do governo, na ento villa de Caapava consagrou me perdida saudosos versos que se lm, como nota de um sentimentalismo dissonante no risonho livro das Trovas Burlescas, que deu luz com o pseudonymo de Getulino. V-se que j era hereditrio em Luiz Gama o profundo sentimento de insurreio e liberdade. O pae de Luiz outra analogia deste com Spartaculus - era nobre, fidalgo de uma das principaes familias bahianas, de origem portugueza. Foi rico e, nesse tempo extremoso para o filho, criou-o nos braos. Foi revolucionrio em 1837.
como provocadores.
Era apaixonado pela pesca e pela caa; jogava bem armas e melhor as cartas; comprazia-se em folguedos e orgias; esbanjou uma boa herana, havida de uma tia em 1836. Reduzido a pobreza extrema, em 10 de novembro de 1840, em companhia de Luiz . Quintella, ceu amigo inseparvel, que vivia dos proventos de uma casa de tavolagem na Bahia, vendeu o filho como seu escravo, a bordo do patacho Saraiva. A respeito dessa venda ha uma scena que deixa
as
ver por um lado o caracter corrupto de um pae e por outro a energia do filho vendido. A's horas da tarde o pae de Luiz Gama mandara Luiza Mahou vestir o filho, dizendo que iam dar um
passeio.
bote e declarou que Chegado ao ces chamou preferia passeio maritimo, visto que aproveitava a occasio para falar com o commandanto do patacho Saraiva com quem tinha uma questo a ultimar.
um
um
420
dilha, o
Dirigiram-se para o patacho, e chegados ao tombapae deixou a creana a conversar com o comfoi-se
mandante.
Terminada a conversa,
retirando
sorrateira-
mente, para assim escapar s vistas do filho; mas este sempre vivo e esperto, (juando vio o pae affastar se e entrar no bote, dando ordem para este partir, perguntou da escada: Ento, meu pae, no me leva comsigo?
aquelle respondeu porque me esqueci de alguma coisa em terra. Voltai ei breve e ento iremos juntos. Foi ento que o jovem Luiz desceu mais algum s metros e exclamou; Meu pae, o senhor me vendeu
.
Ao que
No,
velho olhou-o por algum tempo, us olhos se lhe encherem de lagrimas e deu ordem aos remadores que tocassem para terra. Luiz Gama occultou sempre aos amigos o nome do autor de seus dias, que, se ainda viv^, ha de ter a recordao da monstruosa infmia commettida.
Remettido dias depois para o Rio de Janeiro, no navio que partiu carregado de escravos, foi Luiz, como muitos outros, para a casa de um nego-
mesmo
ciante portuguez, de nome Vieira, estabelecido com loja de velas, rua da Candelria, esquina da do Sabo. Era negociante de estatura baixa, circumspecto e enrgico que recebia escravos da Bahia commisso. filho peralta que cstudav^a em Tinha, alm de
um
um
um
collegio,
umas
filhas j crescidas,
uma
perfeita
cheia de piedade. Tinha ento Luiz 10 annos. Seriam 5 horas da tarde, quando elle entrou em casa e todas as mulheres da casa se lhe affeioaram
immediatamente
Manilaram-n^o lavar, vestiram-lhe uma camisa e uma saia da filha mais nova, deram-lhe de ceiar e fizeram-u'o dormir em uma boa cama.
421
Luiz Gama lembrou-se sempre commovido daquella boa gente que com tanto carinho o tratara.
1840, foi vendido naquella casa ao negociante contrabandista, alferes Antnio P. Cardoso, o mesmo que em 1870 ou 1872^ sendo fazendeiro no municipio de Lorena, deste Estado, no acto de ser preso por haver morto fome alguns escravos em crcere priVddo, j velho de 70 annos suicidou-se atravessando o craneo com uma bala de pistola.
Em
O alferes Cardoso comprou Luiz em um lote de cento e tantos escravos e trouxe-os todos, pois tal era o seu commercio, a 'vender para esta ento provncia.
fez
Luiz toda
Escravo, sabido de infncia trgica, descalo, desemparado, faminto, subiu entre um bando de escravos a spera serra do Cubato. Foi escolhido por muitos compradorc s nesta capital,
em Jundiahy
e Campinas e por todos rejeitado como se rejeitam as cousas ruins, pela circumstancia de ser
bahiano. O ultimo que o engeitou foi o respeitvel ancio Francisco Egydio de Souza Aranha, pae do fallecido marquez de Tres-Ros. Depois de o haver escolhido, affagou-o dizendo Est um bom pagem para os meus pequenos.
Na
Bahia.
Bahiano!... exclamou, admirado, o excellente velho. Nem de graa! J no foi por bom que o venderam to pequeno. O marquez de Trs Rios que esteve a ponto de ter Luiz para pagem, mais tarde teve o como um dos seus amigos mais considerados. Engeitado como refugo com outro escravo bahiano de nome Jos, sapateiro, voltou para a casa de Cardoso, nesta capital, rua do Commercio n. 2, sobrado, perto da egreja da Misericrdia, que hoje j no existe e
422
lavar, a en-
gommar
1847, tinha Luiz 17 annos, quando para a casa de Cardoso, veio morar como hospede para estudar humanidades, o menino Antnio Rodrigues de Arajo, hoje doutor em direito, o qual foi magistrado de muito mrito e que ha pouco era fazendeiro e residia em
Em
Mogy-Guass.
Travaram
o
amisade
estreita
de
irmo,
as
com
estudante
entrou Luiz
aprender
primeiras
lettras.
1848, sabendo ler, escrever e contar alguma havendo obtido ardilosa e secretamente provas inconcussas de sua liberdade, retirou- se, fugindo da casa do alferes Cardoso, que alis o tinha na maior estima, e foi assentar pra^a. Terminou aqui o periodo do seu captiverio, comeando para Luiz uma nova phase da vida cheia do
coisa, e
Em
lutas e de peripcias, em que elle conseguiu instruir se e educar o seu formoso talento, entregando -se aos es-
tudos de direito e apresentando-se dentro em pouco tempo, comquanto no fosse formado, como o abalisado e distincto advogado que todos conheciam e que quasi todos respeitavam e temiam pelos conhecimentos de jurisprudncia e pela dialctica de ferro e fino espirito satyrico com que esmagava pelo ridiculo os seus contendores.
Em
que
S.
Paulo conseguiu
Luiz
Gama
cercar o seu
nome da mais
uma
clientela
mais provectos advogados. Francisco Glycerio, Jos Bonifcio e bem assim os mais conspcuos cidados deste Estado, honravam -se com a sua amizade. Os servios de Luiz Gama eram sempre, de prefefaria inveja aos
rencia,
consagrados opprimidos.
Orador fluente e escriptor apreciado, coUaborou em diversos orgams da nossa imprensa, onde inseria es-
423
em prosa e magnificos versos humoristicos, como s elle os sabia fazer. Quebrou os grilhes do captiverio a centenares de captivos, e o exemplo da sua vida inteira consagrada liberdade de uma raa, foi a bandeira desfraldada que empunharam seus amigos, os quaes juraram sobre o seu tmulo, ainda quente, continuar o sua propaganda emquanto vivos fossem, embora tivessem ante si os mais insuperveis embaraos. Luiz Gama , a nosso ver, o maior vulto do abolicriptos
cionismo no Brasil, porque a sua vida foi uma epopa de sacrifcios consagrada, quasi que em absoluto, libertao dos captivos, Morreu o illustre cidado abenoado por milhares de individues que lhe deveram benefcios e que todos os annos vo, em romaria, ao seu 'tumulo, cobril-o de flores e regal-o de lagrimas. O seu enterro foi um verdadeiro funeral e um dos mais concorridos de que ha memoria em S. Paulo. Desde o meio-dia, o enterro devia ser s quatro lioras, que o povo em massa procurava o cemitrio. Velhos, mulheres e creanas, principalmente pretos, dirigiam-se para a triste necropole, conquista de um logar para aguardar a chegada do fretro. Duzentos e tantos carros acompanhavam a este, mas vazios. Era uma verdadeira procisso cvica, composta de perto quatro mil pessoas,
quasi todas as associaes scientifcas, litterarias e benefcentes de S. Paulo, com os estandartes em funeral, dos mais lojas manicas, de que o morto era
um
graduados, etc. A' beira do tumulo, oraes fnebres dos nossos mais eminentes oradores. Eis o que foi Luiz Gama, o escravo, filho de uma preta, que entrou na vida na posio social a mais obscura que se pde conhecer; que deu os primeiros passos na existncia por uma verdadeira tragedia de lagrimas e de soffrimentos, mas que deixou o mundo
quasi endeosado por
uma
multido,
com um nome
cer-
cado do respeito e da venerao dos seus concidados polo muito que fez pela causa dos fracos, contra a
424
117 Democracia, (31 outubro) 1889.
148 Direito e Lettras, (1) 1878. 149 Democrata Federal, (2) 1895.
prepotncia dos fortes e pelo direito dos escravos contra a usurpao dos senhores. Luiz Gonzaga Pinto da Gama, falleceu em S, Paulo no dia 13 de agosto de 1882 (a) O Direito e Lettras, cujo primeiro numero (1) de agosto de 1878. era uma revista acadmica, orgam do Atheneu Jurdico e Litterario. Seus redactores-chefes eram, Tristo da Fonseca, da parte jurdica, e Affonso Celso Jnior, da litteraria, e redactores dos diversos annos, Arajo Brusque, Assis Brasil, Silva Jardim, Pelino Guedes, Timotheo Arajo, Leite Moraes Filho,
Vasconcellos, Theophilo Dias, Valentim Ma Souza Fernandes, Cardoso de Mello, Santos Werneck, Pinheiro de Andrade, Horcio Guimares, Alberto Fialho, Corra Dias, Fernando Mendes, Carlos Gusmo, Severino Prestes, Dutra Rodrigues, Muniz de Souza, Pedro Amaral, Olympio Magalhes e Souza Dias. O primeiro numero tem 95 paginas e o segundo 126. Folha diria, destinada defoza dos princpios (2) democrticos federativos. Director politico, Antnio Moreira da Silva. Redactor politico e secretario, dr. Leopoldo de Freitas. Redactor literrio e collaborador effectivo, Adolfo Arajo. Gerente, Manoel Jos Silveira Tem por lemma estes pensamentos. O homem civilisado responsvel na substancia e na forma pelas idas e conceitos, que pe em circulao. Pela palavra falada e pela palavra escripta guia o home n civilizado os governos bem intencionados. Seu apparcimento a 24 de maro, foi assim nv)ticiado pelo Correio Paulistano'. Democrata Federal,
Nardy
<le
galhes,
Com
tal,
sob a direco do
(a)
o titulo supra, appareceu hontcm nesta capisr. Moreir.i da Silva, uma nova
de S. Paulo,
1895. pagi-
425
lO Despertador Christo, 1851.
folha diria, que, como se v do seu artigo de apresentao, vai ser o orgam do partido opposicionista no Estado. Justificando a escolha do seu titulo, a nova folha declara que pretendeu syiithetizar, nas expresses que o constituem, harmonicamente combinadas, o seu pro-
gramma
nista
na imprensa; e ao partido opposicioappello, para que adopte como sua a mesma denominao, substituindo por tal forma a que
politico
faz
um
ainda hoje, em termos geraos e com vago significado, o distingue. (^uizemos tambm vr nas phrases dessa justificaactual tiva, sobretudo pelo modo como se referem ao de nos um systoma rego, pronunciamento governo que de que as idas parlamentaristas no so acolhidas pela
collega.
Ao menos isto o que as apparicncias indicam. O Democrata Federal que acceita e defende, em
todo o seu conjunto, to sbio,
soramente fecundo
rativo
tos e
em
beneficios, o
vantagens do individuo no municpio, do munino Estado e do Estado na Federao, no pde cpio pretender que a unidade peculiar e quasi caracterstica d( systema parlamentar venha alargar esses laos de
comnnms, esphacellando a integridade das histituies. consequncia, no s por isso, como ainda por vermos que, no intuito louvvel do se aggremiarem, para as verdadeiras e bem comprehendidas lutas partidrias, em prol da ptria, as foras adversas situao politica do momento em S. Paulo, cogitam de organisar o seu centro director para a sua economia interna e para a sua publica representao enviamos ao novo orgam de publicidade os nossos cumprimentos. So os votos de adversrios que, embora combatendo em campos oppostos. acreditam poder vr nessa nova orientao partidria sinceros e reaes tontamente
interesses reci[)rocos e
Em
patriticos pela
Repubhca.
Assim
seja.
426
151 Doze de Maio, 1863. 152 Democracia, 1867. 153 Dezeseis de Julho, 1868.
154 Ensaios Litterarios, (1) 1852. 155 Ensaios da Sociedade Brasileira, 1859. 156 Exercidos Litterarios do Club Scientifico,
(1)
(2)
1859.
Quando publicamos
no Dirio Popular, dissemos que o peridico Ensaios Litterarios, tinha comeado a publicao em 1852. A
Antnio Piza. Os Ensaios Litterarios eram publicados em 1852? Deviam ter sido em 1856, porque os ns. 5 e 6, que tenho, trazem a data de agosto e setembro de 1856. Ou outro jornal? Este de que trato Ensaios Litterarios do Atheneu Paulistano, 1856; redactores Castro e Silva, Aureliano Tavares Bastos, Amrico Marcondes, Duque Estrada Teixeira, Bittencourt Sampaio, Homem de Mello, Mello e Mattos, Couto Magalhes, Ferreira Vianna, Alvarenga Pinto, Leite Moraes, Almeida Moraes (primo de Leite Moraes e actual juiz de direito a sociedade Tiet), Thimoteo Rosa, etc. Acredito que Atheneu Paulistano fosso fundada em 1852, mas s
isto objectou-nos o dr.
teve
orgam na imprensa (Ensaios Litterarios), em abril de 1856, e a revista era mensal, de modo que os ns. 5 e 6 so de agosto e setembro desse anno.
Paulo, intitulada Ensaios Litterarios, em que escrevera Bernardo Guimares, e que, em 1850, ainda existia, conforme o testemunho de Sacramento Blake no Diccionario Bibliographico Brasileiro, tomoi, pag. 205. O baro Homem de Mello, escreveu nos Ensaios Litterarios e 1856 a 1858, e ahi publicou os seus estudos histricos sobre o Brasil. Escreveu nesta revista o dr. Theodomiro Alves (2) Pereira, natural e morador da Diamantina, Estado de
verificar o caso.
certo,
porm,
uma
revista
cm
S.
eloquentssimo e autor de um aprecivel romancete, intitulado Gemnesco. Collaborou egualmente no Tymbira e em outras folhas da pocha.
Minas Geraes, de cujo senado membro. O domiro escreveu em muitos jornaes do paiz,
dr.
Theoorador
427
(1).
160 Evoluo,
(2)
1870.
Redactor, J
J.
Folha republicana,
mais appareceu na Faculdade de S. Paulo; foi bem redigida e por moos inteUigentes. Pediram em prosa e verso o estabelecimento da Republica e Assis Brasil remetteu tudo a Deos nos fragmentos dos Lihellos. Incontestavelmente A Evoluo mostrou trabalho e coragem da parte dos que a redigiram, e foi pena que gastassem o tempo na defesa de uma causa hoje impossvel para o Brasil. E' de 15 de abril o n. 1. Gazeta caricata. Durou pouco tempo, sendo (3) substituda pelo Bohemio, cujo primeiro numero traz o retrato de Amrico de Campos. O Entreacto e o Bohemio foram redigidos por Vtlentim Magalhes, Raymundo Corra, Randolfo Fabrino, Theophilo Dias, Ezequiel Freire, Marcos Dolzani e Augusto de Lima. Folha monarchista, cujo segundo numero de (4) 16 de junho. No traz o nome do seu redactor, mas era redigido pelo dr. Estevam Leo Bourroul, como se v do Esboo biographico deste escriptor, publicado por L. E. (Rio, 189 /) Em 1892 publicou A Expiao, com a seguinte
:
428
167 Estandarte, (1) 1892. 168 Ecdetico, (1.*^ janeiro) 1891. 169 Emhryo, (7 setembro) 1881. 170 Espelho da Assembla, 1858.
171 Escola do Commercio, lg89. 172 Escndalo, 1888.
A Expiao s deu dous nmeros, sendo logo supprimida pela policia durante o movimento revolucionrio consequente da queda do marechal Deodoro. Orgam da egreja protestante, redigido pelo (1)
Rocha.
rev.
Eduardo Carlos
Pereira.
1874, o partido republicano creou o jornal (2) A Provinda de S. Paulo, por meio de aces, e coifiou a sua redaco aos drs. Francisco Rangel Pestana e Amrico de Campos e a sua gerncia a Jos Maria Lisboa. O primeiro numero sahiu a 4 de janeiro 1884 assumiu a gerncia da folha o dr. de 1875. Alberto Salles, retirando se Amrico de Campos e Lisboa, que foram fundar o Dirio Popular. Acompanhou os Aristides Lobo, que era collaborador do jornal e tornou-se mais tarde um dos fortes sustentculos do Popular. Depois da proclamao da Republica, A Provncia passou a denominar-se Estado de S. Paulo, (1. de janeiro de 1890). O Correio Paulistano, (janeiro de 1895), na seco Jornal dos jornaes, assim se refere ao
Fm
Em
Estado
Estado de
o
S.
Paulo
em
todos
os
congratulaes. A folha propriedade da Companhia Impressora. Fundada por Amrico de Campos e Rangel Pestana, dirigida hoje pelo dr. Jlio Mesquita, professa e propaga desde o bero a doutrina republicana. parte litteraria confiada direco de Filinto
429
175
Estilete,
1893.
EX-CORDE
(ao dr. RANGEL PESTANa) Illustre confrade. Sobre a estante, aqui em frente, mettido
num
de agua, est um galho de roseira, com uma flor vermelha, avelludada e fragrante. Pozeram n'a alli para alegrar -me a vista e perfumar este retiro da mente. De cada vez que uma })agina agita-se, si folheio um livro, vem-me no ar palpitante, com um afago ao espirito, o doce aroma da flor. Da hastea muito ouriada, quem a colheu de
copo
manh, tirou um por um os espinhos. No fossem elles magoar-me, si ao termo de um commovente episodio, para descansar os olhos deslumbrados pela alvura do
livro,
fosse eu
sobre o carinhoso velludo purpreo daquella rosa tomar -lhe, confiante, entre os dedos o espinhoso caule [... A imagem desta flor offerece, mas ao envez, um simile para a profisso que to nobremente exerceis, confrade illustre, e que eu pratico, sem lustre embora
movido por
irresistvel solicitao
do
espirito.
430
177 Evolucionisia, (11 maio) 1887. 178 Ensaio Acadmico. 179 Era, 1893.
Foi tal vez do galho de uma roseira em flor que fizeram este pequeno instrumento, no emtanto poderoso sceptro, que o jornalista maneja; mas, primeiro que nol-o dessem, desfolharam as rosas e s deixaram espinhos desflorida hastea.
No
tirocinio
da
profisso,
alguma
vez;
no
rara,
rubra? No ha de ser por um pecuhar predicado do a rutilancia do estylo provm daquelle temespirito: pero cruorico.
aquelle instrumento do nosso trabalho, que to leve parece, e de to fcil manejo, lacra-nos os dedos; porque, para traar a verdade, mister empunhal-o firme e calcar a mo. Acicata- nos o espirito; o sangue que deflue da picada corre para a penna e dilue-se na tinta... Tendes o estylo colorido, a phrase espumosa e
Si verdade que o homem filho de suas obras, deveis ufanar-vos da clara ascendncia; pois tendes os
mais nobres documentos da filiao. Nas paginas da Provinda de S. Paulo se archivam elles, ha 14 annos, quasi dia a dia. Esse lapso de tempo assignala a mais brilhante, a mais fecunda, a mais meritria phase da vossa existncia: durante o qual vivestes
em communho com
patiia paulista, na commoo dos sentimentos, idas e ideaes que agitaram a alma publica nesta feraz estrella
sejaes; mas tambm no que algum paulista haja, durante esse tempo, mais tentado fazer, do que fizestes, pelo engrandecimento deste recanto abenoado da terra brasileira. Para fomentar a prosperidade de uma ptria, .todas
sei
as collaboraes so necessrias: a actividade physica dos que arrotam os incultos campos, e a actividade
431
180 Eseova, 1894.
Si agora, do mai'co miliario, que hoje cravaes c na extrema do caminho andado, lanardes a vista parp o ponto inicial da partida, contemplando uma pof uma as etapas intermdias, que assignalam o transcurso aa
vossa longa carreira jornalstica, heis de sentir justo contentamento. o de haverdes vindo em hnha recta, que recto o caminho do dever; o de poderdes
um
retrogradar pela mesma estrada, ao inicio da qual chegareis como de l partistes um homem de bem. Eis o superior apangio que vos illustra. No este nobre attributo do escriptor* publico que cm vs eu hoje, entretanto, sado: mas outras causas que nessa tem immediata origem e completam a vossa o critrio do juizo, a indepersonalidade jornalstica: pendncia das opinies e o brilho da linguagem. S escreve bellamente quem escreve com a alma; a rutilancia do estylo prove qi de molharmos a penna, tanto no corao como na tinta. Por occasio deste anniversario personifico e sado na Provncia de S. Paulo, a honra e o esplendor da
Ezequiel Freiee.
Sob o
titula Reivindicao histrica,
communicaram
:
ao Correio Paulistano, em 1895, o seguinte O vosso jornal de hoje transcreve da Cidade de It, uma commemorao da Conveno de It, em que
Era a aggremiao dos muitos republicanos, esparsos por todo o Estado, adeptos do manifesto de 1870, que se organisavam, constituindo o pujante partido ao qual muito devem a propaganda a fundao da Republica.
Em
do
orgam
ituano,
rectificao a se fazer: No foi por occasio da Conveno de It que se resolveu fundar o jornal P-ovncia de S. Paulo, sob a direco do dr. Rangel Pestana,
ha a seguinte
432
181 E'ch vou Brasilien,
1890.
(1)
Em
republicano paulista, por alguns democratas no filiados a elle, tratarain de fundar a Provncia de S. Paulo, sob a direco dos drs. Amrico de Campos e Rangel Pestana e gerncia do sr. Jos Maria Lisboa. O Estado de S. Paulo hoje propriedade de Jos Filinto & C; tem como redactor-chcfe o dr. Jlio de Mesquita e continua ser o mais importante jornal do Estado. (Vide mais adiante nota na Provinda de S. Paulo.) Peridico aliem Jo, que comeou a publicar-se (l) a 2 de fevereiro e do (jual disse o Commereio de So
auxiliado
<r
Foi,
Paulo
clio von Brasilien o nome de novo jornal que. traz ante- hontem, comeou a publicar-se nesta
capital, sob a direco
um
do
operoso
sr.
Jos Winiger.
E'
orgam dos interesses teuto-brasileiros e de propaganda brasileira no extrangeiro, trazendo o seu 1.^ numero leitura variada e interessante noticirio. Ao collega, que tem programma to til e sympathico,
realisar o seu
nobre
433
189 Esperana, (1) 1862. 190 daireur, (setembro) 1895. 191 chos Theatraes, 1895.
192 Farol Paulistano^ (2) 1827. 193 Federalista, (3) 1832.
194
1
De
:
boa,
1862 emprehendi a publicao de um jornal A Esperana, sendo publijunho do mesmo anno e o ultimo a 26 de novembro, contando 17 nmeros. Foi collaborado por moos do commercio, empregados pblicos e estudantes. Entre estes figuravam, Fagundes Varella, Guimares Jnior, Cesrio Alvim, hoje conse-
tpico
Em
lheiro e outros.
Este jornal devia estar na serie da lettra P; porm, proprietrios escreveram a palavra com F, collocando-o neste aqui a orthographia,
Este jornal
foi o primeiro que se publicara em j dissemos; appareceu a 7 de feve-
S.
Paulo,
como
reiro de 1827.
colleco,
formando
1833.
Silveira da dr. Jos Ignacio S. Paulo e da de Academia depois senador do Imprio, ha pouco fallecido no Rio de
(3)
Redigido pelo
lente
Motta,
Janeiro.
Peridico republicano, cujo primeiro numero Foram seus redactores, Alberto Salles, Pedro Lessa e Alcides Lima. O primeiro destes, natu(4)
de 5 de abril.
ral
de Campinas, irmo mais moo do dr. Campos A Victoria e autor dos seguintes trabalhos: Pa\X' Ptria A 73 (S. Paulo, 1885, Eepuhlicana. pags.); lista, (Campinas, 1887, 300 pags.); Estudo critico sohre Disciplina e Organisao Partidria ( Campinas, 1888, 27 pags.); PolHca Ee^ouhlicana, (Rio, 1882, 573
Salles
,
434
195 Federalista, (1) 1888. 196 Frum Litterario, (2) 1861.
197 l^uturo, (3) 1862. l^^ Financiero, (4) 1881. 199 Farim, (5) 1887.
200 Famlia, (18 novienibro) 1888. 201 iuturo, (agosto) 1885.
pags.);
Ensaio sobre
a moderna concepo do Direito, pags.) Representa este Ese reside na cidade do Rio
O segundo, Pedro Augusto Carneiro Lessa, natural de Minas Geraes, advogado na capital e lente da Academia de Direito, foi deputado ao Congresso Constituinte do Estado. O terceiro, Alcides de Mendona Lima, nascido em Bag, no Estado do Rio Grande do
Sul, redigiu a Republica, collaborou na Provinda e na Tribuna Liberal, escreveu a Historia Popular do Rio Grande do Sul, (Rio, 188i) e publicou Discurso na
Paulo,
Era orgam do partido liberal paulista e appa(1) receu a 15 de junho de 1888, O n. 397 e ultimo, de 15 de novembro de 1889, dia da proclamao da Republica.
Soares,
Foi redigido por Antnio Joaquim de Macedo Amrico Lobo Leite Pereira e Z. A. Pamplona, quando estudantes de direito em S. Paulo. Os dois primeiros so hoje ministros do Supremo Tribunal Fede(2)
ral
autores
de
importantes trabalhos
litterarios
scientificos.
Arajo
cados.
Rangel Pestana, Cesrio Alvim, Moreira e Belfort Duarte, A Biblioteca Nacional possue a colleco dos vinte nmeros publi(3)
Redactores,
Peridico consagrado aos interesses dos empre(4) gados de fazenda, redigido por Jos Leo e Alexandre
Costa.
(5)
435
202 Federao, (1) 1891 203 Faufula, (2) 1898.
(1)
Orgam
politico,
Amrico
Brasiliense. Foi
commanditaria, da que faziam parte os senadores, deputados e outros amigos politicos que acompanharam o governo do dr, Amrico Braziliense. Adquiriram o material do Mercantil, que ento pertencia ao dr. Felippe Gonalves. A redaco era do dr. Miranda Azevedo, auxiliado pelos drs. Aureliano Coutinho, F. Abranches, H. da Silva, Vieira de Carvalho, Ferrera Braga, P. Barreto, Jenuino Cardozo, Augusto Miranda, Angelo l*inheiro Machado, Rodrigo Lobato, Pedro G. Cardim e Adolpho de Arajo. Foi seu primeiro director gerente o dr. Joo de Arajo, que foi substitudo depois pelo dr. Pedro Cardim, at a pocha
foi empastellada. Reconstituda novamente foi cedida ao sr. Eugnio Lionel que a publicou por algum tempo ainda, sob sua inteira e exclusiva responsabilidade litteraria e politica. Foi empastellado a 15 de dezembro de 1891, sendo destrudo quasi todo seu material, archivo, colleces dos jornaes e mobiha do Cliib que funccionava
em que
na mesma
(2)
casa.
Orgam da
colnia italiana
em
S.
Paulo. Delle
Director e proprietrio o sr. Vitaliano Rotellini, E' uma folha bem escripta e bem feita, interessante especialmente para a avultadssima colnia italiana deste Estado; pois escripta no idioma de Dante (salvo
seja) e d grande copia de noticias da Europa e de todos os paeses da pennsula itlica. politica, professa os mais adiantados princpios, e os desenvolve com clareza e elevao.
Fm
Occupa-se frequentemente de assumptos que interessam a nossa politica e economia social. Fal-o sempre com critrio e sympathia ao Brasil. Insere o numero de hontem uma critica sobre o
436
204 205 206 %)1 208 209
Fulmine, 1889. Folha Popular, 1893.
Futuro, (1) 1844. Fanfarra, 1889.
Futuro, 1880.
211 Folha da Tarde, (4 dezembro) 1883. 212 Folha Acadmica, 1889. 213 Folha Acadmica, (21 de julho) 1892. 214 Freie Presse, (2) 1889.
215 Folha,
(3)
1890.
(4) 1888.
216 Funccionario,
discurso pronunciado pelo rei Humberto por occasio da abertura do parlamento italiano; depois reproduz o texto daquella pea politica. Traz muitas noticias locaes e do mundo inteiro, telegrammas e a sua inreressante seco Fchi delia
Stampa.- Publicava-se as teras e sextas feiras, na lyto(i) graphia de Silva Sobral, rua do Imperador (Marechal Deodoro) n. 1 e custava a assignatura por seis mezes 4$000. Cada numero, a duas columnas, tinha a epigra-
Vitam impender e vero. Orgam da colc-nia aliem de S. Paulo. (2) E' de 4 de junho o primeiro numero e sahi(3) ram apenas quatro, quinzenalmente. Foi redigido por Adolpho Arajo e Renato Carmil. Semanrio dedicado aos interesses dos func(4) cionarios pblicos, redigido por Arthur Barboza, (empregado da Relao do Estado do Rio, Jos Rodolpho Nunes, advogado em S. Jos do Rio Pardo, Antinor
phe
esta
folha
diz-nos
437
217 Futuro, 1889. 218 Forche Caucline, 1892.
trabalho esse de grande valor histrico para os que se occupam do progresso do Estado de S. Paulo, um dos primeiros da RepubHca Brasileira. No emtanto, notei logo quando tratastes dos jornaes publicados em 1888, que fostes omisso quanto ao Fimccmiario, orgam dos interesses do funccionalismo publico da ento provncia de S, Paulo, e que veio luz da publicidade em junho desse anno e inou-se em 31 de dezembro, bem contra a vontade do signatrio desta, que, como fundador, nutria os maiores desejos em continuar com a publio que no se realisou, no cao, no anno de 188'J, s por escassearem as assignaturas, que eram o nico elemento de que dispunha para fazer face as despezas, como por se terem retirado em fins de novembro os meus companheiros de redaco.
O artigo de fundo que publiquei no ultimo numero do Funccionario em 3i de dezembro de 188^^, mostra evidencia quaes os sacrifcios por que passou a redaco desse peridico, atirado a publico com um nia defeza da classe dos funccionarios })ubHcos co im, do Brasil, nos tenebrosos dias da monarchia, e que no teve a recompensa ao menos de ser acceito pelo funccionalismo de outras provncias e pelo numeroso da antiga corte. Enifim, outra cv)usa no se podia esperar desde que o Funccionario em eu artigo -program ma apresentava-se na imprensa paulista com a maior altivez e independncia, o que deu causa a ser bem acolhido, no s pela imprensa do Rio de Janeiro e So
pela das outras provncias. fez em defeza de sua classe encontra se nos diversos artigos publicados em snas columnas, durante seis mezes. Muitas das rerorn'ias por que se bateu foram mais tarde lealisadas; *haja vista o montepio obrigatrio, as novas instruces para concurso dos empregos de fazenda, etc:
Paulo,
como
que o Funccionario
438 220 Folha Faulista, (2 agosto) 1885. 221 France au Brsil, 1891.
o signatrio desta
Pilar Filho,
Rodolpho Nunes e
Seguindo politica diversa, pois, o signatrio desta e o ultimo eram republicanos intransigentes, emquanto os outros dois militavam no extincte partido liberal, o
pensamento que predominou ao reunirem-se para a fundao do jornal, foi um s e nico para todos o alevantamento de sua classe to aviltada, e a defeza daquelles co! legas que fossem victimas dos poderes pblicos. Dahi a coragem com que eram escriptos os seus artigos, elogiassem ou accusassem os actos do governo, ou de quem quer que fosse. Hoje, que estamos separados, Antenor Santos, na
na
capital Federal,
em
melhor da vida, que seja este meu proceder uma recordao do passado, dos bons tempos em que, cumprindo os nossos encargos como funccionarios pblicos, ainda applicavamos s poucas horas de repouso em defeza da nossa classe. Os lutadores tem direito justia social.
foi um orgam de luta; merece, porlogar no meio da relao dos que fazem parte do vosso trabalho. resumo o que ficou acima no uma reclame aos nomes dos redactores de um jornal que teve pouca vida, mas simples addit amento ao vosso interessante trabalho Imprensa Paulista. E si o fao, devo dizer- vos, porque li no Dirio Fopular o vosso ])edido ao publico de enviarem rectiinteficaes ou additamentos todos ajuelles a quem resasse a exactido do vosso trabalho.
Nunes
nosso jornal
tanto,
um
Em
um
Petrpolis, 1894.
Arthuk Bakboza.
439
222 F. F. e B. R, (1) 1890. 223 Folha Paulista, 1892.
maranhense), Bittencourt Sampaio (o Aureliano Tavares Bastos, Duarte de Azevedo, poeta), R. Milagres, Pereira dos Santos e outros luzeiros, O n. 1 de 30 de abril de 1856 e os directores do jornal eram Homem de Mello, Cortines Laxes e Alberto Anillustre litterato
tnio Soares.
(4)
A''eiga
abrail
foram Muniz, de
Ezequiel Freire, Jlio Ribeiro, Amrico de Campos Sobrinho e outros. Quando Jlio Ribeiro tomou a sua direco, a Ga-
440
231 Gazeta Jurdica,
1893.
(1)
vendida ao
dr.
tomou ento o
de
folha
republicana
Gazeta revolucionaria, pois republicana sempre fora. de Fovo foi a nica folha de S. Paulo que, no dia 14 de novembro de 1889, deu signaes de revoluo que estabeleceu a Republica, pois nesse dia publicou em normando as seguintes noticias transmittidas do Rio
de Janeiro no
mesmo
dia.
Resurge aqui o boato da abdicao do Imperador, constando que o governo trata de operar disperso da tropa da linha pelas provncias e grande diviso da esquadra em varias estaes ao largo da costa do Imprio. A guarda nacional vae ser armada Comblain. Reina surdo desgosto nas fileiras do exercito e marinha. Desappareceu em 1890, sendo substituda pelo Jornal da Tarde. O n 1 de 16 de outubro. Importante revista mensal de legislao, dou(1) trina e jurisprudncia do Estado de S. Paulo, propriedade do dr. Manoel Augusto de Alvarenga. So seus redactores os drs. Carlos Augusto de Souza Lima, presidente do Tribunal de Justia, Joaquim Augusto Ferreira Alves, ministro desse tribunal, Miguel de Godoy Moreira e Costa, juiz de direito da capitab Antnio
e Silva, procuraPereira Brazilio Monteiro, dor-geral Augusto Machado de Oliveira, Joo Mendes de Almeida Jnior e Aureliano de Souza Oliveira Coutinho, lentes da Faculdade de Direito; Manoel Augusto de Alvarenga e Vicente Ferreira da Silva, advogados no foro da capital. Comeou a publicar-se em janeiro de 1893 e ou 24 fascat fim de 189, forma seis volumes culos n-S.^ gr. (2) Orgam da colnia allem em S. Paulo; desappareceu para resurgir em 1895, com o mesmo
Carlos Ribeiro de
Andrada Machado
Joo
do Estado,
caracter.
441
2J9 Grito dos Pobres, 1889. 240 Guarda Nacional Panlida, (4) 1840. 241 Guarda Nacional, (5) 18g4.
Folha republicana, que appareceu a 10 de (1) junho de 1888, impresso na typographia Unio, largo Sete de Setembro. Durou pouco; o n. 22 e ultimo, e de 14 de dezembro do mesmo anno. Abaixo do titulo
trazia por epigra])he
Jlio
V^ox poimliy e o pensamento de Ribeiro: Est a chegar o j)crigo; quero o meu quinho. O seu redactor foi Hypolito da Silva, autor
:
do poema Latifndios. Folha republicana, redigida por Horcio de (2) Carvalho, Rivadavia Corroa e Falco Jnior. Appareceu a 17 de agosto do anno indicado e delia disse o Jornal do Commercio: Sahiu a 17, o primeiro numero d' O Ganganelli,
folha republicana.
Chama-se Ganganelli em homenagem ao valente trabalhador Saldanha Marinho; traz vrios artigos sobre politica, sciencias, religio e de agradvel leitura. Fazemos votos para que o coUega, que to galliardemente se apresentou ao publico paulista tenha aus-
piciosa vida.
(3)
Orgam do
e
partido
liberal,
Jns de Vasconcellos. Fundida com o Dirio de S. Paulo, redigido pelo dr. Augusto Queiroz, deu origem ao Dirio lberal, redigido pelo desembargador Gavio Peixoto. (4) Impresso na typographia de Costa Silveira e alii subscripto por 12^000 por serie de 12 nmeros. O n. 4 de 16 de dezembro de 1890.
Gavio Peixoto
(5)
Publicava-se
Typographia
Litteraria,
em
formato pequeno, a
442;
1895.
S.
Gazeta ds
Honra, 1853.
Indicador-Itevista, 1891.
Imparcial 1868.
Indicador Paulista, 1892. ris, (3) 1850.
(1)
bhear-se a
Folha para rir e para chorai*. Comeou a pu1.^ de janeiro. Appareceu a 9 de maro c delia disse o Cor:
dr. Paulo de Lacerda, appareceu hontem nesta capital o primeiro nuirero da Gazeta de S. Paulo. Do seu artigo de apresentao, extrahimos o seguinte tpico que parece resumir o programma do novo jornal A politica da folha ser vasada francamente nos moldes da pura democracia e a republica, dominante nas duas Amricas, ter-nos- sempre promptos e alerta
:
Sob a direco do
para defendel-a.
Ao novo collega desejamos longos annos de prospera vida. Jornal acadmico, litterario, redigido por Pedro (3) Taques de Almeida Alvim e Diogo Jos Vieira de Mattos, l pelos annos de 1849 ou 1850. Houve outro de igual nome, logo em seguida, redigido por Joo
Baptista Pereira,
448
259 Imprensa PauHta, (1) 1860. 260 Imprensa Evanglica, (2) 1805.
261 Imprensa Acadmica^ 262 Ideia, (4) 1879.
(3)
1864,
Vide nota adiante sojjre o Firatinmja. de })ropaganda religiosa, redigido Jornal (2) rev. Canibcrlain.
