C H R I S T I A N - J .

GUYONVARC'H
C H R I S T I A N - J . GUYONVARC'H
FRANCOISE LE ROUX

Los druidas
prólogo
MARCO V. GARCÍA QUÍNTELA
LAURENT PLANCHÁIS-LAGATU

revisión de la edición española

MARCO V. GARCÍA QUÍNTELA

traducción
JUAN MANUEL ORTIZ
JOSÉ LUIS SÁNCHEZ-SILVA

A B A D A EDITORES
 LECTURAS
a
Serie H Antigua

OLTVRAGE PUBLIÉ AVEC LE CONCOURS DU MLNISTÉRE FRANCAIS

CHARGÉ DE LA CULTURE - CENTRE NATIONAL DU LIVRE.

OBRA PUBLICADA CON AYUDA DEL MINISTERIO FRANCÉS

ENCARGADO DE LA CULTURA - CENTRO NACIONAL DEL LIBRO.

Título original: Les Druides

© D e l Prólogo, sus autores, 2 0 0 9

© É D I L A R G E S . A . / É D I T I O N S O U E S T - F E A N C E , Rennes IC

© A B A D A EDITORES, S.L., 2009

Calle del Gobernador 18
28014 Madrid
Tel.: 914 296 882
fax: 914 297 507
www.abadaeditores.com

diseño E S T U D I O J O A Q U Í N G A L L E G O

producción GUADALUPE GlSBERT

ISBN 978-84-96775-42-8
depósito legal M~753~2009

preimpresión DALUBERT ALLÉ

impresión L A V E L
 PRÓLOGO
Los estudios celtas, dos celtistas bretones y un libro
M A R C O V . G A R C Í A Q U Í N T E L A Y LAURENT P L A N C H A I S - L A G A T U *

Q u i e n c r e a q u e e s t e es u n l i b r o d o n d e se d e s v e l a n l o s m i s t e r i o s d e l
c o n o c i m i e n t o e s o t é r i c o d e l o s d r u i d a s está e q u i v o c a d o y d e b e a s p i r a r a
satisfacer s u c u r i o s i d a d e n o t r a d i r e c c i ó n . Este es u n l i b r o e s c r i t o p o r u n
f i l ó l o g o y p o r u n a h i s t o r i a d o r a d e las r e l i g i o n e s e s p e c i a l i s t a s d e l m u n d o
celta, q u e t r a t a n d e r e u n i r y s i s t e m a t i z a r la i n f o r m a c i ó n d i s p o n i b l e e n la
A n t i g ü e d a d p e r o t a m b i é n , y sobre t o d o , e n los textos insulares ( i r l a n d e ­
ses y g a l e s e s ) d e la E d a d M e d i a s o b r e l o s d r u i d a s . A d e m á s e s t o s d e b e n
c o m p r e n d e r s e , tal y c o m o n o s l o s p r e s e n t a n l o s t e x t o s c l á s i c o s y l o s t e s ­
t i m o n i o s medievales, c o m o unos grandes intelectuales.
El l i b r o p r e t e n d e explicar c ó m o f u n c i o n a n los druidas e n el s e n o de
la s o c i e d a d d e la q u e e m a n a n y a la q u e se d e b e n c o n u n a s i n g u l a r p a r t i ­
cularidad: s o n intelectuales q u e p o r su estilo de p e n s a m i e n t o , p r o b a b l e ­
m e n t e h e r e d a d o de u n antiquísimo f o n d o i n d o e u r o p e o , n o escribie­
r o n . S u e x c e l e n c i a i n t e l e c t u a l se c i f r a b a e n s u e n t r e n a d a c a p a c i d a d p a r a
memorizajE i n g e n t e s cantidades de narrativas c o n c e r n i e n t e s a t o d o t i p o
d e c u e s t i o n e s . P e r o n o se t r a t a b a d e c o n s t i t u i r u n a s u e r t e d e h o m b r e s -
1 e
l i b r o , c o m o l o s i m a g i n a d o s p o r R a y B r a d b u r y e n Fahrenheit 45 ' ^ apren-

* M V G Q , c o o r d i n a el L P P P ( I I T - U S C ) u n i d a d a s o c i a d a al L A r ( I E G P S - C S I C ) ;
L P - L es h i s t o r i a d o r y e d i t o r d e la o b r a de C h . - J . G u y o n v a r c ' h y F. L e R o u x .
6 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

d i z a j e m e m o r í s t i c o s o l o e r a e l p r i n c i p i o (es a h í d o n d e C é s a r se e q u i -
v o c ó ; C é s a r , Guerra de ¡as Galios, V I , 1 4 ) p a r a c o n s t r u i r u n a f o r m a d e e x c e -
l e n c i a i n t e l e c t u a l q u e c a p a c i t a b a a q u i e n e s la p o s e í a n p a r a l a d i r e c c i ó n
p o l í t i c a — h a b l a b a n a n t e s q u e el rey, a c t u a n d o c o m o sus c o n s e j e r o s —, el
c o n o c i m i e n t o d e l o r d e n n a t u r a l — physiologoi es c o m o l o s d e s c r i b e n l o s
t e x t o s c l á s i c o s y e r a n t a m b i é n l o s m é d i c o s —, y e l m o n o p o l i o d e las r e l a -
c i o n e s c o n l o s d i o s e s m e d i a n t e el s a c r i f i c i o y el c o n o c i m i e n t o d e las h i s -
t o r i a s d e l o s d i o s e s —cuya c o m p l e j i d a d se m u e s t r a c o m o la p u n t a d e u n
i c e b e r g a través d e la i n t r i n c a d a o n o m á s t i c a d e l o s d i o s e s celtas de la
antigüedad que tanto d e s c o n c i e r t a n a los especialistas actuales. A h o r a
b i e n , c ó m o se p u e d e e x p l i c a r u n a f o r m a i n t e l e c t u a l q u e h i s t ó r i c a m e n t e
o p t ó p o r r e n u n c i a r a la e s c r i t u r a . E l l i b r o a b o r d a la c u e s t i ó n y n o se
t r a t a d e d e s e n t r a ñ a r l a d e s d e estas p á g i n a s .
E n este p r e f a c i o i n t e n t a r e m o s p r e s e n t a r l o e x p l i c a n d o t r e s c o s a s . E n
p r i m e r l u g a r , el p a r t i c u l a r , y m a r g i n a l l u g a r d e los e s t u d i o s celtas e n el
ámbito de los estudios humanísticos e n España, seguidamente presenta-
r e m o s a sus a u t o r e s al l e c t o r e s p a ñ o l y, f i n a l m e n t e , n o s d e t e n d r e m o s e n
p o r q u é este l i b r o p u e d e e n t e n d e r s e , t a m b i é n , c o m o u n a i n t r o d u c c i ó n
g e n e r a l a los estudios célticos e n t e n d i d o s c o m o el e s t u d i o , s o b r e t o d o ,
de una particular forma de cultura e ideología.

1. E L LUGAR DE L O S ESTUDIOS CELTAS

V i n c e n t M e g a w , u n o de los g r a n d e s especialistas m u n d i a l e s e n arte celta,

n o s d e c í a e n 2 0 0 6 c u a n d o l e p r e g u n t á b a m o s p o r s u escasa d e d i c a c i ó n a
l o s t e m a s h i s p á n i c o s <¿Spain is different!» S i n h a c e r d e m a s i a d o caso d e u n a
e x p r e s i ó n c o i n c i d e n t e c o n la p u b l i c i d a d turística d e l país e n los a ñ o s
s e s e n t a , l o c i e r t o es q u e e n la P e n í n s u l a I b é r i c a j u n t o a u n a g e n e r a l i z a d a
a u s e n c i a d e u n a c u l t u r a m a t e r i a l e q u i v a l e n t e a las q u e e n E u r o p a C e n -
t r a l se a s o c i a n c o n las c u l t u r a s d e H a l l s t a t t o L a T é n e ( a u n q u e hay
e x c e p c i o n e s ) , se p r o d u c e e l s i n g u l a r h e c h o d e q u e es la t i e r r a d o n d e se
e n c u e n t r a n m á s textos celtas d e la A n t i g ü e d a d e n la z o n a d e la a n t i g u a
1
C e l t i b e r i a e n u n flujo q u e n o parece cesar desde hace algunos a ñ o s .

I C o m p i l a d o s p o r G . J o r d á n C ó l e r a , Celtibérico. Z a r a g o z a , P U Z , 2004. V e r s i ó n
i n g l e s a e n la r e d « C e l t i b e r i a n » , e n h t t p : / / w w w . u w m . e d u / D e p t / c e l t i c / e k e l t o i /
volumes/vol6/6_l7/jordan_6_l7.pdf.
 PRÓLOGO
7

P e r o l a m e n t a b l e m e n t e l o s c e l t a s , q u e e x i s t i e r o n e n la A n t i g ü e d a d
p o r más q u e toda u n a escuela de a r q u e ó l o g o s p r e t e n d a hacer propuestas
e x p l i c a t i v a s d e esas s o c i e d a d e s s i n s a b e r l o , t i e n e n e n n u e s t r o m u n d o u n
d e s t i n o s e m e j a n t e al q u e t u v i e r o n e n e l p a s a d o : s o n l o s e t e r n o s v e n c i -
d o s , l o s e t e r n o s d e r r o t a d o s . . . N a t u r a l m e n t e n o se p u e d e n c o m p a r a r las
2
batallas de T e l a m ó n o A l e s i a c o n u n l i b r o del a r q u e ó l o g o J o h n C o l l i s ,
p e r o su e f e c t o es s i m i l a r c o n s i d e r a n d o l o s c a m b i o s d e é p o c a .
U n a c o n s e c u e n c i a d e esta s i t u a c i ó n es l a b a j í s i m a i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n
d e l o s e s t u d i o s c é l t i c o s e n el á m b i t o a c a d é m i c o . Es c i e r t o q u e u n s i t i o e n
3
la r e d m u y i m p o r t a n t e , o f r e c e la lista d e las i n s t a n c i a s d o n d e se d e s a r r o -
llan estudios célticos, p e r o n o s o n tantas y n i n g u n a e n España. T o d o s los
q u e e n E s p a ñ a se d e d i c a n a l o s e s t u d i o s c e l t a s h a n e m p e z a d o p o r o t r o
lado: algunos p r o c e d e n del Inglés ( R a m ó n Sainero, Fernando A l o n s o
R o m e r o ) , o t r o s d e la H i s t o r i a A n t i g u a ( F r a n c i s c o M a r c o , G a b r i e l
S o p e ñ a , F r a n c i s c o J. G o n z á l e z G a r c í a , M a r c o V . G a r c í a Q u í n t e l a ) , d e la
Prehistoria (Martín A l m a g r o Gorbea, Alberto L o r r i o , Luis Berrocal-
Rangel), o del G r i e g o (Juan José M o r a l e j o , Javier de H o z , J u a n Luis
García A l o n s o , E u g e n i o L u j a n ) ; curiosamente parte de los i n d o e u r o -
peistas o f i c i a l e s n o t i e n e n e n su a g e n d a el e s t u d i o e s p e c í f i c o d e l celta (la
actual escuela d e S a l a m a n c a ) . Es relevante q u e la ú n i c a p e r s o n a f o r m a d a
c o m o celtista y c o n u n p r e s t i g i o i n t e r n a c i o n a l e n ese c a m p o d e e s t u d i o s
b i e n asentado o c u p a los últimos lugares del escalafón administrativo-
u n i v e r s i t a r i o . S e t r a t a d e P a t r i z i a d e B e r n a r d o q u e a u n q u e ve c o n l o s d o s
o j o s es l a m á s a l e j a d a d e l t r o n o a c a d é m i c o . P o r t a n t o l a « a c a d e m i a
c e l t a » h i s p a n a está g o b e r n a d a p o r t u e r t o s , p o r a m a t e u r s v o l u n t a r i o s o s
q u e c o m p e n s a n c o n e s f u e r z o y d e d i c a c i ó n la r e a l i n e x i s t e n c i a d e esa a c a -
d e m i a . Este es u n h e c h o d e l q u e d e b e n e x t r a e r s e las c o n s e c u e n c i a s p r e c i -
sas. P e r o a l g o p a r e c i d o o c u r r e , a m i n o r a d o , e n o t r o s p a g o s .

U n irlandés que estudia antigüedades isleñas, arqueológicas, h i s t ó r i -

cas, l i n g ü í s t i c a s , es u n e s t u d i o s o d e I r l a n d a , m u c h a s v e c e s l e j a n o a c u a l -
q u i e r c o n s i d e r a c i ó n g e n e r a l s o b r e e s t u d i o s celtas, l o m i s m o o c u r r e c o n
f r e c u e n c i a e n t r e l o s e r u d i t o s g a l e s e s . E n F r a n c i a la s i t u a c i ó n es p e n o s a ,
la revista Etudes Celtiques a p e n a s c o n s i g u e s o b r e v i v i r , y y a es t r a d i c i ó n q u e e l
p u e s t o d e P r o f e s o r d e Antiquités Nationales e n e l Collége de France l o o c u p a n
e s t u d i o s o s p a r a l o s q u e la r e l a c i ó n e n t r e g a l o s y celtas e n g e n e r a l es a n e c -

2 V é a s e Celts: Origins, Myths and Inventions. S t r o u d , T e m p u s , 2 0 0 3

3 StichtingAG. vanHamelvorKeltischestudies: http:/A«vw.varihamel.rLl/keltisc)Ae%2oHnlB.htm
8 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

d ó t i c a o i r r e l e v a n t e . E n B é l g i c a pasa algo similar, a u n q u e existe u n

Square A m b i o r i x en Bruselas.
O c u r r e c o n excesiva f r e c u e n c i a q u e se h a c e a esa p l é y a d e d e t u e r t o s , a
esos estudiosos dispersos e n t r e disciplinas y á m b i t o s a c a d é m i c o s d i v e r -
sos, c u l p a b l e s d e d o l o s a a f i n i d a d c o n t o n t e r í a s p r o f e r i d a s desde los
c e n á c u l o s c e l t ó m a n o s . E s e l r e c u r s o fácil d e q u i e n e s d e s c o n o c e n el t e m a
o f i n g e n d e s c o n o c e r l o . E s c i e r t o q u e b a j o e l n o m b r e d e l o s c e l t a s se
d i c e n cosas a b s u r d a s . P e r o n o m á s a b s u r d a s , p o r c i e r t o , d e las q u e e n s u
momento se d i j e r o n sobre los griegos o sobre los romanos: u n a
corriente d e estudios historiográficos así l o p o n e d e relieve. S i n
e m b a r g o nadie sensato afirma que los estudios clásicos actuales d e b a n
p e n a l i z a r s e d e b i d o a e s o s p e c a d o s . P e r o es e v i d e n t e q u e c e l t a s , p o r u n
l a d o , y g r i e g o s y r o m a n o s , p o r o t r o , t u v i e r o n e n el p a s a d o d e s t i n o s d i f e -
r e n t e s y d e e s o s d e s t i n o s d e r i v a , e n la a c t u a l i d a d , el d i v e r s o g r a d o d e i n s -
t i t u c i o n a l i z a c i ó n d e l o s e s t u d i o s s o b r e esas t r a d i c i o n e s .
Es u n a c u e s t i ó n a b i e r t a la c o n v e n i e n c i a d e d e n u n c i a r d e s d e la a c a d e -
m i a los excesos c e l t ó m a n o s . G o n z a l o R u í z Zapatero opta p o r hacerlo d e
f o r m a i n c a n s a b l e . O t r o s d e f e n d e m o s l a o p o r t u n i d a d y la n e c e s i d a d d e
los estudios célticos ante u n aparente celtoescepticismo que, e n realidad,
s o l o c u b r e la i g n o r a n c i a : p u e s n o s d i c e n q u e celtas n o h a y . . . ¡ d e s p u é s d e
n o h a b e r l o s e s t u d i a d o n u n c a ! P o r o t r o l a d o , es u n a c r í t i c a i n t e r e s a d a
a f i r m a r q u e l o s e s t u d i o s celtas a c o m p a ñ a n el v a i v é n d e l o s avatares p o l í -
t i c o s . T r a b a j o s r e c i e n t e s m u e s t r a n la e x i s t e n c i a d e c e l t ó m a n o s y c e l t o e s -
cépticos e n t r e defensores de diversas o r i e n t a c i o n e s políticas y e n d i s t i n -
4
tos m o m e n t o s h i s t ó r i c o s .
L o c u a l n o i m p l i c a n e g a r q u e al c a l o r d e l d e s a r r o l l o d e l e s t a d o d e las
a u t o n o m í a s e n la E s p a ñ a d e m o c r á t i c a se h a y a p r o d u c i d o la e x p l o s i ó n d e
u n f o l c l o r e i d e n t i t a r i o , n i q u e e n esa e x p l o s i ó n t e n g a n s u p a p e l a l g u n a s
m a n i f e s t a c i o n e s c e l t ó m a n a s . P e r o s o n m i n o r i t a r i a s al l a d o d e las o m n i s -
presentes «ferias m e d i e v a l e s » , c o n apoyo institucional relevante e n
m u c h a s o c a s i o n e s . A m e n i d a d e s p o p u l a r e s q u e p o r l o d e m á s florecen s i n
q u e se c o n o z c a la e x i s t e n c i a d e u n a s e s u d a c o r r i e n t e c r í t i c a q u e d e n u n -
cie los excesos « m e d i e v a l ó m a n o s » c o m e t i d o s e n tales d e s a h o g o s : l o
d i c h o , el d e s t i n o d e l o s celtas es, s i e m p r e , d i f e r e n t e .

4 F. J . G o n z á l e z G a r c í a , Los Pueblos de la Galicia Céltica, M a d r i d , A k a l , 2007, p p . 9-13O;

A . G o n z á l e z R u i b a l , Galaicos. Podery comunicad en el Noroeste de la Península Ibérica (l200
a.C.-god.C), 7, v o l s . , L a C o r u ñ a , Brigantium 18-19, 2006-2007, p p . I, 43-57-
 PRÓLOGO 9

O t r a c u e s t i ó n p e r t i n e n t e es la d e la c e n t r a l i d a d d e a r q u e o l o g í a p a r a
l o s e s t u d i o s celtas c u a n d o la a r q u e o l o g í a n o es c e n t r a l , m a l q u e les p e s e
a l o s a r q u e ó l o g o s . E n e f e c t o , u n c a s t r o , u n hillforto u n oppidum, es u n c a s ­
t r o , u n hillfort, o u n oppidum, l o excave u n a r q u e ó l o g o c o n i d e a s c e r c a n a s
a los c e l t ó m a n o s a los celtoescépticos o, s i m p l e m e n t e , p o r q u e le ha
t o c a d o . C u a l q u i e r y a c i m i e n t o p u e d e p r o d u c i r i n f o r m a c i ó n valiosa e n
toda una serie de órdenes, c o n c e r n i e n t e s sobre t o d o a los procesos
s o c i a l e s q u e l l e v a n a l a c o n f i g u r a c i ó n d e las f o r m a s d e la c u l t u r a m a t e ­
r i a l . P e r o s o b r e estas c u e s t i o n e s el i n t e r r o g a n t e é t n i c o a p a r e c e e n ú l t i m a
i n s t a n c i a , n o p u e d e n i d e b e s e r a x i a l . L o s celtas, o c u a l q u i e r o t r a f o r m a
d e e t n i c i d a d , se ajusta a d i f e r e n t e s p r o c e s o s s o c i a l e s r e f l e j a d o s c o m o
tales a r q u e o l ó g i c a m e n t e , s i n q u e l a c u e s t i ó n d e la i d e n t i d a d é t n i c o - c u l -
t u r a l esté e n c u e s t i ó n . S u c e d e q u e c i e r t o s a r q u e ó l o g o s u s a n a l o s c e l t a s
c o m o M . J o u r d a n la p r o s a : s i n s a b e r l o . . . Es su p r o b l e m a .
C o n t e m p l e m o s la s i t u a c i ó n d e s d e o t r o s p a g o s : t a n g r i e g o s s o n l o s
a c a r n i a n o s o l o s f o c i d i o s c o m o l o s a t e n i e n s e s o l o s e s p a r t a n o s . P e r o si
o b s e r v a m o s la a r q u e o l o g í a d e F ó c i d e y d e A t e n a s las d i f e r e n c i a s s o n p a l ­
m a r i a s . S i n e m b a r g o , si se a p l i c a s e la r e c e t a q u e d e h e c h o se a p l i c a a l o s
celtas, c u a l q u i e r e s t u d i o s o a r m a d o de u n a b i e n f u n d a m e n t a d a episte­
m o l o g í a crítica, de u n sano realismo e m p í r i c o , aderezado c o n u n a n á l i ­
sis h i s t o r i o g r á f i c o s o b r e q u é se d e c í a d e l o s g r i e g o s e n el s i g l o X V I I I , n o s
explicaría la n e c e s i d a d de o b v i a r , o r e c o n s t r u i r , o d e c o n s t r u i r , o c u a l ­
q u i e r o t r a c o s a , el c o n c e p t o d e « g r i e g o » .
C u a n d o l o s e m b a j a d o r e s a t e n i e n s e s se n i e g a n a r e n d i r s e a n t e J e r j e s
p r e s e n t a n a A l e j a n d r o d e M a c e d o n i a ( e l m e d i a d o r q u e s o l i c i t a b a esa
r e n d i c i ó n ) el m u n d o g r i e g o « c o n su i d e n t i d a d étnica ( e n el s e n t i d o
g r i e g o d e ethnos) y d e l e n g u a , c o n su c o m u n i d a d d e s a n t u a r i o s y d e s a c r i ­
ficios a los dioses, c o n usos y costumbres similares» ( H e r ó d o t o V I I I ,
1 4 4 > 2 ) . Ú n i c a m e n t e los santuarios p u e d e n dejar u n a huella a r q u e o l ó ­
g i c a d e esta m a n i f e s t a c i ó n i d e n t i t a r i a y, c o n t o d o , s o n d e u n a e x t r e m a d a
d i v e r s i d a d c u a n d o l o s c o n o c e m o s e n su m a t e r i a l i d a d .
A s í p u e s , m a l q u e les p e s e a a l g u n o s a r q u e ó l o g o s , l a a r q u e o l o g í a n o
es l a d i s c i p l i n a m e j o r a r m a d a p a r a t r a t a r estas c u e s t i o n e s : la c e l t i c i d a d ,
c o m o la r o m a n i d a d o la h e l e n i d a d , s o n c u e s t i o n e s q u e se d e s e n v u e l v e n
e n los terrenos ideológico, lingüístico, cultural y religioso. Si u n
a r q u e ó l o g o e s t u d i a esos t e m a s t i e n e q u e saltar los l í m i t e s de su d i s c i ­
p l i n a para h a c e r otra cosa, l o c ua l p u e d e ser ú t i l a d e m á s de l e g í t i m o .
P o r e l c o n t r a r i o , si se a d o p t a e l r e f e r e n t e d i s c i p l i n a r e n s e n t i d o f u e r t e
p a r a , a p a r t i r d e a h í , a b o r d a r l a c u e s t i ó n i d e n t i t a r i a , e l r e s u l t a d o es
IO M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

n e c e s a r i a m e n t e u n a p o s i c i ó n crítica o e s c é p t i c a ¿ c ó m o n o ? P e r o el
p r o b l e m a e n r e a l i d a d es a n t e r i o r , ¿ p o r q u é se p r e t e n d e r e s o l v e r d e s d e
la a r q u e o l o g í a u n a c u e s t i ó n p a r a l a q u e l a a r q u e o l o g í a n o es l a h e r r a -
m i e n t a a d e c u a d a ? N i n g ú n escepticismo crítico de base a r q u e o l ó g i c a
v a l e u n c é n t i m o c o n t r a La Guerra de las Galias, c o n t r a e l h e c h o d e q u e l o s
r o m a n o s c o n o c i e r o n , c o m b a t i e r o n y d e r r o t a r o n a los celtas i n c e s a n t e -
m e n t e d u r a n t e 6 ó 7 siglos. Q u e el c o n o c i m i e n t o de los r o m a n o s s o b r e
los celtas d e b e , a su v e z , c u e s t i o n a r s e desde u n a l e c t u r a crítica de los
t e x t o s , p o r s u p u e s t o , p e r o s i n l l e g a r al a b s u r d o d e a f i r m a r q u e r o m a n o s
i n v e n t a r o n a l o s celtas p a r a d e s a r r o l l a r sus c a r r e r a s p o l í t i c a s o la l i t e r a -
t u r a d e la b a r b a r i e .
A n t e este p a n o r a m a l o m á s s e n s a t o , casi, es p o n e r e l c o n t a d o r a c e r o .
C o m e n z a r desde el p r i n c i p i o , leer a l g u n o s textos q u e sirvan de correcta
i n t r o d u c c i ó n al t e m a . E s t e es e l l u g a r q u e p u e d e o c u p a r e l p r e s e n t e
v o l u m e n . P e r o a n t e s d e n a d a c o n o z c a m o s a sus a u t o r e s .

2. L A O B R A DE L E R O U X Y G U Y O N V A R C ' H

Si n o s a d e n t r a m o s e n el m e d i o intelectual de d o n d e p r o c e d e n F r a n c o i s
L e R o u x y C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h el p a n o r a m a es m u c h o m e j o r , a u n -
q u e t a m b i é n p r e s e n t a s o m b r a s y el i t i n e r a r i o d e n u e s t r o s a u t o r e s n o d e j a
de ser i n t r i n c a d o .
J o s e p h V e n d r y e s ( 1 8 7 8 - 1 9 6 0 ) el ú l t i m o g r a n celtista f r a n c é s no
c o n s i g u i ó a c c e d e r a l p r e s t i g i o s o Collége de France ; 5
desde el a ñ o I934>
c u a n d o m u r i ó J o s e p h L o t h , e n esa i n s t i t u c i ó n n o t i e n e u n a c á t e d r a d e
c é l t i c o . Ú n i c a m e n t e l a c á t e d r a d e n o m i n a d a « d e s A n ti q u i t e s n a t i o n a -
l e s » se i n t e r e s a p o r la h u e l l a c e l t a e n F r a n c i a , a u n q u e t r a d i c i o n a l m e n t e
haya estado o c u p a d a p o r estudiosos refractarios a ver r e l a c i o n e s entre
los g a l o s , l o s celtas « f r a n c e s e s » , y sus p a r i e n t e s d e o t r o s h o r i z o n t e s .
H a c i a la m i t a d d e l siglo X X el e s t u d i a n t e d e celta t e n í a c o m o ú n i c o
r e c u r s o l o s d o c e v o l ú m e n e s d e l Cours de littérature celtique d e H . d ' A r b o i s d e
Jubainville (t 1 9 1 0 ) , algunos libros de G . D o t t i n (t 1 9 2 8 ) , los c i n -
c u e n t a y u n v o l ú m e n e s d e la Revue celtique o l o s p r i m e r o s d e l o s Etudes celti-

5 I n s t i t u c i ó n f u n d a d a p o r F r a n c i s c o I e n el siglo X V I y desde e n t o n c e s c i m a d e l sis-

t e m a de i n v e s t i g a c i ó n f r a n c é s . E n t r e l o s sabios q u e h a n o c u p a d o sus cátedras e n
décadas r e c i e n t e s f i g u r a n L . Febvre, F . B r a u d e l , G . D u m é z i l , M . F o u c a u l t , J . - P .
V e r n a n t , P. V e y n e . . .
 PRÓLOGO

ques f u n d a d o s p o r V e n d r y e s e n 1936. p e r o c u y o s n ú m e r o s aparecían

con cuentagotas.
P o r e n t o n c e s c o m e n z a b a a construirse la o b r a d e Francoise L e R o u x
y Christian-J. G u y o n v a r c ' h que, c o n el paso del t i e m p o alcanzó más de
u n a d o c e n a d e l i b r o s ( c f r . e l a p é n d i c e b i b l i o g r á f i c o ) , u n a revista, Ogam,
q u e t u v o c o n t i n u i d a d e n t r e 1948 y 1984, c o n s u s u p l e m e n t o Celticum en
el q u e a p a r e c i e r o n 2 5 v o l ú m e n e s , c e n t e n a r e s d e a r t í c u l o s , c a p í t u l o s d e
l i b r o , r e c e n s i o n e s y v o c e s d e e n c i c l o p e d i a e n revistas f r a n c e s a s y e x t r a n -
jeras, p r o p o n i e n d o , e n conjunto, u n avisión profundamente renovada
de los celtas.
T o d o c o m e n z ó e l 2 6 d e j u l i o d e 1948 c o n l a a p a r i c i ó n d e l p r i m e r
n ú m e r o d e Ogam. Bulletin des amis de la Tradítion celtique editado p o r Pierre Le
R o u x ( h o m ó n i m o del p r o f e s o r d e céltico e n la U n i v e r s i d a d d e R e n n e s ) ,
su hija Francoise L e R o u x , J e a n Piette y G w . B e r t h o u - K e r v e r z h i o u . E n
1951 se u n i ó al g r u p o C h . - J . G u y o n v a r c ' h . L o s m o t i v o s q u e p r e s i d e n l a
c r e a c i ó n d e esta n u e v a revista s o n , p o r u n a p a r t e , i n t e g r a r e n l o s e s t u d i o s
c é l t i c o s l o s a v a n c e s e n h i s t o r i a d e las r e l i g i o n e s p r o p u e s t o s p o r G e o r g e s
Dumézil (1898-1986) o Rene G u é n o n (I886-I95 )» P 1 o r
otra parte
i n t e n t a r h a c e r f r e n t e a u n a d e las e n f e r m e d a d e s r e c u r r e n t e s d e l o s e s t u -
dios célticos, u n a celtomanía q u e n o h a dejado d e e n c o n t r a r nuevos a d e p -
tos. P o d e m o s e v o c a r , p o r e j e m p l o , a q u i e n e s q u i e r e n c o n v e r t i r a G a l i c i a
e n Irlanda o r g a n i z a n d o « o e n a c h » y c e l e b r a n d o « S a m a i n » , tal cual, s i n
c o m p r e n d e r la d i f e r e n c i a e n t r e u n l e g a d o c o m p a r t i d o , p e r o r e e l a b o r a d o
e n u n p r o c e s o histórico específico, y la r e i n v e n c i ó n d e u n a celticidad d e
laboratorio, importadaprét-á-porier de u n a Irlanda imaginada y atemporal.
La b ú s q u e d a d e la i n d e p e n d e n c i a p o r parte del g r u p o d e los f u n d a -
d o r e s d e Ogam les l l e v ó a p o n e r a p u n t o s u p r o p i a i m p r e n t a a c o m i e n z o s
de los años 197°> Y dejamos a la i m a g i n a c i ó n del lector c o m p r e n d e r el
trabajo q u e s u p u s o esto c u a n d o n o existían las actuales h e r r a m i e n t a s
i n f o r m á t i c a s : s i n e m b a r g o este g r u p o a s e g u r a r ó la a p a r i c i ó n d e u n
n ú m e r o a n u a l d e l a revista y l a c o r r e l a t i v a s e r i e d e s u p l e m e n t o s .
E n F r a n c i a esta e m p r e s a t u v o e s c a s o e c o , s i n e m b a r g o Ogam atrajo la
a t e n c i ó n de, h i s t o r i a d o r e s , l i n g ü i s t a s y a r q u e ó l o g o s d e l a s m á s d i v e r s a s
p r o c e d e n c i a s , c o m o atestigua el c o m i t é d e p a t r o n a z g o q u e sostenía la
revista e n l o s a ñ o s s e s e n t a d o n d e f i g u r a b a n l o s e s p a ñ o l e s A n t o n i o T o v a r ,
como indoeuropeista, y j u a n Maluquer de Motes, arqueólogo, ambos
e n la Universidad de Salamanca p o r entonces.
C o m e n t a n d o l o s p r i m e r o s n ú m e r o s d e Ogam m u c h o s años después,
unos pocos centenares de ejemplares tirados a multicopista y c o nu n
12 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

s u p l e m e n t o e n b r e t ó n , G . D u m é z i l d e c í a a sus a u t o r e s « e r a u n a h e r -
m o s a l o c u r a p o r q u e d e ella salió a l g o » . L o c u r a o n o , C h . - J . G u y o n -
v a r c ' h y F . L e R o u x j a m á s r e n e g a r o n d e sus p r i m e r o s e s c r i t o s .
1
L a o b r a d e e s t o s d o s c e l t i s t a s se c o n s t r u y ó d e s d e I 9 5 partiendo,
c o m o se h a d i c h o , d e l o s t r a b a j o s d e G . D u m é z i l y d e R . G u é n o n , e l
p r i m e r o p a r a l o c o n c e r n i e n t e al m é t o d o y s o b r e t o d o la l l a m a d a « i d e o -
6
logía t r i f u n c i o n a l » p r o p i a de los p u e b l o s i n d o - e u r o p e o s , el s e g u n d o
p o r la d o c t r i n a y d e f i n i c i ó n d e la « T r a d i c i ó n » , p e r o s i n n u n c a c o n f u n -
d i r l o s c o n d o g m a s d e c u a l q u i e r t i p o , l a o b r a d e e s t o s e s p o s o s se c o n s -
t r u y ó al m a r g e n d e las m o d a s , d e las c o r r i e n t e s y s i n la m í n i m a s o m b r a
d e c o m p r o m i s o , a u n q u e e s t o s u p u s o la i m p o s i b i l i d a d p a r a F . L e R o u x
de llevar a cabo u n a carrera científica e n el m u n d o a c a d é m i c o francés a
p e s a r d e sus m é r i t o s .
A esta d o b l e h e r e n c i a — d u m é z i l i a n a y g u é n o n i a n a — se s u p e r p o n e
u n a a p r o x i m a c i ó n al m u n d o c é l t i c o b a j o u n d o b l e á n g u l o , f i l o l ó g i c o e
h i s t ó r i c o , q u e a ñ a d e la o r i g i n a l i d a d a la r i q u e z a d e su t r a b a j o . D e s d e u n
p r i n c i p i o h u b o u n r e p a r t o d e r o l e s e n el s e n o d e la p a r e j a . G u y o n v a r c ' h
se o c u p a b a d e la l i n g ü í s t i c a y la f i l o l o g í a , L e R o u x d e las c i e n c i a s r e l i g i o -
sas y d e l a a r q u e o l o g í a . P e r o se t r a t a c i e r t a m e n t e d e u n a o b r a c o m ú n ,
p u e s n a d a e s c r i b e u n o s i n q u e e l o t r o l o r e v i s e y este i n t e r c a m b i o p e r -
m a n e n t e h a p e r m i t i d o m o s t r a r e l i n t e r é s d e la c o m p a r a c i ó n d e l o s d a t o s
célticos insulares, irlandeses sobre t o d o d e b i d o a su a r c a í s m o , c o n los
datos continentales.
) 0 u e
Francoise Le Roux ( i g 2 7 ~ 2 C 4 ) f c o f u n d a r o r a d e Ogam y se c a s ó
m u y j o v e n c o n C h . - J . G u y o n v a r c ' h . T r a s e s t u d i a r u n p o c o d e r e c h o se
v o l c ó e n l o s e s t u d i o s c é t i c o s s i g u i e n d o las e n s e ñ a n z a s d e P a u l - M a r i e
D u v a l ( 1 9 1 2 - 1 9 9 7 ) p a r a la a r q u e o l o g í a celta, de J e a n - P h i l i p p e Marx
( 1 8 8 4 - 1 9 7 2 ) p a r a l a l i t e r a t u r a a r t ú r i c a y, s o b r e t o d o , p e r t e n e c i ó al m u y
r e d u c i d o c í r c u l o d e l o s o y e n t e s f i e l e s d e D u m é z i l e n l a Ecolepratique des
Hautes Etudes y e n el Collége de France, al l a d o d e G . C h a r a c h i d z é , e s p e c i a l i s t a
e n etnología caucasiana, o de A . Y o s h i d a , q u i e n desarrolló ideas d u m e -
z i l i a n a s e n e l m u n d o m i t o l ó g i c o g r i e g o y j a p o n é s . L a tesis d e L e R o u x

6 S e g ú n c o n f e s i ó n p r o p i a , D u m é z i l c o n s i d e r a b a c o m o las m e j o r e s i n t r o d u c c i o n e s
a su o b r a d o s l i b r o s : Mythe el épopée 1. L'idéologie des troisfonctions dans les épopées despeuples
A a
indo-européens, París, G a l l i m a r d , I e d . 1968; ^ ed. 1986b ( v e r s i ó n e s p a ñ o l a : Mitoj
Epopeya I, B a r c e l o n a , S e i x B a r r a l , 1973), y La Religión romaine archáique, P a r í s , Payot,
1987. B r e v e p r e s e n t a c i ó n d e s u o b r a e n M . V . G a r c í a Q u í n t e l a , Georges Dumézil
1898-1986, M a d r i d , e d . d e l O r t o , 1999.
 PRÓLOGO

titulada « E p o n a o u le n o m d u cheval e n c e l t i q u e » y dirigida p o r P . - M .

D u v a l , f u e p r e s e n t a d a e n I953-
T a m b i é n d e b e m o s a F r a n c o i s e L e R o u x u n a Introductiongenérale á l'étude
de la Tradition celtique ( 1 9 6 7 ) ; c o n t r i b u c i o n e s a o b r a s c o l e c t i v a s c o m o « L a
d i v i n a t i o n c h e z l e s G e l t e s » e n La divination ( 1 9 6 8 ) , « L a r e l i g i ó n d e s C e l -
7
t e s » p a r a l a Histoire des religions, e n la Encyclopédie de la Pléiade , o las d i e c i s é i s
v o c e s s o b r e r e l i g i ó n c e l t a p a r a la Encyclopedia of Religión d i r i g i d a p o r M i r c e a
8
Eliade .
P o r s u p a r t e C h . - J . G u y o n v a r c ' h n o se d e s t i n a b a a u n a c a r r e r a d e
celtista, su a m b i c i ó n era convertirse e n g e r m a n i s t a . P e r o el d e s t i n o le
1
tenía reservado otro programa, sobre todo c u a n d o e n I95 s o l o tres
p e r s o n a s p u d i e r o n a s u m i r l a e x i s t e n c i a d e Ogam, F . L e R o u x , P . L e
R o u x y él m i s m o . P e r o G u y o n v a r c ' h reunía t o d o s l o s requisitos para
desarrollar u n a carrera c o m o celtista. N a c i d o e n A u r a y ( M o r b i h a n ,
B r e t a ñ a , e l a ñ o 1 9 2 6 ) , s u l e n g u a m a t e r n a es e l b r e t ó n , i d i o m a q u e
h a b l a d e f o r m a e x c l u s i v a d u r a n t e sus v a c a c i o n e s e s c o l a r e s e n G u é m é n é -
s u r - S c o r f f , e n casa d e s u s a b u e l o s . S u a b u e l a t o d a v í a c o n o c í a l o s c a n t o s
chouans d e l o s c a m p e s i n o s o p u e s t o s a l a r e v o l u c i ó n f r a n c e s a , q u e s u
familia le había p r o h i b i d o formalmente transmitir. Guyonvarc'h
a
c o m e n z ó d e s d e ±940 aprender a leer y a escribir en bretón, y e n
paralelo c o n su f o r m a c i ó n de germanista, o c o m o consecuencia lógica
tras e l b r e t ó n , se p u s o a e s t u d i a r e l g a l e s e l a ñ o 1 9 4 6 , y e l i r l a n d é s a n t i -
_ I C
g u o e n el c u r s o I 9 4 7 9 4 ' - Esta ú l t i m a l e n g u a , p o r su a b u n d a n t e l i t e -
r a t u r a m e d i e v a l , p r o p o r c i o n a u n a d e las claves m á s i m p o r t a n t e s p a r a
c o m p r e n d e r el u n i v e r s o d e l o s celtas.
L a s p r i m e r a s p u b l i c a c i o n e s s o b r e este t e m a n o a p a r e c i e r o n hasta d i e z
a ñ o s más tarde, p e r i o d o m í n i m o r e q u e r i d o para el aprendizaje d e l a n t i -
g u o i r l a n d é s . R e c o r d e m o s l a a n é c d o t a s e g ú n l a c u a l e l e m i n e n t e celtista
_ I
s u i z o R u d o l f T h u r n e y s e n ( l 8 5 7 9 4 ° ) e s c r i b í a al f i n a l d e s u s d í a s q u e
¡ c o m e n z a b a a s a b e r i r l a n d é s ! F r a s e q u e G u y o n v a r c ' h , tras m e d i o s i g l o d e
e s t u d i o d e l o s textos d e la a n t i g u a I r l a n d a , h a c e suya d e b u e n g r a d o .
Pero su f o r m a c i ó n c o m o germanista le ayuda desde el p r i m e r m o m e n t o

7 Editada e n 1970. V e r s i ó n española « L a R e l i g i ó n de los C e l t a s » , en H , - C h .

P u e c h ( d i r . ) , Historia de las Religiones. Vol. III, Las Reliigones antiguas III. M a d r i d , S i g l o X X I ,
1977. p p . 1 0 9 - 1 8 4 .
8 M . E l i a d e ( e d . ) , The Encyclopedia of Religión. Nueva York, Macmillan Publishing
C o m p a n y . P r i m e r a e d i c i ó n e n d i e c i s é i s v o l ú m e n e s e n 1987, r e e d i c i ó n s i n c a m -
b i o s e n o c h o v o l ú m e n e s e n 1993.
14 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

d a d a l a i m p o r t a n c i a d e la a r q u e o l o g í a d e l o s p a í s e s g e r m á n i c o s p a r a e l
estudio del m u n d o céltico.
C h . - J . G u y o n v a r c ' h d e s a r r o l l a t o d a su c a r r e r a e n la e n s e ñ a n z a .
C o m e n z a n d o c o m o maestro de escuela e n 1954 y j u b i l á n d o s e c o m o
c a t e d r á t i c o d e la U n i v e r s i d a d d e R e n n e s e n 1992- P e r o n o se p u e d e c o n -
s i d e r a r q u e la U n i v e r s i d a d sea c e n t r a l p a r a el d e s a r r o l l o d e s u o b r a , e n
n i n g ú n m o m e n t o tuvo el p r o y e c t o de desarrollar u n a carrera. S u m o t i -
v a c i ó n p r o f u n d a fue el d i s e ñ o y r e a l i z a c i ó n d e l p r o g r a m a de investiga-
c i ó n q u e se fijó c o n F r a n c o i s e L e R o u x d e s d e c o m i e n z o s d e l o s a ñ o s c i n -
c u e n t a . G . D u m é z i l l l e g ó a d e c l a r a r c o n m o t i v o d e la d e f e n s a d e la tesis
d e E s t a d o d e G u y o n v a r c ' h e l 2 0 d e o c t u b r e d e l 1 9 8 0 (sus Textes mythologi-
ques irlandais, p u b l i c a d o s ese m i s m o a ñ o ) q u e p a r a G u y o n v a r c ' h la U n i v e r -
sidad fue u n « a c c i d e n t e » , p r e c i s a n d o e n s e g u i d a ante u n a u d i t o r i o s o r -
p r e n d i d o q u e fue u n « f e l i z a c c i d e n t e » .
Si el r e c o r r i d o de los esposos G u y o n v a r c ' h fue solitario ello n o
implica que p e r m a n e c i e s e n aislados. D a n t e s t i m o n i o de ello n u m e r o s a s
a n é c d o t a s q u e j a l o n a n s u c a r r e r a y q u e m u e s t r a n l a e s t i m a d e la q u e
gozaban en amplios círculos.
P o r e j e m p l o J o s e p h V e n d r y e s c u a n d o , e n l o s a ñ o s c i n c u e n t a , e r a la
cabeza visible de los estudios célticos e n Francia, recurre a F. L e R o u x
p a r a q u e le p r e p a r e la d o c u m e n t a c i ó n a p a r t i r d e la c u a l h a c e r u n a
c o m u n i c a c i ó n a l a Académie des inscriptions et belles-lettres. E n o t r a o c a s i ó n ,
R u d o l f E g g e r e p i g r a f i s t a e s p e c i a l i z a d o e n c u r s i v a l a t i n a les e s c r i b e u n a
l a c ó n i c a p o s t a l : «Kommen Sie sc7¡ne//», p u e s h a b í a t e r m i n a d o su t r a s c r i p -
c i ó n de la t a b l i l l a d e e x e c r a c i ó n de R o m ( D e u x - S é v r e s ) q u e d i v i d í a
d e s d e su d e s c u b r i m i e n t o e n 1887 a la c o m u n i d a d c i e n t í f i c a e n t r e q u i e -
nes creían leer u n texto en latín o e n galo. L o s G u y o n v a r c ' h a c u d i e r o n
a K l a g e n f u r t e n C a r i n t i a , d o n d e vivía E g g e r , q u i e n l o s a c o g i ó c o n estas
p a l a b r a s : » D a s ¡st / a f e i n / » . S o l o l o s l a z o s d e G u y o n v a r c ' h c o n s u t i e r r a
n a t a l l e h i c i e r o n r e n u n c i a r al m u y f a c t i b l e d e s a r r o l l o d e u n a c a r r e r a e n
Alemania.
H a c i a f i n e s d e l o s a ñ o s 50 D u m é z i l d e j a d e m a n e r a p r o g r e s i v a e l
á m b i t o celta e n m a n o s d e estos i n v e s t i g a d o r e s . E l h e c h o es s i n g u l a r e n la
trayectoria de D u m é z i l , pues n u n c a h i z o algo a n á l o g o c o n otras parcelas
d e l m u n d o i n d o - e u r o p e o . A u n q u e e l m u n d o c é l t i c o s i e m p r e a t r a j o la
a t e n c i ó n de D u m é z i l , n o dejaba de suscitarle desconfianza, siempre
t e m e r o s o d e s e g u i r u n a p i s t a falta y , s o b r e t o d o , p o r q u e a u n q u e h a b í a
a p r e n d i d o u n a t r e i n t e n a d e i d i o m a s , e n el á m b i t o céltico s o l o c o n o c í a
b i e n el gales m o d e r n o (estudiado e n 1956). O c u r r i ó e n t o n c e s q u e a
 PRÓLOGO 15

m e d i d a q u e le llegaba la o b r a d e l o s G u y o n v a r c ' h y p o d í a a p r e c i a r sus

cualidades, D u m é z i l les d e l e g ó d e f o r m a tácita p e r o segura el área c é l -
tica, p u e s l o s c o n s i d e r a b a m e j o r c a p a c i t a d o s p a r a e s t u d i a r l a b a j o la p e r s -
p e c t i v a d e la « i d e o l o g í a t r i f u n c i o n a l » .
a
La 4 e d i c i ó n d e Les Druides e n 1986 señala la h o r a d e las p r i m e r a s
síntesis — a u n q u e las i n v e s t i g a c i o n e s p r o s i g u i e r o n a b u e n r i t m o ( v e r
bibliografía). P o d e m o s destacar ahora u n a cuestión presente de f o r m a
constante e n la o b r a de los G u y o n v a r c ' h : A su e r u d i c i ó n los d o s sabios
b r e t o n e s i n c o r p o r a r o n s i e m p r e la p r e o c u p a c i ó n p o r la f o r m a , c o n u n
s e n t i d o i n c o m p a r a b l e d e la f ó r m u l a t a n t o e n e l e l o g i o c o m o e n la c r í t i c a
— q u e a v e c e s se c o n f u n d e e q u i v o c a d a m e n t e c o n l a p o l é m i c a — e n o c a -
s i o n e s severa p e r o s i e m p r e j u s t i f i c a d a y a r g u m e n t a d a . Esta v o l u n t a d de
c l a r i d a d d e l e n u n c i a d o está l i g a d a a l a p r o p i a m a t e r i a c é l t i c a ( s e t r a t a
s o b r e t o d o d e d i s t a n c i a r s e d e la p a l a b r e r í a e s o t é r i c a c a r a c t e r í s t i c a d e l o s
celtómanos de todos los horizontes).
A u n q u e p o d a m o s c o n s i d e r a r la I r l a n d a m e d i e v a l y e l g a é l i c o e n e l
n ú c l e o d e l o s estudios llevados a c a b o p o r los esposos G u y o n v a r c ' h , sus
c o n t r i b u c i o n e s se e x t i e n d e n t a m b i é n h a c i a e l á m b i t o d e la l e n g u a b r e -
tona, la p e o r estudiada de u n a s lenguas célticas q u e c o n demasiada f r e -
c u e n c i a o c u p a n e l l u g a r d e l p a r i e n t e p o b r e e n e l á m b i t o d e la l i n g ü í s t i c a
i n d o e u r o p e a . E n tanto q u e « l e n g u a m e d i e v a l extraviada e n l o s t i e m p o s
9
contemporáneos» a l g u n o s l i n g ü i s t a s la i g n o r a n p o r c o m p l e t o . L o s t r a -
bajos de l o s G u y o n v a r c ' h sobre el b r e t ó n c o n f o r m a n otra parte o r i g i n a l
de su tarea q u e de n i n g ú n m o d o p u e d e considerarse m a r g i n a l . Destaca
la p u b l i c a c i ó n d e l Catholicon— p r i m e r diccionario de los idiomas latín,
francés y bretón—, y del glosario b r e t ó n del caballero alemán A r n o l d
v o n H a r f f a l f i n a l d e l s i g l o X V ( v e r b i b l i o g r a f í a ) , d e m o s t r a n d o la a n t i -
güedad de los dialectos bretones.
C u a l q u i e r estudio, i n c l u s o científico, sobre el b r e t ó n n o deja i n d i -
f e r e n t e a la c o m u n i d a d n a c i o n a l i s t a b r e t o n a . S e g ú n a l g u n o s d e sus i n t e -
grantes el b r e t ó n debe estudiarse siempre p a r t i e n d o de su celticidad,
a n t e s q u e c o m o l e n g u a a u t ó n o m a . E s t a p e r s p e c t i v a es c o m p l e t a m e n t e
d i f e r e n t e a la a d o p t a d a p o r G u y o n v a r c ' h . E s a f u e l a falta d e l Dictionnaire
étymologiqu'e'du bretón anden, mojen et moderne. Origine et histoire des mots (l973~

9 « L a n g u e médiévale égarée d a n s les t e m p s c o n t e m p o r a i n s » : e x p r e s i ó n d e C h . - J .

G u y o n v a r c ' h e n e l p r ó l o g o a J . - Y . P L O U R I N , Initiation au bretónfamüier et argotíque,
G r o z o n , E d i t i o n s A r m e l i n e , 2 0 0 0 ; n u e v a e d i c i ó n a u m e n t a d a , B r e s t , 2 0 0 6 , p . 7-
i6 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

1975)» p u e s s e ñ a l a b a l o s n u m e r o s o s p r é s t a m o s l e x i c a l e s t o m a d o s p o r el
b r e t ó n d e l a l e n g u a r o m a n c e d e s d e e l s i g l o X I I , s i n q u e su e s t r u c t u r a
s i n t á c t i c a y m o r f o l ó g i c a se viese m o d i f i c a d a . A d e m á s G u y o n v a r c ' h n u n c a
ha ocultado q u e t o d o aprendizaje del b r e t ó n debe hacerse a partir de u n
d i a l e c t o : » e l b r e t ó n n o p u e d e t e n e r v i d a a u t é n t i c a m á s q u e e n la m e d i d a
q u e sus d i a l e c t o s se r e s p e t a n » . C o m p r e n d e r e m o s así las c r í t i c a s d i r i g i -
das a s u a u t o r d e s d e e l n a c i o n a l i s m o e s t r e c h o y u n i f o r m i z a d o r d e q u i e -
n e s p r e t e n d e n l a u n i d a d d e la l e n g u a b r e t o n a , a l o q u e se a ñ a d i ó l a
i n c o m p r e n s i ó n de los datos lingüísticos p o r parte de u n sector del
m o v i m i e n t o b r e t ó n . L a c o n s e c u e n c i a de t o d o ello fue el a b a n d o n o del
Dictionnaire y d e la p u b l i c a c i ó n i n t e g r a l d e las o t r a s d o s e d i c i o n e s d e l Cat-
_ I
holicon f e c h a d a s e n t r e l o s a ñ o s I 4 9 9 5 2 I y d e l a ñ o ±521.
L o s t r a b a j o s s o b r e e l b r e t ó n a t e s t i g u a n l a a u s e n c i a d e c u a l q u i e r clase
de nostalgia p o r el pasado y de t o d o p r e j u i c i o literario. D e h e c h o los
i d i o m a s c é l t i c o s m o d e r n o s , e n su f o r m a h a b l a d a , s i e m p r e h a n m e r e c i d o
la a t e n c i ó n d e l o s G u y o n v a r c ' h . E n la U n i v e r s i d a d d e R e n n e s II, C h . - J .
G u y o n v a r c ' h s i e m p r e t e n í a c u i d a d o p o r a n o t a r las f o r m a s d i a l e c t a l e s q u e
le t r a n s m i t í a n l o s e s t u d i a n t e s d e la s e c c i ó n d e c é l t i c o q u e t e n í a n e l b r e -
t ó n c o m o l e n g u a m a t e r n a . A d e m á s , p a r a p a l i a r la i n s u f i c i e n c i a d e v o c a -
c i o n e s c e l t i s t a s e n F r a n c i a , C h . - J . G u y o n v a r c ' h u l t i m ó la t r a d u c c i ó n y
adaptación de u n m é t o d o de irlandés.
Para t e r m i n a r p u e d e decirse que los esposos G u y o n v a r c ' h h i c i e r o n
suya la d i v i s a d e l o s m o n j e s i r l a n d e s e s d e la E d a d M e d i a : dochumglóire Dé
ocus onóra na hErenn « p o r la g l o r i a d e D i o s y el h o n o r d e I r l a n d a » . A d a p -
t a n d o esta c o n s i g n a a n u e s t r o t e m a ( p u e s la r e l i g i ó n p e r t e n e c e e n n u e s -
t r o s d í a s al á m b i t o p r i v a d o ) , r e e m p l a z a n d o la r e l i g i ó n p o r e l t r a b a j o
c i e n t í f i c o ( o « h o n o r d e l o s e s t u d i o s c é l t i c o s » ) , l o s G u y o n v a r c ' h ya h a n
c u m p l i d o perfectamente su m i s i ó n .

3. H I S T O R I A D E U N L I B R O

P o d e m o s s e r m a s b r e v e s p a r a p r e s e n t a r Los Druidas. D e s t a c a r e m o s t r e s
c o s a s : e l l u g a r q u e o c u p a e n l a t r a y e c t o r i a d e sus a u t o r e s , su c o m p o s i -
c i ó n y, f i n a l m e n t e , s u c o n t e n i d o c o m o e x p r e s i ó n d e u n a f o r m a d e v i d a
i n t e l e c t u a l d i f e r e n t e a la q u e e s t a m o s a c o s t u m b r a d o s .
L a p r i m e r a v e r s i ó n d e Les druides a p a r e c i ó e n 1961 f i r m a d a p o r F . L e
R o u x . F i e l a u d i t o r a d e D u m é z i l y v i n c u l a d a a la r e d a c c i ó n d e Ogam p o r
e n t o n c e s d e s d e h a c í a m á s d e d i e z a ñ o s , D ú m e z i l le e n c a r g a la r e d a c c i ó n
 PRÓLOGO 17

d e l v o l u m e n p a r a la c o l e c c i ó n « M y t h e s et r e l i g i o n s » q u e d i r i g í a p a r a las
Presses Universitaires de France. E d i c i o n e s sucesivas a p a r e c i e r o n e n 197°" Y ^986
( v é a n s e d e t a l l e s e n la b i b l i o g r a f í a ) b a j o d i s t i n t o s s e l l o s e d i t o r i a l e s y c o n
u n notable i n c r e m e n t o del tamaño de u n libro que también firma C h . -
J . G u y o n v a r c ' h d e s d e l a s e g u n d a e d i c i ó n . L a e d i c i ó n d e 1986 h a s i d o
o b j e t o d e t r a d u c c i o n e s al a l e m á n , el i t a l i a n o y a h o r a al e s p a ñ o l .

Temas Druides 1961 Druides 1986 Otros libros

PP-19-25, p p . 45-61, 1999: Le dialogue

JERARQUÍA
m e n c i ó n en 25 cita e n 48-51 des deux sages

2005: Lesacrifice
E L SACRIFICIO PP-30-35 pp.66-77
dans la tradition celtique

T É C N I C A S RITUALES 1997: Magie, médecine

pp.52-106 pp.I25-2I6
Y MÁGICAS et divination...

FIESTAS
pp. II2-II9 pp.231-262 1995: Lesfétesceltiques
Y CALENDARIO

P u e d e d e c i r s e , s i n r i e s g o d e e r r o r , q u e es la o b r a c e n t r a l d e sus a u t o -
res p o r su v o l u m e n y p o r la d e d i c a c i ó n q u e r e c i b i ó d u r a n t e d é c a d a s e n
sucesivas r e e l a b o r a c i o n e s . P e r o t a m b i é n , y s o b r e t o d o , p o r el l u g a r q u e
o c u p a e n e l d i s e ñ o d e l c o n j u n t o d e su o b r a . E n el c u a d r o a d j u n t o p r e -
s e n t a m o s e n f o r m a de c o l u m n a s los d e s a r r o l l o s d e d i c a d o s a distintos
t e m a s e n la e d i c i ó n d e 1961, e n la d e 1986 ( e n la q u e se basa la a q u í p r e -
sentada) y en libros posteriores. Si a ello añadimos que los contenidos
d e e s t o s l i b r o s se p r e p a r a r o n p a u l a t i n a m e n t e e n f o r m a d e a r t í c u l o s y
t r a t a m i e n t o s p u n t u a l e s q u e a p a r e c i e r o n e n Ogam d e s d e p r i n c i p i o s d e l o s
a ñ o s 5 0 , e l l u g a r c e n t r a l d e l p r e s e n t e l i b r o se p o n e e n e v i d e n c i a .
S i n o s d e t e n e m o s e n l o s c o n t e n i d o s d e l l i b r o esta a p r e c i a c i ó n se r e i -
t e r a e n la m e d i d a q u e r e c o r d e m o s q u e e l e s t u d i o d e l o s celtas d e b e s e r ,
e n p r i m e r l u g a r , e l e s t u d i o d e u n a c u e s t i ó n q u e se m u e v e p r i o r i t a r i a -
m e n t e e n e l á m b i t o d e la l e n g u a , la r e l i g i ó n y l a c u l t u r a . S i esto es así se
e n t i e n d e c o n facilidad la i m p o r t a n c i a d e l estudio de los d r u i d a s , de los
i n t e l e c t u a l e s e n c a r g a d o s d e la g e s t i ó n d e e s o s á m b i t o s y e n c a r n a c i ó n
s o c i a l e i n t e l e c t u a l d e l s a b e r d e l m u n d o al q u e p e r t e n e c e n . E n e f e c t o ,
los druidas s o n , socialmente, los p o r t a d o r e s de los e l e m e n t o s de s i m i l i -
t u d q u e se d e t e c t a n e n l o s d i s t i n t o s á m b i t o s g e o g r á f i c o s e h i s t ó r i c o s e n
l o s q u e e s t á n a t e s t i g u a d o s l o s c e l t a s , a u n q u e es c i e r t o q u e n o e n t o d a s
p a r t e s se a t e s t i g u a n d e l a m i s m a f o r m a , p e r o e s t o es o t r a c u e s t i ó n . L o
i8 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

i m p o r t a n t e , a h o r a , es d e j a r c l a r o q u e e l e s t u d i o d e l o s d r u i d a s p r o p o r -
c i o n a la m e j o r p u e r t a d e e n t r a d a p a r a el c o n o c i m i e n t o d e l u n i v e r s o i d e -
o l ó g i c o q u e , e n r e a l i d a d , es l o q u e l o s c e l t a s t i e n e n d e m á s e s p e c í f i c o .
D i c h o c o n o t r a s p a l a b r a s , Los Druidas es t a m b i é n , p o d r í a m o s d e c i r q u e
s o b r e t o d o , u n a i n t r o d u c c i ó n g e n e r a l al m u n d o c u l t u r a l c e l t a .
E s t o l o m u e s t r a el í n d i c e , p u e s tras l o s d o s p r i m e r o s c a p í t u l o s d e p r e -
s e n t a c i ó n g e n e r a l d e q u i é n e s s o n l o s d r u i d a s y d e su l u g a r e n la s o c i e d a d ,
l o s t r e s s i g u i e n t e s p r e s e n t a n la a c c i ó n d e l o s d r u i d a s c o m o g e s t o r e s d e la
c o s m o v i s i ó n céltica e n su c o n j u n t o , d e t e n i é n d o s e s u c e s i v a m e n t e e n la
t é c n i c a s r i t u a l e s y m á g i c a s , e n las c o n c e p c i o n e s d e l e s p a c i o y d e l t i e m p o
y e n los e l e m e n t o s más metafísicos y de reflexión escatológica que c o n -
lleva el s a b e r d r u í d i c o q u e es, t a m b i é n , u n s a b e r s o b r e el M á s A l l á .
M e r e c e d e s t a c a r s e c o m o u n i m p o r t a n t e r a s g o e s p e c í f i c o d e la o b r a la
a b u n d a n c i a y e x t e n s i ó n de los pasajes t r a d u c i d o s de l e n g u a s célticas,
s o b r e t o d o i r l a n d é s a n t i g u o . E s t e es u n r a s g o e s e n c i a l q u e s e r í a m e n o s
f e l i z b a j o o t r a f o r m a d e p r e s e n t a c i ó n . E l l o se d e b e a q u e e s o s t e x t o s ,
a d e m á s d e la t r a d u c c i ó n p r e c i s a n u n c o m e n t a r i o . A s í el l i b r o p u e d e
considerarse u n a s u c e s i ó n de textos agrupados t e m á t i c a m e n t e y c o m e n -
t a d o s . U n a v i r t u d f u n d a m e n t a l d e este t i p o d e p r e s e n t a c i ó n es q u e a b r e
u n e s p a c i o a la l i b e r t a d d e l l e c t o r . E s t e c u e n t a s i e m p r e c o n l o s e l e m e n -
t o s n e c e s a r i o s — d e j a n d o a p a r t e l o q u e r e p r e s e n t a el c o n o c i m i e n t o d e la
l e n g u a — p a r a e v a l u a r la i n t e r p r e t a c i ó n o e l s e n t i d o d e l o e x p l i c a d o e n
la m e d i d a q u e se h a o f r e c i d o p r e v i a m e n t e l a m a t e r i a p r i m a , e l t e x t o
fundamental.
P a r a t e r m i n a r c o n v i e n e d e s t a c a r q u e b u e n a p a r t e d e la d i f i c u l t a d d e l
e m p e ñ o estriba e n la m a t e r i a m i s m a . Es u n a c u e s t i ó n q u e ya h e m o s
a b o r d a d o y q u e f o r m a p a r t e p o r m é r i t o s p r o p i o s d e la h i s t o r i a d e la t e o -
r í a a n t r o p o l ó g i c a . E s t o e s , c ó m o se p u e d e c o m p r e n d e r a u n o s i n t e l e c -
tuales cuyos usos s o n tan ajenos a los estándares de nuestra cultura.
P o d e m o s i n d i c a r q u e u n a d e las c r í t i c a s m á s c o n s i s t e n t e s a las Mitológicas
d e L é v i - S t r a u s s , p r o c e d e n t e d e la a n t r o p o l o g í a s o c i a l b r i t á n i c a , h a c o n -
s i s t i d o e n p o n e r d e r e l i e v e l a a b s o l u t a falta d e c o n s i d e r a c i ó n p o r p a r t e
d e L é v i - S t r a u s s d e l p a p e l d e a g e n t e s s o c i a l e s q u e i n t e r v i e n e n e n la e l a -
b o r a c i ó n d e l o s m i t o s así c o m o d e l o s c o n t e x t o s s o c i a l e s d e r e p r e s e n t a -
c i ó n d e esas n a r r a t i v a s .
Parafraseando u n a e x p r e s i ó n del a n t r o p ó l o g o J. G o o d y — u n o de los
c r í t i c o s s e ñ a l a d o s — l o s d r u i d a s s o n i n t e l e c t u a l e s s i n e s c r i t u r a . L o c u a l es
u n a c o n t r a d i c c i ó n e n l o s t é r m i n o s p a r a n u e s t r a c u l t u r a y, d e s d e l u e g o ,
la d i f i c u l t a d m a y o r d e l e m p e ñ o r e f l e j a d o p o r e l p r e s e n t e l i b r o .
 PRÓLOGO 19

E n e s t e s e n t i d o es i m p o r t a n t e l a o p c i ó n m e t o d o l ó g i c a m a n t e n i d a
p o r sus a u t o r e s a l o l a r g o d e las d i f e r e n t e s r e e l a b o r a c i o n e s d e l l i b r o . S i
b i e n es c i e r t o q u e l o s d r u i d a s , c o m o p e r s o n a j e s h i s t ó r i c o s y g r u p o
s o c i a l , se a t e s t i g u a n s o b r e t o d o e n l o s t e s t i m o n i o s e t n o g r á f i c o s d e l a
a n t i g ü e d a d , n o m e n o s c i e r t o es q u e l o s d r u i d a s a p a r e c e n e n l o s t e x t o s
mitológicos irlandeses c u b r i e n d o ámbitos de actividad complejos.
A h o r a b i e n , c u a n d o c o n t e m p l a m o s las a c c i o n e s q u e l o s a u t o r e s d e l a
a n t i g ü e d a d a t r i b u y e n a e s t o s p e r s o n a j e s y a q u e l l a s e n las q u e se v e n
i m p l i c a d o s e n l o s m i t o s m e d i e v a l e s n o se a p r e c i a n d i f e r e n c i a s s i g n i f i c a ­
tivas n i c o n t r a d i c c i o n e s : e s t a m o s a n t e las e s f e r a s d e a c c i ó n p r o p i a s d e
u n t i p o s o c i a l e s t a b l e e n t a n t o e n c u a n t o la s o c i e d a d d e la q u e e m a n a y
a l a q u e s i r v e se m a n t i e n e d e n t r o d e sus m a r c o s t r a d i c i o n a l e s . D e
h e c h o , c o m o i n d i c a n F. L e R o u x y C h . - J . G u y o n v a r c ' h e n o t r o s t r a b a ­
j o s , l o s d r u i d a s y la p r o p i a r e l i g i ó n c e l t a d e s a p a r e c e n c u a n d o d e s a p a r e ­
c e n b a j o la f u e r z a a r r o l l a d u r a d e n u e v a s i d e o l o g í a s y p r á c t i c a s r e l i g i o s a s ,
c o m o s o n las d e l a a n t i g ü e d a d c l á s i c a e n c a b e z a d a p o r R o m a — p o r G r e ­
cia e n t r e l o s gálatas d e A n a t o l i a — p a r a l o s c e l t a s c o n t i n e n t a l e s o las d e l
c r i s t i a n i s m o e n el caso de I r l a n d a .
D e esta p a r t i c u l a r i d a d d e r i v a o t r a c o n s t a t a c i ó n q u e , p a r a t e r m i n a r ,
n o s l i m i t a m o s a a p u n t a r . S i l o s d r u i d a s , ágrafos p o r d e f i n i c i ó n , se e s c o n ­
d e n tras el j u e g o de espejos q u e c o n s t i t u y e n t a n t o la e t n o g r a f í a de los
a u t o r e s d e la a n t i g ü e d a d c u a n d o d e s c r i b í a n a l o s c e l t a s , c o m o l o s t e x t o s
medievales c o m p u e s t o s p o r clérigos letrados cristianos que, sin e m b a r g o ,
c o n s i d e r a b a n o p o r t u n o t r a n s c r i b i r sus h i s t o r i a s t r a d i c i o n a l e s ( e r r a d i ­
c a n d o , e s o sí, l o s e l e m e n t o s p a g a n o s m á s l l a m a t i v o s , c o m o p o r e j e m p l o el
s a c r i f i c i o ) , p r á c t i c a m e n t e s o l o s e r á p o s i b l e c o n o c e r l o s a t r a v é s d e sus
o b r a s , d e sus a c c i o n e s , c o n s i d e r a n d o e n este c a p í t u l o , p o r s u p u e s t o , las
c o n c e p c i o n e s q u e d e s a r r o l l a r o n s o b r e la o r g a n i z a c i ó n d e l m u n d o .
D e c í a m o s más arriba que los druidas n o están b i e n atestiguados e n
t o d a s las r e g i o n e s y é p o c a s d o n d e floreció la c u l t u r a c e l t a . E s t o es c i e r t o
de u n a m a n e r a d i r e c t a . N o s a b e m o s de la p r e s e n c i a de d r u i d a s e n la
G a l i a C i s a l p i n a , o e n t r e l o s g á l a t a s d e A n a t o l i a . T a m p o c o e n la P e n í n ­
sula Ibérica,, a u n q u e a l g u n o s h e m o s a r g u m e n t a d o q u e sin r e c u r r i r a
ellos toda u n a serie de t e s t i m o n i o s de actividad religiosa p r e r r o m a n a , o
que n o p u e d e clasificarse n i c o m o r o m a n a n i c o m o cristiana, serían
i n e x p l i c a b l e s . P o r q u e l o m á s i m p o r t a n t e q u e se d e s p r e n d e d e este l i b r o ,
l a b o r i o s a m e n t e c o n s t r u i d o a l o l a r g o d e d é c a d a s d e e s t u d i o , es q u e l o s
d r u i d a s c o n s t i t u y e r o n la a r g a m a s a q u e d a b a s e n t i d o a las s o c i e d a d e s c é l ­
ticas y s u d e s a p a r i c i ó n , a través d e la a c u l t u r a c i ó n r o m a n a , g r i e g a o c r i s -
20 M. V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

t i a n a , s u p u s o la d e s a p a r i c i ó n d e b u e n a p a r t e d e s u c o n o c i m i e n t o y la
d e r r o t a d e f i n i t i v a d e l o s celtas c o m o f o r m a c u l t u r a l a u t ó n o m a , s u c e s i v a
a las d e r r o t a s s u f r i d a s p o r las a r m a s .
S i n d u d a e s t o es l a m e n t a b l e . P o d r í a m o s d e s e a r l e g í t i m a m e n t e q u e el
g r a d o d e c o n o c i m i e n t o s o b r e l o s celtas r e s i s t i e s e la c o m p a r a c i ó n c o n las
g r a n d e s c u l t u r a s q u e f l o r e c i e r o n e n e l p a s a d o e n la c u e n c a m e d i t e r r á -
n e a . P e r o n o es así y las a l t e r n a t i v a s e s t á n c l a r a s y s o n c o n o c i d a s : p u g n a r
p o r i n f l i g i r l e s la e n é s i m a d e r r o t a p r e g o n a n d o e l « i n e x i s t e n c i a l i s m o »
celta, a u t o p r o c l a m a r s e partícipes de u n a especie de simbiosis mística
c o n l o s c e l t a s q u e j u s t i f i c a t o d a clase d e « r e v i v á i s » c e l t ó m a n o s a c r ó n i -
cos, o el e s t u d i o . Y el e s t u d i o es la o p c i ó n q u e h a n d e f e n d i d o i n c e s a n t e -
m e n t e l o s a u t o r e s d e este l i b r o q u e , c o n t o d a m o d e s t i a y e n la m e d i d a d e
n u e s t r a s p o s i b i l i d a d e s , h a c e m o s n u e s t r a las p e r s o n a s q u e h a n c o n t r i -
b u i d o a la a p a r i c i ó n d e esta v e r s i ó n e n e s p a ñ o l y a s p i r a m o s a t r a n s m i t i r
a sus l e c t o r e s .

4. B I B L I O G R A F Í A C O M E N T A D A
DE C H . - J . G U Y O N V A R C ' H Y F. L E R O U X

P a r a c o m p l e t a r las p á g i n a s p r e c e d e n t e s y u b i c a r c o r r e c t a m e n t e la a p o r -
t a c i ó n d e l p r e s e n t e l i b r o e n la o b r a d e sus a u t o r e s p u e d e ser ú t i l r e s e ñ a r
sus p r i n c i p a l e s t r a b a j o s c o n s i d e r a n d o q u e n o p r e t e n d e m o s o f r e c e r u n a
b i b l i o g r a f í a c o m p l e t a . N o s l i m i t a m o s a r e c o g e r sus l i b r o s p r e s e n t a n d o
b r e v e m e n t e s u c o n t e n i d o . S e d i s t i n g u e n t r e s g r a n d e s áreas t e m á t i c a s : la
t r a d u c c i ó n y c o m e n t a r i o de textos e n lenguas célticas, f u n d a m e n t a l -
m e n t e irlandeses, los estudios de léxico y los trabajos de p r e s e n t a c i ó n de
la c u l t u r a y r e l i g i ó n d e l o s c e l t a s .

4 . 1 . E D I C I Ó N DE T E X T O S

E s t e t r a b a j o es b á s i c a m e n t e o b r a d e C h . - J . G u y o n v a r c h . S e i n i c i a a
p r i n c i p i o s d e l o s a ñ o s 5 0 c o n la t r a d u c c i ó n d e p e q u e ñ a s p i e z a s o f r a g -
m e n t o s de literatura galesa o irlandesa. Se trataba de h a c e r accesible e n
l e n g u a francesa u n tesoro de literatura q u e p e r m a n e c í a p r á c t i c a m e n t e
d e s c o n o c i d o e n esa l e n g u a ( e n la Revue Celtique p u b l i c a d a e n t r e l o s a ñ o s
1 8 7 0 y 1 9 3 4 h a b í a m u c h a s t r a d u c c i o n e s , c o n f r e c u e n c i a al i n g l é s , y n o
e r a u n a revista d e g r a n d i f u s i ó n . E s t o s t r a b a j o s c u l m i n a n c o n la e d i c i ó n
de varios libros:
 PRÓLOGO 21

G U Y O N V A R C ' H , C h . - J . , Textesnythologiquesirlandaisl. I, R e n n e s , O g a m , 1980.

Es l a tesis d e d o c t o r a d o d e E s t a d o d e G u y o n v a r c ' h . C o n s i s t e e n l a
p r e s e n t a c i ó n , t r a d u c c i ó n y c o m e n t a r i o de los principales textos
m i t o l ó g i c o s i r l a n d e s e s d e l c i c l o d e l U l s t e r t e n i e n d o e n c u e n t a sus
variantes y c o m p l e m e n t o s . El segundo v o l u m e n , u n c o m e n t a r i o de
naturaleza religiosa o b r a de F. L e R o u x , v i o i n t e r r u m p i d a su p u b l i ­
c a c i ó n p o r el p e n o s o d e s t i n o d e la b i b l i o t e c a d e G . D u m é z i l tras s u
m u e r t e ( 1 9 8 6 ) . O c u r r i ó e n t o n c e s q u e se p e r d i ó u n a c o p i a d e l t e x t o
o r i g i n a l d e L e R o u x , c o n las a n o t a c i o n e s d e D u m é z i l . S u p e r a d o s este
y o t r o s o b s t á c u l o s , E d i c i o n e s A r m e l i n e d e B r e s t p r e p a r a la e d i c i ó n
d e este t e x t o e n u n f u t u r o p r ó x i m o .

—, La razzia des vaches de Cooley, París, G a l l i m a r d , 1994-

Es la t r a d u c c i ó n al f r a n c é s d e l p r i n c i p a l t e x t o é p i c o i r l a n d é s . R e l a t a
los i n c a n s a b l e s c o m b a t e s e n t r e los ejércitos d e l c o n j u n t o de I r l a n d a
m a n d a d o s p o r A i l l i l y M e b d c o n t r a el U l s t e r , d e f e n d i d o e n e x c l u s i v a
p o r su h é r o e C u c h u l a i n n , h i j o o m a n i f e s t a c i ó n terrestre del g r a n
d i o s c é l t i c o L u g . Este m o n u m e n t o l i t e r a r i o f i g u r a e n p i e d e i g u a l d a d
c o n o t r a s g r a n d e s é p i c a s u n i v e r s a l e s c o m o la Iliada o la Odisea, Boewulf,
el Cantar de los Nibelungos, e l Mahabharata o el Ramayana.

—, Le dialogue des deuxsages, P a r í s , P a y o t & R i v a g e s , 1999-

T r a d u c c i ó n francesa de u n texto m i t o l ó g i c o irlandés q u e refleja u n
e s t a d o d e l e n g u a m u y a n t i g u o . C o n t i e n e el d e b a t e e n t r e d o s d r u i d a s
q u e a s p i r a n a la p r i m a c í a s o b r e l o s d r u i d a s d e I r l a n d a h a c i e n d o g a l a
de u n alarde de sutileza intelectual consistente e n u n d o m i n i o del
l e n g u a j e y d e l o s c o m p o n e n t e s b á s i c o s d e l a t r a d i c i ó n e n la q u e se
i n s c r i b e n . E l l i b r o se c o m p l e t a c o n l a t r a d u c c i ó n d e l o s l l a m a d o s
« P r e c e p t o s de C u c h u l a i n n » y c o n u n a p é n d i c e sobre los n o m b r e s
de los druidas.

LE R O U X , F. y C h . - J . G U Y O N V A R C ' H , La légende de la ville d'Is, Rennes,

Ouest-France, 2 0 0 0 .

Es u n v o l u m e n h í b r i d o c o n s i s t e n t e e n la t r a d u c c i ó n d e l b r e t ó n al
f r a n c é s de los p r i n c i p a l e s textos c o n c e r n i e n t e s a m i t o de la c i u d a d
s u m e r g i d a d e Is c o n s u e s t u d i o c o r r e s p o n d i e n t e . L o s a u t o r e s se c e n ­
t r a n e n e l d e s t i n o l i t e r a r i o d e D a h u d , f i g u r a c o r r e s p o n d i e n t e al
t e m a m í t i c o celta d e la m u j e r d e l M á s A l l á y l l e g a n a la c o n c l u s i ó n d e
q u e la c o n v e r s i ó n d e la t r a d i c i ó n m á s a n t i g u a e n f o l c l o r e , a s u v e z
transformado e n motivo literario, ha dejado p o c o del mito original
e n la t r a d i c i ó n b r e t o n a .
 •2,2 M. V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H Á I S - L A G A T U

4.2. E S T U D I O S DE L É X I C O

L o s e s t u d i o s d e l é x i c o c a r a c t e r i z a n e l c o n j u n t o d e la e m p r e s a Ogam, q u e
e n sus p r i m e r o s n ú m e r o s ya a c o g í a u n « V o c a b u l a i r e V i e u x - C e l t i q u e » ,
p r o l o n g a d o m á s a d e l a n t e p o r la l a r g a s e r i e d e las « N o t e s d ' E t y m o l o g i e
et t h e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e et c e l t i q u e » q u e , f i r m a d a s p o r G u y o n -
v a r c ' h , a p a r e c i e r o n e n p r á c t i c a m e n t e t o d o s l o s n ú m e r o s de la revista y
d e s u s u p l e m e n t o Celticum. L a u t i l i z a c i ó n d e e s t o s t r a b a j o s e n l i b r o s se
p l a s m a e n l o s t í t u l o s d e d i c a d o s a t e m a s d e c u l t u r a y r e l i g i ó n c é l t i c a s (ver
m á s a b a j o ) . P e r o u n a s e r i e e s p e c í f i c a d e p u b l i c a c i o n e s se c e n t r ó e n e l
b r e t ó n , e m p e z a n d o p o r el i n c o m p l e t o :

G U Y O N V A R C ' H , C h . - J . , Dictionnaire éjmologique du bretón anden, mojen et moderne,

_I
Rennes, O g a m - C e l t i c u m , I973 975-
i ) O r i g i n e et h i s t o i r e d e s m o t s 1973; 2) A - a c e n s i 1973; 3) A c e n s i -
aer ig73; 4) A e r - a h e s 1975; 5) A h e s - a l k e n t 1975; 6) A l k i m i e z h -
a m l e a l 1975-
E n este c a p í t u l o se s i t ú a e l r e s c a t e d e a n t i g u o s t e s t i m o n i o s d e la l e n -
gua bretona:

—, Aux origines du bretón, leglossaire vannetais du chevalier Arnold von Harff, vqyageur
allemandduXVesiéde, Rennes, Ogam-Celticum, 1984*-
E d i c i ó n d e u n t e s t i m o n i o d e l b r e t ó n m e d i e v a l , s o n c u a r e n t a y seis
p a l a b r a s o frases r e c o g i d a s p o r u n n o b l e a l e m á n q u e se las h i z o t r a -
d u c i r y e x p l i c a r , a t r a v é s d e l f r a n c é s . G u y o n v a r c ' h p r e s e n t a este
d o c u m e n t o e x p l i c a n d o l o s i n t r i n c a d o s p a s o s f o n é t i c o s q u e se p r o -
d u c e n e n t r e las f o r m a s d i a l e c t a l e s d e las l e n g u a s e m p l e a d a s p o r l o s
personajes implicados.

—, Le Catholicon. R e p r o d u c t i o n d e l ' é d i t i o n d e J e h a n C a l v e z , T r é g u i e r ,
J
4 9 9 / d e J e h a n L a g a d e u c , R e n n e s , O g a m - t r a d i t i o n c e l t i q u e , 1975¬
—, Le catholicon: dictionnaire breton-latin-francais / de J e h a n Lagadeuc. Brest:
Armeline, 2005-
Es e l t e x t o d e l p r i m e r d i c c i o n a r i o d e f r a n c é s y d e b r e t ó n , a c o m p a -
ñ a d o p o r u n a extensa i n t r o d u c c i ó n de G u y o n v a r c ' h (pp. I X - C L I I ) .

4.3. C U L T U R A Y R E L I G I Ó N DE L O S CELTAS

Los trabajos de e d i c i ó n de textos y lexicográficos f u e r o n los p r e l i m i n a -

res d e u n a e x p l i c a c i ó n g l o b a l d e la c u l t u r a y d e l a r e l i g i ó n d e l o s c e l t a s ,
 PRÓLOGO
23

q u e c o n s t i t u y e n l a p a r t e f u n d a m e n t a l d e l a o b r a d e estos e s t u d i o s o s . E n
esta faceta e n t r a n e n j u e g o d e m a n e r a f u n d a m e n t a l l o s t r a b a j o s p r e p a r a -
t o r i o s llevados a c a b o p o r F. L e R o u x e n e l á m b i t o d e l estudio d e la r e l i -
g i ó n y l a m i t o l o g í a c e l t a . D e u n a f o r m a u n t a n t o s i m p l i f i c a d o r a se
p o d r í a d e c i r q u e estos l i b r o s r e ú n e n d e m a n e r a o r g á n i c a l o s e s t u d i o s d e
h i s t o r i a d e las r e l i g i o n e s d e L e R o u x c o n l o s e s t u d i o s l e x i c a l e s y las t r a -
d u c c i o n e s d e G u y o n v a r c ' h , m a t i z a n d o e s t o , c o m o se h a d i c h o , c o n l a
constatación de que ambos siempre trabajaron conjuntamente.
E l l i b r o m á s i m p o r t a n t e d e la s e r i e es e l q u e e l l e c t o r t i e n e e n t r e s u s
m a n o s q u e p u e d e c o n s i d e r a r s e l e g í t i m a m e n t e la c u m b r e d e l trabajo d e
sus a u t o r e s . E l t e x t o t i e n e u n a l a r g a h i s t o r i a d e s d e s u p r i m e r a e d i c i ó n d e
1961 f i r m a d a e n e x c l u s i v a p o r F . L e R o u x p a r a u n p e q u e ñ o v o l u m e n d e
161 p á g i n a s e n u n a c o l e c c i ó n d i r i g i d a p o r G . D u m é z i l :

L E R O U X , F . , Lesdruides, París, P U F , 1961.

S e g u i d a m e n t e el texto a m p l i a d o y ya f i r m a d o t a m b i é n p o r G u y o n -
varc'h fue reeditado p o r diferentes sellos editoriales
a
— y C h . - J . G U Y O N V A R C ' H , Lesdruides, 2 e d . revisada y a u m e n t a d a , R e n -
nes, O g a m - C e l t i c u m , 1978.
a
L a c u a r t a e d i c i ó n se f e c h a e n 1986 (Lesdruides. 4 ed. Rennes: Ouest-
F r a n c e ) . Esta e d i c i ó n « d e f i n i t i v a » f u e r e e d i t a d a e n e l a ñ o 2 0 0 0 p o r
« l e G r a n d l i v r e d u m o i s » y h a s i d o l a b a s e d e las t r a d u c c i o n e s al a l e -
m á n d e 1 9 9 6 (DieDruiden: Mythos, Magie und Wirklichkeit derKelten. Engerda:
A r u n - V e r l ; r e e d i c i ó n e n 1998); al i t a l i a n o d e l a ñ o 1 9 9 ^ Qdruidi.
G e n o v a : E c i g e d . ) y es la b a s e d e l a p r e s e n t e e d i c i ó n .

LE R O U X , F . , Introductiongenéraleál'étudelatraditionceítique, R e n n e s , O g a m , 1967-

— y C h . - J . G U Y O N V A R C ' H , , La Civilisationceltique, Rennes, Ogam-Tradition

celtique, 1979.
Se trata d e u n a i n t r o d u c c i ó n g e n e r a l a los celtas d e s d e e l p u n t o d e vista
c o n s t r u i d o p o r l o s a u t o r e s a l o l a r g o d e sus e s t u d i o s . L a Introduction de
o r
1967 f u e r e e m p l a z a d a e n 1 9 7 9 P La Civilisation. L i b r o q u e fue r e e d i -
t a d o e n - r g g o p o r e l sello O u e s t - F r a n c e , y e n 1995 y 2001 p o r los e d i -
t o r e s d e P a r í s « P a y o t et R i v a g e s » d e n t r o d e l a « P e t i t e b i b l i o t h é q u e
P a y o t » . E l l i b r o cuenta c o n u n a t r a d u c c i ó n al p o r t u g u é s e n 1993
civilizflcao celta, M e m Martins, E u r o p a - A m é r i c a ; r e i m p r . 1999).

—, La Souverainetéguerriérede Vlrlande: Mórrígan, Bodb, Macha, R e n n e s , O g a m , 1983.

E s t u d i o d e m i t o l o g í a s o b r e l a d i o s a g u e r r e r a d e l o s celtas e x a m i n a d a ,
 24 M . V. G A R C Í A Q U Í N T E L A / L. P L A N C H A I S - L A G A T U

s o b r e t o d o , a p a r t i r d e su m u l t i f o r m e p r e s e n c i a e n la l i t e r a t u r a
mitológica irlandesa. Los numerosos estudios de mitología debidos
a F. L e R o u x n o a l c a n z a r o n la sistematización d e o t r o s á m b i t o s d e la
i n v e s t i g a c i ó n d e sus a u t o r e s y es p r e c i s o c o n t i n u a r l e y é n d o l o s e n las
p á g i n a s d e Ogam y e n l a s í n t e s i s s o b r e l a r e l i g i ó n c e l t a c i t a d a m á s
a r r i b a e n l a n o t a 7¬
—, La société celtique dans l'idéologie trifonctionnelle et ¡a tradition religieuse indo-europé-
ennes, R e n n e s , O u e s t - F r a n c e , 1 9 9 1 .

R e e d i t a d o s i n c a m b i o s e n 2 0 0 2 p o r el « G r a n d livre d u m o i s » . T r a -
d u c i d o al p o r t u g u é s e n 1 9 9 5 (A sociedade Celta: na ideología trifuncional e na
tradicao religiosa indo-europeia. M e m M a r t i n s : E u r o p a - A m é r i c a ) .
L a e m p r e s a Ogam e s t a b a i n s p i r a d a p o r l a o b r a d e D u m é z i l , s i n
e m b a r g o e n e l c o n j u n t o d e l a o b r a d e L e R o u x y G u y o n v a r c ' h la i d e -
o l o g í a t r i f u n c i o n a l tenía u n a p r e s e n c i a discreta. E l l i b r o l l e n a ese
vacío p r e s e n t a n d o y c o m e n t a n d o los textos y e p i s o d i o s q u e , a j u i c i o
d e l o s a u t o r e s , m u e s t r a n la i d e o l o g í a t r i f u n c i o n a l i n d o e u r o p e a e n l a
t r a d i c i ó n celta.

—, Lesfitesceltiques, R e n n e s , O u e s t - F r a n c e , l"995-
R e e d i t a d o e n 2 0 0 2 e n « l e G r a n d l i v r e d u m o i s » . T r a d u c i d o al a l e -
m á n e l a ñ o 1997 (Die hohen Feste derKelten. E n g e r d a , A r u n ; r e e d . 2 0 0 3 )
y al g a l l e g o e n 2 0 0 3 (Asfestas celtas, N o i a - A C o r u ñ a , T o x o s o u t o s ) .
Es la p r e s e n t a c i ó n sintética d e u n t e m a q u e o c u p ó sobre t o d o a F. L e
R o u x d e s d e sus p r i m e r o s t r a b a j o s e n Ogam ( p o r e j e m p l o « L y o n et l e
c o n c i l i u m g a l l i a r u m » e n Ogam 2 3 , 1 9 5 2 , 2 8 0 - 2 8 5 ) . P r e s e n t a las l l a -
m a d a s « f i e s t a s d e m e d i a e s t a c i ó n » celtas, c a r a c t e r i z a d a s p o r s i t u a r s e
a m e d i o c a m i n o e n t r e l o s s o l s t i c i o s y e q u i n o c c i o s ( l o s p r i m e r o s días
de n o v i e m b r e , f e b r e r o , m a y o y agosto) y la i m p o r t a n c i a social y
ritual q u e revestían. S i n e m b a r g o , la e d i c i ó n científica d e l c a l e n d a -
r i o d e C o l i g n y q u e d ó al m a r g e n d e s u e s t u d i o . E s o p o r t u n o d e s t a c a r
q u e l o s t e m a s a b o r d a d o s e n este l i b r o f o r m a n l a b a s e d e a l g u n o s d e
los desarrollos m á s originales de l o s estudios célticos.

—, Les druides et le druidisme, R e n n e s , O u e s t - F r a n c e , 1995¬

—, LeslégendesdeBrocéliandeetduroiArthur, R e n n e s , O u e s t - F r a n c e , 1997-
S o n d o s p e q u e ñ o s f o l l e t o s i l u s t r a d o s (32 p á g i n a s ) q u e p r e s e n t a n
s i n t é t i c a m e n t e q u é f u e r o n l o s d r u i d a s y las t r a d i c i o n e s bretonas
s o b r e e l r e y A r t u r o y sus a n d a n z a s e n e l b o s q u e d e B r o c e l a n d i a , r e s -
pectivamente .
 PRÓLOGO 25

GUYONVARC'H, C h . - J . , Magie, médecine et divination chezles Celtes, París, Payot

& Rivages, 1997-
E s t e v o l u m e n es u n c o m p l e m e n t o d e Los druidas y d e l Dialogue des deux
sages p u e s se c o n c e n t r a e n l o s a s p e c t o s d e la t r a d i c i ó n d r u í d i c a i n d i ­
c a d o s e n el t í t u l o . E s i m p o r t a n t e p o r q u e m u e s t r a el e s t i l o i n t e l e c t u a l
d e estos s a b i o s y el p r o p i o e s t i l o i d e o l ó g i c o d e las s o c i e d a d e s a las q u e
s i r v e n : p o r e j e m p l o la s a l u d y la a r m o n í a física s o n i m p r e s c i n d i b l e s
p a r a el e j e r c i c i o d e l p o d e r y e s t á n b a j o el c o n t r o l d e l o s d r u i d a s .

—, Le sacrifice dans la tradition celtique: les rites, la doctrine et les techniques, Brest, Ed.

Armeline, 2005.
E l s a c r i f i c i o es u n o d e l o s e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s f u n d a m e n t a l e s d e
las r e l i g i o n e s i n d o e u r o p e a s . B l a n c o d e las d i a t r i b a s c r i s t i a n a s d e s d e
s i e m p r e e n sus v e r s i o n e s g r i e g a o r o m a n a , el s a c r i f i c i o celta n o
e s c a p a a este d e s t i n o . A s í , d e l o q u e c i e r t a m e n t e f u e u n o d e l o s ejes
d e l a r e l i g i ó n d e l o s c e l t a s p a g a n o s y d e la a c c i ó n d e l o s d r u i d a s ,
c o m o a t e s t i g u a n las f u e n t e s clásicas, n o q u e d a n m á s q u e u n a s e r i e d e
r e s t o s d i s p e r s o s q u e se p r e s e n t a n d e f o r m a c o n j u n t a e n este v o l u m e n
q u e c o m p l e t a , c o m o el d e d i c a d o a l a Magia..., toda u n a vida de estu­
d i o d e d i c a d a al s a b e r d e l o s c e l t a s .
N u e s t r o s a u t o r e s se o c u p a r o n s u m a r i a m e n t e d e la h i s t o r i a d e las d i s ­
tintas f o r m a c i o n e s sociales c o n s t r u i d a s y g o b e r n a d a s p o r los celtas
( s o b r e t o d o e n La civilisation celtique, 1 9 9 0 ) - P a r a c o m p l e t a r este v a c í o y
la p r e s e n t a c i ó n q u e d e l o s celtas h a c í a n a n t e el p ú b l i c o f r a n c é s p r o ­
m o v i e r o n la t r a d u c c i ó n d e u n a s í n t e s i s o b r a d e d o s a u t o r e s b r i t á n i ­
cos. L a más reciente e d i c i ó n del v o l u m e n es:

D l L L O N , M . y N . K . C H A D W I C K , Les royaumes celtiques, trad. del inglés y de

los textos originales irlandeses y galeses p o r C h . - J . G u y v o n v a r c ' h . E d i ­
c i ó n actualizada y aumentada c o n u n capítulo sobre « L e s royautés celti­
q u e s d e la P r o t o h i s t o i r e » p o r C h . - J . G u y o n v a r c ' h y F . L e R o u x , C r o -
zon, A r m e l i n e , 2 0 0 1 .

P o r ú l t i m o , e n el 2 0 0 9 a p a r e c e r á el v o l u m e n f i r m a d o p o r Ch.-J.
G u y o n v a r c ' h , Prites etDieuxdes Celtes, Brest, ed. A r m e l i n e .
 INTRODUCCIÓN

1
É s t a es la c u a r t a e d i c i ó n d e l a p r e s e n t e o b r a , n u e v a m e n t e r e v i s a d a y
considerablemente aumentada. Nuestra i n t e n c i ó n n o ha sido elaborar
u n t r a b a j o e x h a u s t i v o —lo q u e , d a d o e l t e m a t r a t a d o , r e q u e r i r í a un
n ú m e r o d e p á g i n a s m u c h o mayor—, s i n o l o m á s c o m p l e t o p o s i b l e , s i n
q u e p o r ello deje de ser claro y p r e c i s o .
N u e s t r o p r o p ó s i t o es e s t u d i a r a l o s d r u i d a s c o m o u n a r e a l i d a d r e l i ­
giosa c o m p r e n s i b l e , explicable y coherente, alejándonos de los misterios
y las a p r e c i a c i o n e s s u p e r f i c i a l e s . N u e s t r o e s t u d i o es c i e n t í f i c o , p u e s se
basa e n d o c u m e n t o s e i g n o r a d e l i b e r a d a m e n t e t o d o l o q u e e n t r a e n el
á m b i t o d e l a h i p ó t e s i s o la i m a g i n a c i ó n . P o r t a n t o , s ó l o e x a m i n a r e m o s a
l o s d r u i d a s d e l a A n t i g ü e d a d c u y a e x i s t e n c i a esté a t e s t i g u a d a p o r l o s t e x ­
t o s l a t i n o s y g r i e g o s , así c o m o a a q u e l l o s , m u c h o m e j o r d e s c r i t o s e n sus
palabras y acciones, que aparecen e n los relatos épicos y m i t o l ó g i c o s de
la I r l a n d a m e d i e v a l .
E s t a n a t u r a l e z a d u a l d e l a s f u e n t e s r i g e t a n t o el m é t o d o d e e x a m e n
c o m o e l d e c o m p a r a c i ó n , ese v a i v é n i n c e s a n t e d e l m i t o a la h i s t o r i a y e l
n o m e n o s i n c e s a n t e q u e v a d e l a h i s t o r i a r e l i g i o s a a la f i l o l o g í a , d e l a

I P r i m e r a e d i c i ó n : C o l e c c i ó n Mythes et Religions 4 1 , P U F , P a r í s , 1 9 6 1 , 1 5 6 p á g i n a s ,
f o r m a t o 1 2 0 x 1 8 7 . S e g u n d a e d i c i ó n : Celticum 1 4 , s u p l e m e n t o d e Ogam — Tradición
Celta, R e n n e s , 1 9 7 8 , 4 2 4 p á g i n a s , f o r m a t o 1 5 0 x 2 I O . T e r c e r a e d i c i ó n : ibid., Ren-
nes, 1 9 8 2 , 4 2 8 p á g i n a s , f o r m a t o 1 5 0 x 4 1 0 . E s t a o b r a o b t u v o e l p r e m i o A m i c e n
la e d i c i ó n d e 1 9 8 0 d e l o s p r e m i o s M o n t y o n d e l a A c a d e m i a F r a n c e s a .
 28 INTRODUCCIÓN

A n t i g ü e d a d a l a E d a d M e d i a y d e las islas a l c o n t i n e n t e . E x c l u i m o s d e
2
este l i b r o t o d o e l t r a b a j o p r e l i m i n a r d e p r e p a r a c i ó n y d e c r í t i c a . N o
o b s t a n t e , i n s i s t i m o s e n el h e c h o d e q u e la t e m á t i c a d r u í d i c a c o m p e t e
e x c l u s i v a m e n t e a a q u e l l o s q u e t i e n e n a c c e s o , d e m a n e r a c i e n t í f i c a se
e n t i e n d e , a l o s a n t i g u o s t e x t o s celtas y, p o r t a n t o , p u e d e n l e e r l o s , c o m ­
prenderlos, interpretarlos y comentarlos adecuadamente. P o r nuestra
p a r t e , se t r a t a d e l a c o n s t a t a c i ó n d e u n a e v i d e n c i a q u e t a m b i é n e l l e c t o r
debe conocer.
A s i m i s m o , i n s i s t i m o s e n e l h e c h o d e q u e n o es p o s i b l e e s t u d i a r este
t e m a s i n t e n e r e n c u e n t a las e s t r u c t u r a s y l o s c o r r e l a t o s i n d o e u r o p e o s .
M a n t e n e m o s esta a f i r m a c i ó n p o r q u e , e n aras d e l a o b j e t i v i d a d c i e n t í ­
fica, es n e c e s a r i o d e s c a r t a r l a h i p ó t e s i s i n s o s t e n i b l e d e l d r u i d a h e r e d e r o
o c o n t i n u a d o r d e l o s cultos « m e g a l í t i c o s » , m e d i o sacerdote celta,
m e d i o b r u j o o c h a m á n n e o l í t i c o . H a y q u e a b a n d o n a r ese p a s a d o e n vías
de d e s c o m p o s i c i ó n .
P o r ú l t i m o , reiteramos m u y b r e v e m e n t e l o q u e ya h e m o s m a n i f e s ­
tado m u c h o m á s e x t e n s a m e n t e e n otras o c a s i o n e s , a saber, q u e el p r o ­
b l e m a d e l o s d r u i d a s , t a l y c o m o se p l a n t e a h o y e n d í a , es ú n i c a m e n t e
f i l o l ó g i c o y t e x t u a l , p u e s se s i t ú a , e n p r i m e r l u g a r , e n u n m a r c o c o m p a ­
r a t i v o c e l t a y, d e s p u é s , i n d o e u r o p e o . A l g u n o s d e n u e s t r o s c o l e g a s b r i t á ­
nicos n o s h a n r e p r o c h a d o q u e n o tuviésemos e n cuenta los testimonios
a r q u e o l ó g i c o s («the archeological evidence»). N u e s t r a r é p l i c a es s e n c i l l a , p u e s
n o e x i s t e u n a a r q u e o l o g í a d r u í d i c a c o m o t a l e n las o b r a s s e r i a s , y a q u e
los e n t o r n o s a r q u e o l ó g i c o s d e Hallstatt, L a T é n e o c u a l q u i e r cultura d e
la p r o t o h i s t o r i a n o n o s d i c e n n a d a s o b r e l o s d r u i d a s . P o r o t r a p a r t e ,
también nos h a n recriminado que n o tuviésemos e n cuenta u n a a r q u e o ­
l o g í a q u e f i n a l m e n t e n o e x i s t e , casi s i e m p r e p a r a n o t e n e r q u e p r o n u n ­
c i a r s e s o b r e u n a i d e o l o g í a t r i p a r t i t a s i n l a c u a l e l « d r u i d i s m o » se r e d u ­
c i r í a a i m a g i n a c i ó n y c a o s . E n este s e n t i d o , l a i n t e m p o r a l i d a d d e l o s

2 L o s p o r m e n o r e s t é c n i c o s se e n c u e n t r a n e n el p r i m e r c a p í t u l o d e n u e s t r a o b r a La
civilisation celtique, R e n n e s , 1990. P e r o c o n t i n ú a s i e n d o válida la l a b o r crítica a n t e ­
r i o r : F r a n c o i s e L e R o u x , Notes d'histoire des religions XX, 53- Nouvelles recherches sur les drui­
des, 54- La place des bardes dans la classe sacerdotale et dans la société celtique, 55- Brigite et Minerve: le
probléme d'interprétation d'un monumentfigure', $6. Deuxquestions relatives á Ogmios: l'originegrecque
I _ I
de la transmisión insulaire, e n Ogam 22-25» 9 7 0 9 7 3 > PP- 2 0 9 - 2 3 4 . Christian-J.
G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymologie et de Lexicographiegauloises et eduques X X I I I , 166. Unterme
du vocabulaire religieux antique et sa déchéance moderne: le nom du 'barde' dans les langues celtiques, e n
Ogam, loe. cit, p p . 2 7 1 - 2 8 3 .
 INTRODUCCIÓN 29

druidas míticos de Irlanda nos dispensa de t e n e r q u e resituarlos e n u n

c o n t e x t o e v o l u t i v o c u a l q u i e r a , ya sea h i s t ó r i c o o p r o t o h i s t ó r i c o . Q u i s i é -
r a m o s t a m b i é n p r e v e n i r al l e c t o r , p a r a q u e n o se l l a m e a e n g a ñ o , d e q u e
n u e s t r o e s t u d i o se d e s a r r o l l a s i g u i e n d o tres ejes f u n d a m e n t a l e s d e la t r a -
d i c i ó n c e l t a a b o r d a d a a través d e sus e s t r u c t u r a s p r e c i s a s y p r o f u n d a s :
mitología teología ideología,
t o m a n d o esta ú l t i m a p a l a b r a e n e l s e n t i d o , n o a c t u a l , d e l e s t u d i o d e las
ideas e n su c o n j u n t o , de a c u e r d o c o n la n o t a b l e d e f i n i c i ó n d e l s e ñ o r
G e o r g e s D u m é z i l . Y c o m o n o s s i t u a m o s f u e r a d e la h i s t o r i a , y a q u e la
t r a d i c i ó n es e t e r n a , n o h a y n i c o m i e n z o n i f i n e n la e x i s t e n c i a d e l d r u i d a
ideal que nos esforzaremos p o r e n c o n t r a r .
E l p r i m e r c a p í t u l o p r e s e n t a , e n p r i m e r l u g a r , las f u e n t e s a n t i g u a s ,
c u y o v a l o r e i m p o r t a n c i a es m u y d e s i g u a l , y a q u e h a y t e s t i g o s o c u l a r e s ,
c o m o C é s a r , h i s t o r i a d o r e s c r e í b l e s , c o m o T á c i t o , a f i c i o n a d o s a la f i l o s o -
fía d i s p u e s t o s a c r e e r s e , tres s i g l o s d e s p u é s d e C é s a r , l o q u e sea e n n o m -
b r e d e Pitágoras, c o m o C l e m e n t e de A l e j a n d r í a , y, hacia el final del
Imperio, u n amable poeta provinciano c o m o A u s o n i o , verdadero p r o f e -
sional del cumplido universitario. A continuación, adentrándonos en
estas g e n e r a l i d a d e s vagas y d e s o r d e n a d a s , d i s t i n g u i r e m o s p o r u n l a d o a
los d r u i d a s h i s t ó r i c o s , los de C é s a r , i n c l u i d o el ú n i c o c o n o c i d o p o r su
n o m b r e e n las G a l i a s , e l D i v i c i a c o d e l o s h e d u o s , o l o s d e T á c i t o e n
A n g l e s e y , y, p o r o t r o , a l o s d r u i d a s m í t i c o s , l o s m i s m o s q u e a c a p a r a r á n
e n l o s c a p í t u l o s s i g u i e n t e s la m a y o r p a r t e d e la e x p o s i c i ó n . L u e g o , p o r
m e d i o d e las d i f e r e n c i a s d e f o r m a y s i g n i f i c a d o —y t a m b i é n d e u n análisis
e t i m o l ó g i c o m u y breve—, d e s e n t r a ñ a r e m o s t o d o l o q u e d e s a b e r s a g r a d o
r e v e l a e l n o m b r e d e l d r u i d a , a la v e z q u e e l a n á l i s i s e s t r u c t u r a l n o s o f r e -
c e r á las p r i m e r a s p i n c e l a d a s d e la c l a s i f i c a c i ó n s o c i o l ó g i c a d e C é s a r y las
distinciones funcionales internas de Estrabón y D i o d o r o de Sicilia, que
volveremos a encontrar, de m a n e r a más profusa y precisa, e n Irlanda.
E l s e g u n d o c a p í t u l o sitúa al d r u i d a e n el s e n o d e s u s o c i e d a d , m e d i a n t e
u n e x a m e n c o m p l e t o d e l f u n c i o n a m i e n t o i n t e r n o y e x t e r n o d e la clase
s a c e r d o t a l . H e m o s t r a t a d o d e d e s v e l a r c o n c l a r i d a d l o s g r a d o s d e la j e r a r -
q u í a —que es l a d e u n a a u t o r i d a d e s p i r i t u a l y n o la d e u n imperium— y las
s u t i l e s m o d a l i d a d e s d e s e l e c c i ó n , así c o m o las p a r t i c u l a r i d a d e s d e u n a
e n s e ñ a n z a q u e , e n la G a l i a , d u r a b a v e i n t e a ñ o s , s e g ú n C é s a r , o , e n
I r l a n d a , d o c e a ñ o s , s e g ú n l o s t r a t a d o s e s p e c i a l i z a d o s , y e n la q u e la p r i -
m e r a cualidad exigida era u n a total s u m i s i ó n intelectual del aprendiz de
d r u i d a a la a u t o r i d a d d e su m a e s t r o . V a l o r a r e m o s t a m b i é n la e n o r m e d i s -
t a n c i a q u e s e p a r a al d r u i d i s m o d e l o s p r o f e s o r e s y e s t u d i a n t e s m o d e r n o s
 3o INTRODUCCIÓN

g r a c i a s s i m p l e m e n t e al t é r m i n o i r l a n d é s q u e c a l i f i c a al « a l u m n o » de
d r u i d a : dalia ( « h i j o a d o p t i v o , p u p i l o » ) . L a c o n d i c i ó n s a c e r d o t a l d e l
d r u i d a q u e d a p a t e n t e e n el h e c h o d e q u e es q u i e n p r a c t i c a e l s a c r i f i c i o ,
c u y o n o m b r e , c o m ú n al i r l a n d é s , al g a l e s y al b r e t ó n , es la a n t i q u í s i m a
d e n o m i n a c i ó n d e l a « o f r e n d a » , e n t e n d i d a c o m o l o q u e se a p o r t a a l o s
d i o s e s , la o b l a c i ó n . E l i r l a n d é s a n t i g u o l o h a c o n v e r t i d o d e s d e el siglo V I ,
s i n n i n g u n a d u d a , e n el n o m b r e d e la E u c a r i s t í a . P o s t e r i o r m e n t e e s t u -
d i a r e m o s las m ú l t i p l e s e s p e c i a l i z a c i o n e s q u e , e n I r l a n d a , p e r m i t e n al
d r u i d a c o n t r o l a r e f e c t i v a m e n t e e l f u n c i o n a m i e n t o d e la s o c i e d a d . D e s -
p u é s , le l l e g a r á el t u r n o a las r e l a c i o n e s , a veces c o m p l e j a s , e n t r e d r u i d a s y
m i l i t a r e s , y, e n ú l t i m o l u g a r , e s b o z a r e m o s u n a d e s c r i p c i ó n d e la p i e d r a
a n g u l a r d e la s o c i e d a d celta, la p a r e j a c o n f o r m a d a p o r el d r u i d a y e l rey:
e l p r i m e r o h a b l a a n t e e l s e g u n d o y éste n o a c t ú a s i n e l c o n s e j o d e a q u é l .
L a e f i c a c i a d e este b i n o m i o n o se d e t e r i o r ó c o n el p a s o d e l t i e m p o : s ó l o
se d e s v a n e c i ó al e n t r a r e n c o n t a c t o c o n el c r i s t i a n i s m o .
E l t e r c e r c a p í t u l o está d e d i c a d o a las t é c n i c a s r i t u a l e s y m á g i c a s , m u y
n u m e r o s a s y v a r i a d a s , q u e a f e c t a n a t o d o s l o s á m b i t o s d e la m e d i c i n a , la
m a g i a , la a d i v i n a c i ó n y l a p r e d i c c i ó n . E l m a t e r i a l es a b u n d a n t e , fre-
c u e n t e m e n t e d i s c o r d a n t e , p e r o s i e m p r e r e l a t i v a m e n t e fácil d e o r d e n a r ,
p o r l o m e n o s a h o r a , p u e s se h a n i d e n t i f i c a d o y a c l a r a d o n u m e r o s o s
h e c h o s . A q u í c o n c e b i m o s al d r u i d a p r i n c i p a l m e n t e c o m o el s e ñ o r d e la
v i d a y d e la m u e r t e , d e s d e e l b a u t i s m o a l o s f u n e r a l e s . E s t a m b i é n e l
s e ñ o r d e l o s e l e m e n t o s —aire, t i e r r a , a g u a , f u e g o (y niebla)—, d e l o s q u e
el h o m b r e d e p e n d e e s t r e c h a m e n t e . E l d r u i d a es q u i e n r e g u l a y a n i m a
t o d o s l o s r e t a z o s d e r i t o s , a d e m á s d e las t é c n i c a s g e s t u a l e s , e n c o n t r a d o s
e n los textos, y p o s e e el i n m e n s o p o d e r de la p a l a b r a , u n a p r e m i a n t e e
i n a p e l a b l e p o d e r í o q u e se p l a s m a e n l a p r o h i b i c i ó n o c o n m i n a c i ó n
(geis), la p r e d i c c i ó n , la a l a b a n z a o la r e p r o b a c i ó n .
E l c u a r t o c a p í t u l o está c o n s a g r a d o a las fiestas y a l o s s a n t u a r i o s . L a s
c u a t r o fiestas c a l e n d a r í a s s e g m e n t a n el a ñ o s i m é t r i c a m e n t e , a u n q u e d e s -
t a c a s o b r e t o d a s la fiesta d e Samain, e l p r i m e r o d e n o v i e m b r e , m o m e n t o
c o l o s a l f u e r a d e l t i e m p o , c u a n d o se p r o d u c e n t o d o s l o s e v e n t o s m í t i c o s ,
c u a n d o se e n c u e n t r a n , d e f o r m a a m i s t o s a u h o s t i l , c o m p l a c i e n t e o r e c e -
l o s a , el m u n d o d e l o s h o m b r e s y el d e l o s d i o s e s , y e n el q u e l o s d r u i d a s
s o n los intermediarios entre a m b o s .
E l q u i n t o c a p í t u l o , p o r ú l t i m o , se o c u p a d e l o s o r í g e n e s y las d o c t r i -
nas de los d r u i d a s . E n p r i m e r l u g a r , de la escritura, u n m e d i o de fija-
c i ó n mágica y n o de registro destinado a transmitir u n a i n f o r m a c i ó n o
u n saber. A c o n t i n u a c i ó n e x p o n d r e m o s , ordenadas c o n dificultad según
 INTRODUCCIÓN 31

la l ó g i c a h u m a n a , p o r s u e x t r e m a i m b r i c a c i ó n y c o n c o m i t a n c i a , t o d a s las
c o n c e p c i o n e s f u n d a m e n t a l e s acerca d e l o s o r í g e n e s polares d e l saber, la
e t e r n i d a d d e l sid, e l h u e v o c ó s m i c o , l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a y l a c r e a -
c i ó n de Irlanda y el m u n d o , t o d o l o cual e n s e ñ a r o n los druidas p r i m o r -
d i a l e s a s a n P a t r i c i o y sus i n m e d i a t o s s u c e s o r e s .
Q u i z á r e s u l t e s o r p r e n d e n t e q u e , e n u n análisis g l o b a l d e la r e l i g i ó n d e
l o s celtas, c o m e n c e m o s e s t u d i a n d o e l c u l t o e n l u g a r d e l o s d i o s e s . P e r o , e n
t é r m i n o s g e n e r a l e s , n o p o s e e m o s e n e l á m b i t o celta u n e q u i v a l e n t e d e las
e s p e c u l a c i o n e s i n d i a s q u e e n c o n t r a m o s e n l o s Upanishadso e n los Brahmanas.
L o s d r u i d a s n o s a y u d a r á n a v e r m á s c l a r o allí d o n d e , s i n e l l o s , n o h a b r í a
más q u e c o n f u s i ó n . A d e m á s , p r o p o n e r s e estudiar a los dioses antes q u e
los druidas hubiese sido u n intento v a n o , incluso u t ó p i c o , p o r q u e p r e c i -
s a m e n t e gracias al e s t u d i o d e l o s s a c e r d o t e s —al m e n o s e n e l caso d e l o s c e l -
tas— l o g r a m o s p e n e t r a r e n e l t e r r e n o d e l o s d i o s e s . N o darse c u e n t a d e e l l o
m u e s t r a u n e v i d e n t e d e s c o n o c i m i e n t o d e l m a t e r i a l celta t r a d i c i o n a l .
P o r consiguiente, n o insertamos n i n g ú n capítulo relativo a los d i o -
ses, a p a r t e d e la i n d i s p e n s a b l e e x p l i c a c i ó n d e l o s l a z o s q u e u n e n e l d r u i -
d i s m o , l o s relatos irlandeses y la m i t o l o g í a , ya q u e resultaba urgente
—desde h a c í a ya a l g u n a s décadas— d e f i n i r , t a n t o e n l o q u e se r e f i e r e a l o s
d r u i d a s c o m o a l o s d i o s e s , las n o c i o n e s d e o r i g e n , clase y f u n c i ó n , p u e s
e n este m a r c o r i g u r o s o y p r e c i s o l a e s t r u c t u r a r e l i g i o s a c e l t a s u r g e c o n
n i t i d e z . L a p r e s e n t e o b r a es a n t e t o d o u n a e x p l i c a c i ó n d e l o s r a s g o s y las
tendencias de u n a o r g a n i z a c i ó n divina y h u m a n a e n la q u e el d r u i d a
ocupa el lugar e m i n e n t e q u e le pertenece p o r d e r e c h o : el p r i m e r o .
Las demás limitaciones del estudio n o requieren n i n g ú n c o m e n t a r i o
prolijo:
—No a b o r d a m o s e l p r o b l e m a d e l a d e s a p a r i c i ó n d e l d r u i d i s m o .
N a d a , o casi n a d a , se h a e s c r i t o a l r e s p e c t o d e s d e F u s t e l d e C o u l a n g e s ,
3
cuyas c o n c l u s i o n e s , p o r r a z o n e s o b v i a s , y a se h a n q u e d a d o c a d u c a s . L o s
h e c h o s h i s t ó r i c o s n o se a n a l i z a n s i e m p r e d e s d e u n a p e r s p e c t i v a i n t e l i g i -
b l e y r e s u l t a d i f í c i l q u e l o s e a n e n e l e s t a d o a c t u a l d e las i n v e s t i g a c i o n e s
realizadas y los c o n o c i m i e n t o s atesorados. E l estudio d e la t r a n s i c i ó n d e l
« d r u i d i s m o » al c r i s t i a n i s m o s ó l o será p o s i b l e c u a n d o el c r i s t i a n i s m o
p r i m i t i v o d"e l o s c e l t a s se c o n o z c a p e r f e c t a m e n t e . A h o r a b i e n , l o s d a t o s

3 V é a s e e n r e l a c i ó n c o n este t e m a F r a n c o i s e L e R o u x , « K e l t i s c h e R e l i g i ó n u n d
R e l i g i o n w i s s e n s c h a f t » , Kairos, 1 9 6 5 / 4 , p p . 2 6 7 - 2 8 0 . E n este a r t í c u l o se a n a l i z a n
los p r i m e r o s e r r o r e s d e m é t o d o c o n c e r n i e n t e s a la m a n e r a d e a b o r d a r la r e l i g i ó n
d e l o s celtas.
32 INTRODUCCIÓN

s o n i n f i n i t a m e n t e c o m p l e j o s : e n la G a l i a , p o r u n l a d o , p u e s l o s d r u i d a s
se d e s v a n e c e n a n t e la r e l i g i ó n o f i c i a l r o m a n a s i n d e j a r n i n g u n a h u e l l a
t a n g i b l e , y e n I r l a n d a , p o r o t r o , ya q u e allí, u n o s siglos más tarde,
s i g u i e n d o la l l a m a d a d e s a n P a t r i c i o y sus s u c e s o r e s , l o s filiase c o n v i e r t e n
y preservan el n ú c l e o m i t o l ó g i c o n a c i o n a l .
— E v i t a m o s t o d a a l u s i ó n a l o q u e se h a d a d o e n l l a m a r «neodrui-
d i s m o » . E s t e a s u n t o p e r t e n e c e a l a h i s t o r i a d e las i d e a s d e l o s c e l t a s
d e s d e e l R e n a c i m i e n t o y n o a p o r t a n a d a al c o n o c i m i e n t o d e l o s d r u i d a s
d e la A n t i g ü e d a d .
—Nos a b s t e n e m o s d e t o d o r e c u r s o al f o l c l o r e , salvo a l g u n a s e x c e p c i o n e s
j u s t i f i c a d a s , p o r la s e n c i l l a r a z ó n d e q u e l o s d r u i d a s f o l c l ó r i c o s , c u a n d o
e x i s t e n , se p r e s e n t a n , i g u a l q u e l o s d e s c r i t o s p o r l o s h a g i ó g r a f o s , a m p l i a ­
m e n t e d e s p o s e í d o s d e su s a c e r d o c i o . A d e m á s , a u n q u e es e v i d e n t e q u e e l
folclore conserva en ocasiones reminiscencias mitológicas o elementos
a r c a i c o s —de l o c u a l p o s e e m o s d o s o t r e s e j e m p l o s , b r e t o n e s e n p a r t i c u ­
lar—, a ú n c o n s t i t u y e u n c a m p o d e m a s i a d o i n s e g u r o y r e s b a l a d i z o . R e c o p i ­
l a d o e n g e n e r a l a p a r t i r d e l siglo X I X —cuando l o h a sido—, el f o l c l o r e celta
n o d i f i e r e d e l resto d e l f o l c l o r e e u r o p e o e n c u a n t o a su n a t u r a l e z a : es u n a
m i t o l o g í a d e g r a d a d a o , s e g ú n a l g u n a s o p i n i o n e s , « f r a g m e n t a d a » , e n la
q u e d e b e m o s evitar b u s c a r u n a i n f o r m a c i ó n directa o i n m e d i a t a m e n t e
4
utilizable . Es indispensable, p o r tanto, m u c h a e r u d i c i ó n y paciencia.
—Por el c o n t r a r i o , d e b i d o a q u e s o n m u c h o m á s a n t i g u o s q u e e l f o l ­
clore, c o n frecuencia h e m o s i n c l u i d o los desarrollos hagiográficos de los
hechos « d r u í d i c o s » a m o d o de c o n f i r m a c i ó n o ilustración del p r i m e r
e s t a d i o d e l p r o c e s o d e d e g r a d a c i ó n d e la m i t o l o g í a celta y sus e s t r u c t u r a s
o r i g i n a l e s . S i n e m b a r g o , esto n o s i g n i f i c a d e n i n g u n a m a n e r a q u e exista
cualquier posibilidad de « c o n t i n u i d a d » , o incluso de « s o l i d a r i d a d » ,
e n t r e el c r i s t i a n i s m o celta y e l « d r u i d i s m o » f r e n t e al c r i s t i a n i s m o c o n t i ­
n e n t a l . N o h e m o s e n c o n t r a d o n i n g ú n « d r u i d a » c r i s t i a n o e n t o d a la
E d a d M e d i a irlandesa, p o r o t r o l a d o tan fértil e n arcaísmos y e n rarezas,
c o m o t a m p o c o n i n g ú n e v a n g e l i o « d r u í d i c o » d i s i m u l a d o e n t r e las l í n e a s
d e u n s a l t e r i o . L a c o n v e r s i ó n d e I r l a n d a , c o m o la d e l o s d e m á s celtas —lo
d e p l o r e m o s o n o , al c a b o y a d e casi q u i n c e siglos—, e n c a r n a i n d i s c u t i b l e ­
m e n t e u n m o m e n t o de ruptura doctrinal sincera y definitiva.
A l a l u z d e tales c o n s i d e r a c i o n e s , n u e s t r o t r a b a j o se e s f u e r z a p o r p r e ­
s e n t a r a l o s d r u i d a s tal y c o m o f u e r o n , y n o tal y c o m o h u b i e s e n d e b i d o

4 G f r . este p r o p ó s i t o la i n t r o d . a nuestra Civilisation celtique, op. cit, y sobre t o d o el estudio

s o b r e la r e l a c i ó n e n t r e t r a d i c i ó n y f o l c l o r e e n La légende de la villed'Is, R e n n e s , 2 0 0 0 .
 33 INTRODUCCIÓN

ser p a r a a d e c u a r s e a c i e r t a s i d e a s p r e c o n c e b i d a s . L a ú n i c a d o c t r i n a q u e
s e g u i m o s es la d e la b ú s q u e d a d e la v e r d a d y , p a r a a l c a n z a r l a , e l m e j o r
m é t o d o , a m p a r a d o e n l o s h e c h o s , es y s e g u i r á s i e n d o e l c a m i n o m á s
c o r t o p a r a l l e g a r hasta e l l a .
F i n a l m e n t e , p e r s i s t e la f i g u r a , i r r e d u c t i b l e m e n t e a j e n a a n u e s t r a
n o m e n c l a t u r a , sea c u a l sea la é p o c a e n la q u e l o s s i t u e m o s , d e l d r u i d a
b r u j o o c h a m á n , t o t e m i s t a o a n i m i s t a . S u e x i s t e n c i a se b a s a ú n i c a m e n t e
e n falsas a p a r i e n c i a s o e n i l u s i o n e s c u y a i r r e a l i d a d p r u e b a e l e s t u d i o
c i e n t í f i c o d e s d e e l p r i m e r a c e r c a m i e n t o . N o se v o l v e r á a h a b l a r d e e l l o
e n l o s u c e s i v o , p u e s el c h a m a n i s m o es o h a s i d o u n m e d i o d e r e a l i z a c i ó n
espiritual e n otras religiones, siberianas o n o i n d o e u r o p e a s . L a tradi­
c i ó n celta n o c o n t i e n e n i n g u n a h u e l l a d e e s o y a t r i b u í r s e l a i m p l i c a r í a u n a
g r a v e e q u i v o c a c i ó n e n l o q u e se r e f i e r e a la « v i v e n c i a r e l i g i o s a » d e l o s
c e l t a s d e t o d a s las é p o c a s . N o s p a r e c e o b v i o q u e e l n i v e l i n t e l e c t u a l d e
l o s d r u i d a s celtas e s t a b a m á s c e r c a d e l d e l o s b r a h m a n e s d e l a I n d i a q u e
d e l d e l o s b r u j o s d e la E u r o p a m e d i e v a l o m o d e r n a . N i sus c o n c e p c i o n e s
r e l i g i o s a s n i sus c u l t o s e r a n p r i m i t i v o s , y a ú n m e n o s « p r e l ó g i c o s » . L o s
a n t i g u o s ya l o sabían, a u n q u e n o l o h a y a n d i c h o c l a r a m e n t e , mientras
q u e l o s m o d e r n o s , o m á s b i e n a l g u n o s d e e l l o s , se q u e d a n p a r a l i z a d o s
a n t e la c o n t r a d i c c i ó n —que se d e s p r e n d e ú n i c a m e n t e d e sus e s t u d i o s -
e n t r e el d r u i d a filósofo, r e s p e t a d o p o r t o d o s , y el d r u i d a s a n g u i n a r i o y
c r u e l q u e s a c r i f i c a b a a sus v í c t i m a s s o b r e u n d o l m e n .
L a v e r d a d es q u e d e b e m o s a d m i t i r q u e l o s c e l t a s c o n s t i t u y e n un
á m b i t o d i s t i n t o d e l m u n d o c l á s i c o y q u e esta d i f e r e n t e n a t u r a l e z a i m p l i c a
u n t r a t a m i e n t o d i f e r e n t e . E x i s t e u n a t r a d i c i ó n c e l t a , p e r o la f i l o s o f í a es
g r i e g a y l a r e t ó r i c a es l a t i n a . S u s v i s i o n e s o j u i c i o s d e l m u n d o n o se
s u p e r p o n e n . S i m p l e m e n t e , era u n a o r g a n i z a c i ó n religiosa y social q u e
n o p o d í a s o b r e v i v i r a la c o n q u i s t a e x t r a n j e r a : ése es s u ú n i c o d e f e c t o . Y
l o s d r u i d a s se e n c u e n t r a n s i e m p r e e n e l c e n t r o d e tales d i f e r e n c i a s .
N o se t r a t a d e e x a l t a r s u b j e t i v a m e n t e s u m e m o r i a —otros y a se h a n
e n c a r g a d o d e ello—, s i n o d e r e s t a b l e c e r la v e r d a d : l o s d r u i d a s f u e r o n l o s
d e p o s i t a r i o s d e la ú n i c a f o r m a d e t r a d i c i ó n q u e O c c i d e n t e haya c o n o c i d o
j a m á s y e s t o es l o q u e e n d e f i n i t i v a j u s t i f i c a el i n t e r é s d e s u e s t u d i o . L o s
textos irlafídeses medievales, q u e tan a m e n u d o utilizaremos, justifican a
p o s t e r i o r i y e x p l i c a n , s i n m e n o s c a b o p a r a e l l a , la G a l i a p r e r r o m a n a , ya
q u e n o existe n i u n i n d i c i o g a l o q u e n o r e c i b a u n a c o n f i r m a c i ó n i r l a n ­
desa. E n t o d o caso, n o hay n i n g u n o q u e Irlanda c o n t r a d i g a .

G E S S O N - S É V I G N É , a 1$ de marzo de 1986.
 I. EL DRUIDA

U n a d e las i m á g e n e s m á s f r e c u e n t e m e n t e r e p r o d u c i d a s e n l o s m a n u a l e s
d e h i s t o r i a es la d e l d r u i d a g a l o c o r t a n d o m u é r d a g o : « a t a v i a d o c o n u n a
t ú n i c a b l a n c a , el s a c e r d o t e s u b e al á r b o l , c o r t a c o n u n a h o z d e o r o e l
m u é r d a g o y l o r e c o g e e n u n p a ñ o b l a n c o » ( P l i n i o , Hist. Nat. X V I , 24S))-
P o c o s e x t r a c t o s d e la l i t e r a t u r a g r e c o l a t i n a d e d i c a d a a l o s c e l t a s s o n t a n
c o n o c i d o s . P a r a d ó j i c a m e n t e , la c u e s t i ó n , m u c h o m á s g r a v e s e g ú n l o s c r i -
t e r i o s m o d e r n o s , d e s a b e r si l o s d r u i d a s p r o c e d í a n o n o a r e a l i z a r s a c r i f i -
cios h u m a n o s n o ha a p a s i o n a d o t a n t o a los e r u d i t o s c o m o este r i t o , a
p r i m e r a vista b a s t a n t e b a n a l , d e r e c o l e c c i ó n de u n a p l a n t a m e d i c i n a l .
A u n así, e l h e c h o a q u í r e f e r i d o está m u y l e j o s d e h a b e r s i d o c o r r e c t a -
m e n t e i n t e r p r e t a d o , ya sea p o r e l p r o p i o P l i n i o , ya p o r l o s h i s t o r i a d o r e s
modernos.
S i n e m b a r g o , los c e l t ó l o g o s e h i s t o r i a d o r e s t i e n e n a su d i s p o s i c i ó n
c i e r t o n ú m e r o d e t e x t o s g r i e g o s y l a t i n o s e n l o s q u e a p a r e c e el n o m b r e d e
l o s d r u i d a s . G o m o ya h e m o s a n u n c i a d o , la c o m p a r a c i ó n o el c o t e j o d e las
i n f o r m a c i o n e s a p o r t a d a s p o r e s t o s t e x t o s , sus c o i n c i d e n c i a s c o n l o s
d o c u m e n t o s celtas i n s u l a r e s , i r l a n d e s e s casi e x c l u s i v a m e n t e , c o n s t i t u i r á n
l o e s e n c i a l d e n u e s t r o t r a b a j o . P e r o , a n t e s d e e m p r e n d e r l o , es n e c e s a r i o
p r e s e n t a r l o s textos y definir los t é r m i n o s de nuestra investigación, ante
t o d o , l a p r o p i a n o c i ó n d e d r u i d a , q u e n o es u n s i m p l e f i l ó s o f o o m a g o
iniciado e n d e t e r m i n a d a f o r m a de sabiduría, sino u n sacerdote c o n
multitud de capacidades, c o n amplios poderes, c o n u n c o n o c i m i e n t o
u n i v e r s a l y q u e f o r m a p a r t e d e u n a clase s a c e r d o t a l p e r f e c t a m e n t e d e f i -
n i d a y o r g a n i z a d a c o m o la d e l o s b r a h m a n e s e n l a I n d i a .
 I. EL D R U I D A
36

C o n ello situamos de entrada el « d r u i d i s m o » claramente p o r

e n c i m a d e la r e l i g i ó n p r e s e n t a d a h a b i t u a l m e n t e e n l o s m a n u a l e s , q u e
r e z u m a las f a l s e d a d e s m á s p a t e n t e s : u n p a g a n i s m o celta c o n s i s t e n t e , p o r
u n a parte, e n u n a especie de religiosidad naturalista basada e n dioses
solares o e n m i t o s historicizados y, p o r otra, e n prácticas mágicas q u e
a m a l g a m a n cultos p r e i n d o e u r o p e o s y c o n c e p c i o n e s religiosas atesoradas
1
p o r l o s p u e b l o s e u r o p e o s c o n o c i d o s e n la h i s t o r i a .

1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N L O S T E X T O S A N T I G U O S

La m a y o r í a d e l o s a u t o r e s c l á s i c o s o f r e c e n d e f i n i c i o n e s m á s t e ó r i c a s q u e
prácticas, a f i r m a c i o n e s inverificables sobre el t e r r e n o , informaciones
repetidas sin descanso p o r generaciones y generaciones de historiadores,
curiosidades o rarezas exóticas q u e acaban p o r volverse insulsas d e b i d o a
u n uso demasiado prolongado o u n comentario demasiado rumiado...
N o deja d e s o r p r e n d e r n o s , a p e s a r d e l i n m e n s o e s p a c i o o c u p a d o p o r l o s
c e l t a s e n la h i s t o r i a d e la A n t i g ü e d a d , e l e s c a s o i n t e r é s q u e s u s c i t a n y la
v a g u e d a d d e las d e f i n i c i o n e s y las d e s c r i p c i o n e s referidas a ellos. A s í
pues, compensaremos, mal que bien, u n a gran cantidad de generalida­
d e s c o n u n n ú m e r o r e d u c i d o d e d a t o s p r e c i s o s q u e e x p l o t a r e m o s al
m á x i m o . N o o b s t a n t e , a u n e n la i m p r e c i s i ó n d e t o d o l o d e m á s , esto e s ,
e n t o d o s esos escritos sin b r i l l o n i apenas sustancia, subsisten i n f o r m a ­
c i o n e s u t i l i z a b l e s . P e r o d o s o tres g r a n d e s a u t o r e s p r i n c i p a l m e n t e , g r a ­
cias a u n c o n o c i m i e n t o m á s r i c o y m e j o r o r g a n i z a d o , c o m p e n s a n las
o s c u r i d a d e s , las d e b i l i d a d e s y l o s s i l e n c i o s d e t o d o s l o s d e m á s .
C i t e m o s antes de nada, e n o r d e n c r o n o l ó g i c o , los principales extrac­
tos d e textos a n t i g u o s q u e d e s c r i b e n a los d r u i d a s :

— C é s a r , Comentarios a la guerra de las Galias\J, 13-14 =

« E n t o d a la G a l i a h a y d o s c l a s e s d e h o m b r e s e n t r e l o s q u e g o z a n d e
r e l e v a n c i a y p r e s t i g i o . P u e s l o c i e r t o es q u e a l p u e b l o se l e c o n s i d e r a c a s i
e s c l a v o : p o r sí m i s m o n o se atreve a n a d a , n i se l e t i e n e e n c u e n t a a la h o r a
de tomar decisiones. L a mayoría, a g o b i a d o s p o r las d e u d a s , p o r l o s
i m p u e s t o s e x c e s i v o s o p o r l o s u l t r a j e s d e l o s p o d e r o s o s , se e n t r e g a n c o m o

I R e m i t i m o s a la crítica detallada de las obras a n t e r i o r e s m á s habituales y r e c i e n t e s :

F r a n c o i s e L e R o u x , « N o t e s d ' H i s t o i r e des r e l i g i o n s X X I . Q u ' e s t - c e q u e la r e l i ­
g i ó n c e l t i q u e ? » , Ogam, 1983-1984, n . ° 3 5 - 3 6 .
 1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N LOS T E X T O S A N T I G U O S 37

esclavos. S o b r e ellos t i e n e n los n o b l e s los m i s m o s d e r e c h o s q u e los d u e ñ o s

s o b r e sus siervos.

D e las d o s clases, u n a es la d e l o s d r u i d a s , o t r a la d e l o s c a b a l l e r o s .
A q u é l l o s se o c u p a n d e t o d o l o q u e t i e n e q u e v e r c o n l o s d i o s e s , e s t á n al
c a r g o d e l o s s a c r i f i c i o s p ú b l i c o s y p r i v a d o s y r e g u l a n el c u l t o . S o n muchos
l o s a d o l e s c e n t e s q u e a c u d e n a e l l o s p a r a a p r e n d e r , y se l e s t i e n e e n g r a n
c o n s i d e r a c i ó n . D e h e c h o , d i c t a m i n a n e n casi t o d a s las d i s p u t a s , p ú b l i c a s y
p r i v a d a s , y, si se h a c o m e t i d o u n a f e c h o r í a , si h a h a b i d o u n a s e s i n a t o , s i se
discute s o b r e u n a h e r e n c i a o s o b r e u n o s límites, s o n ellos los q u e j u z g a n y
fijan las c o m p e n s a c i o n e s y las p e n a s . Si a l g u i e n , l o m i s m o u n particular
q u e u n p u e b l o , n o se a v i e n e a s u d e c i s i ó n , le p r o h i b e n t o m a r p a r t e e n l o s
s a c r i f i c i o s : p a r a e l l o s es el c a s t i g o m á s g r a v e . A q u i e n e s se les h a i m p u e s t o
e s t e v e t o se l e s c o n s i d e r a s a c r i l e g o s y c r i m i n a l e s , t o d o s s e a p a r t a n d e e l l o s ,
e v i t a n a c e r c á r s e l e s o h a b l a r l e s , n o sea q u e p o r el c o n t a c t o les s o b r e v e n g a a l -
g ú n d a ñ o , y c u a n d o p i d e n j u s t i c i a n o s e l e s c o n c e d e , n i t a m p o c o se l e s p e r -
mite acceder a los cargos públicos.

A l f r e n t e d e t o d o s e s t o s d r u i d a s se e n c u e n t r a u n o s o l o , e l q u e t i e n e m á s
a u t o r i d a d e n t r e e l l o s . C u a n d o m u e r e , si a l g u n o d e e n t r e l o s r e s t a n t e s d e s -
t a c a p o r s u p r e s t i g i o , le s u c e d e ; si h a y v a r i o s i g u a l a d o s , se le e l i g e e n u n a
v o t a c i ó n d e l o s d r u i d a s . A l g u n a s veces la p r i m a c í a se d i r i m e c o n las a r m a s .
E n c i e r t a é p o c a d e l a ñ o , c e l e b r a n u n a r e u n i ó n e n el t e r r i t o r i o d e los c a r -
n u t e s — c o n s i d e r a d o el c e n t r o d e t o d a la Galia—, e n u n e s p a c i o s a g r a d o . D e
t o d a s p a r t e s a c u d e n h a s t a allí l o s q u e t i e n e n l i t i g i o s , y se s o m e t e n a s u s
decisiones y dictámenes.

Se p i e n s a q u e sus e n s e ñ a n z a s f u e r o n a d q u i r i d a s e n B r i t a n i a y d e s d e
a q u í llevadas a la G a l i a . E n la a c t u a l i d a d , q u i e n e s d e s e a n c o n o c e r l a s m á s a
f o n d o p o r l o g e n e r a l m a r c h a n allá p a r a i n s t r u i r s e .

L o s d r u i d a s s u e l e n m a n t e n e r s e al m a r g e n d e las g u e r r a s y n o p a g a n t r i -
b u t o s c o n los d e m á s . E s t á n d i s p e n s a d o s del servicio m i l i t a r y exentos d e
c u a l q u i e r o t r a carga. A t r a í d o s p o r tales privilegios, m u c h o s v i e n e n p o r su
p r o p i a v o l u n t a d a recibir i n s t r u c c i ó n , y o t r o s s o n enviados p o r sus p a d r e s y
familias. Se c u e n t a q u e a p r e n d e n allí u n a c a n t i d a d i n g e n t e d e v e r s o s . D e
esta j u a n e r a , m á s d e u n o pasa v e i n t e a ñ o s i n s t r u y é n d o s e . Y n o consideran
lícito p o n e r estas cosas p o r e s c r i t o , a u n q u e e n casi t o d o s los o t r o s a s u n t o s ,
e n las c u e n t a s p ú b l i c a s o p r i v a d a s , u t i l i z a n el a l f a b e t o g r i e g o . M e p a r e c e a
m í q u e e s t o lo d e c i d i e r o n así p o r d o s r a z o n e s : p o r q u e n o q u i e r e n q u e sus
e n s e ñ a n z a s se d i v u l g u e n e n t r e la g e n t e , n i t a m p o c o q u e l o s d i s c í p u l o s ,
c o n f i a d o s e n l a e s c r i t u r a , c u l t i v e n m e n o s la m e m o r i a . E n e f e c t o , o c u r r e a
 I. E L D R U I D A

m e n u d o q u e , c o n e l r e c u r s o d e l a e s c r i t u r a , se p i e r d e e l i n t e r é s p o r a p r e n -

d e r y la m e m o r i a .
P r i n c i p a l m e n t e , p r e t e n d e n h a c e r c r e e r q u e las a l m a s n o p e r e c e n , s i n o
q u e tras l a m u e r t e p a s a n d e u n o s a o t r o s , y p i e n s a n q u e a s í e s c o m o m e j o r
se e s t i m u l a e l v a l o r , d e j a n d o a u n l a d o e l m i e d o a l a m u e r t e . A d e m á s ,
d i s e r t a n y e n s e ñ a n a sus j ó v e n e s s o b r e n u m e r o s a s c u e s t i o n e s , r e f e r i d a s a l o s
a s t r o s y s u s m o v i m i e n t o s , e l t a m a ñ o d e l o r b e y d e las t i e r r a s , l a n a t u r a l e z a ,
2
la e s e n c i a y e l p o d e r d e l o s d i o s e s i n m o r t a l e s » .

— D i o d o r o d e S i c i l i a , HistoriaV, 3 1 , 2,-5 =

« E n t r e e l l o s se e n c u e n t r a n a s i m i s m o p o e t a s l í r i c o s q u e e l l o s l l a m a n b a r -
dos. Estos poetas cantan c o n el a c o m p a ñ a m i e n t o de i n s t r u m e n t o s s e m e j a n -
tes a l a l i r a ; c e l e b r a n a u n o s p e r s o n a j e s e i n f a m a n a o t r o s . T a m b i é n h a y
unos filósofos y teólogos que s o n objeto de h o n o r e s extraordinarios y reci-
b e n el n o m b r e d e druidas. L o s galos a s i m i s m o r e c u r r e n a adivinos, a los q u e
c o n s i d e r a n m e r e c e d o r e s d e g r a n r e c o n o c i m i e n t o ; estos a d i v i n o s p r e d i c e n e l
f u t u r o m e d i a n t e l a o b s e r v a c i ó n d e l v u e l o d e l o s p á j a r o s y e l s a c r i f i c i o d e las
v í c t i m a s , y t o d o e l p u e b l o está a t e n t o a s u s d i c t a d o s . O b s e r v a n u n a c o s t u m -
bre extraña e increíble, sobre t o d o c u a n d o d e b e n indagar respecto a algunos
asuntos d e i m p o r t a n c i a ; e n estos casos, e n efecto, o f r e c e n e n sacrificio la
vida d e u n h o m b r e , al q u e a p u ñ a l a n c o n u n a daga e n u n l u g a r s i t u a d o
e n c i m a d e l d i a f r a g m a , y c u a n d o cae el h o m b r e a c u c h i l l a d o , a p a r t i r d e la
o b s e r v a c i ó n d e l a c a í d a , d e la c o n v u l s i ó n d e l o s m i e m b r o s , y t a m b i é n d e l a
e f u s i ó n d e l a s a n g r e , l o s a d i v i n o s c o m p r e n d e n e l f u t u r o , fieles a u n a a n t i g u a
p r á c t i c a d e o b s e r v a c i ó n d e estos h e c h o s u s a d a d u r a n t e m u c h o s a ñ o s . E s c o s -
t u m b r e entre los galos n o realizar n i n g ú n sacrificio sin la presencia d e u n
f i l ó s o f o ; d i c e n , e n e f e c t o , q u e es p r e c i s o o f r e c e r sacrificios d e a g r a d e c i -
m i e n t o a los dioses p o r m e d i o d e personas expertas e n la naturaleza divina,
q u e h a b l e n , p o r d e c i r l o así, la m i s m a l e n g u a de l o s d i o s e s ; p o r m e d i o d e
estos h o m b r e s p i e n s a n q u e h a d e p e d i r s e e l f a v o r d i v i n o . T a n t o e n l o s a s u n -
tos d e t i e m p o s d e p a z c o m o e n l o s d e l a g u e r r a , l o s g a l o s o b e d e c e n e s p e c i a l -

E d i c i ó n d e A l f r e d K l o t z , T e u b n e r , L e i p z i g , 1952, p p . 142-144- [trad. e s p . : Comen-

tarios a la guerra de las Galias (trad. J o s é J o a q u í n C a e r o l s ) , M a d r i d , A l i a n z a E d i t o r i a l ,
a
2002 ( 2 . r e i m p r e s i ó n 2006), p p . 211-213]. C f . J . Z w i c k e r , FontesHistoriaeReligionis
Celticae, B e r l í n , 1934, p p - 22-24- C é s a r , q u e vivió d e l a ñ o IOO al 44 a . C , e s c r i b i ó
su relato d e la g u e r r a d e las G a l i a s al h i l o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s q u e n a r r a b a . S e
trata d e u n testigo o c u l a r datable c o n u n m a r g e n d e e r r o r d e m u y p o c o s a ñ o s , ya
q u e la g u e r r a d e las G a l i a s se d e s a r r o l l ó d e l 58 al 52 antes d e nuestra e r a .
 1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N LOS T E X T O S A N T I G U O S
39

m e n t e a estos filósofos y a los poetas c a n t o r e s , y o b e d e c e n n o sólo los a m i -

gos, s i n o t a m b i é n l o s e n e m i g o s . F r e c u e n t e m e n t e , e n efecto, e n las f o r m a -
c i o n e s e n o r d e n d e batalla, c u a n d o l o s ejércitos se a p r o x i m a n c o n las espa-
das e n alto y las lanzas t e n d i d a s , estos h o m b r e s se a d e l a n t a n e n m e d i o d e las
f o r m a c i o n e s y l o s h a c e n p a r a r , c o m o si e n c a n t a r a n a u n o s a n i m a l e s salvajes.
D e este m o d o , t a m b i é n e n t r e l o s b á r b a r o s m á s salvajes, el f u r o r c e d e a n t e la
3
s a b i d u r í a y A r e s respeta a las M u s a s » .

:
— E s t r a b ó n , GeografíaIV, 4, 4

« E n t é r m i n o s g e n e r a l e s , se p u e d e d e c i r q u e p a r a t o d o s ellos h a y t r e s
g r u p o s q u e g o z a n d e especial d i s t i n c i ó n : l o s b a r d o s , los vates y los d r u i d a s .
Los b a r d o s s o n p o e t a s c a n t o r e s . L o s vates t i e n e n f u n c i o n e s sagradas y e s t u -
d i a n la naturaleza. L o s d r u i d a s se d e d i c a n t a m b i é n al e s t u d i o d e la n a t u r a -
leza, p e r o a ñ a d e n el d e la filosofía m o r a l , y s o n c o n s i d e r a d o s l o s m á s j u s -
tos, p o r l o cual se les c o n f í a n l o s c o n f l i c t o s p r i v a d o s y p ú b l i c o s , i n c l u s o el
a r b i t r a j e e n caso d e g u e r r a , y h a n l l e g a d o a d e t e n e r a l o s q u e se e s t a b a n a l i -
n e a n d o ya p a r a el c o m b a t e . L e s i n c u m b e n e s p e c i a l m e n t e las causas c r i m i -
nales, y p i e n s a n q u e c u a n d o p r o l i f e r a n éstas es s i g n o d e a b u n d a n c i a p a r a la
r e g i ó n . A f i r m a n t a m b i é n , t a n t o ellos c o m o o t r o s , q u e las a l m a s s o n i n d e s -
t r u c t i b l e s , c o m o i n d e s t r u c t i b l e es el u n i v e r s o , a u n q u e l l e g a r á u n d í a e n q u e
el f u e g o y el a g u a p r e v a l e c e r á n s o b r e t o d o » * .

— P o m p o n i o M e l a , Corografía I I I , 2 , 18-19:

« P e r m a n e c e n t o d a v í a h u e l l a s d e esta c r u e l d a d ya s u p r i m i d a y, a s í c o m o
se a b s t i e n e n d e s a c r i f i c i o s m o r t a l e s , así s i n e m b a r g o , c u a n d o s u b e n a las
aras a los sacrificados, les s e c c i o n a n a l g u n a p a r t e . S i n e m b a r g o , tienen
facilidad de palabra y c o m o maestros d e sabiduría a los D r u i d a s . Estos ase-
g u r a n c o n o c e r el t a m a ñ o y la f o r m a d e la t i e r r a y d e l f i r m a m e n t o , el m o v i -

3 E d i c i ó n d e C . H . O l d f a t h e r , L o n d r e s - C a m b r i d g e , 1961, III, p p . 176-180 [trad.

e s p . : Biblioteca histórica ( t r a d . J u a n J o s é T o r r e s E s b a r r a n c h ) , M a d r i d , G r e d o s , 2 0 0 4 ,
p p . 2 7 5 ~ 2 7 6 ] . D i o d o r o d e Sicilia vivió a p r o x i m a d a m e n t e d e l a ñ o 9 0 al 2 0 a n t e s
de n u e s t r a e r a . Es p o r t a n t o c o n t e m p o r á n e o d e César, diez a ñ o s a r r i b a o abajo,
c o n qtrien coincide parcialmente e n su esquema descriptivo.
4 E d i c i ó n y t r a d u c c i ó n d e F r a n c o i s L a s s e r r e , L e s B e l l e s L e t t r e s , P a r í s , 1 9 6 6 , p . 161
a
[ t r a d . e s p . : Geografia ( t r a d . M . J o s é M e a n a y F é l i x P i n e r o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 9 2 ,
p . 1 8 1 ] . C f . las n o t a s c o m p l e m e n t a r i a s d e las p á g i n a s 2 1 4 - 2 1 5 - E s t r a b ó n vivió a p r o -
x i m a d a m e n t e d e l a ñ o 6 3 al 1 9 a n t e s d e n u e s t r a e r a . P o r c o n s i g u i e n t e , e s c r i b i ó c o n
p o s t e r i o r i d a d a la c o n q u i s t a d e las G a l i a s p o r C é s a r , l o q u e e x p l i c a e l i m p e r f e c t o e n
la frase r e l a t i v a a la i n t e r v e n c i ó n d e l o s d r u i d a s e n l o s c o n f l i c t o s y las g u e r r a s .
 I. EL D R U I D A

m i e n t o del c i e l o y de los astros y el d e s t i n o trazado p o r los dioses. E n s e ñ a n

m u c h a s c o s a s a l o s m á s i l u s t r e s d e s u p u e b l o , o c u l t a m e n t e y d u r a n t e el d í a ,
e n v e i n t e a ñ o s , e n g r u t a s o e n r e c ó n d i t a s m o n t a ñ a s . U n a d e las i d e a s q u e
les i m b u y e n es c o m ú n a t o d o s : " q u e las a l m a s s o n i m p e r e c e d e r a s y q u e h a y
o t r a v i d a d e s p u é s d e la m u e r t e " , s i n d u d a p a r a q u e e l l o s s e a n m á s v a l e r o s o s
e n las g u e r r a s . A s í p u e s , q u e m a n y e n t i e r r a n c o n sus m u e r t o s ú t i l e s n e c e -
s a r i o s p a r a l o s q u e v i v e n . D e o r d i n a r i o se d e j a b a p a r a l o s i n f i e r n o s la
c u e n t a d e l o s n e g o c i o s y la r e s t i t u c i ó n d e la d e u d a , y l o s h a b í a q u e se a r r o -
j a b a n d e b u e n g r a d o a las p i r a s d e l o s s u y o s c o m o si f u e r a n a v i v i r j u n t a -
5
mente con ellos» .

;
— L u c a n o , Farsalial, 454~462

« c o n f o r m e a v u e s t r a d o c t r i n a , las s o m b r a s n o e m i g r a n a las s i l e n c i o s a s
m o r a d a s d e l E r e b o y a los p á l i d o s r e i n o s d e l s u b t e r r á n e o D i t e : el m i s m o
e s p í r i t u s i g u e r i g i e n d o l o s m i e m b r o s e n o t r a r e g i ó n d e l m u n d o ; si m o d u -
láis d o c t r i n a v e r d a d e r a , la m u e r t e es e l p u n t o c e n t r a l d e u n a l a r g a e x i s t e n -
cia. Felices e n t o d o caso c o n su e r r o r l o s p u e b l o s a l o s q u e c o n t e m p l a la
O s a : a ellos n o les a n g u s t i a el c o n o c i d o c o m o m a y o r de los t e m o r e s , el
m i e d o a la m u e r t e . D e a h í la m e n t a l i d a d d e sus g u e r r e r o s , c o n i n c l i n a c i ó n
a p r e c i p i t a r s e s o b r e la e s p a d a , u n a s a l m a s d i s p u e s t a s a a c o g e r la m u e r t e , y el
s e n t i m i e n t o d e q u e es u n a c o b a r d í a p r e o c u p a r s e p o r c o n s e r v a r u n a v i d a
6
que ha de v o l v e r » .

- P l i n i o e l V i e j o , Historia Natural X V I , 249,:

« N o h a y q u e o l v i d a r e n este o r d e n d e c o s a s la a d m i r a c i ó n d e las G a l i a s .
L o s d r u i d a s , p u e s es así c o m o l l a m a n a sus m a g o s , n o t i e n e n c o s a m á s
s a g r a d a q u e e l m u é r d a g o y e l á r b o l q u e l o e n g e n d r a , q u e es s i e m p r e u n
r o b l e . S ó l o a c a u s a d e este á r b o l e s c o g e n l o s b o s q u e s d e r o b l e s y n o l l e v a r á n

E d i c i ó n de K a r l F r i c k , T e u b n e r , L e i p z i g , 1880, p p . 59~6o [trad. e s p . : Corografía

( t r a d . C a r m e n G u z m á n A r i a s ) , M u r c i a , U n i v e r s i d a d d e M u r c i a , 1989, p p . 84¬
85]- P o m p o n i o M e l a vivió a m e d i a d o s d e l p r i m e r siglo de n u e s t r a e r a . S u texto es
t a m b i é n u n siglo p o s t e r i o r , más o m e n o s , al d e l t e s t i g o p r i n c i p a l q u e es C é s a r y
ésta es p r o b a b l e m e n t e la r a z ó n de la a u s e n c i a d e t o d a i n d i c a c i ó n s o b r e el p a p e l
m i l i t a r de l o s d r u i d a s .
E d i c i ó n y t r a d u c c i ó n de A . B o u r g e r y , L e s Belles Lettres, París, 1947' I> P- 2 1 [trad.
e s p . : M . A n n e o L u c a n o , Farsatia (trad. A n t o n i o H o l g a d o R e d o n d o ) , M a d r i d , G r e -
d o s , 1 9 8 4 , p- 94J- C f . J. Z w i c k e r , FontesHistoriaeReligionisCelticae, B e r l í n , I 9 3 4 > P- 4§-
a D
L u c a n o vivió del a ñ o 3 9 l 5 de n u e s t r a era y e m p l e ó c o n fines l i t e r a r i o s el relato
de la c a m p a ñ a de C é s a r e n las G a l i a s . L a d e s c r i p c i ó n n o es directa.
 1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N LOS T E X T O S A N T I G U O S 41

a c a b o r i t o a l g u n o s i n la p r e s e n c i a d e u n a r a m a d e e s t e á r b o l . T a n t o es así

q u e p a r e c e p o s i b l e q u e el n o m b r e d e d r u i d a p r o c e d a d e l g r i e g o . C r e e n , en

e f e c t o , q u e t o d o l o q u e c r e c e e n este á r b o l les v i e n e e n v i a d o p o r el c i e l o y es

u n s i g n o d e q u e el á r b o l fue e l e g i d o p o r el d i o s e n p e r s o n a . Es p u e s m u y

r a r o e n c o n t r a r e l m u é r d a g o y , c u a n d o s e e n c u e n t r a , se r e c o g e e n m e d i o d e

u n a g r a n c e r e m o n i a r e l i g i o s a d u r a n t e el d í a d e la s e x t a l u n a , p u e s es p o r ese

a s t r o p o r el q u e los galos r e g u l a n sus m e s e s y sus a ñ o s , lo m i s m o q u e sus

siglos d e t r e i n t a a ñ o s . E l i g e n ese d í a p o r q u e la l u n a t i e n e ya u n a fuerza

c o n s i d e r a b l e , a u n s i n h a b e r l l e g a d o a la m i t a d d e s u t r a y e c t o r i a . L o s g a l o s

l l a m a n al m u é r d a g o p o r u n n o m b r e q u e s i g n i f i c a el q u e t o d o l o c u r a ' .

T r a s h a b e r p r e p a r a d o r i t u a l m e n t e u n sacrificio y u n festín b a j o el á r b o l ,

t r a e n d o s t o r o s b l a n c o s cuyos c u e r n o s h a n s i d o a t a d o s p o r p r i m e r a vez.

A t a v i a d o c o n u n a t ú n i c a b l a n c a , el s a c e r d o t e s u b e al á r b o l , c o r t a c o n una

h o z d e o r o el m u é r d a g o y l o r e c o g e e n u n p a ñ o b l a n c o . E n t o n c e s inmolan

a las v í c t i m a s r o g a n d o a la d i v i n i d a d q u e a c e p t e n e l s a c r i f i c i o y q u e é s t e

a p r o v e c h e a q u i e n e s se l o o f r e c e n . L o s galos c r e e n q u e el muérdago,

b e b i d o , d e v u e l v e la f e c u n d i d a d a l o s a n i m a l e s e s t é r i l e s y c o n s t i t u y e un

r e m e d i o c o n t r a t o d o s l o s v e n e n o s . T a l es el c o m p o r t a m i e n t o r e l i g i o s o d e
7
u n g r a n n ú m e r o d e p u e b l o s r e s p e c t o a las cosas i n s i g n i f i c a n t e s » .

- Historia Natural XXX, 13:

« L a s G a l i a s (la m a g i a ) las o c u p ó s i e m p r e , i n c l u s o h a s t a n u e s t r o s d í a s .

E n e f e c t o , d u r a n t e el p r i n c i p a d o d e T i b e r i o C é s a r se e l i m i n ó a l o s d r u i d a s

g a l o s , esta r a l e a d e a d i v i n o s - m é d i c o s . P e r o , ¿ p o r q u é voy a r e c o r d a r e s t o al

h a b l a r d e u n a d i s c i p l i n a q u e h a s t a h a a t r a v e s a d o el O c é a n o y h a l l e g a d o a

los c o n f i n e s d e l m u n d o h a b i t a d o ? B r i t a n i a la cultiva, i n c l u s o h o y , a b s o r t a

e n m e d i o d e tales c e r e m o n i a s q u e p o d r í a llegarse a c r e e r q u e fue ella la q u e

se la l e g ó a l o s p e r s a s . A d e m á s , existió a c u e r d o s o b r e esas p r á c t i c a s e n t o d o s

l o s l u g a r e s d e l m u n d o , p o r m u c h o q u e e s t u v i e r a n e n c o n f l i c t o o se i g n o r a -

s e n m u t u a m e n t e ; y n o es p o s i b l e a p r e c i a r s u f i c i e n t e m e n t e c u á n t o se les

d e b e a l o s r o m a n o s p o r h a b e r s u p r i m i d o r i t o s m o n s t r u o s o s e n l o s q u e se

E d i c i ó n _ d e J a c q u e s A n d r é , Les Belles L e t t r e s , P a r í s , 1 9 6 3 , p p . 9 8 - 9 9 . Cf. J .

Z w i c k e r , FontesHistoriae Religionis Celticae, op. cit., p p . 5 4 " 5 5 - P l i n i o v i v i ó d e l a ñ o 2 3 al
7 9 d e n u e s t r a e r a . E l t a m b i é n es m á s o m e n o s u n siglo p o s t e r i o r a C é s a r . P e r o
n i n g u n o d e l o s d o s e x t r a c t o s c i t a d o s a q u í c o n t i e n e i n f o r m a c i ó n g e n e r a l s o b r e la
clase s a c e r d o t a l . E l i n t e r é s d e l p r i m e r o r e s i d e e n la d e s c r i p c i ó n d e u n hecho
r i t u a l p o s t e r i o r a la e l i m i n a c i ó n d e l o s d r u i d a s d e la v i d a p ú b l i c a gala e n los i n i -
c i o s d e l a r o m a n i z a c i ó n . S e p r e s e n t a r á o t r o p a s a j e i m p o r t a n t e , r e l a t i v o al e r i z o d e
m a r f ó s i l , e n el c a p í t u l o V p a r a e x p l i c a r u n a n o c i ó n r e l i g i o s a f u n d a m e n t a l .
42 I. EL D R U I D A

consideraba m u ypiadoso matar a u n h o m b r e y comérselo, además, m u y

8
saludable» .

— T i m á g e n e s e n A m i a n o M a r c e l i n o , Historia X V , 9> 8:

« U n a vez civilizadas p a u l a t i n a m e n t e las g e n t e s d e estas r e g i o n e s , se d e s a r r o -

l l ó el e s t u d i o d e las artes liberales, a l e n t a d o p o r los b a r d o s , e u h a g e s y d r u i d a s .
L o s b a r d o s f u e r o n c a n t a n d o las h a z a ñ a s d e h o m b r e s i l u s t r e s e n v e r s o s
h e r o i c o s , a c o m p a ñ a d o s p o r l o s d u l c e s s o n e s d e la l i r a ; e n c a m b i o l o s e u h a -
g e s , c o n p r e t e n s i o n e s m á s altas, i n t e n t a b a n m o s t r a r las l e y e s s u b l i m e s d e l a
naturaleza. P o r su parte los druidas, de inteligencia superior, unidos p o r
c o m u n i d a d e s fraternales, como determinó la a u t o r i d a d de Pitágoras,
9
i n t e n t a r o n alcanzar la respuesta a cuestiones ocultas y e l e v a d a s » .

V e a m o s a h o r a los p o r m e n o r e s d e estos textos:

E l t e s t i g o m á s a n t i g u o y e l m á s i m p o r t a n t e , C é s a r , d i s t i n g u e tres c l a -
ses e n l a s o c i e d a d g a l a : druides, equitesyplebs. P e r o casi n o c o n t e m p l a m á s
q u e d o s , las q u e d e n o m i n a druidesy equites. E s e v i d e n t e q u e l o s druides r e p r e -
s e n t a n l a clase s a c e r d o t a l y l o s equites ( c a b a l l e r o s ) l a clase m i l i t a r , m i e n t r a s
q u e p a r a C é s a r la plebs e n g l o b a i n d i s t i n t a m e n t e a t o d o s l o s d e m á s : a g r i -
c u l t o r e s , a r t e s a n o s y e s c l a v o s . P o r t a n t o , D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e se e q u i -
v o c ó e n el f o n d o d e la c u e s t i ó n c u a n d o creyó q u e C é s a r m e n c i o n a b a c o n
10
el n o m b r e d e d r u i d a s s ó l o u n a p a r t e d e l a clase l e t r a d a g a l a . P a r a e m p e -
z a r , l a e x p r e s i ó n « c l a s e l e t r a d a » es e r r ó n e a y, p a r a c o n t i n u a r , C é s a r n o
d e s d e ñ ó d o s d e l o s tres e l e m e n t o s d e l a clase s a c e r d o t a l , l o s c u a l e s i n c l u y ó
en u n a definición general.
L o s d r u i d a s c u e n t a n e n t r e sus a t r i b u c i o n e s t o d o l o r e l a t i v o a:
— la r e l i g i ó n ( c r e e n c i a s , s a c r i f i c i o s , c u l t o s ) ,
— la j u s t i c i a ( d e r e c h o p ú b l i c o y p r i v a d o ) ,
— la e n s e ñ a n z a y la t r a n s m i s i ó n del saber t r a d i c i o n a l .

8 E d i c i ó n d e A l f r e d E r n o u t , L e s B e l l e s L e t t r e s , París, 1963, p p . 27~28 [trad. e s p . :

Historia natural ( t r a d . J o s e f a C a n t ó , I s a b e l G ó m e z S a n t a m a r í a , S u s a n a G o n z á l e z
M a r í n y Eusebia T a r r i ñ o ) , M a d r i d , Cátedra, 2002, p p . 640-641)-
9 E d i c i ó n d e V . G a r d t h a u s e n , T e u b n e r , L e i p z i g , 1874, p p . 6 8 - 6 9 [trad. e s p . : His-
a
toria (trad. M . L u i s a H a r t o T r u j i l l o ) , M a d r i d , A k a l , 2 0 0 2 , p . 190). C f . J. Z w i c -
k e r , FontesHistoriae Religionis Celticae, op. cit, p . 107- A m i a n o M a r c e l i n o e s c r i b i ó este
pasaje a finales d e l siglo I V , a l r e d e d o r d e l a ñ o 3 9 0 . T r a d u j o u n a h i s t o r i a escrita
p o r u n a u t o r g r i e g o , T i m á g e n e s , q u e v i v i ó e n e l s i g l o I antes d e n u e s t r a e r a .
10 Les Celtes et les langues celtiques, París, 1883, p . 4 6 . T o d a v í a se e n c u e n t r a e s p o r á d i c a -
m e n t e el e r r o r d e D ' A r b o i s e n o b r a s c o n t e m p o r á n e a s .
 1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N LOS T E X T O S A N T I G U O S 43

R e c h a z a n el u s o de la e s c r i t u r a , a u n q u e la a d m i t e n ( e n c a r a c t e r e s
g r i e g o s ) p a r a l o s n e g o c i o s p ú b l i c o s y p r i v a d o s . E n s e ñ a n la i n m o r t a l i d a d
d e l a l m a y se e n t r e g a n a vastas e s p e c u l a c i o n e s t e o l ó g i c a s y c i e n t í f i c a s r e l a -
c i o n a d a s c o n la n a t u r a l e z a d e l o s d i o s e s , la a s t r o n o m í a y la física.
A diferencia de César, D i o d o r o de Sicilia, E s t r a b ó n y los demás
e s c r i t o r e s a n t i g u o s n o o p o n e n t o d a l a clase s a c e r d o t a l e n s u c o n j u n t o al
r e s t o d e la s o c i e d a d , s i n o q u e d e s c r i b e n sus s u b d i v i s i o n e s i n t e r n a s ( q u e
por otro lado n o c o m p r e n d i e r o n ) .
D e a c u e r d o c o n D i o d o r o de Sicilia, existen:
— b a r d o s : c a n t a n h i m n o s o sátiras a c o m p a ñ á n d o s e d e l a r p a ( l i r a ) ;
— f i l ó s o f o s y t e ó l o g o s ( d r u i d a s ) : se l e s c o n c e d e n l o s m a y o r e s
h o n o r e s ; se o c u p a n d e l o s s a c r i f i c i o s y s i r v e n d e i n t e r m e d i a r i o s
entre los h o m b r e s y los dioses; bardos o filósofos, calman a los
e j é r c i t o s d i s p u e s t o s a t r a b a r c o m b a t e ; d e s p r e c i a n la m u e r t e y
e n s e ñ a n la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a ;
— a d i v i n o s : t i e n e n u n a g r a n a u t o r i d a d y t o d a l a p o b l a c i ó n se
e n c u e n t r a b a j o su a u t o r i d a d ; p r a c t i c a n la a d i v i n a c i ó n y el arte
a u g u r a l m e d i a n t e la o r n i t o m a n c i a o l o s s a c r i f i c i o s h u m a n o s .
E n t é r m i n o s l a t i n o s , p r a c t i c a n e l auguriumy la haruspicina.
S e g ú n E s t r a b ó n , hay que distinguir entre:
— bardos: cantores de h i m n o s y poetas;
— v a t e s : s a c r i f i c a d o r e s e i n t é r p r e t e s d e la n a t u r a l e z a ;
— d r u i d a s : e s t u d i a n la c i e n c i a d e la n a t u r a l e z a y la f i l o s o f í a m o r a l ;
i m p a r t e n j u s t i c i a y a c t ú a n c o m o a r b i t r o s e n las g u e r r a s ; e n s e -
ñ a n l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a y p r o f e s a n la i d e a d e q u e u n d í a
sólo r e i n a r á n el agua y el f u e g o .
P o m p o n i o M e l a , q u i e n e n t o d a s sus d e f i n i c i o n e s se r e f i e r e a la clase
sacerdotal, afirma que:
— los galos en general s o n elocuentes;
— los d r u i d a s s o n s e ñ o r e s de la m o r a l ;
— conocen la g r a n d e z a d e la t i e r r a y d e l m u n d o ,
los m o v i m i e n t o s d e l o s a s t r o s ,
; : . t o d a s las v o l u n t a d e s d e l o s d i o s e s .
SegúnAmiano Marcelino:
— l o s b a r d o s c e l e b r a b a n las g r a n d e s a c c i o n e s c o n c a n t o s h e r o i c o s ;
11
— l o s e u b a g e s e s t u d i a b a n l o s m i s t e r i o s d e la n a t u r a l e z a .

II E s casi s e g u r o q u e este ú l t i m o t é r m i n o es p r o d u c t o d e u n a m a l a l e c t u r a d e la p a l a -
bra griega e n m a n u s c r i t o s escritos e n u n c i a l . Véase J a c q u e s M o r e a u , « E u b a g e s et
 I. EL D R U I D A
44

P o r e n c i m a de ellos:
— l o s d r u i d a s f o r m a b a n p a r t e d e c o m u n i d a d e s c u y o s e s t a t u t o s se
h a b í a n f i j a d o b a j o la i n f l u e n c i a d e P i t á g o r a s ;
— e s t u d i a b a n l o s a s u n t o s ocultos,-
— d e c l a r a b a n q u e las a l m a s s o n i n m o r t a l e s .
Estas d e f i n i c i o n e s s o n e n e x t r e m o e s q u e m á t i c a s , p e r o bastan p a r a
e x t r a e r u n a p r i m e r a c o n c l u s i ó n : es l e g í t i m o d i s t i n g u i r , e n l a clase s a c e r -
dotal celta, tres subdivisiones internas fundamentales, que César,
c o r r e c t o e n las c a r a c t e r i z a c i o n e s g e n e r a l e s e i m p r e c i s o e n l o s d e t a l l e s ,
designa g l o b a l m e n t e bajo el n o m b r e g e n e r a l de « d r u i d a s » :
— druidas,
— bardos,
— vates (o adivinos).
C a d a u n a d e estas s u b d i v i s i o n e s c o r r e s p o n d e a u n a e s p e c i a l i d a d f u n -
cional:

DRUIDA BARDO VATE

César druida:
religión,
justicia,
enseñanza,

Diodoro druida, bardo: adivino:

filósofo, alabanza, adivinación,
teólogo: sátira, arte a u g u r a l ,
religión, arbitraje, sacrificio,

Estrabón druida, bardo: vate:

ciencia de la canto, sacrificio,
naturaleza, poesía, interpretación
filosofía, de la n a t u r a l e z a .
justicia,

Esta c l a s i f i c a c i ó n , s i n e m b a r g o , s ó l o es r e l a t i v a m e n t e e x a c t a , p u e s n o
está e x e n t a d e c i e r t a v a g u e d a d : E s t r a b ó n y D i o d o r o a t r i b u y e n e l s a c r i f i -
c i o al v a t e c u a n d o d e b e r í a s e r t a m b i é n c o m p e t e n c i a d e l d r u i d a y D i o -
d o r o llama bardos a los druidas que actúan c o m o arbitros entre dos

v a t e s » , BuUetin de la Société Nationale des Antiquaires de France, 1 9 5 8 , p p . 1 8 0 - 1 9 0 , cuya

d e m o s t r a c i ó n suscita sin e m b a r g o algunas reservas.
 1 . LOS D R U I D A S S E G Ú N LOS T E X T O S A N T I G U O S 45

e j é r c i t o s e n e m i g o s . V e r e m o s n u m e r o s a s i m p r e c i s i o n e s d e este t i p o e n
las e s p e c i a l i z a c i o n e s i r l a n d e s a s . Estas n o i n d i c a n la e x i s t e n c i a d e g r a v e s
e r r o r e s , m á s b i e n s o n el i n d i c i o d e u n a e n o r m e flexibilidad e n la c l a s i -
f i c a c i ó n y d e u n a h o m o g e n e i d a d f u n c i o n a l : el b a r d o y el vate s o n e f e c -
tiva y r e a l m e n t e d r u i d a s . S u s n o m b r e s d e s i g n a n e s p e c i a l i z a c i o n e s f u n -
c i o n a l e s o p u e s t a s a la v e z q u e s u b o r d i n a d a s a u n a d e n o m i n a c i ó n g e n e r a l
q u e sin d u d a les c o r r e s p o n d e , s e a n c u a l e s s e a n sus f u n c i o n e s y su p u e s t o
e n la j e r a r q u í a .
S ó l o nos q u e d a n p o r citar dos textos, m e n o r e s y tardíos, a u n q u e n o
carentes de interés, que atribuyen a los druidas u n estrecho parentesco
i n t e l e c t u a l c o n P i t á g o r a s , c o n f i r i é n d o l e s así u n p r e s t i g i o i n e s p e r a d o tras
l o s d e c r e t o s d e T i b e r i o y C l a u d i o , d o s siglos m á s t a r d e :
— H i p ó l i t o d e R o m a , Philosophoumenal, XXV:

« L o s d r u i d a s d e l o s c e l t a s h a n e s t u d i a d o a s i d u a m e n t e la f i l o s o f í a de
P i t á g o r a s , p u e s f u e r o n i n c i t a d o s a este e s t u d i o p o r Z a l m o x i s , el esclavo d e
P i t á g o r a s , t r a c i o d e n a c i m i e n t o , q u e v i n o a e s t a s c o m a r c a s t r a s la m u e r t e d e
P i t á g o r a s y les s u m i n i s t r ó la o c a s i ó n d e e s t u d i a r su s i s t e m a f i l o s ó f i c o . Y los
celtas c r e e n e n sus d r u i d a s c o m o v i d e n t e s y p r o f e t a s p o r q u e p u e d e n p r e d e -
c i r c i e r t o s a c o n t e c i m i e n t o s p o r e l c á l c u l o y la a r i t m é t i c a d e l o s p i t a g ó r i c o s .
N o s i l e n c i a r e m o s l o s o r í g e n e s d e s u d o c t r i n a , ya q u e a l g u n o s creyeron
p o d e r d i s t i n g u i r e n t r e estas g e n t e s d i s t i n t a s escuelas d e filosofía. E n efecto,
1 2
l o s d r u i d a s p r a c t i c a n t a m b i é n las a r t e s p l á s t i c a s » .

— C l e m e n t e d e A l e j a n d r í a , Stromata I, 70, I:

« A l e j a n d r o , e n su l i b r o acerca d e los S í m b o l o s Pitagóricos, relata q u e

P i t á g o r a s f u e d i s c í p u l o d e Z a r a t o s el a s i r i o ( a l g u n o s i d e n t i f i c a n a é s t e c o n
E z e q u i e l , p e r o n o es así, c o m o l u e g o d e m o s t r a r é ) , y p r e t e n d e q u e P i t á g o -
3
ras haya a p r e n d i d o t a m b i é n d e los Gálatas y d e los B r a h m a n e s » ' .

12 J . Z w i c k e r , op. cit, p p . 8 8 - 8 9 . H i p ó l i t o vivió h a c i a los a ñ o s 1 7 5 - 2 5 0 d e n u e s t r a

e r a . L á m e n c i ó n d e l c á l c u l o y la a r i t m é t i c a p o d r í a p r o b a r —y é s t a s e r í a u n a d e
n u e s t r a s r a r í s i m a s p r u e b a s i n d i r e c t a s — q u e la l e n g u a g a l a o , m á s g e n e r a l m e n t e , el
c e l t a d e la A n t i g ü e d a d , p o s e í a u n s i m b o l i s m o n u m é r i c o y e r a , p o r e s t o m i s m o ,
u n a lengua sagrada.
13 J - Z w i c k e r , op. cit., p p . 82 [ t r a d . e s p . : Stromata ( t r a d . M a r c e l o M e r i n o R o d r í g u e z ) ,
M a d r i d , C i u d a d N u e v a , 1 9 9 6 , p . 2 2 3 ] . C l e m e n t e d e A l e j a n d r í a vivió h a c i a 1 5 0 -
215-
46 I. EL D R U I D A

— Stromata I, Jl, 3 - 4 =

« A s í p u e s , la f i l o s o f í a , b i e n de g r a n u t i l i d a d , f l o r e c i ó h a c e tiempo
j u n t o a l o s b á r b a r o s y fue d i s p u e s t a e n t r e las n a c i o n e s ; l u e g o , l l e g ó t a m b i é n
a los g r i e g o s . L a m a n i f e s t a r o n p ú b l i c a m e n t e los profetas de E g i p t o , los c a l ­
deos de A s i r i a , los druidas de Galacia, los samaneos de Bactriana, los f i l ó ­
1 4
sofos celtas, los m a g o s de P e r s i a » .

E s t o s t e x t o s s o n d e l s i g l o I I I y c o n t i e n e n g e n e r a l i d a d e s c e r c a n a s a la
l e y e n d a y n o p r u e b a s . Se trata de c o m e n t a r i o s e r u d i t o s , n o m u y exactos,
q u e h a b l a n d e l o s d r u i d a s e n p a s a d o . L a s r e l a c i o n e s d e estos ú l t i m o s c o n
Pitágoras o Z a l m o x i s n o están atestiguadas h i s t ó r i c a m e n t e y n o volvere­
m o s a tratar de ellas a q u í ( s o n c o m o m u c h o h e c h o s i n d i v i d u a l e s aisla­
d o s ) . N o o b s t a n t e , l o s f i l ó s o f o s g r i e g o s , c o n su c u r i o s i d a d h a b i t u a l p o r
las i d e a s d e o t r o s , i n t u y e r o n q u e a h í h a b í a u n a d o c t r i n a c u y a c o m p r e n ­
s i ó n se l e s e s c a p a b a , o m á s b i e n u n a t r a d i c i ó n o c o n o c i m i e n t o q u e n o
p o d í a n i n c l u i r e n n i n g u n o de los sistemas de p e n s a m i e n t o a los que
estaban acostumbrados.

2. L A CONFUSIÓN TERMINOLÓGICA

E s t a d e n o m i n a c i ó n f l e x i b l e , q u e las m á s d e las v e c e s se t r a n s f o r m ó en
c o n f u s i ó n e n los estudios m o d e r n o s , n o s lleva a p l a n t e a r n o s directa­
m e n t e el caso d e l o s n o m b r e s a n t i g u o s d e l o s d r u i d a s , t r a d u c i d o s al l a t í n
o al g r i e g o c o n t é r m i n o s u t i l i z a d o s p a r a d e s i g n a r e l s a c e r d o c i o , u n a f u n ­
c i ó n sacerdotal o incluso u n a capacidad mágica.
E l p r i m e r e j e m p l o se e n c u e n t r a e n C é s a r q u e , e n e l l i b r o V I d e l o s
Comentarios, e m p l e a e n d i s t i n t a s o c a s i o n e s l a p a l a b r a druides ( c u a n d o h a
u t i l i z a d o e q u i v a l e n t e s l a t i n o s p a r a d e s i g n a r a l o s equites y a l a plebs), p e r o
q u e , al t r a t a r c u e s t i o n e s p o l í t i c a s r e l a c i o n a d a s c o n el a r r e g l o d e u n c o n ­
flicto e l e c t o r a l e n la s o c i e d a d h e d u a , u s a l a p a l a b r a sacerdos: « p o r l o s
s a c e r d o t e s d e a c u e r d o c o n las c o s t u m b r e s d e la c i u d a d » (per sacerdotes more
15
civitatis) . Estos « s a c e r d o t e s » n o p u e d e n h a b e r sido más que druidas.
D e u n t i p o u n p o c o d i f e r e n t e , p e r o i g u a l m e n t e i n s t r u c t i v o , es la frase
c o n la q u e P l i n i o a b r e la d e s c r i p c i ó n d e la r e c o l e c c i ó n d e l m u é r d a g o :

14 J. Z w i c k e r , op. cit, p . 8 2 [trad. e s p . : op. át., p . 2251¬

15 Comentarios Vil, 3 3 [trad. e s p . : op. cit., p . 2 5 6 ] .
 2 . LA C O N F U S I Ó N T E R M I N O L Ó G I C A 47

« N o h a y q u e o l v i d a r e n este o r d e n d e cosas l a a d m i r a c i ó n d e las G a l i a

(GaUiarum admiratio). L o s d r u i d a s (druidae), p u e s es así c o m o l l a m a n a sus
m a g o s (ita suor appeüant magos), n o t i e n e n cosa m á s sagrada q u e el m u é r d a g o y
1 6
el á r b o l q u e l o e n g e n d r a » .

L o s « g a l o s » , l o s « d r u i d a s » y l o s « m a g o s » s o n e n este c a s o , s i n ó n i -
m o s discordantes q u e d e s i g n a n i n d i s t i n t a m e n t e a l o s m i e m b r o s de la
c l a s e s a c e r d o t a l . S u y u x t a p o s i c i ó n e n l a m i s m a frase b a s t a p a r a p r o b a r
c u a n vagas e r a n las n o c i o n e s d e P l i n i o —o c u a n g r a n d e e r a s u d e s p r e c i o —
p o r t o d o l o relativo a los celtas.
E n c o n t r a m o s u n caso i d é n t i c o e n su d e s c r i p c i ó n d e l erizo de m a r
f ó s i l (véase m á s a d e l a n t e e l c a p í t u l o V ) : « l o s d r u i d a s d i c e n q u e las s e r -
p i e n t e s l o a r r o j a n a l o a l t o » (druidae sibiles id dicunt in sublimejactari). Y , e n la
frase s i g u i e n t e : « Y c o m o l a a s t u c i a d e l o s m a g o s se a f i n a c u a n d o se trata
17
d e o c u l t a r e n g a ñ o s » (Atque, ut est magorum solleñia occultandisfraudibus sagax) .
L a p a l a b r a « m a g o » , c o n s u m a t i z p e y o r a t i v o d e « b r u j o » , se e m p l e a
c o m o sinónimo de « d r u i d a » .
Es p o r c o n s i g u i e n t e n e c e s a r i o i n c l u i r e n el estudio d e l o s h e c h o s
r e l i g i o s o s r e l a c i o n a d o s c o n l o s d r u i d a s —o, si se p r e f i e r e , c o n l a c l a s e
s a c e r d o t a l celta— t o d a s las m e n c i o n e s q u e p o n e n d e m a n i f i e s t o u n a f u n -
c i ó n especializada de « s a c e r d o t e » , « p o e t a » , « f i l ó s o f o » , « a d i v i n o » ,
«mago», «augur» o «arúspice» e n el á m b i t o celta propiamente
d i c h o . T a n t o c o n r e s p e c t o a l o s d r u i d a s c o m o a l o s d i o s e s , l a f u n c i ó n es
más d e t e r m i n a n t e q u e la d e n o m i n a c i ó n .
D e este m o d o , a p a r t i r d e a h o r a p o d e m o s , a t í t u l o d e e j e m p l o , h a c e r
responsables a los druidas, entendidos e n general c o m o los sacerdotes
celtas, d e l e p i s o d i o h i s t ó r i c o - l e g e n d a r i o e n e l q u e T i t o L i v i o n a r r a e l f i n
d e l c ó n s u l P o s t u m i o , m u e r t o a m a n o s d e l o s b o y o s d e Italia e n 2,16 a . C ,
y c u y o c r á n e o « c i n c e l a r o n e n o r o y l o u t i l i z a b a n c o m o vaso s a g r a d o p a r a
h a c e r l i b a c i o n e s e n las s o l e m n i d a d e s y servía al m i s m o t i e m p o d e c o p a al
sacerdote y los rectores de los templos. L o s galos o b t u v i e r o n t a m b i é n u n
1 8
b o t í n t a n i m p o r t a n t e c o m o la v i c t o r i a » . Estos « s a c e r d o t e s » y estos

c i t
16 Historia Natural X V I , 2 4 9 , °P-
17 Historia Natural X X I X , 5 2 ~ 5 3 , e d i c i ó n d e A l f r e d E r n o u t , L e s B e l l e s L e t t r e s , París,
1 9 6 2 , p . 3 7 [trad. e s p . : Historia natural (trad. Josefa C a n t ó , Isabel G ó m e z S a n t a m a -
ría, Susana G o n z á l e z M a r í n y E u s e b i a T a r r i ñ o ) , M a d r i d , C á t e d r a , 2 0 0 2 , p . 5 ^ 7 ] -
18 V é a s e e n e l c a p í t u l o III e l pasaje citado a p r o p ó s i t o d e la g u e r r a vegetal [trad. e s p . :
Historia de Roma desde su fundación I V (trad. José A n t o n i o Villar V i d a l ) , M a d r i d , G r e -
48 EL D R U I D A

« r e c t o r e s d e l o s t e m p l o s » , sacerdotes o antistites templi, s o n d r u i d a s c u y o

1 9
n o m b r e T i t o L i v i o h a t r a d u c i d o al l a t í n .
E n e l p e r i o d o t a r d í o , a u n q u e p a r a l a d e f i n i c i ó n c l a s i f i c a t o r i a este
t e s t i m o n i o es v á l i d o , la o m n i p r e s e n c i a d e l a c l a s e s a c e r d o t a l l e g i t i m a
f i n a l m e n t e el pasaje e n e l q u e A u s o n i o , e n el s i g l o I V d e n u e s t r a e r a , cita
a d o s d e sus m a e s t r o s a q u i e n e s , p o r g e n t i l e z a u n i v e r s i t a r i a , a t r i b u y e u n a
ascendencia druídica:

A c i o Patera, retórico:
« T ú , v a s t a g o d e u n a f a m i l i a d e d r u i d a s d e B a y o c a s o , si la f a m a n o falta a la
2 0
verdad, haces v e n i r tu sagrado linaje del t e m p l o de B e l e ñ o » ;
Febicio, gramático:
« N o p a s a r é p o r a l t o al a n c i a n o l l a m a d o F e b i c i o , q u e n o o b t u v o ningún
beneficio c o m o g u a r d i á n del t e m p l o de B e l e ñ o ; n o obstante, nacido,
según p r e t e n d e , de u n linaje de druidas, del p u e b l o a r m o r i c a n o , c o n s i g u i ó
2 1
u n a cátedra e n B u r d e o s gracias a su h i j o » .

S e d i c e q u e F e b i c i o f u e Beleni aedituus, «intendente, g u a r d i á n de

B e l e ñ o » , u n título modesto c o n toda seguridad, demasiado modesto
q u i z á . P e r o está e n r e l a c i ó n c o n la c u a l i d a d d r u í d i c a a t r i b u i d a a s u f a m i -
lia y se s o b r e e n t i e n d e c o n e l l o q u e h u b o d r u i d a s e n A r m ó r i c a , d e l o q u e
n o t e n e m o s n i n g u n a d u d a : los h u b o allí igual q u e e n t o d o s los lugares
d o n d e h u b o celtas. S i n e m b a r g o , resulta interesante apuntar q u e , t o d a -
vía e n el s i g l o I V , se a c o r d a b a n d e e l l o s y q u e , e n ese r e c u e r d o , la c o n d i -
c i ó n o la f u n c i ó n d e l d r u i d a p o d í a existir i n d e p e n d i e n t e m e n t e del
e m p l e o d e l n o m b r e c e l t a , p u e s se a d m i t í a la t r a d u c c i ó n o a d a p t a c i ó n
l a t i n a . E n c u a n t o a la a s c e n d e n c i a d r u í d i c a de l o s p e r s o n a j e s c i t a d o s ,
s ó l o es v á l i d a e n l a m e d i d a e n l a q u e A u s o n i o se l a t o m a e n s e r i o . E s t á
e x c l u i d o e n t o d o caso que haya h a b i d o « f a m i l i a s d r u í d i c a s » , puesto
que, p o r d e f i n i c i ó n , el s a c e r d o c i o n o era h e r e d i t a r i o . R e t e n d r e m o s

d o s , I993> P- 248]- E n c u a n t o a la e x p l i c a c i ó n del e p i s o d i o de P o s t u m i o , r e m i t i -

m o s a n u e s t r a Introductiongeneral, op. cit., epígrafe 3 de la i n t r o d u c c i ó n s o b r e el m i t o
y la h i s t o r i a .
19 C f . las o b s e r v a c i o n e s , p a r c i a l m e n t e caducas, de C . J u l l i a n , « N o t e s gallo-romaines
X X I I I . R e m a r q u e s sur la p l u s a n c i e n n e r e l i g i ó n g a u l o i s e » , Revue des EtudesAnciennes
V I , 1904, p p . 256-257 y 260.
20 Commemoratio Professorum Burdigalensium I V , 7-9 y X , 2 2 - 2 9 , e d i c i ó n d e M a x J a s i n s k i ,
París, sin fecha, I, p . 90 [trad. e s p . : Obras I (trad. A n t o n i o A l v a r E z q u e r r a ) , Gre-
d o s , M a d r i d , 1990, p . 258].
21 Ibid.,X, 2 2 - 3 0 , e d . J a s i n s k i I, p . l o o [trad. e s p . : op.cit, p. 265].
 3. DRUIDAS HISTÓRICOS Y DRUIDAS MÍTICOS 49

ú n i c a m e n t e d e este e n t r e t e n i m i e n t o , m á s l i t e r a r i o q u e d o c t o , e l h e c h o
d e q u e A u s o n i o , e n u n a é p o c a e n la q u e n i n g ú n d r u i d a e j e r c í a y a f u n -
c i o n e s o f i c i a l e s , r e a l z a g u s t o s o c o n e s e n o m b r e a u n p r o f e s o r al q u e
d e s e a h o n r a r . « D r u i d a » es la ú n i c a p a l a b r a r e l i g i o s a celta q u e e s c r i b e s u
p l u m a : p e r s i s t í a a ú n e l v a g o r e c u e r d o d e esta p a l a b r a y d e l o q u e i m p l i -
caba e n materia de saber sagrado.
E n r e s u m e n , l o s m i e m b r o s d e la clase s a c e r d o t a l celta s o n d e s i g n a d o s
e n l a A n t i g ü e d a d , al a l b u r d e l t e x t o o las c i r c u n s t a n c i a s q u e r e l a t a ,
m e d i a n t e u n a a m p l i a v a r i e d a d de d e n o m i n a c i o n e s , ya sean celtas o c l á -
sicas, y éstas g r i e g a s o l a t i n a s :
(a) t é r m i n o s g e n e r a l e s :
— druidas,
— filósofos, sabios teólogos,
— semnoteos,
— s a c e r d o t e s (sacerdotes, aedituus, antistites),

— magos.

(b) t é r m i n o s especializados:
— bardos, poetas, parásitos, músicos,
— vates ( e u h a g e s , e u b a g e s ) ,
— gutuater,
— augures, arúspices,
— adivinos (¡lávrets),
— astrólogos (por astrónomos),
— médicos.
T o d o texto q u e c o m p o r t e el uso de u n o de estos t é r m i n o s a p r o p ó -
2 2
s i t o d e l o s celtas d e b e s e r , a p r i o r i , e x a m i n a d o .

3. D R U I D A S H I S T Ó R I C O S Y D R U I D A S M Í T I C O S

E s t a s g e n e r a l i z a c i o n e s , estas c o n f u s i o n e s t e r m i n o l ó g i c a s a n t i g u a s y
m o d e r n a s , i n c l u s o c o n t e m p o r á n e a s , h a n p r o v o c a d o q u e , al e s t a r m a l
p l a n t e a d a s T á s d e f i n i c i o n e s y n o t o m a r e n c u e n t a las c l a s i f i c a c i o n e s f u n -
c i o n a l e s , haya s i d o i m p o s i b l e d e l i m i t a r la base m i s m a d e l p r o b l e m a .

22 R e m i t i m o s a C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Prétres et diewc des celtes. Le vocabulaire sacerdotal du celtique

del'antiquitéauhautmqyenage, A r m e l i n e , B r e s t , 2 0 0 9 , e n c u y a p r i m e r a p a r t e se e s t u d i a n
los n o m b r e s d e los d r u i d a s e n los t e s t i m o n i o s a n t i g u o s y sus equivalentes m e d i e v a l e s .
5o I. EL D R U I D A

Hasta ahora nadie parece haber observado que n o hay n i n g u n a c o n t r a -

d i c c i ó n e n t r e e l c a r á c t e r g e n e r a l d e las d e s c r i p c i o n e s a n t i g u a s q u e a c a b a -
m o s de leer y los h e c h o s concretos relacionados c o n druidas históricos o
m í t i c o s . T e n e m o s e n efecto el caso ú n i c o de u n d r u i d a h i s t ó r i c o cuyo
n o m b r e c o n o c e m o s b i e n , p e r o cuya c o n d i c i ó n y funciones sacerdotales
s ó l o a d v e r t i m o s g r a c i a s al c o t e j o c o n u n a u t o r d i f e r e n t e d e l q u e h a b l a d e
él e x t e n s a m e n t e .
Se trata de D i v i c i a c o , m e n c i o n a d o p o r C é s a r e n De Bello Gallico sin
n i n g ú n m a t i z d e d e s p r e c i o o c o n d e s c e n d e n c i a y q u e , a l o l a r g o d e las
r e l a c i o n e s d e l o s r o m a n o s c o n el g o b i e r n o h e d u o , e n l o s p r i m e r o s a ñ o s
d e l a g u e r r a d e las G a l i a s , d e s e m p e ñ a las m á s altas f u n c i o n e s . E s u n a
p e r s o n a i n f l u y e n t e e n el E s t a d o , d i r i g e u n a e x p e d i c i ó n m i l i t a r , n e g o c i a
c o n el p r o c ó n s u l y, s o b r e t o d o , i n t e r v i e n e a f a v o r d e s u h e r m a n o , D ú m -
n o r i x , d e q u i e n C é s a r d e s c o n f i a b a c o n t o d a la r a z ó n .
S e h a b l a d e é l m u y e x t e n s a m e n t e e n l o s Comentarios, que nos ofrecen
i n f o r m a c i o n e s v a l i o s í s i m a s s o b r e la s i t u a c i ó n p o l í t i c a d e la G a l i a y p r i n -
c i p a l m e n t e s o b r e la m a n e r a e n la q u e a l l í se h a c í a p o l í t i c a . S i n e m b a r g o ,
h e m o s d e a f i r m a r q u e este d r u i d a h i s t ó r i c o —que l o es p o r q u e s a b e m o s
s u n o m b r e y t e n e m o s u n a c e r t e z a e m p í r i c a d e s u existencia— n o s r e s u l t a
t a n ú t i l p a r a r e c o n s t r u i r l a t r a m a d e e v e n t o s o la e s t r u c t u r a d e la c l a s e
s a c e r d o t a l c o m o p a r a d e t e r m i n a r la f o r m a d e g o b i e r n o g a l o . L a r a z ó n es
que Diviciaco no interesó a César c o m o druida, sino c o m o político
i n f l u y e n t e , s u s c e p t i b l e d e a y u d a r l o e n sus p r o y e c t o s . H a y u n a d i f e r e n c i a
2 3
sensible .
Q u i e n n o s i n f o r m a d e q u e D i v i c i a c o es u n d r u i d a n o es o t r o q u e s u
c o n t e m p o r á n e o C i c e r ó n e n u n e l e g a n t e p a r l a m e n t o a c e r c a d e la f i l o s o -
fía y l a a d i v i n a c i ó n :

« Y este e j e r c i c i o d e a d i v i n a c i ó n n o se h a d e s a t e n d i d o n i s i q u i e r a e n t r e
las g e n t e s b á r b a r a s , c o m o d e m u e s t r a la e x i s t e n c i a d e l o s d r u i d a s e n la G a l i a .
D e e n t r e e l l o s , l l e g u é a c o n o c e r p e r s o n a l m e n t e al h e d u o D i v i c i a c o , h u é s p e d
y a d m i r a d o r t u y o , q u i e n m a n i f e s t a b a c o n o c e r la c i e n c i a d e la n a t u r a l e z a , a la
q u e l o s g r i e g o s l l a m a n physiologta, y q u e p r e d e c í a —en p a r t e a través d e a u g u -
2
r i o s , y e n p a r t e a través d e p r o n ó s t i c o s — l o q u e i b a a p a s a r » * .

23 Las r e l a c i o n e s de C é s a r y D i v i c i a c o , así c o m o el p a p e l de este ú l t i m o e n la p o l í t i c a

hedua, fueron examinadas con detenimiento por Francoise Le Roux, «Notes
d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s X X . 53» N o u v e l l e s r e c h e r c h e s sur les d r u i d e s » , Ogam, n.°
2 2 - 2 5 . 1 9 7 0 - 1 9 7 3 . PP- 2 0 9 - 2 2 0 .
 3. DRUIDAS HISTÓRICOS Y DRUIDAS M Í T I C O S 51

D i c h o d e o t r o m o d o , la e s p e c i a l i d a d f u n c i o n a l d e D i v i c i a c o es la d e
a d i v i n o y, p u e s t o q u e C i c e r ó n l o c a l i f i c a c o m o d r u i d a , d e b e m o s a d m i -
t i r , al m e n o s e n este c a s o p r e c i s o , q u e el a d i v i n o , al q u e l o s l a t i n o s l l a -
m a b a n augur, es u n m i e m b r o d e la clase s a c e r d o t a l c e l t a . E l t e s t i m o n i o d e
C i c e r ó n es p e r s o n a l y d e m a s i a d o f o r m a l p a r a q u e p u e d a r e c u s a r s e .
L o m á s e x t r a o r d i n a r i o es q u e C é s a r e l o g i a s i e m p r e a D i v i c i a c o p o r s u
f i d e l i d a d al p u e b l o r o m a n o . ¿ S e t r a t a b a d e u n a c o n v i c c i ó n p e r s o n a l d e
D i v i c i a c o ? Es difícil c o m p r o b a r l o después de tantos siglos, que han
d i f u m i n a d o la r i v a l i d a d e n t r e l o s h e d u o s y l o s s e c u a n o s , causa d e la p o l í -
tica p r o r r o m a n a d e l d r u i d a . S i e n d o D u m n ó r i x el j e f e d e l p a r t i d o p o p u -
lar, anticesarista, puede que «nacionalista», ¿intentaba Diviciaco
c u b r i r s e las e s p a l d a s a n t e l o s r o m a n o s s a b i e n d o q u e l a p a r t i d a e s t a b a
p e r d i d a e n u n plazo más o m e n o s l a r g o ? ¿ Q u i é n m e n t í a y q u i é n era
s i n c e r o ? Q u i z á n a d i e , p e r o n o s o t r o s a p e n a s c r e e m o s e n la r e a l i d a d d e
u n a p o l í t i c a n a c i o n a l g a l a y n o t e n e m o s l o s m e d i o s p a r a d i l u c i d a r las
2 5
cuestiones psicológicas de u n a é p o c a tan l e j a n a . E l i n c o n v e n i e n t e de
esta h i s t o r i a , p o r t a n t o , es q u e el d r u i d a h i s t ó r i c o , c o n u n n o m b r e y u n a
datación, n o actúa c o m o d r u i d a sino e n calidad de p o l í t i c o e n u n c o n -
t e x t o f á c t i c o e n el q u e la r e l i g i ó n , p o r d e c i r l o así, n o i n t e r v i e n e n u n c a .
N a d a m e j o r q u e la h i s t o r i a m i s m a p a r a d e m o s t r a r q u e el m é t o d o h i s t ó -
r i c o es i n e f i c a z e n el c a s o q u e n o s o c u p a . C o m o t o d o s l o s d r u i d a s , y a ú n
e n m a y o r m e d i d a q u e l o s d e m á s , p u e s s a b e m o s su n o m b r e , D i v i c i a c o
p r e s e n t a el i n c o n v e n i e n t e de q u e s ó l o c o b r a vida a n t e n u e s t r o s o j o s a
través d e u n a f u e n t e i n d i r e c t a .

El s e g u n d o e n c u e n t r o h i s t ó r i c o e n t r e d r u i d a s y r o m a n o s fue m e n o s
c o r d i a l q u e las e n t r e v i s t a s e n t r e C é s a r y D i v i c i a c o . S e s i t ú a e n u n a s c i r -
cunstancias t o t a l m e n t e diferentes, u n siglo largo más tarde, y e n u n país

24 De divinatione, I, 41 [ t r a d . e s p . : Sobre ¡a adivinación. Sobre el destino. Timeo ( t r a d . Á n g e l

E s c o b a r ) , G r e d o s , M a d r i d , 1999, p . 119].
25 E s t o n o q u i t a p a r a q u e la pareja D i v i c i a c o - D u m n ó r i x resulte i n t e r e s a n t e . A este
respecto, véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et de L e x i c o g r a p -
h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s V I I . 23. G a u l o i s D i v i c i a c o s et D u m n ó r i x , "le d e v i n " et
"le roi">>, Ogam, n . ° 12, 1960, p . 312. C f . la b r e v e n o t a de N o r a K . C h a d w i c k ,
« D i v i c i a c u s a n d D u m n o r i x » , e n su o b r a TheDruids, p p . 1 0 3 - I I I . P a r e c e q u e ésta
se i n s p i r ó e n C a m i l l e J u l l i a n , « N o t e s g a l l o - r o m a i n e s X I . L e d r u i d e D i v i c i a c » ,
RevuedesEtudesAnciennes III, 1 9 O I , p p . 2 0 5 - 2 1 0 . C f . d é l a m i s m a a u t o r a , Histoiredela
Gaule II, p p . 1 0 3 - 1 0 5 . Es i m p o s i b l e extraer c u a l q u i e r c o n c l u s i ó n p o l í t i c a o r e l i -
giosa de la o p o s i c i ó n d e D i v i c i a c u s y D u m n o r i x e n l o relativo a las r e l a c i o n e s d e l
Estado h e d u o y R o m a .
52 I. EL D R U I D A

d i s t i n t o a l a G a l i a : B r i t a n i a . N o e n c o n t r a m o s n i n g ú n n o m b r e esta v e z ,
aparte del t é r m i n o c o m ú n de « d r u i d a s » , en u n a c o n t e c i m i e n t o c o n -
tado p o r T á c i t o y cuya estructura p r o f u n d a es l a o p o s i c i ó n e n t r e l a
fuerza militar y u n a c o n c e p c i ó n religiosa. H a b i é n d o s e sublevado B r i t a -
n i a e n la s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o I d e n u e s t r a e r a , e n e l 58, P a u l i n o S u e -
t o n i o r e c i b i ó e l e n c a r g o d e r e p r i m i r l a i n s u r r e c c i ó n . ¿ P o r q u é este o f i -
c i a l t u v o la i d e a d e e n s a ñ a r s e c o n u n s a n t u a r i o ? ¿ E r a la isla d e M o n a
( A n g l e s e y ) el c e n t r o d e la r e v u e l t a ? N o l o s a b e m o s y d e s d e l u e g o p o c o
i m p o r t a que l l e g u e m o s a saberlo u n día.
S e a c o m o sea, P a u l i n o S u e t o n i o

« s e d i s p o n e a a t a c a r la isla d e M o n a , p o d e r o s a p o r s u p o b l a c i ó n y g u a r i d a
d e f u g i t i v o s , y c o n s t r u y e n a v e s d e f o n d o p l a n o , p r o p i a s p a r a a b o r d a r costas
bajas e i n s e g u r a s . D e este m o d o p a s ó la i n f a n t e r í a ; la c a b a l l e r í a la s i g u i ó
p o r u n v a d o o c r u z ó m o n t a d a a n a d o d o n d e las a g u a s e r a n m á s p r o f u n d a s .
A n t e la o r i l l a estaba d e s p l e g a d o e l e j é r c i t o e n e m i g o , d e n s o e n a r m a s y
e n h o m b r e s ; p o r m e d i o c o r r í a n m u j e r e s q u e , c o n v e s t i d o d e d u e l o , a la
m a n e r a d e las F u r i a s y c o n l o s c a b e l l o s s u e l t o s b l a n d í a n a n t o r c h a s ; e n
t o r n o , l o s d r u i d a s , p r o n u n c i a n d o i m p r e c a c i o n e s t e r r i b l e s c o n las m a n o s
alzadas al c i e l o ; l o e x t r a ñ o d e a q u e l l a v i s i ó n i m p r e s i o n ó a l o s s o l d a d o s hasta
el p u n t o d e q u e , c o m o si sus m i e m b r o s se h u b i e r a n p a r a l i z a d o , o f r e c í a n s u
c u e r p o i n m ó v i l a l o s g o l p e s . L u e g o , m o v i d o s p o r las a r e n g a s d e s u j e f e , y
a n i m á n d o s e a sí m i s m o s a n o t e m e r a u n e j é r c i t o m u j e r i l y f a n á t i c o , y
e c h a n d o a d e l a n t e las e n s e ñ a s , a b a t e n a l o s q u e e n c u e n t r a n a s u p a s o y l o s
e n v u e l v e n e n s u s p r o p i o s f u e g o s . D e s p u é s se i m p u s o a l o s v e n c i d o s u n a
g u a r n i c i ó n y se t a l a r o n l o s b o s q u e s c o n s a g r a d o s a f e r o c e s s u p e r s t i c i o n e s .
E n e f e c t o , c o n t a b a n e n t r e sus r i t o s e l d e h o n r a r l o s a l t a r e s c o n s a n g r e d e
2 6
c a u t i v o s , y e l d e c o n s u l t a r a l o s d i o s e s e n las e n t r a ñ a s h u m a n a s » .

26 AnnalesXIV, 2 9 - 3 0 , e d i c i ó n d e F r i e d r i c h Haase, L e i p z i g , l855> p - 2 6 8 [trad. e s p . :

C o r n e l i o T á c i t o , AnalesXI-XVI (trad. José L . M o r a l e j o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 8 0
a
(l. r e i m p r e s i ó n 1 9 8 6 ) , p p . 1 8 0 - 1 8 1 ] . C f . J. Z w i c k e r , op. cit., p . 6 2 . C . J u l l i a n ,
« N o t e s g a l l o - r o m a i n e s X T V . R e m a r q u e s sur la p l u s a n c i e n n e r e l i g i ó n g a u l o i s e » ,
Revue des Etudes Anciennes I V , 1 9 0 2 , p p . 1 0 3 - 1 0 4 , e x t r a j o d e l g e s t o d e l o s d r u i d a s
c o n s i s t e n t e e n levantar l o s b r a z o s h a c i a el c i e l o c u a n d o l o s d i o s e s estaban, e n e l
m o m e n t o d e l ataque r o m a n o , e n el f o n d o d e l o s b o s q u e s , la extraña c o n c l u s i ó n
de q u e esta actitud « d a t a b a d e u n t i e m p o e n el q u e los situaban e n el c i e l o : la c r e -
e n c i a c a m b i a m á s r á p i d o q u e el r i t u a l » . N o s o t r o s n o c r e e m o s q u e l o s d r u i d a s
h a y a n t e n i d o c o n c e p c i o n e s t a n estrechas d e la l o c a l i z a c i ó n d e los d i o s e s . A l z a r l o s
b r a z o s al c i e l o d e b i ó d e s e r u n g e s t o h a b i t u a l d e r e z o y s ú p l i c a . C f . las m u j e r e s
galas d e G e r g o v i a (Comentarios V I I , 4 7 ) y d e B r a t u s p a n c i o (Comentarios II, 1 3 ) q u i e -
 3. DRUIDAS HISTÓRICOS Y DRUIDAS MÍTICOS 53

L o q u e Paulino t o m ó p o r u n ejército eran c o n toda probabilidad los

d r u i d a s y sus d i s c í p u l o s , c o n las e s p o s a s d e u n o s y o t r o s . T á c i t o n o n e c e -
sita n i s i q u i e r a o f r e c e r n o s e l r e l a t o d e u n a e s c a r a m u z a , p u e s n o se l i b r ó
n i n g ú n c o m b a t e . L o s r o m a n o s o c u p a r o n s i n d i f i c u l t a d u n a isla q u e n o
e s t a b a d e f e n d i d a , s i n d u d a p o r q u e n u n c a se l e s p a s ó p o r l a c a b e z a a l o s
b r i t a n o s la idea d e q u e a l g u i e n p u d i e s e osar atacarla. Las l e g i o n e s t o m a -
r o n p o s e s i ó n d e e l l a c o n f a c i l i d a d tras m a s a c r a r a l o s s a c e r d o t e s y d e s -
truir el santuario.
Mientras César nos p r o p o r c i o n a u n esquema estructural, T á c i t o
d e s c r i b e , s i n e n t e n d e r l o , u n a s p e c t o m u y p a r t i c u l a r d e las c o n c e p c i o n e s
religiosas celtas. Para d e f e n d e r s e , e n efecto, l o s druidas n o d i s p o n í a n e n
este caso m á s q u e d e su m a g i a y sus m a l d i c i o n e s . P o c a cosa c o n t r a la
fuerza militar r o m a n a , insensible a los imperativos de u n sistema reli-
g i o s o d e o t r a d i m e n s i ó n . E n esta m a g i a , T á c i t o s ó l o v e u n a p u e s t a e n
escena, p e r o desde l u e g o n o r e l a c i o n a d a s i m p l e m e n t e c o n el « c a m u -
flaje» o c o n u n a v u l g a r a r g u c i a b é l i c a . Quasi haerentibus membris, immobile
babeas..., « c o m o si s u s m i e m b r o s se h u b i e r a n p a r a l i z a d o , o f r e c í a n s u
c u e r p o i n m ó v i l » . ¿ E s t a m o s ante u n acto real o u n efecto de estilo? N o
d e b e m o s c o n t a r c o n T á c i t o , u n h i s t o r i a d o r r o m a n o , p a r a f o r z a r sus
interpretaciones hacia l o maravilloso y l o irracional. L o s aspectos i n s ó -
litos, m á g i c o s y religiosos de los bárbaros s o n para él objeto de d e s p r e -
c i o . N o llega al e x t r e m o de E s t r a b ó n :

« N a d a c l a r o p o d e m o s d e c i r d e e l l a ( I r l a n d a ) , salvo q u e s u s h a b i t a n t e s
s o n a ú n m á s salvajes q u e l o s b r i t a n o s , p r a c t i c a n l a a n t r o p o f a g i a , s o n h e r b í -
voros, y consideran b u e n o comerse a los padres cuando m u e r e n . Se u n e n
c o n c u a l q u i e r m u j e r , i n c l u i d a s m a d r e s y h e r m a n a s , a la vista d e t o d o s »
( I V , 5, 4)*.

P e r o s u t e x t o se i n s c r i b e e n esta a t m ó s f e r a d e d e n i g r a c i ó n . N o o b s -
t a n t e , T á c i t o ya h a b í a r e g i s t r a d o u n f e n ó m e n o d e este t i p o , c o m u n i -
c a n d o a su lector u n a suerte de terror g r a n d i o s o :

nes e n ' t l ñ acto d e súplica se presentanpassis manibus. V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , « L a

m o r t d e C u c h u l a i n n , C o m m e n t a i r e d u t e x t e » , Ogam, n.° l8, 1966,pp. 3 6 9 -
3 7 o . B o a d i c e a , al evocar a A n d a r t a , diosa d e la g u e r r a , alza t a m b i é n la m a n o hacia
el c i e l o s e g ú n D i ó n C a s i o L X I I , 6 (J. Z w i c k e r , op. cit., p . 8 2 ) . P o r ú l t i m o , la m e n -
c i ó n d e l o s b o s q u e s sagrados r e c u e r d a el b o s q u e d e M a r s e l l a d e s t r u i d o p o r C é s a r
s e g ú n L u c a n o (véase infra).
T r a d . e s p . : op. cit, p . 1 8 7 [ N . d e l T . ]
54- I. E L D R U I D A

« P o r l o d e m á s , l o s h a r i o s , aparte d e su fuerza, e n la q u e s u p e r a n a l o s
pueblos citados, siendo feroces c o m o son, favorecen su ferocidad c o n arti-
m a ñ a s y a p r o v e c h a n d o las o c a s i o n e s : c o n e s c u d o s n e g r o s y c u e r p o s u n t a -
d o s , e s c o g e n n o c h e s m u y o s c u r a s p a r a sus c o m b a t e s e i n f u n d e n t e r r o r c o n
el s o l o m i e d o q u e p r o d u c e s u a s p e c t o d e e j é r c i t o e s p e c t r a l , s i n q u e n i n g ú n
e n e m i g o s o p o r t e esa v i s i ó n i n u s i t a d a y c o m o d e o t r o m u n d o , p u e s e n t o d a s
2 7
las b a t a l l a s l o s p r i m e r o s e n s e r v e n c i d o s s o n l o s o j o s » .

Mientras Paulino Suetonio estaba ocupado en masacrar de este

m o d o a l o s d r u i d a s , l o s h a b i t a n t e s d e Londinum ( L o n d r e s ) v e í a n p o r t o d a s
p a r t e s s i n i e s t r o s p r e s a g i o s y l a c o n s e c u e n c i a i n m e d i a t a d e este a c o n t e c i -
m i e n t o , e n l o s Anales d e T á c i t o , es l a g r a n r e v u e l t a d e l o s b r i t a n o s b a j o e l
m a n d o d e l a r e i n a B o a d i c e a . N o se t r a t ó d e u n a s u n t o b a l a d í :

« C o n s t a q u e e n los lugares q u e h e i n d i c a d o c a y e r o n cerca de setenta

mil ciudadanos y aliados. Se apresuraban n o a t o m a r cautivos y venderlos,
n i a n i n g ú n o t r o c o m e r c i o d e g u e r r a , s i n o a la matanza, a levantar p a t í b u -
l o s , h o g u e r a s y c r u c e s , e n la i d e a d e q u e h a b í a n d e s u f r i r su castigo, p e r o
2 8
c o m o si, e n t r e t a n t o , l a v e n g a n z a se la h u b i e r a n t o m a d o p o r a n t i c i p a d o » .

D i ó n C a s i o es a ú n m á s s i n i e s t r o :

« H e a q u í l o m á s h o r r i b l e y f e r o z q u e h i c i e r o n : c o l g a r o n a las m u j e r e s
más d i s t i n g u i d a s , les c o r t a r o n l o s s e n o s y les c o s i e r o n la b o c a p a r a verlas,
p o r d e c i r l o a s í , c o m e r , tras l o c u a l l e s c l a v a r o n estacas a f i l a d a s a t r a v é s d e l
c u e r p o d e a b a j o a a r r i b a . Y se e n t r e g a b a n a t o d a s estas f e c h o r í a s d u r a n t e
sus s a c r i f i c i o s y s u s f e s t i n e s , e n s u s t e m p l o s y p r i n c i p a l m e n t e e n e l b o s q u e
d e s a g r a d o d e A n d r a s t a ( q u e así es c o m o l l a m a n a l a V i c t o r i a ) p o r e l q u e
2 9
tenían u n a devoción particular» .

P a u l i n o e x h o r t a a sus s o l d a d o s :

« . . . m á s vale caer c o n b r a v u r a e n el c a m p o d e batalla q u e caer p r i s i o n e r o s

p a r a q u e n o s e m p a l e n , p a r a q u e n o s a r r a n q u e n las e n t r a ñ a s , p a r a q u e n o s
t r a s p a s e n c o n estacas e n l l a m a s , p a r a p e r e c e r e s c a l d a d o s , c o m o si h u b i é s e -
3 0
m o s c a í d o e n m e d i o d e b e s t i a s salvajes, s i n l e y n i d i o s e s » .

27 Germania, 4 3 , 5, e d i c i ó n y t r a d u c c i ó n d e J. Pret, L e s Belles L e t t r e s , París, 1949, p .

97 [trad. e s p . : C o r n e l i o T á c i t o , Agrícola. Germania. Diálogo sobre los oradores (trad. J. M .
a
R e q u e j o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1981 ( l . r e i m p r e s i ó n ) , p . 144].
28 AnalesXTV, 33, 2.
29 L X I I , 9.
30 L X I I , 11.
 3. D R U I D A S H I S T Ó R I C O S Y D R U I D A S M Í T I C O S 55

La d e s t r u c c i ó n de u n c e n t r o espiritual n o trae n u n c a nada b u e n o :

guerra sin prisioneros, repleta de suplicios horribles, guerra i n e x p i a -
b l e . . . L o s textos g u a r d a n silencio sobre lo que los r o m a n o s h i c i e r o n p o r
s u l a d o , p e r o t o d o e s t o t i e n e las t r a z a s d e u n a a u t é n t i c a g u e r r a r e l i -
giosa .
V o l v i e n d o a la d e s c r i p c i ó n d e T á c i t o , e n ella n o se d i c e q u e l o s d r u i -
das e s t u v i e s e n a r m a d o s : i b a n r o d e a n d o a s u s t r o p a s . P e r o , a r m a d o s o
n o , n o e s t a b a n allí p a r a e x h o r t a r a la p a z : e s t a b a n c u m p l i e n d o p o r el
c o n t r a r i o u n p a p e l g u e r r e r o . ¿ Y p o r q u é n o p u e d e n h a b e r t e n i d o la
f u n c i ó n d e aliar la f u e r z a y la s a b i d u r í a , a p e s a r de l o q u e d u r a n t e
m u c h o t i e m p o se c r e y ó p o d e r i n f e r i r d e s u d i s p e n s a d e l s e r v i c i o m i l i t a r
e n la G a l i a y e n I r l a n d a ? U n a d i s p e n s a n o es u n a p r o h i b i c i ó n .
P e r o el e l e m e n t o m á s i n t e r e s a n t e d e l r e l a t o es e l r e c u r s o a la m a g i a y
al f u e g o : r e c u r s o i n e f i c a z y d e l q u e l o s r o m a n o s se r i e r o n d e s p u é s s i n
c o m p r e n d e r l o . A u n q u e , p o r l o m e n o s , al c o m i e n z o h a b í a n s i d o p r e s a
d e l p a v o r , c o m o s i n d u d a d e s e a b a n l o s d r u i d a s . Q u e las e s p e r a n z a s d e
é s t o s se v i e s e n f r u s t r a d a s e n s e g u i d a n o a f e c t a e n n a d a al p r i n c i p i o q u e
s e g u í a n , d e a c u e r d o c o n el c u a l , u n e j é r c i t o c e l t a , a s i m i s m o r e s p e t u o s o
con los criterios religiosos de los ocupantes del santuario, hubiese
e m p r e n d i d o la f u g a .
P u e s —y e s t o es l o q u e q u e r e m o s s u b r a y a r a n t e t o d o — d e s d e e l
m o m e n t o e n e l q u e se t r a t a d e d r u i d a s , l a h i s t o r i c i d a d m á s e v i d e n t e va
d e s p l a z á n d o s e h a c i a la e x p l i c a c i ó n m i t o l ó g i c a o r e l i g i o s a . ¿ S e c o n f i a r o n
l o s d r u i d a s d e l t e m p l o d e A n g l e s e y al d i o s g a v i l l e r o , a e s e m i s m o d i o s
q u e , e n D e l f o s , e n el a ñ o 2 7 9 a n t e s d e n u e s t r a e r a , h a b í a l a n z a d o s o b r e
los celtas, p r o f a n a d o r e s del o r á c u l o de A p o l o , su t e r r o r f u l m i n a n t e y
3 2
p a r a l i z a d o r ? . E l f u e g o c o r r e s p o n d e a l a m i s m a d i v i n i d a d y, a u n q u e es
p r e m a t u r o m e n c i o n a r u n t e ó n i m o , las i n d i c a c i o n e s d e las q u e d i s p o n e -
m o s n o s p e r m i t e n al m e n o s d i s c e r n i r l o e s e n c i a l d e l p r o b l e m a p l a n t e a d o
p o r el c o m p o r t a m i e n t o de los d r u i d a s b r i t a n o s . Estos p o s e í a n efectiva y
m í t i c a m e n t e las d o s f a c e t a s d e l a s o b e r a n í a : la g u e r r e r a y l a m á g i c a , l a
r e l i g i o s a y la j u r í d i c a , l a d e V a r u n a y la d e M i t r a ( s e g ú n las c o n c e p c i o n e s

31 E l e j é r c i t o d e V a r o fue d e s t r u i d o p o r l o s g e r m a n o s e n las p r o x i m i d a d e s d e l s a n -
t u a r i o de E x t e r n s t e i n e . V é a s e N i t a de P i e r r e f e u , « I r m i n s u l et le L i v r e de P i e r r e
des E x t e r n s t e i n e e n W e s t p h a l i e » , Ogam, n . ° 7, 1 9 5 5 . PP- 3 6 3 - 3 8 6 .
32 F r a n c o i s e L e R o u x , « T a r a n i s , d i e u c e l t i q u e d u ciel et de l ' o r a g e » , Ogam, n . ° I O ,
J s s
9 5 8 . p p . 3 0 y - ¡ « L e d i e u c e l t i q u e aux l i e n s , de l ' O g m i o s de L u c i e n á l ' O g m i o s
d e D ü r e r » , Ogam, n . ° 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 2 0 4 - 2 3 4 .
56 I. EL D R U I D A

h i n d ú e s e n la t e r m i n o l o g í a f u n c i o n a l q u e t o m a m o s d e G e o r g e s D u m é -
3 3
z i l ) . Facespraeferebant ( « b l a n d í a n antorchas»), dice T á c i t o , pero ¿de qué
le s e r v í a n las a n t o r c h a s a u n e j é r c i t o o r d i n a r i o f r e n t e a t r o p a s s i n m a t e -
r i a l p e s a d o q u e se p r e s e n t a b a n e n c a m p o a b i e r t o ?
Esta exégesis del pasaje de T á c i t o t i e n e p o r otra parte u n alcance
l i m i t a d o . Busca solamente, a partir de u n e l e m e n t o c o n c r e t o , t r a n s m i -
tir al l e c t o r la « a t m ó s f e r a » d r u í d i c a a la v e z q u e m u e s t r a el e s c a s o m a r -
g e n d e i n t e r p r e t a c i ó n d e l h e c h o h i s t ó r i c o . L a n a t u r a l e z a d e las f u e n t e s
de i n f o r m a c i ó n n o dejará de i m p e d i r n o s restablecer exactamente el
m a r c o h i s t ó r i c o c r o n o l ó g i c o d e l o s d r u i d a s . P e r o , a u n e n el s u p u e s t o d e
q u e esta a m b i c i ó n se v u e l v a a l g ú n d í a r e a l i z a b l e , l o m á s u r g e n t e n o es
eso, s i n o e n t e n d e r l o s , s a b e r e n v i r t u d d e q u é c o n c e p c i o n e s , d e q u é c r e -
encias p o s e í a n el i n m e n s o p o d e r que los autores antiguos unánime-
m e n t e les c o n c e d í a n .
E l e s t u d i o m i t o l ó g i c o n o es n u e s t r o o b j e t i v o b á s i c o , n i s i q u i e r a n u e s -
tro p r o p ó s i t o i n i c i a l . P e r o hay q u e a b o r d a r los p r o b l e m a s allí d o n d e
toleran u n e x a m e n crítico en ausencia de todo dato material histórico o
a r q u e o l ó g i c o . S i el d r u i d a se r e f u g i ó e n la l e y e n d a o el m i t o , e s t a m o s f o r -
z a d o s a s e g u i r l o y, p a r a e s t u d i a r al d r u i d a , a l e e r y e s t u d i a r la l e y e n d a y el
m i t o . V a m o s a d e m o s t r a r , e n e f e c t o , q u e el d r u i d a t e r r e n a l pretende
p a r e c e r s e al d r u i d a d i v i n o , q u e d e s e a p o s e e r l o s m i s m o s p o d e r e s , l o s
m i s m o s m e d i o s d e r e a l i z a c i ó n e s p i r i t u a l , las m i s m a s a p t i t u d e s para
i m p o n e r s u v o l u n t a d , q u e es la i m a g e n d e s u d i o s , d e l m i s m o m o d o q u e
la s o c i e d a d h u m a n a es u n c a l c o d e l c o s m o s . V a m o s a d e m o s t r a r t a m b i é n ,
i n v i r t i e n d o l o s t é r m i n o s , q u e el e s t u d i o d e l d r u i d a m í t i c o r e s u l t a s e r la
m e j o r f o r m a p o s i b l e d e a n a l i z a r al d r u i d a h i s t ó r i c o p o r q u e , ya sea e n la
h i s t o r i a o e l m i t o , sus j e r a r q u í a s y e s p e c i a l i z a c i o n e s s o n i d é n t i c a s . L a
l e y e n d a celta t r a n s p o n e al m i t o la r e a l i d a d d e u n a e s t r u c t u r a s o c i a l y r e l i -
g i o s a . E i n v e r s a m e n t e , ¿ q u é s a c e r d o t e n o se i m p o n d r í a c o m o i d e a l p a r e -
c e r s e al d i o s al q u e h o n r a ? N o es, e n s u m a , la s o c i e d a d la q u e s e g r e g a la
r e l i g i ó n , s i n o la r e l i g i ó n la q u e d e t e r m i n a la f o r m a d e la s o c i e d a d .
S i e l c r e y e n t e a c e p t a l o q u e se l e p r o p o n e , si el r i t u a l m á g i c o - r e l i -
g i o s o es t o t a l m e n t e e f i c a z , si el d r u i d a se c o n v i e r t e r e a l m e n t e p a r a é l e n
el r e p r e s e n t a n t e d e u n d i o s , q u e es a la v e z el d e p o s i t a r i o , el g a r a n t e y la
p e r s o n i f i c a c i ó n de la t r a d i c i ó n , la d i s t i n c i ó n e n t r e m i t o e h i s t o r i a

33 Mitra-Varuna, essaisurdeuxreprésentationsindo-européennesdelasouveraineté, París, 1948, p p -

83-85.
 3. D R U I D A S H I S T Ó R I C O S Y D R U I D A S M Í T I C O S 57

3
p i e r d e g r a n p a r t e d e s u i m p o r t a n c i a , si n o t o d o s u i n t e r é s * . T a m p o c o
d e b e m o s l a m e n t a r n o s m á s d e l o i m p r e s c i n d i b l e p o r la e x t r e m a p e n u r i a
d e t e s t i m o n i o s p r o p i a m e n t e h i s t ó r i c o s , a n t e la c u a l l a d e s t r u c c i ó n d e l
s a n t u a r i o d e A n g l e s e y , m u y r e a l , d a t a d a y d e s c r i t a , es u n a e x c e p c i ó n . E l
m i t o t i e n e t a m b i é n su realidad. S i n d e t e n e r n o s e n l o q u e p u e d a c o n t e ­
n e r de histórico, e n c u b i e r t o o n o , e n lo sucesivo hay que estudiarlo p o r
sí m i s m o , p o r s u o r g a n i z a c i ó n , s u s i m b o l i s m o y s u c o n t e n i d o c o n c e p ­
t u a l , q u e , e n o t r o p l a n o , c o n c u e r d a n s i n n i n g ú n g é n e r o d e d u d a s c o n la
r e a l i d a d d e la h i s t o r i a .
P a r a l o g r a r n u e s t r o f i n , d i s p o n e m o s d e la i m p o r t a n t í s i m a f u e n t e d e
i n f o r m a c i o n e s q u e es la l e y e n d a i n s u l a r c o n s i g n a d a e n l o s textos i r l a n d e ­
ses y , a c c e s o r i a m e n t e , g a l o s . E s t o s t e x t o s se e s c a l o n a n e n e l t i e m p o d e l
siglo VIII al XV. P e r o n o t e n d r e m o s q u e j u s t i f i c a r estas f e c h a s : la l e n g u a es
s i e m p r e m á s arcaica q u e la t r a n s c r i p c i ó n y los f i l ó l o g o s d e t e c t a n a m e n u d o
r a s g o s d e i r l a n d é s a n t i g u o e n m a n u s c r i t o s d e l s i g l o XIV o d e r e j u v e n e c i ­
m i e n t o e n r e l a t o s e n l o s q u e el e s c r i b a r e c o p i a b a s i n e n t e n d e r l o s s i e m p r e
a p r o p i a d a m e n t e . E l r e c u r s o a la c r o n o l o g í a p a r a c o n d e n a r e l u s o d e la
literatura insular n o tiene n i n g ú n alcance demostrativo: lo más antiguo de
la l i t e r a t u r a i r l a n d e s a es c r i s t i a n o , l i t ú r g i c o o h a g i o g r á f i c o , y s ó l o m á s
t a r d e , h a c i a el siglo XII, l o s r e l a t o s c o n f i a d o s hasta e n t o n c e s a la t r a d i c i ó n
o r a l f u e r o n p u e s t o s p o r e s c r i t o . L a a n t i g ü e d a d real n o se e n c u e n t r a e n la
fecha d e r e d a c c i ó n o t r a n s c r i p c i ó n d e l o s textos, s i n o e n su c o n t e n i d o y e n
la e s t r u c t u r a d e ese c o n t e n i d o . Las r e l a c i o n e s e n t r e I r l a n d a y la G a l i a s o n ,
a este r e s p e c t o , s i m é t r i c a s a las q u e m a n t i e n e n la E s c a n d i n a v i a m e d i e v a l y
3 5
la G e r m a n i a a n t i g u a y c o n t i n e n t a l . A l l í t a m b i é n e n c o n t r a m o s , p o r u n
l a d o , textos y a c o n t e c i m i e n t o s m í t i c o s y, p o r o t r o , m o n u m e n t o s c o n i m á ­
g e n e s e i n s c r i p c i o n e s , así c o m o a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s o d a t o s c o n ­
t e m p o r á n e o s transmitidos p o r fuentes indirectas. El interés p r i m o r d i a l de
la l i t e r a t u r a i n s u l a r n o será n u n c a c o n t e n e r , r e v e l a r o r e s t a u r a r t o d o s los

34 D e t o d o s m o d o s , la l e n g u a celta n o p o s e e n i n g ú n m e d i o l é x i c o nativo p a r a o p o ­
n e r m i t o e h i s t o r i a : e n i r l a n d é s scél, c u y o s i g n i f i c a d o e t i m o l ó g i c o es « n o t i c i a » ,
d e s i g n a el « r e l a t o » sea cual sea su c o n t e n i d o , m i e n t r a s q u e senchas es la « a n t i g ü e ­
d a d » " , ' g e n e a l ó g i c a o t o p o n í m i c a : véase la i n t r o d u c c i ó n de C h r i s t i a n - J . Guyon­
v a r c ' h , TextesmythologiquesirlandaisI, Celticum I l / l , 1 9 8 0 , p p . I 4 * - 2 0 * .
35 G f . la r e f u t a c i ó n d e las t e o r í a s de E u g e n M o g k p o r G e o r g e s D u m é z i l , Loki, París,
1 9 4 8 , p p . 8 y ss.: es m e n o s p e l i g r o s o aceptar los textos tal y c o m o s o n q u e a b a n d o ­
n a r s e a la h i p e r c r í t i c a . L a d i f e r e n c i a más n o t a b l e e n t r e celtas y g e r m a n o s es q u e
p a s a r o n c i n c o siglos entre la c o n v e r s i ó n de Irlanda y la de Escandinavia, a u n q u e este
dato n o significa q u e los textos escandinavos p r e s e n t e n u n a m a y o r autenticidad.
58 EL D R U I D A

s e c r e t o s p e r d i d o s d e la l i t e r a t u r a g a l a , s i n o s e r v i r s e l o m á s v e r o s í m i l m e n t e
posible de los m i s m o s resortes y los m i s m o s m e c a n i s m o s , e n u n a palabra,
erigirse según los m i s m o s p r i n c i p i o s :

« G o i d e l o s , b r i t a n o s y galos s o n e n el f o n d o tres ramas de u n m i s m o

p u e b l o . T u v i e r o n l e n g u a s m u y p r ó x i m a s y c o s t u m b r e s m u y c e r c a n a s , casi
c o m u n e s ; m u y p r o b a b l e m e n t e la m i s m a r e l i g i ó n c o n p a n t e o n e s l i g e r a ­
m e n t e d i f e r e n t e s y m i t o s c o m u n e s q u e s o l a m e n t e d i v e r g í a n e n sus r e s p e c ­
3 6
tivas h i s t o r i a s n a c i o n a l e s » .

T a m b i é n t e n í a n s i n n i n g u n a d u d a los m i s m o s d r u i d a s y, p o r tanto,
d e b e n estudiarse c u i d a d o s a m e n t e los textos irlandeses, transmitidos por
t r a n s c r i p t o r e s c r i s t i a n o s h e r e d e r o s d e la clase s a c e r d o t a l , d e b i d o a t o d a s las
i n d i c a c i o n e s q u e c o n t i e n e n s o b r e la e s t r u c t u r a m í t i c a y r e l i g i o s a d e n u e s ­
3 7
tros ancestros, insulares y c o n t i n e n t a l e s . E n t r e otras cosas, permiten
corregir y c o m p l e t a r los resúmenes doctrinales, demasiado sucintos, de los
a u t o r e s c l á s i c o s . U n o d e l o s c o n t r a s e n t i d o s h i s t ó r i c o s m á s g r a v e s q u e se
h a y a n c o m e t i d o j a m á s a p r o p ó s i t o d e l o s celtas es e l d e s u d i v i s i ó n i n f i n i t a y
la c o n s i g u i e n t e a u s e n c i a d e t o d a u n i d a d . L o s c e l t a s n o n e c e s i t a b a n una
u n i d a d p o l í t i c a p o r q u e ya la t e n í a n , c o m o l o s g r i e g o s , gracias a la u n i d a d
religiosa y lingüística, y a la c o n c i e n c i a de u n o r i g e n c o m ú n , l o cual v i e n e a
c o n f i r m a r i n d i r e c t a m e n t e u n a b r e v e frase d e P o m p e y o T r o g o e n J u s t i n o :

« P u e s e s t o s g a l o s q u e v i v e n e n A s i a se d i f e r e n c i a n d e a q u e l l o s q u e
h a b í a n o c u p a d o Italia sólo e n el e m p l a z a m i e n t o , y s i n d u d a t i e n e n el
3 8
mismo origen, valor y forma de l u c h a r » .

36 A partir d e la t r a d u c c i ó n de Francoise L e R o u x , « N o t e s d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s V .

9. I n t r o d u c t i o n á u n e étude de F ' A p o l l o n " c e l t i q u e » , Ogam, n . ° 12, 1960, p . 61. C f .
además a este respecto u n a o b s e r v a c i ó n de P. W . J o y c e , A social History of Andera lreland\,
p . 222: « T h e d r u i d s o f G a u l a n d I r e l a n d w e r e u n d o u b t e d l y i d e n t i c a l as a class,
t h o u g h differing i n m a n y particulars, a n d they were all wizards; b u t those o f G a u l are
always called "druids"; a n d to apply t h e t e r m " d r u i d s " to the o n e class a n d "wizards"
to t h e o t h e r m i g h t lead to a m i s c o n c e p t i o n , as i f they were essentially d i f f e r e n t » .
37 H a y q u e t e n e r el c u i d a d o de hablar s i e m p r e , e n l o relativo a los druidas, d e « c l a s e »
y n o de « c a s t a » , pues e n efecto este ú l t i m o t é r m i n o i m p l i c a i n m o v i l i s m o o i m p e r ­
m e a b i l i d a d social, u n e n d u r e c i m i e n t o f u n c i o n a l c o m o e n la I n d i a . P e r o n a d a d e
t o d o esto existió e n t r e l o s celtas. S o b r e esta c u e s t i ó n c o n v i e n e leer n u e s t r o l i b r o La
sociétéceltique dans l'idéologie trifontionnelle et la tradition religieuse indo-européennes, R e n n e s , 1991, la
i n t r o d u c c i ó n sobre la r e l a c i ó n entre sociedad céltica e i d e o l o g í a tripartita i n d o e u r o ­
pea, así c o m o el capítulo s e g u n d o sobre clases, f u n c i o n e s y castas.
38 J u s t i n o X X X V I I I , 4, IO [ t r a d . e s p . : Epítome de las "HistoriasFilípicas"de Pompeyo Trogo.
Prólogos (trad. J o s é C a s t r o S á n c h e z ) , M a d r i d , G r e d o s , 1995, p . 4 6 5 ] .
 i. S I G N I F I C A D O Y V A L O R DE LA P A L A B R A « D R U I D A ) 59

E s t e t e s t i m o n i o es u n a p r u e b a m e n o r e n c o m p a r a c i ó n c o n t o d a s las
d e d u c c i o n e s q u e a d m i t e la a c u m u l a c i ó n d e h e c h o s l i n g ü í s t i c o s , a r q u e o ­
lógicos o religiosos. P e r o n o p o r ello resulta m e n o s interesante y revela­
d o r de la c o n c e p c i ó n de la c e l t i c i d a d q u e p o d í a t e n e r t o d a v í a u n g a l o
c o n v e r t i d o e n u n b u e n e s c r i t o r l a t i n o . P o m p e y o T r o g o s ó l o i n c i d e e n la
c o m u n i d a d d e o r i g e n y e n c i e r t o s r a s g o s g u e r r e r o s , p e r o es i n d i s p e n s a ­
b l e i n c l u i r e n p r i m e r l u g a r la r e l i g i ó n e n t r e l o s f a c t o r e s d e u n i d a d . Y la
r e l i g i ó n se f u n d a m e n t a e n la l e n g u a . N o o b s t a n t e , d e b e m o s c o n s i d e r a r
el d r u i d i s m o c o m o l o q u e es: n a d a m á s q u e u n h e c h o r e l i g i o s o p r o p i o
del m u n d o celta, p u e s , p o r u n l a d o , n o existen los d r u i d a s n o celtas y,
p o r o t r o , n o se p u e d e e x t r a e r d e l d r u i d i s m o n i n g u n a c o n c l u s i ó n a j e n a a
3 9
la r e l i g i ó n .

4. S I G N I F I C A D O Y V A L O R D E L A P A L A B R A « D R U I D A »

La d e f i n i c i ó n más antigua del n o m b r e , basada e n u n a etimología a n a l ó ­

g i c a , n o s la o f r e c e P l i n i o :

« L o s d r u i d a s , p u e s es así c o m o l l a m a n a sus m a g o s , n o t i e n e n cosa m á s

s a g r a d a q u e e l m u é r d a g o y e l á r b o l q u e l o e n g e n d r a , q u e es s i e m p r e u n
r o b l e . S ó l o a causa d e este á r b o l e s c o g e n l o s b o s q u e s d e r o b l e s y n o l l e v a r á n
a c a b o r i t o a l g u n o s i n la p r e s e n c i a d e u n a r a m a d e este á r b o l . T a n t o es así
q u e p a r e c e p o s i b l e q u e el n o m b r e d e d r u i d a p r o c e d a d e l g r i e g o . C r e e n , en
e f e c t o , q u e t o d o l o q u e c r e c e e n este á r b o l les v i e n e e n v i a d o p o r e l c i e l o y es
0
u n s i g n o d e q u e e l á r b o l fue e l e g i s o p o r el d i o s e n p e r s o n a » * .

E s t a e t i m o l o g í a a p a r t i r d e l g r i e g o 8pvg h a g o z a d o d e l aval d e i n n u ­
4
m e r a b l e s o b s e r v a c i o n e s e r u d i t a s ' . O r i g i n a d a p o r la i n t e r v e n c i ó n d e l
r o b l e e n u n r i t u a l g a l o , h a p l a n t e a d o p r o b l e m a s q u e las v a c i l a c i o n e s d e
l o s l i n g ü i s t a s h a n a g r a v a d o d u r a n t e m u c h o t i e m p o . N o es c u e s t i ó n d e
hacer escarnio de P l i n i o , pues m u c h o s m o d e r n o s n o lo h a n hecho
m e j o r que él. S i n e m b a r g o , n o p o d e m o s dejar de s o r p r e n d e r n o s de que
se h a y a o b v i a d o t o d a i n v e s t i g a c i ó n c i e n t í f i c a e n f a v o r d e u n p r o c e d i -

39 V é a s e , d e J u l i u s P o k o r n y , el m u y a v e n t u r a d o « B e i t r á g e z u r a l t e s t e n G e s c h i c h t e
I r l a n d s » , ^eitschriftfür Celtische Philologie, n . ° 12, p . 229-
40 Historia Natural X V I , 249.
41 E l r e f r e n d o m á s r e c i e n t e —sin m á s v a l o r q u e l o s demás— es el d e J. V e n d r y e s , La
religión des Celtes, M a n a III, París, 1948, p . 291.
6o I. EL D R U I D A

miento etimológico anacrónico y desusado. La hipótesis, propuesta en

o c a s i o n e s , s e g ú n la c u a l e l n o m b r e d e l o s d r u i d a s p o d r í a s e r u n a p o d o
v e n i d o d e G r e c i a , es t a m b i é n u n a s e c u e l a d e la e x p l i c a c i ó n d e P l i n i o y
2
c a r e c e d e f u n d a m e n t o * . I n t e r e s a p r e c i s a r l o p o r q u e e n este t i p o d e
a s u n t o s n o se p u d e p a s a r p o r a l t o n a d a , y m e n o s u n e r r o r q u e p e r d u r a
4 3
desde hace veinte siglos. A l c o n t r a r i o que C a m i l l e J u l l i a n , c o n s i d e r a -
m o s q u e la e t i m o l o g í a , e n s u s i g n i f i c a d o e x a c t o d e b ú s q u e d a d e la v e r -
d a d , es s i e m p r e m u y i m p o r t a n t e e n m a t e r i a r e l i g i o s a . L o s i r l a n d e s e s n o
se e q u i v o c a r o n c u a n d o , a l r e d e d o r d e l s i g l o V , t r a d u j e r o n evangelium p o r
soscéla ( « b u e n a n u e v a » ) . A s i m i s m o , si n o s c o n t e n t a m o s c o n e l s i g n i f i -
c a d o m á s r e c i e n t e del n o m b r e del d r u i d a , d a r e m o s c o n el i r l a n d é s
m o d e r n o draoi ( « b r u j o » ) , e l g a l e s dryw ( « r e y e z u e l o » ) y, al c a b o d e u n a
e v o l u c i ó n d e s c e n d e n t e , e l b r e t ó n drev ( « j o v i a l » ) . P e r o la e t i m o l o g í a
t a m p o c o es u n a p r u e b a c o n c l u y e n t e , p u e s l o s druides d e C é s a r y l o s druid
d e la I r l a n d a m í t i c a r e p r e s e n t a n r e a l i d a d e s c o m p l e t a m e n t e d i s t i n t a s . L a
ecuación flamen-brahmán t a m p o c o d e m u e s t r a el p a r e n t e s c o d e l o s s a c e r d o -
cios r o m a n o y védico, a u n q u e establece u n a c o r r e s p o n d e n c i a léxica m u y
antigua que n o p o d e m o s infravalorar pese a que n o i m p l i q u e u n a p r o -
x i m i d a d e s t r u c t u r a l m u y estrecha. S i n n i n g ú n g é n e r o de d u d a s , el

42 T e n d r í a m o s t a m b i é n , a c u e n t a de e s t o , q u e e x a m i n a r la o p i n i ó n d e l e s c o l i a s t a
L u c a n o , q u i e n , e n d o s frases c o n t r a d i c t o r i a s , m a n t i e n e la e t i m o l o g í a de P l i n i o ,
acepta la c o n d i c i ó n de « f i l ó s o f o s g a l o s » y a t r i b u y e a los d r u i d a s la n a c i o n a l i d a d
g e r m á n i c a : « L o s d r u i d a s h o n r a b a n a los d i o s e s sin t e m p l o s e n los b o s q u e s . L o s
d r u i d a s s o n u n a n a c i ó n g e r m á n i c a . S o n t a m b i é n los filósofos de los galos, y r e c i -
b e n los n o m b r e s de á r b o l e s p o r q u e h a b i t a n b o s q u e s r e c ó n d i t o s » (Scholies Bernoises
1
delaPharsalel, 4 5 ; J- Z w i c k e r , op. cit., p . 5 ° ) ; N o r a K . C h a d w i c k , TheDruids, p . I02.
Se ha t e n d i d o s o b r e t o d o , desde la A n t i g ü e d a d , p a r t i e n d o de u n a e t i m o l o g í a igual
d e s i m p l i s t a , a p e n s a r q u e el « d r u i d i s m o » c o m o s i t e m a f i l o s ó f i c o (lo c u a l es
i m p o s i b l e ) p o d r í a n o ser e x c l u s i v a m e n t e t r a d i c i o n a l o r e l i g i o s o .
43 Histoire de la Gaule II, p p . 8 5 - 8 6 , n o t a 2.
44 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e (Les druides et les dieuxceltiques á forme d'animawc, p p . 8-9) cons-
tató la existencia de s i m i l i t u d e s e n t r e las f u n c i o n e s de los d r u i d a s y las de los p o n -
tífices r o m a n o s :
1. A l a cabeza de los p o n t í f i c e s r o m a n o s se e n c u e n t r a unpontifexmaximus-, los d r u i -
das de la G a l i a e l i g e n u n j e f e e n la asamblea de los c a r n u t e s .
2. T i e n e n a su c a r g o la c o n s e r v a c i ó n e i n t e r p r e t a c i ó n de los textos legislativos; l o s
d r u i d a s celtas s o n r e s p o n s a b l e s de la j u s t i c i a .
3. T i e n e n la r e s p o n s a b i l i d a d de establecer el c a l e n d a r i o y e n s e ñ a r la a s t r o n o m í a .
E l c o n j u n t o de c o r r e s p o n d e n c i a s es l o s u f i c i e n t e m e n t e fuerte p a r a p e n s a r e n u n a
c o m u n i d a d o r i g i n a r i a c o n r e s p e c t o a la c o n c e p c i ó n de l o s d e b e r e s de los s a c e r d o -
tes. P e r o n o es m e n o s c i e r t o q u e l o s p o n t í f i c e s r o m a n o s f o r m a b a n u n c o l e g i o y
 i. S I G N I F I C A D O Y VALOR DE LA P A L A B R A « D R U I D A : 6l

4 4
i n v e n t a r i o d e s i m i l i t u d e s i n d o e u r o p e a s es ya u n i n d i c i o . N o o b s t a n t e ,
la e t i m o l o g í a d e l a p a l a b r a « d r u i d a » , i n s c r i t a e n e l s i s t e m a r e l i g i o s o
celta, r e s u l t a m á s i n t e r e s a n t e q u e u n a c o m p a r a c i ó n a i s l a d a .
D e s g r a c i a d a m e n t e , el c e l t a es u n o d e l o s e s c a s o s á m b i t o s l i n g ü í s t i c o s
e n l o s q u e h a h a b i d o i n v e s t i g a d o r e s —y, l o q u e es m á s g r a v e , a f i c i o n a d o s —
q u e h a n estudiado o p r o p u e s t o e t i m o l o g í a s sin c o n o c e r u n a sola l e n g u a
c e l t a . E s t a l a m e n t a b l e c i r c u n s t a n c i a t i e n e c o m o c o n s e c u e n c i a q u e las
e v i d e n c i a s m á s f u e r t e s n o se a s u m a n e n n i n g ú n caso c o m o l o q u e s o n .
E n este c a s o , es i n d i s p e n s a b l e a f i r m a r c a t e g ó r i c a m e n t e q u e e l t é r -
m i n o « d r u i d a s » es e s p e c í f i c o d e l m u n d o celta y e x p l i c a b l e s ó l o a p a r t i r
d e las l e n g u a s celtas s o b r e la b a s e d e e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s y c o m p a r a -
t i v o s i n d o e u r o p e o s : la f o r m a g a l a druides ( s i n g u l a r *druids), utilizada p o r
C é s a r e n De Bello Gallico, al i g u a l q u e e l i r l a n d é s druid, se r e m o n t a n a u n
p r o t o t i p o *dru-wid-es ( « l o s m u y s a b i o s » ) q u e c o n t i e n e la m i s m a r a í z q u e
el l a t í n videre ( « v e r » ) , el g ó t i c o witan, el a l e m á n wissen ( « s a b e r » ) y e l s á n s -
c r i t o veda. T a m p o c o cuesta m u c h o r e c o n o c e r u n a h o m o n i m i a , p a r t i c u -
l a r al c e l t a , e n t r e e l n o m b r e d e l a c i e n c i a y e l d e l a m a d e r a (vidu-), así
c o m o q u e n o e x i s t e n i n g u n a p o s i b i l i d a d i n m e d i a t a d e r e l a c i o n a r el
n o m b r e d e l o s d r u i d a s c o n e l d e l r o b l e ( g a l o : dervo-, i r l a n d é s : daur, dar,
gales: derw, bretón: derv). Resulta p o r lo tanto v a n o , t a m b i é n p o r su d e f i -
n i c i ó n etimológica, otorgar a los druidas u n o r i g e n p r e i n d o e u r o p e o o
s u p o n e r q u e el d r u i d i s m o se c o n s t i t u y ó e x c l u s i v a m e n t e e n la é p o c a e n la
q u e q u e d ó atestiguado h i s t ó r i c a m e n t e . A u n q u e el r o b l e f o r m a parte del
c u l t o d r u í d i c o , r e d u c i r la a c t i v i d a d r i t u a l e i n t e l e c t u a l d e l o s d r u i d a s a
u n a m e r a v e n e r a c i ó n d e este á r b o l s e r í a u n e r r o r , y a q u e sus f u n c i o n e s
45
eran m u c h o más vastas .
P o r o t r o l a d o , p a r a n o s o t r o s se t r a t a , e n estas p á g i n a s , m á s d e u n a
c u e s t i ó n de d e f i n i c i ó n q u e de e t i m o l o g í a , p o r lo q u e c o n v i e n e avanzarla
d e s d e el p r i n c i p i o d e l e s t u d i o . C o n t i n u a n d o y c o n c l u y e n d o la d e m o s -
tración implícita en los principales informadores antiguos, vamos a
p r o b a r q u e e l n o m b r e d e d r u i d a n o se a p l i c a a u n a c a t e g o r í a p a r t i c u l a r
d e s a c e r d o t e s e n e l s e n o d e la clase s a c e r d o t a l , s i n o q u e d e s i g n a g l o b a l y
e s p e c í f i c a m e n t e esta clase e n t e r a . A l h a c e r e s t o , a f i r m a m o s q u e e l s i g n i -

q u e los d r u i d a s celtas e r a n u n a clase s a c e r d o t a l . L a d i f e r e n c i a es r a d i c a l , a l o q u e

se a ñ a d e q u e a ú n n o se h a p r e c i s a d o la n o c i ó n d e j e f e ( v é a s e c a p í t u l o I I ) .
45 T o d o l o r e l a t i v o a l o s p a r t i c u l a r e s d e l o s n o m b r e s d e l a c l a s e s a c e r d o t a l se r e c o g e
e n u n a n e x o al f i n a l d e la p r e s e n t e o b r a . V é a s e a d e m á s el e s t u d i o e x h a u s t i v o r e a l i -
z a d o p o r G h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Prétres et dieux des celtes, op. cit.
62 I. EL D R U I D A

f i c a d o d e la p a l a b r a « d r u i d a » p e r m a n e c e c o n s t a n t e y estable a l o l a r g o
d e l o s s i g l o s , así c o m o a l o l a r g o y a n c h o d e las r e g i o n e s c e l t a s a n t e s d e l a
d o b l e r u p t u r a d e l a r o m a n i z a c i ó n y l a c r i s t i a n i z a c i ó n . D e s i g n a al s a c e r -
dote, i n v e s t i d o d e la a u t o r i d a d espiritual, depositario de la c i e n c i a
sagrada, m i n i s t r o d e la r e l i g i ó n y g u a r d i á n d e la t r a d i c i ó n . E n su c o n d i -
c i ó n d e t a l es e l i n t e r m e d i a r i o entre los dioses y los h o m b r e s , cuyo
representante es, e n el p l a n o d e la clase s a c e r d o t a l , a u n q u e s i n formar
6
p a r t e de ella, o t r o p e r s o n a j e n o t a b l e : el rey* .

5. D E F I N I C I O N E S Y D I S T I N C I O N E S : DRUIDAS, VATES Y BARDOS

D e e n t r a d a , h e m o s c o n s t a t a d o q u e e n D i o d o r o d e S i c i l i a y E s t r a b ó n se
hallan subdivisiones internas al s a c e r d o c i o c l a r a m e n t e establecidas,
m i e n t r a s q u e C é s a r , q u e c o n o c i ó d i r e c t a m e n t e la G a l i a prerromana,
s ó l o d i f e r e n c i a e l s a c e r d o c i o p o r o p o s i c i ó n a las o t r a s d o s c l a s e s s o c i a l e s ,
4 7
l o s equites ( « c a b a l l e r o s » ) y laplebs ( « p l e b e » ) .

46 Esta c o n c e p c i ó n u n i t a r i a d e la clase s a c e r d o t a l e n t r a ñ a t a m b i é n , m á s allá d e las

especializaciones, u n a u n i d a d de c o n c e p c i o n e s religiosas y tradicionales. A l b e r t
Bayet (La morak des Gaulois, París, 1930, p . 51) trata de d i s t i n g u i r u n a vida m o r a l q u e
sería o parecería diferente d e la vida religiosa: « E s difícil a p r e h e n d e r los p r i n c i p i o s
de la m o r a l d e u n p u e b l o c u a n d o faltan p o r igual las fuentes filosóficas y j u r í d i c a s y
se d e s c o n o c e el p r o p i o v o c a b u l a r i o : n u e s t r a i n d i g e n c i a es tal q u e n o s a b e m o s n i
siquiera si l o s galos t e n í a n u n t é r m i n o para d e s i g n a r l o q u e n o s o t r o s l l a m a m o s h o y
e n día la m o r a l , e l b i e n y e l m a l » . Es u n falso p r o b l e m a y si A l b e r t Bayet h u b i e s e
c o n s u l t a d o las leyes d e Irlanda, se habría q u e d a d o m u y d e c e p c i o n a d o : n i n g u n a l e n -
gua celta, n i vieja n i m o d e r n a , d i s p o n e d e u n t é r m i n o exacto, si n o es u n p r é s t a m o
o u n calco, para t r a d u c i r la n o c i ó n d e philosophia moralis, q u e e n p r i n c i p i o es el e s t u -
d i o d e las c o s t u m b r e s q u e d e b e n ser c o n f o r m e s al b i e n . E s v e r d a d q u e las palabras
« b i e n » y « m a l » existen e n todas las l e n g u a s celtas y d e b e darse p o r s e g u r o q u e el
galo d i s p u s o t a m b i é n d e t é r m i n o s específicos d e l t i p o d e l i r l a n d é s druidecht ( « c i e n -
cia, saber de d r u i d a » ) o filidecht ( « c i e n c i a , saber d e p o e t a » ) , cuya s i g n i f i c a c i ó n g l o -
b a l es a la vez abstracta y c o n c r e t a . P e r o la d i s t i n c i ó n d e l « b i e n » y d e l « m a l » se
hacía d e o t r o m o d o , e n el p l a n o d e l o « v e r d a d e r o » y l o « f a l s o » , p u e s la m e n t i r a
era, e n la I r l a n d a mítica y precristiana (y t a m b i é n sin n i n g u n a d u d a e n la G a l i a ) , la
f o r m a m á s a c a b a d a d e l m a l . L é a n s e a este r e s p e c t o las largas r e c o m e n d a c i o n e s y
d e f i n i c i o n e s d e AudachtMorainn ( « E l t e s t a m e n t o d e M o r a n n » ) e n r e l a c i ó n c o n el^ír
falta « v e r d a d (y j u s t i c i a ) d e l s o b e r a n o » . V é a s e la e d i c i ó n y t r a d u c c i ó n d e F. K e l l y ,
Audacht Morainn, D u b l í n , 1976.
47 Y a h e m o s m e n c i o n a d o más arriba el e r r o r de i n t e r p r e t a c i ó n de D ' A r b o i s de
Jubainville ( p . 20, nota 10). N o hay t a m p o c o n i n g ú n sacerdote q u e n o f o r m e
p a r t e d e la clase s a c e r d o t a l .
 5. D E F I N I C I O N E S Y D I S T I N C I O N E S : D R U I D A S , V A T E S Y B A R D O S 63

N o s e n c o n t r a m o s m u c h o m á s c ó m o d o s e n Irlanda, p u e s allí n o fal-

t a n i n d i c a c i o n e s s o b r e la e s p e c i a l i z a c i ó n f u n c i o n a l y la j e r a r q u í a . H a b r á
q u e t e n e r e n c u e n t a , n o o b s t a n t e , e l h e c h o d e q u e la m a y o r í a d e a q u é l l a s
se r e f i e r e n a u n a r a m a d e la clase s a c e r d o t a l , la d e l o s filido «poetas», y
q u e l o s b a r d o s f u e r o n r e d u c i d o s a u n r a n g o i n f e r i o r . C u a n d o se c o m -
4 8
p r e n d e esta d e s v i a c i ó n , t o d o se v u e l v e m á s n í t i d o .
C i t e m o s e n p r i m e r l u g a r e l t e x t o p r i m o r d i a l e n e l q u e se e n u m e r a n
las f u n c i o n e s c o n o c i d a s d e I r l a n d a . E s e l g r a n r e l a t o m i t o l ó g i c o l l a m a d o
Cath Maighe Tuireadh ( « L a b a t a l l a d e M a g T u r e d » ) , e n e l q u e se n a r r a l a
llegada del dios L u g a Tara. A l l í sólo s o n recibidos aquellos q u e p o s e e n
u n arte, e n el sentido de cualificación intelectual o m a n u a l . Y c o m o
t o d a s las a r t e s e s t á n y a r e p r e s e n t a d a s , L u g p u e d e p e n e t r a r e n la c i u d a d
ú n i c a m e n t e p o r q u e é l las p o s e e t o d a s . L a lista es b a s t a n t e n o t a b l e :

« . . . t a m b i é n había d o s p o r t e r o s e n Tara e n aquellos t i e m p o s : sus n o m b r e s

e r a n G a m a l , h i j o d e Figal, y G a m a l l , h i j o d e Riagall. U n o d e ellos estaba

allí, c u a n d o v i o v e n i r h a c i a él u n a t r o p a e x t r a o r d i n a r i a . D e l a n t e marchaba

u n j o v e n g u e r r e r o bello y amable, pertrechado c o m o u n rey.

D i j e r o n al p o r t e r o q u e a n u n c i a s e s u llegada a T a r a . E l p o r t e r o dijo:

"¿Quién es?".

"Es L u g L o n n a n d s c l e c h , hijo d e Gian, hijo d e Diancecht, y d e E i t h n e ,

hija d e Balor. Es hijo adoptivo d e Tailtiu, hija d e M a g m o r , rey d e España,

y d e E o c h a i d el R u d o , h i j o d e D u a c h " .

El p o r t e r o p r e g u n t ó a S a m i l d a n a c h : " ¿ Q u é arte practicas? Pues n a d i e

viene a Tara sin conocer algún arte".

"Pregúntame —dijo—, s o y c a r p i n t e r o " . El portero respondió: "No

necesitamos n i n g u n o . Ya t e n e m o s u n carpintero: Luchtai, hijo de L u a -

chaid".

D i j o : " P r e g ú n t a m e , o h , p o r t e r o , soy h e r r e r o " . El p o r t e r o le r e s p o n -

dió: "Ya t e n e m o s u n h e r r e r o , G o l u m G u a l e i n e c h el d e los tres p r o c e d i -

mientos nuevos".

D i j o : " P r e g ú n t a m e , soy c a m p e ó n " . El p o r t e r o r e s p o n d i ó : " N o te n e c e -

sitamos. Ya t e n e m o s u n c a m p e ó n , O g m a , hijo de Eithliu".

Dijo de nuevo: "Pregúntame, soy arpista". " N o te n e c e s i t a m o s . Ya

t e n e m o s u n arpista, A b h c a n , hijo d e Bicelmos, a q u i e n los h o m b r e s d e los

tres dioses eligieron e n los side".

48 O t r o e r r o r d e D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e es h a b e r s u p u e s t o q u e l o s d r u i d a s y l o s filid
i r l a n d e s e s c o n s t i t u í a n c o r p o r a c i o n e s r i v a l e s (Les Celtesetleslanguesceltiques, p.129)-
La p a l a b r a « c o r p o r a c i ó n » d e b e evitarse a p r o p ó s i t o d e los d r u i d a s .
64 I. EL D R U I D A

D i j o : " P r e g ú n t a m e , soy h é r o e " . E l p o r t e r o r e s p o n d i ó : " N o te n e c e s i t a -

m o s . Y a t e n e m o s u n h é r o e , Bresal Echarlam, hijo de E o c h a i d Baethlam".
E n t o n c e s d i j o : " P r e g ú n t a m e , o h , p o r t e r o , soy p o e t a y soy h i s t o r i a d o r " .
" N o te n e c e s i t a m o s . T e n e m o s ya u n p o e t a y u n h i s t o r i a d o r , E n , hijo de
Ethaman".
D i j o : " P r e g ú n t a m e , s o y b r u j o " . " N o te n e c e s i t a m o s . Y a t e n e m o s bru-
j o s : s o n n u m e r o s o s nuestros sabios y nuestra gente c o n p o d e r e s " .
D i j o : " P r e g ú n t a m e , s o y m é d i c o " . " N o te n e c e s i t a m o s . T e n e m o s c o m o
médico a Diancecht".
Dijo: "Pregúntame, s o y c o p e r o ' . " N o te n e c e s i t a m o s . Y a t e n e m o s
coperos, Delt, D r u c h t y Daithe, Tae, T a l o m y T r o g , Glei, G l a n y Glesi".
D i j o : " P r e g ú n t a m e , s o y b u e n a r t e s a n o " . " N o te n e c e s i t a m o s . Y a t e n e -
mos u n artesano, C r e d n e G e r d " .
D i j o d e n u e v o : " P r e g u n t a al r e y si t i e n e u n s o l o h o m b r e q u e p o s e a
4 9
t o d a s estas a r t e s y n o e n t r a r é e n T a r a si t i e n e u n o s o l o " » ' .

Y c o m o nadie posee a la vez todas estas artes, L u g entra en Tara y, tras

otras dos pruebas (el ajedrez céltico, en el que gana todas las partidas, y el
arpa, con la que toca los tres m o d o s : de la tristeza, del sueño y de la s o n -
risa), se sienta en el asiento de los sabios mientras que el rey Nuada se
queda de pie ante él durante trece días. U n a vez estipulado esto, a pesar
del desorden de la enumeración y algunas lagunas, no resulta difícil c o m -
probar que los irlandeses c o n o c e n u n n ú m e r o bastante amplio de h o m -
bres de arte repartidos según las tres funciones canónicas indoeuropeas:
— artesanos especializados en el trabajo del metal y de la madera:
— broncista,
— carpintero,
— herrero;
— guerreros c o n d e n o m i n a c i o n e s casi sinónimas:
— héroe,
— campeón;
— druidas en el sentido general de m i e m b r o s de la clase sacerdotal:
— arpista,
— poeta,
— historiador,

49 E d i c i ó n de W h i t l e y Stokes, « T h e S e c o n d Battle o f M o y t u r a » , Revueceltique, n . ° 12,

p p . 7 4 " 7 8 ; a p a r t i r de la t r a d u c c i ó n de C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologi-
quesiriandaisl, p p . 5l"52-
 6. LA IDEOLOGÍA T R I P A R T I T A E N I R L A N D A Y E N LA GALIA 65

— brujo (satirista),
— médico,
— copero.
Esta lista sacerdotal n o está completa: faltan las tres especializaciones
fundamentales de narrador, juez y adivino. T a m b i é n falta la de portero
que, en todos los relatos, es u n personaje respetado. Por o t r o l a d o , el
t é r m i n o « b r u j o » , la traducción recibida de esa variedad de poeta satí-
rico que es el c o r r g u i n e c h ( « p u n t a que h i e r e » ) , es una a p r o x i m a c i ó n
más b i e n e r r ó n e a . Pero nada importa, pues la lista existe. A s í pues, en
L u g se resumen y trascienden las capacidades o funciones de las tres cla-
ses. A d e m á s resulta evidente que la más importante de ellas, la más rica
en ramificaciones, es la clase sacerdotal. L u g es, c o m o era de esperar,
druida, guerrero y artesano al mismo tiempo, pero evidentemente tam-
50
b i é n es m u c h o más druida y guerrero que a r t e s a n o .

6. LA I D E O L O G Í A TRIPARTITA EN I R L A N D A Y EN LA GALIA

El arcaísmo celta se inscribe así en la ideología de las «tres funciones socia-

les y cósmicas» definidas por Georges Dumézil según el arquetipo védico:
— los brahmanes, sacerdotes, estudian y enseñan las ciencias sagra-
das y celebran los sacrificios. Es el aspecto sacerdotal de la
«soberanía»;
— los kshatriya (o rajanya), g u e r r e r o s , p r o t e g e n al p u e b l o
mediante la fuerza y las armas. Representan la « s o b e r a n í a » en
su aspecto guerrero;
— los vaishya, a quienes c o r r e s p o n d e la ganadería, la labranza, el
c o m e r c i o y, de m a n e r a general, la p r o d u c c i ó n de los bienes
materiales. T i e n e n c o m o ú n i c a responsabilidad el m a n t e n i -
m i e n t o de las otras dos clases, las cuales los h o n r a n c o n s u -
5
m i e n d o el fruto de su trabajo '.

50 A n t e t o d o , n o hay q u e e n t e n d e r y t r a d u c i r el s o b r e n o m b r e d e L u g , Samildanach,
c o m o « a r t e s a n o » o « m ú l t i p l e a r t e s a n o » c o m o h e m o s visto e n o c a s i o n e s : samilda-
nach significa « e l de las m ú l t i p l e s a r t e s » o « e l de las m ú l t i p l e s h a b i l i d a d e s » , sin
t r a n s m i t i r n i n g u n a idea de especialización exclusiva e n la tercera f u n c i ó n artesanal.
51 G e o r g e s D u m é z i l , L'idéologie tripartie des Indo-Européens, Latomus X X X I , Bruselas,
1958, p p - 7"8. L o f u n d a m e n t a l de este l i b r o se r e e d i t a e n G . D u m é z i l , Mytheset
dieux indo-européens, textos r e u n i d o s y p r e s e n t a d o s p o r H . C o u t a u - B é g a r i e , ed.
F l a m m a r i o n , París, 1992, p p . 6 9 - 1 9 3 .
66 I. E L D R U I D A

A los brahmanes les c o r r e s p o n d e n los druides de la Galia e Irlanda; a

los kshatriya, los equites de César y la jlaith irlandesa; a los vaishya la plebs, de
César (confusión abusiva de artesanos y esclavos), los bo-aire (poseedores
de ganado) y los artesanos de Irlanda, el herrero y el carpintero funda-
mentalmente. Esta correspondencia n o es rígida ni tampoco absoluta, ya
que la India ha e n d u r e c i d o la j e r a r q u í a social e n castas i m p e r m e a b l e s
mientras que los celtas mantuvieron cierta flexibilidad en la división de
52
clases , p e r o en todo caso es exacta:

CLASE FUNCIÓN INDIA GALIA IRLANDA

primera sacerdocio brahmán *druis drui

segunda guerra kshatriya equites flaith

tercera producción, vaishya plebs goba (herrero)

paz, cerd (broncista)
prosperidad saer (carpintero)

La verificación de las asignaciones funcionales, en Cath Maighe Tuireadh,

se p r o d u c e u l t e r i o r m e n t e , c u a n d o se convoca a los druidas de Irlanda
para preguntarles qué p o d r í a n hacer en la lucha contra las dañinas t r o -
pas de los fomores. El dios L u g los interroga y los interesados responden
en su c o n d i c i ó n de señores de los elementos:
— El brujo (corrguinech) arrojará las montañas de Irlanda contra
los fomores « d e m o d o que sus cimas rodarán p o r t i e r r a » .
— El c o p e r o p r o c e d e r á para que los lagos y los ríos se e s c o n d a n
c u a n d o l l e g u e n los f o m o r e s , de suerte que n o e n c o n t r a r á n
nada que beber.
— El druida dejará caer tres remolinos de fuego sobre los fomores.
Además, retendrá la orina en sus cuerpos y en los de sus caballos.
— L u e g o , el « d i o s - d r u i d a » , el Dagda, afirma que sólo él tendrá la
serie completa de poderes que los druidas especializados acaban
d e enumerar 53 .

52 R e m i t i m o s a las i n d i c a c i o n e s y a las e x p l i c a c i o n e s de n u e s t r a Introduction genérale, op.

cit., i n t r o d u c c i ó n . E l s i s t e m a c e l t a es t a m b i é n el d e la e s p e c i a l i z a c i ó n e x t r e m a ,
p u e s t o d a f u n c i ó n p a r t i c u l a r se e n t e n d í a c o m o la a p l i c a c i ó n de u n a t é c n i c a (cf.
G e o r g e s D u m é z i l , L'oubli de l'homme etl'honneur des dieux, e s b o z o 6 6 , « D ' u n e c o u p e á
q u a t r e , d e q u a t r e b o i s á u n » , P a r í s , 1985, p p . 2 0 8 - 2 1 0 ) . E n este s e n t i d o , q u e
r a r a m e n t e h a s i d o b i e n e n t e n d i d o , la c u a l i f i c a c i ó n de aesdana ( « g e n t e de a r t e » ) se
aplica p o r igual e i n d i s t i n t a m e n t e a d r u i d a s y a r t e s a n o s .
53 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textesmythologiquesirlandaisl/l, p p . 51-52-
 6. LA I D E O L O G Í A T R I P A R T I T A E N I R L A N D A Y E N LA G A L I A 67

T r a s l o s p o d e r e s d e l o s d r u i d a s , L u g v e r i f i c a l o s d e l o s g u e r r e r o s (y las
d i o s a s d e l a g u e r r a ) y l o s d e l o s a r t e s a n o s . L a r e s p u e s t a e n c a d a c a s o es
clara y la d i s t r i b u c i ó n f u n c i o n a l t a n n í t i d a c o m o la j e r a r q u í a : Lug
e n g l o b a t o d a s las e s p e c i a l i z a c i o n e s d e l c o n j u n t o d e las tres clases, m i e n -
tras q u e e l D a g d a , d r u i d a y g u e r r e r o , s ó l o a b a r c a l o s p o d e r e s d e la clase
sacerdotal.
A p a r t e d e la d i s t r i b u c i ó n f u n c i o n a l p r i n c i p a l e n d r u i d a , v a t e y
b a r d o , n o s a b e m o s n a d a d e las e s p e c i a l i z a c i o n e s d e l o s d r u i d a s c o n t i -
n e n t a l e s . C o n s e r v a m o s s i n e m b a r g o e l r a s t r o d e l n o m b r e gutuater, del
q u e s u b s i s t e n a l g u n a s h u e l l a s t e x t u a l e s y e p i g r á f i c a s . H i r c i o , al a c a b a r l o s
Comentarios d e C é s a r h a b l a n d o d e l ú l t i m o a ñ o d e la g u e r r a d e las G a l i a s ,
n o s o f r e c e p o r p r i m e r a v e z l o q u e él c o n s i d e r a u n n o m b r e d e p e r s o n a :

« A l l l e g a r al t e r r i t o r i o d e l o s c a r n u t e s , el p u e b l o e n q u e h a b í a c o m e n -

z a d o l a g u e r r a — s e g ú n e x p l i c ó C é s a r e n e l Comentario anterior—, observa q u e

les c a u s a b a u n a e n o r m e z o z o b r a la c o n c i e n c i a d e l o q u e h a b í a n h e c h o . A

f i n d e a l i v i a r al p u e b l o d e s u s m i e d o s l o a n t e s p o s i b l e , d e m a n d a q u e s e l e

e n t r e g u e , p a r a su castigo, a G u t u a t r o , responsable p r i n c i p a l del c r i m e n e

i n s t i g a d o r d e la g u e r r a . A p e s a r d e q u e é s t e n o se c o n f i a b a n i s i q u i e r a a s u s

c o n c i u d a d a n o s , t o d o s l o b u s c a n c o n la m a y o r d i l i g e n c i a , y r á p i d a m e n t e es

llevado al c a m p a m e n t o .

E n c o n t r a d e s u p r o p i a f o r m a d e s e r , C é s a r l o e n t r e g a al s u p l i c i o , p r e -

s i o n a d o p o r la m u l t i t u d d e s o l d a d o s q u e a c u d e a e x p o n e r l e t o d o s los p e l i -

g r o s y c a l a m i d a d e s q u e h a b í a n s u f r i d o e n la g u e r r a p o r c u l p a d e G u t u a t r o .
5 4
E n c o n s e c u e n c i a , es a z o t a d o h a s t a la m u e r t e y l u e g o d e c a p i t a d o » .

L a e t i m o l o g í a d e gutuater n o s o r i e n t a h a c i a el r a d i c a l celta gutu-, «voz»

( i r l a n d é s guth), l o q u e D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e ya h a b í a r e c o n o c i d o .
P e r o , a d i f e r e n c i a d e D ' A r b o i s , n o c r e e m o s q u e ese n o m b r e sea e l d e l o s
sacerdotes a n t e r i o r e s a los d r u i d a s , cuyas r e l a c i o n e s c o n los celtas s o n
5 5
a m b i g u a s y están mal d e f i n i d a s . Se trata de u n a especialización p a l m a -
r i a : el gutuater es e l « d r u i d a q u e h a b l a » , m u y p r o b a b l e m e n t e e n su p a p e l
d e i n v o c a d o r , d e l m i s m o m o d o q u e e l cainte i r l a n d é s es e l d r u i d a que
« c a n t a » la sátira. Y a u n q u e Gutuater p u e d a ser u n n o m b r e p r o p i o e n las
c i r c u n s t a n c i a s r e l a t a d a s p o r H i r c i o ( l o q u e n o es i n v e r o s í m i l ) , e s t o n o
c o n s t i t u y e u n o b s t á c u l o , al c o n t r a r i o : e l d r u i d a m í t i c o d e l U l s t e r , Sencha,

54 ComentariosVllI, 3 8 [ t r a d . e s p . : op. cit, p p . 3 2 3 - 3 2 4 ] .

55 D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , Les druideset les dieux celtiques á forme d'animaux, p . 2.
68 I. EL D R U I D A

t a m b i é n tiene c o m o n o m b r e el de su f u n c i ó n ( « h i s t o r i a d o r » ) , c o m o
56
igualmente es el caso de la VeUeda de los bructerios evocada p o r T á c i t o .
E n la epigrafía g a l o r r o m a n a , gutuater está atestiguado cuatro veces, una
5 7 5 8
vez c o m o n o m b r e p r o p i o y tres veces c o m o n o m b r e c o m ú n , una de
59
las cuales en la forma de gutuater Mariis . Es el n o m b r e de una dignidad
60
sacerdotal vinculada c o n la función g u e r r e r a . A s í pues, existe al m e n o s
la presunción de que la clase sacerdotal gala comportaba especializacio-
nes tan complejas y detalladas c o m o la clase sacerdotal irlandesa.
S i n e m b a r g o , de ello n o se p u e d e c o l e g i r que los especialistas de
Irlanda y la Galia, aparte de las grandes d e n o m i n a c i o n e s p r i m i g e n i a s ,
hayan tenido los mismos n o m b r e s . D ' A r b o i s de Jubainville ha llamado
la atención, sin resultado, sobre el hecho de que César «se explaye c o n
61
tanta c o m p l a c e n c i a acerca de los druidas, p e r o n o hable de l o s ^ í / e » .
Esto significa olvidar que la palabra file es irlandesa y no gala, y que la
n o c i ó n que representa se traduce de o t r o m o d o en el c o n t i n e n t e .
C u a n d o p o r ejemplo Eliano escribe, quizá a propósito de los cisalpinos:

« Y o h e o í d o d e c i r q u e l o s celtas s o n l o s m á s t e m e r a r i o s d e l o s h o m b r e s .
E n v e r d a d , e l a s u n t o d e sus p o e m a s h e r o i c o s s o n l o s h o m b r e s q u e c o n
6 2
h o n o r m u e r e n e n la g u e r r a » ,

está claro que la i n f o r m a c i ó n se refiere a los bardos.

Pues, aunque los irlandeses c o n t r i b u y e r o n a establecer la distinción
i n t e r n a , t a m b i é n d e f o r m a r o n la estructura inicial y d e s p o s e y e r o n al
b a r d o de su d i g n i d a d : bard, daño, cin dliged fogluime acht intleacht fadeisein

56 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et
c e l t i q u e s I X . 31. A p r o p o s de la V e l l e d a d e s B r u c t é r e s et d u m o t i r l a n d a i s file
" p o e t e , v o y a n t " » , Ogam, 1 9 6 2 , n . ° 1 3 , p p . 3 2 1 - 3 2 5 .
57 C I L XIII, 1577 en Puy-en-Velay.
58 G I L XIII, II225 y II226 en A u t u n , C I L XIII en M a c ó n .
59 C I L X I I I , 11226.
60 O g m a / O g m i o s , d i o s d e la g u e r r a y s e ñ o r d e la e s c r i t u r a , es t a m b i é n el d i o s de la
e l o c u e n c i a s e g ú n L u c i a n o de S a m o s a t a , l o q u e ya s e ñ a l a m o s e n La civilisation celtique,
1 9 8 2 , p . I l 6 . A c e r c a d e l n o m b r e de gutuater véase a h o r a C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h ,
Le vocabulaire sacerdotal du celtique, op. cit
61 Les druides et les dieux celtiques á forme d'animaux, p. 2.
62 Varia Historia X I I , 2 2 [trad. e s p . : C l a u d i o E l i a n o , Historias curiosas (trad. J u a n M a n u e l
C o r t é s C o p e t e ) , M a d r i d , G r e d o s , 2 0 0 6 , p . 2 4 2 ] - C f . la o b s e r v a c i ó n de T i t o
L i v i o V I , 2 6 , I I , s o b r e los galos q u e , e n el a ñ o 2 9 5 a . C , v a n ovantesmorissuicarmina
« c a n t a n d o c a n t o s s e g ú n su c o s t u m b r e » .
 6. LA I D E O L O G Í A T R I P A R T I T A EN I R L A N D A Y EN LA G A L I A
69

( « b a r d o , q u e n o está o b l i g a d o a e s t u d i a r y s ó l o d i s p o n e d e s u p r o p i a
63
i n t e l i g e n c i a » ) , d i c e el t r a t a d o j u r í d i c o Crith Gablach . L a e x p l i c a c i ó n es
q u e , e n sus o r í g e n e s , el b a r d o e r a (y s i g u i ó s i é n d o l o e n e l País d e G a l e s )
e s e n c i a l m e n t e u n p o e t a d e c o r t e q u e d i s t r i b u í a la a l a b a n z a o la r e p r o b a ­
c i ó n s i n u t i l i z a r la e s c r i t u r a . S u p u e s t o está o c u p a d o e n I r l a n d a p o r e l
file, q u e d e s d e u n p u n t o d e vista e t i m o l ó g i c o es u n v i d e n t e . A h o r a b i e n ,
la a d i v i n a c i ó n c o m p e t e a l a f u n c i ó n d e v i d e n t e y el file al p r i n c i p i o n o
t e n í a o t r a . L a p r á c t i c a d e l e n c a n t a m i e n t o o d e la s á t i r a o r a l y c a n t a d a ,
q u e es i m p e r a t i v a e n I r l a n d a (y d e b i ó d e s e r l o t a m b i é n e n la G a l i a ) , es
d i f í c i l d e d i s t i n g u i r e n s u f o r m a e x t e r n a d e la p o e s í a p r o p i a m e n t e d i c h a .
A s í , los filid i r l a n d e s e s , q u e t e n í a n a c c e s o a la m a g i a y a la e s c r i t u r a g r a c i a s
a la sátira, p u d i e r o n a la v e z c o n v e r t i r s e al c r i s t i a n i s m o y s u p l a n t a r a l o s
b a r d o s , l o q u e e x p l i c a q u e l o s t e x t o s m e n c i o n e n m u y a m e n u d o a l o s filid,
m e n o s frecuentemente a los druidas y más raramente a los bardos. La
p a l a b r a i r l a n d e s a s / e a d o p t ó el s i g n i f i c a d o d e p o e t a a c a u s a d e la c r i s t i a ­
6 4
n i z a c i ó n , y el b a r d o p e r d i ó s u d i g n i d a d p o r q u e n o e s c r i b í a .
N o o b s t a n t e , las c o m p l i c a d a s c o d i f i c a c i o n e s d e l a m é t r i c a i r l a n d e s a
c o n s e r v a n el r e c u e r d o d e la é p o c a e n la q u e l o s b a r d o s f o r m a b a n p a r t e d e
la c l a s e s a c e r d o t a l . L a s d o s c l a s e s d e b a r d o (soerbaird «bardos libres» y
doerbaird « b a r d o s n o libres»), ordenadas en o c h o grados, c o i n c i d e n más
o m e n o s c o n l o s siete g r a d o s d e c u a l i f i c a c i ó n d e l file. Sus poemas, a dife­
r e n c i a d e l o s d e l o s filid, n o t i e n e n p r e c i o s f i j a d o s p o r l e y : la r e t r i b u c i ó n
d e p e n d e d e l a r t e d e l a u t o r y d e la g e n e r o s i d a d d e l d o n a n t e q u e se b e n e ­
ficia d e l p o e m a . P e r o sus g é n e r o s s o n v a r i a d o s y e x i s t e n m e t r o s r e s e r v a d o s
a l o s b a r d o s o a ciertas c a t e g o r í a s d e b a r d o s c o m o l o s h a y r e s e r v a d o s a l o s
65
filid . L a s u e r t e d e l o s b a r d o s galeses f u e m á s e n v i d i a b l e d e b i d o a q u e esta
clase s u b s i s t i ó o f i c i a l m e n t e d u r a n t e t o d a l a E d a d M e d i a e n las c o r t e s
p r i n c i p e s c a s y, d e s d e l u e g o , s o b r e v i v i ó a la i m p l a n t a c i ó n m u y p r e c o z d e l
c r i s t i a n i s m o y a la d e s o r g a n i z a c i ó n f u n c i o n a l q u e s i g u i ó . P e r o la c r i s t i a ­
n i z a c i ó n , al a f i a n z a r l o s , les p r i v ó d e t o d a f u n c i ó n r e l i g i o s a y les i m p i d i ó
t r a n s m i t i r otra cosa q u e n o fuesen r e m i n i s c e n c i a s . C o n s e r v a r o n su l e n ­
gua, sus t é c n i c a s p o é t i c a s y u n a j e r a r q u í a s i m p l i f i c a d a , p o r l o q u e s u caso
es c o m p a r a b l e al d e l o s filid, q u e , al p r a c t i c a r la a d i v i n a c i ó n , p e r o a b s t e -

63 AncientLawsoflrehndTV, p. 360.
64 S o b r e l o s o r í g e n e s y el s i g n i f i c a d o d e las p a l a b r a s file y b a r d o , véase e n l o s u c e s i v o el
e s t u d i o d e t a l l a d o d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Prétres et dieux des celtes, op. cit.
65 V é a s e e n n u e s t r a Sociétéceltique, op. cit, l a i n t r o d u c c i ó n s o b r e la t r i p a r t i c i ó n i n d o ­
e u r o p e a y celta.
7o I. EL D R U I D A

niéndose de realizar sacrificios, de algún m o d o se transformaron, des-

pués de la época de san Patricio, en cristianos p o r encima de toda sospe-
cha. A m o d o de recordatorio, m e n c i o n e m o s a los bardos de Cornualles
y Bretaña, cuya decadencia concluyó c o m o muy tarde hacia el siglo X V .
A l final del presente capítulo, resumiremos esquemáticamente en cua-
tro cuadros las correspondencias generales y las innovaciones (y desviacio-
nes) de la clase sacerdotal celta, la continental (la Galia) y la insular
(Irlanda, Gales, C o r n u a l l e s y Bretaña): el p r i m e r o está dedicado a los
druidas en general, el segundo al adivino (vate y file) y el tercero a los bar-
dos, mientras que el cuarto recapitula las especializaciones que, si en la
Galia resultan oscuras, son b i e n conocidas en Irlanda. E n lo que ambas
están de acuerdo es, sobre todo, en lo relativo al nombre y a la función del
vate o « a d i v i n o » , vatis en la Galia y faith en Irlanda, p r o c e d e n t e de u n
radical indoeuropeo *uat- («estar inspirado, p o s e í d o » ) , que se encuentra
también en el n o m b r e germánico de Wotan ( O d i n ) , alemán Wut. El gales
ha perdido el n o m b r e de la función, pero ha conservado gwawd ( « c a n t o ,
6 6
alabanza, elogio fúnebre, p o e m a ) » . Y p o r n i n g ú n lado se detecta una
relación, ni etimológica, ni simbólica, ni hermenéutica, c o n el n o m b r e
de la madera (vidu-) que n o es más que el « s o p o r t e » del saber druídico.
A g r e g u e m o s que en Irlanda, a causa de los importantes cambios de
vocabulario que acarreó la cristianización, cierta confusión t e r m i n o l ó -
gica a m e n u d o enmascara o debilita la precisión de los hechos tradicio-
nales: las palabras drui, file o faith, tal y c o m o veremos c o n frecuencia, son
susceptibles de intercambiarse entre ellas, sobre todo cuando se trata de
mujeres, a las que se d e n o m i n a indistintamente bandrui, banfile o banfaith.
A h o r a bien, está claro que las mujeres sólo tuvieron acceso a la adivina-
ción, c o n o sin magia.
Por el m o m e n t o basta c o n señalar el p r e d o m i n i o de las especializacio-
nes atribuidas a la categoría de los filid, sin que exista n i n g ú n rastro de
«druidas oficiantes» o «sacrificadores». También tenemos c o n frecuen-
cia la impresión, p o r la misma razón que acabamos de exponer, de que el
nombre de la especialización fue sustituido p o r la denominación general.

66 S o b r e t o d o e s t o véase t a m b i é n la p r i m e r a p a r t e d e Prétres et dieux des celtes, op. cit.

Gwawd y bardd s o n las d o s ú n i c a s p a l a b r a s « s a c e r d o t a l e s » q u e h a n s u b s i s t i d o e n
gales (sólo bardd e n t o d o el b r i t ó n i c o ) . E l b r e t ó n drouizes u n a t r a n s c r i p c i ó n e r u d i t a
y r e c i e n t e d e l *druis d e C é s a r , y el gales derwydd se h a r e h e c h o a p a r t i r d e derw
( « r o b l e » ) . E n c u a n t o al gales m o d e r n o ofydd, b r e t ó n oviz « o v a t e » , es la f o r m a
celta d e l n o m b r e d e O v i d i o . . .
 6. LA I D E O L O G Í A T R I P A R T I T A EN I R L A N D A Y EN LA G A L I A
71

E n t o d o c a s o , r e c o r d é m o s l o u n a vez m á s , t o d o m i e m b r o d e la clase s a c e r ­
d o t a l es « d r u i d a » , s e a n c u a l e s s e a n sus f u n c i o n e s o e s p e c i a l i z a c i o n e s .
D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , p o r t a n t o , cae d e n u e v o e n e l e r r o r c u a n d o
e s t i m a q u e la clase s a c e r d o t a l i r l a n d e s a s ó l o c o m p r e n d e t r e s s e c c i o n e s :
6 7
d r u i d a s , filid y b a r d o s , a e j e m p l o d e la d e la G a l i a . E n I r l a n d a , c o m o e n
la G a l i a , e l t é r m i n o «druida» es u n a d e n o m i n a c i ó n g e n e r a l que
e n g l o b a t o d a s las a p t i t u d e s e s p i r i t u a l e s , i n t e l e c t u a l e s e i n c l u s o t é c n i c a s
e n l o s á m b i t o s d e la t e o l o g í a , e l r i t u a l y la a p l i c a c i ó n p r á c t i c a d e las p r e s ­
cripciones religiosas. Es incluso posible que los irlandeses hayan t e n i d o
especializaciones q u e d e s c o n o c e m o s p o r q u e el n o m b r e h a desaparecido
j u n t o c o n u n a f u n c i ó n que n o ha q u e d a d o registrada e n los textos. Pero
n o s o t r o s s a b e m o s ya l o s u f i c i e n t e p a r a n o a b u n d a r e n el e r r o r . L o s
autores antiguos son los responsables más habituales de los errores de
clasificación m o d e r n o s . Sus contradicciones, sin e m b a r g o , sólo son
a p a r e n t e s : l o q u e t r a d u c e n es a n t e t o d o la u n i v e r s a l i d a d d e l s a c e r d o c i o .
A n t e s d e c o n c l u i r , es c o n v e n i e n t e h a c e r u n a o b s e r v a c i ó n s o b r e las
m e n c i o n e s , n u m e r o s a s e n I r l a n d a y d i s p e r s a s e n la G a l i a a causa d e la c a ­
r e n c i a d e d o c u m e n t o s , relativas a m u j e r e s q u e t u v i e r o n a c c e s o a la « c o n ­
d i c i ó n » d r u í d i c a . L a « d r u i d e s a » d e l i m a g i n a r i o r o m á n t i c o es d e h e c h o
u n a i m p o s t u r a o u n a i l u s i ó n . N o t e n e m o s n i n g ú n i n d i c i o s e r i o s o b r e el
s a c e r d o c i o f e m e n i n o , s o b r e t o d o e n C é s a r , q u i e n , si h u b i e s e n e x i s t i d o
c o l e g i o s d e d r u i d e s a s e n la G a l i a p r e r r o m a n a , n o hubiese dejado de
p r e s t a r l e s a t e n c i ó n . L a p r i m e r a d r u i d e s a d e s i g n a d a e n l a h i s t o r i a es la
que, bastante t a r d í a m e n t e , e n el siglo I I I de nuestra era, s u p u e s t a m e n t e
p r o f e t i z ó e n T o n g r e s q u e D i o c l e c i a n o o b t e n d r í a el I m p e r i o si m a t a b a u n
j a b a l í ; y e n e f e c t o l o g r ó r e i n a r d e 2 8 4 a 3 ^ 5 d e s p u é s d e m a t a r c o n sus
propias manos a A p e r («jabalí»), prefecto del pretorio:

67 Lesceltesetleslanguesceltiques, p p . 4 8 - 4 9 . D ' A r b o i s de Jubainville t a m b i é n ha escrito lo

s i g u i e n t e : « E n t r e las a t r i b u c i o n e s de los d r u i d a s y las de sus cofrades, los adivinos
de D i o d o r o q u e s o n los vates de E s t r a b ó n y los e u h a g e s de T i m á g e n e s , la l í n e a de
d e m a r c a c i ó n está bastante m a l establecida y d e b í a dar l u g a r a c o n f l i c t o s frecuentes
c o m o los n u m e r o s o s q u e se p r o d u j e r o n más tarde, e n la E d a d M e d i a , e n t r e las j u s ­
ticias eclesiásticas y las r e a l e s » . Tal hipótesis p o d r í a justificarse e n ú l t i m a instancia
p o r la i n s u f i c i e n c i a de n u e s t r o s c o n o c i m i e n t o s sobre la clase sacerdotal gala y s u b ­
siste la i n c e r t i d u m b r e —por razones de m é t o d o interpretativo— e n los textos i n s u l a ­
res. P e r p n i n g ú n texto irlandés deja constancia de u n c o n f l i c t o c u a l q u i e r a de p r e -
l a c i ó n o a t r i b u c i ó n . Basta p o r o t r o l a d o c o n c o n s t a t a r , de m a n e r a negativa, q u e
I r l a n d a i g n o r a el c o n f l i c t o e n t r e la a u t o r i d a d espiritual (el d r u i d a ) y el p o d e r t e m ­
p o r a l (el rey).
72 I. EL D R U I D A

« " D i o c l e c i a n o , n o e r e s m á s q u e u n a v a r o ; n i s i q u i e r a e n la e c o n o m í a
d e b e u n o e x c e d e r s e " . D i o c l e c i a n o l e r e s p o n d i ó : " C u a n d o sea emperador
me comportaré c o n más l a r g u e z a " . " N o b r o m e e s , n o serás emperador
6 8
h a s t a q u e hayas m a t a d o u n j a b a l í " » .

Igualmente de índole m e n o r , es la anécdota referida p o r L a m p r i d o ,

a
en la que una druidesa predice en 2 3 5 I muerte cercana del emperador
Alejandro Severo:
« U n a druidesa, e n su c a m i n o , g r i t ó e n l e n g u a gala: ve, p e r o n o esperes
6 9
v e n c e r y n o c o n f í e s e n tus s o l d a d o s » .

Las druidesas n o gozaban de mayor c o n s i d e r a c i ó n en t i e m p o s de

A u r e l i a n o de acuerdo c o n otra anécdota puesta en boca de D i o c l e c i a n o :
« ( D i o c l e c i a n o ) decía en efecto que en cierto m o m e n t o Aureliano
h a b í a c o n s u l t a d o a d r u i d e s a s g a l a s , c o n el f i n d e s a b e r si el I m p e r i o s e g u i ­
r í a s i e n d o d e sus d e s c e n d i e n t e s . D i j o q u e le r e s p o n d i e r o n : " N o habrá
n o m b r e más ilustre e n el E s t a d o q u e el de los d e s c e n d i e n t e s de C l a u d i o " .
Y d e s d e l u e g o es v e r d a d q u e C o n s t a n c i o , e l a c t u a l e m p e r a d o r , es d e l
m i s m o l i n a j e y c r e o q u e sus d e s c e n d i e n t e s a l c a n z a r á n la g l o r i a q u e las d r u i ­
7 0
desas les h a n predicho» .

Por consiguiente, « d r u i d e s a » , en la Galia del siglo I I I de nuestra era,

es u n término que debe suscitar reservas. La druidesa de Diocleciano se
encontraba establecida en u n albergue y está más cerca de una echadora
de cartas o de la buenaventura que de una sacerdotisa. Ciertamente, no
se dice, ni se sobrentiende, que haya exigido u n pago p o r sus servicios.
Pero de la predicción, aun exacta, no se puede inducir que haya ejercido
el sacerdocio. Es muy poco probable que haya recibido una p o r c i ó n , p o r
mínima que sea, de la herencia de los auténticos druidas. E n cuanto a las
druidesas de la isla de Sein, de las que se habla tan a m e n u d o , veremos
más adelante que nunca han existido fuera de la mitología.
E n Irlanda, está lejos de ser así. La sociedad celta siempre ha reser­
vado u n lugar honorable a la mujer y, en los mejores fragmentos de los
ciclos irlandeses, mitológicos y épicos, en aquellos que desprenden u n

68 V o p i s c o e n N u m e r i a n o X X X , 14, 2; J. Z w i c k e r , op. cit, p . 96.

69 Vida de Alejandro Severo L X .
70 V o p i s c o , Vida de Aureliano X L T V .
 6. LA I D E O L O G Í A T R I P A R T I T A E N I R L A N D A Y E N LA G A L I A 73

a r o m a p a g a n o m á s f u e r t e , la p o e t i s a o la d r u i d e s a —que s o n ú n i c a m e n t e
profetisas— r e s u l t a n f i g u r a s f a m i l i a r e s . E s t o n o p u e d e s o r p r e n d e r n o s e n
u n p a í s d o n d e , hasta el s i g l o VIII, las m u j e r e s propietarias de u n terreno
7 1
e s t a b a n s u j e t a s al s e r v i c i o m i l i t a r . P e r o n u n c a h e m o s e n c o n t r a d o n i
u n a sola m e n c i ó n a « d r u i d e s a » alguna q u e practicase sacrificios, c e l e -
b r a s e el m e n o r r i t o o fuese r e s p o n s a b l e d e a l g u n a e n s e ñ a n z a , o a u n a s i s -
7 2
t e n t e d e u n r e y . C o n esto q u e d a z a n j a d o el a s u n t o .
Gracias a los d o c u m e n t o s de los q u e d i s p o n e m o s a u n o y o t r o l a d o
d e l c a n a l d e l a M a n c h a , y d e j a n d o a p a r t e las r e c o n s t r u c c i o n e s a r b i t r a -
rias, d e m a s i a d o n u m e r o s a s para discutirlas todas, s a b e m o s c o n bastante
e x a c t i t u d l o q u e el t é r m i n o d r u i d a s i g n i f i c a b a e n la A n t i g ü e d a d c e l t a .

71 S o b r e la s i t u a c i ó n de la m u j e r e n la s o c i e d a d celta, c o n s ú l t e s e el i m p o r t a n t e a r t í -
c u l o d e J o s e f Weisweiler, « D i e S t e l l u n g d e r F r a u b e i d e n K e l t e n u n d das P r o b l e m
des " k e l t i s c h e n M u t t e r e c h t s " » , e n ^itschriftfür Celtische Philologie, n . ° 21, pp. 2 0 5 -
n
279> í especial las páginas 2 5 3 ~ 2 5 5 - D e m a n e r a g e n e r a l , resulta v a n o p l a n t e a r el
p r o b l e m a e n t é r m i n o s de u n « m a t r i a r c a d o » , b í b l i c o o de o t r o t i p o , o p u e s t o a u n
« p a t r i a r c a d o » . L a s o c i e d a d celta sigue f i e l m e n t e la regla invariable de la m o n o g a -
m i a i n d o e u r o p e a . E l resto es c u e s t i ó n de matices y de circunstancias.
72 T e n e m o s u n e j e m p l o ú n i c o y e x c e p c i o n a l de m u j e r - j u e z e n I r l a n d a . Es hija de rey
y n o de d r u i d a (lo q u e p o r o t r o l a d o n o es s i g n i f i c a t i v o ) , y n o t i e n e n i n g ú n rasgo
de « d r u i d e s a » . S e trata d e A i l b e , h i j a d e l g r a n rey C o r m a c . V é a s e , e n n u e s t r a
Sociétéceltique, el c a p í t u l o III: « L a société d i v i n e , base d e la société h u m a i n e » .
 DRUIDA

DENOMINACIÓN FUNCIÓN DESVIACIÓN

G a l i a : *druis ( C é s a r ) , tema a p l i c a d o al
d r u i d a (autores c o n j u n t o de la clase
posteriores) sacerdotal:
filósofos e s t u d i o d e todas
(Diodoro las ciencias h u m a n a s y
de Sicilia) divinas: t e o l o g í a , a s t r o -
nomía,
teólogos fisiología, etc. Justicia,
(Estrabón) enseñanza, poesía,
sátira, a d i v i n a c i ó n ,
p r e d i c c i ó n , magia, g u e -
rra,
t o d o l o relativo al c u l t o
y a l o s sacrificios

I r l a n d a : drui c o n p o s t e r i o r i d a d a la
cristianización: bruje-
ría, aspectos i n f e r i o r e s
de la m a g i a .

G a l e s : derwydd términos tardíos o

rehechos, sin valor tra-
C o r n u a l l e s : *drewyth
dicional ni religioso.
B r e t a ñ a : drouiz

VATE

DENOMINACIÓN FUNCIÓN DESVIACIÓN

Irlanda: file sátira, e n c a n t a m i e n t o , p o e s í a oficial escrita,
a d i v i n a c i ó n , magia p o e s í a hablada y c a n -
h a b l a d a y escrita, j u s t i - tada ( p o r u s u r p a c i ó n de
cia, m e d i c i n a , e n s e - las f u n c i o n e s d e l
ñanza, música, guerra. bardo).

Galia: vatis adivinación, predic-

eukage ción, sacrificio.
(Timágenes),
'ovareis
(Estrabón)

(Diodoro)
Irlanda: faith
« c a n t o , alabanza, p o e -
Gales: gwawd
sía,sátira», término n o
funcional, que ha p e r -
dido todo valor reli-
gioso.
 BARDO

DENOMINACIÓN FUNCIÓN DESVIACIÓN

Galia: bardos p o e s í a o f i c i a l n o escrita
(alabanza y r e p r o b a c i ó n ) ,
poeta ( D i o d o r o )
música.

Irlanda: bard Decadencia precoz,

a c e n t u a d a p o r la c r i s t i a n i -
zación.
Gales: bardd Poesía, c a n t o , m ú s i c a .

C o n u a l l e s : barth Palabras sin v a l o r r e l i g i o s o

( « m i m o , saltimbanqui»)

Bretaña: barzh

ESPECIALIZACIONES FUNCIONALES DE LA CLASE

SACERDOTAL IRLANDESA

CATEGORÍA NOMBRE FUNCIÓN

DRUIDA drui ( t é r m i n o g e n e r a l todas las f u n c i o n e s
aplicado a t o d o s los m i e m - comunes: religión, guerra,
b r o s de la clase sacerdotal justicia, educación, poesía,
salvo los b a r d o s ) . sátira, a d i v i n a c i ó n , p r e d i c -
ción, sacrificio.

FILE sencha historiador, anticuario,

genealogista, panegirista,
profesor, arquitecto.

britKem j u e z , jurista, legislador,

arbitro, embajador.

scelaige narrador

cainte satirista

liaig médico, cirujano

( q u e usa tres m e d i c i n a s :
vegetal, m á g i c a , s a n g r a n t e ) .
dorsaide portero

cruitire arpista

- deogbaire copero
ADIVINO faith t é c n i c o d e la p r e d i c c i ó n
( ú n i c a f u n c i ó n sacerdotal
PROFETISA banfaith ( m u j e r - a d i v i n o )
accesible a las m u j e r e s ) .
banfile ( m u j e r - p o e t a )
 II. E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

T r a s h a b e r d e f i n i d o q u é es u n d r u i d a , o m á s b i e n la g r a n clase s a c e r d o t a l
d e l o s d r u i d a s , e s t u d i a r e m o s su m o d o d e f u n c i o n a m i e n t o o , p o r d e c i r l o d e
o t r o m o d o , su v i d a e n s o c i e d a d . P r i m e r o e l f u n c i o n a m i e n t o interno:
¿ c ó m o se e q u i l i b r a b a y se p e r p e t u a b a este ó r g a n o e s e n c i a l e n t o d a s las
c o m u n i d a d e s c e l t a s ? Y l u e g o el e x t e r n o : ¿ q u é s e r v i c i o s p r i n c i p a l e s a t e n -
d í a n l o s d r u i d a s ? , ¿ c u á l e r a s o b r e t o d o su f u n c i ó n e n u n a d e las p r i n c i -
p a l e s o c u p a c i o n e s d e l o s celtas, la g u e r r a ? , ¿ c u á l e r a su l u g a r a n t e la m á s
alta d i g n i d a d , el r e y ?

1 . I_A JERARQUÍA, LA SELECCIÓN Y LA ENSEÑANZA

L a d i f i c u l t a d q u e e x p e r i m e n t a m o s al clasificar m e t ó d i c a m e n t e las diversas

f u n c i o n e s d r u í d i c a s n o es d e b i d a a u n a i n s u f i c i e n c i a d e i n f o r m a c i ó n , s i n o
más b i e n a u n uso demasiado restringido y a una c o m p r e n s i ó n demasiado
e n d e b l e d e la d o c u m e n t a c i ó n e x i s t e n t e . S e r í a u n g r a v e e r r o r p e n s a r ,
c o m o CamiJtle J u l l i a n , q u e l o s d r u i d a s « e s t a b a n c o n s t i t u i d o s e n s o c i e d a -
1
des q u e c o m p e t í a n c o n s o c i e d a d e s p o l í t i c a s » . Es u n a s u p o s i c i ó n i n e x a c t a .
E l d r u i d a n o c o m p i t e c o n e l p o d e r p o l í t i c o ( a c a b a m o s d e v e r l o e n casos
concretos y v o l v e r e m o s a hacerlo gracias a múltiples e j e m p l o s ) , más b i e n

I Histoire de la Gaule I I , p . 8 6 .
78 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

está asociado a él, lo aconseja y ambos viven en armonía, sin dejar el

druida de ser superior en virtud de la primacía de la autoridad espiritual
sobre el poder temporal. O c u p a u n lugar importante, el preferente, en la
2
jerarquía oficial de la ciudad gala o de la provincia irlandesa .
C o m o p r i m e r a respuesta a las preguntas que se plantean, p r o p o n -
dremos la magnífica descripción, viva y colorista, del file Ferchertne y del
druida Cathbad según la V e r s i ó n Stowe de TainBo Cualnge. Estos persona-
j e s , ambos de alto r a n g o , f o r m a n parte del g r a n desfile militar de los
ultonianos antes de entrar en campaña contra el ejército de Irlanda. Es
el rey Fergus q u i e n , c o m o los c o n o c e b i e n , los describe mientras se los
muestra a Ailill, rey de C o n n a u g b t :

« " V i n o o t r a t r o p a a la a l t u r a d e S l e m a i n M i d e —dice M a c Roth—, g e n t e

dura y m u y valerosa, u n a tropa regia m a r c h a n d o orgullosamente y c o n ves-
t i m e n t a s e x t r a o r d i n a r i a s , t a n t o b l a n c a s c o m o a z u l e s , n e g r a s y p ú r p u r a , hasta
e l p u n t o d e q u e c u a l q u i e r h o m b r e v a l i e n t e y d e s t a c a d o d e esta t r o p a s u b l i m e
y p o d e r o s a es c o m p a r a b l e a u n r e y . Es u n r e g a l o p a r a l o s o j o s c o n t e m p l a r s u
b e l l e z a y s u a p a r i e n c i a , c o m o si c a d a u n o d e l o s h o m b r e s d e esta t r o p a fuese
a una asamblea extraordinariamente relevante. Tres h o m b r e s nobles y dis-
t i n g u i d o s v a n d e l a n t e d e esta t r o p a . E l p r i m e r o d e e l l o s está e n v u e l t o e n u n
m a n t o azul o s c u r o c o n ribetes d o r a d o s . U n alfiler d e o r o sujeta el m a n t o
s o b r e e l p e c h o ; lleva u n a t ú n i c a d e e x c e l e n t e s e d a s o b r e la p i e l . L l e v a s a n d a -
lias d e p i e l d e b o r r e g o . N o h a y e n t r e l o s h o m b r e s d e l m u n d o m u c h o s q u e
sean más bellos q u e él. T i e n e u n a cabellera rubia. Lleva u n a espada brillante
e n la m a n o d e r e c h a , c o n e m p u ñ a d u r a d e m a r f i l y e n t r e l a z o s d e h i l o d e o r o .
L a n z a la e s p a d a al a i r e p o r la e m p u ñ a d u r a , d e m o d o q u e cae s o b r e la c a b e z a
d e l h o m b r e d e e n m e d i o , q u e l e d a q u e n o l e d a . L a r e c o g e c u a n d o está
todavía e n el aire de m o d o q u e cae s o b r e la cabeza de o t r o h o m b r e , p e r o
éste la c o g e c o n la m a n o , n o l o h i e r e n i . . . ? ( . . . ) n i p i e l a n i n g u n o d e l o s d o s
y estos d o s h o m b r e s n o la v e n . H a y d o s j ó v e n e s m o r e n o s d e u n b e l l o c o l o r y
rostro b r i l l a n t e . V a n envueltos e n m a n t o s rojos y grises, u n b r o c h e de plata
b l a n c a l e s sujeta el m a n t o s o b r e e l p e c h o . L l e v a n e s p a d a s c o n e m p u ñ a d u r a
b l a n c a bajo su vestimenta. Llevan sandalias p ú r p u r a s . T a n m e l o d i o s o s c o m o
las c u e r d a s d e l a r p a e n t r e las m a n o s d e l o s artistas c u a n d o r e s u e n a n p r o l o n -

2 A l b e r t Bayet, La morale desgaulois, p . 185, t i e n e r a z ó n al l l a m a r la a t e n c i ó n s o b r e la

i g u a l d a d s o c i a l d e l o s d r u i d a s y los c a b a l l e r o s e n la G a l i a . L a m i s m a c o n s t a t a c i ó n
se r e p i t e e n I r l a n d a d o n d e u n h i j o d e g u e r r e r o p u e d e ser d r u i d a y, a la i n v e r s a ,
u n h i j o de d r u i d a ser g u e r r e r o . L a s u p e r i o r i d a d d e l d r u i d a es i n t e l e c t u a l y e s p i r i -
tual.
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A
79

g a d a m e n t e , s o n la voz y el c a n t o d e u n o d e l o s h o m b r e s , t a n b e l l o s q u e es
s u f i c i e n t e p l a c e r p a r a el e j é r c i t o o í r el s o n i d o d e s u v o z . C a d a h o m b r e de
esta t r o p a t i e n e el v a l o r d e u n r e y o d e u n c a n d i d a t o a r e y , t a n t o p o r su
a s p e c t o c o m o p o r la v e s t i m e n t a , t a n b u e n o s q u e p a r e c e q u e s o n t o d o s r e y e s .
N o llevan l a n z a s o e s p a d a s c o n ellos, s i n o q u e las p o r t a n sus s e r v i d o r e s " .
" S o n g e n t e o r g u l l o s a — d i c e A i l i l l — , ¿ y q u i é n e s s o n , o h , F e r g u s ? " . " Y o l o sé
e n v e r d a d —dice Fergus—, s o n la g e n t e d e a r t e d e l o s u l t o n i a n o s a l r e d e d o r d e
F e r c h e r t n e , y el h o m b r e b l a n c o h a c i e n d o n u m e r o s o s j u e g o s q u e h a s visto es
el d o c t o r d e los u l t o n i a n o s , F e r c h e r t n e . A n t e él d e s c i e n d e n los lagos y los
r í o s c u a n d o satiriza, y a s c i e n d e n c u a n d o alaba. L o s o t r o s d o s q u e has visto
s o n A i t h i r n e , el j e f e d e los p o e t a s , a q u i e n los h o m b r e s n o p u e d e n negar
n a d a , y A i l i l l e l d e l a b o c a d e m i e l , h i j o d e C a t h b a d : ¡la r a z ó n p o r l a q u e l o
l l a m a n b o c a d e m i e l es q u e l a s p a l a b r a s d e c i e n c i a q u e v i e n e n d e é l s o n t a n
d u l c e s c o m o la m i e l ! " .

" V i n o o t r a t r o p a a la a l t u r a d e S l e m a i n M i d e —dice M a c R o t h — , con-

t e m p l a r l o s es u n e s p e c t á c u l o o d i o s o y a t e r r a d o r . L l e v a n m a n t o s a z u l e s y
abigarrados c o n verdes, p ú r p u r a s , grises, blancos y n e g r o s . U n regio h o m -
b r e c a n o , d e l a r g a vista, m a r c h a al f r e n t e d e esta t r o p a . T i e n e u n a h i r s u t a
cabellera b l a n c a y gris. Lleva u n m a n t o azul y p ú r p u r a . Lleva u n b r o c h e , e n
f o r m a d e h o j a c o n r e b o r d e d e o r o , s o b r e el p e c h o s u j e t a n d o el m a n t o .
L l e v a s a n d a l i a s a m a r i l l a s . L l e v a al h o m b r o u n a g r a n e s p a d a d e aspecto
e x t r a ñ o . A su vera van d o s j ó v e n e s de r o s t r o b l a n c o y cabello rizado. Llevan
m a n t o s v e r d e s , s a n d a l i a s p ú r p u r a s y e s c u d o s p a r d o s c o n l i g a d u r a s e n la
m a n o . Llevan espadas de e m p u ñ a d u r a blanca con a d o r n o s de bronce
b l a n c o . U n o d e l o s d o s h o m b r e s t i e n e la c a r a a n c h a , la m i t a d d e ella c l a r a .
U n o d e los d o s s e r v i d o r e s alza s u m i r a d a h a c i a el c i e l o y o b s e r v a el c i e l o : d a
r e s p u e s t a s a la m a r a v i l l o s a t r o p a q u e l o r o d e a . A l z a n t o d o s s u s o j o s h a c i a l o
a l t o y o b s e r v a n las n u b e s . L a n z a n e n c a n t a m i e n t o s a l o s e l e m e n t o s d e m o d o
q u e é s t o s l i b r a n c o m b a t e e n t r e e l l o s . S e f o r m a n n u b e s d e f u e g o s o b r e el
b a l u a r t e y el c a m p o d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a " . " ¿ Q u i é n es ése d e a l l í ? " ,
d i c e A i l i l l . " Y o l o sé —dice Fergus—, es la b a s e d e l s a b e r , el q u e m a n d a s o b r e
l o s e l e m e n t o s , el q u e s u b e al c i e l o , el q u e c i e g a l o s o j o s , el q u e se a p r o p i a
d e j a - f u e r z a d e l o s e x t r a n j e r o s c o n s u s p o d e r e s d r u í d i c o s ; es C a t h b a d , el
d r u i d a amable, c o n los d r u i d a s del Ulster a su a l r e d e d o r . O f r e c e . . . ? (...),
el d i c t a m e n d e los e l e m e n t o s , a n u n c i a a q u i e n e s le p r e g u n t a n c u á l será el
r e s u l t a d o d e esta g r a n batalla d e G a r e c h e Ilgarech. L o s d o s j ó v e n e s q u e v a n
a su vera s o n sus d o s hijos, a saber, I m r i n n , hijo de C a t h b a d , y G e n o n n
Gruadsholus, hijo de Cathbad, ese c u y o r o s t r o t i e n e u n a m i t a d clara.
8o I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

O c u r r a l o q u e o c u r r a , les será difícil a los h o m b r e s d e I r l a n d a resistir los

3
e n c a n t a m i e n t o s d e los d r u i d a s " » .

Esta d e s c r i p c i ó n p o n e d e r e l i e v e v a r i o s r a s g o s n o t o r i o s :
— L a e m i n e n t e d i g n i d a d d e l file y d e l d r u i d a : d e s t a c a d a p o r la r i q u e z a
y s u n t u o s i d a d de su v e s t i m e n t a . L a c o m p a r a c i ó n r e g i a es, e n la E d a d
M e d i a irlandesa, el g r a d o más elevado del superlativo l a u d a t o r i o .
— L a c o n d i c i ó n g u e r r e r a : e l l u j o s o a r m a m e n t o se d e s c r i b e c o n p r e c i -
s i ó n ( e s p a d a , l a n z a , e s c u d o ) . A e l l o se a ñ a d e , e n e l c a s o d e F e r c h e r t n e ,
e l d e t a l l e d e u n e j e r c i c i o d e d e s t r e z a g u e r r e r a ( t i r a r la e s p a d a al a i r e y
c o g e r l a antes de q u e caiga y hiera a a l g u i e n ) , l o q u e habitualmente
f o r m a p a r t e d e las h a b i l i d a d e s d e u n h é r o e c o m o G u c h u l a i n n o C o n a l l
Cernach.
— E l p o d e r s o b r e las a g u a s e n e l c a s o d e F e r c h e r t n e , el p o d e r s o b r e el
a i r e y el f u e g o e n el d e C a t h b a d , a d e m á s d e la p r e d i c c i ó n y la sátira.
— L a existencia, n o de u n a j e r a r q u í a administrativa o religiosa e n el
s e n t i d o q u e l e d a m o s h o y a esta p a l a b r a , s i n o d e u n a j e r a r q u í a b a s a d a e n
la p r e e m i n e n c i a y l a p r i m a c í a i n t e l e c t u a l y e s p i r i t u a l . C a t h b a d es l a
« b a s e d e l s a b e r » y , p o r esta s o l a r a z ó n , va r o d e a d o d e l o s d r u i d a s d e l
U l s t e r y d e sus d o s h i j o s , d r u i d a s c o m o é l .
E n análisis ulteriores e m e r g e r á n otros detalles. P e r o p o r ahora lo
m á s i m p o r t a n t e es r e s a l t a r la s o l i d a r i d a d d e l d r u i d a y el file, i n v o l u c r a d o s
e n la m i s m a a v e n t u r a g u e r r e r a e n d e f e n s a d e l o s m i s m o s i n t e r e s e s . T a m -
b i é n se p o n e d e m a n i f i e s t o l a s o l i d a r i d a d e f e c t i v a , p o r u n l a d o , d e l
d r u i d a y la clase g u e r r e r a y, p o r o t r o l a d o , d e l d r u i d a y la p r o v i n c i a a la
q u e s i r v e . E s e v i d e n t e q u e el d r u i d a y el file, c a d a u n o e n la esfera d e sus
c o m p e t e n c i a s , u t i l i z a n sus p o d e r e s e n p r o v e c h o d e l o s c o m b a t i e n t e s d e
s u e j é r c i t o . L o s d r u i d a s n o se h a c e n la c o m p e t e n c i a y , s o b r e t o d o , n o
h a c e n la c o m p e t e n c i a a la « c l a s e » p o l í t i c a , es d e c i r , al p o d e r t e m p o r a l .
O t r o e r r o r , i g u a l m e n t e s e r i o , sería s u p o n e r , c o m o h a c e D ' A r b o i s d e
4
Jubainville, que los druidas n o c o n o c i e r o n u n a jerarquía clara , o que
1 5
l o s d r u i d a s y los filia i r l a n d e s e s c o n s t i t u y e r o n c o r p o r a c i o n e s r i v a l e s . L a

u e
3 E d i c i ó n d e E . W i n d i s c h , Irische Texte. V é a s e p p . 7 8 5 ~ 7 9 3 > q r e p r o d u c e la V e r s i ó n
S t o w e c o n t e n i d a e n u n m a n u s c r i t o d e 1 6 3 3 . C e c i l e O ' R a h i l l y , The Stowe Versión ofthe
TáinBd Cüalnge, D u b l í n , 1 9 6 1 , p p . 1 4 0 - 1 4 2 , l í n e a s 4 4 3 7 - 4 5 0 1 .
s s
4 Les Celtes et leslanguesceltiques, p p . 1 2 9 Y - P a r a F e r d i n a n d L o t , La Gaule, e d . I 9 7 ° > p -
63, los d r u i d a s s o n u n a especie de « c o f r a d í a » d e sabios.
5 E s t e e r r o r d e D ' A r b o i s h a t e n i d o u n a f u e r t e i n f l u e n c i a e n las i n v e s t i g a c i o n e s u l t e -
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A 8l

r i v a l i d a d , c u a n d o se p r o d u c e , s u r g e e n t r e d o s o v a r i o s d i g n a t a r i o s d e l
m i s m o r a n g o , pues n o había sólo especialidades, sino t a m b i é n niveles,
títulos o grados de c o n o c i m i e n t o .
E n l a G a l i a , C é s a r c o n s i g n a f o r m a l m e n t e la e x i s t e n c i a d e u n a j e r a r -
q u í a y las l í n e a s q u e l e d e d i c a a e l l o s o n i r r e f u t a b l e s :

«Al f r e n t e d e t o d o s e s t o s d r u i d a s se e n c u e n t r a u n o s o l o , e l q u e t i e n e
m á s a u t o r i d a d e n t r e e l l o s . C u a n d o m u e r e , si a l g u n o d e e n t r e l o s r e s t a n t e s
d e s t a c a p o r s u p r e s t i g i o , l e s u c e d e ; si h a y v a r i o s i g u a l a d o s , se l e e l i g e e n u n a
v o t a c i ó n d e l o s d r u i d a s . A l g u n a s veces la p r i m a c í a se d i r i m e c o n l a s
6
armas» .

C é s a r destaca el h e c h o m a y o r , suficiente para él, d e q u e l o s druidas

7
n o s o n iguales entre sí . Pero, c o m o acabamos de precisar a p r o p ó s i t o del
d r u i d a C a t h b a d , la j e r a r q u í a se basa e n u n a p r e e m i n e n c i a o u n a p r i m a -
cía d e l s a b e r . C é s a r e s c r i b i ó praeest ( « p r e s i d e » ) y n o imperat, auctoritatem
( « a u t o r i d a d —moral o e s p i r i t u a l — » ) y n o imperium*. S o n m a t i c e s sutiles y
p r e c i s o s , p o r l o q u e h a y q u e t e n e r l o s e n c u e n t a e n la t r a d u c c i ó n . N u n c a
hubo u n «archidruida», ni u n «gran druida», ni u n «druida en jefe».
E n Irlanda t e n e m o s , j u n t o c o n el p r i m e r t e s t i m o n i o d e la v e r d a d e r a
n a t u r a l e z a d e la j e r a r q u í a , u n e j e m p l o d e l a r i v a l i d a d e n t r e d o s d r u i d a s ,
o m á s b i e n e n t r e d o s filid ( l o q u e v i e n e a s e r l o m i s m o ) . N o es u n a l u c h a
con armas, sino una justa oratoria m u y erudita y c o n u n intenso carác-
t e r c o r t e s a n o . P e r o ésta s i g u e e l m i s m o p r i n c i p i o q u e a q u é l l a , p u e s tales
disputas académicas exigen u n a e n o r m e virtuosismo verbal, u n a extraor-
d i n a r i a a g i l i d a d i n t e l e c t u a l y u n a a g u d a c a p a c i d a d d e r é p l i c a , así c o m o
estar a t e n t o e n t o d o i n s t a n t e , h a s t a p a r a e l t r a d u c t o r y e l l e c t o r m o d e r -
nos. E l t e x t o , q u e se r e m o n t a al s i g l o IX m á s o m e n o s , es Immacaüaim in da
Tuaraid ( « E l d i á l o g o d e l o s d o s s a b i o s » ) . L o s c o n t e n d i e n t e s aspiran al

r i o r e s , ya q u e ha i m p e d i d o el e s t u d i o d e la j e r a r q u í a i r l a n d e s a . S e c r e y ó q u e la
c r i s t i a n i z a c i ó n p u d o h a b e r s e l l e v a d o a c a b o c o n los filid c o n t r a l o s d r u i d a s .
6 Comentarios V I , 1 3 [trad. e s p . : op. ext., p . 2 1 2 ] .
7 Ibid. E s t e pasaje d e C é s a r se h a m a l i n t e r p r e t a d o m a y o r i t a r i a m e n t e p o r q u e se
creyó',"debido a u n defectuoso c o n o c i m i e n t o de los textos, q u e los druidas n o
t e n í a n d e r e c h o d e l l e v a r a r m a s (Jan d e V r i e s , « D i e D u i d e n » , e n Kairos, n . ° 2,
1960, p p . 6 7 - 8 2 ) . A p a r t e d e l o q u e v i e n e a c o n t i n u a c i ó n , véase F r a n c o i s e L e
R o u x , « N o t e s d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s V I L II C o n t r i b u t i o n á u n e d é f i n i t i o n des
d r u i d e s » , Ogam, n . ° 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 4 8 5 - 4 8 6 .
« E l q u e t i e n e m á s a u t o r i d a d e n t r e e l l o s » y « p r e s t i g i o » , e n la t r a d u c c i ó n espa-
ñola que venimos citando. C f r . p . 15 [ N . del T . ] .
82 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

c a r g o d e d o c t o r (ollamh) d e l o s filid d e l U l s t e r . U n o es u n j o v e n a m b i c i o s o
( l e g í t i m a m e n t e ) , N e d e , h i j o de A d n a e (el p r e c e d e n t e titular del c a r g o ,
q u e a c a b a d e m o r i r ) , y el o t r o es u n p o e t a c é l e b r e y d e m á s e d a d , F e r -
c h e r t n e . T r a s e n t e r a r s e p o r e l l a m e n t o d e las o l a s d e l a m u e r t e d e su
p a d r e , N e d e y sus t r e s h e r m a n o s v u e l v e n a p r e s u r a d a m e n t e a E m a i n
M a c h a , capital del Ulster:

« A s í p u e s , el m u c h a c h o c a m i n a b a , c o n u n a r a m a d e p l a t a e n c i m a d e él,

p u e s e s l o q u e h a b í a e n c i m a d e l o s anruth; u n a r a m a de o r o e n c i m a de los

d o c t o r e s , u n a r a m a d e b r o n c e e n c i m a d e los d e m á s poetas.

P a r t i e r o n p o r t a n t o h a c i a E m a i n M a c h a . B r i c r i u se l o s e n c o n t r ó e n la

p r a d e r a . L e s d i j o q u e , si l e d a b a n u n a g r a t i f i c a c i ó n , N e d e s e r í a d o c t o r d e

I r l a n d a g r a c i a s a su c r é d i t o y a su i n t e r v e n c i ó n . N e d e le d i o u n a túnica

p ú r p u r a c o n b o r d a d o s d e o r o y p l a t a . B r i c r i u le d i j o q u e se s e n t a s e e n el

sitio del d o c t o r y q u e F e r c h e r t n e estaba m u e r t o , a u n q u e estaba p o r enton-

ces al n o r t e d e E m a i n e n s e ñ a n d o s u c i e n c i a a s u s a l u m n o s .

B r i c r i u d i j o l u e g o q u e u n h o m b r e i m b e r b e n o p o d í a a s u m i r el c a r g o d e

d o c t o r e n E m a i n M a c h a , p u e s e r a a ú n u n n i ñ o e n l o r e l a t i v o a la e d a d .

N e d e t o m ó u n p u ñ a d o d e h i e r b a y les e c h ó u n e n c a n t a m i e n t o d e modo

q u e t o d o s c r e y e r o n q u e t e n í a b a r b a . F u e a s e n t a r s e e n la silla d e d o c t o r y se

p u s o su vestimenta. Este vestido tenía tres colores, a saber, u n a s p l u m a s de

p á j a r o b r i l l a n t e s e n m e d i o , u n a l u v i ó n d e b r o n c e b l a n c o e n la p a r t e i n f e -

r i o r , h a c i a el e x t e r i o r , y el c o l o r d e l o r o e n la p a r t e s u p e r i o r .

B r i c r i u fue e n s e g u i d a a ver a F e r c h e r t n e y le d i j o : " N o estaría b i e n , o h ,

F e r c h e r t n e , q u e te privasen de t u cargo de d o c t o r . U n j o v e n h o n o r a b l e h a

o c u p a d o el c a r g o d e d o c t o r e n E m a i n " . F e r c h e r t n e e n t r ó e n c ó l e r a y fue al

palacio. Se detuvo e n el u m b r a l con la m a n o s o b r e el b a s t ó n . Dijo:

" ¿ Q u i é n es el p o e t a ? " .

E l l u g a r d o n d e t r a n s c u r r e e s t e d i á l o g o es E m a i n M a c h a . E l t i e m p o es e l

de C o n c h o b a r , hijo de Nes. Sus autores son N e d e , hijo de A d n a e , de

C o n n a u g h t — d o n d e f o r m a p a r t e d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , c o m o se d i c e

e n la c o n v e r s a c i ó n : " S o y el h i j o d e P o e s í a , P o e s í a h i j a d e la Búsqueda,

e t c . "—y F e r c h e r t n e , e l p o e t a d e l o s u l t o n i a n o s . E l m o t i v o d e e s t a c o m p o s i -

c i ó n es q u e M e d b y A i l i l l e n t r e g a r o n el v e s t i d o d e A d n a e a F e r c h e r t n e t r a s

la m u e r t e d e A d n a e . N e d e , h i j o d e A d n a e , v i n o d e E s c o c i a , c o m o hemos

d i c h o , y se s e n t ó e n l a s i l l a d e l d o c t o r . F e r c h e r t n e e n t r ó e n l a c a s a y d i j o a l

ver a N e d e :

" ¿ Q u i é n e s e l p o e t a q u e se c u b r e c o n t a n e s p l e n d o r o s o s ropajes?

¿ Q u i é n tocará después de haber cantado poesía?

 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A
83

P o r l o q u e v e o es u n d i s c í p u l o :
d e h i e r b a está h e c h a s u b a r b a .
E n vez de cantar poesía,
¿ q u i é n es el p o e t a q u e l i t i g a ?
N u n c a o í e l s e c r e t o d e la i n t e l i g e n c i a d e l h i j o d e A d n a e .
N u n c a l o oí c o n c o n o c i m i e n t o real.
E s u n e r r o r , v i e n d o m i s c r e d e n c i a l e s , el l u g a r d o n d e se s i e n t a N e d e " .
H e a q u í la h o n o r a b l e r e s p u e s t a q u e N e d e d i o a F e r c h e r t n e :
DLXIT N E D E
" O h , v e n e r a b l e a n c i a n o , t o d o s a b i o es u n s a b i o q u e c o r r i g e .
E l s a b i o es e l r e p r o c h e d e l i g n o r a n t e .
A n t e s de m o n t a r e n cólera contra nosotros
buscará q u é v e n e n o , q u é naturaleza hay en nosotros,
b i e n v e n i d o sea el a g u d o s e n t i d o d e la s a b i d u r í a .
T e n u e es el r e p r o c h e al q u e se e x p o n e u n j o v e n c u a n d o n o le
[ p r e g u n t a n p o r su a r t e .
A c é r c a t e , jefe, p e r o c o n u n p r o c e d e r más legal.
A p e n a s m e c o n c e d e s e l p a s t o d e la i n s t r u c c i ó n .
E n s e ñ a s m a l , has e n s e ñ a d o m a l .
Y o h e i n g e r i d o el j u g o d e u n h o m b r e b u e n o , r i c o e n t e s o r o s " .
DLXIT F E R C H E R T N E
"Una pregunta, oh, muchacho instruido: ¿de dónde vienes?".
RESPONDIT NEDE
" N o es d i f í c i l : d e l t a l ó n d e u n s a b i o ,
de u n a confluencia de sabiduría,
d e las p e r f e c c i o n e s d e b o n d a d ,
del r e s p l a n d o r del sol naciente,
de los avellanos del arte p o é t i c o ,
de los círculos de esplendor

p o r l o s q u e m e d i m o s l o v e r d a d e r o a p a r t i r d e su e x c e l e n c i a ,
p o r l o s q u e c o n o c e m o s la v e r d a d ,
p o r los q u e la m e n t i r a desaparece,
-dóríde se v e n c o l o r e s
c o n los que reavivamos los p o e m a s .
¿ Y tú, o h , venerable a n c i a n o , de d ó n d e v i e n e s ? " .
RESPONDIT FERCHERTNE
" N o es d i f í c i l : h e v e n i d o a l o l a r g o d e las c o l u m n a s d e la e d a d ,
a l o largo de los ríos de Leinster,
84 I. EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

a l o l a r g o d e l sid d e l a m u j e r d e N e c h t a n ,
a l o l a r g o d e l b r a z o d e la m u j e r d e N u a d a ,
a lo largo del país del sol,
a l o l a r g o d e las r e s i d e n c i a s d e la l u n a ,
a l o l a r g o d e l c o r d ó n u m b i l i c a l d e la j u v e n t u d .
U n a p r e g u n t a , o h , j o v e n i n s t r u i d o : ¿ c ó m o te l l a m a s ? " .
RESPONDIT NEDE
N o es difícil: m u y p e q u e ñ o , m u y g r a n d e , m u y b r i l l a n t e , m u y d u r o ,
a r d o r del fuego,
fuego de palabras,
ruido de conocimiento,
fuente de riqueza,
espada de canto,

s o l i d e z d e l a r t e c o n el a r d o r d e l f u e g o ,
¿ Y tú, o h , v e n e r a b l e a n c i a n o , c ó m o te l l a m a s ? " .
RESPONDIT FERCHERTNE
" N o es difícil: el m á s c e r c a n o a los a u g u r e s ,
e l c a m p e ó n q u e e x p l i c a l o q u e se d i c e , l o q u e se p r e g u n t a ,
pesquisa de ciencia,
trama de arte,
cesta d e poesía,
abundancia del mar,

U n a pregunta, oh, joven instruido: ¿ q u é arte practicas?".

RESPONDIT NEDE
" N o es d i f í c i l : r u b o r d e c o m p o s t u r a ,
p u n t a e n la c a r n e ,
s u p r e s i ó n d e la t i m i d e z ,
a l e j a m i e n t o d e la i m p u d i c i a ,
a l i m e n t o d e la p o e s í a ,
c o r t e j o d e la c i e n c i a ,
a r t e p a r a t o d a s las b o c a s ,
difusión del c o n o c i m i e n t o ,
d e s n u d e z d e la p a l a b r a
en u n a p e q u e ñ a alcoba,
ganado del sabio,
afluente de ciencia,
abundancia de enseñanza,
8
delicias de rey, leyendas b i e n c o m p u e s t a s " » .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A 85

« E l d i á l o g o d e l o s d o s s a b i o s » es u n t e x t o d i f í c i l , e n el q u e a b u n d a n
las m e t á f o r a s o s c u r a s y las a l u s i o n e s a u n a c i e n c i a q u e ya n o e n t e n d e m o s .
P e r o el m o t i v o está c l a r o : se t r a t a d e s a b e r q u i é n s e r á , N e d e o F e r -
c h e r t n e , el q u e o c u p e el p r i m e r p u e s t o e n la j e r a r q u í a d e l o s p o e t a s d e l
U l s t e r . Y e l m o d o e n e l q u e se d e s a r r o l l a la d i s p u t a a c a d é m i c a m u e s t r a
b i e n a las c l a r a s , si a l g u n a falta h a c í a , q u e será a q u e l q u e m á s s e p a .
I r l a n d a , q u e h a i n v e n t a d o o d e f i n i d o e n sus r e p e r t o r i o s , j u r í d i c o s y
de o t r o t i p o , t a n t o s m a t i c e s , n o p o d í a s i n o s e g u i r l o q u e e n el f o n d o
v i e n e a ser la r e g l a i n m u t a b l e d e t o d o s l o s s a c e r d o c i o s o r g a n i z a d o s :
« t o d o s los p r í n c i p e s del r e i n o , los g r a n d e s y los jefes de p r o v i n c i a s . . . los
s e ñ o r e s de los d r u i d a s » , dijo C o l g a n e n el siglo XVII a p r o p ó s i t o de u n a
d e las r a r í s i m a s m e n c i o n e s d e s a c r i f i c i o s (ad sacrificia idolis immolanda) que
9
n o s h a l e g a d o la h a g i o g r a f í a i r l a n d e s a . E s t o c o n f i r m a la a f i r m a c i ó n d e
T i m á g e n e s e n A m i a n o M a r c e l i n o : « P o r su p a r t e l o s d r u i d a s , d e i n t e l i -
gencia superior, unidos por comunidades fraternales... intentaron
1 0
a l c a n z a r la r e s p u e s t a a c u e s t i o n e s o c u l t a s y e l e v a d a s » .
L a a f i r m a c i ó n d e la alta d i g n i d a d d e la clase s a c e r d o t a l i r l a n d e s a está
i n s c r i t a c o n e x t r a o r d i n a r i a c l a r i d a d e n la j e r a r q u í a d e l o s filid tal y c o m o
se d e s c r i b e e n Crith Gablach ( « L a r a m a a h o r q u i l l a d a » ) . E n el s i g u i e n t e
f r a g m e n t o , el n o m b r e d e l d r u i d a (drui) h a s i d o s u s t i t u i d o p o r el d e s a b i o
(sui). Pese a las e t i m o l o g í a s a n a l ó g i c a s u t i l i z a d a s e n la e x p l i c a c i ó n ( d e ellas
a r r a n c a el c o m e n t a r i o o le s i r v e n d e s o s t é n ) , se trata d e u n pasaje v a l i o s o :

« L o s siete g r a d o s d e la s a b i d u r í a e s t a b l e c i d o s s o n : u n g r a n s a b i o y u n s a b i o ,

l a o l a b r i l l a n t e o la o l a d e l a p e ñ a , e l i l u m i n a d o r , el i n t e r r o g a d o r y e l a l u m n o .

El g r a n s a b i o , p o r lo q u e a él r e s p e c t a , t i e n e tres n o m b r e s : g r a n s a b i o ,

d o c t o r y s a b i o e n l e t r a s . E l d o c t o r está t a m b i é n e n la casa d e l c e n t r o , p u e s

es él q u i e n está e n la casa al l a d o d e la d e l r e y . U n g r a n s a b i o n u n c a c a r e c e

d e r e s p u e s t a a u n a p r e g u n t a a c e r c a d e las c u a t r o p a r t e s d e la s a b i d u r í a . . . S u

8 BookofLeinster, e d . B e s t - O ' B r i e n , IV, D u b l í n , 1965, folios l 8 6 a - l 8 7 a , p p . 8 1 5 - 8 2 0 .

V é a s e u n e s t u d i o c o m p l e t o d e este texto y su t r a d u c c i ó n i n t e g r a l francés e n C h r i s -
t i a n - J . G j t a y o n v a r c ' h , Le dialogue des deuxsages, P a r í s , 1 9 9 9 .
9 Trias Thaumaturga, p . 125-
10 Historia X V , 9 , 8 . E n u n a r e s e ñ a d e l Curso de literatura celta I d e D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e
(Revue Celti que, n . ° 2 1 , p . I O l ) , S a l o m ó n R e i n a c h o b s e r v a c o n a c i e r t o q u e el s a c e r -
d o t e g r i e g o e s t á v i n c u l a d o a u n t e m p l o y a l c u l t o d e l d i o s al c u a l e l t e m p l o e s t á
c o n s a g r a d o , p e r o q u e n o f o r m a p a r t e d e u n c o l e g i o o u n a clase s a c e r d o t a l j e r a r -
q u i z a d a . A la i n v e r s a , n o h a y q u e v e r e n las s o l i d a r i d a d e s d e las q u e h a b l a T i m á -
g e n e s el o r i g e n d e l m o n a c a t o i r l a n d é s .
 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

s é q u i t o es d e v e i n t i c u a t r o p e r s o n a s . S e r á a c r e e d o r d e la s é p t i m a p a r t e d e la
c o m p e n s a c i ó n p o r s u m u e r t e si se l e n i e g a n a l i m e n t o s .
E l p r o f e s o r d e l e t r a s : t r e s c o s a s l o e l e v a n al r a n g o d e la c o m p e n s a c i ó n
d e b i d a a u n rey d e p r o v i n c i a : c o m p r e n d e r a los a l u m n o s q u e r e c i b e n su
e n s e ñ a n z a y p e r m a n e c e r e n m i t a d d e e l l o s . N o se p a g a a este h o m b r e su p r e -
c i o a s i g n a d o si d i c e o e n s e ñ a u n a t o n t e r í a , p o r q u e está v e r s a d o e n la p e n i t e n -
cia y e n el d e r e c h o .

A h o r a l a o l a b r i l l a n t e (anruth): se l l a m a así p o r c u a t r o r a z o n e s : a c a u s a
d e l o b r i l l a n t e d e s u e n s e ñ a n z a , a c a u s a d e sus n u m e r o s a s c u a l i d a d e s i n t e -
l e c t u a l e s , a c a u s a d e la e l o c u e n c i a d e s u l e n g u a j e y a c a u s a d e la e x t e n s i ó n d e
s u c i e n c i a ; p o r q u e r e a l i z a c o m p o s i c i o n e s e n c a d a u n a d e las p a r t e s d e l a
c i e n c i a : p o e s í a , l i t e r a t u r a y s u s i n c r o n í a ; p e r o n o l l e g a a a l c a n z a r la c u m b r e
d e la c i e n c i a . S u s é q u i t o es d e d o c e p e r s o n a s .

E l s a b i o es u n h o m b r e q u e e n s e ñ a l a c u a r t a p a r t e d e l a c i e n c i a , sea l a
q u e sea, c o m o C e n n f a e l a d h : " u n e x c e l e n t e s a b i o e n d e r e c h o c a n ó n i c o , a
c a u s a d e s u b e l l a y b u e n a n o b l e z a " . E l n ú m e r o d e sus g e n t e s es d e o c h o ; la
c o m p e n s a c i ó n q u e t i e n e a s i g n a d a es d e siete cumal.
L a o l a d e la p e ñ a (sruth do aül): la a c t i v i d a d d e esta o l a a h o g a t o d o l o q u e
es p e q u e ñ o , l i g e r o y d é b i l . A r r a s t r a b l o q u e s d e r o c a q u e t o m a n la a p a r i e n -
cia d e a r e n a c o n e l c a l o r d e la a t m ó s f e r a . I g u a l q u e e l h o m b r e c o n e l q u e se
le c o m p a r a : a h o g a a l o s m a l o s a l u m n o s a l o s q u e c o n f u n d e c o n l o s b l o q u e s
d e su t e s t i m o n i o y su i n t e l i g e n c i a . Es capaz d e a d a p t a r su e n s e ñ a n z a a la
i n f o r m a c i ó n d i s p o n i b l e , p o r c o n s i d e r a c i ó n h a c i a la g e n t e d e p o c a i n s t r u c -
c i ó n que retrocede e n presencia de u n a n o b l e ola.

E l i l u m i n a d o r : es a q u e l q u e r e s p o n d e a s u t u t o r c o n la i n t e l i g e n c i a d e
u n d o c t o r . S u c o m p e n s a c i ó n a s i g n a d a es d e t r e s cumal y m e d i o . E x p l i c a e l
s e n t i d o d e t o d a s las d i f i c u l t a d e s a c a u s a d e l a e x c e l e n c i a d e s u j u i c i o y d e l
brillo de su inteligencia.

E l i n t e r r o g a d o r : p r e g u n t a a s u t u t o r c o n la i n t e l i g e n c i a d e u n d o c t o r .
S u c o m p e n s a c i ó n a s i g n a d a es d e m e d i o cumal.
A s í p u e s , l o s g r a d o s d e la c i e n c i a y la iglesia, q u e c o r r e s p o n d e n a los
g r a d o s d e l o s p o e t a s y l o s e r u d i t o s , s o n s i m i l a r e s . P e r o p a r a e l l o s la c i e n c i a
es la m a d r e d e t o d a s las artes y d e s u m a n o b e b e n t o d o s .

L o s siete g r a d o s d e l file: éces, ansruth, di, cana, dos, macfuirmidh, fochlocc.

Eces ( « p o e t a » ) : es d e c i r , ecsmacht-ces («que no encuentra dificultad»),
a q u e l al q u e n o p u e d e d e t e n e r n i n g u n a d i f i c u l t a d o i m p o s i b i l i d a d ; e
i n c l u s o n o hay n a d a e n su arte q u e le resulte difícil, p o r l o q u e su n o m b r e
es nemces ( « s i n d i f i c u l t a d » ) o esmachtces ( « q u e n o e n c u e n t r a d i f i c u l t a d » ) .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A 87

File ( « v i d e n t e » ) : e s d e c i r , fiahhai ( « n o b l e s a b i d u r í a » ) , a s a b e r , q u e la

s a b i d u r í a v i e n e d e él, p u e s l o q u e es n o b l e e n él es el c o n o c i m i e n t o o la

e n s e ñ a n z a e n la l e n g u a c o m ú n . D e él v i e n e n el a l u m n o , el f i l ó s o f o , el

p o e t a y l a p o e s í a . O bienal//, e s d e c i r , f¡ ( « v e n i r » ) d e s u s s á t i r a s y li ( « b r i -

l l a n t e » ) de su arte.

E l d o c t o r : p r o t e g e m u c h o . E n s e ñ a las c u a t r o p a r t e s d e la p o e s í a , p u e s el

n ú m e r o d e s u s g e n t e s es el m á s g r a n d e y s u p r o t e c c i ó n es m á s g r a n d e q u e la

d e t o d o s l o s d e m á s g r a d o s . O b i e n d o c t o r (oüam): g r a n d e es la c o m p a ñ í a

(oüadam): v e i n t i c u a t r o p e r s o n a s . P o r q u e existen tres d o c t o r e s : el d o c t o r e n

s a b i d u r í a , el s a b i o e n t o d o c o n o c i m i e n t o , y p o r e s o r e c u r r e n a él: l o q u e se

le p i d e , n o l o d e n i e g a . T a m p o c o d e él v i e n e n d i f i c u l t a d e s n o r e s u e l t a s e n

l o s j u i c i o s d e l o s p a d r e s y l o s a b u e l o s . O b i e n d o c t o r (ollam): más grande

(uille) es el n ú m e r o d e a q u e l l o s q u e e s t á n b a j o s u p r o t e c c i ó n q u e b a j o la d e

l o s d e m á s g r a d o s . O b i e n g r a n d o c t o r , el q u e v i n c u l a y n o es v i n c u l a d o .

¿ C ó m o p u e d e s e r ? R e s p u e s t a : c o m o el rey d e C o n n a u g h t e n la e x p r e s i ó n :

n o e s g r a n d o c t o r (nihollam nard) d e l a p r o v i n c i a d e A i l i l l , h i j o d e M a t a M o r .

O b i e n d o c t o r q u e p r o t e g e m u c h o (olí do eim) a c u a l q u i e r a y s i n n o b l e z a e n

el c o n o c i m i e n t o d e los g r a d o s . E l d o c t o r e n p o e s í a e n s e ñ a las c u a t r o p a r t e s

d e la p o e s í a sin i g n o r a r n a d a .

N o b l e o l a (anruth), es d e c i r , q u e v i n c u l a y n o es v i n c u l a d o , c o m o el rey

q u e se a d u e ñ ó d e I r l a n d a .

L a n o b l e o l a es la b e l l a o l a d e e l o g i o q u e v i e n e d e él y la o l a d e r i q u e z a

q u e va h a c i a él.

CU: e s d e c i r , q u e l a n a t u r a l e z a d e l o s p i l a r e s e s e s t a r f u e r t e s y d e r e c h o s .

E l cli e s a l u m n o y r e c i b e e n s e ñ a n z a ; p r o t e g e y e s p r o t e g i d o : e s p o d e r o s o a

p a r t i r d e l u m b r a l d e la casa. A s í es el g r a d o e n la casa d e la p o e s í a : s u a r t e es

p o t e n t e y s u j u i c i o es r e c t o e n el c i r c u i t o d e s u p r o f e s i ó n . Eleva s u d i g n i d a d

p o r e n c i m a de a q u e l l o s q u e s o n i n f e r i o r e s a él, p o r q u e su a r t e protege

t o d o l o q u e e x i s t e , d e s d e l a o l a b r i l l a n t e (anruth) h a s t a el a p r e n d i z (fochloc).

