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Aula 02 - Tecido Nervoso

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CURSO AVANÇADO

NEUROANATOMIA FUNCIONAL
DE
Prof. Paulo Nascimento
AULA
TECIDO NERVOSO
02
Neurônios e Glia
QUAL A MENOR UNIDADE FUNCIONAL
DO SISTEMA NERVOSO?

Células nervosas
Para compreender o funcionamento do
Sistema nervoso é preciso levar em
consideração cinco características básicas:
1. os componentes estruturais das células nervosas individuais;
2. os mecanismos pelos quais os neurônios produzem sinais dentro e entre
eles;
3. os padrões de conexões das células nervosas entre si e com seus alvos,
como músculos e glândulas;
4. a relação de diferentes padrões de interconexão com diferentes tipos de
comportamento;
5. as formas de modificação, pela experiência, de neurô­nios e suas conexões.
DOUTRINA NEURONAL

“Os neurônios não possuem continuidade


citoplasmática, mas atuam em conjunto por meio de
comunicações especializadas...”

TEORIA CELULAR

Santiago Ramón y Cajal


(1852-1934) DOUTRINA NEURONAL
DOUTRINA NEURONAL
Como estudar o sistema nervoso?

Tamanho da célula

2 mm de diâmetro

20 a 40 vezes
menor
DOUTRINA NEURONAL

Consistência do tecido

Faz-necessário a obtenção de cortes finos de


Microscópio composto, no fim do espessura semelhante ao diâmetro das células.
século XVII
DOUTRINA NEURONAL

Coloração do tecido

Micrótomo do século XIX


mediante o uso de formaldeído
DOUTRINA NEURONAL

Essa coloração foi útil para


diferenciar os neurônios das células
Franz Nissl da glia, mas não permitiu identificar
(coloração e corpúsculos de Nissl) os demais componentes
estruturais/funcionais, bem como a
sua morfologia
DOUTRINA NEURONAL

Camillo Golgi Por meio da coloração de Golgi foi


possível identificar que os neurônios
Em 1873 descobre a utilização possuem duas porções distintas: o
do cromato de prata corpo celular e uma série de
prolongamentos (neuritos).
DOUTRINA NEURONAL

Coloração de Nissl Coloração de Golgi


DOUTRINA NEURONAL

Premio Nobel (1906)

Santiago Ramón y Cajal Camillo Golgi


(1852-1934) (1843-1926).
DOUTRINA NEURONAL

“Eu avisei…”

Com o surgimento do microscópico eletrônico em 1950 foi possível comprovar


a teoria de Cajal.
O PROTÓTIPO DE UM

NEURÔNIO
Corpo celular = soma ou pericárdio
Neuritos = dendritos e axônio
Corpo celular, soma

Pericário
• Núcleo
• Retículo endoplasmático rugoso
• Retículo endoplasmático liso
• Complexo de Golgi
• Mitocôndrias
Corpo celular, soma

Pericário - Núcleo
Corpo celular, soma
Retículo endoplasmático rugoso
Maior quantidade em células nervosas do
que no tecido glia e demais células do
corpo;

Ribossomos: unidades funcionais para a


produção de proteínas. Dividem-se em
livres e presas.

Qual a diferença?
Corpo celular, soma
Retículo endoplasmático rugoso

Polirribossomo
Corpo celular, soma
Retículo endoplasmático liso
Bastante heterogêneo e assume diferentes funções em diferentes locais.

Alguns RE lisos são contínuos ao RE rugoso e


desempenham diferentes funções, como:

• Finalização estrutural (tridimensional das


proteínas)
• Regulação das concentrações intracelulares
(Ca+)
• Produção de ácidos graxos, fosfolipídios e
esteroides.
• Enzimas que combatem substâncias
tóxicas, promovem a desintoxicação do
organismo e facilita a eliminação dessas
substâncias do corpo (fígado, por exemplo).
Corpo celular, soma
Complexo de Golgi
Proteínas sintetizadas no RER são transportadas
até o complexo de Golgi por meio de vesículas de
transporte.

Nele, sofrem transformações que possibilitam a


ativação das proteínas ou a sua conversão em
enzimas, liberadas posteriormente em vesículas
chamadas de lisossomos (proteases, lipases)

Acredita-se que uma função importante do


aparelho de Golgi seja a distribuição de certas
proteínas destinadas a diferentes partes do
neurônio, como os axônios e os dendritos.
Corpo celular, soma
Mitocôndria Não existe mitocôndrias nos neuritos

15 moléculas de ATP para cada molécula


de acido pirúvico metabolizado.