(1)
(3)
[)elo
Folha
litteraria,
tos connnerciaes e agrcolas, redigido por Luiz Figueira e Carlos Augusto de Carvalho, actual tro
Ramos
minis-
do Exterior. Durou sete annos este jornal e desappareceu em 1871, por causa da celebre questo acadmica. Tambm fizeram parte da sua redacto alguiiB outros brilhantes talentos da Academia, como Martim Cabral, Pamplona, Lencio de Carvalho e Cunha Leito. Foram seus redactores, Alexandre Coelho, Ran(4) Fabrino, dolplio Rangel, B. Ga na. Barros Casal, S Vianna, Ernesto Alves, Henrique Lascasas e outros. Deste j)eriodico diz S Vianna, obra citada: ^ Ideia foi a nica empreza litteraria que poude manter o primeiro anno acadmico de 1879. Guerreada por alguns niO(,*os inimigos do cultivo das lettras, pois no concebe-se que possam moos, que se dedicam ao trabalho, apresentar-se ostensivamente hostis a uma em})reza fundada por collegas, A Ideia conseguiu chegar ao terceiro numero. Foi um pequeno ensaio e nos poucos nmeros publicados offereceu bons artigos de Alexandre Coelho, nos quaes facilmente percebe-se o
interesse
que toma
este
moo
pelo estudo
de questes
serias e de reconhecida) proveito. Intelligent e estudioso, Alexandre Coelho promette-nos muito. Henrique Lascasas, em dous artigos, e Randolpho Fabrino, em
suas poesias, mostraram -se moos de talento. Aconselhamos, comtudo, a ambos estudo aturado ]>ara que realisem se as nossas esperanas, e lamentamos no primeiro o excesso de suas ideias republicanas. Fidelis,
Badar
444
263 264 265 266 267 268 26 J
Imyngrante, (19 novembro) 1885.
Italai ai Brasile,
1886.
1888.
ItaUan in
S. Taolo,
1886.
270
271 Ideia, (l junho) 1883 272 Iracema, (12 dezembro) 1886. 273 Impren^^a Juvenil, 1870.
274 Industrial Paulistano, (3) 1854. 275 Ihering, 1882. 276 Illustrao, (3 setembro) 1894.
Ainda que outro merecimento no tinha A Ideia, que no oonservou-se immovel; e, embora luctando com -a m vontade de uns e a falta de pratica de outros, destacam-se quando
resta sua redaco o consolo de
amor ao trabalho. Publicao semanal, propriedade de uma aso-. ciao. Redactor principal, Arthur Breves. Tinha quatro paginas de illustraes, hthographadas por A. Fossati, c trazia a divisa. Liberdade de conscincia Liberdade
pelo
(1)
menos
de pensamento. Viveu poucos mezes e estampou os retratos de Tiradentes, Silva Tavares, Joaquim Nabuco e Gumercindo Saraiva.
(2) Publicao bi;5emanal, impressa na Tyiwgraijhia Litteraria, dirigida por J. E. S. Cabral, a rua das Seto
Casas
(3)
n.
5.
Jornal da Sociedade Auxiliadora da Agricultura, Commercio e Artes da Provincia de 8. Poido, impresso na typographia Dous de Dezembro, de Antnio Louzada Antunes. Nesta revista collaborou o brigadeiro
Machado de Oliveira, conhecido escriptor paulista, filho do tenente-coronel Francisco Jos Machado de Vasconcellos e de d. Anna Esmeria da Silva, nascido a 8 do julho de 1790, em S. Paulo, onde falleceu a 16 de agosto de 1867. Deixou muitos trabalhos de importncia sobre historia, geographia, industria, etc.
44
277 Infantil, (1) (13 janeiro) 1894. 278 Illustrao Paulista, (2) 1881.
Imprensa
Artstica,
(3).
Jornal do Conimercio,
Justiceiro, (7) 1834.
(6)
1883.
Jornal da Tarde,
(1)
(8)
1889.
Seiianario
e
alumuos do
Collegio
Camargo
(2)
A p pareceu
Era uma
de ])e(|ueiio formato, orgam dos Camargo e redigido por Miguel de Ranulpho Lima. O n. 1 de 13 de janeiro.
a 2 de abril, littographada
liecreio.
]>or
Jules
Marti]\
(3)
(4)
tendia publicar o dr. o 1." numero. (M. Azevedo). (5) Apparcceu a G do novembro. Proprietrio e
editor,
(6)
Antnio Elias da
Silva.
Dirio abolicionista, fundado e redigido por Antnio Bento, Gaspar da Silva e Raul Pompeia. Ap-
pareceu a
(7)
l.o
de agosto.
padie ! iogo Antnio Feij. (M. Azevedo). Jos Felizardo, que escrevera no Dirio Mer(8) cantil^ Commerco de S. Paido e em outro=? jornaes, foi o redactor do Jornal da Tarde, juntamente com Alberto Souza^ Marinho de Andrade e Alfredo Prates. Vide adiante nota ao liecreio.
Ei-a seu redactor o
446
293 Jornal da.^ Damas, (6 janeiro) 1890. 294 Jornal do Operrio, 1892. 295 Jovem America.
296 Jornalzinho, 18^4. 297 Jornal, (9 julho) 1893.
Jornaleco, 1890.
Kaleidoscoino,
(1)
1860.
(2)
1890.
18:^9.
(8
uiaio)
1889.
1860.
(1)
Pubhcario
Paulistano.
n.
semanal do de sabbado
22 nmeros, sendo o ultimo de 22 de setembro, formando 208 paojinas. No fim de cada numero le-se: So Paulo, 1860, Tfjp. Imparcial, cie J. 11. de Azevedo Marques.- O Instituto foi fundado a 23 de
outubro de
1858, e delle era presidente o conselheiro
Amaral
leito.
(2)
da Faculdade
de
Di-
Folhas
a\'ulsas
Antes desta appareceu uma outra Lucta, de (3) propaganda republicana, redigida por Paula Novaes, Juvenal de Garv^alho e outros estudantes da Acade.nir.
de Direito.
conservador, redigido pelo dr. Joo Almeida, sendo gerente Manoel Antnio Bittencourt. Sahiu a lume a 7 de setembro de 1857. Jornal litterario, dedicado ao bello sexo, redi(5) gido [)or Quirino dos Santos e Rangel Pestana, ento estudantes da Academia.
(4)
Orgam
de
Mendes
(1)
311 Luda, (2) 1882. 312 Lmtador, (20 outubro) 1892. 313 Luva de Ouro, iHS7. 311 Liberdade, (3) (17 maio) 1888.
315 Liberal Paulista, (4) 1886. 316 Lega Italiana, 1889. 317 Lavoro, 1893. 318 Lidador, 1890.
Joniil politico o litter.:ii'io, fundado por Salva(1) dor de Mendona e Theophilo Ottooi (filho). Sahia trs vezes por mez, em oito paginas de composio cada numero. Era redigido por seus fundadores, por Simplicio de Salles e outros. Esta nota foi corrigida, no Dirio V apular, pelo dr. Joaquim Piza, do modo se-
guinte
a nota se diz que foi este jornal escripto pelos fundadores, Simplicio de Salles e outros. Ha engano: Simplcio de Salles, distincto mineiro, formado em 1855, falleceu em 1857, alguns annos antes de apparecer A
Em
Legenda, que publicou alguns trabalhos interessantes do dr. Simplicio sobre estudantes do seu tempo. Os fundadores e redactores foram Theophilo Ottoni (filho) e Salvador de Mendona.
Director, Argemiro Cicero Galvo, natural do 2) Rio Grande do Sul, prematuramente fallecido o autor do romance A filha do Estrangeiro, (Porto- Alegre, 1886) e de um folheto philosophico A Concepo de Beos. Redigiram o jornal Paula Novaes, Juvenal de Carvalho e outros estudantes da pocha. Era orgam abolicionista dos empregados do (3)
commcrcio
(4)
em
S.
Paulo.
partido liberal, redigido por Alfredo
Orgam do
de Almeida.
448
319 Litteropera, (22 agosto) 1884. Ladro, 18S1.
Lcio,
1887.
Leque, 1885.
Leque, 1895. Liberdade, (24 agosto) 1884. Lettras e Artes, (3 dezembro)
888.
32G
Meteoro,
[\)
1850.
Monitor,
(2)
1886.
331 Monitor Catholico, (17 outubro) 1879. B32 Messagero, (maio) 1891. 333 Mercantil, (3) 1890. 334 Memorias da Associao Culto Scimcia, 1859. 335 Murmrios Juvenis, (4) 1859. 336 Movimento, 1872. Apparecia em dias incertos e custava a as?igpor serie de 15 nmeros, 1$000. Era impresso na Tiipoffraphia Liberal, largo da S n. 3, e em cada numero, a duas columnas, v se a legenda: Eu sou horrvel trovo, sou corisco, sou fuzil, correrei de sul a norte
(1) iiatura,
todo o imprio do Brazil Joaquim de Toledo Piza e Almeida, possue os ns. 41 e 44 da terceira serie, de janeiro de 1852. Comeou a publicar-se em 30 de maio de 1886, (2) em grande formato, a seis columnas, e pouco durou. Tinha o sub-titulo Chronica dos factos. Era da propriedade de Joaquim Dolivaes Nunes o J. Navarro de Andrade, sendo este ultimo o redactor, Vide adiante nota ao llecreio. (3) Jornal litterario e scientifico, publicado pela (4) associao Amor Sciencia, estnbelecida no Collcgio BrasUiro.
.
dr.
449
337 Meridiano, (fevereiro) 1885. 338 Mascotte, 1885. 339 ilfe, (1) 18^8. 340 Missionrio Juvenil, (janeiro) 1889.
341 Metralha, (11 outubro) 1889. 342 3Iosca, (fevereiro) 1 889.
Mosquito,
.Memoria,
(2}
18G0.
Medico Pojnilar.
(3).
Manual
1830.
348 Manh, 1890. 349 Minas Acadmica, 1892. 350 Mensageiro Popular, 1893.
Revista acadmica de lettras e sciencias. DiHorcio Magalhes e Luiz Quirino. Appareceu de junho e trazia por lennna o versculo de H.
:
(1)
rectores,
l.
Taine Toujonrs procluire et tonjours acquerir.* Rahiram apenas quatro nmeros, impressos na Tyjiofji-aphia
(2)
Unio.
sS publicou
setembro de 1860 e parece que numero, formato mignon, impresso na TypograxMa LUteraria, rua do Imperador n. V. Mello Mokaes, Historia da trasladao da (3) corte para o Brasil em IS^Jz-L^iOS, d uma relao dos jornaes que tm havido no Brasil desde 1808 at 1862. De So Paulo menciona 47, dos quaes alguns j figuram nesta nossa resenha, e outros os titules errados ou incompletos, como sejam Atheneu J'aulista (Jornal do Atheneu Fatistano), liecreio Instructivo (Jievi-^ta do
Saliiu a 8 de
um
Abaixo damos a relao dos peridicos citados por Mello Moraes, e que j esto contemplados nos respectivos legares. Athcnni Paulistano Aurora Paulistana Buscap Clarim Constitucional Correio Commercial Conservador Saquarema Paulistano CuU o Sei enca- Ensaio Acadmico Emoio Philoso-
450
351 352 353 354 355 356 357 358
Mocidade, (1) 1895. Munielpio, (2) 1895.
1882.
Nariz, 1893.
JSeophyto, (5) 1889.
2)hico Ensaios Litterari s Esperana Farol Paulistano Futuro Governista Imprensa Paulista Industrial Paulistano -Justiceiro Legenda Lei Medico Popular Memoria - Meteoro -Mosaico Nacional Novo Farol Paulista no - Ncleo Jurdico Observador Observador Constitucional Paulista Pa estra Litteraria Paulista Pir tininga Precun-or Progresso Centralizador Pernilongo Razo Recreio Instruciivo Revista Commercial Revista Litteraria Revista Dramtica Revista Mensal do Ensaio Paulistano Vinte e Nove de Setembro Vedeta Ypiranga. Solitrio
maio.
patt.
(2)
Tem
divisa
Pro
Jornal dirio de grande formato, politico e nodr. Domingos Jaguaribe, que o redigiu auxiliado pelos drs. Leopoldo de Freitas e Wenceslu de Queiroz. (3j Publicao serial e intercadente, de que foram director, o professor Jos Feliciano de (_)liveira, e cooperadores Joaquim da Silveira e Antnio Hypolito de Medeiros. Sahiram apenas quatro nmeros, em pequeno formato, a duas columnas, tendo o primeiro 24 paginas, todas occupadas com a apreciao da dictadura republicana, segundo a doutrina positivista. Trazia os
ticioso,
fundado pelo
A famlia, a ptria e sub -titules Ordem e Progresso a humanidade. Peridico de propaganda republicana e abolicio(4) nista, fundado a 3 de dezembro por Antnio Guery, Francisco Gaspar, Antnio dos Santos Oliveira, Figueiredo Coimbra e Arthur Cai los. Vide nota adiante sobre
:
o Ilecreio.
Guima-
451
359 Ncleo Juridieo, 1 8G2. 3G0 Nove de Setemhro, (30 junho) 1881 3(V1 Nuova Boma, 1885.
382 Nativista, (1) 1895. 363 Oitenta e Nove, (2) 1884. 364 Oitenta e Nove, 1888. 365 Ordem, 1862. 366 Onze de Agosto, (3) 1876. 367 Opinio Nacional, (4) 1892.
Jornal republicano, intransigente e violento, (1) redigido por Agricio Camargo, Hygino Rodrigues, Srgio Braga, Luiz Labre e outros rapazes. Vide adiante nota ao Ilecreio. (2) O Orne de Agosto, foi fundado e redigido (3) pelo dr. Estevani Bcairroul, que tambm redigiu o Catholko, a Jleaco, a Vanguarda e o Monitor Catholico.
(4)
Bernar -
Tinha como director politico o dr. Amrico Braziliense de Almeida Mello e como redactores os drs. Pedro Augusto Gomes Cardim e Francisco de Toledo iMalta. Desappareceu em 1893, durante o
dino de Campos.
estado de
sitio;
o seu primeiro
numero
de
17 de no-
vembro. Tinha typographia prpria. (5) Orgam dos interesses da classe operaria. Tinha como director responsvel Adolpho Freitas. Comeou a ser publicado em abril, impresso na typographia Sprita.
Foi seu redactor chefe o dr. Joo Pedro da () Veiga Filho, natural de Minas Geraes e lente da Academia de Direito de S. Paulo, que redigiu tanbem por algum tempo o Dirio do Commercio, as Notas IHartas do Dirio Mercantil e collaborou em outros jornaes da capital e do interior.
452
370 Onda,
1883.
(1)
Fundada pov Joaquim Dias da Rocha, fallecido (1) na cidade da Pavahyba do Bui, em fevereiro de 1895, e de quem se l no Jornal do Commercio, do Rio, a seguinte noticia, enviada daquella cidade A rebelde enfermidade que zombou dos esforos da sciencia e dos acrysolados carinhos da extremosa familia, succumbiu ante-hontem, s cinco horas da manh, o festejado poeta e litterato dr. Joaquim Dias da Rocha
:
Filho.
Nascido em Corytiba, Estado do Paran, em 18 de agosto de 18(32, veiu ainda menino para esta cidade em companhia de seu pai, o distincto medico dr. Joaquim Dias da Rocha. Fez a maior jmrte dos seus preparatrios no Colleglo Ahilio, onde comeou a manifestar a sua extraordinria
intelligencia.
Aos dezeseis annos produzia uma magnifica traduco da Farisina, de Byron, que foi publicada com um
prologo do baro de Paranapiacaba. Mais tarde matriculou se na Escola Militar, onde logo impoz-se admirao dos seus mestres e condiscpulos, pela robustez de seu talento Quando estudante dessa Escola, publicou uma primorosa traduco d' A N<nvi de Ahidos, recebida, como a Parisina, com apj^auso dos homens de lettras.
Verificando, porm, que a carreira militar no sasua ndole e vocao, abandonou a Escola e ma<riculou-se na Academia de Direito de S. Paulo, da qual, aps brilhantssimo curso, sahia formado em sciencias jurdicas e sociaes.
tisfazia
Logo depois de formado foi nomeado promotor publico desta comarca, cajo cargo exerceu com inexcedivel proficincia e circumspeco; foi posteriormente delegado de policia uo Rio de Janeiro e exerceu a advocacia aqui e em Juiz de Fora. S. Paulo foi fundador e redactor da Onda, jornal abolicionista e collaborou com pericia notvel em muitos outros jornaes. Nesta cidade fez parte da redac-
Em
453
371 Observador Comtitucional,
(1)
1829.
o do Frovnciano, do Tamot/o, da IlepubUca e foi collaborador do Farahha e desta folha. No Jojmal do Oommercio publicou uma esplendida traduco do Cntico dos Cnticos, de Salomo, trabalho de que, com elogio, se occupou o illustre litterato portuguez C. Castello Branco. Ainda ha pouco deu -nos no mesmo Jornal um excellente -estudo histrico sobre a revoluo de Minas em 1842, no qual ainda uma vez revelou o seu superior
talento e
amor
as lettras.
Poeta de
elite,
e impeccaveis versos, alguns j publicados em diversos jornaes e revistas e outros ainda inditos, que pretendia
em volume com
o titulo de
Musgos
Alem destes, deixa inditos outros trabalhos litterarios de incontestvel mrito, entre os quaos: Historia
da Guerra Cisplatna, Ephemerides Brasileiras, Biographia do brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, comprehendendo uma parte da Historia do Cear e o Dccionario Brasileiro, do qual deixa apenas completos es vocbulos da lettra A. O ilhistre morto era casado com a exma. sra. d. Izabel Bezerra, filha do nosso venerando amigo ar. Leandro Bezerra Monteiro. Pungidos pela profunda saudade que nos deixa o desappnrooimento do infatigvel operrio da litteratura ptria, Mpres^ntamos a "esta e a todos os membros da famiiia do pranteado inoo as nossas sinceras condolncias.
(1)
que
extrahimos do Jornal do Conimercio, do Rio, de 20 de novembro de 1894 * Fazei hoje 64 annos que foi assassinado iia cidade de S. Paulo o dr. Joo Baptista Libero Badar, redactor do Obserrndor Constitucional, segmlo jornal
ii
que
Recordando
este triste
anniversario, publicamos o recibo da assignatura (|ue desse jornal tomou o sr. Joo Crispiniano Soares, ento
454
372 OUervaor Faulistano, 373 Opinio Conservadora, 374 Ordem, (3) 1874.
estudando do
1838.
(1)
(2) 1869.
1.^ anno do curso jurdico, que depois tanto se distinguiu conio jurisconsulto e professor de Direito Romano e entre cujos papeis foi achado o original firmado por Badar: Recebi do sr. Joo Orispiniano Soares a quantia de 1$440 reis, importncia de um exemplar do Obser-
vador Constitucional, no terceiro trimestre, principiando a 24 de abril e findando a k3 de julho, ficando o redactor responsvel pela importncia da parte no cumprida, caso cesse a publicao da folha. So Paulo, 20 de junho de 1830. Badar. No Observador Paulistano collaborou assidua(1)
mente o grande patriota padre Diogo Antoniv^ 1^'eij, nascido cm S. Paulo, a 9 de agosto de 1784 e fallecido na sua cidade natal, segundo a certido de bito publicada pelo dr. Brasilio Machado, a 10 de novc.ubro de 1843. Feij, um simples engeitado, occupou as maiores posies politicas em nossa tei-ra e se houve em todas ellas com toda a honorabilidade e independncia. E' um nome que serve de legenda a um povo. O dr. Joaquim Piza accrescenta: * Tenho os n. 22 e 265, de 10 de julho e 15 de agosto de 1840, a duas columnas. Publicava-se duas vezes por semana na Typograjjhia Lnparcial, de Silva Sobral, rua Nova de S. Jos n. 41, onde se subscre o n. 252 occorre a via a 1$920 por trs mezes. La la liberte de seguinte epigraphe presse forme en dehors une opinion nationale que remet bientot les choses E em o n. 265 a se?a^ /'orr^re. Chateaubriand. Novus ab saecu^orum nascitur ordo. guinte: integro VlRG. ECLOG. 4.^, V. 5.* Folha conservadora e catholica, de que era (2) redactor o ento deputado geral dr. Joo Mendes de
Em
Almeida.
Durou dois annos e foi redigida pelo dr. Jos (3) Maria Corra de S Benevides, lente de Direito na
Academia de
S.
Paulo.
455
375 Omnihus, 1873. 376 Opinio, (1) 1879.
(i)
1877.
A Opinio foi o ultimo jornal politico que ap(1) pareceu na Academia de S. Paulo. Jornal propriamente de opposio, nunca de propaganda de idtias politicas, defendendo o partido liberal, censurou com critrio os actos do governo de 5 de janeiro, graas s intelligenque o redigiam. (S Vianna, Esboos crticos, paginas 3G). Foram redactores ^A Opinio, Victor Monteiro e Affonso Peixoto de Abreu Lima, que redigira
cias
Folha acadmica de que foram redactores (2) Fontoura Xavier, Affonso Celso Jnior, Pompilio Albuquerque, Lcio de Mendona e Generino dos Santos. De uma chronica, publicada na Revista do Bio de Janeiro
(maio do 1877), destacamos o seguinte trecho relativo Opinio Republicana: A politica e a questo religiosa no absorvem a nossa mocidade acadmica. A litteratura e a poesia tui os seus reprepresentantes nas pessoas de Carvalho Jnior, Pitta, Lcio, Ezequiel Freire, Theophilo Dias, Fontoura Xavier e
outros.
dos bicos da penna o autor das Flores do Campo. Ezer|uiel Freire, por preguia, deixou de escrever versos. Fnl-os de encommenda e s para os amigos. Vem a ponto cssta anecdota de Ezequiel: 0<, redactores da Opinio Republicana abriram um concurso aos vates da Paulica; o que apresentasse o melhor soneto da escola socialista, ganharia um mimoso volume das poesias de Franois Coppe. Freire, convidado, mandou o seguinte, capeando quatro cartas de jogar, dedicado aos que elle chama papes da Monarchia
Cahiu-me irreflectidamente
nome do
456
Pndamonhangahense,
(3)
1883.
Podeis clificilnieDte, typos, saciar Esse appetite atroz que revelaes... oin versos.
Vs sois, consoante a Fama, uns sugeitos perversos, Que ingeris ao almoo um rei, outro ao jantar;
E O
haveis de, glotes, ainda aps ceiar nosso rei hebraico e outi os reis diversos
Nada vos
Pois
satisfaz,
patriticas pestes,
Pedro
sendo vs cinco, traga-reis-estour(s, s, tomae; envio- vos mais estes de espadas, de paus, de copas e de ouros.
:
bem
um
Folha dedicada aos interesses sociaes, publicada (1) duas vezes por mez. Redactores, E. Vanorden e P. B. de Carvalhosa. Appareceu em fevereiro. Jornal politico e Jitterario, cuja colleco possue (z)
Estevam Lea Bourroul. Publicava-se s segundas e quintasfeiras e era impresso na Typographia AUem, de Henrique Schroeder, rua Direita n. 36. Era orgam conservador, redigido por Antnio Prado, Rodrigo Silva e Dutra Rodrigues. O 1.0 numero sahiu a 31 de agosto de 1865, e 37 e ultimo, a 9 de maro de 1866. Fez violenta opposio ao presidente da provncia, dr. Jofio da Silva
o dr.
.
Carro.
Orgam
457
388 Philatelista, (11 maro) 1884. 389 Frogresso Italo-Brasiltcuio, 1890. 390 Frego, (1) 1891. 391 remia, 1887.
:- ?
392 Frogrs,
(19 junho)
1894.
393 Fopolo, 1894. 394 Prola, 1893. 395 Faulistoiner Echo, (12 maro) 1892. 396 Protesto, (2) 1893.
Jornal hypocondriaco. Trazia por divisa: Csmores ridendo... Consta que era redigido pelo acadmico Severiano de Rezende. Boletim naensal de politica e litteratura. Abaixo (2 do titulo, em cada numero, vem a coroa imperial e nas diversas seces as armas do imprio. No expediente transcreve trechos dn constituio de 2 de maro de 18:^0. No declara o nome do redactor, mas sabe-se que foi redigido pelo dr. Estevam Leo Bourroul, conforme declara Ij. E., na biographia deste illustrc es criptor, nos seguintes termos: No dia 29 de julho do mesmo anno (1892), anniversario da Princeza Imperial, publicou o 1.** numero d' O F7'otesto, boletim mensal de ])olitica e litteratura,
(1)
tigat
no qual tem collaborado as principaes pennas monarcliistas. Assim conclua o programma da folha;
Protestamos
contra
a republica
oriunda
de
um
motim de quartis, porque somos imperialistas e appellamos para a soberania popular, fonte de todos os governos;
Protestamos contra o atheismo do Estado, porque e fera da Egreja no ha salvao; Protestamos contra a oppresso que o Ca])ital, representado pelo semetismo dinheiroso no Velho
somos catholicos
Mundo, e no Novo pelo monoplio e pelas emprezas aladroadas, faz pesar sol)re o pobre povo e o arrasta misria, fome e revolta; Protestamos contra as immundicies litterarias que invadem as nossas bibliothecas;
Protestamos
em nome da
religio.
lei,
do
direito,
da moral,
da propriedade e da
458
397 Fatria Italiana, 1892.
1895
412 Porvir, (12 agosto) 1890. 413 Propaganda, 1871. 414 Pygmeii, 1885. 415 PolechinellOy (1) 1876.
Eis a nossa razo de ser o protesto Este jornal deu, at maio de 1893, sete nmeros, sempre lutando com as maiores difficuldades para ser impresso, e alvo de perseguies, que lhe entorpeceram a publicao regular. E^ magnificamente escripto e conta milhares de assignantes em todas as partes do Brasil.))
!
Entretanto, morreu logo e no promette resuscitar. Era illustrado e humorstico, editado por P. P. (1) Carneiro e appareceu a 16 de abriL com o retrato do general Ozono. Publicou 38 nmeros, sendo o ultimo de 31 de dezembro de 187G. Tinha quatro paginas de texto e um dos seus redactores era Luiz Gama. O dr. Antnio Piza possuo a colleco completa, um pouco estragada, com excellentes retratos de Jos Bonifcio e Anto^^io Carlos (os velhos), Paula Souza ^pai e filho), Badar, Alvares Machado, Amaral Gurgel, Crespiniano,
Manoel Dias, Nebias, senador Fonseca, Euzebio, cnego Ildefonso, Tavares Bastos, etc.
459
416 Palestra Acadmica, (1) 1866. 417 Provinda de S. Paulo, (2) 1875.
Revista litteraria e scientifica, publicada men(1) salmente sob a direco de Cndido Leito, Didimo da Veiga e Lencio de Carvalho. Escreve nos o dr. Miranda Azevedo (2)
:
No foi o partido republicano paulista que fundou a Provinda de S. Paulo; bem que a maioria dos seus commanditarios, fosso accentuadamente republicana, a folha se appresentou no comeo com o caracter partidrio. Eis as prprias palavras do prospecto estrihmdo em avulso
no
e reproduzido nas primeiras columnas do 1.*^ numero de 4 de janeiro de 1875. Creada pelo concurso de
cominerciantes, no caso de Sttisfazer s mais legitimas aspiraes da rica e briosa provincia, cujo nome toma para seu titulo; e isto justifica o seu apparccimento. *Esse motivo faz com que o novo jornal se apresente em condies de poder influir directamente no progresso do paiz e na educao do povo, e habilital-o a ser, como um escriptor distincto j definiu o jornal, o cuidadoso expositor de todos os productos da intelligenda
capites
fornecidos
lettras
por
agricultores,
homens de
humana, a
soletrar.
escola
em que entram
sabem
Paulo tomara
organs
na
capital,
ao lado dos
outros
publicidade,
um
respetaveis
de
lugar
desejos
de ser
advogar por isso mesmo collocando a em posio de escapar s imposies do governo, s paixes partidrias e s seduces inherentes aos que aspiram ao poder e seus proventos, conta a Provinda de S. Paulo, fazer da sua independncia o apangio de sua fora e a medida da severa moderao, sisudez, franqueza, lealdade e critrio em que fundar o salutar prestigio que destina-se a imprensa livre e consciente. Conforme publicou o mesmo jornal, pertencia a Prodelles, e
em
seus
intuitos
os
interesses de qualquer
460
vinda a uma sociedade em cominandita, com o capital de 50;000$000, da qual faziam pai te os senhores: Capito Bento Augusto de Almeida Bicudo, fazenAntnio Pompeu de deiro, morador em Ciimpinas. fazendeiro em Camargo, Campinas. Dr. Amrico Braziliense de Almeida Mello, advogado em S. Paulo. Dr. Joo Francisco de Paula Souza, capitalista em So Paulo, Joo Manoel de Almeida Barboza, fazendeiro em Campinas. Dr. Manoel Ferraz de Campos Salles, advogado em Campinas. Dr. Raphael Paes de Barros,
fazendeiro
Paulo. Major Diogo de Barros, capiDr. Joo Tobias d' Aguiar Castro, talista em S. Paulo. Manoel Elpidio Pereira de Queiroz, fazendeiro em It. fazendeiro em Campinas. Joo Tybiri Piratininga, fazendeiro em It. Jos Pedroso de Moraes Salles, Francisco de Salles, fazencapitalista em Campinas, deiro em Campinas.- -Dr. Martinho Prado Jnior, faDr. Jos Alvares zendeiro em Patrocnio das Araras.
S.
em
de Cerqueira Cezar, advogado em Rio Claro. Cndido Valle, negociante em Rio Claro. Francisco Glycerio de Cerqueira Leite, advogado em Campinas. Francisco Rangel Pestana, advogado em S. Paulo. Amrico de Campos, jornalista em S. Paulo. Os dois ltimos entraram para a formao do capital com maior quota, e eram solidariamente respons-
veis pelos actos praticados em nome da sociedade, que girava sob a firma Pestana, Campos & C. Foram seus redactores, os drs. F. Rangel Pestana e Amrico de Campos e administrador o sr. Jos Maria Lisboa. O primeiro numero foi publicado em 4 de janeiro de 1875, a typographia e escriptorio estavam na rua do Palcio n. 14. Faziam parte effectiva da redaco os drs. Amrico Braziliense e Antnio Carlos, que tinha a seu cargo os folhetins, a critica theatral e a parte litteraria.
Aquelle, pouco tempo permanceu na Provinciano ultimo, porm, conservou-se at 1884, quando a folha passou a ser propriedade do dr. Alberto Salles, Collaboraram effecti vmente nas diversas seces do jornal, os mais esti-
461
mados nomes nas lettras, na sciencia e na politica de S. Paulo. Lcio de Mendona publicava seus versos e artigos litterarios e politicus, Tebyri Piratininga seus interesantes estudos geolgicos paulistas, Bernardino de Cam])os e Campos Salles, artigos de propaganda republicana e discusso politica, e mais tarde Pedro Tavares suas chronicas e analyses cheias de verve e originalidade.
dr.
So paginas admirveis de polemica, os artigos do Luiz Pereira Barreto, em discusso philosophica e scientifica com o rev. dr. Norton e conselheiro Jos Bonifcio. Ao nome illustre do dr. Luiz Barreto, deve S. Paulo o rpido povoamento e i)rogresso da regio do Oeste, pelos enthusiasticos artigos sobre a fertilidade da regio terra roxa, publicados na Provinda No me
compete
relatar a gloriosa e til influencia desse jornal, sob a orientao elevada e esclarecida dos seus redactores Rangel Pestana e Amrico de Campos, sno bem sabidas d(^, todo o Estado e de todo o paiz o valor e os servios desses grandes benemritos da ptria e da Republica. O (|ue tenho a responder quanto ao seu pedido de informaes, 6 a minha iirs mnima, nessa luminosa legio de collaboradores da Frovincia, e depois da rppida di.^^resso que fiz restabelecendo alguns pontos, entro em matria. fins de fevereiro de 1876, fui convidado para correspondente da Frovincia, no Rio de Janeiro, para enviar inform:ies e noticias daquella cidade. desempenho dessa honrosa misso, comecei em a coilaborar na folha com as Chronicas flumimaro
Em
Em
nenses,
semanalmente, e sem interrupo maior, cumpri a comrnisso at 1878, quando fixei residncia em Guaratinguet. Essas chronicas,
occupavam se com toda a vida e movimento de Rio de Janeiro, e da politica de todo o paiz. Os factos scientific^s e litteraiios eram apreciados ao mesmo tempo que os succes&os polticos e phenomenos
econmicos e financeiros; e frequentemente os leitores paulistas conheciam com antecedncia occurrencias que s mais tarde a imprensa do Rio de Janeiro publicava.
462
418 Paulista
Mais tarde, graas benevolncia e generosidade dos chefes, enviava s columnas da Froiincia, alguns artigos de collaborao, originaes ou traduzidos como de Charles os Waring^ publicados no Nineteenlh de ferro do Brasil, em Estradas sobre Centuzy, resposta carta publicada no TmuSj pelo sr. Hammond, que injustamente nos aggredia nesse as-
Em 1884, vindo para S. Paulo, a convite de amigos polticos, para prestar servios a propaganda republicana, entrei em negociaes com o dr. RanPestana e Amrico de Campos, para dar nova gel
organisao social Provncia, que era ento francamente folha republicana, bem que no fosse orgam official do partido, porque no era isso do agrado dos
prprios redactores. Despois de concludas /is negociaes, fixada a somma com que eu e outro commanditario, o illustre amigo coronel Joo Baptista de Mello Oliveira, devamos entrar, fui de accordo com este e com os redactores a Campinas entender-me com os correligionrios polticos daquella cidade. Conferenciei, entre outros, com os drs. Quirino dos Santos, Campos Salles e Francisco Glycerio, que acceitavam perfeita e cordealmente a proposta, e approvaram a nova phase da eni preza. S. Paulo dei conta
sumpto.
Em
quando julgava tudo resolvido, vi desfazer-se o tratado e passar a Provinda para a propriedade do illustre correligionrio e amigo dr. Alberto Salles, que imprimiu nova orientao a folha, dirigiu-a
e,
da eommisso
at passa-la aos seus actuacs proprietrios, atravessando duas ou trs transformaes sociaes.
Eis o que posso informar rapidamente sobre certas particularidades da vida gloriosa de uma folha que faz honra imprensa paulista e que pode apparecer com brilho, hoje ao lado de qualquer jornal europeo ou americano. Existiu at 1846. (1)
463
423 424 425 426 427 428 429 430 431 432 433
Pygmeu
Primavera.
Pro-Patria, (27 julho) 1892. Pautheon, (11 janeiro) 1891.
Pae
Paulino, 1884.
(1)
Cle-
em
1798
em
pelo desembargador
bados. Dessappareceu em 1841. O dr. Falco foi lente de Direito na Academia de S. Paulo e o desembargador Pacheco foi deputado, politico proeminente e jurisconsulto de grande reputao. dos redactores do Piddicola, foi o dr. An(2) tnio Pereira Pinto, nascido no Rio de Janeiro, em 1819, e l fallecido a 5 de julho de 1880. Este joj-nal defendia as opinies liberaes e bateu-se pela maioi idade
Joaquim Jos Pacheco. Subscrevia-se na typographia da Costa Silveira, rua S. Gonalo n. 14, onde se publicava as quartas-feiras e sab-
Um
phia Liberal, largo da S n. 3. Editor, Joaquim Roberto de Azevedo Marques. Publicava-se aos domingos, sendo seus empre(4)
zarios J.
b
ji.
Louzada & C. e director e redactor Jlio Rio grande philologo. 1.^ numero sahiu a 9 de ..jiro, com uma esplendida apresentao, que foi posta
'-o,
464
434 435 436 437 438 439 440
Plata, (1) (l. julho) 1888.
Fhotogra2)ho, 1875.
Periquito, 1883.
Progresso, 1894.
1891.
1890.
1894.
Parm,
(4)
cm
philo
bellos versos alexandrinos, pelo ilhistre poeta Theoe ultimo tem a data de l. n. 11 Dias.
de maio, formando a c)lleco completa um hi-folio de }^8 paginas. Tinha por divisa o versiculo de JuveVitam impender e vero. nal Folha da tarde, propriedade de Arajo Guerra (1) & C. Director, Arajo Guerra; redactores, Affonso Celso Garcia da Luz, Albeito Ramos e Pinheiro da Cunha, e coUaboradores, Alberto Souza, Moura Galvo, Carlos de Escobar e Manoel Augusto Galvo. Ate 1891 era semanrio illustrado e humorstico, redigido por Horcio de Carvalho, passando depois a ser jornal da manh e por ultimo dirio da tarde. Orgam liberal, cujo primeiro numero de 8 (2) de maio. Foram seus redactores o dr. Martim Francisco Filho, o engenheiro Bueno de Andrada e o poeta
:
conselheiro
Martim
Appareceu em maio e era redigida pelo cJoo nego Evangelista Braga, hoje vigrio de MogyMirim. Orgam da Federao Catholica de S. Paulo. (4) Tinha por divisa: Pro ecclesia et ptria agere et pati.
465
Progresso, 1849.
(i)
Antnio Joaquim Ribas, que tambm foi redactor do Constitucional e da Imprensa Acadmica Ribas, nascido no Rio de Janeiro a 28 de abril de 1820, fez o curso de Direito na Faculdade de S. Paulo, de que foi lente, regendo diversas cadeiras. Foi deputadc provin* ciai e desempenhou diversas commisses do governo. Escreveu muitas obras litterarias e jurdicas, sendo as mais notveis o Direito administrativo brasileiro, o Curso de direito civil brasileiro, a Consolidao das leis do processo civil. Da posse e das aces possesorias e a
Historia dos paulistas.
(2)
Devia
seguir-se
aqui
revista de
litteratura e sciencias,
Cndido Leito, Lencio de Carvalho e Didimo da Veiga. Cndido l^eito foi deputado geral e morreu moo, Lencio de Carvallio foi deputado e ministro do imprio e hoje lente da Academia de Direito e Didimo da Veiga advogado de certa reputao. Proprietrios e redactores, Emiliano Pernetta e (3) Pacheco Netto; escriptorio, rua Jos Bonifcio n. 43. Nesta revista collaboraram Wenceslu de Queiroz, Ricardo Azamor, Mrio Pederneiras e outros rapazes do
tempo.
466
463 464 465 466 267 468 469
Religio Christ, 1886. Revista Acadmica, (1. outubro) 1885.
Religio da
Humanidade, 1882.
(1)
Revista Litteraria,
1895*
Semanrio, cujo primeiro numero, publicado de janeiro, traz artigos em prosa e verso, firmados por Furtado Filho, Zalina Rolim, Cndido de Carvalho, Jlio Csar da Silva e outros. Eram seus directores e redactores. Mximo Pinheiro Lima e Ama-
em
(1) 1.^
deu Amaral. Era proprietrio e redactor o distincto horti(2) cultor e botnico Frederico de Albuquerque. Era continuao da mesma folha publicada no Rio de Janeiro. (M. Azevedo).