Dos-, s u n o m b r e v i e n e d e s u p a r e c i d o c o n u n á r b o l , a s a b e r , q u e a p r e n -

d e n s u a r t e p o r e l n o m b r e d e u n á r b o l . S e l o l l a m a dos i g u a l m e n t e p o r e l

n o m b r e d e u n á r b o l y a c a u s a d e s u p a r e c i d o . P u e s e l á r b o l d e u n a ñ o es u n

dos q u e t i e n e c u a t r o h o j a s . E l s é q u i t o d e l dos e s p o r t a n t o d e c u a t r o p e r s o n a s .

Macfuirmid ( « h i j o d e a p r e n d i z a j e » ) : es u n m u c h a c h o f o r m a d o e n el a r t e

d e s d e s u i n f a n c i a ; o b i e n es s u a r t e e l q u e es s u h i j o . N o es b u e n o q u e t e n g a

u n g r a d o , p e r o es u n b u e n h i j o d e . . . ?

Fochloc ( « a p r e n d i z » ) : se l l a m a así a s e m e j a n z a d e u n a b r i z n a d e b e r r o

c o n d o s h o j a s . P o r t a n t o s u s é q u i t o e s d e d o s p e r s o n a s ; o b i e n fochloc es u n
88 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

b r o t e d u r o , s i n c r e c i m i e n t o a r t i s t i c o , o b i e n su a r t e es e s c a s o a causa d e s u
juventud» ".

La lista « j e r á r q u i c a » más clara es la de Senchus Mor, relativa a las res­

tricciones impuestas p o r san Patricio a la actividad de los filid:

« P a t r i c i o a b o l i ó sin e m b a r g o tres cosas de los p o e t a s c u a n d o c r e y e r o n

p o r q u e e r a n r i t o s p r o f a n o s : e n e f e c t o , n o se p o d í a c u m p l i r e l fetnm laegda, n i
el imbasforosnai s i n o f r e n d a s a l o s í d o l o s . D e s p u é s , n o les p e r m i t i ó n i n g ú n r i t o
q u e fuese u n a o f r e n d a al d i a b l o , p u e s s u a r t e e r a p u r o . P e r m i t i ó a l o s filid el
e n c a n t a m i e n t o c o n la p u n t a d e l o s d e d o s , p o r q u e e n é l h a b í a m u c h o c o n o ­
c i m i e n t o y s a b e r , las g e n e a l o g í a s d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a , el duili sluinnte y el
duilifedha, y la r e c i t a c i ó n d e h i s t o r i a s m e d i a n t e p o e m a s , a s a b e r , s i e t e v e c e s
c i n c u e n t a h i s t o r i a s p a r a el ollam, tres v e c e s c i n c u e n t a y la m i t a d d e c i n c u e n t a
p a r a el anruth, o c h e n t a p a r a el cli, s e s e n t a p a r a el cana, c i n c u e n t a p a r a el dos,
c u a r e n t a p a r a el macfuirmid, t r e i n t a p a r a elfochluc, v e i n t e p a r a el drisac, d i e z h i s ­
t o r i a s p a r a el toman, siete h i s t o r i a s p a r a el oblaire. E s t á n las h i s t o r i a s p r i n c i p a l e s
y las h i s t o r i a s s e c u n d a r i a s . H e a q u í las h i s t o r i a s p r i n c i p a l e s q u e c o n t a b a n :
d e s t r u c c i o n e s , e x p e d i c i o n e s , c o r t e j o s , c o m b a t e s , a s e s i n a t o s , batallas, r a p t o s ,
1 2
c o n f l i c t o s , fiestas, a s e d i o s , a v e n t u r a s , m u e r t e s v i o l e n t a s y r o b o s » .

E n cuanto a las retribuciones entregadas a los filid de Irlanda, deben ser

proporcionales tanto a las circunstancias c o m o a la jerarquía del saber. H e
aquí las que conciernen al ollam o « d o c t o r » , que son opulentas:

« E l p o e t a - d o c t o r : e l p r e c i o d e s u h o n o r es d e siete m u j e r e s esclavas. E l
n o m b r e d e s u c o m p o s i c i ó n p o é t i c a es anamain cain chaithiriach, c o n las c u a t r o
p e r f e c c i o n e s q u e r e ú n e e n ella, a s a b e r , nath, anair, laidy camain. S e p a g a n d i e z
vacas y u n a n o v i l l a p o r el c u e r p o d e l p o e m a anamain, c i n c o vacas p o r u n nath,
d o s vacas y u n a n o v i l l a p o r u n anair, d o s vacas p o r u n emain, u n a vaca p o r u n
laid, y e s t o h a c e e n t o t a l v e i n t i u n a v a c a s . S u e s c o l t a c o m p l e t a es d e v e i n t i c u a ­
t r o p e r s o n a s p a r a las n o c h e s d e d i v e r s i ó n y las v i s i t a s a l o s e n f e r m o s ; d i e z
p a r a las tareas h a b i t u a l e s ; d i e z p a r a las n o c h e s d e fiesta; o c h o e n u n c i r c u i t o
p a r a r e c l a m a r d e u d a s y c o n t r a t o s . S u p r o t e c c i ó n e n t e r a es d e u n m e s p a r a el
a l i m e n t o y el s e r v i c i o . T i e n e siete v e c e s c i n c u e n t a h i s t o r i a s , d e las c u a l e s d o s
séptimas partes son historias secundarias y cinco séptimas partes historias
principales» . 1 3
1
í
_
11 AncientLawsof Ireland I V , p p . 3 5 4 3 6 o . •
12 Ancient Laws of Ireland I, p . 4 6 .
13 Ancient Laws ofIreland V , p . 5 8 .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A 89

E s t o s t e x t o s n o s i n f o r m a n e x a c t a m e n t e a c e r c a d e la j e r a r q u í a . S e trata
de u n sistema m u y flexible, p u e s t o q u e t o d o m i e m b r o d e la clase s a c e r -
d o t a l a c c e d e al g r a d o s u p e r i o r e n d i g n i d a d d e s d e q u e d a p r u e b a s d e
c o n o c e r el s a b e r n e c e s a r i o . T o d o e s o va d e la m a n o , y e n I r l a n d a t e n e -
m o s la p r u e b a , d e la i g u a l d a d al m e n o s t e ó r i c a d e las e s p e c i a l i z a c i o n e s ,
p u e s el p r i m e r o de los d r u i d a s a d i v i n o s n o era i n f e r i o r a l o s d r u i d a s
j u e c e s o t e ó l o g o s . N o h a y m o t i v o p a r a p e n s a r q u e la G a l i a a d o p t a d o u n a
1 4
organización muy diferente .
D e b i d o a este r a n g o e m i n e n t e , l o s filid t a m b i é n t i e n e n , e n la I r l a n d a
ideal de K e a t i n g , responsabilidades administrativas:

« L a r a z ó n p r i n c i p a l p o r la c u a l se r e u n í a n la a s a m b l e a d e E m a i n y la

asamblea de C r u a c h a n era dar su a p r o b a c i ó n a q u i e n e s practicaban u n arte

m a n u a l e n I r l a n d a , la f o r j a , la c a r p i n t e r í a , la p i e d r a y d e m a n e r a idéntica

los d e m á s oficios. L o s n o b l e s y los d o c t o r e s q u e e s t a b a n e n estas d o s a s a m -

b l e a s e l e g í a n e n c a d a u n a s e s e n t a m a e s t r o s d e c a d a a r t e , l o s c u a l e s se e s t a -

blecían inmediatamente por toda Irlanda. N i n g ú n artesano podía ejercer

o f i c i a l m e n t e s u a r t e s i n la a u t o r i z a c i ó n d e l m a e s t r o d e l a r t e q u e e s t a b a e n

su t e r r i t o r i o » ^ .

T o d a t é c n i c a , i n t e l e c t u a l o m a n u a l , d e p e n d í a d e l o s filid, q u é la p r a c -
t i c a b a n o la s u p e r v i s a b a n . A s í se e n t i e n d e , ya d e s d e é p o c a t a r d í a ( K e a t i n g
e s c r i b i ó e n el siglo XVII, p e r o n o se i n v e n t a n a d a y r a r a v e z a d o r n a e l
1 6
r e l a t o ) q u e B r i g i t , p a t r o n a d e las t é c n i c a s , sea t a m b i é n la d e l o s p o e t a s .
Maestros tan destacados n o debían hacer n i n g ú n esfuerzo para atraer
o y e n t e s a s i d u o s , t a n t o e n I r l a n d a c o m o e n la G a l i a . B a s t a c o n r e l e e r a
César:

14 H a y q u e c o n s i d e r a r o b s o l e t a s l a s p á g i n a s d e C a m i l l e J u l l i a n (Hístoire de la Gaule I I ,
p p . 108-111) sobre los «sacerdotes s u b a l t e r n o s » .
15 K e a t i n g , History oflreland, ed. D i n n e e n , III, p p . 4 2 - 4 4 -
16 U n t e x t o j u r í d i c o , el Uraicecht Becc, c o n f i r m a d i r e c t a m e n t e l a d i g n i d a d r e c o n o c i d a
a l a c l a s e a r t e s a n a l . A l g u n o s d e s u s m i e m b r o s t e n í a n d e r e c h o al t í t u l o d e « d o c -
t o r » (ollam): « L o s h e r r e r o s y los b r o n c i s t a s , los o r f e b r e s y los m é d i c o s , a u n q u e
a l g u n o s . d e e l l o s s e a n d o c t o r e s , s ó l o t i e n e n d e r e c h o al a l i m e n t o d e c u a t r o h o m -
b r e s . S ú i n d e m n i z a c i ó n es d e o c h o set y s u p r o t e c c i ó n es d e t r e s d í a s » (AncientLaws
oflreland, V , p . 9 4 ) - N o p o d e m o s s e r v i r n o s d e e s t e h e c h o p a r a c o n c l u i r q u e la i d e -
o l o g í a t r i p a r t i t a n o f u e s e r e s p e t a d a e n I r l a n d a . L o s aesdana o g e n t e d e a r t e se d i s -
t r i b u y e n e n t r e l a p r i m e r a y la t e r c e r a f u n c i o n e s , ya q u e la d e n o m i n a c i ó n e r a l a u -
d a t o r i a o calificativa, p e r o n o clasificatoria. V é a s e a este r e s p e c t o F r a n c o i s e L e
R o u x & C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « B i b l i o g r a p h i e » , Ogam, E t u d e s I n d o - E u r o -
péennes 35-36, 1983-1984, pp. 135-136.
9o I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

« A t r a í d o s p o r tales p r i v i l e g i o s , m u c h o s v i e n e n p o r s u p r o p i a v o l u n t a d
1
a r e c i b i r i n s t r u c c i ó n , y o t r o s s o n e n v i a d o s p o r sus p a d r e s y f a m i l i a s » ' .

Estas indicaciones elucidan al m e n o s u n p u n t o : la selección n o era

hereditaria y cualquiera que tuviese el deseo y la capacidad necesarias
podía acceder al druidicato o al m e n o s seguir, durante la primera etapa,
que muchos no debían de superar, las lecciones de u n o o varios druidas.
N i en Irlanda n i en la Galia hay a p a r e n t e m e n t e «familias d r u í d i -
c a s » , a pesar de que el hijo del druida sigue voluntaria y fácilmente el
c a m i n o del padre igual que el hijo del rey tiene más o p c i o n e s que los
demás de convertirse a su vez en rey. E n cuanto a los alumnos, el druida
Cathbad tenía u n b u e n n ú m e r o , sin n i n g u n a duda u n g r u p o de ciento
c i n c u e n t a j ó v e n e s n o b l e s , a los que C u c h u l a i n n , a pesar de su tierna
edad (sólo tenía entonces cinco años), maltrató al llegar a la capital del
Ulster, E m a i n M a c h a . La selección era severa, c o m o demuestra el
siguiente fragmento:

« E l d r u i d a C a t h b a d i m p a r t í a e n s e ñ a n z a a sus a l u m n o s al n o r d e s t e d e
E m a i n y o c h o d e e l l o s e s t a b a n c a p a c i t a d o s e n la c i e n c i a d r u í d i c a . U n o d e
e l l o s p r e g u n t ó a s u t u t o r c u á l e s e r a n la s e ñ a l y el p r e s a g i o d e l d í a p a r a d e t e r -
m i n a r si e r a b u e n o o m a l o . C a t h b a d d e c l a r ó q u e u n m u c h a c h i t o q u e t o m a -
r í a las a r m a s ese m i s m o d í a s e r í a b r i l l a n t e y c é l e b r e p e r o , q u e s u v i d a s e r í a
1 8
corta» .

Las versiones del Libro Amarillo de Lecan y del Lebor nahUidre, m e n o s cari-
tativas, daban a entender que Cathbad perdía en ocasiones su t i e m p o :

« E l d r u i d a C a t h b a d estaba c o n s u h i j o , C o n c h o b a r , h i j o d e N e s s . C i e n
h o m b r e s a t o l o n d r a d o s e s t a b a n c o n é l a p r e n d i e n d o el d r u i d i s m o . T a l e r a el
1 9
n ú m e r o de aquellos a quienes instruía C a t h b a d » .

17 ComentariosVI, 1 3 [trad. e s p . : op. ext., p . 2 1 2 ] .

18 V e r s i ó n d e Tain Bo Cualnge d e l Libro de Leinster, a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n de C h r i s -
t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L e s e x p l o i t s d ' e n f a n c e d e C u c h u l a i n n » , Ogam, n . ° II,
1 9 5 9 . P- 3 2 5 -
19 E d . J o h n S t r a c h a n — J. G . O ' K e e f f e , The Tain Bo Cualnge from the Yellow Book of Lecan,
D u b l í n , 1 9 1 3 , p . 2 2 , l í n e a s 5 4 6 - 5 4 9 . Lebor nahUidre, f o l i o 6 l a , e d . R . I. B e s t -
O s b o r n B e r g i n , D u b l í n , 1 9 2 9 , p. 1 5 8 , líneas 5 0 3 5 - 5 0 3 7 . Cf. Christian-J.
G u y o n v a r c ' h , « L a razzia des v a c h e s d e C o o l e y » , Ogam, n . ° 1 5 , 1 9 6 3 , p . 1 5 3 - E l
rey C o n c h o b a r n o p a r t i c i p a e n a b s o l u t o e n la e n s e ñ a n z a . E l t e x t o r e f i e r e q u e
C a t h b a d e n s e ñ a b a hifaila meic, l i t e r a l m e n t e « e n p r e s e n c i a de su h i j o » .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A
91

El file D a l l a n F o r g o l l t a m b i é n dirigía todos los días los estudios de

20
ciento cincuenta a l u m n o s , pero es p o c o probable que estos ciento c i n -
cuenta niños o jóvenes se convirtiesen en otros tantos druidas. D e todos
m o d o s , c i e n t o cincuenta es u n n ú m e r o c o n v e n c i o n a l que aparece en
todas las enumeraciones, épicas o mitológicas.
Por lo que se refiere al éxito en los concursos o en los exámenes e l i -
minatorios, ocho de cien o ciento cincuenta parece u n porcentaje r e d u -
c i d o . N o obstante, la c o n d i c i ó n de estudiante o a l u m n o significaba ya
p o r sí misma una valiosa p r o m o c i ó n social. A l mismo tiempo que i n c u l -
caban a sus oyentes las nociones esenciales, los druidas garantizaban una
selección cualitativa importante así c o m o la perpetuación de su tradición.
El h e c h o de que sólo hayamos p o d i d o c o n o c e r las leyendas gracias a la
cristianización del país nos priva c o n toda certeza de una parte de la d o c -
trina, pero el estatus de Cathbad revela una influencia considerable en el
f u n c i o n a m i e n t o de la sociedad celta. E n cualquier caso, la figura del
druida, e d u c a d o r de la j u v e n t u d , es única en las estructuras religiosas
indoeuropeas. N o existe nada parecido en Roma, Grecia o Germania.
D o n d e u n o m e n o s se lo espera, a p r o p ó s i t o de la d e f i n i c i ó n de u n
n o m b r e de pez, la acedía, que también es el de la artesa o de una especie
de fuente para cocer o asar, el venerable e irremplazable glosador que es
el o b i s p o C o r m a c nos ofrece, en el siglo X (si n o es antes a ú n ) , una
anécdota que ilustra las relaciones del file de alto rango y su a l u m n o . Su
tema es la humillación infligida a u n estudiante que todavía n o está sufi-
cientemente versado en el lenguaje poético para comprender lo que se le
dice. El estilo es defectuoso, c o m o es muy a m e n u d o el caso en estos tex-
tos antiguos, pero la anécdota es significativa:

«Leithech s i g n i f i c a d o s c o s a s : es e n p r i m e r l u g a r el n o m b r e d e u n a r a z a
d e p e z , q u e r e c i b e ese n o m b r e a c a u s a d e s u a n c h u r a y s u f i n u r a , p u e s este
t i p o d e p e z es m u y a n c h o e n e l o c é a n o . Leithech es t a m b i é n e l n o m b r e d e la
artesa d o n d e se e x t i e n d e la pasta, c o m o d i j o C r u i t i n e u n a v e z q u e fue a v e r
a o t r o p o e t a c o n su s e r v i d o r , u n e s t u d i a n t e q u e t e n í a el o r g u l l o de u n
m a e s t r o . E l m i s m o C r u i t i n e se q u e d ó f u e r a y d e j ó q u e s u s e r v i d o r f u e s e a
p e d i r h o s p i t a l i d a d e n la casa d e l p o e t a . L e d i e r o n u n a s t r i p a s d e c e r d o e n

20 E u g e n e O ' C u r r y , Manners and Customs of the Ancient ¡rish II, L o n d r e s , 1 8 7 3 , p p - 7 5 " ^ 5 -

L o s t e x t o s u t i l i z a d o s p o r O ' C u r r y d e s c r i b e n e n su c o n j u n t o u n a o r g a n i z a c i ó n
u n i v e r s i t a r i a e f i c a z . S u e s t u d i o n o f o r m a p a r t e d e n u e s t r o p l a n , p u e s t o q u e la
j e r a r q u í a educativa es cristiana, a u n q u e n o se p u d o crear ex n i h i l o y, p o r tanto, su
base es t r a d i c i o n a l .
92 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

u n c a l d e r o : e l p o e t a se p u s o a c h a r l a r c o n e l e s t u d i a n t e [ s i n d e j a r d e p r e p a -
r a r la c o m i d a ] . S e d i o c u e n t a d e l a g r a n s o b e r b i a d e l e s t u d i a n t e y d e la
p e q u e n e z d e s u i n t e l i g e n c i a . G u a n d o las t r i p a s t e r m i n a r o n d e c o c e r , d i j o
e n p r e s e n c i a d e l e s t u d i a n t e tofothatarrtéin, es d e c i r , "es el m o m e n t o d e r e t i -
r a r l o d e l f u e g o " , p a r a s a b e r q u é r e s p u e s t a le d a r í a e l e s t u d i a n t e , p u e s h a b í a
o í d o a G r u i t i n e a l a b a r las m a r a v i l l o s a s p e r f e c c i o n e s d e l o t r o , c o m o si
h a b l a s e d e é l m i s m o . E l n o l o c r e y ó y p o r e s o d i j o tofotha tarrtéin. Tres veces
d i j o tofotha tarrtéin y e l e s t u d i a n t e n o r e s p o n d i ó u n a p a l a b r a . L u e g o , s a l i ó el
e s t u d i a n t e , f u e al e n c u e n t r o d e C r u i t i n e y l e i n f o r m ó d e t o d o , a s a b e r , la
p r e g u n t a q u e el p o e t a l e h a b í a h e c h o : tofotha tarrtéin. " B i e n —dijo C r u i t i n e — ,
c u a n d o te v u e l v a a d e c i r e s o , r e s p ó n d e l e toe lethaigfoenfriss ocusfris adaind indlis,
es d e c i r , p o n u n a a r t e s a d e b a j o y e n c i e n d e u n a v e l a " [ p a r a v e r si las t r i p a s
e s t á n h e c h a s ] " . C u a n d o el e s t u d i a n t e se s e n t ó d e n u e v o e n la casa, el p o e t a
d i j o l o m i s m o y el e s t u d i a n t e r e s p o n d i ó toe lethaig e t c . " B i e n —dijo el poeta—,
n o es u n a b o c a d e e s t u d i a n t e la q u e m e d e v u e l v e esta r e s p u e s t a . Q j a i e n la h a
r e s p o n d i d o está m u y c e r c a . C r u i t i n e está c e r c a . D i l e q u e e n t r e " . Llaman
e n t o n c e s a C r u i t i n e , l e d a n la b i e n v e n i d a y m e t e n o t r o a l i m e n t o e n el c a l -
d e r o . L a s o b e r b i a d e l e s t u d i a n t e n o s a l i ó b i e n p a r a d a , p u e s el p o e t a se
2 1
b u r l ó d e él m i e n t r a s c h a r l a b a c o n C r u i t i n e » .

Tal c o m p l i c a c i ó n lingüística p o r algo tan simple c o m o la cocción de

u n trozo de carne puede llevar a pensar que la naturaleza y el género de
las discusiones son p o c o serios. A l a vez hace pensar en las complicadas y
elípticas metáforas de los bardos galeses de la Edad Media, cuyos escritos
22
n o estaban, y siguen sin estarlo, al alcance de cualquier l e c t o r .
Las relaciones entre el fie y su estudiante, estrictamente personales,
facilitan, c o m o en la India, u n tipo de enseñanza intensiva y profunda,
mediante una lenta i m p r e g n a c i ó n . A v e c e s los a l u m n o s vuelven c o n el
profesor p o r q u e consideran que n o saben lo suficiente, y éste es u n o de
los rasgos de la enseñanza de los druidas:

« A d n a e , h i j o d e U t h i d e r , d e la g e n t e d e C o n n a u g h t , e r a d o c t o r de
I r l a n d a e n c i e n c i a y p o e s í a . T e n í a u n h i j o , N e d e . Este h i j o fue a a p r e n d e r
l a c i e n c i a a E s c o c i a c o n E o c h u E c h b e l y se q u e d ó c o n é l h a s t a q u e e s t u v o
versado en ciencia...

21 E d . W h i t l e y Stokes, Threelrish Glossaries, L o n d r e s , 1 8 6 2 , p . 2 7 -

22 C f . E . B a c h e l l e r y , L'oeuvrepoétique de Gutun Owein, bardegallois de la deuxiéme moitiéduXVéme
siécle, París, 1950» 2 v o l ú m e n e s .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A
93

Y E o c h u le d i j o : "Vete a h o r a a t u casa: n u e s t r a s d o s ciencias n o pueden

p e r m a n e c e r e n el m i s m o l u g a r , p u e s la i l u m i n a c i ó n d e la c i e n c i a m u e s t r a

q u e e r e s d o c t o r e n c o n o c i m i e n t o ".

E n t o n c e s N e d e se f u e y s u s t r e s h e r m a n o s se f u e r o n c o n él, a s a b e r ,

L u g a i d , C a i r b r e y C r u t t i n e . E n c o n t r a r o n u n a d e d a l e r a e n el c a m i n o . Uno

d e ellos d i j o : " ¿ P o r q u é se l l a m a d e d a l e r a ? " . C o m o n o l o s a b í a n , v o l v i e r o n

c o n E o c h u y se q u e d a r o n u n m e s c o n é l . V o l v i e r o n a p o n e r s e e n c a m i n o .

E n c o n t r a r o n u n a c a ñ a . C o m o n o s a b í a n p o r q u é se l l a m a b a así, v o l v i e r o n

c o n su t u t o r . Se f u e r o n al c a b o d e o t r o m e s . E n c o n t r a r o n u n tallo d e s a n í -

c u l a . C o m o n o s a b í a n p o r q u é se l l a m a b a t a l l o d e s a n í c u l a , r e g r e s a r o n c o n
2 3
Eochu y estuvieron otro mes con él» .

Esta p e r t i n a z n e c e s i d a d d e o m n i s c i e n c i a y u x t a p u e s t a a u n a p e r p e t u a
h u m i l d a d e s t u d i a n t i l f u e la t ó n i c a g e n e r a l e n t o d a la E d a d M e d i a i r l a n -
d e s a . N u n c a se p l a n t e ó e l u s o d e l a e s c r i t u r a e n la t r a n s m i s i ó n d e estas
e n s e ñ a n z a s y n o s r e m i t i m o s a l o q u e C é s a r c o n s t a t a a c e r c a d e la c i e n c i a y
la p e d a g o g í a d e l o s d r u i d a s :

« A d e m á s , d i s e r t a n y e n s e ñ a n a sus j ó v e n e s s o b r e n u m e r o s a s c u e s t i o n e s ,

r e f e r i d a s a l o s a s t r o s y s u s m o v i m i e n t o s , el t a m a ñ o d e l o r b e y d e las t i e r r a s ,
2
la n a t u r a l e z a , la e s e n c i a y el p o d e r d e los d i o s e s i n m o r t a l e s » * .

Esta es la s i t u a c i ó n d e l d r u i d i s m o e n l o m á s a l t o d e su p o d e r o , m á s
b i e n , de su eficacia: los estudios d r u í d i c o s c u b r e n t o d o s los c a m p o s de
c o n o c i m i e n t o concebibles. Todavía e n nuestra época los estudios d u r a n
a p r o x i m a d a m e n t e v e i n t e a ñ o s si s u m a m o s l o s p e r i o d o s d e e n s e ñ a n z a
primaria, secundaria y superior. Resulta lícito pensar que, puesto que
tal d u r a c i ó n a c a r r e a b a e l e v a d o s g a s t o s , l i m i t a r í a e l i n g r e s o a las f a m i l i a s
a c o m o d a d a s , p u e s la e n s e ñ a n z a g r a t u i t a n o e r a u n a i d e a p r o p i a d e la

23 BookofLeinster, e d . B e s t - O ' B r i e n , IV, fol. 186a, p . 815.

24 Comentarios V I , 13 [ t r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 3 ] . C é s a r a t r i b u y e a l o s d r u i d a s el c o n o -
c i m i e n t o d e l a a s t r o n o m í a p e r o n o d e la a s t r o l o g í a , c u a n d o e s t a s e u d o c i e n c i a d e b í a
d e e s t a r e n a u g e e n la G a l i a r o m a n a d e b i d o a la i n f l u e n c i a c l á s i c a . E s t o n o s a u t o -
r i z a a , c o n c l u i r q u e la e n s e ñ a n z a n o t e n í a n a d a d e p r i m i t i v o u o c u l t o . T a m b i é n es
s e g u r o q u e l a a s t r o l o g í a n o e s d e o r i g e n c e l t a y q u e l o s d r u i d a s n o la p r a c t i c a r o n
j a m á s t a l y c o m o se c o n c i b e e n la a c t u a l i d a d . L a p r o h i b i c i ó n d e l d r u i d i s m o p o r las
a u t o r i d a d e s r o m a n a s p o d r í a h a b e r e s t a d o p r o v o c a d a f u n d a m e n t a l m e n t e p o r la
a c u s a c i ó n d e p r a c t i c a r la m a g i a y s a c r i f i c i o s h u m a n o s . N a d a d e e s t o e s t á c l a r o . A l a
e s p e r a d e a l g o m e j o r , c o n s ú l t e s e a s i m i s m o H . D e la V i l l e d e M i r m o n t , «L'astro-
l o g i e c h e z l e s G a l l o - R o m a i n s » , Revue desEtudesAnciennes TV, p p . 1 1 5 - 1 4 1 -
94 I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

A n t i g ü e d a d o la Edad Media. N o obstante, hay una cosa segura: u n o no

se convertía en druida de la n o c h e a la m a ñ a n a p o r el m e r o efecto de
una iniciación mágica. Había que esforzarse en aprender.
Tras la conquista de la Galia, a pesar de la creación de escuelas r o m a -
nas, quizá las cosas n o cambiasen muy deprisa. P o m p o n i o Mela, que
escribió hacia m e d i a d o s del siglo I de nuestra era, u n o s noventa años
después de César, repite las informaciones del p r o c ó n s u l a las que sola-
mente añade el secretismo en el que se imparte la enseñanza:

« E n s e ñ a n m u c h a s cosas a los más ilustres de su p u e b l o , o c u l t a m e n t e y

2 5
d u r a n t e el d í a , e n v e i n t e a ñ o s , e n g r u t a s o e n r e c ó n d i t a s montañas» .

¿ E r a esto todavía v e r d a d ? Se ha interpretado este secretismo c o m o

una consecuencia de la persecución romana desatada p o r los edictos de
T i b e r i o y C l a u d i o . Pero ¿esta p r o h i b i c i ó n vino realmente acompañada
de una persecución comparable a la que sufrieron los cristianos u n siglo
más tarde? Es c o m o m í n i m o bastante d u d o s o . Esta cuestión se aleja sin
embargo de nuestras p r e o c u p a c i o n e s , pues nos obligaría a plantearnos
la p r e g u n t a del p o r q u é de la desaparición de los druidas en la G a l i a .
Pero n o se dice que el secreto de la enseñanza fuera u n i n d i c i o o u n a
p r u e b a de clandestinidad, ya que u n a enseñanza fundada en criterios
cualitativos n o admite cualquier tipo de asistencia. Todavía en la Irlanda
26
medieval, la lengua de los filid tiene fama de ser hermética y d i f í c i l . El
druida es, p o r su naturaleza y su función, diferente de los demás h o m -
bres y es n o r m a l que imparta sus enseñanzas alejado de las m u c h e d u m -
bres. El texto de P o m p o n i o Mela nos hace pensar más b i e n en los remotis
lucis ( « b o s q u e s r e m o t o s » ) de L u c a n o en la Farsalia (I, 4 5 2 ) - T a m b i é n el
irlandés C a t h b a d enseña fuera de E m a i n Macha, « a l n o r d e s t e » (anair-
tuaid) dicen los textos. Más preciso es aún El diálogo de los dos sabios, que sitúa
al n o r t e de E m a i n (fri Emain atuaid) el lugar d o n d e enseña el file F e r -
27
c h e r t n e . D e b e m o s señalar que las escuelas druídicas subsistieron

25 Corografía III, 2 , 19 [trad. e s p . : op. cit, p . 8 4 ] .

26 H e m o s d a d o u n e j e m p l o d e e l l o c o n El diálogo de los dos sabios (véase supra, p p . 6 0 -
6 3 ) . D e b e m o s r e c o r d a r a este r e s p e c t o l o q u e d i c e D i o d o r o d e S i c i l i a ( V , 3 1 ) :
« e n su trato s o n de p o c a s palabras, se e x p r e s a n de f o r m a e n i g m á t i c a y a m e n u d o
d e s i g n a n las cosas v a l i é n d o s e de s i n é c d o q u e s ; s o n m u y e x a g e r a d o s c u a n d o se trata
de a u m e n t a r los p r o p i o s m é r i t o s o de m e n o s p r e c i a r los de l o s o t r o s » [trad. e s p . :
op. cit, p . 2 7 5 ] .
27 E d . d e W h i t l e y Stokes, « T h e C o l l o q u y o f the T w o S a g e s » , Reme Celtique, n . ° 2 6 , p .
1 2 , y n u e s t r o Dialogue des deuxsages, op.cit. E l l u g a r d o n d e l o s d r u i d a s e n s e ñ a n está
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A 95

d u r a n t e m u c h o t i e m p o e n I r l a n d a , b a j o la d i r e c c i ó n o f i c i a l d e l o s filid,
2 8
t r a n s f o r m a d o s e n e d u c a d o r e s p r o f e s i o n a l e s . L o s n o b l e s s e g u í a n la
e n s e ñ a n z a d e l o s g r a d o s i n f e r i o r e s d e la d i s c i p l i n a y a p r e n d í a n d e r e c h o ,
2 9
genealogía y versificación .
D e b e m o s i n s i s t i r e n el h e c h o d e q u e esta e n s e ñ a n z a es e v i d e n t e m e n t e
u n a p a r t e a p r e c i a b l e d e la f u n c i ó n s a c e r d o t a l , p e r o q u e el s a c e r d o c i o n o
se r e d u c e a e l l a . L a m i s m a o b s e r v a c i ó n se i m p o n e , m á s t a j a n t e a ú n , a
p r o p ó s i t o d e la « f i l o s o f í a » ( n i esta p a l a b r a n i s u c o n t e n i d o s o n p r o p i a -
m e n t e c e l t a s ) , q u e n o es m á s q u e u n a p a r t e d e la f o r m a c i ó n y a la c u a l se
3 0
h a i n t e n t a d o r e s t r i n g i r , e q u i v o c a d a m e n t e , la f u n c i ó n d e l d r u i d a . Q u e
n o se e m p l e a s e la p a l a b r a sacerdos p a r a r e f e r i r s e a e l l o s e n las p r i n c i p a l e s
fuentes latinas (aparte de C é s a r ) n o p r u e b a de n i n g u n a m a n e r a que n o
f u e r a n s a c e r d o t e s . A h o r a b i e n , ¿ e n q u é c o n s i s t í a la e n s e ñ a n z a ? , ¿ q u é
a s i g n a t u r a s se i m p a r t í a n ? , ¿ c ó m o se e n s e ñ a b a n ? L o s t e x t o s i n s u l a r e s
r e s p o n d e n e n p a r t e estas p r e g u n t a s , p e r o s ó l o e n p a r t e , p o r q u e t o d o e l
b l o q u e especulativo y « m e t a f í s i c o » , matemático y científico, ha desapa-
r e c i d o , y t a m b i é n p o r q u e e l c r i s t i a n i s m o , a través d e la e s c r i t u r a , m o d i -
ficó p r o f u n d a m e n t e los p r o c e d i m i e n t o s de a d q u i s i c i ó n del saber.
E n p r i n c i p i o , c o n s i d e r a r e m o s q u e cada d r u i d a e n s e ñ a su e s p e c i a l i -
dad, del m i s m o m o d o q u e el j u r i s t a e n s e ñ a d e r e c h o y el m é d i c o m e d i -
c i n a . H u b o s i n n i n g ú n g é n e r o d e d u d a s e s c u e l a s e s p e c i a l i z a d a s e n esta o
a q u e l l a d i s c i p l i n a . S i n e m b a r g o , la c o n d i c i ó n d e l o s d r u i d a s c o m o e d u -
c a d o r e s d e la j u v e n t u d h a s o r p r e n d i d o a l o s i n t e l e c t o s a n t i g u o s y m o d e r -
3 1
n o s , p o r su carácter e x c e p c i o n a l . ¿ C ó m o p o d e m o s i n f o r m a r n o s acerca

s i e m p r e s i t u a d o , e n r e l a c i ó n c o n u n p u n t o g e o g r á f i c o d a d o , al n o r t e o al n o r -
deste, a veces al oeste o al n o r o e s t e , n u n c a al s u r . E s t o c o n f i r m a l o q u e s a b e m o s
d e l s i m b ó l i c o o r i g e n n o r t e ñ o del s a c e r d o c i o (véase el c a p í t u l o I V ) .
28 Ancient Laws of Ireland II, p . 1 4 6 y ss. y V , 9 6 . T a m b i é n r e s u l t a ú t i l consultar
O ' C u r r y , Mannersand CustomsoftheAncientIrish, L o n d r e s , 1 8 7 3 , capítulo III « O f e d u -
cation and literature in A n c i e n t E r i n n » , p p . 4 8 - 1 7 8 . Charles P l u m m e r (Vitae
Sanctorum Hiberniae I, O x f o r d , 1 9 1 0 , « I n t r o d u c t i o n » , p . CXI y ss.) observa a c e r t a -
d a m e n t e q u e el m o n a s t e r i o fue el c e n t r o de la vida eclesiástica e i n t e l e c t u a l . Esto
c o n t r i b u y e a e x p l i c a r el n a c i m i e n t o de u n a g r a n l i t e r a t u r a , l i t ú r g i c a , h a g i o g r á f i c a
y, más"tarde, p r o f a n a .
29 J o h n O ' D o n o v a n , Tribes and Customs ofthe Hy Fiachrach, p p . 7 9 " l 6 7 -
30 V é a s e a este r e s p e c t o el l i b r o d e N o r a K . C h a d w i c k , The druids, O x f o r d , 1 9 6 6 , y
n u e s t r a crítica, « N o t e s d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s X X . 5 3 - N o u v e l l e s r e c h e r c h e s sur
I n
l e s d r u i d e s » , Ogam, I 9 7 ° - 9 7 3 > - ° 2 2 - 2 5 , PP- 209-236.
31 C f . C i c e r ó n (Sobre la adivinación I, 4 1 , 9 2 ) , q u i e n , tras sus c o n s i d e r a c i o n e s s o b r e los
d r u i d a s d e l o s celtas, e v o c a a l o s a d i v i n o s e t r u s c o s q u e e d u c a b a n a l o s j ó v e n e s
96 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

de los principios y métodos de este « c u e r p o de e d u c a d o r e s » que n o se

asemeja a nada c o n o c i d o , ni en nuestra época ni en la A n t i g ü e d a d ?
Es necesario, una vez más, releer a César (ComentariosVI, 1 3 ) :

« S e c u e n t a q u e a p r e n d e n allí u n a c a n t i d a d i n g e n t e d e v e r s o s » (magnum
ibi numerum versuum ediscere dicuntur).

D ' A r b o i s de Jubainville escribió, teniendo en cuenta esta breve frase

—la más concisa y eficaz que se haya escrito jamás sobre la pedagogía
celta—, que los discípulos de los druidas a p r e n d í a n en « m a n u a l e s en
3 2
v e r s o » . La palabra « m a n u a l » es inexacta. Es más p r o b a b l e , si n o
seguro, que la enseñanza en verso, la cual abarcaba todas las asignaturas,
fuese, en su forma memorística, fijada, u n resumen o c o m p e n d i o de los
conocimientos básicos que era indispensable saber o, más bien, n o olvi-
dar nunca. Posteriormente, en la Irlanda medieval, se redactaron « t r a -
t a d o s » al estilo latino. L o ú n i c o que p o d e m o s vislumbrar o adivinar, a
la luz de algunas alusiones y, sobre todo, de algunas fórmulas irlandesas,
p o r ejemplo del muy arcaico Glosario de Cormac, son breves aforismos, sen-
tencias concisas, frases o metáforas, figuradas e invariables a la vez, que
el a l u m n o sólo podía entender y retener tras haber escuchado el c o m e n -
tario explicativo y, eventualmente, la exégesis. Estamos muy cerca de las
fórmulas hindúes de los brahmanas.
E n cuanto al contenido de la enseñanza, César le dedica unas breves
líneas sobre las que nunca se reflexionará lo suficiente:

« P r i n c i p a l m e n t e , p r e t e n d e n h a c e r c r e e r q u e las a l m a s n o p e r e c e n , s i n o
q u e tras la m u e r t e p a s a n d e u n o s a o t r o s , y p i e n s a n q u e así es c o m o m e j o r
se e s t i m u l a e l v a l o r , d e j a n d o d e u n l a d o e l m i e d o a la m u e r t e . A d e m á s ,
d i s e r t a n y e n s e ñ a n a sus j ó v e n e s s o b r e n u m e r o s a s c u e s t i o n e s , r e f e r i d a s a l o s
a s t r o s y sus m o v i m i e n t o s , el t a m a ñ o d e l o r b e y d e las t i e r r a s , la n a t u r a l e z a ,
la e s e n c i a y e l p o d e r d e l o s d i o s e s i n m o r t a l e s » * .

Veremos ulteriormente, en el capítulo V , las indicaciones d o c t r i n a -

les que p o d e m o s extraer de este texto. Mientras tanto, nos centraremos

n o b l e s . N o o b s t a n t e , este h e c h o n o es c o m p a r a b l e , p u e s se i n s c r i b e e n o t r a
e s t r u c t u r a r e l i g i o s a . S o b r e la insistencia de t o d o s los i n v e s t i g a d o r e s e n m e n c i o n a r
la c o n d i c i ó n educativa de los d r u i d a s , véase p o r e j e m p l o C a m i l l e J u l l i a n , Histoirede
la Gaule II, p p . 1 0 5 - 1 0 7 .
32 Op. cit, p . 7 1 .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 3 [ N . d e l T . ] .
 1 . LA J E R A R Q U Í A , LA S E L E C C I Ó N Y LA E N S E Ñ A N Z A
97

en la enumeración de las materias enseñadas, desordenada pero bastante

precisa:
— A s t r o n o m í a (de sideribus atque eorum motu). C o m o bien vio D ' A r b o i s de
Jubainville, el único que nos ha precedido en esta cuestión, «este estu-
33
dio tenía una vertiente práctica, que era la fijación del c a l e n d a r i o » . Su
finalidad n o era ú n i c a m e n t e la d e t e r m i n a c i ó n del tiempo y la c o n c o r -
dancia de los ciclos solar y lunar, sino, c o n toda seguridad, y p r i o r i t a -
r i a m e n t e , el ajuste preciso del calendario para datar b i e n las fiestas y
determinar los días fastos y nefastos. Piénsese en el texto de P l i n i o (Hist.
u e
Nat. X V I , 2 4 9 ) ' ° i describe la recolección del muérdago y el sacrificio
de toros (véase el capítulo I, p p . 4 0 ~ 4 2 ) , y rnás aún en el calendario de
C o l i g n y , que la investigación c o n t e m p o r á n e a , a pesar de n u m e r o s o s
trabajos, n o elucidará de i n m e d i a t o . A ello se añade la necesidad de
observar las estrellas para la predicción y la adivinación, lo cual requiere
ciertas habilidades y vastos c o n o c i m i e n t o s matemáticos.
— C o s m o g o n í a y cosmología (de mundi ac terrarum magnitudine)siguiendo
literalmente a César, D ' A r b o i s de Jubainville entendió «geografía y cos-
m o g r a f í a » . Es más probable que se tratase de geografía sagrada, la cual
explica el m u n d o de los hombres y los dioses en relación c o n u n centro
sagrado y en función de la doctrina de los orígenes (véase infra el capítulo
V ) . S i n excluir, o b v i a m e n t e , c o n o c i m i e n t o s prácticos y e m p í r i c o s
extensos y precisos, n o debe asimilarse desde luego c o n la geografía física
y política propia de hoy en día.
— Fisiología (de rerum natura): La palabra physiología, que es griega y n o
1
latina, aparece en Sobre ¡a adivinación (I, 4 » 9 0 ) de C i c e r ó n a p r o p ó s i t o
del druida galo Diviciaco. César se c o n f o r m a c o n decir «sobre la n a t u -
raleza de las c o s a s » , lo que D ' A r b o i s de Jubainville interpreta arbitra-
riamente c o m o « f i l o s o f í a » . Sin embargo, es necesario distinguir entre
esta fisiología, entendida c o m o ciencia de la naturaleza (que da acceso a
la a d i v i n a c i ó n ) , y la f]9lKT] <})iAoao(|Ha («filosofía m o r a l » ) de Estrabón
u e e s u n a
(IV, 4» 4 ) ' 9 d e f i n i c i ó n muy general, al igual que las questiones
occultarum rerum alterumque, que avivan sin satisfacerla la curiosidad del l e c -
tor de T i m á g e n e s en A m i a n o M a r c e l i n o ( X V , 9 , 8 ) . Desgraciadamente
n o t e n e m o s el m e n o r i n d i c i o de lo que hoy llamaríamos actividades
« c i e n t í f i c a s » de los druidas. Las i n f o r m a c i o n e s generales de Irlanda
sobre la m e d i c i n a druídica, la encantatoria, la sangrienta y la vegetal,

33 Op. cit, p . 1 5 1 .
98 I. EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

son la única aproximación de la que disponemos. Para todo lo demás, se

podría pensar en una especie de alquimia, bastante diferente de la de los
«buscadores de o r o » medievales.
— Teología (de deorum immortalium vi acpotestate). La palabra « t e o l o g í a »
viene de D ' A r b o i s de Jubainville y se trata de una d e n o m i n a c i ó n aproxi-
mada. César sólo dice « s o b r e la fuerza y el p o d e r de los dioses i n m o r t a -
l e s » . N o se trata e n n i n g ú n caso de teología en el sentido cristiano
actual del t é r m i n o , sino c o n toda p r o b a b i l i d a d de las relaciones de los
dioses entre ellos, e n t e n d i d o s c o m o « p r i n c i p i o s » superiores, y de las
relaciones entre estos dioses y los h u m a n o s , que en el fondo es el ú n i c o
interés v e r d a d e r o de la r e l i g i ó n . A l ser el « d o g m a » d e s c o n o c i d o p o r
necesidad, convendría decir mejor « d o c t r i n a » . E n el capítulo V e x a m i -
naremos sus puntos esenciales: la inmortalidad del alma, la c o n c e p c i ó n
de la escritura, el O t r o M u n d o y los o r í g e n e s h i p e r b ó r e o s . D e b e m o s
tener en cuenta también que todo lo que sabemos está extraído de datos
supuestos y comparativos, pues Irlanda n o nos transmitió n i n g ú n texto
especulativo.
D ' A r b o i s de Jubainville añade u n apartado: la historia, que no apa-
rece en C é s a r , e incluye en el ámbito de esta disciplina, que n o tiene
nada de celta, los datos legendarios consignados en T i m á g e n e s sobre el
origen de los galos. Estos datos no son históricos, sino más b i e n c o m p a -
rables a los del C o r p u s mitológico irlandés relativos a los orígenes de los
Tuatha D é D a n a n n (véanse los detalles en el capítulo V ) . Pero D ' A r b o i s
olvida otras disciplinas de las que César, al n o plantearse una d e s c r i p -
c i ó n detallada, n o dice nada t a m p o c o : la poesía, la música, la gramática
y la e l o c u e n c i a . E n fin, sorprende que D ' A r b o i s , u n o de los p r i m e r o s
sabios e u r o p e o s e n estudiar científicamente las leyes de Irlanda, haya
olvidado el derecho, pues los tratados j u r í d i c o s irlandeses n o son p r e c i -
samente sencillos y las jurisprudencias son particularmente abundantes
y sutiles. Si en la Galia ocurría lo m i s m o , tuvo que haber una enseñanza
intensa y prolongada para que los jóvenes o los futuros juristas se fami-
liarizasen c o n la objeto de su profesión.
U n último punto es la duración de la enseñanza y la edad de los candi-
datos y los estudiantes. César dice que los estudios duraban veinte años.
Esa era sin duda la duración m í n i m a del cursus c o m p l e t o . Pero los p r i -
meros grados, que suponían la adquisición de la c o n d i c i ó n de sacerdote
para aquellos que llegasen hasta el final, p o d í a n ciertamente adquirirse
m u c h o antes. U n caso típico es el del irlandés Nede, el cual, para partici-
par en el debate académico, debe colocarse una barba en el m e n t ó n (véase
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 99

supra p . 8 2 ) - N o sabemos de dónde sacó D ' A r b o i s que el «sistema» druí-

dico se impuso ( ¿ c ó m o ? ) al clero cristiano c o n sacerdotes de veinticinco
34
a ñ o s . N o obstante, queda indudablemente establecido que la enseñanza
35
organizada es una particularidad del m u n d o celta .

2. E L SACERDOCIO Y LAS ESPECIALIZACIONES

Acabamos de plantear ampliamente la función educativa de los druidas y

hemos constatado su importancia. Pero todo lo relacionado c o n la ense-
ñanza, acabamos de apuntarlo t a m b i é n , está estrechamente ligado a la
p r e c i s i ó n , el c u e r p o y la i n m e n s i d a d de los c o n o c i m i e n t o s y del saber
druídicos. Por tanto, aún debemos concretar, en las páginas que siguen,
b a s á n d o n o s sobre t o d o en los d o c u m e n t o s irlandeses, los distintos
aspectos de tal c o n o c i m i e n t o en unas disciplinas y técnicas que r e p r e -
sentan otras tantas especializaciones internas de la clase sacerdotal celta.
Irlanda, en su historia c o n resonancias míticas, evemerizada tardía-
mente, n o nos ha dejado n i n g ú n ejemplo claro de la influencia política
de los druidas, fuera quizá de algunas intervenciones guiadas p o r el i n t e -
rés personal. Pero ha quedado establecido que en la Galia (véase el capí-
tulo I) el principal interlocutor de César fue u n druida, Diviciaco.
S e g ú n César, este m i s m o Diviciaco era el que había i d o , u n o s años
antes, a pedir auxilio al Senado r o m a n o contra los secuanos, aliados de
36
los g e r m a n o s . Esto n o es suficiente para sostener que la G u e r r a de las
Galias fue provocada i n d i r e c t a m e n t e p o r los druidas, p e r o sí es cierto
que C é s a r a t e n d i ó los deseos de Diviciaco más allá de lo que el h e d u o
podía prever. César, es cierto, y ya lo dijimos en el capítulo precedente,
n o se interesó en Diviciaco c o m o druida y, en cuanto deja de d e s e m p e -
ñar el papel principal —totalmente apropiado para u n druida— de m e d i a -
d o r o i n t e r m e d i a r i o entre C é s a r y el g o b i e r n o (o las facciones) de los
h e d u o s , n o se habla más de él e n De Bello Gallico. La c o n c e n t r a c i ó n y el
reparto defectuoso de poderes políticos y religiosos en una sociedad v í c -

34 cit, P P . 149-150.
35 G . J u l l i a n , Histoire de ¡a Gaule II, p p . 3 9 6 - 3 9 7 , h a i n s i s t i d o e n é r g i c a m e n t e e n la
d i f e r e n c i a q u e separa, e n este p u n t o , a los celtas de R o m a y de A t e n a s q u e « p e r -
m a n e c i e r o n d u r a n t e m u c h o t i e m p o s i n fijar las reglas y s i n e n c a r g a r a m a e s t r o s la
i n s t r u c c i ó n de los n i ñ o s » .
36 Comentarios I, 3 1 .
IOO I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

tima de una gravísima crisis muestra n o obstante que nada se hacía sin
37
los d r u i d a s . El cotejo de César y C i c e r ó n es p o r lo demás muy útil: la
d e f i n i c i ó n es global y perentoria, pues, entre los celtas, es druida todo
aquel que se ocupa de cuestiones religiosas y eruditas. Por lo tanto, si los
adivinos (vates), cuyo n o m b r e irlandés (faith) es s i n ó n i m o de poeta
z&
(file) , hubiesen sido inferiores a los druidas, difícilmente se entendería
que u n personaje influyente, al que C i c e r ó n llama expresamente
d r u i d a , n o haya t e n i d o más p r e t e n s i o n e s que u n adivino al estilo
r o m a n o . T e n e m o s evidentemente otras pruebas internas, p e r o ésta des-
taca p o r q u e su fuente es latina.
La cristianización nos ha privado de buena parte de los p o r m e n o r e s
(¡como m í n i m o todo el ritual!), p e r o resulta revelador que Irlanda haya
situado en la misma categoría las diferentes ramas sacerdotales al atri-
3 9
buirles indistintamente el c o l o r sagrado, que es el b l a n c o . El p r i m e r
testimonio es continental y es b i e n c o n o c i d o : el de P l i n i o el V i e j o que
narra la recolección del muérdago:

« a t a v i a d o c o n u n a t ú n i c a b l a n c a , e l s a c e r d o t e s u b e al á r b o l , c o r t a c o n u n a
1
h o z d e o r o e l m u é r d a g o y l o c o g e e n u n p a ñ o b l a n c o » (véase p . 4 ) -

Los demás son insulares y u n o de ellos es teóricamente c o n t e m p o r á -

n e o a la cristianización de Irlanda. Se puede sospechar que forma parte
de u n embellecimiento hagiográfico, p e r o el ambiente es auténtico:

« U n a g r a n m u c h e d u m b r e d e d r u i d a s se h a b í a r e u n i d o a l r e d e d o r d e l
p r i m e r d r u i d a , de n o m b r e R e c r a d , q u e quiso matar a san Patricio. Y él
0
v i n o hacia ellos c o n nueve druidas vestidos c o n vestimentas b l a n c a s » * .

37 N o t e n e m o s n i n g ú n m e d i o de v e r i f i c a r y e v a l u a r el p a p e l y la i n f l u e n c i a d e l o s
d r u i d a s e n el d e s a r r o l l o de la g u e r r a de las G a l i a s . A p r i o r i n o p o d í a n ser f a v o r a -
bles a l o s r o m a n o s (cf. supra el e p i s o d i o d e l gutuater d e los c a r n u t e s ) , p e r o c i e r t a -
mente no h u b o nunca una institución o « s o c i e d a d » druídica nacional, interna-
cional o supranacional que impusiese una determinada política a una
d e t e r m i n a d a c i u d a d . E l r e l a t o i r l a n d é s « E l s i t i o d e D r u i m D a m g h a i r e » (véase
infra e n el c a p í t u l o III) p r u e b a q u e los d r u i d a s , al servicio de Estados celtas e n g u e -
rra e n t r e sí, n o v a c i l a b a n e n a s u m i r todas las c o n s e c u e n c i a s de su c o m p r o m i s o y
e n c o m b a t i r u n o c o n t r a o t r o , f í s i c a m e n t e y a través de la m a g i a .
38 V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e » , loe.
cit., Ogam, 1960, n . ° 12, p p . 3 0 5 - 3 1 2 : « c a n t o » y « s á t i r a » s o n n o c i o n e s f á c i l -
mente confundibles.
39 E l b l a n c o , c o m o el n e g r o , d e l q u e es a la vez su h o m ó l o g o y su c o n t r a r i o , es t r a d i -
c i o n a l m e n t e u n a a u s e n c i a de c o l o r : cf. G . D u m é z i l , Albati, Russati, Virides, c a p í t u l o
I V « R i t u e l s i n d o - e u r o p é e n s á R o m e » , París, 1954. PP- 4 4 ~ 6 l .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S IOI

L o s siguientes t e s t i m o n i o s s o n m í t i c o s , c o m e n z a n d o p o r el del
druida irlandés M o g Ruith («Servidor de la R u e d a » ) que, al ir a socorrer
a los habitantes de Munster, e n u m e r a t o d o lo que deberán darle p o r su
servicio:
« C i e n vacas d e la c a b a n a , c o n p e l a j e b r i l l a n t e y b l a n c o , r i c a s e n l e c h e ;
c i e n cerdos b i e n e n g o r d a d o s ; c i e n bueyes fuertes y trabajadores; c i e n caba-
l l o s d e c a r r e r a s ; c i n c u e n t a b e l l a s t ú n i c a s , b l a n c a s y suaves; a d e m á s d e la h i j a
d e l s e g u n d o s e ñ o r d e l e s t e , o la d e l p r i m e r o d e s p u é s d e é l p a r a darme

1JOS» .

A continuación, u n personaje a la vez poeta y guerrero, Ferchertne:

« " S o n g e n t e o r g u l l o s a —dice A i l i l l — , ¿ y q u i é n e s s o n , o h , F e r g u s ? " . " Y o
l o sé e n v e r d a d —dice Fergus—, s o n la g e n t e d e a r t e d e l o s u l t o n i a n o s a l r e -
d e d o r d e F e r c h e r t n e , y el h o m b r e b l a n c o h a c i e n d o n u m e r o s o s j u e g o s q u e
h a s v i s t o es el d o c t o r d e l o s u l t o n i a n o s , es F e r c h e r t n e . A n t e é l d e s c i e n d e n
2
los lagos y los ríos c u a n d o satiriza, y a s c i e n d e n c u a n d o a l a b a " » * .

« F e r c h e r t n e , h i j o d e C o i r p r e , h i j o d e I l i a g , es e l h o m b r e b l a n c o m u y
b r i l l a n t e q u e h a c e j u e g o s g u e r r e r o s p o r e n c i m a de ellos. Es el r e y - p o e t a
e n t r e l o s r e y e s d e l o s p o e t a s d e l o s u l t o n i a n o s y e l g u a r d i á n d e la r e t a g u a r -
d i a d e C o n c h o b a r c u a n d o v a al p a í s d e sus e n e m i g o s . S i a l g u i e n t i e n e e l
d e s e o d e e n t r e v i s t a r s e c o n e l rey, n o se le p e r m i t i r á a n t e s d e q u e h a b l e c o n
3
este h o m b r e » * .

El último ejemplo resplandece de blancura sacerdotal:

« " A n t e e l l o s , al e s t e , p o r f u e r a —dijo C r o m D e r o i l — , h e v i s t o o t r a
t r o p a . U n h o m b r e a p a c i b l e , v i e j o , c a n o , m a r c h a a la c a b e z a . L l e v a u n
m a n t o b l a n c o brillante c o n b o r d a d o s de plata m u y b l a n c a . U n a bella
t ú n i c a m u y b l a n c a r o d e a su c u e r p o . Lleva u n a e m p u ñ a d u r a de plata b l a n c a

40 W h i t l e y S t o k e s , The Tripartite Life ofPatrick, II, p p . 3 2 5 " 3 2 6 .

41 Forbuis Droma Damhghaire ( « E l sitio de D r u i m D a m h g h a i r e » ) , e d . M . L . S j o e s t e d t ,
Revue Celtique, n . ° 4.3, 1 9 2 6 , p . 5 8 . E n t o d a s n u e s t r a s citas de este i m p o r t a n t e
texto","utilizamos n u e s t r a p r o p i a t r a d u c c i ó n y n o la de M . L . S j o e s t e d t . D e i g u a l
m a n e r a , m a n t e n e m o s t o d a s n u e s t r a s citas b a j o r e s e r v a hasta q u e se v e r i f i q u e
m a t e r i a l m e n t e el texto c u a n d o sea p o s i b l e d i s p o n e r de u n a l e c t u r a segura y c o m -
pleta de l o s m a n u s c r i t o s o r i g i n a l e s [ N . d e l A . ] .
42 E x t r a c t o ya c i t a d o e n la p á g i n a 7 9 -
43 Mesca Ulad ( « L a e m b r i a g u e z d e l o s u l t o n i a n o s » ) , e d . J. C a r m i c h a e l W a t s o n ,
M e d i a e v a l a n d M o d e r n Irish S e r i e s 1 3 , D u b l í n , 1 9 4 1 , p- 2 5 -
102 I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

b a j o su m a n t o , c o n u n a v a r i t a d e b r o n c e e n c i m a d e l h o m b r o . S u v o z t i e n e
la d u l z u r a d e u n a m e l o d í a . S u p a l a b r a es m u y f u e r t e y c l a r a . . . Este h o m b r e
es e l d r u i d a h i s t o r i a d o r d e l U l s t e r S e n c h a e l g r a n d e , h i j o d e A i l i l l , h i j o d e
M a e c h l o g , d e C a r n m a g d e l o s u l t o n i a n o s , e l h o m b r e m á s e l o c u e n t e d e la
tierra y q u i e n pacifica el ejército de los u l t o n i a n o s . Pacificaría a los h o m ­
4
bres del m u n d o , de levante a p o n i e n t e , c o n tres b u e n a s p a l a b r a s . . . » * .

Esta persistencia del blanco druídico y sacerdotal es tanto más arcaica

y significativa cuanto que, aparte de algunos casos de empleos, también
arcaicos, del rojo guerrero, la Irlanda medieval casi n o ha conservado en
45
su literatura el simbolismo funcional de los colores i n d o e u r o p e o s .
Irlanda neutraliza a m e n u d o la distinción léxica interna entre druide y
file, n o p o r negligencia o ignorancia, sino p o r q u e los transcriptores son
todavía conscientes de la sinonimia de las palabras. U n mismo texto uti­
liza una primera vez el n o m b r e de filid y una segunda el n o m b r e de drui­
des, a sólo unas líneas de distancia, para m e n c i o n a r a los embajadores
elegidos p o r los u l t o n i a n o s c o n el fin de n e g o c i a r la paz c o n el rey
supremo:

« L o s t r e s p o e t a s (filid) p a r t i e r o n e n t o n c e s : les h a b í a n d i c h o q u e p i d i e ­
s e n p a r a C o n c h o b a r e l p r e c i o e s t i p u l a d o p o r la m u e r t e d e su p a d r e y q u e
h i c i e s e n la p a z c o n F e r g u s : d e b í a n d a r l e la m i t a d o r i e n t a l , el d e r e c h o de
s u c e s i ó n a la r e a l e z a d e la p r o v i n c i a , l o s d e s p o j o s d e l h é r o e , sus p r i v i l e g i o s
hereditarios en E m a i n y u n a cama c o n c o l u m n a s de o r o . L o s druidas fue­
r o n c o n estas p r o p u e s t a s y se l e s r e c i b i ó e n la t i e n d a d e l r e y d e I r l a n d a . L e s
p i d i e r o n noticias y c o n t a r o n su e n c o m i e n d a de p r i n c i p i o a fin. E o c h a i d
d i j o q u e l e d a r í a a C o n c h o b a r la i n d e m n i z a c i ó n p o r la m u e r t e d e s u p a d r e :
d o s " t r e i n t a c e n t e n a s " de B r e g h na B o i n n e , su p r o p i a hija p o r esposa, la
m i t a d d e la C a s a d e l C e n t r o y el c a r g o d e d e s p e n s e r o d e l rey s u p r e m o .
D i j e r o n a F e r g u s las c o n d i c i o n e s s u s o d i c h a s y l e d i e r o n e l t e r r i t o r i o de
6
T u a i d h I n b h i r e n la p l a y a d e B a i l e , h i j o d e B u a n » * .

44 Ibid., p . 3 3 .
45 V é a s e J o h a n n a Pollak, « B e i t r a g e z u r V e r w e n d u n g d e r F a r b e n i n d e r a l t e r e n i r i s -
c h e n L i t e r a t u r » , Zpitschrift für Celtische Philologie 2 7 / 3 - 4 . ± 9 5 9 . PP- 1 6 1 - 2 0 5 , q u e p o r
o t r o l a d o n o se p l a n t e a e n n i n g ú n m o m e n t o la s i g n i f i c a c i ó n de l o s c o l o r e s e n la
i d e o l o g í a de las tres f u n c i o n e s .
46 Cogadh Ferghusa agus Chonchobhair ( « L a g u e r r a d e F e r g u s y C o n c h o b a r » ) , e d . M a r g a -
ret C . D o b b s , Revue Celtique, n . ° 4 0 , 1 9 2 3 , p . 4 1 6 .
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S I03

A Brigit, hija del dios-druida Dagda, también se la llama «poetisa y

d r u i d e s a » (banfili 7 bandrui) en el Dindshenchas de Rennes a propósito de una
venganza al t é r m i n o de la cual o r d e n a lloros y g e m i d o s . Esa es su f u n ­
c i ó n n o r m a l ya que el lamento fúnebre se confía siempre a los filid y ella
es su patrona:

« D e s p u é s d e e s o , M a c G r é n e m a t ó a U i l l e n d , al c a b o d e t r e s d í a s , e n la
b a t a l l a d e C u i l l i u p a r a v e n g a r s e p o r la m u e r t e d e M a n a n n a n . N o o b s t a n t e
A m o r g e n m a t ó a M a c G r é n e e n la b a t a l l a d e T a r a p a r a v e n g a r s e p o r la
m u e r t e de U i l l e n d . E n t o n c e s B r i g i t , la poetisa y druidesa, hija de E o c h a i d
O l l a t h i r , o r d e n ó l l o r o s y l a m e n t o s p o r los m u e r t o s , y g e m i d o s e n caso de
7
necesidad»* .

A través del sacrificio y la teología, si creemos a D i o d o r o de Sicilia,

los « f i l ó s o f o s » se diferenciaban en p r i m e r lugar de los adivinos ( a u n ­
que todos los « d r u i d a s » , sin d i s t i n c i ó n de categoría o especialidad,
tengan derecho a realizar sacrificios), y ya h e m o s citado a los dos p r i n c i ­
pales autores que han establecido, incluso sin u n c o n o c i m i e n t o p r o ­
fundo de la cuestión, las subdivisiones internas de la clase sacerdotal.
El papel del bardo galo y las modalidades esenciales de sus relaciones
con el soberano se describen c o n una notable exactitud en dos fragmen­
tos griegos. U n o es de P o s i d o n i o de A p a m e a ( 1 5 2 D - F ) , que p o d e m o s
datar en el siglo I de nuestra era, en el alto p e r i o d o de la independencia
gala:

« E s d é n u e v o P o s i d o n i o q u i e n , al d e s c r i b i r l a r i q u e z a d e L o v e r n i o ,
p a d r e d e B i t u i t o , e l q u e f u e d e p u e s t o p o r l o s r o m a n o s , d i c e q u e éste, p a r a
g a n a r s e al p o p u l a c h o , se l a n z a b a e n c a r r o p o r las l l a n u r a s , y r e p a r t í a o r o y
p l a t a al s i n n ú m e r o d e celtas q u e l o s e g u í a . E h i z o c o n s t r u i r u n c u a d r a d o d e
d o c e estadios, e n el q u e c o l o c ó u n a s c u b a s l l e n a s de m a g n í f i c a b e b i d a , y
p r e p a r ó tal c a n t i d a d d e c o m i d a q u e d u r a n t e m u c h o s días q u i e n e s l o d e s e a ­
b a n p o d í a n entrar y gozar de lo que había dispuesto, siendo servidos i n i n ­
terrumpidamente. P e r o e n u n m o m e n t o e n q u e y a h a b í a f i j a d o el f i n a l d e l
festín, llegó retrasado u n o de los poetas b á r b a r o s ; é s t e , s a l i é n d o l e al
e n c u e n t r o , c e l e b r ó su excelencia c o n u n p o e m a , y d e p l o r ó su p r o p i a suerte
p o r l l e g a r t a r d e . L o v e r n i o , e n c a n t a d o , p i d i ó u n s a q u i t o d e o r o y se l o
arrojó a aquél, que corría a su l a d o . E l poeta lo r e c o g i ó y cantó de n u e v o ,

47 Rennes Dindshenchas, e d . W h i t l e y Stokes, Revue Celtique, n . ° 16, pp. 276-277-

io4 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

a f i r m a n d o q u e las h u e l l a s d e la t i e r r a p o r la q u e g u i a b a e l c a r r o t r a í a n o r o y
beneficios a los hombres»*.

El otro está extraído de la Historia Romana (IV, 12) de A p i a n o de A l e -

jandría, quien, aunque escribía bacia el siglo I I I de nuestra era, relataba
acontecimientos de trescientos años antes:
« L o s j e f e s d e l o s s a l i o s , u n a t r i b u v e n c i d a p o r l o s r o m a n o s , se r e f u g i a -
r o n j u n t o a l o s a l ó b r o g e s . L o s r o m a n o s l o s r e c l a m a r o n y, c o m o l o s a l ó b r o -
ges n o a c c e d i e r o n a e n t r e g a r l o s , l e s h i c i e r o n la g u e r r a b a j o e l m a n d o d e
G n e o D o m i c i o . C u a n d o éste se e n c o n t r a b a a t r a v e s a n d o el t e r r i t o r i o s a l i ó ,
l e s a l i ó al e n c u e n t r o u n m e n s a j e r o d e B i t u i t o , rey d e l o s a l ó b r o g e s , esplén-
d i d a m e n t e a d o r n a d o y c o n u n a c o m i t i v a de l a n c e r o s e n g a l a n a d o s a su vez y
d e p e r r o s —pues l o s b á r b a r o s d e esta r e g i ó n l l e v a n p e r r o s c o m o escolta—.
T a m b i é n les s e g u í a u n m ú s i c o q u e c a n t a b a , a la u s a n z a b á r b a r a , a l a b a n z a s al
r e y B i t u i t o , a l o s a l ó b r o g e s y al p r o p i o e m i s a r i o , celebrando su naci-
m i e n t o , b r a v u r a y r i q u e z a . P o r este m o t i v o p r e c i s a m e n t e , l o s e m b a j a d o r e s
d i s t i n g u i d o s se h a c í a n a c o m p a ñ a r d e tales personas»**.

La n o c i ó n de la que trata el texto de P o s i d o n i o es la de la g e n e r o s i -

dad del rey que se ejerce e n festines muy parecidos a los de la Irlanda
legendaria. Pero se ejerce sobre t o d o , e n la anécdota final, hacia u n
bardo que c u m p l e la p r i n c i p a l o b l i g a c i ó n de su p r o f e s i ó n : alabar a su
soberano en su perfil de d i s t r i b u i d o r y de e q u i l i b r a d o r , es decir, de
garante de la prosperidad (se observará que el bardo no es el embajador,
pero habla antes que él). El texto de A p i a n o confirma y amplía el objeto
y las aplicaciones de la alabanza en u n a f ó r m u l a que destaca desde el
p u n t o de vista funcional:
— nacimiento ( y é f o s ) , -

— valentía (avSpzíav),
— riquezas ( T r e p L o u a í a f ) .
U n rey de Irlanda que ejerció su generosidad hacia los poetas iba a
ser posteriormente menos respetado, teniendo en cuenta sus i n t e n c i o -
nes, que Luernios y Bituitos:

* T r a d . e s p . : A t e n e o , Banquete de los eruditos II ( t r a d . L u c í a R o d r í g u e z - N o r i e g a Gui-

llen), Madrid, Gredos, 1998, p. 204 [N. d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : A p i a n o , Historia romana I (trad. A n t o n i o S a n c h o R o y o ) , M a d r i d , Gre-
dos, 1980, pp. 9 5 - 9 6 [N. d e l T . ] .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S I05

«Feircheas, hijo de G o m a n Eigeas, siguiendo órdenes de C o r m a c , hijo

d e A r t , m a t ó a M a c C o n c o n l a l a n z a q u e se l l a m a b a R i n g c n e , cuando
e s t a b a , c o n la e s p a l d a c o n t r a u n p i l a r , e n G o i r t - a n - O i r , al l a d o d e D e a r -
g r a i t h e n M a g h M a g h F e i m h e a n al o e s t e d e A t h n a g C a r b a d , d i s t r i b u y e n d o
8
o r o y plata a los poetas y a los d o c t o r e s » * .

Pero, ya se trate de druidas o de bardos, la descripción antigua de la

clase sacerdotal celta es coherente, p o r muy sumaria que sea, y no resulta
superfluo subrayar que en cada caso encontramos correspondencias en
textos irlandeses c o n m u c h a facilidad. A m o d o de r e s u m e n de lo que
precede:
— L o s druidas son sacerdotes.
— Los vates son especialistas en adivinación.
— Los bardos se ocupan de literatura y de poesía.
El sacerdocio es p o r otra parte c o m p l e t o puesto que los druidas
cuentan entre sus atribuciones c o n :
1. Los tres aspectos religiosos definidos p o r César:
— teología y especulación metafísica (de rebus divinis);
— sacrificios (sacrificio, publica acprivata)*
— cultos, ritos y prácticas diversas (religiones).
2 . La función educativa, incluida la transmisión de la doctrina tradi-
cional.
3 . La función de j u e z e, ipso facto, la de consejero del poder político
que colabora en la preservación de la coherencia social, n o en el
plano del rey equilibrador y distribuidor de beneficios, sino en el
49
plano del sacerdote que intercede entre los dioses y los h o m b r e s .
C o n la salvedad de la especialización del druida maestro, que ya
h e m o s descrito a p r o p ó s i t o de la j e r a r q u í a y la enseñanza, a c o n t i n u a -
c i ó n vamos a examinar c o n c r e t a m e n t e las p r i n c i p a l e s especialidades
funcionales.

48 K e a t i n g , History of Ireland, e d . D i n n e e n , II, p . 2 8 6 .

49 V é a s e la p a r t e r e l i g i o s a d e l c a p í t u l o X I I I , t i t u l a d o « L a G a u l e dans le m o n d e c e l -
t i q u e » , e n M y l e s D i l l o n , N o r a K . C h a d w i c k y C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Les
Royaumes Celtiques, París, 1974» P P - 3 4 8 - 3 6 2 ; n u e v a e d i c i ó n a c t u a l i z a d a y a u m e n -
tada, e d s . A r m e l i n e , Brest, 2 0 0 1 .
io6 I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

2 . 1 . SACRIFICIOS Y SACRIFICADORES
D e s c o n o c e m o s el n o m b r e del sacrificio sangriento o i n m o l a c i ó n . L o s
irlandeses cristianizados o m i t i e r o n en sus textos lo que a ello se refería
de manera absolutamente natural. Pero la i n m o l a c i ó n n o es la única
forma de sacrificio y pudiera ser que el n o m b r e de la forma sacrificial u
o b l a c i ó n sea u n t é r m i n o general e n la lengua celta. A p a r e n t e m e n t e se
trata de una palabra antigua y sirvió para expresar en los textos la totali-
dad de las acepciones del latín sacrificium. T i e n e claramente u n significado
precristiano en la glosa de S a i n t - G a l l 5 6 b , J: .i. nomen dolestur chorthon bis
ocedpartaib dodeib «es decir, el n o m b r e de una jarra de fondo r e d o n d o que
50
servía para los sacrificios a los d i o s e s » . Idpart, idbart, edpart (la ortografía
medieval irlandesa es a m e n u d o fluctuante) ha subsistido en el v o c a b u -
lario cristiano siguiendo la misma evolución semántica que el latín offe-
renda, su estricto equivalente e n b r i t ó n i c o y g o i d é l i c o para designar la
misa: idpairt choirp Crist traduce Eucaristía mysteria en las vidas latinas de los
51
santos de Irlanda , mientras que el viejo gales aperth, plural aperthou, glosa
el latín muneribus, sacra et victima en u n manuscrito del Ars Amatoria de O v i d i o
en el siglo I X . Precisemos, no obstante, para evitar todo equívoco, que
5 2

adpert es literalmente « l o que se a p o r t a » y nada más. D e b i ó de haber

nombres especializados para los sacrificios p o r i n m o l a c i ó n , cremación,
c r u e n t a c i ó n , asfixia, a h o g a m i e n t o , a h o r c a m i e n t o e i n h u m a c i ó n . Su
e m p l e o para designar hechos religiosos precristianos descritos a poste-
riori tiende a p r o b a r , n o su elevada antigüedad (que n o presenta n i n -
guna duda), sino sencillamente el m a n t e n i m i e n t o del significado p r i -
mitivo. La r e c o n s t r u c c i ó n de D ' A r b o i s de Jubainville *ate-berta (o más
b i e n *ati-od-beña) sólo presenta desde entonces u n interés teórico ajeno
a la etimología: se ocultó todo el vocabulario religioso incompatible c o n
las n o c i o n e s cristianas, c u a n d o n o desapareció sin dejar huella. S i n

50 J. Strachan—Whitley Stokes, ThesaurusPaleohibernkus, II, p . 1 0 9 .

51 Ed. Charles Plummer, p. III, 12.
52 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Cours de Littérature Celtique I, p . 1 5 4 " J o s e p h L o t h , Vocabulaire
vieux-breton, París, 1 8 8 4 , p . 4 3 - C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et
de L e x i c o g r a p h i e gauloises et celtiques V I . 1 9 . M a n d á i s i d p a r t , gallois a b e r t h , c e l -
t i q u e c o m m u n *ATE-BERTA, " o f f r a n d e , s a c r i f i c e " » , Ogam, 1 9 6 0 , n . ° 1 2 , p p . 1 9 8 y
4 4 8 (véase a h o r a C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Le sacrifice dans la tradition celtique, eds. A r m e l i n e ,
B r e s t , 2 0 0 5 , c a p . I: « L e n o m d u s a c r i f i c e » ) . E l b r e t ó n abenji es u n préstamo
r e c i e n t e d e l gales aberthy n o la c o n t i n u a c i ó n d e l viejo b r e t ó n aperth, p o r l o q u e n o
p u e d e servir de p r u e b a f i l o l ó g i c a . V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Dictionnaire éty-
mologique du bretón ancien, moyenetmoderne, fase. 2 , R e n n e s , 1 9 7 3 . P- 4 3 -
 2. EL S A C E R D O C I O Y L A S E S P E C I A L I Z A C I O N E S I07

embargo, gracias al cristianismo, que lo adoptó para sus p r o p i o s fines,

c o n o c e m o s el n o m b r e fundamental del sacrificio en lengua celta.
U n a vez explicado este p u n t o , d e b e m o s r e c o n o c e r que n o t e n e m o s
e n Irlanda más n o m b r e s técnicos de los diferentes tipos de sacrificios
que en la G a l i a . Es r a z ó n suficiente para que nos abstengamos de u n
comentario más extenso. A d e m á s sería necesario diferenciar, lo que está
lejos de ser factible, entre los sacrificios reales, atestiguados histórica-
m e n t e , los que se v i n c u l a n a u n esquema o escenario m í t i c o y los que
sólo resultan de la denigración.
N o se trata en absoluto de p r e t e n d e r que los druidas, sacerdotes de
una r e l i g i ó n , n o practicasen sacrificios: n o se concibe una r e l i g i ó n sin
sacrificios c o m o t a m p o c o se c o n c i b e sin s í m b o l o s . La r a z ó n es que el
rito, m i n u c i o s o y regulado, es indispensable para la simple subsistencia
del c u l t o : m a n t i e n e el e q u i l i b r i o c ó s m i c o y p e r m i t e a la sociedad
h u m a n a purificarse y p e r m a n e c e r c o n vida. La ú n i c a reserva posible
—aunque es i m p o r t a n t e hacerla— es q u e el sacrificio h u m a n o , en la
«vivencia r e l i g i o s a » , fue c o n toda seguridad muy raro. E n toda la l i t e -
ratura medieval irlandesa n o tenemos más de dos o tres ejemplos, p a r -
cialmente r e p r o d u c i d o s en la Galia, dando p o r supuesto asimismo que
las muertes de h o m b r e s debidas a los hechos bélicos (masacres de h e r i -
dos y de p r i s i o n e r o s , suicidios colectivos tras una derrota) n o d e b e n
53
apuntarse en la cuenta de los sacrificios h u m a n o s .
El texto de base es el de César (Comentarios V I , 1 6 ) :

« L a n a c i ó n e n t e r a d e l o s g a l o s está e n t r e g a d a p o r c o m p l e t o a las p r á c t i -
cas r e l i g i o s a s , y p o r esta r a z ó n a q u e l l o s q u e s u f r e n e n f e r m e d a d e s g r a v e s y
quienes a n d a n e n m e d i o de combates y peligros i n m o l a n h o m b r e s a m o d o
d e v í c t i m a s o b i e n p r o m e t e n s a c r i f i c a r l o s , y r e c u r r e n p a r a estos s a c r i f i c i o s al
m i n i s t e r i o d e l o s d r u i d a s , p u e s , a n o s e r q u e la v i d a d e u n h o m b r e se p a g u e
c o n la v i d a d e o t r o h o m b r e , p i e n s a n q u e n o es p o s i b l e a p l a c a r a l o s d i o s e s
i n m o r t a l e s , y t i e n e n i n s t i t u i d o s c o m o c o s a p ú b l i c a s a c r i f i c i o s d e este t i p o .

O t r o s hacen uso de m u ñ e c o s de e n o r m e tamaño, cuyos m i e m b r o s ,

trenzados c o n leña, rellenan c o n h o m b r e s vivos. Les p r e n d e n fuego y los
Jieírrbres, r o d e a d o s de llamas, e x p i r a n . L o s s u p l i c i o s de a q u e l l o s q u e s o n
s o r p r e n d i d o s r o b a n d o , d e d i c a d o s al b a n d i d a j e o a a l g u n a f e c h o r í a , c o n s i -
d e r a n que son especialmente gratos a los dioses inmortales. Pero c u a n d o
les f a l t a n é s t o s , se r e b a j a n h a s t a e l t o r m e n t o d e g e n t e i n o c e n t e » .

53 Cf. Camille Jullian, « N o t e s g a l l o - r o m a i n e s X V I I . R e m a r q u e s s u r la p l u s

a n c i e n n e r e l i g i ó n g a u l o i s e » , Revue des Etudes anciennesV, 1903, pp. ig-27-
io8 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

L o c o m p l e t a r e m o s c o n E s t r a b ó n (Geografía I V , 4> 5 ) =

« L o s r o m a n o s h i c i e r o n t e r m i n a r c o n estas p r á c t i c a s , y c o n las r e f e r e n -

tes a los sacrificios y a la a d i v i n a c i ó n q u e e r a n c o n t r a r i a s a n u e s t r o s u s o s .

G o l p e a b a n , p o r e j e m p l o , e n la e s p a l d a c o n u n a e s p a d a a u n h o m b r e e l e -

g i d o r i t u a l m e n t e c o m o v í c t i m a y p r a c t i c a b a n la a d i v i n a c i ó n a p a r t i r d e s u s

c o n v u l s i o n e s . N o s a c r i f i c a b a n , s i n e m b a r g o , j a m á s s i n la p r e s e n c i a d e u n

d r u i d a . H e o í d o h a b l a r t a m b i é n de otras f o r m a s de sacrificios h u m a n o s , o

la d e c r u c i f i c a r l o s e n l o s t e m p l o s , o la d e f a b r i c a r u n e n o r m e m u ñ e c o de

p a j a y m a d e r a e n el q u e m e t í a n a l g u n a s c a b e z a s d e g a n a d o , b i c h o s d e t o d o

t i p o , y h o m b r e s , y h a c e r c o n él u n h o l o c a u s t o » .

Y t a m b i é n c o n D i o d o r o de Sicilia (V, 3 2 , 6 ) :

« E n c o n s o n a n c i a c o n su c a r á c t e r salvaje d a n m u e s t r a s d e u n a inusual

i m p i e d a d e n r e l a c i ó n c o n los sacrificios; así, d e s p u é s d e h a b e r t e n i d o en

p r i s i ó n a los m a l h e c h o r e s d u r a n t e ' c i n c o a ñ o s , los e m p a l a n e n h o n o r d e los

dioses, a quienes los consagran j u n t o c o n m u c h a s otras primicias, levan-

t a n d o p i r a s d e e n o r m e t a m a ñ o . T a m b i é n se s i r v e n d e l o s p r i s i o n e r o s c o m o

víctimas d e sus sacrificios e n h o n o r d e los dioses. A l g u n o s d e ellos i n c l u s o

m a t a n a l o s a n i m a l e s c a p t u r a d o s e n la g u e r r a j u n t o c o n l o s h o m b r e s , o l o s

q u e m a n , o los a n i q u i l a n c o n a l g ú n o t r o s u p l i c i o » .

N o e n c o n t r a m o s e n I r l a n d a h u e l l a s v e r d a d e r a m e n t e p r e c i s a s d e estos
s a c r i f i c i o s h u m a n o s q u e t a n a m e n u d o se i m p u t a n a l o s d r u i d a s . L a c r i s -
t i a n i z a c i ó n h i z o d e s a p a r e c e r t o d a s o casi t o d a s n u e s t r a s f u e n t e s . A s í l o h a
observado D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e : « L o s sacrificios, cuya c e l e b r a c i ó n
e r a la p r i n c i p a l f u n c i ó n d e l o s d r u i d a s , r e s u l t a b a n i n c o n c i l i a b l e s c o n la
5 4
práctica del c r i s t i a n i s m o » . El d r u i d a que sacrificaba a u n a víctima
5 5
h u m a n a s o b r e u n d o l m e n es e n c u a l q u i e r caso p u r a i m a g i n a c i ó n .
I n d e p e n d i e n t e m e n t e y a d i f e r e n c i a d e esta i m a g i n e r í a , actualmente
t e n e m o s , g r a c i a s a i n v e s t i g a c i o n e s r e c i e n t e s , u n a i d e a m á s clara a c e r c a d e
los ritos sacrificiales, descritos de f o r m a e m b r o l l a d a p o r los autores
a n t i g u o s y q u e se r e p a r t e n e n t r e l o s t r e s n i v e l e s f u n c i o n a l e s :

54- Les Celtesetleslanguesceltiques, p . 158.

55 V é a s e infra la m e n c i ó n d e la h i s t o r i a d e B e c u m a . C f . Eriu 3, p . 1 5 4 -
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S

— n o sangriento en el plano sacerdotal: ahorcamiento,

(sacrificio mediante los e l e m e n t o s crucifixión,
sin empleo de armas) inmersión,
cremación,
inhumación;
— sangriento en el plano guerrero: muerte p o r espada o
lanza o cualquier otra
arma;
— l í q u i d o y vegetal en el p l a n o de la oblación y libación,
tercera función productora:

Los druidas están, p o r supuesto, implicados en los tres planos c o m o

56
encargados del cumplimiento y la vigilancia del r i t o .
Ya sabemos que san Patricio es el gran responsable de la pobreza de
i n f o r m a c i ó n de la que d i s p o n e m o s , c o n algunas excepciones, en rela­
ción con toda la parte doctrinal y ritual del paganismo irlandés. H e aquí
c ó m o se expresa u n monje:
« R e v e r e n c i a m o s a san Patricio, p r i n c i p a l apóstol de I r l a n d a . A d m i r a ­
b l e es s u g l o r i o s o n o m b r e , u n f u e g o q u e b a u t i z a las n a c i o n e s . S e b a t i ó c o n ­
t r a l o s d r u i d a s d e c o r a z ó n d u r o . A p l a s t ó a l o s s o b e r b i o s c o n la a y u d a q u e
r e c i b i ó d e l b l a n c o c i e l o y p u r i f i c ó I r l a n d a l a d e las v e r d e s l l a n u r a s d e l a
g r a n raza. I n v o c a m o s a Patricio j e f e de los apóstoles. S u j u i c i o n o s ha l i b e ­
5 7
r a d o d e la c o n d e n a y la m a l d a d d e l o s s o m b r í o s demonios» .

Esta plegaria es en t o d o caso más u n ejercicio de estilo laudatorio

que u n verdadero testimonio sobre los druidas, pues estos últimos n o
desaparecieron c o m p l e t a m e n t e c o n la llegada de san Patricio: en los
tiempos del rey supremo D o m n a l l h U a Neill (muerto en 9 7 8 ) , los d r u i ­
das existían y todavía empleaban todos los p r o c e d i m i e n t o s de adivina­
58
ción contra los cuales el santo se r e b e l ó .
N o se habla de los druidas en el principal episodio donde se ve el cristia­
nismo, de acuerdo con la hagiografía, triunfando sobre un culto sangriento:

56 Véase'Christian-J. Guyonvarc'h, « I n t r o d u c t i o n étymologique á l'étude du sacri­

_
fice dans la r e l i g i ó n c e l t i q u e » , Ogam, n . ° 3 5 3 6 , 1 9 8 3 - 1 9 8 4 , E t u d e s Indo-Euro-
p é e n n e s I, p p . 5 9 ~ 8 0 ; y F r a n c o i s e L e R o u x , « S u r q u e l q u e s s a c r i f i c e s et r i t e s
s a c r i f i c i e l s c e l t i q u e s sans e f f u s i o n d e s a n g » , ibid., p p . 9 5 - H O (véase Ch.-J.
G u y o n v a r c ' h , Le sacrifice dans la tradition celtique, op. cit).
57 « P l e g a r i a de san N i n i n o » , e n ThesaurusPaleohibernicus II, p . 3 2 2 -
T _ 1
58 E u g e n e O ' C u r r y , On theMannersand CustomsoftheAncientIrish II, p p . 34 35-
no I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

« H u b o cierto í d o l o e n M a g Slecht, a d o r n a d o c o n o r o y plata, y d o c e

d i o s e s d e c o b r e c o l o c a d o s al l a d o y e n f r e n t e d e l í d o l o . E l r e y y t o d o e l p u e -
b l o a d o r a b a n a este í d o l o e n e l q u e se e s c o n d í a u n d e m o n i o m u y m a l v a d o
q u e d a b a r e s p u e s t a s al p u e b l o . P o r esta r a z ó n l o a d o r a b a n c o m o a u n d i o s .
P r e d i c a n d o p o r l o s a l r e d e d o r e s , s a n P a t r i c i o l l e g ó a la l l a n u r a d o n d e se
h a b í a e r i g i d o y, l e v a n t a n d o la m a n o d e r e c h a , a m e n a z ó c o n d e r r i b a r l o d e
u n g o l p e c o n su " b a s t ó n de J e s ú s " (su c r u z de o b i s p o ) . P e r o el d e m o n i o
q u e estaba d e n t r o d e l í d o l o , p o r t e m o r a s a n P a t r i c i o , v o l v i ó la p i e d r a h a c i a
e l l a d o d e r e c h o y t o d a v í a se p u e d e v e r l a m a r c a e n e l l a d o i z q u i e r d o ; s i n
e m b a r g o , la m a n o d e l s a n t o n o d e j ó la c r u z . L a t i e r r a i n c l u s o se t r a g ó l o s
o t r o s d o c e í d o l o s h a s t a la c a b e z a y e s o es t o d o l o q u e s u b s i s t i ó e n r e c u e r d o
de a q u e l m i l a g r o . P e r o el d e m o n i o , q u e h a b í a vivido e n el í d o l o d u r a n t e
m u c h o t i e m p o y q u e e n g a ñ a b a a los h o m b r e s , salió p o r o r d e n de san P a t r i -
c i o . C u a n d o los p u e b l o s y su rey L o e g a i r e lo v i e r o n , t u v i e r o n m i e d o y
r o g a r o n a s a n P a t r i c i o q u e o r d e n a s e a ese h o r r i b l e m o n s t r u o q u e se f u e s e
d e s u p r e s e n c i a . S a n P a t r i c i o l e o r d e n ó h u n d i r s e e n el a b i s m o . E n t o n c e s
t o d o s l o s p u e b l o s d i e r o n g r a c i a s a D i o s t o d o p o d e r o s o p o r q u e se h a b í a d i g -
5 9
n a d o a l i b e r a r l o s a través d e s a n P a t r i c i o d e l p o d e r d e las t i n i e b l a s » .

Los irlandeses consagraban sacrificios a este í d o l o que, de a c u e r d o

con el piadoso hagiógrafo, había p e r d i d o toda su espiritualidad:
« M a g Slecht, ¿de d ó n d e viene el n o m b r e ? N o es difícil. D e d o n d e
se encontraba el ídolo real de Irlanda, a saber, C r o m C r u a i c h y alrede-
d o r de él doce ídolos de piedra. Era de o r o y fue el dios al que todos los
p u e b l o s que habían t o m a d o Irlanda hasta la llegada de san Patricio
hacían sacrificios. A él le ofrecían los primogénitos de cada carnada y los
p r i m e r o s vastagos de cada clan. Por él fue T i g e r n m a s , hijo de Follach,
rey de Irlanda, a Samain c o n los hombres y las mujeres de Irlanda para
adorarlo y prosternarse ante él. La cima de sus frentes, los cartílagos de
sus narices, las extremidades de sus rodillas y las puntas de sus codos se
r o m p i e r o n de m o d o que tres cuartas partes de los h o m b r e s de Irlanda
m u r i e r o n en la prosternación. D e ahí el n o m b r e de Llanura de la P r o s -
6 o
ternación» .

59 M i c h é a l O ' D u i g e a n n a i n , « O n the Mediaeval Sources for the L e g e n d o f C e n n

C r o i c h » , Féil-sgribhinnEoinMhkNéill, D u b l í n , 1 9 4 0 , p . 3 0 1 . C f . Francoise L e Roux,
« L e C e l t i c u m d ' A m b i g a t u s et l ' O m p h a l o s g a u l o i s . L a r e a l e z a s u p r e m a d e l o s
b i t u r i g e s » , Ogam, 1 9 6 1 , n . ° 1 3 , p p . 1 7 5 - 1 7 9 .
60 E d . W h i t l e y S t o k e s , « T h e R e n n e s D i n d s h e n c h a s » , Revue Celtique, n . ° 1 6 , p p . 3 5 -
3 6 . C f . Ogam, n . ° 1 3 , loe. cit, p . 1 7 8 .
 2. EL SACERDOCIO Y LAS ESPECIALIZACIONES III

Desgraciadamente, este culto tan b i e n descrito yuxtapone el h e c h o

material de la existencia de la Piedra de Fal en Tara y el tema bíblico de
61
las primicias debidas al E t e r n o . Los druidas n o tienen nada que ver en
este asunto. Existe una huella de « p i e d r a de a d o r a c i ó n » (ail adrada), la
cual servía sobre todo para el a m o j o n a m i e n t o , según el tratado j u r í d i c o
Breachta Comaithcesa («Juicios de mutua t e n e n c i a » ) :

« U n a s e ñ a l d e p i e d r a , es d e c i r , u n l í m i t e q u e está m a r c a d o p o r u n a p i e -
d r a d e a d o r a c i ó n o u n a p i e d r a q u e n o se p u e d e m o v e r , o p o r u n á r b o l , o
p o r u n a p i e d r a p l a n a , o p o r u n a p i e d r a m o n u m e n t a l ; si h a y así siete s e ñ a l e s
6 2
e n este t i e m p o , u n a s o b r e o t r a , es u n l í m i t e q u e n o se p u e d e t r a s p a s a r » .

y el Dindshenchas métrico sostiene que h u b o u n culto de litolatría desde los

tiempos de E r e m o n , es decir, desde la llegada de los goidelos:

« D e s d e el r e i n o
d e E r e m o n , j e f e d e la f o r t a l e z a ,
h u b o a d o r a c i ó n d e las p i e d r a s
h a s t a la l l e g a d a d e l n o b l e P a t r i c i o d e A r d M a c h a »

Pero esta aserción es fundamentalmente una ocasión suplementaria

para p r o n u n c i a r el n o m b r e de san Patricio y la cuarteta n o ofrece más
evidencias que el texto de los Dindshenchas en prosa. D e b e m o s c o n c l u i r ,
p o r tanto, que los sacrificios de los druidas n o tienen nada que ver c o n
ello y que las piedras d e s e m p e ñ a n u n papel en la r e l i g i ó n celta al igual
que los demás elementos naturales, que son la tierra (de la que las p i e -
dras f o r m a n parte), el agua, el fuego y el aire. El culto megalítico se ha
c o n v e r t i d o , en este p u n t o de la e x p o s i c i ó n , en u n a i l u s i ó n y d e b e m o s
repetir que los megalitos sacrificiales son sin duda otra más. P o r lo
demás, la palabra irlandesa que designa la « a d o r a c i ó n » , adrad, es de
origen latino. La litolatría n o puede ser celta.

61 « C u a n d o Y a h v é te haya h e c h o e n t r a r e n la t i e r r a del c a n a a n í , c o m o te ha j u r a d o
a ti y a tus a n t e p a s a d o s , y te la haya d a d o , ofrecerás a Y a h v é t o d a p r i m i c i a d e l s e n o
m a t e r n o ; de t o d o p r i m e r p a r t o de l o s a n i m a l e s q u e p o s e y e r e s , los m a c h o s s e r á n
p a r a Y a h v é . . . . T a m b i é n rescatarás t o d o p r i m o g é n i t o d e l h o m b r e , e n t r e tus
h i j o s ' » ( É x o d o 1 3 , I I - 1 3 ) ; [ t r a d . e s p . : Antiguo Testamento I, M a d r i d , B i b l i o t e c a de
Autores Cristianos 196, Editorial Católica, 1 9 6 7 , pp- 3 9 6 - 3 9 7 ] - Véase C h . - J .
G u y o n v a r c ' h , Le sacrifice dans la tradition celtique, op. cit. C f . F. N . R o b i n s o n , «Human
S a c r i f i c e s a m o n g t h e I r i s h C e l t s » , Anniversary Papers by Colleagues and Pupils of George
LymanKittreage, Boston, 1913,pp. 185-197.
62 AncientLaws oflreland TV, p . 1 4 2 .
63 E d w a r d G w y n n , TheMetricalDindshenchas TV, p . 2 2 .
112 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

¿Hay que otorgar crédito a la información ofrecida p o r N e n n i o rela-

tiva a una recomendación dirigida p o r los druidas britanos a Vortigern, a
finales de la hegemonía britana en G r a n Bretaña? Según este autor, para
asegurar la eficacia defensiva de la fortaleza de Dinas Emrys, tenían que
regar las piedras c o n sangre de u n j o v e n nacido de padre d e s c o n o c i d o .
Pero, c o m o Jesús entre los doctores de la ley, el muchacho, que más tarde
se convertiría en el mago M e r l í n , c o n f u n d i ó a los druidas y escapó del
sino cruel que lo esperaba. Vale la pena traducir integralmente la historia
de este sacrificio fallido del latín de N e n n i o . E n ella se percibe aún, en
efecto, a pesar de la presencia de san G e r m á n , toda la mitología britana
latente a través de las aventuras del rey Vortigern y sus druidas:

« A ñ a d i e n d o u n a m á s a sus p e r v e r s i d a d e s , V o r t i g e r n t o m ó a s u p r o p i a
hija c o m o esposa y ella le d i o u n h i j o . G u a n d o esto fue c o n o c i d o p o r S a n
G e r m á n , fue a acusarlo c o n t o d o el c l e r o de los b r e t o n e s [ b r i t a n o s ] . Y
m i e n t r a s estaba r e u n i d o e l g r a n s í n o d o d e c l é r i g o s y l a i c o s e n u n s o l o c o n -
s e j o , e l rey a d v i r t i ó a s u h i j a q u e se d i r i g i e r a a la a s a m b l e a , y q u e p u s i e r a a
su hijo e n el regazo de S a n G e r m á n , d i c i e n d o q u e él era el p a d r e del n i ñ o .
L a m u j e r h i z o tal c o m o h a b í a s i d o i n s t r u i d a . P e r o S a n G e r m á n l o a c o g i ó
b e n i g n a m e n t e y e m p e z ó a d e c i r : " S e r é u n p a d r e p a r a ti y n o te a b a n d o -
n a r é . P e r o q u e se m e d é u n a navaja, u n a s t e n a c i l l a s y u n p e i n e y se te p e r -
m i t a d a r l o a t u p a d r e c a r n a l " . Y o b e d e c i ó el n i ñ o , q u e a v a n z ó hasta su p r o -
g e n i t o r , s u p a d r e s e g ú n la c a r n e , V o r t i g e r n , y l e d i j o : " E r e s m i p a d r e , c o r t a
l o s c a b e l l o s d e m i c a b e z a " . P e r o él c a l l ó y g u a r d ó s i l e n c i o y n o q u i s o r e s -
p o n d e r al m u c h a c h o , s i n o q u e se l e v a n t ó m u y i r r i t a d o , y h u y ó d e la m i r a d a
d e S a n G e r m á n . P o r e l l o fue m a l d i t o y c o n d e n a d o p o r éste y p o r t o d o el
concilio de los bretones [britanos].

D e s p u é s e l r e y i n v i t ó a s u p r e s e n c i a a sus m a g o s , p a r a p r e g u n t a r l e s q u é
debía hacer, y ellos d i j e r o n : " D i r í g e t e a los c o n f i n e s de tu r e i n o y e n -
c o n t r a r á s u n a a l t u r a b i e n p r o t e g i d a p a r a q u e p u e d a s d e f e n d e r t e ; p o r q u e el
p u e b l o q u e h a s a c o g i d o e n t u r e i n o te o d i a y te m a t a r á a t r a i c i ó n , y t o d a s las
r e g i o n e s q u e t ú h a s a m a d o las o c u p a r á c o n t o d a t u g e n t e , d e s p u é s d e t u
m u e r t e . E n t o n c e s é l , c o n sus m a g o s , f u e a e n c o n t r a r la a l t u r a . D i e r o n
r o d e o s p o r m u c h a s r e g i o n e s y p r o v i n c i a s s i n h a l l a r l a , hasta q u e al f i n l l e g a -
r o n a l a r e g i ó n q u e se l l a m a G w y n n e d ; y é l , b u s c a n d o e n l o s m o n t e s
H e r e r i , al f i n , e n u n o d e l o s m o n t e s , c o n s i g u i ó e n c o n t r a r u n l u g a r a p t o
p a r a c o n s t r u i r l a c i u d a d e l a . Y l o s m a g o s l e d i j e r o n : " H a z e n este l u g a r l a
fortaleza, p o r q u e estará s i e m p r e m u y p r o t e g i d a de los p u e b l o s b á r b a r o s " .
El r e u n i ó e n t o n c e s a r t e s a n o s , esto es, p i c a p e d r e r o s , m a d e r a y p i e d r a s ; y
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S
"3

c u a n d o e s t a b a n r e u n i d o s t o d o s l o s m a t e r i a l e s , e n u n a sola n o c h e d e s a p a r e -
cieron. Por tres veces o r d e n ó reunirlos y nunca aparecían (al día
s i g u i e n t e ) . L l a m ó p u e s a l o s m a g o s y les p r e g u n t ó c u á l era la c a u s a d e a q u e l
d a ñ o y p o r q u é s u c e d í a . Y ellos le r e s p o n d i e r o n : " S i n o e n c u e n t r a s a u n
n i ñ o s i n p a d r e , es s a c r i f i c a d o y e l e m p l a z a m i e n t o es r o c i a d o c o n s u s a n g r e ,
jamás podrás edificar en él".

E l rey e n v i ó m e n s a j e r o s p o r toda B r i t a n i a , p o r c o n s e j o de los m a g o s ,

p o r si h a l l a b a n a u n n i ñ o s i n p a d r e . Y t r a s r e c o r r e r t o d a s las p r o v i n c i a s y
m u c h í s i m a s r e g i o n e s , l l e g a r o n al C a m p u s E l l e t i , q u e está e n la r e g i ó n q u e
se l l a m a G l e w i s s i n g , d o n d e u n o s n i ñ o s j u g a b a n a p e l o t a . Y h e a q u í q u e d o s
d e e l l o s d i s c u t í a n y u n o d i j o al o t r o : " ¡ H o m b r e s i n p a d r e , n o s a l d r á s t ú
favorecido!". E n t o n c e s ellos p r e g u n t a b a n repetidamente a los otros acerca
d e a q u e l n i ñ o e, i n t e r r o g a n d o a s u m a d r e s o b r e si t e n í a p a d r e , ella l o n e g ó
y d i j o : " N o sé c ó m o fue c o n c e b i d o e n m i s e n o ; s ó l o sé u n a c o s a : q u e j a m á s
c o n o c í v a r ó n " ; y les j u r ó q u e n o t e n í a p a d r e . E l l o s l o l l e v a r o n c o n s i g o hasta
e l rey V o r t i g e r n y l o i n t r o d u j e r o n e n s u p r e s e n c i a .

Y al d í a s i g u i e n t e se r e u n i e r o n p a r a q u e e l n i ñ o f u e r a s a c r i f i c a d o . Y e l
n i ñ o d i j o al r e y : " ¿ P o r q u é t u s h o m b r e s m e h a n t r a í d o hasta t i ? " . Y e l rey
le d i j o : " P a r a q u e t ú seas s a c r i f i c a d o , y t u s a n g r e r o c i a d a e n t o r n o a esta
p l a z a , a f i n d e q u e p u e d a ser e d i f i c a d a " . R e s p o n d i ó e l n i ñ o al rey: " ¿ Q u i é n
te l o h a m o s t r a d o ? " . Y e l r e y : " M i s m a g o s m e l o h a n d i c h o " . Y e l n i ñ o
d i j o : " Q u e los l l a m e n a m i p r e s e n c i a " . L o s m a g o s f u e r o n l l a m a d o s y el
n i ñ o les d i j o : " ¿ Q u i é n o s h a r e v e l a d o q u e esta p l a z a d e b í a ser r o c i a d a c o n
m i s a n g r e , y , si n o l o e r a , n o p o d í a s e r c o n s t r u i d a j a m á s ? P a r a q u e é l l o
s e p a , ¿ q u i é n os h a h e c h o r e v e l a c i o n e s s o b r e m í ? " . D e n u e v o e l n i ñ o d i j o :
" S ó l o a ti, o h , rey, te h a b l a r é y p r o c u r a r é p o n e r d e m a n i f i e s t o p a r a ti t o d a
la v e r d a d ; p e r o a tus m a g o s les p r e g u n t o : ¿ q u é hay b a j o el s u e l o ? " . P e r o
ellos d i j e r o n : " N o l o s a b e m o s " . Y él: " Y o l o sé: hay u n lago e n el c e n t r o
d e l p a v i m e n t o ; v e n i d y c a v a d y así l o e n c o n t r a r é i s " . E l l o s f u e r o n , c a v a r o n y
e l l a g o fluyó. Y e l n i ñ o d i j o a l o s m a g o s : " D e c i d m e , ¿ q u é h a y e n el l a g o ? " .
C a l l a r o n e l l o s y n o p u d i e r o n r e v e l á r s e l o . P e r o é l les d i j o : " Y o o s l o d i r é ;
h a y d o s vasijas y así l o h a l l a r é i s " . F u e r o n y l o v i e r o n d e ese m o d o . Y el n i ñ o
d i j o a.los m a g o s : " ¿ Q u é h a y e n las vasijas c e r r a d a s ? " . P e r o e l l o s c a l l a r o n y
n o p u d i e r o n r e v e l á r s e l o . M a s él a f i r m ó : " E n m e d i o de ellas hay u n a
t i e n d a ; s e p a r a d l a s y así l o e n c o n t r a r é i s " . E l rey o r d e n ó q u e las s e p a r a s e n y
e n e f e c t o f u e h a l l a d a la t i e n d a p l e g a d a , c o m o h a b í a d i c h o . Y d e n u e v o
i n t e r r o g ó a l o s m a g o s : " ¿ Q u é h a y e n m e d i o d e la t i e n d a ? Y d e c i d l o e n
seguida". P e r o n o p u d i e r o n s a b e r l o . E n t o n c e s él m a n i f e s t ó : "Hay dos
ii4 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

l a g a r t o s , u n o b l a n c o y o t r o r o j o ; d e s p l e g a d la t i e n d a " . L a d e s p l e g a r o n y
h a l l a r o n d o s d r a g o n e s d u r m i e n d o . Y d i j o el n i ñ o : " M i r a d y fijaos e n q u é
h a c e n l o s l a g a r t o s " . Y l o s l a g a r t o s e m p e z a r o n a i n t e n t a r e x p u l s a r s e u n o al
otro, pero cuando u n o lo intentaba, e l o t r o l e o p o n í a sus h o m b r o s , de
m o d o q u e l o e m p u j a b a a é l h a c i a e l c e n t r o d e l a t i e n d a ; y así l o h i c i e r o n
t r e s v e c e s : s i n e m b a r g o , al f i n p a r e c i ó m á s d é b i l e l l a g a r t o r o j o , p e r o d e s -
p u é s fue m á s fuerte q u e el b l a n c o y lo a r r o j ó m á s allá de los l í m i t e s d e la
t i e n d a ; e n t o n c e s se p e r s i g u i e r o n m u t u a m e n t e a t r a v é s d e l l a g o y la t i e n d a
d e s a p a r e c i ó . Y e l n i ñ o d i j o a l o s m a g o s : " ¿ Q u é s i g n i f i c a esta s e ñ a l p r o d i -
g i o s a q u e h a t e n i d o l u g a r e n la t i e n d a ? " . Y e l l o s d i j e r o n : " N o l o s a b e m o s " .
El n i ñ o r e s p o n d i ó : " H e a q u í q u e m e ha s i d o r e v e l a d o el m i s t e r i o y os l o
a c l a r a r é . L a t i e n d a es la i m a g e n d e t u r e i n o ; l o s d o s l a g a r t o s s o n d o s d r a g o -
n e s ; e l l a g a r t o r o j o es t u d r a g ó n y e l l a g o es l a f i g u r a d e e s t e m u n d o . En
c a m b i o , e l b l a n c o es e l d r a g ó n d e l p u e b l o q u e h a o c u p a d o l o s p u e b l o s y la
m a y o r í a d e r e g i o n e s d e B r i t a n i a y casi d e u n m a r a o t r o la d o m i n a r á . Pero
d e s p u é s n u e s t r o p u e b l o se a l z a r á y a r r o j a r á a l o s a n g l o s al m a r v a l e r o s a -
m e n t e . T ú , d e t o d o s m o d o s , v e t e d e esta p l a z a , ya q u e n o p u e d e s e d i f i c a r l a
y atraviesa m u c h a s r e g i o n e s , a f i n d e e n c o n t r a r u n l u g a r p r o t e g i d o , q u e y o
m e q u e d a r é a q u í " . Y e l r e y p r e g u n t ó al n i ñ o : " ¿ C u á l es t u n o m b r e ? " . Y é l
r e p u s o : " M e l l a m a n A m b r o s i o " ( e s t o es, E m r e i s G u l e d i c , s e g ú n p a r e c e ) . Y
e l r e y d i j o : " ¿ D e q u é e s t i r p e p r o c e d e s ? " . Y é l : " M i p a d r e es u n o d e l o s
c ó n s u l e s d e l p u e b l o r o m a n o " . Y l e c e d i ó la p l a z a c o n t o d o s l o s r e i n o s d e la
p a r t e o c c i d e n t a l d e B r i t a n i a y él c o n sus m a g o s l l e g ó a la p a r t e N o r t e y hasta
la r e g i ó n q u e se l l a m a G u n n e s s i . A l l í e d i f i c ó u n a c i u d a d , q u e se l l a m a c o n
6
su n o m b r e , C a i r V o r t i g e r n » * .

Se cuenta la misma historia en el acervo legendario irlandés bajo el

n o m b r e de El cortejo deBecuma: ésta era mujer de Labraid (uno de los jefes
6 5
de los Tuatha D é D a n a n n ) y c o m o culpable de adulterio c o n Gaiar,
66
u n o de los hijos del dios M a n a n n a n fue condenada a ser quemada viva.

64 Historia Britonum 3 9 - 4 2 , t e x t o h a r l e i a n o , e d . E d m o n d Faral, « L a l é g e n d e a r t h u -

r i e n n e » , I I I , P a r í s , 1 9 2 9 , p p . 3 0 - 3 3 [ t r a d . e s p . : N e n i o , Historia del pueblo bretón
(trad. G l o r i a Torres A s e n s i o ) , P P U , Barcelona, 1 9 8 9 , p p . 1 0 3 - 1 0 7 ] - Cf. J o h n
M o r r i s , Nennius, British History and the Wekh Annals, L o n d r e s , 1 9 8 0 , p p . "JO-J2- Cf.
t a m b i é n E u g e n e O ' C u r r y , Manners and Customs ofthe Ancient Irish II, p p . 2 2 2 - 2 2 3 -
65 S o b r e l o s T u a t h a D é D a n a n n , véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques
irlandais I, R e n n e s , 1 9 8 0 , p p . I-I04-
66 M a n a n n a n es, e n el c i c l o m i t o l ó g i c o , el « h e r m a n o » d e l D a g d a . H a b l a n d o c o n
p r o p i e d a d , es el d i o s d e l sid, el O t r o M u n d o i r l a n d é s , p o r q u e el sid está s i t u a d o
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S
115

E n u n acto de indulgencia, los jueces conmutaron la pena p o r el destierro

y la pusieron en u n barco que impulsaron hacia alta mar. Ella consigue
alcanzar la colina de Howth (Etar) donde se encuentra c o n el rey C o n n
C e t c h a t h a c h ( « e l de las C i e n B a t a l l a s » ) , v i u d o de su mujer E i t h n e .
Gracias a su belleza, Becuma logró que la desposase, pero su presencia se
convierte inmediatamente en la causa de calamidades que contrarían el
ejercicio y la esencia de la función regia: la tierra niega sus cosechas, los
rebaños n o t i e n e n leche. C o n s u l t a n a los druidas y explican que, para
b o r r a r las consecuencias del c r i m e n c o m e t i d o p o r la nueva esposa del
rey, hay que sacrificar al hijo de una v i r g e n y regar c o n su sangre la
puerta y el país de Tara. C o n n acabó p o r descubrir en una isla al j o v e n
c o n v e n i e n t e y, c o n una añagaza, lo lleva a Tara. Pero, en el m o m e n t o
preciso en el que se va a c o n s u m a r el sacrificio, aparece una vaca y,
debido a los ruegos de la madre del j o v e n , se acepta el animal c o m o sus-
tituto. H e aquí los pasajes más característicos de este relato cuya trans-
c r i p c i ó n tardía (la ortografía es la del irlandés p r e m o d e r n o ) n o oculta
su arcaísmo. A q u í citamos t o d o lo c o n c e r n i e n t e al sacrificio p r o p i a -
mente dicho y n o a la historia de la propia Becuma:

« A r t estaba e n T a r a j u g a n d o al a j e d r e z y C r o m d e s , el d r u i d a d e C o n n ,
e s t a b a c o n é l . Y e l d r u i d a d i j o : " T e v a n a d e s t e r r a r , o h , h i j o , y es p o r l a
m u j e r c o n la q u e se casa t u p a d r e q u e te v a n a d e s t e r r a r " . E l rey y su m u j e r
l l e g a r o n a ese l u g a r , el h i j o a c u d i ó i n m e d i a t a m e n t e a s u p r e s e n c i a y C o n n
dijo a A r t : "Deja Tara e Irlanda p o r u n año y prepárate enseguida pues m e
he c o m p r o m e t i d o a ello". Y los h o m b r e s de Irlanda q u e d a r o n muy des-
c o n t e n t o s p o r el exilio de A r t a causa de u n a m u j e r . Sin embargo, Art
a b a n d o n ó T a r a esa m i s m a n o c h e y d u r a n t e u n a ñ o C o n n y B e c u m a se q u e -
d a r o n e n T a r a . N o h u b o n i t r i g o n i l e c h e d u r a n t e ese t i e m p o y l o s h o m b r e s
d e I r l a n d a e s t u v i e r o n e n o r m e m e n t e p r e o c u p a d o s p o r este a s u n t o . Envia-
r o n a los d r u i d a s de t o d a I r l a n d a p a r a , c o n la a y u d a d e su c i e n c i a y de su
saber v e r d a d e r o , r e v e l a r q u é h a b í a c a u s a d o este t e r r i b l e m a l a I r l a n d a .
R e c i b i e r o n la r e v e l a c i ó n y l o s d r u i d a s d i j e r o n al rey d e T a r a y a l o s n o b l e s
d e I r l a n d a la c a u s a d e l m a l . E s t a b a p r o v o c a d o p o r l a m a l a c o n d u c t a y e l
d e s c r e i m i e n t o d e la m u j e r d e C o n n . L e s d i j e r o n c ó m o c o n v e n d r í a l i b r a r s e
d e é l : a s a b e r , q u e d e b í a n l l e v a r a I r l a n d a al h i j o d e u n a p a r e j a s i n p e c a d o y
s a c r i f i c a r l o a n t e T a r a , y q u e s u s a n g r e se e s p a r c i e s e p o r el s u e l o d e T a r a . S e

m á s allá d e l m a r q u e M a n a n n a n r e c o r r e s i g u i e n d o rutas m a r í t i m a s , a u n q u e n o es
ss
e s e n c i a l m e n t e u n d i o s d e l m a r . J. V e n d r y e s , Etudes Celtiques 6, p p . 239 J ->
p u e s t o e n d u d a i n ú t i l m e n t e su c o n d i c i ó n d i v i n a .
 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

l o d i j e r o n a G o n n , p e r o G o n n n o sabía d ó n d e estaba el n i ñ o . R e u n i ó a l o s
h o m b r e s d e I r l a n d a e n u n s o l o l u g a r y les d i j o : " I r é e n b u s c a d e ese n i ñ o
sin p e c a d o . D a d el r e i n o de I r l a n d a a A r t m i e n t r a s y o estoy fuera. Q u e n o
a b a n d o n e T a r a d u r a n t e m i a u s e n c i a , hasta q u e y o v u e l v a " » .

ego, C o n n se dirige a B e n n Etair, y de allí al O t r o M u n d o :

« V i o e n t o n c e s a la r e i n a R i g r u R o s c l e t h a n , h i j a d e L o d a n , d e la T i e r r a
P r o m e t i d a , es d e c i r , l a m u j e r d e D a i r e D e g a m r a , h i j o d e F e r g u s F i a l -
b r e t h a c h , e l d e la t i e r r a d e l o s m i l a g r o s . G o n n v i o e n m e d i o d e l a l b e r g u e a
u n j o v e n d e e x c e l e n t e f o r m a y a p a r i e n c i a e n u n a silla d e c r i s t a l . S e l l a m a b a
Segda Saerlabraid, hijo de Daire D e g a m r a . . .
C o n n se l e v a n t ó al d í a s i g u i e n t e y se q u e j ó a t o d a la casa d e l o q u e n e c e -
sitaba y l o a b r u m a b a . " ¿ Q u é n e c e s i t a ? " , d i j e r o n . " I r l a n d a n o t i e n e t r i g o n i
l e c h e d e s d e h a c e u n a ñ o hasta a h o r a " . " ¿ P o r q u é h a s v e n i d o a q u í ? " . " P a r a
p e d i r o s a v u e s t r o h i j o " , d i j o C o n n , "si t e n é i s a b i e n c o n c e d é r m e l o , p u e s
n o s h a n d i c h o q u e c o n él p o d r e m o s l i b r a r n o s del m a l , a saber, q u e i n v i t e -
m o s a T a r a al h i j o d e u n a p a r e j a s i n p e c a d o y q u e l u e g o se b a ñ e e n a g u a s d e
I r l a n d a . Está c o n v o s o t r o s . O s r u e g o q u e n o s e n t r e g u é i s a ese j o v e n , S e g d a
Saerlabraid". "¡Ay!", dijo Daire, hijo de Fergus Fialbrethach, " n o prestare-
m o s a n u e s t r o h i j o a la r e a l e z a d e l m u n d o , p u e s s u p a d r e y s u m a d r e n o se
h a n e n c o n t r a d o n u n c a , e x c e p t o c u a n d o este p e q u e ñ o f u e e n g e n d r a d o , y
a d e m á s n u e s t r o s p r o p i o s p a d r e s y m a d r e s s ó l o se e n c o n t r a r o n p a r a e n g e n -
d r a r n o s " . " L o q u e d e c í s está m a l " , d i j o e l j o v e n , " n o r e s p o n d e r al rey d e
I r l a n d a . Y o m i s m o i r é c o n é l " . " N o d i g a s e s o , o h , h i j o " , d i j o la f a m i l i a ,
" n o s o t r o s te d e j a m o s i r t e l e j o s d e n o s o t r o s , b a j o la p r o t e c c i ó n d e t o d o s l o s
r e y e s d e I r l a n d a , d e A r t , h i j o d e C o n n , y d e F i a n , h i j o d e C u m a l l , y d e la
g e n t e d e a r t e , c o n e l f i n d e q u e v u e l v a s c o n b u e n a s a l u d " . " T o d o se a c o r -
d a r á " , d i j o C o n n , "si p u e d o " .

E n c u a n t o a C o n n y su c o r a c l e , tras su a v e n t u r a , s ó l o t u v o tres días y

tres n o c h e s de vela para v o l v e r a Irlanda. L o s h o m b r e s de I r l a n d a estaban
entonces r e u n i d o s e n Tara esperando a C o n n . C u a n d o los druidas v i e r o n
al j o v e n , t o m a r o n la s i g u i e n t e d e c i s i ó n : m a t a r al j o v e n , m e z c l a r s u s a n g r e
c o n la t i e r r a e s t é r i l , c o n l o s á r b o l e s s e c o s d e m o d o q u e d i e s e n l o s f r u t o s , la
m i e s , p e s c a d o y l e c h e a d e c u a d o s . C o n n p u s o al j o v e n q u e h a b í a t r a í d o b a j o
l a p r o t e c c i ó n d e A r t , d e F i n n , d e la g e n t e d e a r t e y d e l o s h o m b r e s d e
Irlanda. P e r o éstos n o a c e p t a r o n , aparte de los reyes, q u i e n e s a c e p t a r o n
i n m e d i a t a m e n t e , a s a b e r C o n n , F i n n , A r t O e n f e r , y t o d o s se s i n t i e r o n
u l t r a j a d o s a c a u s a d e este j o v e n .
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 117

U n a v e z h u b i e r o n t o m a d o u n a d e c i s i ó n , el j o v e n d i j o e n v o z alta: " O h ,
h o m b r e s de I r l a n d a , d e j a d m e e n p a z , ya q u e h a b é i s r e s u e l t o matarme.
S a c r i f i c a d m e c o m o y o m i s m o os d i r é " . E n t o n c e s o y e r o n u n m u g i d o de
v a c a y tras ella i b a u n a m u j e r q u e n o d e j a b a d e l a m e n t a r s e . V i e r o n a la v a c a
y a la m u j e r a c e r c a r s e a la a s a m b l e a . L a m u j e r se s e n t ó e n t r e F i n n y C o n n
C e t c h a t h a c h . P i d i ó q u e la i n f o r m a s e n s o b r e la i n t e n c i ó n d e l o s h o m b r e s
d e I r l a n d a d e m a t a r al j o v e n a p e s a r d e la p r o t e c c i ó n d e F i n n , A r t y C o n n .
" ¿ D ó n d e e s t á n l o s d r u i d a s ? " , d i j o la m u j e r , " A q u i " , d i j e r o n . " A v e r i g u a d
q u é s o n e s o s d o s s a c o s q u e e s t á n a l o s c o s t a d o s d e la vaca, a s a b e r , u n s a c o a
c a d a l a d o " . " N o t e n e m o s c o n c i e n c i a —dijeron—, d e q u é e s " . " Y o l o sé —dijo
ella—, es u n a v a c a q u e h a v e n i d o a q u í p a r a s a l v a r a este j o v e n i n o c e n t e . S e
h a r á l o s i g u i e n t e : q u e se s a c r i f i q u e la v a c a , q u e se m e z c l e s u s a n g r e c o n la
6 7
t i e r r a d e I r l a n d a y las p u e r t a s d e T a r a , y q u e se salve al m u c h a c h o " » .

Estos dos relatos irlandés y gales se parecen m u c h o . Su p r i m e r rasgo

en c o m ú n es resaltar el carácter « o f i c i a l » y solemne del sacrificio p r a c -
ticado p o r el druida. Hay sacrificio, y en particular sacrificio h u m a n o ,
c u a n d o los intereses del Estado y del rey están en p e l i g r o . T a m b i é n se
constata en estos textos que resulta difícil separar la historia y la m i t o l o -
gía. Tal p r e o c u p a c i ó n era p o r otra parte totalmente ajena a los celtas,
p o r lo que a m e n u d o el mejor m o d o de evitar discusiones i m p r o d u c t i -
vas consiste en admitir u n error de los autores antiguos sobre el alcance
o la realidad de los sacrificios. A l leer ciertos textos se podría pensar que
las masacres eran diarias y que los druidas eran unos sanguinarios carni-
ceros. Es indispensable p o r tanto mantenerse firmes a la hora de resistir
a las exageraciones y los errores de los compiladores antiguos (y frecuen-
temente también a los de m o d e r n o s o c o n t e m p o r á n e o s ) . Para los g r i e -
gos y los r o m a n o s de la época de César y A u g u s t o , la Galia, y a ú n más
B r i t a n i a e Irlanda, representaban más o m e n o s lo m i s m o que África
para la gente de la Edad Media. A s í pues, los historiadores más extrava-
gantes tenían las manos libres.
Los sacrificios h u m a n o s se convirtieron en el pretexto perfecto para
los excesos o para la c a l u m n i a . C i c e r ó n ofrece u n b u e n e j e m p l o —o
quizá sólo sigue la moda— en u n h e r m o s o arranque oratorio de Pro Fon -
teio (XIII):

67 E u g e n e O ' C u r r y , Marinen and Customs, op. cit., I, p p . 3 3 3 - 3 3 4 - Eachtra Airt Meic Cuind
ocustochmarc Delbchaime ingine Morgain, e d . R . I. B e s t , « T h e A d v e n t u r e s o f A r t s o n o f
C o n n a n d t h e c o u r t s h i p o f D e l b c h a e m » , Eriu, n . ° 3, p p . 1 5 4 - 1 6 ° .
n8 I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

« ¿ Q u i é n i g n o r a q u e h a n c o n s e r v a d o h a s t a e s t o s d í a s la a t r o z y b á r b a r a
c o s t u m b r e d e l o s s a c r i f i c i o s h u m a n o s ? ¿ Q u é b u e n a fe n i q u é p i e d a d a t r i -
buiréis a los q u e i m a g i n a n p o d e r aplacar fácilmente a los dioses inmortales
p o r m e d i o del c r i m e n y del d e r r a m a m i e n t o de sangre h u m a n a ? » * .

A u n q u e , a fin de cuentas, esto n o es más que u n mal argumento de

m o r a l política en b o c a de u n b u e n a b o g a d o . La necesidad que tenía
C i c e r ó n de rehabilitar a u n funcionario deshonesto a costa de sus vícti-
mas n o convierte a estas últimas ipso facto en culpables de los crímenes
de los que les acusa.
Los funerales celtas p o d r í a n quizá p r o p o r c i o n a r u n testimonio más
consistente. H e aquí lo que dice César (Comentarios V I , 1 9 ) :

« L o s funerales s o n , t e n i e n d o e n c u e n t a el g r a d o de c i v i l i z a c i ó n de los
g a l o s , e s p l é n d i d o s y s u n t u o s o s . T o d o l o q u e se p i e n s a q u e estimaban
c u a n d o e s t a b a n e n v i d a l o a r r o j a n al f u e g o , i n c l u i d o s l o s a n i m a l e s ; y , hasta
n o h a c e m u c h o , e n las e x e q u i a s r e g l a m e n t a r i a s y c o m p l e t a s quemaban
j u n t o c o n e l l o s a l o s e s c l a v o s y c l i e n t e s a l o s q u e se s a b í a q u e m á s a p r e c i o
habían t e n i d o » .

P o m p o n i o Mela (III, 2 , 1 9 ) c o n f i r m a esta práctica y añade que las

víctimas humanas eran sobre todo voluntarias:

« D e o r d i n a r i o , se d e j a b a p a r a l o s i n f i e r n o s la c u e n t a d e l o s n e g o c i o s y
la r e s t i t u c i ó n d e la d e u d a , y l o s h a b í a q u e se a r r o j a b a n d e b u e n g r a d o a las
p i r a s d e l o s s u y o s c o m o si f u e r a n a v i v i r j u n t a m e n t e c o n e l l o s » .

N o o l v i d e m o s t a m p o c o a los galos que, si c r e e m o s a P o s i d o n i o en

A t e n e o (IV, 154*) > entregaban el cuello a la espada tras haber distribuido
entre sus amigos el o r o y la plata recibidos c o m o pago:

« O t r o s r e c a u d a b a n e n el teatro o r o o plata, y a l g u n o s cierta c a n t i d a d

d e vasijas d e v i n o y , h a b i é n d o s e a s e g u r a d o la g a r a n t í a d e l p a g o y tras d i s t r i -
b u i r e l m i s m o e n t r e sus m á s q u e r i d o s a l l e g a d o s , se t u m b a b a n b o c a a r r i b a y
y a c í a n s o b r e sus e s c u d o s ; y a l g u i e n se c o l o c a b a a s u l a d o y les c o r t a b a el c u e -
l l o c o n la e s p a d a » * * .

* T r a d . e s p . : En defensa de Fonteyo, e n Obras completas X I I I (trad. D í a z T e n d e r o , F e r n á n -

dez Llera y C a l v o ) , M a d r i d , Biblioteca Clásica C C I V , L i b r e r í a de H e r n a n d o y
Cía., 1898, p. 126 [N. d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : Banquete de ¡os eruditos II ( t r a d . L u c í a R o d r í g u e z - N o r i e g a G u i l l e n ) ,
Madrid, Gredos, 1998, p. 207 [N. d e l T . ] .
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S
"9

Pero estos sacrificios sólo son tales en apariencia, p o r q u e se c u m p l e n

para h o n r a r a los muertos, en ocasiones p l e n a m e n t e aceptados p o r las
víctimas, y n o en b e n e f i c i o de los vivos. Se trata m u c h o más de u n a
prueba de la creencia en la inmortalidad del alma que de la existencia de
u n a r e l i g i ó n sanguinaria. P o r lo que respecta al ú l t i m o t e s t i m o n i o ,
D ' A r b o i s de Jubainville distinguió la evemerización de u n tema mítico,
el del caballero verde de las novelas artúricas y de las leyendas irlandesas:
es la historia de C u c h u l a i n n y C u R o i , cuyo estudio definitivo todavía
no se ha h e c h o , p e r o , sea cual sea la conclusión que se extraiga, n o care-
68
cerá de u n gran i n t e r é s .
O t r o s ejemplos están m e n o s claros y n o se refieren a sacrificios
h u m a n o s . E n u n o se trata de u n sacrificio de u n caballo —que se ha
t o m a d o equivocadamente p o r u n rito de « h i e r o g a m i a » análoga al ash-
vamedha hindú— que forma parte del ritual de la elección real, pero n o se
p r o n u n c i a el n o m b r e de los druidas y hay que abstraerse de la a n i m o s i -
dad del autor, el monje gales G i r a l d o C a m b r e n s e , hacia los irlandeses.
La d e s c r i p c i ó n es tardía, del siglo X I I de nuestra era, y presenta los
hechos bajo la luz más favorable posible:

« S i el g é n e r o d e l t e m a n o o b l i g a s e a d e c i r l a s , hay ciertas cosas q u e la

h o n e s t i d a d aconsejaría guardárselas p a r a sí. E l relato de u n a a c c i ó n v e r -
g o n z o s a , e n e f e c t o , se h a g a c o m o se h a g a , p a r e c e m a n c i l l a r a l a u t o r d e l
relato. U n a cosa i n c o n v e n i e n t e , sin e m b a r g o , p o d r á n contarla labios p r u -
d e n t e s c o n p a l a b r a s e l e g a n t e s , s i n q u e las e x i g e n c i a s d e l r e l a t o o b l i g u e n a
f a l t a r a la v e r d a d o al d e c o r o . A s í p u e s , existe e n la p a r t e s e p t e n t r i o n a l m á s
a l e j a d a d e l U l s t e r , c e r c a d e K e n n e l c u n n i l , u n a t r i b u q u e t i e n e la c o s t u m -
b r e , m e d i a n t e u n r i t o más q u e b á r b a r o y a b o m i n a b l e , de c o r o n a r a su rey
d e l s i g u i e n t e m o d o : t o d a la p o b l a c i ó n se r e ú n e e n e l m i s m o l u g a r y se lleva
al c e n t r o d e la a s a m b l e a u n a y e g u a b l a n c a . Y a q u e l al q u e v a n a e l e v a r , n o a
la d i g n i d a d d e p r í n c i p e , s i n o d e b e s t i a , se a c e r c a a e l l o s c o m o u n a b e s t i a y,
c o n n o m e n o s d e s f a c h a t e z q u e i g n o r a n c i a , se p r e s e n t a c o m o u n a n i m a l .
E n s e g u i d a se m a t a a la y e g u a y se la c u e c e a t r o z o s e n a g u a , e n la c u a l se l e
p r e p a r a u n b a ñ o . S e m e t e e n ella y c o m e l o s t r o z o s q u e l e p r e s e n t a n , rodeado
pqjssu p u e b l o q u e lo a c o m p a ñ a c o m i e n d o lo m i s m o . T o m a del caldo e n el
q u e se b a ñ a b e b i e n d o a l r e d e d o r d e é l , n o c o n u n r e c i p i e n t e , n o c o n la

68 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Cours de littérature celtique V I , p p . 5 2 - 5 3 - V é a s e s o b r e t o d o

A n a n d a K . C o o m a r a s w a m y , « S i r G a u v a i n a n d the G r e e n K n i g h t » , Speculum,
194-4, n . ° 1 9 , p p . 1 0 4 y ss.
120 I I . E L D R U I D A E N LA S O C I E D A D

m a n o , s i n o c o n la m i s m a b o c a . C u a n d o r e a l i z a n esto, s e g ú n el r i t o y n o
6 9
s e g ú n la d i g n i d a d , se c o n s a g r a s u s o b e r a n í a y s u a u t o r i d a d » .

E n el otro ejemplo, Plinio describe el sacrificio de u n toro (Hist. Nat.

XVI, 2 4 9 ) =
« y a p a r e j a d o s l o s s a c r i f i c i o s y m a n j a r e s c o n sus c e r e m o n i a s a c o s t u m b r a d a s
d e b a j o d e s u á r b o l , y a l l e g a d o s t o r o s b l a n c o s , c u y o s c u e r n o s sea a q u e l l a la
p r i m e r a v e z q u e se a t e n » .

E n Irlanda se describe el m i s m o sacrificio e n u n pasaje muy corto

relativo a u n p r o c e d i m i e n t o de adivinación. Se m e n c i o n a el n o m b r e de
los druidas, pero n o el del sacrificio, o m i s i ó n que n o altera el valor del
testimonio:

« E l f e s t í n d e l t o r o se h a c í a p o r t a n t o d e esta m a n e r a : se m a t a b a u n t o r o
b l a n c o , y u n s o l o h o m b r e d e b í a c o n s u m i r hasta saciarse c a r n e y c a l d o y d o r -
m i r s e d e esta s a c i e d a d . C u a t r o d r u i d a s c a n t a b a n p a l a b r a s d e v e r d a d s o b r e é l .
V e í a e n s u s u e ñ o e l a s p e c t o d e l h o m b r e q u e d e b í a s e r e l e v a d o a la r e a l e z a ,
0
p o r su apariencia, su carácter, su a t u e n d o y el trabajo q u e h a c í a » ' .

P o r c o n s i g u i e n t e , el sacrificio de u n g r a n animal, caballo o t o r o ,

sólo está i n d i c a d o en la e l e c c i ó n de u n rey, a c o n t e c i m i e n t o que desde
luego n o era frecuente. P r e s u m i b l e m e n t e , el sacrificio h u m a n o estaba
reservado para circunstancias más solemnes y aún más excepcionales.

69 G i r a l d o C a m b r e n s e , Topographia Hibérnicalll, 2 5 . e d . J a m e s F. D i m o c k , GiraldiCam-

brensis Opera V , L o n d r e s , 1 8 6 7 , p . 1 6 9 . L a a p r o x i m a c i ó n al ashvamedha se d e b e a
F r a n z - R o l f S c h r ó d e r , « E i n a l t i r i s c h e r K r ó n u n g s r i t u s u n d das i n d o g e r m a n i s c h e
R o s s o p f e r » , Zfitschriftfür Celtische Philologie, n . ° 1 6 , p p . 3 1 0 - 3 1 2 , y a M . L . Sjoestedt,
Dieuxethérosdes Celtes, op. cit, p p . xiv-xv. Las necesarias c o r r e c c i o n e s de t r a d u c c i ó n y
de i n t e r p r e t a c i ó n e s t u v i e r o n a c a r g o de F r a n c o i s e L e R o u x , « R e c h e r c h e s sur les
é l é m e n t s r i t u e l s de l ' é l e c t i o n r o y a l e i r l a n d a i s e et c e l t i q u e » , Ogam, 1 9 6 3 , n . ° 1 5 ,
p p . 1 2 3 - 1 3 7 (cf- la a p r o b a c i ó n d e G e o r g e s D u m é z i l , « D e r n i e r s s o u b r e s a u t s d u
C h e v a l d ' O c t o b r e » , Fétesromainesd'étéetd'autome, París, I975> PP- 2 H - 2 i g ) .
70 Serglige Con Culaind ( « L a e n f e r m e d a d de C u c h u l a i n n » ) , a p a r t i r de la t r a d u c c i ó n de
Christian-J. G u y o n v a r c ' h , Ogam, 1958, n.° IO, p . 2 9 4 - E n c o n t r a m o s una
v a r i a n t e e n el t e x t o Togail Bruidne Da Derga ( « L a d e s t r u c c i ó n d e l a l b e r g u e d e D a
T - I e (
D e r g a » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , París, 1 9 0 2 , p p . 4 5¡ l - Eleanor Knott, Dublín,
:
1936, p. 4 « E n t o n c e s el rey, es d e c i r , Etarscele, m u r i ó . L o s h o m b r e s d e I r l a n d a
h i c i e r o n el festín del t o r o , a saber, s a c r i f i c a b a n u n t o r o y u n s o l o h o m b r e c o m í a
su c a r n e y b e b í a su c a l d o . C a n t a b a n p a l a b r a s d e v e r d a d s o b r e él c u a n d o estaba
t u m b a d o . E l h o m b r e al q u e veía e n su s u e ñ o , era el rey, y sus l a b i o s m o r í a n si
m e n t í a » . C f . F. L e R o u x , loe. cit., Ogam, n . ° 1 5 , p- 2 4 6 -
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 121

Los sacrificios humanos sirven de pretexto para una bella tirada p o é -

I ;
tica de L u c a n o (Farsalia I, 4 4 7 ~ 4 5 )

«Vosotros también, poetas inspirados que c o n vuestros elogios dirigís

h a c i a u n a l a r g a p o s t e r i d a d a las a l m a s v a l e r o s a s c o b r a d a s e n l a g u e r r a ,
h a b é i s e n t o n a d o , ya sin cuitas, n u m e r o s o s c a n t o s , b a r d o s . Y v o s o t r o s ,
d r u i d a s , t r a s s o l t a r las a r m a s , h a b é i s v u e l t o a v u e s t r o s b á r b a r o s r i t o s y al
hábito siniestro de vuestros sacrificios»*.

Pero existe cierta distancia entre literatura y realidad, y p o r tanto n o

debe darse p o r sentado, b i e n al c o n t r a r i o , que t e s t i m o n i o s de este
género tengan algún valor concreto. Hacia mediados del siglo I de n u e s -
tra era, P o m p o n i o M e l a (III, 2, l 8 ) evoca el pasado de los sacrificios
h u m a n o s rebajados al estado de simulacros:

« P e r m a n e c e n t o d a v í a h u e l l a s d e esta c r u e l d a d ya s u p r i m i d a y, así c o m o
se a b s t i e n e n d e s a c r i f i c i o s m o r t a l e s , así s i n e m b a r g o , c u a n d o s u b e n a las
aras a l o s s a c r i f i c a d o s , l e s s e c c i o n a n a l g u n a p a r t e » * * .

E n definitiva, era indispensable que el sacrificio fuese, p o r ú l t i m o ,

examinado n o sólo desde u n p u n t o de vista m o r a l —lo que, en la A n t i -
güedad, sea celta, griega o romana, n o tiene m u c h o sentido—, sino t a m -
b i é n desde u n p u n t o de vista r e l i g i o s o , t e o l ó g i c o , ritual (¡sobre t o d o
ritual!), doctrinal e incluso j u r í d i c o en la m e d i d a en la que el derecho
7
interfiere en la r e l i g i ó n ' . Es D ' A r b o i s de Jubainville quien explica que
la víctima, ladrón, salteador o prisionero de guerra, paga c o n su muerte
la i n d e m n i z a c i ó n acordada p o r r o b o o asesinato y que n o ha p o d i d o
72
pagar en d i n e r o o e s p e c i e .

2 . 2 . E L DRUIDA JUEZ
Extendiendo su competencia a todo el ámbito religioso y reservándose el
derecho de utilizarla, ¿ n o p u d o el druida teólogo y señor del sacrificio
abandonar una parte de sus servicios al druida-adivino tal c o m o lo p r e -
sentan D i o d o r o de Sicilia y Estrabón en los textos que ya h e m o s citado?

71 S e p u e d e e n c o n t r a r u n e s t u d i o d e t a l l a d o e n el l i b r o —al q u e r e m i t i m o s ya de u n a
vez p o r todas—: C h . -J. G u y o n v a r c ' h , Le rite et la doctrine du sacrifice dans la tradiction celti-
que, op. cit, p á s s i m .
72 Etudessurle droitceltique I, p p . 1 6 6 y ss.
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 9 4 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p . 8 4 [ N . d e l T . ] .
122 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

Q u i z á lo más sorprendente sea que los historiadores latinos, los cua-

les tenían delante de sus ojos, en la misma R o m a , u n rico c u a d r o de
sacerdocios variados (fíamines, pontifes, augures, haruspices), n o hayan pensado
jamás en compararlos c o n la organización gala. ¿Es p o r falta de curiosi-
dad o p o r q u e n o había nada que fuese directamente comparable entre
los dos t é r m i n o s ?
A nuestro entender, la adivinación celta es, a causa de su amplitud,
u n vasto conjunto de técnicas a las que convendría dedicar u n capítulo.
Mientras tanto, d e b e m o s c o n t e n t a r n o s c o n los historiadores latinos,
que n o estaban en condiciones de entender que los especialistas en adi-
vinación también contaban c o n la justicia entre sus atribuciones.
Y es que la f u n c i ó n j u d i c i a l , tal c o m o C é s a r la describe s u m a r i a -
mente, demasiado sumariamente incluso, en los Comentarios ( V I , 1 3 ) , es
u n h e c h o r e l i g i o s o , al igual que el sacrificio o la a d i v i n a c i ó n , y esto
explica que, en el esquema de César, sean los druidas quienes juzgan en
última instancia y dispongan de esta sanción suprema que es la p r o h i b i -
c i ó n de los sacrificios, es decir, la i m p o s i b i l i d a d de sobrevivir e n el
marco c o m ú n de la sociedad humana y divina.
Nada o casi nada es comparable c o n el derecho r o m a n o , del cual lo
m e n o s que se puede decir es que ha influido en la mayoría de las legisla-
ciones modernas en las que, básicamente, el individuo n o puede hacer
justicia p o r sí m i s m o y, además, existen, claramente diferenciados, u n
d e r e c h o p ú b l i c o y u n d e r e c h o p r i v a d o , u n d e r e c h o civil y u n d e r e c h o
penal. E n el d o m i n i o celta, d o n d e n o se entiende el p r i n c i p i o de dere-
cho p ú b l i c o , el derecho privado ha crecido desmesuradamente y ha ido
o c u p a n d o progresivamente los planos de la familia, el c a n t ó n y el
Estado. T o d o reposa, p o r una parte, en los contratos entre particulares
y las obligaciones adquiridas en ellos, y, p o r otra parte, en la compensa-
c i ó n pecuniaria, variable según el sexo y el rango social, debida p o r u n
e r r o r o u n d a ñ o ( i n c l u i d o el asesinato) sufrido p o r u n i n d i v i d u o y, a
través de él, p o r toda la familia. E n caso de n o lograr u n arreglo amis-
toso, los conflictos entre particulares se t e r m i n a n c o n duelos judiciales
y ordalías. E n cuanto a los príncipes o Estados, la solución natural de los
73
conflictos es la g u e r r a .
N o tenemos desde luego intención de describir o explicar el derecho
74
c e l t a . Pero sin duda u n a de las causas ciertas de la decadencia de los

73 Resulta t a m b i é n p r o v e c h o s a la l e c t u r a de la e x p o s i c i ó n detallada y b i e n a r g u m e n -
tada de D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Recherches sur ¡'origine de ¡apropiétéfonciére etdes nomsde lieux
 2. EL SACERDOCIO Y LAS ESPECIALIZACIONES
123

druidas galos tras la conquista fue la i m p o s i b i l i d a d de ejercer sus f u n -

ciones judiciales.
En Irlanda la negativa a obedecer o elud « h u i d a » estaba severamente
sancionada c o n una maldición. El fugado o elutach perdía todos sus dere-
chos civiles y religiosos, y t o d o aquel que le c o n c e d i e s e hospitalidad
debía pagar una multa: cinco bestias cornudas más, en su caso, el m o n -
tante de sus deudas: «Los filid le negaban su ministerio y declaraban que
7 5
ni D i o s ni los h o m b r e s le debían n a d a » . El texto legislativo es t e r m i -
nante y, de acuerdo c o n la expresión de D ' A r b o i s de Jubainville: « L a
notificación precede a la incautación en el caso de una persona de rango
inferior, n o si la realizan personas de rango superior o se realiza contra
personas de rango superior. E n este caso el ayuno precede a la incauta-
c i ó n . T o d o aquel que n o dé garantías para la incautación es u n fugado
(elutach) que rechaza t o d o . Y aquel que desprecia todo n o es premiado ni
7 6
p o r D i o s ni p o r los h o m b r e s » .
El equivalente gales, e x c e p c i o n a l para h e c h o s tan arcaicos, se
encuentra en el Mabinogíde Math: tras haber violado a G o e w i n , « r e p o s a -

habités en France, P a r í s , 1 8 9 0 , p p . I I I - I 1 8 , s o b r e la c o n t r o v e r s i a q u e l o e n f r e n t ó a
Fustel d e C o u l a n g e s (Leprobléme des origines de lapropriétéfonciére, Bruselas, 1889, p p .
8 4 - 8 5 ) acerca del s i g n i f i c a d o de la e x p r e s i ó n de C é s a r fere de ómnibus controversiispubli-
cisprivatisque constituunt. Fustel d e C o u l a n g e s e n t i e n d e q u e « l o s d r u i d a s j u z g a n casi
t o d o s los p r o c e s o s t a n t o p e n a l e s c o m o c i v i l e s » . D ' A r b o i s r e p l i c a c o n r a z ó n q u e
C é s a r n o e s c r i b i ó judicíapublica ( « p r o c e s o p e n a l » ) s i n o controversiaepublicae, expre-
s i ó n r e s e r v a d a e n d e r e c h o r o m a n o a l o s p r o c e s o s civiles. E n otras p a l a b r a s , « l o s
druidas, i n c l u s o e n l o q u e n o s o t r o s d e n o m i n a m o s a c t u a l m e n t e materia p e n a l , sólo
p r o n u n c i a b a n c o n d e n a s c i v i l e s » ( p . 1 1 4 ) . L a c o m p e n s a c i ó n d e b i d a p o r u n asesi-
n a t o o u n r o b o p e r t e n e c í a a l o q u e e n el d e r e c h o actual l l a m a r í a m o s « r e p a r a c i ó n
p o r d a ñ o s » y esto es l o q u e Fustel de C o u l a n g e s n o llegó a e n t e n d e r . D ' A r b o i s de
J u b a i n v i l l e t a m b i é n e s t u d i ó a t r i b u c i o n e s j u r í d i c a s de los d r u i d a s e n sus Etudes sur le
droit celtique I, p p . 1 5 6 y ss. S ó l o hay q u e c o r r e g i r la i n t e r p r e t a c i ó n d e l « d r u i d a -
a r b i t r o » de a c u e r d o c o n el pasaje de D i o d o r o de Sicilia ( V , 3 1 ) : el d r u i d a a p a c i -
g u a n d o a l o s c o m b a t i e n t e s actúa e n v i r t u d de su a u t o r i d a d religiosa g l o b a l y n o de
u n a ú n i c a n o r m a j u r í d i c a , p u e s el d r u i d a p a c i f i c a d o r es la c o n t r a p a r t i d a c o m p l e -
t a m e n t e n o r m a l d e l d r u i d a g u e r r e r o . P o r l o t a n t o , es inevitable q u e sea el d r u i d a
quién" d e c i d a s o b r e la o p o r t u n i d a d de h a c e r la paz o la g u e r r a .
74 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Etudes sur le droit celtique I, París, 1 8 9 5 , 3 8 8 p á g i n a s ; II, 2 7 0
p á g i n a s . N o se h a p u b l i c a d o n a d a a este r e s p e c t o e n f r a n c é s d e s d e e n t o n c e s y es
n e c e s a r i o c o n o c e r l o s trabajos de R u d o l f T h u r n e y s e n y D . A . B i n c h y , los c u a l e s
d e s g r a c i a d a m e n t e n o o f r e c e n u n a d e s c r i p c i ó n de c o n j u n t o d e l d e r e c h o i r l a n d é s .
75 Ancient Laws ofIreland I, p . 1 1 2 .
76 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , op. cit., p p . 3 2 9 - 3 3 0 .
124 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

pies» del rey Math, Gwydyon y Gilwaethwy se m a n t i e n e n alejados de la

corte y c o n t i n ú a n r e c o r r i e n d o el país «hasta el m o m e n t o en el que se
7 7
p r o h i b i ó darles de c o m e r y b e b e r » .
La Galia nos i n f o r m a p o r su parte de la c o n s e c u e n c i a p u r a m e n t e
religiosa y la más interesante: la p r o h i b i c i ó n de los sacrificios (Comenta­
rios V I , 14= sacrificiis interdicunt). La comparación más exacta es ciertamente
la de los tribunales eclesiásticos medievales que publicaban u n anatema
contra el culpable y luego lo entregaban al brazo secular. Pero aquí tam­
b i é n Irlanda ha innovado y fragmentado la función: creó el file j u e z , brit-
hem, que D ' A r b o i s , gracias a su doble formación c o m o jurista y celtófilo,
78
estudió en u n trabajo dedicado al Senchus Mor . Tanto en la forma c o m o
en el f o n d o , el brithem es un file y, p o r c o n s i g u i e n t e , una variedad de
druida. Esto completa lo que h e m o s dicho más arriba sobre las distin­
ciones internas y las especializaciones de la clase sacerdotal.
A l separar funcionalmente el brithemy el file, D ' A r b o i s de Jubainville
se inspiró en el derecho m o d e r n o , fundado en la rigurosa distinción de
poderes y competencias, jerárquicas y administrativas. Pero, a pesar de la
intensificación de sus especializaciones, la Irlanda antigua ignoraba esta
tendencia: el d e r e c h o irlandés estaba constituido p o r reglas, ejemplos
(basados en el p r i n c i p i o de c o m p e n s a c i ó n pecuniaria) y antiguas s e n ­
tencias que creaban jurisprudencia. Precisamente p o r q u e administraban
justicia c o m o los druidas de la Galia incluimos a los filid sin dudarlo en la
clase irlandesa de los druidas: sus largos estudios j u r í d i c o s y su c o n o c i ­
m i e n t o de la lengua arcaica n o p o d í a n más que aumentar su prestigio.
El berta Féné o « l e n g u a de los F é n é » era una « j e r g a » erudita y oscura
79
monopolizada generalmente p o r los poetas, jueces, adivinos y d r u i d a s .
N o sabemos c ó m o juzgaban los druidas en la Galia y en vano i n t e n ­
80
taríamos reconstruir c o n todo detalle el derecho o alguna f ó r m u l a . El
derecho irlandés es demasiado rico y sutil, demasiado diferente en suma
del derecho escrito de las sociedades modernas para que sea posible dar

77 E d . W . J. Gruffydd, Mab VabMathonwy, Cardiff, 1 9 2 8 , p . 1 2 ; trad.J. L o t h , LesMabinogion I,

ed. 1913, p . 188 [trad. esp: Mabigonion (trad. V i c t o r i a C i r l o t ) , M a d r i d , Siruela, 1 9 8 8 ] .
78 « L e S e n c h u s M o r » , Nouveüe Revue Historique du Droit Francais et Etranger, 1 8 8 1 , p p . I - 1 0 8 .
79 C f . R. T h u r n e y s e n , « D u l a n g a g e secret dit O g a m » , Revue celtique, n . ° 7, PP- 3 6 9 -
374-- L o s « r e t ó r i c o s » q u e a p a r e c e n c o n s t a n t e m e n t e e n los relatos irlandeses p u e ­
d e n servir de e j e m p l o .
80 N o s r e m i t i m o s s i n e m b a r g o a D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e q u e , a n t e s d e tratar s o b r e
t o d o de I r l a n d a , d e d i c a algunas p á g i n a s a la G a l i a e n su a r t í c u l o « D e s a t t r i b u t i o n s
j u d i c i a i r e s d e l ' a u t o r i t é p u b l i q u e c h e z les c e l t e s » , Revue Celtique, n . ° 7, PP- 2 - 3 7 -
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 125

una idea exacta en unas cuantas páginas. Se podría, c o n anterioridad,

discutir ampliamente la distinción que se opera en César entre los prae-
mia, que d e b i e r o n representar ventajas materiales y pecuniarias, y las poe-
nae, que eran multas o precios de c o m p e n s a c i ó n en caso de asesinato o
8
injuria grave '. Por todas partes n o encontramos más que descripciones
minuciosas relativas tanto al fondo c o m o al procedimiento y lo p o c o que
sabemos del d e r e c h o galo, p o r algunas alusiones o i n d i c a c i o n e s de
César, c o n f i r m a esta o p i n i ó n . La c o m p a r a c i ó n c o n Irlanda nos lleva a
pensar que n u n c a h u b o c o n t r a d i c c i ó n entre la justicia « d r u í d i c a » y la
justicia real, pues es el druida q u i e n inspira la sentencia, a u n q u e es el
rey quien la p r o n u n c i a (véase infra), ni confusión entre las competencias
religiosa y política. La d e f i n i c i ó n «sacerdotes-magistrados» empleada
82
p o r C . J u l l i a n es e r r ó n e a : viene sin duda de la p o s t e r g a c i ó n e n la
asamblea carnute del papel político de Diviciaco según César.
A falta de d o c u m e n t o s continentales recordaremos u n célebre testi-
8 3
m o n i o irlandés. C u a n d o los goidelos o «hijos de M i l » desembarca-
r o n , en los t i e m p o s míticos p a c i e n t e m e n t e c o n s i g n a d o s en los anales,
e n c o n t r a r o n la isla ocupada y, según una expresión consagrada, h u b o
i m p u g n a c i ó n y batalla. Pero, c o m o todo el m u n d o deseaba que las cosas
se realizasen de acuerdo c o n las reglas, los recién llegados aceptaron que
su p r o p i o jefe, elfile A m o r g e n , emitiese u n « j u i c i o » :

« L o s h i j o s d e M i l y d e B r e o g á n f u e r o n a D r u i m C h a i n , es d e c i r , a
T a r a . A l l í se e n c o n t r a r o n c o n los tres reyes de Irlanda, M a c C u i l l , M a c
8
C e c h t y M a c G r e i n e * . Estos e m i t i e r o n u n j u i c i o contra los hijos de M i l
p o r el c u a l é s t o s d e j a r í a n la isla h a s t a q u e se c u m p l i e s e n t r e s d í a s , s i n a t a -
q u e , batalla o e n t r e g a de r e h e n e s . E s p e r a b a n q u e , p a s a d o este p l a z o , l o s
g o i d e l o s n o v o l v i e s e n al p a í s , p o r q u e l o s d r u i d a s u r d i r í a n encantamientos
c o n t r a ellos c o n el fin de q u e n o f u e s e n capaces de regresar. "Juzgaremos
—dijo M a c C u i l l , h i j o d e C e r m a t — , c o m o j u z g a r á v u e s t r o p r o p i o j u e z
A m o r g e n , p u e s si e m i t i e s e u n f a l s o j u i c i o l o m a t a r í a m o s " . " D i n o s t u j u i -
c i o , o h , A m o r g e n " , —dijo E b e r D o n d — . " L o d i r é —dijo A m o r g e n — , q u e
a b a n d o n e m o s la isla". " ¿ A q u é d i s t a n c i a n o s r e t i r a r e m o s ? " , preguntó

81 D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Etudes sur le droit celtique I, p p . 8 0 - 8 1 .

82 Histoire de la Gaule II, p . 1 0 3 .
83 L o s h i j o s d e M i l s o n l o s a n c e s t r o s de l o s i r l a n d e s e s e n la serie m í t i c a de las c i n c o
c o n q u i s t a s d e I r l a n d a ; véase Textes rnythologiques irlandaisI/l, pp. 14-16.
84 Literalmente « h i j o del z a p a t e r o » , « h i j o del a r a d o » e « h i j o del s o l » .
126 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

E b e r . " A n u e v e o l a s " , d i j o A m o r g e n . Y éste fue el p r i m e r j u i c i o emitido

8 5
en Irlanda» .

L a s n u e v e o l a s c o n s t i t u y e n l o s l í m i t e s d e las a g u a s t e r r i t o r i a l e s d e la
I r l a n d a m í t i c a y m e d i e v a l . L o s g o i d e l o s p a r t i e r o n s i n d i s c u t i r . V a l e la
p e n a e x a m i n a r t a m b i é n los o t r o s dos « p r i m e r o s » j u i c i o s de A m o r g e n
e n la t i e r r a d e I r l a n d a :

« D e s p u é s d e la b a t a l l a d e T a i l t i u , se p r o d u j o u n a d i s p u t a e n t r e l o s h i j o s d e
M i l a p r o p ó s i t o d e la m o n a r q u í a . A m o r g e n f u e l l a m a d o p a r a h a c e r d e a r b i t r o
e n t r e e l l o s . A m o r g e n d i j o : " L a h e r e n c i a d e l j e f e , D o n n , i r á al s e g u n d o , E r e -
m o n , y su h e r e n c i a irá a E b e r después de él". Estos f u e r o n los tres juicios
e m i t i d o s e n t r e l o s h i j o s d e M i l e n I r l a n d a : el j u i c i o q u e e m i t i ó A m o r g e n
e n T a r a , el j u i c i o d e S l i a b M i s y el j u i c i o q u e e m i t i ó A m o r g e n e n Genn
8 6
Saile a p r o p ó s i t o d e los g a m o s y los c u a d r ú p e d o s . C o m o d i j o el p o e t a :

« A m o r g e n e m i t i ó a q u í el j u i c i o ,
sus v e c i n o s n o lo o c u l t a n ,
t r a s la b a t a l l a d e M a l a , r e p u t a c i ó n s i n v e r g ü e n z a ,
e n t r e los ejércitos d e los hijos de M i l .

M i d i ó el d e r e c h o d e c a d a u n o ,
c u a n d o e s t a b a n d e caza.
D i o a c a d a u n o l o q u e se le d e b í a l e g a l m e n t e
s e g ú n el j u i c i o d e A m o r g e n , a l t o y g r a n d e .

L a p r i m e r a h e r i d a d e l g a m o , es c o n o c i d o ,
s e a u n h o m b r e o u n p e r r o el q u e d e s g a r r a l a p i e l ,
es p a r a l o s p e r r o s d e caza, c o s t u m b r e s i n a r d i d .
9

L a p a r t e d e l h o m b r e q u e d e s p i e z a , la fijó así:
u n trozo de cuello delgado y corto;
al s a b u e s o las p a t a s d e l g a m o :
sería u n a parte q u e n o debe a u m e n t a r s e .

85 Lebor Gabala Erenn ( « L i b r o d e las c o n q u i s t a s d e I r l a n d a » ) , e d . R . A . S. M a c a l i s t e r ,

Irish Texts Society X L I V , D u b l í n , 1 9 5 6 , t o m o V , p . 3 6 [ e d . e s p . d e R a m ó n S a i n e r o ,
Lebor Gabala Erenn ( « L i b r o d e las I n v a s i o n e s » ) , A k a l , M a d r i d , 1 9 8 8 ] .
86 Ibid., p . 9 4 .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 127

Las e n t r a ñ a s p a r a el h o m b r e q u e está el ú l t i m o ,
h a y a s i d o b u e n a o m a l a p a r a él la c a r r e r a .
Es cierto q u e n o t i e n e d e r e c h o
a partes del reparto c o m ú n .

U n reparto c o m ú n a cada u n o
t r a s e s t o , n o es c o s a v a n a ,
s i n p e t i c i o n e s a q u í o allá,
8 7
tal es el j u i c i o q u e e m i t i ó A m o r g e n » .

A m o r g e n es e l p o e t a m í t i c o p o r e x c e l e n c i a , si n o e l p o e t a ú n i c o ,
c o m o p o c o u n o d e l o s d r u i d a s p r i m o r d i a l e s . E l c o m e n t a r i s t a d e l Senchus
Mor n o se e q u i v o c a :

« E l p r i m e r a u t o r q u e h u b o e n I r l a n d a fue A m o r g e n G l u n g e l ("el d e la
R o d i l l a B l a n c a " ) el p o e t a , h i j o a d o p t i v o d e C a i C a i n b r e t h a c h ("el d e l B u e n
J u i c i o " ) , u n o de los setenta y dos discípulos de Fenius Farsaidh. Este Cai
h a b í a t o m a d o la ley d e M o i s é s a n t e s d e v e n i r d e l e s t e y e m i t í a el j u i c i o d e
8 8
esta l e y » .

N o estamos o b l i g a d o s a creer t o d o el c o n t e n i d o d e estas b r e v e s

líneas: los c o m p e n d i o s j u r í d i c o s irlandeses n o t i e n e n en p r i n c i p i o nada
e n c o m ú n c o n la ley m o s a i c a . P e r o su i n t e n c i ó n y s u s e n t i d o e s t á n c l a -
r o s . E s t e e j e m p l o n o s i n d i c a la d i m e n s i ó n d e l p r e s t i g i o d e u n j u e z ,
p o e t a , a d i v i n o o d r u i d a . A m o r g e n es al m i s m o t i e m p o « p o e t a y j u e z
r e a l » , m i e n t r a s q u e e l h i j o d e l d r u i d a S e n c h a , C a i C a i n b r e t h a c h —el
m i s m o q u e a c a b a d e m e n c i o n a r el texto—, l o es hasta el p u n t o d e q u e « e l
8 9
j u i c i o q u e su p a d r e n o e m i t e y n o sabe e m i t i r , él l o e m i t e » .
O t r a p r u e b a , i n d i r e c t a e i n d i s c u t i b l e , d e la i m p o r t a n c i a d e l j u e z e n
las c o r t e s i r l a n d e s a s es el e m p l e o d e l t i e m p o r e g i o , u n a v e z a d m i t i d o e l
h e c h o d e q u e el rey n o h a c e m á s q u e p r o m u l g a r o t r a n s m i t i r l o s j u i c i o s
90
y las s e n t e n c i a s p r o n u n c i a d a s p o r el file e s p e c i a l i z a d o o brithem . D o s de
c a d a siete días e s t a b a n d e d i c a d o s a la j u s t i c i a :

87 Ibid., p p . I I 8 - I 2 0 , p o e m a L X X V .
88 Ancient Laws ofIreland I, p . 2 0 .
89 Mesca Ulad* e d . C . W a t s o n , p . 3 4 .
90 E s t e d e t a l l e , g e n e r a l m e n t e n o c o m p r e n d i d o , s o b r e t o d o c u a n d o se i g n o r a e l
d e r e c h o i r l a n d é s , c o n s t i t u y e la r e s p u e s t a a la p r e g u n t a q u e p l a n t e a b a A l b e r t Bayet
(La morale des Gaulois, p . 3 3 ) : « ¿ S e d i r á q u e l a a c t i v i d a d d e l o s t r i b u n a l e s l a i c o s es
128 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

« H a y siete o c u p a c i o n e s e n la ley d e l r e y : el d o m i n g o p a r a b e b e r cer-

veza, p u e s u n p r í n c i p e legal d i s t r i b u y e c e r v e z a t o d o s l o s d o m i n g o s ; el l u n e s
p a r a l o s j u i c i o s y l o s a r r e g l o s d e l p u e b l o ; el m a r t e s p a r a j u g a r al a j e d r e z ; el
m i é r c o l e s p a r a v e r las c a r r e r a s d e galgos; el j u e v e s p a r a las r e l a c i o n e s a m o -
9 1
r o s a s ; el v i e r n e s p a r a las c a r r e r a s d e c a b a l l o s ; el s á b a d o p a r a l o s j u i c i o s » .

C o n f o r m u l a c i o n e s q u e a v e c e s n o s p a r e c e n raras y l i b e r t a d e s e x p r e s i -
vas m u y a l e j a d a s d e la r i g i d e z d e l d e r e c h o m o d e r n o , s i n c i t a r j a m á s u n
a r t í c u l o d e u n a ley o r e m i t i r s e a u n c ó d i g o , p e r o s i n t r a n s g r e d i r n u n c a las
d i s p o s i c i o n e s l e g a l e s , los filid de I r l a n d a s a b í a n r e s o l v e r l o s a s u n t o s m á s
e s p i n o s o s . U n j u i c i o i n t e l i g e n t e d o n d e l o s h a y a es e l q u e l o s j u r i s t a s d e l
Ulster e m i t e n a favor de C u c h u l a i n n para i n d e m n i z a r l o p o r u n a ofensa
grave a causa d e la c u a l d e s e a b a irse i n m e d i a t a m e n t e d e la p r o v i n c i a :

« A s í p u e s , las t r o p a s v o l v i e r o n a E m a i n . C u c h u l a i n n d i j o a L o e g : " C l a v a
la e s p u e l a a l o s c a b a l l o s , u t i l i z a c o n e l l o s l a v a r a y p r e s é n t a t e a n t e E o g a n , h i j o
d e D u r t h a c h t , e n la r e s i d e n c i a d e la g e n t e d e F a r n e y , p a r a q u e a b a n d o n e -
m o s la p r o v i n c i a d u r a n t e u n a ñ o y n a d i e d e la p r o v i n c i a d e l U l s t e r p u e d a v e r
n u e s t r o r o s t r o d u r a n t e u n a ñ o allí d o n d e n o s h a n i n s u l t a d o " .

" B i e n , h i j o m í o —dijo C o n c h o b a r — , e s t o n o s e r á v e r d a d , e m i t i r á s el
j u i c i o c o n t u p r o p i a b o c a " . " N o a c e p t a r é m i p r o p i o j u i c i o —dijo Cuchu-
l a i n n — , s i n o el q u e e m i t a n l o s j u e c e s y l o s p o e t a s d e la p r o v i n c i a " .

L l e v a r o n p o r s e p a r a d o a la g e n t e d e a r t e y e m i t i e r o n el s i g u i e n t e j u i c i o :
u n e s c r ú p u l o p a r a c a d a n a r i z , u n a o n z a p a r a c a d a silla, u n c a b a l l o fogoso

p o c a c o s a c o m p a r a d a c o n la d e l o s t r i b u n a l e s d r u í d i c o s , q u e s ó l o se m a n i f i e s t a e n
c a s o s e x c e p c i o n a l e s ? L a l e c t u r a d e l o s Comentarios d e j a u n a i m p r e s i ó n t o t a l m e n t e
o p u e s t a . P o r m u c h o q u e diga C é s a r , e n sus c o n s i d e r a c i o n e s g e n e r a l e s s o b r e los
g a l o s , q u e l a c o m p e t e n c i a d e l o s d r u i d a s e n g l o b a t o d a s las c o n t r o v e r s i a s p r i v a d a s y
p ú b l i c a s , t o d a s las f e c h o r í a s , t o d o s l o s a s e s i n a t o s , t o d o s l o s p r o c e s o s r e l a t i v o s a las
s u c e s i o n e s y a l a p r o p i e d a d i n m o b i l i a r i a , e n s u m a , t o d o el c o n j u n t o d e l d e r e c h o
civil y p e n a l , e n v a n o b u s c a r e m o s e n s u r e l a t o u n a s o l a h u e l l a d e e s t a a c t i v i d a d
j u r í d i c a , la c u a l , d e c r e e r l o , i n v a d e t o d o . E s el p r o p i o C é s a r q u i e n n o s h a c e p e n -
sar q u e van a s u r g i r s a c e r d o t e s - j u e c e s e n t o d o m o m e n t o y n u n c a a p a r e c e n . S u
j u s t i c i a d e b e r í a estar p o r t o d o s l a d o s y n o está e n n i n g ú n l a d o . S ó l o a c t ú a n los
t r i b u n a l e s laicos, y C é s a r , q u e a n o t a los h e c h o s , n o expresa n i n g u n a s o r p r e s a » .
N o hay p o r q u é s o r p r e n d e r s e : los f u n d a m e n t o s del d e r e c h o s o n , e n t r e los celtas,
e s e n c i a l m e n t e r e l i g i o s o s ( c o m o al p r i n c i p i o e n t r e t o d o s l o s i n d o e u r o p e o s ) y se
realiza u n a d i f e r e n c i a c i ó n p r á c t i c a , n o s e g ú n el p r i n c i p i o d e s e p a r a c i ó n d e l o
r e l i g i o s o y l o p r o f a n o ( d i s t i n c i ó n d e s c o n o c i d a e n el m u n d o c e l t a ) , s i n o a t r a v é s d e
la e s p e c i a l i z a c i ó n f u n c i o n a l . N o h a y t r i b u n a l e s « l a i c o s » j u n t o a l o s t r i b u n a l e s
« e c l e s i á s t i c o s » . E l d r u i d a « e s t a b l e c e e l d e r e c h o » y la j u s t i c i a es c o s a d e l r e y .
91 Ancient Lawsof Ireland I V , p . 334.
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 129

para cada m a n a d a , u n escrúpulo para cada establo, u n cerdo de Mucram

p a r a c a d a p i a r a , u n a esclava p a r a c a d a c i u d a d .

C u c h u l a i n n e n t r e g ó d o s t e r c i o s d e t o d o e s t o a s u t u t o r y a s u s e ñ o r y al
h e r m a n o d e su m a d r e . E n t r e g ó el t e r c i o r e s t a n t e e n su p r o p i o h o n o r a los
p o e t a s d e la p r o v i n c i a , p a r a q u e se c o n s e r v a s e e n la m e m o r i a s u a v e n t u r a
c o m o t o d a a v e n t u r a q u e le h a b í a o c u r r i d o a n t e r i o r m e n t e , y este final c o m o
9 2
t o d o s los f i n a l e s » .

E s t o s ^ í i d f u e r o n b i e n p a g a d o s p o r sus e s f u e r z o s , ya q u e C u c h u l a i n n ,
c o m o h o m b r e d e h o n o r q u e d e s p r e c i a el d i n e r o , n o g u a r d a n a d a p a r a sí
y les r e g a l a su i n d e m n i z a c i ó n . O b s e r v e m o s t a m b i é n q u e se n i e g a a e m i -
t i r é l m i s m o u n j u i c i o , es d e c i r , a e j e r c e r u n a f u n c i ó n q u e n o es la suya.
N o s p e r m i t i m o s insistir e n el h e c h o de q u e u n o de l o s p r i n c i p a l e s
f u n d a m e n t o s d e l m u n d o c e l t a es la d e p e n d e n c i a f u n c i o n a l e n t r e e l
d r u i d a y el rey, y q u e es p r o b a b l e m e n t e e n el c a m p o j u r í d i c o d o n d e m á s
d e s t a c a y se m u e s t r a . N u n c a se i n s i s t i r á l o s u f i c i e n t e , a este r e s p e c t o , e n
q u é m e d i d a los celtas, c o n s i d e r a d o s d e m a s i a d o a m e n u d o c o m o « p r i -
m i t i v o s » o n o civilizados, f u e r o n inteligentes y sutiles juristas. P e r o su
d e r e c h o , a r c a i c o y p o r e l l o m u y a l e j a d o d e l d e r e c h o r o m a n o , está, s e g ú n
e l l o s , v i n c u l a d o n a t u r a l m e n t e c o n l o s o r í g e n e s m í t i c o s d e la i n s t i t u c i ó n
d e l o s filid. L a f u n d a r o n l o s d r u i d a s p r i m o r d i a l e s y, p o r si f u e r a p o c o , la
m i s m í s i m a d i o s a B r i g i t p a r t i c i p ó e n esta f u n d a c i ó n . L o s d e t a l l e s a p a r e -
c e n al f i n a l d e u n pasaje d e l Senchus Mor q u e e x p l i c a las r a z o n e s d e l p l a z o
d e c i n c o días a n t e s d e la i n c a u t a c i ó n :

« ¿ P o r q u é l a i n c a u t a c i ó n d e c i n c o d í a s es l a m á s c o r r i e n t e d e t o d a s l a s
incautaciones? A causa del c o m b a t e librado entre dos h o m b r e s en Mag
I n i s . C u a n d o f u e r o n a t o m a r las a r m a s , c u a n d o s ó l o f a l t a b a el t e s t i g o ,
e n c o n t r a r o n u n a m u j e r e n el l u g a r d e l c o m b a t e y ella les p i d i ó u n a p l a z a -
m i e n t o . Ella dijo: "Si m i m a r i d o estuviese aquí, o b t e n d r í a i s u n aplaza-
m i e n t o " . " E s p e r a r é —dijo u n o d e ellos—, p e r o e s t o es d i f í c i l p a r a a q u e l q u e
m e e m b a r g a . Es s u i n t e r é s el q u e e s p e r a " . " E s p e r a r é " , d i j o el o t r o . E l c o m -
b a t e se a p l a z ó , p e r o n o s a b í a n h a s t a q u é m o m e n t o se h a b í a a p l a z a d o , p o r l o
q-ue^ G o n c h o b a r y S e n c h a e m i t i e r o n u n j u i c i o c o n r e s p e c t o a e s t e p a r t i c u -
l a r . S e n c h a p r e g u n t ó : " ¿ C ó m o se l l a m a e s t a m u j e r ? " . " C u i c t h i ("cinco

92 Aided Guill mak Carbada ocusAided Gairb Glinne Rige, e d . W h i t l e y S t o k e s , « T h e v i o l e n t

D e a t h e s o f G o l l s o n o f C a r b a d a n d G a r b o f G l e n n R i g e » , Revue Celtique, n.° 14.,
P- 4-30.
130 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

d í a s " ) — d i j o ella— m e l l a m o " . " Q u e e l c o m b a t e s e a p l a c e c i n c o d í a s — d i j o

S e n c h a — , s e g ú n el n o m b r e d e la m u j e r " . D e a h í v i e n e el d i c h o : " L a ley d e
l o s feine e s t a r í a m u e r t a si n o h u b i e s e e x i s t i d o C u i c t h i " . A q u í se llama
9 3
Cuicthi a Brigit» .

N o insistiremos más. E l e x a m e n c o m p l e t o del p a p e l j u r í d i c o de los

filid r e q u e r i r í a u n e s t u d i o e x h a u s t i v o d e t o d o s l o s t e x t o s l e g a l e s i r l a n d e -
ses. N o o b s t a n t e , s u b r a y e m o s s i n m á s d e m o r a el h e c h o d e q u e la I r l a n d a
m e d i e v a l n o s e p a r ó , c o n s c i e n t e d e sus o r í g e n e s , su v i e j o d e r e c h o a r c a i c o
y sus c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s t r a d i c i o n a l e s . S i n d u d a , l o s c o m p e n d i o s
j u r í d i c o s f u e r o n corregidos e n ciertos p u n t o s de c o n f o r m i d a d c o n los
g r a n d e s p r i n c i p i o s d e l c r i s t i a n i s m o . P e r o la d i s t i n c i ó n , f o r m a l y f u n d a -
m e n t a l , e n t r e e l « d e r e c h o d e la n a t u r a l e z a » (recht aicnid), o r a l y p r e c r i s -
t i a n o , y e l « d e r e c h o d e la l e t r a » (recht litre), e s c r i t o y d e é p o c a c r i s t i a n a ,
94
r e a l i z a d a e x p l í c i t a m e n t e p o r el Senchus M o r , p r u e b a q u e l o s filid s u p i e r o n
c o n s e r v a r y t r a n s m i t i r e l a c e r v o t r a d i c i o n a l q u e t e n í a n a su c a r g o . P u e s
las d o s leyes d e I r l a n d a , la « l e y d e la n a t u r a l e z a » , p r e c r i s t i a n a —y a s i m i -
l a d a p o r e l l o , n o h a c e falta e x p l i c a r p o r q u é , a la l e y mosaica—, y la « l e y
d e la l e t r a » c r i s t i a n a , la q u e p r o c e d e d e las E s c r i t u r a s y d e la p r e d i c a c i ó n
e v a n g é l i c a , t u v i e r o n r e l a c i o n e s c o m p a r a b l e s a las d e l A n t i g u o y e l N u e v o
T e s t a m e n t o . C o n t r a d i c t o r i a s e n su espíritu y c o m p l e m e n t a r i a s e n los
h e c h o s , se b e n e f i c i a r o n d e l aval o t o r g a d o p o r s a n P a t r i c i o al c a b o d e u n
reordenamiento m u y o f i c i a l q u e p r e t e n d e r e m o n t a r s e al s i g l o V . P o d e -
m o s d i s f r u t a r d e la m a g n í f i c a —y cruel— a n é c d o t a q u e i l u s t r a la m a n e r a
c o m o e l g r a n s a n t o p a t r ó n d e I r l a n d a c o n c i l i o la ley y e l E v a n g e l i o :

« L a c a u s a d e l a c o m p o s i c i ó n d e l Senchus Mor es q u e s a n P a t r i c i o l l e g ó a
I r l a n d a p a r a e x t e n d e r el b a u t i s m o y la fe e n t r e l o s i r l a n d e s e s , e l n o v e n o
a ñ o d e l r e i n a d o d e T e o d o s i o , y el c u a r t o a ñ o d e l r e i n a d o d e L a e g h a i r e ,
h i j o d e N i a l l , r e y d e I r l a n d a . L a c a u s a d e la c o m p o s i c i ó n d e l p o e m a es la
s i g u i e n t e : L a e g h a i r e o r d e n ó a su g e n t e m a t a r a u n o d e los servidores de
P a t r i c i o , y L a e g h a i r e d i o su p a l a b r a al q u e lo m a t a r í a d e m o d o q u e p u d i e s e
d e s c u b r i r si ( P a t r i c i o ) l o p e r d o n a r í a . N u a d a D e r g , h i j o d e N i a l l , h e r m a n o
d e L a e g h a i r e , o y ó e s t o . E r a r e h é n d e L a e g h a i r e . D i j o q u e si l o l i b e r a b a n y
tenía otras recompensas, mataría a alguien del cortejo de Patricio. Le d i e -
r o n el m a n d o d e la c a b a l l e r í a d e L a e g h a i r e y lo l i b e r a r o n d e su c a u t i v i d a d

93 Ancient Laws of Ireland I , p . 250.

94 Ancient Laws of Ireland I, p . 3 0 .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S

d e r e h é n . D i o garantías de q u e c u m p l i r í a lo q u e había p r o m e t i d o . Cogió

i n m e d i a t a m e n t e s u l a n z a , se a c e r c ó a l o s c l é r i g o s , a r r o j ó la l a n z a c o n t r a
ellos y m a t ó a O d h r a n , el c o c h e r o d e P a t r i c i o .
O m á s b i e n es el c l é r i g o q u e e s t a b a e n el c a r r o : O d h r a n e s t a b a p r e p a -
r a n d o el c a r r o y el g o l p e estaba d i r i g i d o c o n t r a el p r o p i o P a t r i c i o . El c l é -
r i g o m o n t ó e n c ó l e r a , l e v a n t ó las m a n o s h a c i a el S e ñ o r y q u e d ó así c o n las
m a n o s cruzadas. Se p r o d u j o e n t o n c e s u n g r a n sobresalto y u n t e m b l o r d e
t i e r r a e n este l u g a r , h u b o o s c u r i d a d s o b r e el sol y u n e c l i p s e . S e d i c e q u e e n
e s e m o m e n t o s e a b r i ó l a p u e r t a d e l i n f i e r n o y q u e T a r a se d e r r u m b ó . Pero
e n t o n c e s T a r a fue p u e s t a d e través. El S e ñ o r le o r d e n ó b a j a r los b r a z o s y
o b t e n e r u n j u i c i o a c e r c a d e l a s e s i n a t o d e s u s e r v i d o r . P o d r í a e s c o g e r el j u e z
d e I r l a n d a . Y él c o n s i n t i ó e n t o d o l o q u e D i o s le o r d e n ó .

La e l e c c i ó n q u e h i z o fue c o n f o r m a r s e c o n el j u i c i o e m i t i d o p o r el p o e t a
real d e la Isla d e I r l a n d a , a s a b e r , D u b t h a c h M a c u a L u g a i r , q u e e r a un
n a v i o l l e n o d e la g r a c i a d e l E s p í r i t u S a n t o . D e a q u í es d e d o n d e v i e n e el
h e c h o d e q u e si a l g u n o c r u z a el m a r p a r a d e f e n d e r s u c a u s a , p u e d e e l e g i r
u n j u e z e n I r l a n d a , y si c r u z a l a f r o n t e r a d e u n a p r o v i n c i a , p u e d e e l e g i r u n
j u e z e n esa p r o v i n c i a . D u b t h a c h se t o m ó m u y m a l el a s u n t o y d i j o : "Me
r e s u l t a p e n o s o d e c í r t e l o , o h , c l é r i g o . M e m o l e s t a estar e n esta a s a m b l e a
e n t r e D i o s y el h o m b r e . P u e s si d i g o q u e e s t a a c c i ó n n o se p u e d e borrar
c o n la c o m p e n s a c i ó n , s e r á m a l o p a r a t u h o n o r ; n o t e p a r e c e r á b u e n o . Y si
d i g o q u e hay q u e h a c e r p a g a r la c o m p e n s a c i ó n y e j e r c e r la v e n g a n z a , no
e s t a r á b i e n a l o s o j o s d e D i o s , p u e s l o q u e h a s a p o r t a d o a I r l a n d a es e l j u i -
c i o d e l E v a n g e l i o y l o q u e h a y e n é l , es e l p e r d ó n c o m p l e t o d e c a d a u n o a s u
p r ó j i m o . L o q u e h a b í a e n I r l a n d a a n t e s d e ti es el j u i c i o d e la ley, a s a b e r ,
el t a l i ó n : p i e p o r p i e , o j o p o r o j o y v i d a p o r v i d a " .

" L a f o r m a d e e l o c u e n c i a q u e D i o s n o s h a a p o r t a d o e s b u e n a —dijo P a t r i -
cio—, n o e r e s t ú q u i e n h a b l a , es e l e s p í r i t u d e t u p a d r e e l q u e h a b l a e n t i " , e t c .
P a t r i c i o b e n d i j o e n t o n c e s s u b o c a y la g r a c i a d e l E s p í r i t u S a n t o p e n e t r ó
e n s u e l o c u e n c i a , d e m o d o q u e d i j o : "Es el r e f o r z a m i e n t o d e l p a g a n i s m o ,
y el j u i c i o . . . " .
S e e n u m e r a n c u a t r o c o s a s e n e s t e p o e m a , a s a b e r , la o b e d i e n c i a de
tppjO&aquellos q u e s o n c o n m i n a d o s , y la e l e c c i ó n p a r a t o d o s a q u e l l o s q u e
s o n c o n m i n a d o s . P u e s se l e c o n c e d i ó l a e l e c c i ó n , a s í c o m o l a o b e d i e n c i a d e
los h o m b r e s de Irlanda.

. E s u n refuerzo del p a g a n i s m o
si s e v e n g a u n a m a l a a c c i ó n .
P u e s p a r a p r e s e r v a r la fe r e l a t a n
 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

q u e d e j a r o n el p o d e r d e e x t i r p a r c a d a d e f e c t o .
Fueron corregidos p o r un alma extranjera
el r e c h a z o d e l b a u t i s m o , el p e c a d o s i n c o m p e n s a c i ó n .

S e e n t i e n d e la v e r d a d , d e la c u a l v i e n e la p u r e z a .
P u e s el d e m o n i o n o t i e n e d e r e c h o al p e r d ó n
el día d e l j u i c i o
p e r o e l h o m b r e n o es a s í .
Si h a p a g a d o la c o m p e n s a c i ó n t i e n e d e r e c h o a la a b s o l u c i ó n ,
a la a b s o l u c i ó n p o r sus c r í m e n e s , p o r h a b e r t r a n s g r e d i d o

la v o l u n t a d d e l r e y s u p r e m o .
P u e s el p e r d ó n fue la c o s t u m b r e d e t o d o s .
Se l o m e r e c e n d e s p u é s d e la c r u c i f i x i ó n d e C r i s t o
e n t a n t o q u e n o v u e l v a n a c a e r e n el m a l .
¿ P o r q u é se p e r d o n a a u n h o m b r e , d e s p u é s d e q u e h a y a c o m e t i d o el
p e c a d o , s i e m p r e q u e s e a r r e p i e n t a , y p o r q u é n o s e p e r d o n a al á n g e l d e s -
p u é s d e q u e c o m e t e la t r a n s g r e s i ó n , i n c l u s o a u n q u e l l e g u e a a r r e p e n t i r s e ?
L a r a z ó n es q u e el h o m b r e t i e n e u n c u e r p o p e r e c e d e r o y q u e D i o s t i e n e
u n a r e s i d e n c i a m á s alta q u e a q u e l l a q u e le h a c o r r e s p o n d i d o . El á n g e l , p o r
su p a r t e , t i e n e u n c u e r p o sutil y p u r o , y D i o s n o t i e n e u n a residencia más
a l t a q u e a q u e l l a q u e l e h a c o r r e s p o n d i d o . P o r e s t a r a z ó n n o se l o p e r d o n a
d e s p u é s d e q u e h a y a c o m e t i d o la t r a n s g r e s i ó n , i n c l u s o a u n q u e se a r r e -
pienta:

Te ruego, oh, Dios, dirige mis pasos;

los a n t e p a s a d o s m á s viejos, los a n t e p a s a d o s d e p o d e r o s o
[conocimiento
n o f a l s e a r o n el j u i c i o d e l S e ñ o r ;

q u e y o n o a g r a v e el e x c e s o
d e los c r í m e n e s s a n g r i e n t o s d e los h o m b r e s .
La verdad del h o m b r e de ciencia,
el t e s t i m o n i o d e la N u e v a L e y
garantizan que Nuada morirá (?).

E s c o n o c i d o q u e es la c i e n c i a d i v i n a la q u e d e c i d e
si h a y c o n f e s i ó n d e v e n e r a c i ó n .

C a d a h o m b r e , p o r su c r i m e n ,
i r á a la m u e r t e .

Las d o s leyes c o n t i e n e n e j e m p l o s d e v e n g a n z a .
La p r u e b a serán mis mejillas,
cuyo brillante h o n o r n o mancillaré,
 2. EL S A C E R D O C I O Y L A S E S P E C I A L I Z A C I O N E S 133

de que emitiré u n juicio sano.

Soy Patricio desde m i bautizo.

La m a n o q u e lo m e r e z c a será c o m p l e t a m e n t e castigada
p u e s t o d o ser vivo q u e e m i t e u n j u i c i o
debe haber sido elegido para ello.
D e c í a la p r i m e r a ley d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a ,
q u e D i o s n o h a c o n f i r m a d o e n su N u e v a Ley,
q u e la T r i n i d a d n o c o n c e d í a el p e r d ó n .
C o n la f u e r z a celeste, p a r a salvar a A d á n
p u e s t e n í a la v i d a e t e r n a .
D i o s utilizó su p i e d a d
hasta q u e d e b i d o a o t r a cosa
m e r e c i ó la m u e r t e .
Q u e muera todo aquel que mate a u n hombre.
I n c l u s o el r e y q u e b u s c a la v i c t o r i a ( ? ) c o n s u s t r o p a s ,
q u i e n inflige v o l u n t a r i a m e n t e h e r i d a s rojas
p o r las q u e a l g u i e n m u e r e ,

q u i e n q u i e r a q u e sea p i e r d e su p o d e r y su d i g n i d a d ,
o el m á s n o b l e d e los sabios,
t o d o s e r vivo q u e c a u s a la m u e r t e

y cuyas m a l a s a c c i o n e s s e a n j u z g a d a s , s u f r i r á la m u e r t e .
Es c r i m i n a l q u i e n q u i e r a q u e deje escapar a u n criminal
y s u f r i r á la m u e r t e d e u n c r i m i n a l .

S e g ú n el j u i c i o d e la ley q u e h e r e c i b i d o , e n m i c a l i d a d d e p o e t a ,
está m a l m a t a r p o r u n a m a l a a c c i ó n .
Y o p r o n u n c i o el j u i c i o d e m u e r t e ,
d e m u e r t e p o r el c r i m e n d e q u i e n q u i e r a q u e m a t e :

N u a d a es j u z g a d o y d e s t i n a d o a i r a l c i e l o ,
y n o es a m u e r t e a l o q u e se le c o n d e n a .
E s así c o m o se c u m p l i e r o n las d o s leyes: m a t a r o n al c u l p a b l e p o r s u c r i ­
m e n y a t r i b u y e r o n el c i e l o a s u a l m a . L o s h o m b r e s d e I r l a n d a aceptaron
q u e cada u n o fuese p e r d o n a d o p o r su c r i m e n c o n el fin d e q u e n o a u m e n ­
tase, ej. p e c a d o e n l a i s l a .

E n el s u s o d i c h o j u i c i o , q u e D i o s i n s p i r ó a D u b t h a c h , se e n t i e n d e que
se s i t u a b a e n t r e el p e r d ó n y e l t a l i ó n . P u e s a n t e s d e s a n P a t r i c i o e s t a b a el
t a l i ó n y P a t r i c i o trajo el p e r d ó n . P e r o e n este j u i c i o hay p e r d ó n y t a l i ó n .
H e m o s l l e g a d o a e s t e d í a e n t r e el p e r d ó n y e l t a l i ó n , p u e s n a d i e t i e n e h o y e l
p o d e r d e c o n c e d e r el c i e l o , c o m o s u c e d í a ese d í a ( e n el caso d e P a t r i c i o ) .
 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

P u e s n o s e m a t a a n a d i e p o r u n c r i m e n v o l u n t a r i o s i se p a g a l a c o m p e n s a ­
c i ó n , y c a d a v e z q u e n o se p a g a l a c o m p e n s a c i ó n s e m a t a al c u l p a b l e p o r s u
c r i m e n v o l u n t a r i o , o b i e n lo e n v í a n al m a r p o r u n c r i m e n i n v o l u n t a r i o o
c u y o p r o v e c h o se a d m i t e . Y se le exige el s e r v i c i o p o r t o d o c o n t r a t o o t o d a
c o n v e n c i ó n q u e n o se h a e j e c u t a d o .

T r a s este j u i c i o , Patricio p i d i ó a los h o m b r e s d e I r l a n d a q u e v i n i e s e n a

u n l u g a r p a r a c o n v e r s a r c o n él a este r e s p e c t o . C u a n d o l l e g a r o n a la a s a m ­
b l e a p r e d i c ó a t o d o s el E v a n g e l i o d e C r i s t o . C u a n d o los h o m b r e s de
I r l a n d a o y e r o n h a b l a r d e la m u e r t e d e l o s vivos y la r e s u r r e c c i ó n d e l o s
m u e r t o s , d e t o d o el p o d e r d e P a t r i c i o d e s d e s u l l e g a d a a I r l a n d a ; cuando
v i e r o n q u e L a e g h a i r e y sus d r u i d a s e s t a b a n v e n c i d o s p o r los m i l a g r o s y las
m a r a v i l l a s q u e se h i c i e r o n e n p r e s e n c i a d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a , se p r o s ­
t e r n a r o n c o m o signo de obediencia a Dios y a Patricio.

L a e g h a i r e dijo e n t o n c e s : "Es n e c e s a r i o , o h , h o m b r e s d e I r l a n d a , esta­

b l e c e r y o r d e n a r t o d a s n u e s t r a s l e y e s " . " E s t o es l o m e j o r " , d i j o P a t r i c i o .
A s í , se r e u n i e r o n t o d o s l o s h o m b r e s d e a r t e d e I r l a n d a y c a d a u n o d e e l l o s
m o s t r ó su arte a san Patricio e n presencia de t o d o s los nobles de Irlanda.

E n t o n c e s o r d e n a r o n a D u b t h a c h m o s t r a r los j u i c i o s y los p o e m a s d e
I r l a n d a , así c o m o t o d a ley c o n a u t o r i d a d e n t r e los h o m b r e s d e I r l a n d a , p o r
la ley d e la n a t u r a l e z a , p o r la ley d e l o s p r o f e t a s y p o r l o s j u i c i o s d e la Isla d e
Irlanda y los de los poetas.

L e s h a b í a n p r e d i c h o q u e l l e g a r í a la p a l a b r a b r i l l a n t e , a s a b e r , la ley d e la
l e t r a : p u e s e r a el E s p í r i t u S a n t o q u i e n h a b l a b a y p r o f e t i z a b a p o r la b o c a d e
l o s h o m b r e s j u s t o s q u e f u e r o n l o s p r i m e r o s e n la Isla d e I r l a n d a , c o m o se
p r o f e t i z ó p o r la b o c a d e los p r i m e r o s p r o f e t a s y d e los n o b l e s d e a n t e p a s a ­
d o s e n la ley p a t r i a r c a l . P u e s la ley d e la n a t u r a l e z a h a b í a p r e v a l e c i d o a n t e s
d e q u e llegase la ley d e la l e t r a .

P o r lo tanto, D u b t h a c h m o s t r ó a Patricio t o d o s lo juicios d e naturaleza

v e r d a d e r a q u e el E s p í r i t u S a n t o h a b í a e m i t i d o p o r la b o c a d e l o s j u e c e s y l o s
j u s t o s s a c e r d o t e s d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a , d e s d e la o c u p a c i ó n d e la isla
h a s t a la l l e g a d a d e la f e . L o q u e n o i b a c o n t r a la p a l a b r a d e D i o s e n la ley d e
la l e t r a y e n el N u e v o T e s t a m e n t o , n i c o n t r a la c o n c i e n c i a d e l o s c r e y e n t e s ,
fue c o n f i r m a d o e n el o r d e n d e l o s j u i c i o s p o r P a t r i c i o , p o r la g e n t e d e la
I g l e s i a y p o r l o s j e f e s d e I r l a n d a . L a ley d e la n a t u r a l e z a h a b í a s i d o j u s t a ,
a p a r t e d e la f e , así c o m o s u s d i s p o s i c i o n e s , y la a r m o n í a d e la I g l e s i a y d e l
p u e b l o . Y e s t o e s e l Senchus Mor.

Se n o m b r a r o n n u e v e p e r s o n a s p a r a p o n e r o r d e n e n este l i b r o , a saber,
Patricio, B e n e n y C a i r n e c h , tres obispos; Laeghaire, C o r e y Daire, tres
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S
135

r e y e s ; R o s a , es d e c i r , M a c T r e c h i m , D u b t h a c h , d o c t o r d e la l e n g u a d e l o s
sabios, y Fergus, u n poeta.
Nofis es p o r t a n t o e l n o m b r e d e l l i b r o q u e a l t e r a r o n , e s d e c i r , l a c i e n c i a
d e l o s n u e v e h o m b r e s y t e n e m o s la p r u e b a d e l o q u e s e d i c e a q u í a r r i b a .
E s t a es l a ley d e P a t r i c i o y n i n g ú n j u e z h u m a n o d e l o s g o i d e l o s t i e n e c a p a -
9 5
c i d a d p a r a d e r o g a r c u a l q u i e r c o s a q u e se e n c u e n t r e e n e l S e n c h u s M o r » .

E s t e t e x t o es b a s t a n t e l a r g o , y b a s t a n t e c l a r o , p o r l o q u e p o d e m o s
p r e s c i n d i r d e t o d o c o m e n t a r i o . R e s u m e t o d a s las m o d a l i d a d e s —y casi las
c i r c u n s t a n c i a s — d e la c o n v e r s i ó n d e I r l a n d a y d e l m a n t e n i m i e n t o d e la
legislación tradicional.

2 . 3 . E L DRUIDA EMBAJADOR
L a s f u n c i o n e s d e l o s e m b a j a d o r e s , c o n t o d a la d i p l o m a c i a q u e p r e c e d e o
g e n e r a , sigue y regula los conflictos, están reservadas a los druidas c o m o
c o n s e c u e n c i a d e su c a p a c i d a d j u r í d i c a . E n la G a l i a t e n e m o s el e j e m p l o
—sin d u d a el ú n i c o a c c e s i b l e — , u n o s a ñ o s a n t e s d e la i n t e r v e n c i ó n d e
C é s a r , e n el a ñ o 6 0 a n t e s d e n u e s t r a era, d e D i v i c i a c o , d r u i d a y t a m b i é n
j e f e o p e r s o n a j e i n f l u y e n t e d e l o s h e d u o s , q u e fue a R o m a a p e d i r a y u d a
c o n t r a los secuanos aliados de los g e r m a n o s de A r i o v i s t o :

« E l j e f e d e l o s h e d u o s v i n o al S e n a d o , e x p u s o el a s u n t o , y c u a n d o lo
i n v i t a r o n a s e n t a r s e , r e c h a z ó la o f e r t a q u e le h a c í a n y h a b l ó a p o y a d o e n su
9 6
escudo» .

E n I r l a n d a , al f i n a l d e la « G u e r r a d e F e r g u s y C o n c h o b a r » que
h a b í a o p u e s t o a l o s d o s reyes d e l U l s t e r :

« l a s t r o p a s l l e g a r o n esa n o c h e a l A r r o y o N e g r o d e l o s D r u i d a s y a l l í h i c i e r o n
alto y a c a m p a r o n . Los u l t o n i a n o s d i j e r o n q u e había q u e enviar embajadores

95 AncientLaws oflreland I, p p . 4 . - 1 8 .
96 Panegírico de Constantino, e d i c i ó n d e É d o u a r d G a l l e t i e r , P a r í s , 1 9 5 2 , I I , I I I , 8. H a y
q u é ' s e ñ a l a r , sin e m b a r g o , q u e este texto t a r d í o (escrito e n 312), a u n q u e da
c u e n t a d e u n a g e s t i ó n c u y a v e r o s i m i l i t u d n o se p o n e e n d u d a , es u n p a n e g í r i c o ,
es d e c i r , u n t e x t o l a u d a t o r i o y n o u n d o c u m e n t o c o n v a l o r a r c h i v í s t i c o . U t i l i z a
c o n fine_s i n t e r e s a d o s t o d o u n c o r p u s d e t r a d i c i o n e s h i s t ó r i c a s y l i t e r a r i a s h e d u a s
q u e ya n o s o n c e l t a s s i n o l a t i n a s . E l p a n e g i r i s t a c o n o c e la c o n d i c i ó n d e e m b a j a -
d o r , p e r o n o d e j a c o n s t a n c i a d e la c o n d i c i ó n d e d r u i d a d e l j e f e h e d u o q u e h a b l a
a p o y a d o e n s u e s c u d o (scuto innixus).
136 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

al rey d e I r l a n d a p a r a c o n c l u i r la p a z . " ¿ Y q u i é n i r á ? " , p r e g u n t ó C o n c h o b a r .

9 7
" C a t h b a d , M e s D e g h a d y A m o r g e n i r á n allí", r e s p o n d i e r o n » .

Estos tres personajes, d e s i g n a d o s u n á n i m e m e n t e p o r aquellos que

e s t a b a n i n t e r e s a d o s e n el é x i t o d e su m i s i ó n , s o n d r u i d a s .

2 . 4 . E L DRUIDA NARRADOR E HISTORIADOR

D e l m i s m o m o d o q u e se o c u p a r o n d e l d e r e c h o , l o s celtas se o c u p a r o n
d e t o d o l o d e m á s r e l a c i o n a d o c o n la c i e n c i a r e l i g i o s a y t r a d i c i o n a l . L a
i m a g i n a c i ó n p o é t i c a , las m e t á f o r a s d e l i r a n t e s , la f a n t a s í a i n d i v i d u a l . . . ,
n a d a d e t o d o e s t o es a n t e r i o r al r o m a n t i c i s m o d e l o s s i g l o s XVIII y XIX.

L o s t r a n s c r i p t o r e s d e l Libro de Leinster y o t r o s m a n u s c r i t o s , q u e c o n o c í a n
las r e g l a s e s t r i c t a s d e l o s g é n e r o s q u e p r a c t i c a n , se h u b i e s e n quedado
s o r p r e n d i d o s p o r las c o l o s a l e s c u a l i d a d e s p i n t o r e s c a s , p s e u d o h i s t ó r i c a s y
b á r b a r a s q u e les o t o r g a r o n a p o s t e r i o r i .
D ' A r b o i s de Jubainville, e m i n e n t e jurista convertido en celtólogo,
f o r m u l ó h a c e m u c h o t i e m p o la o p o s i c i ó n e n t r e e l l a d o s e r i o d e la c i e n -
c i a d e l o s filid, j u e c e s , l e g i s l a d o r e s y a b o g a d o s , y e l l a d o l l a m a t i v o (y
m e n o s s e r i o ) d e esta m i s m a c i e n c i a , q u e c o n s i s t í a t a m b i é n e n c o n t a r
historias maravillosas, e n transmitir bellas leyendas e incluso e n c o m p o -
9 8
ner bellos poemas líricos y elegiacos .
N o n o s p a r e c e q u e esta o p o s i c i ó n esté b i e n f u n d a d a , t o d o l o c o n t r a -
rio: Irlanda n o tiene «literatura» e n el s e n t i d o q u e le c o n c e d e m o s a
esta p a l a b r a e n e l o c c i d e n t e m o d e r n o . L a n o v e l a es u n g é n e r o d e s c o n o -
c i d o p o r l o s filid y la p a l a b r a i r l a n d e s a litriocht ( « l i t e r a t u r a » ) es u n p r é s -
t a m o l a t i n o (littera) r e v e s t i d o c o n u n sufijo n a t i v o . E s m á s , a u n a p e s a r d e
la d i f i c u l t a d d e e s t u d i a r t e x t o s c e l t a s s i n r e c u r r i r a la terminología
m o d e r n a ( m i t o l o g í a , e p o p e y a , saga, c i c l o ) , r e s u l t a m u y fácil c o m p r o b a r
q u e t o d o s estos t é r m i n o s s o n i n a d e c u a d o s , p u e s c a r e c e n d e c o r r e s p o n -
9 9
d e n c i a s celtas o r i g i n a l e s .
M e n c i o n e m o s c o m o r e c o r d a t o r i o la p a l a b r a saga, q u e es g e r m á n i c a y
n o d e b e r í a e m p l e a r s e n u n c a c o n r e s p e c t o a la t e m á t i c a c é l t i c a . T a m p o c o

97 E d . d e M a r g a r e t D o b b s , loe. cit, Revue Celtique, n . ° 4 0 . P- 4 * 6 .

98 Les Celtesetleslanguesceltiques, p . 3!9-
99 P a r a t o d a s estas c u e s t i o n e s , r e m i t i m o s a las e x p o s i c i o n e s g e n e r a l e s q u e h e m o s
o f r e c i d o e n o t r o s v o l ú m e n e s , c o m o La société celtique, op. cit, La civilisation celtique, op. cit.,
o t a m b i é n C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Magie, médecine et divination chezles celtes, P a r í s , 1 9 9 7 '
d o n d e e n c a d a c a s o se s u b r a y a n las e s p e c i f i c i d a d e s d e l a t r a d i c i ó n c u l t u r a l c e l t a
c o n r e s p e c t o a las f o r m a s d e c u l t u r a d o m i n a n t e s e n l a t r a d i c i ó n o c c i d e n t a l .
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 137

h a y u n a p a l a b r a celta p a r a d e s i g n a r la m i t o l o g í a n i p a r a d e s i g n a r la e p o ­
p e y a , y la r a z ó n es b i e n s e n c i l l a : I r l a n d a n o d i s t i n g u e e n a b s o l u t o e n t r e
u n a y otra. Hay tanta epopeya en el m i t o c o m o m i t o l o g í a latente en los
c i c l o s é p i c o s : C u c h u l a i n n n o es m á s h i s t ó r i c o q u e H é r c u l e s y l a d u l c e
E t a i n es u n a r e i n a d e I r l a n d a . L a l e x i c o g r a f í a i r l a n d e s a m e d i e v a l es l o
s u f i c i e n t e m e n t e r i c a c o m o p a r a p e n s a r q u e d e t r á s d e e l l o se e s c o n d e
o t r a c o s a q u e n o sea u n a m e r a d e f i c i e n c i a d e v o c a b u l a r i o . L a p a l a b r a scél
( « r e l a t o » ) se basta p o r sí s o l a .
Esta n o c i ó n d e « r e l a t o » es g l o b a l : I r l a n d a i g n o r ó las c l a s i f i c a c i o n e s
l i t e r a r i a s e n c i c l o s y t e m a s . E s t o n o s i g n i f i c a q u e l o s filid c a r e c i e s e n d e
m é t o d o o inteligencia, sino sólo que pensaban de otro m o d o : p r o c e ­
dían a clasificarlos p o r géneros (robos, cortejos, muertes violentas,
combates, asedios, raptos, e t c . ) . D e s d e l u e g o , este procedimiento
r e s u l t a a t o d a s l u c e s i n ú t i l p a r a las i n v e s t i g a c i o n e s q u e s i g u e n m é t o d o s
m o d e r n o s , p e r o n o es, a f i n d e c u e n t a s , m á s i l ó g i c o q u e la d i v i s i ó n e n
ciclos m i t o l ó g i c o s y é p i c o s . Y esto s i e m p r e ha sido algo m u y s e r i o . Q u e
las j u r i s p r u d e n c i a s d e l Senchus Mor n o s p a r e z c a n m á s á r i d a s q u e las c o l o ­
r i d a s d e s c r i p c i o n e s d e Tain Bo Cualnge es u n a i m p r e s i ó n m o d e r n a e n la
q u e la E d a d M e d i a n o t i e n e n i n g u n a r e s p o n s a b i l i d a d . C o m o es n a t u r a l ,
I r l a n d a p e r c i b i ó la d i f e r e n c i a t e m á t i c a e n t r e el d e r e c h o y el « r e l a t o » ,
p e r o n o hizo n i n g u n a diferencia de tratamiento, pues los irlandeses
e r a n u n o s a p a s i o n a d o s a m a n t e s , n o d e la m i t o l o g í a o la l e y e n d a , s i n o d e
la h i s t o r i a , la g e n e a l o g í a , la t o p o n i m i a y la e t i m o l o g í a , t o d a s ellas d i s c i ­
p l i n a s m u y p r e c i s a s . Y las d i s t i n c i o n e s t é c n i c a s c o r r e s p o n d e n d e h e c h o a
e s p e c i a l i z a c i o n e s f u n c i o n a l e s , las c u a l e s e x c l u y e n t o d a f a n t a s í a . T o d o l o
q u e i m p l i q u e e s p e c u l a c i ó n u o p e r a c i ó n , t r a b a j o i n t e l e c t u a l e n s u m a , es
c o m p e t e n c i a d e l d r u i d a o d e l file e s p e c i a l i z a d o . E n la I r l a n d a d e l o s reyes
se e x i g í a p r e c i s i ó n e n l a i n f o r m a c i ó n , q u e d e b í a s e r m i n u c i o s a y e s t a r
p l a g a d a d e d e t a l l e s , e n t o d o l o q u e fuese d e su i n c u m b e n c i a . C a b e s u p o ­
n e r q u e la G a l i a t u v i e s e las m i s m a s e x i g e n c i a s .
E n c u a n t o a la v i e j a d i s t i n c i ó n j u r í d i c a e n t r e « l e y d e l a n a t u r a l e z a »
p r e c r i s t i a n a y la « l e y d e la l e t r a » p o s t e r i o r a la c o n v e r s i ó n d e I r l a n d a al
c r i s t i a n i s m o , r e s u l t a b a s t a n t e s i g n i f i c a t i v a . Es c i e r t o q u e e n l o s textos h a y
d o s I r l a n d a s : la I r l a n d a d e a n t e s d e s a n P a t r i c i o , d e t r a d i c i ó n o r a l y q u e
n u n c a e s c r i b i ó ; y la I r l a n d a p o s p a t r i c i a , q u e p o s e y ó u n a r i c a l i t e r a t u r a
p o r q u e se e n t r e g ó c o n c e l o y p a s i ó n al e s t u d i o d e las e s c r i t u r a s , d e l l a t í n ,
d e l g r i e g o y , e n ú l t i m o l u g a r , d e l g a é l i c o . A s í se c o m p r e n d e s i n e s f u e r z o
q u e estas d o s I r l a n d a s t a n d i f e r e n t e s n o s e a n i n c o m p a t i b l e s a p e s a r d e l
c a m b i o de r e l i g i ó n . Se trata de d o s estados sucesivos d e l m i s m o f o n d o ,
138 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

p u e s la I r l a n d a c r i s t i a n a e n n i n g ú n m o m e n t o c o m p o r t ó la a b o l i c i ó n d e
la I r l a n d a p r e c r i s t i a n a : m á s b i e n b u s c ó su p l e n i t u d c o n f o r m e a la p a r á -
b o l a evangélica: t o d o lo que hizo fue justificarla.
Y la m e j o r j u s t i f i c a c i ó n , e n caso d e n e c e s i d a d , s i g u e s i e n d o la f o r m a
e n la q u e s a n P a t r i c i o , u n a v e z l o g r a d a s la b e n e v o l e n c i a y l u e g o la c o n -
v e r s i ó n d e l d o c t o r s u p r e m o , el j e f e d e l o s filid d e I r l a n d a , e l i g i ó al p r i -
m e r o b i s p o de L e i n s t e r :

« P a t r i c i o salió d e T a r a e n d i r e c c i ó n al p a í s d e L e i n s t e r , y él y D u b t -
h a c h , b i s n i e t o d e L u g a r , se e n c o n t r a r o n e n D o m n a c h M a r C r i a t h a r e n e l
H u i C i n n s a l a c h . Patricio p i d i ó a D u b t h a c h q u e eligiese u n c a n d i d a t o a
o b i s p o e n t r e sus discípulos d e L e i n s t e r , a saber, u n h o m b r e l i b r e , d e b u e n a
cuna, sin defectos, sin m a n c h a , cuya r i q u e z a n o fuese ni demasiado
p e q u e ñ a ni demasiado g r a n d e . "Deseo u n h o m b r e que sólo tenga una
m u j e r y q u e haya e n g e n d r a d o sólo u n hijo". D u b t h a c h r e s p o n d i ó : " E n m i
c o r t e j o s ó l o c o n o z c o a F i a c c el B e l l o , d e L e i n s t e r , q u e p a r t i ó d e a q u í h a c i a
el p a í s d e C o n n a u g h t c o n u n p o e m a b á r d i c o p a r a los r e y e s . Mientras
h a b l a b a n d e él v i e r o n a F i a c c v e n i r h a c i a e l l o s . D u b t h a c h d i j o a P a t r i c i o :
" V e n a t o n s u r a r m e : el h o m b r e m e a y u d a r á p a r a m i t r a n q u i l i d a d , p u e s s u
d e v o c i ó n es g r a n d e " . E n s e g u i d a Fiacc v i n o e n a y u d a d e D u b t h a c h : P a t r i c i o
l o t o n s u r ó y l o b a u t i z ó . L e c o n f i r i ó la c o n d i c i ó n d e o b i s p o , c o n l o q u e f u e
el p r i m e r o b i s p o o r d e n a d o e n el L e i n s t e r . P a t r i c i o d i o a Fiacc u n c o f r e q u e
c o n t e n í a u n a c a m p a n a y u n relicario, u n a cruz y tablillas. Le dejó siete
h o m b r e s d e su c o r t e j o , a saber, M u C a t o c c d e Inis Fail, A g u s t í n d e Inis
1 0 0
Becc, Tecan, Diarmait, Maindid, P o l y F e d e l m i d » .

D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e c o m e n t ó t a m b i é n la g l o s a d e W ü r z b u r g 3 1 b ,
1 4 : -i. nosmoidet iscelaib et senchassaib recto etgeintlecte ( « s e v a n a g l o r i a n d e l o s
r e l a t o s y las a n t i g ü e d a d e s d e la ley y d e l p a g a n i s m o » ) , q u e g l o s a suntenim
multi etiam inobedientes, vaniloqui et seductores ( « h a y m u c h o s q u e n o o b e d e c e n ,
q u e t i e n e n p a l a b r a s v a n a s y s e d u c t o r a s » ) e n la e p í s t o l a a T i t o (I, i o ) :

« E l m o n j e i r l a n d é s , q u e leía estas p a l a b r a s , o l v i d ó p o r u n i n s t a n t e q u e se
t r a t a b a d e l o s t i e m p o s a p o s t ó l i c o s , y q u e a q u í se h a b l a b a d e l o s a d v e r s a r i o s
c i r c u n c i s o s q u e P a b l o e n c o n t r ó e n l a s s i n a g o g a s , máxime qui de circumásione sunt.
P e n s ó e n l a p o d e r o s a c o r p o r a c i ó n d e los file, q u e e n I r l a n d a t o d a v í a h a c í a
f r e n t e al c r i s t i a n i s m o , v e n c e d o r d e l o s d r u i d a s , y le d i s p u t a b a c o n é x i t o la

IOO E d . W h i t l e y S t o k e s , « N o t e s i n t h e B o o k o f A r m a g h » , ThesaurusPaleohibernicus II, p .

2 4 1 . K a t h l e e n M u l c h r o n e , Bethu Phatraic, The Tripartite Life ofPatrich, Londres, 1939.
p p . 114-115.
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS ESPECIALIZACIONES
139

c o n f i a n z a y la a d m i r a c i ó n d e l o s p u e b l o s , o p o n i e n d o , e n l o s t r i b u n a l e s , s u s
t r a d i c i o n e s j u r í d i c a s a l o s c á n o n e s d e l a I g l e s i a , y, e n e l o r d e n d e l a s c u e s t i o ­
n e s l i t e r a r i a s , s u s r e l a t o s é p i c o s a l o s s e r m o n e s y las l e y e n d a s d e l o s s a n t o s . E l
m o n j e g l o s a d o r p o r t a n t o creyó d e b e r explicar la i n f l u e n c i a d e los a d v e r s a r i o s
d e s a n P a b l o p o r d o s m e d i o s : m e d i a n t e h i s t o r i a s , scél, q u e a l p a r e c e r c o n t a ­
101
b a n , y m e d i a n t e su ciencia e n d e r e c h o p a g a n o , senchasredoocusgeintkde» .

Esta c o n c l u s i ó n es i n a d m i s i b l e , e n p r i m e r l u g a r , p o r q u e se t r a t a d e
u n e j e m p l o a i s l a d o y, e n s e g u n d o l u g a r , p o r q u e u n a g l o s a n o es s i e m p r e
u n a t r a d u c c i ó n , s i n o u n a n c l a j e m n e m o t é c n i c o c u y a ú n i c a f i n a l i d a d es
i n d i c a r el s i g n i f i c a d o g e n e r a l d e l t e x t o . E l g l o s a d o r p u d o p e n s a r t a m ­
b i é n e n el p a g a n i s m o c l á s i c o : s u e x i s t e n c i a n o era d e s c o n o c i d a en
I r l a n d a y m e n o s p o r u n i r l a n d é s q u e residía e n el c o n t i n e n t e . Por
ú l t i m o , y s o b r e t o d o , h a y q u e r e c o r d a r q u e e n n i n g ú n t e x t o i r l a n d é s , ya
sea e n el Senchus Mor o e n u n t e x t o d e l c i c l o é p i c o o m i t o l ó g i c o , existe
n i n g u n a d e c l a r a c i ó n , n i s i q u i e r a u n a h u e l l a , d e h o s t i l i d a d h a c i a el c r i s ­
tianismo. El supuesto anticlericalismo d e c i e r t a v e r s i ó n d e la l e y e n d a d e
M o n g a n es c o m o m u c h o , o c o m o p o c o , u n a b u r l a t í p i c a d e l o s c u e n t o s
1 0 2
populares medievales .
P a r a d e f i n i r la v e r d a d e r a a c t i t u d d e l o s e r u d i t o s i r l a n d e s e s c o n r e s ­
p e c t o a sus l e y e n d a s , c o n v i e n e l e e r las ú l t i m a s l í n e a s d e Tain Bo Cualnge,
p r i m e r o en irlandés:

Bendacht ar cech oen mebraigfes go hindraic tain amlaidseo 7 na tuillfe cruth aile furri
( « B e n d i t o a q u e l q u e g u a r d e f i e l m e n t e e l Robo e n l a m e m o r i a y n o l e d é
otra f o r m a » ) ;

l u e g o , e n l a t í n , la j u s t i f i c a c i ó n d e l c l é r i g o :

Sed ego qui scripsi hanc historian} aut ueriusfabulam, quibusdamfidem in hac historia aut
fábula non accommodo. Quaedam enim ibipraestrigia demonum, quaedam autemfigmentapoé­
tica, quaedam simula uero, quaedam non, quaedam ad delectationem stultorum ( « P e r o yo,
q u e h e escrito esta h i s t o r i a , o m á s b i e n esta fábula, n o c o n c e d o ninguna
c r e d i b i l i d a d a ciertas cosas d e esta h i s t o r i a o fábula. A l g u n a s s o n e n efecto
artificios d e los d e m o n i o s , otras s o n ficciones poéticas, otras n o lo s o n y
1 0 3
o t r a s s o n p a r a el d e l e i t e d e l o s t o n t o s » ) .

101 ThesaurusPaleohibernicus I, p . 6 9 9 . D ' A r b o i s , LesCeltesetleslanguesceltiques, pp. 319-320.

102 Textesmythologiquesirlandaisl/l, p p . 206-2II.
103 E d . E r n s t W i n d i s c h , IrischeTexteV, p . 91I; e d . C . O ' R a h i l l y , p . 1 3 6 , 4 9 1 9 - 4 9 2 5 -
I40 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

La r e c i t a c i ó n de u n a historia era u n a c e r e m o n i a q u e seguía u n o s

r i t o s y m e r e c í a b e n d i c i o n e s , n o s ó l o p a r a a q u e l l o s q u e la r e c i t a b a n c o n
exactitud, sino t a m b i é n para aquellos q u e h a c í a n el esfuerzo de e s c u -
c h a r l a . E s u n a i d e a q u e v i e n e d e la n o c h e d e l o s t i e m p o s , c o m ú n a la
I r l a n d a m e d i e v a l y a la I n d i a v é d i c a . A c o n t i n u a c i ó n i n c l u i m o s las v e n -
tajas q u e s a n P a t r i c i o e n p e r s o n a a s o c i ó c o n la r e c i t a c i ó n d e la h i s t o r i a
l l a m a d a Altrom Tige Da Medar ( « E l a l i m e n t o d e la C a s a d e l o s D o s V a s o s » ) ,
q u e es la v e r s i ó n m á s c r i s t i a n i z a d a d e l c i c l o d e E t a i n :

« P a t r i c i o o r d e n ó q u e n o s e d u r m i e s e n i se h a b l a s e d u r a n t e e s t a h i s t o r i a , y
q u e n o se l a r e p i t i e s e t a m p o c o , s a l v o q u e f u e s e a r u e g o s d e g e n t e e x c e l e n t e y
digna de escucharla. Patricio o r d e n ó t a m b i é n muchas otras distinciones,
c o m o se d i c e e n la e l e g í a :

" C a v a d la t u m b a d e la n o b l e E i t h n e e n el c e m e n t e r i o , p o r e n c i m a d e l
Boyne verde y rosáceo;

t r a s la j o v e n c o n c o n o c i m i e n t o s o l e a d o , el e j é r c i t o d e O e n g u s n o e s t a b a d e
buen humor.
Y o y O e n g u s , q u e es h á b i l c o n las a r m a s , s o m o s u n a p a r e j a cuya i n t e n -
c i ó n es d i f e r e n t e .
N o h u b o , e n la s u p e r f i c i e d e la t i e r r a , u n a m o r c o m o el n u e s t r o por
E i t h n e . C o n c e d e r é estas b e n d i c i o n e s a la h i s t o r i a d e E i t h n e d e F i n n m a g h .
P r o s p e r i d a d d e n i ñ o s , p r o s p e r i d a d d e c o m p a ñ e r a , es l o q u e e n c o n t r a -
rás d u r m i e n d o c o n m u j e r e s b o n i t a s .

Si recitas « E l a l i m e n t o » al e n t r a r e n u n b a r c o o e n u n n a v i o , llegarás
s a n o y salvo s i n t e m o r d e las o l a s o las e s p a d a s .

Si recitas « E l a l i m e n t o » a n t e s d e ir a u n j u i c i o o a u n a cacería, el
a s u n t o te será p r ó s p e r o y t o d o te o b e d e c e r á .
S i r e c i t a s l a h i s t o r i a d e E i t h n e al t o m a r a u n a m u j e r b o n i t a ,
h a r á s u n a b u e n a c o s a , p u e s t e n d r á s la m e j o r d e las e s p o s a s y l o s m e j o r e s
hijos.

Si r e c i t a s la h i s t o r i a d e la n o b l e E i t h n e e n t r a n d o e n u n a n u e v a casa d e
cerveza,

n o h a b r á n i a m a r g u r a n i l o c u r a ; las a r m a s c u r v a s y c r u e l e s n o s e d e s n u d a r á n .
Si r e c i t a s la h i s t o r i a d e la n o b l e E i t h n e a u n rey p o d e r o s o d u r a n t e el
combate,

n o t e n d r á m o t i v o d e a r r e p e n t i m i e n t o , a c o n d i c i ó n d e q u e la e s c u c h e e n
silencio.

Si d i c e s esta h i s t o r i a m a r a v i l l o s a a los p r i s i o n e r o s d e I r l a n d a ,
s e r á c o m o si f u e s e n l i b e r a d o s d e s u s c a d e n a s y s u s p r i s i o n e s .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y L A S E S P E C I A L I Z A C I O N E S 141

B e n d i t a s e a el a l m a q u e e s t a b a e n e l c u e r p o d e l a b e l l a E i t h n e .
1 0
A q u e l q u e esta elegía c o n o z c a c o n s e g u i r á la v i c t o r i a " » * .

A v e c e s se d e j ó t o t a l m e n t e d e c r e e r e n e l l o , p e r o n o h a c í a falta c a m -
b i a r n a d a , p o r q u e t o d o e s t o e r a la t r a d i c i ó n n a c i o n a l , u n p a s a d o f a b u -
l o s o q u i z á , p e r o q u e n o se d i s t i n g u í a d e la h i s t o r i a y q u e se s e g u í a r e l a -
c i o n a n d o c o n l a r e a l i d a d . G u a n d o , al p r i n c i p i o d e Tain Bo Cualnge, se
r e l a t a la m o v i l i z a c i ó n d e l e j é r c i t o i r l a n d é s y la m a r c h a h a c i a la f r o n t e r a
d e l U l s t e r , se d e s c r i b e m o r o s a m e n t e e l i t i n e r a r i o , c o n l a p r e c i s i ó n d e
una guía:

« l o s c a m i n o s d e l R o b o y e l c o m i e n z o d e la e x p e d i c i ó n , y l o s n o m b r e s d e l o s
c a m i n o s p o r l o s q u e f u e r o n l a s c u a t r o p r o v i n c i a s d e I r l a n d a al p a í s d e l U l s -
ter: p o r M a g C r i u n n , p o r T b m M o n a , p o r T u r l o c h T é o r a Grich, p o r C u l
Silinni, p o r Dubloch, p o r Badbgna, p o r Goltain, p o r Sinaind, p o r Gluile
: 5
Gabar, p o r Mag Trega...» ° .

Esta lista c o m p r e n d e s e s e n t a n o m b r e s d e l u g a r e s . E l n a r r a d o r e s t a b a
preocupado por proporcionar una explicación comprensible en un
m a r c o f a m i l i a r . N o h a y u n t e x t o q u e n o esté s a l p i c a d o d e t o p ó n i m o s o
n o m b r e s de personas, lo que suponía p o r parte del oyente o lector u n
b u e n c o n o c i m i e n t o d e la t o p o g r a f í a y la h i s t o r i a l o c a l e s .
T o d o a c o n t e c e c o m o si e l g r a n e n e m i g o d e la s o c i e d a d c e l t a f u e s e e l
o l v i d o . P u e s t o q u e la p r i m e r a c o n d i c i ó n d e la e x i s t e n c i a e r a n o s e r a n ó -
n i m o , t o d o e s t a b a p r e v i s t o p a r a i m p e d i r la ú n i c a m u e r t e v e r d a d e r a : el
olvido del n o m b r e . La primera f u n c i ó n del druida, o más b i e n del h i s -
t o r i a d o r e s p e c i a l i z a d o (sencha), e r a m a n t e n e r y p e r f e c c i o n a r las p r u e b a s
d e la l e g i t i m i d a d d e la s o b e r a n í a . E s p o r e l l o q u e h a y m á s d e u n a f a m i l i a
p r i n c i p e s c a irlandesa o galesa cuya g e n e a l o g í a c u b r e m e d i o m i l e n i o .
C i t e m o s u n ú n i c o e j e m p l o , la g e n e a l o g í a d e la r a z a d e C o r m a c , el g r a n
rey-juez de Irlanda:

« R i a n hijo de Bruatar, hijo de A e d , de Cairpre, de Laicnen, de C o l m a n ,

de A e d R o n , de C r u n n m a l , de Roñan, de Cormac, de Nathi, de C r i m t h t -
h&im, d e E n n a C e n d s e l a c h , d e L a b r a d , d e F i a c h a c h , d e C a t h a r M o r , d e

1 0 4 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a n o u r r i t u r e d e la
m a i s o n d e s d e u x g o b e l e t s » , Celticum, n . ° 1 8 , p . 3 2 8 . V é a s e t a m b i é n Textes mythohgi-
ques irlandais I / l , p p . 2 6 5 - 2 6 6 .
1 0 5 IrischeTexteV, p p . 3 9 - 4 1 ; e d . C . O ' R a h i l l y , p . 8, 2 8 1 - 2 8 3 .
142 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

Fedelmid Fir Aurglais, de C o r m a c Gelta Gaeth, de N i a d - C u i r b , de G o n -

C o r b h , d e M o g C o r b h , q u e cayó e n el A l b e r g u e d e D a C h o c a , d e C o n c h o -
b a r , el d e las cejas r o j a s , d e F i n d F i l e d , d e R o s s R u a d , d e F e r g u s F a i r r g e , d e
I o S
N u a d a Necht, de Setna Sithbaicc, de Lugaid Luathfind, de Bresal B r e c c » .

Otra cuestión es si t o d o s estos personajes realmente vivieron,

t e n i e n d o e n c u e n t a q u e l o s p r i m e r o s se s u m e r g e n e n la l e y e n d a m á s q u e
e n la h i s t o r i a . P e r o l o q u e i m p o r t a e n este c a s o es la i n t e n c i ó n y n o la
e x i s t e n c i a d e p e r s o n a s c o n c r e t a s d i f í c i l m e n t e v e r i f i c a b l e : si c o n t a m o s
treinta años p o r g e n e r a c i ó n , n o andaremos lejos del m i l e n i o , y n o h a n
faltado m o n j e s i r l a n d e s e s o galeses q u e h a y a n p r e t e n d i d o ser d e s c e n -
1 0 7
d i e n t e s d e u n a t r i b u d e Israel o d e u n f a r a ó n e g i p c i o . D e la g e n e a l o g í a
p a s a m o s s i n d a r n o s c u e n t a a la p s e u d o h i s t o r i a y d e a h í al m i t o .
Este es el m e j o r c u m p l i d o q u e se le h a y a d e d i c a d o a u n d r u i d a :

« s o b r e los r e i n a d o s d e estos reyes y sus d e s t i n o s , el p o e t a G i l l a m o Dubda

c a n t ó el s i g u i e n t e c a n t o , p r u d e n t e . E r a c i e g o y t e n í a el r o s t r o plano.
1 0 8
N u n c a cantó u n a mentira ni n i n g u n a historia deformada» .

L a c i e n c i a d e los filid i r l a n d e s e s , c o m o s i n d u d a a l g u n a la d e t o d o s l o s
d r u i d a s c e l t a s , es u n a c i e n c i a e x a c t a , e n s u s i g n i f i c a d o m á s p r e c i s o d e
saber que r e s p o n d e a p r o b l e m a s oficiales y n o a averiguaciones dictadas
p o r la c u r i o s i d a d p e r s o n a l . H a y q u e s a b e r r e s p o n d e r a c u a l q u i e r pre-
g u n t a . H e a q u í , p o r e j e m p l o , a p r o p ó s i t o d e la c a p i t a l d e I r l a n d a , T a r a ,
las p r e g u n t a s q u e se h a c e n a l o s filid o q u e se h a c e n e l l o s m i s m o s :

« T e m a i r Breg, ¿de d ó n d e viene?

decid, oh, doctores.
¿ C u á n d o d i e r o n e s e n o m b r e al l u g a r ?
¿ C u á n d o T a r a se c o n v i r t i ó e n T a r a ?
¿ F u e c o n P a r t o l ó n , el d e las b a t a l l a s ,
o c o n la p r i m e r a c o n q u i s t a d e C e s a i r ?
¿ F u e c o n N e m e d , el d e g r a n v a l o r ,
o c o n C i g a l el r u d o , el d e la r o d i l l a v a c i l a n t e ?

¿ F u e c o n los Fir Bolg, los d e los navios,

106 Genelach Sil Chormaic, s e g ú n el m a n u s c r i t o R a w l i n s o n B 5 ° 2 , e d . M . A . O'Brien,

Corpus Genealogiarum Hiberniael, D u b l í n , 1 9 6 2 , p . 15-
_ I
1 0 7 V é a s e Textes mythologiques irlandais I / l , p p . I57 87-
108 Lebor Gabala Erenn, e d . M a c a l i s t e r , V , p . 4 1 2 .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS ESPECIALIZACIONES
143

o c o n el l i n a j e d e l o s L e p r a c h a n ?
D e c i d c o n cuál d e estas c o n q u i s t a s
1 0 9
se d i o e l n o m b r e d e T a r a a T a r a » .

L a c o n t i n u a c i ó n d e l p o e m a p r o p o r c i o n a la e x p l i c a c i ó n , p e r o n o n o s
i n t e r e s a , p u e s e n n i n g u n a p a r t e e n c o n t r a r e m o s la e t i m o l o g í a exacta d e l
n o m b r e d e T a r a . P e r o , p a r a c o m p r e n d e r el p o e m a , h a y q u e s a b e r p r e -
v i a m e n t e q u i é n e s s o n P a r t o l ó n , C e s a i r o N e m e d , t o d a s ellas p e r s o n a s
supuestamente conocidas p o r los oyentes.
Y l o s filid i r l a n d e s e s n o s ó l o c u l t i v a r o n e l d e r e c h o , la h i s t o r i a o la
t o p o n i m i a . E s c r i b i e r o n t a m b i é n glosarios y tratados de gramática y ver-
s i f i c a c i ó n , q u e n o s i e m p r e se i n s p i r a n s e r v i l m e n t e e n l o s m o d e l o s lati-
n o s . U n a d e sus o c u p a c i o n e s f a v o r i t a s f u e la e t i m o l o g í a y e x i s t e , c o n el
n o m b r e d e CoirAnmann ( « L a c o n v e n i e n c i a de los n o m b r e s » ) , u n vasto
t r a t a d o al e s t i l o d e s a n I s i d o r o d e S e v i l l a e n el q u e la f i l o l o g í a m o d e r n a
1 1 0
n o se i n m i s c u y e si n o q u i e r e p o n e r s e e n e v i d e n c i a . Evitemos, no obs-
tante, b u r l a r n o s de ellos: a d e m á s de irlandés, los e r u d i t o s insulares
s a b í a n l a t í n , g r i e g o y e n o c a s i o n e s h e b r e o . N o a t e n t a r o n m á s c o n t r a la
f i l o l o g í a q u e el r e s t o d e E u r o p a e n la m i s m a é p o c a .
P r o p o n e m o s c o m o e j e m p l o ú n i c o y s u f i c i e n t e este v a s t o i n t e n t o d e
i n t e r p r e t a c i ó n d e la p a l a b r a senchas ( « a n t i g ü e d a d » ) p o r l o s j u r i s t a s :

«Seanchus, e s d e c i r , u n a p r e g u n t a (cuis) q u e e s d i f í c i l p a r a u n i g n o r a n t e ;
p u e s n a d i e la e n t i e n d e salvo l o s e r u d i t o s , a s a b e r , u n a p r e g u n t a b o n i t a y
a m a b l e , cas caigne, u n a p r e g u n t a b r i l l a n t e , a s a b e r , el v i e j o c a m i n o d e la
c i e n c i a d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a . ¿ Q u i é n n o s la h a t r a n s m i t i d o ? , ¿qué
b e l l a c i e n c i a se l l a m a a s í ? ¿ O c ó m o se p r e s e r v ó la c i e n c i a q u e se l l a m a Sen-
chus? ¿ O c ó m o s e p r e s e r v ó e l Senchus?

N o s p r e g u n t a n l a r a í z , e l s i g n i f i c a d o y e l o r i g e n d e l a p a l a b r a Senchus. La
r a í z e s e l h e b r e o son, e l g r i e g o soena, o suos e n h e b r e o , suene e n g r i e g o , taño e n
l a t í n , dlighedh e n i r l a n d é s y l a l e y es s u n o b l e z a .
S u s i g n i f i c a d o a n a l í t i c o y e l a n á l i s i s d e l s i g n i f i c a d o s o n senchus, es d e c i r , sen
chaifis ( e l v i e j o s e n d e r o d e l c o n o c i m i e n t o ) d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a o d e l o s
a n t i g u o s (sen), e s d e c i r , cai ( « r u t a » ) , l a r u t a d e l c o n o c i m i e n t o d e l o s a n t i -
g u o s . I g u a l q u e la g e n t e l l e g a p o r n u m e r o s a s r u t a s a l a r e s i d e n c i a p r i n c i p a l ,
l l e g a a l c o n o c i m i e n t o d e l Senchus Mor p o r e l c o n o c i m i e n t o d e c a d a c o n t r a t o .

109 E d w a r d G w y n n , TheMetricalDindshenchas I, p . 2 .
110 E d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 2 8 5 - 4 4 4 .
144 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

H e a q u í u n e j e m p l o d e l o q u e es cae ( « c a m i n o » ) :
U n j o v e n (gula) m e p r o t e g i ó e n e l c a m i n o
y s u s e r v i d o r (agula) n o t i e n e d e r e c h o a l o q u e e s b e l l o .
O Senchas, es d e c i r , Sen caefis ( l a v i e j a c a s a d e l c o n o c i m i e n t o d e l o s a n t i ­
g u o s ) ; techfis na sen ( l a c a s a d e l c o n o c i m i e n t o d e l o s a n t i g u o s ) . I g u a l q u e l a
casa p r o t e g e a u n a p e r s o n a d e l f r í o y d e l m a l t i e m p o , la ley y el c o n o c i ­
m i e n t o d e l Senchus p r o t e g e n d e l a i g n o r a n c i a d e l c o n t r a t o , y h e a q u í un
e j e m p l o d e q u e cae s i g n i f i c a " c a s a " :

U n a f o r j a (cerd-chae), u n m o l i n o , u n bosque de árboles.

O b i e n Senchus, a s a b e r , senchuis, cuis « c a u s a » , a s a b e r , l a c a u s a d e l c o n o ­
c i m i e n t o d e l o s a n t i g u o s . O b i e n senchas y e l sen q u e e s t á d e n t r o v i e n e d e senex
( « v i e j o » ) , y e l cus q u e e s t á d e n t r o v i e n e d e custodia, es d e c i r , q u i e n g u a r d a la
l e y d e l o s a n t i g u o s . O Senchas, es d e c i r , sen chaios, cais ( « c o n t r a t o » ) , a s a b e r ,
e l v i e j o c o n t r a t o d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a . O Senchus e s e l s i g n i f i c a d o que
h a y e n l a p a l a b r a senex, y e l cas q u e c o n t i e n e v i e n e d e casus, c u m b r e , a s a b e r la
a n t i g u a c u m b r e d e l a l e y d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a . L a l e y d e l Senchus e s u n a
ley q u e s u p e r a y s o b r e p a s a c u a l q u i e r o t r a ley: i g u a l q u e la c i m a d e l á r b o l
e s t á p o r e n c i m a d e l t r o n c o d e l á r b o l , l a l e y d e l Senchus s u p e r a c u a l q u i e r o t r a
ley»"'.

D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e e s t i m ó h a c e t i e m p o q u e las l e y e n d a s c r i s t i a n a s
o c r i s t i a n i z a d a s « s e h a b í a n c r e a d o p a r a d a r a la c i e n c i a d e l o s file d e
I r l a n d a u n o r i g e n b í b l i c o E s t e o r i g e n p a r e c e h a b e r s u s t i t u i d o la
a s c e n d e n c i a d e la d i o s a B r i g i t . P e r o se p r o d u c e u n a a d i c i ó n y n o u n a s u s ­
t i t u c i ó n . L o s filid t i e n e n , d u r a n t e t o d a la E d a d M e d i a , u n a g e n e a l o g í a
d o b l e q u e r e s u m e la f ó r m u l a , a ú n e n v i g o r , dochumgloire Déagus onora na hEi-
reann ( « p o r la g l o r i a d e D i o s y el h o n o r d e I r l a n d a » ) . E n esta a p a r e n t e
c o n t r a d i c c i ó n se e n c u e n t r a la e x p l i c a c i ó n p r o f u n d a , n o c o m p r e n d i d a
p o r D ' A r b o i s , de su literatura: hable o escriba e n gaélico, latín o inglés,

111 Ancient Laws of Ireland I , p p . 3 0 - 3 2 . L a s e t i m o l o g í a s d e l Senchus Mor, d e las q u e e s t e

e x t r a c t o p r o p o n e u n b u e n n ú m e r o d e e j e m p l o s , s o n d e t o d a e v i d e n c i a falsas y
s ó l o f u n c i o n a n p o r a n a l o g í a o a b s t r a c c i ó n h o m o f ó n i c a . E s así p o r q u e , al n o s e r ya
el i r l a n d é s u n a l e n g u a s a g r a d a n i u n a l e n g u a l i t ú r g i c a , la b a s e d e l o s j u e g o s d e
palabras metafóricos y religiosos ha pasado a u n a lengua extranjera, principal­
m e n t e la l a t i n a y, a c c e s o r i a m e n t e , la g r i e g a o la h e b r a i c a . E s p r o b a b l e q u e , si
t u v i é r a m o s estas m i s m a s f ó r m u l a s e n c e l t a d e la A n t i g ü e d a d , las e t i m o l o g í a s s e r í a n
exactas y h o m o g é n e a s .
112 Les Celtes et les langues celtiques, p p . 2 9 4 - 2 9 5 -
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S
145

sea p a g a n a o c r i s t i a n a , I r l a n d a es s i e m p r e I r l a n d a , a n a l o g í a c e l t a d e la
MutterDeutschland o d e la s a n t a R u s i a . P o d e m o s d a r p o r s e n t a d o , e n tales
c o n d i c i o n e s , q u e l o s filid n o t r a n s f o r m a r o n l o s r e l a t o s m i t o l ó g i c o s o é p i -
3
c o s q u e l l a m a b a n scélay q u e t a m b i é n se e n t e n d í a n c o m o e x p l i c a c i o n e s " .
N o existe n i n g u n a d u d a d e q u e la b a s e d e estas e x p l i c a c i o n e s es r e l i -
g i o s a y q u e e s t a b a n d e s t i n a d a s , e n p r i n c i p i o , a u n a clase g u e r r e r a c u y a
f u n c i ó n n o p r e d i s p o n í a a la c o m p r e n s i ó n d e e s p e c u l a c i o n e s i n t e l e c t u a -
les d e u n n i v e l e l e v a d o . H a y q u e g u a r d a r s e d e j u z g a r a la clase s a c e r d o t a l
c e l t a d e a c u e r d o c o n las c o n s e c u e n c i a s d e su d e c a d e n c i a : e l d r u i d a se h a
c o n v e r t i d o e n u n m a g o , la m i t o l o g í a se h a d i l u i d o e n f o l c l o r e y el^íle h a
p a s a d o a s e r u n s i m p l e storytelier. C o n t o d a s e g u r i d a d , existe u n e n o r m e
a b i s m o s o c i a l e i n t e l e c t u a l e n t r e el file F o r g o l l e n la c o r t e d e l rey M o n g a n
h a c i a e l s i g l o V I I y el n a r r a d o r p o p u l a r d e f i n a l e s d e l s i g l o X I X . U n o es
u n g r a n p e r s o n a j e , r i c o y h o n r a d o , y el o t r o p u e d e q u e n o sea m á s q u e
4
u n m e n d i g o " . E n la é p o c a alta, el^ile n o e r a u n s e r v i d o r e n c a r g a d o d e
d i s t r a e r al r e y , e r a u n i g u a l j e r á r q u i c o , e n c a r g a d o d e i n f o r m a r y e x p l i -
c a r l e l o q u e d e b í a c o n o c e r p a r a g o b e r n a r b i e n su r e i n o .
L a i m a g i n a c i ó n y la c r e a c i ó n p e r s o n a l e s e s t a b a n p r o s c r i t a s . D e t o d o s
m o d o s , l o s o y e n t e s t a m b i é n c o n o c í a n l o s scéla y e r a n c a p a c e s d e a p r e c i a r ,
a d e m á s d e l r e l a t o , la e x a c t i t u d y la f i d e l i d a d de la r e c i t a c i ó n . T o d o el
m u n d o l o s c o n o c í a , p u e s c o n o c í a la h i s t o r i a d e I r l a n d a y, e n este c a s o , la
historia era t o d o el Corpus m i t o l ó g i c o .
5
Casi todos los eruditos, y sobre t o d o D ' A r b o i s de Jubainville" , h a n
i n t e n t a d o c l a s i f i c a r c r o n o l ó g i c a m e n t e l o s r e l a t o s e n f u n c i ó n d e las
fechas o de los i n d i c i o s suministrados p o r los anales. A s í , C o n c h o b a r ,
r e y d e l U l s t e r , h a b r í a m u e r t o el a ñ o 2 d e n u e s t r a e r a , y C u c h u l a i n n e n
el 2 2 - T o d o esto r e s u l t a c u a n d o m e n o s t a n s o s p e c h o s o c o m o l o s p r i m e -
r o s l i b r o s d e h i s t o r i a r o m a n a d e T i t o L i v i o . ¿ N o se h a q u e r i d o e n e l
c a s o d e C o n c h o b a r , q u e m u e r e d e u n a t a q u e d e c ó l e r a c u a n d o se e n t e r a
d e la c r u c i f i x i ó n d e C r i s t o , e s t a b l e c e r u n a s i n c r o n í a d e m a s i a d o e v i d e n t e
para n o ser más s i m b ó l i c a q u e r e a l ? ¿ Y q u é h a c e m o s c o n los e s c a n d i n a -

113 S o b r e - t o d a s e s t a s c u e s t i o n e s , v é a s e Textes mythologiques irhndais 1/2, p p . 5 y ss.

114 A u n q u e e l a r t e d e l storytelier i r l a n d é s c o n s i s t e g e n e r a l m e n t e e n r e p e t i r u n r e l a t o
c o n u n a fidelidad perfecta, sin c a m b i a r n a d a , lo que d e n o t a n o sólo u n a c o n t i -
n u i d a d , s i n o t a m b i é n u n a a u t é n t i c a r i g i d e z e n la f o r m a d e c o n c e b i r o e x p r e s a r s u
finalidad". V é a s e a este r e s p e c t o C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a l i t t é r a t u r e m y t h o -
l o g i q u e e t é p i q u e d e l ' I r l a n d e m é d i é v a l e » , Celticum, n . ° IO, p á s s i m .
115 Op.cit, pp. 354-366.
146 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

v o s a s o c i a d o s c o n l o s f o m o r e s e n e l r e l a t o La batalla de Mag Tured? E s t e

r e l a t o está t r a n s c r i t o e n u n m a n u s c r i t o d e l s i g l o X V , la i n v a s i ó n e s c a n d i -
nava data d e l p r i n c i p i o d e l s i g l o I X y su t e m a es a la vez u n a c o s m o g o n í a
y una p r o m e s a de apocalipsis. ¿ Q u é acontecimientos históricos relata?
N i n g u n o , d e s d e l u e g o . P o r t a n t o d e b e m o s a d m i t i r q u e , al c o n t r a r i o q u e
R o m a , q u e d i o f o r m a h i s t ó r i c a a su m i t o l o g í a y t r a n s f o r m ó l o s e s q u e m a s
m í t i c o s e n rituales, los celtas t r o c a r o n su h i s t o r i a e n m a r c o s m í t i c o s ,
a u n q u e la c r i s t i a n i z a c i ó n n o s i m p i d e c o n o c e r l o e s e n c i a l d e l o s r i t u a l e s .
P e r o t o d o esto se h a e s c l a r e c i d o h a c e ya t i e m p o y, si n o es así, se e n c u e n -
t r a e n vías d e s e r l o . L o q u e n o s i n t e r e s a e n e l r e l a t o d e la b a t a l l a d e
A l i e n , p o r e j e m p l o , n o es s a b e r , m e d i a n t e s u c o t e j o c o n l o s Anales, q u e
se l i b r ó e n 7 2 2 , n i q u e l a p r i m e r a t r a n s c r i p c i ó n es d e l s i g l o X I V , s i e t e
siglos p o s t e r i o r , s i n o e l h e c h o d e q u e l o s d r u i d a s a p a c i g u a n a l o s c o m b a -
tientes, exactamente c o m o aquellos que D i o d o r o de Sicilia describe e n
6
u n a G a l i a q u e , c u a n d o r e d a c t a b a , p e r t e n e c í a ya al p a s a d o " .
T o m a m o s l o s scéla d e l file, o , m á s e x a c t a m e n t e , d e l d r u i d a n a r r a d o r e
historiador, p o r lo que son: n o testimonios cada u n o c o n u n valor de
prueba concreta y absoluta, sino elementos que c o n c u r r e n en lo que
constituye u n a e x p l i c a c i ó n g l o b a l del m u n d o celta y sobre t o d o de su
clase s a c e r d o t a l . A n a l i z a r e m o s d e a c u e r d o c o n estos r e l a t o s la e s t r u c t u r a
y la c o i n c i d e n c i a d e u n a s o c i e d a d d i v i n a p r o y e c t a d a s o b r e l a s o c i e d a d
h u m a n a . A t r a v é s d e las e s t r u c t u r a s s o c i a l e s q u e , tal c o m o n o s o t r o s las
i n t e r p r e t a m o s , i n t e r e s a n t a n t o al h i s t o r i a d o r d e las r e l i g i o n e s c o m o al
s o c i ó l o g o , t r a t a r e m o s de ilustrar el p e n s a m i e n t o r e l i g i o s o o, d i c h o de
o t r o m o d o , l a q u i n t a e s e n c i a d e l s a b e r d r u í d i c o . L o q u e c u e n t a al f i n a l
e n estas s o c i e d a d e s t r a d i c i o n a l e s , c o m o e n la I n d i a v é d i c a , es q u e h a y
muchas m e n o s relaciones entre los h o m b r e s que reflexiones constantes,
m e d i t a c i o n e s p r o f u n d a s , s o b r e las r e l a c i o n e s d e l h o m b r e y la d i v i n i d a d .
E n e l m u n d o c e l t a , estas r e f l e x i o n e s , estas m e d i t a c i o n e s y estas r e l a c i o -
n e s c o m p e t e n a l o s d r u i d a s o s o n sus i n t e r m e d i a r i o s .
E n r e s u m e n , y c o n c l u y e n d o , l o s scéla d e l o s d r u i d a s y filid i r l a n d e s e s
s o n , e n su o r i g e n , la e x p o s i c i ó n d e u n a c i e n c i a s a g r a d a d e la q u e s ó l o se
desvela lo q u e los oyentes d e b e n y p u e d e n c o n o c e r sin p e l i g r o para su
e q u i l i b r i o o su s a l u d i n t e l e c t u a l . M á s t a r d e , c u a n d o esta c i e n c i a s a g r a d a

116 Acerca de t o d o s estos p r o b l e m a s c r o n o l ó g i c o s y míticos, h e m o s m a n i f e s t a d o

n u e s t r a p o s t u r a r e i t e r a d a m e n t e , i n s i s t i e n d o e n la i n u t i l i d a d d e l o s i n t e n t o s
m o d e r n o s de establecer u n a cronología « m í t i c a » irlandesa.
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS ESPECIALIZACIONES 147

sea s u p l a n t a d a p o r las l e t r a s c r i s t i a n a s y r e d u c i d a al r a n g o d e ciencia

p r o f a n a (figmenta poética!), p e r o a ú n i r l a n d e s a , l o s filid y l o s m o n j e s c o n -
s e r v a r á n el g u s t o p o r e l l a y la t r a d i c i ó n , c o n v e r t i d a e n l e t r a m u e r t a . A
esta ú n i c a c i r c u n s t a n c i a d e b e m o s la p o s i b i l i d a d d e e s t u d i a r l a a h o r a .
D e m a n e r a b a s t a n t e p a r a d ó j i c a —y e n t e n d e m o s a h o r a m u y b i e n p o r
qué—, f u e r o n l o s m o n j e s d e l s i g l o I X o X q u i e n e s e s c r i b i e r o n l o s p o e m a s
l í r i c o s q u e c e l e b r a b a n el a m o r h u m a n o o el s e n t i m i e n t o d e la n a t u r a -
leza, tan b i e n , y a veces m e j o r , o, en t o d o caso, más d i r e c t a m e n t e , q u e
l o s p o e t a s r o m á n t i c o s . U n file c l á s i c o h a b r í a s i d o i n c a p a z d e e s c r i b i r o
c o n c e b i r , e n el e j e r c i c i o d e su p r o f e s i ó n , el s i g u i e n t e p o e m a , q u e es u n o
d e l o s m á s b e l l o s de t o d a la l i t e r a t u r a i r l a n d e s a m e d i e v a l :

« N o t r a e g o z o la a c c i ó n q u e h e r e a l i z a d o : l o q u e a m a b a , l o h e d e s t r u i d o .
H u b i e s e s i d o l o c u r a n o h a c e r lo q u e él d e s e a b a , n o h u b i e s e m o s t r a d o
[ t e m o r al r e y d e l c i e l o .
N o e r a s i n p r o v e c h o l o q u e él d e s e a b a , i r , m á s a l l á d e t o d a p e n a , al P a r a í s o .
U n a p e q u e ñ a m e n t i r a enfadó a Guirithir contra mí; m i gentileza hacia
[él e r a g r a n d e .
Y o , L i a d a n , a m é a G u i r i t h i r . E s t o es t a n v e r d a d c o m o l o q u e s a b e c a d a
[uno.
Estuve p o c o t i e m p o e n c o m p a ñ í a d e C u i r i t h i r . L e hacía b i e n estar c o n m i g o .
L a m ú s i c a d e l b o s q u e c a n t a b a p a r a m í c o n G u i r i t h i r , al m i s m o t i e m p o
[ q u e el r u i d o d e la m a r r u d a .
N o p e n s a b a q u e C u i r i t h i r se s e n t i r í a u l t r a j a d o p o r t o d o l o q u e y o h a b í a
[hecho.
N o lo e s c o n d á i s : él e r a el a m o r d e m i c o r a z ó n , a u n q u e yo a m e t a m b i é n
[a t o d o s l o s d e m á s s e r e s .
U n r a y o d e f u e g o m e h a p a r t i d o e l c o r a z ó n : sé q u e n o p o d r é v i v i r s i n
7
[él»" .
Este p o e m a de c o n m o v e d o r a s i m p l i c i d a d se e s c r i b i ó e n el ú l t i m o
t e r c i o d e l s i g l o I X . S u m o t i v o n o se c o r r e s p o n d e d e n i n g u n a m a n e r a c o n
las p r e o c u p a c i o n e s s i n t á c t i c a s , p e d a g ó g i c a s o e r u d i t a s d e la clase s a c e r -
dotal. Sin embargo, la p o d e r o s a i n f l u e n c i a d e esta a n t i g u a clase y la
o m n i p r e s e n c i a d e su r e c u e r d o h i c i e r o n q u e n i n g ú n l e t r a d o i r l a n d é s
d e s p r e c i a s e s u l e n g u a n a c i o n a l . E l l a t í n es, e n la alta E d a d M e d i a , la l e n -
g u a l i t ú r g i c a y la d e las r e l a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s , p e r o n o e x c l u y e d e

117 E d . G e r a r d M u r p h y , EaAy IrishLyrics, Oxford, 1956, p p . 82-84.

148 EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

n i n g ú n m o d o el g a é l i c o p a r a l o s a s p e c t o s m á s h u m a n o s d e la e x i s t e n c i a .
A d a m n a n , e n su vida de san C o l u m b a n o , c u e n t a e n l a t í n la s i g u i e n t e
a n é c d o t a . A p e s a r d e su t r i s t e c o n c l u s i ó n , m u e s t r a c u á n t o a m a b a n l o s
m o n j e s d e l o s m o n a s t e r i o s m á s a u s t e r o s la p o e s í a p r o f a n a o , c u a n d o
m e n o s , n o litúrgica, a c o n d i c i ó n de que fuese irlandesa:

« U n d í a , e n o t r o m o m e n t o , m i e n t r a s el s a n t o e s t a b a s e n t a d o e n c o m -
p a ñ í a d e a l g u n o s h e r m a n o s a l b o r d e d e l l a g o G e i , al l a d o d e l r í o q u e se
l l a m a B o s e n l a t í n , u n p o e t a i r l a n d é s se a c e r c ó a e l l o s . G u a n d o p a r t i ó d e s -
p u é s d e a l g o d e c o n v e r s a c i ó n , l o s h e r m a n o s d i j e r o n al S a n t o : " C u a n d o el
p o e t a C r o n a n n o s d e j ó , ¿ p o r q u é n o le p e d i s t e , e n c o n f o r m i d a d c o n la
c o s t u m b r e , q u e n o s c a n t a s e u n c a n t o c o m p u e s t o p o r él c o n m ú s i c a ? " . El
S a n t o les d i j o : "¿Por qué pronunciáis ahora palabras vanas? ¿Cómo
h u b i e r a p o d i d o p e d i r u n c a n t o d e a l e g r í a a e s t e p o b r e h o m b r e q u e va a s e r
8
a s e s i n a d o p o r sus e n e m i g o s y q u e llega al final d e su v i d a ? » " .

2 . 5 . E L DRUIDA MÉDICO
P a r a i l u s t r a r la f i g u r a d e l d r u i d a o vate m é d i c o (faithíiaig), c i t e m o s a F i n -
g e n , el d e l rey C o n c h o b a r d e l U l s t e r . T e n í a u n a s o r p r e n d e n t e h a b i l i d a d :

« T o d o s v e n í a n a e n s e ñ a r l e sus golpes y sus cicatrices, sus h e r i d a s y sus

s u f r i m i e n t o s ; decía a t o d o s su e n f e r m e d a d y les d a b a u n r e m e d i o , y cada
u n o t e n í a e n e f e c t o l a e n f e r m e d a d q u e l e h a b í a d i c h o . " E s l a f u e r z a d e la
s a b i d u r í a m é d i c a , la c u r a c i ó n d e l a s h e r i d a s , e l a l e j a m i e n t o d e la m u e r t e , e l
fin d e t o d a d e b i l i d a d e n este h o m b r e " , d i j o F e r g u s . F i n g e n , el m é d i c o a d i -
v i n o , el m é d i c o d e C o n c h o b a r , e s t a b a r o d e a d o d e l o s m é d i c o s d e l U l s t e r .
R e c o n o c í a la e n f e r m e d a d d e u n h o m b r e n a d a m á s v e r el h u m o d e s u casa o
9
e s c u c h a r sus s u s p i r o s » " .

V e a m o s , s e g ú n u n p a s a j e d e Aided Conchobuir ( « E l a s e s i n a t o d e C o n -
c h o b a r » ) , o t r o e j e m p l o d e la h a b i l i d a d d e F i n g e n . T r a s h a b e r s i d o
C o n c h o b a r m o r t a l m e n t e h e r i d o e n la c a b e z a p o r u n a p i e d r a l a n z a d a
c o n u n a h o n d a , l o l l e v a r o n a su m é d i c o :

118 Adamnani Vita Columbae, e d . A l a n O r r & M a r j o r i e O g i l v i e A n d e r s o n , L o n d r e s , 1 9 6 1 ,

pp.296-298.
119 TainBo Cualnge, e d . W i n d i s c h , Irische TexteV, p . 7 9 5 - T r a d . al f r a n c é s d e C h . - J . G u y o n -
v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, G a l l i m a r d , P a r í s , 1 9 9 4 , p - 2 4 5 [ t r a d . al g a l l e g o d e
M a n u e l A l b e r r o , ~íáin Bó Cuailnge (A Razzia de Gando de Cuailnge), Toxosoutos, Noia,
2 0 0 5 ] • V é a s e n u e s t r o t r a t a m i e n t o m á s c o m p l e t o s o b r e l o s d r u i d a s y la m e d i c i n a e n
C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Magie, médecineetdivinationchezlesceltes, París, 1997' PP- 2 2 3 - 2 7 ° -
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 149

« " B i e n — d i j o F i n g e n — , si t e q u i t o l a p i e d r a d e l a c a b e z a , m o r i r á s e n s e -
g u i d a . S i n o t e l a q u i t o , t e c u r a r é , p e r o q u e d a r á s l i s i a d o " . " M á s v a l e q u e se
q u e d e l i s i a d o a q u e se m u e r a " , d i j e r o n l o s u l t o n i a n o s . C u r ó la c a b e z a y
c o s i ó la h e r i d a c o n h i l o d e o r o , p u e s é s t e e r a el c o l o r d e l o s c a b e l l o s d e
G o n c h o b a r . El m é d i c o r e c o m e n d ó e n s e g u i d a al rey q u e t u v i e s e c u i d a d o
d e n o e n c o l e r i z a r s e , n o m o n t a r a c a b a l l o , [...] ... u n a m u j e r ninguna
1 2 0
relación apasionada y n o correr» .

Esta c i r u g í a es d e c a r á c t e r m í t i c o y n o t e n e m o s p r u e b a s m a t e r i a l e s d e
que los d r u i d a s m é d i c o s fuesen capaces de llevar a b u e n t é r m i n o o p e r a -
c i o n e s t a n d e l i c a d a s : la I r l a n d a m e d i e v a l n o n o s d e j ó n i n g ú n t r a t a d o d e
c i r u g í a . P e r o e l h e c h o p o s i t i v o q u e d e b e m o s r e t e n e r es q u e la l e y e n d a
c e l t a t e n í a e n alta e s t i m a a sus d r u i d a s m é d i c o s , t a n t o c o m o p a r a a t r i -
b u i r l e s el p o d e r d e c u r a r m i l a g r o s a m e n t e a u n rey y p r o h i b i r l e práctica-
m e n t e e j e r c e r sus f u n c i o n e s .
H e a q u í t a m b i é n , s e g ú n el r e l a t o d e t r a n s c r i p c i ó n t a r d í a p e r o a r c a i c a
Oidhe Chloinne Tuireann ( « L a m u e r t e d e l o s h i j o s d e T u i r e a n n » ) , la r e l a -
c i ó n d e t a l l a d a d e o t r a s p r o e z a s q u i r ú r g i c a s . Esta v e z q u i e n e s las p r a c t i c a n
s o n l o s d i o s e s y sus c a p a c i d a d e s t e r a p é u t i c a s m e r e c e n c o m o p o c o c i e r t a
atención:
« U n rey a m a b l e y d e n a c i m i e n t o l i b r e se a p r o p i ó d e la s o b e r a n í a y la
a u t o r i d a d de los T u a t h a D é D a n a n n de b e l l o c o l o r . T e n í a c o m o a p o d o
N u a d a el d e l B r a z o de Plata, h i j o de E c h t a c h , h i j o de O r d a n , h i j o de
A l l a o i . E s t e rey t e n í a e n t o n c e s u n b r a z o d e p l a t a y s u p o r t e r o t e n í a u n
ojo.

U n d í a este j o v e n g u e r r e r o fue al e x t e r i o r d e las m u r a l l a s d e T a r a y v i o

d o s m u c h a c h o s , b e l l o s , j ó v e n e s y d e g r a n e s t a t u r a , q u e se a c e r c a b a n a é l p o r
el t e r r a p l é n . L o s a l u d a r o n y r e c i b i e r o n t a m b i é n u n s a l u d o . E l p o r t e r o les
p i d i ó noticias: " ¿ D e d ó n d e venís, oh, jóvenes de bella figura?", dijo.
"Somos buenos médicos", dijeron. "Si sois b u e n o s médicos", dijo,
" p o d r é i s p o n e r u n o j o e n el l u g a r d e m i p r o p i o o j o " . " P o n d r é el m i s m o
o j o d e ese g a t o e n el l u g a r d e t u o j o " , d i j o u n o d e e l l o s . " E s t a r é c o n t e n t o " ,

I20 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L e m e u r t r e d e C o n c h o -
bar», Ogam, 1 9 5 8 1 n . ° IO, p . 1 3 2 . O b s e r v e m o s d e p a s o q u e l a p r e s c r i p c i ó n
m é d i c a es c o n f o r m e f u n c i o n a l m e n t e a la e s e n c i a d e la r e a l e z a : n o e n c o l e r i z a r s e y
n o m o n t a r a c a b a l l o ( p r o h i b i c i ó n d e h a c e r la g u e r r a ) , n o t e n e r c o n u n a mujer
n i n g u n a r e l a c i ó n a p a s i o n a d a ( p r o h i b i c i ó n d e la v o l u p t u o s i d a d y d e t o d a p r o c r e -
a c i ó n ) . N a d a r e l a t i v o a la p r i m e r a f u n c i ó n s a c e r d o t a l es a j e n o al r e y .
 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

d i j o el p o r t e r o . P u s i e r o n el o j o d e l g a t o e n el l u g a r d e l o j o d e l j o v e n g u e -
r r e r o . E s t o le c o n v i n o y n o le c o n v i n o . P u e s , c u a n d o q u e r í a d o r m i r o d e s -
c a n s a r , e l o j o se a b r í a a l o í r e l g r i t o d e l o s r a t o n e s o e l v u e l o d e l o s p á j a r o s
o el m o v i m i e n t o d e las c a ñ a s ; p e r o c u a n d o d e s e a b a v i g i l a r u n a t r o p a o u n a
asamblea, entonces tenía ganas de d o r m i r o descansar.

E n t r ó y d i j o al r e y q u e u n o s b u e n o s m é d i c o s h a b í a n l l e g a d o a T a r a ,
" p u e s h a n p u e s t o u n o j o d e g a t o e n el l u g a r d e m i o j o " , d i j o . "Hazlos
e n t r a r " , dijo el rey. G u a n d o e n t r a r o n , o y e r o n u n s u s p i r o d e p l o r a b l e y l a s -
t i m o s o . M i a c h , u n o d e los m é d i c o s , d i j o : " O i g o el s u s p i r o d e u n gue-
r r e r o " . O i r m i a c h , el o t r o , d i j o : " M i r a si es el s u s p i r o d e u n g u e r r e r o con
u n e s c a r a b a j o q u e le e n n e g r e c e e l c o s t a d o " . L l e v a r o n e n t o n c e s al r e y al
l u g a r d o n d e e s t a b a y l o e x a m i n a r o n . U n o d e e l l o s q u i t ó el b r a z o d e l c o s -
t a d o y a t a r o n el e s c a r a b a j o q u e s a c a r o n d e él a l o l a r g o d e la f o r t a l e z a . Los
h o m b r e s d e l r e y l l e g a r o n y m a t a r o n el e s c a r a b a j o .

Miach buscó otro brazo de igual l o n g i t u d y grosor para ponérselo.

B u s c ó e n t r e t o d o s los T u a t h a D é D a n a n n y n o e n c o n t r ó u n b r a z o q u e le
c o n v i n i e s e , salvo el b r a z o d e M o d h a n el p o r q u e r o . " ¿ L e c o n v i e n e n los
h u e s o s d e su b r a z o ? " , dijo cada u n o d e los m é d i c o s . "Es lo q u e p r e f e r i r í a -
m o s " , d i j e r o n . U n h o m b r e l o c o g i ó , lo llevó a T a r a y lo p r e s e n t ó a M i a c h .
M i a c h d i j o a O i r m i a c h : " ¿ P r e f i e r e s p o n e r el b r a z o t ú o ir a b u s c a r h i e r b a s
p a r a p o n e r la c a r n e ? " . " P r e f i e r o p o n e r el b r a z o " . M i a c h p a r t i ó e n t o n c e s a
I 2 1
b u s c a r h i e r b a s y las t r a j o : p u s i e r o n el b r a z o s i n n i n g ú n defecto» .

Este texto olvida m e n c i o n a r que M i a c h y O i r m i a c h son los hijos de

D i a n c e c h t , el d i o s - m é d i c o , s e ñ o r d e la F u e n t e d e S a l u d e n el r e l a t o La
Segunda Batalla de Mag Tured. N o d i c e t a m p o c o q u e s o n d r u i d a s , p e r o p o r
d e f i n i c i ó n t o d o s l o s d i o s e s e s t á n r e v e s t i d o s d e la c o n d i c i ó n y la d i g n i d a d
s a c e r d o t a l e s . O t r a o m i s i ó n d e l t e x t o es la d e l n o m b r e y la p r e s e n c i a d e la
h e r m a n a de M i a c h ( « c e l e m í n » ) y O i r m i a c h ( « g r a n c e l e m í n » ) , Air-
m e d . A h o r a b i e n , e s t e ú l t i m o n o m b r e está e n r e l a c i ó n , c o m o e l l a t í n
1 2 2
medicus, c o n la r a í z med- q u e d e s i g n a la m e d i d a y el e q u i l i b r i o . Se c o m -
p r e n d e m u y b i e n p o r o t r a p a r t e q u e el d r u i d a m é d i c o h a y a t e n i d o la
f u n c i ó n d e m a n t e n e r o r e e s t a b l e c e r el s a n o e q u i l i b r i o d e l c u e r p o (y d e l
a l m a ) y q u e haya u t i l i z a d o p a r a e l l o tres a s p e c t o s t é c n i c o s d e la m e d i c i n a :

121 Textesmythologiquesirlandaisl, p . 106.

122 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' é t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e gauloises et
c e l t i q u e s X V I , 1 4 2 . M a n d á i s a i r m e d " m e s u r e " et m i a c h " b o i s s e a u " , b r e t ó n a r v e -
z i ñ " e x a m i n e r " » , Ogam, 1 9 6 8 , n . ° 2 0 , p p . 3 5 1 - 3 5 2 .
 2 . EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S

el m á g i c o ( d e la p r i m e r a f u n c i ó n ) , s a n g r a n t e ( d e la s e g u n d a f u n c i ó n ) y
v e g e t a l ( d e la t e r c e r a función).
E l d i o s - m é d i c o D i a n c e c h t i n d i c a él m i s m o l o s l í m i t e s d e su a r t e , r e s -
p o n d i e n d o a u n a p r e g u n t a d e L u g , e n la g r a n r e v i s t a p r e l i m i n a r d e La
Segunda Batalla de Mag Tured:

« " Y t ú , o h , D i a n c e c h t —dijo Lug—, ¿ d e q u é p o d e r d i s p o n e s d e v e r -

d a d ? " . " N o e s d i f í c i l —dijo—. T o d o h o m b r e q u e s e a h e r i d o , a m e n o s q u e l e
h a y a n c o r t a d o la c a b e z a , o a m e n o s q u e le h a y a n t o c a d o la m e m b r a n a d e s u
c e r e b r o o s u m é d u l a e s p i n a l , l o c u r a r é c o m p l e t a m e n t e p a r a el c o m b a t e d e l
1 2 3
d í a s i g u i e n t e p o r la m a ñ a n a " » .

A l m i s m o t i e m p o se e n t i e n d e p o r q u é l o s celtas c o r t a b a n la c a b e z a a
los e n e m i g o s v e n c i d o s . La decapitación i m p e d í a toda c u r a c i ó n terrestre
y g a r a n t i z a b a e l t r a s p a s o al v e n c e d o r d e t o d a s las c a p a c i d a d e s r e a l e s y v i r -
tuales d e l v e n c i d o . P a r t i e n d o d e este p r i n c i p i o , e l d i o s - m é d i c o , c e l o s o y
vengativo, mata a su p r o p i o h i j o , q u e había d e m o s t r a d o más h a b i l i d a d
que él:

« E s t a c u r a le p a r e c i ó m a l a D i a n c e c h t . B l a n d e u n a e s p a d a p o r e n c i m a
d e l a c a b e z a d e s u h i j o d e m o d o q u e l e c o r t ó l a p i e l h a s t a l a c a r n e d e la
c a b e z a . E l m u c h a c h o se c u r a a p l i c a n d o s u a r t e . L o g o l p e ó d e n u e v o : l e c o r t ó
la c a r n e y a l c a n z ó la m e m b r a n a d e s u c e r e b r o . E l m u c h a c h o se c u r ó a s i -
m i s m o a p l i c a n d o s u a r t e . L e d i o u n t e r c e r g o l p e y a l c a n z ó la m e m b r a n a d e
s u c e r e b r o . E l m u c h a c h o se c u r ó d e n u e v o a p l i c a n d o su a r t e . L e d i o e n t o n -
c e s u n c u a r t o g o l p e d e m o d o q u e a l c a n z ó el c e r e b r o y M i a c h m u r i ó . D i a n -
1 2 4
c e c h t d i j o q u e el p r o p i o m é d i c o n o l o h u b i e s e c u r a d o d e este g o l p e » .

O t r o m é d i c o , y n o d e l o s m e n o r e s , es e l d i o s L u g e n p e r s o n a , l o q u e
se e x p l i c a f á c i l m e n t e p u e s t o q u e é l s o l o p o s e e las c a p a c i d a d e s d e t o d o s
l o s d e m á s d i o s e s . H a c e el e s f u e r z o d e c u r a r a C u c h u l a i n n r e n d i d o p o r la
f a t i g a y las h e r i d a s r e c i b i d a s m i e n t r a s i m p e d í a al e j é r c i t o d e I r l a n d a
i n v a d i r e l U l s t e r . N o t i e n e u n a f u e n t e m i l a g r o s a a su d i s p o s i c i ó n , p e r o ,
c o m o D i a n c e c h t y sus h i j o s , c u a n d o n o es i n d i s p e n s a b l e la c i r u g í a , u t i -
l i z a la m e d i c i n a v e g e t a l y m á g i c a . A d e m á s r e c o m i e n d a a su p a c i e n t e u n
largo sueño reparador:

« L e c a n t ó e n t o n c e s elferdord y se d u r m i ó c o n é l . . . D u r a n t e t r e s d í a s y
t r e s n o c h e s C u c h u l a i n n e s t u v o e n el s u e ñ o . Y e r a n o r m a l e n v e r d a d q u e la

123 Textes mythologiques irlandais I , p . 5 4 •

124 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 4 9 .
152 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

m e d i d a d e s u s u e ñ o f u e s e la m e d i d a d e su f a t i g a . P r e c i s a m e n t e d e s d e el
l u n e s d e s p u é s d e S a m a i n hasta el l u n e s d e s p u é s d e I m b o l c , C u c h u l a i n n n o
h a b í a d o r m i d o d u r a n t e t o d o este t i e m p o , salvo c u a n d o se d u r m i ó u n p o c o
s o b r e la l a n z a d e s p u é s d e l m e d i o d í a , la c a b e z a e n el p u ñ o , el p u ñ o e n la
l a n z a , la l a n z a e n la r o d i l l a , p e r o g o l p e a b a , m a t a b a , a t a c a b a y m a s a c r a b a a
l o s c u a t r o q u i n t o s d e I r l a n d a e n este t i e m p o . E n t o n c e s el g u e r r e r o d e l s i d
p u s o h i e r b a s , p l a n t a s d e s a l u d y h e c h i z o s c u r a t i v o s e n las h e r i d a s , las l e s i o -
n e s , las m a g u l l a d u r a s y las n u m e r o s a s h e r i d a s d e C u c h u l a i n n . Y Cuchu-
1 2 5
l a i n n se r e s t a b l e c i ó d u r a n t e s u s u e ñ o s i n d a r s e c u e n t a d e n a d a » .

C o m p l e t a r e m o s esta b r e v e a p r o x i m a c i ó n a las c a p a c i d a d e s m é d i c a s
de los druidas, divinos o h u m a n o s , c o n u n a hazaña curativa de F i n g e n
que s e g u r a m e n t e n o tiene nada de o r d i n a r i a :

« F i n g e n , el m é d i c o - a d i v i n o , d i o la s i g u i e n t e o p c i ó n a C e t h e r n , h i j o d e
F i n t a n : o b i e n u n a larga e n f e r m e d a d t r a s la c u a l e n c o n t r a r í a a y u d a y s o c o -
r r o , o b i e n u n a c u r a s a n g r a n t e d e t r e s días y t r e s n o c h e s t r a s la c u a l u t i l i z a -
ría su fuerza c o n t r a sus e n e m i g o s . Esto escogió C e t h e r n , h i j o d e F i n t a n ,
p u e s d e c í a q u e n o e n c o n t r a r í a a n a d i e t r a s él q u e q u i s i e s e m á s q u e él d e v o l -
v e r o t r a i g u a l y e j e r c e r la v e n g a n z a . F i n g e n , el m é d i c o , p i d i ó e n t o n c e s a
C u c h u l a i n n u n tonel de tuétano para curar y restablecer a C e t h e r n , hijo de
F i n t a n . C u c h u l a i n n fue a la f o r t a l e z a y al c a m p a m e n t o d e los h o m b r e s d e
I r l a n d a , y t o d o l o q u e e n c o n t r ó d e g a n a d o , e n las a p a r c e r í a s y l o s r e b a ñ o s ,
lo llevó. E h i z o c o n t o d o , c a r n e , h u e s o y piel, u n t o n e l de t u é t a n o . M e t i e -
r o n a C e t h e r n e n ese t o n e l d e t u é t a n o d u r a n t e t r e s d í a s y t r e s n o c h e s . Y así
se l e v a n t ó , c o n u n a t a b l a d e s u c a r r o p e g a d a a s u v i e n t r e p a r a q u e l o s i n t e s -
1 2 6
t i n o s n o se s a l i e s e n » .

T e n e m o s i n c l u s o u n e j e m p l o de p r o g r e s i ó n e n los m e d i o s curativos.
E n e f e c t o , c u a n d o la m e d i c i n a v e g e t a l n o basta, se r e c u r r e a t o d o el a p a -
r a t o d e la m a g i a y l o s e n c a n t a m i e n t o s . E n el g r a n c o m b a t e d e Cuchu-
l a i n n y F e r d i a d , p u n t o c u l m i n a n t e d e Tain Bo Cualnge, la t a r d e d e l p r i m e r
d í a d e este d u e l o d e t i t a n e s , c u a n d o a ú n l o s d o s h é r o e s s ó l o se han
h e c h o heridas ligeras,

125 Tain Bo Cualnge, v e r s i ó n d e l Lebor na hUidre, t r a d u c c i ó n d e C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La

Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p . 1 4 4 •
126 Tain Bo Cualnge, v e r s i ó n d e l Libro de Leinster, e d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p p . 6 3 1 - 6 3 3 ;
t r a d . d e C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit, p . 209.
 2. EL S A C E R D O C I O Y LAS E S P E C I A L I Z A C I O N E S 153

« l o s c u r a d o r e s y los m é d i c o s llegaron para curarlos y cuidarlos. P u s i e r o n

h i e r b a s y p l a n t a s m e d i c i n a l e s y les h i c i e r o n u n e n c a n t a m i e n t o d e s a l u d
s o b r e sus golpes, sus m a g u l l a d u r a s , sus h e r i d a s y sus n u m e r o s a s l e s i o n e s .
C a d a h i e r b a y c a d a p l a n t a m e d i c i n a l q u e se a p l i c a b a s o b r e l o s g o l p e s y las
m a g u l l a d u r a s , las h e r i d a s y las n u m e r o s a s l e s i o n e s d e C u c h u l a i n n , la
m i s m a c a n t i d a d se l l e v ó a l o t r o l a d o d e l v a d o , a l o e s t e , a F e r d i a d , p a r a q u e
l o s h o m b r e s d e I r l a n d a n o d i j e s e n , si a b a t í a a F e r d i a d , q u e h a b í a h a b i d o u n
1 2 7
d e s e q u i l i b r i o e n la m e d i c i n a » .

P e r o c u a n d o , la t a r d e d e l s e g u n d o día, las h e r i d a s ya s o n m á s graves,

« l o s c u r a d o r e s y los m é d i c o s l l e g a r o n p a r a o c u p a r s e d e ellos, observarlos y

v e l a r l o s esa n o c h e , p u e s n a d a m á s se p o d í a h a c e r p o r e l l o s a c a u s a del
h o r r o r d e sus g o l p e s , sus m a g u l l a d u r a s y sus n u m e r o s a s l e s i o n e s , a p a r t e d e
las p ó c i m a s m á g i c a s , l o s e n c a n t a m i e n t o s y las f ó r m u l a s p a r a s u a v i z a r sus
h e r i d a s s a n g r a n t e s , sus p é r d i d a s d e s a n g r e y sus d o l o r e s m o r t a l e s . Y t o d a
p ó c i m a m á g i c a y t o d o e n c a n t a m i e n t o e m p l e a d o s p a r a los g o l p e s y las h e r i ­
d a s d e C u c h u l a i n n , la m i s m a c a n t i d a d se e n v i a b a al o t r o l a d o d e l v a d o al
1 2 8
oeste, a F e r d i a d » .

2 . 6 . E L DRUIDA ARQUITECTO
U n a f u n c i ó n d e l d r u i d a q u e h a s t a a h o r a , q u e n o s o t r o s s e p a m o s , n o se
h a m e n c i o n a d o e n n i n g u n a p a r t e es la d e a r q u i t e c t o . E s e v i d e n t e e n el
e x t r a c t o s i g u i e n t e q u e s a c a m o s d e l r e l a t o Fotha Catha Cnucha ( « L a s causas
d e la B a t a l l a d e C n u c h a » ) s e g ú n el Leborna hUidre:

« C u a n d o Cathair M o r , hijo de Fedelmith Fri-Urglais, hijo de C o r m a c

G e l t a - G a i t h , e s t a b a e n el r e i n o d e T a r a y C o n n el d e las C i e n Batallas e s t a b a
e n el d o m i n i o d e l h e r e d e r o real, h a b í a u n d r u i d a c é l e b r e , N u a d u , h i j o d e
Achi, hijo de B r o c a n , hijo de Fintan, de T u a t h - D a t h i e n Brega. El d r u i d a
p i d i ó a C a t h a i r t i e r r a e n L e i n s t e r , p u e s sabía q u e su d e s c e n d e n c i a estaría e n
L e i n s t e r . C a t h a i r le d i o a e s c o g e r s u t i e r r a . L a t i e r r a q u e el d r u i d a e s c o g i ó
fue A l m u . La m u j e r de N u a d u era e n t o n c e s A l m u , hija de B e c a n .

E l d r u i d a c o n s t r u y ó u n a r e s i d e n c i a e n A l m u y l a r e v o c ó (almu), de
I 2 9
m p d o q u e e r a t o d a b l a n c a y d e a h í le d i e r o n el n o m b r e d e A l m u . . . » .

127 TainBo Cuglnge, e d . W i n d i s c h , IrischeTexteV, p . 5 1 7 ; t r a d . d e C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La

Razzia des vaches de Cooley, op. cit, p p . 1 8 1 - 1 8 2 .
128 Ibid., p . 5 2 3 ; La Razzia des vaches de Cooley, op. cit, p . 1 8 3 .
129 Leborna hUidre, f o l . 4 1 b , e d . B e s t - B e r g i n , p . IOI.
 i54 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

E l d r u i d a es p o r t a n t o a r q u i t e c t o e n el p l a n o h u m a n o i g u a l q u e e n el
divino los dioses son los arquitectos del u n i v e r s o . El detalle, que no
c a r e c e d e i m p o r t a n c i a , e x p l i c a p o r q u é , e n el r e l a t o La Segunda Batalla de
MagTured, el D a g d a t r a b a j a c o m o c o n s t r u c t o r d e f o r t a l e z a s al d u r o s e r v i -
c i o d e l rey f o m o r e y u s u r p a d o r B r e s :

« R e d u j o a los c a m p e o n e s a su servicio. O g m a d e b í a llevar u n a gavilla

a r d i e n d o p a r a c a l e n t a r y el D a g d a e r a c o n s t r u c t o r d e f o r t a l e z a s . El fue
I 3
q u i e n cavó R a t h B r e s e » °.

2 . 7 . E L DRUIDA PORTERO
M á s a r r i b a h e m o s c i t a d o y c o m e n t a d o a m p l i a m e n t e el f r a g m e n t o d e La
Segunda Batalla de Mag Tured q u e n a r r a la l l e g a d a d e L u g a T a r a ( v é a n s e p á g i -
n a s 6 3 y s s . ) . N o s r e m i t i m o s a h o r a a este f r a g m e n t o p o r o t r a r a z ó n . E n
el e p i s o d i o , e n e f e c t o , a p a r e c e el d r u i d a p o r t e r o . D e h e c h o , h a y d o s
d r u i d a s q u e c u m p l e n esta f u n c i ó n , s i n d u d a u n o p a r a el d í a y o t r o p a r a
la n o c h e . P e r o u n o s o l o i n t e r v i e n e e n el r e l a t o : i n t e r r o g a a L u g s o b r e
sus c a p a c i d a d e s y, s ó l o c u a n d o el i m p e t r a n t e r e s u e l v e c o n sus r e s p u e s t a s
3 1
t o d a s las p r e g u n t a s , se a d m i t e q u e e n t r e e n T a r a ' .
D e l m i s m o t i p o s o n l o s d o s p á r r a f o s i n t r o d u c t o r i o s d e l r e l a t o La
muerte de los hijos de Tuireann q u e t a m b i é n h e m o s c i t a d o m u y a m p l i a m e n t e a
p r o p ó s i t o d e las h a z a ñ a s c u r a t i v a s d e l d r u i d a - m é d i c o ( v é a n s e p á g i n a s
I _ I
49 5 ° ) - L a d e p e n d e n c i a y la c o m p l e m e n t a r i e d a d e n t r e el d r u i d a y el
rey s o n a q u í a ú n m á s e v i d e n t e s , m á s m a r c a d a s , ya q u e e n definitiva
e n c o n t r a m o s , e n el á m b i t o c e l t a , el t e m a i n d o e u r o p e o d e l T u e r t o ( e l
d r u i d a ) y el M a n c o (el rey) q u e s ó l o se h a b í a i d e n t i f i c a d o c l a r a m e n t e e n
1 3 2
Roma y Germania . L a f r a s e c l a v e se e n c u e n t r a al f i n a l d e l p r i m e r
p á r r a f o : « E s t e rey t e n í a u n b r a z o d e p l a t a y su p o r t e r o t e n í a u n o j o » . S e

130 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 4 8 . L a f u n c i ó n d e a r q u i t e c t o d i v i n o n o es e x c l u s i -

v a m e n t e c e l t a . E n la Ilíada X X I I , 4 4 4 ~ 4 5 8 > P o s e i d ó n , p o r o r d e n d e Z e u s , c o n s -
t r u y ó p a r a el r e y L a o m e d o n t e las m u r a l l a s d e T r o y a y, c o m o e l D a g d a , le p a g a n
m a l s u s e s f u e r z o s . V é a s e G e o r g e s D u m é z i l , L'oubli de l'homme et l'honneur des dieux, op.
cit., e s b o z o 5 2 . « L e t r i p l e p e c h é d e L a o m é d o n » , p p . 3 1 - 3 2 .
131 M e d i a n t e e l j u e g o d e l a s p r e g u n t a s y l a s r e s p u e s t a s , d e l p o r t e r o y el v i s i t a n t e , la
l l e g a d a d e K u l h w c h a la c o r t e d e A r t u r o , e n el M a b i n o g i gales d e K u l h w c h y
O w e n , r e c u e r d a c o n b a s t a n t e p r e c i s i ó n la d e L u g a T a r a . P e r o n o se d i c e , p o r
s u p u e s t o , e n e l t e x t o g a l e s q u e e l p o r t e r o e s u n d r u i d a , p u e s y a n o es m á s q u e
u n c a b a l l e r o d e la c o r t e e n c a r g a d o d e e s t e c o m e t i d o p o r e l d í a ( v é a s e J . L o t h , Les
Mabinogion, I, e d . 1 9 1 3 , p p . 251 y ss. [ t r a d . e s p . d e V i c t o r i a C i r l o t , Madrid,
Siruela, 1988]).
 2. EL S A C E R D O C I O Y L A S E S P E C I A L I Z A C I O N E S 155

trata e n efecto del rey N u a d a y su p o r t e r o : a m b o s sufren u n a m u t i l a ­

c i ó n , d e s c a l i f i c a d o r a o s o b r e c a l i f i c a d o r a , p r o p i a d e s u clase, la d e l b r a z o
p a r a e l r e y d i s t r i b u i d o r y la d e l o j o p a r a el d r u i d a v i d e n t e .
L o s d o s e j e m p l o s m e n c i o n a d o s t i e n e n f u e r z a d e m o s t r a t i v a , c o n la
s a l v e d a d d e q u e n o p r e c i s a n c l a r a m e n t e q u e e l p o r t e r o es u n d r u i d a : h a y
q u e d e d u c i r l o d e l c o n t e x t o . P e r o u n t e r c e r e j e m p l o n o s p r o p o r c i o n a la
prueba absoluta. La escena tiene lugar en Tara, inevitablemente, según
el r e l a t o c o m p l i c a d o y t o r m e n t o s o d e La embriaguez de los ultonianos (Mesca
Ulad). U n a n o c h e d e S a m a i n —y p o r t a n t o d e e m b r i a g u e z — l o s u l t o n i a n o s
s a l e n e n p l e n a n o c h e p a r a asistir a u n s e g u n d o f e s t í n e n casa d e C u c h u ­
l a i n n . Y a v a c i l a n t e s , e n l o s v a p o r e s d e l a e m b r i a g u e z , se p i e r d e n p o r e l
c a m i n o . L l e g a n a n t e T a r a , d o n d e se festeja e l n a c i m i e n t o d e u n h i j o d e
la r e i n a M e d b y el rey A i l i l l . Y allí, a p e s a r d e u n a p a l a b r a d i f e r e n t e d e l
dorsaide e s p e r a d o , el t e x t o es m u y c l a r o : « H a b í a d o s g u a r d i a n e s , y d o s
d r u i d a s v i g i l a n d o (bátar da dercaid J da druide ocforcomét di). S u s n o m b r e s e r a n
C r o m D e r o i l y C r o m D a r a i l , dos p u p i l o s de C a t h b a d , el célebre
1 3 3
druida» .
E l a s u n t o está a p u n t o d e t e r m i n a r e n c a t á s t r o f e : u n o d e l o s d o s
d r u i d a s i d e n t i f i c a m a l a los u l t o n i a n o s , discute c o n su colega y, c u a n d o
l o s i n t r u s o s s u r g e n m u y c e r c a d e las m u r a l l a s d e T a r a :

« l o s r o s t r o s c a m b i a r o n d e a p a r i e n c i a y l o s d i e n t e s r e c h i n a r o n e n el c e n t r o
d e T a r a . L o s d o s d r u i d a s c a y e r o n e n sus n u b e s , e n sus d e b i l i d a d e s y e n sus
e n f e r m e d a d e s , u n o d e ellos p o r e n c i m a d e l p a r a p e t o e n el e x t e r i o r , C r o m
D a r a i l , y C r o m D e r o i l p o r e n c i m a d e l p a r a p e t o e n el i n t e r i o r . A p e s a r d e
e s t o , C r o m D e r o i l se l e v a n t ó y t i r ó u n o j o a la p r i m e r a t r o p a q u e l l e g ó al
1 3 4
terraplén» .

E l d r u i d a q u e se e q u i v o c ó c a e al e x t e r i o r , d e l l a d o d e l e n e m i g o - , e l
q u e d i j o la v e r d a d h a c i a el i n t e r i o r d e l r e c i n t o , y tira su o j o al e n e m i g o a
g u i s a d e apotropaion. E l d r u i d a es e l g u a r d i á n d e las p u e r t a s y l e c o r r e s ­
p o n d e , n o a c t u a r , s i n o i n f o r m a r m i n u c i o s a m e n t e al r e y s o b r e t o d o s
aquellos, ya sean d r u i d a s , g u e r r e r o s o artesanos, q u e q u i e r e n p e n e t r a r

132 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 0 6 . C f . G e o r g e s D u m é z i l , Heuretmalheurduguerrier,

e d . 1 9 8 5 , p p - 6 3 - 6 6 [ t r a d . e s p . d e la e d i c i ó n f r a n c e s a d e 1 9 6 9 : El destino del guerrero,
s i g l o XXI, M a d r i d , 1 9 9 0 ] .
133 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L ' I v r e s s e d e s U l a t e s » ,
Celticum, n . ° 2 , p . 1 5 .
134 « L ' I v r e s s e d e s U l a t e s » , op. cit., p . 2 0 .
I56 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

e n su t e r r i t o r i o . E l p o r t e r o d e l rey N u a d a lleva i n c l u s o m u y l e j o s la c o n -
ciencia p r o f e s i o n a l : verifica e n su p r o p i a p e r s o n a , m e d i a n t e u n a d e l i -
c a d a o p e r a c i ó n q u i r ú r g i c a , la c o m p e t e n c i a d e l o s t r e s m é d i c o s q u e v a n a
c u r a r al r e y . P e r o n o h a c e q u e le c o r t e n e l b r a z o : la p é r d i d a d e u n b r a z o
n o es u n a m u t i l a c i ó n d r u í d i c a ; l o d r u í d i c o es la p é r d i d a d e u n o j o .
E l p o r t e r o es así e l e q u i v a l e n t e c e l t a , m u c h o m á s d i g n o a ú n , del
nomenclátor l a t i n o , « e s e s e c r e t a r i o d e m e m o r i a i n f a l i b l e » q u e , e n la v í a
p ú b l i c a , s o p l a b a al p a t r i c i o r o m a n o l o s n o m b r e s q u e p u d i e s e h a b e r o l v i -
3 5
d a d o ' . L a d i f e r e n c i a está e n e l p l a n o d e la f u n c i ó n : e l dorsaide es u n
d r u i d a m i e n t r a s q u e e l nomenclátor es u n e s c l a v o .

3. E L D R U I D A Y L A G U E R R A

E l d r u i d a n o es s o l a m e n t e u n s a c e r d o t e , s i n o t a m b i é n u n g u e r r e r o . Esta
síntesis p u e d e p a r e c e r extraña, p e r o tiene u n a e x p l i c a c i ó n sencilla. E l
p r o t o t i p o d e l d r u i d a g u e r r e r o es C a t h b a d , e l p r i m e r o d e l o s d r u i d a s d e l
3 6
U l s t e r ' , c u y a p e r s o n a l i d a d es d o b l e e n la V e r s i ó n B d e l r e l a t o La concep-
ción de Conchobar, c u y o i n i c i o i n c l u i m o s a c o n t i n u a c i ó n , c o n su a r c a í s m o y
su i n c o h e r e n c i a p a r c i a l :

« E o c h a i d el d e l t a l ó n a m a r i l l o , h i j o d e L o i g , r e i n a b a s o b r e l o s u l t o n i a -
n o s . S u m u j e r t r a j o al m u n d o u n a h i j a , N e s s , h i j a d e E o c h a i d el d e l T a l ó n
A m a r i l l o , q u e d o c e t u t o r e s se e n c a r g a b a n d e e d u c a r . Se l l a m ó primero
Assa, p o r q u e e r a a g r a d a b l e y fácil. E n esos t i e m p o s , o t r o g u e r r e r o d e las
r e g i o n e s d e l s u r d e l U l s t e r r e a l i z ó u n a e x p e d i c i ó n a I r l a n d a y el n ú m e r o d e
aquellos q u e lo a c o m p a ñ a b a n era de tres veces n u e v e h o m b r e s . Cathbad,
d r u i d a f a m o s o , l l e v a b a el m i s m o n ú m e r o q u e e s t e g u e r r e r o : p o s e í a u n a
g r a n c i e n c i a , d r u i d i s m o y f u e r z a física. N a c i ó e n el U l s t e r , p e r o se h a b í a
i d o d e s u p a í s . S u c e d i ó e n t o n c e s q u e el o t r o C a t h b a d l l e g ó a u n desierto
c o n t r e s v e c e s n u e v e h o m b r e s . P r i m e r o l i b r a r o n b a t a l l a , l u e g o se c a n s a r o n
d e p e l e a r y l l e g a r o n a u n a c u e r d o , a falta d e l c u a l , s i e n d o iguales en

135 P i e r r e G r i m a l , Lacivilisationromaine, París, 1980, p . 272.

136 L a c o n d i c i ó n s o c i a l d e l d r u i d a es p o r t a n t o d i s t i n t a d e l a d e l flamen r o m a n o y d e la
d e l b r a h m á n h i n d ú , l o s c u a l e s n o t i e n e n n i e l d e r e c h o d e p e l e a r n i s i q u i e r a el d e
v e r u n a t r o p a a r m a d a . C f . G e o r g e s D u m é z i l , Mitra-Varuna, p . 27- E l e s t a t u s d e l
d r u i d a refleja u n e s t a d o s i n g u l a r m e n t e a r c a i c o , a n t e r i o r a la s e p a r a c i ó n d e la
a u t o r i d a d e s p i r i t u a l y el p o d e r t e m p o r a l .
 3. EL D R U I D A Y LA G U E R R A 157

n ú m e r o , h u b i e s e n m u e r t o t o d o s . E n t o n c e s C a t h b a d y s u f a m i l i a , el o t r o
h é r o e y su familia, l l e g a r o n a d o n d e los u l t o n i a n o s y m a t a r o n a los d o c e
t u t o r e s d e la j o v e n q u e e s t a b a n r e u n i d o s e n u n a c a s a f e s t e j a n d o . L a j o v e n
( ¿ q u e e s t a b a a u s e n t e ? ) f u e la ú n i c a q u e e s c a p ó y n a d i e s a b í a q u i é n e r a e l
a u t o r d e la m a s a c r e . A l r e c i b i r esta n o t i c i a , la j o v e n m o n t ó e n c ó l e r a . P a r -
tió c o n u n a e x p e d i c i ó n c o n tres veces n u e v e h o m b r e s p a r a v e n g a r a sus
t u t o r e s y d e s t r u y ó y s a q u e ó t o d a s l a s f r o n t e r a s . H a s t a e n t o n c e s se l l a m a b a
Assa, p o r q u e e r a a g r a d a b l e , p e r o s u b r a v u r a y s u v a l o r g u e r r e r o le v a l i e r o n
3 7
i n m e d i a t a m e n t e el n o m b r e c o n t r a r i o d e N i h a s s a » ' .

E l d r u i d a C a t h b a d s o r p r e n d e l u e g o a la j o v e n b a ñ á n d o s e , la a m e -
n a z a c o n s u e s p a d a , la d e s p o s a c o n d o t e y h o n o r , y la h i s t o r i a t e r m i n a
c o n la c o n c e p c i ó n d e l r e y C o n c h o b a r mientras C a t h b a d profetiza la
g l o r i a d e su f u t u r o r e i n a d o . L a v e r d a d es q u e C a t h b a d es d r u i d a o g u e -
r r e r o s e g ú n las c i r c u n s t a n c i a s , y las q u e a c a b a m o s d e r e l a t a r s o n p r á c t i -
c a m e n t e las ú n i c a s e n las q u e a p a r e c e c o m o g u e r r e r o . P e r o p o s e e a m b a s
condiciones. S e g ú n la d e f i n i c i ó n d e Scéla Conchobuir ( « L o s relatos de
C o n c h o b a r » ) e n el Libro de Leinster, fennid amnas i nHérend in tansin .i. Cathbad
mac Rossa a ainm. Sech ba druiside ba fennid ( « h a b í a u n g u e r r e r o t e r r i b l e e n
I r l a n d a e n a q u e l l o s t i e m p o s , a saber, C a t h b a d , h i j o de R o s s , era su
3 8
n o m b r e . A d e m á s de ser d r u i d a , era g u e r r e r o » ) ' . E l p o d e r g u e r r e r o
de C a t h b a d está í n t i m a m e n t e l i g a d o a su p e r s o n a y a su sacerdocio.
S e ñ a l e m o s t a m b i é n q u e el d r u i d a g u e r r e r o se c a s ó c o n u n a r e i n a g u e -
r r e r a . Y su h i j o será u n g r a n rey.
A l a i n v e r s a , h a y g u e r r e r o s q u e d e b e n ser p o e t a s : e n t r e las d i e z c o n -
d i c i o n e s e x i g i d a s p a r a ser a d m i t i d o e n l o s fianna-.

« L a s e g u n d a c o n d i c i ó n : n a d i e e r a a d m i t i d o e n l o s fianna si n o e r a p o e t a
1 3 9
y si n o h a b í a c o m p l e t a d o l o s d o c e l i b r o s d e l a p o e s í a » .

L o s « d o c e l i b r o s d e la p o e s í a » d e n o t a n u n a é p o c a t a r d í a y n o se exige
p e r t e n e c e r a u n a clase s a c e r d o t a l q u e h a d e s p a r e c i d o . P e r o hay q u e satis-

137 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a n a i s s a n c e d e C o n c h o b a r » , e n Ogam, 1 9 6 0 , n.°

12, p p . 2 3 6 - 2 3 7 - Los d o c e t u t o r e s , cuyos n o m b r e s s o n inusuales e insólitos, s o n
e x t e r m i n a d o s p o r C a t h b a d c o m o lo s o n los p r e t e n d i e n t e s de P e n é l o p e p o r Ulises
a s u v u e l t a a I t a c a . T e n i e n d o e n c u e n t a e l e s t a d o d e l t e x t o i r l a n d é s , la c o m p a r a -
c i ó n n o se p u e d e l l e v a r d e s g r a c i a d a m e n t e m á s l e j o s .
138 Bookof Leinster, e d . B e s t - O ' B r i e n , I I , f o l i o 1 0 6 a , 8 - 9 , p . 4 0 0 . Cf. W h i t l e y S t o k e s ,
Tidings of Conchobar Maic Nessa, Eriu, n . ° 4 . P- 2 2 .
139 K e a t i n g , History of Ireland, e d . D i n n e e n I I , p . 3 3 2 -
158 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

f a c e r u n a n e c e s i d a d d e p e r s o n a l c o n u n a alta c u a l i f i c a c i ó n , q u e b u s c a la
p e r f e c c i ó n física, m o r a l e i n t e l e c t u a l . L o s ^ í a n n a n o c o n s i d e r a n incompa-
tibles, n a d a m á s l e j o s d e su m e n t a l i d a d , la g u e r r a y la p o e s í a . Esta e x i g e n -
cia es p o r t a n t o c o n s e c u e n c i a d e u n a c o n c e p c i ó n m u y a n t i g u a .
E n la G a l i a l o s d r u i d a s n o e r a n d i f e r e n t e s : s i n d e j a r d e s e r d r u i d a y
a la v e z , s e g ú n C é s a r , u n p o l í t i c o i n f l u y e n t e , Diviciaco manda un
c u e r p o d e c a b a l l e r í a . E s l o q u e se d e s p r e n d e d e la l e c t u r a d e u n p a s a j e
d e Comentarios a la guerra de las Galias I I , 5 , e n e l q u e C é s a r e x p l i c a c ó m o
u t i l i z ó las t r o p a s h e d u a s d u r a n t e la p r i m e r a c a m p a ñ a d e B é l g i c a e n el
año 57 a . C . :

« E l , p o r s u p a r t e , a p r e m i a n d o al h e d u o D i v i c i a c o , le h a c e v e r c u á n t o
i n t e r e s a al e s t a d o y a la salvaguardia c o m ú n m a n t e n e r d i v i d i d o s los c o n t i n -
g e n t e s e n e m i g o s , p a r a n o t e n e r q u e e n f r e n t a r s e d e u n a sola vez a u n a t r o p a
t a n n u m e r o s a : " Q u e e s t o se p o d r í a l o g r a r s i e m p r e y c u a n d o l o s h e d u o s l l e -
v a r a n s u s efectivos al t e r r i t o r i o d e l o s b e l ó v a c o s y c o m e n z a s e n a d e v a s t a r sus
c a m p o s " . C o n este e n c a r g o lo d e s p a c h a » * .

V e a m o s a h o r a c ó m o la l e y e n d a i r l a n d e s a c o n c i b e y p e r c i b e el a r m a -
m e n t o d e u n d r u i d a q u e va al c o m b a t e . E l e q u i p a m i e n t o es e l c l á s i c o ,
c o n u n t o n o de i n v e n c i b i l i d a d y de magia m u y a d e c u a d o para causar
estupor:

« M o g Ruith partió hacia Raithin in Imaric ( « e l cerro del e n c u e n t r o » )

e n el v a d o , al s u d o e s t e , y C e n n m h a r . . . ? [...] Y así es c o m o l l e g ó Mog
R u i t h , c o m o i b a él m i s m o al c o m b a t e , y m e j o r q u e n u n c a , c o n s u e s c u d o
d e n u m e r o s o s c o l o r e s y e s t e l a d o , c o n el c í r c u l o d e p l a t a b l a n c a , c o n una
espada de h é r o e de p u ñ o g r a n d e a su izquierda, c o n dos lanzas enemigas y
e n v e n e n a d a s e n las m a n o s . Se s u m ó a esta e x p e d i c i ó n c o n las a r m a s d e su
v a l o r y d e la g u e r r a e n R a i t h i n i n I m a i r i c , e n el v a d o d e l s u d o e s t e . Sin
e m b a r g o , al m i s m o t i e m p o q u e a p a r e c í a C a i r p r e L i f f e c h a r p r o c e d e n t e d e l
n o r t e c o n C o l p t h a , M o g C o r b aparecía c o n C e n n m h a r . P u e s e r a n ellos los
t e s t i g o s d e l p r i n c i p i o al f i n , t o d o el t i e m p o q u e h u b i e s e n d e e s t a r l i b r a n d o
batalla. Ellos certificaban c o m o v e r d a d e r o s y seguros los g r a n d e s golpes q u e
1 0
c a d a u n o a s e s t a b a al o t r o » * .

L o s d r u i d a s del b a n d o rival están i g u a l m e n t e a r m a d o s formidable-

m e n t e y s o n tan combativos c o m o los anteriores:

* T r a d . e s p . : op. cit, p . 93 [ N . d e l T . ] .
 3. EL D R U I D A Y LA G U E R R A 159

« E l b a n d o d e C o n n se d i o c u e n t a d e c ó m o s u s a r t e s se h a b í a n v u e l t o
c o n t r a ellos. C o r m a c c o m e n z ó a h a c e r r e p r o c h e s a los d r u i d a s q u e estaban
c o n é l . E n t o n c e s C o l p t h a se l e v a n t ó d e v e r g ü e n z a p o r l o s r e p r o c h e s que
C o r m a c le h a b í a h e c h o . Se c o l o c ó e n el b r a z o i z q u i e r d o s u e s c u d o n e g r o y
siniestro cuya circunferencia m e d í a ciento veinte pies y tenía u n círculo de
h i e r r o . T o m ó s u e s p a d a p e s a d a y c o r t a n t e , e n la q u e h a b í a t r e i n t a m a z a s d e
m e t a l a r d i e n t e , y sus d o s l a n z a s n e g r a s y s o m b r í a s e n la m a n o . El m i s m o
a d o p t ó u n a f o r m a horrible, i n m e n s a y grotesca, q u e tenía doscientos cuarenta
p i e s d e a l t o , s i n c o n t a r sus a t u e n d o s e n ese n ú m e r o . C a i r p r e L i f e c h a r v i n o
1 1
a e x h o r t a r l o y s a l i e r o n d e l c a m p o h a c i a el s u d o e s t e p a r a i r al c o m b a t e » * .

T o d o el r e l a t o d e l q u e h e m o s e x t r a í d o este f r a g m e n t o n a r r a así, c o n
el t e l ó n d e f o n d o d e la r i v a l i d a d d e d o s p r o v i n c i a s , la i m p r e s i o n a n t e
lucha, militar y mágica, de los d r u i d a s alineados c o n u n o u o t r o b a n d o .
S o n i n c l u s o los c o m b a t i e n t e s p r i n c i p a l e s y n o hay allí n i n g ú n d r u i d a
q u e n o sea g u e r r e r o , c o m o M e d h r a n , d e l q u e se h a b l a i n c i d e n t a l m e n t e
y que m e r e c e los dos calificativos, « d r u i d a » y « g u e r r e r o » :

« G u e r r e r o d e c a b e l l o s r u b i o s y r i z a d o s y d e a s p e c t o a m a b l e , e r a el
1 2
d r u i d a d e M e d h o n M a i r t i n e , al q u e l l a m a b a n M e d h r a n el d r u i d a » * .

Estas p o c a s citas e x p l i c a n el c o m p o r t a m i e n t o d e l o s d r u i d a s g a l o s tal

y c o m o lo describe sucintamente César:

« s i h a y v a r i o s i g u a l a d o s , se le elige e n u n a v o t a c i ó n d e l o s d r u i d a s . A l g u n a s
veces la p r i m a c í a se d i r i m e c o n las a r m a s » (véase la p á g i n a 3 7 ) .

E s t e c o m p o r t a m i e n t o n o e n t r a e n c o n t r a d i c c i ó n c o n el q u e el p r o ­
c ó n s u l escribió varias líneas más abajo:

« L o s d r u i d a s s u e l e n m a n t e n e r s e al m a r g e n d e las g u e r r a s y n o pagan
t r i b u t o s c o n los d e m á s . Están dispensados del servicio militar y exentos d e
cualquier otra carga».

T e n e m o s que c o m p r e n d e r que los d r u i d a s n o estaban sujetos a n i n ­

g ú n g é n e r o d e i n t e r d i c c i ó n o l i m i t a c i ó n : e r a n e l l o s q u i e n e s , al c o n t r a ­
r i o , t e n í a n el p o d e r d e a t a r y d e s a t a r . A l m i s m o t i e m p o , esta e x p l i c a c i ó n

140 « L e S i é g e . d e D r u i m D a m g h a i r e » , Revue Celtique, 1 9 2 6 , n . ° 4 3 , p . 8 2 .

141 Ibid., p p . 8 0 - 8 2 .
142 Ibid., p . 3 9 . E l n o m b r e d e M e d h r a n e s t á m u y p r o b a b l e m e n t e e m p a r e n t a d o c o n el
a d j e t i v o medhrach ( « a l e g r e , j o v i a l » ) .
i6o I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

v u e l v e o b s o l e t a s t o d a s las h i p ó t e s i s e m i t i d a s s o b r e las causas d e l o s « f a v o -

r e s » d e b i d o s al p r e s t i g i o . L a s r a z o n e s s o n e v i d e n t e m e n t e d o c t r i n a l e s y
religiosas, y n o sociales y políticas. A m o d o de r e c o r d a t o r i o , m e n c i o n e -
m o s la a p a r i c i ó n d e l h e d u o D i v i c i a c o a n t e el S e n a d o r o m a n o . V i e n e
c o m o e m b a j a d o r , p e r o n o se s e p a r a d e las a r m a s , ya q u e , c u a n d o le r u e -
g a n q u e se s i e n t e , se n i e g a y h a b l a a p o y a d o e n s u e s c u d o . T o d o d r u i d a
q u e se p r e c i e , s i n e x c e p c i ó n n i n g u n a , es t a m b i é n u n g u e r r e r o . P u e d e
s u c e d e r i n c l u s o q u e a l g u n o , p o r a c c i d e n t e o p o r a z a r , se p r e s e n t e c o m o
m i l i t a r a n t e s q u e c o m o s a c e r d o t e : « A u n q u e soy u n h é r o e , t a m b i é n soy
p o e t a » . D i c e el^íle A m o r g e n e n u n t e x t o q u e v a m o s a c i t a r m á s t a r d e .
S i n ser la p r i n c i p a l , la g u e r r a es p o r t a n t o u n a d e las p o s i b l e s o c u p a -
c i o n e s d e l d r u i d a y é l es e l ú n i c o s e ñ o r d e s u d e s t i n o , ya sea p a c í f i c o o
g u e r r e r o . L a p r o f e t i s a o poetisa, para q u i e n el ú n i c o aspecto accesible
d e l s a c e r d o c i o es la a d i v i n a c i ó n , p a r t i c i p a d e esta i m p l i c a c i ó n e n la f u n -
c i ó n m i l i t a r . A n t e s d e l a p a r t i d a d e la e x p e d i c i ó n d e El robo del ganado de
Cooley v e r e m o s q u e l a r e i n a M e d b c o n s u l t a a su d r u i d a . E s t e la t r a n q u i -
liza s o b r e su s u e r t e p e r s o n a l . L u e g o , p i d e a la p r o f e t i s a F e d e l m q u e le
p r e d i g a el d e s t i n o —siniestro a p e s a r d e t o d a s las o b j e c i o n e s — d e l e j é r c i t o
de Irlanda. Y el redactor, e n u n c o n t e x t o de p r e d i c c i o n e s fúnebres, n o
cesa d e e l o g i a r e l e n c a n t o , la g r a c i a y la b e l l e z a física d e esta j o v e n . P e r o ,
l o q u e n o es h a b i t u a l n i s i q u i e r a e n t r e las s e ñ o r i t a s d e la I r l a n d a m e d i e -
val, está a r m a d a c o n u n a e s p a d a :

« E l c o c h e r o g i r ó el c a r r o y M e d b volvió atrás. V i o e n t o n c e s algo q u e le

p a r e c i ó e x t r a ñ o : u n a m u j e r sola a las r i e n d a s d e u n c a r r o , m u y c e r c a d e
ella. H e a q u í c ó m o estaba la j o v e n : e s t a b a t e j i e n d o u n a t r e n z a , u n a e s p a d a
1 3
d e b r o n c e b l a n c o e n la m a n o d e r e c h a , c o n s i e t e m o n e d a s d e o r o » * .

E l c é l e b r e r e y d e l o s fianna, F i n n m a c C u m a i l l , q u e estaba él m i s m o
d o t a d o d e v i d e n c i a y q u e sabía m a n e j a r el teinm laegda ( « i l u m i n a c i ó n d e
c a n t o » ) , t e n í a c o m o p r i m e r e s p e c i a l i s t a , e n su p e r s o n a l d r u í d i c o , a su
p r o p i a esposa:

« L a q u e era esposa de F i n n , a saber, S m i r g a d , hija de Fatha C a n a n n , era

u n a m u j e r profetizadoray sabia. E r a q u i e n había d i c h o a C o n n q u e , c u a n d o
b e b i e r a l í q u i d o d e u n c u e r n o , s e r í a el f i n d e s u v i d a . P o r esta r a z ó n , d e s d e
1 4 4
entonces n o bebía n u n c a líquido de u n c u e r n o , sino sólo de c o p a s » .

1 4 3 E d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p . 2 7 ; e d . C . O ' R a h i l l y , p . 5, 1 8 3 - 1 8 6 . LaRaziiades

vaches de Cooley, op. cit, p . 6 2 .
 4. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L 161

4. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L

Irlanda aporta otras p r u e b a s del p o d e r del druida, p o d e r m u y diferente

del r e g i o , m e n o s visible q u i z á a p r i m e r a vista, p e r o m á s f u e r t e y m á s
p r o f u n d o e n sus c o n s e c u e n c i a s y r e p e r c u s i o n e s . L o s d o s p e r s o n a j e s , n o
lo olvidemos n u n c a , son solidarios, c o m p l e m e n t a r i o s y opuestos.
L o s u l t o n i a n o s e s t á n a p u n t o d e m a t a r s e e n t r e sí a causa d e u n a f ú t i l
disputa d u r a n t e u n festín:

« L o s g a r a n t e s d e c a d a u n o d e ellos se a l z a r o n s a l v a j e m e n t e y su p e l e a
e r a t a n salvaje q u e h u b o n u e v e h o m b r e s h e r i d o s , n u e v e h o m b r e s c o n h e r i -
das s a n g r a n d o y nueve h o m b r e s q u e yacían m u e r t o s p o r a m b o s b a n d o s .
P e r o S e n c h a , h i j o d e Ailill, se l e v a n t ó y a g i t ó s u r a m a d e p a z : l o s u l t o n i a n o s
1 4 5
enmudecieron y quedaron en silencio» .

U n h e c h o p a r e c i d o se c u e n t a e n el r e l a t o o s i á n i c o Bruiden bheg na hAl-

maine ( « E l p e q u e ñ o a l b e r g u e d e A l i e n » ) . M i e n t r a s l o s c l a n e s d e F i n n y
de G o l l m a c M o m a estaban o c u p a d o s m a s a c r á n d o s e ,

« s e l e v a n t ó el p o e t a p r o f é t i c o d e p a l a b r a c o r t a n t e , el h o m b r e d e l g r a n a r t e
p o é t i c o , F e r g u s e l d e l a B e l l a B o c a , y l o s h o m b r e s d e a r t e d e l o s fianna al
m i s m o t i e m p o q u e é l , y se p u s i e r o n a c a n t a r s u s laids*, sus bellos p o e m a s y
sus h i m n o s d e alabanza a t o d o s estos h é r o e s p a r a calmarlos y a p a c i g u a r l o s .
C e s a r o n d e m a c h a c a r s e y d e s p e d a z a r s e a n t e la m ú s i c a d e l o s p o e t a s . D e j a -
r o n c a e r s u s a r m a s a l s u e l o . L o s p o e t a s r e c o g i e r o n l a s a r m a s y se r e c o n c i l i a -
1 6
ron entre sí» * .

Esto recuerda m u c h í s i m o a D i o d o r o de Sicilia (V, 3 1 ) :

« T a n t o e n los a s u n t o s d e t i e m p o s d e paz c o m o e n los d e la g u e r r a , los

galos o b e d e c e n e s p e c i a l m e n t e a estos filósofos y a los poetas cantores, y
o b e d e c e n n o sólo los amigos, sino t a m b i é n los e n e m i g o s . F r e c u e n t e m e n t e ,
e n e f e c t o , e n las f o r m a c i o n e s e n o r d e n d e b a t a l l a , c u a n d o l o s e j é r c i t o s se
a p r o x i m a n c o n las e s p a d a s e n a l t o y las l a n z a s t e n d i d a s , e s t o s h o m b r e s se
a d e l a n t a n e n m e d i o d e l a s f o r m a c i o n e s y l o s h a c e n p a r a r , c o m o si e n c a n t a -

144 Teasmolad Corbmaic ui Cuinn ocus Finn meic Cumhall ( « E l p a n e g í r i c o d e C o r m a c n i e t o d e

C o n n y d e F i n n , h i j o d e C u m a l l » ) , e d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p . 9 1 .
145 Mesca Uladj e d . C . W a t s o n , p . 6; a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . Guyon-
v a r c ' h , Celticum, n . ° 2 , p . 8.
146 E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p p . 3 4 0 - 3 4 1 .
* Cf. el g l o s a r i o [ N . d e l T . ] .
l62 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

r a n a u n o s a n i m a l e s salvajes. D e este m o d o , t a m b i é n e n t r e l o s b á r b a r o s m á s
salvajes, el f u r o r c e d e a n t e la s a b i d u r í a y A r e s r e s p e t a a las M u s a s » .

La c o n t i n u a c i ó n del texto del ciclo de F i n n q u e a c a b a m o s de citar

c o n f i r m a q u e l o s i r l a n d e s e s d e la é p o c a n o c o n c e b í a n , p a r a p o n e r fina
u n a g u e r r a o a u n c o n f l i c t o , u n p r o c e d i m i e n t o d i s t i n t o al d e l o s celtas
c o n t i n e n t a l e s d e s c r i t o s e n D i o d o r o d e S i c i l i a , e s t o es, e l r e c u r s o al j u i ­
c i o y a la d i p l o m a c i a d e l o s d r u i d a s :

« F i n n d i j o q u e n o h a r í a l a p a z c o n l o s c l a n e s d e M o r n a si n o t e n í a el
j u i c i o d e l rey d e I r l a n d a y d e A r i b e , hija d e G o r m a c , h i j o d e A r t , hijo d e
G o n n el d e las C i e n B a t a l l a s ; el j u i c i o d e C a i r p r e L i f f e c h a r , el f u t u r o r e y
d e I r l a n d a ; el j u i c i o d e F i t h a l y d e F l a i t h r i y el c o l m o d e l o s j u i c i o s d e F i n -
tan, hijo d e B o c h r a . G o l l dijo q u e le daría t o d o ello. Se c o m p r o m e t i e r o n
p o r u n a c o n v e n c i ó n de los p o e t a s a p e r m a n e c e r e n esta paz y f i j a r o n un
1 4 7
d í a , es d e c i r , q u i n c e d í a s a p a r t i r d e e s t a f e c h a e n la p r a d e r a d e T a r a » .

U n h e c h o e x c e p c i o n a l e s , e n este t e x t o , e l r e c u r s o al j u i c i o d e u n a
m u j e r , A i l b e . E s v e r d a d q u e es h i j a d e l g r a n j u e z q u e f u e e l rey C o r m a c .
E n t r e l o s j u e c e s e l e g i d o s p a r a r e g u l a c i ó n d e la d i s p u t a , t a m b i é n d e s c u ­
b r i m o s el n o m b r e de F i n t a n , h i j o de B o c h r a , u n o de los tres h o m b r e s
p r i m o r d i a l e s d e I r l a n d a (véase infra e l c a p í t u l o V ) .
E n el m o m e n t o c r í t i c o , e n u n a alegre velada q u e t e r m i n a t o r c i é n ­
d o s e , c u a n d o las e s p o s a s d e l o s h é r o e s d e l U l s t e r , e x c i t a d a s p o r la m a l a
l e n g u a d e B r i c r i u , d i s c u t e n a g r i a m e n t e p a r a s a b e r c u á l d e sus r e s p e c t i v o s
m a r i d o s es d i g n o d e la p r e e m i n e n c i a s o b r e l o s d e m á s g u e r r e r o s y, c o m o
c o n s e c u e n c i a inevitable, los u l t o n i a n o s están a p u n t o de matarse entre
sí, e l d r u i d a y e l r e y i n t e r v i e n e n d e c o n s u n o . P e r o es e l d r u i d a S e n c h a
q u i e n c o n m i n a a los participantes e n el festín a tranquilizarse:

« " Q u e h a y a p a z —dijo S e n c h a — , n o h a n s i d o e n e m i g o s q u e h a n v e n i d o ,
s i n o B r i c r i u q u i e n h a p r o v o c a d o la d i s p u t a e n t r e las m u j e r e s q u e han
s a l i d o . P o r el j u r a m e n t o d e m i t r i b u —dijo—, si n o l e s c e r r a m o s la casa a
ellas, los m u e r t o s s e r á n m á s q u e los vivos". Así p u e s , los p o r t e r o s c e r r a r o n
l a s p u e r t a s . E m e r , h i j a d e F o r g a l l M a n a c h , m u j e r d e C u c h u l a i n n , se a d e ­
l a n t ó a las d e m á s m u j e r e s g r a c i a s a s u v e l o c i d a d y p e g ó la e s p a l d a a la
p u e r t a . L l a m ó a l o s p o r t e r o s a n t e s d e la l l e g a d a d e las m u j e r e s d e m o d o q u e

147 Ibid., p . 3 4 1 .
 U. EL D R U I D A Y EL R E Y : A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R TEMPORAL 163

l o s h o m b r e s se l e v a n t a r o n e n la casa p a r a i r a a b r i r c a d a u n o a s u m u j e r
p a r a q u e fuese la p r i m e r a e n e n t r a r e n la casa. " L a n o c h e es m a l a " —dijo
C o n c h o b a r — . G o l p e ó c o n la v a r i t a d e p l a t a q u e t e n í a e n la m a n o c o n t r a el
p i l a r d e b r o n c e d e s u l e c h o p o r l o q u e t o d o s se s e n t a r o n . " Q u e h a y a p a z
—dijo S e n c h a — , n o es u n c o m b a t e c o n a r m a s l o q u e se p r o d u c i r á a q u í , s i n o
u n a batalla d e p a l a b r a s " . C a d a m u j e r salió b a j o la p r o t e c c i ó n d e su e s p o s o
1 8
y e n t o n c e s c o m e n z ó la batalla d e p a l a b r a s d e la m u j e r e s d e l U l s t e r » * .

E n la c o n t i n u a c i ó n d e l m i s m o r e l a t o , c u a n d o la j u s t a o r a t o r i a va
d e m a s i a d o lejos y c o r r e el r i e s g o d e pasar a ser más q u e o r a t o r i a , el
druida S e n c h a interviene de n u e v o :

« U n a v e z m á s l a c a s a se c o n v i r t i ó e n u n a f o r t a l e z a d e p a l a b r a s a c a u s a d e
l a s m u j e r e s q u e a l a b a b a n a s u s m a r i d o s . C o n a l l , L o e g a i r e y C u c h u l a i n n se
e s f o r z a r o n p o r p r o v o c a r la q u e r e l l a . S e n c h a , h i j o d e A i l i l l , se l e v a n t ó y
agitó su varita. L o s u l t o n i a n o s l o e s c u c h a r o n y d i j o , s e ñ a l a n d o a las m u j e -
1 9
res...» * .

T o d o el m u n d o o b e d e c e sin d i s c u t i r a u n s e n c i l l o gesto d e l d r u i d a .
¿ T e n í a n p o r otra p a r t e d e r e c h o a batirse d e l a n t e d e él s i n su p e r m i s o
e x p r e s o ? E n t o d o c a s o , las r a z o n e s d e tal d o c i l i d a d e r a n d e o r i g e n r e l i -
gioso.
L o s druidas estaban siempre r o d e a d o s de u n g r a n respeto. E n los
b a n q u e t e s s o l e m n e s (y s i n n i n g u n a d u d a e n t o d o s l o s d e m á s ) e l d r u i d a
5
está s e n t a d o a la d e r e c h a d e l r e y ' ° y esta d e f e r e n c i a e m a n a e n p r i m e r
l u g a r d e l s o b e r a n o q u e l e d e b e la c o r o n a . E l m i s m o C é s a r d i c e q u e
o r d e n ó a Convictolitave, que había sido propuesto p o r los sacerdotes
p a r a l a m a g i s t r a t u r a v a c a n t e , s e g ú n la c o s t u m b r e d e la c i u d a d , t o m a r e l
poder:

« O b l i g ó a C o t o a r e n u n c i a r al m a n d o . A C o n v i c t o l i t a v e , que, de
a c u e r d o c o n las c o s t u m b r e s d e la c i u d a d , h a b í a s i d o n o m b r a d o p o r l o s

1 4 8 FledBrecrend ( « E l f e s t í n d e B r i c r i u » ) , e d . G . H e n d e r s o n , Irish Texts Society I I , p p .

20-22~-
149 E d . H e n d e r s o n , op. cit, p p . 3 4 - 3 6 . L a v a r i t a d e o r o , d e p l a t a , d e b r o n c e o d e a v e -
l l a n o , c u y o u s o c o m p a r t e el r e y c o n la clase s a c e r d o t a l , e s el e q u i v a l e n t e al lituus d e l
a u g u r l a t i n o . Es u n rasgo i n d o e u r o p e o atestiguado t a m b i é n e n t r e los escitas.
a
V é a s e G e ó r g e s D u m é z i l , Mythe et épopée, 2 . edición, p . 445, nota 2 [trad. esp.:
Mitoj Epopeya I, e d . S e i x B a r r a l , B a e r c e l o n a , 1 9 7 3 1 -
150 E u g e n e O ' C u r r y , Manners and Customsofthe Ancient Irish I I , p . 4 9 .
164 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

s a c e r d o t e s c u a n d o las m a g i s t r a t u r a s e s t a b a n v a c a n t e s , l e o r d e n ó q u e se
5 1
hiciera cargo del p o d e r » ' .

E s t o s s a c e r d o t e s s o n e v i d e n t e m e n t e d r u i d a s c u y o n o m b r e se h a t r a ­
d u c i d o al l a t í n y la s i t u a c i ó n q u e c r e a n e n el p l a n o p o l í t i c o c o i n c i d e c o n
la d e la I r l a n d a l e g e n d a r i a , d o n d e el d r u i d a e l i g e a u n m i e m b r o d e la
clase g u e r r e r a p a r a h a c e r d e él u n s o b e r a n o . E s i n c l u s o a s o m b r o s o q u e
C é s a r , p a r a d e s i g n a r a la p e r s o n a q u e d e b í a o c u p a r la m a g i s t r a t u r a
s u p r e m a d e l o s h e d u o s ( e l p u e b l o d e la G a l i a q u e c o n o c i ó m e j o r ) , uti­
l i c e d o s p a l a b r a s , imperium ypotestas. E n la t e r m i n o l o g í a d e C é s a r , el p r i ­
m e r o se a p l i c a a la S o b e r a n í a e n su v e r t i e n t e m i l i t a r y c o n q u i s t a d o r a , y el
s e g u n d o se a p l i c a al m i s m o c o n c e p t o e n su a s p e c t o r e g i o . L l a m a la a t e n ­
c i ó n q u e la e l e c c i ó n d e las p a l a b r a s c o r r e s p o n d a al d o b l e aspecto,
152
h e r o i c o y r e a l , d e la f u n c i ó n g u e r r e r a c e l t a .
I r l a n d a t i e n e la m i s m a c o n c e p c i ó n d e las r e l a c i o n e s e n t r e el rey y el
druida. Efectivamente, e n el c i c l o d e l U l s t e r , e n c i e r t o m o m e n t o , tras
u n a m a l d i c i ó n de M a c h a , d i o s a o h a d a , e n t o d o caso u n ser s o b r e h u ­
m a n o , t o d o s l o s g u e r r e r o s d e la p r o v i n c i a q u e d a n p r i v a d o s d e su f u e r z a
física, la nert i n d i s p e n s a b l e p a r a el e j e r c i c i o d e la f u n c i ó n m i l i t a r ; e n t é r -

151 Comentarios V I I , 33> 4 [ t r a d . e s p . : op. cit., p p . 2 5 6 - 2 5 7 1 - L a e x p r e s i ó n es b a s t a n t e

c l a r a p a r a n o p e n s a r q u e C é s a r i m p o n e e n e s t a c i r c u n s t a n c i a la a r b i t r a r i e d a d d e
s u s p r o p i o s i n t e r e s e s . S e o t o r g a la b o n i t a f u n c i ó n d e r e s p e t a r la c o s t u m b r e n a t i v a
y n o es n e c e s a r i o , c o m o c r e y ó D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , Les druides et les dieux áforme
v e r e n e s t a
d'animaux, p p . 5 8 - 5 9 > d e c i s i ó n u n a c o n s e c u e n c i a de sus b u e n a s r e l a c i o ­
n e s c o n l o s d r u i d a s . H a y q u e h a c e r u n a c o r r e c c i ó n : t e n e m o s g r a c i a s a Comentarios a
la guerra de las Galias la p r u e b a d e q u e C é s a r m a n t u v o b u e n a s r e l a c i o n e s c o n un
d r u i d a p o r razones políticas y n o religiosas. N o s o t r o s n o s a b s t e n e m o s de extraer
d e e s t e h e c h o la c o n c l u s i ó n g e n e r a l d e q u e l o s d r u i d a s d e la G a l i a a c e p t a r o n o
a p o y a r o n la p o l í t i c a d e C é s a r . E s i n c l u s o a l t a m e n t e v e r o s í m i l q u e la m a y o r í a d e
e l l o s se h a y a n o p u e s t o i r r e d u c t i b l e m e n t e a la c o n q u i s t a .
152 A p r o p ó s i t o d e la e l e c c i ó n d e C o n v i c t o l i t a v e a p o y a d a p o r C é s a r , A l b e r t B a y e t , La
morale desgaulois, p p . 4 2 ~ 4 3 > a p o r t a u n a i n t e r p r e t a c i ó n q u e m i n i m i z a el p a p e l d e
l o s s a c e r d o t e s e n e s t e a s u n t o p o l í t i c o . T r a d u c e per sacerdotes more ciuitatis intermissis
magistratibus p o r « p o r l o s s a c e r d o t e s , c o m o m a r c a la u s a n z a , c u a n d o h a y i n t e r r u p ­
c i ó n e n el p o d e r d e l o s m a g i s t r a d o s » . P e r o intermissis q u i e r e d e c i r s i m p l e m e n t e q u e
h u b o u n a v a c a n t e d e p o d e r s i n s i g n i f i c a r q u e se r e c u r r a a l o s d r u i d a s p a r a n o m ­
b r a r u n m a g i s t r a d o i n t e r i n o a la e s p e r a d e l p o d e r civil. L a r e l i g i ó n n o t i e n e n a d a
q u e v e r e n e s t e c a s o , s o b r e t o d o e n l o s c á l c u l o s p o l í t i c o s d e C é s a r , p e r o la c o s ­
t u m b r e d e l c o n t r o l d e la e l e c c i ó n p o r l o s s a c e r d o t e s , c o i n c i d e n t e c o n u n h e c h o
i r l a n d é s , t i e n e d e s d e l u e g o f u n d a m e n t o r e l i g i o s o . A l b e r t B a y e t , op. cit., p p . 4 4 ~
v
45> i ° t a m b i é n u n a c o n t r a d i c c i ó n e n t r e la r e l i g i o s i d a d q u e C é s a r a t r i b u y e a l o s
 4. EL D R U I D A Y EL R E Y : A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L 165

m i n o s precisos, n o t i e n e n más fuerza que una mujer d a n d o a luz

d u r a n t e c i n c o n o c h e s y c u a t r o días o c i n c o días y c u a t r o n o c h e s . El
h é r o e C u c h u l a i n n , e x e n t o d e la m a l d i c i ó n , es el ú n i c o q u e d e f i e n d e la
f r o n t e r a a p e s a r de su j u v e n t u d . D e s p u é s de u n a l u c h a e n c a r n i z a d a y
m u y larga, n o p u e d e más y envía a su p a d r e p u t a t i v o S u a l t a m a p e d i r
s o c o r r o al rey C o n c h o b a r e n E m a i n M a c h a :

« Y Sualtam avanzó, m o n t a d o sobre Gris de Macha c o m o único caba-

llo, p a r a llevar advertencias a los u l t o n i a n o s . C u a n d o llegó cerca d e E m a i n ,
p r o n u n c i ó las s i g u i e n t e s p a l a b r a s : " ¡ A l o s h o m b r e s se les m a t a , a las m u j e -
r e s se las r a p t a , a las vacas se las r o b a , o h , u l t o n i a n o s ! " . N o o b t u v o u n a r e s -
p u e s t a q u e l o satisficiese y, c o m o n o la o b t u v o , a v a n z ó h a s t a el m u r o e x t e -
r i o r d e E m a i n y d i j o las m i s m a s p a l a b r a s : " ¡ A l o s h o m b r e s se les m a t a , a las
m u j e r e s se las r a p t a , a las vacas se las r o b a , o h , u l t o n i a n o s ! " , d i j o S u a l t a m .
N o o b t u v o u n a r e s p u e s t a q u e lo satisficiese p o r p a r t e d e los u l t o n i a n o s . Así
e r a n l o s u l t o n i a n o s : el rey les t e n í a p r o h i b i d o h a b l a r a n t e s q u e sus d r u i d a s .
( S u a l t a m ) C o n t i n u ó a v a n z a n d o h a s t a la p i e d r a d e los r e h e n e s d e Emain
M a c h a . D i j o l a s m i s m a s p a l a b r a s : " ¡ A l o s h o m b r e s se l e s m a t a , a l a s m u j e -
r e s se las r a p t a , a las vacas se las r o b a ! " . " ¿ Q u i é n l o s h a m a t a d o , q u i é n las
h a r a p t a d o , q u i é n las h a r o b a d o ? " , d i j o C a t h b a d el d r u i d a . "Ailill y M e d b
h a n a r r a s a d o v u e s t r o p a í s c o n la g u e r r a —dijo S u a l t a m — , se l l e v a n a v u e s t r a s
mujeres y vuestros hijos, vuestros n i ñ o s , vuestros caballos y vuestras m a n a -
das de caballos, vuestros r e b a ñ o s , vuestro g a n a d o y vuestra cabana. Cuchu-
l a i n n es el ú n i c o q u e m a n t i e n e y c o n t i e n e a las c u a t r o g r a n d e s p r o v i n c i a s
de I r l a n d a e n los desfiladeros y pasajes del t e r r i t o r i o d e C o n a l l e de

g a l o s y la a u s e n c i a d e t o d a i n t e r v e n c i ó n d e l o s d r u i d a s e n l o s e v e n t o s p o l í t i c o s y
m i l i t a r e s d e la g u e r r a d e las G a l i a s . P e r o C é s a r , q u e m e n c i o n a f r e c u e n t e m e n t e el
n o m b r e d e D i v i c i a c o , e n n i n g ú n m o m e n t o p i e n s a q u e d e b a p r e c i s a r q u e es u n
d r u i d a . N o h a y q u e o l v i d a r q u e , d e s d e el p u n t o d e v i s t a c e l t a , l o s Comentarios es
c u a n d o m e n o s u n a o b r a superficial. La i n f o r m a c i ó n t i e n e carácter global, n o
c o n c r e t o . N o p o r q u e César n o lo m e n c i o n e , los d r u i d a s n o d e s e m p e ñ a r o n n i n -
g u n a f u n c i ó n p o l í t i c a e n las d e c i s i o n e s d e l o s E s t a d o s d e la G a l i a p r e r r o m a n a .
S o b r e la e s e n c i a d e e s t a c u e s t i ó n , v é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , «Esquisse
d'iMít e l u d e s u r la n o t i o n d ' " E t a t " et d e " P a t r i e " c h e z l e s C e l t e s c o n t i n e n t a u x et
insulaires», en La Patrie Gauloise d'Agrippa au VIéme siécle, Actes du Colloque,
L ' H e r m é s , L y o n , 1981, p p . 2 4 1 - 2 6 5 . R e m i t i m o s t a m b i é n , p a r a u n a definición
d e la S o b e r a n í a c e l t a , a n u e s t r a o b r a La souverainetéguerriére de l'Irlande, y s o b r e t o d o al
p o s t c r i p t u m « Q u ' e s t - c e q u e la S o u v e r a i n e t é c e l t i q u e ? » , p p . 2 0 8 - 2 1 1 , i d e a s
_
r e t o m a d a s e n n u e s t r o v o l u m e n La société celtique, op. cit., p p . 3 5 5 5 - E l c e l t a n o t i e n e
p o r s u p u e s t o n i n g u n a p a l a b r a q u e t r a d u z c a e x a c t a m e n t e el l a t í n imperium.
i66 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

M u r t h e m n e . N o está g a r a n t i z a d a la s e g u r i d a d d e los h o m b r e s o d e l c o m ­
b a t e c o n u n s o l o h o m b r e ; n a d i e va a a y u d a r l o y a p o y a r l o . E l m u c h a c h o está
herido y descoyuntado. Arcos de interdicción (?) m a n t i e n e n su m a n t o
s o b r e él. N o h a y u n solo p e l o s o b r e el q u e p u e d a t e n e r s e u n a p u n t a d e
aguja, d e s d e el c r á n e o hasta los talones, s i n u n a gota d e sangre roja e n la
e x t r e m i d a d d e c a d a p e l o , c o n la e x c e p c i ó n d e la m a n o i z q u i e r d a q u e m a n ­
t i e n e el e s c u d o y éste t a m b i é n t i e n e tres veces c i n c u e n t a h e r i d a s s a n g r a n t e s .
Si n o v e n g á i s e s t o i n m e d i a t a m e n t e , n o l o v e n g a r é i s h a s t a el d í a d e l j u i c i o y
la vida e t e r n a " . " J u s t o s s o n el ó b i t o , la m u e r t e y el f e n e c i m i e n t o d e l h o m ­
b r e q u e excita así al rey", dijo C a t h b a d el d r u i d a . " E s o es m u y c i e r t o " , d i j e ­
r o n t o d o s . S u a l t a m se fue e n c o l e r i z a d o y e n e m i s t a d o p o r q u e n o h a b í a
r e c i b i d o la r e s p u e s t a q u e le c o n v e n í a d e los u l t o n i a n o s . G r i s d e M a c h a d i o
u n salto e n t o n c e s bajo S u a l t a m y pasó p o r d e l a n t e d e l m u r o exterior d e
E m a i n . S u p r o p i o e s c u d o g i r ó a l r e d e d o r d e S u a l t a m d e m o d o q u e el b o r d e
1 5 3
d e su p r o p i o e s c u d o le c o r t ó la c a b e z a . . . » .

L o i n d i c a d o e n e s t e t e x t o está c o n f i r m a d a p o r u n a v a r i a n t e d e l a
Mesca Ulad ( « L a e m b r i a g u e z d e l o s u l t o n i a n o s » ) :

« U n o d e los i n t e r d i c t o s d e los u l t o n i a n o s era n o h a b l a r antes q u e su

M
rey y e r a u n o d e los i n t e r d i c t o s d e l rey h a b l a r a n t e s q u e sus d r u i d a s » ' .

Y t a m b i é n p o r la p r e s e n t a c i ó n del fue F e r c h e r t n e q u e c i t a m o s m á s
arriba:

« S i a l g u i e n d e s e a e n t r e v i s t a r s e c o n e l r e y , n o l e está p e r m i t i d o si a n t e s
n o se d i r i g e a e s t e h o m b r e » (véase p á g i n a IOl).

Las d e f i n i c i o n e s l í m p i d a s d e este t i p o n o s o n f r e c u e n t e s , p e r o la
a c t i t u d q u e d e s c r i b e n es c o n s t a n t e e n t o d o s l o s t e x t o s . S e a c o m o s e a ,
estos e x t r a c t o s d e la l i t e r a t u r a i r l a n d e s a m e d i e v a l j u s t i f i c a n p l e n a m e n t e
l o q u e d i c e D i ó n C r i s ó s t o m o e n u n pasaje e n e l q u e se h a b l a t a m b i é n d e
magos persas, sacerdotes egipcios y b r a h m a n e s h i n d ú e s :

D i s c u r s o X L I X : « L o s celtas n o m b r a b a n a l o s q u e l l a m a n d r u i d a s , e s p e ­
cialistas t a m b i é n e n c u e s t i o n e s d e a d i v i n a c i ó n y e n l o s d e m á s a s p e c t o s d e la

153 Tain Bo Cualnge, v e r s i ó n d e l Libro de Leinster, e d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p p . 6 7 3 - 6 7 7 -

La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p p . 2 2 0 - 2 2 1 -
154 E d . C . W a t s o n , p . II; C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L ' I v r e s s e d e s U l a t e s » , Ogam,
1960, n . ° 12, p . 497-
 i. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y PODER TEMPORAL 167

s a b i d u r í a . S i n ellos, n o les e s t a b a p e r m i t i d o a los reyes h a c e r n a d a n i e j e r -

c e r la r e a l e z a , d e tal m o d o q u e e r a n e s t o s p e r s o n a j e s l o s q u e e n r e a l i d a d
m a n d a b a n , m i e n t r a s q u e los reyes e r a n sus servidores y m i n i s t r o s d e sus
intenciones»*.

C o r r i j a m o s n o o b s t a n t e el c o m e n t a r i o d e D i ó n C r i s ó s t o m o , quien
r e a l i z a u n a c o n s t a t a c i ó n s i n c o m p r e n d e r la r e l a c i ó n , n o j e r á r q u i c a s i n o
r e l i g i o s a , e n t r e el d r u i d a y e l r e y . E l d r u i d a a c o n s e j a y e l r e y a c t ú a : la
a u t o r i d a d e s p i r i t u a l n u n c a p r e t e n d i ó , salvo a l g u n a i n s i g n e d e s v i a c i ó n
(véase el f i n d e l p r e s e n t e c a p í t u l o ) , e j e r c e r el p o d e r t e m p o r a l y el d r u i d a
n o d a n i n g u n a o r d e n ; c o r r e s p o n d e al r e y c o n f o r m a r s u d e c i s i ó n o s u
a c c i ó n al c o n s e j o q u e r e c i b e . A l c o n t r a r i o d e R o m a , q u e p r i v i l e g i ó el
p o d e r a c o s t a d e l s a c e r d o c i o , el m u n d o c e l t a p e r m a n e c i ó f i e l a la r e g l a
t r a d i c i o n a l d e la p r i m a c í a d e la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l . E s t a es, p o r o t r o
5 5
l a d o , la p r i n c i p a l r a z ó n d e su d e s a p a r i c i ó n ' .
L a s c u a l i d a d e s , l o s c o n o c i m i e n t o s y el s a b e r q u e j u s t i f i c a n el n o m b r e
d e l d r u i d a o del file están e x c e l e n t e m e n t e s u b r a y a d o s e n su c o n j u n t o p o r el
r e l a t o Compert Con Culaind ( « L a c o n c e p c i ó n d e C u c h u l a i n n » ) . Cuando
el f u t u r o h é r o e , el n i ñ o g l o r i o s o , n a c e p o r f i n , se p r o d u c e u n a g r a n d i s -
c u s i ó n , casi u n a d i s p u t a , p a r a s a b e r q u i é n t e n d r á la p e s a d a y h o n o r a b l e
r e s p o n s a b i l i d a d d e su e d u c a c i ó n . T o d o s l o s c a n d i d a t o s a p r e c e p t o r e s
e n u m e r a n sus t í t u l o s , ya s e a n d r u i d a , p o e t a , h o s p e d e r o o g u e r r e r o .
F i n a l m e n t e t o d o el m u n d o se p o n e d e a c u e r d o , s i g u i e n d o e l j u i c i o d e
S e n c h a , e n q u e se r e c u r r i r á a t o d o s y el c a t á l o g o d e las c o m p e t e n c i a s es
u n verdadero enunciado trifuncional:

« " L l é v a t e al m u c h a c h o c o n t i g o , o h , F i n n c h o e m " , d i j o C o n c h o b a r a s u
h e r m a n a . " E l l a n o s e r á q u i e n e n r e a l i d a d l o e d u q u e —dijo S e n c h a — , ( s i n o )
y o q u i e n l o e d u c a r á , p u e s soy f u e r t e , b r i l l a n t e , e x p e r t o , suave...— Soy d o c -
t o r , soy s a b i o , n o soy o l v i d a d i z o . M e d i r i j o al r e y d e l a n t e d e l rey ( ? ) . L o
q u e dice pasa p o r m í . Y o j u z g o los c o m b a t e s del rey d e l a n t e d e C o n c h o b a r .

^5 V é a s e la c o n c l u s i ó n d e n u e s t r a o b r a La civilisation celtique ( 1 9 8 5 , p p . 1 4 3 - 1 4 8 ) . La
o b r a d e b a s e es la d e A n a n d a K . C o o m a r a s w a m y , Spiritual Authority and Temporal Power
in the IndianTheory of Government, A m e r i c a n O r i e n t a l S o c i e t y , N e w H a v e n , 1 9 4 2 ; t r a -
d u c c i ó n f r a n c e s a a p a r e c i d a b a j o e l t í t u l o d e Autoritéspirituelle etpouvoir temporel dans la
perspectiveindiennedugouvernement, A r c h é , M i l á n , 1985, 156 p á g i n a s .
* T r a d . e s p . : D i ó n d e P r u s a , Discursos I I I ( t r a d . G o n z a l o d e l C e r r o C a l d e r ó n ) , 1 9 9 7 ,
Madrid, Gredos, p . 240 [N. d e l T . ]
i68 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

Y o d e c i d o los juicios d e los u l t o n i a n o s y n o los dejo insatisfechos. Nadie

m e supera c o m o tutor, excepto Conchobar".
" ¿ P o r q u é n o m e l o l l e v o y o ? —dijo B l a i B r i u g a — , n o e s t a r á m a l a l i m e n -
t a d o y n o lo d e s a t e n d e r é . Mis m e n s a j e r o s h a n satisfecho t o d o s los deseos d e
C o n c h o b a r . Y o c o n v o c o a t o d o s los h o m b r e s de I r l a n d a . Y o los a l i m e n t o
d u r a n t e d i e z d í a s . Y o les d o y m o t i v o p a r a e j e r c e r su a r t e y su c ó l e r a . Y o los
m a n t e n g o e n su h o n o r y e n sus d i s p u t a s d e h o n o r " .

" E s t o es i m p u d i c i a — d i j o F e r g u s — , h a e s c o g i d o a u n c a m p e ó n p a r a e s t a r
c e r c a d e él y soy y o q u i e n l o a l i m e n t a r á . S o y f u e r t e , soy s a b i o , soy e m b a j a -
d o r ; n a d i e m e s u p e r a n i e n d i g n i d a d n i e n r i q u e z a ; soy r u d o e n v a l o r y c o n
las a r m a s . Y o soy q u i e n a c t ú a c o n t r a su p r o p i a b a j e z a . Soy d i g n o d e m i h i j o
a d o p t i v o . S o y la p r o t e c c i ó n c o n t r a t o d o m a l . I n t e r v e n g o e n d e t r i m e n t o d e
t o d o s los fuertes, i n t e r v e n g o p a r a ayudar a t o d o s los débiles".