Adição de fosfato ao difosfato de


adenosina (ADP) -> trifosfato de
adenosina (ATP)
Citoesqueleto dinâmico
Citoesqueleto dinâmico (microtúbulos)

O dímero de tubulina tem uma estrutura polar: a extremidade negativa (-)


está orientada para o centro da célula, e a extremidade positiva (+)
orientada em direção à periferia, para os den­dritos e para o axônio.
Citoesqueleto dinâmico (microtúbulos)
Citoesqueleto dinâmico (microtúbulos)

Proteínas associadas aos microtúbulos (MAPS)

• MAPs ancoram os microtúbulos uns aos outros e as outras partes do neurônio.


• As MAPs dos axônios diferem daquelas dos dendritos.

MAP2 = dendritos
tau e a MAP3 = axônios.

Doença de Alzheimer
Citoesqueleto dinâmico (neurofilamentos)

São os ossos do neurônio. Eles são os compo­nentes fibrilares mais


abundante nos axônios (3 a 10 vezes mais neurofilamentos do que
microtúbu­los em um axônio);

Filamentos intermediários de outros tipos


celulares:
• citoqueratinas nas células epiteliais (cabelos
e unhas)
• proteína ácida fibrilar glial nos astrócitos
• desmina no músculo.
Citoesqueleto dinâmico (microfilamentos)
Os microfilamentos são constituídos de dois cordões de monômeros de
actina globular polimerizada, cada qual portando um ATP ou um difosfato de
ade­nosina (ADP) enrolados na hélice de fita dupla

Músculos

Actina alfa
Axônio

Duas características marcantes distinguem o axônio do soma:

1. Não ha RE rugoso no axônio e ha poucos, ou nenhum,


ribossomos livres nos axônios maduros.
2. A composição proteica da membrana do axônio e
fundamentalmente diferente daquela observada na membrana
do soma.

Ocasionalmente, um colateral pode retornar e comunicar-se com a


mesma célula que deu origem ao axônio ou com os dendritos de
células vizinhas. Essas ramificações chamam-se colaterais
recorrentes.
Terminação axonal
O citoplasma da terminação axonal difere daquele presente no restante
do axônio em varias características:

• Os microtúbulos não se estendem no


terminal sináptico.
• O terminal sináptico contem numerosas
bolhas pequenas, envoltas por membranas,
chamadas de vesículas sinápticas, que
medem aproximadamente.
• A superfície interna da membrana que faz
face a sinapse apresenta um revestimento
particularmente denso de proteínas.
• A terminação apresenta numerosas
mitocôndrias, indicando uma alta demanda
de energia no local.
Transporte axoplasmático

Século XIX, o fisiologista inglês Augustus Waller demostrou que os


axônios não sobrevivem quando separados do corpo celular do qual se
originam (degeneração Walleriana)
Transporte axoplasmático
Transporte axoplasmático

Anterógrado Retrógado
Transporte axoplasmático

Lento Rápido
Proteínas citosólicas e do As organelas membranosas
citoesqueleto movem-se movem-se em direção aos
apenas na direção terminais (direção anterógrada)
anterógrada e de volta ao corpo celular
(direção retrógrada)

• Elementos fibrilares do citoesqueleto: as


subunidades de neurofilamentos e as
subunidades alfa e beta-tubulina dos
• Precursores de ve­sículas
sinápticas
microtúbulos.
• Clatrina, actina e proteínas que se ligam
• Mito­côndrias
à actina
• Elementos do REL
Transporte axoplasmático

Aspectos negativos e positivos podem ser atribuídos ao


transporte axoplasmático (plasticidade neural e infecções)
Dendritos
• Possui função de recepção e jamais de emissão de sinal
• Realiza mais de 1000 sinapses
• Regula a síntese proteica (presença de polirribossomos)
• Participação ativa na formação da memória
Dendritos
COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA NERVOSO

01
10

Neurônio vs Glia
CLASSIFICAÇÃO DA CÉLULAS NERVOSOS E TECIDO GLIAL
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

• Unipolar • Estreladas
• Bipolar • Pirâmides
• Pseudounipolar • Espinhosos
• Multipolar • Não-espinhosos
NÚMERO DE
DENDRITOS
NEURITOS

COMPRIMEN
TO DO
CONEXÕES
AXÔNIO
• Associação (Tipo II de Golgi) • Sensorial
• Projeção (Tipo I de Golgi) • Motor
• Associativo
NÚMERO DE NEURITOS
DENDRITOS
TIPOS DE CONEXÕES
COMPRIMENTO DO AXÔNIO
TECIDO GLIAL