Revista de observaes praticas e scientificas (3) pelo dr. Domingos Jos Nogueira Jaguaribe, autor de diversos trabalhos, taes como o Manual da Instruco Civica, Homens e ideias no Brasil, Os Herdeiros de Caramur (romance), Influence de V esclavage e de la lihmt, O Sul de S. Paulo, etc. Noticiando o apparecimento do volume III da evista til, disse o bornal do Comer ercio,
do Rio
Jaguaribe, que tantas provas tem dado de seu interesse pelo paiz e publicado diversos e importantes trabalhos, fez imprimir o terceiro volume da Revista til que, como bem diz o titulo do primeiro artigo deve ser lida por todos, que nella encontraro grande copia de informaes, sobre assumptos da maior relevncia para o Brazil. E o Commercio de S. Paulo Recebemos o terceiro volume da Revista til, correspondente ao terceiro anno de sua existncia. Esta brochura de 108 paginas, alm do apndice bibliographico, mais uma prova eloquente do extremado amor e alta competncia com que o dr. Jaguaribe, seu
sr.
dr.
467
Revista da Sociedade Philomatica, (1) 1833. Pevista do Ensaio Philosophico Paulistano, (2) 1851. Revista Dramtica^ 1860. Revista da Academia de S. Paulo, (3) 1895. Reuista Juridica, (4) 1860.
encara o mais importante ramo da actividade nacional nas suas diversas e complexas ramificaautor,
es.
nossa agricultura e industria pastoril merecem de muitas outras cousas menos teis e de antes bem, vantagens hypotheticas, as locubraes dos homens preparados e estudiosos como o autor do folheto que
temos
em
nossa frente.
Agradecemos o exemplar que nos enviou. Appareceu em julho, sendo redigida por Carlos (1) Carneiro de Campos, depois lente de Direito da Academia de S. Paulo, senador do Imprio e visconde de Caravellas, Jos Ignacio Silveira da Motta, lente e
senador, e Francisco Bernardino Ribeiro. Nella escreveu tambm o dr. Antnio Augusto de Queiroga, bom poeta, natural de Minas Geraes. Penso que foi fundada em 1851, o que com(2) bina com a sexta serie ser do anno de 1856 (antigaos annos por series, colleccionador fluminense, o consevolumes, etc.) lheiro Miguel Archanjo Galvo, pensa que esta revista comeou em 1850, com o nome de Revista Litteraria^ jornal do Ensaio Philosophico Paiistano, pois cora este titulo elle possue um numero de 1851. (Joao de
Um
Oliveira.) Jornal scientifico jurdico e histrico, impresso (3) na typographia I>otis de Bezemhro, de Antnio Louzada Antunes, rua das Flores n. 35. Foi fundado e redigido pelo Dr. Joaquim Augusto de Camargo e general Jos Vieira Couto de Magalhes, ento acadmicos. Sahiram
quatro nmeros somente, em abril e maio, formando um volume de 318 paginas. Revista de doutrina, jurisprudncia e biblio(4) graphia, publicada sob a direco de Jos da Silva
468
475 476 477 478 479 480 481 482 483 484
Pevista da Associao Recreio Dramtico, 1861. Revista da Associao Recreio InstructivOf 1 861
Revista Mensal do Instituto Scientifico, 1862. Revista do Cluh Acadmico, 1863.
Revista
da Associao Tributo
s Lettras, 1863.
Revista do Cluh Scienifico, 1866. Revista do Instituto Polytechnico, (1) 1876. Revista Nacional de Sciencias, Artes e Lettras (2) 1877
Revista de Sciencia e Lettras,
(3)
1880.
Costa, estudante do . anno da Faculdade de Direito e presidente effectivo do Atheneu Paulistano, hoje ad-
notvel no Rio de Janeiro, e de Jos Carlos Rodrigues, estudante do 3.^ anno e hoje redactor-chefe do Jornal do Commercio. Tinha por epigraphe a phrase de Ulpiano; Justitiam nangue estimus. Tambm nella
vogado
escreveram Duarte de Azevedo, Antnio Joaquim Ribas, Ernesto Ferreira Frana e Rodiigo Octvio de Oliveira Menezes, todos homens de muito talento e de solida
instruco.
Appareceram somente dois folhetos com 142 Era redigida pelo engenheiro Elias Fausto Pacheco Jordo e impressa nn typographia de Jorge
(1)
paginas.
Publicou em S. Paulo e Santos, sob a redac(2) o dos drs. Antnio Carlos de Andrada e Herculano Marcos Inglez <le Souza. Os primeiros immeros foram impressos em Santos e durou s um anno. Sabiam fascisculos mensaes de 60 paginas. Revista mensal de que foram redactores Ray(3) mundo Corra, depois director da stcretaria da Fazenda do Estado de Minas, Alexandre Coelho, depois advogado em Mogy-mirim e deputado estadoal, Randolpho Fabrino depois juiz substituto em Minas Geraes e Augusto de Lima, depois juiz de direito de Ouro Preto, todos ento estudantes da Faculdade de Direito de S. Paulo. Appareceu a 5 do agosto e durou at 18^6, (4) sendo seu redactor Joo Ribeiro Jnior.
4G9
486 Revista do Grmio Ensaios Litterarios, 1882. 487 Revista dos Novos, (1) 1886. 488 Revista da Academia Litteraria, 1863. 489 Revista Musical, (2) 1888.
493 Revista Moderna, (3) 1885. 494 Revista de Jurisprudncia, (4) 1892.
Publicao mensal dirigida por Jos Feliciano. (1) Sahiram apenas quatro nmeros, a duas columnas, formando um volume de 64 pai^inas. Alm do director, nella escreveram Arthur Breves, Hypolito de Medeiros, Wenceslu de Queiroz, Fbio Oliva, Henrique Lascasas, Carlos de Escobar, Jo'o Aranha e J. da Silveira.
alves.
(3)
Director e proprietrio, Lcio da Silva GonSahiram apenas quatro nmeros, sendo o primeiro de 18 de setembro.
(2)
Revista
pedaggico
e noticiosa, a oito paginas, de que foram publicados smenta trcs nmeros, sendo o primeiro de 10 de se-
go,
tembro. Collaboraram nella os drs. Hypolito de CamarErnest Goulart e Bernardo de Campos, Francisco
>
Gaspar, Joo Machado, Albuquerque Pinheiro, Magalhes Sobrinho, M. Carneiro, Jlio Csar da Silva, Solano de Abreu, Amadeu Amaral, Tavares de Lacerda, Ren Barreto e Afoiso Garcia, o foi um dos seus
redactores
tratos,
professor
phototypia, dos drs. Hypolito de Camargo, Cesrio Motta e Gabriel Prestes. (4) Orgam do Instituto dos Advogados de S. Paulo. Redactores, drs. Jos Maria Corra de 'S Benevides, Aureliano de Souza Oliveira Coutinho, Joo Pereira de Monteiro, Paulo Egydio de Oliveira Carvalho e Vicente Ferreira da Silva. O fascculo n 1 de 1 5 de
janeiro.
em
re-
470
495 Revista da 1 acuidade de Direito, (1) 1893. 496 Mevista das Misses Nacionaes, 1887. 497 Pa^o, (2) 1862.
498 Hadical
Paulista, 1890.
(3)
1869.
Publicao
official
da
Faculdade
de
Direito.
Em sua sesso de 26 de abril do corrente anno, deliberou a Congregao dos lentes da Faculdade de Direito de S. Paulo iniciar a publicao de sua revista 176 do decreto n: 1.159, official, nos termos do art. de 3 de dezembro de 1892, qi:e approvou o cdigo das disposies communs s instituies de ensino superior. Cada numero da revista ser publicado annualmente e tem, na lei orgnica das escolas do ensino superior, traado o seu programma: Publicar as memorias origi!iaes acerca de assumptos concernentes s matrias ensinadas no estabelecimento, e dar summario das decises da Congregao, que a juizo do director possam
Commisso de redaco, drs. Brasilio Machado, presidente; Joo Mendes Jnior, Anreliano Coutinho, Manoel P. Villaboim e Alfredo M. de Barros Oliveira Lima. O pi imeiro fasciculo (S. Paulo, typographia da Companhia Industrial, 1893, 203 pags.) insere o seu programma:
um
ser pubHcadas.
drs.
Os volumes de 1894 e 1895 contem escriptos dos Pedro Lessa, Amncio de Carvalho, Joo Monteiro
Aureliano Coutinho, Pinto Ferraz e outros. Eram redactores da Raso, Campos Salles, (2) Quiri no dos Santos, Jorge de Miranda e Belfort Duarte, ento estudantes em S. Paulo. O Radical Paulistano, era redigido por Luiz (3) Gama, Ruy Barboza, os irmos Pamplona de Menezes, Martim Cabral e alguns outros brillantes talentos da Academia de S. Paulo em 1869. Era radical em opposio ao Ypiranga, que era liberal, e descompunha Zacarias, Nabuco, Octaviano e outros corypheus do Cluh da Reforma, do Rio. Orgam do Cluh Radical Paulistano, publicava-se uma vez por semana e professava a doutrina liberal em toda a sua plenitude. Imprimia-se na typographia do Correio Paulistano.
471
Behate, 1893.
BepuUica,
(2)
Publicava-se semanalmente e depois em dias (1) indeterminados. Seu redactor era Jlio Ribeiro, o conhecido philologo e distincto escriptor mineiro, fallecido em Santos a l.<^ de novembro de 1890. No trazia nome do redactor, indicava apenas que a correspondncia deveria ser dirigida a J. M. Vaughan, que parece ser o nome do pae de Jlio Ribeiro, o norte americano
Jorge Washington Vaughan. Os ltimos nmeros do Rebate vm com a declarao ,de ser seu editor Joo da Cruz Soares. Esses nmeros no foram escriptos pelo valente jornalista da IVocellaria. O Rebate defendia calurosamente os
,
principies republicanos. dos melhores jornaes acaA Bepublica era (2) dmicos, e teve como redactores c collaboradores os
um
principaes vultos da gerao Moderna que frequentavam a Academia, e foram Affonso Celso Jnior, Assis Brasil, Jlio d-e Castllhos, Valentim Magalhes. Antnio Mercado, Alcides Lima, Magalhes Castro e Silva Jardim. Durou alguns annos, surgindo s vezes depois
de longos intervallos. Em 1869 foi redigida por Valentim Magalhes Assis Brasil, Magalhes Castro, Souza Brando, Carvalho de Mendona, Felicio dos Santos e Pelino Guedes. Te uma correspondncia de S. Paulo para a Revista do Rio de Janeiro (1877), tiramos este trecho: A Republica redigida e coUaborada, vox popul, pelas intelligencias mais robustas da Academia: Lcio de Mendona, Affonso Celso, Magalhes Castro, Pitta, Carvalho Jnior, Prestes, Fontoura Xavier e outros. O primeiro e o segundo nmeros da Republica affrontam as iras da critica.
Alm
dos
artigos
politicos
traados
artigo
Pitta,
por
pennas
sobre
litterario
occulto
no pseu-
472
Csar Doria^ trazem bellissimos versos e chronca patusca, assignada por um tal Z Acadmico, que , na realidade, patusca. Z Acadmico algumas vezes rima a pilhria; a a protecpropsito da fundao Crculo Catholcc, sob o dos coraes de Maria e de Jesus, arremesou-llie
donymo de
uma
esta
Cullocaram o circulo debaixo da proteco dos sflcros coraes de Maria e Jesus, talvez p'ra receber ( o que eu acho) a graa do Senhor em injeces, em l^stereh de luz!
J tivemos occasio de apertai* particularmente a aos redactores da Rejmhlica, por isso deixamos de fazel-o agora, com o testemunho do publico. A respeito de Assis Brasil, diz o Jornal do Commercio, do Rio, em maro de 181)5: O sr. Assis Brasil, nomeado ministro do Brasil em Portu;4al, um dos brasileiros que mais se tm distinguido na nova phase politica que atravessa o paiz. Nasceu em 1857 na cidade de S. Gabriel, no Rio Grande do Sul, provncia onde fez seus estudos preparatrios. Em i878 matriculou-se na Faculdade de Direito de S. Paulo, recebendo cinco annos mais tarde o grau de bacharel em sciencias jurdicas e sociaes. Sua vida acadmica foi das mais notveis em seu tempo. Estudante sisudo, retrahido, consagrava o tempo
mo
propaganda dos
principies republicanos. Redigiu a Evoluo e escreveu dous livi-os interessantes, a Historia da BepuUica Bio Grandense e a Republica Federal, que teve grande vulgarisao.
Voltando ao Rio Grande conseguiu ser eleito o primeiro deputado provincial republicano, em uma assembla, onde teve de sustentar discusses notveis com
homens do
valor intellectual do sr. Silveira Martins. Por seu prestigio entre os correligionrios polticos, foi eleito representante do partido republicano rio-grandense no Congresso que em abril de 18b9 reuniu-se
em
S.
Paulo.
473
504 Reaco,
1877.
(1)
Proclamada a Republica, foi pouco tempo depois nomeado nosso ministro em Buenos Aires e mais tarde eleito deputado Constituinte, onde ficou memorvel
sua declarao de voto em favor do sr. Prudente de Moraes para chefe do Estado, contra o marechal Deodoro, de quem era elle amigo pessoal. Nesse documento o sr. Assis Brasil vaticinara, que o marechal seria funesto Republica. Para combater o golpe de Estado e tambm o governo do sr. Jlio de Castilho, de quem cunhado, o dr. Assis Brasil tomou parte activa na revoluo levantada a 9 de novembro de 1891 no Rio Grande do Sul. Com a victoria desse movimento coubeIhe um logar na Junta Guvernativa do Estado, que mais tarde deixou para qu) o poder fosse concentrado nas mos do general Barreto Leite. Foi ento de novo para Buenos-Aires como ministro, publicando^ ha dous annos, o seu livro Democracia Representativa, que foi traduzido em hespanhol. O governo passado nomera-o ministro na China; sendo extincta a Misso Especial junto ao Celeste Imprio, ficou o sr. Assis Brasil em disponibilidade, aproveitando sua estada na Europa, onde ainda se achava, para percorrer, em passeio, vrios paizes do velho mundo. S. Ex. est agora na
para Lisboa. Estudantes CathoUcos. Da Reaco diz S Vianna, Esboos Crticos 1879. Este jornal acadmico, mais. que todos os outros, merece as saudaes sinceras de quem com imparcialidade falia a seu respeito. Advogando uma ideia santa para ns, embora loucamente taxada de ideia negra, a Reaco foi o verdadeiro jornal de propaganda. Com desinteresse extremo, sem outra inspirao que a de levar a toda a parte, por meio da imprensa, as doutrinas da religio catholica, seus redactores apresentaFrana,
(1)
donde
partir,
em
l)reve
Orgam do
Circulo
dos
ram
se
como
mente
encontram,
em
cada superficial
um
inimigo
seus redactores, Briano Dauntre, FiHnto Bastos, Jos Vicente, Rafael Corra, padre Valois de Castro, Leo BouitouI o outros.
acrrimo.
Foram
474
505 506 507 508 509
Beverhero, 1881.
1888.
Publicava-se quinzenalseu redactores, Delfim
(1)
mente
jullio.
Eram
Moreira, Estevam Lobo, Jos Lobo, Randolpho Chagas, Loreto de Abi-eu c Valrio Rezende. Noticiando o seu a[)pareci mento, diz a Proun(2) ca de 2 de abril de 1H7(;:
lioje
Sob este titulo sabe lunnero de um peridico em cadernos de U> paguias e que sem duvida possue elementos de prospera carreira, e os desenvolver se lograr da indifferena publica a ventura de um parenthesis Em algumas linhas
^4
Vepnhicd,
das
Lettra.'^.
/^
dirigidas aos leitores, vem as seguintes palavras, que determinam as condies e natureza do jornal: Isto uma tentativa; do publico depende que venha a ser
regular, capaz de prestar s lettras os servios que podein esperar de trabalhadores modestos mas laboriosos e de boa vontade. Tudo fiamos do nosso
esforo,
uma em preza
da
que
es[)eramos
aquelln rei
t(
Favorea nos poderemos conseguir, jue ella como da fabula converta em ouro ti:do aquillo
])ublica.
da benevolncia
summario dos artigos que traz este que Duas palavras, artigo da redaco; numero: j)i'imoirv, Mulheres Carta, e Amrico de Cam[)Os; Mulheres Couve, romance por Lcio de Men])oesia; Jhlr de
ca.
Eis o
Aos annns de Amlia, poesia de Guilnerme AqueUa mulher })oesia de Gaspar da Silva; Juramento, imitao de Campoamor, por Gaspar da
dona;
Brag.i;
..
1'nrece-nos
(3)
Com
Amaucomo
ry Fonseca: Obscuro
da imprensa,
collaborei
475
510
Recreio,
(1)
1881.
A Resistncia no resistiu os vendavaes financeiros, e no quarto numero sossobrou, deixando todavia a tnue lembrana de sua passagem, pois com prazer, vi seu nome na resenha histrica da imprensa paulista. Por mais insignificante que queiram julgar A Resistncia, no lhe podero negar audcia. Relativamento ao Recrco e outros jornaes re(1)
publicanos, escreve-me o
sr.
Ricardo Azamor
vnia aqui vou reunir-me a quantos tm procurado auxiliar o vosso louvvel desideratum rehitivo historia da imprensa paulista. Duas informaes apenas. A primeira, referente aos jornaes de proi)aganda republicana, redigidos pelo nosso correligionrio Francisco Gaspar (autor do ultimo painplileto repubhcano publicado nesta capital em regimem monarchico), actualmente fnnccionafio publico em exerccio na
('imara Municipal (a).
Com a devida
Recreio
So os seguintes:
existncia,
(1881),
que suspendeu
pois de seis
mezes de
fn'
abaixo de um barrete jjhrygio, vm estes pensamentos: <A liberdade no comente o effei<"o de um engrandecimento politico; 6 sobretudo o resultado de um engrandecimento moral.- S. Smiles.> *lde avanando sempre e a f vos vir alentar. D'AuEMBEKT.>
EstH pamphleto, intitulado (n) Conspirao, por A. Spak( Cniripiian, inipre.ssf ^mi typogrti|)li!i. <1o Livro Azid, rosto da capa, 18.S0, quanto ro traga estas inlicaes.
com
em No
em
Contm
15 paginas, in-S.^
476
514 noma,
mais tarde,
junho) 1882.
(11
em 1883. Da redaco) desse jornal fez falltcido o Joaqaim Mariano de Azevedo Marparte ques. O Oitenta e Nove (1884), redigido em companhia de Antnio Guery e Arthur Carlos, (h) O Brasileiro, redigido juntamente com o actual
da escola normal Diamantina (Minas), bacharel Francisco Brant, ento estudante de bireite (1885). A outra informao que vos pretendo prestar nada menos que um acto de justia que espero no me seja negado. E' o caso que entre os nomes de quantos redigiram jornaes republicanos nesta (opital, nomes que tendes por diversas vezes citado, ainda no encontrei o meu, que' supponlio, foi involuntariamente omittido. vista disso lembro-vos que, com a maior dedicao e vivo interesse, fiz parte dos seguintes orgams da
director
Em
imprensa republicana:
Dirio do ommercio, actual lente de direito da Pedro da Veiga Filho.
Faculdade,
o
dr.
Joo
Jo7maJ
F.
tempo em que
Dolzani
foi esse jornal jedigido por Alberto Souza. F. e II. 11, redigido pelo dr. Marcos
(actual
promotor publico
em Rio
Claro) e
Anselmo de
fa-
Carvalho.
(2.* pocha\ sob a direco dos drs. Joo de Arajo, Felippe Gonalves e Adolfo Arau)o. Dirio da Tarde, pseudonymo com que a actual Platea (lh93 1894) atravessou a peior crise de sua
Mercantil
existncia.
Prestando vos esta ultima informao, acreditai que o fao, no ]>or simples e tola vaidade, mas sim por verdadeiro acto de justia, de (|Ue me julgo credor.
(h)
Oitenta
Nove no
Trs,
foi
im o
'oventa e
477
515 Raio, (1) 1858. lG Revoluo, (20 marco) 1887. 517 Pevue de Saint-Paul, 1887. 518 Redemjyo, (2) 1^87. 519 Riachuelo. 1890. 520 Renascena. 1875.
b'i\
(4)
1887.
Imprensa
Francisco Gaspar redigiu tambm o liebdomadario Artstica, impresso nas oficinas de J. Seckler (fe C; cujo ultimo numero foi confiscado por estes senhores vista de um artigo revolucionrio que Gaspar escrevera contra a monarcliia bragantina. Este talentoso republicano i)ublicou igualmente, e n 1882, um opsculo A Memoria de Tiradentes, no anniversario da
dr.
Antnio Piza:
185S, Martim Francisco e outros liberaes redigiam O Raio, jornal to violento contra os conservadores quanto O Asorrague, de Pedro Taques, o era contra os liberaes. No posso determinar as datas do
Em
'
Paulistano.
(4) Publicao quinzenal redigida por Horcio Sabino, Rangel de Freitas, Azarias de Azevedo e P. Al,
bunaiuba.
478
524 Uevista Mensal Paulistana^ 1853. 525 Revista Paulistana, 1857. 526 Religio em S. Paulo, 1864.
527 Radical Acadmico, 1869.
528 Revista do iLnsaio Litterario, 1871. 529 Revista Acadmica, (outubro) 1892. 530 Revista Pharmaceutica, (1) 1895.
531 Revista Agricola, (2) 1895. 532 Revista Mensal das Decises do Tribunal de Justia,
(3)
1895.
533 Reprter,
(4)
1895.
Orgam da Sociedade Pharmacentica, redigido (1) por Ignacio Puigari e Rodrigues de Andrade.
Sob o titulo Revista Agrcola, l-se no Commer(2) de S. Paulo, de 1.*^ de junho de 1895: Acaba de apparecer esta utilssima publicao, que se destina propaganda da industria pastoril e agrcola E* orgam da Sociedade Pastoril e Agrcola, desta capi tal, e est redigida pelos drs. Pereira Barretto, Cario Botelho e Domingos Jaguaribe. Servindo a uma causa como essa e com a direco competentssima que tem, a nova Revista ha de por
clo
certo abrir caminho entre os fazendeiros, que sero influenciados pelas doutrinas sustentadas para desperno dever e pelos estudos daquelles que se tai -os dedicam ao desenvolvimento da industria pastoril e
agricola.
(3)
dr.
Publicao
mensal, encetada
em
julho
pelo
Jos
de Justia.
Jornal da tarde, cujo primeiro numero appa(4) receu a 12 de novembro, e a respeito escreveu o Dirio
Popular,
Foi destribuido o primeiro numero Reprter. deste novo collega da tarde, dirigido pelo estimvel
sr. Juvenal Pacheco que revelou durante o tempo como reprter no Estado de S. Paulo trabalhou que uma verdadeira vocao para a imprensa.
moo
479 534 RpAdsta Postal, (1) 1895. 535 BepuMicano, (novembro) 1895. 536 JRevista do Instituto Histrico,
(2)
1895.
Contar o que se passa reproduzir a imdenunciar o presso do dia no espirito publico, abuso, lembrar o remdio, louvar a aco meritria.
Joo Vieira de Almeida, o provecto professor e emrito jornalista, foi por assim dizer redactor effectivo, a maior parte do tempo que durou o jornal. No tinha cr politica e descappareceu depois de poucos mezes, deixando seu proprietrio a cnpital e indo residir em Santos, onde coiUinuou a trabalhar na imprensa.
deste peridico,
de novembro o primeiro numero redigido por Carlos Fernandes, iMario Tavares e Joo B. Carneiro. O Municiilo, de dezem])ro, assim noticiou o (2) apparecimento da Bevista: Appareceu o volume i da liemsta do Instituto Histrico e Geographico de S. Paulo. Consta o summario dos seguintes trabalhos: A denominao Serra da Mantiqueira, ])elo dr. Orville A.
(1)
E'
de
15
Derby; Oriiens repuhlicanas do Brasil, pelo dr. Domingos Jaguaribe; Discurso do dr. Joo Monteiro, lido na sesso do dia 4 de julho de 1895, em homenagem independncia dos Estados Unidos; Acta das sesses at a decima terceira A publicao do dr. Orville A. Derby, tem o grande nierecimento scientiico que o estudo, a observao e o exacto conhecimento da geoe da orographia tanto renome dej*am ao logia, incansvel profissional que est prestando verda e a todo o deiros servios ao Estado })aulista
Ih-asil
As Orificns ropuhliranas, constituem uma das ])aginas do livro de historia da formao das ideias poli-
480
o7 Regista Medica,
ticas em nosso paiz, illustrado director dr.
(1)
1889.
pelo nosso distincto e Domingos Jaguaribe. Esta obra de investigao histrica e de exegese pc litica ha de produzir um movimento, por parte da critica, assim que surja publicidade. Neste excerpto dado Revista do Instituto, vm a descripco e os commentarios s insurreies no Brasil emquanto colnia, e depois renovadas neste sculo at as phases posteriores proclamao da indepenescripto
dncia.
documentos authenticos, lgica, vigor de argue methodo, o illustre escriptor reinvindica para a gerao passada a gloria de proclamar a Re-
Com
mentao
publica
em
nosso paiz.
dr.
discurso do
Joo
Monteiro sobre
data
como
Republica e Direito, taes foram os ponlos culminanem que pairou a disertao eloquente, erudita e sufficienlemente desenvolvida com que o notvel orador representou o Instituto Histrico, nesta solemne
sesso.
muito que aprender neste valioso discurso do Joo Monteiro, tanto sob o ponto de vista histrico, litterario, juridico-social, como admirvel pelo esplendor da forma aprimoradssima. Agradecemos a remessa da Revista do Instituto Histrico e sua directoria testemunhamos nossos sinceros votos de animao. Foi fundada pelo dr. A. C. de Miranda Aze(1)
dr.
Ha
vedo, que era o redactor-chefe. Eram seus companheiros de redaco o drs. F. Tibiri e Mello Oliveira. Sahia nos dias 15 de cada mez em folhetos de 32 paginas, e recbbia a collaborao de todos os mdicos. D&hi nascera a primeira Sociedade de Medicina e Chirurgia de S. Paulo. O 1.^ numero foi publicado a 15 de maio de 1889 e o ultimo a 15 de fevereiro
del8eQ.
481
38 Seita,
(abril)
1895.
no Dirio Popular: Lendo no Biario Popular a declarao que fizestes de que de bom grado recebereis qualquer rectificao a epigraphe Imprensa Paulista, a(> trabalho que sob destes estampa na referida folha, tomo a liberdade de vos lembrar que em 1891 foram publicados por mim e Cantidio Brets dois ou trs nmeros d' A Semaninha, pequeno jornal Acadmico, de que foi editor (Jscar Monteiro, com officinas typographicas rua do Gazometro, no Braz. Sei tambm que em 1887 se publicava em S. Paulo O Discpulo, podendo accrescentar que o 8.^ numero desse orgam do Club GaJro Bueno, viu a luz em 2t
missiva, publicada
Alm
determinada, eu posso garantir, parece -me poder ainda affirmar, si as reminiscncias me no illudem, que no alludido anno de 1887 o fallecido bacharel Jarbas Tupinamb de Mattos Guarianas, ento preparatoriano redigia o Tentamen. O dr, Izidoro Jo^ Ribeiro Campos, actualmente delegado de policia em Santos, mantinha, por esse tem])0, relaes com Jarbas, pelo que est apto a vos certificar da existncia desse jornal, e acredito mesmo que o dr. Eduardo Chaves o possa
tambm
fazer, pois, tenho vagas lembranas de que redaco do Tentamen foi cfferecido um exemplar das Fagulhas.
482
Saquarema,
SensiUva,
(1)
1848.
1875.
SentineUa, (2)
187G.
Sertanejo, (dezembro)
Ainda em 1887 e com o titulo do Tiradentes, foi a 24 de abril publicado um jornalzinho pelo Cluh Repuhlicano Tiradentes, fundado no CoUegio Moretz-Solui e do qual fui um dos redactores. Sobre este jornal, escreve-me o dr. Antnio Piza: (1) Em 1849 publicou-se em S. Paulo O Saquarema, que
devia ter sido orgam do partido conservador. No sei quando appareceu, quando morreu, nem quem era o seu redactor. Tenho um supplemento do jornal, que nada esclarece a respeito.
A 22 de abril de 1876 appareceu a SentineUa, (2) sustentando o programma de uma politica subordinada aos principies catholicos, que fora o da Opinio Conservadora, que se publicou de 1869 at 1872. A SentineUa deixou de existir a 31 de maro de 1879. O seu
redactor era o distincto
dr.
escriptor e provecto
advogado
a
Conservadora,
neUa da
que redigiu
Opinio
fundado e re-
digido pelo dr. Joo Mendes de Almeida. Desappareceu com a proclamao da Republica, em 15 de novembro do mesmo anno. De 2 de maio a 29 de setembro, O Solitrio (4)
foi
folha, escripta
em linguagem
Campos
Mello. Esta
fogosa, combatia
S.
espe-
chado Nunes.
483
554 Sete de Setembro, 18G5.
Seis de Junho,
1884.
.
1883.
Sete de Abril,
S.
(1)
1805.
503 $ijmbolismo. (10 janeiro) 1892. 504 Secolo, (14 maio) lc94. 505 Seguros de Vida, 1894. 500
S.
Paulo Histrico,
(2)
1895.
(U
Ottoni,
Redigida
pelo
dr.
Revista quinzenal, a respeito da qual lemos no (2) Correio Paulistano, de zO de abril de 1895: Recebeinos o primeiro fasciculo de uma revista quinzenal que appareceu nesta capital sob o titulo S. Paulo Histrico, do qual director e proprietrio o dr. Estevam Leo Bourroul. Destinada a fazer a luz sobre o passado deste Estado to rico de tradies honrosas, a revista do dr. Bourroul vem certamente prestar bom servio aos estudiosos, dando ensejo aos investigadores das nossas cousas de exhibirem o fructo das suas lucubraes e estudos.
um
primeiro numero,
traz o
mu;
para a nossa historia, entre os quaes destacaremos A Anselmada, do director da revista, Amador Bueno da Ribeira, pelo dr. Martim Francisco Filhu; Papeis -velhos, A archeologia paulista, por Alberto Lofgren e a Paca caipira, pelo dr. J. Floriano de Godoy. O S. Paulo Histrico evidentemente uma publicao til, que est destinada a prestar servios to valiosos como os que j presta a que sob o titulo Do-
484
67 Trs Municpios^ 1885.
Tesoura, 1887.
Tymhira, (l) 1860. Trabalhos Litteraros, (2) 18G0. Tribunal Liberal, 1867.
Tribunal Liberal, Tribunal Liberal,
(3)
1876.
(4)
1877. 1893.
eumenlos interessantes, vai sendo feita oficial mente pelo director de Seco do Archivo e da Repartio de Estatistica do Estado. O dr. Bourroul no proseguiu e a revista morreu com o primeiro numero. O Tymbira era um jornal politico, litterario e (1) noticioso. Comeou a sua publicao em 1859, sendo seus redactores Rodrigo Octvio de Oliveira Menezes, Henrique Limpo de Abreu, Jos Luiz Monteiro de Souza, J. Roquette Carneiro de Mendona, A. V. Pinto 1861 passou a Coelho e J. C. de Paiva T^avires. sei* redigido por Francisco Rangel Pestana e Florncio Carlos do Abreu e Silva, que foi mais tarde presidente de S. Paulo e senador do imprio. Orgam da associao Amor Scienda. Redac(2)
Em
tor,
Assis Drumonel.
(3)
e noticiosa, segunda Bento Francisco de Paula Souza e gerente Jos Rodrigues de Barros. Terceira folha deste nome, comeou a ser pu(4) blicada em 1.*^ de janeiro de 1877, sendo seu director e principal redactor o dr. Herculano Marcos Inglez de Souza. Silva Jardim redigiu por algum tempo a parte
litteraria
deste
dr.
litteraria.
(5)
prensa
Semanrio da capital,
italiano.
Em uma
resenha
da im-
feita
.
em
janeiro de 1895, l-se rtNo possumos presentemente os necessai*ios esclaricimentos sobie o pessoal da redaco e administrao
dessa folha.
485
575 Torres- Homem,
571)
(1)
1893.
578 Thahor, (2) 1883. 579 Trabalho, 1876. 580 Tehiri, (3) 1842.
581 Tribuna Acadmica, 1871.
582 Tribuna Acadmica, 1885. 583 Tribuno, J873. 584 Tevere, 1887. 585 Tentawen, (4) 1887.
E',
como a
e,
como
italiana, cujos
interesses defende
com
calor.
Occupa
se,
s vezes aggressivamente,
com cousas do
O numero
traz
de hontem, que temos ante os olhos, grande profussu de noticias europas, algumas
Revista inedica, publicada e redigida pelos (1) drs. Teixeira Alvares, Oliveira Ferreira e Oliveira Bo-
durou muito pouco tempo, Folha religiosa, redigida pelo padre Jos Antnio de Almeida e Silva. Publicado em dias hidetorminados, na typogra(3) phia de Costa Silveira, e em 1842, na de Silva Sobral, rua nova de S. Jos, n. 41. Tinha por lemma este
telho,
(2)
verso de Mjigalhes. O o.o de Tup, a terra :^ossa, Nossos pes a regaram com seu sangue, A' ns toca morrer para vingal-os. O n. 12 traz a re])resentao que a Assembla Provincial de S. Paulo dirigiu ao imperador contra a cele])re lei de represso de 3 de dezembrc de 1841. O dr. Joaquim Piza possue diversos nmeros do Tebiri.
(4)
486
586 587 588 589 500 591 592
Tiradentes, (1) (21 abril) 1887.
Tdegrapho,
(7
Temjw, 1889.
(1)
(2)
Dirio paulista, dirigido pelo sbdito francez Rafael Gondry e tem por divisa o conhe(ido verso ... Elle varie
:
do expediente
recommcDcer demain.>
Publica
ciosos,
tivos,
todos
os
dias
artigos
polticos,
noti-
mundanos,
folhetins de
parisienses e brasileiros e de
melhores escriptores e escriptoras um grupo de distinctas moas brasileiras. Correspondentes no Rio, em Lisboa,
Collaborao dos
Madrid
e Paris.
e
12^000 por
ser
se-
deve
dirigida
ou caixa postal 382 proprietrio d'^ Tarde, 74 rua Conselheiro Chrispiniano. A Tarde, de janeiro em diante, sahir do formato dos jornaes da tarde. Cada redactor responsvel pelas suas opinies
ao
o nosso jornal completamento independente; a imitao do Figaro e -do Matin de Paris, todas as opinies so representadas pelos nossos collaboradores; fazemos reclame ao seu talento e no a uma comunidade de princpios. A kedacoIo. Os resultados no corresponderam s promessas e o jornal pouco durou.
politicas e litterarias
487.
1831.
Era propriedade do baro de Tiet e redigido (1) por Pedro Taqiies do Almeida Aiviu. (2) Redigido pelo dr. Francisco Bernardino Ribeiro, como o tora o Novo Farol Paulistmo, em 1838. Bernardino Ribeiro, fi.bo de Francisco das Chagas Ribeiro e de Bernardina Rosa Ribeiro, nasceu a 12 de julho de 181-1, no Rio de Janeiro. Feito em sua cidade natal todos os pre])aratorios, matriculou-se em 1830 no curso juiidico de S. Paulo, onde se bacherelou ea / de maio de 1835 defendeu theses para receber o grau de
doutor.
professor da1833, Tomou 1831, e a Voz seus artigos o dr. Moreira de Azevedo, grangeou nomeada pela dialctica de argumentao, jiela deducvo dos factos e fora de raciocinio. Todavia, no tornaram-n'o violento as lutas dos pai-tidos; sua pernia no tisnou com uma injuria a i( pLitao de seus adversrios [)oliticos. A sua tolerncia ei*a eNemi)lar, diz o con(\go Janurio, e tal a sua moralidade que jiunca dos seus lbios j)artiu um nome de que a decncia se ffende-se Fundou a snned.ide WitQvCVXi PhUomatica, e apezar de tei quasi todas as horas gastas em licjs escolares, em defeza de pleitos que, como advogado, encurroga-
Nesse estabelecimento litterario foi cadeira de francez e lente substituto en parte no movimento revolucionrio de Paulistana foi a sua arena de combate. diz politicos nesse jornal e em outros
Em
vam lhe, na direco de associaes e na rdua tarefa da redaco dos peridicos, consumio os instantes do descanso na leitura dos poetas e cultivo da poesia. No Mosn/ro Poefico, na Minora BrasUrnso e na P( nsta P/iil orna tira, vm insertos nuiitos trabalhos do
i
A 10 de junho de 1837, no Rio, falleceu Francisco Bernardino Ribeiro, victimado por uma tuberculose.
Ilustre poeta.
488
598 Voz do Povo, (t) 1841. 599 Voz do Povo, (2) 1867. GOO Violeta, (3) 1848.
GOl
Violeta, (janeiro)
Violeta,
1880.
G02
()03
1887.
(4)
G '4
1889.
gratuita*
Publicao indeterminada e de destribuio era impressa na Tpjyographia Americana e tinha por lemma Vox jjojmli, vox Bei. em Sahia dias indeterminados e custava 1$000 (2) a serie de 12 nmeros. Era impressa na typographia de Costa Silveira e cada numero trazia esta epigraphe:
(i)
:
On doit beaucoup exiger de celui, que se constitue auteur par un sujet de gain et
mais celui qui ne fait que remon doit exempter des fautes et excuser des eireurs, qui pourra commettre
d'
interet;
plir
un
devoir,
La Bruyre.
O dr. Joaquim Piza, possue o n. 17, de 11 de outubro de 1^41. E* de 11 de agosto o primeiro numero e 12^ (3) e ultino de 23 de outubro. Era um peridico litterario, dedicado s senhoras; cada exemplar tem o subttulo Dames et lleurs e era de formato pequeno, a duas columnas. At o n. 4 foi impreso na typographia do Governo, em palcio, e depois na da Viuva Sobral, sendo o impressor Luiz Augusto Corra. Publicou versos de Martim Francisco e de Francisco Octaviano.