" A u n q u e m e e s c u c h e —dijo A m o r g e n — , . . . ? [...] S o y c a p a z d e c r i a r c o m o

a reyes a m i s hijos a d o p t i v o s . M e a l a b a n p o r m i d i g n i d a d , p o r m i valentía,
p o r m i valor, p o r m i inteligencia, p o r m i fortuna, p o r m i edad, p o r m i e l o -
c u e n c i a , p o r l a b e l l e z a y la v a l e n t í a d e m i s h i j o s . A u n q u e s o y h é r o e , t a m b i é n
soy p o e t a . S o y d i g n o d e l favor d e l rey. G o l p e o a t o d o s los g u e r r e r o s . N o d e b o
n a d a a n a d i e , e x c e p t o a C o n c h o b a r . N o m e u n o a n a d i e , e x c e p t o al r e y " .

" N o s u c e d e r á n a d a d e e s o —dijo S e n c h a — . Q u e F i n n c h o e m se lleve al

n i ñ o h a s t a q u e h a y a m o s l l e g a d o a E m a i n . M o r a n n d e c i d i r á al r e s p e c t o ,
p e r o s ó l o c u a n d o h a y a m o s l l e g a d o " . A s í q u e f u e r o n a E m a i n , y el m u c h a -
cho estaba c o n F i n n c h o e m . M o r a n n decidió tras su llegada y dijo: "Lo
c o n f í o a C o n c h o b a r , p u e s es p a r i e n t e c e r c a n o d e F i n n c h o e m . S e n c h a l e
e n s e ñ a r á la p a l a b r a y l a e l o c u e n c i a . B l a i B r i u g a s e r á s u t u t o r . S e r á h e r m a n o
de leche de Conall C e r n a c h . Su m a d r e F i n n c h o e m tiene dos senos".

" T o d o s lo i n s t r u i r á n p o r igual, g u e r r e r o s , reyes, d o c t o r e s ; este n i ñ o

s e r á a m i g o d e t o d a la s o c i e d a d . I g u a l m e n t e e s t e n i ñ o c o m b a t i r á e n t o d a s
vuestras contiendas; combatirá e n vuestros vados y librará todas vuestras
b a t a l l a s " . A s í se h i z o : A m o r g e n y F i n n c h o e m l o l l e v a r o n y l o c r i a r o n e n
I 5 6
D u n I m b r i t h e n la L l a n u r a d e M u r t h e m n e » .

U n c o r t o pasaje d e l Senchus Mor i l u s t r a la o m n i p o t e n c i a d e l o s d r u i d a s

i r l a n d e s e s d e l p e r i o d o a l t o . E n u n a e x p l i c a c i ó n c o m e n t a d a de las m o d i -

156 Compert Co Culaind ( « L a c o n c e p c i ó n de C u c h u l a i n n » ) , v e r s i ó n II (manuscrito

E g e r t o n ) , a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a c o n c e p c i ó n
d e C u c h u l a i n n » , Ogam, 1 9 6 5 , n . ° 1 7 , p p . 3 7 9 ~ 3 8 o , y a h o r a e n C h . - J - Guyon-
 k. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y PODER TEMPORAL I69

f i c a c i o n e s r e a l i z a d a s tras la c r i s t i a n i z a c i ó n , relata b r e v e m e n t e las c i r c u n s ­

t a n c i a s e n las q u e el rey d e l U l s t e r C o n c h o b a r r e t i r ó a l o s p o e t a s , que
u s a b a n u n a j e r g a i n c o m p r e n s i b l e , el p r i v i l e g i o e x c l u s i v o d e fijar las leyes:

« H a s t a q u e l l e g ó P a t r i c i o s ó l o se p e r m i t í a h a b l a r a t r e s p e r s o n a s en
I r l a n d a : al c r o n i s t a p a r a r e l a t a r y n a r r a r ; a l p o e t a p a r a e l o g i a r y s a t i r i z a r ; a l
juez para juzgar según los p r e c e d e n t e s y hacer los c o m e n t a r i o s . P e r o , d e s ­
p u é s d e la l l e g a d a d e P a t r i c i o , e l e j e r c i c i o d e c a d a u n a d e e s t a s e l o c u e n c i a s
e s t a b a s u j e t a al h o m b r e d e b l a n c o l e n g u a j e , el E v a n g e l i o .

D e s d e los t i e m p o s e n los q u e A m o r g e n G l u n g e l e m i t i ó el p r i m e r j u i c i o
d e I r l a n d a , e l d e r e c h o h a p e r t e n e c i d o a l o s p o e t a s , h a s t a El diálogo de los dos
sabios e n E m a i n M a c h a e n t r e F e r c e i r t n e e l p o e t a y N e d e , h i j o d e A d n a , h i j o
de U t h e r , a p r o p ó s i t o del vestido de sabio q u e poseía A d n a . El lenguaje
q u e u t i l i z a r o n l o s p o e t a s e n esta d i s p u t a e r a o s c u r o y el j u i c i o q u e e m i t i e ­
r o n n o les p a r e c i ó c l a r o a l o s n o b l e s : " E s t o s h o m b r e s se g u a r d a n sus j u i c i o s
y su ciencia p a r a ellos m i s m o s " , d i j e r o n los n o b l e s . "Para e m p e z a r no
e n t e n d e m o s l o q u e d i c e n " . " E s o es e v i d e n t e —dijo C o n c h o b a r — . C a d a u n o
t e n d r á u n a p a r t e a p a r t i r d e a h o r a , p e r o l a p a r t e q u e l e s c o r r e s p o n d a n o se
les r e t i r a r á y c a d a u n o t e n d r á la s u y a " .

Se r e t i r ó p o r t a n t o el d e r e c h o a l o s p o e t a s y c a d a h o m b r e d e I r l a n d a
a s u m i ó su p a r t e d e j u i c i o tras ello, c o m o h i c i e r o n los a u t o r e s d e los juicios
l
siguientes...» ^.

D i ó n C r i s ó s t o m o , q u e e s c r i b í a e n la s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o I d e
n u e s t r a era, evoca u n h e c h o d e s a p a r e c i d o desde hace m u c h o , p e r o del
q u e t o d a v í a se a c o r d a b a c i e r t a t r a d i c i ó n l i t e r a r i a , m i e n t r a s q u e la I r l a n d a
m e d i e v a l e v o c a e n p r e s e n t e las r e l a c i o n e s e n t r e el d r u i d a y el r e y . A q u í ,
e n e f e c t o , el p a s a d o es m u c h o m e n o s o s c u r o , se t r a n s m i t e s i n i n t e r m e ­
d i a r i o s y la e v o c a c i ó n d e t o d a esta p s e u d o h i s t o r i a m í t i c a es m u c h o m á s
p r e c i s a . L a r e a l e z a c e l t a v i v i ó a la s o m b r a y, p o r d e c i r l o así, b a j o la p r o ­
tección del sacerdocio d r u í d i c o . La s u b o r d i n a c i ó n del p o d e r t e m p o r a l a
la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l p o r sí m i s m a es c a p a z d e e x p l i c a r , d e s d e el p u n t o
d e vista t r a d i c i o n a l , las r e l a c i o n e s e n t r e el d r u i d a y el rey: « E l rey e q u i ­
l i b r a la s o c i e d a d h u m a n a m e d i a n t e l o s i m p u e s t o s o t r i b u t o s q u e l l e g a n

v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p p . 2 7 6 - 2 7 9 -

1 5 7 AncientLaws oflreland I, p . 1 8 . E s t o r e c u e r d a e l p a s a j e d e D i o d o r o d e S i c i l i a ( V , 31)
d o n d e e x p l i c a q u e a l o s c e l t a s les g u s t a h a b l a r m e d i a n t e e n i g m a s y e m p l e a n m u c h o
la h i p é r b o l e .
 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

h a s t a é l y la g e n e r o s i d a d q u e e n c o n t r a p a r t i d a o f r e c e a sus s u b d i t o s .
Imparte justicia, protege a los débiles, c o n d e n a a los malvados y r e c o m -
p e n s a a l o s b u e n o s . E l r e y m a l o es e l q u e n o h a c e r e g a l o s , n o v e l a p o r la
p r o s p e r i d a d y a u m e n t a l o s i m p u e s t o s . S e l o a p a r t a d e la clase g u e r r e r a
m e d i a n t e su i n i c i a c i ó n , p r e s i d i d a p o r l o s d r u i d a s , y el c o l o r b l a n c o d e
N u a d a m u e s t r a c l a r a m e n t e el s i m b o l i s m o de su c o n d i c i ó n real. P e r o ,
a u n q u e p r o c e d a d e la clase g u e r r e r a , n o d e j a d e s e g u i r p e r t e n e c i e n d o a
ella y la r e p r e s e n t a a n t e la clase s a c e r d o t a l . D e s e m p e ñ a e l p a p e l d e i n t e r -
m e d i a r i o . E s t o q u i e r e d e c i r q u e su i m p o r t a n c i a s o c i a l v i e n e d e la s u b o r -
d i n a c i ó n e s p i r i t u a l y q u e la m o n a r q u í a s ó l o e x i s t e g r a c i a s a s u d e p e n -
dencia del s a c e r d o c i o . N o p u e d e subsistir sola. P o r o t r o l a d o , d e b e m o s
l l a m a r la a t e n c i ó n t a m b i é n s o b r e el n o m b r e d e l r e y e n í t a l o - c e l t a , g a l o
rix ( i r l a n d é s ri, g e n i t i v o rig, gales y b r e t ó n a n t i g u o s r i ) , l a t í n rex, q u e n o
sirve p a r a d e s i g n a r p o r sí m i s m o u n a n o c i ó n r e l i g i o s a , s i n o ú n i c a m e n t e
la f u n c i ó n r e g u l a d o r a v i s t a d e s d e e l p u n t o d e vista s o c i a l . E s d e c i r , n o
c o m p o r t a n i n g ú n p r i n c i p i o r e l i g i o s o si el d r u i d a n o está a h í p a r a r e p r e -
1 5 8
sentarlo» .
O t r a p r u e b a d e la s u p e r i o r i d a d d e l s a c e r d o c i o es la i m p o t e n c i a d e la
r e a l e z a p a r a r e s t r i n g i r la « s o l i d a r i d a d » d r u í d i c a . E l s a c e r d o c i o se c o n -
fiere e t e r n a m e n t e y, a u n e n el caso de falta g r a v e , i n c l u s o de c r i m e n ,
u n d r u i d a s i g u e s i e n d o l o q u e es. S u s c o l e g a s l o s a b e n : c u a n d o m a t a n al
d r u i d a A t h i r n e y a t o d a su f a m i l i a p o r h a b e r s a t i r i z a d o y h e c h o m o r i r a
L u a i n e , la p r o m e t i d a d e l r e y d e l U l s t e r C o n c h o b a r , p o r q u e le n e g a b a
sus f a v o r e s , l o s filid d e l U l s t e r p r o t e s t a n y el p r o p i o h i j o d e C o n c h o b a r ,
A m o r g e n , canta:

« G r a n d e s o l a c i ó n , g r a n p e n a , la d e s t r u c c i ó n d e A t h i r n e el c e l e b é r r i m o .
L a t u m b a d e A t h i r n e e s t á a q u í . N o la cavéis v o s o t r o s , o h , p o e t a s .
D e s d i c h a d o sea a q u e l q u e c a u s ó la d e s t r u c c i ó n d e l h o m b r e , d e s d i c h a d o sea
[aquel q u e c o m e t i ó este asesinato.
T e n í a u n v e n a b l o d u r o , c o n b r i l l o e t e r n o , q u e h a b í a h e c h o G r i d e n b e l el
[satirista.

T e n í a u n a espada p a r a m a t a r a u n rey.

158 Introductiongenérale á l'étude de la Tradition Celtique, 1 9 6 7 , p . 5 4 - L o s d r u i d a s n o a p a r e c e n

e n la s o c i e d a d g á l a t a , p e r o p u e d e s e r p o r q u e n a d i e p e n s ó e n m e n c i o n a r l o s . S u b -
siste u n r a s t r o d e la j e r a r q u í a e n la o b s e r v a c i ó n d e F i l a r c o s e g ú n la c u a l , e n u n
b a n q u e t e , n a d i e c o m e n z a b a a c o m e r antes del rey ( L i b r o V I , A t e n e o IV, capítulo
2 4 ; C h . & T h . M u l l e r , Fragmenta historicorum GraecorumI, 336, fragmento II).
 U. EL D R U I D A Y EL R E Y : A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L 171

A q u í h a r é su canto f ú n e b r e , h a r é su l a m e n t o .
1 5 9
C o l o c a r é aquí su p i e d r a y h a r é su bella t u m b a » .

¡ Y d e s d i c h a d o sea el rey q u e e n g a ñ a al d r u i d a ! E s l o q u e h a c e e l p r o -
p i o h i j o d e l d r u i d a C a t h b a d , el r e y d e l U l s t e r C o n c h o b a r , p a r a d e s h a -
c e r s e d e l m a r i d o d e la m u j e r q u e c o d i c i a :

« C o n c h o b a r l l e g ó e n t o n c e s al l u g a r d o n d e e s t a b a C a t h b a d e l d r u i d a y
dijo: " O h , C a t h b a d , r e t é n a los hijos d e U i s n e c h y usa t u d r u i d i s m o c o n t r a
e l l o s , p u e s d e s t r u i r á n la p r o v i n c i a p a r a s i e m p r e si e s c a p a n a la g e n t e d e l
U l s t e r a p e s a r d e ellos esta vez. D o y m i p a l a b r a d e q u e n o seré u n p e l i g r o
p a r a e l l o s " . C a t h b a d se c r e y ó estas p a l a b r a s d e C o n c h o b a r y fue a r e t e n e r a
los hijos de U i s n e c h . Les e c h ó u n e n c a n t a m i e n t o d r u í d i c o y creó u n mar
c o n g r a n d e s o l a s a l o l a r g o d e la p r a d e r a e n la q u e e s t a b a n . L o s h o m b r e s
d e l U l s t e r e s t a b a n s o b r e la t i e r r a seca a d o s p i e s d e t r á s d e e l l o s y e r a u n a
p e n a q u e ese g r a n m a r r e c u b r i e s e a los hijos d e U i s n e c h . N o i s e p u s o a
1 6 0
D e i r d r e s o b r e s u e s p a l d a p a r a i m p e d i r q u e se a h o g a s e » .

M a t a n a los hijos de U i s n e c h a t r a i c i ó n . P e r o C o n c h o b a r n o sacará

ningún provecho:

« D e s p u é s d e e s t o , D e i r d r e se s e n t ó s o b r e la e s t e l a y d i o t r e s b e s o s a
N o i s e a n t e s d e q u e lo m e t i e s e n e n la t u m b a . C u c h u l a i n n p a r t i ó a Dun
D e a l g a n p r e o c u p a d o y triste y C a t h b a d el d r u i d a m a l d i j o E m a i n M a c h a e n
v e n g a n z a p o r esta m a l a a c c i ó n . D i j o q u e n i C o n c h o b a r n i n a d i e d e su raza
1 6 1
p o s e e r í a n u n c a m á s ese l u g a r p o r esta t r a i c i ó n » .

E i n c e n d i a n E m a i n M a c h a , los garantes y partidarios de los hijos de

U i s n e c h se e x i l i a n e n C o n n a u g h t c o n la r e i n a M e d b : d u r a n t e d i e c i s é i s
a ñ o s a r r a s a r á n t o d a s las n o c h e s e l t e r r i t o r i o d e l U l s t e r . L a m e n t i r a y la
t r a i c i ó n son indicios del declive de u n reino.
P e r o t o d o e s o , c o m o l o s a c c i d e n t e s d e la h i s t o r i a q u e s o n las g u e r r a s
y las c a t á s t r o f e s , f o r m a p a r t e d e l o s e v e n t o s m í t i c o s q u e s u m i n i s t r a n la

159 Tochmarc Luaine ( « L a c o u r t i s e d e L u a i n e » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n.°

20, p . 284.
160 OidedmacnUisnig(«La m u e r t e d e l o s h i j o s d e U i s n e c h » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische
Texte I I , ~ p . 4 3 .
161 Ibid., p . 1 4 9 - L a v e r s i ó n m á s a n t i g u a , c o n t e n i d a e n e l Libro de Leinster, e l Libro Amari-
llo de Lecan y E g e r t o n 1 7 8 2 , p u b l i c a d a e n ú l t i m o l u g a r p o r V e r n a m H u l l , Longes mac
n o
nUislenn, N u e v a Y o r k , 1 9 4 9 , c o n t i e n e estos detalles.
172 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

m a t e r i a d e l o s g r a n d e s r e l a t o s , l o s q u e m á s s o b r e c o g e n la i m a g i n a c i ó n y
se g r a b a n e n la m e m o r i a . S i n e m b a r g o , n o f a l t a n l o s textos q u e e v o c a n el
c a r á c t e r o r d i n a r i o y c o t i d i a n o d e las r e l a c i o n e s e n t r e el d r u i d a y el rey.
E n este c a s o , la a t m ó s f e r a es d i f e r e n t e , p u e s el b u e n f u n c i o n a m i e n t o d e
la s o c i e d a d h u m a n a y d i v i n a r e c l a m a la a r m o n í a y el r e s p e t o d e l o s d e r e -
c h o s y las p r e r r o g a t i v a s . E l d r u i d a o l v i d a r a r a v e z q u e está al s e r v i c i o d e l
rey. E l rey l o s a b e y l o u t i l i z a c o n t o d a l i b e r t a d . C i t e m o s a este r e s p e c t o
u n e j e m p l o e n t r e m i l : el e p i s o d i o d e l r e y C o n c h o b a r q u e , al v o l v e r d e
u n a e x p e d i c i ó n g u e r r e r a , o r g u l l o s o p o r s u v i c t o r i a , e n c a r g a , c o m o si
f u e r a u n m e c e n a s , u n p a n e g í r i c o a d e c u a d o a su p o e t a o f i c i a l :

« C o n c h o b a r se f u e , c o n v i c t o r i a y t r i u n f o , h a s t a E m a i n M a c h a . Contó
las n o t i c i a s d e s d e el p r i n c i p i o h a s t a el f i n a l e n M u g a i n y d i j o a su p o e t a ,
F e r c h e r t n e , hijo de G a r b , hijo de Fer Rossa Ruaid, hijo de R u d r a i g e , q u e
h i c i e s e r á p i d a m e n t e u n p o e m a e n m e m o r i a d e estos e v e n t o s . A s í p u e s , el
p o e t a c a n t ó e l s i g u i e n t e ¡aidy s u s a b e r p o é t i c o l e m o s t r ó q u e e s t e r e l a t o s e r í a
u n desarrollo del R o b o » .

Y s i g u e el s i g u i e n t e p o e m a , c u y a l o n g i t u d n o n o s p e r m i t e r e p r o d u -
cirlo i n t e g r a l m e n t e , treinta y nueve cuartetas, a veces oscuras, pero
d o n d e l o b r i l l a n t e rivaliza c o n l o enfático y l o l a u d a t o r i o c o n l o p r o f é -
tico:

« L a v i s i ó n d e C o n c h o b a r el j u s t o ,
hijo de Cathbad, valiente, blanco y grande,
el r e y s u p r e m o d e l U l s t e r , v i a j e s a n t o ,

C o n c h o b a r estaba allí u n a n o c h e
e n el s u e ñ o —no e r a ligero—,
y v i o a l g o : u n a m u j e r q u e v e n í a h a c i a él
e n d i r e c c i ó n a él, cerca d e su c a m a .

Vestimenta p ú r p u r a con formas de o r o ,

su e q u i p a m i e n t o n o era escaso:
t r e n z a s d e s e d a e n la c a b e z a
r o d e a d a d e u n a alta d i a d e m a d e o r o .

L a m u j e r le d i j o c o n g l o r i a :
" E l i n d i c i o es b u e n o , o h , Conchobar.
 ¿. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L 173

D i g n i d a d y fidelidad p a r a ti,
1 6 2
p o r todos lados eres c é l e b r e " » .

E n el caso d e la G a l i a , e n el p r i m e r s i g l o a n t e s d e n u e s t r a e r a , se h a c e
d i f í c i l h a b l a r d e la a r m o n i o s a c o o p e r a c i ó n e n t r e e l rey y el d r u i d a . C é s a r
e n c o n t r ó el p a í s e n u n e s t a d o d e g r a v e c r i s i s , e n u n m o m e n t o e n el q u e
p o r t o d o s l a d o s la a r i s t o c r a c i a m i l i t a r se a l z a a b i e r t a m e n t e c o n t r a la
m o n a r q u í a y la h a c í a d e s a p a r e c e r , n o d e j a n d o o t r a c o s a q u e r u i n a s o
r e c u e r d o s . C u a n d o la g u e r r a d e las G a l i a s c o m i e n z a , ya s ó l o se trata, e n
e x p r e s i ó n d e C é s a r , d e u n a potestas r e g i a f r á g i l y f r a g m e n t a d a , de u n
p o d e r c o n f i n a d o al e j e r c i c i o d e u n a m a g i s t r a t u r a c o n u n a c o m p e t e n c i a ,
si n o r e s t r i n g i d a , al m e n o s l i m i t a d a e n e l t i e m p o . L a a l u s i ó n m á s i n t e -
r e s a n t e , s i n d e j a r d e ser i m p r e c i s a , está e n Comentarios a ¡aguerra de las Galias
( V I I , 4) y se r e f i e r e a C e l t i l o , el p a d r e d e V e r c i n g é t o r i x . P r e s e n t a la h u e -
lla d e u n s i s t e m a d e r e a l e z a s u p r e m a « f e d e r a l » y h o n o r í f i c a , a n á l o g o al
q u e s u b s i s t i ó e n I r l a n d a hasta la alta E d a d M e d i a :

« E n ese m o m e n t o , y c o n esta m i s m a idea, V e r c i n g é t o r i x , h i j o d e C e l -

t i l o , a r v e r n o , u n j o v e n e x t r e m a d a m e n t e p o d e r o s o —cuyo p a d r e había
o s t e n t a d o la p r i m a c í a s o b r e t o d a la G a l i a y, p r e c i s a m e n t e p o r a n s i a r el
t r o n o , había m u e r t o a m a n o s del pueblo—, convoca a sus clientes y los
enardece fácilmente»*.

O t r a a l u s i ó n (Comentarios V I , 3 1 ) n a r r a el s u i c i d i o d e l r e y d e l o s e b u -
r o n e s al f i n a l d e u n a a v e n t u r a s i n e s p e r a n z a :

« C a t u v o l c o , rey d e la m i t a d d e los e b u r o n e s , q u e h a b í a n c o m p a r t i d o
l o s p l a n e s d e A m b í o r i x , a g o t a d o ya p o r la e d a d y v i é n d o s e i n c a p a z p a r a
a f r o n t a r l a s p e n a l i d a d e s d e l a g u e r r a o d e l a h u i d a , se s u i c i d ó c o n t e j o — q u e
es m u y a b u n d a n t e e n la G a l i a y e n G e r m a n i a — d e s p u é s d e l a n z a r c o n t r a
a q u é l t o d a s u e r t e d e m a l d i c i o n e s p o r h a b e r s i d o el i n s t i g a d o r d e a q u e l l a
intriga»**.

L o s e b u r o n e s t e n í a n p u e s d o s r e y e s . ¿ S e r e p a r t í a n el t e r r i t o r i o a la
m a n e r a de. esos r e y e z u e l o s i r l a n d e s e s q u e s ó l o r e i n a b a n s o b r e v a r i o s c a n -
t o n e s ? ¿ O b i e n h a y e n C é s a r u n a i m p r e c i s i ó n t e r m i n o l ó g i c a y esos d o s

162 TochmarcFerbe ( « E l c o r t e j o d e F e r b » ) , e d . E , W i n d i s c h , Irische Texte I I I , p . 5 1 8 .

* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 3 6 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 2 3 t N . d e l T . ] .
174 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

r e y e s se r e p a r t í a n , r e i n a n d o e n u n m i s m o t e r r i t o r i o , a t r i b u c i o n e s d i f e -
rentes? ¿ O bien reinaban alternativamente durante u n p e r i o d o deter-
m i n a d o ? L a I r l a n d a m í t i c a p r o p o r c i o n a al m e n o s u n e j e m p l o d e c a d a
u n o de los dos sistemas:
— E n la l e y e n d a d e M a c h a l a g u e r r e r a , t r e s r e y e s (y n o d o s ) r e i n a n
p o r t u r n o s d e siete a ñ o s e n el U l s t e r : D i t h o r b a , A e d R u a d y G i m b a e t h .
E l b u e n f u n c i o n a m i e n t o d e l a r o t a c i ó n está a s e g u r a d o p o r u n t r a t a d o
1 6 3
q u e g a r a n t i z a n siete d r u i d a s , siete p o e t a s y siete j e f e s .
— E n la l e y e n d a d e M o n g a n , d o s r e y e s r e i n a n al m i s m o t i e m p o e n el
U l s t e r y sus n o m b r e s s o n a la vez p a r e c i d o s y o p u e s t o s : F i a c h a F i n d , « e l
1 6
B l a n c o » , y Fiacha D u b , « e l N e g r o » * .
N o p o d e m o s evitar p e n s a r , e n el s e g u n d o caso, e n u n a especialidad
f u n c i o n a l de cada u n o de los d o s reyes. P e r o I r l a n d a ha o b l i t e r a d o el
arcaísmo del sistema.
El p u e b l o de los h e d u o s , u n o de los más p o d e r o s o s de la G a l i a e n la
é p o c a d e C é s a r , t e n í a u n a o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a u n t a n t o d i f e r e n t e , al
m e n o s a p r i m e r a vista:

Comentarios I, 1 6 : « c o n v o c a a sus l í d e r e s —tenía u n b u e n n ú m e r o e n el

c a m p a m e n t o — y , e n t r e e l l o s , a D i v i c i a c o y a L i s c o , q u e o s t e n t a b a la m a g i s -
t r a t u r a s u p r e m a —los h e d u o s l e d a n e l n o m b r e d e vergobreto; se n o m b r a p o r
u n a ñ o y tiene p o d e r de vida y m u e r t e sobre los suyos—»*.
Comentarios VII, 32: «se presentaron a n t e él l o s p r i n c i p a l e s d e los
h e d u o s , e n calidad de comisionados, rogándole q u e ayudase a su p u e b l o e n
u n a s circunstancias e s p e c i a l m e n t e críticas: " Q u e la s i t u a c i ó n e r a m u y grave
d e b i d o a q u e , s i e n d o su c o s t u m b r e desde m u y a n t i g u o n o m b r a r a u n ú n i c o
m a g i s t r a d o y q u e éste o s t e n t a s e el p o d e r d e u n rey d u r a n t e u n a ñ o , d o s
e r a n l o s q u e e j e r c í a n la m a g i s t r a t u r a y c a d a u n o d e ellos d e c í a h a b e r s i d o
elegido c o n a r r e g l o a sus l e y e s » * * .
:
Comentarios V I I , 3 3 « D a d o q u e e n v i r t u d d e las leyes d e l o s h e d u o s a q u e -
llos q u e o s t e n t a n la m á s alta m a g i s t r a t u r a t e n í a n p r o h i b i d o salir d e s u t e r r i -
t o r i o , p a r a q u e n o d i e s e la i m p r e s i ó n d e q u e h a c í a d e m e n o s a s u d e r e c h o y
s u s l e y e s , d e c i d i ó d i r i g i r s e él m i s m o al t e r r i t o r i o d e l o s h e d u o s » * * * .

1 6 3 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 1 6 , p p . 2 7 9 - 2 8 3 . F r a n c o i s e

le R o u x & G h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La Souverainetéguerriére de l'Irlande, p . 47-
164 Text.es mythologiques irlandais 1/I, p p . 2 0 6 - 2 H .
T r a d . e s p . op. cit, p . 5 5 [ N . d e l T . ] .
T r a d . e s p . op. cit. p . 2 5 5 [ N . d e l T . ] .
T r a d . e s p . op. cit, p . 2 5 6 [ N . d e l T . ] .
 i. EL D R U I D A Y EL R E Y : A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y P O D E R T E M P O R A L 175

E l e q u i l i b r i o p o l í t i c o - r e l i g i o s o e n t r e e l r e y y e l d r u i d a se r o m p e o ,
m á s b i e n , l o q u e v i e n e a s e r c a s i l o m i s m o , está o r g a n i z a d o d e o t r o
m o d o . P r i m e r o se r e d u j e r o n las a t r i b u c i o n e s r e a l e s , l u e g o , t e m i e n d o
q u e f u e s e n d e m a s i a d o a m p l i a s , se s u p r i m i ó p u r a y s e n c i l l a m e n t e al r e y
para sustituirlo p o r u n magistrado designado a n u a l m e n t e , c o m o los c ó n -
s u l e s r o m a n o s . U n h e c h o i n t e r e s a n t e es q u e e l vergobretus — n o m b r e d e la
f u n c i ó n , q u e e n o c a s i o n e s se t o m ó p o r el n o m b r e d e l m a g i s t r a d o p o r la
a c e p t a c i ó n d e u n a i n ú t i l c o r r e c c i ó n e n u n a frase a m b i g u a y d e s c u i d a d a d e
65
C é s a r ' — c o m p o r t a b a la o b l i g a c i ó n d e n o s a l i r d e l t e r r i t o r i o , p r o h i b i -
c i ó n t o t a l m e n t e r e l i g i o s a a la q u e el d r u i d a p e r m a n e c í a i n s e n s i b l e . P u e s ,
a u n q u e sólo d i s p o n g a m o s de i n d i c a c i o n e s parciales, t a m p o c o t e n e m o s
i n d i c i o s p r o b a t o r i o s d e q u e las f o r m a s d e g o b i e r n o h a y a n s i d o m u y v a r i a -
d a s . A l c o n t r a r i o , u n c o r t o pasaje d e E s t r a b ó n , q u e e s c r i b í a e n p a s a d o ,
n o s revela e n su Geografía ( I V , 4, 3) q u e :

« L a o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a e r a casi s i e m p r e a r i s t o c r á t i c a . A n t i g u a m e n t e
e l e g í a n c a d a a ñ o a u n j e f e , y t a m b i é n u n g e n e r a l q u e e r a d e s i g n a d o p o r la
t r o p a p a r a d i r i g i r la g u e r r a . E n la a c t u a l i d a d a c a t a n h a b i t u a l m e n t e las
ó r d e n e s d e los r o m a n o s » * .

E s t e es m á s o m e n o s e l e s q u e m a d e C é s a r . E l g o b i e r n o « t e m p o r a l »
se r e p a r t e e n t r e u n j e f e c i v i l (fjye|j.tóv) y u n j e f e m i l i t a r ( o r p a T e y ó s ' ) , lo
q u e , a u n s i e n d o l i g e r a m e n t e d i s t i n t o , t a m b i é n r e p r o d u c e el r e p a r t o
i r l a n d é s de la s e g u n d a f u n c i ó n e n d o s n i v e l e s , real y n o c o m b a t i e n t e
( N u a d a ) y m i l i t a r o q u e g o b i e r n a la g u e r r a ( O g m a ) . C é s a r d e s i g n a
g e n e r a l m e n t e las f u n c i o n e s g u b e r n a m e n t a l e s galas c o n l o s t é r m i n o s b a s -
t a n t e v a g o s d e magistratus y principatus. P e r o r e t u v o a l g u n o s d e t a l l e s p r e c i s o s
d e la o r g a n i z a c i ó n h e d u a : e l m a g i s t r a d o i n v e s t i d o d e la a u t o r i d a d c i v i l ,
e l e g i d o p o r u n a ñ o , p r o v i s t o d e e x t e n s o s p o d e r e s ( e n t r e e l l o s el d e r e c h o
d e v i d a y m u e r t e , vita necisque), está s o m e t i d o a la p r o h i b i c i ó n d r a c o n i a n a
d e v i a j a r f u e r a d e l t e r r i t o r i o d e la c i u d a d , y p o r t a n t o d e c o m b a t i r . S e
a s e m e j a al r e y d e I r l a n d a q u e , s i n p a r t i c i p a r e n la b a t a l l a p a r a l a q u e d e
t o d o s m o d o s es i n d i s p e n s a b l e , t a m b i é n está s u j e t o a p r o h i b i c i o n e s d e

165 F r a n c o i s e L e R o u x , « A p r o p o s d u V e r g o b r e t u s g a u l o i s , la r e g i a p o t e s t a s e n
n n
I r l a n d e e t e n G a u l e » , Ogam, 1 9 5 9 , - ° > P P - 6 6 y ss. D e h e c h o e l n o m b r e d e la
f u n c i ó n es t a m b i é n el d e l m a g i s t r a d o .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 1 8 0 [ N . d e l T . ] .
176 I I . EL D R U I D A EN LA S O C I E D A D

1
desplazamiento . L a p o s i c i ó n d e l d r u i d a p e r m a n e c e i n t a c t a m i e n t r a s el
t i t u l a r d e la m a g i s t r a t u r a s u p r e m a h a c e p e n s a r e n el c ó n s u l d e la r e p ú -
b l i c a r o m a n a . P e r o s u o r i e n t a c i ó n es i n v e r s a a la d e la organización
r o m a n a , e n la q u e las p r o h i b i c i o n e s a f e c t a n al flamen y n o a l o s c ó n s u l e s
h e r e d e r o s d e l p o d e r d e l rex. A d e m á s , R o m a e s c i n d i ó la a u t o r i d a d e s p i r i -
t u a l e n l o s d o s s a c e r d o c i o s d e l flamen y elpontifex.
L a c a í d a d e la m o n a r q u í a y la h o s t i l i d a d q u e l o s g a l o s s i e n t e n h a c i a
ella s o n , p o r c o n s i g u i e n t e , u n p r i m e r s i g n o d e r u p t u r a d e l e q u i l i b r i o y
d e d e c a d e n c i a . S i n la i n t e r v e n c i ó n r o m a n a , el e s t a d o d e cosas d e s c r i t o
por César podría haberse generalizado y haber durado cierto tiempo.
P e r o es p o c o p r o b a b l e q u e , e n la G a l i a d e l o s t i e m p o s d e la c o n q u i s t a ,
l o s d r u i d a s h a y a n b u s c a d o e l l o s m i s m o s c o r r e g i r las c o n s e c u e n c i a s d e u n
grave d e s e q u i l i b r i o . Y esto es t a m b i é n u n s i g n o d e d e c a d e n c i a . Cuando
César escribe que:

« p u e s l o c i e r t o e s q u e al p u e b l o s e l e c o n s i d e r a c a s i e s c l a v o : p o r sí m i s m o
n o se a t r e v e n a d a , n i se le t i e n e e n c u e n t a a la h o r a d e t o m a r decisiones.
L a m a y o r í a , a g o b i a d o s p o r las d e u d a s , p o r los i m p u e s t o s excesivos o p o r
l o s u l t r a j e s d e l o s p o d e r o s o s , se e n t r e g a n c o m o e s c l a v o s . S o b r e e l l o s t i e -
n e n los n o b l e s los m i s m o s d e r e c h o s q u e los d u e ñ o s d e sus s i e r v o s » * ,

q u i z á a t r i b u y e a causas r e c i e n t e s y c o n t i n g e n t e s u n e s t a d o d e la s o c i e d a d
q u e d e b í a ser ya a n t i g u o .
C é s a r n o p a r e c e t a m p o c o h a b e r c o m p r e n d i d o b i e n la a c t i t u d d e l o s
d r u i d a s g a l o s c o n r e s p e c t o a l o q u e él d e n o m i n a a c e r t a d a m e n t e la regia
potestas, e s p e c u l a c i ó n d o c t r i n a l q u e , p o r l o d e m á s , a p e n a s d e b í a i n t e r e s a r
a u n general p r e o c u p a d o p o r los p r o b l e m a s políticos y militares i n m e -
diatos y c o m p l e j o s . A d e c i r v e r d a d , n i e n la G a l i a n i e n I r l a n d a , los
d r u i d a s , a u n q u e e j e r c e n s o b r e e l l a s u c o n t r o l , n u n c a se a t r i b u y e n la
función real. S ó l o p o d e m o s citar u n n ú m e r o bastante r e d u c i d o de
1 6 7
«reyes-druidas» o «druidas-reyes» . E l d r u i d a se e n c u e n t r a e n la

166 C . J u l l i a n (Histoire de la Gaule I I , p p . 4 7 - 4 8 ) n o c o m p r e n d i ó las r a z o n e s r e l i g i o s a s

d e e s t a p r o h i b i c i ó n , p u e s ve e n e l l a s d e s d i c h a d a m e n t e u n a d e l a s « n u m e r o s a s
p r e c a u c i o n e s » t o m a d a s p o r la c i u d a d g a l a c o n t r a la e v e n t u a l a m b i c i ó n d e l t i t u l a r
d e la m a g i s t r a t u r a .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 211 [ N . d e l T . ] .
167 Se trata d e u n a t r a m p a del v o c a b u l a r i o i r l a n d é s q u e ha c a u s a d o m u c h a s víctimas:
el e m p l e o d e la p a l a b r a ri « r e y » c o m o e l e m e n t o s u p e r l a t i v o p r e f i j a d o . L o s l é x i c o s
i g n o r a n g e n e r a l m e n t e este t i p o d e f o r m a c i ó n , b a s t a n t e r a r a . La m i s m a d e s v e n t u r a
p u e d e s u c e d e r c o n la p a l a b r a drui « d r u i d a » p r e f i j a d a a u n n o m b r e d e a r t e s a n o :
 4 . EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y PODER T E M P O R A L 177

c u m b r e d e la j e r a r q u í a y t a m b i é n m á s allá d e las d i s t i n c i o n e s , s i n d e j a r
p o r e l l o d e r e s p e t a r e s c r u p u l o s a m e n t e las j e r a r q u í a s e s p i r i t u a l e s q u e
e s t a b l e c e o d e las q u e d e p e n d e . I n s i s t a m o s u n a v e z m á s e n q u e s o n las
d e l s a b e r y el c o n o c i m i e n t o . U n a v e z d e s i g n a d o , e l e g i d o b a j o el c o n t r o l
d e l o s d r u i d a s , e l r e y se c o n v i e r t e e n u n s u p e r i o r , n o d e l o s d r u i d a s ,
s i n o d e l o s h o m b r e s , y l o s d r u i d a s l o a c o n s e j a n e n su c o n d i c i ó n d e
r e p r e s e n t a n t e s d e l p o d e r í o d i v i n o . E l d r u i d a h a b l a a n t e s q u e e l rey, p o r
su c a l i d a d , p e r o está o b l i g a d o a d a r al r e y c o n s e j o y p r e d i c c i ó n , la f ó r ­
m u l a j u r í d i c a o m á g i c a q u e n o le p u e d e n e g a r . E s p o r c o n s i g u i e n t e
e r r ó n e o pensar, c o m o D ' A r b o i s de Jubainville, e n « u n a especie de p r e -
6 8
l a c i ó n h o n o r í f i c a s o b r e el r e y » ' . L a p a l a b r a « p r e l a c i ó n » está d e s p r o ­
vista d e t o d o s i g n i f i c a d o e n e l c o n t e x t o d e las r e l a c i o n e s e n t r e el r e y y e l
d r u i d a . E s t o es l o q u e e x p l i c a q u e l o s s a n t o s o b i s p o s o a b a d e s s u c e s o r e s
d e P a t r i c i o h a y a n o c u p a d o s i n n i n g u n a d i f i c u l t a d el l u g a r d e l o s d r u i d a s
tras la c r i s t i a n i z a c i ó n , p e r o s i n c u m p l i r sus f u n c i o n e s .
S u s c o n s e c u e n c i a s s o b r e p a s a n n u e s t r o o b j e t i v o , p e r o si, e n e l p l a n o
h u m a n o , e l d r u i d a se h u b i e s e c o n s i d e r a d o s u p e r i o r al rey, h u b i e s e o c u ­
p a d o su l u g a r y sus s u c e s o r e s e c l e s i á s t i c o s l o h u b i e s e n c o n s e r v a d o . D e b e ­
m o s s u p o n e r q u e la o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a d e la I r l a n d a c r i s t i a n a h u b i e s e
sido c o m p l e t a m e n t e distinta, más teocrática q u e militar. A h o r a b i e n , n o
e n c o n t r a m o s n i n g u n a h u e l l a d e a b s o r c i ó n o i n t e n t o d e a b s o r c i ó n d e la
clase g u e r r e r a p o r la clase s a c e r d o t a l a n á l o g a a la « b r a h m a n i z a c i ó n » d e
l o s kshatriyas h i n d ú e s .
E l r e y es e l e g i d o p o r sus p a r e s g u e r r e r o s , a m i g o s y e n e m i g o s , y l o s
d r u i d a s v e l a n a n t e t o d o p o r la r e g u l a r i d a d , la c o n f o r m i d a d y la l e g i t i m i ­
d a d d e las c a n d i d a t u r a s y la e l e c c i ó n . A s í , el r e l a t o Serglige Con Culaind ( « L a
e n f e r m e d a d de C u c h u l a i n n » ) muestra a cuatro provincias de Irlanda
p o n i e n d o f i n a u n a g u e r r a c o n la e l e c c i ó n c o m o rey s u p r e m o d e u n h o m ­
b r e d e la q u i n t a , el U l s t e r , c o n t r a la q u e s i n e m b a r g o se h a b í a n c o a l i g a d o :

« H u b o e n a q u e l l o s t i e m p o s u n a r e u n i ó n p a r a s a b e r si p o d í a n e n c o n ­
t r a r a a l g u i e n a q u i e n p u d i e s e n n o m b r a r rey s u p r e m o . P u e s les r e s u l t a b a

druigoba n o s i g n i f i c a « d r u i d a - h e r r e r o » , s i n o q u e d e s i g n a a u n h e r r e r o c o n g r a n
e x p e r i e n c i a , e s t o es, c o n u n g r a n s a b e r e n su o f i c i o . S o n s u t i l i d a d e s a las q u e los
i r l a n d e s e s m e d i e v a l e s e s t a b a n h a b i t u a d o s . Cf. K i m M c C o n e , « H o u n d s , h é r o e s
a n d h o s p i t a l l e r s i n E a r l y I r i s h M y t h a n d S t o r y » , Ériu, 1 9 8 4 , n . ° 3 5 , p . 6, n o t a 19
( q u i e n r e f u t a la i d e o l o g í a d e las t r e s f u n c i o n e s s i n c o m p r e n d e r l a ) .
168 LesCeltesetleslanguesceltiques, p . 194.
i8
7
I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

d e s a g r a d a b l e q u e la c o l i n a d e la s o b e r a n í a y la s u p r e m a c í a d e I r l a n d a , e s t o
es, T a r a , n o estuviese b a j o el p o d e r d e u n r e y . . . H e a q u í los reyes q u e asis-
t i e r o n a esta r e u n i ó n : M e d b y Ailill, C u R o i y T i g e r n a c h T e t b a n n a c h , hijo
d e L e c h t e , y F i n d , h i j o d e R o s s . N o p i d i e r o n c o n s e j o al r e y d e l o s u l t o n i a -
n o s p o r q u e se h a b í a n a l i a d o c o n t r a el U l s t e r , p e r o o r g a n i z a r o n el f e s t í n d e l
t o r o p a r a s a b e r a q u i é n o t o r g a r í a n la r e a l e z a .

E l f e s t í n d e l t o r o se h a c í a así: se m a t a b a u n t o r o b l a n c o . U n hombre
debía atiborrarse de carne y caldo y dormirse mientras cuatro druidas can-
t a b a n s o b r e él u n a p a l a b r a d e v e r d a d . E n t o n c e s veía e n s u e ñ o s al h o m b r e
q u e d e b í a e l e v a r s e a la r e a l e z a , s u a p a r i e n c i a , s u c a r á c t e r , s u a t u e n d o y el t r a -
b a j o a l q u e s e d e d i c a b a . C u a n d o e l h o m b r e se d e s p e r t ó d e s u s u e ñ o , c o n t ó a
los reyes q u e h a b í a visto a u n j o v e n g u e r r e r o n o b l e y fuerte, c o n d o s cintos
1 6 9
r o j o s , al l a d o d e l l e c h o d e u n h o m b r e e n f e r m o e n E m a i n M a c h a » .

E l h o m b r e e n f e r m o es C u c h u l a i n n y el j o v e n g u e r r e r o n o b l e y f u e r t e
es su h i j o a d o p t i v o , L u g a i d .
E x i s t e u n e j e m p l o a ú n m á s c l a r o d e la i n f l u e n c i a d e l d r u i d a y d e l
p e s o d e su o p i n i ó n e n la e l e c c i ó n d e l n u e v o r e y . C u a n d o , tras la m u e r t e
de Conchobar, los u l t o n i a n o s buscan u n rey, el d r u i d a Genann
G r u a i d h s o l u s ( « e l d e la m e j i l l a b r i l l a n t e » ) , h i j o d e C a t h b a d , i m p o n e la
decisión final:

« G e n a n n G r u a i d h s o l u s , h i j o d e C a t h b a d , d i j o : " S é q u i é n es a h o r a el
candidato-rey de Irlanda, C o r m a c Conloingas, hijo de C o n c h o b a r , el
n o b l e j o v e n d e I r l a n d a . T i e n e t o d o s los d o n e s d e la f o r m a y d e l v a l o r , d e la
h o s p i t a l i d a d y d e la v e r d a d , e t c . C o n c h o b a r , e s p e r a n d o la m u e r t e , le
o r d e n ó a d u e ñ a r s e d e la m o n a r q u í a , p u e s e r a s u h i j o m a y o r . E s el h i j o
adoptivo de Fergus, q u i e n n u n c a cometió n i n g u n a exacción contra n o s o -
tros m i e n t r a s estuvo c o n C o r m a c " .
1 0
Y los u l t o n i a n o s e s t u v i e r o n d e a c u e r d o c o n el d i s c u r s o d e G e n a n n » ' .

L o s d r u i d a s n o s o n q u i e n e s e l i g e n al rey, p e r o , p o r u n l a d o , t i e n e n
la r e s p o n s a b i l i d a d d e las c e r e m o n i a s r e l i g i o s a s q u e m a r c a n la e l e c c i ó n y,
p o r o t r o , i n f l u y e n e n la e l e c c i ó n o la d e t e r m i n a n . A t o d a s l u c e s , esta

169 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a m a l a d i e d e C u c h u -
l a i n n » , Ogam, n . ° IO, p . 2 9 4 -
170 Bruiden Da Chocae ( « E l a l b e r g u e D a C h o c a e » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n.°
21, p . 1 5 0 .
 4. EL D R U I D A Y EL REY: A U T O R I D A D E S P I R I T U A L Y PODER T E M P O R A L
179

b r e v e f ó r m u l a r e s u m e c o r r e c t a m e n t e su f u n c i ó n p o l í t i c a e n las s o c i e d a -
d e s celtas d e l p e r i o d o a l t o . M á s t a r d e , e n la é p o c a c r i s t i a n a , a t e s t i g u a d a
p o r el Senchus Mor, la ley i r l a n d e s a e n p r i n c i p i o p l a n t e a e x p l í c i t a m e n t e la
r e s p o n s a b i l i d a d c o m ú n del file y e l rey, c o n j u n t a m e n t e c o n la d e l o b i s p o
( s u c e s o r d e l d r u i d a ) y la d e l j e f e m i l i t a r e n el e j e r c i c i o d e sus f u n c i o n e s .
E s u n a p r u e b a s u p l e m e n t a r i a d e la s o l i d e z y la m i n u c i o s i d a d d e la o r g a -
n i z a c i ó n j u r í d i c a y constitucional d i r e c t a m e n t e h e r e d a d a de u n a t r a d i -
c i ó n arcaica:

« H a y siete p r u e b a s q u e a t e s t i g u a n la m e n t i r a d e t o d o rey: d e s p l a z a r u n
s í n o d o f u e r a d e s u s e d e , estar s i n v e r d a d y s i n ley e n la i l e g a l i d a d , a m e n o s
q u e las s o l i c i t u d e s d e las p a r t e s n o s o b r e p a s e n el d e r e c h o ; la d e r r o t a e n la
b a t a l l a , la h a m b r u n a d u r a n t e s u r e i n a d o , v a c a s s e c a s , f r u t o s arruinados,
c a r e s t í a d e g r a n o . S o n l o s s i e t e c i r i o s e n c e n d i d o s q u e a t e s t i g u a n la m e n t i r a
1 7 1
de todo rey» .

L a s a n c i ó n l e g a l es la m i s m a :

« H a y c u a t r o d i g n a t a r i o s d e c a n t ó n q u e p u e d e n ser d e g r a d a d o s : u n rey d e
j u i c i o falso, u n o b i s p o e s c a n d a l o s o , u n p o e t a f r a u d u l e n t o y u n jefe q u e n o
1 7 2
c u m p l e s u s f u n c i o n e s . A e l l o s n o se l e s o t o r g a n i n g u n a compensación» .

E s t o n o evita q u e e n e l p r i m e r s i g l o d e la c r i s t i a n i z a c i ó n la b a l a n z a ,
h a s t a e n t o n c e s b i e n e q u i l i b r a d a e n t r e e l r e y y e l d r u i d a , se i n c l i n a s e
p e s a d a m e n t e e n f a v o r d e l o s d r u i d a s c o n v e r t i d o s q u e s o n los filid. E s
n e c e s a r i o t o d o el p o d e r d e D i o s , e l a f e c t o f r a t e r n a l y la p i a d o s a e i n t e l i -
g e n t e a s t u c i a d e u n s a n t o p a r a a t e n u a r la g r a v e d a d d e l a p r i e t o d e u n rey
de C o n n a u g h t :

« U n a v e z e l v i e j o file S e n c h a n , g r a n d o c t o r d e I r l a n d a , l l e g ó c o n s u
p e s a d a c o m p a ñ í a a la r e s i d e n c i a d e G u a i r e , h i j o d e C o l m a i n , rey d e Con-
n a u g h t . H e aquí su n ú m e r o : nueve h o m b r e s de cada arte, ciento c i n c u e n t a
poetas, c i e n t o c i n c u e n t a estudiantes. C a d a u n o de ellos tenía d o s m u j e r e s ,
u n s e r v i d o r y u n g a l g o , c o m o d i c e el p o e t a :
Ciento cincuenta poetas que n o son cortesanos; ciento cincuenta estu-
diantes-;- d o s m u j e r e s , u n s e r v i d o r y u n p e r r o c o n c a d a h o m b r e ,
Es l o q u e G u a i r e a l i m e n t a e n u n a sola casa.

171 Ancient Laws oflreland IV, p . 52.

172 Ibid., I , p . 5 4 .
i8o I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

G u a i r e c o n s t r u y ó u n g r a n p a l a c i o p a r a ellos e n D u r l u s , d o n d e los s i r -
v i e r o n y se o c u p a r o n d e e l l o s d u r a n t e u n a ñ o y c u a t r o m e s e s , tal c o m o d i j o
el p r o p i o S e n c h a n c u a n d o d e j ó a G u a i r e :
" T e d e j o , o h , G u a i r e el P u r o . T e o t o r g a m o s n u e s t r a b e n d i c i ó n .
U n a ñ o y c u a t r o m e s e s , es e l t i e m p o q u e h e m o s p a s a d o c o n t i g o , o h , r e y
[supremo".
G u a i r e tuvo q u e p r o c u r a r l e s t o d o lo q u e d e s e a b a n d u r a n t e t o d o este
t i e m p o o s u f r i r la s á t i r a d e t o d a la t r o p a . Y a u n q u e f u e s e d i f í c i l obtener
t o d o l o q u e d e s e a b a n , t a l c o m o s e l e e e n e l l i b r o q u e s e l l a m a d e la P e s a d a
C o m p a ñ í a . G u a i r e e n c o n t r ó t o d o p o r la gracia d e D i o s y los m i l a g r o s d e su
g e n e r o s i d a d . M a r b a n , p o r q u e r o de G u a i r e , q u e era t a m b i é n su h e r m a n o ,
y q u e vivía e n u n a g r a n s a n t i d a d , l l e g ó e n t o n c e s a n t e la p e s a d a compañía
p a r a r e p r o c h a r l e s su m e n d a c i d a d , su injusticia y su grosería. P u e s d e p l o -
r a b a sus j u i c i o s i n i c u o s c o n t r a G u a i r e , la g e n t e d e C o n n a u g h t y l o s c l a n e s
l i b r e s d e I r l a n d a e n g e n e r a l . M a r b a n i n v o c ó la r e p r o b a c i ó n y l a m a l d i c i ó n
d e D i o s t o d o p o d e r o s o s o b r e e l l o s si e m i t í a n u n j u i c i o f a l s o c o n t r a c u a l -
q u i e r p e r s o n a e n I r l a n d a hasta q u e le c o n t a s e n las h i s t o r i a s del r o b o del
1 3
ganado de C o o l e y » ' .

Y l o s filid se v a n a t r a v é s d e I r l a n d a , s i n e n c o n t r a r n a d a q u e c o n t a r
d u r a n t e m á s d e u n a ñ o , c o n el g r a n a l i v i o d e l b u e n r e y c u y o s b i e n e s y
paciencia habían puesto a prueba rudamente.
L a p a c i e n c i a , la g e n e r o s i d a d y la b o n d a d d e G u a i r e s o n v i r t u d e s c r i s -
t i a n a s y ya n o r e g i a s o d r u í d i c a s . C o n r e s p e c t o a tales v i r t u d e s , l o s filid,
o d i o s o s p o r sus e x i g e n c i a s y su g r o s e r í a , p e r d i e r o n el p r e s t i g i o , así c o m o
la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l d e su clase, y se o p u s i e r o n al rey y a su h e r m a n o .
E s t e ú l t i m o l o s v e n c i ó , n o p o r su s a b e r o su m a g i a , s i n o p o r su s a n t i d a d .
S i n e m b a r g o , las e x i g e n c i a s e x a g e r a d a s d e la P e s a d a C o m p a ñ í a n o m a r -
c a n la d e c a d e n c i a d e la clase s a c e r d o t a l —Irlanda ya h a b í a c o n o c i d o o t r o s
m a l o s d r u i d a s y o t r o s m a l o s filid—, s i n o la o p o s i c i ó n e n t r e el rey y el
1 7 4
d r u i d a , p r u e b a d e l d e c l i v e y c o n f i r m a c i ó n d e la r u i n a .

173 Betha Collumb Chille ( « L a v i d a d e s a n C o l u m b a n o » ) , e d . A n d r e w K e l l e h e r , /(eitschrift

fürCeltischePhilologie, n . ° 9, p p . 2 4 2 - 2 4 4 -
e s t e
1 7 4 Así> t e x t o p r i v i l e g i a , t a r d í a m e n t e p e r o d e u n a f o r m a m u y c a r a c t e r í s t i c a , el
p o d e r t e m p o r a l a c o s t a d e la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l . U n a d e las p o s t r e r a s c o n s e c u e n -
cias d e la c r i s t i a n i z a c i ó n s e r á la a n u l a c i ó n d e l s i m b o l i s m o z o o m o r f o y l é x i c o d e l
d r u i d a y d e l r e y . P e r o tal e r a la f u e r z a d e e s t e ú l t i m o , q u e s o b r e v i v i ó casi i n t a c t o e n
el v o c a b u l a r i o y l o s u s o s o n o m á s t i c o s d e l o s c e l t a s . L a f r e c u e n c i a d e las p a l a b r a s art
« o s o » (y « p i e d r a » ) e n i r l a n d é s y arth e n g a l e s se m a n i f i e s t a e s e n c i a l m e n t e e n
 5. LOS T R E S « P E C A D O S » D E L D R U I D A 181

5. L O S T R E S « P E C A D O S » D E L D R U I D A

Sabemos en qué consisten los « p e c a d o s » del g u e r r e r o . U n héroe,

h u m a n o o d i v i n o , n e c e s a r i a m e n t e m í t i c o , c o m e t e , l o m á s a m e n u d o al
f i n a l d e s u v i d a —y p o r t a n t o d e sus hazañas—, tres faltas g r a v e s c o n t r a r i a s
a las r e g l a s o la d e o n t o l o g í a d e s u o f i c i o y q u e se r e f i e r e n a t o d a la s o c i e -
d a d , p o r q u e se r e p a r t e n e n t r e l o s tres n i v e l e s f u n c i o n a l e s d e la i d e o l o g í a
175
tripartita .
P o r e s o , n o es i m p o s i b l e q u e a l g ú n d í a e n c o n t r e m o s a u n e s p e c i a l i s t a
c e l t a d e la g u e r r a , d i o s o h é r o e , c u l p a b l e d e las t r e s faltas f a t í d i c a s q u e
j a l o n a n su e x i s t e n c i a o l e p o n e n f i n . P e r o el h o m ó l o g o c e l t a d e H é r c u -
les, C u c h u l a i n n , m u e r e d e p i e , f r e n t e al e n e m i g o , s i n q u e n a d a v e n g a a
m e r m a r su g l o r i a terrestre. P o r o t r o l a d o , los e s q u e m a s t r i f u n c i o n a l e s ,
c u a n d o existen e n Irlanda, pasan a m e n u d o desapercibidos p o r q u e apa-
r e c e n e n c o n t e x t o s d o n d e n o se l o s e s p e r a . A d e m á s , al d r u i d a , c o m o al
g u e r r e r o , n o se l o s o r p r e n d e c o n f a c i l i d a d e n e l f l a g r a n t e d e l i t o d e

a n t r o p ó n i m o s ligados a la c o n d i c i ó n real, n o m b r e s d e p r í n c i p e s o d e reyes, s i e n d o

el p r i m e r o y el m á s i m p o r t a n t e p o r t a d o r d e l n o m b r e A r t , h i j o d e C o n C e t c h a t h a c h
( « e l d e las C i e n B a t a l l a s » ) y p a d r e d e l g r a n r e y j u e z C o r m a c . E l e q u i v a l e n t e g a l e s ,
o m á s b i e n b r i t ó n i c o , es m u c h o m á s c é l e b r e p u e s se t r a t a d e A r t u r o , c o n la s a l v e -
d a d d e q u e las r e l a c i o n e s d e d e r i v a c i ó n d e l g a l e s arth « o s o » y d e l n o m b r e d e Arthur
n o e s t á n d e f i n i t i v a m e n t e a c l a r a d a s (se h a a s o c i a d o Arthur al n o m b r e l a t i n o d e u n a
gensArtoria, l o q u e p a r e c e i n c o m p a t i b l e c o n el s i m b o l i s m o c e l t a ) . L a r a í z arto- o artio-
, p o r ú l t i m o , e s t á a t e s t a d a e n c e l t a c o n t i n e n t a l d e la a n t i g ü e d a d c o n t a n t a f r e c u e n -
cia, q u e s u s i g n i f i c a d o y e m p l e o m e t a f ó r i c o s n o s u s c i t a n n i n g u n a d u d a . Otro
n o m b r e celta d e l o s o es matu-, a t e s t a d o t a n t o e n las islas c o m o e n el c o n t i n e n t e . U n
d r u i d a i r l a n d é s se l l a m a Mathgen (*matu-genos « n a c i d o del o s o » ) , lo que indica u n
o r i g e n g u e r r e r o , p u e s el o s o está c o n s i d e r a d o u n g u e r r e r o r e a l . P e r o el p r i n c i p a l
p e r s o n a j e es e l r e y M a t h d e l Mabinogi de Math, hijo de Mathonwy. E n c u a n t o al j a b a l í
( i r l a n d é s torch, gales twrch, b r e t ó n tourc'h), es u n s í m b o l o s a c e r d o t a l p u r o , c o n c r e t i -
z a d o p r i n c i p a l m e n t e e n l a caza d e l Twrch Trwyth o j a b a l í b l a n c o , d i r i g i d a p o r e l r e y
A r t u r o s e g ú n el M a b i n o g i g a l e s d e K u l h w c h y O l w e n . E l j a b a l í lleva e n s u s c e r d a s
u n a p a r t e d e l o s t a l i s m a n e s m a r a v i l l o s o s n e c e s a r i o s p a r a el m a t r i m o n i o de
K u l h w c h y O l w e n . E n la G a l i a la c o n d i c i ó n s a c e r d o t a l se m a n i f i e s t a e n las e n s e ñ a s
m i l i t a r e s ^ a u n q u e el j a b a l í n o es m i l i t a r (véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , «Notes
d ' E t y m o l o g i e e t d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s e t c e l t i q u e s X X I X . 1 3 4 - L a " p i e r r e ",
l ' " o u r s " et le " r o i " , g a u l o i s A r t o s , i r l a n d a i s A r t , gallois a r t h , b r e t ó n a r z h . L e n o m
d u r o i A r t h u r » , Celticum, 1 9 6 7 , n . ° 1 6 , p p . 2 1 5 - 2 3 8 ) . Si C é s a r p u e d e e n ú l t i m a
i n s t a n c i a s i m b o l i z a r la l o b a r o m a n a , V e r c i n g é t o r i x n o t i e n e n a d a q u e v e r c o n el
jabalí druídico. Sólo podría haber sido u n « o s o » o u n « t o r o (bravo)».
175 G e o r g e s D u m é z i l , Heur et malheur duguerrier, 1985, segunda parte « L e s trois peches
d u g u e r r i e r » , p p . 7 1 - 1 3 L T r a d . e s p . c i t a d a supra, n o t a 1 3 2 .
i82 I I . EL D R U I D A E N LA S O C I E D A D

i n c u m p l i m i e n t o d e u n a r e g l a d e su c l a s e , p u e s e l d r u i d a i g n o r a n t e o e l
g u e r r e r o c o b a r d e a p e n a s t i e n e n s i t i o e n la s o c i e d a d i r l a n d e s a .
N o obstante, tenemos a u n druida, y no u n guerrero, que termina
t r á g i c a m e n t e sus d í a s . E s m í t i c o , p o r s u p u e s t o , p e r o n o i m p o r t a , p u e s es
c a r a c t e r í s t i c o d e la i n t e r p r e t a c i ó n celta d e la S o b e r a n í a q u e su falta c a p i -
tal, t r i p l e p o r l o d e m á s , n o sea n i la d e s m e s u r a d e l o r g u l l o n i la i g n o -
1 7 6
r a n c i a , n i s i q u i e r a la s e d o el a p e t i t o d e p o d e r , sino el h e c h o de a p r o -
piarse del t r o n o .
P o r l o q u e s a b e m o s , este e j e m p l o es ú n i c o . S e e n c u e n t r a e n el v i e j o e
i r r e m p l a z a b l e Glosario de Cormac, v e r s i ó n d e l C o d e x B d e W . S t o k e s (Libro
Amarillo de Lecan) c o n t o d a la p r e c i s i ó n y la c o n c i s i ó n d e s e a b l e s :

« G a i e r había a d o p t a d o a N e d e , hijo de su h e r m a n o A d n a e , p o r q u e no
t e n í a h i j o s . P e r o l o s p e n s a m i e n t o s d e l a m u j e r d e G a i e r se f i j a r o n e n N e d e
y le d i o u n a m a n z a n a d e p l a t a p o r su a m i s t a d . N e d e n o c o n s i n t i ó a lo q u e
e l l a p e d í a . L e p r o m e t i ó e n t o n c e s l a m o n a r q u í a d e s p u é s d e C a i e r si q u e r í a
v e n i r a e l l a . " ¿ C ó m o p o d r í a y o s u c e d e r al r e y ? " , d i j o . " N o es difícil —dijo
la mujer—, h a z u n a s á t i r a c o n t r a él, s u f r i r á u n a t a r a y u n h o m b r e afectado
p o r u n a tara n o p u e d e seguir s i e n d o rey". " M e resulta difícil h a c e r esto.
C a i e r n o m e d a r á n u n c a la o c a s i ó n n e g á n d o m e a l g o , p u e s n o h a y n a d a e n
el m u n d o q u e n o m e d é " . " S é u n o b j e t o —dijo la m u j e r — , q u e n o te r e g a -
lará: u n p u ñ a l q u e le h a n t r a í d o d e E s c o c i a . N o te lo d e j a r á p o r q u e t i e n e
p r o h i b i d o separarse de él".

N e d e p i d i ó el p u ñ a l a C a i e r . " D e s g r a c i a d o d e m í —dijo Caier—, t e n g o

p r o h i b i d o s e p a r a r m e d e é l " . N e d e h i z o e n t o n c e s u n ^ l a m dicinn c o n t r a é l y
t r e s g r a n o s le c r e c i e r o n e n las m e j i l l a s . H e a q u í la s á t i r a :

"Mal, m u e r t e , corta vida a Caier,

q u e las e s p a d a s d e c o m b a t e h i e r a n a C a i e r . . .
C a i e r b a j o t i e r r a , b a j o las p a r e d e s , b a j o las p i e d r a s . . . " .
A la m a ñ a n a s i g u i e n t e , C a i e r f u e a la f u e n t e . S e l l e v ó la m a n o al r o s t r o y
e n c o n t r ó los t r e s g r a n o s c a u s a d o s p o r la sátira: V e r g ü e n z a , M a n c i l l a o F e a l -
d a d , r o j o , v e r d e y b l a n c o . P a r a q u e n a d i e viese su d e c a i m i e n t o , h u y ó a D u n
C e r m n a i , refugiándose con Cacher, hijo de Etarscele.

N e d e se a p r o p i ó d e l a m o n a r q u í a d e C o n n a u g h t d e s p u é s d e C a i e r y f u e
r e y d u r a n t e u n a ñ o . . . N e d e e n t r ó e n c a r r o e n la f o r t a l e z a ( d o n d e se h a b í a

176 H e m o s e s t u d i a d o d e t a l l a d a m e n t e , e n l o s Textes rnythologiques irlandais 1/2, c a p í t u l o I V ,

_
« T a r a et l ' I r l a n d e r o y a l e » , p p . I27 I29, la d i s p u t a , ú n i c a t a m b i é n , e n t r e el
d r u i d a q u e i g n o r a y el r e y q u e c o n t r a d i c e al d r u i d a .
 5. LOS T R E S « P E C A D O S » D E L D R U I D A I8 3

r e f u g i a d o el r e y C a i e r ) y l o s p e r r o s s i g u i e r o n el r a s t r o d e C a i e r h a s t a la
p i e d r a q u e estaba d e t r á s d e la f o r t a l e z a . C a i e r m u r i ó d e v e r g ü e n z a al v e r a
N e d e y e n ese m o m e n t o la r o c a estalló y a r d i ó . U n f r a g m e n t o d e r o c a saltó
1 7 7
al o j o d e N e d e y le e n t r ó e n la c a b e z a . . . » .

Este file ( o d r u i d a ) c o m e t e s u c e s i v a m e n t e tres faltas g r a v e s :

1. E n el p l a n o d e la p r i m e r a f u n c i ó n s a c e r d o t a l :
P r o n u n c i a u n a sátira i n j u s t a y , así, a b u s a d e su s a c e r d o c i o al r e c l a m a r
al r e y u n p u ñ a l q u e éste n o p u e d e d a r l e s i n v i o l a r u n i n t e r d i c t o . L a
sátira es m a l a p o r q u e c o n d e n a a u n h o m b r e i n o c e n t e y j u s t o .
2 . E n el p l a n o d e la s e g u n d a f u n c i ó n g u e r r e r a (y r e g i a ) :
U s u r p a la m o n a r q u í a y esta u s u r p a c i ó n se v e a g r a v a d a , e n e l r e l a t o ,
p o r l a u t i l i z a c i ó n d e l c a r r o d e l r e y , la p e r s e c u c i ó n y la m u e r t e d e l r e y :
d e b i l i t a d o f í s i c a m e n t e p o r las ú l c e r a s , C a i e r m u e r e d e v e r g ü e n z a al v e r a
N e d e . E l d r u i d a se h a a p r o p i a d o i n d e b i d a m e n t e , a r t e r a m e n t e , del
poder temporal.
3 . E n el p l a n o d e la t e r c e r a f u n c i ó n , e n l o q u e t i e n e m á s d e i n c o m -
p a t i b l e c o n la e s e n c i a d e l s a c e r d o c i o , la v o l u p t u o s i d a d física:
C o m e t e a d u l t e r i o al c e d e r a l a t e n t a c i ó n f e m e n i n a y , p o r si f u e r a
p o c o , aceptar convertirse e n c ó m p l i c e de u n a esposa culpable. N o sólo
u s u r p a la m o n a r q u í a , s i n o q u e t a m b i é n v i o l a la p u r e z a d e l m a t r i m o n i o
r e a l . L a u s u r p a c i ó n d e s t r u y e la S o b e r a n í a e n l o q u e t i e n e d e m á s d i g n o
y necesario.
L a h i s t o r i a n o n o s d i c e n a d a d e la s u e r t e d e la m u j e r , p e r o el c a s t i g o
d e l d r u i d a es s i m b ó l i c a m e n t e e j e m p l a r :
— m u e r e p o r u n a e s q u i r l a d e la r o c a q u e l e salta y « a r d e » p a r a c a s -
t i g a r l o p o r la m u e r t e d e l r e y al q u e h a s a t i r i z a d o i n j u s t a m e n t e ;
— el f r a g m e n t o d e p i e d r a q u e le e n t r a e n la c a b e z a l o h a c e p o r el
o j o , ó r g a n o d e l a vista y t a m b i é n , e n u n d r u i d a , d e l a v i d e n c i a :
n o s u p o p r e d e c i r su p r o p i a m u e r t e .
L o s f u r ú n c u l o s s o n t r e s : V e r g ü e n z a , M a n c i l l a y F e a l d a d (on ocus anim
ocus easbaidh) y t i e n e n c o l o r , r o j o , v e r d e y b l a n c o (deargocusglas ocus han),
p e r o es d u d o s o q u e estos e l e m e n t o s t r i p l e s t e n g a n u n v a l o r t r i f u n c i o n a l ,
al m e n o s e n l a c o m p r e n s i ó n i r l a n d e s a d e l o s h e c h o s .

177 E d . W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaries, L o n d r e s , 1 8 6 2 , p p - X x x v i - x x x v i i i ; K u n o

Meyer, «Sanas Cormaic, an O í d Irish Glossary», Anécdota from Irish M a n u s -
cripts IV, H a l l e - D u b l í n , 1912, p p . 5 8 - 6 0 .
 JERARQUÍAS DE LA M O N A R Q U Í A IRLANDESA

rey s u p r e m o d e I r l a n d a r e s i d e n t e e n T a r a
p r o v i n c i a d e M e a t h (Mide « c e n t r o » )

c u a t r o reyes de p r o v i n c i a s « p e r i f é r i c a s » :
Ulster,
Connaught,
Munster,
Leinster.

E n cada provincia u n n ú m e r o variable

d e r e y e s d e c a n t o n e s (tuatha).

Hay posibilidad de:

— b i p a r t i c i ó n p o r r e p a r t o territorial del d o m i n i o real (Ulster, I r l a n d a mítica:
Norte y Sur);
— t r i p a r t i c i ó n p o r r o t a c i ó n t e m p o r a l (tres reyes d u r a n t e siete a ñ o s cada u n o ) .

C U A D R O Q U E R E S U M E LAS RESPECTIVAS C U A L I D A D E S
DEL DRUIDAY DEL REY

EL DRUIDA EL REY
— Se convierte en sacerdote al término de — Se designa mediante elección entre los
una larguísima iniciación. Es el interme- guerreros bajo el control de los druidas.
diario entre los dioses y los hombres Es el intermediario entre los druidas y el
(guerreros y artesanos) representados por resto de la sociedad. Es el igual del druida
el rey. (por su elección) siendo inferior a él.

— Ostenta la autoridad espiritual y, como tal: — Ejerce el poder temporal:

— administra lo sagrado, — administración de la sociedad:
— es el único responsable del saber, del — justicia (el druida fija la ley),
conocimiento, de todas las especulaciones — mantenimiento del equilibrio y de la
y actividades intelectuales y religiosas coherencia social,
(sacrificios, magia, medicina, derecho, — garantía de la prosperidad y la inte
predicción, adivinación, genealogía, etc.). gridad territorial del reino.

— Orienta y aconseja. A veces vincula con — Actúa después de haber escuchado el con-
una conminación o un interdicto. sejo o la opinión del druida. La palabra
del rey hace efectivas las intenciones del
— El druida habla antes que el rey. druida.

— N o está sometido a ningún tipo de obli- — Está sometido a interdictos, sobre todo
gación o interdicción. geográficos (prohibición de dejar el
territorio).
— Debe estar exento de toda tara y de todo
defecto físico o intelectual. — Debe estar exento de toda tara física o
intelectual.
 5. LOS T R E S « P E C A D O S » DEL D R U I D A 185

NOTA A D I C I O N A L

S i g u i e n d o u n v i e j í s i m o p r i n c i p i o i n d o e u r o p e o , la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l y el p o d e r
t e m p o r a l c o n s t i t u y e n l o q u e se h a d a d o e n l l a m a r la S o b e r a n í a , e x p r e s a d a y s i m -
b o l i z a d a e n la I n d i a v é d i c a p o r la p a r e j a d i v i n a M i t r a - V a r u n a . A h o r a b i e n , h u e l g a
d e c i r q u e la r e a l e z a es d e e s e n c i a f e m e n i n a c o n r e s p e c t o al s a c e r d o c i o y d e e s e n c i a
m a s c u l i n a c o n r e s p e c t o a la clase g u e r r e r a ( d e la q u e sale el rey) ( A . K . C o o m a r a s -
w a m y , « A u t o r i t é S p i r i t u e l l e e t P o u v o i r T e m p o r e l » , op. cit., p á s s i m ) . E s t o e x p l i c a ,
p o r u n l a d o , p o r q u é las d i v i n i d a d e s g u e r r e r a s d e l o s celtas s o n d i o s a s (véase n u e s -
t r a o b r a La Souverainetéguerriére de l'Irlande, op. cit., p á s s i m ) y , p o r o t r o l a d o , p o r q u é e l
m a t r i m o n i o d e l d r u i d a n o es u n a o b l i g a c i ó n c o m o e l d e l r e y . E s t o e x p l i c a t a m b i é n
las r e l a c i o n e s a v e c e s p r i v i l e g i a d a s e n t r e l o s r e y e s o l o s h é r o e s c o n las m u j e r e s d e l
sid, c o m p a r a b l e s a l a s d e l o s h é r o e s c o n l a s v a l q u i r i a s e n e l Valhalla g e r m á n i c o , o a
l a s d e l o s kshatriyas c o n l a s apsaras e n l a I n d i a v é d i c a . Y c o m o e l j o v e n q u e t o d a v í a n o
h a c o m b a t i d o es f e m e n i n o c o n r e s p e c t o a l g u e r r e r o d e m á s e d a d , p o r f i n t e n e m o s
la e x p l i c a c i ó n t r a d i c i o n a l d e los « K a m e r a d s c h a f t e n » o , p a r a d e c i r l o c o n m á s c l a -
r i d a d , d e la h o m o s e x u a l i d a d m a s c u l i n a q u e , d e s d e los p r i m e r o s historiadores
g r i e g o s , t a n a m e n u d o se les h a r e p r o c h a d o a l o s g a l o s . D e h e c h o , se t r a t a d e u n
d e s e n l a c e p a n i n d o e u r o p e o , real y superficial e n sus c o n s e c u e n c i a s prácticas, y q u e
a n u e s t r a é p o c a le c u e s t a m u c h o c o m p r e n d e r d e s d e este p u n t o d e vista (véase el
l i b r o d e B e r n a r d S e r g e n t , L'homosexualitédans ¡a mythologiegrecque, París, 1984 [trad.
esp.: ed. Alta Fulla, Barcelona, 1986]).
 III. TÉCNICAS RITUALES Y MÁGICAS DE LOS DRUIDAS

D e las c o n s i d e r a c i o n e s p r e c e d e n t e s se d e s p r e n d e q u e e l « c o m e t i d o » d e
los druidas abarcaba los aspectos esenciales del culto y de los ritos. N o s
g u s t a r í a d e s c r i b i r e n d e t a l l e , y d e f o r m a o b j e t i v a y s i s t e m á t i c a , las d i v e r ­
sas t é c n i c a s d e las q u e e r a n d e p o s i t a r i o s . D e s g r a c i a d a m e n t e , n o p o d e ­
m o s h a c e r l o d i r e c t a m e n t e , p u e s e l m u n d o c é l t i c o , p o r las r a z o n e s q u e
trataremos de d e t e r m i n a r más adelante, n o ha dejado nada c o m p a r a b l e
a l o s brahmanas d e la I n d i a , n i s i q u i e r a a l o s Fastos d e O v i d i o . P e r o , p a r a
n u e s t r o p r o p ó s i t o , q u e es e s t u d i a r e l « t i p o » d e l d r u i d a tal y c o m o l o
c o n c e b í a n y d e s e a b a n los celtas, los relatos l e g e n d a r i o s c o l m a n e n g r a n
p a r t e esa l a g u n a . Q u é d u d a c a b e d e q u e m u c h a s o p e r a c i o n e s , s o b r e t o d o
m á g i c a s , a t r i b u i d a s a l o s d r u i d a s e n tales r e l a t o s n o se c o r r e s p o n d e n c o n
la e s t r i c t a r e a l i d a d , p e r o , s e g u r a m e n t e , las d e f o r m a c i o n e s f u e r o n r e a l i ­
z a d a s a p a r t i r d e ésta, d e l m i s m o m o d o q u e las c a p a c i d a d e s d e m u c h o s
s a n t o s d e la h a g i o g r a f í a i r l a n d e s a h a n d e s e r a n a l i z a d a s a p a r t i r d e las
c o n c e p c i o n e s « d r u í d i c a s » . P o r lo tanto, revisaremos los m o d o s de
acción y los p o d e r e s de los druidas c o m o C a t h b a d y M o g R u i t h . L a ú n i c a
d i f i c u l t a d será el s a c r i f i c i o , p u e s a p e n a s e s t a m o s c o m e n z a n d o a d i s c e r n i r
u n o s p o c o s r a s g o s d e sus t é c n i c a s y r i t o s . E n e l c a p í t u l o II ( p á g i n a s 1 0 6 -
I 2 l ) h e m o s " d i c h o t o d o c u a n t o h a b í a q u e d e c i r s o b r e su n e c e s i d a d y su
justificación doctrinal inmediatas.
Q u e r e m o s a d v e r t i r t a m b i é n q u e l o q u e s i g u e n o es d e n i n g ú n m o d o
u n r e p e r t o r i o exhaustivo ni, m u c h o m e n o s , u n m a n u a l de magia céltica.
L o q u e i n t e n t a m o s es c l a s i f i c a r e n l a m e d i d a d e l o p o s i b l e u n o s h e c h o s
q u e , p o r la n a t u r a l e z a d e l o s r e l a t o s , a m e n u d o a p a r e c e n c o m o h e t e r ó -
i88 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

d i t o s o , p r e c i s a m e n t e , i n c l a s i f i c a b l e s . A l m a r g e n d e q u e la c o m p r e n s i ó n
profunda de unas o p e r a c i o n e s mágicas descritas a veces de forma
i n c o m p l e t a y s u p e r f i c i a l n o está al a l c a n c e d e c u a l q u i e r a , c o n v i e n e a b s -
t e n e r s e , e n u n p r i m e r m o m e n t o , d e b u s c a r e x p l i c a c i o n e s e x t e r n a s a la
e s t r u c t u r a i n d o e u r o p e a p r i m i t i v a a través d e la c o m p a r a c i ó n d e h e c h o s o
capacidades mágicas arbitrariamente separadas de su c o n t e x t o . Un
h e c h o m á g i c o — l ó g i c a m e n t e , l o s hay— c o m ú n al d r u i d i s m o y al c h a m a -
n i s m o n o basta p a r a p r o b a r la i n f l u e n c i a d e l s e g u n d o s o b r e el p r i m e r o .
E s t e c a p í t u l o es m u y i m p o r t a n t e , p o r q u e el v o l u m e n d e d o c u m e n t o s
es e n o r m e y p o r q u e la m a y o r í a d e e l l o s t i e n e n u n i n t e r é s r e a l . A q u í
n a d a es b a n a l . P e r o e l l e c t o r n o d e b e p e r d e r d e vista e n ningún
m o m e n t o el h e c h o d e q u e la m a g i a s ó l o t i e n e v a l o r t r a d i c i o n a l y r e l i -
g i o s o e n la m e d i d a e n q u e se i n t e g r a e n u n c o n o c i m i e n t o y u n a t é c n i c a
ritual significativos. E n n i n g ú n m o m e n t o d e b e n i p u e d e ser i n t e r p r e -
tada c o m o u n c o n j u n t o de técnicas o saberes, e m p í r i c o s o n o , q u e p r o -
p o r c i o n a n a u n i n d i v i d u o n o cualificado u n m e d i o cualquiera de c o e r -
c i ó n s o b r e el r e s t o d e la s o c i e d a d . N o s r e f e r i m o s a la m a g i a e n t a n t o q u e
p a r t e d e la T r a d i c i ó n , n o a la d e B o r r a s .

1. EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y L O S I N T E R D I C T O S .
PRESAGIO Y A D I V I N A C I Ó N

1 . 1 . E L « B A U T I S M O » Y LA NOMINACIÓN
L o s d r u i d a s , q u e , c o m o h e m o s v i s t o , se o c u p a n d e la m u e r t e , también
i n t e r v i e n e n al p r i n c i p i o d e la e x i s t e n c i a . E n I r l a n d a « b a u t i z a n » y e l i g e n
el n o m b r e a p a r t i r d e u n a p a r t i c u l a r i d a d o d e u n a c i r c u n s t a n c i a n o t a b l e .
F u e así c o m o C u c h u l a i n n , a n t e s l l a m a d o S é t a n t a , r e c i b i ó s u n o m b r e
d e f i n i t i v o d e l d r u i d a C a t h b a d . T r a s h a b e r m a t a d o al p e r r o d e p r e s a d e l
h e r r e r o C u l a n n , él m i s m o p r o n u n c i ó u n a s e n t e n c i a t a n j u s t a q u e el rey
C o n c h o b a r y su d r u i d a q u e d a r o n maravillados:

« " ¿ Q u é j u i c i o emitirás sobre esto, m u c h a c h o ? " , dijo C o n c h o b a r . "Si

existe e n I r l a n d a u n c a c h o r r o d e la m i s m a r a z a , l o c r i a r é h a s t a q u e sea t a n
capaz c o m o s u p a d r e . M i e n t r a s , yo m i s m o s e r é el p e r r o q u e p r o t e g e r á los
r e b a ñ o s , l o s b i e n e s y la t i e r r a d e C u l a n n " . " E s u n j u i c i o j u s t o , m u c h a c h o " ,
d i j o C o n c h o b a r . " E n v e r d a d —dijo C a t h b a d — , n o s o t r o s n o h u b i é r a m o s
p r o n u n c i a d o u n o m e j o r . ¿ P o r q u é n o te l l a m a m o s C u c h u l a i n n ( P e r r o de
C u l a n n ) ? " . " N o —dijo el j o v e n — , p r e f i e r o m i n o m b r e , S é t a n t a , h i j o d e
 1 . EL « B A U T I S M O » DRUÍOICO Y L 0 5 INTERDICTOS l8 9

S u a l t a m " . " N o digas e s o , m u c h a c h o —dijo C a t h b a d — , p u e s , e n cuanto

o i g a n ese n o m b r e , los h o m b r e s d e I r l a n d a y E s c o c i a n o h a r á n o t r a cosa q u e
h a b l a r d e é l " . " C u a l q u i e r a q u e sea m i n o m b r e , será b u e n o p a r a m í " , d i j o .
Y , a p a r t i r d e a q u e l m o m e n t o , se q u e d ó c o n este n o m b r e c é l e b r e , Cuchu-
1
l a i n n , p o r q u e h a b í a m a t a d o al p e r r o d e C u l a n n » .

E l « b a u t i s m o » d e l rey C o n c h o b a r es a ú n más i n t e r e s a n t e :

« F u e e n t o n c e s c u a n d o n a c i ó el n i ñ o , c o n u n g u s a n o e n c a d a m a n o , y
fue c o n la e s p a l d a s o b r e l o s t a l o n e s (es d e c i r , e n p o s i c i ó n fetal) h a s t a el r í o
q u e l l e v a p o r n o m b r e C o n c h o b a r . E l r í o l e p a s ó p o r la e s p a l d a . C a t h b a d l o
c o g i ó , l o c o l o c ó e n s u r e g a z o y l e d i o el n o m b r e d e l r í o , C o n c h o b a r , hijo
2
d e F a c h t n a . L u e g o , d i o gracias p o r él y p r o f e t i z ó su f u t u r o . . . » .

E s t e f r a g m e n t o h a c e p e n s a r , c o n el n o m b r e d e u n d r u i d a p o r a ñ a d i -
d u r a , e n la c o s t u m b r e d e l o s a n t i g u o s celtas c o n t i n e n t a l e s (y d e l o s g e r -
m a n o s ) , d e s u m e r g i r a sus h i j o s n a d a m á s n a c e r e n las aguas d e l R i n . L o s
g r i e g o s n o p a r e c e n h a b e r l a c o m p r e n d i d o y a l g u n o s h a n v i s t o e n ella u n
m e d i o a través d e l c u a l el p a d r e , s e g ú n q u e el n e o n a t o s o b r e v i v i e s e o n o ,
c o m p r o b a b a la f i d e l i d a d c o n y u g a l d e la m a d r e . L a e x p l i c a c i ó n m á s s i m -
p l e la e n c o n t r a m o s e n A r i s t ó t e l e s , Política, V I I , 2 , 5 =

« M u c h o s p u e b l o s b á r b a r o s t i e n e n la c o s t u m b r e , ya sea d e s u m e r g i r a
l o s n i ñ o s n a d a m á s n a c e r e n e l a g u a f r í a d e u n r í o , ya d e c u b r i r l o s c o n p o c a
3
r o p a ; y e s t o es l o q u e se p r a c t i c a e n t r e l o s c e l t a s » .

P e r o el h e c h o d e d a r n o m b r e a u n r e c i é n n a c i d o o a u n n i ñ o no
c o n s t i t u y e , e n sí m i s m o , u n a c e r e m o n i a r i t u a l . Y la a t r i b u c i ó n d e u n
n o m b r e n o v i e n e i n d e f e c t i b l e m e n t e a c o m p a ñ a d a , al m e n o s e n l o s t e x -
t o s , d e u n b a u t i s m o e n el s e n t i d o p r e c i s o d e la p a l a b r a , c o n i n m e r s i ó n y
l u s t r a c i ó n e n las a g u a s d e u n r í o . U n s i g n o p o d í a b a s t a r . E n efecto,

1 A p a r t i r d e la t r a d . d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h d e Les exploits d'enfance de Cuchulainn

(Las hazañas infantiles de Cuchulainn), e n Ogam II, 1 9 5 9 , P P - 2 1 4 - 2 1 5 - A h o r a e n C h . - J .
G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p p . 8 5 - i o 2 ( t r a d . al g a l l e g o d e
M a n u e l A l f e e r r o , Táin Bó Cuailnge (ARazzia de Gando de Cuailnge), T o x o s o u t o s , N o i a , 2 0 0 5 ) .
2 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h d e La naissance de Conchobar (El
nacimiento de Conchobar) e n Ogam 1 2 , 1 9 6 0 , p . 2 4 ° - E l « b a u t i s m o » c o m p r e n d e v a r i a s
f a s e s : la l u s t r a c i ó n , la t o m a , la n o m i n a c i ó n y el r e c o n o c i m i e n t o d e p a t e r n i d a d
c u a n d o C a t h b a d c o l o c a al n i ñ o e n s u r e g a z o . E l g u s a n o e n c a d a m a n o es o t r a c o s a .
3 S e g ú n P r o p e r c i o , LX, IO, 4 1 , e l g a l o V i r i d o m a r o s e r a c o n o c i d o c o m o el « h i j o d e l
Rin».
igo I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

c u a n d o , al c o m i e n z o d e l r e l a t o d e El exilio de los hijos de Uisnech, l o s u l t o n i a -

n o s se r e ú n e n e n la casa d e F e d l i m i d , la m u j e r d e este ú l t i m o está e m b a -
r a z a d a . C u a n d o el b e b é e m i t e u n a g u d o g r i t o d e s d e el s e n o d e la m a d r e ,
el d r u i d a C a t h b a d p r o f e t i z a q u e será u n a n i ñ a d e e x t r a o r d i n a r i a b e l l e z a ,
c o n la p i e l d e n i e v e , el c a b e l l o r u b i o , m a g n í f i c o s o j o s a z u l e s , mejillas
p ú r p u r a , d i e n t e s s i n d e f e c t o s , l a b i o s r o j o s c o m o el c u e r o p a r t o . E l
d r u i d a le da n o m b r e a n t e s d e su n a c i m i e n t o y a ñ a d e q u e l o s u l t o n i a n o s
l u c h a r á n e n t r e sí p o r a q u e l t e s o r o :

« C a t h b a d p u s o l u e g o la m a n o s o b r e el v i e n t r e d e la m u j e r y el b e b é se
a g i t ó b a j o s u m a n o . " E n v e r d a d —dijo—, s e r á u n a n i ñ a . D e i r d r i u s e r á s u
4
n o m b r e y vivirá r o d e a d a d e m a l d a d " » .

T a l v e z h a y a a l g ú n r a s t r o d e las l u s t r a c i o n e s d r u í d i c a s c u a n d o p o r
e j e m p l o u n rey « f u e b a u t i z a d o e n las a g u a s d r u í d i c a s y l e o t o r g a r o n el
5
n o m b r e de A i l i l l » . E n r e a l i d a d , n o s a b e m o s n a d a c o n s e g u r i d a d . E l
n a r r a d o r d e l Mabinogi de Pwyll n o se c o m p r o m e t e al r e l a t a r el b a u t i s m o d e

4 E d . V e r n a m H u l l , Longes mac n-Uislenn. The Exile of the Sons of Uisliu, N u e v a Y o r k , I°,49>

_
p p . 4 3 4 4 ' - D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e h a e m i t i d o la s i g u i e n t e o p i n i ó n e n u n a r e c e n -
s i ó n e n Revue Celtique ig, p . gO: « E n c u a n t o al b a u t i s m o d r u í d i c o e n l o s t i e m p o s
a n t e r i o r e s al c r i s t i a n i s m o , es s i n d u d a u n p r o d u c t o d e la i m a g i n a c i ó n d e l o s n a r r a -
dores q u e , testigos c o t i d i a n o s del b a u t i s m o cristiano, t r a n s p o r t a r o n u n a i m i t a c i ó n
a los t i e m p o s p a g a n o s » . Es m á s q u e p r o b a b l e , e n efecto, q u e lo q u e l l a m a m o s
« b a u t i s m o » d r u í d i c o s i g u i e n d o a los t r a n s c r i p t o r e s i r l a n d e s e s n o tuviese n a d a e n
c o m ú n , n i e n s u p r i n c i p i o n i e n s u f i n a l i d a d n i e n s u r i t u a l , c o n el b a u t i s m o c r i s -
t i a n o . L a p a l a b r a n o es m á s q u e u n a a n a l o g í a o u n a a p r o x i m a c i ó n , p u e s i g n o r a m o s
h a s t a el t é r m i n o q u e u s a r o n l o s d r u i d a s . N o o b s t a n t e , l o s t r a n s c r i p t o r e s n o i n v e n -
t a r o n n a d a , p u e s la i n s i s t e n c i a c o n la q u e l e v a n t a n acta d e la c e r e m o n i a c o n s t i t u y e
u n i n d i c i o : u n a l u s t r a c i ó n y / o u n a n o m i n a c i ó n m a r c a b a n el c o m i e n z o d e la e x i s -
t e n c i a d e u n s e r h u m a n o . Y el n o m b r e n o se e l e g í a al a z a r . E n el c a s o d e D r e d r i u
es d i f í c i l p e n s a r q u e el g e s t o d e l d r u i d a sea c e r e m o n i a l , p e r o es el p u n t o d e p a r t i d a
d e u n a p r e d i c c i ó n d e la q u e t o m a s u n o m b r e e l b e b é . R e t e n g a m o s , c o m o c o n s l u -
s i ó n , q u e es i m p o s i b l e h a c e r u s o d e la e x p r e s i ó n « b a u t i s m o p a g a n o » c u a n d o el
c o n t e x t o n o es m i t o l ó g i c o . L o c o n t r a r i o s e r í a r e d u c i r l o t o d o a la n o r m a c r i s t i a n a .
E l t r a d u c t o r i r l a n d é s d e l o s r e l a t o s d e viaje d e J o h n M a u n d e v i l l e , F i n g i n O ' M a -
h o n y , q u e e s c r i b í a e n I475> d e s i g n ó así la c i r c u n c i s i ó n d e l o s i s r a e l i t a s y l o s á r a b e s :
« I s a a c e r a h i j o d e A b r a h a m , y o c h o días d e s p u é s d e su n a c i m i e n t o le b a u t i z a r o n
p o r el r i t o p a g a n o . I s m a e l , h i j o d e A b r a h a m , q u e h a b í a c u m p l i d o c a t o r c e a ñ o s , f u e
b a u t i z a d o el m i s m o d í a . S i g u i e n d o a I s a a c , l o s j u d í o s b a u t i z a n a sus h i j o s p o r el r i t o
p a g a n o al o c t a v o d í a y, s i g u i e n d o a I s m a e l , l o s s a r r a c e n o s l o h a c e n a l o s c a t o r c e
a ñ o s » , e d . W h i t l e y S t o k e s , « T h e G a e l i c M a u n d e v i l l e » , e n %eitschriftfür CeltischePhilo-
logie I I , p p . 5 2 - 5 4 -
5 T o c h m a r c M o n e r a , e d . O ' C u r r y , a p a r t i r d e l CathMaigheLeana, p . 1 6 5 ; cf. W h i t l e y
S t o k e s , Irísche Texte I I I , p . 4 2 3 y The Voyage of theHui Corra, en Revue Celtique 14, p - 29-
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS I N T E R D I C T O S

P r y d e r i : « b a u t i z a r o n al n i ñ o m e d i a n t e e l r i t o q u e u t i l i z a b a n enton-
6
c e s » . D e t o d a s m a n e r a s , el « b a u t i s m o » celta lleva u n n o m b r e l a t i n o e n
t o d a s las l e n g u a s n e o c é l t i c a s : i r l a n d é s , basisteadh, gales, bedydd, b r e t ó n ,
badez(iant). N o o b s t a n t e , c i e r t a s p e r i p e c i a s d e l Mabinogi de Math, como
7
c u a n d o A r i a n r h o d se n i e g a a q u e su j o v e n h i j o L l e w t e n g a u n n o m b r e ,
p a r e c e n i n d i c a r que el h e c h o de n o m i n a r tenía u n a i m p o r t a n c i a capital:
el q u e n o t i e n e n o m b r e n o existe y n u n c a e x i s t i r á .
S i l o s d r u i d a s i r l a n d e s e s o t o r g a b a n el n o m b r e , c a b e s u p o n e r q u e l o s
druidas galos hiciesen lo m i s m o . Es lo q u e sugieren los a n t r o p ó n i m o s ,
8
t e ó f o r o s e n p a r t i c u l a r , q u e a b u n d a n e n la r e c o p i l a c i ó n d e H o l d e r . Pese
a q u e el ú n i c o t e s t i m o n i o p r o c e d e d e l o s d o c u m e n t o s e p i g r á f i c o s g a l o r r o -
m a n o s , c o n s t i t u y e la p e r v i v e n c i a d e u n e s t a d o a n t e r i o r : Esunertus, «que
t i e n e la f u e r z a d e E s u s » , Dagolitus, « m u y e n t r e g a d o al r i t o » , y o t r o s
m u c h o s , n o p a r e c e n l o s n o m b r e s q u e u n o s « l a i c o s » e l e g i r í a n p o r sí
m i s m o s . Esta o b s e r v a c i ó n es i g u a l m e n t e a p l i c a b l e a l o s t o p ó n i m o s y a l o s
n o m b r e s étnicos: L u g u d u n u m , « c i u d a d de L u g » ( L y o n ) , M e d i o l a n u m ,
« c e n t r o de p e r f e c c i ó n » ( M i l á n ) , Bituriges, « l o s reyes del m u n d o » o
« l o s reyes p e r p e t u o s » (Bourges, Bérry), Senones, «los ancianos»
( S e n s ) . . . éstos n o s o n n o m b r e s p r o c e d e n t e s d e u n a m e n t a l i d a d d e s a c r a -
l i z a d a . T i t o L i v i o n o s h a t r a n s m i t i d o a l g u n a s i n d i c a c i o n e s s o b r e la f u n -
d a c i ó n d e M i l á n al t é r m i n o d e u n a e x p e d i c i ó n m i l i t a r q u e se h a c o n s i -
d e r a d o , s i n r a z ó n , c o m o u n versacrum:

« . . . y d e s p u é s d e d e r r o t a r a los e t r u s c o s e n el f r e n t e , n o l e j o s d e l r í o
T i c i n o , h a b i e n d o o í d o q u e el t e r r i t o r i o e n el q u e se h a b í a n a s e n t a d o se l l a -
m a b a I n s u b r i o , h o m ó n i m o d e la c i r c u n s c r i p c i ó n d e los í n s u b r e s d e los
h e d u o s , s e c u n d a n d o l o q u e el l u g a r p r e s a g i a b a f u n d a r o n allí u n a c i u d a d ; la
9
llamaron Mediolano» .

6 Peri a wnaethant bedydyw o'r bedyd a wneitjna, e d . R . L . T h o m s o m , Pwyll Pendeuic Dyuet,

Medioeval and ModernWels Series I, D u b l í n , 1 9 5 7 ' P - 2 0 ; cf. J o h n R h y s , Celtic Heathendom,
u n a
O x f o r d , 1898, p p . 4 9 9 - 5 0 0 ; f ó r m u l a s i m i l a r se e m p l e a e n el b a u t i s m o d e
B l o d e u w e d d e n el Mabinogi de Math, e d . G r u f f y d d , op. cit, p . 2,6.
7 E d . G r u f f y d d , op. cit, p . 3 0 .
8 AltcelttstKerSprachschatz, 3 v o l s . , L e i p z i g , 1 8 9 6 - 1 9 1 7 . E l r e p e r t o r i o es v a l i o s o , p e r o ya
n o es n i c o m p l e t o n i d e l t o d o f i a b l e .
9 V , 3 4 . S o b r e la e t i m o l o g í a d e M e d i o l a n u m , t o p ó n i m o a t e s t i g u a d o e n c e r c a d e
s e s e n t a c a s o s e n E u r o p a o c c i d e n t a l , véase G h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Mediolanum Bitu-
rigum, deuxélémentsdevocabulairereligieuxetdegéographiesacrée, e n Celticum I, 1 9 6 2 , p p . 1 4 2 - 1 5 8 .
[ L a t r a d u c c i ó n e s p a ñ o l a d e l f r a g m e n t o d e T i t o L i v i o se e n c u e n t r a e n : Historia de Roma
desde su fundación ( t r a d u c c i ó n d e j . A . V i l l a r V i d a l ) , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 9 0 , p . 1 6 1 ] .
192 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

L a h i s t o r i a r o m a n a es, e n este caso p r e c i s o , u n f r a g m e n t o d e m i t o l o -

g í a c é l t i c a , m i e n t r a s q u e la i m p o r t a n c i a d e l r i t o d e n o m i n a c i ó n se
1 0
r e m o n t a a la p r e h i s t o r i a i n d o e u r o p e a .

1.2. PRESAGIO Y ADIVINACIÓN

S i e m p r e , o casi s i e m p r e , la a t r i b u c i ó n d e u n n o m b r e a u n ser h u m a n o ,
u n paraje o u n a c i u d a d nueva tiene lugar c o m o consecuencia o d e p e n -
d i e n d o de u n presagio o u n signo divino m a n i f e s t a d o o p r o v o c a d o por
u n d r u i d a . A s í f u e c o m o o t r a e x p e d i c i ó n c o n d u j o a la f u n d a c i ó n de
L y o n ( L u g u d u n u m ) , s e g ú n el P s e u d o P l u t a r c o :

« C e r c a d e l A r a r se e n c u e n t r a el m o n t e L u g d u n u s , q u e c a m b i ó t a m b i é n
d e n o m b r e p o r la s i g u i e n t e r a z ó n : M o m o r o s y A t e p o m a r o s , expulsados
p o r S e r o n e o s , l l e g a r o n a a q u e l l a c o l i n a s i g u i e n d o la o r d e n d e u n oráculo
p a r a c o n s t r u i r u n a c i u d a d e n ella. E s t a b a n c a v a n d o fosos p a r a los c i m i e n -
tos c u a n d o , d e p r o n t o , a p a r e c i e r o n u n o s c u e r v o s q u e , v o l a n d o a q u í y allá,
c u b r i e r o n l o s á r b o l e s d e l o s a l r e d e d o r e s . M o m o r o s , q u e e r a h á b i l e n la
c i e n c i a d e l o s a u g u r i o s , l l a m ó a la c i u d a d L u g d u n u m . P u e s , e n su l e n g u a ,
e l c u e r v o s e l l a m a ¡ougos y u n l u g a r e l e v a d o dounon, s e g ú n r e f i e r e Clitofonte
1 1
e n el l i b r o t r e c e d e las F u n d a c i o n e s » .

M o m o r o s es p u e s d r u i d a o a d i v i n o a la m a n e r a d e D e v i c i a c u s , p e s e a
ser u n d r u i d a m í t i c o m u c h o m á s q u e u n d r u i d a h i s t ó r i c o . E r a n o r m a l ,
p o r l o d e m á s , c u a n d o u n a c i u d a d estaba d e s t i n a d a a c o n v e r t i r s e e n c a p i -
tal, q u e su f u n d a c i ó n v i n i e s e a c o m p a ñ a d a d e u n g r a n l u j o d e p r e c a u c i o -
nes religiosas.
E l c u e r v o es el p á j a r o d i v i n o p o r e x c e l e n c i a . P e r o n o es el ú n i c o : casi
t o d o s l o s p á j a r o s , e n G a l i a e I r l a n d a , p e r t e n e c e n al O t r o M u n d o . Lle-
12
g a d o el c a s o , a e l l o s les c o r r e s p o n d í a d i r i g i r el versacrum . E n I r l a n d a , el
r e y e z u e l o es, p o r u n j u e g o e t i m o l ó g i c o , el « d r u i d a d e l o s p á j a r o s » : área

10 T a m b i é n la e n c o n t r a m o s e n s á n s c r i t o y, d e m a n e r a g e n e r a l , e n t o d o e l á m b i t o
i n d o e u r o p e o . V é a s e G e o r g e s P i n a u l t , L'expression indo-européenne de la nomination, e n
EtudesIndo-Européennes, Lyon, 1982/3, p p . 15-29.
11 De FluviisVJ, 4- E v i d e n t e m e n t e , la e t i m o l o g í a d e L u g u d u n u m es d i f e r e n t e : es la
« c i u d a d ( d e l d i o s ) L u g ( u s ) » , v é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , Notes sur le Mercure Celtique,
e n Ogam 4 , 1 9 5 2 , p . 3 0 6 , y C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes de toponymie gauloise 2-
Répertoire des toponymes en Lugdunum, e n Celticum 6, p p . 3 6 8 - 3 7 6 . V é a s e t a m b i é n n u e s -
t r o l i b r o s o b r e La Souveraneitéguerriére de l'Irlande, op. cit, c a p í t u l o 7- « L e s c o r b e a u x et
C
la f o n d a t i o n d e L y o n » , p p . 7 5 " 7 ' .
12 T r o g o P o m p e y o e n J u s t i n o X X V I , 4 ; J - Z w i c k e r , Fontes Historiae Religionis Celticae I, p . 94-
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS INTERDICTOS 193

an .i. drellán. dre án .i. dear 7 en beagdeardü, no dráoi en .i. donífáisdine: «reyezuelo,
dear ( p e q u e ñ o ) y en ( p á j a r o ) , es d e c i r , u n p á j a r o d i m i n u t o , o draoien, el
1 3
d r u i d a p á j a r o , u n p á j a r o q u e r e a l i z a p r o f e c í a s » . P e r o se c o n c e d í a más
i m p o r t a n c i a a las v o c e s d e l o s p á j a r o s q u e a su f o r m a d e v o l a r : na adhairdo
ghothaibgerg: « n o te fíes d e l o s c a n t o s d e l o s u r o g a l l o s » , d i c e u n a lorica
4
atribuida a san C o l u m b a n o ' , m i e n t r a s que otra v e r s i ó n reza: niadraimdo
1 5
gothaib én ( « y o n o a d o r o l o s c a n t o s d e l o s p á j a r o s » ) . P e r o a q u í n o s
e n c o n t r a m o s a n t e h u e l l a s p r e c r i s t i a n a s , casi a n t e f o l c l o r e , y n o a n t e
6
prácticas adivinatorias. L o s druidas están ausentes de ellas' . Fuere c o m o
f u e s e , l o s p á j a r o s o c u p a n u n i m p o r t a n t e l u g a r , c u a n d o n o el p r i n c i p a l ,
e n los p r o c e d i m i e n t o s de a d i v i n a c i ó n . E l i a n o n o s refiere u n r e c u e r d o
p r e c i s o de este l u g a r p r i n c i p a l , e x p r e s a d o o r e d u c i d o a u n a a n é c d o t a
insignificante, a p r o p ó s i t o d e l o s gálatas:

« E u d o x o d i c e q u e l o s g á l a t a s o r i e n t a l e s h a c e n l o q u e v o y a d e c i r , y si a
a l g u i e n l e p a r e c e d i g n o d e c r é d i t o , c r é a l o , p e r o si n o , q u e n o p r e s t e a t e n c i ó n .
C u a n d o se a b a t e u n a n u b e d e l a n g o s t a s s o b r e l o s c a m p o s y d e s t r u y e l o s f r u t o s ,
los gálatas elevan súplicas y o f r e c e n sacrificios c o n el p r o p ó s i t o d e a t r a e r c o n
h e c h i z o s a las a v e s ; é s t a s p r e s t a n a t e n t o o í d o , a c u d e n e n c o m p a c t o e s c u a d r ó n
y e l i m i n a n a l a s l a n g o s t a s . Y si u n g á l a t a c a z a a a l g u n a d e e s t a s a v e s , e l c a s t i g o
a s i g n a d o p o r las leyes d e l p a í s es la m u e r t e . P e r o si o b t i e n e e l p e r d ó n y q u e d a
l i b r e , u n s e n t i m i e n t o d e c ó l e r a i n v a d e a l a s a v e s y, p a r a v e n g a r e l a v e c a p t u -
1
r a d a , n o se d i g n a n p r e s t a r o í d o a las s ú p l i c a s , c u a n d o las i n v o c a n d e n u e v o » ' .

E l e s c r i t o r g r i e g o , q u e m a n e j a i n f o r m a c i ó n d e s e g u n d a m a n o y n o se
p r e o c u p a d e s u c r e d i b i l i d a d , se l i m i t a al d e t a l l e s u p e r f i c i a l . Tampoco
d i c e , s e g u r a m e n t e p o r q u e l o i g n o r a , d e q u é p á j a r o s se t r a t a . E n I r l a n d a ,

13 Glossaire d'O'Clery, e n Revue Celtique 4 , p . 4 ° 4 ; W h i t l e y S t o k e s , Cormac's Glossary, Additio-

nalArticles, p . 6 0 .
14 Zeitschriftfür CeltischePhilologie J, p . 3 0 1 , 1 5 .
15 Eriu 8, p . 1 2 0 ; E u g e n e O ' C u r r y , On the Manners and Customs of the Ancient Irish I , p .
c c c l x x . L o s p á j a r o s h a n c o n s e r v a d o u n a g r a n i m p o r t a n c i a e n t o d o el f o l c l o r e d e
l o s p a í s e s c é l t i c o s , e n p a r t i c u l a r e n I r l a n d a , y, t a n t o e n I r l a n d a c o m o e n e l P a í s d e
G a l e s , ' e l r e y e z u e l o e s p e c i a l m e n t e . S o b r e l o s h e c h o s i r l a n d e s e s d e la caza d e l r e y e -
z u e l o c o n v i e n e c o n s u l t a r V é r o n i q u e G u i b e r t d e la V a i s i é r e , Les quatrefetes d'ouverture
de saison de l'Irlande ancienne, e d . A r m e l i n e , B r e s t , 2 0 0 3 .
16 P o r e j e m p l o e n la p r e d i c c i ó n m e d i a n t e l o s l a d r i d o s d e u n p e r r o ; v é a s e S t a n d i s h
O ' G r a d y , Irish Prognostication from the howling of dogs, e n MélusineV, col. 8 5 - 8 6 .
17 E l i a n o , Historia de los animales, X V I I , 1 9 ; v e r s i ó n e s p a ñ o l a d e j . M . Díaz-Regañón
López, ed. Gredos, Madrid, 1984.
194 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

los pájaros mensajeros del O t r o M u n d o son invariablemente cisnes.

P e r o l o s cisnes, q u e v o l v e r e m o s a e n c o n t r a r n o s c u a n d o a b o r d e m o s el
e s t u d i o d e las c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s , n o s o n m e d i o s d e a d i v i n a c i ó n .
O t r o s a n i m a l e s p o d í a n ser u t i l i z a d o s p a r a e s o . Para e x h o r t a r a los suyos
a l u c h a r c o n t r a l o s r o m a n o s , la r e i n a B o a d i c e a r e c u r r e a l o s a u g u r i o s :

« D i c i e n d o e s t o , l a m i ó u n a l i e b r e q u e t e n í a s o b r e s u s e n o y, c o m o
q u i e r a q u e la c a r r e r a d e l a n i m a l c o n s t i t u y ó u n b u e n p r e s a g i o , la m u l t i t u d
1 8
lanzó gritos de a l b o r o z o » .

P o d e m o s c o m p a r a r esta i n f o r m a c i ó n c o n l o s i n t e r d i c t o s a l i m e n t i c i o s
d e l o s b r e t o n e s : l i e b r e , g a l l i n a , o c a . . . A n i m a l e s q u e e r a n c r i a d o s volupta-
tiscausa, « p o r p l a c e r » , s e g ú n C é s a r , q u e n o c o m p r e n d i ó la r a z ó n p o r la
1 9
cual esos a n i m a l e s p r e s e n t a n t a n t o i n t e r é s .
S i n e m b a r g o , parece difícil colocar a B o a d i c e a entre aquellos « r e y e s -
d r u i d a s » e x c e p c i o n a l e s q u e t e n í a n el p r i v i l e g i o del arte a u g u r a l , c o m o
D e i v o t a r u s , rey gálata q u e , si c r e e m o s a C i c e r ó n , u t i l i z a b a las s e ñ a l e s d e
3 0
los p á j a r o s .
L o s celtas e r a n m u y s e n s i b l e s a l o s p r e s a g i o s . L o s g á l a t a s , p o r e j e m -
p l o , c u a n d o estaban a p u n t o de entrar en c o m b a t e contra A n t í g o n o
G ó n a t a s , y a n t e u n a u g u r i o d e s f a v o r a b l e , d i e r o n m u e r t e a sus m u j e r e s e
hijos, gesto de u n o s guerreros que, c o m o ciertos héroes irlandeses en
estado de trance o de desmesura épica, ya n o c o n o c í a n a a m i g o s n i a
e n e m i g o s y m a t a b a n a c u a l q u i e r a q u e se p u s i e s e al a l c a n c e d e sus a r m a s .
L a r a z ó n p r i n c i p a l e r a la i n t e n c i ó n d e evitar a sus m u j e r e s e h i j o s , ya q u e
t o d o estaba p e r d i d o , l o s h o r r o r e s de la e s c l a v i t u d . P e r o l o s e s c r i t o r e s
clásicos v i e r o n e n esto u n c r i m e n gratuito, y u n o de ellos, J u s t i n o , que
r e f i e r e l o s h e c h o s b r e v e m e n t e , l o s c o n s i d e r a s i n la m e n o r i n d u l g e n c i a :

« L o s g a l o s , q u e l o h a b í a n s a b i d o m i e n t r a s se p r e p a r a b a n p a r a el c o m -
b a t e , s a c r i f i c a r o n a l g u n a s v í c t i m a s p a r a l o s p r e s a g i o s d e la b a t a l l a . P e r o
c o m o las e n t r a ñ a s p r e d i j e r o n la m a s a c r e y la m u e r t e d e t o d o s e l l o s , c a y e r o n
p r e s a , n o d e l m i e d o , s i n o d e la d e m e n c i a y, e s p e r a n d o c o n j u r a r las a m e n a -
zas d e l o s d i o s e s m e d i a n t e la m a s a c r e d e l o s s u y o s , d i e r o n m u e r t e a s u s
2 1
esposas e h i j o s , i n a u g u r a n d o c o n u n c r i m e n los p r e s a g i o s d e la g u e r r a » .

18 D i ó n C a s i o , L X I I I , 6.
19 B . G . V , 1 2 , cf. C . J u l l i a n , Notesgallo -romaines XVI. Remarques sur la plus ancienne religión
gauloise, e n Revue des Etudes Anciennes I V , 1 9 0 2 , p p . 2 7 1 - 2 7 7 -
20 Dedivinatione I I , 3 6 , 7 6 ; cf. V a l e r i o M á x i m o I, 4 , 2-
21 Conjuges et ¡iberos suos trucidant, J u s t i n o , X X V I , 2 , 2 -
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS I N T E R D I C T O S
195

E n el m o m e n t o de p a r t i r h a c i a G r a n B r e t a ñ a , el h e d u o D u m n o r i x
invoca ciertos « i m p e d i m e n t o s religiosos». Grave error: cuando intenta
e s c a p a r , C é s a r l o h a c e a s e s i n a r a s a n g r e fría, p u e s c o n s i d e r a l o s m o t i v o s
r e l i g i o s o s c o m o u n p r e t e x t o s i n v a l o r . P e r o al p r o c ó n s u l este a s u n t o le
p a r e c i ó l o b a s t a n t e g r a v e c o m o p a r a d e d i c a r l e d o s p á r r a f o s d e l De Bello
zz
Gallico .
P r e c i s e m o s , n o o b s t a n t e , tras estos e j e m p l o s , q u e la a d i v i n a c i ó n celta
es d i f í c i l d e d e f i n i r p o r e l s i m p l e h e c h o d e q u e sus d i f e r e n t e s a s p e c t o s y
m é t o d o s se c o n f u n d e n c o n l o q u e l l a m a m o s , a falta d e u n a d e n o m i n a -
c i ó n m e j o r , « t é c n i c a s » d r u í d i c a s . T o d a p a l a b r a d e u n m i e m b r o d e la
clase s a c e r d o t a l t i e n e p l e n o v a l o r a d i v i n a t o r i o , y n o s o t r o s n o c o n o c e m o s
n i n g ú n t é r m i n o t é c n i c o e s p e c i a l i z a d o p a r a n o m b r a r la a d i v i n a c i ó n e n
s u c o n j u n t o . E l i r l a n d é s se s i r v e , s e g ú n e l c a s o , d e v a r i a s p a l a b r a s q u e
c o n f i r m a n a la v e z la i m p o r t a n c i a y la i n m e n s i d a d d e la n o c i ó n : druidecht
( « d r u i d i s m o » ) , filidecht ( « c i e n c i a d e l p o e t a » ) , eicse ( « a d i v i n a c i ó n , p o e -
sía, c i e n c i a » ) , faitsine ( « p r e d i c c i ó n » ) .
N o h a y p u e s h e c h o a d i v i n a t o r i o a l g u n o al m a r g e n d e c i e r t o n ú m e r o
de p r o c e d i m i e n t o s que sólo aparecen e n los rituales organizados de
m a n e r a m u y e x c e p c i o n a l . Es c i e r t o q u e la i m p r e c i s i ó n t e r m i n o l ó g i c a
d e b e s e r a t r i b u i d a a la c r i s t i a n i z a c i ó n : l o s c o n c e p t o s f u e r o n v a c i a d o s d e
su c o n t e n i d o y la p a l a b r a s c a m b i a r o n d e s e n t i d o c u a n d o n o d e s a p a r e c i e -
r o n . S ó l o subsistió e n los textos aquello q u e parecía a n o d i n o , d e s p r o -
visto d e t o d o v a l o r . N u e v e d e c a d a d i e z v e c e s , la a d i v i n a c i ó n es u n s e r v i -
c i o p o l í t i c o o m i l i t a r : u n rey, u n a r e i n a o u n g u e r r e r o d e a l t o r a n g o se
i n f o r m a n s o b r e la s u e r t e d e u n a g u e r r a o u n a e x p e d i c i ó n , o b i e n , s o b r e
su d e s t i n o p e r s o n a l . Y e n l a p r á c t i c a t o t a l i d a d d e l r e s t o d e l o s c a s o s es e l
d r u i d a el q u e i n t e r v i e n e p o r r a z o n e s religiosas o a veces p e r s o n a l e s . L a
a d i v i n a c i ó n c é l t i c a n o i m p l i c a casi n u n c a la i n t e r p r e t a c i ó n d e u n p r o d i -
g i o , e x c e p t o e n el caso d e l m i l a g r o p r o v o c a d o p o r el m i s m o s a c e r d o t e
p a r a la c u l m i n a c i ó n d e sus p r o f e c í a s .
E n este s e n t i d o , t o d a a c c i ó n o p a l a b r a d e u n d r u i d a r e f e r i d a al
f u t u r o , a u n q u e s ó l o f u e s e b a j o la f o r m a u s u a l d e u n a sátira, u n a c o n m i -
n a c i ó n y u n a a m e n a z a , es u n a a c t o a d i v i n a t o r i o i n h e r e n t e al e j e r c i c i o d e l
s a c e r d o c i o . N o n o s p a r e c e p o s i b l e p r o p o n e r o t r a d e f i n i c i ó n y, e n p r i n -
c i p i o , p l a n t e a r e m o s q u e t o d o l o q u e s e g u i r á e n el p r e s e n t e c a p í t u l o , al
m a r g e n d e l o s h e c h o s r e l a t i v o s a la m e d i c i n a , la m a g i a , e l c o n t r o l d e l o s

22 B. G . V , 6-7.
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

2 3
e l e m e n t o s y el j u r a m e n t o , p e r t e n e c e al c a m p o d e la a d i v i n a c i ó n . E s t o
e q u i v a l e a r e c o n o c e r la i n m e n s i d a d d e n u e s t r o t e r r e n o d e e s t u d i o . L o s
autores antiguos, incluso sin aportar i n f o r m a c i ó n detallada alguna, son
u n á n i m e s : l o s celtas p a s a r o n p o r ser u n o d e l o s p u e b l o s m á s e x p e r i m e n ­
t a d o s e n e l a r t e a u g u r a l . C i c e r ó n l o d i c e d o s v e c e s a p r o p ó s i t o d e su
a m i g o , el d r u i d a h e d u o D i v i c i a c o , y lo r e p i t e a p r o p ó s i t o del rey gálata
2 4
Deivotaros, « q u e n u n c a hacía nada sin consultar los a u s p i c i o s » , s e g u ­
r a m e n t e c o n la ayuda de u n d r u i d a . T r o g o P o m p e y o , q u e era v o c o n t i o
y, p o r t a n t o , g a l o , va m á s a l l á : « E n l o q u e se r e f i e r e a la p r á c t i c a d e l o s
2 5
a u g u r i o s , l o s g a l o s s u p e r a n a t o d a s las d e m á s n a c i o n e s » .

1 . 3 . E L INTERDICTO
E l s u s t a n t i v o i r l a n d é s f e m e n i n o geis, pluralgeasa, t i e n e v a r i o s s i g n i f i c a d o s
q u e se i n s c r i b e n e n el m i s m o c a m p o d e u t i l i z a c i ó n :
I. negativamente: « p r o h i b i c i ó n religiosa o l e g a l » ,
2- p o s i t i v a m e n t e : «conminación o exigencia»,
3. religiosamente: «hechizo, encantamiento».
P o r su e t i m o l o g í a , esta p a l a b r a está e m p a r e n t a d a c o n el v e r b o guidid,
6
« é l r e z a » , r e l a c i o n a d o a su v e z c o n e l n o m b r e d e la « v o z » , güth* .
A f a l t a d e u n t é r m i n o a d e c u a d o , q u e e x p r e s e al m i s m o t i e m p o l o s
c a r a c t e r e s p o s i t i v o y n e g a t i v o d e la c o n m i n a c i ó n , t r a d u c i r e m o s geis p o r
« i n t e r d i c t o » , p u e s s u s e n t i d o n e g a t i v o es e l m á s f r e c u e n t e . E n t o d o
c a s o , casi s i e m p r e se t r a t a d e u n c o m p l e j o c o n j u n t o d e p r o h i b i c i o n e s y
obligaciones que los druidas imponían a un individuo desde el
c o m i e n z o d e s u e x i s t e n c i a , tal v e z t e n i e n d o e n c u e n t a las c i r c u n s t a n c i a s
d e su n a c i m i e n t o y su b a u t i s m o . C u c h u l a i n n , c u y o n o m b r e s i g n i f i c a
l i t e r a l m e n t e « p e r r o d e C u l a n n » , s a b r á q u e s u m u e r t e está p r ó x i m a
p o r q u e u n e n c a d e n a m i e n t o de a c o n t e c i m i e n t o s , que n o t i e n e n de f o r ­
t u i t o s s i n o la a p a r i e n c i a , le c o l o c a e n t r e d o s i n t e r d i c t o s c o n t r a d i c t o r i o s
q u e le o b l i g a n a c o n s u m i r c a r n e d e p e r r o y a m a t a r u n a n u t r i a o « p e r r o
de a g u a » (doborchü).

« L a casa d e su a m a d e c r í a e s t a b a e n s u c a m i n o , u n p o c o m á s allá. C a d a
vez q u e p a s a b a p o r d e l a n t e d e a q u e l l a casa, d e c a m i n o h a c i a el s u r , o d e

23 R e m i t i m o s al l e c t o r a F r a n c o i s e L e R o u x , La divination chezles Celtes, e n La divination, I ,

París, 1968, p p . 2 3 3 - 2 5 6 .
24 DeDivinatione, I, 1 5 , 2 6 .
25 J u s t i n o , X X I V , 4, 3 .
26 Contributions to a Dietionaty ofthe Irish Language, G, D u b l í n , 1 9 5 5 - c o i s . 5 6 - 5 8 .
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS I N T E R D I C T O S
197

v u e l t a d e l s u r , se d e t e n í a e n ella. L a m u j e r s i e m p r e t e n í a u n j a r r o de
b e b i d a p a r a é l . E l b e b i ó l a b e b i d a , se d e s p i d i ó d e l a m a y s e f u e . T r a s d e j a r
a t r á s la l l a n u r a d e M o g n a , t o m ó l a r u t a d e M i d l u a c h a i r . E n t o n c e s v i o a l g o
e n el c a m i n o : tres b r u j a s t u e r t a s d e l o j o i z q u i e r d o . C o n v e n e n o s y e n c a n -
t a m i e n t o s estaban a s a n d o u n p e r r i l l o e n u n e s p e t ó n de serbal. U n o de los
interdictos de C u c h u l a i n n era visitar u n h o g a r sin p r o b a r su c o m i d a . P e r o
o t r o era c o m e r la c a r n e d e su h o m ó n i m o . C o r r i ó p a r a dejarlas atrás, p u e s
c o m p r e n d i ó q u e si e s t a b a n a l l í n o e r a p o r s u b i e n . U n a b r u j a l e d i j o : " U n a
visita tuya, o h , Cuchulainn". "En verdad, n o os visitaré", respondió
C u c h u l a i n n . " H a y p e r r o p a r a c o m e r " , d i j o ella. "Si ésta f u e r a u n a g r a n
casa, a ñ a d i ó , la v i s i t a r í a s . P e r o c o m o es p e q u e ñ a n o l o h a r á s . A q u e l q u e n o
s o p o r t a o n o a c e p t a a l p e q u e ñ o n o e s c a p a z d e g r a n c o s a " . E n t o n c e s , é l se
a c e r c ó y la b r u j a le e n t r e g ó la m i t a d d e l p e r r o c o n la m a n o i z q u i e r d a . L a
m a n o c o n la q u e C u c h u l a i n n c o g i ó la v i a n d a y el m u s l o e n el q u e la a p o y ó
q u e d a r o n e n t u m e c i d o s d e u n e x t r e m o al o t r o y n o v o l v i e r o n a t e n e r l a
2 7
misma fuerza» .

« L a s s o m b r a s d e la p á l i d a m u e r t e le r o d e a r o n . L l e g ó h a s t a u n p e q u e ñ o
l a g o q u e h a b í a m u y c e r c a d e a l l í . S e b a ñ ó e n é l , d e f o r m a q u e h o y e l l a g o se
l l a m a " l a g o d e l b a ñ o " . C u a n d o L a e g h v i o la l l a n u r a d e s i e r t a , l o s e j é r c i t o s
huyendo y a Cuchulainn ejecutando sus j u e g o s g u e r r e r o s , se acercó.
C u a n d o C u c h u l a i n n vio a L a e g h s i n t i ó u n a g r a n alegría. L a e g h e m p e z ó a
v e n d a r l e las h e r i d a s . L a s a n g r e b r o t a b a a b u n d a n t e m e n t e d e éstas, y f o r -
m a b a c o á g u l o s , h a s t a el p u n t o q u e el g r a n l a g o d e a g u a s v e r d e s se t r a n s -
f o r m ó e n u n c h a r c o d e s a n g r e m u y roja. N o llevaba m u c h o t i e m p o allí
c u a n d o vio a u n p e r r o d e aguas b e b i e n d o su s a n g r e . C u a n d o Cuchulainn
v i o q u e la s a n g r e d e s u c u e r p o e r a c o n s u m i d a p o r u n p e r r o , g o l p e ó al a n i -
m a l y l o m a t ó . " V i c t o r i o s o seas, o h , p e r r o —dijo Laegh—, a ú n n o h a l l e g a d o
tu h o r a , véngate e n los h o m b r e s de Irlanda". " D e s g r a c i a d a m e n t e , Laegh
—dijo C u c h u l a i n n — , n o v o l v e r é a m a t a r a u n h o m b r e d e s p u é s d e m a t a r a
este a n i m a l . U n p e r r o fue el o b j e t o d e m i p r i m e r a h a z a ñ a y m e p r o f e t i z a -
r o n q u e u n p e r r o sería o b j e t o d e la ú l t i m a h a z a ñ a q u e r e a l i z a r í a , oh,
2 8
Laegh"» .

A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La mortde Cuchulainn, versión

A, e n Ogam 1 8 , 1 9 6 6 , p . 3 4 7 - A h o r a e n C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches
de Cooley, op. cit., p . 282.
A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La mort de Cuchulainn, versión
B, e n Ogam 1 4 , 1 9 6 2 , p . 498.
ig8 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

A u n q u e n o se d i g a e n n i n g u n a p a r t e , d e l c o n t e x t o d e estos r e l a t o s se
d e s p r e n d e q u e las geasa d e C u c h u l a i n n l e h a n s i d o i m p u e s t a s p o r e l
mismo druida, Cathbad, q u e le h a d a d o el n o m b r e de « p e r r o (de
C u l a n n ) » . S u b r e v e e x i s t e n c i a g u e r r e r a se i n s c r i b e e n t r e la m u e r t e d e
d o s p e r r o s , u n o q u e le vale su n o m b r e y su p r i m e r a g l o r i a , o t r o q u e es e l
s i g n o de su m u e r t e . Estos dos interdictos p r i n c i p a l e s n o f o r m a n parte
d e l o s q u e cita e l t e x t o t i t u l a d o Aided GuillMaic Carbada ocusAided Gairb Glinne
Rige, « l a m u e r t e v i o l e n t a d e G o l l , h i j o d e C a r b a d , y la m u e r t e v i o l e n t a
d e G a r b d e G l e n n R i g e » . L a e n u m e r a c i ó n es, n o o b s t a n t e , i n t e r e s a n t e :

« H e a q u í cuáles e r a n sus i n t e r d i c t o s : p r o n u n c i a r su n o m b r e a n t e u n
s o l o g u e r r e r o ; l e v a n t a r el p i e d e l c a m i n o a n t e s d e u n c o m b a t e c o n t r a u n
s o l o h o m b r e ; a c u d i r a la a s a m b l e a s i n p e r m i s o ; a c u d i r a la a s a m b l e a c o n
u n solo g u e r r e r o ; d o r m i r e n t r e m u j e r e s sin h o m b r e s j u n t o a ellas. Le
estaba p r o h i b i d o s e r el c o m p a ñ e r o d e u n a m u j e r ; le estaba p r o h i b i d o q u e
el sol se l e v a n t a s e a n t e s q u e él e n E m a i n M a c h a , p u e s e r a él q u i e n d e b í a
3 9
l e v a n t a r s e a n t e s q u e el s o l » .

Es p o c o p r o b a b l e q u e la lista sea c o m p l e t a , p e r o n o s da i n d i c a c i o n e s
suficientes s o b r e u n a regla de vida militar: n o evitar n u n c a el c o m b a t e ,
n o m e z c l a r s e d e m a s i a d o e n p o l í t i c a , n o d e j a r s e t e n t a r p o r la s e d u c c i ó n
f e m e n i n a (la geis es a q u í u n a s ó l i d a p r o t e c c i ó n ) , l e v a n t a r s e temprano.
T a l v e z n o s i e m p r e f u e r a fácil d e r e s p e t a r , p e r o es s i m p l e y c l a r o .
C a s i n u n c a h a y i n t e r d i c t o s c o l e c t i v o s . S i n e m b a r g o , las geasa, que
p o d í a n s e r d e t o d a clase y a l c a n z a r t o d o s l o s t e r r e n o s d e la e x i s t e n c i a
i n d i v i d u a l , s i n afectar n u n c a a l o s d r u i d a s , c o n c e r n í a n a n t e s q u e n a d a al
p r i m e r p e r s o n a j e d e la s o c i e d a d g u e r r e r a y a r i s t o c r á t i c a : el r e y . C o r m a c ,
h i j o d e l rey C o n c h o b a r , t e n í a su c a p a c i d a d d e m o v i m i e n t o m u y l i m i t a d a :

« L o s i n t e r d i c t o s d e la e x i s t e n c i a d e C o r m a c e r a n é s t o s : le estaba p r o h i -
b i d o e s c u c h a r el a r p a q u e b r a d a d e C r a i f t i n e ; le e s t a b a p r o h i b i d o cazar las
aves d e M a g D a C h e o ; le e s t a b a p r o h i b i d o c a z a r las aves d e L o c h L o ; le
estaba p r o h i b i d o a c u d i r a u n a cita c o n u n a m u j e r e n S e n a t h - M o r ; le estaba
p r o h i b i d o c a z a r las b e s t i a s d e la c o l i n a d e M a g S a i n b ; le e s t a b a p r o h i b i d o
3 0
c r u z a r el S h a n n o n s i n m o j a r s e los p i e s y visitar el p a l a c e t e d e C h o c a e » .

29 BookofLeinster, ed. B e s t - B e r g i n - O ' B r i e n , II, fol. 107a, p . 4 ° 5 -

30 BruidenDa Chocae, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 2 1 , p . 1 5 2 -
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS I N T E R D I C T O S
199

L a s d e l rey C o n a i r e s o n a ú n m á s r i g u r o s a s y e x t r a ñ a s , s e g ú n el r e l a t o
d e l TogaU Bruidne Da Derga, o « D e s t r u c c i ó n d e l a l b e r g u e d e D a D e r g a » .
C u a n d o v u e l v e a s u casa, n u n c a d e b e p r e s e n t a r e l l a d o d e r e c h o d e s u
c a r r o a T a r a , n i el i z q u i e r d o a B r e g i a ; n o d e b e cazar l o s a n i m a l e s de
C e r n a ; n o debe pasar nueve n o c h e s seguidas fuera de Tara; t a m p o c o
d e b e p a s a r la n o c h e e n u n a casa c u y o f u e g o , t r a s la p u e s t a d e l s o l , esté
o r i e n t a d o h a c i a e l e x t e r i o r y sea v i s i b l e d e s d e e l e x t e r i o r ; n o d e b e s e r
p r e c e d i d o d e « t r e s h o m b r e s r o j o s » c u a n d o se d i r i g e al d o m i c i l i o d e u n
h o m b r e vestido de r o j o ; e n su r e i n o n o debe p r o d u c i r s e n i n g ú n r o b o ;
t r a s la p u e s t a d e s o l , n o d e b e l l e g a r l e n i n g u n a v i s i t a c o m p u e s t a d e u n a
sola m u j e r o de u n solo h o m b r e y n o d e b e i n t e r v e n i r e n u n a querella
3
e n t r e d o s d e sus s i r v i e n t e s ' .
T o d o esto era difícil de respetar e s c r u p u l o s a m e n t e , e incluso de
s i m u l t a n e a r . T o d o s l o s a c c i d e n t e s m o r t a l e s e r a n c a u s a d o s p o r la i m p o -
s i b i l i d a d d e r e s p e t a r d o s i n t e r d i c t o s c o n t r a d i c t o r i o s al m i s m o t i e m p o .
P e r o estos geasa, q u e n u n c a a f e c t a n al d r u i d a y c o n s t r i ñ e n a c a d a r e y o a
cada g u e r r e r o e n u n apretado e n t r a m a d o de obligaciones y p r o h i b i c i o -
n e s , n o s o n u n a c a s u a l i d a d e n la m i t o l o g í a y la h i s t o r i a d e I r l a n d a . B a s t e
c o n r e c o r d a r la p r o h i b i c i ó n d e s a l i r d e la c i u d a d h e c h a e n G a l i a al
m a g i s t r a d o s u p r e m o d e l o s h e d u o s ; l o s i n t e r d i c t o s q u e a f e c t a n al r e y
e n t r e l o s c e l t a s s o n d e l m i s m o o r d e n q u e l o s q u e , e n R o m a , a f e c t a n al
flamen dialis.
P o r l o t a n t o , hay q u e c l a s i f i c a r las geasa e n t r e l o s m e d i o s l e g í t i m o s d e
l o q u e d i s p o n í a n l o s d r u i d a s p a r a o b l i g a r a l o s m i e m b r o s d e la c l a s e
m i l i t a r a s o m e t e r s e a u n a s r e g l a s d e v i d a c o n f o r m e s al s i m b o l i s m o q u e
les c o n c e r n í a . Lageís, e n e f e c t o , t i e n e f u e r z a d e ley, civil y r e l i g i o s a : n o se
la p u e d e i g n o r a r s i n q u e se p r o d u z c a t o d a u n a s e r i e d e i n c i d e n t e s ,
i n c o n v e n i e n t e s y c o m p l i c a c i o n e s . L a s geasa s ó l o p u e d e n s e r e l u d i d a s e n
circunstancias e x c e p c i o n a l e s , a m e n u d o bajo el aspecto de u n subterfu-
g i o j u r í d i c o l l e n o d e p r e c a u c i o n e s , y e s o e n l o q u e se r e f i e r e al h e c h o y
s i e m p r e q u e se r e s p e t e n e n la f o r m a : d a d o q u e t i e n e la o b l i g a c i ó n r e a l
d e e j e r c e r e l iusprimae noctis, e l r e y C o n c h o b a r se v e o b l i g a d o , p a r a n o
s o m e t e r r e a l m e n t e a la m u j e r d e C u c h u l a i n n , E m e r , a esa « f o r m a l i -
d a d » , q u e c o r r e e l r i e s g o d e d e s a t a r la t e m i b l e c ó l e r a d e l m a r i d o , a
recurrir a u n j u i c i o oficial:

31 E d . W h i t l e y S t o k e s , op. cit., p p . 1 4 9 , 3 1 2 , 3 8 8 ; v e r s i ó n d e l YellowBookofLecan, ed.

E l e a n o r K n o t t , p . 6.
200 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

« L o s u l t o n i a n o s s e r e u n i e r o n e n c o n s e j o y h e a q u í la d e c i s i ó n que
a d o p t a r o n s o b r e este a s u n t o : E m e r d o r m i r í a con Conchobar aquella
n o c h e , p e r o F e r g u s y C a t h b a d e s t a r í a n e n la m i s m a c a m a , e n t r e a m b o s ,
p a r a s a l v a g u a r d a r el h o n o r d e C u c h u l a i n n , c o n la b e n d i c i ó n d e l o s u l t o -
3 2
n i a n o s h a c i a la p a r e j a p a r a q u e a c e p t a r a » .

L o s textos m í t i c o s o l e g e n d a r i o s d e s c r i b e n antes q u e n a d a casos e n

l o s q u e n o se r e s p e t a b a n l o s i n t e r d i c t o s . E n la r e a l i d a d , existía, g r a c i a s a
la sabia p r u d e n c i a d e l l e g i s l a d o r , u n l í m i t e l e g a l a la i m p o s i c i ó n d e geasa
3 3
extravagantes o exagerados que, a p r i o r i , e r a n imposibles de respetar .
A t r a v é s d e t o d o s l o s a s p e c t o s t é c n i c o s se p e r c i b e el v a l o r d e l concepto
r e l i g i o s o c o n c e d i d o a la p a l a b r a d e l V e r b o D i v i n o .
L a geis n o es s i n e m b a r g o elfatum o « d e s t i n o » , a m e n u d o d e s a f o r t u -
n a d o , d e l o s l a t i n o s . N o es d e o r i g e n h u m a n o , ya q u e el d r u i d a q u e la
i m p o n e a c t ú a c o m o r e p r e s e n t a n t e d e l o s p o d e r e s d i v i n o s , y s ó l o es p e l i -
g r o s a si se v i o l a . N o es i n e l u c t a b l e .

1.4. E L JURAMENTO
E l j u r a m e n t o , p o r su e x p r e s i ó n o r a l , d e p e n d e t a m b i é n d e la p a l a b r a y d e
la geis. E s , e n c i e r t o s e n t i d o , u n a geis e n la c u a l n o i n t e r v i e n e el d r u i d a , ya
q u e el a u t o r d e l j u r a m e n t o q u e d a v i n c u l a d o de u n a f o r m a a ú n más
e s t r e c h a q u e a t r a v é s d e la geis. E l e j e m p l o m á s l l a m a t i v o es el d e l rey
C o n c h o b a r c u a n d o , tras la a d v e r t e n c i a d e S u a l t a m (véase supra, 1 6 5 ) , l o s
u l t o n i a n o s i n i c i a n u n a c a m p a ñ a p a r a d e f e n d e r s u f r o n t e r a c o n t r a el
ejército de Irlanda:

« E s e g r i t o e s d e m a s i a d o g r a n d e — d i c e C o n c h o b a r — , p u e s el c i e l o s i g u e
s o b r e n u e s t r a s c a b e z a s , la t i e r r a b a j o n u e s t r o s p i e s y el m a r a n u e s t r o a l r e -
d e d o r . P e r o si el f i r m a m e n t o c o n s u l l u v i a d e e s t r e l l a s n o cae s o b r e el r o s -
t r o d e la t i e r r a , si l a t i e r r a n o s e a g r i e t a e n u n t e r r e m o t o , si la m a r d e o s c u -
r o s s u r c o s azules n o v i e n e c o n t r a la f r e n t e del m u n d o , devolveré cada vaca
a s u e s t a b l o y c a d a m u j e r a s u g r a n j a , a su casa y a s u r e s i d e n c i a tras la v i c t o -
3
r i a e n el c o m b a t e , e n la b a t a l l a y e n el d u e l o » ^ .

32 TochmarcEmire, « L a C o u r t i s e d ' E m e r » , e d . A . G . v a n H a m e l , p . 6 5 .
33 C u a l q u i e r a q u e e s t u v i e s e e n ese c a s o « t e n í a d e r e c h o a u n a c o m p e n s a c i ó n i g u a l a la
s é p t i m a p a r t e d e la s u m a q u e d e b í a s e r p a g a d a e n c a s o d e a s e s i n a t o d e u n a p e r s o n a
d e s u r a n g o » ( D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , L'épopée celtique en Mande, p . xxxi, n o t a i ) .
34 TainBo Cualnge, e d . W i n d i s c h , op. cit., p . 6 7 7 - A h o r a e n C h r i s t i a n - J . Guyonvarc'h,
La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p . 2 2 1 .
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS I N T E R D I C T O S 2 0 I

Es fácil r e c o n o c e r e n este f o r m u l a r i o o f i c i a l la i m p o r t a n c i a d e l p a p e l
d e s e m p e ñ a d o p o r e l a i r e ( o e l c i e l o ) , la t i e r r a , e l a g u a y e l f u e g o , e l e -
m e n t o s s o b r e l o s c u a l e s e l d r u i d a , c o m o m á s t a r d e v e r e m o s , es a m o y
s e ñ o r . O t r o rey de I r l a n d a e m p l e a u n a f ó r m u l a semejante:

« D e s p u é s d e a q u e l l o t u v o l u g a r el f e s t í n d e T a r a . L o s h o m b r e s de
I r l a n d a v i n i e r o n c o n s u s m u j e r e s y s u s h i j a s . T u a t h a l t o m ó c o m o g a r a n t í a al
sol, la l u n a y t o d o s los p o d e r e s q u e e s t á n e n el c i e l o y e n la t i e r r a . A u n q u e
f u e s e n c o m u n e s las f u e r z a s d e las p r o v i n c i a s d e I r l a n d a , las p r o v i n c i a s d e
I r l a n d a n o t e n d r í a n d e r e c h o c o m ú n c o n t r a los d e s c e n d i e n t e s de T u a t h a l
3 5
T e c h m a r , s i n o q u e sus d e s c e n d i e n t e s r e i n a r í a n p a r a s i e m p r e j a m á s » .

E n el j u r a m e n t o d e l rey L o e g a i r e e n c o n t r a m o s u n t e s t i m o n i o más
c l a r o , p u e s esta v e z el j u r a m e n t o es q u e b r a n t a d o y el c a s t i g o v i e n e c o m o
c o n s e c u e n c i a d e la a c c i ó n d e l o s e l e m e n t o s q u e h a b í a n s i d o i n v o c a d o s
c o m o t e s t i g o s . T r a s h a b e r r e i n a d o t r e i n t a a ñ o s s o b r e I r l a n d a c o n la b e n -
d i c i ó n d e s a n P a t r i c i o , L o e g a i r e h i z o la g u e r r a a las g e n t e s d e L e i n s t e r ,
m a l o s p a g a d o r e s d e l t r i b u t o . P e r o se a r r e p i n t i ó :

« L o e g a i r e p a r t i ó e n t o n c e s h a c i a L e i n s t e r p a r a e x i g i r e l boroma a s u s g e n -
t e s . E s t a s se r e u n i e r o n y l e d i e r o n b a t a l l a . L o e g a i r e f u e v e n c i d o e n e s a b a t a -
lla, a s a b e r , la d e A t h D a r á . F u e c a p t u r a d o d u r a n t e el c o m b a t e y h u b o d e
p o n e r al sol y la l u n a , al a g u a y al a i r e , al d í a y la n o c h e , al m a r y la t i e r r a
c o m o g a r a n t í a d e q u e n o v o l v e r í a a r e c l a m a r l e s e l boroma e n t o d a s u v i d a .
E n t o n c e s , fue l i b e r a d o . N o o b s t a n t e , a L o e g a i r e le h a b í a n p r e d i c h o que
h a l l a r í a l a m u e r t e e n t r e I r l a n d a y E s c o c i a y p o r e s a r a z ó n ya n u n c a p a r t i c i -
paba en n i n g u n a expedición marítima. Loegaire partió con u n gran ejér-
c i t o h a c i a L e i n s t e r p a r a r e c l a m a r e l boroma. Y a n o se a c o r d a b a d e s u s g a r a n -
t e s . C u a n d o l l e g ó a G r e l l a c h D a P h i l , c e r c a d e C a s s e , e n la l l a n u r a de
Liffey, e n t r e d o s c o l i n a s cuyos n o m b r e s e r a n I r l a n d a y Escocia, m u r i ó a
causa del sol, del v i e n t o y de t o d o s sus d e m á s g a r a n t e s , p u e s n a d i e osaba
3 6
quebrantar u n j u r a m e n t o en aquel t i e m p o » .

L o s casos s o n e x t r e m o s . L a f ó r m u l a usual del j u r a m e n t o , más s i m -

ple, apelaA.los d i o s e s e n g e n e r a l : tongu do día toingeas mo thuath: « j u r o p o r el
dios p o r el cual j u r a m i c a n t ó n » . L o s d r u i d a s n o i n t e r v i e n e n : para

35 DofhlathiusaibhErend, Book of Leinster 2 3 b , e d . B e s t - B e r g i n - O ' B r i e n I, p . 9 1 .

36 Comtoth Loegairico cretim, « l a c o n v e r s i ó n d e L o e g a i r e a la f e » , e d . C h a r l e s P l u m m e r ,
e n Revue Celtique 6, p . 1 6 5 .
202 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

p o n e r v e r b a l m e n t e a u n d i o s p o r t e s t i g o n o se n e c e s i t a el m i n i s t e r i o o la
3 7
i n t e r m e d i a c i ó n de u n s a c e r d o t e .
L a s i m p l i c i d a d d e l j u r a m e n t o está sujeta a v a r i a c i o n e s d e d e t a l l e : tres
d e c a d a c u a t r o v e c e s , la p a l a b r a « d i o s » a p a r e c e e n s i n g u l a r ; t a m b i é n
p u e d e a p a r e c e r e n p l u r a l o ser o m i t i d a . P e r o el j u r a m e n t o está l e j o s d e l
j u r a m e n t o v u l g a r c o n m e r o v a l o r e x c l a m a t i v o . S i e m p r e se r e s e r v a p a r a
u n a circunstancia fuera de lo ordinario.-
a) Con omisión de ¡apalabra «Jíos»:
E n una disputa entre C o n a l l C e r n a c h , h é r o e del Ulster, y C e t ,
h é r o e d e C o n n a u g h t , p a r a s a b e r c u á l d e l o s d o s se i m p o n d r í a e n
b r a v u r a y e n m é r i t o m i l i t a r y t e n d r í a d e r e c h o a a t r i b u i r s e la h a z a ñ a :

« J u r o l o q u e j u r a m i c a n t ó n . D e s d e q u e t o m é las a r m a s , n o h e p a s a d o u n
s o l o d í a s i n d e r r a m a r la s a n g r e d e las g e n t e s d e C o n n a u g h t n i s i n d e s t r u i r -
les e n c o m b a t e c a d a n o c h e , y n u n c a h e d o r m i d o s i n la c a b e z a d e u n hom-
3 8
bre de C o n n a u g h t bajo m i r o d i l l a » .

b) Con ¡apalabra «dios»' en singular:

C u a n d o el c o c h e r o d e C u c h u l a i n n , L o e g , i n t e n t a i m p e d i r q u e su
a m o parta hacia su ú l t i m o c o m b a t e :

« J u r o p o r el d i o s p o r el q u e j u r a m i c a n t ó n , d i c e L o e g , a u n q u e t o d a la
provincia de C o n c h o b a r estuviese a l r e d e d o r del G r i s de M a c h a , n o lo lle-
3 9
v a r í a n h a c i a el c a r r o » .

E n u n i n t e r c a m b i o d e r é p l i c a s u n t a n t o vivas e n t r e C u c h u l a i n n y
F e r g u s d u r a n t e u n e p i s o d i o d e la Tain Bo Cualnge:

«"Vuélvete, oh, p a d r e m í o Fergus", dijo C u c h u l a i n n , y n o r e s p o n d i ó hasta

l a t e r c e r a v e z . " L o j u r o p o r e l d i o s p o r e l q u e j u r a n l o s u l t o n i a n o s —dijo—,
d e j a r é t u n o m b r e t a n l i m p i o c o m o la e s p u m a d e u n r e g a j o , i r é c o n t r a ti
c o m o v i e n e la c o l a a l g a t o . T e g o l p e a r é c o m o u n a m u j e r a f e c t u o s a g o l p e a a
4 0
su h i j o " » .

37 L o s e s c r i b a s e m p l e a n a m e n u d o la a b r e v i a t u r a tongu ocus rl.

38 Scéla Mucce Mek Dáthó, e d . R . T h u r n e y s e n , Medioeval andModern Irish Series V I , D u b l í n ,
1935. PP- I 5 - I 6 .

39 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La morí de Cuchulainn, versión A ( d e l Libro de Leinster), en Ogam

1 8 , 1 9 6 6 , p . 3 4 6 . C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p . 2 8 1 .
40 V e r s i ó n d e l Livrejaune de Lecan, e d . S t r a c h a n - O ' K e e f f e , D u b l í n , s i n f e c h a r , p . 1 2 1 ;
a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley,
c
e n Ogam 1 6 , 1 9 6 4 , p . 2 2 5 ; f- e d i c i ó n W i n d i s c h , Irische Texte V , p . 8 8 0 , n o t a I.
 1 . EL « B A U T I S M O » D R U Í D I C O Y LOS INTERDICTOS
203

D e n u e v o e n la TainBo Cualnge, c u a n d o F e r g u s le d e s c r i b e a la r e i n a
M e d b la l l e g a d a d e u n a c o m p a ñ í a g u e r r e r a d e l o s u l t o n i a n o s :

« J u r o p o r el d i o s p o r e l q u e j u r a m i c a n t ó n , e n v e r d a d —dijo F e r g u s — ,
hasta el p r e s e n t e n u n c a h a s i d o e n g e n d r a d a e n I r l a n d a u n a t r o p a capaz d e
1
r e c h a z a r a los u l t o n i a n o s » * .

G u a n d o el rey A i l i l l , a p u n t o d e p a r t i r p a r a el c o m b a t e , d e m a n d a
i m p e r a t i v a m e n t e su e s p a d a a su c o c h e r o :

« A i l i l l d i j o e n t o n c e s a s u c o c h e r o : " T r á e m e la e s p a d a q u e d e s t r u y e la p i e l .
J u r o p o r e l d i o s p o r e l q u e j u r a m i c a n t ó n q u e s i e s a flor e s t á p e o r h o y
c o n t i g o q u e e l d í a e n q u e t e la t r a j e d e la c o l i n a e n la f r o n t e r a c o n e l U l s -
ter, a u n q u e t o d o s los h o m b r e s d e I r l a n d a te p r o t e g i e s e n , n o te p r o t e g e r í a n
4 2
de m í " » .

c) Con la palabra «dios» en plural:

G u a n d o u n adversario de C u c h u l a i n n , E t a r c u m u l , se d i s p o n e a
desafiarle en c o m b a t e singular:

« G i r a d e n u e v o el c a r r o h a c i a atrás, o h , m u c h a c h o , p u e s j u r o p o r los d i o -
ses q u e a d o r o q u e n o v o l v e r é s i n t r a e r c o n m i g o p a r a m o s t r a r la c a b e z a d e
4 3
e s e c e r v a t i l l o , la c a b e z a d e C u c h u l a i n n » .

L a f r e c u e n c i a y la f u e r z a d e estas f ó r m u l a s u s u a l e s , t r a n s c r i t a s e n el
s i g l o X I I , a p e n a s se h a n visto a t e n u a d a s p o r seis o siete s i g l o s d e c r i s t i a -
nismo.
M u c h o antes q u e l o s i r l a n d e s e s de la E d a d M e d i a , los e m b a j a d o r e s galos
m a n i f e s t a r o n su r e s p e t o r e l i g i o s o p o r la t i e r r a y el c i e l o c u a n d o , e n el siglo
I V antes de n u e s t r a era, r e s p o n d i e r o n a A l e j a n d r o , q u e les p r e g u n t a b a q u é
era l o q u e m á s t e m í a n : «A n a d i e ; s ó l o t e m e m o s u n a cosa y es q u e el c i e l o
4 4
caiga s o b r e n o s o t r o s » , l o q u e lleva a A r i s t ó t e l e s a e s c r i b i r : « p e r o sería u n
l o c o o u n i n s e n s i b l e , si n o t e m i e r a n a d a , n i l o s t e r r e m o t o s , n i las o l a s ,

41 V e r s i ó n d e l Livre jaune de Lecan, op. cit., p . 1 0 8 ; a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s -

t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , op. cit., p . 4 0 5 ; e d . W i n d i s c h , p . 7 4 7 . n o t a 2 .
42 V e r s i ó n d e l Livre jaune de Lecan, op. cit., p . 1 1 9 ; a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n -
J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit, p . 4*2; e d . W i n d i s c h , p . 8 6 1 , n o t a 2 .
e <
43 V e r s i ó n d e l Livre de Leinster, e d . W i n d i s c h , p . 2 4 3 ; i- C. O . O'Rahilly, p. 44,
1630-1632.
44 P t o l o m e o L á g i d a e n E s t r a b ó n V I I I , 3, 8.
204 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

4 5
c o m o se dice d e l o s c e l t a s » . P o d e m o s constatar así el a r c a í s m o de las c o n -
c e p c i o n e s i r l a n d e s a s , a u n q u e la f ó r m u l a d e A r i s t ó t e l e s , o la d e l o s g a l o s
d u r a n t e su e n c u e n t r o c o n A l e j a n d r o , n o sean f ó r m u l a s d e j u r a m e n t o p r o -
46
p i a m e n t e d i c h a s . L o s e l e m e n t o s , p o r sus m a n i f e s t a c i o n e s c o n c r e t a s , f o r -
m a n p a r t e d e los m e d i o s q u e los dioses u t i l i z a n p a r a d a r a c o n o c e r o i m p o -
n e r su v o l u n t a d a los h o m b r e s . P o r esa r a z ó n , los d r u i d a s , m i n i s t r o s d e los
dioses, tienen p o d e r sobre los elementos, p e r o ellos m i s m o s nunca
i n t e r v i e n e n e n la s a n c i ó n o las c o n s e c u e n c i a s d e l v í n c u l o d i r e c t o q u e el
j u r a m e n t o crea e n t r e su a u t o r y la d i v i n i d a d q u e h a t o m a d o p o r t e s t i g o .

2. L A M A G I A V E G E T A L Y L A M E D I C I N A M Á G I C A

L a m a g i a vegetal f u e , s e g ú n t o d o s l o s i n d i c i o s , m u y i m p o r t a n t e e n el
m u n d o céltico y resulta i m p o s i b l e pensar e n u n r e p e r t o r i o c o m p l e t o de
l o s h e c h o s i n s u l a r e s , n i s i q u i e r a c o n t i n e n t a l e s . E s o n o s l l e v a r í a a la v e z
demasiado cerca del simple folclore, medieval o m o d e r n o , y demasiado
l e j o s d e l o s d r u i d a s , q u e n o s i e m p r e s o n r e s p o n s a b l e s d e las s u p e r s t i c i o -
4 7
n e s q u e a l g u n o s i n v e s t i g a d o r e s les a t r i b u y e n c o n excesiva g e n e r o s i d a d .
L a m a g i a , b a j o t o d a s sus f o r m a s , es u n a s p e c t o i n f e r i o r d e la t r a d i c i ó n ,
q u e se h a c e p r e d o m i n a n t e c u a n d o se a c e r c a la d e c a d e n c i a , y c o n t r i b u y e
a falsear n u e s t r a v i s i ó n d e c o n j u n t o s o b r e la c u e s t i ó n . E n o t r a s p a l a b r a s ,
l o s d r u i d a s r e b a j a d o s a la c o n d i c i ó n d e b r u j o s n o n o s i n t e r e s a n . N o
o b s t a n t e , a v e c e s n o r e s u l t a fácil d i s t i n g u i r la m a g i a i n h e r e n t e a la p r á c -
tica f o r m a l d e la r e l i g i ó n d e a q u e l l a o t r a q u e s ó l o d e p e n d e d e la s u p e r s -
4 8
t i c i ó n d e t o d a s las é p o c a s .

45 Etica Nicomáquea I I I , 7> 2 7 [ M a d r i d , G r e d o s , 2 0 0 0 , p . 8 9 ] ; v é a s e D ' A r b o i s d e

J u b a i n v i l l e , Etudes sur le droit celtique I , p p . 1 4 - 2 5 ; F r a n c o i s e L e R o u x , Taranis, dieucel-
tique du ciel et de l'orage, e n Ogam IO, 1 9 5 ^ , P P - 3 5 ~ 3 8 -
46 S o b r e este p u n t o C . J u l l i a n , N o t e s g a l l o - r a m a i n e s X X I I . N o t e s s u r la p l u s
a n c i e n n e r e l i g i ó n g a u l o i s e , e n R e v u e d e s E t u d e s A n c i e n n e s 6, p . 1 3 2 , t i e n e r a z ó n
f r e n t e a D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e : « L o s c e l t a s , al d e c i r a A l e j a n d r o q u e l o ú n i c o
q u e t e m í a n e r a esa c a í d a n o e s t a b a n p r o f i r i e n d o u n a f a n f a r r o n a d a c a r g a d a d e
i m á g e n e s , s i n o r e c o r d a n d o a l g u n a t r a d i c i ó n religiosa, p o e m a o l e y e n d a , s o b r e la
m a n e r a e n q u e el m u n d o h a b r í a d e d e s a p a r e c e r » .
47 C h a r l e s P l u m m e r c a t a l o g ó n u m e r o s í s i m o s h e c h o s r e l a c i o n a d o s c o n la m a g i a v e g e -
t a l y el c u l t o a l o s á r b o l e s : Vitae Sanctorum Hiberniae, O x f o r d , 1 9 1 0 , p p . CLIII y s s . , p e r o
l a m a y o r í a d e e l l o s a t a ñ e n al f o l c l o r e e n l a m e d i d a e n q u e e l h a g i ó g r a f o r e f i e r e
u n o s h e c h o s exactos. Véase u n t r a t a m i e n t o m á s detallado de los t e m a s a b o r d a d o s
e n este a p a r t a d o e n C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Magie, médecineetdivination... op. cit, c a p s . 5 y 6.
 2 . LA M A G I A V E G E T A L V LA M E D I C I N A MÁGICA 205

2 . 1 . E L MUÉRDAGO
Y a q u e el t e x t o m á s a n t i g u o se r e f i e r e a é l , c i t a r e m o s p r i m e r o , u n a v e z
m á s , el r i t u a l m á g i c o - m é d i c o d e la r e c o l e c t a d e l m u é r d a g o tal y c o m o l o
:
r e c o g e P l i n i o , Historia naturalXVl, 249

« E s p u e s m u y r a r o e n c o n t r a r e l m u é r d a g o y, c u a n d o s e e n c u e n t r a , s e
r e c o g e e n m e d i o d e u n a g r a n c e r e m o n i a r e l i g i o s a d u r a n t e el d í a d e la sexta
l u n a , p u e s e s p o r e s e a s t r o p o r el q u e l o s g a l o s r e g u l a n s u s m e s e s y s u s a ñ o s ,
l o m i s m o q u e sus siglos d e t r e i n t a a ñ o s . E l i g e n ese d í a p o r q u e la l u n a t i e n e
ya u n a f u e r z a c o n s i d e r a b l e , a u n s i n h a b e r l l e g a d o a la m i t a d d e s u t r a y e c t o -
r i a . L o s galos l l a m a n al m u é r d a g o p o r u n n o m b r e q u e s i g n i f i c a "el q u e
t o d o lo cura". Tras h a b e r p r e p a r a d o r i t u a l m e n t e u n sacrificio y u n festín
b a j o el á r b o l , t r a e n d o s t o r o s b l a n c o s c u y o s c u e r n o s h a n s i d o a t a d o s p o r
p r i m e r a vez. A t a v i a d o c o n u n a t ú n i c a b l a n c a , el s a c e r d o t e s u b e al á r b o l ,
c o r t a c o n u n a h o z d e o r o el m u é r d a g o y l o r e c o g e e n u n p a ñ o blanco.
E n t o n c e s i n m o l a n a las v í c t i m a s r o g a n d o a l a d i v i n i d a d q u e a c e p t e n e l s a c r i -
ficio y q u e é s t e a p r o v e c h e a q u i e n e s se l o o f r e c e n . L o s g a l o s c r e e n q u e el
m u é r d a g o , b e b i d o , d e v u e l v e la f e c u n d i d a d a l o s a n i m a l e s e s t é r i l e s y c o n s t i -
t u y e u n r e m e d i o c o n t r a t o d o s l o s v e n e n o s . T a l e s el c o m p o r t a m i e n t o r e l i -
g i o s o d e u n g r a n n ú m e r o d e p u e b l o s r e s p e c t o a las cosas i n s i g n i f i c a n t e s » .

L o q u e l l a m a la a t e n c i ó n e n esta d e s c r i p c i ó n , m á s a l l á d e la s i m p l e
i n c o m p r e n s i ó n d e P l i n i o , es la a s o c i a c i ó n d e la r e c o g i d a d e l m u é r d a g o
c o n el s a c r i f i c i o d e l o s t o r o s , q u e e n p r i n c i p i o f o r m a p a r t e d e l r i t u a l d e
e n t r o n i z a c i ó n o e l e c c i ó n real. El m u é r d a g o , e m p l e a d o c o m o m e d i o o
c o a d y u v a n t e d e la f e c u n d i d a d a n i m a l , se r e l a c i o n a c o n e l simbolismo
g e n e r a l d e la f u n c i ó n y l o s s e r v i c i o s q u e se e s p e r a n d e l r e y . P e r o el
m u é r d a g o , a s o c i a d o a la f e c h a d e la c e r e m o n i a y a la l u n a creciente,
t a m b i é n g u a r d a r e l a c i ó n c o n el O t r o M u n d o . Y t o d o l o q u e d e j a t r a s l u -
c i r la d e s c r i p c i ó n d e n o t a u n a c e r e m o n i a p ú b l i c a m u y s o l e m n e , aunque
s ó l o sea p o r la i n t e r v e n c i ó n d e l d r u i d a y el u s o d e la h o z d e o r o , i n s t r u -
m e n t o precioso, más ritual o cultual que práctico.
C o m p l e t a r e m o s esta cita c o n o t r o e x t r a c t o d e P l i n i o , Historia natural
XXIV, 103-104:

« S e m e j a n t e a l a s a b i n a e s l a p l a n t a l l a m a d a selago. Para recogerla no

h a c e n u s o d e l h i e r r o ; p a s a n la m a n o d e r e c h a p o r e l l a d o i z q u i e r d o d e s u s

48 P o r la f u e r z a d e las c o s a s y la n a t u r a l e z a d e l o s d o c u m e n t o s , l o q u e s i e m p r e c o n o -
c e r e m o s m e j o r d e la c i e n c i a m é d i c a d e l o s d r u i d a s s e r á la m e d i c i n a v e g e t a l . P e r o
su e s t u d i o a p e n a s acaba d e e m p e z a r .
2o6 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

ropajes, c o m o p a r a c o m e t e r u n r o b o ; a d e m á s , hay q u e estar vestido de

b l a n c o , h a b e r s e lavado los pies, ir descalzo y h a b e r o f r e n d a d o antes p a n y
v i n o . Se lleva la p l a n t a e n u n p a ñ o n u e v o . L o s d r u i d a s d e G a l i a d i c e n q u e
sirve c o m o t a l i s m á n c o n t r a t o d a e n f e r m e d a d y q u e s u h u m o s a n a t o d a s las
afecciones d e los ojos. Los d r u i d a s utilizan t a m b i é n u n a planta q u e crece
e n l o s p a n t a n o s y q u e l l a m a n samolus. E s t a d e b e s e r r e c o g i d a c o n l a m a n o
i z q u i e r d a , e n a y u n a s , y c o n s t i t u y e u n t a l i s m á n c o n t r a las e n f e r m e d a d e s d e
l o s r e b a ñ o s . P e r o el q u e la r e c o g e n o d e b e m i r a r d e t r á s d e él n i d e p o s i t a r la
p l a n t a e n o t r o s i t i o q u e a l l á d o n d e se c o n s e r v a n l a s b e b i d a s » .

L a m a n e r a e n la q u e P l i n i o o r d e n a l o s d e t a l l e s d e l r i t u a l d e la r e c o -
g i d a d e la selago y el samolus t i e n e m u c h o m á s q u e v e r c o n el f o l c l o r e q u e
c o n la r e l i g i ó n o r g a n i z a d a d e l p e r i o d o a l t o . A s í p u e s , s e g ú n él, la m e d i -
c i n a está m á s o r i e n t a d a h a c i a la c r e d u l i d a d q u e h a c i a la e f i c a c i a . P e r o
esto n o d e b e d e ser e n a b s o l u t o c o n f o r m e al e s p í r i t u i n i c i a l y P l i n i o n o s
d a , tal v e z a s u p e s a r , a l g u n a s i n d i c a c i o n e s s o b r e la m i n u c i o s i d a d del
ritual m é d i c o de los druidas.
D e s c o n o c e m o s el n o m b r e g a l o d e l m u é r d a g o , p u e s , d e s a f o r t u n a d a -
m e n t e , P l i n i o l o t r a d u c e al l a t í n . S i n e m b a r g o , las l e n g u a s c é l t i c a s h a n
conservado, e n sus v o c a b l o s p o p u l a r e s , el g i r o « q u e t o d o l o c u r a »
(omnia sanantem): uile-iceadh, (all-heal, en el d i c c i o n a r i o irlandés de
4 9 5 0
O ' R e i l l y ) , uile-ic(c) (mistletoe, all-heal,panacea, e n el d e D i n n e e n ) , uil-ioc,
52
51
e n g a é l i c o d e E s c o c i a , oll-iach, « q u e t o d o l o c u r a » , e n gales . El bretón
n o h a c o n s e r v a d o la f ó r m u l a gala d e P l i n i o c o m o las o t r a s l e n g u a s c é l t i -
cas. P e r o u t i l i z a o t r o s g i r o s p e r i f r á s t i c o s : deurderf, « m u é r d a ' g o d e r o b l e »
( l i t e r a l m e n t e : « a g u a d e r o b l e » ) j u n t o a ehüelvar' ( « a l t a r a m a » ) e n el
d i c c i o n a r i o m a n u s c r i t o de Pierre de C h á l o n s , rector de Sarzeau a p r i n -
53
cipios del siglo XVIII . J. L o t h , p o r su p a r t e , e n c o n t r ó e n F a o u é t , hacia

4.9 An Irish-English Dictionary, D u b l í n , 1 8 7 7 , p . 5 4 8 a .

50 Focloir Gaedhílge agusBearla, D u b l í n , 1 9 2 7 . P- 1 2 9 2 b .
51 N o r m a n M a c l e o d & D a n i e l D e w a r , A Dictionary of the Gaelic Language, Edimburgo,
1 8 9 3 , p . 5 8 3 b - L a p a l a b r a f i g u r a a ú n e n la e d i c i ó n d e E d w a r d D w e l l y , d e 1 9 6 7 ,
The illustrated Gaelic-English Dictionary, G l a s g o w ( p r i m e r a e d i c i ó n i g O I - 1 9 1 1 ) , p . 9 9 3 a ,
p e r o s i r v e p a r a i n t r o d u c i r la l a r g a c i t a d e l t e x t o d e P l i n i o , t r a s e l c o m e n t a r i o
« S a i d b y s o m e t o b e t h e b a d g e o f t h e H a y s , b u t it d o e s n o t g r o w w i l d i n S c o -
tland».
52 E n el d i c c i o n a r i o d e S i l v a n E v a n s , v é a s e J . L o t h , e n Revue Celtique, 1 9 , p . 1 8 .
53 Dictionnaire Francois-Bretón ( m a n u s c r i t o d e la B i b l i o t e c a N a c i o n a l e n c u a t r o v o l ú m e -
n e s ) , t o m o I I , p . 1 5 4 - L a s d i f e r e n c i a s s o n s e n s i b l e s e n el p e q u e ñ o Dictionnaire Bre-
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A M Á G I C A 207

f i n a l e s d e l s i g l o p a s a d o , la c u r i o s a d e s i g n a c i ó n d e ihwehad (uhelvat), «bien

c r e c i d o » , l i t e r a l m e n t e « m u y a l t o » , p o r a d a p t a c i ó n p o p u l a r d e la p a l a -
5 4
b r a u s u a l uhelvarr ( e n gales uchelfar), « a l t a r a m a » .
Semejantes detalles lingüísticos n o resultan desde l u e g o de u n a ela-
b o r a c i ó n o d e u n a r e f l e x i ó n e r u d i t a s , y la t e n d e n c i a p o p u l a r es i n t e r e -
s a n t e n e g a t i v a m e n t e , p u e s la s u s t i t u c i ó n d e u n t é r m i n o e s p e c i a l i z a d o
p o r s u s t i t u t o s p e r i f r á s t i c o s n o p u e d e ser e n este caso s i n o el i n d i c i o d e la
d e s a p a r i c i ó n d e u n v o c a b l o d e la l e n g u a r e l i g i o s a p r e c r i s t i a n a . ¿ A c a s o e l
h e c h o de q u e el m u é r d a g o fuese u n a planta utilizada p o r los druidas
e x p l i c a e l q u e i g n o r e m o s su n o m b r e e s p e c í f i c o y t é c n i c o e n la l e n g u a
c é l t i c a a n t i g u a y m o d e r n a ? E s m á s q u e p r o b a b l e : casi v e i n t e s i g l o s d e s -
p u é s , el c o t e j o de u n a t r a d u c c i ó n de P l i n i o c o n los v o c a b l o s c o n f i r m a -
dos e n irlandés y e n gales m o d e r n o s n o ofrece n i n g u n a dificultad, y
c o n s t i t u y e p o r t a n t o u n i m p o r t a n t e i n d i c i o e n f a v o r d e la e x a c t i t u d d e
las i n f o r m a c i o n e s d e l a u t o r l a t i n o . E n l o q u e a n o s o t r o s r e s p e c t a , este
ú l t i m o c u e n t a a d e m á s c o n la v e n t a j a d e su i g n o r a n c i a d e las l e n g u a s c é l -
t i c a s . E n e f e c t o , P l i n i o n o se m u e s t r a s o r p r e n d i d o p o r las p r á c t i c a s q u e
describe, pues los r o m a n o s y los griegos t a m b i é n realizaban prácticas del
m i s m o o r d e n . E l m i s m o i n d i c a q u e las r a m a s o las h o j a s d e h i e r b a l u i s a
s e r v í a n p a r a e c h a r las s u e r t e s y p r e d e c i r e l f u t u r o y, s e g ú n su c o s t u m b r e ,
n o p u e d e evitar f o r m u l a r u n a c r í t i c a : Historia natural X X V , 1 0 5 =

« A l g u n o s n o distinguen (dos especies de hierbas sagradas) y t o m a n a

u n a p o r o t r a , o t o r g á n d o l e s a a m b a s las m i s m a s p r o p i e d a d e s . L o s g a l o s
e c h a n la s u e r t e c o n u n a u o t r a m i e n t r a s r e c i t a n e n c a n t a m i e n t o s . P e r o s o n
divagaciones de m a g o s » .

O l v i d a n d o , tal v e z , la r e c o g i d a d e la selago, P l i n i o e n g l o b a e x t r a ñ a -
m e n t e e n esas « d i v a g a c i o n e s » el g e s t o r i t u a l ( p a s a r la m a n o d e r e c h a p o r
el l a d o i z q u i e r d o d e sus r o p a j e s ) , la p r e s c r i p c i ó n r i t u a l (estar v e s t i d o d e
b l a n c o , h a b e r s e l a v a d o l o s p i e s e i r d e s c a l z o ) , la o b l a c i ó n y la l i b a c i ó n (la
o f r e n d a d e l p a n y el v i n o ) .
N u e s t r a c o n c l u s i ó n , al m e n o s p r o v i s i o n a l , d e las l a g u n a s d e la l e x i c o -
g r a f í a c e l t a es q u e la f ó r m u l a d e P l i n i o omnia sanantem es ya la t r a d u c c i ó n

ton-Francois du Diocése de Vannes, d e l m i s m o a u t o r , a p a r e c i d o e n V a n n e s e n 1 7 2 3 , P -

4 9 : deure def, « a q u í ( e n S a r z e a u ) isél-varre « m u é r d a g o d e r o b l e » ( d e ihuel, « a l t o »
se p a s ó a ¡sel, « b a j o » ) ; cf. E m i l e E r n a u l t , G l o s s a i r e m o y e n - b r e t o n , p . 7 3 1 , c u y o
r e p e r t o r i o es b a s t a n t e i m p r e c i s o .
54 P a r a l o s d e t a l l e s d e l a l e x i c o g r a f í a g a l e s a y b r e t o n a , a ú n p o d e m o s r e m i t i r n o s a la
n o t a d e e t i m o l o g í a d e J o s e p h L o t h , e n Revue Celtique JQ, p . 1 8 .
208 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

latina de u n g i r o p o p u l a r galo, sustituto de u n a palabra caída e n desuso

m u c h o antes del triunfo del cristianismo.
A n t e s d e t e r m i n a r c o n el m u é r d a g o , se i m p o n e n a ú n a l g u n a s o b s e r -
v a c i o n e s q u e s u b r a y a r á n la i n s o s p e c h a d a i m p o r t a n c i a d e esta p l a n t a e n la
tradición céltica:
— L a f e c h a d e la c e r e m o n i a d e s c r i t a p o r P l i n i o , t e n i e n d o e n c u e n t a el
s a c r i f i c i o , e l f e s t í n r i t u a l y la é p o c a d e l a f l o r a c i ó n d e l m u é r d a g o , n o
p u d o h a b e r s i d o o t r a q u e l o s c o m i e n z o s d e la e s t a c i ó n m a l a , n o v i e m b r e .
E l m u é r d a g o n o se r e c o g e e n e l m e s d e a g o s t o .
— C o m o n o se e s p e c i f i c a l o c o n t r a r i o , e l r i t u a l d e la r e c o g i d a d e l
m u é r d a g o es i m p l í c i t a m e n t e d i u r n o . P e r o ¿ e n q u é m e d i d a P l i n i o está
e n l o c i e r t o ? E l t i e m p o se c o n t a b a p o r n o c h e s y existe al m e n o s u n v í n c u l o
o u n a s i m i l i t u d s i m b ó l i c a y f o r m a l e n t r e la h o z d e o r o y e l c r e c i e n t e d e l
p r i m e r cuarto de luna.
— A c a u s a d e su u t i l i z a c i ó n r i t u a l ( d e la q u e n o h a s u b s i s t i d o n a d a e n
I r l a n d a ) , e l m u é r d a g o es u n a p l a n t a d e l O t r o M u n d o , l o q u e al m e n o s
es u n a r a z ó n s u p l e m e n t a r i a p o r l a q u e l o s a n a t o d o . N o o l v i d e m o s , a
t í t u l o d e c o m p a r a c i ó n , o t r o s d o s h e c h o s c o n s i d e r a b l e s : e n la m i t o l o g í a
g e r m á n i c a , la r a m a d e m u é r d a g o q u e m a t a a B a l d e r y, e n el m u n d o
l a t i n o , s e g ú n V i r g i l i o , la q u e E n e a s l l e v a b a e n l a m a n o c u a n d o e n t r ó
v i v o e n l o s I n f i e r n o s (Eneida V I , 2 0 5 - 2 1 1 ) .

2.2. L A S PLANTAS MEDICINALES

L a s p l a n t a s m e d i c i n a l e s f u e r o n m u y u t i l i z a d a s e n G a l i a , si h e m o s d e
creer a los p o c o s autores clásicos que trataron de botánica, m e d i c i n a e
h i s t o r i a n a t u r a l e h i c i e r o n r e f e r e n c i a a l o s celtas: P l i n i o , C e l s o , D i o s c ó -
rides, M a r c e l o E m p í r i c o y varios más. P e r o el n o m b r e de los druidas n o
a p a r e c e e n esta o c a s i ó n . E s a I r l a n d a a q u i e n c o r r e s p o n d e n a t u r a l m e n t e
c o n t a r b a j o u n a f o r m a m í t i c a e l o r i g e n d e las p l a n t a s m e d i c i n a l e s y
e m p e z a r e m o s c i t a n d o , a t í t u l o d e r e c o r d a t o r i o , e l p a s a j e d e La segunda
batalla deMagTured e n e l q u e se c u e n t a l a c u r a c i ó n , p o r p r ó t e s i s , d e l r e y
Nuada:

« N u a d a estaba p o s t r a d o y D i a n c e c h t le p u s o u n b r a z o d e plata capaz d e

hacer los m o v i m i e n t o s de los dos brazos. A q u e l l o n o pareció b i e n a su hijo
m a y o r , M i a c h , q u e fue p o r el b r a z o c o r t a d o d e N u a d a y dijo: " j u n t u r a
sobre j u n t u r a y n e r v i o s o b r e n e r v i o " y lo s a n ó e n tres veces n u e v e días.
D u r a n t e l o s n u e v e p r i m e r o s días, p u s o el b r a z o c o n t r a su c o s t a d o y se
c u b r i ó d e p i e l . D u r a n t e la s e g u n d a s e r i e d e n u e v e días, l o c o l o c ó c o n t r a su
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA 209

p e c h o . D u r a n t e la t e r c e r a s e r i e p r o d u j o u n o s . . . ( ¿ . . . ? ) b l a n c o s d e j u n c o s
n e g r o s c u a n d o l o s o s c u r e c í a n al f u e g o » .

M u y d e s c o n t e n t o c o n a q u e l l a i n s o l e n c i a p r o f e s i o n a l , el d i o s - m é d i c o
D i a n c e c h t m a t ó a su h i j o , c o m o ya h e m o s v i s t o . P e r o esta v e z :

« M i a c h fue e n t e r r a d o p o r D i a n c e c h t y s o b r e su t u m b a b r o t a r o n d i s t i n -
tas p l a n t a s e n n ú m e r o d e t r e s c i e n t a s s e s e n t a y c i n c o , s e m e j a n t e al n ú m e r o
d e sus j u n t u r a s y sus n e r v i o s . A i r m e d a b r i ó su m a n t o y o r d e n ó aquellas
p l a n t a s s e g ú n sus c u a l i d a d e s . P e r o D i a n c e c h t se a c e r c ó a ella y m e z c l ó las
p l a n t a s d e tal m o d o q u e ya n a d i e r e c o n o c í a sus e f e c t o s p r o p i o s , a m e n o s
5 5
q u e el E s p í r i t u S a n t o n o se l o r e v e l a s e d e s p u é s » .

¿ S e r í a p o s i b l e e x p r e s a r m e j o r q u e e n I r l a n d a la g r a n c i e n c i a t r a d i -
c i o n a l d e las p l a n t a s m e d i c i n a l e s se p e r d i ó —al m a r g e n d e la i n t e r v e n c i ó n
e x p r e s a , y s i n d u d a p o c o f r e c u e n t e , d e l E s p í r i t u S a n t o — d e s p u é s d e la
cristianización?

2.3. E L ELIXIR DEL OLVIDO

¿ L o s d r u i d a s i r l a n d e s e s p r e p a r a b a n su elixir del o l v i d o ú n i c a m e n t e a
b a s e d e p l a n t a s ? E n t o d o c a s o , el b r e b a j e e r a e f i c a z : c u a n d o C u c h u l a i n n
se e n a m o r ó d e la b e l l a y g r á c i l F a n d , e s p o s a d e l d i o s d e l O t r o M u n d o
M a n a n n a n , y l u e g o se v o l v i ó l o c o p o r h a b e r l a p e r d i d o , s u l e g í t i m a
esposa, E m e r . . .

« F u e a b u s c a r a C o n c h o b a r y l e d i j o e n q u é e s t a d o se encontraba
C u c h u l a i n n . C o n c h o b a r envió a los poetas, los m ú s i c o s y los d r u i d a s del
Ulster p a r a buscarlo, cogerlo y t r a e r l o c o n ellos a E m a i n . Cuchulainn
i n t e n t ó m a t a r a los m é d i c o s , p e r o éstos e n t o n a r o n f ó r m u l a s druídicas ante
él, l o c o g i e r o n p o r l o s p i e s y las m a n o s y r e c u p e r ó s u s s e n t i d o s . E n t o n c e s ,
p i d i ó d e b e b e r . L o s d r u i d a s le d i e r o n el b r e b a j e d e l o l v i d o . C u a n d o lo
h u b o b e b i d o , ya n o se a c o r d a b a d e F a n d n i d e n a d a d e l o q u e h a b í a h e c h o .
A d e m á s le d i e r o n a E m e r el b r e b a j e d e l o l v i d o p a r a q u e o l v i d a s e s u s c e l o s ,
p u e s su e s t a d o n o e r a m e j o r q u e el d e él. M a n a n n a n agitó su m a n t o e n t r e
Cufihulainn y F a n d para i m p e d i r q u e volviesen a e n c o n t r a r s e nunca»

55 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques irlandais I / ,

1. P - 4 9 -
56 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , LaMaladiede Cuchulainn, e n
Ogam IO, p . 3 1 0 .
2IO I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

2.4. MEDICINA Y SUEÑO. L A MÚSICA

E l e l i x i r d e l o l v i d o n o s t r a e a la m e d i c i n a e n c a n t a t o r i a . T o d a v í a e n la
Edad Media aparecen encantamientos irlandeses recogidos en un
manuscrito de S a i n t - G a l l , e n Suiza:

« P a r a la e n f e r m e d a d d e la o r i n a . M e c u r o d e esta e n f e r m e d a d d e la
o r i n a . ¡ Q u e n o s salven de los artificios de pájaros, b a n d a d a s d e pájaros
b r u j o s ! ¡ Q u e esto (el sortilegio) esté s i e m p r e e n el l u g a r d o n d e o r i n a s ! » .

O este o t r o e n c a n t a m i e n t o , c u y a f o r m u l a c i ó n n o es m u c h o m á s c l a r a
q u e la a n t e r i o r , p e r o r e ú n e e n u n m i s m o c o n j u r o al dios-herrero
Goibniu y a Cristo:

« N o h a y n a d a m á s alto q u e el cielo, n a d a m á s p r o f u n d o q u e el m a r .
P o r las s a n t a s p a l a b r a s q u e C r i s t o p r o n u n c i ó e n la c r u z , aleja d e m í la
e s p i n a , la c i e n c i a d e G o i b n i u es m u y a c e r a d a , q u e el a g u i j ó n d e G o i b -
n i u . . . E s t e e n c a n t a m i e n t o se c o l o c a e n la m a n t e q u i l l a , q u e n o va al a g u a ,
y t o d o se e x t i e n d e a l r e d e d o r d e la e s p i n a . N o va n i s o b r e l a e s p i n a n i s o b r e
la h e r i d a , y s i l a e s p i n a n o e s u n o d e l o s d o s d i e n t e s d e l a n t e d e l a c a b e z a ,
5
caerá» '.

E s t a m o s e n l o s l í m i t e s d e l f o l c l o r e , y e l m o n j e q u e e s c r i b i ó estas
líneas e n el siglo I X tenía ciertas t e n d e n c i a s p a g a n a s . E n estos e n c a n t a -
mientos n o hay nada m u y elevado ni, sobre t o d o , m u y d r u í d i c o . Pero
n o t e n e m o s nada m e j o r y t e n e m o s que contentarnos c o n ellos. E n otros
c a s o s , la c r i s t i a n i z a c i ó n es m á s c o m p l e t a a ú n y l o s d r u i d a s n o a p a r e c e n
m á s q u e e n é s t e . S i n e m b a r g o , es e v i d e n t e q u e l o s o r í g e n e s p r o f u n d o s
s o n a j e n o s al c r i s t i a n i s m o .
E l s u e ñ o t a m b i é n e r a a p r e c i a d o y, c o m o t o d a m ú s i c a d e b u e n a c a l i -
d a d era capaz de a d o r m e c e r m á g i c a m e n t e a sus a u d i t o r e s , l o s arpistas
t e n í a n r a n g o d e bo aire, es d e c i r , d e h o m b r e s l i b r e s p o s e e d o r e s de
g a n a d o , según u n a evaluación j e r á r q u i c a que h e m o s de considerar tar-
5 8
d í a . A l p r i n c i p i o , f o r m a b a n p a r t e d e la clase s a c e r d o t a l , p u e s la m ú s i c a

57 Thesaurus Paleohibernicus I I , p . 2 4 8 ; cf. D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , Mélanges, e n Revue Cel-

tique 1 2 , p p . 1 5 3 - 1 6 0 .
58 S e g ú n los t é r m i n o s p r o p i o s del t r a t a d o t i t u l a d o U r a i c e c h t Bhecc o «pequeño
m a n u a l e l e m e n t a l » : Cruit is e aen danciuil indscin, dliges sairi cen imteid la hordam; sairi boairech tuise
do: « e l a r p a es u n a r t e m u s i c a l al q u e se d e b e la n o b l e z a s i n a c o m p a ñ a m i e n t o d e o t r o
r a n g o d e n o b l e z a . S e l e d e b e la n o b l e z a d e u n bó aire tuise», es d e c i r , d e u n p o s e e d o r
d e g a n a d o c u y o h o n o r se e v a l u a b a e n c u a t r o vacas, Ancient Laws oflrelandV, p . 1 0 6 .
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA 211

es u n a t é c n i c a y, e n su e s t a d o d e p e r f e c c i ó n , una técnica del Otro

M u n d o : l o s arpistas s o n a m e n u d o m e n c i o n a d o s j u n t o a l o s filid d e l m á s
a l t o r a n g o y e l l o s m i s m o s s o n filid. A l o l a r g o d e u n a v e l a d a f a m i l i a r y
p r i n c i p e s c a , el rey A i l i l l p i d e a F r a e c h , el p r e t e n d i e n t e d e su h i j a F i n d a -
b a i r , q u e o r d e n e a sus t r e s a r p i s t a s q u e les d e n u n concierto.-

« " Q u e tus arpistas t o q u e n p a r a n o s o t r o s " , le dijo Ailill a F r a e c h . "Que

t o q u e n , pues", dijo Fraech. Las arpas tenían fundas de piel de n u t r i a c o n
o r n a m e n t o s de cuero p a r t o realzados c o n o r o y plata. Estaban recubiertas
p o r u n a p i e l d e g a m o t a n b l a n c a c o m o la n i e v e c o n m a n c h a s g r i s o s c u r o e n
el c e n t r o . T e n í a n , a l r e d e d o r d e l a s c u e r d a s , u n a f u n d a d e l i n o b l a n c o c o m o
el p l u m a j e d e u n c i s n e . L l e v a b a n a r p a s d e o r o , plata y b r o n c e c o n figuras d e
s e r p i e n t e s , p á j a r o s y p e r r o s d e o r o y p l a t a . G u a n d o l a s c u e r d a s se p o n í a n e n
m o v i m i e n t o , a q u e l l a s f i g u r a s se v o l v í a n h a c i a los h o m b r e s . E m p e z a r o n a
t o c a r y d o c e h o m b r e s d e s u casa m u r i e r o n d e l l o r o s y tristeza.

A q u e l l o s tres h o m b r e s e r a n h e r m o s o s y m e l o d i o s o s , y eso e r a n los j u e g o s

de U a i t h n e . A q u e l l o s h o m b r e s célebres e r a n los tres h e r m a n o s , Goltraiges,
G e n t r a i g e s y S u a n t r a i g e s . B o a n d , d e l o s sidhe, e r a s u m a d r e . C u a n d o la
m u j e r e s t a b a d e p a r t o , p r i m e r o le p a r e c i ó q u e e r a n l l a n t o s y tristeza a c a u s a
d e la i n t e n s i d a d d e s u s d o l o r e s ; l u e g o , v i n i e r o n l a s s o n r i s a s y u n a g r a n f e l i -
c i d a d a causa d e l g r a n p l a c e r d e los d o s h i j o s . A c o n t i n u a c i ó n , c o n el t e r c e r
h i j o , el s u e ñ o y la d e l i c a d e z a a c a u s a d e la d i f i c u l t a d d e l n a c i m i e n t o , t a n t o es
5 9
a s í q u e d e a h í t o m a s u n o m b r e u n t e r c i o d e la m ú s i c a » .

B o a n d (la Bqyne) es la h e r m a n a d e l D a g d a , e s p o s a d e su h e r m a n o E l e -
m a r ( o t r o n o m b r e d e O g m e ) . E l c m a r t i e n e d e ella u n h i j o i n c e s t u o s o
d e n o m b r e O e n g u s , el A p o l o c é l t i c o . Y e s t a m b i é n s u h i j a , p u e s B o a n d
es o t r o n o m b r e d e B r i g i t . S i l o s a r p i s t a s s o n sus h i j o s , es p o r q u e ella es
la m a d r e d e l o s t r e s d i o s e s p r i m o r d i a l e s y d e t o d o s l o s filid. L a t é c n i c a
m u s i c a l c o i n c i d e y se r e ú n e c o n la t e o l o g í a y las g e n e a l o g í a s d i v i n a s . Y la
p r i m e r a a r p a d e I r l a n d a , la q u e c o n t i e n e t o d a s las m e l o d í a s , es el a r p a
6 0
d e l D a g d a , el d i o s - d r u i d a .

59 E d i c i ó n W o l f g a n g M e i d , Tain Bo Fraech, Medioeval and Modern Irish Series 2 2 , Dublín,

IO67, p p . 4-5.
60 V é a s e E u g e n e O ' C u r r y , On the Manners and Customs of the Ancient Irish III, p . 2 2 0 ; sobre
la i n t e r p r e t a c i ó n d e l o s n o m b r e s d e l o s t r e s a r p i s t a s , G o l t r a i g e , G e n t r a i g e y S u a n -
t r a i g e , v é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymologie et de Lexicografiegauloises et cel-
tiques XXIV. loy. Mandáis traige «mode musical», e n Ogam 1 8 , 1 9 6 6 , p p . 3 2 6 - 3 2 9 .
212 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

2.5. L A FUENTE DE LA SALUD

L a « f u e n t e d e la s a l u d » , q u e t i e n e u n h o m ó l o g o a r q u e o l ó g i c o e n G a l i a ,
6 1
en Glanum (Saint-Remy-de-Provence) , es c o n f i a d a , e n La segunda Bata-
lla de Mad Tured, al d i o s - m é d i c o D i a n c e c h t , q u e , c o m o es m é d i c o , tam-
b i é n es d r u i d a :

« E n t o n c e s se h i z o e s t o : a p l i c a r f u e g o a l o s g u e r r e r o s q u e h a b í a n s i d o
h e r i d o s allí p a r a q u e e s t u v i e s e n m á s b r i l l a n t e s a la m a ñ a n a s i g u i e n t e . P o r
esta r a z ó n D i a n c e c h t , sus d o s h i j o s y s u h i j a , es d e c i r , O c t r i u i l , A i r m e d y
M i a c h , e n t o n a b a n e n c a n t a m i e n t o s b a j o la f u e n t e c u y o n o m b r e es S a l u d .
S u s h o m b r e s , h e r i d o s m o r t a l m e n t e , e r a n a r r o j a d o s a ella tal y c o m o h a b í a n
sido h e r i d o s . C u a n d o salían, estaban vivos. Sus h e r i d a s m o r t a l e s h a b í a n
s i d o c u r a d a s p o r el p o d e r d e l e n c a n t a m i e n t o d e l o s c u a t r o m é d i c o s que
6 2
e s t a b a n a l r e d e d o r d e la f u e n t e » .

Esta f u e n t e es d e m a s i a d o p e l i g r o s a p a r a e l l o s y l o s f o m o r e s la c u b r e n
d e p i e d r a s , p e r o s i n d u d a l o h a c e n d e m a s i a d o t a r d e , c u a n d o la s u e r t e d e
la b a t a l l a ya está e c h a d a . H a b i e n d o s i d o h e r i d o p o r u n t r á n s f u g a , el
dios-herrero Goibniu...

« f u e a la f u e n t e y q u e d ó s a n a d o . H a b í a e n t r e l o s f o m o r e s u n guerrero,
O c t r i a l l a c h , hijo d e I n d e c h , hijo de D é D o m n a n n , hijo del rey de los
f o m o r e s . E l g u e r r e r o d i j o q u e c a d a u n o d e e l l o s d e b í a t r a e r u n a d e las p i e -
d r a s d e la D r o w e s p a r a t i r a r l a e n la F u e n t e d e la s a l u d , e n A c h a d A b l a ,
d e l a n t e d e M a g T u r e d , al o e s t e , y d e l a n t e d e L o c h A i l o c h , al e s t e . F u e r o n y
c a d a h o m b r e e c h ó u n a p i e d r a e n la f u e n t e . L l a m a r o n al t ú m u l o Carn
d ' O c t r i a l l a c h . O t r o n o m b r e d e esta f u e n t e es, s i n e m b a r g o , L a g o d e las
p l a n t a s , p u e s D i a n c e c h t m e t i ó e n ella u n e j e m p l a r d e c a d a u n a d e las p l a n -
6 3
tas q u e c r e c í a n e n I r l a n d a » .

El agua maravillosa resucita a los m u e r t o s c u a n d o los dioses y los

d r u i d a s i n t e r v i e n e n . S i l o s v i v o s la u t i l i z a n , el a g u a l o s r e j u v e n e c e y l o s
p r e s e r v a , n o s i e m p r e d e la m u e r t e , p e r o al m e n o s sí d e la e n f e r m e d a d y

61 E l t o p ó n i m o G l a n u m e s t á e m p a r e n t a d o , s e g ú n t o d o p a r e c e i n d i c a r , c o n el a d j e -
t i v o g l a n , « p u r o » , c o m ú n a t o d a s las l e n g u a s n e o c é l t i c a s . V é a s e Christian-J.
G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymoiogie et de Lexicógrafogauloises et celtiques II. 6. Le nom de Glanum,
Saint-Remy-de-Provence (Bouches-sur-Rhóne): irlandais, gaullois, cornique, bretón glan «pur», en
Ogam II, 1 9 5 9 , p p - 2 7 9 - 2 8 4 ; cf. F r a n c o i s e L e R o u x , Notes d'Histoire des Religions V. g.
Introduction á une étude de V«Apollon» celtique, e n Ogam 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 5 9 ~ 7 2 -
62 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 5 -
63 Ibid., p . 5 6 .
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A M Á G I C A 213

la d e c r e p i t u d . E l a g u a es a ú n m á s eficaz c u a n d o se e c h a n e n ella l o s f r u -
tos del O t r o M u n d o , s e g u r a m e n t e n u e c e s o avellanas. L a a n é c d o t a
s i g u i e n t e , q u e e x t r a e m o s d e l Immram Maik Duin, t e x t o ya p r o f u n d a m e n t e
c r i s t i a n i z a d o , da t e s t i m o n i o d e e s t o :

« D e s p u é s d e eso, d e s e m b a r c a r o n e n o t r a g r a n isla. U n o d e sus d o s

lados era u n b o s q u e c o n tejos y g r a n d e s robles. El o t r o , u n a llanura c o n u n
pequeño lago. Allí había grandes rebaños de corderos. Vieron una
p e q u e ñ a i g l e s i a y u n a f o r t a l e z a . F u e r o n a la i g l e s i a . E n la i g l e s i a , h a b í a u n
viejo c l é r i g o g r i s al q u e la c a b e l l e r a l o c u b r í a c o m p l e t a m e n t e . M a e l D u i n le
preguntó: "¿De dónde vienes?".

" S o y el d e c i m o q u i n t o h o m b r e d e la f a m i l i a d e B r e n a n n d e B i r r . S a l i -
m o s p a r a h a c e r n u e s t r o p e r e g r i n a j e p o r el o c é a n o y l l e g a m o s a esta isla.
T o d o s e s t á n m u e r t o s , e x c e p t o y o " . Y e n t o n c e s les e n s e ñ ó la tablilla d e B r e -
n a n n , q u e h a b í a n t r a í d o c o n e l l o s e n s u p e r e g r i n a j e . T o d o s se p r o s t e r n a -
r o n a n t e la t a b l i l l a y M a e l D u i n le d i o u n b e s o .

" A h o r a c o m e d —dijo el viejo— t o d o s los c o r d e r o s q u e n e c e s i t é i s , p e r o

n o m á s d e l o s q u e n e c e s i t é i s " . T o d o s e l l o s se a l i m e n t a r o n d u r a n t e cierto
t i e m p o c o n la c a r n e d e a q u e l l o s c o r d e r o s .
U n d í a q u e e s t a b a n c o n t e m p l a n d o la isla, a l o l e j o s , v i e r o n u n a nube
q u e v e n í a h a c i a ellos d e s d e el s u d o e s t e . A l c a b o d e u n m o m e n t o , mientras
s e g u í a n m i r á n d o l a , se d i e r o n c u e n t a d e q u e se t r a t a b a d e u n p á j a r o y v i e -
r o n m o v e r s e s u s a l a s . E l ave l l e g ó p u e s a la isla y se p o s ó e n u n a c o l i n a a
p o c a distancia del lago. Ellos p e n s a r o n q u e iba a a t r a p a r l o s c o n sus g a r r a s y
a a r r o j a r l o s al m a r . E l p á j a r o t r a í a s i n e m b a r g o la r a m a d e u n g r a n á r b o l .
Esta r a m a e r a m á s g r a n d e q u e u n o d e los g r a n d e s r o b l e s . D e ella salían
g r a n d e s r a m o s y e n lo alto estaba c u b i e r t a d e hojas frescas. Sus frutos eran
p e s a d o s y n u m e r o s o s , bayas rojas q u e p a r e c í a n uvas, p e r o e r a n m á s g r a n -
d e s . E l l o s se e s c o n d i e r o n p a r a v e r q u é h a c í a el p á j a r o . E s t e permaneció
t r a n q u i l o u n m o m e n t o a causa d e su d e b i l i d a d y luego e m p e z ó a c o m e r los
f r u t o s d e la r a m a . M a e l D u i n f u e a la c i m a d e la c o l i n a d o n d e e s t a b a el
p á j a r o p a r a s a b e r si l e h a r í a d a ñ o y n o se l o h i z o . T o d a s u g e n t e l e s i g u i ó a
aquel lugar.

"•Que vaya u n o d e n o s o t r o s — d i j o M a e l D u i n — y r e c o j a a l g u n o s frutos

d e la r a m a q u e está a n t e el p á j a r o " . U n o d e e l l o s f u e y c o g i ó p a r t e d e las
b a y a s . E l p á j a r o n o p r o t e s t ó , p u e s n o l e v i o , y n o se m o v i ó . E n t o n c e s f u e -
r o n l o s d i e c i o c h o h o m b r e s , d e t r á s d e sus e s c u d o s , y n o les h i z o m a l .

A la h o r a n o n a , v i e r o n v e n i r d e l s u d o e s t e d o s g r a n d e s á g u i l a s q u e se
p o s a r o n e n el l u g a r d o n d e e s t a b a e l g r a n p á j a r o . T r a s d e s c a n s a r u n buen
214 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

r a t o , e m p e z a r o n a p i c o t e a r y a q u i t a r los p i o j o s q u e i n f e c t a b a n las m a n d í -
bulas del pájaro p o r a r r i b a y p o r abajo, sus ojos y sus orejas.
A s í e s t u v i e r o n h a s t a l a n o c h e . E n t o n c e s l o s t r e s se p u s i e r o n a c o m e r l a s
b a y a s y l o s f r u t o s d e la r a m a . D e s d e l a m a ñ a n a a l m e d i o d í a s i g u i e n t e p i c o -
t e a r o n los m i s m o s parásitos p o r t o d o su c u e r p o , a r r a n c a n d o también
c o m p l e t a m e n t e las viejas p l u m a s y las viejas p l a c a s d e s a r n a . A m e d i o d í a , n o
o b s t a n t e , a r r a n c a r o n las b a y a s d e la r a m a ; c o n s u s p i c o s las a p l a s t a r o n c o n -
t r a l a s p i e d r a s y l a s a r r o j a r o n al l a g o h a s t a el p u n t o d e q u e l a e s p u m a se v o l -
vió r o j a . L u e g o , el g r a n p á j a r o fue al l a g o y se q u e d ó l a v á n d o s e casi h a s t a el
f i n a l d e l d í a . E n t o n c e s s a l i ó d e l l a g o y se p o s ó e n o t r o l u g a r d e la m i s m a
c o l i n a p a r a q u e l o s p i o j o s q u e le h a b í a n q u i t a d o n o v o l v i e s e n a él.

A la m a ñ a n a s i g u i e n t e , los d o s p á j a r o s , c o n sus p i c o s , se p u s i e r o n a
p i c a r y a a l i s a r l a s p l u m a s d e l t e r c e r o , c o m o si l o h i c i e s e n c o n u n p e i n e . A s í
e s t u v i e r o n h a s t a la m i t a d d e l d í a . E n t o n c e s r e p o s a r o n u n p o c o y p a r t i e r o n
por donde habían venido.
D e s p u é s , el g r a n p á j a r o se q u e d ó a l i s á n d o s e las p l u m a s y s a c u d i é n d o s e
l a s a l a s d u r a n t e t r e s d í a s . E l t e r c e r d í a , a la h o r a t e r c i a , e c h ó a v o l a r , d i o t r e s
v e c e s la v u e l t a a la isla y se p o s ó u n p o c o e n la m i s m a c o l i n a . L u e g o , m a r c h ó a l
l u g a r del q u e h a b í a v e n i d o . S u v u e l o era a h o r a m á s ágil y f u e r t e q u e c u a n d o
v i n o . A t o d o s les p a r e c i ó e v i d e n t e q u e h a b í a c a m b i a d o su vejez e n j u v e n t u d ,
s e g ú n l a s p a l a b r a s d e l p r o f e t a , q u e d i c e : Renouabitur ut aquilae iuuentus tua.

D i u r a n dijo entonces observando aquella gran maravilla: "Vayamos a

r e j u v e n e c e r n o s e n el l a g o , d o n d e el p á j a r o h a r e j u v e n e c i d o " . " N o —dijo
o t r o — , p u e s el p á j a r o h a d e j a d o e n él s u v e n e n o " . " L o q u e d i c e s n o es
b u e n o —dijo D i u r a n — . Y o i r é el p r i m e r o " . E n t o n c e s f u e y se b a ñ ó . H u n d i ó
sus l a b i o s e n el a g u a y b e b i ó v a r i o s t r a g o s . S u s o j o s p e r m a n e c i e r o n p e r f e c t a -
m e n t e s a n o s d u r a n t e t o d a s u vida, n o se le cayó n i u n d i e n t e , n i u n c a b e l l o
de su cabellera y a partir de e n t o n c e s n o sufrió debilidad n i e n f e r m e d a d .

D e s p u é s se d e s p i d i e r o n d e l v i e j o e h i c i e r o n p r o v i s i ó n d e cordero.
E c h a r o n el b a r c o a l a g u a y b u s c a r o n el o c é a n o »

E s t a v e r s i ó n i r l a n d e s a d e la h i s t o r i a d e l f é n i x n o f u e c o m p r e n d i d a
p o r l o s t r a n s c r i p t o r e s d e l r e l a t o , q u e l l e v a r o n a c a b o la p r o e z a d e e n c o n -
trarle u n a j u s t i f i c a c i ó n b í b l i c a , n o sin cierta p r o l i j i d a d . P e r o p o c o
i m p o r t a : el a g u a s a n a d o r a , e f i c a z g r a c i a s a l o s f r u t o s d e l O t r o M u n d o ,
c u m p l e e x a c t a m e n t e la f u n c i ó n q u e le h a s i d o a t r i b u i d a .

64 ¡mmram Maile Düin, e d . V a n H a m e l , Mediaeval andModern Irish Series IO, pp. 4 6 - 4 8 .

 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA
215

L a f u e n t e , el l a g o , el m a n a n t i a l p u e d e n ser r e e m p l a z a d o s p o r u n r í o o
u n a r r o y o . P e r o , viva o d u r m i e n t e , el agua s a n a d o r a s i e m p r e g u a r d a r e l a -
c i ó n c o n las p l a n t a s , p u e s s o n ellas las q u e le c o n f i e r e n sus v i r t u d e s t e r a -
p é u t i c a s . T r a s su c o m b a t e v i c t o r i o s o , p e r o d o l o r o s o , c o n t r a s u a n t i g u o
c o m p a ñ e r o d e a r m a s , F e r n i a d , C u c h u l a i n n está, s e g ú n n o s explica el texto
d e la TainBo Cualnge, e n t a n m a l e s t a d o físico q u e sus a m i g o s d e l o s side, l o s
Tuatha D é D a n a n n , t i e n e n que enviar gentes del Ulster para sanarlo:

« V i n o gente del Ulster para ayudar y reconfortar a Cuchulainn, a

saber, Senoll U a t h a c h y los dos M a c Gégge, M u r i d a c h y C o t r e b , q u e llega-
r o n p o r s e p a r a d o y t r a j e r o n c o n s i g o los r í o s y los a r r o y o s d e la C o n a l l e d e
M u r t h e m m e , p a r a frotar y lavar sus cortes, golpes, h e r i d a s , m a g u l l a d u r a s y
sus n u m e r o s a s llagas e n los r í o s y los a r r o y o s . P u e s los T u a t h a D é Danann
e c h a r o n h i e r b a s y p l a n t a s , así c o m o u n a b e n d i c i ó n d e s a n a c i ó n e n los r í o s
y l o s a r r o y o s d e la C o n a l l e d e M u r t h e m m e p a r a a y u d a r y r e c o n f o r t a r a
C u c h u l a i n n , t a n t o e s a s í q u e l a s a g u a s se e n t u r b i a r o n y l a s u p e r f i c i e s e v o l -
6 5
vió v e r d e » .

L o s e n c a n t a m i e n t o s n o e r a n p u e s l o s ú n i c o s q u e a c t u a b a n y las d o s
m e d i c i n a s , m á g i c a y v e g e t a l , c o l a b o r a b a n . ¿ C u á l e s e r a n las p l a n t a s u t i l i -
zadas y c ó m o las p r e p a r a b a n ? N o s a b e m o s n a d a al r e s p e c t o : la m e d i c i n a
d r u í d i c a , irlandesa o gala, n o n o s ha d e j a d o n i n g u n a receta de tisana,
m i x t u r a o l i c o r . S i n e m b a r g o , l o q u e n o t e n e m o s s o b r e las p l a n t a s , l o
t e n e m o s , p a r c i a l m e n t e , s o b r e la l e c h e : u n d r u i d a p i c t o , D r o s t a n , r e c o -
m e n d a b a al rey d e I r l a n d a r e c o g e r la l e c h e d e c i e n t o c u a r e n t a vacas b l a n -
cas y v e r t e r l a e n u n a g u j e r o e n m i t a d d e l c a m p o d e b a t a l l a p a r a c u r a r a
l o s s o l d a d o s h e r i d o s p o r las flechas e n v e n e n a d a s d e l o s b r i t a n o s . L o s q u e
6 6
fuesen s u m e r g i d o s e n ella, s o b r e v i v i r í a n . S i b i e n e l Libro de Leinster
r e d u c e el n ú m e r o d e vacas a c i e n t o v e i n t e , p r e c i s a q u e t i e n e n q u e ser bo
6 7
maelfind, « v a c a s b l a n c a s s i n c u e r n o s » . V o l v e m o s a e n c o n t r a r la m i s m a
h i s t o r i a e n el Dindshenchas m é t r i c o :

« D r o s t a n el d r u i d a d i j o e n t o n c e s a la e s c o l t a d e l rey C r i m t h a n d : que
t o d o h o m b r e al q u e h i e r a n l o s F i d g a s e a s u m e r g i d o e n u n c h a r c o d e l e c h e

65 E d . W i n d i s c h , p p . 5 9 9 - 6 0 I ; e d . C . O ' R a h ü l y , p . IOO, 3 5 9 7 - 3 6 0 4 . C h . - J . G u y o n -
v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p . 2 0 2 -
66 L e a b h a r B r e a t n a c h , The Irish Versión of the Historia Britonum ofNennius, e d . T o d d , D u b l í n ,
1848, p p . 122-124.
67 F o l i o 15a, e d . B e s t - B e r g i n - O ' B r i e n I , D u b l í n , 1 9 5 4 , p . 1 7 , l í n e a 1 8 3 2 .
 2l6 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

b l a n c a ; p e s e a las h e r i d a s i n f l i g i d a s p o r las a r m a s a m e n a z a d o r a s y n u m e r o -
6 8
sas, s a l d r á s a n o y salvo d e e l l a s » .

2.6. E L TEJO Y LA CEGUERA DRUÍDICA

H a y u n a m a g i a vegetal d e o t r a clase q u e a c o n t i n u a c i ó n v e r e m o s e m p l e a d a
p o r u n d r u i d a p a r a e n c o n t r a r a u n a r e i n a r a p t a d a p o r u n o d e esos d i o -
ses d e l O t r o M u n d o q u e t a n a m e n u d o y d e t a n b u e n a g a n a se a m p a r a -
b a n de los b i e n e s de los h u m a n o s , incluso de los de los reyes:

« E n t o n c e s E o c h a i d (el rey d e s p o s e í d o d e su esposa) h i z o q u e su d r u i d a ,

q u e se l l a m a b a D a l a n , b u s c a s e a E t a i n . E s t e s a l i ó a q u e l d í a h a c i a el o e s t e ,
h a s t a la m o n t a ñ a q u e l l a m a n S l i a b D a l a n ( « m o n t a ñ a d e D a l a n » ) y l l e g ó
a q u e l l a m i s m a n o c h e . N o o b s t a n t e , al d r u i d a le r e s u l t a b a p e n o s o q u e E t a i n
le fuese o c u l t a d a d u r a n t e u n a ñ o . P r e p a r ó c u a t r o varas d e tejo y e s c r i b i ó e n
e l l a s u n o s ogam. E n t o n c e s l e f u e m o s t r a d o p o r l a s v a r a s d e s u c i e n c i a y p o r
s u s ogam q u e E t a i n e s t a b a e n e l sid d e B r i L e i t h , d o n d e h a b í a s i d o c o n d u c i d a
6 9
por Midir» .

Este s e r v i c i o e j e m p l a r p r e s t a d o a u n rey p o r u n d r u i d a es t a m b i é n u n
excelente t e s t i m o n i o de u n o de los m ú l t i p l e s p r o c e d i m i e n t o s del arte
adivinatorio. Hay que señalar que Dalan p r o c e d e en dos tiempos: p r i -
m e r o se r e t i r a , d e n o c h e , a la c i m a d e u n a montaña, después, en
s e g u n d o l u g a r , g r a b a l o s ogam. D e t r á s d e u n a g r a n p a r t e d e las t é c n i c a s
q u e n o s i n c u m b e e n u m e r a r y, e n la m e d i d a d e l o p o s i b l e , describir,
estaba la a d i v i n a c i ó n (y el s a c r i f i c i o ) c o m o i n t e n c i ó n y f i n a l i d a d ú l t i m a s .
Q u é d u d a c a b e q u e la c o n s t a t a c i ó n n o f a c i l i t a la c l a s i f i c a c i ó n , p e r o es
f u n d a m e n t a l y c o i n c i d e c o n t o d a s las o b s e r v a c i o n e s a c u m u l a d a s p o r l o s
e s c r i t o r e s d e la A n t i g ü e d a d . C o n s t a t e m o s a d e m á s q u e la m a d e r a d e t e j o
d e s e m p e ñ a u n g r a n p a p e l e n ellas. P u e s p r á c t i c a m e n t e cada vez q u e u n
file o u n d r u i d a i r l a n d é s g r a b a u n o s ogam a d i v i n a t o r i o s o m á g i c o s e n u n a
v a r a d e m a d e r a , ésta es d e t e j o : c o m o el file C e s a r n , q u e se s e r v í a , p a r a

68 E d w a r d G w y n n , The Métrica! Dinshenchas, I I I , p p . 1 6 4 - 1 6 6 ; cf. el Dindshenchas d e R e n -

:
n e s , e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p . 4 2 7 « U n d r u i d a de los pictos,
D r o s t a n , d i j o e n t o n c e s : " Q u e m e t a n t r e s v e c e s c i n c u e n t a vacas l e c h e r a s d e u n s o l o
c o l o r e n u n m i s m o f o s o y q u e a q u e l l o s a los q u e las g e n t e s d e F i d g a h i e r a n s e a n
s u m e r g i d o s e n la l e c h e » ; s e r á n s a n a d o s d e l v e n e n o d e s u s a r m a s . P e r o q u e d e c a -
piten a todos aquellos que hayan sido m u e r t o s . . . " » .
69 V e r s i ó n d e l M a n u s c r i t o E g e r t o n , 1 7 8 2 , e d . W i n d i s c h , Irische Texte I, p . 1 2 9 ; t r a d u c -
c i ó n C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques irlandais I / l , p . 2 5 6 .
 2. LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA 217

sus e n c a n t a m i e n t o s , d e c u a t r o varas d e tejo d e v e i n t i c u a t r o p i e s d e l a r g o

7 0
y o c h o c a r a s . E n la G a l i a , la m a d e r a d e tejo n o a p a r e c e e n l o s e n c a n t a -
m i e n t o s d e l o s q u e n o s h a q u e d a d o a l g u n a h u e l l a , p e r o está p r e s e n t e e n
l o s n o m b r e s d e l o s é b u r o s y l o s e b u r o v i c e s ( E v r e u x ) , y ya h e m o s c i t a d o el
b r e v e e x t r a c t o d e l De Bello Gallico e n el q u e C é s a r e x p l i c a q u e el rey C a t u -
v o l c u s se e n v e n e n ó i n g i r i e n d o tejo.
S e g ú n el CoirAnmann, o « C o n v e n i e n c i a d e l o s N o m b r e s » , el d r u i d a
M o g R u i t h se servía, e n sus o p e r a c i o n e s a d i v i n a t o r i a s , d e u n a r u e d a d e
la q u e h a b í a t o m a d o su n o m b r e :

« M o g R u i t h , ¿ d e d ó n d e v i e n e e s e n o m b r e ? N o es d i f í c i l : R o t h , h i j o d e
R i g o l l , le h a b í a c r i a d o y el tal R o t h e r a u n d r u i d a c é l e b r e . P o r e s o le l l a m a -
r o n s e r v i d o r d e R o t h . M o g h R u i t h t a m b i é n q u i e r e d e c i r magus rotarum, por-
7 1
q u e hacía sus a u g u r i o s d r u í d i c o s c o n r u e d a s » .

El n o m b r e de M o g h R u i t h significa l i t e r a l m e n t e « s e r v i d o r d e la
r u e d a » . N o se d i c e q u e s u r u e d a , o r u e d a s , f u e s e n d e m a d e r a d e t e j o ,
p e r o es p r o b a b l e q u e f u e r a n d e m a d e r a . O t r o t e x t o p r e c i s a q u e la r u e d a
d e M o g h R u i t h e r a la « r u e d a r e m a n t e » (roth ramhach):

« F u e él q u i e n m a r c h ó a a p r e n d e r e l d r u i d i s m o c o n e l d r u i d a S i m ó n . Y
f u e c o n él c o n q u i e n h i z o , u n a ñ o a n t e s d e la q u e r e l l a d e S i m ó n c o n P a b l o
7 2
y P e d r o , la r u e d a r e m a n t e q u e l l e g a r á a E u r o p a a n t e s d e l J u i c i o F i n a l » .

Evidentemente, esta r u e d a , q u e es e n G a l i a el p r i n c i p a l a t r i b u t o d e
T a r a n i s e n la e s t a t u a r i a g a l o r r o m a n a , n o es u n s i m p l e s í m b o l o solar,
s i n o la r u e d a c ó s m i c a :

« S i n e m b a r g o D r o n , hija d e L a r e n , e r a la p r i m e r a e s p o s a d e Mogh
R u i t h . Y la h i j a d e M o g h R u i t h e r a T l a c h t g a . . . L o s t r e s h i j o s d e S i m ó n l a
v i o l a r o n a n t e s d e q u e r e g r e s a r a d e l este y ella d i o a luz a tres h i j o s . T l a c h t g a
t r a j o c o n ella el p i l a r d e C n a m c h a i l l , es d e c i r , los r e s t o s d e la r u e d a y l o
q u e la r o m p i ó : c i e g o q u e d a r á a q u e l q u e la m i r e , s o r d o a q u e l q u e la o i g a ,
7 3
m u e r t o a q u e l s o b r e el q u e c a i g a » .

70 V é a s é ' K u n o M e y e r , Mitteilungen aus iríschen Handschriften für Celtische Philologie 3, p . 4 6 0 y

R u d o l f T h u r n e y s e n , Baile in Scail, e n feitschriftfür Celtische Philologie 2 0 , p . 220.
71 E d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 409.
72 M . S . R a w l i n s o n B 5 0 2 , f o l 1 5 7 , 3 6 . S o b r e M o g h R u i t h y la d u a l i d a d d e l d r u i d a
e n g e n e r a l c o n v i e n e l e e r : F r a n c o i s e L e r o u x , Le dieu-druide et le druide divin. Recherches
surlafonctionsacerdotaleceltique, e n Ogam 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 3 4 9 - 3 8 2 .
73 Ibid., p . 3 6 9 .
2l8 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

N o hay r a z ó n para s o r p r e n d e r s e p o r el h e c h o de q u e , e n los anales

d e la I r l a n d a c r i s t i a n a , M o g h R u i t h t e n g a u n a r e p u t a c i ó n p o c o f a v o r e c e -
d o r a . A este d r u i d a a r c a i c o , q u e e n el r e l a t o d e l Asedio de Druim Damhghaire
es u n m o d e l o d e r e c t i t u d y d e h o n e s t i d a d i n t e l e c t u a l y m o r a l , se le acusa
d e la d e c a p i t a c i ó n d e s a n J u a n B a u t i s t a :

« S i l o q u e c u e n t a n es c i e r t o , n o s e e n c o n t r ó a u n h o m b r e p a r a d e c a p i -
t a r l o h a s t a q u e M o g h R u i t h , el i r l a n d é s , le d e c a p i t ó p o r u n s a l a r i o . Y a q u e -
7 4
l l o f u e l o q u e t r a j o a l o s i r l a n d e s e s e l f r í o , e l h a m b r e y la e n f e r m e d a d » .

L a r g a m a l d i c i ó n , a la q u e le falta la p r i n c i p a l c a l a m i d a d d e t o d o s l o s
p u e b l o s d e l m u n d o : la c o n q u i s t a e x t r a n j e r a . L a r u e d a d e la f o r t u n a d e l
f o l c l o r e m o d e r n o , c o n sus d o s a s p e c t o s , b e n é f i c o y m a l é f i c o , corres-
7 3
p o n d e a este c o n t e x t o antiguo .
C o m o c o r o l a r i o n o o b l i g a t o r i o , p e r o p o s i b l e , d e la a d i v i n a c i ó n y la
v i d e n c i a , hay q u e m e n c i o n a r la c e g u e r a . Esta i n c a p a c i d a d n o es la n o r m a ,
p u e s la c u a l i d a d s a c e r d o t a l exige la i n t e g r i d a d física. D e b e c o m p r e n d e r s e
c o m o u n r e f u e r z o s o b r e n a t u r a l y s o b r e h u m a n o d e la v i d e n c i a . E n el
r e l a t o d e l C a t h M u c r a m a o « B a t a l l a d e M u c r a m a » , el d r u i d a D i l , q u e
p r e s i d i ó el n a c i m i e n t o d e l g r a n rey F i a c h a M u i l l e t h a n , es o b j e t o d e u n a
7 6
m e n c i ó n q u e se sale d e l o o r d i n a r i o : druiside édall, « e s d r u i d a y c i e g o » .
I g u a l d e t í p i c o , y m á s d e t a l l a d o , es e l c a s o d e L u g a i d , h e r m a n o d e l
rey d e C o n n a u g h t , A i l i l l . E l d e s t r o n a d o r e y d e l U l s t e r , F e r g u s , se h a
refugiado en C o n n a u g h t : « t r e i n t a c i e n t o s e r a el n ú m e r o d e l o s e x i l i a -

74 E n el r e l a t o t i t u l a d o Aiged Eoin Baisti J mirbuili a chind andso («La muerte de San Juan Bautista
j los milagros de su cabeza»), Y e l l o w B o o k o f L e c a n , 8 4 9 b . V é a s e A n n i e M . S c a r r e , The
s s
Beheading ofjhon the Baptistby Mogh Ruith, e n Eriu 6, p p . 1 7 3 y - ; K á t e M ü l l e r - L i s o w s k i ,
La légende de Saint Jean dans la tradition irlandaise et le druide Mogh Ruith, e n Etudes Celtiques 3, p p .
4 6 y ss.
75 E l tarabara b r e t ó n , e n o t r o t i e m p o u t i l i z a d o e n a l g u n a s a l d e a s , d u r a n t e e l p e r i o d o
e n el q u e el c a l e n d a r i o l i t ú r g i c o h a c í a c a l l a r las c a m p a n a s , e r a u n a e s p e c i e d e
m a t r a c a , v a r i a n t e d e l c a r i l l ó n c i r c u l a r d e n o m i n a d o SantigarRod ( « p e q u e ñ o santo
d e la R u e d a » ) , q u e es la f o r m a p o p u l a r d e la R u e d a d e F o r t u n a t a l y c o m o la d e s -
c r i b e s a n t o T o m á s y p r o c e d e d i r e c t a m e n t e d e las c o n c e p c i o n e s a n t i g u a s , c l á s i c a s o
c é l t i c a s . S o b r e t o d a s e s t a s c u e s t i o n e s , v é a s e E m i l e J o b b é - D u v a l , Les ideesprimitives
dans la Bretagne contemporaine, Essais defolflore juridique et d'histoiregenérale du droit, P a r í s , 1 9 2 0 ,
p p . 5 3 - 6 l ; cjr. LeFureteurBretón I I , p p . 2 5 6 - 2 5 7 ; v é a s e f i n a l m e n t e y s o b r e t o d o el
Dictionnaire desSymboles, e d . 1 9 6 9 , p . 6 6 l a b , 8.
76 E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I , p . 3 1 4 .
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA
219

d o s , y el h o m b r e q u e e s t a b a c o n él e n el s é q u i t o d e A i l i l l e r a L u g a i d , el
p o e t a c i e g o , es d e c i r , q u e ese L u g a i d e r a h e r m a n o d e A i l i l l » . A h o r a
b i e n , r e p e n t i n a m e n t e A i l i l l s i e n t e c e l o s , d u r a n t e u n b a ñ o e n el l a g o , d e
l o s f a v o r e s q u e la r e i n a M e d b c o n c e d e a F e r g u s ( ¡ q u e , a u n q u e e x i l i a d o ,
sigue siendo rey!):

« " E s e n c a n t a d o r l o q u e h a c e n el c i e r v o y la c i e r v a e n el l a g o " , dijo

Ailill. " ¿ P o r q u é n o m a t a r l o s ? " , dijo Lugaid, que n u n c a había e r r a d o u n
b l a n c o . " H a z l o , p u e s " , r e s p o n d i ó Ailill. " O r i e n t a m i r o s t r o hacia ellos y
t r á e m e u n a l a n z a " , dijo L u g a i d . F e r g u s estaba l a v á n d o s e e n el lago y t e n í a el
p e c h o v u e l t o h a c i a e l l o s . E n t o n c e s l e l l e v a r o n s u c a r r o a A i l i l l y é s t e se
a c e r c ó a e l l o s . L u g a i d a r r o j ó la l a n z a c o n t r a F e r g u s t a n c e r t e r a m e n t e q u e le
a t r a v e s ó la e s p a l d a . " H e d a d o e n el b l a n c o " , d i j o L u g a i d . " E s c i e r t o — r e s -
7
p o n d i e r o n t o d o s — , éste es el f i n d e F e r g u s " » ' .

L u g a i d ha c o m p r e n d i d o e n s e n t i d o l i t e r a l la e x p r e s i ó n peyorativa
c o n la q u e A i l i l l h a d e s i g n a d o a su rival y a la r e i n a i n f i e l , y h a c r e í d o q u e
se t r a t a b a d e a n i m a l e s o r d i n a r i o s . E l h e c h o q u e h a y q u e r e t e n e r es e l
l a n z a m i e n t o i n f a l i b l e r e a l i z a d o p o r un file c i e g o .
U n o d e l o s m e j o r e s p u e s t o s e n la j e r a r q u í a d e la c e g u e r a d r u í d i c a y
s a c e r d o t a l i r l a n d e s a le c o r r e s p o n d e s i n l u g a r a d u d a s al g r a n M o g R u i t h
e n p e r s o n a , e l d r u i d a d e la r u e d a , p r o l o n g a c i ó n , s u s t i t u t o o avatar d e l
dios-druida Dagda:

« P e r m a n e c i ó t r e s a ñ o s e n c a s a d e S i m ó n . Y h e a q u í q u e se e n t o r t ó a b a -
t i e n d o u n b e c e r r o e n las m o n t a ñ a s d e l o s A l p e s , e n t r e las altas n i e v e s . M á s
t a r d e , p e r d i ó t a m b i é n el o t r o o j o al d e t e n e r el sol d u r a n t e d o s días, t a n t o
7
f u e así q u e d e d o s d í a s h i z o u n o y se m u t i l ó el o j o q u e d á n d o s e c i e g o » * .

N o s e n c o n t r a m o s a q u í a n t e la c e g u e r a e n s u p r i n c i p i o a b s o l u t o , al
t é r m i n o de u n p r o c e s o de m u t i l a c i ó n voluntaria y de i n i c i a c i ó n . Un
texto p o c o c o n o c i d o d e m u e s t r a q u e t o d o esto era p e r f e c t a m e n t e com-
p r e n d i d o . E s la r e l a c i ó n d e l o s ú l t i m o s h e c h o s y gestas d e D a l l a n F o r -
g a i l l , tras u n a sátira i n j u s t i f i c a d a c o n t r a u n rey q u e n o h a b í a a c c e d i d o a
una petición exorbitante:

77 A p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Le meurtre de Fergus, fils de Roeg,

e n Ogam 1 2 , 1 9 6 0 , p . 34.7.
78 Imteachta Moighi Ruith, e d . K á t e M u l l e r - L i s o w s k i («Las aventuras de Mogh Ruith»), en
s s
Zgitschrftfür Celtische Philologie 1 4 , p p . 1 4 5 Y -
220 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

« N o e s t a b a n lejos d e la c i u d a d c u a n d o D a l l a n d i j o a los d o c t o r e s : "Me

s o r p r e n d e lo q u e d i c e n los f r a g m e n t o s d e los relatos, p u e s , quienquiera
q u e c o m p u s i e s e las s á t i r a s , l o q u e c u e n t a n es d e c o r o s o . C r e o q u e a n t a ñ o
n o se h a c í a n s á t i r a s b i e n o r d e n a d a s . Y l o q u e y o m i s m o h e h e c h o s o n m a l o s
fragmentos de sátira. Sin e m b a r g o , n o l a m e n t o haberlos h e c h o , pues,
c u a n d o v i n e a esta c i u d a d n o t e n í a u n o j o y a h o r a t e n g o d o s b u e n o s o j o s " .
A l o q u e a q u é l l o s r e s p o n d i e r o n : " E s u n a b u e n a n o t i c i a la q u e n o s d a s , o h ,
rey d e los d o c t o r e s , p e r o n o es fácil d e c r e e r " . " E s c i e r t o " , d i j o D a l l a n . " S i
l o es, e x p l í c a n o s l o q u e h a y e n el c a m i n o d e l a n t e y d e t r á s d e t i " , r e p l i c a r o n
los d o c t o r e s . " D e l a n t e de m í hay d o s veces n u e v e h o m b r e s q u e v i e n e n hacia
n o s o t r o s , y nueves h o m b r e s detrás d e m í " . "Es v e r d a d , o h , rey d e los d o c -
t o r e s " . " N o sé si e s t e p r e s a g i o es u n b i e n — d i j o D a l l a n — , p u e s e n r e s p u e s t a
a m i p r e g u n t a C o l u m c i l l e , hijo de Feilem, m e a n u n c i ó q u e m e llegaría u n a
s e ñ a l e x t r a o r d i n a r i a a n t e s d e m i m u e r t e . ¿ A c a s o n o es u n a s e ñ a l e x t r a o r d i -
n a r i a p a r a m í h a b e r l l e g a d o ciego a esta c i u d a d y t e n e r d o s ojos a h o r a ? L l e -
v a d m e c e r c a d e m i casa". L u e g o , fue c o n d u c i d o a su casa, d o n d e vivió t r e s
9
días y t r e s n o c h e s y h a l l ó la m u e r t e » ' .

L a e x p l i c a c i ó n es f á c i l : « L a m a r c h a d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s es r e g r e -
siva, i n v e r s a a la p r o g r e s i ó n q u e m a r c a la i n i c i a c i ó n d e M o g R u i t h . L o s
p r e s e n t i m i e n t o s del file D a l l a n e r a n e x a c t o s , p u e s la r e c u p e r a c i ó n d e la
vista es, p a r a é l , el s i g n o l i t e r a l d e su d e s c a l i f i c a c i ó n ; n o es s ó l o la p r e -
m o n i c i ó n d e la m u e r t e física, s i n o la m u e r t e e s p i r i t u a l , la d e c a d e n c i a e n
l o q u e t i e n e d e m á s c r u e l : la p é r d i d a d e l d o n d e la v i d e n c i a p a r a r e g r e -
sar al v u l g a r d e s t i n o h u m a n o . L a c e g u e r a c o m p l e t a es p u e s , e n sí m i s m a ,
una perfección garantizada a aquellos que son dignos del comercio
d i r e c t o c o n l o s seres d i v i n o s . N o p u e d e s e r l e c o n c e d i d a a u n d r u i d a o a
8 0
un file i n j u s t o q u e se h a e x t r a l i m i t a d o e n sus derechos» .

2.7. L A GUERRA VEGETAL

L a m a g i a v e g e t a l reviste o t r a f o r m a e n la v e r s i ó n B d e l r e l a t o d e la Muerte
de Cuchulainn, c u a n d o las « b r u j a s » q u e h a b í a n i d o a a p r e n d e r su a r t e

79 T r o m d a m g G u a i r e («Lapesada compañía de Guaire»), e d . M a u d j o y n t , Medioeval and

T
Modern Irish Series 2 , I94 > P - 7< v é a s e t a m b i é n : F r a n c o i s e L e R o u x , La cécité et la
vqyance, e n Ogam 1 3 , 1 9 6 1 , p . 337-
80 Ogam 1 3 , loe. cit, p . 3 3 7 - S o b r e la c e g u e r a , es o p o r t u n o r e c o r d a r el e j e m p l o p a r a -
l e l o d e O d í n , d i o s s u p r e m o d e la m i t o l o g í a g e r m á n i c a , q u e a b a n d o n a u n o j o a
c a m b i o d e l d o n d e la v i d e n c i a ; v é a s e G e o r g e s D u m é z i l , Lesdieuxdes Germains, p . 4 1
( e d . e s p . : Los Dioses de los Germanos, S i g l o XXI, M a d r i d , 1 9 9 0 ) .
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA 221

d r u í d i c o (druidecht) e n B r e t a ñ a y B a b i l o n i a d e c i d e n la m u e r t e d e l h é r o e
del Ulster:

« F u e e n t o n c e s c u a n d o se l e v a n t a r o n las t r e s h i j a s d e G a t a l i n , c o n l o s
c u e r p o s l i s i a d o s , t u e r t a s y m u d a s , l a s t r e s bodb m e n d i g a s y e r r a n t e s , l a s t r e s
brujas negras, odiosas, d e siniestro color, diabólicas... S o b r e los r e l á m p a -
gos de u n viento r á p i d o , c o n u n grito estridente, llegaron a E m a i n . Esos
t r e s f a n t a s m a s h o r r i b l e s y r e p u g n a n t e s s e s e n t a r o n s o b r e la v e r d e h i e r b a ,
c e r c a d e la c i u d a d , y s u s c i t a r o n f a n t a s m a g ó r i c a m e n t e u n a g r a n b a t a l l a e n t r e
dos ejércitos, entre magníficos árboles movedizos, u n o s h e r m o s o s y f r o n -
d o s o s r o b l e s , d e f o r m a q u e C u c h u l a i n n o y ó el r u i d o d e u n c o m b a t e . . . y
8
d e l p i l a r d e d e s t r u c c i ó n y la r u i n a d e l a f o r t a l e z a » ' .

L a v i s i ó n es d a n t e s c a y d i g n a d e u n a Walpurgisnacht g e r m á n i c a . P e r o el
t é r m i n o « d r u i d i s m o » (druidecht) a p l i c a d o al a r t e d e u n a s b r u j a s m a l é f i -
cas y h á b i l e s n o es s i n o u n a c o n s e c u e n c i a d e la c r i s t i a n i z a c i ó n , teniendo
e n c u e n t a la f e c h a l í m i t e d e t r a n s c r i p c i ó n d e l t e x t o , c u a n d o t o d o l o q u e
e v o c a b a la r e l i g i ó n p r e c r i s t i a n a era a r r o j a d o al i n f i e r n o o al n i v e l d e l o s
f o m o r e s . P o r l o t a n t o , es m u y t a r d í o . P e r o el m o t i v o v e g e t a l es a u t é n -
t i c o . E n La segunda batalla de Mag Tured l e e m o s u n a a m e n a z a de g u e r r a v e g e -
tal, y las r e s p o n s a b l e s v u e l v e n a ser u n a s b r u j a s :

« " Y vosotras, oh, Bé Chuille y D a n a n n , ¿ d e q u é p o d e r dispondréis

d u r a n t e la b a t a l l a ? " , p r e g u n t ó L u g a l a s d o s b r u j a s . " N o es d i f í c i l — r e s p o n -
d i e r o n — : e n c a n t a r e m o s l o s á r b o l e s y las p i e d r a s y l o s t e r r o n e s d e t i e r r a , d e
t a l f o r m a q u e se c o n v e r t i r á n e n u n e j é r c i t o e n a r m a s c o n t r a e l l o s y l o s p o n -
8 2
d r á n e n fuga e n t r e h o r r o r e s y t o r m e n t o s " » .

E s t o s d o s e x t r a c t o s i r l a n d e s e s s o n c o m p a r a b l e s al Kat Godeu gales, el

« c o m b a t e d e l o s a r b u s t o s » , q u e i n s p i r ó el e p i s o d i o d e l b o s q u e que
c a m i n a d e l M a c b e t h d e S h a k e s p e a r e . E n t o d o esto a p e n a s se m e n c i o n a el
r o b l e d e P l i n i o . E l Kat Godeu s ó l o h a c e u n a b r e v e a l u s i ó n a é l :

« E l r o b l e es r á p i d o ;
a n t e él t i e m b l a n el c i e l o y la t i e r r a .
.. l * u n v a l e r o s o p o r t e r o f r e n t e a l e n e m i g o .
8 3
S u n o m b r e es u n a p o y o » .

81 E d . V a n H a m e l , op. cit, p p . 8 o - 8 l ; a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e Christian-J.

G u y o n v a r c ' h , La morí de Cuchulainn, e n Ogam 1 3 , p p . 5 1 2 - 5 1 3 .
82 Textos mitológicos irlandeses I / l , p . 3 5 .
83 Ibid., p . 1 5 0 b .
222 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

L a g u e r r a v e g e t a l t a m b i é n se e n c u e n t r a e n el c o n t i n e n t e , p e r o t r a d u -
c i d a p o r T i t o L i v i o e n h i s t o r i a , c o n f o r m e a la t e n d e n c i a romana.-

« P r e c i s a m e n t e , m i e n t r a s se ciaban esos p a s o s l l e g a r o n n o t i c i a s d e u n
n u e v o d e s a s t r e , p u e s a q u e l a ñ o la m a l a s u e r t e l o s a c u m u l a b a u n o sobre
o t r o : L u c i o P o s t u m i o , el c ó n s u l e l e c t o , y s u e j é r c i t o h a b í a n s i d o a n i q u i l a -
d o s e n la G a l i a . H a b í a u n a e x t e n s a s e l v a , q u e l o s g a l o s l l a m a b a n L í t a n a , p o r
d o n d e iba a cruzar c o n su ejército. A i z q u i e r d a y d e r e c h a e n t o r n o al
c a m i n o l o s g a l o s c o r t a r o n l o s á r b o l e s d e e s t a s e l v a d e t a l f o r m a q u e si n o s e
l o s t o c a b a se m a n t e n í a n e n p i e , p e r o si se l e s d a b a u n l i g e r o i m p u l s o se
v e n í a n a b a j o . P o s t u m i o t e n í a d o s l e g i o n e s r o m a n a s y h a b í a a l i s t a d o e n la
vertiente del m a r A d r i á t i c o t a n t o s aliados q u e m e t i ó e n los c a m p o s e n e m i -
g o s v e i n t i c i n c o m i l h o m b r e s a r m a d o s . L o s g a l o s se h a b í a n a p o s t a d o a l r e d e -
d o r d e la e n t r a d a d e l b o s q u e y, c u a n d o l a c o l u m n a s e i n t e r n ó e n la s e l v a ,
e m p u j a r o n los á r b o l e s c o r t a d o s q u e e s t a b a n m á s h a c i a f u e r a ; al d e s p l o -
m a r s e éstos, u n o s s o b r e o t r o s , n o p u d i e n d o resistir el i m p u l s o p o r estar
mal asegurados, cayeron a ambos lados y sepultaron armas, h o m b r e s y caba-
l l o s , h a s t a e l p u n t o q u e a p e n a s se s a l v a r o n d i e z h o m b r e s , p u e s l a m a y o r í a
s u c u m b i e r o n a s f i x i a d o s b a j o l o s t r o n c o s d e l o s á r b o l e s y l a s r a m a s r o t a s , y el
g r u p o restante, en pleno desconcierto ante aquella inesperada circunstan-
cia, fue l i q u i d a d o p o r l o s g a l o s a r m a d o s q u e r o d e a b a n t o d o el c o n t o r n o d e
la selva, y d e t a n t o s c o m o e r a n s o l a m e n t e f u e r o n h e c h o s p r i s i o n e r o s u n o s
p o c o s q u e se d i r i g i e r o n a l p u e n t e d e u n r í o y f u e r o n i n t e r c e p t a d o s p o r l o s
enemigos q u e previamente habían b l o q u e a d o dicho p u e n t e . Allí s u c u m b i ó
P o s t u m i o , b a t i é n d o s e c o n todas sus fuerzas p a r a n o caer p r i s i o n e r o . L o s
b o y o s , e n t r e o v a c i o n e s , l l e v a r o n l o s d e s p o j o s d e l c a d á v e r y la c a b e z a c o r t a d a
d e l g e n e r a l al t e m p l o q u e e n t r e e l l o s e r a o b j e t o d e m a y o r veneración.
L u e g o , v a c i a n d o la cabeza s e g ú n su c o s t u m b r e , c i n c e l a r o n e n o r o el c r á n e o
y l o u t i l i z a r o n c o m o vaso s a g r a d o p a r a h a c e r l i b a c i o n e s e n las s o l e m n i d a d e s
y s e r v í a a l m i s m o t i e m p o d e c o p a al s a c e r d o t e y l o s r e c t o r e s d e l o s t e m p l o s .
8 ,
L o s g a l o s o b t u v i e r o n t a m b i é n u n b o t í n t a n i m p o r t a n t e c o m o la v i c t o r i a » h

L o s a n a l e s r o m a n o s f e c h a n el d e s a s t r e e n el 2 l 6 a n t e s d e n u e s t r a e r a ,
y la l o c a l i z a c i ó n d e la d e r r o t a e n t i e r r a s d e l o s b o y o s , c o n d e t a l l e s c o n -
c r e t o s y v e r o s í m i l e s s o b r e la s u e r t e d e la c a b e z a d e P o s t u m i o , s u b r a y a su

84 T i t o L i v i o X X I I I , 2 4 [ t r a d e s p . : op. cit., p p . 2 4 7 - 2 4 8 ] ; v é a s e P i e r r e L e R o u x , Les

arbrescombattantsetlafóretguerriére, e n Ogam II, I 9 5 9 > P - 14- A e s t e a r t í c u l o , a p a r e c i d o
s e
e n febrero de 1959, d e b e e l p r i m e r a n á l i s i s d e l t e m a s o b r e el d o b l e p l a n o d e l
m i t o y d e la h i s t o r i a .
 2. LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA
223

h i s t o r i c i d a d . P e r o esos árboles q u e c a e n p o c o a p o c o sobre u n ejército

entero para aniquilarlo constituyen una realización técnica demasiado
c e r c a n a a la p e r f e c c i ó n p a r a n o d a r p i e al e s c e p t i c i s m o . E s o r e q u e r i r í a
u n a s i n c r o n i z a c i ó n d e m a s i a d o p r e c i s a . L a m a g i a está c o m p l e t a m e n t e
a u s e n t e d e l r e l a t o y e l n o m b r e d e l o s d r u i d a s n o se p r o n u n c i a , p e r o l a
e s t r a t a g e m a v e g e t a l n o se e x p l i c a e n f u n c i ó n d e la r e a l i d a d h i s t ó r i c a .
T e n e m o s que admitir, p o r consiguiente, que T i t o Livio hizo una trans-
p o s i c i ó n , m á s o m e n o s l o g r a d a , d e u n m i t o g a l o e n la h i s t o r i a r o m a n a .
N i que decir tiene que los galos cisalpinos tenían u n a religión o r g a n i -
zada, u n culto y sacerdotes.

2.8. E L ROBLE, EL SERBAL Y EL AVELLANO; EL TEJO Y EL MANZANO

La e t i m o l o g í a analógica q u e P l i n i o p r o p o n e del n o m b r e de los druidas
a p a r t i r d e l g r i e g o Spüs h a h e c h o q u e m u y a m e n u d o se l e h a y a a t r i -
b u i d o a este á r b o l u n a e f i c a c i a y u n p a p e l r e l i g i o s o e x c l u s i v o s . E n r e a l i -
d a d , tal e t i m o l o g í a r e s u l t a d e u n j u e g o d e p a l a b r a s y d e u n a hermenéu-
t i c a : el r o b l e es e l s o p o r t e v e g e t a l d e u n s i m b o l i s m o q u e u n e e l s a b e r y la
f u e r z a , y s ó l o este á r b o l e r a s u s c e p t i b l e d e s e r v i r a tal s i m b o l i s m o , b a j o la
8 5
d e p e n d e n c i a d e las d i v i n i d a d e s s o b e r a n a s . P e r o está d e s c a r t a d o q u e l o s

c m
85 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Keltische Wortsymbolik, e n Kairos 1 9 6 3 / 3 . p p - 1 8 9 - 1 9 7 ; fr
Notes d'Etymologie et de Lexkographiegauloises et celtiques XXIII. 100. Remarques sur le nom des drui-
des, *dru(v)id-es, les «tres savants», e n Ogam 1 8 , 1 9 6 6 , p p . I I I - I 1 4 . E x i s t e u n c u r i o s o
d i á l o g o e n el Q u e r o l u s , e n el q u e el n o m b r e d e l d r u i d a , s i n s e r p r o n u n c i a d o ,
a p a r e c e e n t r e l í n e a s t r a s el r o b l e d e j u s t i c i a . E l Q u e r o l u s p r e g u n t a a u n d i o s L a r
lo q u e d e b e h a c e r p a r a e n t r e g a r s e i m p u n e m e n t e al b a n d i d a j e :
Querolus: ... p a r a q u e m e esté p e r m i t i d o d e s p o j a r a a q u e l l o s q u e n o s o n d e u d o -
res, m a t a r a los extranjeros, e incluso despojar y m a t a r a m i s vecinos.
Lar: ¡ A h ! R e c l a m a s e l b a n d i d a j e y n o el p o d e r . P o r P ó l u x q u e n o sé d e
n a d a q u e j u s t i f i q u e q u e tal cosa te sea c o n c e d i d a . S i n e m b a r g o , l o h e
e n c o n t r a d o . T i e n e s l o q u e d e s e a s : ve a o r i l l a s d e l L o i r a .
Querolus: ¿Por qué?
Lar: Allí los h o m b r e s viven c o m o b á r b a r o s . Allí n o hay n i n g u n a i m p o s -
t u r a : l a s s e n t e n c i a s c a p i t a l e s s o n e j e c u t a d a s al p i e d e l r o b l e y e s c r i t a s
e n los h u e s o s . Allí los aldeanos litigan y los particulares j u z g a n . T o d o
está p e r m i t i d o .
( J . Z w i c k e r , FontesHistoriae Religionis Celtícae I , p . 1 0 9 ) . H e m o s d e m o s t r a r n o s p r u -
d e n t e s , e n éste y o t r o s casos, a n t e la u t i l i z a c i ó n l i t e r a r i a t a r d í a d e u n d a t o r e l i -
g i o s o : e l Q u e r o l u s e s t á d e m a s i a d o a l e j a d o d e l m a j e s t u o s o a p a r a t o j u d i c i a l q u e se
v i s l u m b r a e n la a s a m b l e a d e l o s d r u i d a s , tal y c o m o la d e s c r i b e s u m a r i a m e n t e ,
demasiado sumariamente, Julio César. Pero también nos abstendremos de recha-
z a r l o : h a y a q u í a l g o q u e ya n o se c o m p r e n d í a .
224 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

d r u i d a s n o u t i l i z a s e n t a m b i é n o t r a s e s e n c i a s d e sus b o s q u e s s a g r a d o s .
A c a b a m o s d e v e r q u e el t e j o s e r v í a a m e n u d o p a r a l o s e n c a n t a m i e n t o s
adivinatorios y que, e n lo que a ellos respecta, los irlandeses p a r e c e n
h a b e r u t i l i z a d o m á s f á c i l m e n t e el s e r b a l y el a v e l l a n o e n sus o p e r a c i o n e s
m á g i c a s . Es l o q u e h a c e el d r u i d a C i t h r u a d h al e n c e n d e r u n f u e g o d r u í -
d i c o p o r c u e n t a del rey s u p r e m o C o r m a c d u r a n t e los a c o n t e c i m i e n t o s
míticos del sitio de D r u i m D a m h g h a i r e :

« E n c u a n t o a C o r m a c , se p u s o a c o n v e r s a r c o n C i t h r u a d h y le p r e -
g u n t ó si t e n í a u n m e d i o p a r a a y u d a r a l o s e j é r c i t o s . " N a d a t e s o c o r r e r á ,
c o m o n o s e a u n f u e g o d r u í d i c o " . " ¿ C ó m o se h a c e , y p a r a q u é s i r v e ? " , p r e -
g u n t ó C o r m a c . "Así —dijo C i t h r u a d h — : q u e los ejércitos vayan al b o s q u e y
t r a i g a n m a d e r a d e s e r b a l , p u e s c o n ella h a c e m o s n u e s t r o s m e j o r e s f u e g o s .
Y es p r o b a b l e q u e , d e s d e e l S u r , r e s p o n d a n d e l m i s m o m o d o . C u a n d o l o s
f u e g o s e m p i e c e n a r e s p l a n d e c e r , c a d a u n o o b s e r v a r á e l s u y o . Y si l o s f u e g o s
se v u e l v e n h a c i a el S u r , c o s a q u e n o c r e o , h a b r á q u e p e r s e g u i r a las g e n t e s
d e l M u n s t e r . Si es h a c i a el N o r t e , p a r t i d v o s o t r o s , p u e s s e r é i s v e n c i d o s
8 6
aunque resistáis» .

N o h a y c o n t r a d i c c i ó n a l g u n a e n t r e e s t e t e x t o y la a f i r m a c i ó n de
M á x i m o d e T i r o , q u e d e c l a r a q u e , e n t r e l o s celtas, el r o b l e « e s la r e p r e -
8 7
s e n t a c i ó n v i s i b l e d e la d i v i n i d a d » . A s í p u e s , e n e l m u n d o c é l t i c o , el
r o b l e s i e m p r e está e n la c u m b r e d e la j e r a r q u í a v e g e t a l . E s e n la r e l a c i ó n
d e las o t r a s e s p e c i e s d o n d e I r l a n d a y G a l i a p u d i e r o n v a r i a r sus p r e f e r e n -
cias. P e r o las v a r i a c i o n e s n u n c a d e b i e r o n d e ser d e m a s i a d o g r a n d e s y es
u n h e c h o p r o b a d o q u e , t a n t o e n I r l a n d a c o m o e n G a l i a , la m a d e r a t e n í a
v a l o r a d i v i n a t o r i o . E s e n ese s e n t i d o e n el q u e h a y q u e comprender
e x p r e s i o n e s c o m o la i r l a n d e s a crann-chur o la b r e t o n a prenn-denn o teurel
prenn ( « e c h a r las m a d e r a s » ) , q u e c o i n c i d e n e x a c t a m e n t e c o n l o s prinni
loudi y l o s prinni lag d e l c a l e n d a r i o g a l o d e C o l i g n y .
E l s e n t i d o a ú n p e r m a n e c e i n t a c t o e n c ó m i c o : teulel pren rnylwelvye:
« e c h a r la s u e r t e ( l i t e r a l m e n t e : « e c h a r la m a d e r a » ) s e r í a m i l v e c e s
8 8
m e j o r » , y e n b r e t ó n m e d i o c o b r ó el d e « c a l a m i d a d , p l a g a , m a l d a d » :

86 Revue Celtique 4 3 , p p . 105-107.

87 DissertationesVlll, 8. D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , L e s C e l t e s e t les l a n g u e s c e l t i q u e s , p .
I25> h a s o s t e n i d o el g e r m a n i s m o d e l h e c h o . E l a u t o r r e c u e r d a l o s v e r s o s d e C l a u -
d i a n o (De consulatu Stilichonis I , 2 8 8 ) s o b r e la selva h e r c i n i a . E s t a selva, n o o b s t a n t e ,
e m p e z ó s i e n d o celta.
88 PassioDomini, e d . E d w i n N o r r i s , T h e A n c i e n t C o r n i s h D r a m a , O x f o r d , 1 8 5 9 , p . 4 4 ^ -
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA 225

Hapedomp Devy don diffenn

Ha deomp gantjoul dagoulenn
Pebezprenndenn so disquennet

« R o g u e m o s a Devy q u e n o s defienda y vayamos c o n fervor a p r e g u n ­

8 9
tarle q u é plaga ha d e s c e n d i d o » .

J o s e p h L o t h h a l l a m a d o la a t e n c i ó n s o b r e estas e x p r e s i o n e s , cuyo
s e n t i d o m á s o m e n o s e v o l u c i o n a d o n o e n m a s c a r a su a r c a í s m o . E n gales
existe o t r a p a l a b r a i n t e r e s a n t e : coelbren, q u e , e n u n a f e c h a r e l a t i v a m e n t e
r e c i e n t e ( h a c i a el s i g l o XVIIl), c o b r ó el s e n t i d o d e « a l f a b e t o » . P e r o al
p r i n c i p i o coelbren s i g n i f i c a b a « s u e r t e » , p o r pren ( « m a d e r a » ) y coel
9
(«pronóstico, uso») °. La adivinación mediante dados y números,
a t e s t i g u a d a p o r H i p ó l i t o (PMosophumena I, X X V ) , n o d e b í a d e s e r s i n o
u n a d e las m ú l t i p l e s m a n e r a s d e u t i l i z a r así la m a d e r a .
H a y u n r e l a t o q u e p a r e c e e x p r e s a m e n t e c o n c e b i d o p a r a i l u s t r a r la
u t i l i z a c i ó n d e la m a d e r a p o r la clase s a c e r d o t a l i r l a n d e s a , al t i e m p o q u e
d e m u e s t r a la f u e r z a c o a c t i v a d e la p r e d i c c i ó n . E s e l t e x t o t i t u l a d o : Scél
Baüi Binnberlaig ( « H i s t o r i a d e B a i l e , e l d e d u l c e l e n g u a j e » ) , emotiva y
r u d i m e n t a r i a evocación de u n a m o r frustrado y trágico. El m a n u s c r i t o
q u e n o s l o h a t r a n s m i t i d o , e l H a r l e i a n 5 2 8 0 , es t a r d í o , p u e s d a t a d e l
s i g l o XV. P e r o el t e x t o es a r c a i c o o a r c a i z a n t e , s a l p i c a d o d e p a l a b r a s r a r a s
y d i f í c i l e s , c a r a c t e r í s t i c a s d e l l e n g u a j e e s p e c i a l i z a d o d e l o s filid:

« B a i l e , el d e d u l c e l e n g u a j e : C a b h a , h i j o d e C i n g , h i j o d e R o s s , h i j o d e
R u d r a i g e , t e n í a t r e s n i e t o s , de quibus D a l m B u a i n , D a l G u i r b y M o n a i g
A r a d . B a i l e e r a el ú n i c o h i j o d e B u a n . Y e r a p a r t i c u l a r m e n t e a m a d o por
A i l i n n , h i j a d e L u g a i d , h i j o d e F e r g u s , o d e la h i j a d e E o g a n , h i j o d e D a t h i .
E r a el b i e n a m a d o d e c u a l q u i e r a q u e l o m i r a s e u o y e s e h a b l a r d e él, ya f u e s e
h o m b r e o m u j e r , a c a u s a d e las h i s t o r i a s q u e se c o n t a b a n s o b r e é l . A i l i n n y
él c o n v i n i e r o n u n a cita a m o r o s a e n R o s n a T u r i g i n , e n casa d e Laind
M o e l d u i b , a orillas del B o y n e , e n Breg.

El h o m b r e (Baile) v i n o a su e n c u e n t r o d e s d e el n o r t e , de Emain
Macha, p o r Sliab Fuait, p o r M u r t h e m n e , hasta Traig Baili. D e s e n g a n c h a ­
r o n s o s c a r r o s y d e j a r o n los c a b a l l o s p a c i e n d o . Y e n t o n c e s g o z a r o n d e la
f e l i c i d a d y la a l e g r í a .

89 Vie de SainteNorme, M a n u s c r i t o d e la B i b l i o t e c a N a c i o n a l d e F r a n c i a , 3 5 b 9 - I I ; cfr. la

e d i c i ó n d e E r n a u l t , e n Revue Celtique 8, p . 430.
90 Revue Celtique 1 6 , p p . 3 1 3 - 3 1 4 y 4 4 , p p . i y ss.
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

G u a n d o e s t a b a n allí v i e r o n la a p a r i c i ó n ( ? ) h o r r i b l e d e u n h o m b r e q u e
v e n í a h a c i a ellos d e s d e el s u r . S u c a r r e r a y s u a p a r i e n c i a e r a n v e l o c e s .
C o r r í a s o b r e el t e r r e n o a la v e l o c i d a d d e u n h a l c ó n q u e baja e n picado
d e s d e u n a c a n t i l a d o , o c o m o el v i e n t o p r o c e d e n t e del m a r verde. Su
i z q u i e r d a e s t a b a v u e l t a h a c i a t i e r r a . " V a y a m o s h a c i a él y q u e l e s e a p r e g u n -
t a d o d e d ó n d e v i e n e , a d o n d e va y la r a z ó n d e s u p r i s a " , d i j o B a i l e . " V e n g o
d e T u a g I n b e r y r e g r e s o al n o r t e d e s d e la m o n t a ñ a d e S u i d e , e n L e i n s t e r .
N o t r a i g o n o t i c i a s , a n o ser q u e la h i j a d e L u g a i d , h i j o d e F e r g u s , h a e n t r e -
g a d o su a m o r a Baile, hijo de B u a n , y q u e venía a su e n c u e n t r o c u a n d o los
g u e r r e r o s d e L e i n s t e r la s o r p r e n d i e r o n y d i e r o n m u e r t e , p u e s los d r u i d a s y
l o s b u e n o s a d i v i n o s h a b í a n p r e d i c h o q u e n o se e n c o n t r a r í a n e n v i d a , s i n o
d e s p u é s d e su m u e r t e , y p a r a n o s e p a r a r s e e n t o d a la e t e r n i d a d . E s t a s s o n
m i s n o t i c i a s " . D e s p u é s d e e s o se a l e j ó d e e l l o s y n o f u e r o n c a p a c e s d e r e t e -
n e r l e . C u a n d o Baile oyó a q u e l l o , cayó m u e r t o . H i c i e r o n su t u m b a y su
s e p u l t u r a , e r i g i e r o n s u p i e d r a t u m b a l y los h o m b r e s d e l U l s t e r c e l e b r a r o n la
a s a m b l e a f ú n e b r e . U n t e j o c r e c i ó s o b r e la t u m b a y la f o r m a y la a p a r i e n c i a
d e la c a b e z a d e B a i l e e r a n visibles e n s u c i m a . P o r e s o se l l a m a T r a i g h B a i l i .

D e s p u é s d e e s t o , e l m i s m o h o m b r e se a p r e s u r ó h a c i a el s u r , h a c i a el
l u g a r e n el q u e s e e n c o n t r a b a l a j o v e n A i d l i n n , y e n t r ó e n e l a p o s e n t o . " ¿ D e
d ó n d e v i e n e este h o m b r e al q u e n o c o n o c e m o s ? " , d i j o la j o v e n . " D e l n o r t e
d e I r l a n d a , d e T u a g I n b e r , y h e p a s a d o p o r la m o n t a ñ a d e S u i d e , e n L e i n s -
t e r " . " ¿ Q u é n u e v a s t r a e s ? " , p r e g u n t ó la j o v e n . " N o t e n g o n o t i c i a s que
h a g a n l l o r a r , c o m o n o sea q u e h e visto a los u l t o n i a n o s e n u n a asamblea
fúnebre, cavando u n a t u m b a e n Traig Baile, erigiendo u n a piedra t u m b a l y
e s c r i b i e n d o e n ella el n o m b r e d e Baile, h i j o d e B u a n , h e r e d e r o real d e l
U l s t e r . I b a al e n c u e n t r o d e u n a m u j e r a la q u e h a b í a e n t r e g a d o s u a m o r .
P e r o su d e s t i n o n o era r e u n i r s e e n vida n i verse m i e n t r a s a ú n r e s p i r a s e n " . Y
p a r t i ó d e s p u é s d e d a r esta m a l a n o t i c i a . A i l i n n cayó m u e r t a y e x c a v a r o n su
t u m b a . . . S o b r e s u t u m b a c r e c i ó u n m a n z a n o , q u e al c a b o d e s i e t e a ñ o s s e
c o n v i r t i ó e n u n g r a n á r b o l . S u c i m a se p a r e c í a a l a c a b e z a d e A i l i n n .

Al cabo d e siete a ñ o s , los p r í n c i p e s , los adivinos y los videntes c o r t a r o n

el t e j o q u e crecía s o b r e B a i l e . C o n él h i c i e r o n tablillas d e p o e t a s e n las q u e
e s c r i b i e r o n las v i s i o n e s , las fiestas, l o s a m o r e s y c o r t e j o s d e l U l s t e r . Del
m i s m o m o d o , se e s c r i b i e r o n l o s c o r t e j o s d e L e i n s t e r ( e n la m a d e r a del
m a n z a n o d e la t u m b a d e A i l i n n ) .

T r a s ello llegó S a m a i n , y A r t , hijo d e C o n n , c e l e b r ó u n a fiesta. Los

p o e t a s y l o s h o m b r e s d e t o d a s las a r t e s v i n i e r o n a a q u e l l a fiesta c o m o e r a
c o s t u m b r e y t r a j e r o n s u s t a b l i l l a s . A r t las v i o y, c u a n d o las v i o , las p i d i ó .
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A M Á G I C A
227

Las d o s tablillas le f u e r o n e n t r e g a d a s . E n c u a n t o e s t u v i e r o n e n su m a n o ,
u n a f r e n t e a o t r a , s a l t a r o n la u n a h a c i a l a o t r a y s e u n i e r o n c o m o l a m a d r e -
selva a l r e d e d o r d e u n a r a m a , y n o se las p u d o s e p a r a r . L a s g u a r d a r o n así
c o m o u n a j o y a e n el t e s o r o d e T a r a hasta q u e D u a l a n g , h i j o d e E n n a , mató
9 1
a las j ó v e n e s . . . » .

Está t a m b i é n la a n é c d o t a d e d o s r e y e s d e I r l a n d a (el d e l n o r t e y el d e l
s u r ) q u e e c h a n a s u e r t e s (crannchur « p o r la m a d e r a » ) la p e r t e n e n c i a a sus
r e s p e c t i v a s c o r t e s d e u n p o e t a y u n a r p i s t a . E l a z a r a t r i b u y e la p o e s í a al
n o r t e y la m ú s i c a al s u r :

« S u c e d i ó que h u b o u n poeta erudito y u n arpista melodioso, a saber,

G i r , h i j o d e G i s , el p o e t a , y O n a o i , el a r p i s t a , e n t r e la c o m p a ñ í a q u e l l e g ó a
I r l a n d a c o n el h i j o d e M i l . E b e r d i j o q u e se q u e d a r í a c o n a m b o s ; sin
e m b a r g o , E r e m o n t a m b i é n d i j o q u e se q u e d a r í a c o n a m b o s . A s í p u e s , l o s
d o s h u b i e r o n d e c o n c l u i r u n a c u e r d o p a r a r e p a r t í r s e l o s e c h a n d o las m a d e -
r a s . E l a z a r a t r i b u y ó el m ú s i c o a E b e r y el p o e t a a E r e m o n . C o m o p r u e b a d e
a q u e l d e s a c u e r d o n o s h a n q u e d a d o l a s s i g u i e n t e s e s t r o f a s d e l Salterio de Casheb

E c h a r o n las s u e r t e s
p o r los dos h o m b r e s de arte y poesía.
A l h o m b r e d e l s u r le fue a t r i b u i d o
el a r p i s t a r e c t o y h á b i l .

A l h o m b r e d e l n o r t e le fue a t r i b u i d o
aquel poeta de grandes facultades.
Y fue a causa de esto q u e tuvo p o d e r
s o b r e el h o n o r y la p o e s í a .

L a a r m o n í a d e l a m ú s i c a , la b e l l e z a y l a a g u d e z a
f u e r o n al s u r , a la p a r t e á r i d a y m e r i d i o n a l d e I r l a n d a .
A s í fue y así será p a r a s i e m p r e
9 2
c o m o r e c u e r d a el s e n c h u s » .

91 E d . K t í h ó ' M e y e r , e n Revue Celtique 1 3 , p p . 2 2 1 - 2 2 3 - E l t e x t o f u e p u b l i c a d o a n t e -

r i o r m e n t e , c o n u n a o r t o g r a f í a a c t u a l i z a d a , p o r E u g e n e O ' C u r r y , Lectures on the
Manuscripts Materials of Anden Irish History, D u b l í n , 1 8 6 1 , p p . 4 7 2 - 4 7 4 - L a t r a d u c c i ó n
f r a n c e s a p u b l i c a d a p o r D o t t i n , L'épopée irlandaise, p p . 2 8 4 - 2 8 6 , es u n c a l c o d e la
t r a d u c c i ó n inglesa de K . Meyer.
92 G e o f f r e y K e a t i n g , History oflreland, e d . D i n n e e n , I, p . 1 0 2 ; cfr. O ' C u r r y , Mannersand
Customsofthe Ancient Irish, I I , p . 4 .
228 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

K e a t i n g r e c o g e esta a n é c d o t a , a u s e n t e d e l Libro de las conquistas, c u a n d o

e v o c a la l l e g a d a d e l h i j o d e M i l a I r l a n d a o , e n o t r a s p a l a b r a s , d e l o s g o i -
d e l o s . E l p i a d o s o h i s t o r i a d o r , q u e e s c r i b í a e n la p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o
XVII, d i s p u s o manifiestamente de una fuente perdida. N o p u d o i n v e n -
t a r s e e s t e e j e m p l o , el ú n i c o q u e p o s e e m o s d e u n s o r t e o m e d i a n t e la
m a d e r a e n la l e y e n d a m i t o l ó g i c a .
E l d e r e c h o i r l a n d é s a c r e d i t a su u s o e n v a r i o s t e r r e n o s d e la l e g i s l a -
ción:
a) Para saber d ó n d e enterrar a u n difunto:

« S i su a b u e l o fue i n h u m a d o e n u n a iglesia p a t r o n a l y su p a d r e e n o t r a
iglesia p a t r o n a l , y él q u i e r e s e r i n h u m a d o e n la m i s m a iglesia q u e su
p a d r e , q u e así s e a ; si n o h a e x p r e s a d o s u v o l u n t a d , q u e se e c h e la
9 3
m a d e r a p a r a e s c o g e r e n t r e las d o s i g l e s i a s » .

b) P a r a s a b e r q u i é n es c u l p a b l e d e u n asesinato:

« S i h u b i e s e d u d a s p a r a d e t e r m i n a r si c o m e t i e r o n o n o el a s e s i n a t o , n o
s e d e b e r á c o m p e n s a c i ó n a l g u n a . P e r o si l o s d o s , o u n o d e e l l o s , e l i g i e -
s e n e c h a r las m a d e r a s , les s e r á c o n c e d i d o . A s í p u e s , éstas s e r á n e c h a -
d a s , y h a b r á t r e s m a d e r a s : la d e la c u l p a b i l i d a d , la d e la i n o c e n c i a y la
d e la T r i n i d a d . E s o b a s t a r á p a r a c o n d e n a r o a b s o l v e r . Si saliese la
m a d e r a d e la T r i n i d a d , se v o l v e r í a n a e c h a r las m a d e r a s h a s t a q u e salga
9 4
otra» .

c) Para evaluar los d a ñ o s causados p o r los animales:

« H e a q u í c ó m o se p a g a r á l a c o m p e n s a c i ó n : s e e c h a n l a s m a d e r a s p o r
c a d a p r o p i e d a d y p o r c a d a a n i m a l d e los r e b a ñ o s d e esas p r o p i e d a d e s
h a s t a q u e se s e p a q u é a n i m a l h a c a u s a d o l o s d a ñ o s , d e tal m a n e r a q u e la
c o m p e n s a c i ó n c o m p l e t a sea p a g a d a s e g ú n la n a t u r a l e z a d e ese a n i m a l .
Q u e n o sea u n a n i m a l d e p r i m e r a m a t a c í a p o r c u l p a d e u n animal
9
malvado ni u n animal malvado por u n animal de primera matacía» ^.

d) O p o r las abejas:

« S i h u b i e s e v a r i o s j a r d i n e s o si h u b i e s e a b e j a s , h a b r í a q u e e c h a r las
m a d e r a s p a r a d e s c u b r i r a q u i é n p e r t e n e c e el j a r d í n d e l q u e p r o v i e n e el

93 SeanchusMor, AncientLaws oflreland III, p . 66.

94- LebarAicill, Ancient Laws oflreland III, p . 336.
95 LebarAicill, Ancient Laws oflreland III, p . 336.
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A M Á G I C A 229

d a ñ o . Y , c u a n d o se d e s c u b r a , si h a y v a r i a s p o s e s i o n e s e n e s e j a r d í n ,
h a b r á q u e e c h a r las m a d e r a s p a r a a v e r i g u a r la p o s e s i ó n d e la q u e p r o -
c e d e el d a ñ o . Y , c u a n d o se d e s c u b r a , si h a y v a r i a s c o l m e n a s e n esa
p o s e s i ó n , h a b r á q u e e c h a r las m a d e r a s p a r a s a b e r d e q u é c o l m e n a p r o -
v i e n e e l d a ñ o . L a r a z ó n p o r l a c u a l se h a c e e s t o e s q u e n o s e p u e d e d a r
u n a m a l a c o l m e n a e n lugar d e u n a m a l a c o l m e n a [sic]. La c o l m e n a d e
9 6
la q u e p r o c e d e el d a ñ o d e b e s e r r e s p o n s a b l e » .

E l s o r t e o m e d i a n t e la m a d e r a sirve p o r ú l t i m o p a r a e v a l u a r la i n d e m -
nización debida p o r alguien que n o ha causado n i n g u n a h e r i d a pese a
h a b e r t e n i d o la clara i n t e n c i ó n d e h a c e r l o . L a l e g i s l a c i ó n , q u e e q u i p a r a
la i n t e n c i ó n al h e c h o , v a c i l a e n t r e la c o m p e n s a c i ó n m á x i m a p o r a s e s i -
n a t o y la m í n i m a p o r la h e r i d a m e n o s g r a v e d e e n t r e las q u e d a n l u g a r a
diligencias judiciales. Pero:

« U n a s é p t i m a p a r t e d e la c o m p e n s a c i ó n es d e b i d a p o r la i n t e n c i ó n d e
h e r i r , y u n a m i t a d p o r h a b e r i d o al l u g a r d o n d e la h e r i d a d e b í a s e r i n f l i -
g i d a , y es t a m b i é n el c a s o d e u n a h e r i d a q u e h a s i d o i n f l i g i d a y a la q u e es
a p l i c a b l e el g r a d o d e i n t e n c i ó n ; o b i e n se e c h a n las m a d e r a s e n t r e e l l o s ; o
9 7
se h a c e u n r e p a r t o e n d o s , a d e m á s d e l u s o d e l j u r a m e n t o » .

A la vista d e estos e x t r a c t o s , n o r e s u l t a d i f í c i l c o m p r e n d e r la i m p o r -
t a n c i a d e l p a p e l q u e d e s e m p e ñ a b a n a q u e l l o s q u e s a b í a n e c h a r las s u e r t e s
s i r v i é n d o s e d e la m a d e r a , es d e c i r , d e esa r a m a t a n e s p e c i a l i z a d a d e l o s
d r u i d a s q u e e r a n l o s p o e t a s j u r i s t a s o brithem.
A título de c o m p a r a c i ó n i n m e d i a t a , citaremos a T á c i t o c u a n d o evoca
la c o s t u m b r e d e e c h a r las s u e r t e s e n t r e l o s g e r m a n o s :

« N a d i e les s u p e r a e n o b s e r v a n c i a d e a u s p i c i o s y o r á c u l o s . El p r o c e d i -
m i e n t o d e s u s o r á c u l o s es s e n c i l l o : a r r a n c a n u n a r a m a a u n á r b o l f r u t a l , l a
c o r t a n e n t r o z o s , y, t r a s s e ñ a l a r l o s c o n c i e r t a s m a r c a s , l o s e s p a r c e n a l a z a r ,
s e g ú n c a e n , s o b r e u n a t e l a b l a n c a . E n s e g u i d a e l s a c e r d o t e d e l a c i u d a d , si
se c o n s u l t a o f i c i a l m e n t e , o el p r o p i o p a d r e d e f a m i l i a si e n p r i v a d o , t r a s
i n v o c a r a los d i o s e s y m i r a n d o al cielo, c o g e n t r e s t r o z o s , d e u n o e n u n o y
9 8
l o s . i n . t e r p r e t a n c o n f o r m e a la m a r c a q u e se les h a h e c h o p r e v i a m e n t e » .

96 Ibid., p . 4 3 8 .
97 Ibid.,p. 140.
98 Germania X [ t r a d e s p . : op. cit, p . 1 1 5 ] .
23o I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

I r l a n d a a g r u p a b a j o la m i s m a d e n o m i n a c i ó n g e n é r i c a d e coll al s e r b a l ,
al n o g a l y al a v e l l a n o , y n o d i s t i n g u e la n u e z d e la a v e l l a n a , cno. P e r o , si el
a v e l l a n o es f r e c u e n t e m e n t e u t i l i z a d o e n l o s s o r t e o s y l a m a g i a d e la
m a d e r a , se d e b e e v i d e n t e m e n t e a q u e es el á r b o l d e la c i e n c i a y a q u e el
c o n s u m o d e su f r u t o p r o c u r a el c o n o c i m i e n t o e i n s p i r a la s a b i d u r í a .
L o s a v e l l a n o s m a r a v i l l o s o s c r e c e n j u n t o a la f u e n t e q u e el rey C o r m a c
c o n t e m p l a d u r a n t e s u viaje al O t r o M u n d o :

« E n t o n c e s v i o u n a f u e n t e b r i l l a n t e e n el r e c i n t o d e l p a l a c i o d e la q u e
p a r t í a n c i n c o a r r o y o s y los r e b a ñ o s b e b í a n p o r t u r n o s el a g u a d e los a r r o -
y o s . L o s n u e v e a v e l l a n o s d e B u a n e s t a b a n p o r e n c i m a d e la f u e n t e . L o s a v e -
l l a n o s p ú r p u r a a r r o j a b a n s u s f r u t o s e n la f u e n t e y l o s c i n c o s a l m o n e s d e
c i e n c i a q u e e s t a b a n e n la f u e n t e los a t r a p a b a n y l u e g o e c h a b a n las c ú p u l a s a
los a r r o y o s . E l r u i d o d e la c a í d a d e esos a r r o y o s e r a m á s d u l c e q u e c u a l -
9 9
quier melodía cantada» .

E l v í n c u l o e n t r e el a v e l l a n o y la f u e n t e d e la v i d a (la m i s m a q u e la d e l
rey C o r m a c ) sirve, p o r o t r a p a r t e , p a r a e x p l i c a r el n o m b r e d e S h a n n o n ,
cuyas a g u a s , l o m i s m o q u e las d e l B o y n e , t i e n e n u n o r i g e n p r i m o r d i a l y
mítico evidente:

« ¿ D e d ó n d e v i e n e el n o m b r e d e S i n a n d ? N o es difícil. S i n a n d , h i j a d e
L o d a n L u c h a r g l a n , h i j o d e L e r , fue d e la T i e r r a d e P r o m e s a a la F u e n t e d e
G o n n l a , q u e está b a j o el m a r , p a r a m i r a r l a . E n esa f u e n t e e s t á n los avella-
n o s y l o s c o n o c i m i e n t o s d e s a b i d u r í a , es d e c i r , los a v e l l a n o s d e la c i e n c i a y
l a p o e s í a . Y , a l m i s m o t i e m p o , s u s f r u t o s , s u s flores y s u s h o j a s s e d e s p r e n -
d i e r o n y c a y e r o n e n la f u e n t e e n u n s o l o c h a p a r r ó n q u e h i z o q u e el a g u a se
c u b r i e s e d e u n a c a p a d e p ú r p u r a r e a l . L o s s a l m o n e s m a s t i c a r o n el f r u t o d e
tal m o d o q u e e l j u g o d e las a v e l l a n a s es a p a r e n t e b a j o s u s v i e n t r e s p ú r p u r a .
L o s s i e t e a r r o y o s d e la s a b i d u r í a s a l e n d e e l l a y r e g r e s a n a e l l a .

S i n a n d fue p a r a b u s c a r el c o n o c i m i e n t o y n o q u e r í a o t r a cosa q u e la
s a b i d u r í a . S i g u i ó la c o r r i e n t e y f u e h a s t a L i n n M n a Feile, es d e c i r , B r i E l e ,
y l u e g o c o n t i n u ó su viaje. P e r o la f u e n t e a b a n d o n ó su l u g a r y ella ( S i n a n d )
la s i g u i ó h a s t a las o r i l l a s d e l r í o T a r r - C a i n . D e s p u é s , la s u m e r g i ó d e tal
m o d o q u e e m e r g i ó b o c a a b a j o . Ella e n c o n t r ó la m u e r t e c u a n d o llegó a esta
parte ( S h a n n o n ) . D e ahí v i e n e n los n o m b r e s de S i n a n n , de L i n d Mna
I O
Feile y d e T a r r - C e i n » °.

99 Echtra Cormaic i Tir Tairngiri, e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 1 9 5 .

1 0 0 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p p - 4 5 6 - 4 5 7 -
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA

E n el Dindshenchas m é t r i c o el t e m a a p a r e c e m u y d i l u i d o , p e r o a u n así
vale la p e n a c i t a r a l g u n a s e s t r o f a s :

« L a fuente de C o n n l a , g r a n d e era su r u i d o ,
e s t a b a b a j o el o c é a n o a z u l o s c u r o ,
siete a r r o y o s d e fama sin igual
salían d e ella, S i n n a n e r a el s é p t i m o .

L o s n u e v e avellanos d e C r i m a l l , el s a b i o ,
d e j a b a n c a e r sus f r u t o s s o b r e la f u e n t e ;
y se e n c o n t r a b a n , p o r a r t e d e m a g i a ,
bajo u n a espesa niebla de d r u i d i s m o .

A u n mismo tiempo y de forma inusitada

b r o t a r o n sus hojas y sus flores.
Q u é p r o d i g i o , q u é cosa tan n o b l e ,
que maduraran en u n instante.

C u a n d o los frutos e s t u v i e r o n m a d u r o s
c a y e r o n e n la f u e n t e .
L u e g o , se d i s p e r s a r o n p o r la s u p e r f i c i e
y el s a l m ó n los c o m i ó .

C o n e l j u g o d e l a s a v e l l a n a s , y n o es c o s a v u l g a r ,
h i c i e r o n las c ú p u l a s d e i n s p i r a c i ó n
que descienden en todo momento
1 0 1
los arroyos d e verdes c o r r i e n t e s » .

L o s d r u i d a s s ó l o a p a r e c e n m e n c i o n a d o s f u r t i v a m e n t e e n el ú l t i m o d e
estos t r e s t e x t o s . P e r o la c i e n c i a , la s a b i d u r í a , el c o n o c i m i e n t o y t o d o el
e s o t e r i s m o d e l O t r o M u n d o f o r m a n p a r t e d e sus p r e o c u p a c i o n e s l e g í t i ­
m a s . C o m o el r o b l e , el t e j o y e l m a n z a n o , el a v e l l a n o es s i n d u d a u n
árbol druídico.

2.9. L A MANZANA

L a m a n z a n a es, s i n a b a n d o n a r el r e i n o v e g e t a l , e l f r u t o d e la i n m o r t a l i ­
d a d , la c i e n c i a y la s a b i d u r í a . N u n c a s u b r a y a r e m o s b a s t a n t e s u i m p o r -

IOI E d w a r d G w y n n , TheMetrical Dindhenchaslll, pp. 2 9 2 - 2 9 4 -

232 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

t a n c i a e n la l e y e n d a c é l t i c a . E s el f r u t o d e l O t r o M u n d o , n o la m a n z a n a
b í b l i c a c u y o c o n s u m o o b l i g a al E t e r n o a e x p u l s a r a A d á n y E v a d e l
p a r a í s o t e r r e n a l . A l c o n t r a r i o , la m a n z a n a es p a r a l o s celtas u n m e d i o
p a r a e n t r a r o p e r m a n e c e r e n c o n t a c t o c o n el O t r o M u n d o . U n d e t a l l e
i m p o r t a n t e : n u n c a s o n l o s d r u i d a s q u i e n e s se la e n t r e g a n a l o s h u m a -
n o s . C u a n d o el h i j o d e C o n n C e t c h a t h a c h ( « e l d e las C i e n Batallas»),
C o n d l a , es i n v i t a d o a p a r t i r h a c i a el sid e n c o m p a ñ í a d e u n a j o v e n m a r a -
v i l l o s a m e n t e b e l l a , e l r e y C o n n r e c u r r e a la c i e n c i a y a la m a g i a d e l o s
druidas:

« C o n n h a b l ó e n t o n c e s a su d r u i d a , cuyo n o m b r e era C o r a n n , pues

t o d o s h a b í a n o í d o l o q u e d e c í a la m u j e r , a u n q u e s i n v e r l a : " T e l o r u e g o ,
o h , C o r a n n , el d e l g r a n c a n t o , el d e l g r a n a r t e . H a v e n i d o c o n t r a m í u n
p o d e r m á s g r a n d e q u e el m í o , m á s f u e r t e q u e el m í o , u n c o m b a t e c o m o n o
h a b í a c o n o c i d o d e s d e q u e m e a p o d e r é d e l t r o n o . P u e s es p o r u n combate
pérfido q u e u n a f o r m a invisible h a v e n i d o a v i o l e n t a r m e y a q u i t a r m e a m i
hijo y m i a u t o r i d a d real m e d i a n t e hechizos de m u j e r " .

E l d r u i d a c a n t ó e n t o n c e s u n e n c a n t a m i e n t o c o n t r a la voz d e la m u j e r y
n a d i e v o l v i ó a o í r l a , y C o n d l a n o v o l v i ó a v e r a la m u j e r a p a r t i r d e a q u e l
m o m e n t o . P e r o c u a n d o la m u j e r se f u e p o r o b r a d e l e n c a n t a m i e n t o del
d r u i d a , le l a n z ó u n a m a n z a n a a C o n d l a . Este p a s ó u n m e s sin consumir
a l i m e n t o s n i b e b i d a , p u e s l e p a r e c í a q u e n a d a e r a ya d i g n o d e s e r i n g e r i d o ,
excepto su m a n z a n a . La m a n z a n a n o m e n g u a b a p o r m u c h o que comiese,
1 0 2
sino que permanecía e n t e r a » .

Y el e n c a n t a m i e n t o d e l d r u i d a , q u e h a h e c h o r e t r o c e d e r a la m e n s a -
j e r a d e l O t r o M u n d o , r e s u l t a i m p o t e n t e c o n t r a la m a n z a n a . C o n d l a es
p r e s a d e la n o s t a l g i a y la l a n g u i d e z , hasta tal p u n t o q u e , c u a n d o la j o v e n
se p r e s e n t a p o r s e g u n d a v e z , salta a la b a r c a d e cristal p a r a p a r t i r c o n ella.
Tres m a n z a n a s f o r m a n i g u a l m e n t e parte de los talismanes que L u g
e x i g e a l o s tres h i j o s d e T u i r e a n n c o m o p a g o d e la c o m p e n s a c i ó n p o r el
a s e s i n a t o d e su p a d r e , C i a n . E l r e l a t o i r l a n d é s d e La muerte de los hijos de Tui-
reann las l o c a l i z a e n el J a r d í n d e las H e s p é r i d e s . S e t r a t a d e u n a r e m i n i s -

I02 Edra Condla meic Cuind Chetchathaig inso («Las aventuras de Condla el Hermoso, hijo de Conn el de
las Cien Batallas»), t e x t o d e l Lebor na hUidre, f o l i o I20a, e d . B e s t - B e r g i n , Dublín,
1 9 2 9 , p . 3 0 2 ; cfr. J u l i u s P o k o r n y , Conle'sabenteuerlicheFahrt, e n Kjitschriftfür CeltischePhi-
lologie 17, p p . 1 9 3 y ss. L a t r a d u c c i ó n p r o p u e s t a p o r D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , L'épo-
pée celtique enIrlande, p p . 3 8 5 y s s . , es i n u t i l i z a b l e . D ' A r b o i s c o m e t e c o n t r a s e n t i d o s
hasta e n el n o m b r e d e C o n d l e C a i m , p u e s t r a d u c e G a i m p o r «jorobado».
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A MÁGICA
233

c e n c í a d e la m i t o l o g í a clásica, l o q u e n o r e s u l t a i n u s i t a d o e n u n a t r a n s -
c r i p c i ó n tardía:

« L a s t r e s m a n z a n a s q u e o s r e c l a m o s o n las t r e s m a n z a n a s d e l J a r d í n d e
las H e s p é r i d e s , al este d e l m u n d o . N o h a b r á m a n z a n a s q u e m e satisfagan,
a p a r t e d e ésas, p u e s s u c a l i d a d es la m e j o r y s o n las m á s b e l l a s d e l m u n d o .
H e a q u í c ó m o s o n : t i e n e n el c o l o r d e l o r o p u l i d o , y la c a b e z a d e u n niño
d e u n m e s n o es m á s g r a n d e q u e c a d a u n a d e las m a n z a n a s . S a b e n a m i e l
c u a n d o se c o m e n ; n o d e j a n n i h e r i d a s s a n g r a n t e s n i e n f e r m e d a d e s m a l i g -
n a s a q u i e n e s las c o m e n ; n o m e n g u a n n u n c a p o r m u c h o q u e c o m a n de
ellas. A q u e l q u e se lleve u n a d e esas m a n z a n a s r e a l i z a r á s u m e j o r hazaña,
3
pues, después de eso, volverá de n u e v o a é l » ' ° .

E n el r e l a t o d e La Navegación de Bran, la m a n z a n a h a s i d o r e e m p l a z a d a
p o r u n a r a m a d e m a n z a n o , y la c o m i d a , p o r la m ú s i c a . P e r o es d e n u e v o
u n a m e n s a j e r a d e l O t r o M u n d o q u i e n la trae.-

« H e a q u í el c o m i e n z o d e la h i s t o r i a : u n d í a , B r a n se p a s e a b a s o l o p o r
l o s a l r e d e d o r e s d e la f o r t a l e z a c u a n d o o y ó m ú s i c a a sus e s p a l d a s . A l m i r a r
d e t r á s d e sí, d e n u e v o l a m ú s i c a s o n ó a s u s e s p a l d a s . L a m ú s i c a e r a t a n s u a v e
q u e B r a n se d u r m i ó . C u a n d o d e s p e r t ó d e s u s u e ñ o , v i o u n a r a m a d e p l a t a
con flores b l a n c a s , y e r a difícil d i s t i n g u i r las f l o r e s d e la r a m a . B r a m c o g i ó
e n t o n c e s la r a m a c o n l a m a n o y s e l a l l e v ó a s u p a l a c i o . C u a n d o l a m u l t i t u d
estaba e n p a l a c i o , v i e r o n e n m i t a d d e la casa a u n a m u j e r q u e p o r t a b a u n
r o p a j e d e s c o n o c i d o . Y ella le c a n t ó sus c i n c u e n t a estrofas a B r a n m i e n t r a s
t o d o el e j é r c i t o e s c u c h a b a y t o d o s p o d í a n v e r a la m u j e r :

"Traigo u n a r a m a del m a n z a n o de E m a i n ,
c o m o aquella que conocemos;
c o n ramillas de plata blanca,
1 0 4
b o r d e s de cristal y f l o r e s " » .

E s esta m i s m a r a m a d e l m a n z a n o d e l O t r o M u n d o la q u e le t r a e u n
d í a u n m i s t e r i o s o v i s i t a n t e , q u e n o es o t r o q u e el d i o s L u g e n p e r s o n a ,
al g r a n rey d e I r l a n d a C o r m a c :

1 0 3 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques irlandais

I / l , p . III.
104 E d . A . G . v a n H a m e l , Immrama, D u b l í n , 1 9 4 1 , p . 9; A p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e
C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La navegación de Bran, hijo de Febal, e n Ogam 9 , p . 304.
A h o r a d i s p o n e m o s d e la d e t a l l a d a y m i n u c i o s a e d i c i ó n d e S e a m u s M a c M a t h u n a ,
r
ImmramBrain. Bran'sJourneytotheLandofWomen, T u b i n g a , 1 9 8 5 ; <f - P - 3 3 -
234 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

« U n p r i m e r o d e m a y o , C o r m a c , hijo de C o n n , salió t e m p r a n o , solo,

h a c i a el M u r o d e T e a d e T a r a . D e p r o n t o , v i o v e n i r h a c i a él a u n g r a n g u e -
r r e r o brillante y de cabellos grises. Llevaba u n m a n t o p ú r p u r a a franjas y
u n a t ú n i c a a c a n a l a d a c o n b o r d a d o s d e o r o s o b r e la p i e l . L l e v a b a a la
espalda u n a r a m a de plata c o n tres m a n z a n a s de o r o . Era u n placer y u n a
d e l i c i a e s c u c h a r la m ú s i c a q u e p r o d u c í a la r a m a , p u e s h a s t a los h o m b r e s
m a l h e r i d o s , las m u j e r e s e n p l e n o p a r t o o las p e r s o n a s g r a v e m e n t e enfer-
m a s se d o r m í a n a l e s c u c h a r l a m e l o d í a q u e s a l í a d e l a r a m a c u a n d o l a a g i t a -
ban.

El g u e r r e r o saludó a C o r m a c . C o r m a c le s a l u d ó .
" ¿ D e d ó n d e v i e n e s , g u e r r e r o ? " , p r e g u n t ó C o r m a c . " D e u n p a í s e n el
q u e s ó l o existe la v e r d a d — r e s p o n d i ó éste—, e n el q u e n o existe n i la e d a d ,
n i el d e c l i v e , n i la o s c u r i d a d , n i el m a l , n i la e n v i d i a , n i l o s c e l o s , n i el
o d i o , n i la m a l d a d " .
" N o es así e n t r e n o s o t r o s — d i j o C o r m a c — . U n a p r e g u n t a , o h , gue-
rrero, ¿haremos una alianza?".
" M e c o m p l a c e hacerla", r e s p o n d i ó éste.
Y sellaron su alianza.
" D a m e la r a m a " , d i j o C o r m a c .
" T e la d a r é s i e m p r e q u e a c a m b i o m e s e a n c o n c e d i d o s los t r e s d e s e o s
q u e p e d i r é e n T a r a " , d i j o el g u e r r e r o .
"Te serán concedidos", contestó C o r m a c .
E l g u e r r e r o le a t ó p o r el v í n c u l o d e l j u r a m e n t o y le e n t r e g ó la r a m a .
Entonces partió y C o r m a c n o supo adonde había ido.
C o r m a c r e g r e s ó a su p a l a c i o . El s é q u i t o r e a l q u e d ó m a r a v i l l a d o p o r la
r a m a . C o r m a c la a g i t ó a n t e e l l o s d e t a l s u e r t e q u e t o d o s s e d u r m i e r o n h a s t a
1 0 5
la m i s m a h o r a d e l d í a s i g u i e n t e » .

E n el Immram Mael Duin, o Navegación de Mael Duin, q u e e s , a p e s a r y a

c a u s a d e su c r i s t i a n i z a c i ó n , el r e l a t o m á s l a r g o q u e t e n e m o s d e u n viaje
h a c i a e l p a í s d e l O t r o M u n d o , la p r i m e r a c u a l i d a d d e la m a n z a n a es
a p l a c a r el h a m b r e y la s e d :

« C u a n d o p a r t i e r o n d e esa isla, d i e r o n u n l a r g o r o d e o p o r el m a r , s i n
a l i m e n t o y p a s a n d o h a m b r e . E n t o n c e s e n c o n t r a r o n o t r a isla, r o d e a d a p o r
u n o s grandes acantilados p o r todas partes. T a m b i é n había u n bosque largo

105 Echtra Cormaic i Tir Tairngiri ( « L a s a v e n t u r a s d e C o r m a c e n la T i e r r a d e la P r o m e s a » ) ,

e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 1 9 3 - 1 9 4 -
 2 . LA M A G I A V E G E T A L Y LA M E D I C I N A M Á G I C A
235

y estrecho cuya l o n g i t u d y estrechez e r a n g r a n d e s . M a e l D u i n cogió u n a

r a m a d e a q u e l b o s q u e c o n la m a n o c u a n d o p a s ó c e r c a d e él m i e n t r a s el
b a r c o b o r d e a b a el a c a n t i l a d o . A l t e r c e r día, e n c o n t r ó u n r a c i m o d e tres
m a n z a n a s al f i n a l d e la r a m a . C a d a u n a d e a q u e l l a s m a n z a n a s les b a s t ó
1 0 6
durante cuarenta n o c h e s » .

E n o t r a isla h a y a l g o t o d a v í a m á s o r i g i n a l :

« L l e g a r o n e n t o n c e s a o t r a g r a n isla, m u y d é b i l e s a c a u s a d e l h a m b r e y la
sed. Estaban cansados y suspiraban, p u e s h a b í a n p e r d i d o t o d a esperanza de
e n c o n t r a r ayuda. H a b í a m u c h o s árboles e n a q u e l b o s q u e , y sus r a m a s esta-
b a n cargadas de frutos y m a n z a n a s de o r o . S o b r e los árboles, había u n o s
a n i m a l e s c o r t o s y rojos c o m o los c e r d o s q u e g o l p e a b a n los á r b o l e s c o n sus
p a t a s t r a s e r a s d e tal m o d o q u e las m a n z a n a s c a í a n y ellos las c o m í a n d e s -
p u é s . Y h a c í a n a q u e l l o d e s d e p o r la m a ñ a n a h a s t a la p u e s t a d e s o l . P e r o
d e s d e la p u e s t a d e sol h a s t a la m a ñ a n a n o se m o s t r a b a n e n a b s o l u t o , y p e r -
m a n e c í a n e n las c a v e r n a s d e la t i e r r a . A l r e d e d o r d e la isla, m u c h o s p á j a r o s
n a d a b a n s o b r e las o l a s . D e s d e la m a ñ a n a a la h o r a n o n a , n a d a b a n c a d a vez
m á s l e j o s d e la i s l a . P e r o , d e s d e la n o n a h a s t a l a v í s p e r a , n a d a b a n c a d a vez m á s
c e r c a d e la isla y l l e g a b a n a ella t r a s la p u e s t a d e s o l . E n t o n c e s c o g í a n las
m a n z a n a s y se las c o m í a n . " V a m o s — d i j o M a e l D u i n — , a esa isla d o n d e
están los pájaros. N o n o s será m á s difícil q u e a los p á j a r o s " . U n o de ellos
fue a e x p l o r a r la isla y l l a m ó a sus c o m p a ñ e r o s p a r a q u e v i n i e s e n a t i e r r a .
L a t i e r r a estaba c a l i e n t e b a j o sus p i e s , y n o p o d í a n p e r m a n e c e r allí a causa
del calor, p o r q u e era u n a tierra a r d i e n t e q u e los animales calentaban p o r
e n c i m a de ellos.

E l p r i m e r d í a se l l e v a r o n u n p e q u e ñ o n ú m e r o d e m a n z a n a s y se las
c o m i e r o n e n el b a r c o . C u a n d o el sol e m p e z ó a b r i l l a r , l o s p á j a r o s a b a n d o -
n a r o n la isla y se a d e n t r a r o n n a d a n d o e n el m a r . L o s a n i m a l e s a r d i e n t e s
s a c a r o n e n t o n c e s las c a b e z a s d e s u s c a v e r n a s y c o m i e r o n m a n z a n a s h a s t a la
p u e s t a de sol. C u a n d o v o l v i e r o n a sus cavernas, los pájaros o c u p a r o n su
l u g a r p a r a c o m e r las m a n z a n a s . M a e l D u i n se d i r i g i ó h a c i a allá c o n t o d a s
s u s g e n t e s y r e c o g i e r o n t o d a s las m a n z a n a s q u e h a b í a allí a q u e l l a n o c h e . L a s
.OTtalizanas l e s l i b r a r o n d e l h a m b r e y l a s e d . L l e n a r o n e l b a r c o a s u a n t o j o y
1 0 7
r e t o m a r o n el r u m b o » .

106 E d . V a n H a m e l , op. cit, p . 3 2 .

107 E d . V a n H a m e l , op. cit, p p . 3 3 - 3 4 .
236 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

U n h e c h o c o m p a r a b l e se p r o d u c e e n o t r a n a v e g a c i ó n n a r r a d a e n u n
m a n u s c r i t o d e l s i g l o XV, el Libro de Fermqy. E s p o s i b l e q u e el e p i s o d i o sea
u n a t r a n s p o s i c i ó n d e u n e s c r i b a q u e c o n o c i e s e La navegación de Mael Duin.
N o o b s t a n t e , la m a l i c i a d e l o s t r a n s c r i p t o r e s r a r a v e z l l e g a t a n l e j o s , y
m á s b i e n n o s i n c l i n a m o s a p e n s a r q u e se t r a t a d e u n t e m a c o m ú n a
varias l e y e n d a s . D e s e m p e ñ a r el p a p e l d e l f r u t o d e la v i d a y la c i e n c i a f o r -
m a b a p a r t e d e la n a t u r a l e z a d e la m a n z a n a :

« L u e g o , r e m a r o n d u r a n t e m u c h o t i e m p o h a s t a q u e d i v i s a r o n u n a isla
m a r a v i l l o s a e n la q u e h a b í a u n m a r a v i l l o s o b o s q u e d e m a n z a n o s a r o m á t i -
c o s . U n h e r m o s o r í o c o r r í a e n m i t a d d e l b o s q u e . G u a n d o el v i e n t o a g i t a b a
las c i m a s d e l b o s q u e , la m ú s i c a q u e éstas c a n t a b a n e r a m á s m e l o d i o s a q u e
c u a l q u i e r otra cosa. L o s U i C o r r a c o m i e r o n algunas m a n z a n a s y b e b i e r o n
u n p o c o del río de vino. I n m e d i a t a m e n t e q u e d a r o n saciados y n o volvieron
1 0 8
a sentir heridas ni e n f e r m e d a d e s » .

L a r a m a o la r a m i l l a o r n a d a c o n tres m a n z a n a s es u n a d e las i n s i g n i a s
d e la m a j e s t a d r e a l :

« P o r e n c i m a d e C o n c h o b a r h a b í a u n a r a m i l l a d e p l a t a d e la q u e p e n -
d í a n t r e s m a n z a n a s d e o r o p a r a i n s t r u c c i ó n d e la m u c h e d u m b r e , y, c u a n d o
él g o l p e a b a o a l z a b a la voz, la m u c h e d u m b r e c a l l a b a . Si u n alfiler h u b i e s e
c a í d o e n el u m b r a l d e la casa, l o h a b r í a n o í d o , t a n g r a n d e e r a el s i l e n c i o e n
1 0 9
el q u e t o d o s p e r m a n e c í a n p o r r e s p e t o h a c i a é l » .

L a isla d e Avalan, c u y o n o m b r e está v i n c u l a d o e t i m o l ó g i c a m e n t e al d e

la m a n z a n a ( e n gales: afal; e n b r e t ó n : aval), es t a m b i é n , e n la l e y e n d a
a r t ú r i c a y, d e u n a m a n e r a g e n e r a l , e n t o d o s l o s t e x t o s c é l t i c o s e n l o s q u e
1 1 0
a p a r e c e m e n c i o n a d a , la l o c a l i z a c i ó n d e l O t r o M u n d o . Esto basta sin
d u d a , además de los extractos q u e acabamos de r e p r o d u c i r , para m o s t r a r
la i m p o r t a n c i a d e este f r u t o e n las c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s d e l o s celtas
d e la A n t i g ü e d a d y la E d a d M e d i a .

108 I m m r a m C h u r r a i g h U a g C o r r a ( « L a navegación del barco de los Ui Corra»), ed. Whitley

S t o k e s , e n Revue Celtique 1 4 , p- 4 2 -
109 S c é l a C o n c h o b u i r m a i c N e s s a («Los relatos de Conchoobar, hijo de Ness»), versión del
L i b r o d e L e i n s t e r , t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La naissancede Concho-
bar, versión A, e n Ogam II, 1 9 5 9 , pp- 6 4 - 6 5 .
110 V é a s e T h . M . T h . C h o t z e n , Emain Ablach — Ynys Avallach — ínsula Avalonis — lie d'Avallan,
_
e n Etudes Celtiques 4 , pp. 2 5 5 2 7 4 -
 3. EL PODER DE L 0 5 D R U I D A S S O B R E LOS E L E M E N T O S
237

3. E L P O D E R D E L O S D R U I D A S S O B R E L O S E L E M E N T O S

3.1. E L PODER SOBRE EL AGUA

E l d r u i d a o el file es el s e ñ o r d e l a g u a y d e l f u e g o , y se p u e d e n citar n u m e -
r o s o s e j e m p l o s d e ese p o d e r . H e a q u í u n o q u e n o r e q u i e r e c o m e n t a r i o s :
« ¿ C ó m o m u r i ó L o e g a i r e el V i c t o r i o s o ? N o es difícil. A e d M a c A i n i n e
f u e a r e u n i r s e c o n M u g a i n A i t i n c h a i r c h e c h . E r a la e s p o s a d e C o n c h o b a r y
se s u p o q u e e s t a b a n j u n t o s . E l p o e t a fue d e t e n i d o p o r o r d e n d e C o n c h o -
b a r y p i d i ó m o r i r a h o g a d o . C o n c h o b a r se l o c o n c e d i ó . L e l l e v a r o n p u e s
s u c e s i v a m e n t e a t o d o s l o s l a g o s d e I r l a n d a , p e r o él h e c h i z a b a e l a g u a y g o l -
peaba cada arenal, de f o r m a q u e n o q u e d ó u n a sola gota de agua, n i río, ni
l a g o , d o n d e a h o g a r l e . F i n a l m e n t e , le l l e v a r o n al L o c h L a i , a la p u e r t a d e la
casa d e L o e g a i r e y allí n o f u e c a p a z d e h e c h i z a r el l a g o . E s t a b a n a h o g á n d o l e
c u a n d o el i n t e n d e n t e d e L o e g a i r e s a l i ó d e la f o r t a l e z a : " ¡ A m í , L o e g a i r e !
—gritó—. N o h a n e n c o n t r a d o e n I r l a n d a m e j o r l u g a r q u e éste p a r a a h o g a r
a u n p o e t a ! " . L o e g a i r e se l e v a n t ó e n t o n c e s y e m p u ñ ó la e s p a d a . P e r o al
p r e c i p i t a r s e al e x t e r i o r se g o l p e ó t a n f u e r t e la c a b e z a c o n t r a el d i n t e l d e la
p u e r t a q u e se l e v a n t ó la p a r t e p o s t e r i o r d e l c r á n e o y l o s s e s o s l e f u e r o n a
c a e r s o b r e el m a n t o . A c o n t i n u a c i ó n , g o l p e ó a t r e i n t a d e l o s q u e e s t a b a n
1 1 1
a h o g a n d o al p o e t a y A e d se e s c a p ó . S ó l o e n t o n c e s m u r i ó L o e g a i r e » .

E l d r u i d a M o g R u i t h l l e v a a c a b o la o p e r a c i ó n i n v e r s a c o n t r a sus
c o l e g a s d e L e i n s t e r , q u e h a n « a t a d o » t o d a s las a g u a s d e la p r o v i n c i a d e
Munster:

« C u a n d o q u e d ó h e c h o , las g e n t e s d e M u n s t e r f u e r o n j u n t a s al l u g a r
d o n d e se e n c o n t r a b a n M o g R u i t h y l o s s e ñ o r e s . M o g R u i t h les d i j o : "Si
p e n s á i s q u e es h o r a d e q u e o s a y u d e , d e c i d m e q u é s o c o r r o p r e c i s á i s e n la
s i t u a c i ó n e n la q u e os h a l l á i s " . " P r o p o r c i ó n a n o s a g u a " , respondieron.
" ¿ D ó n d e está C e n n m h a r ? " , dijo M o g R u i t h . " A q u í " , c o n t e s t ó C e n n m h a r .
" T r á e m e m i s l a n z a s m á g i c a s " . Y así se h i z o . E s t a s o s c u r e c i e r o n el a i r e y el
cielo, y t o d o s v i e r o n q u e u n t o r r e n t e b r o t a b a a sus pies. " ¿ D ó n d e está
C e n n m h a r ? " , d i j o M o g R u i t h . " A q u í " , c o n t e s t ó C e n n m h a r . " C a v a e n el
JugM? q u e h a g o l p e a d o l a p u n t a d e l a l a n z a " . " ¿ C u á l s e r á m i r e c o m p e n s a ? " ,
p r e g u n t ó C e n n m h a r . " T u n o m b r e será el d e l r í o " , r e s p o n d i ó M o g R u i t h .
C e n n m h a r se p u s o a c a v a r l a t i e r r a e n b u s c a d e l a g u a . M o g R u i t h p r o n u n -
c i ó esta r e t ó r i c a m i e n t r a s b u s c a b a el a g u a : " T e s a l u d o , c a u d a l d e l i c i o s o ,

III A p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , e n Ogam II, 1 9 5 9 , P - 4 2 4 -

238 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

e t c . " . C u a n d o h u b o t e r m i n a d o , el a g u a q u e b r ó la c o r t e z a d e la t i e r r a e s t r e -
p i t o s a m e n t e y a t o d o s les fue m u y difícil r e s g u a r d a r s e d e ella. Mientras
e s c u c h a b a el a g u a , y a n t e s d e q u e t o d o s l o s d e m á s o y e r a n el r u i d o , Cennm-
h a r r e c i t ó : " C o p a l l e n a , e t c . " . C u a n d o los n o b l e s a c a b a r o n d e b e b e r el
d o n del d r u i d a , M o g R u i t h les d i j o : " B e b e d p a r a q u e v u e s t r a fuerza, v u e s -
tra energía y vuestro valor g u e r r e r o vuelvan a vosotros, y vuestro vigor y
v u e s t r a d i g n i d a d " . E l l o s se a p r e s u r a r o n h a c i a el a g u a e n g r u p o s , y t o d o s se
saciaron, h o m b r e s , caballos y g a n a d o , p u e s h u b o agua bastante para todos.
L u e g o , las a g u a s se s e p a r a r o n y se d i s t r i b u y e r o n p o r t o d a s p a r t e s h a c i a s u s
g e n t e s . D e s d e allí, se r e p a r t i e r o n e n t r e l o s valles, e n t r e l o s c u r s o s d e a g u a y
l a s f u e n t e s d e la p r o v i n c i a y l o s l i b e r a r o n d e l a d o r m e c i m i e n t o d r u í d i c o q u e
p e s a b a s o b r e e l l o s . L a s a g u a s se m a n i f e s t a r o n así e n t o d o s e l l o s . L a g e n t e
c o n d u j o h a s t a c a d a u n o a l o s r e b a ñ o s y el g a n a d o d e l a p r o v i n c i a y b e b i e r o n
1 1 2
h a s t a la s a c i e d a d » .

M o g R u i t h r e c u e r d a a q u í a M o i s é s h a c i e n d o b r o t a r el a g u a d e la t i e -
r r a , p e r o s i n d u d a la a n a l o g í a f u e a c e n t u a d a v o l u n t a r i a m e n t e p o r l o s
t r a n s c r i p t o r e s d e la l e y e n d a , p u e s el m o t i v o i r l a n d é s d e l a g u a , s i t u a d o e n
s u c o n t e x t o , n o t i e n e n a d a d e b í b l i c o . Y t a m p o c o e n el r e l a t o d e La
segunda batalla deMagTured, e n el q u e el c o p e r o d e l o s T u a t h a D é D a n a n n ,
u n d r u i d a e x p e r i m e n t a d o , p r o m e t e a L u g q u e p r o h i b i r á el a g u a a l o s
fomores:

« P r e g u n t ó al c o p e r o d e q u é p o d e r d i s p o n í a . E s t e d i j o q u e a p o r t a r í a a
los d o c e p r i m e r o s lagos d e I r l a n d a c o m o t e s t i m o n i o y q u e ellos (los f o m o -
res) n o e n c o n t r a r í a n agua p o r m u c h a sed q u e tuviesen. Estos s o n los lagos:
D e r g - L o c h , Loch L u i m n i g h , Loch n O r b s e n , Loch Ri, Loch Mescdhae,
L o c h C u a n , L o c h Laeig, L o c h n E c h a c h , L o c h Fabail, L o c h D e c h e d , Loch
R i o a c h , M a r l o c h . E l l o s m i s m o s se d i r i g i r í a n a l o s d o c e p r i m e r o s r í o s d e
Irlanda: Buai, B o a n n , B a n n a , N e m , Lai, S i n n o n , M u a i d , Sligech, Samair,
F i o n n , R i u r t e c h , Siuir. T o d o s p e r m a n e c e r í a n ocultos p a r a los f o m o r e s , d e
forma que n o encontrasen u n a gota de agua. E n cambio, proporcionarían
3
agua a los h o m b r e s d e I r l a n d a , a u n q u e pasasen siete a ñ o s g u e r r e a n d o » " .

112 Revue Celtique, 4 3 , p p . 7 4 - 7 6 .

113 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologiques irlandais
I/I, p p . 5 2 - 5 3 .
 3 . EL P O D E R DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS ELEMENTOS
239

L a c o n c l u s i ó n la e n c o n t r a m o s e n u n a l í n e a d e El robo del ganado de Coo-

ley a p r o p ó s i t o d e l gran file d e l U l s t e r , F e r c h e r t n e : « A n t e é l , l o s l a g o s y
los ríos b a j a n c u a n d o satiriza y a u m e n t a n su c a u d a l c u a n d o a l a b a » . El
4
a g u a es b e n e f i c i o s a o m a l é f i c a s e g ú n la v o l u n t a d d e l d r u i d a " .

3.2. E L AGUA LUSTRAL

H e a q u í o t r a t r a d i c i ó n q u e i l u s t r a el « b a u t i s m o » d r u í d i c o y e n la q u e ,
b a j o el c o n t r o l d e u n d r u i d a , q u e es su s e ñ o r , el a g u a es a la vez l u s t r a l y
f e c u n d a d o r a . E s la h i s t o r i a d e l n a c i m i e n t o d e C o n a l l C e r n a c h , h e r m a n o
m a y o r o h e r m a n o d e l e c h e d e C u c h u l a i n n , s e g ú n las v a r i a n t e s , tal y c o m o
l o relata el t r a t a d o d e l CoirAnmann, o « C o n v e n i e n c i a d e l o s n o m b r e s » :

« C o n a l l y C e r n a c h , ¿ d e d ó n d e v i e n e n e s o s n o m b r e s ? N o es d i f í c i l .
F i n d c h o e m , hija de C a t h b a d , esposa de A r m o g e n , n o p o d í a c o n c e b i r un
h i j o . U n d í a se e n c o n t r ó c o n u n d r u i d a q u e l e p r o p u s o : " S i m i r e c o m p e n s a
f u e s e b u e n a , p o d r í a s d a r l e u n h i j o a A m o r g e n " . " T i e n e s r a z ó n — d i j o ella—,
r e c i b i r á s u n a b u e n a r e c o m p e n s a " . Y el d r u i d a d i j o : " V e n m a ñ a n a a la f u e n t e
y t e a c o m p a ñ a r é " . A la m a ñ a n a s i g u i e n t e , se d i r i g i e r o n l o s d o s a la f u e n t e y e l
d r u i d a d i j o : "Lávate c o n esta agua y e n g e n d r a r á s u n h i j o ; n i n g ú n h i j o será
m e n o s r e s p e t u o s o c o n los h a b i t a n t e s d e C o n n a u g h t , q u e s o n la raza d e su
m a d r e " . L a j o v e n b e b i ó u n t r a g o d e a g u a d e la f u e n t e . C o n e l a g u a t r a g ó u n
g u s a n o . E l g u s a n o se i n s t a l ó e n la m a n o d e l e m b r i ó n , e n el s e n o d e s u
m a d r e ; l e p e r f o r ó la m a n o y la c o n s u m i ó . C u a n d o el h e r m a n o d e s u m a d r e ,
Cat M a c Magach, supo q u e su h e r m a n a iba a a l u m b r a r a u n hijo q u e mataría
a m á s d e la m i t a d d e l o s h o m b r e s d e C o n n a u g h t , n o se s e p a r ó d e e l l a h a s t a e l
d í a d e l p a r t o . L l e g ó el d í a y F i n d c h o e m d i o a l u z . L o s d r u i d a s v i n i e r o n p a r a
b a u t i z a r al n i ñ o s e g ú n el r i t o p a g a n o y e n t o n a r o n s o b r e él el b a u t i s m o

114 E d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p . 7 8 6 . E s t a b r e v e f ó r m u l a , a p l i c a d a al a g u a , es t a m -

b i é n a p l i c a b l e , p o r l o t a n t o , a la m e d i c i n a b a j o t o d a s s u s f o r m a s , p e r o s o b r e t o d o ,
a la v e g e t a l y a la h i d r o t e r a p i a , t a l y c o m o la h e m o s v i s t o d e s c r i t a e n e s t e t e x t o . L o s
i r l a n d e s e s d e b í a n d e t e n e r u n a b u e n a r e p u t a c i ó n e n este aspecto, y d e s d e hacía
m u c h o t i e m p o . S i la m e n c i ó n d e F e s t o A v i e n o s o b r e « l a c o m u n i d a d d e l o s
h i e r n i , q u e cultiva g r a n c a n t i d a d d e h i e r b a s » (J. Z w i c k e r , FontesHistoriaeReligionis
Celticáé, óp. cit., p . i ) n o g u a r d a r e l a c i ó n c o n el a s u n t o q u e n o s p r e o c u p a , e n la l i t e -
r a t u r a m e d i e v a l f r a n c e s a t e n e m o s —a t r a v é s d e u n p r o b a b l e p r é s t a m o c o n t r a s -
f o n d o c é l t i c o - u n r e c u e r d o p r e c i s o d e las c a p a c i d a d e s m é d i c a s i r l a n d e s a s , al
m e n o s m í t i c a s , c o n l o s m é d i c o s « h i j o s d e u n r e y d e I r l a n d a y p a r e s d e la M e s a
R e d o n d a » q u e c u r a r o n a Y d e r , h i j o d e l r e y N u t t , g r a v e m e n t e e n f e r m o (véase J o é l
H . G r i s w a r d , Ider et le Tricéphale: d'une aventure arthurienne á un rnythe indien, e n Annales, Eco-
nomies, Sociétés, Cívilisations, 1 9 7 8 / 2 , p p . 2 8 1 - 2 9 3 ) .
240 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

p a g a n o , d i c i e n d o : " N u n c a nacerá u n n i ñ o m e n o s respetuoso d e los hijos d e

C o n n a u g h t ; n o p a s a r á u n a n o c h e s i n q u e m e t a la c a b e z a d e u n h o m b r e d e
5
C o n n a u g h t b a j o la a l m o h a d a , y m a t a r á a m á s d e la m i t a d " » " .

L a c u r a c i ó n o b t e n i d a e n esta a n é c d o t a es la d e la e s t e r i l i d a d . Cabe
s e ñ a l a r , a u n q u e la h a y a m o s e x p l o t a d o e n u n s e n t i d o d i f e r e n t e , la p r á c -
tica c o i n c i d e n c i a d e las c i r c u n s t a n c i a s relativas a l o s n a c i m i e n t o s d e l r e y
C o n c h o b a r y d e C o n a l l C e r n a c h . L a c o n c e p c i ó n t i e n e l u g a r tras el b a ñ o
l u s t r a l y la j o v e n m a d r e t r a g a , c o n e l a g u a d e la f u e n t e , u n g u s a n o que
d e s e m p e ñ a u n p a p e l e n el d e s t i n o d e l e m b r i ó n . P e r o C a t h b a d había
a m e n a z a d o a N e s s , m i e n t r a s q u e su h i j a F i n d c h o e m a c t ú a p o r v o l u n t a d
p r o p i a . L o q u e p u e d e p a r e c e r e x t r a ñ o es q u e , h i j a y e s p o s a d e d r u i d a s ,
F i n d c h o e m r e c u r r a a l o s o n e r o s o s s e r v i c i o s d e u n d r u i d a a j e n o a la
f a m i l i a , al q u e el t e x t o d e j a e n el a n o n i m a t o . T a m b i é n es c o s a n o t a b l e
—acaso el a g u a t e n g a a l g o q u e ver— q u e u n a f a m i l i a d e d r u i d a s e n g e n d r e
a u n h i j o g u e r r e r o , u n v e r d a d e r o berserkr, f u t u r o v e n g a d o r d e C u c h u -
l a i n n y a s e s i n o d e la raza d e su p r o p i a m a d r e .
C r i s t i a n i z a d a , el a g u a s a n a d o r a y l u s t r a l e s c a p a al p o d e r d e l d r u i d a y
sirve p a r a el m i l a g r o d e la g e n e r o s i d a d d e l r e y r e c o m p e n s a d o p o r D i o s :

« H a b í a e n t r e los u l t o n i a n o s u n h o m b r e d u r o y sin p i e d a d e n Irlanda,

a s a b e r , A i t h i r n e e l E x i g e n t e . E r a u n h o m b r e q u e p e d í a s u ú n i c o o j o al
t u e r t o y r e c l a m a b a a las p a r t u r i e n t a s . L e l l a m a b a n así p o r q u e h a b í a h e c h o
u n c i r c u i t o b a j o el c o n s e j o d e C o n c h o b a r . E m p e z ó y e n d o a la i z q u i e r d a
d e I r l a n d a y r e c o r r i ó el C o n n a u g h t . F u e e n t o n c e s a n t e el rey d e l c e n t r o d e
I r l a n d a , e n t r e los d o s p a s i l e s d e c a ñ i z o , es d e c i r , h a s t a E o c h a i d , h i j o d e
L u c h t a , rey del sur d e C o n n a u g h t . F u e a p r e s e n t a r a A i t h i r n e a los h o m b r e s
d e l M u n s t e r , m á s allá d e l S h a n n o n , h a c i a el s u r . " P a r a q u e n o n o s acuses
d e i n g r a t i t u d , o h , A i t h i r n e — d i j o E o c h a i d — , si h a y a l g ú n o b j e t o p r e c i o s o o
t e s o r o q u e te c o m p l a z c a , llévatelo". " E n ese caso — r e s p o n d i ó A i t h i r n e — ,
s ó l o t i e n e s q u e p o n e r e n m i m a n o el o j o ú n i c o q u e t i e n e s e n la c a r a " . " N o
m e n e g a r é — d i j o E o c h a i d — , l o t e n d r á s " . Y el r e y se m e t i ó el d e d o b a j o e l
o j o , se l o s a c ó d e l a c a r a y l o p u s o e n l a m a n o d e A i t h i r n e . " C o g e m i m a n o ,
o h , s i r v i e n t e — d i j o el rey—, y c o n d ú c e m e h a c i a el a g u a p a r a q u e pueda
l a v a r m e el r o s t r o " . D e r r a m ó e n t o n c e s t r e s olas d e a g u a s o b r e s u r o s t r o .
" D i m e , s i r v i e n t e , ¿ h a s i d o el o j o a r r a n c a d o d e m i c a r a ? " , d i j o el rey.

115 E d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 3 9 2 - 3 9 4 -

 3. EL PODER DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS ELEMENTOS
241

" P o b r e d e m í . La cavidad está r o j a d e t u s a n g r e " , r e s p o n d i ó el s i r v i e n t e .

" E s e s e r á t u n o m b r e p a r a s i e m p r e —dijo el rey—: c a v i d a d r o j a " ( D e r g d e r c ) .
P o r la g e n e r o s i d a d d e l rey al a r r a n c a r s e s u ú n i c o o j o e n su h o n o r , D i o s le
6
c o n c e d i ó sus d o s o j o s . . . » " .

C o m o d r u i d a , p r o b a b l e m e n t e A i t h i r n e n o fuese m u c h o p e o r q u e
c u a l q u i e r o t r o . E n la l e y e n d a , l o s h a y q u e e x i g i e r o n l o m i s m o , o m á s , y
n o d e m o s t r a r o n m e n o s a r r o g a n c i a . P e r o t u v o la m a l a s u e r t e d e t r o p e z a r
c o n u n rey c o n m a d e r a d e s a n t o y c o n u n t r a n s c r i p t o r q u e es a la vez j u e z
y p a r t e . L a g e n e r o s i d a d d e l r e y e r a d e m a s i a d o n o t a b l e y la milagrosa
c u r a c i ó n , d e m a s i a d o f á c i l d e c r i s t i a n i z a r p a r a q u e el t e x t o fuese t r a t a d o
de otro m o d o . La cristianización, e n t o d o c a s o , n o c a m b i a las p r o p i e d a ­
7
des c u r a t i v a s y l ú s t r a l e s d e l a g u a " .
I n c l u s o h a y u n a g u a c u y a p u r e z a es t a n g r a n d e q u e q u e m a m o r t a l -
m e n t e e n vez de c u r a r . A B o a n d , a m a n t e del D a g d a y m a d r e del dios
O e n g u s , l e c u e s t a la v i d a . N i n g ú n d r u i d a i n t e r v i e n e p a r a p r e v e n i r o
i m p e d i r este a c c i d e n t e ; e v i d e n t e m e n t e , la a n é c d o t a n o era s u s c e p t i b l e d e
cristianización:

« B o a n d , e s p o s a d e N e c h t a n , h i j o d e L a b r a i d , fue a la f u e n t e s e c r e t a q u e
h a b í a e n l a p r a d e r a d e l sid d e N e c h t a n . N i n g u n o d e l o s q u e i b a n a a q u e l l a
f u e n t e r e g r e s a b a s i n q u e s u s d o s o j o s r e v e n t a s e n , a n o s e r q u e se t r a t a s e d e
N e c h t a n o d e sus tres c o p e r o s , cuyos n o m b r e s e r a n Fíese, L a m y L u a m .
U n a vez, B o a n d fue p o r o r g u l l o , p a r a p o n e r a p r u e b a l o s p o d e r e s d e la
f u e n t e , y d i j o q u e n o h a b í a p o d e r s e c r e t o c a p a z d e v e n c e r al p o d e r d e su
b e l l e z a . R o d e ó la f u e n t e h a c i a la i z q u i e r d a p o r t r e s v e c e s . T r e s o l a s r o m p i e ­
r o n s o b r e ella, f u e r a d e la f u e n t e , a r r a n c á n d o l e u n a p i e r n a , u n a m a n o y u n
o j o . B o a n d se v o l v i ó h a c i a el m a r , h u y e n d o d e la v e r g ü e n z a , y e l a g u a la
p e r s i g u i ó h a s t a la d e s e m b o c a d u r a d e l B o y n e . E r a la m a d r e d e O e n g u s , h i j o
1 1 8
del D a g d a » .

3.3. L A OLA PROFETICA

E n el Diálogo de los dos sabios, u n file t i e n e p o d e r s o b r e las olas d e l m a r :

« A d n a e , hijo de U t h i d e r , de los c a n t o n e s del C o n n a u g h t , era d o c t o r

d e I r l a n d a e n c i e n c i a y p o e s í a . T e n í a u n h i j o , N e d e . E s t e fue a a p r e n d e r la

116 TallandEtair(«El asedio de Howth»), e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 8, p . 4 8 .

117 TextesrnythologiquesMandáis 1 / 2 , p p . 2 0 2 y s s .
1
118 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p p . S I B - S ^ ; Textes rnyt­
hologiques irlandais I / l , p . 2 7 0 .
242 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

ciencia con E o c h u Echbel, e n Escocia. N e d e p e r m a n e c i ó m u c h o tiempo

c o n E o c h u , h a s t a q u e fue u n e x p e r t o e n c i e n c i a , y, u n d í a e n q u e el
m u c h a c h o s e p a s e a b a a la o r i l l a d e l m a r , p u e s l a o r i l l a d e l m a r e r a u n l u g a r
d e r e v e l a c i ó n y d e c i e n c i a p a r a l o s p o e t a s , e s c u c h ó e n las olas u n r u i d o q u e
le p a r e c i ó e x t r a ñ o . E n t o n c e s , r e a l i z ó u n e n c a n t a m i e n t o s o b r e las olas y le
fue r e v e l a d o q u e éstas l l o r a b a n a su p a d r e , q u e la t ú n i c a d e l m u e r t o le h a b í a
s i d o e n t r e g a d a al file F e r c h e r t n e , a q u i e n s e l e c o n c e d í a a s í l a d i g n i d a d d e
9
d o c t o r e n lugar de su p a d r e , A d n a e » " .

E l p o d e r d e l o s d r u i d a s s o b r e el a g u a se e x p l i c a p o r el h e c h o d e q u e
este e l e m e n t o es el m e d i o d e p a s o h a b i t u a l h a c i a el O t r o M u n d o . P e r o
e s t o c o n c i e r n e al c a p í t u l o d e las c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s y l o t r a t a r e m o s
más tarde.

3.4. E L DRUIDA, SEÑOR DEL FUEGO

L o s d r u i d a s s o n t a m b i é n s e ñ o r e s d e l f u e g o , y es el f u e g o d e l d r u i d a m á s
p o d e r o s o , m á s h á b i l p a r a la m a g i a , el q u e se i m p o n e . E l f u e g o maléfico
d e s e r b a l p r e p a r a d o , c o m o h e m o s v i s t o , p o r l o s d r u i d a s d e l rey C o r m a c
b a j o la d i r e c c i ó n d e C i t h r u a d h es d o m i n a d o p o r el f u e g o b e n é f i c o que
e n c i e n d e a su v e z el d r u i d a M o g R u i t h . L a r a z ó n i n m e d i a t a d e la s u p e -
r i o r i d a d d e M o g R u i t h es s e n c i l l a : o b e d e c e a la m i n u c i a c o n la q u e c u m -
p l e el r i t u a l d e p r e p a r a c i ó n d e la h o g u e r a :

«Mog Ruith dijo a Cennmhar: "Enciende y prepara el fuego".

C e n n m h a r se l e v a n t ó y d i s p u s o la h o g u e r a c o m o u n a m a n t e q u e r a ( ? ) , c o n
tres l a d o s y tres á n g u l o s , m á s siete p u e r t a s , m i e n t r a s q u e el f u e g o d e l n o r t e
sólo tenía tres puertas y n o estaba n i dispuesto ni arreglado, sino que
1 2 0
h a b í a n c o l o c a d o la m a d e r a e n p i l a s » .

L a p r e s c r i p c i ó n r i t u a l es t a n p r e c i o s a c o m o e x c e p c i o n a l . P e r o n o es
s a c r i f i c i a l , y p o r e s o s ó l o p o d e m o s clasificarla e n t r e las t é c n i c a s . M u c h o
m á s allá y p o r e n c i m a d e l f o l c l o r e , se i n s c r i b e s i n e m b a r g o e n la s e r i e d e
los usos religiosos del fuego.
D i s p o n e m o s d e u n a h u e l l a d e la t é c n i c a r i t u a l y s a c r i f i c i a l g a l a e n
César, B . G. V I , 16:

119 E d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 2 6 , p . 8. V é a s e a h o r a C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Le

1
dialogue des deuxsages, P a y o t , P a r í s , 1 9 9 9 , p . 7 -
120 Revue Celtique, 4 3 , p p . 1 0 6 - 1 0 8 .
 3. EL P O D E R DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS ELEMENTOS
243

« O t r o s h a c e n uso de m u ñ e c o s de e n o r m e t a m a ñ o , cuyos m i e m b r o s ,
t r e n z a d o s c o n l e ñ a , r e l l e n a n c o n h o m b r e s vivos. Les p r e n d e n fuego y los
h o m b r e s , rodeados de llamas, e x p i r a n » * .

Y otra en D i o d o r o de Sicilia V , 31:

«Así, después de h a b e r t e n i d o e n p r i s i ó n a los m a l h e c h o r e s durante

cinco a ñ o s , los e m p a l a n e n h o n o r d e los dioses, a q u i e n e s los c o n s a g r a n
j u n t o c o n muchas otras primicias, levantando piras de e n o r m e tamaño.
T a m b i é n se s i r v e n d e l o s p r i s i o n e r o s c o m o v í c t i m a s d e s u s s a c r i f i c i o s en
h o n o r de los dioses. A l g u n o s de ellos incluso m a t a n a los animales c a p t u -
r a d o s e n la g u e r r a j u n t o c o n los h o m b r e s , o los q u e m a n , o los a n i q u i l a n
1 2 1
con algún otro suplicio» ** .

Y e n E s t r a b ó n I V , 5:

«He o í d o hablar t a m b i é n de otras f o r m a s de sacrificios humanos,

c o m o p o r e j e m p l o la p r á c t i c a d e m a t a r a flechazos a a l g u n o s , o la d e c r u c i -
ficarlos e n los t e m p l o s , o la d e f a b r i c a r u n e n o r m e m u ñ e c o d e paja y
m a d e r a e n el q u e m e t í a n a l g u n a s cabezas d e g a n a d o , b i c h o s d e t o d o t i p o , y
h o m b r e s , y h a c e r c o n él u n h o l o c a u s t o » * * * .

Y l o s Escolios bemeses d e L u c a n o , f r a g m e n t o t a r d í o y c o n t r o v e r t i d o —no

sin motivo, a u n q u e n o s o t r o s n o t e n e m o s aquí r a z ó n alguna para refu-
tarlo— d a n el n o m b r e d e l d i o s al q u e se le o f r e c í a el s a c r i f i c i o m e d i a n t e
el f u e g o : Taranis Ditispater hoc modo apud eos placatur: in álveo ligneo aliquot homines
cremantur ( « E n t r e e l l o s T a r a n i s es a p l a c a d o d e l s i g u i e n t e m o d o : q u e m a n
1 2 2
a cierto n ú m e r o de h o m b r e s e n u n a j a u l a de m a d e r a » ) .
E l m u ñ e c o o el c o l o s o , d e m a d e r a o d e h e n o , e q u i v a l e n , e n la t é c n i c a
r i t u a l , a la h o g u e r a d e M o g R u i t h . D e s g r a c i a d a m e n t e , n o s a b e m o s m á s .
P e r o n o es e x a g e r a d o a f i r m a r q u e el f u e g o , s i n ser el ú n i c o m e d i o p a r a

121 P u e d e e s t a b l e c e r s e u n a r e l a c i ó n e n t r e el p l a z o d e c i n c o a ñ o s m e n c i o n a d o por
D i o d o r o v el ciclo d e c i n c o a ñ o s d e l c a l e n d a r i o d e C o l i g n y . Se t r a t a d e u n ciclo
c o m p T é t o q u e r e g u l a t o d a la v i d a r e l i g i o s a , r i t u a l y s a c r i f i c i a l (véase c a p í t u l o I V ) .
1 2 2 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , Des chaudrons celtiques á Varbre d'Esus. Lucain et les Scholies Bernoises,
e n Ogam 7, I°55> P P - 3 4 " 3 5 - V é a s e s o b r e t o d o la e x p l i c a c i ó n c o m p l e t a e n C h . - J .
G u y o n v a r c ' h , Le sacrifice dans la tradition celtique, e d s . A r m e l i n e , B r e s t , 2 0 0 5 , p á s s i m .
* T r a d e s p . : op. cit, p . 2 1 3 [ N . d e l T . ] .
** T r a d e s p . : op. cit, p p . 2 7 8 - 2 7 9 [ N . d e l T . ] .
*** T r a d . e s p . : op. cit, p . 1 8 2 [ N . d e l T ] .
244 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

el s a c r i f i c i o , e r a u n o d e sus i n s t r u m e n t o s p r i n c i p a l e s e i l u s t r a b a u n g r a n
n ú m e r o d e c e r e m o n i a s r e l i g i o s a s . V o l v e r e m o s a e n c o n t r a r l o e n la c e l e ­
b r a c i ó n d e las e x e q u i a s galas s e g ú n C é s a r y P o m p o n i o M e l a (véase infra):
n o h a y d u d a d e q u e e l p o d e r d e l o s d r u i d a s s o b r e este e l e m e n t o e r a
a b s o l u t o y e x c l u s i v o . E n e f e c t o , el v e l o d e i m p r e c i s i ó n d e n u e s t r a s f u e n ­
tes clásicas n o e n m a s c a r a c o m p l e t a m e n t e e l c u a d r o d e la p r á c t i c a r i t u a l y
l i t ú r g i c a d e l f u e g o . E n c o m p a r a c i ó n —y ya h e m o s d i c h o v a r i a s v e c e s p o r
q u é — , I r l a n d a es p a r c a e n d e t a l l e s , d e h e c h o n o a p o r t a p r á c t i c a m e n t e
ninguno fundamental.
K e a t i n g , al r e l a t a r e n s u Historia de Irlanda — e s c r i t a e n e l s i g l o X V I I a
partir de fuentes hoy c o m p l e t a m e n t e desaparecidas, o de fuentes orales
d e las c u a l e s n o p o d e m o s d i s p o n e r — la f u n d a c i ó n , absolutamente
m í t i c a , d e l r e i n o de M e a t h p o r el rey T u a t h a l T e c h t m h a r , menciona
ciertos usos druídicos:

« A l l í f u e i n s t i t u i d o el f u e g o d e T l a c h t g a , a l r e d e d o r d e l c u a l se r e u n í a n
e n a s a m b l e a , d u r a n t e la n o c h e d e S a m a i n , los d r u i d a s d e I r l a n d a para
h a c e r sacrificios a t o d o s los dioses. E n a q u e l h o g a r q u e m a b a n sus ofrendas,
y era o b l i g a t o r i o , bajo p e n a d e s a n c i ó n , apagar los fuegos d e I r l a n d a a q u e ­
lla n o c h e . P o r c a d a f u e g o e n c e n d i d o e n I r l a n d a , el r e y d e M u n s t e r p e r c i b í a
u n c a n o n . . . p o r q u e T l a c h t g a o c u p a b a la r e g i ó n d e M u n s t e r , q u e p e r t e n e ­
1 2 3
cía al r e i n o d e M e a t h » .

Es decir, del fuego ritual d e p e n d e n simbólica, ritual y legalmente

t o d o s l o s d e m á s f u e g o s d e I r l a n d a e n c e n d i d o s d u r a n t e la m a y o r y m á s
s o l e m n e d e las c u a t r o fiestas a n u a l e s .
Es n o o b s t a n t e e n la fiesta d e l v e r a n o , B e l t a i n e , el p r i m e r o d e m a y o ,
c u a n d o e l p a p e l d e l f u e g o d r u í d i c o es m á s i m p o r t a n t e , c o s a q u e K e a t i n g
n o deja de subrayar:

« E l ( T u a t h a l T e c h t m h a r ) h i z o el s e g u n d o c a m p o e n la r e g i ó n q u e h a b í a

s i d o d a d a p o r la p r o v i n c i a d e C o n n a u g h t : U i s n e a c h , d o n d e se c e l e b r a b a la

a s a m b l e a g e n e r a l d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a , q u e l l a m a b a n la G r a n Reu­

n i ó n d e U i s n e a c h . D u r a n t e la fiesta d e B e l t a i n e se c e l e b r a b a la f e r i a e n la

que acostumbraban a intercambiar bienes, mercancías y tesoros. También

h a c í a n sacrificios al g r a n d i o s q u e a d o r a b a n y q u e l l a m a b a n B e l . E r a c o s ­

t u m b r e erigir e n h o n o r de Bel, e n cada c a n t ó n de Irlanda, dos fuegos

e n t r e los c u a l e s e m p u j a b a n a las b e s t i a s e n f e r m a s d e c a d a e s p e c i e para

123 History oflreland, ed. D i n n e e n l l , p . 246.

 3. EL PODER DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS ELEMENTOS
245

c u r a r l a s y p r e s e r v a r l a s d u r a n t e el a ñ o . Y ese f u e g o d i o n o m b r e a la fiesta,
q u e t i e n e l u g a r el d í a d e l o s d o s a p ó s t o l e s F e l i p e y S a n t i a g o , B e l t a i n e , es
1 2 4
decir, Beilteine o "fuego de B e l " » .

A este r e s p e c t o , c a b e m e n c i o n a r el ¡ocus consecratus d e l q u e h a b l a C é s a r

(B. G. V I , 16):

« E n c i e r t a é p o c a d e l a ñ o , c e l e b r a n u n a r e u n i ó n e n el t e r r i t o r i o d e l o s
carnutes —considerado el centro de toda la Galia—, en un espacio
sagrado»*.

Q u e d a d e s c a r t a d o q u e K e a t i n g a d o r n a s e sus f u e n t e s , p u e s la c o s t u m -
1 2 5
b r e d e la q u e h a b l a s u b s i s t i ó e n el f o l c l o r e , y el Dindshenchas de Rennes,
m á s a u d a z , la h a c e r e m o n t a r hasta la raza m í t i c a d e N e m a d :

« M i d e , —de d ó n d e v i e n e e s e n o m b r e — . N o e s d i f í c i l : M i d e , h i j o de
B r a t h , h i j o d e D e o t h , fue el p r i m e r o e n e n c e n d e r u n f u e g o e n I r l a n d a p o r
l o s h i j o s d e N e m e d , y ese f u e g o a r d i ó d u r a n t e seis a ñ o s . A p a r t i r d e él f u e -
r o n e n c e n d i d o s t o d o s l o s f u e g o s i m p o r t a n t e s d e I r l a n d a y, p o r e s t a r a z ó n ,
c a d a h o g a r le d e b e al r e y u n s a c o d e g r a n o y u n c e r d o . L o s d r u i d a s d i j e r o n :
"Ese fuego n o s ha traído u n m a l h u m o ( m i - d e ) " . E n t o n c e s los r e u n i e r o n
e n u n a casa p o r o r d e n d e M i d e y les c o r t a r o n las l e n g u a s . El las e n t e r r ó e n
l a t i e r r a d e U i s n e c h y, p r i m e r d r u i d a y p r i m e r h i s t o r i a d o r d e I r l a n d a , s e
s e n t ó e n el l u g a r b a j o el c u a l h a b í a n s i d o e n t e r r a d a s . G a i r e c h , h i j a de
G u m o r , m a d r e a d o p t i v a d e M i d e , d i j o e n t o n c e s : " N o b l e (uais) e s a q u e l
(nech) q u e s e e n c u e n t r a a q u í e s t a n o c h e " . D e a h í v i e n e n l o s d o s n o m b r e s ,
1 2 6
Uisnech y M i d e » .

D e j e m o s d e l a d o la fantasía e t i m o l ó g i c a y l o s d e t a l l e s i n v e n t a d o s p a r a
j u s t i f i c a r l a . E l Glosario de Cormac r e c o g e la m i s m a c o s t u m b r e :

« B e l t a i n e , f u e g o d e B e l , f u e g o b e n é f i c o , es d e c i r , u n f u e g o q u e los
d r u i d a s h a c í a n m e d i a n t e s u m a g i a o s u s g r a n d e s c o n j u r o s , y al q u e se c o n -

D
124 Ibid., p p , . 2 . 4 - 2 4 8 . E l B e l i r l a n d é s es d i r e c t a m e n t e c o m p a r a b l e c o n e l B e l e ñ o s
g a l o y c o n e l t e ó n i m o f e m e n i n o B e l i s a m a , « l a m á s b r i l l a n t e » , q u e es u n a p o d o
d e la M i n e r v a g a l o r r o m a n a . V é a s e J a c q u e s G o u r v e s t , Le cuite de Beleños en Provence occi-
s s e n
dentale et en Gaule, e n Ogam 6, 1 9 5 4 . P P - 2 5 7 Y - Y' último lugar, Christian-J.
G u y o n v a r c ' h . , Etudes de vocabulairegaulois, e n Ogam 1 4 , 1 9 6 2 , p p . 1 6 1 - 1 6 7 .
125 P . W . J o y c e , A SocialHistory ofAncientIreland I, p . 291.
126 E d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p . 2 9 7 .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 2 [ N . d e l T . ] .
246 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

ducían cada año los r e b a ñ o s (para protegerlos) c o n t r a las epidemias

1 2 7
haciéndolos pasar entre e l l o s » .

P o r su p a r t e , u n texto h a g i o g r á f i c o r e d a c t a d o e n latín p r e c i s a q u e
d u r a n t e a q u e l l a fiesta n o p o d í a e n c e n d e r s e n i n g ú n o t r o f u e g o , bajo
p e n a de m u e r t e :

« T e n í a n t a m b i é n c i e r t a c o s t u m b r e : e n v i r t u d d e u n e d i c t o , e n t o d a s las
provincias, estuviesen cercanas o lejanas, cualquiera q u e encendiese su
f u e g o a n t e s q u e el d e la casa d e l rey, e n el p a l a c i o d e T a r a , d e b í a p e r e -
cer»

C u a n d o L u g p r e g u n t a al d r u i d a d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , d u r a n t e
l o s p r e p a r a t i v o s d e la b a t a l l a d e M a g T u r e d , c u á l e s s e r á n sus p o d e r e s ,
éste sitúa el f u e g o e n t r e sus p r i n c i p a l e s m e d i o s d e a c c i ó n :

« F i g o l , h i j o d e M a m o s , el d r u i d a , d i j o e n t o n c e s : " H a r é q u e t r e s r e m o -
l i n o s d e f u e g o c a i g a n s o b r e el e j é r c i t o d e l o s f o m o r e s y les q u i t a r é d o s t e r -
cios d e su valor, d e su coraje y d e su fuerza. R e t e n d r é su o r i n a e n sus c u e r -
p o s y e n los d e sus caballos. C a d a e x p i r a c i ó n d e los h o m b r e s d e I r l a n d a será
p a r a ellos u n i n c r e m e n t o de valor, de coraje y de fuerza. A u n q u e perma-
1 2 9
n e z c a n s i e t e a ñ o s e n e l c o m b a t e , n o se c a n s a r á n » .

3.5. E L VIENTO DRUÍDICO

E l v i e n t o d r u í d i c o es o t r o a s p e c t o d e la a c c i ó n d e la clase s a c e r d o t a l c é l -
tica s o b r e los e l e m e n t o s . Es el m e d i o que los d r u i d a s de los T u a t h a D é
D a n a n n h a b r í a n utilizado para i n t e n t a r i m p e d i r que los hijos de M i l
d e s e m b a r c a s e n e n I r l a n d a . T r a s u n p r i m e r f r a c a s o , c u a n d o se t r a t a d e
v o l v e r a e m b a r c a r , el r e y d e e s t o s ú l t i m o s , D o n n , q u i e r e r e t o m a r la
lucha:

« " S i seguís m i consejo, oh, hijos de Mil, h a b r á batalla", dijo. "No

d e r r o c h é i s vuestra fuerza e n v a n o — r e p l i c a r o n los druidas—, olvidaos de
I r l a n d a y n o v o l v á i s " . L o s h i j o s d e M i l se d i r i g i e r o n d e s d e T a r a al p u e r t o d e

127 E d . W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaires, op. cit, p . 6; c f r . la v e r s i ó n d e l YellowBookof

Lecan, e d . K u n o M e y e r , Anécdota from Irish Manuscripts, TV, op. cit., p . 1 2 : « t r a í a n a
a q u e l l o s f u e g o s a t o d o s l o r e b a ñ o s p a r a p r o t e g e r l o s c o n t r a las e n f e r m e d a d e s d e l
a ñ o ; e m p u j a b a n el g a n a d o e n t r e l o s f u e g o s » .
128 W h i t l e y S t o k e s , The Tripartite Life ofPatrickU, pp. 278-279-
129 Textes rnythologiquesirlandais I/l, p . 53-
 3. EL P O D E R DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS E L E M E N T O S
247

I n b e r S c e n e y se a l e j a r o n p o r el m a r h a s t a u n a d i s t a n c i a d e n u e v e o l a s . L o s
d r u i d a s d e I r l a n d a los p e r s i g u i e r o n c o n u n v i e n t o d r u í d i c o , d e tal f o r m a
q u e la a r e n a d e l f o n d o d e l m a r s u b i ó h a s t a la s u p e r f i c i e . L a tempestad
d e s e n c a d e n a d a c o n t r a ellos fue t a n v i o l e n t a q u e el v i e n t o les e m p u j ó h a c i a
el o e s t e , y e s t a b a n f a t i g a d o s . " E s t o es u n v i e n t o d r u í d i c o " , d i j o D o n n , hijo
d e M i l . " S i n o h a y v i e n t o p o r e n c i m a d e la vela, l o e s " , a ñ a d i ó A m o r g e n .
E r a n a n n , el m á s j o v e n d e l o s h i j o s d e M i l , s u b i ó al m á s t i l y d i j o q u e no
h a b í a v i e n t o p o r e n c i m a d e la vela, y, t a n p r o n t o c o m o l o d i j o , cayó s o b r e
las r o c a s ( ¿ o s o b r e las p l a n c h a s d e l n a v i o ? ) y s u s m i e m b r o s se d i s p e r s a r o n .
D o n n d i j o : " E s u n a v e r g ü e n z a p a r a el p u e b l o d e las g e n t e s d e a r t e n o p o d e r
a c a b a r c o n e l s o r t i l e g i o d r u í d i c o " . " N o es u n a v e r g ü e n z a " , d i j o A m o r g e n .
S e l e v a n t ó y c a n t ó : " V e o l a t i e r r a d e I r l a n d a , e t c . " . Y la c a l m a s e a p o d e r ó
del m a r . . . D o n n , hijo de Mil, dijo: " A h o r a todos los habitantes de I r l a n d a
c o n o c e r á n el f i l o d e m i e s p a d a y m i l a n z a " . E l v i e n t o se l e v a n t ó d e n u e v o
c o n t r a el b a r c o e n el q u e i b a n B r e s , B ú a s y B u a i g n e , d e tal f o r m a q u e se
I 3
a h o g a r o n c e r c a d e las c o l i n a s d e a r e n a d e T e c h D o n n . . . » °.

