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Resumo 2022-2 Neuroanatomia
Resumo 2022-2 Neuroanatomia
Resumo 2022-2 Neuroanatomia
AULA 01
Introdução a Neuroanatomia
O sistema nervoso possibilita ao corpo responder a mudanças contínuas em
seus ambientes externo e interno; ele controla e integra as atividades
funcionais dos órgãos e dos sistemas orgânicos. Do ponto de vista anatômico,
o sistema nervoso é dividido da seguinte maneira:
– Encéfalo
Cerebelo
– Medula espinhal
Gânglios
Terminações nervosas
AULA 02
Sistema Nervoso Central
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Em um período embrionário muito precoce, as células que formarão o sistema
nervoso se dispõem em uma região achatada, chamada de placa neural.
Aproximadamente no 23° dia do desenvolvimento humano, as células da placa
neural se fundem, formando o tubo neural. As células das camadas externas
do tubo neural se tornam neurônios e a glia do SNC. As células da crista neural
se tornam neurônios sensoriais e motores do sistema nervoso periférico.
Na 4ª semana do desenvolvimento humano, a porção apical do tubo neural
começa a se especializar nas regiões do encéfalo.
Como descrito anteriormente, o SNC, assim como o SNP, é composto de
neurônios e células da glia de sustentação. Observando-se
macroscopicamente, os tecidos do SNC são divididos em substância cinzenta e
substância branca.
A substância cinzenta consiste em corpos, dendritos e axônios de células
nervosas não mielinizadas. Os corpos celulares estão reunidos de maneira
organizada tanto no encéfalo como na medula espinal. Em algumas regiões do
encéfalo, eles formam camadas e, em outras, formam grupos de neurônios
com funções similares.
A substância branca é constituída principalmente por axônios mielinizados e
contém poucos corpos celulares. A sua cor pálida é devida às bainhas de
mielina que envolvem os neurônios.
A consistência do encéfalo e da medula espinal é macia e gelatinosa. Embora
cada neurônio e célula da glia tenha um citoesqueleto interno extremamente
organizado que mantém a forma e a orientação da célula, o tecido neural
possui uma matriz extracelular mínima e precisa contar com um suporte
externo para se proteger de traumas. Esse suporte vem sob a forma de um
invólucro exterior de osso, três camadas de membrana de tecido conectivo e
fluido entre as membranas.
OS OSSOS E O TECIDO CONECTIVO NO SNC
Nos vertebrados, o encéfalo está guardado em uma caixa óssea, o crânio, e a
medula espinal segue ao longo do canal da coluna vertebral. A segmentação
do corpo, característica de alguns invertebrados, ainda pode ser observada nas
vértebras, as quais estão empilhadas umas sobre as outras e separadas por
discos de tecido conectivo. Os nervos do sistema nervoso periférico entram e
saem da medula espinal, passando através de forames localizados entre as
vértebras.
Três camadas de membranas, chamadas de meninges, situam-se entre os
ossos e os tecidos do sistema nervoso central. Estas membranas ajudam a
estabilizar o tecido neural e a protegê-lo do impacto contra os ossos. A partir do
osso até o tecido nervoso, as membranas são (1) a dura-máter, (2) a aracnóide
e (3) a pia-máter.
A dura-máter é a mais grossa das três membranas (pense em durável). Ela
está associada a veias que drenam o sangue do encéfalo através de vasos ou
cavidades, chamadas de seios. A camada do meio, a membrana aracnoide, é
frouxamente ligada à membrana mais interna, deixando um espaço
subaracnóideo entre as duas camadas. A membrana interna, a pia-máter, é
uma membrana fina que adere à superfície do cérebro e da medula espinal. As
artérias que suprem o encéfalo estão associadas a essa camada.
O último componente protetor do SNC é o líquido extracelular, o qual ajuda a
acolchoar o delicado tecido neural.
LÍQUIDO CEREBROSPINHAL OU CEFALORAQUIDIANO
O líquido cerebrospinal (LCS). O LCS serve a duas funções: proteção física e
proteção química.
O encéfalo e a medula espinal flutuam na delgada camada de líquido entre as
membranas. O LCS também promove proteção por amortecimento. Quando
ocorre um choque na cabeça, o LCS deve ser comprimido antes que o encéfalo
bata na parte interna do crânio.
MEDULA ESPINHAL
A medula espinal é a principal via para o fluxo de informações em ambos os
sentidos entre o encéfalo e a pele, as articulações e os músculos do corpo.
Além disso, a medula espinal contém redes neurais responsáveis pela
locomoção. Se for seccionada, há perda da sensibilidade da pele e dos
músculos, bem como paralisia, a perda da capacidade de controlar os
músculos voluntariamente.