Gerene
dos militaras inactivos. Jnior, e redactores os directores do Cluh dos Voluntrios da Ptria. Era de pequeno for(4)
Orgam hebdomadario
Freitas
e impresso na typographia do Aspirante. sabeis, diz o capito Jos Leite da Costa Sobrinho, foi no anno de 1889 que a propaganda re-
mato
Como
publicana mais se accentuou, principalmente em So Paulo, e o abaixo assignado sendo un dos sectrios da
489
605 Vanguarda,
(1)
1879.
doutrina republicana, e que alguma cousa fez ao lado de Jlio Ribeiro e outros, entendeu que devia lanar na imprensa este pequeno jornal, com o intuito de preparar os velhos soldados do Paraguay, afim de que elles se tornassem uma fora de combate no advento do terceiro reinado (da condessa d'Eu) e se fizessem paladinos da grande causa republicana. A l de novembro desse anno, porm, a revoluo militar do Rio decidiu da sorte da monarchia no Braassim que a massa popular tivesse a sil, impedindo do terceiro reinado, que estava no decorrer Republica prestes a vir. O redactor-chefe era o mesmo capito Leite da Costa Sobrinho e a directoria do Club era assim composta presidente, capito Jos Antnio Lessa; vice-presidente, Joo Joaquim de Arajo Vianna; 4.^ secretario alferes Joaquim Antnio Mattoso Ferraz; 2.^ secretario, capito Jos Balduno de Albuquerque, e thezoureiro, capito Leite da Costa Sobrinlio. Peridico acadmico redigido por Estevam Leo (l) Bourroul. seus j citados Esboos Criticos, S Vianna assim se exprime sobre este jornal
:
i
Em
defendendo com Sob a direco do primeiro jornalista acadmico, A Vanguarda no cedeu um passo do terreno em que se collocou, nem afastou-se do programma que
prometteu
dactor,
seguir, e s desappareceu
quando
escrever,
seu re-
no para
a Faculdade de S. Paulo, mas para o mundo catholico, quando conheceu que tinha fora bastante para justificar os suppostos erros de suas crenas firmes. Leo Bourroul moo ainda (a), vive em um sculo
e jesuita o
que o espirito religioso chamado retrogrado que ousadamente affronta o superficialismo que tudo invade, (^ue vai murchar as crenas que o menino recebeu nos braos maternos. Hoje tudo vive,
(a)
em
dr.
a 18 de
maio de 1856.
490
606 607 608 609 610
611
Ventarola, 1890.
Vida Semanria,
(i)
1887.
Votante, (2) 1860. Vinte e Dois de Maio, (3) 1872. Vinte e Oito de Setembro, 1885.
Vinte e
Um Um
e
Lm,
1890.
no da liberdade, porm, da licena: no do raciocinio fundado em juizos seguros, mas das liviandades dos loucos pensadores. I^eo Bourroul, porm, impassivel a semelhante abatimento do espirito humano. O papa para elle foi sempre o vigrio de Christo, o Sijlabus uma fortaleza da religio. Cr firmemente no papa,
acceita o Sylabus e vive tranquillo,
porque
falia e es-
creve o que pensa com convico. Sem duvida Leo Bourroul incansvel na propaganda catholica. Ora na Beaco, ora na Vanguarda, (Ta no Monitor Catholica, o illustrado jornalista discute com sisudez, respondendo com argumentos slidos e exemplos frisantes aos grupos da impiedade, aos inimigos da sotaina fradesa.
Gazeta illustrada, de pequeno formato, redigida (1) por Emiliano Pernetta e A. C. Lima e impressa na typographia King. Semanrio, impresso na Typographia Imparcial, (2) de Joaquim Roberto, rua do Rosrio (hoje Quinze de novembro) n. 49. Appareceu a 24 de julho, em formato mignon, a duas columnas. Redactores, drs. Antnio da Silva Prado e Jos (3) Maria Corra de S Benevides, e gerente Joaquim Gaspar dos Santos Pereira. Orgam do Club Bepublicano Mineiro. Directo (4) res, Raul Penido e Josefino Pires.
OrgaiQ do espiritualismo scientifico, publicado (5) quinzenalmente. Director, Antnio Gonalves da Silva Batuiia. Tem por lemma o seguinte aphorismo: Sem caridade no ha j^elgio. Nascer, morrer, renascei' ainda progredir sempre, tal a lei.
491
Volapuk,
(1)
1889.
XX
1849.
Jornal mignon escripto em portuguez e volapuk Thorman. Canuto por Orgam dos alumnos do Collegio Moretz son. (2) Publicava-se uma vez por semana, na t3^pogra(3) Costa Silveira, rua de S. Gonalo n. 14, de phia onde se recebiam assignaturas a 1$000 por trimestre, pagando adiantado. Trazia, a legenda Faz e Liberdade
e ora impresso a duas columnas. O dr. Piza possue os ns. 17, 22, 23 e 28 de 17 de julho, 21 e 28 de agosto e 28 de outubro de 1840.
resta folha foi um dos mais constantes colla(4) boradores o notabilissimo parlamentar paulista, dr. Gabriel Jos Rodrigues dos Santos, nascido a 1." de abril de 1816 e fallecido em 1858, na freguezia da Penha de Frana. Era filho de Joaquim Ribeiro e de Maria Joanna da Luz. O dr. Rodrigues dos Santos, diz um seu biographo escrevia como fallava: a eloquncia era nelle um dom da natureza, e se ostentava sem esforo,
sem
pretenses, sem traballio.?> De 1849 a 1854 escreveu no Ypiranga o brigadeiro Jos Joaquim Machado
do Oliveira.
Foi neste Jornal que o dr. Francisco Ignacio MarHomem de Mello, publicou os seus primeiros trabalhos litterarios, em 1855. O Ypiranga era ento jornal politico e defendia as ideias do partido liberal sob a redaco do dr. Joo da Silva Carro e dos acadmicos Antnio Ferreira Vianna e Antnio Carlos Ribeiro de Andrada, hoje procurador geral do Estado.
condes
492
624 Ypiranga, (1) 1867. 625 Ypiranga, (2) 1882. 626 Zuavo, 1888.
SERRA NEGRA
1
SILVEIRAS
1
Aurora,
n.
(3) 1874.
48, de 21 de setembro de 1849, impresso na Areias Typographia Liberal, rua das Flores n. 9, por J.
occupa-se quasi unicamente com a descripo do julgamento dos revoltosos de Pernambuco. Desappareceu esta folha em 1855.
Quando Tavares Bastos, presidente da provinpor desavenas com o Correio Paulistano, que era o orgam do governo, resolveu hostilisal-o, creou o Ypiranga, sob a gerncia de Jos Maria de Andrade e redaco dos chefes liberaes do tempo. Depois, guardando a mesma gerncia, a redaco ostensiva passou a ser dos notveis acadmicos Salvador de Mendona e Ferreira de Menezes, com a collaborao de Jos Bonifcio, Gavio Feixolo e Moreira de Barros. Era ento brilhantemente redigida e fez tremenda opposiao ao baro de Itauna, a quem elle qualificara de alcaiote do Pao, transformado em presidente de S. Paulo, em 1 868-1809. Desappareceu o Ypiranga, em 12 de dezembro de 1871, quando Salvador de Mendona e Ferreira de Menezes, j formados em Direito, filiaramse ao partido republicano. Do stimo numero em diante traz a declarao de ser orgam do partido liberal de S. Paulo. Era a quarta folha deste titulo que se publi{2) cou na capital. Foi a principio pro]>riedade de Felino Guedes que o redigia livre de compromissos partidrios; mas tarde tornou-se e de compromisso liberal, continuando Pelino Guedes como proprietrio e redac(i)
.
cia,
tor ostensivo.
um
(3)
Orgam social. Redactor, Vicente Flix, que foi dos primeiros republicanos de Silveiras.
493
2 Aurora, 1886. 3 Nortista, 1883.
SOROCABA
1
Alfinete, 1891.
Jornal
litterario,
prietrio,
Domingos da Costa
Existiu por muitos annos e prestou bons serifi) vios s idas republicanas. Seu redactor era o sr. Manoel Janurio de Vasconcelos, que o oi igualmente
do Iimnema.
(3)
Um
dos
seus
redactores
foi
sr.
Silva,
em
Gaspar da
de visconde de S. Boaventura, conferido pelo governo de sua ptria. Gaspar fundou e manteve muitos jornaes no Brasil, como a Gazeta de Sorocaba, o Correio Uberabense, e o Tiradentes (republicano), de Uberaba, o Nono Districto, da Franca, o Jornal do Commercio e o Dirio Mercantil, de S. Paulo, e nasceu em Lamgo a 4 de janeiro da 1855, filho do dr. Boaventura Tei xeira Barboza e de d. Maria Luiza da Costa Barbosa. Emigrou para o Brasil, por motivos polticos, cm 1876, residindo successivamente no Rio, em S. Paulo, Sorocaba, Rio Grande do Sul, Campinas, Franca e Uberaba. (Vide sua biographia no Congelo da Europa, n. 3,
1891).
Boaventura Gaspar da Silva Barbosa, escreveu: Antes de soprar lu^, contos e versos prefaciados i)or Ezequiel Freire; CaHa de um emigrado ao sr. 'Camilo
Castello-Branco (Rio, 1879, 15 pag.); lieverberos, poecom um prlogo de Assis Brasil (Rio, 1883^: O Bahac de S. Miguel de Seide (Uberaba, 1870, 16 pags.); Fagundes Varela, noticia biobliographica (Uberaba), um drama e um opsculo referente aos ltimos acontecisias,
494
7
Ipanema, 1872.
10 Sorocahano,
(2)
1870.
polticos do Brasil. Fez tambm parte da redaco illustre jornalista Jlio Ribeiro, quando residia em Sorocaba. (1) Orgam do governo interino, de que era chefe o brigadeiro Rapbael Tobias de Aguiar, e estabelecido B'y\ virtude do movimento revolucionrio. Era uni pequeno jornal, cujo primeiro numero sahiu a lume Jio dia 27 de maio de 1842 e o quarto e o ultimo a 16 de junho do mesmo anno. Esta folha, diz Amrico Braziliense, em suas Lies da Historia Ptria, teve por principal redactor o senador Feij, que ao saber, aqui em Campinas, da acclamao do coronel Rafael Tobias para presidente interino, seguiu para Sorocaba. J antes delle alli tinha chegado o dr. Gabriel Jos Rodrigues dos Santos. O Paulista, alm das procla-
mentos
maes
e actos
trazia artigos
costumada energia. Durante dous annos (1870-72) foi publicado o (2) Sorocahano, sob a redaco do pranteado philologo Jlio Ribeiro. Em 1870 (escrev>? Vicente Carvalho no Dirio da Manh, de Santos) residia este (Jlio) em Sorocaba, onde exercia o magistrio. Dotado de vivo talento, senhor j de certa erudio angariada na assidua convivncia dos livros, procurou no jornalismo um derivativo para as idas que lhe burbulhavam no crebro
o Sorocahano, folha republicana Jlio Ribeiro revelou o talento e o esdos nomes eminentes tudo que deviam fazer delle da litteratura nacional. Tivemos occasio de folhear a coUeco do Sorocahano e de apreciar no seu desabrojuvenil.
diria,
Appareceu
em que
um
char o vigoroso polemista, o impeccavel mestre da lingiia, o brilhante estylista.)) Fallando desta folha, o Dirio Popular chama-lhe
--jornal que guarda as premissas vigororas da intel-
495
ligencia de Julio, e os fructos dos seus primeiros labores. O Dirio de Santos, noticiando a morte do notvel escriptor, diz haver elle redigido o Dirio de So-
onde publicou o Padre Belchior de Pontes, seu primeiro romance, quando certo tel-o sido no Soro((ihano. Ivsta folha, conforme declarao de Julio I\i}
ocaha,
i^f^^b,
dia
25 de janeiro de 1872, no admittiu annuncios sobre escravos fugidos. Filho legitimo do Jorge Washington Vaughan e de d. Maria Francisca Ribeiro, Julio Ribeiro nasceu em Sabar, Estado de Minas Geraes, a 16 de abril de 1845 e falleceu em Santos a 1. de novembro de 1890. Residiu sempre neste Estado, onde publicou diversas obras, como os romances Padre Belchior
de Pontes e
Carne, os folhetos Cartas Sertanejas e Questo grammtical, as suas apreciadas Gammaticas e os Traos geraes de linguistica. Escreveu no Diari Mercantil^ Correio de Santos, A Procelaria, O Pehate, Caneta do Povo, etc.
A propsito da imprensa em Sorocaba escreve a Vos do Povo, de dezembro corrente, este trecho O radicalismo dava de si. Fundavam-se escolas, bibliothecas, imprensas e clubs
:
das primeiras na iniciativa. fervilhava a politica local com o Sorocahano, onde escreveu, entre outros artigos vehementes, o celebre artigo O Bei chegou. Ubaldino do Amaral chefiava o nascente partido republicano: tonificava na palestra, na tribuna e na imprensa, a sociedade sorocabana, com a doura da sua palavra correcta e eloquente. Das adheses ao luanifesto de 3 de dezembro passava-se Conveno de Yt, e desta definitiva organisao partidria com o Congrssso Republicamo Paude um representante de cada munilista, composto
Sorocaba
foi
uma
Julio
Ribeiro
cpio.
dr.
Ferreiri
retardatrios: o culto
49G
11 Sorocaba,
(1)
1872.
TATUHY
Amigo do Povo, 1893. 2 Gazeta de Tatuhy 1889.
1
,
TAUBATE'
1
Aurora, 1863.
2 Artista.
3 Cidade de Taif>at, (janeiro) 189. 4 Oormo cie Tauhat, (3) 1872.
5 ColJegial, 1891.
que abrilhantara O redaco. Consulte-se a tradido, que se no esquece das conferencias, que elle
Leiam-se
partido.
em
prova os artigos
fez
do
Bom
(1)
.Tesus.
Editor
proprietrio,
Jos
Antnio
Pereira
Salles.
Folha republicana era politica, mas especial(2) mente consagrada aos interesses dos municpios suhstas. Appareceu a ^9 de agosto e durou alguns annos,
sendo seu fundador e redactor o cidado Antnio Moreira da Silva, depois deputado federal em todas as legislaturas, desde 1890 at hoje. Jornal dedicado aos interesses da lavoura, com(3) mercio e industria, editado por Francisco Moreira
Damasco.
497
6 Dezesete de Agosto, 1883.
Dirio Paulista, 1887. 8 Futuro, (5 dezembro) 1881. 9 Guarany, (1) 1883.
7
11 Imparcial, (1.
1864.
17 Gralha, 1880.
20 Monitor de Tauhat,
21 Noticiarista, 1888. 22 Paulista, (4) 1863.
(1)
Orgam do
])elo dr.
redigido
Eusbio
i
Gamara
(2)
Leal.
Apparecea
Lobo da
politico liberal, redigido por Francisco de Assis Moura, que escreveu igualXavier Ignacio mente no Archivo Litterario, do S. Paulo, no P'ogresso, de Pindaraonhangaba, e na Estreita Paulista, de' Gua-
Jornal
ratinguet.
(3)
Jornal illustrado.
(^ue
Fundado e redigido por Alfredo de Almeida, mais tarde redigiu diversos jornaes em S. Paulo e Campinas.
(4)
498
29 Trihuua, 1892. 30 Vespa, 1888.
BI
Violeta,
1S93.
32 Zorra, 1880.
33 Aurora, 1863. 34 cho Fopular, 1867.
38 Democrata, 1886.
39 Microscpio, 1887. 40 Internacional, 1887. 41 Progressista, 1889. 42 r7o^^V^, 1890. 43 PaT-m Paulista, (8 outubro) 1890. 44 Norte de S. Paulo, 1891. 45 Infncia, 1892.
46 Zm?, 1893. 47 Colnia Italiana, (15 maio) 1892. 48 Juventude, 1892.
'
Semana
Official,
1895.
TIET'
1
j&c/io
Municipal, 1875.
Municipal, (1) 1881. 3 In^iirensa, (2) (4 setembro) 1885. 4 Progresso, (3) (janeiro) 1895. 2
(ra^-ea
(1)
fessor.
(2)
(3)
Fundada e redigida por Joo Marques, proDurou poucos niezes. Fundada e redigida por Brazilio Marques. Ainda fundado e redigido pelo mesmo Joo
Marques.
499
5 Tiet,
(3
(1)
1873.
(2)
Tietrrme,
1877
Fundado e redigido pelo dr. Joo Baptista de Andrade, que alguns annos depois, quando deputado provincial, morreu victima de um temeroso desastre da linha frrea sorocabana. Era collaborado pelos drs. Joaquim Mariano de Almeida Moraes, Luiz Carlos de Assumpo, Campos Toledo e Domingos de Almeida Campos, padre Jos Joaquim de Almeida e professor Pedro Machado. Este ultimo, homem de talento, mais tarde entrou no Seminrio Episcopal, tomou ordens sacras e tornou-se um exccUente orador sagrado. Como vigrio de Guapuava, volveu se na rebellio federalista e morreu em combate contra as foras legaes no Paran, em abril de d 893. Mais tarde appareceu na cidade um outro jornal com o titulo Tiet, fundado e redigido por Augusto Marques. Durou perto de dous
(1)
Castro
annos.
(2)
Fundado
e redigido
IMPRENSA PAULISTA
1896
ADDENDUM
IMPRENSA PAULISTA
Durante o anuo de 1896 iniciaram sua publicao, no Estado de S. Paulo, 96 jornaes e revistas, conforme
a relao a seguir. E' possivel que tenha havido omisso, na resenha que fao, visto como este trabalho foi organisado au
jom'
Qualquer rectificao ser por mim acolhida satisfactoriamente, e ouso esperar que meus patrcios e collegas da imprensa me auxiliem nesta obra histrica, afim de que fique completa a monographia sobre a Imprensa Taulista, j por mim publicada no Dirio
Popular. Eis a relao das gazetas publicadas
1 1
somente pelas
noti-
em 1896
Amekico
2
(2).
Brasiliense
Notcia,
(i).
Amparo
Amparense,
Revista, (agosto).
3
1
Anhumas
(abril).
Gaveta de Anhuma-,
Redactor, dr. Joo de Arajo. Appareceu a 1.^ (1) de maro. Transferiu-se para a cidade de Araraquara. Director, Jos Ferreira Louzada. (2)
04
4
1
Araraquara
5
Binculo^ (agosto).
Batataes
Bragana
(2).
Ida,
(1).
6
1
Grinalda, (agosto).
Gazeta Republicana,
Bananal
(3).
Bugre, (maio).
8
Campinas
1
"Z
Cidade de Campinas^
Guarany, (setembro).
9
Casa-Branca
11
Mosca,
(4).
10
1
Cravinhos
Cravinhos,
(5).
It
Escova, (fevereiro).
Escripta
Appareceu
Redactor, Michele
E' de 15 de novembro o primeiro numero. (2) Redactores, drs. Jos Hermenegildo Pereira Guimares
e Joviano Telles.
Propriedade de Barroso C. Redactor-chefe, (3) Alberto Faria. 'Director-gerente, Joo Barroso. Appareceu a 27 de dezembro. Folha litteraria e noticiosa. Propriedade de uma (4) associao. Editor, Valencio Bulco. 1'rincipiou a publicar-se a 3 de maio. Orgam dos interesses locaes. Editores respon(5) sveis, Guimares Goulart. Appareceu em novembro.
(6)
Orgam do grupo
escolar
Queiroz
Telles,
cuja
em
dezembro.
05
12
1
Jacarehy
JUNDIAHY
(2).
LabarOj
(1).
13
1
Mocidade (maio).
j
Mimicipio de Jundiahy,
14
1
Jah
Jah, (novembro).
15
1
LOKENA
Luva.
16
1
MoccA
Mocca,
(3).
17
1
Pedreira
PiRASSUNUNGA
Saltitante, (agosto).
18
1
Radical, (agosto).
19
1
PiRACICAB
Commercio,
(janeiro).
20
1
PlNDAMONHANGABA
(4).
Doze de Outubro,
(1)
niuiiiei-
pio e do ensino em geral, que veia substituir o Correio de Jacarehy. E' seu redactor-cbefe o director do
grupo
abril.
escolar,
A.
Pt.
Alves
Pereira.
Appareceu
em
Iniciou a publicao a 22 de outubro, sob a (2) redaco de Sebastio Pontes. Redactor, dr. Joo Gomes Barreto. Appareceu (3) a 11 de abril. (4) Orgam do grupo escolar Alfredo Fujol, comeou a publicar-se no dia 12 de outubro.
506
21
1
Rio-Claro
Municpio,
(1).
2 3
BuJfOf (maro).
Bomba, (dezembro).
22
Ribeiro-Peeto
(2).
2
3
Seu apparecimento, em maio, foi assim notida capital: Temos em mos o n. 1 d'0 Municpio, folha republicana que v a luz em Rio Claro sob a direco do
(1)
sr
Arthur Aguiar.
O Municpio,
bem
com quatro
noticirio
Traz artigos de A. A.
desenvolvido.
elaborador,
Ao novo coUega, que enceta com boa vontade a sua carreira nesta dolorosa via crucis da imprensa, as nossas saudaes.
(2)
tario, Jos Fadin. Redattore-responsabile, Carlos Aloisi. Appareceu em dezembro e foi recebida pelo S. Paulo
e
Recebemos
1.^
numero da Gazetta
liana
que comea a publicar-se nesta cidade, sob a direco do sr. Jos Fadin e redaco do sr. Carlos
Aloisi.
continuar Agradou-nos bastante a Gazetta. assim, com igaal orientao, auguramos ao novo peridico uma existncia prospera e longa. no eittreremo n questioni che possano turbare la ... huona harmonia e la concrdia.
Assim
(3)
p
\
seja.
abril. Delle disse
Surgiu a 21 de
S,
Paulo
Minas O Operrio
Impresso
em
507
4
503
2
1
S.
Simo
Leque, (novembro)
S.
(1).
Simo,
26
1
Santa
(2).
Rita de Passaquatkg
Santa Uitense,
27
(3).
Prognsso, (maro). 28
Autoridade,
(1)
(4).
S.
Paulo
Orgam
Propriedade de J. F. de Andrade. Propriedade de uma associao. Redactores, drs. Antnio Sebastio Rebouas, Arthur Travassos Prestes e Luiz Reis. Appareceu a 17 de abril, conforme a seguinte noticia do S. Taulo e Minas, de Ribeiro Preto. A 19 do corrente appareceu o i.*^ numero d' O S. Simo, na visinba cidade onde tira o seu nome. E' propriedade de uma associao e tem como reso.
(2)
dactores os illustres drs. A. Sebastio Rebouas, Artlmr Prestes e Luiz Reis, solidas garantias da estabilidade e longo tirocinio da nova folha que est animada dos
em
servir ptria republicana ao particular municpio que representa. Sabemos qu(^- director da folha nosso amigo tenente Elizia,rio de Vasconcellos que por modstia occulta seu nome, mas que um poderoso auxiliar na arrojada carreira da imprensa de S. Simo.
melhores
desejos
de
bem
geral e
cm
follia,
que
vem
a importncia e pujana desta importante zona do Estado, auguramos-lhe duradoura existncia. Semanrio popular. Redactor, dr. Jos da Costa (3) O primeiro numero de abril. Editores Jnior. Rangel e gerentes, Salomo & Eurico. Orgam do Centro dos estudantes monarchstas (4) de S. Faulo. Redactor-chefe, Angelo Mendes. Redactorsecretario, lvaro de Souza Queiroz. Appareceu a 19 de janeiro.
509
2
Bohemia,
(l).
Bycicleta, (junho).
Bella Aurora,
(2).
7
8
Correio Nacional,
(3).
9
10
11
Evoluo
().
G^^o, (abril).
12
13 14
i5
1
Humanitria, (dezembro).
Intransigente.
^/oi;e?^
Commercial,
(abril).
MuMca para
Messaggero.
todos, (maro).
17
Novdciario, (novembro).
Pauliceia,
(1)
(6).
18
Quinzenrio illustrado e
associao
litterario.
de
Director, Jos Piza. Direco artstica de Victor Steidel, e litteraria de Luiz Carneiro. Thesoureiro, T. Veriano Pereira. Appareceu
uma
Propriedade
anonyma.
a 25 de abril.
(2)
em
agosto.
(3)
O
O
em
junho, subs-
tituiu
Nativista.
(4) Orgam dos alumnos de quarto anno da escola modelo Caetano de Campos. Publicao mensal sob a direco do professor do quarto anno Joo Borges. O
n.
de 1." de outubro.
(5) Orgam do Club Bernardo Guimares, appareceu a 15 de agosto. Redactor-chefe, Arthur Fonseca. Redactores, Lycurgo Leite, Casimiro Rios, Arthur Leme, G. Valia do e Edmur Queiroz. Semanrio illustrado. Propriedade e direco de (6) Nogueira de Carvalho. Illustraes de Casanova Filho e Peregrino de Castro. Gerente, J. B. Hasse de Castro.
510
19
20
21
22
2i
Programma,
Bebate,
i3).
24
2
26
Pevista Azul,
(4).
Pevista Marcial,
().
Guarda
livros, (janeiro).
27
28
(7)
Folha republicana, cuja publicao foi iniciada (1) a 14 de abril. Redactor, Antnio dos Santos Oliveira. Jornal theatral, coramercial e industrial. Pro(2) priedade de Charles Dethiein. Fundado por Jlio Ribeiro. Propriedade de (3)
Joo da Cruz Soares. E' uma continuao da famosa gazeta republicana que, em 1889; aquelle illustre ])hilologo publicou em S Paulo. Folha litteraria, redigida por Antnio de Oli(4) veira, Francisco de Castro Jnior e outros. Dedicada aos interesses da fora publica do () Estado. Direco do major Cludio Martins Barbosa. Foi suspensa a publicao, iniciada a 15 de agosto, por ordeni do governo.
Publicada por H. von Ihering, dr. med. et phil. d<> Museu Paulista, scio honorrio da Sociedade Anthrajiologica Italiana, da Academia de Sciencias, de Coi-dobn; da Sociedade Geographlca, de Bremen; da Sociedade Anthropologica, de Berlim; da Academia de Sciencias, de Philadelphia; da Sociedade dos Naturalistas, de Moscow; da Sociedade Entomologica, de Berlim; do Museu Etimolgico, de l.eipzig; e da Sociedade do Chile. O vol. I, tem a data de 1895, Scientifica, mas foi distribuido este anno. Contem 25 pag. de texto, e 3 de gravuras. Traz artigos do baro de Ramalho, dr. Hermann von Ihering, P. Taubert, A. Lutz Pevista da S ciedade de Ardhropologa Crimi(7) Commisso nal, Sciencias Penaes e Medicina Legal.
(6)
director
U
29
Revista do Jardim da Infncia,
(1).
directora: drs. Bnizilio Machado, lente de Direito; Bittencourt Rodrigues, medico, e Severino de F. Prestes, lente de Direito. Jedaco: drs. Cndido Motta, Reynaldo Porchat, Oliveira Fausto, Miranda Azevedo e Pedro de Toledo. O primein^ numero, fascculo in-4.*' de 106 pags., app u*eceu em maro, com o seguinte programma: A Sociedade de Anthropologia Crimival, Sciencias Fenaes e Medicina Legal^ fundada em So Paulo, inicia com este numero a publicao de sua revista trimensal, O programma da Revista, que ora
toma posto na minguada imprensa scientifica do Brasil, est de antemo delineado deste a organisao da
Sociedade, a cujos intuitos vem fielmente correspoii ler. Abrange, pois, o estudo na anthropologia criminal, das sciencias pemies o da medicina legal, vastas muito agitam o e complicadas questes que em pensamento jurdico da Europa, e (jue em nosso
paiz
tem logrado
m.iis de
uma
o
do
homem
(1)
delinqu(^nte
paes.
apparecimento
da
Revista
do
Jardim da
o maior acontecimento pedaggico deste fim de anno. Esta publicao vem demonstrar plenamente que para vencer as enonaes difficuldades que apresentava a acclimao desta ntil instituio de ensino, no foi preciso recorrer, como julgava- se indispensvel, a especialistas cxtrangeiros; bastou para isto o trabalho incessante do professor Gabriel Prestes, director da Escola Normal, e a dedicao de suas illustres auxiliares dd. Maria E. Varella, Zalina Rolim, Isabel Prado, Joanna Grassi e Arma do Barros. Consta a Revista de um volume de 292 paginas e de um supplemento de trinta
numero recebemos,
Escola Normal; li !S de linguagem, poesias, pequencs contos, gravuras indicativas do uso do dom de Frobel; lies de desenho, de forma, de cores; brinquedos, jogos,
cantos, etc.
512
30
31
Republica,
(1).
Raio, (agosto).
Socialista, (2).
32 33
34
Sociedade, (3).
Sol.
35 36
Sancho Pana.
Tribuno Italiano, (junho).
No supplemento vem uma colleco de musicas destinadas aos jogos e oocupaes. A impresso, quo por conta de governo foi feita na casa Espindola, Siqueira & C, honra as suas acreditadas officinas, (A Escola Fublica, 1896, anno I, n. IV, pag. 417.) O dr. Joo Kopke, em artigo no Jornal do Commercio, de 13 de dezembro, faz uma critica organisao do ensino em S. Paulo, e ahi nota o mu plano da Revista do Jardim da Infncia.
(1)
Direito.
Redactor-chefe, Jos F. da Silva. Redactor-gerente, L. Albuquerque Maranho. Redactor-thesoureiro, F. Cardoso Ribeiro. Redactores, J. M. Withaker c Joo Sam-
Appareceu em maro. Orgam do partido democrata-socialista. Redactor-responsavel, A. Breves. Secretario da redaco, Estevam Fstrella. Tem por lemma as seguintes phrases Proletrios d todo o mundo, uni-vos. Um. por todos e todos por um. Appareceu a 12 do janeiro. (3) Appareceu em maio, e delle escreveu o Blario
paio.
(2)
este o titulo de um jornalzinho manuscripto, muito interessante, feito por dois meninos e do qual temos sobre a mesa o 8.*^ numero. A Sociedade traz, alm do artigo de fundo, vrios
Popular:
Sociedade.
E'
A
(los
drs.
sua primeira pagina vem ornada com os retratos Campos Salles e Peixoto Gomide, feitos a lpis
Reis,
com muita habilidade. aos dois jovens, pois Sociedade mostra no s suas tendncias jornalsticas como tampelo
menino M.
Damos parabns
513
37
514
34
l
S.
Intransigente,
(7).
3G
1
S.
Manoel do Paraso
Municpio, (iioveDibro).
<ym,
Editor e proJesuino Ferraz. Redactores diversos. Fublicase s quartas feiras e aos sabbados e tem por lemma: Verdade e Justia,
(7)
Appareceu a 26 de dezembro.
j)rioUirio,
515
Escreve-nos o illustrado cidado Lafayette
ledo limo.
:
de
To-
Como ter Rejmhlica. Y. s. visto no Dirio Popular, de S. Paulo, emprehendi escrever a historia da imprensa paulista, relacionando todos os jornaes publicados no Estado. Quanto a essa cidade, consegui, graas gentileza dos srs. dr. Almeida Nogueira e Jos Antnio Mangini, organizar a sesr.
redactor
d'
guinte
lista, que no sei se est completa: Arauto, .1869. Bananal, 1879. Commercio do Bananal 1879.
^
1870. dio Bananalense. 1881. Epoci, 1862. Epocha, 1892. Evoluo, 1885. Embrio, 1879. Gazetinha, 1892. ris Bananalense, 1867. Jornal do Povo, 1869. Monitor Paulista, 1878. Nova Phase, 1884. O Neophyto, 1893. Ptria, 1893. Rpverhro, 1882. A Pepublica, 1895. Sensitiva. 1879.
clio Bananalense,
So estes, parece, os peridicos que se tem publicado no Bananal. lia erros ou omisso peo a v. s. deSi, porm,
nuncial-os pelo seu apreciado jornal, pelo que ser-llie ei grato muitssimo. Seu confrade, admirador e amigo, GsiSB, Branca, 29 maio de 1895. Lafayette de ToleJo. Temos apenas a dizer que o Commercio do manai, magnifica folha redigida pelo nosso amigo Joo Domingues Huedes, foi publicado em 1887, consultando alguns cavalheiros desta cidade, no se recordamda poca de 1862, inCormando-nos que o primeiro peridico daqui foi o ris, em 1.S68.
(lieimUica).
Resumindo, v-se que, de 1827 a 1896, publjaS. Paulo 1.536 jornaes, revistas da Seguinte forma: distribuidos ;|ficdicos, etc,
uu-se 110 Estado de
1
So Paulo
Santos
2 3
4
5
6
7
Campinas Taubat
Guaratinguet
.'
Mogy-mirim Pindamonliangaba
Bragana Casa Branca Rio Claro
664 130 66 52 49 24
37
26
23
9
10
i
25
23
Amparo
Franca
<
12 13
20
19
21
1(>
.
Bananal
S.
14
15
16
Carlos do Pinhal
Sorocaba
Areias
ir>
17
^
Iguape
Ribeiro-Preto
li)
18
19
2L
15
Piracicaba
20
21
Limeira
14
13
22
Pirassununga Lorena
13
~
1.275
518
Transporte.
1-.275
23
Descalvado
11
24
2
26
27
Caapava
Itapetininga
10
10
6
Apparecida
S. Jos dos
Campos
28
29
Jacarehy
Itatiba
10
8
30
31
Batataes
8 8
.
32
33
Jah Avar
Capivary
It
O O
9
34 35 36
37
Tiet
G G
Tatuhy
Luiz de Parahytinga S. Bento de Sapucahy
S.
S.
5 5 5 5
38
39
40
41
Mogy
das Cruzes
Araras
4 4 4
42
43
Botucat
Bocaina
44 45
46
47
Cunha
Espirito-Santo do Pinlial Queluz
S.
4
4
4 4 4
3
Simo
48
49 50
51
4
3 5
52
53
Jundiahy
Mocca
Silveiras
4
3
1.488
54
19
1.488
,
Transporte.
56
57
4
2 2
58
2
2
59
Lenes
S.
60
61
Vicente
Jos do Barreiro
3
2
2
S. Sebastio
62 63
S.
S. Joo de
Boa
Vista
64
65
GCj
67
68 69
70
71
Cajur Jah
Cordeiro
Itapira
Pedreira
72
73
74
Amaro
75 76
77
Santa Barbara
Salto de It
78
,79
80
81
82
83
Leme
Amrico Braziliense
...
84 85
86
Anhumas
Cravinhos
Utat-iba
Total.
.
1.536
520
Contribuiram
para
organisao
srs.:
deste
trabalho^
com
valiosos subsdios, os
A. Carlos.
Alfredo Toledo Alberto Souza.
(dr.)
(dr.)
Amaury
Fonseca.
Appio Mareio.
Aocacio Garibaldi de Paula Ferreira.
Augusto Csar de Miranda Azevedo Baro Homem de Mello. Cludio Mendez Barbosa (major). Dionysio Caio da Fonseca.
(dr.)
(dr.)
Ihering (dr.) de Toledo Piza e Almeida (dr.) Joaquim Jos Augusto Quirino dos Santos (dr.) Jorge de Medeiros.
Hermann von
(dr.)
A. Corra.
Joo de Oliveira
(dr.)
Quadros Sobrinho.
Jlio Sampaio.
521
Jos Piza
(dr.)
Tancredo do Amaral.
do Bananal.
Gazeta do Aynparo.
s-*->-*4^>
DISCURSO
do Annivrsario da fundao do Instituto Histrico de So Paulo, lido paio dr. Sd^iardo Prado, em sesso magna do
mesmo
Instituto de 10 de
novembro de
1838.
cinco annos, alguns homens, zelosos da Ptria, este Instituto, reunidos com modstia e quasi que no silencio Bom e duplo agoiro de crescimento, de durao e de fructos futuros para esta Sociedade, porque quasi sempre temos visto aos grandes fins corresponder a exiguidade dos comeos. As maiores arvores tm, muitas vezes, minsculas sementes. No se recolheram os fundadores desta associao pnz de um valle risonho e florido, nem descansaram junto das aguas vivas e dos regatos murmurantes, sobre a frescura da relva de velludo, sombra das faias e das carvalheiras propicias, como aquelles personagens do
Ha
fundavam
Dcameron, egoisticamente refugiados no meio de encantos, ao tempo em que a peste assollava Florena, para, a salvo do perigo, discorrer de amor e de aventuras.
vedes, minhas senhoras e meus senhores, potico e mais austero o modesto logar das nossas reunies, hoje enflorado e honrado com as vossas presenas. E ns, longe de nos enceirarmos fora do contagio do mundo, sem receio da peste, convidamos Florena a vir at a esta casa, para celebrar comnosco o nosso anniversario e para ouvir fallar da Ptria. Do Instituto Histrico recebi eu a misso honrosa de fallar
Como
menos
hoje perante vs e, devo fallar da Ptria. No vos tomeis, serhores, de um ou de outro campo, segundo as vossas opinies, de infundado receio ou de curioso ou maligno interesse. Pde se fallar das cousas da Ptria sem censuras, nem recriminaes, nem lisonjas e isto sobretudo possivel entre cultores da
524
nossa Historia que se dedicam
ao estudo do passado, porque estudo, como os latinos entendiam e ns queremos entender esta palavra, quer dizer zelo, quer dizer affeio, quer, emfim, dizer amor. O amor do passado um sentimento attribuido pela opinio vulgar somente senilidade queixosa e enfadonha. Eis ahi uma opinio que envolve um erro
e
como todo erro, tambm uma injustia, e isto se trate dos individues quer se trate das naes.
quer Des-
prezar o passado (e a mais forte expresso do desprezo denota por alguma cousa no a querer conhecer) no individuo degradao intellectual. E num povo, esse sentir demonstra que esse povo est ainda em estado de infantil selvageria porque, diz Cicero, ignorar o succedido antes de ns a nossa condemnao a sermos creanas perpetuamente. E do que vale, pergunta ainda o mesmo Cicero, a vida do homem se a lembrana dos factos anteriores no ligar o presente ao passado ? (1) Os povos representantes de grandes civilisaes so povos veneradores dos antepassados e respeitadores dos seus usos. Quer na grandeza do mundo de Roma, quer na prpria immobilidade da China, que a expresso histrica de uma philosophia feita politica, e, nos tem-
pos modernos, na dominadora expanso da Inglaterra encontramos, como virtude caracterstica dos creadores o amor do j>assado. daquelle e destes grandes Imprios Os povos infelizes, porm, que se deixam dominar por um sentir vil c guiar por um enxergar estreito, so os nicos que consentem nessa odiosa mutilao da sua existncia, quando renegam o passado de que provem. Estamos, aqui, numa sociedade de estudos, entre liomens que se prezam de ser, como hoje se diz, intellectuaes. Para esses, ento, que encantos no cfferece esse amor do passado? O espirito humano tem sede de certeza e quer sempre um ponto de apoio firme e estvel. Se o homem se perturba na oscillao inespe-
(1)
quam
natus
etas
sis,
acciderit,
id est
semper esse pnernm. Qaid enim est memoria reJum veterum quem superiorom Orator xxxiv.
25
rada do tremor de terra, se durante sculos esteve hesitante beira dos mares e se lhe foi precisa uma tripHce couraa do animo e audcia para afrontar as no isto uma prova de ondas fugitivas e fallazes a a duvida so perigos, soffrimentos incerteza e, que verdadeiros? Ora, entre as cousas incertas deste mundo, a cousa mais certa, com excluso da morte, o passado. Sneca, deante da immutabilidade irrevogvel do passado, que nem os Deuses tinham o poder de destruir, disse que, '<na grande turba inconstante
(1)
Com
Mas
Com
o tempo tudo anda e tudo pra, s aquelle tempo que he passado o tempo se no faz tempo presente. (2)
Esta immutabiUdade do passado tem deveras o encanto melancholico de uma seduco cheia de
poesia.