Ese v i e n t o t e m p e s t u o s o , pese a h a b e r sido p r o v o c a d o p o r e n c a n t a -

m i e n t o , es d i f e r e n t e d e l « s o p l o d r u í d i c o » , q u e es u n m e d i o y u n a causa
d e i l u s i ó n o m e t a m o r f o s i s , t e m p o r a l o d e f i n i t i v a . A s í , e n el r e l a t o d e l
Asedio de Druim Damhghaire, t r a s u n p a r l a m e n t o d e l o s d r u i d a s d e a m b o s
bandos:

« G u a n d o t e r m i n a b a el e n c u e n t r o e n t r e l o s d o s d r u i d a s , q u e p r e d e c í a n
u n t r i s t e d e s t i n o p a r a el e j é r c i t o , l o s c r i a d o s , l o s p e r r o s y l o s p a l a f r e n e r o s
les o y e r o n y a d v i r t i e r o n a C o r m a c . Este d i j o : " I d y m a t a d a u n o d e los
d r u i d a s y g o l p e a d al o t r o h a s t a q u e n o le q u e d e s i n o p o c a v i d a " . L o s d r u i -
d a s r e c i b i e r o n l a r e v e l a c i ó n d e l p e l i g r o y s e s e p a r a r o n . C i t h r u a d h v o l v i ó al
c a m p o disfrazado p a r a n o ser r e c o n o c i d o . El o t r o m a r c h ó h a c i a el s u r , v o l -
v i ó t r e s v e c e s e l r o s t r o h a c i a e l e j é r c i t o y, g r a c i a s a s u s p o d e r e s m á g i c o s ,
e n v i ó s o b r e él u n s o p l o d r u í d i c o . T o d o s l o s g u e r r e r o s r e c i b i e r o n e n s e g u i d a
s u a p a r i e n c i a y s u f o r m a : t o d o s t u v i e r o n c o m o él u n p o r t e i m p o n e n t e y la
c a b e z a g r i s , d e f o r m a q u e , c u a n d o c r u z a r o n el r í o e n p o s d e l druida,
e m p e z a r o n a m a t a r s e e n t r e sí, e s c a l p á n d o s e , g o l p e á n d o s e m u t u a m e n t e en
la f r e n t e o e n la c a r a , p u e s c a d a c o m b a t i e n t e t o m a b a a t o d o el q u e veía p o r
1 3 1
el d r u i d a » .

1 3 0 Lebor Gabala Erenn, e d . M a c a l i s t e r I , p p . 5 4 - 5 6 .

131 Revue Celtique, 4 3 , p p . 2 6 - 2 8 .
248 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

El s o p l o d r u í d i c o tiene a veces c o n s e c u e n c i a s más graves a ú n para

a q u e l l o s q u e s o n t o c a d o s p o r él, p o r e j e m p l o , los tres d r u i d a s del rey
C o r m a c , c u a n d o M o g R u i t h , tras la v i c t o r i a d e M u n s t e r , se a c e r c a a e l l o s
l o b a s t a n t e p a r a h a c e r u s o d e sus capacidades:

« " M i dios m e h a p r o m e t i d o q u e los t r a n s f o r m a r é e n p i e d r a s cuando

los t e n g a a m i a l c a n c e c o n s ó l o s o p l a r s o b r e e l l o s " . E n t o n c e s les e n v i ó u n
1 3 2
soplo d r u í d i c o y los t r a n s f o r m ó en p i e d r a s » .

M á s t a r d e , e n la é p o c a c r i s t i a n a , el v i e n t o d r u í d i c o se c o n v i e r t e en
m a l é f i c o d e f o r m a c o m p l e t a m e n t e n a t u r a l . P e r o s i g u e e x i s t i e n d o , y el
d r u i d a B r o i c h a n , q u e es el e n e m i g o p e r s o n a l , p o r n o d e c i r el p r e f e r i d o ,
d e s a n C o l u m b a n o , t i e n e l o s m i s m o s p o d e r e s q u e sus p r e d e c e s o r e s a n t e -
r i o r e s a san P a t r i c i o . B r o i c h a n i n t e n t a crear serios p r o b l e m a s a san
C o l u m b a n o . P e r o el s a n t o , q u e es, g r a c i a s a C r i s t o , u n « d r u i d a » m á s
p o d e r o s o , h a c e q u e t o d o s sus e s f u e r z o s s e a n e n v a n o . E s l o q u e c u e n t a
A d a m n a n e n su h i s t o r i a d e la v i d a d e s a n C o l u m b a n o . L o s hagiógrafos
irlandeses, en efecto, son grandes y piadosos adaptadores ante lo E t e r n o ,
y A d a m n a n , s i g u i e n d o la n o r m a c o m ú n , n o d e s c u i d a n i n g ú n detalle p a r a
p o n e r d e relieve a su b i e n a v e n t u r a d o h é r o e . P e r o , s i n e m b a r g o —y esto es
t a m b i é n u n m i l a g r o i r l a n d é s — , el d r u i d a (magus) n o va al i n f i e r n o . El
s a n t o se c o n t e n t a c o n h e r i r l e e n su a m o r p r o p i o p r o f e s i o n a l p r o v o c a n d o
u n v i e n t o m á s f u e r t e o d e s v i a n d o e n su b e n e f i c i o el v i e n t o druídico:

« U n día, B r o i c h a n d i j o , d i r i g i é n d o s e al s a n t o : " D i m e , C o l u m b a , ¿en

q u é m o m e n t o te p r o p o n e s h a c e r t e a la m a r ? " . " S i D i o s l o q u i e r e y s e g u i -
m o s c o n vida — r e s p o n d i ó aquél—, n o s p r o p o n e m o s c o m e n z a r nuestra
navegación d e n t r o de tres días". B r o i c h a n , al c o n t r a r i o , le d i j o : "No
p o d r á s , p u e s voy a p r o v o c a r u n viento q u e te será c o n t r a r i o y a p r o v o c a r
u n a oscura niebla". El santo dijo: "La o m n i p o t e n c i a de D i o s gobierna
t o d a s las cosas, y t o d o s n u e s t r o s m o v i m i e n t o s s o n e n s u n o m b r e y e s t á n
g u i a d o s p o r E l " . ¿ Q u é m á s d e c i r ? E l d í a f i j a d o , c o m o h a b í a p r e v i s t o , el
s a n t o l l e g ó al l a r g o l a g o d e l r í o N e s s e g u i d o p o r u n g r a n a c o m p a ñ a m i e n t o .
L o s d r u i d a s se a l e g r a r o n c u a n d o v i e r o n q u e se f o r m a b a u n a g r a n n i e b l a y
se l e v a n t a b a u n g r a n v i e n t o c o n t r a r i o d e t e m p e s t a d .

N o es s o r p r e n d e n t e q u e , c o n p e r m i s o d e D i o s , tales c o s a s p u e d a n s e r
h e c h a s d e vez e n c u a n d o p o r las a r t e s d e m o n í a c a s , p u e s h a s t a l o s v i e n t o s y
las o l a s se h i c i e r o n m u y f u e r t e s .

132 Ibid., p p . 1 1 2 - 1 1 4 .
 3 . EL P O D E R DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS E L E M E N T O S
249

A s í fue c o m o u n d í a u n a s l e g i o n e s d e d e m o n i o s a t a c a r o n al santo
obispo Germano en mitad del mar, c u a n d o n a v e g a b a p o r la B a h í a de
G a l i a , e n B r e t a ñ a , p o r c a u s a d e la s a l v a c i ó n h u m a n a . L o s d e m o n i o s d i s p u -
s i e r o n p e l i g r o s e n s u r u t a y p r o v o c a r o n t e m p e s t a d e s . C u b r i e r o n el c i e l o y
el d í a c o n u n v e l o d e o s c u r i d a d . P e r o , m á s r á p i d a m e n t e q u e la p a l a b r a , c o n
l a p l e g a r i a d e s a n G e r m a n o , t o d o se c a l m ó , c e s ó y l a n i e b l a d e s a p a r e c i ó .

Nuestro C o l u m b a , v i e n d o q u e l o s e l e m e n t o s se e n f u r e c í a n con él,

i n v o c ó a C r i s t o n u e s t r o S e ñ o r . E n t r ó e n e l n a v i o y, m i e n t r a s l o s m a r i n o s
v a c i l a b a n , él m i s m o , m á s e n é r g i c o , h i z o l e v a n t a r la vela c o n t r a el v i e n t o .
C u a n d o se h i z o e s t o , m i e n t r a s la m u c h e d u m b r e m i r a b a , el n a v i o se p u s o e n
m a r c h a c o n u n a velocidad extraordinaria, y los vientos c o n t r a r i o s m u d a r o n
e n favor del viaje. El m i s m o día, e m p u j a d o p o r u n a brisa a g r a d a b l e que
s o p l a b a e n s e n t i d o f a v o r a b l e , el n a v i o d e l b i e n a v e n t u r a d o fue c o n d u c i d o al
1 3 3
puerto deseado» .

E s t e es u n e p i s o d i o h a g i o g r á f i c o m e n o r . S u ú n i c o i n t e r é s r e s i d e e n
e l h e c h o d e q u e e s t a b l e c e la c o n t i n u i d a d d e u n a t é c n i c a m á g i c a . P e r o
a c l a r a i g u a l d e c u r i o s a m e n t e el p r i n c i p i o y las m o d a l i d a d e s d e la c r i s t i a -
n i z a c i ó n d e I r l a n d a : t o d o se d e s a r r o l l a c o m o si la m a g i a d e l s a n t o fuese
la m á s f u e r t e , y c o m o si la d u l z u r a e v a n g é l i c a n o t u v i e r a n a d a q u e v e r .

3.6. E L P O D E R SOBRE LA TIERRA

E l d r u i d a t i e n e i g u a l m e n t e p o d e r s o b r e la t i e r r a y, a n t e s d e l g r a n c o m -
b a t e d e l o s e j é r c i t o s d e l n o r t e y d e l s u r , e n e l r e l a t o d e l Asedio de Druim
Damhghaire, M o g R u i t h p r o v o c a e l h u n d i m i e n t o d e u n a c o l i n a s o b r e la
q u e se h a b í a a s e n t a d o el e j é r c i t o d e l n o r t e :

« M o g R u i t h s e p u s o a s o p l a r s o b r e la c o l i n a . L a t o r m e n t a e r a t a n f u e r t e
q u e n i n g ú n g u e r r e r o del n o r t e p o d í a p e r m a n e c e r e n su t i e n d a , y los d r u i d a s
i g n o r a b a n d e d ó n d e les v e n í a . M i e n t r a s s o p l a b a s o b r e la c o l i n a , M o g R u i t h
p r o n u n c i ó estas p a l a b r a s : " G i r o y g i r o , e t c . " . E n t o n c e s la c o l i n a d e s a p a r e c i ó
e n v u e l t a e n t r e n u b e s n e g r a s y u n r e m o l i n o d e n i e b l a . E l p á n i c o se a d u e ñ ó
d e l c o m ú n d e l e j é r c i t o al o í r l o s g r i t o s d e las t r o p a s , el t u m u l t o d e l o s c a b a -
l l o s y-Los c a r r o s , e l r u i d o d e l a s a r m a s q u e b r a d a s q u e r e s o n a b a c u a n d o l a
c o l i n a f u e g o l p e a d a e n la b a s e . U n a g r a n p a r t e d e l e j é r c i t o fue p r e s a d e l t o r -
1 3 4
m e n t o d e la a g o n í a . T o d o s c a y e r o n e n el d e s a l i e n t o y el m a l h u m o r » .

1 3 3 Adamnani Vita Sancti Columbae, e d . A l a n O r r A n d e r s o n & M a r j o r i e O g i l v i e A n d e r s o n ,

Adamnan's Life of Columba, L o n d r e s , 1 9 6 1 , p p . 4 0 4 - 4 0 6 .
134 Revue Celtique, 4 3 , p , 80.
25o I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

U n a p r o m e s a m á g i c a s i m i l a r fue h e c h a al e s t a d o m a y o r d i v i n o d e l o s
T u a t h a D é D a n a n n a n t e s d e e n t a b l a r la g r a n b a t a l l a d e M a g T u r e d c o n -
tra l o s fomores:

« L u g p r e g u n t ó al b r u j o , c u y o n o m b r e e r a M a t h g e n , d e q u é p o d e r d i s -
p o n í a . E s t e d i j o q u e a u n a o r d e n suya a r r o j a r í a las m o n t a ñ a s d e I r l a n d a
s o b r e l o s f o m o r e s y s u s c i m a s r o d a r í a n p o r el s u e l o . D i j o q u e las d o c e p r i -
m e r a s m o n t a ñ a s d e la t i e r r a d e I r l a n d a e s t a r í a n a las ó r d e n e s d e l o s T u a t h a
I 3
Dé Danann, que lucharían por ellos...» 5.

E n r e s u m e n , c u a l q u i e r a q u e f u e s e s u e s p e c i a l i d a d , el d r u i d a e j e r c í a
s u p o d e r s o b r e t o d o s l o s e l e m e n t o s , y así es c o m o se d e f i n e el d e l p r i -
m e r o d e l o s d r u i d a s d e l U l s t e r , C a t h b a d , y el d e sus a u x i l i a r e s :

« U n o d e l o s d o s s e r v i d o r e s alza su m i r a d a h a c i a el c i e l o y o b s e r v a las
n u b e s d e l c i e l o : d a r e s p u e s t a s a la m a r a v i l l o s a t r o p a q u e l o r o d e a . A l z a n t o d o s
sus o j o s h a c i a l o a l t o y o b s e r v a n las n u b e s . L a n z a n e n c a n t a m i e n t o s a l o s e l e -
m e n t o s d e m o d o q u e éstos l i b r a n c o m b a t e e n t r e ellos. Se f o r m a n n u b e s de
f u e g o s o b r e e l b a l u a r t e y e l c a m p o d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a . " ¿ Q u i é n es é s e
d e a l l í ? " , d i c e A i l i l l . " Y o l o sé —dice Fergus—, es la b a s e d e l s a b e r , el q u e
m a n d a s o b r e l o s e l e m e n t o s , e l q u e s u b e al c i e l o , e l q u e c i e g a l o s o j o s , e l q u e
se a p r o p i a d e la f u e r z a d e l o s e x t r a n j e r o s c o n s u s p o d e r e s d r u í d i c o s ; es C a t h -
1 3 6
b a d , el d r u i d a a m a b l e , c o n los d r u i d a s del U l s t e r a su a l r e d e d o r " » .

3.7. L A NIEBLA DRUÍDICA

E s t a d o i n t e r m e d i o e n t r e el a i r e y el a g u a , r e a l i d a d v i s i b l e y m a t e r i a h u i -
d i z a , la n i e b l a n o es u n e l e m e n t o n a t u r a l a u t ó n o m o . T a m p o c o sirve
c o m o m e d i o de c o e r c i ó n y castigo. Es u n m e d i o usual, utilizado p o r los
d r u i d a s o p o r las g e n t e s d e l O t r o M u n d o , ya fuese p a r a p a r a l i z a r l o s m o v i -
m i e n t o s d e l o s h u m a n o s e i m p e d i r sus d e s p l a z a m i e n t o s , ya p a r a o c u l -
tarse e l l o s m i s m o s . L o s tres g r a n d e s h é r o e s d e l U l s t e r , L o e g a i r e , Conall
C e r n a c h y C u c h u l a i n n , i n m e r s o s e n u n a d i s c u s i ó n d e h o n o r , s e g ú n el
relato del F l e d B r i c r e n d , o « F e s t í n de B r i c r i u » , tienen ocasión de
experimentarlo:

« A l l í a r r i b a e n g a n c h a r o n el c a r r o d e L o e g a i r e y éste p a r t i ó h a c i a M a g
D a G a b u l ("la l l a n u r a d e las d o s b i f u r c a c i o n e s " ) p o r B e r n a d n a F o r a i r i ("el

135 Textes rnythologiques irlandais I / l , p . 5 2 ; s o b r e el n o m b r e d e M a t h g e n , v é a s e supra, p á g i -

nas 180-181, nota 174.
1 3 6 V é a s e la c i t a c o m p l e t a e n la p á g i n a 7 9 -
 3. EL P O D E R DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS E L E M E N T O S
251

v a d o d e la v i g i l i a " ) , p o r A t h G a r p a i t F e r g u s a ("el v a d o d e l c a r r o d e F e r -
g u s " ) , p o r A t h n a M o r r i g n a ("el v a d o d e M o r r i g a n " ) , hasta Caerthinn
G l u a n a D a D a m ("el s e r b a l d e la p r a d e r a d e l o s d o s b u e y e s " ) , e n el C l i t h a r
F i d b a i d i e n C o m m u r Getharsliged ("encrucijada d e los c u a t r o c a m i n o s " ) ,
m á s allá d e D u n d a l k , p o r M a g S l i c e c h , al o e s t e d e la m o n t a ñ a d e B r e g .
C a y ó s o b r e él u n a espesa, s o m b r í a y p e s a d a n i e b l a q u e le caló h a s t a el p u n t o
d e q u e n o p u d o c o n t i n u a r s u c a m i n o . " Q u e d é m o n o s a q u í h a s t a q u e se
l e v a n t e la n i e b l a " , le d i j o L o e g a i r e a su c o c h e r o . L o e g a i r e saltó d e l c a r r o y
1 3 7
el c o c h e r o d e j ó los caballos e n u n p r a d o c e r c a n o » .

D e s p u é s , l l e g a u n g i g a n t e q u e p r o v o c a a L o e g a i r e , le i n f l i g e una
d e r r o t a c o m p l e t a y le obliga a h u i r sin a r m a s , sin c a r r o , sin c o c h e r o y
sin caballos.
La m i s m a niebla druídica s o r p r e n d e a los otros viajeros:

« P o c o t i e m p o d e s p u é s , C o n a l C e r n a c h t o m ó el m i s m o c a m i n o y l l e g ó
a la l l a n u r a e n la q u e u n a n i e b l a d r u í d i c a h a b í a c a í d o s o b r e L o e g a i r e . L a
m i s m a n u b e n e g r a , s o m b r í a , h o r r i b l e , cayó s o b r e C o n a l l C e r n a c h a tal
1 3 8
p u n t o q u e n o p u d o d i s t i n g u i r el c i e l o d e la t i e r r a » .
« C u c h u l a i n n fue p o r el m i s m o c a m i n o y l l e g ó al m i s m o l u g a r . La
m i s m a s o m b r í a n i e b l a cayó s o b r e él c o m o s o b r e los q u e h a b í a n pasado
1 3 9
antes que é l » .

E l r e l a t o d e TochmarcFerbe, o « C o r t e j o d e F e r b » , c o n o c e u n r a r í s i m o
e j e m p l o d e n i e b l a s i n i e s t r a , a la v e z g u e r r e r a y t r i c o l o r , n e g r a , r o j a y
v e r d e , c u a n d o el rey C o n c h o b a r c o m i e n z a el a t a q u e d e la r e s i d e n c i a d e
u n o d e sus e n e m i g o s :

« C u a n d o se h u b i e r o n a c e r c a d o y d i v i s a r o n la f o r t a l e z a d e s d e allí, v i e -
r o n u n a p e s a d a e i n t e n s a n i e b l a p o r e n c i m a d e ésta. U n e x t r e m o e r a n e g r o
c o m o el c a r b ó n , el c e n t r o e r a r o j o y el o t r o e x t r e m o e r a v e r d e » .

Y el d r u i d a a n u n c i a l o q u e s i g n i f i c a esa e x t r a ñ a n i e b l a :

« C o n c h o b a r p r e g u n t ó l u e g o : " ¿ Q u é p r o f e t i z a , I m r i n n , esa n u b e q u e
v e m o s p o r e n c i m a d e la f o r t a l e z a ? " . A l o q u e I m r i n n r e s p o n d i ó : "Profetiza

137 E d . G e o r g e H e n d e r s o n , Irish TextsSociety I I , L o n d r e s , 1 8 9 9 , p p . 4 . 4 - 4 5 -

138 Ed. H e n d e r s o n , p . 48.
139 Ibid., p . 4 8 .
252 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

el c o m b a t e y la m a s a c r e d e esas g e n t e s e s t a n o c h e " . Y c r e ó s o b r e este t e m a la

siguiente retórica:

"Nube negra de veneno,

v e r d e . . . ? ...,
filos r o j o s d e d o s caras,
la m u e r t e e n l o s v í n c u l o s ,
los costados serán cortados,
las m a n o s s e r á n s e g a d a s ,
los c u e r p o s s e r á n c e r c e n a d o s ,
las n u c a s q u e d a r á n p e l a d a s
e n la f o r t a l e z a d e G e r g
d e s d e la n o v e n a h o r a m o r t a l
h a s t a la m i t a d d e l d í a .
L a s t u m b a s se a b r i r á n e n e l s u e l o ¡
4 0
u n j o v e n d i s t r i b u i r á el n e g r o d e la m u e r t e " » ' .

T e r m i n a r e m o s esta r á p i d a e v o c a c i ó n d e l p o d e r d e l d r u i d a s o b r e l o s
e l e m e n t o s c o n u n a a n é c d o t a h a g i o g r á f i c a . Esta a n é c d o t a es clásica, e n el
s e n t i d o de q u e e n f r e n t a al s a n t o y al d r u i d a p o r q u e hay q u e p r o b a r — f á c i l -
m e n t e — la s u p e r i o r i d a d d e l s a n t o y, c l a r o está, y a n o es e l d r u i d a q u i e n
t i e n e e l p o d e r , o m á s b i e n la ú l t i m a p a l a b r a , s o b r e el a g u a y la p i e d r a , ya
n o es é l q u i e n h a c e q u e u n o b j e t o se r o m p a e n m i l p e d a z o s o q u i e n s a n a
a u n e n f e r m o in articulo monis. P e r o se t r a t a d e u n a a n é c d o t a extraordina-
ria —aunque n o cabe d u d a de que p o d r í a m o s e n c o n t r a r m u c h a s otras
d e l m i s m o estilo— e n el s e n t i d o d e q u e d e s c r i b e a l g o q u e , s e g ú n las n o r -
m a s c r i s t i a n a s u s u a l e s , sería i m p e n s a b l e : la f a m i l i a r i d a d d e l d r u i d a y el
s a n t o . E l s a n t o p r e d i c e y p r o v o c a la e n f e r m e d a d d e l d r u i d a p a r a o b l i -
g a r l e n o a la c o n v e r s i ó n , s i n o a la o b e d i e n c i a y a la s u m i s i ó n . E l r e y ,
h e r m a n o d e l e c h e d e l d r u i d a , i m p l o r a la a y u d a d e l s a n t o q u e , u n a v e z
q u e se d a n las c o n d i c i o n e s e x i g i d a s , c u r a al d r u i d a . H e a q u í p u e s ese
c u r i o s o c a p í t u l o q u e d e s c r i b e las r e l a c i o n e s e n t r e s a n C o l u m b a n o , s u c e -
s o r d e san P a t r i c i o y a b a d d e l o n a , y el d r u i d a B r o i c h a n , al s e r v i c i o d e l
rey p i c t o B r u d e :

« A l m i s m o t i e m p o , el h o m b r e v e n e r a b l e p i d i ó al d r u i d a B r o i c h a n q u e
u n a esclava i r l a n d e s a fuese l i b e r a d a p o r p i e d a d h a c i a la n a t u r a l e z a h u m a n a .

140 E d . W i n d i s c h , Irische Texte I I I , p p . 4 7 4 - 4 7 6 .

 3 . EL PODER DE LOS D R U I D A S S O B R E LOS E L E M E N T O S
253

Y c o m o B r o i c h a n , c u y o c o r a z ó n e r a d u r o y o b s t i n a d o , la r e t u v o , el s a n t o ,
d i r i g i é n d o s e a é l , h a b l ó a s í : " H a s d e s a b e r , B r o i c h a n , q u e si n o quieres
l i b e r a r p o r m í a esta esclava a n t e s d e q u e a b a n d o n e la p r o v i n c i a , m o r i r á s e n
p o c o t i e m p o " . Y h a b i e n d o d i c h o esto e n p r e s e n c i a del rey B r u d e , aban-
d o n ó e l p a l a c i o r e a l y s e f u e al r í o N e s . E n e s e r í o , t o m ó u n a p i e d r a b l a n c a
y d i j o a sus c o m p a ñ e r o s : " M a r c a d esta p i e d r a b l a n c a c o n la q u e el S e ñ o r
s a n a r á a m u c h o s e n f e r m o s e n t r e el p u e b l o p a g a n o " . Y, tras h a b e r p r o n u n -
c i a d o estas p a l a b r a s , c o n t i n u ó : " A h o r a B r o i c h a n acaba d e ser d u r a m e n t e
g o l p e a d o , p u e s u n á n g e l e n v i a d o p o r el cielo l o h a g o l p e a d o c o n fuerza y h a
p a r t i d o e n n u m e r o s o s p e d a z o s , e n s u m a n o , el r e c i p i e n t e d e cristal e n el
q u e b e b í a , d e f o r m a q u e a h o r a r e s p i r a c o n d i f i c u l t a d y se e n c u e n t r a muy
c e r c a d e la m u e r t e . E s p e r e m o s u n p o c o e n este l u g a r a l o s d o s m e n s a j e r o s
q u e el rey n o s e n v í a p a r a q u e a y u d e m o s i n m e d i a t a m e n t e al moribundo
B r o i c h a n . P u e s B r o i c h a n , q u e h a sido g o l p e a d o m u y d u r a m e n t e , está d i s -
p u e s t o a l i b e r a r a la j o v e n .

A ú n n o h a b í a t e r m i n a d o el s a n t o d e p r o n u n c i a r esas p a l a b r a s c u a n d o ,
c o m o h a b í a p r e d i c h o , l l e g a r o n l o s d o s j i n e t e s e n v i a d o s p o r el rey. E n s e -
g u i d a c o n t a r o n t o d o l o q u e le h a b í a s u c e d i d o a B r o i c h a n e n la f o r t a l e z a
d e l r e y , c o n f o r m e a l a p r o f e c í a d e l s a n t o : l a r o t u r a d e la c o p a , la p a r á l i s i s d e l
d r u i d a y s u d i s p o s i c i ó n p a r a c o n c e d e r la l i b e r t a d a l a p e q u e ñ a e s c l a v a . Y
a ñ a d i e r o n esto: "El rey y sus gentes n o s e n v í a n hasta ti p a r a q u e vengas e n
s o c o r r o d e su h e r m a n o d e l e c h e , B r o i c h a n , q u e está a p u n t o d e morir".
T r a s e s c u c h a r las p a l a b r a s d e l o s d o s m e n s a j e r o s , el s a n t o e n v i ó a d o s d e s u s
c o m p a ñ e r o s a p a l a c i o c o n la p i e d r a q u e a c a b a b a d e b e n d e c i r , y d i j o : "Si
B r o i c h a n p r o m e t e a n t e s q u e l i b e r a r á a s u esclava, s u m e r g i d esta p i e d r a e n
a g u a , q u e B r o i c h a n b e b a d e esa a g u a y r e c o b r a r á i n m e d i a t a m e n t e la s a l u d .
Si se n i e g a y n o q u i e r e l i b e r a r a la esclava, m o r i r á e n el a c t o " .

L o s d o s m e n s a j e r o s f u e r o n a la c o r t e d e l r e y o b e d e c i e n d o al s a n t o y
r e p i t i e r o n a n t e el r e y las p a l a b r a s d e l h o m b r e v e n e r a b l e . C u a n d o t o d o e s t o
le f u e r e f e r i d o al r e y y a s u h e r m a n o d e l e c h e , B r o i c h a n , t o d o s se a s u s t a r o n
m u c h o . I n m e d i a t a m e n t e , la esclava f u e l i b e r a d a y e n t r e g a d a a l o s e n v i a d o s
d e l s a n t o . L a p i e d r a fue s u m e r g i d a e n el a g u a . P e r o maravillosamente,
c o n t r a su naturaleza, flotó e n el a g u a c o m o u n a m a n z a n a o u n a n u e z , p u e s
la b e n d i c i ó n d e l s a n t o n o p o d í a s e r s u m e r g i d a . D e s p u é s d e b e b e r d e a q u e -
lla p i e d r a flotante, B r o i c h a n volvió e n el a c t o d e las p r o x i m i d a d e s d e la
m u e r t e y r e c u p e r ó c o m p l e t a m e n t e la s a l u d . L a p i e d r a fue c o n s e r v a d a e n el
t e s o r o d e l rey. C u a n d o la s u m e r g í a n e n el a g u a y f l o t a b a , r e a l i z a b a m u c h a s
c u r a c i o n e s e n t r e e l p u e b l o p o r l a m i s e r i c o r d i a d e l S e ñ o r . P e r o es s o r p r e n -
254 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

d e n t e d e c i r q u e c u a n d o la b u s c a b a n l o s e n f e r m o s q u e h a b í a n l l e g a d o al
t é r m i n o d e sus vidas, la p i e d r a n o p o d í a s e r e n c o n t r a d a d e n i n g ú n m o d o .
G u a n d o la b u s c a r o n el d í a d e la m u e r t e d e l r e y B r u d e , n o la e n c o n t r a r o n
1 1
e n el l u g a r d o n d e la h a b í a n c o n s e r v a d o h a s t a e n t o n c e s » * .

A s í p u e s , si c r e e m o s a l o s h a g i ó g r a f o s , los druidas eran grandes

m a g o s , p e r o l o s s a n t o s y, s i n d u d a a l g u n a , el m i s m o J e s u c r i s t o , e r a n
magos aún más grandes.
E n la p r i m e r a p á g i n a d e l Senchus Mor, p o d e m o s l e e r :

« U n o d e los d r u i d a s le d i o u n a c o p a c o n v e n e n o , p e r o , inmediata-
m e n t e , P a t r i c i o t u v o u n a r e v e l a c i ó n . E n t o n c e s , d i j o las s i g u i e n t e s p a l a b r a s
s o b r e la b e b i d a :
Iubufhfri ibufis ibu anfis
Fris bru uatha, ibu lithu, Christi Iesu.
Y c u a l q u i e r a q u e p r o n u n c i e estas p a l a b r a s s o b r e u n v e n e n o o una
1 + 2
bebida n o sufrirá n i n g ú n daño» .

El e n c a n t a m i e n t o de san Patricio n o nos resulta más inteligible que

las f ó r m u l a s galas t a r d í a s d e M a r c e l o d e B u r d e o s , y t a m p o c o n o s c o r r e s -
p o n d e c o m p r o b a r su e f i c a c i a . P e r o p r o b a b l e m e n t e sea m u y a n t i g u o .
T a m b i é n se l e h a a t r i b u i d o a C o r m a c , el g r a n r e y - j u e z , u n a profe-
s i ó n d e fe c r i s t i a n a c u y o f o n d o n o l o es c o m p l e t a m e n t e :

« U n g r a n rey d e g r a n j u i c i o se a p o d e r ó d e I r l a n d a , C o r m a c , h i j o d e
A r t , hijo de C o n n Cetchathach. Irlanda estuvo b i e n d u r a n t e aquel t i e m p o ,
p u e s el rey c r e ó u n a legislación. D u r a n t e u n t i e m p o b r e v e , a saber, siete
a ñ o s , n o se a s e s i n ó a n i n g ú n h o m b r e d e I r l a n d a . P u e s C o r m a c c r e í a e n u n
s o l o D i o s s e g ú n el d e r e c h o : d e c í a q u e n o a d o r a b a n i a las p i e d r a s n i a l o s
á r b o l e s , s i n o q u e s ó l o a d o r a b a al q u e l o s h a b í a h e c h o , q u e es el p r o t e c t o r
d e t o d o s l o s e l e m e n t o s , a s a b e r , el D i o s ú n i c o , p o d e r o s o p r o t e c t o r que
1 3
c r e ó los e l e m e n t o s . E r a e n El e n q u i e n c r e í a » * .

S e c o m p r e n d e p o r q u é l o s e l e m e n t o s se s u m a n c o n t o d a n a t u r a l i d a d
al c i e l o , la l u n a y el s o l c o m o g a r a n t e s d e l o s j u r a m e n t o s . T a m b i é n se
c o m p r e n d e p o r q u é esta c o n c e p c i ó n f u e c r i s t i a n i z a d a y p o r q u é c r i s t a -

141 AdamnaniVita Sancti Columbae, e d . A n d e r s o n , p p . 4 0 0 - 4 0 4 .

1 4 2 Ancient Laws oflreland I, p . 2 .
143 L e b o r n a h U i d r e , f o l . 5 0 b , e d . B e s t - B e r g i n , D u b l í n , 1 9 2 9 , p . 127-
 i. EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O 255

l i z ó e n ese p u n t o p r e c i s o , e n l o s r e l a t o s h a g i o g r á f i c o s , e l c o n f l i c t o c l á -
sico e n t r e el d r u i d a y el santo, d e s p r o v i s t o de t o d o r e a l i s m o h i s t ó r i c o .
M u c h o s s a n t o s i r l a n d e s e s d e la alta E d a d M e d i a s o n así, p o r d e f i n i c i ó n ,
la e x p r e s i ó n o l a c o n s e c u e n c i a d e l o s i n n u m e r a b l e s c o m p r o m i s o s d e
f o r m a y f o n d o d e u n a s g e n t e s q u e c a m b i a r o n d e r e l i g i ó n —con t o d a l a
sinceridad del mundo—, p e r o n o de m e n t a l i d a d p r o f u n d a .

4. E L ENCANTAMIENTO ADIVINATORIO

E n la m i s m a r e l a c i ó n e n la q u e se d e s c r i b e la a g i t a d a l l e g a d a d e l o s h i j o s
d e M i l a I r l a n d a , e l L i b r o d e las c o n q u i s t a s d a , p r e c i o s a r a r e z a , e l t e x t o
d e l e n c a n t a m i e n t o p r o n u n c i a d o p o r el file A m o r g e n c u a n d o d e s e m b a r c ó
e n la t i e r r a d e I r l a n d a :

«Mar abundante,
país lleno de frutos,
cascadas d e peces,
p e c e s s o b r e la o l a ,
c o m o nubes de pájaros,
¡mar ruda!
Granizo blanco,
con cientos de salmones,
anchas ballenas,
cascadas d e peces,
1 4 4
¡mar a b u n d a n t e ! » .

4.1. EL guíM d i c i n n

M á s q u e c o m e n t a r i o s e x p l i c a t i v o s o d i s c u r s i v o s , la l i t e r a t u r a irlandesa
antigua n o s ha legado explicaciones técnicas o detalles de a p l i c a c i ó n f o r -
t u i t o s c u y o s e l e m e n t o s m á s i n t e r e s a n t e s s o n l o s m i s m o s n o m b r e s d e las
o p e r a c i o n e s m á g i c a s , relativas al e n c a n t a m i e n t o o a d i v i n a t o r i a s . U n a d e
las m á s eficaces, si n o d e las m á s f r e c u e n t e s , p a r e c e h a b e r s i d o elglam dicinn
o « g r i t d ; ' m a l d i c i ó n i m p r o v i s a d a o e x t r e m a » . El file C a i r p r e a n u n c i a u n o ,
p o r e j e m p l o , antes d e l c o m b a t e d e c i s i v o d e La segunda batalla de Mag Tured:

1 4 4 Lebor Gabala Erenn, e d . M a c a l i s t e r , V , p . 1 1 4 , p o e m a L X X .

256 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

« L a n z a r é u n a m a l d i c i ó n s u p r e m a c o n t r a ellos. Los satirizaré y eso los

a v e r g o n z a r á d e tal m o d o q u e n o resistirán a los g u e r r e r o s a causa d e los
1 5
conjuros de m i arte» * .

E l glam dicinn m á s s i m p l e y, tal v e z , m á s e f i c a z m e n t e d e s c r i t o e n sus

m o d a l i d a d e s y sus r e s u l t a d o s es el d e l d i o s L u g c o n t r a l o s f o m o r e s . Es
p r o n u n c i a d o e n la p o s t u r a m á g i c a « s o b r e u n p i e , c o n u n o j o , una
m a n o » (el ú l t i m o t é r m i n o se o m i t e e n la d e s c r i p c i ó n ) :

« L u g c a n t ó el c a n t o q u e a h o r a r e p e t i m o s s o b r e u n a sola p i e r n a , c o n u n
1 6
solo ojo, m i e n t r a s r o d e a b a a los h o m b r e s d e I r l a n d a . . . » * .

Y l o s h o m b r e s d e I r l a n d a a l c a n z a n la v i c t o r i a , p o r q u e l o s f o m o r e s ,
a t a d o s y p a r a l i z a d o s p o r el e n c a n t a m i e n t o d i v i n o , n o se e n c u e n t r a n e n
posición de defenderse.
N o es d i f í c i l e n c o n t r a r d e s c r i p c i o n e s m e n o s l a c ó n i c a s . E l p r i m e r
t e s t i m o n i o e n el q u e n o s d e t e n d r e m o s , a causa d e su o r i g i n a l i d a d , es u n
p a n e g í r i c o d e san C o l u m b a n o e s c r i t o h a c i a el s i g l o XII:

« E l n ú m e r o d e p o e t a s e r a tal, y tal el p e r j u i c i o q u e c a u s a b a n , q u e los

h o m b r e s de I r l a n d a n o p o d í a n resistirse, pues, a aquel q u e era satirizado, a
n o s e r q u e m u r i e r a e n el a c t o , le s a l í a n g r a n o s e n v e n e n a d o s e n el r o s t r o ,
d e f o r m a q u e t o d o s p o d í a n r e c o n o c e r l e y l a v e r g ü e n z a se a p o d e r a b a d e é l .
P e r o , si e l p o e t a s a t i r i z a b a a a l g u i e n s i n f a l t a , e n t o n c e s l o s g r a n o s v e n í a n a l
p o e t a m i s m o , y m o r í a e n el a c t o . Y el g r a n n ú m e r o d e p o e t a s era una
carga, p u e s había treinta e n u n a c o m p a ñ í a , y c u a l q u i e r cosa q u e p i d i e r a n ,
h a b í a q u e d á r s e l a , o b i e n un glam dicinn c a í a s o b r e a q u e l a l q u e s e l a h a b í a n
p e d i d o . T r e s f o r ú n c u l o s a p a r e c í a n e n el r o s t r o d e a q u e l q u e h a b í a s i d o
s a t i r i z a d o : v e r g ü e n z a , invalidez y fealdad e r a n sus n o m b r e s . Ellos (los p o e -
tas) le p i d i e r o n a A e d h , h i j o d e A m m e r e , la " r u e d a d e G r o " , a s a b e r , un
b r o c h e q u e p a s a b a d e rey e n rey, d e f o r m a q u e A e d h les d e s t e r r ó y les
1 7
expulsó de I r l a n d a » * .

145 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 5 -

146 Ibid., p . 5 6 . E n la v e r s i ó n t a r d í a , e n la q u e e l a s p e c t o g u e r r e r o y « o d í n i c o » de
L u g está m u c h o m á s a c e n t u a d o , la n a r r a c i ó n es d i f e r e n t e : « L u g c o b r ó , él m i s m o ,
f o r m a de u n a a n c i a n a c o n t r a h e c h a , c o n u n a sola p i e r n a , u n a m a n o , u n ojo, y
r o d e ó los ejércitos respectivos, p r o f e t i z a n d o t o d a dificultad y t o d a m u e r t e a los
f o m o r e s y p r o n u n c i a n d o palabras d e aliento para los h o m b r e s d e I r l a n d a » (ibid.,
pp. 69-70).
147 E d . W h i t l e y S t o k e s , TheBodleianAmra Choliumb Chille, e n Revue Celtique 2 0 , p p . 4 2 1 - 4 2 2 .
 4 . EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O
257

N i s i q u i e r a l o s reyes más p o d e r o s o s estaban a salvo d e l e n c a n t a -

m i e n t o d e \xn file á v i d o o v e n g a t i v o . P e r o la h a g i o g r a f í a , p o r r a z o n e s m u y
c l a r a s , h a t e ñ i d o d e m a t i c e s p e y o r a t i v o s u h o s t i l e s aposteriori sus d e s c r i p -
c i o n e s d e l o s d i g n a t a r i o s d e la a n t i g u a c l a s e s a c e r d o t a l . E s d e s u p o n e r
q u e la m e d i d a d e e x p u l s i ó n t o m a d a p o r A e d h es e x t r e m a y t a r d í a , e n u n a
é p o c a e n la q u e l o s s u c e s o r e s d e s a n P a t r i c i o e s t a b a n e n p o s i c i ó n d e c a s -
tigar o e n m e n d a r unas exageraciones que sirven sobre t o d o para a u m e n -
tar l o s m é r i t o s d e u n p i a d o s o y b i e n a v e n t u r a d o p e r s o n a j e . E n la r e a l i d a d
d e s c r i t a o p r o l o n g a d a p o r l o s t e x t o s , l o s e f e c t o s d e l glam dicinn s o n a u t o -
máticos, apremiantes e i n m e d i a t a m e n t e previsibles. Pero los reyes, e n
t o d o s l o s p e l d a ñ o s d e la j e r a r q u í a y e l p o d e r , n o s ó l o e r a n v í c t i m a s . P a r a
a q u e l l o s p r í n c i p e s q u e d i s p o n í a n d e d r u i d a s a b n e g a d o s y p o d e r o s o s , la
t e n t a c i ó n d e s e r v i r s e i n d i r e c t a m e n t e d e esta t é c n i c a m á g i c a p a r a f i n e s
p e r s o n a l e s o p o l í t i c o s d e b í a de ser g r a n d e . A s í , para o b l i g a r a F e r d i a d a
c o m b a t i r a su a m i g o C u c h u l a i n n :

« M e d b e n v i ó a los d r u i d a s , los c o n j u r a d o r e s y los m a g o s al e n c u e n t r o

d e F e r d i a d , d e f o r m a q u e h i c i e r o n t r e s s á t i r a s p a r a r e t e n e r l e , y l o s t r e s glam
dicinn p a r a p r o v o c a r l o s t r e s g r a n o s e n s u r o s t r o , i n j u r i a , v e r g ü e n z a y c u l p a .
1 8
F e r d i a d m o r i r í a e n s e g u i d a o a n t e s d e n u e v e d í a s , si n o v e n í a » * .

E l pasaje d a a e n t e n d e r q u e h a b í a tres clases de glam dicinn, p e r o n o n o s

i n f o r m a sobre n i n g u n o de los tres c o m o categoría distinta. Es de s u p o -
n e r , sin e m b a r g o , q u e cada u n o tuviese u n efecto diferente, lo que n o s
lleva a la d e f i n i c i ó n t r i p l e : i n j u r i a , v e r g ü e n z a y c u l p a . P o r i m p r o v i s a d o
q u e f u e s e , este e n c a n t a m i e n t o , q u e b a s a b a s u e f i c a c i a e n l a m a g i a d e l
v e r b o , f u e d o t a d o , e n el Libro de Ballymote, d e u n a p a r a t o r i t u a l , casi d i r í a -
m o s de u n andamiaje, tan q u i m é r i c o c o m o c o n s i d e r a b l e . S i n d u d a hay
a l g o a u t é n t i c o al c o m i e n z o d e este r i t u a l q u e a c u m u l a las d i f i c u l t a d e s
p a r a s u r e a l i z a c i ó n p r á c t i c a , e m p e z a n d o p o r la r e u n i ó n d e las n o v e n t a
p e r s o n a s , t r e i n t a d e e l l a s o b i s p o s . P e r o es d i f í c i l d e t e r m i n a r , e n este
t e x t o , l o q u e es a l t a m e n t e t r a d i c i o n a l y l o q u e l o es m e n o s o n o l o es e n
absoluto:

« P r i m e r o se a y u n a b a e n l a t i e r r a d e l r e y p a r a e l q u e h a b í a s i d o h e c h o e l
p o e m a . L u e g o , era n e c e s a r i o q u e u n consejo d e treinta laicos, t r e i n t a o b i s -
p o s y t r e i n t a filid c o m p u s i e r a l a s á t i r a . E l p o e t a d e b í a p a r t i r e n p e r s o n a c o n

148 TainBo Cualnge, e d . W i n d i s c h , Irische TexteV, p . 4 4 1 ; e d . C . O ' R a h i l l y , p . 7 2 , 2 6 2 1 -

2 6 2 5 - C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit, p . 1 6 3 .
258 I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

s e i s c o m p a ñ e r o s , t i t u l a r e s d e l o s s e i s g r a d o s de file, c u y o s n o m b r e s eran:
fochloc, macfuirmid, doss, cana, cli, anrad, ollam. E s t e ú l t i m o , q u e g u i a b a a l o s o t r o s ,
s u b í a a l a p u e s t a d e s o l a la c i m a d e u n a c o l i n a e n l a f r o n t e r a d e s i e t e p a í s e s .
Y , a l l í , c a d a d i g n a t a r i o m i r a b a s u p a í s y e l ollam d e l p a í s d e l r e y q u e q u e r í a
s a t i r i z a r . E n la c i m a d e la c o l i n a t e n í a q u e h a b e r u n a r b u s t o d e espino
b l a n c o al q u e t o d o s d e b í a n v o l v e r l e la e s p a l d a . C o n v i e n t o d e l n o r t e , c a d a
u n o d e e l l o s , s o s t e n i e n d o e n la m a n o u n a p i e d r a d e h o n d a y u n a r a m a d e
e s p i n o b l a n c o , c a n t a b a c o n t r a el rey u n a estrofa p o r e n c i m a d e esos d o s
o b j e t o s . E l ollam c a n t a b a p r i m e r o , y l o s o t r o s s u c e s i v a m e n t e t r a s é l . C a d a
u n o d e e l l o s d e p o s i t a b a e n t o n c e s l a p i e d r a y l a r a m a s o b r e la r a í z d e l m a t o -
r r a l d e e s p i n o b l a n c o . S i n o t e n í a n r a z ó n , la t i e r r a d e l a c o l i n a l o s e n g u l l í a ;
si, p o r el c o n t r a r i o , e r a el r e y q u i e n n o t e n í a r a z ó n , la c o l i n a l o e n g u l l í a a
él, j u n t o a su m u j e r y a su h i j o , s u c a b a l l o , sus a r m a s , s u e q u i p a m i e n t o y s u
p e r r o . L a m a l d i c i ó n d e l macfuirmid, s o b r e e l p e r r o ; l a m a l d i c i ó n d e l fochloc,
s o b r e e l e q u i p a m i e n t o ; l a m a l d i c i ó n d e l doss, s o b r e l a s a r m a s ; l a m a l d i c i ó n
d e l cana, s o b r e l a m u j e r ; l a m a l d i c i ó n d e l cli, s o b r e e l h i j o ; l a m a l d i c i ó n d e l
4 9
anrad, s o b r e e l p a í s ; y l a m a l d i c i ó n d e l ollam, s o b r e e l r e y m i s m o » ' .

Y a sea m i t o l ó g i c o o h a g i o g r á f i c o , n i n g ú n texto cuenta que unos

o b i s p o s i r l a n d e s e s se a s o c i a s e n c o n u n o s filid p a r a c o m p o n e r u n a s á t i r a
y d a r s e a las p r á c t i c a s m á g i c a s . A d e m á s , u n c e r e m o n i a l t a n i m p o r t a n t e y
c o m p l e j o h a b r í a d e j a d o h u e l l a e n l o s a n a l e s . P e r o e l h e c h o d e q u e se
c r i s t i a n i z a s e d e esta f o r m a la m á s p a g a n a d e las t é c n i c a s d e e n c a n t a -
m i e n t o d i c e m u c h o d e l l u g a r q u e o c u p a b a e n las r e l a c i o n e s s o c i a l e s y
p o l í t i c a s d e la I r l a n d a p r e c r i s t i a n a .

14.9 BookofBallymote, f o l . 2 4 8 a , l í n e a s 2 4 - 5 1 , t e x t o c i t a d o p o r W h i t l e y S t o k e s e n Revue

Celtique 1 2 , p p . I i g - 1 2 1 ; v é a s e t a m b i é n C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymologie
et de Lexicographiegauloises et celtiquesXX, 82- mqyen-irlandais corrguinech «magicien» etglám dicinn
«malédidion suprime», e n Ogam, 1 6 , 1 9 6 4 , p p . 4 4 3 - 4 4 4 . « V e m o s , p u e s , u n a vez m á s
l o q u e h a y q u e p e n s a r d e la n o v e l a i n v e n t a d a d e c a b o a r a b o p o r e l v i e j o a u t o r d e l
Libro de Ballyomote, u n a c r i s t i a n i z a c i ó n t e ó r i c a y t o r p e d e u n h e c h o r e l i g i o s o p a g a n o .
S i n e m b a r g o , la f u e r z a d e la t r a d i c i ó n es t a l q u e e l i n v e n t i v o e s c r i b a n o p u d o s u s -
t r a e r s e a e l l a . D e h e c h o , l o i m a g i n ó s i g u i e n d o l a s v i e j a s n o r m a s : s u g l a n diccin d e
f a n t a s í a p o n e s i e m p r e e n e s c e n a a d o s p e r s o n a j e s p r i n c i p a l e s , q u e s o n el r e y y e l
p o e t a ( o el d r u i d a ) . E n c u a n t o al p r o d i g i o c r e a d o p o r e s t e ú l t i m o , s u ú n i c o i n s -
t r u m e n t o a d i v i n a t o r i o es la s á t i r a » ( F r a n c o i s e L e R o u x , La divination chezles Celtes, op.
cit, p p . 2 4 2 - 2 4 3 ) -
 4. EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO
259

4.2. EL IMBAS FOROSNAI Y EL DICHETAL DO CHENNAIB

E n el G l o s a r i o d e C o r m a c a p a r e c e d e s i g n a d a o t r a o p e r a c i ó n adivinato-
r i a a r c a i c a c o n el n o m b r e d e imbas forosnai, es d e c i r , si h e m o s d e c r e e r al
g l o s a d o r , « c i e n c i a q u e h u m i l l a » . L a d e s c r i p c i ó n q u e s i g u e es t a m b i é n
sospechosa de compostura, p e r o n o p o r ello debe desconcertarnos: no
s e r í a la p r i m e r a n i la ú n i c a v e z q u e u n file o u n t r a n s c r i p t o r h u b i e s e
i n v e n t a d o o a d a p t a d o — c o h e r e n t e m e n t e o no— u n a h i s t o r i a p a r a j u s t i f i -
car u n a e t i m o l o g í a analógica a c u a l q u i e r p r e c i o :

« E l ^ í / e m a s c a r á u n p e d a z o d e la c a r n e d e u n p u e r c o r o j o , d e u n p e r r o
o d e u n g a t o , y l u e g o l o d e p o s i t a r á s o b r e la p i e d r a p l a n a q u e h a b r á t r a s la
1 5 0
puerta ; d e s p u é s , o f r e c e r á u n e n c a n t a m i e n t o a los d i o s e s s o b r e el altar;
d e s p u é s , i n v o c a r á a sus í d o l o s . Si n o l o s e n c u e n t r a al d í a s i g u i e n t e ( ? ) ,
e n c a n t a s u s d o s p a l m a s y se las c o l o c a s o b r e las m e j i l l a s h a s t a q u e se
d u e r m a . A l g u i e n h a b r á d e velarle p a r a q u e n o sea m o l e s t a d o n i p e r t u r b a d o
a n t e s d e q u e t o d o le sea r e v e l a d o , es d e c i r , h a s t a el f i n d e u n a n o v e n a o d e
d o s , o d e t r e s , s e g ú n l o q u e se h a y a e s t i m a d o n e c e s a r i o e n e l m o m e n t o d e l
sacrificio » .

C o m o san Patricio había p r o h i b i d o e s t e e n c a n t a m i e n t o a l o s filid

c o n v e r t i d o s —tal v e z p o r e s c r ú p u l o s d e c o n c i e n c i a , p u e s n o n a r r a a q u í
s i n o u n a p i a d o s a ficción—, s e g u r a m e n t e p o r u n p r u r i t o d e e r u d i c i ó n , el
glosador añade:

« E ideo "imbas" dicitur, es d e c i r , s u s d o s p a l m a s ( u n a p a l m a d e l a n t e y o t r a

detrás) s o b r e sus mejillas. Y P a t r i c i o a b o l i ó o p r o h i b i ó esta p r á c t i c a , lo
m i s m o q u e e l teinm laegda, y d e c i d i ó q u e q u i e n r e c u r r i e s e a e l l a s n o t e n d r í a
n i c i e l o n i t i e r r a , p o r q u e e r a u n a b a n d o n o d e l b a u t i s m o . E n c u a n t o al
dichetal do chennaib, l e s f u e p e r m i t i d o p r a c t i c a r l o , s e g ú n l a s r e g l a s d e l a r t e , y l a
r a z ó n es q u e n o r e q u i e r e s a c r i f i c i o s a l d e m o n i o , p u e s n o e s s i n o u n a r e v e -
1 5 1
l a c i ó n i n m e d i a t a a través d e las p u n t a s d e los d e d o s d e l p o e t a » .

E l e r r o r r e s i d e , a n t e s q u e n a d a , e n la m a l a c o m p r e n s i ó n d e imbas p o r
im-, p r e f i j o d e i n t e n s i d a d o r e f l e x i v o , y d e bas « p a l m a ( d e la m a n o ) » . L a

150 L a m a s t i c a c i ó n d e b e l l o t a s a p a r e c e s e ñ a l a d a p o r e l e s c o l i a s t a L u c a n o (Farsalia I ,
1
4 5 ) : « ¿ A c a s o el h e c h o d e q u e c o m i e s e n b e l l o t a s significa q u e a c o s t u m b r a s e n a
1
p r a c t i c a r la a d i v i n a c i ó n ? » ( J . Z w i c k e r , FontesHistoriae Celticael, p . 5 ) - P e r o l o s Esco-
lios s o n d e m a s i a d o t a r d í o s p a r a p o d e r c o n c e d e r l e s u n a c o n f i a n z a a b s o l u t a .
151 E d . W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaires, p . 2 5 -
26o I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

1 5 2
e x p l i c a c i ó n h a s i d o e l a b o r a d a a p a r t i r d e este d a t o f a l s o . P e r o la -fe-
f o r m a p a r t e d e la p r e p o s i c i ó n - p r e f i j o imb, e imbas es e n r e a l i d a d u n a c o n -
t r a c c i ó n gráfica q u e r e p r e s e n t a la p r o n u n c i a c i ó n a p r o x i m a d a d e imb-fliius o
5 3
imb-fhess, « g r a n c i e n c i a » ' ; la - f h - a s p i r a d a es m u d a . Y , c o m o e n el caso
delglam dicinn, el p r o f a n o n o p e n e t r a el s e c r e t o de la o p e r a c i ó n m á g i c a .
H e a q u í u n e j e m p l o a u t é n t i c o , e n la v e r s i ó n d e l Lebor na hUidre d e El
robo del ganado de Cooley, c u a n d o la r e i n a M e d b se i n f o r m a d e la s u e r t e q u e
h a c o r r i d o su e j é r c i t o :

« " ¿ C u á l es t u n o m b r e ? " , p r e g u n t ó M e d b a la j o v e n . " F e d e l m , profe-

tisa d e C o n n a u g h t , es m i n o m b r e " , r e s p o n d i ó ésta. " ¿ D e d ó n d e v i e n e s ? " ,
volvió a p r e g u n t a r M e d b . " D e Escocia, d o n d e h e a p r e n d i d o la c i e n c i a d e
los filid", c o n t e s t ó l a j o v e n . " ¿ T i e n e s l a c i e n c i a p o r i l u m i n a c i ó n ? " , conti-
n u ó M e d b . " E n v e r d a d la t e n g o " , d i j o la j o v e n . " M i r a e n t o n c e s p o r mí
c ó m o s e r á m i e x p e d i c i ó n " . L a j o v e n o b e d e c i ó . M e d b d i j o : " O h , F e d e l m , la
p r o f e t i s a , ¿ c ó m o ves al e j é r c i t o ? " . F e d e l m r e s p o n d i ó y d i j o : " L o v e o m u y
r o j o , v e o r o j o " . " E s o n o es c i e r t o , e n v e r d a d — d i j o M e d b — , p u e s C o n c h o -
b a r es d é b i l e n E m a i n y l o s u l t o n i a n o s l o r o d e a n c o n sus m e j o r e s g u e r r e -
r o s . M i s m e n s a j e r o s h a n i d o allí y m e h a n t r a í d o la n o t i c i a " .

" F e d e l m , la p r o f e t i s a , ¿ c ó m o ves a n u e s t r o e j é r c i t o ? " , d i j o M e d b . " L o

v e o r o j o , l o v e o m u y r o j o " , d i j o la j o v e n . " N o es c i e r t o , e n v e r d a d —dijo
Medb—, p u e s Celtchar, hijo de U t h e c h a r , r o d e a d o p o r u n tercio d e los
ultonianos, está e n D u n Lethglaisse, y Fergus, hijo de Roeg, hijo de
E o c h a i d , está c o n n o s o t r o s a q u í , e n el e x i l i o , c o n t r e i n t a c e n t e n a r e s d e g u e -
r r e r o s a su a l r e d e d o r " .

" F e d e l m , la p r o f e t i s a , ¿ c ó m o ves a n u e s t r o e j é r c i t o ? " , d i j o M e d b . " L o

v e o r o j o , l o v e o m u y r o j o " , d i j o la j o v e n . " E s o n o es n a d a — d i j o M e d b — ,
pues h a b i t u a l m e n t e hay disputas y cóleras y heridas rojas en cada gran
asamblea r e u n i d a en u n a fortaleza. Mira pues de nuevo p o r n o s o t r o s y
d i n o s la v e r d a d . " F e d e l m , la p r o f e t i s a , ¿ c ó m o ves a n u e s t r o e j é r c i t o ? " . " L o
1 5 4
veo rojo, lo veo m u y rojo", dijo F e d e l m » .

152 C o n f u n d i d o p o r la s e g u r i d a d d e l e s c r i b a , J . L o t h h a i n t e n t a d o r e l a c i o n a r imbas
c o n e l g a l o ambosta [ q u e h a p a s a d o al c a s t e l l a n o c o m o « a m b u e s t a » ( N . d e l T . ) ] ,
cuya existencia está a t e s t i g u a d a e n u n a g r a n p a r t e del t e r r i t o r i o b a j o control
r o m a n o , Revue Celtique 3 7 , p p . 3 1 1 - 3 1 2 .
153 R u d o l f T h u n e y s e n , ^itschrififür Celtische Philologie 1 9 , p . 1 6 3 ; N o r a K . Chadwick,
_ I
Scottish GaelicStudies 4, p p - 9 7 3 5 ; Contributions to a Dictionary of the Irish Language l/l, col.
6 6 ; F r a n c o i s e L e R o u x , La divination chezlesceltes, p . 2 3 9 -
1 5 4 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , e n Ogam 1 5 , p p . I 4 3 _ I
44-
 4. EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO 26l

L a i n s i s t e n c i a d e M e d b e n q u e r e r c a m b i a r el c u r s o d e la p r o f e c í a
h u b i e r a m e r e c i d o m e j o r s u e r t e . P e r o el f u n e s t o d e s t i n o d e l e j é r c i t o de
I r l a n d a está d e c i d i d o y n a d a p u e d e c a m b i a r l o . E n u n c a n t o d e l q u e s ó l o
c i t a r e m o s las p r i m e r a s e s t r o f a s , F e d e l m p r o f e t i z a las s a n g r i e n t a s h a z a ñ a s
del h é r o e Cuchulainn:

« H a r e s u e l t o d i r i g i r s e al c o m b a t e ,
y, a m e n o s q u e o s g u a r d é i s d e e l l o , s e r á t r a i c i ó n .
O s b u s c a p a r a el c o m b a t e ,
Cuchulainn, hijo de Sualtach.

El abatirá vuestras lanzas sanas

y os traerá vuestras últimas d e r r o t a s .
O s dejaréis vuestras cabezas,
F e d e l m la p r o f e t i s a n o o s l o o c u l t a .

L a s a n g r e c o r r e r á d e las h e r i d a s d e l o s h é r o e s ,
larga será la d u r a c i ó n d e l r e c u e r d o .
H a b r á c u e r p o s c e r c e n a d o s , las m u j e r e s l l o r a r á n
1 5 5
a c a u s a d e l p e r r o d e l h e r r e r o , al q u e v e o » .

E n la v e r s i ó n d e l Libro de Leinster n o se e s p e c i f i c a q u e la p r o f e c í a de
F e d e l m es u n imbasforosnai. N o o b s t a n t e , l o s i n d i c i o s s o n c l a r o s . Y n o s
b r i n d a n la o c a s i ó n d e c o m p r o b a r q u e esta p r o f e c í a e n c a n t a t o r i a n o
r e q u i e r e d e n i n g ú n c o m p l i c a d o a p a r e j o , n i t r a n c e , n i r i t o , n i g e s t o : la
p a l a b r a lo abarca t o d o p o r su i m p o r t a n c i a p r i m o r d i a l , a n o ser, claro
está, q u e el t r a n s c r i p t o r haya o m i t i d o v o l u n t a r i a m e n t e el d e t a l l e d e u n
rito sacrificial.
Y l o m i s m o c a b e d e c i r d e l dichetal do chennaib cnaime, o « e n c a n t a m i e n t o
m e d i a n t e las p u n t a s d e l o s h u e s o s » , p a r a l l a m a r l o c o n su n o m b r e c o m -
p l e t o . P a r e c e h a b e r s i d o r e l a t i v a m e n t e fácil d e p r a c t i c a r :

« G u a n d o el p o e t a ve a u n h o m b r e a l o l e j o s , q u e v i e n e h a c i a él o se le
a p a r e c e , c o m p o n e i n m e d i a t a m e n t e u n a e s t r o f a s o b r e é l c o n la p u n t a d e s u s
h u e s o s (es d e c i r , d e sus d e d o s ) o c o n su e s p í r i t u , sin p r e p a r a c i ó n , y c a n t a y
5 6
•ftCtüa a l m i s m o t i e m p o » ' .

155 Tain Bo Cualnge, v e r s i ó n d e l Libro de Leinster, e d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p p . 3 7 ~ 3 9 ;

e d . C e c i l e O ' R a h i l l y , p . 8, 2 6 4 - 2 7 5 - C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de
Cooley, op. cit, p . 6 5 .
156 K u n o M e y e r , Fianaigecht, ToddLecturesSeries XVI, D u b l í n , 1910, p . 38.
262 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

O ' C u r r y ya s e ñ a l ó e n su d í a q u e el dichetal do channaib era la f o r m a m á s

s i m p l e , t o l e r a d a p o r el c r i s t i a n i s m o , d e l imbasforosnai, ya q u e la u t i l i z a c i ó n
57
d e esta f o r m a n o r e q u e r í a n i n g ú n s a c r i f i c i o ' . S i n d u d a , t i e n e r a z ó n . L a
c u e s t i ó n q u e se p l a n t e a e n t o n c e s es s a b e r si t o d o s l o s e j e m p l o s q u e a c a b a -
m o s de citar están c o m p l e t o s . T o d o parece i n d i c a r que los transcriptores
d e la Tain Bo Cualnge o m i t i e r o n el d e t a l l e d e l s a c r i f i c i o , s i n m o d i f i c a r la
c o n c l u s i ó n d e la f u e r z a i m p o s i t i v a d e la p a l a b r a . D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e
t u v o e n su d í a la i d e a d e a n a l i z a r el d e t a l l e d e l imbasforosnai d e s c r i t o p o r el
5 8
o b i s p o C o r m a c ' , y a h o r a p o d e m o s c o m p a r a r el tarbfes, o « f e s t í n d e l
t o r o » q u e ya h e m o s m e n c i o n a d o a p r o p ó s i t o d e la e l e c c i ó n r e a l ( v é a n s e
I
las p á g i n a s l 7 7 ~ 7 ° ' y el c u a d r o q u e a p a r e c e a q u í a b a j o ) .
L a c o m p a r a c i ó n es instructiva. A pesar de las contradicciones e n el o r d e n de
las operaciones y de las diferencias e n los animales sacrificados (toro, e n u n caso,
cerdo, gato o p e r r o , e n el o t r o ) , se trata del m i s m o ritual.

IMBAS FOROSNAI TARBFES

I. U n sacrificio a los dioses (cerdo, I. S a c r i f i c i o d e l t o r o ;

gato o p e r r o ) ;

2. a) u n e n c a n t a m i e n t o c a n t a d o s o b r e 2. u n h o m b r e c o m e c a r n e y b e b e caldo
u n t r o z o d e c a r n e d e la v í c t i m a ; d e la v í c t i m a ;
b) una invocación sobre las dos
3. u n s u e ñ o m á g i c o ;
m a n o s d e l file;

3. a) u n a i n v o c a c i ó n a l o s d i o s e s t r a s el 4- cuatro druidas cantan encanta-

primer encantamiento ¡ mientos;
b ) u n a i n v o c a c i ó n a l o s d i o s e s t r a s el
segundo encantamiento;

4- u n s u e ñ o m á g i c o d e u n a , d o s , t r e s 5. el a d i v i n o t i e n e u n s u e ñ o q u e le
veces n u e v e días; d u r a n t e ese s u e ñ o , r e v e l a la i d e n t i d a d d e l r e y .
eifile r e c i b e la r e v e l a c i ó n d e la v e r -
dad.

157 E u g e n e O ' C u r r y , Manners and Customs of the Ancient Irish I I , p . 209.

158 Les Celtes et les langues celtiques, p p . 2 4 8 - 2 4 9 -
 4 . EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O 263

-
A s í p u e s , el t r a n s c r i p t o ! , b u e n c r i s t i a n o , q u e n o s h a t r a n s m i t i d o e l
r e l a t o d e l a Enfermedad de Cuchulainn, s i g u i ó f i e l m e n t e u n r i t u a l d e imbas
forosnai, d e j a n d o a p a r t e e l h e c h o d e q u e o m i t e e l n o m b r e d e l r i t u a l y l o
r e e m p l a z a p o r el de la c i r c u n s t a n c i a e n la q u e p o d í a o d e b í a ser c e l e -
b r a d o . A l m i s m o t i e m p o , e l tarbfes, o « f e s t í n d e l t o r o » , a u t e n t i f i c a e l
viejo texto del G l o s a r i o de C o r m a c e n cuyo pasivo o b r a u n a i r r e m e d i a -
ble etimología analógica.
A d e m á s , el r i t u a l d e e n t r o n i z a c i ó n r e a l d e s c r i t o , o d e n i g r a d o , m e j o r
d i c h o , p o r G i r a l d o C a m b r e n s e e n e l s i g l o XII e n U l s t e r ( v é a n s e p p . 9 7 -
98), comporta:
El sacrificio de u n a n i m a l (caballo).
E l c o n s u m o d e la c a r n e y e l c a l d o d e la v í c t i m a .
N o es u n a p r u e b a d e f i n i t i v a , p e r o l a p r e s u n c i ó n d e i d e n t i d a d es
consistente. Basta c o n que esos dos e l e m e n t o s n o c o n t r a d i g a n lo que
1 5 9
acabamos de e x p o n e r .

4.3. E L TEINM LAEGDA, ENCANTAMIENTOS DIVERSOS

N u e s t r a p e r p l e j i d a d es m a y o r a n t e e l teinm laegda o « i l u m i n a c i ó n d e l
c a n t o » . E s u n teinm laegda l o q u e p e r m i t e al r e y - h é r o e F i n d M a c C u m a l l ,
s i e m p r e s e g ú n e l Glosario de Cormac, e n c o n t r a r al a s e s i n o d e l l o c o L o m n a .
P a r a e l l o , F i n n se m e t i ó el p u l g a r e n l a b o c a y c a n t ó u n teinm laegda. Y a ú n
c o n o c e m o s diversas v a r i e d a d e s m á s . O b i e n h a b í a q u e c o l o c a r u n a s v a r i -
llas s o b r e e l o b j e t o q u e se t r a t a b a d e e l u c i d a r , o , c o m o F i n n , e l « o f i -
c i a n t e » se m e t í a u n d e d o e n la b o c a e n c o n t a c t o c o n u n a m u e l a d e l j u i -
c i o , se l o m o r d í a , i m p r o v i s a b a u n c u a r t e t o y , f i n a l m e n t e , o f r e c í a u n
6 0
s a c r i f i c i o a las d i v i n i d a d e s ' . E s u n teinm laegda l o q u e p e r m i t e t a m b i é n a
F i n n d a r s e c u e n t a d e q u e h a l l e g a d o al t é r m i n o d e su v i d a :

«Un d í a F i n n s a l i ó d e A l m h a y s e d i r i g i ó a l l u g a r d e n o m i n a d o adharca
iuchbach, e n O f f a l e y . L l e g ó a u n a f u e n t e s o b r e l a c o l i n a y b e b i ó u n t r a g o . S e
c o l o c ó e l p u l g a r s o b r e s u " d i e n t e d e c i e n c i a " y c a n t ó u n teinm laegda. E n t o n -

159 E l h e c h o c é l t i c o e s d i r e c t a m e n t e c o m p a r a b l e al r i t o l a t i n o c o n o c i d o b a j o el n ó m -
bremele fhcubatio y q u e d e s c r i b e V i r g i l i o (Eneida, V I I , 8 3 - 1 0 3 ) . E l a d i v i n o l a t i n o se
a c u e s t a s o b r e d o s p i e l e s d e o v e j a p a r a e l s u e ñ o a d i v i n a t o r i o y, e n G r e c i a , se h a n
a t e s t i g u a d o h e c h o s d e l m i s m o o r d e n , l o q u e o b l i g a a i n s i s t i r e n la i m p o r t a n c i a
e x t r e m a d e la a d i v i n a c i ó n e n l a s r e l i g i o n e s i n d o e u r o p e a s . P a r a m á s d e t a l l e s , v é a s e
n u e s t r o l i b r o Lesacrifice dans la tradition celtique, p á s s i m .
1 6 0 E d . W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaires, p . 34.; c f r . Contributions to a Dictionary of the Irish
Language, I / l , 1 1 8 .
264 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

ees le fue m o s t r a d o q u e el f i n d e s u t i e m p o y d e s u v i d a h a b í a n l l e g a d o y
1 6
c a n t ó este c u a r t e t o . . . » '.

E n otra circunstancia, u n p o c o m e n o s dramática, e l teinm laegda le

sirve a F i n n p a r a a c l a r a r las r a z o n e s d e u n a t a q u e n o c t u r n o . U n o s f a n -
t a s m a s la t o m a n c o n é l y sus c o m p a ñ e r o s , y sus a v e n t u r a s s o n duras.
Pero:

« G u a n d o se l e v a n t a r o n a la m a ñ a n a s i g u i e n t e , n o v i e r o n e n la l l a n u r a
q u e los r o d e a b a n i casas n i g e n t e p o r n i n g u n a p a r t e . F i n d e n c o n t r ó su
c a b a l l o a t a d o al p o s t e , s i n m a n c h a , s i n d e f e c t o , s i n d a ñ o s . S e p r e g u n t a r o n
e n t o n c e s q u i é n les h a b í a i n f l i g i d o a q u e l l a a f r e n t a . F i n d c a n t ó u n teinm
laegda, s e p u s o e l p u l g a r s o b r e u n a m u e l a d e l j u i c i o y l e f u e r e v e l a d o : " E n
v e r d a d —dijo—, s o n l o s t r e s f a n t a s m a s d e l V a l l e d e l o s T e j o s q u i e n e s n o s h a n
a t a c a d o . N o s h a n infligido este ultraje p a r a v e n g a r a su h e r m a n a , C u i l l i n d
1 6 2
la d e l l a r g o h o c i c o , a la q u e m a t a m o s » .

E l teinm laegda s e r v í a p a r a las a d i v i n a c i o n e s e s p e c t a c u l a r e s y, a v e c e s ,

p a r a j u e g o s c o m p l e t a m e n t e p r o f a n o s . C u a n d o le p r e s e n t a n a L u g a i d , ^ / e
c i e g o , u n p e q u e ñ o c r á n e o q u e e l m a r h a a r r o j a d o s o b r e la a r e n a y l e
p r e g u n t a n a q u é s e r p e r t e n e c i ó , él o r d e n a : « P o n e d l e e n c i m a la p u n t a
d e las v a r i l l a s » , l u e g o , tras u n a r e f l e x i ó n , a n u n c i a q u e e r a la c a b e z a d e l
p e r r i l l o d e B r e c a n : « N o es s i n o u n p e q u e ñ o v e s t i g i o , p u e s B r e c a n se h a
1 6 3
a h o g a d o c o n su f a m i l i a e n ese a b i s m o » .
E l análisis es c o m ú n a t o d o s l o s e j e m p l o s q u e h e m o s r e c o g i d o . H a b í a
que:
— m e t e r s e el p u l g a r e n la b o c a ;
— t o c a r c o n u n a v a r i l l a al h o m b r e , a n i m a l o c o s a s o b r e e l q u e se
p l a n t e a b a la p r e g u n t a ;
— recitar u n encantamiento;
— hacer u n sacrificio.
D e él se d e s p r e n d e n , p u e s , d o s e l e m e n t o s c o n s t a n t e s , u n o de l o s c u a -
les d e s a p a r e c i ó tras la c r i s t i a n i z a c i ó n : e l s a c r i f i c i o y e l e n c a n t a m i e n t o .
Existían otros encantamientos, y en una cantidad seguramente
m u c h o m a y o r de lo que nos dejan saber nuestras fuentes. A l g u n o s son
c o n o c i d o s , a u n q u e sea v a g a m e n t e : e l dluifiílla, p o r e j e m p l o . S e p r a c t i c a b a

161 E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I , p . 9 1 .

162 L u d w i g - C h r i s t i a n S t e r n , Le manuscrit irlandais de Leyde, e n Revue Celtique 1 3 , p - 7-
 i. EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O 265

c o n u n a b r i z n a d e paja q u e b a s t a b a a r r o j a r a la cara d e la p e r s o n a e l e g i d a
p a r a q u e se v o l v i e s e l o c a . A c o m p a ñ á n d o l a d e u n j u e g o d e p a l a b r a s , e l
CoirAnmann, o « C o n v e n i e n c i a d e l o s n o m b r e s » , e x p l i c a esta o p e r a c i ó n
mágica en función del n o m b r e de u n druida:

« N u a d a F u l l o n : F u l l o n e r a el n o m b r e d e l d r u i d a q u e l o c r i ó , y fue el
p r i m e r d r u i d a e n llevar a cabo u n e n c a n t a m i e n t o s o b r e u n a b r i z n a d e paja
1
p a r a volver l o c o a u n h o m b r e . P o r eso los i r l a n d e s e s d i c e n dluifulla» ^.

P e r o si e s t a m o s e n la i n c e r t i d u m b r e es s o b r e t o d o p o r q u e l o s d i v e r -
sos e n c a n t a m i e n t o s s e c u n d a r i o s q u e d e t e c t a m o s f u r t i v a m e n t e a q u í y allá
s ó l o d i f i e r e n e n t r e sí e n c i e r t o s d e t a l l e s d e s u e j e c u c i ó n . S e a c u a l sea su
n o m b r e , t o d o s e l l o s t i e n e n la m i s m a f u e r z a y t o d o s s o n i g u a l m e n t e s u s -
c e p t i b l e s d e p r o v o c a r la m u e r t e d e las v í c t i m a s . A s í , p o r e j e m p l o , el bria-
mon smethraige d e s c r i t o e n e l Glosario de Cormac y q u e u n file practicaba
c u a n d o a l g u i e n se o p o n í a a su v o l u n t a d :

« F r o t a el l ó b u l o d e la o r e j a d e l h o m b r e e n t r e s u s d o s d e d o s y el h o m -
b r e s o b r e el q u e se e j e c u t a esta o p e r a c i ó n m u e r e . E s n a t u r a l : l o m i s m o q u e
l a o r e j a s e e n c u e n t r a e n e l e x t e r i o r d e l h o m b r e , e l h o m b r e s o b r e e l q u e se
6 5
e j e c u t a esta o p e r a c i ó n se e n c u e n t r a f u e r a d e la h u m a n i d a d » ' .

Q u e d a r í a p o r saber, antes de c u a l q u i e r c o m e n t a r i o de m a y o r a m p l i -
t u d , si C o r m a c n o a r r e g l ó su d e s c r i p c i ó n d e l briamon smethraige c o m o h i z o
c o n la d e l glam diccin, d e f o r m a q u e a n a d i e se l e o c u r r i ó v o l v e r a p r a c t i -
c a r l o . E s u n h e c h o , s i n e m b a r g o , q u e el g l o s a d o r s i e m p r e i n t e r p r e t a el
encantamiento e n el m i s m o s e n t i d o m o r t a l y m a l é f i c o . E l v e n e n o , t a n
f r e c u e n t e e n la A n t i g ü e d a d y e n la E d a d M e d i a , es r a r o , y p a r e c e a d e m á s
q u e s u p r e p a r a c i ó n y s u e m p l e o h a y a n e s t a d o r e s e r v a d o s a la clase s a c e r -
d o t a l , a causa de sus a m p l i o s c o n o c i m i e n t o s d e b o t á n i c a y m e d i c i n a v e g e -
tal. Y n o t o d a s n u e s t r a s f u e n t e s s o n i g u a l d e serias. U n e j e m p l o b a s t a r á :

« D r e c a , hija de G a l e m a e l , hijo de C o n n a i t h , era u n a d r u i d e s a y u n a

c o m p o s i t o r a d e r i m a s . Ella fue q u i e n p r e p a r ó u n l í q u i d o e n v e n e n a d o p a r a
los v e i n t i c u a t r o hijos d e F e r g u s , el del C o s t a d o r o j o . T o d o s ellos m u r i e r o n y
6 6
-eMttgar e n el q u e m u r i e r o n fue l l a m a d o N e m T e n n ("fuerte v e n e n o " ) » ' .

1 6 3 W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaires, p . 1 4 ; K u n o M e y e r , Sanas Chomairc, en Anécdota

from IrishManuscripts 4 , p . 2 8 .
164 E d . W i n d i s c h , Irische Texte I I I , p . 3 6 6 .
165 Three Irish Glossaires, p . 1 4 .
166 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 6 , p . 3 4 .
266 MI. T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

¿ Q u é era, f i n a l m e n t e , el « n u d o d e l o s d r u i d a s » , c o n o c i d o p o r u n a
e n i g m á t i c a m e n c i ó n e n el Diálogo de los ancianos?

« R e c u e r d o tres colinas, n o t i e n e n n i e d a d n i defecto;

E l c i e r v o gris d e las tres p u n t a s c o r r í a p o r ellas d e u n l a d o a o t r o ;
r e c u e r d o tres iglesias q u e p e r t e n e c í a n a u n b u e n a m o .
N o c o n t e n t a b a n p o r la voz d e sus c a m p a n a s , p e r o e s t a b a n r o d e a d a s p o r
6 7
[el n u d o d e l o s d r u i d a s » ' .

Esta e s t r o f a da a e n t e n d e r q u e se t r a t a b a d e u n s o r t i l e g i o c u y o s e f e c -
tos c u b r í a n t o d o el t e r r e n o d e p e n d i e n t e d e las t r e s i g l e s i a s . ¿ C o n s t i t u í a
u n a b a r r e r a q u e s ó l o se f r a n q u e a b a e n d e t e r m i n a d a s c o n d i c i o n e s ? E s e
« n u d o d e l o s d r u i d a s » está, e n t o d o c a s o , f u e r t e m e n t e cristianizado.
D e l o s c u a t r o p r i n c i p a l e s e n c a n t a m i e n t o s c u y o s n o m b r e s —ya q u e n o
las t é c n i c a s o p e r a t o r i a s — conocemos.-
glam dicinn,
imbas forosnai,
teinm laegda,
dichetal do chennaib,
s ó l o el ú l t i m o , q u e p a r e c e h a b e r s i d o s o b r e t o d o u n p r o c e d i m i e n t o de
i d e n t i f i c a c i ó n , l e f u e p e r m i t i d o a l o s p o e t a s d e s p u é s d e la c r i s t i a n i z a -
c i ó n . E l Senchus Mor d i s t i n g u e m i n u c i o s a m e n t e l o q u e se h a c í a a n t e s y l o
q u e f u e p e r m i t i d o t r a s la l l e g a d a d e s a n P a t r i c i o . E l c o m e n t a r i o , que
o m i t e el glam dicinn, s i g u e la d e f i n i c i ó n d e l dichetal do chennaib y c o n c l u y e c o n
u n a lista d e l o q u e q u e d ó autorizado:

« Y así f u e t r a s la l l e g a d a d e l N u e v o T e s t a m e n t o . P e r o n o e r a c o m o se
h a c í a a n t e s d e s a n P a t r i c i o : el p o e t a c o l o c a b a su v a r i t a s o b r e el c u e r p o o
s o b r e la c a b e z a d e la p e r s o n a y sabía el n o m b r e d e s u p a d r e y d e s u m a d r e ;
sabía t o d o a q u e l l o q u e e r a d e s c o n o c i d o y le h a b í a s i d o p r e s e n t a d o e n un
m i n u t o , o d o s , o t r e s . E s t o e r a e l teinm laegda o e l imbas forosnai, pues lo que
a m b o s r e v e l a b a n e r a l o m i s m o . P e r o c a d a u n o d e e l l o s se h a c í a d e una
m a n e r a d i f e r e n t e , p u e s e n c a d a u n o se h a c í a u n s a c r i f i c i o d i f e r e n t e .
N o o b s t a n t e , P a t r i c i o a b o l i ó estas tres cosas e n t r e los p o e t a s porque
e r a n c o s a s i m p u r a s : e l teinm laegda o e l imbas forosnai n o s e h a c í a n s i n s a c r i f i c i o
a los í d o l o s . D e s p u é s , n o les p e r m i t i ó n i n g ú n r i t o q u e i n c l u y e s e u n s a c r i -
f i c i o a l d i a b l o , p u e s s u a r t e e r a p u r o . S í l e s p e r m i t i ó e l dichetal do chennaib,
p u e s se a d q u i r í a a t r a v é s d e u n g r a n c o n o c i m i e n t o y a p l i c a c i ó n . A s í f u e

167 Acallamh naSenorach, e d . S t o k e s , Irische Texte I V , p . 27-

 i. EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O 267

c o m o d e j ó a los p o e t a s , y t a m b i é n a las g e n e a l o g í a s d e los h o m b r e s de

I r l a n d a , las r e g l a s d e la p o e s í a , l o e l e m e n t o s d e la e l o c u e n c i a , l o s e l e m e n -
1 6 8
t o s d e la m a d e r a y la r e c i t a c i ó n d e p o e m a s » .

E l s a c r i f i c i o a l o s í d o l o s y al d i a b l o e s , e n el t e x t o j u r í d i c o , u n a f o r -
m u l a c i ó n c r i s t i a n a y p e y o r a t i v a . N o i m p o r t a : d e s p u é s d e esta d e p u r a c i ó n
e v a n g é l i c a , los filid d e I r l a n d a c o n s e r v a r o n l o e s e n c i a l d e sus a t r i b u c i o -
n e s , así c o m o t o d o s u p r e s t i g i o . L a m i s m a m e n c i ó n d e l s a c r i f i c i o p r e -
c r i s t i a n o h u b i e r a d e b i d o h a c e r e n t e n d e r d e s d e el p r i n c i p i o q u e el file era
una especialización del druida.

4.4. EL FETH FIADA O « D O N DE LA I N V I S I B I L I D A D »

El feth fiada es e l d o n d e la i n v i s i b i l i d a d d e l o s d i o s e s d e l O t r o Mundo.

E s t e d o n n o l e s i m p i d e v e r s e e n t r e e l l o s , n i v e r a las g e n t e s d e este
m u n d o , p e r o l o s h u m a n o s n o p u e d e n v e r l o s si e l l o s n o q u i e r e n . E s el
caso d e M a n a n n a n , v i s i b l e s ó l o p o r F a n d d u r a n t e e l e n c u e n t r o f i n a l d e l
169
r e l a t o d e la Enfermedad de Cuchulainn , o de L u g , que cuando viene a curar
1 7 0
a C u c h u l a i n n d e sus h e r i d a s s ó l o se h a c e v i s i b l e p a r a é l . E l feth fiada n o
es, c o n t o d a s e g u r i d a d , u n p r i v i l e g i o c o t i d i a n o d e l o s d r u i d a s t e r r e s t r e s ,
p e r o está t a n r e l a c i o n a d o c o n la m a g i a d e l o s d r u i d a s q u e d e s a p a r e c e c o n
el p a g a n i s m o s e g ú n e l r e l a t o d e El alimento de la casa de los dos vasos:

« F u e d e s p u é s d e q u e e l Teílginn e x p u l s a s e a l o s d r u i d a s y a l o s d e m o n i o s
d e I r l a n d a c u a n d o c a d a c u a l q u e d ó b a j o el y u g o y la c r e e n c i a d e la fe. Cur-
c o g e s t a b a c o n s u s m u j e r e s e n la p r a d e r a d e B r u g n a B o i n n e y e r a v e r a n o .
E l c a l o r y la c a n í c u l a h a c í a n m e l l a e n las m u j e r e s y f u e r o n a n a d a r e n el
B o y n e . C u a n d o l a s j ó v e n e s se c a n s a r o n d e n a d a r y d e r e t o z a r , se a c e r c a r o n
c a d a u n a a s u s r o p a s y se a l e j a r o n d e l r í o . E i t h n e n o a d v i r t i ó q u e l a s j ó v e n e s
s e i b a n y f u e a s í c o m o e l FedFiar ( p o r feth fiada) y e l d r u i d i s m o a b a n d o n a r o n a
la b e l l a j o v e n q u e e r a E i t h n e ( p u e s n o e r a p o s i b l e ver a este g r u p o d e m u j e -
r e s al p r i n c i p i o y n o se p u d o v e r a E i t h n e h a s t a ese m o m e n t o ) . E i t h n e no
volvió a ver a las m u j e r e s , p e r o t o d o s p o d í a n v e r l a a ella. V o l v i ó a la o r i l l a ,
se p u s o sus r o p a s , b u s c ó a las m u j e r e s e n la o r i l l a d e l B o y n e y n o las e n c o n -
1 7 1
,trÓA.» .

168 Ancient Laws oflreland I, p . 4 4 .

169 V é a s e Ogam IO, 1 9 5 8 , p p . 3 0 5 - 3 0 6 .
170 TainBo Cualnge, e d . W i n d i s c h , Irische fexte V , p p . 3 4 1 - 3 4 5 .
171 Textes mythologiques ¡rlandais I / l , p . 262.
268 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

E l feth fiada, d o n m á g i c o d e la i n v i s i b i l i d a d , es u n p r i v i l e g i o d e l o s
T u a t h a D é D a n a n n c o m o g e n t e s d e l sid. Y ese p r i v i l e g i o es t a m b i é n u n
secreto celosamente guardado, incluso, y sobre t o d o , a u n q u e algunos
d r u i d a s y o t r o s p e r s o n a j e s e x c e p c i o n a l e s se b e n e f i c i a s e n d e é l . C u c h u l a i n
se l o d i c e —y d i c e t a m b i é n p o r qué— a su e x c o m p a ñ e r o d e a r m a s , F e r d i a d :

«Ferdiad dijo: "Nuestra fraternidad o nuestra camaradería no son

i g u a l e s " . " ¿ P o r q u é ? " , p r e g u n t ó C u c h u l a i n n . " T u s a m i g o s d e l sid v i e n e n a
ti y t ú n u n c a m e los has m o s t r a d o " , r e s p o n d i ó F e r d i a d . " E s o n o m e será
f á c i l — d i j o C u c h u l a i n n — , p u e s s i el feth fiada l e f u e s e m o s t r a d o a h o r a a
a l g u n o de los hijos de Mil, n i n g u n o de los T u a t h a D é D a n n a n volvería a
1 2
t e n e r e l p o d e r d e s e r v i r s e d e l s e c r e t o o d e la m a g i a " » ' .

Es, p o r lo demás, u n a i n v e n c i ó n o u n a creación de M a n a n n a n , h e r -

m a n o de Dagda y dios s u p r e m o del O t r o Mundo:

« A c a d a u n o d e l o s T u a t h a D é D a n a n n al q u e le c o n v e n í a u n a r e s i d e n -
cia y u n a s i e n t o d e d i g n i d a d , M a n a n n a n le a s i g n ó u n a r e s i d e n c i a p a r t i c u -
l a r . D e s p u é s , h i z o el feth fiada, el festín d e G o i b n i u y los c e r d o s d e Manan-
n a n p a r a l o s g u e r r e r o s . E s d e c i r , q u e p o r el feth fiada y a n o s e p o d í a v e r a l o s
p r í n c i p e s , q u e p o r el f e s t í n d e G o i b n i u l o s reyes s u p r e m o s f u e r o n s i n e d a d
n i declive, y los cerdos de M a n a n n a n p o d í a n ser sacrificados, p e r o seguían
1 7 3
vivos p a r a los g u e r r e r o s » .

E l s e n t i d o d e la e x p r e s i ó n es o s c u r o , n o p o r q u e i g n o r e m o s el s i g n i -
f i c a d o d e las p a l a b r a s , s i n o p o r q u e feth p r e s e n t a c i n c o o seis s i g n i f i c a c i o -
n e s d i f e r e n t e s yfiad(a), t r e s o c u a t r o . L o m á s v e r o s í m i l es « b r u m a o v e l o
7 4
d e c i e n c i a » ' . E s t e o l o r a m a g i a n o i m p i d i ó , s i n e m b a r g o , al g r a n s a n
P a t r i c i o h a c e r u s o d e l feth fiada e n u n a c i r c u n s t a n c i a u r g e n t e , c o m o se
relata e n el p á r r a f o d e i n t r o d u c c i ó n a la c é l e b r e Lorica:

« F u e P a t r i c i o q u i e n c o m p u s o este h i m n o . F u e c o m p u e s t o e n la é p o c a
d e L o e g a i r e , h i j o d e N i a l l . L a r a z ó n p o r la c u a l f u e c o m p u e s t o es q u e
P a t r i c i o q u e r í a p r o t e g e r s e , a sí m i s m o y a s u s m o n j e s , c o n t r a c i e r t o s e n e -
m i g o s m o r t a l e s q u e a c e c h a b a n a l o s c l é r i g o s . E s u n a c o r a z a d e fe p a r a la
p r o t e c c i ó n d e l c u e r p o y d e l a l m a c o n t r a los d e m o n i o s , los h o m b r e s y los
v i c i o s . A q u e l q u e l o s r e p i t a c a d a d í a p e n s a n d o t o t a l m e n t e e n D i o s , se v e r á

I _
172 TainBo Cualnge, e d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p p . 5 5 5 5 3 - C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La
Razzia des vaches de Cooley, op. cit, p . 1 8 9 - 1 9 0 .
173 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 2 5 8 .
174 Contributions to a Dictionary ofthe Irish Language, F / l , I O I - 1 0 3 y I I O - I I 2 .
 k. EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO 269

libre d e los d e m o n i o s , p u e s éstos n o o s a r á n o p o n e r s e a él. Será u n a p r o ­

t e c c i ó n c o n t r a t o d o v e n e n o y c o n t r a t o d a e n v i d i a , será u n a d e f e n s a p a r a él
c o n t r a la m u e r t e s ú b i t a , s e r á u n a c o r a z a p a r a s u a l m a t r a s l a m u e r t e . P a t r i ­
c i o lo c a n t ó c u a n d o L o e g a i r e p r e p a r ó u n a e m b o s c a d a c o n t r a él p a r a q u e
n o v i n i e s e a d i f u n d i r l a fe e n T a r a . A l o s q u e l o s e s p e r a b a n e m b o s c a d o s l e s
p a r e c i ó e n t o n c e s q u e Patricio y sus m o n j e s e r a n ciervos c o n u n cervatillo
5
s i g u i é n d o l o s , a s a b e r , B é n e n ; y s u n o m b r e es fethfiada»' .

E l t é r m i n o feth fiada f u e c o m p r e n d i d o y t r a d u c i d o a n a l ó g i c a m e n t e
p o r « g r i t o de c i e r v o » .

4.5. LAS ORDALÍAS

L o s Echtra Cormaic i Tir Tairngiri o « A v e n t u r a s d e C o r m a c e n la T i e r r a d e la
P r o m e s a » e n u m e r a n d i e z c é l e b r e s o r d a l í a s al s e r v i c i o d e l rey:

« L o s tres collares de M o r a n n ,
el h a c h a d e M o c h t a ,
las v a r i t a s d e S e n c h a ,
el vaso d e B a d u r n n ,
las t r e s p i e d r a s s o m b r í a s ,
el c a l d e r o d e la v e r d a d ,
la vieja m a d e r a d e S e n , h i j o d e A i g e ,
el h i e r r o d e L u c h t a ,
la e s p e r a e n e l a l t a r ,
1 7 6
la c o p a d e C o r m a c » .

Y a n o s o n e n c a n t a m i e n t o s . P e r o c o m o s i r v e n a m e n u d o p a r a la
m a n i f e s t a c i ó n d e la v e r d a d y p a r a la a d m i n i s t r a c i ó n d e la j u s t i c i a , p e r t e ­
n e c e n d e la f o r m a m á s n a t u r a l al d o m i n i o d e l d r u i d a . L a s p r i n c i p a l e s
e s t á n a b u n d a n t e m e n t e d e s c r i t a s , y v a m o s a d e t e n e r n o s u n p o c o e n la
p r i m e r a , el c o l l a r d e M o r a n n . V a l e la p e n a c i t a r el t e x t o í n t e g r a m e n t e :

« M o r a n d , h i j o d e C a i r p r e , " C a r a d e g a t o " , e r a d e la raza d e los c a m p e ­

s i n o s . E s t e C a i r p r e " C a r a d e g a t o " se h a b í a a p o d e r a d o d e la r e a l e z a de
,Jjáá«da y había m a s a c r a d o a su nobleza, a excepción de tres m u c h a c h o s q u e
f u e r o n d e v u e l t o s al s e n o d e s u s m a d r e s , a s a b e r , C o r p U l o m , Tribaide

175 Thesaurus Paleohibernicus I I , p . 3 5 4 -

176 E d . W h i t l e y S t o k e s , The Irish Ordeals, Cormac'sAdventure intireLandofPwmise, e n Irische Texte
III, p p . 183-221.
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

Tireach y Feradach Findfeachtnach, q u e f u e r o n llevados a Escocia. A h o r a

b i e n , C a i r p r e , p a d r e d e M o r a n n , t e n í a m o r r o d e g a t o ; c a d a h i j o q u e le
n a c í a sufría u n a d e f o r m i d a d y él lo h a c í a m a t a r . C a i r p r e t e n í a u n a mujer
c é l e b r e q u e e r a n o b l e p o r n a c i m i e n t o . Ella le a c o n s e j ó h a c e r el f e s t í n d e
T a r a y a n u n c i a r l o a los h o m b r e s d e I r l a n d a p a r a q u e o r a s e n a sus d i o s e s y le
f u e s e n c o n c e d i d o s h i j o s h e r m o s o s . E l f e s t í n se h i z o y l o s h o m b r e s de
I r l a n d a p e r m a n e c i e r o n e n é l d u r a n t e t r e s m e s e s . T o d o s a y u n a r o n y, c a d a
m e s , e l e v a r o n u n a p l e g a r i a a D i o s p a r a q u e él y su m u j e r t u v i e r a n u n a h e r -
m o s a p r o l e . Y así se h i z o , p e r o f u e a s u p e s a r , p u e s e r a u n h o m b r e mal-
v a d o . L a m u j e r c o n c i b i ó y trajo al m u n d o a u n h i j o . Se h u b i e r a d i c h o q u e
n o e r a s i n o u n a ú n i c a m a s a d e u n h o m b r o al o t r o , p u e s n o se veía n i b o c a
n i a p e r t u r a a l g u n a . L a r e i n a d i j o : " H e t r a í d o al m u n d o a u n m u d o . Se
p a r e c e a t u o t r o h i j o . Es u n a b e n d i c i ó n d e los h o m b r e s d e I r l a n d a p a r a ti,
su e n e m i g o " . " L l e v a d l e m a ñ a n a y a h o g a d l e e n el p a n t a n o " , le d i j o C a i r p r e a
s u i n t e n d e n t e . U n h o m b r e d e l s i d se l e a p a r e c i ó a l a m a d r e d u r a n t e l a n o c h e
y l e d i j o : " E s al m a r a d o n d e h a y q u e c o n d u c i r a t u h i j o . S u c a b e z a d e b e s e r
c o l o c a d a s o b r e el a g u a h a s t a q u e la n o v e n a o l a p a s e s o b r e él. E l n i ñ o s e r á
n o b l e , será rey. S u n o m b r e será M o r a n n " . P u e s e r a alto y h e r m o s o .

E l l a l l a m ó al i n t e n d e n t e y l e d i j o e s o m i s m o . L e l l e v a r o n p u e s al m a r y
le c o l o c a r o n s o b r e las a g u a s . L a n o v e n a o l a l l e g ó . La m e m b r a n a q u e t e n í a
a l r e d e d o r d e la c a b e z a se d e s p r e n d i ó y f o r m ó u n c o l l a r a l r e d e d o r d e s u s
h o m b r o s . E n t o n c e s , c a n t ó el c a n t o , d i c i e n d o :

"Adorad, oh, hombres,

a Dios p o r encima del m u n d o magnífico.

E l i n t e n d e n t e n o m a t ó a l n i ñ o , p e r o t a m p o c o se a t r e v i ó a a c o g e r l e e n s u
casa p o r m i e d o al r e y . A s í p u e s , se l o e n t r e g ó al v a q u e r o d e l r e y . F u e a s u
casa y le e x p l i c ó esto al rey y la r e i n a . El rey p e n s ó q u e el n i ñ o h a b í a s i d o
a s e s i n a d o . E l r e y d i j o q u e l a t r a i c i ó n (main) v e n í a d e é l , a s a b e r , d e a q u e l
n i ñ o , d e f o r m a q u e p o r eso le l l a m a n M o r a n n hijo d e M a i n , a saber, C a i r -
pre Cara de gato. Después hicieron u n a funda de o r o y plata a l r e d e d o r de
aquella m e m b r a n a , d e f o r m a q u e d e s d e e n t o n c e s fue "el collar d e M o r a n n " ,
y asfixiaba a a q u e l l o s c u l p a b l e s a los q u e se l o c o l o c a b a n a l r e d e d o r d e l c u e -
l l o , p e r o s e e n s a n c h a b a a l r e d e d o r d e é l h a s t a e l s u e l o si e r a i n o c e n t e .

M o r a n n tenía o t r o collar, a saber, u n anillo c o m o u n círculo de

m a d e r a . H a b í a r e c i b i d o a q u e l a n i l l o d e O c h a m o n , e l l o c o d e l sid d e F e m i n :
l e h a b í a e n v i a d o e n e f e c t o a a q u e l sid y h a b í a t r a í d o d e a l l í e l a n i l l o . Y e n
a q u e l sid v i o l o q u e s e e m p l e a b a p a r a d i s t i n g u i r l o v e r d a d e r o d e l o f a l s o .
 4 . EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO
271

P o n í a n p u e s el c o l l a r a l r e d e d o r d e la p i e r n a o la m a n o d e l h o m b r e y se
c e r r a b a e n t o r n o a é l h a s t a c o r t a r l e l a p i e r n a o l a m a n o si e r a c u l p a b l e . S i n
e m b a r g o , s i e r a i n o c e n t e , n o se c e r r a b a e n t o r n o a é l .
H a b í a o t r o c o l l a r d e M o r a n n ; es d e c i r , q u e M o r a n n el d e l o s g r a n d e s
j u i c i o s fue a e n c o n t r a r s e c o n el a p ó s t o l P a b l o y se t r a j o u n a e p í s t o l a y esa
epístola estaba a l r e d e d o r de su cuello. Pero c u a n d o M o r a n n regresó a su
f o r t a l e z a tras h a b e r visto a P a b l o , e n c o n t r ó a u n a d e sus s i r v i e n t a s a la
p u e r t a d e la fortaleza. Esta v i o la e p í s t o l a a l r e d e d o r d e su c u e l l o y p r e g u n t ó :
" ¿ Q u é es e s o , o h , M o r a n n ? " . " E s v e r d a d —dijo C a i m i n el l o c o — . S e r á el
c o l l a r d e M o r a n n a p a r t i r d e h o y y h a s t a el j u i c i o " . A s í p u e s , cuando
M o r a n n e m i t í a u n j u i c i o , se c o l o c a b a la e p í s t o l a a l r e d e d o r d e l c u e l l o y n o
1 7 7
decía n i n g u n a m e n t i r a » .

E l t é r m i n o ordalium, p r o c e d e n t e d e l b a j o l a t í n , t i e n e el s i g n i f i c a d o
e t i m o l ó g i c o e s t r i c t o d e « p r u e b a j u r í d i c a » , o al m e n o s d e p r u e b a c o n
c o n c l u s i ó n j u r í d i c a . P e r o e n irlandés a n t i g u o n o hay u n t é r m i n o para
t r a d u c i r ordalium, y oirdéal, e n i r l a n d é s m o d e r n o , es u n p r é s t a m o d e l
7 8
i n g l é s ' . E l t í t u l o Irish Ordeals es u n a i n i c i a t i v a d e W h i t l e y S t o k e s y, p a r a
d e s i g n a r la p r u e b a , la ú n i c a p a l a b r a g a é l i c a v e r i f i c a d a es^ír, « v e r d a d » .
L a n o c i ó n e n c u e s t i ó n es la d e l o v e r d a d e r o y l o f a l s o , l o j u s t o y l o
i n j u s t o , y n o es e x a g e r a d o e s c r i b i r q u e I r l a n d a estaba o b s e s i o n a d a p o r la
1 7 9
n e c e s i d a d d e j u i c i o s e q u i t a t i v o s , c o n f o r m e s al d e r e c h o . U n a vez s e n -
t a d a la d e f i n i c i ó n , las m o d a l i d a d e s d e a p l i c a c i ó n , l o s m e d i o s p r o v i s t o s al
e f e c t o y la p e r s o n a l i d a d d e l j u s t i c i e r o s o n d e m a s i a d o f a n t á s t i c o s p a r a
ajustarse a u n a o r d a l í a h u m a n a .
L o s otros datos del texto g u a r d a n relación más o m e n o s directamente
c o n las c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s . P e r o e n este caso s a l e n a la l u z las c o m -

1 7 7 Op. cit, p p . 1 8 8 - 1 9 0 .
1 7 8 T o m a s d e B h a l d r a i t h e , English-Irish Dictionnary, D u b l í n , 1 9 5 9 , p . 4 9 6 b ; N i a l l O ' D o -
n a i l l , Focloir Gaeüge-Béarla, D u b l í n , 1977* P - 9 2 6 b ; c f r . L i t t r é , Dictionnaire de la langue
c
francaise, e d . 1 8 7 3 , UI> P- 8 4 4 ¡ D u c a n g e , Giossarium and Scriptores mediae et infimae latini-
tatis, e d . 1 6 8 1 , I I I , 5 9 ; c f r . t a m b i é n el Dictionnaire de Trévoux, e d . 1 7 5 2 , V , 1 9 2 - 1 9 3 .
179 A p o r t a r e m o s c o m o p r u e b a , t a n t o m á s sólida c u a n t o q u e a t a ñ e a u n h e r m a n o d e
M o r a n n , u n párrafo del C o i r A n m a n n o « C o n v e n i e n c i a de los nombres»:
« F e r a d a c h F a c h t n a c h , es d e c i r , e l j u s t o , a c a u s a d e la j u s t i c i a d e s u r e i n a d o s o b r e
I r l a n d a . P u e s f e a c h t n a c h es « j u s t o » , a s a b e r , q u e a c a u s a d e la j u s t i c i a d e s u r e i -
n a d o f u e l l a m a d o F e r a d a c h F a c h t n a c h . F u e e n s u é p o c a c u a n d o e x i s t i e r o n el c o l l a r
d e M o r a n n y e l m i s m o M o r a n n . E l c o l l a r d e M o r a n n , q u e d e c í a la v e r d a d a c a d a
u n o . P o r e s a r a z ó n l e d i e r o n t a l a p o d o » . E d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p .
3 3 2 ; c f r . infra la l e y e n d a d e la Concepción de Cuchulainn.
272 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

p l e j a s r e l a c i o n e s —que a t a ñ e n a n t e t o d o al druida— e n t r e la j u s t i c i a y l a
religión:
— M o r a n n n a c e de u n rey u s u r p a d o r y m a l v a d o . C a i r p r e es, e n
efecto, el a r q u e t i p o d e l m a l rey, m a r c a d o p o r u n n a c i m i e n t o v i l l a n o y
u n f í s i c o f e o y d e f o r m e , y c u y o r e i n a d o es r e c o r d a d o p o r su i n j u s t i c i a , la
p o b r e z a y el h a m b r e . E n c a m b i o , su m a d r e es n o b l e , r e a l , b e l l a y b o n d a -
dosa.
— M o r a n n es u n m o n s t r u o al n a c e r , u n o d e e s o s n i ñ o s n a c i d o s c o n
m a l f o r m a c i o n e s p a r a d e s e s p e r a c i ó n d e s u m a d r e . P e r o se d i c e t a m b i é n
q u e es alto y h e r m o s o , d o s c u a l i d a d e s q u e a p a r e n t e m e n t e c o n t r a d i c e n su
e s t a d o f í s i c o i n i c i a l . P o r o t r a p a r t e , al n a c e r , n o t i e n e n i b o c a , n i o j o s ,
n i orejas. Es p o r tanto m u d o , sordo y ciego.
N o o b s t a n t e , existe u n s i m b o l i s m o d e l o s c o n t r a s t e s y l o s c o n t r a r i o s
e n v i r t u d d e l c u a l t o d a s las d e f o r m i d a d e s físicas se c o n v i e r t e n e n p r u e b a s
de belleza y fuerza espiritual: n a c i d o de u n padre u s u r p a d o r e injusto
(las p e o r e s taras p a r a u n r e y ) , M o r a n n s e r á u n j u e z p r e s t i g i o s o , e l m á s
j u s t o , el m á s s e n s a t o , el m á s s a b i o , e l m á s e l o c u e n t e y el m á s e s c u c h a d o .
A u n q u e la p a l a b r a n o f i g u r e e n e l t e x t o , será u n g r a n d r u i d a , t a n t o m á s
g r a n d e c u a n t o q u e es h i j o d e u n r e y y d e u n a r e i n a d e u n g r a n l i n a j e
soberano.
E n c u a n t o a l o s m e d i o s d e la o r d a l í a , el t e x t o e n u m e r a t r e s c o l l a r e s
q u e d a n l u g a r a t r e s e x p l i c a c i o n e s d i f e r e n t e s . E l ú l t i m o es la p r u e b a d e
u n p r o c e s o d e c r i s t i a n i z a c i ó n al q u e la I r l a n d a m e d i e v a l n o s t i e n e a c o s -
t u m b r a d o s h a c e m u c h o t i e m p o : el a p ó s t o l P a b l o y su epístola s o n u n a
j u s t i f i c a c i ó n aposteriori, a ñ a d i d a y s u p e r f l u a . L a s e g u n d a e x p l i c a c i ó n da
c u e n t a d e l o r i g e n m á g i c o : M o r a n n es d e s p u é s d e t o d o , y e n e s e n c i a , u n
s e r d e l O t r o M u n d o . L a p r i m e r a es m á s i n m e d i a t a m e n t e v e r o s í m i l ,
p o r q u e es la q u e m e j o r e n c a j a e n el c o n t e x t o m í t i c o : d a c u e n t a d e l d o b l e
e m p l e o d e l c o l l a r , q u e se a f l o j a o a p r i e t a . L o s t r e s c o l l a r e s s o n f i n a l -
m e n t e u n solo y ú n i c o objeto, c o m p r e n d i d o c o m o u n a especie de j o y a o
talismán m á g i c o - j u r í d i c o .
Y la o r d a l í a se sale d e l o o r d i n a r i o , p u e s t i e n e l u g a r a d o s n i v e l e s :
— v e r i f i c a c i ó n d e la i n o c e n c i a o c u l p a b i l i d a d d e l a c u s a d o ;
— v e r i f i c a c i ó n d e la p e r t i n e n c i a y j u s t i c i a d e l j u i c i o .
D a d o q u e e l j u e z está t a n s o m e t i d o a e l l a , si n o m á s , c o m o e l r e o ,
r e s u l t a fácil c o n c l u i r q u e la o r d a l í a i r l a n d e s a m e d i e v a l es, e n u n p r i n c i -
p i o , la a d a p t a c i ó n a p r o x i m a t i v a a u n a s c o n c e p c i o n e s n u e v a s d e t é c n i c a s
r e l i g i o s a s ajenas al c r i s t i a n i s m o .
 U. EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O
273

A su v e z , el « C a l d e r o d e la v e r d a d » e r a :

« u n r e c i p i e n t e d e p l a t a y o r o q u e servía p a r a d i s t i n g u i r la v e r d a d d e la
m e n t i r a . S e l l e n a b a d e a g u a h i r v i e n d o y se o b l i g a b a al a c u s a d o a s u m e r g i r
e n é l l a m a n o . S i e r a c u l p a b l e , la m a n o s e q u e m a b a . S i n o t e n í a c u l p a , no
s u f r í a n i n g ú n m a l . P u e s las t r e s c o s a s m á s e m p l e a d a s p o r l o s p a g a n o s s o n el
l 8
c a l d e r o d e la v e r d a d , las m a d e r a s y la e s p e r a e n el a l t a r » °.

L a t é c n i c a d e l « h i e r r o d e L u c h t a » es m u y s i m i l a r :

« L u c h t a , el d r u i d a , fue a e s t u d i a r e n B r e t a ñ a . Allí vio u n a cosa e x t r a ñ a

q u e servía p a r a d i s t i n g u i r la v e r d a d d e la m e n t i r a : u n t r o z o d e h i e r r o q u e
p r i m e r o e r a c o n s a g r a d o p o r l o s d r u i d a s y l u e g o se p o n í a al f u e g o h a s t a q u e
e s t u v i e s e al r o j o . E n t o n c e s se l o p a s a b a n p o r la p a l m a al a c u s a d o . Si e r a
c u l p a b l e , se q u e m a b a . Si n o , el h i e r r o n o le h a c í a m a l a l g u n o . L u c h t a d i j o
a los b r e t o n e s : " N o s o t r o s , los h o m b r e s de Irlanda, lo necesitaríamos para
d i s t i n g u i r la v e r d a d d e la m e n t i r a " . L u c h t a se llevó p u e s a q u e l t r o z o d e h i e -
r r o c o n s a g r a d o , q u e , a c o n t i n u a c i ó n , sirvió p a r a distinguir lo v e r d a d e r o d e
l o f a l s o . Y p o r e s o el j u i c i o m e d i a n t e el h i e r r o s i g u e s i e n d o p r a c t i c a d o p o r
1 8 1
los i r l a n d e s e s » .

L a o r d a l í a m e d i a n t e las m a d e r a s , o « l a n c e d e la m a d e r a d e S e n , h i j o
d e A i g e » , es n o t a b l e y a l g o d i f e r e n t e :

« S e e c h a b a n al a g u a t r e s p e d a z o s d e m a d e r a : la m a d e r a d e l s e ñ o r , la
m a d e r a d e l ollamhy la m a d e r a d e l a c u s a d o . S i é s t e e r a c u l p a b l e , s u m a d e r a s e
1 8 2
i b a al f o n d o d e l a g u a . Si e r a i n o c e n t e , p e r m a n e c í a e n la s u p e r f i c i e » .

U n a « o r d a l í a » g a l a , m u c h o m á s p r ó x i m a al a c t o d e e c h a r las s u e r t e s
que a una ordalía p r o p i a m e n t e dicha, hace intervenir a u n o s cuervos en
los litigios judiciales:

« H a y u n a c o s a a ú n m á s f a b u l o s a e n l o s r e l a t o s d e A r t e m i d o r o , y es la
h i s t o r i a d e l o s c u e r v o s . C u e n t a q u e e x i s t e e n la c o s t a d e l o c é a n o u n p u e r t o
al q u e l l a m a n " d e los d o s c u e r v o s " e n el q u e p o d í a verse, e n e f e c t o , a d o s
c u e r v o s c o n el ala d e r e c h a b l a n c u z c a . L o s q u e t e n í a n a l g ú n l i t i g i o , i b a n a
e.§e4-i*gar y c o l o c a b a n e n u n l u g a r e l e v a d o u n a p l a n c h a s o b r e l a q u e c a d a
u n a d e las d o s p a r t e s c o l o c a b a s e p a r a d a m e n t e u n o s d u l c e s . L a s aves c a í a n

180 Thelrish Ordeah, op. cit, e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 1 9 1 - 1 9 2 .

181 Ibid., p . 1 9 2 .
182 Ibid., p . 1 9 2 .
274 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

sobre los dulces, c o m í a n u n o s y d i s p e r s a b a n los o t r o s . El g a n a d o r era aquel

8 3
cuyos dulces h a b í a n sido d i s p e r s a d o s » ' .

P e r o q u e d a r í a p o r d e t e r m i n a r , e n esta o r d a l í a , l o q u e es r e a l y l o q u e
es m í t i c o . P o r s u p u e s t o , el m i t o p r e v a l e c e s o b r e la r e a l i d a d .
E n el caso d e S e n c h a , u n d r u i d a c é l e b r e e n t o d a I r l a n d a , las m a d e r a s
n o se e c h a n al a g u a , s i n o al f u e g o :

« E l l a n c e d e las s u e r t e s d e S e n c h a , h i j o d e A i l i l l . E c h a b a d o s m a d e r a s al
f u e g o : l a m a d e r a d e l r e y y l a d e l a c u s a d o . S i e r a c u l p a b l e , l a m a d e r a se s o s -
t e n í a e n la p a l m a d e s u m a n o . Si e r a i n o c e n t e , la m a d e r a caía e n s e g u i d a .
E s o es l o q u e h a c í a n y l u e g o c a n t a b a n s o b r e e l l o s el e n c a n t a m i e n t o d e u n
1 8 4
poeta» .

Y l o m i s m o o c u r r e c o n el h a c h a d e M o c h t a :

« E r a el h a c h a d e b r o n c e d e M o c h t a , el c a r p i n t e r o . L a p o n í a e n un
f u e g o d e c i r u e l o y la p a s a b a p o r la l e n g u a ( d e l a c u s a d o ) . Si h a b í a m e n t i d o ,
8 5
se q u e m a b a ; s i e r a i n o c e n t e , n o s e q u e m a b a e n a b s o l u t o » ' .

O t r a o r d a l í a se h a c í a c o n p i e d r a s :

« S e l l e n a b a u n b a r r e ñ o c o n t u r b a , c a r b ó n y c u a l q u i e r o t r a cosa n e g r a . Se
a r r o j a b a n e n él t r e s p i e d r a s : u n a b l a n c a , u n a n e g r a y o t r a d e v a r i o s c o l o r e s .
E l q u e m e t í a l a m a n o , c o g í a l a p i e d r a b l a n c a si d e c í a l a v e r d a d . L a n e g r a , si
1 8 6
h a b í a m e n t i d o . Y , si e r a i n o c e n t e a m e d i a s , c o g í a l a p i e d r a m u l t i c o l o r » .

V o l v e m o s al a g u a c o n la m u y a r c a i c a « e s p e r a e n e l a l t a r » , cuyo
r i t u a l , a p e s a r d e l aval m o s a i c o , está m u y m a l c r i s t i a n i z a d o :

« E r a u n a p r u e b a q u e se u t i l i z a b a e n a q u e l t i e m p o p a r a d i s t i n g u i r l o
v e r d a d e r o d e l o falso, a s a b e r , la e s p e r a e n el a l t a r : r o d e a r n u e v e veces el
a l t a r y a c o n t i n u a c i ó n b e b e r d e u n a g u a s o b r e el q u e u n d r u i d a h a b í a r e c i -
t a d o u n e n c a n t a m i e n t o . L a s e ñ a l d e s u p e c a d o e s t a b a c l a r a si e r a c u l p a b l e .
P e r o el a g u a n o l e c a u s a b a m a l si e r a i n o c e n t e . C a i n C a i n b r e t h a c h , el
p u p i l o d e F e n i u s F a r s a i d , el d u o d é c i m o o el v i g e s i m o s e g u n d o d i s c í p u l o d e
la e s c u e l a q u e F e n i u s r e u n i ó e n G r e c i a p a r a a p r e n d e r las n u m e r o s a s l e n -
guas d e los países del m u n d o , fue q u i e n trajo esta v e r d a d del país d e Israel

183 E s t r a b ó n , Geografía, I V , 6.
184 The Irish Ordeals, op. cit., e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 1 9 1 .
185 The Irish Ordeals, op. cit., e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 1 9 0 .
186 Ibid., p . 1 9 1 .
 U. EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O
275

c u a n d o l l e g ó al d e l o s T u a t h a D é . G a i n C a i n b r e t h a c h h a b í a a p r e n d i d o la
ley d e M o i s é s y e r a él q u i e n e m i t í a l o s j u i c i o s e n a q u e l l a e s c u e l a , q u e c o n -
g r e g a b a a g e n t e s d e t o d a s p a r t e s . F u e ese m i s m o C a i n q u i e n o r d e n ó la ley
d e l o s c u a t r o c a m i n o s e n I r l a n d a , p u e s s o l a m e n t e d o s h o m b r e s d e esa
e s c u e l a , A m i r g i n e l d e la R o d i l l a B l a n c a , e l p o e t a , y C a i n , el j u e z , v i n i e r o n
a Irlanda. Cain permaneció en Irlanda durante nueve generaciones, a
c a u s a d e la v e r d a d d e sus j u i c i o s . P u e s l o s j u i c i o s q u e e m i t í a e r a n l o s d e la
l e y d e M o i s é s . L o s j u i c i o s d e l a L e y e r a n m u y a b u n d a n t e s e n t r e l o s fianna, y
1 8
e r a n l o s j u i c i o s d e la L e y los q u e s e r v í a n a C o r m a c » '.

P e r o , d e s p u é s d e l c o l l a r d e M o r a n n , la o r d a l í a m á s i m p o r t a n t e es s i n
da la d e la c o p a y, e n este c a s o , d i s p o n e m o s d e d o s t e x t o s :

a) E l v a s o d e B a d u r n n :

« B a d u r n n e r a el n o m b r e d e u n rey. S u m u j e r fue a la f u e n t e y allí vio a

d o s m u j e r e s d e l o s sidhe. H a b í a u n a c a d e n a d e b r o n c e e n t r e e l l a s . C u a n d o l a
v i e r o n , las m u j e r e s d e l sidhe f u e r o n b a j o la f u e n t e . E l l a las s i g u i ó b a j o la f u e n t e
y v i o u n a v e r d a d m a r a v i l l o s a e n e l sidh: u n v a s o d e c r i s t a l . S i u n hombre
d e c í a s o b r e él t r e s p a l a b r a s falsas, se r o m p í a e n t r e s e n s u m a n o . Si u n
h o m b r e decía tres palabras verídicas, los pedazos volvían a r e u n i r s e de
n u e v o . L a m u j e r d e B a d u r n n p i d i ó e n t o n c e s a q u e l vaso a las g e n t e s delsidh.
El vaso le fue e n t r e g a d o y d e s d e e n t o n c e s d i s t i n g u i ó lo v e r d a d e r o d e lo
8 8
falso e n casa d e B a d u r n n » ' .

b ) L a c o p a d e C o r m a c : d u r a n t e u n a c o m i d a e n casa d e M a n a n n a n ,
s e ñ o r d e l O t r o M u n d o , a la q u e f u e i n v i t a d o e l r e y Cormac
d u r a n t e su e s t a n c i a allí, le p r e s e n t a n u n a c o p a m a r a v i l l o s a :

« R e p a r t i e r o n el c e r d o y le s i r v i e r o n s u p a r t e a C o r m a c . " N u n c a he
c o m i d o sin c i n c u e n t a h o m b r e s a m i l a d o " , dijo C o r m a c . El guerrero
( M a n a n n a n ) e n t o n ó u n c á n t i c o y l e s u m i ó e n e l s u e ñ o . C o r m a c se d e s p e r t ó
l u e g o y vio a su l a d o a c i n c u e n t a g u e r r e r o s , a su hijo, a su m u j e r y a su hija.
R e c u p e r ó e n t o n c e s t o d o s u v i g o r . L e s s i r v i e r o n la b e b i d a y l a c o m i d a y t o d o s
se s i n t i e r o n a l e g r e s . L u e g o , p u s i e r o n u n a c o p a d e o r o e n la m a n o d e l g u e -
r r e r o . A C o r m a c l e m a r a v i l l ó a q u e l l a c o p a a c a u s a d e s u s f o r m a s y la r a r e z a
d e s u a r t e . " H a y a l g o m á s r a r o a ú n " , d i j o e l g u e r r e r o . " S i t r e s p a l a b r a s falsas
s o n p r o n u n c i a d a s s o b r e ella, se r o m p e r á e n t r e s . Si se d i c e n t r e s p a l a b r a s

Ibid., p p . 1 9 2 - 1 9 3 -
Ibid., p . 1 9 1 .
276 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

v e r d a d e r a s , se r e c o n s t i t u i r á c o m o e r a a n t e s " . E l g u e r r e r o d i j o t r e s p a l a b r a s
falsas y l a c o p a se q u e b r ó e n t r e s . " V a l e m á s d e c i r la v e r d a d —dijo el g u e ­
rrero—, p a r a q u e la c o p a p e r m a n e z c a e n t e r a . T e l o d i g o e n c o n c i e n c i a , o h ,
C o r m a c : t u m u j e r y t u hija n o h a n visto el r o s t r o d e u n h o m b r e d e s d e q u e
t e l a s t r a j e r o n d e T a r a h a s t a el d í a d e h o y , y t u h i j o n o h a v i s t o e l r o s t r o d e
1 8 9
u n a m u j e r " . Y l a c o p a volvió a q u e d a r e n t e r a d e s p u é s d e a q u e l l o » .

N o vale la p e n a i n s i s t i r e n la c r i s t i a n i z a c i ó n s u p e r f i c i a l d e u n o s t e x t o s
cuyo arcaísmo eran incapaces de c o m p r e n d e r los transcriptores m e d i e v a ­
les. E n efecto, éstos p o n e n e n escena a u n o s personajes m í t i c o s o p r i ­
m o r d i a l e s : M o r a n n , S e n c h a , C a i n C a i n b r e t h a c h , C o r m a c , cuyas f u n c i o ­
n e s s o n n o t a b l e s , p u e s se r e p a r t e n s e g ú n l o s t r e s n i v e l e s d e la i d e o l o g í a
tripartita:
1. sacerdocio : cinco druidas;
2. guerra : dos reyes;
3- producción : u n artesano (que n o carece de interés,
c o n su h a c h a de b r o n c e ) .
A l o s e l e m e n t o s a g u a , f u e g o y t i e r r a ( t o d a m a t e r i a n e g r a ) , se s u m a n
ciertos talismanes, que son respectivamente:
— el c o l l a r c u b i e r t o d e o r o y p l a t a ,
— el c a l d e r o o la c o p a d e c r i s t a l ,
— el t r o z o d e h i e r r o o e l h a c h a d e b r o n c e ,
— la m a d e r a ,
— la p i e d r a .
P e r o las p a r t e s d e l c u e r p o h u m a n o s o m e t i d a s a la o r d a l í a s o n m u y
limitadas:
— la m a n o ,
— la l e n g u a .
T a l v e z sea así p o r q u e la m a n o a c t ú a m a l y la l e n g u a p r o f i e r e la m e n ­
t i r a , p u e s la a n t i g u a I r l a n d a a b o r r e c e m á s la f a l s e d a d q u e c u a l q u i e r o t r a
cosa e n el m u n d o . S ó l o el c o l l a r de M o r a n n actúa s o b r e el c u e l l o y la
p i e r n a . E l r e l a t o d e las Aventuras de Cormac a p o r t a e n t o d o caso u n a p r e c i ­
s i ó n i m p o r t a n t e s o b r e la c o p a d e la s o b e r a n í a : n o s ó l o p r o c u r a la e b r i e ­
dad del p o d e r , sino que p r o p o r c i o n a t a m b i é n los m e d i o s seguros para
u n a b u e n a a d m i n i s t r a c i ó n d e j u s t i c i a . Y es p o r q u e h a d i s p u e s t o d e esta
c o p a d i v i n a ( M a n a n n a n o c u p a e n este c a s o e l l u g a r d e L u g ) p o r l o q u e

189 The Irish Ordeals, e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 1 9 6 - 1 9 8 .

 4 . EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O
277

G o r m a c es u n g r a n r e y y u n g r a n j u e z . S u ú n i c a i n i q u i d a d , p r o v o c a d a
p o r u n e x c e s o d e f o r m a l i s m o j u r í d i c o , será la e x p e d i c i ó n c o n t r a M u n s -
t e r q u e se n a r r a e n el « A s e d i o d e D r u i m D a m h g h a i r e » . P e r o , a u n así,
se t r a t a b a , a u n q u e c o n u n m a l p r e t e x t o , d e l t r i b u t o d e b i d o a la r e a l e z a
de Tara.
T a l c u a l e s , p o r m u y i n c o m p l e t a s o i m p e r f e c t a s q u e s e a n , estas o r d a -
lías c o n s t i t u y e n e l e m e n t o s p r e c i s o s d e r i t u a l e s e n u n t e r r e n o e n el q u e
n u e s t r a i n f o r m a c i ó n es p r e c a r i a . S o n al m e n o s la p r u e b a d e q u e e x i s t i e -
r o n u n o s r i t u a l e s q u e , c o m o e n R o m a o la I n d i a , e s t a b a n m i n u c i o s a -
mente establecidos y regulados. Los talismanes son también demasiado
9 0
a n t i g u o s p a r a n o r e m o n t a r s e al f o n d o i n d o e u r o p e o m á s p r i m i t i v o ' . E l
d e t a l l e d e las n u e v e v u e l t a s q u e h a b í a q u e d a r a l r e d e d o r d e l altar a n t e s d e
b e b e r el a g u a n o l e d e b e n a d a a la B i b l i a y t a m p o c o p u d o ser i n v e n t a d o .
L a o r d a l í a c h o c a a n u e s t r a s c o n c i e n c i a s m o d e r n a s p o r su a s p e c t o a r b i -
t r a r i o q u e a b a n d o n a al azar u n a g r a v e d e c i s i ó n j u d i c i a l . P e r o este p u n t o
d e vista m o r a l es n e g a t i v o e n la h i s t o r i a r e l i g i o s a , p u e s la i n m a n e n c i a d e
la j u s t i c i a d i v i n a , la m i s m a q u e d e b í a n c o n c e b i r l o s d r u i d a s , i g n o r a c u a l -
q u i e r azar: el l a n c e d e las s u e r t e s es la n e g a c i ó n a b s o l u t a d e l a z a r .
E s t a m o s o b l i g a d o s a c o n s t a t a r q u e la o r d a l í a céltica c o n s i s t e e n la
a p l i c a c i ó n a l a j u s t i c i a , e n ú l t i m a i n s t a n c i a y al m a r g e n d e c u a l q u i e r
intervención humana, a l a v e z d e la m a g i a a d i v i n a t o r i a y d e l p o d e r
d i v i n o , l o q u e e x c l u y e t o d o e r r o r y, al m i s m o t i e m p o , t o d o a z a r : el d e s -
tino de los h o m b r e s sólo atañe a los dioses.
U n d e t a l l e r e v e l a d o r , q u e es t o d o l o c o n t r a r i o a u n a o r d a l í a , p u e s n o
i m p l i c a u n a b ú s q u e d a d e l a v e r d a d , es la a n é c d o t a r e f e r i d a p o r T i t o
9
Livio y citada p o r D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e ' ' del d u e l o j u d i c i a l entre dos
j ó v e n e s p r í n c i p e s c e l t í b e r o s , C o r b i s y O r s u a , a f i n a l e s d e l s i g l o III a n t e s
d e n u e s t r a e r a : a m b o s a n h e l a n la s u c e s i ó n al t r o n o d e sus p a d r e s , q u e ,
c o m o eran h e r m a n o s , habían reinado p o r o r d e n de p r i m o g e n i t u r a . L o s
d o s r i v a l e s , r e c h a z a n d o c u a l q u i e r a r b i t r a j e , c o n f í a n la d e c i s i ó n al d i o s d e
9 2
la g u e r r a ' . E l d i o s d e c i d i r á , d e s d e l u e g o , p u e s e l m á s f u e r t e o e l m á s
e x p e r i m e n t a d o , o, s i m p l e m e n t e , su p r e f e r i d o , m a t a r á c o n su espada a
s u rival y s u b i r á s o l o al t r o n o . P e r o ésta es u n a p r u e b a d e f u e r z a y n o u n

1 9 0 C f r . la c o r r e s p o n d e n c i a i n d i a b r e v e m e n t e m e n c i o n a d a e n u n a n o t a p o r W h i t l e y
S t o k e s , op. cit., p . 2 2 4 .
191 Les Celtesen Espagne, e n Revue Celtique 1 4 , p p . 3 7 1 - 3 7 2 .
192 T i t o Livio X X X V I I I , 21.
278 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

j u i c i o . U n d r u i d a n o h u b i e r a t e n i d o n a d a q u e h a c e r e n ella, c o m o n o
fuese e x i g i r la a n u l a c i ó n o e l cese d e l c o m b a t e f r a t r i c i d a a n t e s d e i m p o -
n e r s u p r o p i a d e c i s i ó n c o n f o r m e al d e r e c h o y a la e q u i d a d .

4.6. E L SETO DEL DRUIDA. L A BEVOTIO

M e d i a n t e magia, y c o n más frecuencia maléfica q u e benéfica, a veces
s u c e d í a q u e u n d r u i d a e d i f i c a b a u n seto i n f r a n q u e a b l e :

« F u e F r a e c h a n , h i j o d e T e n n i s s a n , q u i e n h i z o el seto d e l d r u i d a p a r a
1 9 3
D i a r m a i t , y T u a t h a n , h i j o d e D i m a n , q u i e n p l a n t ó el seto d e l d r u i d a » .

Y e l e j é r c i t o d e D i a r m a i t f u e d e r r o t a d o t r a s la d e m o l i c i ó n d e l s e t o
m á-g i•c o 194 .
E l r e l a t o t i t u l a d o AidedDhiarmada, o « L a m u e r t e d e D e r m o t » , es m á s
explícito. La lucha militar viene a c o m p a ñ a d a p o r u n a lucha de magia
e n t r e el d r u i d a y e l g r a n san C o l u m b a . L a m a g i a d e l d r u i d a p r o v o c a u n a
víctima y después de eso p i e r d e toda eficacia:

« F r a e c h a n , h i j o d e T e n e s a n , d r u i d a d e D i a r m a i d , d i s p u s o el s e t o d e l
d r u i d a e n t r e los dos ejércitos. C o l u m Gille dijo e n t o n c e s . . . T u a t a n , hijo
d e D i m a n , h i j o d e S a r á n , h i j o d e C o r m a c , h i j o d e E o g a n , h i j o d e N e i l l , se
e n c a r a m ó a la b a r r e r a y la f r a n q u e ó d e u n s a l t o . F u e el ú n i c o h o m b r e d e las
g e n t e s d e C o l u m C i l l e q u e h a l l ó la m u e r t e . D e s p u é s d e e s o , D i a r m a i d f u e
9 5
derrotado»' .

N o s a b e m o s e n q u é c o n s i s t í a ese « s e t o d e l d r u i d a » q u e p a r e c e h a b e r
s i d o m á s u n o b s t á c u l o m á g i c o q u e m a t e r i a l . A p r i o r i , c u a n d o se trata d e
druidas, los hagiógrafos irlandeses, que carecen de mártires indígenas,
h a c e n c o m o t o d o s l o s h a g i ó g r a f o s d e E u r o p a c u a n d o d e s c r i b e n el p a g a -
n i s m o : a t r i b u y e n a l o s s a c e r d o t e s de la r e l i g i ó n a n t e r i o r u n poder
m á g i c o y s o b r e n a t u r a l e x t r a o r d i n a r i o , a u n q u e s ó l o sea p a r a d e s t a c a r m á s
el p o d e r y la s a n t i d a d d e l p i a d o s o p e r s o n a j e c u y o s m é r i t o s se t r a t a d e
a l a b a r . E l p r o c e d i m i e n t o es c o n s t a n t e y su p r i m e r a c o n s e c u e n c i a es q u e ,
e n u n a o b r a s o b r e l o s d r u i d a s , u t i l i z a r e m o s s o b r e t o d o la h a g i o g r a f í a
p a r a m o s t r a r la p e r s i s t e n c i a , e n la m e n t a l i d a d i r l a n d e s a (y c é l t i c a e n
g e n e r a l ) , d e c o n c e p t o s y c o s t u m b r e s q u e n o se e x p l i c a n a través d e l c r i s -

193 O ' C o n o r , Rerum Hibernicarum Scriptores I I , p . 1 4 2 .

1 9 4 Revue Celtique 1 7 , p p . 1 4 3 - 1 4 4 -
195 E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I , p . 7 9 .
 TABLA RECAPITULATIVA DE LAS ORDALÍAS IRLANDESAS

PERSONAJE FUNCIÓN TALISMÁN M O D O DE UTILIZACIÓN

Morann I. j u e z c o l l a r r e c u b i e r t o o p r i m e el c u e l l o 0 la p i e r n a
de o r o y plata, del culpable;

" " c a l d e r o d e la v e r ­ c o n t i e n e agua h i r v i e n d o e n la

dad, q u e el a c u s a d o s u m e r g e l a
mano;

Luchta I. d r u i d a t r o z o d e h i e r r o se p o n e e n el f u e g o h a s t a q u e
c o n s a g r a d o ( o r i ­ e s t é al r o j o y se p a s a p o r l a
gen bretón) mano.

Sen I. d o c t o r (ollamh) t r e s p e d a z o s d e se e c h a n l a s m a d e r a s al a g u a :
madera: m a d e r a la d e l c u l p a b l e se h u n d e , la
d e l r e y , d e l ollamh d e l i n o c e n t e f l o t a .
y del acusado,

Sencha I. d r u i d a dos pedazos d e l o s d o s p e d a z o s se p a s a n p o r el

m a d e r a : l a d e l r e y f u e g o y l u e g o se a p l i c a n s o b r e
y la d e l a c u s a d o , la m a n o : e n caso d e c u l p a b i l i ­
d a d , l a m a d e r a se s o s t i e n e e n
la p a l m a d e la m a n o ; e n c a s o
de inocencia, cae.

Mochta 3. c a r p i n t e r o hacha de bronce u n a v e z al r o j o , se c o l o c a

s o b r e la l e n g u a d e l
a c u s a d o ; e n caso d e c u l p a b i l i ­
d a d , se q u e m a .

piedras: b l a n c a , se c o l o c a n e n u n a s u s t a n c i a
negra, coloreada n e g r a ( t u r b a 0 c a r b ó n ) : el
inocente elige la piedra
b l a n c a ; e l c u l p a b l e , la n e g r a ;
el q u e es m e d i o i n o c e n t e , la
piedra coloreada.

Cain I. j u e z ( d r u i d a a l t a r ( d e p i e d r a el a c u s a d o d a n u e v e v u e l t a s
Cainbrethach primordial) según t o d o hace alrededor del altar y bebe u n
indicar) agua encantada por un
d r u i d a ; e n caso de i n o c e n c i a ,
el a g u a n o le h a c e m a l a l g u n o .

Badurnn ... 2- r e y copa de c r i s t a l l a c o p a se r o m p e e n t r e s si se

proveniente del miente. U n testimonio verí­
Otro Mundo, dico hace q u e los tres frag­
m e n t o s vuelvan a unirse.

Cormac 2. rey copa de oro y

plata entregada
por Manannan
28o I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

tianismo: u n importante favor que los hagiógrafos insulares n o eran

conscientes de hacernos.
T a m b i é n o c u r r í a , al m e n o s e n l o s e s c r i t o s , q u e u n d r u i d a a c e p t a s e
m e t a m o r f o s e a r s e e n vaca. E l a n i m a l resultante era sacrificado p o r el
9 6
e n e m i g o y e l b a n d o d e l a b n e g a d o d r u i d a se h a c í a c o n la v i c t o r i a ' . Esta
m e t a m o r f o s i s v o l u n t a r i a c o n f i n e s m i l i t a r e s es, d e s d e el p u n t o d e vista
r e l i g i o s o , u n a devotio. D e s g r a c i a d a m e n t e , n o t e n e m o s d a t o s s o b r e e l
r i t u a l . C o n s t a t e m o s , n o o b s t a n t e , l o q u e es s e g u r o : la devotio c é l t i c a es
l l e v a d a a c a b o p o r u n d r u i d a , y n o , c o m o la devotio l a t i n a , p o r u n m i l i t a r .
E v i d e n t e m e n t e , e n e l e s t a d o a c t u a l d e las i n v e s t i g a c i o n e s , es m á s m í t i c a
que real.

4.7. IRLANDÉS: «CETAL», GALO: « C A N T A L O N »

L a f o r m a e x t e r i o r basta y m e c á n i c a d e estas d i v e r s a s p r á c t i c a s n o d e b e r í a
l l e v a r n o s a i n f r a v a l o r a r su f u n d a m e n t o i n t e l e c t u a l y r e l i g i o s o . L o s j u r i s ­
tas q u e a t r i b u y e r o n alfde, e n e l Senchus Mor, e l r a n g o d e r e y o d e o b i s p o
n o se e q u i v o c a r o n : a m e n u d o t o d a s esas f ó r m u l a s s ó l o s o n p r i m i t i v a s o
t i e n e n u n a a p a r i e n c i a i n g e n u a p o r q u e su t r a n s m i s i ó n h a s i d o r u d i m e n ­
t a r i a o se h a v i s t o t r u n c a d a . E n c u a l q u i e r c a s o , e x p r e s a n la e n o r m e p r e ­
e m i n e n c i a , l a p r i m a c í a a b s o l u t a d e la c l a s e s a c e r d o t a l e n la j e r a r q u í a
s o c i a l y, e n c u a n t o al f o n d o , d a n c u e n t a d e l r e s p e t o r i g u r o s o d e la t r a d i ­
c i ó n o r a l . E l e m p l e o d e la e s c r i t u r a o g á m i c a es u n a e x c e p c i ó n , y s i e m p r e
viene exigida p o r unas circunstancias tan infrecuentes c o m o precisas.
T o d o s l o s e n c a n t a m i e n t o s , t o d a s las sátiras y m u c h a s p r e d i c c i o n e s e r a n
c a n t a d a s : cetal, airchetal, forchetal, dichetal, c o n o s i n p r e f i j o s a u m e n t a t i v o s ,
s e r v í a n p a r a d e s i g n a r el e n c a n t a m i e n t o , y el file lleva b a s t a n t e a m e n u d o
9 7
u n n o m b r e q u e g u a r d a r e l a c i ó n c o n el c a n t o : cainte, « s a t i r i s t a » ' . L e n ­
g u a p o p u l a r d o n d e las h a y a , e l b r e t ó n , q u e d e s d e la alta E d a d M e d i a y a
n o v e h i c u l a n i n g u n a t r a d i c i ó n y , a d e m á s , c a r e c e casi p o r c o m p l e t o d e
reminiscencias religiosas precristianas (exceptuando algunas huellas
p r e c i s a s e n e l f o l c l o r e ) , c o n s e r v a t o d a v í a , p a r a d e s i g n a r la « l e c c i ó n » l a
p a l a b r a e x t r a í d a d e l t e m a a r c a i c o *kantalort: kentel, m i e n t r a s q u e e l l a t í n
h a c e , c o n letio ( f r a n c é s : lecon), r e f e r e n c i a al t e x t o e s c r i t o y l e í d o : Iccavos

1 9 6 E n la h i s t o r i a d e l a e x p u l s i ó n d e l o s d e s s i , e d . K u n o M e y e r , Anécdota from Irish

Manuscripts I, p . 2 3 , 7-
197 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymologie et de Lexicographiegauloises et celtiques IX, 3 4 .
Mandáis cainte «satiriste», e n Ogam 1 3 , 1 9 6 1 , p p . 3 2 8 - 3 3 0 . E l m a t i z p e y o r a t i v o es f r e ­
c u e n t e , p e r o n o exclusivo.
 4 . EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO 28l

Oppianicnos ieuru Brigindonae cantalon ( « I c c a v o s , h i j o d e O p p i a n o s , h a h e c h o

u n c a n t a l o n p a r a B r i g i t e » ) , d i c e la i n s c r i p c i ó n g a l a d e A u x e y ( C ó t e -
d ' O r ) . H a q u e d a d o p r o b a d o q u e ese cantalon n o d e s i g n a , etimológica-
m e n t e , u n pilar, c o m o pensara Vendryes, sino más bien, p o r traslación
d e s e n t i d o , la e s t e l a c o n m e m o r a t i v a d e u n a c e r e m o n i a r e l i g i o s a e n el
1 9 8
c u r s o d e la c u a l se h a b í a c a n t a d o u n h i m n o .

4.8. E L DRUIDA EN LOS FUNERALES

T a l v e z el cantalon g a l o esté t a m b i é n r e l a c i o n a d o c o n la l a m e n t a c i ó n f u n e -
r a r i a q u e el file p r o n u n c i a b a , e n n o m b r e d e t o d o s , d u r a n t e las e x e q u i a s
d e u n h é r o e , y q u e , e n u n c u l t o b i e n r e g u l a d o , se r e p e t í a e n c a d a a n i -
v e r s a r i o . L o s r e l a t o s i r l a n d e s e s n o s h a n d e j a d o m u c h o s e j e m p l o s d e esta
c o s t u m b r e . C i t a r e m o s a q u í , p o r ser e m o t i v o y t r á g i c o , la l a m e n t a c i ó n
f u n e r a r i a , c a n t a d a p o r su p r o p i o p a d r e , d e l o s t r e s h i j o s d e T u i r e a n n
tras la b ú s q u e d a m o r t a l d e l o s o b j e t o s m a r a v i l l o s o s r e c l a m a d o s p o r L u g :

« C u a n d o B r i a n n e s c u c h ó a q u e l l o , p a r t i ó hacia d o n d e estaban sus h e r -

m a n o s p a r a p o n e r s e d e a c u e r d o c o n ellos. S u a l m a le a b a n d o n ó , y lo
m i s m o a sus h e r m a n o s . T u i r e a n n e n t o n ó este c a n t o s o b r e sus h i j o s :
" M i c o r a z ó n e s t á d e s t r o z a d o , y es p o r v o s o t r o s ,
oh, mis tres h e r m o s o s h é r o e s q u e tan grandes combates librasteis.
Tras vuestro m o v i m i e n t o , tras vuestros juegos,
m á s m e valdría q u e vivieseis.

M a t e r i a d e d o s reyes s o b r e B a n b a ,
luchar e Iucharba,
Brian, que conquistó Grecia,
l o p e o r es q u e n o t e n g a n i g u a l e s c o n v i d a .

Soy T u i r e a n n , sin fuerza

sobre vuestras tumbas, oh, g u e r r e r o s ardientes;
p o r t o d o el t i e m p o q u e vivan los b a r c o s e n el m a r ,
1
n o volveré a c o m p o n e r u n p o e m a n i c a n t a r é " » " .

1 9 8 V é a s e el e s t u d i o d e t a l l a d o d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymotogie et de Lexico-

graphiegauloisesetceltiquesII. 10. Gaulois CANTALON, ¿«chant»o «pilar»?, irlandaiscetal,gau-
loiscathl, bretón kentel, «chant, ¡econ», enOgamll, 1959, p p . 2 8 8 - 2 9 3 . La i n s c r i p c i ó n
f u e c a t a l o g a d a i n i c i a l m e n t e p o r G . D o t t i n , La languegauloise, P a r í s , 1 9 2 0 , p . 6 2 .
199 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 2 0 .
282 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

L o q u e n o se d i c e es q u e T u i r e a n n es u n d r u i d a . P e r o sus t r e s h i j o s
d i f u n t o s s o n tres d i o s e s p r i m o r d i a l e s y él m i s m o es u n a n c e s t r o m í t i c o .
T a m p o c o se m e n c i o n a a n i n g ú n d r u i d a c o n o c a s i ó n d e la m u e r t e d e
C o n l e , h i j o d e C u c h u l a i n n , p e r o su p a r t i c i p a c i ó n se da p o r d e s c o n t a d a ,
y la c e r e m o n i a , a p e s a r d e la b r e v e d a d d e la d e s c r i p c i ó n , n o d e j a l u g a r a
dudas:

« S e c o m p u s i e r o n d e s p u é s la l a m e n t a c i ó n f ú n e b r e , la t u m b a y la e s t e l a ,
y h a s t a el f i n a l d e u n p e r i o d o d e t r e s d í a s n o d e j a r o n n i n g ú n t e r n e r o a las
2 0 0
vacas e n U l s t e r » .

L o s j u e g o s f ú n e b r e s s o n p a r t e i n t e g r a n t e d e las e x e q u i a s , s i n d u d a
b a j o la d i r e c c i ó n y v i g i l a n c i a d e l o s d r u i d a s :

« Y s e p u l t a r o n al h i j o d e l r e y d e l U l s t e r , e x c a v a r o n u n a t u m b a , e r i g i e ­
r o n s u e s t e l a s o b r e l a s e p u l t u r a y l o s fianna d e I r l a n d a h i c i e r o n s u s j u e g o s
2 0 1
fúnebres» .

El p o e m a ossiánico c o n m e m o r a t i v o d e la m u e r t e d e C a i r p r e , rey d e
I r l a n d a h a c i a el s i g l o III d e n u e s t r a e r a , r e c u r r e t a m b i é n al ogam, guar­
dián del recuerdo del h é r o e m u e r t o :

« L o s h é r o e s h e r i d o s d e m u e r t e c a y e r o n a l r e d e d o r d e l ogam g r a b a d o e n
l a p i e d r a . S i F i a n e l c o m b a t i e n t e e s t á v i v o , e l r e c u e r d o d e l ogam v i v i r á
2 0 2
mucho tiempo» .

El d r u i d a e n p e r s o n a velaba p o r aquellos funerales. Cuando entie-

r r a n al rey d e M u n s t e r , M o g N e i d , m u e r t o e n u n d e s a f o r t u n a d o c o m ­
b a t e c o n t r a su s o b e r a n o , el r e y s u p r e m o C o n n C e t c h a t h a c h , e l d r u i d a
d e l d i f u n t o se o c u p a d e t o d o :

« E l d r u i d a l l e g ó al l u g a r e n el q u e e s t a b a C o n n p a r a p e d i r l e p e r m i s o
p a r a c a v a r la t u m b a d e M o g N e i d , y o b t u v o s u p e r m i s o . F u e d o n d e e s t a b a el
c u e r p o d e M o g N e i d y e m p e z ó a l a m e n t a r s e d e l m a l q u e le h a b í a s i d o i n f l i ­
g i d o . Dijo q u e C o n n era capaz d e batallar c o n t r a los n o b l e s de M u n s t e r e n
a q u e l l a l l a n u r a . E s la r a z ó n p o r la q u e se l l a m a M a g h T u a l a n g . Y D e r g -
d a m s a , el d r u i d a , h i z o u n a t u m b a p a r a M o g N e i d : le e n t e r r ó c o n sus
2 0 3
armas, c o n su pica, su maza y su c a s c o » .

2 0 0 Aided OenfirAife ( « L a m o r t d u fils d ' A i f e » ) , e n Ogam 9, 1 9 5 7 , p . 1 2 1 .

201 E d . K u n o M e y e r , Anécdota Oxoniensía, O x f o r d , 1 8 8 5 , p . 2 8 .
202 E d . W i n d i s c h , Irische Texte I , p . 1 5 8 .
203 C a t h Maighe L e n a ( « L a batalla de Mag L e n a » ) , ed. K e n n e t h H . j a c k s o n , Medioe-
 U. EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO 283

O t r a v e r s i ó n a ñ a d e los versos siguientes y los p o n e e n b o c a del

druida:

« L a t u m b a d e M o g N e i d está e n la l l a n u r a d e T u a l a n g ,
c o n s u p i c a a la e s p a l d a ,
c o n su maza cuyo golpe era r á p i d o ,
2 0
c o n su casco, c o n su e s p a d a » *.

E l d r u i d a y el r e y e s t á n v i n c u l a d o s hasta e n la m u e r t e .
A l l e e r esta b r e v e d e s c r i p c i ó n d e l o s f u n e r a l e s d e M o g N e i d , se d i r í a
q u e el t e x t o , e n p r o s a o e n v e r s o , e n u m e r a l o e s e n c i a l d e l c o n t e n i d o d e
u n a s e p u l t u r a g a l a d e la é p o c a d e L a T é n e . R e c o r d e m o s l o q u e e s c r i b e
César (B. G . V I , 19):

« L o s f u n e r a l e s s o n , t e n i e n d o e n c u e n t a el g r a d o d e civilización d e los
g a l o s , e s p l é n d i d o s y s u n t u o s o s . T o d o l o q u e se p i e n s a q u e estimaban
c u a n d o e s t a b a n e n v i d a l o a r r o j a n a l f u e g o , i n c l u i d o s l o s a n i m a l e s ; y, h a s t a
n o h a c e m u c h o , e n las e x e q u i a s r e g l a m e n t a r i a s y c o m p l e t a s quemaban
j u n t o c o n e l l o s a l o s e s c l a v o s y c l i e n t e s a l o s q u e se s a b í a q u e m á s a p r e c i o
habían tenido»*.

C é s a r e v o c a u n r i t u a l d e i n c i n e r a c i ó n . P e r o la i n h u m a c i ó n t a m b i é n
e x i s t í a e n G a l i a , y d u d a m o s d e q u e l o s d o s m o d o s d e s e p u l t u r a s e a n la
p r u e b a de u n a diferencia de civilización o que t e n g a n u n a significación
étnica. P o r otra parte, e n los textos insulares, ú n i c a m e n t e a p a r e c e n d e s -
c r i p c i o n e s d e f u n e r a l e s r e a l e s o p r i n c i p e s c o s . E v i d e n t e m e n t e , l o s d e la
gente del p u e b l o eran más modestos.
U n pasaje ú n i c o , r e l a t i v o a las e x e q u i a s previstas p a r a el h e r m a n o d e l
rey s u p r e m o de Tara, c o n t i e n e u n a p r e s c r i p c i ó n f o r m a l m u y p r ó x i m a a
los datos galos:
— el s a c r i f i c i o d e l g a n a d o d e l difunto:

« L e t r a j e r o n a F a c h t n a , el m é d i c o d e E o c h a i d , p a r a e x a m i n a r l o c u a n d o
c r e í a m o r i r . E l m é d i c o le d i j o : " T i e n e s u n o d e l o s d o s m a l e s d e l o s q u e el
h o m b r e m u e r e s i n q u e el m é d i c o p u e d a c u r a r l e : el m a l d e a m o r y el m a l d e
l o s celos". A i l i l l n o s e l o c o n f e s ó p o r q u e s e n t í a v e r g ü e n z a . D e j a r o n a A i l i l l
m o r i b u n d o c o n F r e m a i n n T e t h b a y E o c h a i d salió p a r a u n p e r i p l o por

val andModern Irish Series 9, D u b l í n , 1 9 3 8 , p . 1 2 .

2 0 4 Ibid. p . 8 2 .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 6 [ N . d e l T . ] .
284 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

I r l a n d a . D e j a r o n a E t a i n c o n A i l i l l p a r a q u e le r i n d i e r a el ú l t i m o h o m e ­
n a j e , e s d e c i r , q u e s u t u m b a f u e s e c a v a d a , se p r o n u n c i a s e s u l a m e n t a c i ó n y
2 0 3
su g a n a d o fuese s a c r i f i c a d o » .

Estas c o s t u m b r e s o h á b i t o s f u n e r a r i o s p e r s i s t i e r o n d u r a n t e m u c h o
t i e m p o . L a h i s t o r i a q u e r e l a t a la m u e r t e d e l o s h i j o s d e L i r , m u e r t o s e n
o l o r d e s a n t i d a d —y l o q u e es m á s , b a j o la p r o t e c c i ó n d e u n discípulo
d i r e c t o de san Patricio—, n o s los p r e s e n t a o b j e t o del viejo y arcaico
c e r e m o n i a l d e las e x e q u i a s p a g a n a s s i n q u e d a r p o r e l l o a las p u e r t a s d e l
paraíso:

« A l z a r o n su estela p o r e n c i m a de su t u m b a , e s c r i b i e r o n sus n o m b r e s
2 0 6
e n ogam e h i c i e r o n s u s j u e g o s f ú n e b r e s . S u s a l m a s g a n a r o n e l c i e l o » .

L a ú l t i m a frase n o es, n i s i q u i e r a e n la I r l a n d a d e la alta E d a d M e d i a ,

u n a n o v e d a d i n s ó l i t a : las d o s p r e o c u p a c i o n e s de los g o i d e l o s , c o m o de
t o d o s l o s celtas, s o n g a r a n t i z a r al f i n a d o la b e a t i t u d e n el O t r o M u n d o y,
e n la t i e r r a , d o n d e su c u e r p o h a r e c i b i d o u n a s e p u l t u r a h o n o r a b l e , las
p e r p e t u a c i ó n d e l r e c u e r d o d e su n o m b r e . A s í l e e v i t a n esa s e g u n d a y
t e r r i b l e m u e r t e q u e es el o l v i d o . H e a q u í l o q u e c a n t a el file G i n a e d h U a
u e
Artacain, muerto en 9 7 5 ' 1 f u e e n s u
t i e m p o el p o e t a o f i c i a l d e l n o r t e
de Irlanda:

« L o s campeones que estaban en E m a i n ,

en Rathcroghan, e n Tara,
e n Luachair, q u e los h é r o e s celebraban,
e n A l i e n , al o e s t e d e M u n s t e r .

Ya n o están, lo q u e está m u e r t o n o existe;

a u n q u e sus m u e r t e s sean n u m e r o s a s
sus h i s t o r i a s s u b s i s t e n tras ellos,
q u i e n n o esté l o c o , n o lo o c u l t a r á » .

S i g u e n u n a c u a r e n t e n a d e e s t r o f a s r e l a t a n d o b r e v e m e n t e el n o m b r e y
la c i r c u n s t a n c i a d e la m u e r t e d e o t r o s t a n t o s h é r o e s d e la epopeya.
N o s o t r o s citaremos los dos p r i m e r o s a título de e j e m p l o :

205 Textes mythologiquesirlandais I/l, p . 247-

2 0 6 V é a s e el p a s a j e c o m p l e t o c i t a d o infra e n el c a p í t u l o V .
 4. EL E N C A N T A M I E N T O ADIVINATORIO 285

« F e r g u s , hijo de Léite, fue u n h é r o e ,

c a r g ó c o n t r a el m o n s t r u o ,
lo que era u n a locura,
tanto q u e m u r i e r o n los dos.

E l h i j o d e N e s s , el rey, m u r i ó
e n la l a d e r a d e l L e t i r L a m r a i g e .
L a m o n t a ñ a d e Slea le o c u l t ó g r a c i o s a m e n t e ,
2 0 7
lo m i s m o q u e a Fachtna, hijo de S e n c h a » .

J u n t o c o n la c o s t u m b r e g e n e r a l i z a d a d e l o s j u e g o s f ú n e b r e s c e l e b r a -
d o s , ya f u e s e d u r a n t e l o s f u n e r a l e s , o c o m o c o n m e m o r a c i ó n d e la
m u e r t e d e u n h é r o e , la p r á c t i c a d e l o s c o m b a t e s s i n g u l a r e s e x p l i c a p o r
q u é la i n s t i t u c i ó n r o m a n a d e l o s c o m b a t e s d e g l a d i a d o r e s t u v o t a n t o
é x i t o e n t r e el p ú b l i c o g a l o . D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , e n u n artículo
i m p o r t a n t e y o l v i d a d o , s e ñ a l ó el e p i s o d i o d e l o s c e l t í b e r o s , n u e v o s a l i a -
d o s d e l o s r o m a n o s q u e , e n 2 0 6 a n t e s d e n u e s t r a e r a , le p r o p o r c i o n a -
r o n gratuitamente a Escipión, instalado en Cartagena, tantos c o m b a -
tientes c o m o fuesen necesarios para celebrar u n o s juegos fúnebres en
2 0 8
h o n o r a su p a d r e . L a g r a t u i d a d es s e c u n d a r i a r e s p e c t o a la i m p o r t a n -
c i a d e l h e c h o r e l i g i o s o tal y c o m o a p a r e c e d e s c r i t o . E l n o m b r e d e l o s
2 0 9
andabata o « g l a d i a d o r e s c i e g o s » c o n f i r m a esa i m p o r t a n c i a . N i que
decir tiene que los j u e g o s fúnebres estaban reservados a los grandes p e r -

2 0 7 Aidheda forni do huaislib Erenn inso ( « l a m u e r t e d e a l g u n o s n o b l e s d e I r l a n d a » ) , e d .

W h i t l e y S t o k e s , On the Deaths of some Irish Héroes, en Revue Celtique 2 3 , p - 304-
_ I
2 0 8 Les Celtes en Espagne, en Revue Celtique 1 4 , p p . 3 7 ° 3 7 - D e s g r a c i a d a m e n t e , D'Arbois
n o c o m p r e n d i ó la c o n c e p c i ó n c é l t i c a d e l c o m b a t e s i n g u l a r y s u u t i l i z a c i ó n e n el
j u e g o f ú n e b r e . J . M . B l á z q u e z , e n s u Diccionario de las religiones prerromanas de Hispania,
i o
M a d r i d , 1 9 7 5 , P- 5 , atribuye a los j u e g o s de E s c i p i ó n u n o r i g e n itálico. N o s o -
t r o s n o c o m p a r t i m o s e s a o p i n i ó n : E s c i p i ó n n o h u b i e r a s i d o r o m a n o si n o
h u b i e s e s a b i d o l o q u e e r a n l o s c o m b a t e s d e g l a d i a d o r e s , y es i n d i s c u t i b l e q u e e s o s
j u e g o s r o m a n o s f u e r o n a n t i g u o s j u e g o s f ú n e b r e s v u l g a r i z a d o s . P e r o la c o s t u m b r e
r o m a n a n o e x p l i c a la d i l i g e n c i a d e l o s g u e r r e r o s c e l t í b e r o s p a r a m a t a r s e g r a t u i t a -
m e n t e - é r í t r e sí. O t r a d i f e r e n c i a es q u e l o s g l a d i a d o r e s r o m a n o s e r a n e s c l a v o s . P o r
desgracia, n o t e n e m o s n i n g ú n m e d i o p a r a c o m p a r a r s i s t e m á t i c a m e n t e los j u e g o s
r o m a n o s y l o s j u e g o s c é l t i c o s ; s o b r e l o s j u e g o s r o m a n o s , al m e n o s , e l l e c t o r i n t e -
r e s a d o p u e d e d i r i g i r s e a R o l a n d A u g u e t , Cruauté et civilisation: lesjeuxromains, Flamma-
r i o n , París, 1970, 267 páginas.
209 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Notes d'Etymologie et de Lexicographiegauloises et celtiques XVI. 58.
GauloisANDABATA ( « g l a d i a d o r c i e g o » ) , e n Ogam 1 5 , 1 9 6 3 , p p . 1 0 7 y ss.
?86 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

sonajes, p u e s traían c o m o c o n s e c u e n c i a el pasaje al O t r o M u n d o de

todos o de parte de los antagonistas de los combates singulares, que
t e n í a n así e l h o n o r (y esto e x p l i c a esa « g r a t u i d a d » t a n a p r e c i a d a p o r l o s
r o m a n o s ) de a c o m p a ñ a r o reunirse c o n el difunto. Estamos a u n paso
de los sacrificios h u m a n o s .

A n t e s d e la i n h u m a c i ó n , el c u e r p o era lavado e n u n r í o , gesto ritual,

710
p u e s l a p a l a b r a q u e l o d e s i g n a , fothrucad , servía tanto para el b a ñ o cura-
tivo c o m o p a r a la l u s t r a c i ó n d e l c a d á v e r . D e s p u é s , u n a v e z a c a b a d a la
i n h u m a c i ó n , t e n í a n l u g a r s u c e s i v a m e n t e la l a m e n t a c i ó n e, i m p r o v i s a d o
o cantado p o r u n druida, el elogio del difunto. L o m á s significativo de
los ritos funerarios llegaba e n ú l t i m o lugar y estaba constituido p o r los
cluithicainteach o « j u e g o s f ú n e b r e s » , q u e , l l e g a d o e l c a s o , v e n í a n s e g u i d o s
de ciertas o c u p a c i o n e s m á s graves y m e n o s divertidas:

« G u a n d o h u b o l l e g a d o al l u g a r l l a m a d o F o r r a c h , e n U i M a c C n a i s , e n
M i d e , F i a c h r a m u r i ó d e s u s h e r i d a s . S e e x c a v ó s u t u m b a , se c o l o c ó l a p i e -
d r a , se c e l e b r a r o n s u s j u e g o s f ú n e b r e s y s u n o m b r e f u e i n s c r i t o e n ogam.
L o s r e h e n e s q u e había traído d e l s u r f u e r o n e n t e r r a d o s vivos a l r e d e d o r d e
la t u m b a p a r a q u e l o s h o m b r e s d e M u n s t e r c a r g a s e n p a r a s i e m p r e c o n l a
v e r g ü e n z a y f u e s e n v e n c i d o s . H e a q u í l o q u e d e c í a c a d a h o m b r e : och, och,
c u a n d o l o e n t e r r a b a n v i v o . " E s foruch ( ? ) q u e h a n c a v a d o estas t u m b a s " ,
2 1 1
d e c í a n t o d o s . " Q u e Forrach sea p u e s s u n o m b r e " , d i j o e l d r u i d a » .

E l p r i n c i p i o d e estas c r u e l e s e j e c u c i o n e s e r a s i m p l e : n o e r a u n a c o n -
dena propiamente d i c h a : se e n t r e g a b a e l h o m b r e a la t i e r r a , n o c o m o
c a s t i g o —la n o c i ó n d e c a s t i g o e s p o r o t r a p a r t e a j e n a a l a r e l i g i ó n c é l -
tica—, s i n o c o n e l ú n i c o f i n d e r e s t a b l e c e r e l e q u i l i b r i o m í s t i c o : «pues,
a n o s e r q u e la v i d a d e u n h o m b r e se p a g u e c o n la v i d a d e o t r o hombre,
p i e n s a n q u e n o es p o s i b l e aplacar a l o s dioses i n m o r t a l e s » , dice C é s a r
( B . G . V I , 1 6 ) * . L o s rehenes p e r t e n e c e n al difunto, y, l o m i s m o q u e los
clientes o l o s esclavos, n o p u e d e n p r o l o n g a r s u v i d a m á s allá d e la d e s u
amo, mientras que su muerte, c o m o miembros de u n pueblo enemigo,
e q u i l i b r a la d e l rey d e s a p a r e c i d o . N o resulta difícil c o m p r e n d e r qué
n e c e s i d a d o b l i g a b a al d r u i d a a i n t e r v e n i r e n a q u e l l a s c e r e m o n i a s : señor
d e l o s e l e m e n t o s al m i s m o t i e m p o q u e d e l s a c r i f i c i o , e r a e l i n t e r m e d i a -
rio Glossairede Cormac, e d . K u n o M e y e r , Anécdotafrom Irish Manuscripts I V , p . 4 9 .
211 Aided CrimthaindMaicFhidaig ( « L a muerte de C r i m t h a n n , hijo de F i d a c h » ) , ed. W h i -
tley Stokes, e n Revue Celtique 2 4 , p- 1 8 4 .
* T r a d . e s p . , op. cit, p . 2 1 3 [ N . d e l T . ] .
 4 . EL E N C A N T A M I E N T O A D I V I N A T O R I O 287

r i o i n d i s p e n s a b l e e n las r e l a c i o n e s e n t r e l o s d i o s e s y l o s h o m b r e s r e p r e -
sentados p o r el p r i m e r o de ellos, el rey. L a c o s t u m b r e de los sacrificios
f u n e r a r i o s p u e d e p a r e c e r cruel, p e r o n o l o era tanto para los celtas, y
sabemos en qué consistían los j u e g o s del circo r o m a n o . D ' A r b o i s de
Jubainville señala en u n breve c o m e n t a r i o q u e en los funerales de P a t r o -
c l o , s e g ú n la Ilíada, « i n m o l a r o n a n i m a l e s y h o m b r e s c u y o s c a d á v e r e s f u e -
2 1 2
r o n a m o n t o n a d o s s o b r e la h o g u e r a » . ¿ C u á l fue la r e a l i d a d g r i e g a
arcaica?
L a s e x e q u i a s n o s o n u n h e c h o d e a d i v i n a c i ó n y el d r u i d a n o p r a c t i c a
e n c a n t a m i e n t o s s o b r e e l d i f u n t o . P e r o su p a r t i c i p a c i ó n e n l o s f u n e r a l e s
es i n d i s p e n s a b l e p a r a el a d e c u a d o p a s o d e l m u e r t o h a c i a el O t r o M u n d o
y p a r a l i b e r a r al m u n d o d e l o s vivos d e las c o n s e c u e n c i a s a v e c e s d e s a g r a -
d a b l e s d e s u m u e r t e . T o d a s las a c c i o n e s d e l d r u i d a f o r m a n p a r t e p u e s
d e l m i s m o c a m p o d e a p l i c a c i ó n d e t é c n i c a s q u e t i e n d e n al m a n t e n i -
m i e n t o d e l o r d e n c ó s m i c o b a j o la t u t e l a d e la a u t o r i d a d espiritual.
C u a n d o l o s e s c r i t o r e s d e la A n t i g ü e d a d d a n c u e n t a d e la i n d i f e r e n c i a d e
l o s celtas p o r la s u e r t e d e l o s c u e r p o s d e l o s g u e r r e r o s m u e r t o s e n c o m -
b a t e ( S i l i u s I t a l i c u s I I I , a p r o p ó s i t o d e l o s c e l t í b e r o s ; P a u s a n i a s X , 2 1 , 6,
a p r o p ó s i t o d e l o s g á l a t a s q u e a t a c a r o n D e l f o s ) , es p o r q u e n o t i e n e n
e x p l i c a c i ó n p a r a este h e c h o o q u e o m i t e n u n a p a r t e i m p o r t a n t e d e é l .
P u e s es e l p a p e l d e i n t e r m e d i a r i o e n t r e l o s d i o s e s y e l r e y l o q u e
e x p l i c a t o d a la f u n c i ó n p o l í t i c a d e l d r u i d a y l o q u e d e t e r m i n a s u i n t e r -
v e n c i ó n e n t o d a s las c i r c u n s t a n c i a s n o t a b l e s d e l a e x i s t e n c i a h u m a n a ,
d e s d e su c o m i e n z o h a s t a su f i n . E n l o s c a s o s g r a v e s , i n t e r v i e n e t o d o e l
c u e r p o s a c e r d o t a l p a r a p r o t e g e r l o s i n t e r e s e s a m e n a z a d o s d e la a u t o r i -
dad espiritual y del p o d e r terrenal:

« E l l o s ( C a r m a n y sus hijos) f u e r o n e n t o n c e s a I r l a n d a p a r a c a u s a r
d a ñ o s a l o s T u a t h a D é D a n a n n y d e s t r u i r los t r i g o s d e la isla. E s t o p a r e c i ó
m a l a los T u a t h a D é D a n a n n . Ai, hijo d e O l l a m , d e sus poetas, C r i d e n b e l ,
de sus satiristas, L u g L a e b a c h , de sus d r u i d a s , y Bé Cuille, d e sus brujas,
f u e r o n a c a n t a r c o n t r a ellos. N o los a b a n d o n a r o n hasta q u e h u b i e r o n
e m p u j a d o a l o s t r e s h o m b r e s al m a r . E s t o s d e j a r o n a C a r m a n , s u m a d r e ,
c o m o r e h é n y e n t r e g a r o n los tres objetos q u e t e n í a n c o m o garantía de q u e
2 3
n o v o l v e r í a n a I r l a n d a m i e n t r a s el m a r la r o d e a s e » ' .

2 1 2 Ilíada X X I I I , 1 6 6 - 1 7 6 ; D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , LesCeltesetleslanguesceltiques, p . 157-

2 1 3 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p . 3 1 1 .
288 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

La intervención del druida coincide siempre c o n los intereses del

rey, hasta c u a n d o c o n s i s t e e n u n a p r e d i c c i ó n q u e es a v e c e s la a d v e r t e n ­
cia o a m e n a z a d e u n a m u e r t e c e r c a n a . L a ú n i c a d i s p u t a q u e c o n o c e m o s
e n t r e u n d r u i d a y u n r e y es la q u e e n f r e n t ó al file F o r g o l l y al rey M o n g a n
a p r o p ó s i t o de u n detalle de n a r r a c i ó n discutido p o r el rey. P o r algo q u e
h o y n o s p a r e c e r í a u n a p e q u e n e z p o r l a q u e n i s i q u i e r a v a l d r í a la p e n a
d i s c u t i r , e l r e y está a p u n t o d e p e r d e r s u r e i n o , a su m u j e r y s u p r o p i a
2 1 4
libertad . Y c u a n d o , e n el r e l a t o d e l Asedio de Druim Damhghaire, el g r a n rey
C o r m a c , enfangado p o r sórdidas razones financieras e n una expedición
i n j u s t a , i n t e n t a c a s t i g a r p o r m a l a fe y t r a i c i ó n a l o s d r u i d a s q u e le p r e ­
v i e n e n l e a l m e n t e d e la c a t á s t r o f e a la q u e se e n c a m i n a , fracasa e s t r e p i t o ­
2 1 5
samente y tiene innumerables ocasiones para arrepentirse .

5 . L A PREDICCIÓN Y LA SÁTIRA

5 . 1 . C I E N C I A Y PREDICCIÓN

H e m o s v i s t o q u e e l e s t u d i o d e las t é c n i c a s r i t u a l e s y m á g i c a s d e l o s d r u i ­
das e q u i v a l e , a f i n d e c u e n t a s , al e x a m e n d e las d i v e r s a s a p l i c a c i o n e s
c o n c r e t a s d e l p e s o de sus p a l a b r a s . E l d r u i d a i n t e r p r e t a l o s s i g n o s , o ,
l l e g a d o e l c a s o , l o s c r e a , m e d i a n t e l a f u e r z a d e su m a g i a v e r b a l , y a sea a
t r a v é s d e l a a d i v i n a c i ó n o d e u n e n c a n t a m i e n t o . E l a c o n t e c i m i e n t o se
p r o d u c e a m e n u d o , n o e n v i r t u d d e u n e n c a d e n a m i e n t o d e causas f o r ­
t u i t a s , s i n o p o r q u e la p a l a b r a o l a p r e d i c c i ó n d e l d r u i d a h a d e t e r m i ­
n a d o , a c o r t o o l a r g o p l a z o , las c o n d i c i o n e s d e s u r e a l i d a d . L a p r e d i c ­
c i ó n f u e r z a l i t e r a l m e n t e e l a d v e n i m i e n t o d e l s u c e s o . A s í c o n s i d e r a d a , es
al m i s m o t i e m p o u n a t é c n i c a y la c o n s e c u e n c i a d e u n s a b e r , d e u n c o n o ­
c i m i e n t o , de unas capacidades cuyos efectos alcanzan todos los d o m i n i o s
d e la e x i s t e n c i a h u m a n a , i n c l u i d a la e x i s t e n c i a p o s t u m a . E n o t r a s p a l a ­
b r a s , l a ú n i c a j u s t i f i c a c i ó n d e l a e m i n e n t e p o s i c i ó n d e t o d a la c l a s e
s a c e r d o t a l es s u c i e n c i a , s u m a d a a l a p r á c t i c a d e l s a c r i f i c i o . P e r o esa
c i e n c i a se b a s t a a sí m i s m a y t a m b i é n a t o d o s l o s t e r r e n o s d e l c o n o c i ­
m i e n t o y d e l acto r e l i g i o s o , i n c l u i d o el s a c r i f i c i o . L l a m a la a t e n c i ó n el
h e c h o d e q u e d e l o s c a t o r c e « a r r o y o s » c o n l o s q u e c u e n t a , s e g ú n el Libro
de Leinster—el s a c r i f i c i o h a s i d o o m i t i d o , a c a u s a d e l a c r i s t i a n i z a c i ó n — ,
tres s o n e n c a n t a m i e n t o s a d i v i n a t o r i o s :

2 1 4 V é a n s e l o s Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 2 0 4 - 2 0 5 .

2 1 5 Revue Celtique 4 3 , p p . 2 1 - 3 0 .
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A 289

«Honestidad y dignidad,
trabajo c o m ú n y genealogía,
imbas forosnai y dichetal,
anamain y j u i c i o ,
teinm laegda y o c é a n o d e c a n t o ,
pureza de m a n o y de matrimonio,
2 1 6
pureza de labios y del e s t u d i o » .

E n el c o n t e x t o de las r e l a c i o n e s d e l d r u i d a y el rey, era i n e v i t a b l e q u e la

p r e d i c c i ó n sirviese a la p o l í t i c a , e n t e n d i e n d o esta p a l a b r a , naturalmente,
e n el s e n t i d o e t i m o l ó g i c o d e « g o b i e r n o d e la c i u d a d » , y n o e n el s e n t i d o
m o d e r n o q u e d e s i g n a l o s l a n c e s p a r l a m e n t a r i o s . E l d r u i d a n o se a r r o g a b a
el t í t u l o y la f u n c i ó n d e rey, p e r o c o n t r o l a b a la c o n f o r m i d a d t r a d i c i o n a l
d e sus p a l a b r a s y d e sus actos, c u a n d o n o l o s i n s p i r a b a , y la m a y o r p a r t e d e
las v e c e s l o h a c í a . U n e j e m p l o c l a r o y t a r d í o —y t a n t o m á s interesante
c u a n t o q u e es t a r d í o e n la c r ó n i c a de l o s h e c h o s celtas continentales— d e la
p e r e n n i d a d d e esta c o n c e p c i ó n es q u e l o s d r u i d a s d e G a l i a , a q u i e n e s l o s
e d i c t o s c o n t r a l o s mathematici n o h a b í a n r e d u c i d o a ú n al s i l e n c i o c o m p l e t o
(si es q u e l o s e d i c t o s t i e n e n a l g o q u e v e r c o n su d e s a p a r i c i ó n r e a l ) , se
i n m i s c u y e r o n e n la p o l í t i c a d u r a n t e la o c u p a c i ó n r o m a n a . E n el s i g l o p r i -
m e r o d e n u e s t r a era, t a n c o n v u l s o e n R o m a , p r e d i j e r o n el f i n d e l I m p e -
r i o r o m a n o d u r a n t e e l i n c e n d i o q u e a s o l ó la c i u d a d b a j o e l r e i n a d o d e
N e r ó n . S ó l o se e q u i v o c a r o n p o r c u a t r o siglos. L a i n f o r m a c i ó n d e b e d e ser
c o r r e c t a , p u e s p r o c e d e d e T á c i t o (Historias I V , 5 4 ) =

« L a c i u d a d había caído e n m a n o s d e los galos, p e r o , h a b i e n d o q u e d a d o

i n t a c t o el t e m p l o d e J ú p i t e r , el I m p e r i o s u b s i s t i ó . El f u e g o e r a a h o r a s i g n o
d e la c ó l e r a celeste y l o s d r u i d a s c a n t a b a n , l l e v a d o s p o r u n a v a n a s u p e r s t i -
c i ó n , q u e el I m p e r i o d e las cosas t e r r e s t r e s i b a a p a s a r a l o s t r a n s a l p i n o s » .

E n I r l a n d a , la p r e d i c c i ó n es u n a c o s t u m b r e g e n e r a l . D e s e m p e ñ a s u
p a p e l t a n t o e n el g o b i e r n o d e l o s E s t a d o s c o m o e n sus t u m u l t u o s a s r e l a -
c i o n e s m u t u a s . D o n d i v i n o , es s o b r e t o d o i n t e r e s a n t e antes d e u n a g u e r r a ,
y t e n e m o s e l e j e m p l o , al p r i n c i p i o d e l TainBo Cualnge, d e la r e i n a M e d b ,
s o b e r a ñ á ^ d e C o n n a u g h t , q u e i n t e r r o g a i n c a n s a b l e m e n t e a la p r o f e t i s a
F e d e l m (véase supra p . 2 3 8 ) . P e r o antes M e d b h a b í a i d o , a t í t u l o p r i v a d o , a
i n t e r r o g a r al d r u i d a :

2l6 Libro de Leinster, e d . B e s t - B e r g i n O ' B r i e n I , p . 1 2 4 .

29o I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

« G u a n d o M e d b l l e g ó al l u g a r e n el q u e se e n c o n t r a b a el d r u i d a , le
p i d i ó s a b e r y p r e d i c c i ó n . " U n g r a n n ú m e r o d e h o m b r e s se s e p a r a n h o y d e
a q u e l l o s a l o s q u e a m a n y d e s u s a m i g o s —dijo M e d b — , d e s u t e r r i t o r i o y d e
s u p a í s , d e s u s p a d r e s y d e s u s m a d r e s , y si n o v u e l v e n t o d o s s a n o s y s a l v o s ,
sus m a l d i c i o n e s y sus quejas c a e r á n s o b r e m í . S i n e m b a r g o , n o p a r t e n a d i e ,
n i n a d i e se q u e d a e n p a z , q u e n o n o s s e a m á s q u e r i d o q u e n o s o t r o s m i s -
m o s . D i m e si v o l v e r e m o s o n o v o l v e r e m o s " . Y e l d r u i d a r e s p o n d i ó : "Sean
2 1
q u i e n e s sean los q u e n o vuelvan, t ú v o l v e r á s " » ' .

L a p r e g u n t a y la r e s p u e s t a s o n a q u í u n a a p l i c a c i ó n p o l í t i c a , y e g o í s t a -
m e n t e p e r s o n a l , d e u n a c a p a c i d a d r e l i g i o s a . N o o b s t a n t e , s e g ú n la v e r -
s i ó n d e l Lebor na hUidre d e l Tain Bo Cualnge, c o m o las p r e v i s i o n e s s o n d e s f a -
v o r a b l e s , l o s d r u i d a s r e t i e n e n al e j é r c i t o d e I r l a n d a d u r a n t e q u i n c e días
a n t e s d e a u t o r i z a r su p a r t i d a :

« S e r e u n i e r o n e n t o n c e s las c u a t r o p r o v i n c i a s d e I r l a n d a e n Cruachan
A i . Sus a d i v i n o s y sus d r u i d a s n o les p e r m i t i e r o n p a r t i r d u r a n t e quince
d í a s , p u e s e s p e r a b a n u n a s e ñ a l f a v o r a b l e . M e d b le d i j o e n t o n c e s a s u
c o c h e r o q u é d í a p a r t i r í a n . " C a d a u n o d e a q u e l l o s q u e se s e p a r a n h o y d e s u s
seres q u e r i d o s m e e c h a r á u n a m a l d i c i ó n , p u e s soy y o q u i e n h a r e u n i d o esta
e x p e d i c i ó n " . " E s p e r a p u e s —dijo el c o c h e r o — a q u e g i r e el c a r r o h a c i a la
d e r e c h a p a r a q u e l l e g u e h a s t a n o s o t r o s la f u e r z a d e la s e ñ a l y r e g r e s e m o s d e
2 1 8
esta e x p e d i c i ó n " » .

L a f u e r z a d e la p r e d i c c i ó n es tal q u e , d e s p u é s d e h a c e r l a , el d r u i d a
n o p u e d e c a m b i a r el c u r s o d e l d e s t i n o q u e s e ñ a l a . E s o l o sabía el j o v e n
Setanta, que, antes de llamarse C u c h u l a i n n , c u a n d o aún sólo tenía
c i n c o a ñ o s , o y ó al d r u i d a C a t h b a d a n u n c i a r , e n r e s p u e s t a a u n a l u m n o ,
el s i g n o d e l d í a , a s a b e r , q u e c u a l q u i e r a q u e e m p u ñ a s e las a r m a s a q u e l
d í a t e n d r í a u n a v i d a g l o r i o s a y c o r t a . C u c h u l a i n n fue i n m e d i a t a m e n t e a
p e d i r l e a r m a s y u n c a r r o al rey C o n c h o b a r , y C a t h b a d se m o s t r ó al p r i n -
cipio muy descontento. Pero, como Cuchulainn no había m e n t i d o ,
h u b o que resignarse ante lo inevitable:

« " E s t a s a r m a s s o n b u e n a s , e n v e r d a d —dijo el m u c h a c h i t o — , y es l o q u e
n e c e s i t o . A f o r t u n a d o el p a í s d e l q u e s o n estas a r m a s y este e q u i p a m i e n t o ,
a f o r t u n a d o el país d e l q u e p r o c e d e n " . Y h e a q u í q u e e n t o n c e s C a t h b a d el

217 E d . W i n d i s c h , Irische Texte V', p . 2 7 , e d . C e c i l e O ' R a h i l l y , p . 5, 1 7 6 - 1 8 1 .

2 1 8 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , e n Ogam 1 5 , 1 9 6 3 , p - 1 4 2 -
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
291

d r u i d a e n t r ó e n la t i e n d a y d i j o : " ¿ S o n éstas las a r m a s q u e h a r e c i b i d o ? " .

" A s í es e n v e r d a d " , r e s p o n d i ó C o n c h o b a r . " N o d e s e a r í a q u e el h i j o d e t u
m a d r e las e m p u ñ a s e e n este d í a " , d i j o C a t h b a d . " ¿ Q u é es e s t o ? ¿ N o e r e s
tú q u i e n le h a e n s e ñ a d o ? " , p r e g u n t ó C o n c h o b a r . " E n v e r d a d q u e n o h e
sido yo", dijo C a t h b a d . " ¿ Q u é te o c u r r e , e n a n o d e m o n í a c o ? —espetó
Conchobar—, ¿ n o s has m e n t i d o ? " . A l o q u e el m u c h a c h i t o respondió:
" N o seas m a l o , o h , p a d r e m í o C o n c h o b a r , p u e s h a s i d o él m i s m o quien
m e h a e n s e ñ a d o , ya q u e u n a l u m n o h a p r e g u n t a d o c u á l e r a el s i g n o d e l d í a
y él h a r e s p o n d i d o q u e si u n m u c h a c h o e m p u ñ a r a las a r m a s h o y , s e r í a b r i -
llante y célebre, p e r o q u e su vida sería corta y n o d u r a r í a " . "Así lo c r e o .
Serás brillante y serás célebre; t u vida será breve y de corta d u r a c i ó n " , dijo
C a t h b a d . " G r a n d e es l a c e l e b r i d a d . A u n c u a n d o n o p e r m a n e c i e s e s i n o u n
s o l o d í a y u n a n o c h e e n el m u n d o , c o n tal q u e m i s h i s t o r i a s y m i s viajes
p e r d u r e n d e s p u é s d e m í " . " B i e n , o h , m u c h a c h o , s u b e a e s e c a r r o , p u e s es
2 1 9
p a r a t i el m i s m o s i g n o " » .

C a t h b a d e l d r u i d a p r e d i j o a su e s p o s a N e s s q u e su h i j o C o n c h o b a r
sería rey d e l U l s t e r , a u n q u e c o n u n a c o n d i c i ó n :

« S i estuviese e n t u m a n o , o h , m u j e r —dijo C a t h b a d — , q u e el h i j o q u e
llevas e n t u s e n o n o n a c i e s e a n t e s d e m a ñ a n a p o r la m a ñ a n a , s e r í a r e y d e l
2 2 0
U l s t e r y d e t o d a I r l a n d a , y su n o m b r e viviría e t e r n a m e n t e » .

P e r o a n t e s d e la p r e d i c c i ó n d e C a t h b a d a N e s s , h a b í a h a b i d o o t r a
c u y o s a u t o r e s n o se n o m b r a n , q u e p r e v e í a el s i n c r o n i s m o d e l n a c i -
m i e n t o d e C o n c h o b a r y el d e C r i s t o :

« H e r m o s a f u e e n v e r d a d la d i g n i d a d q u e n a c i ó c o n él, a s a b e r , Con-
c h o b a r . E s t o e r a m u y c o n v e n i e n t e , p u e s n a c i ó e n el m o m e n t o e n que
C r i s t o nacía. Siete adivinos h a b í a n p r e d i c h o siete a ñ o s antes de su n a c i -
m i e n t o q u e se p r o d u c i r í a u n n a c i m i e n t o i l u s t r e al m i s m o t i e m p o q u e el d e
C r i s t o s o b r e la p i e d r a e n la q u e n a c i ó C o n c h o b a r , y q u e s u n o m b r e s e r í a
2 2 1
ilustre en I r l a n d a » .

219 Tain BoOlúálnge, v e r s i ó n d e l Libro de Leinster, a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J .

G u y o n v a r c ' h , Lesexploitsd'enfance de Cuchulainn, e n Ogam II, 1959» P P - 3 2 6 - 3 2 7 -
2 2 0 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La naissancede Conchobar, e n
Ogam 1 2 , p . 238.
221 l a naissance de Conchobar, v e r s i ó n d e l Libro de Leinster, e n Ogam II, p . 5 8 . Conchobar
m u e r e d e c ó l e r a al e n t e r a r s e d e la c r u c i f i x i ó n d e J e s u c r i s t o ; v é a s e Ogam IO, p p .
135-137-
292 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

H a y q u e m e n c i o n a r t a m b i é n , e n el r e l a t o de la Batalla de MagMucrima, la
r e l a c i ó n detallada d e l n a c i m i e n t o d e l g r a n rey de I r l a n d a Fiacha M u i -
l l e t h a n ( « e l d e la C a b e z a A n c h a » ) . V e r e m o s p o r q u é este rey, n a c i d o d e
u n r e y y d e la h i j a d e u n d r u i d a , lleva ese a p o d o : el d r u i d a p i d i ó a su h i j a
q u e el n a c i m i e n t o t u v i e s e l u g a r u n d í a m á s t a r d e d e l o q u e la n a t u r a l e z a
h a b í a p r e v i s t o p a r a q u e el n i ñ o fuese la f u e n t e d e u n l a r g o e i l u s t r e l i n a j e
r e a l . E s t a h i j a d e d r u i d a es, p o r o t r a p a r t e , el c o c h e r o d e s u p a d r e , l o
m i s m o q u e D e c h t i r e , h e r m a n a del rey del U l s t e r , C o n c h o b a r , es el
c o c h e r o d e s u h e r m a n o . A d e m á s , el d r u i d a es c i e g o , l o q u e h a c e su
videncia particularmente aguda:

« E o g a n fue el d í a a n t e r i o r a la b a t a l l a a casa d e D i l , h i j o d e Maccu

C r e c g a d ' O s s o r y . E s t e vivía c e r c a d e D r u i m D i l . E r a d r u i d a y c i e g o . " V e n
c o n m i g o p a r a satirizar a los h o m b r e s y e n c a n t a r l o s " , dijo E o g a n . " B i e n " ,
r e s p o n d i ó él. " I r é c o n t i g o , o h , p a d r e b i e n a m a d o " , dijo su hija. Ella era
soltera p o r e n t o n c e s , y era M o n c h a , hija de Dil. S u hija era su c o c h e r o .

L l e g a r o n e n t o n c e s a M a g G l i a c h . E l d r u i d a s a b í a s i n e m b a r g o , p o r las
palabras de Eogan, q u e estaba p e r d i d o . "Bien, o h , E o g a n , ¿dejarás u n a
p o s t e r i d a d ? " , p r e g u n t ó el d r u i d a . " N o será m u y g r a n d e " , dijo Eogan.
" E s t á b i e n , h i j a m í a —dijo Dil—, d u e r m e c o n E o g a n p a r a s a b e r si la r e a l e z a
de M u n s t e r saldrá de m í para siempre".

P r e p a r a r o n u n l e c h o p a r a la p a r e j a . La d e s c e n d e n c i a e n g e n d r a d a fue
b u e n a , a saber, Fiacha Muillethan, hijo de E o g a n . Este Fiacha t a m b i é n
t e n í a c o m o a p o d o FerDaLiach ( « e l h o m b r e d e las d o s p e n a s » ) , es d e c i r , q u e
s u p a d r e m u r i ó al d í a s i g u i e n t e al d e s u c o n c e p c i ó n , y s u m a d r e m u r i ó el
día e n q u e n a c i ó él. C a d a u n o d e esos a c o n t e c i m i e n t o s fue u n a p e n a . P o r
e s o l e l l a m a n FerDa Liach.

L e l l a m a r o n F i a c h a M u i l l e t h a n ( « e l d e la C a b e z a A n c h a » ) a c a u s a d e
esto: los d o l o r e s del a l u m b r a m i e n t o s o r p r e n d i e r o n a M o n c h a , hija d e Dil,
e n el v a d o d e N e m t h i u , j u n t o al r í o S u i r . " N o s e r í a b u e n o q u e n o d i e s e s a
l u z m a ñ a n a p o r la m a ñ a n a " , d i j o s u p a d r e . " S i f u e s e así, s u d e s c e n d e n c i a
v i v i r í a e n I r l a n d a p a r a s i e m p r e " , d i j o el d r u i d a . " E n v e r d a d q u e si n o sale
p o r m i c o s t a d o , n o e n c o n t r a r á o t r o c a m i n o " , dijo ella.

M o n c h a fue e n t o n c e s al a g u a . H a y u n a p i e d r a e n m i t a d d e l v a d o . Se
colocó sobre aquella p i e d r a . "Ella m e retiene", dijo. Y p e r m a n e c i ó así
i n m ó v i l h a s t a la t e r c e r a h o r a d e l d í a s i g u i e n t e . " E n v e r d a d es t i e m p o " , d i j o
su p a d r e . Se o c u p a r o n d e ella, y ella m u r i ó . L a cabeza d e l n i ñ o estaba a p l a -
n a d a p o r la t i e r r a . F u e p o r e s o p o r l o q u e le l l a m a r o n F i a c h a M u i l l e t h a n .
2 2 2
E l es el p a d r e d e t o d o s l o s E o g a n a c h t » .
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
293

U n a v e r s i ó n d e l Exilio de los hijos de Uisnech, r e c o g i d a e n u n m a n u s c r i t o

q u e n o es a n t e r i o r a m e d i a d o s d e l s i g l o XVII, o m i t e el b a u t i s m o d e D e i r -
d r i u . P e r o esta v e r s i ó n n o s o f r e c e u n a d e s c r i p c i ó n m u c h o m á s c o m p l e t a
d e las p r e d i c c i o n e s d r u í d i c a s . E l e s t i l o es r e d u n d a n t e y p r o l i j o , como
s u e l e s u c e d e r c o n t o d a s las t r a n s c r i p c i o n e s q u e n o s h a n l l e g a d o e n i r l a n -
dés p r e m o d e r n o . S i n e m b a r g o , el c o n t e n i d o es t r a d i c i o n a l , m u c h o m á s
a n t i g u o q u e l o s r a s g o s l i n g ü í s t i c o s y estilísticos d e l t e x t o :

« U n a v e z C o n c h o b a r , h i j o d e F a c h t n a , r e y d e l U l s t e r , y l o s n o b l e s d e la
R a m a R o j a f u e r o n a u n f e s t í n e n casa d e F e i d h l i m , h i j o d e D o l í , el p r i m e r
c u e n t i s t a d e l r e y . Y el rey y s u s g e n t e s d i s f r u t a r o n a l e g r e s d e l f e s t í n e n casa
d e l p r i m e r c u e n t i s t a , c o n la d u l c e m ú s i c a d e l o s m ú s i c o s , c o n la v o z m e l o -
d i o s a d e l o s b a r d o s y l o s d o c t o r e s , c o n las d e l i c i a s d e la e l o c u e n c i a y las
a n t i g u a s l e y e n d a s d e l o s s a b i o s y d e a q u e l l o s q u e l e e n las a n t i g u a s m u e s c a s
h e c h a s e n las p i e d r a s y los l i b r o s , c o n las p r e d i c c i o n e s d e los d r u i d a s y
a q u e l l o s q u e r e c u e n t a n la l u n a y l a s e s t r e l l a s . A l a h o r a e n q u e t o d a l a a s a m -
b l e a s e e n c o n t r a b a a l e g r e , s u c e d i ó q u e la m u j e r d e F e i d h l i m t r a j o a l m u n d o
a u n a h e r m o s a h i j a , d u r a n t e el f e s t í n . C a t h f a i d el A m a b l e , j e f e d e l o s d r u i -
d a s d e I r l a n d a , se l e v a n t ó a p r e s u r a d a m e n t e , p u e s e s t a b a e n la a s a m b l e a e n
a q u e l m o m e n t o c o n u n p a q u e t e d e l i b r o s m á g i c o s e n la m a n o izquierda.
S a l i ó h a s t a el l í m i t e d e l p a t i o y se p u s o a o b s e r v a r y a e s c r u t a r profunda-
m e n t e l a s n u b e s d e l a i r e , l a p o s i c i ó n d e l a s e s t r e l l a s y la f a s e d e l a l u n a , p a r a
p r e d e c i r y c o n o c e r el d e s t i n o r e s e r v a d o a la n i ñ a q u e a c a b a b a d e n a c e r .
C a t h f a i d v o l v i ó e n t o n c e s a n t e t o d a a q u e l l a g e n t e y, e n p r e s e n c i a d e l r e y ,
p r o n u n c i ó e l ornen y l a p r o f e c í a d e q u e v e n d r í a a la p r o v i n c i a d e l U l s t e r
m u c h a s h e r i d a s y d e s t r u c c i ó n a causa d e la n i ñ a q u e a c a b a b a d e nacer
2 2 3
allí» .

C o n t r a s t a n d o c o n u n a n o t a m o d e r n a exagerada sobre los « l i b r o s

m á g i c o s » y la i n g e n u i d a d d e c u e n t i s t a s o b r e la h i j a q u e n a c e d u r a n t e el

222 E d . W h i t l e y S t o k e s , The Battle of Mag Mucnma, e n Revue Celtique 1 4 , p p . 4 5 0 - 4 5 2 .

223 E d . D o u g l a s H y d e , D e i r d r e , e n Zgitschrift für Celtische Philologie 2 , p p . 1 3 8 - 1 5 5 . L a s
:
i n d i c a c i o n e s r e l a t i v a s al m a n u s c r i t o s o n m u y s u c i n t a s e n H y d e , p . I 3 9 «Jf is ( e l
texU>y-tontained in one of the six unnumbered Irish MSS, now in the Belfast Museum ( H y d e e s c r i b í a
e n 1 8 9 9 ) , and is bound up with a versión of the Tain Bo Chuailgne copied by the same scribe, and a
number of Irish poems, sermons, elegies and grammatical tracts, in several handwritings, none olderthan
the middle of the 1 yth ventury. Neither the date of writing ñor the ñame of the scribe who copied this MS. is
given, buthe was certainly Samuel Bryson, Mac Brisi or Briosain, as he variously writes his ñame, in whose
possession Ibelive all these MSS. once were». Es e x a c t a m e n t e el e j e m p l o d e l r e l a t o a r c a i c o
d e t r a n s c r i p c i ó n t a r d í a , c u y a c o n s e r v a c i ó n se d e b e a la t r a d i c i ó n o r a l .
294 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS DRUIDAS

f e s t í n , el e s t i l o d e l t e x t o , la t o r p e z a , i n c l u s o p r o l i j a , d e la e x p r e s i ó n , s o n
i n d i c i o s , n o d e su a n t i g ü e d a d , s i n o d e la a u t e n t i c i d a d d e la r e d a c c i ó n
i n i c i a l d e esta v e r s i ó n « p o p u l a r » . T o d o c o n t r i b u y e a d e s c r i b i r n o s así l o s
s e r v i c i o s c o t i d i a n o s q u e se r e q u e r í a n d e e s o s p r a c t i c a n t e s d e l s a b e r q u e
e r a n l o s d r u i d a s y q u e a v e c e s c o n c e d í a n p o r i n i c i a t i v a p r o p i a , s i n q u e se
los h u b i e r a n solicitado.
L a p r e d i c c i ó n estaba t a n p r o f u n d a m e n t e a n c l a d a e n l o s h á b i t o s s o c i a -
les d e la a n t i g u a I r l a n d a q u e p a s ó al c r i s t i a n i s m o . L o s d r u i d a s c o l a b o r a n
c o n la o b r a d e t r a n s i c i ó n , y t a m b i é n o t r o s q u e n u n c a c o n o c i e r o n el b a u -
t i s m o n i la e u c a r i s t í a . L a v i d a d e s a n C o l u m b a , r e d e s c u b i e r t a p o r W h i t l e y
S t o k e s e n 1 8 9 6 e n u n m a n u s c r i t o d e la B o d l e i a n a , a t r i b u y e a P a t r i c i o y a
o t r o eclesiástico de alto r a n g o , S e n - M o c h t a L u g m a i d , d e c a n o de los
s a c e r d o t e s d e I r l a n d a , p r o f e c í a s a n u n c i a n d o c o n d o s siglos d e a n t e l a c i ó n
el n a c i m i e n t o d e l i l u s t r e s a n t o q u e , c o m o D a v i d y j e s ú s , es d e l i n a j e r e a l .
P e r o la p r e d i c c i ó n se a t r i b u y e a u n p e r s o n a j e t a n p o c o c r i s t i a n o c o m o
F i n n , el j e f e d e l o s fianna. Y la a s c e n d e n c i a d e l s a n t o t a m p o c o es m á s
cristiana:

« N o sólo los santos d e I r l a n d a y los patriarcas q u e h a b í a n recibido de

D i o s el d o n d e p r o f e t i z a r p r e d i j e r o n la v e n i d a d e G o l u m C i l l e , t a m b i é n
c i e r t o s d r u i d a s y p e r s o n a s q u e n o t e n í a n fe p r e d i j e r o n q u e v e n d r í a m u c h o
t i e m p o antes d e su n a c i m i e n t o . G o m o p r u e b a de ello, F i n n m a c Cumail
p r o f e t i z ó q u e v e n d r í a c u a n d o s o l t ó a B r a n , el c é l e b r e p e r r o q u e t e n í a c o n
él, a la caza d e l g a m o e n G l e n n G o l u m C i l l e . E l p e r r o n o s i g u i ó al g a m o a
través d e l r í o d e l valle. A t o d o s les p a r e c i ó e x t r a ñ o q u e el p e r r o , q u e n u n c a
h a b í a dejado escapar u n a presa, hiciera aquello. F i n n consultó e n t o n c e s su
o r á c u l o y h a b l ó p o r e s p í r i t u d e p r o f e c í a , a u n q u e n o t e n í a fe, d i c i e n d o :
" N a c e r á u n m u c h a c h o e n el n o r t e d e este p a í s , y s u n o m b r e s e r á Golum
G i l l e . S e r á el d é c i m o d e s c e n d i e n t e d e C o r m a c , n i e t o d e C o n n , y s e r á
t o c a d o p o r la g r a c i a d e D i o s , q u e es u n o y t r i n o , q u e h a s i d o y s e r á . T e n d r á
m u c h o s s a n t u a r i o s e iglesias e n I r l a n d a y e n Escocia, y v e n d r á a q u í p a r a
s i e m p r e . S i B r a n p e r d o n ó al g a m o y n o l o s i g u i ó al o t r o l a d o d e l r í o , f u e
e n s u h o n o r . B e l a c h D a m h a i n fue d e s d e a q u e l d í a y h a s t a h o y el n o m b r e d e
2 2 4
ese l u g a r e n el q u e B r a n m o s t r ó s u c l e m e n c i a h a c i a el g a m o » .

E n o t r o p a s a j e d e la m i s m a v i d a , l o s d r u i d a s h a b l a n c o m o p r o f e t a s
del A n t i g u o T e s t a m e n t o :

224 E d . R . H e n e b r y , The Life of Columb Cille, e n /¿itschriftfür Celtische Philologie 3, p p . 5 4 4 - 5 4 6 .

 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
295

« L o s d r u i d a s d e C o n a l l G u l b a n , h i j o d e N i a l l , el d e l o s N u e v e R e h e -
n e s , p r e d i j e r o n la v e n i d a d e C o l l u m C i l l e a n t e s d e su n a c i m i e n t o : u n d í a
e n q u e C o n a l l estaba d e caza e n G a r t a n , n o s ó l o los p e r r o s d e s u j a u r í a n o
h i c i e r o n n i h e r i d a n i m a l a la p r e s a , s i n o q u e se p u s i e r o n a j u g a r c o n ella.
C o n a l l se s o r p r e n d i ó , p u e s c o m p r e n d í a q u e a q u e l l o e r a enormemente
c o n t r a n a t u r a . P r e g u n t ó a l o s d r u i d a s q u e e s t a b a n c o n él la r a z ó n d e a q u e -
l l o . " L o s a b e m o s — d i j e r o n los druidas—. N a c e r á u n h i j o d e t u raza e n el
l u g a r e n el q u e estás a h o r a y s e r á el t e r c e r d e s c e n d i e n t e q u e v e n d r á d e t i . S u
n o m b r e s e r á C o l l u m C i l l e y v e n d r á c o l m a d o p o r la g r a c i a d e l D i o s ú n i c o
d e t o d o s los p o d e r e s y d e t o d o s los e l e m e n t o s . El b e n d e c i r á este lugar y será
una protección y u n santuario para cualquiera que quiera venir aquí. H a
s i d o e n h o n o r a ese n i ñ o y a la p r o t e c c i ó n q u e g a r a n t i z a r á a t u p a í s p o r l o
q u e t u s p e r r o s , C o n a l l , h a n d e m o s t r a d o c l e m e n c i a h a c i a la p r e s a e n el
2 2 5
l u g a r d o n d e él n a c e r á " , d i j e r o n los d r u i d a s » .

L a r e p e t i c i ó n d e la a n é c d o t a t i e n e l u g a r e n el m i s m o m a r c o c o n c e p -
t u a l i n d e s t r u c t i b l e d e l d r u i d a q u e a c o n s e j a al r e y y l e i n f o r m a d e l v a l o r
p r o f é t i c o d e u n a c o n t e c i m i e n t o i n s ó l i t o o m a r a v i l l o s o . P o r l o q u e se v e ,
el s a n t o h a r e e m p l a z a d o al d r u i d a : n o p o d í a , p o r t a n t o , h a c e r n i m e n o s
n i d e o t r a f o r m a q u e é l . E l h o m e n a j e r e n d i d o así a l o s d r u i d a s p o r u n o s
s u c e s o r e s ya l e j a n o s p r o b a b l e m e n t e n o es v o l u n t a r i o . E n t o d o c a s o , n o
carece de significación.
E l a u t o r d e la Vida tripartita de san Patricio, M u i r c h u , t i e n e u n a i d e a a ú n
más elevada del p o d e r de los d r u i d a s e n materia de profecías. D e h e c h o ,
s e g ú n é l , p r e d i c e n al rey L o e g a i r e , e n c u y o r e i n a d o se p r o d u c e el a c o n -
t e c i m i e n t o , la l l e g a d a d e s a n P a t r i c i o ( ¡ M u i r c h u es u n o s c u a n t o s s i g l o s
m á s j o v e n ! ) . L a e x p r e s i ó n y el estilo s o n e l í p t i c o s , y l o s v e r s o s d e la p r e -
dicción, más monásticos que druídicos y más p o b r e s que cristianos, n o
se d e s v í a n d e la o r i e n t a c i ó n g e n e r a l d e l o s t e x t o s p r e c e d e n t e s :

« V e n d r á u n a cabeza afeitada p o r el m a r b e l i c o s o ;
su m a n t o e s t a r á a g u j e r e a d o p o r a r r i b a , su b a s t ó n será c u r v o e n la c i m a .
T e n d r á s u m e s a al este d e s u casa.
. . T o d a s u f a m i l i a le r e s p o n d e r á
2 2 6
Amén, a m é n » .

225 Ibid., p . 5 4 8 .
226 Vitae Sancti Patricii, parsprima, e d . K a t h l e e n M u l c h r o n e , Bethu Phatraic, The Tripartite Life of
Patrick, D u b l í n , 1 9 3 9 , p . 2 2 .
296 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

5 . 2 . L A ALABANZA Y LA REPROBACIÓN. L A SÁTIRA Y SUS CONSECUENCIAS

Para evitar c u a l q u i e r e q u í v o c o , r e c o r d a r e m o s los textos a n t i g u o s relati-
v o s a l a G a l i a . E s t r a b ó n , e n s u Geografía ( I V , 4 ) , n o p r o p o n e s i n o u n a
definición m u y breve: « L o s bardos son poetas cantores». Pero D i o d o r o
d e S i c i l i a (Historia V , 3 1 , 2 ) es m á s p r e c i s o : « E n t r e e l l o s se e n c u e n t r a n
asimismo poetas líricos que ellos l l a m a n bardos. Estos poetas cantan c o n
el a c o m p a ñ a m i e n t o d e i n s t r u m e n t o s s e m e j a n t e s a l a l i r a ; c e l e b r a n a
u n o s personajes e infaman a o t r o s » * . El bardo galo t a m b i é n tenía pues
la d u a l i d a d del file i r l a n d é s , q u e , c o m o s a b e m o s , se e n c a r g a b a d e la a l a -
b a n z a y la r e p r o b a c i ó n .
P u e s la f u n c i ó n d e l b a r d o t i e n e d o b l e e f e c t o y es o r i e n t a b l e e n d o s
d i r e c c i o n e s o p u e s t a s . A e l l a le d e b e s u c o n d i c i ó n d e p o e t a a c r e d i t a d o ,
a u t o r d e u n a p o e s í a c o r t e s a n a q u e le r e p o r t a , l o m i s m o a n t e B i t u i t o e n
G a l i a , s e t e n t a a ñ o s a n t e s d e la c o n q u i s t a , q u e e n l o s p r i n c i p a d o s galeses
d e l a a l t a E d a d M e d i a , g l o r i a , h o n o r e s y b e n e f i c i o s . E l b a r d o a l a b a al
p r í n c i p e al q u e está v i n c u l a d o y r e p r u e b a a l o s e n e m i g o s q u e i n t e n t a n
p e r j u d i c a r l e . A u n q u e t a m b i é n r e p r u e b a a su p r í n c i p e si se c o n d u c e m a l .
I r l a n d a y e l P a í s d e G a l e s n o s h a n d e j a d o b a s t a n t e s t e s t i m o n i o s d e esta
p o e s í a o f i c i a l c o m o p a r a q u e n o t e n g a m o s q u e t e m e r la i n e x a c t i t u d d e la
definición.
H a b i d a c u e n t a d e l o s v í n c u l o s q u e u n e n al d r u i d a y al rey, la a l a b a n z a
es i n f i n i t a m e n t e m á s f r e c u e n t e q u e l a r e p r o b a c i ó n , q u e se m a n i f i e s t a
e x t e r i o r m e n t e a través d e la sátira. P e r o l o q u e a l o s m o d e r n o s s u e l e c o s -
t a r l e s m u c h o c o m p r e n d e r es q u e l a sátira, a u n q u e e x p r e s a d a e n m e t r o s
p o é t i c o s , n o es s i m p l e p o e s í a : es p o e s í a , q u é d u d a c a b e , p e r o r e l a t i v a al
encantamiento, mágica, sentencia pronunciada por u n druida contra
u n i n d i v i d u o q u e t r a n s g r e d e u n a r e g l a d e su E s t a d o . A d i f e r e n c i a d e la
a l a b a n z a , p u e d e s e r e s c r i t a y, p o r esta r a z ó n , e n la d e s v i a c i ó n i r l a n d e s a ,
p e r t e n e c e al q u e t i e n e la p o t e s t a d d e h a c e r u s o d e la e s c r i t u r a , e l v i d e n t e
y el m a g o q u e es el file.
H e a q u í , s e g ú n e l r e l a t o d e la Batalla de Mag Tured, e n q u é o c a s i ó n f u e
p r o n u n c i a d a la p r i m e r a sátira d e I r l a n d a :

« U n p o e t a v i n o u n a vez a casa d e B r e s p a r a r e c i b i r s u h o s p i t a l i d a d . E r a
C o i r p r e , h i j o d e E t a n , p o e t a d e los T u a t h a D é . L l e g ó a u n a casita e s t r e c h a
y n e g r a e n la q u e n o e n c o n t r ó n i f u e g o n i servicio n i c a m a . L e t r a j e r o n tres

* L a s t r a d u c c i o n e s e s p a ñ o l a s : E s t r a b ó n , op. cit, p . l8l; y D i o d o r o d e S i c i l i a , op. ext.,

p . 275 [ N . d e l T . ] .
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
297

p a n e c i l l o s e n u n p l a t o y e s t a b a n s e c o s . C u a n d o se l e v a n t ó , a la m a ñ a n a
s i g u i e n t e , n o estaba c o n t e n t o . C u a n d o c r u z a b a el p a t i o , d i j o :
"Sin alimento r á p i d a m e n t e servido en u n plato,
sin l e c h e d e vaca p a r e h a c e r c r e c e r a u n b e c e r r o ,
s i n a b r i g o h u m a n o e n l a o s c u r i d a d d e la n o c h e ,
s i n p o d e r p a g a r a u n a t r o u p e d e c u e n t i s t a s , q u e así sea la p r o s p e r i d a d
[de Bres."
" N o hay r i q u e z a e n casa d e B r e s " , d i j o . M a s e r a v e r d a d . B r e s n o c o n o -
c i ó s i n o la r u i n a a p a r t i r d e ese m o m e n t o . Y ésta fue la p r i m e r a s á t i r a q u e
2 2 7
se h i z o e n I r l a n d a » .

E l rey Bres p u e d e sentirse a f o r t u n a d o de salir tan b i e n l i b r a d o , sin

p e r c a n c e m a t e r i a l g r a v e n i i n v a l i d e z f í s i c a . E s c i e r t o q u e esta s á t i r a e r a
u n a t r a m p a : su i n t e n c i ó n e r a o b l i g a r l e a a b a n d o n a r el t r o n o d e I r l a n d a
y, e f e c t i v a m e n t e , t u v o q u e r e n u n c i a r a é l . U n rey d e C o n n a u g h t , C a i e r ,
q u e s i n e m b a r g o n o h a b í a c o m e t i d o n i n g u n a falta p r o f e s i o n a l , c o m o n o
fuese la d e ser e n g a ñ a d o p o r su e s p o s a , n o t u v o t a n t a s u e r t e . C o m o c o n -
s e c u e n c i a d e la s á t i r a d e su s o b r i n o N é d é , q u e e r a a la v e z c r i m i n a l ,
u s u r p a d o r y a d ú l t e r o , v i o a p a r e c e r e n su c a r a t r e s g r a n o s , f o r ú n c u l o s o
a b s c e s o s , y t u v o q u e a b d i c a r y h u i r . D e s p u é s , el file o c u p ó el l u g a r d e l rey
y r e i n ó d u r a n t e u n a ñ o . P e r o , p a s a d o ese p l a z o , u n a e s p e c i e d e j u s t i c i a
i n m a n e n t e c a s t i g ó l o s t r e s p e c a d o s d e l d r u i d a (véase la t r a d u c c i ó n d e l
t e x t o y su a n á l i s i s t r i f u n c i o n a l e n las p á g i n a s 1 8 1 - 1 8 3 ) , p o r m u y d r u i d a y
satirista q u e f u e s e . Y l o q u e p a g a c o n la v i d a es t a n t o u n glam dicinn f r a u -
d u l e n t o c o m o el t r o n o y la m u j e r u s u r p a d o s . L a t e n t a c i ó n f e m e n i n a es,
para u n d r u i d a , u n a circunstancia agravante y n o u n a excusa, pues, en
I r l a n d a , r e a l o n o , u n a d u l t e r i o n u n c a es u n a s i t u a c i ó n d e v o d e v i l . E l
d r a m a n o i m p i d e q u e la t r a m a d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s sea c l á s i c a y
m o n ó t o n a : d e m a n d a r , r e c h a z o , sátira y m u e r t e .

227 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 0 . E l v o c a b u l a r i o t é c n i c o d e la s á t i r a i r l a n d e s a h a

s i d o ' e s t u d i a d a p o r F . N . R o b i n s o n , Satirists and Enchanters in Early Irish Literature, e n Stu-
dies in the History ofReligionspresentedtoHowellToy, N u e v a Y o r k , 1912, p p . 9 5 - 1 3 0 . S o b r e
la s á t i r a e n g e n e r a l , v é a s e R . C . E l l i o t , The Power of Satire: magic, ritual, art, N u e v a J e r -
sey, 19&O, 3 0 0 p á g i n a s ; D o n a l d W a r d , On thepoets andpoetry ofthe Indo-Europeans, en
_
Journal of Indo-European Studies 1/2, 1973> P P - I 2 7 I 4 4 - S o b r e el n o m b r e d e l corrguinech
y d e l glam dicinn, v é a s e la n o t a e t i m o l ó g i c a (ya c i t a d a m á s a r r i b a ) e n Ogam 1 6 , p p .
4 4 1 - 4 4 6 y 17, 1 4 3 - 1 4 4 -
298 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

O t r o s g r a n o s l l e v a n a la m u e r t e a la v í c t i m a y a l o s c u l p a b l e s :

« G u a n d o A i t h i r n e Ailgesach y sus d o s hijos, G u i n g e d a c h y A p a r t a c h

e s c u c h a r o n q u e la j o v e n i b a a s e r p r e s e n t a d a a C o n c h o b a r , fueron a
d e m a n d a r l e s u s f a v o r e s . P e r o , c u a n d o la v i e r o n , l o s t r e s se e n a m o r a r o n d e
ella, y t a n g r a n d e e r a su d e s e o q u e h u b i e s e n p r e f e r i d o m o r i r a n o p o d e r
u n i r s e a ella. U n o tras o t r o , los tres le s u p l i c a r o n , d i c i e n d o a d e m á s q u e
l a n z a r í a n un glam dicinn c o n t r a e l l a si n o a c c e d í a a t e n e r r e l a c i o n e s c o n e l l o s .

L a j o v e n r e s p o n d i ó : " N o es p r u d e n t e p o r v u e s t r a p a r t e d e c i r e s o , p u e s
s o y l a e s p o s a d e C o n c h o b a r " . " N o p o d r e m o s s e g u i r v i v o s si n o n o s u n i m o s
a t i " , d i j e r o n e l l o s . L a j o v e n se n e g ó a d o r m i r c o n e l l o s . H i c i e r o n e n t o n -
ces t r e s sátiras c o n t r a ella y d e j a r o n s o b r e sus m e j i l l a s t r e s g r a n o s : V e r -
güenza, Mancilla y Fealdad, n e g r o , r o j o y b l a n c o . La j o v e n m u r i ó de ver-
2 2 8
güenza» .

H e a q u í c ó m o el p r i m e r d r u i d a d e l U l s t e r , C a t h b a d , e v a l ú a las c a p a -
c i d a d e s d e su e x i g e n t e y v e n g a t i v o c o l e g a :

« C a t h a b a d d i j o e n t o n c e s : " ¡ A i t h i r n e te e n v i a r á b e s t i a s salvajes: S á t i r a ,
M a n c i l l a y V e r g ü e n z a , M a l d i c i ó n , F u e g o y P a l a b r a A m a r g a ! E l es q u i e n
t i e n e a los seis h i j o s d e D e s h o n o r , a s a b e r : A v a r i c i a , R e c h a z o , N e g a t i v a ,
2 2 9
D u r e z a , R i g o r y C o d i c i a , y t o d o s h a r á n la g u e r r a c o n t r a t i " » .

P o r lo demás, p o c o s , incluso entre los reyes, p e n s a b a n resistírsele:

« H e a q u í q u e A i t h i r n e fue d e s p u é s a n t e el rey d e M u n s t e r , Tigernach

T é t b u i l l e c h . N o a c e p t ó n a d a p o r s u h o n o r , e x c e p t o q u e la r e i n a d u r m i e s e
c o n él a q u e l l a n o c h e , o b i e n el h o n o r d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a q u e d a r í a
p e r d i d o p a r a s i e m p r e . Y a q u e l l a n o c h e e n q u e la m u j e r se a c o s t ó f u e la
m i s m a e n q u e ella d u r m i ó c o n A i t h i r n e p o r el h o n o r d e su m a r i d o , p a r a
q u e n o lo perdiese.
H e aquí que Aithirne acudió después a Leinster, a A r d Brestine, para
m á s s e ñ a s , al s u r d e M a g Fea. Las g e n t e s d e L e i n s t e r s a l i e r o n a s u e n c u e n -
t r o al s u r d e L e i n s t e r y le p r o p u s i e r o n t e s o r o s y r i q u e z a s p a r a q u e no
e n t r a s e e n el p a í s y n o les causase a f r e n t a . N o les q u e d a r í a r i q u e z a a l g u n a a
a q u e l l o s c o n t r a l o s c u a l e s i b a , si n o l e e n t r e g a b a n u n a d o n a c i ó n . Y n i l a
t r i b u o el p u e b l o q u e l o m a t a s e e n c o n t r a r í a n a d a q u e r e c u p e r a r . Todo

228 TochmarcLuaine ( « E l c o r t e j o d e L u a i n e » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 2 4 .

p . 2 7 8 ; c f r . la n u e v a e d i c i ó n d e L i a m B r e a t n a c h , e n Céltica 1 3 , 1 9 8 0 , p p . 1 - 3 1 .
229 Ibid., p . 280.
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
299

h o m b r e d e b í a e n t r e g a r l e a s u m u j e r , el ú n i c o o j o d e la c a r a , o t e n í a q u e
darle cualquier tesoro o riqueza q u e desease.
H e a q u í s i n e m b a r g o l o q u e se l e h a b í a m e t i d o e n la c a b e z a : p r e s e n t a r
g r a n d e s e x i g e n c i a s a las g e n t e s d e L e i n s t e r p a r a q u e l o m a t a s e n y l o s u l t o -
n i a n o s se e n c a r g a s e n d e v e n g a r l o c o n t r a L e i n s t e r p o r s i e m p r e j a m á s . H i z o
p u e s u n a d e m a n d a a las g e n t e s d e l s u r d e L e i n s t e r , e n B r e s t i n e : n o veía
n i n g ú n t e s o r o n i r i q u e z a q u e p u d i e r a a r r e b a t a r l e s , p u e s la p a l a b r a de
u l t r a j e q u e les d e d i c a r í a l o s a c o m p a ñ a r í a p a r a s i e m p r e . N o p o d r í a n volver
a l e v a n t a r la c a r a a n t e l o s g o i d e l o s si n o l e d a b a n la m e j o r j o y a q u e h a b í a
s o b r e la c o l i n a y d i j o q u e n a d i e e n la c o l i n a s a b í a c u á l e r a esa j o y a n i e n q u é
2 3 0
l u g a r se e n c o n t r a b a » .

E s u n a s u e r t e p a r a la h i s t o r i a d e I r l a n d a , m í t i c a o n o , q u e semejan-
tes c a s o s d e u t i l i z a c i ó n d e la s á t i r a s e a n u n a m i n o r í a , si n o u n a e x c e p -
c i ó n . A i t h i r n e y sus d o s h i j o s a c a b a n s i e n d o a s e s i n a d o s c o n t o d a s u
f a m i l i a , y su casa es i n c e n d i a d a . . .
P e r o s i n sátira n i m a g i a d r u í d i c a , el g r a n o , el f o r ú n c u l o o ú l c e r a s u r -
g í a p o r sí m i s m o e n la c a r a d e l d r u i d a m a l v a d o o del file q u e c o m e t í a u n
error:

« S e n c h a , h i j o d e Ailill, n o p r o n u n c i a b a u n falso j u i c i o sin q u e le s a l i e -

sen tres g r a n o s p o r cada j u i c i o » ,

31
d i c e la i n t r o d u c c i ó n d e l Senchus Mor* . Y , c u a n d o el m a l v a d o g e n i o d e l o s
ultonianos, Bicriu,

« i n t e n t a b a m a n t e n e r e n s e c r e t o s u p e n s a m i e n t o , le salía e n la f r e n t e un
f o r ú n c u l o p ú r p u r a , g r a n d e c o m o el p u ñ o d e u n h o m b r e . B i c r i u le d e c í a a
2 3 2
C o n c h o b a r : " E s t o saldrá del f o r ú n c u l o esta n o c h e , o h , Conchobar"» .

Otro file, D u b t h a c h , se d e f i e n d e d e la a c u s a c i ó n d e i n j u s t i c i a :

« C e r t i f i c o p o r mis mejillas, cuyo b l a n c o h o n o r n o será mancillado,

2 3 3
q u e el j u i c i o q u e e m i t o es s a n o » .

230 TallandEtair ( « E l a s e d i o d e H o w t h » ) , e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 8, p . 5 0 .

1
23 AncientLavps oflreland I , p . 2 4 .
2 3 2 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La naissance de Conchobar, v e r -
s i ó n A , e n Ogam II, 1 9 5 9 , p . 6 5 .
2 3 3 AncientLawsoflrelandl, p . IO.
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S
3°o

N i l o s g r a n d e s n o m b r e s d e la clase s a c e r d o t a l e s c a p a n a las s a n c i ó n d e
sus e v e n t u a l e s faltas, y p a r e c e q u e , p a r a el l e g i s l a d o r m e d i e v a l , h e r e d e r o
d e l e j a n o s p r e d e c e s o r e s a n t i g u o s , e l f a l s o j u i c i o es a l g o a e v i t a r a c u a l -
q u i e r p r e c i o . E l p ú b l i c o y el r e o d i s p o n e n , d e t o d a s m a n e r a s , d e m e d i o s
c ó m o d o s p a r a v e r i f i c a r la p e r t i n e n c i a d e l j u i c i o q u e les a t a ñ e :

« A n t e s d e la v e n i d a d e P a t r i c i o h u b o r e v e l a c i o n e s c l a r a s : c u a n d o l o s
j u e c e s se a p a r t a b a n d e l a v e r d a d n a t u r a l l e s a p a r e c í a n f o r ú n c u l o s e n la c a r a .
P r i m e r o le a p a r e c i ó u n f o r ú n c u l o e n la m e j i l l a d e r e c h a a S e n M a c A i g e
cuando emitió un mal juicio. Pero desapareció cuando emitió u n juicio
exacto.
C o n n l a n o volvió a e m i t i r u n j u i c i o falso p o r la g r a c i a d e l Espíritu
S a n t o q u e estaba e n él.
Sencha, hijo de C o l C l u i n , n o emitía j a m á s u n juicio sin haberlo lle-
v a d o e n su s e n o la n o c h e a n t e r i o r . C u a n d o F a c h t n a , su h i j o , e m i t í a u n j u i -
c i o f a l s o , si e r a t e m p o r a d a d e f r u t a s , t o d o s l o s f r u t o s d e l t e r r i t o r i o e n e l
q u e se e n c o n t r a b a c a í a n e n u n a n o c h e ; s i e r a t e m p o r a d a d e l e c h e , l a s v a c a s
se l a n e g a b a n a l o s t e r n e r o s . P e r o si d a b a u n j u i c i o e x a c t o , l a s f r u t a s e s t a b a n
e n p e r f e c t o e s t a d o e n los á r b o l e s . A c a u s a d e e s t o r e c i b i ó el a p o d o de
Fachtna Tulbrethach.

S e n c h a , hijo d e Ailill, j a m á s p r o n u n c i ó u n j u i c i o falso s i n q u e tres

f o r ú n c u l o s le s a l i e s e n e n el r o s t r o . F i t h e l p o s e í a la v e r d a d p o r n a t u r a l e z a ,
p u e s n u n c a e m i t í a j u i c i o s falsos. M o r a n n n o p r o n u n c i a b a u n j u i c i o sin l l e -
var u n c o l l a r a l r e d e d o r d e l c u e l l o . C u a n d o p r o n u n c i a b a u n j u i c i o falso, el
c o l l a r le a p r e t a b a el c u e l l o . Si e m i t í a u n j u i c i o e x a c t o , se a f l o j a b a d e n u e v o .

L o s p o e t a s q u e f u e r o n a esa isla, a s a b e r , F e a r g h u s F i a n a c h (este F i a n a c h

v i e n e , s i n e m b a r g o , d e l país d e C i a r r a i g h e L u a c h r a ) , F e r c h e r t n e el p o e t a ,
N e i d h e , h i j o d e A d n a e , h i j o d e U i t h i r , A t h i r n e el R u d o y, a d e m á s , t o d o s
l o s p o e t a s d e I r l a n d a . . . , n i n g u n o d e ellos t e n í a d e r e c h o al p r e m i o del
h o n o r si e m i t í a u n f a l s o j u i c i o . Q u e d a b a e x c l u i d o d e la p r o f e s i ó n y e r a
2
i n c a p a z d e r e a l i z a r e l teinm laegda o e l imbasforosnai» ^.

P u e s la ley i r l a n d e s a , n o o b s t a n t e t a n r e s p e t u o s a d e la o m n i p o t e n c i a
y la l i b e r t a d d e los filíd, p r e v e í a i g u a l m e n t e la s a n c i ó n d e la sátira a b u s i v a
o malvada:

« H a y e n t r e l o s feine s i e t e c l a s e s d e s á t i r a q u e , s e e s t i m a , d a n l u g a r a
c o m p o s i c i ó n : u n a p o d o q u e se p e g a ; la r e c i t a c i ó n d e u n a s á t i r a i n s u l t a n t e

2 3 4 Ibid., p p . 2 2 - 2 4 -
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
30I

e n a u s e n c i a ( d e a q u e l al q u e a p u n t a ) , la s á t i r a d e l r o s t r o ; el r e í r p o r t o d a s
p a r t e s ; b u r l a r s e d e la f o r m a , m a g n i f i c a r u n a t a r a , la s á t i r a c o m p u e s t a p o r
u n b a r d o q u e e s t á a u s e n t e c u a n d o ésta es r e c i t a d a . H a y d o b l e o f e n s a en
p r o p o r c i ó n al r o s t r o q u e es s a t i r i z a d o : u n a p o d o q u e c o n t i e n e la v e r d a d e n
t a n t o q u e sátira, u n a tara q u e d u r a m u c h o t i e m p o . La c o m p o s i c i ó n decla-
2 3 5
r a d a p o r esto a l c a n z a h a s t a la s é p t i m a g e n e r a c i ó n » .

L a s d i s p o s i c i o n e s l e g a l e s q u e r e p r i m e n la sátira a b u s i v a n o s t r a n s m i -
t e n s o b r e t o d o u n a e n s e ñ a n z a c a p i t a l : e n la m e n t a l i d a d d e l l e g i s l a d o r
a n t i g u o o m e d i e v a l , la s á t i r a n o es u n a c a l u m n i a g r a t u i t a o , c o m o e n
n u e s t r a é p o c a —lo q u e v i e n e a ser l o m i s m o — , u n g é n e r o p o é t i c o o l i t e -
r a r i o e s p e c i a l q u e cultiva a la v e z la m a l d a d , e l h u m o r y la i r o n í a . Es ú n i -
c a m e n t e la c o n s t a t a c i ó n d e u n a v e r d a d , u n a b ú s q u e d a d e la j u s t i c i a y ,
p o r esa r a z ó n , n o d e b e n i p u e d e ser r e c i t a d a o c a n t a d a s i n la d o b l e p r e -
s e n c i a d e l q u e la h a h e c h o y a q u e l a q u i e n se d i r i g e .
A l m a r g e n d e a l g u n a s e x c e p c i o n e s q u e c o n f i r m a n la r e g l a , la p a l a b r a
d e l d r u i d a o file es c r e í d a s i n m á s . N o p o d r í a ser d e o t r o m o d o , ya q u e ,
e n g e n e r a l , la f u n c i ó n d e l d r u i d a es la d e a c o n s e j a r al r e y , y la d e l file,
a d i v i n o , j u e z o m é d i c o , es s o b r e t o d o la d e v e l a r p o r su s a l u d , p o r su
b u e n e q u i l i b r i o y su exacta y precisa i n f o r m a c i ó n j u r í d i c a , histórica y
c i e n t í f i c a . P o r e j e m p l o , e n t r e el p r i m e r o de n o v i e m b r e ( S a m a i n ) y el
p r i m e r o d e m a y o ( B e l t a i n e ) , el file F o r g o l l d e b í a c o n t a r c a d a n o c h e u n a
h i s t o r i a a e l e c c i ó n d e l rey M o g a n . C u a n d o , u n a v e z , éste r e b a t i ó un
d e t a l l e n i m i o d e la n a r r a c i ó n , r e c a y ó s o b r e él u n a a m e n a z a d e sátira, d e
la q u e se l i b r ó c o n g r a n d i f i c u l t a d , y q u e h a b r í a p r i v a d o al rey y a la r e i n a
d e s u r e i n o y d e su p r o p i a l i b e r t a d , h a s t a tal p u n t o e r a g r a n d e e l p o d e r
del file:

« E l ^ i í e d i j o q u e le g o l p e a r í a c o n sus s á t i r a s . S a t i r i z a r í a a s u p a d r e , a s u
m a d r e y a s u a b u e l o . C a n t a r í a t a n t o c o n t r a las a g u a s d e l p a í s q u e n u n c a
volverían a pescar peces e n sus estuarios. T a n t o cantaría c o n t r a los b o s q u e s
q u e n o v o l v e r í a n a d a r f r u t o , y t a n t o c o n t r a las l l a n u r a s q u e q u e d a r í a n
2 3 6
estériles de cualquier p r o d u c t o » .

E n o t r a o c a s i ó n , la q u e r e l l a t i e n e u n a c o n t i n u a c i ó n m á s t r á g i c a a ú n
—tan g r a n d e es t a m b i é n la d e p e n d e n c i a n a t u r a l e n t r e e l d r u i d a y el rey—,
p u e s se d e b e a u n a r u p t u r a d e e q u i l i b r i o : la d i f e r e n c i a d e r e l i g i ó n q u e

2 3 5 Ib¡d.,V, p . 228.
236 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 204.
302 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

s e p a r a al r e y c o n v e r t i d o al c r i s t i a n i s m o y al d r u i d a q u e o b e d e c e a la ley
a n c e s t r a l . E l rey p i e r d e la v i d a , v í c t i m a d e la m a g i a d e l d r u i d a , y K e a t i n g ,
q u e c u e n t a la h i s t o r i a , c o m o el d r u i d a t e n í a q u e ser m a l v a d o , e v o c a l o s
d e m o n i o s q u e a s e s i n a n al r e y a i n s t i g a c i ó n d e l d r u i d a :

« U n día q u e G o r m a c estaba e n casa d e C l e i t e a c h , los d r u i d a s e s t a b a n

a d o r a n d o al b e c e r r o d e o r o e n s u p r e s e n c i a y t o d o s lo a d o r a b a n c o m o los
d r u i d a s . M a o i l g h e a n n , el d r u i d a , p r e g u n t ó a G o r m a c p o r q u é n o a d o r a b a
al b e c e r r o d e o r o y a l o s d i o s e s c o m o t o d o s l o s d e m á s . " N o a d o r a r é a u n
o b j e t o q u e h a h e c h o m i p r o p i o a r t e s a n o . S e r í a m e j o r a d o r a r al q u e l o h a
h e c h o , p u e s es m á s n o b l e q u e e l o b j e t o " , r e s p o n d i ó G o r m a c . M a o i l g h e a n n ,
el d r u i d a , a z u z ó al b e c e r r o d e o r o d e tal f o r m a q u e e m p e z ó a s a l t a r e n p r e -
s e n c i a d e t o d o s . " ¿ L o ves, o h , C o r m a c ? " , d i j o M a o i l g h e a n n . " P o r m u c h o
q u e l o vea, s ó l o a d o r a r é al d i o s d e l c i e l o , d e la t i e r r a y d e l i n f i e r n o " , r e s -
pondió Cormac.

D e s p u é s d e e s t o , c o c i n a r o n la c o m i d a d e l r e y y se p u s o a c o m e r un
p e d a z o d e s a l m ó n del B o y n e . E n t o n c e s , los m a l o s espíritus a c u d i e r o n i n s -
t i g a d o s p o r el d r u i d a M a o i l g h e a n n y m a t a r o n al r e y . O t r o s d i c e n q u e f u e
u n a e s p i n a d e p e s c a d o q u e se le a t r a v e s ó e n la g a r g a n t a y le asfixió, p u e s
2 3 7
estaba c o m i e n d o s a l m ó n c u a n d o los d e m o n i o s del aire le a s f i x i a r o n » .

E l b e c e r r o d e o r o es m u c h o m á s b í b l i c o q u e c é l t i c o y la r e s p u e s t a d e
C o r m a c , m u c h o más cristiana q u e i r l a n d e s a : n o hay q u e exigir d e m a -
siado de u n h i s t o r i a d o r - c a n ó n i g o del siglo XVII. P e r o e l r e s t o d e la
a n é c d o t a c o r r e s p o n d e a t o d o l o q u e s a b e m o s d e las t é c n i c a s y las p r e t e n -
s i o n e s d r u í d i c a s . L o s Anuales de Tigernach, q u e s o n m u c h o m á s a n t i g u o s ,
c u e n t a n d e o t r o m o d o el s u c e s o , y n o s i n s o b r i e d a d :

« C o r m a c , nieto de C o n n Cetchathach, m u r i ó en Cletech de Bregia,

u n m a r t e s , d e s p u é s d e q u e u n a e s p i n a d e p e s c a d o se le a t r a v e s a r a e n la g a r -
g a n t a . L o s m a l o s e s p í r i t u s l o m a t a r o n t r a s la t r a i c i ó n d e M a e l c e n n , el
d r u i d a , p u e s C o r m a c se h a b í a a p a r t a d o d e l o s d r u i d a s y a d o r a b a a D i o s e n
s u l u g a r . P o r e s o el d i a b l o lo a t a c ó y le p r o d u j o u n a m u e r t e h o r r i b l e , a
2 3 8
s a b e r , q u e la e s p i n a d e l s a l m ó n n a d a d o r l o m a t ó » .

L o s a d v e r s a r i o s d e C u c h u l a i n n a c a b a n c o n él r e c u r r i e n d o a las s á t i -
ras s u c e s i v a s , y n o m e d i a n t e e l e j e r c i c i o d e s u v a l o r g u e r r e r o . E n t r e s
o c a s i o n e s , u n satirista, e n o t r a s p a l a b r a s , u n d r u i d a , le i n t i m a a s e p a r a r

237 History oflreland II, e d . D i n n e e n , p . 3 4 6 .

2 3 8 W h i t l e y S t o k e s , TheDublin Fragment ofTigernach'sAnnab, e n Revue Celtique 1 8 , p . 3 8 2 .
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
303

a d o s h o m b r e s q u e se e s t á n p e l e a n d o o s i m u l a n h a c e r l o . Cuchulainn
obedece cada vez, c o m o buen militar respetuoso del sacerdocio,
m a t a n d o o dejando fuera de combate a los contendientes. Pero t a m b i é n
c a d a v e z , y b a j o a m e n a z a d e sátira, el file le r e c l a m a su a r m a . D e s p u é s , u n
p r í n c i p e i r l a n d é s lanza c o n t r a él tres jabalinas que alcanzan sucesiva-
m e n t e al rey d e l o s c o c h e r o s d e I r l a n d a , L o e g , c o c h e r o d e Cuchulainn,
al r e y d e l o s c a b a l l o s d e I r l a n d a , el G r i s d e M a c h a , c a b a l l o p r e f e r i d o de
C u c h u l a i n n y , e n ú l t i m o l u g a r , al r e y d e l o s g u e r r e r o s d e I r l a n d a , e l
mismo Cuchulainn:

« D e s p u é s C u c h u l a i n n a t r a v e s ó d e n u e v o el e j é r c i t o d e u n e x t r e m o al
o t r o . L u g a i d t o m ó e n t o n c e s la t e r c e r a j a b a l i n a p r e p a r a d a , q u e e s t a b a j u n t o
a los h i j o s d e C a l a t i n : « ¿ Q u i é n c a e r á a causa d e esta j a b a l i n a , o h , hijos d e
C a l a t i n ? " . " C a e r á u n rey", d i j e r o n los hijos d e C a l a t i n . " O s h e o í d o decir
q u e f u e p o r la j a b a l i n a q u e l a n z ó E r e e s t a m a ñ a n a " . " T a m b i é n es v e r d a d
— r e s p o n d i e r o n — . C a y ó el r e y d e l o s c a b a l l o s d e I r l a n d a , a s a b e r , el G r i s d e
M a c h a " . " L o j u r o p o r el j u r a m e n t o p o r el q u e j u r a m i t r i b u : n o fue p a r a
a s e s i n a r a u n rey p o r l o q u e él g o l p e ó " . L u e g o , L u g a i d l a n z ó la j a b a l i n a
c o n t r a C u c h u l a i n n , y l o a t r a v e s ó , y s u s e n t r a ñ a s se e s p a r c i e r o n s o b r e el
2 3 9
cojín del c a r r o » .

E l c o t e j o d e las tres d e f i n i c i o n e s s i g u i e n t e s , p r o c e d e n t e s d e l Glosario de

O'Davoren, q u e d a t a d e 1 5 6 9 . d e m u e s t r a , a p a r t e d e l a r c a í s m o , la f u e r z a
d e l v í n c u l o q u e existía, e n la m e n t a l i d a d d e l o s i r l a n d e s e s , e n t r e la sátira,
la p o e s í a d e l o s filid, la c i e n c i a y la h e r i d a o la m u e r t e q u e a v e c e s p r o v o -
c a b a . C i t a m o s el t e x t o i r l a n d é s , y n u e s t r a t r a d u c c i ó n es l i t e r a l :

—glonn . i. guin duine. Glinne. i. filidecht, ut est remteitglondglinne. i. nep guin duine achtgurub
glan a dan: « g l o n , e s d e c i r , a s e s i n a t o d e u n h o m b r e . G l i n n e , e s d e c i r ,
p o e s í a , u t est r e m t e i t g l o n d g l i n n e , es d e c i r , n o g o l p e a r a u n hombre
s i e m p r e q u e su a r t e sea p u r o » .
— G l e n . i . t u i r n o f o g h l a i m , u t est

co r u n a i b h atglentis
.i. tuirdis n o foglaindis g u sians
, . « g l e n , es d e c i r , b u s c a r o a p r e n d e r , u t est: a p r e n d í a n c o n m i s t e r i o s , es
decir, buscaban o aprendían con c o m p r e n s i ó n » ;

239 B r i s l e c h M o r M a i g e M u r t h e m n e ( « L a g r a n r u i n a d e la l l a n u r a d e M u r t h e m n e » ) ,
v e r s i ó n d e l L i b r o d e L e i n s t e r , a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n -
v a r c ' h , La mortde Cuchulainn, e n Ogam 1 8 , p . 3 4 9 .
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S
304

— Glinne, .i. breth, ut est acht mad airgeal arglinnech: « G l i n n e , e s d e c i r , j u i c i o , u t e s t :

2 0
a m e n o s q u e n o sea o s c u r o y n o j u r í d i c o » * .

E n u n e p i s o d i o d e la v i d a a r c a i c a d e s a n B e r a c h r e c o p i a d a e n 1 6 2 9
p o r el e r u d i t o M i c h a e l O ' C l e r y a p a r t i r d e u n a f u e n t e a n t i g u a n o i d e n -
t i f i c a d a o d e s a p a r e c i d a , e l s a n t o p r o f e t i z a al r e y D i a r m a i t , q u e se h a
e n f r e n t a d o c o n é l , q u e m o r i r á a n t e s d e u n a ñ o . A l f i n a l d e l a ñ o , al t é r -
m i n o d e l ú l t i m o d í a , el r e y se r e f u g i a e n u n a i g l e s i a . P e r o la p r e c a u c i ó n
es v a n a y m u e r e a c c i d e n t a l m e n t e . S u h i j o C u a l l a i d q u i e r e v e n g a r l o
m e d i a n t e la m a g i a d r u í d i c a , y n o s i n u n r i g o r e x c e s i v o , p e r o él m i s m o es
c a s t i g a d o p o r su m a l a i n t e n c i ó n a n t e s d e p o d e r p o n e r l a e n p r á c t i c a :

« U n c i e r v o se a p a r e c i ó a las g e n t e s d e l o e s t e d e l p a í s y f u e r o n t r a s él, a
p i e y a c a b a l l o , p e r r o s y h o m b r e s . E l c i e r v o t o m ó la r u t a d e B a i s l e c y se
d e t u v o al este d e la iglesia, f r e n t e a u n a v e n t a n a . T o d o s g r i t a r o n a l r e d e d o r
d e l c i e r v o . D i a r m a i t c o r r i ó a ver lo q u e p a s a b a ; fue j u n t o a la v e n t a n a y
m i r ó h a c i a f u e r a . U n o d e los q u e p e r s e g u í a n al a n i m a l l a n z ó c o n t r a éste su
v e n a b l o d e caza. E l v e n a b l o a t r a v e s ó la v e n t a n a y a l c a n z ó a D i a r m a i t e n la
g a r g a n t a . E l r e y cayó e n el s u e l o d e la iglesia y el c i e r v o e s c a p ó s a n o y salvo.

C u a n d o C u a l l a i d h , h i j o d e D i a r m a i t , se e n t e r ó , f u e a v e r e l p a í s d e R a t -
h o n n p a r a m a l d e c i r l o y q u e la t i e r r a n o volviese a d a r g r a n o , n i las vacas v o l -
viesen a d a r m á s l e c h e , n i los á r b o l e s d e los b o s q u e s volviesen a d a r sus f r u -
t o s e n t o d o el t e r r i t o r i o q u e a l c a n z a b a s u vista. I b a n c o n él n u e v e b a n d i d o s .

S u c e d i ó q u e Berach estaba e n t o n c e s e n D u n I m g a i n , e n M a g na Fert

( « l a L l a n u r a d e las T u m b a s » ) y C o n c e n n a n e s t a b a c o n él. A B e r a c h le fue
revelado q u e C u a l l a i d h h a b í a p a r t i d o p a r a a q u e l viaje. E n t o n c e s , envió a
C o n c e n n a n tras él y le d i j o : " P r o v ó c a l e s p r i m e r o " . C o n c e n n a n p a r t i ó p u e s
e n b u s c a d e l o s b a n d i d o s y l o s a l c a n z ó e n el c a m i n o . N o l o s p r o v o c ó , s i n o
q u e l a n z ó c o n t r a e l l o s l o q u e l l e v a b a e n la m a n o . C u a l l a i d h v o l v i ó la c a b e z a
y m u r i ó e n t r e sus g e n t e s . A n t e s d i j o . " L l e v a d m e r á p i d a m e n t e a la c i m a d e
la c o l i n a p a r a q u e vea el p a í s d e B e r a c h y l o m a l d i g a r á p i d a m e n t e d e s d e la
c i m a d e la m o n t a ñ a " . L o l l e v a r o n a la c i m a y C u a l l a i d h m u r i ó allí: s ó l o vio
u n r o b l e h u e c o q u e s i e m p r e había sido estéril. Sus gentes h u y e r o n lejos d e
2 4 1
él» .

2 4 0 E d . W h i t l e y S t o k e s , e n Archivfür Celtische Lexicographie I I , p p . 3 7 6 , 3 7 8 y 3 8 2 .

1
24 Betha Beraidh, e d . C h a r l e s P l u m m e r , e n Bethada Naem nErenn, Lives of the Irish Saints,
O x f o r d , 1 9 2 2 , I, p p . X V I y 3 8 .
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
305

P a r a r e s i s t i r tales sátiras, e n e f e c t o , e r a n e c e s a r i o t e n e r e l p o d e r d e
u n s a n t o y t o d a la fe d e l o s s u c e s o r e s d e s a n P a t r i c i o . P e r o la s a n t i d a d es
d e s p i a d a d a , y la c a r i d a d b r i l l a p o r su a u s e n c i a : el s a n t o n o c o n v i e r t e al
d r u i d a m e d i a n t e la v i r t u d d e las p a r á b o l a s e v a n g é l i c a s ; d e r r o t á n d o l e e n
su p r o p i o t e r r e n o , le i m p i d e e j e r c e r su m a g i a y u n d i s c í p u l o d e m a s i a d o
d i l i g e n t e l l e g a h a s t a c a u s a r l e la m u e r t e . E n la h a g i o g r a f í a i r l a n d e s a , l a
l u c h a , c o m p l e t a m e n t e f i c t i c i a , e n t r e e l d r u i d a y el s a n t o es s i e m p r e
mágica, nunca doctrinal.
A n t e s , e n el t i e m p o m í t i c o d e l c r i s t i a n i s m o , t r a s l a d a n d o ya el d e b a t e
t e o l ó g i c o al o t r o t e r r e n o , s i n g u l a r m e n t e m á s eficaz, el d e l a q u e r e l l a y la
casuística, san P a t r i c i o h a b í a p u e s t o a p u n t o el s e g u n d o a s p e c t o d e la p r o ­
paganda misionera: había ayunado contra D i o s para obligarle a ceder
a n t e su v o l u n t a d . S i n e m b a r g o , al h a c e r l o , ya n o a c t u a b a , r e s p e c t o a la ley
irlandesa, sino c o m o u n acreedor plebeyo frente a u n d e u d o r n o b l e .
S i g u i e n d o el e j e m p l o d e l p r i m e r e v a n g e l i z a d o r , d u r a n t e t o d a la alta E d a d
M e d i a , l o s g r a n d e s s a n t o s s u c e s o r e s i m p o n d r á n d e b u e n g r a d o a l o s reyes
la t r a m p a j u r í d i c a d e l a y u n o . P e r o s e r á al m a r g e n d e t o d o entendi­
m i e n t o , s i n a r m o n í a a l g u n a , s i n a c u e r d o . E l s a n t o o b t e n d r á d e l rey a r r e ­
p e n t i d o o p e n i t e n t e favores, d o n a c i o n e s , l e g a d o s , t e r r e n o s , f u n d a c i o n e s ,
m o n a s t e r i o s , iglesias. A c a m b i o , le g a r a n t i z a r á el p a r a í s o , p e r o n o v o l v e r á
a d a r , p u e s ya n o es su p a p e l , el m e n o r c o n s e j o p o l í t i c o o j u r í d i c o .
T o d o esto j u s t i f i c a a ú n m e j o r el i n m e n s o p e s o de la p a l a b r a d e l
d r u i d a . P e r o , u n a v e z m á s t a m b i é n , d i r e m o s q u e l o s h e c h o s d e este t i p o
s o n a c c i d e n t e s d e la h i s t o r i a m í t i c a y r e l i g i o s a , c i r c u n s t a n c i a s a n o r m a l e s
o e x c e p c i o n a l e s e n e l f u n c i o n a m i e n t o d e la s o c i e d a d . S i , a f i n d e c u e n ­
tas, la s o l i d a r i d a d e j e m p l a r d e l d r u i d a y e l r e y d u r ó t a n t o s s i g l o s , t a n t o
e n el c o n t i n e n t e c o m o e n las islas, f u e p o r q u e la o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a y
"religiosa estaba b a s t a n t e b i e n e s t r u c t u r a d a . N o f u e r o n las a l t e r a c i o n e s o
las d e f i c i e n c i a s i n t e r n a s las q u e l a d e b i l i t a r o n , s i n o s i e m p r e r a z o n e s
e x t r í n s e c a s : l a c o n q u i s t a e x t r a n j e r a , la c r i s t i a n i z a c i ó n , y ese a p o c a l i p s i s
a n t e s d e t i e m p o q u e f u e r o n , e n l a I r l a n d a d e l s i g l o I X , las i n v a s i o n e s
escandinavas.

5 . 3 . EVOCACIÓN E INTERPRETACIÓN
C o m o c o n t r a p a r t i d a a la c o n s i d e r a c i ó n d e la q u e d i s f r u t a b a , se s u p o n í a
q u e el file n o d e b í a i g n o r a r n a d a . S i n o sabía a l g o , t e n í a q u e a r r e g l á r s e l a s
p a r a a v e r i g u a r l o . P a r a c o n o c e r e n su i n t e g r a l i d a d e l g r a n r e l a t o d e El robo
del ganado de Cooley, d e l q u e n a d i e sabía m á s q u e f r a g m e n t o s , S e n c h a n T o r -
peist tiene q u e recurrir a m e d i o s excepcionales:
3o6 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

«Los^í/ú/ de Irlanda f u e r o n convocados p o r S e n c h a n Torpeist para

s a b e r si g u a r d a b a n c o m p l e t o e n sus m e m o r i a s el Tain Bo Cualnge. E l l o s r e s -
p o n d i e r o n que sólo c o n o c í a n ciertos fragmentos. S en ch an preguntó
p u e s a sus a l u m n o s c u á l d e e l l o s i r í a , p o r s u b e n d i c i ó n , a las t i e r r a s d e
2 4 2
Letha p a r a a p r e n d e r e l Tain, q u e el s a b i o h a b í a l l e v a d o h a c i a el este p o r
2i3
el culmenn . E m i r e , nieto de N i n e n e , y M u i r g e n , hijo de S e n c h a n , p a r -
t i e r o n h a c i a el este. L l e g a r o n a la t u m b a de F e r g u s m a c R o i g y p a s a r o n
a n t e su p i e d r a t o m b a l e n E n l o c h , e n C o n n a u g h t . M u i r g e n se s e n t ó s o l o
s o b r e la t u m b a y sus c o m p a ñ e r o s l o a b a n d o n a r o n , e n b u s c a d e u n a casa
d o n d e r e c i b i r h o s p i t a l i d a d . M u i r g e n c a n t ó s o b r e la p i e d r a c o m o si se
d i r i g i e s e a F e r g u s e n p e r s o n a . . . D e p r o n t o , se f o r m ó u n a g r a n n i e b l a
a l r e d e d o r d e é l y n o e n c o n t r ó a sus c o m p a ñ e r o s d u r a n t e t r e s días y tres
n o c h e s . F e r g u s se a p a r e c i ó e n t o n c e s a n t e é l c o n u n h e r m o s o a t u e n d o ,
u n m a n t o verde, u n a túnica c o n capucha y b o r d a d o s rojos, u n a espada
c o n e m p u ñ a d u r a d e o r o , z a p a t o s d e b r o n c e ( ? ) y su c a b e l l e r a m o r e n a , y
l e d i o a c o n o c e r e l T a i n , tal y c o m o h a b í a s i d o c r e a d o , d e s d e e l
2 4 4
c o m i e n z o hasta el f i n a l » .
N o r e s u l t a d i f í c i l c o m p r e n d e r q u e l o s celtas d e la A n t i g ü e d a d p a s a s e n
la n o c h e c e r c a d e las t u m b a s d e sus h é r o e s p a r a r e c i b i r l o s o r á c u l o s :

« S i , a p r o p ó s i t o d e las v i s i o n e s n o c t u r n a s , a m e n u d o se e x p o n e q u e l o s
m u e r t o s n o h a n s i d o vistos e n v a n o —pues, c o m o a f i r m a N i c a n d r o , los n a s a -
m o n e s r e c i b e n los o r á c u l o s p a r t i c u l a r e s p e r m a n e c i e n d o c e r c a d e las t u m -
bas d e sus p a r i e n t e s . . . y l o s celtas, p o r la m i s m a r a z ó n , p a s a n la n o c h e c e r c a
d e las t u m b a s d e l o s h é r o e s — , n o s u f r i m o s , e n n u e s t r o s s u e ñ o s , m á s a c a u s a
2 5
d e los m u e r t o s q u e d e los v i v o s » * .

L a e v o c a c i ó n d e F e r g u s p o r M u i r g e n es u n é x i t o e x t r e m o al q u e p r o -
b a b l e m e n t e n o a s p i r a b a n t o d o s l o s filid. P e r o e l p r i n c i p i o e n u n c i a d o p o r
N i c a n d r o d e C o l o f ó n es r i g u r o s a m e n t e i d é n t i c o . L a n e c e s i d a d d e r e c u -
p e r a r u n r e l a t o t r a d i c i o n a l , i n d i s p e n s a b l e a la c i e n c i a d e l o s filid, l e g i t i m a
t a m b i é n esta e v o c a c i ó n .

2 4 2 L e t h a es el n o m b r e i r l a n d é s c l á s i c o d e la B r e t a ñ a a r m o r i c a n a ( c f r . el g a l o « L l y -
d a w » y e l l a t í n « L e t a v i a » ) . P o r a n a l o g í a , e s t a m b i é n el n o m b r e d e I t a l i a
( L a t i u m ) . P e r o a q u í se t r a t a s ó l o d e u n a l o c a l i d a d d e M u n s t e r , v é a s e E . J . H o g a n ,
Onomasticon Goidelkum, D u b l í n , 1 9 1 0 , p . 4 3 8 b .
2 4 3 L i t e r a l m e n t e , « p i e l d e v a c a » , n o m b r e d e u n m a n u s c r i t o c o m p a r a b l e a l Leborna
hUidre o « L i b r o d e la v a c a p a r d a » , l l a m a d o a s í a c a u s a d e s u e n c u a d e m a c i ó n .
2 4 4 E d . W i n d i s c h , Irische Texte V, p . O H .
2 4 5 N i c a n d r o d e C o l o f ó n , e n T e r t u l i a n o , De anima 57-
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
307

E l d r u i d a e x p e r i m e n t a b a m e n o s d i f i c u l t a d c u a n d o s ó l o se t r a t a b a d e
e x p l i c a r u n s u e ñ o . A l p r i n c i p i o d e su v i d a o d e su r e i n a d o , el rey C a t h a i r
vio, en efecto, en sueños a una mujer de una belleza notable que daba a
l u z a u n h i j o j u n t o a u n a c o l i n a e n la q u e u n á r b o l c a r g a d o d e f r u t o s
m a r a v i l l o s o s se e l e v a b a hasta las n u b e s . D e s d e su n a c i m i e n t o , el n i ñ o fue
más f u e r t e q u e su m a d r e y a ella le c o s t a b a zafarse d e é l :

« C a t h a i r se d e s p e r t ó e n t o n c e s y l l a m ó a s u d r u i d a , B r i , h i j o d e B a i r c i d ,
y l e a n u n c i ó l a n u e v a . " V o y a e x p l i c a r t e t o d o e s o " , d i j o B r i . " L a j o v e n e s el
r í o q u e l l e v a e l n o m b r e d e S l a i n n e . . . E l p o s a d e r o , q u e e r a s u p a d r e , e s la
2 6
tierra * s o b r e la q u e v i v e n c i e n h o m b r e s d e c a d a e s p e c i e . E l q u e e s t u v o e n
el s e n o d e la m u j e r d u r a n t e o c h o c i e n t o s a ñ o s es el l a g o q u e n a c e d e l r í o
S l a i n n e , y s e r á e n t u é p o c a c u a n d o s u r j a . E l h i j o m á s f u e r t e q u e l a m a d r e es
el d í a e n q u e n a c e r á el l a g o , p u e s i n v a d i r á t o d o el r í o . L a g r a n c o l i n a p o r
e n c i m a d e sus c a b e z a s es t u p o d e r p o r e n c i m a d e t o d o s . El á r b o l c o n su
2 7
c o l o r de o r o y sus frutos eres t ú m i s m o , c o m o s o b e r a n o d e B a n b a * . La
m ú s i c a q u e s u e n a e n las r a m a s d e l á r b o l es t u e l o c u e n c i a , q u e g a r a n t i z a y
c o r r i g e los j u i c i o s d e los g o i d e l o s . E l v i e n t o q u e agita l o s f r u t o s es t u g e n e -
2 8
rosidad para distribuir tesoros y riquezas» * .

M á s o r i g i n a l a ú n es e l s u e ñ o d e l r e y M u i r c h e r t a c h , e n e l q u e un
d r u i d a d i s c i e r n e u n a n u n c i o — c o m p l e t a m e n t e exacto— d e m u e r t e :

« E l r e y se d e s p e r t ó y d i j o q u e s u v i s i ó n se r e f e r í a a s u h e r m a n o de
l e c h e , al h i j o d e S a i g n e n , el d r u i d a , a s a b e r , a D u b D a R i n d ; y é l e m i t i ó s u
j u i c i o . " E l n a v i o e n e l q u e h a s e s t a d o —dijo— e s e l n a v i o d e l a s o b e r a n í a
s o b r e el m a r d e la e d a d , y e r e s t ú q u i e n c o n d u c e la s o b e r a n í a . Y el b a r c o
z o z o b r a p o r q u e llega el f i n d e t u e d a d . E l g r i f o d e f u e r t e s g a r r a s q u e t e lleva
a s u n i d o es la m u j e r q u e está e n t u c o m p a ñ í a , p a r a e m b r i a g a r t e , para
i n t r o d u c i r t e e n s u l e c h o y r e t e n e r t e e n casa d e C l e i t e c h , c o n el f i n d e q u e
ésta a r d a c o n t i g o d e n t r o . S i n e m b a r g o , el g r i f o q u e c a e r á c o n t i g o es la
2 9
m u j e r q u e m o r i r á p o r ti. H e a q u í el s e n t i d o d e esta v i s i ó n " , dijo» * .

246 L a p a l a b r a talamh, « t i e r r a » , es m a s c u l i n a e n i r l a n d é s .
247 B a n b a es u n o d e l o s n o m b r e s d e I r l a n d a .
0 _ I
2 4 8 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique 1 5 , p p - 4 3 43 -
249 E d . L i l N i c D h o n n c h a d h a , Aided MuirchertaigMeíc Erca, Medioeval and Modern Irish Series,
1 9 , D u b l í n , 1 9 6 4 , p - 2 6 ; a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . Guyonvarc'h,
La morí de Muirchertach, fils d'Erc, Texte irlandais du Tres Haut Mqyen Age: lafemme, le saint et le roi,
e n Annales, Economies, Sociétés, Civilisations, 1 9 8 3 / 5 . p p . IOO9-IOIO.
3o8 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

El file d e b í a s a b e r s e r u n p a n e g i r i s t a i n t e l i g e n t e y p r e v i s o r : d e s d e el
c o m i e n z o d e la Primera Batalla de Mag Tured, c u a n d o l o s g u e r r e r o s c o m i e n -
z a n a l u c h a r , y l o s v i d e n t e s (fisig) y l o s s a b i o s (fireolaig) h a c e n u s o d e s u
m a g i a , l o s filid t o m a n n o t a s y c o n s i g n a n e n f u t u r a s l e y e n d a s las h a z a ñ a s
de los héroes:

« S u s v i d e n t e s y sus s a b i o s se s i t u a r o n s o b r e p i l a r e s y s a l i e n t e s e h i c i e r o n
u s o d e s u m a g i a . S u s p o e t a s t o m a b a n n o t a d e las h a z a ñ a s y e s c r i b í a n el
2 3 0
relato de é s t a s » .

Pues n o hay relato a l g u n o , n i m í t i c o n i l e g e n d a r i o ni h i s t ó r i c o , que

a d m i t a o t r a c o s a q u e la n a r r a c i ó n o la d e s c r i p c i ó n d e acontecimientos
exactos, c o n t r o l a d o s y autentificados. Las i ndic a c i o n e s demasiado breves
de los autores antiguos, de E s t r a b ó n y D i o d o r o de Sicilia a L u c a n o ,
s u g i e r e n q u e e n G a l i a esto n o e r a d e o t r o m o d o .
S i t e n í a q u e e n t r e g a r s e a p r e d i c c i o n e s s i n i e s t r a s , el d r u i d a se d i r i g í a
al i n t e r e s a d o c o n c a l m a , a u n q u e fuese el rey d e I r l a n d a :

« L o s d r u i d a s se p r e s e n t a r o n a n t e D i a r m a i d y éste les p r e g u n t ó d e q u é
m a n e r a m o r i r í a . " D e a s e s i n a t o , y la n o c h e d e t u m u e r t e llevarás u n a c a m i s a
h e c h a c o n u n s o l o g r a n o d e l i n o y u n m a n t o h e c h o c o n la l a n a d e u n s o l o
c a r n e r o " , d i j o el p r i m e r d r u i d a . " M e s e r á fácil evitar e s o " , d i j o D i a r m a i d .
" M o r i r á s a h o g a d o . Y esa n o c h e te a h o g a r á s c o n u n a cerveza e l a b o r a d a c o n
u n s o l o g r a n o " , d i j o el s e g u n d o d r u i d a . " M o r i r á s q u e m a d o . Y t e n d r á s e n
t u p l a t o el t o c i n o d e u n c e r d o al q u e n u n c a h a b r á n p a r i d o " , d i j o el t e r c e r
2 3 1
d r u i d a . " E s o es p o c o v e r o s í m i l " , d i j o D i a r m a i d » .

P e r o , p o r m u c h o q u e d u d e el rey, t o d o l o q u e l o s d r u i d a s h a n p r e d i -
c h o se p r o d u c e : D i a r m a i d es h e r i d o m o r t a l m e n t e , a h o g a d o y q u e m a d o
vivo p o r l o s u l t o n i a n o s , s i g u i e n d o así u n e s q u e m a r e p e t i d o a m e n u d o e n
l o s a n a l e s m í t i c o s , la t r i p l e m u e r t e s a c r i f i c i a l d e l rey d e I r l a n d a , al q u e el
ejercicio p r o l o n g a d o del p o d e r ha desgastado y ha vuelto m a l v a d o .
L l e g a d o el c a s o , el d r u i d a r o g a b a al r e y q u e e s p e r a s e h a s t a q u e él
estuviera e n c o n d i c i o n e s de dar u n a e x p l i c a c i ó n adecuada:

« U n d í a e n q u e C o n n e s t a b a e n T a r a , t r a s la d e s t r u c c i ó n d e l o s reyes,
fue, c o m o d e c o s t u m b r e , a n t e s d e q u e saliera el sol h a s t a la m u r a l l a r e a l d e

250 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 3 5 . L a m e n c i ó n d e l a e s c r i t u r a es a q u í u n a c o n s e -

c u e n c i a d e la t r a n s c r i p c i ó n t a r d í a d e l r e l a t o .
251 S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p . 80.
 5. LA P R E D I C C I Ó N Y LA S Á T I R A
309

T a r a . S u s t r e s d r u i d a s le a c o m p a ñ a b a n : M a o l , B l o c y B l u i c n e , y sus t r e s
filidh: E t h a i n , C o r b y C e s a r n . L a r a z ó n p o r la q u e i b a c a d a m a ñ a n a a la
muralla c o n aquellos h o m b r e s era q u e quería i m p e d i r q u e los habitantes
d e l sid v i n i e s e n a I r l a n d a s i n q u e é l l o s v i e s e . E n e l l u g a r a l q u e i b a s i e m p r e ,
s u c e d i ó q u e p i s ó u n a p i e d r a y ésta se s o b r e s a l t ó . L a p i e d r a g r i t ó b a j o s u
p i e y s u s g r i t o s se o y e r o n p o r t o d a s p a r t e s , e n T a r a y e n B r e g i a . C o n n p r e -
g u n t ó a s u s d r u i d a s l o q u e s i g n i f i c a b a el g r i t o d e la p i e d r a , c u á l e r a s u
n o m b r e , de d ó n d e provenía, a d o n d e iría y p o r q u é razón había v e n i d o a
T a r a . El d r u i d a r e s p o n d i ó a C o n n q u e n o le d a r í a u n n o m b r e a n t e s d e
cincuenta y tres d í a s » .

D e s p u é s , al c a b o d e l o s c i n c u e n t a y tres días, le a n u n c i ó q u e la p i e d r a
e r a la P i e d r a d e Fal, s í m b o l o y p r e s a g i o d e s o b e r a n í a , d i j o :

« l a p i e d r a h a g r i t a d o h o y b a j o t u p i e . . . y el n ú m e r o d e s u s g r i t o s es el
2 5 2
n ú m e r o d e reyes d e t u raza, p a r a s i e m p r e . . . » .

C o n s i d e r a d o s e n su c o n j u n t o , t o d o s estos d o c u m e n t o s s o n claros.
D e s c r i b e n u n a s t é c n i c a s , p e r o , a través d e las a n é c d o t a s o l o s i n c i d e n t e s
a l o s q u e esas t é c n i c a s s i r v e n d e m o t o r o p r e t e x t o , n u n c a h e m o s a b a n d o -
n a d o el c a m p o d e las g r a n d e s i d e a s r e l i g i o s a s . Losji/ieíy sus s u c e s o r e s n o s
d e s c r i b e n u n a s o c i e d a d a r c a i c a y a n a c r ó n i c a c u y o r e c u e r d o está a ú n t a n
vivo e n e l l o s q u e casi n o s es p o s i b l e t o c a r l a y c o m p r e n d e r l a . A s í , n o s h a n
t r a n s m i t i d o la i m a g e n d e u n a e s t r u c t u r a r e l i g i o s a d e la q u e nuestra
é p o c a d i f í c i l m e n t e se h a c e u n a i d e a . D e h e c h o , l o s g r i e g o s y l o s l a t i n o s
s ó l o la c o m p r e n d i e r o n d e u n a f o r m a a p r o x i m a d a , a m e n u d o casi n u l a .
A través d e I r l a n d a c o m p r e n d e m o s m e j o r la G a l i a .
¿ E s n e c e s a r i o a ñ a d i r q u e , e n t o d o e s t o , la i m a g i n a c i ó n individual
j u e g a u n p a p e l r e d u c i d o ? I r l a n d a vive a través de u n o s t e m a s i n f i n i t a -
m e n t e r e p e t i d o s , e n los q u e n o c a m b i a otra cosa q u e los n o m b r e s de los
p e r s o n a j e s y la e n u m e r a c i ó n d e l o s l u g a r e s y l o s t i e m p o s . E l c u e n t i s t a
irlandés n o inventa p r o d i g i o s : su relato le ha sido t r a n s m i t i d o p o r una
v e n e r a b l e t r a d i c i ó n q u e a c e p t a y h a c e a c e p t a r , p u e s n o está e n su m a n o
c a m b i a r nada- P o r otra parte, él n o p i e n s a e n eso. C o m o mucho,
a d o r n a d i s c r e t a m e n t e a l g u n o s d e t a l l e s , c o m e n t a b r e v e m e n t e l o q u e le

252 E u g e n e O ' C u r r y , Ledures on the Manuscripts Materials of the Ancient Irish History, D u b l í n ,
1 8 6 1 , Appendix, p . 62O; v é a s e t a m b i é n R . A . S . M a c a l i s t e r , Tara: a Pagan Sanctuary of
Ancient Ireland, L o n d r e s , 1 9 3 1 , p á s s i m .
 I I I . T É C N I C A S R I T U A L E S Y M Á G I C A S DE LOS D R U I D A S

p a r e c e i m p o r t a n t e o i n s ó l i t o , p e r o n o c r e a , n o a ñ a d e n a d a a la t r a m a d e l
relato. U n a última e importante observación: Cathbad, M o g Ruith,
D a l l a n , S e n c h a s o n p e r s o n a j e s l e g e n d a r i o s d e p r i m e r o r d e n , q u e , e n la
p r á c t i c a , l o s d r u i d a s n o se s e n t í a n c a p a c e s d e i g u a l a r . Y l o m i s m o o c u -
r r í a c o n l o s g u e r r e r o s : a u n q u e e l h é r o e C u c h u l a i n n p o d í a « v o l v e r s e la
p i e l d e l r e v é s » , s a c a r s e u n o j o , o , al c o n t r a r i o , h u n d í r s e l o p r o f u n d a -
m e n t e e n la c a b e z a , n o t o d o s l o s c o m b a t i e n t e s d e I r l a n d a a s p i r a b a n a las
m i s m a s p r o e z a s . . . R e p i t a m o s u n a ú l t i m a v e z q u e t o d o e s t o es m í t i c o ,
p r o f u n d a , i n t r í n s e c a m e n t e t r a d i c i o n a l y r e l i g i o s o . N o es m e n o s c i e r t o
q u e el i d e a l d e s c r i t o a p r o p ó s i t o d e e s t o s g r a n d e s h o m b r e s es r e v e l a d o r
d e las c o n c e p c i o n e s f u n d a m e n t a l e s q u e g o b e r n a b a n t o d a l a e s p e c i e
« g u e r r e r o » o t o d a la especie « d r u i d a » .
 PRINCIPALES USOS DE LA PALABRA DEL DRUIDA
EN LAS TÉCNICAS RITUALES Y MÁGICAS

DENOMINACIÓN: E l d r u i d a a t r i b u y e el n o m b r e al n a c e r , o d u r a n t e
los p r i m e r o s años de vida, e n f u n c i ó n de una
circunstancia o de u n a causa m u y precisa.

CONMINACIÓN A través de c o n m i n a c i o n e s (positivas) o inter -

O PROHIBICIÓN: dictos (negativos) el druida i m p o n e a u n indi-

v i d u o , sea q u i e n sea, u n a o varias reglas i n e l u -
d i b l e s . U n s i g n o d e m u e r t e p r ó x i m a es q u e ese
i n d i v i d u o , r e y o h é r o e , se v e a a b o c a d o p o r l o s
e l e m e n t o s a u n a s i t u a c i ó n e n la q u e n o puede
evitar v i o l a r sus i n t e r d i c t o s .

PREDICCIÓN: Generalmente reclamada c o m o servicio polí-

tico (o personal) p o r u n rey (o u n a reina) a u n
druida para conocer un futuro cercano o
l e j a n o . L a p r e d i c c i ó n n o es o b l i g a t o r i a m e n t e
favorable o desfavorable: desde el p u n t o de
vista d e l o s d r u i d a s , es u n a c i e n c i a exacta cuyas
t é c n i c a s c o i n c i d e n a m e n u d o c o n las d e la a d i -
v i n a c i ó n , y v i e n e n a c o m p a ñ a d a s , e n los casos
graves, de sacrificios.

ALABANZA: Es la m a t e r i a m á s h a b i t u a l d e l p o e m a oficial
c é l t i c o ( p o e s í a c o r t e s a n a ) : e l d r u i d a o file, en
G a l i a , el b a r d o , a l a b a n al rey o al p r í n c i p e al
q u e están v i n c u l a d o s p o r sus c u a l i d a d e s físicas e
intelectuales, sus h a z a ñ a s , su v a l o r , su fuerza,
su celebridad y g e n e r o s i d a d . La alabanza es
obligatoria e n los funerales.

REPROBACIÓN: L a r e p r o b a c i ó n es l o c o n t r a r i o d e la a l a b a n z a y,
p o r e s o , está p r á c t i c a m e n t e a u s e n t e d e l o s r e l a t o s
o los c o n j u n t o s d e p o e m a s . E n la m a y o r p a r t e d e
l o s c a s o s , se h a c o n f u n d i d o c o n l a s á t i r a , d e l a
que, sin e m b a r g o , teóricamente, difiere.

SÁTIRA: L a sátira es u n e n c a n t a m i e n t o c a n t a d o y r i m a d o
d i r i g i d o c o n t r a u n i n d i v i d u o al q u e se n o m b r a
expresamente o contra un grupo h u m a n o bien
d e f i n i d o . N o t o d o e n c a n t a m i e n t o es n e c e s a r i a -
m e n t e u n a sátira, p e r o t o d a sátira es n e c e s a r i a -
mente un encantamiento, y p r o v o c a la d e c a -
d e n c i a física (fealdad, d e f o r m i d a d ) e intelectual
(vergüenza, impotencia, cobardía) y constituye
una verdadera condena a muerte.
 IV. EL ESPACIO Y EL TIEMPO DEL DRUIDISMO

L o s f r a g m e n t o s de técnica sagrada q u e acabamos de entrever p o r m e d i o

d e las e x a g e r a c i o n e s d e las l e y e n d a s se a p o y a b a n s i n d u d a e n u n a v i s i ó n
sistemática y a r m o n i o s a del m u n d o , e n u n a d o c t r i n a c o h e r e n t e . Se p u e -
d e n d e t e r m i n a r a l g u n o s g r a n d e s r a s g o s d e esta t e o r í a , e n p r i m e r l u g a r
cierta c o n c e p c i ó n d e l e s p a c i o y d e l t i e m p o e n sus r e l a c i o n e s c o n la
s o c i e d a d , y e n I r l a n d a m u y p a r t i c u l a r m e n t e a través de la i n t e r m e d i a -
c i ó n o b l i g a d a d e l rey s u p r e m o d e T a r a : la n o c i ó n d e c e n t r o , las g r a n d e s
r e f e r e n c i a s d e las fiestas, la e s t r u c t u r a d e l c a l e n d a r i o s o n sus p u n t o s m á s
i m p o r t a n t e s , b i e n v i s i b l e s e n ese p a í s c o n s i d e r a d o t o d a v í a d u r a n t e t o d a
la E d a d M e d i a c o m o u n m i c r o c o s m o s a i m a g e n d e l u n i v e r s o . A s i m i s m o ,
1
q u e d a n trazas d e e l l o e n la e x i g u a d o c u m e n t a c i ó n c o n t i n e n t a l .

I V é a s e a este p r o p ó s i t o C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « M e d i o l a n u m B i t u r i g u m . D e u x
é l é m e n t s d e v o c a b u l a i r e r e l i g i e u x e t d e g é o g r a p h i e s a c r é e » , Celticum, n . ° I, p p . 1 3 7 "
1 5 8 . E s t e h e c h o h a b í a s i d o r e c o n o c i d o p o r H e n r i H u b e r t (Les celtes et la civilisation celtique
I I , I 9 3 2 , p . 2 7 2 ; t r a d . e s p . : Losceltasj la civilización céltica, M a d r i d , A k a l , 1 9 8 8 ) , p e r o ,
al c o n t r a r i o d e l o q u e p i e n s a H u b e r t , la n o c i ó n d e « R e y d e l M u n d o » p e r t e n e c e al
t r a s f o n d o celta t r a d i c i o n a l y n o es t r i b u t a r i a d e las e n s e ñ a n z a s d e s a n J e r ó n i m o o d e
O r o s i o . U n s i s t e m a r e l i g i o s o es c o m o u n a g r a m á t i c a : l o s c a s o s d e p r é s t a m o s o n casi
s i e m p í * s e c u n d a r i o s y n u n c a a l t e r a n la c o h e r e n c i a i n t e r n a . A d m i t i r q u e l o s c e l t a s
h a y a n t e n i d o q u e a c u d i r a o t r a p a r t e —y t a n tarde— p a r a e n c o n t r a r u n a n o c i ó n t a n
básica c o m o la d e « R e y d e l M u n d o » e n t r a ñ a r í a n e g a r q u e t u v i e s e n u n a r e l i g i ó n
p r o p i a . P o r o t r o l a d o , q u e d a r í a p o r p r o b a r el h e c h o i n v e r o s í m i l d e q u e la t r a d i c i ó n
celta h u b i e s e a c e p t a d o p r é s t a m o s d e l c r i s t i a n i s m o c u a n d o e n r e a l i d a d f u e s u s t i t u i d a
p o r el c r i s t i a n i s m o , a c u y a s o m b r a l o s filid i r l a n d e s e s c o n s e r v a r o n , o c u l t a r o n y
« d e s a c r a l i z a r o n » la m a y o r p a r t e d e su s e d i m e n t o iniciático.
3i4 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

i . E L OMPHALOS Y EL NEMETON

1 . 1 . L A NOCIÓN DE CENTRO Y LA REALEZA SUPREMA

L a n o c i ó n d e e q u i l i b r i o y a r m o n í a d e l p a í s —y p o r t a n t o d e l m u n d o — se
e x p r e s a g e o g r á f i c a m e n t e a través d e la r e u n i ó n d e r a s g o s s a g r a d o s e n u n
t e r r i t o r i o c e n t r a l , y t e m p o r a l m e n t e a través d e u n m o m e n t o , h i s t ó r i c o o
m í t i c o , e n el q u e u n s o b e r a n o i d e a l c o n c e n t r a e n sí m i s m o , i r r a d i á n -
dola, la p e r f e c c i ó n de u n g o b i e r n o g e n e r o s a m e n t e b e n é f i c o . E n otras
p a l a b r a s , el r e y p e r f e c t o , q u e r e i n a e n l o s t i e m p o s m í t i c o s e n u n c e n t r o
t r a d i c i o n a l , e s c a p a a las c o n t i n g e n c i a s d e l t i e m p o y d e l e s p a c i o s i t u á n -
d o s e e n la c o n f l u e n c i a d e u n o y o t r o . E s al m i s m o t i e m p o rey p e r p e t u o
y r e y d e l m u n d o . N o es c i e r t a m e n t e u n a c a s u a l i d a d e x t r a ñ a a la d o c t r i n a
d e l o s d r u i d a s l o q u e n o s p e r m i t e e n c o n t r a r esta c o n c e p c i ó n c ó s m i c a d e
la r e a l e z a s ó l i d a m e n t e a t e s t i g u a d a e n la G a l i a , e n I r l a n d a y , e n m e n o r
m e d i d a , e n el País d e G a l e s . E n l o s t e x t o s q u e la e x p l i c i t a n n o s i e m p r e se
m e n c i o n a e l n o m b r e d e l o s d r u i d a s d e la G a l i a . P e r o e n I r l a n d a e s t á n
u m v e r s a l m e n t e p r e s e n t e s y la c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e a m b a s p o s e e v a l o r
d e p r u e b a . S i n u n a e n s e ñ a n z a t e n a z y c o h e r e n t e esta c o n c e p c i ó n celta d e
la m o n a r q u í a n o se h a b r í a m a n i f e s t a d o n u n c a c o n t a n t a f u e r z a .
L a t r a d i c i ó n d e l « R e y d e l M u n d o » , q u e es t a m b i é n u n r e y p e r p e -
t u o , n o está a t e s t i g u a d a e n la G a l i a e n u n i n d i v i d u o s i n o e n u n g r u p o
é t n i c o , e l d e l o s b i t u r i g e s , q u e se d e s c o m p o n e e n bitu-, «mundo» y
« e d a d » al m i s m o t i e m p o , y riges, p l u r a l d e rix « r e y » . L o s b i t u r i g e s , c u y o
n o m b r e h a d a d o e n f r a n c é s , s e g ú n l a c o l o c a c i ó n d e l a c e n t o t ó n i c o , Berry
(Bituriges) y Bourges (Biturigibus e n d a t i v o p l u r a l l a t i n o ) , e s t á n e n e l m i s m o
c e n t r o g e o g r á f i c o d e la G a l i a , d o n d e la p e q u e ñ a c i u d a d d e Chateaumeillant
lleva e l m i s m o n o m b r e a n t i g u o q u e e l M e d i o l a n u m ( M i l á n ) d e la G a l i a
C i s a l p i n a . V i v e n t a m b i é n e n la v e c i n d a d d e l ¡ocus consecratus, l u g a r c o n s a -
g r a d o « c o n s i d e r a d o e l c e n t r o d e la G a l i a » s e g ú n C é s a r (Comentarios V I ,
1 3 ) , e n t e r r i t o r i o d e l o s c a r n u t e s , y d o n d e l o s d r u i d a s se c o n g r e g a b a n
2
p a r a s u a s a m b l e a a n u a l . N o p o d e m o s s a b e r , p o r falta d e d o c u m e n t a -
c i ó n , si se p r o d u j o u n d e s p l a z a m i e n t o d e l locus consecratus p o r r a z o n e s o
v i c i s i t u d e s p o l í t i c a s o s i , c o m o e r a el c a s o d e I r l a n d a , e l c e n t r o s i m b ó -
l i c o , s o b e r a n o e i n i c i á t i c o , se d i v i d í a e n d o s p o l o s f o r m a d o s p o r d o s

2 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , « L e C e l t i c u m d ' A m b i g a t u s et l ' O m p h a l o s gaulois. La

r o y a u t é s u p r é m e d e s B i t u r i g e s » , Celticum, n . ° I, p p . 1 5 9 - 1 8 4 .
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
315

ciudades distintas y vecinas, p e r o nosotros p o r ahora n o s i n c l i n a m o s

3
más b i e n p o r la s e g u n d a e v e n t u a l i d a d .
L a c o n c e p c i ó n es e n t o d o c a s o m u y a n t i g u a y t i e n e r e p e r c u s i o n e s
h a s t a e n e l r e p a r t o d e a s i e n t o s e n e l f e s t í n d e T a r a . N o se s i e n t a c u a l -
q u i e r a e n c u a l q u i e r l u g a r , s i n o q u e a c a d a u n o se l e a s i g n a u n p u e s t o y
u n a c o m i d a e n f u n c i ó n d e s u r a n g o y e d a d , l o c u a l es u n a f o r m a m u y
e v i d e n t e d e c o n v e r t i r el festín e n u n a r e p r e s e n t a c i ó n g l o b a l y total a la
vez d e l a s o c i e d a d h u m a n a y d e l a g e o g r a f í a m í t i c a y s a g r a d a d e I r l a n d a :

« L o s reyes y l o s d o c t o r e s se s i t u a b a n a l r e d e d o r d e D i a r m a i d , h i j o d e
C e r b a l l (el rey s u p r e m o ) , a saber, l o s reyes y los d o c t o r e s al m i s m o t i e m p o ,
l o s g u e r r e r o s y l o s p i r a t a s j u n t o s ; l o s j ó v e n e s y las m u c h a c h a s , y e l p u e b l o
o r g u l l o s o y v a n o e n las h a b i t a c i o n e s d e a u n o y o t r o l a d o las p u e r t a s . Y se
daba la p o r c i ó n q u e c o n v e n í a a cada u n o : frutas escogidas, buey, c e r d o y
j a m ó n p a r a los reyes, los d o c t o r e s y t a m b i é n p a r a los n o b l e s y los h o m b r e s d e
I r l a n d a l i b r e s d e s d e a n t i g u o ; c r i a d a s y c r i a d o s les p r e p a r a b a n las p o r c i o n e s
y se l a s s e r v í a n ; c a r n e r o j a e n p i n c h o s d e h i e r r o , c o n cerveza vieja y n u e v a y
c o n s u e r o p a r a los g u e r r e r o s y l o s p i r a t a s ; l o s b u f o n e s y l o s c o p e r o s les p r e -
p a r a b a n las p o c i o n e s y se las s e r v í a n ; las c a b e z a s , las m a n o s y las p a r t e s bajas
del g a n a d o p a r a losc o c h e r o s y los malabaristas; u n o s p o r t e r o s les p r e p a r a -
b a n las p o r c i o n e s y se las s e r v í a n ; c a r n e d e t e r n e r a , d e c o r d e r o y d e c e r d o , y
la s é p t i m a p a r t e . . . ( ¿ . . . ? ) e n e l e x t e r i o r , p a r a l o s j ó v e n e s y las m u c h a c h a s ,
p o r q u e s u alegría los liberaba ( ? ) y s u r a n g o ( ? ) los esperaba. Y u n o s m e r -
c e n a r i o s y u n a s c r i a d a s l i b r e s les p r e p a r a b a n las p o r c i o n e s y se las s e r v í a n » * .

O t r o s r e l a t o s , q u e c o n f i r m a n y s o s t i e n e n estas d i s p o s i c i o n e s , n o s
i n f o r m a n , c o n algunas variantes m e n o r e s q u e n o n o s c o n c i e r n e n aquí,

3 C f . infra l a d e f i n i c i ó n a p o r t a d a p o r e l r e l a t o « L a f u n d a c i ó n d e l d o m i n i o d e
ss
T a r a » , TextesmythologiquesirlandaisI/l, pp. I57y -
4 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 157- V é a n s e t a m b i é n las n o t a s e x p l i c a t i v a s , p.l79< Y
el c o m e n t a r i o d e l v o l u m e n 2, Tara etl'Irlande royale, p p . III-142. G e o r g e s D u m é z i l
(La courtisane et les seigneurs colores, P a r í s , 1983, e s b o z o 42 « L ' u n i v e r s d e l ' a u g u r e » ,
pp. 161-17O; e d . e s p . : La Cortesanaj los señores de colores: esbozos de mitología, F.G.E.,
México,'ig'89), h i z o r e f e r e n c i a a este pasaje c o n c r e t o e n u n a e x p l i c a c i ó n d e l
r e p a r t o f u n c i o n a l d e las t i e r r a s e n R o m a . E n c o n t r a p a r t i d a , n o s o t r o s c o m p a r a -
m o s a h o r a c o n la c u a t r i p a r t i c i ó n geográfica y s i m b ó l i c a d e la p r o v i n c i a d e M e a t h
las c u a t r o z o n a s c e l e s t e s -dextra ( s u r ) , antica ( e s t e ) , laeua ( n o r t e ) y postica ( o e s t e ) - q u e
s o n e n R o m a « e l m a r c o i n d i s p e n s a b l e d e t o d a l a a c t i v i d a d d e l o s augures publici» ( p .
166). L a o r i e n t a c i ó n i z q u i e r d a d e l n o r t e r e f l e j a p o r o t r a p a r t e u n a v i e j í s i m a c o n -
c e p c i ó n celta q u e e s t u d i a r e m o s e n el c a p í t u l o V .
3i6 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

a c e r c a d e l e m p l a z a m i e n t o y u t i l i z a c i ó n d e los d i s t i n t o s e d i f i c i o s q u e f o r -
m a b a n e l c o n j u n t o d e la r e s i d e n c i a r e g i a . U n o d e l o s pasajes m á s c l a r o s
está c o n t e n i d o e n el r e l a t o Fíeadh Duin na nGedh ocus Tucait Catha Muigi Rath
( « E l b a n q u e t e d e D u n n a n G e d h y la c a u s a d e la B a t a l l a d e M a g h
R a t h » ) . H a b i e n d o s i d o m a l d i t a la c a p i t a l t r a d i c i o n a l , T a r a , p o r san
R u a d á n e n e l s i g l o V I , d e s d e e n t o n c e s c a d a rey s u p r e m o se e s t a b l e c í a e n
el l u g a r q u e p r e f e r í a :

«Cuando Domnall, hijo de Aed, se a p o d e r ó d e la m o n a r q u í a de

I r l a n d a , eligió e n p r i m e r l u g a r D u n n a n G e d h , e n la r i b e r a d e l B o y n e ,
p a r a fijar su r e s i d e n c i a fortificada. C o n s t r u y ó siete g r a n d e s m u r a l l a s a l r e -
d e d o r d e e s t a f o r t a l e z a a s e m e j a n z a d e la T a r a d e l o s R e y e s y d i s p u s o las
casas d e esta f o r t a l e z a a s e m e j a n z a d e las casas d e T a r a : a s a b e r , la g r a n C a s a
d e l M e d i o —allí vivían el m i s m o rey, las r e i n a s , l o s d o c t o r e s y l o s m e j o r e s
e n c a d a a r t e — , y la R e s i d e n c i a d e M u n s t e r , la R e s i d e n c i a d e L e i n s t e r y la
S a l a d e l o s B a n q u e t e s d e C o n n a u g h t , la C a s a d e l o s U l t o n i a n o s , la P r i s i ó n
d e l o s R e h e n e s , la E s t r e l l a d e l o s P o e t a s y el M o r a d a d e l Ú n i c o P i l a r , que
h i z o C o r m a c , h i j o d e A r t , e n p r i m e r l u g a r , p a r a su hija G r a i n n e , y las
5
d e m á s casas al l a d o d e a q u é l l a s » .

E s al m i s m o t i e m p o n o t a b l e y c o m p l e t a m e n t e n o r m a l q u e l o s d r u i -
das ( o « d o c t o r e s » ) r e s i d a n e n el e d i f i c i o d e l o s r e y e s . N o necesitamos
m á s p r u e b a s d e q u e se e n c u e n t r a n o b l i g a t o r i a m e n t e a s o c i a d o s — p o r q u e
s i n n i n g u n a d u d a s o n e l l o s q u i e n e s la d e f i n e n — a la c o n c e p c i ó n d e la
g e o g r a f í a s a g r a d a , e n las islas y e l c o n t i n e n t e .
D e s d e u n p u n t o d e vista m i t o l ó g i c o , es u n r e y b i t u r i g e , A m b i g a t o
( « e l que c o m b a t e de los dos l a d o s » ) , q u i e n , e n los t i e m p o s míticos y
pseudohistóricos, d a la s e ñ a l d e c o n q u i s t a r la G a l i a C i s a l p i n a , s e g ú n
T i t o L i v i o (Historia de Roma V , 3 4 ) :

« S o b r e el p a s o d e los galos a Italia n o s h a l l e g a d o lo s i g u i e n t e : cuando

e n R o m a r e i n a b a T a r q u i n i o el A n t i g u o , el d o m i n i o s o b r e t o d o s l o s celtas,
q u e c o n s t i t u y e n la t e r c e r a p a r t e d e la G a l i a , l o t e n í a n l o s b i t u r i g e s ; eran
é s t o s q u i e n e s d a b a n r e y a la C é l t i c a . E r a este A m b i g a t o , m u y poderoso
d e b i d o a los m é r i t o s y a la f o r t u n a t a n t o p e r s o n a l c o m o d e s u c o l e c t i v i d a d ,
p o r q u e d u r a n t e s u r e i n a d o la G a l i a e r a t a n r i c a e n f r u t o s y h o m b r e s q u e la
s o b r e a b u n d a n t e m u l t i t u d p a r e c í a difícil d e g o b e r n a r . El rey, d e avanzada
e d a d é l , d e s e a n d o d e s c a r g a r s u r e i n o d e la t u r b a q u e l o sobrecargaba,

5 E d . J o h n O ' D o n o v a n , D u b l í n , 1842, p p . 4-6.

 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
317

manifestó q u e iba a enviar a Beloveso y Segoveso, hijos de su h e r m a n a ,

j ó v e n e s e m p r e n d e d o r e s , a asentarse a los lugares q u e los dioses señalasen
c o n s u s a u g u r i o s ; q u e se l l e v a s e n el n ú m e r o d e h o m b r e s q u e quisieran,
p a r a q u e n i n g ú n p u e b l o p u d i e s e r e c h a z a r l o s a su l l e g a d a . L a s u e r t e le
asignó, p u e s , a Segoveso los b o s q u e s de H e r c i n i a ; a Beloveso le a s i g n a b a n
los dioses u n a r u t a bastante m á s agradable: hacia I t a l i a » * .

T i t o Livio dio u n aspecto histórico a u n f o n d o legendario que sólo

p u d o t o m a r d e l o s c e l t a s c i s a l p i n o s . P e r o esta c o n q u i s t a es t a m b i é n , y
p r i n c i p a l m e n t e , el p r e l u d i o d e la f u n d a c i ó n d e M i l á n b a j o el n o m b r e
b i e n celta de M e d i o l a n u m . La n o c i ó n religiosa de « c e n t r o ( s a g r a d o ) »
es p o r t a n t o f u n d a m e n t a l y n o es g r a t u i t o n i f o r t u i t o q u e las c u a t r o
n a c i o n e s m á s p o d e r o s a s d e la G a l i a s e a n t a m b i é n a q u e l l a s c u y a p o s i c i ó n
6
es la m á s c é n t r i c a : c a r n u t e s , b i t u r i g e s , a r v e r n o s y h e d u o s . C o m o es e v i -
d e n t e , I r l a n d a c o n o c e u n a c o n c e p c i ó n p a r e c i d a , c r i s t a l i z a d a e n la d e n o -
m i n a c i ó n d e la p r o v i n c i a c e n t r a l d e Mide ( M e a t h ) , «centro», consti-
t u i d a m e d i a n t e la r e m o c i ó n d e u n a p o r c i ó n d e l t e r r i t o r i o d e c a d a u n a
d e las c u a t r o p r o v i n c i a s i n i c i a l e s . M i d e c o n t i e n e d e este m o d o la c a p i t a l
política y religiosa, Tara. Pero t a m b i é n c o n t i e n e o t r o p u n t o sensible, o
m á s s e n s i b l e , la c o l i n a d e U i s n e c h , d e la q u e se d i c e l o s i g u i e n t e e n el
r e l a t o La fundación del dominio de Tara-.

« T r a s e s t o , l o s n o b l e s d e I r l a n d a , c o m o ya h e m o s d i c h o , v i n i e r o n p a r a
a c o m p a ñ a r a F i n t a n h a s t a U i s n e c h y se d i j e r o n a d i ó s los u n o s a l o s o t r o s e n
la c i m a d e l U i s n e c h . El l e v a n t ó e n su p r e s e n c i a u n p i l a r d e p i e d r a d e c i n c o
l a d o s j u s t o e n la c u m b r e d e l U i s n e c h y a t r i b u y ó u n l a d o a c a d a u n a d e las
p r o v i n c i a s de I r l a n d a . P u e s d e este m o d o T a r a y U i s n e c h s o n p a r a I r l a n d a
c o m o l o s d o s r í ñ o n e s p a r a u n a n i m a l salvaje. Y e s t a b l e c i ó allí u n a m e d i d a ,
esto es, u n a p a r t e d e cada p r o v i n c i a e n U i s n e c h . F i n t a n c o m p u s o este c a n t o
7
d e s p u é s d e h a b e r d i s p u e s t o el p i l a r . . . » .

L a p r o v i n c i a c e n t r a l está i n m e r s a e n u n s i m b o l i s m o c o m p l e j o q u e se
r e s u m e e n el e s q u e m a q u e s i g u e :

6 C a m i ü é j ú l l i a n (Histoire de la Gaule, I I , p . 5 3 2 ) p e n s ó e n u n a « f e d e r a c i ó n polí-

t i c a » . P e r o e s t e t i p o d e a g r u p a c i ó n c u a t r i p a r t i t a es e s e n c i a l m e n t e r e l i g i o s o y se
r e m o n t a a u n a lejanísima a n t i g ü e d a d . La « p o l í t i c a » llegó más tarde, cuando
a p a r e c i ó la r i v a l i d a d p o r la s u p r e m a c í a .
7 Textes mythohgiques irlandaisI/l, p p . 163-164.
* T r a d . e s p . : Historia de Roma desde su fundación II (trad. J o s é A n t o n i o Villar Vidal),
Madrid, Gredos, 1990, p p . 160-161) [N. d e l T . ] .
3i8 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L DRUIDISMO

CONNAUGHT ULSTER
Uisnech Tailtiu

r f F V T H
ivi r./ \ i 1 1

MUNSTER LEINSTER
Tlachtga Tara

Se trata de u n c o n c e n t r a d o , u n c o n d e n s a d o y u n r e s u m e n de t o d a
8
Irlanda considerada c o m o u n m u n d o cerrado .
T a m b i é n h e m o s d e m o s t r a d o s i n e s f u e r z o , i n e v i t a b l e m e n t e , la escasa
c o n s i s t e n c i a h i s t ó r i c a d e T a r a y es i n n e g a b l e , e n t r e o t r a s c o s a s , q u e el
a c t u a l c o n d a d o d e M e a t h está b a s t a n t e a l e j a d o d e l a u t é n t i c o c e n t r o g e o ­
9
g r á f i c o d e la i s l a . A h o r a b i e n , n o c r e e m o s n e c e s a r i o r e c o r d a r q u e la
n o c i ó n r e l i g i o s a d e « c e n t r o » n o está s o m e t i d a a la e s t r e c h e z m a t e r i a l d e
la h i s t o r i a y la g e o g r a f í a h u m a n a s . E x i s t e n o t r a s m ú l t i p l e s p r u e b a s t e x ­
t u a l e s d e la a n t i g ü e d a d d e la d i v i s i ó n d e I r l a n d a e n c u a t r o p r o v i n c i a s
m á s u n a . Q u i z á la m á s a r c a i c a , si n o la m á s a n t i g u a , es la d e l Libro de las
conquistas:

« L o s F i r B o l g d i v i d i e r o n I r l a n d a e n c i n c o p a r t e s , c o m o ya h e m o s
d i c h o . El q u i n t o d e G a n n es a q u e l s o b r e el c u a l e s t a b a C o i r p r e N i a F e r . El
q u i n t o d e S e n g a n n es a q u e l s o b r e el c u a l e s t a b a E o c h u m a c L u c h t a . El
q u i n t o d e S l a i n n e es a q u e l s o b r e el c u a l e s t a b a A i l i l l , h i j o d e M a t a . El
q u i n t o d e R u d r a i g e es a q u e l s o b r e el c u a l e s t a b a C o n c h o b a r , h i j o de

a
8 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , loe. cit., p . 1 7 4 - L c o n c e p c i ó n celta del c e n t r o s a g r a d o
está a t e s t i g u a d a a s i m i s m o e n el t e x t o l a t i n o m e d i e v a l b r e t ó n l l a m a d o Chronicon Brú­
cense o « C r ó n i c a d e S a n B r i o c » , el c u a l f o r m a p a r t e d e esa l i t e r a t u r a b r i t ó n i c a e n
l e n g u a l a t i n a t o d a v í a t a n m a l y t a n i n c o m p l e t a m e n t e e s t u d i a d a . E l r e y I u d h a e l uidit
insomnis montem excelsissimum esse constitutam in medio suae regionis Britanniae, id est in umbilico per
quem ambulandi callis difficilis inueniabatur (Biblioteca Nacional Francesa, manuscritos
I -
l a t i n o s 6 0 0 3 , f o l . 5 5 9 > y 8 8 8 9 , f o l . 4 8 - 5 6 ) . E s t e p a s a j e n o a p a r e c e e n la e d i ­
c i ó n S t e r c k x - L e D u c d e la Chronique de Saint-Brieuc, P a r í s , 1 9 7 2 . Cf. L é o n F l e u r i o t ,
« S u r q u a t r e t e x t e s b r e t o n s e n l a t i n , le Libervetustissimus de Geoffroy de M o n m o u t h
e t le s é j o u r d e T a l i e s i n e n B r e t a g n e » , Etudes Celtiques, n . ° 1 8 , 1 9 8 1 , p p . 2 1 2 - 2 1 3 -
9 D . A . B i n c h y , « T h e F a i r o f T a i l t i u a n d t h e F e a s t o f T a r a » , Eriu, n . ° 18, p p . 113 y ss.
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
3 1 9

N e s s . Y é s t a es la d i v i s i ó n q u e t e n d r á n s i e m p r e las p r o v i n c i a s , tal y c o m o
1 0
los F i r B o l g las e s t a b l e c i e r o n » .

El texto a n u n c i a c i n c o provincias y sólo m e n c i o n a cuatro, según los

n o m b r e s d e l o s r e y e s . P e r o , al s e r l a q u i n t a el c e n t r o d e c a d a u n a d e las
o t r a s c u a t r o , es l ó g i c o q u e n o se m e n c i o n e : su e x i s t e n c i a está i m p l í c i t a y
nos e n c o n t r a m o s ante una n o c i ó n tradicional, n o c i ó n bastante sólida
p a r a q u e el n o m b r e i r l a n d é s d e la p r o v i n c i a e n t o d o s l o s t e x t o s sea coiced,
« q u i n t o » . E n cuanto a los Fir B o l g , s e ñ a l e m o s de paso que n o t i e n e n
nada de histórico".
E l a r c a í s m o d e l a r e a l e z a d e T a r a se m a n i f i e s t a e n este c a s o p o r l o s
m e d i o s h a b i t u a l e s . S u a n t i g ü e d a d está j u s t i f i c a d a d e m a n e r a m ú l t i p l e e n
el r e l a t o La fundación del dominio de Tara-.
— A través d e l más a n t i g u o de t o d o s los d r u i d a s , F i n t a n , q u e t i e n e
c i n c o m i l a ñ o s d e e d a d y al q u e se l e h a e n c o m e n d a d o l o q u e
p o d r í a m o s d e n o m i n a r la ú l t i m a m i s i ó n : p r o b a r , establecer d e f i -
n i t i v a m e n t e q u e T a r a es y d e b e s e g u i r s i e n d o la s e d e d e la r e a l e z a
s u p r e m a de Irlanda. Sale perfectamente airoso, p o r o t r o l a d o , de
esta d i f í c i l m i s i ó n p o r q u e « e s t á v e r s a d o e n t o d o s l o s j u i c i o s j u s t o s
q u e se h a n e m i t i d o d e s d e e l p r i n c i p i o d e l m u n d o h a s t a h o y » . E s
él t a m b i é n q u i e n p l a n t a e n I r l a n d a la p r i m e r a b a y a d e t e j o r o j o d e
la q u e p r o c e d e n l o s á r b o l e s p r i m o r d i a l e s d e las c i n c o p r o v i n c i a s .
— A t r a v é s d e l m á s g r a n d e d e l o s d i o s e s , L u g , al q u e se d e n o m i n a
a q u í T r e f u i l n g i d T r e o c h a i r , q u i e n , tras asistir a la p r i m e r a a s a m -
b l e a m í t i c a de los h o m b r e s de I r l a n d a , bajo el r e i n a d o de Fergus
C e r b a l l , rey l e g e n d a r i o d o n d e los haya, c o n c l u y ó q u e n o hacía
falta c a m b i a r n a d a , b a j o n i n g ú n p r e t e x t o , e n la c o n s t r u c c i ó n t r a -
d i c i o n a l de la m o n a r q u í a : « Q u e p e r m a n e z c a c o m o la h e m o s
e n c o n t r a d o — d i j o F i n t a n — . N o i r e m o s c o n t r a las d i s p o s i c i o n e s
q u e T r e f u i l n g i d n o s d e j ó , p u e s era u n á n g e l de D i o s o el m i s m o
1 2
Dios .
O t r a p r u e b a de a r c a í s m o n o s la p r o p o r c i o n a n los m e d i o s p a r a c o n -
t r o l a r , e n la m i s m a T a r a , la l e g i t i m i d a d d e la e l e c c i ó n r e g i a . E s t o s m e d i o s
— q u e p o d e m o s c a l i f i c a r d e c i d i d a m e n t e c o m o e l e m e n t o s rituales— c o n -

10 E d . R . A . S . Macalister, IV, p . 12.

11 Textes mythologiques irlandais I / l , p p . I O - I 2 y 1 7 - 2 0 .
12 Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 1 5 9 - 1 6 0 .
3?0 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

f o r m a n u n a e s p e c i e d e « e s c e n a r i o » s e ñ a l a d o d e a c u e r d o c o n el t e x t o De
Sil ChonairiMor o « ( R e l a t o ) r e l a t i v o a la raza d e C o n a i r e e l G r a n d e » :

« H a b í a u n c a r r o r e a l e n T a r a al c u a l e s t a b a n e n g a n c h a d o s d o s c a b a l l o s
del m i s m o color y que n u n c a habían sido e n g a n c h a d o s a u n carro. El carro
saltaba y los c a b a l l o s b r i n c a b a n a n t e a q u e l q u e n o estaba d e s t i n a d o a la
s o b e r a n í a . H a b í a u n m a n t o r e a l e n el c a r r o . E l m a n t o r e s u l t a b a d e m a s i a d o
g r a n d e p a r a a q u e l q u e n o e s t a b a d e s t i n a d o a la s o b e r a n í a . H a b í a d o s p i e -
d r a s e n T a r a , a s a b e r , B l o c c y B l u i g n e : se s e p a r a b a n a n t e a q u e l q u e a c e p t a -
b a n d e tal m o d o q u e el c a r r o p o d í a p a s a r e n t r e ellas. Y e s t a b a Fal, el P e n e
d e la P i e d r a , al f i n a l d e la c a r r e r a d e l c a r r o . L a P i e d r a d e Fal g r i t a b a a n t e el
eje d e l c a r r o d e a q u e l q u e e s t a b a d e s t i n a d o a la s o b e r a n í a d e T a r a t a n f u e r t e
q u e t o d o s la o í a n . L a s d o s p i e d r a s , B l o c c y B l u i g n e , n o se s e p a r a b a n a n t e
a q u e l q u e n o e s t a b a d e s t i n a d o a l a s o b e r a n í a d e T a r a y n o se p o d í a m e t e r e l
c a n t o d e la m a n o e n t r e ellas. L a P i e d r a d e Fal n o g r i t a b a a n t e el eje d e
a q u e l q u e n o e s t a b a d e s t i n a d o a la s o b e r a n í a d e T a r a . N o a c e p t a r o n a
1 3
L u g a i d R i a b n d e r g tras el a s e s i n a t o d e E t a r s c e l » .

E n n i n g ú n m o m e n t o a b a n d o n a m o s el m i t o y , e n las g e n e a l o g í a s d e
l o s r e y e s d e I r l a n d a , la f u n d a c i ó n d e la p r o v i n c i a c e n t r a l se a t r i b u y e a
T u a t h a l T e c h t m a r ( « e l q u e v i e n e d e m á s allá d e l m a r » ) :

« F u e d e b i d o a T u a t h a l q u e cada p r o v i n c i a q u e d ó privada de su cabeza,

y d e a h í q u e se d i g a M i d e , e s t o es, M i d e « e l c u e l l o » d e c a d a p r o v i n c i a .
Tuathal ejerció sobre Irlanda u n p o d e r recio e influyente tras h a b e r d e s -
t r u i d o a l o s b a n d i d o s y a l o s p i r a t a s . T u a t h a l T e c h t m a r r e a l i z ó l u e g o el f e s -
t í n d e T a r a y las p r o v i n c i a s d e I r l a n d a v i n i e r o n a la a s a m b l e a d e T a r a . He
a q u í las p r o v i n c i a s q u e v i n i e r o n , a s a b e r , F e r g u s , F e b a l y E o c h u m a c Con-
rach c o m o reyes c o n j u n t o s del Ulster, y E o g a n m a c Ailella E r a n n del
Munster meridional, y Gonrach mac Derg de Connaught, y Eochu mac
D e i r i del G r a n M u n s t e r , y E o c h u m a c E c h a c h D o i m l é i n de los D o m n a n n
d e L e i n s t e r . E n t o n c e s g a r a n t i z a r o n m e d i a n t e el sol, la l u n a y t o d o poder

13 « D e S h i l C h o n a i r i M o i r » , e d . L u c i u s G w y n n , Eriu, n . ° 6, 1 9 1 2 , p . 1 3 4 . A l w y n y
B r i n l e y R e e s (CelticHeritage, op. cit., p . 1 4 7 ) c o m p a r a n l a P i e d r a d e Fal c o n el lingo, ( o
f a l o ) d e l a t r a d i c i ó n r e a l i n d i a . P e r o el « P e n e d e l a P i e d r a » (Ferp Quiche) es u n
j u e g o d e e t i m o l o g í a a n a l ó g i c a , s i n m á s , e n t r e Fal y phallus. E l s i g n i f i c a d o e t i m o l ó -
g i c o d e Fal l o v i n c u l a a l a s o b e r a n í a (Fal es u n o d e l o s m ú l t i p l e s n o m b r e s de
I r l a n d a ) , m i e n t r a s q u e el ¡inga « c o m o eje e s t a b i l i z a d o r » s e r í a m á s b i e n el e q u i v a -
l e n t e d e l vajra ( A n a n d a K . C o o m a r a s w a m y , L'Arbre Inversé, A r c h é , M i l á n , 1 9 8 4 , P -
57, n o t a 70).
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON 321

d e l c i e l o y d e la t i e r r a q u e , a u n q u e las p r o v i n c i a s d e I r l a n d a t u v i e s e n el
1 4
m i s m o p o d e r , n u n c a t e n d r í a n t a n t o s d e r e c h o s c o m o sus d e s c e n d i e n t e s » .

P e r o le c o r r e s p o n d e a K e a t i n g e l m é r i t o d e h a b e r e x p l i c a d o y a c l a ­
r a d o d e f i n i t i v a m e n t e las r e l a c i o n e s d e las c u a t r o p r o v i n c i a s e n t r e ellas e n
r e l a c i ó n c o n la p r o v i n c i a c e n t r a l c u a n d o d e s c r i b i ó el f u n c i o n a m i e n t o d e
las c u a t r o fiestas c a l e n d a r l a s y e n u m e r ó sus l o c a l i z a c i o n e s t o p o g r á f i c a s
e n el t e r r i t o r i o d e M i d e :

« D e s p u é s d e h a b e r l i b r a d o estas b a t a l l a s [...] T u a t h a l h i z o el f e s t í n d e
T a r a , ya q u e e r a h a b i t u a l e n u n r e y al p r i n c i p i o d e s u r e i n a d o r e u n i r u n a
g r a n a s a m b l e a g e n e r a l p a r a p o n e r e n o r d e n las leyes y las c o s t u m b r e s d e l
p a í s . L o s n o b l e s d e l o s g o i d e l o s d e c a d a p r o v i n c i a d e I r l a n d a v i n i e r o n a él y
l o t o m a r o n c o m o rey p o r q u e l o s h a b í a l i b e r a d o d e la s e r v i d u m b r e d e l o s
h o m b r e s n o l i b r e s , a s a b e r , las T r i b u s Vasallas. Se o b l i g a r o n p o r los e l e ­
m e n t o s a d e j a r l e l a s o b e r a n í a d e I r l a n d a , a é l y a s u s d e s c e n d i e n t e s , c o m o se
había prometido a Ugaine M o r .

E n t o n c e s f u e c u a n d o se d i v i d i ó e n c u a t r o p a r t e s la p r o v i n c i a d e la q u e
h i z o M i d e , tal y c o m o es a h o r a , p a r a q u e f u e s e el d o m i n i o r e s e r v a d o a c a d a
rey s u p r e m o q u e r e i n a s e e n I r l a n d a . P u e s , a u n q u e M i d e fuese el n o m b r e
d e l p a í s q u e está al l a d o d e U i s n e c h d e s d e l o s t i e m p o s d e l o s h i j o s de
N e m e d h a s t a l o s d e T u a t h a l , M i d e n o e r a t o d a v í a el n o m b r e d e las p a r t e s
t o m a d a s a las p r o v i n c i a s h a s t a l o s t i e m p o s d e T u a t h a l y él h i z o c o n ellas el
territorio de una provincia.

G u a n d o T u a t h a l r e u n i ó estas c u a t r o p a r t e s e h i z o u n s o l o t e r r i t o r i o l l a ­
m a d o M i d e , c o n s t r u y ó e n él c u a t r o g r a n d e s fortalezas reales, a s a b e r , u n a
f o r t a l e z a e n c a d a p a r t e . A s í p u e s , c o n s t r u y ó T l a c h t g h a e n la p a r t e d e M u n s ­
t e r i n c o r p o r a d a a M i d e , y allí es d o n d e se i n s t i t u y ó el f u e g o d e T l a c h t g h a ;
allí es d o n d e t e n í a n c o s t u m b r e d e r e u n i r s e y c e l e b r a r a s a m b l e a l o s d r u i d a s
d e I r l a n d a d u r a n t e la n o c h e d e S a m a i n p a r a h a c e r s a c r i f i c i o s a t o d o s l o s
dioses. E n este fuego q u e m a b a n a sus víctimas y era o b l i g a t o r i o , bajo p e n a
d e m u l t a , e x t i n g u i r t o d o s los fuegos d e I r l a n d a d u r a n t e esa n o c h e ; y p o r
c a d a f u e g o q u e se e n c e n d í a e n I r l a n d a el rey d e M u n s t e r r e c i b í a u n e s c r ú ­
p u l o o t r e s p e n i q u e s , p u e s t o q u e el p a í s e n el q u e T l a c h t g h a se e n c u e n t r a
p e r t e n e c e a la p a r t e d e M u n s t e r d a d a a M i d e .

C o n s t r u y ó la s e g u n d a f o r t a l e z a e n la p a r t e q u e h a b í a a d q u i r i d o d e la p r o ­
v i n c i a d e C o n n a u g h t , a s a b e r , U i s n e a c h , d o n d e se c o n v o c a b a la a s a m b l e a

14 Libro de las Conquistas, e d . M a c a l i s t e r , V , p . 3 1 1 .

322 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

g e n e r a l d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a , l o q u e se l l a m a b a la G r a n A s a m b l e a d e
U i s n e a c h , y e s t a a s a m b l e a se p r o d u c í a e n B e l t a i n e . A l l í i n t e r c a m b i a b a n s u s
b i e n e s , sus m e r c a n c í a s y sus o b j e t o s . A l l í t a m b i é n o f r e c í a n sacrificios al d i o s
s u p r e m o al q u e a d o r a b a n y al q u e l l a m a b a n B e l . T e n í a n la c o s t u m b r e de
e n c e n d e r dos fuegos e n h o n o r de Bel e n cada c a n t ó n de Irlanda y hacer pasar
u n e n f e r m o de cada especie del c a n t ó n e n t r e los dos fuegos para preservarlos
d e t o d a e n f e r m e d a d d u r a n t e el a ñ o ; d e este f u e g o e n c e n d i d o e n h o n o r d e
B e l se d i o e l n o m b r e d e B e l t a i n e a l a n o b l e f i e s t a q u e t i e n e l u g a r e l d í a d e l o s
d o s a p ó s t o l e s F e l i p e y S a n t i a g o : B e l t a i n e , a s a b e r , el f u e g o d e B e l . E l c a b a l l o
y el e q u i p a m i e n t o d e c a d a j e f e q u e v e n í a a la g r a n r e u n i ó n d e U i s n e c h d e b í a n
s e r e n t r e g a d o s e n c o n c e p t o d e i m p u e s t o al r e y d e C o n n a u g h t , p o r q u e e n la
p a r t e d e l a p r o v i n c i a d e C o n n a u g h t se m a n t e n í a e s t a r e u n i ó n .

L a t e r c e r a f o r t a l e z a q u e c o n s t r u y ó T u a t h a l , c o n el n o m b r e d e T a i l t i u ,
está e n la p a r t e d e la p r o v i n c i a d e l U l s t e r a d q u i r i d a p o r M i d e ; allí t e n í a
l u g a r la f e r i a d e T a i l t i u d u r a n t e la c u a l l o s h o m b r e s d e I r l a n d a forjaban
lazos d e m a t r i m o n i o o a m i s t a d ; u n a c o s t u m b r e o b s e r v a d a e n esta a s a m b l e a
e r a q u e l o s h o m b r e s se p o n í a n a u n l a d o y las m u j e r e s a o t r o m i e n t r a s q u e
l o s p a d r e s y las m a d r e s c e r r a b a n l o s c o n t r a t o s . C a d a p a r e j a q u e h a b í a f i j a d o
u n t r a t o y u n c o n t r a t o se c a s a b a , c o m o d i c e el p o e t a :

"Las m u j e r e s n o d e b e n acercarse a los h o m b r e s bellos y brillantes;

los h o m b r e s n o d e b e n a c e r c a r s e a las m u j e r e s .
Sino que cada u n o debe p e r m a n e c e r aparte
e n el l u g a r d e la g r a n f e r i a " .
S i n e m b a r g o , fue L u g a i d L a m f a d a q u i e n f u n d ó la p r i m e r a a s a m b l e a d e
Tailtiu e n c o n m e m o r a c i ó n anual de su m a d r e de leche Tailtiu, hija de M a g -
m o r , r e y d e E s p a ñ a , q u e e r a la m u j e r d e E a r c , ú l t i m o rey d e l o s F i r B o l g ,
c o m o h e m o s d i c h o m á s arriba. C u a n d o Tailtiu fue i n h u m a d a p o r L u g a i d
e n esta c o l i n a , c o n s t i t u y ó la a s a m b l e a d e T a i l t i u c o m o r e u n i ó n e n s u m e m o -
r i a . E s l a r a z ó n p o r l a c u a l se d i o e l n o m b r e d e L u g n a s a d , e s d e c i r , d e r e u -
n i ó n o c o n m e m o r a c i ó n , al p r i m e r d í a d e a g o s t o q u e h o y es la fiesta d e l
a r r e s t o d e P e d r o . A u n q u e la m o n t a ñ a y la a s a m b l e a d e T a i l t i u e x i s t i e s e n ya
e n t i e m p o s d e L u g a i d Lamfada, Tailtiu n o fue fortaleza real hasta los t i e m -
p o s d e T u a t h a l T e c h t m a r . P u e s t o q u e el l u g a r d o n d e e s t a b a T a i l t i u p e r t e n e c e
a la p r o v i n c i a d e l U l s t e r , el i m p u e s t o d e la a s a m b l e a d e T a i l t i u i b a al r e y d e l
U l s t e r . S u m o n t a n t e e r a u n a o n z a d e p l a t a p o r c a d a p a r e j a q u e se e n c o n -
t r a r s e allí.

L a c u a r t a f o r t a l e z a e s t á s i t u a d a e n l a p a r t e d e L e i n s t e r d a d a a M i d e . A l l í se
h a c í a e l f e s t í n d e T a r a , c a d a t r e s a ñ o s , d e s p u é s d e q u e se o f r e c i e s e n s a c r i f i c i o s
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
323

a t o d o s l o s d i o s e s d e T l a c h t g h a ( c o m o ya s e h a d i c h o ) , p a r a a n u n c i a r la a s a m -
b l e a r e a l l l a m a d a el F e s t í n d e T a r a d o n d e se d e c i d í a n las leyes y las c o s t u m -
b r e s , y d o n d e se a p r o b a b a n l o s a n a l e s y las a n t i g ü e d a d e s d e I r l a n d a , d e m o d o
q u e t o d o l o q u e se h a b í a a p r o b a d o e r a i n s c r i t o p o r d o c t o r e s - j e f e s e n la l i s t a
d e l o s r e y e s q u e se l l a m a S a l t e r i o d e T a r a ; y t o d a c o s t u m b r e o t o d o a n a l q u e
1 5
n o f u e s e c o n f o r m e a e s t e g r a n l i b r o n o se c o n s i d e r a b a a u t é n t i c o » .

Insistiremos u n a vez más, a m o d o de c o n c l u s i ó n y breve c o m e n t a r i o

d e este t e x t o , e n la í n t i m a y p r o f u n d a s o l i d a r i d a d , su i n d i s o c i a b l e c o m -
p l e m e n t a r i e d a d , e n t r e l o s d r u i d a s y l o s r e y e s , q u i e n e s , r e u n i d o s e n las
c u a t r o p o r c i o n e s o , si se p r e f i e r e , e n l o s c u a t r o « s a n t u a r i o s » d e M i d e ,
T a r a , T a i l t i u , U i s n e c h y T l a c h t g a , e n el m o m e n t o d e las fiestas, m a n t i e -
n e n c o n su p r e s e n c i a y sus d e c i s i o n e s o a c c i o n e s el b u e n o r d e n y la p r o s -
1 6
p e r i d a d d e I r l a n d a e n t e n d i d a c o m o la t o t a l i d a d d e l c o s m o s .
Y el n o m b r e p r i n c i p a l d e la isla es Eriu p o r q u e la r e i n a e p ó n i m a d e
este n o m b r e t i e n e s u r e s i d e n c i a e n U i s n e c h , e n el c e n t r o s i m b ó l i c o de
I r l a n d a . El^í/e A m o r g e n v i n o a v e r l a , i g u a l q u e h a b í a i d o a v e r a sus d o s
h e r m a n a s B a n b a y Fotla, e p ó n i m o s secundarios:

« E c h a r o n pie a tierra y llegaron enseguida a Sliab Mis. B a n b a vino a su

e n c u e n t r o e n c o m p a ñ í a d e su t r o p e l d e d r u i d a s y m a g o s . A m o r g e n le p r e -
g u n t ó : " ¿ C u á l es t u n o m b r e ? " . " B a n b a — d i j o ella—, y d e m í es d e q u i e n
p r o c e d e el n o m b r e d e la isla, a s a b e r , la isla d e B a n b a " . L u e g o , f u e r o n a
S l i a b E i b l i n n e , d o n d e F o t l a v i n o a s u e n c u e n t r o . E l p o e t a l e p r e g u n t ó d e la
m i s m a m a n e r a : " ¿ C u á l es t u n o m b r e ? " . F u e r o n a U i s n e c h d e M i d e y allí
e n c o n t r a r o n a E r i u . E l p o e t a l e p r e g u n t ó : " ¿ C u á l es t u n o m b r e ? " . Ella
7
d i j o q u e e r a E r i u y q u e ella h a b í a d a d o n o m b r e a la i s l a » ' .

15 K e a t i n g , History oflreland, e d . D i n n e e n , I I , p p . 2 4 6 - 2 5 0 . Cf. T . P . M c C a u g h e y ,

« T r a c t o n t h e c h i e f p l a c e s o f M e a t h » , Céltica, n . ° 5, 1 9 6 0 , p . 1 7 3 , a p r o p ó s i t o d e
u n e x t r a c t o d e l M S H . 3. 17 d e l T r i n i t y C o l l e g e q u e c o n f i r m a e l t e x t o d e K e a t i n g
( v é a s e Ogam, n . ° 1 3 , loe. cit, p p . 1 7 4 - 1 7 5 . n o t a 4 2 ) . P o r s u p u e s t o , la m e n c i ó n a l
e m p l e ó 3 e a r c h i v o s e s c r i t o s es a p ó c r i f a y d e b i d a a la f e c h a t a r d í a d e la t r a n s m i s i ó n
de Keating.
16 L o s d r u i d a s a p a r e c e n e n U i s n e c h e n el m o m e n t o d e la fiesta d e B e l t a i n e , q u e es la
d e la c l a r i d a d y, p o r t a n t o , t a m b i é n la d e l f u e g o . P e r o a p a r e c e n e n t o d a s p a r t e s
c o n similar i m p o r t a n c i a . D e f o r m a simétrica, s u r g e n los fuegos de Samain
e n c e n d i d o s e n T l a c h t g a t a m b i é n bajo su vigilancia.
17 Libro de las Conquistas, e d . R . A . S. M a c a l i s t e r , V , p . 5 2 .
324 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L DRUIDISMO

E s t a s t r e s h e r m a n a s s o n la t r i p l i c a c i ó n m í t i c a d e la S o b e r a n í a . Y
c o m o l o s t r e s n o m b r e s se l i m i t a n a d e s i g n a r u n m i s m o p a í s , ellas n o
d e j a n d e ser el m i s m o y ú n i c o p e r s o n a j e .
O t r a v e r s i ó n d e l Libro de las conquistas p r e s e n t a l o s h e c h o s d e o t r a
m a n e r a . E s t a v e z s o n B a n b a y F o t l a q u i e n e s , h a b i e n d o p r o f e t i z a d o el
e s t a b l e c i m i e n t o d e l o s g o i d e l o s e n I r l a n d a , s o l i c i t a n q u e sus r e s p e c t i v o s
n o m b r e s l e s e a n o t o r g a d o s , l o q u e p o r d e s c o n t a d o se les c o n c e d e . P e r o
c u a n d o l l e g a r o n hasta E r i u :

« C o n v e r s a r o n c o n E r i u e n U i s n e c h . Ella les d i j o : " O h , g u e r r e r o s , sed

b i e n v e n i d o s . H a c e m u c h o t i e m p o q u e los profetas p r e d i j e r o n vuestra lle­
g a d a . E s t a isla s e r á v u e s t r a p a r a s i e m p r e j a m á s . Y e n el este d e l m u n d o no
h a b r á isla m e j o r . N i n g u n a d e sus razas s e r á m á s n u m e r o s a q u e la v u e s t r a " .
" E s t á b i e n —dijo A m o r g e n — , la p r o f e c í a es b u e n a " . " N o d e b í a s d a r l e las
gracias a ella —dijo E b e r D o n n , el m a y o r d e los h i j o s d e Mil—, s i n o a n u e s ­
t r o s dioses y a su p o d e r í o " . " A ti eso te da igual —dijo Eriu—, n o o b t e n d r á s
n i n g ú n p r o v e c h o d e esta isla y n o p e r t e n e c e r á a t u s h i j o s . H a c e d m e un
r e g a l o , o h , h i j o s d e M i l y vastagos d e B r e o g á n —dijo—, q u e m i n o m b r e le
1 8
sea d a d o a esta isla". " Q u e sea su n o m b r e p r i n c i p a l " , d i j o A m o r g e n » .

A c o n t i n u a c i ó n v e a m o s la e v o l u c i ó n d e esta t r a d i c i ó n h a c i a el s i g l o
XII e n la Topographia Hibemica d e l m o n j e gales Giraldo Cambrense:

« E n c o n t r á n d o l a v a c í a ( I r l a n d a ) al a r r i b a r , se la r e p a r t i e r o n e n c i n c o
p a r t e s c u y o s e x t r e m o s se j u n t a b a n e n c i e r t a p i e d r a d e M i d e , c e r c a d e l c a s t i ­
l l o d e K y l l a r . A esta p i e d r a se la l l a m a el ó n f a l o d e I r l a n d a p o r q u e está
s i t u a d a casi e n el c e n t r o y e n m e d i o d e la t i e r r a ; d e a h í q u e se l l a m e M i d e la
1 9
r e g i ó n d e I r l a n d a q u e es s u c e n t r o » .

G i r a l d o C a m b r e n s e n o habla de los druidas, p e r o t a m p o c o p o d e m o s

exigirle d e m a s i a d o . N o obstante, los druidas están directamente i n v o l u ­
c r a d o s e n el pasaje i n i c i a l d e La batalla deMagTured, d o n d e se r e l a t a la l l e ­
g a d a d e l o s T u a t h a D é D a n a n n a I r l a n d a . E n su e n t o r n o p r i m o r d i a l , e n
el n o r t e d e l m u n d o , h a b í a n s i d o i n s t r u i d o s p o r c u a t r o d r u i d a s q u e r e s i ­
d í a n c a d a u n o e n u n a d e las c u a t r o islas s i m b ó l i c a s :

18 Libro de las Conquistas, op. cit., V , p p . 3 4 - 3 6 ; Textesmythologiquesirlandaisl/l, p . 16.

19 Topographia Hibernica, e d . J a m e s F . D i m o c k , Giraldi Cambrensis Opera, V , L o n d r e s , 1 8 6 7 ,
p . 144.
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
325

—Mor-fessae en Falias.
—Esras en Gorias.
—Uiscias en Findias.
2 0
—Semias en Murías .
L a d i v i s i ó n c u a t r i p a r t i t a d e la g e o g r a f í a p o l í t i c a celta era, p o r ú l t i m o ,
la d e l o s g á l a t a s a s e n t a d o s e n A s i a M e n o r e n el s i g l o II a n t e s d e n u e s t r a
era, si c r e e m o s a E s t r a b ó n (Geografía X I I , 5 , l ) =

« A c a d a u n a d e las t r e s t r i b u s , q u e h a b l a b a n la m i s m a l e n g u a y n o se
d i f e r e n c i a b a n e n n a d a u n a s d e o t r a s , las d i v i d i e r o n e n c u a t r o p a r t e s y l l a ­
maron a cada parte u n a tetrarquía. Cada tetrarquía tenía su propio
t e t r a r c a , u n j u e z , u n j e f e d e l e j é r c i t o a las ó r d e n e s d e l t e t r a r c a y d o s s u b j e ­
fes d e l e j é r c i t o » * .

E n el p r i m e r siglo de n u e s t r a era E s t r a b ó n utiliza el p a s a d o . P e r o

b a s t a q u e esta d i v i s i ó n a r c a i c a b a y a e x i s t i d o y q u e c o i n c i d a c o n el h e c h o
i r l a n d é s d e las c u a t r o p r o v i n c i a s f u n d a m e n t a l e s . L a q u i n t a p r o v i n c i a era
u n p u n t o i d e a l , d e s t a c a d o p o r su i n t e n s o s i m b o l i s m o : la P i e d r a d e Fal,
e n T a r a , g r i t a b a b a j o l o s p i e s d e l s o b e r a n o l e g í t i m o y, e n esta m i s m a
2 1
c a p i t a l , t o d o estaba o r g a n i z a d o s e g ú n u n a c u a t e r n a b i e n r e g u l a d a .
L a d i v i s i ó n c u a t r i p a r t i t a d e u n t e r r i t o r i o n o es u n a n e c e s i d a d a d m i ­
n i s t r a t i v a o p o l í t i c a a b s o l u t a : r i g u r o s a m e n t e n o es, c o m o el d e s l i n d e d e
las u n i d a d e s a d m i n i s t r a t i v a s o el d e c i e r t o s E s t a d o s m o d e r n o s , m á s q u e
la c o n s e c u e n c i a d e c o n t i n g e n c i a s q u e p r e s e n t a n causas v a r i a b l e s . P e r o e n
I r l a n d a es i n m u t a b l e : e n u n o d e l o s t e x t o s m á s c r i s t i a n i z a d o s d e la l i t e ­
r a t u r a i r l a n d e s a , c u a n d o el sid p r e c r i s t i a n o ya n o r e v i s t e n i n g ú n i n c o n ­
v e n i e n t e p a r a la t e o l o g í a , subsiste c o m o n o c i ó n t r a d i c i o n a l i n t a c t a :

« T r a s e s t o l l e g a r o n a o t r a isla e l e v a d a q u e c u a t r o m u r a l l a s d i v i d í a n e n
cuartos: p r i m e r o u n a muralla de o r o , otra de plata, u n a tercera de b r o n c e
y u n a c u a r t a d e c r i s t a l . H a b í a reyes e n u n a c u a r t a p a r t e , r e i n a s e n la o t r a ,
g u e r r e r o s e n o t r a y m u c h a c h a s e n la ú l t i m a . U n a m u c h a c h a se p r e s e n t ó
a n t e e l l o s , l o s llevó a t i e r r a y les d i o a l i m e n t o . E s t e se p a r e c í a al q u e s o y
c a d a u n o e n c o n t r a b a e n él el s a b o r q u e p r e f e r í a . L e s sirvió b e b i d a e n u n

20 V é a s e m á s a b a j o el c a p í t u l o V .
21 L a s c o n c l u s i o n e s d e A l w y n y B r i n l e y R e e s (CelticHeritage, L o n d r e s , 1961, p p . 146 y
s s . ) s o b r e l a j e r a r q u í a d e las p r o v i n c i a s i r l a n d e s a s d e b e n m a t i z a r s e c o n m u c h a
prudencia.
a
* T r a d . e s p . : GeografiaV (trad. M . Paz d e H o z G a r c í a - B e l l i d o ) , M a d r i d , G r e d o s ,
2 0 0 3 , p . 278) [ N . d e l T . ] .
326 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L DRUIDISMO

r e c i p i e n t e , d e f o r m a q u e se d u r m i e r o n e n u n a e m b r i a g u e z d e t r e s d í a s y
t r e s n o c h e s . L a m u c h a c h a les s i r v i ó d u r a n t e t o d o ese t i e m p o . C u a n d o se
d e s p e r t a r o n , al c a b o d e t r e s d í a s , e s t a b a n e n alta m a r e n s u b a r c o . Y a n o se
2 2
veía e n n i n g u n a p a r t e n i la isla n i a la m u c h a c h a » .

L a c r i s t i a n i z a c i ó n d e l sid t u v o c o m o c o n s e c u e n c i a p r i n c i p a l la d e s a -
p a r i c i ó n d e l t e m a d e la b e l l a y atractiva c r i a t u r a q u e d a su a m o r , a d e m á s
d e la f e l i c i d a d e t e r n a , al v i s i t a n t e o a q u i e n va a b u s c a r . E n o t r o t e x t o ,
t o d a v í a m á s c r i s t i a n i z a d o , La navegación de los Ui Corra, h a n d e s a p a r e c i d o
t o t a l m e n t e las m u j e r e s , p e r o la isla s i g u e d i v i d i d a e n c u a t r o :

« L u e g o , se p u s i e r o n a r e m a r d u r a n t e m u c h o t i e m p o y les f u e m o s t r a d a
o t r a i s l a c o n c u a t r o t i p o s d e h o m b r e s d i f e r e n t e s . H a b í a n d i v i d i d o la i s l a e n
c u a t r o , a s a b e r : h o m b r e s t r a n q u i l o s d e c a b e l l o gris e n el p r i m e r lugar,
s e ñ o r e s reales e n el s e g u n d o , g u e r r e r o s e n el t e r c e r o , c r i a d o s e n el c u a r t o .
E r a n bellos y brillantes. O r g a n i z a b a n j u e g o s sin d e s c a n s o . U n o d e ellos (de
l o s U i C o r r a ) f u e a r e c a b a r n o t i c i a s . E r a n e g r o y r e p e l e n t e al l a d o d e las
g e n t e s b r i l l a n t e s a l a s q u e i b a a p r e g u n t a r . I n m e d i a t a m e n t e se p u s o a j u g a r y
a r e í r , d e tal f o r m a q u e se p u s o t a n a l e g r e y b r i l l a n t e c o m o e l l o s . S e q u e d ó
2 3
c o n e l l o s e n l a i s l a y l o s U i C o r r a se p u s i e r o n t r i s t e s . S e a l e j a r o n a r e m o » .

1 . 2 . E L SANTUARIO O NEMETON
A t r a v é s d e la n o c i ó n d e « c e n t r o » , e n el s e n t i d o d e l g r i e g o omphalos,
a c c e d e m o s a la d e s a n t u a r i o , q u e d e s i g n a así u n l u g a r p a r t i c u l a r m e n t e
c a r g a d o d e p o t e n c i a l y e n e r g í a s a g r a d a . E s l o q u e r e s u m e , m e d i a n t e su
p r o p i a e t i m o l o g í a , el t o p ó n i m o M e d i o l a n u m d e l q u e h e m o s p r o p u e s t o
d o s i n t e r p r e t a c i o n e s , u n a c o m p l e t a m e n t e p r o f a n a , a través d e « c e n t r o
2 4
d e la l l a n u r a » , y la o t r a r e l i g i o s a , a través d e « c e n t r o d e perfección» .
E l j u e g o d e la a n a l o g í a y la h e r m e n é u t i c a celtas lleva a q u e n o se e x c l u y a n
la u n a a la o t r a : M e d i o l a n u m n o es p o r o t r a p a r t e la ú n i c a p a l a b r a e n
este caso y a v e c e s n o s e n c o n t r a m o s s i n ó n i m o s , d e l t i p o Mezunemusus ( c f r .
2 5
Medionemeton, « s a n t u a r i o d e l c e n t r o » ) . T a m b i é n , y s o b r e t o d o , estaba el
drunemeton gálata, s e g ú n E s t r a b ó n (Geografía X I I , 5» l ) =

22 Immram Mael Duin, e d . V a n H a m e l , op. cit., p . 3 7 .

23 Iomramh ChurraighUagCorra, « L a n a v e g a c i ó n del b a r c o de los U i C o r r a » , ed. W h i -
t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 14, p . 4 2 .
_ I
24 V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit., Celticum, n . ° I, p p . I 5 5 5 8 -
25 J - V e n d r y e s ( « N o t e s d ' a r c h é o l o g i e e t d e p h i l o l o g i e c e l t i q u e » , Revue Celtique, n.°
l c
3 4 . P P - 4 " - 4 2 4 ) s e ñ a l a q u e Mezunemusus es la t r a n s c r i p c i ó n e n c a r a c t e r e s e t r u s c o s
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
327

« E l C o n s e j o d e los d o c e tetrarcas estaba f o r m a d o p o r trescientos h o m -

b r e s q u e s e r e u n í a n e n e l l l a m a d o Drunémeton. L o s c a s o s d e a s e s i n a t o l o s j u z -
g a b a el C o n s e j o , el r e s t o l o s t e t r a r c a s y l o s j u e c e s . E s t a e r a la o r g a n i z a c i ó n
a n t i g u a m e n t e » *.

N a d a p e r m i t e a f i r m a r q u e , e n la p a l a b r a g á l a t a drunémeton, dru- sea

el n o m b r e d e l o s d r u i d a s o , si s e g u i m o s la e t i m o l o g í a g r i e g a d e P l i n i o , el
n o m b r e d e l r o b l e . H a c e falta u n a e x p l i c a c i ó n m e j o r f u n d a m e n t a d a , q u e
descanse s o b r e bases e t i m o l ó g i c a s seguras. N a d a p e r m i t e a f i r m a r t a m p o c o ,
c o n n u e s t r o actual nivel de c o n o c i m i e n t o s , q u e el drunémeton g á l a t a h a y a
s i d o u n r o b l e d a l , a u n q u e esté lejos d e ser i m p o s i b l e . T o d o l o q u e e s t a m o s
a u t o r i z a d o s a s u p o n e r , d e a c u e r d o c o n el c o n t e x t o e s t a b l e c i d o p o r E s t r a -
b ó n , es q u e el drunémeton era u n s a n t u a r i o « f e d e r a l » s i t u a d o e n el c e n t r o
s i m b ó l i c o d e l país o e n u n l u g a r c a r g a d o d e s a c r a l i d a d , a n á l o g o al locuscon-
secratus d e l o s c a r n u t e s , o t a m b i é n q u i z á al l u g a r d e r e u n i ó n d e l Concilium
Galliarum, s i n q u e p o d a m o s fijar u n a p r e f e r e n c i a i n m e d i a t a p o r u n o u
o t r o . N o p o d e m o s ni convertirlo en u n ú n i c o santuario del roble ni
e x c l u i r d e él a l o s d r u i d a s . L a s i n d i c a c i o n e s d e l e s c r i t o r g r i e g o s o n d e m a -
s i a d o i m p r e c i s a s , a p a r t e d e q u e d e s c r i b e b i e n , e n el f u n c i o n a m i e n t o d e l
g o b i e r n o p r o v i n c i a l , la d u a l i d a d d e l rey y d e l j u e z , la c u a l n o p u e d e ser,
a c o r d é m o n o s d e las e s p e c i a l i z a c i o n e s i r l a n d e s a s , m á s q u e la d e l rey y el
2 6
d r u i d a . L o c i e r t o t a m b i é n es q u e , se m e n c i o n e o n o , el d r u i d a h a
o s t e n t a d o el p a p e l p r i n c i p a l e n la o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a y, a f o r t i o r i , r e l i -
g i o s a . E n e f e c t o , t e n e m o s e n el celta a n t i g u o nemeton el n o m b r e g e n e r a l ,
27
u s u a l e n t o d o s l o s países celtas, d e l s a n t u a r i o , d e l t e m p l o y d e l omphalos .

d e Metiunemusus, t r a n s c r i p c i ó n a s u vez d e l g a l o Medionemossos, q u e t i e n e t o d a s las t r a -

zas d e s e r u n n o m b r e d e l u g a r c u y o s i g n i f i c a d o es p a l m a r i a m e n t e « s a n t u a r i o d e l
e n
c e n t r o » . L a p a l a b r a está g r a b a d a e n u n a estela e n c o n t r a d a e n 1827 Zignago,
e n el valle d e V a l a , e n L i g u r i a .
26 L a c o n s t a t a c i ó n d e la i d e n t i d a d f u n c i o n a l d e l ¡ocus consecratus d e l o s c a r n u t e s d e
G a l i a y d e l drunémeton g á l a t a t a l y c o m o l o d e s c r i b e E s t r a b ó n f u e r e a l i z a d a p o r
C a m i l l e J u l l i a n ( « N o t e s G a l l o - R o m a i n e s » , Revue desEtudesAnciennes, n . ° 6, 1904,
i o
p . 2 6 1 ) ; cf. t a m b i é n d e la m i s m a a u t o r a Histoire de ¡a Gaule I I , p p . 9 7 ~ 3 - S e p u e d e
v e r e n - d e t a l l e e s t a c u e s t i ó n e n « L e v o c a b u l a i r e s a c e r d o t a l d u c e l t i q u e » , op. cit.
27 Véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u -
loises et c e l t i q u e s X V I I I . 65 ( M a r s ) N a b e l c u s " m a i t r e , s e i g n e u r " o u " p o i n t c é n -
t r a l e " » , Ogam, n . ° 1 5 , 1 9 6 3 , p p . 3 7 2 - 3 7 6 ; cf. J . L o t h , « N o t e s é t y m o l o g i q u e s » ,
Archivfür Celtische Lexicographie, n . ° 2, p . 2 9 , a p r o p ó s i t o d e l g a l e s naf, « m a i t r e , s e i g -
n e u r » . Se trata de u n a h e r m e n é u t i c a m u y antigua.
* T r a d . e s p . : op. cit., p . 2 7 8 [ N . d e l T . ] .
328 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

E s t o se p e r c i b e hasta e n la t r a d u c c i ó n l a t i n a d e l sanctissimum templum d e l o s

b o y o s d e Italia q u e h a c e T i t o L i v i o c u a n d o relata la a n é c d o t a t r á g i c a d e la
2 8
m u e r t e d e P o s t u m i o . A s í p u e s , e l s a n t u a r i o c e l t a está m á s l i g a d o a u n a
n o c i ó n , s i m b ó l i c a o efectiva, d e « c e n t r o » q u e a u n a f o r m a o a u n a s p e c t o
m a t e r i a l , p u e s se e x p r e s a e n su t o t a l i d a d p o r la p a l a b r a q u e d e s i g n a l o
sagrado:
— c o m o lugar geográfico preciso,
— c o m o m o m e n t o e n el t i e m p o c a l e n d a r i o ,
2 9
— c o m o p e r s o n a , i n d i v i d u o d i s t i n g u i d o d e l r e s t o d e la s o c i e d a d .
E l l u g a r s a g r a d o o c o n s a g r a d o d e b í a t e n e r , e n sí m i s m o , m á s i m p o r ­
t a n c i a q u e las c o n s t r u c c i o n e s , p r o v i s i o n a l e s o d e f i n i t i v a s , q u e e v e n t u a l -
m e n t e se e d i f i c a b a n e n é l . N o h a y t e m p l o s celtas e n e l s e n t i d o l a t i n o d e
la p a l a b r a templum. P e r o e s t o n o i m p l i c a q u e l o s t e m p l o s galorromanos
estén e x e n t o s de i n f l u e n c i a s o de r e m i n i s c e n c i a s i n d í g e n a s . Y esto n o
i m p l i c a t a m p o c o , e n las r e g i o n e s m e r i d i o n a l e s o i n c l u s o c e n t r a l e s d e la
G a l i a , q u e la i n f l u e n c i a clásica n o haya t e n i d o c o m o c o n s e c u e n c i a la c o n s ­
t r u c c i ó n d e t e m p l o s d e p i e d r a o d e m a d e r a c o n a n t e r i o r i d a d a la c o n -
quista r o m a n a .
E n e l p l a n o m í t i c o , e l « o m p h a l o s » c e l t a m á s c é l e b r e es la Isla d e
A v a l ó n , d e s d e d o n d e u n d í a el r e y A r t u r o r e g r e s a r á p a r a l i b r a r a b r e t o ­
31
n e s y a b r i t a n o s d e la o p r e s i ó n e x t r a n j e r a . P e r o la t i e r r a celta p a r t i c i p ó
p l e n a m e n t e e n la r e d e u r o p e a d e omphaloi, c u y o s p u n t o s culminantes,
Delfos, Externsteine, Magdalensberg, Carnac, Stonehenge, Uisnech,
t u v i e r o n u n a e n o r m e i m p o r t a n c i a e n la h i s t o r i a r e l i g i o s a d e la A n t i g ü e ­
3 2
d a d . L a s d i v e r g e n c i a s e n t r e las f o r m a s d e la t r a d i c i ó n se e x p l i c a n c o n
f a c i l i d a d m e d i a n t e a d a p t a c i o n e s a las d i s t i n t a s m e n t a l i d a d e s y c o n d i c i o ­
nes locales.

28 Véase más arriba.

29 B a s t a c o n r e c o r d a r e l n o m b r e d e nemed q u e , e n las r e c o p i l a c i o n e s j u r í d i c a s i r l a n ­
d e s a s , se a p l i c a a l a s c l a s e s p r v i l e g i a d a s n o s o m e t i d a s a l a s f o r m a s o r d i n a r i a s d e
d e m a n d a p o r u n a c r e e d o r p e c h e r o . V é a s e AncientLawsoflrelandVl, p . 5 8 6 ; cf. m á s
a b a j o la d e f i n i c i ó n l é x i c a y s e m á n t i c a d e la p a l a b r a i r l a n d e s a nemed y d e la b r e t o n a
nevet.
30 C f . l a o b s e r v a c i ó n d e P l u t a r c o (César 2 6 ) a p r o p ó s i t o d e l a e s p a d a d e C é s a r s u s ­
p e n d i d a e n u n t e m p l o de los a r v e r n o s .
s s
31 V é a s e el a r t í c u l o d e T h . C h o t z e n , loe. cit, Etudes Celtiques, n . ° 4 , p p - 2 5 5 Y -
32 F r a n c o i s e L e R o u x , loe. cit, Celticum, n . ° I, p . 1 8 4 .
33 C f . P i e r r e L e R o u x , « L e s a r b r e s c o m b a t t a n t s e t l a f o r é t g u e r r i é r e » , Ogam, n . ° II,
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON 329

1.3. E L BOSQUE SAGRADO

P e r o el nemeton está, a c a u s a d e s u n a t u r a l e z a f r e c u e n t e m e n t e f o r e s t a l ,
m u y e s t r e c h a m e n t e a s o c i a d o al á r b o l , él m i s m o v i n c u l a d o al s a b e r s a c e r -
33
d o t a l p o r u n c r u c e d e e t i m o l o g í a r e l i g i o s a (vidu) . T o d o parte del druida
y t o d o v u e l v e al d r u i d a . E s t o e x p l i c a p o r q u é l o s á r b o l e s s a g r a d o s se a s o -
c i a n f r e c u e n t e m e n t e , e n sitios p r i v i l e g i a d o s , c o n e v e n t o s n o t a b l e s :

« L a n o c h e e n la q u e n a c i ó Conn
fue b i e n v e n i d a e n t o d a I r l a n d a .
3
E n t o n c e s n a c i e r o n el á r b o l d e T o r t u , el t e j o d e R o s s » * .