A medula espinal é dividida em quatro regiões: cervical, torácica, lombar e
sacra, nomes que correspondem às vértebras adjacentes. Cada região é
subdividida em segmentos, e de cada segmento surge um par bilateral de
nervos espinais. Pouco antes de um nervo espinal se juntar à medula espinal,
ele divide-se em dois ramos, chamados de raízes. A raiz dorsal de cada nervo
espinal é especializada em conduzir a entrada de informações sensoriais via
aferente. Os gânglios da raiz dorsal, dilatações encontradas na raiz dorsal
antes de entrar na medula, contêm os corpos celulares dos neurônios
sensoriais. A raiz ventral carrega informações provenientes do SNC para
músculos e glândulas. Os cornos ventrais da substância cinzenta contêm
corpos celulares de neurônios motores que conduzem sinais eferentes para
músculos e glândulas. Estão organizados em núcleos motores somáticos e
autonômicos. As fibras eferentes deixam a medula espinal pela raiz ventral.
A substância branca da medula espinal é o equivalente biológico a cabos de
fibra óptica que as companhias telefônicas utilizam para conduzir os nossos
sistemas de comunicação. A substância branca pode ser dividida em diversas
colunas compostas de tratos de axônios que transferem informações para cima
e para baixo na medula. Os tratos ascendentes conduzem informações
sensoriais para o encéfalo. Eles ocupam as porções dorsal e lateral externa da
medula espinal. Os tratos descendentes conduzem principalmente sinais
eferentes (motores) do encéfalo para a medula. Eles ocupam as porções
ventral e lateral interna da substância branca.
AULA 04
Diencéfalo, Núcleos da Base e Cerebelo
O diencéfalo é uma das divisões do cérebro, composto pelo tálamo, hipotálamo
e glândula pineal.
Tálamo
Hipotálamo
Nervo vago (X) - nervo craniano que passa pela cabeça e pelo pescoço até o
tórax e o abdome. Sua inervação interfere no controle da pressão arterial
(barorreceptores).
NERVOS PERIFÉRICOS
Os nervos periféricos são feixes de axônios ou fibras nervosas rodeados por
várias camadas de tecido conectivo. Carregam tanto informações somáticas
como viscerais. Os nervos periféricos são extensões de nervos espinais e
cranianos.
A classificação dos neurônios é baseada na velocidade de condução, mais
rápida ou lenta, e, no diâmetro do axônio. Neste último caso só é usada esta
classificação para as fibras sensoriais.
Como cada fibra tem sua função também teremos receptores diferentes para
cada informação que recebemos, que são chamados receptores sensoriais. Os
receptores sensoriais detectam informações do meio, como luz e som, ou do
próprio corpo, como tato e posição do corpo, atuando como transdutores,
transformando um estímulo físico ou químico em impulso elétrico. Temos 5
(cinco) categorias de receptores:
Quimiorreceptores, Fotorreceptores, Termorreceptores, Mecanorreceptores e
Nociceptores.
A pele por sua vez, também apresenta cinco modalidades básicas de
receptores: tato epicrítico, tato protopático, vibração, temperatura e dor.
As áreas de pele a partir das quais a sensação é percebida são chamadas de
campos receptivos; a pele é, essencialmente, um mosaico de áreas dedicadas
a sensações específicas.
AULA 07
Sistema Nervoso Autônomo
AULA 08
NEUROTRANSMISSORES AUTONÔMICOS (SNA)
AULA 09
Barreira hematoencefálica
A proteção ou barreira de defesa do nosso corpo está fundamentalmente
relacionada à FUNÇÃO DOS ASTRÓCITOS.
Os astrócitos são as maiores células da neuróglia. Os astrócitos formam uma
rede de células dentro do SNC e comunicam-se com os neurônios para
sustentar e modular muitas de suas atividades. Alguns astrócitos estendem-se
por toda a espessura do encéfalo, proporcionando um arcabouço para os
neurônios em migração durante o desenvolvimento do encéfalo. Outros
astrócitos alongam seus prolongamentos até os vasos sanguíneos e até outros
neurônios.
A barreira hematoencefálica desenvolve-se inicialmente no embrião por meio
de uma interação dos astrócitos gliais com as células endoteliais capilares.
Várias evidências mostram que a integridade das zônulas de oclusão da
barreira hematoencefálica depende do funcionamento normal dos astrócitos
associados a ela. Várias doenças cerebrais são caracterizadas por soluções de
continuidade na barreira hematoencefálica, portanto, várias patologias do SNC
envolvem distúrbios da função da barreira hematoencefálica (BHE).
Exemplos: AVC ou AVE, Trauma, Processos infecciosos ou inflamatórios
(meningite, encefalite e sepse), Esclerose Múltipla, Doença de Alzheimer,
Doença de Parkinson, Epilepsia eTumores cerebrais.