Eu tenho um grande amor pelo passado, dizia Guilherme de Humboldt, escrevendo a uma amiga, porque somente o que a elle se refere immutavel
eterno
calor e o inte-
de pensamento se vo aquecer e vivificar e dia mo da pintura do passado, que se chama historia, que <)S homens de aco, dignos de governar, devem ir apprender porque o melhor roteiro para a marcha da N-ida o conhecimento desse passado que Tito Livio diz que se no podemos corrigir podemos ao menos criticar. (4) Para o contentamento do nosso espirito a viso do passado mais consoladora do que o exame do presente. O presente, observa Pascal, de ordinrio causa
(1)
que os homens
proeteriit
(2)
(3)
(4)
Iq tanta inconetanta tarbaque reram nihil nisi qu?d certum est. Soneto cckvi. Edio Juromenha. Brieft an eine Frenndin. i. 2. Tito Livio. XXX. 30. Prsceterita magis reprehendi poscorrigi.
sunt
quam
526
mgoa. Ns o escondemos de nossos olhos porque ella nos aflige e quando, por excepo, elle nos agrada ainda assim o presente nos desconsola, porque o estamos
sentindo fugir com rapidez. (I) E se a estes ceneeitos de pensadores de todos os tempos quizermos juntar o sentir de uma mulher apaixonada de ideal, devemos repetir com a baroneza de As almas frias tm apenas memoria; as Kridner almas ternas tm saudades, e, para ellas, o passado no um .morto, mas um ausente. O melhor dos amigos o passado. (2) Certamente o homem deve viver no seu tempo mas a tendncia para a contemplao do passado um dom nobilssimo da sua alma. Quem se applica ao presente
:
movido, quasi sempre, pelo interesso. Quem trata do passado e desinteressado e s o desinteresse ennobrece, eleva e dignifica as aspiraes dos homens. 8-dvar a Ptria pde ser e , quasi sempre, o pretexto commum dos aiabiciosos. Para esiudar e conhecer a Ptria preciso fazer-lhe o sacrifcio do tempo e preciso o amor, esse amor da Ptria que um intrigante qualquer pde, por momentos, fingir, mas do qual uma vida votada ao estudo a mais concludente das provas. E ser possvel a algum conhecer o seu paiz sem saber e sem amar a sua Historia ? E' esse amor elevado e culto do passado brasileiro que este Instituto tem por misso desenvoVer e propagar. E com orgulho pde a nossa Associao dizei' que, na esphera da sua influencia, j alguma cousa tem feito para reagir contra a indifferena geral. Esta assembla, a vossa promptido em aceitar o nosso convite, a bondosa atteno com que me ouvis, so provas
esperar que se manifeste num instante por todas as camadas da nossa populao. E' esse amor uma causa de grandeza porque preserva os povos das destruies
Arfc. t. xv. por Sainte Beuve Ed. Garnier 1862.
(1)
da animao que recebem os nossos esforos. O amor do passado nacional, essa demonstrao indiscutvel da civilisao de um paiz no podemos
Penses.
(2) Cit.
527
inteis, dos
vandalismos ignaros, das subverses insentm arruinado tantas nacionalida tambm um effeito da elevao des. No homem moral do individuo, da educao que a familia impri-
me
creana.
a solidariedade das geraes. A desnacionalisao dos hbitos da vida diria a prova trivial deste nosso inconsciente desprendimento da tradio. O desrespeito universal que nos desorganisa, nos avassala e nos barbarisa , at certo ponto, o resultado da nossa ruptura com o passado, dessa lamentvel emancipao da sua autoridade. Este esquecimento dos antepassados, pode-
Ora n familia brasileira, centro de tantas outras virtudes, no se pde orgulhar de ler um zelo verdadeiro pela tradio que a fora, a luz, o ensino e a manifestao mais sagrada das raas, a cadYt que assegura
ciiamado apostasia se no se tivesse j designaindependncia do corao, essa cousa to vulgar que se chama a ingratido. Vemos que a casa, symboJo e templo da perpetuidade do lar, se desorganisa para sempre ao partir e muitas vezes antes de partir o chefe
ria ser
do
pi r
para a eterna viagem. O jnovel patriarchal desapparece; a solida prata familial se troca em vil christofle de Paris o retrato do bisav, aos azares das mudanas, vae caminho dos quartos excusos, quando no perece, em combate desigual, aos golpes da travessura selvpgem dos pequenos tataranetos insoff ridos. Sem duvida toda esta disperso e o facto de ningum hoje morrer na casa onde nasceu so cousas devidas ao presente regimen legal e econmico da famlia, apenas foradas con;
sequncias
vida.
tvel.
relao propriedade quasi tudo isto inevipde, num paiz que cresce e se transforma, esperar que a morte o venha encontrar na mijsma casa por onde entramos no mundo? O destino pde levar o homem a terminar a sua existelcia numa cidade
Em
Quem
delle elle, surgida da terra depois a vida ou de modo transformada tal surgir para que nada resta da cidade onde elle abrio os olhos luz. Seria um erro, porm, o acreditar que estas condi-
es especiaes de
um
paiz
novo
tornam
impossvel
528
da tradio e o conhecimento affe^tuoso do passado. Esta transformao continu, esta instabilidade ao mesmo tempo destruidora e creadora, affectam, sem duvida, a vida material e o aspecto do scenario onde todos temos de representar o nosso papel. Isto o prprio do presente, porque, como, com tristeza nos
nelle o culto
disseram tantos moralistas, quem diz presente diz mudana e diz incerteza. O patrimnio moral de um povo, porm, esse no est e no pde estar sujeito a essas mudanas destruidoras fica consolidado de modo eterno e inabalvel no eu passado intangvel. A cultura dessa, riqueza o objecto do amor de todos os que prezam as tradies da raa, da lingua, da religio, de tudo quanto, emfim, forma o objecto da Historia da Ptria. S o povo que vla por essa riqueza um povo civilisado. dos espritos de mais extraordinria penetrao que este sculo tem produzido, mas que bastante mal tem causado pelo erro moral das suas concluses,
:
Um
Schopenhauer,
Historia, o
sustenta
homem
que a Historia est para a espcie humana, como a razo est para o individuo. Graas sua razo, o homem no fica como o animal, fechado dentro dos limites estreitos do presente visivel ; conhece ainda o passado que infinitamente mais extenso e a fonte donde decorre o presente. Do mesmo modo, continua ainda o philosopho, um povo que no conhece a sua prpria Historia, est limitado ao presente da gerao actual esse povo no comprehende nem a sua prpria natureza, nem a sua prpria existncia, na impossibilidade em que est de as relacionar com o passado que as exphca: e muito men(s pde antecipar alguma cousa do futuro. Somente a Historia pde dar a um povo a inteira conscincia de si prprio. (1) Ora, minhas senhoras e meus senhores, se assim , tudo quanto no Brasil f r um acto positivo de desprezo pelo passado ou uma omisso negligente do amor desse mesmo passado, ser uma* mutilao da conscincia
:
(1)
A. ScHOPENHATiER Le monde comme volont et comme Trad. de A. Burdeau. Paris, 1890. vol. iii, pa:
f)29
cousa indifferente aos olhos do patriota. O facto delle de ter trabalhado, de vermos a commemorao do seu anniversario celebrada com int(>resse, para todos n 's um indicio consolador de que podemos ter esperanas no futuro. E a confiana de que nem todo o trabalho tem sido penhdo mais uma animater durado^
nacional, ser uma tentativa de barbarisao. E, ao contrario, toda aco todo esforo de natureza a estiacto civilisador. mular o estudo do passado ser existncia decte Instituto e a das demais associaes congneres do Brasil, no pode ser pois uma
um
poi-m mestre que ensina, do escriptor que escreve. Todos devem con sagrar muito do seu tempo e do seu trabalho a esta obra de patriotismo excellente, que consiste em despertar no brasileiro o desejo de conhecer a sua terra e de a conhecer nos aspectos do seu vasto co, do seu largt) solo e na memoria dos factos da sua Historia. Feliz inente, ha no Brazil homens que tm sabido prestar o servio patritico do contribuir para a diffuso do conhecimento da Ptria. E cabe-me agora o dever de me referir com magoa ao desa])parecimento de um desses obreiros modestos e benemritos o do nosso conscio Carlos Rath, fallecido no decurso do corrente anno. Era um teuto brasileiro nascido em S. Paulo e filho do notvel sbio dr. Carlos Rath, homem c^otado de slidos predicados scientificos e que fez, durante longos annos, extensas e valiosas observaes sobre a geographia, a geologia e a ethnographia de S. Paulo, muitas das quaes infelizmente se perderam emquanto outras o para
esforos.
os
devem
ser de
nossos todos
Estes
esforos,
da
me que
educa,
do
em diversas publicaes exerceu por muito tempo o pequeno emprego de desenhista na repartio das Obras Publicas, de que sempre foi um dos mais zelosos e intelligentes empregados. Foi na constncia das suas funcforam inseridas com honra
scientificas.
filho
es que Carlos Rath prestou um relevante c inolvidvel servio geographia paulista. Servindo-se de elementos esparsos pela sua Secretaria, utilisando as suas prprias e novas observaes e principalmente as notas
530
desenhos deixados pelo velho dr. Ratb, organisou si o nosso conscio 6 publicou em 1877 um mappa da provncia de S. Paulo na escala de um ou de um e meio millionesimo. Este trabalho geographico foi, na pocha da sua publicao, o melhor mappa do territrio paulista feito at ento e, ainda recentemente, ora o mais completo e o mais merecedor de confiana de todos os mappas de S. Paulo. A sciencia tem isto de consolador pode se dizer
e
por
que no ha nella ingradito para os servios prestados. Um esforo que consiga adiantar uma linha sequer aos conhecimentos humanos, fica perpetuamente reconhecido. O nome de Carlos Rath, que firmou aquelle documento geographico que significava um progresso num lugar, humilde talvez, mas real, ser conservado inalienvel na historia da geographia do Brasil e portanto da America e portanto do mundo. Foi essa, de certo a uni(a recompensa (|ue obteve o nosso finado conscio, mas essa bastou, decerto, neste mundo, sua alma despretenciosa e singela. Devo, porm, ao saudar este laborioso auxiliar da sciencia brasileira, exprimir quanto grato o Instituto Histrico de S. Paulo sua memoria, j pelo concurso recebido, j pelos donativos feitos ao nosso archivo e s nossas ainda to pobres collecces. E estes servios Carlos Rath prestava com toda a dedicao porque elle era um fervoroso adepto dos estudos brasileiros, nobre paixo que era a nica herana que recebera do pae illustre. F era consolador para os nossos scios que tm longa ascendncia brasileira, ver aquelle filho de um allemo consagrar o seu tempo c a sua intelhgencia, com tanto amor, a tudo quanto se refere Historia do Brasil. Razo tinha Carlos Rath, porque a nossa Historia cheia de emocionantes episdios, de duvidas que a e curiosidade, de lendas poticas despertam prendem que seduzem e de problemas cuja soluio desafia a sagacidade do estudioso.
O grande m3^sterio da espcie humana na America prehistorica, est, em grande parte, escripto e occulto no Brasil; nas linguas indigenas onde os philologos o querem decifrar; nas camadas do solo onde ha os ves-
Si
'
t%ids'tie extitcts espeies, e onde se diferiia as imagens impressas e as vezes os restos da [fauna d pasado entre os quas Lund, nai furnas da Lag Santa, julgou descobrir o homem contemporfto de
tim
mundo
desapparecido.
Na
cermica dos
vasos
de
arte pelo o tjual sentimento sthetico daquelles desoonhecidos oleiros^s approxima da pureza das fornias e da harmonia ds
Maraj ha o apparedmento de
uma
linhas que os ceramistas da Attica consagraram. A' beira das praias onde o mar espuma, a recordao das geraes que passaram est nas conchas amontoadas, entre as quaes se acha, dentro da sua urna funerria, a mmia mysteriosa do homem sem nome; e o estudioso
pergunta se aquelles mortos e se os habitantes selvagens das nossas terras no so ruinas de povos, e como diz Martins (1) o residuo de uma muito antiga, posto
que perdida historia, E quando o Brazil comeou a e xistir para o resto do mundo? Em que pocha veio-se juntar torrente da Historia? Foi na pocha deskimbrante da Renascena que o fio, tnue ento, mas para sempre ininterrupto da sua vida, se veio entretecer na trama universal da vida das naes. As viagens ocenicas, um dos
grandiosos episdios daquelle tempo, franquearam o Atlntico e assim a Europa e mais tarde a Africa, pu-
deram
vir se juntar neste grande pedao da America e formar o Brasil. Vieram ento as armadas, velejaram ao longo das nossas costas as caravellas e as nos
recebendo agua em caminho da ndia, erigindo padres, deixando homens desterrados. Pereceram em ignorados naufrgios alguns navios e os desterrados e os salvos das ondas, esses padres vivos da nova raa conquistadora, ahi ficavam na terra e er>im o mysterioso Joo Ramalho, o obscuro bacharel da Canana, mais tarde o lendrio Caramur ou o ingnuo e to interressante Hans Stade. Por*
tomando
alturas,
tuguezes e francezes chegavam costa Brasileira, traficavam em pao-brasil, estabeleciam feitorias, 'deposi(1) Como se deve escrever a Historia do Brasil. Dissertao pelo dr. Carlos Frederico Ph. von Martius, na Eev. Trimeneal do Instituto Histrico Brasileio. Tom. vi peg. 389.
532
ou pontos de negocio, e isto sem deixai; vestgios se v que aconteceu ]ia historia to obscura d) commercio dos Phenicios e carthaginezes que rodearam a Africa, foram ao incerto Ophir do Oceano Indico e em busca do estanho e do mbar s costas da Inglaterra e s praias hyperboreas do Bltico. Foi nesse sculo XVI que f(ti esculpido o coro da igreja de So Jacques, em Dieppe, onde, na figurao das scenas da vidados mercadores da cidade, apparecem" ndios, cortando e carregando po brasiL todos armados das suas emplutos
como
madas araoyas. (1) E outros ndios ento, levados Frana, como curiosidade, acampavam em Ruo margem do Sena e iam ornar a entrada triumphal de Henrique II, Christianissimo rei de Frana e da muito illustre dama Catharina de Medeis, sua esposa. Carlos IX dialogava com outros ndios e Montaigne, fazendo traduzir uma cano dos Tupinambs, declarava achar nella um sabor todo anacreontico. (2) Quem se dedica Historia do Brasil no se encerra dentro de uma especialidade rida e estreita. Desde a poca da descoberta nenhum grande facto europeo deixou de ter a sua repercusso n( Brasil ou de inf lueir em nossos destinos. Se *alguem entre ns fizesse a experincia de ensjnar a um ado'escente a Historia do Brasil, explicando-lhe suecessivamente os acontecimentos da
historia
da Europa
e pintando-lhe
os seus personagens,
a medida que
em
nossa
Historia
fossem appareceh-
daquelles acontecimentos ou a influencia daquellas figuras esse adolescente acab.aria sabendo, no s a Historia da sua ptria, mas tambm
eff eitos
do os
quasi que a historia completa do Occidentc do mundo nos ltimos trs sculos.
velho
A Reforma repercutiu no Brasil na tentativa de colonisao huguenote fio Villegaignon e, sombra dos alterosos rochedos da baliia do Rio de Janeiro, discutiram theologos de Genebra, com theologos catholicos e ])erante os selvagens ns, a mais elevada theologia
(1)
pagi-
nas, 171.
(2)
cap.
xxx
533
os argumentos mds subtis sobro Graa, a Presena Real e a Predestinao. Surge no campo catholico a reaco organisada na Companhia de Jesus e dos pri'neiros dos seus soldados, vem muitos ao Brasil cuja liistoria fica ento ligada dos Jesuitas. A Hespanha quasi realisa o sonho da monarchia universal e nessa monarchia entra o, Brasil, como parte do dominio de Phellippe 11. Ha o primeiro annuncio da futura supremacia martima da Inglaterra quando EHsabeth promove por todos rs meios o desenvolvimento naval e Edward Feuton, um dos vencedores futuros da Invencvel Armada, penetra em Santos que Cavendish Inais tarde saqueia Withrington assola os arredores da Bahia, Lancaster ataca o Recife.
e teraram
van Noort surge diante do Rio de Janeiro; vau Carden tenta apossar- se da Bahia Joris van Spilbergen hostilisa Santos. Prenncios estes de que a revolta dos; Paizes Baixos contra a Hespanha ia ter tambm como
;
theatro de aco a nossa terra e assim foi nos trinta annos das invases e das guerras hollandezas ao norte do Brasil. Desde ento na soluo das grandes crises europas, por occasio das pazes de Westphalia e de Munster no sculo xvii na paz de Utrecht no sculo xviii; e em
;
nosso sculo nos tratados de Viennade 1815, o Brasil, isto i' a questo da legitimidade e dos limites da so])erania portugueza na America, foi objecto de discusso e de
transaco. No sculo XVIII, a maior victoria do philosophismo foi a destruio dos jesuitas, facto da maior s:ravidade para o Brasil.
E, noutra ordem de idas, de que alcance no foi para a vida econmica e social do mundo inteiro toda a inundao do ouro sabido do Brasil quando houve anno em que s a ca[)itania de Minas produziu mais de 500 arrobas de ouro ? E, mais perto de nossos dias, a torinenta revolucionaria e a passagem de Napoleo pelo mundo tiveram como consequncia, deste lado do Oceano, a forma extraordinria pela qual, sem sacrificios, foi ganha a nossa Independncia.
534
illustre poeta inglez prestou um immenso e Destimavel servio a ns todos, escrevendo uma notvel Mistoria do Brasil, Meditando sobre a nossa Histria, Roberto Sothey, ficou compenetrado da impertahcia e do valor futuro do Brasil. E ao terminar a sua grande obra diz-nos que escolheu esta grande tarefa na sua virilidade madura e que apropozcomo obejeeto de uma vida dedicada a litteratura, no que esta tem de mais elevado e digno. (1) E isto fez aquelle estrangeiro illustre porque, como elle prprio o diz, ficou convencido ao estudar os trabalhos dos fundadores do Brasil, que das emprezas desses homens obscuros sur-
Um
giram consequncias mais amplas e provavelmente mais duradouras que ^s conquistas de Alexandre e de
Carlos
meus
senhores,
Para provar quo interessante, bella, quo quo grande, quo relacionada com a Historia geral da humanidade a Historia do Brasil e quo digna de ser estudada e amada mesmo por aquelles que no so brasileiros. Paia o cumprimento, porm, do nosso dever de amar e de estudar a Historia do Brasil no preciso que ella seja. como , bella e grande. Basta ser nossa. Bastaria isso para a nossa Historia dever ser objecto nas escolas de um estudo mais srio e no, como o de banaes apostillas, de pontos mal escriptos e encommendados para exames sem preparo, trechos de m prosa, ultima hora decorados e depressa esquecidos. Diante desta lamentvel anomalia, para que valha alguma cousa tudo quanto vos tenho dito, quero que sejam^ ao menos, as minhas palavras como um appello
tenho dito tudo
instante
feito
em
que
:
RoBEET SouTHEY.
Historia do
Brasil.
Traduco por-
tugueza Vol. vi, pag. 539. Rio de Janeiro, 1862. (2) Ibidem. Vpl. i, pag. 5.
EM
SK.
25
DE JANEIUO DE
MIRANDA AZEVEDO
1898
DR.
A's 7 e meia horas da noite, no prdio n. 2 do largo da S, onde se acha installado e funceionando o Instituto Histrico e Geographico de S. Paulo, no salo destinado sesses, presentes os scios srs. Miranda Azevedo, Carlos Reis, Alexandre Riedel, Eugnio Hollender, Theodoro Sampaio, Carlos Rath, Pereira Gui mares, Clementino Castro, Orviile Derby, Euclides da Cunha, Antnio Piza, Alberto Lofgren, Arthur Goulart,
Eugnio Franco, Augusto Barjona, Dionysio Fonseca, Domingos Jaguaribe e Soares Romeo, foi aberta a sesso pelo vice presidente sr. dr. Augusto Csar de Miranda Azevedo, tendo o sr. presidente participado o seu no comparecimento.
seus logares de 1/' e 2. secretrios, Reis e Alexandre Riedel. Foram lidas e apj^rovadas as actas das sesses de 20 de outubro e 1.*' de novembro de 1897. 1. secretario da conta do seguinte
Occupam
os
os
sr.
dr. Carlos
EXPEDIENTE
Officios
Dos
srs.
drs.
Jos de
Campos Novaes
Affonso
como mem-
Do
sr.
dr.
viando o seu
36
Albuquerque e Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, accusando o recebimento do oicio cm qi'e lhes foi communicada a eleio e posse da actual direcdo Instituto. Recreativo Pesqueirense (Pernaiubaco), auxilio de livros [)ara a sua bibliotheca. pedindo
toria
Do Oontio
Offertas
as
quaes
DO DIA
Foram apresentadas, lidas e remettidas Commisso de admisso de scios, propostas para a admisso dos srs. dr. Manoel Duarte Moreira de Azevedo, como Victor da Silva Freire Jnior, scio honorrio; dr. dr. Antnio Manoel Bueno de Andrada, dr. Antnio Alves de Carvalho, dr Artliur M. Cortines Laxe e Francisco Nicolau Baruel, como scios correspondentes. Foi apresentado, lido, posto em discusso e sem debate approvado o seguinte parecer, elaborado pelo scio sr. dr. Antnio de Toledo Piza: A commisso de historia do Instituto Histrico de
S. Paulo, tendo examinado cuidadosamente as Ephemerides Vaulstanas, do cidado Jos Jacinho Ribeiro, entende que, no gnero, a obra mais completa que
em grande escala neste gnero no pde principalmente pela falta de informaes minuciosas e exactas sobre muitos dos nossos homens mais distinctos, informaes que so difficeis de se obterem,
tentativa
sei o,
se tem escripto em S. Paulo e talvez no Brasil todo. E' uira relao, em trs volumes, mais ou menos minuciosa e bem documentada dos prinipaes factos da historia de S. Paulo, desde a chegada de Martim Affonso em S. Vicente, em 1532, at o presente, contada dia a dia, de 1.^ de janeiro a 31 de dezembro, e illustrada com numerosos retratos de muitos dos nossos homens mais importantes. No se poder dizer que seja uma obra completa, visto como uma primeira
>37
entre os parentes e amigos. A obra, como , pela impossibilidade de fazer-se um ndice das matrias de (pie trata; inas nem por isso deixa ella de ser para os estudiosos uma valiosa fonte de informies teis sobre a historia paulista e como tal merece louvores o seu autor e o livro digno de figurar nas estantes dos nossos homens de lettras. S. Paulo, 25 de janeiro de 1898. seguida foi dada a palavra ao scio sr. dr. Antnio Piza, que procedeu leitura do seu interessante trabalho relativo expulso dos jesutas de S. Paulo, em 1G40, escripto para servir de prefacio a um manuscripto indito, de autor desconlie(do, que trata daquelle assumpto, e que o orador attribue a Pedro de Moraes Madureira. Ao terminar a leitura, 6 o illustre
mesmo
Em
SESSO OUDINAUIA
!'ltESIDENIA
EM
DE FEVEREIRO
UO
Sli.
A's 7 e meia horas da noite, na sala das sesses do Instituto, presentes os scios sis. Duarte de Azevedo, Carlos Reis, Eugnio Ilollender, Antnio Piza, Pereira Guimares, Arthur Goulart, Miranda Azevedo, Alberto Lofgren, Orville Dcrby, Domingos Jaguaribe, Soares Romeo, Ilorace Lane, Theodoro Sampaio e Euclydes da Cunha, foi aberta a sesso. Faltou com participao o 2.^ secretario, sr. Alexandre Riedel, que bi substitudo polo scio sr. dr. Manoel Pereira Guimares.
Foi
liila
XPEDIENTE
1."
secretario
communica
offertas constantes
da relao
em
so recebidas
com
sr.
especial agrado.
scio
Eugnio
HoUender,
538
offertas dos seguintes objectos, mas que a entrega s o poder fazer em outra sesso: medalha de prata cunhada em 1G58 com a effigie de M. de Nassau no anverso e a representao de cidades conquistadas pelos hollandezes no reverso; carta, em original de Pedro II a Luiz Felippe, escripta em francez, em data de 7 d e dezembro de 1841, assignada Pierre e contra-assignada por Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho (depois visconde de Sepitiba), communicando ter sido a princeza Amlia, reconhecida como princeza brasileira.
ORDEM DO DIA
Foram lidas e remettidas commisso de admisso de scios as propostas apresentadas para a admisso dos srs. dr. Carlos Augusto de Freitas Villalva, Jos Hippolyto da Silva Dutra, Joo Vieira de Almeida, arcediago dr. Francisco de Paula Rodrigues e dr. Jos Maria Bourroul. O sr. Presidente, de accordo com o 2.o do art. 20 dos Estatutos, declarou ficarem prchenchidas do seguinte modo as commisses permanentes
:
1.^
REGULAMENTOS E ESTATUTOS
Dr. Joo Pereira Monteiro. Dr. Joo Pedro da Veiga Filho. Dr. Manoel Dias de Aquino e Costro.
2.-'^
ADMISSO DE SCIOS
Dr. Luiz de Toledo Piza e Almeida. Dr. Theodoro Sampaio. Dr. Francisco M. de Gouva Natividade.
3.*
REDACO DA REVISTA
Dr.
539
3.*
HISTOKIA E estatstica DE
S.
PAULO
Dr. Antnio de Toledo Piza. Cnego dr. Jos Valois de Castro. Dr. uclydes da Cunha.
5.^
HISTORIA
GERA.L DO BRASIL
Dr. Jos Estacio Corra de S:l p Benevides. Tenente coronel Gabriel Prestes. Dr. Augusto C. de Mirauda Azevedo.
6*
OEOGRAPHIA DE
S.
PAULO
Amaral Coutinho.
Dr. Jos Vicente de Azevedo. Tiburtino Mondim Pestana. Dionysio Caio da Fonseca.
S.-^
LITTF.HATURA E MANUSCRIPTOS
Dr. Pedro Augusto Gomes Bardim. J)r. Manoel Pereira Guimares. Professor Arthur Goulart.
9.'"^
ARTES E INDUSTRIAS
Vide a
sesiso
de 5 de
abril.
540
Dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Dr. Ignacio Wallace da Gama Cochrane. Em. seguida foi dada a palavra ao scio sr. dr. Euclydes da Cunha, que passou a Jr alguns trechos de uma ol)ra que est escrevendo; vl;isui;i os trechos lidos sobre a climatologia dos sertes da Bahia, num dos quaes, encarando o probleuia das seccas do norte do Brasil, expe o illustre conscio uma hypothese sua
que julga
explical-as.
Levanta-sc a sesso.
SESSO OEDINARIA
PBESIDENCIA DO
SR.
EM
DE MAEQO
presentes os scios srs. Duarte de Azevedo, Alexandre Riedel, Monteiro de Mello, Theodoro Sampaio, Dionysio Fonseca, Antnio Piza, Miranda Azevedo, Domin-
gos Jaguaribe, Orville Dcrby e Aquino e Castro, foi aberta a sesso. Faltou com participao o l."* secretario, sr. Carlos Reis, que foi substitudo pelo 2.^ secretario, occupando o logar deste o sr. Monteiro de
Mello.
Foi lida e approvada a acta da sesso antecedente. Foi introduzido na sala das sesses e recebido com as formalidades do estylo o novo scio sr. dr. Antnio
EXPEDIENTE
conimunica o recebimento das da relao em appendice, as quaes so recebidas com especial agrado
1."
secretario
offertas constantes
ORDEM DO DIA
O sr. Antnio Piza, em nome da respectiva commisso, apresentou o trabalho Imprensa FauUsta, do sr. Lafayette de Toledo, devidamente ordenado.
:
541
Foi apresentado e ficou sobre a mesa, para ser discutido e votado na prxima sesso, o parecer da commisso de admisso de scios, opinando pela approvao das propostas apresentadas nas sesses de z5 de janeiro e 5 de fevereiro. Foram enviadas dita commisso, (piatro proi)os-
para admisso de scios. Foi submettido ao exame e parecer da connnisso do historia geral do Brasil o trabalho: Ilha da Trindade, do sr. dr. Moreira de Aze vedo. seguida foi dada a palavra ao sr. Orville Derby, que procedeu leitura do seu tra))alho A estrada de S. Paulo ao Bio Gh^ande do Sul no sculo passado. Vai este trabalho commisso de geographia geral do I>rasil para emittir parecer. Levanta-se a sesso.
tas
Em
SESSO ORDINRIA
THESIDENCIA DO
SK.
EM
DE ABEIL
})]'esentes
A's 7 e meia horas da noite, no salo do Instituto, os socios srs. Duarte de Azevedo, Carlos
Moreira de Toledo, Eugnio Hollender, Theodoro Samjiaio, Miranda Azevedo, Arthur Goulart, Dionysio Fonseca, Orvide Derby o Soares Romeo, fei aberta a sesso. Foi approvada a acta da sesso anteccdmle.
i;xi'EJ)iE>i'rE
1.'^
secretario
communica
em
so recebidas
com
especial agrado.
Por proposta do sr. Eugnio Hollender, foi nomeado o SI', dr. vou Ihering para a commisso de Scienao ."-ubstiluiro cias, Numismtica e Archeologia, em sr. Koenigswald, (pie se acha ausente. Feio mesmo scio sr. Hollender foi apiesentada a
seguinte proposta
:
54?
Celebrar o instituto nnia sesso magna com1.0 mcmorativa do descobrimento do caminho maritimo da ndia, por occasio do quarto centenrio desse
grandioso facto, Convidar-se o cnsul de Portugal nesta capital 2.^ sesso; assistir para 3.0 Eleger-se um orador para proferir o discurso nome do scio official da solemuidade, lembrando o sr. dr. Joo Monteiro; 4.0 Dirigir se Sociedade de Geographia de Lisboa um ofieio de congratulaes. Submettida discusso e votao, foi a proposta orador apf)rovada, sendo unanimemente acclamado oflicial o sr. dr. Joo Monteiro. Foram rcmettidos commisso de Redaco da Revista: A Imprensa Paulista^ trabalho do sr. Lafayctte de Toledo, e trs docuuientos histricos offerecidos ha tempo pelo sccio sr. dr. Frederico Lisboa; assim como enviou-se commisso respectiva, para emittir do sr. Antnio Piza sobre a exjirecer, o trabalho de S. Paulo. dos jesutas pi.lso
OKDEM DO DIA
Foi approvado o parecer da commisso de Admisso de Scios, que ficara sobre a mesa na sesso anleeedente, sendo acceitos ])ara membros do Instituto os
Manoel Duarte Moreii*a de Azevedo, na qualiscio honorrio; di*. Victor da Silva Freire Jnior, dr. Antnio Man( el Bueno de Andrada, dr. Antnio Alves de Carvalho, dr. Arthur Mesquita Cortines Laxo, Francisco Nicolau Baruel, dr. Carlos Augusto de Freitas Villalva, Jos Hippolyto da Silva Dutra, Joo Vieira de Almeida, arcediago dr. Francisco de Paula Rodrigues e dr. Jos Maria Bourroul, na qualidade de
srs.
dr.
dade
de
ficou
sobre
discutido e votado
na prxima
543
Foram enviadas
dita
prr]>ostas
SESSO ORDINA.IIIA
PRESIDNCIA DO
SR.
EM
20
DE ABEIL
A's 7 e meia horas da noite, presentes os scios Duarte Azevedo, Carlos Reis, Moreira de Toledo, Miranda Azevedo. Soares Romeo, Dionysio Fonseca, Eugnio HoUender, Pereira Guimares, Antnio Piza e Arthur Goulart, foi aberta a sesso, servindo de 2." secretario o sr. Moreira de Toledo, na falta do sr. Alesrs
xandre Riedel, que participou no poder comparecer. P^oi ap provada a acta da sesso antecedente.
EXPEDIENTE
Offcios
Do Centro Recreativo Pesqueirense, agradecendo a remessa da Revista do Instituto. Do scio sr. dr. H. von Ihering, agradecendo a sua nomeao para membro da commisso de Sciencias,
Numismtica
e Archeologia.
Manoel D. Moreira de Azevedo, agradecendo a sua nomeac'0 para orador official na sesso magna a reali'/.ar-se em comniemorao ao (lesco))rimento do caminho maritimo da ndia e declarando no poder desempenhar a misso por ter de jun-tir para o Par. E' julgada justa e acceita a escusa do sr. Joo Monteiro unanimemente acclamado orador official o scio sr. dr. Theodoro Sampaio. Outro sim ica deli* berado que a referida sesso magna ser realizada na noite de 20 de maio vindouro.
sr.
Do
dr.
Offerta
quacs
514
ORDEM DO DIA
Foi ipprovado o parecer da commisso de Admisso de Scias, que ficara sobre a mesa na sesso antecedente, sendo acceitos para membros do Instituto, os Vicent'^ da Silva e dr. Antnio srs. cnego Manoel Gomes do Garnio, como socips effectivos; Jesuino da Silva IMello e dr. Luiz Felippe Gonzaga de Campos, ccmo scios correspondentes. Achandc-se presente o sr. Jesuino da Silva Mello, elle convidado a tomar parte nos trabalhos, introduzi-lo na sala das sesses e recebido com as formalida
do ostylo. Foi apresentado e ficou sobre a mesa o parecer da commisso de Admisso do scios, opinando pela aprovao das duas propostas apresentadas no sesso
(\o^
em discusso e sem unanimemente approvado e seguinte parecer da commisso da Historia Geral do Brasil A commisso
(Icjbate
:
l("ii
com
iiumoria histrica
1
Ilha
da
Trindade,
do preclaro
p.-oCessor dr. Manoel Duarte Moreira de Azevedo. Ao ido da minuciosa descripao geograpliica, encontrou
c-^-a
completa noticia histrica gue conhece sobre documentao importante dos direitos do Rrasil sobre o dominio desse territrio, hoje felizmente
i
lis
ilha e a
om
dij;na de ser
inteira e incontestada posse nossa julga, portanto, impressa na llevsta do Instituto, onde
appai-ecer perfeitamente ao lado dos melhores traba IIds e constituir mais um dos brilhantes titulos que tem seu autor gratido dos brasileiros e justa nomeada de que gosa entre os escri})tores nacionaes. consequncia, o trabalho: Ilha da Tindade,
Em
enviado commisso de Redaco da Revista. O scio sr. Antnio Piza, apresenta e offerece um manuscripto antigo, sem data e de autor descoSuccessos da provinda de Suita nhecido, intitulado (h-u2 que vulgarmente se chama Brasil, e em seguida [)rocede leitura de um seu trabalho em que procura esclarecer a origem e autoria do mesmo manuscripto.
:
545
Vo o
o da Revista.
Levanta-se a sesso.
SESSO OBDINAEIA
PRESIDNCIA DO
SR.
EM
DE MAIO
presentes
A's 7 e meia horas da noite, no salo do Instituto, os scios srs. Duarte de Azevedo, Carlos
Reis, Alexandre Riedel, Domingos Jaguaribe, Miranda Azevedo, Antnio Piza, Jorge Maia, Pereira Guimares, Dionysio Fonseca, Ernesto Goulart, Arthur Goulart e Bernardo Morelli, fei aberta a sesso.
EXPEDIENTE
Do scio sr. Jesuino da Silva Mello, offerecendo o Diccionario histrico e geographico de La Martinire, edio de 1768, 5 vol., A. a S.
Offertas
as
quaes
ORDEM DO DIA
Foi approvado o parecer da commisso de Admisso de Scios, que ficara sobre a mesa na sesso antecedente, sendo acceitos para membros do Instituto os
srs.
dr.
correspondente,
dita commisso quatro propostas para admisso de scios. Foi apresentado, lido, posto em discusso e sem debate approvado, o seguinte parecer da commisso de Historia Geral do Brasil:
546
exjjidsc
dos jesutas
em 1640,
constituo
assumpto da interessante memoria do illustre conscio dr. Toledo Piza. e, sobre o seu merecimento, vem a commisso de Historia Geral do Brasil dar seu parecer. A matria tratada com riqiille cuidado e fidelidade que caracterizam os conscienciosos trabalhos da investigao do dr. Toledo Piza. Elucida muitos pontos
interessantes de nossa
cl irnica
e offerece
um
subsidio
de primeira ordem para a historia geral dos jesutas na America do Sul. Est redigida com sobriedade, clareza e correco. Pensa, portanto, a commisso que a memoria submettida a seu juizo deve ser publicada na Revista do Instituto, O scio sr. dr. Jorge Maia, communica que est orL^anizando um Vocabulrio Nheengat, destinado ao Instituto, vindo apresentar hoje os dois primeiros fascculos que j escreveu; em seguida faz algumas consideraes a respeito do assumpto e procede leitura de diversos trechos dos fascculos apresentados. Levanta-se a sesso.
Sesso
magna commemorativa do quarto centenrio descobrimento do caminho maritimo para a ndia, 20 de maio.
SK.
do
em
PRESIDNCIA DO
de mil oitocentos e noventa e noite, no salo do Instituto, presente grande numero de Si)cios, deram entrada, no recinto das sesses, sendo recebidos pela directoria do Instituto, c tomando assento na mesa, o sr. dr. Francisco de Assis Peixoto Gomide, vice-presidente do Estado, acompanhado do seu ajudante de ordens, capito Jaime Marcondes; os srs. secretrios de Estido dr. Joo Baptista de Mello Peixoto, d( Interior e da Fazenda, dr. Antnio Francisco de Paula Souza, da Agricultura e dr. Jos Getulio Monten'o, da Justia; o sr. cnego Ezechias da Fontaura Galvo, vigrio capioito, s sete e
meia horas da
547
bem introduzidos na
Recebidos pela respectiva commisso, foram tamsala das sesses e tomaram assento
nos logares especiaes que lhes eram dtstinados, os representantes da Camar dos Deputados e do Senado do Estado, do Club Gymnastioo Portuguez, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de S. Paulo, da Sociedade Pharmaceutica Paulista, da Escola Polyechnica, da So(-iodade Portugueza de Beneficncia; os srs. cnsules da Blgica, da Frana, da Sucia e Noruega e da Inglaterra em S. Paulo; o sr. cnsul geral da Blgica, e os srs. cnsul v Portugal e cnsul Argentino em Santos; os representantes da imprensa desta capital; algumas excellentissimas senhoras e cavalheiros convidados. seguida, o sr. presidente do Instituto declarou aberta a sesso e deu a palavra ao orador official, sr. dr. Theodoro Sampaio, que passou a lr o seu esplendido trabalho sobre o assumpto commemorado
Em
pelo Instituto.
profundo do meio
estudo desenpolitico volveu a tendncia aventureira e arrojada do povo portuguez; descreveu o scenario onde se realizou o grande acontecimento (jue se celebra e narrou as peripcias dos ousados navegadores, desde a sua partida das occidentaes praias lusitanas at a sua chegada a Calecut, termo to suspirado da jornada: concluiu lembrando que os brasileiros, descendentes dos hericos marinheiros que ao longe passam triuinphantes, orgulhando -se desse procedenci*i que se enfaixa eni glorias no podiam deixar de tomar parte nessa festa com que o povo portuguez quer af firmar o seu renascimento, retemperando a fibra patritica na commemorao de seus feitos glcriosos, tanto mais que do atrevido lidar do lusitano contra o falso elemento foi qu surgiu o Brasil, cuja historia nos seus primeiros lineamentos a mesma gloriosa historia do descobrimento do caminho da ndia. Ao terminar o seu discurso, em que mais uma vez patenteou a riqueza de illusl rao que possue
illustre conocio,
no seu discurso,
e
fez
um
social
em
c^ue se
548.
revelando ao mesmo tempo um elevado critrio histrico, foi o digno conscio sr. dr. Theodoro Sampaio, com todo o enthusiasmo audado por uma prolongada salva de palmas, felicitado e abraado. Obteve em seguida a palavra o sr. dr. Cunha e Costa, vice-consul de Portugal em Santos, e, em elo-
quente improviso, agradeceu, em nome do sr. viceconsul de Portugal nesta capital, ao Instituto e ao sr. dr. Theodoro Sampaio a homenagem prestada gloriosa nao portugueza. O sr. dr. Cunha e Costa foi vivamente applaudido e felicitado. Ningum mais desejando usar da palavra, o sr. presidente do Instituto agradeceu ao governo do Estado, autoridades e mais pessoas presentes a honra do comparecimento e declarou encerrada a sesso.