E s t e á r b o l d e T o r t u , este t e j o d e R o s s se c u e n t a n e n t r e l o s c i n c o
p r i n c i p a l e s á r b o l e s d e I r l a n d a . O t r o á r b o l , el t e j o d e M u g n a , p o d í a d a r
c o b i j o a m i l p e r s o n a s b a j o su s o m b r a y, t r e s v e c e s al a ñ o , d i s p e n s a b a a
l o s h a b i t a n t e s d e la l l a n u r a e n la q u e se u b i c a b a t r e s f r u t o s s a g r a d o s :
bellota, nuez y manzana:

« A M u g n a , el h i j o d e m i h e r m a n a , d e l b o s q u e g l o r i o s o ,
lo h a f o r m a d o Dios hace m u c h o t i e m p o ;
u n tejo c o n cualidades variadas,
c o n tres frutos escogidos.

L a b e l l o t a y la n u e z e s t r e c h a y s o m b r í a ,
y la m a n z a n a , l o q u e e r a e x c e l e n t e ,
el Rey los e n v i ó r e g u l a r m e n t e
a él t r e s veces al a ñ o . . .

T r e s c i e n t o s c o d o s e r a la a l t u r a d e l á r b o l s i n d e f e c t o ;
su s o m b r a cobijaba a mil personas.
P e r m a n e c i ó e n u n l u g a r s e c r e t o al n o r t e y a l e s t e
3 5
h a s t a l o s t i e m p o s d e C o n n el d e las C i e n B a t a l l a s » .

p p . I y ss. E l c e l t a c o m ú n vidu-, q u e h a o r i g i n a d o el irlandesca, el g a l e s g w y d d y e l

b r e t ó n g w e z , « á r b o l » , se e n c u e n t r a e n e l p u n t o d e e n c u e n t r o m o r f o l ó g i c o , e t i -
m o l ó g i c o y s e m á n t i c o d e la « m a d e r a » y d e l « s a b e r » . V é a s e e n r e l a c i ó n c o n e s t o
C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Prétres et dieux des celtes, op. cit., p p . 9 3 s s . Fidya n o se u s a e n
i r l a n d é s m o d e r n o , p e r o las p a l a b r a s b r i t ó n i c a s s i g u e n s i e n d o h a b i t u a l e s . S o n f o r -
m a s d i f e r e n t e s d e l n o m b r e e s p e c í f i c o d e la m a d e r a ( g a l e s coed, b r e t ó n koad).
1
34 Cath Maighe Lena « L a B a t a l l a d e M a g L e n a » , e d . K . J a c k s o n , p . 5 -
35 E d . E d w a r d G w y n n , The Métrica! Dindshenchas I I I , p p . 2 8 6 - 2 9 6 .
33o IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L DRUIDISMO

E v i d e n t e m e n t e el m i t o n o e x p l i c a c ó m o u n t e j o p o d í a p r o d u c i r f r u -
tos tan d i s t i n t o s e n t r e sí c o m o bellotas, nueces y manzanas. Sin
embargo, es u n á r b o l m a r a v i l l o s o y, c o m o t o d o á r b o l m a r a v i l l o s o y,
sobre todo, primordial, escapa a toda clasificación o evaluación
h u m a n a . A l n o p e r t e n e c e r a n i n g u n a especie, p r o d u c e todos los frutos
d e s e a b l e s o n e c e s a r i o s p a r a la a l i m e n t a c i ó n d e l o s i n i c i a d o s : sabemos
s u f i c i e n t e m e n t e p o r n u m e r o s o s t e s t i m o n i o s t e x t u a l e s q u e la b e l l o t a era
el a l i m e n t o p r e f e r i d o d e l o s a n i m a l e s s a g r a d o s , q u e e r a n l o s j a b a l í e s y l o s
c e r d o s ( d e este y d e l O t r o M u n d o ) ; la m a n z a n a e r a la f r u t a d e las b e l l a s
m e n s a j e r a s d e l sid, c o n t r a la c u a l la m a g i a d e l o s d r u i d a s era i n o p e r a n t e ;
y la n u e z caía e n la f u e n t e s a g r a d a d o n d e la c o m í a el s a l m ó n d e la c i e n -
3 6
c i a . L u e g o , se c o n s u m í a la c a r n e d e l s a l m ó n .
A s í p u e s , e n el á m b i t o d e la m a d e r a — f u e r e n c u a l e s f u e r e n l o s a s p e c -
tos t é c n i c o s u otros— y del b o s q u e , n o a b a n d o n a m o s n u n c a el saber
3 7
s a c e r d o t a l y la e s e n c i a d e l o s a g r a d o . D e e l l o r e s u l t a q u e el b o s q u e y el
t e m p l o s o n , p a r a los celtas, n o c i o n e s equivalentes, s i n ó n i m a s o i n t e r -
cambiables. G a m i l l e J u l l i a n n o se e q u i v o c a b a , e n c u a n t o al f o n d o , al
38
t r a d u c i r nemeton p o r el l a t í n nemus . E s e n el b o s q u e , s e g ú n L u c a n o (Far-
salia I, 4 5 3 - 4 5 4 ) , d o n d e l o s d r u i d a s o f i c i a b a n : nemora alta remotis incolitis
lucís, « h a b i t á i s p r o f u n d o s s a n t u a r i o s e n b o s q u e s r e m o t o s » . L a a l u s i ó n es
s i g n i f i c a t i v a . A e l l o se a ñ a d e la m e n c i ó n d e l b o s q u e p r ó x i m o a M a r s e l l a
destruido por César:

« H a b í a u n bosque sagrado, jamás profanado desde remotos tiempos,

q u e c o n sus r a m a s e n t r e l a z a d a s e n c e r r a b a u n espacio t e n e b r o s o y u n a s g é l i -
das s o m b r a s e n cuyas p r o f u n d i d a d e s n o p e n e t r a b a el sol. Este b o s q u e n o lo
o c u p a b a n los P a n e s , h a b i t a n t e s d e los c a m p o s , n o los Silvanos, s e ñ o r e s d e
los b o s q u e s , n i las n i n f a s , s i n o los s a n t u a r i o s d e u n o s d i o s e s d e b á r b a r o s
ritos: aras c o n s t r u i d a s p a r a siniestros altares y t o d o s los árboles purificados
c o n s a n g r e h u m a n a . Si m e r e c e c r é d i t o la a n t i g ü e d a d , q u e s i n t i ó a d m i r a -
c i ó n p o r l o s d i o s e s d e l c i e l o , i n c l u s o las aves t e m e n p o s a r s e e n aquellas
r a m a s y las fieras a c o s t a r s e e n a q u e l l o s c u b i l e s ; n i s i q u i e r a el v i e n t o se a b a t e

36 Ibid., p p . 2 8 6 - 2 9 6 .
37 L a p r o p i a m a z a d e l D a g d a es u n a s p e c t o , u n f r a g m e n t o o u n s í m b o l o d e l á r b o l
s a g r a d o , p u e s t o q u e m a t a c o n u n e x t r e m o ( e n e s t e m u n d o ) y r e s u c i t a p o r el o t r o
( e n el O t r o M u n d o ) . V é a s e A n a n d a K . C o o m a r a s w a m y , L'arbre inversé, op. cit, pp.
u e n o s e
22-23, 9 p u e d e dejar d e c o n s u l t a r e n lo relativo al s i m b o l i s m o d e l Á r b o l
del M u n d o .
38 « N o t e s G a l l o - R o m a i n e s » , Revue des EtudesAnciennes, n . ° 4, p . 280.
 1 . EL OMPHALOS Y EL NEMETON
331

sobre aquellas espesuras n i los rayos q u e saltan de los n e g r o s n u b a r r o n e s :

u n h o r r o r especial a n i d a e n a q u e l l o s á r b o l e s , q u e n o o f r e c e n sus follajes a

las caricias d e b r i s a a l g u n a . A d e m á s , cae el a g u a e n a b u n d a n c i a d e l o s s o m -

b r í o s m a n a n t i a l e s y las l ú g u b r e s i m á g e n e s d e l o s d i o s e s c a r e c e n d e v a l o r

a r t í s t i c o y se a l z a n , c o m o b o s q u e s i n f o r m e s , d e l o s t r o n c o s c o r t a d o s . L a

p r o p i a i m p r e s i ó n d e a b a n d o n o y el t i n t e p á l i d o d e l o s t r o n c o s podridos

p r o d u c e e s t u p e f a c c i ó n ; n o se t e m e así a las d e i d a d e s v e n e r a d a s b a j o figuras

f a m i l i a r e s : ¡ t a n t o i n c r e m e n t a la s e n s a c i ó n d e t e r r o r n o c o n o c e r a l o s d i o -

ses a l o s q u e se t e m e ! Y a la f a m a c o n t a b a q u e a m e n u d o m u g í a n c o n t e r r e -

m o t o s las c ó n c a v a s c a v e r n a s , q u e l o s t e j o s se a b a t í a n h a s t a el s u e l o y d e

n u e v o se l e v a n t a b a n , q u e b r i l l a b a n i n c e n d i o s d e m a l e z a s q u e n o se q u e m a -

b a n , q u e se d e s l i z a b a n d r a g o n e s e n r o s c a d o s a l o s t r o n c o s . N o l o f r e c u e n -

t a n las g e n t e s a r r i m á n d o s e p a r a c e l e b r a r c u l t o s , s i n o q u e se l o h a n d e j a d o a

l o s d i o s e s . T a n t o si está F e b o e n m e d i o d e l f i r m a m e n t o c o m o si o c u p a e l

cielo la n o c h e s o m b r í a , el p r o p i o s a c e r d o t e t i e n e p a v o r a a c e r c a r s e y t e m e
3 9
t o p a r s e d e r e p e n t e c o n el s e ñ o r d e l b o s q u e » .

L u c a n o n o d i c e q u e este s i n i e s t r o b o s q u e e r a el d o m i n i o d e l o s d r u i -
d a s . P e r o ¿ h a c í a falta d e c i r l o ? C o n f i r m a o a n t e c e d e l o q u e e s c r i b i ó
P o m p o n i o M e l a ( I I I , 2 , 1 9 ) : Docent multa nobilissimosgentes clam et diu, vicenis
annis, aut in specu aut in abditis saltibus, « E n s e ñ a n m u c h a s cosas a l o s m á s i l u s -
tres d e s u p u e b l o , o c u l t a m e n t e y d u r a n t e e l d í a , e n v e i n t e a ñ o s , e n g r u -
4 0
tas o e n r e c ó n d i t a s m o n t a ñ a s » . E l b o s q u e e r a p o r t a n t o e l l u g a r n o r -
m a l d o n d e el d r u i d a i m p a r t í a sus e n s e ñ a n z a s . Q u e p o s t e r i o r m e n t e le
h a y a s e r v i d o t a m b i é n d e r e f u g i o , es p o s i b l e , p e r o n u n c a t u v o n e c e s i d a d
d e f u g a r s e allí: y a estaba allí p o r q u e e r a s a g r a d o . L o s celtas se a s e g u r a r o n
u n a c o m u n i ó n í n t i m a c o n e l b o s q u e , y a f u e s e m e d i a n t e la e l e c c i ó n d e
l o s e t n i c i s m o s (eburones « h o m b r e s d e l t e j o » , vidu-casos, « l o s q u e c o m b a -
t e n c o n la m a d e r a » , e t c . ) , ya m e d i a n t e e l e m p l a z a m i e n t o d e l o s g r a n d e s

39 Farsalia, I I I , 3 9 9 - 4 2 5 , p p . 3 9 9 " 4 2 5 , t r a d u c c i ó n d e A . B o u r g e r y , I, p p . 8 1 - 8 2
[ t r a d . e s p . : M . A n n e o L u c a n o , Farsalia I ( t r a d . A n t o n i o H o l g a d o Redondo),
M a d r i d , G r e d o s , 1 9 8 4 , p - 1 6 1 ] . P e r o e l á r b o l e s e n c i a l d e l c u l t o es y s i g u e s i e n d o e l
a
r o b l f e r ' C f . A n a n d a K . C o o m a r a s w a m y , L'Arbrelnversé, op. cit., p p . I4-I5> propósito
d e l á r b o l « s u p r a c e l e s t e » y d e l r o b l e d e l r e y V o l s u n g e n l a Volsungasaga. A c e r c a d e l
b o s q u e s a g r a d o , a d e m á s d e l a s r e f e r e n c i a s i n d i c a d a s m á s a b a j o e n la n o t a 4 1 , v é a s e
Ancient Laws oflreland ( I , p p . 1 6 2 - 1 6 4 , y I V , p p . 1 5 0 - 1 5 2 ) y D ' A r b o i s , Etudes sur le droit
celtique, I I , p p . 7 8 y s s .
0
4 J - Z w i c k e r , FontesHistoriaeReligionisCelticael, p . 4 5 [ t r a d . e s p . : Corografía ( T r a d . C a r -
m e n G u z m á n Arias), Murcia, Universidad de Murcia, 1989, p . 84L
332 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

s a n t u a r i o s (el b o s q u e d e M a r s e l l a , el s a n t u a r i o de A n g l e s e y d e s t r u i d o
a s i m i s m o p o r u n e j é r c i t o r o m a n o ) , ya, e n f i n , m e d i a n t e la i n t e r v e n c i ó n
4 1
d e l b o s q u e e n el m i t o . P e r o , t a n t o e n I r l a n d a c o m o e n la G a l i a , el b o s -
q u e s a g r a d o e s t a b a s i e m p r e c e r c a d e u n a r e s i d e n c i a r e a l : la casa d e
A m b í o r i x , a p u n t a C é s a r (ComentariosVI, 3°)=

« ( e r a ) u n a c o n s t r u c c i ó n r o d e a d a d e b o s q u e — c o m o s o n casi t o d a s las

casas d e los g a l o s , q u e p a r a e s c a p a r d e l c a l o r b u s c a n m a y o r m e n t e la c e r c a -

nía de bosques y ríos—»*.

¿ S e t r a t a b a ú n i c a m e n t e d e e v i t a r el c a l o r ? L o q u e C é s a r v i o , l o q u e
describe fugazmente, era m u y p r o b a b l e m e n t e u n a residencia regia, una
« v i l l a » e n el s e n t i d o m u y i m p r e c i s o d e l i r l a n d é s dun ( g a l o dunon), e n la
q u e p r e v a l e c í a n la t i e r r a y la m a d e r a . P e r o t o d o dun i r l a n d é s q u e se p r e c i e
es e n sí m i s m o u n a c a p i t a l y t o d o j e f e n o t a b l e t i e n e el s u y o . A él se a s o c i a
a u t o m á t i c a m e n t e la n o c i ó n r e l i g i o s a d e « c e n t r o » d o n d e r e s i d e n el rey,
el p r í n c i p e , e l j e f e y sus c o n s e j e r o s , r e l i g i o s o s y m i l i t a r e s . P o r c o n s i -
g u i e n t e , n o h a y dun s i n s a n t u a r i o y n o h a y s a n t u a r i o s i n b o s q u e . H u e l g a
d e c i r q u e el s a n t u a r i o , c o n f u n d i d o c o n el b o s q u e , t u v o r e p e r c u s i o n e s y
4 2
c o n s e c u e n c i a s sociales, políticas y léxicas m u y i m p o r t a n t e s en I r l a n d a .
I n t u i m o s q u e la s i t u a c i ó n d e la G a l i a n o d e b i ó d e s e r m u y d i s t i n t a .

41 V é a s e P i e r r e L e R o u x , loe. cit., Ogam, n . ° II, 1 9 5 9 , p p . I - I O y 1 8 5 - 2 0 5 .

* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 2 2 [N. delT.]
42 L a p a l a b r a i r l a n d e s a ne(i)med, atestiguada e n t o p o n i m i a y e n a n t r o p o n i m i a (mítica),
c o n s e r v a s i g n i f i c a d o s q u e d e r i v a n e n l í n e a d i r e c t a d e a q u é l o a q u é l l o s d e l nemeton d e l
c e l t a a n t i g u o : e n l a l i t e r a t u r a g a é l i c a c r i s t i a n a , l o m á s f r e c u e n t e e s q u e neimed d e s i g n e
u n a p e q u e ñ a capilla o u n o r a t o r i o , incluso u n c e m e n t e r i o . Es más, e n los glosarios
y e n las c o m p i l a c i o n e s j u r í d i c a s , la p a l a b r a s i r v i ó p a r a d e s i g n a r las v e n t a j a s , inmuni-
dades y h o n o r e s ligadas a u n sitio c o n s a g r a d o , de d o n d e p r o c e d e el significado de
« p r i v i l e g i o s , estatus, d i g n i d a d e s , insignias (de u n r a n g o e m i n e n t e ) » . P o r ú l t i m o , y
é s t e e s s u s i g n i f i c a d o m á s f r e c u e n t e , ne(i)med, e n s u a c e p c i ó n j u r í d i c a , se a p l i c a a u n a
p e r s o n a o a u n a clase social q u e p o s e e u n estatus legal o p r i v i l e g i o s . L a sutilidad d e
las d e f i n i c i o n e s l e g a l e s es i n c l u s o l l e v a d a al e x t r e m o e n la d i s t i n c i ó n e n t r e las c a t e -
g o r í a s d e l o s saerneimead ( « n e m e d l i b r e s » ) y d e l o s daerneimead («nemed n o l i b r e s » ) :
l o s p r i m e r o s s o n l a s g e n t e s d e l a I g l e s i a , l o s j e f e s , los filid y l o s « F e i n i » (militares);
l o s s e g u n d o s s o n l o s a r t e s a n o s , q u e p u e d e n n o o b s t a n t e g a n a r la l i b e r t a d p o r m e d i o
d e s u a r t e (AncientLawsofbeland, V , p . 1 4 ; c f . Contributions to a Dictionary ofthe Irish Language,
N O P , 2 I - 2 3 ) - E l c o m p u e s t o fidne-med preserva el significado e t i m o l ó g i c o p r i m i g e -
n i o de « b o s q u e s a g r a d o » e n cierto n ú m e r o de textos n o t o d o s arcaicos. E n sentido
f i g u r a d o , s i g n i f i c a « g u e r r e r o » (Contributions, F / l , 1 2 6 - 1 2 7 ) - B u e n a p a r t e d e las d i s -
p o s i c i o n e s legales y d e la j u r i s p r u d e n c i a i r l a n d e s a d e f i n e o constata c ó m o y p o r q u é
l o q u e es « n e i m e d » es s u p e r i o r a l o q u e n o l o e s . R e s u l t a l e g í t i m o s u p o n e r q u e , e n
su o r i g e n , estas d i f e r e n c i a s d e estatus l e g a l y j u r í d i c o c o n t r a p o n í a n , p o r u n l a d o , a
 2 . LAS F I E S T A S
333

2 . L A S FIESTAS

A l delimitar o señalar lugares sagrados, los árboles servían de p u n t o s de

r e f e r e n c i a p a r a las a s a m b l e a s y las r e u n i o n e s c o n e l m i s m o f u n d a m e n t o
q u e las c o l i n a s y l o s m o n t í c u l o s . E l m i s m o n o m b r e e s p e c í f i c o d e l a r e u -
n i ó n , oenach, p o d í a s e r v i r d e t o p ó n i m o , p o r e j e m p l o e n ese oenach Maighe
4 3 e s e
Adhair m e n c i o n a d o e n Anales de los Cuatro Maestros p a r a e l a ñ o 9 8 1 °
1 e n
Aenach m e n c i o n a d o e n I 2 9 Anales de Connaught**. E i g u a l q u e h a y c u a -
t r o p r o v i n c i a s , h a y c u a t r o fiestas e n el t i e m p o c a l e n d a r i o : c u a t r o v e c e s al
a ñ o se c e l e b r a b a n fiestas s o l e m n e s e n d i v e r s o s l u g a r e s c o n s a g r a d o s , las
c u a l e s e r a n o c a s i ó n d e c e r e m o n i a s y j u e g o s . L a c u a r t a , o m á s b i e n la p r i -
m e r a , Samain, e r a e l m o m e n t o d e l f e s t í n d e T a r a y se l l e v a b a a c a b o e n la
p r o v i n c i a c e n t r a l . C o n g r e g a b a a las c u a t r o p a r t e s d e I r l a n d a y l o s d r u i -
4 5
das o c u p a b a n la p r i m e r a p o s i c i ó n e n e l l a .

l o s d r u i d a s y a la flaith o « n o b l e z a g u e r r e r a » ( l o s equites d e C é s a r e n la G a l i a ) y, p o r
o t r o , al r e s t o d e la s o c i e d a d , s i e n d o l o s d r u i d a s , p o r s u p u e s t o , j e r á r q u i c a m e n t e m u y
s u p e r i o r e s a l o s m i l i t a r e s . C o m p a r a b l e al neimead i r l a n d é s , p e r o m e n o s c o m p l e j o p o r
s e r m á s a r c a i c o y n o h a b e r t e n i d o i n c i d e n c i a s l é x i c a s o s e m á n t i c a s , es el n o m b r e
b r e t ó n d e l b o s q u e d e Nevet, e n el m u n i c i p i o d e P l o g o n n e c , c o n d a d o d e D o u a r n e -
rez. La m e n c i ó n , q u e data de 1031, aparece e n u n m a p a del C a r t u l a r i o de Q u i m -
p e r l é b a j o la f o r m a b r e t o n a a n t i g u a d e l n o m b r e : in silva que vocatur Nemet (Cartulaire de
l'Abbqye Sainte-Croixde Quimperlé, segunda edición de L é o n Maitre y Paul de B e r t h o u ,
R e n n e s - P a r í s , 1 9 0 4 , p . 1 3 9 ) . L a p a l a b r a es p u r o c e l t a p e r o el s i g n i f i c a d o e s t á c i e r -
t a m e n t e i n f l u i d o p o r el c r i s t i a n i s m o : nemet d e s i g n a e n esta o c a s i ó n u n l u g a r s a n t i f i -
c a d o p o r la p r e s e n c i a d e u n e r e m i t a : « S a n R e n á n , p a t r ó n d e n u m e r o s a s iglesias e n
la Baja B r e t a ñ a , vivió m u c h o t i e m p o e n u n a e r m i t a d e l b o s q u e d e N e v e t , e n u n
e m p l a z a m i e n t o s o b r e el q u e se h a e r i g i d o u n a i g l e s i a d e d i c a d a a él y q u e se t r a n s -
n
f o r m ó e n s e d e d e u n p r i o r a t o » (op. cit, p . I39> o t a 2 ) .
43 Silva Gadelica I I , p . 5 4 2 .
44 Annala Connacht, ed. A . M a r t i n F r e e m a n , D u b l í n , 1964, p- 126.
45 I n t e r e s a a p u n t a r a q u í , e n a r a s d e la p r e c i s i ó n y la c l a r i d a d d e l c o n c e p t o , q u e , e n
t o d a s las l e n g u a s n e o c é l t i c a s , el n o m b r e d e la « f i e s t a » es d o b l e y e s t á c o n s t i t u i d o
p o r préstamos latinos o r o m a n o s :
a) la fiesta r e l i g i o s a ( i r l a n d é s féil, gales gwyl, b r e t ó n goueí) se d e s i g n a m e d i a n t e p a l a b r a s
t o m a d a s d e l l a t í n vigilia q u e , n i e n i r l a n d é s n i e n b r e t ó n , se a p l i c a n a u s o s p r o f a n o s .
b ) la f i e s t a p r o f a n a o p o p u l a r ( i r l a n d é s feasta d e l i n g l é s feast, b r e t ó n fest d e l f r a n c é s
antiguo feste).
E l c a s o d e l g a l e s , q u e t a m b i é n t i e n e d o s p a l a b r a s (gwyl « f i e s t a » y gwledd «festín»),
es u n t a n t o d i f e r e n t e , p e r o es i m p r o b a b l e q u e h a y a e x i s t i d o , e n celta a n t i g u o , u n
n o m b r e e s p e c í f i c o p a r a la « f i e s t a » q u e la d i s t i n g u i e s e d e l o s d í a s « o r d i n a r i o s »
a p a r t e d e s u d e n o m i n a c i ó n p r o p i a c o m o Samain o Beltaine. V é a s e n u e s t r a o b r a Les
fétes celtiques, O u e s t - F r a n c e , R e n n e s , 1 9 9 5 , c a p í t u l o I, « L e n o m et la n o t i o n d e
f é t e » ( T r a d . g a l l . : Asfestasceltas, Toxosoutos, Noia, 2003).
334 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

A l m a r g e n d e estas p r i m e r a s c o n s t a t a c i o n e s , l a f e c h a d e las c u a t r o
fiestas s u s c i t a i n m e d i a t a m e n t e u n a i m p o r t a n t e o b s e r v a c i ó n : t o d a s ellas
se a d e l a n t a n c u a r e n t a días a la « e s t a c i ó n » d e la q u e i n d i c a n e l c o m i e n z o
teórico:
Imbolc primavera I febrero,
Beltaine verano I mayo,
Lugnasad otoño 1° a g o s t o ,
Samain invierno 1° n o v i e m b r e .
N o son p o r tanto exactamente equinocciales ni solsticiales. Las dos
m á s i m p o r t a n t e s , Beltaine y Samain, m a r c a n r e s p e c t i v a m e n t e e l i n i c i o d e la
e s t a c i ó n c l a r a y d e la e s t a c i ó n o s c u r a . Y Samain es e l v e r d a d e r o c o m i e n z o
d e l a ñ o p o r q u e i n a u g u r a e l t i e m p o e n e l q u e la n o c h e p r e d o m i n a y, e n
c o n s e c u e n c i a , es t a m b i é n e l f i n a l d e l a ñ o . P e r o c a d a fiesta se e n c u e n t r a
f u e r a d e l t i e m p o n o r m a l . V e r e m o s q u e , de m a n e r a g e n e r a l , la fiesta
celta es u n p u n t o d e e q u i l i b r i o y d e e n c u e n t r o e n t r e el t i e m p o h u m a n o
y el t i e m p o d i v i n o , u n p u n t o de c o n e x i ó n t a m b i é n e n t r e el c a l e n d a r i o
i n s c r i t o e n el t i e m p o y el l u g a r de c e l e b r a c i ó n i n s c r i t o e n el e s p a c i o .
E s t o c o n s i e n t e la c o m p a r a c i ó n i n d i r e c t a de la r e l a c i ó n e t i m o l ó g i c a de
5
l o s t é r m i n o s l a t i n o s tempusy templum* .

2 . 1 . IMBOLC, LA FIESTA DE LA PRIMAVERA

Imbolc es la fiesta d e l p r i m e r o d e f e b r e r o . L a e x p l i c a c i ó n c l á s i c a —lo q u e
n o s i g n i f i c a q u e sea l a mejor— es l a d e l Glosario de Cormac-. « 0 ¡ , c a r n e r o ,
p o r l o q u e se d i c e oisc o v e j a e s t é r i l , es d e c i r , c a r n e r o e s t é r i l , oimelc, l a c -
t a n c i a d e las ovejas y es el t i e m p o e n el q u e la l e c h e v i e n e a las ovejas, u n a
4 7
v e z q u e se las h a t r a t a d o » . C i t e m o s t a m b i é n la vieja c u a r t e t a :

« P r o b a r c a d a a l i m e n t o s e g ú n el o r d e n ,

e s t o es l o q u e se d e b e h a c e r e n I m b o l c ;

lavarse las m a n o s , los p i e s , la cabeza,

4 8
así l o d i g o y o » .

Q u i z á sea esta c u a r t e t a la q u e h a i n s p i r a d o l a e t i m o l o g í a d e Imbolc

p r o p u e s t a p o r V e n d r y e s m e d i a n t e imb-, p r e f i j o r e f l e x i v o o i n t e n s i f i c a -
4 9
t i v o , yfolc, «aguacero» . S e h a c u e s t i o n a d o esta e t i m o l o g í a — b a s t a n t e

46 V é a s e infra el f i n a l d e n u e s t r a e x p o s i c i ó n s o b r e Samain.
47 E d . W h i t l e y S t o k e s , ThreeIrish Glossaries, p . 3 3 .
48 E d . K u n o M e y e r , Hibernica Minora, p . 4 9 -
49 Revue Celtique, n . ° 41, p p . 2 4 1 - 2 4 4 .
 2. LAS FIESTAS
335
5 0
inútilmente—, p e r o n o se h a s u s t i t u i d o , pues evidentemente es
5 1
c o r r e c t a . P o r t a n t o , la i n t e r p r e t a c i ó n s u b s i s t e p o r q u e es i n e x c u s a b l e .
Es t a n t o m á s i n e x c u s a b l e c u a n t o q u e l a fiesta d e Imbolc, a la c u a l s u c e d i ó
e n el m u n d o c r i s t i a n o la C a n d e l a r i a , c o n s a g r a d a a la V i r g e n M a r í a , f u e
t a m b i é n féil Brigde, « l a f i e s t a d e B r i g i t » , e n l a v e r s i ó n d e l Yellow Book of
52
Lecan d e l Tain Bo Cualnge . C o r r e s p o n d e a las Lupercales r o m a n a s , fiesta d e
lustración y de f e c u n d i d a d a finales del i n v i e r n o . P e r o , c o m o t o d o lo
q u e c o n c i e r n e al c u l t o , la t e o l o g í a d e la B r í g i d a p r e c r i s t i a n a f u e m i n u -
c i o s a m e n t e o c u l t a d a e n t o d a la l i t e r a t u r a m e d i e v a l , p o r l o q u e la fiesta es
c a s i i m p o s i b l e d e e s t u d i a r . S u e x p e d i e n t e m i t o l ó g i c o está t a n t o m á s
v a c í o c u a n t o q u e n o i n t e r e s a b a a la clase m i l i t a r e n c u y o h o n o r se t r a n s -
m i t i e r o n la m a y o r p a r t e de los relatos. P o r c o n s i g u i e n t e , n o s c o n t e n t a -
r e m o s c o n r e t e n e r su c a r á c t e r p r o b a b l e d e f i e s t a d e l a f e c u n d i d a d y,
s o b r e t o d o , d e fiesta l u s t r a l , tras l o s r i g o r e s y las c u l p a s d e l i n v i e r n o . T a l
c a r a c t e r í s t i c a es d e las q u e p o d e m o s a t r i b u i r a la g r a n d i v i n i d a d f e m e -
n i n a d e l o s celtas, c o m o c o m p l e m e n t o d e sus r a s g o s s o b e r a n o s y g u e r r e -
r o s . P e r o esta f i e s t a es s e c u n d a r i a e n r e l a c i ó n c o n las o t r a s t r e s : e n e l
5 3
e x t r e m o o c c i d e n t e , las e s t a c i o n e s c a m b i a n e n n o v i e m b r e y e n m a y o .
P a r a t e r m i n a r , es n e c e s a r i o a ñ a d i r q u e e l f o l c l o r e i r l a n d é s d e la fiesta d e
f e b r e r o es m u y r i c o . S i n e m b a r g o , está m u y c r i s t i a n i z a d o y l a i n e v i t a b l e
5
c o n c l u s i ó n es q u e la fiesta d e s a n t a B r í g i d a s u s t i t u y ó al Imbolc *.

2 . 2 . BELTAINE, LA FIESTA SACERDOTAL

Beltaine s i g n i f i c a l i t e r a l m e n t e , si se a c e p t a la c o m p o s i c i ó n s i n t é t i c a d e la
palabra ( i n d i c i o de arcaísmo), « f u e g o de Be/», n o m b r e que sigue siendo

50 T . O ' M a i l l e ( « M i s c e l l a n e a » , Eriu, n . ° IO, p . l i o ) e x p l i c a q u e la - c n o es e t i m o l ó -

g i c a y q u e es n e c e s a r i o e n t e n d e r bolg, « s a c o » , p u e s la f i e s t a se c e l e b r a b a e n h o n o r
d e u n saco, m í t i c o s i n n i n g u n a d u d a , q u e servía p a r a c o n t e n e r la p r o v i s i ó n d e a l i -
m e n t o s p a r a t o d o el a ñ o . S i n e m b a r g o , e s t a e x p l i c a c i ó n n o e s t á c o n f i r m a d a p o r el
s i m b o l i s m o y l a a t m ó s f e r a g e n e r a l d e l a f i e s t a . L a s f o r m a s r e c i e n t e s , oimoig o oimelc,
d e m u e s t r a n q u e n o p u e d e t r a t a r s e d e l n o m b r e d e l s a c o . P e r o Imbolc h a d e s a p a r e -
cido del vocabulario irlandés m o d e r n o .
51 V é a s e n u e s t r a o b r a Lesfétes celtiques, op. cit.
52 E r n s ' t W i n d i s c h , Irische Texte V , p . 3 4 5 , n o t a 9 .
53 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , « E t u d e s s u r le Festiaire C e l t i q u e I I . La féte i r l a n d a i s e
d e f é v r i e r , I m b o l c » , Ogam, n . ° 1 4 , p p . 1 7 4 - 1 7 8 .
54 V é a s e n u e s t r a o b r a Lesfétes celtiques, c a p í t u l o I I , « L e t e m p s e t l e l i e u d e l a f é t e . 3 L e s
q u a t r e fétes i r l a n d i a s e s » . L o e s e n c i a l acerca d e estos h e c h o s d e f o l c l o r e está c o n -
t e n i d o e n V é r o n i q u e G u i b e r t d e la V a i s i é r e , Les quatre fétes d'ouverture de saison de l'Ir-
lande ancienne, e d . A r m e l i n e , B r e s t , 2 0 0 3 .
336 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

t o d a v í a e l d e l m e s d e m a y o e n i r l a n d é s m o d e r n o : bealtaine, « t h e first d a y
5 5
o f M a y » , s e g ú n el d i c c i o n a r i o de D i n n e e n . T a m b i é n e n este c a s o l a
i n f o r m a c i ó n d e l a q u e d i s p o n e m o s es s u c i n t a . P e r o n o t a n t o p a r a q u e
n o e s t e m o s e n c o n d i c i o n e s d e d e t e r m i n a r e x a c t a m e n t e el s i m b o l i s m o d e
la f i e s t a , a f a l t a d e c o n o c e r l o s r i t u a l e s c o m p l e t o s . E n l o r e l a t i v o a las
c o s t u m b r e s g a s t r o n ó m i c a s , el c o n t e n i d o de la estrofa reservada a B e l -
t a i n e es b a s t a n t e p o b r e :

« O s lo d i g o , u n a fiesta p a r t i c u l a r ,

s o n las r i q u e z a s d e B e l t a i n e ,

cerveza, coles, leche dulce

5 6
y l e c h e c u a j a d a al f u e g o » .

Estas r i q u e z a s s o n d e m a s i a d o i n s i g n i f i c a n t e s , s o b r e t o d o e n h i s t o r i a
r e l i g i o s a . S i n e m b a r g o , la a t m ó s f e r a se p e r c i b e m e j o r e n e l Libro de las con­
quistas, d o n d e e l t r a n s c r i p t o r q u e c u e n t a las a n d a n z a s d e P a r t o l ó n , p r i ­
m e r habitante de Irlanda, n o s asegura que:

« f u e u n m a r t e s c u a n d o a r r i b ó a I r l a n d a , el d é c i m o s é p t i m o d í a d e la l u n a
5 7
d e las c a l e n d a s d e m a y o » .

E l p o e m a q u e s i g u e a esta a f i r m a c i ó n r e c t i f i c a e l d í a d e l m e s y c o n ­
serva e l d e la s e m a n a :

« F u e el d é c i m o c u a r t o d í a , u n m a r t e s ,

c u a n d o descendieron del navio libre,

h a c i a el p u e r t o e n el país c l a r o , azul y b r i l l a n t e ,
5 8
I n b e r S c e n e el d e l e s c u d o b r i l l a n t e » .

T a m b i é n e n el m e s d e m a y o m u r i ó P a r t o l ó n :

« S u s c u a t r o h i j o s d i v i d i e r o n I r l a n d a e n c u a t r o : ésta fue la p r i m e r a d i v i ­

s i ó n d e I r l a n d a . I r l a n d a p e r m a n e c i ó d e este m o d o d i v i d i d a h a s t a el e x t e r m i ­

n i o d e s u p u e b l o . L a m u e r t e les a l c a n z ó e n las c a l e n d a s d e m a y o , e s t o es,

d e s d e el l u n e s d e B e l t a i n e h a s t a el o t r o l u n e s (el l u n e s s i g u i e n t e ) a n t e M a g

E l t a , c i n c o m i l h o m b r e s y c u a t r o m i l m u j e r e s m u r i e r o n d e l l u n e s al l u n e s .
5 9
D e a h í es d e d o n d e v i e n e el e x t e r m i n i o d e la r a z a d e P a r t o l ó n e n I r l a n d a » .

55 FocloirGaedhilgeagusBéarla, e d . 1927, P- 87b.

56 K u n o M e y e r , Hibernica Minora, p . 4 9 -
57 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5-
58 Libro délas Conquistas, e d . M a c a l i s t e r , I I I , p . 4-
59 K e a t i n g , History oflreland, e d . D a v i d C o m y n , I, p . 2 1 2 .
 2. LAS FIESTAS
337

H a g a m o s c a s o o m i s o d e la p r e c i s i ó n excesiva d e l n ú m e r o d e m u e r t o s
p r e h i s t ó r i c o s . L o ú n i c o q u e i m p o r t a es la d a t a c i ó n e n Beltaine. P o r o t r o
l a d o , p a r e c e q u e t o d o s l o s h a b i t a n t e s d e I r l a n d a l l e g a r o n e n esta f e c h a ,
c o m e n z a n d o p o r los Tuatha D é D a n a n n :

« Z a r p a r o n c o n t o d o s l o s b a r c o s y, t r a s t r e s d í a s , t r e s n o c h e s y t r e s

a ñ o s , a t r a c a r o n e n la a n c h a y larga playa a r e n o s a d e T r a c h t M u g a , e n las

t i e r r a s d e l o s h é r o e s d e l U l s t e r , el l u n e s d e la s e m a n a d e p r i n c i p i o s del
6 0
mes de m a y o » .

Y Keating confirma:

« H i c i e r o n salir sus b a r c o s y al c a b o d e tres a ñ o s , tres días y tres n o c h e s ,

l l e g a r o n a la a r e n a d e T r a c h t M u g a , el l u n e s d e la p r i m e r a s e m a n a de
6 1
mayo» .

L u e g o , l o s T u a t h a D é D a n a n n q u e m a r o n sus n a v i o s y, tras esta f o g a t a ,

se e n v o l v i e r o n e n u n a n u b e d r u í d i c a (céo draoidheachta) p a r a q u e n a d i e l o s
d e s c u b r i e r a . S i t e n e m o s e n c u e n t a e l Dindshenchas de Rennes, q u e ya h e m o s
c i t a d o , f u e i g u a l m e n t e e n Beltaine c u a n d o M i d e , p e r s o n a j e e p ó n i m o d e la
p r o v i n c i a central de Irlanda, e n c e n d i ó e n U i s n e c h , para los hijos de
N e m e d ( « s a g r a d o » ) , u n f u e g o q u e d e b í a d u r a r seis a ñ o s . Y h e m o s v i s t o
q u e c o r t ó la l e n g u a d e l o s d r u i d a s l o c a l e s q u e n o i n t e r p r e t a r o n f a v o r a -
6 2
b l e m e n t e su h u m o .
P u e s l o q u e f i n a l m e n t e i m p o r t a e n Beltaine es e l f u e g o . E n u n d i á l o g o
e n i g m á t i c o c o n su p r o m e t i d a E m e r , C u c h u l a i n n d e s c r i b e así esta fiesta:

« H a s t a Beltine, es d e c i r , e l f u e g o b e n e f a c t o r , a s a b e r , l o s d o s f u e g o s q u e

los d r u i d a s h a c í a n c o n g r a n d e s e n c a n t a m i e n t o s . C a d a a ñ o h a c í a n pasar los

r e b a ñ o s e n t r e e l l o s ( p a r a p r o t e g e r l o s ) c o n t r a las e p i d e m i a s . O h a s t a Bel-

dine, s i e n d o e n t o n c e s Bel e l n o m b r e d e u n í d o l o : l o s p r i m o g é n i t o s (diñe) de

c a d a r e b a ñ o s e a t r i b u í a n e n p r o p i e d a d a Bel. Beldine es p o r t a n t o l o m i s m o
63
que Beltine» .

60 Textés'iñythologiques irlandais I / l , p . 1 2 -
61 K e a t i n g , op. cit, I, p . 2 1 2 .
62 V é a s e el t e x t o m á s a r r i b a , p . 2 2 3 - C f . Celticum, n . ° I, p . 1 7 6 . P o d r í a m o s p r e g u n -
t a r n o s e n q u é m o m e n t o d e l a ñ o la l e y e n d a gala e s t a b l e c í a la p a r t i d a d e l o s d o s
s o b r i n o s de A m b i g a t u s . S o s p e c h a m o s q u e p o r lo m e n o s h a b r á obligado a los f u n -
d a d o r e s d e M i l á n a atravesar los A l p e s e n p l e n o i n v i e r n o .
63 TochmarcEmire, e d . V a n H a m e l ( v e r s i ó n III), p p . 16 y ss.
338 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

El transcriptor ennoblece a C u c h u l a i n n c o n una ciencia etimológica

q u e a p e n a s se c u e n t a e n t r e las p r á c t i c a s d e l o s g u e r r e r o s d e I r l a n d a —al
m e n o s de los d e l ciclo d e l Ulster—y, a d e m á s , la e t i m o l o g í a p r e s e n t a u n
a l t o g r a d o d e f a n t a s í a . E n e l l a se p e r c i b e l a i n t e r p r e t a c i ó n b í b l i c a d e l
s a c r i f i c i o a Y a h v é . C u a l q u i e r f i l ó l o g o t i e n e el d e b e r d e p r o t e s t a r . P e r o la
d e s c r i p c i ó n c o i n c i d e c o n la d e l Glosario de Cormac:

«Beltaine, f u e g o d e Bel, f u e g o b e n é f i c o , e s d e c i r , u n f u e g o q u e l o s d r u i -

d a s h a c í a n c o n s u m a g i a o s u s g r a n d e s e n c a n t a m i e n t o s ; y se l l e v a b a n l o s

r e b a ñ o s ( p a r a p r o t e g e r l o s ) c o n t r a las e p i d e m i a s t o d o s los a ñ o s a estos f u e -

6
gos. H a c í a n pasar los r e b a ñ o s e n t r e e l l o s » * .

T a m b i é n e r a d e S a m a i n a B e l t a i n e c u a n d o l o s fianna se a l o j a b a n c o n
l o s h o m b r e s d e I r l a n d a . D e B e l t a i n e a S a m a i n v i v í a n d e l p r o d u c t o d e la
c a z a y d o r m í a n al r a s o . D e S a m a i n a B e l t a i n e n o e s t a b a n s i n e m b a r g o
inactivos:

« U n d í a q u e F i n n y l o s fianna e s t a b a n e n la e s p a c i o s a A l m a i n d e L e i n s -

t e r , b e b i e n d o e n el f e s t í n d e e m b r i a g u e z y a l e g r í a d e S a m a i n , y q u e l o s

n o b l e s y los g r a n d e s s e ñ o r e s d e I r l a n d a estaban e n su presencia, F i n n p r e -

g u n t ó si l e s h a b í a l l e g a d o el m o m e n t o d e i r a c o r r e r y c a z a r . P u e s e r a la

c o s t u m b r e d e F i n n y l o s fianna p a s a r e l a ñ o d e e s t a m a n e r a : d e B e l t a i n e a

S a m a i n , e n la caza y la c a r r e r a , y d e S a m a i n a B e l t a i n e , e n la g u a r d i a g e n e -
6 5
ral de t o d o s los h o m b r e s de I r l a n d a » .

N o se p r e c i s a si l o s h o m b r e s d e I r l a n d a e s t a b a n c o n t e n t o s c o n s e r
g u a r d a d o s d u r a n t e seis m e s e s d e l o s d o c e . P e r o , d e Samain a Beltaine, t a m -
6 6
b i é n s e g ú n K e a t i n g , l o s h o m b r e s d e I r l a n d a t e n í a n a d e m á s a su c a r g o a
l o s filid y, al p a r e c e r , éstos se h a b í a n v u e l t o t a n n u m e r o s o s q u e r e p r e s e n -
t a b a n u n t e r c i o d e la p o b l a c i ó n . N o se d i c e l o q u e h a c í a n e n v e r a n o . S i n
e m b a r g o , está c l a r o , p o r t o d o l o q u e p r e c e d e , q u e Beltaine. era la fiesta d e l
c o m i e n z o d e l v e r a n o . P o r t a n t o , n o e r a p a r a p r o t e g e r s e d e la i n t e m p e -
r i e o d e l o s r i g o r e s d e l a t e m p e r a t u r a q u e se e n c e n d í a n l o s f u e g o s d e
B e l t a i n e , t a m p o c o ú n i c a m e n t e p a r a p r o t e g e r el g a n a d o . T a m b i é n el
p r o p i o s a n P a t r i c i o e n c e n d i ó u n f u e g o c o n o c a s i ó n d e esta f i e s t a , y , a
p e s a r d e la p r o h i b i c i ó n r e a l , e n Samain, p a r a las Pascuas c r i s t i a n a s e n c e n -

64 W h i t l e y S t o k e s , ThreeIrish Glossaries, p . 6.
65 « T o r a i g h e c h t in ghilla d h e c a i r ocus a chapaill i n s o » (La p e r s e c u c i ó n de Gilla
D e c a i r y d e s u c a b a l l o ) , e d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p . 258.
66 History oflreland, e d . D i n n e e n I I , p p . 3 2 6 - 3 2 7 , y I I I , p - 7&-
 2 . LAS F I E S T A S
339

dio u n f u e g o q u e n o g u s t ó a t o d o e l m u n d o . S e g ú n el r e l a t o d e M u i r c h u
e n l a Vida tripartita, l o s d r u i d a s d i j e r o n al r e y L o e g a i r e q u e r e i n a b a e n
aquel tiempo:

« E s e f u e g o q u e v e m o s , sea q u i e n sea el q u e l o h a e n c e n d i d o esta n o c h e ,

n o se a p a g a r á e n t o d a la e t e r n i d a d . P r e v a l e c e r á a d e m á s s o b r e t o d o s los

d e m á s f u e g o s d e n u e s t r a t r a d i c i ó n . Y a q u e l q u e l o h a e n c e n d i d o —el r e i -

n a d o d e a q u e l q u e lo h a e n c e n d i d o s o b r e v e n d r á esta noche— n o s v e n c e r á a

t o d o s . T e s o m e t e r á a ti y a t o d o s los h o m b r e s d e t u r e i n o . T o d o s los r e i n o s

se p o s t r a r á n a n t e él y él m i s m o c o l m a r á t o d a s las c o s a s p o r l o s siglos d e l o s
6 7
siglos» .

Es b a s t a n t e d u d o s o q u e l o s d r u i d a s h a y a n h a b l a d o e n l a t í n , l e n g u a e n
la q u e e s c r i b e M u i r c h u , a d e m á s d e q u e s u p r o f e c í a e r a m u y f á c i l a p o s -
t e r i o r i , p u e s fue redactada bastante después de los a c o n t e c i m i e n t o s q u e
a n u n c i a b a . P e r o , u n a v e z m á s , f u e f o r j a d a s e g ú n las n o r m a s t r a d i c i o n a -
les de la I r l a n d a a n t i g u a : u n a c o n t r o v e r s i a , t e o l ó g i c a q u i z á , m á g i c a l o
más s e g u r o , e n t r e el santo y el d r u i d a , a p r o p ó s i t o d e u n f u e g o q u e n o
t e n í a n a d a d e p r o f a n o , s ó l o p o d r í a t e n e r l u g a r e n la Beltaine a s i m i l a d a a
S e m a n a Santa. ¡ Q u é lejos q u e d a el g a n a d o ! E v i d e n t e m e n t e san Patricio
h a b í a e l e g i d o e n c e n d e r su f u e g o e n la c o l i n a d e U i s n e c h , e n el c e n t r o d e
Irlanda, y l o había r o d e a d o de u n c í r c u l o m á g i c o cuyo acceso estaba
p r o h i b i d o a los p a g a n o s . C u r i o s o santo, p e r o m u y eficaz, q u e c o m b a t e
c o n f u e g o las l l a m a s d e l i n f i e r n o . H e a q u í l o q u e c u e n t a M u i r c h u a c o n -
tinuación, t a m b i é n e n latín:

« L o s d r u i d a s d e l rey d i j e r o n a a q u e l l o s q u e i b a n : " R e y , t ú n o i r á s al

l u g a r d o n d e está el fuego p o r t e m o r a q u e d e s p u é s t ú m i s m o p u e d a s a d o r a r

a a q u e l q u e l o h a e n c e n d i d o , p e r o t e q u e d a r á s al l a d o , e n e l e x t e r i o r . L o l l a -

m a r e m o s a n t e t i p a r a q u e t e a d o r e y t ú s e r á s el s e ñ o r . H a b l a r e m o s é l y n o s o -

t r o s a l t e r n a t i v a m e n t e e n t u p r e s e n c i a y n o s p o n d r á s a p r u e b a . . . L l e g a r o n al

l u g a r f i j a d o . U n a vez h u b i e r o n d e s c e n d i d o d e sus c a r r o s y d e sus c a b a l l o s n o

p e n e t r a r o n e n e l c í r c u l o d e l l u g a r e n l l a m a s s i n o q u e se s e n t a r o n a l l a d o . Y
6 8
s a n P a t r i c i o fue l l a m a d o a n t e el r e y f u e r a d e l l u g a r d e l f u e g o » .

E l as'únto t e r m i n a c o n o r d a l í a s a c u y o t é r m i n o s a n P a t r i c i o v e n c e a
l o s d r u i d a s . S i n o s u p i é s e m o s p o r l o d e m á s , g r a c i a s a su h a g i o g r a f í a ,

67 W h i t l e y S t o k e s , The Tripartite Life ofPatrick, II, p . 279-

68 Ibid., p . 280.
34o IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

q u i é n es s a n P a t r i c i o , l o t o m a r í a m o s p o r u n d r u i d a , al i g u a l q u e a
6 9
C r i s t o , m u c h o m á s p o d e r o s o q u e t o d o s sus o p o n e n t e s . E l a m b i e n t e d e la
fiesta c o n l l e v a b a c i e r t a i m p o s i c i ó n , a b s o l u t a m e n t e r e l i g i o s a , d e a c u e r d o
c o n u n b r e v e pasaje d e AidedDiarmada « M u e r t e d e D e r m o t » , e l c u a l s i t ú a
g e o g r á f i c a m e n t e las g r a n d e s fiestas y n o s i n f o r m a d e su c a r á c t e r o b l i g a -
torio:

« D i a r m a i d y los h o m b r e s d e I r l a n d a c o n v o c a r o n la g r a n a s a m b l e a d e

U i s n e c h e n Beltaine, p u e s había tres grandes asambleas e n aquellos tiempos,

a s a b e r : la a s a m b l e a d e U i s n e c h e n B e l t a i n e , la f e r i a d e T a i l t i u e n L u g n a s a d y

el f e s t í n d e T a r a e n S a m a i n . Y c u a l q u i e r a d e l o s h o m b r e s d e I r l a n d a q u e las
7 0
t r a n s g r e d i e s e se e x p o n í a a la p e n a d e m u e r t e p o r h a b e r v i o l a d o esta l e y » .

Y a u n q u e s ó l o s a b e m o s d e l d i o s Bel l o q u e TochmarcEmire, « E l c o r t e j o d e
E m e r » , y el Glosario de Cormac t i e n e n a b i e n e n s e ñ a r n o s — d e m a s i a d o p o c o
p a r a u n a i n t e r p r e t a c i ó n t e o l ó g i c a fiable—, es i m p o s i b l e n o p e n s a r e n la
d i v i n i d a d gala Beleños, c u y a e t i m o l o g í a , c o n u n s u f i j o m á s o m e n o s , es la
7
m i s m a ' . S a n P a t r i c i o n o se e q u i v o c ó : incendit divinum ignem valde lucidum et bene-
7 2
dictum ( « e n c e n d i ó u n f u e g o d i v i n o m u y c l a r o y b e n d i t o » ) . E n c o n c l u -
s i ó n , Beltaine es la e x a l t a c i ó n d e l f u e g o , e l e m e n t o d r u í d i c o c o m o el aire, la
t i e r r a y e l a g u a . A s í p u e s n o s s e n t i m o s i n c l i n a d o s a c o n s i d e r a r a Bel u n
s o b r e n o m b r e d e L u g e n su a s p e c t o d e l u z , o p u e s t o s i m é t r i c a m e n t e al L u g

69 T e n e m o s s o b r e s a n P a t r i c i o u n a Vida Tripartita q u e c o n t o d a c e r t e z a e s m á s l e g e n d a -
r i a q u e h i s t ó r i c a . A u n así, n o es i m p o s i b l e q u e , d u r a n t e s u c a u t i v i d a d , P a t r i c i o
h u b i e s e a p r e n d i d o o e s c r u t a d o a l g u n o s s e c r e t o s d e las e n s e ñ a n z a s d e l o s d r u i d a s .
P e r o e v i d e n t e m e n t e n o es esto l o q u e los h a g i ó g r a f o s d e s t a c a n . La m a g i a t a n a
m e n u d o i m p u t a d a al s a n t o p a t r ó n d e I r l a n d a es u n a c o n s e c u e n c i a d e h a b e r o t o r -
g a d o a los d r u i d a s u n a magia m u y m a l c o n n o t a d a . El santo n o p o d í a hacer otra
cosa q u e v e n c e r l o s e n su p r o p i o t e r r e n o c o n sus p r o p i a s a r m a s . N o d e b e m o s c o n -
cluir de ello q u e san Patricio haya a s i m i l a d o , e n su adolescencia, e l e m e n t o s de
« d r u i d i s m o » q u e l u e g o h a b r í a d i r i g i d o c o n t r a s u s i n i c i a d o r e s . E s t o es i m p o s i b l e
p o r q u e el s a n t o e r a b r e t ó n y c r i s t i a n o d e n a c i m i e n t o .
70 E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p . 7 3 .
71 E l p r i m e r e l e m e n t o Bel- e s al m e n o s i n d u d a b l e y r e m i t i m o s a la e x p l i c a c i ó n d e
Belisama, « l a m u y b r i l l a n t e » , c u y o s u f i j o , u n s u p e r l a t i v o , es d i s t i n t o ( C h r i s t i a n - J .
G u y o n v a r c ' h , « E t u d e s s u r l e v o c a b u l a i r e g a u l o i s . I . B e l i s a m a "la t r e s b r i l l a n t e " » ,
Celticum, n . ° 3, p p . 1 6 6 - 1 6 7 ) . S e a n c u a l e s s e a n las d i f e r e n c i a s d e la e x p l i c a c i ó n d e l
s e g u n d o t é r m i n o d e Beltaine, se h a c o n s i d e r a d o d e s d e f e c h a s m u y a n t i g u a s c o m o el
n o m b r e d e l f u e g o y e s t e t i p o d e c o m p u e s t o s i n t é t i c o es n e c e s a r i a m e n t e m u y a n t i -
g u o . V é a s e m á s c o n c r e t a m e n t e la e t i m o l o g í a e n n u e s t r a o b r a Lesfétesceltiques, capí-
t u l o I I . 3 , « L e s q u a t r e fétes i r l a n d a i s e s » .
72 W h i t l e y S t o k e s , The Tripartite Life ofPatrick II, p . 279-
 2 . LAS F I E S T A S
341

d e Samain, q u e p r e p a r a p a r a e l i n v i e r n o y la o s c u r i d a d . B e l t a i n e e r a t a m -
b i é n y p o r c o n s i g u i e n t e l a fiesta s a c e r d o t a l : l a escasez d e t e s t i m o n i o s se
e x p l i c a t a n t o p o r l a o c u l t a c i ó n c r i s t i a n a d e t o d o l o r e l a t i v o al s a c e r d o c i o
c o m o p o r la i g n o r a n c i a n a t u r a l d e la clase g u e r r e r a d e t o d o l o q u e n o l e
7 3
c o n c e r n í a d i r e c t a m e n t e . L o s druidas, p o r su parte, velaban p o r el s i m -
b o l i s m o s o l a r e í g n e o d e s u fiesta p r o p i a . A q u í t a m b i é n , y m á s q u e n i n -
g u n a otra circunstancia, eran los señores del fuego. L a c o n c o m i t a n c i a n o s
a p o r t a al m e n o s u n i n d i c i o p l a u s i b l e e n l o c o n c e r n i e n t e a l a d a t a c i ó n
c a l e n d a r í a d e l o s s a c r i f i c i o s m e d i a n t e e l f u e g o q u e s e ñ a l a r o n e n la G a l i a
l o s a u t o r e s a n t i g u o s . E r a e n m a y o o j u n i o , c o n o c a s i ó n d e s u fiesta —cuyo
n o m b r e n o c o n o c e m o s — e q u i v a l e n t e a B e l t a i n e , c u a n d o l o s celtas c o n t i -
n e n t a l e s q u e m a b a n los g r a n d e s m u ñ e c o s d e m a d e r a r e l l e n o s c o n h o m b r e s
7 4
y a n i m a l e s , antigua e indesarraigable celebración que el folclore ha c o n -
servado, adaptándola, bajo la f o r m a d e «Fiesta d e M a y o » o fuego d e san
7 5
J u a n . P e r o esta c o n t i n u a c i ó n se escapa a n u e s t r o p r o p ó s i t o .
L a d a t a c i ó n d e l a fiesta d e l f u e g o y la c o r r e s p o n d e n c i a t e o n í m i c a d e
la G a l i a e I r l a n d a , c o n l o s n o m b r e s d e Bel y d e Belenus, n o s a p o r t a n t a m -
b i é n l a p r u e b a d e q u e Belenus, e n t e n d i d o s e g ú n l a interpretatio romana c o m o
u n « A p o l o » , es u n s o b r e n o m b r e d e l « M e r c u r i o » g a l o d e C é s a r . N o es
t a m p o c o c a s u a l i d a d si Belísama es u n s o b r e n o m b r e d e « M i n e r v a » e n l a
G a l i a y si B r i g i t , c o n v e r t i d a e n s a n t a B r í g i d a , es l a g u a r d i a n a d e l f u e g o
7 6
perpetuo del santuario de Kildare e n Irlanda .

73 V é a s e la d o c u m e n t a c i ó n m á s d e t a l l a d a m e n t e e n Les fetes celtiques, op. cit.

74 V é a s e n u e s t r a o b r a Le sacrifce dans la tradition celtique, op. cit.
75 L a «fiesta d e l f u e g o » se c o n o c e e n el folclore d e t o d a E u r o p a y sigue p a r t i c u l a r -
m e n t e viva e n l o s p a í s e s c e l t a s . J a m e s F r a z e r (La rama dorada, c a p í t u l o I V « B á l d e r e l
M a g n í f i c o » , F C E , M é x i c o , 1 9 4 4 , p p . 6 8 - 8 0 —[N. d e l T . ] : e n la e d i c i ó n e s p a -
ñ o l a , e l c a p í t u l o I V se l l a m a « M a g i a y r e l i g i ó n » — ) r e c o g i ó u n c o n j u n t o c o n s i d e -
r a b l e d e h e c h o s d e f o l c l o r e r e l a c i o n a d o s c o n l o s f u e g o s d e Beltaine. Estos hechos,
q u e se r e f i e r e n s o b r e t o d o a l a s T i e r r a s A l t a s d e E s c o c i a , se p r e s e n t a n e n b r u t o ,
s i n n i n g u n a c l a s i f i c a c i ó n f u n c i o n a l , p e r o a u n así es ú t i l c o n o c e r l o s , p u e s d e m u e s -
t r a n la s u p e r v i v e n c i a d e e l e m e n t o s d e l a t r a d i c i ó n c e l t a p r e c r i s t i a n a e n p a í s e s , d o s
d e l o s cuales, E s c o c i a y País d e G a l e s , se v i e r o n afectados p o r la R e f o r m a . L o s f u e -
g o s d e Beltaine n o s o n t a m p o c o l o s h e c h o s p r i n c i p a l e s d e l r i q u í s i m o f o l c l o r e i r l a n -
d é s m o d e r n o d e las fiestas e s t a c i o n a l e s , p e r o h a n s u b s i s t i d o (véase la tesis i n é d i t a
d e l a s e ñ o r a V . G u i b e r t , op. cit.). E v i d e n t e m e n t e , t o d o esto n o n o s dispensa d e
c o n s u l t a r A r n o l d v a n G e n n e p , Manuel del folklore francais contemporain I/IV, París,
1 9 4 9 - y la e n o r m e d o c u m e n t a c i ó n q u e o f r e c e , p p . 1 4 2 1 - 1 7 2 6 .
76 L o s t e s t i m o n i o s s o n d i s p a r e s p e r o r e a l e s ( S o l i n o X X I I , 1 0 ) . C f . J . Z w i c k e r , Fontes
Historiae Religionis Celticae I , p . 9 0 , y G i r a l d o C a m b r e n s e , Topographia Hibernica II,
X X T V - X X V , e d . D i m o c k , V , p p . I20-I2I.

h,.
342 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

2.3. LuGNASAD, LA FIESTA DEL REY

Fiesta r e g i a c e l e b r a d a e l p r i m e r o d e a g o s t o , Lugnasad es, j u n t o c o n Samain y

Beltaine, u n o d e l o s t r e s m o m e n t o s c r u c i a l e s d e l c a l e n d a r i o i r l a n d é s . E l
7 7
t e ó n i m o es p a n c é l t i c o , p e r o e l n o m b r e d e l a fiesta es e s t r i c t a m e n t e
i r l a n d é s y p o r e r r o r se h a t r a d u c i d o m u y a m e n u d o c o m o « n u p c i a s d e
L u g » . Lugnasad n o es u n a h i e r o g a m i a s i n o u n a « a s a m b l e a ( e n h o n o r ) d e
78
L u g » , p u e s ése es s i n d u d a el s i g n i f i c a d o d e nasad .
L a p r i m e r a e x p l i c a c i ó n v e r n á c u l a es la d e l Glosario de Cormac:

«Lugnasad, día o f e r i a c u y o n o m b r e e s nasad, e s d e c i r , s o l e m n i d a d o j u e -

7 9
gos d e L u g , h i j o d e E i t h n e , i n s t i t u i d o s p o r él a p r i n c i p i o s d e l o t o ñ o » .

K e a t i n g , c o m o b u e n h i s t o r i a d o r i r l a n d é s , t a m b i é n s u m i n i s t r a la e t i -
m o l o g í a tradicional c o n u n a explicación de c o n j u n t o :

« A u n q u e f u e L u g h a i d h el d e la l a r g a m a n o q u i e n p r i m e r o c r e ó la

asamblea de Tailtiu c o m o c o n m e m o r a c i ó n anual de su p r o p i a n o d r i z a Tail-

tiu, hija de M a g h m o r , rey d e E s p a ñ a , y m u j e r d e E o c h a i d , hijo de E r e ,

ú l t i m o rey d e los F i r B o l g , c o m o ya h e m o s d i c h o m á s a r r i b a , c u a n d o T a i l -

t i u fue s e p u l t a d a p o r L u g h a i d h b a j o esta c o l i n a , f u n d ó la feria d e T a i l t i u e n

s u r e c u e r d o . P o r e s t a r a z ó n s e l l a m ó Lughnasadh, e s d e c i r , nasadh o c o n m e -

m o r a c i ó n d e L u g , el p r i m e r o d e a g o s t o q u e h o y es la f i e s t a d e las c a d e n a s

d e P e d r o . A u n q u e el m o n t e y la feria e x i s t i e s e n d e s d e los t i e m p o s d e L u g -

h a i d h el d e l l a r g o b r a z o , T a i l t i u n o se c o n v i r t i ó e n f o r t a l e z a r e a l h a s t a l o s
8 0
tiempos de Tuathal T e c h h a r » .

A s í p u e s , l a fiesta d e L u g n a s a d se c e l e b r a b a e l p r i m e r o d e a g o s t o e n
T a i l t i u ( T a i l t o w n ) , e n la p a r t e d e la p r o v i n c i a d e l U l s t e r i n c o r p o r a d a a
M i d e , e n e l d o m i n i o d e l rey d e I r l a n d a . N o existe t e x t o l i t ú r g i c o q u e l o s
d i s t i n g a d e las d e m á s fiestas. P e r o es la fiesta d e l rey y, c u a n d o se trata d e l

77 El e s t u d i o g e n e r a l d e l d i o s L u g sólo está e s b o z a d o p o r F r a n c o i s e L e R o u x , «Notes

s u r l e M e r c u r e C e l t i q u e » , Ogam, n . ° 4,, 1 9 5 2 , p p - 2 8 9 y s s . , y V , 1 9 5 3 , p p . 9 y s s . ,
p e r o m a n i f i e s t a m e n t e e s t a d i v i n i d a d i m p e r a e n t o d o el p a n t e ó n c e l t a , t a n t o i n s u -
l a r c o m o c o n t i n e n t a l , y n o h a b r á e x p l i c a c i ó n d e f i n i t i v a h a s t a q u e se d i l u c i d e .
78 V é a s e la e x p l i c a c i ó n e t i m o l ó g i c a e n n u e s t r a o b r a s o b r e l o s Lesfétes celtiques, op. cit.
79 E d . W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaries, p . 2 6 . C f . el t e x t o d e l Yellow Book of Lecan
p u b l i c a d o p o r K u n o M e y e r , Anécdotafrom Irish Manuscripts IV, pp. 66-67: «Lugnasad,
nasad d e L u g , h i j o d e E t h l e , f e r i a i n s t i t u i d a p o r é l a p r i n c i p i o s d e o t o ñ o d e c a d a
a ñ o p a r a l a l l e g a d a d e Lugnasad, j u e g o s o f e r i a c u y o n o m b r e e s nasad».
80 History oflreland, ed. D i n n e e n II, p . 218.
 2 . LAS F I E S T A S
343

rey, l a c u e s t i ó n i r l a n d e s a se h a c e b a s t a n t e p r o l i j a . P a r a e m p e z a r está e l
inevitable p o e m a del m a n u s c r i t o R a w l i n s o n B 512 del que ya h e m o s
c i t a d o las c u a r t e t a s p r e c e d e n t e s :

« P a r a L u g n a s a d , d a a c o n o c e r l o q u e se d e b e ,

para cada a ñ o lejano;

saborear cada fruto célebre,

8
alimento para Lugnasad» '.

Es s o b r i o y m o d e s t o . Lugnasad n o a p a r e c e e n l o s c i c l o s h e r o i c o y m i t o -
lógico, lo que n o significa que los druidas n o tengan nada que decir.
Los textos de los q u e d i s p o n e m o s s o n efectivamente de naturaleza d i f e -
rente, didáctica, histórica, anecdótica, esencialmente constituidos p o r
l a r g u í s i m o s p a s a j e s d e l o s Dindshenchas e n p r o s a y e n v e r s o , a d e m á s d e
t o d o l o q u e K e a t i n g p r e s e r v ó e n su Historia de Irlanda.
A n t e la i m p o s i b i l i d a d d e c i t a r e x t e n s a m e n t e las i n n u m e r a b l e s e s t r o -
8 2
fas d e l Dindshenchas m é t r i c o n o s c o n f o r m a r e m o s a q u í , e n l o r e l a t i v o a la
a s a m b l e a d e T a i l t i u , c o n e l Dindshenchas e n p r o s a y u n e x t r a c t o d e K e a t i n g
q u e p e r m i t e n u n a i n t e r p r e t a c i ó n f e h a c i e n t e . P e r o , c o n r e s p e c t o a la
a s a m b l e a d e C a r m a n , h a b r á q u e c i t a r t a m b i é n , a p e s a r d e su l o n g i t u d , e l
Dindshenchas m é t r i c o . V e a m o s p o r c o n s i g u i e n t e estos t e x t o s :

2.3.1. LA ASAMBLEA DE TAILTIU (EN ULSTER)

a) Dindshenchas de Rennes:

« T a i l t i u , ¿ d e d ó n d e v i e n e este n o m b r e ? N o es difícil. T a i l t i u , hija d e

M a g m o r , m u j e r d e E o c h a i d el R u d o , h i j o d e D u a c h el O s c u r o , es q u i e n

h i z o la f o r t a l e z a d e l o s r e h e n e s e n T a r a . E r a l a n o d r i z a d e L u g , h i j o d e S e a l

e l M u d o . F u e q u i e n p i d i ó a s u m a r i d o q u e d e s b r o z a s e el b o s q u e d e Cuan

p a r a q u e se l l e v a r a a c a b o u n a a s a m b l e a a l r e d e d o r d e s u t u m b a . Luego,

m u r i ó e n las c a l e n d a s d e a g o s t o . S u p l a n t a y sus j u e g o s f u e r o n celebrados

p o r L u g a i d , d e a h í q u e d i g a m o s Lugnasad. Esto fue sin e m b a r g o mil q u i -

n i e n t o s a ñ o s a n t e s d e l n a c i m i e n t o d e C r i s t o , y t o d o r e y q u e se a p o d e r ó d e

la s o b e r a n í a d e I r l a n d a m a n t u v o la a s a m b l e a h a s t a la l l e g a d a d e P a t r i c i o .

H u b o - q u i n i e n t a s a s a m b l e a s e n T a i l t i u d e s d e P a t r i c i o h a s t a la n e g r a a s a m -

blea d e D o n c h a d , hijo de Maelsechlann. Las tres interdicciones de Tailtiu:

acudir fielmente, p e r o sin apresurarse; m i r a r p o r e n c i m a del hombro

81 E d . K u n o M e y e r , Hibernica Minora, p. 49.

82 R e m i t i m o s a n u e s t r a o b r a Lesfétesceltiques, op. cit.
344 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

i z q u i e r d o al m a r c h a r s e ; l l e g a r d e s p u é s d e la p u e s t a d e l s o l . D e a h í q u e se
3
l l a m e la a s a m b l e a d e T a i l t i u » * .

b) Keating:

« L u g el d e l l a r g o b r a z o , h i j o d e C i a n , h i j o d e D i a n c e c h t , h i j o d e E a s a r

Breac, hijo de Ned, hijo de Iondaoi, hijo de Allaoi, tuvo durante cuarenta

a ñ o s la r e a l e z a d e I r l a n d a . F u e L u g q u i e n f u n d ó la a s a m b l e a d e T a i l t i u

c o m o c o n m e m o r a c i ó n a n u a l de Tailtiu, hija d e M a g m o r , rey d e E s p a ñ a .

E r a la e s p o s a d e E o c h u , h i j o d e E r e , ú l t i m o r e y d e l o s F i r B o l g , y s e g ú n e s t o

f u e m u j e r d e E o c h u el R u d o , h i j o d e D u i el C i e g o , p r í n c i p e d e l o s T u a t h a

D é D a n a n n . E s t a m u j e r a l i m e n t ó y c r i ó a L u g el d e l l a r g o b r a z o h a s t a q u e

fue capaz d e llevar a r m a s . Para h o n r a r su m e m o r i a L u g instituyó los j u e g o s

d e la a s a m b l e a d e T a i l t i u , q u i n c e d í a s a n t e s d e L u g n a s a d y q u i n c e d í a s d e s -

pués, de m a n e r a similar a los juegos d e n o m i n a d o s « O l i m p i a d a s » . Y a

c a u s a d e e s t a c o n m e m o r a c i ó n i n s t i t u i d a p o r L u g s e l l a m ó Lugnasad el p r i -

m e r d í a d e l a s c a l e n d a s d e a g o s t o , nasad o c o n m e m o r a c i ó n d e L u g ( a h o r a e s

el d í a d e la fiesta d e s a n P e d r o d e las C a d e n a s ) . C a y ó a n t e M a c C u i l l en
8
Caondruim» *.

2.3.2. L A ASAMBLEA DE CARMAN (EN LEINSTER)

a) Dindshenchas de Rennes:

« A s í p u e s , f u e r o n a I r l a n d a ( C a r m a n y sus hijos) p a r a p e r j u d i c a r a los

Tuatha Dé Danann, p a r a e c h a r a p e r d e r el t r i g o d e la isla e n s u detri-

m e n t o . E s t o les p a r e c i ó m a l a los T u a t h a D é D a n a n n . A i , h i j o d e O l l o m a n ,

d e sus p o e t a s , C r i d e n b e l , d e sus satiristas, L u g h L a e b a c h , d e sus d r u i d a s , y

Bé Cuille, d e sus b r u j o s , f u e r o n a cantar c o n t r a ellos. N o los a b a n d o n a r o n

h a s t a q u e h u b i e r o n e m p u j a d o a los t r e s h o m b r e s al m a r . E s t o s d e j a r o n a

C a r m a n , su m a d r e , c o m o r e h é n y d i e r o n los tres objetos q u e t e n í a n c o m o

8 5
g a r a n t í a d e q u e n o v o l v e r í a n a I r l a n d a m i e n t r a s el m a r la r o d e a s e » .

b ) Dindshenchas métrico:

« E s c u c h a d , g e n t e s d e L e i n s t e r e n la t u m b a ,

e j é r c i t o q u e g o b i e r n a R a i g n e la d e l o s d e r e c h o s s a g r a d o s ,

83 E d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique, n . ° 16, p p . 5 0 - 5 1 .

84 History oflreland, e d . D a v i d C o m y n , I, p . 220.
85 E d . W h i t l e y S t o k e s , e n Revue Celtique, n . ° 15, p . 311.
 2. LAS FIESTAS
345

a n t e s d e q u e os m a r c h é i s p o r t o d o s lados,
la b e l l a h i s t o r i a d e C a r m u n la d e g r a n g l o r i a .

C a r m u n , el s i t i o d e la a s a m b l e a festiva,
c o n la p r a d e r a p r e p a r a d a p a r a la c a r r e r a ;
las t r o p a s q u e h a n v e n i d o p a r a c e l e b r a r l a
h a n g a n a d o bellas carreras.

H a y u n a s e p u l t u r a d e rey e n la n o b l e c i u d a d ,
m u y a m a d a p o r las t r o p a s d e t o d o r a n g o ;
b a j o l o s c e r r o s d e la a s a m b l e a h a y m u c h o s
e n su t r o p a q u e son d e u n linaje m u y reverenciado.

P a r a l l o r a r a las r e i n a s y los reyes,

l a m e n t a r s e d e las v e n g a n z a s y las m a l a s a c c i o n e s ,
m u c h a s bellas tropas h a n v e n i d o e n o t o ñ o
a l o l a r g o d e la suave m e j i l l a d e la vieja C a r m a n .

¿ E r a n h o m b r e s o u n h o m b r e de valentía poderosa,
o u n a m u j e r de celos sin freno
q u e le v a l i e r o n a la f e r i a u n n o m b r e n o s i n r e p u t a c i ó n
o h a n d a d o su n o m b r e a la b e l l a C a r m a n ?

N o eran hombres, ni u n hombre furioso,

sino una mujer orgullosa y saqueadora,
de territorio y r e n o m b r e brillantes,
de q u i e n C a r m a n recibió su p r i m e r n o m b r e .

C a r m a n , m u j e r d e l h i j o d e D i b a d el O r g u l l o s o ,
h i j o d e D o i r c h e el d e las g r a n d e s t r o p a s , b u e n o y h o s p i t a l a r i o ,
hijo de Ancgeis rico en bienes,
fue u n jefe e x p e r i m e n t a d o e n n u m e r o s a s batallas.

N i n g u n a a c u m u l a c i ó n d e b e n e f i c i o les satisfacía
e n su g r a n p a s i ó n p o r la n o b l e B a n b a ,
p o j q u e , e n t o d o m o m e n t o , e n el e s t e , e s t a b a n d e s a m p a r a d o s
los vastagos del hijo d e D i b a d y su m a d r e .
346 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

Se d i r i g i e r o n h a c i a el o e s t e p o r s e g u n d a vez,
Dian, Dub y Dothur,
del este, lejos d e A t e n a s ,
c o n C a r m a n su m a d r e .

E n tierras d e los T u a t h a D é
u n par de enemigos saqueaban
las c o s e c h a s d e t o d o s l o s t e r r e n o s h a s t a la c o s t a .
E r a u n pillaje s i n p i e d a d n i ley.

C a r m a n , c o n los e n c a n t a m i e n t o s de su gloria,
d e s t r u í a el j u g o d e t o d o s los f r u t o s o r g u l l o s o s ,
t r a s la d i s p u t a , c o n t o d a s las a r t e s ilegales
y sus tres h i j o s l o h a c í a n c o n la b a t a l l a y la a u s e n c i a d e ley.

Los T u a t h a D é e n t o n c e s los p e r c i b i e r o n ,
el h o r r o r y el t e r r o r l o s a s a l t a r o n ;
p o r cada fechoría que cometían
les i n f l i g í a n o t r a e n i g u a l n ú m e r o .

C r i d e n b e l , e s t o n o es u n a d e c e p c i ó n ,
y Lug Laebach, hijo de Cacher,
Bé Cuille... e n t o d o s los c a m p o s de batalla
y Ai, hijo de Ollam.

D i j e r o n al v e n c e r l o s ,
a los cuatro, d u r o s , de igual fuerza:
«hay u n a mujer aquí ante vuestra m a d r e ,
tres h o m b r e s c o n t r a tres h e r m a n o s .

L a m u e r t e p a r a v o s o t r o s , n o es l o q u e e l e g i r í a i s ,
n i n g u n a b e n d i c i ó n , n i n g ú n d e s e o feliz,
o bien dejad de b u e n a voluntad u n rehén
y a b a n d o n a d I r l a n d a los t r e s » .

E s t o s t r e s h o m b r e s se f u e r o n d e n u e s t r o t e r r i t o r i o ,
se e n c o n t r a r o n r u d o s m e d i o s p a r a q u e p a r t i e s e n ;
 2. LAS FIESTAS
347

a u n q u e les p a r e c i ó m u y l e j a n a d e j a r o n a q u í
a C a r m a n viva e n s u e s t r e c h a p r i s i ó n .

D i e r o n t o d a s las g a r a n t í a s p a r a q u e n a d a se t r a n s g r e d i e s e ;
el m a r y s u s a n i m a l e s , el c i e l o , la t i e r r a d e p i e l b r i l l a n t e ,
p a r a q u e l o s f u e r t e s g u e r r e r o s n o v o l v i e s e n p o r el s u r ,
t a n t o t i e m p o c o m o el m a r r o d e a s e I r l a n d a .

L a m u e r t e y el ó b i t o se l l e v a r o n a C a r m a n ,
la v i e r o n b a j o u n a r e p u g n a n t e a p a r i e n c i a ,
e n c o n t r ó u n a m u e r t e violenta, c o m o era debido,
e n t r e l o s r o b l e s d e las s ó l i d a s t u m b a s .

O c u r r i ó e n t o n c e s , a c a u s a d e la e x c e l e n c i a d e s u b e l l e z a ,
el p r i m e r l a m e n t o q u e j a m á s t u v o l u g a r
e n t r e l o s T u a t h a D é e n la n o b l e l l a n u r a d e l este,
la p r i m e r a a s a m b l e a d e c o r o s a d e C a r m a n .

¿ L a t u m b a d e C a r m a n , q u i é n la c a v ó ?
¿ L o sabéis o lo conocéis,

c o n f o r m e a la o p i n i ó n d e t o d o s l o s e s t i m a d o s a n t e p a s a d o s .

Es Bres, hijo de Eladu, escuchad.

Pasaron quinientos ochenta años

( n o es u n a m e n t i r a ) ,
desde q u e C a r m a n estuvo cautiva c o m o t r i b u t o ,
h a s t a el n a c i m i e n t o , c a n t a d o p o r l o s s a l m o s , d e J e s ú s h e c h o h o m b r e .

Hace cuatrocientos treinta y dos años

d e s d e e l n a c i m i e n t o d e C r i s t o , l a c u e n t a n o es f a l s a ,
desde q u e C r i m t h a n n r e i n a b a s o b r e C a r m a n cautiva,
h a s t a el g r a n y g l o r i o s o P a t r i c i o .

T r e i n t a y c i n c o reyes s i n m a l d i c i ó n al este,
e n Leinster antes del n a c i m i e n t o de Cristo;
su r e n o m b r e alcanzó Irlanda

d e s d e t u c o m p a ñ í a la d e l a g r a d a b l e r o s t r o , o h , Carman.
 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

C i n c u e n t a y cinco reyes, e r a n diligentes,

g u e r r e r o s d e la c r i s t i a n d a d ,
d e s d e C r i m t h a n n a c o s t u m b r a d o a las h e r i d a s
hasta D i a r m a i t D u r g e n , fuerte y b u e n o .

Los o c h o hijos d e G a l a m , c o n sus n u m e r o s a s t r o p a s ,

Don, Hir, Eber, Heremon,
A m a i r g i n , Colptha sin t o r m e n t o ,
Herech, Febria y E r e n n a n .

E l l o s f u e r o n l o s g a r a n t e s d e la a s a m b l e a ,
en todo m o m e n t o eran a n i m o s a m e n t e alabados,
c u a n d o a s i s t í a n a ella, c u a n d o la a b a n d o n a b a n ,
sin n i n g u n a r u d a hostilidad.

D e s d e los T u a t h a D é hasta los hijos de Mil,

fue u n refugio p a r a los n o b l e s p r í n c i p e s y d a m a s ;
d e s d e los h i j o s d e M i l , es u n h e c h o e v i d e n t e ,
fue u n refugio hasta Patricio de M a c h a .

E l c i e l o , la t i e r r a , el sol, la l u n a y el m a r ,
l o s f r u t o s d e la t i e r r a y las algas d e l m a r ,
las b o c a s , las o r e j a s , l o s o j o s , las p r o p i e d a d e s ,
las p i e r n a s , las m a n o s , las l e n g u a s d e l o s g u e r r e r o s .

L o s c a b a l l o s , las e s p a d a s , los b e l l o s c a r r o s ,
las l a n z a s , l o s e s c u d o s y l o s r o s t r o s d e l o s h o m b r e s ,
el r o c í o , las b e l l o t a s , el r e s p l a n d o r d e las h o j a s ,
el d i a y l a n o c h e , l a b a j a m a r y e l f u e r t e o l e a j e .

D i e r o n t o d o esto c o m o fianza,
las t r o p a s d e B a n b a s i n a f l i c c i ó n e t e r n a ,

p a r a q u e la a s a m b l e a n o e s t u v i e s e e n la b r u m a d e las d i s
i n t e r r u m p i é n d o l a cada tres años.

Los p u e b l o s de los goidelos c e l e b r a r o n

a m e n u d o c o n grandes alabanzas,
 2. LAS FIESTAS
349

u n a a s a m b l e a s i n ley, s i n t r a n s g r e s i ó n ,
sin acción violenta, sin impureza.

M u c h e d u m b r e de bautizados de Cristo, n o ocultéis esto,

e s c u c h a d l e , p u e s es c i e r t o

q u e a q u e l q u e m e r e c e la m a y o r m a l d i c i ó n es a q u e l q u e se aleja

d e C r i s t o y d e la c r i s t i a n d a d .

P e r o los reyes y los s a n t o s d e I r l a n d a , a q u í ,

alrededor de Patricio y de Crimthand,
los q u e h a n c o n d u c i d o o r g u l l o s a m e n t e cada c o m b a t e ,
h a n b e n d e c i d o la a s a m b l e a .

H u b o n u e v e asambleas antes d e los activos T u a t h a D é ,

al f i n a l d e C a r m u n la d e la b u e n a g l o r i a ;
h u b o c i n c u e n t a e n el c e n t r o , r á p i d a m e n t e ,
desde H e r e m o n hasta Patricio.

H u b o c i n c o veces c u a r e n t a agradables
asambleas, u n a tras otra,
desde Bresal B r o e n a c h sin traición,
h a s t a la ú l t i m a a s a m b l e a .

D e s d e C r i m t h a n d el d e la b e l l a f o r m a
h a s t a la alta b a t a l l a d e O c h a el V i o l e n t o
nueve asambleas famosas, sin división,
c e l e b r ó la r a z a d e L a b r a i d , el g u e r r e r o a m a b l e .

D i e c i s é i s reyes, es p a r a m í u n a c e r t e z a ,
t o d o s a b i o , t o d o h i s t o r i a d o r d e l e n g u a viva,
d e s d e C a r m a n la d e l b o s q u e l l e n o d e r a m a s ,
es l o q u e el e j é r c i t o t r a j o a la p o d e r o s a a s a m b l e a .

O c h o reyes d e D o t h r a rica e n h o m b r e s ,
ejército famoso, largo t i e m p o alabado,
c e l e b r a r o n la a s a m b l e a d e la b e l l a C a r m a n ,
c o n gloria, c o n armas puras.
35o IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

D o c e reyes (?) sin a m p l i a p r o p i e d a d p o r u n a p a r t e ,

e n las a s a m b l e a s c é l e b r e s , c o n v e n g o e n e l l o ,
d e la t r o p a v a l e r o s a s e m e j a n t e a u n g r i f o ,
n a c i d o d e la raza r e a l d e l g r a n M a i s t i u ;

C i n c o de los r u d o s Fir Gaibli,

r e u n i d o s p a r a C a r m a n la d e la alta g l o r i a ,
la r i c a a s a m b l e a c o n r í o s
d e sillas y t i r o s d e c a b a l l o s ;

Seis h o m b r e s d e R a i g n e d e las c a r r e r a s ,
d e la r a z a d e B r e s a l B r e e el G o l p e a d o r ,
la b e l l a t r o p a p a r a las e x p e d i c i o n e s d e l o e s t e ,
e n la m e j i l l a d e C a r m a n la d e las c i e n h e r i d a s ;

Patricio y Brigite j u n t o s ,
G o e m g e n y C o l u m c i l l e , s o n ellos los g a r a n t e s d e q u e n i n g u n a t r o p a
atacará sus p r o p i a s (?) t r o p a s d e j i n e t e s .

L a a s a m b l e a d e l o s s a n t o s , la f u e r z a p a r a c e l e b r a r l a
p r i m e r o y u n a ley p a r a r e g u l a r l a ;
la a s a m b l e a d e los a l t o s reyes c o n ( ¿ . . . ? ) p u r e z a ,
es l o q u e está d e n t r o d e l o r d e n .

L o s j u e g o s d e las m u j e r e s d e L e i n s t e r , el d í a s i g u i e n t e ,
d e u n a t r o p a m u y b r i l l a n t e , n o es u n a p a l a b r a falsa,
d e u n a t r o p a d e m u j e r e s c u y o r e n o m b r e n o es p e q u e ñ o e n el e x t e r i o r ,
es la r e u n i ó n d e la t e r c e r a a s a m b l e a .

Los Laigsi, los Fothairt d e g r a n r e p u t a c i ó n ,

s u t u r n o v i e n e t r a s la p a r t e d e las m u j e r e s ,
a ellos les p e r t e n e c e L e i n s t e r l l e n o d e t e s o r o s ,
q u e g u a r d a n los h o m b r e s bravos.

F u e r o n c a n d i d a t o s a rey e x p e r i m e n t a d o s
q u i e n e s p a r t i c i p a r o n e n el q u i n t o j u e g o d e C a r m a n ,
las h o n o r a b l e s c o m p a ñ í a s d e I r l a n d a , s i n e m b a r g o ,
fue p o r ellas q u e el sexto llegó a b u e n t é r m i n o .
 2. LAS FIESTAS
351

F u e r o n e n ú l t i m o lugar los hijos de G o n d l a

q u i e n e s p a r t i c i p a r o n e n el j u e g o d e C a r m a n , la b i e n p r o t e g i d a ;
n o b l e e r a la m u c h e d u m b r e m á s allá d e t o d a t r o p a ,
p o r debajo de t o d o triunfo y de toda riqueza real.

S i e t e j u e g o s , c o m o se o s h a a t r i b u i d o ,
s o n los q u e Patricio p e r m i t i ó
d u r a n t e cada día de u n a s e m a n a particular,
a causa d e esta cara r e p u t a c i ó n , e s c u c h a d b i e n .

Las gentes de Leinster h i c i e r o n esto,

p o r c a n t o n e s y familias,
d e s d e L a b r a i d L o n g s e c h el d e las n u m e r o s a s t r o p a s
h a s t a C a t h a i r el P o d e r o s o d e las e s p a d a s r o j a s .

Cathair n o dejó nada de Carman

salvo p o r su p o d e r o s a d e s c e n d e n c i a ,
a su cabeza c o n riquezas especiales,
la r a z a d e R o s F a i l g e , m i r a d :

el sitio d e l n o b l e rey d e A r g a t r o s ,
a la d e r e c h a d e l rey d e C a r m a n , afable y m o d e s t o ,
a s u m a n o i z q u i e r d a , n o es u n a h e r e n c i a d e m e n d i g o ,
el sitio d e l rey d e G a i b l e el d e la r a m a b r i l l a n t e .

Los Laigsi s o n los d e s c e n d i e n t e s

de Lugaid, hijo de Conall Cendmor,
y los F o t h a i r t , a q u i e n e s la s e q u í a n o visita,
n o son bastante pobres para perseguirlos.

E n las c a l e n d a s d e a g o s t o , s i n r e p r o c h e ,
se r e u n í a n allí c a d a t r e s a ñ o s ;

o r g a n i z a b a n siete carreras p a r a u n a a c c i ó n b r i l l a n t e ,
siete días a la s e m a n a .

A l l í d e b a t í a n e n las j u s t a s d e p a l a b r a s
los d e r e c h o s y l o s t r i b u t o s d e la p r o v i n c i a ;
352 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

t o d a ley real, p í a m e n t e ,
se e s t a b l e c í a c a d a t r e s a ñ o s .

T r i g o , l e c h e , p a z , feliz b i e n e s t a r ,
redes llenas, m a r a b u n d a n t e ,
h o m b r e s de b a r b a gris, jefes amigos,
con tropas para m a n d a r en Irlanda;

reclamación, dura imposición de deudas,

sátira, querella, m a l a c o n d u c t a ,
n o se o s a b a a e s t o d u r a n t e las c a r r e r a s ,
ni huida ni prohibición ni embargo.

L o s h o m b r e s n o v a n a la a s a m b l e a d e las m u j e r e s ,
las m u j e r e s n o v a n a la a s a m b l e a d e l o s h o m b r e s b e l l o s y p u r o s ,
n o se oye h a b l a r a q u í d e r a p t o ,
de s e g u n d o m a r i d o o de segunda familia.

C u a l q u i e r a q u e t r a n s g r e d a la ley r e a l ,
Benen ha prescrito enérgicamente para siempre jamás
q u e n o e n t r a r á e n su familia,
sino que m o r i r á e n su pecado mortal.

E s t o s s o n los g r a n d e s p r i v i l e g i o s d e la fiesta:
trompetas, violones, cuernos de garganta hueca,
v i o l i n i s t a s , c i m b a l e r o s a q u i e n e s n o se m o l e s t a ,
poetas y dulces bandas de músicos.

Las sagas d e F i n n y l o s patina, m a t e r i a i n a g o t a b l e ,

d e s t r u c c i o n e s , pillajes, cortejos,
tablillas y libros d e sabiduría,
sátiras, g r a n d e s m i s t e r i o s .

proverbios y máximas de poder,

las v e r d a d e r a s e n s e ñ a n z a s d e F i t h a l ,
p a r a ti l o s lays o s c u r o s d e l D i n d s h e n c h a s ,
las e n s e ñ a n z a s d e C a i r p r e y C o r m a c ;
 2. LAS FIESTAS
353

los festines a l r e d e d o r del p e s a d o festín de Tara,

las a s a m b l e a s a l r e d e d o r d e la a s a m b l e a d e E m a i n ,
l o s a n a l e s y, es v e r d a d ,
t o d a s las d i v i s i o n e s e n las q u e se h a d i v i d i d o I r l a n d a ;

la h i s t o r i a d e la casa d e T a r a n o es m e z q u i n a ,
el c o n o c i m i e n t o d e c a d a c o n d a d o d e I r l a n d a ,
las h i s t o r i a s d e m u j e r e s , e j é r c i t o s d e q u e r e l l a s ,
mansiones, prohibiciones, capturas;

los diez p r e c e p t o s d e C a t h a i r el d e los c i e n . . . ( ? )

c o n sus hijos a m a b l e s y d e estatura regia,
i n d i c a n a c a d a u n o el s i t i o q u e le c o r r e s p o n d e
de m o d o que todos escuchan.

Flautistas, violinistas malos, acróbatas,

tocadores de castañuelas y campaneros,
muchedumbre horrible, ruidosa y profana,
aullando y gritando,

h a c e n t o d o s los esfuerzos posibles

p o r el rey d e B a n b a la A r d i e n t e ;
el rey n o b l e y h o n r a d o p a g a
a c a d a u n o lo q u e c o r r e s p o n d e al h o n o r d e su a r t e .

Muertes violentas, masacres, sonidos musicales,

p e r f e c t a s i n c r o n í a d e la raza g e n t i l ,
sus o r í g e n e s reales, u n a b e n d i c i ó n a B r e g m a r ,
su c o m b a t e y su g r a n valor;

es la s e ñ a l p a r a q u e i n t e r r u m p a la fiesta
la t r o p a f a v o r e c i d a y s i e m p r e a l e g r e ,
cjue el s e ñ o r l e s d a
la t i e r r a c o n sus d u l c e s f r u t o s .

. . . las g e n t e s d e L e i n s t e r , al d í a s i g u i e n t e ,
la m u c h e d u m b r e d e s a n t o s n o es u n a b e n d i c i ó n decepcionante
354 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

c e l e b r a b a n p í a m e n t e s o b r e el a g u a santificada d e C a r m a n ,

misa, adoración, canto de salmos.

E n otoño hacían ayuno

e n C a r m a n d e u n a sola vez

las g e n t e s d e L e i n s t e r , q u e n o f o r m a b a n u n a p e q u e ñ a muchedumbre,

c o n t r a el d e s o r d e n y la o p r e s i ó n .

C l é r i g o s y seglares d e t o d o L e i n s t e r e s t a b a n allí,

mujeres y h o m b r e s de calidad ciertamente:

D i o s s a b e l o q u e se m e r e c e n ,

escucha su noble plegaria.

L u e g o la h o s p i t a l i d a d d e los U i D r o m a ,

las c a r r e r a s d e c a b a l l o s d e O s s o r y ,

u n g r i t o l a n z a d o p o r l o s fustes d e las l a n z a s

d e t o d o el e j é r c i t o ; es el f i n .

A u n q u e l l a m e m o s a e s t o t u m b a d e la e b r i e d a d ,

n o es b u r l a n i m a l d a d ,

c o n S e n g a r m a n el R e t o r c i d o , s u m a r i d o ,

allí es d o n d e fue e n t e r r a d a p a r a l a r g o t i e m p o .

S o n ellos q u i e n e s le d i e r o n el n o m b r e a ella

e n t r e los ejércitos r e u n i d o s ,

ella les p e r t e n e c í a s i n p o b r e z a y ellos le p e r t e n e c í a n .

O h , g e n t e s d e L e i n s t e r d e las t u m b a s , e s c u c h a d :

v e i n t i ú n rath, s u r e n o m b r e p e r m a n e c e ,

e x i s t e n allí d o n d e e s t á n l o s e j é r c i t o s b a j o el s u e l o d e la t i e r r a ,

y el n ú m e r o d e sus c e m e n t e r i o s es c é l e b r e ,

allí d o n d e e s t á n a q u e l l o s a l o s q u e a m ó la n o b l e Carman.

H a y siete t ú m u l o s q u e n u n c a h a n sido visitados

p a r a el f r e c u e n t e l a m e n t o d e los m u e r t o s ;

siete l l a n u r a s d e l i m i t a d a s s i n u n a casa,

para los juegos fúnebres de C a r m a n .

 2 . LAS F I E S T A S
355

H a y tres m e r c a d o s activos e n esta t i e r r a ,

m e r c a d o d e a l i m e n t o s , m e r c a d o d e a n i m a l e s vivos,

el g r a n m e r c a d o d e los g r i e g o s e x t r a n j e r o s

d o n d e e s t á n el o r o y las bellas v e s t i d u r a s .

E s t á la c u e s t a d e l o s c a b a l l o s , la c u e s t a d e las c o c i n a s ,

la c u e s t a d e las m u j e r e s r e u n i d a s p a r a b o r d a r ;

el ejército d e los g o i d e l o s r u i d o s o s

n o se b u r l a b a n d e ellas n i las d e n i g r a b a n .

P o r la n e g l i g e n c i a d e la a s a m b l e a l l e g a r o n

el o r g u l l o , la d e b i l i d a d , el e n c a n e c i m i e n t o p r e c o z ,

d e los reyes sin a t r e v i m i e n t o y sin belleza,

sin hospitalidad y sin verdad.

H a s t a a h o r a f u e r t e h a s i d o la c ó l e r a

d e las n u m e r o s a s t r o p a s d e la c o r t e d e L a b r a i d ,

t o d o e j é r c i t o q u e n o es a g r e s i v o n i está a g o s t a d o ;

s e o s a y n o se o s a .

B i e n v e n i d o el celeste e j é r c i t o d e los s a n t o s ,
p a r a m í y c o n D i o s , el b e l l o , el n o b l e y el m u y a m a b l e .
E s el r e y q u i e n b e n d i c e l o s e j é r c i t o s q u e o f r e c e n e s t o ;
8 6
escucha toda s ú p l i c a » .

T a i l t i u ( T a i l t o w n ) es a n t e t o d o e l n o m b r e d e u n l u g a r b i e n l o c a l i -
8 7
zado al q u e la l e y e n d a h a c o n v e r t i d o e n u n a d i o s a e p ó n i m a . E t i m o l ó -
8 8
g i c a m e n t e , es e l n o m b r e d e l a « t i e r r a » y es t a m b i é n o t r o n o m b r e d e
la I r l a n d a s o b e r a n a d e l a q u e p o c o i m p o r t a , c o m o t a l , q u e sea m a d r e
a d o p t i v a , m a d r e s i n m á s , h e r m a n a o e s p o s a : es t o d o e s o s i m u l t á n e a -
8 9
m e n t e , y g u e r r e r a p o r a ñ a d i d u r a . Este c o n j u n t o de cualidades n o s

86 Ed. E. Gwynn, III, p p . 2-24-

J
87 E . ' H o g a n , Onomasticon Goidelicum, p . 6 1 9 b y E d w a r d G w y n n , op. cit., I V , p . 4 3 -
88 D e u n t e m a *talantio- c e r c a n o al n o m b r e h a b i t u a l d e la « t i e r r a » e n i r l a n d é s ,
talamh, d e tálamo-; véase J . L o t h , « L e d i e u L u g , la t e r r e - m é r e et les L u g o v e s » ,
RevueArchéologique, 1 9 1 4 / 2 , p . 217; véase e n ú l t i m o l u g a r F r a n c o i s e L e R o u x , «Etu-
d e s s u r l e f e s t i a i r e c e l t i q u e : L u g n a s a d o u l a f é t e d u r o i » , Ogam, n . ° 1 4 , 1 9 6 2 , p .
3 1 5 , n o t a 2 7 ; Lesfétesceltiques, op. cit., p á s s i m .
89 V é a s e La Souverainetéguerriére de l'Irlande, op. cit., p á s s i m .
356 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

t r a n s p o r t a así a u n p l a n o q u e t r a s c i e n d e el d e la fantasía t o p o n í m i c a y el
d e la h e r o i c i z a c i ó n l o c a l . T o d o e n T a i l t i u la v i n c u l a al O t r o M u n d o : s u
g e n e a l o g í a , q u e se r e m o n t a a l o s F i r B o l g , e l n o m b r e d e su o sus m a r i -
d o s , e l n o m b r e d e s u p a d r e , p o r ú l t i m o , r e y d e E s p a ñ a , p a í s q u e es u n a
d e las l o c a l i z a c i o n e s i r l a n d e s a s d e l O t r o M u n d o .
A t r a v é s d e las d i v e r g e n c i a s ( s o b r e t o d o las d e l Dindshenchas
m é t r i c o ) , q u e d a claro q u e T a i l t i u m u e r e c o m o d i v i n i d a d y q u e c o n su
s a c r i f i c i o a s e g u r a la p e r e n n i d a d y el b i e n e s t a r m a t e r i a l d e su p u e b l o . L a
p e r p e t u a c o n m e m o r a c i ó n y l o s j u e g o s f ú n e b r e s , las c a r r e r a s d e c a b a l l o s ,
el m e r c a d o , l o s c o n c u r s o s d e p o e s í a s o n la g a r a n t í a y la c o n t r a p a r t i d a d e
ese b i e n e s t a r . L a n o c e l e b r a c i ó n d e la fiesta es u n a c a u s a d e c a l a m i d a d y
c o r r e s p o n d e al p r í n c i p e r e i n a n t e v e l a r p o r q u e n o se p r o d u z c a n a d a
s e m e j a n t e . E n r e s u m e n , las r e l a c i o n e s d e L u g y T a i l t i u se i n s c r i b e n e n e l
m a r c o d e u n a fiesta r e a l o b l i g a t o r i a , p r o t e c t o r a , q u e g a r a n t i z a la p a z y la
a b u n d a n c i a . T o d a s las clases s o c i a l e s p a r t i c i p a n e n e l l a . E l Senchus Mor l o
c o n f i r m a i n d i r e c t a m e n t e h a c i e n d o o b l i g a t o r i o que el p a d r e putativo
p r o p o r c i o n e al j o v e n h i j o d e rey u n c a b a l l o p a r a las c a r r e r a s : « E l p r e c i o
d e la e d u c a c i ó n d e u n h i j o d e r e y es d e t r e i n t a set. T e n d r á c a b a l l o s p a r a
9 0
las c a r r e r a s » . A d e m á s , l a d e s c r i p c i ó n d e l a fiesta d e C a r m a n m u e s t r a
q u e Lugnasad se c e l e b r a b a e n u n l u g a r s a g r a d o s e m b r a d o d e t u m b a s p r i n -
c i p e s c a s —reales o supuestas—, la p r i n c i p a l d e las c u a l e s e r a la d e la p r o -
p i a C a r m a n ( ¡ d e l a q u e n o es d e s d e l u e g o n e c e s a r i o b u s c a r h u e l l a s
a r q u e o l ó g i c a s ! ) . U n a d i f e r e n c i a m í n i m a es q u e l a f i e s t a d e T a i l t i u e r a
a n u a l m i e n t r a s q u e la d e C a r m a n s ó l o se c e l e b r a b a c a d a tres a ñ o s , p e r o
este d a t o n o t i e n e i m p o r t a n c i a . L o s j u e g o s d e Lugnasad y las d e m á s fiestas
irlandesas n o p a r e c e n t a m p o c o ir a c o m p a ñ a d a s de combates singulares
c o m o l o s q u e t e n í a n l u g a r e n l o s f u n e r a l e s r e g i o s o p r i n c i p e s c o s (véase
c a p í t u l o I I I , p p . 2,59~°,6>6>). S e a c u d í a a la fiesta s i n a r m a s .
H e aquí, e n unas cuartetas q u e p r e s e n t a n u n a interesante p r e c i s i ó n ,
u n a d e f i n i c i ó n g l o b a l d e la f i e s t a d e Lugnasad, e n l a l l a n u r a d e T a i l t i u ,
b a j o el p a t r o n a z g o d e L u g . Estas c o i n c i d e n c o n la l a r g a d e s c r i p c i ó n d e la
asamblea de C a r m a n , y s o n m u c h o más concisas:

« E l l a m u r i ó e n las c a l e n d a s d e a g o s t o ,

u n l u n e s , e n la L u g n a s a d d e L u g .

A l r e d e d o r d e su t u m b a , d e s d e ese l u n e s

t i e n e l u g a r la p r i m e r a a s a m b l e a d e la b e l l a I r l a n d a .

90 Ancient Laws of Ireland, I I , p . 1 5 4 -

 2. LAS FIESTAS
357

H a hecho u n a profecía verdadera,

T a i l t i u la d e l c o s t a d o b r i l l a n t e , e n s u p a í s .

M i e n t r a s q u e u n p r í n c i p e la r e c o n o c i e s e

I r l a n d a n o se q u e d a r í a s i n p e r f e c c i ó n d e c a n t o .

U n a asamblea c o n o r o , c o n plata,

c o n j u e g o s , c o n la m ú s i c a d e los c a r r o s ,

c o n el o r n a m e n t o d e l c u e r p o y d e l e s p í r i t u ,

m e d i a n t e el s a b e r , m e d i a n t e la e l o c u e n c i a .

U n a a s a m b l e a s i n h e r i d a , s i n m e n t i r a d e q u i e n sea,

sin injuria, sin querella, sin pillaje,

sin d i s p u t a , sin r e c l a m a c i ó n , sin a s a m b l e a legal,

sin evasión, sin arresto.

U n a asamblea sin reproche, sin ardid,

sin injuria, sin vergüenza,

sin discusión, sin e m b a r g o ,

sin r o b o , sin rescate.

L o s h o m b r e s n o v a n a la e x p l a n a d a d e las m u j e r e s ;

las m u j e r e s n o v a n a la e x p l a n a d a d e l o s h o m b r e s b e l l o s y p u r o s ;

s i n o q u e c a d a u n o está e n el s i t i o d e s u r a n g o

e n el l u g a r d e la g r a n a s a m b l e a .

E s tal la g r a n a m i s t a d d e la a s a m b l e a

entre Irlanda y Escocia,

q u e los h o m b r e s van y vienen

sin n i n g u n a malvada enemistad.

Trigo y leche para cada categoría,

p a z y b u e n t i e m p o , a causa d e ella

.^se. d i e r o n a l a s t r i b u s d e l o s g r i e g o s
9 1
p a r a m a n t e n e r la j u s t i c i a » .

91 E d w a r d G w y n n , TheMetricalDindshenchas, TV, p p . 1 4 6 - 4 8 .
35» IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

Lugnasad estaba p o r t a n t o c a r a c t e r i z a d o p o r :
— ferias e i n t e r c a m b i o s e c o n ó m i c o s ,
— arreglo de cuestiones políticas,
— m a t r i m o n i o s , temporales o definitivos,
— la a u d i c i ó n d e p o e t a s y m ú s i c o s ,
— una tregua militar,
—juegos y carreras, de caballos, de h o m b r e s y de mujeres,
— la p a r t i c i p a c i ó n o b l i g a t o r i a d e t o d a s las clases s o c i a l e s .
L e j o s d e p r o h i b i r la fiesta, e l c r i s t i a n i s m o la m a n t u v o r e f o r z a n d o sus
tendencias pacíficas y b i e n h e c h o r a s :

« L o s tres r o b o s m e d i a n t e traición

que Patricio p r o h i b i ó :

r o b o d e b u e y u n c i d o al y u g o , r o b o d e vaca l e c h e r a ,
9 2
i n c e n d i o de establos, asesinato del p r i m o g é n i t o » .

L a p r o h i b i c i ó n era t a n t o más eficaz y fácil de h a c e r respetar c u a n t o

m á s a m i s t o s a era la a t m ó s f e r a de la fiesta: los g u e r r e r o s a c u d í a n s i n
a r m a s . E n e l f o l c l o r e m o d e r n o , la fiesta d e Lughnasadh h a a d q u i r i d o u n
acusado aspecto agrario que en ocasiones ha c o n f u n d i d o a los e r u d i ­
9 3
t o s . P e r o ha c o n s e r v a d o intacto su aspecto s e c u n d a r i o de d i v e r s i ó n
9 4
c o l e c t i v a al a i r e l i b r e .
E n c o n c l u s i ó n , p e r s o n a j e a d á n i c o e n su g é n e r o , p a d r e p u t a t i v o d e sus
s u b d i t o s p o r l a r e g l a d e l iusprimae noctis y g e n e r o s o d i s p e n s a d o r d e t o d a
r i q u e z a , el s o b e r a n o i r l a n d é s , ya sea el d i o s L u g o u n rey t e r r e n a l , t r a n s ­
c i e n d e a t o d a s o c i e d a d h u m a n a e n la o r d e n a c i ó n d e l Lugnasad. E s e l c e n t r o
d e la fiesta. A l l í l o s d r u i d a s s o n r e c i t a d o r e s , p o e t a s y s a b i o s , ú n i c a m e n t e
e s p e c t a d o r e s y m o t o r e s i n m ó v i l e s . E n t r e la fiesta s a c e r d o t a l d e l p r i m e r o d e
m a y o (Beltaine) y la fiesta m i l i t a r d e l p r i m e r o d e n o v i e m b r e (Samain), la
fiesta d e Lugnasad h o n r a b a e l aspecto r e g i o d e l d i o s L u g . Es la fiesta p o l í t i c a ,
9 5
la d e l b u e n g o b i e r n o , e q u i v a l e n t e al Concilium Galliarum d e L y o n .

92 E d w a r d G w y n n , TheMetricalDindshenchas, rV, p p . J . 4 6 - 4 8 .
93 V é a s e e l i m p o r t a n t e t r a b a j o d e M á i r e M a c N e i l l , The Festival ofLughnasa. A study of the
Survivalofthe GelticFestivaloftheBeginningof Harvest, O x f o r d , 1 9 6 2 , 6 9 7 p á g i n a s .
94 V é a s e V é r o n i q u e G u i b e r t d e l a V a i s i é r e , Les quatrefétes d'ouverture de saison de l'Irlande
ancienne, op. cit.
0
95 F r a n c o i s e L e R o u x , « L e C o n c i l i u m G a l l i a r u m » , Ogam, n. 4,1952, pp. 28o-
2 8 5 . L e Concilium Galliarum d e L y ó n , a n e x i o n a d o a l c u l t o i m p e r i a l , e l p r i m e r o d e
a g o s t o , n o d e b e c o n f u n d i r s e c o n l a a s a m b l e a d e l o s d r u i d a s e n el t e r r i t o r i o d e l o s
c a r n u t e s , la c u a l d e b e s i t u a r s e el p r i m e r o d e m a y o e n v i r t u d d e la c o r r e s p o n d e n -
 2 . LAS F I E S T A S
359

2 . 4 . SAMAIN, FIESTA MILITAR Y TOTAL

E n Samain, p o r ú l t i m o , e l p r i m e r o d e n o v i e m b r e :

« C a r n e , cerveza, n u e z , embutido,

es l o q u e c o r r e s p o n d e e n S a m a i n ,

f u e g o d e a l e g r e c a m p a m e n t o e n la c o l i n a ,
9 6
leche batida, pan y mantequilla fresca» .

N o es, a f o r t u n a d a m e n t e , el ú n i c o d o c u m e n t o del q u e d i s p o n e m o s ,
p u e s se h a b l a d e Samain e n n u m e r o s o s t e x t o s . T e n e m o s i n c l u s o , y e s t o
a t e s t i g u a s u i m p o r t a n c i a , e l e q u i v a l e n t e g a l o d e l n o m b r e i r l a n d é s e n el
c a l e n d a r i o d e C o l i g n y : Samonios. Samain es a la v e z , e n e t i m o l o g í a e x a c t a y
9 7
simbólica, u n a « r e u n i ó n » y el « f i n o r e c a p i t u l a c i ó n del v e r a n o » . S i n
e m b a r g o , a p e s a r d e l a r e l a c i ó n a n a l ó g i c a e n t r e Samain y e l n o m b r e d e l
v e r a n o (sam), s u d a t a c i ó n e l p r i m e r o d e n o v i e m b r e n o o f r e c e n i n g u n a
d u d a . Samhain es t a m b i é n e l n o m b r e d e l m e s d e n o v i e m b r e e n i r l a n d é s
9 8
m o d e r n o . T o d o esto v i e n e c o n f i r m a d o p o r la t r i p l e d e f i n i c i ó n d e l Glo­
sario de Cormac:
— Cetsoman, « p r i m e r o d e m a y o » , y cetsamain, « p r i m e r m o v i m i e n t o
del tiempo estival»;
— Samrad, « v e r a n o » , sam e n h e b r e o , 50/ e n l a t í n , d e a h í q u e se d i g a
samson sol eorum-, samrad es p o r t a n t o e l c u r s o (rad) d e l s o l c u a n d o s u
a l t u r a y su c a l o r s o n m á s a g r a d a b l e s ;
9 9
— Samjuin, « d e b i l i t a m i e n t o d e l v e r a n o , m u e r t e d e l v e r a n o » .
E l n o m b r e d e l p r i m e r o d e m a y o es s i g n i f i c a t i v o s e g ú n esta d e f i n i c i ó n
e t i m o l ó g i c a : p e r t e n e c e a Samain, es d e n a t u r a l e z a « s a m a i n » , t o d o s l o s
días c o m p r e n d i d o s e n t r e e l p r i m e r o d e m a y o , q u e m a r c a e l i n i c i o d e la

c i a i r l a n d e s a d e Beltaine. A m b a s a s a m b l e a s n o c o m p i t e n e n t r e sí, p e r o las a u t o r i d a ­

d e s r o m a n a s r e u t i l i z a r o n u n a , el Conclium Galliarum, q u e era adecuada para su p o l í ­
tica, y d e s p r e c i a r o n la o t r a , la r e u n i ó n c a r n u t e , q u e les r e s u l t a b a i n ú t i l o c o n t r a ­
ria. Sin e m b a r g o , n o t e n í a n n i n g u n a necesidad de p r o h i b i r l a p u e s t o q u e los
d r u i d a s h a b í a n p e r d i d o t o d o p a p e l r e l i g i o s o y p o l í t i c o oficial. A u n así, D ' A r b o i s
d e J u b a i n v i l l e p r o v o c ó e s t e e r r o r (Les druides et les diewt celtiques á forme d'animaux, p . 61) y
J . J . " f í a t t l o p e r p e t u ó (Celteset Gallo-Romains, París, 1970, p p . 2-43).
96 E d . K u n o M e y e r , Hibernica Minora, p . 4 9 -
97 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e gauloises et
c e l t i q u e s X . 4 3 R e m a r q u e s s u r s a m a i n , S a m o n i o s » , Ogam, n . ° 13, p p . 474"477-
L a c u e s t i ó n se r e t o m a e x h a u s t i v a m e n t e e n Lesfétes celtiques, op. cit.
a
98 D i n n e e n , Focldir Gaedhilge agusBéarla, ed. 1927. P- 9 3 7 b -
99 W h i t l e y S t o k e s , Three Irish Glossaries, p p . II y 4 0 .
36o IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

estación cálida, y el p r i m e r o de n o v i e m b r e , q u e m a r c a su final. L a e t i -

m o l o g í a es e r r ó n e a , p e r o la e x p l i c a c i ó n p r o p u e s t a r e s u e l v e d e f i n i t i v a -
m e n t e el p r o b l e m a d e l l u g a r de la fiesta e n el t i e m p o d e l c a l e n d a r i o .
P e r o a d e m á s , c o n t o d a r a z ó n , c o n s i d e r a Samain la fiesta i r l a n d e s a y c e l t a
más importante.
E l p r i m e r a r g u m e n t o es q u e Samain es la fecha casi o b l i g a d a d e t o d o s l o s
eventos m í t i c o s o é p i c o s de los q u e t e n e m o s c o n o c i m i e n t o . E n el relato
f u n d a m e n t a l La Segunda Batalla de Mag Tured, es e n Samain c u a n d o e l D a g d a
t i e n e u n a c i t a c o n M o r r i g a n o d i o s a d e la g u e r r a —que es t a m b i é n s u
esposa— e n l a c u a l e l l a l e p r o m e t e a c u d i r e n a y u d a d e l o s T u a t h a D é
Danann:

« E l D a g d a t e n í a u n a casa al n o r t e e n G l e n n E t i n . E s e a ñ o , n o o b s t a n t e ,

t e n í a u n a cita c o n u n a m u j e r e n la fiesta d e S a m a i n d e la b a t a l l a d e Glenn

E t i n . E l r í o U n i u s d e C o n n a u g h t r u g e al s u r d e a l l í . V i o a la m u j e r e n el

U n i u s , e n C o r a n n , l a v á n d o s e , c o n u n p i e e n A l l o d E c h a e , es d e c i r , Echu-

m e c h , d e l a n t e d e l a g u a al s u r , y el o t r o e n L o s c u i n n , d e l a n t e d e l a g u a al

n o r t e . T e n í a n u e v e t r e n z a s l i b r e s e n la c a b e z a . El D a g d a le h a b l ó y e f e c t u a -

r o n u n a u n i ó n . P o r e l l o el l u g a r se l l a m a el L e c h o d e la P a r e j a . L a mujer

a q u í m e n c i o n a d a es M o r r i g a n .

E l l a le d i j o al D a g d a q u e l o s f o m o r e s t o m a r í a n t i e r r a e n M a g S c e n e y le

d i j o q u e l l a m a s e a l o s h o m b r e s d e I r l a n d a a n t e ella e n el v a d o d e l U n i u s .

E l l a i r í a a S c e n e a m a t a r al r e y d e l o s f o m o r e s , e s t o es, I n d e c h , h i j o d e D é

D o m n a n n . L e q u i t a r í a la s a n g r e d e l c o r a z ó n y l o s r í ñ o n e s d e l v a l o r . L u e g o ,

e n s e ñ ó a las t r o p a s q u e e s p e r a b a n e n el v a d o d e l U n i u s las d o s m a n o s l l e n a s

d e e s a s a n g r e . D e s d e e n t o n c e s e s t e v a d o se l l a m ó e l V a d o d e l a D e s t r u c c i ó n ,
1 0 0
d e b i d o a esta d e s t r u c c i ó n d e l r e y » .

Samain es t a m b i é n e l m o m e n t o e n e l q u e t o d o el e s t a d o m a y o r d e l o s
T u a t h a D é D a n a n n se r e ú n e p a r a p r e p a r a r l a l u c h a d e c i s i v a c o n t r a l o s
f o m o r e s y l o s s u c e s o s se d e s p l i e g a n d e u n a fiesta d e Samain a o t r a . E n el
m u n d o m í t i c o se i n t e r r u m p e n d e este m o d o p o r q u e , e n l o q u e les c o n -
c i e r n e , t o d o l o q u e está s o m e t i d o al t i e m p o n o se e x p r e s a n i t i e n e e x i s -
tencia:

« E r a u n a s e m a n a a n t e s d e S a m a i n y c a d a u n o se a p a r t ó d e l o s d e m á s

h a s t a q u e t o d o s l o s h o m b r e s d e I r l a n d a se v o l v i e s e n a e n c o n t r a r la v í s p e r a

I O O Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 3 -

 2. LAS FIESTAS 36l

d e S a m a i n . S u n ú m e r o e r a d e seis t r e i n t e n a s d e c e n t e n a s , a s a b e r , dos
1 0 1
treintenas de centenas en cada t e r c i o » .

E s t e es d e n u e v o e l c a s o d e l o s s u c e s o s q u e j a l o n a n la e n f e r m e d a d d e
C u c h u l a i n n : h a b i e n d o e l j o v e n h é r o e , u n d í a d e Samain, h e r i d o a d o s
m e n s a j e r a s d e l sid q u e se le h a b í a n a p a r e c i d o b a j o la f o r m a d e p á j a r o s , se
d u r m i ó . Las mensajeras, tras r e c u p e r a r su f o r m a h u m a n a , l o a z o t a n
c r u e l m e n t e y cae e n f e r m o . L o l l e v a n a s u casa

« y p e r m a n e c i ó h a s t a el f i n a l d e l a ñ o e n este l u g a r s i n h a b l a r c o n nadie.

A h o r a b i e n , al s i g u i e n t e S a m a i n , a f i n a l e s d e a ñ o , u n o s u l t o n i a n o s e s t a b a n

a su a l r e d e d o r e n su casa... Así e s t a b a n c u a n d o u n h o m b r e v i n o hacia ellos

y se s e n t ó f r e n t e a la c a m a e n la q u e e s t a b a C u c h u l a i n n » .

E s t e h o m b r e es e l d i o s O e n g u s q u e v i e n e a d a r al h é r o e e l c o n s e j o d e
p r e s e n t a r s e e n el O t r o M u n d o , es d e c i r , d e a c e p t a r la i n v i t a c i ó n q u e le
1 0 2
h a c e n . Y C u c h u l a i n n se c u r a i p s o f a c t o .
Samain es a n t e t o d o u n a fiesta d e o b l i g a c i ó n , d e u n i v e r s a l i d a d i m p e -
r a t i v a . T a l fiesta se c e l e b r a b a d i g n a m e n t e :

« L o s u l t o n i a n o s c e l e b r a b a n u n a a s a m b l e a t o d o s los a ñ o s , esto es, tres

días a n t e s d e S a m a i n , y tres días d e s p u é s d e S a m a i n , y el m i s m o día d e

S a m a i n . E r a la é p o c a e n la q u e l o s u l t o n i a n o s e s t a b a n e n la l l a n u r a de

M u i r t h e m n e y c e l e b r a b a n la a s a m b l e a d e S a m a i n t o d o s los a ñ o s . N o h a b í a

n a d a e n el m u n d o q u e h i c i e s e n e n esta é p o c a , salvo j u e g o s , reuniones,

p o m p a y m a g n i f i c e n c i a , c o m i l o n a s y b a n q u e t e s . D e a h í es d e d o n d e v i e n e n
1 0 3
los tres días de S a m a i n e n t o d a I r l a n d a » ;

o también:

« E l m i s m o C o n c h o b a r l e s s e r v í a e n l a f i e s t a d e S a m a i n d e b i d o a q u e se

r e u n í a u n a g r a n m u c h e d u m b r e . E r a n e c e s a r i o a l i m e n t a r a la g r a n m u l t i t u d

p o r q u e , si u n h o m b r e d e l o s u l t o n i a n o s n o v e n í a p a r a l a n o c h e d e S a m a i n

a E m a i n , p e r d í a la r a z ó n y se le l e v a n t a b a u n t ú m u l o y u n a p i e d r a al d í a

s i g u i e n t e p o r la m a ñ a n a . H a b í a g r a n d e s p r o v i s i o n e s e n casa d e C o n c h o b a r .

A l J r H o s t r e s d í a s a n t e s d e S a m a i n y l o s t r e s d í a s d e s p u é s d e S a m a i n se s e ñ a -
1 0
l a b a n c o n u n f e s t í n e n la casa d e Conchobar» *.

101 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 3 .

102 T r a d . C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit., Ogam, n . ° I O , p . 289.
103 Ibid., p . 286.
104 T r a d . C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit., Ogam, n . ° I I , p . 6 1 .
362 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

A l g u n o s pasajes, p o c o n u m e r o s o s a f i n de cuentas, d e j a n c o n s t a n c i a
de sacrificios u ofrendas a u n í d o l o :

« M a g S l e c h t , ¿ d e d ó n d e v i e n e ese n o m b r e ? N o es difícil. A l l í es d o n d e

se e n c o n t r a b a el í d o l o r e a l d e I r l a n d a , a s a b e r , G r o m C r u a i c h , y a l r e d e d o r

d e él d o c e í d o l o s d e p i e d r a . E r a d e o r o y fue el d i o s d e t o d o s l o s p u e b l o s

q u e h a b í a n c o n q u i s t a d o I r l a n d a h a s t a la l l e g a d a d e P a t r i c i o . Se le o f r e c í a n

l o s p r i m o g é n i t o s d e c a d a c a r n a d a y l o s p r i m e r o s r e t o ñ o s d e c a d a c l a n . A él

v i n o T i g e r n m a s , hijo d e Follach, rey d e I r l a n d a , e n S a m a i n , c o n los h o m -

b r e s y l a s m u j e r e s d e I r l a n d a p a r a a d o r a r l o y t o d o s se p r o s t e r n a r o n a n t e é l .

L a c ú s p i d e d e s u s f r e n t e s , el c a r t í l a g o d e sus n a r i c e s , el e x t r e m o d e sus

r o d i l l a s y la p u n t a d e s u s c o d o s se q u e b r a r o n , d e m o d o q u e t r e s c u a r t o s d e

los h o m b r e s d e I r l a n d a m u r i e r o n e n estas p r o s t e r n a c i o n e s . D e a h í el n o m -
1 0 5
b r e d e L l a n u r a d e la P r o s t e r n a c i ó n » .

P e r o este t e x t o , tal y c o m o y a h e m o s s e ñ a l a d o , a p e n a s es m á s s e r i o
106
q u e su h o m ó l o g o d e l Dindshenchas métrico . N o es d i f í c i l p e r c i b i r e n él la
c o m p o n e n d a c r i s t i a n a q u e u n e y c o n f u n d e el t e m a d e las p r i m i c i a s o f r e -
c i d a s a Y a h v é y e l c u l t o p a g a n o a l a P i e d r a d e Fal a j u s t a d o a la m o d a
h a g i o g r á f i c a . E n C r o m C r u a i c h —otro n o m b r e d e la P i e d r a d e Fal—, y e n
el n o m b r e y la d i s p o s i c i ó n d e l o s í d o l o s q u e l o r o d e a n , t a m b i é n , y p r i n -
c i p a l m e n t e , se p u e d e v e r u n a l e j a n a d e d o c e c a b a l l e r o s d e l a T a b l a
R e d o n d a p r e s i d i d o s p o r e l A f i n a l e s d e l v e r a n o , la fiesta d e Samain
r e t o m a el t e m a p r o d u c t o r d e l a L u g n a s a d d e l m e s d e a g o s t o :

« H a b í a u n rey célebre e n I r l a n d a , C o r m a c , hijo d e C o n n . H a b í a t a m -

b i é n e n esos t i e m p o s u n rey d e l U l s t e r , F e r g u s el d e los D i e n t e s N e g r o s .

F e r g u s t e n í a d o s h e r m a n o s : F e r g u s el d e l C a b e l l o L a r g o y F e r g u s " f u e g o d e

B r e g " . E l s é q u i t o d e C o r m a c e s t a b a e n T a r a e n ese m o m e n t o y el s é q u i t o d e

c a d a rey s u p r e m o d e I r l a n d a t a m b i é n e s t a b a allí c o n la i n t e n c i ó n d e r e a l i -

z a r el f e s t í n d e T a r a , a s a b e r , q u i n c e d í a s a n t e s d e S a m a i n , el m i s m o d í a d e

S a m a i n y q u i n c e d í a s d e s p u é s d e S a m a i n . L a r a z ó n p o r la q u e se r e u n í a n
1 0 7
p a r a c a d a S a m a i n e r a la m a d u r a c i ó n d e las b e l l o t a s y l o s f r u t o s » .

P e r o e n s e g u i d a se e n t i e n d e q u e e s o s f r u t o s y b e l l o t a s n o s o n l o e s e n -
c i a l . E l p u e b l o l l a n o d e a q u e l l a é p o c a n o r e s p o n d e al m a n d a t o d e l f e s t í n

105 E d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 16, p p . 3 5 - 3 6 .

106 E d . E d w a r d G w y n n , The Metrical Dindshenchas, I V , PP*
107 Cath Chrionna, « L a b a t a l l a d e C r i n n a » , e d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p . 3 1 9 .
 2 . LAS F I E S T A S
363

de Tara y los guerreros n o van a ocuparse del fuego d r u í d i c o . Sería

i m p r u d e n t e e x t r a e r d e u n t e x t o c o m o e l q u e a c a b a m o s d e c i t a r la c o n -
1 0 8
c l u s i ó n d e q u e Samain e r a u n a fiesta d e c a r á c t e r a g r a r i o . Por lo demás,
este m i s m o t e x t o s u b r a y a i n m e d i a t a m e n t e l o s a s p e c t o s j u r í d i c o s :

« H e a q u í la r a z ó n p o r la q u e se c e l e b r a b a la fiesta d e S a m a i n : porque

los h o m b r e s d e I r l a n d a h a c í a n allí las leyes y n a d i e o s a b a transgredirlas

h a s t a q u e se r e u n i e s e n d e n u e v o a l c a b o d e u n a ñ o . Y c u a l q u i e r a q u e las

transgrediese era desterrado d e los h o m b r e s de I r l a n d a » .

L o q u e p r e d o m i n a e n l a f i e s t a d e Samain es e l g r a n b a n q u e t e r e a l y
militar:

« E l a ñ o e n e l q u e se d i v i d i ó l a p r o v i n c i a d e l U l s t e r e n t r e s p a r t e s se r e a -

lizó el f e s t í n d e S a m a i n e n casa d e C o n c h o b a r , en Emain Macha. La

d i m e n s i ó n d e l f e s t í n e r a la s i g u i e n t e : c i e n c u b a s d e c a d a b e b i d a . L o s o f i -

ciales d e la casa d e C o n c h o b a r d i j e r o n q u e t o d o s los n o b l e s u l t o n i a n o s no

1 0 9
e s t a r í a n d e m á s p a r a el c o n s u m o d e este f e s t í n d e b i d o a s u c a l i d a d » .

Y , c o m o en todo banquete,

« l o s u l t o n i a n o s se e n c o n t r a r o n u n a vez e n u n a g r a n e b r i e d a d e n Emain

M a c h a . Se p r o d u j e r o n e n t o n c e s e n t r e ellos g r a n d e s discusiones y c o m p a -
1 1 0
r a r o n las v i c t o r i a s , a s a b e r , d e C o n a l l , C u c h u l a i n n y L o e g a i r e » .

N u n c a a c a b a r í a m o s d e c i t a r t o d a s las frases d e este t i p o . L a e b r i e d a d

y las p e n d e n c i a s s i r v e n d e t e l ó n d e f o n d o a t o d a s las d e s c r i p c i o n e s d e l a
fiesta. Se i n t u y e n f á c i l m e n t e los efectos e n l o s e s p í r i t u s d i s p u e s t o s a la
e x a g e r a c i ó n y al d i t i r a m b o .
Las b e b i d a s m á s c o r r i e n t e s e r a n la cerveza y el h i d r o m i e l . Pero
c u a n d o el r e y d e l c a n t ó n o d e la p r o v i n c i a e r a l o s u f i c i e n t e m e n t e r i c o , o
se e n c o n t r a b a a l l í u n d r u i d a o u n h a d a l o s u f i c i e n t e m e n t e p o d e r o s o s
p a r a o p e r a r e l m i l a g r o ( d e l o q u e c o n o c e m o s p o c o s e j e m p l o s ) , se b e b í a
v i n o , m e r c a n c í a de lujo, p r e c i o s a y rara e n Irlanda. E l rey M u i r c h e r t a c h
l o e x p e r i m e n t ó u n o s días a n t e s d e m o r i r :

1 0 8 J . V e n d r y e s (La religión des celtes, p . 3 1 3 ) c r e y ó o b s e r v a r q u e l a fiesta d e Samain c o n s e r -

v a b a , al c o n t r a r i o q u e l a s o t r a s t r e s , « u n c a r á c t e r m í t i c o m á s a c u s a d o » , l o c u a l n o
s i g n i f i c a n a d a . T a m b i é n se e q u i v o c ó a l m a n t e n e r la i n t e r p r e t a c i ó n a g r a r i a .
109 T r a d . D e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L ' i v r e s s e d e s U l a t e s » , Ogam, n . ° 1 2 , p . 4 9 1 .
110 T r a d . C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit., Ogam, n . ° I O , p p . 1 2 9 - 1 3 0 .
364 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

« L u e g o , volvió el r e y a e n t r a r c o n s u s é q u i t o e n la f o r t a l e z a . D e s p u é s d e

m i r a r d u r a n t e u n m o m e n t o el c o m b a t e , les t r a j e r o n u n p o c o d e a g u a d e l

B o y n e y el rey d i j o a la j o v e n q u e la c o n v i r t i e s e e n v i n o . La j o v e n llenó

e n t o n c e s tres c u b a s c o n a g u a y les e c h ó u n e n c a n t a m i e n t o . N u n c a habían

p r o b a d o e n la t i e r r a u n v i n o q u e t u v i e s e m e j o r s a b o r y m á s f u e r z a . L u e g o ,

h i z o c e r d o s m i s t e r i o s o s y m á g i c o s c o n h e l é c h o s . D i o el v i n o y los c e r d o s al

e j é r c i t o y l o s c o n s u m i e r o n h a s t a q u e se s a c i a r o n . E l l a l e s p r o m e t i ó n o o b s -

tante darles o t r o t a n t o t o d o s los días a p e r p e t u i d a d . Y M u i r c h e r t a c h dijo:

1 1 1
" N u n c a h e m o s t e n i d o a q u í a l i m e n t o s c o m o los a l i m e n t o s q u e v e i s " » .

L a c a r n e d e c e r d o y e l v i n o , la c e r v e z a y el h i d r o m i e l , d a n a c c e s o a la
eternidad. ¿Se p u e d e soñar c o n alimentos más agradables y más sustan-
c i o s o s , a u n q u e n o s e a n m á s q u e la i l u s i ó n d e u n m o m e n t o f u g i t i v o , e l
simple reflejo de u n a ebriedad sagrada? S u c o n s u m o c o m p o r t a sin
e m b a r g o r i e s g o s , p o r q u e c o d e a r s e y g o z a r c o n l o s s e r e s y las c o s a s d e l
O t r o M u n d o n o es a l g o a n o d i n o n i g r a t u i t o :

« L a raza d e T a d g , h i j o d e C i a n , v e l ó al r e y esa n o c h e c u a n d o t e r m i n ó el

c o n s u m o d e l f e s t í n d r u í d i c o . G u a n d o el r e y se l e v a n t ó al d í a s i g u i e n t e p o r

la m a ñ a n a , es c o m o si h u b i e s e t e n i d o u n m a l d e p o s t r a c i ó n y así e s t a b a

t a m b i é n t o d o a q u e l q u e h a b í a c o n s u m i d o el v i n o y la c a r n e m i s t e r i o s a y
1 1 2
d r u í d i c a q u e S i n h a b í a s e r v i d o e n ese f e s t í n » .

P o r t a n t o , n o h a y n i n g u n a n e c e s i d a d d e s e g u i r e x p l i c a n d o la « d e b i l i -
dad de los u l t o n i a n o s » , todos los cuales, excepto C u c h u l a i n n , estaban
a f e c t a d o s e n la fiesta d e Samain. N o t u v i e r o n , d u r a n t e c i n c o días y c u a t r o
n o c h e s , o c i n c o n o c h e s y c u a t r o días, m á s f u e r z a q u e u n a p a r t u r i e n t a . L a
3
p a r t i c i p a c i ó n e n las v i s i o n e s d i v i n a s t e n í a su c o n t r a p a r t i d a m a t e r i a l " .
H e a q u í , d e m a n e r a a p r o x i m a d a , c ó m o p o d í a d e s a r r o l l a r s e u n a fiesta
d e Samain e n u n a c o r t e d e I r l a n d a . E l t e x t o d e l q u e e x t r a e m o s la d e s c r i p -
c i ó n f o r m a p a r t e d e l c i c l o o s i á n i c o . S e t r a t a d e Bruiden bhegna hAlmaine,
« E l p e q u e ñ o A l b e r g u e de A l i e n » , relativamente tardío y cuyo m a n u s -
c r i t o d a t a d e l s i g l o X V I I I . P e r o la l e n g u a es e l i r l a n d é s m e d i o y las c o s -
t u m b r e s p o d r í a n s e r las d e l a é p o c a d e L a T é n e , e n a l g u n a p a r t e d e l a

111 Aided Muirchertaig Meic Erca « L a m u e r t e d e M u i r c h e r t a c h , h i j o d e E r e » , t r a d u c c i ó n

C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Anuales, Economies, Sociétés, Civilisations, septiembre-octubre
1 9 8 3 , p - I O O I ( v é a s e m á s a b a j o la r e f e r e n c i a c o m p l e t a e n l a n o t a 1 2 8 ) .
112 Ibid., p . I O O I .
113 V é a s e La Souverainetéguerriére de l'Irlande, p p . 4 8 - 6 0 y 1 7 0 - 1 8 0 .
 2 . LAS F I E S T A S
365

G a l i a e n la b e l l a é p o c a d e la e x p a n s i ó n c e l t a . L o s n o b l e s d e I r l a n d a e s t a -
b a n r e u n i d o s e n m u l t i t u d e n casa d e F i n n :

« F i n n se s e n t ó e n t o n c e s e n e l a s i e n t o d e l h é r o e e n e l c e n t r o d e l a l b e r g u e ,

G o l l e l A m a b l e , h i j o d e M o r n a , e n el o t r o a s i e n t o d e l h é r o e , y l o s n o b l e s d e

sus s é q u i t o s a u n l a d o y a o t r o d e a m b o s . C a d a u n o se s e n t ó a s u l a d o s e g ú n

s u n o b l e z a y su p a t r i m o n i o e n el l u g a r d e t e r m i n a d o y c o n v e n i e n t e , como

h a b í a s i d o s u c o s t u m b r e e n la a n t i g ü e d a d , e n t o d o l u g a r y e n t o d o t i e m p o .

E n t o n c e s l o s c r i a d o s se l e v a n t a r o n c o m o u n a a u t é n t i c a o l e a d a p a r a s e r -

vir y p r o v e e r la r e s i d e n c i a . T o m a r o n c o p a s p a r a b e b e r r e p l e t a s d e p i e d r a s

preciosas, c o n p u r a s g e m a s d e cristal, d e u n arte p e r f e c t o p a r a cada vaso b r i -

l l a n t e . Y se l e s s i r v i e r o n b e b i d a s , f u e r t e s y f e r m e n t a d a s , l i c o r e s a g r a d a b l e s y

d u l c e s a e s t o s b u e n o s g u e r r e r o s . L a a l e g r í a c r e c i ó e n t r e s u g e n t e j o v e n , la

o s a d í a y el e s p í r i t u e n s u s g u e r r e r o s , la d u l z u r a y la m o d e s t i a e n s u s m u j e r e s ,

el s a b e r y la p r o f e c í a e n sus p o e t a s .

E n t o n c e s se l e v a n t ó u n h e r a l d o , b i e n d e r e c h o y r á p i d a m e n t e . A g i t ó u n a

tosca c a d e n a de h i e r r o p a r a r e p r i m i r a los criados y a los rústicos. Agitó u n a

larga c a d e n a d e plata vieja p a r a r e p r i m i r a los n o b l e s y a los s e ñ o r e s d e l o s

fianna, al i g u a l q u e a sus h o m b r e s d e a r t e . T o d o s e s c u c h a r o n e n s i l e n c i o .

F e r g u s e l d e l a B o c a B l a n c a s e l e v a n t ó , a s a b e r , el file d e F i n n y l o s fianna.

C a n t ó cantos, e n d e c h a s y bellos p o e m a s sobre sus antepasados y p a d r e s e n

p r e s e n c i a d e F i n n , h i j o d e C u m a l l . F i n n y O i s i n r e c o m p e n s a r o n al p o e t a

m a r a v i l l o s a m e n t e , c o n l o s t e s o r o s y r i q u e z a s m á s n o b l e s . L u e g o , el file se

p r e s e n t ó a n t e G o l l , h i j o d e M o r n a , y l e r e c i t ó las l e y e n d a s d e las F o r t a l e z a s ,

las D e s t r u c c i o n e s , los R o b o s , l o s C o r t e j o s d e s u s a n t e p a s a d o s y p a d r e s . L o s

h i j o s d e M o r n a e s t u v i e r o n c o n t e n t o s y d e b u e n h u m o r a causa d e estas c o m -

posiciones poéticas» "*.

P o c o s r e l a t o s p o n e n t a n d e r e l i e v e el p a p e l c a p i t a l d e l file e n u n a fiesta
s o l e m n e , la g e n e r o s i d a d s u n t u o s a d e l s o b e r a n o y d e sus i n v i t a d o s d e c a t e -
g o r í a , la a l e g r í a y la a b u n d a n c i a q u e r e i n a n e n el f e s t í n . S i a c o n t i n u a c i ó n
las cosas a c a b a n m a l y h a y q u e r e c u r r i r al h e r a l d o a causa d e las d i s p u t a s y
las e s t o c a d a s , n i n g ú n d r u i d a es r e s p o n s a b l e . A l c o n t r a r i o , s o n l o s d r u i d a s
5
y l o s filid q u i e n e s a p a c i g u a n la c ó l e r a y h a c e n c e s a r l a v i o l e n c i a " .

114. E d . S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I, p p . 3 3 6 - 3 3 7 .

115 E s t a c a p a c i d a d e s r e s u l t a d o d e l a s u p e r i o r i d a d d e la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l s o b r e e l
p o d e r t e m p o r a l . V é a n s e los textos citados m á s a r r i b a , p . 139 [ T r a d . e s p . : Geografía
III, ( t r a d . J o s é Vela Tejada y J e s ú s García A r t a l ) , M a d r i d , G r e d o s , 2001, p p . 235-
236].
 366 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

Se e n t i e n d e m e j o r a h o r a q u e el p r i m e r h a g i ó g r a f o oficial de san
P a t r i c i o , M u i r c h u , v i t u p e r a s e la fiesta d e Samain al p a r o d i a r s i n q u e r e r l o
el a l t a m e n t e p e y o r a t i v o genus vatum medicorumque d e P l i n i o , « e s a r a l e a d e
vates y m é d i c o s » :

« S e p r o d u j o ese a ñ o u n a c e r e m o n i a d e i d o l a t r í a q u e los p a g a n o s t e n í a n

la c o s t u m b r e d e c e l e b r a r c o n n u m e r o s o s e n c a n t a m i e n t o s , invocaciones

m á g i c a s y o t r a s v a r i a s s u p e r s t i c i o n e s i d o l á t r i c a s , p o r l o q u e se l l a m ó a l o s

r e y e s , l o s p r í n c i p e s , l o s j e f e s , l o s s e ñ o r e s , l o s n o b l e s d e la n a c i ó n y u n

n ú m e r o aún mayor de encantadores, adivinos y todo tipo de magos o doc-

t o r e s a la casa d e L o e g a i r e , c o m o a n t i g u a m e n t e a la casa d e l r e y N a b u c o d o -
6
n o s o r , e n T a r a , s u B a b i l o n i a , la n o c h e d e la P a s c u a d e s a n P a t r i c i o » " .

¿ E s t o s u c e d í a e n Samain o e n Beltaine? N o lo sabemos. D e todos

m o d o s , l o s n o m b r e s d e N a b u c o d o n o s o r y d e B a b i l o n i a s o n las d o s lacras
de u n a c o m p a r a c i ó n q u e evoca excesos de los q u e los reyes de I r l a n d a
e r a n v e r d a d e r a m e n t e incapaces, incluso y sobre t o d o e n Tara. L a Pascua
d e s a n P a t r i c i o c o n t r a v i e n e su p r o p i o c a l e n d a r i o y el l a t i n o d e M u i r c h u ,
p o r m u y i r l a n d é s q u e sea, p a l i d e c e al l a d o d e las p i e d r a s p r e c i o s a s d e El
pequeño Albergue de Alien.
E l f e s t í n d e a b u n d a n c i a y e b r i e d a d c o n d e n s a , r e c a p i t u l a y c l a u s u r a la
t e m p o r a d a m i l i t a r . P e r o Samain c o m p o r t a b a t a m b i é n , c o m o t o d a a s a m -
blea irlandesa, aspectos legales y j u r í d i c o s :

« L o s p a c t o s , las leyes y los d e b e r e s se f i j a b a n y las o p i n i o n e s d e l o s

h o m b r e s d e I r l a n d a se e m i t í a n e n esta a s a m b l e a . H a b í a t r e s altas a s a m b l e a s

e n e s o s t i e m p o s , a s a b e r , e l f e s t í n d e T a r a , e n Samain — p u e s e r a l a P a s c u a d e

los Paganos—, y t o d o s los h o m b r e s d e I r l a n d a a y u d a b a n al rey a c e l e b r a r esta

a s a m b l e a , la f e r i a d e T a i l t i u , e n L u g n a s a d , y la g r a n a s a m b l e a d e U i s n e c h ,

e n B e l t a i n e . L a p r e p a r a c i ó n d e l f e s t í n d e T a r a d u r a b a s i e t e a ñ o s y, a s i -

m i s m o , al c a b o d e s i e t e a ñ o s t e n í a l u g a r la a s a m b l e a g e n e r a l d e t o d o s l o s
1 1 7
h o m b r e s d e I r l a n d a e n el festín d e T a r a » .

L a p e r i o d i c i d a d d e l f e s t í n d e T a r a n o es i d é n t i c a e n t o d o s l o s t e x t o s .
P a r a e l a u t o r d e l Libro de los derechos t e n í a l u g a r c a d a siete a ñ o s . E l r e y d e l
Ulster

116 E d . W h i t l e y S t o k e s , The TripañiteLife ofPatrick, II, p . 278.

117 « O r d a l í a s i r l a n d e s a s » , e d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 1 9 8 - 1 9 9 .
 2. LAS FIESTAS
367

« d e b í a p a g a r su asiento e n U i s n e a c h o c u p a n d o su sitio cada siete a ñ o s y era

t a m b i é n el d e r e c h o d e c a d a r e y p r o v i n c i a l d e I r l a n d a , t r a s lo c u a l é s t o s

p e d í a n al rey d e T a r a q u e h i c i e s e el f e s t í n d e T a r a . L o s reyes d e p r o v i n c i a s

a d q u i r í a n sus a s i e n t o s e n U i s n e a c h m e d i a n t e p a g o , s i e n d o el p r e c i o que

d a b a n el s i g u i e n t e , a s a b e r , "el a n i l l o d e l h é r o e " d e o r o r o j o q u e cada

p r í n c i p e llevaba e n la m a n o y q u e d e j a b a e n el a s i e n t o p a r a b e b e r . Pues,

c u a n d o estos reyes h a b í a n c o m i d o e n el f e s t í n d e T a r a , l o s m i e m b r o s d e la

a s a m b l e a d e I r l a n d a se d i s o l v í a n d u r a n t e s i e t e a ñ o s , h a s t a t a l p u n t o q u e n o

tomaban ninguna decisión sobre deudas, d e u d o r e s y disputas hasta el

8
s i g u i e n t e f e s t í n , al c a b o d e s i e t e a ñ o s » " .

P a r a e l t r a n s c r i p t o r d e l r e l a t o La enfermedad de Cuchulainn, el f e s t í n e r a
9
a n u a l " . P a r a K e a t i n g , s i n e m b a r g o , t e n í a l u g a r c a d a tres a ñ o s y su d e s -
c r i p c i ó n c o n f i r m a y a y u d a a c o m p r e n d e r el p a s a j e d e l Libro de los derechos
q u e a c a b a m o s de citar. A d e m á s los d r u i d a s a p a r e c e n e n él c o n el n o m -
bre de « d o c t o r e s » :

« A h o r a b i e n , el f e s t í n d e T a r a e r a u n a a s a m b l e a r e a l y g e n e r a l , como

u n p a r l a m e n t o , y t o d o s l o s d o c t o r e s d e I r l a n d a se r e u n í a n c a d a t r e s a ñ o s e n

T a r a c o n o c a s i ó n d e S a m a i n p a r a o r d e n a r y r e n o v a r l o s p a c t o s y las leyes y

p a r a a p r o b a r los anales y los archivos d e I r l a n d a . Se p r e p a r a b a t a m b i é n un

a s i e n t o p a r a c a d a n o b l e d e I r l a n d a s e g ú n s u r a n g o y s u t í t u l o . T a m b i é n se

p r e p a r a b a u n a s i e n t o p a r a c a d a j e f e q u e m a n d a b a l o s s o l d a d o s al s e r v i c i o

d e l r e y o d e l o s s e ñ o r e s d e I r l a n d a . A s i m i s m o , e r a c o s t u m b r e e n el f e s t í n d e

T a r a q u e se a j u s t i c i a s e a c u a l q u i e r a q u e c o m e t i e r a v i o l e n c i a o r o b o , que

g o l p e a r a a a l g ú n o t r o o q u e lo a t a c a r a c o n a r m a s , y sólo el rey, y n a d i e m á s ,

t e n í a el p o d e r d e p e r d o n a r tales a c c i o n e s . T e n í a n c o s t u m b r e t a m b i é n de

p a s a r seis d í a s b e b i e n d o j u n t o s a n t e s d e la s e s i ó n d e la a s a m b l e a r e a l , es

d e c i r , t r e s d í a s a n t e s d e S a m a i n y t r e s d í a s d e s p u é s d e la fiesta, a c o r d a n d o la
1 2 0
paz y e s t r e c h a n d o lazos d e a m i s t a d e n t r e e l l o s » .

1 2 1
E n o t r o s t e x t o s la d u r a c i ó n d e l a fiesta se a l a r g a hasta seis s e m a n a s y
e s t o d e b e s e r la h u e l l a d e u n a a n t i g u a o r g a n i z a c i ó n j e r a r q u i z a d a d e l a

118 BookofRights, e d . O ' D o n o v a n , p . 6; cf. p p . 2 3 y 272.

119 C f . m á s a r r i b a . L a p e r i o d i c i d a d e s la m i s m a e n e l r e l a t o La muerte de Aed Slainne, ed.
S t a n d i s h O ' G r a d y , Silva Gadelica I , p . 8 2 .
120 History oflreland, ed. D i n n e e n II, p . 132.
121 F r a n c o i s e L e R o u x , « E t u d e s s u r l e f e s t i a i r e c e l t i q u e » , Ogam, n . ° 13, 1961, p p .
4 8 1 - 5 0 6 . V é a s e e n ú l t i m o l u g a r Lesfétes celtiques.
368 IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

fiesta s e g ú n e l r e y o la p r o v i n c i a a q u i e n la p r e p a r a c i ó n se h u b i e s e c o n -
f i a d o . E n t o d o c a s o , n a d a p e r m i t e s o s t e n e r la s i m p l i c i d a d d e la e t i q u e t a
o d e l r i t u a l . E n c u a n t o a la s a n c i ó n q u e caía s o b r e t o d o c u l p a b l e q u e
i n f r i n g í a l a p r o h i b i c i ó n d e v i o l e n c i a o r o b o , e l Dindshenchas n o s d a u n
e j e m p l o i n c i d e n t a l q u e n o s i n t e r e s a m u c h o m á s q u e la i n f o r m a c i ó n
t o p o n í m i c a a la q u e sirve d e p r e t e x t o .

« C a t h a i r el G r a n d e a h o g ó a G a r m a n el R u d o , h i j o d e B o i m m L e c c , e n

la f u e n t e d e P o r t G a e l r a n n a ( « e l P u e r t o d e P u n t a E s t r e c h a » ) , p u e s e r a s u

p r i m e r n o m b r e y allí fue d o n d e el l a g o s u r g i ó . C a t h a i r r e a l i z a b a el f e s t í n

de Tara e n S a m a i n , tres días antes y tres días después d e S a m a i n , sin r o b o y

sin violencia, sin disputas, sin embargos, sin enemistades, sin raptos. Pero

G a r m a n r o b ó la d i a d e m a d e o r o d e la e s p o s a d e C a t h a i r c u a n d o la a s a m -

b l e a e s t a b a e b r i a . G a r m a n se f u e c o n la d i a d e m a d e la r e i n a y c o n las g e n t e s

de Cathair persiguiéndolo. L o a l c a n z a r o n e n la f u e n t e de Caelrind y

1 2 2
c u a n d o e s t a b a n a h o g á n d o l o s u r g i ó el l a g o » .

E l b a n q u e t e r i t u a l se r e s e r v a a l o s h o m b r e s , c o m o c o n v i e n e a u n a
c e r e m o n i a e s p e c í f i c a m e n t e m i l i t a r y, p o r q u é n o d e c i r l o , ya f e u d a l . P e r o
n o es u n r a s g o t a r d í o , p u e s o c u r r e l o m i s m o e n ese r e m e d o y p a r o d i a
d e l f e s t í n d e T a r a q u e es e l Festín de Bricriu: h o m b r e s y m u j e r e s f e s t e j a n e n
123
salas s e p a r a d a s . S e ñ a l e m o s la p r e s e n c i a de los d o c t o r e s , indispensables
p a r a d e s e n t r a ñ a r las i n t e r m i n a b l e s c o m p l i c a c i o n e s d e las g e n e a l o g í a s ,
l o s t í t u l o s y las p r e r r o g a t i v a s d e t o d o s y c a d a u n o . H a y q u e i n s i s t i r e n la
o b l i g a c i ó n de paz y de amistad: m u c h o s relatos épicos describen acci-
d e n t e s q u e r o m p e n la a r m o n i o s a o r d e n a c i ó n d e la fiesta.
P e r o n o se l e g i s l a e n e l d e s o r d e n y l a p e n a d e m u e r t e a p l i c a d a a l o s
c r e a d o r e s d e p r o b l e m a s n o s c o n d u c e al a s p e c t o r e l i g i o s o : n o se t o l e r a n
n i disputas n i v i o l e n c i a p o r q u e los d r u i d a s están allí, p r e p a r a n , o r d e -
n a n , d i r i g e n e l f e s t í n s e g ú n las n o r m a s t r a d i c i o n a l e s . E s t a m o s a n t e l a
caisc na ngenti, l a « P a s c u a d e l o s P a g a n o s » d e la q u e h a b l a n las o r d a l í a s ,
p e r o e n o t r a fecha y c o n o t r a v í c t i m a sacrificial: n o el t i e r n o c o r d e r o
pascual del c r i s t i a n i s m o , s i n o el a n i m a l de c i e n c i a y soberanía, el c e r d o
( o j a b a l í ) d e d i c a d o al D a g d a y a L u g .
E n c u a n t o al n o m b r e q u e d e s i g n a l a f i e s t a , P . W . J o y c e d i s t i n g u e e l
s i g n i f i c a d o deféis, « f e s t í n » , dail, « a s a m b l e a » y oenach, « f e r i a » , l o s c u a l e s

122 Dindshenchas de Rennes, e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 15, pp- 4 2 8 - 4 2 9 -

123 FledBricrend, ed. G . H e n d e r s o n , Irish Texts S o c i e t y l l , p . 12.
 2 . LAS FIESTAS
369

son habituales, p e r o n o s i n ó n i m o s . Tales distinciones son precisas y

1 2 4
n e c e s a r i a s , p e r o n o s o n las ú n i c a s . E n realidad n o hay o t r o n o m b r e
v e r a z , g l o b a l y s i g n i f i c a t i v o m á s q u e e l d e la f i e s t a , Samain, c o m o e n e l
caso d e t o d a s las d e m á s fiestas. C a d a u n a d e las p a l a b r a s q u e a c a b a m o s d e
e n u m e r a r d e s i g n a u n a s p e c t o . L a i n d i c a c i ó n se d e b e i n t e r p r e t a r m u y
p r o b a b l e m e n t e e n el s e n t i d o d e u n r e p a r t o f u n c i o n a l , p o r clases s o c i a -
les, d e las c e r e m o n i a s . L a clase g u e r r e r a t e n í a d e r e c h o al f e s t í n , la v u l g a r
a la f e r i a , l o s d o c t o r e s se e n c a r g a b a n d e l a a s a m b l e a l e g a l y, c o n a n t e r i o -
r i d a d al c r i s t i a n i s m o , d e l o s s a c r i f i c i o s y las c e r e m o n i a s r e l i g i o s a s . E l
1 2 5
r e c u e r d o d e l o s j u e g o s h a s u b s i s t i d o e n el f o l c l o r e . P u e s t a s así las
c o s a s , la f e c h a d e Samain n o p u e d e s e r m á s q u e e l c a m b i o d e a ñ o c e l t a .
P u e s es d e s d e l u e g o a este p a p e l d e b i s a g r a e n t r e d o s a ñ o s a l o q u e d e b e
Samain su f u n c i ó n e s e n c i a l d e i n t e r m e d i a c i ó n e n t r e el m u n d o h u m a n o y el
c o s m o s d i v i n o . S i e n d o u n a ñ o y u n día, e n la c o n c e p c i ó n celta d e l
t i e m p o , el e q u i v a l e n t e d e la e t e r n i d a d , basta q u e el m o m e n t o e x a m i n a d o ,
e n este caso Samain, sea u n « p e r i o d o c e r r a d o » , q u e n o p e r t e n e c e n i al a ñ o
q u e acaba n i al q u e c o m i e n z a , p a r a q u e l o s e v e n t o s q u e e n él se p r o d u c e n
e v i t e n las c o n t i n g e n c i a s d e las d o s d i m e n s i o n e s . E n Samain el O t r o M u n d o
está p r e s e n t e e n t o d a s p a r t e s y se a c c e d e a é l a ú n m á s d e p r i s a si la r e u n i ó n
se p r o d u c e a l l í d o n d e h a b i t u a l m e n t e se m a n i f i e s t a , e n l o s l u g a r e s c o n s a -
g r a d o s . L a e t e r n i d a d n o es t a m p o c o e l s i n o n o r m a l d e l o s h u m a n o s y ,
c u a n d o p a r t i c i p a n e n ella, es n e c e s a r i o q u e a l g u i e n l o s a y u d e u o b l i g u e .
C o n este f i n l o s h a b i t a n t e s d e l sid v i e n e n a la t i e r r a y l o s d r u i d a s les d e j a n
a c t u a r . E l c l i m a g e n e r a l m e n t e f r í o y s o m b r í o d e n o v i e m b r e , el v i e n t o d e l
n o r o e s t e q u e v i e n e d e l m u n d o d e l o s m u e r t o s , las largas n o c h e s , p r o p i c i a s
a las r e u n i o n e s y a l o s b a n q u e t e s , c o m p l e t a n e l c u a d r o . A p r i o r i , n o s o n
s ó l o u n o s c u a n t o s r e l a t o s l o s q u e s i t ú a n la a c c i ó n e n Samain, s i n o , a u n q u e
parezca i m p o s i b l e , todos los relatos:
— que i n c l u y e n u n a r e u n i ó n o u n b a n q u e t e real;
— q u e d e s c r i b e n u n c o n f l i c t o c o n los p o d e r e s d e l O t r o M u n d o , la

124 P- W . J o y c e , A Social History oflreland, I I , p . 4 3 4 y s s . ; D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e , Etudes

sur le droit celtique I , p p . 2 9 3 - 2 9 4 . E l e s t u d i o d e l a s d i v e r s a s d e n o m i n a c i o n e s d e l a s
fiestas' e s t á e n n u e s t r a o b r a s o b r e Lesfétes celtiques, c a p í t u l o s I y I I .
125 Véase E l l e n E t t l i n g e r , « T h e association o f b u r i a l s with p o p u l a r assemblies, faires
a n d r a c e s i n a n c i e n t I r e l a n d » , Etudes Celtiques, n . ° 6, p p . 3 0 y s s . E l f o l c l o r e d e l
p r i m e r o d e n o v i e m b r e es m u y i m p o r t a n t e e n t o d o s l o s p a í s e s c e l t a s y a n t i g u a -
m e n t e c e l t a s . S o b r e el d e Samain v é a s e V é r o n i q u e G u i b e r t , Lesquatrefétesd'ouverture de
saison, op. cit., y d e s p u é s n u e s t r a o b r a Les fétes celtiques, a u n c u a n d o el f o l c l o r e n o s e a
nuestra principal preocupación.
37o IV. EL E S P A C I O Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

i n t e r v e n c i ó n en los asuntos h u m a n o s de p o d e r e s v e n i d o s del

O t r o M u n d o o, eventualmente, u n a i r r u p c i ó n t e m p o r a l de los
h u m a n o s e n el O t r o m u n d o ;
— que p o n e n e n escena, m u y a m e n u d o a lo largo de u n banquete,
la m u e r t e d e u n r e y o u n h é r o e p o r r a z o n e s p r á c t i c a m e n t e i n v a -
riables: ruptura o violación de u n a p r o h i b i c i ó n , mala conducta o
g u e r r a injusta.
L o c u a l e q u i v a l e a a f i r m a r q u e la fiesta d e Samain es e l p u n t o c r u c i a l
d e las l e y e n d a s i r l a n d e s a s . E s u n p e r i o d o c e r r a d o s o l e m n e m e n t e i n a u -
g u r a d o p o r l o s d r u i d a s q u e u t i l i z a n p a r a este f i n e l m á s p o d e r o s o d e sus
m e d i o s d e a c c i ó n , e l f u e g o : e n v í s p e r a s d e Samain t o d o s l o s f u e g o s d e
Irlanda d e b e n apagarse bajo amenaza de multa:

«Así pues, (Tuathal) construyó Tlachtgha e n la p a r t e de Munster

i n c o r p o r a d a a M i d e , y allí es d o n d e se i n s t i t u y ó el f u e g o d e T l a c h t g h a . A l l í

es d o n d e t e n í a n c o s t u m b r e d e r e u n i r s e y c e l e b r a r a s a m b l e a los d r u i d a s d e

I r l a n d a d u r a n t e la n o c h e d e S a m a i n p a r a h a c e r s a c r i f i c i o s a t o d o s l o s d i o -

ses. E n este f u e g o q u e m a b a n a sus víctimas y e r a o b l i g a t o r i o , b a j o p e n a d e

1 2 6
m u l t a , e x t i n g u i r t o d o s los f u e g o s d e I r l a n d a d u r a n t e esa n o c h e » .

Y t e n e m o s u n b u e n e j e m p l o d e c i e r r e d e l sid p o r a c u e r d o t á c i t o d e l o s
p o d e r e s h u m a n o s y d i v i n o s al f i n a l d e l r e l a t o La enfermedad de Cuchulainn-.

« L o s d r u i d a s le d i e r o n (a C u c h u l a i n n ) la p ó c i m a d e l o l v i d o . Cuando

l o h u b o b e b i d o n o se a c o r d ó m á s d e F a n d n i d e n a d a d e l o q u e había

h e c h o . D i e r o n a d e m á s el b r e b a j e del o l v i d o d e sus celos a E m e r , p u e s n o

estaba m e j o r q u e él. M a n a n n a n sacudió t a m b i é n su m a n t o e n t r e Cuchu-

1 2 7
l a i n n y F a n d p a r a e v i t a r q u e se v o l v i e s e n a v e r n u n c a m á s » .

T o d o se d e s a r r o l l a e n e l i n t e r v a l o , y l a p r e s e n c i a d e l o s d r u i d a s es
n e c e s a r i a p a r a q u e l o s h u m a n o s s o p o r t e n la p r u e b a . C u a n d o l o s d r u i d a s
e s t á n a u s e n t e s o l o s g u e r r e r o s n o r e s p e t a n la r e g l a d e l a p a z d e l f e s t í n ,
e n t o n c e s s u r g e n las d i s p u t a s y las d i f i c u l t a d e s . L a e n f e r m e d a d de
C u c h u l a i n n d u r a a s i m i s m o u n a ñ o , e n t r e d o s fiestas d e Samain, y, s i n l o s
d r u i d a s , e l h é r o e se h u b i e s e v u e l t o l o c o . P e r o su e n f e r m e d a d s ó l o p e r -
t u r b a a q u i e n e s l o c u i d a n u n o s c u a n t o s d í a s , al c o n t r a r i o d e B r a n , c u y o
viaje d u r a v a r i o s s i g l o s (véase el c a p í t u l o V ) .

126 K e a t i n g , History oflreland, ed. D i n n e e n II, p . 246-

127 Ogam, n . ° IO, p . 306.
 2. LAS FIESTAS
371

Samain t a m b i é n p u e d e s e r s i n i e s t r a :

« A i l i l l y M e d b e s t a b a n u n a n o c h e d e S a m a i n e n el R a t h d e Cruachan

c o n t o d o su séquito. Estaban c o c i e n d o alimentos y h a b í a n colgado dos p r i -

s i o n e r o s el d í a a n t e r i o r . A i l i l l d i j o e n t o n c e s : " A q u e l q u e e c h e u n l a z o a la

p i e r n a d e u n o d e los d o s p r i s i o n e r o s q u e e s t á n e n la h o r c a r e c i b i r á d e m í la

r e c o m p e n s a q u e d e s e e " . E r a n g r a n d e s la o s c u r i d a d y el h o r r o r d e la n o c h e ,

y los d e m o n i o s a p a r e c í a n s i e m p r e esa n o c h e . A su vez, los h o m b r e s s a l i e r o n

1 2 8
esa n o c h e p a r a i n t e n t a r l o , p e r o v o l v í a n r á p i d a m e n t e a la c a s a » .

C u a n d o el rey sufre la m u e r t e ritual, h e r i d o de m u e r t e p o r el e n e -

m i g o , a h o g a d o e n u n t o n e l d e v i n o o cerveza y q u e m a d o vivo e n el i n c e n -
129
d i o d e la casa r e a l , tales s u c e s o s o c u r r e n s i e m p r e e n Samain . E n Samain
m u e r e n l o s d i o s e s y l o s h é r o e s , t i e n e n l u g a r t o d a s las batallas d e la m i t o l o -
gía y la e p o p e y a . T o d o s l o s a c o n t e c i m i e n t o s i m p o r t a n t e s se c o n c e n t r a n e n
ella y p r e s e n t a n t a n t o sus s i g n o s p r e c u r s o r e s c o m o sus e p í l o g o s . T o d o el
t i e m p o se r e s u m e e n ella. P o r esta r a z ó n Samain p o s e e el t e m i b l e p r i v i l e g i o
de ser el m o m e n t o e n el q u e , e n palabras de M . L . Sjoestedt, « t o d o l o
1 3 0
s o b r e n a t u r a l se p r e c i p i t a , d i s p u e s t o a i n v a d i r el m u n d o h u m a n o » . Es
u n a b e l l a e x p r e s i ó n , p e r o a h o r a d e b e m o s c o r r e g i r l a o , al m e n o s , a d a p -
tarla: el c o n t a c t o d e l h o m b r e c o n l o d i v i n o se p r o d u c e e n p r i m e r l u g a r a
través d e u n a s u s p e n s i ó n o i n t e r r u p c i ó n d e l c u r s o d e l t i e m p o h u m a n o .
Samain y Beltaine s o n , e n c o n c l u s i ó n , l o s d o s p o l o s d e l a ñ o c e l t a , d i v i -
d i d o e n t r e la l u z y la n o c h e , c o m o c o r r e s p o n d e a u n a c o n c e p c i ó n d e l
t i e m p o q u e p r e t e n d e t e n e r o r í g e n e s n ó r d i c o s . T a n f u e r t e f u e esta c o n -
c e p c i ó n , t a n g e n e r a l y t a n i n e l u d i b l e , q u e t o d a v í a subsiste e n e l e x t r a ñ o y
c é l e b r e t e x t o l l a m a d o Teanga bithnua, « L a l e n g u a p e r p e t u a » , t r a t a d o e s t r i c -
t a m e n t e c r i s t i a n o q u e e n u m e r a las m a r a v i l l a s d e l m u n d o , d e l p a r a í s o y
del infierno:

I!?8 EchtraNeral « L a s a v e n t u r a s d e Ñ e r a » , e d . K u n o M e y e r , Revue Celtique, n . ° IO, p .

214- Se p u e d e v e r la e x p l i c a c i ó n d e esta d e s c r i p c i ó n r i t u a l m u t i l a d a e n F r a n c o i s e
L e R o u x , « S u r q u e l q u e s sacrifices et r i t e s sacrificiels c e l t i q u e s s a n a s e f f u s i o n d e
s a n g » , EtudesIndo-Européennesl, Ogam 3 5 / 3 6 , 1 9 8 3 - 8 4 , p p . 9 5 - I O O .
1 2 9 V é a s e é l t e x t o c o m p l e t o d e Aidead MuirchertaigMaic Erca, « L a m u e r t e d e M u i r c h e r -
t a c h , h i j o d e E r e » , e n la e d i c i ó n d e L i l N i c D o n n c h a d h a , M e d i a e v a l a n d M o d e r n
Irish Series 19, D u b l í n , 1964; t r a d u c c i ó n y c o m e n t a r i o de C h r i s t i a n - J . Guyon-
v a r c ' h , « L a M o r t d e M u i r c h e r t a c h , fils d ' E r c , t e x t e i r l a n d a i s d u t r e s H a u t M o y e n
A g e : l a f e m m e , l e s a i n t e t l e r o i » , Ármales, Economies, Sociétés, Civilisations, septiembre-
o c t u b r e 1983, p p . 985-IO15, c o n u n prefacio d e J a c q u e s Le Goff.
130 DieuxethérosdesCeltes, p . "JI.
372 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O D E L D R U I D I S M O

« H a y e n este m a r u n a isla c u y a a r e n a es d e o r o , y h a y o t r o m a r q u e se ve

s u b i r d e B e l t a i n e a S a m a i n y b a j a r d e S a m a i n a B e l t a i n e , es d e c i r , medio

a ñ o c r e c e y m e d i o a ñ o m e n g u a . L a s b e s t i a s d e este m a r y las b a l l e n a s g r i t a n
1 3 1
m i e n t r a s está s u b i e n d o y callan m i e n t r a s está b a j a n d o » .

3. E L TIEMPO Y EL CALENDARIO

N o h a y q u e r e p r o c h a r a l o s c e l t a s sus i n c o h e r e n c i a s o i n c o n s e c u e n c i a s
c r o n o l ó g i c a s : s ó l o m u e s t r a n el i n t e n t o , a v e c e s i n f r u c t u o s o o t o r p e , de
t r a d u c i r , e n l o s r e l a t o s q u e p o d e m o s l e e r , e l i n f i n i t o y la e t e r n i d a d e n
t é r m i n o s f i n i t o s a c c e s i b l e s al e n t e n d i m i e n t o h u m a n o . N o s e n c o n t r a m o s
e n t o n c e s c o n e l p r o b l e m a d e la m e t a f í s i c a d e l e s p a c i o - t i e m p o , y las
e n s e ñ a n z a s d e l o s d r u i d a s n o e r a n ajenas a é l .

3.1. E L TIEMPO HUMANO Y EL TIEMPO MÍTICO

E n e f e c t o , c o m o a c a b a m o s d e d e m o s t r a r , e l t i e m p o h u m a n o y el t i e m p o
1 3 2
m í t i c o s o n m u y d i s t i n t o s el u n o d e l o t r o , y los druidas, d u e ñ o s del
t i e m p o m í t i c o e n l o r e l a t i v o a sus c o n s e c u e n c i a s h u m a n a s , n o d e j a b a n
d e c o n o c e r y a d m i n i s t r a r e l t i e m p o h u m a n o c o n sus r i g u r o s a s e x i g e n -
cias, esto es, el c a l e n d a r i o . S e r í a u n e r r o r n o c r e e r a C é s a r c u a n d o
e s c r i b e (Comentarios V I , 1 4 ) :

« A d e m á s , d i s e r t a n y e n s e ñ a n a sus j ó v e n e s s o b r e n u m e r o s a s cuestiones,

r e f e r i d a s a los a s t r o s y sus m o v i m i e n t o s , el t a m a ñ o d e l o r b e y d e las t i e r r a s ,

l a n a t u r a l e z a , l a e s e n c i a y el p o d e r d e l o s d i o s e s i n m o r t a l e s » * .

P o m p o n i o M e l a c o n f i r m a (Corografía III, 2 , 1 9 ) :

« ( L o s d r u i d a s ) a s e g u r a n c o n o c e r el t a m a ñ o y la f o r m a d e la t i e r r a y d e l

f i r m a m e n t o , el m o v i m i e n t o d e l c i e l o y d e l o s a s t r o s y e l d e s t i n o t r a z a d o p o r

los d i o s e s » * * .

131 G e o r g e s D o t t i n , « L e T e a n g a B i t h n u a d u m a n u s c r i t d e R e n n e s » , Revue Celtique,

n . ° 24. pp- 373-374-
132 Christian Guyonvarc'h, « U b e r einen alten Zeitbegriff im K e l t i s c h e n » , Studien
zur Sparachwissenschaft undKultur, GedenkschriftfürWilhelmBrandenstein, Innsbruck, 1968,
PP- 5 5 - 5 6 .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 3 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p . 8 4 [ N . d e l T . ] .
 3 . EL T I E M P O Y EL C A L E N D A R I O
373

A ú n h a y m á s , s e g ú n C é s a r (Comentarios V I , 1 8 ) :

« P o r esta r a z ó n , (los galos) d e t e r m i n a n la d u r a c i ó n d e c u a l q u i e r p e r í -

o d o s e g ú n el n ú m e r o , n o d e l o s días, s i n o d e las n o c h e s . L o s a n i v e r s a r i o s y
l o s c o m i e n z o s d e m e s e s y a ñ o s l o s c u e n t a n d e f o r m a q u e el d í a vaya d e t r á s
d e la n o c h e » * .

Y s e g ú n P l i n i o (Nat. Hist. X V I , 249)= << r e g u l a n sus m e s e s y sus a ñ o s

p o r la l u n a , y t a m b i é n sus s i g l o s d e t r e i n t a a ñ o s » .
I r l a n d a c o n t a b a i g u a l m e n t e e n n o c h e s : los textos e n ocasiones e s p e -
c i f i c a n aidche Samna, « l a n o c h e d e S a m a i n » ; e n gales se d i c e wythnos,
« o c h o n o c h e s » , ypjmthegnos, « q u i n c e n o c h e s » , p a r a d e s i g n a r la s e m a n a
y la q u i n c e n a ; m i e n t r a s q u e e n b r e t ó n , antronoz, « a l d í a s i g u i e n t e » , es
l i t e r a l m e n t e « m á s allá d e la n o c h e » . L o s g a l o s se c o n s i d e r a b a n h i j o s d e l
s o m b r í o d i o s D i s p a t e r ( C é s a r , Comentarios V I , l 8 ) : « T o d o s l o s g a l o s a f i r -
m a n q u e s o n d e s c e n d i e n t e s d e D i s P a t e r : d i c e n q u e esto es l o q u e c u e n -
t a n las t r a d i c i o n e s d e l o s d r u i d a s » * * .
Esta c o n c e p c i ó n e x p l i c a p o r q u é la e s t a c i ó n s o m b r í a es la p r i m e r a d e l
a ñ o e n e l c a l e n d a r i o . L o s celtas s o n h i j o s d e l d i o s d e la n o c h e , p u e s la
n o c h e d a a l u z al d í a al i g u a l q u e el S e r p r o c e d e d e l N o - S e r .

3.2. EL CALENDARIO
E s u n h e c h o q u e e l c a l e n d a r i o g a l o , c u y o s f r a g m e n t o s se d e s c u b r i e r o n
e n C o l i g n y ( A i n ) a finales del siglo pasado, ofrece correspondencias
e s t r u c t u r a l e s y l é x i c a s c o n l o s t e s t i m o n i o s i r l a n d e s e s , l o q u e r e f u e r z a la
i m p r e s i ó n d e u n i d a d d o c t r i n a l . L a p r i n c i p a l c o r r e s p o n d e n c i a es la d e l
n o m b r e d e m e s Samonios c o n e l i r l a n d é s Samain. A p u n t e m o s u n a frase
m u y c o r t a , trinoux(tion) samon(i) sindu(os), q u e ya h e m o s p r o p u e s t o t r a d u c i r
1 3 3
c o m o «las tres n o c h e s de S a m o n i o s ( c o m i e n z a n ) h o y » . A d e m á s , este
c a l e n d a r i o l u n i - s o l a r p r e v i s t o p a r a c i n c o a ñ o s t i e n e la n o c h e siempre

^33 F r a n c o i s e L e R o u x , « L e c a l e n d r i e r g a u l o i s d e C o l i g n y ( A i n ) et l a f é t e i r l a n d a i s e
d e S a m a i n ( * S a m o n i o s ) » , Ogam, n . ° 9, I957> P P - 3 3 7 ~ 3 4 2 - E s t a i n t e r p r e t a c i ó n
n o es r e v o c a b l e b a s á n d o s e e n las d u d a s q u e p u e d e s u s c i t a r el s i g n i f i c a d o « n o c h e »
d e l t e m a r a d i c a l noux ( c u y a g r a f í a n o es c o n s t a n t e ) . N o v e m o s q u é o t r a c o s a p o d r í a
s i g n i f i c a r , d i g a n l o q u e d i g a n v a r i a s h i p ó t e s i s ya c a d u c a s . A p a r t e d e l c a l e n d a r i o d e
C o l i g n y , n o t e n e m o s n i n g ú n t e s t i m o n i o d e l n o m b r e d e la « n o c h e » e n c e l t a c o n -
tinental.
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 5 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 5 [ N . d e l T . ] .
374 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

c o m o u n i d a d de t i e m p o y la d i s p o s i c i ó n de l o s m e s e s y l o s a ñ o s c o n -
c u e r d a p e r f e c t a m e n t e c o n l o s siglos d r u í d i c o s d e t r e i n t a a ñ o s q u e m e n -
ciona Plinio.
A s í p u e s , g u a r d é m o n o s d e s u p o n e r q u e e l c a l e n d a r i o c e l t a f u e al
p r i n c i p i o ú n i c a m e n t e l u n a r p a r a a d a p t a r s e d e s p u é s al c i c l o s o l a r . N o
s a b e m o s c u á n d o n i c ó m o se e l a b o r ó : a p e s a r d e l o s n u m e r o s o s e s f u e r z o s
r e a l i z a d o s , n o se h a e l u c i d a d o s u f i c i e n t e m e n t e y p l a n t e a m á s p r o b l e m a s
1 3 4
de los que p e r m i t e r e s o l v e r .
P e r o la f i n a l i d a d r e l i g i o s a u n i v e r s a l y exclusiva d e l c a l e n d a r i o no
p u e d e e n n i n g ú n caso p o n e r s e e n d u d a . U n a c o s a al m e n o s es s e g u r a : e l
t i e m p o y la m e d i d a d e l t i e m p o q u e d e l i m i t a n , a c o m p a s a n y m a r c a n la
v i d a h u m a n a , a l o l a r g o d e l o s a ñ o s , las fiestas y las e s t a c i o n e s , p e r t e n e -
c e n a l o s d i o s e s y , s u b s i d i a r i a m e n t e , a sus m i n i s t r o s , l o s d r u i d a s . P o r
este m o t i v o , e l d i o s d e l o s d r u i d a s , e l D a g d a —y d e s d e l u e g o t a m b i é n su
h o m ó l o g o galo c o n variados y variables nombres—, c o m o padre de M a c
O c ( d i o s de la j u v e n t u d y p o r t a n t o d e l t i e m p o ) y c o m o s e ñ o r de la
E t e r n i d a d , es t a m b i é n e l s e ñ o r d e l T i e m p o , a t m o s f é r i c o y c r o n o l ó g i c o .
E l p r o p i o c r i s t i a n i s m o , h a s t a n u e s t r a é p o c a c o n t e m p o r á n e a —en la q u e
t o d o se v u e l v e p r o f a n o — , n o h a c a m b i a d o n a d a d e este p r i n c i p i o d e f i n a -
l i d a d r e l i g i o s a d e l c a l e n d a r i o , y a q u e n o h a y u n s o l o d í a , a p a r t e d e las
g r a n d e s f e c h a s l i t ú r g i c a s , q u e n o sea la fiesta d e u n o o v a r i o s s a n t o s . S i n
1 3 5
calendario n o hay ni rito ni liturgia ni práctica religiosa regulada . No
hay n i siquiera a ñ o « c i v i l » p o s i b l e .

134 Véase Christian-J. Guyonvarc'h, Francoise Le R o u x y j o r d Pinault, « L e calen-

d r i e r g a u l o i s d e C o l i g n y ( A i n ) » , Ogam, n . ° 1 3 , p p . 5 2 1 - 5 3 2 y 6 3 5 - 6 6 0 . E s t e t r a -
b a j o c o n t i e n e r e f e r e n c i a s d e lo e s e n c i a l d e la b i b l i o g r a f í a a n t e r i o r .
135 El folclore h a c o n s e r v a d o u n h e c h o p r e c r i s t i a n o f u n d a m e n t a l q u e v i e n e a ser u n a
p r u e b a i n d i r e c t a d e l o q u e e x p l i c a m o s : la i m p o r t a n c i a c o n c e d i d a , e n b u e n a p a r t e d e
E u r o p a , y e n p a r t i c u l a r e n l o s p a í s e s c e l t a s , a l o q u e A r n o l d v a n G e n n e p (Manuel de
folklore francais contemporain L V I I , P a r í s , 1 9 5 8 ) d e n o m i n a el c i c l o d e l o s d o c e d í a s . P e r o
n o
los h e c h o s b r e t o n e s recogidos p o r V a n G e n n e p ( p p . 2 9 O O - 2 9 0 9 ) están explica-
dos e n f u n c i ó n de los antecedentes precristianos. J o s e p h L o t h ( « L e s d o u z e j o u r s
s u p p l é m e n t a i r e s ( g o u r d e z i o u ) d e s B r e t o n s et les d o u z e j o u r s d e s G e r m a i n s et d e s
I
I n d o u s » , Revue Celtique, n . ° 2 4 , 9 ° 3 > P P - 3 Í O - 3 I 2 ) d e s c u b r i ó la p r i m e r a c o r r e s -
p o n d e n c i a celta, d e s p r e c i a d a , o m i t i d a o i g n o r a d a p o r V a n G e n n e p . J . L o t h sólo
e s t u d i ó s u c i n t a m e n t e la c o r r e s p o n d e n c i a celta q u e d e s c u b r i ó , p e r o es e x a c t a . S e
t r a t a , s e g ú n G r é g o i r e d e R o s t r e n e n (Dictionnaire Francois-Celtique ou Francois-Bretón, ed.
1732, p . 632b, artículo « m o i s » ) , de los « d o c e p r i m e r o s días del m e s de e n e r o . . .
D e a c u e r d o c o n la o p i n i ó n q u e t i e n e e l p u e b l o , l a c a l i d a d d e e s t o s d o c e p r i m e r o s
d í a s d e l a ñ o d e n o t a la d e l o s d o c e m e s e s » . J . L o t h a ñ a d e a e s t e t e s t i m o n i o d e l s i g l o
 3. EL T I E M P O Y EL C A L E N D A R I O
375

A falta d e p o d e r p r o p o n e r u n a e x p l i c a c i ó n g l o b a l ( e n la q u e n o d e b e -
m o s p e n s a r hasta d e n t r o d e m u c h o t i e m p o , a p e s a r d e c i e r t a s q u i m e r a s ) ,
el c a l e n d a r i o d e C o l i g n y c o n t i e n e v a r i o s d e t a l l e s m a n i f i e s t a m e n t e rele-
vantes. R e c o r d e m o s p o r e j e m p l o la d i s t i n c i ó n e n t r e los días fastos y
n e f a s t o s o p e r a d a i m p l í c i t a m e n t e p o r el d r u i d a C a t h b a d c u a n d o a n u n c i a
a sus a l u m n o s c u á l es e l s i g n o d e l d í a o c u a n d o l o s d r u i d a s d e M e d b r e t i e -
n e n el ejército de Irlanda, a p u n t o de i n v a d i r el Ulster, d u r a n t e q u i n c e
3 6
d í a s ' . T o d o s los p r o c e d i m i e n t o s de adivinación, sobre t o d o aquellos
q u e c o n s i s t í a n e n « e c h a r las m a d e r a s » , a y u d a b a n a la d i s t i n c i ó n . A h o r a
b i e n , a d e m á s d e las d o s e x p r e s i o n e s prinnilag y prinniloud, el c a l e n d a r i o d e
C o l i g n y c o n t i e n e las d o s p a l a b r a s mat- y anmat-. Este adjetivo v u e l v e a a p a -
recer e n el b r e t ó n mat, «bueno», gales mad, irlandés maith, mientras que
137
an- es u n p r e f i j o n e g a t i v o t o d a v í a u s a d o e n las l e n g u a s c e l t a s .

XVIII el d e l l e x i c ó g r a f o b r e t ó n c o n t e m p o r á n e o F r a n c o i s V a l l é e , s e g ú n el c u a l , e n la
A l t a C o r n o u a i l l e s , s o n « l o s seis ú l t i m o s d í a s d e d i c i e m b r e y l o s seis p r i m e r o s d í a s
d e e n e r o » . E n G o é l o , losgourdeio (gourdezioü) t i e n e n e l s i g n i f i c a d o d e « d í a s s u p l e -
m e n t a r i o s e n la g e s t a c i ó n d e u n a n i m a l » (loe. cit., p . 3 1 0 ) y e n la A l t a C o r n o u a i l l e s
r e c i b e n el n o m b r e d e titennaou « p e z ó n » . L o t h c o m p r e n d i ó q u e « e s s i n d u d a u n a
e x p r e s i ó n m e t a f ó r i c a q u e i n d i c a q u e se a ñ a d e a l g o al n ú m e r o r e d o n d o . L o s b r e t o -
n e s v e í a n el a ñ o l u n a r e n f o r m a d e c í r c u l o al q u e se a ñ a d í a n c o m o u n a p u n t i t a l o s
d o c e d í a s » ( p p . 3 1 0 - 3 1 1 ) - L o c i e r t o es q u e l o s d o c e d í a s s o n m u y v i e j o s y q u e , e n l o s
p a í s e s celtas —o a n t i g u a m e n t e celtas—, c o n s t i t u y e n o p u e d e n c o n s t i t u i r u n a h u e l l a d e
m e s i n t e r c a l a r . P e r o t a m b i é n es p o s i b l e t r a d u c i r el b r e t ó n gourdeiz c o m o « g r a n d í a »
y esto n o s c o n d u c e d e n u e v o u n a vez m á s a v e r e n los días d e fiesta l o s m o m e n t o s
f u e r t e s d e l a ñ o c a l e n d a r i o , c u a n d o el t i e m p o h u m a n o se c r u z a c o n e l t i e m p o
m í t i c o . J e a n H a u d r y ( « H é r a » , Etudeslndo-Européennes, L y ó n , 1 9 8 3 / 6 , p . 31) o b s e r v ó
que, e n l a m i t o l o g í a v é d i c a , l o s d o c e d í a s c o r r e s p o n d í a n a p r o x i m a d a m e n t e a la
d i f e r e n c i a e n t r e l o s d o c e m e s e s s o l a r e s y el a ñ o l u n a r . L o q u e p r e c e d e n o es e x h a u s -
t i v o , p e r o p o r o t r a p a r t e b a s t a p a r a p r o b a r la u n i d a d c o n g é n i t a d e l m u n d o i n d o e u -
r o p e o e n la c o n c e p c i ó n y la m a r c a c a l e n d a r í a d e l t i e m p o .

136 V é a s e t a m b i é n supra, p p . 2 6 8 - 2 6 9 . E s t o s i g n i f i c a q u e la s e r i e d e d í a s «nefastos»

p u e d e s o b r e p a s a r la q u i n c e n a y l l e g a r al m e s . A s í p u e s , es p o s i b l e la a s o c i a c i ó n
c o n l o s m e s e s d e l c a l e n d a r i o d e C o l i g n y c a l i f i c a d o s u n o s c o m o mat- y o t r o s c o m o
anmat-. O t r a e v i d e n c i a r e s u l t a d e l h e c h o d e q u e , e n el s i s t e m a c e l t a , al s e r u n d í a y
u n a n o c h e el e q u i v a l e n t e s i m b ó l i c o d e l a e t e r n i d a d , l a e q u i v a l e n c i a se t r a s l a d a a l
m e s c o m o u n i d a d d e t i e m p o q u e c o m p o r t a , c o m o e l d í a y el a ñ o , u n a p a r t e c l a r a
y o t r a oscura. Esto n o i m p i d e n a t u r a l m e n t e q u e haya días o meses « c l a r o s » y días
o m e s e s « o s c u r o s » . P o r ú l t i m o , d e b e m o s r e c o r d a r q u e la « s e m a n a » d e siete días
es, e n n e o c e l t a , u n p r é s t a m o l a t i n o . N i e l i r l a n d é s seachtain n i e l b r e t ó n sizjmn s o n
p a l a b r a s c u y a e t i m o l o g í a se r e m o n t e al c e l t a a n t i g u o .

137 S o b r e e l p r e f i j o an- v é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Dictionnaire étymologique du bretón

anden, mqyen et moderne, a r t í c u l o « a n » . N a d a e n l a l e x i c o g r a f í a y n i e n l a e t i m o l o g í a
c e l t a s p e r m i t e p o s t u l a r p a r a e l t e m a *matu- o *mati- u n significado diferente a
376 IV. EL ESPACIO Y EL T I E M P O DEL D R U I D I S M O

E n c o n c l u s i ó n , a p e s a r d e sus e n o r m e s l a g u n a s , e l c a l e n d a r i o d e
C o l i g n y posee varios méritos nada despreciables y merece algunas refle-
xiones:
— P r u e b a , p o r s u s o l a e x i s t e n c i a , la v e r a c i d a d d e la a s e r c i ó n d e C é s a r
(Comentarios V I , 1 4 ) s o b r e las h a b i l i d a d e s a s t r o n ó m i c a s —y e n c o n s e c u e n -
cia matemáticas— d e l o s d r u i d a s . E s t o e r a y a o b v i o p a r a C a m i l l e J u l l i a n
y debe continuar siéndolo para nosotros y para nuestros sucesores.
— N i n g u n a i n t e r p r e t a c i ó n c a l e n d a r í a c e l t a n o es n i s e r á v á l i d a si n o
c o n c u e r d a c o n l o s d a t o s p r o p o r c i o n a d o s p o r e l c a l e n d a r i o , así c o m o
c o n la frase c a p i t a l m e d i a n t e la c u a l P l i n i o n o s i n f o r m a d e q u e l o s g a l o s
h a c í a n c o m e n z a r sus s i g l o s , sus a ñ o s y sus m e s e s t r a s e l s e x t o d í a d e l a
luna.
— L a c o n s i d e r a b l e m a s a d e t r a b a j o s ya e f e c t u a d o s ( a u n q u e n o t o d o s
p u e d e n s e r t o m a d o s e n s e r i o ) n o es a ú n s u f i c i e n t e p a r a q u e p o d a m o s
e s p e r a r l e g í t i m a m e n t e q u e se d e s v e l e d e n t r o d e p o c o t i e m p o e l s e c r e t o
del f u n c i o n a m i e n t o del calendario. E n t o d o caso, toda explicación que
c o n t r a d i g a l o s d a t o s c a l e n d a r i o s i n s u l a r e s y n o d e s c i f r e s u desfase r e a l e n
r e l a c i ó n c o n los solsticios y los e q u i n o c c i o s debería a p r i o r i desecharse.
— L o s e l e m e n t o s l é x i c o s galos c o n t e n i d o s e n el c a l e n d a r i o son
importantes, pero fragmentarios. Exigen u n estudio tanto más p r o -
f u n d o y p r u d e n t e cuanto que n o d e b e n servir para apoyar n i n g u n a
h i p ó t e s i s p r e v i a n i p a r a c o n t r a d e c i r e n n a d a la c o n c e p c i ó n celta d e l
tiempo, mítico | h u m a n o .

« b u e n o » . C o n v e n d r í a « p a r t i r d e u n r a d i c a l *ma- q u e d e s i g n a la i d e a d e l o q u e es
f a v o r a b l e , e n p r i m e r l u g a r e n el s e n t i d o m í s t i c o y r e l i g i o s o » ( J . V e n d r y e s , Lexique
étymologique de Virlandais ancien, M N O P , París, 1960, M - 1 2 ) . Esta d e f i n i c i ó n está
i n c o m p l e t a , p e r o i n d i c a e n q u é d i r e c c i ó n la f i l o l o g í a o r i e n t a r á la i n v e s t i g a c i ó n
religiosa. El significado del gales anfad « m a l o » , c o n t r a r i o a mad « b u e n o » , e s
todavía m u y claro y n o necesita c o m e n t a r i o .
138 Histoire de la Gaule I I , p p . 3 9 2 - 3 9 4 -
139 V é a s e n u e s t r a o b r a Lesfétesceltiques, op. cit, p p . 1 5 6 - 1 6 0 , p o r e j e m p l o .
 V. LA DOCTRINA Y LOS ORÍGENES DEL DRUIDISMO

L a d o c t r i n a d r u í d i c a , la m a t e r i a d e esa e n s e ñ a n z a q u e d u r a b a t a n t o s a ñ o s ,
se n o s escapa casi p o r c o m p l e t o : a q u e l l o s q u e la c o n o c í a n n o p u s i e r o n s u
s a b e r p o r e s c r i t o . A h o r a i n t e n t a r e m o s c o m p r e n d e r esta r e l u c t a n c i a , l u e g o
n o s c e n t r a r e m o s e n las p o c a s i d e a s e s e n c i a l e s q u e h a n s o b r e v i v i d o . H u e l g a
d e c i r q u e estas i d e a s , q u e e x p r e s a n o r e t i e n e n c o n c e p t o s m u y c l a r o s y
n o c i o n e s tradicionales evidentes, p o s e e n p l e n o valor doctrinal y p e r m i t e n
adoptar u n a perspectiva general que justifica nuestro título.

i . L A ESCRITURA

LOS d r u i d a s c o n t i n e n t a l e s n o n o s d e j a r o n n i n g ú n t e x t o s u s c e p t i b l e d e
p r o c u r a r n o s u n c o n o c i m i e n t o d i r e c t o d e las d o c t r i n a s q u e e n s e ñ a b a n .
E n c u a n t o a los a n t i g u o s , g r i e g o s y latinos, d e b i d o a la a u s e n c i a d e u n
m í n i m o d e c u r i o s i d a d p o r las c i e n c i a s y las l e n g u a s b á r b a r a s , s ó l o n o s
h a n l e g a d o sus p r o p i a s a p r o x i m a c i o n e s , p o r e j e m p l o , D i ó g e n e s L a e r c i o
(Vidas de los filósofos, Introducción 6):

.i«Los q u e a f i r m a n q u e la filosofía t u v o c o m i e n z o e n t r e los b á r b a r o s a s i g -

n a n i n c l u s o a cada u n o el c a r á c t e r d e ésta. Y d i c e n q u e los g i m n o s o f i s t a s y los

d r u i d a s filosofaban al p r e s c r i b i r e n sus e n i g m á t i c o s m o d o s h o n r a r a los d i o -

ses y n o h a c e r n a d a m a l o y e j e r c i t a r e l v a l o r » * .

* T r a d . esp..- Vidasj opiniones de los filósofos ilustres ( t r a d . C a r l o s G a r c í a G u a l ) , M a d r i d ,

Alianza, 2007, p . 39 [N. d e l T . ] .
378 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

A q u e l l o s a u t o r e s se c o n f o r m a b a n c o n tales g e n e r a l i d a d e s , rápida-
m e n t e c o n v e r t i d a s e n l u g a r e s c o m u n e s , y se a b s t e n í a n d e d e c i r , e n p a r t i -
cular, p o r qué los druidas n o escribían, y c u a n d o lo decían, lo decían
mal. E n c o n s e c u e n c i a , las e x p l i c a c i o n e s m o d e r n a s s u e l e n s e r c o n f u s a s y
e s t a r l a s t r a d a s p o r e l e m p i r i s m o : o b i e n se s u p o n e q u e l o s c e l t a s n o
1
s a b í a n e s c r i b i r , o se c o n s i d e r a q u e la e s c r i t u r a e r a p a r a e l l o s u n p e n o s o
2
e j e r c i c i o , o b i e n se c r e e a d i v i n a r q u e la ú n i c a i n t e n c i ó n d e la e n s e ñ a n z a
3
d e l o s d r u i d a s era la f o r m a c i ó n i n t e l e c t u a l d e l a clase g u e r r e r a , l o q u e n o
p u e d e tomarse en serio. El r e p r o c h e constante y latente que los m o d e r -
n o s h a c e n a l o s d r u i d a s es n o h a b e r u t i l i z a d o c o m o l o s l a t i n o s y l o s g r i e -
g o s las i n m e n s a s p o s i b i l i d a d e s d e l a e s c r i t u r a p a r a la c o n s t i t u c i ó n d e
archivos explotables p o r los historiadores. N o s o t r o s n o nos adheriremos
a este r e p r o c h e . E v i d e n t e m e n t e es l a m e n t a b l e q u e D i v i c i a c o u o t r o n o
n o s haya l e g a d o , e n g a l o , el e q u i v a l e n t e celta d e l De divinatione de C i c e r ó n ,
y es i g u a l m e n t e d e s a z o n a d o r q u e V e r c i n g é t o r i x n o h a y a e m p l e a d o e l
t i e m p o q u e l e d e j a b a la c a u t i v i d a d p a r a r e d a c t a r sus m e m o r i a s . P e r o n o
p o d e m o s d e j a r d e p e n s a r q u e , si e s o s a r c h i v o s e x i s t i e s e n , n o c u m p l i r í a n
las e x i g e n c i a s o las n o r m a s l i t e r a r i a s c l á s i c a s , e i n t e r e s a r í a n p r i n c i p a l -
m e n t e a l o s f i l ó l o g o s y a l o s l i n g ü i s t a s q u e , s i g u i e n d o las p a u t a s d e s u o f i -
c i o , se p r e o c u p a r í a n p o r la f o r m a e n d e t r i m e n t o d e l c o n t e n i d o . E s t o ya
o c u r r i ó e n e l caso d e la l i t e r a t u r a i r l a n d e s a m e d i e v a l : la p a l a b r a druidechta
« d r u i d i s m o » , es casi s i e m p r e e n t e n d i d a e n s u a c e p c i ó n m á s r e c i e n t e d e
4
« b r u j e r í a , m a g i a , a r t e d i a b ó l i c a » , c o n t o d a s las c o n s e c u e n c i a s q u e e l l o
i m p l i c a . S e o l v i d a q u e la p a l a b r a a b a r c a b a al p r i n c i p i o u n e n j a m b r e d e
n o c i o n e s v i n c u l a d a s a la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l , i n c l u i d a s —lo c u a l r e s u l t a
5
u n a s i n g u l a r i d a d e n el m u n d o antiguo— las n o c i o n e s m o r a l e s .

1 T . D . K e n d r i c k , TheDruids, L o n d r e s , 1 9 2 7 , p . 1 1 9 (Los druidas, A r g a n d a d e l R e y ,

Edimat, 2002).
2 N o r a K . C h a d w i c k , TheDruids, p . 44-
3 G a m i l l e J u l l i a n , Histoire de la Gaule I I , p . 1 0 7 , J a n d e V r i e s , « D i e D r u i d e n » , e n Kai-
ros, 1 9 6 0 , p . 6 9 .
4 U n e m p l e o d e la e s c r i t u r a l i g a d o a p r á c t i c a s m á g i c a s e n la G a l i a e s , c o n l a d o c u -
m e n t a c i ó n d e la q u e d i s p o n e m o s a c t u a l m e n t e , casi s i e m p r e u n s i g n o d e d e c a d e n -
c i a y d e s u p e r v i v e n c i a t a r d í a . V é a s e l a n o t a 8.
5 A l b e r t B a y e t ( l a morale desgaulois, p á s s i m ) n o vio s i n e m b a r g o q u e estas n o c i o n e s
m o r a l e s r e v e l a b a n u n a o r g a n i z a c i ó n m u y d i f e r e n t e d e la n u e s t r a , ya q u e se b a s a -
b a n e n l o « v e r d a d e r o » y l o « f a l s o » y n o e n el « b i e n » y el « m a l » q u e s o n c r i t e -
rios subjetivos.
 1 . LA E S C R I T U R A
379

N u e s t r o j u i c i o a c t u a l es b a s t a n t e i n c o r r e c t o p o r q u e n o t e n e m o s a
n u e s t r a d i s p o s i c i ó n para e s t u d i a r la G a l i a más q u e i n f o r m a c i o n e s d i s -
p e r s a s , m i e n t r a s q u e l o s d o c u m e n t o s i r l a n d e s e s f u e r o n —y a ú n l o s o n —
casi s i e m p r e d e s a p r o v e c h a d o s p o r m é t o d o s y p r i n c i p i o s i n a d e c u a d o s . L a
e s c r i t u r a n o p u d o r e p r e s e n t a r , a o j o s d e l o s a n t i g u o s celtas, el v a l o r p r o -
b a t o r i o q u e n o s o t r o s le c o n c e d e m o s h o y ; n o p u d o ser t a m p o c o el
m e d i o d e t r a n s m i s i ó n a l a p o s t e r i d a d q u e las c i v i l i z a c i o n e s clásicas r e i -
n a n t e s e n E u r o p a d e s d e h a c e v e i n t e s i g l o s v e n e n el « l i b r o » . L a a u s e n -
cia d e e s c r i t u r a , a f i r m a d a e n p r i m e r l u g a r p o r C é s a r (Comentarios V I , 14)
y c o n f i r m a d a p o r la a u s e n c i a d e t o d o d e s c u b r i m i e n t o t e x t u a l o a r q u e o -
lógico importante (no tenemos n i n g ú n libro, ninguna obra de longitud
a l g u n a e n celta d e la A n t i g ü e d a d ) , d e b e i n s t a r n o s a la p r u d e n c i a e n e l
e s t u d i o de la d o c t r i n a .
C é s a r , e n e f e c t o , n o p o d í a c o m p r e n d e r q u e la e s c r i t u r a e r a p a r a l o s
celtas u n m e d i o de f i j a c i ó n y n o de t r a n s m i s i ó n o de e n s e ñ a n z a . Mihi
videntur, « m e p a r e c e » , escribe p r u d e n t e m e n t e c u a n d o constata que los
d r u i d a s n o e s c r i b e n , y t i e n e r a z ó n al e m p l e a r e s t a e x p r e s i ó n , p u e s se
e q u i v o c a e n e l f o n d o d e l p r o b l e m a . Q u e n o u t i l i z a s e n la e s c r i t u r a p a r a
la t r a n s m i s i ó n d e s u s a b e r n o i m p l i c a q u e n o l a c o n o c i e s e n . L a i n e x i s -
t e n c i a d e t e x t o s g a l o s es t o t a l m e n t e i n d e p e n d i e n t e d e l n i v e l c u l t u r a l
a l c a n z a d o p o r la c i v i l i z a c i ó n d e la G a l i a y e l m i s m o C é s a r d a fe d e q u e l o s
helvecios h a b í a n c o n s i g n a d o , e n caracteres g r i e g o s , e n tablillas q u e f u e -
r o n e n c o n t r a d a s e n su c a m p a m e n t o , el resultado de u n c e n s o (Comenta-
rios I, 29):

« E n el c a m p a m e n t o d e l o s h e l v e c i o s se e n c o n t r a r o n tablillas r e d a c t a d a s

c o n c a r a c t e r e s g r i e g o s , q u e f u e r o n e n t r e g a d a s a C é s a r : e n ellas se h a b í a l l e -

vado a cabo u n r e c u e n t o n o m i n a l del n ú m e r o d e los q u e h a b í a n salido de

s u p a t r i a , d e l o s q u e p o d í a n e m p u ñ a r a r m a s y, a p a r t e , t a m b i é n d e l o s

niños, ancianos y mujeres»*.

Estos t e s o r o s a n t r o p o n í m i c o s , q u e , a falta de o t r a cosa, p r u e b a n

i n d i r e c t a m e n t e la e x i s t e n c i a d e u n a f o r m a n o r u d i m e n t a r i a d e a d m i n i s -
t r a c i ó n , n o se h a n c o n s e r v a d o . R e p r o c h é m o s e l o a C é s a r y n o a l o s g a l o s .
T a m p o c o se h a n c o n s e r v a d o , p o r f u e r z a , las c a r t a s a l o s m u e r t o s q u e ,
6
s e g ú n D i o d o r o d e S i c i l i a ( V , 2 8 , 6 ) , se e c h a b a n a las h o g u e r a s f u n e r a -

6 V é a s e infra l a c i t a d e l p a s a j e d e l a u t o r g r i e g o .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 64 [ N . d e l T . ] .
38o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

r i a s . P e r o las m o n e d a s g a l a s c o n t i e n e n l e y e n d a s e n c a r a c t e r e s l a t i n o s ,
g r i e g o s o l e p ó n t i c o s y n o se p u e d e d e c i r q u e l a e p i g r a f í a g a l a n o e x i s t a .
P o r l o t a n t o , h a y al m e n o s u n a c o n t r a d i c c i ó n a p a r e n t e e n t r e la d o c t r i n a
que C é s a r enseña y los hechos que constata.
L a v e r d a d es q u e l o s d r u i d a s n o i g n o r a b a n l a e s c r i t u r a y n i n g u n a d e
sus s e n t e n c i a s p r o h i b í a s u e m p l e o . S i h u b i e s e s i d o así, si C é s a r h u b i e s e
t e n i d o r a z ó n a p e s a r d e su mi/ií videntur, t e n d r í a m o s e n ú l t i m a i n s t a n c i a las
7
cuentas de los alfareros de La G r a u f e s e n q u e , p e r o n o t e n d r í a m o s n i n -
g u n a i n s c r i p c i ó n . A h o r a b i e n , l a G a l i a m e r i d i o n a l y c i s a l p i n a , así c o m o
E s p a ñ a , país e n el q u e los celtas c o n t i n e n t a l e s e s t u v i e r o n desde m u y
p r o n t o e n contacto p r o l o n g a d o c o n el m u n d o clásico, p r e s e n t a n actual-
m e n t e u n r e p e r t o r i o de varios cientos de textos epigráficos, g e n e r a l -
m e n t e cortos, difíciles de leer, igual q u e de traducir, p e r o q u e existen y
8
c u y o c o n t e n i d o es casi i n v a r i a b l e m e n t e f u n e r a r i o o r e l i g i o s o . E v i d e n -
t e m e n t e n o s o n l o s d r u i d a s c o m o tales l o s r e s p o n s a b l e s d e la e x i s t e n c i a

7 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L e s a d j e c t i f s n u m é r a u x e n c e l t i q u e » , Ogam, n . ° IO,

1 9 5 8 , p p . 8 3 y s s . , y 1 6 9 y ss.
8 E n e l l a s se e n c u e n t r a c i e r t o n ú m e r o d e t e ó n i m o s : Taranis, Belisama, Beleños, Brigantia,
Ucuetis, Anvalonnacos, e t c . P e r o e s t á t o d o l e j o s d e a c l a r a r s e . P u e s p r e c i s a m e n t e d e la
i n f l u e n c i a e x t r a n j e r a , h e l e n í s t i c a p a r a e m p e z a r y l a t i n a p a r a t e r m i n a r , se d e s -
p r e n d e la p r i m e r a d i f i c u l t a d d e la e p i g r a f í a c e l t a c o n t i n e n t a l : l o s h a b l a n t e s d e c e l t a
r a r a vez s o n e p i g r a f i s t a s y, p o r l o q u e s a b e m o s h a s t a a h o r a , l o s e p i g r a f i s t a s n u n c a
s o n h a b l a n t e s d e celta. A h o r a b i e n , m i e n t r a s q u e u n a s lecturas s o n c ó m o d a s , otras
s o n de u n a dificultad espantosa. Resulta vano, perjudicial incluso, lanzar b r i l l a n -
tes h i p ó t e s i s o r e c o n s t r u c c i o n e s léxicas, m o r f o l ó g i c a s e i n c l u s o sintácticas c u a n d o
n o se t i e n e n i n g u n a c e r t e z a a b s o l u t a a c e r c a d e la n a t u r a l e z a d e l o s c a r a c t e r e s , l a
l e n g u a u t i l i z a d a ( ¿ e n E s p a ñ a s i g u e s i e n d o c e l t a ? ) , la s e p a r a c i ó n d e las p a l a b r a s , e l
f i n a l d e l a s l í n e a s o i n c l u s o el o r d e n e n e l q u e c o n v i e n e l e e r l a s d o s c a r a s d e u n a
t a b l i l l a . E l c a s o d e la t a b l i l l a d e e x e c r a c i ó n d e R o m , r e d a c t a d a e n l a t í n y t o m a d a
d u r a n t e m u c h o t i e m p o p o r u n t e x t o g a l o p o r q u e R h y s , D o t t i n y o t r o s la h a b í a n
l e í d o m a l ( e s t á e s c r i t a e n c u r s i v a l a t i n a d e l s i g l o I I I ) , d e b e r í a i n c i t a r a la p r u d e n c i a
m á s e x t r e m a [véase R u d o l f E g g e r & C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a t a b l e t t e d ' é x e -
c r a t i o n d e R o m ( D e u x - S é v r e s ) , sa l a n g u e e t l e s a c t e u r s g a l l o - r o m a i n s » , Celticum,
n
- ° 5> 1 9 6 2 ] . E n t o d o c a s o , n o h a y e p i g r a f í a d r u í d i c a c o m o t a m p o c o h a y e p i g r a f í a
r e l i g i o s a celta d e la é p o c a a l t a . A p r i o r i t o d o d o c u m e n t o e p i g r á f i c o celta d e la
A n t i g ü e d a d es u o r i g i n a r i o d e las r e g i o n e s p e r i f é r i c a s ( I t a l i a d e l N o r t e , E s p a ñ a ,
G a l i a m e r i d i o n a l ) o b i e n t a r d í o ( d e é p o c a h e l e n í s t i c a e n la G a l i a m e r i d i o n a l ,
r o m a n a e n el r e s t o ) . C o m o la m a y o r í a d e l o s i n d o e u r o p e o s , l o s c e l t a s n u n c a t u v i e -
r o n u n a l f a b e t o o r i g i n a l y t o m a r o n p r e s t a d o a las c u l t u r a s v e c i n a s la n o c i ó n d e
e s c r i t u r a c o m o m e d i o d e a r c h i v o o e n s e ñ a n z a . L l a m a la a t e n c i ó n q u e , a ú n h o y , l a
m a y o r í a d e l a s r e c o n s t r u c c i o n e s o d e l a s « l e c t u r a s » d e t e x t o s e p i g r á f i c o s g a l o s se
realicen según modelos o criterios de apreciación latinos o griegos.
 1 . LA E S C R I T U R A
38l

de estos d o c u m e n t o s , s i n o la i n f l u e n c i a e x t r a n j e r a , g r i e g a p r i m e r o ,
r o m a n a d e s p u é s . L a e x i s t e n c i a d e l c a l e n d a r i o d e C o l i g n y — q u e es v e r o s í -
m i l m e n t e d e é p o c a r o m a n a — es y a u n a p r u e b a p a t e n t e d e esta i n f l u e n -
c i a . S i n e m b a r g o , n o es d i f í c i l d e m o s t r a r q u e , n o o b s t a n t e las i n f l u e n -
cias c l á s i c a s , l a d o c t r i n a celta d e la o r a l i d a d está a salvo e n la G a l i a c o m o
e n los demás sitios.
Sería sorprendente, p o r otro lado, que los druidas h u b i e s e n q u e r i d o
i m p e d i r a t o d a o p a r t e d e la s o c i e d a d t e n e r a c c e s o a la v e r d a d y al s a b e r :
c u a l q u i e r a q u e p o s e y e s e las c u a l i f i c a c i o n e s r e q u e r i d a s p o d í a s e g u i r las
e n s e ñ a n z a s d e u n o o d e v a r i o s d r u i d a s , si n o c o n v e r t i r s e é l m i s m o e n
u n o . L a d o c t r i n a d r u í d i c a n o era más secreta de l o q u e l o s o n e n n u e s -
t r o s días la g r a m á t i c a d e l i r l a n d é s a n t i g u o o d e l s á n s c r i t o . S i el s a b e r y e l
c o n o c i m i e n t o n o e s t á n u m v e r s a l m e n t e d i f u n d i d o s , es p o r q u e la i n t e l i -
g e n c i a n o está i g u a l m e n t e r e p a r t i d a e n t r e l o s i n d i v i d u o s .

1 . 1 . L A ESCRITURA OGÁMICA
L a r e a l i d a d es q u e , a p a r t e d e la n e c e s i d a d p r o b a b l e —y s e n t i d a s i n n i n -
g u n a d u d a m u y t a r d í a m e n t e e n l a Galia— d e a l g u n o s u s o s p r o f a n o s ,
administrativos o militares, el e m p l e o de la escritura n o r e s p o n d í a entre
l o s celtas a las n o r m a s q u e h a n v e n i d o a s e r las d e l o c c i d e n t e m o d e r n o .
E n I r l a n d a y e n la G a l i a , l o s d r u i d a s y sus a l u m n o s n o f u e r o n , p a r a d ó j i -
c a m e n t e , e r u d i t o s q u e i g n o r a b a n la e s c r i t u r a : e r a n , al c o n t r a r i o , p e r s o -
nas q u e s a b í a n l e e r y e s c r i b i r c o m o n a d i e . P e r o la e s c r i t u r a estaba de
a l g ú n m o d o c a r g a d a d e u n a m a g i a m á s p o d e r o s a , o m á s p e l i g r o s a , q u e la
voz. S ó l o era útil e n casos e x c e p c i o n a l e s .
Había sin e m b a r g o u n a segunda razón, más profunda, que César n o
p e r c i b i ó . E n efecto, los celtas de I r l a n d a t e n í a n , antes del alfabeto
l a t i n o , l o s ogam, u n a e s c r i t u r a e s p e c i a l , a t e s t i g u a d a e n sus ú l t i m a s m a n i -
f e s t a c i o n e s h a c i a l o s s i g l o s VI y VII, c o n s i s t e n t e e n m u e s c a s o rayas h o r i -
zontales u oblicuas, trazadas a a m b o s lados de u n a línea vertical e n
f o r m a d e r a s p a d e p e s c a d o , s o b r e u n a p i e d r a . S u o r i g e n n o está n a d a
c l a r o , a u n q u e s u a d a p t a c i ó n al a l f a b e t o l a t i n o , e n c u a n t o al n ú m e r o y al
v a l o r f ó n i c o d e l o s s i g n o s , n o p r e s e n t a n i n g u n a d u d a . S i n e m b a r g o , sus
u s o s son" Dastante p r e c i s o s . E n t r e I r l a n d a , E s c o c i a y e l País d e G a l e s ( e n
las r e g i o n e s d o n d e se h a b í a n i m p l a n t a d o c o l o n i a s i r l a n d e s a s ) se h a n
c o n t a d o cerca de trescientas inscripciones ogámicas, todas sobre piedra
y t o d a s f u n e r a r i a s , m u y c o r t a s , las c u a l e s c o n t i e n e n u n a o d o s p a l a b r a s
( r a r a m e n t e m á s ) , casi s i e m p r e e l n o m b r e d e l d i f u n t o y e l d e s u p a d r e .
S e h a n e x t r a í d o d e estas i n s c r i p c i o n e s , q u e se r e m o n t a n al e s t a d o l i n -
3 8 2
V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L DRUIDISMO

güístico del gaélico c o m ú n , algunas observaciones preciosas para los

l i n g ü i s t a s . P e r o n o h a y n i n g ú n t e x t o : la p e s a d e z d e l m a n e j o y la l e c t u r a
de semejante alfabeto era suficiente o b s t á c u l o para c u a l q u i e r génesis
9
literaria .
N o o b s t a n t e , la e s c r i t u r a o g á m i c a , s e g ú n n u m e r o s a s a l u s i o n e s o
m e n c i o n e s d e l o s r e l a t o s l e g e n d a r i o s , t a m b i é n se g r a b ó s o b r e v a r a s d e
m a d e r a y los g r a b a d o r e s e r a n d r u i d a s ( m u c h o más r a r a m e n t e g u e r r e r o s )
q u e las u t i l i z a b a n p a r a sus e n c a n t a m i e n t o s o sus o p e r a c i o n e s m á g i c a s .
A s í , la m a l d i c i ó n e s c r i t a e r a u n a t e r r i b l e s a n c i ó n , hasta el p u n t o d e q u e
el Auraicept, o t r a t a d o d e la e s c r i t u r a , s i t ú a l o s ogam e n el á m b i t o d e l d i o s -
g a v i l l e r o O g m a , el c u a l es t a m b i é n el d i o s d e la e l o c u e n c i a :

« O g a m v i e n e d e O g m a , suo inventare primo, d e a c u e r d o c o n el s o n i d o , qui-

dem; p e r o , d e a c u e r d o c o n la c o s a , o g a m es og-uaim " a l i t e r a c i ó n p e r f e c t a " , es
d e c i r , q u e l o s filid, p o r su m e d i a c i ó n , l o a p l i c a n a la p o e s í a . L o s p o e t a s
v a l o r a n el g a é l i c o a través d e las l e t r a s . El p a d r e d e l o g a m es O g m a , la
1 0
m a d r e d e l o g a m es la m a n o o el c u c h i l l o d e O g m a » .

P e r o , a n t e r i o r m e n t e , el a u t o r d e l Auraicept, o al m e n o s el t r a n s c r i p t o r
d e esta v e n e r a b l e t r a d i c i ó n , h a b í a p l a n t e a d o p r e g u n t a s d e t e r m i n a n t e s :

« ¿ C u á l e s s o n e l l u g a r , e l t i e m p o , la p e r s o n a y e l m o t i v o d e l a i n v e n c i ó n
d e l o g a m ? N o e s d i f í c i l . E l l u g a r e s Hibernia Ínsula quam nos Scoti habitamus. Fue
e n t i e m p o s d e B r e s , h i j o d e E l a t h a , rey d e I r l a n d a , c u a n d o se d e s c u b r i ó . L a
p e r s o n a es O g m a , h i j o d e E l a t h a , h i j o d e D e l b a e t h . A h o r a b i e n , es O g m a ,
h o m b r e m u y s a b i o e n l e n g u a j e y p o e s í a , q u i e n i n v e n t ó el o g a m . L a c a u s a
d e la i n v e n c i ó n , p r u e b a d e s u i n t e l i g e n c i a , es q u e e s e l e n g u a j e d e b í a s e r
p r o p i e d a d reservada a los e r u d i t o s y n o a los rústicos n i a los pastores. ¿ D e
d ó n d e saca el o g a m s u n o m b r e , d e a c u e r d o c o n el n o m b r e y la c o s a ?
¿ Q u i é n e s s o n el p a d r e y la m a d r e d e l o g a m ? ¿ C u á l f u e el p r i m e r nombre
e s c r i t o e n o g a m ? ¿ C o n q u é l e t r a s f u e e s c r i t o , q u i é n l o e s c r i b i ó y p o r q u é la
11
b p r e c e d e c a d a l e t r a ? Hic uoluuntur omnia» .

9 V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « D i e i r i s c h e O g a m - S c h i f t » , Studium Genérale,

n . ° 20, 1967, p p - 4 4 9 " 4 5 6 ; Francoise Le R o u x , « L e d i e u celtique a u x l i e n s » ,
u e
loe. cit., Ogam, n . ° 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 2 0 g - 2 3 4 > q f u e la p r i m e r a e n d e s p e j a r y a n a -
l i z a r la r e l a c i ó n e n t r e la l i g a d u r a , la e s c r i t u r a , la p a l a b r a y la e l o c u e n c i a .
10 Auraicept na nEces, e d . G e o r g e C a l d e r , E d i m b u r g o , 1 9 1 7 , p - 2 7 2 . C f . A n d e r s A h l q -
vist, The Early Irish Linguist, an edition of the canonical part of the Auraicept na nEces with introduc-
tion, commentary and Índices, H e l s i n k i , 1 9 8 2 , 81 p á g i n a s .
11 Auraicept na nEces, op. cit., p . 2 7 2 .
 1 . LA E S C R I T U R A
383

1.2. E L VALOR DE LA ESCRITURA

La e t i m o l o g í a del n o m b r e de O g m i o s y de los o g a m n o s m u e s t r a otra

12
c o s a , p e r o n o i m p o r t a , p u e s elAuraicept, a p e s a r d e s u f e c h a t a r d í a , sitúa
c l a r a m e n t e la e s c r i t u r a e n el á m b i t o c o r r i e n t e d e l o s filid. Ollamh («Doc-
t o r » ) es h i j o d e O g m a . Y las t r e s c i e n t a s c i n c u e n t a h i s t o r i a s , l a r g a s o
c o r t a s , q u e d e b í a s a b e r e l ollamh n o e s t a b a n h e c h a s p a r a ser l e í d a s , s i n o
p a r a ser r e c i t a d a s o c o n t a d a s , l o c u a l e x p l i c a q u e e x i s t a n m u c h o s t e x t o s
e n d o s o tres v e r s i o n e s , l a m á s a n t i g u a d e las c u a l e s es e n p o c a s o c a s i o n e s
la m á s l a r g a . C o m o d i c e G e o r g e s D u m é z i l al t r a s l a d a r e l p r o b l e m a al
periodo indoeuropeo:

« . . . l o s gáthñ b ú d i c o s d e l a I n d i a y l o s gáthá a v é s t i c o s d e I r á n , t o d a l a e p o p e y a

irlandesa, en suma, p e r m i t e n vislumbrar u n m i s m o prototipo: fragmentos

e n verso, relativamente fijados, p a r a los pasajes patéticos o expresivos, o

sencillamente más importantes (discursos, diálogos, aveces descripciones);

p e r o p a r a l o s d e m á s , es d e c i r , p a r a el c o n j u n t o d e l r e l a t o , u n a p r o s a a la

sazón fluida q u e cada recitador trataba a su m a n e r a , alargándola o c o m p r i -

m i é n d o l a , embelleciéndola, m o d e r n i z á n d o l a , adaptándola... Es p r o b a b l e

q u e los n u m e r o s o s versos c o n los q u e los a p r e n d i c e s de d r u i d a , según

César (sin d u d a m á s b i e n los a p r e n d i c e s de vate), cargaban su memoria

f u e s e n v e r s o s d e e s t e t i p o : n o e r a n p o e m a s q u e se b a s t a b a n a sí m i s m o s ,

sino articulaciones, referencias rítmicas e n desarrollos e n prosa cuyo signi-

1 3
ficado, ú n i c o , era t r a d i c i o n a l » .

¿ P o r q u é ? ¿ P o r q u é rechazar el p r o c e d i m i e n t o más c ó m o d o q u e los

h o m b r e s h a y a n i m a g i n a d o n u n c a p a r a a l i v i a r s u m e m o r i a ? ¿ Q u é clase
d e i n c o m p a t i b i l i d a d e x i s t í a e n t r e l a T r a d i c i ó n D r u í d i c a y la e s c r i t u r a ?

12 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et
c e l t i q u e s V . 1 4 . G a u l o i s O g m i o s , i r l a n d a i s O g m a , O g a m » , Ogam, n . ° 1 2 , p p . 4 7 ~
4 9 ; véase t a m b i é n F r a n c o i s e L e R o u x , « N o t e s d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s X X . 56-
D e u x q u e s t i o n s r e l a t i v e s á O g m i o s : l ' o r i g i n e g r e c q u e e t la t r a n s m i s s i o n insu-
I 0 _ I
l a i r e » , Ogam, n.° 22-25, 9 7 9 7 3 > PP- 2 3 1 - 2 3 4 - R e c o r d e m o s q u e n o existe
n i n g u n a r e p r e s e n t a c i ó n f i g u r a d a a n t i g u a d e O g m i o s y q u e es t a m b i é n , m u y v e r o -
s í m i l m e n t e , l a d i v i n i d a d « q u e n o se n o m b r a » p o r s e r t a n g r a n d e e l t e m o r q u e
i n s p i r a . E s t o e x p l i c a s i n d u d a q u e la d e n o m i n a c i ó n g a l a ( e i r l a n d e s a ) e s t é c a l c a d a
del griego.
13 Revue de l'Histoire des Religions, t o m o 1 2 2 , p . 1 3 2 . E l a r t í c u l o se p u b l i c ó d e n u e v o c o n
e l t í t u l o d e « L a t r a d i t i o n d r u i d i q u e e t l ' é c r i t u r e : l e v i v a n t e t l e m o r t » , e n Georges
Dumézil. Cahierspour un temps, C e n t r o G e o r g e s P o m p i d o u / P a n d o r a É d i t i o n s , P a r í s ,
1981, p p . 3 2 5 - 3 3 8 .
3»4 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

H e a q u í c ó m o se p o d r í a f o r m u l a r : m i e n t r a s q u e la e s c r i t u r a sirve p a r a la
fijación de u n m o m e n t o religioso y hace eternos, estadísticamente d u r a -
deros, los efectos de u n f ó r m u l a mágica, de u n a m e n c i ó n funeraria, de
u n a o b l i g a c i ó n o d e u n a m a l d i c i ó n , defixio o geis, el p e n s a m i e n t o real,
a c t i v o , d i n á m i c o , q u e e v o l u c i o n a c o m o la v i d a , d e l a q u e es la p a r t e m á s
s u t i l y p r e c i o s a , n o p u e d e y n o d e b e p l e g a r s e a tales c o n t i n g e n c i a s :

« . . . e n cada g e n e r a c i ó n , sigue d i c i e n d o Georges D u m é z i l , e n cada estu-

d i a n t e , e l s a b e r se r e e n c a r n a , n o e s r e c i b i d o c o m o u n d e p ó s i t o , r e v i s t e u n a

f o r m a q u e , d e j á n d o l e t o d o su significado y sus rasgos esenciales, lo r e j u v e -

1
nece y en cierta m e d i d a lo actualiza...» *.

U n u s o g e n e r a l i z a d o d e la e s c r i t u r a h u b i e s e f i j a d o e n el t i e m p o , e n u n
m o m e n t o d e l t i e m p o , l o q u e d e b í a vivir y revivir e t e r n a m e n t e y, p o r c o n -
s i g u i e n t e , l o h u b i e s e m a t a d o e n c i e r t o m o d o . A s í se c o m p r e n d e p o r q u é
t o d o s l o s t e x t o s m i t o l ó g i c o s i r l a n d e s e s f u e r o n t r a n s c r i t o s d e s p u é s d e la
c r i s t i a n i z a c i ó n : la t r a d i c i ó n celta era oral, p u e s t o q u e era u n a t r a d i c i ó n
viva.
L a e s c r i t u r a n o p r e v a l e c e j a m á s s o b r e la p a l a b r a . S ó l o u n a v e z , q u e
n o s o t r o s s e p a m o s , s u c e d e q u e l o m u e r t o (la e s c r i t u r a ) d é t e s t i m o n i o e n
c o n t r a d e l o v i v o (la p a l a b r a ) . P e r o es u n f a l s o t e s t i m o n i o . L a h i s t o r i a ,
q u e v a l e la p e n a c o n t a r s e , p r o v i e n e d e las o r d a l í a s i r l a n d e s a s : u n r e h é n
del rey C o r m a c , S o c h t , poseía u n a espada maravillosa, u n o de esos o b j e -
tos e s p l é n d i d o s y e x c e p c i o n a l e s que suscitan envidia y c o d i c i a , y cuya
leyenda sugiere c o m p l a c i e n t e m e n t e descripciones lisonjeras. El h o s p e -
d e r o d e l rey la p i d e y, al n o o b t e n e r l a , se r e b a j a a u t i l i z a r u n a r d i d m e n -
daz y f r a u d u l e n t o :

« A s í e s t u v i e r o n l a r g o t i e m p o . D u b d r e a n n (el h o s p e d e r o ) d e s e a b a la

e s p a d a y p e n s a b a e n c ó m o c o n s e g u i r l a . U n a vez, llevó a S o c h t a u n a a s a m -

b l e a d e b e b i d a s . D u b d r e a n n p i d i ó al c o p e r o q u e sirviese v i n o e h i d r o m i e l

a S o c h t h a s t a q u e se e m b r i a g a s e . Y é s t e l o h i z o , d e f o r m a q u e S o c h t no

s u p o d ó n d e e s t a b a y se d u r m i ó . E l h o s p e d e r o se a p r o p i ó e n t o n c e s d e la

e s p a d a y f u e a b u s c a r al b r o n c i s t a d e l r e y , C o n n u . " ¿ P u e d e s — p r e g u n t ó —

a b r i r la e m p u ñ a d u r a d e esta e s p a d a ? " . " S í " , d i j o el b r o n c i s t a .

E n t o n c e s el b r o n c i s t a h i z o u n a h e n d i d u r a e n la e s p a d a , e s c r i b i ó el

n o m b r e d e l h o s p e d e r o e n la e m p u ñ a d u r a d e la e s p a d a , a s a b e r , Dubdre-

a n n , y l u e g o v o l v i ó a d e j a r la e s p a d a e n el e s t a d o e n el q u e se e n c o n t r a b a

anteriormente.

14 Revue de l'Histoire des Religions, loe. cit., p . 1 2 5 -

 1 . LA E S C R I T U R A
385

A s í e s t u v i e r o n d u r a n t e t r e s m e s e s . E l h o s p e d e r o s i g u i ó r e c l a m a n d o la

e s p a d a y n o la o b t u v o d e S o c h t . A l f i n a l , p a r a c o n s e g u i r la e s p a d a , el h o s -

p e d e r o e n t a b l ó u n p l e i t o q u e c u m p l í a t o d a s las f o r m a l i d a d e s . D i j o q u e la

e s p a d a le p e r t e n e c í a y q u e se la h a b í a n r o b a d o . S o c h t d i j o q u e la e s p a d a e r a

su b i e n p r i v a d o , lo m i s m o q u e su o r n a m e n t o o su d e c o r o , y q u e ejercía

s o b r e ella u n d e r e c h o j u s t o » .

S e i n i c i a la a c c i ó n j u d i c i a l y S o c h t a f i r m a , b a j o j u r a m e n t o , sus t í t u -
los de p r o p i e d a d :

« E l h o s p e d e r o d i j o : " P u e s b i e n , C o r m a c , el j u r a m e n t o q u e S o c h t h a

p r o n u n c i a d o es p e r j u r o " . " ¿ Q u é p r u e b a s t i e n e s — p r e g u n t ó C o r m a c — d e

q u e e s f a l s o ? " . " N o e s d i f í c i l — r e s p o n d i ó e l o t r o — , si l a e s p a d a e s m í a , mi

n o m b r e estará e s c r i t o e n ella, c u b i e r t o y e s c o n d i d o e n la e m p u ñ a d u r a d e la

espada".

C o r m a c c o n v o c ó a S o c h t y se l e c o m u n i c ó e l a s u n t o : " N o tardaremos

m u c h o e n c o n o c e r l a v e r d a d — d i j o C o r m a c — , q u e t r a i g a n al b r o n c i s t a " . E l

b r o n c i s t a v i e n e , a b r e la e m p u ñ a d u r a y allí se e n c u e n t r a e s c r i t o el n o m b r e

d e l h o s p e d e r o . A s í f u e c o m o u n a c o s a m u e r t a t e s t i f i c ó c o n t r a u n a c o s a viva,

a c a u s a d e l v a l o r d e la e s c r i t u r a » .

A s í , la e s p a d a p a s a a s e r p r o p i e d a d d e l h o s p e d e r o . P e r o se d e s c u b r e
q u e e n el p a s a d o h a b í a s i d o el a r m a u t i l i z a d a p a r a a s e s i n a r al a b u e l o d e
S o c h t y, e n p a g o d e c o m p e n s a c i ó n p o r esta m u e r t e , el rey C o r m a c o r d e n a
5
su r e s t i t u c i ó n . E s t á b i e n l o q u e b i e n a c a b a ' , p u e s la p a l a b r a se j u s t i f i c a
c o m o t e s t i m o n i o d i g n o d e f e . S u v i e j í s i m a d e f i n i c i ó n l e g a l se v u e l v e m á s
clara:

« E l Senchus ( a n t i g ü e d a d ) de los h o m b r e s de I r l a n d a ¿ q u i é n lo h a con-

s e r v a d o ? L a m e m o r i a c o m ú n d e d o s a n t i g u o s , la t r a n s m i s i ó n d e u n a oreja

a o t r a , e l c a n t o d e l p o e t a , l a r e u n i ó n d e l a l e y d e l a s l e t r a s , l a f u e r z a d e l a ley

n a t u r a l , p u e s s o n las t r e s r o c a s s o b r e las q u e d e s c a n s a n l o s j u i c i o s del

1 6
mundo» .

L o s antiguos eruditos de Irlanda anteriores a san Patricio n o escri-

1 7
b í a n libros, n o p o r incapacidad, c o m o creyó D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e ,
sino p o r q u e n o sentían necesidad de escribirlos.

15 E d . W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p p . 2 2 0 - 2 0 1 .
16 Ancient Laws oflreland I, p . 30.
17 Introduction ál'étude de la littérature celtique, p . 203.
386 V. L A D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

P o d e m o s d a r p o r s e g u r o q u e l o s d r u i d a s d e la G a l i a n o p e n s a b a n d e
o t r o m o d o y, c o n c r e t a n d o , es u n a n e c e d a d r e p r o c h a r a los celtas e n g e n e r a l
y a l o s d r u i d a s e n p a r t i c u l a r n o h a b e r c o n f i a d o sus d o c t r i n a s a la e s c r i t u r a .
L o l a m e n t a m o s s i n c e r a m e n t e p o r la f i l o l o g í a , p u e s n u n c a c o n o c e r e m o s
b i e n la l e n g u a gala. P e r o el triste s i n o reservado a la m i t o l o g í a celta e n t a n -
tas p u b l i c a c i o n e s y a u t o r e s m o d e r n o s a t e m p e r a la p e n a q u e s e n t i m o s al
c o m p r o b a r su a n t i g u o o c u l t a m i e n t o . A d e m á s , l o s m é t o d o s d e e n s e ñ a n z a
d e l o s d r u i d a s d e b í a n estar m á s cerca de los d e los « g u r ú s » d e la I n d i a o d e
l o s sufís d e l I s l a m q u e d e l o s d e las u n i v e r s i d a d e s e u r o p e a s de nuestra
é p o c a . N o es la a u s e n c i a de e s c r i t u r a l o q u e a c a b ó c o n esta e n s e ñ a n z a : es la
i r r u p c i ó n e n o c c i d e n t e de u n a n u e v a f o r m a de la T r a d i c i ó n , m á s c o n c r e t a -
m e n t e el c r i s t i a n i s m o , l o q u e c o n v i r t i ó al L i b r o e n la R e v e l a c i ó n , la V i d a y
e l E j e m p l o . L o s füid c o n v e r t i d o s , sucesores de san Patricio, supieron
8
e x t r a e r las d e b i d a s conclusiones' .

2. L A INMORTALIDAD DEL ALMA.

L A METEMPSICOSIS Y LA METAMORFOSIS

Esta c o n c e p c i ó n d e l o s r i e s g o s d e la e s c r i t u r a se e x p l i c a d e s d e m á s a r r i b a
m e d i a n t e l o q u e h a s i d o u n o d e l o s d a t o s m a y o r e s d e la t r a d i c i ó n d r u í -
d i c a , la c r e e n c i a e n la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a . L o s a u t o r e s a n t i g u o s n o l o
e x p l i c a n o l o e x p l i c a n a su m a n e r a , p e r o t o d o s l o mencionan:
C é s a r (Comentarios VI, 14):

« P r i n c i p a l m e n t e , p r e t e n d e n h a c e r c r e e r q u e las a l m a s n o p e r e c e n , s i n o
q u e t r a s l a m u e r t e p a s a n d e u n o s a o t r o s , y p i e n s a n q u e a s í es c o m o mejor
se e s t i m u l a el v a l o r , d e j a n d o a u n l a d o el m i e d o a la m u e r t e » * .

_
L u c a n o (Farsalia, I, 450 458):

« c o n f o r m e a v u e s t r a d o c t r i n a , las s o m b r a s n o e m i g r a n a las s i l e n c i o s a s
m o r a d a s d e l E r e b o y a los p á l i d o s r e i n o s d e l s u b t e r r á n e o D i t e : el m i s m o

18 Y h a n c o n s e r v a d o , c o s n c i e n t e m e n t e o n o , hasta e n los textos m á s e l a b o r a d o s , e n

l a p r e s e n t a c i ó n d e l o s r e l a t o s , la i m p r o n t a d e o r a l i d a d f u n d a m e n t a l d e s u t r a d i -
c i ó n n a c i o n a l . I n c l u s o ya v e n i d a a m e n o s , la c u l t u r a c e l t a r e s p e t ó c o n t r a v i e n t o y
m a r e a el i n m u t a b l e p r i n c i p i o t r a d i c i o n a l d e la s u p e r i o r i d a d d e l p e n s a m i e n t o
s o b r e la p a l a b r a , d e la p a l a b r a s o b r e el t e x t o y d e l t e x t o s o b r e la i m a g e n .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 3 [ N . d e l T . J .
 2. LA I N M O R T A L I D A D D E L A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
387

e s p í r i t u s i g u e r i g i e n d o l o s m i e m b r o s e n o t r a r e g i ó n d e l m u n d o ; si m o d u -
l á i s d o c t r i n a v e r d a d e r a , l a m u e r t e es e l p u n t o c e n t r a l d e u n a l a r g a e x i s t e n -
cia. F e l i c e s e n t o d o c a s o c o n su e r r o r l o s p u e b l o s a l o s q u e c o n t e m p l a la
O s a : a ellos n o les a n g u s t i a el c o n o c i d o c o m o m a y o r d e l o s t e m o r e s , el
m i e d o a la m u e r t e . D e a h í la m e n t a l i d a d d e sus g u e r r e r o s , c o n i n c l i n a c i ó n
a p r e c i p i t a r s e s o b r e la e s p a d a , u n a s a l m a s d i s p u e s t a s a a c o g e r la m u e r t e , y el
s e n t i m i e n t o d e q u e es u n a c o b a r d í a p r e o c u p a r s e p o r c o n s e r v a r u n a v i d a
que ha de volver»*.

P o m p o n i o M e l a (III, 2, 1 9 ) :

« U n a d e las i d e a s q u e les i m b u y e n es c o m ú n a t o d o s : q u e las a l m a s s o n

i m p e r e c e d e r a s y q u e h a y o t r a v i d a m á s allá d e la m u e r t e , s i n d u d a p a r a q u e
e l l o s s e a n m á s v a l e r o s o s e n las g u e r r a s » * * .

D i o d o r o de Sicilia (V, 28, 6 ) :

« E n t r e e l l o s , e n e f e c t o , se h a i m p u e s t o la c r e e n c i a d e P i t á g o r a s s e g ú n
las c u a l las a l m a s d e l o s h o m b r e s s o n i n m o r t a l e s y. d e s p u é s d e u n indeter-
m i n a d o n ú m e r o d e a ñ o s , v u e l v e n a la v i d a , al p e n e t r a r el a l m a e n otro
c u e r p o » . « A s í p u e s , q u e m a n y e n t i e r r a n c o n sus m u e r t o s útiles n e c e s a -
r i o s p a r a l o s q u e v i v e n . D e o r d i n a r i o se d e j a b a p a r a l o s i n f i e r n o s la c u e n t a
d e l o s n e g o c i o s y la r e s t i t u c i ó n d e la d e u d a , y l o s h a b í a q u e se a r r o j a b a n d e
b u e n g r a d o a las p i r a s d e l o s s u y o s c o m o si f u e r a n a v i v i r j u n t a m e n t e con
ellos»***.

Estrabón (IV, 4 ) :

« ( L o s d r u i d a s ) A f i r m a n t a m b i é n , t a n t o ellos c o m o o t r o s , q u e las a l m a s
s o n i n d e s t r u c t i b l e s , c o m o i n d e s t r u c t i b l e es el u n i v e r s o , a u n q u e l l e g a r á u n
d í a e n q u e el f u e g o y el a g u a p r e v a l e c e r á n s o b r e t o d o » * * * * .

D e esta f o r m a e x t r e m a d a m e n t e c o n d e n s a d a , estos r e s ú m e n e s d e
d o c t r i n a n o e s c a p a n a la t e n d e n c i a r a c i o n a l i z a d o r a d e l o s a u t o r e s c l á s i -
cos, y m u c h o s m o d e r n o s c o m e t i e r o n el e r r o r de i n t e r p r e t a r l o s stricto
sensu s i n t e n e r e n c u e n t a s u i m p r e c i s i ó n . E n el c a s o d e la i n m o r t a l i d a d

* T r a d . e s p . : op. cit, p . 9 4 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p ? : op. cit, p . 8 4 [ N . d e l T . ] .
*** T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 7 2 [ N . d e l T . ] .
**** T r a d . e s p . : cit., p . 1 8 0 [ N . d e l T . ] .
388 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

d e l a l m a así c o m o e n e l d e la e s c r i t u r a , C é s a r y t o d o s l o s d e m á s v i e r o n
i n t e n c i ó n e n l o q u e n o e r a m á s q u e la c o n s e c u e n c i a : l o s d r u i d a s e n s e -
ñ a b a n esta d o c t r i n a p a r a i n s u f l a r a s u s c o m p a t r i o t a s u n g r a n c o r a j e
g u e r r e r o . P e r o l a g u e r r a e r a a l g o d e m a s i a d o n a t u r a l y c o r r i e n t e e n la
v i d a c e l t a p a r a q u e l o s d r u i d a s se p r e o c u p a s e n p o r l o s a r g u m e n t o s p s i -
c o l ó g i c o s . S o n m á s b i e n l o s a u t o r e s c l á s i c o s q u i e n e s , a causa de su
m e n o s p r e c i o i n n a t o p o r l o s b á r b a r o s , n o e n t e n d i e r o n n a d a d e la m e n -
t a l i d a d de los celtas. A l g u n o s i n c l u s o p r o p o r c i o n a r o n ellos m i s m o s la
p r u e b a de su e r r o r :
C é s a r (Comentarios V I , 19):

« L o s f u n e r a l e s s o n , t e n i e n d o e n c u e n t a el g r a d o d e civilización d e los

galos, e s p l é n d i d o s y s u n t u o s o s . T o d o l o q u e se p i e n s a q u e estimaban

c u a n d o e s t a b a n e n v i d a l o a r r o j a n a l f u e g o , i n c l u i d o s l o s a n i m a l e s ; y, h a s t a

n o h a c e m u c h o , e n las e x e q u i a s r e g l a m e n t a r i a s y c o m p l e t a s quemaban

j u n t o c o n ellos a los esclavos y c l i e n t e s a l o s q u e se sabía q u e m á s a p r e c i o

habían tenido»*.

P o m p o n i o M e l a (III, 2 ) :

« A s í p u e s , q u e m a n y e n t i e r r a n c o n sus m u e r t o s útiles necesarios p a r a los

q u e v i v e n . D e o r d i n a r i o se d e j a b a p a r a l o s i n f i e r n o s l a c u e n t a d e l o s n e g o c i o s

y l a r e s t i t u c i ó n d e l a d e u d a , y l o s h a b í a q u e se a r r o j a b a n d e b u e n g r a d o a las

p i r a s d e l o s s u y o s c o m o si f u e r a n a v i v i r j u n t a m e n t e c o n e l l o s » * * .

La c o s t u m b r e de e n t r e g a r a los m o r i b u n d o s cartas o mensajes p a r a

19
l o s m u e r t o s t o d a v í a se o b s e r v a e n I r l a n d a a f i n a l e s d e l s i g l o XIX . Pero
e n u n p a í s d o n d e l a o r a l i d a d f u e h a s t a u n p e r i o d o r e c i e n t e la r e g l a casi
a b s o l u t a d e las c l a s e s p o p u l a r e s , tal c o s t u m b r e n o p u e d e h a b e r t e n i d o
m á s q u e u n i n t e n s o m a t i z m á g i c o . N o c o n t r a d e c í a al c r i s t i a n i s m o , d e l
que no t o m ó prestado nada, p o r lo que p u d o mantenerse. A d e m á s ,
c o i n c i d e d e m a n e r a e x t r a ñ a c o n D i o d o r o d e S i c i l i a ( V , 2 8 ) , q u i e n , tras
h a b e r e v o c a d o t a m b i é n él la d o c t r i n a d r u í d i c a d e la i n m o r t a l i d a d d e l
alma, añade:

19 H a n s H a r t m a n n , Der Totenkult in Maná. Ein Beitrag zur Religión der Indogermanen, Heidel-
berg, 1952, p . 80.
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 l 6 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p p . 8 4 - 8 5 [ N . d e l T . ] .
 2. LA I N M O R T A L I D A D DEL A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
389

« P o r e l l o , e n l o s f u n e r a l e s d e sus m u e r t o s , a l g u n o s l a n z a n a la p i r a las

c a r t a s q u e h a n e s c r i t o a s u s p a r i e n t e s m u e r t o s , e n la c r e e n c i a d e q u e l o s

difuntos p o d r á n leerlas»*.

V a l e r i o M á x i m o ( I I , 6, i o ) , q u e c o m p r e n d e a ú n m e n o s q u e l o s
d e m á s , a b s u e l v e a l o s celtas e n n o m b r e d e P i t á g o r a s :

« L o s q u e s a l e n d e sus m u r a l l a s se e n c u e n t r a n c o n a q u e l l a vieja c o s t u m ­

b r e d e los g a l o s . D e éstos se d i c e q u e d e s d e t i e m p o s i n m e m o r i a l e s tienen

q u e p r e s t a r d i n e r o q u e m á s t a r d e s e l e s d e v o l v e r á e n l a o t r a vicHt, p o r q u e

e s t á n c o n v e n c i d o s d e q u e las a l m a s d e los h o m b r e s s o n i n m o r t a l e s . Y o d i r í a

q u e e s t á n l o c o s , si n o f u e s e p o r q u e e s t o s h o m b r e s q u e l l e v a n p a n t a l o n e s

b r a g a d o s t i e n e n las m i s m a s c r e e n c i a s q u e P i t á g o r a s , q u e viste el manto

griego»**.

2.1. L A METEMPSICOSIS

Se h a d i c h o q u e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a e r a u n a b a n a l i d a d . Y d e s d e
l u e g o l o es e n la m e d i d a e n la q u e t o d a s las r e l i g i o n e s c o n o c i d a s y r e v e l a ­
das o p e r a n la i n e v i t a b l e d i s t i n c i ó n e n t r e l o s d i v e r s o s e l e m e n t o s q u e c o m ­
p o n e n u n ser h u m a n o . S i n e m b a r g o , es m u c h o m á s l a m e n t a b l e q u e l o s
autores antiguos, y sobre todo tantos m o d e r n o s , hayan j u n t a d o en u n
m i s m o c o n c e p t o , vago y revestido de p r i m i t i v i s m o , la i n m o r t a l i d a d d e l
a l m a y l o q u e h a n l l a m a d o m e t e m p s i c o s i s , m e z c l a n d o d e n u e v o b a j o este
n o m b r e la t r a n s m i g r a c i ó n , la m e t a m o r f o s i s y la r e e n c a r n a c i ó n . . . Por
n u e s t r a p a r t e , u s a r e m o s la p a l a b r a metempsicosis e n su estricto significado:
t r a s l a c i ó n d e e l e m e n t o s p s í q u i c o s d e u n c u e r p o a o t r o . P u e s t a s así las
cosas, t e n e m o s q u e constatar de e n t r a d a q u e la m e t e m p s i c o s i s está
ausente del m u n d o celta.
E m p e c e m o s p o r apartar del debate el Kat Godeu gales o « C o m b a t e de
l o s a r b u s t o s » q u e , a p r i m e r a v i s t a , d a v i s o s d e a u t e n t i c i d a d a las tesis
reencarnacionistas :

« H e estado bajo n u m e r o s a s formas

antes de ser libre.

-He sido u n a espada estrecha y abigarrada.

C r e o e n l o q u e es a p a r e n t e .

T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 7 2 [ N . d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : Hechosj dichos memorables ( t r a d . S a n t i a g o L ó p e z M o r e d a , M . a
Luisa H a r t o
T r u j i l l o y J o a q u í n Villalba Alvarez), M a d r i d , G r e d o s , 2 0 0 3 , p . 166 [ N . d e l T . ] .
39o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

H e s i d o l á g r i m a e n el a i r e .

H e s i d o la estrella m á s b r i l l a n t e .

H e s i d o p a l a b r a e n t r e las l e t r a s .

H e s i d o l i b r o al p r i n c i p i o .

H e sido u n a lámpara brillante

durante un año y medio.

H e sido u n puente tendido

sobre sesenta estuarios.

*^*He s i d o v e r e d a , h e sido águila.

H e s i d o c o r a c l e e n el m a r .

H e s i d o la e f e r v e s c e n c i a d e la cerveza.

H e s i d o g o t a e n el c h a p a r r ó n .

H e s i d o e s p a d a e n la m a n o .

H e s i d o e s c u d o e n el c o m b a t e .

H e sido cuerda del arpa

de encantamientos, nueve años.

E n el a g u a h e s i d o la e s p u m a ;

H e s i d o e s p o n j a e n el f u e g o .
2 0
H e s i d o l e ñ o e n el m a t o r r a l . . . » .

C o m p á r e s e d i r e c t a m e n t e c o n u n c a n t o a t r i b u i d o al file A m o r g e n e n
e l Libro de las Conquistas de Irlanda-.

« S o y v i e n t o s o b r e el m a r ,

soy ola del o c é a n o ,

soy el r u i d o d e l m a r ,

soy el t o r o d e l o s s i e t e c o m b a t e s ,

soy el b u i t r e s o b r e la p e ñ a ,

soy la gota d e r o c í o .

S o y l a flor m á s b e l l a ,

soy el j a b a l í d e v a l o r ,

soy el s a l m ó n e n el m a r ,

soy el l a g o e n la l l a n u r a ,

soy la c o l i n a e n u n h o m b r e ,

20 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L e C o m b a t d e s A r b r i s s e a u x » , Ogam, n . ° 5, 1 9 5 3 . P P -
I I I - I I 2 . C i t a m o s l a t r a d u c c i ó n r e v i s a d a d e Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 4 9 - L a
e d i c i ó n y l a t r a d u c c i ó n d e G w e n o g v r y n E v a n s (The Poems ofTaliesin, pp. 26-27)
divergen en n u m e r o s o s puntos.
 2. LA I N M O R T A L I D A D D E L A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
391

soy u n a p a l a b r a del a r t e ,
2 1
soy la p u n t a d e u n a r m a ( q u e l i b r a c o m b a t e ) » .

T a l i e s i n , p u e s t o q u e tal es el s u p u e s t o a u t o r d e l Kat Godeu, y el l e g e n -

d a r i o file A m o r g e n n o t r a d u c e n e n sus v e r s o s la t e o r í a d e la t r a n s m i g r a -
c i ó n d e l a l m a e n u n a s e r i e d e c u e r p o s , c o m o t a m p o c o la d e la r e e n c a r -
n a c i ó n e n o b j e t o s o m a t e r i a b r u t a , s i n o u n a a p l i c a c i ó n celta de la
n o c i ó n metafísica de los estados m ú l t i p l e s del ser. P o r otra parte, p o d e -
m o s l e g í t i m a m e n t e d u d a r d e q u e la E d a d M e d i a c r i s t i a n i z a d a h a y a c o m -
p r e n d i d o tal n o c i ó n . S e v i o e n ella u n t e m a l i t e r a r i o q u e p e r m i t e b e l l a s
y fáciles v a r i a c i o n e s .
U n o de los rarísimos ejemplos de metempsicosis que Irlanda nos ha
transmitido desdichadamente ha sido a m e n u d o interpretada c o m o
prueba de reencarnación:

« T o d a la raza d e P a r t o l ó n m u r i ó d e e n f e r m e d a d c o n la e x c e p c i ó n d e u n

solo h o m b r e , T u a n , hijo de Sdarn, hijo de Sera, hijo del h e r m a n o del

p a d r e de P a r t o l ó n . D i o s lo f o r m ó bajo varias apariencias y sobrevivió desde

l o s t i e m p o s d e P a r t o l ó n h a s t a l o s d e s a n C o l u m b a n o . R e v e l ó el c o n o c i -

m i e n t o y la h i s t o r i a , las c o n q u i s t a s d e I r l a n d a y l o s a c o n t e c i m i e n t o s d e s d e la

c o n q u i s t a d e C e s a i r h a s t a e n t o n c e s . C o n esta f i n a l i d a d l o c o n s e r v ó D i o s vivo

hasta los t i e m p o s d e los santos, hasta q u e p o r fin lo l l a m a r o n T u a n , hijo d e

C a i r e l l , h i j o d e M u i r e d a c h M u i n d e r g . Estas s o n las f o r m a s b a j o las q u e

e s t u v o : t r e s c i e n t o s a ñ o s c o n la f o r m a d e u n h o m b r e , t r e s c i e n t o s a ñ o s c o n l a

f o r m a d e u n b u e y salvaje e n l o s y e r m o s , d o s c i e n t o s a ñ o s c o n la f o r m a d e u n

c e r d o salvaje, t r e s c i e n t o s a ñ o s c o n la f o r m a d e u n p á j a r o , c i e n a ñ o s la f o r m a

d e u n s a l m ó n . U n p e s c a d o r l o c o g i ó e n s u s r e d e s y l o llevó a la r e i n a , la

m u j e r d e M u i r e d a c h M u i n d e r g . E l l a se l o c o m i ó y d e ella f u e T u a n final-
2 2
m e n t e concebido. Los eruditos cuentan que era Fintan F i n e o l a c h » .

Así pues, T u a n vivió bajo diversas f o r m a s m i l d o s c i e n t o s años y n o

estamos t o t a l m e n t e c o n v e n c i d o s de q u e estos d o c e siglos sean exacta-
m e n t e el t i e m p o t r a n s c u r r i d o e n t r e e l D i l u v i o y e l a p o s t o l a d o d e s a n
C o l u m b a n o . P e r o e l i n t e r é s d e este pasaje n o se e n c u e n t r a e n sus f a n t a -
sías o e n su d e s i n t e r é s c r o n o l ó g i c o : la m e t e m p s i c o s i s i r l a n d e s a s i g n i f i c a
q u e l a t r a s l a c i ó n d e l o s e l e m e n t o s p s í q u i c o s d e u n a f o r m a a l a o t r a se

21 Textes rnythologiquesirlandaisl/l, pp. 148-149.

22 Textes mythologiques irhndais I / l , p . 8.
392 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

realiza o b l i g a t o r i a m e n t e bajo u n a apariencia n o h u m a n a . Es i m p o r t a n t e

t a m b i é n s u b r a y a r q u e la m e t e m p s i c o s i s c e l t a n o está g e n e r a l i z a d a c o m o
la q u e es c o r r i e n t e e n v a r i a s r e l i g i o n e s d e la I n d i a . M i e n t r a s q u e e n éstas
t o d o s l o s s e r e s a n i m a d o s s i n e x c e p c i ó n e s t á n s u j e t o s a e l l a , la l e y e n d a
i r l a n d e s a n o la a p l i c a m á s q u e a a l g u n o s seres m í t i c o s , s ó l o o b l i g a a c a m -
biar de f o r m a y de destino a p o q u í s i m o s personajes predestinados, m a r -
cados p o r u n a m i s i ó n . S o n los sucesores del h o m b r e p r i m o r d i a l y trans-
2 3
m i t e n l o s m ú l t i p l e s a s p e c t o s d e la c i e n c i a , el c o n o c i m i e n t o y la v e r d a d .

2.2. L A METAMORFOSIS
O t r o relato p o n e e n escena a los dos p o r q u e r o s reales del n o r t e y del sur
d e I r l a n d a q u e , tras u n a d i s p u t a y l o s c o n j u r o s m á g i c o s q u e se e c h a r o n
r e c í p r o c a m e n t e , d e j a r o n p e r e c e r sus r e b a ñ o s :

« B o d b (el rey d e I r l a n d a d e l S u r ) le q u i t ó los c e r d o s . L e q u i t a r o n t a m -

b i é n l o s c e r d o s al h o m b r e d e l n o r t e . E s t u v i e r o n d o s a ñ o s e n t e r o s b a j o la
f o r m a d e c u e r v o s : el p r i m e r a ñ o e n el n o r t e c o n las g e n t e s d e C o n n a u g h t
e n la f o r t a l e z a d e C r u a c h a n y el s e g u n d o a ñ o e n el s u r c o n las g e n t e s d e
M u n s t e r e n e l sid d e F e m e n : l a s g e n t e s d e M u n s t e r c o i n c i d i e r o n u n d í a e n
u n a r e u n i ó n y d i j e r o n : "El r u i d o q u e h a c e n los pájaros d e l a n t e d e vosotros
n o es p e q u e ñ o . E s t á n e n e s t o s c o m b a t e s d e s d e h a c e u n a ñ o e n t e r o h a s t a
h o y " . C u a n d o e s t a b a n d i c i e n d o estas p a l a b r a s , v i e r o n al h o s p e d e r o de
O c h a l l v e n i r h a c i a ellos p o r la c o l i n a , a s a b e r , F u i d e l l m a c F i a d m i r e e r a s u
n o m b r e . L e d i e r o n la b i e n v e n i d a . " E l r u i d o q u e h a c e n l o s p á j a r o s d e l a n t e
d e v o s o t r o s es g r a n d e e n v e r d a d " , d i j o . " P a r e c e q u e s o n los m i s m o s p á j a r o s
q u e e s t a b a n c o n n o s o t r o s e n el n o r t e el a ñ o p a s a d o , e h i c i e r o n l o m i s m o
d u r a n t e u n a ñ o " . E n t o n c e s v i e r o n a l g o : l o s d o s c u e r v o s e s t a b a n b a j o la
f o r m a d e d o s h o m b r e s . R e c o n o c i e r o n allá a r r i b a q u e e r a n los d o s p o r q u e -
r o s q u i e n e s v e n í a n . T o d o s les d i e r o n la b i e n v e n i d a . " N o c o n v i e n e , e n v e r -
d a d , d a r n o s la b i e n v e n i d a " , d i j o el p o r q u e r o d e B o d b , " h a b r á u n montón
de b o n i t o s cadáveres y grandes l a m e n t o s a causa del c o m b a t e q u e h e m o s
l i b r a d o " . " ¿ Q u é o s h a s u c e d i d o ? " , d i j o B o d b . " N o es difícil: n o n o s h a
s u c e d i d o n a d a d e b u e n o " , d i j o . " D e s d e q u e os d e j a m o s , n o s quedamos
h a s t a h o y d o s a ñ o s e n t e r o s b a j o la f o r m a d e c u e r v o s . V o s o t r o s mismos
h a b é i s visto l o q u e h e m o s h e c h o a n t e v u e s t r o s o j o s , es d e c i r , u n a ñ o e n t e r o
c e r c a d e l sid d e C r u a c h a n e n e s t e g r a d o , y o t r o a ñ o e n e s t e g r a d o c e r c a d e l
sid d e F e m e n , d e m o d o q u e l o s h o m b r e s d e l N o r t e y d e l S u r h a n v i s t o e l

23 V é a s e infra n u e s t r a e x p l i c a c i ó n d e l h o m b r e p r i m o r d i a l .
 2 . LA I N M O R T A L I D A D DEL A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
393

c o m b a t e q u e h e m o s l i b r a d o el u n o c o n t r a el o t r o . V a m o s a e s t a r esta vez

b a j o la f o r m a d e a n i m a l e s a c u á t i c o s y e s t a r e m o s e n l o s m a r e s y las a g u a s

h a s t a el f i n d e d o s a ñ o s m á s " . Se f u e r o n d e j á n d o l o s e n la c o l i n a , c a d a u n o

p o r s u l a d o . E l p r i m e r o fue al S h a n n o n , el s e g u n d o al S u i r . E s t u v i e r o n d o s

a ñ o s e n t e r o s e n l o s m a r e s y e n las a g u a s . U n a ñ o e n t e r o se l o s v i o e n el S u i r

d o n d e se m o r d i e r o n e l u n o a l o t r o ; o t r o a ñ o e n t e r o se l o s v i o e n e l S h a n -
2
n o n d o n d e se g o l p e a r o n el u n o al o t r o » * .

L u e g o , l o s p o r q u e r o s se t r a n s f o r m a n s u c e s i v a m e n t e e n c a m p e o n e s ,
2 5
e n d e m o n i o s , e n g u s a n o s ( d e a g u a ) y e n t o r o s . P e r o es e v i d e n t e q u e n o
estamos ante u n ejemplo de metempsicosis: entre dos « a p a r i e n c i a s » los
p o r q u e r o s r e c u p e r a n p r o v i s i o n a l m e n t e la f o r m a h u m a n a m i e n t r a s q u e
sus e s t a d o s a n i m a l e s o h u m a n o s s o n b r e v e s . S o n c l a r a s m e t a m o r f o s i s
q u e les s o b r e v i e n e n c o m o c a s t i g o a s u falta d e e n t e n d i m i e n t o .
S o n a s i m i s m o m e t a m o r f o s i s las q u e i n t e r v i e n e n e n la h i s t o r i a galesa
d e T a l i e s i n , c u a n d o la m a g a C e r i d w e n n p e r s i g u e al e n a n o G w i o n B a c h
que ha adquirido i n d e b i d a m e n t e el s a b e r m e d i a n t e u n a s g o t a s de la
d e c o c c i ó n que preparaba e n su caldero:

« E l l a c o r r i ó e n s u p e r s e c u c i ó n . C u a n d o se d i o c u e n t a t o m ó la f o r m a

d e l i e b r e y e c h ó a c o r r e r . P e r o ella se d i o la f o r m a d e g a l g o , l o p e r s i g u i ó y

l o a c o r r a l ó e n u n r í o . T o m ó la f o r m a d e p e z y ella t o m ó la f o r m a d e n u t r i a .

E l l a l o b u s c ó b a j o el a g u a . T u v o q u e t o m a r la f o r m a d e p á j a r o e n el c i e l o y

ella se h i z o g a v i l á n e n s u p e r s e c u c i ó n . E l l a n o l o d e j ó t r a n q u i l o e n el c i e l o .

C u a n d o e s t u v o a p u n t o d e a l c a n z a r l o y él se e n c o n t r a b a e n la a n g u s t i a d e la

m u e r t e , percibió u n m o n t ó n de trigo cosechado en u n a era. Descendió

h a s t a el t r i g o y t o m ó la f o r m a d e u n g r a n o . Ella t o m ó la f o r m a d e una

g a l l i n a n e g r a c o n cresta y fue al t r i g o . E s c a r b ó c o n sus p a t a s , lo r e c o n o c i ó y

se l o t r a g ó , tal y c o m o d i c e la h i s t o r i a . E s t u v o n u e v e m e s e s e m b a r a z a d a d e

él y, d e s p u é s d e t r a e r l o a l u z , n o t u v o el c o r a j e d e m a t a r l o , d e t a n b e l l o

c o m o e r a . P e r o l o m e t i ó e n u n s a c o d e c u e r o y, s i g u i e n d o l a v o l u n t a d d e s u
2 6
m a r i d o , l o l a n z ó al m a r el v e i n t i n u e v e d e a b r i l » .

24 Compert in da Muccido ( « L a c o n c e p c i ó n d e l o s d o s p o r q u e r o s » ) , a p a r t i r d e la t r a -
d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Ogam, n . ° 1 2 , 1 9 6 0 , p p . 7 8 - 7 9 .
25 Ibid., p . 8 9 .
26 Hanes Taliesin ( « L a h i s t o r i a d e T a l i e s i n » ) , a p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J .
a
G u y o n v a r c ' h , e n Introductiongenérale á l'étude de la Tradiction celtique, 1 . edición, Celticum
13. I 9 6 7 , P- 89.
394 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

T a m b i é n s o n m e t a m o r f o s i s t e m p o r a l e s , c o n v a l o r d e c a s t i g o , las q u e
s a l p i c a n u n e p i s o d i o d e l Mabinogi de Math: p o r h a b e r v i o l a d o a la j o v e n q u e
servía c o m o p o r t a p i é s al r e y M a t h , sus d o s s o b r i n o s , G i l w a e t h y y G w y d -
yon, son transformados alternativamente e n u n a serie de animales
machos y hembras:

« C o g i ó su vara m á g i c a y c o n ella t o c ó a Gilvaethwy, transformándolo

e n u n a c i e r v a b i e n f o r m a d a ; el o t r o q u i s o h u i r , p e r o le a l c a n z ó y le t o c ó

c o n la m i s m a v a r a y l o t r a n s f o r m ó e n u n c i e r v o . " C o m o s i e m p r e habéis

sido afines, haré q u e marchéis j u n t o s " . Dijo Math, "os aparearéis del

m i s m o m o d o q u e l o s a n i m a l e s cuya f o r m a t e n é i s y p r o c r e a r é i s e n la é p o c a

a c o s t u m b r a d a p a r a ello. Y d e n t r o d e u n a ñ o d e s d e este día regresaréis

3 7
junto a mí"» .

A l c a b o d e u n a ñ o v o l v i e r o n c o n u n c e r v a t i l l o al q u e M a t h da, c o n u n
g o l p e de su varita, f o r m a h u m a n a . L u e g o , los t r a n s f o r m a , p o r u n a ñ o
cada vez, e n u n jabalí y e n u n a jabalina, e n u n l o b o y e n u n a loba. Tras
e l l o c o n s i d e r a q u e e l c a s t i g o es s u f i c i e n t e y les d e v u e l v e d e f i n i t i v a m e n t e
su f o r m a h u m a n a .
M a t h es u n r e y - m a g o . N o es u n d r u i d a e n e l s e n t i d o q u e n o s o t r o s l o
e n t e n d e m o s . T a m p o c o a p a r e c e n i n g ú n o t r o d r u i d a d e este t i p o e n l o s
r e l a t o s g a l e s e s . P e r o q u e d a p a t e n t e q u e la p r á c t i c a d e las m e t a m o r f o s i s
—antigua t é c n i c a r i t u a l y mágica— h a s u b s i s t i d o e n l o s r e l a t o s . E s la r a z ó n
p o r l a c u a l s o n t a n c o r r i e n t e s e n las l e y e n d a s , al c o n t r a r i o q u e la
metempsicosis, extremadamente rara. D e m a n e r a indirecta tenemos
a q u í l a e x p l i c a c i ó n d e las f a m o s a s s a c e r d o t i s a s d e S e i n , l e y e n d a d e la
é p o c a gala y n o h i s t o r i a , las c u a l e s , si c r e e m o s a P o m p o n i o M e l a (III, 6 ,
48), pretendían tomar a voluntad cualquier forma animal:

« L a isla S e n a e n el m a r B r i t á n i c o , f r e n t e a las costas d e los o s i s m o s , es

ilustre p o r el o r á c u l o d e u n a d i v i n i d a d gala, cuyas s a c e r d o t i s a s , o b l i g a d a s a

p e r p e t u a v i r g i n i d a d , se d i c e q u e s o n n u e v e : las l l a m a n G a l i c e n a s y p i e n s a n

q u e ellas, d o t a d a s d e s i n g u l a r e s artes, l e v a n t a n m a r e s y v i e n t o s c o n sus c o n -

j u r o s , q u e se c o n v i e r t e n e n l o s a n i m a l e s q u e q u i e r e n , q u e c u r a n las e n f e r -

27 MathuabMathonwy, ed. Ifor Williams, Cardiff, 1964, p . 64 [trad. e s p . : « M a t h , hijo

d e M a t h o n w y » , Mabinogion (trad. Victoria C i r l o t ) , M a d r i d , Siruela, 1988, p . 68].
C f . J . L o t h , Les Mabinogion, e d . 1 9 1 3 , I, p . 1 8 8 ; G e o r g e s D u m é z i l , « L a q u a t r i é m e
b r a n c h e d u M a b i n o g i e t la t h é o l o g i e d e s t r o i s f o n c t i o n s » , e s b o z o 5 9 d e L'oublide
Vhommeetrhonneurdesdieux, París, 1985, p p - 93-IH-
 2. LA I N M O R T A L I D A D D E L A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
395

m e d a d e s q u e s o n i n c u r a b l e s p a r a l o s d e m á s , q u e s a b e n y p u e d e n a d i v i n a r el
p o r v e n i r , p e r o q u e ú n i c a m e n t e lo o f r e c e n a los navegantes y sólo a los q u e
l l e g a n a él p a r a c o n s u l t a r l e s » * .

Q u e r e r c o n f i r m a r la m a t e r i a l i d a d d e l o s h e c h o s a q u í r e f e r i d o s s e r í a
p e r d e r e l t i e m p o . L a s s a c e r d o t i s a s n o t i e n e n m á s e x i s t e n c i a q u e la d e u n
m i t o t r a n s m u t a d o e n h i s t o r i a . L a p r u e b a d e e l l o se e n c u e n t r a c l a r a -
m e n t e e n u n pasaje d e la Vita Merlini d e G e o f f r e y d e M o n m o u t h q u e , e n la
t r a n s c r i p c i ó n d e viejas t r a d i c i o n e s b r i t á n i c a s , d e s c r i b e la isla a f o r t u n a d a
a la c u a l t r a n s p o r t a r o n a A r t u r o tras la d e s a s t r o s a b a t a l l a d e C a m l a n n . Es
t a m b i é n u n a descripción, e n f o r m a de anticipo, de los gozos del O t r o
Mundo:

« L a Isla d e l o s F r u t o s , q u e l l a m a n A f o r t u n a d a , b i e n p u e s t o t i e n e el
n o m b r e , q u e d e t o d o p r o d u c e p o r sí s o l a . P u e s n o h a m e n e s t e r e s t a i s l a d e
l a b r i e g o s q u e a r e n sus c a m p o s : n o h a y allí n i n g ú n c u l t i v o , t o d o lo da
e s p o n t á n e a m e n t e la n a t u r a l e z a . A d e m á s d e a b u n d a n t í s i m a s m i e s e s p r o d u c e
t a m b i é n uvas y e n sus b o s q u e s hay p o m a r e s silvestres, n o c u i d a d o s . D e t o d o
da su suelo e n extrema a b u n d a n c i a , frutos e n lugar d e g r a m a . Allí los h o m -
b r e s v i v e n c i e n a ñ o s y m á s t o d a v í a , allí n u e v e h e r m a n a s g o b i e r n a n s e g ú n ley
q u e n o está escrita a los q u e a ellas d e n u e s t r a s p a r t e s l l e g a n .

L a m a y o r d e ellas es sabia e n el a r t e d e c u r a r , y p o r s u e s p l é n d i d a b e l l e z a
s u p e r a a s u s h e r m a n a s . M o r g a n a es s u n o m b r e , y c o n o c e l a u t i l i d a d d e t o -
d a s las h i e r b a s p a r a la c u r a c i ó n d e los c u e r p o s e n f e r m o s . T a m b i é n conoce
el a r t e d e m u d a r s u f i g u r a , y c o m o D é d a l o , s a b e c o r t a r l o s a i r e s c o n p l u m a s
n u e v a s . G u a n d o q u i e r e , e n B r i s t o , G a r n o t o o P a p i a s , c u a n d o q u i e r e se
deja caer del cielo e n n u e s t r a s playas, y esta c i e n c i a d i c e n q u e h a n apren-
d i d o sus h e r m a n a s : M o r ó n o e , M á z o e , G l i t e n , G l i t o n e a , G l i t o n , T i r ó n o e ,
T i t e n y T i t o n , famosísima p o r su cítara.

A l l í , d e s p u é s d e la b a t a l l a d e C a m b i a n , l l e v a m o s h e r i d o a A r t u r o g u i a -
d o s p o r B a r i n t o , q u e c o n o c í a b i e n los m a r e s y los a s t r o s d e l c i e l o . C o n tal
p i l o t o l l e g a m o s allí c o n el p r í n c i p e y M o r g a n a n o s r e c i b i ó c o n el h o n o r
q u e e r a d e b i d o , y e n s u p r o p i o l e c h o t e n d i ó al r e y s o b r e c o b e r t o r e s d e o r o ,
y,.c&n s u h o n e s t a m a n o d e s c u b r i ó las h e r i d a s y l a r g o t i e m p o las e s t u v o
v i e n d o , y a l f i n a l d i j o q u e e l l a p o d í a d e v o l v e r l e l a s a l u d si c o n e l l a s e e s t a b a
l a r g o t i e m p o y q u e r í a t o m a r sus m e d i c a m e n t o s . Así, p u e s , g o z o s o s le e n c o -

* T r a d . e s p . : op. cit., p . 91 [ N . d e l T . ] .
396 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

m e n d a m o s al r e y y d i m o s las v e l a s a l o s v i e n t o s f a v o r a b l e s p a r a nuestra
2 8
vuelta» .

M o r g a n a es e v i d e n t e m e n t e u n a m u j e r d e l O t r o M u n d o y s u m a g i a
n o es a c c e s i b l e al c o m ú n d e l o s m o r t a l e s . M á s t a r d e , esta m i s m a m a g i a
i b a a i n v a d i r l o s c u e n t o s d e h a d a s cuyas m e t a m o r f o s i s s o n las h u e l l a s m á s
e s p e c t a c u l a r e s , c o n la m a t i z a c i ó n de q u e d e s d e e n t o n c e s h a n p a s a d o a
f o r m a r parte de temas o n a r r a c i o n e s vaciadas de su sustancia religiosa.
C o n m a y o r r a z ó n , es i m p o s i b l e v e r e n e l l a s l a m e n o r m e t e m p s i c o s i s ,
transmigración o reencarnación. Así volvemos a encontrar u n eco muy
p r e c i s o de la h i s t o r i a galesa d e C e r i d w e n y G w i o n B a c h e n el c u e n t o
b r e t ó n de K o a d a l a n , r e c o g i d o en 1 8 6 9 p o r Luzel en Plouaret, situado
e n el país de T r é g u i e r . E l n a r r a d o r b r e t ó n l o ha e m b e l l e c i d o , p e r o ha
preservado lo esencial: K o a d a l a n , m e t a m o r f o s e a d o e n caballo, fue v e n ­
d i d o p o r u n a l t o p r e c i o e n la f e r i a d e M o r l a i x a t r e s d i a b l o s d i s f r a z a d o s
de m e r c a d e r e s . P e r o u n a vez fue c o n c l u i d o el t r a t o , m i e n t r a s q u e l o s
c o m p r a d o r e s e s t a b a n p e n s a n d o e n alejarse c o n su v í c t i m a :

« E l c a b a l l o s a l t ó i n m e d i a t a m e n t e al a g u a y h e l o a q u í t r a n s f o r m a d o en

a n g u i l a . L o s t r e s m e r c a d e r e s s a l t a n t r a s él y se c o n v i e r t e n e n t r e s g r a n d e s

p e c e s p a r a a t r a p a r a l a a n g u i l a . P e r o é s t a se c o n v i e r t e e n u n a p a l o m a q u e e c h a

a v o l a r m u y a l t o , m á s a l l á d e l a s c a s a s d e l a c i u d a d . L o s t r e s g r a n d e s p e c e s se

c o n v i e r t e n e n t o n c e s e n tres gavilanes q u e vuelan e n su p e r s e c u c i ó n » .

A l p a s a r p o r e n c i m a d e u n c a s t i l l o , la p a l o m a f a t i g a d a se d e j a c a e r e n
u n b a n q u e t e b a j o la f o r m a d e s o r t i j a d e o r o q u e r e c o g e u n a c r i a d a . L o s
d i a b l o s se t r a n s f o r m a n e n t o n c e s e n t r e s m ú s i c o s q u e , c o m o r e c o m p e n s a
p o r s u a r t e , r e c l a m a n la s o r t i j a . S e b u s c a a la c r i a d a , p e r o K o a d a l a n , q u e
h a b í a r e c u p e r a d o d u r a n t e u n o s i n s t a n t e s la a p a r i e n c i a h u m a n a , t u v o
t i e m p o d e e x p l i c a r l e l o q u e d e b í a d e c i r . L a c r i a d a e x i g e así q u e se
e n c i e n d a u n g r a n fuego de m a d e r a e n m e d i o del patio del castillo:

« S e p o n e f u e g o e n el m o n t ó n d e m a d e r a , la c r i a d a e c h a e n m e d i o la

s o r t i j a d e o r o y d i c e a l o s m ú s i c o s : " I d a b u s c a r l a " . P e r o l a s o r t i j a se t r a n s ­

forma entonces en u n grano carbonizado e n u n gran m o n t ó n de trigo que

28 G e o f f r e y d e M o n m o u t h , VitaMerlini, e d . E . Faral, La l é g e n d e a r t h u r i e n n e III, p p .

3 3 4 . - 3 3 5 , v e r s o s 9 0 8 - 9 4 0 [ t r a d . e s p . : Vida deMerh'n (trad. Lois C . Pérez Castro),
M a d r i d , S i r u e l a , 1 9 8 4 , p p . 3 2 - 3 3 ] . C f . J . S . P . T a t l o c k , The Legendary History ofBri-
tain, B e r k e l e y , 1 9 5 0 , p p . 1 7 8 - 2 2 9 , c a p í t u l o V I s o b r e A r t u r o .
 2. LA I N M O R T A L I D A D DEL A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
397

e s t a b a e n e l g r a n e r o d e l c a s t i l l o , y l o s o t r o s t r e s e n t r e s g a l l o s q u e se p o n e n

a b u s c a r el g r a n o c a r b o n i z a d o e n el m o n t ó n d e t r i g o . P e r o el g r a n o c a r b o -
2 9
n i z a d o se v u e l v e u n z o r r o q u e a t a c a a l o s t r e s g a l l o s » .

Las m e t a m o r f o s i s s o n p o r t a n t o a c c i d e n t e s q u e i n t e r r u m p e n e l c u r s o
n o r m a l de la e x i s t e n c i a s i n c a m b i a r su s i g n i f i c a d o . O t r o g é n e r o de
m e t a m o r f o s i s es u n a v a r i a n t e d e l a i l u s i ó n c r e a d o r a c u a n d o , p o r e j e m -
p l o , t a m b i é n e n el Mabinogi de Math, el r e y M a t h y el m a g o G w y d y o n a u n a n
e s f u e r z o s p a r a p r o c u r a r u n a p r o m e t i d a al j o v e n L l e w . E f e c t i v a m e n t e ,
u n a m a l d i c i ó n de su p r o p i a m a d r e A r i a n r h o d lo c o n d e n a b a a n o tener
e s p o s a d e la raza q u e p u e b l a la t i e r r a :

« R e u n i e r o n las flores d e l r o b l e , las flores d e la r e t a m a , y flores d e la

r e i n a d e los p r a d o s y c o n sus e n c a n t o s f o r m a r o n la d o n c e l l a m á s b e l l a y m á s

p e r f e c t a d e l m u n d o . La b a u t i z a r o n s e g ú n los r i t o s d e e n t o n c e s y la l l a m a -
3 0
r o n Blodeuwedd (Aspecto, Rostro de F l o r e s ) » .

Más tarde, c o n v e r t i d a e n adúltera y traidora, c ó m p l i c e del asesino de

s u m a r i d o , B l o d e u w e d d es c o n v e r t i d a p o r G w y d y o n e n b u h o d e m a n e r a
d e f i n i t i v a . Pasa d e f l o r a s e r u n ave, s i n h a b e r p o d i d o m a n t e n e r s e c o m o
m u j e r , y n o se v u e l v e a c o n v e r t i r e n f l o r . P e r o es u n a e x c e p c i ó n . D e b e -
m o s s e ñ a l a r t a m b i é n , e n l a c o n t i n u a c i ó n d e l Mabinogi, la m e t a m o r f o s i s
t e m p o r a l de L l e w e n águila, c u a n d o su rival G r o n w Pebyr, el a m a n t e de
la m u j e r i n f i e l , l o g o l p e a c o n s u l a n z a . R e c u p e r a l a f o r m a humana
c u a n d o G w y d y o n p o r f i n l o d e s c u b r e , tras u n a p a c i e n t e b ú s q u e d a , e n u n
triste estado.
E n r e s u m e n , estas m e t a m o r f o s i s n o t i e n e n n a d a q u e v e r c o n la d o c -
t r i n a d e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a . C o n s t i t u y e n s i n m á s u n a h u e l l a d e la
e x i s t e n c i a d e t é c n i c a s m á g i c a s d e u n n i v e l m u y e l e v a d o y s o n , si se
q u i e r e , u n a p r u e b a de la i n e s t a b i l i d a d m o r f o l ó g i c a de l o s p e r s o n a j e s
m í t i c o s y d i v i n o s . N a d a d e e l l o r e c u e r d a la m e t e m p s i c o s i s y n a d a d e e l l o
t i e n e t a m p o c o la m á s m í n i m a t r a z a d e c h a m a n i s m o , t o t e m i s m o o n a t u -
r a l i s m o . E l z o o m o r f i s m o , c u a n d o e x i s t e , es u n s o p o r t e o la e x p r e s i ó n d e
un símbolo.
A l g u n o s g r a n d e s p e r s o n a j e s d e estos c i c l o s m i t o l ó g i c o y é p i c o p r e s e n -
t a n u n d o b l e n a c i m i e n t o , h u m a n o y d i v i n o , q u e i m p l i c a e n este c a s o , n o

29 E d i c i ó n d e F. M . L u z e l , R e v u e C e l t i q u e I, p p . 1 2 6 - 1 2 8 .
30 E d . I f o r W i l l i a m s , op. cit., p . 8 3 [ t r a d . e s p . : op. cit, p . 7 5 ] . Cf. J . L o t h , LesMabino-
gion I , p . 1 9 9 .
398 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

u n a m e t a m o r f o s i s , sino u n c a m b i o de estado matizado p o r cierta i n q u i e -

t u d , al m e n o s e n e l t r a n s c r i p t o r d e l r e l a t o . E l c a s o m á s t í p i c o es el d e
C u c h u l a i n n , q u e es l i t e r a l m e n t e « e l n i ñ o d e l o s tres a ñ o s » . L a p r i m e r a
vez n a c e e n el O t r o M u n d o d o n d e l o s u l t o n i a n o s se h a b í a n e x t r a v i a d o :

« A p e n a s se h a b í a n i n s t a l a d o e n la casa, c u a n d o v i e r o n d e p r o n t o una
p u e r t a d e l a n t e d e ellos. C u a n d o llegó el m o m e n t o d e d a r l e s a l i m e n t o , los
u l t o n i a n o s e s t u v i e r o n alegres, e b r i o s y su estancia fue a g r a d a b l e . El h o m -
b r e dijo a los u l t o n i a n o s q u e t e n í a a su m u j e r e n la c o c i n a c o n los d o l o r e s
d e l p a r t o . D e i c h t i n e f u e h a c i a ella. D i o a l u z a u n h i j o . H a b í a a la p u e r t a
u n a y e g u a y p a r i ó d o s p o t r i l l o s . L o s u l t o n i a n o s t o m a r o n al n i ñ o y el h o m -
b r e d i o l o s p o t r o s al n i ñ o p a r a q u e j u g a s e . D e i c h t i n e c r i ó al n i ñ o . Cuando
fue d e d í a , v i e r o n a l g o al este d e l p a í s : e s t a b a n s i n casa, s i n p á j a r o s , sólo
c o n los caballos y el n i ñ o c o n p o t r o s . L u e g o , r e g r e s a r o n a E m a i n . El n i ñ o
fue c r i a d o p o r ellos hasta su t i e r n a i n f a n c i a . L u e g o , cayó e n f e r m o y m u r i ó .
C a n t a r o n sus l a m e n t o s . D e i c h t i n e t u v o u n a g r a n p e n a p o r la m u e r t e d e su
hijo adoptivo».

L a s e g u n d a v e z C u c h u l a i n n n a c e d e l d i o s L u g , d e l q u e es u n a e s p e c i e
d e a v a t a r t e r r e s t r e y h e r o i c o . S u m a d r e s i g u e s i e n d o D e i c h t i n e y la
f e c u n d a c i ó n se lleva a c a b o p o r vía o r a l :

« E l l a p i d i ó b e b i d a al v o l v e r d e l d u e l o . P i d i ó b e b i d a e n u n vaso de
b r o n c e . L e l l e v a r o n u n o c o n b e b i d a y , c o m o q u i e r a q u e se l o l l e v a b a a l o s
l a b i o s , u n a n i m a l i t o saltó e n el l í q u i d o q u e caía e n s u b o c a . C u a n d o r e t i r ó la
c o p a d e sus l a b i o s n o h a b í a ya n a d a . S a l t ó , p o r f i n , a r r a s t r a d o p o r su r e s u e -
l l o . Ella d u r m i ó esa n o c h e y vio a l g o : u n h o m b r e q u e v e n í a h a c i a ella. Se
d i r i g i ó a ella y le d i j o q u e e s t a b a e n c i n t a d e é l . E r a él q u i e n la h a b í a a t r a í d o
h a c i a él e n la casa. E n s u casa es d o n d e h a b í a n d o r m i d o . E r a él el h i j o q u e
h a b í a n c r i a d o ; e r a él q u i e n v e n d r í a a su v i e n t r e y su n o m b r e sería S e t a n t a . El
t a m b i é n e r a L u g , h i j o d e E i t h n e , y c r i a r o n l o s p o t r o s p a r a el n i ñ o » .

L a t e r c e r a v e z C u c h u l a i n n n a c e p a r a q u e d a r s e y a su m a d r e , h e r m a n a
d e l rey C o n c h o b a r , le d a n u n m a r i d o c o n v e n i e n t e q u e d i s i p e la d e p l o -
rable duda del incesto:

« L a j o v e n q u e d ó encinta. E r a u n a c u e s t i ó n grave p a r a los u l t o n i a n o s :

n o se s a b í a q u e e s t u v i e s e b a j o el p o d e r d e u n m a r i d o . S e c r e y ó y se t e m i ó
q u e fuese C o n c h o b a r e n su e b r i e d a d p o r q u e su h e r m a n a h a b í a dormido
c o n él. C o n c h o b a r casó e n t o n c e s a su h e r m a n a c o n F e r g u s , h i j o d e R o e c h .
S u v e r g ü e n z a e r a g r a n d e d e i r a la a l c o b a d e u n h o m b r e e s t a n d o e n c i n t a .
 2 . LA I N M O R T A L I D A D DEL A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
399

C u a n d o fue a la c a m a , d e s a l o j ó p o r s e g u n d a vez lo q u e estaba d e n t r o de

ella y fue v i r g e n . F u e e n s e g u i d a a d o n d e su m a r i d o y estuvo e n c i n t a de

3 1
n u e v o r á p i d a m e n t e . D i o a luz a u n n i ñ o al q u e l l a m a r o n S e t a n t a » .

L a i n f l u e n c i a cristiana y el h o r r o r del i n c e s t o a l t e r a r o n el t e m a d e l
n a c i m i e n t o d e l n i ñ o d i v i n o , f r u t o d e l o s a m o r e s d e l rey y s u h e r m a n a .
P e r o tales e r a n las i d e a s q u e l o s d r u i d a s se h a c í a n d e u n s e m i d i ó s d e l a
epopeya. N o salen del m a r c o habitual de los n a c i m i e n t o s divinos que
c o n v i e r t e n a a l g u n o s h é r o e s p r e d e s t i n a d o s e n avatares d e d i o s e s d e l O t r o
M u n d o : la u n i ó n de u n d i o s y de u n a m o r t a l , i n c l u s o e n p o d e r de u n
m a r i d o , está e n e l o r d e n d e las c o s a s p o s i b l e s y e l v e r d a d e r o p a d r e d e
C u c h u l a i n n n o es o t r o q u e e l d i o s L u g . S e p o d r í a c o m p a r a r t a m b i é n e l
tema b r i t ó n i c o del n a c i m i e n t o de M e r l í n , hijo de u n í n c u b o y de u n a
m o r t a l . P e r o t o d o esto n o t i e n e n a d a q u e v e r c o n la m e t e m p s i c o s i s , y n o
más c o n u n a supuesta transmigración o reencarnación.
E l ú l t i m o e j e m p l o q u e r e p r o d u c i r e m o s d e l c a m b i o d e e s t a d o es e l d e
E t a i n , la e s p o s a de M i d i r , h e r m a n o d e l D a g d a , s e g ú n la v e r s i ó n I d e l
c i c l o d e E t a i n . M i d i r h a r e c i b i d o a la b e l l a E t a i n e n c o m p e n s a c i ó n p o r
u n d a ñ o c o r p o r a l g r a v e c u a n d o p a r t i c i p a b a e n las a v e n t u r a s a d ú l t e r a s d e l
D a g d a y d e l B o a n d (es é l q u i e n r e c o g e y c r í a al n i ñ o n a c i d o d e e s t o s
a m o r e s d i v i n o s , M a c O c ) . P e r o M i d i r ya t i e n e u n a esposa l e g í t i m a ,
F u a m n a c h , la c u a l r e c i b e b a s t a n t e m a l a la i n t r u s a :

« D i o la b i e n v e n i d a a s u m a r i d o , es d e c i r , a M i d i r , y la m u j e r habló

m u c h o d e . . . ( ¿ . . . ? ) "Ven, o h , M i d i r " , dijo F u a m n a c h , " q u e te m u e s t r e tu

casa y t u s e x t e n s i o n e s d e t i e r r a , y q u e la h i j a d e l rey vea t u s r i q u e z a s " . M i d i r

h i z o c o n F u a m n a c h el r e c o r r i d o c o m p l e t o d e s u s d o m i n i o s y e l l a se l o s

m o s t r ó a él y a E t a i n . L u e g o , llevó d e n u e v o a E t a i n a n t e F u a m n a c h . Fuam-

n a c h f u e p o r d e l a n t e d e e l l o s a la h a b i t a c i ó n e n la q u e d o r m í a y d i j o a

E t a i n : " H a s v e n i d o al l e c h o d e u n a m u j e r n o b l e " . C u a n d o E t a i n se s e n t ó

e n la silla e n m e d i o d e la casa, F u a m n a c h la g o l p e ó c o n u n a v a r i t a d e a v e -

l l a n o p ú r p u r a y la c o n v i r t i ó e n u n c h a r c o d e a g u a e n m i t a d d e la casa.

F u a m n a c h v o l v i ó c o n s u t u t o r , B r e s a l , y M i d i r a b a n d o n ó la casa al a g u a e n

e l q u e . E t a i n h a b í a s i d o c o n v e r t i d a . M i d i r se q u e d ó s i n m u j e r t r a s e s t o .

E l c a l o r d e l f u e g o y d e l a i r e y el h e r v o r d e l sol t u v i e r o n efecto s o b r e el

a g u a d e m o d o q u e e l c h a r c o q u e e s t a b a e n m e d i o d e la casa se t r a n s f o r m ó

31 Compert Con Culaind ( « L a C o n c e p c i ó n d e C u c h u l a i n n » ) , v e r s i ó n d e l Leborna hUidre,

a p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Ogam, n . ° 17, 1965, P-
367-
400 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

e n u n g u s a n o . Y este g u s a n o se c o n v i r t i ó e n s e g u i d a e n u n a m o s c a p ú r p u r a .

E r a d e l t a m a ñ o d e la c a b e z a d e u n h o m b r e y e r a la m á s b e l l a q u e h a b í a e n el

m u n d o . El s o n i d o d e s u v o z y el z u m b i d o d e sus alas e r a n m á s suaves q u e

las gaitas, q u e las h a r p a s y q u e los c u e r n o s . S u s o j o s b r i l l a b a n c o m o p i e d r a s

p r e c i o s a s e n la o s c u r i d a d . S u o l o r y s u p e r f u m e h a c í a n p a s a r la s e d y el

h a m b r e a t o d o aquél a l r e d e d o r del cual volaba. Las gotitas q u e echaba c o n

sus alas c u r a b a n t o d o m a l , t o d a e n f e r m e d a d y t o d a p e s t e e n a q u e l a l r e d e -

d o r d e l c u a l v o l a b a . A c o m p a ñ a b a y r o d e a b a a M i d i r e n t o d a s u t i e r r a , allá

d o n d e f u e s e . H u b i e s e s u s t e n t a d o e j é r c i t o s e n l o s c o n s e j o s y las a s a m b l e a s

de c a m p a m e n t o escucharla y mirarla. M i d i r sabía q u e era Etain quien

e s t a b a b a j o e s a f o r m a . N o t o m ó m u j e r m i e n t r a s e s t a m o s c a se o c u p ó d e é l y

sólo m i r a r l a lo n u t r í a . Se d o r m í a c o n su z u m b i d o y ella lo despertaba

c u a n d o v e n í a a él a l g u i e n q u e n o lo a m a b a » .

L u e g o , F u a m n a c h volvió a la carga:

« F u a m n a c h o y ó h a b l a r d e l a m o r y d e l h o n o r e n los q u e ella estaba d e

Mac O c . F u a m n a c h dijo a M i d i r : "Haz llamar a tu hijo adoptivo, que yo

h a g a la p a z e n t r e a m b o s , e i r é a b u s c a r a E t a i n . U n m e n s a j e r o f u e a casa d e

M a c O c d e p a r t e d e M i d i r y éste fue a entrevistarse c o n él. F u a m n a c h fue

d a n d o u n a v u e l t a h a s t a el B r u g y e n v i ó s o b r e E t a i n el m i s m o s o p l o q u e la

e x p u l s ó d e la h a b i t a c i ó n y la m a n d ó e n el m i s m o v u e l o q u e h a b í a h e c h o

a n t e r i o r m e n t e a t r a v é s d e I r l a n d a . E l s o p l o d e v i e n t o la e m p u j ó a s u m i s e -

r i a y a s u d e b i l i d a d h a s t a q u e se p o s ó s o b r e el t e c h o d e u n a casa e n la c u a l

l o s u l t o n i a n o s e s t a b a n b e b i e n d o . C a y ó e n la c o p a d e o r o q u e e s t a b a e n la

m a n o d e la m u j e r d e E t a i r , el c a m p e ó n d e I n b e r C i c h m a i r e , d e la p r o v i n -

cia d e C o n c h o b a r . E l l a la t r a g ó c o n el l í q u i d o q u e e s t a b a e n la copa.

E n s e g u i d a f u e c o n c e b i d a d e n t r o d e ella y fue s u h i j a . L e d i e r o n el n o m b r e

d e E t a i n , h i j a d e E t a r . H u b o m i l d o s c i e n t o s a ñ o s d e s d e la p r i m e r a c o n c e p -
3 2
ción de E t a i n p o r Ailill hasta su ú l t i m a c o n c e p c i ó n p o r E t a r » .

E t a i n es s u c e s i v a m e n t e m u j e r d e l O t r o M u n d o , a g u a , g u s a n o , m o s c a
o m a r i p o s a ( e l t é r m i n o i r l a n d é s , cuil, quiere decir u n a y otra cosa,
« i n s e c t o » e n g e n e r a l ) , l u e g o v u e l v e a ser g u s a n o e n e s t a d o i n f i n i t e s i m a l
y m u j e r p o r f i n , p e r o esta v e z e n e l m u n d o t e r r e s t r e . P o r l o t a n t o , c a m -
bia de estado p e r o n o de p e r s o n a l i d a d , y c o n s e r v a su n o m b r e . Midir
p o d r á ir a r e c u p e r a r l a u l t e r i o r m e n t e de su e s p o s o t e r r e s t r e , el rey

1 s s
32 Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 2 4 Y -
 2 . LA I N M O R T A L I D A D D E L A L M A . LA M E T E M P S I C O S I S Y LA M E T A M O R F O S I S
40I

E o c h a i d . A l m i s m o t i e m p o E o c h a i d p i e r d e la s o b e r a n í a , p u e s E t a i n es la
3 3
p e r s o n i f i c a c i ó n y la a l e g o r í a d e I r l a n d a .
N o t e n e m o s n i n g u n a r a z ó n p a r a d u d a r —es m á s , s o m o s n o s o t r o s
q u i e n e s d e b e m o s afirmar— d e q u e la ú n i c a d o c t r i n a d r u í d i c a t r a d i c i o n a l
p a r a u s o d e l c o m ú n d e l o s h o m b r e s e r a la d e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a y
d e la c o n t i n u a c i ó n d e la v i d a i n d e f i n i d a m e n t e e n e l O t r o M u n d o . L o
q u e d e m u e s t r a n l o s t e x t o s i n s u l a r e s es q u e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a y la
m e t e m p s i c o s i s t u v i e r o n d o s esferas d e a p l i c a c i ó n distintas.- la i n m o r t a l i ­
d a d e r a el d e s t i n o n o r m a l y g e n é r i c o d e l a l m a h u m a n a , m i e n t r a s q u e la
m e t e m p s i c o s i s e r a el s i n o d e u n o o d o s i n d i v i d u o s e x c e p c i o n a l e s , m í t i ­
cos y « m i s i o n a d o s » .
Q u e d a r í a p o r d i s t i n g u i r —y t a m b i é n asociar— e s t o s h e c h o s c o n las
m e t a m o r f o s i s d e seres d i v i n o s y h u m a n o s e n p á j a r o s , c o m o c o n s e c u e n ­
cia d e l p a s o d e l O t r o M u n d o a este m u n d o y a l a i n v e r s a . P r e c i s e m o s , n o
o b s t a n t e , q u e si u n d r u i d a se t r a n s f o r m a e n v a c a o las p r o f e t i s a s m í t i c a s
d e S e i n se o t o r g a n e l p r i v i l e g i o d e t o m a r l a f o r m a d e l o s a n i m a l e s q u e
q u i e r e n , n o l o h a c e n p a r a j u g a r , s i n o p o r q u e sus f u n c i o n e s l o s e l e v a n
p o r e n c i m a d e la c o n d i c i ó n y las l i m i t a c i o n e s d e las p e r s o n a s o r d i n a r i a s .
L o s a u t o r e s c l á s i c o s , p o c o e n t e r a d o s d e estas f i n a s s u t i l i d a d e s , se e q u i v o ­
caron constantemente:

« E n t r e este r e l a t o (las d o s vidas d e E t a i n ) y la m e t e m p s i c o s i s p i t a g ó r i c a ,

n o h a y n i n g u n a r e l a c i ó n . P e r o es p o s i b l e q u e l o s d r u i d a s h a y a n a p o r t a d o ( o

c o n t a d o ) la l e y e n d a d e M i d i r y d e E t a i n e n la G a l i a y q u e sea u n a d e las

c a u s a s d e l e r r o r d e l o s e r u d i t o s g r i e g o s , q u e a t r i b u y e r o n a l o s d r u i d a s la
3
c r e e n c i a e n la m e t e m p s i c o s i s d e P i t á g o r a s » L

L o s r e l a t o s d e l c i c l o d e E t a i n s o n p r o p i o s d e I r l a n d a y , si l o s d r u i d a s
g a l o s c o n o c i e r o n y c o n t a r o n r e l a t o s s i m i l a r e s —lo q u e es p o s i b l e , si n o
p r o b a b l e — , n o t u v i e r o n n e c e s i d a d d e i m p o r t a r l o s . P e r o la o t r a o b s e r v a ­
c i ó n es a c e r t a d a : l o s c a s o s d e m e t e m p s i c o s i s i r l a n d e s a c o n c i e r n e n al
mito indígena y n o a una problemática influencia pitagórica. Si, c o m o
d i c e n o s u g i e r e n a l g u n o s a u t o r e s , h a b í a q u e a d m i t i r a las p e r s o n a s
c o r r i e n t e s e n el p r i v i l e g i o d e la m e t e m p s i c o s i s , d e b e r í a m o s a b r i r u n v a s ­
t í s i m o c a p í t u l o d e i n c o h e r e n c i a s . U n o o d o s c a s o s a i s l a d o s se o p o n e n a
la g e n e r a l i d a d d e l o s h e c h o s .

33 Textes mythologiques irlandais 1/2, p p . 1 6 5 y s s .

34 D ' A b o i s d e J u b a i n v i l l e , Les druideset les dieuxáforme d'animaux, p . 141.
402 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

3. E L O T R O M U N D O Y EL SID

M u y d i f e r e n t e e n su f o r m a y e n su e x t e n s i ó n , y, p o r t a n t o , e n su i m p o r ­
t a n c i a , es l a c o n c e p c i ó n i r l a n d e s a d e u n M á s A l l á o m á s b i e n d e O t r o
M u n d o d o n d e l o s d i f u n t o s l l e v a n u n a e x i s t e n c i a p a r a d i s i a c a : Tirna mBeo,
« T i e r r a d e l o s v i v o s » , Tirna mBan, « T i e r r a d e las m u j e r e s » , Mag Mor,
3 5
« G r a n l l a n u r a » , MagMeld, « L l a n u r a d e l p l a c e r » , TirnanOg, « T i e r r a de
los j ó v e n e s » . L o m á s f r e c u e n t e es q u e este « p a r a í s o » c e l t a se s i t ú e m u y
l e j o s , al oeste d e I r l a n d a , m á s allá d e l p o n i e n t e , allí a d o n d e v a n l o s m u e r ­
t o s . A l g u n a s v e c e s i n c l u s o se usa l a t r a d u c c i ó n d e l a e x p r e s i ó n b í b l i c a
« T i e r r a d e p r o m i s i ó n » , Tir Tairngiri, d o n d e c r e c e el Á r b o l d e la v i d a . L o s
d i f u n t o s e n c u e n t r a n allí u n s i n o e n v i d i a b l e e n c o m p a r a c i ó n c o n el d e l o s
3 6
vivos d e n u e s t r o m u n d o . A l l í t o d o es b e l l o , j o v e n , atractivo y p u r o . Este
O t r o M u n d o lleva e n i r l a n d é s u n n o m b r e e s p e c í f i c o c u y o e m p l e o , f r e ­
c u e n t e , n o s a h o r r a m u c h o s c i r c u n l o q u i o s : e l sid ( e n su f o r m a m o d e r n a
3 7
sidh), p l u r a l side, p a l a b r a q u e s i g n i f i c a e t i m o l ó g i c a m e n t e « p a z » .

35 Cf. el n o m b r e d e l o s m e l d o s ( M e a u x ) e s t u d i a d o p o r C h r i s t i a n - J . Guyonvarc'h,
loe. cit., Ogam, n . ° I I , p p . 2 8 5 - 2 8 7 .
36 S a l o m ó n R e i n a c h ( « L e m o t o r b i s d a n s le l a t i n d e l ' E m p i r e , á p r o p o s d e l ' o r b i s
a l i u s d e s d r u i d e s » , Revue Celtique, n . ° 22, p p . 4 4 7 ~ 4 5 7 ) d e m o s t r ó q u e e n la e x p r e ­
s i ó n d e L u c a n o (Farsalia, V , 4 5 ^ ) orbe alio, orbis n o d e s i g n a el M á s A l l á e n u n u n i ­
v e r s o l u n a r o e s t e l a r , s i n o , e n c o n f o r m i d a d c o n e l s e n t i d o h a b i t u a l d e la p a l a b r a
orbis e n e l l a t í n i m p e r i a l , « o t r a » r e g i ó n d e l m u n d o t e r r e s t r e : « L u c a n o p e n s ó e n
l a s I s l a s B i e n a v e n t u r a d a s , q u e l a t r a d i c i ó n c e l t a s i t u a b a a l o l e j o s e n el o c é a n o , al
o e s t e d e l g r u p o b r i t á n i c o . N o se e n c u e n t r a p o r t a n t o e n L u c a n o , i n t é r p r e t e d e l
d r u i d i s m o , n a d a a c e r c a d e o t r a vía e n o t r o m u n d o , s i n o u n a p r o l o n g a c i ó n d e l a
vida terrestre y s u b l u n a r e n otra p a r t e del m u n d o » . S a l o m ó n R e i n a c h p r u e b a de
este m o d o , sin estar e n c o n d i c i o n e s d e d e c i r l o , q u e los galos t e n í a n u n a c o n c e p ­
c i ó n d e l O t r o M u n d o r i g u r o s a m e n t e i d é n t i c a a l a d e l sid i r l a n d é s .
37 L a r e l a c i ó n e t i m o l ó g i c a y s e m á n t i c a d e la « p a z » y d e l « O t r o M u n d o » fue e s t u ­
d i a d a p o r p r i m e r a vez p o r C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e e t d e
L e x i c o g r a p h i e G a u l o i s e s et C e l t i q u e s X I I I . 47- I r l a n d a i s S i d , g a u l o i s *SEDOS
" s i é g e , d e m e u r e d e s d i e u x " » , Ogam, n . ° 1 4 , 1 9 6 2 , p p . 3 2 9 - 3 4 0 . A p a r t i r d e e s t e
a r t í c u l o , T o m a s O ' C a t h a s a i g h h a r e t o m a d o la c u e s t i ó n , b a j o o t r o á n g u l o , p e r o
s o b r e l a s m i s m a s b a s e s e t i m o l ó g i c a s ( « T h e s e m a n t i c s o f " S i d " » , Eigse, n . ° 1 7 / 2 ,
I C _ I
977~7 ', pp- I37 5 5 ) - R e t e n g a m o s p o r el m o m e n t o tres significados funda­
mentales, vinculados p o r una relación de dependencia y derivación: «paz»,
« O t r o M u n d o » , « c o l i n a , c e r r o ( c o m o l o c a l i z a c i ó n d e l O t r o M u n d o ) » , y, p o r
último, como postrera extensión del significado, «habitantes del Otro
M u n d o » . H u e l g a d e c i r q u e la d i s t i n c i ó n e n t r e e s t a s d i v e r s a s a c e p c i o n e s n o e s t á
s i e m p r e m u y clara.
 3. EL OTRO M U N D O Y E L SID
403

A v e c e s l o s i r l a n d e s e s l o c a l i z a b a n e l O t r o M u n d o e n las c o l i n a s o e n
el f o n d o d e l o s l a g o s : e n t o d o s l o s t e x t o s m i t o l ó g i c o s e l Brugna Boinne, o
« A l b e r g u e d e l B o y n e » , e n o t r a s p a l a b r a s el t ú m u l o d e N e w g r a n g e , es la
residencia del D a g d a . Es evidente q u e los dioses q u e , p o r d e f i n i c i ó n ,
e s c a p a n al t i e m p o y a la d i m e n s i ó n , s ó l o se p u e d e n l o c a l i z a r e n v i r t u d d e
u n a c o n v e n c i ó n , p o r q u e h a y q u e r e d u c i r l o s a n o r m a s accesibles al
e n t e n d i m i e n t o h u m a n o . Esta r e f l e x i ó n d e b i ó d e c o n f o r m a r u n a b u e n a
p a r t e d e la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l d e l o s d r u i d a s . E n tales c o n d i c i o n e s , las
ú n i c a s l o c a l i z a c i o n e s p o s i b l e s s o n las d e l o s omphaloi, entendidos como
3 8
p u n t o s d e c o n t a c t o e n t r e este m u n d o y el o t r o .
S e ñ a l e m o s d e s d e e l p r i n c i p i o q u e este p a r a í s o c e l t a , q u e se c r i s t i a -
n i z ó p e r o q u e n o es c r i s t i a n o , se p a r e c e c u r i o s a m e n t e al d e l I s l a m . L a s
d e s c r i p c i o n e s q u e se h a c e n d e é l s o n n u m e r o s a s y t o d a s se a s e m e j a n .
C i t e m o s a q u í , a p e s a r d e s u relativa l o n g i t u d , la q u e la m e n s a j e r a d e l sid
c a n t a al p r i n c i p i o d e La navegación de Bran-.

« E s u n a isla l e j a n a ;

a su a l r e d e d o r r e s p l a n d e c e n los caballos del m a r ;

c a r r e r a b l a n c a a l o l a r g o d e la o l a e s p u m a n t e

que sostienen cuatro pies.

B r i l l a n t e p o r el s o l , s e c u e n c i a d e v i c t o r i a s ,

l l a n u r a e n la q u e a c t ú a n los ejércitos;

los b a r c o s l u c h a n c o n los c a r r o s

e n la l l a n u r a al s u r d e Plata Bella.

Pies d e b r o n c e b l a n c o debajo:

brilla a través d e los m u n d o s deliciosos,

t i e r r a a m a b l e a través d e los m u n d o s d e vida,

d o n d e llueve u n g r a n n ú m e r o d e flores.

Está el á r b o l c o n flores

e n el q u e l o s p á j a r o s l l a m a n a las h o r a s ,

,, -:y-«n u n a a r m o n í a h a b i t u a l
y

llaman todos j u n t o s a cada hora.

38 C f . l a s v a c i l a c i o n e s d e C a m i l l e J u l l i a n s o b r e l a r e s i d e n c i a y la d u r a c i ó n d e l o s d i o -
ses, « N o t e s G a l l o - R o m a i n e s X X I I . R e m a r q u e s s u r l a p l u s a n c i e n n e r e l i g i ó n g a u -
l o i s e » , Revue des Etudes Anciennes, n . ° 6, 1 9 0 4 , p p . 1 3 4 - 1 3 6 .
404 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

C o l o r e s de t o d o s los matices r e s p l a n d e c e n
a través d e las l l a n u r a s d e v o c e s e n c a n t a d o r a s ;
la a l e g r í a es h a b i t u a l , a l r e d e d o r d e la m ú s i c a
e n la l l a n u r a al s u r d e N u b e d e P l a t a .

A l l í n o se c o n o c e n i la t r i s t e z a n i la t r a i c i ó n ,
e n el p a í s b i e n c o n o c i d o d e l p l a c e r .
N o hay n i n g u n a palabra r u d a o grosera,
n a d a m á s q u e m ú s i c a a g r a d a b l e al o í d o .

Sin pena, sin duelo, sin m u e r t e ,

sin enfermedad, sin debilidad,
p o r t o d o e l l o se r e c o n o c e E m a i n .
Nadie busca u n a maravilla igual.

Belleza d e la m á s m a r a v i l l o s a t i e r r a
cuyas a p a r i e n c i a s s o n graciosas;
c u a n d o se la m i r a es e x t r e m a d a m e n t e b e l l a ;
n o se e n c u e n t r a o t r a n i e b l a t a n b e l l a .

S i se m i r a l a l l a n u r a d e b o n d a d
d o n d e llueven p i e d r a s de d r a g ó n y de cristal,
d o n d e el m a r l a n z a o l a s h a c i a la t i e r r a ,
trenzas de cristal d e su cabellera.

Tesoros y riquezas de todos los colores

e s t á n e n la T i e r r a , t o d a b e l l e z a d e f r e s c o r ;
allí se e s c u c h a u n a m ú s i c a s u a v e
b e b i e n d o u n vino exquisito.

C a r r o s d e o r o e n la L l a n u r a d e l m a r ,
v i e n e n c o n la m a r e a h a c i a el sol;
c a r r o s d e p l a t a e n la L l a n u r a d e l o s j u e g o s
y carros de b r o n c e sin defecto.

C a b a l l o s d e o r o a m a r i l l o e n la o r i l l a ,
otros caballos de color p ú r p u r a ;
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID 405

o t r o s c a b a l l o s e n la e s p a l d a d e l m a r ,
del color del cielo c o m p l e t a m e n t e azul.

L l e g a r á c o n el sol n a c i e n t e
u n h o m b r e b l a n c o q u e i l u m i n a r á las l l a n u r a s .
R e c o r r e la l l a n u r a b l a n c a q u e a z o t a el m a r
agita el m a r h a s t a q u e sea d e s a n g r e .

V e n d r á u n e j é r c i t o s o b r e el m a r p u r o ,
h a c i a la t i e r r a v i e n e n n a v e g a n d o ;
r e m a n h a c i a la t i e r r a v i s i b l e
de d o n d e vienen cien músicas.

S e c a n t a u n e s t r i b i l l o al e j é r c i t o
A través d e l a r g o s siglos: n o es m i s e r a b l e .
A u m e n t a c o n la m ú s i c a d e c i e n c o r o s .
N o se e s p e r a m a r e a b a j a n i m u e r t e .

E m a i n , la d e n u m e r o s a s a p a r i e n c i a s , d e l a n t e d e l m a r ,
ya sea c e r c a n a , ya sea l e j a n a ;
hay varios millares de mujeres abigarradas
q u e el m a r p u r o rodea.

C u a n d o oye el s o n i d o d e la m ú s i c a ,
la d u l c e c a n c i ó n d e l o s p á j a r o s e n la g r a n t r a n q u i l i d a d ,
u n c o r o d e m u j e r e s d e s c i e n d e la c o l i n a
h a c i a la L l a n u r a d e l o s j u e g o s .

L a f e l i c i d a d v i e n e c o n la s a l u d
al p a í s d o n d e se e l e v a n las risas,
e n la g r a n t r a n q u i l i d a d , p a r a c a d a t i e m p o ;
la r i q u e z a v i e n e c o n la a b u n d a n c i a .

Es u n día de e t e r n o b u e n t i e m p o
q u e e x p a n d e la p l a t a s o b r e las t i e r r a s
p e ñ a s c o b l a n q u í s i m o s o b r e el b r i l l o d e l m a r ,
s o b r e el q u e v i e n e el c a l o r d e l s o l .
4o6 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

C a r r e r a d e l e j é r c i t o e n la L l a n u r a d e l o s j u e g o s ,

juegos de belleza n o desdeñable,

e n el p a í s m a r a v i l l o s o p o r t a n t a b e l l e z a ,

n o se e s p e r a m a r e a b a j a n i m u e r t e .

S e e s c u c h a la m ú s i c a e n la n o c h e

y se llega a la isla d e m ú l t i p l e s c o l o r e s ,

país mágico, e s p l e n d o r sobre u n a bella d i a d e m a

desde d o n d e brilla u n a bella n u b e blanca.

H a y t r e s c i n c u e n t e n a s d e islas l e j a n a s ,

e n el o c é a n o al o e s t e .

Es d o s veces m á s g r a n d e q u e I r l a n d a

q u e es c a d a u n a d e ellas, o t r e s v e c e s .

Juegos agradables y placenteros,

se r e g o c i j a n a n t e e l v i n o q u e s e c r e c e ,

h o m b r e y m u j e r bonita detrás del matorral,

sin pecado ni transgresión.

S o b r e la c u m b r e d e l o s á r b o l e s

n a d a el b a r c o e n t r e las c i m a s ;

árboles llenos de frutos suculentos

b a j o la p r o a d e t u p e q u e ñ o b a r c o .

A r b o l e s c o n flores y frutos,

s o b r e l o s c u a l e s se e x t i e n d e el v e r d a d e r o p e r f u m e d e l v i n o ,

árboles sin q u e b r a n t o y sin defecto

s o b r e los cuales hay hojas d e c o l o r o r o .

E s t a m o s d e s d e el c o m i e n z o d e l t i e m p o

s i n s e n e c t u d , s i n la fosa d e l c e m e n t e r i o ;

n o e s p e r a m o s a la e d a d s i n f u e r z a ;
3 9
la t r a n s g r e s i ó n n o n o s a l c a n z a » .

39 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a N a v i g a t i o n d e B r a n ,
fils d e F e b a l » , Ogam, n . ° 9, 1 9 5 7 , p p . 3 0 5 - 3 0 7 . C f . S é a m u s M a c M a t h u n a , Imm-
ramBrain, Bran'sjourney to the Land ofWomen, T u b i n g a , 1985, pp- 3 4 " 4 ° -
 3. EL OTRO M U N D O Y EL SID
407

Ésta es la r a z ó n d e q u e se f u e r a t a n a l e g r e m e n t e al O t r o M u n d o . L a
m u e r t e , p a r a l o s c e l t a s , n o e r a la l i b e r a c i ó n d e u n a v i d a d e sufrimiento
o e l c a s t i g o p o r u n a m u l t i t u d d e m a l a s a c c i o n e s . E r a , p o r r e t o m a r la
e x p r e s i ó n de L u c a n o , el p u n t o m e d i o de u n a larga v i d a . E l t e m a m á s
e l e g a n t e , u n o d e l o s m á s a t r a c t i v o s —uno d e l o s m á s m i s t e r i o s o s tam-
bién— d e la l i t e r a t u r a m i t o l ó g i c a i n s u l a r es e l d e las d i o s a s , o , d i c h o d e
f o r m a m á s s e n c i l l a , las m u j e r e s , q u e s o n e n v i a d a s o q u e v i e n e n a b u s c a r
y c o n d u c e n a su e t e r n a f e l i c i d a d a los m o r t a l e s a q u i e n e s h a n d a d o su
amor.
A d e m á s —esto n o se s e ñ a l a siempre— se trata d e u n t e m a t r á g i c o , p u e s
este v e r d a d e r o á n g e l d e la m u e r t e q u e es la m u j e r d e l O t r o M u n d o se
lleva s i e m p r e al v i v o a u n p a í s d e l q u e , n o r m a l m e n t e , n u n c a se v u e l v e . Y
l o s e n c a n t a m i e n t o s d e l o s d r u i d a s n a d a p u e d e n c o n t r a la f u e r z a irresis-
t i b l e d e su l l a m a d a . E n u n r e l a t o a r c a i c o a p a s i o n a n t e p o r su s o b r i e d a d y
concisión, e incluso por su i n d i f e r e n c i a hacia todo sentimiento
h u m a n o , se p r e s e n t a e n t o d a su m a g n i t u d el aspecto d r a m á t i c o d e las r e l a -
c i o n e s e n t r e h u m a n o s y e l O t r o M u n d o . H a b l a m o s d e l r e l a t o d e las
a v e n t u r a s d e C o n d l a e l b e l l o , h i j o d e C o n n e l d e las C i e n batallas:
h e m o s c i t a d o y a s u f i n a l a p r o p ó s i t o d e la m a n z a n a , f r u t o d e c i e n c i a y
s a b i d u r í a (véase supra, p á g i n a s 2 3 2 - 2 3 3 ) , p e r o n o n o s a h o r r a r e m o s la
repetición:

« ¿ P o r q u é se d i c e q u e A r t es h i j o ú n i c o ? N o es d i f í c i l . U n d í a que
G o n d l e el R o j o , h i j o d e C o n n el d e las C i e n B a t a l l a s , e s t a b a al l a d o d e s u
p a d r e e n la c o l i n a d e U i s n e c h , vio a u n a m u j e r c o n e x t r a ñ o s vestidos q u e
v e n í a h a c i a é l . C o n d l e d i j o : " ¿ D e d ó n d e v i e n e s , o h , m u j e r ? " . " V e n g o —dijo
la m u j e r — d e las t i e r r a s d e l o s vivos, d e allí d o n d e n o h a y n i m u e r t e ni
p e c a d o n i t r a n s g r e s i ó n . Asistimos a festines e t e r n o s sin servicio y n o s r e u n i -
m o s s i n d i s c u t i r . L a g r a n p a z e n la q u e e s t a m o s h a c e q u e n o s l l a m e n la g e n t e
d e l sid". " ¿ C o n q u i é n h a b l a s , m u c h a c h o ? " , p r e g u n t ó C o n n a s u h i j o . P u e s
n a d i e veía a la m u j e r e x c e p t o el m i s m o C o n d l e . L a m u j e r r e s p o n d i ó :

" H a b l a c o n u n a m u j e r j o v e n , b e l l a , d e b u e n a casta, q u e n o t e m e n i a la
e d a d . M e h e e n a m o r a d o d e C o n d l e el R o j o . L o l l a m o a la L l a n u r a d e l o s
p l a c e r e s , allí d o n d e B o a d a c h , el r e y e t e r n o , es u n r e y q u e n o t i e n e e n s u
p a í s n i q u e j a n i d o l o r d e s d e q u e se a p o d e r ó d e l t r o n o .

V e n c o n m i g o , o h , C o n d l e el R o j o , el d e la n u c a c o l o r a d a , r o j a como
u n a candela, d e cabellos r u b i o p o r e n c i m a del r o s t r o p u r p ú r e o , y q u e será
s e ñ a l d e t u b e l l e z a r e g i a . Si m e s i g u e s , t u a p a r i e n c i a n o se a j a r á n i en
j u v e n t u d n i e n belleza h a s t a el j u i c i o r i c o e n v i s i o n e s " .
 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

C o n n habló e n t o n c e s a su d r u i d a , cuyo n o m b r e era G o r a n n , pues

t o d o s h a b í a n o í d o l o q u e d e c í a la m u j e r , a u n q u e s i n v e r l a : " T e l o r u e g o ,
o h , C o r a n n , el d e l g r a n c a n t o , el d e l g r a n a r t e . H a v e n i d o c o n t r a m í un
p o d e r m á s g r a n d e q u e el m í o , m á s f u e r t e q u e el m í o , u n c o m b a t e c o m o n o
h a b í a c o n o c i d o d e s d e q u e m e a p o d e r é d e l t r o n o . P u e s es p o r u n combate
p é r f i d o q u e u n a f o r m a invisible ha v e n i d o a v i o l e n t a r m e y a q u i t a r m e a m i
hijo y m i a u t o r i d a d real m e d i a n t e hechizos de m u j e r " .

El d r u i d a c a n t ó e n t o n c e s u n e n c a n t a m i e n t o c o n t r a la voz d e la m u j e r y
n a d i e v o l v i ó a o í r l a , y C o n d l a n o v o l v i ó a v e r a la m u j e r a p a r t i r d e a q u e l
m o m e n t o . P e r o c u a n d o la m u j e r se f u e p o r o b r a d e l e n c a n t a m i e n t o del
d r u i d a , le l a n z ó u n a m a n z a n a a C o n d l a . E s t e p a s ó u n m e s s i n c o n s u m i r a l i -
m e n t o s n i b e b i d a , p u e s le p a r e c í a q u e n a d a e r a ya d i g n o d e s e r i n g e r i d o ,
excepto su m a n z a n a . La m a n z a n a n o m e n g u a b a p o r m u c h o q u e comiese,
s i n o q u e p e r m a n e c í a e n t e r a . C o n d l a t e n í a b u e n a s a l u d y la n o s t a l g i a d e l a
m u j e r q u e h a b í a v i s t o l o e m b a r g ó . E l d í a e n e l q u e se c u m p l i ó e l m e s e s t a b a
al l a d o d e s u p a d r e e n la l l a n u r a d e A r c h o m i n . V i o a la m i s m a m u j e r , quien
le d i j o :

" S o b r e u n a s i e n t o e l e v a d o es d o n d e C o n d l e está s e n t a d o , e n t r e la
m u e r t e e n b r e v e p l a z o y la e s p e r a d e u n ó b i t o e s p a n t o s o . L o s vivos, l o s d e
vida e t e r n a , te invitan y te e s p e r a n e n t r e los h o m b r e s d e T e t h r a . Te m i r a n
c a d a d í a e n las a s a m b l e a s d e t u p a d r e , e n t r e t u s b i e n a m a d o s p a r i e n t e s " .

C u a n d o C o n n o y ó la voz d e la m u j e r , d i j o a s u s g e n t e s : " L l a m a d al
d r u i d a . V e o q u e s u l e n g u a se h a d e s a t a d o h o y " . L a m u j e r d i j o e n t o n c e s :

" C o n n el d e las C i e n B a t a l l a s n o a m a el d r u i d i s m o , p u e s es p o c a c o s a .
U n h o m b r e j u s t o c o n m u c h o s c o m p a ñ e r o s , e x t r a ñ o s y n u m e r o s o s , llega a
la G r a n Playa p a r a j u z g a r . S u ley t e a l c a n z a r á p r o n t o . D i s i p a r á l o s e n c a n t a -
m i e n t o s d e l o s d r u i d a s a n t e el d i a b l o , el m a g o n e g r o " .

Le pareció extraño a C o n n que Condle n o respondiese nada desde que

h a b í a l l e g a d o la m u j e r . " ¿ L o q u e d i c e la m u j e r t e l l e g a al c o r a z ó n , oh,
C o n d l e ? " , p r e g u n t ó C o n n . C o n d l e d i j o : " N o es fácil r e s p o n d e r porque
a m o a m i f a m i l i a . P e r o m e h a a s i d o la n o s t a l g i a d e la m u j e r " . L a m u j e r r e s -
pondió entonces y añadió:

" P o r esta r a z ó n t i e n e s u n d e s e o m á s g r a n d e
d e a l e j a r t e d e e l l o s s o b r e las o l a s ,
p a r a q u e p a r t a m o s e n m i barca d e cristal
4 0
y l l e g u e m o s a l sid d e B o a d a c h .

H e m o s c o r r e g i d o l a t r a d u c c i ó n d e e s t a e s t r o f a t e n i e n d o e n c u e n t a el e s t u d i o d e
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID

Hay o t r o país

q u e n o es m á s difícil d e a l c a n z a r .

A l l í v e o la p u e s t a d e l sol b r i l l a n t e .

A u n q u e esté lejos, l l e g a r e m o s a n t e s d e q u e sea d e n o c h e .

E s el p a í s q u e h a c e c o m p l e t a m e n t e feliz

e l e s p í r i t u d e c u a l q u i e r a q u e va a l l í .

L a ú n i c a g e n t e q u e h a y allí

son mujeres y muchachas jóvenes".

G u a n d o la m u j e r h u b o a c a b a d o d e h a b l a r , G o n d l e saltó lejos d e ellos a

la b a r c a d e c r i s t a l , al c o r a c l e d e p u r o v i d r i o . L o s v i e r o n c a d a vez m á s l e j o s ,

t a n l e j o s c o m o el o j o p o d í a a l c a n z a r . Se a l e j a r o n e n t o n c e s p o r el m a r .

D e s d e a q u e l m o m e n t o n o se l o s h a v u e l t o a v e r y n o se s a b e a d o n d e han

i d o . S o b r e e s t o d i j o C o n n c u a n d o v i o a A r t , s u h i j o : " A r t es el único

ahora, pues no tiene hermano". "Es exacto lo que has dicho —dijo

C o r a n n — , y ese n o m b r e t e n d r á p a r a s i e m p r e : A r t , h i j o ú n i c o " , d e modo

1
q u e se q u e d ó c o n ese n o m b r e » * .

E l d o l o r d e l rey, el p o d e r d e l d r u i d a , el m i s t e r i o i n q u i e t a n t e de la
m u j e r d e s c o n o c i d a , n a d a de e l l o p u d o p r e v a l e c e r s o b r e la s e d u c c i ó n
f e m e n i n a y la f a s c i n a c i ó n del O t r o M u n d o . E l j o v e n y h e r m o s o h i j o d e l
r e y , c o n u n a s b r e v e s p a l a b r a s d e l a m e n t o , se va p a r a s i e m p r e . S ó l o l a
Irlanda medieval, tan p o c o literaria, p o d r í a describir sin n i n g u n a e m o ­
c i ó n e x t e r i o r esta s i t u a c i ó n d r a m á t i c a y g r a n d i o s a , a u n q u e es c i e r t o q u e
l o s r e l a t o s m i t o l ó g i c o s o é p i c o s n o o f r e c e n n i n g ú n a s i d e r o p a r a el a n á ­
lisis s e r i o c u a n d o éste p r e t e n d e a b o r d a r l o s c o m o t e x t o s d e d r a m a t u r g o s
o novelistas cuyo pasado y estilo c o n o c e m o s .
P o r q u e l a v i s i ó n c o n t e m p o r á n e a h a b i t u a l d e l t e m a es s u b j e t i v a . L a
m u j e r d e l O t r o M u n d o es f r e c u e n t e m e n t e u n a m e n s a j e r a d e l a q u e se
h a b l a r á m á s t a r d e . P e r o n o es m á s q u e e s t o y l o s f e l i c e s b e n e f i c i a r i o s d e
l o s f a v o r e s d i v i n o s d e b e n ser d i g n o s d e e l l o s y p r e c a v e r s e c o n t r a la n o s -

R o l f S a u m g a r t e n , « A C r u x i n E c h t r a e C o n l a i » , Eigse, n . ° l 6 / l , 1 9 7 5 , P P - 1 8 - 2 3 .
Las v a r i a c i o n e s d e los siete m a n u s c r i t o s q u e c o n t i e n e n este r e l a t o a p e n a s p e r m i ­
t e n el e s t a b l e c i m i e n t o d e u n t e x t o s e g u r o d e la e s t r o f a e n c u e s t i ó n . P e r o el s i g n i ­
f i c a d o g e n e r a l está b a s t a n t e c l a r o .
41 T e x t o t r a d u c i d o s e g ú n el Lebor na hUidre, e d . B e s t - B e r g i n , fbl. 12, 3-I20b, 26, p p .
3 0 2 - 3 0 4 , l í n e a s 9 9 9 1 - 1 0 0 6 2 . Cf. J u l i u s P o k o r n y , «Conle's abenteuerliche
F a h r t » , ZfitschriftfürCeltischePhilologie, n . ° 14, 1974, p p . 2 0 7 - 2 2 8 .
 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

t a l g i a , e n f e r m e d a d c e l t a , m e d i e v a l y m o d e r n a . U n c o m p a ñ e r o d e ese
B r a n c u y a Navegación es u n c l á s i c o d e l g é n e r o l o e x p e r i m e n t a y, m e d i a n t e
esta e x p e r i e n c i a , m o r t a l p a r a é l , n o s m u e s t r a l a b a r r e r a infranqueable
q u e s e p a r a e l t i e m p o m í t i c o (la e t e r n i d a d ) y el t i e m p o h u m a n o ( a b o l i d o
p o r el p r i m e r o ) :

« L e s p a r e c i ó q u e e s t a b a n allí d e s d e hacía u n a ñ o , p e r o e s t a b a n allí

d e s d e h a c í a m u c h o s a ñ o s . N o l e s f a l t a b a n i n g ú n s a b o r . L a n o s t a l g i a se a p o -

d e r ó de u n o de ellos, N e c h t a n , hijo de C o l l b r a n . Sus padres p i d i e r o n a

B r a n q u e volviese c o n ellos a I r l a n d a . L a m u j e r les dijo q u e l a m e n t a r í a n su

m a r c h a . N o o b s t a n t e , p a r t i e r o n y la m u j e r les d i j o q u e n i n g u n o d e ellos

d e b í a p i s a r t i e r r a , q u e d e b í a n v i s i t a r y t o m a r c o n e l l o s a l c o m p a ñ e r o al q u e

h a b í a n d e j a d o e n la isla d e la a l e g r í a .

P a r t i e r o n e n t o n c e s y l l e g a r o n a la a s a m b l e a d e l a r r o y o d e B r a n . Les

p r e g u n t a r o n q u i é n h a b í a l l e g a d o p o r el m a r . E l d i j o : " S o y B r a n , h i j o de

F e b a l " . " N o lo c o n o c e m o s —contestó el otro—, e n n u e s t r o s a n a l e s a n t i g u o s

está la n a v e g a c i ó n d e B r a n " .

E l h o m b r e ( N e c h t a n ) saltó d e la b a r c a . A p e n a s h u b o t o c a d o la t i e r r a d e

I r l a n d a , c a y ó e n c e n i z a s c o m o si h u b i e s e e s t a d o e n t i e r r a d u r a n t e cientos

d e a ñ o s . B r a n c a n t ó e n t o n c e s esta estrofa:

A l h i j o d e C o l l b r a n le d i o la g r a n l o c u r a

d e a l z a r la m a n o c o n t r a la e d a d .

Se lanzó u n r a u d a l d e agua clara

s o b r e N e c h t a n , s o b r e el h i j o d e C o l b r a n .

L u e g o , B r a n c o m u n i c ó a la a s a m b l e a t o d a s s u s a v e n t u r a s d e s d e el p r i n -

c i p i o hasta a q u e l m o m e n t o y e s c r i b i ó estas estrofas e n o g a m . L u e g o , les

4 3
d i j o a d i ó s y n o se s a b e a d o n d e f u e d e s d e a q u e l m o m e n t o » ' .

A p e s a r d e la d i s t a n c i a c r o n o l ó g i c a y la d e g r a d a c i ó n d e la m a y o r í a d e
los r a s g o s m i t o l ó g i c o s e n el f o l c l o r e , q u e d a u n a h u e l l a c l a r a d e esta c o n -
cepción del O t r o M u n d o en algunos cuentos bretones recogidos p o r
L u z e l a f i n a l e s d e l s i g l o XIX. E l m á s c a r a c t e r í s t i c o , t i t u l a d o El Castillo Verde,
c u e n t a las d e s v e n t u r a s d e u n m u c h a c h o q u e p a r t i ó e n b u s c a d e s u h e r -
m a n a , c a s a d a c o n u n b e l l o p r í n c i p e m i s t e r i o s o . E l c u e n t o r e l a t a así e l
r e g r e s o d e l h é r o e a su p a í s n a t a l :

« Y v o n c a m i n a p o r la r u t a q u e le h a i n d i c a d o s u c u ñ a d o , u n p o c o t r i s t e

d e volver d e ese m o d o , y n a d a o b s t a c u l i z a s u viaje. L o q u e m á s le s o r p r e n d e

42 V é a s e Ogam, n . ° 9, loe. cit, p . 309.

 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID
411

es n o t e n e r n i h a m b r e n i s e d , n i g a n a s d e d o r m i r . C a m i n a n d o y c a m i -

n a n d o s i n d e t e n e r s e j a m á s , n i d e d í a n i d e n o c h e , p u e s t a m p o c o se c a n s a ,

llega f i n a l m e n t e a s u p a í s . V a al l u g a r d o n d e e s p e r a e n c o n t r a r la casa d e s u

p a d r e y se q u e d a d e s c o n c e r t a d o al e n c o n t r a r allí u n p r a d o c o n hayas y e n c i -

n a s m u y v i e j a s . " S i n e m b a r g o , o m u c h o m e e q u i v o c o o e s a q u í " , se d e c í a .

E n t r a e n u n a casa q u e n o está l e j o s d e allí y p r e g u n t a d ó n d e vive I o u e n n

D a g o r n , su p a d r e . " I o u e n n D a g o r n . . . N o hay n a d i e c o n ese n o m b r e por

a q u í " , le r e s p o n d e n . S i n e m b a r g o , u n a n c i a n o q u e e s t a b a s e n t a d o e n el

h o g a r d i j o : " O í a m i a b u e l o h a b l a r d e u n tal I o u e n n D a g o r n , p e r o hace

m u c h o t i e m p o q u e m u r i ó y los hijos de sus hijos están t a m b i é n todos

m u e r t o s . Y a n o q u e d a n i n g ú n D a g o r n e n el p a í s " .

A l p o b r e Y v o n le d e s c o n c e r t ó t a n t o l o q u e e s c u c h ó q u e , c o m o ya n o

c o n o c í a a n a d i e e n el p a í s y n a d i e l o c o n o c í a a él, se d i j o q u e n o t e n í a n a d a

q u e h a c e r allí, y q u e l o m e j o r sería i r a r e u n i r s e c o n sus p a d r e s allá d o n d e

e s t u v i e r a n . F u e e n t o n c e s al c e m e n t e r i o y allí v i o s u s t u m b a s , a l g u n a s d e las

c u a l e s t e n í a n t r e s c i e n t o s a ñ o s o m á s . E n t o n c e s , e n t r ó e n la iglesia, r e z ó c o n

t o d a s u a l m a , l u e g o m u r i ó a l l í m i s m o y, s i n d u d a , f u e a u n i r s e c o n s u h e r -
4 3
m a n a al C a s t i l l o V e r d e » .

P o r e n c i m a d e l a d i f e r e n c i a d e n i v e l , se p e r c i b e e l p a r e n t e s c o del
r e l a t o m i t o l ó g i c o i r l a n d é s y d e l c u e n t o b r e t ó n . L o s filid e r a n p r ó d i g o s ,
m á s a ú n q u e l o s n a r r a d o r e s b r e t o n e s , d u r a n t e las l a r g a s v e l a d a s r e a l e s o
p r i n c i p e s c a s de la e s t a c i ó n i n v e r n a l , e n tales d e s c r i p c i o n e s d e l O t r o
M u n d o . Estas a r r o j a n u n a c l a r a l u z s o b r e u n a s c o n c e p c i o n e s o r i g i n a l e s
c u y o s e l e m e n t o s e s e n c i a l e s , i n v a r i a b l e s , se h a l l a n e n t o d a s las f u e n t e s :
— la m e n s a j e r a d e l sid, q u e p r o m e t e a m o r y f e l i c i d a d e t e r n a ;
— la l o c a l i z a c i ó n d e l sid e n islas l e j a n a s , q u e h a c e n i n d i s p e n s a b l e u n
traslado e n barco;
— la m ú s i c a maravillosa q u e a d o r m e c e ;
— la ausencia de c u a l q u i e r f u n c i ó n o j e r a r q u í a h u m a n a ;
— e l c o n s u m o d e p l a t o s s u c u l e n t o s e i n a g o t a b l e s , la i n g e s t a d e b e b i -
das e m b r i a g a d o r a s , c o m o c e r v e z a , h i d r o m i e l o v i n o ;
— la a b o l i c i ó n d e l t i e m p o y d e l e s p a c i o ;
— la d e s a p a r i c i ó n d e c u a l q u i e r c u l p a o e n f e r m e d a d .

43 F . M . L u z e l , « C o n t e s p o p u l a i r e s d e l a B r e t a g n e a r m o r i c a i n e » , Revue Celtique, n.°

6, p p . 3 1 8 - 3 1 9 . E l c u e n t o d e l C a s t i l l o V e r d e f u e r e c o g i d o e n P r a t (Cótes-du-
N o r d ) e n n o v i e m b r e de 1873.
412 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

Si e l Walhalla g e r m á n i c o es u n p a r a í s o d e g u e r r e r o s , e l sid i r l a n d é s es
u n r e m a n s o de paz, delicias y voluptuosidad. D e s d e luego, e n c o n t r a m o s
e n ocasiones d e s c r i p c i o n e s de guerras y batallas que t i e n e n lugar allí,
p e r o es p o r t r a n s p o s i c i ó n o e x t e n s i ó n a b u s i v a d e c o s t u m b r e s humanas.
L o s m u e r t o s y l o s h e r i d o s n o se m o l e s t a n p o r e l l o y c o n t i n ú a n feste-
j a n d o e t e r n a m e n t e . Sid s i g n i f i c a « p a z » , c o n t o d a s las c o n s e c u e n c i a s q u e
c o n l l e v a este s i g n i f i c a d o : i n e x i s t e n c i a d e t o d a g u e r r a y t o d a d i s p u t a , i n e -
xistencia t a m b i é n de t o d a e s p e c u l a c i ó n i n t e l e c t u a l : el O t r o M u n d o n o
t i e n e n i d r u i d a s n i g u e r r e r o s . S e h a l l e g a d o a p l a n t e a r la p r e g u n t a d e
4 4
p o r q u é t o d o s sus a s p e c t o s p e r t e n e c e n a la « t e r c e r a f u n c i ó n » . El
m o t i v o está c l a r o : al s e r e l sid, e n p r i n c i p i o y d e h e c h o , la e x p r e s i ó n , e l
c u m p l i m i e n t o d e u n a p e r f e c c i ó n , t o d a s las d i s t i n c i o n e s e n t r e c l a s e s y
e n t r e f u n c i o n e s q u e d a n a b o l i d a s , p o r q u e ya n o s o n n e c e s a r i a s . Esta
a b o l i c i ó n es p a r a l e l a a la d e l t i e m p o y e l e s p a c i o , p r i m e r a c o n d i c i ó n d e
la i n m o r t a l i d a d . A s í la c o n c e p c i ó n celta d e l O t r o M u n d o e x p l i c a , e i l u s -
tra, la d o c t r i n a d r u í d i c a d e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a . Y n o se t r a t a ya d e
una banalidad.
Q u i z á se c o n s i d e r e q u e t o d a s estas b e l l a s d e s c r i p c i o n e s s o n i n c o m -
p l e t a s o t o r p e s p o r q u e n o se p r e s e n t a n e n t é r m i n o s t e o l ó g i c o s . P e r o
I r l a n d a n o t e n í a o t r a p o s i b i l i d a d d e f o r m u l a r o t r a d u c i r el i n f i n i t o . L o
e x p r e s a e n t é r m i n o s f i n i t o s m e d i a n t e la a b r e v i a c i ó n o p r o l o n g a c i ó n d e l
t i e m p o h u m a n o , p u e s se t r a t a d e l a ú n i c a m e d i d a q u e u n a i n t e l i g e n c i a
h u m a n a es c a p a z d e c a p t a r . T a m b i é n d e m a n e r a a c c e s o r i a , la a b u n d a n -
cia y l a e m b r i a g u e z s o n l a n o r m a e n l o s f e s t i n e s d e Samain, y a q u e esta
f i e s t a es u n a i m a g e n p a s a j e r a , t e m p o r a l y c e r c a n a d e l o s p l a c e r e s d e l
4 5
Otro mundo .

44 C o m p l e t a m o s e n este p u n t o l o d i c h o p o r D a n i e l D u b u i s s o n ( « L e s t a l i s m a n e s d u
r o i C o r m a c e t l e s t r o i s f o n c t i o n s » , Revue Historique, 1973, PP- 289-294), quien
c o n s t a t ó este h e c h o sin e x p l i c a r l o .
45 L o s t r a n s c r i p t o r e s d e la A l t a E d a d M e d i a , a b r u m a d o s p o r l o s i m p e r a t i v o s d e u n
m i t o c o n t a d o c o m o s e u d o h i s t o r i a , ya n o e s t a b a n e n c o n d i c i o n e s d e e x p r e s a r , y
a ú n m e n o s d e c o m p r e n d e r , l a n o c i ó n « O t r o M u n d o » . A d m i t i e r o n la d i v i s i ó n
del c o s m o s e n t r e los g o i d e l o s (o hijos de Mil) y los T u a t h a D é D a n a n n : los p r i -
m e r o s e n l a s u p e r f i c i e d e la t i e r r a y l o s s e g u n d o s e n s u i n t e r i o r , r a z ó n p o r la c u a l
u n a b u e n a p a r t e d e l o s p e r s o n a j e s m í t i c o s se a l o j a e n c a v e r n a s , b a j o a l t o z a n o s o e n
el f o n d o d e l a g o s . P e r o n o c o m p r e n d i e r o n q u e , c o m o el O t r o M u n d o estaba
d o t a d o d e u b i c u i d a d , l o s c o n t a c t o s o c a s i o n a l e s e n t r e l o h u m a n o y l o d i v i n o se
r e a l i z a n s i e m p r e e n u n s e n t i d o , m e d i a n t e l a i r r u p c i ó n d e l o d i v i n o e n el m u n d o
h u m a n o , p o r q u e n u e s t r o m u n d o está i n m e r s o e n el m u n d o d i v i n o (¡sin v e r l o ! ) .
 3. EL OTRO M U N D O Y EL SID
413

3.1. LAS AVES DEL SID

L a s m u j e r e s d e l O t r o M u n d o s o n las m e n s a j e r a s d e l o s d i o s e s . P e r o n o
s i e m p r e se m u e s t r a n d e s d e e l p r i m e r m o m e n t o b a j o u n a apariencia
h u m a n a : m u y a m e n u d o c o m p a r e c e n b a j o el a s p e c t o d e aves ( c i s n e s ) .
F u e d u r a n t e u n a c a c e r í a d e aves c u a n d o d o s b e l l a s j ó v e n e s e n t r a r o n e n
c o n t a c t o c o n C u c h u l a i n n p a r a q u e se p r e s e n t a s e e n el O t r o M u n d o ,
d o n d e l o e s p e r a b a F a n d , la e s p o s a d e l d i o s M a n a n n a n . E l h é r o e s e r á
c a s t i g a d o p o r s u escasa a m a b i l i d a d c o n u n a g r a v e e n f e r m e d a d d e p o s -
tración:

« M i e n t r a s e s t a b a n así, u n a b a n d a d a d e aves d e s c e n d i ó s o b r e el l a g o al
lado de ellos. N o había e n Irlanda u n a b a n d a d a de pájaros más bella. Las
m u j e r e s s o b r e t o d o se m o s t r a r o n m u y a n h e l a n t e s d e las n u m e r o s a s aves q u e
e s t a b a n e n el l a g o . S u r g i e r o n d i s c u s i o n e s e n t r e ellas p o r p o s e e r l a s . E t h n e
A i t e n c h a i t h r e c h , m u j e r de C o n c h o b a r , dijo: "Deseo t e n e r sobre cada u n o
d e m i s h o m b r o s u n ave d e esa b a n d a d a " . " T o d a s n o s o t r a s l o d e s e a m o s " ,
d i j e r o n l a s m u j e r e s . " Y o s e r é l a p r i m e r a e n c o g e r l a s , si e s q u e a l g u i e n l a s
coge", dijo Eithne Inguba, m u j e r de C u c h u l a i n n . " ¿ Q u é h a c e m o s ? " , dije-
r o n las m u j e r e s . " N o es difícil —dijo L e b o r c h a m , h i j a d e O a y d e A d a r c — ,
iré a pedírselo p o r vosotras a C u c h u l a i n n " » .