Esses são exemplos de como a barreira hematoencefálica é importante e a
partir dela ocorre a mediação do desenvolvimento de muitas doenças.
AULA 10
CIRCULAÇÃO ARTERIAL CEREBRAL
O fluxo sanguíneo para o encéfalo é fornecido, anteriormente, pelas duas
artérias carótidas internas e, posteriormente, pelas artérias vertebrais.
As duas artérias vertebrais se unem, formando a artéria basilar no nível do
tronco encefálico. Esse sistema vertebrobasilar supre tanto a medula espinal
quanto o tronco encefálico.
Repetindo o encéfalo é vascularizado por dois grupos principais: as vértebro-
basilares (ou artérias vertebrais) e carotídeo (carótida interna). Quando se
tornam confluentes na base do crânio, esses sistemas formam um polígono,
que foi nomeado com o epônimo do grande pesquisador que o descobriu:
Thomas Willis. Esse polígono é formado pelas seguintes artérias: cerebral
anterior, comunicante anterior, carótida interna, cerebral posterior e
comunicante posterior. A importância desse polígono é refletida no que foi
chamado de redundância da circulação cerebral. Este fenômeno é importante
porque, à medida que alguma obstrução ou estenose ocorra em qualquer uma
dessas artérias pertencentes ao polígono, a circulação cerebral de maneira
geral não é prejudicada de maneira significativa, pois as outras artérias
conseguem suprir a deficiência de qualquer uma delas. Esse fato é
extremamente importante no caso de embolias cerebrais ou condições que
promovam estenose das artérias cerebrais, diminuindo a extensão do dano
sofrido por esses pacientes. A partir deste círculo arterial cerebral (ou polígono
de Willis) emergem as principais artérias que irrigam o encéfalo.
A artéria cerebral média é a extensão direta da carótida interna, suprindo a
maior parte da superfície lateral do cérebro; irriga, ainda, estruturas
profundas, como os gânglios da base e a cápsula interna.
A artéria cerebral anterior, que supre a superfície medial dos lobos frontal e
parietal. As duas artérias cerebrais anteriores são unidas pela artéria
comunicante anterior.
A artéria comunicante posterior une o sistema vertebrobasilar. Nesta junção, a
artéria cerebral posterior se ramifica para irrigar as superfícies mediais dos
lobos occipital e temporal, bem como o tálamo profundamente no cérebro.
Abaixo temos a representação desta circulação. Portanto, o círculo arterial do
cérebro equaliza a pressão arterial para o encéfalo e oferece vias alternativas
para o fluxo sanguíneo no encéfalo em caso de danos nas artérias.
DRENAGEM VENOSA CEREBRAL
A circulação cerebral é drenada por dois conjuntos de veias que desembocam
nos seios venosos durais: o sistema venoso profundo e o sistema venoso
superficial cerebral. Em contraste com as veias cerebrais superficiais que
trafegam através da pia-máter na superfície do córtex cerebral, o sistema
profundo está bem protegido.
O aumento na pressão intratorácica, como pode ocorrer durante a tosse ou a
realização da manobra de Valsalva (i. e., expirando contra a glote fechada),
produz aumento da pressão venosa central, que é refletida de volta para as
veias jugulares internas e para os seios da dura-máter.
A maior parte do sangue que drena da cabeça passa por três pares de veias:
as veias jugular interna, jugular externa e vertebral.
AULA EXTRA
O Homúnculo de Penfield foi descrito pela primeira vez pelo Dr. Wilder
Penfield entre os anos 40 e 50. Este neurocirurgião canadense procurava
explicar e curar doenças neurológicas como a epilepsia. Durante o seu
trabalho, como o cérebro não sente dor, ele aplicava choques elétricos nas
diferentes áreas e perguntava aos seus pacientes, que estavam acordados,
o que eles sentiam. Ao aplicar esses choques, ele descobriu uma
pequena área cerebral que demonstrava um mapa sensorial do nosso
corpo. Este mapa sensorial refletia a sensibilidade de cada uma das partes
do nosso corpo. Ele decidiu representar esta área como se fosse uma forma
humana, dando origem ao Homúnculo de Penfield. De acordo com os
estudos atuais, existem dois Homúnculos de Penfield: um sensorial e um
motor.
A importância clínica desta descoberta é que a representação de Penfield nos
ajuda a identificar a relação do comprometimento motor ou sensitivo com as
regiões corticais lesadas. Dessa maneira, podemos perceber a relação da
representação do membro superior e da face com o território vascularizado
pela artéria cerebral média, e perceba também a relação da representação do
membro inferior com o território vascularizado pela artéria cerebral anterior.
Referência: Aulas de 01 a 10 da disciplina de neuroanatomia disponibilizadas
via Canvas em 2022-2 (Centro universitário UnidomBosco).