SESSO
PRESIDNCIA DO
OIIDINA.IIIA
SR.
EM
20
DE JUNHO
A's 7 e meia horas da noite, presentes os scios Duarte Azevedo, Carlos Reis, Eugnio Hollender, Augusto Cardoso, Eugnio Franco, Dionysio Fonseca, Orville Derby, Theodoro Sampaio, Soares Romeo, Antnio Piza e Pereira Guimares, foi aberta a sesso, servindo de 2." secretario o sr. Theodoro Sampaio, na
srs.
falta
do
sr.
comparecer.
Foram approvada as actas das sesses de 5 e 20 de maio. Foi introduzido na sala das sesses e recebido com as formalidades do estylo o novo scio sr. Francisco Nicolau Baruel.
EXPEDIENTE
Officios
Do Instituto Geographico e Histrico enviando a relao de seus funccionarios o exercicio de 1898 a 1899.
eleitos
da Bahia, para
549
Do director da Repartio de Estatistica e do Archivo de S. Paulo, enviando o seu Relatrio ao Governo. Do chefe de policia do Estado, enviando cinco exemplares da Diviso Judiciaria, Municipal e Policial do Estado. Do scio sr. dr. Moreira de Azevedo, communicando a remessa de obras que offcrece ao Instituto. Do sr. dr. Antnio Gomes Carmo, agradecendo a sua admisso no Instituto. Do sr. major Tristo Araripe, declarando no poder continuar a fazer parte do Instituto, por motivo de mudana de residncia.
sr. dr. Joo Monteiro, communicando que o Instituto em Lisboa, na sesso solemne representou que a Sociedade de Geographia daquella cidade celebrou commemorando o quarto centenrio do descobrimento do caminho martimo para a ndia. E' consignado um voto de agradecimento ao sr. Joo Monteiro, por mais esse servio ])restado. Do scio sr. dr. Frederico Lisboa, enviando como offerta a Historia da America Foitugueza, de Rocha Pitta, e o Relatrio do Secretario da Agricultura da Bahia.
Do
scio
Offidos
As constantes da relao em appendice, as quaes so recebidas com especial agrado. Pelo sr. Eugnio Hollender, foi apresentado o catalogo supplementar das moedas ultimamente classificadas, o qual vai commisso de Redaco da Revista. Por proposta do 1.^ secretario, foi deliberado que, no caso de ser domingo, feriado ou santificado o dia regimental da sesso ordinria do Instituto (5 e 20 de cada mez), se realizasse esta no dia til immediatameite anterior ao marcado.
ORDEM DO DIA
Foi apresentado e ficou sobre a mesa o parecer da
550
comiiisso
da Admisso de scios, opinando pela approvao das quatro propostas apresentadas na sesso de 5 de maio. Fcram enviadas dita commisso, quatro propostas para admisso de scios.
O scio sr. dr. Theodoro Sampaio, apresentando o manuscripto do testamento com que falleceu d, Luiz Mascarenhas, procedeu leitura de um trabalho que a Nota a propsito do respeito escreveu e que titulou testamento de d. Jjuz Mascarenhas, que foi governador da capitania de S. Paulo de 1739 a 1748. Vo o tiabalho e manuscripto commisso de Redaco da
:
Revista.
Levanta-se a sesso.
SESSO ORDINRIA
SR.
EM
DE JULHO
PRESIDNCIA DO
na
sala das
sesses
do
Instituto, presentes os scios srs. Duarte de Azevedo, Carlos Reis, Antnio Piza, Augusto Cardoso, Ar-
thur Goulart, Dionysio Fonseca, Orville Derby, EugManoel nio HoUender, Pereira Guimares, cnego Theodoro Soares Romeo, Vicente, Jorge Sampaio, Maia e Victor Freire Jnior, foi aberta a sesso, servindo de 2.^ secretario, o sr. Pereira Guimares, na ausncia participada do sr. Alexandre Riedel. Foi lida e approvada a acta da sesso antecedente. Foi introduzido na sala das sessus e recebido com as formalidades do estylo o novo scio sr. dr. Manoel Pedro Monteiro Tapajs.
EXPEDIENTE
1.^
secretario
d^'.
communica
relao
recebimento
das
offertas constantes
em
appendice, as quaes
so recebidas
especial agrado. O scio sr. Jorge Maia faz algumas consideraes a respeito do melhor modo de ser publicado o seu
com
51
Vocahulano Nhengat; o sr. presidente declara que aguarda a apresentao de proposta sobre o assumpto para envial-a a uma com misso. O scio sr. Arthur Goulart propoz e foi unanimemente approvado que se inserisse na acta, um voto de pezar pelo fallecimento do distincto historiador ptrio conselheiro J. M. Pereira da Silva.
OKDEM DO DIA
Foi approvado o parecer da commisso de Admisso de Scios, qi.e ficara sobre a mesa na sesso antecedente, sendo acceitos para membros do Instituto os srs. drs. Eugnio de Andrada Egas, Tos Maria Lisboa Jnior, Carlos Ekman e Cantidio Tolentino de Figueiredo Brets, como scios correspondentes. Foi apresentado e ficou sobre a mesa o parecer da mesma commisso, opinando pela approvao das quatro propostas apresentadas na ultima sesso. Foi enviada dita commisso uma proposta ptira admisso do scios. Levanta-se a sesso.
SESSO ORDINAEIA
PRESIDNCIA
EM
20
DE JULHO
DO
SR.
DR.
MIRANDA AZEVEDO
A's 7 e meia horas da noite, no salo do Instituto, presentes os scios srs. Miranda Azevedo, Carlos Reis,
Alexandre Riedel, Domingos .Jaguaribe, Orville Derby, Antnio Piza, Dionj^sio Fonseca e Theodoro Sampaio,
aberta a sesso. Foi lida e approvada a acta da sesso antecedente. Toma assento na assembla o nova scio sr. dr. Carlos Ekman.
foi
EXPEDIENTE
1.''
secretario
em
appendice, as quaes
so recebidas
com
especial agrado.
ORDEM DO DIA
Foi approvado o parecer da commisso de Admisso de Scios, que ficara sobre a messa na sesso antecedente, sendo acceitos ]>ara membros do Instituto, os
Jorge Krichbaum como scio correspondente, Jos Getulio Monteiro como scio effectivo, conselheiro Augusto Carlos Teixeira de Arago e Julius
srs. dr.
dr.
Mieli,
propostas para admisso de scios. O scio sr. dr. Antnio Piza, fez a leitura de um manuscripto de autor desconhecido, consistindo no panegyrico do marquez de Pombal, feito em uma igreja de Lisboa, pelo tempo do attentado Malagrida contra o rei d. Jos I. Vai commisso de Redaco da Revista.
Levanta-se a sesso.
SESSO ORDINRIA
PRESIDNCIA DO
SR.
EM
DE AGOSTO
/
srs.
da noite, presentes os scios Duarte de Azevedo, Alexandre Riedel, Eugnio Kranco, Antnio Piza, Miranda Azevedo, Orville Derby, Domingos Jaguaribe, Theodoro Sampaio, E. Vanorden e monsenhor Passalacqua, foi aberta a sesso. Faltou cum participao o sr. Carlos Reis, passando a exercer as funces de 1.*^ secretario o 2. sr. Ale.Nandre Riedel, e occupando o logar de 2.^ secretario o sr. Eugnio Franco. Foi approvada a acta da sesso antecedente.
553
EXPEDIENTE
Officio
do
sr. dr.
enviando
exemplar do primeiro volume do seu Biccionario de Pernambuco. Balancetes da receita e despeza do Instituto, nos
Thesoureiro.
um
Offerta
as
quaes
ORDEM DO DIA
Foi apresentado e ficou sobre mesa o parecer da Scios, opinando pela approvao das propostas apresentadas nas duas ultimas
sesses.
commisso de Admisso de
Foi lido, posto em discusso e sem debate approvado o seguinte parecer: A commisso de Geograpliia Geral do Brasil do Instituto Histrico de S. Paulo, tendo examinado o trabalho do conscio sr. dr. Orville Derby, intitulado: A estrada de S. Paulo ao Bio Grande do Sul no sculo passado, e, considerando-o de bastante interesse sobre o assumpto de que trata, de parecer que seja o mesmo trabalho publicado na Revista do Instituto. S. Paulo, 21 de Julho de 1898. (Assignados) Jos Tihurtno Mondim Pestana. Dionysio Caio da Fon-
seca.
de
procedeu leitura
:
Um
documento
limites entre S.
Levanta-se a sesso.
554
SESSO ORDINRIA
PRESIDNCIA DO
SR.
EM
DE SETEMBRO
na
sala das
sesses
Duarte de Azevedo, Alexandre Riedel, Pereira Guimares, Moreira de Toledo, Soares Romeo, Miranda Azevedo, Orville Derby, Antnio Piza, Theodoro Sampaio, Dionysio Fonseca e Joo Monteiro, foi aberta a sesso. Faltou com
do
participao o
Reis, passando a exercer as funces de 1. secretario o 2.^, sr. Alexandre Riedel, e servindo de 2.^ secretario, o sr. Pereira Guimares. Foi lida e approvada a acta da sesso antecedente. Foi recebido na forma do estylo o novo scio
sr.
Carlos
sr.
dr.
Jorge Krichbaum.
EXPEDIENTE
Offieos
rio capitular
cnego Ezechias Galvo da Fontoura, vigdo bispado, convidando os membros do Instituto a assistirem o Te Beum que ser celebrado na Cathedral, a 7 do corrente, ao meio dia. Recebido
sr.
Do
com agrado o convite, ficam os srs. scios scientes. Do sr. Wenceslau de Souza Guimares, participando achar-se em seu poder um caixote destinado ao Instique trouxe de Lisboa e lhe foi entregue pelo cndo Brasil, em Portugal. Sciente providencie-se sobre o recebimento do volume. Do sr. Joo Vieira da Silva, cnsul do Brasil em Portugal, connnunicando ter enviado ao Instituto por intermdio do sr. Wenceslau de Souza Guimares, uma caixaT contendo publicaes e medalhas offerecidas pela Sociedade de Geographia de Lisboa. Accusa-se o recebimento e agradecem -se os bons officios do sr. Cnsul como representante do Instituto nas festas do centenrio da ndia; agradea -se Sociedade de Geographia
tuto
sul geral
555
da Revista e enviando o Almanach Popular Brasileiro 1894 a 1898, Sciente, agradea-se. Do scio sr. dr. Ernesto Guilherme Young, consultando se pde o Instituto fornecer-lhe 500 exemplares do mappa da zona do Rio Ribeira e pedindo cinco exemplares do 2s volume da Revista. Providenciado tendo-se respondido no possuir o Instituto exemplares avulsos do mappa. O sr. presidente communica que o scio sr. dr. Do-
de
de
Campos
Monteiro,
da
incumbiu, representando o Instituto na sesso da Sociedade de Geographia de Lis boa, commemorativa da descoberta do caminho da
misso de
que
ndia.
O sr. presidente agradeceu ao sr. dr. Joo Monteiro mais esse servio prestado a nossa associao. O sr. presidente fala a respeito da data do centenrio do Brasil e diz que julga ser tempo de ir preparando o piogramma para a solemnisao desse facto histrico, lembra a convenincia de ser noineada uma commisso especial para esse fim, de ser feita uma conferencia a respeito e escripta uma memoria, que ser escolhida e premiada dentre as melhores que forem apresentadas por essa occasio. Fazem consideraes sobre o assumpto, os scios srs. drs. Joo Monteiro e Miranda Azevedo. Ficou afinal deliberado que nas sesses seguintes tratar-se- do melhor modo de ser commemorado o centenrio da descoberta do Brasil.
Offertas
quaes
556
ORDEM DO DIA
1.^
Parte
sem debate posto em discusso e de Admisso de da o commisso parecer approvado Scios, que ficara sobre a mesa na sesso passada,
Foi
lido,
srs. dr.
Mrio
Bulco, dr. Delfim Carlos Bernardino e Silva e Paulo Orozimbo de Azevedo, na qualidade de scios correspondentes. Foram apresenta'das, lidas e enviadas respectiva commisso as seguintes propostas Dos srs. drs. Joo Monteiro, Miranda Azevedo e Theodoro Sampaio, para a admisso dos srs. D. Martin Garcia Meron, como scio honorrio; dr. Luiz Augusto Figueira, como scio effectivo; Joo Vieira da Silva e dr. Jos Calmou Nogueira Valle da Gama, como soci(s
:
correspondentes.
Dos
Soares
srs.
dr.
dr. Carlos
Gui-
Farte
O
de
scio
sr.
dr.
documento datado de 2 de setembro de 1783, em que se trata de uma explorao feita pelo marechal Cndido Xavier de Almeida e Souza, para o re-
um
conhecimento do Rio Iguaray, affluente margem Occidental do Paran, a sete lguas abaixo da parte superior das cachoeiras das Sete Quedas. E' deliberado que v este documento commisso da Red^'co da Revista. Nada mais havendo a tratar, o sr. presidente le-
vantou a sesso, convidando os srs. scios a comparecerem de 20 do corrente mez. Para constar foi lavrada a presente acta.
557
SESSO OBDINAEIA
PRESIDNCIA
EM
DR.
20
DE SETEMBEO
AZEVEDO
DO
SR.
MIRANDA
*Aos vinte de setembro de mil oitocentos e noventa meia horas da noite, no salo do Instios scios, deram entrada os srs. Miranda tuto, presentes Azevedo, Carlos Reis, Pereira Guimares, Theodoro Sampaio, Antnio Piza e Orville Derby, foi aberta a sesso pelo vice-presidente sr. dr. Augusto Cezar de Miranda Azevedo, que convidou o scio sr. dr. Manoel Pereira Guimares, occupar o logar de 2,^ secretario, na falta do sr. Alexandre Riedel, que participou o seu no comparecimento. Communicaram tambm que no podiam comparecer os scios srs. Jos Francisco Soae oito, s sete e
Romeu e monsenhor Comillo Passalacqua. Foi lida, posta em discusso e sem debate approvada, a acta da ultima sesso. Foi introduzido na sala das sesses, por uma commisso composta dos scios srs. drs. Antnio Piza e Theudoro Sampaio, e recebido com as formalidades do estylo o novo scio sr. dr. Jjuz Frederico Rangel de Freitas, que tomou assenio na assembla.
res
EXPEDIENTE
1.^
secretario
communica
recebimento
dos
jornaes que adiante vo mencionados, offertas estas que so recebidas com especial agrado. E' apresentada e enviada com misso respectiva, uma proposta dos srs. drs. Miranda Azevedo, Carlos Reis, Manoel Pereira Guimares, para a admisso do sr. dr. Alberto de Assumpo, deputado estadual, na
livros, revistas e
sr.
presidente,
lembrando
os
valiosos servios
prestados ao Paiz, a este Estado e s lettras ptrias, pelo distincto brasileiro e illustre escriptor general dr. Jos Vieira Couto Magalhes, apresenta o alvitre de suspender-se a sesso em homenagem sua memoria e de consignar-se na acta dos trabi^lhos um voto de pezar pelo seu infausto passamento, dirigindo- se aos
558
membros de sua
Sendo
famlia
um
officio
de condolncias.
sr.
este alvitre
unanimemente apoiado, o
presi-
dente levantou a sesso, convidando aos srs. scios a comparecerem a de 5 de outubro. Para constar foi lavrada a presente acta. Eu Carlos Reis, 1.^ secretario, a escrevi.
SESSO ORDINRIA
PRESIDNCIA DO
SR.
EM
DE OUTUBRO
srs. Duarte de Azevedo, Carlos Reis, Alexandre Riedel, Tiburtino Mondim, monsenhor Camillo Passalacqua,
Theodoro Sampaio, Orville Derby, Domingos Jaguaribe, Antnio Piza, Soares Romeu, Miranda Azevedo, Jorge Krichbaum, Eduardo Prado, Almeida Jnior e DionyFonseca, o sr. presidente declara aberta a sesso. Foi lida, posta em discusso e sem debate approvada a acta da sesso antecedente. Foi introduzido na sala das sesses e recebido com as formalidades do estylo, o novo scio sr. dr. Mrio Bulco que tomou assento na assembla.
sio
EXPEDIENTE
Jos Vieira Couto de Magalhes Sobrinho, agradecendo a homenagem tributada pelo Instituto na sesso passada, memoria do general dr. Jos Vieira Couto de Magalhes e as condolncias que a elle oiciante e aos membros da familia do
Officio
v.
do
dr.
Inteirado.
se
scio
sr.
dr.
e foi
unani-
consignasse na acta dos trabalhos um voto de pezar pelo fallecimento do scio fundador dr. Carlos Daniel Rath. Ainda o mesmo sr. dr. Piza lembrou a convenincia de ser nomeada uma commisso que se entendesse com a familia daquelle scio, no sentido de obter para
559
o Instituto alguns livros e documentos sobre historia e geographia de S. Paulo, que o finado devia possuir. O sr. presidente nomeou o sr. dr. Piza para tratar do
em
annexo, so
ORDEM DO DIA
1.^
Farte
Foi lido e ficou sobre a messa para ser discutido e votado na sesso seguiiite, o parecer da commisso de Admisso de Scios, oppinando pela approvao das propostas de admisso a])resentadas nas sesses de 5 e 20 de setembro prximo passado. Foram apresentadas e enviadas commisso respectiva as seguintes propostas: Dos srs. drs. A. C. de Miranda Azevedo, Theodoro Sampaio e Eduardo Prado, para a admisso do sr. dr. Joaquim Nabnco, como scio honorrio. Dos srs. dr. A. C. de Miranda Azevedo, dr. Domingos Jaguaribe e Jos F. Soares Romeu, para a admisso dos srs. drs. Virgilio de S Pereira e Jos Custodio Alves Lima, co no scios correspondentes. Dos srs. drs. A. C. de Miranda Azevedo, Carlos
lheiro
Reis e Alexandre Riedel, para admisso do sr. conseBernardo Avelino Gavio Peixoto, como scio
correspondente. Dos srs. Carlos Reis, Tiburtino Mondim e Alexandre Riedel, para a admisso do sr. dr. Fernando de
Albuquerque, como scio correspondente, O sr. presidente acha conveniente que se proceda nomeao da connnisso que deve encarregar-se de organisar o programma para a solemnisao por pnric do Instituto do centenrio da descoberta do Brasil e convida aos srs. scios a eleger a mesma commisso.
560
sr. dr. Miranda de Azevedo, obtendo a palavra propoz e foi unanimemente approvado, que a nomeao da referida commissao fosse feita pela mesa, devendo ser ella composta de cinco membros. Em virtude da deliberao, o sr. presidente declarou que ficava a comsrs. drs. Aumisso constituda dos seguintes scios gusto Csar de Miranda Azevedo, Theodoro Sampaio, Antnio de Toledo Piza, Eduardo da Silva Prado e Orville A. Derby.
:
SJ"
Farte
O scio sr. dr. Orville Derby, offereceu trs documentos relativos questo de limites entre S. Paulo e Minas Geraes, acompanhados de uma breve exposio fcjua a respeito dos mesmos docmnentos. Vo commisso de Redaco da Revista. Em seguida, foi dada a palavra ao scio monsenhor Cnmillo Passalacqua, que fez a leitura de um seu trabalho a propsito de trs documentos, a saber 1 Estudo da tribu selvagem do Pury, em Campos; n Descripo do baptismo de um indgena; IIT Petio de beatificao do venervel Anchieta, dirigida pelo cj)iscopado brasileiro ao Papa Leo XIII. Este trabalho, que foi apreciado, vai commisso de Redaco da
:
Revista.
Dada a palavra ao scio sr. Eduardo Prado, comeou declarando que encontrara em Lisboa um documento original de fr. Manoel da Ressurreio, relatando ao governo de D. Maria I, de Portugal, o estado da .liocese de S. Paulo no anno de 1777, tendo a propsito delle escripto algumas consideraes que fazem o objecto do trabalho que ora vem trazer ao conheci-
seguida passou a lr o mesmo que, apreciando os factos relatados poi' fr. Manoel da Resurreio, ommenta-os e compara-os com outros idnticos de nossos dias. Ao terminar, foi vivamente applaudido. O interessante trabalho do sr. dr. Eduardo Prado, ser enviado commisso de Redaco da Revista. Nada mais havendo a tratar, o sr. presidente levan-
mento da assembla.
trabalho,
Em
em
565
que comniisso fosse facultado a mesa. coni de accordo agir O sr. presidente declarou que a Directoria prestaria commisso todo o auxilio de que ella precisasse. O sr. Eugnio Hollender, que por occasio das festas do centenrio, se organisasse numa das salas do Instituto, uma exposio retrospectiva de objectos antigos que interessem historia ptria. O sr. presidente declarou que commisso executiva, ora nomeada, ficava submettida a proposta do sr. Hollender. Obteve a palavra o sr. dr. Antnio Piza e propoz qiie se consignasse na acta um voto de pezar pelo fallecimento do notvel h(mem de lettras dr. Joo Mendes de Almeida e que, por officio, a mesa apresentasse condolncias famlia do illustre finado, proposta esta que foi approvada por unanimidade. Continuando com a palavra, apresentou o sr. dr. Piza um trabalho sobre historia ptria, publicado na Platea e assignado Erasmo, e pediu que fosse enviado commisso competente para emittir parecer. Vae commisso de Historia Geral do Brasil. Nada mais havendo a tratar, o sr. presidente levantou a sesso, convidando os senhores scios a comparecerem magna do anniversario da fundao do
ser dada, e pediu
Instituto.
Para constar
foi
Eu
Ca^'los
Sesso
magna
de
em
PRESIDNCIA
novembro de 1898
A.
C.
DO
DR.
DE MIRANDA AZEVEDO
Aos dez de novembro de mil oitocentos e noventa oito horas da noite, no salo do Instituto, presentes grande numero de scios representantes de
e oito, s
associaes e corporaes, excellentissimas senhoras e cavalheiros convidados, foi aberta a sesso pelo vicepresidente sr. dr. A. C. de Miranda Azevedo, que
66
participou no ter comparecido o sr. presidente prtr motivo de molstia, e pronunciou em seguida um brilhante discurso. Foram introduzidos por uma commisso na sala das
novos scios srs. drs. Francisco Franco da Rocha, Carlos Augusto de Freitas Villalva e Jos Custodio Alves Lima. Em seguida foi dada a palavra ao scio sr. dr. Eduardo Prado, que leu um importante discurso, que foi muito applaudido. Nada mais havendo a tratar o sr. presidente congratulou se com o auditrio pelo brilhantismo e elevao de idas do discurso do sr. dr. Eduardo Prado, agradeceu o comparecimento das senhoras e cavalheiros que concorreram com a sua presena para mais realce dar solemnidade da sesso e declarou encerrada a presente sesso. Para constar foi lavrada esta anta. Eu Carlos Reis, 1.^ secretario a escrevi.
sesses, os
^^K'-4^^>
RELATRIO
do8 trabalhos
e
occnrrencias
do
de
S.
na
sesso de
20 de outubro de 1898.
SRS.
S.
PAULO
Em
observncia
ao
COMMISSES PERMANENTES
De
accordo
com
art.
20,
2.
dos Estatutos,
fevereiro, as
ti-iennio.
Durante
uma
de abertura de
magna, a 20 de maio, para commemorar o 4.'^ centenrio do descobrimento do caminho maritimo da ndia,
c 13 ordinrias, inclusive a de
balhos.
568
Em
virtude
da deliberao
realizarem-se
tomada
a
em
sesso de
Instituto,
em
20 de
cada
mez, salvo quando taes dias forem santificados, feriados ou domingos, caso em que a sesso effectuar-se-
lidos
Pelo scio
trahcilho;
sr.
dr.
Antnio
Piza
sr.
Parecer sohre
Chronicas Paulistas , do
em 1640; Cruz; Panegyrico do marquez de Pombal; Explorao do rio Igurey, pelo marechal Cndido Xavier de Almeida e Souza.
Expulso dos jestiitas de Successos da Provinda de Santa
beiro;
S,' Paulo,
Pelo scio
sr.
dr.
S.
Pelo scio sr. dr. Orville A. Derby: A estrada de Paulo ao Mio Grande do Sul, no sculo passado; Um documento antigo relativo questo de limites entre So
Paulo
outros
limites.
docujuentos
Pelo scio
t,
sr.
dr.
sr. dr. Theodoro Sampaio: na sesso solemne de 20 de maio, tiva do 4.^ centenrio do descobrimento martimo da ndia; Nota a propsito do D, Luiz Mascarenhas que foi governador
Pelo scio
ferido
commemorado
caminho
testamento de
da capitania
de S. Paulo.
Pelo scio
61
a comtou a sesso, "convidando os srs. scios parecerem de 20 do corrente, que ser a de encerramento dos trabalhos. Para constar foi lavrada a presente acta. Eu Carlos
Reis, 1.^ secretario a escrevi.
dos
trabalhos do anno.
em
PRESIDNCIA DO
20 de outubro de 1898
SR.
oito, s 7
Aos vinte de outubro de mil oitocentos e noventa e e meia horas da noite, no salo do Instituto,
os scios srs. Duarte Azevedo, Carlos Reis, Antnio Piza, Souza Franco, Eugnio Franco Miranda Azevedo, Moreira de Toledo, Eugnio HoUender, Pereira Guimares, Theodoro Sampaio, Dionysio Fonseca, Arthur Goulart e Orville Derby, o sr. presidente declara aberta a sesso e convidou o scio sr. Moreira de Toledo a occupar o cargo de 2." secretario. Participaram a sua ausncia sesso, os scios srs. Domingos Jaguaribe, Eduardo Prado e compareceram depois delia aberta os srs. Alexandre Riedel, Soares Romeo e Monteiro de Mello.
presentes
Foi
lida,
posta
em
discusso
EXPEDIENTE
conselheiro Augusto Carlos Teixeira Arago, agradecendo a sua nomeao de scio honorrio, enviando a obra Vasco de Gama e a Vidigueira, de que autor, e declarando que opportunamente remetter outras pubhcaes. Sciente. O 1.^ secretario communica o recebimento dos
Officio
sr.
do
de
livros, revistas,
mappas
tuto, as
quaes vo
em
recebidas
com
especial agrado.
rCL>
ORDEM DO DIA
Foi lido, posto em discusso e sem debate approvado o parecer da coDimisso de Admisso de Scios, qr.e ficara sobre a mesa na ultima sesso, sendo acceitos e proclamados membros do Instituto os srs. d. Martin Garcia Mron, na qualidade de scio honorrio; Joo Vieira da Silva, dr. Jos Calmon Nogueira Valle de Gama, dr. Carlos Augusto Pereira Guimares, professor Aprigio Carlos de Macedo, Alberto Carlos de Assumpo e dr. Luiz Augusto Nogueira, na qualidade
de scios correspondentes. Foi tambm lido o parecer da mesma commisso, opinando pela approvao das propostas de admisso de scios apresentadas na sesso antecedente. Declarando o sr. presidente que ficara o parecer sobre a mesa para ser discutido e votado na sesso seguinte, pediu a palavra o sr. dr. Miranda Azevedo e requereu dispensa de interstcio afim de serem o parecer e as propostas votadas na presente sesso, attendendo-se que esta a de encerramento dos trabalhos de anno. Posto em discusso e votao, foi o requerimento
fipprovado sem debate. EiU consequncia foi submettido o parecer discusso e tambm sem debate approvado, sendo acceitos e proclamados membros do Instituto, os srs. dr. Joaquim Aurlio Nabuco de Arajo, na qualidade de scio honorrio; dr. Virglio de S Pereira, dr. Jos Custodio Alves Lima, conselheiro Bernardo Avelino Gavio Peixoto e dr. Fernando de Albuquerque, no qualidade de scios correspondentes. Achando-se na sala immediata o sr. dr. Virglio de S Pereira, o sr. presidente nomeia os srs. drs. Pereira
Guimares e Souza Franco, para convidarem-no a tomar parte nos trabalhos; o novo scio acompanhado pela commisso sala das sesses e recebido com as formalidades do estylo.
Foram apresentadas e enviadas respectiva commisso as quatro seguintes propostas Dos srs. dr. Joaquim Monteiro de Mello, Alexandre Riedel e Carlos Reis, para admisso dos srs. Christiano Volkart, pro:
da Monogra-
63
phia do Municpio de Campinas como scio effectivo; Joo vou Atzingen, professor normalista, inspector
^
como
s-
Dos -Ts. Manoel Marcellino de Souza Franco, Carlos Reis e Alexandre RiedeL para admisso do sr. com-
do
Biaro de S. Paulo,
foi
apresentado
em nome
da
Directoria o Relatrio das occurrencdas e tral)alhos do Instituto no anno que finda, o qual foi lido pelo I." secretario e ficou sobre a mesa disposio dos senhores scios que o quizerem consultar, devendo opportuJiamente ser remettido commisso de Redaco da Revista, para a competente publicao. O cr. presidente lembrou que devendo celebrar-se a 1.0 de novembro vindouro a sesso magna de anniversario da fundao do Instituto, convinha que fosse eleito na presente sesso o orador official. Pediu a palavra o sr. dr. Miranda de Azevedo e propoz que a nomeao do orador, fosse feita pelo sr. presidente, proposta esta que foi sem debate approvada. Declarou ento o sr. presidente que ficava nomeado o sr. Eduar-
em nome
dr.
Em
seguida o
sr.
em nome
da respectiva commisso, apresentou o seguinte programma, que foi lido, posto em discusso e sem debate approvado A commisso abaixo assignada, encarregada pelo
.
Instituto Histrico e Geographico de S. Paulo, de organisar um programma para commemorar o quarto centenrio do descobrimento do Brasil, apresenta aos illustres conscios e submette approvao a seguinte
proposta
1.^
cunliar uma medalha commemorativa que servir para recompensa dos trabalhos apresentados ao Instituto e de que trata o art. 31. dos Esta-
Mandar
tutos.
2.<^
Publicar
Instituto,
564
ou transcripes ou traduces de inditos ou de livros raros, devendo todos esses trabalhos tratar exclusivamente de S. Paulo colonial ou da historia dos
pauhstas.
ginaes,
Promover por todos os meios ao seu alcance e do centenrio o inicio da publicao meo anno para thodica dos documentos fundamentaes da historia de S. Paulo nos sculos xvi e xvii. A primeira serie desses documentos dever ter, coaio as subsequentes, o titulo de Santi Pauli monmnenta histrica in Brasilia,
3/*
comprehender as actas e termos do Senado da Camar de S. Paulo e depois as dos outros Senados da Capitania e documentos dos cartrios civis e ecclesiasticos, ou documentos em poder de particulares, que possam interessar historia dos paulistas- Jios dois primeiros sculos da Historia do BrasiL 4.^ Publicao de uma bibliographia paulista. 5.^ Entrega solemne de uma medalha ao autor do melhor trabalho que for escripto a propsito da historia de S. Paulo, por occasio do centenrio. Uma sesso publica solemne do Instituto His6.*^ trico, com a leitura de trabalhos e discursos anlogos ao acto no dia marcado para commemorar a data do descobrimento. S. Paulo, 20 de outubro de 1898. OrviUe A. Derhy. (Assignados) Anionio Toledo Tiza. Br. A. C. de Miranda Azevedo. Theodoro Sampaio.
e
Eduardo Prado.
Aps a approvao do programma su])ra, o sr. presidente lembrou a convenincia de ser desde j nomeada uma commisso que se encarregasse da execuo do mesmo programma e apresentou a ida de ficar a mesma commisso que o organisou constituda em
commisso executiva permanente,
resolver sobre tudo que disser respeito conunemora* o do quarto centenrio do descobrimento do Brasil,
por parte do Instituto. Submettido o assumpto deliberao da assembla, foi unanimemente acceito o alvitre do sr. presidente. O sr. dr. Miranda Azevedo agradeceu em seu nome e no de seus companheiros de commisso a prova de confiana que lhes acabava de
569
da t7hu selvagem do Pury, em Campos] Descripo do baptismo de um indgena; Petio de beatificao do venervel Anchieta, dirigida ao Papa Leo XIII pelo
Fjpiscopado Brasileiro. Pelo scio sr. dr. Eduardo
ciaes a respeito
de
um
Apre-
fr.
Ma-
noel
d.
da
Resurreio,
II,
em que
Maria
Paulo,
em
de Portugal, 1777.
Ilha da Trindade, do
de
S.
sr.
dr Ma-
dr.
Paulo, do scio
Pela commisso
Geographia
Geral
do
Brasil:
Parecer
trabalha:
estrada de S. Paulo ao
dr. Orville Derb}'.
sr.
BIBLIOTHECA E ARCHIVO
tos e
No correr do anno foram offerecidos alguns objecnumero regular do obras, tendo assim augmen-
tado
SCIOS
Com
o fallecimento do
sr.
dr.
Carlos
perdeu o Instituto, no presente anno, dignos scios fundadores; o passamento deu-se capital a 28 de setembro prximo passado.
bros do Instituto.
REVISTA
volume
3."
da Revista do
Instituto^
referente ao
570
corrente aiino, est no prelo e brevemente ser distribudo.
FINANAS
annexos Yao os balancetes da Receita e do Instituto, nos trimestres decorridos de 1 de Despeza janeiro a 30 de setembro deste anno; o saldo existente
nesta data de 3:459$700, como verificareis. O balancete do ultimo trimestre de 1897, foi publi-
Em
cado no
2.^
volume da
Revista.
Congresso Legislativo do Estado, manteve a verba de 6.000$000 com que ha dois annos auxiliado o Instituto, consignando-a na lei do oramento para
o
anno vindouro.
A
dever
Directoria,
em nome do
um.
Instituto,
julga
do seu
manifestar
CONCLUSO
Eis
o
relatar-vos;
si
de
Histrico
Geographico
1/^
RECEITA
Saldo demonstrado no balancete fechado em H l de dezembro de 1897. Jia e annuidades dos quatro seguintes scios: dr. Bernardino de Campos, dr. An.
.
.
(J:753S480
Guimares
e dr. Aristi-
tides Salles
296$000
Thesoureiro..
168^000
.......
co-
408|000
D76$000
6:000$000
13:625$480
572
DESPEZA
Aluguel das salas onde funeciona o Instituto (largo da S n. 2), inclusive illuininao das mesmas, relativo aos mezes de janeiro, fevereiro e
maro
.
870$000
90$000
Encadernao de 172 volumes de obras diversas, a 5$ 00 cada volume Encadernao de trs mezes do Dirio Official, em um volume
Importncia de cabides, tabuleta a leo para a porta, ditas impressas e quadros ])ara a mesma, impressos e objectos para o servio da
secretaria e despeza
860$000
10$000
870$000
com
expediente durante o trimestre Pago por conta da impresso do 2.^ volume da Revista
37$00
1:800$0(J0
so-
bre
importncia
.
de
.
3:308$300
RESUMO
Importncia da Receita.
.
Idem da despeza
Saldo nesta data.
13:625$480 3 308$300
10:317$180
573
Sendo
10:161$3^0
15$800
Somma.
Paulo, 31 de maro de 1898.
10:317$180
S.
Balancete da Heceita
Despeza do Instituto
Histrico e
RECEITA
Saldo demonstrado no balancete fechado em 31 de (janeiro) digo maro. Jia e annuidade de seis scios constan. .
tes
da relao annexa
scios
444j000
Annuidad de 11
idem
Juros nesta data em favor do Instituto pelo dinheiro em conta corrente no Banco de Credito Real de S. Paulo.
.
288J000
118^320
11:167^500
574
DESPEZA
Pago pela impresso lithographica de gravura e plantas para o 2.** volume da
Idem por
vista
Revista do Instituto saldo da impresso lythvographica do mesmo segundo volume da Reos livros da biotc.
.
.
1:100^000
1:724$800
tabiques de diviso,
.
1:600^(000
Idem por encadernao de livros. Idem pelo alugel das salas onde faneciona
.
4105000
Instituto e illuminao das mesmas, nos mezes de abril, maio e junho. Idem ao zelador do Instituto, sua gratificao dos mezes de abril, maio e
9300U0
junho
900OO
para
210OO
.
Idem por cartas circulares 'e impressos. Idem por lavagem das salas e vidraas, despezas com a sesso de 20 de maio,
51 ^200 25^000
com
o expediente trhnestre
outras
.
durante o
. .
77;ooo
6:033|000
RESUMO
1];167^500
.OSS^JOOO
.
5:1345J500
75
Sendo
Depositado
em
conta corrente
:080;700
3S00
Somma.
S. Paulo,
5:134^5500
30 de junho de 1898. O
Thesoureiro do Instituto,
Balancete da Receita
Q-&ographico de S.
Histrico
1."
de julho
a 30 de setembro de 1898-
RECEITA
no halancetc fechado do jnnho Jia c nnnu idade de oito scios constantes
.i!do
<!
1
deiionstrado
.^0
o:\3UbOO
592^^000
336>U00
6:062,?500
DESPEZA
Porcentagem paga ao cobrador l^ago ;i Caetano Apostlico, pelos servios com a demolio de uma parede, estrado, tribuna, etc
G^iSOO
468^(000
'
....
.
93O00O
transportar.
1.463|800
76
Transporte. zelador nos ditos
.
1:463^(800
Gratificao
ao
trs
mezes.
90|000
3.*^
vo1:000^(000
e
49^5000
^:6o2800
RESUMO
Importncia da Receita. Idem da despeza
Saldo nesta data.
.
6:662(00
2-602^800
.
3:49(700
Sendo
I)c[)0sitada
em
conta corrente
.....
do The-
3:339^(400
120^300
3.459^(700
S.
O
Dr.
Thesoureiro do Instituto,
Domingos Jaguaribe.