C u c h u l a i n n se a p o d e r a d e t o d a s las aves y c a d a m u j e r r e c i b e su p a r t e ,
e x c e p t o E i t h n e I n g u b a , q u e se q u e d a m u y d i s g u s t a d a . E l h é r o e le h a c e
e n t o n c e s una p r o m e s a tan n o r m a l c o m o temeraria:

« " S i l l e g a n a v e s a la l l a n u r a d e M u r t h e m e n o d e B o n d , l a s d o s más
bellas serán para ti".
P o c o t i e m p o d e s p u é s se v i e r o n d o s a v e s s o b r e e l l a g o c o n u n a c a d e n a d e
o r o r o j o e n t r e ellas. C a n t a b a n u n a m ú s i c a suave y el s u e ñ o cayó s o b r e la
tropa de guerreros. Cuchulainn se l e v a n t ó p a r a i r h a c i a e l l a s . "Escú-
c h a m e — d i j o E t h n e — , n o vayas h a c i a ellas, p u e s h a y u n p o d e r t r a s esas aves.
D e b e s cazarlas de o t r o m o d o " . "¿Se trata de u n desafío?, —preguntó
C u c h u l a i n n — . P o n u n a p i e d r a e n la h o n d a , L o e g " . L o e g c o g i ó u n a p i e d r a

A l e s t a r e n u n c a s o c o m o é s t e e l t i e m p o s u s p e n d i d o , es e l h o m b r e q u i e n t i e n e
la i m p r e s i ó n c o n t r a r i a d e p e n e t r a r e n e l m u n d o d e l o s d i o s e s y es la r a z ó n d e la
e t e r n a j u v e n t u d . D e m a n e r a i d é n t i c a , el r e g r e s o a e s t e m u n d o , c a u s a d e la v e j e z
s ú b i t a , d e e n f e r m e d a d y d e m u e r t e p o r la a c e l e r a c i ó n m u l t i p l i c a d a d e l t i e m p o
h u m a n o p a r a a q u e l l o s q u e c o m e t e n la i m p r u d e n c i a d e v o l v e r , n o es t a n t o u n
regreso c o m o desvanecimiento o u n a retirada del O t r o M u n d o .
414 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

y la p u s o e n la f r o n d a . C u c h u l a i n n l a n z ó la p i e d r a y falló el b l a n c o . " M a l -

d i t a sea", d i j o . C o g i ó o t r a p i e d r a . Se la t i r ó y les p a s ó p o r e n c i m a . "He

c a í d o e n d e s g r a c i a —dijo—. D e s d e q u e t o m é las a r m a s , m i s g o l p e s n o han

fallado el b l a n c o hasta h o y " . Les l a n z ó su j a b a l i n a , q u e atravesó d e i n m e -

d i a t o el ala d e u n a d e las aves. Estas c a y e r o n b a j o el a g u a .

T r a s e s t o , C u c h u l a i n n se f u e y a p o y ó la e s p a l d a c o n t r a u n a r o c a . E s t a b a

d e m a l h u m o r . E l s u e ñ o se a p o d e r ó d e él y v i o d o s m u j e r e s v e n i r h a c i a é l .

U n a llevaba u n m a n t o v e r d e e n c i m a y la o t r a u n m a n t o p ú r p u r a enrollado

c i n c o veces. La m u j e r del m a n t o v e r d e fue hasta él, le s o n r i ó y le d i o un

g o l p e c o n u n a fusta. L a o t r a m u j e r fue h a s t a él, le s o n r i ó y l o g o l p e ó d e la

m i s m a m a n e r a . Pasaron m u c h o t i e m p o ocupadas e n golpearlo cada u n a a

4 6
s u vez y p o c o faltó p a r a q u e m u r i e s e d e l o s g o l p e s . L u e g o , se f u e r o n » .

E x i s t e n o t r a s aves, c o m o a q u e l l a s d e c o l o r e s m a r a v i l l o s o s q u e T a d h g ,
h i j o d e C i a n , e n c u e n t r a e n u n a isla l e j a n a e n el c u r s o d e u n l a r g o p e r i p l o :

« ( C i a n y sus c o m p a ñ e r o s ) a b a n d o n a r o n ese l u g a r y d e s p u é s e n c o n t r a -

r o n u n b o n i t o b o s q u e q u e poseía u n a gran excelencia de p e r f u m e y olor, y

d o n d e h a b í a g r a n d e s bayas p u r p ú r e a s . T o d a s ellas e r a n t a n g r a n d e s c o m o la

c a b e z a d e u n h o m b r e . B e l l a s a v e s b r i l l a n t e s se a l i m e n t a b a n c o n e s t a s b a y a s .

L a b a n d a d a d e aves e r a d e u n a e x t r a ñ a n a t u r a l e z a . E r a n aves b l a n c a s c o n

cabezas p u r p ú r e a s y picos d o r a d o s . C a n t a b a n u n a música a r m o n i o s a sin

d e j a r d e c o n s u m i r bayas y esta m ú s i c a e r a m e l o d i o s a y e s p l é n d i d a . Habrían

4 7
podido dormir a personas enfermas o gravemente heridas...» .

P e r o t o d a s las aves, s e a n c u a l e s s e a n , c u a n d o a p a r e c e n e n la l e y e n d a ,
v i e n e n del n o r t e , del O t r o M u n d o , y s o n cisnes que cantan u n a música
maravillosa:

« " ¿ Q u é o t r a m a r a v i l l a h a y , o h , m u j e r ? " , d i j o F i n g e n . " N o es difícil —

d i j o la m u j e r — . V i n i e r o n t r e s veces n u e v e aves b l a n c a s c o n c a d e n a s d e o r o

r o j o e h i c i e r o n r e s o n a r u n a m ú s i c a maravillosa s o b r e los m u r o s d e Tara, d e

m o d o q u e n o h a b r á n i tristeza n i p e n a n i angustia, n i t e m o r n i ausencia de

4 8
d i v e r s i ó n d u r a n t e t o d o el t i e m p o q u e e s t é n e n T a r a " » .

46 T r a d u c t i o n d e C h r i t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a m a l a d i e d e C u c h u l a i n n et F u ñ i q u e
j a l o u s i e d ' E m e r » , Ogam, n . ° IO, 1 9 5 8 , p p . 2 8 7 - 2 8 9 .
47 Echtra Thaidgmheic Chéin ( « L a s aventuras de Tadg, hijo de C i a n » ) , ed. Standish
O ' G r a d y , Silva Gaelica I , p . 3 4 7 -
48 S e t r a t a d e l a n u n c i o d e l r e i n a d o d e C o n n , el m á s g r a n d e r e y d e I r l a n d a , Airne Fin-
gen ( « L a v e l a d a d e F i n g e n » ) , e n Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 9 2 .
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID
415

I n c l u s o c u a n d o e l t e m a d e l a m e n s a j e r a d e l sid se d e s f i g u r a e n e l d e
u n a a m a n t e d e l rey d e I r l a n d a , e l c i s n e p e r m a n e c e c o m o i m a g e n c o n s -
tante :

« D e r b Forgaill, hija del rey d e N o r u e g a , a m ó a C u c h u l a i n n a causa d e

las h i s t o r i a s q u e se c o n t a b a n s o b r e é l . E l l a y u n a a c o m p a ñ a n t e v i n i e r o n d e l

este b a j o la f o r m a d e d o s c i s n e s y l l e g a r o n a L o c h C u a n , c o n u n a c a d e n a d e

o r o e n t r e e l l a s . U n d í a q u e C u c h u l a i n n y s u h i j o a d o p t i v o L u g a i d , es d e c i r ,

el h i j o d e l o s t r e s h i j o s d e E m a i n , e s t a b a n al b o r d e d e l l a g o , v i e r o n las aves.

" G o l p e a a las aves", d i j o L u g a i d . C u c h u l a i n n les l a n z ó u n a p i e d r a que

p e n e t r ó e n el v i e n t r e a través d e las costillas. A c o n t i n u a c i ó n aparecieron

b a j o d o s f o r m a s h u m a n a s s o b r e la a r e n a . " H a s s i d o m a l v a d o c o n m i g o —dijo

la joven—, p u e s h e v e n i d o a v e r t e a t i " . " E s v e r d a d " , r e s p o n d i ó Cuchulainn.

S u c c i o n ó e n t o n c e s el flanco d e la j o v e n d e f o r m a q u e la p i e d r a le v i n o a la

b o c a c o n el c u a j a r o n d e s a n g r e a l r e d e d o r . " H e v e n i d o a u n i r m e a t i " , dijo

e l l a . " N o , o h , m u c h a c h a — r e s p o n d i ó él—, n u n c a m e u n i r é a l flanco que he

s u c c i o n a d o " . " E n t o n c e s d a m e a q u i e n t e p l a z c a " . " M e p l a c e r í a —dijo—,

e n t r e g a r t e al h o m b r e m á s n o b l e d e I r l a n d a , L u g a i d el d e las t r e s r a y a s

rojas". " B i e n —contestó—, a c o n d i c i ó n d e q u e yo te vea s i e m p r e " . Se

4 9
e n t r e g ó e n t o n c e s a L u g a i d y le d i o h i j o s » .

L a s e r i e d e aves d e l O t r o M u n d o , v i s i b l e s p o r l o s s e r e s h u m a n o s e n
e s t a d o d e v i g i l i a y n o d e e n s u e ñ o o s u e ñ o n o r m a l o p r o v o c a d o , se p u e d e
c e r r a r c o n el b r e v í s i m o pasaje gales r e l a t i v o a las aves d e Rhiannon,
reminiscencia bastante confusa del tema céltico primitivo:

« S e d i r i g i e r o n h a c i a H a r d d l e c h , se i n s t a l a r o n allí, se p r o v e y e r o n de

s u f i c i e n t e a l i m e n t o y b e b i d a y se p u s i e r o n a b e b e r y c o m e r . T r e s a v e s v i n i e -

r o n a c a n t a r l e s u n c a n t o e n c o m p a r a c i ó n c o n el c u a l t o d o s l o s d e m á s no

t e n í a n v a l o r . V e í a n las aves a l o l e j o s , p o r e n c i m a d e la c r e s t a d e las o l a s , y

49 Aided Lugdach ocus Derbforgaille « L a m u e r t e de Lugaid y de Derbforgaill», ed. Cari

M a r s t r a n d e r , Eriu, n . ° 5, 1 9 1 1 , p . 2 0 8 . « S e t r a t a d e la r e p e t i c i ó n t o r p e d e l t e m a
i n i c i a l ' d e l S e r g l i g e C o n C u l a i n d , c o n e l p e q u e ñ o m a t i z d e q u e el p a p e l de
C u c h u l a i n n e s t á p r o b a b l e m e n t e s o b r e a ñ a d i d o , p u e s l a m u j e r d e l sid ( l o c a l i z a d o
a q u í e n N o r u e g a ) se i n t e r e s a d e h e c h o e n L a g a i d ( c o m o f u t u r o r e y d e I r l a n d a ) . A l
a c o r d á r s e l e l a m u j e r q u e v i e n e a b u s c a r a B r a n o a C o n d l a (y a n t e l a c u a l l o s
e n c a n t a m i e n t o s d e l o s d r u i d a s s o n i n e f i c a c e s ) , u n o se e x t r a ñ a d e q u e la ú n i c a
voluntad de C u c h u l a i n n haga doblegarse a Derbforgaill» (Francoise Le Roux,
« L e r é v e d ' O e n g u s , c o m m e n t a i r e d u t e x t e » , Ogam, n . ° 1 8 , 1 9 6 6 , p . 1 4 6 ) .
4i6 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

l a s d i s t i n g u í a n t a n b i e n c o m o si e s t u v i e r a n c o n e l l o s . E s t u v i e r o n s i e t e a ñ o s
5
comiendo» °.

I n c l u s o e n la m i t o l o g í a d e g r a d a d a d e l t e x t o gales se o b s e r v a q u e las
aves d e l O t r o M u n d o t i e n e n c o m o p r i m e r a f u n c i ó n c a n t a r u n a suave
c a n c i ó n que a d o r m e c e , hace desaparecer t o d o sufrimiento y destruye
t o d a p e r c e p c i ó n d e l t i e m p o . C u a n d o el c i s n e es el r e s u l t a d o d e la m e t a -
morfosis inversa, t o m a d o e n mal sentido, de personas víctimas de una
m a g i a m a l é f i c a , la m a g i a subsiste c o n t o d o s sus e f e c t o s . Este es el t r á g i c o
d e s t i n o c o n o c i d o d e l o s h i j o s d e L i r . L a e s p o s a d e L i r , A o i f e , está c e l o s a
d e l o s c u a t r o h i j o s d e la p r i m e r a m u j e r d e l rey, su p r o p i a h e r m a n a A o b h :

« A o i f e se f u e e n t o n c e s d e l S i d F i o n n c h a i d h . L u e g o , d i j o a s u g e n t e :

" M a t a d a los c u a t r o hijos d e L i r , p o r q u i e n e s su p a d r e h a a b a n d o n a d o mi

a m o r y os d a r é e n r e c o m p e n s a t o d o lo b u e n o d e l m u n d o " . " N o —dijeron—,

n o l o s m a t a r e m o s ; es u n a m a l a a c c i ó n la q u e h a s p r o y e c t a d o y h a s h e c h o

mal en decírnoslo".

C o m o n o q u e r í a n h a c e r e s t o , ella m i s m a t o m ó u n a e s p a d a p a r a m a t a r y

d e s t r u i r a los hijos d e L i r . P e r o su n a t u r a l e z a f e m e n i n a , su t e m o r n a t u r a l y

la d e b i l i d a d d e s u r e s o l u c i ó n se l o i m p i d i e r o n . P a r t i e r o n e n t o n c e s h a c i a el

o e s t e a la p l a y a d e L o c h D a i r b h r e a c h , d o n d e d e t u v i e r o n s u s c a b a l l o s . P i d i ó

a l o s h i j o s d e L i r q u e se b a ñ a s e n y n a d a s e n e n el l a g o . H i c i e r o n l o que

A o i f e les d i j o . P e r o c u a n d o A o i f e los e n c o n t r ó e n el l a g o , l o s g o l p e ó con

u n a v a r i t a m á g i c a d r u í d i c a y les d i o la f o r m a d e c u a t r o b e l l o s c i s n e s p e r f e c -

tamente blancos.

L o s c u a t r o h i j o s d e L i r v o l v i e r o n el r o s t r o h a c i a la j o v e n . Fionnghuala

le h a b l ó y e s t o es l o q u e d i j o : " M a l a es la a c c i ó n q u e h a s h e c h o , o h , A o i f e ,

y es u n a a c c i ó n d e m a l a a m i s t a d la q u e h a s h e c h o s i n r a z ó n . S e r á s i n d u d a

v e n g a d a y c a e r á s , p u e s t u p o d e r p a r a d e s t r u i r n o s n o es m e j o r q u e el d r u i -

d i s m o d e n u e s t r o s a m i g o s , q u e n o s v e n g a r á n d e t i . A s í q u e fija u n p l a z o y

p o n t é r m i n o a la r u i n a q u e n o s h a s t r a í d o " .

"Así l o h a r é —dijo Aoife—, a u n q u e l o q u e m e p e d í s sea p e o r p a r a v o s o -

t r o s : e s t a r é i s b a j o e s t a f o r m a h a s t a la u n i ó n d e la m u j e r d e l s u r y el h o m -

b r e d e l n o r t e , es d e c i r , d e L a i r g n e n , h i j o d e C o l m a n , h i j o d e C o b h t h a c h ,

h i j o d e l rey d e C o n n a u g h t , c o n D e o c h , h i j a d e F i n g h i n , h i j o d e A o d h el

50 Branwen verch Llyr, e d . G w e n o g v r y n E v a n s , Y Mabinogi o Lyvyr Gwyn Rhydderch, Pwlheli,

1 9 0 7 , p - 2 9 , c o l . 5 8 [ t r a d . e s p . : op. cit, p . 4 2 ] ; e d . D e r i c k S . T h o m p s o n , Branwen
UerchLyr, Medioeval andModern Welsh Series I I , D u b l i n , 1 9 6 1 , p . 1 6 .
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID
417

Bello, rey del M u n s t e r . N i n g ú n a m i g o , n i n i n g u n o de los p o d e r e s que

t e n é i s es c a p a z d e h a c e r o s salir d e la a p a r i e n c i a b a j o la q u e estáis, a m e n o s

q u e lo b u s q u é i s t o d a vuestra vida y q u e estéis t r e s c i e n t o s a ñ o s e n Loch

Dairbhreach, trescientos años e n S r u t h n a Maoile, entre I r t l a n d a y Escocia,

y t r e s c i e n t o s a ñ o s e n I o r r u s D o m n a i n n y e n la isla d e G l u a i r e Breanann.

P u e s allí o c u r r i r á n vuestras a v e n t u r a s a p a r t i r d e a h o r a " .

E n t o n c e s le e n t r a r o n r e m o r d i m i e n t o s a A o i f e y d i j o : " P u e s t o q u e no

puedo daros ningún s o c o r r o ya, os q u e d a r á v u e s t r a v o z . C a n t a r é i s la

m ú s i c a q u e j u m b r o s a d e l sid c o n l a c u a l l o s h o m b r e s d e l m u n d o se d o r m i -

r á n . Y n i n g u n a o t r a m ú s i c a del m u n d o será igual a ella. T e n d r é i s vuestra

1
r a z ó n y vuestra d i g n i d a d . Así n o estaréis tristes p o r ser aves"»^ .

P e r o , al t r a n s f o r m a r l o s e n c i s n e s , la m a d r a s t r a h a c e q u e l o s c u a t r o
n i ñ o s v u e l v a n al e s t a d o p r i m o r d i a l y s u p e r i o r q u e es e l d e l o s d i o s e s
c u a n d o p a s a n d e su m u n d o al h u m a n o . H a c i é n d o l o s así, a la v e z , e s c a -
p a r d e la e v o l u c i ó n , salir d e l a i n f a n c i a ( l o s c u a t r o c i s n e s s o n a d u l t o s ) y
a b a n d o n a r el t i e m p o h u m a n o d u r a n t e u n « c i c l o » c o m p l e t o d e n o v e -
c i e n t o s a ñ o s . A l t é r m i n o d e l c i c l o , I r l a n d a se h a c o n v e r t i d o al c r i s t i a -
n i s m o : c u a n d o v u e l v e n a casa d e su p a d r e s ó l o e n c u e n t r a n las r u i n a s y se
r e f u g i a n , a ú n b a j o la f o r m a d e c i s n e s , e n u n a isla, e n casa d e u n d i s c í -
p u l o de san Patricio, san M o c h a o m h o g :

« L o s l l e v ó a s u p r o p i a v i v i e n d a . S e g u í a n las h o r a s y e s c u c h a b a n la m i s a

c o n el c l é r i g o . M o c h a o m h o g fue a b u s c a r a u n b u e n a r t e s a n o e h i z o q u e les

fabricaran cadenas de plata blanca brillante. Puso u n a cadena entre A o d h y

F i o n n g h u a l a , y u n a c a d e n a e n t r e C o n n y F i a c h n a . N i n g u n o d e los peligros

y fatigas q u e las aves h a b í a n s o p o r t a d o b a j o esta f o r m a l o s a f e c t a b a a h o r a .

El rey d e C o n n a u g h t e n ese t i e m p o e r a L a i r g n e n , h i j o d e Colman,

hijo de C o b h t h a c h , y D e o c h , hija de F i n g h i n , hijo de A o d h A l a i n n , era su

e s p o s a . L a j o v e n o y ó h a b l a r d e la a v e n t u r a d e las aves y se l l e n ó d e a m o r y

a f e c t o h a c i a ellas. P i d i ó a L a i r g n e n q u e le llevase las aves. L a i r g n e n dijo

q u e n o se las p e d i r í a a M o c h a o m h o g . D e o c h j u r ó q u e n o p a s a r í a n i u n a

n o c h e e n casa d e L a i r g n e n si n o le l l e v a b a las aves y a b a n d o n ó la c i u d a d .

Laij-g-aen e n v i ó m e n s a j e r o s t r a s e l l a , p e r o n o la a l c a n z a r o n h a s t a Cill

51 Oidhe Chloinne Lir, e d . O ' D u f í y , S o c i e t y f o r t h e P r e s e r v a t i o n o f t h e I r i s h L a n g u a g e

7, D u b l í n , 1 9 0 8 , parágrafos 1 6 - 2 0 . Francoise Le Roux, « L e réve d'Oengus,
c o m m e n t a i r e d u t e x t e » , Ogam, n . 1 8 , p p . 1 4 3 - 1 4 4 .
4i8 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

D a l u a . E n t o n c e s volvió a la c i u d a d . L a i r g n e n e n v i ó m e n s a j e r o s a p e d i r las

aves a M o c h a o m h o g , p e r o n o l o s o b t u v o .

L a i r g n e n e s t u v o m u y e n c o l e r i z a d o p o r esta c u e s t i ó n . F u e al e n c u e n t r o

d e M o c h a o m h o g y le p r e g u n t ó si e r a v e r d a d q u e le h a b í a n e g a d o las aves.

" E s v e r d a d , c o n t o d a s e g u r i d a d " , d i j o M o c h a o m h o g . L a i r g n e n se l e v a n t ó

e n t o n c e s , a g a r r ó las aves y se las llevó d e l a l t a r , d o s aves e n c a d a mano.

L u e g o , se f u e al l u g a r d o n d e e s t a b a D e o c h y M o c h a o m h o g l o s i g u i ó . P e r o

c u a n d o e m p e z ó a s e g u i r a las aves, éstas p e r d i e r o n sus r o p a j e s d e p l u m a s .

L o s m u c h a c h o s se c o n v i r t i e r o n e n t r e s a n c i a n o s s e c o s y h u e s u d o s y la

m u c h a c h a se c o n v i r t i ó e n u n vieja d e s n u d a , s i n c a r n e n i s a n g r e .

L a i r g n e n se s o b r e s a l t ó a n t e e s t o y a b a n d o n ó el l u g a r .

Fionnghuala dijo entonces: "Ven a bautizarnos, oh, clérigo, pues estamos

c e r c a d e m o r i r . Y es s e g u r o q u e n o es p a r a t i p e o r s e p a r a r t e d e n o s o t r o s q u e

p a r a n o s o t r o s s e p a r a r n o s de ti. H a z i n m e d i a t a m e n t e nuestras sepulturas:

p o n a G o n n a m i derecha, a Fiachna a m i izquierda y a A o d h ante m i rostro".

T r a s este c a n t o , los hijos d e L i r f u e r o n b a u t i z a d o s , m u r i e r o n y f u e r o n

sepultados. P u s i e r o n a Fiachna y a G o n n a cada lado y a A o d h enfrente de

ella, c o m o F i o n n g h u a l a h a b í a o r d e n a d o . L e v a n t a r o n su estela e n c i m a d e su

t u m b a , e s c r i b i e r o n sus n o m b r e s e n o g a m e h i c i e r o n sus j u e g o s fúnebres.

5 2
S u s a l m a s g a n a r o n el c i e l o " » .

L a r a r e z a d e l a a v e n t u r a se c l a u s u r a c o n l a r u t i n a h a g i o g r á f i c a : e l
b a u t i s m o y el p a r a í s o s o n , tras la l l e g a d a d e s a n P a t r i c i o , e l f i n ú l t i m o d e
l o s d i o s e s o d e l o s p e r s o n a j e s m í t i c o s c r i s t i a n i z a d o s . P e r o , a u n a s í , se
t o l e r a n c o s a s c o m o las d o s c a d e n a s d e p l a t a q u e e l s a n t o h a c e f a b r i c a r a
u n a r t e s a n o p a r a a t a r a las aves d e d o s e n d o s . Y h a s t a h a y j u e g o s f ú n e -
bres e n h o n o r a los difuntos.
A v e c e s o c u r r e q u e u n d i o s a d o p t a l a f o r m a d e u n ave p a r a p o d e r
a m a r a u n a r e i n a y e n g e n d r a r u n hijo e n ella:

«Guando e s t a b a allí, v i o u n ave v e n i r h a c i a ella p o r la a b e r t u r a del

t e c h o . D e j ó s u v e s t i d o d e ave e n m e d i o d e la casa. F u e a ella y la p o s e y ó

d i c i e n d o : " V i e n e n a p o r ti d e p a r t e del rey p a r a d e s t r u i r t u casa y llevarte

c o n él a la f u e r z a . Q u e d a r á s e n c i n t a d e m í y p a r i r á s u n n i ñ o . E s t e h i j o no
5 3
m a t a r á aves, su n o m b r e será G o n a i r e , h i j o d e M e s s B u a c h a l l a . . . " » .

52 Ibid., p a r á g r a f o s 6 l - 6 8 .
53 TogailBruídne Da Derga, e d . E l e a n o r K n o t t , M e d i a e v a l a n d M o d e r n I r i s h S e r i e s 8,
D u b l í n , 1 9 3 6 , p . 3.
 3. EL OTRO M U N D O Y EL SID T
4 9

Y ésta es la r a z ó n p o r la c u a l el g r a n r e y q u e f u e C o n a i r e t e n í a , e n t r e
sus geasa p e r s o n a l e s , la p r o h i b i c i ó n d e m a t a r aves. C u a n d o m a t a u n a ,
5 4
p a r a él s i g n i f i c a el a n u n c i o d e su m u e r t e p r ó x i m a .

3.2. L A MÚSICA DIVINA

L a m ú s i c a es u n a d e las m a n i f e s t a c i o n e s t e r r e n a l e s d e l O t r o M u n d o .
T o d a s las aves c a n t a n u n a m ú s i c a d i v i n a y , c u a n d o las g e n t e s d e l sid se
m u e s t r a n b a j o a p a r i e n c i a h u m a n a , t a m b i é n s o n m a e s t r a s e n este a r t e
d i f í c i l d o n d e las h a y a . L a e s p l é n d i d a c r i a t u r a q u e v i e n e a p e r t u r b a r e l
s u e ñ o d e l j o v e n O e n g u s , h e r m a n o d e l rey d e I r l a n d a , t o c a e l tympan, ins-
t r u m e n t o de naturaleza i n d e t e r m i n a d a , sin duda u n p e q u e ñ o i n s t r u -
m e n t o d e c u e r d a s , d e l m i s m o t i p o q u e la v i e l l a o la c í t a r a :

« O t r a n o c h e , O e n g u s estaba d u r m i e n d o . D e p r o n t o , vio a u n a j o v e n

q u e v e n í a h a c i a él p o r la c a b e c e r a d e la c a m a . E r a la m á s b e l l a q u e h a b í a e n

I r l a n d a . O e n g u s f u e a c o g e r l e l a s m a n o s y l l e v a r l a a l a c a m a c o n él c u a n d o

vio algo: ella h a b í a d a d o u n salto lejos d e él. N a d i e sabía p o r d ó n d e había

d e s a p a r e c i d o . O e n g u s e s t u v o allí h a s t a la m a ñ a n a y n o t e n í a el e s p í r i t u

s a n o . La f o r m a q u e h a b í a visto sin p o d e r h a b l a r l e lo volvió e n f e r m o . El ali-

m e n t o ya n o le e n t r a b a e n la b o c a . E s t u v o allí u n a n o c h e m á s y v i o u n tim-

pan e n s u m a n o , l a m á s b e l l a q u e h a b í a . E l l a l e t o c ó m ú s i c a y l o a d o r m e c i ó .

O e n g u s se q u e d ó a l l í h a s t a la m a ñ a n a y n o t o m ó n a d a d e c o m i d a al d í a
3 5
siguiente» .

L u e g o , c u a n d o O e n g u s p o r f i n c o n s i g u e d e s p o s a r a esa m i s t e r i o s a
j o v e n , c u y o p a d r e e r a el rey d e l sid:

« F u e a ella. T e n d i ó los d o s b r a z o s h a c i a ella. D u r m i e r o n b a j o la f o r m a

d e d o s c i s n e s y d i e r o n t r e s veces la v u e l t a al l a g o . N o h u b o y n o h a b r á allí

n a d a q u e le h i c i e s e p e r d e r s u h o n o r . P a r t i e r o n b a j o la f o r m a d e d o s aves

b l a n c a s y f u e r o n al B r u g d e l M a c O c . C a n t a r o n j u n t o s y s u m e r g i e r o n a l o s

h o m b r e s e n el s u e ñ o d u r a n t e t r e s d í a s y t r e s n o c h e s . L u e g o , la j o v e n se
5 6
quedó con él» .

P e r o t a n t o , si n o m á s , c o m o e l c a n t o d e l o s c i s n e s , la m ú s i c a d i v i n a
p o r e x c e l e n c i a es la d e l a r p a , y e l d i o s - d r u i d a , el D a g d a , p o s e e u n a . H e

54 fti<J.,p. 5.
55 Textesmythologiquesirlandaisl/l, pp. 233-234.
56 Ibid., p . 3 3 5 .
420 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

a q u í c ó m o y e n q u é c i r c u n s t a n c i a s , s e g ú n e l r e l a t o La Segunda Batalla de Mag

Tured, la r e c u p e r a d e l o s f o m o r e s , q u e se la h a b í a n q u i t a d o :

« L u g , el D a g d a y O g m a s a l i e r o n m i e n t r a s t a n t o e n p e r s e c u c i ó n d e los

fomores, q u e se h a b í a n l l e v a d o al a r p i s t a d e l D a g d a c u y o n o m b r e era

U a i t n e . L l e g a r o n a la casa d e l b a n q u e t e e n la q u e e s t a b a n B r e s , h i j o de

E l a t h a , y E l a t h a , h i j o d e D e l b a e t h . E l a r p a e s t a b a allí, c o l g a d a e n la p a r e d .

E s t a a r p a e r a a la q u e el D a g d a h a b í a a n u d a d o t o d a s las m e l o d í a s y éstas n o

comenzaron a s o n a r h a s t a q u e el D a g d a , c o n s u l l a m a d a , las nombró

diciendo:

" Q u e venga Daurblada,

que venga Coir-Cethar-Chuir,

bocas de arpa, bolsas y gaitas".

P u e s esta a r p a t e n í a d o s n o m b r e s , a saber, D u r - D a b l a y C o i r - C e t h a r -

[Chuir.

E l a r p a d e j ó la p a r e d , m a t ó a l o s n u e v e h o m b r e s y v i n o h a c i a el D a g d a .

L e s t o c ó e n t o n c e s l o s t r e s a i r e s p o r l o s c u a l e s se r e c o n o c e a l o s a r p i s t a s : la

m e l o d í a d e l s u e ñ o , la m e l o d í a d e la s o n r i s a y la m e l o d í a d e l l a m e n t o . L e s

t o c ó la m e l o d í a d e l l a m e n t o y s u s l l o r o s a s m u j e r e s l l o r a r o n . L e s t o c ó la

m e l o d í a d e la s o n r i s a y sus m u j e r e s y s u s m u c h a c h o s r i e r o n . L e s t o c ó la

m e l o d í a d e l s u e ñ o y el e j é r c i t o se d u r m i ó . F u e a c a u s a d e e s t e s u e ñ o que

p u d i e r o n e s c a p a r los tres s a n o s y salvos d e los f o m o r e s a u n q u e estos ú l t i m o s

q u i s i e r a n m a t a r l o s » ^7

E l D a g d a t e n í a p o r l o d e m á s u n i l u s t r e p r e d e c e s o r e n la p e r s o n a d e
Lug, q u i e n , s e g ú n e l m i s m o r e l a t o , La Segunda Batalla de Mag Tured, se
s o m e t e a t r e s p r u e b a s c u a n d o l l e g a a T a r a : la p r i m e r a es el a j e d r e z y L u g
g a n a , c o n t r a N u a d a , t o d a s las p a r t i d a s ; l a s e g u n d a c o n s i s t e e n v o l v e r a
p o n e r e n su l u g a r , e n e l c e n t r o d e l p a l a c i o , u n a e n o r m e p i e d r a (la P i e -
d r a d e Fal) q u e O g m a h a b í a l a n z a d o f u e r a ; la t e r c e r a es m u s i c a l :

« " Q u e n o s t o q u e el a r p a " , d i j e r o n las t r o p a s . El j o v e n g u e r r e r o tocó

e n t o n c e s la m e l o d í a d e l s u e ñ o a las t r o p a s y al r e y la p r i m e r a n o c h e . T o d o s

se q u e d a r o n d o r m i d o s d e s d e esa h o r a h a s t a la m i s m a h o r a d e l d í a s i g u i e n t e .

T o c ó u n a m e l o d í a d e s o n r i s a y t o d o s e s t u v i e r o n e n el g o z o y la a l e g r í a . T o c ó
8
l a m e l o d í a d e t r i s t e z a t a n b i e n q u e l l o r a r o n y se l a m e n t a r o n » ^ .

57 Ibid., p p . 5 8 - 5 9 -
58 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 5 2 - N o se c e l e b r a n i n g u n a a s a m b l e a c e l t a s i n
música. El a u t o r griego a n ó n i m o llamado i m p r o p i a m e n t e E s c i m n o de Q u í o s lo
 3 . EL OTRO M U N D O Y E L SID
421

L a m ú s i c a es a l a v e z u n a d i v e r s i ó n , u n a f o r m a d e m a g i a y u n a t e r a -
pia. L a p e r f e c c i ó n m u s i c a l p e r t e n e c e al á m b i t o d e l O t r o M u n d o y ,
d e s d e u n p u n t o d e v i s t a t é c n i c o y m a t e r i a l , es p o r t a n t o u n a r t e c u y o
e j e r c i c i o a t a ñ e a l a c i e n c i a d e l o s filid e n I r l a n d a y d e l o s b a r d o s e n e l País
de G a l e s . E n l o s d o s países, el a r p a p e r m a n e c i ó , m á s q u e la gaita, q u e
estaba d e s t i n a d a a la g u e r r a y a la r e c r e a c i ó n p o p u l a r , c o m o el i n s t r u -
m e n t o d e la p o e s í a oficial d e la c o r t e . P u e s e n I r l a n d a , c o m o e n t o d o s
los p u e b l o s celtas, c u a l q u i e r a q u e d o m i n a s e u n arte alcanzaba el r a n g o
5 9
d e d i o s . Y el r e y d e I r l a n d a , o t o d o p r í n c i p e r e i n a n t e , t e n í a s u a r p i s t a
igual q u e tenía su druida historiador, genealogista, cuentista, j u e z o
médico:

« o b i e n es u n a r p a s i n el s o n i d o d e las t r e s m ú s i c a s d e las q u e se servía

G r a i f t i n e el a r p i s t a : la m e l o d í a d e l s u e ñ o , la m e l o d í a d e la tristeza y la

m e l o d í a d e la s o n r i s a , así c o m o s u s n o m b r e s . Y este m i s m o C r a i f t i n e e r a el

arpista q u e t e n í a M o r i a t h , hija d e S c o r i a t h , el r e y d e l o s F i r M o r c a , q u e

están e n el s u r d e Irlanda, e n M u n s t e r » .

Esta p r i n c e s a envía a s u arpista a t o c a r a n t e a q u e l a q u i e n a m a . U n

j o v e n r e y m u d o . E l a r p i s t a es t a m b i é n u n e m b a j a d o r e n c a r g a d o d e u n a
m i s i ó n d i p l o m á t i c a d e l i c a d a , y d e s d e l u e g o t i e n e é x i t o , y a q u e c u r a al r e y
de su minusvalía:

i n d i c a b a y a e n e l s i g l o III a n t e s d e n u e s t r a e r a , y a t r i b u í a e l h e c h o a l a i n f l u e n c i a
g r i e g a : « L o s c e l t a s t i e n e n u s o s y c o s t u m b r e s h e l é n i c o s , y se l o d e b e n a s u r e l a c i ó n
h a b i t u a l c o n la H é l a d e y a la h o s p i t a l i d a d q u e d a n a m e n u d o a l o s e x t r a n j e r o s d e
este país. C e l e b r a n sus a s a m b l e a s c o n m ú s i c a , p u e s e s p e r a n q u e este a r t e suavice
los c o r a z o n e s » (V, 183-187).
59 E s l o q u e t i e n d e a c o n f i r m a r u n b r e v e p á r r a f o d e l Coir Anmann « E l decoro de los
n o m b r e s » , q u e d i s t i n g u e e n t r e aquellos q u e cultivan la t i e r r a y aquellos q u e t i e -
n e n u n a r t e . L o s a g r i c u l t o r e s s e d e n t a r i o s s o n l o s n o - d i o s e s (ondee), es d e c i r , los
h o m ó l o g o s d e l o s Vaishyas d e l a I n d i a ; l o s a r t e s a n o s , o t a m b i é n « h o m b r e s d e a r t e »
s e g ú n o t r a t r a d u c c i ó n l i t e r a l d e oes dona, s o n l o s d i o s e s (dee). E n Irlanda, y desde
l u e g o e n las Galias, e r a d i o s c u a l q u i e r a q u e ostentase u n s a b e r t é c n i c o o i n t e l e c -
tual: metalúrgico, carpintero, m é d i c o , poeta o d r u i d a : « L o s poetas e r a n dioses y
los agricultores n o - d i o s e s . . . Sus magos e r a n dioses y los n o - d i o s e s e r a n los agri-
cultoreS»red. W h i t l e y S t o k e s , Irische Texte I I I , p . 3 5 4 . T o d o e s t o se d i c e a p r o p ó s i t o
d e u n a frase d e C u c h u l a i n n a g r a d e c i e n d o a M o r r i g a n el h a b e r l e d a d o d e b e b e r :
« B e n d i t a seas d e d i o s e s y d e n o - d i o s e s » . E l s e n t i d o l i t e r a l d e e s t e a g r a d e c i m i e n t o
es, m u c h o m á s s e g u r a m e n t e , q u e C u c h u l a i n n i n c l u y e e n la b e n d i c i ó n t o d o l o q u e
existe d e h e c h o , seres d i v i n o s y n o d i v i n o s , ya s e a n h u m a n o s o n o . L l a m a la a t e n -
c i ó n q u e los estudiosos irlandeses hayan d a d o u n a i n t e r p r e t a c i ó n funcional y cla-
sificatoria.
422 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

« E l a r p i s t a se p r e s e n t ó e n t o n c e s e n el l u g a r d o n d e e s t a b a M a e n y t o c ó

el a r p a a n t e él. D i o n o t i c i a s d e la j o v e n c o n el a r p a . A l j o v e n l o h i c i e r o n

feliz c o n esta i n t e r p r e t a c i ó n d e a r p a y las n o t i c i a s q u e o y ó . E n t o n c e s d i j o :

" T o c a s b u e n a m ú s i c a , o h , G r a i f t i n e " , y al r e y l o h i z o feliz p o d e r h a b l a r . ( E l

a r p i s t a ) P i d i ó al r e y u n e j é r c i t o p a r a ir a I r l a n d a y el rey le d i o u n e j é r c i t o , a

s a b e r , la t r i p u l a c i ó n d e t r e s c i e n t o s n a v i o s . D e s e m b a r c a r o n e n la d e s e m b o -
6 0
cadura del B o y n e . . . » .

La música que cura o p r o v o c a u n a e n f e r m e d a d de postración, que

h a c e v i v i r e n e l g o z o o m o r i r d e i n d e c i b l e t r i s t e z a , c o n t r i b u y e a la a b o l i -
c i ó n d e l t i e m p o . E n e l Mabinogi de Branwen, Bendigeit Vran, herido m o r -
t a l m e n t e e n e l p i e p o r u n a f l e c h a e n v e n e n a d a , d a a sus c o m p a ñ e r o s ,
e s c a p a d o s d e u n a g r a n b a t a l l a s a n g r i e n t a , la o r d e n d e c o r t a r l e la c a b e z a :

«"Tomad m i c a b e z a —les d i j o — , y l l e v á d s e l a a G w y n V r y n ( l a Colina

B l a n c a ) , e n L l u n d e i n ( L o n d r e s ) , y e n t e r r a d l a e n ese l u g a r c o n el r o s t r o

v u e l t o h a c i a F r a n c i a . T r a n s c u r r i r á m u c h o t i e m p o d u r a n t e el c a m i n o . En

Harddlech, el b a n q u e t e d u r a r á siete a ñ o s p a r a c e n a r y l o s p á j a r o s de

R h i a n n o n c a n t a r á n p a r a v o s o t r o s y m i cabeza os resultará u n a compañía

tan grata c o m o e n los m e j o r e s t i e m p o s e n q u e estuvo sobre mis h o m b r o s .

E n G w a l e s d e P e n v r o p a s a r é i s o c h e n t a a ñ o s y h a s t a el m o m e n t o e n q u e os

a b r a n la p u e r t a q u e d a s o b r e A b e r H e n v e l e n , h a c i a K e r n y w ( C o r n u a l l e s ) ,

p o d r é i s p e r m a n e c e r allí y c o n s e r v a r i n t a c t a la c a b e z a . P e r o e s o r e s u l t a r á

i m p o s i b l e e n c u a n t o os a b r a n la p u e r t a " » * .

Eso es l o q u e h a c e n y , t r a s u n a c o m i d a q u e d u r a s i e t e a ñ o s , en
H a r d d l e c h , c o n e l c a n t o d e las aves d e R h i a n n o n , q u e a d o r m e c e a l o s
v i v o s y d e s p i e r t a a l o s m u e r t o s , a c u d e n a G w a l e s , al l u g a r p r e v i s t o :

« E n c o n t r a r o n allí u n l u g a r a g r a d a b l e y r e g i o q u e d o m i n a b a el m a r , y

h a b í a t a m b i é n u n a g r a n sala. Se d i r i g i e r o n a la sala y v i e r o n a b i e r t a s d o s d e

las p u e r t a s ; la t e r c e r a e s t a b a c e r r a d a y e r a la q u e d a b a a K e r n y w . " E s t a es la

p u e r t a q u e n o d e b e m o s a b r i r " , d i j o M a n a w y d d a n . P a s a r o n allí la n o c h e , e n

m e d i o d e l a a b u n d a n c i a y l a a l e g r í a , y, a p e s a r d e l a s d e s g r a c i a s q u e h a b í a n

visto a n t e sus p r o p i o s o j o s y a p e s a r d e las q u e ellos m i s m o s h a b í a n s u f r i d o ,

n i n g u n a d e ellas a c u d i ó a s u m e m o r i a , así c o m o n i n g u n a o t r a desgracia d e l

60 The Bodleian Amra Choluimb Chille, e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 20, p p . 429-

430.
* T r a d . e s p . : « B r a n w e n , h i j a d e L l y r » , Mabinogion (trad. Victoria Cirlot), Madrid,
Siruela, 1988, p . 40 [ N . d e l T . ] .
 3. EL OTRO M U N D O Y EL 5/0
423

m u n d o . P e r m a n e c i e r o n allí o c h e n t a a ñ o s , d e tal m o d o q u e n o r e c o r d a b a n
h a b e r p a s a d o u n t i e m p o m e j o r n i m á s a g r a d a b l e e n t o d a s u v i d a . N o se
s e n t í a n m á s fatigados q u e c u a n d o h a b í a n llegado y n i n g u n o de ellos p o d í a
6 1
a p r e c i a r e n s u c o m p a ñ e r o el l a r g o t i e m p o q u e h a b í a t r a n s c u r r i d o » .

3.3. E L TIEMPO Y LA ETERNIDAD

E s d e s t a c a b l e , p o r i n u s i t a d o , q u e , e n el c o n t e x t o m i t o l ó g i c o g a l e s , t a n a
m e n u d o o b l i t e r a d o y d e s a z o n a d o , el d a t o d e la a b o l i c i ó n o d e la c o n -
t r a c c i ó n d e l t i e m p o esté t a n c l a r o . S i g u i e n d o su p i s t a r e g r e s a m o s al c a s o
d e l D a g d a i r l a n d é s , el d i o s - d r u i d a , s e ñ o r d e l t i e m p o a t m o s f é r i c o así
c o m o d e l c r o n o l ó g i c o , p e r o t a m b i é n , y s o b r e t o d o , d i o s d e la e t e r n i d a d .
Es l o q u e e x p l i c a el p r i m e r p á r r a f o d e la V e r s i ó n I d e l c i c l o d e E t a i n :

« H a b í a u n c é l e b r e rey e n I r l a n d a , d e la r a z a d e l o s T u a t h a D é D a n a n n ,
c o n el n o m b r e d e E o c h a i d O l l a t h i r . T e n í a t a m b i é n c o m o n o m b r e D a g d a ,
p u e s él e r a q u i e n les h a c í a m i l a g r o s y les m e d í a las t o r m e n t a s y las c o s e c h a s .
P o r eso d e c í a n q u e t e n í a el n o m b r e d e D a g d a . H a b í a u n a m u j e r e n casa d e
E l c m a r del B r u g . E t h n e era su n o m b r e . Tenía t a m b i é n c o m o nombre
B o a n d . D a g d a d e s e ó p a r a sí s u a m i s t a d c a r n a l . L a m u j e r h a b r í a c e d i d o si
n o hubiese t e n i d o m i e d o de E l c m a r , tan g r a n d e era su p o d e r . Dagda
e n t o n c e s e n v i ó lejos a E l c m a r , d e viaje a v e r a B r e s , h i j o d e E l a t h a , e n M a g
I n i s . C u a n d o se a l e j a b a , D a g d a h i z o g r a n d e s s o r t i l e g i o s p a r a q u e E l c m a r n o
volviese a t i e m p o , es d e c i r , p r o n t o . L o a l e j ó d e la o s c u r i d a d y d e la n o c h e ,
y l o p r e s e r v ó d e l h a m b r e y d e la s e d . L e i m p u s o l a r g o s v a g a b u n d e o s de
m o d o q u e nueve meses f u e r o n c o m o u n día. Pues había d i c h o q u e volvería
a casa e n t r e el d í a y la n o c h e . D a g d a visitó d u r a n t e este t i e m p o a la m u j e r
de E l c m a r y ésta le d i o u n h i j o , d e n o m b r e O e n g u s . La m u j e r estaba
c u r a d a d e sus s u f r i m i e n t o s c u a n d o E l c m a r volvió. N o n o t ó n a d a e n ella
6 2
q u e r e v e l a s e s u falta, es d e c i r , q u e se h a b í a a c o s t a d o c o n D a g d a » .

E l d r u i d a M o g R u i t h p o s e e la m i s m a c a p a c i d a d d e s u s p e n d e r e l
t i e m p o d e t e n i e n d o el c u r s o d e l s o l , e n u n a m e n o r p r o p o r c i ó n q u i z á ,
a u n q u e p o c o i m p o r t a , c u a n d o h a c e d e d o s d í a s u n o s o l o (véase p á g i n a

61 E d . I f o r W i l l i a m s , Pedeir Keincy Mabinogi, C a r d i f f , 1 9 6 4 , p p . 4 6 - 4 7 [ t r a d . e s p . : op. cit,

p . 4 2 ] . Cf. P r o i n s i a s M a c C a n a , Branwen, daughterofIJyr, Cardiff, I958, p p . IO2-IO9.
62 Textes mythologiqv.es irlandais I / l , p . 2 4 2 . V é a s e e n p a r t i c u l a r e n e l v o l u m e n 1/2 ( p p .
2 2 1 y ssT) la e x p l i c a c i ó n c e l t a d e la e t e r n i d a d y d e l t i e m p o d e l sid [ t r a d . e s p . :
« B r a n w e n , h i j a d e L l y r » , Mabinogion (trad. Victoria Cirlot), Madrid, Siruela,
1988, p . 4 2 ] .
424 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

2ig). L a e x p l i c a c i ó n es q u e l o s d i o s e s , y e n g e n e r a l t o d o s l o s h a b i t a n t e s
d e l sid, e s c a p a n al t i e m p o f i n i t o , y a q u e s o n e t e r n o s e i n m o r t a l e s : u n d í a
y u n a n o c h e , u n a ñ o , u n siglo o u n p e r i o d o más largo a ú n t i e n e n para
e l l o s e x a c t a m e n t e la m i s m a d u r a c i ó n . T e n e m o s la p r u e b a e n u n b r e v í -
s i m o texto q u e deja constancia de u n a treta j u r í d i c a e m p l e a d a p o r O e n -
gus, p r e c i s a m e n t e c o n t r a su p a d r e , el m i s m í s i m o D a g d a , q u e h a b í a
h e c h o c a s o o m i s o d e su p e t i c i ó n d e u n a r e s i d e n c i a :

« H a b í a u n célebre rey d e los T u a t h a D é D a n a n n e n I r l a n d a . S u nom-

bre era Dagda, o b i e n Dagan. Su p o d e r era g r a n d e a u n q u e perteneciese a

los h i j o s d e M i l t r a s la c o n q u i s t a d e l p a í s , p u e s l o s T u a t h a D é D a n a n n d e s -

t r u y e r o n el t r i g o y la l e c h e d e l o s h i j o s d e M i l h a s t a q u e é s t o s h i c i e s e n un

t r a t a d o d e a m i s t a d c o n D a g d a . E n t o n c e s les c o n s e r v ó el t r i g o y la l e c h e .

S u p o d e r s i n e m b a r g o e r a g r a n d e : e r a el r e y al p r i n c i p i o y é l es q u i e n

r e p a r t i ó l o s sids e n t r e l o s h o m b r e s d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , a s a b e r : L u g ,

hijo de E t h l e n n , e n Sid R o d r u b a n ; O g m a e n Sid Anceltrai; y p o r su parte,

p a r a el p r o p i o D a g d a , S i d L e i t h e t L a c h t m a i g e , O i A s i d , G n o c B a i n e , Bru

R u a i r . T a m b i é n t e n í a S i d e n B r o g a d e s d e el p r i n c i p i o , c o m o se d i j o .

E l M a c O c fue a b u s c a r al D a g d a p a r a p e d i r l e t i e r r a s , p u e s t o q u e las

había r e p a r t i d o entre ellos. Era hijo adoptivo de M i d i r de Bri Leith y de

N i n d i d el a d i v i n o . " N o t e n g o n a d a p a r a t i —dijo el Dagda—, h e terminado

el r e p a r t o " .

" C o n c é d e m e e n t o n c e s —dijo el M a c Oc— u n d í a y u n a n o c h e e n t u r e s i -

d e n c i a " . S e l o c o n c e d i ó . " V e t e a h o r a a la r e s i d e n c i a s i g u i e n t e —dijo el

Dagda—, p u e s h a s a g o t a d o t u t i e m p o " . " E s t á c l a r o —dijo el M a c O c — " q u e la

n o c h e y el d í a s o n la d u r a c i ó n d e l m u n d o e n t e r o y es l o q u e m e h a s d a d o " .
6 3
A s í p u e s , e l D a g d a s a l i ó y e l M a c O c se q u e d ó e n e l S Í 0 Í » .

E n l a V e r s i ó n I d e l c i c l o d e E t a i n , así c o m o e n su v e r s i ó n c r i s t i a n i -
z a d a q u e es El alimento de la casa de los dos vasos, el t r a n s c u r s o d e l o s a c o n t e c i -
m i e n t o s es m u y d i s t i n t o : es e l D a g d a q u i e n a c o n s e j a a s u h i j o O e n g u s
a s a l t a r a E l c m a r e l d í a d e Samain ( c u a n d o se está n o r m a l m e n t e d e s a r -
m a d o ) y e c h a r l o d e sus d o m i n i o s , y a sea m e d i a n t e las r a m a s , y a sea
m e d i a n t e la m a g i a . S i n e m b a r g o , el p r í n c i p e d e la t r e t a j u r í d i c a p e r m a -
n e c e i n a l t e r a d o : « u n d í a y u n a n o c h e » , es d e c i r , v e i n t i c u a t r o h o r a s

63 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 2 7 2 - 2 7 3 » y 1 / 2 , p p . 2 2 1 y ss. E s t a c o n c e p c i ó n d e la

m e d i d a d e l t i e m p o es m u y a n t i g u a y d e o r i g e n i n d o e u r o p e o . L o s n o m b r e s q u e
indican tiempo y año son sinónimos en sánscrito.
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID
425

s o n , de a c u e r d o c o n la t e r m i n o l o g í a i r l a n d e s a , el s í m b o l o y el e q u i v a -
l e n t e d e la e t e r n i d a d .

3.4. E L ESPACIO DEL SID

C o m o e s c a p a n al t i e m p o , l o s h a b i t a n t e s d e l sid n o e s t á n s o m e t i d o s a las
c o n t i n g e n c i a s d e l e s p a c i o , d e la d i s t a n c i a y d e la m a t e r i a . C u a n d o el d i o s
M i d i r va a r a p t a r a E t a i n , p o r e n t o n c e s r e i n a y e s p o s a d e l r e y E o c h a i d ,
l l e g a s i n ser v i s t o , b u r l á n d o s e d e las m u r a l l a s , d e l o s o b s t á c u l o s y d e l o s
c e r r o j o s d e las p u e r t a s :

« M i d i r fue a la cita u n m e s d e s p u é s . E o c h a i d r e u n i ó a su a l r e d e d o r e n

T a r a a la élite d e l o s g u e r r e r o s d e I r l a n d a , y las m e j o r e s t r o p a s g u e r r e r a s d e

I r l a n d a , c a d a u n a r o d e a n d o a la o t r a c o n T a r a e n el c e n t r o , e n el e x t e r i o r y

e n el i n t e r i o r , q u e d á n d o s e el r e y y la r e i n a e n el i n t e r i o r d e la casa c o n l o s

s a l o n e s a c e r r o j a d o s . P u e s s a b í a n q u e v e n d r í a el h o m b r e d e g r a n d e s p o d e -

r e s m á g i c o s . E t a i n e s t a b a e n la a s a m b l e a a q u e l l a n o c h e y servía a l o s s e ñ o -

r e s , p u e s e r a l o q u e le c o r r e s p o n d í a e n la a s a m b l e a .

E s t a b a n h a b l a n d o c u a n d o v i e r o n e n m e d i o d e la casa d e l rey a M i d i r ,

q u e se d i r i g í a h a c i a e l l o s . S e g u í a s i e n d o b e l l o , p e r o a q u e l l a n o c h e e r a t o d a -

v í a m á s b e l l o . L a s t r o p a s se a s o m b r a r o n c u a n d o l o v i e r o n y e l r e y l e d e s e ó l a
6
bienvenida...» *.

L u e g o , h a b i e n d o el rey E o c h a i d r e h u s a d o e n t r e g a r a E t a i n , pero
h a b i e n d o , i m p r u d e n t e m e n t e , a c e p t a d o q u e M i d i r la r o d e a s e c o n s u s
b r a z o s , e l d i o s se c o n f o r m a j u r í d i c a m e n t e . N o o b s t a n t e , se va d e la casa
l l e v á n d o s e a E t a i n p o r la s a l i d a d e h u m o s d e l t e c h o :

« " N o te c e d e r é —dijo E o c h a i d (a E t a i n ) — , p e r o q u e p o n g a s u s d o s b r a -

z o s a t u a l r e d e d o r e n m e d i o d e la casa tal y c o m o estás a h í " . " A s í se h a r á " ,

d i j o M i d i r . T o m ó sus a r m a s c o n la m a n o i z q u i e r d a y t o m ó a la m u j e r con

el b r a z o d e r e c h o y se la l l e v ó a t r a v é s d e l o r i f i c i o d e l t e c h o d e la casa. L a s

t r o p a s se l e v a n t a r o n e n t o n c e s a l r e d e d o r d e l rey, l l e n a s d e v e r g ü e n z a . V i e -

r o n d o s c i s n e s q u e d a b a n la v u e l t a a T a r a . Se d i r i g i e r o n h a c i a el S i d a r
6 5
Femuin» .

E n otra circunstancia, c u a n d o los u l t o n i a n o s , u n día que estaban

c a z a n d o aves, e v i d e n t e m e n t e e n Samain, se e x t r a v í a n e n la n i e v e y b u s c a n

o
64 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 25 -
65 Ibid., p . 250.
426 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

u n a b r i g o , e n c u e n t r a n u n a c a s i t a . P e r o e n esta casa c a b í a n t o d o s , e l l o s ,
sus c a b a l l o s y sus c a r r o s :

« C o n a l l y B r i c r i u f u e r o n a e c h a r u n vistazo y e n c o n t r a r o n u n a casa

n u e v a . E n t r a r o n y e n c o n t r a o n a u n a p a r e j a . E s t a les d i o la b i e n v e n i d a .

E l l o s s a l i e r o n c o n s u g e n t e . B r i c r i u d i j o q u e n o valía la p e n a e n t r a r e n u n a

casa s i n c u b i e r t a y s i n c o m i d a . D e t o d o s m o d o s e r a d e m a s i a d o e s t r e c h a . Se

r e t i r a r o n . V i n i e r o n c o n s u s c a r r o s . A p e n a s se h a b í a n i n s t a l a d o e n la casa

c u a n d o d e p r o n t o v i e r o n u n a p u e r t a d e l a n t e d e e l l o s . C u a n d o l l e g ó el

m o m e n t o d e q u e les d i e s e n c o m i d a , los u l t o n i a n o s e s t u v i e r o n c o n t e n t o s ,

ebrios y su estancia fue a g r a d a b l e » .

L a a l e g r í a y la e b r i e d a d t i e n e n d e s g r a c i a d a m e n t e u n a c o n t r a p a r t i d a :

« E l h o m b r e d i j o a l o s u l t o n i a n o s q u e s u m u j e r e s t a b a d e p a r t o e n la

c o c i n a . D e i c h t i n e (la h e r m a n a d e C o n c h o b a r ) fue h a c i a ella. D i o a luz a u n

n i ñ o . H a b í a u n a y e g u a a la p u e r t a d e la casa y p a r i ó d o s p o t r i l l o s . L o s u l t o -

n i a n o s t o m a r o n al n i ñ o y el h o m b r e d i o l o s d o s p o t r o s c o m o j u g u e t e s al

n i ñ o . D e i c h t i n e c r i ó al n i ñ o . C u a n d o fue d e d í a , v i e r o n a l g o al este d e l

p a í s : e s t a b a n s i n casa, s i n aves, s ó l o c o n l o s caballos y el n i ñ o c o n los p o t r i -

6 6
llos» .

Esta casa d e a p a r i e n c i a i n s i g n i f i c a n t e , q u e n a d i e c o n o c í a , es d e h e c h o
u n p a l a c i o d e l O t r o M u n d o , r e b o s a n t e d e b e b i d a s y v i t u a l l a s , c o m o es d e
r i g o r e n l a c e l e b r a c i ó n d e u n a fiesta d e Samain. E n r e a l i d a d , n o está e n
n i n g ú n s i t i o y l o s u l t o n i a n o s s ó l o l a e n c u e n t r a n p o r q u e se h a n e x t r a -
viado y h a n a b a n d o n a d o p r o v i s i o n a l m e n t e el t i e m p o y el espacio h u m a -
n o s . U n a v e z t e r m i n a d a la fiesta, y d i s i p a d a l a e b r i e d a d c o n l a n o c h e , la
casa d e s a p a r e c e m i e n t r a s q u e l o s u l t o n i a n o s r e e n c u e n t r a n y r e e m p r e n -
d e n su c a m i n o c o n u n r e c i é n n a c i d o y d o s p o t r o s c o m o r e c u e r d o d e su
i n c u r s i ó n e n e l m u n d o d e l o s d i o s e s . P o c o i m p o r t a a p a r t i r d e ese
m o m e n t o q u e el t r a n s c r i p t o r , q u e n o c o m p r e n d í a ya c l a r a m e n t e el
6 7
relato arcaico, haya utilizado u n estilo d e f e c t u o s o . ¿ E s necesario
r e c o r d a r t a m b i é n q u e , c u a n d o l o s h o m b r e s se t r a s l a d a n al O t r o M u n d o ,
e l viaje es s i e m p r e m u y c o r t o , ya q u e la d i s t a n c i a , c o m o e l t i e m p o , q u e d a
abolida?

66 Christian-J. Guyonvarc'h, « L a Conception de C u c h u l a i n n » , Ogam, n.° 17,

1965, p . 367.
67 Francoise Le Roux, « L a c o n c e p t i o n de C u c h u l a i n n , c o m m e n t a i r e d u texte»,
Ogam, n . ° 1 7 , 1 9 6 5 , p . 400.
 3 . EL OTRO M U N D O Y EL SID
427

L a c r e e n c i a e n la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a , c o r r o b o r a d a p o r la e x i s t e n -
cia d e l O t r o M u n d o , j u s t i f i c a la evocatio d e F e r g u s , q u e a p a r e c e c o n galas
m i l i t a r e s y r e c i t a n d o el Tain Bo Cualnge í n t e g r o . J u s t i f i c a t a m b i é n la i n h u -
m a c i ó n d e l o s m u e r t o s e n c o m b a t e , e n o c a s i o n e s c o n su g a n a d o y sus
6 8
c r i a d o s . E n su f o r m a y e x p r e s i ó n , esta c r e e n c i a es, e n s u m a , m u y d i f e -
r e n t e d e la q u e p r o p a g ó el c r i s t i a n i s m o .

3.5. L A PERFECCIÓN DEL SID

E n e f e c t o , I r l a n d a , q u e n o c o n t e m p l a n a d a m á s q u e el caso d e h é r o e s o
g u e r r e r o s e x c e p c i o n a l e s , o c o m o m u c h o el d e a q u e l l o s q u e se s a l e n d e l o
n o r m a l , n o n o s d i c e m á s q u e las G a l i a s s o b r e l o q u e s u c e d í a c o n las
a l m a s c o m u n e s , las d e l o s m o r t a l e s s i n p r o e z a s m i l i t a r e s n i d i g n i d a d e s
r e a l e s o s a c e r d o t a l e s . E l sid se c o n c i b e y d e s c r i b e así c o m o u n mundo
ú n i c o , p e r f e c t o e i n d i f e r e n c i a d o . N i n g ú n t e x t o , sea c u a l sea, s o b r e n -
t i e n d e u n a d u a l i d a d c e l e s t e e i n f e r n a l e n la q u e las a l m a s se r e p a r t e n
s i g u i e n d o u n d e s t i n o p o s t u m o , d e t e r m i n a d o p o r l o s m é r i t o s o las c u l -
pas de su existencia t e r r e n a l . L a n o c i ó n de p e c a d o , c o n su s é q u i t o d e
r e c o m p e n s a s y castigos, p e r d ó n y a r r e p e n t i m i e n t o , p a r a í s o e i n f i e r n o , es
c o m p l e t a m e n t e d e s c o n o c i d a : l o s d e m o n i o s d e la é p o c a p r e c r i s t i a n a , o ,
d i c h o d e o t r o m o d o , l o s f o m o r e s , n o se e n c u e n t r a n n u n c a e n e l sid
—salvo p o r c o n f u s i ó n e n l a é p o c a tardía—, d e d o n d e está e x c l u i d a t o d a
i n f a m i a . N o hay más q u e placer, alegría y j u v e n t u d sin s o m b r a de r e s -
t r i c c i ó n . T a m p o c o h a y p u r g a t o r i o : el p e c a d o v e n i a l t i e n e l a m i s m a e x i s -
t e n c i a q u e la i m p i e d a d o el c r i m e n . Y l o s h a b i t a n t e s d e l sid, q u e s o n d i o -
ses p r o p i a m e n t e d i c h o s , n o se p r e o c u p a n d e la i n t e r c e s i ó n d e l o s s a n t o s
y n u n c a h a n c o n o c i d o al d i a b l o . E n c u a n t o al J u i c i o F i n a l , s ó l o e n c o n -
tramos u n a huella, a u n q u e m í n i m a , e n u n texto h a g i o g r á f i c o . V e a m o s
e n q u é t é r m i n o s u n r e y d e I r l a n d a r e h u s a c o n v e r t i r s e al c r i s t i a n i s m o ,
c o n a r g u m e n t o s q u e n o s o n n i sutiles n i t e o l ó g i c o s :

« N i a l , m i p a d r e , n o p e r m i t i ó creer y q u i e r o ser e n t e r r a d o e n los c e r r o s

d e T a r a c o m o los g u e r r e r o s , c o n r o p a s d e g u e r r a , p o r q u e los p a g a n o s t e n e -

m o s p o r c o s t u m b r e estar a r m a d o s e n n u e s t r a s s e p u l t u r a s , c o n las a r m a s y el

r o s t r o . v u e l t o s h a c i a e l e n e m i g o , h a s t a e l d í a erdathe, q u e e s p a r a l o s magi ( e s
6 9
d e c i r , los d r u i d a s ) el día d e l j u i c i o d e l S e ñ o r » .

68 Resultaría i n o p o r t u n o o i m p r u d e n t e f u n d a m e n t a r u n a teoría sociológica o reli-

g i o s a s o b r e el m o d o d e i n h u m a c i ó n p r a c t i c a d o p o r l o s c e l t a s .
69 W h i t l e y S t o k e s , The Tripartite Life of Patrick I I , p . 3 O 8.
428 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

L a c o n c e p c i ó n p r e c r i s t i a n a c o n t e n i d a e n la p a l a b r a erdathe es i m p o s i ­
b l e d e p r e c i s a r e n este c o n t e x t o si, t e n i e n d o e n c u e n t a su p r o b a b l e s i g ­
n i f i c a d o , n o n o s r e f e r i m o s a la d i l a t a c i ó n d e la n o c i ó n c r i s t i a n a d e J u i ­
7 0
cio Final a una época a n t e r i o r . N o tenemos, en efecto, n i n g u n a huella
s e r i a d e « j u i c i o » d i v i n o e n las c r e e n c i a s c e l t a s . P o r c o n s i g u i e n t e , l o
ú n i c o q u e m e r e c e n u e s t r a a t e n c i ó n , e n la r e l a c i ó n h a g i o g r á f i c a , es e l
c e r e m o n i a l d e i n h u m a c i ó n q u e d e m u e s t r a l a c r e e n c i a e n la p r o l o n g a ­
c i ó n d e la v i d a e n el O t r o M u n d o :

« S e l l e v a r o n d e s p u é s el c u e r p o d e L o e g a i r e y lo e n t e r r a r o n c o n su

a r m a d u r a , al s u r , y f u e r a d e su f o r t a l e z a r e a l e n T a r a , c o n el r o s t r o v u e l t o

h a c i a L e i n s t e r , c o m o si c o m b a t i e s e c o n t r a s u s h a b i t a n t e s , d e l o s q u e h a b í a

s i d o e n e m i g o m i e n t r a s vivía. La fortaleza d e L o e g a i r e servía e n t o n c e s de

sala p a r a l o s f e s t i n e s d e l r e y s u p r e m o y es la r a z ó n p o r la c u a l p i d i ó s e r e n t e ­
7 1
rrado allí» .

L o s p u n t o s e x a m i n a d o s m á s a r r i b a s o n h e c h o s a i s l a d o s q u e p o r sí
m i s m o s n o p u e d e n s u p l i r u n a e x p o s i c i ó n c o m p l e t a . I g n o r a m o s c ó m o se
i n c l u í a n o se a r t i c u l a b a n e n la d o c t r i n a y q u é l u g a r o c u p a b a n e n ella e n
r e l a c i ó n c o n e l c o n j u n t o . P e r o l a c o h e r e n c i a q u e se d e s p r e n d e d e s u
s i m p l e y u x t a p o s i c i ó n es tal, q u e el e s t a d o f r a g m e n t a r i o e n e l q u e a p a r e ­
c e n resulta ya u n a i n d i c a c i ó n . L o s d r u i d a s t u v i e r o n , c o m o t o d o s los
s a c e r d o t e s , i d e a s m u y p r e c i s a s s o b r e la o r g a n i z a c i ó n d e l O t r o M u n d o y
s o b r e las d i f e r e n c i a s q u e l o s e p a r a n d e l m u n d o t e r r e n a l . P o r e l l o d i s p o ­
n í a n de los m e d i o s para paliar los inconvenientes que e n ocasiones p r e ­
s e n t a b a n p a r a l o s h o m b r e s las r e l a c i o n e s s i e m p r e d i f í c i l e s e n t r e u n o y
otro.

70 erdathe e s u n a g r a f í a i n c o r r e c t a d e erdath, o t r a g r a f í a d e a i r t a c h « a c t o d e r e f r e s c a r ,
r e s t a u r a r o c e l e b r a r , f e s t i v a l , c e r e m o n i a » s e g ú n Contributions to a Dictionary of the Irish
Language, A / l , 1 8 4 y 2 4 ° , E , 1 6 6 . N o e s p o s i b l e s u s t e n t a r l a e t i m o l o g í a d e D ' A r -
b o i s d e J u b a i n v i l l e (Les celtes et les langues celtiques, p p . 1 8 8 - 1 8 9 ) e n u n c o m p u e s t o d e
l a p a r t í c u l a er- o air- « h a c i a , p a r a , e n » y u n d e r i v a d o d e dath, « c o l o r » , ( « e l d í a
d e erdathe s e r í a a q u e l e n e l q u e el m u e r t o r e c u p e r a s u c o l o r » ) , o i n c l u s o e n data,
e n i r l a n d é s m o d e r n o data-mhall « a g r a d a b l e » ( « e l d í a d e erdathe s e r í a e n t o n c e s
s i m p l e m e n t e e l d í a a g r a d a b l e » ) . N o se p u e d e e x t r a e r d e e s t a p a l a b r a n i n g u n a
c o n c l u s i ó n e n l o q u e se r e f i e r e a la e x i s t e n c i a d e u n a d o c t r i n a d e l j u i c i o a l o s
m u e r t o s a n á l o g a a la d e l c r i s t i a n i s m o .
71 E d . C h a r l e s P l u m m e r , « I r i s h M i s c e l l a n i e s » , Revue Celtique, n . ° 6, p . 1 6 5 .
 4 . LA O R I E N T A C I Ó N
429

4 . L A ORIENTACIÓN

E n i r l a n d é s , ichtar d e s i g n a al m i s m o t i e m p o l o « b a j o » y e l « n o r t e » ,
m i e n t r a s q u e tuas es s i m u l t á n e a m e n t e l o « a l t o » y e l « s u r » . Tuath, «can­
t ó n , p u e b l o » a d o p t ó d e l m i s m o m o d o el s i g n i f i c a d o de « n o r t e » y de
« i z q u i e r d a » , p o r a s o c i a c i ó n semántica c o n el o r i g e n n ó r d i c o de los
T u a t h a D é D a n a n n ; y l u e g o la p a l a b r a p a s ó d e a h í a s i g n i f i c a r « m a l é ­
f i c o , m á g i c o » , s u p l a n t a n d o al adjetivo n o r m a l cié, « i z q u i e r d a » . E n b r e ­
t ó n p e r m a n e c e u n v e s t i g i o d e esta o r i e n t a c i ó n p r i m i t i v a e n el d i a l e c t o d e
la isla d e S e i n : armordehou, « e l m a r d e la d e r e c h a » , d e s i g n a e l m a r e n
d i r e c c i ó n s u r , armorkleiz, « e l m a r d e la i z q u i e r d a » , e l m a r e n d i r e c c i ó n
n o r t e . L o m i s m o s u c e d e e n el g a l e s c o n las p a l a b r a s dehau, «derecha», y
7 2
gogledd, «izquierda, norte» . En cómico, an barth cleth, «el lado
i z q u i e r d o » , t i e n e c o m o s i n ó n i m o an barth north, «el lado n o r t e » . Y en
esta l e n g u a q u e , c o m o e l b r e t ó n , n o h a c o n s e r v a d o n i n g ú n t e x t o m i t o ­
l ó g i c o , s u b s i s t e al m e n o s u n a a l u s i ó n c l a r a a u n s i s t e m a d e o r i e n t a c i ó n
q u e n o l e d e b e n a d a a la c o n c e p c i ó n c l á s i c a . E n la BeunansMeriasek, «Vida
d e ( s a n ) M é r i a d e c » ( p o e m a e s c r i t o a p r i n c i p i o s d e l s i g l o XVl), u n v e r ­
d u g o e v o c a al d i a b l o :

Nov lemen duenjgyn forth

agen tassens an barth north

re rqys thynny

purguirj venedycconn

hapjle bohosogyon

j commondias thyn defiy

« A h o r a c o n t i n u e m o s n u e s t r o c a m i n o ; nuestro santo p a d r e del lado

n o r t e n o s h a d a d o c o n s u b e n d i c i ó n el d e r e c h o d e d e s v a l i j a r a l o s p o b r e s .
7 3
N o s lo ha o r d e n a d o expresamente» .

U n o b s e r v a d o r s i t u a d o f r e n t e al s o l n a c i e n t e t i e n e el S u r a s u d e r e ­
c h a , el N o r t e a su i z q u i e r d a , e l E s t e a n t e é l y e l O e s t e d e t r á s . E l s o l , al i r

7? V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u -
loiáés et c e l t i q u e s X X I V . 1 0 3 . A p o l l o n V i r o t u t i s ; i r l a n d a i s t u a t h et t u a s , b r e t ó n
t u s ; g a l l o i s e t b r e t ó n t u d » , Ogam, n . ° 1 8 , 1 9 6 6 , p p . 3 1 1 - 3 2 2 ( q u e e x p o n e e x h a u s ­
t i v a m e n t e el e s t a d o d e l a c u e s t i ó n ) , y j o s e p h C u i l l a n d r e , La droite et la gauche dans les
poémes homériques en concordance avec la doctrinepythagoricienne et la tradition celtique, París,
!944. p p - I-II.
73 E d . W h i t l e y S t o k e s , The Life of Saint Meriasek, Bishop and Confessor, a Cornish Drama, Lon­
dres, 1872, p . 198, versos 3 4 2 6 - 3 4 3 1 .
43o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

del este al o e s t e , p e r m a n e c e e n el s u r t o d o el d í a : es la m i t a d i l u m i n a d a d e l
mundo, reservada a l o s vivos, la q u e n o t i e n e m i s t e r i o p a r a e l l o s .
D u r a n t e l a n o c h e , e l s o l está e n e l n o r t e : p a r a l o s v i v o s es la m i t a d
e s c o n d i d a y m i s t e r i o s a , l a d e l o s m u e r t o s , la d e l o s s e r e s m í t i c o s , la d e
los h é r o e s y l o s d i o s e s , e l sid. L a o r i g i n a l i d a d d e la o r i e n t a c i ó n r e l i g i o s a
c e l t a es r e s u m i r d e este m o d o l i n e a l m e n t e l o s c u a t r o p u n t o s c a r d i n a l e s
e n u n a o p o s i c i ó n , f á c i l d e c o n c e b i r , d e l m u n d o d e l o s v i v o s y el d e l o s
m u e r t o s . P e r o el v o c a b u l a r i o i r l a n d é s t a m b i é n sabe n o m b r a r p e r f e c t a -
m e n t e el este y el o e s t e d i s t i n g u i é n d o l o s d e l n o r t e y d e l sur, y l o h a c e
c o n f i r m a n d o la o r i e n t a c i ó n t r a d i c i o n a l : t-air, « e l e s t e » , es e t i m o l ó g i c a -
m e n t e « ( l a r e g i ó n q u e está) d e l a n t e » , t-iar, « e l o e s t e » es, p o r el c o n -
7 4
t r a r i o , « ( l a r e g i ó n q u e está) d e t r á s » .

4 . 1 . L A DEXTRATIO
A l d e s p l a z a r s e es p o r t a n t o c o n v e n i e n t e r e s p e t a r el s e n t i d o d e l s o l , d e
i z q u i e r d a a d e r e c h a e n la m i t a d e s c o n d i d a d e l m u n d o , y d e d e r e c h a a
i z q u i e r d a e n la m i t a d i l u m i n a d a , l o q u e c o i n c i d e c o n las n o c i o n e s
r o m a n a s d e dexter/sinister. E l c o c h e r o d e la r e i n a M e d b h a c e g i r a r el c a r r o
a la d e r e c h a c u a n d o q u i e r e c o n j u r a r l o s m a l o s p r e s a g i o s q u e se a c u m u -
l a n (véase la p á g i n a 2 9 0 ) . E s e l deisií ( d e s « d e r e c h a » ) , y p a r e c e q u e se h a
c o n s e r v a d o e n I r l a n d a d u r a n t e m u c h o t i e m p o la c o s t u m b r e d e d a r u n a
o d o s v u e l t a s al c e m e n t e r i o , e n e l m o m e n t o d e u n a i n h u m a c i ó n , e n el
7 5
sentido del s o l , rasgo del folclore cristianizado que rebasa nuestro
tema.
L a p r o p i a dextratio, o p e r a d a esta v e z p o r u n s e r d i v i n o , p o n e f i n a u n a
a v e n t u r a b e n e f a c t o r a o c u r r i d a a S e n c h a n T o r p e i s t . E s t e se e n c o n t r ó e n
la o b l i g a c i ó n d e m o n t a r c o n sus c o m p a ñ e r o s e n u n a b a r c a a la v e z q u e
u n a v i e j a l e p r o s a , r e p u g n a n t e y c u b i e r t a d e h a r a p o s . L a v i e j a se t r a n s -
forma a continuación en un bello joven y...

« c u a n d o l l e g a r o n a I r l a n d a , v o l v i e r o n a ver a ese b e l l o j o v e n r e g i o , c o n

u n o s o j o s g r a n d e s e n la cabeza, u n a c a b e l l e r a r u b i a c o m o el o r o , m á s b e l l o

que l o s m o r t a l e s p o r l a f o r m a y p o r la v e s t i m e n t a . L u e g o , g i r ó h a c i a la

d e r e c h a d e S e n c h a n y su escolta. N o volvió a a p a r e c e r n u n c a m á s d e s d e ese

7 6
día. N o c a b e p o r t a n t o n i n g u n a d u d a d e q u e e r a el g e n i o d e la p o e s í a » .

74 R u d o l f T h u r n e y s e n , A Grammar of Oíd Irish, D u b l í n , 1 9 4 6 , p . 3 0 5 .

75 P- W . J o y c e , A Social History of Ancient Ireland I , p . 3 0 2 .
76 W h i t l e y S t o k e s , ThreeIrish Glossaries, p . 3 8 .
 k. L A O R I E N T A C I Ó N
431

L a s d o s ú l t i m a s frases e s t á n e n l a t í n , l o q u e n o m e n o s c a b a e n a b s o -
l u t o s u t r a d i c i o n a l s i g n i f i c a d o c e l t a . A l c o n t r a r i o q u e este g e n i o b e n é -
fico, C u c h u l a i n n (¡que sólo tiene c i n c o años!), c o m o muestra de cólera
g u e r r e r a , c u a n d o v u e l v e d e E m a i n M a c h a tras su p r i m e r a e x p e d i c i ó n a la
f r o n t e r a del U l s t e r , presenta el lado i z q u i e r d o del carro y t o d o el
m u n d o empieza a tener miedo:

« ( C u c h u l a i n n y su c o c h e r o ) V i n i e r o n a E m a i n Macha. " U n h o m b r e e n

c a r r o v i e n e h a c i a n o s o t r o s —dijo el vigía d e E m a i n m a c h a — , y v e r t e r á la s a n -

g r e d e t o d o s l o s h o m b r e s q u e e s t á n e n l a c o r t e si n o e s t a m o s e n g u a r d i a y si

n o v a n h a c i a él m u j e r e s d e s n u d a s " . V o l v i ó e n t o n c e s el l a d o i z q u i e r d o d e l

carro hacia E m a i n , lo q u e estaba p r o h i b i d o . Y C u c h u l a i n n dijo: " J u r o p o r

el d i o s s o b r e el q u e j u r a n l o s u l t o n i a n o s q u e si n o e n c u e n t r a n a u n hom-

b r e q u e c o m b a t a c o n t r a m í , v e r t e r é l a s a n g r e d e t o d o a q u e l q u e e s t é e n la
7 7
fortaleza» .

Y m u c h o m á s t a r d e , al f i n a l d e su e x i s t e n c i a , la m i s m a s e ñ a l m a l é f i c a
le s o b r e v i e n e al h é r o e , esta v e z c o n t r a su v o l u n t a d , c u a n d o se o b s t i n a e n
p a r t i r h a c i a e l q u e se s e r á s u ú l t i m o c o m b a t e . S u c a b a l l o p r e f e r i d o , e l
Gris de M a c h a , que posee u n a inteligencia h u m a n a , rehusa dejarse
e m b r i d a r y se v u e l v e t r e s v e c e s h a c i a la i z q u i e r d a :

« L u e g o , se e n v o l v i ó e n s u m a n t o y t o m ó s u e s c u d o c o n r e m a t e d a m a s -

q u i n a d o . D i j o a L o e g , h i j o d e R i a n g a b a i r : " P r e p á r a n o s el c a r r o , o h , L o e g ,

p a d r e m í o " . " J u r o p o r el d i o s s o b r e el q u e j u r a m i t r i b u —dijo Loeg— q u e ,

a u n c u a n d o t o d a la p r o v i n c i a d e C o n c h o b a r e s t u v i e s e a l r e d e d o r d e G r i s d e

M a c h a , n o lo l l e v a r í a n h a c i a el c a r r o . N o te h e d i c h o esto h a s t a h o y : lo q u e

e r a p a r a m í u n p l a c e r n o es l o q u e m e h a o c u r r i d o . Si l o d e s e a s , ve t ú

m i s m o a h a b l a r c o n G r i s " . C u c h u l a i n n fue h a c i a él y el c a b a l l o le v o l v i ó

t r e s veces el l a d o i z q u i e r d o h a c i a é l . M o r r i g a n h a b í a r o t o el c a r r o la n o c h e

p r e c e d e n t e : n o q u e r í a q u e C u c h u l a i n n f u e s e al c o m b a t e , p u e s sabía q u e n o

regresaría a E m a i n Macha. C u c h u l a i n n dijo a Gris de Macha: " N o tenías

7 8
p o r c o s t u m b r e , o h , G r i s , g i r a r a la i z q u i e r d a d e l a n t e d e m í " » .

P a r a c o n j u r a r la m a l a s u e r t e , L o e g , e l c o c h e r o , g i r a e l c a r r o d e c o m -
b a t e hacia ia d e r e c h a , a u n q u e s a b e q u e s u g e s t o es e n v a n o :

77 Tain Bo Cualnge ( « E l r o b o d e l g a n a d o d e C o o l e y » ) , v e r s i ó n d e l Libro Amarillo de Lecan,

a p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Ogam, n . ° 1 5 , p . 1 5 6 -
78 A p a r t i r d e l a t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La mortde Cuchulainn, versión
A, Ogam, n . ° 1 8 , p . 346.
432 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

« " M á s v a l d r í a q u e n o las d e j a s e s (a las m u j e r e s d e l U l s t e r ) —dijo Loeg—,

p u e s n u n c a h a s t a a h o r a h a s d e s h o n r a d o el v i g o r d e la f a m i l i a d e t u m a d r e " .

" ¡ Q u é d e s g r a c i a ! —dijo C u c h u l a i n n — , d é j a l o ya, o h , L o e g , p u e s c o r r e s -

p o n d e al c o c h e r o c u i d a r l o s a n i m a l e s , al g u e r r e r o p r o t e g e r , al c a m p e ó n

a c o n s e j a r , al h o m b r e s e r v i r i l y a la m u j e r e s t a r t r i s t e . V e d e l a n t e d e m í al

c o m b a t e . L a c o m p a s i ó n n o sirve d e n a d a y n o es d e n i n g u n a a y u d a " . El

c a r r o c o m e n z ó a g i r a r h a c i a la d e r e c h a . E n ese m o m e n t o las mujeres

e m p i e z a n a l a m e n t a r s e a g r i t o s y a g i t a n d o las m a n o s . S a b í a n q u e n o v o l v e -
7 9
ría a E m a i n Macha» .

E n la l a r g a s u c e s i ó n d e c o m b a t e s s i n g u l a r e s d e El robo del ganado de Coo-

ley, u n a d v e r s a r i o d e C u c h u l a i n n g i r a su c a r r o h a c i a la i z q u i e r d a e n s e ñ a l
de desafío:

« E l c o c h e r o g i r ó d e n u e v o el c a r r o h a c i a e l v a d o . P r e s e n t a r o n e l l a d o

i z q u i e r d o a la a s a m b l e a e n d i r e c c i ó n d e l v a d o . L o e g o b s e r v ó e s t o : "El

último conductor de carro que estaba aquí hace un momento, ¡oh,

p e r r o ! " , d i j o L o e g . " ¿ Q u é p a s a c o n é l ? —dijo C u c h u l a i n n — . N o s p r e s e n t a

el l a d o i z q u i e r d o e n d i r e c c i ó n al v a d o " . " E s E t a r c u m u l , o h , muchacho,

b u s c a c o m b a t e c o n t r a m í . Y e s o n o m e g u s t a m u c h o , p o r q u e salió b a j o la
8 0
protección de m i padre adoptivo del c a m p a m e n t o " » .

C u a n d o el d r u i d a A i t h i r n e deja el U l s t e r c o n i n t e n c i o n e s hostiles
h a c i a el r e s t o d e I r l a n d a , va d e la d e r e c h a a la i z q u i e r d a :

« H a b í a e n I r l a n d a u n h o m b r e d u r o y s i n p i e d a d , A i t h i r n e el E x i g e n t e ,

u n h o m b r e q u e r e c l a m a b a al t u e r t o s u ú n i c o o j o y q u e d e s e a b a a la m u j e r

p r e ñ a d a . L o l l a m a b a n así p o r q u e se f u e u n a vez a h a c e r u n i t i n e r a r i o por

c o n s e j o d e C o n c h o b a r . P r i m e r o se fue h a c i a la i z q u i e r d a d e I r l a n d a y d i o

la v u e l t a a C o n n a u g h t . H e a q u í a d o n d e fue a c o n t i n u a c i ó n : a casa d e l rey

del centro de Irlanda, e n t r e los dos Vados de los Zarzos, e n casa de

8
E o c h a i d , hijo d e L u c h t a , rey del sur de Connaught» '.

N o falta n i s i q u i e r a u n t e x t o h a g i o g r á f i c o . E n su p i n t o r e s c o l a t í n , el
p r i m e r h i s t o r i a d o r d e san P a t r i c i o , M u i r c h u , n o s t r a n s m i t e p a r t e d e las

79 Tain Bo Cualnge, a p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a m o r t

d e C u c h u l a i n n » , loe. cit, Ogam, n . ° 1 5 , p . 3 4 7 -
80 E d . W i n d i s c h , Irische TexteV, p . 2 4 5 ( C h . - J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley,
op. cit, p.I2l).
81 TallandEtaír, e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Celtique, n . ° 8, p . 4 8 .
 4. LA O R I E N T A C I Ó N
433

circunstancias preliminares del gran debate doctrinal del santo y los

druidas:

« H a b i e n d o u n c i d o n u e v e c a r r o s , s e g ú n la t r a d i c i ó n d e l o s d i o s e s , y

h a b i e n d o escogido a estos d o s dioses d r u i d a s p a r a este d e b a t e d e l a n t e d e

t o d o s l o s n o b l e s , es d e c i r , L u c e t m a e l y L o c h r u , L o e g a i r e s a l i ó d e T a r a al

f i n a l d e la n o c h e . . . , e s t a n d o l o s r o s t r o s d e l o s h o m b r e s y d e l o s c a b a l l o s
8 2
v u e l t o s h a c i a la i z q u i e r d a , q u e e n t r e ellos e r a la d i r e c c i ó n conveniente» .

E s t e d a t o n o es h i s t ó r i c o y s u v e r i f i c a c i ó n es i m p o s i b l e . E n n i n g ú n
l a d o se d i c e , a p a r t e ú n i c a m e n t e d e l o s t e x t o s h a g i o g r á f i c o s , q u e h a y a
h a b i d o tal h o s t i l i d a d e n t r e s a n t o s y d r u i d a s . N o o b s t a n t e , a u n e n e l c a s o
d e q u e este t e x t o c o n t u v i e s e e l m á s m í n i m o a s o m o d e v e r d a d —lo q u e
n u n c a es s e g u r o — , e l h a g i ó g r a f o n o c o m p r e n d i ó este ú l t i m o d e s a f í o al
v e n c e d o r t r i u n f a n t e p o r p a r t e d e l d r u i d a y d e l rey, v e n c i d o s y c o n d e n a ­
d o s al o l v i d o y a la c o n v e r s i ó n .
P a r a c o n c l u i r c o n la dextratio, y s i n a b a n d o n a r la h a g i o g r a f í a , r e c o r d e ­
m o s el texto q u e c u e n t a c ó m o san P a t r i c i o d e r r i b ó el « í d o l o » de M a g
S l e c h t (sin n i n g u n a d u d a la P i e d r a d e F a l ) , la c u a l estaba h a b i t a d a p o r u n
d e m o n i o (véase la p á g i n a l i o ) . C u a l q u i e r a d i r í a q u e j a m á s u n d e m o n i o
tan malvado ha j u g a d o u n a tan mala pasada a u n santo tan grande de
I r l a n d a . P u e s san P a t r i c i o , c u a n d o asestó u n g o l p e c o n e l b á c u l o , se e q u i ­
v o c ó d e l a d o : e l d e m o n i o g i r ó b r u s c a m e n t e la p i e d r a y, e n l u g a r d e
a l c a n z a r el l a d o d e r e c h o , l o q u e h u b i e s e s i g n i f i c a d o su a n i q u i l a c i ó n , el
b á c u l o e p i s c o p a l y m i s i o n e r o g o l p e ó e l l a d o i z q u i e r d o . P o r esta i m p o r ­
t a n t e r a z ó n —que n o t i e n e n a d a d e c i e n t í f i c a — , l a t i e r r a n o se t r a g ó d e l
t o d o e l í d o l o n i las o t r a s d o c e p i e d r a s q u e l o r o d e a b a n . E n c u a n t o a l a
a u t e n t i c i d a d d e l t e s t i m o n i o d e esta dextratio fallida, p o r s u p u e s t o sería i n a -
p r o p i a d o n o admitirla: c u a n d o m e n o s posee u n estricto valor h a g i o g r á -
f i c o . A d e m á s , al g o l p e a r la P i e d r a d e Fal, san P a t r i c i o a b o l i ó la s o b e r a n í a
p a g a n a d e I r l a n d a , l o q u e d e s d e su p u n t o d e vista, a m e d i a d o s d e l s i g l o V ,
conllevaba importantes consecuencias y beneficios.

4.2. L A CIRCUNAMBULACIÓN

L a c i r c u n a m b u l a c i ó n g e n e r a p o d e r m á g i c o : s e g ú n P l u t a r c o (César 27>
8 - J . o ) , e n e l m o m e n t o d e s u r e n d i c i ó n t r a s la c a p i t u l a c i ó n d e A l e s i a ,
V e r c i n g é t o r i x d i o u n a v u e l t a al g a l o p e a l r e d e d o r d e su v e n c e d o r :

82 E d . W h i t l e y S t o k e s , The TripartiteLifeofPatrick II, p . 280.

434 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

« L o s q u e d o m i n a b a n Alesia, tras h a b e r causado n o p o c o s males a César

y a ellos m i s m o s , t e r m i n a r o n p o r r e n d i r s e . E l g e n e r a l e njefe d e t o d o el

ejército, Vercingétorix, t o m ó susm á s bellas armas, enjaezó r i c a m e n t e su

caballo y salió p o r las p u e r t a s d e la m u r a l l a c a b a l g a n d o . Y d e s p u é s d e c a r a ­

colear e n c í r c u l o a l r e d e d o r d e César, q u e estaba s e n t a d o , saltó d e l caballo,

a r r o j ó a l s u e l o la a r m a d u r a y, s e n t á n d o s e a l o s p i e s d e C é s a r , se q u e d ó

q u i e t o , hasta q u e éste le e n t r e g ó a q u i e n e s l o c u s t o d i a b a n p a r a la c e l e b r a ­

ción del triunfo»*.

P e r o e l a u t o r g r i e g o n o p r e c i s a e l s i g n i f i c a d o d e la c i r c u n a m b u l a c i ó n
y t a m p o c o s a b e m o s si d i j o l a v e r d a d . E l p r i n c i p a l i n t e r e s a d o , tras V e r ­
c i n g é t o r i x , y n u e s t r o p r i n c i p a l t e s t i g o o c u l a r , C é s a r (Comentarios VII,
89), despacha el asunto sin circunloquios n i circunambulación e n cua­
t r o p a l a b r a s : Vercingétorix redditur, armaprojiciuntur ( « S e le entrega a V e r c i n ­
g é t o r i x , se a r r o j a n al s u e l o las a r m a s » ) * * , u n a c o n c i s i ó n r e p r e n s i b l e e n
tales c i r c u n s t a n c i a s .
A p a r t e d e q u e e l l í m i t e e n t r e l a dextratio y la c i r c u n a m b u l a c i ó n n o
s i e m p r e es fácil d e e s t a b l e c e r (la dextratio, q u e es u n m o v i m i e n t o d e t o d o
el i n d i v i d u o , v i e n e a s e r u n a c i r c u n a m b u l a c i ó n h a c i a la d e r e c h a ) , l o s
escritores clásicos n o siempre c o m p r e n d i e r o n q u e su sentido b e n é f i c o
e n t r e l o s celtas e r a e l m i s m o q u e t e n í a e n t r e e l l o s . M i e n t r a s q u e P o s i d o ­
nio dice correctamente que « T a m b i é n adoran a los dioses de rodillas
8 3
v o l v i é n d o s e a l a d e r e c h a » , P l i n i o (Hist. Nat. X X V I I I , 4 ) p a r e c e h a b e r
e n t e n d i d o l o c o n t r a r i o : quod in laevum fecisse Galli religiosus credunt ( « l o s galos

c r e e n q u e es m á s c o n f o r m e a la r e l i g i ó n h a b e r l o h e c h o hacia la
i z q u i e r d a » ) . T o d o d e p e n d e d e l a p o s i c i ó n q u e se a d o p t e . E l s e n t i d o
« b u e n o » es e l d e la t r a y e c t o r i a d e l sol y l o s r e c o r r i d o s a n u a l e s d e l o s
r e y e s d e I r l a n d a l o r e s p e t a b a n . E n l a h i s t o r i a m í t i c a , c u a n d o e l file
A m o r g e n , el primer goidelo, desembarca, pone m u c h o cuidado e n
pisar tierra e n p r i m e r lugar c o n el p i e d e r e c h o : « C u a n d o A m o r g e n
G l u i n g e l , hijo de M i l , puso el p i e d e r e c h o e n Irlanda, cantó el siguiente

83 P o s i d o n i o e n A t e n e o X X I I I : cf. J . Z w i c k e r , op. cif., p . 1 4 -

84 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 5 .
a
* T r a d . e s p . : Vidas paralelas (trad. Emilio Crespo), Madrid, Cátedra, 1999 ( 2 . ed.
De 2003), p . 205 [N. d e l T . ] .
** T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 9 6 [ N . d e l T . ] .
 4 . LA O R I E N T A C I Ó N
435

4 . 3 . L O S CUATRO PUNTOS CARDINALES

Esta o r i e n t a c i ó n celta p u d o p r o l o n g a r s e e n el f o l c l o r e y s o b r e v i v i r e n
reminiscencias del v o c a b u l a r i o . D e h e c h o , el cristianismo la c o n d e n ó
sin conseguir n u n c a q u e desapareciera com ple ta m e nte . A principios del
siglo XII, e l t r a n s c r i p t o r d e l Leborna hUidre, al inscribir los orígenes i r l a n -
deses e n e l c l a s i c i s m o b í b l i c o , s i t u a b a c a d a p u n t o c a r d i n a l b a j o e l p a t r o -
nazgo de u n individuo predestinado:

« L o s c u a t r o p u n t o s c a r d i n a l e s d e l m u n d o , a s a b e r , e l E s t e y el O e s t e , el

S u r y el N o r t e : hay c u a t r o h o m b r e s e n ellos, a saber, u n h o m b r e e n cada

p u n t o c a r d i n a l , y esto e r a así p a r a m a g n i f i c a r las maravillas y los m i l a g r o s

h e c h o s p o r D i o s , p a r a d e c i r las cosas antiguas y d e s c o n o c i d a s d e l m u n d o d e

la r a z a d e A d a m » .

E l p r i m e r o es F i n í a n , h i j o d e B o c h r a , h i j o d e L a m e c h , q u e c o n t ó l o s
tiempos primitivos de España y de Irlanda y q u e vivió c i n c o m i l q u i -
nientos cincuenta años, cincuenta de los cuales antes del diluvio. E l
s e g u n d o es F e r é n , h i j o d e S i s t e n , h i j o d e J a f e t , q u e c o n t ó las h i s t o r i a s
del n o r t e del m u n d o ; vivió cuatro m i l años y m u r i ó a orillas del A r a s el
d e c i m o q u i n t o a ñ o d e l r e i n a d o d e T i b e r i o . E l t e r c e r o es F o r s , h i j o d e
E l e c t r a , q u e c o n t ó las h i s t o r i a s d e l este d e l m u n d o ; v i v i ó c i n c o m i l a ñ o s
y m u r i ó e n J e r u s a l é n el v i g é s i m o sexto a ñ o d e l r e i n a d o d e O c t a v i o , el
a ñ o e n e l q u e n a c i ó J e s u c r i s t o . E l c u a r t o es A n n o i t , h i j o d e E t h i o r , h i j o
d e C a s , h i j o d e C h a m , q u e c o n t ó las h i s t o r i a s d e l s u r d e l m u n d o ; murió
e n t i e m p o s d e C o r m a c , h i j o d e C o n n , s e g ú n e l t e x t o d e l s i g l o III d e
8 5
nuestra era .
Tal sistema d e o r i e n t a c i ó n , que podría fácilmente considerarse
b í b l i c o , c o i n c i d e c o n la n o c i ó n g e o g r á f i c a d e la d i v i s i ó n t e r r i t o r i a l d e
I r l a n d a e n l a q u e e l c e n t r o es u n q u i n t o p u n t o c a r d i n a l . E l m e j o r e j e m -
p l o se e n c u e n t r a e n e l r e l a t o La batalla de Mag Rath:

« D o m n a l l , h i j o d e A e d , h i j o A i n m i r e , realizó el Festín d e Tara, y tres

s o n los festines d e I r l a n d a : el Festín d e E m a i n , el Festín d e T a r a y el Festín

de C r u a c h a n . C o n v o c ó a l o s h o m b r e s d e I r l a n d a a este Festín d e T a r a . Se

p r e p a r ó u n acama para D o m n a l l e n m e d i o d e lpalacio d e Tara y después el

g e n t í o se s e n t ó : e l r e y d e M u n s t e r e n la p a r t e m e r i d i o n a l d e la casa, l o s

h o m b r e s d e C o n n a u g h t al o e s t e , l o s h o m b r e s d e l U l s t e r a l s u r , l o s h o m b r e s

85 Cethriarda in domain, « L o s c u a t r o p u n t o s c a r d i n a l e s d e l m u n d o » , e n Leborna hUidre,

e d . B e s t - B e r g i n , f o l i o 120b, 2 7 - 4 5 , l í n e a s IO063-IO087, p . 3 0 5 .
436 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

d e L e i n s t e r al e s t e , l o s d e l c e n t r o d e I r l a n d a a l r e d e d o r d e D o m n a l l e n esta

c a s a . A s í es c o m o se h i z o la c o r t e : el r e y d e M u n s t e r a s u d e r e c h a , el r e y d e

C o n n a u g h t d e t r á s d e él, el r e y d e l U l s t e r a s u i z q u i e r d a . H e a q u í c ó m o se

h u b i e s e n s i t u a d o si u n o d e l o s U i N é i l l d e l s u r h u b i e s e p o s e í d o la r e a l e z a :

el r e y d e L e i n s t e r a s u l a d o , el r e y d e A i l e c h a s u i z q u i e r d a , el r e y d e l U l s t e r
8 6
a s u l a d o , el r e y d e C o n n a u g h t d e t r á s d e é l . . . » .

Este extracto c o n f i r m a e ilustra la d i v i s i ó n de I r l a n d a e n c i n c o p r o -

v i n c i a s r e a l i z a d o p o r F i n t a n e n e l r e l a t o La fundación del dominio de Tara s e g ú n
c r i t e r i o s q u e , e n su o r d e n d e e n u m e r a c i ó n , c o i n c i d e n c l a r a m e n t e c o n
el s e n t i d o d e la dextratio y d e la c i r c u n a m b u l a c i ó n :

« " O h , F i n t a n —dijo—, ¿ c ó m o f u e d i v i d i d a y q u é s e p u s o e n e l l a ? " . " N o

es d i f í c i l — r e s p o n d i ó — , al o e s t e la c i e n c i a , al n o r t e la b a t a l l a , al e s t e la p r o s -
8
p e r i d a d , e n el s u r la m ú s i c a , e n el c e n t r o la s o b e r a n í a " » ' ' .

E l e s q u e m a es el s i g u i e n t e :
ciencia oeste Connaught,
batalla norte Ulster,
prosperidad este Leinster,
música sur Munster,
soberanía centro Meath.

E s t e s i s t e m a , q u e r e s p e t a t a m b i é n la j e r a r q u í a d e l « c e n t r o » y d e l o s
« l a d o s » del c o s m o s , dejó huellas e n los textos religiosos o hagiográficos
b a j o la f o r m a de u n p e r i o d o estilístico q u e exalta la u n i v e r s a l i d a d de
Cristo, p o r ejemplo en u n cuarteto a n ó n i m o del LeborBrecc-.

« E l r o s t r o d e J e s ú s e n la c r u z al o e s t e ,

al este s i n t r i b u t o d e la c a r n e , el l o m o d e l c o r d e r o ,

s u l a d o i z q u i e r d o está al s u r h a c i a el s o l ,
8 8
está s u f r i e n d o , su l a d o d e r e c h o h a c i a el n o r t e » .

86 Textesmythologiquesirlandaisl/l, p . 185.
87 Ibid.,p. 162.
88 K u n o M e y e r , « I r i s h q u a t r a i n s » , ¿¿itschriftfür Celtische Philologie, n . ° 2, p . 2 2 5 - Su
correspondencia en sánscrito ha sido estudiada p o r Daniel D u b u i s s o n ( « L e roi
i n d o - e u r o p é e n e t l a s y n t h é s e d e s t r o i s f o n c t i o n s » , Ármales, Economies, Sociétés, Civili-
sations, e n e r o - f e b r e r o 1 9 7 8 , p p . 3 8 - 4 4 ) .
 5. L A S I S L A S D E L N O R T E D E L M U N D O
437

5. LAS ISLAS DEL NORTE DEL MUNDO

¿De d ó n d e venían los druidas y su doctrina? S u n o m b r e aparece p o r

p r i m e r a v e z e n l o s Comentarios d e C é s a r h a c i a e l a ñ o 5O a n t e s d e n u e s t r a
era. N o s o n constructores o usuarios de megalitos, p e r o n o cabe la
m e n o r d u d a d e q u e s o n t a n a n t i g u o s c o m o l a p r e s e n c i a d e l o s celtas e n
Europa. D i ó g e n e s Laercio escribe:

« D i c e n a l g u n o s q u e la Filosofía, e x c e p t o el n o m b r e , t u v o s u o r i g e n

e n t r e l o s b á r b a r o s ; p u e s c o m o d i c e n A r i s t ó t e l e s e n s u Mágico, y S o c i ó n , e n el

l i b r o X X I I I De las sucesiones f u e r o n l o s m a g o s s u s i n v e n t o r e s e n t r e l o s p e r s a s ;

los caldeos e n t r e l o s asirios y b a b i l o n i o s ; l o s g i m n o s o f i s t a s e n t r e l o s i n d i o s ; y

8 9
e n t r e l o s celtas y galos, l o s d r u i d a s , c o n l o s l l a m a d o s s e m n o t e o s » .

D e h e c h o , e l p r o b l e m a d e l o r i g e n d e l o s d r u i d a s y d e l d r u i d i s m o está
l i g a d o al d e l o r i g e n d e l o s p u e b l o s c e l t a s y, p o r c o n s i g u i e n t e , al p a s a d o
indoeuropeo:

« L o s d r u i d a s a s e g u r a n q u e u n a p a r t e d e este p u e b l o es e n r e a l i d a d

i n d í g e n a , p e r o q u e t a m b i é n l l e g a r o n g e n t e s p r o c e d e n t e s d e islas l e j a n a s y

d e t i e r r a s situadas al o t r o l a d o d e l R i n , g e n t e s q u e h a b í a n s i d o e x p u l s a d a s

d e s u p a t r i a p o r la f r e c u e n c i a d e las g u e r r a s y p o r las i n u n d a c i o n e s c a u s a d a s
9 0
p o r el m a r » .

Estas catástrofes o cataclismos s o n c i e r t a m e n t e m á s l e g e n d a r i o s q u e

h i s t ó r i c o s y e n e l l o s se p u e d e a p r e c i a r p o s i t i v a m e n t e l a h u e l l a d e r e l a t o s
e t i o l ó g i c o s a n á l o g o s a l o s d e l Libro de ¡as conquistas de Manda.

C é s a r (ComentariosWl, 13) ofrece u n a i n d i c a c i ó n geográfica q u e parece

más precisa:

89 Vitae Philosophorum I [ t r a d . e s p . : Vidas de filósofos ilustres ( t r a d . J o s é O r t i z y S a i n z ) , B a r -

celona, Iberia, 2000, p . 3].
90 T i m á g e n e s e n A m i a n o M a r c e l i n o X V , g 4 [ t r a d . e s p . : Historia ( t r a d . M a r í a L u i s a
H a r t ó Trujillo), M a d r i d , Akal, 2002, p . 189]. Sería i m p r u d e n t e seguir a D ' A r -
b o i s d e J u b a i n v i l l e (Le cycle mythologique irlandais, p p . 2 6 2 - 2 6 3 ; t r a d . e s p . : El ciclo
mitológico irlandésj la mitología celta, B a r c e l o n a , E d i c o m u n i c a c i ó n , 1 9 8 6 ) y u t i l i z a r e s t e
p u ñ a d o d e líneas, d e m a s i a d o breves, e n el estudio d e las « o l a s » d e p o b l a m i e n t o
celta e n las Galias. N o s a b e m o s n a d a acerca d e las m o d a l i d a d e s étnicas d e i n v a -
s i ó n c e l t a e n E u r o p a o c c i d e n t a l . ¡ S i ya l o s ú l t i m o s m o v i m i e n t o s c e l t a s e n e l b a j o
imperio s o n de los más oscuros!
438 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

« S e p i e n s a q u e sus e n s e ñ a n z a s f u e r o n a d q u i r i d a s e n B r i t a n i a y d e s d e

a q u í llevadas a la G a l i a . E n la a c t u a l i d a d , q u i e n e s d e s e a n c o n o c e r l a s m á s a

f o n d o p o r l o g e n e r a l m a r c h a n allá p a r a i n s t r u i r s e » * .

P e r o n o s e q u i v o c a r í a m o s si v i é s e m o s e n esta o b s e r v a c i ó n la h u e l l a d e
u n e s t a d i o a n t e r i o r d u r a n t e el c u a l l o s d r u i d a s n o h a b r í a n e x i s t i d o y q u e
los g a l o s h a b r í a n c o n s e r v a d o e n la m e m o r i a . E l o r i g e n b r i t a n o atesti-
g u a d o a q u í p o r C é s a r n o es t a m p o c o u n a p r u e b a d e q u e las d o c t r i n a s
d r u í d i c a s h a b r í a n e s t a d o c o n t a m i n a d a s o i n f l u i d a s a través d e c o n t a c t o s
9 1
c o n p u e b l o s e x t r a n j e r o s . H a y q u e l i b r a r s e t a m b i é n d e la t e n d e n c i a a
e s c i n d i r el á m b i t o r e l i g i o s o celta e n « d r u í d i c o » y « p r e d r u í d i c o » , en
« c é l t i c o » y « p r e c é l t i c o » , precisamente p o r q u e u n a doctrina religiosa
t r a d i c i o n a l n o es n u n c a e l r e s u l t a d o d e u n a s í n t e s i s d e u n a s e r i e o d e
u n a c o m b i n a c i ó n de corrientes c o n orígenes diversos. A l intentar
« f e c h a r » a l o s d r u i d a s m e d i a n t e d o c u m e n t o s , se l l e g a a a f i r m a r que
« l o s g a l o s q u e e m i g r a r o n a G r a n B r e t a ñ a f u e r o n q u i e n e s t r a j e r o n (sic)
9 2
el d r u i d i s m o » c o n p o s t e r i o r i d a d al s i g l o I I I a n t e s d e n u e s t r a e r a .
Ciertos historiadores t i e n e n t e n d e n c i a a s i t u a r esta c u e s t i ó n e n e l
t i e m p o y e l e s p a c i o e n f u n c i ó n d e l p r i m e r d o c u m e n t o q u e el a z a r p o n e
e n sus m a n o s . P e r o e l d o c u m e n t o s i g n i f i c a s i m p l e m e n t e q u e la e x i s t e n -
cia d e l o s d r u i d a s h a q u e d a d o r e f l e j a d a e n la h i s t o r i a e s c r i t a a p a r t i r d e
d e t e r m i n a d a f e c h a . L a c r e a c i ó n d e l d r u i d i s m o n o se p r o d u j o e n la
é p o c a d e la g u e r r a d e las G a l i a s y n o s e r í a l ó g i c o d i s o c i a r la e x i s t e n c i a d e
l o s d r u i d a s d e la d e l o s c e l t a s .

91 S i n q u e se s e p a b i e n p o r q u é , D ' A r b o i s d e J u b a i n v i l l e (Les druides et les dieux celtiques á

forme d'animaux, P a r í s , 1 9 0 6 , p p . 1 3 - 1 4 ) e x t r a j o d e l t e x t o d e C é s a r la c o n c l u s i ó n d e
q u e el d r u i d i s m o e r a u n a i n s t i t u c i ó n d e o r i g e n g o i d é l i c o . E l o r i g e n d e l o s d r u i d a s
e s t á a s o c i a d o al d e l o s c e l t a s e n g e n e r a l , s i n d i s t i n c i ó n l i n g ü í s t i c a o é t n i c a i n t e r n a .
P o r o t r o l a d o , n a d a n o s p e r m i t e p e n s a r q u e la d i s t i n c i ó n l i n g ü í s t i c a e n t r e el g a é l i c o ,
m á s a r c a i c o , y e l b r i t ó n i c o , m á s i n n o v a d o r , se c o r r e s p o n d e c o n d o s o l e a d a s d e
p o b l a m i e n t o d e la i n v a s i ó n c e l t a . S e r í a e r r ó n e o t a m b i é n , d e b i d o a u n a e s p e c i e d e
c o n f u s i ó n d e los c o n c p t o s d e r e l i g i ó n y t r a d i c i ó n , c o v e r t i r el d r u i d i s m o e n u n a
s u e r t e d e « r e l i g i ó n f e d e r a l » q u e e n g l o b a r í a , a la m a n e r a d e l I s l a m , p u e b l o s d e o r í -
g e n e s m u y v a r i a d o s . L a t r a d i c i ó n r e s u l t a a q u í i n s e p a r a b l e d e la e t n i a y d e la l e n g u a .
92 A l b e r t B a y e t , La morale des Gaulois, p p . 3 6 - 3 7 . E v i d e n t e m e n t e n a d a de eso ha exis-
tido. En G r a n Bretaña no había ninguna «escuela» druídica más competente
q u e e n el c o n t i n e n t e , s i n o u n a t r a d i c i o n a l l o c a l i z a c i ó n s e p t e n t r i o n a l d e la i n s t i -
t u c i ó n s a c e r d o t a l , i g u a l q u e e n l o r e l a t i v o a l a i n i c i a c i ó n g u e r r e r a y, v e r o s í m i l -
m e n t e , d e la i n i c i a c i ó n a r t e s a n a l .
* T r a d . e s p . : op. cit, p . 2 1 2 [ N . d e l T . ] .
 5. LAS I S L A S D E L N O R T E D E L M U N D O
439

El s u p l e m e n t o i n s t r u c t i v o q u e l o s h é r o e s v a n a b u s c a r a G r a n B r e t a ñ a
y a E s c o c i a está e n e f e c t o b i e n a t e s t i g u a d o y, a u n q u e se t r a t e e n t o d o s l o s
casos d e u n a i n s t r u c c i ó n g u e r r e r a , e l p e r f e c c i o n a m i e n t o de los c o n o c i -
m i e n t o s a d q u i e r e u n a s p e c t o i n i c i á t i c o c i e r t o . Es e l c a s o , p o r ejemplo,
d e l j o v e n C u c h u l a i n n . P o r la b e l l a E m e r , su p r o m e t i d a , c o n s i e n t e en
h a c e r f r e n t e a las p e o r e s a v e n t u r a s e n E s c o c i a (es l a ú n i c a v e z e n su c o r t a
v i d a q u e sale d e I r l a n d a ) , s i n i g n o r a r d e n i n g ú n m o d o q u e s u f u t u r o
suegro desea desembarazarse de él:

«Les dieron la b i e n v e n i d a . Eran tres en total. Cuando (Forgall

M a n a c h , p a d r e d e E m e r ) h u b o d e s p e d i d o a s u g e n t e el t e r c e r d í a , a l a b a r o n

a C u c h u l a i n n y a los c a m p e o n e s d e los u l t o n i a n o s a n t e él. R e s p o n d i ó que

e r a v e r d a d y a d m i r a b l e , p e r o q u e si C u c h u l a i n n f u e s e s i m p l e m e n t e a v e r a

D o m n a l l el B e l i c o s o a E s c o c i a s e r í a p o r s u p a r t e t o d a v í a m á s a d m i r a b l e .

D i c h o d e o t r o m o d o , lo q u e estaba p r o p o n i e n d o t e n í a c o m o finalidad q u e

n o volviese n u n c a . Forgall regresó c u a n d o h u b o i m p u e s t o a C u c h u l a i n n lo

9 3
que deseaba» .

P e r o F o r g a l l se e q u i v o c a b a , p u e s C u c h u l a i n a p r e n d e e n E s c o c i a u n a
gran cantidad de ardides guerreros, e n t r e l o s cuales el m a n e j o de la
f a m o s a g a e boíga ( « j a b a l i n a - r a y o » ) , q u e le o t o r g a r á u n a s u p e r i o r i d a d ,
d e f i n i t i v a e i n c o n t e s t a b l e , s o b r e t o d o s sus a d v e r s a r i o s . A d q u i e r e a d e m á s
r u d i m e n t o s d e m a g i a , p u e s t o q u e sabe r e a l i z a r c o n t o r s i o n e s a t e r r a d o r a s
y e s c r i b i r e n o g a m . A h o r a b i e n , E s c o c i a está ya m á s al n o r t e q u e I r l a n d a .
S i g u i e n d o la m i s m a c o s t u m b r e , e n el o r d e n d e las m i s m a s necesida-
9 4
des, antes de matar a C u c h u l a i n n , los hijos de C a l a t i n van también a
i n s t r u i r s e al e x t r a n j e r o —bajo l a r e c o m e n d a c i ó n y a c u e n t a d e l a r e i n a
M e d b — y c o m i e n z a n c o n u n a larga estancia e n G r a n B r e t a ñ a , designada
e n e l t e x t o c o n el n o m b r e i r l a n d é s d e E s c o c i a , Alba-.

« P a r t i e r o n r a u d o s h a c i a el p a í s d e A l b a , d o n d e se q u e d a r o n u n año.

A l l í r e c i b i e r o n t o d a s las e n s e ñ a n z a s m á g i c a s y d i a b ó l i c a s . D e allí f u e r o n a

B a b i l o n i a y l u e g o b u s c a r o n a t o d o s los d r u i d a s del m u n d o , d e los q u e reci-

93 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a c o u r t i s e d ' E m e r » ,
Ogam, n . ° „ l l , p p . 4 1 6 - 4 1 7 .
94 C a l a t i n e s e l h o m ó l o g o d e la H i d r a d e L e r n a . C u c h u l a i n , e n e l c u r s o d e l r e l a t o El
robo del ganado de Cooley, l o m a t ó al m i s m o t i e m p o q u e a s u s v e i n t i s i e t e h i j o s . L a s
h i j a s d e l a s q u e h a b l a l a v e r s i ó n B d e La muerte de Cuchulainn son postumas.
 44° V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

b i e r o n s u s e n s e ñ a n z a s h a s t a q u e a l c a n z a r o n las r e g i o n e s s o b r e p o b l a d a s d e l
9 5
infierno» .

E l n o m b r e d e B a b i l o n i a a p a r e c e e n estas l í n e a s c o m o d e t a l l e s o b r e a -
ñ a d i d o p o r e l t r a n s c r i p t o r c r i s t i a n o y s ó l o es u n a p r u e b a s u p l e m e n t a r i a
d e p a g a n i s m o m a l e n t e n d i d o (ya q u e s u i n t e n c i ó n es m a t a r a C u c h u -
l a i n n ) . P o c o i m p o r t a : si l o s g u e r r e r o s y m a g o s d e n i v e l i n f e r i o r i b a n a
E s c o c i a , c o n t a n t a m á s r a z ó n t a m b i é n i b a n l o s d r u i d a s . E s e l caso d e l file
Nédé:

« A d n a e , hijo de U t h i d e r , de los cantones de C o n n a u g h t , era d o c t o r de

I r l a n d a e n saber y p o e s í a . T e n í a u n h i j o , a saber, N é d é ; este hijo fue a

a p r e n d e r la c i e n c i a a E s c o c i a c o n E o c h u E c h b e l . S e q u e d ó c o n E o c h u h a s t a
9 6
q u e e s t u v o v e r s a d o e n el s a b e r » .

Sea c u a l sea e l n o m b r e q u e se le d é , Alba e n I r l a n d a o Britannia e n las

G a l i a s , G r a n B r e t a ñ a es u n a isla y , s i m b ó l i c a m e n t e , t o d a isla c o n s t i t u y e
u n c e n t r o i n i c i á t i c o . I r l a n d a es t a m b i é n u n o , ¡y n o e s c a s e a n l o s m o t i v o s !
P e r o estas g r a n d e s islas s o n a ú n d e m a s i a d o v a s t a s . T i e n e n q u e h a b e r
e x i s t i d o e n ellas p u n t o s d o n d e la r e l i g i ó n y l o s o b r e n a t u r a l e s t u v i e s e n e n
e s t a d o c o n c e n t r a d o : e l omphaloi de U i s n e c h o de S t o n e h e n g e , p o r e j e m -
plo. E n r e l a c i ó n c o n islas c a r g a d a s d e p o t e n c i a l s a g r a d o y c o n e s c u e l a s o
s a n t u a r i o s d r u í d i c o s , la iniciativa de u n g e n e r a l r o m a n o , P a u l i n o S u e -
t o n i o , e n el p r i m e r siglo de n u e s t r a era, n o s ha p e r m i t i d o identificar
u n a de ellas, M o n a , a c e r c a d e la c u a l ya h e m o s c i t a d o el pasaje de l o s
Aúnales (véase p á g i n a 5 2 ) . P e r o M o n a es u n a isla m u y p a r e c i d a a la d e l o s
silures de los que habla S o l i n o (XXII, 7 ) :

« U n t e m p e s t u o s o b r a z o d e m a r t a m b i é n s e p a r a a la isla d e d e S í l u r a d e

la c o s t a q u e o c u p a la t r i b u b r i t a n a d e l o s d u m n o n i o s . S u s g e n t e s m a n t i e -

n e n a ú n h o y u n a antigua c o s t u m b r e : n o a d m i t e n m o n e d a ... A d o r a n a los

d i o s e s y t a n t o l o s h o m b r e s c o m o las m u j e r e s d o m i n a n p o r i g u a l el a r t e d e

c o n o c e r el p o r v e n i r » * .

95 A p a r t i r d e la t r a d u c c i ó n d e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , La mortde Cuchulainn. Versión

B, Ogam, n . ° 1 3 , p . 509.
96 Immacallam in da thuarad « E l d i á l o g o d e l o s d o s s a b i o s » , e d . W h i t l e y S t o k e s , Revue Cel-
tique, n . ° 2 6 , p . 9 8 . C h . - J . G u y o n v a r c ' h , Le dialogue des deux sages, op. cit, p . Jl.
* T r a d . e s p . : Colección de hechos memorables o el erudito (trad. Francisco J. Fernández
N i e t o ) , M a d r i d , G r e d o s , 2 0 0 1 , p . 337 [ N . d e l T . ] .
 5. LAS I S L A S D E L N O R T E DEL M U N D O

Esta isla es r e l i g i o s a e n el m á s a l t o g r a d o , y a q u e t o d o s sus h a b i t a n t e s

están dotados de p o d e r de a d i v i n a c i ó n . A c o n t i n u a c i ó n , citamos u n a
d e s c r i p c i ó n m á s o s a d a d e Plutarco-.

« D e m e t r i o d i j o q u e d e las islas d e e n t o r n o a B r i t a n i a h a y m u c h a s a i s -

l a d a s q u e e s t á n d e s i e r t a s , a l g u n a s d e las c u a l e s t i e n e n n o m b r e s d e d é m o n e s

y d e h é r o e s ; y q u e él m i s m o h i z o la t r a v e s í a , e n v i a d o p o r el e m p e r a d o r con

el f i n d e o b t e n e r i n f o r m a c i ó n y o b s e r v a r , h a s t a la q u e está m á s p r ó x i m a d e

e n t r e las d e s i e r t a s , la c u a l t e n í a n o m u c h o s o c u p a n t e s y t o d o s e r a n t e n i d o s

p o r sagrados e inviolables p o r parte de los b r i t a n o s .

A l p o c o d e l l e g a r él se p r o d u j o u n a g r a n c o n f u s i ó n e n la a t m ó s f e r a y

n u m e r o s a s s e ñ a l e s c e l e s t e s , se d e s e n c a d e n a r o n v i e n t o s , y r a y o s y t r u e n o s

c a y e r o n d e l c i e l o ; c u a n d o a m a i n ó , d e c í a n los h a b i t a n t e s d e la isla q u e h a b í a

t e n i d o lugar u n a e x t i n c i ó n de algunos de los seres s u p e r i o r e s . "Pues del

m i s m o m o d o q u e u n a l á m p a r a — d i j e r o n — , c u a n d o está e n c e n d i d a n o t i e n e

n a d a d e t e r r i b l e p e r o al a p a g a r s e es p e n o s a p a r a m u c h o s , así las a l m a s

i m p o r t a n t e s t i e n e n sus a l u m b r a m i e n t o s b e n i g n o s e inofensivos, p e r o sus

e x t i n c i o n e s y d e s a p a r i c i o n e s m u c h a s veces, c o m o a h o r a m i s m o , producen

v i e n t o s y t o r m e n t a s , o t r a s m u c h a s e n v e n e n a n el aire d e p r o p i e d a d e s p e s t i -

l e n t e s " . Q u e , e f e c t i v a m e n t e , existe allí u n a isla e n la q u e se h a l l a c o n f i n a d o

C r o n o , v i g i l a d o p o r B r i a r e o m i e n t r a s d u e r m e ; p u e s el s u e ñ o h a s i d o t r a -

m a d o c o n t r a él c o m o a t a d u r a , y a s u a l r e d e d o r h a y n u m e r o s o s d é m o n e s e n
9 7
calidad de asistentes y s e r v i d o r e s » .

L a g e o g r a f í a , a n t i g u a o m o d e r n a , r e s u l t a u n p o b r e r e c u r s o p a r a la
e l u c i d a c i ó n d e l texto de P l u t a r c o , u n a i n c u r s i ó n g r i e g a e n la r e g i ó n
h i p e r b ó r e a . ¿ D e q u é islas se t r a t a ? D e n u e v o , h a y q u e r e n u n c i a r a u n a
l o c a l i z a c i ó n p r e c i s a : n o f a l t a n a r c h i p i é l a g o s o islas c o s t e r a s e n t o d a l a
'Europa noroccidental. Los griegos y los latinos n o parecen haberse sor-
p r e n d i d o t a m p o c o e x c e s i v a m e n t e d e la a b u n d a n c i a d e islas sagradas q u e ,
d e s d e la isla D u m e t , f r e n t e al e s t u a r i o d e l L o i r a , hasta la isla d e S e i n , e n

97 De defectu oraculorum 1 8 , e d i c i ó n y t r a d u c i ó n d e R . F l a c e l i é r e , Anuales de l'Universitéde

Lyon, f a s c í c u l o 1 4 , P a r í s , 1 9 4 7 . p p - 1 4 6 - 1 4 9 [ t r a d . e s p . : « L a d e s a p a r i c i ó n d e l o s
o r á c u l o s ^ , Obras moralesj de costumbresVl (trad. Francisca P o r d o m i n g o Pardo y José
A n t o n i o F e r n á n d e z D e l g a d o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1995. PP- 386-387]- U n exce-
l e n t e e j e m p l o d e i s l a , n o d e n o m i n a d a c o n el n o m b r e d e u n d i o s o u n h é r o e , s i n o
q u e l e d i o s u n o m b r e , e s la isla d e M a n , d e d o n d e v i e n e e l n o m b r e —que s e r í a m á s
b i e n u n sobrenombre— del dios irlandés M a n a n n a n mac Lir, tardía y poco afor-
t u n a d a m e n t e e v e m e r i z a d o c o m o p i l o t o y c o m e r c i a n t e . C f . T h . C h o t z e n , loe. cit.,
Etudes Celtiques, n.° 4, p p . 2 6 6 - 2 6 7 .
442 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

Anglesey, p a s a n d o p o r otras m u c h a s , j a l o n a n los mares celtas. T o d a s

estas islas, g r a n d e s o p e q u e ñ a s , t i e n e n su i m p o r t a n c i a . Y a A v i e n o , e n su
Ora Marítima, d e n o m i n a a I r l a n d a Ínsula sacra, p u e s está d e d i c a d a a S a t u r n o ,
9 8
y a ñ a d e herbarum abundans, c a l i f i c a t i v o q u e n o d e j a n i n g u n a d u d a . E l
r a s g o e s e n c i a l es d e c a r á c t e r m i t o l ó g i c o : el C r o n o s d o r m i d o h a c e p e n s a r
e n el D a g d a q u e s u s p e n d e el c u r s o del t i e m p o y, a resultas de e l l o , las
islas s e p t e n t r i o n a l e s p e r t e n e c e n al o t r o M u n d o : n o e s t á n s i t u a d a s e n
9 9
n u e s t r o e s p a c i o t e r r e s t r e . L a m i t o l o g í a está p r e s e n t e p o r t o d a s p a r t e s
e n estos r e l a t o s , q u e n o t i e n e n n a d a q u e e n v i d i a r a la Odisea. A u n a s islas
s i m i l a r e s es a d o n d e v a n l o s m u e r t o s , d e a c u e r d o c o n u n t e x t o c é l e b r e
r e l a t i v o a esta v e r d a d e r a p u e r t a d e l o t r o M u n d o q u e es B r e t a ñ a , la Letavia
c o l o n i z a d a p o r los b r i t a n o s , p e r o q u e , desde q u e los celtas existen e n
o c c i d e n t e , n u n c a h a b í a d e j a d o de ser celta:

« E n el l i t o r a l d e l o c é a n o q u e r o d e a B r e t a ñ a h a b i t a n u n o s p e s c a d o r e s

s u b d i t o s d e los f r a n c o s , p e r o q u e n o les p a g a n t r i b u t o . D u r a n t e el s u e ñ o ,

o y e n e n l o s a l r e d e d o r e s d e s u casa u n a v o z q u e l o s l l a m a y t i e n e n la i m p r e -

s i ó n d e q u e se p r o d u c e u n r u i d o e n s u p u e r t a ; se l e v a n t a n , encuentran

e m b a r c a c i o n e s e x t r a ñ a s l l e n a s d e p a s a j e r o s , s u b e n a b o r d o y, d e u n tirón,

llegan a Bretaña sólo c o n ayuda del t i m ó n , mientras que, c u a n d o utilizan

98 Ora Marítima, ed. A. Berthelot, París, 1934, versos I08-II2 [trad. esp.: Fenómenos.
Descripción del orbe terrestre. Costas marítimas ( t r a d . J o s é C a l d e r ó n F e l i c e s ) , M a d r i d , G r e -
0
d o s , 200I, p . 3 9 ] - S e n o t a la h u e l l a d e u n j u e g o d e p a l a b r a s a n t i g u o q u e a s o c i a
el n o m b r e d e I r l a n d a e n las f u e n t e s a n t i g u a s al g r i e g o hiero(n)- « s a g r a d o » . Véase
a este r e s p e c t o H . G a i d o z , « D u p r é t e n d u n o m d e l'Ile Sacrée anciennement
d o n n é á l ' I r l a n d e » , Revue Celtique, n . ° 6, p p . 3 5 2 - 3 6 1 . C r e e m o s m á s j u i c i o s o
a p l a z a r e l e x a m e n d e t o d a s las t r a d i c i o n e s a n t i g u a s r e l a t i v a s a l A p o l o h i p e r b ó r e o
q u e , a d e c i r d e D i o d o r o , visitaba a sus fieles cada d i e c i n u e v e a ñ o s . Tal e x a m e n
e s t a r á m e j o r e m p l a z a d o e n el e s t u d i o d e la d i v i n i d a d c e l t a q u e se c a m u ñ a , sin
g r a n d e s m i s t e r i o s , b a j o e s t e n o m b r e c l á s i c o . P e r o l a i n s i s t e n c i a d e l o s g r i e g o s al
e v o c a r el c o n t e x t o m i t o l ó g i c o h i p e r b ó r e o y la l o c a l i z a c i ó n n ó r d i c a d e ese c o n t e x t o
( a u n q u e s ó l o s e a l a d e l Jardín de las Hespérides) i n d i c a n ya d e l e j o s e l i n t e r é s d e l t e m a .
P a r e c e n o o b s t a n t e q u e l o s a n t i g u o s c o n o c i e r o n el n o r t e d e E u r o p a d e m a n e r a
i n s u f i c i e n t e . Los datos clásicos s o b r e su d e s c u b r i m i e n t o f u e r o n e s t u d i a d o s p o r
R a y m o n d Chevalier ( « L a visión d u N o r d dans l'Antiquité g r é c o - r o m a i n e , de
P y t h é a s á T a c i t e » , Latomus, n . ° 43> 1 9 8 4 , p p - 8 5 - 9 6 ) . L a m e n t a m o s , r e t r o s p e c t i -
v a m e n t e , q u e los r o m a n o s d e la é p o c a i m p e r i a l n o h a y a n i d o m á s allá d e P i t e a s .
r
99 P° e s t a r a z ó n , están al n o r t e d e l m u n d o y n o son del n o r t e d e l m u n d o , l o q u e e s t a -
r í a e n c o n t r a d i c c i ó n l ó g i c a c o n t o d a s las d e f i n i c i o n e s m i t o l ó g i c a s p u e s t o que
e n t o n c e s p e r t e n e c e r í a n a e s t e m u n d o . P o r la m i s m a r a z ó n , el O t r o M u n d o es
ú n i c o y n o o t r o m u n d o e n t r e los i n f i n i t o s m u n d o s p o s i b l e s .
 5. LAS I S L A S D E L N O R T E D E L M U N D O
443

sus p r o p i o s b a r c o s , h a c e n el t r a y e c t o e n u n d í a y u n a n o c h e c o n g r a n t r a -

b a j o y t o d a s las velas d e s p l e g a d a s . D e s e m b a r c a n allí a los p a s a j e r o s d e s c o n o -

c i d o s q u e h a n c o n d u c i d o . S i n v e r a n a d i e , o y e n las v o c e s d e q u i e n e s los

a c o g e n , q u e los l l a m a n p o r su n o m b r e , p o r su t r i b u , p o r sus v í n c u l o s d e

parentesco y p o r señas convenidas. O y e n r e s p o n d e r a los pasajeros. L u e g o ,

d e u n s o l o i m p u l s o , r e g r e s a n a s u p a í s n o t a n d o q u e s u b a j e l se h a a l i g e r a d o
1 0 0
del peso de aquellos a quienes h a n conducido» .

Este texto n o c a r e c e de i n t e r é s , a p e s a r de su d a t a c i ó n t a r d í a e n la
l i t e r a t u r a g r i e g a b i z a n t i n a . D e n o t a u n a m b i e n t e y c o n s e r v a la h u e l l a
l e g e n d a r i a d e u n a s c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s a b s o l u t a m e n t e i d é n t i c a s a las
d e I r l a n d a o l a G a l i a . P u e s n o es a l a c o l o n i z a c i ó n i n s u l a r a l o q u e
A r m ó r i c a , c o n v e r t i d a e n L e t a v i a , y l u e g o e n B r e t a ñ a , d e b e el s e r l u g a r
1 0 1
de paso de los m u e r t o s . Esta c o n d i c i ó n es a n t e r i o r , tal y c o m o p r u e b a
u n b r e v e p a s a j e d e C l a u d i a n o (InRufmum I, 1 2 3 - 1 2 8 ) , q u i e n e s c r i b í a a
finales del siglo I V :

« E x i s t e u n l u g a r p o r d o n d e la G a l i a e x t i e n d e s u l i t o r a l m á s a p a r t a d o ,

l u g a r s i t u a d o d e l a n t e d e las a g u a s d e l o c é a n o , d o n d e se d i c e q u e Ulises

i n v o c ó al p u e b l o s i l e n c i o s o d e l o s m u e r t o s c o n u n a l i b a c i ó n d e s a n g r e . A l l í

se o y e n las q u e j a s l a s t i m e r a s d e las s o m b r a s q u e v u e l a n c o n u n d é b i l e s t r i -

d o r . L o s habitantes ven pasar los pálidos s i m u l a c r o s y los espectros de los

muertos»*.

P o r o t r o l a d o , P l u t a r c o n o s i n f o r m a a ú n m e j o r , c o m o si y a h u b i e s e
leído u o í d o los relatos de navegación irlandeses:

« D e e n t r a d a , r e c o r d a r é —salvo o b j e c i ó n e n c o n t r a — q u e n u e s t r o a u t o r

c o m e n z ó p o r c i t a r u n v e r s o d e H o m e r o : "lejos, e n el m a r , existe c i e r t a isla,

O g i g i a " , la c u a l se h a l l a , d e s d e B r i t a n i a c o n r u m b o al o e s t e , a u n a d i s t a n -

cia d e c i n c o j o r n a d a s d e n a v e g a c i ó n . M á s lejos a ú n se e n c u e n t r a n o t r a s t r e s

i s l a s q u e s e h a l l a n e q u i d i s t a n t e s d e e l l a y e n t r e sí m i s m a s , aproximadamente

e n d i r e c c i ó n p o n i e n t e . E n u n a d e estas islas, s e g ú n c u e n t a n los l u g a r e ñ o s ,

se e n c u e n t r a C r o n o r e c l u i d o p o r Z e u s y a l l í r e s i d e e l a n t i g u o B r i a r e o c o m o

100 T z e t z e s , Comentario sobre Hesíodo. V é a s e P r o c o p i o , De Bello Gothico I V , 20.

101 V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u -
loises et c e l t i q u e s X X V I I I , 1 3 2 . C e l t i q u e c o m m u n *Letavia, g a u l o i s LETAVIS,
i r l a n d a i s L e t h a ; l a p o r t e d e l ' A u t r e M o n d e » , Ogam, n . ° 1 9 , 1 9 6 7 , p p . 4 9 ° " 4 9 4 -
* T r a d . e s p . : « C o n t r a R u f i n o » , Poemas I ( t r a d . M i g u e l C a s t i l l o B e j a r a n o ) , M a d r i d ,
G r e d o s , 1993, p . 145 [ N . del T . ] .
444 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

g u a r d i á n d e a q u e l l a s islas y d e l m a r q u e d e n o m i n a n c r o n i o . E l g r a n c o n t i -
n e n t e q u e r o d e a al g r a n m a r n o se e n c u e n t r a m u y l e j o s d e las o t r a s islas y
d i s t a d e O g i g i a u n o s c i n c o m i l e s t a d i o s , e n u n d e s p l a z a m i e n t o q u e se e f e c -
t ú a m e d i a n t e u n a l e n t a n a v e g a c i ó n a r e m o d e b i d o al a b u n d a n t e l i m o q u e
las c o r r i e n t e s fluviales h a n sedimentado. Los ríos arrastran gran cantidad
d e t i e r r a d e l c o n t i n e n t e y la d e p o s i t a n e n a l u v i o n e s q u e l l e n a n d e t i e r r a el
m a r , el c u a l d a la i m p r e s i ó n d e s o l i d i f i c a r s e . E n la z o n a l i t o r a l d e l c o n t i -
n e n t e , h a y c o l o n i a s g r i e g a s , c o n c r e t a m e n t e e n las i n m e d i a c i o n e s d e un
g o l f o , d e e x t e n s i ó n n o m e n o r q u e l a M e ó t i d e , c u y a b o c a n a se h a l l a a p r o x i -
m a d a m e n t e e n la m i s m a l a t i t u d q u e la d e l M a r C a s p i o . E s t o s p u e b l o s se
d e n o m i n a n y c o n s i d e r a n a sí m i s m o s c o n t i n e n t a l e s , m i e n t r a s q u e l l a m a n
i n s u l a r e s a l o s h a b i t a n t e s d e e s t a t i e r r a p o r q u e se e n c u e n t r a r o d e a d a d e m a r
p o r d o q u i e r . P u e s b i e n , e s t á n p e r s u a d i d o s d e q u e , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , se
m e z c l a r o n c o n los p u e b l o s d e C r o n o los c o m p a ñ e r o s d e H e r a c l e s q u i e n e s
se q u e d a r o n a l l í y — p o r d e c i r l o c o n u n s í m i l — a n i m a r o n c o n f u e r z a r e n o -
v a d a la l l a m a h e l é n i c a , q u e se h a l l a b a a p a g a d a , v e n c i d a p o r la l e n g u a , c o s -
t u m b r e s y m o d o s d e v i d a b á r b a r o s . P o r esa r a z ó n , H e r a c l e s r e c i b e h o n o r e s
principales y C r o n o secundarios. P o r cierto q u e c u a n d o , cada treinta años,
e n t r a e n e l T o r o e l a s t r o d e C r o n o —al q u e , s e g ú n m e c o m u n i c ó , nosotros
l l a m a m o s F e n o n t e y ellos Nicturo—, ellos p r e p a r a n u n sacrificio y u n a
expedición durante prolongado periodo, de m o d o que designan por sor-
teo u n número suficiente de emisarios y los d e s p a c h a n c o n bastantes
e m b a r c a c i o n e s d o t a d a s d e p r o v i s i o n e s y víveres q u e les p e r m i t a n afrontar
u n a larga travesía a r e m o y la s u p e r v i v e n c i a e n t i e r r a e x t r a n j e r a durante
m u c h o t i e m p o . El c a s o es q u e , c u a n d o l o s e m i s a r i o s se h a c e n a la m a r ,
a r r o s t r a n r e s p e c t i v a m e n t e —cosa n o r m a l — s u e r t e s d i s t i n t a s . P e r o q u i e n e s
l o g r a n salvarse e n las d i f i c u l t a d e s d e l m a r l l e g a n p r i m e r a m e n t e a las islas
e x t e r n a s q u e se e n c u e n t r a n h a b i t a d a s p o r g r i e g o s y, d u r a n t e u n intervalo
d e t r e i n t a d í a s , v e r i f i c a n q u e el s o l se o c u l t a a l g o m e n o s d e u n a h o r a al d í a
(y s e e c h a u n a n o c h e d e l e v e o s c u r i d a d y u n r e s p l a n d o r c r e p u s c u l a r de
p o n i e n t e ) . S u e s t a n c i a a l l í e s d e n o v e n t a d í a s e n e l c u r s o d e l o s c u a l e s se l e s
tiene y reputa c o m o h o m b r e s píos, c o n h o n o r e s y atenciones; acto seguido,
l o s v i e n t o s l o s c o n d u c e n a s u p u n t o d e d e s t i n o , q u e n o se e n c u e n t r a h a b i -
t a d o s i n o p o r ellos y p o r q u i e n e s los p r e c e d i e r o n e n su m i s i ó n . A q u i e n e s
r e s i d e n e n e s e l u g a r y s i r v e n a l a d i v i n i d a d d u r a n t e t r e i n t a a ñ o s se l e s p e r -
m i t e r e g r e s a r a su p a t r i a ; s i n e m b a r g o , la m a y o r í a d e ellos o p t a p o r q u e -
d a r s e allí, u n o s d e b i d o a la f u e r z a d e la c o s t u m b r e y o t r o s p o r q u e allí p u e -
d e n o b t e n e r bienes e n abundancia prácticamente sin penalidades, c o n u n a
 5. LAS I S L A S D E L N O R T E D E L M U N D O
44-5

e x i s t e n c i a q u e t r a n s c u r r e e n t r e c o n s t a n t e s fiestas y r i t o s sacrificiales o m e r -
1 0 2
ced a interminables conversaciones y disquisiciones filosóficas» .

Esta isla d e O g y g i a , d e d i f í c i l a c c e s o c o m o t o d o s l o s c e n t r o s i n i c i á t i -
c o s , y d o n d e se v e í a e l s o l d e m e d i a n o c h e , es t a m b i é n s e p t e n t r i o n a l , si
n o p o l a r . R e c u e r d a p o r sus m a r a v i l l a s y sus d e l i c i a s e l sid i r l a n d é s , d e
a c u e r d o t a m b i é n c o n P l u t a r c o (De facie in orbe Lunae, 26):

« Y , e n e f e c t o , la n a t u r a l e z a y el c l i m a b e n i g n o d e la isla s o n d e m a r a v i -

lla. P o r s u p a r t e , a d e t e r m i n a d o s i n d i v i d u o s q u e m e d i t a n i r s e , la d i v i n i d a d

los r e t i e n e n o sólo m o s t r á n d o s e e n los e n s u e ñ o s c o m o a m i g o s í n t i m o s , o

e n p r e s a g i o s , s i n o q u e m u c h o s se t o p a n c o n v i s i o n e s o v o c e s d e b i d a s a

d é m o n e s . S u c e d e q u e C r o n o d e s c a n s a e n c e r r a d o e n el i n t e r i o r d e una

c u e v a d e r o c a á u r e a ; e l s u e ñ o es l a p r i s i ó n q u e Z e u s h a m a q u i n a d o p a r a é l ;

h a y p á j a r o s q u e s o b r e v u e l a n la c i m a d e la r o c a p a r a o f r e c e r l e a m b r o s í a y la

i s l a t o d a se v e r o d e a d a d e u n a r o m a q u e s e e s p a r c e d e s d e l a r o c a c o m o p r o -

v e n i e n t e d e u n a f u e n t e . Y es q u e l o s f a m o s o s d é m o n e s a t i e n d e n y c u i d a n a

C r o n o tras h a b e r s i d o sus c o m p a ñ e r o s c u a n d o r e i n a b a s o b r e dioses y h o m -

b r e s . V a t i c i n a n sus profecías m e r c e d a sus n u m e r o s a s cualidades m á n t i c a s ;

I02 Defacie in orbe Lunae 2 6 [ t r a d . e s p . : « S o b r e la c a r a v i s i b l e d e la l u n a » , Obras moralesj de

costumbres I X ( t r a d . V i c e n t e R a m ó n P a l e r m y J o r g e B e r g u a C a v e r o ) , M a d r i d , G r e -
dos, 2 0 0 2 , p p . 1 8 6 - 1 8 8 ] . E s t e d i o s q u e n o s i e m p r e se n o m b r a h a c e p e n s a r e n la
f r a s e d e j á m b l i c o (Los misterios de Egipto I, i ) : « L a d i v i n i d a d q u e p r e s i d e la e l o c u e n c i a ,
H e r m e s , h a c e t i e m p o es c o n s i d e r a d a a c e r t a d a m e n t e c o m ú n a t o d o s l o s s a c e r d o t e s
y e s t e ú n i c o p r o t e c t o r d e la v e r d a d e r a c i e n c i a d e l o s d i o s e s es el m i s m o e n t o d o el
m u n d o , a q u i e n p r e c i s a m e n t e incluso n u e s t r o s a n t e p a s a d o s d e d i c a b a n los d e s c u -
b r i m i e n t o s d e su s a b i d u r í a , p o n i e n d o b a j o la a u t o r í a d e H e r m e s t o d a s sus p r o p i a s
o b r a s » ( e d i c i ó n y t r a d u c c i ó n d e É d o u a r d des Places, Les Belles Lettres, París,
1 9 6 6 , p p . 3 8 - 3 9 ; t r a d . e s p . : Sobre los misterios de Egipto — t r a d . E n r i q u e Á n g e l R a m o s
1
J u r a d o — , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 9 7 , p - 4 ) - P r e s c i n d i e n d o d e la e s c r i t u r a , el c o n c e p t o
teológico p o d r í a ser d r u í d i c o . P e r o P l u t a r c o mezcla a q u í , sin n i n g ú n e l e m e n t o
p r e c i s o d e i d e n t i f i c a c i ó n , el c u l t o , l a c r e e n c i a y l a l e y e n d a . P o r l o d e m á s , l o s c e l t a s ,
p u e s t o q u e s ó l o se p u e d e t r a t a r d e e l l o s , s o n d e s i g n a d o s s i m p l e m e n t e m e d i a n t e el
c ó m o d o n o m b r e d e « b á r b a r o s » . N o c o n o c e m o s n i n g u n a leyenda o m i t o celta
q u e d e s c r i b a la r i v a l i d a d d e « S a t u r n o » y « J ú p i t e r » , p u e s e l D a g d a e s u n o y o t r o
a l a v e z , . L a - ú n i c a d i s p u t a f a m i l i a r e n t r e el « j o v e n » y el « v i e j o » , i m p l i c a n d o a u n
p a d r e y a u n h i j o , es l a q u e o p o n e al D a g d a y al M a c O c a p r o p ó s i t o d e la p o s e s i ó n
d e l sid ( v é a s e supra, p á g i n a 4-25)- E l t e m a r o m a n o e q u i v a l e n t e ( a u n q u e c o n t r a r i o )
f u e e s t u d i a d o p o r G e o r g e s D u m é z i l (Les dieuxsouverains des Indo-européens, P a r í s , I977>
pp. 1 6 8 y s s . [ e d . e s p . : Los dioses soberanos de los indoeuropeos, ed. H e r d e r , Barcelona,
T
9 9 9 l ) - R e c o r d e m o s q u e el D a g d a es la E t e r n i d a d y q u e s u h i j o es e l T i e m p o ,
r e p a r t o o d i v i s i ó n d i s c o r d a n t e c o n las r á p i d a s d e f i n i c i o n e s d e P l u t a r c o .
446 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L DRUIDISMO

y d e s c i e n d e n s o b r e él p a r a n o t i f i c a r las p r o f e c í a s c a p i t a l e s , s o b r e c u e s t i o n e s
capitales, c o m o sueños de C r o n o » * .

Estas islas d e l i c i o s a s , q u e v i v e n u n a i n t e n s a v i d a r e l i g i o s a , impresio-

n a r o n f u e r t e m e n t e a l o s g r i e g o s . P e r o s o n islas m í t i c a s y n o r e a l e s . Y n o
t o d o es d e esta m a n e r a , o v e a n si n o c ó m o , s e g ú n E s t r a b ó n ( I I , 4 . i ) ,
d e s c r i b e P i t e a s c o n c r e t a m e n t e el e x t r e m o n o r t e d e E u r o p a :

« y c u a n d o c u e n t a las h i s t o r i a s d e T u l e y d e a q u e l l o s l u g a r e s e n l o s q u e n o
hay ni tierra p r o p i a m e n t e dicha ni m a r ni aire, sino u n a cierta mezcla de
e s t o s e l e m e n t o s p a r e c i d a a l a m e d u s a , y e n l a q u e a f i r m a q u e la t i e r r a , e l
m a r y t o d o e s t á s u s p e n d i d o y e s c o m o si a p r i s i o n a s e a t o d a s las c o s a s y s o b r e
la q u e n o es p o s i b l e n i c a m i n a r n i n a v e g a r . D i c e q u e h a v i s t o p e r s o n a l -
1 0 3
m e n t e esa cosa p a r e c i d a a la m e d u s a , p e r o d e l r e s t o h a b l a d e o í d a s » .

T u l e n o es I r l a n d a . N o o b s t a n t e , las d e s c r i p c i o n e s i n c l u y e n t o d a s las
r e g i o n e s h i p e r b ó r e a s , t a m b i é n el n o r t e d e G r a n B r e t a ñ a , s i n el m e n o r
e s b o z o d e d i s t i n c i ó n é t n i c a e n t r e c e l t a s y g e r m a n o s , si b i e n , p o r lo
d e m á s , la m a y o r í a d e las islas f r e c u e n t a d a s p o r l o s g r i e g o s e s t a b a n p o b l a -
das p o r celtas. Y el m a r d e P i t e a s , si n o es u n a i m a g e n o u n s í m b o l o d e l
caos o r i g i n a l , p a r e c e al m e n o s t a n m í t i c a c o m o las islas d e P l u t a r c o .
H a b r á q u e d i s t i n g u i r , c o n t o d a s e g u r i d a d , las islas m í t i c a s d e l á m b i t o
del O t r o M u n d o de aquellas, m u y reales, a d o n d e los d r u i d a s van a
a d q u i r i r una iniciación s u p e r i o r y de d o n d e vuelven sin t r o p i e z o para
d i s p e n s a r su e n s e ñ a n z a . Q u e los g r i e g o s n o h a y a n e n t e n d i d o t o d o , o
q u e a v e c e s , si n o l o m á s a m e n u d o , h a y a n i n t e r p r e t a d o al p i e d e la l e t r a
l o q u e o í a n n o m o d i f i c a n i u n á p i c e n u e s t r a c o n s t a t a c i ó n , ya q u e el
p r i n c i p i o es i d é n t i c o : t o d a s estas islas e s t á n al o e s t e y al n o r t e del
m u n d o , l o q u e , e n la o r i e n t a c i ó n c e l t a , n o s i n d i c a e n t o d o c a s o la
m i s m a d i r e c c i ó n . Y si n o h a y d r u i d a s e n las n a v e g a c i o n e s i r l a n d e s a s ,
p r e c i s a m e n t e p o r q u e l o s d r u i d a s se i n s t a l a b a n e n la g e o g r a f í a r e a l , sí h a y
n u m e r o s o s s a b i o s y f i l ó s o f o s e n P l u t a r c o . L o s h i p e r b ó r e o s d e la t r a d i -
c i ó n literaria griega n o p u e d e n h a b e r sido más q u e celtas. P e r o , e n los

103 C o m o « c e n t r o » p o l a r d e l m u n d o , T u l e es u n c o n c e p t o m í t i c o c o m ú n a l o s celtas y
a l o s g e r m a n o s , si es q u e los g e r m a n o s n o l o h a n t o m a d o d e l o s c e l t a s . E n c u a n t o al
n o m b r e , q u e p a r e c e e x p l i c a r el celta, véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y -
m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s e t c e l t i q u e s X X X I I I , 1 6 7 . R e m a r q u e s s u r l e
I _ I
n o m d e T h u l é » , Ogam, n . ° 2 2 - 2 5 , 9 7 ° 9 7 3 ' P P - 2 8 3 - 2 8 4 [ t r a d . e s p . : Geografía I,
( t r a d . J . L. García R a m ó n y J . García B l a n c o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1991, p . 4 6 9 L
* T r a d . e s p : op. cit, p p . 1 8 8 - 1 8 9 [ N . d e l T . ] .
 5. LAS I S L A S D E L N O R T E D E L M U N D O
447

relatos, los dioses y los maestros estaban saturados de rasgos misteriosos

1 0 4
y m í t i c o s . S u i n s u l a r i d a d e r a ya m o t i v o s u f i c i e n t e . C o m o no retuvie-
r o n m á s q u e la i d e a c e n t r a l , e l h e c h o d e la i n s t r u c c i ó n , C é s a r r a c i o n a -
l i z ó y s i m p l i f i c ó la c u e s t i ó n hasta e l e x t r e m o , m i e n t r a s q u e l o s g r i e g o s se
creyeron t o d o lo fantástico a pies juntillas, sin que n i n g u n o , cosa
c u r i o s a , p a r e z c a h a b e r p e n s a d o e n c o m p a r a r l a c o n el t e m a m i t o l ó g i c o
d e las Islas A f o r t u n a d a s d e la p r o p i a l e y e n d a g r i e g a . E l d i o s q u e g o b i e r n a
estas islas o r e s i d e a l l í es d e t o d o s m o d o s u n p e r s o n a j e t e m i b l e , i n c l u s o
d o r m i d o : C r o n o s , e n su i n t e r p r e t a c i ó n g r i e g a , es el dispater g a l o , el d i o s
d e l o s m u e r t o s , el p a d r e d e t o d o s l o s v i v o s . E n I r l a n d a , el D a g d a es a p o -
d a d o Eochaid Ollathir, « p a d r e p o d e r o s o » . - su m a z a m a t a p o r u n e x t r e m o y
r e s u c i t a p o r e l o t r o . T a m b i é n se l e l l a m a Ruadh Rojhessa, « e l R o j o d e la
c i e n c i a p e r f e c t a » . E s el d i o s - d r u i d a y el d i o s d e l o s d r u i d a s . Es n o r m a l
que los druidas de n u e s t r o m u n d o fuesen a visitarlo, mítica y realmente,
1 0 5
p a r a p e r f e c c i o n a r su c o n o c i m i e n t o d e las cosas d i v i n a s .
E l o r i g e n n ó r d i c o d e l s a b e r t r a d i c i o n a l está c o n f i r m a d o exhaustiva-
m e n t e p o r el texto m i t o l ó g i c o irlandés más i m p o r t a n t e , el relato, citado
a m e n u d o , d e La batalla de Mag Tured, q u e d e s c r i b e así el habitat p r i m i t i v o
de los dioses, los Tuatha D é D a n a n n :

104 H a s t a e n el f o l c l o r e m o d e r n o , l o s h a b i t a n t e s d e las islas s o n s e r e s d i f e r e n t e s ,

h o m b r e s y m u j e r e s q u e , a u n s i e n d o m o r t a l e s , n o e s t á n s o m e t i d o s al s i n o c o m ú n .
C h a r l e s P l u m m e r (Vitae Sandorum Hiberniae I, O x f o r d , 1 8 9 0 , p . C X L ) ve e n e l l o u n a
h u e l l a d e la m i t o l o g í a s o l a r e n u n a t r a d i c i ó n p a r a l a c u a l « t h e i n h a b i t a n t s o f t h e
small i s l a n d of F u d a i n t h e O u t e r H e b r i d e s w e r e i n v e n c i b l e by day, b u t p o w e r l e s s
a f t e r s u n s e t » . N o s o t r o s p r e f e r i m o s v e r u n a h u e l l a d e las a n t i g u a s c o n c e p c i o n e s
c e l t a s a c e r c a d e l a p o b l a c i ó n d e l O t r o M u n d o . L o s h a b i t a n t e s d e u n a p e q u e ñ a isla
s e p t e n t r i o n a l d e G r a n B r e t a ñ a t e n í a n m á s p o s i b i l i d a d e s q u e las d e m á s d e e s t a r e n
c o n t a c t o c o n ellas y p a r t i c i p a r e n su n a t u r a l e z a , y a ú n m á s e n su e s e n c i a s o l a r y
l u m i n o s a , c o n el r i e s g o d e n o e x i s t i r c u a n d o la n o c h e l o s s e p a r a d e e l l a . C o r r e s -
p o n d e a l o s f o l c l o r i s t a s e x p l i c a r , si n o l o h a n h e c h o y a , las m a n i f e s t a c i o n e s y c o n -
s e c u e n c i a s d e esta c r e e n c i a .
105 S e p u e d e i n t e r p r e t a r E o c h a i d c o m o * i v o - k a t u - , « e l q u e c o m b a t e c o n el t e j o » .
A u n s i e n d o d i s c u t i b l e , e s t a e t i m o l o g í a n o t i e n e n a d a d e i m p o s i b l e ; es i n c l u s o m u y
p r o b a b l e m e n t e e x a c t a y, e n l a m e d i d a e n la q u e es e x a c t a , r e s u l t a s i g n i f i c a t i v o q u e
se a p o d é "así a l D a g d a s i n q u e se c o n t r a d i g a e n a b s o l u t o s u c o n d i c i ó n d e d i o s -
d r u i d a . P o r si f u e r a p o c o , e l s i g n i f i c a d o d e « e l q u e c o m b a t e c o n el t e j o » es
d o b l e , p u e s t o q u e el t e j o e r a p r e f e r e n t e m e n t e la m a d e r a q u e servía p a r a g r a b a r
o g a m s ( v é a s e Ogam, n . ° 1 9 , p . 2 8 6 ) . A s i m i s m o , u n a e t i m o l o g í a s i m b ó l i c a c o m o
ésta, c o n d o s o t r e s n i v e l e s i n t e r p r e t a t i v o s , c i m e n t a v e r d a d e r a m e n t e el o r i g e n
d i v i n o d e l o s d r u i d a s y p r e s u p o n e , p o r t a n t o , q u e n o se c o n c e d í a la i n i c i a c i ó n
s a c e r d o t a l a l p r i m e r o q u e se p r e s e n t a s e .
448 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

« L o s T u a t h a D é D a n a n n e s t a b a n e n las islas d e l n o r t e d e l mundo,

a p r e n d i e n d o la c i e n c i a y la m a g i a , el d r u i d i s m o , la s a b i d u r í a y el a r t e . Y

s u p e r a r o n a t o d o s los s a b i o s d e las a r t e s d e l p a g a n i s m o .

H a b í a c u a t r o c i u d a d e s e n las q u e a p r e n d í a n la c i e n c i a , el c o n o c i m i e n t o

y las a r t e s d i a b ó l i c a s , a s a b e r , Falias y G o r i a s , M u r i a s y F i n d i a s .

D e Falias t r a j e r o n la P i e d r a d e Fal q u e e s t a b a e n T a r a . G r i t a b a b a j o los

pies d e cada rey q u e t o m a b a I r l a n d a .

D e G o r i a s t r a j e r o n la l a n z a q u e t e n í a L u g . N o p o d í a g a n a r s e ninguna

b a t a l l a c o n t r a ella o c o n t r a q u i e n la tuviese e n sus m a n o s .

D e F i n d i a s t r a j e r o n la e s p a d a d e N u a d a . N a d i e e s c a p a b a a ella c u a n d o la

s a c a b a n d e la v a i n a d e B o d b y n o se le p o d í a r e s i s t i r .

D e M u r i a s t r a j e r o n el c a l d e r o d e l D a g d a . N o d e j a b a a n i n g u n a tropa

insatisfecha.

H a b í a c u a t r o d r u i d a s e n estas c u a t r o c i u d a d e s . M o r f e s a e estaba en

Falias, Esras estaba e n G o r i a s , Uiscias estaba e n F i n d i a s , S e m i a s estaba e n

M u r i a s . Estos s o n los c u a t r o poetas d e q u i e n e s a p r e n d i e r o n los T u a t h a D é

1 0 6
D a n a n n la c i e n c i a y el c o n o c i m i e n t o » .

A p e s a r d e l a t r a n s c r i p c i ó n c r i s t i a n a t a r d í a q u e v i o l e n t ó la d e f i n i c i ó n
e n e l s e n t i d o d e « p a g a n i s m o » ( e l m a n u s c r i t o d a t a d e l s i g l o x v ) , este
pasaje está c a r g a d o d e r e l i g i o s i d a d p r i m i t i v a . E s t e n o es l u g a r p a r a e s t u -
d i a r l o s d i o s e s q u e se n o m b r a n e n é l o l o s t a l i s m a n e s q u e se les o t o r g a n ,
c o m o t a m p o c o e l s i m b o l i s m o e t i m o l ó g i c o d e l o s n o m b r e s d e las c i u d a -
1 0 7
des y los d r u i d a s . H a y q u e i r a l o e s e n c i a l : e n las Islas e n el N o r t e d e l
M u n d o , a las q u e l a t r a d i c i ó n i r l a n d e s a a s o c i a e x p r e s a m e n t e sus o r í g e -
n e s , r e i n a n c u a t r o d r u i d a s , c a d a u n o e n u n a isla y u n a c i u d a d m í t i c a ,
p r e f i g u r a n d o así la d i v i s i ó n d e I r l a n d a e n c u a t r o p r o v i n c i a s . E s t o s d r u i -
das v i e n e n a s e r l o s C u a t r o M a e s t r o s d e la l i t e r a t u r a m e d i e v a l y el m i s -
m í s i m o s a n P a t r i c i o , e n la f o r m a g a é l i c a d e su n o m b r e , Cothraige, f u e su

106 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 4 7 -

107 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , « D e la l a n c e d a n g e r e u s e , d e la f e m m e i n f i d é l e et d u
c h i e n i n f e r n a l . L a f a t a l i t é et la m o r t d a n s u n e l é g e n d e r e l i g i e u s e d e l ' a n c i e n n e
M a n d e » , Ogam, n . ° IO, 1 9 5 6 , p p . 3 8 1 - 4 1 2 . C f . t a m b i é n « L e s i l e s a u N o r d d u
m o n d e » , H o m m a g e s á A l b e r t G r e n i e r II, p p . 1051-1062. V e r n a m H u l l (TheFour
s s 1 3 t r a
Jewelsofihe Tuatha Dé Danann, /¿itschriftfür Celtische Philologie, n . ° 18, p p . 73 y -) l "
t a d o l o s t a l i s m a n e s , e n p a r t i c u l a r el c a l d e r o d e l D a g d a , a r q u e t i p o d e l G r a a l d e l a s
leyendas artúricas.
 5. L A S I S L A S DEL N O R T E D E L M U N D O
449

1 0
servidor , p u e s n o hay q u e olvidar a los c u a t r o evangelistas, feliz c o i n -
cidencia c o n los cuatro regentes del mundo.
D e f o r m a b a s t a n t e c u r i o s a , al m e n o s e n a p a r i e n c i a , la c r i s t i a n i z a c i ó n
p r o v o c ó u n desplazamiento del p o l o de atracción tradicional: los irlan-
deses d e j a n d e i r a G r a n B r e t a ñ a y s o n l o s a n g l o s a j o n e s (¡y n o l o s b r i t a -
n o s ! ) q u i e n e s v a n a i n s t r u i r s e a I r l a n d a . G r a c i a s a sus e s c u e l a s monásti-
cas, I r l a n d a se h a b í a convertido en e l s i g l o VII en un centro de
e n s e ñ a n z a d e la l i t e r a t u r a c r i s t i a n a . S e p u e d e l e e r e n B e d a el V e n e r a b l e ,
u n o de los autores m e j o r i n f o r m a d o s , y t a m b i é n u n o de los más claros,
s o b r e este p e r i o d o p o b r e e n d o c u m e n t o s h i s t ó r i c o s s e r i o s :

«Allí (en Irlanda) había en aquellos tiempos m u c h o s nobles y gente de

m á s baja c u n a , d e o r i g e n inglés, q u e , e n los t i e m p o s d e los o b i s p o s F i n a n y

C o l m a , h a b i e n d o a b a n d o n a d o su p a t r i a i n s u l a r , se h a b í a n r e t i r a d o allí

b i e n p a r a e s t u d i a r las letras divinas, b i e n p a r a llevar u n a vida m á s p e r f e c t a .

A l g u n o s a d o p t a r o n p r o n t o la c o n d i c i ó n m o n á s t i c a , o t r o s , q u e p r e f e r í a n i r

d e u n a celda d e m a e s t r o a o t r a , e n c o n t r a b a n p l a c e r e n el e s t u d i o . Los

irlandeses los recibían m u y g u s t o s a m e n t e , t o d o s los días los a l i m e n t a b a n

s i n r e t r i b u c i ó n ; les p r o c u r a b a n l e c t u r a y les d i s p e n s a b a n i n s t r u c c i ó n g r a -
1 0 9
tuitamente» .

P e r o , e n esta é p o c a , ya n o e x i s t í a n i n g u n a t r a n s m i s i ó n tradicional
e r u d i t a d e l s a b e r c e l t a . L a f i j a c i ó n e s c r i t a e r a ya u n h e c h o consumado.
R e s u m i e n d o y c o n c l u y e n d o , l o s i n s t r u c t o r e s d e l o s celtas v e n í a n d e las
islas al N o r t e d e l M u n d o y allí e r a a d o n d e t e n í a n q u e i r a e x t r a e r y r e n o -
v a r l a c i e n c i a s a g r a d a . E s e v i d e n t e q u e esta t r a d i c i ó n n o d e b e i n t e r p r e -
t a r s e al p i e d e la l e t r a e n l o r e l a t i v o al v e r d a d e r o o r i g e n d e l o s celtas e n e l
c o n t e x t o g e n e r a l d e las m i g r a c i o n e s i n d o - e u r o p e a s . M á s b i e n es u n a
C o n c e p c i ó n t r a d i c i o n a l q u e t a m b i é n se e n c u e n t r a e n la I n d i a y h a s t a e n
C h i n a . P o r t a n t o atestigua la e n o r m e a n t i g ü e d a d d e l o q u e r e p r e s e n t a .
Si había necesidad de pruebas suplementarias, bastaría c o n constatar
q u e la l e y e n d a m i t o l ó g i c a h a a m p l i a d o el o r i g e n n ó r d i c o de los T u a t h a
D é D a n a n n a t o d a s las r a z a s m í t i c a s q u e h a n p o b l a d o I r l a n d a . Y , e n
e f e c t o , es e n las islas d e l n o r t e d e l m u n d o d o n d e v a n s i s t e m á t i c a m e n t e a
instruirse'durante periodos bastante largos:

108 E l n o m b r e e s t á t a m b i é n r e p r e s e n t a d o e n l o s t e x t o s l i t ú r g i c o s . C f . Memoranda in the

BookofArmagh, ThesaurusPaleohibernicusIl, p. 364.
109 HistoriaEcclesiasticalll, 27, ed. C h a r l e s P l u m m e r , O x f o r d , 1896, p . 192.
45o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

« B e t h a c h , h i j o d e I a r b o n e l el A d i v i n o , h i j o d e N e m e d : sus h i j o s f u e r o n

a las islas d e l n o r t e d e l m u n d o p a r a a p r e n d e r el d r u i d i s m o , el p a g a n i s m o y

las a r t e s d i a b ó l i c a s , d e tal m o d o q u e f u e r o n s a b i o s e n c a d a a r t e y e n t o n c e s

f u e r o n los T u a t h a D é D a n a n n . Y volvieron a I r l a n d a doscientos treinta a ñ o s

d e s p u é s d e h a b e r s e i d o . B e t h a c h , h i j o d e I a r b o n e l el A d i v i n o , h i j o de

N e m e d , m u r i ó c o n sus diez h o m b r e s e n I r l a n d a . Sus diez m u j e r e s vivieron

1 1 0
v e i n t i t r é s a ñ o s m á s a n t e s d e e n c o n t r a r la m u e r t e » .

I r l a n d a se c o n v i r t i ó así e n u n p a í s p r i m o r d i a l . U n a d e las p r i m e r a s
e n llegar fue u n a m u j e r , C e s a i r , q u e esperaba escapar del d i l u v i o cuya
i n m i n e n c i a c o n o c í a . V e n í a de España. Pero España, de d o n d e son o r i -
ginarios los goidelos (¡lo que p o r nuestra parte nos cuidaremos m u c h o
d e c o n f i r m a r ! ) , es u n a l o c a l i z a c i ó n g e n e r a l d e l p a í s d e l o s m u e r t o s , o ,
e n o t r a s p a l a b r a s , d e l sid. I r l a n d a n o es e l t é r m i n o f o r t u i t o d e a l g u n a s
andanzas indeterminables:

« A p r o p ó s i t o d e la c o n q u i s t a d e C e s a i r y d e sus a c t o s a n t e r i o r e s al d i l u -

v i o : ¿ q u i é n t o m ó I r l a n d a a n t e s d e la c r e a c i ó n d e l m u n d o ? N o es d i f í c i l :

Cesair, hija de Bith, hijo de N o é , hijo de L a m e c h , era hija adoptiva de

Saball, hijo de M a n u a l .

O t r o s d i c e n q u e B a n b a e r a el n o m b r e d e la m u j e r q u e t o m ó Irlanda

a n t e s d e l d i l u v i o y q u e d e ella v i e n e el n o m b r e d e B a n b a q u e se d a a

I r l a n d a . C e s a i r v i n o l u e g o d e la isla d e M e r o e , e n el c u r s o d e l N i l o . E s t u v o

siete a ñ o s e n l o s p a r a j e s d e E g i p t o . E s t u v o o c h o días e n la s u p e r f i c i e del

M a r C a s p i o . L e llevó v e i n t e d í a s i r d e l M a r C a s p i o al M a r C i m e r i o . E s t u v o

u n d í a e n A s i a M e n o r , e n t r e S i r i a y el M a r T i r r e n o . L e l l e v ó v e i n t e d í a s a

vela ir d e Asia M e n o r a los A l p e s . E s t u v o d i e c i o c h o días e n t r e los A l p e s y

E s p a ñ a . Le llevó n u e v e días ir d e E s p a ñ a a I r l a n d a . Llegó a I r l a n d a un

s á b a d o y ese s á b a d o e r a el q u i n c e , c o m o d i c e el p o e t a . . .

C e s a i r y s u g e n t e l l e g a r o n c u a r e n t a d í a s a n t e s d e l d i l u v i o : la t r i p u l a c i ó n

d e t r e s n a v i o s l l e g ó a D u n n a m B a r c , e n el P r o m o n t o r i o M e r i d i o n a l de

C o r c c o D u i b n e . D o s navios n a u f r a g a r o n , de m o d o q u e sólo escapó Cesair y

la t r i p u l a c i ó n d e s u n a v i o : e r a n m i l s e i s c i e n t o s c i n c u e n t a y seis a ñ o s t r a s el

c o m i e n z o d e l m u n d o . C i n c u e n t a m u c h a c h a s y t r e s h o m b r e s e r a el n ú m e r o

d e los q u e e s t a b a n e n el n a v i o , a s a b e r , B i t h , h i j o d e N o é , h i j o d e L a m e c h ,

d e q u i e n v i e n e el n o m b r e d e S l i a b B e t h a . E s él q u i e n f u e i n h u m a d o en

IIO Libro de las Conquistas, ed. R . A . S . Macalister, III, p . 1 5 ° [ed. esp. de R. Sainero S á n -
c h e z , Leabhar Ghabhála (Libro de las Invasiones), Akal, M a d r i d , 1988].
 6. EL C R U C E DE L A S A G U A S
451

e l g r a n c a r n d e S l i a b B e t h a c h . E s t a b a L a d r a , e l p i l o t o , d e q u i e n r e c i b e el

n o m b r e A r d L a d r a n n . El fue el p r i m e r m u e r t o d e I r l a n d a a n t e s d e l d i l u -

v i o : m u r i ó d e exceso d e m u j e r e s o d e la e m p u ñ a d u r a d e l r e m o q u e le

p e n e t r ó e n la p a r t e b a j a d e la e s p a l d a . S e a c u a l sea la f o r m a e n q u e m u r i ó ,

L a d r a fue el p r i m e r m u e r t o d e I r l a n d a . F i n t a n , h i j o d e L a b r a i d , h i j o d e

B e t h a c h , h i j o d e L a m e c h , h i j o d e B o c h r a , p u e s B o c h r a e s el n o m b r e d e s u
1
m a d r e : es e l j o v e n d e l q u e v i e n e e l n o m b r e F e r t F i n t a i n e n T u l T u n i d e » " .

T o d a s estas v i e j a s l e y e n d a s t e n í a n f u e r z a d e l e y : e l m o n j e gales
G i r a l d o C a m b r e n s e , q u e e s c r i b í a a f i n a l e s d e l s i g l o XII, e v o c a e l c a s o d e
2
C e s a i r , a u n c u a n d o n o sabe c ó m o ha p e r d u r a d o su r e c u e r d o " . T o d a v í a
e n la p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o XVII K e a t i n g habla de ella e n su Historia de

Irlanda y p a r a é l , c o m o p a r a G i r a l d o C a m b r e n s e , el p r o b l e m a n o es c r e e r
o n o c r e e r e n la h i s t o r i a d e C e s a i r , s i n o s a b e r c ó m o se h a t r a n s m i t i d o e l
r e l a t o d e sus a v e n t u r a s a p e s a r d e l c o r t e d e l d i l u v i o , ya q u e la lista b í b l i c a
d e s u p e r v i v i e n t e s n o c o n t i e n e n i n g ú n n o m b r e i r l a n d é s . E l a r g u m e n t o es
s ó l i d o , d e s d e l u e g o . Y ésta es l a s u p o s i c i ó n d e este v e n e r a b l e y e r u d i t o
c a n ó n i g o c o n t e m p o r á n e o de L u i s X I V :

« A d e m á s , n o e n t i e n d o c ó m o los historiadores h a n r e c o g i d o relatos

relativos a p e r s o n a s q u e s e g ú n ellos v i n i e r o n a I r l a n d a antes del Diluvio, a

m e n o s q u e se l o h a y a n d i c h o d e m o n i o s a é r e o s , q u e e r a n s u s c o n c u b i n a s d e l
3
sid e n e l t i e m p o e n e l q u e e r a n p a g a n o s » " .

P o c o i m p o r t a , p u e s la a n t i g u a t e n d e n c i a d e l o s e r u d i t o s d e la E d a d
M e d i a a a t r i b u i r a los celtas u n o r i g e n s e m í t i c o ( a s i g n á n d o l e s u n l u g a r
e n las g e n e a l o g í a s b í b l i c a s ) n o i m p i d e q u e f u e s e n u n o s d r u i d a s q u i e n e s
i n d i c a r o n a C e s a i r q u e I r l a n d a e r a el p a í s q u e m á s le c o n v e n í a .

6. E L CRUCE DE LAS AGUAS

E n f i n , se h a b r á o b s e r v a d o q u e t o d a s las p e r e g r i n a c i o n e s d e l o s n u e v o s
o c u p a n t e s se r e a l i z a n p o r m a r , a p a r t e d e a l g u n a s e t a p a s t e r r e s t r e s q u e
desafían ál s e n t i d o c o m ú n g e o g r á f i c o : la i d a y vuelta d e l O t r o Mundo
s i e m p r e se h a c e p o r vía m a r í t i m a .

111 Textes mythologiques ¡rlandaís I / l , p . 5-

112 TopographiaHibernica I I I , I, e d . D i m o c k , V , p p . 1 3 9 - 1 4 0 .
113 History oflreland, e d . D a v i d C o m y n I, p . 1 4 6 , I V .
452 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

E l c r u c e d e las a g u a s , e l e n f r e n t a m i e n t o c o n las o l a s s e g ú n v a r i o s t e s -
t i m o n i o s a n t i g u o s , está r e l a c i o n a d o c o n esa c o n c e p c i ó n q u e es la j u s t i f i -
c a c i ó n m í t i c a d e l p o d e r d e l o s d r u i d a s s o b r e el a g u a .
E l p r i m e r t e s t i g o es A r i s t ó t e l e s (Etica a Eudemo III, i ) :

« P o r e s o , n o es v a l i e n t e el h o m b r e q u e s o p o r t a las cosas t e m i b l e s p o r

i g n o r a n c i a . . . n i t a m p o c o a q u e l q u e , c o n o c i e n d o la m a g n i t u d d e l p e l i g r o ,

l o h a c e p o r a r r e b a t o ( c o m o l o s c e l t a s , q u e , d e s p u é s d e h a b e r t o m a d o las

a r m a s , a v a n z a n c o n t r a las o l a s ) » * .

E l s e g u n d o es el P s e u d o - A r i s t ó t e l e s e n P l i n i o (Hist. Nat. II, 22o):

«A esto a ñ a d e Aristóteles ... que ningún animal muere si n o es

c u a n d o b a j a la m a r e a . E s t e f e n ó m e n o se h a o b s e r v a d o p o r m u c h a s p e r s o -

n a s e n el o c é a n o G á l i c o y se a d m i t e p o r l o m e n o s e n l o q u e r e s p e c t a al

hombre»**.

E l t e r c e r o , y e l m á s i m p o r t a n t e , es E s t r a b ó n (Geografía V I I , 2, i ) :

« N o se e x p r e s a c o n a c i e r t o q u i e n a s e g u r a q u e . . . n i q u i e n a f i r m a que

los celtas, h a c i e n d o gala d e t e m e r i d a d , e s p e r a n a q u e sus viviendas estén

anegadas, p a r a luego reconstruirlas; y q u e éstos sufren m a y o r d e s t r u c c i ó n a

c a u s a d e l a g u a q u e a c a u s a d e la g u e r r a , tal c o m o h a c e E f o r o . D e h e c h o , la

d i s p o s i c i ó n d e las m a r e a s y el q u e sea c o n o c i d o q u e el t e r r i t o r i o está s u j e t o

a i n u n d a c i o n e s n o d e b e r í a n d a r lugar a tales extravagancias; p u e s , s u c e -

d i e n d o e s t o d o s v e c e s al d í a , ¿ c ó m o n o va a s e r i n v e r o s í m i l q u e n i u n a s o l a

v e z s e d i e r a n c u e n t a d e q u e e l flujo y e l r e f l u j o e s u n f e n ó m e n o n a t u r a l e

i n o f e n s i v o , el c u a l n o s ó l o les a c a e c e a e l l o s , s i n o t a m b i é n a t o d o s a q u e l l o s

q u e m o r a n j u n t o al o c é a n o ?

T a m p o c o C l i t a r c o se e x p r e s a a c e r t a d a m e n t e a l d e c i r q u e s u s c a b a l l e r o s ,

c u a n d o v e n la i n v a s i ó n d e l m a r , h u y e n a c a b a l l o y, e n s u f u g a , e s t á n a

p u n t o d e q u e d a r r o d e a d o s p o r t o d a s p a r t e s . S a b e m o s q u e la m a r e a c u a n d o

c o m i e n z a a s u b i r n o l o h a c e c o n t a n t a v e l o c i d a d , s i n o q u e el m a r llega i m -

p e r c e p t i b l e m e n t e ; u n f e n ó m e n o q u e a c o n t e c e c a d a d í a y q u e a d e m á s es

p e r c e p t i b l e p a r a t o d o s a q u e l l o s q u e se v a n a c e r c a n d o , a u n a n t e s d e que

* T r a d . e s p . : EticaNicomáquea. Eticaeudemia ( t r a d . J u l i o Pallí B o n e t ) , M a d r i d , G r e d o s ,

1985, p . 472 [N. d e l T . ] .
a
** T r a d . e s p . : Historia natural I ( t r a d . A n t o n i o F o n t á n , A n a M . Moure y otros),
M a d r i d , G r e d o s , 1995, p p . 4 6 1 - 4 6 2 [N. d e l T . ] .
 6. EL C R U C E DE LAS A G U A S
453

p u e d a n verlo, n o iba a d a r lugar a u n p á n i c o t a n d e s m e s u r a d o q u e les

h i c i e r a h u i r , c o m o s u c e d e r í a si c a y e r a s o b r e e l l o s d e i m p r o v i s o » *

D e la r e f u t a c i ó n m a t e r i a l d e E s t r a b ó n se d e s p r e n d e f á c i l m e n t e la
r e i n t e r p r e t a c i ó n d e l m i t o . L o p r i m e r o q u e v i e n e a la m e n t e es la c o m ­
p a r a c i ó n c o n u n a s e s t r o f a s d e l p o e m a i r l a n d é s l l a m a d o La vieja de Beara
(Sentainne Berri), q u e d a t a d e p r i n c i p i o s d e l s i g l o IX. E l t e m a o b s e s i v o d e l
f l u j o y d e l r e f l u j o a p a r e c e s i n c e s a r e v o c a n d o al m u e r t e y e l d e s a m p a r o :

« E l reflujo h a v e n i d o hacia m í c o m o u n m a r ;

la vejez m e h a a m a r i l l e a d o

y p o r m u c h o q u e m e aflija

se a c e r c a a l e g r e m e n t e a s u p r e s a .

T r e s olas

se a c e r c a n a la f o r t a l e z a d e A r d R u i d e ,

u n a ola d e g u e r r e r o s , u n a ola d e caballos,

la o l a d e l o s l e b r e l e s d e l h i j o d e L u g a i d .

E l flujo d e l a o l a

y la s e g u n d a , la d e l reflujo;

todas vienen a m í

de m o d o que pueda reconocerlas.

114 C o m p á r e s e u n b r e v e p a s a j e ( c u y a f u e n t e es o b i e n P o s i d o n i o o b i e n A r s i t ó t e l e s ) d e
Costumbres extraordinarias d e N i c o l á s d e D a m a s c o , q u e e s c r i b í a e n el p r i m e r s i g l o d e
n u e s t r a e r a : « L o s c e l t a s q u e v i v e n e n las p r o x i m i d a d e s d e l O c é a n o c o n s i d e r a n v e r ­
g o n z o s o h u i r c u a n d o se h a d e r r i b a d o u n m u r o o u n a c a s a . C u a n d o s u b e l a m a r e a
d e l m a r e x t e r i o r , e n f r e n t á n d o s e a ella c o n las a r m a s r e s i s t e n hasta q u e las aguas l o s
a b a t e n , p a r a q u e n o d é la i m p r e s i ó n d e q u e t i e n e n m i e d o a la m u e r t e al h u i r »
( f r a g m e n t o s c o n s e v a d o s p o r E s t o b e o V I I , 40; cf. E . C o u g n y , Extraitsdesauteursgrecs...
VI, p . 498; t r a d . e s p . : Paradoxógrafos griegos — t r a d . F . J a v i e r G ó m e z Espelosín—,
M a d r i d , G r e d o s , 1996, p . 154). C f . t a m b i é n E l i a n o (VariaHistoria X I I , 22): «Con­
s i d e r a n q u e la h u i d a es t a n v e r g o n z o s a q u e n i s i q u i e r a e s c a p a n d e s u s casas c u a n d o se
c a e n d e r r u m b á n d o s e , c o m o t a m p o c o c u a n d o l a s casas a r d e n y e l l o s q u e d a n c e r c a ­
d o s p o r él f u e g o . M u c h o s a g u a r d a n a p i e f i r m e c u a n d o el m a r l o s i n u n d a . Y h a y
q u i e n e s , c o n s u s a r m a s e n la m a n o , se a r r o j a n a l a s o l a s y r e c i b e n s u s e m b a t e s b l a n ­
d i e n d o s u s e s p a d a s d e s n u d a s y sus l a n z a s , c o m o si p u d i e r a n a s u s t a r l a s o h e r i r l a s »
[ t r a d . e s p . : Historias curiosas ( t r a d . J u a n M a n u e l C o r t é s C o p e t e ) , M a d r i d , G r e d o s ,
2006, p . 242].
* T r a d . e s p . : Geografía I I I ( t r a d . J o s é V e l a T e j a d a y J e s ú s G a r c í a A r t a l ) , M a d r i d , G r e ­
d o s , 200I, p p . 2 3 5 - 2 3 6 [ N . d e l T . ] .
454 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

La ola del flujo,

¡ q u e el s i l e n c i o d e m i c e l d a n o la a l c a n c e !

A u n q u e m i e s c o l t a es g r a n d e e n la o s c u r i d a d

u n a m a n o se h a p o s a d o s o b r e t o d o s e l l o s .

E s a l g o b e l l o p a r a u n a isla d e l g r a n m a r :

la o l a v i e n e t r a s s u r e f l u j o ;

p e r o yo n o espero

q u e esa o l a v e n g a d e s p u é s d e q u e el r e f l u j o m e h a t o c a d o .

Apenas queda hoy u n lugar

que yo pudiese reconocer.

T o d o l o q u e e s t a b a e n la ola
1 1 5
está e n el r e f l u j o » .

L a v i e j a d e B e a r a es I r l a n d a , d e s g r a c i a d a y d e c a d e n t e , q u e r e c u e r d a
c o n u n a m e l a n c o l í a d e s g a r r a d o r a s u p a s a d o e s p l e n d o r . L a v i d a y la
m u e r t e e s t á n e n la a l t e r n a n c i a d e l flujo y e l r e f l u j o . P e r o c o n e l r e f l u j o
es c o n el q u e l o s d i f u n t o s v a n al O t r o M u n d o . A ú n e n el f o l c l o r e b r e t ó n
1 1 6
c o n t e m p o r á n e o e l a l m a a b a n d o n a la t i e r r a c o n el r e f l u j o .
V o l v i e n d o a A r i s t ó t e l e s y a E s t r a b ó n , l o m á s p r o b a b l e es q u e h a y a n
t r a s l a d a d o a la r e a l i d a d relatos l e g e n d a r i o s de g u e r r e r o s m u e r t o s q u e
p a r t í a n h a c i a e l O t r o M u n d o , a c a b a l l o , c o n t o d o el e q u i p a m i e n t o m i l i -
7
t a r " . T a m b i é n es v e r o s í m i l q u e h a y a n a ñ a d i d o y c o n f u n d i d o nociones
g e o g r á f i c a s y t o p o g r á f i c a s b a s t a n t e vagas a c e r c a d e las c a t á s t r o f e s a c a e c i -
das e n e l n o r o e s t e d e E u r o p a a c a u s a d e m a r e m o t o s o t e m p e s t a d e s m á s

115 E d . G e r a r d M u r p h y , Early Irish Lyrics, O x f o r d , 1 9 5 6 , p p . 7 4 - 8 2 .

116 J o s e p h G u i l l a n d r e h a s e ñ a l a d o esta c r e e n c i a e n la Isla d e S e i n ( « A p r o p o s d e la
l é g e n d e d e la m o r t » , Anuales de Bretagne 3 5 ^ 4 , ! 9 2 3 , p p . 6 3 6 - 6 3 7 ) : u n v i e j o m a r i n o
p a s a f á c i l m e n t e al O t r o M u n d o p o r q u e m u e r e e n e l m o m e n t o d e l y u s a n t e .
117 Este h e c h o p a r e c e a n á l o g o a la i n v e r o s í m i l f á b u l a q u e e l a b o r ó P o l i b i o a p a r t i r d e
l a c o s t u m b r e c e l t a d e d o b l a r l a e s p a d a d e l g u e r r e r o e n l a s e p u l t u r a (Historias II,
3 3 ) : « S e h a n o t a d o ya q u e , p o r s u c o n s t r u c c i ó n , las e s p a d a s g a l a s s ó l o t i e n e n e f i -
caz el p r i m e r g o l p e , d e s p u é s d e l c u a l se m e l l a n r á p i d a m e n t e , y se t u e r c e n d e l a r g o
y d e a n c h o d e t a l m o d o q u e , si n o se d a t i e m p o a l o s q u e l a s u s a n d e a p o y a r l a s e n
el s u e l o y así e n d e r e z a r l a s c o n el p i e , la s e g u n d a e s t o c a d a r e s u l t a p r á c t i c a m e n t e
i n o f e n s i v a » [ t r a d . e s p . : HistoriasI, (trad. M a n u e l Balasch Recort), M a d r i d , Gre-
d o s , 1 9 8 1 , p . 2 2 3 ] - S e i n u t i l i z a la e s p a d a p a r a l o s v i v o s , p e r o p e r m a n e c e i n t a c t a a
d i s p o s i c i ó n d e su p r o p i e t a r i o e n el O t r o M u n d o .
 6. EL C R U C E DE LAS A G U A S
455

f u e r t e s d e l o h a b i t u a l " . Y t a m b i é n es c i e r t o q u e s u c o m p r e n s i ó n d e l
m u n d o celta e r a m u y l i m i t a d a .
P e r o l o s e r r o r e s , las i n c o m p r e n s i o n e s o las i n g e n u i d a d e s d e l o s a u t o -
res c l á s i c o s , c u a n d o e x i s t e n , s o n s e c u n d a r i a s . ¿ E s n e c e s a r i o p r e c i s a r q u e
las c o n c e p c i o n e s c e l t a s s o b r e e l o r i g e n s e p t e n t r i o n a l o , m á s e x a c t a -
m e n t e , p o l a r d e la t r a d i c i ó n c o n c u e r d a n y c o n f i r m a n t o d a s las q u e e s t á n
r e l a c i o n a d a s c o n e l O t r o M u n d o ? P u e s e l O t r o M u n d o t a m b i é n está
c o m p u e s t o d e islas l e j a n a s y m a r a v i l l o s a s . A l l í se v a c o n e l r e f l u j o y e l
a g u a es a la v e z e l c a m i n o y la d i f i c u l t a d . H a c e falta u n a b a r c a p a r a u n
v i a j e q u e d u r a u n b r e v e i n s t a n t e . ¡ Y q u é r e c o m p e n s a al l l e g a r ! E l
t i e m p o , la d i s t a n c i a , la e n f e r m e d a d , la c u l p a y la m u e r t e q u e d a n d e f i n i -
t i v a m e n t e a b o l i d o s . L o s d r u i d a s , sus i n s t r u c t o r e s p r i m o r d i a l e s y los
h o m b r e s e l e g i d o s p o r las m e n s a j e r a s d e l sid, t o d o s se u n e n a l o s d i o s e s y
e s c a p a n a las v i c i s i t u d e s d e l a m a t e r i a l i d a d y d e las t r e s d i m e n s i o n e s .
I r l a n d a a l c a n z a las c u m b r e s m e t a f í s i c a s d e u n e s p a c i o - t i e m p o q u e n o se
p u e d e e x p r e s a r e n f ó r m u l a s a c c e s i b l e s a la i n t e l i g e n c i a h u m a n a , p o r q u e
es, n o r e l a t i v o y r e d u c t i b l e a f ó r m u l a s m a t e m á t i c a s , s i n o a b s o l u t o , i r r e -
ductible a t o d o análisis y a t o d a f r a g m e n t a c i ó n .
S i n e m b a r g o , t a n f u e r t e f u e la i m p r o n t a d e l p a r a í s o i n s u l a r q u e e l
cristianismo, lejos de arrebatárselo a Irlanda, lo conservó t r a n s f o r m á n -
d o l o : las n a v e g a c i o n e s , c o m o l a d e B r a n m a c F e b a i l , q u e c u e n t a n las
a v e n t u r a s d e u n m o r t a l a t r a í d o al O t r o M u n d o p o r u n a j o v e n d e g r a n

Il8 C f . P l i n i o (Nat. Hist. X V I , 5 , 6 ) : « P u é d e s e c o n t a r o t r o m i l a g r o d e l a s selvas p o r -

q u e o c u p a n l o d e m á s d e A l e m a n i a , y a ñ a d e n s o m b r a s al f r í o . P e r o s o n a l t í s i m a s
n o lejos d e los s o b r e d i c h o s c a u c h o s , p r i n c i p a l m e n t e a p a r d e d o s l a g o s . C r í a n las
m i s m a s r i b e r a s m u c h a s e n c i n a s , q u e n o s i n g r a n c o d i c i a e n ellas n a c e n . E s t á n
s o c a v e n a d a s d e l a s o l a s , e i m p e l i d a s d e l o s v i e n t o s a r r a n c a n y l l e v a n t r a s sí g r a n d e s
ínsulas a b r a z a d a s c o n sus raíces y s o n p e s a d a s . D e esta m a n e r a n a v e g a n e n h i e s t a s y
h a n e s p a n t a d o m u c h a s veces c o n el a p a r a t o d e sus g r a n d e s r a m o s n u e s t r a s flotas,
s i e n d o l l e v a d a s c o m o d e i n d u s t r i a d e l a s o l a s h a c i a ls p r o a s d e l o s n a v i o s q u e e s t a -
b a n s u r t o s de n o c h e , e m p r e n d i e n d o los m i s m o s g u e r r a naval c o n t r a los á r b o l e s .
E n l a m i s m a r e g i ó n s e p t e n t r i o n a l e x c e d e casi c o n i n m o r t a l s u e r t e la g r a n d e z a d e
l o s r o b l e s d e l a s e l v a h e r c i n i a , q u e j a m á s se h a d e s m o n t a d o o c o r t a d o , a l c u a l
n a c i ó j u n t a m e n t e c o n el m u n d o » ( v é a s e P i e r r e L e R o u x , ¡oc. cit., Ogam, n . ° I O , p .
6; ffácl. e s p . : Historia natural — t r a d . F r a n c i s c o H e r n á n d e z — , M é x i c o , V i s o r L i b r o s y
Universidad Nacional de México, 1999, PP- 658-659). Hay q u e recordar t a m -
b i é n la a s e r c i ó n d e T i m á g e n e s e n A m i a n o M a r c e l i n o s o b r e las causas y l o s o r í g e -
n e s d e las m i g r a c i o n e s d e los p u e b l o s celtas ( g u e r r a s f r e c u e n t e s e i n u n d a c i o n e s
c a u s a d a s p o r el m a r ) , así c o m o d e l t e x t o d e P r o c o p i o , r e t o m a d o p o r T z e t z e s ,
s o b r e la p a r t i d a d e las a l m a s e n b a r c o d e s d e la r i v e r a o c c i d e n t a l d e B r e t a ñ a ( v é a n s e
supra p p . 4 2 0 - 4 2 1 ) .
456 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

b e l l e z a , se c o n v i e r t e n e n e l p a t r i m o n i o d e m o n j e s o h e r m a n o s d e r e l i -
g i ó n , e m b a r c a d o s e n g r u p o s d e d o c e o t r e c e , si n o s o n d e q u i n c e o
v e i n t e , e n u n f r á g i l c o r a c l e y p a r a q u i e n e s la s e d u c c i ó n f e m e n i n a ya n o
es u n a r a z ó n v á l i d a p a r a u n a e x p e d i c i ó n l e j a n a . L o s d i o s e s d e s a p a r e c e n ,
las m u j e r e s t a m b i é n , s a l v o r a r a s e x c e p c i o n e s , y e l d e s e o d e v i s i t a r u n
m u n d o d e h a d a s se t r a n s f o r m a e n u n p e r e g r i n a j e a l a b u e n a d e D i o s
p a r a la r e m i s i ó n d e l o s p e c a d o s . L a n a v e g a c i ó n c r i s t i a n i z a d a i n v i e r t e el
f i n y l o s m e d i o s : y a n o es u n b r e v e t r a s l a d o al O t r o M u n d o y la n a v e g a -
c i ó n se e t e r n i z a : ya sea u n l a r g o viaje d e p r u e b a s p e l i g r o s a s o i m p l a c a b l e s
t e n t a c i o n e s , y a sea u n a r e c o m p e n s a s e m b r a d a d e d e l e i t e s m o n á s t i c o s .
P e r o las d e l i c i a s d e l o s v i a j e r o s s i g u e n o c u r r i e n d o e n islas l e j a n a s , c e l e s -
t i a l e s o i n f e r n a l e s , q u e n o i n t e n t a r e m o s s i t u a r e n e l m a p a : las d e s c r i p -
c i o n e s n o s o n g e o g r á f i c a s y n o s p r e c i p i t a r í a m o s al r e c o n o c e r e n ellas las
A n t i l l a s , T e r r a n o v a o G r o e n l a n d i a . Y a n o están t o d a s e n el n o r t e d e l
m u n d o , sino e n a l g u n a parte a l o lejos, e n el oeste. N o hay n a d a m e n o s
c r i s t i a n o q u e esta s u c e s i ó n d e islas p a r a d i s í a c a s o i n f e r n a l e s , e n las q u e
l o s á n g e l e s y l o s s a n t o s e r e m i t a s se c o d e a n c o n d i a b l o s , d e m o n i o s y
m o n s t r u o s . A s i m i s m o , n a d a se h a v u e l t o t a n a j e n o a la a n t i g u a I r l a n d a
m í t i c a c o m o esta l a r g a s e r i e d e p l e g a r i a s , p e n i t e n c i a s , m i s a s , m i l a g r o s y
b u e n a s a c c i o n e s . E l O t r o M u n d o p i e r d e s u r a z ó n d e s e r y la b e l l e z a
e v a n g é l i c a d e la J e r u s a l é n c e l e s t e se t r a n s f o r m a e n f a n t a s m a g o r í a s . E r a
n e c e s a r i o t o d o el p r a g m a t i s m o e i d e a l i s m o de los m o n j e s irlandeses de
la alta E d a d M e d i a p a r a s u b l i m a r la c o n t r a d i c c i ó n .

A l g u n o s p á r r a f o s de la m á s c é l e b r e n a v e g a c i ó n i r l a n d e s a c r i s t i a n i -
zada, la q u e c u e n t a m o r o s a m e n t e l o s viajes de san B r e n d á n , m u e s t r a n
m e j o r q u e c u a l q u i e r c o m e n t a r i o el r e s u l t a d o d e la d i g e s t i ó n c r i s t i a n a d e
la c o n c e p c i ó n c e l t a d e l sid y d e las Islas d e l N o r t e d e l M u n d o . E v i d e n t e -
m e n t e , e n él l o s d r u i d a s y a n o p i n t a n n a d a :

« B r e n d á n se d e s p i d i ó d e l o s s a n t o s d e A r a n y les d e j ó s u b e n d i c i ó n . S e
h i c i e r o n a la vela e n d i r e c c i ó n a o c c i d e n t e y v i e r o n a c i e r t a d i s t a n c i a u n a
isla alta y b e l l a . V i r a r o n s u s b a r c o s p a r a a c e r c a r s e y l l e g a r o n a la o r i l l a d e la
isla. V i e r o n e n la playa u n g r a n n ú m e r o d e r a t o n e s r e p u g n a n t e s t a n g r a n -
des c o m o gatos. L o s frailes p r e g u n t a r o n a B r e n d á n : " ¿ Q u é q u i e r e n estos
ratones?". "Desean c o m e r n o s y devorarnos", dijo B r e n d á n .

I n f o r m a r o n e n t o n c e s a B r e n d á n d e q u e e r a la h o r a d e la m u e r t e d e l
b u f ó n q u e estaba c o n ellos e n el b a r c o . B r e n d á n le d i j o : " L e v á n t a t e , c o n -
s u m e el c u e r p o y la s a n g r e d e C r i s t o y p a r t e h a c i a la v i d a e t e r n a , p u e s o i g o
el c a n t o d e l o s á n g e l e s q u e te l l a m a n h a c i a e l l o s " . E l b u f ó n se p u s o c o n -
 6. EL C R U C E DE L A S A G U A S
457

t e n t ó al o í r esta n o t i c i a y d i j o : " S e ñ o r , ¿ q u é b i e n h e h e c h o p a r a s e r l l a -
m a d o al cielo t a n r á p i d o ? " . B r e n d á n le r e s p o n d i ó d i c i é n d o l e q u e le c o n -
v e n í a c u m p l i r la v o l u n t a d d e D i o s . D e s p u é s d e h a b e r c o n s u m i d o el c u e r p o
y la s a n g r e d e C r i s t o , s u a l m a l o a b a n d o n ó y se l o l l e v a r o n c o n u n a g r a n
a l e g r í a al c i e l o , allí d o n d e está J e s u c r i s t o c o n l o s n u e v e g r a d o s d e l c i e l o
a l r e d e d o r d e E l . A r r o j a r o n su c u e r p o a la a r e n a y l o s r a t o n e s l o d e v o r a r o n ,
d e j a n d o sólo los h u e s o s s o b r e la a r e n a . L o s frailes d e B r e n d á n inhumaron
la o s a m e n t a e i n s c r i b i e r o n su n o m b r e e n el m a r t i r o l o g i o , p u e s e r a un
s a n t o g l o r i o s o . Se d e m o s t r ó así p o r la g r a c i a d e l S e ñ o r q u e el ú l t i m o l l e -
g a d o al b a r c o f u e el p r i m e r o e n s e r e l e g i d o p o r E l p a r a i r al c i e l o .

L u e g o , B r e n d á n y los suyos i z a r o n las velas. E r a la e s t a c i ó n d e v e r a n o y

t e n í a n el v i e n t o a s u favor y n o t u v i e r o n n e c e s i d a d d e r e m a r , s i n o s ó l o d e
m a n t e n e r d e s p l e g a d a s las v e l a s . D e s p u é s d e d i e z d í a s el v i e n t o c e s ó s u r u i d o
y s u v o z a r r ó n y, a g o t a d a s u f u e r z a , s e v i e r o n o b l i g a d o s a r e m a r .

B r e n d á n les h a b l ó y les d i j o : " N o t e m á i s , p u e s t e n e m o s a n u e s t r o p r o -

p i o D i o s c o m o guía y c o m o ayuda. R e c o g e d vuestros r e m o s y n o os t o m é i s
la p e n a d e t r a b a j a r . D i o s c o n d u c i r á s u n a v i o y a sus siervos a d o n d e q u i e r a " .
B r e n d á n y los suyos c o m í a n s i e m p r e al a t a r d e c e r . E n c o n t r a r o n u n v i e n t o
trasero y n o sabían todavía a d o n d e los e m p u j a b a .

T r a s h a b e r p a s a d o así c u a r e n t a días y h a b e r g a s t a d o t o d a s sus p r o v i s i o -

n e s , v i e r o n a l o l e j o s u n a isla alta, r o c o s a y a r e n o s a . C u a n d o se a c e r c a r o n a
esta isla, la e n c o n t r a r o n así, c o n a c a n t i l a d o s m u y a l t o s y r í o s a z u l e s d e a g u a s
p u r a s q u e c a í a n d e los a c a n t i l a d o s al m a r . N o e n c o n t r a r o n u n puerto
d o n d e t o m a r t i e r r a e n la isla. L o s frailes e s t a b a n a t o r m e n t a d o s y a g o t a d o s
p o r el h a m b r e y la s e d . D e s e a b a n r e c o g e r a g u a d e e s o s r í o s y llevarla a
b o r d o . B r e n d á n les d i j o e n t o n c e s : " N o h u r t é i s a g u a d e la isla, p u e s D i o s
n o s e n s e ñ a r á d e n t r o de tres días u n p u e r t o d o n d e e n c o n t r a r e m o s sustento
para nuestros cuerpos débiles y cansados".

T r a s d a r l a v u e l t a a l a isla d u r a n t e t r e s d í a s , e n c o n t r a r o n u n p u e r t o d o n d e
u n b a r c o p o d í a t o c a r t i e r r a . B r e n d á n se l e v a n t ó y b e n d i j o el p u e r t o a n t e s d e
ir a t i e r r a . Las r o c a s e r a n c o m o altas m u r a l l a s d e c a d a l a d o . C u a n d o l l e g a r o n
a tierra, B r e n d á n dijo a los suyos: " N o saquéis n a d a de r o p a del b a r c o " .

. . D e s p u é s , m i e n t r a s a t r a v e s a b a n la isla, v i e r o n u n p e r r i t o q u e acudió
h u m i l d e m e n t e a los pies d e B r e n d á n . B r e n d á n dijo a sus frailes: "¿Acaso n o
es b u e n m e n s a j e r o el q u e n o s h a e n v i a d o el s e ñ o r ? S e g u i d l o y o s c o n d u c i r á
a v u e s t r a casa". L o s frailes l o s i g u i e r o n c o m o B r e n d á n h a b í a d i c h o . Y B r e n -
d á n les d i j o : " T e n e d c u i d a d o d e q u e el e s p í r i t u m a l i g n o n o os h a g a c a e r e n
la t e n t a c i ó n . Y o m i s m o v e o al a d v e r s a r i o t r a t a n d o d e p e r s u a d i r d e u n r o b o
 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

m u y m a l o a u n o d e los tres frailes p r o c e d e n t e s d e l m o n a s t e r i o . R e z a d p o r el

a l m a d e u n o d e esos tres frailes, p u e s su c u e r p o está e n p o d e r d e l d i a b l o " .
L a c a s a e n l a q u e se h a b í a n a p o s e n t a d o e r a d e u n a l o n g i t u d y u n a a n c h u r a
indescriptibles, c o n n u m e r o s o s j a r r o n e s o r n a d o s y collares de o r o .

E n t o n c e s s a n B r e n d á n le d i j o al c l é r i g o q u e d e c o s t u m b r e d i s t r i b u í a las
r a c i o n e s : " S í r v e n o s la p a r t e q u e D i o s n o s h a e n v i a d o " . E l c l é r i g o se l e v a n t ó
al p u n t o y e n c o n t r ó la m e s a p u e s t a c o n c u b i e r t o s d e d i v e r s o s colores.
Había u n p a n extrañamente blanco y cantidad de excelente pescado. B r e n -
d á n b e n d i j o la m e s a y d i j o a l o s f r a i l e s : " H a c e d h o n o r e s y r e v e r e n c i a s a
D i o s t o d o p o d e r o s o , q u e ha d a d o c o m i d a y b e b i d a a todas sus criaturas
h a s t a el h a r t a z g o " . S e s e n t a r o n e n t o n c e s a la m e s a e h i c i e r o n g r a n d e s a l a -
b a n z a s a D i o s : b e n d i j e r o n la b e b i d a y la c o m i d a y c o m i e r o n h a s t a q u e q u e -
d a r o n saciados.

C u a n d o a c a b a r o n la c o m i d a , B r e n d á n l e s d i j o : " H e r m a n o s m í o s , d o r -
m i d y d e s c a n s a d , p u e s estáis fatigados d e s p u é s d e v u e s t r o viaje y v u e s t r a
n a v e g a c i ó n . Y c u a n d o ya se h a b í a n d o r m i d o , B r e n d á n v i o al espíritu
m a l i g n o bajo la f o r m a d e u n a c r i a t u r i t a r e p u g n a n t e c o n u n collar d e o r o
e n la m a n o q u e e s t a b a p o n i e n d o s o b r e el p e c h o d e l f r a i l e . E l f r a i l e se d e s -
p e r t ó d e s u s u e ñ o y r e z ó a D i o s h a s t a q u e l l e g ó la m a ñ a n a . C u a n d o l l e g ó el
d í a , B r e n d á n d i j o a l o s s u y o s : " A n u e s t r o t r a b a j o , es d e c i r , a n u e s t r a s o r a -
c i o n e s " . Se p u s i e r o n a ello y c u a n d o a c a b a r o n , B r e n d á n les d i j o : "Vamos
a h o r a a l o s b a r c o s " . C u a n d o s e l e v a n t a r o n d e s u s l e c h o s , se e n c o n t r a r o n l a s
m i s m a s m e s a s p r e p a r a d a s c o m o el día a n t e r i o r . A s í e s t u v i e r o n tres días y
tres n o c h e s .

D e s p u é s B r e n d á n y l o s s u y o s se p r e p a r a r o n p a r a p a r t i r . D i j o a l o s f r a i -
l e s : " M i r a d , q u e r i d o s a m i g o s , q u e n a d i e se l l e v e n a d a d e e s t a i s l a e n l a q u e
estamos". Todos dijeron: "¡Que María nos impida, querido padre, c o m e -
ter u n r o b o d u r a n t e n u e s t r o viaje!". B r e n d á n dijo: " H a y u n collar de o r o
b a j o el b r a z o d e l f r a i l e d e l q u e os h a b l é : la o t r a n o c h e el d i a b l o se la d i o
c o m o r o b o " . C u a n d o el f r a i l e o y ó e s t o t i r ó el c o l l a r d e o r o l e j o s d e él y se
prosternó ante B r e n d á n diciendo: " O h , padre b i e n a m a d o , sin duda he
pecado, pero ten piedad de m í y ruega p o r m i alma, para que ni m i alma ni
mi cuerpo reciban daño".

A l o í r e s t o l o s frailes c a y e r o n d e r o d i l l a s y r e z a r o n p o r el a l m a d e l h e r -
m a n o . Y c u a n d o se l e v a n t a r o n d e sus p l e g a r i a s , v i e r o n al hombrecillo
n e g r o y h o r r i b l e c a e r d e l p e c h o d e l fraile q u e j á n d o s e e n voz alta, y e s t o es
l o q u e dijo.- " ¿ P o r q u é m e h a s e x p u l s a d o , o h , c l é r i g o , d e l a h e r e n c i a y d e l a
r e s i d e n c i a e n la q u e h e vivido d u r a n t e siete a ñ o s ? " . B r e n d á n r e s p o n d i ó y
 6. EL C R U C E DE LAS A G U A S
459

dijo: "Te o r d e n o e n n o m b r e del S e ñ o r Jesucristo n o a t o r m e n t a r n i o p r i -

m i r a n a d i e h a s t a e l d í a d e l J u i c i o F i n a l " . D e s p u é s , el d i a b l o se f u e .

B r e n d á n d i j o t a m b i é n al f r a i l e : " B e b e d e la s a n g r e y c o m e d e l c u e r p o

d e l S e ñ o r J e s u c r i s t o , p u e s a h o r a t u a l m a va a s e p a r a r s e d e t u c u e r p o y este

l u g a r es el d e t u s e p u l t u r a . E n c u a n t o al fraile q u e v i n o c o n t i g o d e l m o n a s -

t e r i o , r e s u c i t a r á e n el i n f i e r n o d e n t r o d e p o c o " . E l a l m a d e l fraile l o a b a n -

d o n ó d e s p u é s d e r e c i b i r el s a c r a m e n t o . L o s á n g e l e s v i n i e r o n a s u e n c u e n -

t r o y se l o l l e v a r o n al c i e l o . E n s e g u i d a B r e n d á n y l o s s u y o s i n h u m a r o n su

cuerpo honrosamente.

Después fueron a la p l a y a d o n d e e s t a b a el b a r c o , y c u a n d o Brendán

e n t r ó e n é l se a c e r c ó u n h o m b r e c o n u n c e s t o l l e n o d e p a n y u n a j a r r a l l e n a

d e a g u a y le d i j o : " R e c i b e este r e g a l o d e m a n o s d e v u e s t r o s e r v i d o r porque

tenéis u n a larga r u t a a n t e v o s o t r o s . P e r o hasta Pascua n o os faltará n i agua

n i p a n " . U n a vez se d i j e r o n a d i ó s , s u b i e r o n a s u s n a v i o s y n a v e g a r o n p o r el
9
mar durante bastante tiempo»" .

H e m o s l i m i t a d o esta cita a d o s a n é c d o t a s . E l r e l a t o c o m p l e t o c o n t i e n e
v a r i a s d e c e n a s e n las q u e las m a r a v i l l a s c r i s t i a n a s , e x p u e s t a s e n u n e s t i l o
p r o l i j o y d i f u s o ( p a r c i a l m e n t e a t e n u a d o p o r la t r a d u c c i ó n ) d e l i r l a n d é s
m e d i o t a r d í o , se v u e l v e n m o n ó t o n a s . E n t o d o c a s o se p u e d e c o m p r o b a r
e n q u é a c a b a la c r i s t i a n i z a c i ó n c o m p l e t a d e u n t e m a c é l t i c o : e l o r i g i n a l
v a c i a d o d e s u c o n t e n i d o m í t i c o ya n o sirve m á s q u e d e m a r c o p a r a l e y e n -
das e d i f i c a n t e s c u y o p r o t a g o n i s t a i n e v i t a b l e es u n s a n t o , t a n s e g u r o d e sus
o r a c i o n e s y d e s u s a l v a c i ó n c o m o l o estaba C u c h u l a i n n d e su m u e r t e y d e
1 2 0
su g l o r i a . M u y p o c o s detalles s o n útiles para n u e s t r o p r o p ó s i t o .

_ Iig Betha Brenainn Cluana Feria, « L a v i d a d e B r e n d á n d e C l o n f e r t » , e d . C h a r l e s P l u m -

m e r , BethadaNaem nErenn I , p p . 5 2 - 5 6 . L o s p a s a j e s c o r r e s p o n d i e n t e s a l a s v e r s i o -
n e s l a t i n a y f r a n c e s a m e d i e v a l e s e s t á n e n l a e d i c i ó n d e C a r i W a h l u n d , Die altfranzó-
sischeProsaübersetzungvonBrendansMeerfahrt, U p p s a l - L e i p z i g , 1 9 0 0 , p p . 12 y ss.
I20 H e a q u í , p o r e j e m p l o , a l g u n o s e x t r a c t o s r e l a t i v o s a islas s o s t e n i d a s s o b r e u n a o
varias c o l u m n a s :
— « V i e r o n e n t o n c e s o t r a isla, q u e d e s c a n s a b a s o b r e u n a sola c o l u m n a , es d e c i r , q u e
l a s u j e t a b a u n a s o l a c o l u m n a . L a r o d e a r o n p a r a b u s c a r el a c c e s o y n o e n c o n t r a r o n
el c a m i n o . P e r o v i e r o n e n l a b a s e d e l a c o l u m n a u n a p u e r t a c e r r a d a c o n l l a v e .
C o m p r e n d i e r o n q u e se e n t r a b a e n la i s l a p o r e s e c a m i n o . V i e r o n u n a r a d o e n la
c i m a d e la isla. P e r o n o h a b l a r o n c o n n a d i e y n a d i e h a b l ó c o n ellos. Se d i e r o n la
v u e l t a . (ImmramMaileDuin, ed. V a n h a m e l , Mediaeval a n d M o d e r n Irish Series IO, p .
4 3 - Cf. W h i t l e y S t o k e s , The Vqyage ofMaelDuin, Revue Celtique, n . ° I O , p . 6 2 ) .
— « E l s e g u n d o d í a les e n s e ñ a r o n u n a c o s a e x t r a ñ a s o b r e el m a r , u n a cosa m á s
maravillosa que nada, a saber, u n a gran c o l u m n a de plata c o n cuatro lados en
46o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

S i n e m b a r g o , e l t e m a d e las islas es e x t r e m a d a m e n t e tradicional,

i n d e p e n d i e n t e m e n t e de cualquier p r o c e s o de cristianización. El rasgo
f u n d a m e n t a l d e las n a v e g a c i o n e s i r l a n d e s a s es q u e l o s v i a j e r o s n o a r r i b a n
a u n a t i e r r a o a u n c o n t i n e n t e s i n o r a r a y f u g a z m e n t e . S i e m p r e s o n islas,
n o i m p o r t a s u t a m a ñ o , las q u e s i r v e n d e etapas o d e s t i n o s p r o v i s i o n a l e s ,
p u e s , p o r s u p u e s t o , e l d e s t i n o d e f i n i t i v o es e l O t r o M u n d o c o m o tal o ,
m á s a m e n u d o , la p r o p i a I r l a n d a , q u e t a m b i é n es u n a isla. P e r o h e m o s

m e d i o del m a r . U n a red de pescar estaba echada desde lo alto. Esta red era de
p l a t a y b r o n c e b l a n c o . L o c h a n c o g i ó u n a m a l l a d e esta r e d y h a b í a e n ella tres
m e d i a s o n z a s d e p l a t a y b r o n c e b l a n c o . G o m o t e s t i m o n i o d e esta h i s t o r i a guardó
l a m a l l a y M a e l D u i n v i o e s t a m i s m a c o s a » (lomramh ChurraigHuagCorra, ed. Whitley
S t o k e s , The VqyageoftheHui Corra, Revue Celtique, n . ° 1 4 , p . 44)-
— « U n día q u e B r e n d á n h a b í a d i c h o la m i s a e n su b a r c o , él y los suyos v i e r o n u n a
c o l u m n a de agua a cierta distancia e n el m a r . L e s p a r e c i ó m u y ceca p e r o h a b í a
h a s t a e l l a u n v i a j e d e t r e s d í a s . C u a n d o se a c e r c a r o n l e s p a r e c i ó d o s v e c e s m á s a l t a
a u n q u e s u c i m a t o c a b a el f i r m a m e n t o y t e n í a el c o l o r d e l cristal d e s d e la c u m b r e
hasta abajo. Parecía q u e había p o r t o d o s lados u n a c o b e r t u r a de c o l o r plata o cris-
t a l . S u d e l g a d e z e r a t a n g r a n d e q u e se v e í a t o d o a t r a v é s d e e l l a , t a n t o d e l i n t e r i o r
c o m o d e l e x t e r i o r . E r a m á s d u r a q u e el cristal y estaba l l e n a de g r a n d e s p u e r t a s ,
tanto q u e u n b a r c o o u n p e q u e ñ o navio p o d í a entrar p o r u n a de ellas. B r e n d á n
d i j o a l o s s u y o s q u e b a j a s e n l o s m á s t i l e s y las velas, m e t e r l o s r e m o s y h c e r p a s a r el
barco p o r u n a puerta. A s í lo hicieron.
Y es c o m o si e s t u v i e s e a u n a m i l l a m a r i n a d e s d e l a c o b e r t u r a h a s t a c a d a u n o d e l o s
l a d o s d e la c o l u m n a . F u e r o n hasta su p i e y p a s a r o n t o d o u n día r e c o r r i e n d o el
e s p a c i o . C u a n d o h i c i e r o n la v u e l t a , el c u a r t o día e n c o n t r a r o n u n cáliz d e m e s a e n
u n r e b o r d e de la p a r e d d e la c o l u m n a . B r e n d á n t o m ó este d o n p o r u n s i g n o y
d i j o a los frailes q u e r e z a s e n al S e ñ o r p u e s h a b í a a c t u a d o d e m a n e r a q u e n o les
faltase n i c o m i d a n i b e b i d a . Y p o r q u e h a b í a n e n c o n t r a d o u n a causa d e g r a n a l e -
g r í a e n la c o l u m n a . E l q u i n t o d í a s a l i e r o n p o r la m i s m a p u e r t a , i z a r o n las velas e n
l o s m á s t i l e s y c o n t i n u a r o n s u c a m i n o » (Betha Brenainn Cluana Yerta, ed. Charles
P l u m m e r , op. cit., I , p . Jl).
— « O t r o día B r e n d á n estaba m a r c h a n d o a través d e l d e s i e r t o d e la G a l i a . V i n o h a c i a
ellos u n v i e n t o v i o l e n t o e i n t o l e r a b l e . U n o de los frailes dijo e n t o n c e s a B r e n d á n :
"Estos árboles caerán sobre nosotros y n o s matarán". B r e n d á n dijo entonces: " M i s
q u e r i d o s h e r m a n o s , e s c u c h a d m e u n p o c o . E s t á b a m o s u n a n o c h e e n alta m a r . T o d o
el m u n d o estaba d o r m i d o , e x c e p t o y o m i s m o . V i e n t o n c e s u n a isla e n m e d i o d e l
m a r y así era la isla: h a b í a siete p i l a r e s fríos b a j o ella y g r a n d e s n a v i o s d e vela p a s a b a n
b a j o ella e n t r e los pilares. H a b í a e n ella t o d o t i p o d e voces y d e r u i d o s . T r e s navios
a n c l a r o n b a j o ella esa n o c h e . A h o r a " , d i j o B r e n d á n , " e l q u e m a n t i e n e esta isla a d e
siete pilares e n la s u p e r f i c i e d e l m a r , a pesar de t o d o s los v i e n t o s q u e la a z o t a n e n
t o d a s u a l t u r a , ¿ n o es c a p a z d e l i b r a r n o s d e l p e l i g r o d e estos á r b o l e s q u e a m e n a z a n
c a e r s o b r e n o s o t r o s d e s d e l o m á s a l t o ? E s el rey d e l c i e l o y d e la t i e r r a " » (BethaBre-
nainn Cluana Feria, e d . C h a r l e s P l u m m e r , op. cit., I , p . 90).
 7. EL H O M B R E P R I M O R D I A L 46l

v i s t o q u e h a y islas d e t o d o t i p o y a c a b a r í a m o s p r e g u n t á n d o n o s q u é i m a -
g i n a c i ó n c o l o r i s t a y v i s i o n a r i a las h a h e c h o s u r g i r d e las b r u m a s n o r o -
rientales bajo u n a luz y unas apariencias tan irreales.
R e s u m i e n d o y c o n c l u y e n d o , es i m p o s i b l e s e p a r a r las islas d e l n o r t e
d e l m u n d o d e l O t r o M u n d o y las r u t a s , t o d a s m a r í t i m a s , q u e c o n d u c e n
hasta é l . L a s c u a t r o islas d e l o s c u a t r o d r u i d a s p r i m o r d i a l e s d e l o s T u a t h a
D é D a n a n n , e n la s o b r i e d a d expresiva y la s i m p l i c i d a d d o c t r i n a l d e l
p r i n c i p i o d e C a t h M a i g h e T u i r e a d h ( « L a b a t a l l a d e la L l a n u r a d e l o s
p i l a r e s » ) , n o s o n d i s t i n t a s , e n s u n a t u r a l e z a p r o f u n d a , d e las i n n u m e -
r a b l e s islas d e s c r i t a s p o r l o s immrama. Y t a m p o c o se p u e d e n s e p a r a r d e
éstas las islas p a r a d i s i a c a s d e l o s h i p e r b ó r e o s v i s i t a d a s p o r l o s g r i e g o s . E s
el sid i r l a n d é s e n la a c e p c i ó n p l e n a d e esta p a l a b r a . A p e s a r d e q u e l o s
d r u i d a s v i e n e n d e esas islas o v a n a l l í p a r a p e r f e c c i o n a r s u c o n o c i -
m i e n t o , n o e x i s t e n i n g u n a c o n t r a d i c c i ó n e n e l h e c h o d e q u e n o se
s e ñ a l e s u p r e s e n c i a e n las islas e n c o n t r a d a s p o r l o s n a v e g a n t e s , d e B r a n a
san B r e n d á n . E l O t r o M u n d o r e p r e s e n t a u n estado de p e r f e c c i ó n e n el
c u a l las j e r a r q u í a s h u m a n a s y a n o s o n n e c e s a r i a s . E l c r i s t i a n i s m o l o
p o b l ó d e e r m i t a s , s a n t o s , m o n s t r u o s y mirabilia v a r i a d a s . A l l í se c e l e b r a la
m i s a y se r e c i t a n las h o r a s , p e r o n o l o h a t r a n s f o r m a d o , n o o b s t a n t e , e n
p a r a í s o c r i s t i a n o y, sin q u i t a r l e su m i s t e r i o , t o d o l o c o n t r a r i o , l o ha
« d e s a c r a l i z a d o » : allí n o v a n a r e p o s a r las a l m a s d e l o s b i e n a v e n t u r a d o s
que, a base de v i r t u d y a r r e p e n t i m i e n t o , g a n a r o n su salvación eterna.

7. E L HOMBRE PRIMORDIAL

C e s a i r es la m u j e r d e l o s i n i c i o s : a n t e s d e e l l a n o h a b í a h a b i d o n i n g ú n
ser h u m a n o e n I r l a n d a . D e s g r a c i a d a m e n t e , q u i z á p o r q u e era m u j e r , el
e l e m e n t o m a s c u l i n o e s t a b a b a s t a n t e p o c o r e p r e s e n t a d o e n sus t r i p u l a -
c i o n e s (tres h o m b r e s y c i n c u e n t a m u j e r e s ) y ya h e m o s c i t a d o antes
( v é a n s e las p á g i n a s 4 5 0 - 4 5 1 ) e l p a s a j e d e l Libro de las Conquistas q u e relata
las c i r c u n s t a n c i a s i n s ó l i t a s d e s u l l e g a d a .
E l p i l o t o , L a d r a , n o n o s i n t e r e s a : este b r e v e e x t r a c t o d i c e t o d o l o q u e
había que decir. Pero otro personaje, Fintan, m u c h o más que Cesair,
t u v o el d e s t i n o d e u n s e r p r i m o r d i a l . Y l o t u v o p o r d o s r a z o n e s : s u l o n -
g e v i d a d y su c i e n c i a . S u c a l i d a d d e alto d i g n a t a r i o de la h i s t o r i a de
Irlanda, d r u i d a a carta cabal, c o n f o r m a el t e m a del p o e m a del relato de
La fundación del Dominio de Tara y l o c i t a r e m o s a q u í p o r q u e p r e s e n t a la v e n t a j a
d e s e r b a s t a n t e b r e v e . F i n t a n v i v i ó b a s t a n t e t i e m p o p a r a asistir al d i l u v i o ,
462 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

v e r t o d a s las i n v a s i o n e s d e I r l a n d a y , f i n a l m e n t e , c o n v e r t i r s e al c r i s t i a -
nismo :

« I r l a n d a , a u n q u e se m e p r e g u n t e ,
y o sé a p r o p i a d a m e n t e
cada conquista q u e ha sufrido
d e s d e el c o m i e n z o d e l a g r a d a b l e m u n d o .

Cesair v i n o del este;

la m u j e r e r a hija d e B i t h ,
c o n sus c i n c u e n t a hijas
y su terna de h o m b r e s .

El diluvio los atrapó,

a u n q u e fue u n a l a m e n t a b l e desgracia,
y los a h o g ó a t o d o s ,
cada u n o d e los seres h u m a n o s e n su altura.

B i t h , al n o r t e d e S l i a b B e t h a ,
El misterio era triste,
Ladra en A r d ladran,
Cesair e n su retroceso.

E n c u a n t o a m í , m e salvó
el h i j o d e D i o s , p r o t e c c i ó n d e las t r o p a s ,

d e f o r m a q u e el d i l u v i o m e llevó
p o r encima del pesado Tul T u i n d e .

Estuve u n a ñ o b a j o el d i l u v i o
e n el f u e r t e T u l T u i n d e .
N o se h a d o r m i d o y n o s e d o r m i r á
con u n sueño mejor,

hasta q u e P a r t o l ó n vino a m í

del este, del país de Grecia,

d e m a n e r a q u e viví c o n s u d e s c e n d e n c i a ,
a u n q u e fue u n largo c a m i n o .
 7. EL H O M B R E P R I M O R D I A L

Estaba todavía en Irlanda

c u a n d o era u n desierto,
hasta q u e vino A g n o m a n ,
N e m e d el d e la l u m i n o s a m u e r t e .

L u e g o v i n i e r o n los Fir Bolg,

es u n a h i s t o r i a b e l l a y v e r d a d e r a :
viví c o n e l l o s
m i e n t r a s e s t u v i e r o n e n el p a í s .

Los Fir Bolg y los Fir G a l i o i n

vinieron, hace m u c h o tiempo.
Los Fir D o m n a n n vinieron
y o c u p a r o n I r r u s e n el este.

L u e g o v i n i e r o n los T u a t h a D é
en nubes de oscura niebla
y viví c o n e l l o s
a u n q u e fue u n a larga é p o c a .

V i n i e r o n los hijos de M i l
d e s p u é s al p a í s , c o n t r a e l l o s .
Estuve c o n cada familia
h a s t a el día q u e veis.

L u e g o v i n i e r o n los hijos de Mil,

de España, del sur,
y viví c o n e l l o s ,
a u n q u e su lucha fue violenta.

Alcancé u n a edad avanzada,

n o lo ocultaré,
hasta q u e m e a l c a n z ó l a fe p u r a
del rey del n u b o s o cielo.

Soy F i n t a n el B l a n c o ,
hijo de B o c h r a ; n o lo ocultaré;
464 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

d e s d e q u e el d i l u v i o estuvo a q u í
1 2 1
soy u n s a b i o g r a n d e y n o b l e » .

E l p r i n c i p a l i n t e r é s d e este p o e m a q u i z á sea m o s t r a r c ó m o la I r l a n d a
c r i s t i a n i z a d a , s i n d e j a r d e r e t r a c t a r s e d e l p a g a n i s m o , p r e s e n t a b a sus o r í -
g e n e s s i n r e n e g a r d e e l l o s , c o n c i l i a n d o así l o i n c o n c i l i a b l e . E n o t r o
texto e n c o n t r a m o s algo q u e el p o e m a sobre F i n t a n n o dice, a saber, q u e
ese m i s m o F i n t a n , h o m b r e y d r u i d a p r i m o r d i a l , es t a m b i é n e l m a e s t r o
d e l a e l o c u e n c i a . Y c o m o tal es t a r t a m u d o , l o q u e n o t i e n e a b s o l u t a -
m e n t e n a d a d e r a r o , y sus c a d e n a s s o n s i n n i n g ú n l u g a r a d u d a s las d e l
1 2 2
d i o s O g m i o s e n e l Kunstbuch de A l b e r t o D u r e r o , lo que los irlandeses
medievales n o p o d í a n intuir:

« " ¿ Y q u é o t r a m a r a v i l l a hay, o h , m u j e r ? " , d i j o F i n g e n . " N o es difícil",

d i j o la m u j e r : " F i n t a n , h i j o d e B o c h r a , h i j o d e E t a h i r , h i j o d e N u a l l , h i j o

d e A n d a , h i j o d e C a í n , h i j o d e N o é , el s u b l i m e r e y s u p r e m o le h a c o n f i a d o

s e r el j u e z s u p r e m o d e l m u n d o p o r s u s a b i d u r í a . P u e s es m u d o (es d e c i r , s u

e l o c u e n c i a n o e r a b u e n a a u n q u e la t u v i e s e ) d e s d e el m o m e n t o e n el q u e

o y ó el f r a g o r d e las o l a s d e l d i l u v i o e n la l a d e r a d e la m o n t a ñ a d e Oilifet,

p u e s él m i s m o e s t a b a f r e n t e a las o l a s , al s u d o e s t e d e I r l a n d a . F u e p r i v a d o

d e s u e l o c u e n c i a y e s t u v o a c o s t a d o e n s u e ñ o s m i e n t r a s el d i l u v i o c u b r i ó el

m u n d o . Se q u e d ó sin h a b l a d e s p u é s d e esto hasta esta n o c h e . La v e r d a d d e

I r l a n d a , su s i n c r o n i s m o , su p r e d i c c i ó n , su h i s t o r i a a n t i g u a y sus a d e c u a d a s

leyes h a n e s t a d o o c u l t a s h a s t a esta n o c h e , p o r q u e es el ú n i c o h o m b r e q u e el

d i l u v i o d e j ó t r a s é l . E s t a n o c h e es c u a n d o el S e ñ o r e n v í a al e s p í r i t u de

S a m u e l el p r o f e t a b a j o la f o r m a d e u n a m a b l e j o v e n q u e a r r o j a p o r s u b o c a

r a y o s s o l a r e s q u e p a s a n p o r el h u e c o d e sus d o s n u c a s y t r a s esto h a y siete

c a d e n a s o s i e t e e l o c u e n c i a s e n s u l e n g u a . E s t a n o c h e es c u a n d o se r e v e l a n

l a s a n t i g ü e d a d e s y e l s i n c r o n i s m o y se d i c e q u e " m á s v a l e e l s i l e n c i o q u e u n a
1 2 3
mala p a l a b r a " » .

Los irlandeses esperaban del h o m b r e p r i m o r d i a l u n servicio i m p o r -

t a n t e : la t r a n s m i s i ó n d e l s a b e r t r a d i c i o n a l q u e j u s t i f i c a s e su n o m b r e y su
e x i s t e n c i a a l o l a r g o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s d e la h i s t o r i a , hasta el c a m -

121 Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 1 5 8 - 1 5 9 .

122 Francoise Le Roux, « L e dieu celtique aux liens: de l ' O g m i o s de Lucien á l ' O g -
m i o s d e D ü r e r » , Ogam, n . ° 1 2 , p l a n c h a X X V I I , s e g ú n F r . W i n k l e r , Die ¡(pichnungen
AlbrechtDürerlll, p . 79, 644.
123 Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 1 9 O .
 7. EL H O M B R E P R I M O R D I A L
465

b i o d e r e l i g i ó n , e i n c l u i d o é s t e . P e r o p a r a esta t a r e a , a r d u a y l l e n a d e
c o n s e c u e n c i a s , n o r e s u l t a b a n s u p e r f l u a s c i e r t a s h a b i l i d a d e s . A s í p u e s , se
f r a g m e n t ó la e x p r e s i ó n d e la p r i m o r d i a l i d a d e n u n a p l u r a l i d a d d e i n d i -
v i d u o s y , m i e n t r a s a F i n t a n se l e a t r i b u y ó la e l o c u e n c i a , la i n v e n c i ó n d e l
l e n g u a j e , e l g a é l i c o e n c o n c r e t o , es r e s p o n s a b i l i d a d d e o t r o s a b i o ,
F e n i u s F a r s a i d . D e a c u e r d o c o n el Auraicept, el m a n u a l arcaico de los ilus-
t r a d o s i r l a n d e s e s , este F e n i u s F a r s a i d e r a e l j e f e d e l o s tres s a b i o s y d e l o s
s e t e n t a y d o s c o n s e j e r o s q u e g o b e r n a b a n el m u n d o e n l o s t i e m p o s d e la
T o r r e d e B a b e l , c u a n d o t o d a la h u m a n i d a d a ú n s ó l o h a b l a b a tres l e n -
g u a s , e l h e b r e o , e l g r i e g o y el l a t í n :

« F e n i u s F a r s a i d e r a el n o m b r e d e su j e f e y era u n s a b i o e n las p r i n c i p a -

les l e n g u a s ( a u n q u e h u b i e s e v e n i d o d e l n o r t e , d e E s c i t i a ) . L a r a z ó n p o r la

q u e se a d m i t e l a s u p e r i o r i d a d d e estas t r e s l e n g u a s p r i n c i p a l e s es la g r a n

c a n t i d a d d e c i e n c i a s q u e se h a n e s t u d i a d o c o n ellas, la m a n e r a e n la q u e se

m e z c l a r o n c o n t o d a s las l e n g u a s y , p o r ú l t i m o , la i n s c r i p c i ó n e n el m a d e r o

d e la c r u z h e c h a e n e l l a s . . . » .

F e n i u s t i e n e u n a g e n e a l o g í a b í b l i c a , p u e s t o q u e d e s c i e n d e , tras v e i n t e
generaciones más o m e n o s , de G o m e r , Jafety N o é :

«Además, F e n i u s es escita y d e él p r o c e d e n l o s escitas y l o s g o d o s , s e g ú n

sus g e n e a l o g í a s . T o d o s e r a n d e la r a z a d e N o é . L a l e n g u a h e b r e a es la q u e

h a b í a e n el m u n d o a n t e s d e l a c o n s t r u c c i ó n d e la T o r r e y es la q u e se

s e g u i r á u s a n d o tras el J u i c i o F i n a l . O t r o s d i c e n q u e era la q u e u s a b a n l o s

h a b i t a n t e s d e l o s c i e l o s . F u e d e s p u é s c u a n d o sus d i s c í p u l o s v o l v i e r o n d e su

a p r e n d i z a j e a v e r a F e n i u s , d e s p u é s d e r e l a t a r sus v i a j e s (es d e c i r , sus p e r e -

g r i n a c i o n e s ) y sus t r a b a j o s , y p i d i e r o n a este s a b i o , F e n i u s , u n a l e n g u a q u e

n o fuese d e n a d i e más y q u e les p e r t e n e c i e s e s ó l o a ellos.

A s í p u e s , p o r e s t a r a z ó n se i n v e n t ó l a l e n g u a e s c o g i d a c o n sus s u p l e -

m e n t o s , a s a b e r , l a l e n g u a d e l o s i r l a n d e s e s , l a l e n g u a s u p l e m e n t a r i a , la

l e n g u a e s c o g i d a e n t r e las p r i n c i p a l e s l e t r a s t a l y c o m o se r e l a t a e n e l g r a n

l i b r o d e las m a d e r a s , la l e n g u a d e l o s p o e t a s , m e d i a n t e la c u a l c a d a u n o d e

e l l o s c o n v e r s a c o n el o t r o , y l a l e n g u a c o m ú n q u e se e n s e ñ a a c a d a u n a d e
1 2 4
lasjRumerosas n a c i o n e s . . . » .

L a n o c i ó n d e l o s o r í g e n e s i n d o e u r o p e o s , q u e t a n f a m i l i a r es p a r a
n o s o t r o s , n o estaba v i g e n t e e n la E d a d M e d i a y n i n g ú n e r u d i t o se p l a n -

124 Auraicept na nEces, e d . G e o r g e G a l d e r , p p . 1 2 - 1 4 -

 466 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

t e a b a u n a d i s c o r d a n c i a , r e l a t i v a o n o , e n t r e la B i b l i a y la c i e n c i a , p u e s
esta ú l t i m a s ó l o e r a c r e í b l e e n la m e d i d a e n q u e c o n f i r m a s e y j u s t i f i c a s e
las E s c r i t u r a s . Y c o m o l o s s u c e s o s c o n t a d o s e n la B i b l i a n o se p r o d u j e ­
r o n en Irlanda, había que crear parentescos históricos y lingüísticos.
Este p r o c e d i m i e n t o n o es d e s d e l u e g o m o n o p o l i o d e l o s i r l a n d e s e s . Sin
e m b a r g o , d e b e m o s r e t e n e r e l h e c h o d e q u e la l e n g u a g a é l i c a t i e n e u n
o r i g e n s a g r a d o y, c o m o tal, t o d o e l s a b e r r e l a c i o n a d o c o n ella se r e m o n t a
a los t i e m p o s p r i m o r d i a l e s de los p r i m e r o s descendientes de A d á n . E n
tales c o n d i c i o n e s , s ó l o se p u e d e t r a t a r d e la c r i s t i a n i z a c i ó n d e u n a c o n ­
1 2 5
c e p c i ó n m u y antigua de los orígenes lingüísticos y étnicos de I r l a n d a .
L a c o n f i r m a c i ó n y la e x p l i c a c i ó n d e esta c o n c e p c i ó n s o n o b v i a s , d e u n a
extraordinaria claridad e n el caso del tercero y más típico de los h o m b r e s
p r i m o r d i a l e s , T u a n M a c C a i r i l l . S e h a c i t a d o u n a v e r s i ó n a b r e v i a d a d e su
h i s t o r i a p a r a i l u s t r a r la m e t e m p s i c o s i s c e l t a . A h o r a e x p o n e m o s las c i r ­
c u n s t a n c i a s d e su e n c u e n t r o c o n u n o d e l o s m á s g r a n d e s s u c e s o r e s d e s a n
Patricio, F i n n e n de M a g Bile¬
.
« T r a s su llegada c o n el Evangelio a tierras d e I r l a n d a , al t e r r i t o r i o d e los
u l t o n i a n o s , F i n n e n , d e m a g Bile, fue a b u s c a r a u n r i c o g u e r r e r o q u e n o le
p e r m i t i ó e n t r a r e n s u f o r t a l e z a y l o d e j ó a y u n a n d o t o d o u n d o m i n g o . L a fe
del g u e r r e r o n o era b u e n a . F i n n e n dijo a los suyos: "Vendrá c o n vosotros u n
h o m b r e b u e n o q u e os r e c o n f o r t a r á y os d i r á historias d e I r l a n d a .

Al día siguiente, de m a d r u g a d a , llegó u n venerable clérigo a q u i e n dese­

a r o n la b i e n v e n i d a . V e n i d c o n m i g o a m i e r m i t a —dijo—, será más agradable
p a r a v o s o t r o s " . F u e r o n c o n él y c e l e b r a r o n los oficios d e l d o m i n g o , t a n t o los
s a l m o s c o m o las p r é d i c a s y las o f r e n d a s . F i n n e n l e p i d i ó q u e d i j e r a s u n o m ­
b r e . Les dijo: "Soy de los u l t o n i a n o s . Soy yo T u a n M a c Cairill, hijo de M u i -
r e d a c h M u i n d e r g . Instalé m i e r m i t a e n las t i e r r a s h e r e d a d a s d e m i p a d r e
T u a n , h i j o d e S t a r n , h i j o d e S e r a , h i j o d e l h e r m a n o d e P a r t o l ó n . E s t e es m i
n o m b r e desde los c o m i e n z o s " .
F i n n e n le p r e g u n t ó s o b r e los h e c h o s d e I r l a n d a y s o b r e lo q u e h a b í a acae­
cido desde los t i e m p o s d e P a r t o l ó n , hijo d e Sera. F i n n e n dijo q u e n o c o m e -

125 T a m b i é n e x p l i c a la m a y o r í a d e las t o r t u r a s e t i m o l ó g i c a s a las q u e l o s e r u d i t o s

i r l a n d e s e s s o m e t i e r o n a s u l e n g u a . C o m o la h e r m e n é u t i c a s ó l o se r e a l i z a b a c o n las
l e n g u a s s a g r a d a s o , al m e n o s , l i t ú r g i c a s , se r e m i t í a al l a t í n , al g r i e g o o al h e b r e o el
o r i g e n d e t o d o el v o c a b u l a r i o g a é l i c o q u e , d e s d e la c o n v e r s i ó n , h a b í a d e j a d o d e
s e r s a g r a d o y p o r t a n t o ya n o g o z a b a , p o r e s t e m o t i v o , d e u n a e x p l i c a c i ó n r e l i g i o s a
autónoma.
 7. EL H O M B R E P R I M O R D I A L
467

r í a c o n él si n o le c o n t a b a l o s h e c h o s d e I r l a n d a . T u a n d i j o a F i n n e n : "Esto

r e s u l t a difícil sin h a b e r m e d i t a d o la p a l a b r a d e D i o s q u e acabas d e d e c i r n o s

h a c e p o c o t i e m p o " . " T e está p e r m i t i d o —dijo F i n n e n — , c o n t a r n o s a h o r a tus

1 2 6
aventuras y los h e c h o s d e I r l a n d a " » .

Y T u a n c u e n t a las c o n q u i s t a s d e I r l a n d a , las d e P a r t o l ó n , N e m e d , l o s
Fir B o l g , los Tuatha D é D a n a n n y los hijos de M i l . C u e n t a sobre t o d o
c ó m o , c o n cada u n a de ellas, él c a m b i ó de f o r m a , p a s a n d o sucesiva-
m e n t e p o r los cuerpos de u n ciervo, de u n jabalí, de u n h a l c ó n y de u n
salmón. Luego,

« " . . . u n a vez, s i n e m b a r g o , c u a n d o D i o s , m i s o s t é n , p e n s ó q u e ya h a b í a

l l e g a d o la h o r a , p u e s t o d o s los a n i m a l e s m e p e r s e g u í a n y t o d o s los p e s c a d o -

r e s d e t o d o s l o s l a g o s m e c o n o c í a n , el p e s c a d o r d e G a i r e l l , el r e y d e e s t e

p a í s , m e c a p t u r ó y m e l l e v ó a la m u j e r d e G a i r e l l , q u e d e s e a b a p e s c a d o . M e

a c u e r d o : el h o m b r e m e p u s o e n la p a r r i l l a y m e a s ó ; la r e i n a m e c o m i ó ella

s o l a y se q u e d ó e m b a r a z a d a d e m í . M e a c u e r d o a ú n d e l t i e m p o q u e e s t u v e

e n s u i n t e r i o r , d e t o d o l o q u e d e c í a n e n la casa d e l a n t e d e ella y d e t o d o l o

q u e se h a c í a e n I r l a n d a e n e s a é p o c a . M e a c u e r d o d e c u a n d o el h a b l a me

v i n o c o m o a t o d o h o m b r e y s u p e t o d o lo q u e se h i z o e n I r l a n d a : e r a un

a d i v i n o y m e p u s i e r o n el n o m b r e d e T u a n , h i j o d e G a i r e l l . L u e g o , v i n o

P a t r i c i o c o n la fe a I r l a n d a . Y o e r a m u y a n c i a n o , m e b a u t i z a r o n y c r e í , p o r

m í m i s m o , e n el rey d e t o d o s l o s e l e m e n t o s " .

E n t o n c e s c e l e b r a r o n la m i s a , l u e g o , F i n n e n y l o s s u y o s f u e r o n a s u

r e f e c t o r i o c o n T u a n , h i j o d e G a i r e l l , d e s p u é s d e q u e éste les c o n t a s e t o d a

s u h i s t o r i a . Se q u e d a r o n allí u n a s e m a n a e n t e r a c o n v e r s a n d o . T o d a h i s t o -

ria y toda genealogía que hay en Irlanda procede del p r o p i o T u a n . Había

c o n v e r s a d o c o n Patricio antes q u e c o n ellos y lo h a b í a p r o f e t i z a d o . Había

c o n v e r s a d o c o n C o l u m b a n o y p r o f e t i z ó a F i n n e n e n p r e s e n c i a d e t o d o el

p u e b l o . F i n n e n le p r o p u s o q u e d a r s e c o n é l . . . , p e r o n o se l o c o n c e d i ó . "Tu

casa será f a m o s a hasta el J u i c i o F i n a l " , d i j o T u a n . . . T u a n estuvo e n I r l a n d a

c i e n a ñ o s b a j o la f o r m a d e u n h o m b r e d e s p u é s d e F i n t a n , v e i n t e a ñ o s b a j o

la f o r m a d e u n j a b a l í , o c h e n t a a ñ o s b a j o la f o r m a d e u n c i e r v o , c i e n a ñ o s

b a j o i a j b r m a d e u n á g u i l a , t r e i n t a a ñ o s e n el a g u a b a j o la f o r m a d e u n p e z ,

y d e n u e v o c i e n a ñ o s b a j o la f o r m a d e u n h o m b r e h a s t a s u vejez e n t i e m p o s
1 2 7
de Finnen, hijo de h U i Fiatach» .

126 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 4 5 .

127 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 204.
468 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

E n distintas ocasiones, Irlanda e x p o n e su d e s c o n c e r t a n t e sabiduría

e n f o r m a d e d i á l o g o e n t r e d o s d r u i d a s o , c o m o e n este c a s o , e n t r e u n
d r u i d a ( c o n v e r t i d o ) y u n s a n t o . N o p u e d e estar m á s clara su i n t e n c i ó n
d e a c o m o d a r sus o r í g e n e s a la d o c t r i n a d e las E s c r i t u r a s s i n o l v i d a r l o s
n u n c a ni t a m p o c o r e n u n c i a r a ellos. P o r m u c h o que los Tuatha Dé
D a n a n n viniesen del n o r t e del m u n d o , m u y lejos de T i e r r a Santa, n o
p o r e l l o se c o n v i r t i e r o n e n seres d e m o n i a c o s o d i a b ó l i c o s , al c o n t r a r i o :
el m i s m o D i l u v i o se c o n v i e r t e e n e l terminuspost quem d e la l e y e n d a e t i o l ó -
g i c a . F i n n e n se c o m p o r t a e x a c t a m e n t e c o m o u n d r u i d a h i s t o r i a d o r , un
sencha, q u e i n t e r r o g a a u n v e n e r a b l e a n c i a n o p a r a sacar p r o v e c h o de su
1 2 8
saber a c u m u l a d o .
S i e n d o así, e l r e l a t o d e T u a n n i s o r p r e n d e n i t u r b a al g r a n santo
F i n n e n q u e lo c o n s i g n a p i a d o s a m e n t e e n su m e m o r i a sin n i siquiera
t o m a r s e el t r a b a j o d e e s c r i b i r l o . P e r o n o s o t r o s n o p o d e m o s compren­
d e r este r e l a t o si n o v o l v e m o s a s i t u a r l o e n e l c o n t e x t o d e las c i n c o i n v a ­
s i o n e s d e I r l a n d a , q u e c o r r e s p o n d e n a las c u a t r o e d a d e s d e la h u m a n i ­
1 2 9
d a d d e f i n i d a s p o r H e s í o d o e n la f o r m a c l á s i c a . L a sexta i n v a s i ó n , o
m á s b i e n la p r i m e r a , se e x c l u y e d e la n o m e n c l a t u r a t r a d i c i o n a l porque
es a n t e d i l u v i a n a . S o n , p o r o r d e n c r o n o l ó g i c o :
Cesair,

Partolón,
Nemed,
los F i r B o l g ,
los T u a t h a D é D a n a n n ,
los h i j o s d e M i l o g o i d e l o s .

128 L o s avatares a n i m a l e s de T u a n m a c C a i r i l l h a c e n p e n s a r e n la l e y e n d a galesa « L o s

viejos d e l M u n d o » , la c u a l s ó l o c o n o c e m o s d e s g r a c i a d a m e n t e e n u n a v e r s i ó n
m o d e r n a , y e n el m o t i v o i n d o e u r o p e o d e l « a n i m a l m á s v i e j o » (cf. E l e a n o r k n o t t ,
« T h e H a w k o f A c h u l o r t h e L e g e n d o f t h e O l d e s t A n i m a l » , Folklore, n.° 43,
1932, p p . 376 y ss.). Se p u e d e e n c o n t r a r t r a d u c i d o este c u r i o s o texto, c o n s i s t e n t e
en u n d i á l o g o entre F i n t a n y u n ave, águila o h a l c ó n , e n Textes mythologiques irlandais
I / l , p p . 1693-1740» a n e j o a l a e x p l i c a c i ó n d e l o s p e r s o n a j e s d e T u a n y F i n t a n .
129 Francoise L e R o u x , « L a mythologie irlandaise d u Livre des C o n q u é t e s » , Ogam,
n . ° 2°, 1 9 6 8 , p p . 383- L a c o n f i r m a c i ó n d e e s t e d a t o f u n d a m e n t a l se e n c u e n t r a
e n l a s n o t a s e x p l i c a t i v a s d e Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 1 7 - 2 2 , y 1/2, p p . I y s s .
El tratado irlandés conocido por el n o m b r e d e Sex aetates mundi (ed. Daibhi
O ' C r o i n i n , The Irish Sex Aetates Mundi, D u b l í n , 1983, 188 p á g i n a s ) es d e i n s p i r a c i ó n
exclusivamente bíblica y cristiana.
 7. EL H O M B R E P R I M O R D I A L
469

D e b e m o s p r e c i s a r t a m b i é n , p a r a evitar el e r r o r d e interpretación
q u e c o m e t i ó e n el p a s a d o el g r a n e r u d i t o i r l a n d é s T h o m a s O ' R a h i l l y , q u e
130
estas i n v a s i o n e s s o n u n a e x p l i c a c i ó n t r a d i c i o n a l y n o h i s t ó r i c a . Los pri­
m e r o s o c u p a n t e s de I r l a n d a s o n , p u r a y s i m p l e m e n t e , el e q u i v a l e n t e
celta d e l o s o r í g e n e s r e a l e s d e R o m a , d e R ó m u l o a T a r q u i n o , tal y c o m o
se e n c u e n t r a n e n T i t o L i v i o o V i r g i l i o . R e s u l t a t a n s u p e r f l u o b u s c a r su
h u e l l a e n l a a r q u e o l o g í a y la h i s t o r i a c o m o a d e c u a d o o b s e r v a r , sea c u a l
sea l a o l a i n v a s o r a c o n t e m p l a d a , q u e d o t a a I r l a n d a d e u n a i n v a r i a b l e
estructura religiosa y social celta, c o n reyes, d r u i d a s y g u e r r e r o s . Como
p o c o , esto d e b e r í a s o r p r e n d e r n o s e n u n o s d e s c e n d i e n t e s de patriarcas
b í b l i c o s q u e d u r a n t e t a n t o t i e m p o h a n e r r a d o p o r E g i p t o y las p r o x i m i ­
dades del M e d i t e r r á n e o . La m i t o l o g í a más clara cristalizó o c o n v e r g i ó
a l r e d e d o r d e l n o m b r e d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , y l o s füid asociaron a
t o d a s las o l e a d a s i n v a s o r a s , d e la p r i m e r a a la ú l t i m a , c o n u n a c o n s t a n c i a
q u e les h o n r a , t o d o s l o s e s q u e m a s m í t i c o s , t o d o s l o s t e o l o g e m a s , t o d a s
las e s t r u c t u r a s q u e s u m i n i s t r a b a n u n a r m a z ó n a s u s r e l a t o s . C o n t o d a
s e g u r i d a d se h a e v e m e r i z a d o e x a g e r a d a m e n t e . P e r o la l a b o r se h i z o t a n
b i e n q u e la m a y o r í a de l o s e r u d i t o s m o d e r n o s h a n estado a p u n t o de
3 1
p e r d e r e l h i l o d e sus r a z o n a m i e n t o s ' .

130 Earty Irish History andMythology, p á s s i m . E n e s t a o b r a , el s a b i o i r l a n d é s i d e n t i f i c a a l o s

F i r B o l g c o n l o s b e l g a s y, al f o r m a r p a r t e e s t o s ú l t i m o s d e l g r u p o b r i t ó n i c o , e d i ­
fica u n a t e o r í a s e g ú n la c u a l l o s b r i t a n o s l l e g a r o n a I r l a n d a a n t e s q u e l o s g o i d e l o s .
S o b r e e s t e a s u n t o , v é a s e t a m b i é n Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 2 0 - 3 0 , y 1 / 2 ,
p p . 1 4 y s s . J o h n C a r e y ( « S u i b n e G e i l t a n d T u a n m a c C a i r i l l » , Eigse, n . ° 20,
1 9 8 4 , p p . 9 3 - 1 0 5 ) c o m p a r a y a s i m i l a l o s p e r s o n a j e s e n el t r a t a m i e n t o l i t e r a r i o d e l
t e m a d e la l o c u r a . E s s i n d u d a p o s i b l e , p o r r a z o n e s f i l o l ó g i c a s , q u e G e i l t sea d e
o r i g e n b r i t ó n i c o , p e r o e n la l e y e n d a i r l a n d e s a T u a n m a c C a i r i l l n o e s t á l o c o : s u
ú n i c a f u n c i ó n es t r a n s m i t i r l o s a n a l e s y l o s s u c e s o s m í t i c o s d e las c i n c o « i n v a s i o ­
n e s » de Irlanda.
131 A l w y n & B r i n l e y R e e s (Celtio Heritage, p p . 9 5 - 9 6 ) l l a m a r o n la a t e n c i ó n s o b r e el
h e c h o d e q u e e l p r o c e s o d e c r i s t i a n i z a c i ó n d e las l e y e n d a s e s t a b a l e j o s d e h a b e r s e
c o m p l e t a d o e n el á m b i t o b r i t ó n i c o a n t e s d e l a s p r i m e r a s t r a n s c r i p c i o n e s r e a l i z a ­
das e n l a t í n p o r N e n n i o y G e o f f r e y d e M o n m o u t h . La l e y e n d a i r l a n d e s a es t a m ­
b i é n , e n t o d o s s u s a s p e c t o s , e s c r i t o s y s e u d o l i t e r a r i o s , p o s t e r i o r a la c r í s t i a n i z a -
c i ó r i ' y el p r o c e s o está c o m p l e t a m e n t e a c a b a d o , e n I r l a n d a t a m b i é n , d e s d e la
p r i m e r a t r a n s c r i p c i ó n . L a s m o t i v a c i o n e s q u e se e s c o n d e n t r a s la HistoriaBritonum no
s o n p o r t a n t o d i s t i n t a s d e las d e l Libro de las conquistas de Irlanda. P e r o , a u n q u e n o h a y a
d e s a p a r e c i d o p o r c o m p l e t o , la m i t o l o g í a b r i t a n a y a n o se a p r e c i a e n e s q u e m a s p r e ­
c i s o s . H a y q u e r e c u r r i r s i s t e m á t i c a m e n t e a la c o m p a r a c i ó n c o n l a i r l a n d e s a . P o r
e l l o , los d r u i d a s b r i t a n o s , c u a n d o s u b s i s t e n , e x c e p c i o n a l m e n t e , e n la l i t e r a t u r a
g a l e s a , q u e d a n r e d u c i d o s a magi.
47o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

D e h e c h o , c a d a o l e a d a i n v a s o r a , a r c h i v a d a e n la m e m o r i a d e l h o m b r e
p r i m o r d i a l , es e n sí m i s m a u n c o m i e n z o . S u s c r e a d o r e s , Partolón,
N e m e d y todos los demás, desbrozan, pueblan, dividen, crean, inven-
t a n , h a c e n s u r g i r l a g o s y r í o s . P e r o s i e m p r e , a p a r t e d e l caso d e l o s g o i d e -
l o s , existe u n a f i n a l i d a d : e p i d e m i a , r u i n a o e s c l a v i t u d . N i n g u n o d e estos
j e f e s d e fila o d e d i n a s t í a es u n h o m b r e p r i m o r d i a l . H a c í a , p o r t a n t o ,
falta u n o , d o s o t r e s h o m b r e s d e este t i p o q u e l o s t r a s c e n d i e s e n a t o d o s ,
p a r a t r a n s m i t i r a las g e n e r a c i o n e s f u t u r a s y l e j a n a s e l r e c u e r d o , o m e j o r
d i c h o , el relato c i r c u n s t a n c i a d o de los a c o n t e c i m i e n t o s f u n d a m e n t a l e s .
P o r c o n s i g u i e n t e , este d r u i d a d e l o s c o m i e n z o s , d a i g u a l el n o m b r e q u e
se l e d é , a c e p t ó q u e D i o s l e i m p u s i e s e u n a s m e t e m p s i c o s i s e n las q u e l o s
profetas y los evangelistas n o p e n s a r o n o n o h a b í a n p e n s a d o n u n c a . A s i -
m i s m o , t o d o o c u r r e c o n a n t e r i o r i d a d al c r i s t i a n i s m o ( c o n p o s t e r i o r i -
d a d , u n a v e z r e v e l a d a l a s a l v a c i ó n , y a n a d a es n e c e s a r i o ) y a c a d a e d a d
irlandesa le c o r r e s p o n d e u n estado d e f i n i d o , h u m a n o o a n i m a l , del
druida primordial:
Partolón : druida,
Nemed ciervo,

Fir B o l g jabalí,
Tuatha Dé halcón,
Goidelos salmón,
San Patricio adivino y clérigo.
A u n q u e n o tengamos que estudiarlo aquí, pues nos alejaríamos
m u c h o d e n u e s t r o t e m a , e l s i m b o l i s m o d e e s t o s e s t a d o s s u c e s i v o s es
p a t e n t e . P e r o t o d a s las m e t e m p s i c o s i s a d q u i e r e n e l c a r i z d e u n a p e n o s a
l i m i t a c i ó n , tan p e n o s a c o m o p u e d e ser c u a l q u i e r m i s i ó n divina. L a
ú l t i m a , q u e s e ñ a l a el f i n a l d e l c i c l o , es el r e g r e s o , gracias a u n n a c i m i e n t o
r e g i o , al e s t a d o h u m a n o q u e p r e c e d e l a b e a t i t u d c e l e s t i a l : u n druida
c u a l q u i e r a n o p o d í a r e c i b i r , c o m o f i n ú l t i m o , el b a u t i s m o d e l m i s m í -
132
s i m o s a n P a t r i c i o y g o z a r , tras s u m u e r t e , d e l t r a t o c o n l o s s a n t o s .

132 H e c h o s d e e s t e t i p o o b l i g a n a p l a n t e a r l a c u e s t i ó n d e l a c a u s a d e la c r i s t i a n i z a c i ó n
rápidaj completa d e I r l a n d a , t a n e x c e p c i o n a l e s el c a s o —y l o es a c a u s a d e u n a c l a s e
s a c e r d o t a l p r e c r i s t i a n a — e n l o s a n a l e s d e la h i s t o r i a r e l i g i o s a i n d o e u r o p e a . L a
m a y o r í a de los santos insulares, de u n a s a n t i d a d fuera de t o d a sospecha, viven
a v e n t u r a s o r e a l i z a n m i l a g r o s q u e a veces s o n m á s p r o p i o s d e a n t i g u a s c o n c e p c i o -
n e s celtas q u e d e los c á n o n e s evangélicos. El c a m b i o d e r e l i g i ó n , e n I r l a n d a , es,
e n p r i n c i p i o , u n a r u p t u r a d o c t r i n a l , p e r o e n realidad n o hay r u p t u r a , sino más
bien adaptación de u n a mentalidad o de u n tipo de sociedad n o compatible con
la E d a d M e d i a c r i s t i a n a a u n a f o r m a o a u n m o d o d e p e n s a m i e n t o i g u a l m e n t e
 8 . EL E R I Z O OE M A R F Ó S I L
471

8. E L E R I Z O D E M A R F Ó S I L

L a n o c i ó n d e p r i m o r d i a l i d a d está t a m b i é n r e p r e s e n t a d a p o r e l s í m b o l o
d e l e r i z o d e m a r f ó s i l , q u e P l i n i o d e s c r i b i ó m u y m a l . A u n así n o p o d e -
m o s d i s p e n s a r n o s d e o f r e c e r la d e s c r i p c i ó n d e l a u t o r l a t i n o , la ú n i c a d e
t o d a la A n t i g ü e d a d :

« H a y , a d e m á s , u n a clase d e h u e v o s m u y f a m o s a e n las G a l i a s , d e la q u e

n a d a d i c e n los a u t o r e s griegos. Las serpientes, e n r o s c a d a s e n g r a n número

en u n c o m p l i c a d o abrazo, lo f o r m a n c o n la saliva d e la g a r g a n t a y la

e s p u m a d e l c u e r p o ; se l l a m a " u r i n o " . L o s d r u i d a s d i c e n q u e las s e r p i e n t e s

lo a r r o j a n a lo alto a fuerza de silbidos y q u e hay q u e atraparlo c o n un

m a n t o , p a r a evitar q u e t o q u e la t i e r r a ; y q u e q u i e n se h a y a a p o d e r a d o d e él

d e b e e s c a p a r a c a b a l l o , p u e s las s e r p i e n t e s l o p e r s i g u e n , h a s t a q u e se v e n

o b s t a c u l i z a d a s p o r la a p a r i c i ó n d e a l g ú n r í o ; a ñ a d e n , p o r ú l t i m o , q u e la

p r u e b a d e s u a u t e n t i c i d a d es q u e f l o t e c o n t r a la c o r r i e n t e , i n c l u s o engar-

z a d o e n o r o . Y c o m o la a s t u c i a d e los m a g o s se a f i n a c u a n d o se t r a t a d e

o c u l t a r e n g a ñ o s , s o s t i e n e n q u e hay q u e c o g e r este h u e v o e n u n a luna

d e t e r m i n a d a , c o m o si e l h a c e r c o i n c i d i r c o n la l u n a esta o p e r a c i ó n d e las

s e r p i e n t e s d e p e n d i e r a d e la v o l u n t a d d e l h o m b r e . Y o h e visto c o n m i s p r o -

p i o s ojos este h u e v o , del t a m a ñ o d e u n a m a n z a n a r e d o n d a m e d i a n a , con

u n a c o r t e z a c a r t i l a g i n o s a q u e t i e n e n u m e r o s a s m a r c a s s i m i l a r e s a las v e n -

tosas d e los tentáculos d e los p u l p o s . Los d r u i d a s alaban su e x t r a o r d i n a r i a

eficacia p a r a c o n s e g u i r victorias e n los p r o c e s o s y p a r a t e n e r acceso a los

soberanos, pero es u n engaño tan grande, q u e y o sé d e u n caballero

r o m a n o d e o r i g e n v o c o n c i o q u e l o l l e v a b a e n el p l i e g u e d e la t o g a d u r a n t e

u n p r o c e s o , a q u i e n el d i v i n o e m p e r a d o r C l a u d i o h i z o m a t a r p o r este s o l o

m o t i v o . N o o b s t a n t e , este n u d o d e s e r p i e n t e s y su fructífera u n i ó n parece

s e r la c a u s a p o r la q u e l o s p u e b l o s e x t r a n j e r o s u t i l i z a n c o m o s í m b o l o d e la

p a z u n c a d u c e o c o n la i m a g e n d e u n a s s e r p i e n t e s a l r e d e d o r ; y e n e f e c t o , n o
1 3 3
es c o s t u m b r e q u e las s e r p i e n t e s d e l c a d u c e o t e n g a n c r e s t a » .

i n c o m p a t i b l e c o n sus e s t r u c t u r a s p r o f u n d a s . La siguiente o b s e r v a c i ó n de C h a r l e s
P l u m m e r , e n s u i n t r o d u c c i ó n a Vitae Sanríorum Hiberniae I, p . C X L , p r u e b a c o n q u é
p r u d e n c i a d e b e a b o r d a r s e e l p r o b l e m a : « I t is f u r t h e r w o r t h n o t i c i n g h o w o f t e n
e p i t h e t s a n d s í m i l e s a r e u s e d o f t h e s e s a i n t s w h i c h , t h o u g h p e r f e c t l y l e g i t í m a t e as
m e t a p h o r i c a l expressions, yet suggested t h a t they are a g r a d u a l c h r i s t i a n i z a t i o n of
expressions w h i c h o n c e h a d a literal m e a n i n g » .
133 Hist.Nat. X X I X , 5 2 [ t r a d . e s p . : Historia natural ( t r a d . J o s e f a C a n t ó , I s a b e l G ó m e z
 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O
472

P l i n i o a n o t a u n d a t o r e l i g i o s o q u e r e l e g a al r a n g o d e las v a n a s
supersticiones p o r q u e n o lo ha c o m p r e n d i d o . Sin embargo, u n descu-
b r i m i e n t o a r q u e o l ó g i c o ya a n t i g u o , c o m p r o b a d o y c o m p l e t a d o desde
e n t o n c e s p o r o t r o s , constituye la p r u e b a de q u e ahí hay algo m u c h o más
c o m p l e j o de lo q u e P l i n i o p r e t e n d e :

« E n 1899 excavé, c o n a l g u n o s c o l a b o r a d o r e s , el t ú m u l o d e l P o i r o n e n

Saint-Armand-sur-Sévre (Deux-Sévres), que a ú n rodea u n terraplén cir-

c u l a r d e t i e r r a . P e n e t r a m o s e n este c e r r o , d e 20 m e t r o s d e d i á m e t r o , m á s

allá d e su p u n t o c e n t r a l c o n u n a t r i n c h e r a d e 2 m e t r o s d e a n c h u r a y 3,5

metros de profundidad. Sólo contenía u n receptáculo, construido con

seis p i e d r a s d e p i z a r r a , d e a l r e d e d o r d e v e i n t i t a n t o s c e n t í m e t r o s d e l o n g i -

tud, en medio del cual se e n c o n t r a b a depositado un erizo de mar

1 3 4
fósil» -.

Es u n c a s o i d é n t i c o al d e l c e r r o f u n e r a r i o d e B a r j o n ( G ó t e - d ' O r ) ,
excavado p o r M . Ratel e n 1 9 6 1 - 6 2 : « L a d e t e r m i n a c i ó n del erizo de m a r
f ó s i l , q u e p r o v i e n e d e l t ú m u l o E , p r o b ó q u e se h a b í a d e p o s i t a d o a l l í
1 3 5
intencionadamente » .
N o se e r i g e u n t ú m u l o d e v e i n t e m e t r o s d e d i á m e t r o s i n u n a b u e n a
r a z ó n . El texto de P l i n i o cuenta, p o r tanto, u n a leyenda c o s m o g ó n i c a
i m p o r t a n t e , m u t i l a d a y m a r c h i t a , d e la q u e n o s h a r e m o s u n a i d e a a p r o -
x i m a d a c o m p a r á n d o l a c o n el E m b r i ó n d e O r o , Hiranyagarbha, el g e r m e n
d e l q u e salió t o d o el m u n d o e n la t r a d i c i ó n v é d i c a . E l e r i z o d e m a r f ó s i l
es el s í m b o l o d e l h u e v o c ó s m i c o , y c o n e s t o v a l e p a r a c o r r e g i r las i n c o -
h e r e n c i a s d e P l i n i o , p a r a las q u e r e s u l t a v a n o p r o p o n e r u n a i n t e r p r e t a -
36
ción materialista' .

Santamaría, Susana González M a r í n y Eusebia Tarriño), Madrid, Cátedra, 2002,

pp. 5 8 6 - 5 8 8 ] . C o n r e s p e c t o al a n á l i s i s g r a m a t i c a l y s e m á n t i c o d e l t e x t o d e P l i n i o ,
véase F r a n c o i s e Le R o u x , « N o t e s d ' H i s t o i r e des R e l i g i o n s X V I I . L ' o e u f de s e r -
p e n t » , Ogam, n . ° 1 9 , 1 9 6 7 , p p . 4 9 5 - 5 0 4 .
_
134 L o u i s C h a r b o n n e a u - L a s s a y , Le bestiairedu Christ, B r u g e s , 1 9 4 0 , p p . 9 4 7 9 5 ° - Cf. J .
T o u t a i n , Les cuitespáiensdans l'Empire romain, I I I , p . 3 7 1 , n o t a 4 .
135 R. Ratel, « L e s tertres f u n é r a i r e s d u M o n t - M e r c u r e á B a r j o n ( C o t e d'Or)»,
Ogam, n . ° 1 7 , p p . 2 1 1 - 2 2 9 - L a p r i m e r a n o t i c i a a r q u e o l ó g i c a e r a d e la G . C h a u v e t ,
«Ovum anguinum», Revue A r c h é o l o g i q u e , n . ° 36, 1900, p p . 2 8 1 - 2 8 5 .
136 R e m i t i m o s , p a r a las r e f e r e n c i a s c o n c r e t a s , a F r a n c o i s e L e R o u x , «L'onum anguinum
l
et l ' o u r s i n f o s s i l e » , Hommages á Marcel Renard I I , B r u s e l a s , 1 9 6 8 , p . ^ 5- Gf. J e a n
G r i c o u r t , « L o v u m anguinum e n g a u l e e t e n P e r s e » , Ogam, n . ° 6, p p . 2 2 7 " 2 3 2 .
 8. EL E R I Z O DE M A R F Ó S I L
473

E n v e r d a d , el a u t o r l a t i n o r e c o g i ó d a t o s m e t a f í s i c o s f u n d a m e n t a l e s d e
la d o c t r i n a d r u í d i c a , p e r o , c o m o n o l o s c o m p r e n d i ó , l o s d i s f r a z ó c o n l o
q u e p a r a é l e r a u n a f á b u l a r i d i c u l a : n o se e n t i e n d e q u e e l ovum anguinum
fuese p r o y e c t a d o al a i r e p o r l o s s i l b i d o s d e las s e r p i e n t e s p o r u n l a d o si,
p o r o t r o , estaba c o n s t i t u i d o p o r el f e n ó m e n o n a t u r a l d e l « n u d o de
v í b o r a s » . T a m p o c o c o m p r e n d i ó q u e este h u e v o , e n c o n t r a d o m i l a g r o s a -
m e n t e e n u n sayo, d e b i e s e ser t r a n s p o r t a d o p o r u n h o m b r e a c a b a l l o p a r a
e s c a p a r d e la p e r s e c u c i ó n d e r e p t i l e s i n s i g n i f i c a n t e s ; a ú n m e n o s se c o m -
1 3 7
p r e n d e q u e u n e r i z o d e m a r f ó s i l p u e d a flotar y e n g a r z a r s e e n o r o .
T o d o se v u e l v e m á s c l a r o c u a n d o se c o n f r o n t a e l h e c h o c e l t a c o n u n
r e s u m e n d e la d o c t r i n a h i n d ú :

« E l h u e v o d e l m u n d o (Brahmánda) es la c u b i e r t a d e l " E m b r i ó n d e o r o "

(Hiranyagarbha), g e r m e n p r i m o r d i a l d e la l u z c ó s m i c a , y este h u e v o está

r o d e a d o p o r las a g u a s p r i m o r d i a l e s m i e n t r a s es i n c u b a d o p o r el c i s n e s i m b ó -

l i c o H a m s a ( " E l ave ú n i c a " ) . E l h u e v o c ó s m i c o es la f o r m a a d o p t a d a por

B r a h m a , q u e e x i s t í a a n t e s d e la p r o p i a e x i s t e n c i a , m á s allá d e l S e r y d e l N o

Ser, y q u e p o r su p r o p i a e n e r g í a d i v i d i ó el h u e v o d i v i n o e n cielo y t i e r r a , y

c r e ó el m u n d o m a n i f e s t a d o . E n o t r a s p a l a b r a s , el e m b r i ó n c o n t e n i d o e n el

h u e v o c ó s m i c o se s i t ú a e n el p l a n o m á s e l e v a d o d e la c o s m o g o n í a , por

e n c i m a d e P r a j a p a t i , " S e ñ o r d e las c r i a t u r a s " , q u e es la e x p r e s i ó n d e B r a h m a

e n r e l a c i ó n c o n el g r a d o d e e x i s t e n c i a d e l e s t a d o h u m a n o y d e P u r u s h a , el

h o m b r e p r i m o r d i a l d e l q u e p r o c e d e n l o s d i o s e s y l o s h o m b r e s , y q u e es la

Víctima, i n m o l a d a p o r los m i s m o s dioses, cuyo sacrificio era indispensable

p a r a l a c r e a c i ó n . L a n a t u r a l e z a d e l h u e v o c ó s m i c o , q u e flota e n l a s a g u a s p r i -

m o r d i a l e s , e x p l i c a a s í p o r q u é e l ouum anguinum flota c o n t r a la c o r r i e n t e ,

i n c l u s o e n g a r z a d o e n o r o : a t o d a s luces, P l i n i o n o e n t e n d i ó la r e l a c i ó n e n t r e

el h u e v o y el o r o ( q u e es el s í m b o l o d e la l u z ) . L a e q u i v a l e n c i a h i n d ú del

h u e v o y d e B r a h m a d a c u e n t a al m i s m o t i e m p o d e la i m p o r t a n c i a d e l h u e v o
3 8
c o m o s í m b o l o " d r u í d i c o " l i g a d o a la p r e e m i n e n c i a d e la clase s a c e r d o t a l » ' .

137 R e m i t i m o s p a r a la crítica d e esta i n t e r p r e t a c i ó n i n j u s t i f i c a d a a F r a n c o i s e L e R o u x ,

loe. cit., Ogam, n . ° 19, p p . 4 9 5 - 5 0 4 . P r i n c i p a l m e n t e queda excluido que Plinio
h a y a p o d i d o v e r p e r s o n a l m e n t e l o q u e d e s c r i b e . C o n s i g n a l e y e n d a s galas —con las
q u e evita c u i d a d o s a m e n t e i d e n t i f i c a r s e — p o r q u e c o n c i e r n e el t e m a q u e t r a t a .
D e s d e l u e g o , n o n o s c o r r e s p o n d e j u z g a r al n a t u r a l i s t a c o m o tal ( o t r o s lo h a n
h e c h o m u c h o m e j o r de lo que n o s o t r o s p o d r í a m o s hacerlo), p e r o p o d e m o s afir-
m a r q u e c p m p i l a u n a d o c u m e n t a c i ó n c u y o v a l o r r e l i g i o s o se l e e s c a p a . Y r e a l i z a
u n a a m a l g a m a d e l a r e a l i d a d c o n c r e t a ( e l e r i z o d e m a r f ó s i l ) y la l e y e n d a c e l t a ( e l
h u e v o d e s e r p i e n t e ) p a r a d e n i g r a r m e j o r a esta ú l t i m a .
lc
138 V é a s e F r a n c o i s e L e R o u x , loe. cit., p . 4 *> n o t a 2 .
474 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

S ó l o u n s i m b o l i s m o t a n e l e v a d o j u s t i f i c a la p r e s e n c i a d e u n e r i z o d e
m a r fósil e n u n receptáculo vacío, bajo u n t ú m u l o sin i n h u m a c i ó n ni
i n c i n e r a c i ó n . N o i b a a ser p o r s u p e r s t i c i ó n p o r l o q u e u n j i n e t e r o m a n o
d e l o s v o c o n c e s llevase c o n é l u n e r i z o d e m a r f ó s i l c o m o t a l i s m á n , s i n o
más b i e n p o r q u e c o n o c í a el s i m b o l i s m o sacerdotal del h u e v o c ó s m i c o . Y
el e m p e r a d o r C l a u d i o t a m p o c o h i z o e j e c u t a r al j i n e t e p o r q u e c o n d e n a s e
esa s u p e r s t i c i ó n , s i n o p o r q u e b u s c a b a el a p o y o a l o s d r u i d a s , e l l o s m i s -
139
mos condenados como mathematici .
E s t e t e m a m í t i c o s o b r e v i v i ó , n o s i n d e t e r i o r o , h a s t a la E d a d M e d i a
g a l e s a y , m á s allá, e n la l i t e r a t u r a a r t ú r i c a . P o r n u e s t r a p a r t e , n o s c o n f o r -
m a r e m o s a q u í c o n l o e s e n c i a l , e x p u e s t o e n u n b r e v e pasaje d e l M a b i n o g i
PeredurAb EJrawc. T r a s m ú l t i p l e s a v e n t u r a s , P e r e d u r se b a t e c o n u n h o m b r e
negro desconocido que sólo tiene u n ojo. L o vence y lo compele a expli-
c a r l e q u i é n es y c ó m o h a p e r d i d o el o j o . E l h o m b r e n e g r o le c u e n t a :

« " S e ñ o r — d i j o el h o m b r e n e g r o — , te d i r é q u e fue b a t i é n d o m e c o n la

s e r p i e n t e n e g r a d e l c e r r o c o m o p e r d í el o j o . El g r a n t ú m u l o q u e está

d e l a n t e d e n o s o t r o s se l l a m a t ú m u l o d o l o r o s o . E n este t ú m u l o h a y u n g r a n

c e r r o d e p i e d r a y, e n e s t e c e r r o , h a y u n a s e r p i e n t e . E n la c o l a d e la s e r -

p i e n t e , h a y u n a p i e d r a . L a v i r t u d d e e s t a p i e d r a es q u e c u a l q u i e r a q u e la
1 0
t e n g a e n s u m a n o t e n d r á e n la o t r a t o d o el o r o q u e d e s e e » * .

El c e r r o y e l t ú m u l o s o n l o s e q u i v a l e n t e s d e l t ú m u l o y d e l r e c e p t á c u l o
de S a i n t - A r m a n d - s u r - S é v r e . L a s e r p i e n t e es l o q u e s u b s i s t e d e la
l e y e n d a c e l t a c o n t a d a p o r P l i n i o , el c u a l , d e s d e l u e g o , n o la e n t e n d i ó ,
c o m o t a m p o c o se e n t i e n d e e n este r e l a t o g a l e s c r i s t i a n i z a d o . P e r o se
s i g u e e n c o n t r a n d o e l d o b l e m o t i v o d e la p i e d r a y d e l o r o , s i e n d o la p i e -
dra v e r o s í m i l m e n t e el sustituto ( p o r i n c o m p r e n s i ó n ) d e l « h u e v o de
41
s e r p i e n t e » , que tiene valor de talismán' .

139 Loe. cit., p p . 4 2 1 - 4 2 2 . L a s r e l a c i o n e s e n t r e la c o n c e p c i ó n c e l t a l i g a d a al e r i z o d e m a r

fósil y el m i t o c l á s i c o d e Z a g r e u s , la s e r p i e n t e c o r n u d a , t i e n e n u n o r i g e n i n d o e u r o -
p e o y n o s o n r e s u l t a d o d e u n p r é s t a m o , a u n q u e h a y a e x i s t i d o e n el siglo I I a n t e s d e
n u e s t r a e r a , e n T r a c i a , u n r e i n o celta q u e h a a d o p t ó n u m e r o s o s p r é s t a m o s c u l t u r a -
les. Cf. Revue Celtique, n . ° 3 1 , p . 1 3 1 . L o s e r i z o s d e m a r f ó s i l e s s o n f r e c u e n t e s e n las
s e p u l t u r a s y l o s s i t i o s a r q u e o l ó g i c o s g a l o r r o m a n o s (cf. supra las n o t a s 1 3 4 y 1 3 5 ) -
140 S e g ú n e l m a n u s c r i t o P e n i a r t h , f o l i o 7. c o l . 6 3 7 - 6 3 8 , e d . G w e n o g v r y n E v a n s , Y
Mabinogion o Lyuyr GwynRhydderch, Pwllheli, 1907, p . 307ab.
141 A q u í t o c a m o s c o n e l d e d o el m i t o d e l o s o r í g e n e s , u n o d e l o s q u e f o r m a b a n p a r t e
d e l a s e s p e c u l a c i o n e s d r u í d i c a s s e g ú n C é s a r ( C o m e n t a r i o s V I , 1 4 ) , De deorum immor-
talium vi aepotestate, « s o b r e la e s e n c i a y e l p o d e r d e l o s d i o s e s i n m o r t a l e s » , y d e l a s
 9 . T R Í A D A S Y G R U P O S DE D R U I D A S
475

9 . T R Í A D A S Y GRUPOS DE DRUIDAS

M u c h o a n t e s d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , P a r t o l ó n , j e f e d e la p r i m e r a
r a z a m í t i c a q u e o c u p ó I r l a n d a , ya t e n í a d r u i d a s . Y s a b e m o s p o r q u é :
p o r q u e l o s e r u d i t o s , i n c l u i d o s l o s d e la E d a d M e d i a i r l a n d e s a , n o c o n -
cebían u n m u n d o sin druidas:

« E s t o s e r a n l o s j e f e s d e P a r t o l ó n : el p r o p i o P a r t o l ó n , S l a n g a , L a i g l i n n e

y R u d r a i g e , su m e r c e n a r i o auxiliar Ith; sus m u j e r e s e r a n Iafe, Elgnat,

Berbgen, Gerbnat. Tothach y Torba, Imus y Aitechbel, Guil y D o r c h u y

D a m f u e r o n los siete a g r i c u l t o r e s d e P a r t o l ó n . B e o i l , el h o s p e d e r o d e P a r -

t o l ó n , es el q u e h i z o u n a casa, u n c a l d e r o y q u i e n l i b r ó u n c o m b a t e s i n g u -

l a r e n I r l a n d a . M a l a l i a c h fue a d e m á s el p r i m e r g a r a n t e y el p r i m e r c e r v e -

c e r o , el p r i m e r o q u e b e b i ó c e r v e z a d e h e l é c h o . F u e t a m b i é n el p r i m e r o

q u e h i z o la o b l a c i ó n , la a d o r a c i ó n y el s o r t i l e g i o . L o s t r e s d r u i d a s d e P a r -

t o l ó n s o n T a t h , Fis y F o c h m a r c ( " c o n s o l i d a c i ó n , c o n o c i m i e n t o , investiga-

c i ó n " ) . M i l c h u , M e r a n y M u i n e c h a n s o n sus tres c a m p e o n e s . Sus diez hijas

son A i d n e , Aife, Fochain, M u c h o s y M e l e p h a r d , Glas, G r e n n a c h , Ablach,

G r i b e n d a c h . Sus diez m a r i d o s s o n Brea, B o a n , Ban, C a r t h e n d , Ecnach,

1 2
Athcosan, Lucraidh, Lughair, Liger, Greber» * .

E n t o d a esta e n u m e r a c i ó n d e d i v e r s o s g r u p o s h u m a n o s , l o s t r e s
druidas f o r m a n u n g r u p o destacado. L o s sucesores de P a r t o l ó n estaban
igualmente acompañados p o r druidas y adivinos:

« L u e g o , I r l a n d a e s t u v o d e s i e r t a d u r a n t e t r e i n t a a ñ o s , t r a s la m u e r t e d e

P a r t o l ó n hasta q u e v i n o N e m e d , hijo d e A g n o m a n , d e los griegos d e E s c i -

tia, c o n sus c u a t r o jefes q u e e r a n sus c u a t r o h i j o s . T u v o c u a r e n t a y c u a t r o

n a v i o s e n el m a r C a s p i o d u r a n t e u n a ñ o y m e d i o , p e r o s ó l o el s u y o l l e g ó a

I r l a n d a . L o s c u a t r o jefes s o n : I a r b o n e l el A d i v i n o , A n n i n d y F e r g u s el d e l
1 3
C o s t a d o R o j o . E r a n los otros hijos de N e m e d » * .

q u e I r l a n d a s ó l o h a c o n s e r v a d o u n a p a r t e í n f i m a . P o r t o d a s p a r t e s p e r m a n e c e e n la
b a s e d e e s t e m i t o l a s e r p i e n t e , e l d r a g ó n o e l « g u s a n o » , q u e e n m e d i o g a l e s se
d e n o m i n a i n d i s t i n t a m e n t e pryf, y q u e v o l v e m o s a e n c o n t r a r e n e l m i t o — t r a n s m i -
t i d o m i l a g r o s a m e n t e p o r el folclore— d e M e l u s i n a y la « v o u i v r e » gala. R e m i t i m o s ,
p a r a u n a p a r t e d e l o s d e t a l l e s , al c o m e n t a r i o d e Textes mythologiques irlandais 1/2, c a p í -
t u l o V « L A u t r e M o n d e e t la S o u v e r a i n e t é » , 6. « L e s é t a t s s u c c e s s i f s d e la S o u v e -
r a i n e t é » , p p . 2 0 2 y s s . , y p a r a l a o t r a p a r t e , a n u e s t r a Introductiongenérale á l'étude de la
a
Tradictionceltique, 2. e d . , c a p . I I I . 6. « L ' o u r s i n f o s s i l e e t l ' o e u f d u m o n d e » .
142 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 6.
143 Ibid., p . 8.
476 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

¿ D r u i d a s o d i o s e s ? L o u n o y l o o t r o , p u e s la I r l a n d a m e d i e v a l , q u e
e v e m e r i z ó a l o s d i o s e s p a r a c o n c e d e r l e s m á s c ó m o d a m e n t e u n sitio e n l o s
anales, e n a l g ú n p u n t o e n t r e el D i l u v i o y el t i e m p o d e s a n P a t r i c i o , n o c o n -
cibe e n m a y o r m e d i d a a l o s d r u i d a s de l o s o r í g e n e s e n el p l a n o h u m a n o :

« H a b í a tres dioses d e D a n a , d e d o n d e v i e n e el n o m b r e d e T u a t h a D é

D a n a n n q u e se les d i o : l o s tres h i j o s d e B r e s , h i j o d e E l a t h a , T r i a l l , B r i a n y

Cet, o t a m b i é n Brian, l u c h a r e Iucharba, los tres hijos d e T u i r e n d Briccreo,

1 4 4
los tres d r u i d a s s e g ú n l o s cuales se l l a m a r o n l o s T u a t h a D é D a n a n n » .

Y l o s n o m b r e s de l o s tres d r u i d a s p r i m o r d i a l e s d e l o s T u a t h a D é
D a n a n n e v o c a n la c i e n c i a y e l s a c e r d o c i o , Fiss, F o c h m a r c , E o l a s « S a b e r ,
1 4 5
Investigación, C o n o c i m i e n t o » .
L o s d r u i d a s a p a r e c e n a m e n u d o d e t r e s e n t r e s . C u a n d o la r e i n a
M e d b , e n las p e r i p e c i a s i n i c i a l e s d e TainBo Cualnge, rompe una conven-
c i ó n que había c o n c l u i d o c o n C u c h u l a i n n , envía para matarlo usando
los a r t i f i c i o s d e s u p r o f e s i ó n a t r e s d r u i d a s y a t r e s d r u i d e s a s c o n n o m -
bres p o c o agradables:

« M e d b e n v i ó e n t o n c e s a seis p e r s o n a s al m i s m o t i e m p o p a r a a t a c a r a

Cuchulainn: Traig ("pie"), D o r n ("puño") y D e r n u ("mano abierta"), C o l

("pecado"), Accuis ("maldición") y Eraisi ("herejía"), tres druidas y tres

1 4 6
druidesas. C u c h u l a i n n vino a atacarlos y cayeron ante é l » .

E l n ú m e r o t r e s n o es u n s i g n o d e m o d i c i d a d n u m é r i c a , p u e s t o q u e
es c o n s t a n t e . ¿ Q u é s i g n i f i c a n estos g r u p o s d e d r u i d a s ? S e g ú n e l Libro de
las conquistas, los T u a t h a D é D a n a n n t i e n e n t o d o e n tres ejemplares:

« R a b b , Brott, R o b b , sus tres locos,

Fiss, F o c h m a r c , E o l a s , sus tres d r u i d a s ,

Dub, D o b u r , D o i r c h e , sus tres c o p e r o s ,

Seith, Seor, L i n a d , sus tres camareros,

Feic, Rusc, R a d a r c , sus tres centinelas,

Tale, T r e n , Tres, sus tres servidores,

Attach, G a e t h , Sidhe, sus tres caballos,

Aig, Taig, Tairchell, sus tres p e r r o s ,

144 Libro délas conquistas, e d . M a c a l i s t e r , op. cit., TV, p . 1 6 2 .

145 Ibid., p p . 1 6 2 - 1 6 3 [ e d . e s p . d e R . S a i n e r o S á n c h e z , Leabhar Ghabhála, op. cit.].
146 E d . W i n d i s c h , Irische Texte V , p . 3 2 9 - 3 3 1 , E d . O ' R a h i l l y , p . 5 7 , 2 0 9 5 - 2 0 9 8 ( C h . -
J . G u y o n v a r c ' h , La Razzia des vaches de Cooley, op. cit., p . 1 4 1 [ t r a d . a l g a l l e g o d e M a n u e l
A l b e r r o , Táin Bó Cuailnge (ARazzia de Gando de Cuailnge), Toxosoutos, Noia, 2005])-
 9. T R Í A D A S Y G R U P O S DE D R U I D A S
477

C e o l , Taig, T e t b i n n , sus tres arpistas,

G l e , G l a n , G l e o , sus tres fuentes,

B u a i d , O r d a n , T o g a d , sus tres p a d r e s adoptivos,

Sid, S a i m e , S u b a , sus tres m a d r e s adoptivas,

G u m m a , Set, Samail, sus tres copas,

Meall, Tete, R o c h a i n , sus tres t e r r e n o s d e j u e g o ,

A m e , I n d m a s , B r u g n a , sus tres filos,

4 7
C a i n , Alaig, R o c h a i n , sus tres fortalezas» ' .

E n o t r o l u g a r d e m o s t r a m o s q u e la t r í a d a d e b e e n t e n d e r s e , n o c o m o
u n a marca de capacidades aritméticas limitadas, sino c o m o u n a m a n i -
f e s t a c i ó n d e la m u l t i p l i c i d a d e n s u c o n d i c i ó n d e n o c i ó n s u b o r d i n a d a a
la u n i d a d . P u e s t o d o esto es m í t i c o o , al m e n o s , se p r o l o n g a e n e l m i t o :
l o s tres d r u i d a s d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , B r i a n , l u c h a r y I u c h a r b a , s o n
al m i s m o t i e m p o tres d i o s e s d e l o s q u e u n o , B r i a n , lleva el m i s m o n o m -
bre q u e los v e n c e d o r e s de R o m a y de D e l f o s e n los siglos I V y I I antes de
1 8
n u e s t r a e r a * . E s t o s d a t o s d e b e n e n t e n d e r s e e i n t e r p r e t a r s e d e la m i s m a
f o r m a q u e las c r o n o l o g í a s y las g e n e a l o g í a s i r l a n d e s a s . C i a n , p o r e j e m -
p l o , es t a m b i é n e l p a d r e d e L u g . P e r o L u g , D a g d a , O g m a , D i a n c e c h t
s o n h e r m a n o s y D i a n c e c h t es t a m b i é n e l p a d r e d e C i a n . E l D a g d a es e l
p a d r e de su p r o p i a m a d r e , el tío de su h i j o , el a m a n t e y el h i j o de su
p r o p i a h i j a , q u e es la e s p o s a d e su h e r m a n o a la v e z q u e la s u y a . L o s d i o -
ses, q u e e s c a p a n al t i e m p o , al e s p a c i o y a la e v o l u c i ó n , y j u n t o c o n e l l o s
los druidas míticos, son unitarios y múltiples. S o n padres o madres,
hijos o hijas, h e r m a n o s o h e r m a n a s , p e r o s o n e t e r n o s y n o t e n í a n n i n -
guna necesidad de nacer según normas temporales. Sus genealogías
complejas y a veces contradictorias s o n sólo u n m e d i o de situarlos y
1 4 9
e x p l i c a r l o s u n o e n r e l a c i ó n c o n el o t r o .

14-7 Textes mythologiques irlandais I / l , p . 1 2 4 -

148 Si e s t o s v e n c e d o r e s n o s o n c o m o p a r e c e e v e m e r i z a c i o n e s clásicas d e l d i o s d e la
g u e r r a . A c e r c a d e B r a n y B r e n n o s v é a s e n u e s t r a o b r a s o b r e La souverainetéguerriére de
l'Irlandé; Í 9 8 3 , p p . 1 6 5 - 1 6 7 .
149 Y t a m b i é n e x p l i c a r l o s d e tal m a n e r a q u e el h e c h o d e su n a c i m i e n t o y su f i l i a c i ó n
s e a c o n c e b i b l e p a r a la i n t e l i g e n c i a h u m a n a . P a r a las c o m p a r a c i o n e s r e m i t i m o s a l a
e x p l i c a c i ó n q u e G . D u m é z i l , Les dieux souverians des Indo-Européens, parís, 1977' PP- HO-
III ( v e r s i ó n e s p a ñ o l a i n d i c a d a supra, n . 1 0 2 ) , p r o p o n e d e l o s A d i t y a v é d i c o s c o n e l
r e c u e r d o e n u n a n o t a d e la p a r a d ó j i c a s i t u a c i ó n d e la V i r g e n M a r í a : genuisti quite fecit.
E s l a M a d r e d e q u i e n la h a c r e a d o .
478 V. L A D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

L o s p o r m e n o r e s s o n c a m b i a n t e s y a r t i f i c i a l e s , p e r o e l p r i n c i p i o es
f i r m e y t r a d i c i o n a l . S e r í a t a n i n f a n t i l t o m a r t o d o e s t o al p i e d e la l e t r a
c o m o i g n o r a r e l p e n s a m i e n t o p r o f u n d o q u e se e x p r e s a b a j o estas f a n t a ­
sías. N a d a l o p r u e b a m e j o r q u e esta r e s p u e s t a g e n e a l ó g i c a d e l file N e d e a
s u m a y o r F e r c h e r t n e e n El diálogo de los dos sabios-.

« S o y hijo de Poesía,

Poesía, hija de Reflexión,

Reflexión, hija de M e d i t a c i ó n ,

M e d i t a c i ó n , hija de Ciencia,

Ciencia, hija de Investigación,

Investigación, hija de G r a n Ciencia,

G r a n ciencia, hija de G r a n Inteligencia,

G r a n Inteligencia, hija de Comprensión,

C o m p r e n s i ó n , hija de Sabiduría,
I 5
S a b i d u r í a , hija d e los Tres dioses d e D a n a » °.

A h o r a b i e n , e s t o s t r e s d i o s e s s o n h i j o s d e la sacerdotisa-druidesa-
d i o s a B r i g i t , h i j a d e l D a g d a , c o m o M i n e r v a es h i j a d e J ú p i t e r . E s t a m ­
b i é n u n a diosa unitaria y múltiple:

« B r i g i t la p o e t i s a , es d e c i r , la h i j a d e l D a g d a . E s t a B r i g i t es la mujer

p o e t a , o la m u j e r d e s a b i d u r í a q u e los p o e t a s a d o r a b a n p o r q u e su p r o t e c ­

c i ó n e r a g r a n d e y c é l e b r e . E s la r a z ó n p o r la c u a l se d e n o m i n a c o n este

n o m b r e a la d i o s a d e l o s p o e t a s , cuyas h e r m a n a s e r a n B r i g i t , la m u j e r de

m e d i c i n a , y B r i g i t , la m u j e r d e l t r a b a j o d e f o r j a . S o n las d i o s a s , las t r e s

hijas d e l D a g d a » .

« L o s t r e s h i j o s d e B r i g i t la p o e t i s a e r a n B r i a n , l u c h a r y U a r , tres h i j o s

d e B r e s , h i j o d e e l a t a . B r i g i t la p o e t i s a , h i j a d e l g r a n D a g d a , r e y d e I r l a n d a ,
1 5 1
era su m a d r e » .

A s í p u e s , las t r í a d a s d e d r u i d a s , c u a n d o e x i s t e n , s o n u n m e d i o t o d a ­
vía m á s s e g u r o y m á s e f i c a z d e e n l a z a r e l s a c e r d o c i o c o n sus o r í g e n e s
d i v i n o s . Y esto t a m b i é n v i e n e a c o n v e r g e r c o n la i d e o l o g í a t r i p a r t i t a
e x p l i c á n d o l a , p u e s l o s celtas c o n s e r v a r o n , c o m o l a m a y o r í a d e l o s i n d o ­
e u r o p e o s , p e r o seguramente más q u e algunos de ellos, orígenes c o m u ­
n e s y e l h á b i t o d e u n a v i s i ó n t r i p l e d e l m u n d o , d e l o s seres y d e las c o s a s .

150 BookofLeinster, e d . B e s t - B e r g i n - O ' B r i e n , IV, fol. 187c, p p . 8 2 4 - 8 2 5 .

151 Bookof Leinster, op. cit, IV, fol. 187c, p p . 825.
 1 0 . EL D I O S - D R U I D A
479

10. E L D I O S - D R U I D A

El d i o s - d r u i d a es t a m b i é n el d i o s d e l o s d r u i d a s . E n u n m o m e n t o d i f í ­
cil d e El asedio de Druim Damhghaire, C e n n m h a r invoca «al primer druida
d e l m u n d o » , y este d r u i d a es M o g R u i t h q u e , m i e n t r a s se p r e p a r a e l
f u e g o d r u í d i c o q u e h a o r d e n a d o , c o m i e n z a así u n a r e t ó r i c a : de dhruadh,
5 2
mu dhe targac nde ( « D i o s d e l o s d r u i d a s , m i d i o s s o b r e t o d o s l o s d i o s e s » ' .
Este « d i o s de los d r u i d a s » o D a g d a (el « d i o s b u e n o » o el «muy
5 3
divino»)' es t a m b i é n d r u i d a y g u e r r e r o , y, c o m o a c a b a m o s d e l e e r ,
p a d r e de B r i g i t , m a d r e , a su vez, de los tres d r u i d a s p r i m o r d i a l e s . Se ve
q u e la p o t e n c i a d e l o s d r u i d a s n o c a r e c í a d e j u s t i f i c a c i ó n . D e h e c h o , e n
r e l a c i ó n c o n l o s h o m b r e s o r d i n a r i o s d e la clase n o s a c e r d o t a l , t o d o s l o s
dioses son druidas c o m o todos los druidas son dioses. L a equivalencia
5 4
a c t u a b a e n u n d o b l e s e n t i d o y así es c o m o e f e c t i v a m e n t e se e n t e n d í a ' :

« C a t h b a d el d e l R o s t r o a m a b l e m e i n s t r u y ó , d e s p u é s d e D e c h t i r e ( s u
5 5
m a d r e ) , h a s t a q u e e s t u v e v e r s a d o e n las a r t e s d e l d i o s d e l d r u i d i s m o » ' .

D i c e C u c h u l a i n n e n e l r e l a t o d e El cortejo de Emer.
Se e n t i e n d e a h o r a b a s t a n t e b i e n p o r q u é se d e s i g n ó al d r u i d a p r i m o r ­
dial T u a n m a c C a i r i l l para e x p e r i m e n t a r u n a metempsicosis reservada a
los seres s o b r e h u m a n o s y m í t i c o s . C o m o , a f i n d e c u e n t a s , t o d o s l o s
e s c é p t i c o s , C o n n l a C a i n b r e t h a c h ( « e l d e l B u e n J u i c i o » ) se e q u i v o c a b a
d e p l a n o al r e p r o c h a r a l o s d r u i d a s d e s u é p o c a n o p o d e r c a m b i a r n a d a
e n e l o r d e n d e las c o s a s . E n r e l a c i ó n c o n e l l o , h a y e n e l Senchus Mor u n
c u r i o s o p a s a j e e n e l q u e , c i t a n d o a l o s s a b i o s m á s i l u s t r e s , la a n t i g u a y
p r e c i o s a r e c o p i l a c i ó n h a c e d e este p e r s o n a j e u n d e n i g r a d o r d e d r u i d a s :

152 E d . M . L . S j o e s t e d t , Revue Celtique, n . ° 43, p . 92.

153 C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , loe. cit., Ogam, n . ° 1 2 , p . 4 9 -
1
54 Q u e t o d o s los dioses sean d r u i d a s , i n c l u s o a u n q u e los relatos n o lo i n d i q u e n
e x p r e s a m e n t e , es e v i d e n t e : t o d o d i o s t i e n e la c o m p e t e n c i a t o t a l e n su á m b i t o
f u n c i o n a l y t e o l ó g i c o . Es p o r t a n t o d r u i d a p o r d e f i n i c i ó n . E n c u a n t o al d r u i d a
h u m a n o , e s « d i o s » p o r al m e n o s d o s r a z o n e s : p r i m e r o p o r q u e e n p r i n c i p i o
d e s c i e n d e , e n l í n e a d i r e c t a , d e l o s d r u i d a s p r i m o r d i a l e s —y ya la m e r a c o n c e p c i ó n
d e e s t a f i l i a c i ó n o b l i g a a a d m i t i r la r e a l i d a d s a g r a d a d e l a c o s a c o n c e b i d a — ;
s e g u n d o p o r q u e sus c a p a c i d a d e s y sus c o n o c i m i e n t o s l o c o n v i e r t e n e n u n i n t e r ­
m e d i a r i o e n t r e l o s d i o s e s y l o s h o m b r e s . E l d r u i d a d e l o s a n t i g u o s c e l t a s es v e r ­
daderamente un «dios terrestre».
155 E d . V a n H a m e l , op. cit., p . 3 0 .
48o V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

« D e s p u é s d e ella v i n o C o n n l a C a i n b r e t h a c h , sabio d e l Connaught.

C o n n l a superaba a los h o m b r e s d e I r l a n d a e n sabiduría, p u e s estaba lleno

d e la g r a c i a d e l E s p í r i t u S a n t o . A r g u m e n t a b a c o n t r a l o s d r u i d a s q u e d e c í a n

q u e e r a n e l l o s q u i e n e s h a b í a n h e c h o e l c i e l o , la t i e r r a , el m a r , el s o l , la

l u n a , e t c . E r a él q u i e n les d e c í a : " H a c e d q u e la l u n a y el sol b r i l l e n e n el

n o r t e p a r a los h o m b r e s d e l m u n d o y c r e e r e m o s q u e t o d o l o q u e d e c í s es

v e r d a d " . C u a n d o se v i o q u e n o t e n í a n p o d e r p a r a h a c e r l o , d i j o : " E s m e j o r

p a r a n o s o t r o s s i t u a r n u e s t r a fe e n a q u e l q u e h a f u n d a d o t o d a s e s t a s c o s a s , e l

D i o s d e l cielo y d e la t i e r r a . D i f e r e n t e s s o n la fuerza y los n u m e r o s o s p o d e -

res del H i j o d e D i o s , q u e n o l o g r a r é i s p o n e r d e v u e s t r o l a d o . N o os v a n a -

gloriéis de vuestros p o d e r e s , p u e s t o q u e n o sois capaces d e c a m b i a r el

o r d e n d e u n s o l o d í a n i d e u n a s o l a n o c h e , c u y o d e s a r r o l l o es e l m i s m o en
5 6
los e l e m e n t o s , s e g ú n lo q u e D i o s ha e s t a b l e c i d o » ' .

Lo i n t e r e s a n t e es l a c r e e n c i a y n o l a r e f u t a c i ó n . El redactor no
e n t e n d i ó q u e el p r i n c i p i o p l a n t e a d o e r a e l d e l o s d r u i d a s p r i m o r d i a l e s ,
los d e la c r e a c i ó n d e l m u n d o y n o sus l e j a n o s s u c e s o r e s . O p e r a n d o d e
a c u e r d o c o n e l p r i n c i p i o i n m u t a b l e , l o s h e r e d e r o s d e estos d i o s e s - d r u i -
das p r i m o r d i a l e s , a u t o r e s d e l m u n d o y d e l o s seres v i v o s , n o t e n í a n n i n -
guna razón para hacer u n milagro gratuito e inútil para responder a una
s i m p l e c o n m i n a c i ó n . E l c u l t o c r e ó e l m u n d o s e g ú n las i d e a s r e l i g i o s a s
c e l t a s . A h o r a b i e n , e l s a c e r d o t e es el m o t o r d e l c u l t o y, s i n c r e e n c i a s , el
o r d e n c ó s m i c o d e r i v a h a c i a el c a o s . S e trata d e t o d o s m o d o s d e u n a m e r a
querella de hagiógrafo r e t o m a d a e n u n texto j u r í d i c o .
L o s d r u i d a s p r e v i e r o n , n o o b s t a n t e , la c a t á s t r o f e f i n a l q u e n o q u i s i e -
r o n o p u d i e r o n c o n j u r a r : « l l e g a r á u n d í a e n q u e el f u e g o y e l a g u a p r e -
1 5 7
valecerán sobre t o d o » . ¿ F i n del m u n d o o fin de u n siglo? L o s d r u i -
das v i e r o n m á s allá d e su t i e m p o h i s t ó r i c o . E n la c o n c l u s i ó n d e La Segunda
Batalla deMagTured, M o r r i g a n , d i o s a d e la g u e r r a , p r o f e t i z a :

«Veré u n m u n d o que n o m e gustará:

verano sin flores,

vacas s i n l e c h e ,

mujeres sin p u d o r ,

h o m b r e s s i n c o r a j e , c a p t u r a s s i n rey,

árboles sin frutos,

1 5 6 Ancient Laws oflreland I, p . 2 2 .

157 E s t r a b ó n I V , 4 , 4 [ t r a d . e s p . : op. cit, p . 1 8 1 ] .
 1 0 . EL D I O S - D R U I D A
48l

m a r sin desove,

m a l c o n s e j o d e los viejos,

m a l o s j u i c i o s d e los jueces,

cada h o m b r e será u n traidor,

cada m u c h a c h o , u n l a d r ó n ,

el h i j o se a c o s t a r á e n el l e c h o d e l p a d r e ,

el p a d r e se a c o s t a r á e n el l e c h o d e l h i j o ,

c a d a u n o será el c u ñ a d o d e su h e r m a n o .

U n mal tiempo,

el h i j o t r a i c i o n a r á a su p a d r e ,
1 5 8
la hija t r a i c i o n a r á a s u m a d r e .

A q u í se está d e s c r i b i e n d o a la v e z e l B a j o I m p e r i o y e l A p o c a l i p s i s . L a
f o r m a c o n d e n s a d a y e l í p t i c a d e la e x p r e s i ó n es t a n t o m á s s o b r e c o g e d o r a
c u a n t o q u e estos v e r s o s p o n e n el p u n t o final a la g r a n batalla e n t r e los
T u a t h a D é D a n a n n y los f o m o r e s . A p e n a s h a salido el m u n d o del caos,
c o n s t r u i d o , c o m p u e s t o y o r d e n a d o d e a c u e r d o c o n las r e g l a s i n d i s p e n -
s a b l e s d e u n o r d e n s o c i a l y r e l i g i o s o , c u a n d o la e s t u p i d e z y l a m a l d a d
h u m a n a s ya l o a m e n a z a n d e r u i n a .
El m i s m o tema aparece tratado de m a n e r a m u c h o más amplia y deta-
l l a d a p o r e l file F e r c h e r t n e e n El diálogo de los dos sabios. P e r o , m á s q u e a las
catástrofes y a las i n e v i t a b l e s c a l a m i d a d e s n a t u r a l e s , el a u t o r d a i m p o r t a n -
cia a n o r e s p e t a r y a i n v e r t i r c a r i c a t u r a l m e n t e las j e r a r q u í a s . C a s i se p o d r í a
v e r e n e l l o u n a e s p e c i e d e p r e m o n i c i ó n d e l d e s p r e c i o c o n el c u a l n u e s t r a
é p o c a c o n t e m p o r á n e a c o n s i d e r a l o s a u t é n t i c o s trabajos i n t e l e c t u a l e s :

« T e n g o , e n verdad, terribles noticias. Los t i e m p o s serán malos; los

jefes s e r á n n u m e r o s o s , los h o n o r e s p o c o n u m e r o s o s ; los vivos q u e b r a n t a -

r á n sus b u e n o s j u i c i o s .

El g a n a d o del m u n d o será estéril;

los h o m b r e s r e c h a z a r á n la m o d e s t i a ;

los c a m p e o n e s d e los g r a n d e s s e ñ o r e s avanzarán;

los h o m b r e s s e r á n m a l v a d o s ; los reyes s e r á n p o c o n u m e r o s o s ;

lo&aisurpadores serán n u m e r o s o s ;

los r e p r o c h e s serán legión; cada h o m b r e será m u t i l a d o ;

l o s c a r r o s se r o m p e r á n e n sus c a r r e r a s ;

l o s . e n e m i g o s c o n s u m i r á n la l l a n u r a d e N i a l l ;

158 Textes mythologiques irlandais I / l , p - 5 9 -

 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S D E L D R U I D I S M O

la v e r d a d ya n o g a r a n t i z a r á la e x c e l e n c i a .
Se b u s c a r á n los s e n d e r o s a l r e d e d o r d e las iglesias;

t o d o arte será b u f o n a d a ;
toda m e n t i r a será preferida.
Cada u n o saldrá de su apariencia, c o n orgullo y arrogancia, de m o d o que
ya n o se h o n r a r á n i el r a n g o n i la e d a d , n i l a d i g n i d a d , n i el a r t e n i la i n s -
trucción.

T o d o h o m b r e c o m p e t e n t e será q u e b r a d o ;
t o d o rey será u n p o b r e ;
t o d o n o b l e será d e s p r e c i a d o , t o d o v i l l a n o será c r i a d o d e f o r m a q u e ya
[ n o se a d o r a r á n i D i o s n i h o m b r e .
L o s s o b e r a n o s p e r e c e r á n a n t e los u s u r p a d o r e s p o r la o p r e s i ó n d e los
[ h o m b r e s d e la p u n t a s n e g r a s .
La ley será d e s t r u i d a ;
las o f r e n d a s s e r á n d e s t r u i d a s ;
las f u n d a c i o n e s s e r á n d e s t r u i d a s ;
las c é l u l a s ( d e m o n j e s ) s e r á n m i n a d a s ;
las iglesias s e r á n q u e m a d a s ;
las c á m a r a s d e l o s a v a r o s s e r á n s a q u e a d a s ;
la i n h o s p i t a l i d a d d e s t r u i r á las flores;
los frutos c a e r á n p o r los m a l o s j u i c i o s ;
el c a m i n o d e s a p a r e c e r á p o r t o d o e l m u n d o .
L o s p e r r o s infligirán h e r i d a s a los c u e r p o s , d e m o d o q u e cada u n o . . .
[ ( ¿ . . . ? ) su g e n t e p o r n e g r u r a , avaricia y fealdad.
A l f i n a l d e l ú l t i m o m u n d o h a b r á u n r e f u g i o p a r a la p o b r e z a , la a v a r i c i a

[y l a c o d i c i a .
H a b r á m u c h a s querellas e n t r e los artistas;
cada u n o c o m p r a r á a u n satirista p a r a satirizar e n su p r o v e c h o ;
cada u n o i m p o n d r á su límite a o t r o .

La t r a i c i ó n estará sobre cada colina, d e m o d o q u e n i lecho n i j u r a m e n t o

[protegerán;
c a d a u n o h e r i r á a s u v e c i n o y c a d a h e r m a n o t r a i c i o n a r á al o t r o ;
c a d a u n o h e r i r á a s u c o m p a ñ e r o d e b e b i d a o d e m e s a , d e m o d o q u e ya

[ n o h a b r á allí n i v e r d a d n i h o n o r n i a l m a .
L o s a v a r o s se a g o t a r á n m u t u a m e n t e p o r s u n ú m e r o ;

l o s u s u r p a d o r e s se s a t i r i z a r á n m u t u a m e n t e c o n t e m p e s t a d e s d e n e g r u r a ;
las d i g n i d a d e s s e r á n v o l t e a d a s ; la e n s e ñ a n z a d e l o s c l é r i g o s s e r á o l v i d a d a ;
[los sabios s e r á n d e s p r e c i a d o s ;
 1 0 . EL D I O S - D R U I D A
483

la m ú s i c a se v o l v e r á g r o s e r í a ;

el g u e r r e r o se h a r á m o n j e y c l é r i g o ;
la s a b i d u r í a se v o l v e r á m a l j u i c i o ;

la m a n o d e u n s o b e r a n o se e x t e n d e r á s o b r e la i g l e s i a ;
el m a l p a s a r á p o r la p u n t a d e los b á c u l o s ;
t o d o a m o r se v o l v e r á a d ú l t e r o .

V e n d r á u n g r a n o r g u l l o y v o l u n t a d e n los hijos d e villanos y b r i b o n e s .

V e n d r á u n a g r a n avaricia, u n a g r a n i n h o s p i t a l i d a d y u n a g r a n p e n u r i a
[ e n t r e los a r r e n d a t a r i o s , d e m o d o q u e sus p o e m a s s e r á n n e g r o s .
U n a g r a n m a e s t r í a e n el b o r d a d o s e r á c o n v e n i e n t e p a r a l o s l o c o s y las
prostitutas, de m o d o que aparecerán vestimentas sin color; malos c a m p e o -
n e s v e n d r á n al s e r v i c i o d e l o s reyes y l o s s e ñ o r e s ; la i n g r a t i t u d y la m a l d a d
l l e g a r á n a c a d a e s p í r i t u , d e m o d o q u e n i los c r i a d o s n i las c r i a d a s s e r v i r á n
ya a s u s s e ñ o r e s ; n i l o s r e y e s n i l o s s e ñ o r e s o i r á n l o s r u e g o s d e s u s c a n t o n e s ,
n i s u s j u i c i o s ; l o s h o s p e d e r o s ya n o e s c u c h a r á n a l o s m o n j e s n i a s u g e n t e y
y a n o p a g a r á n u n p r e c i o a l s e ñ o r p o r l o q u e se l e d e b e ; e l m o n j e y a n o s e r -
v i r á d e b u e n g r a d o a s u iglesia y a s u a b a d r e g u l a r ; la m u j e r ya n o s o p o r t a r á
q u e la p a l a b r a d e s u m a r i d o esté p o r e n c i m a d e la suya; los h i j o s y las hijas
ya n o s e r v i r á n a s u s p a d r e s y a s u s m a d r e s ; l o s j ó v e n e s ya n o se l e v a n t a r á n
d e l a n t e d e sus p r o f e s o r e s .

C a d a u n o c o n v e r t i r á s u a r t e e n m a l a e n s e ñ a n z a y e n falsa i n t e l i g e n c i a
p a r a i n t e n t a r s u p e r a r a su m a e s t r o , d e m o d o q u e el m á s j o v e n preferirá
estar s e n t a d o m i e n t r a s q u e su m a y o r estará d e p i e a su l a d o ; n i a los reyes n i
los s e ñ o r e s les d a r á v e r g ü e n z a i r a b e b e r y c o m e r c o n el c o m p a ñ e r o q u e le
s i r v e ; al g r a n j e r o ya n o le d a r á v e r g ü e n z a c o m e r d e s p u é s d e h a b e r c e r r a d o
s u casa al a r t i s t a q u e v e n d e s u h o n o r y s u a l m a p o r u n a m a n t a y c o m i d a ; d e
m o d o q u e cada u n o volverá su r o s t r o hacia su c o m p a ñ e r o c o m i e n d o y
b e b i e n d o ; la e n v i d i a d o m i n a r á a c a d a h o m b r e ; el h o m b r e o r g u l l o s o v e n -
d e r á s u h o n o r y s u a l m a al p r e c i o d e u n e s c r ú p u l o .

L a m o d e s t i a se r e c h a z a r á ; el p u e b l o s e r á e s c a r n e c i d o ; l o s s e ñ o r e s s e r á n
a n i q u i l a d o s ; l o s r a n g o s s e r á n d e s p r e c i a d o s ; el d o m i n g o s e r á d e s h o n r a d o ;
las l e t r a s s e r á n o l v i d a d a s ; l o s p o e t a s n o p r o d u c i r á n m á s .

. . . i n j u s t i c i a s e r á a b o l i d a ; falsos j u i c i o s s u r g i r á n e n t r e los u s u r p a d o r e s d e l
ú l t i m o m u n d o ; l o s f r u t o s se q u e m a r á n d e s p u é s d e s u a p a r i c i ó n p o r una
m u c h e d u m b r e de extranjeros y granujas; e n cada país, habrá u n número
demasiado grande de hombres.

L o s p a í s e s se e x t e n d e r á n p o r la m o n t a ñ a .
 V. LA D O C T R I N A Y LOS O R Í G E N E S DEL D R U I D I S M O

C a d a b o s q u e se c o n v e r t i r á e n u n a l l a n u r a ; c a d a l l a n u r a s e c o n v e r t i r á e n
[un bosque.

C a d a u n o se c o n v e r t i r á e n esclavo c o n t o d a s u f a m i l i a .
D e s p u é s de esto llegarán n u m e r o s a s y crueles e n f e r m e d a d e s , tempestades
[súbitas y terribles c o n lloros d e árboles.
El i n v i e r n o t e n d r á h o j a s ; el v e r a n o será s o m b r í o ; el o t o ñ o n o t e n d r á
[siega; la p r i m a v e r a s i n flores.
H a b r á mortalidad sin h a m b r e .
H a b r á e n f e r m e d a d e s e n los r e b a ñ o s : vértigo, c o n s u n c i ó n , hidropesía,
[peste, inflamación, fiebre.
Hallazgos sin provecho, escondites sin tesoros, grandes bienes sin
[hombres; extinción de campeones,
falta d e t r i g o ,
perjuros,
juicios encolerizados,
u n a m u e r t e d e t r e s días y d e d o s n o c h e s p a r a los d o s t e r c i o s d e la
[Humanidad;
u n t e r c i o d e estas plagas s o b r e los a n i m a l e s d e los m a r e s y d e los b o s q u e s .
D e s p u é s d e esto v e n d r á n siete a ñ o s d e l a m e n t o s ;
las f l o r e s p e r e c e r á n ;
e n c a d a casa h a b r á l a m e n t o s ;
l o s e x t r a n j e r o s d e s t r u i r á n la l l a n u r a d e I r l a n d a ;
los h o m b r e s servirán a los h o m b r e s ,
habrá combates alrededor de Cnamchaill;
se m a t a r á a b e l l o s t a r t a m u d o s ;
las m u c h a c h a s d a r á n a l u z d e sus p a d r e s :

se l i b r a r á n b a t a l l a s a l r e d e d o r d e l u g a r e s c é l e b r e s ;
h a b r á d e s o l a c i ó n a l r e d e d o r d e las a l t u r a s d e la Isla d e las P r a d e r a s .
E l m a r i n v a d i r á c a d a t i e r r a , c o n las r e s i d e n c i a s d e la T i e r r a P r o m e t i d a .
I r l a n d a será a b a n d o n a d a siete a ñ o s antes del j u i c i o ;
habrá duelo después de masacres.
Luego v e n d r á n signos del n a c i m i e n t o del Anticristo;
e n c a d a c a n t ó n se e n g e n d r a r á n m o n s t r u o s ;
l o s e s t a n q u e s se v o l v e r á n c o n t r a l o s r í o s ;
la m a t e r i a t e n d r á el c o l o r d e l o r o ;
el a g u a t e n d r á el g u s t o d e l v i n o ¡
las m o n t a ñ a s se c o n v e r t i r á n e n p a í s e s s i n d e f e c t o ;
l o s t u r b a l e s se c o n v e r t i r á n e n c a m p o s f l o r i d o s .
 1 0 . EL D I O S - D R U I D A
485

L o s e n j a m b r e s d e abejas s e r á n q u e m a d o s e n las m o n t a ñ a s ;

el oleaje d e l m a r e n la playa s e r á r e t a r d a d o d e u n d í a al o t r o .

V e n d r á n l u e g o siete a ñ o s s o m b r í o s ;

o c u l t a r á n las luces d e l c i e l o ;

e n el ó b i t o d e l m u n d o , i r á n e n p r e s e n c i a d e l j u i c i o ;

u n gran juicio, o h , hijo, grandes noticias, noticias horribles,

1 5 9
[malos t i e m p o s » *.

L a n o c i ó n d e j u i c i o , i n c l u i d a al f i n a l d e este n o t a b l e t e x t o , n o es celta
s i n o cristiana. E n c a m b i o , t o d o l o d e m á s , o casi, revela c o n c e p c i o n e s
p r e c r i s t i a n a s m a n i f i e s t a s . E s c i e r t a m e n t e fácil p r e v e r q u e e l n o r e s p e t a r
las j e r a r q u í a s y las c a p a c i d a d e s , m á s la c o n f u s i ó n d e las clases y las f u n -
c i o n e s , u n i d o a las c a l a m i d a d e s n a t u r a l e s d e s e n c a d e n a d a s p o r la i m p r u -
d e n c i a y l a i m p r e v i s i ó n h u m a n a s , s e r á n l a c a u s a d e l f i n d e la H u m a n i -
d a d . P e r o n o s ó l o e s o ; e l m u n d o celta, d e s d e e l f i n d e la A n t i g ü e d a d , y a
n o e r a —sigue s i n serlo— s u s c e p t i b l e d e a d a p t a r s e a la e v o l u c i ó n d e o c c i -
dente, medieval o m o d e r n o , sin desaparecer. ¿ Q u é quiso decir Filós-
t r a t o c u a n d o d i j o , e n t i e m p o s d e S e p t i m i o S e v e r o : « l a f i l o s o f í a se
e s p a n t ó d e t a l m o d o ( b a j o D o m i c i a n o ) q u e , p e r d i e n d o la d i g n i d a d ,
6 0
h u y e r o n u n o s d e e l l o s a l o s celtas d e l o e s t e » ? ' . E l f i n d e l m u n d o , e n la
d o c t r i n a d r u í d i c a , n o se p r o d u c e d e b i d o a la n e g a c i ó n d e las f u n c i o n e s
o d e s u e x i s t e n c i a e n la t i e r r a , s i n o a la i n v e r s i ó n o al d e s p l a z a m i e n t o d e
su c a m p o d e a p l i c a c i ó n . N o se trata t a m p o c o d e l n o s e r o d e l r e t o r n o a
la p r i m o r d i a l i d a d d e l O t r o M u n d o , q u e es u n m a l , s i n o d e l d e s a r r e g l o
d e la e x i s t e n c i a y, c o n m á s s e g u r i d a d a ú n , d e la e n t r a d a e n la h i s t o r i a y la
a c e l e r a c i ó n de la historia. L a T r a d i c i ó n n o p o d r á desaparecer: s o n los
h o m b r e s q u i e n e s la h a n p e r d i d o .

159 Bootofíeinster, op. cit, I V , f o l . l 8 8 a - l 8 8 c , p p . 8 2 7 - 8 3 3 .

1 6 0 Apollon V I I , 4 , e d . C o u g n y , Extraits des auteursgrecsV, p . 90 [trad. esp.: VidadeApolo-
nio ( t r a d . A l b e r t o B e r n a b é P a j a r e s ) , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 7 9 , P - 4 0 3 l -
* P a r a la t r a d u c c i ó n e s p a ñ o l a d e este pasaje a d a p t a m o s la q u e cita G u y o n v a r c ' h (J.
I _
Perret, Les Belles Lettres, París, 1 9 4 9 , p p . 7 7 2 ) , p u e s la q u e v e n í a m o s u t i l i -
z a n d o n o s o t r o s i n c u r r e p r e c i s a m e n t e e n la s u s t i t u c i ó n q u e m e n c i o n a e l a u t o r
[N. del T.].
 CONCLUSIÓN

L a p r i m e r a c o n c l u s i ó n q u e e x t r a e r e m o s d e l o s c a p í t u l o s q u e p r e c e d e n es
q u e n i n g ú n a s p e c t o de la v i d a social, p o l í t i c a , i n t e l e c t u a l y r e l i g i o s a de
los a n t i g u o s celtas e s c a p a a la c o m p e t e n c i a d e l o s d r u i d a s .
E s t a p r e e m i n e n c i a , este e n o r m e p e s o d e la clase s a c e r d o t a l , h a c e q u e
la d i s t i n c i ó n m o d e r n a , y a v e c e s c l á s i c a , e n t r e l o s a g r a d o y l o p r o f a n o
q u e d e t o t a l m e n t e a b o l i d a . Las l e n g u a s celtas n o d i s p o n e n de n i n g ú n
t é r m i n o a n t i g u o p a r a t r a d u c i r e l l a t í n laicus ( q u e e n i r l a n d é s h a p r o d u -
c i d o laech ¡ < < h é r o e » ! ) y el n o m b r e d e l o s a g r a d o , nem-, es t a m b i é n e l d e l
cielo y el santuario.
El « d r u i d i s m o » , p o r d e f i n i c i ó n , i m p r e g n ó t o d a la A n t i g ü e d a d c e l t a
y su e s t u d i o c o n s i s t e , e n t é r m i n o s a b s o l u t o s , e n u n e x a m e n m i n u c i o s o
de l o s p r o b l e m a s p l a n t e a d o s p o r la e x i s t e n c i a de los celtas a través de
t o d a s las d i s c i p l i n a s q u e l o s c o n c i e r n e n , c o n la n o t a b l e e x c e p c i ó n d e la
a r q u e o l o g í a y la a n t r o p o l o g í a , las c u a l e s n o t i e n e n —ya h e m o s e x p l i c a d o
p o r qué— n i n g u n a i m p l i c a c i ó n « d r u í d i c a » : n u n c a se h a o b s e r v a d o e n
u n a n e c r ó p o l i s gala d e la é p o c a d e L a T é n e q u e la s e p u l t u r a d e u n
d r u i d a tuviese marcas distintivas, n i su c r á n e o m e d i d a s d i f e r e n t e s .
L a s d i f i c u l t a d e s e r a n o t r a s y d e p a r t i d a h a b í a al m e n o s t r e s , t o d a s
debidas a la i n s u f i c i e n c i a de los estudios a n t e r i o r e s :
La i n m e n s i d a d del tema era paralela a su c o m p l e j i d a d y a su estado
d i f u s o e n las f u e n t e s a n t i g u a s . L o s e x é g e t a s c o n t e m p o r á n e o s , q u e r e p i -
t e n las g e n e r a l i d a d e s d e l o s a n t i g u o s , t r o p e z a b a n g e n e r a l m e n t e e n este
o b s t á c u l o sin n i s i q u i e r a ser c o n s c i e n t e s de e l l o . ¿ D ó n d e y c ó m o a p r e -
 488 CONCLUSIÓN

h e n d e r al d r u i d a e n s u p r e s e n c i a y e n su a c c i ó n , c ó m o v e r l o e n sus o b r a s
vivas a t r a v é s d e l a d e l g a d a f i l i g r a n a d e las r e l a c i o n e s p a r c i a l e s —y f r e -
c u e n t e m e n t e m u y parciales— d e l o s a u t o r e s c l á s i c o s ? ¿ C ó m o u b i c a r e n el
l u g a r q u e se m e r e c e la d e n i g r a c i ó n d e P l i n i o y c o n c i l i a r las d e s c r i p c i o -
nes tan distintas de C é s a r y E s t r a b ó n ? Era u r g e n t e dar u n a d e f i n i c i ó n
del d r u i d a y p r e c i s a r , l o q u e n u n c a se h a b í a h e c h o , l o s p r i n c i p i o s d e la
o r g a n i z a c i ó n d e la clase s a c e r d o t a l c e l t a :
— p r i m e r o , la o r g a n i z a c i ó n s o c i a l , s i t u a n d o esta clase e n e l m u n d o
celta, c o n t i n e n t a l e i n s u l a r ,
— l u e g o , la o r g a n i z a c i ó n i n t e r n a , j e r á r q u i c a y f u n c i o n a l .
Ú n i c a m e n t e d e esta m a n e r a e r a p o s i b l e e l u c i d a r u n o d e l o s r a s g o s
m á s i m p o r t a n t e s d e l p r o b l e m a d e la d e f i n i c i ó n , esto es, q u e l o s d r u i d a s
n o a p a r e c e n , e n nuestras fuentes textuales, clásicas a v e c e s e insulares
a ú n m á s a m e n u d o , b a j o tal d e n o m i n a c i ó n , p u e s s ó l o c o n o c e m o s el
n o m b r e d e s u e s p e c i a l i z a c i ó n . E s t o es v e r d a d e n la G a l i a , d o n d e las d i s -
t i n c i o n e s i n t e r n a s d e D i o d o r o d e S i c i l i a y d e E s t r a b ó n se o p o n e n a las
distinciones generales de César, completándolas p o r otro lado sin c o n -
testarlas: se s i t ú a n e n u n p l a n o d i f e r e n t e . Y m á s a ú n e n I r l a n d a , donde
p o s e e m o s a l a v e z u n c a t á l o g o m a t i z a d o d e las e s p e c i a l i z a c i o n e s y u n a
escala b i e n g r a d u a d a d e las j e r a r q u í a s . L o s a u t o r e s a n t i g u o s t a m b i é n u t i -
l i z a r o n t r a d u c c i o n e s latinas o griegas, e n ocasiones a p r o x i m a d a s o c a m -
b i a n t e s , d e l o s n o m b r e s c e l t a s . D e este m o d o , e l d r u i d a se v u e l v e ,
s i g u i e n d o e l a z a r d e l o s a u t o r e s , l o s t e x t o s o las c i r c u n s t a n c i a s , tan
p r o n t o u n f i l ó s o f o q u e h a c e p e n s a r e n P i t á g o r a s c o m o u n sacerdos de
liturgias misteriosas o u n arúspice c o n temibles c o n o c i m i e n t o s , o a u n
u n a d i v i n o o u n p o e t a , p o r n o h a b l a r d e las d i s c o r d a n c i a s d e e m p l e o y
definición de u n autor a otro. César parece respetar a los druidas,
m i e n t r a s q u e P l i n i o d e s p r e c i a v i s i b l e m e n t e a l o s magi. R e s u l t a e v i d e n t e a
estas a l t u r a s q u e l a e t i q u e t a n o m i n a t i v a n o es u n a i d e n t i f i c a c i ó n s u f i -
c i e n t e c u a n d o n o va a c o m p a ñ a d a d e u n a d e f i n i c i ó n f u n c i o n a l f u n d a d a
s o b r e h e c h o s p r e c i s o s o s o b r e u n a r e l a c i ó n c o n t e x t u a l i z a d a q u e la j u s t i -
f i q u e . E s t o t i e n e i m p o r t a n t e s c o n s e c u e n c i a s p a r a la i n v e s t i g a c i ó n y n o
n o s h a c o s t a d o n a d a d e m o s t r a r l o : e l d r u i d a d e C é s a r , c o m o el d e E s t r a -
b ó n , D i o d o r o o P l i n i o , d e b e t o m a r s e m u y e n s e r i o ; el de A u s o n i o , a
p r i n c i p i o s d e l s i g l o I V d e n u e s t r a e r a , está m á s c e r c a d e l e p í t e t o l a u d a t o -
r i o o d e la r e m i n i s c e n c i a l i t e r a r i a .