Células NG2 (polidendrócitos) - tipo de célula glial que constitui a reserva de células
tronco do SNC, com a capacidade de gerar tanto células gliais quanto neurônios novos.
TECIDO GLIAL - MACROGLIA

ASTRÓCITOS
1. Fibrosos (substância branca)
2. Protoplasmáticos (substância cinzenta)
3. Células de Muller (retina)

• Suporte físico e metabólico dos neurônios


• Participa da retração e expansão dos
neuritos
• Atua no controle das concentrações de
K+ e outros íons extracelulares
• Sinapse tripartite
• Isolante sináptico e receptador de
neurotransmissores
• Armazenamento de glicogênio no SNC
Glia radial = sub-população dos astrócitos
• Barreira hematoencefálica
TECIDO GLIAL - MACROGLIA

Barreira Hematoencefálica
TECIDO GLIAL – MACROGLIA (MIELINIZAÇÃO)
Oligodendrócitos
Bainha de mielina tem interações importantes com os axônios que a rodeiam: fornece suporte
trófico (promove a sobrevivência da célula) e proteção e organiza a distribuição de canais de
íons ao longo do axônio.
TECIDO GLIAL – MACROGLIA (MIELINIZAÇÃO)
Células de Schawnn
• Realiza funções semelhantes aos oligodendrócitos e astrócitos.
• Também pode envolver vários axônios não mielinizados como uma camada protetora.
• Atua na junção neuromuscular
TECIDO GLIAL – MACROGLIA (MIELINIZAÇÃO)
TECIDO GLIAL – MICROGLIA E CÉLULAS EPENDIMÁRIAS
GLIOMAS: APLICAÇÃO CLÍNICA

O glioma é um tipo comum de tumor que se origina no cérebro. Cerca de 33% de todos
os tumores cerebrais são gliomas, que origina-se nas células gliais que residem no
cérebro (intra-axiais).

Tipos: astrocitomas (gliobastomas), glioma do tronco encefálico, ependimomas, gliomas


misturados, oligodendrogliomas, gliomas do nervo óptico.
PONTOS IMPORTANTES A REVISAR

1. Defina a doutrina neuronal em uma única sentença. A quem se atribui essa ideia?
2. Quais são as partes do neurônio que não são mostradas pela coloração de Nissl, mas são
visualizadas pela coloração de Golgi?
3. Indique três características físicas que diferenciam axônios de dendritos.
4. Das seguintes estruturas listadas, assinale quais são encontradas somente no neurônio e quais
não: núcleo, mitocôndrias, RE rugoso, vesículas sinápticas, aparelho de Golgi.
5. Quais são as etapas para a síntese de uma molécula proteica associada à membrana a partir da
informação do DNA nuclear?
6. A colchicina é um fármaco que causa a quebra (despolimerização) dos microtúbulos. Que efeito
esse fármaco pode ter sobre o transporte anterógrado? O que aconteceria na terminação axonal?
7. Classifique as células piramidais corticais de acordo com: (1) o número de neuritos, (2) a presença
ou ausência de espinhos dendríticos, (3) conexões e (4) comprimento axonal.
8. O que é mielina? Qual é a sua função? Quais são as células que a formam no sistema nervoso
central?
Referências bibliográficas

• Bear, M. F., Connors, B. W., Paradiso, M. A., Dalmaz, C., Quillfeldt, J. A., Calcagnotto,
M. E., Gonçalves, C. A. S., Gottfried, C. J. S., Zancan, D. M., Rosat, R. M., & Souza, T.
M. e. (2017). Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso (4a edição). Artmed.

• Kandel, E. R., Schwartz, J., Jessell, T. M., Siegelbaum, S. A., Hudspeth, A. J., Dalmaz,
C., & Quillfeldt, J. A. (2014). Princípios de Neurociências (5a edição). AMGH.

• Krebs, C., Weinberg, J., Akesson, E., Ide, M. R., Monteiro, M. C. G., & Calcagnotto, M.
E. (2012). Neurociências Ilustrada (1a edição). Artmed.

• Lent, R. (2010). Cem bilhões de neurônios conceitos fundamentais de neurociências (2a


edição). Editora Atheneu.
OBRIGADO!

Paulo Frassinetti Delfino do Nascimento


Email: paulodelfinonascimento@gmail.com

http://lattes.cnpq.br/4835609730570294

@anatomia_simples @lanath.ufcg

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