^K>4^^
SEGiO DE NOMISMATIGA
MOEDAS E MEDALHAS
Supplemento
ao
Catalogo
primitivo,
pelo
so3io
fundador
E.
HOLLENDER
USTRIA
1()
l.S(Sr)
gro.sclieii,
17
1759
1861
18
FRANA
33
54
18()6
18(VJ
um
iVanco.
coroado.
RSSIA
6
18()6
Cobre, 2 kopecks.
ITLIA
7
<S(;7
1;5(>1
Victor
Emmanuel,
cobre, 10 centesimi.
S
1)
1861
1822
10
11
idem, idem, 5 idem. Idem, idem, 2 idem. Reino Lombardo Veneto, cobre, 5 idem.
idem, idem,
1
1834
idem.
578
BAVRIA- ALLEMANHA
27
1893
Cobre, Cidade
Heller.
de
Aix La
Chapellc
XII,
SICLIA
4
1792
Siclia,
9 cntimos
SUCIA E NORUEGA
12
13
1861
1
1
meio
skilling
com
speka, idem.
MAROCCO
1
1871
Tti, cobre,
moderna.
HESPANHA
50
l
1828
1820
1827
52
rees.
53 54 55 56
57
idem, idem.
'
58
59 60
61
Joseph Napoleo, idem, idem. Idem, idem, idem. Carolus IV, cobre, 4 idem.
Fhilippus IV, idem, 8 idem, i-arissimo. Idem, idem, idem, estragado.
62 63 64
65
66
67
1632 1632
1632
Fernando O
Catholico.
579
BOLVIA
3
1830
Bolivar, 4 soldos,
tuio.
prata,
PARAGUAY
6
7
1^70
18G7
El mariscai Lopes,
tayra,
los valientes
com
essa
lanceiro
panha
medalha
amarella e amarantho.
Cobre,
um
centavo, Libertad.
17
184
PORTUGAL
12 13
14
l
1805
1S63
Ludovicus
cobre.
I,
Portugal et Algarve, 20
ris,
1878
1884
1882
16
idem, idem. Ludovicus I, idem, idem, idem. Luiz I, idem, X. idem, idem. Idem, idem, V idem, idem.
11,
Maria
idem,
ROMA
8
9
Marc Aurlio,
10
11
Duas
figuras
*
armadas
no
INGLATERRA
11
1817
12
1797
13
581
selho
de
ministros
visconde
do
Rio
Branco, Lei n. 2.040 de 28 de setembro de 1871, conhecida sob o nome de Lei do Ventre livre, Grande Oriente do
188G
do Lavradio, Raro Espcimen, gravado por Carneiro na Casa da Moeda. Nickel de 50 ris, Imprio do Brasil, ArBrasil, Vai.*,
mas do Reino.
-H-e^A-^a^HN'
NECROLOGIA
GENERAL COUTO DE MAGALHES
A 14 de setembro falleeeu quasi repentinamente no Rio de Janeiro, no hotel da Vista Alegre, o general Couto de Magalhes, uma das figuras mais originaes da sociedade brasileira. Reproduzimos os dados biographicos que publicamos em novembro de 1887, (1) no Brasil Contemporneo completando os com os ltimos factos da vida do illustre
^
compatriota.
Instituto, ligado e
que no fosse paulista c no pertencesse ao o general Couto de Magalhes estava to amava tanto S. Paulo, como o mais genuino pauHsta, podendo mesmo ser considerado o ultimo dos
suas
Bem
viagens
exploraes
pelo
Quanto ao
facto de
quadro de nossos conscios, um desses phenomenos que se observa em nosso meio social; pois ningum mais presava que elle, o eistudo de nossa historia e a investigao de nossas cousas. Para corrigir essa falha, ultimamente vrios conscios, j tinham acordado em propor os nomes de Couto de Magalhes e de Joo Mendes de Ahneida, para o quadro de scios honorrios do Instituto. A morte de ambos, veiu impedir
no figurar no
su
homenagem a um
phias.
(1)
5S4
tle Minas Gcracs tem sido o bero de de numero brasileiros illustres, nos div^ersos grande ramos do saber humano; scienoias, lettras o artes so cultivadas com muito amor e proveito pelos mineiros
provncia
coloniaes do Brasil. Entre os vares notveis desta provncia, destaca-se a pliysionomia original e distincta do dr. Jos Vieira Couto de Magalhes, que acaba de completar 50 annos. Nasceu elle a l.*^ de novembro de 183o, na cidade dn Diamantina, tendo por pae o capito Antnio Carlos de Magallhes e por me d. Thereza do Prado Vieira Couto. E' de origem paulista a familia do general Couto de i>agalhes, pois na Unha directa de seus ascendentes conta o nome do mestre de campo (1), Thom Antunes de Couto, que foi enviado de Portugal em
desde os tempos
commisso scientifica e mihtar para esta provncia. Aqui estabeleceu- se, constituiu famiHa e s mais tarde no desempenho de fcu cnrgo na dtnarcac^To de terras,
passi u-se pp.ya a provncia de
Minas Geraes.
Foi Tiiom do Couto av do naturalista brasileiro Jos Vieira Couto, que tornou seu nome conhecido e considerado entre os sbios europeus da sua [)Oca. A lei da hereditariedade das aptides intfllectuaes, e predileces scientificas e sociaes, tem mais uma confirmao iia individualidade do general Couto de Magalhes. O gosto decidido que tem pelas viagens e exploraes, herdou dos seus antepassados, o grande navegante portuguez Magalhes, assim como o amor pelo estudo das sciencias astronmicas e natuiaes recebeu de ponto mais prximo, qual seu av dr. Jos Vieira Couto. Para S. Paulo veiu o jovem Couto de Magalhes concluir seus estidos de preparatrias, matriculou-se no curso jurdico, completou o tirocnio acadmico em 1859 e defendeu theses para doutoramento em 1860. Ao tempo que estudava as matrias da academia,
occupava-se
(I)
tambm com
as lettras e conquistou o
nome
585
de bom litteratc entre os collegas. Na imprensa appareceu frequentemente, sempre com brilho; e o volume que publicou em 1860, O.v (iiKnimHucs^ confirmou a reputao adquirida. Demos a palavra, a elle prprio, para os trncos de sua vida acadmica 6 a carta prologo dirigida a seu amigo o conselheiro Homem de
Mello.
come tudo
car-
trambulhces e as
Lembras-te ainda de aquelle nosso bom tempo de saudosa memoria da rua da Forca? Formvamos um grupo engraado e cmico, sobretudo quando nos reunamos na sala de jantar. O Ferreira Dias palpitava de enthusiasmo lendo .o Lnmartine; V. estudava hisptria como um fantico, gesticulava repetindo enrgicos discursos fervorosos da poca da independncia, eu passeava de lun lado para outro, com uma gravidade tudesca, estudando o allemo. ramos diversamente. Nossa vida trs enthusiastas .fardados era ento um agitar constante ora escrevamos artigos de politica, ora discutamos, ora corramos apressados
toria
os
para as aulas, passevamos, fazamos gymnastica, jogvamos esj)ada, liamos poesias, exercitavamo )ios na conversao franceza... era um constante agitar. Pois bem; assim como foi a nossa vida de caloiros, continuou a minha, com a differena a confuso e o labiryntlio tanto ou no j eram to alegres, mas era sempre mais, to compHcado. Foi no meio desse runohihar que eu escrevi o opsculo intitulado: Destino das lettras no Brasil, que escrevi os Traos hographicos sohi^e os poetas acadeiiiicos e outras coisas que esto inditas. Nas ferias de 1858 a 1859 deu-me a veneta de escrever romances. Eu estudava ento o portuguez e assentei de escrever um pequeno ensaio em estylo quinhentista, foi o conto O estudante e os monges que publiquei na Revista Aeadmica; conclui aquelle original typo que havia comeado quando morvamos junctos, isto , o Br. Calmirn
e escrevi o
que agora publico Despretencioso, comtudo, o conto alludido, um trabalho de merecimento; p na que o autor no pro-
586
duzisse nesse sentido outros escriptos, e seguisse outra vereda na vida.
di\ Jos Vieira Couto de Magaa carreira publica; logo depois de formado em 1860 foi como secretario da provncia de Minas, auxiliar a administrao do conselheiro Vicente Pires da Motta. Desde ento re\'elou as qualidades e tino, que assignalaram sua passa^^jem em outras provncias, como presidente qu foi da de Goyaz, de 1862 a 1863 e da do Par de 1864 a 1865. 1873 foi nomeado presidente de Minas Geraes,
Cedo comeou o
liies
Em
1865, quando os paraguayos assolavam a provncia de Matto Grosso, e era difficil a einpreza de administral-a, o governo 'ombrou-se em boa li ora do dr. Jos Vieira Couto de Magalhes, que acceitou a patritica misso de libertar o solo ptria da invaso inimiga. Nomeado com poderes especiaes, alm das prerogativas de presidente, tinha a autoridade de ge neral em chefe, e de presidente da juncta suprema militar de justia. E com tal energia, actividade e acerto se houve que conseguiu organisar as foras, creando o batalho de voluntrios, bater o inimigo, e dar a paz provinda de Matto Grosso que ainda hoje recorda com gratido os benefcios de sua administrao. Deu disso testemunho a camar municipal de Cuyab, que mandou gravar o retrato do benemrito brasileiro, com ilma legenda que cpmmemora seus feitos, para adornar a sala onde celebra suas sesses. Alm da guerra teve que luctar a administrao do general Couto de Magalhes com a terrvel epidemia da varola, que causou tanto mal, quasi como a invaso paraguaya, e arcar com a fome, scia inseparvel daquelles males. At 1867 permaneceu na presiden(;ia de Matto Grosso e
Em
logar.
pde-se af firmar que no poupou nem esforo pessoal, nem recurso que pudesse crear pela sua posio offici^l, para soccorrer a populao flagellada. No meio de tanta perturbao, a tempeia rigida, e a calma do
587
general Couto de Magalhes, foram sempre inalterveis; attendeu outros ramos de administrao e tanto quanto possvel deixou em boas condies a provncia de Matto Grrosso. A sua vida politica ainda conta as deputaes por Goyaz e Matto Grosso, em diversas legislaturas; e mais longa seria se no tivesse elle tido contrariedades em 1870, poca em que procurou dirigii- sua actividade para outras questes.
o o
o
A physionomia incjustrial e financeira accentuou-se; o general Couto de iMagalhes mostrou a mesma intelligencia e energia na organisao de varias em preque desenvolvera na alta administrao politica ou na dedicao estudiosa de um assumpto scientifico ou
zas,
litterario.
As navegaes dos
rios
Araguaya,
Maraj
To-
cantins exprimem uma somma enorme de esforos e de luctas que teriam feito succumbir qualquer outro de tempera menos rija. Cbnseguiu o general Couto de Magalhes ver o successo de todas essas emprezas e mais a da navegao do Amazonas at
Manes.
Uma vez lanado no campo industrial no parou sua ambio, e nesse gnero' obra de maior vulto a actual Minas and Bio Jiallway C.^, vulgarmente conhecida por estrada de ferro do Rio Verde. Longos annos de trabalho assiduo, de decepes e despezas, empregou o general Couto de Magalhes para
organisar a companhia, e obter os capites necessrios para a primeira linha frrea do Sul de Minas. No aqui o logar prprio para discutir as vantagens econmicas ehsa linha, mas foroso confessar que se no fosse sua pertincia, ainda hoje seriam quasi inaccessiveis as estaes "de Caxambu, Contendas e Lambary, de sorte que a hu.naidade soffredora, s com muita difficuldadc poderia aproveitar os recursos
enormes dessas benficas aguas medicinaes. Se no Brasil houvesse opinio publica, a populao
0^8
sul-mineira deveria ter o general Couto de Magalhes, como seu representante effectivo no parlamento nacional;
nada mais
faria
do que pagar-lhe
uma
dvida de
abriu
gratirlo.
Pde-se dizer que a linha do Ilio Verde caminho fcil para a civilisaco e o progresso trarem na zona sul-mineira.
pene-
Ihe:^;
o general Couto de Magavoltando da Europa, onde dediara-se a srios estudos scientificos na Inglaterra, fixou residncia nesta cidade, onde tem prestado relevantes servios causa publica e especialmente ao desenvolvimento paulista. Foi scio fundador e presidente effectivo da Sociedade de Imm/graro de S. Faro, durante um anno. Nesse periodo a vida da associaco foi glorioso, e de tal maneira procedeu que chamou a atteno do povo e iniciou muitas idas que foram levadas ao terreno da pratica ou ao seio do parlamento. Infelizmente o estado de sua sade no permittiu continuar na presidncia, e com sua retirada, extinguiu-se por assim dizer a vida da sociedade.
No descansou, porm,
Como membro da commisso organisadora do plano de estudos para o Instituto commemorativo do Ypiranga, consta-nos, que tem tambm o general Couto de
Magalhes contribudo, com valioso contingente, e tem um bom plano de estudos scientificos e prticos para serem alli executados. Ultimamente ainda presenciaram todos o modo enrgico e digno com que se houve na questo da estrada de ferro do Norte, conseguindo levantar o credito dessa empreza pelas medidas acertadas que propz e que foram aceitas ])ela assembla geral de accionistas, a despeito da guerra que lhe moveram interesses
delineado
particulares.
A feio, porm, que nos mais sympathica, a do escriptor nacional, que traou dois trabalhos preciosos. A memoria sobre a Revoluo de Minas em 1720, e eccecuo de Felippe dos Santos, e o seu livro:
589
O Selvagem. Naquella o distinctu historiador arranca do esquecimento, e liberta do anathema da historia um dos mais interessantes episdios de nosso official
passado e assignala o primeiro movimento revolucionrio e origem de nossa independncia politica Infelizmente O Selvagem menos conhecido entre ns que na Europa; l foi traduzido para as linguas franceza, allem e ingleza, e tido em alta consideraco pelos sbios.
em
italiano
um
longo resumo,
encmios.
Selvagem, o general Coulo de Magalhes oscnerudito de iiia agua e philantropo dos mais com acrysolados. Estudando a lingua iuin discute admirvel critrio as mais difficcis <juestes de linguistica, e custenta com boas razes, a maior antiguidade do tupi que o sanskrito. D a morphologia desse idiota-se
No
um
ma, analysa-lhe as bellezas e riqueza, e registra-lhes as enorme servio nesse ponto. Dislendas, prestando cutindo os costumes, religio e origem do indigena brasileiro, traz para a anthropologia, valiosos dados e factos novos de interesse extraordinrio pois assim deve-se reputar tudo que nos narra o illustre viajante, do que observou entre os costumes e instituies dos Cahijaps, Gucits e Chamhios. As descri pes topo-
um
um
graphicas/ botnicas e geolgicas, so contribuies reaes para o estudo physico das regies percorridas ])elo general ('uto de Magalhes. Agora, deixando o sbio, vejamos o pliilaniiopo. Advoga com uma tal eloquncia e nobreza de sentimentos a causa do aproveitamento do indigena })ara
o paiz e para, a civilisazo quo* o leitor sente-sc logo lado. E' baseado, porm, em solidas razes fornecidas pelas sciencias naturaes e pela philosophia das cifras que demonstra o general Couto de Magalhes as vantagens da catechese do nosso indio, e cem todo o critrio apresenta o melhor meio para o instruconseguil-o, que o estudo da lingua tupi
mento mais prprio para semelhante conquista. Muitos outros titules tem o benemrito brasileiro
estima de seus compatriotas, e se j
no fosse longo
90
daramos alguns traos para completar sma physionomia particular e typo original. Em duas palavras: o general Covito de Magalhes um excntrico, mas um excntrico de talento e de
este artigo
corao.
de quanto preoccupava-se pela do nosso primeiro possuidor do solo, damos a seguinte carta, que poucos dias antes de fallecer escreveu do Rio de Janeiro ao dr. Peixoto Gomide; eis o trecho transcripto das Notas e informaes da Provncia de S. Paulo, de 15 de setembro No dia 1 de agosto deste anno, o general Couto de Magalhes, que hontem morreu no Rio, escreveu
sorte
:
Como demonstrao
ao dr. Peixoto Gomide a seguinte carta: Com a idade que tenho poderei viver, quando muito, mais 10 annos, e desejo consagral-os aos aboririgenes de S. Paulo, de quem descendo. Conversando com o dr. Bueno de Andrada, que tambm delles descende, disse-lhe que acceitaria o cargo geral, no remunerado, de director dos ndios de S. Paulo, se pudesse contar com o apoio de v. exa., mesmo depois do sair da presidncia, para prestarmos a S. Paulo o grande servio de estudar as lnguas, as tribus, as te]']"as que possuem,, a religio que seguem e a vida os verdadeiros proprietrios da terra paulevam que
lista.
Sou hoje no
Brasil
um
dos poucos
que conhecem
Brasil; o meu curso da lngua lnguas selvagens tu})i est traduzido em francez, italiano, allemo, inglez c cm ruso, sou citado nas obras modernas em inglez, allemo, francez e entre outras no volume 1^ da Geo-
do
graphia Universal de Mecliis, por causa de meus trabalhos em relao s raas selvagens de nossa terra, e desejo concluil-os antes de morrer. Quer V. exa. metter o seu hombro forte para ajudarme neste servio nossa terra ? De v. exa. collega e amantssimo velho, J. V. Couto de Maga-
lhes.
591
A mesma
nota se observa
sempre
em
qiiasi todos
os seus escriptos acerca de assumptos nacionaes. Tratando-se <le discutir o modo de celebrar a des-
coberta do Brasil, no projecto apresentado ao Instituto do Rio de Janeiro, e publicado no Jornal do Commercio, bem se v essa preoccupao. O patriotismo anima-o no plano que prope para essa commemorao, e igual sentimento o domina no artigo que escreveu sobre a questo do Amai_).
Completaremos
riodo de
j)e-
homem
publico.
a subida ao poder do partido liberal em 1889, o general Couto de Magalhes nomeado presidente de S. Paulo, e nesse cargo encontrou-o a revoluo a l de novembro. Preoccu])ado com a senha eleitoral do gabinete de 7 de junho, de derrotar os republicanos, nada poude fazer o administrador em benefoio
foi
Com
da provincia, onde alias contava amigos e sympat as entre todos os partidos. Ao chegarem as primeiras noticias da revolu;o, reuniu o general Couto de Magalhes seus amigos poem Palcio, e tratou de ver os elementos de liticos resistncia. O nico telegramma de qua teve conhecimento, foi o do London Bonk, que lacbnieamonte dizia: foras de terra e mar 7'evoltadas, Ladarlo fe,) ido
.
No contando com
fora,
manteve-se
em
[)rudente e
reservada attitude. A' com misso ei viada pelos republicnnoF, comjjosta dos drs. Luiz Pereiro Barreto e Miranda Acevedo; assegurou que conservaria a fora policial no quartel para evitar conjlictos, mas desejava saber se os repiMicanos se compromettiam a manter a ordem e assegurar as propriedades. Disse que no recebera communicao alguma olicial, mas estava prompto a entregar o poder, logo que se verificoss^ o triumpho repubhcano. De facto, no dia IH, ao entrarem em palcio os dois
membros do governo
revolucionrio, os
drs.
Prudente
592
de Moraes e Rangel Pestana, foram recebidos cortezmente pelo general Couto de Magalhes e seus amigos. E gentileza por gentilleza, offereceram elles, houquets aos representantes do poder imperial, que sahiram entre alas do povo, que calmo os Saudava. E o politico militante, que estava prximo a fazer parte do Senado, como representante de Matto Grosso, retirou-se da arena do combatia, voltando-se'para a vida industrial e financeira, ('onservando-se fiel as suas crenas monarchicas, auxiliou com sua intelligencia e com seus capites todas as manifestaes legaes ou revolucionarias de seus correligionrios. Durante a revolta da armada, acudiu ao apeJlo de Saldanha da Gama, dahi resultou a sua priso, por ordem do marechal Floriano Peixoto. Tudo isto, porm, abateu-lhe o moral e o physico, abalando-lhe profundamente a sade. Conseguiu triumphar do mal, mas j no era o
mesmo homem.
Muito ainda podia fazer i)ela ptria no terreno dos grandes emprehendipientos industriaes e no dominio das leitras; li morte veio interrom]>el-o quando prode linguisje(^ta,va com[)lctar e publicar seus estudos tica brasileira; oxal no (lesapparecam os materies que deixou reunidos. Nenhum monumento mais digno de seu nome, nem melhor garantidor de sua gloria, jKxlem seus herdeiros e amigos elevar, que a pul)licao de suas obras. Eis o voto que sinceramente formula quem o conheceu e se honrou tambm de ser seu amigo,
MiRANjjA Azevedo.
Dr. Joo
Mendes de Almeida
DR. JOO
MEHDES DE ALMEIDA
A 16 de outubro, a populao de S. Paulo era sorprehendida pela noticia do fallecimento do venerando dr. Joo Mendes de Almeida, que se no era paulista de nascimento, adoptou esta terra como sua, aqui constituiu familia illustre e aqui produziu o melhor de sua intelligencia e gastou o mais vivo de sua energia. Era um luctador respeitvel pela firmeza de sua lealdade e pela coherencia e ardor com que defendia
suas crenas.
Intransigente at a rudez no tocante as suas opinies religiosas e politicas, mantinha firme a disci])lina de seus partidrios, no trepidando at a reprimenda spera e o castigo publico, quando julgava-os dissiden-
de seu Syllabus. bem conhecida a sua parte na historia politica do imprio e especialmente em S. Paulo; as paixes ainda esto ardentes para escrever-se com calma a sua biographia, que alias, o faro outros mais competentes. Prestando homenagem a memoria do illustre varo,
tes
E'
publicamos os traos biographicos, que podero fornecer material ao trabalho futuro. Garantimos a fidelidade de suas datas e informaes, pois foram-nos ministrados ha tempo pelo prprio dr. Joo Mendes de trabalho que ainda esperamos reaAlmeida, para
um
lizar.
Joo Mendes de Almeida, nasceu na ainda ento hoje cidade de Caxias, provinci^ de Maranho, aos 22 de maio de 1831. Filho de Fernando Mendes de Almeida, capito de milcias, negociante na mesma villa de Caxias, natural de Fornotilheiro, provinda
villa,
O dr.
596
da Beira Baixa, em Portugal; e de sua mulher d. Esmeria Alves de Souza, natural da villa do Brejo, provncia do Maranho.
Quando
volta
os rebeldes,
em
1839,
por occasiao
(^a re-
denominada Balaiada, entraram na cidade de Caixias, Joo Mendes de Almeida, que apenas tinha oito annos, teve de acompanhar seu pae, que com
Ihe como condio dar uma satisf aco pela imprensa; recusou-se a isso, preferindo as consequncias do processo. Condemnado suspenso do acto por seis annos, no quiz o director da Academia, o visconde de Goyanna, conformar-se com a deciso da Congregao dos lentes, recorreu ex-offieio para o Conselho do Estado e adduziu razes que patenteavam a injustia do julgado. 1852, o Conselho do Estado, bem pezando aquellas razes do director da Academia, proferiu sen-
outros chefes conservadores tinha sido preso, at a povoao denominada Coroat. Debellada a rebellio, a familia voltou a Caxias. Tendo fallecido seu pae em 1840, mandaram-no para a capital do Maranho, onde cursou humanidades, como interno em um collegio, desde 1842 at 1846. Em 1847, houve duvida, se elle deveria cursar a Escola Militar, para ser engenheiro, ou se era preferivel ir para Olinda, afim de formar-se em Direito. Prevaleceu este ultimo alvitre. Em 1851, antes de fazer o acto do quinto anno pai'a tomar o gro de bacharel, viu-se envolvido em um processo acadmico. Para o exclurem do processo, impunham-
Em
tena de absolvio. No obstante, ainda Joo Mendes de Almeida, no estava livre das perseguies acadmicas. No fim de 1852, transportando-se cidade de S. Paulo, para fazer o acto e tomar o gro, se approvado fosse, foi obstado de o fazer, em virtude *de um aviso do ministrio do imprio, ordenando ao director que qualquer providencia para o acto fosse suspensa, at que Joo Mendes de Almeida e mais dois outros estudantes se mostrassem livres do processo criminal, contra elles instaurado no termo de Olinda, por tentativa de morte contra o lente dr. Pedro Autran da Matta Albuquerque. Voltou, pois, para Pernambuco e recorreu da in-
597
pronuncia para um dos juizes de direito, o Jos Thomaz Nabuco de Arajo, depois senador conselheiro de Estado. Daquelle magistrado obteve o provimento, ainda crm o accrescirao da responsabilidade do juiz nmnicipal e da ordem para o desentranhamento de peas dos autos afim de serem processados os que, havendo jurado de modo favorvel no processo acadmico, todavia no duvidaram perjurar o
justa
dr.
processo criminal.
Desembaraado da
corrida, regressou de
tal
famosa culpa
cora
Pernambuco para
S. Paulo.
folha Sur-
giu, porm, outra complicao, disseram-llie que escolhesse entre aihar o acto ])ara o fim do aimo ou ser
reprovado, visto que escapara dos dois processos, pela absolvio em um, pela despronncia em outro! Recusou-se a adiar o acto, preferiu a reprovao, e no mesmo dia em que o reprovaram, matriculou se de novo no quinto anno, de sorte que, s no fim de 1853, conseguiu tomar o gro de bacharel em sciencias juriditas
e sociaes.
Em
1854,
foi
nomeado
juiz municipal de Jundiahy, provncia de S. Paulo. 185 assumiu interinamente a vara de juiz de direito
Em
O dr. Joo Mendes de Ahneila, porm, no era uma alma talhada para a vida serena do magistrado; o seu temperamento, os revezes por que passara desde a
.
provncia; e, nesse mesmo anno, das primeiras e mais consideradas lamilias dessa cidade, por ef feito do casamento com d. Anna Rita Fortes Leite Lobo, filha de Francisco Jos Leite Lobo, portuguez, capito que foi do batalho de voluntrios da rainha d. Maria II, e neta do brigadeiro Antnio Leite Pereira da Gama Lobo, command mte da guarda de honra do imperador Pedro I.
uma
vida de luctas; deixou a magistratura para entregar se politica e A advocacia. 186, tinha sido eleito supplente de deputado Assembla Geral Legislativa, pelo sexto districto da
infncia, tudo impelliu o para
uma
Em
59^
provncia
do Maranho, e por
attrahio. Todavia, s
em
de juiz municipal e de Em 7 de setembro de capital de S. Paulo, o peridico A Lei, orgim conservador. Em J8G0, tomou assento na Camar dos Deputados, cf^mo representante da provncia do Maranho. 1861, affastandose um tanto da vida jornalistica, entregou-se mais aos trabalhos da advocacia: entretanto, at ]8f)8, sustentou a correspondncia pohtica de S. Paulo para o Jornal do Commercio, do Rio de -Taneiro, e escreveu enrgicos artigos no Dirio de S. Paulo, em defezji das idas conscn-vadoras. Desde ento comeou a ser o alvo
cargo
obteve a demisso
do
Em
principal dor> adversrios polticos, entre os quaes contavam se homens da tempera de Carro, Jos Bonifcio, Chrspnano, Martim Francisco e outros. Desde 1868 at 1878, sem jamais soUcitar o auxilio do governo e, alis, quasi sempre, em lucta aberta contra o mesmo, Joo Mendes de Almeida, foi successi-
deputado a Assembla Geral Legislativa occupou posio saliente no Parlamento brasileiro, at 1877. Todos se admiravam da actividade desse homem que, sem faltar aos deveres do seu frequentado escriptoro de advogodo, diseleito
vamente
o jornalismo e para
uma
lucta
e
eleitoral trabalhosssima.
O
hbil,
dr. Joo
fraco na sua forte armadura de athleta, no era orador. Tentou vencer esta falha, mas a tribuna foi-lhe sempre ingrata; teve o critrio do reconhecer que no dispunha cios dotes da palavra, abandonou essa arena e voltou-se todo para a polemica escripta, sendo considerado um dos mais terrveis polemistas polticos.
.
um
parlamentar
tctico
Em 18G9, fundou o peridico Opinio Conservadora deixando de publicar 'esse peridico em 1872, passou a collaberar na Ordem^ orgam do clero de S. Paulo; e^
599
quando em 1876 a Ordem desappareceu, instituiu em 22 de abril a Sentinella. Ness^ mesmo anno de 1876, deu-se uma das luctas eleitoraes mais memorveis da provinda de S. Paulo: os outros chefes conservadores, reunidos no palcio do governo, organizaram uma chapa, excluindo o nome do dr. Joo Mendes de Almeida,
o partido republicano; os liberaes, opposio, arregimentaram-se. O dr. Joo Mendes de Almeida venceu todos estes obstculos e conseguiu ser um dos deputados mais votados. 1878, foi outra vez reeleito; mas, a Camar dos Deputados, liberal em
e fizeram liga
com
em
Em
sua maioria, apezar do insuspeito parecer da comniisso de verificao de poderes, annullou o seu diploma. Durante esse perodo, em eleies para outros cargos, o seu nome nunca deixou de ser triumphante: entrou em duas listas para a escolha de senador, em 1871 e ejn 1878; foi eleito membro da Assembla Legislativa Provincial para o biennio de 1870 e 1871, e j tinha sido tendo sido presidente delia em 1870 eleito presidente da Camar nuuiicipal de S. Paulo, para o quatriennio de 1861-1864. De 1881 at 1889 a lucta recrudesceu: os outros chefes conservadores j no occultavam as suas ligaes com os republicanos; e, ainda assim, haviam conseguido dos chefes polticos do Rio de Janeiro um certo apoio. Em 1881, soId o regimen da eleio directa censitria, no foi reeleito o dr. Joo Mendes de Almeida; mas, ningum deixou de reconhecer a fora do candidato derrotado e os poderosos elementos que foram dados aos seus adversrios. A lucta continuou, cada vez mais renhida, nas eleies de 1884 e 1886; e mais se accentuava a sciso no seio do partido conservador. Expondo a erigem e as causas de uma tal diviso, j elle tinha
;
pamphleto, intitulado: Manionde era criticada a organisao que, sob o nome de Unio conservadora, era dirigida pelos que o hostilisavam. Nesse Manifesto ha o seguinte tpico: O partido conservador, na provncia de S. Paulo, passa por uma crise violenta... Mas, este facto tem explicao, quer no estado geral de exaltamento dos espritos, quer sobre tudo na aproxipublicado,
em
1882,
um
600
mao de um dos grupos conservadores com o partido republicano, desde muitos .annos, sombra de parentesco entre influentes de um e de outro bando. Quem acreditaria que conservadores, cujo programma defender as instituies constituoionaes, poderiam fazer
alliana com republicanos, cujo programma destruir essas mesmas instituies? So homens de duas almas: a alliana notria; os factos elctoraes desde 1876, a
Em
1887, fundou
tido Conservador; e,
a public^o da Sentinella da Monarchia, folha diria, cujo artigo-programma continha o seguinte paragrapho: Esto em conflicto os dois princpios antagnicos, a Monarchia e a Revoluo. Acreditar que a revoluo se deixar convencer ou seduzir, ser illuso que custar caro aos que a tiverem. Por ora, a revoluo astcia, mostra se indecisa, ostenta certo respeito ao velho imperador. Mas, este estado de indeciso no pode ser mantido, no meio da agitao que os desertores da causa monarcbica vo fomentando. Cada artigo da Sentinella da Monarchia era um grito de alerta aos correligionrios; no numero de 10 de novembro, no editorial, estava a seguinte phrase Nunca a revoluo esteve to perto dos degros do throno! Cinco dias depois, a 15 de novembro, era proclamada a Republica. No dia 17 de novembro, suspendendo a publicao da Sentinella, o dr. Joo Mendes de Almeida declarou que a honra no lhe indicava outro caminho seno o da vida privada, porque, com os ossos assas endurecidos para affeioar-se ao novo regimen, preferia guardar e manter respeitosamente a velha bandeira. Desde ento tem-se limitado aos trabalhos da sua profisso de advogado e ao estudo da lingua tupij^ sua diverso
:
predilecta.
chia,
Verdade , que emquanto este solitrio da monarcada vez mais se isolava dos seus antigos com-
GOl
panbeiros de lucta, muitos destes correram a disputar posies politicas e collocaes rendosas na Republica. Poucos tem sabido manter uma compostura digna e patritica, conservando uns suas cren(,as, outros acceitando sinceramente a nova ordem politica, mas sem genuflexes nem intrigas, e trazendo para a ptria o auxibo de sua cotnpetencia em prol da mesma.
dr. Jofio
Mendes de Almeida.,
e
distinguio-se
como
politico,
como advogado
como
litterato.
Como
politico
manifestou sua energia e actividade na Camar dos De putados, onde fez parte de varias com mises especiaes. Em 1870, da do projecto de interpretao do Acto Addicional Constituio do Imprio; cm 1871^ da do pr>\iecto de emanei pjio do ventre escravo, escrevendo concorrentemente, nesse mesmo anno, durante a sesso legislativa, no Jornal do Commercio, os arigos assignados A guarda constitucional. Em 1873, trabalbou no projecto de reforma eleitoral, sobre o qual escreveu verdadeira monograpbia scientifica, que mereceu menes bonrosas em obras e revistas europas, os elogios do sr. Aubry-Vitet, na sua obra La vraie reforme dectorale (Paris, 1874), e os da Associao reformisla de Les Genebra, no seu Relatrio annual sob o titulo progrs de la reforme lctorale en 1873 (Genve, AHudindo sua energia na opposio, o -iS74). Gloho illustrado, do Rio de Janeiro, em 1882, e referindo-se aos acontecimentos parlamentares de 1873-1 87, fazia esta apreciao: O sr. Joo Mendes de Almeida, um espirito capaz de tecer uma rede de conspiraes, cercava o ministro com mil ardis de guerras; e, eu\ 1886, o Faiz, na seco Tpicos do dia, devida penna de Joaquim Serra, referia que Jos de Alencar affirmava no conliecer ho:"nem de mais recursos na polemica do que o sr. Joo Mendes. Como advogado, era um dos mais eruditos e procurados de S. Paulo, tendo tratado das mais importantes causas que se tem debatido no foro de S. Paulo, seu
:
escriptorio
era
sempre
frequentado
por
innumeros
rj)-^
clientes, e as revistas juridicas traziam quasi sempre memoriaes e allegaes suas. Como litterato, alm dos seus excellentes artigos para a imprensa peiiodica e diria, produziu obras de incontestvel merecimento, taes como O senado e a reforma constitudonaL opsculo de combate; Algumas
;
notas genealgicas, com uma interessante parte histrica e ethnographica; capitania de S. Vicente- So Paulo, memoria lida perante a Sociedade de Homens
de Lettras de S. Paulo; Blcconaro Geographico da Provncia de S. Pardo (indito), do qual foram lidos alguns excerptos perante a mesma Sociedade; Memoria
nome America; Memoria sobre os nomes Amazo Maranho, Guianna, com referencia ao rio Amazonas; Memoria sobre qual o chefe principal da nao Goi-u, na regio nomeada Piratininga, etc.
sobrf o
nas, Solimoes,
A pedido dos respectivos ministros, sem estipendio de espcie alguma, elaborou o regulamento da reforma judiciaria (Dec. n. 4.824, de 22 de novembro de 1871) e o da emancipao do ventre escravo (Decr. n. .13 de 13 de novembro de 4872).
Era scio do Instituto Histrico Geogrophico e Eih nographico do Brasil, presidente da Sociedade dos Homens de Lettras de S. Paulo, presidente do lustituto dos Advogados de S. Paulo, scio correspondente da Sociedade de Geographia de Lisboa, etc. Depois de proclamada a Republica, o dr. Joo Mendes de Almeida, no depoz a espada de combate; em todos os terrenos, por todos os meios guerieou com vigor e tatica as instituies vigentes. E as vozes que os seus antigos partidrios se approximavam das aggremiaes republicanas, l estava o clarim do dr. Joo Mendes, parachamal-os ordem e concentrai- os ao redor da bandeira imperial. S a morte o venceu. Doscubramo-nos respeitosos ante o adversai'io cabido.
Miranda Azevedo.
ELIX FERREIRA
Ha
uns trinta annos atrs, a morte de Flix Ferechoado tristemente por entre um grande
cultores de lettras, artistas e polticos braagora ao transmittir o telegrapho a triste nova
reira teria
numero de
sileiros;
despercebido
seu
fallecimento. Se o Jornal do Commerco, no dedicasse algumas linhas ao seu collaborador, estaria de todo
esquecida a individualidade do modesto e illustre polygrapho fluminense Conhecemol-o no perodo do enthusiasmo e seu ardor do struggle for life, e por isso sabemos quanto valia sua illustrafo, e})ecialmente em questes de bibliographia nacional. Pertencia Flix Ferreira a essa pliade illustre, e notvel de talentos de primeira ordem que distinguiam-se pelo amor ardente ao culto das lettras, que viveu e animou sociedade fluminense de 1864 a 1878. ('ompanheiro e convivendo com Manoel ?>lajor, Joaquim Garcia Pires de Almeida, Verssimo do Bom Successo. Ferreira das Neves, Leito Jnior, Tupaberaba, Mello Moraes Filho, Pires de Almeida, Coaracy, Gratulino Coelho, Zaluar, Macedo, Anastcio do Bom Successo, Machado de Assis, Bellegarde, Luiz Guimares, e o prprio Jos de Alencar. Flix Feri-eira foi assduo collaborador de quasi todas as revistas e jornaes dessa poca, tendo sido mesmo o fundador de algumas que tiveram vida ephemera mas gloriosa; como a Ideia. A sua ndole calma collocava-o entre os conservadores, mas nunca se deixou enthusiasmar pela politica militante, nem mesmo quando auxiliar de Jos de Alencar no seu JDeseseis de Julho.
(U
Escreveu
priricipalmente
sobre
educao,
ensino
Bittencourt da Silva o benemdo Lyceu de Artes e Officios do Rio de Janeiro, escreveu-lhe de modo elegante e eloquente a
Amigo dedicado de
rito funda(ior
biographia; e depois em vrios outros escriptos salientou a importncia e o valor daquella instituio e dos servios por ella prestados ao paiz, philantropicamente. Ao thentro consagrou algumas produces de mum romancete interessante, A m rito, e publicou eMreUa, que foi bem recebido pela critica de ento. Muitas poesias suas, existem nas folhas da poclia e maior o numero das inditas, todas de boa inspirao, correctas e cheias de lyrismo, que era a corrente dominante do meio em que vivia Flix Ferreira, um crente e catholico convicto. Apezar de sua ndole timida, manejava com graa o epigramma, e mesmo no gnero de Laurindo Rebello, deixou escriptos dignos de ser conservados. coUfiborao com outro poeti o amigo, Ferreira das Neves, chegou a publicar nesse gnero um volume de poesias, bem originaes Toesas nnoccnfes
Em
estes e ouins trabalhos de Flix Ferreira, que abrimos espao nesta necrologia a seu nome; e sobretudo pela alta competncia que tinha sobre estudos brasileiros e especialmente sobre bibliographia nacional.
ahi
formou o
seu gosto
pelo
estudo
biblio-
graphico brasileiro.