La ausencia de historia nos i m p i d e dar cualquier tipo de referencia

c r o n o l ó g i c a s u s c e p t i b l e de a y u d a r n o s a situar e n el t i e m p o , s e g ú n el
p r o c e s o h a b i t u a l al q u e e s t á n a c o s t u m b r a d a t o d a s las e s c u e l a s d e i n v e s t í -
 CONCLUSIÓN
489

g a c i ó n , la f o r m a c i ó n , la e v o l u c i ó n y el d e c l i v e d e la clase s a c e r d o t a l c e l t a :
n o s h u b i e r a g u s t a d o c o n o c e r el n o m b r e y la f e c h a de n a c i m i e n t o d e l
p r i m e r i n i c i a d o r o la lista d e l o s a r c h i d r u i d a s q u e r e i n a r o n e n la G a l i a ,
i g u a l q u e t e n e m o s la lista d e P a p a s . E c h á n d o l e u n p o c o d e i m a g i n a c i ó n ,
se h a n r e c o n s t r u i d o las e s c e n a s d e s a c r i f i c i o s o l o s a m o r e s d e V e r c i n g é -
t o r i x y u n a b e l l a d r u i d e s a . L a h i s t o r i a celta a c a b a s i e m p r e e n n o v e l a s q u e
carecen de d i g n i d a d y verosimilitud.
D e t o d o el m i l e n i o , a p r o x i m a d a m e n t e , de p r e s e n c i a atestiguada de
los celtas c o n t i n e n t a l e s , sólo n o s ha l l e g a d o el n o m b r e de los d r u i d a s y
a l g u n o s r e t a z o s d e sus c r e e n c i a s y sus d o c t r i n a s , así c o m o u n o s c u a n t o s
f r a g m e n t o s í n f i m o s d e sus h e c h o s y g e s t a s , t o d o s e l l o s p r o c e d e n t e s d e
u n a é p o c a t a r d í a . T e n e m o s u n n o m b r e e n la G a l i a , D i v i c i a c o , y u n a
p o l v a r e d a d e i n d i c a c i o n e s d i s p e r s a s . Y c o m o e s t á n a u s e n t e s d e la h i s t o -
r i a , l o s h i s t o r i a d o r e s —y m u c h o s f i l ó l o g o s — s ó l o h a n c o n t e m p l a d o a l o s
d r u i d a s a t r a v é s d e l p r i s m a r e d u c t o r y d e f o r m a n t e d e las d e s c r i p c i o n e s
clásicas. E s u n v i e j o e r r o r q u e se p r o l o n g a a l o l a r g o d e t o d a la e r u d i c i ó n
e u r o p e a , d e s d e el R e n a c i m i e n t o hasta n u e s t r o m o r i b u n d o siglo X X .
Basándose e n generalidades o descripciones sumarias de los autores
a n t i g u o s —mal a n a l i z a d o s t r e s d e c a d a c u a t r o veces— se h a p r o y e c t a d o a
l o s d r u i d a s a las t i n i e b l a s d e l a b a r b a r i e p a r a d e j a r l o s d e h e c h o a m e r c e d
d e las f a n t a s í a s , r a r a v e z i n o f e n s i v a s , d e l o s c e l t ó m a n o s . L a p r i n c i p a l
i n n o v a c i ó n d e n u e s t r o m é t o d o es la r e h a b i l i t a c i ó n d e l m i t o c o m o m e d i o
y m o d o d e e x p l i c a c i ó n . E s t o s u p o n e q u e sea c o m p l e t o y c o h e r e n t e a la
v e z , y n o n o s c u e s t a n a d a d e m o s t r a r q u e es l o u n o y l o o t r o .
E l p r o b l e m a d e m é t o d o q u e se n o s p l a n t e a b a e r a c ó m o c o m p a r a r ,
c o n f r o n t a r e i n c l u i r e n u n análisis y u n a síntesis c o m u n e s u n o s h e c h o s
c o n t i n e n t a l e s a n t i g u o s y sus c o r r e s p o n d e n c i a s i n s u l a r e s m e d i e v a l e s ,
separados u n o s de otros p o r diez o doce siglos. ¿ C ó m o cotejar unas
fuentes insulares exclusivamente textuales, p e r o lejanamente p o s t e r i o -
res, c o n u n a d o c u m e n t a c i ó n c o n t i n e n t a l , e n g e n e r a l m o n u m e n t a l , i c o -
n o g r á f i c a y e p i g r á f i c a , y q u e , e n este c a s o , es e n s u m a y o r p a r t e s u c i n t a y
vaga, c o m p u e s t a de m e n c i o n e s extrañas e indirectas p r e c i s a m e n t e p o r -
q u e esta d o c u m e n t a c i ó n m o n u m e n t a l , i c o n o g r á f i c a y e p i g r á f i c a — a r q u e o -
l ó g i c a , e n u n a palabra— c u a n d o se r e f i e r e a l o s d r u i d a s , es i n e x i s t e n t e o
f a l s e a d a ? Estaba a d e m á s el o b s t á c u l o de la c r i s t i a n i z a c i ó n de I r l a n d a .
¿ C ó m o y p o r q u é d e s c r i b i r a u n s a c e r d o t e a n t i g u o —y p o r si f u e r a p o c o
« b á r b a r o » — m e d i a n t e u n o s textos y d o c u m e n t o s redactados o t r a n s c r i -
t o s p o r l o s m o n j e s d e l a alta E d a d M e d i a , e s o s m i s m o s m o n j e s c u y a a c t i -
v i d a d m i s i o n e r a fue incansable e n la E u r o p a m e r o v i n g i a y c a r o l i n g i a ?
49o CONCLUSIÓN

P e r o n i n g ú n o t r o país e u r o p e o , aparte de Escandinavia, cristianizada

a ú n m á s t a r d e , n o s h a t r a n s m i t i d o c o n s c i e n t e m e n t e , c o m o la I r l a n d a
c o n v e r t i d a , tal c o n j u n t o d e d o c t r i n a s r e l i g i o s a s p r e c r i s t i a n a s i n c l u i d a s
e n tal c o r p u s m i t o l ó g i c o . D e a c u e r d o c o n l a l ó g i c a h i s t ó r i c a , e l a r g u -
m e n t o c r o n o l ó g i c o es i n c o n t e s t a b l e y, e n la h i s t o r i a r e l i g i o s a , la c r i s t i a -
nización constituye, o debería constituir, u n obstáculo insuperable.
A f o r t u n a d a m e n t e p a r a n u e s t r o s e s t u d i o s y n u e s t r a d i s c i p l i n a , t o d a esta
a r g u m e n t a c i ó n i g n o r a la u n i c i d a d d e l caso i r l a n d é s : paradójicamente
g r a c i a s a la c r i s t i a n i z a c i ó n , q u e i n t r o d u j o e l u s o d e la e s c r i t u r a , o t o r g á n -
d o l e u n a e s e n c i a y u n a t r a n s m i s i ó n , la r e v e l a c i ó n d e l o s a g r a d o , t e n e m o s
t e x t o s , a n t i g u o s r e l a t o s o r a l e s , a s i d o s p o r u n a e s c r i t u r a a la q u e e n r e a l i -
d a d l e c u e s t a m u c h o fijar o e s t a b l e c e r la f o r m a d e d o s o tres v e r s i o n e s o
r e d a c c i o n e s d i f e r e n t e s , si n o m á s . L o s scéla d e I r l a n d a s o n c o m p a r a b l e s a
las sagas e s c a n d i n a v a s s i n d e j a r d e s e r d i s t i n t a s .
N o d i r e m o s n a d a a q u í a c e r c a d e la d i f i c u l t a d d e a c c e d e r a las f u e n t e s ,
s o b r e t o d o i n s u l a r e s , a u n q u e c i e r t o s Graeculi n o s e a n fáciles d e e n c o n t r a r
e n e d i c i o n e s c o n m e n o s de c i e n a ñ o s . Es u n p r o b l e m a de bibliografía,
d e d o c u m e n t a c i ó n , d e c o n o c i m i e n t o s f i l o l ó g i c o s q u e n o c o n c i e r n e al
l e c t o r e n su fase p r á c t i c a o e m p í r i c a . D e t o d o s m o d o s , la c r í t i c a t e x t u a l
r e a l i z a d a p o r n u e s t r o s c o l e g a s , i r l a n d e s e s e n s u m a y o r í a —y c o n e l l o n o s
r e f e r i m o s al c o n t r o l o la f i j a c i ó n p a l e o g r á f i c a , g r a m a t i c a l , s i n t á c t i c a y
l é x i c a d e las distintas v e r s i o n e s d e u n m i s m o relato—, ya n o s p r o p o r c i o n a
bases seguras. P o r l o d e m á s , el o b s t á c u l o m á s difícil de f r a n q u e a r para
u n a b u e n a c o m p r e n s i ó n d e l c o r p u s c e l t a n o es d e s d e l u e g o n i n g u n o d e
l o s q u e a c a b a m o s d e e v o c a r . L o m á s f r e c u e n t e es q u e l o sea la e n o r m e
d i s t a n c i a —casi i m p o s i b l e d e medir— q u e s e p a r a n u e s t r a s m e n t a l i d a d e s y
n u e s t r a s p r e o c u p a c i o n e s m o d e r n a s d e las d e l o s h o m b r e s d e la A n t i g ü e -
d a d y la E d a d M e d i a .
A s í p u e s , p r i m e r o h e m o s d e f i n i d o al d r u i d a c o m o tal y l o h e m o s r e s i -
t u a d o e n la s o c i e d a d celta e n r e l a c i ó n c o n l o s d e m á s m i e m b r o s e m i n e n -
tes d e esta s o c i e d a d . P u e s s ó l o e n s u m a r c o s o c i a l este e s t u d i o t i e n e s e n -
t i d o . H a y q u e i n s i s t i r e n esta e v i d e n c i a . P a r t i m o s d e l p r i n c i p i o d e q u e
c o n v e n í a c o n f i a r e n l o s a u t o r e s a n t i g u o s e n la m e d i d a e n q u e s u s i n c e r i -
d a d y v e r a c i d a d n o se v i e s e n c o m p r o m e t i d a s p o r e r r o r e s d e m a s i a d o g r a -
ves o i n c o m p r e n s i o n e s d e m a s i a d o p r o f u n d a s . E s t o v a l e s o b r e t o d o p a r a
César, n u e s t r o testigo p r i n c i p a l , p e r o t a m b i é n para T i t o L i v i o , C i c e r ó n ,
P l i n i o , Estrabón y D i o d o r o de Sicilia, sin m e n c i o n a r a los demás, p e o r
i n f o r m a d o s p o r q u e son más tardíos o m e n o s capaces, p e r o q u e n o o b s -
t a n t e a p o r t a n d e v e z e n c u a n d o u n d e t a l l e v á l i d o . Y este p r i n c i p i o n o s h a
 CONCLUSIÓN
491

l l e v a d o a i n v e r t i r l o s t é r m i n o s p r e v i s i b l e s d e l p r o c e s o c o m p a r a t i v o celta.-
ya n o s o n l o s h e c h o s i n s u l a r e s l o s q u e s o n c o n f i r m a d o s p o r l o s h e c h o s
galos, son los h e c h o s insulares, irlandeses ante t o d o , los que garantizan l a
v e r a c i d a d y la a u t e n t i c i d a d d e l o s h e c h o s c o n t i n e n t a l e s . E s t o s ú l t i m o s
a p o r t a n c o m o c o m p e n s a c i ó n el aval d e s u a n t i g ü e d a d .
E n efecto, n o constatamos, n o buscamos constatar una c o r r e s p o n ­
d e n c i a , c r o n o l ó g i c a m e n t e inviable, de I r l a n d a y la G a l i a , s e n c i l l a m e n t e
a f i r m a m o s u n a v e r d a d i r r e f u t a b l e , a saber, q u e el a r c a í s m o i r l a n d é s
m e d i e v a l h a p r e s e r v a d o el r e c u e r d o p r e c i s o d e e s t r u c t u r a s s o c i a l e s y r e l i ­
giosas, de c o n c e p c i o n e s y esquemas m í t i c o s , d e m e n t a l i d a d e s y sistemas
p o l í t i c o s a n t e r i o r e s a la I r l a n d a c r i s t i a n a . L a t r i p a r t i c i ó n g a l a d e l o s drui­
des, l o s equites y la plebs, así c o m o la e s t r u c t u r a i n t e r n a d e la clase s a c e r d o ­
tal, d e s c r i t a i n c o m p l e t a m e n t e p o r l o s g r i e g o s ( d r u i d a s , f i l ó s o f o s o t e ó ­
l o g o s , b a r d o s y a d i v i n o s ) , s o n c o r r o b o r a d a s p o r t o d a s las v a r i e d a d e s d e
t o d a s las e s p e c i a l i z a c i o n e s d e l o s d r u i d a s i r l a n d e s e s . E l a n á l i s i s d e u n
r e l a t o c o m o CathMaighe Tuireadh, o « L a B a t a l l a d e M a g T u r e d » , es f o r m a l
d e s d e este p u n t o d e vista. P o r c o n s i g u i e n t e , e l i n c o n v e n i e n t e d e l desfase
c r o n o l ó g i c o d e s a p a r e c e t a n t o m á s f á c i l m e n t e c u a n t o q u e e l e s t u d i o ya
n o se sitúa e n el á m b i t o d e la h i s t o r i a . L a h i s t o r i a d e l o s d r u i d a s n o p u d e
e s c r i b i r s e p o r q u e la d e s c o n o c e m o s , p e r o p r o p o n e m o s e n c a m b i o u n a
d e f i n i c i ó n r e l i g i o s a y s o c i a l d e l d r u i d a , q u e t i e n e t o d a s las p o s i b i l i d a d e s
d e s e r e x a c t a . E s t o , e n c i e r t o s e n t i d o , es m á s v a l i o s o q u e l o s r e t a z o s d e
h i s t o r i a y, a d e m á s , l o q u e e s t a m o s d e f i n i e n d o es, m á s allá d e la h i s t o r i a ,
u n a d e las b a s e s d e la p r e h i s t o r i a r e l i g i o s a celta e i n d o e u r o p e a .
A l d e f i n i r al d r u i d a , al m i s m o t i e m p o p i e d r a a n g u l a r d e l e d i f i c i o
s o c i a l y a r q u i t e c t o d e este e d i f i c i o , h e m o s d e f i n i d o t a m b i é n sus r e l a c i o ­
n e s c o n e l r e s t o d e la s o c i e d a d , p r i n c i p a l m e n t e el rey, p r o c e d e n t e d e la
clase g u e r r e r a , y e l g u e r r e r o , q u e n o p u e d e a u p a r s e al n i v e l d e l d r u i d a ,
p e r o c u y a f u n c i ó n p u e d e c u m p l i r el d r u i d a . E s el v i e j o c o n c e p t o , ya
a r c a i c o e n l o s v e d a s , m á s a r c a i c o a ú n e n l o s c e l t a s , d e la d i v i n i d a d d o b l e ,
M i t r a - V a r u n a , q u e c u b r e t o d o el t e r r e n o de la s o b e r a n í a , s a c e r d o t a l y
guerrera. L a s d o s d i v i n i d a d e s c o r r e s p o n d i e n t e s se d e n o m i n a n en
I r l a n d a D a g d a y O g m a : u n o es e l d i o s - d r u i d a y e l o t r o es e l d i o s - c a m ­
p e ó n , g u e r r e r o y m a g o . S u s v a r i a n t e s i n d i a s , r o m a n a s y g e r m á n i c a s ya
h a b í a n s i d o e x p l i c a d a s d e s d e el p r i n c i p i o p o r G . D u m é z i l , p e r o s i n
r e f e r i r s e a las p r u e b a s celtas c u y o h a l l a z g o a ú n n o se h a b í a p l a n t e a d o . E l
d r u i d a vive e n t e r a m e n t e e n el á m b i t o de l o s a g r a d o , n o p a s i v a m e n t e ,
c o m o u n a víctima aprisionada p o r ligaduras q u e n o p u e d e desatar, sino
a c t i v a m e n t e , c o m o p a r t i c i p a n t e o c r e a d o r . L o s a g r a d o es l o p r o p i o d e l
492 CONCLUSIÓN

d r u i d a q u e , p o r esta r a z ó n , n o p u e d e n i q u i e r e ser o c o n v e r t i r s e e n rey,

p u e s la r e a l e z a es u n a f u n c i ó n t e m p o r a l q u e s ó l o se sacraliza c o n s u c o n ­
t a c t o . S u ú n i c o « p e c a d o » p o s i b l e —del q u e s ó l o t e n e m o s u n e j e m p l o -
es u s u r p a r la f u n c i ó n r e a l .
P e r o s i n l a i n t e r m e d i a c i ó n d e l rey, l o s s e r v i c i o s m á s i m p o r t a n t e s d e
l o s d r u i d a s n o a l c a n z a n al r e s t o d e la s o c i e d a d . E l e n t e n d i m i e n t o a r m o ­
n i o s o y d u r a d e r o e n t r e e l d r u i d a y el r e y es i n d i s p e n s a b l e p a r a e l e q u i l i ­
b r i o s o c i a l , p o r q u e a t r a v é s d e e l l o s p a s a la c o m u n i c a c i ó n e n t r e l o
h u m a n o y l o d i v i n o . Y es p o r esta r a z ó n p o r l a q u e n i n g u n a s o c i e d a d
celta existe n i f u n c i o n a s i n d r u i d a n i rey. L a e l i m i n a c i ó n d e l o s reyes e n
la é p o c a d e C é s a r n o f u e s i n d u d a l a c a u s a m a t e r i a l y p r i m e r a d e la d e s ­
c o m p o s i c i ó n d e la G a l i a , p e r o f u e s u s í n t o m a i n i c i a l y d e t e r m i n a n t e .
P o r e l c o n t r a r i o , e n I r l a n d a , la T a r a d e l o s r e y e s f u e , hasta e l f i n a l d e la
alta E d a d m e d i a , u n s í m b o l o d e m a j e s t a d y d e g l o r i a .
O t r o p u n t o , q u e a f e c t a al f o n d o d e l e s t u d i o así c o m o al m é t o d o , es
n u e s t r a c o n c e p c i ó n g l o b a l d e l m u n d o c e l t a . C o n o c e m o s la f r a g m e n t a ­
c i ó n y la d i s p e r s i ó n d e l o s d a t o s , t a m b i é n l o e t é r e o s q u e s o n a l g u n o s d e
e l l o s , c o n la c i r c u n s t a n c i a a g r a v a n t e d e la i n m e n s i d a d e u r o p e a d e l d o m i ­
n i o celta a n t i g u o y e l c o n t r a s t e b r u t a l d e la e x i g u a i n s u l a r i d a d d e l o s c e l ­
tas m e d i e v a l e s . C i e r t a m e n t e , ya n o h a y n a d a e n c o m ú n e n t r e u n d r u i d a
h e d u o d e la é p o c a d e C é s a r y u n m o n j e i r l a n d é s q u e t r a n s c r i b e , d i e z o
d o c e siglos más tarde, u n texto gaélico, p s e u d o h i s t ó r i c o o m i t o l ó g i c o .
U n a c o n s i d e r a b l e d i s t a n c i a l i n g ü í s t i c a s e p a r a y a al file i r l a n d é s d e l b a r d o
gales. E l n a r r a d o r p o p u l a r b r e t ó n queda a ú n más lejos. Pero todos ellos,
a través d e l o s s i g l o s y l o s l u g a r e s , h a b l a r o n l e n g u a s e m p a r e n t a d a s , que
v e h i c u l a b a n palabras, ideas y c o n c e p c i o n e s tan cercanas c o m o llamativo
era s u p a r e n t e s c o . A b o r d a r u n a r i c a m o n o g r a f í a d e l d r u i d a i r l a n d é s , d e s ­
p u é s d e h a b e r c o n s t a t a d o la p o b r e z a d o c u m e n t a l d e l d r u i d a g a l o o la
p r á c t i c a i n e x i s t e n c i a d e f u e n t e s s e r i a s s o b r e el d r u i d a c i s a l p i n o o g á l a t a ,
e r a c o n d e n a r s e al f r a c a s o . H a y t e m a s q u e n o se p u e d e n d i v i d i r , p o r l o
q u e , l ó g i c a m e n t e , h e m o s a f i r m a d o la r e a l i d a d d e la u n i d a d fundamental
d e l o s c e l t a s , n o la d e u n c e n t r a l i s m o p o l í t i c o o a d m i n i s t r a t i v o , n o u n a
u n i d a d l i n g ü í s t i c a a b s o l u t a d e l T a j o al D a n u b i o y d e E s c o c i a a l a G a l i a
c i s a l p i n a , s i n o u n a u n i d a d t r a d i c i o n a l y r e l i g i o s a p r o f u n d a . P u e s , al
p o s e e r esta u n i d a d , c o m p a r a b l e p o r a p r o x i m a c i ó n a la d e la c r i s t i a n d a d
m e d i e v a l , c i m e n t a d a p o r la fe y la m i s m a l e n g u a l i t ú r g i c a y d e c u l t u r a , l o s
celtas p r e s c i n d í a n s i n p r o b l e m a s d e u n a u n i d a d p o l í t i c a , s i n la c u a l n o s o ­
t r o s ya n o l o g r a m o s c o n c e b i r l a e x i s t e n c i a d e u n E s t a d o o u n a n a c i ó n .
P o r l o d e m á s , la l e n g u a h a b l a d a a a m b o s l a d o s d e l c a n a l d e la M a n c h a , e n
 CONCLUSIÓN
493

E s p a ñ a y e n la Italia d e l n o r t e , e n C a r i n t i a y e n G a l a c i a , e r a o s t e n s i b l e -
m e n t e la m i s m a — c o m o p r u e b a n l o s t o p ó n i m o s y l o s a n t r o p ó n i m o s — y
p e r m i t í a r e l a c i o n e s c o n s t a n t e s y activas. M i e n t r a s q u e R o m a p r i v i l e g i ó e l
p o d e r p o l í t i c o y m i l i t a r , l o s celtas r e s p e t a r o n la p r i m a c í a d e la a u t o r i d a d
e s p i r i t u a l y l o r e l i g i o s o , q u e , c o n el d r u i d a , p r e v a l e c i ó s o b r e l o t e m p o -
r a l , r e p r e s e n t a d o p o r el rey, u n a d i f e r e n c i a d e c o n c e p c i ó n q u e e n t r a ñ ó
u n a d i f e r e n c i a d e o r g a n i z a c i ó n : las c i u d a d e s g a l a s o las « p r o v i n c i a s »
i r l a n d e s a s e r a n i n c a p a c e s d e c o m p r e n d e r a la Urbs q u e i m p o n í a a E u r o p a
y al m u n d o s u m o d o d e g o b i e r n o m u n i c i p a l . N o p o s e í a n la n o c i ó n
r o m a n a d e imperium y n o h a y n i n g u n a p a l a b r a celta n a t i v a , n i s i q u i e r a e n
la E d a d M e d i a , q u e f u e s e v e r d a d e r a m e n t e s u s c e p t i b l e d e e x p r e s a r l a .
I g u a l m e n t e , l o s i r l a n d e s e s m e d i e v a l e s , q u e c o n s i d e r a n su isla c o n u n
a f e c t o f i l i a l , n o t i e n e n n i n g u n a i d e a d e la n o c i ó n d e « p a t r i a » .
L o s d r u i d a s celtas n o p o d í a n s u b s i s t i r e n la c o n c e p c i ó n r o m a n a d e l
E s t a d o q u e se p r o p a g ó —o se i m p u s o — a f a v o r d e la pax romana y, m á s a ú n ,
g r a c i a s a la m a r c h a d e las l e g i o n e s p o r t o d a E u r o p a , la m e d i t e r r á n e a , la
c e n t r a l y la o c c i d e n t a l . Y t o d a v í a p o d í a n c o m p r e n d e r l a m e n o s , p u e s t o
q u e l a r o m a n i z a c i ó n se t e r m i n ó c o n y p o r l a c r i s t i a n i z a c i ó n . Y al i g u a l
q u e l o s d r u i d a s q u e la t r a n s m i t í a n , la t r a d i c i ó n celta, q u e p r o h i b í a el
e m p l e o r e l i g i o s o o d i d á c t i c o d e la e s c r i t u r a , n o p o d í a s u b s i s t i r e n l a
c o n c e p c i ó n c r i s t i a n a q u e p r e c i s a m e n t e h a c e de la B i b l i a el L i b r o de
V i d a . P e r o I r l a n d a , el ú n i c o país de E u r o p a o c c i d e n t a l e n este c a s o ,
n u n c a f u e o c u p a d a p o r las l e g i o n e s r o m a n a s y s u c r i s t i a n i z a c i ó n f u e
o b r a de u n solo h o m b r e , u n a especie de santo h e r o i c o o m í t i c o , el g r a n
san Patricio.
D e u n a m a n e r a r e m o t a y p a r a d ó j i c a , s o n estas c i r c u n s t a n c i a s o p e r i -
p e c i a s d e la h i s t o r i a las q u e h a n p u e s t o las b a s e s d e n u e s t r o s e s t u d i o s : al
n o e s t a r r o m a n i z a d a , I r l a n d a a d a p t ó p o c o a p o c o al c r i s t i a n i s m o u n a s
estructuras políticas y sociales q u e le e r a n a n t i n ó m i c a s o c o n t r a r i a s .
C u a n d o se l e e la i n t r o d u c c i ó n d e l SenchusMor, se c o m p r e n d e q u e la c o n -
c i l i a c i ó n d e las o p o s i c i o n e s y las c o n t r a d i c c i o n e s m á s f o r m a l e s n u n c a f u e
u n a i m p o s i b i l i d a d p a r a l o s sutiles y m i n u c i o s o s d o c t o r e s i r l a n d e s e s . Y es
q u e l o s h a g i ó g r a f o s i r l a n d e s e s n o t i e n e n m á r t i r e s , q u e es el m a y o r p e l i -
g r o p a r a u n h a g i ó g r a f o : la clase s a c e r d o t a l se c o n v i r t i ó a r r a s t r a n d o a l o s
reyes y a los n o b l e s , y l u e g o f u n d i ó c o n el c r i s t i a n i s m o su saber i n i c i á -
t i c o , c o n f i a n d o a u n o s c u a n t o s l e t r a d o s la t a r e a d e t r a n s m i t i r a la p o s t e -
r i d a d t o d o l o q u e p o d í a salvarse, d e s d e n u e s t r o p u n t o d e vista, l o e s e n -
cial. L o s filid pusieron por escrito lo que sabían —expurgando
ú n i c a m e n t e l o q u e e s t i m a b a n c o n t r a r i o al e s p í r i t u d e l E v a n g e l i o — y l a
494 CONCLUSIÓN

v e r d a d es q u e l e d e b e m o s a la c r i s t i a n i z a c i ó n el c o n o c i m i e n t o d e la t r a -
d i c i ó n p r e c r i s t r i a n a , la c u a l n o se p r e s e n t a o e n t i e n d e c o n esta d e n o m i -
n a c i ó n , s i n o b a j o la e t i q u e t a d e l o s r e l a t o s f a b u l o s o s y d e los figmentapoé-
tica, d e las « f i c c i o n e s p o é t i c a s » d e l a h i s t o r i a d e I r l a n d a . N o es c u l p a
n u e s t r a si l o s d r u i d a s y l o s d i o s e s d e e s t o s r e l a t o s r e c i b e n las m i s m a s
definiciones clasificatorias y funcionales que los druidas y los dioses
galos descritos p o r C é s a r .
Hay n u m e r o s o s druidas facticios o falsamente paganizados en los
h a g i ó g r a f o s , p e r o n o s i n t e r e s a n i g u a l m e n t e p o r q u e la m a n e r a e n la q u e
los s a n t o s l e g e n d a r i o s l o s c o m b a t e n y v e n c e n es m á s c o n f o r m e a las c o s -
t u m b r e s celtas q u e a las p a r á b o l a s d e l E v a n g e l i o . L o s t e x t o s m i t o l ó g i c o s
o é p i c o s s o n m u c h o m á s s i n c e r o s y las f a m o s a s « i n t e r p o l a c i o n e s c r i s t i a -
n a s » son, c u a n d o existen, reflexiones o glosas de transcriptores. Estos
ú l t i m o s n o e n t e n d í a n s i e m p r e a la p e r f e c c i ó n l o q u e c o p i a b a n , m á s b i e n
e s t a b a n l e j o s d e e l l o . S i n e m b a r g o , n u n c a a l t e r a r o n t o t a l m e n t e el c o n -
t e n i d o o la f o r m a d e las l e y e n d a s . N o es t a n t o e l c r i s t i a n i s m o c o m o la
i n c o m p r e n s i ó n d e l o s e r u d i t o s m o d e r n o s l o q u e está e n t e l a d e j u i c i o .
H a y q u e v e r a l o s d r u i d a s y a sus h e r e d e r o s m e d i e v a l e s , l o s filid i r l a n -
deses, c o m o l o q u e f u e r o n , n o s o ñ a d o r e s r o m á n t i c o s c o n u n a i m a g i n a -
ción desbocada, sino eruditos curiosos y precisos, historiadores exigen-
tes y c o n u n a vasta m e m o r i a , d o c t o r e s y j u r i s t a s i n t e l i g e n t e s (es r a r o q u e
u n texto n o c o n t e n g a e l e m e n t o s explicables m e d i a n t e u n a cláusula legis-
l a t i v a ) , p o e t a s q u e t e n í a n el s e n t i d o i n n a t o d e la g r a n d e z a h e r o i c a .
Para n o s o t r o s la d i f i c u l t a d r e s i d e e n q u e s u h i s t o r i a —las a n t i g ü e d a d e s
d e Irlanda— e r a d e m a s i a d o d i f e r e n t e d e l a n u e s t r a . E n t o d a l a h i s t o r i a
o f i c i a l i r l a n d e s a , ya sea la d e K e a t i n g e n el s i g l o XVII o la m á s seca d e l o s
Anales, y e n t o d a la m i t o l o g í a i r l a n d e s a ( i n s e p a r a b l e d e l a h i s t o r i a ) s u b -
y a c e la l e y e n d a e t i o l ó g i c a d e l Libro de las conquistas, q u e explica la « t o m a »
d e la isla p o r p o s e s o r e s s u c e s i v o s y m í t i c o s . Esta l e y e n d a p r e t e n d e a d e -
m á s l o g r a r la c o n f i r m a c i ó n d e la V u l g a t a : I r l a n d a es la T i e r r a P r o m e t i d a
d e l o s g o i d e l o s c o m o P a l e s t i n a es l a d e l o s h e b r e o s , la « l e y n a t u r a l »
a n t e r i o r a san P a t r i c i o es a s i m i l a d a o e q u i v a l e n t e al A n t i g u o T e s t a m e n t o
y la « l e y d e la l e t r a » e n m e n d a d a p o r s a n P a t r i c i o es a s i m i l a d a o e q u i v a -
l e n t e al N u e v o t e s t a m e n t o . C u a n d o n o se e n t i e n d e la i n t e r p r e t a c i ó n q u e
los i r l a n d e s e s m e d i e v a l e s p r o p o n e n d e sus p r o p i o s o r í g e n e s ( o r i e n t a l e s ,
g r i e g o s o e g i p c i o s , h a c i é n d o l o s c o r r e s p o n d e r d e s p u é s de la c o n v e r s i ó n
c o n las n u e v a s l o c a l i z a c i o n e s d e l o s a g r a d o ) y la c o n s i d e r a b l e i m p o r t a n -
cia d e l o s a s p e c t o s j u r í d i c o s e n t o d o s l o s r e l a t o s , m á s v a l e n o d e c i r n a d a
d e la I r l a n d a a n t i g u a .
 CONCLUSIÓN
495

La literatura irlandesa t a m b i é n presenta u n o s rasgos n í t i d a m e n t e

d i b u j a d o s : q u i e n e s l a t r a n s c r i b i e r o n o r e d a c t a r o n n o se e s c o n d e n ; se
n o m b r a n a m e n u d o y es f r e c u e n t e q u e c o n o z c a m o s e l m o m e n t o o u n a
c i r c u n s t a n c i a d e s u e x i s t e n c i a . P e r o s i e m p r e se trata d e u n file o u n p e r s o -
n a j e o f i c i a l ; y s i e m p r e t a m b i é n el t e x t o , e n p r o s a o e n v e r s o , es u n r e l a t o
d e s t i n a d o a la d i c c i ó n . H a s t a e n la t r a n s c r i p c i ó n t a r d í a , la t r a d i c i ó n celta,
incluso m u e r t a , conserva su marca intrínseca e i r r e m p l a z a b l e de o r a l i -
dad, e r u d i t a e i m p e r s o n a l a la vez. N i n g ú n a u t o r irlandés ha escrito u n a
n o v e l a o u n c u e n t o i n é d i t o ; n i n g u n o se d e j ó l l e v a r p o r u n a fantasía i n d i -
vidual aparte de los p o e m a s líricos ( p o c o n u m e r o s o s ) , cantos de a m o r , de
d u e l o o d e n o s t a l g i a . N a d i e se o l v i d ó o a r r i e s g ó a salir d e l g é n e r o o b l i g a -
t o r i o d e l o s scéla. T o d o e s t o estaba d e s t i n a d o a la i n s t r u c c i ó n o al d i v e r t i -
m i e n t o d e la clase g u e r r e r a , r e s p e t u o s a c o n la clase s a c e r d o t a l , y d e e l l o
d e b e m o s a c o r d a r n o s s i e m p r e q u e b e b a m o s d e esta f u e n t e i n a g o t a b l e .
No hay n i n g ú n texto doctrinal, n i n g u n a d e s c r i p c i ó n ritual explícita,
n i n g ú n c o m e n t a r i o r e l i g i o s o . P e s e a q u e , e n e f e c t o , la c r i s t i a n i z a c i ó n
fijó y salvó e l f o n d o m i t o l ó g i c o a través d e la e s c r i t u r a , t a m b i é n p r e s e n t a
el i n c o n v e n i e n t e d e q u e I r l a n d a n o s c e d e la t a r e a d e h a l l a r la d o c t r i n a
correcta de todo lo que dejó dicho, confusa o claramente, implícita o
e x p l í c i t a m e n t e . N o n o s e q u i v o c a r e m o s si e l m é t o d o q u e u t i l i z a m o s es
b u e n o . Y h e m o s d e d i c a d o l a m a y o r p a r t e d e n u e s t r o s e s f u e r z o s a las
r e f l e x i o n e s y a las i n d u c c i o n e s q u e se d e s p r e n d e n d e esta n e c e s i d a d .
E l l e c t o r c o m p r e n d e r á p u e s q u e , al estar e l m é t o d o l a r g a m e n t e d e f i -
n i d o y v e r i f i c a d o e n su f u n c i o n a m i e n t o y eficacia, n u e s t r o análisis n o
p o d í a descuidar nada, n i siquiera los i n n u m e r a b l e s detalles (de los que
sólo h e m o s citado u n a p e q u e ñ a parte), pintorescos o fastidiosos, ni
t a m p o c o las t é c n i c a s r i t u a l e s y m á g i c a s . L a m a g i a o c u p a e n t o d o e l l o e l
l u g a r v i s i b l e m á s g r a n d e , e n d e t r i m e n t o d e l r i t u a l y la l i t u r g i a d e l o s q u e
d e t o d o s m o d o s y a t e n e m o s f r a g m e n t o s i n t e r e s a n t e s . A p a r t i r d e ese
m o m e n t o y a t e n e m o s i d e a s claras e n p a r t i c u l a r s o b r e l o s d i f e r e n t e s t i p o s
d e s a c r i f i c i o s y p o r f i n t e n e m o s la e x p l i c a c i ó n —muy s e n c i l l a — d e la
a u s e n c i a d e d r u i d a s a c r i f i c a d o r e n l o s n o m b r e s d e las e s p e c i a l i z a c i o n e s
i r l a n d e s a s , ( t o d o d r u i d a , sea c u a l sea, t i e n e d e r e c h o al s a c r i f i c i o p o r e l
s i m p l e h e c h o de ser d r u i d a ) . P e r o I r l a n d a n o escatima n i n g ú n detalle
—la p r o p i a G a l i a o f r e c e u n o s cuantos— a c e r c a d e las t é c n i c a s d e la a d i v i -
n a c i ó n , d e la a l a b a n z a y s o b r e t o d o d e la sátira, m e c a n i s m o s a v e n t a j a d o s
d e las r e l a c i o n e s e n t r e el d r u i d a y e l r e y .
N o l o s a b e m o s t o d o , p e r o a h o r a c o n o c e m o s las p r i n c i p a l e s e v i d e n -
c i a s . P u e s , si r e s u l t a m o l e s t o n o s a b e r l o t o d o , s e r í a a ú n m á s g r a v e n o
496 CONCLUSIÓN

c o m p r e n d e r n a d a . L a a l a b a n z a y la sátira e s t á n a la a l t u r a d e la f u e r z a d e
la p a l a b r a d e l d r u i d a . Esta p a l a b r a es s a g r a d a h a s t a e l p u n t o d e m a t a r , si
el d r u i d a así l o q u i e r e , a i m a g e n d e c i e r t a s a g u a s l ú s t r a l e s o catárticas q u e
q u e m a n m o r t a l m e n t e p o r s u p u r e z a . L a geis, p r o h i b i c i ó n o i n t e r d i c t o ,
i m p l i c a u n a i m p o s i c i ó n t a n r i g u r o s a q u e n a d i e la c o n t r a v i e n e , ya sea rey
o h é r o e , y la c o n t r a d i c c i ó n d e d o s g e a s a t i e n e casi s i e m p r e c o n s e c u e n c i a s
t r á g i c a s . N a d a m á s q u e e l d r u i d a t i e n e el p o d e r d e l i g a r y d e s l i g a r a t r a -
vés d e s u m a g i a . L o s e l e m e n t o s : e l a g u a , e l a i r e , e l f u e g o y la t i e r r a e s t á n
a su d i s p o s i c i ó n y le o b e d e c e n . Es e x p e r t o e n m e d i c i n a y b o t á n i c a , e n
cirugía, en historia, e n poesía, en música, e n arquitectura, e n d i p l o m a -
c i a . . . E l p a s a d o l e p e r t e n e c e y p r e d i c e e l p o r v e n i r ; es q u i e n e n s e ñ a y
q u i e n j u z g a ; es s o b r e t o d o e l m a e s t r o d e s a c r i f i c i o s ; c u a n d o l a v e ú t i l ,
h a c e la g u e r r a , s e g u r o d e l c o n s e n t i m i e n t o y el a p o y o de l o s d i o s e s .
¿ Q u i é n sería l o bastante p r e s u n t u o s o para sustraerse a su vigilancia u
o p o n e r s e a su v o l u n t a d ? Y hay « t é c n i c a s » o rituales d r u í d i c o s que n o
resultan superfluos c u a n d o p o d e m o s acceder a ellos, c o m o los que m a r -
c a n el p r i n c i p i o d e l Festín del Toro e n e l m o m e n t o d e la e l e c c i ó n r e a l .
Más i n t e r e s a n t e s y m u c h o m á s i m p o r t a n t e s s o n s i n e m b a r g o las
e x p o s i c i o n e s d o c t r i n a l e s e x t r a í d a s d e l e s t u d i o d e las fiestas c a l e n d a r í a s y
d e l o s r e l a t o s r e l a t i v o s al O t r o M u n d o . S e r e f i e r e n p r i n c i p a l m e n t e a:
— l o s r i e s g o s y l o s p e l i g r o s d e la e s c r i t u r a ,
— la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a ,
— la c o n c e p c i ó n d e l t i e m p o y d e l O t r o M u n d o ,
— l o s o r í g e n e s d e l o s celtas y d e l d r u i d i s m o .
S o b r e la e s c r i t u r a , ya casi n o h a c e falta i n s i s t i r d e s p u é s d e t o d o l o q u e
h e m o s d i c h o , a pesar y e n contra del e r r o r racionalizante de César, que
ve e n e l a p r e n d i z a j e o r a l u n m e d i o d e e j e r c e r l a m e m o r i a . V e h í c u l o e
i n s t r u m e n t o d e u n a m a g i a q u e s i g u e s i e n d o e f i c a z m i e n t r a s s u b s i s t e la
l e t r a g r a b a d a e n la m a d e r a o la p i e d r a , la e s c r i t u r a es u n a r m a t e m i b l e e n
p o d e r de q u i e n sabe m a n e j a r l a . Y esto lo s a b e n los d r u i d a s m e j o r q u e
n a d i e . P e r o n u n c a v a n m á s allá de sus n e c e s i d a d e s y, p o r e l l o , n u n c a
h a c e n d e la e s c r i t u r a e l m e d i o o e l f i n d e sus e n s e ñ a n z a s .
A esta p a r t i c u l a r i d a d d e la d o c t r i n a l e d e b e m o s n u e s t r a i g n o r a n c i a d e
la l e n g u a g a l a , a s í c o m o d e c u a l q u i e r l e n g u a c e l t a a n t e r i o r al c r i s t i a -
n i s m o , y n o cabe esperanza alguna de q u e algún día estemos e n c o n d i -
c i o n e s d e s u p e r a r a d e c u a d a m e n t e tal i g n o r a n c i a . L o s d o c u m e n t o s e p i -
g r á f i c o s c e l t a s s o n s i e m p r e m u y c o r t o s y c a s i s i e m p r e f u n e r a r i o s , y a se
t r a t e d e las i n s c r i p c i o n e s o g á m i c a s d e l s i g l o V I e n I r l a n d a , o b i e n , c o n
a n t e r i o r i d a d , d e las i n s c r i p c i o n e s galas d e l m e d i o d í a f r a n c é s y d e l N o r t e
 CONCLUSIÓN
497

d e Italia. C o n t i e n e n c o m ú n m e n t e el n o m b r e d e l d i f u n t o , el d e su
padre, más raramente u n título o una localización, excepcionalmente
u n v e r b o . C u a n d o p o r c a s u a l i d a d las i n s c r i p c i o n e s galas s o n m á s l a r g a s ,
n o s cuesta u n trabajo i n f i n i t o traducirlas, y sólo h i p o t é t i c a m e n t e , p o r -
q u e ú n i c a m e n t e c o n o c e m o s d e la l e n g u a r e t a z o s i n s i g n i f i c a n t e s , i m p o -
sibles de o r g a n i z a r e n sistemas léxicos o sintácticos. L a i n s c r i p c i ó n de
B a n a s s a c , q u e se p u e d e l e e r e n u n a c o p a d e l i b a c i ó n y se t r a d u c e c o m p a -
r á n d o l a c o n l e n g u a s n e o c e l t a s , es b i e n p r o f a n a : nessamon delgu linda, «con-
t e n g o la b e b i d a ( ¿ c e r v e z a ? ) d e l s i g u i e n t e » . N o t e n e m o s i n s c r i p c i o n e s
r e l i g i o s a s : las defixiones d e la G a l i a , p a r a m e j o r p r o v e e r , e s t á n t o d a s e n
l a t í n ( l e n g u a i g n o r a d a p o r la m a y o r í a d e l o s g a l o s , t o d a v í a e n el s i g l o II
d e n u e s t r a e r a ) y l a p r i m i t i v a l i t e r a t u r a g a l a está d e s g r a c i a d a m e n t e e n
l a t í n p o r q u e n o p o d í a m a t e r i a l m e n t e estar e n l e n g u a g a l a . L o s g r a f i t o s
d e L a G r a u f e s e n q u e —que n o s o f r e c e n l o s a d j e t i v o s n u m e r a l e s o r d i n a l e s
d e l u n o al diez— s o n c u e n t a s d e a l f a r e r o s s i n m á s . L a s r a r í s i m a s i n s c r i p -
c i o n e s c o n t i n e n t a l e s q u e a l c a n z a n o s u p e r a n las t r e s l í n e a s — p e n s a m o s
p o r e j e m p l o e n la d e B o t o r r i t a , e n t i e r r a s celtíberas— p u e d e q u e s e a n u n
día descifradas y t r a d u c i d a s d e f i n i t i v a m e n t e , p e r o su c o n t e n i d o f i l o l ó -
g i c o será a ú n d u r a n t e m u c h o t i e m p o i n c i e r t o y su s i g n i f i c a c i ó n d e c e p -
c i o n a n t e , ajena a t o d o c o n c e p t o intelectual. El ritual d r u í d i c o escrito,
e n la G a l i a al i g u a l q u e e n o t r a s p a r t e s , n o es m á s q u e p r o d u c t o d e la
i m a g i n a c i ó n y la a u t o s u g e s t i ó n . E l caso m á s t í p i c o es e l d e la i n s c r i p c i ó n
( ¡ u n a defixiol) sobre u n a tablilla de p l o m o de R o m , e n D e u x - S é v r e s :
h a c i a 1 9 5 8 , u n f i l ó l o g o i d e n t i f i c ó , e n la v e i n t e n a de l í n e a s r e p a r t i d a s
e n t r e la c a r a y el r e v e r s o , t o d o u n v o c a b u l a r i o d e l g a l o , i n c l u i d a s f o r m a s
v e r b a l e s d e l s u b j u n t i v o y d e l o p t a t i v o . P o r f i n t e n í a m o s l o e s e n c i a l d e la
c o n j u g a c i ó n y d e la f l e x i ó n n o m i n a l . P e r o , r e a l i z a d a l a l e c t u r a p o r u n
e s p e c i a l i s t a d e la c u r s i v a , r e s u l t ó q u e t o d a la i n s c r i p c i ó n estaba e n l a t í n :
las f o r m a s g a l a s s ó l o e r a n o b r a d e i l u s i o n e s e n g e n d r a d a s p o r l e c t u r a s
i n a d e c u a d a s . S ó l o l o s a n t r o p ó n i m o s s o n c e l t a s . E n las d o s m i l l í n e a s y
las c e r c a d e d o s c i e n t a s p a l a b r a s d e l c a l e n d a r i o d e C o l i g n y , h e m o s s i d o
capaces de descifrar los n o m b r e s de los meses, sin estar e n c o n d i c i o n e s
d e e x p l i c a r l o s t o d o s . A d e m á s , se n o s e s c a p a u n t r o p e l d e a b r e v i a t u r a s y
n o e n t e n d e m o s n i n g u n a d e las p o c a s frases q u e h a n subsistido s i n r e c u r r i r
a r e c o n s t i t u c i o n e s y a h i p ó t e s i s i n c i e r t a s . T e n e m o s q u e h a c e r n o s a la
i d e a , p o r p e n o s a q u e sea, d e q u e el g a l o , l e n g u a sagrada, d e s a p a r e c i ó
c o n q u i e n e s la h a b l a b a n y c o n l o s d r u i d a s q u e la e n s e ñ a b a n . L a e s c r i t u r a
e r a p a r a e l l o s u n m e d i o d e f i j a c i ó n y p o r t a n t o d e m u e r t e , a l g o i n e r t e , al
c o n t r a r i o q u e l a l e y d e v i d a q u e es l a e v o l u c i ó n , y n o t e n í a n ningún
498 CONCLUSIÓN

motivo para legarnos u n cadáver. L o s lingüistas de nuestro t i e m p o tie-

n e n el fútil c o n s u e l o d e la f o n o l o g í a (a p a r t i r d e t o p ó n i m o s , a n t r o p ó n i -
m o s y , e v e n t u a l m e n t e , sus r e s u l t a d o s m o d e r n o s , e n f r a n c é s p r i n c i p a l -
mente) y una escasa p a r t e d e l v o c a b u l a r i o . A l g ú n día p u e d e que
c o n o z c a n e l e m e n t o s d e g r a m á t i c a , p e r o n u n c a a c c e d e r á n al s i s t e m a v e r -
b a l d e l g a l o c o m o a c c e d e n al d e l l a t í n d e C i c e r ó n . E n c u a n t o a I r l a n d a ,
s a b e m o s p o r q u é a l l í se e s c r i b í a . S i n e m b a r g o , e l i r l a n d é s a n t i g u o y
m e d i o , l e n g u a e r u d i t a —pero n o l e n g u a s a g r a d a n i t a m p o c o l e n g u a
l i t ú r g i c a c o m p a r a b l e al l a t í n y al g r i e g o — y a s ó l o n o s s u m i n i s t r a u n a t r a -
d i c i ó n m u e r t a q u e d e b e m o s e s t u d i a r e n e l e s t a d o q u e es e l s u y o . Y n o
t e n e m o s q u e o l v i d a r n u n c a q u e e l i r l a n d é s , a p e s a r d e s u a r c a í s m o , es
u n a l e n g u a n e o c e l t a : n o c o n o c e m o s n i n g u n a l e n g u a celta c o n t e m p o r á -
n e a al l a t í n c l á s i c o .
E l e s t u d i o d e la c o n c e p c i ó n d e la i n m o r t a l i d a d d e l a l m a n o s p e r m i -
t i ó , p o r p a r t e s , a c l a r a r las i d e a s m o d e r n a s a c e r c a d e las c r e e n c i a s d e l o s
c e l t a s . L o i m p o r t a n t e e r a s o b r e t o d o d e m o s t r a r —lo q u e se l o g r ó — q u e la
t r a n s m i g r a c i ó n d e las a l m a s y la r e e n c a r n a c i ó n n o e x i s t í a n , m á s b i e n
f u e r o n c o n f u n d i d a s p o r t o r p e s exégetas c o n la t e o r í a metafísica de los
e s t a d o s m ú l t i p l e s d e l s e r . A s i m i s m o , la m e t e m p s i c o s i s r e s u l t a e x c e p c i o -
n a l , r e s e r v a d a a u n o o d o s p e r s o n a j e s q u e s u p e r a n la c o n d i c i ó n h u m a n a
y e s t á n d e s t i n a d o s , c o m o T u a n m a c C a i r i l l o F i n t a n , a la t r a n s m i s i ó n d e
la c i e n c i a s a g r a d a . T o d o l o d e m á s es i l u s i ó n , falsa i n t e r p r e t a c i ó n o m a l a
literatura.
L a c o n c e p c i ó n d e l t i e m p o n o s es a s e q u i b l e a t r a v é s d e la p r i n c i p a l
fiesta c a l e n d a r í a , Samain, e l p r i m e r o d e n o v i e m b r e , c u y o n o m b r e se
v u e l v e a e n c o n t r a r b a j o la f o r m a m á s a n t i g u a d e Samonios e n el c a l e n d a r i o
d e C o l i g n y . F i n a l y c o m i e n z o d e l a ñ o , q u e n o p e r t e n e c e n i al q u e se
a c a b a n i al q u e e m p i e z a , f i n d e l a e s t a c i ó n c l a r a e i n i c i o d e l a e s t a c i ó n
o s c u r a , Samain está f u e r a d e l t i e m p o . E s l a r a z ó n p o r la q u e esta f i e s t a ,
caracterizada p o r festines, asambleas y c e r e m o n i a s religiosas o b l i g a t o -
r i a s , es el p u n t o d e e n c u e n t r o e n e l t i e m p o y e n e l e s p a c i o d e l o s h o m -
b r e s y d e las c r i a t u r a s f a n t á s t i c a s d e l o t r o M u n d o . P e r o e l t i e m p o
h u m a n o es f i n i t o , m e d i b l e y m e d i d o , m i e n t r a s q u e e l d e l O t r o M u n d o
es el p r e s e n t e i n m u t a b l e d e la e t e r n i d a d . Esta o p o s i c i ó n d e l o f i n i t o y l o
i n f i n i t o p e r t e n e c e a t o d a s las r e l i g i o n e s y a t o d a s las m e t a f í s i c a s , p e r o
I r l a n d a —y m u y p r o b a b l e m e n t e l a G a l i a a n t e s q u e ella— a ñ a d i ó l a n o t a
o r i g i n a l de la a p r o x i m a c i ó n de l o i n f i n i t o m e d i a n t e la p r o l o n g a c i ó n
indefinida del t i e m p o finito. L o s héroes o los elegidos que acuden, p o r
u n a r a z ó n u o t r a , al O t r o M u n d o c r e e n q u e se q u e d a n a l l í u n o s d í a s y
 CONCLUSIÓN
499

v u e l v e n al c a b o d e u n a s h o r a s o , a la i n v e r s a y m u c h o m á s h a b i t u a l , c r e e n
q u e h a n p a s a d o allí u n a ñ o o u n o s meses y su ausencia ha d u r a d o varios
s i g l o s . A p a r t i r d e e s e m o m e n t o el r e g r e s o al t i e m p o h u m a n o l e s está
p r o h i b i d o bajo p e n a de locura, de decrepitud y de m u e r t e . L o s druidas
n o s o n o r i g i n a r i o s del o t r o M u n d o (el cual n o tiene d r u i d a s p o r q u e
t o d o a l l í es p e r f e c t o ) , p e r o s o n e l l o s q u i e n e s a d m i n i s t r a n , controlan,
p e r m i t e n o p r o h i b e n las r e l a c i o n e s d e l o s h o m b r e s c o n l o s h a b i t a n t e s
del O t r o M u n d o , dioses o seres s o b r e n a t u r a l e s , hadas o m u c h a c h a s de
u n a b e l l e z a e x t r a o r d i n a r i a . L a fiesta d e Samain es e l ú n i c o m o m e n t o d e l
c a l e n d a r i o e n el q u e la H u m a n i d a d escapa a las c o n t i n g e n c i a s d e l t i e m p o
y d e l e s p a c i o , y e x i s t e n a c o n t e c i m i e n t o s m í t i c o s q u e se d e s a r r o l l a n s i n
r u p t u r a d e u n Samain a o t r o . A v e c e s es s ó l o la n a r r a c i ó n f r a g m e n t a d a d e
u n r e l a t o l o q u e p r o v o c a la i l u s i ó n d e c o r t e s e n el t i e m p o m í t i c o .
La o r i e n t a c i ó n celta, que c o n c u e r d a c o n los datos del c a l e n d a r i o ,
sitúa el O t r o M u n d o al n o r t e y al o e s t e , e n m u l t i t u d d e islas m á s allá d e l
o c é a n o . E l sid es p u e s u n p a r a í s o d e e t e r n a j u v e n t u d c u y o s h a b i t a n t e s l l e -
v a n u n a v i d a d e f e l i c i d a d p e r f e c t a . E s t e p a r a í s o n o es c r i s t i a n o , p e r o ,
e x c e p t u a n d o las m u j e r e s , s i r v i ó d e p r e t e x t o d u r a n t e t o d a la E d a d M e d i a
p a r a l o s immrama o navegaciones de los m o n j e s irlandeses en busca de
a v e n t u r a s y p e n i t e n c i a s . N o h a y n i i n f i e r n o n i p u r g a t o r i o y se d i r í a q u e ,
e n la c o n c e p c i ó n c e l t a , la m u e r t e , al l i b e r a r d e la r e s t r i c c i ó n d e l t i e m p o
y d e l e s p a c i o , al c o n d u c i r a t o d o s l o s h u m a n o s a la m i s m a a u s e n c i a d e
c u l p a y e n f e r m e d a d , les h a o t o r g a d o e n la m á s estricta i g u a l d a d la m i s m a
i n t e l i g e n c i a y la m i s m a p e r f e c c i ó n m o r a l . P u e s el O t r o M u n d o , l o s a b e -
m o s b i e n , c o r r i g e t o d a s las t r a n s g r e s i o n e s h u m a n a s . Y la m u e r t e n o es
u n castigo o u n trance d o l o r o s o sino u n a transición, u n c a m b i o de
e s t a d o e n e l t r a n s c u r s o d e u n a l a r g a v i d a . N o s u n i m o s d e este m o d o a
u n a célebre d e f i n i c i ó n de L u c a n o e n su Farsalia.
O t r a c o n c o r d a n c i a d e c i s i v a d e la c o n c e p c i ó n y l a l o c a l i z a c i ó n c e l t a s
d e l O t r o M u n d o es el d e l o r i g e n n ó r d i c o d e l o s d r u i d a s y d e s u d o c -
trina. L o s dioses de Irlanda evemerizados o Tuatha D é D a n a n n v i e n e n
d e las islas d e l n o r t e d e l m u n d o y l o s d r u i d a s d e la G a l i a v a n a B r i t a n i a a
p e r f e c c i o n a r s u i n s t r u c c i ó n . E s e v i d e n t e q u e este o r i g e n i n s u l a r n o p r e -
s e n t a p r u e b a s h i s t ó r i c a s f u n d a d a s : es m í t i c o . P e r o , a ñ a d i d o a las p r u e b a s
d e l a c r í t i c a t e x t u a l , la c o n s t a t a c i ó n , q u e n o t i e n e n a d a d e i n e s p e r a d a , d e
esta a u s e n c i a d e h i s t o r i a n o s o b l i g a t a m b i é n a r e c h a z a r el o r i g e n h i s t ó r i c o
d e las diversas « r a z a s » q u e p o b l a r o n I r l a n d a e n t r e e l D i l u v i o y la l l e g a d a
d e l o s g o i d e l o s . L a s c i n c o « o c u p a c i o n e s » o « c o n q u i s t a s » d e la isla s o n
la c o n t r a p a r t i d a c e l t a d e la t e o r í a h e s i ó d i c a d e las c u a t r o e d a d e s d e l a
 CONCLUSIÓN
5°o

H u m a n i d a d : edades de o r o , plata, b r o n c e y h i e r r o . I g u a l m e n t e q u e d a n
r e d u c i d a s a l a n a d a t o d a s las h i p ó t e s i s , l a b o r i o s a m e n t e preparadas,
a c e r c a d e la a n t e r i o r i d a d d e u n p o b l a m i e n t o b r i t ó n i c o d e I r l a n d a e n e l
p e r i o d o p r o t o h i s t ó r i c o : r e h a b i l i t a m o s las viejas f u e n t e s i r l a n d e s a s r e s t i -
t u y é n d o l e s la v e r d a d e r a naturaleza de su i n f o r m a c i ó n . L o s d r u i d a s n o s
s i g u e n e n s e ñ a n d o así, m u y i n d i r e c t a m e n t e , p e r o c o n c e r t e z a , q u e la
d i v i s i ó n e n t r e g o i d e l o s y b r i t a n o s es u n a r c a í s m o l i n g ü í s t i c o y n a d a m á s .
Es r e s u l t a d o d e la i n s u l a r i d a d y n o d e l a i s l a m i e n t o d e I r l a n d a , retirada
d e t o d a s las vías d e c o m u n i c a c i ó n e u r o p e a s y n o a b r e , c o m o tal, n i n g u n a
vía s e r i a a l a t e o r í a d e l a d i f e r e n c i a c i ó n é t n i c a o c u l t u r a l r e s u l t a n t e d e
v a r i a s o l e a d a s d e p o b l a d o r e s . N o es e n t o d o c a s o e l Libro de las conquistas el
que nos desmentirá.
O t r o h e c h o , p u e s t o d i r e c t a m e n t e e n e v i d e n c i a , es e l o r i g e n c e l t a d e
l o s d r u i d a s s o b r e e l c u a l h e m o s i n s i s t i d o d e s d e la i n t r o d u c c i ó n : n a d a ,
n i n g u n a h u e l l a , n i n g ú n i n d i c i o , n o s a u t o r i z a a p e n s a r e n la c e l t i z a c i ó n ,
s u b s i g u i e n t e a la i r r u p c i ó n de l o s celtas e n E u r o p a o c c i d e n t a l , de u n a
clase o u n c u e r p o d e s a c e r d o t e s o d e m a g o s n e o l í t i c o s . L a e x i s t e n c i a y el
o r i g e n d e l o s d r u i d a s s o n i n s e p a r a b l e s d e sus e n s e ñ a n z a s , t e o l ó g i c a s y
d o c t r i n a l e s , p r á c t i c a s y m á g i c a s . E l « d r u i d i s m o » y la T r a d i c i ó n celta s o n
u n a sola y m i s m a c o s a , d e n a t u r a l e z a y e s e n c i a r e l i g i o s a s i n d o e u r o p e a s .
E s t a c u a l i d a d n o es c o n t e s t a d a p o r las p r o l o n g a c i o n e s h a g i o g r á f i c a s
d e l d r u i d i s m o , las c u a l e s e s t á n p r e s e n t e s p o r t o d o s l a d o s e n la E d a d
Media irlandesa.
 REPERTORIO DE LOS TÍTULOS DE RELATOS
O DE MANUSCRITOS MEDIEVALES IRLANDESES Y GALESES

E s t e b r e v e r e p e r t o r i o se l i m i t a a u n a c u a r e n t e n a d e t í t u l o s y a c u a t r o manuscritos

c i t a d o s e n la o b r a . C o m p r e n d e el o los t í t u l o s d e c a d a e l e m e n t o c o n sus e v e n t u a l e s

v a r i a n t e s , u n a e x p l i c a c i ó n s u c i n t a , c u a n d o h a l u g a r a ella, y las p r i n c i p a l e s referen-

c i a s d e p u b l i c a c i ó n y p r o c e d e n c i a , s o b r e t o d o si n o s e h a n i n d i c a d o expresamente

m e d i a n t e n o t a e n e l c u e r p o d e l a o b r a o e n l o s Textos mitológicos irlandeses ( a l o s c u a l e s

r e m i t i m o s s i s t e m á t i c a m e n t e al l e c t o r q u e d e s e e c o n o c e r l o s r e l a t o s c o m p l e t o s ) .

E n t o d o s ellos i n d i c a m o s :

— l a s versiones, e n g e n e r a l d o s (a veces tres) y e n o c a s i o n e s ú n i c a s .

— l a fecha de transcripción q u e p o r e l l o m i s m o es la d e l m a n u s c r i t o .

— l a edición, acompañada o n o de una traducción.

N o se h a u t i l i z a d o n i n g ú n r e l a t o s i n c o n s u l t a r p r e v i a m e n t e el t e x t o o r i g i n a l e n

u n a edición segura. A h o r a bien, existen cerca de u n millar de m a n u s c r i t o s i r l a n d e -

ses y v a r i o s c i e n t o s d e r e l a t o s o t e x t o s s u s c e p t i b l e s d e s e r c i t a d o s . M á s d e c i e n d e e l l o s

serían incluso dignos de publicación inmediata. Por consiguiente, nuestro reperto-

r i o se l i m i t a a l o s t í t u l o s m á s i m p o r t a n t e s y a a l g u n o s m a n u s c r i t o s fundamentales

cuya e x i s t e n c i a el l e c t o r n o p u e d e i g n o r a r s i n p e r j u i c i o . A p a r t e d e los m e n c i o n a d o s

a q u í , l o s m a n u s c r i t o s m á s i m p o r t a n t e s s o n l a s s e r i e s d e Rawlinson, q u e se e n c u e n t r a n

e n l a B o d l e i a n L i b r a r y d e O x f o r d , y l a s d e Egerton, d e l a B r i t i s h L i b r a r y d e L o n d r e s .

ALDED C O N G U L A I N D ( « L a m u e r t e d e C u c h u l a i n n » ) : e s t e r e l a t o se c o n o c e a

t r a v é s d e d o s v e r s i o n e s . L a p r i m e r a , q u e es t a m b i é n la m á s a n t i g u a , lleva el t í t u l o d e

Brislech MorMaige Murthemne ( « L a g r a n c a t á s t r o f e d e la l l a n u r a d e M u i r t h e m n e » ) . E s t á

i n c l u i d a e n e l Book of Leinster y s e h a t r a d u c i d o a l f r a n c é s : C h r i s t i a n - J . Guyonvarc'h,

« L a m o r t d e C u c h u l a i n n » , Ogam, 1968, n . ° 18, p p . 3 4 3 - 3 6 4 . La s e g u n d a v e r s i ó n ,

m á s r e c i e n t e y l a r g a , e n i r l a n d é s p r e m o d e r n o , se e n c u e n t r a e n el m a n u s c r i t o XIV
 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S

d e la B i b l i o t e c a N a c i o n a l d e E s c o c i a y d a t a d e l siglo XVI. V é a s e C h r i s t i a n - J . Guyon-

o
v a r c ' h , « L a m o r t d e C u c h u l a i n n » , Celticum, 1 9 6 2 , n . ° 7, 4 páginas.

ALDED L O E G A I B J B U A D A I G ( « L a m u e r t e v i o l e n t a d e L o e g a i r e e l V i c t o r i o s o » ) :

b r e v e r e l a t o d e la m u e r t e a c c i d e n t a l d e u n h é r o e d e l U l s t e r d e f e n d i e n d o a u n p o e t a

culpable de a d u l t e r i o a q u i e n estaban a h o g a n d o delante de su residencia. Está

i n c l u i d o e n u n m a n u s c r i t o d e l s i g l o X V , EdimburgoXL. Véase Christian-J. Guyon-

v a r c ' h , « L a m o r t v i o l e n t e d e L o e g a i r e l e v i c t o r i e u x » , Ogam, 1 9 5 9 , n . ° I I , p . 423-

ALDED OENFLRAIFE ( « L a m u e r t e v i o l e n t a d e l h i j o ú n i c o d e A o i f e » ) : r e l a t o d e

la m u e r t e d e l h i j o q u e C u c h u l a i n n t u v o d e A o i f e , r e i n a g u e r r e r a a la q u e h a b í a

vencido d u r a n t e su estancia en Escocia. El h é r o e m a t ó a su p r o p i o hijo e n c o m b a t e

s i n g u l a r p o r q u e u n i n t e r d i c t o le i m p e d í a t a n t o r e h u s a r el c o m b a t e c o m o d a r a

c o n o c e r s u n o m b r e a n i n g ú n g u e r r e r o . E l t e x t o e s t á i n c l u i d o e n e l Yellow Book of

Lecany l a l e n g u a e s i r l a n d é s a n t i g u o ( s i g l o IX o x ) . V é a s e C h r i s t i a n - J . Guyonvarc'h,
n
« L a m o r t v i o l e n t e d u f i l s u n i q u e d ' A i f e » , Ogam, 1957' - ° 9, P P - I I 5 - I 2 I .

ALRNE F I N G E N ( « L a v e l a d a d e F i n g e n » ) : b r e v e r e l a t o d i a l o g a d o e n t r e u n r e y y

u n h a d a q u e e n u m e r a y r e l a t a las m a r a v i l l a s q u e m a r c a r o n el n a c i m i e n t o triunfal

d e C o n n , f u t u r o r e y s u p r e m o d e I r l a n d a y, s o b r e t o d o , r e y e j e m p l a r p o r s u g e n e -

r o s i d a d , s u r i q u e z a , s u p o d e r y la p r o s p e r i d a d q u e c a r a c t e r i z ó s u r e i n a d o . Fingen

e s e l r e y v e n c i d o y d e s p o s e í d o q u e s e s o m e t e a d u r a s p e n a s a s u s u e r t e . V é a s e Textes

mythologiques irlandais I / l , p p . 1 8 9 - 2 0 2 .

ALSLINGE O E N G U S S O ( « E l s u e ñ o d e O e n g u s » ) : r e l a t o q u e d e b e v i n c u l a r s e

m a n i f i e s t a m e n t e c o n e l c i c l o d e E t a i n . E s t á i n c l u i d o e n e l m a n u s c r i t o Egerton 1J82

e n versión única. V é a n s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L e Réve d ' O e n g u s » , Ogam,

1 9 6 6 , n . ° 1 8 , p p . I I 7 - I 2 I , y Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 2 3 3 - 2 3 9 [ e d . e s p . d e

C . L e a l y S o r i a , «Aisling Oengus. La visión de sueños de O e n g u s (traducido del

g a é l i c o m e d i e v a l ) » , Gallaecia V], 1 9 9 8 , p p . 3 8 9 - 3 9 7 ] -

ALTROM TLGE D A MEDAR ( « E l a l i m e n t o d e la casa d e l o s d o s v a s o s » ) : la v e r -

s i ó n m á s c r i s t i a n i z a d a d e l ciclo d e E t a i n , la c u a l a d a p t a el c o n f l i c t o d e s o b e r a n í a

q u e se p r o d u j o c o n o c a s i ó n d e la c o n v e r s i ó n d e I r l a n d a , p e r s o n i f i c a d a e n la f i g u r a

de Eithne (otra forma del n o m b r e de Etain). Véanse Christian-J. Guyonvarc'h,

« L a N o u r r i t u r e d e l a M a i s o n d e s D e u x G o b e l e t s » , Celticum, 1966, n . ° 18, p p . 3 1 5 -

3 4 3 , y Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 2 5 7 ~ 2 6 6 .

A N C I E N T LAWS O F IRELAND O HIBERNIAE LEGES ET INSTITTJTIONES ANTIQTJAE

( « A n t i g u a s leyes d e I r l a n d a » ) : r e c o p i l a c i ó n g e n e r a l , e n c i n c o v o l ú m e n e s ( m á s el

del glosario) de los textos y tratados j u r í d i c o s irlandeses, p u b l i c a d o e n D u b l í n y

o r
L o n d r e s e n t r e 1865 y 1901 P v a r i o s e r u d i t o s s e g ú n las t r a n s c r i p c i o n e s r e a l i z a d a s

p o r J o h n O ' D o n o v a n y E u g e n e O ' C u r r y . E l g l o s a r i o es o b r a d e R o b e r t A t k i n s o n .

Las lecturas s o n a veces defectuosas, p o r lo q u e e n lo sucesivo d e b e r á n cotejarse e n

l o s s e i s v o l ú m e n e s d e l CorpusJurisHibernici de D . A. Binchy.
 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S 503

A U R A I C E P T NA NÉGES ( « E l r u d i m e n t o d e l p o e t a » ) : v a s t a c o m p i l a c i ó n q u e

e n g l o b a t o d a l a c i e n c i a a t r i b u i d a a los füid, i n c l u i d a la e s c r i t u r a o g á m i c a . Se c o n o -

c e n d o s v e r s i o n e s : la c o r t a está i n c l u i d a e n c u a t r o m a n u s c r i t o s , el p r i n c i p a l d e l o s

c u a l e s e s e l Book ofBallymote; la o t r a , la v e r s i ó n larga, está i n c l u i d a e n c i n c o m a n u s -

c r i t o s , e n p r i m e r l u g a r e l Yellow Book of Lecan. La edición completa, acompañada de

u n a t r a d u c c i ó n a l i n g l é s , p u e d e e n c o n t r a r s e e n G e o r g e G a l d e r , Auraicept na n-Eces,

T h e S c h o l a r ' s P r i m e r , E d i m b u r g o , 1917, 3 7 4 p á g i n a s .

B O O K OF LEINSTER ( « L i b r o d e L e i n s t e r » ) , d e n o m i n a d o h a s t a 1847 Bookof

Glendalough: e l n o m b r e i r l a n d é s n o se c o r r e s p o n d e c o n n i n g u n o d e é s t o s : Lebarna

Nuachongbala ( « L i b r o d e la n u e v a f u n d a c i ó n » ) . E l m a n u s c r i t o está e n la b i b l i o t e c a

d e l T r i n i t y C o l l e g e e n D u b l í n , H . 2 . I 8 , n ú m e r o 1339 d e l c a t á l o g o . D a t a d e l s i g l o XII.

Es d e lejos el m á s i m p o r t a n t e d e t o d o s los m a n u s c r i t o s irlandeses medievales. L a

e d i c i ó n f i l o l ó g i c a c o m p r e n d e , a f e c h a d e e n e r o d e 1986, seis v o l ú m e n e s h a s t a el

f o l i o 374 i n c l u s i v e , d e l o s 410 (205 p l i e g o s ) d e l m a n u s c t r i t o e n t e r o : R . I . B e s t

O s b o r n Bergin, M. A. O'Brien, The Book of Leinsterformerly Lebar na Nuachongbala I,

D u b l í n , 1954, X X V I y p p . I - 2 6 O ; I I , 1956, X y p p . 2 6 1 - 4 7 O ; I I I , 1957, X V I I y p p .

4 7 1 - 7 6 O ; I V , 1965, X V I I y p p . 761-1117; V , 1967, p p . I I I 9 - I 3 2 5 ; e d . A u n e O ' S u -

l l i v a n , V I , 1983, X V I y p p . 1 3 2 7 - 1 7 0 8 .

GATH MAIGHE TÜIREADH ( « L a b a t a l l a d e M a g T u r e d » ) : l i t e r a l m e n t e «bata-

lla d e la l l a n u r a d e l o s p i l a r e s » , ya sea p o r a l u s i ó n a m o n u m e n t o s m e g a l í t i c o s , ya

sea, l o q u e es m á s p r o b a b l e , p o r u n a m e t á f o r a q u e evoca l o s « p i l a r e s » d e l c o m b a t e

q u e s o n los g u e r r e r o s . M a g T u r e d es u n t o p ó n i m o cuya grafía anglizada Moytura

r e p r o d u c e a p r o x i m a d a m e n t e la p r o n u n c i a c i ó n . D e este r e l a t o m i t o l ó g i c o funda-

m e n t a l , q u e n a r r a la l u c h a d e l o s T u a t h a D é D a n a n n c o n t r a l o s f o m o r e s , existen

d o s v e r s i o n e s , la « p r i m e r a » y la « s e g u n d a » b a t a l l a s , y d o s r e d a c c i o n e s d e la

s e g u n d a versión. L o s tres textos h a n sido t r a d u c i d o s i n t e g r a l m e n t e e n Textesnytholo-

_
giquesirlandaisl/l, p p . 25 I°4-

COLRANMANN ( « L a conveniencia d e los n o m b r e s » ) : colección d e etimologías

i r l a n d e s a s m e d i e v a l e s q u e e x p l i c a n , la m á s d e las veces p o r a n a l o g í a , l o s n o m b r e s d e

a l r e d e d o r d e t r e s c i e n t o s p e r s o n a j e s míticos o p s e u d o h i s t ó r i c o s (la o b r a c o m p l e t a

c o m p r e n d e 298 r e s e ñ a s ) . E x i s t e u n a v e r s i ó n l a r g a y o t r a c o r t a . L a v e r s i ó n l a r g a e s t á

c o n t e n i d a e n el m a n u s c r i t o H.3.18 d e l Trinity College e n D u b l í n . La versión corta

s e c o n o c e p j a r t r e s m a n u s c r i t o s : Book ofBallymote, Book of Lecan y Edinburgh Kilbride III.

C o n t i e n e o n c e e n t r a d a s q u e n o f i g u r a n e n l a v e r s i ó n l a r g a . E l CoirAnmann fue edi-

t a d o y t r a d u c i d o a l i n g l é s p o r W h i t l e y S t o k e s e n Irische TextelII, p p . 285-432-

COMPERT CONGHOBAIR ( « L a c o n c e p c i ó n d e C o n c h o b a r » ) : este r e l a t o n a r r a

c ó m o el r e y C o n c h o b a r n a c i ó d e la u n i ó n t o r m e n t o s a d e la r e i n a N e s s y el d r u i d a

C a t h b a d . Está i n c l u i d o e n v a r i o s m a n u s c r i t o s , e n t r e l o s q u e destaca el D-4-2 d e la

Royal Irish Academy. Véase Christian-J. Guyonvarc'h, « L a G o n c e p t i o n d e C o n -

 504 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S

chobar», Ogam, 1960, n . ° 12, p p . 2 3 5 - 2 4 ° - U n a segunda versión, muy corta

( u n a s c u a n t a s l í n e a s ) , lleva el m i s m o t í t u l o : véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , «La

n n _
naissance de C o n c h o b a r » , Ogam, 1959, - ° < PP- 3 3 5 3 3 6 . U n a tercera, en

c a m b i o , l l e v a u n t í t u l o d i f e r e n t e : Scéla Conchobuír ( « L o s relatos de C o n c h o b a r » ) ;

véase t a m b i é n C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a naissance d e C o n c h o b a r » , Ogam,

n . ° II, p p . 5 0 - 6 5 -

C O M P E R T C O N CTJLAIND ( « L a c o n c e p c i ó n d e C u c h u l a i n n » ) : e s t e r e l a t o c o m -

p r e n d e d o s v e r s i o n e s , u n a e n l o s m a n u s c r i t o s Leborna hUidre y Egerton 1782, y la o t r a

s ó l o e n e l m a n u s c r i t o Egerton 1J82- L a s e g u n d a v e r s i ó n l l e v a e l s u b t í t u l o d e Feis Tighe

Becfholtaig ( « E l f e s t í n d e la casa d e la p e q u e ñ a r i q u e z a » ) . V é a s e C h r i s t i a n - J . Guyon-

v a r c ' h , « L a c o n c e p t i o n d e C u c h u l a i n n » , Ogam, 1965, n . ° 17, p p - 3 6 3 - 3 8 ° -

COMPERT IN DA MUGCIDO ( « L a c o n c e p c i ó n de los dos p o r q u e r o s » ) : este

relato explica las distintas m e t a m o r f o s i s a n i m a l e s e x p e r i m e n t a d a s p o r los d o s p o r -

q u e r o s reales del n o r t e y del s u r d e I r l a n d a e n castigo p o r sus desavenencias. Este

c u r i o s o t e x t o e s t á i n c l u i d o e n l o s m a n u s c r i t o s Egerton 1782 y Book of Leinster, folios

2 4 6 a - 2 4 7 a . V, p p . II2I-II24, líneas 3 2 9 3 0 - 3 3 0 4 2 . Véase C h r i s t i a n - J . Guyon-

v a r c ' h , « L a c o n c e p t i o n d e s d e u x p o r c h e r s » , Ogam, 1960, n . ° 12, p p . 73"9°- Cfr.

Ulrike Roider, «Wie die beidenSchweinehirten den Kreislauf der Existenzen

d u r c h w a n d e r t e n . D e c h o p h u r i n da m u c c i d a . E i n e altirische Sage, h e r a u s g e g e b e n

nach den Handschriften i m Buch von Leinster u n d British M u s e u m Egerton

1782, übersetzt u n d m i t K o m m e n t a r versehen», InnsbruckerBeitrágezurKulturwissens-

n
chaft, 1 9 7 9 . - ° 2 8 , 1 6 5 p á g i n a s ( l a i n t e r p r e t a c i ó n e x i g e c i e r t a s r e s e r v a s ) .

GRTTH GABLACH ( l i t e r a l m e n t e « L a r a m a a h o r q u i l l a d a » ) : n o m b r e d e u n t r a -

tado d e d e r e c h o irlandés. F u e editado, sin t r a d u c c i ó n , p o r D . A. Binchy e n los

n
Medioeval andModern Irish Series, D u b l í n , 1 9 4 1 , - ° I I , i ° 9 p á g i n a s .

D I Á L O G O DE F I N T A N Y DEL H A L C Ó N D ' A I C H I L L : l a r g o p o e m a a r c a i c o que

a p o r t a a l g u n o s detalles s o b r e la m e t e m p s i c o s i s reservada a F i n t a n c o m o h o m b r e y

d r u i d a p r i m o r d i a l d e s t i n a d o a t r a n s m i t i r t o d o el s a b e r d e la h i s t o r i a d e I r l a n d a ,

d e s d e l o s o r í g e n e s a l a l l e g a d a d e s a n P a t r i c i o . V é a s e 7exíes mythologiques iralandais I / l , p p .

1 6 9 - 1 7 4 - E l e q u i v a l e n t e gales d e este d i á l o g o e s , t o t a l m e n t e r e h e c h o y s i m p l i f i c a d o ,

e l c u e n t o t r a n s c r i t o t a r d í a m e n t e e n Anciens du Monde ( v é a s e ibid., p p . 1 6 6 - 1 6 7 ) .

DINDSHENCHAS ( « a n t i g ü e d a d e s » o « h i s t o r i a s d e las f o r t a l e z a s » ) : Dindsigni-

ficaba e n p r i n c i p i o « p u n t a , c u m b r e » y el s i g n i f i c a d o p a s ó l u e g o a « c i u d a d e l a ,

f o r t a l e z a » . E l Dindshenchas es u n a especie d e reseña topográfica, histórica y b i o g r á -

f i c a , e t i m o l ó g i c a si e s p r e c i s o (y f r e c u e n t e m e n t e l o e s ) , q u e e x p l i c a e l p a s a d o d e u n

lugar y d e los personajes, míticos e v i d e n t e m e n t e , cuya existencia o m u e r t e está

ligada a ese sitio. E x i s t e n d o s series:

— e l Dindshenchas de Rennes o Dindshenchas en prosa y

— e l Dindshenchas en verso, m u c h o m á s l a r g o .
 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S
505

E l Dindshenchas en prosa f u e p u b l i c a d o , b a s á n d o s e e n e l m a n u s c r i t o d e l a B i b l i o t h é -

q u e U n i v e r s i t a i r e d e R e n n e s , p o r W h i t l e y S t o k e s e n l a Revue Celtique, n . ° 15, p p . 272¬

3 3 6 y 4 1 8 - 4 8 4 , y n . ° 1 6 , 3 1 - 8 3 , 1 3 5 - 1 6 7 y 2 6 9 - 3 1 2 . E l Dindshenchas en verso f u e

publicado p o r Edward Gwynn basándose e n trece manuscritos, entre losq u e desta-

c a n Book of Leinster, BookofBalb/mote, Yellow Book of Lecan, e n ToddLedures Series V I I I - X I I :

I, D u b l í n 1 9 0 3 , 8 2 p á g i n a s ,

II, D u b l í n 1906, 1 0 8 páginas,

III, D u b l í n 1913, 562 páginas,

IV, D u b l í n 1924, 4 7 4 páginas,

V, D u b l í n 1935, 314 páginas.

FLED BRICREND ( « E l festín d e B r i c r i u » ) : d e s c r i p c i ó n d e u n festín o r g a n i z a d o

p o r B r i c r i u p a r a suscitar d i s p u t a s e n t r e los g u e r r e r o s d e l U l s t e r . P e r o las a v e n t u r a s

a las q u e d a lugar r e d u n d a n todas e n p r o v e c h o d e C u c h u l a i n n , q u i e n i m p o n e su

valor y s u p r i m a c í a g u e r r e r a s . Se c o n o c e d e este texto u n av e r s i ó n c o n t e n i d a e n

c i n c o m a n u s c r i t o s , d e l o s c u a l e s l o s p r i n c i p a l e s s o n Leborna hUidre y Egerton 1J82- F u e

editado e n t r a d u c c i ó n inglesa (muy floja) p o r G e o r g e H e n d e r s o n , « T h e Feast o f

n
B r i c r i u » , I r i s h Texts Society, D u b l í n , l899> - ° 2, 217 p á g i n a s .

FORAS FEASA AR ÉlRINN ( t í t u l o t r a d u c i d o h a b i t u a l m e n t e c o m o History of Ireland o

« H i s t o r i a d e I r l a n d a » ) : o b r a didáctica escrita p o r Goeffrey K e a t i n g e n la p r i m e r a

m i t a d d e l s i g l o XVII b a s á n d o s e e n d i f e r e n t e s f u e n t e s , a l g u n a s d e l a s c u a l e s s e h a n

p e r d i d o . E l título significa e n r e a l i d a d « L a base d e l saber d e I r l a n d a » . Más q u e d e

u n a h i s t o r i a , se t r a t a d e u n a s u m a d e t o d o l o q u e se r e f i e r e al p a s a d o d e l p a í s , t a n t o

histórico c o m o legendario. L a o b r a fue editada e n t r a d u c c i ó n inglesa e n la serie

e n
Irish Texts Society e n t r e 1 9 0 3 y 1914 cuatro volúmenes p o r David C o m y n y

P a t r i c k S . D i n n e e n . S o n l o s t o m o s I V ( 1 9 0 2 ) , V I I I ( 1 9 0 8 ) , LX ( 1 9 0 8 ) y X V ( 1 9 1 4 ) .

FORBUIS D R O M A DAMHGHAIRE ( « E lasedio d e D r u i m D a m h g h a i r e » ) : este

relato n a r r a la g u e r r a e m p r e n d i d a p o r el rey C o r m a c c o n t r a la p r o v i n c i a d e M u n s t e r

p a r a forzarla a p a g a r t r i b u t o s . P e r o , a p e s a r d e a l g u n o s éxitos iniciales, esta g u e r r a

acaba c o nu n a d e r r o t a p o r q u e los habitantes d e M u n s t e r r e c i b e n la ayuda d e l g r a n

d r u i d a M o g R u i t h ( « S e r v i d o r d e la R u e d a » ) , cuya m a g i a es m á s p o d e r o s a q u e la d e

l o s d r u i d a s d e l r e y d e I r l a n d a . E l t e x t o f u e p u b l i c a d o p o r M . L . S j o e s t e d t , Revue Celti-

que, 1 9 2 6 , n . ° 4 3 , p p . I - I 2 3 , y n . ° 4 4 , 1 9 2 7 , p p . 1 5 7 - 1 8 6 s e g ú n e l Book ofLismore.

HANES TAJJESIN ( « L a h i s t o r i a d e T a l i e s i n » ) : este relato gales c u e n t a las c i r -

c u n s t a n c i a s d e l e x t r a ñ o n a c i m i e n t o d e l l e g e n d a r i o b a r d o gales Taliesin. E l e n a n o

G w i o n Bach, tras h a b e r i n g e r i d o i n d e b i d a m e n t e la p ó c i m a d e la m a g a Ceridwenn

c u a n d o vigilaba s u e b u l l i c i ó n , ésta l o p e r s i g u e m i e n t r a s él se m e t a m o r f o s e a e n d i s -

t i n t a s f o r m a s a n i m a l e s . A l f i n a l se c o n v i e r t e e n u n g r a n o d e t r i g o , q u e C e r i d w e n n ,

q u i e n se h a t r a n s f o r m a d o e n u n a g a l l i n a n e g r a , se t r a g a . A l c a b o d e n u e v e m e s e s d a

a luz a u n n i ñ o d o t a d o desde el p r i m e r m o m e n t o d e la palabra y del d o nd e la p r o -

 5o6 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S

f e c í a . A r r o j a d o al m a r e n u n s a c o , es r e c o g i d o p o r el h i j o d e u n r e y . V é a s e Textes

Mythologiques Mandáis I / l , p p . 151-152.

I M M A G A L L A M I N DATHUARAD ( « E l d i á l o g o d e l o s d o s s a b i o s » ) : d i s p u t a a c a d é ­

m i c a e n t r e d o s filid q u e p r e t e n d e n al c a r g o d e d o c t o r s u p r e m o d e l U l s t e r . E l d i á ­

l o g o , versificado, está r e d a c t a d o e n u n estilo r e p l e t o d e s o b r e e n t e n d i d o s y d e a l u ­

siones oscuras o metafóricas, con u n vocabulario raro y rebuscado. Los principales

m a n u s c r i t o s q u e c o n t i e n e n e s t e t e x t o s o n : Book of Leinster, Yellow Book ofLecan y Rawlin-

son B 502. Fue editado e n t r a d u c c i ó n inglesa p o r Whitley Stokes, « T h e Colloquy of

t h e t w o S a g e s » , Revue Celtique, 1905, n . ° 26, p p . 4-64.

IMMRAM B R A I N MAIC F E B A I L O C U S A ECHTRA A N D S O SIS ( « L a n a v e g a c i ó n d e

B r a n , h i j o d e F e b a l , y sus a v e n t u r a s a h í a b a j o » ) : r e l a t o d e u n t r a s l a d o al o t r o

m u n d o y de u n r e g r e s o i m p o s i b l e , c o n u n a c r i s t i a n i z a c i ó n p a r c i a l . El texto está

i n c l u i d o e n v a r i o s m a n u s c r i t o s d e l o s c u a l e s e l m á s i m p o r t a n t e e s Rawlinson B $12-

V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a n a v i g a t i o n d e B r a n , fils d e F e b a l » , Ogam,

1957, n . ° 9, p p . 3 0 4 - 3 0 9 . C f r . S e a m u s M a c M a t h u n a , « I m m r a m B r a i n » , Bran's
1 0
JourneytotheLandoftheWomen, T ü b i n g e n , 1985, 5 páginas.

K A T GODEU ( « E l c o m b a t e d e los a r b u s t o s » ) : p o e m a gales a t r i b u i d o a T a l i e s i n

( a u n q u e es m u c h o m á s t a r d í o ) , q u i e n , m e d i a n t e a l u s i o n e s a l o s m ú l t i p l e s e s t a d o s

d e l ser, c u e n t a u n a g u e r r a vegetal m e z c l a d a c o n u n e p i s o d i o d e la s e g u n d a v e r s i ó n

d e La muerte de Cuchulainn. E l p o e m a s e e n c u e n t r a e n e l m a n u s c r i t o l l a m a d o Book of

Taliesin-, v é a s e Textes mythologiques irlandais I / l , p p . I49-I5 - 1

L E B O R B A I L E - M O T A ( « L i b r o d e B a l l y m o t e » , e n i n g l é s Book ofBallymote): regis­

t r a d o c o n e l n ú m e r o 23 P 12 e n l a b i b l i o t e c a d e l a R o y a l I r i s h A c a d e m y y d a t a d o a

f i n a l e s d e l s i g l o XIV. E l m a n u s c r i t o s ó l o e s a c c e s i b l e a t r a v é s d e l a e d i c i ó n f a c s í m i l

d e R o b e r t A t k i n s o n p u b l i c a d a e n 1887 p o r la R o y a l I r i s h A c a d e m y .

L E B O R G A B A L A ERENN ( « L i b r o d e l a s c o n q u i s t a s d e I r l a n d a » , e n i n g l é s The

Book of the Taking oflreland) [ e d . e s p . d e R . S a i n e r o S á n c h e z : Leabhar Ghabhála (Libro délas

Invasiones), A k a l , M a d r i d , 1988)]: vasta c o m p i l a c i ó n m e d i e v a l q u e r e l a t a la h i s t o r i a

l e g e n d a r i a y los a n a l e s p s e u d o h i s t ó r i c o s d e I r l a n d a , d e s d e el d i l u v i o h a s t a el final

d e la m o n a r q u í a s u p r e m a d e T a r a , a d a p t a n d o t o d o e l l o a la V u l g a t a y a las c r o n o ­

l o g í a s b í b l i c a s . L o s r e d a c t o r e s se s i r v e n d e l o s c i n c o p o b l a m i e n t o s m í t i c o s que

c o r r e s p o n d e n a la t e o r í a h e s i ó d i c a d e las c u a t r o e d a d e s d e la h u m a n i d a d . Véase

Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 3 - 2 3 , y 1 / 2 , p p . 1-25- La edición completa fue

r e a l i z a d a p o r R. A . S. M a c a l i s t e r , « L e b o r G a b a l a E r e n n , T h e B o o k o f t h e T a k i n g

o f l r e l a n d » e n l a s e r i e I r i s h T e x t s S o c i e t y : I, X X X T V , 1938; I I , X X X V , 1939; III,

X X X I X , 1940; I V , X L I , 1941; V é a s e , X L V , 1956.

L E B O R NA HULDRE ( « L i b r o d e l a v a c a p a r d a » , e n i n g l é s Book ofthe Dun Cow): por

a l u s i ó n a u n a c é l e b r e vaca p a r d a d e s a n C i a r á n d e C l o n m a c n o i s e . E l m a n u s c r i t o es

p r o p i e d a d d e l a R o y a l I r i s h A c a d e m y d e s d e 1844 después de haber formado parte

 RELATOS O MANUSCRITOS MEDIEVALES IRLANDESES Y GALESES
507

d e u n a c o l e c c i ó n p r i v a d a . D a t a d e p r i n c i p i o s d e l s i g l o XII y e n s u e s t a d o a c t u a l , muy

i n c o m p l e t o , c o m p r e n d e sesenta y siete folios. L a e d i c i ó n filológica fue realizada p o r

R. I. Best y O . J . B e r g i n , D u b l í n , 1929, X L I V y 341 p á g i n a s .

M A B D Í O G I O N : g r u p o d e textos galeses m e d i e v a l e s cuyos títulos s o n los s i g u i e n t e s :

Mabinogi de Pwyll, príncipe de Dyvet.

Mabinogi de Branwen, hija de Llyr.

Mabinogi de Manawyddan, hijo de Llyr.

Mabinogi de Math, hijo de Mathonwy.

C o n t i e n e n n u m e r o s a s r e m i n i s c e n c i a s m i t o l ó g i c a s o m í t i c a s d e l a s q u e se e n c u e n -

t r a n c o r r e s p o n d e n c i a s e n I r l a n d a , p e r o n i n g u n o d e estos relatos p e r m i t e u n estudio

c o h e r e n t e d e u n a m i t o l o g í a b r i t ó n i c a . A e l l o s se a ñ a d e n a l g u n o s c u e n t o s a r t ú r i c o s :

Lluddj Llevelys,

Kulhwchj Olwen,

El sueño de Rhonabwy,

Peredur ab Evrawc,

Gereinty Enid.

L a ú n i c a t r a d u c c i ó n f r a n c e s a v á l i d a e s l a d e j o s e p h L o t h , Les Mabinogion, París,

1 9 1 3 , d o s v o l ú m e n e s , r e a l i z a d a s e g ú n l o s m a n u s c r i t o s Libro rojo de Hergest y Libro blanco

de Rhydderch. N o h a y n a d a m á s r e c i e n t e , p e r o se h a n p u b l i c a d o a l g u n o s t r a b a j o s en

el País d e G a l e s y e n I r l a n d a , e n t r e los q u e d e s t a c a n (sólo s o b r e los Mabinogion):

— T r a d . e s p . : Mabinogion, ed. Victoria Cirlot, Madrid, Siruela, 1988.

— I f o r W i l l i a m s , Pedeir Keincj Mabinogi alian o lyfr Gwyn Rhydderch, Cardiff, 193°

1
(reeditado en 1935, I 9 5 y 1964)1 U n i v e r s i t y o f Wales P r e s s , 3 3 6 páginas

(totalmente e n gales);

— W. J. Gruffydd, Math Vab Mathonwy, an inquiry into the origins and development of the

fourthbranchof the Mabinogi with the text and a translation, Cardiff, 1928, 392 páginas

(interpretaciones a m e n u d o discutibles);

— Pwyll Pendeuic Dyuet, e d . R . L . T h o m s o n , M e d i a e v a l a n d M o d e r n W e l s h S e r i e s I,

D u b l í n , 1957, X X X T V y 72 p á g i n a s ;

— Branwen verch Lyr, e d . D e r i c k S. T h o m s o n , Mediaeval and M o d e r n Welsh

Series 2, D u b l í n , 1961, L l l y 78 p á g i n a s ;

— Cyfranc Lludd a Llefelys, ed. Brynley F. R o b e r t s , Mediaeval a n d M o d e r n Welsh

S e r i e s 7, D u b l í n , 1 9 7 5 ' X L I I I y 3 8 p á g i n a s .

(Estas tres ú l t i m a s o b r a s i n c l u y e n u n a i n t r o d u c c i ó n y u n glosario, p e r o no

tienen traducción).

MACGNIMRADA GONCULAIND ( « L a s h a z a ñ a s d e i n f a n c i a d e Cuchulainn»):

t í t u l o d e u n p a s a j e d e l a Tain Bo Cualnge d o n d e resplandecen, e n múltiples hazañas,

la g l o r i a y la d e s m e s u r a g u e r r e r a s , p r e c o z m e n t e h e r o i c a s , d e l n i ñ o S é t a n t a a n t e s d e

l l a m a r s e C u c h u l a i n n . El pasaje h a s i d o t r a d u c i d o al f r a n c é s : C h r i s t i a n - J . Guyon-
5o8 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S

n n
v a r c ' h , « L e s e x p l o i t s d ' e n f a n c e d e C u c h u l a i n n » , Ogam, 1959, - ° > PP- 206-215

y 3 2 5 " 3 3 5 ( s e g ú n e l Book of Leinster).

M E S C A ULAD ( « L a e m b r i a g u e z d e l o s u l t o n i a n o s » ) : r e l a t o d e u n a l o c a calave-

rada d e losu l t o n i a n o s hasta Tara al final d e u n festín y u n an o c h e d e b o r r a c h e r a

d u r a n t e u n a f i e s t a d e Samain. E l texto se c o m p o n e d e d o s f r a g m e n t o s d e v e r s i o n e s

d i f e r e n t e s e i n c o m p l e t a s c o n t e n i d a s r e s p e c t i v a m e n t e e n d o s m a n u s c r i t o s : el m á s

l a r g o e s e l d e Book of Leinster y e l m á s c o r t o ( e l f i n a l ) e s e l d e Lebor na hUidre. Véase

C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L ' i v r e s s e d e s U l a t e s » , Celticum, 1961, n . ° 2, 38 p á g i n a s .

OlDHE GHLOINNE TUIREANN [ « L a m u e r t e t r á g i c a ( o e l a s e s i n a t o ) d e l o s

n i ñ o s d e T u i r e a n n » ] : relato d e lasa v e n t u r a s d e los tres hijos d e T u i r e a n n , los tres

dioses d e D a n a , Brian, l u c h a r y I u c h a r b a (dobletes del p r i m e r o ) . Después del ase-

s i n a t o d e C i a n , s u p a d r e , L u g les i m p o n e , a m o d o d e c o m p e n s a c i ó n , u n a larga

busca d e objetos maravillosos. La c u l m i n a n c o n éxito, p e r o m u e r e n d e agota-

m i e n t o . E l texto se c o n o c e p o r u n aú n i c a r e d a c c i ó n i n c l u i d a e n l o s m a n u s c r i t o s

t a r d í o s . U n a v e r s i ó n l a t i n a , m u y b r e v e , s ó l o a p o r t a d e t a l l e s s e c u n d a r i o s . V é a s e Tex-

tes mythologiques irlandais I / l , p p . I05-I43-

SANAS CORMAIC ( « G l o s a r i o d e C o r m a c » ) : o b r a e s c r i t a e n e l s i g l o X p o r e l

obispo C o r m a c de Cashel. Contiene u n gran n ú m e r o de definiciones, mitológi-

cas f r e c u e n t e m e n t e , y d e e t i m o l o g í a s a n a l ó g i c a s , a d e m á s d e p a l a b r a s r a r a s y a r c a i -

cas. E x i s t e n d o s r e d a c c i o n e s p r i n c i p a l e s : e l m a n u s c r i t o d e la R o y a l I r i s h A c a d e m y

( C o d e x A ) , q u e n o e s o t r o q u e e l Book of Leinster, editado p o r Whitley Stokes, Three

Irish Glossaries, L o n d r e s , 1 8 6 2 , p p . 1 - 4 6 ; e l Yellow Book of Lecan, editado p o r K u n o

M e y e r , e n Anécdota from Irish Manuscripts I V , 1912, p p . I - X I X y I - 1 2 8 .

SCÉL TüAIN MAIC GAIRILL DO FHINNÉN M a I G H E BlLE INSO SIS ( « L a h i s t o r i a

de T u a n , hijo d e Cairell, contada a F i n n é n d e M a g B i l e » ) : existen dos redacciones

( q u e a p e n a s d i v e r g e n ) d e la ú n i c a v e r s i ó n d e este relato m u y a n t i g u o , el cual d e s -

cribe el ú n i c o caso evidente ( c o n el d e F i n t a n ) d e m e t e m p s i c o s i s e n la leyenda cél-

t i c a . V é a s e Textes mythologiques irlandais I / l , p p . I 4 5 _ I

56-

SEIRGIIGE GONGULAIND INSO SIS 7 OENET EMIRE ( « L a e n f e r m e d a d d e C u c h u -

l a i n n y los ú n i c o s celos d e E m e r » ) : el relato n a r r a el breve a d u l t e r i o d e C u c h u l a i n n

y d e Fand, m u j e r d e M a n a n n a n , e n el O t r o M u n d o , y los celos d e la esposa legítima,

E m e r . N o e x i s t e m á s q u e u n a v e r s i ó n ú n i c a d e l a c u a l e l m e j o r m a n u s c r i t o e s e l Lebor

na hUidre. V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a e n f e r m e d a d d e C u c h u l a i n n » , Ogam,

1958, n . ° IO, p p . 285-31O.

SENCHTJS M O R ( « G r a n A n t i g ü e d a d » ) : recopilación de derecho irlandés

p u b l i c a d o e n l a s AncientLawsoflreland I , p p . I - L I y 1 - 3 3 5 ; H> p p - V - L X , p p . I - 4 0 9 ; y

III, p p . X L I - L X X V I y I-80.

SUIDIGUD TELLACH TEMRA ( « L a fundación del dominio de Tara»): este

relato glorifica y justifica, p o ri n t e r m e d i o d e F i n t a n , h o m b r e y d r u i d a p r i m o r d i a l ,

 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S
509

la p r i m a c í a « c e n t r a l » y la p r e e m i n e n c i a d e la m o n a r q u í a s u p r e m a d e T a r a . V é a s e
- I c
Textes mythologiques irlandais I / l , p p . I 5 7 '7•

T A I N B O C U A L N G E ( « E l r o b o d e l g a n a d o d e C o o l e y » ) : es el r e l a t o m á s l a r g o y

el m á s i m p o r t a n t e d e l ciclo d e l U l s t e r , a q u e l d e l q u e d e p e n d e n t o d o s l o s d e m á s .

C u e n t a los e s f u e r z o s d e la r e i n a M e d b p a r a a p r o p i a r s e d e l t o r o d i v i n o d e C u a l n g e

( e n grafía a n g l i z a d a C o o l e y ) y la d e f e n s a v i c t o r i o s a d e la f r o n t e r a d e l U l s t e r p o r el

j o v e n h é r o e C u c h u l a i n n . E x i s t e n d o s v e r s i o n e s c u y a s r e d a c c i o n e s p r i n c i p a l e s se

e n c u e n t r a n r e s p e c t i v a m e n t e e n e l Book of Leinster y e n e l Lebor na hUidre. La versión del

Book of Leinster f u e e d i t a d a e n u n a e x c e l e n t e t r a d u c c i ó n a l a l e m á n d e E r n s t W i n d i s c h ,

Irische Texte V , Leipzig, 1905, I I l 8 páginas, y en traducción inglesa de Cecile

O ' R a h i l l y , TainBo Cualnge from the Book of Leinster, D u b l í n , 1967, 35^ páginas. La del

Lebor na hUidre f u e e d i t a d a , s i n t r a d u c c i ó n , p o r j . S t r a c h a n y J . G . O ' K e e f e , Dublín,

1912, s i e n d o c o m p l e t a d a l a l a g u n a p o r e l t e x t o d e l Yellow Book of Lecan. La traducción

f r a n c e s a d e la s e g u n d a v e r s i ó n fue p u b l i c a d a p o r C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , «La

R a z z i a d e s V a c h e s d e C o o l e y » , Ogam, 1963, n . ° 15, p p . 139-160, 2 6 5 - 2 8 8 y 393-

412, y n . ° 16, 1964, p p . 2 2 5 - 2 3 0 y 4 6 3 - 4 7 0 . T a m b i é n e n C h . - J . Guyonvarc'h,

La Razzia des Vaches de Cooley, G a l l i m a r d , P a r í s , 1 9 9 4 [ t r a d . al g a l l e g o d e M a n u e l A l b e -

rro, Táin Bó Cuailnge (ARazzia de Gando de Cuailnge), T o x o s o u t o s , N o i a , 2 0 0 5 ] • Las i n d i -

c a c i o n e s r e l a t i v a s a l o s d e m á s m a n u s c r i t o s y r e d a c c i o n e s se o f r e c e n e n l a i n t r o d u c -

c i ó n a esta t r a d u c c i ó n . A ellas a ñ a d i m o s a h o r a las s i g u i e n t e s r e f e r e n c i a s : Cecile

O ' R a h i l l y , « T a i n B o C u a l n g e » , R e c e n s i ó n I, D u b l í n , 1 9 7 6 , 312 p á g i n a s ( b a s a d a

e n Lebor na hUidre, Yellow Book of Lecan, Egerton IJ82 d e l s i g l o X V I y O'Curry MS 1, i g u a l -

m e n t e d e l s i g l o X V l ) ; d e l m i s m o a u t o r The Stowe Versión ofTain Bo Cualnge, Dublín,

1961, 282 páginas.

T O C H M A R C EMIRE ( « E l c o r t e j o d e E m e r » ) : r e l a t o d e las a v e n t u r a s d e i n i c i a -

ción guerrera y del noviazgo de C u c h u l a i n n y E m e r . Existen dos versiones que lle-

v a n el m i s m o t í t u l o , u n a r e l a t i v a m e n t e c o r t a y a n t i g u a , y o t r a m u c h o m á s l a r g a y

r e c i e n t e d e la q u e se c o n o c e n o c h o t r a n s c r i p c i o n e s . L a p r i m e r a ( V e r s i ó n A ) h a

s i d o t r a d u c i d a al f r a n c é s : C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « L a c o u r t i s e d ' E m e r » , Ogam,

n . ° 11, p p . 4 1 3 - 4 2 3 . La s e g u n d a t o d a v í a está sólo accesible a través d e la e d i c i ó n

n o r m a l i z a d a (sin traducción) de A. G. Van H a m e l , Mediaeval a n d M o d e r n Irish

S e r i e s 3, p p . 1 6 - 1 8 .

T O C H M A B G E T A I N E ( « E l c o r t e j o d e E t a i n » ) : así se d e n o m i n a u n g r u p o de

t e x t o s d e l Yellow Book of Lecan q u e c o n s i s t e n e n t r e s v e r s i o n e s p r i n c i p a l e s d e u n r e l a t o

q u e c u e n t a las a v e n t u r a s d e l o s d i o s e s d e I r l a n d a a p a r t i r d e u n p e r s o n a j e central,

E t a i n o E i t h n e , p e r s o n i f i c a c i ó n y a l e g o r í a d e la s o b e r a n í a . U n a c u a r t a v e r s i ó n , en

Egerton f]&2, r e t o m a l a p r i m e r a y l a q u i n t a , e n e l Book ofFermqy, q u e lleva u n título

d i f e r e n t e , Altrom Tige Da Medar ( « A l i m e n t o d e la casa d e l o s d o s v a s o s » ) . E s t a es la

v e r s i ó n m á s c r i s t i a n i z a d a , p u e s a c a b a c o n la c o n v e r s i ó n d e E i t h n e al c r i s t i a n i s m o y
 RELATOS O M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y G A L E S E S

u n a l u c h a m á g i c a e n t r e s a n P a t r i c i o , q u e sale v e n c e d o r , y el d i o s O e n g u s , j e f e d e
I _
l o s T u a t h a D é D a n a n n . V é a s e Textes mythologiques irlandais I / l , p p . 24 28l.

T O C H M A R C FERBE ( « E l c o r t e j o d e F e r b » ) : e s u n o d e l o s remscéla ( « r e l a t o s p r e -

l i m i n a r e s » ) d e TainBo Cualnge. Cuenta, con numerosas peripecias, una incursión

d e l o s u l t o n i a n o s y d e s u r e y C o n c h o b a r e n C o n n a u g h t . L a v e r s i ó n p r i n c i p a l se

i n c l u y e e n e l Book of Leinster; u n a s e g u n d a , m á s c o r t a , está e n el m a n u s c r i t o Egerton

1J82. V é a s e la e d i c i ó n , a c o m p a ñ a d a d e u n a t r a d u c c i ó n al a l e m á n , d e E r n s t W i n -

disch, Irische Texte III/2, Leipzig, 1897, p p . 445~595-

Y E L L O W B O O K OF LEGAN ( « L i b r o a m a r i l l o d e L e c a n » ) : m a n u s c r i t o d e l s i g l o

XIV, n u m e r a d o H . 2 . 1 6 e n l a b i b l i o t e c a d e l T r i n i t y C o l l e g e e n D u b l í n ; se c o m p o n e

de varios m a n u s c r i t o s antiguos y d e b e su n o m b r e a u n o de ellos. R o b e r t A t k i n s o n

p u b l i c ó e n 1 8 9 6 p a r a la R o y a l I r i s h A c a d e m y u n f a c s í m i l cuya c a l i d a d d e j a mucho

q u e d e s e a r . N o d e b e c o n f u n d i r s e c o n e l Book of Lecan, otro volumen de principios

d e l s i g l o XV.
 GLOSARIO

E l g l o s a r i o q u e s i g u e está c o n c e b i d o c o m o u n a e x p l i c a c i ó n s u s c e p t i b l e d e a y u d a r a la
lectura d e la o b r a y n o c o m o u n a j u s t i f i c a c i ó n o u n r e p e r t o r i o d e p r u e b a s . P o r l o
tanto, contiene m u ypocas referencias, aquellas q u e n o s h a n parecido indispensables.
P e r o sí c o m p e n d i a la lista d e l o s p r i n c i p a l e s n o m b r e s o p a l a b r a s i r l a n d e s a s citadas,
o m i t i e n d o , n o obstante, los innumerables personajes o lugares secundarios q u e care-
c e n d e i n t e r é s p a r a l a c o m p r e n s i ó n d e l c o n j u n t o . A d e m á s se h a n c o m p i l a d o t o d o s l o s
n o m b r e s de h o m b r e s o lugares galos.
A ñ a d i m o s a este s u c i n t o g l o s a r i o c i e r t o n ú m e r o d e palabras castellanas y latinas
c u y o s e n t i d o , d e s d e e l p u n t o d e vista d e l o s e s t u d i o s c é l t i c o s , c i e n t í f i c o s y t r a d i c i o n a -
les, r e q u i e r e u n breve c o m e n t a r i o .
C a d a e n t r a d a está e n c a b e z a d a p o r :
— Palabras o n o m b r e s celtas insulares, i r l a n d e s e s o galeses ( c u a n d o n o h a y n i n g u n a
i n d i c a c i ó n d e n a c i o n a l i d a d , se trata d e i r l a n d é s ) , e n letras m i n ú s c u l a s y n e g r i t a .
— Palabras o n o m b r e s galos e n m a y ú s c u l a s y n e g r i t a (véase a h o r a X a v i e r D e l a m a -
a
r r e , Didionnaire déla langue gauloise, E r r a n c e , P a r í s , 2 0 0 3 , 2 ed.).
— Palabras o n o m b r e s castellanos y latinos e n minúsculas y cursiva.

A nación, aparte de derivados abstractos

Abhcan, h i j o d e B i c e l m o s : n o m b r e d e l sacados d e cada u n a d e las e s p e c i a l i z a c i o -
arpista de los Tuatha D é D a n a n n según nes c o n competencia para practicarla: fili-
Cath Maighe Tuireadh ( « L a batalla de M a g decht, druidecht, faitsine. Pero cada u n a de
T u r e d » ) . Abhcan e s u n d i m i n u t i v o aboce y estas p a l a b r a s s i g n i f i c a t a m b i é n «poesía,
significa « e n a n i t o » . Bicel(l) está atesti- druidismo o magia, predicción». L a adi-
guado como nombre propio no com- vinación está p r o f u n d a m e n t e l i g a d a al
puesto, pero Bicelmos n o está e n modo sacrificio, q u e es, bajo alguna d e sus f o r -
alguno atestiguado n i resulta explicable, mas, u n a serie de técnicas adivinatorias.
e x c e p t o p o r Bec-Fhelmas «pequeño encan-
tamiento, brujería». adivino: e n t r e l a s c o m p e t e n c i a s d e l o s vates
g a l o s y l o s faith i r l a n d e s e s s e c u e n t a n t o d a s
Achad Abla: topónimo mítico que las a p l i c a c i o n e s p r á c t i c a s d e l a r e l i g i ó n e n
designa el lugar d o n d e se e n c u e n t r a la sus aspectos a d i v i n a t o r i o y m á g i c o , a las
Fuente d e la S a l u d de los Tuatha Dé q u e la palabra castellana apenas r i n d e j u s -
D a n a n n segáifCath Maighe Tuireadh. Debía ticia. V é a n s e l o s anexos.
de estar al n o r o e s t e d e M o y t u r a , s i n m á s
p r e c i s i o n e s . A l p a r e c e r s u s i g n i f i c a d o es A d n a e mac U t h i d i r ( « A d n a e , h i j o d e
« c a m p o d e las m a n z a n a s » . U t h i d e r » , d e las tribus d e C o n n a u g h t ) :
n o m b r é d e u n file s u p r e m o d e l U l s t e r . L o s
adivinación: n o hay ningún nombre celta irlandeses l o h a n e x p l i c a d o a través d e
q u e se a p l i q u e c o n p r o p i e d a d a la a d i v i - *ad-sena y lo han traducido c o m o «viejo»
512 GLOSARIO

( l a t í n : senex). L a e t i m o l o g í a exacta n o se aes daña: v é a n s e « p e r s o n a s de arte» y

puede determinar, igual q u e t a m p o c o se «hombres de arte».
puede explicar fácilmente el n o m b r e de
Uthider. Adnae tuvo u n hijo llamado A g n o m a n : s e g ú n e l Libro de las conquistas e s
N e d e , q u ees u n o d e los antagonistas pre- el p a d r e d e N e m e d ( « s a g r a d o » ) , j e f e d e
sentes, candidatos a la d i g n i d a d d e j e f e d e la s e g u n d a raza m í t i c a q u e o c u p ó Irlanda
l o s d o c t o r e s d e l U l s t e r , e n e l Immacallam in tras P a r t o l ó n y antes d e l o s F i r B o l g . S e
Da Thuaraid ( « E l diálogo de los D o s d i c e q u e es o r i g i n a r i a m e n t e u n « G r i e g o
S a b i o s » ) . T a m b i é n es s i n d u d a e l m i s m o de E s c i t i a » . E l n o m b r e n o se h a aclarado.
personaje q u e tuvo u n fin trágico p o r
haber usurpado la dignidad monárquica a agua-, e l e m e n t o f u n d a m e n t a l d e l a c r e a c i ó n
Caier, reyd e C o n n a u g h t . y al c u a l v u e l v e o e n e l c u a l se t r a n s f o r m a
t o d o ser vivo c o n d e n a d o o forzado a volver
adrad « ( p i e d r a de) adoración»: e n la a la p r i m o r d i a l i d a d . E l a g u a es e l e l e m e n t o
e x p r e s i ó n lia adrada, quenunca ha tenido q u e sirve p a r a el sacrificio p o r i n m e r s i ó n ,
u n significado distinto del jurídico, pues que es, j u n t o c o n el ahorcamiento, un
p r o c e d e d e l l a t í n adoratio, c a r e n t e d e c u a l - sacrificio sacerdotal n o sangrante.
quier matiz religioso.
ahorcados: sonmuy poco numerosos en los
Aed: a n t r o p ó n i m o frecuente e n Irlanda relatos celtas y n i s i q u i e r a es p o s i b l e a s o -
entre los reyes y los g u e r r e r o s . E l n o m b r e ciarlos c o n u n ritual organizado. L o s
está e t i m o l ó g i c a m e n t e e m p a r e n t a d o c o n ú n i c o s q u e c o n o c e m o s s o n l o s d e Echtra
e l d e l o s Aedui g a l o s ( h e d u o s ) y s i g n i f i c a Nerai ( « L a s a v e n t u r a s d e Ñ e r a » ) , d o s p r i -
«fuego». E n textos recientes, aparece sioneros de guerra ahorcados p o r orden
o r t o g r á f i c a m e n t e a v e c e s c o m o Aodh. En de Ailill y M e d b p o r u n a razón q u e i g n o -
esta o b r a a p a r e c e b a j o tres f o r m a s : A e d ramos. El mismo nombre del ahorca-
R u d a ( « A e d el R o j o » ) , u n o d e l o s tres m i e n t o , crocad, e s u n p r é s t a m o latino.

reyes q u e se t u r n a n e n el g o b i e r n o d e l
U l s t e r e n la l e y e n d a d e M a c h a la g u e - A i , h i j o de O l l a m : p o e t a d e l o s T u a t h a
rrera; A e dm a cA i n i n e , p o e t a sorpren- Dé Danann según l a s Dindshenchas (en
dido e n flagrante delito de adulterio c o n verso y e n p r o s a ) . Participa e n la p r o t e c -
la r e i n a d e l U l s t e r y q u e e l r e y C o n c h o b a r c i ó n d e las cosechas contra l o s hijos d e
c o n d e n a e n vano a ser ahogado (el poeta Carman (que son fomores).
h e c h i z a las aguas y, al final, es salvado p o r
L o e g a i r e , q u i e n e n c a m b i o p i e r d e la vida a i c n i d ( e n l a e x p r e s i ó n recht aicnid, «ley
en el acto); A e d m a cA m m e r e , rey q u e , natural»): término de derecho que,en
en la historia de san C o l u m b a n o , expulsa las c o m p i l a c i o n e s j u r í d i c a s , designa el
d e I r l a n d a a l o s filid, cuyo número había estado d e la legislación irlandesa anterior
crecido demasiado. a l c r i s t i a n i s m o , p o r o p o s i c i ó n a l a recht litre
(«ley de la letra») p r o c e d e n t e d e l E v a n -
aedUuus ( e n l a t í n , « g u a r d i á n d e l t e m p l o » ) : g e l i o . A m b a s leyes se a s i m i l a n p o r e l l o al
n o tiene u n equivalente celta c o n o c i d o : el A n t i g u o y al N u e v o T e s t a m e n t o .
empleo que A u s o n i o hace del término
para designar a u n druida es el d e u n a A i d l i n n o A i l i n n , hija de Lugaid: h e r o -
variante léxica latina y n o el d e u n a tra- í n a d e l r e l a t o t i t u l a d o Scél Baili Binnberlaig
d u c c i ó n d e u n a palabra celta específica. ( « L a historia de Baile, el de Suave L e n -
guaje»). Muere de desesperación al
 GLOSARIO
513

c o n o c e r la m u e r t e d e s u p r o m e t i d o B a i l e sión y a la de sus d o shijos ( C u i n g e d a c h ,

Binnberlach. Sinembargo, su muerte n o «Envidioso», y Apartach, de abachtach,
se i n c l u y e e n e l r e l a t o c o m o i l u s t r a c i ó n o « S a r c á s t i c o » ) , d e o b t e n e r l o s f a v o r e s de
prueba de sus sentimientos, sino como Luaine, prometida del rey Conchobar.
ejemplo d e l u s o q u ehacían los druidas d e D e s e m p e ñ a u n papel importante e n varios
la m a d e r a d e t e j o ( s o b r e las d o s t u m b a s r e l a t o s , c o m o e l TallandEtair o « A s e d i o de
c r e c i e r o n u n tejo y u n m a n z a n o de los Howth».
q u e se h i c i e r o n d o s placas q u e se j u n t a -
r o n y q u e n o se p u d i e r o n separar cuando ajedrez (céltico) -. t r a d u c c i ó n d e l i r l a n d é s fid-
se las p u s o u n a e n p r e s e n c i a d e la o t r a ) . chell y e l g a l e s gwyddbuyll (recogido e n el
n e o l o g i s m o b r e t ó n gwezboelí), literalmente
Ailbe: hija d e l r e y C o r m a c , q u i e n a s u v e z « i n t e l i g e n c i a d e la m a d e r a » . Estos t é r -
era hijo d e A r t y nieto de C o n n - Ailbe minos designan u n juego que comporta
gozó de una gran reputación como juez. p e o n e s y u n t a b l e r o c u a d r a d o c o n casillas
Su n o m b r e significa « e s p i n o b l a n c o » y n e g r a s y b l a n c a s . T a m b i é n está e l brandubh
está s a c a d o m u yp r o b a b l e m e n t e d e l latín (¿«cuervo n e g r o » ? ) . Pero n o sabemos
alba (spina). nada más, pues los textos, q u e h a c e n fre-
cuentes menciones a él, n o aportan nin-

Ailill: n o m b r e d e v a r i o s s o b e r a n o s , míti- g u n a i n d i c a c i ó n s o b r e las reglas d e l j u e g o ,

cos o p s e u d o h i s t ó r i c o s , el p r i n c i p a l d e l o s aparte de que era indispensable una

cuales es A i l i l l , r e y d e C o n n a u g h t y e s p o s o apuesta. P o r definición y p o r excelencia,

d e la r e i n a M e d b . C o m o ésta, a p a r e c e f r e - el ajedrez c é l t i c o es real y d i v i n o . Puede

servir d e prueba, y su apuesta, c o m o e n la
c u e n t e m e n t e e n l o s textos m i t o l ó g i c o s y
tercera versión d e l ciclo de Etain, es a
épicos. El presunto significado del n o m -
veces la S o b e r a n í a e n la p e r s o n a d e la
b r e es « f a n t a s m a » . O t r o Ailill ( A n g u b a )
reina de Irlanda.
es h e r m a n o d e l r e y m í t i c o E o c h a i d e n e l
r e l a t o El Cortejo de Etain. Este n o m b r e tam-
b i é n l o llevan varios personajes d e los ana- alabanza-, f u n c i ó n e s e n c i a l d e l b a r d o ( o d e l
les, e n t r e e l l o s u n tal A i l i l l el d e l a B o c a d e file) e n la corte d e l o s reyes d e todos l o s
M i e l , h i j o d e C a r b a d h , así l l a m a d o d e b i d o países celtas. L a alabanza es la c o n t r a p a r -
a la categoría d e s u ciencia y la suavidad d e tida n o r m a l d e la r e p r o b a c i ó n ( q u e es
su v o z . m u c h o m á s rara), pero e n Irlanda pasó
d e l b a r d o a l file a c a u s a d e l e m p l e o d e l a
Airmed ( l i t e r a l m e n t e « m e d i d a » ) : nom- escritura.
b r e d e la hija d e l d i o s - m é d i c o D i a n c e c h t .
E s e l l a q u i e n , s e g ú n e l r e l a t o d e La batalla Alba: n o m b r e gaélico de Escocia e n su
de Mag Tured, recolecta las plantas que c o n d i c i ó n d e país distinto d e las r e g i o n e s
h a b r á n d e ser arrojadas e n la F u e n t e d e la con poblamiento britano (gales) o g e r -
S a l u d . S ó l o i n t e r v i e n e allí. mánico (anglosajón). Pero a menudo
s u c e d e q u e este n o m b r e d e s i g n a la G r a n
Aithirne Ailgesach («el Exigente»): B r e t a ñ a p o r o p o s i c i ó n a I r l a n d a (Eriu) y
druida del Ulster así a p o d a d o porque n o p u e d e separarse de la f o r m a antigua
tenía l a c o s t u m b r e d e p r e s e n t a r a sus v í c t i - Albio ( A l b i ó n ) , e l o t r o n o m b r e mediante
m a s , a m e n a z á n d o l a s c o n u n a sátira, exi- el c u a l l o s a n t i g u o s se r e f e r í a n a B r i t a n i a .
g e n c i a s e x o r b i t a n t e s . E l r e l a t o El cortejo de
Luaine c u e n t a s u m u e r t e v i o l e n t a , g o l p e a d o ALESIA (actualmente Alise-Sainte-
p o r los ultonianos, d e b i d o a su preten- Reine, C ó t e - d ' O r ) : fortaleza d e l o s m a n -
 GLOSARIO

d u b i o s e n la q u e V e r c i n g é t o r i x , a s e d i a d o m i e n t r a s q u e o t r a m i g r a c i ó n se d i r i g í a
p o r C é s a r , t u v o q u e c a p i t u l a r a p e s a r d e la h a c i a l a selva H e r c i n i a b a j o la d i r e c c i ó n
intervención de u n ejército d e auxilio. de Segoveso, el s e g u n d o sobrino. El
Este e v e n t o m a r c a el final d e la g u e r r a d e n o m b r e de Ambigato tiene u n equiva-
las G a l i a s , e n e l a ñ o 5 2 a . C . D o t t i n , e n La l e n t e i r l a n d é s e n el a n t r o p ó n i m o Imm-
¡anguegauloise, p . 225» e x p l i c a e l t o p ó n i m o chadh, q u e p r e s e n t a l a m i s m a f o r m a c i ó n y
r e l a c i o n á n d o l o c o n *alisa-, *aliso- «aliso». el m i s m o s i g n i f i c a d o . V é a s e F r a n c o i s e L e
T a m b i é n s e p u e d e p e n s a r e n e l i r l a n d é s ail Roux, « L e Celticum d Ambigatus et
(«peñón»). l ' o m p h a l o s g a u l o i s » , Celticum, 1 9 6 1 , n . ° I,
p p . 159-184-
A l l o d E c h a e : t o p ó n i m o m í t i c o e n Cath
Maighe Tuireadh, a l l í d o n d e M o r r i g a n s e lava AMBIORLX (Ambíorix): u n o de los dos
c u a n d o se e n c u e n t r a c o n el D a g d a . E l reyes d e los e b u r o n e s e n la é p o c a de
sentido es i n c i e r t o : quizá signifique César (el o t r o e r a C a t u v o l c o ) . Rechazó
«gloria de E o c h u » . obstinadamente toda sumisión a César y
fue el r e s p o n s a b l e d e l g r a n a l z a m i e n t o d e l
almas-, l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a e s u n o d e n o r t e d e la G a l i a . C o n s i g u i ó e s c a p a r d e
los f u n d a m e n t o s d o c t r i n a l e s d e las c r e e n - l o s r o m a n o s a n t e s d e d e s a p a r e c e r d e la
cias celtas. E s t o n o i m p l i c a , s i n e m b a r g o , escena m i l i t a r y política gala.
n e c e s a r i a m e n t e n i la m e t e m p s i c o s i s n i la
reencarnación. Sólo tenemos dos ejem- *AMBOSTA (ambuesta): palabra gala
p l o s d e la p r i m e r a ( T u a n m a c C a i r i l l y reconstituida a partir de los dialectos
F i n t a n ) y n o existe n i n g u n o d e la s e g u n d a . r o m a n c e s y q u e J . L o t h r e l a c i o n ó c o n el
Véanse «inmortalidad», «metempsico- n o m b r e del e n c a n t a m i e n t o irlandés lla-
sis» y « r e e n c a r n a c i ó n » . m a d o imbas forosnai. P e r o esta r e l a c i ó n es
e r r ó n e a , p u e s l a - 6 - d e imbas p e r t e n e c e a
A l m u , g e n i t i v o Alman o Almain(e) (en gra- la p r e p o s i c i ó n - p r e f i j o imb- y n o a l a p a l a -
fía a n g l i z a d a Alien) •. n o m b r e d e d o s c o l i n a s b r a i r l a n d e s a bas ( « p a l m a d e l a m a n o » ) .
e n L e i n s t e r , u n a a c i n c o m i l l a s al n o r t e Véase Francoise Le Roux, « L a divination
d e K i l d a r e y la o t r a a c i n c o millas al c h e z l e s C e l t e s » , op. cit, I , p p - 2 3 8 - 2 4 0 .
s u d e s t e d e esta c i u d a d . N o se h a l o c a l i -
z a d o este t o p ó n i m o m í t i c o . Ambrosius: n o m b r e l a t i n o d e l p r í n c i p e
b r i t a n o E m r e i s G w l e d i g (Embreis Guletic e n
alóbroges ( A L L O B R O G A E ) : p u e b l o d e l a gales a n t i g u o ) q u e p r o f e t i z a a V o r t i g e r n el
G a l i a T r a n s a l p i n a , al n o r t e d e I s é r e y al combate simbólico del dragón blanco
este d e l R ó d a n o , e n t r e este r í o , Saboya y (sajón) y del d r a g ó n rojo (britano), c o n
el l a g o d e G i n e b r a . E l n o m b r e procede v i c t o r i a f i n a l p a r a l o s b r i t a n o s , e n l a Histo-
d e alio- « o t r o » y brogi- « p a í s , t i e r r a » . ria Britonum d e N e n n i o . N o se t r a t a e n e s t e
texto d e M e r l i n u s A m b r o s i u s sino de u n
AMBIGATUS (Ambigato, « e l que c o m - soberano, personaje histórico real,
bate de los dos lados»): soberano mítico Ambrosius Aurelianus, nacido en una
galo evocado p o r T i t o Livio c u a n d o relata familia b r i t a n a d e la é p o c a r o m a n a y q u e
l a s c i r c u n s t a n c i a s d e l ver sacrum q u e f u e l a h a p a s a d o a la leyenda.
c a u s a d e la m i g r a c i ó n c é l t i c a a la G a l i a
C i s a l p i n a y d e la f u n d a c i ó n d e M e d i o l a - Amorgen Glungel ( « e l d e la Rodilla
n u m ( M i l á n ) . Q u i e n c o n d u j o la m i g r a - B l a n c a » ) : p r i m e r fue y j u e z m í t i c o d e l o s
ción fue Beloveso, s o b r i n o del s o b e r a n o , goidelos a su llegada a I r l a n d a , s e g ú n el
 GLOSARIO
515

Libro de ¡as conquistas. E s h i j o a d o p t i v o d e C a i c o m p u e s t a d e u n r a d i c a l *anda-, «ciego»,

Cainbrethach («el del Buen Juicio»). q u e sólo se e n c u e n t r a e n sánscrito, y d e
Amorgen significa literalmente «naci- u n e l e m e n t o c o n b a s e v e r b a l —bata ( « g o l -
miento del canto o del l a m e n t o » . Otro pear, matar»). Véase Christian-J.
Amorgen, e n el ciclo del Ulster, es el G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et d e
poeta del rey C o n c h o b a r ; tiene p o r esposa Lexicographie gauloises et celtiques X V I .
a F i n d c h o e m ( « B l a n c a - S u a v e » ) , hija d e l 58 G a u l o i s A N D A B A T A " g l a d i a t e u r a v e u -
druida C a t h b a d y madre del héroe C o n a l l g l e " » , Ogam, 1963, n . ° 15,p p . 107-116.
Cernach, hermano de leche de C u c h u -
lainn. Véase « C a i Cainbrethach». A N D A R T A : t e ó n i m o galo e n inscripcio-
nes galorromanas del Mediodía francés
Ana o Anu: V é a s e «Dana». ( D r ó m e ) . Significa « l agran osa» p o r u n
p r e f i j o a u m e n t a t i v o ande- y u n sustantivo
anair: n o m b r e d e u n m e t r o p o é t i c o p a r - arta ( « o s a » ) . L a f o r m a p o p u l a r o e v o l u -
t i c u l a r d e l file c o n r a n g o d e cli, e l t e r c e r o c i o n a d a Andrasta e s u n t e ó n i m o q u e d e s i g n a
e n d i g n i d a d t r a s e l ollam y e l anrudh. Los la d i o s a d e la g u e r r a e n l a l e n g u a d e l o s
irlandeses medievales aprehendían esta britanos d e la reina Boadicea e n el siglo I
palabra p o r analogía c o n an-aer («no de nuestra era, s e g ú n D i ó n C a s i o e n X i f i -
s á t i r a » ) , p e r o es p r o b a b l e q u e s u o r i g e n lino LXII, n . ° 6. Véase Christian-J.
e x a c t o e s t é r e l a c i o n a d o y a s e a c o n anae, G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et d e
« r i q u e z a (procurada p o r la p o e s í a ) » , ya L e x i c o g r a p h i e gauloises et celtiques X X L X ,
c o n u n e q u i v a l e n t e d e l g a l e s anaw («ins- 134. L a " p i e r r e " , l ' " o u r s " et l e " r o i " . G a u -
p i r a c i ó n » poética). U n h o m ó n i m o esel lois artos, i r l a n d a i s art, g a l l o i s a r t h , b r e t ó n
a d v e r b i o anair, « d e l e s t e » ( c o n l a i d e a d e arzh, le n o m d u r o i A r t h u r » , Celticum,
movimiento), q u e aparece e n los c o m - 1967, n . ° 16, p p . 234-235-
p u e s t o s anairdes ( « d e l s u d e s t e » ) y anairtuaid
(«del nordeste»). Véase «orientación». a n d e e ( « n o d i o s » ) : p o r o p o s i c i ó n a dee
(«dios») e n u n adefinición del CoirAnman
anamain.: m e t r o poético reservado al que convierte a los artesanos e n dioses y a
ollam o m á s a l t o d i g n a t a r i o d e l a c a t e g o r í a los agricultores e n n o dioses. Pero tal
de l o s filid. La etimología vincula esta d e f i n i c i ó n n o es n i social n i f u n c i o n a l : la
p a l a b r a a l v e r b o anaid, « r e s p i r a r » , l o q u e Irlanda antigua y m e d i e v a l es u n país d e
obliga a entenderla como «inspiración criadores de ganado y n o de agricultores.
(psíquica)». Había de d o stipos: anamain C u c h u l a i n n emplea también la expresión
mor ( « g r a n inspiración») y anamain becc dee 7 andee e n u n a f ó r m u l a de agradeci-
(«pequeña inspiración»). U n tercer m i e n t o : s ó l o sirve para i m p l o r a r la b e n -
n o m b r e , anamain cain caithiriach ( « b e l l a i n s - d i c i ó n d e t o d o s l o s seres, divinos o n o ,
p i r a c i ó n . . . ? . . . » ) , es s i n d u d a otra deno- sin excepción alguna, sinidea de oposi-
minación de la primera. El nombre de c i ó n e n t r e dioses y d e m o n i o s , e n t r e clase
anamain a p a r e c e m u y a m e n u d o a s o c i a d o a d i r i g e n t e o n o b l e y clase baja o servil. S u
los d e fórmulas mágicas. Véase « o l l a m » . f i n a l i d a d es n o dejar a n a d i e fuera e n u n a
fórmula q u e tiende a la globalidad.
ANDABATA ( « g l a d i a d o r c i e g o » ) : el tér-
m i n o se aplica a u n a especie d e g l a d i a d o r A n g l e s e y : véase « M o n a » .
galo q u e combatía c o n los ojos tapados
p o r u n casco cuya visera n o tenía ninguna animismo-, n o existe n i n g u n a h u e l l a d e esta
abertura para la vista. L a palabra está n o c i ó n religiosa primitivista e n el m u n d o
 5i6 GLOSARIO

celta, aparte q u i z á d e l o s cultos p o p u l a r e s , ANVALONNACOS: t e ó n i m o galo ates-

cuyos detalles s o n difícilmente compro- t i g u a d o e n d a t i v o s i n g u l a r Anvalonnacu en
bables. la i n s c r i p c i ó n gala d e A u t u n . L a e t i m o l o -
gía n o está d e t e r m i n a d a claramente.
ANMAT: el calendario de C o l i g n y cali-
fica l o s días « n e f a s t o s » p o r o p o s i c i ó n a Aobh: p r i m e r a esposa d e l rey L e r e n el
mat ( « b u e n o , fasto»). L a palabra está r e l a t o c r i s t i a n i z a d o d e La muerte de los hijos de
compuesta, c o m o e l g a l e s anfad («mal- Ler. S u s c u a t r o h i j o s , u n a n i ñ a , Fionng-
v a d o , m a l o » ) , p o r an-, p r e f i j o n e g a t i v o , y huala, y tres n i ñ o s , A o d h , C o n n y F i a c h n a
mat ( « b u e n o » ) . V é a s e « M A T » y « c a l e n - (todos tienen n o m b r e s de rey), s o n trans-
dario » . formados e n cisnes p o r su madrastra,
Aoife, q u e n o se atrevió a matarlos. A l
A n n o i t , hijo de Ethior: u n o d e l o s c u a t r o cabo de novecientos años, los recoge san
«regentes» del mundo, según el breve Mochaomhog, se c o n v i e r t e n al cristia-
t e x t o d e Cethri arda in Domain («Los cuatro nismo, recuperan la forma humana,
puntos cardinales del mundo»), e n el mueren y van derechos al p a r a í s o . El
Leborna hUidre. E l n o m b r e es u n a variante n o m b r e d e Aobh e s u n a g r a f í a r e c i e n t e y u n
g r á f i c a d e andoit ( d e l b a j o l a t í n antitas) q u e empleo antroponímico d e oib ( « f o r m a ,
designa u n a f u n d a c i ó n eclesiástica antigua aspecto, belleza»).
o u n a iglesia q u e conserva reliquias.
Aoife: s e g u n d a e s p o s a d e l r e y L e r y h e r -
a n r u d h ( v a r i a n t e s g r á f i c a s anrad, anradh, m a n a d e l a p r i m e r a , A o b h , e n e l r e l a t o La
anrudh): n o m b r e de file de s e g u n d o rango, muerte de los hijos de Ler. T e n í a c e l o s d e s u h e r -
inmediatamente inferior e n lajerarquía a mana, a la q u e había sucedido, p o r l o q u e
ollam ( « d o c t o r » ) . L a p a l a b r a d e s i g n a t a m - dio la o r d e n de matar a los cuatro niños,
bién, p o r analogía, u n noble de rango p e r o n o tuvo el v a l o r o la fuerza d e h a c e r
inferior al de reyy, mediante u n a nueva ejecutar la o r d e n y los m e t a m o r f o s e ó e n
mudanza del sentido, u n « g u e r r e r o » o cisnes, a quienes deja, o c o n c e d e , el d o n
un «campeón». L a etimología menos del c a n t o y d e la palabra. E l n o m b r e es u n a
improbable es la b a s a d a e n an, «bri- g r a f í a r e c i e n t e d e Aife d e l a q u e s e c o n o c e n
l l a n t e » , y sruth, « a r r o y o ( d e c i e n c i a ) » . varios e m p l e o s a n t r o p o n í m i c o s e n la lite-
ratura medieval. Probablemente significa
antistes («que se m a n t i e n e delante, «cuesta (de u n a colina o u n a m o n t a ñ a ) » .
j e f e » ) : esta p a l a b r a d e s i g n a , e n l e n g u a j e
religioso, según Ernout-Meillet (Diction- Aran: n o m b r e q u e e n g l o b a las tres islas
a
naire Etymologique de la langue latine, 653 ), q u e se e n c u e n t r a n e n las costas o c c i d e n -
« u n sacerdote de orden s u p e r i o r » . P o r tales d e Irlanda, e n la bahía d e Galway.
t a n t o se p u e d e c o n s i d e r a r q u e l a p a l a b r a U n a d e ellas, I n i s h m o r e ( « G r a n Isla»),
refleja c o nbastante exactitud la situación e s l l a m a d a ara na naomh ( « A r a d e l o s s a n -
sacerdotal, social y política d e los druidas t o s » ) , y es p o s i b l e q u e s e a a esta isla a la
celtas e n autores latinos q u e n o utilizan q u e h a c e r e f e r e n c i a e l Viaje de san Brendán
e l n o m b r e c e l t a *druis. T i t o L i v i o , a l c o n - (véanse las p á g i n a s 45^-457) •
tar la m u e r t e del cónsul Postumio, lo
emplea a propósito; para A u s o n i o , unos árbol: e n l a c o n c e p c i ó n p r i m i t i v a q u e d e s -
cuantos siglos después, es u n arcaísmo c r i b e n l o s textos, las raíces d e l á r b o l c ó s -
léxico. mico alcanzan la tierra más profunda
mientras q u e su cúspide toca el cielo. E l
 GLOSARIO
517

árbol cósmico no da u n a especia o un arquitecto: la f u n c i ó n d e l d r u i d a arquitecto

fruto particular (manzana, nuez o bellota). está c l a r a m e n t e atestiguada e n tres o c a -
E n Irlanda, hay tantos árboles cósmicos s i o n e s e n l o s textos i r l a n d e s e s , al m e n o s
c o m o provincias. u n a d e las c u a l e s está e n el r e l a t o m i t o l ó -
g i c o Cath Maighe Tuireadh, a propósito del
Arianrhod («Rueda de Plata»): en el dios-druida, el D a g d a . P e r o las l e n g u a s
Mabinogi de Math, nombre de la m a d r e de celtas n o p o s e e n , aparte de los p r é s t a m o s
Llew. También es el nombre de una r o m a n c e s o los n e o l o g i s m o s m o d e r n o s ,
c o n s t e l a c i ó n e n gales. un nombre especial para esta función.
Los términos utilizados son constante-
Armórica ( g a l o l a t i n i z a d o Armorica): nombre mente «hacer» o «construir» ( u n a casa
a n t i g u o d e B r e t a ñ a , a n t e r i o r a la l l e g a d a o una fortaleza) y n o hay n i n g ú n sustan-
de los inmigrantes de lengua britónica. t i v o . E s t a l a g u n a l é x i c a se e x p l i c a p o r el

Pero su verdadero sentido se h a c e más d e s p r e c i o o la i n a p t i t u d i n i c i a l d e l o s c e l -

v a g o e i m p r e c i s o c u a n t o m á s se intenta tas a t r a b a j a r la p i e d r a : e l ú n i c o nombre

d e l i m i t a r la r e g i ó n a la q u e se a p l i c a : e l del a r t e s a n o c o n s t r u c t o r es, e n irlandés

macizo denominado armoricano es antiguo, saer ( « c a r p i n t e r o » ) . No obs-

m u c h o m á s a m p l i o q u e la B r e t a ñ a h i s t ó - tante, e n lo relativo a los seres h u m a n o s ,

r i c a c o n s t i t u i d a e n l o s s i g l o s IX-X. E n la la f u n c i ó n es la d e l « G r a n a r q u i t e c t o del
universo»: el d r u i d a «construye» una
d e f i n i c i ó n geográfica gala, y l u e g o latina,
casa o u n e d i f i c i o tal y c o m o el C r e a d o r
Armorica designa una región costera que,
h a c o n s t r u i d o el m u n d o .
para algunos (César o Plinio), puede
extenderse d e s d e A q u i t a n i a al M a r del
Norte. El significado del t o p ó n i m o es A r t ( « o s o » ) : n o m b r e de u n rey s u p r e m o
«(país) delante del m a r » . de Irlanda, hijo de C o n n Cetchathach y
padre del rey-juez C o r m a c . El simbolismo
arpa (irlandés cruit): instrumento de del n o m b r e l o v i n c u l a a la S o b e r a n í a . En
m ú s i c a de c u e r d a , el ú n i c o utilizado en e l r e l a t o El cortejo de Becuma, A r t es a p o d a d o
las cortes principescas de la Irlanda Oenfer, «hombre único (solo)», porque
medieval y del país de Gales, p o r oposi- f u e d e s t e r r a d o p o r su p a d r e , q u i e n n o se
c i ó n a los i n s t r u m e n t o s de v i e n t o (gaita) y d i o c u e n t a d e q u e su e s p o s a a d ú l t e r a era la
p e r c u s i ó n , q u e s i r v e n p a r a la g u e r r a y la c a u s a d e t o d a s las c a l a m i d a d e s .
diversión del p u e b l o . L o s textos descri-
b e n e n c o n j u n t o cinco tipos de arpa de Arturo: rey o e m p e r a d o r mítico de los
t a m a ñ o s d i s t i n t o s , d e la g r a n a r p a cere- b r i t a n o s c u y a s a v e n t u r a s y h a z a ñ a s se d e s -
m o n i a l d e p o m p a a la p e q u e ñ a a r p a que criben en u n i n m e n s o ciclo literario. L o s
se l l e v a b a a la c i n t u r a . E l arpista, e s p e c i a - textos fundamentales son todos celtas
l i d a d d e l file o p o e t a , e s u n p e r s o n a j e de insulares, pero los temas artúricos han
c o n s i d e r a c i ó n q u e tiene rango de druida. p e n e t r a d o a m p l i a m e n t e e n las l i t e r a t u r a s
Se r e c o n o c í a el v i r t u o s i s m o y c a l i d a d de francesa, inglesa y alemana. E l n o m b r e de
los arpistasJJÍJT su a p t i t u d p a r a t o c a r los A r t u r o debe asociarse s i m b ó l i c a m e n t e c o n
tres aires o m o d o s de t o d a b u e n a m ú s i c a : e l d e l « o s o » , arth (*arto-), p e r o la f o r m a
— la m e l o d í a d e l sueño, l a t i n a Artorius h a l l e v a d o a p e n s a r e n u n o r i -
— l a m e l o d í a d e l a tristeza, gen extranjero. Véase Christian-J.
— l a m e l o d í a d e l a sonrisa. G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e el de
Véanse «Gentraige», «Goltraige» y L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s X X T X .
« Suantraige » . 1 3 4 . L a " p i e r r e " , l ' " o u r s " et le " r o i " . G a u -
5i8 GLOSARIO

lois A R T O S , irlandais art, gallois arth, astrólogos, astrónomos: no tenemos ningún

b r e t ó n arzh, le n o m d u r o i A r t b u r » , Celti- e l e m e n t o s u s c e p t i b l e d e f u n d a m e n t a r la
cum, 1 9 6 7 , n . ° 1 6 , p p . 2 3 2 - 2 3 3 . e x i s t e n c i a d e u n a a s t r o l o g í a d r u í d i c a , la
cual h u b i e r a p o d i d o e n c o n t r a r s e e n el
arúspice ( l a t í n haruspex): sacerdote q u e exa- o r i g e n d e la m o d a a s t r o l ó g i c a galorro-
m i n a las e n t r a ñ a s d e las v í c t i m a s . Esta m a n a d u r a n t e el Bajo I m p e r i o . La b r e v e
p a l a b r a es u t i l i z a d a p o r l o s a u t o r e s a n t i - m e n c i ó n d e C é s a r , relativa a las e s p e c u l a -
g u o s al e v o c a r las p r á c t i c a s a d i v i n a t o r i a s d e ciones de los druidas sobre el movi-
los celtas c o n t i n e n t a l e s . N o t e n e m o s d e s - m i e n t o de los astros, n o hace más q u e
g r a c i a d a m e n t e el n o m b r e celta a n t i g u o d e darnos u n indicio de una astronomía
esta t é c n i c a r i t u a l y las d e n o m i n a c i o n e s s o b r e la q u e n o s a b e m o s n a d a , a la vez
i r l a n d e s a s d e la a d i v i n a c i ó n s o n t o d a s g l o - q u e los textos g u a r d a n s i l e n c i o s o b r e esta
b a l e s , d e l t i p o defilidecht, «arte de poeta», cuestión. Sin embargo, como fueron
ofaitsine, « a r t e de a d i v i n o » . La cristianiza- e n c u a d r a d o s e n la m i s m a c a t e g o r í a j u n t o
c i ó n h i z o d e s a p a r e c e r casi t o d a s las d e s - a los mathematici, magos, astrólogos y
c r i p c i o n e s o m e n c i o n e s técnicas relativas a h e c h i c e r o s —de o r i g e n o r i e n t a l g e n e r a l -
este r i t u a l . V é a n s e « f i l e » y los a n e x o s . mente— q u e habían invadido R o m a , fue-
r o n c o n d e n a d o s p o r los edictos de T i b e -
ARVERNI (arvernos): contracción de rio y C l a u d i o . Es p o c o probable que, a u n
*Are-verni. S e g ú n C é s a r , es u n o d e l o s d o s d e s p o s e í d o s d e su i m p o r t a n c i a social y
p u e b l o s m á s p o d e r o s o s d e la G a l i a , p u e s p o l í t i c a p o r la a c c i ó n d e la a d m i n i s t r a -
estaba al f r e n t e d e u n a f a c c i ó n o c o n f e d e - ción romana, los d r u i d a s hayan caído
r a c i ó n o p u e s t a a la d e l o s h e d u o s . Su r á p i d a m e n t e e n la b r u j e r í a . S u s d o c t r i n a s
n o m b r e h a p a s a d o al d e A u v e r n i a . L o s h a n s i d o a s i m i l a d a s o c o m p a r a d a s c o n el
arvernos f u e r o n , c o n Vercingétorix, los esoterismo pitagórico.
p r i n c i p a l e s a c t o r e s d e la g r a n r e v u e l t a d e
la G a l i a c o n t r a C é s a r a n t e s d e l d e s a s t r e d e Assa: e n e l r e l a t o Compert Conchobuir («La
Alesia. D e b i e r o n d e ser, h a c i a el siglo I c o n c e p c i ó n d e C o n c h o b a r » ) , es e l p r i -
antes de nuestra e r a , el c e n t r o de u n m e r n o m b r e d e la m a d r e d e l r e y C o n c h o -
i m p e r i o o d e u n r e i n o i m p o r t a n t e b a j o la b a r . S e g ú n p a r e c e , r e c i b i ó esta d e n o m i -
autoridad de Celtilo, padre de Vercingé- nación porque era dulce y de fácil
torix. Su nombre significa «(los que c a r á c t e r . L u e g o , s e l e a g r i ó e l c a r á c t e r y,
están) delante del p a n t a n o » . por tanto, fue llamada Niassa tras la
m u e r t e infringida a sus doce tutores p o r
ashvamedha-. sacrificio d e u n caballo e n la su f u t u r o marido, el d r u i d a Cathbad.
a n t i g u a r e l i g i ó n d e la I n d i a . H a s i d o v i n - P e r o e s t a i n t e r p r e t a c i ó n n o es m á s q u e u n
c u l a d o e r r ó n e a m e n t e , e n su finalidad y sus j u e g o d e p a l a b r a s b a s a d o e n el adjetivo
m o d a l i d a d e s , c o n el f r a g m e n t o d e r i t u a l assa(e) o ansa « f á c i l » y e n l a e x p r e s i ó n q u e
d e e n t r o n i z a c i ó n d e l r e y c o n o c i d o e n el habitualmente introduce u n a explicación
U l s t e r h a c i a e l s i g l o XII g r a c i a s a l m o n j e c o m o r e s p u e s t a a u n a p r e g u n t a : ni ansa / ni
gales G i r a l d o C a m b r e n s e , y q u e c o m p o r t a assa ( « n o e s d i f í c i l » ) . E l n o m b r e v e r d a -
la i n m o l a c i ó n , el d e s c u a r t i z a m i e n t o y el d e r o es Ness, g e n i t i v o Nessa. V é a s e « N e s s » .
c o n s u m o d e la c a r n e d e u n c a b a l l o b l a n c o .
Véase Francoise Le Roux, «Recherches sur ATEPOMAROS («gran caballero»):
les é l é m e n t s r i t u e l s d e l ' é l e c t i o n royale p e r s o n a j e m í t i c o galo q u e p a r t i c i p ó e n la
i r l a n d a i s e e t c e l t i q u e » , Ogam, 1963, n . ° fundación d e Lugdunum ( L y o n ) s e g ú n el
1 5 , p p . 1 2 3 y ss. y 2 4 5 y ss. Pseudo Plutarco. El a n t r o p ó n i m o está
 GLOSARIO
519
acreditado en epigrafía g a l o r r o m a n a . Es t e m p o r a l , político y g u e r r e r o (el imperium
también y principalmente u n a p o d o del r o m a n o ) , e j e r c i d o p o r el rey o sus r e p r e ­
Apolo galo. Véase Francoise Le Roux, s e n t a n t e s (o sus sustitutos e n o t r o mundo
« N o t e s d'Histoire des Religions I V . 8. de g o b i e r n o ) , lo q u e constituye la esencia
Introduction á une étude de lApollon del ejercicio de la f u n c i ó n sacerdotal
g a u l o i s » , Ogam, 1 9 5 9 , n . ° II, p . 2 1 9 . reservada al d r u i d a . L a a u t o r i d a d espiri­
tual, superior al p o d e r temporal, no
ath ( « v a d o » ) : l a p a l a b r a a p a r e c e e n m u y tiene a todas luces otra justificación que
numerosas formaciones toponímicas su p r o p i a existencia, p e r o tal j u s t i f i c a c i ó n
i r l a n d e s a s . E n l o s v a d o s se l i b r a n p o r l o es t a n e v i d e n t e q u e n o es, p o r así d e c i r ,
general los combates singulares de los n e c e s a r i a , ya q u e n o e x i g e d e m o s t r a r s e al
relatos mitológicos y épicos. igual que todos los principios superiores.
Es p o r t a n t o la p a r t e m á s e l e v a d a d e la
Ath Daru ( « V a d o d e l r o b l e » ) : existen S o b e r a n í a , la c u a l n o se e x p r e s a m á s q u e

v a r i o s t o p ó n i m o s q u e l l e v a n este nombre p o r el n o m b r e d e l d r u i d a y esto explica la

e n la n o m e n c l a t u r a d e H o g a n , Onomasticon superioridad del druida sobre el g u e r r e r o

Goidelicum, p . 58b. A q u e l d e l q u e trata el o el h é r o e .

r e l a t o La batalla de Ath Dará p a r e c e l o c a l i z a d o

e n el B a r r o w e n M a g A i l b e , e n el c o n ­ Avalan, galo Aballo, g a l e s (Yys)Afallach, irlan­
dado de Kildare. d é s (Emain) Ablach: n o m b r e d e l a i s l a m í t i c a
e n l a q u e e l r e y A r t u r o se r e c u p e r a d e s u s
A t h na g C a r b a d ( « V a d o d e l o s c a r r o s » ) : heridas gracias a los cuidados de su h e r ­
en el d e c a n a t o de L i s m o r e , registrado m a n a M o r g a n a tras la batalla d e C a m l a n , a
s e g ú n l a p r o n u n c i a c i ó n Adnagarbad e n el la e s p e r a d e r e g r e s a r p a r a l i b e r a r a l o s b r i ­
s i g l o XIII; s i t u a d o a l e s t e d e Goirt-an- t a n o s d e la o p r e s i ó n de los s a j o n e s . El
O i r en Mag Femen. Existen numerosos n o m b r e , q u e es el d e la « m a n z a n a » (gales
t o p ó n i m o s , míticos y reales, que c o n t i e ­ afal, bretón aval), fruto cuyo consumo
n e n el n o m b r e d e « c a r r o » , p e r o es la p r o c u r a la c i e n c i a y la i n m o r t a l i d a d , es
única formación irlandesa donde carpat t a m b i é n u n a d e n o m i n a c i ó n g e n e r a l de la
p r e c e d i d o d e l a r t í c u l o está e n g e n i t i v o residencia de los reyes del O t r o M u n d o .
plural.
avellano: á r b o l q u e p r o d u c e las a v e l l a n a s
augur, augurium: e l augur e s e l n o m b r e del ( l é x i c a m e n t e distintas d e las n u e c e s , cnó),
sacerdote romano especializado en los fruto de ciencia q u e cae e n el m a n a n t i a l
p r e s a g i o s ( f a v o r a b l e s ) . Augurium e s , e n t e r ­ sagrado y q u e c o m e el s a l m ó n . L a m a d e r a
minología latina, el presagio propia­ d e a v e l l a n o sirve casi s i e m p r e p a r a c o n f e c ­
m e n t e d i c h o , p o r l o q u e es d i f e r e n t e d e l c i o n a r las v a r i t a s m á g i c a s d e l o s d r u i d a s .
auspicium. E l augur, m i e m b r o d e u n c o l e g i o
o f i c i a l , es p o r c o n s i g u i e n t e a l g o así c o m o aves: l a s p r i n c i p a l e s a v e s d e l a l e y e n d a c e l t a
el equivalente del vate galo y del faith son:
irlandés. Así/s? debe traducir aquel n o m ­ — e l cisne, q u e s i r v e p a r a l a s m e t a m o r f o ­
bre c u a n d o los escritores clásicos lo apli­ sis t e m p o r a l e s d e las m e n s a j e r a s del
can a los celtas. Otro Mundo,
— e l cuervo, m e n s a j e r o d e L u g y a p a r i e n ­
autoridad espiritual: a p l i c a n d o esta e x p r e s i ó n cia h a b i t u a l de B o d b ( « C o r n e j a » ) o
a la t r a d i c i ó n celta, d e s i g n a m o s , p o r o p o ­ diosa de la g u e r r a ,
s i c i ó n y c o m p l e m e n t a r i a m e n t e al p o d e r — e l reyezuelo, q u e e s e l d r u i d a d e l a s a v e s .
 520 GLOSARIO

B castrado jefe gigante» e n el M a b i n o g i d e

Badurnn: e n las o r d a l í a s i r l a n d e s a s , e s e l K u l h w c h y O w e n . L a etimología y el sig-
n o m b r e d e u n reycuya esposa obtuvo e n n i f i c a d o d e l n o m b r e d e B a l o r n o se p u e -
e l sid, p o r p a r t e de unas mujeres que den determinar c o n precisión: parece
había encontrado cerca de u n a fuente y v e r o s í m i l l a p r e s e n c i a d e l r a d i c a l *bel- q u e
había seguido, u n j a r r ó n d e cristal q u e d e s i g n a e l r e l á m p a g o o la m u e r t e . Véase
servía para d i s t i n g u i r l o v e r d a d e r o d e l o «Lug», «fomores».
falso: se q u e b r a b a si se p r o n u n c i a b a sobre
él u n a p a l a b r a falsa y se r e c o n s t i t u í a si se Banba ( f o r m a m o d e r n a Banbha): u n o
decía algo v e r d a d e r o . Este j a r r ó n es u n de l o s n o m b r e s d e Irlanda y t a m b i é n el d e
d o b l e d e la copa de C o r m a c q u e , c o m o u n a reina d e l o sT u a t h a D é D a n a n n q u e
copa d e la soberanía, es u n sustituto y u n la s i m b o l i z a y es s u a l e g o r í a . Esta ú l t i m a
equivalente delcaldero del Dagda. Véanse f o r m a , c o n F o t l a y E r i u , es u n a t r i p l i c a -
«caldero» y «copa». c i ó n d e la S o b e r a n í a c o m o m a n i f e s t a c i ó n
de su multiplicidad e n la u n i d a d . El
B a i l e B i n d b e r l a c h mac B u a i n ( « e l d e nombre ha de vincularse con banb
Dulce Lenguaje, hijo de B u a n » ) : Baile («cerdo o jabalí»), animal c o n simbo-
está a t e s t i g u a d o c o m o n o m b r e p r o p i o y lismo sacerdotal.
de lugar. C o m o sustantivo, aquí significa
«locura, frenesí». Buan e s « b u e n o » o bandrui («druidesa»): literalmente
«perpetuo, constante, perseverante». E n «mujer-druida». Véase «druida».
r e l a c i ó n c o n la m u e r t e d e este p e r s o n a j e ,
véase « A i d l i n n » . banfaith («profetisa»): literalmente
«mujer-profeta». Véase «adivino».
BAIOCASSES (bodiocasses): n o m b r e d e
u n p u e b l o d e l n o r o e s t e d e la G a l i a , e n la banfile ( « p o e t i s a » ) : l i t e r a l m e n t e «mujer-
región de Bayeux (Bessin), ciudad q u e poeta». Véanse «poeta» y «file».
l l e v a s u n o m b r e . L a f o r m a Baiocasses e s u n a
d e r i v a c i ó n d e Bodio-casses, p e r o las i n t e r - BARDOS: nombre galo del bardo, el
pretaciones difieren. L a m á sp r o b a b l e es cual abarca varias a c e p c i o n e s o realidades
«(los q u etienen) cabellera r u b i a » . diferentes s e g ú n el lugar y la é p o c a e n l o s
q u e s e u t i l i z a : e l g a l o bardos d e s i g n a u n
Balder-. dios germánico d e la j u v e n t u d , alto personaje oficial, e n c a r g a d o d e dis-
hijo de Odín. L o mató u n a rama de p e n s a r e n la c o r t e d e l rey la alabanza y la
muérdago lanzada por Hodur. Fue reprobación e n verso; e n Irlanda, e n la
j u g a n d o , p e r o la r a m a se t r a n s f o r m ó e n E d a d M e d i a , e l bard c u m p l e l a s m i s m a s
u n a f l e c h a a c e r a d a . T a le p i s o d i o n o está funciones, sin recurrir a la escritura,
atestiguado e n la m i t o l o g í a celta. p e r o es d e u n r a n g o social i n f e r i o r alfile-,
e n e l P a í s d e G a l e s , bordd r e s p o n d e a u n a
Balor: a b u e l o d e l d i o s L u g y j e f e d e l o s n o c i ó n idéntica, pero cristianizada; e n
f o m o r e s . E n e l r e l a t o Cath Maighe Tuireadh, C o r n u a l l e s y e n B r e t a ñ a , barth y barzh h a n
lo mata su nieto d e u n a pedrada c o n u n a perdido todo valor religioso o literario
h o n d a . Este e p i s o d i o está c o n t a d o c o n u n para significar « m i m o , violinista». Las
g r a n lujo d e detalles e n la s e g u n d a r e d a c - lenguas celtas n o h a n g e n e r a d o ninguna
ción, másreciente. Balor, gigante cicló- palabra nativa q u e traduzca el latín poeta.
peo, tenía u n o j o paralizante y su h o m ó - Véanse los anexos.
l o g o gales es Y s p a d a d d e n P e n k a w r « e l
 GLOSARIO
521

Bé Chuille («hechicera», es decir, m a n a y el p r i m e r t e s t i m o n i o es u n a i n s -

d r u i d e s a o m a g a ) : e n e l r e l a t o Cath Maighe cripción e n caracteres griegos e n u n a pileta
Tuireadh, literalmente «mujer de Cuill». de Calissanne ( B o u c h e s - d u - R h ó n e ) .
Se t r a t a d e u n o d e l o s m ú l t i p l e s n o m b r e s
d e la g r a n d i v i n i d a d f e m e n i n a . BELISAMA ( « l a m u ybrillante»): u n o
de los a p o d o s galos d e « M i n e r v a » . El
Becuma: mujer maléfica del rey d e t e ó n i m o h a d e j a d o r e c u e r d o s e n la t o p o -
Irlanda Conn Cetchathach, q u e , tras nimia francesa (Blismes, Blesmes, etc.).
e n v i u d a r , se c a s ó c o n e l l a p o r s u b e l l e z a . Véase Christian-J. Guyonvarc'h, «Études
S u sola p r e s e n c i a vuelve el país i n f e c u n d o . s u r l e v o c a b u l a i r e g a u l o i s . I. L e t h é o n y m e
E s p o s i b l e q u e e l n o m b r e se d e s c o m p o n g a gaulois Belisama "la tres b r i l l a n t e " » , Cel-
e n bé ( « m u j e r » ) y cuma ( « p e n a » ) . ticum, 1 9 6 3 , n . ° 3 , p p . 1 3 7 - 1 5 8 .

Bé D a n a n n ( « m u j e r d e D a n a » ) : nom- B E L L O V E S U S (Beloveso): s o b r i n o (hijo

bre de u n a « h e c h i c e r a » d e losTuatha D é d e la h e r m a n a ) d e l s o b e r a n o m í t i c o galo
D a n a n n e n e l r e l a t o Cath Maighe Tuireadh. S e A m b i g a t o ; j e f e d e la e x p e d i c i ó n llevó a la
p u e d e h a c e r el m i s m o c o m e n t a r i o q u e f u n d a c i ó n d e M e d i o l a n u m ( M i l á n ) e n la
p a r a el n o m b r e d e B é C h u i l l e . Galia Cisalpina según Tito Livio, q u e
r e c o g e u n a t r a d i c i ó n nativa. B e l o v e s o es el
B E L G A E (belgas): d e n o m i n a c i ó n b a j o la h e r m a n o d e Segoveso, e n c a r g a d o d e c o n -
q u e se a g r u p a n todos los pueblos q u e d u c i r al m i s m o t i e m p o u n a e x p e d i c i ó n
habitaban la Bélgica antigua (Belgium), similar a G e r m a n i a . Véase « A m b i g a t o » .
algunos d e los cuales p a s a r o n a G r a n B r e -
t a ñ a p o c o antes d e la llegada d e C é s a r a la Beltaine, Bealtaine, Beilteine: inter-
Galia. C é s a r les atribuye u n o r i g e n g e r - pretado como «fuego de Bel» en todos
mánico, p o r q u e venían de regiones situa- los t e x t o s i r l a n d e s e s ; n o m b r e d e la fiesta
d a s a l e s t e d e l R i n , p e r o n o se p u e d e sacerdotal del primero de mayo, la
d u d a r d e su celticidad. L o s principales s e g u n d a d e l a ñ o , e n el c a l e n d a r i o i r l a n -
s o n , e n la g u e r r a d e las Galias, l o s n e r v i o s , d é s . Bel e s t á v i n c u l a d o c o n l o s t e ó n i m o s
los belóvacos, los a m b i a n o s y los atrebates. galos Beleños y, en femenino Belisama
S u n o m b r e está m a n i f i e s t a m e n t e empa- (apodo de «Minerva»). Véanse «Bel»,
r e n t a d o c o n el d e los F i r Bolg irlandeses. «Beleños» y «Belisama».
V é a s e este t é r m i n o y s o b r e l o s a m b i a n o s y
atrebates, Christian-J. Guyonvarc'h, « L e s Bénen ( s a n B e n i g n o ) : santo i r l a n d é s d e
n o m s d e p e u p l e s b e l g e s » , Celticum, 1 9 6 6 , la p r i m e r a g e n e r a c i ó n , f a m i l i a r d e s a n
n . ° 15, p p . 385-4OO. Patricio, c o n quien participa e n justas
mágicas m u y serias c o n t r a los d r u i d a s . E l
B e l (Beal, B e i l ) : t e ó n i m o q u e d e s i g n a a n o m b r e es la f o r m a r e c o g i d a e n i r l a n d é s
L u g e n s u figura d e l u z y q u e , b a j o esta a n t i g u o p o r el latín Benignus.
f o r m a , s ó l o e s t á a t e s t i g u a d a e n l a Historia de
Irlanda d e KgAting. C o r r e s p o n d e al galo B e n n Etair ( « P u n t a d e E t a r » ) : n o m b r e
Beleños. gaélico d e la p e n í n s u l a d e H o w t h , e n el
c o n d a d o d e D u b l í n . A h í está l o c a l i z a d o el
B E L E Ñ O S : a p o d o del A p o l o galo atesti- r e l a t o El asedio de Howth.
guado e n inscripciones lapidarias y leyen-
das d e m o n e d a s . L a asimilación c o n A p o l o Berach: u n o d e l o s s a n t o s s u c e s o r e s d e
es c o n s t a n t e e n t o d a la e p i g r a f í a g a l o r r o - Patricio, quien, p o r otra parte, había
 522 GLOSARIO

predicho su nacimiento y su gloria gozar de u n gran poderío, puesto q u e

sesenta a ñ o s antes. H i j o d e rey, n a c i d o y T i t o Livio les a t r i b u y e la realeza s u p r e m a
b a u t i z a d o e n la fe c r i s t i a n a , t u v o d u r a n t e de Ambigato, señor del imperio celta
t o d a su vida aventuras m i s i o n e r a s dignas h a c i a l o s s i g l o s IV y V a . C . S u n o m b r e s i g -
d e las d e s a n P a t r i c i o . nifica «reyes d e l m u n d o » y t a m b i é n , p o r
contaminación semántica, «reyes p e r p e -
berla Féné («lengua de los F é n é » ) : t u o s » . D i o el n o m b r e d e « B e r r y » (Bituri-
n o m b r e perifrástico y m e t a f ó r i c o d e la ges) y e l d e « B o u r g e s » (Biturigibus). Véase
lengua complicada y rebuscada particular Christian-J. Guyonvarc'h, «Deux élé-
de los poetas irlandeses. m e n t s d e vocabulaire religeux et d e g é o -
g r a p h i e s a c r é e . I. L e n o m d e s B i t u r i g e s .
B e r n a d na F o r a i r i ( « V a d o d e l a V i g i - 2- M e d i o l a n u m » , Celticum, 1 9 6 2 , n . ° I,
l i a » ) : v a r i a n t e d e l a f o r m a s i m p l e Ath na pp. 137-158.
Forairi. El t o p ó n i m o está r e c o g i d o p o r
H o g a n , Onomasticon Goidelicum, II2b, b a j o l a B l a i Briuga: h o s p e d e r o d e l r e y C o n c h o -
f o r m a Berna na forairi. Es u n n o m b r e mítico b a r e n los relatos d e l ciclo d e l Ulster. S u
s i t u a d o e n l a f r o n t e r a d e l U l s t e r e n Tain Bo a p o d o e s e l d e s u f u n c i ó n (brug «alber-
Cualnge: «entre M a gda Gabul («Llanura g u e » ) . T i e n e la r e s p o n s a b i l i d a d d e « a l i -
de la D o s b i f u r c a c i o n e s » ) y A t h C a r p a i t m e n t a r » a l o s u l t o n i a n o s y es u n o d e l o s
Fergusa ( « V a d o d e l C a r r o d e F e r g u s » ) » . r a r o s r e p r e s e n t a n t e s d e la « t e r c e r a clase
productiva» que aparecen nombrados y
Bethach: h i j o d e I a r b o n e l el A d i v i n o , definidos. E n el relato La concepción de
hijo d e N e m e d , jefe y antepasado mítico Cuchulainn, Blai B r i u g a a s u m e la carga d e
de los Fir Bolg y de los Tuatha Dé padre putativo del h é r o e . Véase Chris-
D a n a n n . El n o m b r e significa «abedul». tian-J. Guyonvarc'h, « L a conception de
Cuchulainn», Ogam, 1 9 6 5 , n . ° 17, p p .
Bith: h i j o d e N o é , h i j o d e L a m e c h , p a d r e 379 y 3 8 l . El r e p a r t o d e tareas entre los
de Cesair, la p r i m e r a m u j e r q u e llegó a grandes héroes del Ulster e n lo referente
Irlanda antes del diluvio y antepasada de a la e d u c a c i ó n d e l n i ñ o e s t r i f u n c i o n a l .
t o d a s las r a z a s m í t i c a s q u e o c u p a r o n l a isla.
El n o m b r e significa « m u n d o , e d a d » . blanco: el a d j e t i v o i r l a n d é s find o finn s i g n i -
fica, como sus equivalentes britónicos
B I T U I T O S (Bituito): rey d e los arvernos ( g a l e s gwyn, b r e t ó n gwenn) y el galo vindos,
(o de los alóbroges, de acuerdo con «blanco, bello, brillante, bienaventu-
A p i a n o ) , hijo de Lovernio, vencido p o r r a d o » . E l b l a n c o es t a m b i é n , y p r i n c i p a l -
l o s r o m a n o s e n 121 a . C . E l n o m b r e c o n - m e n t e , e l c o l o r s a c e r d o t a l (y r e a l ) , a u n -
t i e n e e l r a d i c a l bitu- ( « m u n d o » ) , p e r o se que se trata, técnicamente, de u n a
i g n o r a e l v a l o r e x a c t o d e l s u f i j o —ito-, así ausencia de color. Están atestiguados
c o m o el s e n t i d o p r e c i s o d e l a n t r o p ó n i m o . n u m e r o s o s ejemplares de túnicas y m a n -
tos blancos del d r u i d a .
BITURIGES: pueblo del centro geográ-
fico d e la Galia q u e o c u p a b a B e r r y y u n a Bloc: n o m b r e d e u n o d e l o s t r e s d r u i d a s
parte de Turena y del Borbonesado. Su de C o n n Cetchathach, rey s u p r e m o de
c a p i t a l e r a Avaricum (Avárico) y d e s e m p e - Irlanda. Los otros dos son Maol y
ñ a r o n u n p a p e l i m p o r t a n t e todavía e n la B l u i c n e . E l n o m b r e es q u i z á d e o r i g e n
g u e r r a d e las Galias, s e g ú n C é s a r . C o n r o m a n c e o inglés y significa «bloque»
a n t e r i o r i d a d a la c o n q u i s t a , d e b i e r o n d e (de cualquier materia).
 GLOSARIO
523

Blodeuwedd ( « r o s t r o , a s p e c t o d e l a s flo- e n el a g u a , l u s t r a l y m o r t a l , d e l m a n a n t i a l
r e s » ) : e n e l Mabinogi de Math, es la m u j e r d e l Segáis, e n c u e n t r a la m u e r t e . E l a g u a la
que Math y Gwydyon hicieron c o n flores m u t i l a ( u n brazo, u n a p i e r n a , u n ojo) y la
para dársela a Llew, a q u i e n u n a m a l d i - p e r s i g u e . E n su h u i d a hasta el m a r , d a o r i -
ción d e su p r o p i a m a d r e c o n d e n a b a a n o g e n al r í o . S u n o m b r e t a m b i é n a p a r e c e e n
t e n e r e s p o s a d e la raza q u e p u e b l a la T i e - el d e l a r e s i d e n c i a d e l D a g d a : Brugn»Boinne
r r a . P e r o B l o d e u w e d d le es infiel y, al «Albergue del Boyne».
f i n a l d e l r e l a t o , la m e t a m o r f o s e a n e n u n
buho. Bodb ( « c o r n e j a » ) : n o m b r e d e la d i o s a
de la guerra, denominada también
Bluicne: n o m b r e d e u n o d e los tres Morrigu o Morrigan. Aparece frecuente-
d r u i d a s d e l rey C o n n Cetchathach, rey m e n t e e n los relatos, épicos o mitológi-
s u p r e m o d e I r l a n d a . P a r e c e q u e Bluicne es c o s . Bodb e s a d e m á s e l n o m b r e d e u n o d e
u n d e r i v a d o d e Bloc r e s u l t a d o d e l a a d i - los hijos d e l Dagda. Véase Francoise L e
c i ó n d e u n sufijo diminutivo y de u n a Roux & Christian-J. Guyonvarc'h, « L a
c o n f u s i ó n d e l n o m i n a t i v o y el g e n i t i v o . souveraineté guerriére de l'Irlande», Cel-
ticum, 1 9 8 3 , n . ° 25» p á s s i m .
bo-aire («propietario del ganado»):
n o m b r e d e la p r i m e r a c a t e g o r í a d e h o m - BOU (boyos): p u e b l o celta establecido
b r e s l i b r e s s e g ú n l a ley i r l a n d e s a . en p r i m e r lugar e n Alemania occidental
( e n la r e g i ó n d e l M a i n y d e l N e c k a r ) ,
Boadach: n o m b r e c o n e l c u a l l a j o v e n d e l luego arrastrados p o r los helvecios a u n a
O t r o M u n d o q u eviene a buscar a Conle, migración interrumpida p o r César, q u e
hijo de C o n n Cetchathach, designa al los instaló e n u n a p a r t e d e l t e r r i t o r i o d e
p r í n c i p e d e l q u e ella d e p e n d e . L o califica los h e d u o s , e n t r e el L o i r a y el Allier.
de «rey eterno». El n o m b r e es u n a O t r a facción d e l o s boyos se h a b í a esta-
v a r i a n t e d e buadach, «victorioso, triun- b l e c i d o a n t i g u a m e n t e e n la G a l i a C i s a l -
fante». p i n a y a éstos hace referencia T i t o Livio.
S e g ú n E r n a u l t , su n o m b r e es u n a f o r m a
BOADICEA (Boudicca, «la victo- que evolucionó a partir d e Bogit «los
riosa»): reina guerrera de los icenios de terribles».
G r a n B r e t a ñ a e n el a ñ o 6 2 d e n u e s t r a
e r a , i n s t i g a d o r a d e la r e v u e l t a d e l o s b r i - Boroma (irlandés moderno boroimhe):
tanos contra la a u t o r i d a d romana. El i m p u e s t o o tasa p a g a d a e n g a n a d o p o r l o s
n o m b r e c o n t i e n e el m i s m o radical *boudi- reyes d e p r o v i n c i a al r e y s u p r e m o de
q u e e l i r l a n d é s buaid, « v i c t o r i a » , y e l g a l e s Irlanda. Para exigir el p a g o de este
budd, « p r o v e c h o » , a n t r o p ó n i m o d e l b r e - i m p u e s t o , e l r e y C o r m a c h i z o la g u e r r a a
tón antiguo Budoc. las g e n t e s d e M u n s t e r e n e l r e l a t o d e l For-
buis Droma Damhghaire o «Asedio de D r u i m
Boand o B o a r t n (*bo vinda, « v a c a b l a n c a » ) : Damhghaire».
nombre d«ná" mujer de Elcmar y otro
n o m b r e Brigit, la ú n i c a d i v i n i d a d feme- bosque: n o h a y , e n las l e n g u a s c é l t i c a s , u n a
n i n a del p a n t e ó n irlandés. D e su adulterio palabra especializada c o n el significado d e
c o n el D a g d a , t u v o u n h i j o al q u e l l a m ó « b o s q u e sagrado». El t é r m i n o genérico,
Oengus, «Elección Única», o Mac O c , nemeton, i r l a n d é s nemed, s ó l o r e p r o d u c e e l
«hijo joven». E s el e p ó n i m o del río s i g n i f i c a d o d e « s a g r a d o » . E s la m a d e r a
B o y n e : al q u e r e r purificarse d e su « f a l t a » m i s m a la q u e , p o r s u e s e n c i a profunda,
 GLOSARIO
524

contiene el simbolismo sagrado, pues g a u l o i s B R A T U S P A N T I U M » , e n Celticum,

t o d o l o q u e es s a g r a d o se expresa a través n . ° 3, p p . 1 6 7 - 1 7 3 , y « N o t e s d ' É t y m o l o -
de la m a d e r a o e n relación c o n ella. L a s g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s e t c e l t i -
«familias» de las letras ogámicas son ques X V . 57. B R A T U S P A N T I U M , note
«maderas» (fedha) y l o s simulacro g a l o s s o n a d d i t i o n n e l l e » , Ogam, 1962, n . ° 14, p p .
tambi#i de madera. E l árbol realiza la 609-614.
relación cósmica d e l cielo y d e la tierra y
los frutos q u e p r o d u c e , manzanas, b e l l o ­ Breg, Bregia, Brega: topónimo fre­
tas, n u e c e s o b a y a s , d i s p e n s a n c i e n c i a y cuente e n todos l o s textos. D e s i g n a a la
saber. Las principales especies m e n c i o n a ­ vez u n a llanura y u n p u e b l o d e la p r o v i n ­
das e n l o s textos s o n el r o b l e , el tejo, el cia central d e M e a t h , p o r e j e m p l o Temair
abedul, el avellano, el serbal, el t i e m b l o y Breg ( « T a r a d e B r e g » ) . E l n o m b r e figura
el f r e s n o . Pero muchos otros vegetales sobre todo e n enumeraciones de provin­
son susceptibles de u n a interpretación cias o d e c a n t o n e s . S e e n c u e n t r a también
religiosa. E l b o s q u e sirve a veces t a m b i é n en el n o m b r e de la residencia d e l dios
para la m a g i a g u e r r e r a (cfr. la historia d e M i d i r : BregLeith al lado d e BriLéith.
la m u e r t e d e l c ó n s u l P o s t u m i o e n la G a l i a
Cisalpina o losárboles transformados e n
Bregón, variantes gráficas Breaghan,
e j é r c i t o p o r l a m a g i a e n e l r e l a t o La muerte
Bregund, Breogon, Breogan: t o p ó n i m o
de Cuchulainn), pero, p o r definición, todo
mítico situado probablemente e n Leinster.
b o s q u e es s a g r a d o . V é a s e «nemeton».

Brendán ( s a n B r e n d á n d e C l o n f e r t ) : e l
Bran mac Febail («Bran, hijo de más célebre de lossantos «navegadores»
F e b a l » ) : este p e r s o n a j e s ó l o a p a r e c e e n e l irlandeses y aquel cuya Vita h a tenido
r e l a t o d e l Immram Brain ( « L a n a v e g a c i ó n d e m a y o r d i f u s i ó n e n las literaturas o c c i d e n ­
Bran»). Su nombre puede ser bran, tales a causa d e l o m a r a v i l l o s o , a veces
« c u e r v o » . P e r o e n este caso es d i f e r e n t e a p e n a s c r i s t i a n i z a d o , q u e se a s o c i a c o n é l .
d e l d e Bran Vendigeit ( « B r a n e l B e n d i t o » ) e n
e l Mabinogi de Branwen, cuyos correspondien­ Bres: r e y i n t e r i n o , n o usurpador, pero
tes i r l a n d é s y g a l o s o n r e s p e c t i v a m e n t e de o r i g e n f o m o r e y m a l o p o r su avaricia y
Briany Brennos. B r a n es t a m b i é n e l n o m b r e su a m b i c i ó n , que gobierna (mal)a los
del perro d e F i n d m a c C u m a i l l y se l o Tuatha D é D a n a n n después de q u e el rey
vuelve a encontrar c o m o n o m b r e propio N u a d a perdiese su b r a z o d e r e c h o e n la
en bretón antiguo. Véase Lasouverainetégue- P r i m e r a Batalla d e M a g T u r e d . U n a sátira
rriéredeUrlande, op. cit, p p . 1 4 3 - 1 6 9 . del poeta C o i r p r e l o obliga a abdicar d ela
c o r o n a y, p a r a r e c o n q u i s t a r Irlanda, pro­
BRATUSPANTIUM (Bratuspancio): voca la guerra, contada e n el relato Cath
oppidum ( p l a z a f u e r t e ) y c a p i t a l d e l o s b e l ó - Maighe Tuireadh, c o nla ayuda masiva d el o s
vacos cuando César conquista la Galia, y fomores, q u e serán vencidos. L a madre
a l l í e s d o n d e c a p i t u l a n (Comentarios II, 13). de B e s es E r i ( u ) , es d e c i r , I r l a n d a , q u e es
El significado del topónimo ha sido de l o s T u a t h a D é D a n a n n , y s u p a d r e es
durante m u c h o tiempo objeto de contro­ Elatha, hijo de Delbaeth, u n f o m o r e . L o s
versia, igual q u e su incierta situación. E l irlandeses medievales entendían el n o m ­
v e r d a d e r o s i g n i f i c a d o d e esta p a l a b r a es b r e c o m o « b e l l o » (a causa s i n d u d a d e la
«(lugar) donde se i m p a r t e justicia». cualidad regia d e Bres), p e r o es m á s p r o ­
Véase Christian-J. Guyonvarc'h, «Études b a b l e q u e esté e m p a r e n t a d o c o nel verbo
de vocabulaire gaulois II. L e t o p o n y m e brisid («quebrar»).
 GLOSARIO
525

Bresal E c h a r l a m , h i j o d e E o c h a i d B a e t h - Bri, hijo de B a i r c i d : druida d e l rey

l a m : Bresal o Bressal e s u n n o m b r e propio s u p r e m o C a t h a i r . É l l e e x p l i c a el sueño
atestiguado e n varias ocasiones, p e r o c u y o e n i g m á t i c o e n e l q u e s e c o n d e n s a t o d o el
s e n t i d o se n o s e s c a p a . E l d i c c i o n a r i o d e s i m b o l i s m o d e s u r e i n a d o . Bri s i g n i f i c a
D i n n e e n r e c o g e , p . I20b, u n breasal (raadle, «palabra, habla» y también «orador»
oftenusedformarkingsheep: « h i e r r o q u e suele p o r a p ó c o p e d e briathar, « p a l a b r a , habla».
utilizarse p a r a m a r c a r o v e j a s » ) , q u e n o se
e n c u e n t r a e n lasfuentes medievales, p e r o b r i a m o n smethraige: o p e r a c i ó n m á g i c a
cuya c o n v e n i e n c i a parece suficiente. Echar- que consistía e n q u e u n fie frotaba el
lam e s t á c o m p u e s t o a p a r e n t e m e n t e d e echar, l ó b u l o d e la oreja d e alguien, según el
« b o r d e , r i b e t e , f i l o » y d e lam, « m a n o » , Glosario de Cormac, cuando dicha persona
lo q u e significaría « e l d e la m a n o afi- rechazaba satisfacer u n a solicitud o u n a
l a d a » . Baethlam t a m b i é n s e p u e d e interpre- exigencia. C o g e r d e la oreja es u n m o d o
t a r m e d i a n t e baeth, « l o c o , f u r i o s o , c a p r i - de exigir q u e , e n Irlanda, excluye toda
c h o s o » , p o r l o q u es u significado sería « e l negativa, a u n q u e el gesto i b a a c o m p a ñ a d o
de la m a n o loca o f u r i o s a » . B r e s a l es e v i - de u n encantamiento o una fórmula
dentemente u n druida. mágica. Esta e x p r e s i ó n n o h a sido e x p l i -
cada.
Bretaña: el v o c a b u l a r i o castellano, al igual
que el inglés y al c o n t r a r i o q u e el francés, B r i a n , luchar, Iucharba: V é a s e «Tres
permite distinguir entre Britania (Britain), Dioses de D a n a » .
la isla d e G r a n B r e t a ñ a ( s i n c o n t a r Esco-
cia), y la d e n o m i n a d a Bretaña armori- Briccreo: hombre primordial. Véase
c a n a (Brittany). E l n o m b r e d e B r i t a n i a se «Tuireann Briccreo».
aplica ya e n los textos antiguos a la G r a n
B r e t a ñ a d e l e n g u a b r i t ó n i c a ( l a Britannia d e Bricriu, g e n i t i v o Bricrenn: personaje
C é s a r ) , e n la q u e e l p o b l a m i e n t o sajón es mítico del ciclo del Ulster d e l q u e se
inexistente o insignificante. E l término h a b l a e n e l r e l a t o t i t u l a d o Fled Bricrend o
Bretaña, de población o lengua britónica, «Festín de B r i c r i u » . T i e n e c o m o activi-
s ó l o se m e n c i o n a e n t e x t o s t a r d í o s , todos dad principal suscitar disputas y pleitos
posteriores al siglo v , q u e sustituyen a e n t r e s u s c o m p a ñ e r o s , a n á l o g a m e n t e al
p a r t i r d e e n t o n c e s p o r e l n o m b r e d e Brit- Loki escandinavo. Su nombre guarda
tia e l d e l a a n t i g u a A r m ó r i c a (Armorica), r e l a c i ó n e t i m o l ó g i c a c o n e l a d j e t i v o brecc,
geográficamente más amplia (todo el «multicolor, abigarrado».
M a c i z o A r m o r i c a n o ) y c o n p o b l a c i ó n gala
o romanizada. Brigit: hija de Eochaid Ollathir (el
D a g d a ) y m a d r e d e l o s tres dioses d e D a n .
Brethem, brithem ( « j u e z » ) : e s p e c i a l i - Brigh es s u f o r m a abreviada. Hija del
z a c i ó n d e l file e n f u n c i o n e s j u d i c i a l e s . L a D a g d a , c o m o M i n e r v a es hija d e J ú p i t e r ,
p a l a b r a s e e s c r i b e brehon e n t r a n s c r i p c i ó n Brigit es, a diferencia d e M i n e r v a e n el
anglizada'que ^ r e p r o d u c e la p r o n u n c i a - p a n t e ó n clásico, la ú n i c a divinidad celta
ción premoderna y medieval. Véanse femenina. C a s i n o está a t e s t i g u a d a c o n
«druida» y «poeta». este n o m b r e a causa d e la u l t e r i o r a s i m i -
l a c i ó n a santa B r í g i d a . N o obstante, el

- B R E T U S ( e n vergobretus): n o m b r e d e la cotejo d e textos tiende a probar que

magistratura suprema en los heduos diversos n o m b r e s de personajes míticos

según César. Véase «VERGOBRETUS». femeninos, e n particular Boand, Eithne

526 GLOSARIO

o Etain, designan todos a la m i s m a divi- p o n i é n d o l o a u n paso d e la m u e r t e . Broi-

nidad bajo aspectos y n o m b r e s diferentes. chan d e b e d e s e r u n a g r a f í a s i m p l i f i c a d a ( y
L a raíz t e o n í m i c a se e n c u e n t r a e n la G a l i a a n t i g u a ) d e brotchan: « s o p a , p o t a j e , prepa-
b a j o l a f o r m a brig e n Brigindu ( d a t i v o Brigin- r a d o » , e n el sentido específico de « p r e -
donae) y e n c i e r t o n ú m e r o d e t o p ó n i m o s parado, mezcla, m e d i c i n a » .
d e l t i p o Brigantia (Bregenz), etc. Véanse
«Eochaid» y « D a g d a » . Véase también BRUCTERI (bructerios): pueblo del
Francoise L e Roux, «Notes d'Histoire noroeste de Germania. L o s bructerios
des r e l i g i o n s X X . 55- B r i g i t e et M i n e r v e : tienen al m e n o s u n a conexión c o n el
le probléme d'interprétation d'un m u n d o celta p o r el n o m b r e d e su p r o f e -
monument f i g u r é » , Ogam, I97°"I973> tisa, VeUeda. N o es n e c e s a r i a m e n t e un
n . ° 22-25, PP- 224-231- nombre d e p e r s o n a o , si l o e s , c o r r e s -
p o n d e a u n a f u n c i ó n c o m p a r a b l e a la d e l
BRITANNIA (Britania): n o m b r e latino fue i r l a n d é s , c o n e l q u e e s t á r e l a c i o n a d o
de la G r a n B r e t a ñ a b r i t ó n i c a . E l n o m b r e etimológicamente.
procede probablemente de fuentes grie-
gas, las cuales, a s u vez, p r o c e d e n d e t é r - bruden ( t r a d u c c i ó n a p r o x i m a d a «alber-
minos britónicos que dieron l u g a r al g u e » u « h o t e l » ) : S e trata d e residencias
g a l e s Prydein y a l n o m b r e irlandés delos reales o principescas ( m u y a m e n u d o e n
p i c t o s , Cruithnig. V é a s e « B r e t a ñ a » . el O t r o M u n d o ) a d m i n i s t r a d a s por un
«intendente» u «hospedero» investido
britanos ( i n g l é s Brittons) •. e t n ó n i m o u t i l i z a d o de u n a d i g n i d a d m u y alta. L a n o c i ó n d e
e n castellano para designar a los habitan- albergue, tal y como se c o n c i b e en
tes d e la G r a n B r e t a ñ a d e l e n g u a celta, Europa desde la A n t i g ü e d a d , parece
desde la A n t i g ü e d a d hasta p r i n c i p i o s d e la ignorarse e n los textos épicos y m i t o l ó g i -
Edad M e d i a . Esta d e s i g n a c i ó n , global, cos. L a destrucción d e algunos albergues
presenta la ventaja d e distinguirlos d e los se c o n v i r t i ó e n t e m a d e u n r e l a t o : Togail
habitantes de Bretaña, igualmente de Bruidne Da Derga ( « L a destrucción del
lengua britónica. Pero la distinción A l b e r g u e d e D a D a r g a » ) y Togail Bruidne Da
étnica n o está j u s t i f i c a d a , del mismo Choca ( « L a d e s t r u c c i ó n d e lA l b e r g u e d e
m o d o q u e n o l o está l a l i n g ü í s t i c a , y a q u e Da C h o c a » ) . Véase « B r u g na B o i n n e » .
los galeses s o n t a n b r i t ó n i c o s cultural y
lingüísticamente c o m o losd e Bretaña. B r u g na B o i n n e ( l i t e r a l m e n t e « A l b e r g u e
del B o y n e » ) : n o m b r e de la residencia d e l
Brittia: otro nombre latino (más bien Dagda, situada e n el t ú m u l o prehistórico
griego) de Britania. Atestiguado tardía- de Newgrange. Véase «bruden».
mente, se c o n v i r t i ó d e s d e finales d e la
A n t i g ü e d a d e n e l d e B r e t a ñ a : Breixh- V é a s e brujo-, c o n o s i n i n t e n c i ó n p e y o r a t i v a l a
«Armorica» y «Letavia». palabra se aplica a veces a los druidas, p o r
u n lado a causa d e la d e g r a d a c i ó n d e l sig-
Broichan: d r u i d a y h e r m a n o d e l e c h e d e l nificado adquirido p o r el n o m b r e del
rey picto B r u d e . T r a t ó d e i m p e d i r a s a n d r u i d a , draoi, e n i r l a n d é s m o d e r n o y e n e l
C o l u m b a n o hacerse a la m a r g e n e r a n d o folclore, y, p o r otro, a causa d e la a b u n -
vientos contrarios y niebla. Pero el santo dancia de testimonios que, sin comportar
calmó el viento y disipó la niebla. S a n o i n d i c a r n u n c a n a d a serio sobre las téc-
Columbano lo obligó poco después a nicas hechiceras, adivinatorias o rituales,
liberar a una joven esclava irlandesa prueban la frecuencia de los hechos
 GLOSARIO
527
m á g i c o s . P e r o se d e b e r e h u s a r p o r q u e n o c o n o s i n v a s a l l o s , al s e r v i c i o m i l i t a r . U n o
r e s p o n d e a n i n g u n a d e las n o r m a s y d e las de los principales personajes míticos
especificaciones celtas. Los hechos de a r t ú r i c o s (y c e l t a s ) e s e l C a b a l l e r o V e r d e
b r u j e r í a s o n c o n s e c u e n c i a s t a r d í a s d e la que ha explicado perfectamente A n a n d a
d e c a d e n c i a d e la c l a s e s a c e r d o t a l iras l a K . C o o m a r a s w a m y , La doctrine du sacrifice III.
r o m a n i z a c i ó n d e la G a l i a y la c r i s t i a n i z a - Sire Gauvain et le Chevalier Veri: Indra etNamuci,
ción de Irlanda. París, 1978, p p . IOI-138.

B u a n : e n el r e l a t o Las aventuras de Cormac en cabellos grises: e s t e d e t a l l e f í s i c o e s t á l i g a d o al

la Tierra Prometida, B u a n e s el p r o p i e t a r i o aspecto otorgado corrientemente a
—el g u a r d i á n — d e l a f u e n t e d e l a c i e n c i a , O g m a . E n I r l a n d a , los g u e r r e r o s t i e n e n a
r o d e a d a de avellanos cuyos frutos comen veces los cabellos grises p o r q u e d e p e n d e n
los salmones. El nombre significa del dios gavillero. Cuando se t r a t a de
«eterno, permanente» y «bueno». druidas con c a b e l l o s g r i s e s , al motivo
a n t e r i o r d e b e m o s a ñ a d i r q u e el d r u i d a d e
c a l t o r a n g o es s i e m p r e a n c i a n o .
caballo: c o m o e n t o d o el m u n d o indoeu-
r o p e o , el c a b a l l o e s , p a r a l o s c e l t a s , un cadena: la c a d e n a e s t á a t e s t i g u a d a f r e c u e n -
animal noble que sirve esencialmente t e m e n t e e n t o d a la l i t e r a t u r a irlandesa
p a r a l a g u e r r a . E n la G a l i a , la a r i s t o c r a c i a m e d i e v a l , ya s e a c u a n d o d o s mensajeras
m i l i t a r está c o n s t i t u i d a s ó l o p o r la c a b a - d e l O t r o M u n d o a p a r e c e n b a j o la f o r m a
l l e r í a y, e n I r l a n d a , el g u e r r e r o no se de cisnes atados de dos e n dos p o r c a d e -
e n t i e n d e s i n el c a r r o d e c o m b a t e e n g a n - n a s d e p l a t a , o c u a n d o l o s c o m b a t i e n t e s se
chado a dos caballos y c o n d u c i d o p o r u n encadenan unos a otros para entrar en
c o c h e r o . Los dos caballos de C u c h u l a i n n , c o m b a t e , o c u a n d o s u s h e r a l d o s se s i r v e n
s o b r e t o d o G r i s d e M a c h a (Líath Macha), de cadenas p a r a i m p o n e r silencio a los
tienen una inteligencia h u m a n a . Vienen p e r t u r b a d o r e s de u n festín real. Están
d e l O t r o M u n d o y a l l í r e g r e s a n t r a s la sobre todo las c a d e n a s de Ogma. En

m u e r t e del h é r o e . Existen dos n o m b r e s irlandés antiguo u n juego de palabras

p r i n c i p a l e s p a r a el c a b a l l o e n t o d a s las analógico y simbólico vincula slabrad,

l e n g u a s c é l t i c a s : *ekwo-s ( i r l a n d é s ech, g a l o « c a d e n a » , y solabrad, «hablar bien, elo-

epo-) y *mako-s ( i r l a n d é s marc, g a l e s march, c u e n c i a » , q u e e s la p r i m e r a c u a l i d a d d e l

dios O g m a .
b r e t ó n marc'h, g a l o marcos), pero ni u n o
ni otro tiene el s e n t i d o particular de
«caballo m o n t a d o » o «caballo engan- Cai Cainbrethach ( « e l del B u e n J u i -
chado» . c i o » ) : hijo del celébrenle A m o r g e n y céle-
b r e él m i s m o p o r s u h a b i l i d a d p a r a e m i t i r
caballeros: e s t a p a l a b r a t r a d u c e e l l a t í n equi- j u i c i o s equitativos e n casos difíciles. T a m -
tes e m p l e a d o p o r C é s a r p a r a d e s i g n a r a la b i é n es p u p i l o ( h i j o a d o p t i v o ) d e l g r a n
clase g u e r r e r a gala. No tiene ninguna d r u i d a p r i m o r d i a l Fenius Farsaid. El e p í -
r e l a c i ó n coja-la n o c i ó n d e «caballería» t e t o Cainbrethach se e n c u e n t r a e n el n o m b r e
medieval o feudal, y debe entenderse, de C o n n l a Cainbrethach, sabio de C o n -
t a n t o e n la G a l i a c o m o e n I r l a n d a , d o n d e n a u g h t y d i s p l i c e n t e c o n los d r u i d a s e n los
la p a l a b r a i n d í g e n a e s d i f e r e n t e (flaith), t i e m p o s d e s a n P a t r i c i o , s e g ú n el Senchus
c o m o la p a r t e - d e la s o c i e d a d q u e e r a l o Mor. Coi es q u i z á u n a v a r i a n t e d e coi, « r u t a ,
suficientemente rica para poseer un c a m i n o » , a m e n o s q u e se t r a t e d e una
e q u i p a m i e n t o de g u e r r e r o y estar sujeto, v a r i a n t e d e cain, « q u e j a , l a m e n t o » .
 528 GLOSARIO

Caier: r e y l e g e n d a r i o d e C o n n a u g h t q u e continuación delcaldero delDagda, pero

fue m a l r e c o m p e n s a d o p o r haber adop- t a m b i é n es, d e f o r m a negativa, la a b o l i -
t a d o a s u s o b r i n o , e l file N e d e , y a q u e é s t e c i ó n d e la S o b e r a n í a celta, ya que, e n la
lo satirizó instigado p o r s u p r o p i a mujer, c o n c e p c i ó n cristiana, C r i s t o es r e y y el
que había cometido adulterio. Pero Papa ostenta también el p o d e r temporal.
N e d e , q u e se c o n v i r t i ó e n r e y a s u costa,
fue castigado p o r la u s u r p a c i ó n c u a n d o l o C a m a l l mac R i a g a i l ( « h i j o d e R i a g a l » ) :
mató u n a esquirla de piedra procedente u n o de losd o sdruidas porteros de Tara
de la e x p l o s i ó n d e u n a p e ñ a (véanse p á g i - e n e l r e l a t o Cath Maighe Tuireadh. Este p e r -
nas 182-183). sonaje s ó l o se m e n c i o n a a q u í . E l s i g n i f i -
cado literal de su n o m b r e es « C a m e l l o ,
cainte ( « s a t i r i s t a » ) : e s p e c i a l i z a c i ó n d e l hijo d e R e g l a » , p e r o e n tal caso n o p u e d e
file p o r a l u s i ó n a l a s á t i r a c a n t a d a . V é a n s e ser a n t i g u o y quizá sea preferible v e r e n
«poeta» y «sátira». Camall un derivado sufijado de camm,
«falso, retorcido».
caisc n a ngenti ( « l a p a s c u a d e l o s g e n t i -
l e s » ) : n o m b r e dado p o r textos hagiográ- Camlann: lugar donde tuvo lugar la
ficos a l a f i e s t a Beltaine, el primero de batalla legendaria d u r a n t e la cual el rey
m a y o . P e r o se c o n f u n d e t a m b i é n c o nla A r t u r o fue m o r t a l m e n t e h e r i d o antes d e
f i e s t a d e Samain, el p r i m e r o de noviembre. ser trasladado a la isla d e A v a l ó n , de
Las dos palabras s o npréstamos latinos. d o n d e regresará para liberar a los brita-
nos del y u g o d e los sajones. E l n o m b r e d e
Calatin: e q u i v a l e n t e c e l t a d e l a H i d r a d e Camlann s e a f r a n c e s ó e n Camelot e n l o s t e x -
Lerna. C u c h u l a i n n l o mata, a él y a sus tos artúricos continentales.
veintisiete hijos, e n u n combate singular
d e TainBo Cualnge. P e r o sus seis h i j o s pos- cana: n o m b r e d e l p o e t a , c u a r t o e n d i g n i -
t u m o s organizan, p o r cuenta d e la reina d a d d e s p u é s d e l ollam, e l anrudy e l cli e n l a
M e d b , el escenario mágico q u e conducirá j e r a r q u í a d e l o s filid. L a f o r m a d e l n o m b r e
a C u c h u l a i n n a la muerte según la versión es u n a alusión al canto (cfr. cainte).
B d e Aided Con Culaind ( « L a muerte de Véanse también «ollam», «anrudh»,
C u c h u l a i n n » ) . El significado del n o m - « c l i » , etc.
b r e n o se h a d e t e r m i n a d o .
C A N T A L O N : e n la i n s c r i p c i ó n gala d e
caldero: u n o d e l o s c u a t r o t a l i s m a n e s prin- Auxey, nombre del«pilar» conmemora-
cipales d e los Tuatha D é D a n a n n , atri- tivo d e u n a c e r e m o n i a religiosa. L a pala-
b u i d o al D a g d a . S e trata d e u n c a l d e r o d e bra es e l e q u i v a l e n t e continental del
la a b u n d a n c i a , c o m o m e d i o d e r e s u r r e c - i r l a n d é s cetal, « c a n t o , e n c a n t a m i e n t o » y
ción y símbolo de soberanía. E n esta d e l b r e t ó n kentel, «lección (aprendida y
última utilización tiene c o m o equivalente recitada oralmente)».
o sustituto la copa llena de bebida
e m b r i a g a n t e (que p r o c u r a la e b r i e d a d d e l cantón (tuath): b a s e d e l a s c i r c u n s c r i p c i o -
p o d e r ) . A l estar a s o c i a d o a la lanza d e l o s nes administrativas irlandesas. S u n o m b r e
cortejos míticos prefiguran el d e l Grial, n a t i v o e s tuath, q u e d e s i g n a a l a v e z e l t e r r i -
se l l e n a d e s a n g r e o v e n e n o ( p u e s e n é l se t o r i o y sus habitantes. V é a s e «tribu».
debe sumergir la lanza para i m p e d i r q u e
destruya todo a su alrededor). E l Grial Caondruim o Caendruim («cumbre
cristiano de la literatura artúrica es la b o n i t a » ) : n o m b r e antiguo d e Tara e n la
 GLOSARIO
529

l e y e n d a a n a l í s t i c a d e l Libro de las conquistas y multiplicando las particiones. En la

d e l o s Dindshenchas. También encontramos s o c i e d a d celta existen j e r a r q u í a s , precisas
el o r d e n inverso de los componentes: y matizadas, b i e n destacadas p o r los textos
Druim Chain ( v é a s e e s t a p a l a b r a ) . i r l a n d e s e s t a r d í o s , p e r o d e las q u e e n c o n -
t r a m o s ya u n a p r u e b a f o r m a l e n l a b r e v e
C a r m a n , C a r m u n : d i o s a e p ó n i m a d e la d e s c r i p c i ó n e s q u e m á t i c a d e la s o c i e d a d
fiesta del m i s m o n o m b r e , c e l e b r a d o en g a l a p r o p u e s t a p o r C é s a r e n Comentarios a la
L e i n s t e r e n l o s l u g a r e s d o n d e se s u p o n e guerra de las Gallas. N o h a y e n el mundo
q u e se e n c o n t r a b a s u s e p u l t u r a . Ambos celta n i n g u n a casta e n el s e n t i d o r i g u r o s o
Dindshenchas. en verso y en prosa, cuentan d e c l a s e d e la q u e el i n d i v i d u o n o p u e d e
q u e C a r m a n y s u s t r e s h i j o s , d e la r a z a d e salir para entrar en otra. Un hijo de
l o s F i r B o l g , d e s t r u í a n las c o s e c h a s d e los d r u i d a p u e d e s e r g u e r r e r o o a la i n v e r s a .
Tuatha Dé D a n a n n . Pero, vencidos por E l e n r i q u e c i m i e n t o , e n el d e r e c h o i r l a n -
éstos, los hijos de C a r m a n t u v i e r o n que d é s , h a c e a su b e n e f i c i a r i o s u b i r al p e l -
i r s e d e la i s l a y d e j a r a s u m a d r e como d a ñ o social i n m e d i a t a m e n t e s u p e r i o r .
r e h é n para garantizar que n o regresarían.
a
E. Hogan, Onomasticon Goideíicum, 156 - C a t h a i r M o r ( « e l g r a n d e » ) : n o m b r e de
158b, recoge tres c o m p u e s t o s c o n Carman, u n rey de I r l a n d a q u e d e s c e n d í a de C o r -
de los que sólo dos p u e d e n situarse c o n m a c . El n o m b r e de su d r u i d a era Bri,
c e r t e z a : u n o e n W e x f o r d y e l o t r o al s u r hijo de Baircid.
d e K i l d a r e . E l n o m b r e d e C a r m a n n o se
ha p o d i d o explicar. Cathbad (forma más reciente Cathfad):
p r i m e r d r u i d a d e l U l s t e r , e s p o s o d e la
carn («túmulo»): denominación irlan- r e i n a Ness y p a d r e del rey C o n c h o b a r e n
desa de u n m o n t ó n de piedras que indica t o d o s los relatos del ciclo del U l s t e r . Sus
el e m p l a z a m i e n t o de u n a s e p u l t u r a . La hijos s o n los d r u i d a s G e n a n n G r u a d h s o -
t o p o n i m i a registra alrededor de trescien- lus e Imrinn, y su hija, Findchoem,
tas m a n i f e s t a c i o n e s d e este t é r m i n o . En e s p o s a d e l p o e t a y j u e z A m o r g e n . Es a la
Cath Maighe Tuireadh, el C a r n O c t r i a l l a c h e s vez d r u i d a y g u e r r e r o , y s u n o m b r e s i g n i -
el « t ú m u l o d e O c t r i a l l a c h » , h i j o d e l rey fica « e l q u e m a t a e n c o m b a t e » y « e l q u e
de los f o m o r e s , I n d e c h . a m e n a z a » . Véase Christian-J. Guyon-
varc'h, « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et de L e x i -
CARNUTES: pueblo cuyo territorio c o g r a p h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s V , 18.
c u b r í a el c e n t r o d e la G a l i a ( e n l a v e c i n - L ' a n t h r o p o n y m e irlandais Cathba, C a t h -
d a d de los b i t u r i g e s ) , el Orleanesado, b a d (*Katubatuos) "celui qui tue e n c o m -
B l é s o i s y la r e g i ó n d e C h a r t r e s ( c i u d a d a bat"», Ogam, 1960, n.° 1 2 , p p . 19.7, y
la q u e los c a r n u t e s d i e r o n su n o m b r e ) . « V I I , 27- A p r o p o s d u n o m d u druide
C é s a r s i t ú a e n s u s d o m i n i o s la s e d e d e las i r l a n d a i s C a t h b a d » , ibid., p p . 4 4 9 - 4 5 ° -
r e u n i o n e s anuales de los d r u i d a s e insiste,
e n varias ocasiones, e n su o b s t i n a d a resis- C A T U V O L C U S ( C a t u v o l c o ) : u n o de los
t e n c i a a la c o j j q u i s t a r o m a n a . dos reyes de los eburones que, con
A m b í o r i x , o r g a n i z ó la g r a n sublevación
c a s t a : la p a l a b r a se e m p l e a a m e n u d o e n d e l n o r t e d e la G a l i a c o n t r a C é s a r . A b r u -
los estudios religiosos o históricos s o b r e m a d o p o r la e d a d y el c a n s a n c i o d e l o s
los celtas. A h o r a b i e n , su u s o sólo resulta c o m b a t e s , se s u i c i d ó t r a s e l f r a c a s o d e s u
a p r o p i a d o c o n r e s p e c t o a la I n d i a , l a c u a l i n t e n t o n a . S u n o m b r e significa « l o b o del
ha endurecido y fraccionado las clases c o m b a t e » , p o r el r a d i c a l *volko-, q u e ya
 53o GLOSARIO

n o se atestigua e n este s e n t i d o e n n i n g u n a tas d e l a A n t i g ü e d a d y d e l a E d a d M e d i a

l e n g u a celta, p e r o q u e es el m i s m o q u e era la l e n g u a . V é a s e « G á l a t a s » .
a p a r e c e e n e l n o m b r e d e l o s Volcae (vol­
eos). L a raíz subsiste t a m b i é n e n el i r l a n ­ C e l t c h a r , hijo de Uthechar: h é r o e d e l
d é s ole, « m a l v a d o , m a l o » , y e n e l n o m b r e Ulster y de la corte d e l rey C o n c h o b a r . Es
Elcmar. V é a s e e s t e n o m b r e . e l p e r s o n a j e p r i n c i p a l d e d o s r e l a t o s : La
historia del cerdo de Mac Da Tho, d o n d e se
C e c h t (mac): u n o d e l o s t r e s r e y e s m í t i ­ explica q u e tuvo u n accidente de virilidad
cos q u e reinaban e n Irlanda c u a n d o lle­ (fue h e r i d o c o n u n v e n a b l o e n l o alto d e l
g a r o n l o s g o i d e l o s y q u e e n c o n t r a r o n la m u s l o ) , y el relato de su m u e r t e p o r u n a
m u e r t e a m a n o s d e éstos e n la batalla d e g o t a d e s a n g r e q u e se e s c u r r e d e s u lanza
D r u i m C h a i n (Tara). El n o m b r e significa cuando mata a su propio perro, q u e se
«hijo del arado». Véase « M a c Cuill» y había convertido e n u n a calamidad para
«Mac Greine». t o d o e l U l s t e r . E s el p r o t o t i p o d e la lanza
ensangrentada del cortejo del Graal e nlos
CELTAE (celtas): e n los textos antiguos, relatos artúricos. El nombre significa
l a s d e s i g n a c i o n e s l a t i n a s d e Celtae ( o Galli, «astuto».
«galos») y g r i e g a s d e Keltoi (o Galatoi,
«gálatas») se a p l i c a n ú n i c a m e n t e a los CELTILLUS (Celtilo): padre de Vercin-
celtas c o n t i n e n t a l e s ( l o s celtas insulares gétorix, según César. Parece q u e lo mata­
s o n p r e s e n t a d o s c o m o Britanni o Hiberni) y ron los arvernos p o r haber intentado
casi s i e m p r e , p e r o n o o b l i g a t o r i a m e n t e , a r e e s t a b l e c e r la m o n a r q u í a e n s u p r o v e ­
los g a l o s . E s t a m o s a n t e la g e n e r a l i z a c i ó n cho, pero su hijo logra sin grandes
de u n a d e n o m i n a c i ó n local aplicada a u n a esfuerzos i m p o n e r su autoridad. E l n o m ­
e t n i a e n t e r a ( e l c a s o d e l o s Volcae e s s i m i ­ b r e c o n t i e n e l a r a í z *kelt- y u n s u f i j o —illo-
lar, p e r o m e n o s e v i d e n t e ) . C é s a r , q u e es corriente e n la a n t r o p o n i m i a gala. E l
el p r i m e r autor clásico q u e distingue cla­ f e m e n i n o Celtilla está a t e s t i g u a d o e n e p i ­
r a m e n t e a l o s celtas y l o s g e r m a n o s , d i f e ­ grafía g a l o r r o m a n a .
rencia también entre galos, belgas y brita­
nos, siguiendo probablemente las Cennmhar ( « C a b e z a g r a n d e » ) : nombre
t r a d i c i o n e s nativas. J a m á s se h a u t i l i z a d o del discípulo del druida M o g Ruith e n el
l a p a l a b r a Celtae p a r a d e n o m i n a r a l c o n ­ r e l a t o Forbuis Droma Damhghaire.
junto d e l o s celtas y jamás se l o s h a
opuesto al m u n d o clásico. En ningún Ceridwenn: m a g a l e g e n d a r i a , m a d r e d e l
m o m e n t o los transcriptores de los textos b a r d o gales Taliesin e n el relato titulado
legendarios irlandeses perciben el p a r e n ­ Flanes Taliesin ( « L a H i s t o r i a d e T a l i e s i n » ) .
tesco lingüístico q u e l o s u n e a l o sgaleses y
a los bretones, y, hasta e l s i g l o XVIII C e s a i r , Cessair, hija de B i t h : n o m b r e
incluido, los eruditos h a n buscado e n el de la m u j e r legendaria que, según los
h e b r e o el origen etimológico del v o c a b u ­ anales, o c u p ó Irlanda durante cincuenta
lario celta. L a v u l g a r i z a c i ó n d e l t é r m i n o días antes d e l d i l u v i o . L a sg e n e a l o g í a s la
« c e l t a s » es c o n s e c u e n c i a d e l R o m a n t i ­ presentan como una descendiente de
c i s m o . N o s s e r v i m o s d e esta p a l a b r a p a r a Noé. El nombre significa « g r a n i z o » o
d e s i g n a r a l o s celtas g l o b a l m e n t e frente a «chaparrón».
los demás grupos indoeuropeos, y su
a c e p c i ó n es casi s i e m p r e l i n g ü í s t i c a , p u e s Cesarn: u n o d e l o s t r e s filid d e l r e y C o n n
el ú n i c o c r i t e r i o d e d e f i n i c i ó n d e l o s c e l ­ (los otros d o s s o n C o r b y E t h a i n ) , q u e
 GLOSARIO
53i
t e n í a t a m b i é n tres d r u i d a s cuya e s p e c i a l i - chamanismo: nombre dado a u n conjunto
z a c i ó n n o se h a p r e c i s a d o . E l n o m b r e n o de prácticas mágicas habituales e n las
se h a e x p l i c a d o . regiones d e Asia n o i n d o e u r o p e a s . El
c h a m a n i s m o d a p r e e m i n e n c i a a la m a g i a ,
C e t mac Magach: h e r m a n o de Ness, n o ya c o m o u n a t é c n i c a a u x i l i a r d e la
madre del rey C o n c h o b a r y de Find- religión, sino como único medio de
c h o e m , esposa del poeta del Ulster A m o r - a c c e d e r al éxtasis y a la r e a l i z a c i ó n e s p i r i -
g e n . P e r o C e t es u n g u e r r e r o d e C o n - t u a l . N o está l i g a d o a u n a clase s a c e r d o t a l
naught y, c u a n d o nace el h i j o de su o r g a n i z a d a y n o existe n i n g u n a h u e l l a d e
hermana, Conall Cernach, hermano de él e n l a t r a d i c i ó n c e l t a .
leche de C u c h u l a i n n , a q u i e n los druidas
p r o f e t i z a n q u e m a t a r á a m á s d e la m i t a d d e Chateaumeillant: u n a ciudad pequeña de
los h o m b r e s d e C o n n a u g h t , l o agarra b r u - C h e r , a u n o s v e i n t e k i l ó m e t r o s al n o r t e
t a l m e n t e y trata d e aplastarlo c o n el p i e . L e d e B o u r g e s . L a l o c a l i d a d está s i t u a d a e n
r e t u e r c e el c u e l l o s i n l o g r a r r o m p e r l e la u n alto, a m u ypoca distancia del centro
c o l u m n a v e r t e b r a l . A u n q u e el n i ñ o q u e - g e o g r á f i c o d e la G a l i a . E l n o m b r e v i e n e
d a r á c o n t r a h e c h o , vivirá y c u m p l i r á s u de Mediolanum.
d e s t i n o g u e r r e r o hasta el final. El n o m b r e
d e C e t p u e d e i n t e r p r e t a r s e c o m o cent, u n a C i a n : p a d r e d e l d i o s L u g e n el r e l a t o
metáfora de «batallones guerreros». Oidhe Chloinne Tuireann. F u e a s e s i n a d o p o r l a
facción rival d e los T u a t h a D é D a n a n n ,
cetal, airchetal, forchetal, dichetal: e n los tres dioses d e D a n a , Brian, l u c h a r y
su f o r m a s i m p l e o c o n sufijos variables, Iucharba, denominados globalmente
cetal e s e l n o m b r e d e l c a n t o e n c a n t a t o r i o hijos d e T u i r e a n n . Sus asesinos lo lapi-
r e s e r v a d o a l o s filid. Expresa la palabra dan, p e r o la t i e r r a r e c h a z a a c e p t a r su
cantada c o m o vehículo del poder y del cadáver y d e n u n c i a el c r i m e n a Lug,
saber. Véase «CANTALON». q u i e n , a largo plazo, ejerce sobre los c u l -
p a b l e s la v e n g a n z a exigida p o r la m u e r t e
C e t h e r n , hijo de F i n t a n : h é r o e d e l U l s - d e s u p a d r e . Cian s i g n i f i c a «lejano».
ter q u e , tras u n a grave h e r i d a , recibe u n
tratamiento médico y quirúrgico extre- C i m b a e t h : n o m b r e d e u n o d e los tres
madamente rápido p o r parte del médico reyes q u e , e n la l e y e n d a d e M a c h a , r e i n a n
Fingen: lo sumergen e n u n tonel de tué- p o r t u r n o e n el Ulster. C u a n d o u n o d e
t a n o d u r a n t e tres días y tres n o c h e s . U n a ellos, A e d R u d a , m u e r e , su hija Macha
vez c o n c l u i d o e s t e p l a z o , p u e d e c o m b a t i r , «la d e la C a b e l l e r a Roja» (Mongruad)
a u n q u e c o n las visceras d e su a b d o m e n r e c l a m a su p a r t e d e la m o n a r q u í a , l o q u e
r e t e n i d a s p o r l a s t a b l a s d e s u c a r r o . N o se rechazan los o t r o s d o s reyes, C i m b a e t h y
ha determinado el significado d e este Dithorba. Macha vence a Cimbaeth y lo
antropónimo. t o m a p o r esposo para m a n d a r sus tropas.
Luego, cuando muere Dithorba, vence
Cetsomarw-Ótro n o m b r e d e l p r i m e r o d e militarmente a sus cinco hijos y los
mayo q u e es, literalmente, « p r i m e r día d o m i n a m e d i a n t e la t e n t a c i ó n sexual. E l
d e Samhain». El t é r m i n o muestra los vín- s i g n i f i c a d o d e C i m b a e t h es « l a d r ó n , b a n -
culos conceptuales, y u n a parte d e los d o l e r o , s a q u e a d o r » . V é a n s e La souveraineté
s s e n
e q u i l i b r i o s y equivalencias, q u e ligan las guerriére de l'Irlande, op. cit., p p . 4 7 J - > y-
f i e s t a s d e Beltaine y Samhain. lo relativo a la e t i m o l o g í a , C. Guyon-
varc'h, « N o t e s d'Étymologie et d e Lexi-
532 GLOSARIO

c o g r a p h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s I I , II. L e e x c l u s i v a m e n t e a r q u e o l ó g i c o , e n la m e d i d a
nom des Cimbres, "voleurs, brigands", e n la q u e está d e m o s t r a d a o es v e r o s í m i l la
irlandais cimbid "prisonnier de guerre", existencia d e cierta u n i d a d política celta.
gallo-latin cambiare "changer"», Ogam,
1959, n . ° II, p . 2 9 4 . clan: t r a n s c r i p c i ó n f r a n c e s a ( o i n g l e s a ) d e l
g a é l i c o clann, q u e d e s i g n a e n g e n e r a l u n a
cisne: a n i m a l s i m b ó l i c o b a j o c u y a a p a r i e n - « d e s c e n d e n c i a » , p e r o t a m b i é n , l o q u e es
cia las mensajeras del Otro Mundo (o aún más c o m ú n , los productos animales
e v e n t u a l m e n t e l o s dioses) v i e n e n a este o vegetales. E n la o r g a n i z a c i ó n política
m u n d o . E n general, los cisnes vuelan e n celta insular, la palabra a c a b ó p o r s i g n i f i -
grupos de dos atados c o n cadenas de o r o c a r « c l a n , n a c i ó n , t r i b u » o « d e la m i s m a
o plata. raza». E l s i g n i f i c a d o m á s p r e c i s o es el
ligado a los niños nacidos del mismo
Cithruadh ( « N u b e Roja»): druida del p a d r e . E l e q u i v a l e n t e g a l e s plant t i e n e e l
rey C o r m a c e n su desgraciada e x p e d i c i ó n m i s m o significado y el m i s m o o r i g e n (el
c o n t r a M u n s t e r . Sirve l e a l m e n t e al rey s i n l a t í n planta), p e r o n o la m i s m a f o r t u n a y
dejar de desaconsejarle empresas conde- extensión. Las aplicaciones toponímicas
nadas al f r a c a s o . A l f i n a l d e la g u e r r a , son numerosas (alrededor de quinientos
después de q u e C o r m a c haya sido v e n - ejemplos en el r e p e r t o r i o de Hogan,
cido, M o gRuith, druida d e l partido v e n - Onomasticon Goidelicum, p p . 235b-246a).
cedor, lo convierte e n piedra.
clase: g r u p o o c a t e g o r í a d e l a s o c i e d a d a l
ciudad: t é r m i n o q u e r e p r o d u c e e l l a t í n emi- q u e se le i m p o n e u n a f u n c i ó n determi-
tas, u t i l i z a d o p o r C é s a r e n Comentarios a la nada. Este c o n c e p t o clasificatorio tiene,
guerra de las Galios p a r a d e s i g n a r l a s c i r c u n s - en nuestro estudio, u n principio y una
c r i p c i o n e s territoriales galas, a l r e d e d o r d e f i n a l i d a d ú n i c a m e n t e r e l i g i o s a , a u n q u e es
u n a s e s e n t e n a , las c u a l e s se c o r r e s p o n d e n evidente q u e acarrea consecuencias socia-
c o n las « p r o v i n c i a s » irlandesas; a su vez, les, c o m u n e s e i n d i v i d u a l e s . T a l y c o m o
las ciudades están subdivididas en pagi están constituidas, esto es, p o r su articu-
(«países») análogos a las « t r i b u s » o lación, las clases s o n u n h e c h o típica-
« c a n t o n e s » irlandeses. D e s c o n o c e m o s la m e n t e i n d o e u r o p e o . E n el á m b i t o celta,
p a l a b r a gala, q u e d e b i ó s e r algo así c o m o n o se e n u m e r a n o c o m e n t a n n i expresa
*brog- « p a í s » . L a p a l a b r a l a t i n a , q u e es ni formalmente e n u n texto a n á l o g o al
m á s o m e n o s s i n ó n i m a d e urbs, « c i u d a d » , Código de Manu (Manavadharmashastra) hindú,
y q u e , e n e s t a a c e p c i ó n , s e o p o n e a ager, p e r o s u e x i s t e n c i a se d e d u c e claramente
« c a m p o » , es i n e x a c t a p o r q u e la a g l o m e - del análisis textual. L a m á s importante,
ración urbana es u n h e c h o e x t r a ñ o a la e n la I n d i a c o m o e n t r e los celtas, es la
civilización celta. V é a s e « c a n t ó n (tuath)». clase s a c e r d o t a l ( b r a h m a n e s d e la I n d i a y
druidas de los celtas). Inmediatamente
civilización celta: se trata d e u n a e x p r e s i ó n v i e n e n las clases g u e r r e r a y p r o d u c t o r a ( o
contemporánea aplicada a concepciones artesanal): kshatriyasj vaishyas e n l a I n d i a ,
antiguas y medievales. L a palabra «civiliza- g u e r r e r o s y artesanos e n l o s celtas. V é a n s e
c i ó n » sólo p u e d e servir p a r a d e s i g n a r las «ideología tripartita» y «tripartición».
a p a r i e n c i a s y las h u e l l a s m a t e r i a l e s d e la
existencia d e l o s celtas e n la A n t i g ü e d a d y Cleitech: residencia, a la v e z m í t i c a y
e n la A l t a E d a d M e d i a . N o es u n h e c h o m o n á r q u i c a , situada cerca del Boyne, e n
espiritual, lingüístico o religioso, sino l a s p r o x i m i d a d e s d e l Brug na Boinne, donde
 GLOSARIO
533

habitan los dioses de Irlanda. Es también collar: atributo o símbolo de la justicia

la r e s i d e n c i a d e a l g u n o s s o b e r a n o s (Cor- impartida por el gran juez-druida
mac, p o r ejemplo, o Muirchertach, quien M o r a n n : e l c o l l a r se a f l o j a b a si e l j u i c i o
allí s u f r i ó la t r i p l e m u e r t e sacrificial p r o - era j u s t o y, p o r el c o n t r a r i o , apretaba el
pia d e l o sreyes desgastados p o r el p o d e r ) . cuello hasta la asfixia si e l j u i c i o e r a
injusto o inicuo.
cli: n o m b r e d e l p o e t a , e l t e r c e r o e n d i g -
n i d a d t r a s e l ollam y e l anrud e n l a j e r a r q u í a Colman: r e y d e C o n n a u g h t , p a d r e d e l r e y
d e los filid. E s u n s e n t i d o m e t a f ó r i c o d e cli Guaire quien tuvo q u esoportar u n a entre-
«pilar, sostén, campeón». Véanse v i s t a c o n l a « P e s a d a C o m p a ñ í a » d e l o s filid
«file», «anrud» y «ollam». injustos y exigentes. S u n o m b r e es u n a
v a r i a n t e d e colum, p r é s t a m o d e l l a t í n columba.
cluichi caintech ( « j u e g o s fúnebres»):
n o m b r e d e los j u e g o s q u e seguían, e n la Colptha: u n o d e l o s c i n c o d r u i d a s d e l r e y
Irlanda precristiana, a los funerales d e u n Cormac e n la guerra inicua q u e libra
héroe. Véase «fuego (guerrero)». contra los habitantes de Munster para
o b l i g a r l o s a p a g a r t r i b u t o s . C o l p t h a es u n
Cnamchaill ( l i t e r a l m e n t e , «madera de druida guerrero de aspecto poderoso y
destrucción»): e n la leyenda de M o g horrible. Sin embargo, es v e n c i d o e n
Ruith, n o m b r e delpilar (de madera) c o n combate singular p o r C e n n m h a r , druida

u n a f u n c i ó n y u n o r i g e n bastante oscuros y discípulo de M o g Ruith, según el relato

(¿traído de Gran Bretaña?) q u e está Forbuis Droma Damhghaire. El significado del

constituido p o r los restos de la «rueda a n t r o p ó n i m o es « o r g u l l o s o , s o b e r b i o » .

remante» o rueda cósmica. Véase «Mog

Ruith». C o l u m c i l l e , hijo de F e i l e m : nombre
irlandés de S a n C o l u m b a n o , muerto e n
coelbren: p a l a b r a g a l e s a ( e n s u f o r m u l a - 532. Colum p r o c e d e d e u n é t i m o latino
c i ó n c o m p l e t a , coelbrenj beirdd, «alfabeto columba ( u n a f o r m a s e c u n d a r i a d e colman);
de los bardos») que corresponde al cille e s « c o m p a ñ e r o » . San Columbano
i r l a n d é s crann-chur y al bretónprenn-denn. d e s e m p e ñ a t a m b i é n , tanto p o r sus a c c i o -
Su significado literal es « s i g n o d e la nes c o m o p o r su influencia, u n i m p o r -
madera». tante papel e n la historia política de
Irlanda e n la Alta Edad M e d i a .
coiced ( « q u i n t o » o « p r o v i n c i a » ) . V é a s e
«provincia». Colum Cualeinech: herrero de los
T u a t h a D é D a n a n n e n e l r e l a t o Cath Maighe
Coirpre, C a i r p r e : file q u e c o m p u s o l a Tuireadh. E l n o m b r e es f i g u r a d o e i r r e s p e -
p r i m e r a sátira e n I r l a n d a c o n la q u e p r o - tuoso: «paloma c o n rostro de c a r b ó n » .
v o c ó la a b d i c a c i ó n d e Bres, el m a l reyd e columna (o pilar): e n las descripciones de
l o s f o m o r e s , s e g ú n e l r e l a t o Cath Maighe Tui- navegaciones, g e n e r a l m e n t e , las c o l u m n a s
readh. ExisteTí'Stros personajes míticos o s o s t i e n e n islas m a r a v i l l o s a s d o n d e abun-
p s e u d o h i s t ó r i c o s q u e l l e v a n este nombre, d a n los santos llegados d e Irlanda. S e trata
en particular el rey C o i r p r e N i a Fer y el de imágenes o transposiciones/adaptacio-
c o m p a ñ e r o de armas del druida Colptha, nes de la c o l u m n a q u e sostiene el m u n d o
C a i r p r e L i f f e c h a r , e n e l r e l a t o Forbuis Droma (la t i e r r a y e l c i e l o ) , u n a c o n c e p c i ó n m u y
Damhghaire. antigua de la q u e Irlanda n o h a c o n s e r -
vado n i n g ú n resto e n s u mitología.
 534 GLOSARIO

Conaille Murthemne: nombre de u n q u e d e s c o n o c e m o s el o r i g i n a l galo) d e l

p u e b l o ( o clan) y d e u n lugar del Ulster, n o m b r e d e la fiesta celta d e l p r i m e r o d e
localizado p r o b a b l e m e n t e e n el c o n d a d o a g o s t o , l l a m a d a Lugnasad e n Irlanda. Las
de Louth. Conaille vienen del nombre a u t o r i d a d e s r o m a n a s la r e c u p e r a r o n e n
Conall (Cernach) q u e está frecuentemente provecho del culto imperial, p e r o sus ras-
atestiguado e n la t o p o n i m i a ( c f r . Ti'r gos originales s o n a ú n bastante d i s c e r n i -
Conailt). M u i r t h e m n e es el n o m b r e d e u n a bles:
llanura e n t r e Sliab Fuaid y D u n d a l k . — asamblea general d e t o d a s l a s c i u d a d e s ;
— ceremonias religiosas;
Conaire Mor ( « e l G r a n d e » ) : h i j o d e — juegosj concursos d e c a n t o y p o e s í a ;
Mess Buachalla: rey s u p r e m o d e I r l a n d a , — discusión d e l o s a s u n t o s p o l í t i c o s y j u d i -
descendiente de Cormac. ciales.
N o d e b e c o n f u n d i r s e e l Concilium Galliarum
Conall Cernach ( « e l V i c t o r i o s o » ) : h e r - c o n la a s a m b e a d e d r u i d a s e n el b o s q u e
m a n o d e l e c h e d e C u c h u l a i n n , es h i j o d e l d e l o s c a r n u t e s , l a c u a l c o r r e s p o n d e a Bel-
poeta A m o r g e n y de su esposa Find- taine y n o a Lugnasad. Véase Francoise Le
choem. Es q u i e n venga a Cuchulainn Roux, «Lyon et le C o n c i l i u m Gallia-
m a t a n d o a Lugaid. Es capaz d e realizar rum», Ogam, 1952, n . ° 4, p p . 2 8 0 -
t o d a s las h a z a ñ a s d e C u c h u l a i n n , salvo el 2854. y « E t u d e s s u r le Festiaire celtique.
m a n e j o d e l a Gae Bulg. L a l e y e n d a d i c e q u e IV. L u g n a s a d o u la féte d u r o i » , Ogam,
Conall Cernach mató a más hombres de 1962, n . ° 14, p p . 3 4 3 - 3 7 2 .
Connaught q u e vivos dejó y que no
pasaba u n día sin q u e matase a alguno. Conle, Condle: hijo d e l l e g e n d a r i o rey
Esta n o t a b l e a n i m o s i d a d había sido p r e - C o n n C e t c h a t h a c h . E l r e l a t o Echtra Conle
dicha p o r los druidas desde su naci- («Las aventuras de C o n l e » ) cuenta c ó m o
m i e n t o . Véase « C e t m a c M a g a c h » . u n a bella j o v e n lo llevó s i n r e t o r n o al
Otro Mundo a pesar del dolor de su
C o n c h o b a r mac Nessa: r e y m í t i c o d e l p a d r e y d e los desesperados esfuerzos del
Ulster cuyo n o m b r e aparece m u y frecuen- d r u i d a C o r a n n . S u s o b r e n o m b r e es Caem,
t e m e n t e e n los relatos épicos. Es hijo del « e l B e l l o » . C o n l e o C o n l a es t a m b i é n e l
druida C a t h b a d y d e la r e i n a guerrera n o m b r e d e l h i j o d e C u c h u l a i n n y d e la
Ness. E l m i s m o tiene varios hijos, e n t r e los reina guerrera Aoife; n o aparece m á s q u e
q u e destaca C u c h u l a i n n , nacido de sus e n e l r e l a t o Aided Oenfir Aife ( « L a m u e r t e
a m o r e s c o n su h e r m a n a Dechtire, quien del Hijo Ú n i c o de A o i f e » ) , q u e cuenta
era t a m b i é n su c o c h e r o . El n o m b r e signi- cómo su padre lo mató en u n combate
fica « a u x i l i o d e p e r r o » p o r a l u s i ó n m e t a - singular.
f ó r i c a a la c a l i d a d g u e r r e r a s i m b ó l i c a d e
este a n i m a l , m u y a p r e c i a d o e n t r e l o s cel- Conn Cetchathach ( « e l d e las Cien
t a s . C o n c h o b a r es t a m b i é n e l n o m b r e d e Batallas»): rey mítico de Irlanda cuyo
u n r í o e n el q u e se b a ñ a al r e y c u a n d o r e i n a d o estuvo m a r c a d o p o r u n a p r o s p e -
n a c e . E l a n t r o p ó n i m o se h a p r e s e r v a d o ridad, u n a abundancia y u n ajusticia i n i -
muy frecuentemente en irlandés gualadas. El a p o d o alude a los n u m e r o s o s
m o d e r n o ; l a g r a f í a a n g l i z a d a Conor r e p r o - combates q u e libró victoriosamente para
duce aproximadamente su p r o n u n c i a c i ó n . s o m e t e r a sus vasallos, l o s reyes d e las
provincias. A n c e s t r o d e u n largo linaje d e
CONCILIUM GALLIARUM («asamblea de los reyes s u p r e m o s (el g r a n rey C o r m a c es su
g a l o s » ) : t r a d u c c i ó n o a d a p t a c i ó n ( d e la n i e t o ) , e s e l h é r o e d e l r e l a t o t i t u l a d o Baile
 GLOSARIO
535
in Scail ( « E l é x t a s i s d e l h é r o e » ) y a q u i e n , o v i n o ) e n la c o r t e d e u n r e y . E s t a e s p e -
d u r a n t e u n viaje al O t r o M u n d o , el d i o s c i a l i z a r o n e s n o r m a l , ya q u e t o d a b e b i d a
L u g e n t r e g a la c o p a s i m b ó l i c a d e la S o b e - embriagadora era u n medio de c o m u n i -
r a n í a . L a s m a r a v i l l a s d e la n o c h e e n la q u e c a c i ó n c o n el O t r o M u n d o y u n s í m b o l o
n a c i ó se e n u m e r a n e n el r e l a t o Airne Fingein d e la s o b e r a n í a . P e r o l a c o m p e t e n c i a d e l
( « L a velada de F i n g e n » ) . La p r o s p e r i d a d c o p e r o n o r m a l m e n t e se e x t i e n d e t a m b i é n
d e s u r e i n a d o s ó l o se i n t e r r u m p i ó c o n s u a t o d o e l e m e n t o l í q u i d o : e n la l e y e n d a
m a t r i m o n i o con Becuma, mujer adúltera Tochmarc Etaine, el hermano del Dagda
y maléfica. Véase « B e c u m a » . encomienda a tres d r u i d a s coperos la
vigilancia del m a n a n t i a l maravilloso del
C o n n l a : n o m b r e del manantial que da Segáis. V é a n s e « D a g d a » , « N e c h t a n » y
o r i g e n a siete a r r o y o s , u n o de los cuales «Boand».
se c o n v i e r t e en el S h a n n o n , otro río
s a g r a d o d e I r l a n d a ( j u n t o c o n el B o y n e ) . C o r a n n : d r u i d a de C o n n Cetchathach
Está r o d e a d o de avellanos cuyos frutos q u e n o l o g r a i m p e d i r la p a r t i d a d e l h i j o
c a í d o s c o m e el s a l m ó n d e la c i e n c i a . d e l r e y , C o n l e , al O t r o M u n d o e n c o m -
p a ñ í a d e la j o v e n q u e v i e n e a b u s c a r l o . S u
C o n n l a C a i n b r e t h a c h ( « C o n n l a el d e l m a g i a e s e n e f e c t o m e n o s f u e r t e q u e la d e
Buen J u i c i o » ) : jurista que, según Senchus l a j o v e n . Corann s i g n i f i c a « c o r o n a , guir-
Mor, p u s o e n u n a p r i e t o a los druidas landa» (del latín corona), cuya forma
pidiéndoles el milagro de cambiar el h a b i t u a l es cordin.
curso del sol. El a p o d o tiene valor fun-
cional y n o sólo l a u d a t o r i o . Corb: uno de los tres poetas del rey
Conn Cetchathach (los o t r o s dos son
C o n n a c h t ( « C o n n a u g h t » ) . Véase « p r o - C e s a r n y E t h a i n ) . A l p a r e c e r , el n o m b r e
vincia». significa « c a r r o » .

CONVICTOLITAVIS (Convictolitave): Cormac Conlongas o Conloingas

m a g i s t r a d o h e d u o e n cuyo favor i n t e r v i e n e ( « C o r m a c el E x i l i a d o » ) : u n o d e l o s h i j o s
C é s a r p a r a m a n t e n e r l o e n su cargo y s i l e n - d e l r e y C o n c h o b a r . T r a s el c r i m e n d e e s t e
c i a r así a u n a f a c c i ó n a d v e r s a e n c a b e z a d a ú l t i m o , q u e h a m a t a d o a t r a i c i ó n a los
p o r C o t o . Pero tanto Convictolitave c o m o t r e s h i j o s d e U i s l i u ( o U s n e c h ) , se e x i l i a a
C o t o p a r t i c i p a r á n e n el a l z a m i e n t o g e n e r a l C o n n a u g h t c o n otros u l t o n i a n o s de alto
dirigido p o r Vercingétorix. r a n g o . E l a p o d o es u n a a l u s i ó n a e s t e e p i -
s o d i o del ciclo del Ulster.
copa-, s u s t i t u t o y e q u i v a l e n t e d e l c a l d e r o d e
s o b e r a n í a . C o n t i e n e la b e b i d a e m b r i a g a - Cormac mac Airt («Cormac hijo de
d o r a q u e p r o c u r a la e b r i e d a d ( d e p o d e r ) y A r t » ) : rey s u p r e m o de I r l a n d a m e n c i o -
p e r m i t e a c c e d e r al éxtasis d e l o s a g r a d o . E s n a d o f r e c u e n t e m e n t e en todos los textos.
t a m b i é n la c o p a d e v e r d a d s o b r e l a q u e n o Es, c o n su a d v e r s a r i o M o g R u i t h , el p e r -
se p u e d e p r o j í e j i r u n a m e n t i r a s i n q u e se s o n a j e p r i n c i p a l d e Forbuis Droma Damhg-
r o m p a . P o r ú l t i m o , es el p r o t o t i p o y e l haire, r e l a t o q u e n a r r a s u v a n o s e s f u e r z o s
a r q u e t i p o d e l G r i a l d e las n o v e l a s a r t ú r i c a s . p o r s o m e t e r M u n s t e r y forzar a sus h a b i -
tantes a pagar tributo. El n o m b r e de Cor-
copero (irlandés deogbaire): nombre del mac s i n d u d a l i g a d o e t i m o l ó g i c a m e n t e a l
d r u i d a e s p e c i a l i z a d o e n la d i s t r i b u c i ó n y d e la « c e r v e z a » : i r l a n d é s a n t i g u o cuirm,
v i g i l a n c i a d e la b e b i d a ( h i d r o m i e l , c e r v e z a coirm, l a b e b i d a d e l o s f e s t i n e s d o n d e se
 536 GLOSARIO

ejerce la generosidad real, dispensadora aportaciones respectivas d e los esposos s o n

de p l a c e r y e m b r i a g u e z . Art s e e x p l i c a e t i - iguales. Las formalidades q u e c o n o c e m o s
m o l ó g i c a m e n t e p o r el n o m b r e d e l « o s o » desembocan en u n contrato jurídico e
y d e l a « p i e d r a » e n s u c a l i d a d de s í m b o - i g n o r a m o s , si existe, el n o m b r e específico
los d e la S o b e r a n í a . precristiano del matrimonio religioso. El
n o m b r e irlandés del matrimonio, posad,

Cornualles: e l p a p e l d e este país e n la h i s t o - i r l a n d é s m e d i o posad, n o m b r e d e r i v a d o d e l

ria celta desde la Edad Media se h a v e r b o d e posaid ( « c a s a r s e » ) , es u n p r é s -

borrado en comparación c o n el de t a m o d e l a t í n (sponsare) q u e se a p l i c a a la

Irlanda, el País d e G a l e s o B r e t a ñ a . L a c e r e m o n i a cristiana.

independencia política llegó a su fin e n el

siglo X y s u l e n g u a d e s a p a r e c i ó , tras u n a C O T U S ( C o t o ) : jefe h e d u o contra el q u e
larga decadencia, e n e l s i g l o XVIII. A l interviene César e n el conflicto q u e lo
c o n t r a r i o d e l o q u e s u c e d i ó e n el País d e o p o n e a C o n v i c t o l i t a v e e n l o relativo a la
Gales, la l e n g u a c ó m i c a n o fue utilizada atribución de la magistratura suprema de
por e l c l e r o y n o se t r a d u j o a ella la la c i u d a d h e d u a . E l n o m b r e p a r e c e estar
Biblia. E x c e p t u a n d o m u y raras r e m i n i s - r e l a c i o n a d o c o n e l r a d i c a l *kotto-s que sig-
cencias, no existe ningún elemento nifica « v i e j o » .
mítico o m i t o l ó g i c o e n losescasos textos
c ó m i c o s c o n o c i d o s desde hace relativa- crann-chur, crann-chor («lance de la
mente poco (segunda mitad d e l siglo madera»): nombre de los trozos de
Xix), todos ellos religiosos, tardíos y a madera q u e sirven para echar suertes e n
veces m a l editados. Sin embargo, en los textos j u r í d i c o s irlandeses. L a c o m p o -
C o r n u a l l e s se e n c u e n t r a n a l g u n o s e m p l a - sición sintética d e n o t a u n o r i g e n antiguo.
zamientos artúricos fundamentales. C f r . el bretónprenn-den y el gales coelbren(n).
Véanse «madera» y «bosque».
corrguinech (literalmente «punta
hiriente»): n o m b r e de u n aespecialización Credne Cerd: b r o n c i s t a d e l o s T u a t h a D é
de satirista. Esta palabra aparece e n el Danann e n e l r e l a t o Cath Maighe Tuireadh.
r e l a t o Cath Maighe Tuireadh. Credne es u n d i m i n u t i v o antroponímico
f o r m a d o a p a r t i r d e cred, « b r o n c e » , y cerd,
cortejo: esta p a l a b r a r e p r o d u c e aproxima- que significa « a r t e s a n o » e n el sentido
damente, sinprecisión alguna, el irlandés más amplio. C r e d n e forma parte de los
tochmarc. N o se trata, e n e f e c t o , d e u n a artesanos encargados del a r m a m e n t o de
corte galante hecha p o r u n h o m b r e a u n a las t r o p a s q u e l u c h a n c o n t r a l o s f o m o r e s .
mujer o a u n ajoven. Irlanda denomina
así, e n las a n t í p o d a s d e l a m o r c o r t é s , e l creencia: v é a s e « t r a d i c i ó n » .
conjunto de trámites y formalidades q u e
c o n d u c e n al m a t r i m o n i o y se r e s u m e n e n Cridenbel ( « C o r a z ó n - B o c a » ) : satirista
dos puntos: d e l o s T u a t h a D é D a n a n n e n e l r e l a t o Cath
— la petición d e m a t r i m o n i o (al p a d r e d e Maighe Tuireadh. E n t r a e n conflicto c o n el
la m u c h a c h a o la m u j e r ) , Dagda, a q u i e n arrebata, durante cierto
— e l pago a l a f a m i l i a d e l a m u j e r d e l p r e - tiempo, u n tercio de su parte de ali-
cio de compra. mento. N o obstante, el asunto termina
T o d o es u n a c u e s t i ó n d e r a n g o , d i g n i d a d y muy mal para Cridenbel, pues muere p o r
fortuna, y n o sólo de sentimientos, ya q u e tragarse tres m o n e d a s d e o r o e s c o n d i d a s
la m e j o r boda es a q u e l l a e n la q u e las por el D a g d a e n la c o m i d a a m o d o de
 GLOSARIO
537

veneno. El truco era u n consejo del hijo causa d e la m u j e r . El significado del

del Dagda, M a c O c . n o m b r e d e l d r u i d a es a c o r d e c o n la n a t u -
raleza d e l e p i s o d i o : « m a l a r r e g l o » .
Crimthann: la l e y e n d a i r l a n d e s a registra
la e x i s t e n c i a d e al m e n o s tres p r í n c i p e s Cruachan, Cruachu: capital d e la p r o -
q u e l l e v a n e s t e n o m b r e . E l m á s n o t a b l e es vincia de C o n n a u g h t , residencia del rey
C r i m t h a n n , hijo de E n d e Cennselach. Ailill y d e la r e i na M e d b , actualmente
Su hija E i t h n e U a t h a c h ( « l a H o r r i b l e » ) Croghan e n e l c o n d a d o d e R o s c o m m o n .
fue alimentada, explica el relato Coir Cruachan es e l g e n i t i v o d e Cruachu, tomado
Anmann, c o n la c a r n e d e n i ñ o s p e q u e ñ o s p o r u n nominativo. El t o p ó n i m o signi-
c o n el ú n i c o fin de acelerar su creci- fica sencillamente «túmulo, colina».
m i e n t o y q u e estuviese c u a n t o antes e n Está atestiguado también e n su forma
c o n d i c i o n e s de casarse. E n lexicografía, s i m p l e cruach. V é a n s e « A i l i l l » y « M e d b » .
Crimthann e s s i n ó n i m o d e sinnach, «zorro».
C r u i t i n e , Cruttine: n o m b r e d e u n p o e t a
C r o m Cruaich ( « C u r v a d e l T ú m u l o » ) : de acuerdo c o n u n a anécdota contada p o r
e n la l e y e n d a h a g i o g r á f i c a , es el í d o l o el Glosario de Cormac, diminutivo formado a
c e n t r a l d e I r l a n d a e n la « L l a n u r a d e la p a r t i r d e cruit (crot), «arpa».
P r o s t e r n a c i ó n » (MagSlecht). El d e m o n i o
q u e la h a b i t a b a f u e e x p u l s a d o p o r s a n cruitire ( « a r p i s t a » ) : v é a s e « a r p a » .
Patricio.
C u a l l a i d , hijo de D i a r m a i t : e n l a Vida de
C r o m Darail y C r o m Deroil: nombre sanBerach, es e l n o m b r e d e u n d r u i d a , h i j o
d e los d o s d r u i d a s q u e vigilan las defensas de rey, q u e busca e n vano vengar a su
d e T a r a d u r a n t e la i r r u p c i ó n d e l o s u l t o - p a d r e D i a r m a i t , cuya m u e r t e h a b í a sido
n i a n o s e n e l r e l a t o d e l a Mesca Ulad ( « L a p r f e t i z a d a p o r e l s a n t o . E l n o m b r e n o se
embriaguez de los u l t o n i a n o s » ) . Crom ha podido explicar, salvo q u e se d e b a
D a r a i l , q u e se e q u i v o c ó s o b r e la n a t u r a - e n t e n d e r c o m o « p e r r o salvaje».
leza d e l e j é r c i t o d e l U l s t e r (¡al q u e t o m ó
p o r á r b o l e s ! ) , cae h a c i a el e x t e r i o r d e la Cuchulainn ( « P e r r o d e C u l a n n » ) : hijo
muralla; C r o m Deroil, q u e los identificó del dios L u gy de Eithne. Su n a c i m i e n t o
c o r r e c t a m e n t e , c a e h a c i a e l i n t e r i o r d e la t e r r e n a l es r e s u l t a d o d e la c o h a b i t a c i ó n
muralla y tiene todavía tiempo para del rey C o n c h o b a r y de su hermana
t i r a r l e u n o d e s u s o j o s al e n e m i g o a m o d o D e c h t i r e c o n o c a s i ó n d e u n viaje al O t r o
apotropaico. Los n o m b r e s s o n paralelos y Mundo. Tiene como padre putativo a
a s o n a n t a d o s , p e r o s o r p r e n d e n e n el caso S u a l t a m y c o m o p a d r e a d o p t i v o al p o e t a
d e d r u i d a s : Crom « c u r v a » y Deroil «débil, A m o r g e n . Estas c u a t r o p a t e r n i d a d e s p r o -
p e q u e ñ o » ; Darail, q u e n o está a t e s t i g u a d o d u c e n u n h é r o e c o m ú n a t o d o el U l s t e r .
c o m o adjetivo e n los r e p e r t o r i o s o d i c - S u p r i m e r n o m b r e es S é t a n t a («cami-
cionarios habituales, quizá proceda del n a n t e » ) y debe su n o m b r e definitivo a su
i
n o m b r e d e r r 8 b l e (dar). C f r . E l caso d e p r i m e r a h a z a ñ a infantil, la cual consistió
Camall mac Riagail. e n m a t a r al p e r r o g u a r d i á n ( o d e c o m -
b a t e ) d e l h e r r e r o C u l a n n . C u c h u l a i n n es
Cromdes: n o m b r e d e l d r u i d a d e C o n n el p r o t a g o n i s t a d e l g r a n r e l a t o c o n o c i d o
C e t c h a t h a c h e n e l r e l a t o La boda de Connj como Tain Bo Cualnge, que describe c o n
Becuma. E s él q u i e n a n u n c i a a A r t , el h i j o detalle los combates singulares del h é r o e
d e l r e y , q u e va a t e n e r q u e exiliarse a en defensa d e la f r o n t e r a del Ulster.
 538 GLOSARIO

C u c h u l a i n n i m p i d e el p a s o a las t r o p a s d e n o s relatos q u e d a n huellas m u y claras d e

las o t r a s c u a t r o p r o v i n c i a s d e I r l a n d a c o a - prácticas rituales.
ligadas c o n t r a el U l s t e r bajo la d i r e c c i ó n
d e la r e i n a M e d b . C u Roí: r e y m í t i c o a n á l o g o al C a b a l l e r o
V e r d e d e las novelas galesas y a r t ú r i c a s .
Cuicthi ( « c i n c o d í a s » ) : n o m b r e d e c i r - A p a r e c e e n n u m e r o s o s relatos d e l ciclo
cunstancias p r e s t a d o a la diosa Brigit p a r a épico, e n particular d o s : Fled Bricrend y
explicar el plazo legal a n t e s d e l d u e l o Mesca Ulad. C o m i e n z a a y u d a n d o a C u c h u -
judicial entre u n acreedor y u n defensor, lainn a i m p o n e r su superioridad heroica
los cuales d e b í a n esperar a q u e intervi- c o n c l u y e n d o u n a serie d e p r u e b a s difíci-
niese la d i v i n i d a d . Véase « B r i g i t » . les y l u e g o , c o m o c o n s e c u e n c i a d e l a d u l -
terio de su mujer Blathnaid («Floreci-
cuil («gusano, mariposa, insecto, 11a») c o n C u c h u l a i n n , se e n f r e n t a a é l . E l
m o s c a » ) : esta p a l a b r a d e s i g n a e n g e n e r a l n o m b r e significa l i t e r a l m e n t e « P e r r o d e l
u n i n s e c t o o u n g u s a n o p e q u e ñ o . E n Toch- Campo de Batalla». Véanse también

marc Etain c a r a c t e r i z a e l r e g r e s o d e E t a i n al « C u c h u l a i n n » y « c a b a l l e r o s » ( e n esta

estado p r i m o r d i a l e i n f i n i t e s i m a l . D e este última entrada, la r e f e r e n c i a a A. K.

e s t a d o i n f i n i t e s i m a l volverá a la f o r m a Coomaraswamy).

h u m a n a c u a n d o la m u j e r d e E t a r , r e y d e l
Ulster, la cual b e b í a d e u n a copa, a b s o r b a culmen ( « p i e l d e v a c a » ) : n o m b r e d e u n
el g u s a n o . V é a s e « g u s a n o » . m a n u s c r i t o p e r d i d o , si e s q u e n o se t r a t a
de u n manuscrito legendario.
C u i l l (mac): h i j o d e C e r m a t ( a s u v e z
hijo d e l D a g d a ) y u n o d e l o s tres reyes Curcog: h i j a d e l d i o s O e n g u s e n el r e l a t o
m í t i c o s q u e r e i n a b a n e n I r l a n d a a la l l e - Altrom Tige Da Medar ( « E l a l i m e n t o d e la
gada d e l o s g o i d e l o s . E l n o m b r e significa casa d e l o s d o s v a s o s » ) , q u e p r e s e n t a s u
«hijo del avellano» p o r alusión a la nacimiento como simultáneo al de
magia de los Tuatha D é D a n a n n . Véanse E i t h n e . N a c e c o m o hija d e u n s i m p l e ser-
«mac Greine» y «mac Cecht». v i d o r y es la a l e g o r í a y la p e r s o n i f i c a c i ó n
d e I r l a n d a d e s t i n a d a a c o n v e r t i r s e al c r i s -
C u i l l i u (Batalla de): e l t o p ó n i m o , q u e t i a n i s m o . C u r c o g se l l a m a así p o r q u e l l e -
n o se h a p o d i d o d e t e r m i n a r ( e n L e i n s t e r ) , vaba, s e g ú n el texto, u n a m e c h a d e cabello
n o p a r e c e estar a t e s t i g u a d o e n esta f o r m a , r u b i o (curach) e n l a f r e n t e .
ya q u e e s u n n o m i n a t i v o r e h e c h o a p a r t i r
d e Cuiüenn, del que, e n cambio, existen D
varias manifestaciones. E l n o m b r e d e b e d e Dagda (de *dago-devo-s, literalmente
e s t a r r e l a c i o n a d o c o n coll, « a v e l l a n o » . «dios b u e n o » o «muy divino»): dios-
druida y dios de los druidas, señor delos
Culann: h e r r e r o d e l Ulster, cuyo n o m - e l e m e n t o s y d e la ciencia (saber s a c e r d o -
bre recibe Cuchulainn («Perro de t a l ) , y t a m b i é n d i o s d e la a m i s t a d y d e l o s
C u l a n n » ) del druida Cathbad después d e contratos, del tiempo cronológico y
que matase, en su tierna infancia a t m o s f é r i c o , y d e la e t e r n i d a d , t o d o ello
(¡cuando sólo tenía cuatro años!), al sin dejar d e ser g u e r r e r o ( d i s p o n e d e la
p e r r o g u a r d i á n q u e cuidaba sus r e b a ñ o s . Soberanía). Es, después de Lug y antes d e
culto-, p a r t e m a t e r i a l d e l a r e l i g i ó n q u e O g m a o D i a n c e c h t , el dios m á s i m p o r -
C é s a r l l a m a religiones. E s t á m u y m a l a t e s t i - tante del p a n t e ó n irlandés y del estado
g u a d o e n la t r a d i c i ó n celta, p e r o e n a l g u - m a y o r d e los Tuatha D é D a n a n n e n el
 GLOSARIO
539

r e l a t o m i t o l ó g i c o Cath Maighe Tuireadh y e n d a i l , dal ( « a s a m b l e a » ) : l a s a s a m b l e a s se

las p r i m e r a s v e r s i o n e s d e l c i c l o d e E t a i n . mantenían c o n o c a s i ó n de las grandes
S u hija es Brigit, q u e ,bajo el n o m b r e d e f i e s t a s c a l e n d a r í a s , s o b r e t o d o Lugnasad y
B o a n d , es la m u j e r d e s u h e r m a n o E l e - Samhain. E l n o m b r e da cuenta ante todo
mar (otro n o m b r e de O g m a ) , y q u e p o r de u n a n o c i ó n jurídica d e legalidad, pues
adulterio, según la c o n c e p c i ó n d e la una d e las p r i m e r a s atribuciones d e la
m o r a l cristiana de los transcriptores, le a s a m b l e a es la revisión d e las leyes, l o s
da u n hijo: O e n g u s « E l e c c i ó n Ú n i c a » o contratos, l o s c ó d i g o s y todas las d i s p o s i -
M a c O c « H i j o J o v e n » (el A p o l o celta e n ciones administrativas, financieras o
su aspecto d ej u v e n t u d ) . O t r o s nombres políticas. L a a s a m b l e a d e este m o d o d i s -
s u y o s s o n Dagan, «elbuenecito», Eochaid t i n t a d e l oenach o « r e u n i ó n » q u e se t r a -
Ollathir («Padre P o d e r o s o » ) y Ruadh Rof- duce a menudo impropiamente como
hessa, « R o j o d e l a C i e n c i a P e r f e c t a » . S u « f e r i a » (inglésfair). V é a s e «oenach».
r e s i d e n c i a e s e l Brug na Boinne («Albergue
del B o y n e » ) , situado e n el túmulo de Darbre, Dairbre: r e s i d e n c i a d e l d r u i d a
Newgrange. Pero lo desposeyó de él su mítico M o g Ruith. El significado es
hijo, M a c O c , e n los t é r m i n o s fijados p o r «bosque» o «pequeño robledal».
u n c o n v e n i o d e l q u e se i n f e r í a e l p r é s -
tamo del dominio durante u n díay u n a Daithe: n o m b r e p r o p i o f e m e n i n o cuyo
noche. Pero u n día y u n a noche s o n el significado literal es « l u z , ligereza, vivaci-
equivalente s i m b ó l i c o d e la E t e r n i d a d y e l d a d » . Es hija d e Ross A i c h i , h e r m a n a d e
Dagda pierde su propiedad. Sus princi- Ailill, y copero deL u g .
pales atributos s o nla maza, q u e mata p o r
u n e x t r e m o ( e n este m u n d o ) y resucita Dallan, Dálan: d r u i d a d e l r e y E o c h a i d
p o r el otro ( e n el O t r o M u n d o ) , y el cal- ( o E o c h u ) e n l a v e r s i ó n Egerton 1782 d e
d e r o , al m i s m o t i e m p o de la a b u n d a n c i a , Tochmarc Etaine. S e g ú n esta v e r s i ó n , gracias
la i n m o r t a l i d a d y la r e s u r r e c c i ó n . P e r o e l a su magia y a sus ogams grabados sobre
tercer a t r i b u t o , la r u e d a c ó s m i c a , s ó l o se varitas d e tejo, vuelve a e n c o n t r a r a Etain,
encuentra c o n el druida M o g Ruith y el mujer d e Eochaid, q u ehabía sido raptada
dios galo Taranis. Véanse losotros nom- por el dios M i d i r . Este n o m b r e es u n
bres de dioses «Boand», «Brigit», d i m i n u t i v o d e dall ( « c i e g o » ) .
«Diancecht», «Elcmar», «Lug», Mac
Oc», «Oengus», «Ogma (Ogmios)», Dana: u n o d e l o s n o m b r e s d e l a g r a n d i v i -
etc. C f r . « M o g R u i t h » y « T a r a n i s » . nidad femenina irlandesa cuyo equivalente
g a l e s e s don. O t r o n o m b r e e s A n a , Anu s e g ú n
DAGOLITUS: a n t r o p ó n i m o galo atesti- e l Glosario de Cormac, p e r o n o t e n e m o s c e r t e z a
guado p o r la epigrafía. S u significado, de q u e estén directamente emparentados.
« m u y d e d i c a d o al r i t o » , i m p l i c a el e m p l e o El e m p l e o más frecuente de D a n a surge del
s u p e r l a t i v o d e dogo- « b u e n o » idéntico al nombre de los Tuatha Dé Danann
d e dag-/deg- e n i r l a n d é s m e d i o ; ¡itus e s l a ( « G e n t e d e la D i o s a D a n a » ) c o n e l q u e l o s
m i s m a p a l a b r a - q u e e l i r l a n d é s lith, gales ¡lid, irlandeses designan a susdivinidades p r e -
b r e t ó n lid, « c e l e b r a c i ó n , fiesta ( r e l i g i o s a ) » . cristianas y el p o b l a m i e n t o m í t i c o anterior
Véase Christian-J. Guyonvarc'h Guyon- a los goidelos. Véanse «Brigit»,
varc'h, « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et d e L e x i c o - «Boand», «Etain» y «Eithne».
g r a p h i e g a u l o i s e s > e t c e l t i q u e s I I I . J. G a u l o i s
DAGOLITUS, "tres a d o n n é au rite"», Daurblada: nombre del arpa del
Ogam, 1 9 5 9 , n . ° I I , p p . 2 8 4 - 2 8 5 . Dagda, seguramente p o r u n a metátesis
 GLOSARIO

d e da y d e bla, l i t e r a l m e n t e « r o b l e d e l o s C o n c h o b a r hace matar a Naoise y a sus

dos lugares». dos h e r m a n o s p o r traición, y toma a
Deirdre como concubina. Después de
dee: s i g n i f i c a « d i o s e s » e n l a e x p r e s i ó n haber llorado m u c h o t i e m p o a su m a r i d o ,
dee y andee « d i o s e s y n o d i o s e s » . V é a s e se l a n z a , m i e n t r a s el r e y la llevaba e n
«andee». c a r r o , d e cabeza c o n t r a u n a roca i m p u l -
s a d a p o r la d e s e s p e r a c i ó n . C ¿ u i e n e s a p o -
Deichtire, Deichtine, Dechtire: h e r m a n a y a b a n a N a o i s e se e x i l i a n a C o n n a u g h t ,
y cochera del rey C o n c h o b a r , después c o m o u n o d e los hijos d e l rey, C o r m a c
esposa d e Fergus, hijo d e Roech, o t r o rey Condlongas, al t i e m p o q u e el d r u i d a
d e l U l s t e r , d e s t r o n a d o p o r la m a d r e d e C a t h b a d , el p r o p i o p a d r e d e l rey, m a l d i c e
Conchobar, N e s s . E n el c u r s o d e u n a E m a i n M a c h a , la cual a c a b a r á i n c e n d i a d a .
e x p e d i c i ó n q u e t e r m i n a e n u n a casa d e l
O t r o M u n d o , s e g ú n e l r e l a t o Compert Con deiseil, dessel, deiseal ( « d i r e c c i ó n d e l
Culaind ( « L a concepción de Cuchu- sol, c u r s o d e l sol h a c i a la d e r e c h a » , esto
l a i n n » ) , D e c h t i r e trae al m u n d o , p o r o b r a es, e n el s e n t i d o d e las agujas d e l r e l o j ) :
de su h e r m a n o , u n n i ñ o que, e n g e n d r a d o empleado c o m o adverbio o preposición
y n a c i d o tres veces, será S é t a n t a , el f u t u r o la p a l a b r a s i g n i f i c a « e n el s e n t i d o d e l
C u c h u l a i n n , p o r otro lado hijo del dios s o l » . E l c o m p u e s t o m á s v e r o s í m i l es des-
Lug y Eithne. El n o m b r e parece corres- « s u r » y -sel d e r i v a d o d e sul « o j o » e n s u
p o n d e r al l a t í n dextera y l a v a r i a n t e Deichtine significado antiguo de «sol». Véase
es u n a a d a p t a c i ó n m e d i a n t e e l d i m i n u t i v o « dextratio » .
i r l a n d é s e n -ine.

Delt: n o m b r e p r o p i o y t a m b i é n n o m b r e
DEIOTAROS (Deyotaro): nombre de d e r í o e n Tain Bo Cualnge, s i t u a d o e n la
varios p r í n c i p e s gálatas, u n o d e l o s cuales, Conaille Muirthemne. El significado
e n el siglo I a . C , s e g ú n C i c e r ó n , estaba sigue s i n estar d e t e r m i n a d o .
v e r s a d o e n el arte a u g u r a l y n o hacía n a d a
sin c o n s u l t a r l o s a u s p i c i o s . E l n o m b r e es D e o c h , hija de F i n g h i n : e n e l r e l a t o La
u n a c o n t r a c c i ó n d e deivo-tarvo-s, «toro muerte de los hijos de Ler, es l a e s p o s a d e L a i r g -
d i v i n o » , q u e es u n a d e l a s p o s i b l e s m a n e - n e n , rey de C o n n a u g h t , q u e busca a p r o -
ras d e calificar la m o n a r q u í a : e n I r l a n d a piarse, para su placer personal, de los
tarbh, « t o r o » , es a v e c e s u n e p í t e t o l a u d a - cuatro hijos d e Ler, a ú n metamorfosea-
t i v o a p l i c a d o al r e y m e d i a n t e u n a m e t á f o r a d o s e n c i s n e s . S e l o s e x i g e al r e y , q u e ,
q u e d e f i n e s u f u e r z a física y m i l i t a r . tomándolos brutalmente, provoca su
vuelta al e s t a d o h u m a n o , su c o n v e r s i ó n al
Deirdriu, Deirdre: h e r o í n a d e l r e l a t o cristianismo y su m u e r t e e n olor d e santi-
t i t u l a d o LongesmacnUislenn ( « E l exilio d e los d a d . E l n o m b r e e s u n a v a r i a n t e d e deog,
hijos d e U i s l i u » ) y p r o m e t i d a desde su «bebida, filtro».
n a c i m i e n t o al r e y C o n c h o b a r , a l q u e e l l a
n o a m a . C o n s i g u e q u e la r a p t e N a o i s e y, deogbaire ( « c o p e r o » ) : V é a s e « c o p e r o » .
c o n los h e r m a n o s d e éste, c o r r e n varias
aventuras e r r a n d o de u n refugio a otro. Derb Forgaill: h i j a d e l r e y d e N o r u e g a
C o n la p r o m e s a f o r m a l d e C o n c h o b a r , que viene, e n c o m p a ñ í a de su criada, a
arrancada p o r los ultonianos, de q u e n o ofrecerse a Cuchulainn. Como llegan
les h a r í a n i n g ú n m a l , D e i r d r e y l o s t r e s b a j o la f o r m a d e p á j a r o s , el h é r o e la h i e r e
h e m a n o s vuelven a E m a i n Macha. Pero de u n a p e d r a d a c o n u n a h o n d a . Luego,
 GLOSARIO
541

u n a vez la h u b o c u r a d o , se la d a a su h i j o hijos, Miach, «celemín», y Oirmiach

adoptivo Lugaid. El significado del (doble d e lanterior, y u n a hija, A i r m e d ,
a n t r o p ó n i m o es « t e s t i m o n i o seguro». « m e d i d a » . Esu n dios celoso y vengativo,
que llega a matar a su hijo Miach por
Dergdamsa: d r u i d a d e M o g N e i d , r e y d e haber logrado el implante d e lbrazo c o r ­
Musnter. El significado del nombre n o tado d e N u a d a c u a n d o él m i s m o se había
tiene mucho sentido: derg e s « r o j o » y c o n f o r m a d o c o n aplicarle u n aprótesis de
damsaes «danza». plata. Su nombre significa «agarre
r á p i d o » , p r o b a b l e m e n t e p o r a l u s i ó n a la
Dergnat: m u j e r d e P a r t o l ó n , c u y o a d u l ­ eficacia d e sustécnicas mágicas y médicas.
terio c o nT o p a , el criado d e su m a r i d o , Véase Christian-J. Guyonvarc'h, «Notes
c u e n t a e l libro de las conquistas. El significado d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i -
del nombre es « p u l g a » (literalmente ses e t c e l t i q u e s X X X I . 1 4 2 . I r l a n d a i s A i r ­

« r o j i t a » ) y tiene valor peyorativo; cfr. la m e d " m e s u r e " et M i a c h " b o i s s e a u " , bre­

e x p r e s i ó n dergnat chormthigni, « p u l g a d e casa tón arveziíi " e x a m i n e r " » , Ogam, 1968,

de la c e r v e z a » , usada para nombrar la n.° 20, p p . 351-352. C f r . « A i r m e d » ,

causa d e u n c o n t r a t i e m p o o u n a p e r t u r ­ «Miach» y «Oirmiach».

bación e n u n festín. S e g ú n parece, esta

misma expresión designa también a u n Diarmaid, D i a r m u i d , D i a r m o i d ( o c o n
personaje obsequioso q u e n o cesa d e « t » f i n a l ) , Dermaid ( « o l v i d o » ) : nom­
levantarse ante su superior j e r á r q u i c o . bre propio considerado frecuentemente
como típico irlandés (Dermot e n grafía
Dergraith ( « F u e r t e R o j o » ) : topónimo anglizada), e n la línea d e l de san Patricio
situado e n M a g h Feimhean, actualmente (Padraig); cfr. u n a frase d e D i n n e n , Foclóir,
:
Derrygrath e n Tipperary. P- 3 3 3 ta d i a r m a i d da chiapadh, «the
irish are being tortured».
dervo-: r a í z p a n c é l t i c a d e l n o m b r e d e l
« r o b l e » , q u e se h a r e l a c i o n a d o s i n f u n ­ dichetal do chennaib cnáime ( « h e c h i z o
damento c o n el n o m b r e de los druidas m e d i a n t e las p u n t a s d e l o sh u e s o s » , esto
(cuya base radical es distinta) a causa d e la es, de los dedos): canto encantatorio
e t i m o l o g í a a n a l ó g i c a d e P l i n i o e n s u His­ r e s e r v a d o a l o s filid y s o b r e e l q u e n o t e n e ­
toria Naturalis, XVI, 249. mos ninguna indicación. Parece q u e el
encantamiento era improvisado.
dextratio: n o m b r e latino del movimiento
hacia la d e r e c h a ( e n el sentido d e la m a r ­ D i l mac h u Chrecga di Ossraigib ( « h i j o
cha d e l sol). Es el n o m b r e técnico que de M u c c u Creacga d ' O s s o r y » ) : druida
corresponde a l deisil irlandés, el cual q u e , al d a r a su hija M o n c h a a E o g a n ,
d e s i g n a a l a v e z l a dextratio y l a c i r c u n a m ­ p r o v o c a la c o n c e p c i ó n y el n a c i m i e n t o d e l
bulación. g r a n rey Fiachna M u i l l e t h a n . E l a n t r o p ó ­
n i m o puede ser masculino o f e m e n i n o y
Diancecht: d i o s - m é d i c o d e l o s T u a t h a su s i g n i f i c a d o es « q u e r i d o , a m a d o , pre­
Dé Dananrír'Aparece principalmente en ciado, provechoso».
e l r e l a t o Cath Maighe Tuireadh, donde cura a
los combatientes heridos y resucita a los Dinas Emrys ( « F o r t a l e z a de A m b r o ­
muertos s u m e r g i é n d o l o s e n la Fuente d e s i o » ) : capital d e lr e i n o d e Britania e n los
la Salud después de haber entonado tiempos del soberano mítico Vortigern.
varios encantamientos. Es padre dedos Dis Pater-. n o m b r e l a t i n o c o n e l q u e C é s a r ,
542 GLOSARIO

e n su explicación d e las creencias galas, también extrañamente opuestas: Diviciaco

designa al dios d e lq u e l o sceltas a f i r m a - preconiza la alianza r o m a n a y D ú m n o r i x
ban proceder. S eh a intentado relacionar es el j e f e d e l p a r t i d o a n t i r r o m a n o . L a p r i -
Dis c o n e l i r l a n d é s dith « d e s t r u c c i ó n » , y a m e r a vez César p e r d o n a a Dúmnorix a
q u e el padre d e los vivos es t a m b i é n el d e ruegos de Diviciaco. Pero, cuando Dúm-
l o s m u e r t o s . P e r o Dis e s u n a p a l a b r a l a t i n a norix pone c o m o pretexto u n interdicto
y esta v i n c u l a c i ó n n o t i e n e n i n g ú n funda- religioso para negarse a partir a G r a n B r e -
m e n t o léxico. taña, César ordena matarlo. Después de
e s t o , y a n o se h a b l a m á s d e D i v i c i a c o e n
Dithorba: rey del Ulster q u e , e n la l o s Comentarios. Véase Francoise L e Roux,
l e y e n d a d e M a c h a , r e c h a z a e n t r e g a r a esta « N o u v e l l e s r e c h e r c h e s s u r les d r u i d e s » ,
última la parte del reino q u e le corres- Ogam, 1 9 7 0 - 7 3 , n . ° 2 2 - 2 5 , P P - 2 0 7 y s s .
p o n d e . Sus tres hijos p r o l o n g a n tal n e g a -
tiva y s o n s u c e s i v a m e n t e s o m e t i d o s p o r la d l u i fulla: h e c h i z o p r a c t i c a d o p o r l o s filid
fuerza física d e M a c h a . E l n o m b r e debe de acuerdo c o n Coir Anmann, q u e es la
s e r u n d e r i v a d o a n t r o p o n í m i c o d e dithrub, única fuente de información explícita
«desierto». q u e t e n e m o s . S u s i g n i f i c a d o es « b r i z n a o
ramita de a l u c i n a c i ó n » . L a significación
DIVICIACUS (Diviciaco): druida y jefe e x a c t a de fulla se d e s c o n o c e , p e r o e l t é r -
real d e l g o b i e r n o h e d u o al i n i c i o d e la mino se aplica s i e m p r e con un matiz
g u e r r a d e las G a l i a s . S u p o l í t i c a c o n s i s t i ó m á g i c o a la ofuscación o a la locura.
en apoyarse e n la alianza c o nR o m a para
preservar la Galia d e la a m e n a z a r o m a n a e doborchu («nutria», literalmente
imponer la supremacía de los heduos. «perro de agua»): matando u n a nutria
D e s d e e l 63 antes d e nuestra era, cuando (que bebía su sangre), C u c h u l a i n n da fin,
fue a pedir s o c o r r o a R o m a , mantiene antes d e m o r i r , a la serie d e hazañas g u e -
c o n C é s a r relaciones estables, difíciles de r r e r a s q u e h a b í a i n i c i a d o m a t a n d o al p e r r o
definir, n o obstante, e n t o d o s sus matices del herrero C u l a n n , l o que l o hizo m e r e -
a partir d e la única n a r r a c i ó n d e los e v e n - cedor de su n o m b r e . Véase «Cuchu-
tos q u e s u p o n e Comentarios a la guerra de las lainn» .
Galios. César lo considera u n hombre de
u n a gran habilidad e n el arte d e la n e g o - doerbaird ( « b a r d o e s c l a v o » ) : b a r d o n o
ciación y del compromiso —actividad l i b r e p o r o p o s i c i ó n a l soerbaird o «bardo
diplomática p o r excelencia—, cuando p o r libre», q u e posee ganado sin deber su
ejemplo penetra, a petición de César, en disfrute a u n c o n v e n i o o u n contrato c o n
territorio belóvaco y luego, sin impulsar u n propietario. L a ausencia de nobleza y
las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s , i n t e r v i e n e a n t e la p r i v a c i ó n d e l i b e r t a d s o n i n c o m p a t i b l e s
el p r o c ó n s u l a favor d e los b e l ó v a c o s , hasta c o n la c o n d i c i ó n sacerdotal. V é a n s e l o s
ese m o m e n t o a m i g o s d e los h e d u o s . E s el anexos.
único druida histórico cuya existencia
conocemos, pero n o tenemos ninguna Domnall (irlandés m o d e r n o Domhnalí):
i n f o r m a c i ó n s o b r e sus f u n c i o n e s y s u a c t i - nombre patronímico muy frecuente
v i d a d religiosas. S u h e r m a n o es D ú m n o - desde laA l t a E d a d M e d i a . L agrafía a n g l i -
rix y los dos nombres presentan un z a d a e s Donnell.
curioso paralelismo: Diviciacus es e l
«divino» y Dúmnorix, el «rey del Dond, Donn ( h i j o d e M i l ) : n o m b r e d e l
mundo». S u s posiciones políticas s o n primer goidelo que desembarcó en
 GLOSARIO
543

I r l a n d a s e g ú n l a l e y e n d a d e l Libro de las con- l o s d e l r e l a t o i r l a n d é s La concepción de los dos

quistas. L a p a l a b r a s i g n i f i c a « p a r d o » c o n porqueros. E n cambio, n o tienen nada q u e
u n m a t i z c l a r o q u e tira h a c i a el a m a r i l l o o ver c o n los anguípedos galorromanos.
el r o j o . P o r t a n t o , p u d o s e r v i r d e a n t r o - Véase « c u i l » .
p ó n i m o p a r a calificar u n c o l o r d e tez, d e
c a b e l l o d e las p e r s o n a s o d e pelaje d e l o s drisac, drisiuc, driseoc: b a r d o n o l i b r e
a n i m a l e s . Donn e s t a m b i é n e l n o m b r e d e l del tercer grado, especializado e n la
célebre toro d e Cualnge. sátira, pero al q u e se le r e c o n o c í a el
c o n o c i m i e n t o de veinte relatos. El n o m -
Dos: p o e t a e n e l t e r c e r a ñ o d e e s t u d i o s y b r e es, p o r a l u s i ó n a la sátira, u n a m e t á -
q u e se h a l l a e n el q u i n t o rango d e la f o r a b a s a d a e n drisiuc, driseoc, q u e d e s i g n a a
j e r a r q u í a d e p o e t a s . S u c a n t o específico es la v e z la z a r z a y e l r a s g u ñ o q u e h a c e lá
e l laid y e l p r e c i o e s t a b l e c i d o p a r a u n a espina d e zarza.
composición poética suya es u n a vaca
lechera. T i e n e d e r e c h o a u n a escolta d e Drobés: h i d r ó n i m o , n o m b r e i r l a n d é s d e l
cuatro personas. El n o m b r e viene del uso D r o w e s q u e fluye d e l L o u g h M e l v i n a la
m e t a f ó r i c o d e dos: « m a t o r r a l » o « a r b o l i - Bahía de Donegal.
11o con ramaje espeso», y luego,
mediante una mudanza de sentido, D r o n (hija d e L a r e n ) : esposa d e l d r u i d a
« p r o t e c c i ó n , c a m p e ó n » . Véase « l a i d » . mítico M o g Ruith. El significado del
antropónimo es « s ó l i d o , firme, vigo-
doce días (bretón gourdezioü «grandes roso».
d í a s » ) : f r a g m e n t o d e l a n t i g u o ciclo cél-
tico d e las c a l e n d a s q u e h a s u b s i s t i d o e n el Drostan: d r u i d a p i c t o c u y o n o m b r e se
folclore. Actualmente, la expresión cita varias veces e n l o s a n a l e s . P a r e c e q u e
designa de modo aproximado l o s seis e s u n a f o r m a d i m i n u t i v a d e Drost, Drust,
ú l t i m o s días d e d i c i e m b r e y l o s seis p r i - n o m b r e de u n soberano picto q u e t a m -
m e r o s d e e n e r o . P e r o el ciclo d e los d o c e b i é n a p a r e c e e s c r i t o c o m o Trosí, Trust, Derst,
días se c o n o c e e n t o d o s l o s países celtas y Drerst, pero cuyo significado n o se h a
e n u n a parte del folclore e u r o p e o . d e t e r m i n a d o aún. Su equivalente britano
es Tristón.
dragón: e n e l c u e n t o g a l e s Lludj Llevelys, l o s
dragones son dos monstruos, u n o blanco Drucht: n o m b r e p r o p i o f e m e n i n o , l i t e -
y otro rojo, q u e Llud logra encerrar e n ralmente «rocío».
u n a r c ó n d e p i e d r a y e n t e r r a r e n la f o r t a -
leza de Dinas Emrys: mientras estén druida: lo q u e e n t e n d e m o s y designamos
e n c e r r a d o s allí n i n g u n a i n v a s i ó n a m e n a - c o n este t é r m i n o es t o d o m i e m b r o d e la
z a r á l a isla d e B r i t a n i a . P e r o e n l a h i s t o r i a clase s a c e r d o t a l celta s i n d i s t i n c i ó n d e
de Vortigern relatada p o r N e n n i o s o n especialización n i jerarquía. Cualquiera
dos gusanos, u n o rojo y otro blanco. El que forme p a r t e d e la clase sacerdotal
r o j o r e p r e s e n t a b a l o s b r i t a n o s y el b l a n c o o s t e n t a el d e r e c h o y el p o d e r d e a d m i n i s -
a los sajones. El gusano (o dragón) t r a r l o s a g r a d o , esto es, el p r i v i l e g i o d e
b l a n c o h a c e r e t r o c e d e r al r o j o , m á s d é b i l , r e g u l a r , p e r m i t i r o p r o h i b i r las r e l a c i o n e s
a la e s p e r a d e s e r e x p u l s a d o p o r él, l o q u e de los h o m b r e s con lo sagrado. « D r u i d a »
o c u r r i r á c o n el regreso d e A r t u r o c u a n d o es p o r c o n s i g u i e n t e u n t é r m i n o g e n e r a l ,
eche a los sajones d e toda Britania. L o s p u e s I r l a n d a , a la q u e d e b e m o s la casi

gusanos (o dragones) s o n los mismos q u e totalidad de nuestra información, n o h a

544 GLOSARIO

c o n s e r v a d o el n o m b r e d e las especializa- Dubloch ( « l a g o n e g r o » ) : H o g a n c l a s i -

ciones funcionales contrarias al espíritu y fica c u a t r o e j e m p l a r e s d e este hidrónimo
la l e t r a d e l c r i s t i a n i s m o . N u e s t r o a n á l i s i s (Black L o u g h ) e n el condado de Meath,
t i e n e e n c u e n t a esta p a r t i c u l a r i d a d d e las e n Leix (cerca d e Stradbally e n el Ulster),
m e n t a s insulares (sed e s c o n o c e n la m a y o r al s u r d e l t é r m i n o m u n i c i p a l d e K i l g e e v e r
parte d e las técnicas sacrificiales y b u e n a y e n la diócesis de T u a m .
parte d e las técnicas adivinatorias y m á g i -
cas). S i n e m b a r g o , es indiscutible q u e el Dubthach: n o m b r e d e u n file a s í c o m o d e
d r u i d a es u n s a c e r d o t e , ostenta la a u t o r i - varios personajes míticos, p o r ejemplo
dad espiritual y, p o r ello, n o c o n o c e otra u n o q u e recibió el sobrenombre d e Doel
jerarquía q u ela d e la ciencia sagrada. E n Ulad, « e s c a r a b a j o d e l U l s t e r » ( e l e s c a r a -
lo concerniente a la etimología, véanse los bajo está m a l c o n s i d e r a d o ) , p o r haber
anexos. matado a todas las j ó v e n e s de Emain
Macha. L a forma anglizada del antropó-
druidecht («druidismo, ciencia del n i m o e s Dujfy.
d r u i d a » ) : las a c e p c i o n e s m á s r e c i e n t e s d e
«magia, brujería» n o deben tomarse e n d u i l i fedha ( l i t e r a l m e n t e « e l e m e n t o s d e
cuenta m á s q u e c o n respecto al cristia- la m a d e r a » ) : n o m b r e d e l o s o g a m s g r a -
nismo. Véanse los anexos. bados e n madera cuyo manejo aprendía el
bardo e n el transcurso d e su d é c i m o a ñ o
Druim Chain ( « C u m b r e B o n i t a » ) : u n o de estudios.
de los antiguos nombres de Tara según los
Dindshenchas y l o s a n a l e s . E s t a f o r m a analí- duili sluinnte ( l i t e r a l m e n t e «elementos
tica es m á s reciente q u e la f o r m a sintética de designación»): e x p r e s i ó n q u e sirve
Caondruim. V é a s e esta p a l a b r a y « T a r a » . para n o m b r a r y a veces introducir u n a
lista g e n e a l ó g i c a , p u e s e l e s t u d i o d e la
DRUNEMETON: nombre, transmitido g e n e a l o g í a d e las familias reales o p r i n c i -
p o r Estrabón, del santuario d e los Gálatas pales f o r m a b a p a r t e d e las a t r i b u c i o n e s d e
de Asia M e n o r . L a forma y el significado l o s filid.
d e nemeton e s t á n c l a r o s , p e r o dru- r e s u l t a
embarazoso. Se ha propuesto c o m o tra- DUMNONII (dumnonios): pueblo de
ducción «roble» o «druida», pero nin- Britania q u eocupaba el extremo sudoeste
guna d e estas hipótesis parece conve- d e la isla, a p r o x i m a d a m e n t e e l C o r n u a -
niente. Véanse los anexos. l l e s y e l D e v o n s h i r e a c t u a l e s ( g a l e s : Dyf-
neint). El nombre d e Domnonia, reino de
Duach: antepasado de Tailtiu, reina B r e t a ñ a e n e l s i g l o XI ( d i ó c e s i s d e T r é -
mítica de Irlanda y madre adoptiva de g u i e r , S a i n t - M a l o y D o l ) , lleva a p e n s a r
Lug e n u n a genealogía enumerada p o r que l o s domnonii se e s t a b l e c i e r o n e n la
K e a t i n g . N o existe n i n g u n a otra referen- costa septentrional d e la península alre-
cia a este p e r s o n a j e . El nombre es u n d e d o r d e l s i g l o V. E l s i g n i f i c a d o n o se h a
g e n i t i v o p a s a d o a l n o m i n a t i v o d e Daui. fijado a ú n , p e r o el n o m b r e corresponde
a l d e l o s DéDomnan irlandeses.
Dub Da Rind ( « N e g r o d e l a s D o s P u n -
tas»): nombre del druida del rey M u i r - DÚMNORIX (Dúmnorix, «rey del
c h e r t a c h q u e es al m i s m o t i e m p o s u h e r - mundo»): hermano del druida heduo
m a n o de leche. Interpreta correctamente el Diviciaco. Véase «Diviciacus».
s u e ñ o p r e m o n i t o r i o d e la m u e r t e d e l rey.
 GLOSARIO
545

D u n C e r m n a ( i ) o D u n Patraic: f o r t a - n o m b r e n o es b í b l i c o , p e r o se r e f i e r e c o n
leza d e C e r m n a , reyq u e r e i n ó e n Irlanda m u c h a s e g u r i d a d a l l a t í n Hibemia. Eber s i g -
en cosoberanía c o n su hermano S o b - nifica «irlandés».
hairce, la cual, s e g ú n H o g a n , Onomasticon
Goidelicum, p . 379b, se e n c u e n t r a «atthe EBURONES: pueblo belga cuyo territo-
foot o fthe O í d Head o f K i n s a l e » . rio c u b r í a a p r o x i m a d a m e n t e las p r o v i n -
cias d e L i e j a y L i m b u r g o , así c o m o las
D u n Imbrith, Imrith o Imrid: t o p ó - r e g i o n e s situadas al este d e l R i n e n d i r e c -
n i m o mítico delUlster que nombra u n a ción a Colonia. L o seburones, c o n los
fortaleza d e C u c h u l a i n n e n la llanura d e reyes C a t u v o l c o y A m b í o r i x , o r g a n i z a n y
Muirthemne. animan el alzamiento del norte d e la
G a l i a e n e l a ñ o 53- S u n o m b r e está c o m -
D u n na m B a r c ( « F o r t a l e z a d e l a s B a r - p u e s t o a p a r t i r d e eburo-, « t e j o » , y quizá
cas»): existen e n la n o m e n c l a t u r a de p o r esta r a z ó n C a t u v o l c o , tras e l fracaso
H o g a n d o s t o p ó n i m o s d e este nombre, d e la s u b l e v a c i ó n , se s u i c i d a c o n tejo,

uno en Coreo Duibne (Corcaguiny), en s e g ú n r e f i e r e C é s a r e n l o s Comentarios a la

Munster, y otro e n Tirconnell. guerra de las Galias. Véase Christian-J.

G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d'Etymologie et d e

D u n Lethglaisse: a c t u a l m e n t e Downpa- L e x i c o g r a p h i e gauloises et celtiques I, 4-

trick e n el Ulster. Gaulois EBURONES, EBUROVICES

"(les c o m b a t t a n t s ) , l e s h o m m e s d e l ' i f » ,
Ogam, 1959, n . ° II, p p . 39~42.
DUNUM («colina, fortaleza»): galo lati-
n i z a d o c u y a f o r m a i n i c i a l e r a dunon-, c f r . e l
i r l a n d é s dun y e l g a l e s din ( e n l o s t o p ó n i - EBUROVICES: rama de los Aulerci
m o s ) . S u significado d e base es el d e c e r - (aulercos) q u e habitaba aproximadamente
cado o recinto fortificado cerrado, p o r l o el d e p a r t a m e n t o d e E u r e y q u e h a d a d o s u
q u e e s l a t r a d u c c i ó n d e l l a t í n oppidum. El n o m b r e a Evreux. El etnónimo deriva de
significado de «colina» es derivado y eburo-, « i f » , y es c o m p a r a b l e al n o m b r e
s e c u n d a r i o . Dunum e s u n o d e l o s r a d i c a l e s de los eburones. Sepuede entender como
más ricos d e la t o p o n i m i a gala, mientras «los combatientes d e l t e j o » . V é a s e la
q u e dun e s t a m b i é n f r e c u e n t e e n l a t o p o n i - entrada anterior.

mia irlandesa. Véase Christian-J. G u y o n -

v a r c ' h , « N o t e s d e t o p o n y m i e g a u l o i s e I. Echtach, hijo de O r d a n , hijo de A l l a o i :
L e t o p o n y m e gaulois D V N V M . 2. R é p e r - otro n o m b r e del padre de N u a d a e n el
toire des toponymes e n L V G D V N V M » , r e l a t o La muerte de los Hijos de Tuireann. Tiene
Ceíticum, 1 9 6 3 , n . ° 6, p p . 3 6 3 - 3 7 6 . dos posibles significados: «destructor,
que da la m u e r t e » o «pájaro de noche,
E buho».
Eber Dond ( o D o n n « e l P a r d o » ) : hijo
de M i ly ancestro de losgoidelos q u e fue éiese ( « p o e s í a , l i t e r a t u r a , c i e n c i a » ) : t é r -
el p r i m e r o e n j l e g a r d e E s p a ñ a a I r l a n d a , m i n o técnico q u e designa globalmente el
s e g ú n e l Lihro de las conquistas, en compañía arte y el saber d e l o s filid y l o s b a r d o s
d e s u s h e r m a n o s y d e l file A m o r g e n , p a r a irlandeses, s i n ó n i m o defilidecht.
adueñarse d e su soberanía a costa d el o s
T u a t h a D é D a n a n n . D e h e c h o , hay e n las Eithne: p e r s o n a j e m í t i c o f e m e n i n o c u y o
genealogías míticas o pseudohistóricas n o m b r e aparece e n f o r m a s diversas, d e las
varios p e r s o n a j e s c o n este n o m b r e . Este q u e E i t h n e sólo es la m á s frecuente: Ethie,
 546 GLOSARIO

Eithliu, Eithlenn, Eblend. Hija de Delbaeth nombre de los volcas y e n el viejísimo

(«forma indiferenciada») y esposa d e l n o m b r e i n d o e u r o p e o dellobo, desapare-
dios L u g , es t a m b i é n la m a d r e d e los d i o - cido d e lcelta p o r u n interdicto r e l i g i o s o .
ses y , p o r t a n t o , d e l m i s m o L u g . P o r esta Elcmar d e b e c o n s i d e r a r s e c o m o o t r o nom-
razón, debe considerarse la g r a n divinidad bre de O g m a .
femenina soberana, otros d e cuyos n o m -
bres principales s o n Brigit y Boand. elementos: e n la c o n c e p c i ó n celta existen
E i t h n e es u n d o b l e t e o u n a f o r m a s e c u n - cuatro elementos fundamentales: tierra,
daria d e E t a i n (véase C h r i s t i a n - J . G u y o n - agua, aire y fuego. L o s druidas s o nsus
varc'h, Textes mythologiques irlandais I/l,pp. señores y los utilizan e n sus hechizos para
24I-28l). Eithne/Etain interviene esen- garantizar el éxito d e sus empresas. L a n i e -
cialmente e n d o s g r u p o s de relatos: las bla, q u e participa e n la naturaleza o e l
c i n c o v e r s i o n e s d e Tochmarc Etaine y l a s r e l a - aspecto d e cada u n o d e los cuatro, puede
c i o n e s p s e u d o h i s t ó r i c a s d e l Libro de ¡as con- también definirse c o m o u n quinto ele-
quistas s o l a p a d o s p o r l a t e o g o n i a d e Cath mento. Véanse «niebla», «tierra»,
Maighe Tuireadh. A causa d e su c o n d i c i ó n «agua» y «fuego».
f e m e n i n a y s o b e r a n a , E i t h n e se h a m a n t e -
n i d o e n la poesía y e n el f o l c l o r e c o m o la Elgnat: n o m b r e d e l a m u j e r d e P a r t o l ó n
p e r s o n i f i c a c i ó n d e Irlanda y esto explica (o d e u n a d e ellas), el p r i m e r ocupante
que reinas o esposas d e nobles d e alto m í t i c o d e I r l a n d a tras el d i l u v i o . Parece
r a n g o l l e v e n este n o m b r e , p o r ejemplo
q u e se h a p r o d u c i d o u n a c o n f u s i ó n e n t r e
E(i)thne Aitenchaithrech, mujer de C o n -
Dergnat («pulga»), Delgnat («pequeño
chobar, o Eithne Inguba (otro nombre de
b r o c h e » ) y Elgnat q u e v i e n e d e o t r o nom-
E m e r ) , m u j e r d e C u c h u l a i n n . E l caso es
b r e m e t a f ó r i c o d e I r l a n d a : Elg ( « n o b l e ,
s i m i l a r al d e E o c h a i d . V é a s e « E t a i n » .
f a m o s a , c é l e b r e » ) o Elga, q u e a p a r e c e e n
un número bastante grande d e textos
Elatha mac Delbaeth ( « h i j o d e D e l b a - debido a losglosarios (principalmente,
eth»): jefe o rey de los fomores, padre los d e C o r m a c y O ' M u l c o n r y ) . E l signifi-
del rey B r e s , al q u e e n g e n d r a con una c a d o sería p o rtanto, a escoger, « p e q u e ñ a
mujer de losTuatha D é D a n a n n . E l sig- noble» o, más probablemente,
n i f i c a d o d e l n o m b r e Elatha e s « a r t e , c i e n - «(pequeña) Irlanda», como consecuen-
cia, saber, c a p a c i d a d » . cia y c o m o c o n f i r m a c i ó n d e l h e c h o d e
que todo señor de u n lugar tiene p o r
Elcmar: h e r m a n o d e l D a g d a . E s t e ú l t i m o , esposa a la S o b e r a n í a d e ese lugar y tantas
para cometer c o nm á sc o m o d i d a d adulte- esposas c o m o n o m b r e s tiene esa S o b e r a -
rio ( e n términos d e moral cristiana) c o n nía.
B o a n d , m u j e r d e E l c m a r , aleja a éste y s u s -
pende el curso del tiempo parando la elocuencia: e n t e n d i d a c o m o arte d e hablar
marcha d e lsol, a u n q u e el hijo q u e nace, b i e n y convencer, la elocuencia es, e n
O e n g u s , v i e n e al m u n d o « l a n o c h e d e l día Irlanda, atribuida al dios gavillero O g m a .
en el q u efue e n g e n d r a d o » . D e acuerdo Subyuga c o nsu palabra a aquellos q u e lo
c o n Tochmarc Etaine, e s t e m i s m o h i j o , i n s t i - o y e n y escuchan, r a z ó n p o r la cual la e l o -
gado p o rsu padre adoptivo Midir, y gra- cuencia f o r m a parte de las capacidades
cias a u n a r d i d d e l D a g d a , d e s p o s e e a E l c - ordinarias del guerrero. Véase « c a d e n a » .
mar d e su propiedad delBrug. El n o m b r e
s i g n i f i c a « g r a n e n v i d i o s o , c e l o s o » . Ele e s elutach, eludach, elodach, eluidech,
u n a v a r i a n t e d e ole q u e s e e n c u e n t r a e n e l eluthach, eluithech: a d j e t i v o s u s t a n t i v a d o
 GLOSARIO
547

d e r i v a d o d e l n o m b r e v e r b a l elud, elod, elad En mac E t h a m a i n : a n t r o p ó n i m o con

( d e as-luí), q u e designa el hecho de « p a r ­ u n significado notable: «pájaro, hijo del
tir, irse, escapar, h u i r » . Esta p a l a b r a se movimiento».
aplica expresamente a u n « f u g i t i v o » y, e n
definición jurídica, a c u a l q u i e r a q u e se E o c h u , g e n i t i v o Eochaid, q u e l u e g o p a s ó
p o n g a fuera d e la ley, sustrayéndose a l o s al n o m i n a t i v o , Echtach: sobrenombre
i m p e d i m e n t o s o las obligaciones legales. d e l D a g d a c u y a f ó r m u l a c o m p l e t a e s Eochu
Es el caso d e l o s l a d r o n e s o criminales ( o Eochaid) Ollathir, «Padre Poderoso».
fugados: ya n o los p r o t e g e n i n g u n a ley: n o Pero, cuando el Dagda fue evemerizado
se concede ninguna recompensa por c o m o r e yd e Irlanda, el n o m b r e d i v i n o se
m a t a r a u n o d e e l l o s ; y n o l e está permi­ obliteró y quedó Eochaid, nombre regio
tido a nadie, s i n convertirse él m i s m o e n p o r excelencia. U n g r a n n ú m e r o d e reyes
un elutach, prestarles ayuda u ofrecerles de Irlanda, míticos o n o , y personajes
r e f u g i o . L a d e f i n i c i ó n es enormemente r e a l e s , i n c l u s o filid ( l o q u e s e j u s t i f i c a p o r
parecida a la q u e d a C é s a r d e aquellos q u e su función), llevan este nombre, por
e n la G a l i a s o n r e c h a z a d o s p o r t o d a la ejemplo Eochu Echbel («Boca de Caba­
sociedad p o r q u e h a n i n f r i n g i d o la p r o h i ­ llo»), iniciador de Nede e n Escocia,

b i c i ó n de los sacrificios p o r parte d elos Eochu Salbuide ( « e l del Talón A m a r i ­

d r u i d a s (véase p á g i n a 124)- l l o » ) , p a d r e d e la reina Ness, E o c h u m a c

L u c h t a , E o c h u m a cC o n r a c h , etc. L a eti­
m o l o g í a d e E o c h u se e x p l i c a mediante
Emain Macha: r e s i d e n c i a del rey del
*ivo-katu-s «que combate c o n el tejo»,
Ulster Conchobar, actualmente Navan
a l u s i ó n i m p l í c i t a al d o b l e p a p e l d e esta
Fort, c e r c a d e A r m a g h . E l t o p ó n i m o se
m a d e r a c o m o soporte d e la escritura o g á -
suele entender como «gemelos de
mica y como material q u e sirve para
M a c h a » p o r etimología analógica y alu­
f a b r i c a r a r m a s (fustes d e l a n z a o e s c u d o s ) .
s i ó n a l e p i s o d i o d e l a Novena de los ultonianos:
c o m o c o n s e c u e n c i a d e la m a l d i c i ó n d e l
h a d a —o r e i n a — M a c h a , l o s u l t o n i a n o s s e E o g a n ( f o r m a a n g l i z a d a Owen): nombre
vuelven, durante cuatro días y cinco de cierto n ú m e r o d e personajes míticos o
n o c h e s o c i n c o días y cuatro n o c h e s , t a n pseudohistóricos, de los q u eel más c o n o ­
débiles c o m o u n a mujer d a n d o a luz, c o n c i d o es E o g a n M o r ( « e l G r a n d e » ) , r e y
la ú n i c a e x c e p c i ó n d e C u c h u l a i n n ( l o q u e de Munster, hijo de M o g N e i d y él m i s m o
le p e r m i t e retener él solo al ejército d e p a d r e d e u n g r a n rey, Fiacha M u i l l e t h a n
Irlanda e n la frontera d e l U l s t e r al p r i n ­ ( « e l de la C a b e z a A n c h a » ) , nacido de su
c i p i o d e l r e l a t o Tain Bo Cualnge). L a resi­ breve u n i ó n c o n M o n c h a , hija d e l druida
d e n c i a r e c i b e a v e c e s e l n o m b r e d e Emain D i l . T r a d i c i o n a l m e n t e s e l l a m a Eoganacht a
Ablach ( « d e l a s m a n z a n a s » ) p o r c o n f u s i ó n los descendientes de Eogan M o r y las
c o n l a d e l O t r o M u n d o . V é a s e La souverai- divisiones territoriales hechas p o r ellos e n
netéguerriére de l'Irlande, p p . 29-60 y I35~ la p r o v i n c i a d e M u n s t e r .
143-
Eolas ( « C o n o c i m i e n t o » ) : u n o de los
Emer, Eimer: e s p o s a de Cuchulainn, tres druidas míticos de los Tuatha Dé
hija d e l rey Forgall M a n a c h . Parece q u e Danann. L o s otros d o s se l l a m a n Fiss
e s t e n o m b r e e s l a p a l a b r a eimer, c o n l a q u e ( « S a b e r » ) y Fochmarc («Búsqueda»).
se denomina "la planta «milenrama,
ambrosía». Eranann: e l m á s j o v e n d e l o s h i j o s d e
Mil e n el m o m e n t o del desembarco
548 GLOSARIO

mítico de los goidelos e n la isla de esoterismo: parte d e la t r a d i c i ó n q u e n o r -

Irlanda. Muere víctima delviento druí- m a l m e n t e n o es accesible para el p r o f a n o
dico suscitado por los Tuatha Dé o el n o iniciado. E l esoterismo celta se
D a n a n n . S u n o m b r e está r e l a c i o n a d o c o n puede apreciar a ú n e n cierto n ú m e r o de
el n o m b r e d e la isla, E r i u , y significa h e c h o s q u e se d e s p r e n d e n d e s u c o m p a r a -
«pequeño irlandés». c i ó n c o ndatos h i n d ú e s . Será posible rea-
lizar e s t u d i o s d e t a l l a d o s a p a r t i r d e estas
erdathe: l a p a l a b r a e s u n a v a r i a n t e g r á f i c a c o m p a r a c i o n e s (cfr. el caso d e l E m b r i ó n
o f o n é t i c a d e erdach/ertach/airtach, nombre de O r o y d e lerizo d e m a r fósil).
d e v e r b a l d e ar-utaing, c u y o significado es
en irlandés antiguo «restauración, cele- espino blanco (scé, sceach, sciach): arbusto utili-
b r a c i ó n ( d e u n a fiesta), c e r e m o n i a (reli- zado e n Irlanda c o n fines mágicos p o r los
giosa o n o ) » . filid, d e a c u e r d o c o nu n pasaje d e l Bookof
Ballymote, e n e l r i t u a l d e l g / a m dicinn, q u e es
Eremon: p r i m e r r e y d e l o s g o i d e l o s d e s - la f o r m a m á s alta y f u e r t e d e la m a l d i c i ó n .
p u é s d e s u l l e g a d a a i r l a n d a s e g ú n e l Libro N o se e m p l e a e n n i n g ú n otro ritual, n i
de ¡as conquistas. El nombre, m u y antiguo, de bautismo ni de matrimonio ni de
está emparentado c o n el indo-iranio funeral.
Aryaman, tercer dios d e la triada soberana
(Mitra-Varuna-Aryaman). N o tiene nada q u e Esras: u n o d e l o s c u a t r o d r u i d a s primor-
ver c o n el n o m b r e de Irlanda, Eriu, ni diales d e los Tuatha D é D a n a n n q u e viven
t a m p o c o c o n el a p o d o d e E o c h a i d : Airem y enseñan e n las islas del norte del
(«cultivador»). mundo. Esras está e n G o r i a s , d e d o n d e
v i e n e la l a n z a d e L u g . E l n o m b r e es p r o -
escritura: n o existe escritura céltica indí- bablemente u n a variante d e esrais, esrus
g e n a a n t e r i o r a la c r i s t i a n i z a c i ó n , c o n la («medio, oportunidad»).
excepción de losogams irlandeses, reser-
vados a la magia y a la adivinación (pero estela funeraria: elemento o parte de los
del q u e n o tenemos n i n g ú n testimonio f u n e r a l e s . S o b r e la estela se g r a b a b a n l o s
c o n c r e t o a n t e r i o r al final d e la A n t i g ü e - ogams que indicaban el n o m b r e del
dad y únicamente e n breves inscripciones difunto.
funerarias: nombre del difunto y de su
padre). L o s galos usaban, según el testi- ESUNERTUS ( « e l q u e tiene la fuerza d e
m o n i o d e C é s a r , c o n f i r m a d o p o r la e p i - E s u s » ) : a n t r o p ó n i m o t e ó f o r o galo atesti-
grafía, el alfabeto g r i e g o . Pero, según el g u a d o p o r la epigrafía g a l o r r o m a n a . E l
l u g a r o la é p o c a y la i n f l u e n c i a exterior, n o m b r e d e Essus e s u n a f o r m a e x t r a í d a d e
los celtas c o n t i n e n t a l e s u t i l i z a r o n c a r a c t e - *veso-s/*vesu-s p o r c a í d a d e l a v- i n i c i a l ,
res latinos, etruscos o i b é r i c o s . E l e m p l e o fenómeno corriente e n fonética celta.
g e n e r a l i z a d o d e la escritura es p o s t e r i o r a Véase Christian-J. Guyonvarc'h, «Der
la r o m a n i z a c i ó n e n l a G a l i a y a la c r i s t i a - G ó t t e r n a m e E s u s » , Die Sprache, 1969,n . °
nización e n Irlanda. Los testimonios epi- 15/2, p p . I72-I74.
gráficos d e la A n t i g ü e d a d celta proceden
t o d o s d e las r e g i o n e s periféricas someti- Etain, Etan, g e n i t i v o Etain, Etaine:
das a la i n f l u e n c i a clásica: G a l i a m e r i d i o - divinidad femenina soberana: e n el O t r o
nal, Italia del Norte, España. Véase M u n d o es la esposa d e l d i o s M i d i r y, e n el
«ogam». m u n d o terrestre, la d e l reyE o c h a i d . S u s
aventuras están descritas e n las c i n c o v e r -
 GLOSARIO
549
s i o n e s d e Tochmarc Etaine ( « E l c o r t e j o d e E t a r c u m u l , Etarcomol: h i j o adoptivo d e
E t a i n » ) , c u y o e s q u e m a es g l o b a l y r e l a t i - los soberanos de Connaught, Ailill y
v a m e n t e s i m p l e ( a u n q u e n o sea p o s i b l e Medb. E n el relato Tain Bo Cualnge se
p r o p o n e r u n a explicación unitaria). Tras enfrenta e n c o m b a t e singular a Cuchu-
entregarla a Midir, la esposa d e éste, l a i n n a p e s a r d e q u e F e r g u s t r a t ó durante
F u a m n a c h ( q u e es m a g a p e r o n o s o b e - m u c h o tiempo de disuadirlo. Primero,
r a n a ) , la t r a n s f o r m ó e n m o s c a ( o m a r i - C u c h u l a i n n lo perdona-, corta la h i e r b a
posa), luego e n gusano infinitesimal. d e b a j o d e él, l u e g o le c o r t a la r o p a sin
R e n a c e a la f o r m a h u m a n a , engendrada h e r i r l o y, c o m o ú l t i m a a d v e r t e n c i a , le
p o r la m u j e r d e E t a r , r e y d e l U l s t e r , q u e afeita la cabeza c o n u n t e r c e r m o v i m i e n t o
h a b í a a b s o r b i d o el g u s a n o p o r q u e h a b í a d e la e s p a d a . L u e g o , c o n s t a t a n d o la o b s t i -
c a í d o e n la c o p a d e la q u e b e b í a . C a s a d a n a c i ó n d e este a d v e r s a r i o q u e n o q u e r í a ,
c o n e l r e y E o c h a i d , es r e c u p e r a d a p o r e l de u n golpe lo p a r t e p o r la m i t a d d e la
dios M i d i r gracias a u n a apuesta e n u n a cabeza a los pies. El significado d e l a n t r o -
p a r t i d a d e a j e d r e z q u e p i e r d e el r e y . L a s pónimo es difícil de determinar: está
discordancias que impiden un cotejo b a s a d o e n etar, « g r a n d e » ( ? ) . y u n s u s -
coherente d e las v e r s i o n e s de Tochmarc t a n t i v o comol, comul, cumal o cumol, «reu-
Etaine s o n s ó l o d e b i d a s a: nión, disputa» (?).

— l a evemerización d e l D a g d a , d e l q u e n o s e
ha conservado m á s q u e el apodo Etarscele: p e r s o n a j e m í t i c o y r e y s u p r e m o
Eochaid (Ollathir); de Irlanda; esposo d e Es, hija incestuosa
— l a cristianización, queha hecho de Eithne del rey E o c h a i d y su p r o p i a hija, n a c i d a d e
(Etain) u n a personificación alegórica E t a i n ( r e s c a t a d a p o r el d i o s M i d i r ) . E l
d e la I r l a n d a p r e d e s t i n a d a a c o n v e r - relato De Shil Conaire Mor ( « L a R a z a d e
tirse. C o n a i r e el G r a n d e » ) c u e n t a u n a a n é c -
C o m o consecuencia también de sup r i - dota similar a propósito d e Etain: raptada
modialidad, Etain tiene u n a genealogía e n u n sid, e s r e s c a t a d a p o r s u m a r i d o y ella
i n c i e r t a y v a r i a b l e . E l Libro de las conquistas le d a u n a h i j a , Mesbuachalla. E s t a se
a f i r m a q u e es h i j a d e D i a n c e c h t ( q u e e s casará t a m b i é n c o n su p r o p i o p a d r e para
también padre de Cian y abuelo de Lug), e n g e n d r a r al g r a n r e y C o n a i r e .
mientras q u e Fled Bricrend menciona a
« t r e s hijas d e R i a n g a b a i r , E i t h n e , E t a n y Ethain: u n o d e l o s tres p o e t a s d e l rey
E t a i n » . E i t h n e es h i j a d e l o s « c a b a l l o s C o n n C e t c h a t h a c h . E s t e n o m b r e n o se h a
del o c é a n o » ( m e t á f o r a q u e designa las p o d i d o e x p l i c a r , salvo q u e se t r a t e d e u n a
o l a s ) , p u e s tal es el s i g n i f i c a d o d e l n o m - variante c o n aspiración dental de Eta(i)n,
b r e R i a n g a b a i r . L i t e r a l m e n t e , el n o m b r e e n el s e n t i d o d e « p o e s í a » .
d e E t a i n significa « p o e s í a » , r a z ó n p o r la
c u a l se l l a m a a v e c e s a e s t a d i v i n i d a d l a E t h n e Aitenchaithrech ( « l a d e l o s c a b e -
« p o e t i s a » . C f r . el caso d e Brigit. llos c o m o de retama»): esposa del rey
Conchobar, másfrecuentemente llamada
E t a r , Etaii-j^rtembre del rey del Ulster Mugain. Resulta característico q u e el
cuya m u j e r d i o a l u z a E t a i n e n f o r m a n o m b r e E ( i ) t h n e sea el d e u n a r e i n a . P e r o
humana tras haber absorbido el la e s p o s a d e C o n c h o b a r desempeña u n
« g u s a n o » q u e había caído e n la copa d e papel bastante gris y su m a r i d o comete
la q u e b e b í a . P a í e c e q u e la p a l a b r a s i g n i - n u m e r o s a s infidelidades c o m o consecuen-
fica « g r a n d e » e n la l e n g u a p a r t i c u l a r d e cia d e s u f u n c i ó n r e g i a . V é a s e « E i t h n e » .
los poetas.
55o GLOSARIO

eubage, euhage. V é a n s e « v a t e » y l o s a n e x o s . Falias: e n l a l e y e n d a e t i o l ó g i c a d e l o s

T u a t h a D é D a n a n n , es el n o m b r e d e u n a
exoterismo (exotérisme): al contrario q u e el d e las c u a t r o islas d e l n o r t e d e l m u n d o
esoterismo, el e x o t e r i s m o es la parte d e s - d o n d e a p r e n d e n e l arte, la s a b i d u r í a y la
velada d e l a r e l i g i ó n , l a q u e se p u e d e p o e s í a . D e Falias v i e n e la P i e d r a d e Fal, la
explicar y enseñar a cualquiera. E n p r i n - cual n o pertenece a ningún dios, sino
cipio, todos losrelatos épicos y m i t o l ó g i - q u e es p r o p i e d a d indivisa d e t o d o s ellos,
cos irlandeses r e s p o n d e n al exoterismo, pues todos s o n soberanos.
pero n o es s e g u r o q u e los druidas se
hayan c e ñ i d o a u n a distinción tajante d e l Fand: e s p o s a d e l d i o s M a n a n n a n y e n a -
e x o t e r i s m o y el e s o t e r i s m o m á s allá d e l morada d e C u c h u l a i n n , d e q u i e n es la
criterio d e la dificultad d e l estudio. amante durante u n mes, después de
haberlo atraído al O t r o Mundo. Los
F irlandeses h a n interpretado su nombre
Fachina: n o m b r e c o n e l q u e s e c o n o c e , c o m o « l á g r i m a » a causa d e ln o m b r e d e
sobre t o d o , a d o spersonajes m í t i c o s . E l s u p a d r e , AedAbrad ( « f u e g o d e la p u p i l a » )
primero es Fachina, médico del rey y t a m b i é n , d e m a n e r a subjetiva, a causa
E o c h a i d e n l a V e r s i ó n I I d e Tochmarc Etaine. de la tristeza q u e d e b i ó d e e x p e r i m e n t a r
E l s e g u n d o es F a c h t n a F a t h n a c h , rival o al s e r a b a n d o n a d a p o r C u c h u l a i n n . P e r o

padre d e ldruida Cathbad, a q u i e n a veces e n r e a l i d a d es e l n o m b r e d e la « g o l o n -

se a t r i b u y e l a p a t e r n i d a d d e l r e y C o n c h o - d r i n a » (fandall, fannall). E l relato d o n d e se

bar, p o r l o q u e a éste se l o d e n o m i n a h a b l a d e e l l a e s Serglige Con Culaind («La

«hijo de Fachtna Fathach». Fachtna T u l - e n f e r m e d a d d e C u c h u l a i n n » ) . E l fracaso

brethach ( « e l del Juicio Rápido») es de la u n i ó n d e Fand y C u c h u l a i n n ilustra

la i m p o s i b i l i d a d d e q u e este ú l t i m o p u e d a
también u n apodo deldruida Sencha, del
acceder a la soberanía, p u e s p e r t e n e c e al
q u e el m i s m o Fachtna F a t h n a c h es h i j o .
linaje g u e r r e r o y n o p u e d e elevarse p o r
La palabra significa « p o s e í d o , rico e n
e n c i m a d e tal c o n d i c i ó n .
ciencia adivinatoria».

faith (faid): n o m b r e irlandés del adi- Febal: p a d r e d e B r a n e n e l r e l a t o Immram

vino, el cual corresponde e t i m o l ó g i c a - Brain. N o se c o n o c e a este p e r s o n a j e p o r
m e n t e alvate g a l o . V é a n s e l o s a n e x o s . otra fuente. Es también el n o m b r e de u n
lago ( L o u g h Foyle) y de u n r í o (elFoyle)
Fal ( « ( P i e d r a ) d e F a l » ) : e n t o d o s l o s t e x - en el Ulster. Otro río c o n el m i s m o
tos simboliza el p o d e r y la l e g i t i m i d a d d e la n o m b r e es u n afluente d e lB o y n e . L a g r a -
monarquía suprema de Tara. Es realmente f í a a n g l i z a d a Foyle r e p r o d u c e aproximada-
e l omphalos o p i e d r a c e n t r a l d e I r l a n d a , e n m e n t e la p r o n u n c i a c i ó n gaélica.
la q u e t e r m i n a n l a s f r o n t e r a s y las p r i n c i -
pales rutas d e las cuatro p r o v i n c i a s isleñas. fecundidad: n o existe n i n g u n a huella e n la
L a P i e d r a d e Fal g e m í a c u a n d o la pisaba u n tradición celta d e u n culto o u n a d i v i n i -
rey q u e debía o c u p a r l e g í t i m a m e n t e el dad d e la f e c u n d i d a d . L a n o c i ó n existe,
t r o n o y , c u a n d o n o l o h a c í a , se e x c l u í a la pero debe situarse y entenderse e n la
S o b e r a n í a . C u c h u l a i n n la r o m p i ó c o n s u j e r a r q u í a f u n c i o n a l d e las tres clases: la
espada p o r q u e había guardado silencio f u n c i ó n p r o d u c t o r a atribuida a la tercera
c u a n d o p u s o el p i e sobre ella. E l signifi- c l a s e ( e n l a I n d i a l a d e l o s Vaishyas y e n
c a d o d e F a l es m ú l t i p l e , p e r o sobresalen Irlanda la de l o sartesanos y los g a n a d e -
«seto» y «soberanía». Véase «Falias». ros) es u n a n e c e s i d a d m a t e r i a l absoluta
 GLOSARIO
55i
q u e o f r e c e los m e d i o s p r e c i s o s a la clase estrechamente emparentado c o n el h e b r e o
g u e r r e r a p a r a p r o t e g e r y a la clase s a c e r - y F e n i u s F a r s a i d , q u e se h a b í a c a s a d o c o n la
d o t a l para c u m p l i r sus f u n c i o n e s , y sin hija del Faraón, fue quien lo llevó de
l o s c u a l e s la s o c i e d a d n o p u e d e subsistir. Egipto a Grecia y luego a Irlanda en su
L a f e c u n d i d a d de la tierra y los a n i m a l e s , huida para no participar en una expedi-
por no mencionar la de la especie c i ó n injusta contra los hebreos.
humana, es la c o n d i c i ó n indispensable
del equilibrio social y religioso, de la F e r c h e r t n e (hijo de Coirpre):yi/e de los
a r m o n í a de la t i e r r a y d e l c o s m o s e n t e r o . u l t o n i a n o s e n los t i e m p o s míticos del rey
E s la r a z ó n p o r l a c u a l e l rey, b a j o e l c o n - Conchobar en los relatos del ciclo del
trol de los druidas, garantiza una fecun- Ulster. Su nombre significa c o n toda
d i d a d q u e v i e n e a ser u n m e d i o y n o un probabilidad « h o m b r e de arte». Existen
f i n e n sí m i s m o . E s t a m b i é n u n a d e las otros personajes q u e llevan este mismo
razones por la c u a l l o s d r u i d a s vigilan n o m b r e , c o m o u n tal F e r c h e r t n e , h i j o d e
d i r e c t a m e n t e e n o c a s i o n e s el f u n c i o n a - G a r b , hijo de Fer Rossa R u a i d h , hijo de
m i e n t o de la « t e r c e r a c l a s e » . Rudraige.

Fedelm: nombre de la profetisa que Ferdiad: compañero de armas de

a n u n c i a a la r e i n a M e d b q u e la e x p e d i - C u c h u l a i n n durante su estancia de ini-
c i ó n p a r a r o b a r las vacas d e C o o l e y será c i a c i ó n g u e r r e r a e n E s c o c i a . E n el relato
u n desastre. A j u z g a r p o r el tipo de pre- TainBo Cualnge, f o r m a parte del ejército de
d i c c i ó n , F e d e l m es u n o d e l o s nombres Irlanda reunido por la r e i n a M e d b . A
d e la d i o s a d e la g u e r r a ( M o r r i g a n ) . fuerza de tretas, regalos y a m e n a z a s , esta
última logra embaucarlo para que acepte
F é i l B r i g d e («Fiesta de Brigit»):/eií, del pelear contra Cuchulainn en u n combate
l a t í n vigilia, d e s i g n a ú n i c a m e n t e u n a f i e s t a singular. A l c a b o de tres días de lucha
religiosa, como e l b r e t ó n gouel (que se encarnizada, C u c h u l a i n n lo mata utili-
opone a fest «fiesta profana»). La Féil z a n d o l a gae bolga y l u e g o , e n u n l a r g o y
Brigde q u e s e c e l e b r a e l p r i m e r o d e f e b r e r o c o n m o v e d o r p o e m a , l l o r a la m u e r t e d e su
ha sustituido a la fiesta p r e c r i s t i a n a de a m i g o . S u n o m b r e c o m p l e t o es F e r d i a d
Imbolcy c o r r e s p o n d e a la P u r i f i c a c i ó n d e («hijo de h u m o » d e doe, genitivo diad)
la V i r g e n . mac Damain meic Daré («hijo de
Daman, hijo de D a r é » ) . Ferdiad había
F é i n e , F é n i : n o m b r e específico que los seguido en Escocia, con Scathach, la
i r l a n d e s e s se d a n e n s u c a l i d a d d e g u e r r e - misma formación guerrera que Cuchu-
ros. La palabra es aparentemente un l a i n n y c o n o c í a todas sus estratagemas,
genitivo de fian, del que a menudo es salvo el m a n e j o d e l a gae bolga. Al estar
imposible distinguirlo claramente. Véase cubierto con una piel de cuerno, era
«Fianna». invencible para cualquiera que n o fuese
Cuchulainn.
F e n i u s FarsajdJÍ«el Fariseo»): n o m b r e o
sobrenombre del personaje mítico que, F e r e n , h i j o de Sisten: u n o de los cuatro
s e g ú n e l Libro de las conquistas y e l Auraicept, regentes del m u n d o s e g ú n el texto Cethri
i n v e n t ó l a l e n g u a g a é l i c a . Fenius e s u n a l a t i - Arda in Domain ( « L o s cuatro puntos del
n i z a c i ó n d e Fe'me-que p a s ó t a l c u a l a l i r l a n - mundo»). El s u s t a n t i v o ferén significa
d é s ; Farsaides un préstamo bíblico. Según «cintura» en dos pasajes de poemas
la c o n c e p c i ó n m e d i e v a l , e l g a é l i c o e s t a b a topográficos publicados por O ' D o n o v a n .
 GLOSARIO
552

ferdord: compuesto sintético de fer, clientes. N o hay n i n g u n a n o c i ó n c o m e r -

« h o m b r e » , y dord, « c a n t o , l a m e n t o , z u m - cial e n la « f e r i a » irlandesa.
bido», aunque su significado no está
c l a r o . E l dordfiansa designa u n a especie d e fes («festín, banquete»): nombre del
canto o estribillo usado p o r los fianna, festín o banquete organizado p e r i ó d i c a -
quienes l o a c o m p a ñ a b a n a veces c h o c a n d o m e n t e p o r el reyd e I r l a n d a o d e la p r o -
las astas d e las l a n z a s . E n e l r e l a t o LongesMac vincia, p r i n c i p a l m e n t e al c o m i e n z o d e s u
nUislenn u n a p a l a b r a s i m i l a r , andord, parece r e i n a d o , e n l a f i e s t a d e Samain, el p r i m e r o
designar el canto d e una voz d e tenor. de n o v i e m b r e . E l m á si m p o r t a n t e era el
Fes Temrach o « F e s t i n d e T a r a » . O t r o fes-
Fergus m a c R o e g ( « h i j o d e R o e g » ) : e n t í n , é s t e r i t u a l , e r a e l tarbfes o « f e s t í n d e l
el m i t o d e l ciclo d e l U l s t e r , F e r g u s p r e - t o r o » q u e marcaba el inicio d e las cere-
c e d e e n el t r o n o d e esta p r o v i n c i a a C o n - m o n i a s d e la e l e c c i ó n d e lrey bajo el c o n -
chobar. L o pierde p o r haberlo cedido trol d e los druidas.
t e m p o r a l m e n t e a la r e i n a N e s s , m a d r e d e
C o n c h o b a r , a c a m b i o de sus favores: la feth fiada: l a e x p r e s i ó n d e s i g n a u n a n i e -
reina conserva la realeza y los ultonianos bla mágica o u n velo q u e vuelve invisible,
aceptan la desposesión d e Fergus. Tras el a n á l o g o a l a Tarnkappe d e l a m i t o l o g í a g e r -
asesinato de los hijos de Uisliu (véase mánica, y d e lq u el o sTuatha D é D a n a n n
«Deirdre»), Fergus se exilia a Con- p o s e e n e l s e c r e t o . El feth fiada hace a los
naught c o n otros ultonianos célebres y dioses del O t r o Mundo materialmente
t o m a parte j u n t o c o n la reina M e d b e n la distintos de los h u m a n o s , a quienes p u e -
e x p e d i c i ó n para r o b a r las vacas d e C o o - den ver sin q u e los vean. U n a variante
ley. P e r o é l n o c o m b a t e y n o e s c o n d e sus i n c o r r e c t a esfethfiar. S u significado exacto
simpatías p o r C u c h u l a i n n y otros ulto- no se p u e d e determinar teniendo en
nianos. Los irlandeses h a n interpretado c u e n t a la m u l t i p l i c i d a d d e significaciones
su nombre c o m o ferg («cólera»), por que p u e d e n cobrar cada u n o d e sus tér-
alusión a sus cualidades guerreras, pero m i n o s . P r o b a b l e m e n t e haya q u e pensar
m á s b i e n se d e b e d e s c o m p o n e r enfer-gus en «velo de ciencia».
( « h o m b r e de la elección»). Varios per-
sonajes l l e v a n este n o m b r e : p o r e j e m p l o , Fiacha M u i l l l e t h a n ( « e l d e l a C a b e z a
Fergus el d e l C o s t a d o R o j o , h e r m a n o d e Ancha»): hijo de Eogan M o r , rey de
Iarbonel el Adivino y de A n n i e n d ( e n el M u n s t e r , y d e M o n c h a , hija d e l d r u i d a
Libro de las conquistas) -, F e r g u s e l d e l a B o c a D i l . S e l o a p o d a Fer Da Liach, « H o m b r e d e
B l a n c a , p o e t a d e F i n n y d e l o s fianna-, F e r - las d o s p e n a s » , porque a su padre lo
gus el d e los Dientes N e g r o s , el cual tenía m a t a r o n e n c o m b a t e al día siguiente d esu
dos h e r m a n o s : Fergus el d e l o s C a b e l l o s c o n c e p c i ó n y su madre m u r i ó al parirlo:
Largos y Fergus Fuego de Breg. E l n o m - el d r u i d a h a b í a p r e d i c h o a s u h i j a q u e , si
b r e existe a ú n e n i r l a n d é s m o d e r n o . podía retrasar el nacimiento hasta la
m a ñ a n a d e ld í asiguiente, su hijo sería u n
feria-, t é r m i n o c r e a d o a p a r t i r d e l i n g l é s g r a n rey. L a j o v e n fue a sentarse a h o r c a -
fair, p a r a t r a d u c i r e l i r l a n d é s oenach. Pero jadas sobre u n apiedra e n mitad de u nr í o
oenach e s u n a r e u n i ó n y n o u n a « f e r i a » y la cabeza d e l n i ñ o quedó deformada.
en el sentido m o d e r n o y medieval q u e Fiacha d e b e d e estar e m p a r e n t a d o c o n la
designa u n lugar donde se o r g a n i z a n y p a l a b r a fiach, d e la q u e se c o n o c e n d o s
favorecen lastransacciones c o m e r c i a l e s a homónimos: «deuda» y «cuervo».
través d e la a f l u e n c i a d e v e n d e d o r e s y
 GLOSARIO
553
fiador ( i r l a n d é s glinn, p l u r a l glinni) -. e n t o d o s sador de riqueza y prosperidad.
l o s t e x t o s , la n o c i ó n d e f i a d o r o g a r a n t e es Estas c u a t r o fiestas h a n d e j a d o n u m e r o s a s
idéntica. E n ausencia de derecho o de h u e l l a s e n el f o l c l o r e i r l a n d é s y e x i s t e n
c o n t r a t o e s c r i t o , el g a r a n t e ( e s t o es, q u i e n e q u i v a l e n t e s e n t o d o el m u n d o c e l t a . P e r o
sirve d e f i a n z a ) es el t e s t i g o q u e d a s u p a l a - los n o m b r e s s o n estrictamente irlandeses
b r a p a r a a s e g u r a r la e j e c u c i ó n d e u n a p r o - y es d i f í c i l d e f i n i r l o s d e o t r o m o d o que
m e s a o el r e s p e t o a u n j u r a m e n t o . E n c a s o no sea a través del contexto irlandés,
d e i n c u m p l i m i e n t o , d e f i e n d e a la v í c t i m a y a p a r t e d e la c o r r e s p o n d e n c i a g a l a , b a s -
a t a c a al c u l p a b l e . L o s g a r a n t e s d e u n j u r a - t a n t e e x i g u a , d e l Concilium Galliarum c o n l a
m e n t o p u e d e n ser los e l e m e n t o s n a t u r a l e s : Lugnasad y l a a s a m b l e a d e l o s d r u i d a s c a r -
agua, a i r e , t i e r r a , fuego, l u n a , sol, etc. n u t e s c o n l a Beltaine. N o existe ninguna
p a l a b r a celta q u e r e p r e s e n t e e x a c t a m e n t e
Fianna: p l u r a l d e fian, d e l q u e se han el c o n c e p t o d e « f i e s t a » , s i n o p r é s t a m o s
p r o p u e s t o d i v e r s a s e t i m o l o g í a s , ya s e a a latinos, romances o germánicos (irlandés
través del n o r u e g o a n t i g u o fiandi, «ene- feasta, b r e t ó n fest).
m i g o » , ya s e a , l o q u e e s m á s p r o b a b l e , a
t r a v é s d e l n o m b r e d e l o s ó m e , ya s e a t a m - F i g o l , h i j o d e M a m o s : u n o de los dos
b i é n a t r a v é s d e f i n e , « f a m i l i a , c l a n » , la d r u i d a s p o r t e r o s q u e vigilaban la e n t r a d a
c u a l c o i n c i d e c o n la e x p l i c a c i ó n prece- d e T a r a , s e g ú n e l r e l a t o Cath Maighe Tuire-
d e n t e . L a p a l a b r a se a p l i c a a u n a t r o p a d e adh. Figol p u e d e s e r u n a v a r i a n t e d e figelQ)
guerreros profesionales conducidos por «vigilante, guardia n o c t u r n o » , del latín
u n jefe, es d e c i r , por decirlo de una vigilia.
m a n e r a ligeramente distinta, a u n a tropa
d e h o m b r e s q u e v i v e n d e la caza y d e la file, plural filid («poeta»): nombre
g u e r r a , u n a casta m i l i t a r q u e vive s u s p r o - i r l a n d é s del d r u i d a especializado e n todas
pias aventuras. En el ámbito de la las p r á c t i c a s m á g i c a s , a d i v i n a t o r i a s y e n
l e y e n d a , se l l a m a fianna a los h o m b r e s d e t o d o s l o s c a m p o s d e la a c t i v i d a d i n t e l e c -
Find, quienes, de n o v i e m b r e a mayo, tual. El file es etimológicamente un
v i v í a n e n t r e l o s i r l a n d e s e s y, d e m a y o a « v i d e n t e » y t i e n e a c c e s o a l a e s c r i t u r a , al
n o v i e m b r e , vivían l i b r e m e n t e sin buscar c o n t r a r i o q u e el b a r d o . V é a n s e l o s a n e x o s .
refugio bajo t e c h o . El r e c l u t a m i e n t o de
l o s fianna e r a m u y s e v e r o : a d e m á s d e u n a s filosofía: el e m p l e o d e e s t a p a l a b r a e n c a s t e -
c u a l i d a d e s físicas y d e u n v a l o r e x c e p c i o - l l a n o a p r o p ó s i t o de los d r u i d a s p r o c e d e
n a l e s , se e x i g í a a l o s c a n d i d a t o s sólidos d e la t r a d u c c i ó n de textos griegos. Su
conocimientos poéticos. v a l o r es m u y v a g o y n o d a c u e n t a m á s q u e
d e l a s p e c t o superficial d e la « s a b i d u r í a »
fiesta: s ó l o c o n o c e m o s c u a t r o f i e s t a s c e l t a s : d r u í d i c a . Su e m p l e o exclusivo e n a l g u n o s
— Samain («reunión»), el p r i m e r o de textos p u e d e i n d u c i r al e r r o r haciendo
n o v i e m b r e , f i e s t a d e l i n i c i o y el f i n a l p e n s a r q u e esta s a b i d u r í a e x c l u y e la c o n d i -
del año (galo SAMONIOS en el c i ó n s a c e r d o t a l o p u e d e p r e s c i n d i r d e ella.
calendario de Coligny); P e r o l a n o c i ó n d e « f i l o s o f í a » e n el s e n -
— Imbolc ( « l u s t r a c i ó n » ) , e l p r i m e r o de t i d o e t i m o l ó g i c o d e « a m i g o d e la s a b i d u -
febrero; r í a » , q u e p r e s e n t a al h o m b r e e n b u s c a d e
— Beltaine ( « f u e g o d e B e l » ) , el p r i m e r o u n m o d o o u n sistema de reflexión que
d e m a y o , fiesta s a c e r d o t a l ; n o e s o b l i g a t o r i a m e n t e r e l i g i o s o , es c a r a c -
— Lugnasad ( « a s a m b l e a d e L u g » ) , el p r i - t e r í s t i c o d e l p e n s a m i e n t o g r i e g o y n o es
m e r o d e a g o s t o , fiesta d e l rey d i s p e n - t r a s l a d a b l e a la t r a d i c i ó n c e l t a .
 554 GLOSARIO

Findchoem, Finnchoem, Finnchaem quien recoge, e n su monasterio de M a g

(literalmente « B l a n c a - S u a v e » ) : hija d e Bile (Moville), el precioso testimonio de
la r e i n a N e s s y d e l d r u i d a C a t h b a d , p o r l o Tuan m a c Cairill, que, a través de
q u e es h e r m a n a d e l rey d e l U l s t e r Con- metempsicosis y m e t a m o r f o s i s sucesivas,
c h o b a r . E s l a e s p o s a d e l file A m o r g e n y l a vivió desde l o st i e m p o s d e P a r t o l ó n al d e
m a d r e adoptiva d e lh é r o e C u c h u l a i n n . san Patricio bajo formas animales y luego
nuevamente bajo forma humana. Su
F i n n (Find) mac C u m a i l l : personaje papel f u e el transmitir t o d o el saber de
principal delciclo osiánico, cuyo c o n t e - I r l a n d a . E l n o m b r e d e F i n a n es al p a r e c e r
n i d o es m e n o s antiguo y m á s p o p u l a r q u e bretón (Winniau).
el d e l ciclo d e l U l s t e r . P e r o F i n d repite a
menudo, bajo otra forma o u n a forma Fintan: personaje mítico, hombre y
similar, las hazañas d e C u c h u l a i n n y d e druida primordial que, c o m o T u a n m a c
L u g . F i n d es el p a d r e d e Oisin (Osián), Cairill, vivió desde l o s t i e m p o s d e l diluvio
literalmente «gamezno», y su nombre hasta la c o n v e r s i ó n d e Irlanda al cristia-
significa «blanco» o «bello, santo, n i s m o , pasando p o r estados animales p o r
s a g r a d o » . E s e lj e f e d e la milicia c a b a l l e - metempsicosis, para transmitir el sedi-
resca d e los fianna. m e n t o d e saber y c o n o c i m i e n t o d e la h i s -
toria y los anales de Irlanda. Es quien,
Findias ( « B l a n c h e » ) : n o m b r e d e u n a d e h a c i e n d o d e i n t e r m e d i a r i o e n t r e Trefuilngid
las cuatro islas míticas del norte del (apodo de L u g )y los h o m b r e s de Irlanda,
m u n d o donde cuatro druidas primordia- enseña a losnobles reunidos e n Tara que
les i n s t r u y e r o n a l o s T u a t h a D é D a n a n n deben conservar sin cambiar nunca nada
en el druidismo. E l q u e gobernaba esta de la división d e Irlanda e n cinco p r o v i n -
i s l a s e l l a m a b a Uiscias, « a g u a » , y d e allí cias, c o n u n a p r o v i n c i a central, Meath,
p r o c e d e la espada d e N u a d a . V é a n s e l o s cuya capital es T a r a . L a h i s t o r i a se c u e n t a
nombres d e las d e m á s islas: «Falias», e n Suidugud Tellach Temra ( « L a f u n d a c i ó n d e l
«Gorias» y «Murías». dominio de Tara»). El nombre de Fintan
s u p o n e u n a n t i g u o *Vindo-seno-s, «Blanco-
Fingen: d r u i d a m é d i c o d e l r e y d e l U l s t e r A n c i a n o » , y s u g e n e a l o g í a se i n d i c a s i e m -
C o n c h o b a r . Sabía practicar c o n extrema pre a través de su filiación matrilineal
h a b i l i d a d lastres m e d i c i n a s : la sangrante ( « h i j o d e B o c h r a » ) hasta su a s c e n d e n c i a
(o cirugía), la vegetal y la mágica bíblica: « h i j o de Labraid, hijo de L a m e c h ,
(mediante encantamientos). S u ciencia hijo d e B o c h r a , hija d e Ethiar, hijo de
era tal q u e sabía el n o m b r e d e la gente q u e Nuall, hijo de A n d a , hijo de C a í n , hijo de
vivía e n u n a casa y las e n f e r m e d a d e s q u e N o é » . F i n t a n es t a m b i é n el i n t e r l o c u t o r
p a d e c í a n c o n s ó l o m i r a r e l h u m o q u e salía del extraño diálogo c o n el h a l c ó n (o
del tejado. F i n g e n es t a m b i é n el n o m b r e á g u i l a ) d e A i c h i l l ( v é a s e Textes mythologiques
d e l r e y , p e r s o n a j e c l a v e d e l r e l a t o Airne Fin- irlandaisl/l, p p . 169-174).
gen ( « L a v e l a d a d e F i n g e n » ) , a l q u e u n a
mujer del Otro Mundo enumera las Fionnghuala: grafía moderna de u n
maravillas q u e m a r c a n la n o c h e e n laq u e nombre q u e , e n irlandés antiguo, sería
nace el futuro reyC o n n Cetchathach. Finnguala o Findguala, «hombro blanco».
F i o n n g h u a l a es, e n el relato d e la m u e r t e
Finan, Finnen: u n o d e l o s g r a n d e s s a n - de loshijos de L e r , la hija y p r i m o g é n i t a
tos d e Irlanda sucesores d e s a n Patricio de los cuatro niños. E s la q u e lidera y
que fue el evangelizador d e l Ulster. Es p r o t e g e a l o s otros tres.
 GLOSARIO
555
Fir Bolg: r a z a m í t i c a q u e , e n la l e y e n d a u n a i n m i g r a c i ó n g a l a a I r l a n d a , a p e s a r de
e t i o l ó g i c a , s u c e d i ó a la d e N e m e d y p r e ­ la e v i d e n c i a d e las r e l a c i o n e s e n t r e la
c e d i ó a la d e l o s T u a t h a D é D a n a n n , q u e Galia e I r l a n d a hasta el final d e la A n t i ­
los v e n c i e r o n e n la P r i m e r a Batalla d e g ü e d a d . B i e n p o d r í a s e r q u e la semejanza
M a g T u r e d . S u n o m b r e se t r a d u c e h a b i - o el p a r e n t e s c o n o m i n a l se r e m o n t a s e a
tualmente c o m o « h o m b r e s de los sacos», los t i e m p o s d e l celta c o m ú n .
p e r o « s a c o » n o es m á s q u e u n j u e g o d e
p a l a b r a s a n a l ó g i c o : Bolg e s t á r e l a c i o n a d o Fis («saber»): n o m b r e simbólico de u n o
c o n el n o m b r e d e l rayo e n latín, fulgur. de los druidas primordiales de los Tuatha
P o r t a n t o , este n o m b r e t a m p o c o p r u e b a D é D a n a n n s e g ú n e l Libro de las conquistas.
e n a b s o l u t o la e x i s t e n c i a d e u n p o b l a - E n p l u r a l , e l s u s t a n t i v o fisig, « v i d e n t e s » ,
miento britónico de origen belga en es s i n ó n i m o d e d r u i d a s .
Irlanda anterior a los goidelos.
fisiología: traducción literal d e u n palabra
Fir D o m n a n n ( « h o m b r e s d e D o m n a » ) : g r i e g a q u e sirve a C i c e r ó n p a r a d e f i n i r la
d e n o m i n a c i ó n irlandesa q u e corresponde naturaleza d e la c i e n c i a de Diviciaco,
a l o s Domnonii britanos y q u e designa u n a druida h e d u o q u e fue a R o m a a defender
población de Connaught. la c a u s a d e s u n a c i ó n . P e r o la d e f i n i c i ó n
n o va m á s a l l á d e l a p a l a b r a , a u n q u e h a y
fireolaig ( « s a b i o s » , l i t e r a l m e n t e «(que sólidas posibilidades d e q u e coincida c o n
t i e n e ) el v e r d a d e r o c o n o c i m i e n t o » ) : o t r o la m e n c i ó n d e C é s a r r e l a t i v a a las e s p e c u ­
t é r m i n o q u e designa u n a d e las diversas laciones intelectuales de los druidas. E n
especializaciones de los druidas y a a q u e ­ efecto, estos ú l t i m o s d i s c u t e n , e n t r e o t r o s
llos q u e las e j e r c e n . L a p a l a b r a es p a r a ­ a s u n t o s , s o b r e la n a t u r a l e z a d e las cosas

lela, p a r a d e s i g n a r la a u t o r i d a d espiritual, (de natura rerum).

a firfiatha, «verdad del soberano», que

sirve p a r a c a r a c t e r i z a r la excelencia d e l f l a i t h ( « s o b e r a n í a , n o b l e z a » ) : el e q u i v a ­
poder temporal. l e n t e g a l e s e s gwlad « p a í s , t i e r r a » , e n g a l o
VLATO e n l e y e n d a s m o n e t a r i a s . U n s i g n i ­
fir fiatha ( l i t e r a l m e n t e « v e r d a d y j u s t i c i a ficado s e c u n d a r i o es « c e r v e z a , b e b i d a » ,
d e l s o b e r a n o » ) . - fir s i g n i f i c a a l a vez « v e r ­ p o r a t r a c c i ó n d e la b e b i d a e m b r i a g a n t e e n
dadero» y «justo», y las d o s p a l a b r a s s u c a l i d a d d e m a r c a y s í m b o l o d e la s o b e ­
c o r r e s p o n d e n a u n ú n i c o c o n c e p t o e n la ranía. Véanse « S o b e r a n í a » y Francoise
tradición celta. La expresión resume, Le Roux & Christian-J. Guyonvarc'h,
c o n d e n s a y s i m b o l i z a el b u e n ejercicio d e l «La Souveraineté guerriére de l'Ir-
p o d e r t e m p o r a l p o r e l r e y b a j o el c o n t r o l , l a n d e » , Celticum, 1983, n . ° 25, pássim.
y c o n losconsejos de los druidas.
flamen (-inis) ( « f l a m e n » ) : n o m b r e latino
Fir Ga(i)lioin: d e n o m i n a c i ó n i r l a n d e s a del s a c e r d o t e d e s t i n a d o al servicio d e u n a
del poblamiento pseudohistórico de d i v i n i d a d . E l m á s i m p o r t a n t e e r a el flamen
Leinster.,Lers"-textos j u r í d i c o s d i s t i n g u e n dialis o flamen de Júpiter, sometido en
e n general tres « n a c i o n e s » primitivas e n R o m a a ciertos interdictos ( n o veru n a
I r l a n d a : l o s feine, l o s u l t o n i a n o s y l o s fir t r o p a a r m a d a , n o percibir u n cadáver, n o
gailioin. Parece q u e este n o m b r e p r e s e n t a a b a n d o n a r R o m a , etc.) cuyos equivalen­
u n a c o r r e s p o n d e n c i a c o n el n o m b r e d e la tes celtas a f e c t a n al r e y (véase «geis»).
G a l i a , Gallia. N o existe s i n e m b a r g o n i n ­ Flamen c o r r e s p o n d e e t i m o l ó g i c a m e n t e a l
guna prueba formal de u n poblamiento o brahmán hindú, lo q u e demuestra la
 556 GLOSARIO

comunidad de vocabulario religioso del malvados. S o nu n a multitud innumera­

ítalo-celta y del indo-iranio. Pero no b l e . E n l a h i s t o r i a r e a l d e I r l a n d a se a s i ­
existe u n a c o r r e s p o n d e n c i a celta, quizá m i l a r o n a l o s e s c a n d i n a v o s —o m á s b i e n s e
debido a la « l a i c i z a c i ó n » d e l vocabulario llamó «fomores» a todos los escandina­
q u e siguió a la critianización. vos—, pero esta a s i m i l a c i ó n es m á s u n
hecho folclórico que mitológico. A ú n
Fíese: u n o d e l o s t r e s c o p e r o s e n c a r g a d o s más q u e el m a l , los f o m o r e s e n c a r n a n el
de guardar el manantial del Segáis p o r caos original: todos los principales p e r s o ­
cuenta de Nechtan. El significado del najes o dioses d e Irlanda, L u g , Dagda,
n o m b r e es « v a r i t a » . O g m a , Nuada, Diancecht, Brigit, tienen
vículos familiares c o n los fomores o tie­
fochloc, fochlocon, fochlocan: a l u m n o n e n f o m o r e s e n sus alianzas o a s c e n d e n ­
o estudiante del penúltimo d e l o s siete cias ( L u g t i e n e c o m o a b u e l o m a t e r n o a
g r a d o s d e l o s filid. E n ese nivel ya tenía u n Balor) y losTuatha D é D a n a n n aceptaron
m e t r o e s p e c í f i c o , e l dian, y t e n í a d e r e c h o a un rey fomore, Bres, e n sustitución de
una recompensa por u n poema (una Nuada, incapacitado para reinar. Hasta el
novilla). Su protección se e x t e n d í a a p r e s e n t e se h a i n t e r p r e t a d o la e t i m o l o g í a
c i n c o personas y estaba autorizado a t e n e r d e l n o m b r e a p a r t i r d e fo-, « b a j o » , y u n
una escolta d e d o s personas. Fochlocon, r a d i c a l *mor- e m p a r e n t a d o c o n e l a l e m á n
fochlocan son diminutivos procedentes de -mahr en Nachtmahr, inglés night-mare,
l a p a l a b r a fochloc y s e e n t i e n d e n e n e l s e n ­ « p e s a d i l l a » . T a l e t i m o l o g í a es m a n i f i e s ­
tido de «joven, escolar». L a etimología tamente errónea, d e lm i s m o m o d o q u e la
n o se h a d e t e r m i n a d o . e x p l i c a c i ó n a través d e l n o m b r e d e l m a r
es a n a l ó g i c a . E s p r e f e r i b l e c o n s i d e r a r u n a
Fochmarc ( « B ú s q u e d a » ) : n o m b r e sim­ m o mh v o c a l i z a d a c o m o u n a a l t e r n a n c i a
b ó l i c o d e u n o d e l o s tres druidas d e l o s i r l a n d e s a d e u n r a d i c a l e n -b- o -bh-, no
T u a t h a D é D a n a n n s e g ú n e l Libro de las con­ atestiguado, m e z c l a d o c o n el celta c o m ú n
quistas. L o s otros d o s se llaman Fis, *vo-bera e n el q u e se e n c u e n t r a e l n o m b r e
« s a b e r » , y Eolas, «conocimiento». de la « s i e r p e » gala. Véase el estudio eti­
m o l ó g i c o c o m p l e t o e n Textes mythologiques
Fomoire ( f o m o r e s ) : r a z a e n e m i g a d e l o s irlandais, Celticum 11/3. L o s autores cristia­
sucesivos ocupantes d e Irlanda, cuales­ nos asimilaron inmediatamente los f o m o ­
q u i e r a q u e s e a n é s t o s , y q u e se o p o n e a res a l o s d e m o n i o s , y l u e g o les i m p u s i e r o n
ellos p o r todos los m e d i o s . E l principal una ascendencia bíblica haciéndolos des­
relato d o n d e se d e s c r i b e a l o s f o m o r e s es c e n d e r d e H a m , h i j o d e N o é . P e r o es m á s
Cath Maighe Tuireadh, p e r o , e n la m i t o l o g í a y p r o b a b l e q u e la situación d e losf o m o r e s y
la c o s m o g o n í a i r l a n d e s a s , e s t á n p o r t o d o s los T u a t h a D é D a n a n n sea a n á l o g a a la d e
lados y representan esencialmente las los Déva y losA s u r a e n India.
fuerzas d e m o n í a c a s , infernales y oscuras.
Se dice q u e d e s e m b a r c a r o n e n Irlanda e n Forgall M a n a c h ( « e l A s t u t o » ) : p a d r e d e
los t i e m p o s d e P a r t o l ó n , p e r o su p r e s e n ­ Emer, prometida del joven héroe
cia es i n h e r e n t e a l s u e l o d e l a isla y c o m ­ Cuchulainn. Después de prometer a su
batieron a losTuatha D é Danann como hija a o t r o , trata d e desembarazarse de
los Titanes griegos a los dioses del Cuchulainn enviándolo a Escocia para
O l i m p o . E n t o d o s l o s relatos d o n d e se concluir c o nScathach su formación g u e ­
h a b l a d e ellos, se l o s r e p r e s e n t a física­ rrera ( c o nla esperanza de q u en o vuelva).
m e n t e c o m o seres h o r r i b l e s , d e f o r m e s y Pero su ardid se t o r n a c o n t r a él, pues
 GLOSARIO
557
Cuchulainn alcanza allí u n a c a p a c i d a d gaulois V R O I C A "bruyére"», Ogam,
guerrera todavía mayor. I970-73. n . ° 22-25, PP- 237-240.

Forgoll: poeta q u e , e n la leyenda d e F r e m a i n Tethba: a c t u a l m e n t e nombre

M o r g a n , a m e n a z a c o n satirizar a t o d o el d e u n a c o l i n a , e n g r a f í a a n g l i z a d a Frewin
país p o r q u e el reyh a puesto e n d u d a u n (in Teffia), e n l a o r i l l a o c c i d e n t a l d e l Lough
detalle de u n o d e sus relatos, el cual, a O w e l , e n l a s p r o x i m i d a d e s d e Wattstown
raíz d e la v e r i f i c a c i ó n a p o r t a d a por un e n el M u n s t e r o c c i d e n t a l .
testigo d e l O t r o M u n d o , resultó falso. E l
n o m b r e d e F o r g o l l es u n a v a r i a n t e orto- Fuamnach: mujer legítima, pero no
g r á f i c a deforgell,forgall, «testimonio». soberana, del dios Midir, de B r i Léith.
C u a n d o M i d i r regresa a s u casa a c o m p a -
Fors, hijo de Electra: u n o d e l o s c u a t r o ñado de Etain, Fuamnach, q u eeramaga y
regentes d e l m u n d o según el texto Cethri también u n a mujer celosa, transforma a
Arda in Domain ( « L o s cuatro puntos cardi- esta ú l t i m a e n c h a r c o d e a g u a , p e r o n o
nales d e lm u n d o » ) . E l n o m b r e n o parece tiene p o d e r para matarla. E l c h a r c o se
gaélico. convierte e n gusano y luego e n u n a mosca
(o mariposa) q u e esparce u n ruido y u n
fothrucad ( « b a ñ o » , g e n e r a l m e n t e p o r o l o r deliciosos. F u a m n a c h la transforma

i n m e r s i ó n d e l c u e r p o ) : esta p a l a b r a , p o r entonces p o r segunda vez e n u n gusano

tanto, pudo servir para designar un q u e , arrastrado p o r el v i e n t o , pasa siete

«bautismo» o u n a lustración, pero n o a ñ o s d e acá p a r a allá y acaba p o r caer, p o r

o b l i g a t o r i o , y n o es s e g u r o q u e t e n g a u n a el a g u j e r o d e h u m o d e l t e c h o , e n la casa

acepción religiosa exclusiva: la palabra d o n d e la m u j e r d e Etar, rey d e l Ulster,

estaba bebiendo de una copa. Etain
sirve para d e n o m i n a r el b a ñ o o f r e c i d o a
renace entonces e n forma humana sobre
u n invitado c o m o signo de hospitalidad.
la T i e r r a . U n h i j o d e M i d i r , o e l m i s m o
Midir, mató a Fuamnach, aunque fuese
Fotla, F o d l a : r e i n a m í t i c a d e l o s T u a t h a
hija d e u n druida, Bresal E c h a r l a m , para
D é D a n a n n a la llegada a Irlanda de los
vengarse de sus malas acciones. S u n o m -
g o i d e l o s y u n o d e l o s e p ó n i m o s d e la isla
bre debe de significar «pañuelo,
j u n t o c o n B a n b a y E r i u . N o se h a d e t e r -
b u f a n d a » , a u n q u e n o existe certeza.
m i n a d o la e t i m o l o g í a d e l t é r m i n o .

Fraech mac Idath («Brezo, hijo de fuego-, j u n t o c o n e l a g u a y l a t i e r r a , e l f u e g o

Tejo»): n o m b r e del personaje principal, es u n o d e l o s e l e m e n t o s s o b r e l o s q u e l o s
hijo de B o a n d , d e l relato titulado TainBo druidas ejercen su p o d e r . S e utiliza t a m -
Fraech ( « R o b o d e l g a n a d o d e F r a e c h » ) . E s b i é n e n algunos ritos sacrificiales, b i e n
el a m a n t e d e F i n d a b a i r , hija d e A i l i l l y d e atestiguados, p e r o todavía m a l explicados,
la r e i n a M e d b , y p a r t i c i p a e n la e x p e d i - p o r c r e m a c i ó n d e las víctimas. E n la c o n -
c i ó n p a r a r o b a r las vacas d e C o o l e y . Esta c e p c i ó n druídica sólo el fuego y el agua
acaba trágicaírtente para él, y a q u e C u c h u - subsistirán al final d e lm u n d o . Las únicas
l a i n n l o a h o g a al t é r m i n o d e u n c o m b a t e h o g u e r a s rituales q u e c o n o c e m o s s o n las
singular. E l equivalente celta c o n t i n e n t a l erigidas p o r los druidas de los d o s campos
e s t á a t e s t i g u a d o e n e l g a l o Vroica. Véase e n e l r e l a t o Forbuis Droma Damhghaire.
Christian-J. Guyonvarc'h, «Notes d'Ety-
m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et F u i d e l l , hijo de F i a d m i r e : n o m b r e d e l
celtiques XXXIII, 160. Irlandais Fraech, h o s p e d e r o d e l r e y O c h e l e n e l r e l a t o La
 GLOSARIO
558
concepción de los dos porqueros. El significado guerrera y productora, la f u n c i ó n gue-
d e Fuidelles « t r o z o , r e s t o » , l o q u e es b a s - r r e r a y, a f o r t i o r i , la f u n c i ó n productora
tante adecuado para la f u n c i ó n de un s o n a c c e s i b l e s e n la c u l t u r a c e l t a a l a c l a s e
personaje secundario. s a c e r d o t a l , q u e e j e r c e s u c o n t r o l s o b r e las
otras dos clases consagradas a ella. De
f u i r m i d ( m a c ) : n o m b r e del poeta e n su manera general, la t e r c e r a función es,
segundo año de estudios. Todavía n o par- p o r otro lado, m u c h o más difícil de p r e -
t i c i p a e n e l j u e g o d e l a s performances poéti- cisar q u e la p r i m e r a y la s e g u n d a : es a
cas y d e l o s d o n e s c o r r e s p o n d i e n t e s , pero g r a n d e s r a s g o s l o q u e n o s o n las otras.
ya t i e n e d e r e c h o a la a s i g n a c i ó n d e un Véanse «clase» y «tripartición».
p r e c i o . L a p a l a b r a fuirmid es el nombre
d e v e r b a l d e fo-ruimy significa «esfuerzo, G
golpe, obligación, castigo», conceptos gae b o l g a : t r a d i c i o n a l m e n t e se h a t r a d u -
q u e e v o c a n la p r e s i ó n e s c o l a r a la q u e está cido como «jabalina-saco», pero bolg,
sometido un joven. Cabe entender este c o m o e n e l n o m b r e d e l o s F¡rBolg, significa
término como «hijo de la invención c o n casi t o d a p r o b a b i l i d a d « r a y o » . E l gae
( p o é t i c a ) o d e la c o m p o s i c i ó n » . bolga e s e l a r m a d e f i n i t i v a , f u l m i n a n t e e
imparable, de Cuchulainn. Cuando
funerales: de a c u e r d o c o n los textos, los p e n e t r a b a e n el c u e r p o d e su v í c t i m a , la
funerales c o m p o r t a n , para los irlandeses j a b a l i n a se a b r í a y se e x t e n d í a e n m ú l t i p l e s
p r e c r i s t i a n o s , las fases s i g u i e n t e s : puntas de m o d o que era imposible a r r a n -
— lusiración d e l c u e r p o , carla d e la h e r i d a . C u c h u l a i n n a p r e n d i ó a

— inhumación, manejarla e n Escocia, d u r a n t e su inicia-

— erección de una estela, c i ó n g u e r r e r a c o n la r e i n a S c a t h a c h .