Modesto e retrahido, quasi que s os amigos sabiam do valor de sua erudico nesta especialidade; e ainda mais limitado era o numero a quem confiava o manuscripto precioso que modestamente intitulava Ensaio
:
de
uma
hibliographia hrasleira.
balho, e
Devemos a sua amizade o conhecimento desse trapodemos affirmal-o, delle e desse tempo (1869)
i;05
data o nosso amor a esse estudo. J era o manuscripto, uessa poca um opulento repositrio de informaes, que annos depois, vimos mais completo e avolumado. O velho editor B. L. Garnier, chegou a entrar em negociaes para publicar essa obra; recuou ante o temor de no encontrar prompta remunerao commercial para o livro, embora Flix Ferreira se contentasse em ter como direito de autor s, a publicao do trabalho e
graphicas, publicou em um jornal fluminense; O Cruzeiro e depois reuniu em folheto. Os mais illustres bibliophilos como Martins, da Biblioteca Fluminense, e Alves Carvalho o bibliomano tinham em conta as opines de Flix intelligente,
Ferreira.
poucos exemplares itara distribuir a amigos Flix Ferreira a sua paixo; e quando a Bibliotheca Nacional, fez a sua exposio da historia do Brasil, revelou-se critico esclarecido e competente numa serie de artigos que com o titulo Notas biblioal()ims
1
Nunca deixou
Retirado ultimamente do mundo activo, viveu para a familia o para as lettras e agora finou se, deixando (^om certeza manuscriptos de valor. O Instituto Histrico de S. Paulo, no pde esquecer-se desse cultor das lettras ptrias, e de nossa parte, saudosos e tristes prestamos ao amigo e mestre um
pi eito sincero.
formulamos
Concluda esta peregrinao pela cidade dos mortos, em relao as obras de Flix Ferreita, os mesmos votos que pronunciamos pelas de Couto de Magalhes e Mendes de Almeida, que sejam conservadas por seus herdeiros e publicadas para gloria dos mesmos e proveito da ptria.
Miranda Azevedo.
-^S-^^^teB^-*-
BIBLIOGRAPHIA
BiBLiOGRAPHiE Brsilienne. CafaZo^fwe des ouvrages Franais ei Latins Relatifs au Brsil^ (1500-1898). par A. L. Garrdux, ex-libraire Saint Paul, Pari-, '898.
J escrevemos algures, que a bibliographia uma especialidade, que poucos cultores tem entre ns; continua a ser exacta a affimao, e nem temos esperana de que em breve periodo desapparea essa indifferena, para com uma paixo, das mais interessantes e absorvedoras, da intelligencia e^lucada. O Brasil um dos poucos paizes qne se prezando de civilizado, no possue at hoje uma nica associao de bibliopliilos, nem conta revista ou peridico que se consagre a estudos bibliographicos. Emquanto a Frana, a Itlia, a Blgica, os paizes do Norte da Europa e Auierica, sustentam e animam importantes sociedades de bibliographos e bibliophilos, o prprio nome da sciencia, que tanto amaram Charles Nodier e Ferdinand Dnis, quasi desconhecido do publico brasileiro. E j era tempo, para que homens de mrito e prestigio no nosso mundo litterario, combatessem e^se prejuzo e levantassem uma cruzada para a dif fuso do gosto e estudo pola arte ou sciencia dos Duelos. Brunct, Ternaux, Figanire, Innocencio, Brito Aranha, Martins, Fournier, Osmand, Berard, Bernardes Branco, Ramiz Galvo, Valle Cabral, Capitrano de Abreu e .outros. A Academia Brasileira de Lettras, bem andaria se emprehendesse iniciar e dirigir to nobre causa; ahi deixamos o appello sem maior competenciapara fazel-o,
mas
sincero e patritico.
608
Nao cremos que se attinja logo a perfeio da Inglaterra, onde o qualificativo de bibliomaniaco considerado titulo de perfeio, a que os bibliophilos mais eruditos e provectos aspiram e prezam, mas ao menos
poderemos
ir
coniecendo
com
estas questes, e
sociedade de bibliograpbos brasileiros. Desse dessamr sciencia dos livros, resulta ser to pouco conhecida a riqueza das obras antigas relativas ao Brasil, e a lacuna que se nota de referencia de livros e manuscriptos desse assumpto, at em obras especiaes da matria. Todos os paizes tem contribudo mais ou- menos para esse ramo litterario, cuja primeira produco foi a Bihliothca Univrsalis, de Conrado Gesner, publicada em 165, sobre livros latinos, hebraicos e gregos; e para essa caudalosa corrente que se tem avolumado sempre, vem concorrer, de modo precioso a obra do o sympathico livreiro conhecido e sr, A. L. Garraux, estimado de quasi todos ns. Foi com a maior sympathia e curiosidade que minuseamos o bello volume, cujo titulo epigrapha este artigo, e, a sympathia augmentou com a leitura e a curiosidade se manteve satisfeita at o fim. Estamos to pouco ha^bitiiados a vr que (>s nossos hospedes, uma vez restitudos a seus lares, se recordem favoravelmente desta terra, e meros ainda que escrevam sinceramente o que observaram, e no j benvolos, mas justos, digam as nossas qualidades e c msurem os nossos ^defeitos, que muito conforto tivemos ao compulsar o importante trabalho do sr. A. L. Garraux. A maior prova de apreo e considerao que podemos demonstrar para com o autor, a des^
pretenciosa analyse
Brsilienne.
obra completa, e que tenha dito a ultisobre o assumpto; o prprio sr. Garraux, palavra escreve no prefacio: Malgr un perseverant labeur de
No
uma
ma
609
plusieurs annes, je n'ai pas la pretention d'avoir puimon sujet; mas inquestionavelmente, publicado, o trabalho mais consciencioso que possumos, excepo feita do monumental Catalogo da Exposio de Historia do Brasil, da Bibliotheca Nacional do Rio do
s
relacionar
com
Les travaux bien circonscrits sont en general ceux que Ton traite le mieux, qui rendent le plus de servim'a determine ne comprence. Cest la raison qui dre dans cette bibliographie brsilienne que les ouvrages rediges en f ranais et en latin. Quoique limite, ce champ de recherches bibliographiques m'a paru encore assez vaste pour fournir une .ample moisson.
logo descriptivo em ordem alphabetica, de autores, e de uma Parte methodlca, em que a matria vem classificada por assumptos, com referencia aos nomes dos autores e das obras da relao bibliographica. Na'ia diremos sobre o plano adoptado, que o clssico, seguido em obras deste gnero. Segundo a exposio do sr. A. L. 'Garraux, iremos apontando algumas omisses ou lacunas do seu precioso
livro.
Ha
typis,
algumas omisses que se explicam como lajystts pois outra no pde ser a causa, em quem se mosinvestigada u-, e tendo
tra to miticuloso e
cabedal
impressionou-nos logo a falta de de Ferdinand Dnis. E' que o nome do antigo bibliothecario de Sainte Genevive, est de tal modo ligado ao Brasil, e os seus escriptos so to conhecidos dos que se occupam com estes estudos, que s aquelle lapso justifica a ausncia
Nesse numero,
meno de
um
livn,
610
das Scnes de la Nature sous
influente sur Faris ndio,
les
Tropiques^ et
livros
la
posie^
suivie
de
Camens
da,
Bem que essa obra seja rara, e como tal a reputamos, de accordo com os melhores especialistas, deve ser conhecida do sr. A. L. Garraux, por isso no fazemos a sua bibliognose, a vista do exemplar que possumos na nossa modesta colleco.
sante Dissertation sur les usages du fruit de Tanacardium occidentale et spcialement sur les propriets
medicinales de sa resine; these presente et sautennue la Faculte de Medicine de Paris le 24 aout 183 1 pour obtenir le grade de docteur en Medeciie. Paris 1831 45 pgs. do nc^tavel medico Dr. Agostinho Vieira de Mattos, cultor esclarecido da matria medica indgena, que valgarisou o uso da nossa quina cujo principio activo o vicirino foi dado em honra ao seu nome. Classificamos de lapso, porque vemos citados os trabalhos congneres de Guimares Peixoto, Mavignier,
Caminho
Outras
e outros.
omisses
no
podem
ser
explicadas pelo
mesmo
que
lapso, e antes attribuimos a pressa talvez com consultou auetores conhecidos e que podiam at
No duvidamos um s momento, que o sr. Garraux, conhea e tenha a mo Tortugal e os Estrangeiros^ estudos de Manoel Bernardes Branco. (2) Pois esse seria o typo que estimaramos ver adoptado pelo intelligente autor da BibJiographie Brsilienne. A razo dessa preferencia est nas innumeras e copiosas trans* cripes que faz Bernardes Branco de muitas obras que descreve e analysa.
:
(1)
(2)
partes.
611
Esse methodo teria sobretudo vantagem para o
leitor
brasileiro, longe das bibliothecas que encerram esses thesouros raros, que assim poderia conhecer e apreciar
lr.
do
Br^*sil
De
ohservare
Gus Marco Beneuantano monacho Ccelestino ^dita. No meio em que est o sr. L. Garraux, e com recursos de apurar a verdade sobre o que escreveu e sustentou Porto Seguro, devia aproveitar para estabelecer, se com effeito, Marco Beneventano, fez ou. no, esta descripo de conformidade com as informaes de
Amrico Vespucio. Notamos a mesma falta quanto ao Theatrum orhis terrarum. Auet. Abrahamo Ortelio. Antuerpiae apud Christophum Plantum, 1579, com 93 eh. e retrato do autor e a nova edio de 1584, com li4 eh., pois foi
:
Americae o primeiro trabalho desse gnero, contendo sive novi orhis nova descriptio. Nem pode servir de excusa, o ter escripto: avoir laiss de ct la partie cartographique, porque e descreve o NoHvel atlas ou theatre du mondey de Janssonius (1) de 1603.
:
Seguindo a ordem chronologica, lembramos um outro autor que vimos referido por B. Branco (2), esVera quecido tambm na Bhliographie Brsilienne o Hulderici historia admranda cujusdam navigationis
;
Sckimidd dei
juxta Brasiliam
ipso Selilmidello
dlta.
Riu
;
dei
Germamce
descripta^
Noribergae-1599
A. L. Garraux
bom
(1)
(2)
Bihl,
cit.
Brsl
Pg.
141.
B. Branco. Obr.
61 '2
Garraux, ze em nova edio de seu trabalho adiantarnos alguma cousa sobre esta VERA IISTORIA. outro ponto digno de ser esclarecido e que at hoje est muito problemtico, a Breve rdation de
Um
Vetat de
Pernamhouq
feito
em Amsterdam em
sr.
1640, e
A. L. Garraux. que passou Outro problema curioso que tambm est sem sohio satisfactoria, e devera ser definitivamente dada pelo Sr. Garraux, a Historia do Ikramento do Brasil do poder dos hollandezes pelo grande uagico Jcan Racine cremos, que em tempo seremos attendidos. Concernente a documentos diplomticos manusriptos ou im])ressos^ mais de notar as omissscs do
silencio o
;
em
Sr. A. L. Garraux, principalmente tendo publicado o seu livro no periodo em que as contendas diplomticas entre o Brasil e a Frana estavam na ordem
do
dia.
actus^ ut navigationis ac commercii, pariterque succtirsus factus, initiis et condusus Hagoe Comitis die duodechna Junnii 1641; tempore Becennii inter Dominum Truto de Men-
o Tra
dona Furtado,
ftc
Heredum
etc,, etc. Haga-Comitis. Typis Viduae Hillebrandi Jacobi a Wouw. Anno 1642. Ainda nesse mesmo gnero e talvez com melhor
Propositlons cathegoriques et dernire rsoapplicao lution de monsifur de Souza Macedo amhassadeur de Portugal, touchant les differens du Brsil imprime Van 1657 e tambm ProposUions presentes par Monsieur de Souza Macedo, amhassadeur de Portugal, les quUs mes^
recevor
ny mme
lire.
Agora deixando de lado os reparos colhidos do compulsar de auctores que estudam a matria, referiremos outra omisso de um curioso Elzevh' que possumos.
Brazil,
Transcrevemos o titulo e a descri po que d do por parecer digna de ser lida. E' muito possvel
r,i3
noticia de incentivo a idnticas divulgaes. Eis na integra os dizeres do Elzevir' de 1651 Philippi Cluverii INTRODUCTIONIS in Uni-
versam Geographiam tam veterem quam Novam lhri VI. AccESsiT P. Bertii Breviarium Orhis terrarum
AMSTELODAMI Apud
No
.
Ludovicum Elzevirium
1651.
Livro VI. Cap. XIV, tratando da America Meridonalis sive Feruvimm, diz Regiones quibus distinguiCastella urea, Bogot Peruvia, Chil% tur sunt hoe Chica, Braslia, Carihana, Gujana, Biquh% omnes Oceano perfusae. Acerca do Brasil, eis tudo que diz na pag. 327, que a titulo de documento iiistorico e curioso, transcrevemos BRASLIA, vasta rgio, ut quae quartam Meridiona,
lis
Americae partem obtinet, saccari singulari atque ubere proventu maxime nobilis est. Praecipuum opidum est Portus omnium sanctorum, proefecti totius provinciae sedes.
intus opida Assunto & Faragiiate. Reliquae regiones introrsus aut non co^nitae, aut obscurae sunt; nullis
memoratu dignis. Do mesmo anno impresso em Paris a relao de viagem de Francisco Couche citada por Bernardes Branibi locis
co no vol. 2^, pag. 143 e no contemplada pelo Sr. A. L. Garraux, eis o titulo Belations veritahles et curieuses de Vide de Madagscar et du Brsil savoir relatton du voyage de Franois Couche de Boueti en Visle de MaParis 1651. dagscar et cotes d' Afrique en 1Q3%
citada
uma obra
de astronomia, que recommendamos a inves de Valentim Stancel^ Legatigafo do Sr. Garraux tus Uranius ex or^he novo in veterem, hoc est Ohservationes
;
Praga
1683.
e estes escri-
ptos, assignalaremos uma falta mais grave na' Bihliograj^hie Brsilienne, e tanto mais indisculpavel porquanto se acha impresso em varias edies e at tra-
duzida.
O nome
614
S. Paulo, que uo comprehendo Sr. A. L. Garraux. Trata-se de da sua Epistola quam iilurimarum rerum naturalium quoe S. Vincentii (nun 8, Pauli) provinciam incolunt sistens descriptionem a Bidaco de Toledo Lara Ordonhcz adjectis annotationihus edita, jussuque Begiae Scientiarum Academiae Ollsiponensis. Ejus memoriis ad historiam transmarinarum nationum conscrihendam 'procientibus adjecta. Qlisijoone, Typis AcadeAnni 1799, 4, IV 4:6 pg. Vem esta interesmiae sante epistola na Colleco de Noticias pa^^a a Histo-
em
dominios portugueses ou lhes so vizinhos, publicada pela Sciencias, Tomo I (N. 3) Lisboa 1817 e tambm nos Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro. (1)
J vae longa esta analyse mas no podemos consem chamar atteno para uma pesquiza a fazer, accerca de uma interessante obra que possuimos, e cujo autor no pudemos descobrir ainda. Offerecemos ao laborioso investigador Sr. A. L. Garaux a descoberta do caso, pois no centro em que vive poder descobrir a referida obra, embora rara, e consultar bibliophilos competentes para encontrarem a chave do enygma. Eis o titulo Eecherches Philosophiques sur les Americains ou Mmoires interessants pour servir a rhistoire de VEspece humaine pur M. de F" Avec une disertation sur VAmriqueet les Americains par Dom Pernety et la defense de VAuteur des Becherhes contre cette disertation. A. Berlin. MDCCLXX. 3 volumes
cluil-a
Quem
Ahi
MB.
DE P-
est a pergunta e aguardamos a resposta que ser satisfactoria, se o sr. A. L. Garraux attendei este
nosso pedido.
(1)
Ftc. I
Pg.
1 -576
1877Vol.
57 e seg.
615
Outro problema bibliographico que oferecemos ao da Bihliographie Bresilienne o mencionado por B. Branco (1) Lettres Portugaises et Bresiliennas par Philippe Jrome Gaucher de Passac. Blois 1824, 3 voL, n'esse cazo deve ser comprendida tambm a Histoire du Fere Vityra Jesuite portugaisy missionaire dans Vancien et nouveau monde, Lyon-1875, sendo publicaes relativamente modernas no ser muiil
lustre auctor
to difficil encontra-las
com
as relaes e
recursos que
possue.
J vae longo este artigo; no desejamos^ fatigar o por isso no apontaremos outras omisses ou incoherencias do livro que analysamos, concernente a obras sobre Portugal em epocha que era metrpole do Brazil, mas lembramos alguns livros modernos que escaparam a resenha do sr. A. L. Garraux, o ainda estamos muito e muito longe, de nos approximar da realidade dos volumes publicados; pois nos soccoremos, no de catlogos ou boUettins bibliographicos, mas simplis mente da nossa colleco particular.
leitor,
Um
d'elles,
com
que nos trata collocando-nos ao lado de paizes bem pouco cultos, foi publicado por occasio do Exposio de 1878. Comettant- -Lcs civiUsations ineonnues Outra A Travrs VAmrique Latine par R.le ChoUeuxFsiris 1889, servem para despertar o desejo de publicar logo, mais minuciosa e completa, uma nova edio de seu livro.
Para concluir apontaremos o livro do Conde de Raczynski, que no figura em sua Biblographia e bem merecia pois mais raro que o Diccionaro artstico e interessante que aquelle. reputamo-lo mesmo mais Quanto a sua raridade, bem podemos avalia-la, pois ba tempos, apezar do esforo do benemrito Dr. Zeferino Brum, no conseguio a nossa Bihliotheca Nacional um exemplar para seu arcliivo.
Vamos
suimos
Les
dar
(1)
M. B. Branco
Obra
cit.
2o vol. Pg.
1.
ei6
socet artistiqueet scientifique de
de documents. Paris
esta rpida votos para que o exemplo do Sr. A. L. Garraux seja imitado, e possamos em breve ter um trabalho completo nesta especialidade.
chamos
Boiim, acoompagnes 1846, 8^, 548 pg., e com ela feanalyse fazendo os mais sinceros
Ao
Brasil
um
distincto extrangeiro
Dezembro de 1898.
Miranda Azevedo.
DiCCIONARIO BlBLIOGRAPHICO BraZILEIRO PELO DOUTOR Augusto Victorino Alves Sacramento Blake
40
A
volume
obra meritria
patriota Dr. Augusto Blake em 1883, vae proseguindo, morosamente, mas sem desalento da parte do seu autor, embora sem o acolhimento que devera ter en-
Quando outro no fosse o valor intrnseco do trabalho do Dr. Augusto Blake, bastava este nobre exemplo de perseverana, no culto das lettras para que todos concorressem moral e materialmente para a breve e rpida concluso do Diccionario Bibliographico Brazileiro, nico escripto que possumos, neste gnero, de
autor nacional.
Seguindo o habito que temos tido, por occasio do apparecimento dos outros volumes, trazemos as imno com pretenpresses d?, leitura do 4*^ volumQ es a- critica, mas antes como protesto ao quasi geral
;
617
silencio,
com que
foi recebido
este livro,
em
que deveria
todas as
No repetiremos o que outros, melhor, j tm escripto sobre a utilidade de obras deste gnero, e especialmente do modo intelligente e imparcial com que o Dr. Augusto Blake tem seguido na execuo do plano
traado.
Parece nos que o Dr. Augusto Blake no receben como producto das inexorveis refere na introduco do 3" volume do Diccionario. Renovaremos, porm, o reparo que fizemos no artigo publicado no Dirio Popular, noticiando o volume que appareceu em 1896. Bem poderia o dr. A. Blake ter attendido a algumas indicaes que ahi fizemos, rdativas a ausncia dos nomes do l)r.Ignacio Betoldi, Joo de Almeida, Dr. Matta Machado, J. Baptista Torres Tupaberaba, e outros, e tambm completar a lista dos escri ptcs do, Francisco Octaviano, com os Cantos do Selma, etc, conforme tambm lenibramos em outro artigo sobre o 2" volume.
esta ligeira analyse, censuras, a que se
Insistimos sobre esse ponto porque no Apndice que traz este 4" volume como accrescimo e complemento aos anteriores, bem poderia ter incluido os subsdios
E' lamentvel que em nenhum dos volumes traga o Dr. Augusto Blake o nomedeJoo Armitage, e no tenha se occupado em elucidar as circumstancias em que esse auctor compoz a sua preciosa Historia do Brazil desde a vinda de D. Joo VI at 1831. (1) So to pouco conhecidas as particularidades da vida de Armitage, que muitos duvidaro de sua existncia,
(1) Historia do Brazil desde a chegada da Renl Familia d Bragana em 1808 at a abdicao do imperador D. Pedro I em 1831 por Joo Armitage e traduzida do ioglez por um brazilelro Rio de Janeiro 1837.
618
sido escripto primitivamente em inglez tal livro. Se a existncia da obra em iiiglez no
e contestaro at, ter
admitte mais duvida, (2) comtudo ha quem ainda julgue problemtica a existncia do continuador de Roberto Southey, e pense que foi Evaristo da Veiga o verdadeiro auctor da obra. O Dr. Augusto Blake tem merecimento e competncia para elucidar d vez esse problema. Na lista dcs numes omittidos, apontamos o do Dr. Joo do Nascimento Quirino dos Santos, poeta e jornalista campineiro, que, deixando pencas produces,
Ihe
essas, pelo valor e mrito, supprem a direito incontestvel a lugar
um
em
(]ue figuram tantos e tantos, que de modo algum so dignos sequer de approximao, ao mallogrado J. poeta campineiro. Outro que no foi lembrado Baptista Torres Tupaberaba, natural de Itaguah}', di:
se em Pharmacia na Faculdade do Rio de Janeiro pelo anno de 1860. Foi depois repetidor de Phvsica, Chimica e Sciencias Naturaes do Collegio de Pedro II at a epocha do seu fallecimento em 1871. Escreveu nos jornaes e revistas desse tempo, artigos scientificos e litterarios e poesias. Publicou umromanUm Sarau na cete no gnero dos de Pmil de Kock casa do Senhor Finifim^, leixou outro indito -Mister John, um Manual do Galvanoplasta e muitas poesias, que seu cunhado o Sr. Baptista Rousseau, antigo revisor do Dirio Oficial contava ])ublicar. Extranhamos tambm o esquecimento do nome do celebre medico Dr. Joaquim Jos da Silva, cuja fama de primeiro clinico de seu tempo, a tradio ainda conserva com respeito, e mais viva perdura a sua memoria, porque renoyou-se e cresceu com a mesma gloria, de seus filhos e herdeiros os Drs. Jos e Joo da Silva. Havia ensejo de traar, embora ligeiramente, a biographia desse illustre mestre, que tambm foi um grande patriota e teve proeminncia na politica de seu tempo.
plomou
Pe^lro First in 18.31 foming a coiitiuiiatioii to }Sonthe,v's Histoij of tliat country Bj Joliii Armitage Esq. in iwo volumes Loadon 1836.
<.f
(2) History of Brazil fom tie poriod o tlie Hraiiaii7,a Family in 1808 to thc A^(l!catin^l
The
thn
irrival ot
Don
G19
Acerca da Revoluo de 7 de Abril e das causas que determinaram o conservar-se a forma monarchica,
muita' cousa
ainda
documento valioso, muito raro e que teve repercusso na imprensa e at nos tribunaes judicirios, o folheto do Dr. Joaquim Silva. Em outro lugar nos occuparemos com esse ponto hoje nos limitamos a parte
;
um
est por se
dizer e esclarecer. E*
bibliographica, eis o titulo O cirurgio formado Joaquim Jos da Silva ao Publico Rio de Janeiro. Na typographia de Gi ;effier
*
da Quitanda,
n.
79.-18)1.
Aqui vem naturalmente reparar que na lista dos escriptos do dr. Joaquim Cndido Soares de Meirelles (1) no figure a Explicao da Intriga feita pelo cirurgio formado Joaquim Jos da Silva ao dr. Joaquim Cndido Soares de Meirelles Rio de Janeiro. Na Typographia do Gueffier & C. 183b>. Tambm no falia de outro
curioso e rarssimo opsculo, pertencente a mesma serie: Reflexes as calumnias tecidas pelo cirurgio formado Jacinto Jos da Silva Rodrigues PereiJoaquim por ra dos Reis. Rio de Janeiro. Na Typographia Nacional 1831. O Dr. Joo Jos Lobo Pessanha, ha pouco fallecido n'e^ta cidade, engenheiro distincto, versado em scien cias naturaes especialmente em botnica, tinha direito a ser relembrado pelo Dr. Augusto Blake, de quem era conterrneo. Alem do muito que escreveo em jornaes o revistas, tinha concludo um valioso Catalogo botnico de todas as plantas conhecidas, onde incluiu mais <lo
200 descriptas
recto e hbil
numero de
lista,
e classificadas por
elle.
Desenhista cor-
que devia
Para concluir mostraremos alguns nomes cujos dados biographicos so incompletos; de uns .falto a data do nascimento, de outros a do bito. Aqui no
(l)
-118
620
ou o lugar da naturalidade, escasseam ali os mais importantes d:v vida dos biographados ou no f-o exactas as qualidades que lhe so attribuidas. O artigo sobre o Dr. Joo Pereira Monteiro (1) no traz completa a lista dos seus trabalhos, e no consigna a data do seu nascimento nem a da sua formatura. Quanto aos Drs. Joo Tibiri Piratininga, Jos Cesrio de Faria Alvim, Joaquim Mattoso Duque Estrada Camar, Joaquim Campos Porto, Jos .Arthur Boiteux, Joo Vieira de Almeida, Joaquim de Almeida Pinto, Jos Custodio Alves Lima, Joaquim Augusto Las Casas dos Santos, a falta de dados biographicos em alguns completa, e no entanto so todos contemporneos e com pouco trabalho poder o benemrito Dr. Augusto Blake ])reencher esses lacunas no prximo volume, bem como o do dia do falleciniento do Dr. Joo Theodoro Xavier de Mattos. Quanto a Jos Francisco Vieira Bra?a que julga formado em medicina (2) ha engano era nem estudos no tinha diplomado, regulares, pois conforme informaes fidedignas que recebemos de um intelligente e laborioso maranhense aqui residente. ha
filiao,
factos
dos escriptos de Joaquim Serra (3) publica S. Luis (?). Nunca a vi; accrescenta o Dr. A. Blake. Se recorrer a Bibliotheca Nacional ou a Bibliotheca Fluminense, com certeza encontrar esse folheto,
lista
Na
%A Capangada
que um poemeto satyrico em diversos cantos, paraphraseando os Luziadas, primitivamente publicado na Reforma por occasio das luctas eleitoraes e foi dos successos occoridos na frequezia da Gloria
;
avulso e teve larga e profusa circulao. Como tudo que sahia da penna de Joaquim Serra, tinha valor litterario e forma elegante. No damcs aqui a sua bibliognose, por no termo-la de momento a mo, mas podemos affirmar ter sido impresso a Capangada? na Typographia da Reforma rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro em 1870 ou 1871.
tirado
(1)
(2)
(3)
em
Dr. A. Blake-Dicc. cit. Pag. 21-511 Dioc. Cit. Tom. IV, pag. 438 Dioc. Cit. Tom. IV, pag. 200.
Tom. IV.
621
Tratando do General Joo Vicente Leite de Castro no mencionou o folheto que escreveu historiando os successos poKticos e mihtares em que figurou na Revoluo da Armada de 1893 a 1894, em Pernambuco. No vimos esse folheto, do qual s temos noticia pela
imprensa, que o julga importante documento histrico para essa epocha. Antes de finalizar esta noticia, offerecemos um ponto ao Dr. A. Blake para resolver. E' a autoria do pamphleto A Conferencia dos Humanos, parodia ou critica Conferencia dos Divinos do Dr. Antnio Ferreira Vianna. Essa satyra attribuida pelo Dr. A. Blake ao Dr. Jos Alves Pereira de Carvalho, outros contemporneos apontam como devida penna do Dr. Graciliano Aristides do Prado Pimentel. dos servios mais assignalados que veiu trazernos este volume do Dr.. A. Blake, foi a revindicao de um celebre soneto, attribuido ao velho Antnio Carlos sobre a morte de Rattcliff, para seu veidadeiro auctor pintor e poeta fallecido Jorge Jos Pinto Vedras (1
Um
S. Paulo, e cuja memoria pouco conhecida, e menos ainda suas obras. Emfim o 4" volume do Diccionario Bibliographico Brazileiro mais um attestado do mrito e valor do Dr. Augusto Blake, que contribuo para opulentar alitteratura nacional de modo louvvel tivssemos prese a obra estaria toda sua tigio publicada dentro em
;
em
pouco.
S.
Paulo Dezembro
18^j8.
Miranda Azevedo.
(1)
Dic. Cit
264.
RELAO
das offertas de livros, revistas, mappas
e
jornais, feitas a
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;
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;
Azevedo; Relatrio da Sociedade Brasileira para animao dacreao e agricultura de Paris, 1896-1897; Regulamento
S. Pau^o; nnaes do Senado de S. Paulo, 1897; Relatrio e Synopse dos trabalhos do Senado de S. Paulo, em 1897; Mensagem do dr. Cam-
da Escola PcHtechnica de
1897, (em portugnez, francez, inglez e allemoV, Leis e decretos do Estado, 1889 a 1892; Oramento da receita e despega
dr. A.
lista,
do Estado, para 1898; Piecordaes da Allemanha, pelo Las Casas dos Santos; Revista do Museu Pau-
vol. 2."; Archivo do Districto Federal, novembro dezembro de 1897; Parecer sobre o projecto do cdigo penal, pelo dr. Manoel A. de Vianna; Razes de appel-
624
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Produco e consumo do caf no mundo, por J. Lacerda Franco; Cathedsmo Repuhlicano, por Borges Carneiro; Livro de visitantes do Club liepuhlicauo de S. Paulo; Expulso dos jesutas de S. Paulo em 1640; Manus-
Annaes do Senado, 1891 a 1895; Ann:xs do Congresso Constituinte de S. Paulo; Annaes da Camar dos Deputados de S. Paulo, 1891 a 1897; Histoire du Brsil, por Alphonse de Beauchamp; As regies
eripto truncado;
zoni, pelo dr.
amazonicas, pelo baro de Maraj; Nel paese delle AmazVinzenzo Grossi, Historia do Brasil, de Roberto Southey; Discursos,
^o
coxiQgo
Manoel Vicente,
Almanach Popular
soldado,
um
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Ambrsio
Ecojiomm
Politica, pelo
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e Roma, pelo mesmo; Geographia monsenhor Atlas, por Canturier; Geographia Geraly por Moreira Pinto; Historia Universal, pelo mesmo; Epitome da Historia do Brasil, pelo mesmo; Conheamos a nossa terra, por Menezes Vieira; Feitas Nacionaes, pelo
dr.
toria
da
Grcia
de
2.,
3.^
pelo mesmo; Historia do Brasil, por Felisbello Freire, Sciencias Naturaes e Physicas, pelo dr. Felicssimo R.
Silva; Historia Antiga, por
Fernandes, Instruco moral e civica, por Esteves da Joo Ribeiro; Historia Na-
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JRemola, por
Elist
Observaes
criticas,
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cipal e policial
por Eugnio Teixeira; Diviso judiciaria, munido Estado de S. Paulo, por Sebastio
;
Moreira
Memorias para a capitania de S. Vicfnte, por Madre de Deus; Belatorio da Secretaria de Justia, 1897; Historia da America portuguesa, por S. da Rocha Pitta Belatorio da Secretaria da Agricultura da Bahia, 1896 Belatorio do chefe de policia de S. Paulo, 1893 a 1893; Contes indiens du Bresil, pelo
Frei Gaspar da
;
;
Villa Bica, (poema), de general Couto de Magalhes Cludio Manoel da Costa; Emancipao dos escravos,
;
pelo deputado
reira Vioso:
de
d.
Antnio Fer-
creamas; Viagem pelo Interior de Minas e Goyaz, pelo dr. Virglio M. de Mello Franco; Notas sobre a Tarahyba, por J. Joffili Commentario a
is
;
A festa
por Joseph Story; Videiras americanas, pelo dr. Emilio A. Gpldi Noes geographicas e administrativas de Minas Geraes, por
Constituio
;
dos
Instados
Unidos,
Henrique Gerber; Dados estatsticos, sobre a industria e agricultura de Minas Geraes em 1890; Acquiso da posse por intermedirio, pelo conselheiro dr. Duarte de
Azevedo
Arte de grammatica da
lngua braslica da
nao Biriri, pelo padre Luiz V. Mamiani; Apontamentos sobre a banciiga, por Baptista C. de A. No-
627
Terras e propriedade do dr. Domingos JaguaFronteira Sul do Amazonas, pelo dr. Manoel Tarihe; da fundao do Imprio Brasileiro, por Historia pajs; J. M. Pereira da Silva; Historia do Brasil, por Frangueira:
cisco Solano Constncio;
Anno
blographco
brasileiro,
Macedo; Depurao pelo solo dos productos de exgottos, pelos drs. Emilio Ribas e Theodoro Bayma; Annuario Medico Brasileiro, pelo
Diversos manuscriptos sobre historia do Brasil, pelo dr. Alfredo Moreira Pinto; O Muncipio e a Bepuhlica, pelo dr. Domingo Jaguaribe; Lendas e canes populares, por Juvenal Galeno;
dr. Carlos Costa;
e geographia
Dicdonario chorographico histrico de Pernambuco, 4. volume, pelo dr. Sebastio Vasconcellos Galvo; Documentos interessantes, volume 24 o 25; Discurso so bre o
centenrio
da ndia, pronunciado pelo dr. Braz do du travail, volume 1.; Vocabulrio Accdents Amaral;
Grandense, pelo dr. J. Romaguera Oorra; Facifieao do Bio Grande do Std, pelo sr. Alfredo F.
Sul' Bio
Rodrigues; Discurso, proferido pelo sr. Manoel Pereira Guimares; Almirante dos Mares Orientaes, por Joaquim Leito; Discurso, proferido na Sociedade de Geo-
dr.
pelo
dr.
Amrico
Mme. Dorotha de
mais empregados, por J. F. Soares Romeu; Hydrographie du haut San Francisco et du Bio das Velhas, por Em. Liais; Apontamentos para a historia da Bepublica do Brasil, por M. E. de Campos Porto; Trait d'Astronode Geologie, por Em. Liais; Lies de Coisas, N. A. Calkins; La Betraite de Laguna, por Alfrepor do Taunay; Historia Financeira do Brasil, pelo dr. Li
mie
et
berato de C. Carreira;
628
de Victor
Hugo Pacificao dos Crichms, por Joo Barboza Rodrigues ; Joclyn poema de Affonso de Lamartiiie Compendio de percusso e escuta^ pelo Dr. Pires de Almeida Geologia elementar^ por Nero Boude Lies lohysica, por Francisco Xavier Oliveira bje; de Menezes; Fabulas de Lafontaine; O Medico da j^riLimeira infncia^ pelo Dr. Antnio Ferreira Pinto es elementares de ptica, por Jos Saturnino da Costa Pereira; Bicconario Geographico das Minas do Brasil^ por Francisco Ignacio Ferreira ; .tiepertorio Jurdico Mineiro, pelo mesmo; Historia dos trs capites da antiAlexandre, Annibal e Cezar, pelo Dr. Cezar guidade
;
Zama ;
Pequeno
Cathecismo
Histrico,
pelo
Abbade
Fleury; Micellaneas Religiosas, pelo cnego Joaquim Pinto de Campos Misso de Christo, pelo mesmo; Diccionario dos verbos irregulares da lngua portugueza.
;
por C. do R. Memoria econmica sobre o ch, por Fr. Leandro do Sacramento; Systema Mtrico, tabelis Do; ;
cumentos
das Belaes Exteriores, 1890, 1891, 1893 e 1394; Belatorio do Ministrio da Justia e Negcios Interiores
1896; Santos, pelo Dr. Alfredo Moreira Pinto; A Liberdade Profisional, discurso pronunciado na Camar dos
Deputados pelo Dr. Miranda Azevedo; Noticia histrica dos servios, instituies, etc, pertencentes ao Ministrio na Justia e Nog cios Interiores; Belatono do Ministrio
das Belaes Exteriores, 189; Belatorio do Ministrio da Fazenda, 1898; 1 e 2*^ Ratorios da commisso
encarregada da verificao dos estudos do Dr. Domingos Freire sobre a. febre amarella; A febre typJioide em S. Paulo, pelo Dr. Clemente Ferreira; Pacificao dos
GrichanSf por Joo Barboza Rodrigues; Apontament-jS para o Direito Internacional por Antnio Pereira Pinto;
^
629
Leis do Brazil; Coio do Processo Criminal, annotado Questes de divisas entre S. Paulo por Josino N. Silva
;
Minas
Geraes, por
A. P.
;
Br asile, Antnio
Grammatica das Escolas, por por Guerra Junqueiro Feitosa hematozoario do beribri e Do Alves Miguel Dr. Francisco seu pigmento pelo Fajardo Mximas e Tractado de metripensamentos, por Benedicto Xavier ficao por tuguez a, por A. F. de QsiSi^ho Novo roteiro do telegrapho ptico da cidade de Santos; Municipio de Campinas (monographia), por Christiano Vorkart Os
;
;
China,
Chronica dos reis de por Adolpho Loureiro Bisnaga, por David Lopes Textos em Aljamia portugueza, Dai Nippon, por Wenceslau de Moraes pelo mesmo
,
e XVI hnprensc em Portugal nos sculos Ordenaes d'El-Bei D. Manoel, por Brito Aranha
:
XV
do centenrio da ndia, por Fernandes Costa Episodio do gigante Adamastor, por Jos Benoliel ; Fa
Hymno
bulas de
liei
;
Loqman, vertidas em por tuguez por Jos Beno Vida do ahbade Daniel do mosteiro de Scet, verso
de L. Goldschimidt e F.M. Esteves Pereira; As MiseriVasco da Gama e a crdias, por Costa Goodolphim
;
Vidigueira, por A C. Teixeira de Arago ; Dois feitos de D. Christovam da Gama, por Miguel de Castanhoso;
.
Flora de Ga
.
e Savantvadi, pe7o Dr. D. G. Dalgado da Coisas China, por Heliodoi'0 Callado Crespo Quadros histricos da guerra do Paraguay ; Narrativa de servios no libertarse o Brazil, pelo almirante Conde de Dundanald ; A conveno de 20 de Fevereiro, por Jos Maria da Silva Paranhos Eesumo da Historia Universal.
;
; ;
Membros do
Instituto,
acceitos
em 1898
Scios honorrios
N.o
632
Scios correspondentes
N.o
ESTO PUBLICADO 3
1.- e
?.,-
VOLUMES
em
todas as Livrarias
3.
VOLTJ.ME 8$ 000
>