— grabado del nombre d e l d i f u n t o e n e s c r i -

tura ogámica, gaélico: t é r m i n o q u e p r o c e d e , a través del
— lamento cantado o salmodiado por un i n g l é s Gael y Gaelic, del irlandés Gaedheal
druida, (sustantivo) ygaedhealg(adjetivo), q u e s o n
— juegos fúnebres e n su h o n o r . los t é m i n o s más recientes del n o m b r e de
Los textos insulares sólo describen la l o s Goidil ( g o i d e l o s ) , y c u y a g r a f í a i n g l e s a
i n h u m a c i ó n , mientras que César constata representa más o m e n o s su pronuncia-
la i n c i n e r a c i ó n e n la G a l i a . N i u n a ni c i ó n . Es el n o m b r e que los irlandeses y
otra están excluidas. l o s h i g h l a n d e r s se d a n e n su c a l i d a d de
g a é l i c o s (jy a c c e s o r i a m e n t e c a t ó l i c o s ! ) p o r
función: definición global del papel o p o s i c i ó n a l o s Sasanaigh, anglo-sajones de
d e s e m p e ñ a d o p o r u n a clase determinada religión protestante. La grafía moderna
e n la e x i s t e n c i a y el f u n c i o n a m i e n t o d e la simplificada e s Gael(ach) y Gaeilge (véase
s o c i e d a d . E s t a e x i s t e n c i a se m a n i f i e s t a , en «goidelos»). Desde un punto de vista
primer lugar, como consecuencia del lingüístico, llamaremos erse a l gaélico
reparto social e n clases, m e d i a n t e prácti- h a b l a d o e n las T i e r r a s A l t a s d e E s c o c i a ,
cas, c r e e n c i a s y d o c t r i n a s r e l i g i o s a s q u e c o m o dialecto diferenciado del gaélico de
implican capacidades, especializaciones y Irlanda d e s d e e l s i g l o XVI y t a m b i é n , y
jerarquías. Toda función, sacerdotal, sobre todo, por oposición al escocés
guerrera o productora, está perfecta- (Scotch), d i a l e c t o a n g l o - s a j ó n de las T i e -
m e n t e d e l i m i t a d a e n sí y s u c o n c e p t o es r r a s B a j a s . E l t é r m i n o erse v i e n e , a t r a v é s
distinto d e l de clase: m i e n t r a s q u e la f u n - d e l i n g l é s , d e la p a l a b r a escocesa iersh,
c i ó n r e l i g i o s a está p r o h i b i d a a las clases c u y o o r i g e n se e n c u e n t r a e n el nombre
 GLOSARIO
559
d e I r l a n d a , Eire ( a d j e t i v o Eirennach), como t a s » . El t é r m i n o t o p o n í m i c o c o r r e s p o n -
d e n o m i n a c i ó n geográfica. d i e n t e e n g a l e s es la f o r m a Gwales, tomado
del anglo-sajón Wealas, Wales, q u e es el
G a i r e c h : m a d r e adoptiva de Mide ( e p ó - n o m b r e q u e los sajones d a b a n a e n g e n e -
n i m o d e la p r o v i n c i a c e n t r a l d e M e a t h ) , r a l a l o s b r i t a n o s . E n e l Mabinogi, como
c o n s i d e r a d a h i j a d e Gumor, lo que p u e d e topónimo, Gwales d e s i g n a la c i u d a d de
entenderse como «clamor», hija de G r e s h o l m e n el P e m b r o k e s h i r e .
«gran voz» (¿Gumor en lugar de guth
mor?). O t r o u s o d e l n o m b r e es t o p o n í - G A L L I Z E A E , G A L L I S E N A E : las n u e v e
m i c o : G a i r e c h es el l u g a r d e l a b a t a l l a e n s a c e r d o t i s a s o d r u i d e s a s d e l a isla d e S e i n ,
la q u e l o s j ó v e n e s d e l U l s t e r , s e g ú n el que, según Pomponio Mela, habían
r e l a t o Tain Bo Cualnge, murieron yendo a h e c h o v o t o s d e v i r g i n i d a d . P r e d e c í a n el
socorrer a Cuchulainn. Debió de que- p o r v e n i r , c a l m a b a n l o s v i e n t o s y las t e m -
d á r s e l e el n o m b r e a c a u s a d e l g r i t o que p e s t a d e s y t o m a b a n la f o r m a d e l o s a n i -
l a n z a r o n e n c u a n t o v i e r o n al h é r o e g r a v e - m a l e s q u e q u e r í a n . P e r o estas s a c e r d o t i s a s
mente herido. Gairech (e Ilgairech s o n m í t i c a s y n o h i s t ó r i c a s : se a s e m e j a n
« n u m e r o s o s g r i t o s » ) está s i t u a d o s e g ú n d e m a s i a d o a M o r g a n a y a sus n u e v e h e r -
Hogan, Onomasticon Goidelicum, p. 434b, m a n a s q u e c u i d a b a n a A r t u r o e n la isla d e
entre Tara y A t h l o n e . A v a l ó n a l a e s p e r a d e q u e se c u r a s e y e s t u -
viese p r e p a r a d o para echar definitiva-
G A L A T O I (gálatas): p u e b l o celta esta- m e n t e a los sajones d e B r i t a n i a .

b l e c i d o e n A s i a M e n o r ( A n a t o l i a ) h a c i a el
s i g l o III a n t e s d e n u e s t r a e r a , t r a s la e x p e - G a m a l , h i j o d e F i g a l : u n o de los dos
d i c i ó n d e D e l f o s . Se h e l e n i z a r o n r á p i d a - d r u i d a s p o r t e r o s q u e v i g i l a b a n la e n t r a d a
m e n t e y n o s a b e m o s casi n a d a d e su l e n - de Tara cuando Lug se p r e s e n t ó allí,
gua y sus instituciones políticas y s e g ú n el r e l a t o Cath Maighe Tuireadh. Gamal es
religiosas, c o n la e x c e p c i ó n de ciertos q u i z á u n a v a r i a n t e g r á f i c a d e gamul, pala-
detalles que c o i n c i d e n bastante exacta- bra de significado indeterminado que
m e n t e c o n los d e m á s datos célticos, c o n - d e s i g n a u n a m u e l a d e m o l i n o . Figal es el
tinentales o insulares. Sería i m p r u d e n t e mismo nombre que Figol (hijo de
a f i r m a r q u e el d r u i d i s m o l e s e r a e x t r a ñ o M a m o s ) . Hay de todos m o d o s u n a aso-
p o r q u e n i n g ú n a u t o r clásico les a t r i b u y a n a n c i a y u n a semejanza buscadas e n los
druidas. Véanse «celtas» y « g a l o » . n o m b r e s d e G a m a l , h i j o de Figal, y d e
C a m a l l , h i j o d e R i a g a l . E s t e h e c h o es m á s
Gales, gales: d e n o m i n a c i ó n c a s t e l l a n a e q u i - importante que el significado, pues
v a l e n t e al i n g l é s Welshy p r o c e d e n t e , a t r a - m a r c a la s o l i d a r i d a d d e los d o s d r u i d a s .
vés d e u n a d e r i v a c i ó n g e r m a n o - r o m a n a ,
del n o m b r e de los voleos, aplicado p e y o - G a n n , G a n d : g u e r r e r o de los Fir Bolg e n
r a t i v a m e n t e p o r los g e r m a n o s a los p u e - el r e l a t o d e la P r i m e r a Batalla d e Mag
b l o s d e l e n g u a c e l t a o r o m a n c e al f i n a l d e Tured. El n o m b r e significa «delgado,
l a A n t i g ü « c Í a 9 y al p r i n c i p i o d e l a E d a d ñ a c o » , p u e d e q u e p o r a l u s i ó n al asta d e
M e d i a . El n o m b r e d e s i g n a a los celtas de la l a n z a d e la q u e l o s F i r B o l g estaban
lengua britónica que permanecieron en armados.
Gran Bretaña con posterioridad a la
d i v e r g e n c i a d e las t r e s r a m a s : gales, c ó r - Galia: t o m a m o s e s t e t é r m i n o c o n e l s i g n i -
n i c o y b r e t ó n . L o s g a l e s e s s e l l a m a n a sí ficado geográfico, preciso y limitado, q u e
m i s m o s Cymry (*kom-brog-es) «compatrio- le d a C é s a r , es d e c i r , la F r a n c i a actual
 56o GLOSARIO

m á s B é l g i c a , S u i z a y R e n a n i a . P e r o e n el geis, p l u r a l geasa ( « c o n m i n a c i ó n , o b l i -
p e r i o d o q u e i l u m i n a n l o s textos clásicos y g a c i ó n , i n t e r d i c t o » ) : su s i g n i f i c a d o i n i -
l o s h e c h o s a r q u e o l ó g i c o s , n o hay d i f e - cial es el de u n « e n c a n t a m i e n t o » b a s a d o
r e n c i a c o n s t i t u t i v a e n t r e la G a l i a p r o p i a - e n el p o d e r de la palabra viva, i n s c r i t o e n
m e n t e d i c h a , q u e ha e s t u d i a d o J u l l i a n , y la e t i m o l o g í a d e guidid, « r o g a r » , y güth,
la G a l i a C i s a l p i n a , q u e e n g l o b a el n o r t e « v o z » . Se d e b e r e c h a z a r la t r a d u c c i ó n de
de Italia y cuya d e n o m i n a c i ó n es l a t i n a . geis p o r « t a b ú » , p u e s n o es u n a n o c i ó n
N o p a r e c e t a m p o c o q u e haya d i f e r e n c i a s i n d o e u r o p e a y su c o n t e n i d o ú n i c a m e n t e
m u y acusadas e n t r e l o s g a l o s y el resto de n e g a t i v o c o n t r a d i c e el s i g n i f i c a d o n o r -
celtas c o n t i n e n t a l e s d e E u r o p a c e n t r a l , m a l m e n t e p o s i t i v o de la p a l a b r a i r l a n -
hispánica o danubiana. La c o n c e p c i ó n desa. L a c r i s t i a n i z a c i ó n ha h e c h o d e s a p a -
d e la G a l i a c o m o e n t i d a d p o l í t i c a ( a n á - recer todo equivalente britónico. Véanse
loga a G r e c i a ) , y n o solamente g e o g r á - las d e f i n i c i o n e s p r o p u e s t a s e n las p á g i n a s
fica, es n o o b s t a n t e a n t e r i o r a la o c u p a - 196-2OO.
c i ó n r o m a n a c o m o p r u e b a la e x i s t e n c i a
d e l Concilium Galliarum y d e la a s a m b l e a G e n a n n Gruadhsholus ( « e l de la M e j i -
a n u a l d e d r u i d a s e n el b o s q u e de los c a r - lla Brillante»): uno de l o s h i j o s del
n u t e s . P e r o la u n i d a d r e l i g i o s a y l i n g ü í s -
druida del Ulster Cathbad, a quien
tica d i s p e n s a b a a l o s celtas d e t o d a t e n -
a c o m p a ñ a a m e n u d o y a q u i e n sustituye a
d e n c i a a la u n i d a d p o l í t i c a .
veces, p o r e j e m p l o , e n la s e g u n d a v e r s i ó n
de La muerte de Cuchulainn.
galo-, e n t e r m i n o l o g í a lingüística, el g a l o es
la l e n g u a o c o n j u n t o d e d i a l e c t o s celtas genealogía: la f u n c i ó n más i m p o r t a n t e d e l
h a b l a d o s e n la G a l i a hasta el f i n a l d e la d r u i d a h i s t o r i a d o r era velar p o r la e x a c t i -
A n t i g ü e d a d . P e r o es c o m p l i c a d o d i s t i n - t u d y la p u e s t a al día de la g e n e a l o g í a d e l
g u i r el g a l o d e l celta c o n t i n e n t a l h a b l a d o rey a q u i e n estaba v i n c u l a d o . Esta f u n c i ó n
en otras regiones de E u r o p a , del m i s m o está e n la l í n e a d e l sistema a n t r o p o n í m i c o
m o d o q u e es c o m p l e t a m e n t e i m p o s i b l e celta de los dúo nomina: n o m b r e del i n t e r e -
e s t a b l e c e r u n a d i s t i n c i ó n e n t r e el g a l o (o s a d o y n o m b r e d e su p a d r e , y l u e g o , p o r
celta c o n t i n e n t a l ) , q u e está a t e s t i g u a d o , y extensión, n o m b r e del abuelo, del bisa-
el celta « c o m ú n » , l e n g u a h i p o t é t i c a q u e b u e l o y de t o d o s los a n t e p a s a d o s c o n o c i -
resulta de la c o m p a r a c i ó n y la r e c o n s t r u c - dos, r e t r o c e d i e n d o lo más lejos posible
c i ó n d e l o s r a d i c a l e s c o m u n e s al celta e n el t i e m p o . L e g e n d a r i a s o n o , la m a y o -
i n s u l a r y al c o n t i n e n t a l . P o r o t r a p a r t e , la ría d e las g e n e a l o g í a s i r l a n d e s a s y galesas
ú n i c a d i s t i n c i ó n t i p o l ó g i c a realizable es la se r e m o n t a n a n u m e r o s a s g e n e r a c i o n e s , a
del celta « b r i t ó n i c o » ( q u e e n g l o b a al veces varias d e c e n a s . Es n e c e s a r i o resaltar
« g a l o » ) y el celta « g o i d é l i c o » o « g a é - q u e el n o m b r e i r l a n d é s p a r a la g e n e a l o -
l i c o » . P o r c o n s i g u i e n t e , hay que l i m i - gía, genealach, es d e o r i g e n l a t i n o , a u n q u e
tarse a la d i s t i n c i ó n c r o n o l ó g i c a e n t r e el el sistema n o sea u n p r é s t a m o .
celta de la A n t i g ü e d a d ( a t e s t i g u a d o en
t o d o el c o n t i n e n t e ) y el celta d e la E d a d gente de arte: V é a s e « h o m b r e s de a r t e » .
M e d i a ( a t e s t i g u a d o e n las Islas B r i t á n i c a s
y en Bretaña). D e acuerdo con cierto Gentraige ( « m e l o d í a de la s o n r i s a » ) : u n o
n ú m e r o de i n d i c i o s , r e l a c i o n a d o s c o n la de los tres arpistas d e F r a e c h e n el r e l a t o
f o n o l o g í a , la e v o l u c i ó n d e l celta c o n t i - Tain Bo Fraech. E l n o m b r e f o r m a parte de la
n e n t a l e r a m u c h o más r á p i d a q u e la d e l d e f i n i c i ó n de la m ú s i c a t r a d i c i o n a l q u e se
celta i n s u l a r . tocaba e n tres m o d o s : el de m e l o d í a s de la
 GLOSARIO
56l

tristeza, el d e l s u e ñ o y el de la s o n r i s a . i n m e d i a t o e r a la a p a r i c i ó n e n el rostro
Véanse «Goltraige» y «Suantraige». d e la v í c t i m a d e t r e s f u r ú n c u l o s ( « V e r -
güenza, Mancilla y Fealdad») c o n la
genuposición-. gesto q u e consiste e n c o l o c a r a c o n s e c u e n c i a a c o r t o p l a z o d e la i m p o s i -
u n r e c i é n n a c i d o s o b r e las r o d i l l a s e n b i l i d a d de a p a r e c e r e n p ú b l i c o , el o p r o -
signo de r e c o n o c i m i e n t o de la p a t e r n i d a d b i o y la m u e r t e . E l p r i n c i p i o m á g i c o e n
o d e a d o p c i ó n . Está a t e s t i g u a d o e n el c u e s t i ó n es el d e l e n c a n t a m i e n t o a través
relato La concepción de Cuchulainn e n las v e r s i o - d e l g r i t o , el c u a l t i e n e p o r o t r o lado
nes E g e r t o n 1 7 8 2 I y Stowe D . 4 - 2 : Fergus valor legal de protesta. En términos
t o m a r á a C u c h u l a i n n s o b r e sus r o d i l l a s g e n e r a l e s , el glam dicinn es, e n l o s t e x t o s ,
( e n s i g n o de p a t e r n i d a d a d o p t i v a ) . V é a s e la r e a c c i ó n d e l file a q u i e n u n rey o u n
Christian-J. Guyonvarc'h, « L a C o n c e p - alto personaje ha r e c h a z a d o , l e g í t i m a -
t i o n de C u c h u l a i n n » , Ogam, 1 9 6 5 , n . ° 1 7 , m e n t e o n o , u n a p e t i c i ó n de regalo o
p p . 3 8 0 y 3 9 1 . Para u n a d e f i n i c i ó n teórica favor. Véase Christian-J. G u y o n v a r c ' h ,
y clásica de g e n u p o s i c i ó n , véase P i e r r e « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i c o g r a p -
Suys, « A p r o p o s de g é n u p o s i t i o n » , Revue h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s , X X , 8 2 . M o y e n
Celtique, 1 9 2 8 , n . ° 4 5 , p p . 3 2 2 - 3 2 4 ( n o se i r l a n d a i s c o r r g u i n e c h " m a g i c i e n " et g l a m
cita n i n g ú n e j e m p l o celta). d i c i n n " m a l é d i c t i o n s u p r é m e " » , Ogam,
1964, n . ° 16, pp. 4 4 1 - 4 4 6 , y 1965, n . °
Gergovia ( f o r m a l a t i n i z a d a , e x c e p c i o n a l - 17. PP- 1 4 3 - 1 4 4 -
m e n t e Gergobia): n o m b r e de u n g r a n oppi-
dum de los a r v e r n o s ( m u n i c i p i o de R o c h e - G L A N U M : n o m b r e antiguo del emplaza-
B l a n c h e , c a n t ó n de V e y r e , e n el d i s t r i t o m i e n t o a r q u e o l ó g i c o de S a i n t - R e m y - d e -
d e C l e r m o n t - F e r r a n d ) . C é s a r s u f r i ó allí Provence, comparable c o n el nombre
el revés más grave de t o d a la g u e r r a de las i r l a n d é s d e u n a f u e n t e , Glan ( « p u r o » ) , y
G a l i a s (Comentarios VII, 34'59)- con la F u e n t e de la S a l u d de los T u a t h a D é
D a n a n n e n el relato Cath Maighe Tuireadh, la
Gilwaethwy: e n la m i t o l o g í a galesa d e l c u a l t i e n e su e q u i v a l e n t e e n la f u e n t e d e l
Mabinogi de Math, u n o de los c i n c o h i j o s de emplazamiento arqueológico. Véase
D o n ; el m a g o G w y d y o n es su h e r m a n o y Christian-J. Guyonvarc'h, «Notes d'Ety-
a m i g o , y, c o m o él, s o b r i n o d e l rey M a t h . m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et
G w y d y o n l o a y u d a a v i o l a r a G o e w i n , la c e l t i q u e s III, 6. L e n o m de GLANUM
j o v e n q u e sirve d e r e p o s a p i é s al rey. G i l - ( S a i n t - R e m y - d e - P r o v e n c e ) » , Ogam, I959>

w a e t h w y sufre la m i s m a e n f e r m e d a d de n . ° II, p p . 2 7 9 - 2 8 4 .
p o s t r a c i ó n q u e O e n g u s e n I r l a n d a e n el
relato El sueño de Oengus. G l e i , G l a n , Gleisi: u n o de l o s tres g r u -
p o s d e tres c o p e r o s de l o s T u a t h a Dé
gladiador: los j u e g o s de g l a d i a d o r e s n o exis- D a n a n n e n el r e l a t o Cath Maighe Tuireadh.
t e n e n el m u n d o celta i n d e p e n d i e n t e , el A p a r t e de G l a n ( « p u r o » ) , estos n o m b r e s
cual se e n c u e n t r a e n el estadio más arcaico n o r e c i b e n u n a e x p l i c a c i ó n clara s e g ú n las
de los juegoT"funebres. P e r o la e x i s t e n c i a fuentes de la lexicografía irlandesa. C o m o
p r e v i a d e los j u e g o s f ú n e b r e s f a v o r e c i ó la los d e l o s o t r o s d o s g r u p o s , c o n s t i t u y e n
p r o p a g a c i ó n e n la G a l i a de la c o s t u m b r e u n a s e r i e de a s o n a n c i a s c u y o p r i n c i p a l
romana. Véase «andabata». i n t e r é s es estar a g r u p a d o s e n t r i a d a s . Glei
p u e d e v e n i r de glé (gleo) « c o m b a t e » y Gleisi
glam dicinn ( « m a l d i c i ó n s u p r e m a » ) : deglese,glesse « b r i l l a n t e » .
sátira p r o n u n c i a d a p o r un file y cuyo efecto
 562 GLOSARIO

Goibniu: h e r r e r o de los Tuatha D é relato Tain Bo Fraech. V é a n s e « G e n t r a i g e » y

D a n a n n y d i o s jefe d e l o s a r t e s a n o s d e l «Suantraige».
m e t a l , el p r i n c i p a l d e l o s cuales es, tras él
m i s m o , el b r o n c i s t a . E l t r a b a j o de forja Gorias: u n a de las c u a t r o islas m í t i c a s al
c o r r e s p o n d e a la « t e r c e r a f u n c i ó n » , p e r o n o r t e d e l m u n d o d o n d e los T u a t h a D é
este d i o s forja t a m b i é n las armas utilizadas D a n a n n a p r e n d i e r o n el d r u i d i s m o y la
p o r l o s g u e r r e r o s o , l l e g a d o el c a s o , los c i e n c i a . D e G o r i a s p r o c e d e la l a n z a de
d r u i d a s . E n el festín q u e él les ofrece (fled L u g y su n o m b r e es la p a l a b r a i r l a n d e s a
Goibnenn), los dioses a d q u i e r e n la i n m o r t a - gor, « f u e g o , i n f l a m a c i ó n , p u s » . E l d r u i d a
l i d a d y la e t e r n a j u v e n t u d . G o i b n i u a p a - m a e s t r o de esta isla era Esras. V é a n s e esta
rece sobre t o d o e n el relato Cath Maighe Tui- palabra y «Falias», «Findias» y
readh. S u n o m b r e , q u e se m a n i f i e s t a «Murias».
t a m b i é n e n el d e l h e r r e r o ordinario
( i r l a n d é s gabha, gales gof, b r e t ó n gov), está gourdeizioú ( « g r a n d e s d í a s » e n b r e t ó n ) :
atestiguado t a m b i é n e n a l g u n o s a n t r o p ó - Véase « d o c e días».
n i m o s galos (Gobannitio, n o m b r e del tío de
V e r c i n g é t o r i x , y Gobannicnos). P e r o el r a d i - G r a i n n e : hija d e C o r m a c m a c A r t , rey
cal celta está aislado e n i n d o e u r o p e o . s u p r e m o de I r l a n d a . E l n o m b r e significa
ya sea « g r a n o , s i m i e n t e » , ya sea « f e a l -
goidelos-. n o m b r e a n t i g u o , d e l i r l a n d é s dad».
m e d i o Goid(h)il, q u e r e c i b í a la p o b l a c i ó n
de I r l a n d a , E s c o c i a y la Isla de M a n antes G r e i n e (mac) ( « h i j o d e l S o l » ) : u n o d e
d e la d i v i s i ó n l i n g ü í s t i c a e n tres r a m a s los tres reyes m í t i c o s d e l o s T u a t h a D é
dialectales: D a n a n n q u e r e i n a b a n e n T a r a a la llegada
— g a é l i c o de I r l a n d a o irlandés, de l o s g o i d e l o s . L o s o t r o s d o s e r a n m a c
— g a é l i c o de E s c o c i a o erse, C e c h t y mac C u i l l . S u s tres reinas s o n los
— g a é l i c o de M a n o morar. tres e p ó n i m o s de I r l a n d a : B a n b a , E r i u y
Se l l a m a g o i d é l i c o al e s t a d o l i n g ü í s t i c o Fotla.
i n d i f e r e n c i a d o e n el m o m e n t o de la
i m p l a n t a c i ó n d e l o s celtas g a é l i c o s y, G r i s de Macha ( L i a t h M a c h a ) : el m á s
d e s d e u n p u n t o de vista t a x o n ó m i c o , el célebre de los dos caballos de C u c h u -
g o i d é l i c o se o p o n e al b r i t ó n i c o . l a i n n . Poseía u n a i n t e l i g e n c i a h u m a n a .

G o i r t - a n - O i r : t o p ó n i m o q u e se h a l l a Gronw Pebyr ( « e l F u e r t e » ) : a m a n t e d e
cerca de D e r r y g r a t h , a c t u a l m e n t e G o r t a - B l o d e u w e d d e n el r e l a t o d e l Mabinogi de
n o u r a , e n el c o n d a d o d e T i p p e r a r y . S u M a t h . L l e w lo mata de una lanzada c o m o
significado es « C a m p o de O r o » p o r a l u - e x p i a c i ó n d e su falta m i e n t r a s q u e B l o -
s i ó n al e p i s o d i o m í t i c o d e l rey L u g a i d d e u w e d d se t r a n s f o r m a e n buho. Véase
m a c C o n , al q u e m a t a r o n m i e n t r a s d i s - «Llew».
t r i b u í a o r o e n t r e los p o e t a s del U l s t e r .
G u a i r e , hijo de C o l m a n : rey d e C o n -
G o l l mac M o m a : c a m p e ó n de Con- n a u g h t , v í c t i m a d e las e x a c c i o n e s de la
n a u g h t , a d v e r s a r i o de F i n n m a c C u m a i l l . Pesada Compañía de los poetas de
Goll significa « t u e r t o » . I r l a n d a . Es l i b e r a d o gracias a u n s u b t e r -
f u g i o d e su h e r m a n o M a r b a n , q u e les
Goltraige ( « m e l o d í a d e la tristeza»): i m p u s o la b ú s q u e d a del texto c o m p l e t o de
u n o d e l o s tres arpistas de F r a e c h e n el Tain Bo Cualnge. S i n e m b a r g o , G u a i r e ya n o
 GLOSARIO
563

a c t ú a c o m o rey d e I r l a n d a , s i n o c o m o u n p o r F u a m n a c h y q u e la o b l i g a r á a r e v e s t i r
c r i s t i a n o q u e s o p o r t a p a c i e n t e m e n t e a sus u n a f o r m a h u m a n a a n t e s d e r e g r e s a r al
e n e m i g o s . El n o m b r e significa « n o b l e » . O t r o M u n d o e n c o m p a ñ í a de su esposo,
el d i o s M i d i r . A l g u n o s h é r o e s o reyes
guerra vegetal: es e l t e m a c e l t a d e la g u e r r a , (Conall Cernach, Conchobar) nacen con
s u s c i t a d a p o r la m a g i a d e las p i e d r a s y l o s u n g u s a n o e n cada m a n o , lo q u e p r u e b a
vegetales, metamorfoseados temporal- q u e el m o t i v o ya n o se e n t e n d í a clara-
m e n t e e n guerreros para acabar progresi- m e n t e . P e r o el g u s a n o , a b s o r b i d o e n u n a
v a m e n t e c o n l a s f u e r z a s y la r a z ó n d e s u b e b i d a , es s i e m p r e el p u n t o d e p a r t i d a o
víctima, rey o h é r o e . l a c a u s a d e u n a c o n c e p c i ó n p o r vía o r a l .
Véase « c u i l » .
guerrero: el e s t a t u s social, p o l í t i c o y r e l i -
g i o s o d e l g u e r r e r o , d i o s o h é r o e , e s el d e GUTUATER: druida invocador cuyo
la s e g u n d a f u n c i ó n m i l i t a r , c a r a c t e r i z a d a nombre está emparentado con el de
p o r la p a r t i c i p a c i ó n e n la flaith o « s o b e r a - « p a l a b r a » . V é a n s e los anexos.
n í a » . P e r o el g u e r r e r o , s e a c u a l s e a s u
rango, sólo tiene acceso, p o r conducto gwawd: n o m b r e gales d e la sátira, a u n q u e
d e l r e y , a la p a r t e d e esta s o b e r a n í a que l a p a l a b r a ya n o r e p r o d u c e n i n g u n a a c e p -
excluye el s a c e r d o c i o . L e q u e d a g l o b a l - ción religiosa precristiana. Véanse los
m e n t e t o d o lo q u e d e p e n d e del dios gavi- anexos.
llero Ogma (Ogmios en la Galia), la
m a g i a y la v i o l e n c i a , es d e c i r , la g u e r r a . E l Gwion Bach («el Pequeño»): en el
p r o t o t i p o d e g u e r r e r o i r l a n d é s es C u c h u - r e l a t o g a l e s Hanes Taliesin ( « L a h i s t o r i a d e
lainn, héroe perfecto, que posee las T a l i e s i n » ) , es s e r v i d o r d e la m a g a C e r i d -
siguientes atribuciones o posibilidades: w e n n . P o r inadvertencia absorbe u n a gota
— fuerza física, de u n a d e c o c c i ó n cuya e b u l l i c i ó n estaba
— inteligencia y valor, caracterizados por v i g i l a n d o y se d a c u e n t a d e q u e h a a d q u i -
«triunfos» varios, a veces llamados r i d o el d o n d e l a p r o f e c í a . C e r i d w e n n l o
también «juegos» o «estratagemas» p e r s i g u e b a j o d i s t i n t a s f o r m a s a n i m a l e s y,
( p o r e j e m p l o , d a r saltos d e s m e s u r a d o s al f i n a l , t r a s h a b e r a d o p t a d o l a a p a r i e n c i a
q u e s o r p r e n d e n al a d v e r s a r i o , c o n t a r d e u n a g a l l i n a n e g r a , se t r a g a a l e n a n o ,
una tropa observando sus huellas, q u e se h a b í a t r a n s f o r m a d o e n u n grano
manejar varias armas simultánea- d e t r i g o . El b a r d o Taliesin, q u e n a c e d e
mente), C e r i d w e n n c o m o c o n s e c u e n c i a de estos
— elocuencia, h e c h o s , t i e n e el d o n d e la p r o f e c í a d e s d e
— magia (uso de ogams, contorsiones, el p r i m e r día de vida. La historia de
muecas y camuflajes g u e r r e r o s ) , C e r i d w e n n y G w i o n B a c h se e n c u e n t r a e n
— belleza física, c o n las l ó g i c a s c o n s e c u e n - e l f o l c l o r e b r e t ó n e n el c u e n t o d e K o a d a -
cias p a r a sus r e l a c i o n e s c o n m u j e r e s , lan («Bosque A l a n o » ) .
— c o m o contrapartida a t o d o lo p r e c e -
d e n t e , ,*júÁti vida breve (el guerrero G w y d y o n : e n la l e y e n d a galesa contada
m u e r e d e p i e , f r e n t e al e n e m i g o , en p o r el Mabinogi de Math, mago y hermano
plena juventud). de Gilwaethwy, a q u i e n ayuda a violar a
Véase « h é r o e » . G o e w i n , la j o v e n q u e servía d e «reposa-
p i é s » al rey M a t h . É s t e castiga a a m b o s
gusano: e s t a d o i n f i n i t e s i m a l d e la e x i s t e n - transformándolos durante varios años
c i a , al q u e r e t o r n a E t a i n m e t a m o r f o s e a d a consecutivos e n a n i m a l e s : ciervo y cierva,
 564 GLOSARIO

l o b o y l o b a , j a b a l í y j a b a l i n a . G w y d y o n es heduos (EDUI, AEDUI, HAEDUI,

u n o de los c i n c o hijos de D o n : A m a e t h o n , H E D U I , H A E D U E S ) : u n o de los p u e -
Gilwaethwy, Govannon, Gwydyon y b l o s más p o d e r o s o s de la G a l i a e n la é p o c a
Arianrhod, que corresponden aproxima- de C é s a r , aliado de los r o m a n o s ( c o m o los
damente a los principales m i e m b r o s del r e m o s ) y r i v a l de los a r v e r n o s y de l o s
estado m a y o r d e l o s T u a t h a D é D a n a n n secuanos. Su territorio cubría los d e p a r -
irlandeses: Dagda, O g m a , Nuada, D i a n - t a m e n t o s de S a ó n e - e t - L o i r e , N i é v r e y, e n
c e c h t , G o i b n i u y B r i g i t b a j o la a u t o r i d a d parte, C ó t e - d ' O r y A l l i e r . S u i m p o r t a n c i a
s u p r e m a de L u g . E l equivalente de A r i a n r - venía p o r u n l a d o de esta p o s i c i ó n g e o g r á -
h o d es B r i g i t ; p a r e c e q u e el de G w y d y o n fica, e n la e n c r u c i j a d a d e l o s valles d e l
( « s a b i o » ) es el D a g d a ; G o v a n n o n es u n a L o i r a , el S e n a y el S a o n a . S u actitud
r é p l i c a de G o i b n i u . P e r o las d e m á s e q u i - a m b i g u a d u r a n t e la g u e r r a de las Galias es
valencias son imprecisas o i m p o s i b l e s : c o n s e c u e n c i a d e la c o n t r a d i c c i ó n de d o s
A m a e t h o n ( « c u l t i v a d o r » ) n o se e n c u e n t r a f a c t o r e s q u e d e t e r m i n a b a n su p o l í t i c a : la
e n Irlanda-, el i r l a n d é s O g m a n o tiene f i d e l i d a d a la alianza r o m a n a ( p o r r a z o n e s
a q u i v a l e n t e gales y el g a l e s N u d d ( d e s d o - e c o n ó m i c a s ) , q u e l o s llevó a f a v o r e c e r a
blado en Llud), que corresponde a Nuada, C é s a r c o n t r a los a r v e r n o s y los s e c u a n o s o
n o aparece a q u í . Llew, q u e c o r r e s p o n d e a los h e l v e c i o s , c o n l o s g e r m a n o s de A r i o -
Lug, desempeña u n papel muy diferente. visto e n s e g u n d o p l a n o , p e r o m u y cerca; y
E n c u a l q u i e r caso, las huellas de la m i t o l o - su o b s t i n a d a a m b i c i ó n de d o m i n a r la
gía galesa n o p u e d e n estudiarse s i n t e n e r Galia que, finalmente, los c o n d u j o a
e n c u e n t a su c o m p a r a c i ó n c o n la i r l a n d e s a revolverse contra C é s a r para quitar a los
(y c o n t i n e n t a l a n t i g u a ) . a r v e r n o s la d i r e c c i ó n de la s u b l e v a c i ó n
g e n e r a l . Esto explica las divergencias de las
c o n d u c t a s de D i v i c i a c o y D ú m n o r i x de las
Gwynvryn («Colina Blanca»): lugar
q u e C é s a r sacó p r o v e c h o . El n o m b r e de
s a g r a d o , e n L o n d r e s , s e g ú n el Mabinogi de
los h e d u o s está e m p a r e n t a d o c o n el i r l a n -
Branwen, donde Bran Vendigeit pide que
dés Aed (Aodh), el gales aidd y el b r e t ó n oaz,
se e n t i e r r e su c a b e z a . M i e n t r a s la c a b e z a
«celo, envidia» (originalmente «fuego
r e p o s e allí la isla n o c o r r e n i n g ú n r i e s g o
a r d i e n t e » ) . G r a c i a s a C é s a r , es el p u e b l o
de ser i n v a d i d a .
galo cuya o r g a n i z a c i ó n política c o n o c e m o s
m e j o r (o d e s c o n o c e m o s m e n o s ) .
H
Harddlech ( « B e l l o L u g a r » ) : residencia
del g a l e s B r a n V e n d i g e i t s e g ú n el Mabonogi H E L V E T I I (helvecios): p u e b lo galo ins-
de B r a n w e n ; a c t u a l m e n t e H a r l e c h , e n la t a l a d o e n S u i z a a la l l e g a d a de C é s a r a las
costa de M e r i o n e t h s h i r e . G a l i a s . S u i n t e n t o de e m i g r a r h a c i a el
oeste de la G a l i a sirve de p r e t e x t o al p r o -
Harii (harios): p u e b l o de G e r m a n i a c e n t r a l c ó n s u l p a r a intervenir-, l o s v e n c e y l o s
del q u e se h a b l a e n Germania de T á c i t o a o b l i g a a v o l v e r su t e r r i t o r i o . L o s h e l v e c i o s
causa de su c o s t u m b r e de p i n t a r s e el r o s - estaban establecidos p r i m i t i v a m e n t e en
tro y el c u e r p o de n e g r o para c o m b a t i r , l o A l e m a n i a o c c i d e n t a l e n la o r i l l a d e r e c h a
q u e se a s i m i l a a la « c a z a s a l v a j e » de la d e l R i n y es p r o b a b l e q u e e n la é p o c a d e
m i t o l o g í a . S u n o m b r e está e m p a r e n t a d o C é s a r estuviesen instalados e n Suiza desde
c o n el a l e m á n Heer, « e j é r c i t o » (*hario-), y hacía p o c o . S u n o m b r e está e m p a r e n t a d o
este e j e m p l o sirve p a r a i l u s t r a r , e n el c o n e l d e l o s Elvii ( h e l v i o s , c l i e n t e s d e l o s
p l a n o i n d o e u r o p e o a r c a i c o , la c o n c e p - secuanos, instalados en p r i m e r lugar a
c i ó n « v a r u n i a n a » de la g u e r r a . orillas d e l A l l i e r ) , al q u e se u n e el sufijo -
 GLOSARIO
565

etio-s, muy corriente en toponimia y c o n v i e n e a t r i b u i r a este h e c h o n o m b r e s

a n t r o p o n i m i a galas. c o m o L a g o d e las Plantas (o F u e n t e d e la
S a l u d ) , e n Cath Maighe Tuireadh, e Isla de las
Heraklés (Hércules): d i v i n i d a d clásica c u y o H i e r b a s (ínsula Herbarum), sobrenombre
c u l t o está b i e n atestiguado e n las Galias e n d a d o a I r l a n d a entera p o r S o l i n o .
la é p o c a r o m a n a p o r la epigrafía y la i c o -
nografía. E n los p o c o s fragmentos c o n - hierogamia: e n el s e n t i d o e t i m o l ó g i c o d e l
s e r v a d o s d e textos g r i e g o s relativos a la c o m p u e s t o ( « m a t r i m o n i o s a g r a d o » ) la
m i t o l o g í a gala, se dice q u e H é r c u l e s estuvo r e l i g i ó n celta n o c o n t i e n e n i n g ú n rito
e n la G a l i a , f u n d ó A l e s i a y e n g e n d r ó d e a t e s t i g u a d o de h i e r o g a m i a . E l s a c r i f i c i o
una hija de rey el e p ó n i m o de los b r e t o n e s del c a b a l l o , d e l q u e da t e s t i m o n i o G i r a l -
y l o s gálatas ( g a l o s ) . E l e q u i v a l e n t e i r l a n - d u s C a m b r e n s i s e n el U l s t e r , e n el s i g l o
dés es C u c h u l a i n n ( S é t a n t a ) , cuyas h a z a - XII, y q u e fue i n e x a c t a m e n t e r e l a c i o n a d o
ñas de n i ñ e z r e c u e r d a n l o s trabajos d e l c o n el ashvamedha i n d i o , f o r m a parte del
h é r o e g r e c o r r o m a n o . P e r o i g n o r a m o s el ritual de la e l e c c i ó n real. L a ú n i c a h i e r o -
nombre galo. Véase « O g m i o s » . g a m i a v e r d a d e r a es la d e l rey de I r l a n d a ,
p o r la q u e se a p r o p i a de la S o b e r a n í a
herrero: j u n t o c o n el saer, « c a r p i n t e r o » , el simbolizada p o r una alegoría femenina.
h e r r e r o (gabha) es, e n t é r m i n o s g e n e r a l e s ,
el ú n i c o a r t e s a n o q u e c o n o c e I r l a n d a , hombres de arte ( i r l a n d é s aes daña) •. e x p r e s i ó n
l i m i t a n d o así su c a p a c i d a d t é c n i c a al t r a - m e d i a n t e la c u a l l o s textos d e s i g n a n g l o -
bajo de la m a d e r a y el m e t a l . V é a s e b a l m e n t e a t o d o s aquellos q u e , sea cual sea
«Goibniu». su clase o f u n c i ó n , p o s e e n u n a t é c n i c a
profesional. A s í pues, u n herrero puede
héroe: p e r s o n a j e de la e p o p e y a i r l a n d e s a , ser calificado o c a s i o n a l m e n t e c o m o « d o c -
p r i n c i p a l m e n t e del ciclo del Ulster, cuyo t o r » o « d r u i d a » del m i s m o m o d o que u n
prototipo es el g u e r r e r o Cuchulainn. p o e t a o u n h i s t o r i a d o r , ya q u e I r l a n d a n o
P e r o , e n la t e r m i n o l o g í a r e l i g i o s a g r i e g a , confiere n i n g ú n matiz peyorativo al e j e r c i -
el h é r o e , h u m a n o o s e m i d i v i n o , se o p o n e cio de u n a p r o f e s i ó n m a n u a l . Esta e x p r e -
al d i o s , d e l q u e n o t i e n e n i t o d a la p o t e n - s i ó n es calificativa y n o clasificativa.
cia n i t o d a s las c u a l i d a d e s . L o s t e x t o s
m i t o l ó g i c o s o é p i c o s i r l a n d e s e s , q u e casi hombre primordial: esta expresión se aplica a u n
n o h a c e n d i f e r e n c i a s s o b r e la n a t u r a l e z a ancestro o u n arquetipo que, análogo en
d e las h a z a ñ a s d e L u g y las d e C u c h u - esto a los patriarcas b í b l i c o s , es el p r i m e r
lainn, i g n o r a n toda distinción específica representante de una raza, u n p u e b l o o u n a
y sólo c o n o c e n d e n o m i n a c i o n e s c u a l i t a t i - clase social. L o s h o m b r e s p r i m o r d i a l e s de
vas o f u n c i o n a l e s d e n t r o d e u n a m i s m a I r l a n d a s o n así, e n la h i s t o r i a l e g e n d a r i a ,
c a t e g o r í a . U n p e r s o n a j e m í t i c o es rey, los fundadores de los distintos p o b l a m i e n -
d r u i d a , p o e t a , g u e r r e r o , e t c . : el « h é r o e » tos ( P a r t o l ó n , N e m e d , E b e r , D o n n , e t c . ) ,
s ó l o existe e n la m e d i d a e n la q u e la los p r i m e r o s d r u i d a s y, m u y p a r t i c u l a r -
p o b r e z a ckil'^vOcabulario m o d e r n o nos m e n t e , los q u e , e n c a r g a d o s de u n a m i s i ó n
o b l i g a a t r a d u c i r c o n este ú n i c o t é r m i n o divina (Fintan, T u a n mac C a i r i l l ) , p e r m i -
u n a m u l t i t u d de palabras irlandesas del t e n la t r a n s m i s i ó n del saber o r i g i n a l . E n
t i p o laoch, curad, trenfer, etc. cierto sentido, t o d o druida es, c o n respecto
al resto de la h u m a n i d a d , u n h o m b r e p r i -
m o r d i a l , p u e s t o q u e p a r t i c i p a e n la c r e a -
hierbas: c o m o la m e d i c i n a v e g e t a l era m u y
c i ó n y e n la c o n t i n u i d a d del c o s m o s .
i m p o r t a n t e e n t o d o s l o s p a í s e s celtas,
 566 GLOSARIO

Howth (península de): e n i r l a n d é s Benn tres f u n c i o n e s j e r a r q u i z a d a s : la s a c e r d o ­

Etair ( « P u n t a de E t a r » ) , situada e n la costa tal, la g u e r r e r a y la p r o d u c t o r a . P o r tanto,
o r i e n t a l d e la isla. Es el t e a t r o d e l relato la t r i p a r t i c i ó n n o es, e n p r i n c i p i o , un
titulado TaüandEtair, « A s e d i o de H o w t h » . h e c h o s o c i o l ó g i c o , s i n o , tanto e n el p l a n o
humano c o m o e n el d i v i n o , la c o n s e ­
hoz de oro: h e r r a m i e n t a c o n la c u a l l o s cuencia social de u n a c o n c e p c i ó n tradi­
d r u i d a s , s e g ú n P l i n i o , c o r t a b a n el m u é r ­ c i o n a l . E s l a r e l i g i ó n la q u e m o d e l a la
d a g o . E v i d e n t e m e n t e es u n o b j e t o r i t u a l s o c i e d a d y n o la s o c i e d a d la q u e segrega la
cuya eficacia p r á c t i c a , t e n i e n d o e n c u e n t a r e l i g i ó n . C f r . las Leyes de M a n u h i n d ú e s .
el metal del q u e está f a b r i c a d o , es d u d o s a .
Es p r o b a b l e q u e se trate d e u n a a n a l o g í a , idpart ( i r l a n d é s a n t i g u o ) , aperth ( g a l e s y
al m e n o s s i m b ó l i c a , e n t r e la f o r m a de la bretón antiguos), aberzh (bretón
h e r r a m i e n t a y la m e d i a l u n a d e l p r i m e r moderno, préstamo del gales): p r o c e ­
cuarto. dentes de u n a palabra céltica común
*ati(od)-berta, significan literalmente « ( l o
huevo de serpiente: V é a s e « o v u m a n g u i n u m » . q u e se) a p o r t a , p r e s e n t a » . Es el n o m b r e
de la o b l a c i ó n s a c r i f i c i a l traspasada al
I s e n t i d o c r i s t i a n o de E u c a r i s t í a . V é a n s e
I a r b o n e l el A d i v i n o : h i j o d e N e m e d y « s a c r i f i c i o » y las n o t a s 5 2 y 5 6 e n las
p a d r e d e B e t h a c h , a n c e s t r o de los T u a t h a páginas I o 6 y 1 0 9 .
Dé Danann, destinados a partir de
Irlanda hacia las islas del norte del i m b a s forosnai ( « g r a n c i e n c i a q u e i l u ­
m u n d o e n los tiempos primordiales. El m i n a » ) : e n c a n t a m i e n t o i r l a n d é s del q u e
n o m b r e n o se ha p o d i d o e x p l i c a r . los t e x t o s h a n c o n s e r v a d o el n o m b r e y
a l g u n o s r e t a z o s d e e x p l i c a c i ó n . Estaba
ichtar: d e n o m i n a c i ó n del n o r t e e n c i e r t o l i g a d o a u n ritual c o m p l e t o q u e c o m p o r ­
n ú m e r o de n o m b r e s d e l u g a r i r l a n d e s e s : taba u n s a c r i f i c i o . T a l encantamiento,
ichtar Connacht es «el norte de Con­ bastante detallado, está d e s c r i t o e n el
naught», ichtar Laighion es « e l n o r t e de r e l a t o Festín del Toro, y, r e d u c i d o a su fase
L e i n s t e r » , e t c . E n l e x i c o g r a f í a , ichtar es f i n a l , la p r e d i c c i ó n , e n el e p i s o d i o e n el
u n sustantivo q u e significa « f o n d o , p a r t e q u e F e i d e l m p r o f e t i z a l o p e o r a la r e i n a
más b a j a » de algo o de u n sitio c u a l q u i e r a M e d b c u a n d o está a p u n t o d e c o m e n z a r
y, p o r e x t e n s i ó n , la p a r t e p o s t e r i o r . la e x p e d i c i ó n d e El robo delganado de Cooley.

ideología tripartita: e n las d e f i n i c i o n e s , y e n Imbolc: fiesta d e l p r i m e r o de f e b r e r o , al

sus a p l i c a c i o n e s , r e a l i z a d a s e n historia final d e l i n v i e r n o , sustituida p o r la P u r i ­
c o m p a r a d a de las r e l i g i o n e s , la p a l a b r a f i c a c i ó n de la V i r g e n y la fiesta de santa
ideología d e b e t o m a r s e e n el s e n t i d o p r e c i s o B r í g i d a . Imbolc s i g n i f i c a « l u s t r a c i ó n » . Es
de « h i s t o r i a de las i d e a s » y n o e n el s e n ­ la fiesta i r l a n d e s a s o b r e la q u e p o s e e m o s
t i d o actual de « d o c t r i n a i d e o l ó g i c a » . L a menos documentos mitológicos a despe­
i d e o l o g í a tripartita c o r r e s p o n d e al h á b i t o c h o de la c o n s i d e r a b l e masa de h e c h o s de
o a la t e n d e n c i a d e t o d o s l o s i n d o e u r o ­ f o l c l o r e . N o c o n o c e m o s el n o m b r e del
p e o s , i n c l u i d o s los celtas, de p e n s a r y eventual e q u i v a l e n t e b r i t ó n i c o . V é a n s e las
o r g a n i z a r el c o s m o s e n t e r n a s . D e e l l o se r e f e r e n c i a s de las páginas 3 3 4 " 3 3 5 -
deduce una o r g a n i z a c i ó n religiosa, social
y p o l í t i c a t r i p l e q u e se t r a d u c e c o n c r e t a ­ inmortalidad del alma: doctrina druídica
m e n t e e n la e x i s t e n c i a de tres clases y d e expuesta p o r C é s a r y los autores clásicos
 GLOSARIO
567

q u e , casi e n su t o t a l i d a d , v a c i l a n e n d e f i - A l t a E d a d M e d i a . S i n e m b a r g o , el i n t e r é s
nirla c o m o : de este país es e x c e p c i o n a l , p u e s :
— el paso del alma a una vida eterna e n el O t r o — n o ha e x p e r i m e n t a d o n i n g u n a r o m a -
Mundo, n i z a c i ó n p o l í t i c a o a d m i n i s t r a t i v a : la
— el paso del alma a otro cuerpo a través d e la c r i s t i a n i z a c i ó n se h i z o e n c o n d i c i o n e s
metempsicosis. muy diferentes a las d e l r e s t o de
Los textos insulares a p o r t a n u n a d e f i n i - Europa occidental.
c i ó n c l a r a al r e s e r v a r la m e t e m p s i c o s i s a — está s i t u a d a e n el e x t r e m o o e s t e d e
d o s p e r s o n a j e s e x c e p c i o n a l e s y al h a c e r E u r o p a y p r o t e g i d a p o r su i n s u l a r i -
del sid ( « p a z » ) u n l u g a r d o n d e los d i f u n - dad, p o r lo que conservó u n a lengua y
tos v i v e n e t e r n a m e n t e e n la a l e g r í a y la u n a estructura social m u y a n t i g u a s .
perfección. L a c o n c e p c i ó n p o l í t i c a s i m b o l i z a d a p o r la
realeza s u p r e m a de Tara es más m í t i c a q u e
imperium-. d e s i g n a c i ó n l a t i n a d e l p o d e r d e histórica. La divinización del principal
m a n d o a p l i c a d o al e j e r c i c i o de la a u t o r i - n o m b r e d e l país, Eriu, y, e n la é p o c a p o s -
d a d p o l í t i c a y a la c o n d u c c i ó n d e l o s t e r i o r a san P a t r i c i o , la a s i m i l a c i ó n d e l
asuntos m i l i t a r e s . Esta n o c i ó n , así e n t e n - país a la t i e r r a p r o m e t i d a d e l o s h e b r e o s ,
d i d a , n o existe e n el m u n d o celta, q u e n o m u e s t r a n la existencia d e u n s e n t i m i e n t o
c o n o c e m á s q u e la S o b e r a n í a (irlandés nacional p r o f u n d o , aun sin otro matiz
jlaith). P a r a n o m b r a r el p o d e r t e m p o r a l p o l í t i c o q u e el d e las d i s p u t a s e n t r e las
del gobierno heduo, C é s a r e m p l e a la c u a t r o p r o v i n c i a s p o r la h e g e m o n í a . E n
e x p r e s i ó n regiapotestas, «autoridad real». v i r t u d d e la p r o f e c í a de E r i u , c o n s i d e r a d a
Véase « f l a i t h » . como una reina de los Tuatha Dé
D a n a n n , los g o i d e l o s están destinados a
I m r i n n : n o m b r e de u n o de los d o s h i j o s vivir e n la isla hasta el J u i c i o F i n a l .
del d r u i d a C a t h b a d . La palabra designa
u n m e t r o p o é t i c o e n el q u e l o s v e r s o s d e islas: las islas m í t i c a s d e l n o r t e d e l m u n d o ,
u n a estrofa están u n i d o s p o r u n a r i m a . d o n d e los Tuatha D é D a n a n n a d q u i r i e -
r o n su f o r m a c i ó n , s o n s í m b o l o s d e l O t r o
I n d e c h ( h i j o d e D é D o m n a n n ) : príncipe M u n d o . P e r o todas las islas, allá d o n d e se
de los f o m o r e s , u n o de los más e n c a r n i z a - e n c u e n t r e n , s o n u n c e n t r o y u n a reserva
d o s e n la l u c h a c o n t r a l o s T u a t h a Dé de sacralidad. N o cabe c o m p r e n d e r de
D a n a n n . S u n o m b r e significa « v e n g a d o r » . o t r o m o d o la i m p o r t a n c i a d e I r l a n d a y
G r a n B r e t a ñ a e n la t r a d i c i ó n celta.
intemporalidad de los druidas: los d r u i d a s e s c a -
p a n a las a l t e r a c i o n e s d e l t i e m p o y a l o s J
j u i c i o s de la h i s t o r i a , l o c u a l c o n s t i t u y e jabalí: s í m b o l o s a c e r d o t a l o p u e s t o al o s o ,
v e r d a d e r a m e n t e , para los historiadores q u e es u n s í m b o l o r e a l . C f r . «Twrch
modernos y contemporáneos, un autén- Trwyth» y « A r t u r o » .
t i c o p r o b l e m a h i s t ó r i c o , p u e s el ú n i c o
cauce p a r a ' d i s c e r n i r l o s s o n las estructuras juego (irlandés des, p l u r a l clessa) •. o p e r a c i ó n o
míticas situadas fuera de la h i s t o r i a . demostración militar o guerrera, propia
de los g u e r r e r o s i r l a n d e s e s , q u e exige a la
Irlanda (irlandés antiguo Eriu, irlandés vez fuerza, agilidad, flexibilidad, destreza e
m o d e r n o Éire): d e s c o n o c e m o s la h i s t o r i a inteligencia. Los j u e g o s de C u c h u l a i n n
antigua, n o mítica, de Irlanda, pues los s o n i n n u m e r a b l e s y se r e p a r t e n , c o n n o m -
p r i m e r o s d o c u m e n t o s escritos datan de la bres diversos, e n dos g r a n d e s categorías:
 568 GLOSARIO

— los q u e r e q u i e r e n u n a contorsión o u n a el intermediario obligatorio entre el

d e f o r m a c i ó n física t e m p o r a l ; d r u i d a y la s o c i e d a d q u e a d m i n i s t r a .
— l o s q u e , c o n o s i n u n a r d i d , e x i g e n el
empleo de algún arma (escudo, lanza, K
espada) u o t r o o b j e t o ( m a n z a n a , a l f i - Koadalan («Bosque Alano»): nombre
ler, etc.). del p r i n c i p a l p e r s o n a j e d e l c u e n t o b r e t ó n
A veces se m e n c i o n a n c o n m e t á f o r a s q u e ( q u e lleva su n o m b r e ) q u e c o r r e s p o n d e a
h a c e n difícil la d e f i n i c i ó n o la i d e n t i f i c a - la h i s t o r i a galesa de G w i o n B a c h y d e
c i ó n . Estos j u e g o s g u e r r e r o s r e c i b e n u n C e r i d w e n n , m a d r e d e T a l i e s i n . P e r o el
n o m b r e d i f e r e n t e al de los « j u e g o s f ú n e - c u e n t o b r e t ó n ya s ó l o m a n t i e n e ( a m p l i f i -
b r e s » (chichi caintech) de los que difieren c a d o ) el a s p e c t o m á s e s p e c t a c u l a r y m á s
totalmente, tanto en su fundamento s u p e r f i c i a l d e las m e t a m o r f o s i s , q u e se
c o m o e n su a p l i c a c i ó n . p r e s e n t a n s i e m p r e c o m o p r o e z a s mágicas.

juramento: el d i o s d e l o s j u r a m e n t o s es el Kronos: n o se e n c u e n t r a e n el p a n t e ó n
de l o s c o n t r a t o s . P o r c o n s i g u i e n t e es el celta la d u a l i d a d o la s u c e s i ó n de U r a n o s ,
D a g d a , s e ñ o r de l o s e l e m e n t o s , y esto K r o n o s y Z e u s e n el p a n t e ó n g r i e g o . El
e x p l i c a p o r q u é , e n t r e o t r a s c o s a s , el rey D a g d a es el d i o s de la e t e r n i d a d y, p o r
d e I r l a n d a L o e g a i r e m u r i ó a causa de l o s e l l o , m a n d a s o b r e el T i e m p o ( d e l q u e es
e l e m e n t o s (la t i e r r a y el a i r e ) p o r h a b e r padre).
o l v i d a d o su j u r a m e n t o d e n o r e c l a m a r
n u n c a más el i m p u e s t o e n g a n a d o a las Kulhwch y Olwen: título del cuento
g e n t e s de L e i n s t e r . a r t ú r i c o g a l e s q u e c u e n t a la b ú s q u e d a de
los o b j e t o s m a r a v i l l o s o s y, p o r esta r a z ó n ,
justicia: el h e c h o de h a c e r j u s t i c i a y de p r o - c o r r e s p o n d e al relato La muerte de los Hijos de
n u n c i a r v e r e d i c t o s es u n a c o n s e c u e n c i a Tuireann, al m e n o s e n l o q u e c o n c i e r n e a
p r á c t i c a d e l d e r e c h o . P e r o es i m p o r t a n t e este e p i s o d i o . P e r o l o s galeses h a n i n t e r -
señalar q u e , a u n q u e los d r u i d a s i m p a r t e n c a l a d o o t r a s h i s t o r i a s e n el r e l a t o y la
j u s t i c i a , el p r o n u n c i a m i e n t o de u n a s e n - f i n a l i d a d de la b ú s q u e d a es d i f e r e n t e : ya
t e n c i a o u n v e r e d i c t o es, al m e n o s en n o se trata m á s q u e de p e r m i t i r el c a s a -
Irlanda —donde mejor conocemos el m i e n t o del h é r o e .
d e r e c h o celta g r a c i a s a textos a m p l i o s y
abundantes—, u n a p r e r r o g a t i v a r e g i a . N o L
t e n e m o s n i n g u n a h u e l l a d e la e x i s t e n c i a Labraid ( « e l H a b l a d o r » ) : e n el r e l a t o
de t r i b u n a l e s d r u í d i c o s a n á l o g o s a l o s de Serglige Con Culaind es el n o m b r e de u n d i o s
la I n q u i s i c i ó n m e d i e v a l . L a p r o h i b i c i ó n d e l O t r o M u n d o y, e n las g e n e a l o g í a s y
de s a c r i f i c i o s , a p u n t a d a p o r C é s a r e n la los a n a l e s , el d e u n p e r s o n a j e m í t i c o q u e
G a l i a (véase la d e f i n i c i ó n del i r l a n d é s elu- se c u e n t a e n t r e l o s a n c e s t r o s d e los reyes
tach), es u n a s a n c i ó n r e l i g i o s a y n o u n a de T a r a y es f u n d a d o r de Leinster. El
s e n t e n c i a j u d i c i a l . E n r e s u m e n , el d r u i d a s o b r e n o m b r e d e este L a b r a d es Moen y
es j u e z p o r q u e es el ú n i c o q u e c o n o c e v e r - T h o m a s O ' R a h i l l y (Early Irish History and
d a d e r a m e n t e el d e r e c h o . N o se d e s e n - Mpthology, p . 1 0 3 , nota 4 ) 1 ° relaciona
t i e n d e e n a b s o l u t o de sus a p l i c a c i o n e s acertadamente c o n el s o b r e n o m b r e de
prácticas, p o r q u e es el t e n e d o r de la j u r i s - J ú p i t e r AiusLocutus (voz d i v i n a ) sin resolver
p r u d e n c i a , c o n g é n i t a m e n t e i n d i s t i n t a de n o o b s t a n t e la c o n t r a d i c c i ó n del n o m b r e
la p r e s c r i p c i ó n r e l i g i o s a , p e r o el p o d e r y el s o b r e n o m b r e . L a b r a i d d e b e c o n s i d e -
j u d i c i a l es e n esencia real, p o r q u e el rey es rarse u n s o b r e n o m b r e d e l d i o s de la e l o -
 GLOSARIO
569

c u e n c i a , O g m a , y es n o r m a l , e n v i r t u d de n o m b r e de la c o m p o s i c i ó n p o é t i c a p r o p i a
lo absoluto del s i m b o l i s m o , que este del dos o p o e t a e n su t e r c e r a ñ o d e e s t u -
ú l t i m o sea t a r t a m u d o . V é a n s e « O g m i o s » d i o s . D e o r i g e n r o m a n c e , la p a l a b r a se
y el relato Airne Fingein e n los Textes mythologi- a p l i c a a veces al p o e m a c a n t a d o o c o m -
ques iralandaisl/l, pp. 189-202. puesto p o r u n guerrero.

Ladra: u n o d e l o s tres h o m b r e s que, L a g i n ( « L e i n s t e r » ) : véase « p r o v i n c i a » .

s e g ú n el Libro de las conquistas, acompañaban
a C e s a i r y sus c i n c u e n t a m u j e r e s c u a n d o L a m ( « M a n o » ) : u n o de l o s tres d r u i d a s
d e s e m b a r c a r o n e n I r l a n d a c i n c u e n t a días c o p e r o s q u e v i g i l a n el m a n a n t i a l m a r a v i -
a n t e s d e l d i l u v i o . E l n o m b r e n o es celta: lloso del Segáis p o r cuenta de N e c h t a n .
es u n n o m i n a t i v o , r e h e c h o a p a r t i r d e Los otros dos s o n Fíese ( « V a r i t a » ) y
latrann, del l a t í n latro, « l a d r ó n » . Luam («Piloto»).

Laegaire (irlandés m o d e r n o Laoghaire, g r a - Lamfada ( « e l del B r a z o L a r g o » ) : s o b r e -

fía a n g l i z a d a Leary) •. n o m b r e de cierto n o m b r e más h a b i t u a l del d i o s L u g . Evoca,
n ú m e r o de p e r s o n a j e s m í t i c o s o h i s t ó r i - n o la l o n g i t u d física de la m a n o o el b r a z o ,
cos. E l más i m p o r t a n t e es, s e g ú n el relato s i n o la r a p i d e z , la p r o n t i t u d y la distancia
Siaburcharpat Con Culainn ( « E l carro Fantasma de los g o l p e s asestados p o r el d i o s (cfr. e n
de C u c h u l a i n n » ) , el rey de Tara L a e g a i r e gales Llevo Lawgyffes, «el de la mano
mac Néill, que reinaba en los tiempos en pronta»). O t r o sobrenombre, secunda-
los q u e san P a t r i c i o l l e g ó p a r a c o n v e r t i r r i o , q u e c o n f i r m a esta e x p l i c a c i ó n , es Lae-
Irlanda. Para creer e n la palabra del santo, bach, d e r i v a d o adjetival d e laeb, d e l l a t í n
el rey le exige q u e haga a p a r e c e r al h é r o e laevus, « i z q u i e r d a » y « p e r v e r s o » .
Cuchulainn. San Patricio obedece:
Cuchulainn, rebosando buena voluntad Lanza de Lug: f o r m a p a r t e de l o s c u a t r o
cristiana, se manifiesta y explica al rey q u e t a l i s m a n e s f u n d a m e n t a l e s de l o s T u a t h a
u n a sola n o c h e e n el i n f i e r n o es más difícil D é D a n a n n e n su habitat p r i m i t i v o de las
de soportar q u e todas las pruebas guerreras islas del n o r t e d e l m u n d o . Es i n s e p a r a b l e
q u e h u b o de a f r o n t a r e n v i d a , y q u e s ó l o del c a l d e r o d e l D a g d a , p u e s éste tiene q u e
los i r l a n d e s e s q u e c r e e n e n la p a l a b r a de estar l l e n o d e s a n g r e (o d e « v e n e n o » ) y
C r i s t o van al paraíso. Laegaire se ve e n t o n - q u e se s u m e r j a e n él la l a n z a p a r a evitar
ces f o r z a d o a c o n v e r t i r s e . O t r o L o e g a i r e , q u e ésta destruya t o d o a su a l r e d e d o r . S i n
a p o d a d o Buadach ( « e l V i c t o r i o s o » ) , fue e m b a r g o , e n los p o c o s relatos e n los que
compañero de armas de Cuchulainn, se h a b l a de ella, n o se u t i l i z a para la g u e -
s e g ú n los relatos del ciclo del U l s t e r . rra, s i n o , e n las m a n o s d e l d i o s L u g , para
c o n f e r i r la realeza.
La Graufesenque-. localidad de Aveyron
d o n d e se d e s c u b r i e r o n g r a f i t o s c o n la L e b o r c h a m ( « C o j a R á p i d a » ) : esclava,
contabilidad de alfareros g a l o r r o m a n o s , fea y c o n t r a h e c h a , hija de O a ( « O r e j a » ) y
los c u a l e s n q s í p i r o p o r c i o n a r o n l o s n o m - de A d a r c ( « C u e r n o » ) , criada y mensajera
b r e s d e a l g u n a s vasijas y la lista d e l o s d e C o n c h o b a r , rey d e l U l s t e r . L e i n f o r -
adjetivos n u m e r a l e s o r d i n a l e s galos del m a b a e n el día, t a n g r a n d e era su v e l o c i -
u n o al n u e v e . dad, de t o d o l o q u e sucedía e n Irlanda.

laid: e n g e n e r a l « p o e m a , lay, c a n t o » y, Ler, genitivo L i r ( « m a r , o c é a n o » ) :

en una definición técnica particular, n o m b r e d e l p a d r e de M a n a n n a n , u n o de
 GLOSARIO
57o

los dioses más importantes del ciclo L i f e ( g r a f í a a n g l i z a d a Liffey): nombre de

m i t o l ó g i c o . E l n o m b r e es e v i d e n t e m e n t e u n a l l a n u r a y u n r í o d e l este d e I r l a n d a . E l
m e t a f ó r i c o ( u n s i g n i f i c a d o s e c u n d a r i o es r í o s e p a r a las p r o v i n c i a s d e M e a t h y L e i n s t e r .
« m u l t i t u d , a b u n d a n c i a » ) y e n su o r i g e n
designa el océano como «extensión, lira: este instrumento de cuerda está
i n m e n s i d a d p l a n a » (ler e s s i n d u d a una r e p r e s e n t a d o e n la i c o n o g r a f í a m o n e t a r i a
a l t e r n a n c i a d e lar, « s u p e r f i c i e , c e n t r o d e gala b a j o diversas f o r m a s . E n t r e los celtas
u n a c a s a » ) . Se h a d u d a d o e x p r e s a m e n t e , i n s u l a r e s , n o e n c o n t r a m o s la l i r a , s i n o el
e inútilmente, d e la e x i s t e n c i a d e esta arpa, i n s t r u m e n t o de corte, aristocrático y
divinidad que representa uno de los o p u e s t o a la g a i t a , i n s t r u m e n t o d e v i e n t o
aspectos de los o r í g e n e s de los T u a t h a D é d e las m a r c h a s g u e r r e r a s y las d i v e r s i o n e s
D a n a n n . L e r , p e r s o n a j e m í t i c o , sale r e a l - p o p u l a r e s . N o o b s t a n t e , sería difícil a f i r -
m e n t e a e s c e n a e n el r e l a t o , t r a n s m i t i d o m a r q u e la l i r a d e l o s c e l t a s c o n t i n e n t a l e s
t a r d í a m e n t e y c r i s t i a n i z a d o , Oidhe Chloinne n o es u n a a p r o x i m a c i ó n g r i e g a o clásica
Lir ( « L a m u e r t e d e l o s h i j o s d e Ler»). d e l a r p a . E l a r p i s t a es u n d r u i d a . V é a n s e
A l l í a p a r e c e el p a d r e d e l o s c u a t r o n i ñ o s , «cruit», «arpa» y «música».
A o d h , C o n n , Fiachna y F i o n n g h u a l a (tres
chicos y u n a chica), a q u i e n e s su m a d r a s - L I S C U S (Lisco): n o b l e h e d u o , titular de
tra, su s e g u n d a esposa Aoife, transforma la t a r e a d e vergobretus (vergobreto), que
e n cisnes p o r u n p e r i o d o de novecientos C é s a r m e n c i o n a al p r i n c i p i o d e s u s r e l a -
a ñ o s , al t é r m i n o d e l c u a l s o n recogidos c i o n e s c o n el g o b i e r n o h e d u o . L i s c o es
p o r san M o c h a o m h o g , q u i e n los con- quien, mediante indirectas, hace e n t e n -
vierte y, tras su retorno a la forma der a César que D u m n o r i x , h e r m a n o de
humana, asiste a su m u e r t e y envía sus D i v i c i a c o , es c u l p a b l e d e m a q u i n a r c o n t r a
a l m a s al p a r a í s o . Roma.

L e t h a : n o m b r e i r l a n d é s de B r e t a ñ a (gales LITANA («Ancho»): nombre, transmi-

llydaw, b r e t ó n Ledav), confundido aveces tido por Tito Livio, del bosque de la
c o n el d e Latium e n l a s d e s c r i p c i o n e s g e o - Galia C i s a l p i n a d o n d e los boyos t e n d i e -
g r á f i c a s . E t i m o l ó g i c a m e n t e , Letavia es u n r o n al c ó n s u l P o s t u m i o y a s u e j é r c i t o u n a
p a í s « l l a n o » p o r s i m i l i t u d c o n la l l a n u r a emboscada mortal, aniquilándolos bajo
(mag) q u e e s el p a í s d e l o s m u e r t o s , el los árboles q u e h a b í a n s e r r a d o y d e j a d o
O t r o M u n d o o sid, d e l c u a l l a B r e t a ñ a es p r e p a r a d o s p a r a c a e r al m e n o r g o l p e . S e
u n a d e las vías d e a c c e s o . V é a s e Chris- t r a t a d e u n a l e y e n d a , p e r o el n o m b r e e s t á
tian-J. Guyonvarc'h, «Notes d'Etymolo- claro: cfr. i r l a n d é s leathan, gales llydan,
gie et d e l e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et c e l t i - b r e t ó n ledan ( « a n c h o » ) .
ques XXVIII, 133. Celtique commun
*Letavia, gaulois LETAVTS, irlandais literatura: n o existe u n a l i t e r a t u r a celta e n
L e t h a , la p o r t e d e l ' A u t r e M o n d e » , Ogam, el s e n t i d o m o d e r n o d e l a p a l a b r a , s i n o u n
1967, n . ° 19, p p . 4 9 0 - 4 9 4 . c o n j u n t o d e r e l a t o s o t e x t o s q u e se t r a n s -
m i t i e r o n ú n i c a m e n t e p o r q u e el c r i s t i a -
liaig: n o m b r e del poeta o druida especia- n i s m o a p o r t ó o i m p u s o el u s o d e l a e s c r i -
l i z a d o e n el e j e r c i c i o d e la m e d i c i n a . E n s u tura. Los ogams n u n c a h a n servido para
acepción derivada de « m é d i c o espiritual» t r a n s c r i b i r textos e I r l a n d a t o m ó prestada
( d e l a s a l m a s ) , el t é r m i n o s i r v e e n o c a s i o - d e l l a t í n la p a l a b r a littera (litriocht) a falta d e
n e s p a r a d e s i g n a r a u n s a n t o e n la l i t e r a - un término nativo adecuado. Véanse
tura hagiográfica. Véase « m e d i c i n a » . «escritura», «ogam» y «scél».
 GLOSARIO
57i
Llew Lawgyffes ( « e l de la M a n o P r o n t a » ) : L O N D I N U M - . a n t i g u o n o m b r e de L o n ­
n o m b r e del personaje m í t i c o gales, h i j o de dres s e g ú n T á c i t o y P t o l o m e o . D e él d e r i ­
A r i a n r h o d , q u e es el e q u i v a l e n t e de L u g y van los n o m b r e s galeses (Llundein) e i n g l é s
cuyas aventuras se c u e n t a n e n el Mabinogi de (hondón). E l c a s t e l l a n o Londres p r o v i e n e
M a t h . C o n d e n a d o p o r su m a d r e a n o t a m b i é n de la m i s m a f o r m a (cfr. Lanares de
t e n e r n i n g u n a m u j e r de la raza que p u e b l a Lingones), p r o b a b l e m e n t e d e r i v a d o de u n
la tierra, se casó n o obstante c o n B l o d e u ­ a n t r o p ó n i m o *Londin(i)os, cuyo signifi­
w e d d ( « a s p e c t o o r o s t r o de flores»), cre­ c a d o n o se p u e d e d e t e r m i n a r c o n p r e c i ­
ada c o n flores p o r sus t u t o r e s G w y d y o n y s i ó n : q u i z á p r o c e d a d e l t é r m i n o adjetival
M a t h . P e r o B l o d e u w e d d es i n f i e l y c o n ­ *londo-, e m p a r e n t a d o c o n el i r l a n d é s lond,
v e n c e a su a m a n t e G r o n w Pebyr de q u e «salvaje».
mate a Llew, a q u i e n e n c u e n t r a G w y d y o n ,
bajo la apariencia de u n águila, e n u n cala­ Lorica ( « l o r i g a , c o r a z a » ) : nombre
m i t o s o estado. G w y d y o n y M a t h lo c u r a n y l a t i n o d e u n a c é l e b r e p l e g a r i a d e san
Llew ejerce su d e r e c h o a vengarse m a t a n d o P a t r i c i o p a r a p r o t e g e r s e d e los a r t i f i c i o s
a G r o n w Pebyr de u n lanzada mientras que d e l d e m o n i o y de l o s d e sus e n e m i g o s
B l o d e u w e d d se m e t a m o r f o s e a e n buho. t e r r e n a l e s . T a m b i é n se la l l a m a « H i m n o
de P a t r i c i o » . D e a c u e r d o c o n la i n t r o ­
Loch Lo (o Lou): lago cerca del cual d u c c i ó n , el santo la c o m p u s o e n los t i e m ­
m a t a r o n al rey M o n g a n , e n las p r o x i m i ­ p o s de L o e g a i r e , h i j o d e N i a l l , c u a n d o
d a d e s de S e n l a b o r , t o p ó n i m o n o l o c a l i ­ a c u d i ó a T a r a p a r a p r o p a g a r la fe c r i s ­
zado. La traducción literal es «lago, t i a n a . P a t r i c i o la c a n t ó y sus e n e m i g o s ,
a g u a » , p e r o la p l a b r a Id es rara. que lo acechaban emboscados, lo vieron a
él y a sus m o n j e s b a j o la a p a r i e n c i a d e
L o c h r u : u n o d e l o s d o s d r u i d a s d e l rey u n o s gamos seguidos p o r u n g a m e z n o .
L o e g a i r e a la l l e g a d a d e san P a t r i c i o a
Tara. Véase « L u c e t m a e l » . L u a i n e : h e r o í n a d e fochmarc Luaine («El
c o r t e j o d e L u a i n e » ) . P r o m e t i d a al rey
L o e g mac R i a n g a b r a ( o R i a n g a b a i r ) : C o n c h o b a r , n i e g a sus f a v o r e s al d r u i d a
c o c h e r o de C u c h u l a i n n . E l s e n t i d o d e l A i t h i r n e y a sus tres h i j o s q u i e n e s , p a r a
n o m b r e es « t e r n e r o , h i j o d e c a b a l l o d e v e n g a r s e , la s a t i r i z a n y la h a c e n m o r i r de
m a r » . U n a grafía m á s r e c i e n t e es Laeg, v e r g ü e n z a m e d i a n t e u n glam dicinn. A c o n ­
Laegh. P e r o loeg, « t e r n e r o » , a veces se usa s e c u e n c i a de esta f e c h o r í a , l o s u l t o n i a n o s
en sentido hipocorístico («querido, m a t a n al d r u i d a y a sus t r e s h i j o s . E l
amado»). n o m b r e d e L u a i n e está q u i z á e m p a r e n ­
t a d o c o n lúan, « l u n a » o « d e s t e l l o , b r i ­
L o m n a : n o m b r e del l o c o de F i n d que, llante».
mediante u n subterfugio (una inscrip­
c i ó n g r a b a d a e n o g a m ) , l o p r e v i e n e de su L u a m ( « P i l o t o » ) : u n o d e l o s tres d r u i ­
infortunio conyugal. das c o p e r o s q u e v i g i l a n el manantial
maravilloso del Segáis p o r cuenta de
Lonnandsclech: otro s o b r e n o m b r e del N e c h t a n . L o s o t r o s d o s Fíese ( « V a r i t a » )
d i o s L u g : p a r e c e q u e lonn (lond) significa y Lam («Mano»).
« o r g u l l o s o , c o l é r i c o , v i o l e n t o » , p e r o la
s e g u n d a p a r t e d e l t é r m i n o n o se refiere a Lucetmael, Lucetmel, Lucatmel: u n o
nada c o n o c i d o e n irlandés. de l o s d o s d r u i d a s d e l rey L o e g a i r e
c u a n d o l l e g ó san Patricio a T a r a . F u e v e n -
572 GLOSARIO

c i d o p o r el santo e n las p r u e b a s de m a g i a . « p o l i t é c n i c o » . L a v e r s i ó n tardía de Cath

A l f i n a l , h a c e c a e r u n a n e v a d a espesa, Maighe Tuireadh, m u y d i f e r e n t e d e la o t r a ,
p e r o se ve i m p o t e n t e para h a c e r l a d e s a p a - le a t r i b u y e u n c a r á c t e r « o d í n i c o » m u y
r e c e r ; el santo hace q u e se f u n d a c o n u n a f u e r t e de d i o s g u e r r e r o y t e r r i b l e . S u
b e n d i c i ó n , « s i n h u m e d a d , sin sol, sin s o b r e n o m b r e m á s f r e c u e n t e es lamfhada,
v i e n t o » . L u e g o , hace surgir una gran « e l d e la l a r g a m a n o » o « e l d e l l a r g o
o s c u r i d a d q u e n o p u e d e d i s i p a r y q u e el b r a z o » . E l t e ó n i m o es p a n c é l t i c o , ya q u e
santo hace t a m b i é n desaparecer c o n una se e n c u e n t r a e n l o s r a d i c a l e s g a l o s , s o b r e
s i m p l e p a l a b r a . T r a s esta p r u e b a , a ñ a d i d a t o d o t o p o n í m i c o s , c o m o Lug(u)-, étimo
a otras, el rey y los suyos se c o n v i e r t e n s i n de Lyon (Lug(u)-dunum), y e n el gales Llew.
dificultad. Véase también « L a e g a i r e » . L u g es h i j o de C i a n , h i j o de D i a n c e c h t y
E i t h l e ( n n ) , hija del f o m o r e B a l o r , que
luchorpan, luchrupán, lucharban, es t a m b i é n su e s p o s a y la p e r s o n i f i c a c i ó n
lupracán ( i r l a n d é s m o d e r n o ¡eipreachán): a l e g ó r i c a d e la S o b e r a n í a d e I r l a n d a . E l
n o m b r e p o p u l a r de los « e n a n o s » , a n á - s i g n i f i c a d o d e l n o m b r e es « l u m i n o s o » y
l o g o s a los K o r r i g a n s b r e t o n e s y a s i m i l a - L u g es p o r d e f i n i c i ó n « s o l a r » . V é a n s e
dos en ocasiones a los f o m o r e s . El texto « L u g a i d » , « L u g d u n u m » y Christian-J.
i n t e n s a m e n t e c r i s t i a n i z a d o Sex Adates Mundi G u y o n v a r c ' h , « N o t e de t o p o n y m i e g a u -
los h a c e r e m o n t a r a C h a m c o m o c o n s e - loise. I. L e t o p o n y m e g a u l o i s D V N V M . 2.
c u e n c i a de la m a l d i c i ó n de N o é . L a p a l a - Répertoire des toponymes en
b r a está c o m p u e s t a de lu, « p e q u e ñ o » , y LVGDVNVM», Celticum, 1 9 6 3 , n . ° 6, p p .
de corpán, d i m i n u t i v o de coirp, «cuerpo» 363-376-
(del latín corpus).
Lugaid: hijo a d o p t i v o de C u c h u l a i n n y rey
LUERNIOS, LOVERNIOS (Lover- s u p r e m o de I r l a n d a cuya e x t r a o r d i n a r i a
n i o ) : rey a r v e r n o , p a d r e d e B i t u i t o , q u e e l e c c i ó n c u e n t a el relato Serlige ConCulaind.
fue v e n c i d o p o r los r o m a n o s . El n o m b r e Su n o m b r e c o m p l e t o es LugaidReo nDerg, « e l
significa «zorro» (cfr. irlandés loarn, de las Rayas R o j a s » , p o r q u e tenía tres
p a l a b r a rara s u s t i t u i d a p o r sinnach o madra p a d r e s : N a r , B r e s y L o t h a r . Se p a r e c í a al
rúa « p e r r o r o j o » ; g a l e s m e d i o leuyrn, b r e - p r i m e r o e n la cabeza, al s e g u n d o e n el
tón louarn). p e c h o y al t e r c e r o e n el resto del c u e r p o ,
z o n a s de s e m e j a n z a q u e estaban separadas
Lug (irlandés moderno Lugh): dios p o r rayas r o j a s . El n o m b r e de L u g a i d
s u p r e m o de la m i t o l o g í a i r l a n d e s a c u y o designa t a m b i é n , e n los textos m i t o l ó g i c o s
nombre ha permanecido en irlandés y é p i c o s , u n a q u i n c e n a de personajes d i f e -
m o d e r n o e n la d e n o m i n a c i ó n de la fiesta rentes. A v e c e s , e n los textos más recientes,
del p r i m e r o de a g o s t o , Lughnasadh (Lünasa) se aplica al p r o p i o L u g , a p e s a r de q u e el
« a s a m b l e a , r e u n i ó n de L u g » . F u e e v e m e - e m p l e o inverso de L u g e n a n t r o p o n i m i a es
r i z a d o , c o m o el D a g d a , c o m o rey e n l o s excepcional.
anales l e g e n d a r i o s del Libro de las conquistas y
su p a p e l fue o b l i t e r a d o p o r la c r i s t i a n i z a - L U G D U N U M ( c o n t r a c c i ó n de L U G U -
c i ó n , e x c e p t o e n el r e l a t o a r c a i c o Cath D U N U M ) : capital de la G a l i a e n los t i e m -
Maighe Tuireadh, donde es el j e f e de l o s p o s de la c o n q u i s t a r o m a n a y d u r a n t e t o d a
T u a t h a D é D a n a n n , s i n clase y s i n f u n - la é p o c a g a l o r r o m a n a . El n o m b r e significa
c i ó n , p u e s p e r t e n e c e a t o d a s las clases y « f o r t a l e z a o c o l i n a del d i o s L u g » y está
t r a s c i e n d e t o d a s las f u n c i o n e s , l o q u e se atestiguado en varios otros sitios del
t r a d u c e c o n el s o b r e n o m b r e de Samildanach m u n d o celta de la A n t i g ü e d a d ( p o r e j e m -
 GLOSARIO
573

p í o , Laon, Loudun, Leyde). V é a n s e « L u g » y g u e r r a , M o r r i g a n (o B o d b ) . S o b r e t o d a s

«Lugaid». sus a v e n t u r a s g u e r r e r a s y su l u g a r e n e l
p a n t e ó n , véase « L a S o b e r a n í a g u e r r e r a
Lugnasad ( « A s a m b l e a de L u g » , i r l a n d é s d e I r l a n d a » , e n Celticum, n . ° 2 5 , op. cit.,
moderno Lughnasadh, Lünasa): fiesta del pássim.
p r i m e r o , b a j o la p r e s i d e n c i a d e l rey d e
I r l a n d a , e n h o n o r d e la a b u n d a n c i a y d e madera: e l e m e n t o e s e n c i a l d e la c i v i l i z a -
la p r o s p e r i d a d g a r a n t i z a d a s p o r el b u e n c i ó n celta c o m o f u n d a m e n t o de la c i e n c i a
gobierno del soberano. Teóricamente mágica (los ogam se grababan en
m a r c a el p r i n c i p i o d e l o t o ñ o . m a d e r a ) , l u g a r s a g r a d o b a j o la f o r m a de
b o s q u e y, f i n a l m e n t e , m a t e r i a l q u e servía
lustración: existen huellas o reminiscencias p a r a la c o n f e c c i ó n d e las varitas d e l o s
p r e c i s a s d e la l u s t r a c i ó n p r e c r i s t i a n a a druidas (de tejo o avellano). La madera
p r o p ó s i t o del « b a u t i s m o » —o d e l r i t o de sirve p a r a el s a c r i f i c i o s a c e r d o t a l por
p u r i f i c a c i ó n del n i ñ o inmediatamente ahorcamiento, a t e s t i g u a d o e n la G a l i a
d e s p u é s d e l n a c i m i e n t o — , de l o s f u n e r a - p o r l o s Scholies Bernoisesy e n I r l a n d a p o r el
les ( a s e o p o r i n m e r s i ó n d e l c a d á v e r d e l relato, muy incompleto, Echtra Nerai o
d i f u n t o ) y de la fiesta d e l p r i m e r o de «Las aventuras de Ñera». Véase
febrero (purificación general tras la Francoise Le Roux, « S u r quelques sacri-
mancilla del i n v i e r n o ) . E n los dos p r i - fices et rites s a c r i f i c i e l s c e l t i q u e s sans
m e r o s c a s o s la p a l a b r a u t i l i z a d a es la e f f u s i o n d e s a n g » , e n Ogam, n . ° 3 5 ~ 3 6 .
m i s m a , fothrucad, n o m b r e v e r b a l de fothrai- Etudes¡ndo-Européennes, n . ° I, p p . 9 5 - I I O .
cid, « l a v a r , bañar»; en el t e r c e r o , el
n o m b r e de la fiesta, Imbolc, se e x p l i c a a M a g B i l e (grafía a n g l i z a d a Moville): resi-
través d e imb- y folc, c o n el s i g n i f i c a d o d e n c i a de san F i n a n , e n el c o n d a d o d e
s i n ó n i m o d e « l a v a r s e » . P e r o esta p a l a - D o w n , al n o r e s t e de N e w t o w n a r d s , s e g ú n
b r a es a r c a i c a . H o g a n (Onomasticon Goidelicum, 513b)-

M M a g Inis: e n la b a r o n í a de L e c a l e , c o n -
mac ( « h i j o » ) : palabra e m p l e a d a e n g e n e - d a d o de D o w n . S u s i g n i f i c a d o es « l a L l a -
ral e n la a n t r o p o n i m i a irlandesa para n u r a de la I s l a » y es allí d o n d e la l e y e n d a
expresar la filiación e n los dúo nomina. Que- localiza la r e s i d e n c i a d e l rey f o m o r e B r e s .
dan huellas apreciables e n b r i t ó n i c o bajo
la f o r m a Ab (Ap), r e d u c c i ó n de mab (map) Mag Meld ( « L l a n u r a del P l a c e r » ) : u n o
p o r caída de la v- i n i c i a l m u d a d a e n m-. de los múltiples nombres del Otro
E n g a l o , la f i l i a c i ó n se m u e s t r a e n g e n e r a l M u n d o e n los textos m i t o l ó g i c o s y é p i c o s .
a través del sufijo -knos, « n a c i d o d e » . Se vuelve a e n c o n t r a r e n el n o m b r e de los
Meldi galos q u e ha pasado al de la c i u d a d de
Mac O c ( « h i j o j o v e n » ) : o t r o n o m b r e de Meaux. Véase Christian-J. Guyonvarc'h,
O e n g u s , el A p o l o celta e n su a s p e c t o de « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e
j u v e n t u d . _Hijor.del D a g d a , s i m b o l i z a el g a u l o i s e s et c e l t i q u e s II, 8. L e n o m des
tiempo. Meldi (Meaux, Seine & M a r n e ) » , Ogam,
1959, n . ° I I , p p . 2 8 5 - 2 8 7 .
M a c h a (*magnosia «llanura»): nombre
d e la d i o s a e p ó n i m a d e la c a p i t a l del M a g M o g n a : l l a n u r a m i t o l ó g i c a localizada
Ulster, Emain M a c h a . Es t a m b i é n , y e n el n o r t e de Irlanda, sin más p r e c i s i o n e s .
s o b r e t o d o , o t r o a s p e c t o d e la d i o s a d e la
 GLOSARIO
574

M a g M o r , M a g m o r («Gran Llanura»): s i g n i f i c a d o l a t i n o , n o se trata n u n c a d e

u n a de las n u m e r o s a s denominaciones u n a f u n c i ó n r e l i g i o s a , p u e s para d e s i g n a r
d e l O t r o M u n d o . Es t a m b i é n el n o m b r e a l o s s a c e r d o t e s , C é s a r d i c e druides o sacer-
de u n personaje m í t i c o q u e , según los dotes.
a n a l e s , es rey de E s p a ñ a (de d o n d e se
supone que v i e n e n los goidelos) y padre mago: t r a d u c c i ó n y a d a p t a c i ó n c a s t e l l a n a
d e T a i l t i u , la t i e r r a d e I r l a n d a y m a d r e del l a t í n magus. L a p a l a b r a l a t i n a se a p l i c a
adoptiva del dios L u g . en ocasiones a los druidas, sobre todo en
los textos t a r d í o s , a n t i g u o s o m e d i e v a l e s .
M a g S l e c h t ( « L l a n u r a d e la P r o s t e r n a - Esta m e n c i ó n es i n v a r i a b l e m e n t e d e s p e c -
c i ó n » ) : allá d o n d e i b a n l o s h o m b r e s de tiva o p e y o r a t i v a . E l n o m b r e de S i m ó n el
I r l a n d a , s e g ú n l o s textos h a g i o g r á f i c o s , a m a g o (Simón magus) se t r a d u j o al i r l a n d é s
p r o s t e r n a r s e y a d o r a r al í d o l o l l a m a d o c o m o Simón drui ( d r u i d a ) .
C r o m C r u a i c h , r o d e a d o de otros doce
í d o l o s p e q u e ñ o s . E l t o p ó n i m o está l o c a - M a n a n n a n ( « e l M a n e s » ) : e n su f ó r m u l a
l i z a d o e n B a l l y m a g a u r a n , e n el c o n d a d o c o m p l e t a se l l a m a M a n a n n a n mac L i r
de L e i t r i m , s e g ú n H o g a n (Onomasticon Goi- ( « h i j o de O c é a n o » ) y es el d i o s s o b e r a n o
delicum, p . 5 3 0 b ) . del O t r o M u n d o q u e a p a r e c e e n u n g r a n
número de relatos. No es un dios
Magdalensberg: c i m a situada a u n a v e i n t e n a m a r i n o , p e r o , al estar el O t r o Mundo
de k i l ó m e t r o s d e K l a g e n f u r t e n C a r i n t i a s i t u a d o m á s allá d e l o c é a n o , M a n a n n a n
(Austria), donde las e x c a v a c i o n e s h a n e f e c t ú a la m a y o r p a r t e d e sus d e s p l a z a -
sacado a la l u z u n e m p l a z a m i e n t o a r q u e o - m i e n t o s p o r m a r . A d e m á s , el m a r se
l ó g i c o celta p a r t i c u l a r m e n t e r i c o q u e c o n - entiende (véase « L e r » ) c o m o u n e l e -
tinuó e n la é p o c a r o m a n a . La ciudad m e n t o y u n a f u e n t e de vida. M a n a n n a n es
r o m a n a de V i r u n u m , c a p i t a l de N ó r i c o , « h e r m a n o » d e l D a g d a , de O g m a y de los
está situada e n Z o l l f e l d , cerca de Mariasaal. d e m á s d i o s e s d e l p a n t e ó n . S u e s p o s a es
F a n d ( « G o l o n d r i n a » ) y u n o d e los r a s -
magia-, es la p a r t e m á s v i s i b l e de la T r a d i - gos más a c e n t u a d o s e n los textos es el d o n
c i ó n y t a m b i é n la más accesible a las i n t e - n o r m a l de m e t a m o r f o s i s y de u b i c u i d a d .
l i g e n c i a s c o m u n e s . A m e n u d o se t i e n e la N o se m e n c i o n a e n el r e l a t o Cath Maighe
i l u s i ó n de q u e es p r e p o n d e r a n t e e n el Tuireadh, pero desempeña un papel
m u n d o celta p o r q u e se m a n i f i e s t a c l a r a - importante e n t o d a s las v e r s i o n e s d e l
m e n t e e n el estadio de declive y d e s a p a r i - ciclo de E t a i n . V é a s e « M a n a w y d d a n » .
c i ó n . P e r o está lejos de c o n s t i t u i r l o e s e n -
cial. Pertenece n o r m a l m e n t e a la g r a n M a n a w y d d a n ( « e l de M a n n » ) : n o m b r e
d i v i n i d a d soberana-. O g m i o s e n la G a l i a , gales del personaje mítico que corres-
O g m a en Irlanda. p o n d e al i r l a n d é s M a n a n n a n e n la tercera
r a m a del Mabinogi, l l a m a d a Manawyddan vab
magistratus ( « m a g i s t r a d o » ) : p a l a b r a l a t i n a Llyr ( « h i j o de O c é a n o » ) .
q u e utiliza C é s a r e n Comentarios a ¡aguerra de
¡as Galias p a r a n o m b r a r al t i t u l a r d e u n mantis: n o m b r e g r i e g o d e l « a d i v i n o , p r o -
c a r g o a d m i n i s t r a t i v o civil e n la s o c i e d a d feta o p r o f e t i s a » , u t i l i z a d o p o r los a u t o -
gala. E n el caso de l o s h e d u o s se trata d e l res clásicos para d e s i g n a r a los vates g a l o s .
v e r g o b r e t o . I g n o r a m o s e n q u é m e d i d a el
término galo pueda ser diferente en manto de la invisibilidad: se trata de la p r e n d a
otros p u e b l o s . D e c o n f o r m i d a d c o n el q u e p o s e e n los dioses y q u e los hace i n v i s i -
 GLOSARIO
575

bles a los h o m b r e s . El p r i n c i p a l e j e m p l o , y Math, hijo de Mathonwy: rey m í t i c o de

el más claro, es el de M a n a n n a n , q u i e n , al G w y n e d d s e g ú n el Mabinogi q u e lleva su
final d e l r e l a t o La enfermedad de Cuchulainn, n o m b r e , Math VabMathonwy. E l rey Math es
agita su m a n t o c o n el a c u e r d o de los d r u i - e s e n c i a l m e n t e u n m a g o y está a s o c i a d o a
das, e n t r e C u c h u l a i n n y F a n d p a r a evitar G w y d y o n ( « S a b i o » ) . A d e m á s su n o m b r e
que vuelvan a encontrarse nunca. Así es u n s i g n o d e l s i m b o l i s m o r e g i o , p u e s t o
vuelve a F a n d d e f i n i t i v a m e n t e i n v i s i b l e q u e es el del « o s o » , que se vuelve a e n c o n -
para C u c h u l a i n n . V é a s e « f e t h f i a d a » . trar e n el galo Matu-, atestiguado e n a n t r o -
p o n i m i a ; cfr. el irlandés « M a t h g e n » .
manzana: f r u t o de i n m o r t a l i d a d c u y o c o n -
sumo procura la s a l u d y la j u v e n t u d mathematicus (matemático): t a m b i é n es a d i -
eterna. La manzana también p r o p o r c i o n a v i n o , a s t r ó l o g o y, p o r e x t e n s i ó n , c u a l -
el c o n o c i m i e n t o , c u a l i d a d q u e c o m p a r t e q u i e r a q u e se o c u p e d e las ciencias ocultas
c o n l o s o t r o s d o s f r u t o s d e la c i e n c i a , la o d e l o s m i s t e r i o s r e l i g i o s o s e x t r a ñ o s a la
n u e z y las b e l l o t a s . religión oficial r o m a n a . L o s druidas c e l -
tas f u e r o n n a t u r a l m e n t e i n c l u i d o s e n la
M a o l ( « C a l v o » ) : u n o de los tres d r u i d a s r e p r e s i ó n q u e t r a t a b a d e r a l e n t i z a r la
d e l rey s u p r e m o d e I r l a n d a C o n n C e t - p r o l i f e r a c i ó n de cultos de t o d o tipo,
chathach. sobre todo orientales, en R o m a y en todo
el I m p e r i o e n el siglo I de n u e s t r a era.
M a r b a n : n o m b r e d e l p o r q u e r o (y h e r -
m a n o ) d e G u a i r e , rey d e I r l a n d a , d e Mathgen: d r u i d a de l o s T u a t h a D é
a c u e r d o c o n el relato Tromdamh Guaire ( « L a D a n a n n e n el relato Cath Maighe Tuireadh. E l
pesada c o m p a ñ í a de G u a i r e » ) . E l s i g n i f i - n o m b r e s u p o n e u n a f o r m a a n t i g u a matu-
c a d o d e l a n t r o p ó n i m o es « p e q u e ñ o genos, « n a c i d o d e l o s o » , q u e v o l v e m o s a
muerto » . e n c o n t r a r e n la a n t r o p o n i m i a g a l a . C f r .
«Math».
Más Allá: e n el v o c a b u l a r i o c o r r i e n t e el M á s
A l l á ( a l e m á n : Jenseíts) se r e f i e r e al m u n d o maza: es el s e g u n d o a t r i b u t o del D a g d a (el
de l o s m u e r t o s o al d e l f u t u r o ( i n g l é s : the p r i m e r o era el c a l d e r o ) . L a m a z a (iorg)
worldto come) p o r o p o s i c i ó n al de l o s vivos. mata p o r u n l a d o ( e n este m u n d o ) y r e s u -
El t é r m i n o i m p l i c a u n a n o c i ó n de n o cita p o r el o t r o ( e n el O t r o M u n d o ) . S u
r e t o r n o d e f i n i t i v o q u e n o es e x a c t a m e n t e huella, cuando el D a g d a la arrastra,
la d e l sid i r l a n d é s . N o es el O t r o M u n d o p u e d e s e r v i r de f r o n t e r a e n t r e d o s p r o -
celta, el c u a l es « o t r o » s o l a m e n t e p o r la v i n c i a s . T i e n e u n h o m ó l o g o g a l o e n el
sencilla r a z ó n de q u e n o s o m o s capaces de mazo de Sucellus y u n descendiente
c o n c e b i r l o r e a l m e n t e . Las l e n g u a s celtas l e j a n o e n el mell benniget ( « m a z o b e n d i t o » )
i g n o r a n c u a l q u i e r p a l a b r a q u e c o n l l e v e la b r e t ó n , q u e todavía e n el siglo XIX servía,
idea de u n Más A l l á de los m u e r t o s (cfr. la n o p a r a r e m a t a r a los m o r i b u n d o s , s i n o
e x p r e s i ó n orbisalius de L u c a n o ) . p a r a facilitar su p a s o al O t r o M u n d o .

M A T - : e n el c a l e n d a r i o g a l o de C o l i g n y , Medb ( « E m b r i a g u e z » ) : r e i n a d e C o n -
c a l i f i c a t i v o de l o s días « f a s t o s » . Es la n a u g h t , e s p o s a d e l rey Ailill y o r g a n i z a -
m i s m a p a l a b r a q u e el b r e t ó n mat, i r l a n d é s d o r a de la g r a n e x p e d i c i ó n p a r a r o b a r las
maith « b u e n o » y se e n c u e n t r a e n su c o n - vacas de. C o o l e y , r e u n i e n d o c u a t r o p r o -
t r a r i o c o n el p r e f i j o n e g a t i v o ANMAT-. v i n c i a s de I r l a n d a ( C o n n a u g h t , L e i n s t e r ,
V é a s e esta p a l a b r a . M u n s t e r y M e a t h ) c o n t r a el U l s t e r . L a s
 576 GLOSARIO

n u m e r o s a s i n f i d e l i d a d e s c o n y u g a l e s de r a d o r m í t i c o g a l o A m b i g a t o . E n el r e s t o
M e d b , q u e n o está n u n c a « s i n u n h o m ­ d e l m u n d o celta c o n t i n e n t a l , principal­
b r e a la s o m b r a d e o t r o » , s ó l o t r a d u c e n m e n t e e n la G a l i a , h u b o a l r e d e d o r de
la m u d a n z a d e la s o b e r a n í a d e u n p o s e e ­ sesenta localidades que llevaron este
d o r a o t r o y su n o m b r e e x p r e s a y s i m b o ­ n o m b r e . G e n e r a l m e n t e se t r a d u c e c o m o
liza la e m b r i a g u e z d e l p o d e r . E l n o m b r e « l l a n u r a de e n m e d i o » , p e r o esta i n t e r ­
d e su h i j a , F i n d a b a i r , se e n c u e n t r a de p r e t a c i ó n n o t i e n e e n c u e n t a el s i m b o ­
n u e v o e n el d e la e s p o s a d e l rey A r t u r o , l i s m o r e l i g i o s o , p u e s estos t o p ó n i m o s se
Gwenhwyfar (Ginebra, «Fantasma a p l i c a n a l o c a l i d a d e s situadas e n las a l t u ­
B l a n c o » ) , e n la l e y e n d a b r i t a n a . ras. Véase Christian-J. Guyonvarc'h,
«Mediolanum Biturigum. Deux élé-
medicina: n o t e n e m o s más que i n d i c a c i o ­ m e n t s de v o c a b u l a i r e r e l i g i e u x et de g é o -
n e s g e n e r a l e s s o b r e la m e d i c i n a y l o s g r a p h i e sacrée. I. — L e n o m des B i t u r i g e s .
m é d i c o s d e l o s celtas d e la A n t i g ü e d a d y II. — M e d i o l a n u m » , e n Celticum, Rennes,
d e la E d a d M e d i a . A p e s a r d e e l l o , s a b e ­ 1 9 6 1 , n . ° I, p p . 1 3 7 - 1 5 8 .
m o s que los m é d i c o s eran druidas y que
practican tres m e d i c i n a s , distribuidas M E L D I ( m e l d o s ) : p u e b l o g a l o v e c i n o de
s e g ú n los tres n i v e l e s de la j e r a r q u í a f u n ­ los p a r i s i o s , fijado e n la r e g i ó n de M e a u x .
cional: El nombre está emparentado con el
— encantatoria, e n el p l a n o s a c e r d o t a l , i r l a n d é s MagMeld(«Llanura del P l a c e r » ) ,
— sangrienta (quirúrgica), en el plano una denominación del O t r o Mundo.
guerrero, Véase « M a g M e l d » .
— vegetal, e n el p l a n o artesanal y p r o d u c ­
tor. mensajeras (del Otro Mundo): no reciben n i n ­
E n e f e c t o , la m e d i c i n a es u n e j e r c i c i o de g ú n n o m b r e a c o r d e c o n su f u n c i ó n y, de
i n t e l i g e n c i a y r e f l e x i ó n , y a la vez m a g i a y hecho, no tienen ninguna, aparte de
técnica. N o puede confinarse o limitarse v e n i r a b u s c a r , p o r su c u e n t a , o más r a r a ­
a la « t e r c e r a f u n c i ó n » . O t r a cosa es, e n m e n t e p o r cuenta de o t r o , a un feliz
la r e a l i d a d , q u e la m e d i c i n a v e g e t a l haya m o r t a l —príncipe, rey o g u e r r e r o d e alto
tenido una cuota preponderante e n la rango— q u e h a n e l e g i d o . S o n siempre
práctica c o t i d i a n a si c r e e m o s las i n f o r m a ­ mujeres de gran belleza que llegan g e n e ­
c i o n e s p a r c i a l e s de l o s a u t o r e s a n t i g u o s ralmente b a j o la a p a r i e n c i a de c i s n e s ,
(Plinio, Celso, Dioscórides). Desgracia­ v o l a n d o de d o s e n d o s y e n l a z a d a s c o n
damente, Irlanda sólo nos ha dejado u n a c a d e n a de o r o o p l a t a . E n i r l a n d é s
definiciones generales, ningún tratado m e r e c e n el n o m b r e de bansid, en grafía
especializado, pero es e v i d e n t e q u e la a n g l i z a d a banshee.
d o c t r i n a m é d i c a celta, al igual q u e la d o c ­
t r i n a j u r í d i c a , es d e e s e n c i a r e l i g i o s a y Merlín: n o m b r e francés ( a d o p t a d o e n c a s ­
t r a d i c i o n a l . E l m é d i c o n o p o d í a ser m á s t e l l a n o ) , p r o c e d e n t e d e la f o r m a l a t i n i ­
que u n druida. Véanse « l i a i g » , « D i a n - zada Merlinus del personaje mítico gales
cecht», « A i r m e d » y « M i a c h » . M y r d d h i n , a q u i e n la l e y e n d a a t r i b u y e u n
extraordinario don de profecía. Está
MEDIOLANUM («Santuario Cen­ c o n s i d e r a d o , al igual q u e T a l i e s i n , u n o de
t r a l » ) : a n t i g u o n o m b r e c e l t a de M i l á n , l o s tynfeirdd o « b a r d o s p r i m i t i v o s » d e la
e n la G a l i a C i s a l p i n a . T i t o L i v i o a t r i b u y e l i t e r a t u r a g a l e s a . E l n o m b r e se e x p l i c a a
su f u n d a c i ó n a u n a e x p e d i c i ó n g u e r r e r a través d e u n a f o r m a a n t i g u a : *mori-dunon,
dirigida p o r Beloveso, sobrino del e m p e ­ «fortaleza del m a r » .
 GLOSARIO
577

metamorfosis: es el r a s g o m o f o l ó g i c o m á s es u n d o b l e t e d e M i a c h . V é a s e C h r i s t i a n -
corriente de los personajes del Otro J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' É t y m o l o g i e et
M u n d o , q u i e n e s p a r a v e n i r a la t i e r r a o d e L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s el c e l t i q u e s
v o l v e r a s u u n i v e r s o , a d o p t a n casi s i e m p r e X X I . 1 4 2 . I r l a n d a i s A i r m e d " m e s u r e " et
la f o r m a d e aves ( c i s n e s ) . P e r o la m a g i a Maich "boisseau" ¡ b r e t ó n arveziñ "exami-
del O t r o M u n d o t o l e r a t o d a s las m e t a - n e r " » , Ogam, 1 9 6 8 , n . ° 2 0 , p p . 3 5 1 - 3 5 2 .
morfosis imaginables, cambios d e estado
o d e a p a r i e n c i a , c a m b i o s d e nivel d e exis- Mide (Meath e n g r a f í a a n g l i z a d a ) : p r o v i n -
t e n c i a a v e c e s (cfr. el caso d e E t a i n ) , p e r o cia c e n t r a l d e I r l a n d a , c o n s t i t u i d a , p o r la
n o cambios d e existencia. Aplicado a los separación de u n a porción del territorio
h u m a n o s p o r l o s d i o s e s o l o s m a g o s , la d e c a d a u n a d e las o t r a s c u a t r o p r o v i n c i a s ,
m e t a m o r f o s i s es l o m á s a m e n u d o u n c a s - e n el c e n t r o g e o g r á f i c o s i m b ó l i c o d e la
t i g o . L a m e t a m o r f o s i s se c o n f u n d e fre- isla. E n la p r o v i n c i a d e M i d e es d o n d e se
c u e n t e m e n t e c o n la m e t e m p s i c o s i s o la encontraba Tara, la r e s i d e n c i a del rey
reencarnación. supremo. El significado de Mide es
«centro» y l a s Dindshenchas c u e n t a n las
metempsicosis: esta p a l a b r a d e s i g n a exacta- v i s i c i t u d e s d e u n e p ó n i m o q u e explica el
m e n t e la d o c t r i n a q u e p o s t u l a e l p a s o d e l n o m b r e a t r a v é s d e mí dé « m a l humo»,

alma de u n cuerpo a otro. Durante p o r q u e u n tal M i d e h a b í a e n c e n d i d o u n

mucho tiempo se h a a d m i t i d o q u e tal f u e g o q u e a r d i ó d u r a n t e seis a ñ o s . P a r e c e

doctrina era u n o de los fundamentos del que los druidas del lugar dijeron q u e era

d r u i d i s m o c o m o c o r o l a r i o a la i n m o r t a - u n m a l h u m o p a r a e l l o s y, c o m o c a s t i g o a
este j u e g o d e p a l a b r a s i r r e s p e t u o s o , el rey
l i d a d d e l a l m a y la r e e n c a r n a c i ó n . Pero
hizo q u e les c o r t a s e n la l e n g u a . Esta
los h e c h o s n o s m u e s t r a n q u e la m e t e m p -
e x p l i c a c i ó n es típica d e l o s p r o c e d i m i e n -
s i c o s i s se l i m i t a e n I r l a n d a a d o s e j e m p l o s
tos d e los etimologistas irlandeses.
conocidos, los de Fintan y Tuan m a c Cai-
rill. E n el resto se h a c o n f u n d i d o , p o r
incomprensión o información insufi- M i d i r , de B r i L é i t h : e q u i v a l e n t e d e l
c i e n t e , c o n la m e t a m o r f o s i s . N o existe, g a l e s *Medros, «hermano» del Dagda y
e n el v o c a b u l a r i o celta n a t i v o , ninguna dios del O t r o M u n d o . Es sin d u d a o t r o
palabra para n o m b r a r u n a doctrina de n o m b r e o u n doblete del Dagda. Desem-
este t i p o . p e ñ a u n papel i m p o r t a n t e e n todos los
textos del ciclo d e Etain, d o n d e aparece
Miach («Celemín»): hijo del dios- como tutor y padre adoptivo de Oengus
m é d i c o D i a n c e c h t . E n e l r e l a t o Cath Maighe al m i s m o t i e m p o q u e e s p o s o d e E t a i n .
Tuireadh, m i e n t r a s q u e s u p a d r e se h a b í a Viene a recuperarla del rey Eochaid, a
c o n t e n t a d o c o n realizar u n a prótesis de q u i e n d e j a a la h i j a d e E t a i n , la c u a l s e r á ,
plata p a r a r e e m p l a z a r el b r a z o c o r t a d o d e l p o r i n c e s t o ( E o c h a i d la t o m a p o r E t a i n ) ,
rey N u a d a , M i a c h i n t e n t a y l o g r a i n j e r t a r antepasado d e u n a larga estirpe d e reyes.
el brazo vivo. Vengativo y envidioso,
Diancecht,jj*«ta a su hijo. Pero u n p o c o M i d l u a c h a i r (Slige M i d l u a c h r a «ruta
m á s allá, el r e l a t o p r e s e n t a a M i a c h t o d a - d e M i d l u a c h a i r » ) : n o m b r e d e la a n t i g u a
vía v i v o (¡los dioses son inmortales!). ruta, n o localizada exactamente, que,
C o m o el d e A i r m e d ( s u h e r m a n a ) , este según los textos, conducía de Tara a
n o m b r e g u a r d a ' r e l a c i ó n s e m á n t i c a c o n la E m a i n M a c h a p a s a n d o al este d e A r m a g h
noción de « m e d i d a » q u e subyace a la p o r D r o g h e d a , D u n d a l k y Sliab Fuait.
doctrina médica indoeuropea. Oirmiach
 578 GLOSARIO

Mil: p e r s o n a j e m í t i c o q u e es a n c e s t r o d e c o n s t a n t e e n las f u e n t e s a n t i g u a s , a causa

los goidelos o « h i j o s d e M i l » c u a n d o lle- d e la h o m o n i m i a , e n t r e la Isla d e A n g l e -
garon a Irlanda (¡procedentes de sey y l a I s l a d e M a n , a m e d i o camino
E s p a ñ a ! ) . E s t a p a l a b r a n o es u n p r é s t a m o e n t r e I r l a n d a y G r a n B r e t a ñ a (insula quae
l a t i n o c o m o se s u p o n e a veces, s i n o q u e appellaturMona, según César, B G VI, 13).
v i e n e d e u n r a d i c a l *mileto- que designa
«combate, destrucción». Moncha: hija d e l d r u i d a D i l y e s p o s a d e l
rey E o g a n M o r , m a d r e d e l g r a n rey Fiacha
Milán: v é a s e « M e d i o l a n u m » . M u i l l e t h a n ( « e l d e la C a b e z a A n c h a » ) .
O ' R a h i l l y QZarly Irish History andMytholog)!, p.
Mog N e i d : n o m b r e d e u n r e y d e l M u n s - 31) r e l a c i o n a este n o m b r e c o n u n « n o
t e r . S u s i g n i f i c a d o es « s e r v i d o r d e l g u e - gaélico» *Monapia, e n el c u a l se p o d r í a
r r e r o » , Neid e r a m u y p r o b a b l e m e n t e u n a r e c o n o c e r el d e la Isla d e M a n . P e r o el
f o r m a a r c a i c a d e nia, g e n i t i v o niad. t e m a e n -p- n o e s m á s q u e u n a h i p ó t e s i s
fundada e n el p o s t u l a d o d e u n p o b l a -
Mog Ruith ( « S e r v i d o r d e la R u e d a » ) : m i e n t o b r i t a n o de Irlanda anterior a los
d r u i d a m í t i c o q u e se p u e d e c o n s i d e r a r u n g o i d e l o s . M o n c h a es t a m b i é n c i e r t a m e n t e
avatar o u n sustituto d e l D a g d a a causa d e u n p e r s o n a j e m í t i c o y la r e l a c i ó n e t i m o -
su n o m b r e , cuyo s i m b o l i s m o es e v i d e n t e . l ó g i c a d e s u n o m b r e c o n el d e la Isla d e
M o g R u i t h es el p r i n c i p a l p e r s o n a j e d e l M a n , si e x i s t e , s u p o n d r í a m á s b i e n u n
r e l a t o t i t u l a d o Forbuis Droma Damhghaire ( « E l t e m a e n -k-. E l n o m b r e está m á s v e r o s í -
a s e d i o d e D r u i m D a m h g h a i r e » ) : se p o n e milmente emparentado c o n Monach o
al s e r v i c i o d e l a s g e n t e s d e M u n s t e r , e n Manach e n e l n o m b r e d e l o s FirManach (Fer-
lucha c o n t r a el rey d e I r l a n d a , Cormac, managh).
q u e exige d e ellos el t r i b u t o d e l boromha.
C o m o Cathbad, druida del Ulster, M o g Mongan: r e y l e g e n d a r i o d e l U l s t e r , h i j o
R u i t h n o sólo es d r u i d a , s i n o también d e F i a c h n a y d e la r e i n a Findtigernd,
g u e r r e r o , sin dejar d e ser ciego p o r u n a p e r o fue e n g e n d r a d o p o r M a n a n n a n c o n
sobrecualificación de videncia. El cristia- ocasión de u n a aventura militar que
n i s m o le e n d o s ó u n a malísima r e p u t a c i ó n c u e n t a el g r u p o d e textos c o n o c i d o bajo
al h a c e r l o r e s p o n s a b l e d e l a d e c a p i t a c i ó n el t í t u l o g e n e r a l d e Leyenda de Mongan ( v é a s e
d e san J u a n Bautista, causa lejana d e t o d o s C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Textes mythologi-
las d e s g r a c i a s d e I r l a n d a y t a m b i é n , i n c i - ques irlandais I / l , p p . 2 0 3 - 2 3 2 ) . Mongan
d e n t a l m e n t e , d e s u s u p r e s i ó n e n la m a y o - pasa p o r ser u n « a v a t a r » de Find mac
ría d e los relatos épicos y mitológicos. C u m a i l l , p e r o es i n e x a c t o : la c o n f u s i ó n
se p r o d u c e c o n e l s o b r e n o m b r e d e F i n d
M O M O R O S : e n el P s e u d o - P l u t a r c o , es ( « B e l l o » ) q u e se le a t r i b u y e . E l n o m b e
el n o m b r e d e u n o d e l o s f u n d a d o r e s d e d e M o n g a n es e n sí u n d i m i n u t i v o de
L y o n . N o se h a e x p l i c a d o e l n o m b r e . mong, « c a b e l l e r a , c r i n e s , m e c h ó n » , p u e s
l a c a b e l l e r a a b u n d a n t e (y r u b i a ) e r a u n o
Mona: nombre antiguo d e la Isla de de los rasgos constitutivos d e la belleza
A n g l e s e y , e n g a l e s m o d e r n o Món o SirFón. física d e M a n a n n a n , s u p a d r e d i v i n o .
Es allí d o n d e T á c i t o sitúa el g r a n s a n t u a -
rio de los britanos q u e destruyó ( c o n los Morann: j u e z m í t i c o d e I r l a n d a , h i j o d e l
d r u i d a s q u e la o c u p a b a n y d e f e n d í a n ) el mal rey Cairpre C e n n Cait ( « C a r a de
ejército r o m a n o de Paulino Suetonio. G a t o » ) . Tenía alrededor del cuello u n
S i n e m b a r g o , se p r o d u c e u n a c o n f u s i ó n c o l l a r q u e se a f l o j a b a c u a n d o d i c t a b a u n a
 GLOSARIO
579

s e n t e n c i a j u s t a y q u e , al c o n t r a r i o , se se h a a t e s t i g u a d o f o r m a l m e n t e e l u s o del
a p r e t a b a h a s t a el p u n t o d e e s t r a n g u l a r l o m u é r d a g o e n t r e los celtas i n s u l a r e s , p e r o
cuando dictaba u n a sentencia injusta. seguramente lo u s a r o n .
Véase « c o l l a r » .
M u g n a (Tejo de): á r b o l p r i m o r d i a l q u e
Morfessa ( « G r a n S a b e r » ) : n o m b r e d e l producía frutos maravillosos. Los frutos
d r u i d a m í t i c o q u e regía Falias, u n a d e las c a í a n e n u n a m a n a n t i a l y se l o s c o m í a u n
Islas al N o r t e del M u n d o , aquella de s a l m ó n , a n i m a l d e c i e n c i a . Aliena, p a l a b r a
d o n d e p r o v e n í a la P i e d r a d e F a l . r a r a , significa « s a l m ó n » y la grafía a n g l i -
z a d a Moon r e p r o d u c e a p r o x i m a d a m e n t e l a
Morgana: r e i n a d e l a Isla d e A v a l ó n , e n e l p r o n u n c i a c i ó n . E l á r b o l está l o c a l i z a d o
Otro Mundo, q u e , c o n sus h e r m a n a s e n la b a r o n í a d e K i l k e a y M o o n e , con-
(Moronoe, Mazoe, Gliten, Glitonea, dado de Kildare.
Gliton, Tyronoe, Thiten, T h i t o n ) , cuida
d e A r t u r o e s p e r a n d o q u e se c u r e y vuelva Muirchertach, hijo de Ere: r e y d e I r l a n d a
a la B r i t a n i a . El n o m b r e supone una cuyo trágico destino es s u f r i r la t r i p l e
forma antigua *mori-gena, «nacida del m u e r t e sacrificial: m u e r t o d e u n a lanzada,
mar». ahogado e n u n a cuba de vino y quemado
e n u n i n c e n d i o d e s u p a l a c i o . Esta m u e r t e
Morrigu, Morrigan: d i o s a i r l a n d e s a d e es c o n s e c u e n c i a d e las i n t r i g a s d e u n a
la g u e r r a , l l a m a d a t a m b i é n B o d b («Cor- mujer del O t r o M u n d o , S i n , q u e logra
neja») o Macha («Llanura»). Desem- e m b a u c a r y t e n t a r al r e y a p e s a r d e l o s
p e ñ a u n papel i m p o r t a n t e e n el relato esfuerzos de san Cairnech, u n o de los
Cath Maighe Tuireadh e i n t e r v i e n e t a m b i é n e n grandes sucesores d e Patricio. El relato d e
Tain Bo Cualnge y algunos otros textos. La muerte de Muirchertach p r e s e n t a e l i n t e r é s d e
Esposa del Dagda, dios-druida, es el que muestra el inicio del proceso de

aspecto guerrero de la soberanía. d e g r a d a c i ó n d e la m i t o l o g í a e n f o l c l o r e

D u r a n t e m u c h o t i e m p o se h a v a c i l a d o , e n cristianizado.

la e x p l i c a c i ó n d e l n o m b r e , e n t r e «gran
r e i n a » y « r e i n a de los fantasmas» p o r u n Muirchu: h a g i ó g r a f o i r l a n d é s , a u t o r d e
r a d i c a l mor- q u e se e n c o n t r a r í a también la v i d a l a t i n a d e s a n P a t r i c i o a p r i n c i p i o s
e n el n o m b r e d e l o s f o m o r e s . P e r o el sig- d e l s i g l o VIII.
nificado ha de entenderse simplemente
como «Gran Reina» por una composi- Muiredach Muinderg: rey del Ulster
ción sintética antigua. Véase « L a souve- cuya m u j e r trae al m u n d o al d r u i d a a d i -
raineté guerriére de l'Irlande», Celticum, v i n o T u a n m a c C a i r i l l al t é r m i n o d e sus
n . ° 25, p p . g - 6 0 y 9 5 - I 0 2 . metempsicosis e n tiempos de san Patri-
c i o . E l s i g n i f i c a d o d e l n o m b r e es « j e f e
muérdago: planta medicinal c o n múltiples del cuello r o j o » .
u s o s . S u r e c o l e c c i ó n está a t r e s t i g u a d a p o r
Plinio e n la-désCripción del antiguo ritual Muirthemne, Murthemne: n o m b r e d e
d e e n t r o n i z a c i ó n d e l q u e ya s ó l o subsistía u n a llanura del Ulster según todos los
en la Galia, c o m o m o m e n t o esencial, el textos d e los ciclos épico y m i t o l ó g i c o .
sacrificio de los toros. La traducción Está situada, según H o g a n (Onomasticon
latina, única citada p o r Plinio, omnia Goidelicum, p . 55l), entre Sliab Fuait y
sanantem ( « q u e c u r a t o d o » ) , corresponde Dundalk. Cfr. «Conaille M u i r t h e m n e » .
a l a d e n o m i n a c i ó n i r l a n d e s a oll-kad. No
58o GLOSARIO

M u m u ( « M u n s t e r » ) : Véase « p r o v i n c i a » . — los órganos sexuales ( m u t i l a c i ó n regia q u e

c o n l l e v a la e s t i r i l i d a d d e l r e i n o ) : el
muñecos: n o m b r e d a d o e n las t r a d u c c i o n e s ú n i c o caso atestiguado e n I r l a n d a es el
castellanas a l o q u e C é s a r (Comentarios VI, d e C e l t c h a r ( s u s t i t u t o o « a v a t a r » de
16) l l a m a simulacro (contexto viminibus memora). O g m a ) q u e se u n e al d e l rey M e h a i g n e
Los galos e n c i e r r a n en ellos cada c i n c o de la l e y e n d a a r t ú r i c a .
a ñ o s a los c r i m i n a l e s , a los p r i s i o n e r o s de
guerra o a diversos c o n d e n a d o s antes de N
prenderles fuego. nath: e n su s i g n i f i c a d o t é c n i c o p r e c i s o , es
el n o m b r e de u n a c o m p o s i c i ó n p o é t i c a
M u r í a s : u n a d e las islas d e l n o r t e d e l reservada al anruth o poeta del grado
m u n d o de d o n d e v i e n e n l o s T u a t h a D é inmediatamente i n f e r i o r al d e l ollam o
D a n a n n . E l n o m b r e está emparentado « d o c t o r » . E n s e n t i d o g e n é r i c o , la p a l a -
con muir « m a r » y es d e a h í d e donde bra significa « p o e m a , canto, e l e g í a » . L a
v i e n e el c a l d e r o d e l D a g d a . e t i m o l o g í a todavía n o se ha e x p l i c a d o .

música: la m ú s i c a d e l s i d , q u e t o c a n las naturalismo: d o c t r i n a q u e consiste e n e x p l i -

mensajeras del O t r o M u n d o , en general car t o d o s l o s h e c h o s r e l i g i o s o s m e d i a n t e
n o se d i s t i n g u e d e l c a n t o v o c a l . T a m b i é n la i n t e r p r e t a c i ó n de l o s f e n ó m e n o s y l o s
la p u e d e e m i t i r la r a m a o la varita q u e l l e - e l e m e n t o s n a t u r a l e s . E n el á m b i t o celta,
van. E n el p l a n o h u m a n o , la m ú s i c a tal e x p l i c a c i ó n da c u e n t a de c i e r t o s rasgos
s a g r a d a (y c o r t e s a n a ) es la d e l a r p a , q u e d e c u l t o s p o p u l a r e s o d e h e c h o s de f o l -
toca los tres aires de la tristeza, el s u e ñ o y c l o r e , p e r o n o p u e d e t o m a r s e e n serio e n
la s o n r i s a , ya q u e l o s i n s t r u m e n t o s de l o q u e respecta a la e x p l i c a c i ó n g e n e r a l de
v i e n t o están r e s e r v a d o s a la g u e r r a y a la una religión estructurada y administrada
d i v e r s i ó n p o p u l a r . E n el r e p a r t o g e o g r á - p o r u n a clase s a c e r d o t a l o r g a n i z a d a y
fico de las f u n c i o n e s y c u a l i f i c a c i o n e s , la jerarquizada.
m ú s i c a está reservada al sur de I r l a n d a y la
p o e s í a al n o r t e . N e c h t a n , hijo de C o l l b r a n : p e r s o n a j e
del relato Immram Brain ( « L a n a v e g a c i ó n de
mutilaciones: afectan a tres partes d e l c u e r p o B r a n » ) . Es t a m b i é n y s o b r e t o d o el n o m -
h u m a n o y p u e d e n ser d e s c a l i f i c a n t e s (el bre de u n « h e r m a n o » del Dagda, dios
caso más h a b i t u a l ) o s o b r e c a l i f i c a n t e s ( e n del Otro Mundo, propietario del
el caso de a l g u n o s d r u i d a s de alto r a n g o ) : m a n a n t i a l maravilloso del Segáis, cuya
— e l brazo ( m u t i l a c i ó n d e l rey o el g u e - agua q u e m ó y m u t i l ó a B o a n d . H a c í a
rrero): Nuada n o puede seguir rei- guardar esta f u e n t e p o r tres c o p e r o s :
n a n d o p o r q u e h a p e r d i d o el b r a z o Fíese, L a m y L u a m . E l n o m b r e de Nechtan
d e r e c h o e n la p r i m e r a Batalla de M a g c o r r e s p o n d e al l a t i n o Neptunus.
Tuired. Puede suceder también que
un guerrero se ate el b r a z o para N e d e , hijo de A d n a e : file q u e , e n su
luchar equitativamente contra un j u v e n t u d , es el a d v e r s a r i o d e l ollam F e r -
adversario m a n c o . c h e r t n e , a q u i e n d i s p u t a el t í t u l o de d o c -
— el ojo ( m u t i l a c i ó n s a c e r d o t a l p o r e x c e - t o r s u p r e m o d e l U l s t e r e n Immacallam in Da
l e n c i a ) y e n g e n e r a l el o j o i z q u i e r d o , Tüaraid ( « E l D i á l o g o de l o s D o s S a b i o s » ) .
q u e es el o j o de la n o c h e . Es el caso del Su padre A d n a e lo había enviado a E s c o -
p o r t e r o del rey N u a d a y esta m u t i l a c i ó n cia a f o r m a r s e c o n E o c h u E c h b e l . M á s
es f r e c u e n t e m e n t e sobrecalificante. t a r d e N e d e fue a d o p t a d o p o r C a i e r , su
 GLOSARIO
58l

t í o , r e y d e C o n n a u g h t . P e r o la m u j e r d e t u a i r e " » , Ogam, 1 9 6 0 , n . ° l , p p . 185-

2

C a i e r p u s o l o s o j o s s o b r e é l y se d e j ó t e n - 197-
tar. P i d i ó al rey u n a daga q u e n o p o d í a
d a r l e y, a n t e s u n e g a t i v a , l o s a t i r i z ó c o n Ness: r e i n a g u e r r e r a d e l U l s t e r , h i j a de
unglam dicinn, l o q u e p r o v o c ó t r e s f u r ú n c u - Eochaid Salbuide ( « e ldelTalón A m a r i -
los q u e d e s f i g u r a r o n a C a i e r , q u i e n fue a l l o » ) y esposa d e l d r u i d a C a t h b a d , m a d r e
esconderse d e v e r g ü e n z a y n o volvió a del rey C o n c h o b a r y de Findchoem
aparecer. Pero fue c r u e l m e n t e castigado, ( « B l a n c a - S u a v e » ) , ésta m i s m a e s p o s a d e l
pues u n día,cuando entraba e n carro e n poeta Amorgen y madre adoptiva de
la f o r t a l e z a e n la q u e C a i e r se e s c o n d í a , Cuchulainn. El nombre significa
una peña explotó y u n a esquirla lo mató «Comadreja». Obtuvo la realeza d e l
e n el a c t o . N e d e c o m e t i ó l o s « t r e s p e c a - Ulster para su hijo mediante u n ardid:
dos» del druida: c o n c e d i e n d o sus favores a Fergus, e n t o n -
— sátira abusiva e injusta, ces rey, l o p r e s i o n ó p a r a c e d e r la realeza
— usurpación de la realeza, p o r u n a ñ o c o n el fin d e q u e su hijo

— adulterio con la reina obtuviese el título d e rey. P e r o durante

ese a ñ o f u e t a n t a s u l a r g u e z a q u e l o s u l t o -
(véanse páginas 181-183).
n i a n o s d e c i d i e r o n n o devolver la realeza a

Nemed («el Sagrado»): jefe de la F e r g u s , c a s t i g á n d o l o t a m b i é n p o r la l i g e -

reza c o n la q u e h a b í a t r a t a d o la d i g n i d a d
s e g u n d a raza q u e o c u p ó I r l a n d a e n la c r o -
regia. Los irlandeses expresaron m e -
n o l o g í a m í t i c a d e l Libro de las conquistas, des-
diante u n juego de palabras pseudoeti-
p u é s d e la d e P a r t o l ó n y a n t e s d e la d e l o s
m o l ó g i c o las d i f i c u l t a d e s d e l m a t r i m o n i o
F i r B o l g . E n e l d e r e c h o i r l a n d é s e s nemed
d e Ness y d e C a t h b a d . A este r e s p e c t o ,
c u a l q u i e r a q u e f o r m e p a r t e d e la n o b l e z a
véase « A s s a » .
o flaith.

N E M E T O N : n o m b r e galo del « s a n t u a - Newgrange-. l o c a l i z a c i ó n d e l Brug na Boinne

r i o » o de lo «sagrado» q u e corresponde («Albergue del Boyne»), residencia del
a l i r l a n d é s nemed y s e e n c u e n t r a e n c i e r t o Dagda y d e los principales dioses, a l r e d e -
número de topónimos y antropónimos d o r d e l a c u a l se s i t ú a n l a m a y o r p a r t e d e
c o n t i n e n t a l e s . Existe u n v í n c u l o e t i m o l ó - los episodios mitológicos d e l ciclo d e
g i c o e n t r e e l r a d i c a l nem - y l o s q u e s i r v e n E t a i n . E l t ú m u l o está e n la orilla s e p t e n -
para nombrar el « c i e l o » (nem-) y la t r i o n a l d e l B o y n e , al este d e S l a n e . V é a s e
«santidad» (niab-). E n cambio, n o hay «Brug na Boinne».
ninguno entre el nombre de la
«madera» y el d e lo « s a g r a d o » : la Niall Noigiallach ( « e l d e l o s N u e v e
m a d e r a sirve d e s o p o r t e i n d i s p e n s a b l e al Rehenes»): rey d e Irlanda, padre de
«conocimiento» d e lo sagrado y existe L o e g a i r e q u e r e i n a b a e n T a r a a la l l e g a d a
u n v í n c u l o h e r m e n é u t i c o e n t r e el á r b o l y de s a nPatricio. D e a c u e r d o c o nlos anales
el c o n o c i m i e n t o (vidu-), pero, aunque irlandeses, Loegaire reinó de 427~428 a
t o d o bosqu-ereS e n p r i n c i p i o «sagrado», 462-463 y de su reino datan —coinciden-
e l nemeton p u e d e n o s e r u n b o s q u e . C f r . cia d e s t a c a b l e — la c o n v e r s i ó n al c r i s t i a -
«drunémeton». Véase Christian-J. n i s m o y el i n i c i o d e las fechas históricas
G u y o n v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e m e n o s inciertas e n los anales. Así pues,
Lexicographie"gauloises et celtiques V I . N i a l l d e b i ó d e s e r e l ú l t i m o r e y p a g a n o de
17. N E M O S , N E M E T O S , NEMETON; la i s l a .
les n o m s c e l t i q u e s d u " C i e l " e t d u " S a n c -
 582 GLOSARIO

niebla: quinto elemento propiamente a C o n c h o b a r e l j u r a m e n t o d e q u e n o se

d i c h o , ya q u e p a r t i c i p a d e la n a t u r a l e z a d e les h a r í a n i n g ú n m a l , D e i r d r e , N a o i s e y
t o d o s y cada u n o de los o t r o s c u a t r o . N o sus dos hermanos regresan a Emain
es n i a g u a , n i f u e g o , n i t i e r r a , n i a i r e . Macha. Pero Conchobar hace matar a
P e r o t i e n e l a l i g e r e z a d e l a i r e , el a s p e c t o traición a Naoise y a sus h e r m a n o s y
d e l h u m o , e n g e n e r a l es h ú m e d o y t a n r e d u c e a D e i r d r e al e s t a d o d e c o n c u b i n a .
visible c o m o u n c u e r p o s ó l i d o . La n u b e E s t a se m a t a d e d e s e s p e r a c i ó n l a n z á n d o s e
d e n i e b l a es el m e d i o m á s c ó m o d o , p a r a de cabeza contra una roca. Tras esta
los h a b i t a n t e s del O t r o M u n d o , de llegar f e c h o r í a , l o s f i a d o r e s d e N a o i s e se e x i l i a n
a la t i e r r a y d e r e g r e s a r a su m u n d o . La a Connaught, desde donde devastan
«niebla druídica» n o tiene otra razón de c o n s t a n t e m e n t e el t e r r i t o r i o d e l U l s t e r , y
s e r , s e a c u a l s e a el n o m b r e q u e reciba. Emain Macha, maldita por el druida
Véase «feth fiada». C a t h b a d , es d e s t r u i d a p o r el f u e g o . El
n o m b r e d e N a o i s e es u n g e n i t i v o s e c u n -
noche-, n o e x i s t e , e x p l í c i t a m e n t e , u n «dios d a r i o d e nos « r e p u t a c i ó n , celebridad».
d e la n o c h e » , p e r o , i m p l í c i t a m e n t e , la Cfr. «Deirdre».
noche pertenece a O g m a (Ogmios) como
e l d í a p e r t e n e c e al D a g d a . Coincidiendo Nuada Airgetlam («el del Brazo de
c o n el c o n c e p t o d e d i v i n i d a d soberana Plata»): rey mítico de los T u a t h a Dé
doble (en términos védicos Mitra- Danann s e g ú n Cath Maighe Tuireadh. Tras
V a r u n a , q u e es d u a l y n o u n p l u r a l ) , el c o r t a r l e el b r a z o d e r e c h o e n la P r i m e r a
c o n c e p t o celta del t i e m p o r e a g r u p a en Batalla, d e b e abdicar y ceder temporal-
veinticuatro h o r a s « u n día y u n a n o c h e » , m e n t e el p o d e r a u n rey f o m o r e , Bres.
s e g ú n l a e x p r e s i ó n i r l a n d e s a lá ocus oidche. R e c o b r a su d i g n i d a d y su p o d e r regio
E s t o e x p l i c a la c o n c e p c i ó n « p o l a r » del d e s p u é s d e q u e el d i o s - m é d i c o D i a n c e c h t
tiempo, t o t a l m e n t e i d é n t i c a a la d e la l e i m p l a n t e u n b r a z o d e p l a t a . L u e g o , el
India: u n día y u n a n o c h e equivalen a u n h i j o d e D i a n c e c h t , M i a c h , r e e m p l a z a esta
año (seis m e s e s d e d í a y seis m e s e s de p r ó t e s i s m e t á l i c a p o r el i n j e r t o d e l b r a z o
noche), que resume o simboliza el c o r t a d o . El n o m b r e de N u a d a significa
T i e m p o e n s u t o t a l i d a d , es d e c i r , la E t e r -
con toda probabilidad «(rey) distribui-
n i d a d s e g ú n la d u a l i d a d Oengus/Dagda
d o r » y, p o r u n a m u d a n z a de sentido,
( « j o v e n » y « v i e j o » ) . V é a s e Textes mytholo-
«héroe, guerrero». Varios personajes
giques irlandais 1/2, p p . 2 2 9 y s s .
l l e v a n este n o m b r e e n l o s t e x t o s , p e r o las
genealogías son diferentes. Los equiva-
N O D O N S / N O D E N S : teónimo britó- l e n t e s gales y b r e t ó n s o n Nudd (Lludd) y
nico, sobrenombre de «Marte» en el Nuz, pero e l b r e t ó n Nuz es u n simple
s i g l o IV d e n u e s t r a e r a . V é a s e « N u a d a » . a n t r o p ó n i m o que, p o r otro lado, ha sub-
sistido c o m o p a t r o n í m i c o m o d e r n o : (el)
N o i s e , N a o i s e : h é r o e d e la t r á g i c a h i s t o - Nuzo ( e l ) Nu. Las f o r m a s galesa y b r e t o n a
r i a q u e l l e v a e l t í t u l o d e Longes macn Uislenn proceden de u n britónico antiguo Nodons,
(«El exilio de los hijos de Uilsliu»). d a t i v o Nodonti o Nodenti, atestiguado en
I n c i t a d o p o r D e i r d r e , p r o m e t i d a del rey varias m u e s t r a s e n c o n t r a d a s e n i n s c r i p -
C o n c h o b a r , p e r o q u e rechaza su d e s t i n o c i o n e s votivas e n h o n o r d e M a r t e N o d o n s
d e c o n c u b i n a , N a o i s e la r a p t a c o n sus d o s de u n templo r o m a n o - b r i t a n o de Lydney
h e r m a n o s y erra de refugio en refugio, P a r k , e n la d e s e m b o c a d u r a d e l Severn,
p e r s e g u i d o p o r el o d i o d e l rey d e l U l s t e r . q u e d a t a n d e l s i g l o IV. E n l a s g e n e a l o g í a s ,
D e s p u é s de q u e los u l t o n i a n o s a r r a n c a s e n al i r l a n d é s N u a d a lo llaman «hijo de
 GLOSARIO
583

Echtach, hijo de O r d a n , hijo d e Allaoi». oenach ( « a s a m b l e a » ) : c o n e s t e n o m b r e ,

Echtach, g e n i t i v o s e c u n d a r i o d e Eochaid, ha p r o c e d e n t e d e oen ( « u n o » ) , s e d e n o m i -
sido e n ocasiones considerado u n sustan- n a n las r e u n i o n e s q u e m a r c a n las g r a n d e s
tivo c o n u n s i g n i f i c a d o d i s t i n t o (véase esta fiestas d e las c a l e n d a s . A v e c e s se t r a d u c e
p a l a b r a ) . S o b r e N u a d a , véase F r a n c o i s e p o r « f e r i a » , p e r o la r e u n i ó n irlandesa
Le Roux, « L e d i e u - r o i N o d o n s / N u a d a » , r e s p o n d e a la vez d e la r o m e r í a b r e t o n a ,
Cehicum, 1 9 6 3 , n . ° 6, p p . 4 2 5 - 4 5 4 , y la a s a m b l e a p o l í t i c a y la fiesta p o p u l a r . S e
Christian-J. Guyonvarc'h, « L e théonyme caracteriza p o r las c e r e m o n i a s religiosas,
Nodons/Nuada», Ogam, 1963, n . ° 15, los festines, los c o n c u r s o s y los debates
pp. 229-237- administrativos, provinciales e i n t e r p r o -
vinciales. T i e n e lugar e n u n lugar b i e n
nutria: v é a s e « d o b o r c h u ( p e r r o d e a g u a ) » . d e t e r m i n a d o : la capital política y religiosa
al m i s m o t i e m p o q u e r e s i d e n c i a r e a l .
O

oblaire: poeta del último grado d e la O e n g u s (Aengus e n g r a f í a r e c i e n t e ) : h i j o

j e r a r q u í a d e los fdid y t a m b i é n e l ú l t i m o del Dagda y de Boand (epónimo del

d e l o s t r e s g r a d o s d e l o s doerbairdo «bar- Boyne), esposa d e Elcmar ( h e r m a n o del

d o s n o l i b r e s » , p o r d e b a j o d e l tamany del Dagda), según los relatos d e l ciclo d e

driseoc. Su composición poética e r a el E t a i n . E n e l b r e v e r e l a t o La toma del Sid,

O e n g u s desposee a su p a d r e d e su d o m i -
buaingnech o buangech. U n a v a r i a n t e e s obloiry
n i o e n el B r u g n a B o i n n e m e d i a n t e u n
las d o s f o r m a s d e r i v a n d e obull, v a r i a n t e d e
ardid jurídico: pide u n a cesión simbólica
obaü « m a n z a n a » . E t i m o l ó g i c a m e n t e , e l
p o r u n d í a y u n a n o c h e d e la p r o p i e d a d .
oblaire e s e l q u e « h a c e m a l a b a r i s m o s c o n
P e r o u n d í a y u n a n o c h e s o n el s í m b o l o d e
una manzana».
la e t e r n i d a d , p o r l o q u e l a c e s i ó n es d e f i -

oblación: o f r e n d a sacrificial a u n a d i v i n i - n i t i v a . O e n g u s es el A p o l o celta e n s u

d a d . E s t e es el s e n t i d o e t i m o l ó g i c o d e l aspecto de j u v e n t u d . D e s c o m p u e s t o , el

nombre del sacrificio e n celta. Véase n o m b r e significa l i t e r a l m e n t e «Elección

«idpart». Ú n i c a » . E l o t r o n o m b r e d e O e n g u s es
Mac O c o Mac ind O c «hijo joven» o
« h i j o d e l j o v e n » . C o n r e s p e c t o al D a g d a ,
Octriuill, Octriallach: h i j o d e I n d e c h ,
q u e es el s e ñ o r d e l a E t e r n i d a d , O e n g u s es
rey d e los f o m o r e s . Véase « C a r n » .
el T i e m p o .

Odín: forma escandinava del n o m b r e del

d i o s s u p r e m o d e la m i t o l o g í a g e r m á n i c a , ogam: e s c r i t u r a i r l a n d e s a a t e s t i g u a d a p o r
r e p r e s e n t a d o e n la G e r m a n i a c o n t i n e n t a l alrededor de trescientas inscripciones
p o r Wotan (*wotananz) y e n el q u e , p o r d e s - lapidarias, todas funerarias, q u e datan de
viación funcional, el papel m á g i c o - g u e - la é p o c a g o i d é l i c a y e s t á n d i s p e r s a d a s e n t r e
r r e r o se h a c o n v e r t i d o e n p r e d o m i n a n t e . I r l a n d a , Escocia y las r e g i o n e s d e l País d e
Este es t a m b i é n el rasgo d e L u g e n la v e r - Gales d o n d e existen implantaciones g o i -
s i ó n r e c i e n j j e ^ d e Cath Maighe Tuireadh. délicas. E l alfabeto o g á m i c o está c o n s t i -
t u i d o p o r letras, trazos rectos, oblicuos y
Odhrann: c o c h e r o d e s a n Patricio, asesi- transversales, a a m b a s partes d e u n eje
n a d o e n Tara p o r instigación del rey de vertical u h o r i z o n t a l . L o s ú n i c o s t e s t i m o -
Irlanda Loegaire. Este n o m b r e es u n a nios q u e existen actualmente están sobre
f o r m a d i m i n u t i v a d e odur, s u s t a n t i v o q u e p i e d r a , p e r o e n t o d o s l o s t e x t o s se h a b l a
designa el color p a r d o o s c u r o . de o g a m s g r a b a d o s e n m a d e r a (tejo o a v e -
 584 GLOSARIO

l l a n o ) . T i e n e u n o r i g e n o s c u r o , p e r o es d i o s o » e n las distintas v e r s i o n e s d e l c i c l o
p r o b a b l e q u e se trate de u n a a d a p t a c i ó n al de E t a i n . O t r o de sus n o m b r e s es L a b r a i d
alfabeto l a t i n o de u n sistema céltico nativo (el « H a b l a d o r » ) , p a d r e de F i n t a n , y o t r o
a n á l o g o a las r u n a s e s c a n d i n a v a s . C o m o más C e l t c h a r (el « A s t u t o » ) , padre de
c o n s e c u e n c i a de la c o n c e p c i ó n celta de la Niab/Niam (el «Cielo»), personaje
escritura, los o g a m s n o h a n servido n u n c a f e m e n i n o q u e p a r t i c i p a e n la t r a m a d e la
p a r a t r a n s c r i b i r textos de cierta l o n g i t u d , s e g u n d a v e r s i ó n de La Muerte de Cuchulainn.
sino ú n i c a m e n t e para fines m á g i c o s o a d i - El n o m b r e de O g m i o s , q u e n o es celta, se
v i n a t o r i o s . S u i n v e n c i ó n se a t r i b u y e n o r - explica p o r u n a adaptación del griego
m a l m e n t e a O g m a , d i o s de la e l o c u e n c i a , Óy|i05 ( o g m o s ) , « c a m i n o , s e n d e r o » ( l o
la g u e r r a y la m a g i a ( q u e ata m e d i a n t e la q u e da c u e n t a t a m b i é n d e l p r i m e r n o m -
e s c r i t u r a ) . S u e m p l e o estaba r e s e r v a d o a b r e de C u c h u l a i n n , S é t a n t a , el « c a m i -
los filid, esto es, a l o s d r u i d a s y se d e s c r i - n a n t e » ) . E t i m o l ó g i c a m e n t e , O g m i o s es el
b e n d e t a l l a d a m e n t e e n el t r a t a d o Auraicept «conductor» y su nombre griego,
na nEces (Rudimento del poeta). Véanse e x t r a n j e r o , p u e d e ser el de u n a d i v i n i d a d
« O g m i o s » , «escritura» y «poeta». q u e n o se n o m b r a p o r q u e es d e m a s i a d o
t e m i b l e . O g m a t i e n e e n I r l a n d a la m i s m a
O g m a , hijo de E l a t h a , hijo de D e l b a - g e n e a l o g í a q u e el D a g d a ( h i j o d e E t h l i u ,
eth: V é a s e « O g m i o s » . variante de E i t h n e / E t a i n ) . Sobre toda
esta c u e s t i ó n , véase F r a n c o i s e L e R o u x ,
O G M I O S : t e ó n i m o galo atestiguado p o r « L e d i e u c e l t i q u e aux l i e n s : de l ' O g m i o s
u n l a r g o pasaje d e L u c i a n o de S a m o s a t a , d e L u c i e n á l ' O g m i o s d e » , Ogam, 1960,
e s c r i t o r g r i e g o d e l siglo II d e n u e s t r a era, n.° 12, pp. 2 0 9 - 2 3 4 , y «Notes d'His-
q u i e n l o c o n v i e r t e e n e l d i o s d e la e l o - t o i r e des R e l i g i o n s X X . 5 6 : D e u x q u e s -
cuencia y lo asimila a H é r c u l e s , y e n c o n - tions relatives á O g m i o s : l ' o r i g i n e g r e c -
t r a d o t a m b i é n e n a l g u n a s defbáones o t a b l i - que de la transmission insulaire»,
llas d e e x e c r a c i ó n g a l o r r o m a n a s . Es la 1 9 7 0 - 1 9 7 3 . n . ° 2 2 - 2 5 . PP- 2 3 I - 2 3 4 -
única divinidad continental, junto con
L u g ( u s ) y B r i g a n t i a , c u y o n o m b r e aparece Oirmiach: hijo del d i o s - m é d i c o D i a n -
e n el p a n t e ó n i r l a n d é s ( b a j o la f o r m a cecht y h e r m a n o de M i a c h ( « C e l e m í n » ) ,
O g m a , O g m e ) . O g m i o s es el d i o s « g a v i - cuyo n o m b r e es u n d o b l e t e prefijado.
l l e r o » , i n v e n t o r d e la e s c r i t u r a , s e ñ o r de Véanse «Diancecht», « M i a c h » , « A i r -
la m a g i a , q u e p a r a l i z a a sus v í c t i m a s y med» y «medicina».
c u e n t a e n t r e sus a t r i b u c i o n e s el e j e r c i c i o
de la s o b e r a n í a m á g i c o - g u e r r e r a . S e g ú n O i s i n (Ossian e n su f o r m a a n g l i z a d a y
la d e f i n i c i ó n d e C é s a r , es el M a r t e q u e Osián e n la e s p a ñ o l a , « g a m e z n o » ) : h i j o
d i r i g e la g u e r r a (Martem bella regere), pero de F i n d y h é r o e de l o s fianna. El n o m b r e
n o la h a c e él m i s m o , p u e s es la f u n c i ó n es u n d i m i n u t i v o d e os(s) q u e , e n su o r i -
del héroe guerrero y no soberano. gen, d e s i g n a a u n a n i m a l d e l g é n e r o de
O g m i o s / O g m e es el e q u i v a l e n t e c é l t i c o los b ó v i d o s o de l o s c é r v i d o s (buey, c i e r v o
del Varuna védico y tiene poder o o gamo).
«ascendiente» sobre todo lo oscuro,
desordenado, violento y mágico. Forma o l l a m (ollamh e n grafía más r e c i e n t e ) : a
pareja, e n Irlanda, c o n el D a g d a (que v e c e s se e s c r i b e ollave e n g r a f í a a n g l i z a d a
corresponde a Mitra) o «dios b u e n o » , más r e c i e n t e . Es el n o m b r e del file de más
s i e n d o o t r o d e sus n o m b r e s m á s i m p o r - alto r a n g o o « d o c t o r » . Es el s u p e r l a t i v o
tantes E l c m a r o « e l M a l o , el G r a n E n v i - d e l adjetivo olí « p o d e r o s o » .
 GLOSARIO
585

Ollathir («Padre Poderoso»): sobre­ sus h a b i t a n t e s . V é a s e la d e f i n i c i ó n de

n o m b r e del D a g d a c o m o rey d e I r l a n d a «Sid».
(Eochaid Ollathir). Véase « E o c h a i d » .
ovum anguinum («huevo de serpiente»):
omphalos: palabra griega que significa nombre latino del erizo de m a r fósil,
«ombligo» y, p o r extensión, «punto t a l i s m á n p a r a el q u e P l i n i o p r o p o n e u n a
c e n t r a l , c e n t r o , m e d i o » y « c e n t r o d e la i n t e r p r e t a c i ó n materialista e r r ó n e a e n lo
T i e r r a » al h a b l a r d e D e l f o s . S i r v e p a r a r e l a t i v o a la d o c t r i n a c e l t a , q u e n o ha
designar un centro religioso de una e n t e n d i d o , del h u e v o c ó s m i c o . La c o n ­
i m p o r t a n c i a e x c e p c i o n a l d o n d e se c o n ­ cepción celta concuerda con el tema
c e n t r a la e s e n c i a d e lo s a g r a d o . E n esta hindú del Embrión de Oro (hiranya-
acepción, responde al celta nemeton y garbha).
Mediolanum.
P
ordalías: p r o c e s o j u r í d i c o q u e , e n l a E d a d palabra: c o m o soporte y m e d i o de expre­
Media, comportaba un juramento, un s i ó n d e l p e n s a m i e n t o , la p a l a b r a e s t á viva
d u e l o y u n a p r u e b a m e d i a n t e los e l e m e n ­ y, p o r t a n t o , es s u p e r i o r y s e o p o n e a l a
tos, agua y fuego p r i n c i p a l m e n t e . Véanse e s c r i t u r a , q u e es a l g o m u e r t o (las i n s c r i p ­
las p á g i n a s 2 6 9 - 2 7 8 . ciones ogámicas en piedra son todas
f u n e r a r i a s ) y el m e d i o d e f i j a c i ó n m á g i c a
orientación: está d i s p u e s t a v e r t i c a l m e n t e e n d e u n a m a l d i c i ó n , q u e , d e e s t e m o d o , se
el m u n d o c e l t a : la i z q u i e r d a se a s i m i l a c o n h a c e e t e r n a m e n t e e f i c a z . E l n o m b r e d e la
el n o r t e y l a d e r e c h a c o n el s u r . P e r o e l « p a l a b r a » está b i e n a t e s t i g u a d o e n celta
n o r t e es l o « b a j o » y el s u r es l o « a l t o » . ( i r l a n d é s gíith « v o z » , galo gutuater «(sacer­
d o t e ) i n v o c a d o r » ) , p e r o el d e l a e s c r i t u r a
Osa Mayor-, l a e x p r e s i ó n s i r v e p a r a i n d i c a r es u n p r é s t a m o l a t i n o . V é a n s e «escri­
el n o r t e y d e s i g n a p o r l o t a n t o a l o s h a b i ­ tura» y «gutuater».
t a n t e s de esta r e g i ó n e n L u c a n o (Farsalia
I), q u i e n evoca a « l o s p u e b l o s q u e m i r a n Partolón: e n la c r o n o l o g í a mítica del
la O s a M a y o r » . L o s celtas f o r m a n parte p o b l a m i e n t o d e I r l a n d a , d e s c r i t a p o r el
sin d u d a de los p u e b l o s l l a m a d o s de u n a Libro de las conquistas, P a r t o l ó n e s e l j e f e d e la
m a n e r a vaga y g e n e r a l « h i p e r b ó r e o s » . primera r a z a q u e o c u p ó la isla t r a s el
diluvio. Como todos los creadores o
oso: e n l a c o n c e p c i ó n c e l t a , el o s o e s u n ancestros, hace surgir lagos, ríos, l l a n u ­
s í m b o l o r e a l , m i e n t r a s q u e el j a b a l í es u n r a s ; r o t u r a , i n v e n t a la p e s c a , la caza, la
símbolo sacerdotal. Véase « A r t u r o » . a g r i c u l t u r a y la c r í a . E s él q u i e n t i e n e l o s
p r i m e r o s d r u i d a s , los p r i m e r o s p o e t a s y
Otro Mundo: en la c o n c e p c i ó n celta, se los p r i m e r o s g u e r r e r o s , y t a m b i é n q u i e n
d e b e e n t e n d e r así m u y g e n e r a l m e n t e el l i b r a la p r i m e r a b a t a l l a c o n t r a l o s f o m o ­
m u n d o q u e n o es el d e l o s h u m a n o s , o res, etc. E n s u m a , h a c e salir el m u n d o d e l
d i c h o d e o t r o ' m o d o , el d e l o s d i o s e s y l o s caos. Luego, toda su raza muere de
seres s o b r e n a t u r a l e s o mágicos funda­ e n f e r m e d a d y el ciclo c r e a d o r r e c o m i e n z a
mentalmente. N o obstante, puede super­ con su sucesor Nemed. Es bastante
p o n e r s e al m u n d o o r d i n a r i o e i m p r e g ­ c u r i o s o q u e este a n t e p a s a d o de los celtas
n a r l o c o n su presencia, lo q u e da c u e n t a insulares lleve un nombre de origen
d e la f a c i l i d a d c o n la q u e h é r o e s e x c e p ­ latino transmitido por la hagiografía:
c i o n a l e s a c c e d e n a é l o se c o m u n i c a n c o n Partolón viene de Bartholomeus.
586 GLOSARIO

Patricio, san ( i r l a n d é s Padraig, i n g l é s la avaricia), la c o b a r d í a y la lujuria; para el

Patrick): e v a n g e l i z a d o r d e I r l a n d a e n e l d r u i d a s o n la sátira abusiva o injusta, la
siglo V d e n u e s t r a e r a . D e o r i g e n b r e t ó n , u s u r p a c i ó n d e l p o d e r t e m p o r a l y la t e n t a -
l o c o n o c e m o s p o r u n a confessio p e r s o n a l y c i ó n f e m e n i n a (cfr. el caso de N e d e ) .
u n a Vida Tripartita, redactada mucho
t i e m p o d e s p u é s d e su m u e r t e p o r u n pictos ( l a t í n Pictio Pictae): a n t i g u a p o b l a -
h a g i ó g r a f o , M u i r c h u . P e r o estos e s c r i t o s c i ó n del norte de G r a n Bretaña y Escocia.
n o s o n h i s t ó r i c o s y el p e r s o n a j e n o s es C o n o c e m o s el f i n a l de su h i s t o r i a , e n la
m u y d e s c o n o c i d o a pesar d e u n a m u l t i t u d alta E d a d M e d i a , p e r o i g n o r a m o s t o d o
de estudios y controversias de t o d o tipo. s o b r e s u l e n g u a . E n i r l a n d é s se l l a m a n
Los textos hagiográficos lo d e s c r i b e n e n Cruithnig, f o r m a g o i d é l i c a d e l n o m b r e de
a c c i ó n a la m a n e r a d e u n d r u i d a c o n los Pritani (gales Prydyn o Prydein), los cuales
c a p a c i d a d e s n o t a b l e s y cuya santidad c o n - d i e r o n su n o m b r e a la B r i t a n i a de los l a t i -
siste e n u n a m a g i a s u p e r i o r a la de sus nos. Tras haber perturbado durante largo
o p o n e n t e s . A l c o n t r a r i o q u e la m a y o r í a t i e m p o la o c u p a c i ó n r o m a n a d e la isla,
d e l o s s a n t o s d e l c o n t i n e n t e , n o sufre f u e r o n a b s o r b i d o s p o r los gaélicos (Scotti),
n i n g ú n m a r t i r i o . P a t r i c i o es el p u n t o d e q u e c o l o n i z a r o n E s c o c i a a p a r t i r d e l siglo
i n f l e x i ó n d e la h i s t o r i a d e I r l a n d a , p u e s VI y le d i e r o n su n o m b r e . N o s h a n s i d o
p r e d i c a el E v a n g e l i o y, s o b r e t o d o , trae la d e s c r i t o s p o r las diversas c r ó n i c a s , i r l a n -
escritura. La Irlanda mítica, legendaria,
desas, britanas o anglosajonas, que d e s c r i -
de t r a d i c i ó n o r a l , n o c r i s t i a n a , es a n t e -
b e n sus l u c h a s c o n t r a l o s i r l a n d e s e s , l o s
r i o r a san P a t r i c i o ; la I r l a n d a h i s t ó r i c a ,
b r i t a n o s y los anglosajones, p e r o su l e n g u a
c r i s t i a n a , de t r a d i c i ó n e s c r i t a , es p o s t e -
s ó l o está atestiguada p o r a l g u n o s t o p ó n i -
r i o r a san P a t r i c i o . L a c o n v e r s i ó n d e l país
m o s y a n t r o p ó n i m o s . N o se sabe si p e r t e -
al c r i s t i a n i s m o es o b r a d e u n s o l o h o m -
n e c e al g r u p o b r i t ó n i c o o g a é l i c o .
bre, quien, según parece, supo convertir,
n o al p u e b l o e n p r i m e r l u g a r , s i n o a l o s
Piedra de Fal: V é a s e « F a l » ; c f r . « t a l i s -
p r í n c i p e s y a las clases s a c e r d o t a l y g u e -
mán» .
r r e r a . T r a s su m u e r t e , sus s u c e s o r e s , casi
t a n l e g e n d a r i o s c o m o él e n la h a g i o g r a f í a ,
plantas: véase « h i e r b a s » .
n o h a r á n más q u e c o n s u m a r su o b r a .

plebe: t r a d u c c i ó n d e l l a t í n plebs, q u e e n su
pecado: la c o n c e p c i ó n cristiana d e l p e c a d o origen designa, p o r o p o s i c i ó n a populus,
s ó l o está p r e s e n t e e n el v o c a b u l a r i o y las « a l c o n j u n t o de los ciudadanos que n o
c o n c e p c i o n e s celtas p o r el p r é s t a m o , e n s o n n o b l e s » . L a p a l a b r a plebs, y a f o r t i o r i
todas las l e n g u a s n e o c é l t i c a s , d e l l a t í n el c a s t e l l a n o « p l e b e » , t o m ó i n m e d i a t a -
l i t ú r g i c o peccatum. L o q u e se d e n o m i n a mente u n indudable valor peyorativo.
« p e c a d o » (del d r u i d a o, e v e n t u a l m e n t e , C é s a r la usa p a r a d e s i g n a r , e n c o m p a r a -
del g u e r r e r o ) n o es u n a falta o u n a c o n t r a - c i ó n c o n la clase s a c e r d o t a l de l o s d r u i d a s
v e n c i ó n a la m o r a l c o m o tal, s i n o u n a y la clase g u e r r e r a de l o s c a b a l l e r o s , al
t r a n s g r e s i ó n de las reglas, la d e o n t o l o g í a resto d e la s o c i e d a d g a l a . A l h a c e r e s t o ,
de su oficio y su clase, p u e s el mal absoluto contempla esta sociedad como un
es la m e n t i r a y, a c c e s o r i a m e n t e , la i g n o - r o m a n o h a b i t u a d o a la d i s t i n c i ó n e n t r e
r a n c i a . L o s tres p e c a d o s se e s c a l o n a n o se p a t r i c i o s y p l e b e y o s , y e n c a s i l l a e n la
distribuyen sucesivamente o simultánea- p l e b e , s i n más matices, a los artesanos, l o s
m e n t e e n los tres niveles f u n c i o n a l e s . Para a g r i c u l t o r e s y l o s esclavos. Peno la s o c i e -
el g u e r r e r o los tres p e c a d o s s o n los celos (o dad celta i g n o r a b a la vieja diferencia
 GLOSARIO
587

l a t i n a d e l a s artes liberales y l a s artes serviles •. los d r u i d a s , p o r lo q u e el p o d e r t e m p o r a l

cualquiera que poseyese u n saber o un se d e l e g a e n el r e y , j e f e d e l a c l a s e m i l i t a r ,
conocimiento técnico, intelectual o e l e g i d o p o r l a fláith ( « n o b l e z a » ) b a j o e l
m a n u a l , a c c e d í a al r a n g o d e l o s aes daña o c o n t r o l de los d r u i d a s . T o d o p o d e r t e m -
«gentes de arte». Por otro lado, en p o r a l , sea c u a l sea, es e s e n c i a l m e n t e r e a l y
I r l a n d a , es l i b r e c u a l q u i e r p e r s o n a que C é s a r l l a m a a c e r t a d a m e n t e regia potestas,
s e a bo-aire ( « p o s e e d o r de g a n a d o » ) . El «autoridad real», al ejercicio del
e m p l e o d e l a p a l a b r a plebs p a r a designar g o b i e r n o d e los h e d u o s . V é a n s e « a u t o r i -
u n a clase social celta t i e n e p o r t a n t o t o d a s dad real» y «vergobreto».
las trazas d e n o ser m á s q u e u n a a p r o x i -
m a c i ó n latina, agudizada a ú n m á s p o r su poeta: t r a d u c c i ó n r e c i b i d a y ú n i c a p o s i b l e ,
p a s o al c a s t e l l a n o e n e l q u e « p l e b e » es si b i e n e s m u y i n e x a c t a , d e l i r l a n d é s file
sobre todo s i n ó n i m o de « p o p u l a c h o » . ( t r a d u c i d o al l a t í n c o m o poeta) y d e t o d o s
los t é r m i n o s celtas, a n t i g u o s o m o d e r n o s ,
Pitagoras: filósofo y matemático griego p r o c e d e n t e s d e bardos ( « b a r d o » ) . P e r o e l
c u y o n o m b r e se cita a m e n u d o a p r o p ó - fdey el b a r d o s o n especializaciones d i f e -
sito de los d r u i d a s , q u e h a b r í a n m a n t e - r e n t e s d e n t r o d e la clase s a c e r d o t a l . La
n i d o c o n los pitagóricos relaciones esta- p o e s í a c e l t a t r a d i c i o n a l se d e f i n e p o r u n a
b l e s , o i n c l u s o h a b r í a n i n f l u i d o s o b r e las s e r i e d e n o r m a s y fines q u e h a c e n d e ella
d o c t r i n a s p i t a g ó r i c a s . Es c i e r t o q u e , a n t e s m a t e r i a oficial y sabia, sin n i n g ú n p a r e -
d e la c o n q u i s t a r o m a n a , l o s celtas c o n t i - c i d o c o n la p o e s í a c l á s i c a . E l v e r s o celta
nentales tuvieron muchas más relaciones e r a al p r i n c i p i o u n m e d i o m n e m o t é c n i c o
c o n los griegos q u e c o n los romanos. y n o u n pretexto para virtuosismos verba-
P e r o el h e c h o d e b e a c h a c a r s e a l a h e l e n i - les ( e l v i r t u o s i s m o v e r b a l y la e l o c u e n c i a
zación general del m u n d o antiguo, pues pertenecen al d o m i n i o del guerrero).
el g r i e g o e r a ya u n a l e n g u a d e cultura V é a n s e « b a r d o » y « f i l e » . S o b r e la p o e -
i n t e r n a c i o n a l . Las eventuales semejanzas sía celta e n r e l a c i ó n c o n las n o r m a s p o é -
o c o r r e s p o n d e n c i a s e n t r e las doctrinas ticas i n d o e u r o p e a s , véase E n r i c o Campa-
p i t a g ó r i c a s y l o q u e s a b e m o s d e las d e l o s n i l e , Ricerche di cultura poética indoeuropea, Pisa,
druidas son resultado de coincidencias o 1977. 138 p á g i n a s .
a n a l o g í a s y s e m e j a n z a s d e b i d a s al a c u e r d o
fundamental d e t o d a s las f o r m a s d e la polo: el o r i g e n d e la T r a d i c i ó n e r a a la vez
tradición conocidas en Occidente. n ó r d i c a y p o l a r , p o r lo q u e es n o r m a l q u e
los dioses de I r l a n d a o T u a t h a D é D a n a n n
pócima del olvido: bebida, preparada lo más se m a r c h a s e n a las islas d e l n o r t e del
p r o b a b l e m e n t e a base de plantas, q u e los m u n d o y regresasen después de iniciarse
druidas del Ulster d i e r o n a C u c h u l a i n n e n e l s a b e r s a c e r d o t a l . L o s d r u i d a s (y l o s
p a r a h a c e r l e o l v i d a r su a m o r p o r F a n d , la g u e r r e r o s ) v a n t a m b i é n al n o r t e d e G r a n
e s p o s a d e l d i o s M a n a n n a n , y d e v o l v e r l e la B r e t a ñ a a p e r f e c c i o n a r sus c o n o c i m i e n t o s
r a z ó n . A d m i n i s t r a r o n el m i s m o b e b e d i z o o recibir f o r m a c i ó n . N i n g ú n texto insular
a E m e r , fBXÚjjtr de Cuchulainn, para menciona el p o l o , pero no se puede
h a c e r l e olvidar sus celos. e x p l i c a r n a d a s i n l a r e f e r e n c i a p o l a r d e la
Tradición. Esto explica también los
poder temporal: se o p o n e a la autoridad h i p e r b ó r e o s de los escritores griegos.
e s p i r i t u a l , d e la q u e es c o m p l e m e n t a r i o y
a la q u e está s u b o r d i n a d o . E n t e l o s celtas, pontifex: « m i e m b r o del principal colegio
la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l e s t a b a a t r i b u i d a a d e s a c e r d o t e s r o m a n o s q u e se o c u p a b a d e
 588 GLOSARIO

vigilar el culto oficial y p ú b l i c o » ( E r n o u t - c r i s t i a n a . S a b e m o s , n o o b s t a n t e , q u e la

M e i l l e t , Dictionnaire éiymologique de la langue p r e d i c c i ó n se h a c í a , e n el m u n d o celta
latine, e d . 1 9 5 9 , p . 5 2 l b ) . E l e m p l e o q u e c o m o e n o t r o s lugares, m e d i a n t e la o b s e r -
T i t o L i v i o h a c e d e esta p a l a b r a r e f e r i d a a v a c i ó n de l o s e l e m e n t o s (tierra, agua,
los celtas es u n a a p r o x i m a c i ó n , al i g u a l c i e l o , f u e g o ) ; el análisis d e l o s s i g n o s , l o s
q u e el de otras palabras latinas c o m o sacer- p r o d i g i o s o los s u e ñ o s ; el r e c u r s o a la
dos o antistes (templi). A s í p u e s , n o se p u e d e magia y a la h e c h i c e r í a ; el sacrificio de v í c -
extraer d e e l l o n i n g u n a c o n c l u s i ó n e n l o timas, animales o h u m a n a s . Pero es i m p o -
r e l a t i v o a la o r g a n i z a c i ó n d e l s a c e r d o c i o sible ofrecer u n a d e s c r i p c i ó n detallada.
de los galos c i s a l p i n o s , e x c e p t o e n el caso
de q u e , l o q u e p a r e c e m á s v e r o s í m i l , e n principatus ( « p r i n c i p a d o » ) : palabra latina
efecto existiese tal o r g a n i z a c i ó n . e m p l e a d a p o r C é s a r para designar a los
m a g i s t r a d o s titulares d e c a r g o s o de f u n -
porquero: el p o r q u e r o (muccido) es, c o m o el c i o n e s p ú b l i c a s e n las c i u d a d e s galas,
p o r t e r o y el h o s p e d e r o , u n alto f u n c i o - p r i n c i p a l m e n t e entre los h e d u o s . El tér-
n a r i o d e la c o r t e d e u n rey de I r l a n d a , ya m i n o es g e n e r a l y se a p l i c a a c u a l q u i e r
q u e el c e r d o , q u e a m e n u d o n o se d i s t i n - función gubernamental.
g u í a d e l j a b a l í , fue el p r i m e r a n i m a l
d o m é s t i c o c r i a d o p o r l o s celtas y la p r i - PRINNI LOUDI, PRINNI L A G : fór-
m e r a c a r n e d e la q u e se a l i m e n t a b a n . E l m u l a s i n c o m p l e t a s r e c o g i d a s e n el c a l e n -
r e l a t o t i t u l a d o Compert in Da Muccido ( « L a d a r i o de C o l i g n y . L a c o r r e s p o n d e n c i a de
c o n c e p c i ó n de l o s d o s p o r q u e r o s » ) la p a l a b r a prinni y el b r e t ó n prenn, irlandés
c u e n t a las d e s v e n t u r a s y las m e t a m o r f o s i s crann «madera», permite v e r e n ellas
de los dos p o r q u e r o s del n o r t e y del sur expresiones equivalentes del irlandés
de I r l a n d a q u e f u e r o n así c a s t i g a d o s p o r crann-chur y d e l b r e t ó n prenn-denn («tirada
su d e s a v e n e n c i a . de la m a d e r a » , e n el s e n t i d o de « e c h a r a
s u e r t e s » ) . S e trata p r o b a b l e m e n t e de l o
portero ( i r l a n d é s dorsaide): en todas partes q u e , e n las « o r d a l í a s » i r l a n d e s a s , era el
e r a u n d r u i d a el e n c a r g a d o , n o s ó l o d e j u i c i o m e d i a n t e la « t i r a d a de la m a d e r a » .
i n t r o d u c i r a los visitantes o l o s r e c i é n l l e - provincia: traducción convencional e ine-
g a d o s , s i n o t a m b i é n de r e c o n o c e r , gracias xacta de la palabra irlandesa coiced,
a su saber y sus p r e g u n t a s , a a q u e l l o s q u e « q u i n t o » , que designa una circunscrip-
c o n v e n í a r e c i b i r . E n v a r i o s casos (Cath c i ó n territorial c o r r e s p o n d i e n t e más o
Maighe Tuireadh, p o r e j e m p l o ) , los p o r t e r o s m e n o s a la civitas gala de C é s a r p o r el
son dos. número d e estas c i r c u n s c r i p c i o n e s . L a
ú n i c a j e r a r q u í a y las ú n i c a s relaciones
predicción: es el servicio más h a b i t u a l m e n t e m u t u a s e n t r e l o s coiceda i r l a n d e s e s o las
p r e s t a d o a u n rey o a u n m i e m b r o de la c i u d a d e s galas s o n l o s d e la o p o r t u n i d a d
clase g u e r r e r a p o r los druidas, filid o a d i v i - inmediata, ya se t r a d u z c a ésta e n los
n o s . C o n s t i t u y e la m a n i f e s t a c i ó n mejor h e c h o s c o m o alianza o c o m o hostilidad.
c o n o c i d a de la a d i v i n a c i ó n , p e r o n u e s t r o La provincia central de I r l a n d a , Mide
c o n o c i m i e n t o se limita a algunas f ó r m u l a s ( i n g l é s Meath) « m e d i o » , era la d e l rey
i r l a n d e s a s , glám dicinn, imbas forosnai, teinm s u p r e m o (ardri) d e I r l a n d a , q u e t e n í a su
laegda, etc., a c o m p a ñ a d a s de raras i n d i c a - r e s i d e n c i a e n T a r a . P e r o la s u b o r d i n a c i ó n
c i o n e s t é c n i c a s , d e todas las cuales n o de las p r o v i n c i a s al rey s u p r e m o de
p o d e m o s estar seguros p o r q u e la t r a n s m i - I r l a n d a n o dejaba d e p r e s e n t a r d i f i c u l t a -
s i ó n de i n f o r m a c i o n e s s u f r i ó la c e n s u r a des, l o m i s m o q u e e n la G a l i a u n h a b i -
 GLOSARIO
589

tante de u n a c i u d a d n o c o n o c í a el p a t r i o - "Branche Sanglante" du roi d'Ulster et

t i s m o n a c i o n a l h a c i a el p a í s e n t e r o . H a y les " T e t e s C o u p é e s " d e s S a l y e n s d e P r o -
c i u d a d e s c o m o la de los r e m o s q u e h i c i e - v i n c e » , Ogam, 1 9 5 8 , n . ° 1 0 , p p . 1 3 9 - 1 5 4 , .
r o n t o d a la g u e r r a d e l l a d o r o m a n o .
D i v i d i d a s cada u n a e n u n a t r e i n t e n a o r a t h : o t r o n o m b r e de « f o r t a l e z a » o r e s i -
m á s de tuatha («cantones»), las c u a t r o d e n c i a p r i n c i p e s c a , p o r e j e m p l o Rath Brese
p r o v i n c i a s f u n d a m e n t a l e s de I r l a n d a s o n : ( « F o r t a l e z a de B r e s » ) e n Cath Maighe Tuire-
— Ulad ( U l s t e r ) al n o r e s t e , adh, o Rath Cruachain ( « F o r t a l e z a de C r u a -
— Connacht ( C o n n a u g h t ) al n o r o e s t e , c h a n » ) , capital de C o n n a u g h t y r e s i d e n -
— Mumu ( M u n s t e r ) al s u d o e s t e , cia de la r e i n a M e d b y d e l r e y A i l i l l . L a
— Laigin ( L e i n s t e r ) al sudeste. p a l a b r a está a t e s t i g u a d a e n g a l o b a j o la
E n los t i e m p o s d e la g u e r r a d e las G a l i a s , f o r m a ratis e n a l g u n o s t o p ó n i m o s .
las p r i n c i p a l e s ciudades galas s o n las de los:
— heduos, recht («derecho, ley»): la l e g i s l a c i ó n
— secuanos, irlandesa descrita p o r todos los tratados
— arvernos, j u r í d i c o s r e c o n o c e d o s e l e m e n t o s e n el
— remos, derecho (que no se distingue de la
— helvecios. « l e y » ) : el rechtaicnid, o « l e y d e la n a t u r a -
C é s a r u t i l i z ó e n su p r o v e c h o sus r i v a l i d a - l e z a » p r e c r i s t i a n a , y el recht litre, o « l e y de
des c o n r e s p e c t o a la h e g e m o n í a p o l í t i c a , la l e t r a » s u r g i d o de las r e f o r m a s que
e c o n ó m i c a y m i l i t a r de la G a l i a . s i g u i e r o n a la c o n v e r s i ó n del c r i s t i a n i s m o .
D e l recht aicnid s ó l o se h a n c o n s e r v a d o las
pruebas: L u g tuvo que pasar o aceptar u n d i s p o s i c i o n e s q u e n o e r a n c o n t r a r i a s a la
total de tres c u a n d o e n t r ó e n Tara c o n el l e t r a d e l E v a n g e l i o y d e la d o c t r i n a c r i s -
f i n d e d e m o s t r a r sus p o d e r e s . V u e l v e a tiana. Por tanto, se r e a l i z ó , e x p l í c i t a -
c o l o c a r e n su sitio la P i e d r a de Eal q u e el mente, la a s i m i l a c i ó n e i d e n t i f i c a c i ó n
dios-campeón Ogma había arrojado e n t r e el recht aicnid y el A n t i g u o T e s t a -
f u e r a , g a n a u n a p a r t i d a d e a j e d r e z al rey m e n t o , y e n t r e el recht litre y el N u e v o T e s -
N u a d a y t o c a c o n el a r p a l o s t r e s m o d o s t a m e n t o , s i e n d o el s e g u n d o , n o ya la a b o -
clásicos de la m ú s i c a i r l a n d e s a : los m o d o s l i c i ó n , s i n o el c u m p l i m i e n t o de la ley.
(o e s t r i b i l l o s ) de la s o n r i s a , la tristeza y el Esta argucia p e r m i t i ó a l o s d o c t o r e s i r l a n -
sueño. deses salvar l o e s e n c i a l d e su d e r e c h o ,
f u n d a d o e n el p r i n c i p i o del a r r e g l o p e c u -
R n i a r i o y de la n o i n t e r v e n c i ó n d e l E s t a d o
Rama roja (Craeb Ruad)•. n o m b r e de la r e s i - e n el p r o c e d i m i e n t o e m p r e n d i d o contra
dencia del rey del Ulster en Emain u n culpable.
M a c h a . Es u n a de las tres casas q u e p e r t e -
n e c e n al rey C o n c h o b a r : las d o s otras s o n reencarnación: d o c t r i n a q u e p o s t u l a el r e n a -
Teite Brecc ( « C a s a A b i g a r r a d a » ) y Croibderg c i m i e n t o d e l ser e n o t r o c u e r p o d e s p u é s
(«Rama Sangrienta»). La Rama Roja de la m u e r t e . Es n í t i d a m e n t e d i s t i n t o d e l
servía p a r a d l a s ' ' r e c e p c i o n e s y l o s b a n q u e - d o g m a c r i s t i a n o d e la r e s u r r e c c i ó n de la
tes, la C a s a A b i g a r r a d a c o n t e n í a las armas c a r n e tras el J u i c i o F i n a l , p e r o se c o n -
y la R a m a S a n g r i e n t a , l o s t r o f e o s d e las f u n d e f á c i l m e n t e c o n la t r a n s m i g r a c i ó n
victorias pasadas (cabezas cortadas). P o r d e las a l m a s o la m e t e m p s i c o s i s , la c u a l
e x t e n s i ó n , la e x p r e s i ó n R a m a R o j a sirve a c o m p o r t a casi o b l i g a t o r i a m e n t e el p a s o
v e c e s p a r a d e s i g n a r a t o d a la n o b l e z a d e l por estados animales «periféricos»
Ulster. Véase Francoise Le Roux, «La i n t e r m e d i o s . L a t r a d i c i ó n celta n o c o n -
 59o GLOSARIO

t i e n e n i n g u n a h u e l l a d e c r e e n c i a e n la reprobación: c o n t r a r i o a b s o l u t o d e la a l a -
reencarnación. b a n z a , n o r m a l m e n t e p e r t e n e c e al á m b i t o
d e l b a r d o . P e r o la d e s v i a c i ó n irlandesa
reflujo: m o v i m i e n t o d e l m a r q u e se a l e j a d e q u e t r a s p a s a al file t o d a s l a s c a p a c i t a c i o n e s
la o r i l l a h a c i a la m a r e a b a j a . E l r e f l u j o se d e l b a r d o p r o v o c ó la c o n f u s i ó n , agravada
c o m p r e n d e c o m o el m o m e n t o p r e c i s o e n p o r el e m p l e o d e la e s c r i t u r a t r a s el siglo
e l q u e e l a l m a d e u n d i f u n t o se va al O t r o V, e n t r e l a r e p r o b a c i ó n , q u e e s u n g é n e r o
M u n d o , p u e s el p a s o p o r el a g u a es i n d i s - p o é t i c o , y la s á t i r a , q u e es u n a técnica
pensable. mágica.

regiapotestas ( « a u t o r i d a d r e a l » ) : e x p r e s i ó n Rhiannon (*rigantona, «Gran Reina»):

q u e s i r v e a C é s a r , e n Comentarios a la guerra de p e r s o n a j e m i t o l ó g i c o gales cuyas a v e n t u -
las Galias, para definir el ejercicio del r a s c u e n t a el Mabinogi de Pwyll: s u m a t r i m o -
g o b i e r n o de los h e d u o s . Véanse «poder n i o t o r m e n t o s o c o n P w y l l ( q u e se p a r e c e
temporal», «autoridad espiritual», « r i x » a l o s e p i s o d i o s t r a g i c ó m i c o s d e las d e s -
y «vergobreto » . Véase t a m b i é n Francoise venturas irlandesas de M o n g a n y Dubla-
Le Roux, « A p r o p o s d u Vergobretus g a u - c h a e n La leyenda de Mongan) y su castigo
lois: la Regia Potestas e n M a n d e et en i n m e r e c i d o tras h a b e r sido acusada de
G a u l e » , Ogam, 1 9 5 9 , n
-° n
> PP- 6 6 - 8 0 . h a b e r m a t a d o a su hijo P r y d e r i . Rhian-
non fue asimilada a la d i v i n i d a d gala
rehén ( i r l a n d é s gialf): la p a l a b r a designa E p o n a p o r q u e , c u a n d o se e n c o n t r ó por
g e n e r a l m e n t e al m i e m b r o d e u n a familia p r i m e r a vez c o n Pwyll, m o n t a a c a b a l l o .

r e a l o p r i n c i p e s c a q u e r e s i d e e n la c o r t e L a p r u e b a es i n s u f i c i e n t e : R h i a n n o n es

d e l r e y d e T a r a c o m o g a r a n t í a p a r a la e j e - u n a s p e c t o d e la g r a n d i v i n i d a d f e m e n i n a

c u c i ó n d e u n c o n t r a t o , la o b s e r v a n c i a d e celta q u e la m i t o l o g í a galesa h a o b l i t e r a d o

u n j u r a m e n t o , la c l á u s u l a d e u n t r a t a d o o d e m a s i a d o p a r a q u e sea d i r e c t a m e n t e u t i -
lizable e n estudios religiosos de historia.
a veces i n c l u s o u n a alianza f a m i l i a r . R a r a -
mente t i e n e el s e n t i d o d e la acepción
m o d e r n a . El p a d r e del célebre rey L o e - R I X , g e n i t i v o l a t i n i z a d o rigis, p l u r a l riges:
g a i r e se l l a m a N i a l l N o i g i a l l a c h ( « e l d e n o m b r e galo del « r e y » , e n c o n t r a d o en
los n u e v e r e h e n e s » ) . antropónimos (Albíorix, Ambíorix, Bitúrix,
Catúrix, Dúmnorix, Orgétorix, Vercingétorix, e t c . ) y
relato: v é a s e « s c é l » . algunos t o p ó n i m o s continentales. La pala-
b r a se c o n s e r v a e n t o d a s l a s l e n g u a s c e l t a s :
religión: e m p l e a m o s e s t a p a l a b r a e n el s e n - i r l a n d é s rí, g e n i t i v o ríg, g a l e s y b r e t ó n a n t i -
t i d o g e n e r a l m o d e r n o q u e d e s i g n a el c o n - g u o s ri. E l r a d i c a l e s *reg-, atestiguado en
j u n t o d e las r e l a c i o n e s d e l h o m b r e y l o indoeuropeo, además del celta, p o r el
d i v i n o , t a n t o e n el p l a n o i n t e l e c t u a l d e las s á n s c r i t o rájah y el l a t í n rex, g e n i t i v o regis. E s
d o c t r i n a s y las c r e e n c i a s ( o s u p e r s t i c i o n e s ) u n p r é s t a m o a n t i g u o d e l celta al g e r m á -
c o m o e n el f o r m a l d e l a s m a n i f e s t a c i o n e s n i c o p a r a d a r *riko-s, alto a l e m á n antiguo
habituales y litúrgicas. Hacemos sin rih, a l e m á n m o d e r n o Reich, « i m p e r i o » . E n
embargo u n a distinción necesaria entre l a é p o c a d e C é s a r , el d e c l i v e d e la r e a l e z a
r e l i g i ó n , q u e es la p a r t e r e v e l a d a , e x o t é - e r a e n la G a l i a u n f e n ó m e n o r e c i e n t e y n o
r i c a , e n s e ñ a d a a t o d o s , d e la t r a d i c i ó n , y la h a b í a d e s a p a r e c i d o a ú n d e t o d a s las c i u d a -
tradición propiamente d i c h a , q u e es l a des. En la c o n c e p c i ó n celta, el r e y se
e x p r e s i ó n d e la V e r d a d u n i v e r s a l s ó l o a c c e - entiende como intermediario entre la
sible a aquellos aptos p a r a c o m p r e n d e r l a . clase s a c e r d o t a l , q u e a d m i n i s t r a l o s a g r a d o ,
 GLOSARIO
591

y las otras dos clases g u e r r e r a y p r o d u c t o r a . G u y o n v a r c ' h , «La tablette d ' e x é c r a t i o n de

Es el « m o t o r i n m ó v i l » q u e m a n t i e n e el R o m ( D e u x - S é v r e s ) ; sa l a n g u e et les
e q u i l i b r i o y la c o h e r e n c i a de la sociedad, el acteurs gallo - r o m a i n s . L e s anthroponymes
b i e n e s t a r y la p r o s p e r i d a d de sus e s t a d o s . g a u l o i s » , Celticum, R e n n e s , 1 9 6 2 , n . ° 5.
El b u e n rey i r l a n d é s es u n distribuidor
g e n e r o s o y el m a l rey es el q u e exige tasas e Ross (Tejo de): á r b o l p r i m o r d i a l q u e
i m p u e s t o s . E l rey h a c e j u s t i c i a , p e r o es el producía frutos maravillosos cuyo c o n ­
d r u i d a q u i e n la i m p a r t e ; es i n d i s p e n s a b l e s u m o volvía sabio a cualquiera que los
para u n a g u e r r a v i c t o r i o s a , p e r o n o c o m ­ p r o b a s e . H o g a n (Onomasticon Goidelicum, p .
b a t e . S u c o l o r s i m b ó l i c o , el b l a n c o , es 4 0 0 a ) , l o c a l i z a este t o p ó n i m o e n R u s h ,
sacerdotal, p e r o n o es sacerdote, s i n o q u e e n el c o n d a d o de D u b l í n .
es elevado a la d i g n i d a d real m e d i a n t e u n a
elección controlada p o r los druidas. N o rostro: p a r t e d e l c u e r p o afectada y d e f o r ­
p u e d e p r e s c i n d i r de r e c u r r i r al d r u i d a d e l m a d a p o r la sátira d e l o s filid. P r o d u c í a
m i s m o m o d o q u e el d r u i d a n o puede p o r l o general tres f u r ú n c u l o s ( « V e r ­
negarle sus servicios. Es él, y n o el d r u i d a , güenza», « M a n c i l l a » y «Fealdad»), que
q u i e n está s o m e t i d o a m ú l t i p l e s i n t e r d i c ­ p r o v o c a b a n la d e f o r m i d a d , i n h a b i l i t a b a n
c i o n e s y e x h o r t a c i o n e s de los geasa. Cfr. p a r a el e j e r c i c i o d e la f u n c i ó n real e
«geis». i n d u c í a n a la d e s e s p e r a c i ó n y a la m u e r t e .
H a y u n a s i n o n i m i a casi t o t a l e n t r e el
roble-, á r b o l s a g r a d o de l o s d r u i d a s g a l o s « v a l o r d e l r o s t r o » y el « v a l o r d e l
s e g ú n P l i n i o , q u i e n establece u n a e t i m o ­ h o n o r » e n t o d a la lexicografía i r l a n d e s a .
logía analógica del n o m b r e de los druidas a
través del g r i e g o Spu?, p e r o el a u t o r l a t i n o rotk ramlach ( « r u e d a r e m a n t e » ) : e n los
n o i n d i c a el n o m b r e del r o b l e e n g a l o . L o f r a g m e n t o s d e t e x t o s r e l a t i v o s al d r u i d a
c o n o c e m o s p o r o t r o m e d i o : es u n radical m í t i c o M o g R u i t h se habla de esta « r u e d a
e n dervo- i d é n t i c o e n todas las l e n g u a s c é l ­ r e m a n t e » , q u e n o es m á s q u e la r u e d a
ticas y q u e n o t i e n e n a d a q u e ver c o n el c ó s m i c a . S u caída será i n d i c i o d e l f i n del
n o m b r e de l o s d r u i d a s . L a s a f i r m a c i o n e s m u n d o y r e c u e r d a el a t r i b u t o d e T a r a n i s
de P l i n i o , p o r o t r o l a d o , se r e f i e r e n a u n a e n t o d a s las r e p r e s e n t a c i o n e s figuradas
ú n i c a circunstancia ritual, m i e n t r a s q u e la galorromanas.
c o m p a r a c i ó n insular hace pensar q u e , a u n
s i e n d o el p r i n c i p a l , el r o b l e n o era el R u a d Rofessa ( « R o j a de la C i e n c i a P e r ­
ú n i c o á r b o l s a g r a d o de l o s d r u i d a s . E l fecta»): sobrenombre del Dagda que
á r b o l s i m b o l i z a la fuerza, p e r o , c o m o tal, e x p r e s a t o d a su c i e n c i a d r u í d i c a a través
n o es más q u e el s o p o r t e vegetal d e l saber del d o b l e s i m b o l i s m o (el s a b e r y el r o j o
h u m a n o y, sobre t o d o , d i v i n o y sagrado. g u e r r e r o ) de la s o b e r a n í a .

Rom: l o c a l i d a d de D e u x - S é v r e s d o n d e fue S
descubierta e n 1 8 8 7 , grabada e n u n a t a b l i ­ sacerdos ( « s a c e r d o t e » ) : esta p a l a b r a sirve a
lla d e plornoi^en escritura cursiva d e l siglo C é s a r , e n De Bello Gallico, para designar en
III o IV, u n a f ó r m u l a de e x e c r a c i ó n . L a s varias ocasiones a los druidas c u a n d o n o es
dificultades de lectura permitieron n e c e s a r i o d i s t i n g u i r l o s de otra clase social.
d u r a n t e m u c h o t i e m p o c r e e r q u e estaba L a p a l a b r a sacerdos h a p r o p o r c i o n a d o al
redactada e n g a l o . Está de h e c h o escrita e n i r l a n d é s el n o m b r e d e l s a c e r d o t e c r i s ­
latín y sólo algunos a n t r o p ó n i m o s son t i a n o , sagatí. V é a n s e « d r u i d a » , «sacer­
galos. Véase R u d o l f Egger & Christian-J. dote», «clase» y « f u n c i ó n » .
 GLOSARIO
592

sacerdote: a p l i c a m o s esta p a l a b r a al d r u i d a i n m e r s i ó n (agua),

e n general, sin distinción de especializa- cremación (fuego),
c i ó n , p o r q u e la n o c i ó n d e s a c e r d o c i o es i n h u m a c i ó n (tierra) ¡
global, n o reducible a u n a fragmentación — sangrante ( e n el á m b i t o g u e r r e r o ) :
(al c o n t r a r i o q u e la t e r c e r a f u n c i ó n , que m u e r t e p o r espada, lanza o cual-
es m ú l t i p l e , y d e la s e g u n d a , q u e e s d o b l e , quier otra arma;
real y g u e r r e r a ) . E n efecto, hay s a c e r d o - — líquidoj vegetal ( e n el á m b i t o d e l a t e r -
cio d e s d e el m o m e n t o e n q u e existe u n a cera f u n c i ó n p r o d u c t o r a ) :
a d m i n i s t r a c i ó n d e l o s a g r a d o y, c u e s t i ó n libación (de u n líquido),
p r i n c i p a l , p e r o n o exclusiva, la r e a l i z a - oblación (de vegetales).
c i ó n del sacrificio. Es p r e c i s a m e n t e en Es evidente que, en cada ocasión, el
e s t e s e n t i d o q u e el d r u i d a es s a c e r d o t e . E l d r u i d a es e l s a c r i f i c a d o r , p e r o el m o d o d e
término es, sin embargo, demasiado s a c r i f i c i o d e p e n d e d e las i n t e n c i o n e s d e l
e s t r e c h o p a r a d e f i n i r la i n t e g r a l i d a d de sacrificante. Los sacrificios de grandes
los c a m p o s de actividad del d r u i d a ( e n s e - animales (caballo, toro) d e b e n situarse e n
ñanza, justicia, poesía, etc.). el p l a n o d e la s e g u n d a f u n c i ó n a c a u s a d e
la e l e c c i ó n r e g i a ; l a l i b a c i ó n d e u n l í q u i d o
sacrificio: el s a c r i f i c i o e s , j u n t o c o n el r e z o y f e r m e n t a d o (cfr. el s o m a v é d i c o ) p e r t e -
la m e d i t a c i ó n , el a c t o r e l i g i o s o esencial n e c e s i n d u d a al p l a n o d e la s o b e r a n í a .
p o r el c u a l l a s o c i e d a d h u m a n a se a s o c i a a
l o s a g r a d o , s i n el c u a l n o p u e d e s u b s i s t i r . S A L L U V H ( s a l u v i o s ) : p u e b l o d e la G a l i a
P e r o , m i e n t r a s q u e el r e z o y l a m e d i t a - N a r b o n e n s e e s t a b l e c i d o e n la r e g i ó n d e
ción son, bajo ciertas c o n d i c i o n e s , p o s i - A i x y d e A r l e s . P o r e l l o s c o m i e n z a e n 121
b l e s p a r a el l a i c o —que p u e d e h a c e r de a . C , c o n la d e s t r u c c i ó n d e s u oppidum de
e l l o s u n u s o eficaz—, e l s a c r i f i c i o bajo Entremont, la c o n q u i s t a d e la Narbo-
t o d a s sus f o r m a s es la r a z ó n d e s e r d e l n e n s e p a r a el c r e a c i ó n d e la r u t a d i r e c t a
s a c e r d o t e . Este ú l t i m o lo realiza e n su d e Italia a E s p a ñ a .
beneficio exclusivo, que generalmente
traslada a los p a r t i c i p a n t e s o asistentes. S a m a i n : fiesta i r l a n d e s a del p r i m e r o de
N o hay religión sin sacrificio, vegetal, n o v i e m b r e q u e m a r c a el f i n a l y e l p r i n c i -
l í q u i d o o a n i m a l . E l s a c r i f i c i o h u m a n o es pio del a ñ o . Pero Samain n o pertenece ni
p o r tanto inevitable, p e r o , precisamente al a ñ o q u e t e r m i n a n i al q u e c o m i e n z a : la
p o r q u e e s i n e v i t a b l e , e s r a r o , p u e s el s e r f i e s t a es u n « p e r i o d o c e r r a d o » f u e r a d e l
h u m a n o e r a la v í c t i m a m á s e l e v a d a d e la t i e m p o y p o r t a n t o es el m o m e n t o único
jerarquía ritual. N o se s a b e t o d a v í a si
e n el q u e los h o m b r e s p u e d e n comuni-
existía u n a d i s t i n c i ó n técnica, c o m o en
c a r s e c o n las g e n t e s d e l O t r o M u n d o . P o r
R o m a , e n t r e l a victima ( v í c t i m a e n r e c o n o -
esta sola r a z ó n , t o d o s los r e l a t o s m i t o l ó -
c i m i e n t o d e u n f a v o r d i v i n o ) y hostia ( v í c -
g i c o s (y é p i c o s ) se d e s a r r o l l a n o p r e s e n t a n
t i m a e x p i a t o r i a d e la c ó l e r a d e u n o o
sus e p i s o d i o s p r i n c i p a l e s e n la f e c h a de
v a r i o s d i o s e s ) , p e r o a c t u a l m e n t e es p o s i -
S a m a i n . E l s i g n i f i c a d o d e la p a l a b r a es
b l e d e t e r m i n a r la r e p a r t i c i ó n funcional
« r e u n i ó n » , p e r o los irlandeses lo e n t e n -
d e l o s m o d o s r i t u a l e s d e l sacrificio e n el
dían o interpretaban como «fin o recapi-
m u n d o celta:
t u l a c i ó n d e l v e r a n o » . C o m o las d e m á s
— no sangrantej sacerdotal (a través d e l o s fiestas, aunque aún más, Samain está
elementos y sin empleo de armas) : m a r c a d a p o r r e u n i o n e s , b a n q u e t e s , festi-
ahorcamiento (madera), nes de todas clases q u e se prolongan
crucifixión (madera), durante una semana (o dos), como
 GLOSARIO
593

m í n i m o t r e s días a n t e s , el m i s m o día de los tratados de d e r e c h o p r e v e í a n u n a s a n -

S a m a i n y tres días d e s p u é s . E l e q u i v a l e n t e c i ó n legal, p u e s la injusticia se a s i m i l a b a a
g a l o SAMONIOS existe e n el c a l e n d a r i o de la m e n t i r a y a la i g n o r a n c i a . V é a n s e
Coligny, en particular en una fórmula «druida», «file», «poeta», «adivino»
que evoca los «tres d í a s » de S a m a i n . y «faith».
Véase « S a m o n i o s » .
s c é l , p l u r a l s c é l a ( « r e l a t o » ) : el i r l a n d é s
Samair: río de Irlanda que sale del no conoce ninguna otra palabra para
Lough Erne. d e n o m i n a r y d e f i n i r los textos q u e n o s o -
tros l l a m a m o s m i t o l ó g i c o s y é p i c o s . E m p a -
Samildanach («politécnico»): sobre- r e n t a d a c o n el gales chwedl, q u e significa l o
n o m b r e d e L u g , q u e , e n el r e l a t o Cath m i s m o , y el b r e t ó n kel, p l u r a l keloü, keleier,
Maighe Tuireadh, expresa así su carácter m u l - « n o t i c i a s » , la p a l a b r a d e s i g n a , e n r e f e -
t i f u n c i o n a l . T i e n e todas las c a p a c i d a d e s y r e n c i a a la o r a l i d a d de la t r a d i c i ó n , un
t o d o s l o s p o d e r e s de t o d o s l o s d i o s e s . « d i c h o » d e s t i n a d o a la r e c i t a c i ó n y n o a la
Véanse «Lamfada» y «Lonnandsclech». escritura. T o d a n o c i ó n de g é n e r o literario
samolus ( « h i e r b a c a n a » ) : p l a n t a m e d i c i n a l o d e c l a s i f i c a c i ó n estilística es ajena a
cuya r e c o l e c c i ó n describe P l i n i o ; cfr. I r l a n d a . E n c a m b i o , las d i f e r e n c i a s e n su
«selago». n a t u r a l e z a están b i e n m a r c a d a s : m i e n t r a s
scél es el r e l a t o e n p r o s a , todo poema
S A M O N I O S : n o m b r e de m e s e n el c a l e n - rimado, aliterado o asonantado, todo
d a r i o g a l o d e C o l i g n y . C o r r e s p o n d e al m e t r o p o é t i c o , e n s u m a , lleva u n n o m b r e
i r l a n d é s Samain, n o m b r e de la fiesta d e l b i e n p r e c i s o q u e c o r r e s p o n d e a la vez a su

p r i m e r o de n o v i e m b r e . V é a s e esta palabra. n a t u r a l e z a t é c n i c a y a la c o n d i c i ó n de
q u i e n c o m p o n e y recita el p o e m a : anamain,
sátira: a d i f e r e n c i a de la sátira latina o c l á -
bairdne, laid, nath, etc. L o m i s m o sucede c o n
sica, q u e es u n a o b r a l i t e r a r i a c o m p u e s t a
la « r e t ó r i c a » , pasajes o f ó r m u l a s enfáticas
por un autor determinado, conocido o
casi s i e m p r e i n c o m p r e n s i b l e s , ya sea p o r -
a n ó n i m o , la sátira celta es u n encanta-
q u e se altera la l e n g u a , ya p o r q u e se n o s ha
miento mágico y cantado, pronunciado
t o r n a d o demasiado difícil. Los irlandeses
p o r u n m i e m b r o d e la clase s a c e r d o t a l ,
clasificaban t a m b i é n sus relatos ( e n p r o s a
d r u i d a o file. Por tanto, difiere funda-
frecuentemente mezclada c o n verso) p o r
mentalmente de la a l a b a n z a o de la
su t e m á t i c a , i n c l u s o p o r l o s t í t u l o s : b a t a -
r e p r o b a c i ó n , q u e a t a ñ e n al b a r d o y n o
llas, asesinatos, c o n c e p c i o n e s , asedios,
entrañan ninguna sanción mágica. La
r o b o s , etc., y n o p o r ciclos. E l d r u i d a q u e
sátira t i e n e c o m o c o n s e c u e n c i a i n m e -
recitaba o c o n t a b a debía sabérselo t o d o de
d i a t a , al m e n o s e n el m i t o , la m u e r t e o
memoria.
d e s e s p e r a c i ó n d e la v í c t i m a . A s í p u e s , está
m u y cerca d e l e n c a n t a m i e n t o si n o es q u e
se c o n f u n d e c o n él ( c o m o p o r e j e m p l o e n S E G O V E S U S (Segoveso): sobrino del
el glam dicinn). S u i n t e n s o v a l o r r e l i g i o s o es mítico emperador galo A m b i g a t o , h e r -
la p r u e b a d é l a , o m n i p o t e n c i a de la clase m a n o d e B e l o v e s o y j e f e de la e x p e d i c i ó n
s a c e r d o t a l , q u e d i s p o n e de este m o d o de q u e p a r t i ó e n d i r e c c i ó n a la selva H e r c i -
u n a r m a eficaz para i m p o n e r su v o l u n t a d . n i a . Este n o m b r e s i g n i f i c a « c a p a z » o
E n l o s r a r o s casos d e sátira a b u s i v a , es « d i g n o de la v i c t o r i a » .
e x c e p c i o n a l q » e el d r u i d a c u l p a b l e sea
v e r d a d e r a m e n t e c a s t i g a d o , p e r o el caso S e m i a s : d r u i d a p r i m o r d i a l de los T u a t h a
existe ( e j e m p l o de A t h i r n e A i l g e s a c h ) y Dé Danann e n las Islas al N o r t e del
594 GLOSARIO

M u n d o . Residía e n la isla de M u r i a s , c u y o T u r e d . E l n o m b r e está c o m p u e s t o por

n o m b r e g u a r d a r e l a c i ó n c o n el d e l m a r Gann, a n t r o p ó n i m o atestiguado e n estado
(muir). Su propio nombre significa s i m p l e , y sen- « v i e j o » e n prefijación.
« s u t i l » . D e la isla d e M u r i a s p r o c e d e el Véase « G a n d , G a n n » .
caldero del Dagda.
S E N O N E S ( s e n o n e s ) : p u e b l o de la G a l i a
semnotea ( s e m n o t e o s , d e l g r i e g o aeU-VÓTT)?, e s t a b l e c i d o e n el s u r de C h a m p a ñ a y la
«gravedad, majestad»): término utili- p a r t e s e p t e n t r i o n a l d e B o r g o ñ a , e n los
z a d o a veces p a r a d e s i g n a r a l o s d r u i d a s , actuales departamentos de Seine-et-
pero que no tiene relación con una M a r n e , L o i r e t e Y o n n e . Su capital era
d e n o m i n a c i ó n céltica nativa. V é a n s e los A g e d i n c o y su n o m b r e ha p a s a d o a S e n s
anexos. ( Y o n n e ) . Significa «los a n t i g u o s » . U n a
r a m a de l o s s e n o n e s estaba establecida e n
S E N A : n o m b r e g a l o d e la isla de S e i n ; la G a l i a C i s a l p i n a .
cfr. « G a l l i s e n a e » .
S E Q U A N I (secuanos): p u e b l o galo que
Senath M o r ( « G r a n V a d o V i e j o » ) : o t r o h a b i t a b a , e n la é p o c a de la g u e r r a de las
n o m b r e de A t h L u a i n o , e n grafía a n g l i - Galias, al oeste del J u r a , e n t r e el S a o n a . el
zada, A t h l o n e . R i n y los V o s g o s . S u capital era V e s o n c i ó n
( B e s a n c o n ) . Rivales de los h e d u o s , h a b í a n
selago-, p l a n t a p a r e c i d a a la s a b i n a cuya r e c u r r i d o a A r i o v i s t o y a sus g e r m a n o s
r e c o l e c c i ó n ritual describe P l i n i o . Se p a r a a s e n t a r su h e g e m o n í a e n la G a l i a .
trata de u n a p l a n t a m e d i c i n a l . Esta rivalidad, u n i d a a la tentativa de e m i -
g r a c i ó n de los h e l v e c i o s , sirvió de p r i m e r
Sencha, hijo de A i l i l l : h i s t o r i a d o r de la p r e t e x t o p a r a la i n t e r v e n c i ó n d e C é s a r .
c o r t e d e l rey d e l U l s t e r , C o n c h o b a r . S u L o s h e d u o s r e c u r r i e r o n a él para l i b r a r s e
n o m b r e e x p r e s a su f u n c i ó n (senchas, de l o s s e c u a n o s y d e l p e l i g r o g e r m á n i c o .
«antigüedad»). T i e n e c o m o principales El n o m b r e de los s e c u a n o s está sacado del
colegas a C a t h b a d (jefe d e l o s d r u i d a s d e l h i d r ó n i m o Sequana ( S e n a ) , cuya e t i m o l o -
U l s t e r ) , d r u i d a g u e r r e r o , y a A m o r g e n , el gía, c o n t r o v e r t i d a , a m e n u d o se a t r i b u y e
p o e t a , y a F i n g e n , el m é d i c o . Es s i e m p r e al l i g u r . P e r o el -km- i n t e r n o d e n o t a más
él q u i e n , c o n su v a r i t a , c a l m a a los u l t o - bien una forma muy antigua.
n i a n o s c u a n d o se p r o d u c e u n t u m u l t o o
u n a disputa. serbal: a r b u s t o g e n e r a l m e n t e c o n f u n d i d o ,
e n t o d o s l o s t e x t o s , c o n el a v e l l a n o (coll)
Senchan Torpeist: file q u e , al ser sus c o l e - e n t o d a s las o p e r a c i o n e s m á g i c a s de l o s
gas i n c a p a c e s de recitarla e n su t o t a l i d a d , druidas.
e m p r e n d i ó la e v o c a c i ó n d e l rey F e r g u s
p a r a o b t e n e r el r e l a t o e n t e r o de la Tain Bo SERERONEOS (Sereroneo): adivino
Cualnge. Senchan es u n d i m i n u t i v o de Senchas, q u e , s e g ú n el P s e u d o P l u t a r c o , p a r t i c i p ó
pero Torpeist n o se h a e x p l i c a d o : -peíst e n la f u n d a c i ó n de L u g d u n u m . N o se ha
p u e d e ser el g e n i t i v o de piast, « b e s t i a » (del e x p l i c a d o el n o m b r e y el p e r s o n a j e es s i n
latín bestia) ¡ n o se ha d e t e r m i n a d o el s i g n i - duda mítico.
ficado de tor-.
Sétanta: p r i m e r y a n t i g u o n o m b r e de
Sengann: h é r o e d e l o s Fir B o l g e n el C u c h u l a i n n . L o llevó hasta la edad de cinco
relato d e la P r i m e r a B a t a l l a de Mag años, es decir, hasta el m o m e n t o e n el que

i
 GLOSARIO
595

el d r u i d a C a m b a d le i m p u s o el n o m b r e de n u n c a u n a m u j e r ) p a r a l l e v a r l o al país de
C u c h u l a i n n p o r q u e había m a t a d o al p e r r o la e t e r n a j u v e n t u d . L o s d i f e r e n t e s n o m -
del h e r r e r o C u l a n n . Sétanta es u n a f o r m a - b r e s d e l sid t r a d u c e n c l a r a m e n t e las c o n -
c i ó n p a r t i c i p i a l c o n s t r u i d a a p a r t i r de set, c e p c i o n e s celtas d e l O t r o M u n d o :
« c a m i n o » ( b r e t ó n heni), y su significado es — MagMeld ( « L l a n u r a del P l a c e r » ) ;
« c a m i n a n t e » , l o q u e lleva a p e n s a r e n el — Mag Mor ( « G r a n L l a n u r a » ) ;
p a p e l de « c o n d u c t o r » de O g m i o s . V é a s e — Tir na mBéo ( « T i e r r a de los V i v o s » ) ;
Christian-J. Guyonvarc'h, «Notes d'Ety- — Tir na mBán ( « T i e r r a de las M u j e r e s » ) ;
m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e g a u l o i s e s et — Tir na nOg ( « T i e r r a de los J ó v e n e s » ) ;
celtiques X I I . 4 6 . L ' a n t h r o p o n y m e i r l a n - — TirTairngire ( « T i e r r a de P r o m e s a » )
dais Sétanta et les S e t a n t i i » , Ogam, 1 9 6 2 , (la ú l t i m a d e n o m i n a c i ó n está cristianizada
n . ° I 4 , pp. 592-598- p o r a n a l o g í a c o n la T i e r r a P r o m e t i d a d e
los h e b r e o s ) . S o b r e el n o m b r e d e l sid,
sid, plural s i d e , irlandés m o d e r n o sidh: véase C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , « N o t e s
n o m b r e específico del O t r o M u n d o . Su d ' E t y m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e g a u l o i -
s i g n i f i c a d o de base es « p a z » (cfr. el g a l e s ses et c e l t i q u e s X I I I . 4 7 - I r l a n d a i s S I D ,
heddwch). L a f r e c u e n c i a d e l t é r m i n o y el gaulois * S E D O S "siége, d e m e u r e des
s i g n i f i c a d o s e c u n d a r i o de «montículo, d i e u x " » , Ogam, 1962, n.° 14, pp. 3 2 9 -
c o l i n a » , aplicado a numerosos topóni- 340.
m o s , se e x p l i c a n p o r la c o n c e p c i ó n i r l a n -
desa d e l O t r o M u n d o y p o r las l e y e n d a s S I L U R E S ( s i l u r e s ) : p u e b l o de B r i t a n i a ,
relativas a los T u a t h a D é D a n a n n : a s e n t a d o e n la p a r t e o c c i d e n t a l y m e r i -
— p o r u n l a d o , el sid está s i t u a d o m á s d i o n a l d e l País d e G a l e s . S u c a p i t a l era,
allá d e l m a r , p e r o t o d a a g u a , l a g o o e n la é p o c a r o m a n a , Venia Silurum (Caer-
r í o , da a c c e s o a é l . E s t o e x p l i c a q u e , w e n t e n el M o n m o u t h s h i r e ) .
para ir al O t r o M u n d o , haya q u e atra-
vesar el o c é a n o o p e n e t r a r e n las p r o - Sinand, Sinann: n o m b r e irlandés del
f u n d i d a d e s d e u n l a g o , i n c l u s o de u n Shannon.
hontanar (imágenes reducidas del
océano) Siür: r í o de M u n s t e r , e n grafía a n g l i z a d a
— p o r o t r o l a d o , tras h a b e r s i d o v e n c i - Suir.
dos p o r los goidelos, los Tuatha D é
D a n a n n se r e f u g i a r o n b a j o t i e r r a : el Slaine: n o m b r e irlandés del Slaney, r í o
sid es p o r t a n t o c o n c e b i b l e t a m b i é n q u e d e s e m b o c a e n el B o y n e al n o r t e de la
bajo c e r r o s , t ú m u l o s , c o l i n a s o e l e v a - l o c a l i d a d d e l m i s m o n o m b r e , e n el c o n -
c i o n e s de t e r r e n o , de l o q u e da c u e n t a d a d o de M e a t h .
el s i g n i f i c a d o « c o l i n a » . T o d a d i v i n i -
d a d es, e n p r i n c i p i o , p r o p i e t a r i a u S l e m a i n Mide: n o m b r e de l u g a r i m p o r -
h a b i t a n t e de u n sid. t a n t e e n Tain Bo Cualnge, p u e s es allí d o n d e
D e t o d o s m o d o s , sea c u a l sea su l o c a l i z a - a c a m p a r o n l o s u l t o n i a n o s q u e v e n í a n al
c i ó n , se t r a í a - d e u n p a í s m a r a v i l l o s o al e n c u e n t r o d e l e j é r c i t o d e M e d b . P e r o su
q u e l o s seres h u m a n o s s o n i n c a p a c e s de l o c a l i z a c i ó n es i m p o s i b l e . V é a s e H o g a n ,
acceder por sus propios medios. La Onomasticon Goidelicum, p. 6o4ab.
m a n i f e s t a c i ó n m á s c o r r i e n t e d e l sid en el
p l a n o terretre*es la a p a r i c i ó n de u n bansid Sliab .(en g r a f í a a n g l i z a d a Slieve, «mon-
( i n g l é s banshee) o «mujer d e l sid» que t a ñ a » ) : e l e m e n t o de t o p o n i m i a f r e c u e n t e
viene a buscar a u n mortal (un h o m b r e , e n l o s n o m b r e s de l u g a r , m í t i c o s y reales:
596 GLOSARIO

Sliab Dallan ( « M o n t a ñ a d e D a l l a n » ) , Sliab g u e r r a , el rey n o t i e n e n u n c a a c c e s o al

Betha («Montaña de B i t h » ) , Sliab Fuait s a c e r d o c i o : le c o r r e s p o n d e solicitar y
(«Montaña de Fuat»), Sliab Eiblinne r e c i b i r los c o n s e j o s d e l d r u i d a .
( « M o n t a ñ a de E b l e n n ( E i t h n e ) » ) , etc.
Socht: n o m b r e de u n r e h é n de C o r m a c ,
soberanía-, c o m p l e j a t a n t o e n sus c o n s e - p o s e e d o r de u n a espada q u e d i o l u g a r a la
c u e n c i a s c o m o e n sus i m p l i c a c i o n e s , la i m p u g n a c i ó n de la p r o p i e d a d y cuya i n s -
s o b e r a n í a celta es s i m p l e e n su p r i n c i p i o , c r i p c i ó n a p o r t ó u n falso t e s t i m o n i o c o n t r a
tal y c o m o se verifica e n los textos m í t i c o s , la palabra viva. Socht significa « s i l e n c i o » .
é p i c o s y m i t o l ó g i c o s i n s u l a r e s : el rey n o
es s o b e r a n o , p e r o p o s e e la S o b e r a n í a d e soscela ( l i t e r a l m e n t e « b u e n a n u e v a » ) :
la q u e se a p r o p i a de a c u e r d o c o n u n a f ó r - n o m b r e irlandés, calcado del griego, del
mula arraigada e inmutable. Esencial- Evangelio.
m e n t e f e m e n i n a , la S o b e r a n í a , a l e g o r í a
de la tierra de I r l a n d a , está p e r s o n i f i c a d a Sualtam, Sualtach: p a d r e p u t a t i v o de
c o n r e s p e c t o al rey p o r u n a j o v e n y b e l l a C u c h u l a i n n . L o m a t ó su p r o p i o e s c u d o
m u j e r , r e i n a de I r l a n d a o de u n a p r o v i n - p o r h a b e r t r a n s g r e d i d o la geis que p r o h i b í a
cia, a q u i e n el rey paga su p r e c i o de c o m - a los u l t o n i a n o s h a b l a r antes q u e el rey. E l
pra. S e g ú n la d e f i n i c i ó n d e la reina n o m b r e significa « b u e n n u t r i c i o » .
M e d b , el rey n o d e b e t e n e r «miedo,
c e l o s , a v a r i c i a » , m i e n t r a s q u e la m i s m a Suantraige ( « M e l o d í a d e S u e ñ o » ) :
r e i n a n u n c a c a r e c e « d e u n h o m b r e a la n o m b r e s i m b ó l i c o de u n o d e l o s tres
s o m b r a d e o t r o » , p u e s , si el rey es t e m - arpistas de Fraech e n el relato Tain Bo Fraech.
p o r a l y susceptible de ser r e e m p l a z a d o , la
Soberanía, siempre j o v e n y siempre vir- T
gen, de una belleza tentadora y resplan- Tae, T a l o m , T r o g ( « N a c i m i e n t o , ¿ T i e -
d e c i e n t e , es t a n e t e r n a c o m o el p r i n c i p i o r r a ? , P a r t o » ) : u n o de l o s tres g r u p o s d e
q u e r e p r e s e n t a y e n c a r n a . E l m a l rey, el tres c o p e r o s de l o s T u a t h a D é D a n a n n
rey i m p r u d e n t e , el rey avaro o desgastado s e g ú n Cath Maighe Tuireadh.
p o r el p o d e r , p i e r d e la realeza, ora p o r su
m u e r t e o r a p o r su d e c l i v e . S ó l o l o s d i o - Tailtiu: hija de Mag Mor, «rey de
ses, p a d r e s , h e r m a n o s , hijos o esposos de E s p a ñ a » , m a d r e a d o p t i v a de L u g , m u j e r
la S o b e r a n í a , s o n p l e n a m e n t e s o b e r a n o s . de E o c h u , ú l t i m o rey de los Fir B o l g e n los
P u e s la S o b e r a n í a , e n su e s e n c i a , es a la anales l e g e n d a r i o s . L a palabra está e m p a -
vez ú n i c a y d o b l e . E n e f e c t o , es la t o t a l i - r e n t a d a c o n talamh, « t i e r r a » ( e q u i v a l e n t e
dad de la a u t o r i d a d espiritual, la cual es, a e t i m o l ó g i c o irlandés del latín tellus). Es u n a
través d e l s a c e r d o c i o , eminentemente de las p e r s o n i f i c a c i o n e s alegóricas de
s u p e r i o r a t o d o y es t a m b i é n el p o d e r I r l a n d a y su n o m b r e h a q u e d a d o e n el d e
temporal al estar éste estrechamente T e l t o w n , e n la p r o v i n c i a d e M e a t h , l u g a r
s u b o r d i n a d o a la a u t o r i d a d e s p i r i t u a l . E n de c o n g r e g a c i ó n para la c e l e b r a c i ó n d e la
la I n d i a , se r e s u m e e n la pareja, expresada fiesta de Lugnasad.
e n d u a l , Mitra-Varuna, e n t r e l o s celtas e n la
s o l i d a r i d a d i n d i s o c i a b l e d e l d r u i d a y el talamh ( « t i e r r a » ) : véase la e n t r a d a p r e -
rey. E n t é r m i n o s f u n c i o n a l e s , la S o b e r a - cedente.
n í a es a la vez el s a c e r d o c i o y la g u e r r a .
P e r o si el s a c e r d o c i o (el d r u i d a ) t i e n e el talismanes: así se d e s i g n a n , s e g ú n u n t é r -
d e r e c h o , y a v e c e s e l d e b e r , d e h a c e r la m i n o c o n v e n c i o n a l a p l i c a b l e a t o d o el
 GLOSARIO
597

d o m i n i o i n d o e u r o p e o , los o b j e t o s s a g r a - g e n i t i v o Temrach. C f r . Druim Chain, Caon

dos y m a r a v i l l o s o s q u e sirven de a t r i b u t o s Druim.
f u n c i o n a l e s a los p r i n c i p a l e s dioses de los
Tuatha D é D a n a n n irlandeses y que f u n - tarabara: n o m b r e b r e t ó n d e la « R u e d a
dan materialmente su p o d e r d i v i n o y d e la F o r t u n a » , d e la q u e se h a n e n c o n -
s o b e r a n o . S o n los s i g u i e n t e s : t r a d o a l g u n o s e j e m p l a r e s e n iglesias y
— la lanza de L u g , c a p i l l a s , y c u y o s i m b o l i s m o es el d e la
— la espada de N u a d a , e v o l u c i ó n y la i n v o l u c i ó n h u m a n a s al
— el c a l d e r o y la maza d e l D a g d a , m i s m o t i e m p o q u e la e x p r e s i ó n d e l azar,
— la p i e d r a de Fal. p u e s la F o r t u n a era el c o n j u n t o de causas
La l a n z a d e L u g es el a r m a i n f a l i b l e e s e c u n d a r i a s p o r m e d i o de las cuales D i o s
i m p a r a b l e del d i o s s u p r e m o (le sirve t a m - g o b i e r n a sin involucrarse n u n c a directa-
b i é n y s o b r e t o d o p a r a c o n f e r i r la r e a - m e n t e . E l n o m b r e es o n o m a t o p é y i c o .
leza); la espada de N u a d a es la « l á m i n a de
l u z » q u e s i m b o l i z a el p o d e r r e a l , e s e n - T A R A N I S ( « T r u e n o » ) : n o m b r e del dios
c i a l m e n t e g u e r r e r o ; el c a l d e r o d e l D a g d a , galo e q u i v a l e n t e de J ú p i t e r y cuyo p r i n c i -
p r o t o t i p o d e l G r a a l a r t ú r i c o , es el s í m - pal a t r i b u t o es la r u e d a . El s i g n i f i c a d o del
b o l o d e la a b u n d a n c i a , m i e n t r a s q u e la teónimo es « t r u e n o » (gales y b r e t ó n
maza q u e mata p o r u n e x t r e m o y resucita tarann) y la d i v i n i d a d gala se representa, e n
p o r el o t r o es la i n s i g n i a d e l s e ñ o r d e la t o d a la i c o n o g r a f í a g a l o r r o m a n a , c o n u n
vida y la m u e r t e . L a P i e d r a de Fal, q u e n o h o m b r e q u e t i e n e e n la m a n o la r u e d a
se a t r i b u y e p r o p i a m e n t e a n i n g u n a d i v i - c ó s m i c a . Véase Francoise L e R o u x , « T a r a -
nidad, es el s í m b o l o de la S o b e r a n í a nis, d i e u c e l t i q u e d u C i e l et de l ' O r a g e » ,
ligada a la tierra de I r l a n d a . V é a s e C h r i s - Ogam, 1 9 5 8 , n . ° I O , p p . 3 0 ~ 3 9 -
tian-J. Guyonvarc'h, « L a soberanía g u e -
r r e r a de I r l a n d a » , Celticum, S>5> p á s s i m . tarbfes («festín del t o r o » ) : parte del ritual
de la e l e c c i ó n real descrito p o r el relato Ser-
taman: n o m b r e de u n poeta del g r a d o gíige ConCulaind. C o m p o r t a el sacrificio de u n
más bajo. La palabra tiene varios senti- t o r o , p e r o la palabra tiene u n d o b l e s i g n i -
d o s : « t r o n c o de á r b o l » , « p e r s o n a e s t ú - ficado, pues taróse e m p l e a a m e n u d o c o m o
p i d a » , « c u e r p o sin c a b e z a » . Se aplica metáfora para designar al rey.
p o r tanto c ó m o d a m e n t e a u n p o e t a e n los
i n i c i o s de su c a r r e r a . T e c h D u i n n ( « C a s a d e D o n n » ) : sitio
d o n d e el j e f e m í t i c o de los g o i d e l o s , E b e r
Tara: s i t u a d a e n la p r o v i n c i a d e M e a t h , D o n n , se a h o g ó al llegar a I r l a n d a . D i o su
e n el c e n t r o s i m b ó l i c o d e I r l a n d a , T a r a es n o m b r e a u n islote al sur de K e n m a r e Bay
la capital d e l rey s u p r e m o (ardri), del que q u e f o r m a p a r t e de u n g r u p o d e tres
los reyes d e las o t r a s c u a t r o p r o v i n c i a s peñones aislados. D e acuerdo c o n la
(Ulster, C o n n a u g h t , Leinster y Munster) l e y e n d a , los m u e r t o s h a c e n u n alto e n este
s o n los vasallos c o n m a y o r o m e n o r c o n - l u g a r e n su paso hacia el O t r o M u n d o .
s e n t i m i e n t & ^ E n Tara t e n í a n l u g a r , e n l o s
t i e m p o s m í t i c o s , las g r a n d e s a s a m b l e a s Tech Midchuarta ( « C a s a del M e d i o » ,
p o l í t i c a s y r e l i g i o s a s y allí se o r g a n i z a b a literalmente «del circuito central»):
t a m b i é n , a intervalos regulares, el « f e s t í n n o m b r e d e l e d i f i c i o e n e l q u e e l rey d e
de T a r a » , m a n i f e s t a c i ó n g l o r i o s a de t o d o Irlanda montaba el f e s t í n de T a r a . E l
i n i c i o o toda c o n f i r m a c i ó n de r e i n a d o . n o m b r e es u n a a l u s i ó n al s i m b o l i s m o
El n o m b r e es la grafía anglizada de Temair, c e n t r a l de la realeza s u p r e m a .
 598 GLOSARIO

Teilgin, Talcend («El Tonsurado»): a todos los sacerdotes, p e r o de h e c h o n o

a p o d o a p l i c a d o a san P a t r i c i o e n a l g u n o s cubre más que u n a parte del c a m p o de
textos, n o t o d o s h a g i o g r á f i c o s . L a palabra actividad intelectual y espiritual de los
p r o n t o pasó a s i g n i f i c a r « c l é r i g o , s a c e r - druidas. No se puede afirmar, sin
dote». e m b a r g o , q u e sea la p r u e b a o la h u e l l a de
u n a e s p e c i a l i z a c i ó n gala.
t e i n m laegda: e n c a n t a m i e n t o q u e u t i l i -
z a b a n l o s filid, c o n u n a t é c n i c a m u y p r ó - Tigernach Tetbannach mac Luchta: rey
x i m a a la del imbas forosnai y q u e se hacía e n m í t i c o d e M u n s t e r d e l q u e se h a b l a e n
dos tiempos: v a r i o s r e l a t o s , c o m o Serglige ConCulaind (La
(1) « m a s c a n d o » el p u l g a r b a j o un enfermedad de Cuchulainn). El significado de
diente; Tigernach es i n d u d a b l e : «Señor, Sobe-
(2) cantando u n p o e m a c o r t o . r a n o » ; e l de Tetbannach p a r e c e ser « e l de
los g o l p e s m o r t a l e s » . L a variante Tetbuillech
Teinm es el n o m b r e d e v e r b a l d e teinnid, es m á s c l a r a : « e l q u e g o l p e a furiosa-
« c o p a , m i l a m o r e s , b r i s a » , y laegda es u n mente».
adjetivo d e r i v a d o de laid, « c a n t o » . E l s i g -
n i f i c a d o l i t e r a l es « m a s t i c a c i ó n c a n - Tigernmas, hijo de Follach: n o m b r e del
tada». rey m í t i c o q u e , d e a c u e r d o c o n l o s f r a g -
m e n t o s relativos a M a g S l e c h t , r e i n a b a e n
tejo ( i r l a n d é s a n t i g u o ibar, ibor, irlandés la I r l a n d a p a g a n a . S u s i g n i f i c a d o literal es
m o d e r n o iür, d e la v a r i a n t e iubar, iubhar) •. « S e ñ o r de la M u e r t e , h i j o de S o b e r a n o » .
la m a d e r a de t e j o sirve a la vez (bajo la
f o r m a de varitas) para g r a b a r o g a m s e n las T i r na m B á n ( « T i e r r a de las M u j e r e s » ) :
p r á c t i c a s m á g i c a s o e n c a n t a t o r i a s de l o s Véase « s i d » .
d r u i d a s y para f a b r i c a r ciertas armas, astas
de l a n z a y e s c u d o s . L a e t i m o l o g í a d e l T i r na m B é o ( « T i e r r a de l o s V i v o s » ) :
a p o d o del Dagda, E o c h a i d (*ivo-katu-s Véase « s i d » .
« q u e c o m b a t e c o n el t e j o » ) , t i e n e p o r
tanto u n doble sentido, pues implica los Tirt Tairngiri ( « T i e r r a de P r o m e s a » ) :
d o s a s p e c t o s , s a c e r d o t a l y g u e r r e r o , de la Véase « s i d » .
soberanía.
Tlachtgha: n o m b r e de u n a c o l i n a situada
templo: existen templos galorromanos, e n la p a r t e de la p r o v i n c i a de M e a t h de la
pero no hay n i n g ú n templo celta de q u e se p r i v ó a M u n s t e r . Los druidas
época p r e r r o m a n a . El c o n c e p t o de s a n - encendían allí el f u e g o s a c r i f i c i a l c o n
tuario, traducido p o r nemeton, implica m o t i v o de la fiesta de Beltaine.
s ó l o la e x i s t e n c i a de u n l u g a r sagrado
—que p u e d e ser u n bosque—, p e r o n o la totemismo: d o c t r i n a q u e p o s t u l a la e x i s t e n -
de u n a c o n s t r u c c i ó n a n á l o g a al templum cia, e n la c r e e n c i a r e l i g i o s a , de a n c e s t r o s
l a t i n o . E l u s o de la p i e d r a p e n e t r ó e n la animales de los que supuestamente d e s -
G a l i a bajo la i n f l u e n c i a clásica. c i e n d e el d e v o t o . A p e s a r de t e ó n i m o s o
a n t r o p ó n i m o s q u e c o n t i e n e n n o m b r e s de
teólogo: c o m p r e n d e m o s esta p a l a b r a e n el a n i m a l e s (matu- « o s o » , moceo- «jabalí»),
s e n t i d o e t i m o l ó g i c o de sacerdote e s p e c i a - n o existe n i n g ú n r a s t r o d e t o t e m i s m o e n
l i z a d o e n el e s t u d i o d e la d i v i n i d a d . L a la r e l i g i ó n c e l t a . T o d o s l o s n o m b r e s d e
d e f i n i c i ó n d e b e r í a aplicarse e n p r i n c i p i o este o r d e n r e s p o n d e n a u n s i m b o l i s m o
 GLOSARIO
599

v i n c u l a d o al de u n a n i m a l b i e n d e f i n i d o . los santos s o n ú n i c a m e n t e j u s t i f i c a c i o n e s
Véase « z o o m o r f i s m o » . hagiográficas ficticias y tardías.

tradición: la T r a d i c i ó n c e l t a s ó l o puede T r e f u i l n g i d T r e o c h a i r : s o b r e n o m b r e casi

d e f i n i r s e c o m o el c o n j u n t o d e la e s p i r i - s e g u r o d e L u g e n el r e l a t o La fundación del
t u a l i d a d de l o s celtas y l o q u e d e p e n d e de dominio de Tara. El s i g n i f i c a d o más v e r o s í m i l
ella c o n a n t e r i o r i d a d (y e n a l g u n o s casos es « D e m i u r g o del G r a n F i l o » .
c o n p o s t e r i o r i d a d ) a la c o n v e r s i ó n al c r i s -
t i a n i s m o . C o m o autoridad espiritual de tres días: u n i d a d c r o n o l ó g i c a y m e d i d a de
la q u e es el p r i n c i p i o , e n g l o b a t o d o s l o s t i e m p o d e la fiesta de Samain: general-
a s p e c t o s de la r e l a c i ó n e n t r e el h o m b r e y m e n t e tres días antes de la fiesta, el m i s m o
l o d i v i n o , así c o m o t o d a o r g a n i z a c i ó n , día d e la fiesta y tres días d e s p u é s de la
humana y sobrehumana, del cosmos. Así fiesta. S e asocia así c o n la e x p r e s i ó n d e l
pues, no admite ninguna distinción entre calendario de Coligny TRINOUX(TION)
l o r e l i g i o s o y l o p r o f a n o y, s i e n d o por SAMON(I) SINDW(OS) [ « l o s tres días de
d e f i n i c i ó n p e r f e c t a , n o está s o m e t i d a a la Samain (comienzan) hoy»]. Véase
e v o l u c i ó n de la v i d a h u m a n a . En este Francoise L e R o u x , « L e c a l e n d r i e r gaulois
s e n t i d o , es p o r c o n s i g u i e n t e e x a c t a m e n t e de C o l i g n y ( A i n ) et la féte i r l a n d a i s e de
c o m p a r a b l e al b r a h m a n i s m o , c o n la d i f e - n
S a m a i n ( S a m o n i o s ) » , Ogam, 1 9 5 7 ' - ° 9 '
r e n c i a d e q u e l o s t e x t o s celtas n o nos PP- 3 3 7 - 3 4 2 .
ofrecen n i n g ú n equivalente a los b r a h -
m a n a s o l o s u p a n i s a d s y q u e la t r a d i c i ó n Tres Dioses: los « t r e s d i o s e s » s o n , e n e l
celta s ó l o es u n a t r a c i ó n viva. N o o b s - p a n t e ó n i r l a n d é s , el d i o s s u p r e m o , sin
tante, conserva p l e n o valor c o m o e n s e - clase, y sus d o s h e r m a n o s , el d i o s - d r u i d a
ñanza. D a g d a y el d i o s - c a m p e ó n O g m a . E l p r i -
m e r o trasciende las tres f u n c i o n e s sociales
transmigración: en el s e n t i d o preciso de y c ó s m i c a s , m i e n t r a s q u e los o t r o s dos s o n
« p a s o de u n a l m a de u n c u e r p o a o t r o » , las d o s « c a r a s » opuestas y c o m p l e m e n t a -
esta palabra es s i n ó n i m a de m e t e m p s i c o s i s . rias de la g r a n d i v i n i d a d s o b e r a n a que
e q u i v a l e o c o r r e s p o n d e al d u e l o v é d i c o
transmisión: l o s textos i r l a n d e s e s , r e c o p i a - Mitra-Varuna. Simbolizan también la
d o s a p a r t i r de la A l t a E d a d M e d i a p o r los t o t a l i d a d del m u n d o m a n i f e s t a d o , c l a r o y
m o n j e s de l o s scriptoria, a s e g u r a n la t r a n s - o s c u r o , b u e n o y m a l o , celeste, t e r r e s t r e e
m i s i ó n de la t r a d i c i ó n celta c o m o m a t e r i a infernal. Véase «Tuatha D é D a n a n n » .
m u e r t a . S i n e m b a r g o , l o s m o n j e s n o la
consideraron c o m o u n a t r a d i c i ó n —lo Tres Dioses de Dana: s o n l o s tres h i j o s d e
q u e ya n o e r a n capaces de concebir—, s i n o T u i r e a n n , B r i a n , l u c h a r e Iucharba, los
c o m o el c o n j u n t o c o h e r e n t e de u n a h i s - cuales b i e n p o d r í a n ser el r e s u l t a d o d e la
t o r i a n a c i o n a l de I r l a n d a o , l l e g a d o el triplicación de un único personaje
c a s o , c o m o u n a s e r i e de f i c c i o n e s p o é t i - mítico, Brian, c o m p e t i d o r y adversario
cas. Esto jex^fiea la ausencia de t o d a h o s t i - de L u g , a u n q u e semejante a é l . E n el
l i d a d d e l c r i s t i a n i s m o celta h a c i a la r e l i - relato La muerte de los hijos de Tuireann, l o s tres
g i ó n precristiana, considerada c o m o una h e r m a n o s m a t a n al p a d r e de L u g , C i a n ,
e s p e c i e d e h i s t o r i a c o m p a r a b l e a la d e l y, e n c o m p e n s a c i ó n p o r este a s e s i n a t o ,
Antiguo Testamento. La historicización d e b e n llevar a L u g los múltiples objetos
de l o s d i o s e s fue p u r a m e n t e f o r m a l y l o s m a r a v i l l o s o s q u e s e r v i r á n p a r a g a n a r la
múltiples conflictos entre los druidas y batalla de M o y t u r a c o n t r a los f o m o r e s .
6oo GLOSARIO

M u r i e r o n d e a g o t a m i e n t o al t é r m i n o de druides druid sacerdotes ~

la b ú s q u e d a . V é a n s e los Textes mythologiques equites laith guerreros
irlandais I / l , p p . 1 0 5 - 1 4 3 . plebs bo-aire p o s e e d o r e s de g a n a d o
L a p r i m e r a clase s a c e r d o t a l o r g a n i z a y
tribu: t r a d u c c i ó n g e n e r a l m e n t e recibida—e c o n t r o l a las a c t i v i d a d e s d e las o t r a s d o s .
inexacta— d e l i r l a n d é s tuath, que proce­ Véanse «clase» y « f u n c i ó n » .
d e n t e d e u n r a d i c a l *touta- «gente, pue­
b l o » (cfr. g a l e s y b r e t ó n tud, « g e n t e » ) , T u a n mac C a i r i l l ( « h i j o d e C a i r e l l » ) :
designa a la vez u n a s u b d i v i s i ó n t e r r i t o r i a l h o m b r e y d r u i d a p r i m o r d i a l q u e , gracias
y a q u i e n e s la h a b i t a n : Ulad, p o r e j e m p l o , a sucesivas m e t e m p s i c o s i s , vivió d e s d e el
es al m i s m o t i e m p o el « U l s t e r » y los d i l u v i o hasta la é p o c a de s a n F i n a n , u n o
« h a b i t a n t e s d e l U l s t e r » . S e i m p o n e la d e l o s s u c e s o r e s d e san P a t r i c i o , c o n el
a s o c i a c i ó n c o n lospagi galos, s u b d i v i s i o n e s fin, c o m o F i n t a n , d e t r a n s m i t i r el c o n o ­
d e las civitates d e s c r i t a s o e n u m e r a d a s p o r c i m i e n t o d e la h i s t o r i a d e I r l a n d a . D e s ­
C é s a r y n o es d e s c a b e l l a d o p e n s a r en pués de h a b e r pasado p o r varias f o r m a s
«cantón». de a n i m a l e s y, e n ú l t i m o l u g a r , p o r la de
u n s a l m ó n , r e n a c e al e s t a d o h u m a n o e n
tripartición: o r g a n i z a c i ó n q u e , e n la i d e o ­ c a l i d a d de a d i v i n o ( d r u i d a ) , h i j o de u n
logía religiosa i n d o e u r o p e a definida p o r rey y d e u n a r e i n a q u e h a b í a i n g e r i d o la
p r i m e r a vez p o r los trabajos de G e o r g e s carne del salmón, animal de ciencia y
D u m é z i l , d i v i d e l o s d i o s e s y la h u m a n i ­ profecía.
d a d e n tres clases a las q u e se o t o r g a n tres
f u n c i o n e s q u e e n g l o b a n la i n t e g r i d a d de tuas: a d v e r b i o y adjetivo i r l a n d é s q u e s i g ­
las actividades p o s i b l e s : n i f i c a « a l t o » y « s u r » , p o r l o q u e es el
— Primera Clase Sacerdotal: c o n t r a r i o de tuath, q u e significa « b a j o » y
función religiosa, «norte».
a d m i n i s t r a c i ó n de l o s a g r a d o .
— Segunda Clase Guerrera: T u l e : n o m b r e d e l l u g a r m í t i c o q u e se
guerra, magia; sitúa e n a l g u n a p a r t e al n o r t e d e l m u n d o ,
— Tercera Clase Productora: d o n d e se ve el s o l de m e d i a n o c h e y l o s
artesanado, agricultura, ganadería, autores antiguos localizaron general­
paz, v o l u p t u o s i d a d , a b u n d a n c i a . m e n t e e n la más s e p t e n t r i o n a l de las islas
Las clases ( p e t r i f i c a d a s e n « c a s t a s » ) y las S h e t l a n d , U n s t . A p a r t e de las l e n g u a s c l á ­
f u n c i o n e s están descritas explícitamente sicas ( q u e d e b i e r o n a d o p t a r u n n o m b r e
e n la I n d i a p o r l o s Manavadharmashastra n a t i v o ) , el n o m b r e s ó l o está a t e s t i g u a d o
( « L e y e s de M a n u » ) , q u e p r o p o n e n la e n i r l a n d é s a n t i g u o (Thylé, Thyla, Tile), pero
siguiente estructura: la e x p l i c a c i ó n e t i m o l ó g i c a , q u e se o r i e n t a
Brahmanes: sacerdotes, casi ú n i c a m e n t e h a c i a el c e l t a , resulta
Kshattriyas: guerreros, difícil. Véase Christian-J. G u y o n v a r c ' h ,
Vaishyas: m e r c a d e r e s . « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et de L e x i c o g r a p h i e
U n a cuarta casta, s i n f u n c i ó n , es la de l o s g a u l o i s e s et c e l t i q u e s X X I I I . 1 6 7 . R e m a r ­
Shüdrasy q u e d a n f u e r a de c u a l q u i e r casta q u e s s u r le n o m de T h u l é » , Ogam, 1 9 7 0 -
p o r i n d i g n i d a d l o s Parias. Esta o r g a n i z a ­ 1 9 7 3 , n . ° 2 2 - 2 5 , PP- 2 8 3 - 2 8 4 .
c i ó n se r e p r o d u c e , i m p l í c i t a y m u y c l a r a ­
m e n t e , e n el m u n d o celta e n I r l a n d a y e n Tíiatha Dé D a n a n n ( « G e n t e de la D i o s a
la G a l i a ( s e g ú n las i n d i c a c i o n e s s o c i o l ó ­ Dana»): denominación g l o b a l de los
gicas de C é s a r ) : d i o s e s d e I r l a n d a tal y c o m o l o s d e s c r i b e
 GLOSARIO
601

Cath Maighe Tuireadh. D e e s t e r e l a t o se p u e d e (3) Boand ( e l B o y n e ) , m u j e r d e E l c m a r

deducir u n esquema que corresponde (Ogma) y amante del Dagda, madre
e x a c t a m e n t e c o n e l d e C é s a r e n De bello de Mac O c .
gallico:
—Mercurio («dios de todas las a r t e s » ) T u a t h a l Techtmar: r e y l e g e n d a r i o , fun-
equivale a Lug Samildanach («politéc- dador del reino de Meath o de u n reino
n i c o » ) , d i o s s i n clase n i f u n c i ó n por- en el n o r t e de Leinster. El nombre
q u e las t r a s c i e n d e t o d a s . implica u n a forma antigua *teuto-valo-s,
—Primera Función sacerdotal: Júpiter («que « j e f e d e l p u e b l o » , y techtmarse entiende
g o b i e r n a el i m p e r i o d e l c i e l o » ) e q u i - c o m o « e l q u e v i e n e p o r el m a r » o « g r a n
v a l e a l Dagda, dios-druida, d i o s d e la viajero».
a m i s t a d y d e l o s c o n t r a t o s , d i o s d e la
ciencia y s e ñ o r de los elementos; Tuireann: p a d r e d e los « t r e s dioses»
—Segunda Función Guerrera: Marte («que primordiales, enemigos de Lug, Brian,
m a n d a sobre los g u e r r e r o s » ) equivale: Iuchtar e Iucharba, personajes principa-
(1) e n e l p l a n o d e l a m a g i a g u e r r e r a a l e s d e l r e l a t o t i t u l a d o Oidhe Chloinne Tuire-
Ogma, d i o s g a v i l l e r o , s e ñ o r d e la g u e - ann ( « L a m u e r t e d e l o s h i j o s d e T u i r e -
r r a , d e la magia, d e la escritura y d e la a n n » ) . E n lexicografía irlandesa existen
elocuencia; t r e s tuirenn-,
(2) e n el p l a n o d e r e a l e z a d i s t r i b u i - — «trigo»,
dora y equilibradora, a Nuada, rey — «compañía, tropa»,
inhabilitado p o r u n a mutilación y — «virutas, residuos metálicos».
reestablecido e n sus f u n c i o n e s gracias N o p u e d e d i s o c i a r s e e s t a f o r m a d e Tuirill
a la p r ó t e s i s d e u n b r a z o d e p l a t a . Piccreo, Biccreo, Bigrenn, Bricrenny B(r)iccreo,
—Tercera Función Artesanal: César n o men- v a r i a n t e s o a l t e r a c i o n e s p r o b a b l e s d e brecc
ciona n i n g ú n n o m b r e , pero en Irlanda ( « a b i g a r r a d o » ) , i g u a l q u e el n o m b r e d e
se p u e d e n s e ñ a l a r : Bricriu.
(1) Goibniu, el h e r r e r o ,
(2) Credne, el b r o n c i s t a , Tul Tuindi («Colina d e las O l a s » ) :
( 3 ) Luchta, el c a r p i n t e r o . topónimo mítico q u e designa el l u g a r
(4) L a a g r i c u l t u r a n o t i e n e r e s e r v a d o donde Fintan, a r r a s t r a d o p o r las olas,
ningún nombre. d u r m i ó d u r a n t e t o d o el t i e m p o q u e d u r ó
—Participante en las tres funciones-. Apolo («que e l d i l u v i o . E x i s t e u n Tul Tuindi, q u e es u n a
r e p e l e las e n f e r m e d a d e s » ) equivale: colina p o r encima del S h a n n o n e n L i m e -
(1) e n s u a s p e c t o d e m é d i c o , a Diancecht r i c k , s e g ú n H o g a n (Onomasticon Goidelicum,
y s u s h i j o s , Airmed, Miach, Oirmiach. p . 658a).
( 2 ) e n s u a s p e c t o d e j u v e n t u d , a Mac
O c u Oengus, h i j o d e l D a g d a . Twrch Trwyth: j a b a l í m a r a v i l l o s o , p e r s e -
—Divinidad femenina única, madre, esposa, her- guido en vano p o r Arturo, q u e , e n el
mana, hija de toáoslos dioses: Minerva («que c u e n t o gales d e K u l h w c h y O l w e n , lleva l o s
enseñá'Tos rudimentos d e t o d a s las talismanes más preciados, indispensables
artes») aparece bajo varios n o m b r e s d e p a r a el m a t r i m o n i o d e l h é r o e . Corres-
Irlanda: p o n d e a l i r l a n d é s Torc o Ore Treith, q u e s e
(1) Brigit, h i j a d e l D a g d a , d i o s a d e l o s puede traducir c o m o «jabalí s o b e r a n o » .
poetas, los h e r r e r o s y los m é d i c o s ; E l i r l a n d é s triath s i g n i f i c a a l a v e z « j e f e ,
( 2 ) Etain (Eithne), reina de Irlanda y soberano», «jabalí» y «ola», lo q u e
m a d r e de todos los dioses; c o r r e s p o n d e al s i m b o l i s m o s a c e r d o t a l d e l
 602 GLOSARIO

jabalí. E n gales cabría esperar una forma V

c o m o trwyt o trwyd. vate-, f o r m a francesa, de o r i g e n e r u d i t o , del
latín vatis, ésta de o r i g e n galo y q u e c o r r e s -
u p o n d e al i r l a n d é s fáith y al gales gwawd. E l
Uaithne («Armonía»): nombre al s i g n i f i c a d o del l a t í n basta p a r a d e n o t a r su
m i s m o t i e m p o d e l a r p a y d e l arpista d e l o r i g e n celta: « a d i v i n o , a d i v i n a ; p r o f e t a ,
D a g d a . L a palabra t i e n e n o obstante varios p r o f e t i s a ; o r á c u l o y, c o m o las p r o f e c í a s
significados: estaban p o r l o g e n e r a l e n r i m a , poeta»
— «madera, pilar», ( E r n o u t - M e i l l e t , Dictionnaire étymologique de la
a
— «fatiga, t r a b a j o » , languelatine, ed. 1 9 5 9 , p- 7 ! 5 ) - L a translite-
— «sutura», r a c i ó n g r i e g a ovaréis d i o l u g a r a las d o s
— «juntura, unión, concordancia», cacografías, eubages, euhages, p a r t i c u l a r m e n t e
— «acorde musical, a r m o n í a » . e n T i m á g e n e s , c u y o texto se h a t r a n s m i -
Las d i v e r g e n c i a s s e m á n t i c a s d e b e n de ser tido e n t r a d u c c i ó n latina de A m i a n o M a r -
c o n s e c u e n c i a d e sucesivas m e t á f o r a s . c e l i n o . L a palabra n o ha subsistido e n b r e -
t ó n . Está a s o c i a d o a u n a raíz *uat- («estar
U C U E T I S : teónimo galo, n o m b r e de i n s p i r a d o , p o s e í d o , h i n c h a r s e de c ó l e r a » )
una divinidad femenina, atestiguado en que también ha p r o d u c i d o en g e r m á n i c o
el d a t i v o Ucuete y el a c u s a t i v o Uc(u)etin en el n o m b r e de Wotan ( e s c a n d i n a v o Odhinn) y
la inscripción gala de Alise-Sainte- Wut ( « f u r o r » ) . V é a n s e los a n e x o s .
R e i n e . E l t é r m i n o n o se c o n o c e p o r o t r a
vía y n o es p o s i b l e o f r e c e r u n a e t i m o l o g í a V E L L E D A : p r o f e t i s a de l o s b r u c t e r i o s ,
segura. s e g ú n T á c i t o . A u n q u e e r a de n a c i o n a l i -
d a d g e r m á n i c a , lleva u n n o m b r e celta
uile-icéadh ( « c u r a l o t o d o » ) : nombre e m p a r e n t a d o c o n el de los filid i r l a n d e s e s .
gaélico del m u é r d a g o , que corresponde a V é a n s e los a n e x o s .
la t r a d u c c i ó n latina, p r o p u e s t a p o r P l i n i o
(omnia sanantem) e n su d e s c r i p c i ó n de la versacrum («primavera sagrada»): expre-
r e c o l e c c i ó n de esta p l a n t a , de u n a p a l a b r a sión latina del vocabulario religioso,
gala q u e n o cita, p e r o q u e se a p l i c a b a , e m p l e a d a i n e x a c t a m e n t e , a falta d e o t r a
c o m o su e q u i v a l e n t e i n s u l a r , a la p l a n t a m e j o r , p a r a d e s i g n a r las d o s e x p e d i c i o n e s
d e s i g n a d a p o r sus c u a l i d a d e s c u r a t i v a s . s i m u l t á n e a s de B e l o v e s o y S e g o v e s o , l o s
Esta p a l a b r a es ya u n s u s t i t u t o y n o se h a dos sobrinos del e m p e r a d o r galo A m b i -
c o n s e r v a d o e n b r i t ó n i c o , l o q u e es i n d i - g a t o , e n d i r e c c i ó n r e s p e c t i v a m e n t e d e la
c i o de la d e s a p a r i c i ó n d e u n v o c a b l o r e l i - G a l i a C i s a l p i n a y la selva H e r c i n i a . E l ver
gioso. Véase « m u é r d a g o » . sacrum l a t i n o s u p o n e la e x p i a c i ó n de u n a
falta o el c u m p l i m i e n t o d e u n anhelo
U i s n e c h : c o l i n a s i t u a d a e n la p a r t e d e n a c i o n a l tras u n a c a l a m i d a d c u a l q u i e r a y
C o n n a u g h t a b s o r b i d a p o r la p r o v i n c i a n o el r e b o s a m i e n t o p o r u n e x c e s o de
central de M e a t h , e n grafía anglizada Usney p o b l a c i ó n a causa de u n l a r g o p e r i o d o de
o Usnagh Hill. Es t a m b i é n el n o m b r e d e la p r o s p e r i d a d . Era, e n u n a d e f i n i c i ó n p r e -
l e t r a d e l a l f a b e t o o g á m i c o q u e sirve p a r a cisa, la o f r e n d a a los dioses de t o d o l o q u e
escribir « U » . había nacido en primavera: frutos, a n i -
males y n i ñ o s .
Ulad ( « U l s t e r » ) : Véase « p r o v i n c i a » .
VERCINGETORLX (Vercingétorix):
jefe arverno, hijo de C e l t i l o y o r g a n i z a -
 GLOSARIO
603

dor del gran alzamiento galo que t e r m i n ó m a c i o n e s c o m o Vidu-briga, que ha dado

e n el a ñ o 5 2 a n t e s de n u e s t r a e r a c o n el Vobridium, Vouvray o Viducasses, n o m b r e de
desastre d e A l e s i a . E l n o m b r e está c o m - u n p u e b l o establecido en Calvados. Véase
p u e s t o p o r el p r e f i j o a u m e n t a t i v o ver-, esta p a l a b r a .
del r a d i c a l cingeto-, « g u e r r e r o » , y del sus-
tantivo sufijado - r i x ( « r e y » ) . El signifi- V I D U C A S S E S (viducasses): p u e b l o galo
c a d o es p o r t a n t o m u y c l a r o : « r e y de l o s establecido en Calvados y c o n f u n d i d o en
grandes g u e r r e r o s » . distintos grados c o n los Baiocasses. Su
nombre significa « ( a q u e l l o s que son)
V E R G O B R E T U S (vergobreto): magis- b e l l o s p o r la m a d e r a » y subsistió e n el de
tratura s u p r e m a de los h e d u o s , a t r i b u i d a a su capital, Vieux (Calvados). Véase
u n titular e l e g i d o p o r u n a ñ o bajo el c o n - «vidu-».
t r o l de los d r u i d a s , y q u e t e n í a « d e r e c h o
s o b r e la vida y la m u e r t e » de sus a d m i n i s - VIROTUTIS: sobrenombre galo de
t r a d o s . Es u n a de las r a r í s i m a s p a l a b r a s « A p o l o » , variante de Virotoutis, y q u e s i g -
galas q u e C é s a r e m p l e ó e n Comentarios a la n i f i c a « h o m b r e de la n a c i ó n » , ya q u e
guerra de las Galiasy, d e b i d o a u n a frase p o c o touta- es el e q u i v a l e n t e c o n t i n e n t a l del
clara, se t o m ó p o r el n o m b r e d e l ú n i c o tuath i r l a n d é s . V é a s e C h r i s t i a n - J . G u y o n -
t i t u l a r , c u a n d o es a la vez el n o m b r e d e l v a r c ' h , « N o t e s d ' E t y m o l o g i e et d e L e x i -
c a r g o y d e l t i t u l a r d e l c a r g o . Está c o m - c o g r a p h i e g a u l o i s e s et c e l t i q u e s X X I V .
puesta p o r u n radical *vergo-, que p r o p o r - 103. Apollon VIROTVTIS, irlandais
c i o n ó t a m b i é n el i r l a n d é s ferg ( « c ó l e r a » ) , t u a t h et tüas, b r e t ó n tus, gallois et b r e t ó n
jbretu- («juicio»). t u d » , Ogam, 1 9 6 6 , n . ° 1 8 , p p . 3 1 1 - 3 2 3 .

víctima (sacrificial): la l i t e r a t u r a irlandesa V O C O N T I I ( v o c o n c i o s ) : p u e b l o d e la

c o n t i e n e h u e l l a s del s a c r i f i c i o d e l c a b a l l o galia N a r b o n e s a q u e o c u p a b a a p r o x i m a -
y d e l t o r o ú n i c a m e n t e e n la p a r t e c o n o - damente un territorio que cubría los
cida del ritual d e la e l e c c i ó n r e g i a . P o r su actuales d e p a r t a m e n t o s d e Isére y D r ó m e ,
p a r t e , la G a l i a t e s t i m o n i a el s a c r i f i c i o d e l al n o r t e del D u r a n c e , e n t r e A l p e s - M a r i t i -
t o r o e n el m o m e n t o de la r e c o l e c t a d e l m e s y e l R ó d a n o . S u capital era Vasio, q u e
m u é r d a g o y l o s a u t o r e s a n t i g u o s le a t r i - p a s ó a V a i s o n - l a - R o m a i n e . D o t t i n asocia
buyen generalmente innumerables sacri- este n o m b r e , e n su g l o s a r i o La languegau-
ficios h u m a n o s . P e r o el h o m b r e es la v í c - loise, al b r e t ó n ugent, « v e i n t e » , p e r o esta
t i m a sacrificial más alta y, p o r n e c e s i d a d , i n t e r p r e t a c i ó n p e r m a n e c e e n el t e r r e n o
t a m b i é n a q u e l l a c u y o s a c r i f i c i o es m á s de las h i p ó t e s i s .
r a r o . I g n o r a m o s si el c e l t a o p e r a b a la
m i s m a d i s t i n c i ó n q u e el l a t í n e n t r e victima Vortigern, f o r m a s más r e c i e n t e s G u o r t -
y hostia. V é a s e « s a c r i f i c i o » . higern, Guorthigirn («Gran Sobe-
r a n o » ) : n o m b r e del príncipe que g o b e r -
V I D U - : radical del n o m b r e del « á r b o l » , naba Britania en el m o m e n t o de las
de la m a d e r a y d e l « b o s q u e » : irlandés p r i m e r a s i n v a s i o n e s sajonas. P e r o t o d o l o
a n t i g u o fid, g a l e s gwydd, b r e t ó n gwez. Se q u e s a b e m o s d e l p e r s o n a j e , a p a r t e de su
c o n s t a t a u n a h o m o n i m i a casi c o m p l e t a n o m b r e , p e r t e n e c e más a la l e y e n d a q u e a
c o n los t é r m i n o s g o i d é l i c o s y b r i t ó n i c o s la h i s t o r i a , p r i n c i p a l m e n t e el e p i s o d i o
q u e d e s i g n a n el « s a b e r » ( i r l a n d é s fet-, del banquete d u r a n t e el c u a l l o s j e f e s
gales gwydd, b r e t ó n g o u e z ) . Vidu- está atesti- sajones H e n g i s t y H o r s a m a n d a r o n asesi-
guado en toponimia continental en for- nar a traición a los príncipes britanos. A

i
604 GLOSARIO

V o r t i g e r n se l o c o n o c e t a m b i é n p o r sus c a b a l l o , c a r n e r o , c u e r v o , e t c . ) , p o r q u e la
relaciones c o n Merlín. iconografía continental representa a
m e n u d o , e n la é p o c a g a l o r r o m a n a , f i g u ­
Y ras a n i m a l e s , o p o r q u e los t e ó n i m o s q u e
Y d e r : h é r o e g a l e s , h i j o de N u t t ( N u d d ) . los d e s i g n a n se h a n c r e a d o a p a r t i r d e
E n u n e p i s o d i o de la literatura artúrica, es radicales de n o m b r e s de animales: artos,
víctima de u n a e n f e r m e d a d (que c u r a n tres « o s o » , epos, « c a b a l l o » , mokko-, «cerdo»,
m é d i c o s i r l a n d e s e s ) q u e l o deja defor­ e t c . P e r o el a n i m a l , c o m o el v e g e t a l (el
m a d o , s i n cabeza y s i n r o s t r o , c o m o el r o b l e p o r e j e m p l o e n el caso de los d r u i ­
irlandés M o r a n n e n el m o m e n t o d e nacer. d a s ) , es s ó l o el s o p o r t e d e l s i m b o l i s m o
r e l i g i o s o . N u n c a es el p r i n c i p i o o esencia
Z de la r e l i g i ó n . E l t o t e m i s m o y la z o o l a t r í a
zoomorfismo: a v e c e s se a t r i b u y e a l o s celtas s o n , e n el caso de l o s celtas, i n t e r p r e t a ­
cultos de divinidades z o o m o r f a s (oso, ciones erróneas del z o o m o r f i s m o .

E n t o d o el c u e r p o d e la o b r a , así c o m o e n el g l o s a r i o , las v o c a l e s largas i r l a n d e s a s ,

c u a n d o h a s i d o n e c e s a r i o , se h a n t r a n s c r i t o p o r r a z o n e s t i p o g r á f i c a s á, é, i, ó y ü.
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS*

I. E L NOMBRE DEL DRUIDA

C é s a r n o s m u e s t r a , e n Comentarios a la guerra de las Galias, la f o r m a del n o m b r e del d r u i d a
usada e n la G a l i a e n el siglo I antes de n u e s t r a era. L o e s c r i b e a través de u n radical de
la t e r c e r a d e c l i n a c i ó n l a t i n a :
— N o m i n a t i v o P l u r a l : druides ( B G V I , 1 4 , 2 l ) ,
— G e n i t i v o P l u r a l : druidum ( B G V I , 1 3 ) ,
— D a t i v o - A b l a t i v o P l u r a l : druidibus ( B G V I , 1 3 , 1 6 , 1 8 ) .
E l s i n g u l a r n o está a t e s t i g u a d o , p o r l o q u e d e b e m o s r e c o n s t r u i r *druisy, como
v e r e m o s m á s a d e l a n t e , las f o r m a s d e C é s a r *druis/druides c o i n c i d e n e n b u e n a m e d i d a
c o n las f o r m a s irlandesas m e d i e v a l e s druí/druíd.
P e r o C é s a r es el ú n i c o q u e l o u t i l i z a . S ó l o e n c o n t r a r e m o s e x c e p c i o n a l m e n t e , el
g e n i t i v o druidum e n A u s o n i o (Commemoratio Professorum BurdigalensiumX, 2 2 - 3 ° ) > cuatro
siglos más tarde. T o d o s los demás autores latinos, c o n t e m p o r á n e o s o p o s t e r i o r e s ,
u s a n u n a f o r m a d i f e r e n t e , basada e n u n radical d e la p r i m e r a d e c l i n a c i ó n , s i g u i e n d o
el m o d e l o de nauta o de poeta:
-Nominativo Plural: druidae ( C i c e r ó n , DeDivinatione 1 , 4 1 , 9 0 ;
P l i n i n o el V i e j o , Nat. Hist. X V I ,
2 4 9 ; X X I V , 1 0 3 - 1 0 4 ; XXLX,
5 2 ; T á c i t o , Hist. I V . 5 4 ; Aúnales
XTV, 3 0 ; L u c a n o , Pharsalia, 4 5 1 ) ;
-Acusativo Plural: druidas ( P o m p o n i o M e l a , De Chorographia
III, 2 , 18 y 1 9 ) ;
- G e n i t i v o Plural: druidarum ( S u e t o n i o , Claudius 2 5 ; A u s o n i o ,
Prof.V, 7 ) ;
—Dativo-Ablativo Plural: druidis ( P l i n i o , Nat Hist X X X , 5 4 ) .
Estas f o r m a s d a t a n todas de la é p o c a clásica (siglo I a . C . — siglo II d . C ) .
Más tarde a p a r e c e n f o r m a s latinas variables,

- e n mase.uiino:
Nominativo Plural: drasidae ( A m i a n o M a r c e l i n o X V , 9, 4)>
driadae (Commenta, U s e n e r ) ,

Puede verse también C h . - J . Guyonvarc'h, Prétres et dieuxdes celtes. Le vocabuiaire sacerdotal du ce/ti-
que de l'antiquité au haut moyen age, eds. Armeline, Brest, 2 0 0 9 .
6o6 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

Acusativo Plural: drasidas ( A m i a n o Marcelino X V , 8),

dríadas (Commenta, Usener);
—en f e m e n i n o :
Nominativo Singular: dryas ( L a m p r i d o , Vida de Alejandro Severo
L l X , 5; V o p i s c o X X X , 1 4 , 3 ) ;
Ablativo Singular: dtyade (Vopisco X X X , 14, 2);
Acusativo Plural: dryadas (Vopisco XLIII, 4 - 5 ) ;
Dativo-Ablativo Plural: dryadibus (Vopisco XLIII, 4 - 5 ) .
N o es difícil c o n c l u i r q u e las f o r m a s latinas, sean las q u e s e a n , e x c e p t u a n d o las de
C é s a r , s o n p r é s t a m o s o c a l c o s d e l g r i e g o , c u y o r e p e r t o r i o es m u c h o más s i m p l e :
—Nominativo Singular: 6puLor|S ( A r i s t ó t e l e s , Fragmenta 30),
—Nominativo Plural: SpuLoou ( C l e m e n t e d e A l e j a n d r í a , Stromata I ,
15; Estrabón, IV, 4 , 4 ) ,
—Acusativo P l u r a l : 8poi)L8a<j ( D i o d o r o de Sicilia V , 3 1 , 4 ) ,
Spuí6a5 ( D i ó n C r i s ó s t o m o , Oratio X L I X ;
D i ó g e n e s L a e r c i o , Vida de los filósofos 1
&5)-
-Genitivo Plural: SpUÍScoV (Estrabón IV, 5).
Está c l a r o e n e f e c t o q u e las f o r m a s latinas de la p r i m e r a d e c l i n a c i ó n se h a n c o n s -
t r u i d o a p a r t i r del g r i e g o , q u e , aparte d e l Spuí8r|S de A r i s t ó t e l e s , n o está atestiguado e n
s i n g u l a r . L a palabra prestada se c o n s i d e r ó e n g r i e g o c o m o u n m a s c u l i n o c o n u n t e m a
e n -a, d e l t i p o 110X1x11?, « c i u d a d a n o » , o S L K a c n T | S , « j u e z » ( p l u r a l TroXÍTai, S i m a r c á ) ,
y el p r é s t a m o es a n t i g u o , a n t e r i o r al siglo I V a . C , ya q u e A r i s t ó t e l e s , q u e es el p r i m e r o
a
q u e e m p l e ó esta palabra, vivió d e 3 ^ 4 3 2 2 . D e s d e C i c e r ó n , los l a t i n o s s ó l o e m p l e a -
r o n u n a f o r m a h e l e n i z a d a , a b a n d o n a n d o la f o r m a céltica a d o p t a d a p o r C é s a r .
P o r ú l t i m o , r e t i r a r e m o s d e l d e b a t e t o d o s l o s « d r u i d a s » y s o b r e t o d o t o d a s las
« d r u i d e s a s » del t i p o a n ó m a l o dryas / dryades I driadae, p u e s p r o c e d e n c o n t o d a c l a r i d a d
de los « d r y a d e s » , S p u d S e s cuya s u e r t e estaba l i g a d a a la d e l o s á r b o l e s . E n c u a n t o a la
f o r m a drasidae, p r o b a b l e m e n t e s ó l o sea u n c o m p r o m i s o m o r f o l ó g i c o e n t r e dryas y drui-
dae 18puí8cu.
S ó l o q u e d a p o r v e r , e n este e s t u d i o e t i m o l ó g i c o , u n a sola f o r m a a n t i g u a , la q u e
C é s a r , testigo d i r e c t o , a n o t ó e n la G a l i a e n t r e 5 8 y 5 2 a. C . :
singular: *druis,
plural: *druides.
Y a ú n más i n d i s p e n s a b l e es c o n t a r i m p e r a t i v a m e n t e c o n esta f o r m a de C é s a r q u e
c o r r e s p o n d e r i g u r o s a m e n t e a la d e l i r l a n d é s d e s d e las é p o c a s más r e m o t a s de la l e n -
g u a . P e r o e n las g l o s a s , q u e s o n las f u e n t e s m á s a n t i g u a s —y t a m b i é n m á s c r i s t i a n i z a -
das—, el s i g n i f i c a d o de la p a l a b r a h a e v o l u c i o n a d o e n f u n c i ó n de la d o c t r i n a cristiana:
« m a g o , s a b i o , a d i v i n o » , c o n el v a l o r g e n e r a l d e l l a t í n magus. P o r o t r o l a d o , n o hay
más q u e dos.-
— dogénasdibfirtu etsáibarde amaldondrigensatdruid triitsom: « ( e l A n t i c r i s t o ) hará m i l a g r o s
y s i g n o s e n g a ñ o s o s c o m o h i c i e r o n los d r u i d a s p o r é l » ( W ü r z b u r g 2 6 a , 2 0 ; The-
saurus Paleohibernicusl, p. 166).
— .1. da druith ogeptacdi robatar ocimbresunfrimmqysi et nistuirmi recht act senchassom fadesín arropo
eola som na huili fetarlice: « d o s sabios e g i p c i o s q u e h a b í a n d i s c u t i d o c o n M o i s é s , y
la L e y n o los m e n c i o n a , salvo su p r o p i a t r a d i c i ó n , p u e s él era e x p e r t o e n t o d o
el A n t i g u o T e s t a m e n t o » ( W ü r z b u r g 3 0 c , 1 7 ; ThesaurusPaleohibernicusl, p. 695).
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS
607

E n n i n g u n a de las dos glosas se habla de la a n t i g u a clase sacerdotal: e n u n c o n t e x t o

c r i s t i a n o , la p a l a b r a ya n o es más q u e u n c a s c a r ó n v a c í o . S i n e m b a r g o , la m o r f o l o g í a es
de e n t r a d a c o r r e c t a : e n los dos casos druid/druith está e n n o m i n a t i v o plural, p u e s la a l t e r ­
n a n c i a th/d s ó l o es gráfica. D e este m o d o se r e a f i r m a el c o n t r a s t e e n t r e la A n t i g ü e d a d ,
q u e n o s t r a n s m i t e u n a palabra c o n u n ú n i c o s i g n i f i c a d o y m ú l t i p l e s f o r m a s , y la E d a d
M e d i a celta, q u e c o n s e r v a u n s o l o m o r f e m a d o t a d o de s i g n i f i c a d o s m ú l t i p l e s .
C i t e m o s a h o r a , c o m o e j e m p l o de f o r m a s irlandesas, q u e n o h a n p e r d i d o su s i g n i ­
f i c a d o i n i c i a l , las d e l g r a n r e l a t o é p i c o Táin Bó Cúalnge e n las d o s v e r s i o n e s p r i n c i p a l e s
d e l Book of Leinster y d e l Lebor na hUidre-.
— Nominativo Singular:
druí(BookofLeinsterII, ed. B e s t - O ' B r i e n , D u b l í n , 1967, p. 287, folio 64b, I O - I I ,
líneas 8 4 7 6 , 8 4 8 8 ; p . 2 6 5 , folio 5 5 b , 2 0 , línea 7 7 2 4 ; p . 288, 6 4 b , 4 4 , línea
8 5 0 5 ; Lebor no hUidre, e d . R . I . B e s t - O s b o r n B e r g i n , D u b l í n , 1 9 2 9 , p . 1 5 8 , f o l i o
6la, línea 5 0 3 5 ; p. 1 5 0 , 5 7 b , línea 4 7 5 2 ) .
draoi ( V e r s i ó n S t o w e , e d . C e c i l e O ' R a h i l l y , p . 6, l í n e a 1 8 8 ) ;
Cathbadh caomdhraoí, « C a t h b a d el d r u i d a a m a b l e » (ibid., p . 1 4 2 , 4 4 9 4 " 4 4 9 ^ ) .
— Genitivo Singular:
druad (Book of Leinster I I , p . 2 6 5 , f o l i o 5 5 b , 1 9 , l í n e a 7 7 2 3 ; e d . O ' R a h i l l y , p . 5,
líneas 1 7 4 - 1 7 5 ) ;
druagh ( V e r s i ó n S t o w e , e d . O ' R a h i l l y , p . 6, l í n e a 1 8 6 ) ;
— Nominativo plural:
druidi (Book of Leinster II, p . 3 6 7 , 9 1 b , 1 1 , l í n e a 1 1 2 6 5 ) ;
druidi(ibíd., p . 368, 9 l b 4 4 , línea 11289);
druid(ibid., II, p . 3 1 7 , 7 5 b l 4 , l í n e a 9 5 4 0 ) ;
a
druíd (Lebor na hUidre, p . 1 4 2 , f o l i o 5 5 , l í n e a 4 5 ° 3 ) ;
draoithi ( V e r s i ó n S t o w e , p . 1 7 , l í n e a 5 ° 3 ) ;
dráoithe (ibid., p . 84, línea 2 6 1 8 ) ;
—Genitivo Plural:
drúad (Bookof Leinster II, p . 3 7 7 , f o l i o 9 5 a , 3 6 , l í n e a 1 1 6 2 1 ) ;
druad (Lebor na hUidre, p . 1 5 0 , f o l i o 5 7 ° . l í n e a 4 7 4 2 ) ;
druadh ( V e r s i ó n S t o w e , p . 1 4 2 , l í n e a s 4 5 0 0 - 4 5 0 1 ) ;
— Dativo Plural:
druidib (Book of Leinster 11, p . 3 7 2 , f o l i o 9 3 b 2 3 , l í n e a 1 1 4 5 3 ) ;
draoithibh ( V e r s i ó n S t o w e , p . 1 4 2 , l í n e a 4 4 9 4 ) ;
—Vocativo Plural:
drúide (Book of Leinster 11, p . 2 7 5 - f o l i o 5 8 b 2 0 , l í n e a 8 0 5 1 ) ;
druide (ibid., I I , p . 2 7 9 , f o l i o 6 o a 2 I , l í n e a 8 l 7 5 ; Lebor na hUidre, p . 1 5 0 . f o l i o
57b, línea 475©);
dráoithe ( V e r s i ó n S t o w e , p . 2 2 , l í n e a 6 3 5 ) ;
— d e r i v a d o sufijado a b s t r a c t o :
druidic'hl (Book ofLeinster II, p . 2 9 6 , f o l i o 6 8 b 3 8 , l í n e a 8 8 2 0 ) ;
druidechta (ibid., II, p . 2 8 7 , f o l i o 6 4 b l 2 , l í n e a 8 4 7 9 ; Leborna hUidre, p . 1 5 8 , f o l i o
61 a, l í n e a 5 0 3 6 ) ;
druidechta (Book of Leinster 11, p . 3 2 4 . f o l i o 7 8 b 2 8 , l í n e a 9 7 8 5 ) .
P e r o n o es s e g u r o q u e este d e r i v a d o a b s t r a c t o , t r a d u c i d o p o r l o g e n e r a l c o m o
« m a g i a » (wizardry, Zpuberei), se r e m o n t e m u y atrás e n la h i s t o r i a d e l n o m b r e d e l o s
druidas.
6o8 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

E n c o m p a r a c i ó n c o n el i r l a n d é s druíj el g a l o *druis I druides, las f o r m a s de las d e m á s

l e n g u a s celtas p u e d e n calificarse c o m o m e n o r e s o s e c u n d a r i a s . L o ú n i c o d i g n o de ser
t o m a d o e n c o n s i d e r a c i ó n es el gales derwydd, p l u r a l derwyddon (Geiriadur Prijysgol Cymru, p .
9 3 3 ) . Es u n a palabra sin i n s t i t u c i ó n : n o c o n o c e m o s , e n efecto, n i n g ú n d r u i d a e n
n i n g u n a c o r t e g a l e s a , h i s t ó r i c a o m í t i c a , d e la A l t a E d a d M e d i a . Derwydd está a t e s t i -
g u a d o , p a r e c e ser, p o r p r i m e r a vez h a c i a el siglo XII y, e n c u a l q u i e r caso, antes e n el
siglo XVIII, es u n a p a l a b r a rara. Se e n c u e n t r a e n p l u r a l derwyddon:
Derwydon doethur
Darogenwchj Arthur
Yssitjssyd gynt
« S a b i o s d r u i d a s , p r o f e t i z a d a A r t u r o : h e a q u í l o m á s a n t i g u o » (Kat Godeu, e d . F.
S k e n e , Four Ancient Books ofWales, E d i m b u r g o , 1 8 6 8 , II, p . 1 4 4 ) -
E l b r e t ó n n o p r e s e n t a n a d a n o t a b l e : drouizfigura p o r p r i m e r a vez e n el Dictionnaire
Bretón-Francais de L e G o n i d e c revisado p o r La V i l l e m a r q u é (ed. P r u d ' h o m m e , S a i n t -
B r i e u c , 1 8 5 0 , p . 2 9 2 ) . P e r o la e d i c i ó n de 1 8 2 1 i g n o r a b a la p a l a b r a . L a V i l l e m a r q u é
a r g u m e n t a q u e « e s p r o b a b l e m e n t e u n a c o n t r a c c i ó n de derouiz, todavía u s a d o e n G a l e s .
E n g a é l i c o de I r l a n d a y de E s c o c i a t a m b i é n se d i c e drouiz, q u e se e s c r i b e druidh» (lo q u e
n o es e x a c t o ) . D e h e c h o , él i n v e n t ó la p a l a b r a , u s a d a p o r p r i m e r a vez e n BarzazBreiz,
p o e m a d e las Series ( e d . 1 9 3 9 , p p . 2 y s s . ) . S e r í a d i f í c i l v e r e n e l l o o t r a c o s a q u e la
t r a n s c r i p c i ó n b r e t o n a m o d e r n a d e l *druis d e C é s a r . C o n a n t e r i o r i d a d , G r é g o i r e de
a D
R o s t r e n e n (Dictionnaire Francois-Bretón o Francois-Celtique, R e n n e s , 1 7 3 2 , p- 3 C * 9 ) r e c u p e -
raba la p a l a b r a g r i e g a bajo la i n f l u e n c i a de P l i n i o , drus, p l u r a l drused, « d r u i d a , m a g o » ,
y p r e c i s a b a « d e drus " r o b l e " » . M á s p r e c i s o , el Dictionnaire vannetais de VArmerye ( e d . I744>
a
p . 1 1 8 ) , i n d i c a b a p o r a p r o x i m a c i ó n huricin, huricineréss (urisin, urisinerez), « m a g o , a d i v i n o ,
a s t r ó l o g o » y t r a d u c í a m o d e s t a m e n t e « d r u i d e & d r i a d e » , M a g o y M a g a de l o s a n t i -
g u o s , t o t a l m e n t e o l v i d a d o s ya, l o cual era m u y e x a c t o e n la B r e t a ñ a d e l siglo XVIII.
El a c c i d e n t e e t i m o l ó g i c o c o m e n z ó d e v e r d a d h a c e d i e c i n u e v e siglos, c u a n d o P l i -
1
n i o e x p l i c ó i m p l í c i t a m e n t e el celta a través del g r i e g o SPÜS . Se m a n t u v o e n el siglo XIX
c u a n d o l o s galeses, c o n J o h n D a v i e s y sus s u c e s o r e s e n d r u i d i s m o y b a r d i s m o , a s o c i a -
r o n derw, « r o b l e » , y derwydd, « d r u i d a » , f o r z a n d o a u n q u e s ó l o sea u n p o c o la m o r f o -
l o g í a p a r a h a c e r d e l s e g u n d o u n d e r i v a d o d e l p r i m e r o . E l p u n t o f i n a l es u n a Palinodia,
d e s g r a c i a d a m e n t e c i e n t í f i c a , de R u d o l f T h u r n e y s e n , u n o de l o s n o m b r e s más g r a n d e s
u e
de la f i l o l o g í a c é l t i c a (%pitschriftfür Celtische Philologie 1 6 , p p . 2 7 6 - 2 7 7 ) » q » tras h a b e r
a d m i t i d o y f u n d a m e n t a d o u n a e t i m o l o g í a a p a r t i r de *dru-, p r e f i j o i n t e n s i v o , y *vid-,
« s a b e r » , v o l v i ó a la e t i m o l o g í a de P l i n i o , cuyas secuelas c o n t e n í a n casi t o d a la e r u d i -
c i ó n céltica.
P e r o el n o m b r e d e l r o b l e , e n celta, se e x p l i c a c o n g r a n c l a r i d a d : se r e m o n t a a u n
r a d i c a l *dervo-, a b u n d a n t e m e n t e a t e s t i g u a d o e n g a l o y e n c i e r t o n ú m e r o de p a l a b r a s
francesas de o r i g e n celta ( d e l t i p o drouille, druille, drille, W . v o n W a r t b u r g , FranzbsischesEty-
o r
mologisches Wórterbuch III, p . 5 ° ) . P n o d e c i r n a d a d e l b r e t ó n derv, gales derw, i r l a n d é s
dair, daur, e n l o s q u e r e s u l t a d i f í c i l e n c o n t r a r el r a d i c a l d e « s a b e r » (*vid-). La única
m a n e r a d e r e l a c i o n a r el d r u i d a y el r o b l e es d e s u p o n e r q u e dru-, e n el n o m b r e d e l
d r u i d a , sería u n a r e d u c c i ó n d e dervo- a través de *d(e)ru(o)-. D e s d e l u e g o , n o hay q u e
r e c h a z a r l o c o m o i n t e r p r e t a c i ó n s e c u n d a r i a p o s i b l e , p e r o es m u y a l e a t o r i a c o m o p r i -
m e r a e t i m o l o g í a . P u e s , a u n q u e el r o b l e es u n s o p o r t e n o r m a l d e l s a b e r s a g r a d o , el
d r u i d a n o p o d r í a a s i m i l a r s e a u n vegetal y r e h u s a m o s , p o r l o q u e a n o s o t r o s respecta,
t r a d u c i r a u t o m á t i c a m e n t e el t o p ó n i m o drunemeton c o m o « b o s q u e de r o b l e s » o el
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS
609

a n t r o p ó n i m o g a l o Drutalus ( e n u n a m a r c a de a l f a r e r o , C I L X I I I , I O O I O , 8 2 5 a b c ) c o m o
« f r e n t e de r o b l e » . P o d r í a m o s p e n s a r m á s b i e n e n u n « g r a n d í s i m o s a n t u a r i o » y e n
« g r a n d í s i m o f r e n t e » . T a m p o c o t e n d r í a m o s n a d a q u e o b j e t a r a la a s o c i a c i ó n , t a m ­
b i é n d e b i d a a T h u r n e y s e n , d e l n o m b r e de los d r u i d a s y d e l i r l a n d é s druailnithe, «ver-
d o r b e n ( p o d r i d o ) » , o druaünid, « v e r d e r b e n ( e c h a r a p e r d e r ) » , si n o fuera p o r la s i m ­
p l e r a z ó n d e q u e la r e l i g i ó n i m p i d e r e l a c i o n a r el n o m b r e de l o s d r u i d a s c o n la
« p o d r e d u m b r e » : e n estas d o s p a l a b r a s , dru- es u n a v a r i a n t e d e tru- « m a l o , m a l v a d o ,
m i s e r a b l e » . L a e x p l i c a c i ó n es n e c e s a r i a m e n t e d i f e r e n t e .
P i s a m o s u n t e r r e n o m u c h o más s e g u r o c u a n d o c o n s t a t a m o s q u e n o es la p r i m e r a
p a r t e d e l n o m b r e d e l o s d r u i d a s la q u e p r e s e n t a u n a h o m o n i m i a v e g e t a l —y es m u y
real—, s i n o la s e g u n d a : -vid, veid- es el n o m b r e de la « c i e n c i a » , e n c o n t r a d o e n el l a t í n
videre, el g ó t i c o wítany el n o m b r e de l o s Vedas (Julius P o k o r n y , Indogermanisches Etymologis-
ches Worterbuch, p . 1 1 2 7 ) - L a c o n s e r v a c i ó n de la d e n t a l d e la p a l a b r a g a r a n t i z a la a n t i g ü e ­
d a d d e la h o m o n i m i a , p u e s casi t o d a s las f o r m a s celtas i n s u l a r e s d e l n o m b r e d e l
« s a b e r » se r e m o n t a n a *vidsu- a través d e *vissu-, c o m o e n el irlandesas, i r l a n d é s
m o d e r n o fios, « c i e n c i a » , e i n c l u s o e n el a n t r o p ó n i m o g a l o Visurix, « r e y de la c i e n c i a »
o « r e y d i g n o , rey s a b i o » ( C I L X 1 I I , 5 2 9 5 e n A u g s t , S u i z a ) , a u n q u e n o sea n e c e s a r i o
d i s o c i a r t o t a l e m e n t e *vesu- de *vissu-. El n o m b r e de la « m a d e r a » , c o m o h e m o s v i s t o ,
p o r o t r o l a d o se r e m o n t a r e g u l a r m e n t e a *vidu- e n todas las l e n g u a s celtas y la h o m o -
n i m i a se p e r p e t u ó b a j o g r a f í a s a p e n a s p e r c e p t i b l e s : i r l a n d é s fid « á r b o l » y (ro)-fetar
« s a b e r » , gales gwydd « á r b o l » y gwybod « s a b e r » , r a d i c a l c o n j u g a d o gwydd-, gwyddon
« s a b i o » , b r e t ó n g w e z ( e n n ) « á r b o l » ygouzout « s a b e r » , r a d i c a l g o u e z - , g o u i z i e k «sabio».
En I r l a n d a , i n c l u s o las letras o g á m i c a s , a g r u p a d a s e n f a m i l i a s , se l l a m a n feda (Royal
Irish Academy Dictionary, F / I, I 2 5 - I 2 7 ) , p l u r a l de fid « á r b o l » . A s í , n o d e b e m o s s o p r e n -
d e r n o s si e n c o n t r a m o s el s i g n i f i c a d o p r o f u n d o d e l n o m b r e d e los d r u i d a s e n el d e l o s
Vedas de la I n d i a o, m u c h o más p r ó x i m o del celta, e n el l a t í n videre c u y o s i g n i f i c a d o i n i ­
cial estaba r e l a c i o n a d o c o n el « c o n o c i m i e n t o » y n o s ó l o c o n el a c t o d e « v e r » o d e
« o b s e r v a r » ( E r n o u t - M e i l l e t , Dictionnaire étymologique de la largue latine, e d . I959> P- 7 3 3 ) -
C i e r t a m e n t e el r a d i c a l es *wid-, c o m ú n al b r i t ó n i c o y al i r l a n d é s , a u n q u e p a r t i c i p a
e n c o m p o s i c i o n e s u n t a n t o d i f e r e n t e s . E l v i e j o b r e t ó n dorguid, glosa d e pithonicus ( L é o n
3 0
F l e u r i o t , Dictionnaire des gloses en vieux-bretón, P a r í s , 1 9 6 4 , P- I S O ) , q u e es t a m b i é n el
a n t e p a s a d o d e l gales derwyddantes de a s i m i l a r derw-jdda derw, « r o b l e » , h a c e s u p o n e r
u n a p r o n u n c i a c i ó n a través d e u n a A v / m u y a n t i g u a y u n a m o d i f i c a c i ó n m u y r á p i d a
del v o c a l i s m o e n *derwid, y l u e g o la Idl f i n a l p a s ó a / & / . L a p r e f i j a c i ó n p u e d e d a r ya sea
*do-are-wid- o *do-ro-wid, a u n q u e la s e g u n d a f o r m a , e n n u e s t r a o p i n i ó n , t i e n e m á s
p o s i b i l i d a d e s de h a b e r e x i s t i d o . Se trata, e n d e f i n i t i v a , d e e l e m e n t o s a u m e n t a t i v o s y
s u p e r l a t i v o s , s o b r e t o d o ro- ( d e *pro-). A s í p u e s , el s i g n i f i c a d o n o p r e s e n t a n i n g ú n
misterio.
S i g u i e n d o este r a z o n a m i e n t o , el m i s t e r i o d e s a p a r e c e t a m b i é n d e l i r l a n d é s . N o
existe, c o m o es e v i d e n t e , p r e f i j o *dru- e n esta l e n g u a . P e r o druídya es u n a c o n t r a c c i ó n
de *dru-uidc-3fü- es otra c o n t r a c c i ó n , previa, de *do-ro- c o n l o q u e n o s e n c o n t r a m o s el
caso d e l v i e j o b r e t ó n . E l p r e f i j o v e r b a l - p r e p o s i c i ó n ro- es b i e n c o n o c i d o e n i r l a n d é s
a n t i g u o igual q u e el p r e f i j o v e r b a l - p r e p o s i c i ó n to (do) (véase R u d o l f T h u r n e y s e n , Gram-
1
mar of Oíd Irish, D u b l í n , 1 9 4 6 , p p . 5 3 Y s s . ) . A l ser p o r t a n t o la -u- de druíd el r e s u l t a d o
d e la c o n t r a c c i ó n d e *dru-uid, la -u de dru- d e b e s e r o r i g i n a l (el ra- d e u n ro- m á s
r e c i e n t e ) o la t r a n s f o r m a c i ó n d e l -o d e ro al e n t r a r e n c o n t a c t o c o n la v o c a l s u b s i ­
g u i e n t e . E n t o d o c a s o , el ú n i c o m i l a g r o e n t o d o esto n o es el h a l l a z g o de u n a é t i m o -
6lO ANEXOS ETIMOLÓGICOS

l o g i a , s i n o q u e la m o r f o l o g í a d e l galo d e la é p o c a de C é s a r c o r r e s p o n d a a la del i r l a n ­
dés de las glosas de W ü r z b u r g , o c h o siglos más t a r d e . Es v e r d a d q u e , e n este p l a n o de
lo s a g r a d o , u n a p a l a b r a n o p o d í a e n a b s o l u t o t e n e r u n a e t i m o l o g í a m e n o s fijada. P o r
esta r a z ó n , es casi i n ú t i l d i s c u t i r el s i g n i f i c a d o de d(o)- « h a c i a , e n d i r e c c i ó n a » , q u e
es, c o n t o d a p r o b a b i l i d a d , p a r e c i d o o c o m p a r a b l e al d e la p r e p o s i c i ó n i r l a n d e s a do
« a , h a c i a » . N o s a b e m o s l o s u f i c i e n t e d e g a l o para e s t u d i a r c o n p r o v e c h o sus h e r r a ­
mientas gramaticales.
Tal f i j a c i ó n m o r f o l ó g i c a n o es p o r otra p a r t e el ú n i c o h e c h o q u e incita a la r e f l e ­
x i ó n : la p a l a b r a b r i t ó n i c a cuya f o r m a p a r e c e m á s p r ó x i m a al n o m b r e i r l a n d é s
m o d e r n o del d r u i d a , draoí, es el g a l e s dtyw « r e y e z u e l o » , b r e t ó n : drev, « a l e g r e , u n p o c o
e b r i o » . L a e t i m o l o g í a n o es puesta e n c u e s t i ó n , ya q u e draoí c o n s e r v a , e n g e n i t i v o , su
d e n t a l ( a s p i r a d a y m u d a ) : druádh. P e r o n o es p o r c a s u a l i d a d q u e , e n t o d o el f o l c l o r e
i r l a n d é s , el r e y e z u e l o sea el « d r u i d a de las a v e s » .
H a y q u e m e n c i o n a r p o r ú l t i m o la p o s i b i l i d a d —que d e b e r á estudiarse— d e e m p l e o
p o r l o s a u t o r e s c l a s i c o s d e t é r m i n o s n o celtas p a r a d e s i g n a r a l o s d r u i d a s . A u n q u e
C é s a r e m p l e e a m e n u d o sacerdosy e n c o n t r e m o s antistes e n T i t o L i v i o , los p r i n c i p a l e s
términos son griegos:
<J>LXO(70(J>OL « f i l ó s o f o s »
GeoAóyoi « t e ó l o g o s » ( D i o d o r o de S i c i l i a ) ,
Ze(ivo6eol « s a n t o s ( p o r los d i o s e s ) » ( D i ó g e n e s L a e r c i o ) .
Estas palabras d e n o t a n c u a l i d a d e s o estados r e l i g i o s o s . P e r o n o s o n clasificatorias.
S ó l o s o n clasificatorios los t é r m i n o s celtas p r o p i o s de la clase sacerdotal y, en p r i m e r
lugar, el n o m b r e esencial y f u n d a m e n t a l del d r u i d a p o r e x c e l e n c i a , *dru-wid-, « e l m u y
s a b i o » , que no puede ni debe remplazar n i n g ú n otro n o m b r e .

II. E L NOMBRE DEL BARDO

La f o r m a del n o m b r e del b a r d o es u n a de las más estables e n t o d o el v o c a b u l a r i o q u e
n o s ha l e g a d o la A n t i g ü e d a d celta:
— E n las fuentes latinas:
Nominativo Singular: bardus (Festo 3 4 , 1 1 ) .
Nominativo Plural: bardi ( L u c a n o , Farsalia, 4 4 9 y ScholiesBernoises,
ed. Usener),
Acusativo Plural: bardos (Timágenes en A m i a n o Marcelino
XV, 9,8),
Genitivo Plural: bardorum ( P r u d e n c i o , Apoth. 296).
— E n las fuentes g r i e g a s :
Genitivo Singular: fkípSous' ( D i o d o r o de Sicilia V , 3 1 ) .
Nominativo Plural: (3ap5oí (Hesyquio),
(MpSoí (Posidonio en Ateneo V I , 4 9 ;
en Estrabón IV,4).
D e b e m o s a d m i t i r la existencia de u n a palabra celta c o n t i n e n t a l o gala: bardos, h e l e n i -
zado e n c a p ó o s , latinizado e n bardus y, a través de u n p r é s t a m o culto del latín, d i o el c a s ­
tellano bardo, así c o m o las palabras c o r r e s p o n d i e n t e s e n casi todas las lenguas de E u r o p a .
A l c o n t r a r i o q u e el n o m b r e d e los d r u i d a s , el d e l b a r d o n o a p a r e c e m e n c i o n a d o
p o r César, p e r o volvemos a e n c o n t r a r l o e m p l e a d o a n t r o p o n í m i c a m e n t e en algunas
i n s c r i p c i o n e s de é p o c a r o m a n a , t o d a s situadas f u e r a d e la G a l i a o d e B r i t a n i a . L a
f o r m a es p o r otra p a r t e ú n i c a , la del g e n i t i v o de f i l i a c i ó n : Bardi (fílius o filia):
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS
6ll

— C I L III D III e n G e i s e l b r e c h t i n g ( B a v i e r a ) ,
— C I L III, 4 5 7 5 e n V i e n a ( A u s t r i a ) ,
— C I L III, 4 8 3 8 e n Feistritz ( C a r i n t i a , A u s t r i a ) ,
— C I L III, 5 4 7 3 e n K n i t t e r f e l d (Estiria, A u s t r i a ) ,
— C I L X , 3 4 6 8 e n M i s e n a (Italia).
A ú n e n c o n t r a m o s u n g e n i t i v o BARDO(nis) e n u n a marca de alfarero C I L X I I I ,
1 a
IOOIO, 33 3 - El n o m b r e está e n n o m i n a t i v o e n el a n t r o p ó n i m o f e m e n i n o Bardo C I L
e n
III 1 1 6 5 7 S a n P e d r o de R e i c h e n f e l s , e n el valle alto del Lavant, e n C a r i n t i a . O t r o s
t e s t i m o n i o s , a n t r o p o n í m i c o s y t o p o n í m i c o s , s o n de u n c e l t i s m o i n c i e r t o y r e c l a m a n
larguísimas discusiones filológicas. E n cambio, deben considerarse inmediatamente
c o m o seguras las d o s f o r m a s c o m p u e s t a s s i g u i e n t e s :
—bardocucullus, e s p e c i e de t ú n i c a c o n c a p u c h a o de casaca q u e caía hasta las r o d i -
llas: Gallia Santonico vestit te bardocucuüo I Cercopithecarum paenula nuper erat ( M a r c i a l
X I V , 1 2 8 ) (véase W a l d e m a r D e o n n a , De Télesphore au "Moine Bourru", Dieux, géniesj
démonsencapuchonnés, B r u x e l l e s , I955> P- 8 9 ) . Se d e b e e n t e n d e r c o m o « c a p u c h a
de b a r d o » .
—Bardomagus, t o p ó n i m o , l i t e r a l m e n t e « c a m p o del b a r d o » , a m e n o s q u e la i n t e r -
p r e t a c i ó n d e Bardo- sea la d e a n t r o p ó n i m o . E l n o m b r e d e l u g a r está a t e s t i -
g u a d o e n las p r o x i m i d a d e s d e M i l á n p o r d o s i n s c r i p c i o n e s : C I L V I , 5 ^ 7 2 y
5 8 7 8 ( H . de A r b o i s de J u b a i n v i l l e , Recherches sur ¡'origine de lapropriétéfonciére, París,
1890, p. 167).
E n suma, los t e s t i m o n i o s antiguos del n o m b r e de los b a r d o s celtas s o n p o c o n u m e -
r o s o s . S o n s u f i c i e n t e s , sin e m b a r g o , para p r o b a r la s u p e r v i v e n c i a de la palabra, p e r o
n o del s i g n i f i c a d o , e n la é p o c a r o m a n a , e n t o d o el d o m i n i o del celta c o n t i n e n t a l .
E n i r l a n d é s a n t i g u o y m o d e r n o la f o r m a d e l n o m b r e d e l b a r d o c o r r e s p o n d e a la
del galo l a t i n i z a d o :
Nominativo Singular: bárd (bardo-s),
Genitivo Singular: báird (bardi)
(Roya!Irish Academy Dictionary B , 3 6 - 3 7 ) -
L a p r i n c i p a l d e r i v a c i ó n es báirdne, báirtne, « a r t e , c o m p o s i c i ó n b á r d i c a » (R.I.A. Dic-
tionary, B , 1 7 - 1 8 ) . P e r o s o n s o b r e t o d o los n o m b r e s d e l o s d i f e r e n t e s g r a d o s d e la
j e r a r q u í a de los b a r d o s i r l a n d e s e s l o q u e m e r e c e r e a l m e n t e n u e s t r a a t e n c i ó n . E s t o s
s o n , e n o r d e n d e c r e c i e n t e q u e i n d i c a el m a n u s c r i t o H . 2 . I 2 d e l T r i n i t y C o l l e g e d e
D u b l í n , c o n a l g u n a s v a r i a n t e s d e l Book o f Ballymote y d e L a ú d 6lO d e la B o d l e i a n
L i b r a r y de O x f o r d :
(a) e n la c a t e g o r í a de los soerbáird ( « b a r d o s l i b r e s » ) :
— rigbárd « b a r d o r e a l » o ollam bairdne, « d o c t o r e n c o m p o s i c i ó n b á r d i c a » ;
— anruth báirdne, « c a m p e ó n e n c o m p o s i c i ó n b á r d i c a » ;
— sruth di aill, « o l a d e la r o c a » , m e t á f o r a q u e e l o g i a la s o l i d a r i d a d de la d i g n i d a d y
de la c i e n c i a del b a r d o ;
— tigerribarú, « b a r d o s e ñ o r i a l » ;
— admaü, « m u y l e n t o » , p o r a l u s i ó n a la l e n t i t u d de u n b a r d o q u e n o h a a l c a n z a d o
todavía la c u m b r e de la c a p a c i d a d p r o f e s i o n a l ;
— túathbárd, « b a r d o de c a n t ó n » ;
— bóbárd, « b a r d o d e g a n a d o » ( p o s e s o r de g a n a d o ) ;
— bárdáne (aine), « b a r d o de n o b l e z a » , s i m p l e título h o n o r í f i c o y h e r e d i t a r i o ;
(b) e n la c a t e g o r í a de los doerbáird ( « b a r d o s n o l i b r e s » ) :
6l2 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

— culbárd, « b a r d o de p r o t e c c i ó n » ( s i g n i f i c a d o p r o b a b l e , n o c i e r t o ) ;
— sruthbdrd, « b a r d o c o n u n r a u d a l d e c i e n c i a (o de p o e s í a ) » ;
— bdrdlorge, « b a r d o d e la r a m a » p o r a l u s i ó n clara a la f u n c i ó n de g e n e a l o g i s t a d e l
b a r d o ligada a la f a m i l i a r e a l ;
— drisiuc, driseoc, a b r e v i a c i ó n o v a r i a n t e d e l drisbárd, « b a r d o c o n e s p i n a s » c o n r e s -
p e c t o al b a r d o de la f u n c i ó n satírica d e l file;
— cromluatha, d e crom, « c u r v a , i n c l i n a d o , t o r c i d o » , y luath, « r á p i d o » , c o n j u n c i ó n
léxica q u e n o está e x p l i c a d a ( c o m o la -a f i n a l ) ¡
— sirtiui, p a l a b r a s q u e n o se h a n e x p l i c a d o , a p a r t e de m e d i a n t e el v e r b o sirid, « v i a -
j a r , d e s p l a z a r » , l o q u e sería u n a a l u s i ó n a l o s d e s p l a z a m i e n t o s y a las a n d a n z a s
de l o s b a r d o s de l o s g r a d o s i n f e r i o r e s de la j e r a r q u í a ;
— rindaid, n o m b r e d e a g e n t e , f o r m a d o a p a r t i r d e l r a d i c a l v e r b a l rind, «cortar,
h e r i r » , p o r a l u s i ó n a la f u n c i ó n satírica d e l b a r d o , l o q u e l o a c e r c a n a la j e r a r -
q u í a de l o s filid;
— longbárd, de long, « n a v i o » , e n su s i g n i f i c a d o de « e m b a r c a c i ó n , b a r r e ñ o » : b a r d o
d e r a n g o i n f e r i o r q u e r e c i b e e n u n a p e q u e ñ a j a r r a u n t r a g o de t o d a b e b i d a s e r -
vida e n el f e s t í n .
P o r su c o n s t i t u c i ó n i n t r í n s e c a , t o d o esto es i m p e r f e c t o y, s o b r e t o d o , i n c o m p l e t o .
I r l a n d a n o t r a t ó a sus b a r d o s c o n la m i s m a c o n s i d e r a c i ó n q u e a sus filid, p o r q u e u n a
d e s v i a c i ó n f u n c i o n a l d e b i d a a la c r i s t i a n i z a c i ó n p r o d u j o su d e c a d e n c i a e n p r o v e c h o
d e l o s filid. P e r o la j e r a r q u í a d e l o s b a r d o s i r l a n d e s e s es, p o r el h e c h o d e su p r o p i a
e x i s t e n c i a , la p r u e b a c o n c r e t a d e q u e l o s b a r d o s f o r m a b a n a n t i g u a m e n t e p a r t e de la
clase s a c e r d o t a l .
Las cosas s o n m u y d i f e r e n t e s e n el País de G a l e s . A l l í el t e s t i m o n i o más a n t i g u o es
el a d j e t i v o bardaul e n u n a g l o s a a M a r c i a n o C a p e l l a : o'r bardaul leteinepp, q u e g l o s a épica
1
pagina (J. L o t h , Vocabulaire vieux-breton, París, 1 8 8 4 , p . 5 ) - E l g a l e s m o d e r n o ha t o m a d o
la f o r m a barddol, « p o é t i c o » . E n n a d a se aleja d e la m o r f o l o g í a celta: a p a r t i r d e l celta
c o m ú n bardos t e n e m o s bardd, y e n p l u r a l p o r m e t a f o n í a beirdd, de bardi, al l a d o d e l o s
p l u r a l e s d o b l e s berddiony berddiaid. Pero, lo que s u p o n e u n a diferencia radical c o n
I r l a n d a , el s i g n i f i c a d o se h a b a n a l i z a d o e n t e r a m e n t e : « b a r d o , c a n t o r , p o e t a , l i t e -
r a t o » y t o d o s l o s c o m p u e s t o s o d e r i v a d o s se i n s c r i b e n e n n o r m a s q u e e x c l u y e n t o d o
m a t i z o t o d o r e c u e r d o r e l i g i o s o d e la é p o c a p r e c r i s t i a n a :
(a) e n c o m p o s i c i ó n ( i n d i c a m o s e n t r e p a r é n t e s i s el s e g u n d o t é r m i n o d e l c o m p u e s t o
sin m u t a c i ó n sintáctica):
— barddair: « c o m p o s i c i ó n p o é t i c a » (gair, « p a l a b r a » ) ,
— barddawd: « p o e s í a , p o e m a » (gwawd, « p o e s í a , m ú s i c a » ) ,
— barddglwm: « c a n t o , p o e s í a » (clwm, «canto, melodía»),
— barddget: « d o n , p o e s í a , i n s p i r a c i ó n » (cet, « d o n , f a v o r » ) ,
— barddgyfreu: « p a l a b r a , c a n t o » (cyfreu, « o r n a m e n t o , c a n t o » ) ,
— barddlef « c a n t o , a l a b a n z a » (llef «voz»),
— bardales: « b e n e f i c i o de b a r d o » {lies, « p r o v e c h o , b i e n , v e n t a j a » ) ,
— barddlyfyr: « p o e s í a » (llyfr, llyfyr, « l i b r o » ) ,
— barddrin: « l i t e r a t u r a b á r d i c a » (rhin, «misterio»),
— barddwas: « j o v e n b a r d o » (gwas, « j o v e n c i t o » ) ,
—barddwawd: « p o e s í a , p o e m a » (gwawd, « p o e s í a , m ú s i c a » ) ,
—barddwedi: « p l e g a r i a , i n v o c a c i ó n c a n t a d a » (gweddi, « p l e g a r i a » ) ,
—barddonllyd: « p o é t i c a m e n t e p r e t e n c i o s o » (llyd, « a n c h u r a , e x t e n s i ó n » ) .
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS
613

(b) e n d e r i v a c i ó n :
— barddaeth: «bardismo»,
— barddas: « p o e s í a , b a r d i s m o , sistema b á r d i c o » ,
— barddoniaeth barddonaeth: «poesía, bardismo»,
— barddoni: « p o e s í a , arte de la p o e s í a » ,
— barddoneg: « a r t e p o é t i c o , p o e m a » ,
— barddones: « p o e t i s a » ,
— barddonig: «bárdico»,
— barddonol: « p o é t i c o , b á r d i c o » ,
— barddonwr: « b a r d o , c o m p o s i t o r de v e r s o s » ,
— barddor: « b a r d o , c o m p o s i t o r de v e r s o s » ,
— barddoriaeth: «poesía».
a _
(GeiriadurPrifysgol Cymru, 2 5 7 2 5 8 c ; J . L l o y d - J o n e s , Geirfa Barddoniaeth Gynnar Gymraegl,
Oxford, 1931, pp. 3lb-32a).
E x i s t e n , p o r ú l t i m o , c o m p u e s t o s d e l t i p o prifardd, «primer bardo», o meddfardd,
« b a r d o d e l a g u a m i e l » (Geirfa, p p . 5 1 - 5 2 ) . P e r o ya n o hay n a d a de r e l i g i o s o e n e l l o . E l
b a r d i s m o gales es, d e s d e la A l t a E d a d M e d i a , u n a i n s t i t u c i ó n social q u e respeta e s t r i c -
t a m e n t e el c r i s t i a n i s m o y, p o r esta r a z ó n , s o b r e v i v i ó f á c i l m e n t e a la R e f o r m a .
El c ó m i c o m o d e r n o o n e o c ó r n i c o s ó l o p o s e e barth p o r h a b e r l o r e t o m a d o d e l gales
y el b r e t ó n m o d e r n o s . L a p a l a b r a o r i g i n a l , e n v i e j o c ó m i c o , n o está atestiguada más
q u e d o s veces e n el Vocabularium Cornicum d e l s i g l o XII:
— barth hirgorn, q u e glosa tubicen, « b a r d o c o n c u e r n o » ( e d . E u g e n e v a n Tassel G r a v e s ,
The Oíd Cornish Vocabulary, U n i v e r s i t y M i c r o f i l m s , A n n A r b o r , 1 9 6 2 , p . I 2 l ) ;
— barth, q u e glosa mimus vel¡curra, « m i m o o b u f ó n » (ibid. p . 1 2 5 ) . s i g n i f i c a d o q u e v o l -
veremos a encontrar en bretón.
E l b r e t ó n l i t e r a r i o c o n t e m p o r á n e o , q u e está l e j o s d e s e g u i r r e p r e s e n t a n d o el
estado real d e la l e n g u a , t i e n e e n l o s d i c c i o n a r i o s u n a serie léxica m u y r i c a , casi c o m -
p a r a b l e a la d e l g a l e s , p e r o q u e n o se f u n d a m e n t a e n n i n g u n a base t r a d i c i o n a l o
p o p u l a r : barzh, « p o e t a » , es d e h e c h o u n n u e v o p r é s t a m o d e l gales. E n b r e t ó n m e d i o
barzexiste, e n el Catholicon d e I 4 9 9 I p e r o c o n el s i g n i f i c a d o de « v i o l i n i s t a , m i m o » ( e d .
C h r i s t i a n - J . G u y o n v a r c ' h , Celticum 2 2 , p . 1 8 b ) y a u n q u e la p a l a b r a está atestiguada e n
a n t r o p o n i m i a b a j o la f o r m a Le Bartz, Le Barz, o e n d i m i n u t i v o Le Barzic, es e n el s e n t i d o
d e l b r e t ó n m e d i o , c o m o a p o d o i r ó n i c o o p e y o r a t i v o , y n o e n el d e « p o e t a » .
L a e t i m o l o g í a está inscrita e n la raíz *gwrd(h)os, d e p e n d i e n t e a su vez d e u n i n d o e u -
r o p e o *gwer(e), « e l e v a r la v o z , e l o g i a r , desear la b i e n v e n i d a » (J. P o k o r n y , Indogermanisches
Etymologisches Worterbuch, p . 4 7 8 ) . Las ú n i c a s a s o c i a c i o n e s c o h e r e n t e s , p o r la f o r m a y p o r el
significado, s o n sánscritas o avésticas: sánscritogrnati, « i n v o c a r , a l a b a r » , gír, « a l a b a n z a » ,
a v é s t i c o g a r - , aibigerente, « c e l e b r a r , a l a b a r » , etc. ( M o n i e r - W i l l i a m s , Sanskrit-EnglishDictio-
nary, O x f o r d , 1 9 6 4 , p . 3 6 3 a ; M a n f r e d M a y r h o f e r , KurzgefasstesEtymologisches Worterbuch des
Altindischen, H e i d e l b e r g , 1 9 5 6 , I, p . 3 4 3 ) - E l b a r d o es s i n d u d a el d r u i d a q u e u t i l i z a la
palabra, e x c l u y e n d o la escritura, p a r a t o d a la p o e s í a oficial d i r i g i d a al rey y a su c o r t e .
E n este a n e x o t e n e m o s q u e m e n c i o n a r el barditus q u e T á c i t o (Germania 3), a t r i b u y e a
los g e r m a n o s : Sunt illis hcec quoque carmina, quorum relata, quem barditum uocant, accendunt ánimosfutu-
raequepugnaefortunam ipso cantu augurantur ( « t a m b i é n t i e n e n o t r o s cantos q u e e n t o n a n —es l o
q u e l l a m a n el "bardito"— p a r a e n a r d e c e r su c o r a j e , y cuyas m i s m a s m o d u l a c i o n e s les
p e r m i t e n a u g u r a r el resultado del c o m b a t e q u e v a n a e n t a b l a r » ) . A m e n u d o se ha s u s -
t i t u i d o barditus p o r barritus, « b a m i d o » , p e r o la s u s t i t u c i ó n n o está j u s t i f i c a d a p o r la f i l o -
614 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

l o g i a . Se trata de u n p r é s t a m o del celta, a pesar de q u e barditus n o esté atestiguado e n la

G a l i a . E l radical bardo - n o es g e r m á n i c o y el sufijo -itu- es f r e c u e n t e e n celta c o n t i n e n t a l .

III. L A VELLEDA DE LOS BRUCTERIOS Y EL NOMBRE DEL FILE

A m e n u d o se t i e n e e n c u e n t a el pasaje de T á c i t o (Germania 8) r e l a t i v o a u n a p r o f e t i s a
d e l o s b r u c t e r i o s , p u e b l o q u e h a b i t a b a el n o r o e s t e de G e r m a n i a , aproximadamente
e n el c u r s o d e l L i p p e : Vidimus sub divo Vespasiano Veledam diu apudplerosque numinis loco habitam.
Sed et olim Albriniam etcomplures alias venerati sunt, non adulatione nec tamquamfacerent deas ( « V i m o s ,
e n el r e i n a d o d e l d i v i n o V e s p a s i a n o , a V e l e d a , c o n s i d e r a d a p o r m u c h o s c o m o u n a
deidad, y e n otro t i e m p o v e n e r a r o n a A u r i n i a y a muchas otras, n o p o r a d u l a c i ó n o
c r
p o r d i v i n i z a r l a s » ( e d . J. P e r r e t , L e s B e l l e s L e t t r e s , París, 1 9 4 9 ' P- 7 5 ; ^ - también
Historia: I V , 6 l , 6 5 ; V 2 2 , 2 4 > y E s t a c i o , Silvae I 4 , 8 9 - 9 3 [ t r a d . e s p . : Agrícola. Germania.
a
Diálogo sobre los oradores ( t r a d . J. M . R e q u e j o ) , M a d r i d , G r e d o s , 1 9 8 1 ( l reimpresión
1988), p. 119].
E l p e r s o n a j e es g e r m á n i c o , p e r o el n o m b r e es i n d i s c u t i b l e m e n t e de o r i g e n celta.
A s í t e n e m o s e n m a s c u l i n o *veleto-s, g a r a n t i z a d o p o r la f o r m a o g á m i c a VELITAS, c o n , e n
el a n t r o p ó n i m o de los b r u c t e r i o s s e ñ a l a d o p o r T á c i t o , u n a -d- d e b i d a al p a s o al g e r -
m á n i c o . Este c o r r e s p o n d e c o n g r a n e x a c t i t u d al gales y al b r e t ó n g w e l e d , « v e r , v i s t a » ,
y, e t i m o l ó g i c a m e n t e , es e x p l i c a b l e p o r el celta: Velleda es u n a « v i d e n t e » , u n a « S e h e -
r i n » , t r a d u c i d o al a l e m á n . E l e q u i v a l e n t e i r l a n d é s d e l n o m b r e d e Velleda es m a s c u l i n o
y se r e m o n t a a *veleto-s (file, p l u r a l filid), el c u a l s ó l o t i e n e f o r m a f e m e n i n a p o r la p r e -
f i j a c i ó n d e bán, « m u j e r » . L o s t e x t o s p o r o t r o l a d o c o n t i e n e n bán-file, «mujer-
p o e t a » , o bán-fháid, « m u j e r - p r o f e t a » , s i n e s t a b l e c e r casi n i n g u n a d i f e r e n c i a . Es el
caso d e l relato Táin Bó Cualnge o la v e r s i ó n d e l Book of Leinster q u e e m p l e a n bán-fháid :
Feidelm banfhaid cia fhacci ar sluag
« F e i d e l m la p r o f e t i s a , ¿ c ó m o ves n u e s t r o e j é r c i t o ? » ( e d . B e s t - O ' B r i e n II, p .
267, 5 6 a 2 ° , l í n e a 7 7 7 2 ) , m i e n t r a s q u e Lebor na hUidre e s c r i b e banfili: Fedelm banfili do
Chonnachtaib « M i n o m b r e es F e d e l m , la p o e t i s a de C o n n a u g h t , l l a m a d a la j o v e n » ( e d .
B e s t - B e r g i n , p . 1 4 3 , líneas 4 5 2 4 - 4 5 2 5 ) .
Velleda es m a n i f i e s t a m e n t e u n n o m b r e c o m ú n q u e se ha c o n v e r t i d o e n n o m b r e p r o -
p i o y l o s i r l a n d e s e s n o d e b e n de h a b e r visto e n ella m á s q u e a u n a bán-file. Pues en
I r l a n d a file es u n n o m b r e d e f u n c i ó n y n o u n a n t r o p ó n i m o . C o m o e n el caso de l o s
d r u i d a s , la f o r m a es c o n s t a n t e y ú n i c a (a través de las v a r i a c i o n e s gráficas), p e r o los s i g -
nificados difieren.
A c o n t i n u a c i ó n , i n c l u i m o s u n a s e l e c c i ó n r e p r e s e n t a t i v a de las f o r m a s i r l a n d e s a s .
P e r m a n e c e n i d é n t i c a s a t o d o l o l a r g o de la h i s t o r i a de la l e n g u a :
— Nominativo Singular: (Würzburg 31b,19),
(Saint-Gall 1253).
— Acusativo Singular: fihd (Lebor nahUidre 10944),
— Dativo Singular: find (Saint-Gall I40al),
— Genitivo Singular: filed (Saint-Gall 7lbl6),
— Nominativo Plural: fihd (Saint-Gall 63314),
(Milán 2 6 b l o ) ,
— Acusativo Plural: fileda (Saint-Gall 63b4),
— Genitivo Plural: filed (Rawlinson I 2 4 4 6 ) , a

— Dativo Plural: filedaib (O'Mulconry 830).

derivado abstracto:
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS
615

— Nominativo Singular: filidecht ( R a w l i n s o n I07BL8),

fikdacht (Saint-Gall 2I3alo),
— Genitivo Singular: füidachtae (Milán 46b8).
Las grafías m o d e r n a s , u n p o c o más c o m p l e j a s , n o p r e s e n t a n n i n g ú n c a m b i o m o r -
fológico:
— Nominativo Singular: file,
— Genitivo Singular: file,fúeadh,
— Dativo Singular: fúe,fdidh,
— Nominativo Plural: filidh, fili, fúeadha,
— Genitivo Plural: file, fileadh
(Royal Irish Academy Dictionary, F / I , 1 3 2 - 1 3 3 ; D i n n e e n , Foclóir Gaedhilge agus Béarla, e d . 1 9 2 7 ,
p. 454a).
L o s significados más a n t i g u o s , los de los textos m i t o l ó g i c o s y é p i c o s , s o n « v i d e n t e ,
a d i v i n o , m a g o , h i s t o r i a d o r , p a n e g i r i s t a , satirista, j u e z , p r o f e s o r » . D e m a n e r a g e n e -
ral, la p a l a b r a d e s i g n a al e r u d i t o —o el druida— v e r s a d o e n la poesía y la « l i t e r a t u r a »
t r a d i c i o n a l e s . A s í se j u s t i f i c a la e n o r m e v a r i e d a d de t é r m i n o s q u e d e f i n e n al file e n los
textos m e d i e v a l e s . E n su c o n d i c i ó n de « v i d e n t e » , se d i s t i n g u e d e l b a r d o y, al t e n e r la
e s c r i t u r a e n t r e sus a t r i b u c i o n e s , fue f á c i l m e n t e c r i s t i a n i z a d o , l o q u e l o llevó a c o h a -
b i t a r c o n el loidneoir o « l a t i n i s t a » , e s p e c i a l i s t a e n las c i e n c i a s c r i s t i a n a s , s e g ú n u n a
exacta y p r e c i s a d e l i m i t a c i ó n de las d i s c i p l i n a s . P e r o la c o e x i s t e n c i a de n o c i o n e s c r i s -
tianas y precristianas es, e n I r l a n d a , la causa de i n n u m e r a b l e s a m b i g ü e d a d e s . L a p r i n -
c i p a l es q u e la p a l a b r a file se t r a d u c e h a b i t u a l m e n t e y d e la m a n e r a más e l e m e n t a l c o n
el latín poeta, c u a n d o esta c u a l i d a d « p o é t i c a » sirve e n p r i m e r l u g a r para la sátira tal y
c o m o fue descrita e n el c a p í t u l o III ( p á g i n a s 2 5 5 ~ 3 ° 4 ) -
S i n e m b a r g o , es t a m b i é n el viejo g l o s a d o r de S a i n t - G a l l (2°,a3) q u i e n n o s a p o r t a
la d e f i n i c i ó n más c o n v e n c i o n a l y e d u l c o r a d a : Asagnintar os nduine 7 asfili intan asherar uirgi-
lius, y g l o s a : si dicam Virgilium intellego hominem etpoetam: « c u a n d o se d i c e V i r g i l i o e n t i e n d o
el h o m b r e y el p o e t a » .
La única e x p l i c a c i ó n que los irlandeses han i m a g i n a d o carece de t o d o valor l i n -
g ü í s t i c o , p e r o i n v o l u n t a r i a e i n c o n s c i e n t e m e n t e revela c o n c e p c i o n e s r e l i g i o s a s m u y
a n t i g u a s q u e se t r a s l u c e n e n las e t i m o l o g í a s a n a l ó g i c a s :
Filigraece afilei amat dicitur .i. seircidfoglamo. Nofi-li .i.fifora aeir J lifora molad. No lifial .i. secht
ngradfifed: ollam, anruth, cli, canae, dos, macfuirmid, focluc « F i l i e n g r i e g o se d i c e d e filei
amat, es d e c i r , q u e a m a el e s t u d i o , o fi-li, es d e c i r , el de la sátira e n v e n e n a d a y hay
v e n e n o e n el l e n g u a j e ; o c o l o r de p o e s í a , es d e c i r , l o s siete g r a d o s d e p o e t a . . . »
(véanse p á g i n a s 8 5 - 8 8 ) .
C i t e m o s ahora, para ilustrar y c o m p l e m e n t a r lo que p r e c e d e , u n corto extracto del
t r a t a d o i r l a n d é s q u e d e s c r i b e la e n s e ñ a n z a o f i c i a l . E s c o g e m o s la e d i c i ó n d e R u d o l f
):
T h u r n e y s e n , Mittelirische Verslehren, Irische Texie III, p p . 4 9 ~ 5 ' -
Is hidafoglaim na hochtmaide bliadna .i. fiscomarcafiled .i. duili hería 7 clethchor choem 7 reicne rosca-
dach 7 ftíOe .i. tenmlaída 7 immasforosnai 7 dichetal do chennaib na tuaithe 7 dindshenchus J prims-
cela Hérend olchenafria naisneís do righaib 7 flaithib 7 dagdhoínib. Ar ni comían infifi chena, sicut dixit
poeta:
Nibadúnad cenrigu. ni ha fifi censcéla
níbaingen manibfial. nimaith ciall neich natléga
« L a s e n s e ñ a n z a s de o c t a v o a ñ o s o n las q u e s i g u e n , a saber, las i n v e s t i g a c i o n e s de
los f i l i d , l o s e l e m e n t o s d e l l e n g u a j e , el clethchor coem, el reicne roscadach, l o s c a n t o s , a
6i6 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

saber, el tenmhída, el immasforosnai, el dichetal do chennaib na tuaithe, las dindshenchasy las p r i n -

cipales historias de I r l a n d a p a r a r e s p o n d e r a las p r e g u n t a s de l o s reyes, de l o s p r í n c i -
p e s y d e l o s h o m b r e s d e c a l i d a d . P u e s s i n ellas el file n o es p e r f e c t o , c o m o d i j o el
poeta:
N o sirve d e nada u n a fortaleza s i n rey, n o sirve d e n a d a u n p o e t a s i n r e l a t o ;
N o sirve de nada u n a j o v e n m a l e d u c a d a , n o sirve de n a d a la i n t e l i g e n c i a d e l
[que n o e s t u d i a » .
E l cletchchor coem es la « d i s p o s i c i ó n a m a b l e d e las v i g a s » , m e t á f o r a a r q u i t e c t ó n i c a
q u e d e s i g n a u n estilo b i e n d e f i n i d o . A l r e s p e c t o , o t r o f r a g m e n t o d e l t r a t a d o (II, 9 4 )
a l u d e a la c o n s t r u c c i ó n d e l Midchuarta, o « C a s a C e n t r a l » , e n la q u e t e n í a n l u g a r l o s
festines de T a r a .
El reicne roscedach es u n « p o e m a m e t a f ó r i c o » o u n a « r a p s o d i a » , u n a especie de a l a -
b a n z a o b l i g a t o r i a d e d i c a d a al fue m í t i c o A m o r g e n s e g ú n el t r a t a d o ( I I , 9 3 ) . E l resto
está c o n s t i t u i d o p o r l o s n o m b r e s de e n c a n t a m i e n t o s , t o d o s e s t u d i a d o s e n el c a p í t u l o
s s
III (páginas 2 5 5 y - ) -
E n r e s u m e n , e n t r e l o s celtas, c u a l q u i e r saber s ó l o p u e d e ser s a c e r d o t a l (cfr. m á s
a r r i b a el a p a r t a d o s o b r e el n o m b r e d e l d r u i d a ) e n c u a n t o q u e d i s p e n s a d o o c o n t r o -
l a d o p o r el d r u i d a , y el file t i e n e u n a i m p o r t a n c i a i n c o m p a r a b l e m e n t e m a y o r q u e la
del s i m p l e p a p e l l i t e r a r i o d e l poeta l a t i n o . E l n o m b r e , r e l a c i o n a d o c o n el r a d i c a l *uel-,
t i e n e u n a fuerza y u n a i n t e n s i d a d e x t r a o r d i n a r i a s q u e estamos lejos de e n c o n t r a r e n el
l a t í n vultus, « r o s t r o » , ( v é a s e j u l i u s P o k o r n y , Indogermonisches Etymologisch.es Wórterbuch, p .
1 r
I I 3 6 ; E r n o u t - M e i l l e t , Dictionnaire étymologique de la langue latine, op. cit, p . 7 5 ) - P ° c o n s i -
g u i e n t e e s t a m o s e n c o n d i c i o n e s de d e f i n i r :
— el d r u i d a q u e sabe: *dru-ivid- (véase m á s a r r i b a ) ,
— el d r u i d a q u e v e : *ueleto-s,
— el d r u i d a q u e actúa: *uati-s (véase m á s a r r i b a ) .
Tal c l a s i f i c a c i ó n es t r a d i c i o n a l y, p o r m u y g e r m á n i c a y p r e s t a d a q u e sea, la Velleda
de l o s b r u c t e r i o s r e p r e s e n t a u n aspecto m u y c a r a c t e r í s t i c o . E l file es e n efecto el d r u i d a
e n su c o n d i c i ó n de « v i d e n t e » .

I V . E L NOMBRE DEL VATE

E l n o m b r e de l o s vates celtas está a t e s t i g u a d o e n g r i e g o e n E s t r a b ó n ( I V , 4 , 4 ) > q u e se
sirve de u n n o m i n a t i v o h e l e n i z a d o , c o n v i r t i é n d o l o s t a m b i é n a ellos e n « s a c r i f i c a d o -
res e i n t é r p r e t e s de la n a t u r a l e z a » , oúciTeisr 8e íepuoXoL raí <j>uaioA.oyoí. L o e n c o n t r a -
m o s t a m b i é n , e n l a t í n esta v e z , b a j o la f o r m a votum e n P l i n i o (Nat. Hist., X X X , 1 3 ) , e n
g e n i t i v o p l u r a l , y p o r ú l t i m o e n n o m i n a t i v o p l u r a l vates e n L u c a n o (Pharsalia I, 4 4 8 ) .
E n A m i a n o M a r c e l i n o ( X V , 9 ) existe u n acusativo p l u r a l vatis.
Este p e q u e ñ o n ú m e r o de testimonios basta para la exactitud de la f o r m a , la cual es c o n s -
tante, aparte de la a b e r r a c i ó n cacográfica de la é p o c a baja OÜdyeLS, « e u h a g e s » o « e u b a -
g e s » (véase p á g i n a 4 2 ) , y la fantasía n e o d r u í d i c a o n e o b á r d i c a de l o s « o v a t e s » , irlandés
oibid, gales ofydd, b r e t ó n oviz, q u e n o es otra cosa q u e el p r é s t a m o celta m e d i e v a l d e l n o m -
b r e de O v i d i o (véase J o s e p h L o t h , « M é l a n g e s » , e n Revue Celtique, 1 8 8 8 , 9 , p . 2 7 6 ; Les
Mobinogion, e d . 1 9 1 3 , I, p . 4 ° 8 ; véase t a m b i é n el RojalIrishAcademy Dictionary, N O P , 8 1 ) .
P o r t a n t o hay q u e clasificar, para el e s t u d i o e t i m o l ó g i c o :
— en griego:
N o m i n a t i v o P l u r a l OÚcrreLS
— en latín:
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS 6l7

Nominativo Plural: vates,

Acusativo Plural: vatis,
Genitivo Plural: vatum.
,n g a l o vatis c o r r e s p o n d e al i r l a n d é s, fáith:
Nominativo Singular: fáith, fáid ( W ü r z b u r g I3a!23; M i l á n 6 4 C 2 ) ,
Genitivo Singular: fatho (Milán 74dl3),
fátha (Lebor na hUidre 1 4 1 6 ) ,
fáda (Book of Leinster 8 b z ) ,
Nominativo Plural: fádi (Würzburg 5al),
fáithi (Würzburg 2Ic5),
fáde (Lebor ha hUidre 1 9 9 0 ) ,
Vocativo Plural: afáthe (Lebor na hUidre l77)>
Genitivo Plural: faithae (Würzburg 2lbl3),
fáthe (MisaldeStowe, ThesaurusPaleohibernicuslí, 253> i ) .
fátha (Lebor Breare I 7 l b 5 ) ,
fadi (Book of Leinster 3 6 0 ) ,
Dativo Plural: fáithib (Würzburg I3a36).
E l s i g n i f i c a d o g e n e r a l a c e p t a d o p o r l o s a u t o r e s d e l R.I.A. Dictionary F / 1 , 3 3 , M a u d
J o y n t y E l e a n o r K n o t t , es « a seer, p r o p h e t , u s e d i n w i d e sense, b o t h o f h e a t h e n seers
and druids and o f prophets o f scripture» ( « u n vidente, u n profeta, usado en sentido
a m p l i o , t a n t o e n el d e v i d e n t e y d r u i d a p a g a n o c o m o e n el d e p r o f e t a d e la e s c r i -
t u r a » ) . L a r e c u p e r a c i ó n cristiana del t é r m i n o , q u e contrasta c o n el r e c h a z o d e l n o m -
b r e d e l d r u i d a , es d i g n a de a t e n c i ó n . E n el m a n u s c r i t o R a w l i n s o n B 515* f o l i o 4 2 b 2 ,
se d i c e q u e el rey D a v i d augtorem esse omniumpsalmorum ( « e r a el a u t o r d e t o d o s l o s s a l -
m o s » ) , arbafaith arbafile I forlón dorath inspiruta noíb ( « p u e s e r a a d i v i n o , p u e s e r a p o e t a ,
l l e n o de la g r a c i a d e l E s p r í t u S a n t o » ) . Y el e m p l e o de la p a l a b r a fáith ha a r r a s t r a d o al
de file.
E n c o m p o s i c i ó n , s i g u i e n d o el m o d e l o de bándrui ( « d r u i d e s a » ) , bánfáith muestra
q u e la c a r r e r a p r o f é t i c a n o estaba e n a b s o l u t o v e d a d a a las m u j e r e s : ni hinsa em, Feidelm
banfáid a sid Chruachna atamchonnaiese ( « e s t o e n v e r d a d n o es d i f í c i l , soy F e i d e l m , la p r o f e -
tisa d e l s i d d e C r u a c h a n » , Táin Bó Cuálnge, v e r s i ó n d e l Bookof Leinster 11, p . 2 6 6 , f o l i o
1
5 6 a 5 ~ 6 , l í n e a s 7 7 5 ° " 7 7 5 ) - P e r o m á s i m p o r t a n t e es el c o m p u e s t o fáthliaig, literal-
m e n t e « a d i v i n o - m é d i c o » , q u e sirve p a r a d e s i g n a r al m é d i c o de C o n c h o b a r , F i n g e n
(BookofLeinsterII, 3 6 2 - 3 6 3 , f o l i o 8 9 b , l í n e a s I I O 9 7 , I I O 9 9 , IIIOI, e t c . ) .
A s í p u e s , l o q u e d o m i n a e n t o d o esto es la v i d e n c i a , la p r e d i c c i ó n o la m e d i c i n a
c o n s i d e r a d a s c o m o t é c n i c a s . Basta señalar las a p t i t u d e s p r o f e s i o n a l e s a t r i b u i d a s a F i n -
g e n : As ésin do ber aithne argalar in duine tre díaig in tigi imbíd'faicsin no tre na cnet do closstín ( « E l
t i e n e el c o n o c i m i e n t o de la e n f e r m e d a d de u n h o m b r e al m i r a r el h u m o de la casa e n
la q u e está, o al o í r sus s u s p i r o s » , V e r s i ó n S t o w e , e d . W i n d i s c h , Irische TexteV, p . 795>
líneas 5 5 0 7 - 5 5 0 9 ; ed. O ' R a h i l l y , folio 62a, líneas 4 5 1 4 - 4 5 1 5 ) .
El g a l é s h a - c o n s e r v a d o u n a p a l a b r a l í m p i d a : gwawd ( « c a n t o , a r t e , p o e s í a , e l o g i o ,
v

D _
a l a b a n z a » , Geirfa Barddoniaeth Gynnar Gymraeg. op. cit., p p . 6 3 4 6 3 5 b ) . S ó l o el b r e t ó n está
ausente del repertorio léxico.
El o r i g e n i n d o e u r o p e o n o p r e s e n t a n i n g u n a d u d a , p e r o los e m p a r e n t a m i e n t o s s o n
s o b r e t o d o germánicos-, g ó t i c o woths, i n g l é s a n t i g u o wodh, n o r u e g o a n t i g u o odhr ( « p o s e -
í d o , i n s p i r a d o » ) ; i n g l é s a n t i g u o wods ( « c a n t o » ) , n o r u e g o a n t i g u o odhur ( « p o e s í a » ) , y
s o b r e t o d o los t e ó n i m o s Odhinny Wotan (cfr. el a l e m á n Wut « f u r o r » ) ( S . Feist, Vergleichen-
 6i8 ANEXOS ETIMOLÓGICOS

des Worterbuch der gotischen Sprache, I939> PP- 5 7 2 - 5 7 3 ) - L a clave e t i m o l ó g i c a está e n el r a d i -

cal *ucrf-.- « e s t a r i n s p i r a d o , p o s e í d o ( h i n c h a r s e de c ó l e r a ) » , tal c o m o lo ha d e f i n i d o y
t r a d u c i d o J. P o k o r n y , op. cit., p . I I I 3 - El radical explica e n efecto a la vez la actitud y la
t é c n i c a sagrada d e l c é l e b r e d r u i d a M o g R u i t h e n u n m o m e n t o c r u c i a l de El asedio de
Druim Damhghaire:
Tabhur mh'agaidh risin cnoc arMogh Ruith ocus tugadh on co hinilldireac 7 co thugad dochoid-sium
i muinighin a dhea 7 a cumhachta 7 ro aidhbligh hefein cu nar bhó nemhairdi he anas in cnoc, 7 ro
mheduigh a chenn co mba meidether re hardchnoc ara mbiath daire cailli moire, gurghabhustar
uamon cid a muintirfein roirae ( « V o l v e d m i r o s t r o hacia la c o l i n a » , dijo M o g R u i t h ,
y se le g i r ó el r o s t r o r á p i d a m e n t e . C u a n d o estuvo g i r a d o , se p u s o a i n v o c a r a
su d i o s y a su p o d e r ; a u m e n t ó d e t a m a ñ o hasta a l c a n z a r el d e la c o l i n a y su
cabeza c r e c i ó hasta a l c a n z a r la talla de u n a alta c o l i n a c u b i e r t a de r o b l e d a l e s ,
hasta el p u n t o q u e su p r o p i a e s c o l t a se s o b r e c o g í a de m i e d o a n t e é l » (Revue
Celtique 4 3 , p . 7 6 ) .
M o g R u i t h es u n d r u i d a p o d e r o s o y r e s p e t a d o . P e r o si es n e c e s a r i o , actúa c o m o
vate, s e g ú n u n p r o c e d i m i e n t o de m e t a m o r f o s i s m á g i c a q u e h a d e m o s t r a d o su eficacia
y q u e sería i m p o s i b l e n o i d e n t i f i c a r . C o m o s e ñ o r de los e l e m e n t o s , el d r u i d a d i v i n o
t i e n e e l p o d e r d e h i n c h a r d e s m e s u r a d a m e n t e su p r o p i o c u e r p o , c o m o t i e n e el de
a u m e n t a r o agotar el agua d e u n r í o , u n l a g o o u n m a n a n t i a l .
E n r e s u m e n , y p a r a c o n c l u i r , el d r u i d a q u e a c t ú a (*uatis) es a m e n u d o t é c n i c a y
t e ó r i c a m e n t e el m i s m o q u e sabe (*druis) o q u e ve (*ueletos). E l d r u i d a s u p e r i o r r e ú n e
e n él todas las v i r t u a l i d a d e s , todas las p o s i b i l i d a d e s y todas las c a p a c i d a d e s d e l s a c e r -
d o c i o . E s t o n o c a m b i a n a d a , p o r s u p u e s t o , d e l p r i n c i p i o d e e s p e c i a l i z a c i ó n y de las
g r a n d e s d i v i s i o n e s i n t e r n a s d e la clase s a c e r d o t a l , p e r o c o n f i r m a p e r f e c t a m e n t e la
u n i d a d r e a l d e l s a c e r d o c i o (véase n u e s t r a o b r a s o b r e Le vocabulaire sacerdotal du celtique,
c a p í t u l o I. «Lesacerdoce^).

V . E L NOMBRE DEL GUTUATER GALO

E n De Bello Gallico ( V I I I , 3 8 ) , se habla de u n sacerdote c a r n u t e q u e C é s a r envía al s u p l i -
cio p o r q u e h a b í a d e s e m p e ñ a d o el p a p e l d e « p r o v o c a d o r » (concitator belli). S e d i o el
l u j o d e h a c e r l o d e n u n c i a r y d e t e n e r p o r sus p r o p i o s c o m p a t r i o t a s y le i n f l i g i ó u n
s u p l i c i o m i l i t a r : tras g o l p e a r l o p r e v i a m e n t e c o n varas, es e j e c u t a d o c o n h a c h a (adeo ut
verberibus exanimatum Corpussecuriferiretur). L o l l a m a Gutuater, n o m b r e q u e aparece d o s veces,
e n acusativo: Gutuatrumy e n ablativo: Gutuatro.
P e r o este n o m b r e d e p e r s o n a es t a m b i é n , c o m o el d e Velleda, u n n o m b r e de f u n -
c i ó n . E s t o está c o n f i r m a d o p o r c u a t r o i n s c r i p c i o n e s g a l o r r o m a n a s . E n u n a de ellas
Gutuater es u n a n t r o p ó n i m o :
e n
— C I L X I I I , 1557 P u y - e n - V e l a y ( H a u t e - L o i r e ) , d o n d e se h a b l a d e u n Gutuater
praefedus colon(iae);
— C I L X I I I , I I 2 2 5 e n A u t u n ( S a ó n e & L o i r e ) , d e d i c a t o r i a a A u g u s t o y a u n Deo
Anvallonaco p o r c i e r t o P. Baneius Thallus Gutuater.
— C I L X I I I , 2 5 8 5 e n M á c o n ( S a ó n e & L o i r e ) : i n s c r i p c i ó n b a s t a n t e larga h e c h a
p o r u n d i g n i t a r i o q u e se a u t o d e n o m i n a deiMoltinigutuatr(i) Mart(is);
— C I L X I I I , 1 1 2 2 6 e n A u t u n ( S a ó n e & L o i r e ) , d e d i c a t o r i a a A u g u s t o y al DeoAnvalo
p o r u n C(aius) Secund(us) Vitalis Appagutuater.
Esto bastó a D ' A r b o i s de J u b a i n v i l l e (Les druidesj les dieux celtiques áforme d'animaux, p . 2 ) ,
para d e c i d i r q u e los gutuatri e r a n los sacerdotes de los galos antes de q u e éstos se c o n v i r -
 ANEXOS ETIMOLÓGICOS 6ig

t i e s e n al « d r u i d i s m o » v e n i d o d e G r a n B r e t a ñ a . P e r o es u n a p u r a f a n t a s í a . A h o r a
b i e n , más i m p o r t a n t e y s i g n i f i c a t i v o es el h e c h o de q u e el d e d i c a d o r de la i n s c r i p t i o n
s e
de M á c o n C I L X I I I , 2 5 8 5 , p r o c l a m e gutuater Mariis.
Pues, para p o n e r t é r m i n o a innumerables explicaciones, interpretaciones o
c o m e n t a r i o s , s ó l o es n e c e s a r i o constatar q u e el radical gutu- es el del n o m b r e de la p a l a -
bra e n celta ( i r l a n d é s g ú t h « v o z » , e s t r e c h a m e n t e e m p a r e n t a d a c o n el n e u t r o *ghu-tó-n,
q u e ha d a d o el n o m b r e de « D i o s » e n todas las l e n g u a s g e r m á n i c a s , a l e m á n Gott, i n g l é s
God, e t c . ) . Este t é r m i n o n o p u e d e ser más q u e r e l i g i o s o y d e s i g n a o b l i g a t o r i a m e n t e al
d r u i d a e n su p a p e l de i n v o c a d o r de la d i v i n i d a d . N o es p o s i b l e observar e n el s e g u n d o
t é r m i n o -atir el n o m b r e celta d e l « p a d r e » ( q u e n o está a t e s t i g u a d o n i e n g a l o n i e n
b r i t ó n i c o ) . Éste es m u c h o más p r o b a b l e m e n t e u n sufijo de n o m b r e de a g e n t e , q u e ha
d e s a p a r e c i d o e n el celta n o r m a l , p e r o ha q u e d a d o e n u n a e x p r e s i ó n fija. R e c o r d e m o s
q u e la e l o c u e n c i a es p r o p i a de la s e g u n d a f u n c i ó n , la d e O g m i o s (véase e n d e t a l l e
n u e s t r o e s t u d i o Le vocabulaire sacerdotal du celtique, c a p í t u l o I, « L e s a c e r d o c e » ) .
 ÍNDICE

PRÓLOGO 5
INTRODUCCIÓN 27

I. EL DRUIDA 35
1. L O S DRUIDAS SEGÚN LOS T E X T O S ANTIGUOS 36

2 . L A CONFUSIÓN TERMINOLÓGICA 46

3 . D R U I D A S HISTÓRICOS Y DRUIDAS MÍTICOS 49

4. SIGNIFICADO Y V A L O R DE LA PALABRA « D R U I D A » 59

5 . DEFINICIONES Y DISTINCIONES: DRUIDAS, VATES Y BARDOS 62

6 . L A IDEOLOGÍA TRIPARTITA EN I R L A N D A Y EN LA G A L I A 65

I I . E L DRUIDA EN LA SOCIEDAD 7 7
1. L A JERARQUÍA, LA SELECCIÓN Y LA ENSEÑANZA 77

2. E L SACERDOCIO Y LAS ESPECIALIZACIONES 99

2 . 1 . Sacrificios y sacrificadores 106
2 . 2 . El druida j u e z 121
2.3- El druida embajador 135
2-4- El d r u i d a n a r r a d o r e h i s t o r i a d o r 136
2 . 5 . El d r u i d a m é d i c o 148
2 . 6 . El d r u i d a arquitecto 153
2-7- El druida p o r t e r o 154
3 . E L DRUIDA Y LA GUERRA 156

4. E L DRUIDA Y EL REY:
AUTORIDAD ESPIRITUAL Y PODER TEMPORAL 161

5 . Los TRES « P E C A D O S » DEL DRUIDA 181

I I I . TÉCNICAS RITUALES Y MÁGICAS DE LOS DRUIDAS 187

1. E L « B A U T I S M O » DRUÍDICO Y LOS INTERDICTOS.
PRESAGIO Y ADIVINACIÓN 1 8 8
I . I . El « b a u t i s m o » y la n o m i n a c i ó n 188
 ÍNDICE

1.2. Presagio y a d i v i n a c i ó n 192

1.3. El i n t e r d i c t o 196
1.4- El j u r a m e n t o 200

2 . L A MAGIA VEGETAL Y LA MEDICINA MÁGICA 2 0 4

2 . 1 . El m u é r d a g o 205
2 . 2 - Las plantas m e d i c i n a l e s 208
2 . 3 . E l elixir del olvido 209
2 . 4 . M e d i c i n a y s u e ñ o . L a música 210
2-5- L a fuente de la salud 212
2 . 6 . E l tejo y la ceguera d r u í d i c a 216
2-7- L a g u e r r a vegetal 220
2-8. El r o b l e , el serbal y el avellano; el tejo y el m a n z a n o 223
2-9- L a m a n z a n a 231

3 . E L PODER D E LOS DRUIDAS SOBRE LOS ELEMENTOS 2 3 7

3 . 1 . El p o d e r sobre el agua 237
3 . 2 . El agua lustral 239
3-3- La ola p r o f é t i c a 241
3-4- E l d r u i d a , s e ñ o r del f u e g o 242
3-5- E l v i e n t o d r u í d i c o 246
3-6. E l p o d e r sobre la tierra 249
3.7- L a n i e b l a d r u í d i c a 250

4 . E L ENCANTAMIENTO ADIVINATORIO 2 5 5
4-1- E l glam dicinn 255
4 - 2 . El imbasforosimi y el dichetal do chennaib 259
4-3- E l teinm laegda, e n c a n t a m i e n t o s diversos 263
4-4- FAfethfiada o « d o n de la i n v i s i b i l i d a d » 267
4 - 5 - Las ordalías 269
4 - 6 . El seto del d r u i d a . L a devotio 278
4-7- Irlandés: cetal, g a l o : cantalon 280
4 - 8 . El d r u i d a e n los funerales 281

5 . L A PREDICCIÓN Y LA SÁTIRA 288

5-1. C i e n c i a y p r e d i c c i ó n 288
. L a alabanza y la r e p r o b a c i ó n . L a sátira y sus c o n s e c u e n c i a s 296
5.3. Evocación e interpretación 305

IV. E L ESPACIO Y EL TIEMPO DEL DRUIDISMO 313

1. E L OMPHALOS Y EL NEMETON 3 1 4
I . I . L a n o c i ó n de c e n t r o y la realeza s u p r e m a 314
1.2. E l santuario o nemeton 326
1 . 3 . El b o s q u e sagrado 329

2 . LAS FIESTAS 333

2 . 1 . Imbolc, la fiesta de la p r i m a v e r a 334
2 - 2 . Beltaine, la fiesta sacerdotal 335
2 . 3 . Lugnasad, la fiesta del rey 342
2 . 4 . Samain, fiesta m i l i t a r y total 359
 ÍNDICE 623

3. E L TIEMPO Y EL CALENDARIO 3 7 2
3.1. El t i e m p o h u m a n o y el t i e m p o mítico 372
3-2- El calendario 373

V. LA DOCTRINA Y LOS ORÍGENES DEL DRUIDISMO 377

1. L A ESCRITURA 3 7 7
I . I . La escritura ogámica 381
1.2. El valor de la escritura 383
2 . L A INMORTALIDAD DEL ALMA.
L A METEMPSICOSIS Y LA METAMORFOSIS 386
2 . 1 . La metempsicosis 389
2.2- La metamorfosis 392
3. E L O T R O M U N D O Y EL SID 402
3.1. Las aves del Sid 413
3.2- La música divina 419
3 . 3 . El t i e m p o y la eternidad 423
3 . 4 . El espacio del Sid 425
3 . 5 . La p e r f e c c i ó n del Sid 427
4. LA ORIENTACIÓN 429
4-1- La dextratio 430
4 - 2 . La c i r c u n a m b u l a c i ó n 433
4 . 3 ' L o s cuatro p u n t o s cardinales 435
5 . L A S ISLAS DEL NORTE DEL MUNDO 437
6. E L CRUCE DE LAS AGUAS 451
7 . E L HOMBRE PRIMORDIAL 461
8. E L ERIZO DE MAR FÓSIL 471
9. TRÍADAS Y GRUPOS DE DRUIDAS 475
1 0 . E L DIOS-DRUIDA 479

CONCLUSIÓN 487

R E P E R T O R I O D E LOS T Í T U L O S D E RELATOS
0 D E M A N U S C R I T O S M E D I E V A L E S I R L A N D E S E S Y GALESES 501

G L O S A R I O D E T É R M I N O S GALOS, I R L A N D E S E S Y OTROS 511

A N E X O S ETIMOLÓGICOS 605
I. EL NOMBRE DEL DRUIDA 605
I I . EL NOMBRE DEL BARDO 610
I I I . LA VELLEDA DE LOS BRUCTERIOS Y EL NOMBRE DE FILE 614
JV. EL NOMBRE DEL VATE 616
V . EL NOMBRE DEL GUTUATEB GALO 618
C H R I S T I A N - J . GUYONVARC'H