Aula 7 OK Novo
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1) Definição
Um campo magnético estacionário pode se originar de uma corrente constante, de um ímã
permanente, e de uma campo elétrico variando linearmente com o tempo. Mas aqui, nós
iremos focar nossa atenção no campo magnético produzido por um elemento de corrente
contínua no espaço livre.
𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅 𝐼𝑑𝐋 × 𝐑
𝑑𝐇 = = (A/m) (1)
4𝜋𝑅 2 4𝜋𝑅 3
Com base na figura anterior, a equação (1) torna-se:
𝐼1 𝑑𝐋1 × 𝐚𝑅12
𝑑𝐇2 = 2 (A/m) (2)
4𝜋𝑅12
Tendo em vista que o elemento de corrente não pode ser isolado, as equações (1) e (2) não
podem ser verificadas na prática. Para correntes contínuas, a densidade de carga não é função
do tempo, e a equação da continuidade torna-se:
𝜕𝜌𝑐
∇∙𝐉=− =0
𝜕𝑡
∮ 𝐉 ∙ 𝑑𝐒 = 0 (3)
𝑠
que nos diz que qualquer corrente que atravessa uma superfície fechada é igual a zero. Isso
quer dizer que apenas a forma integral da Lei de Biot-Savart mostrada abaixo pode ser
verificada na prática,
𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅
𝐇=∮ (3)
4𝜋𝑅 2
Obs.: uma vez que K circula em uma lâmina extremamente fina, isso implica que 𝐉 = ∞ .
Da figura abaixo, podemos concluir que se K é uniforme, a corrente total em uma largura b
será:
𝐼 = 𝐾𝑏
𝐼 = ∫ 𝐾𝑑𝑁 (4)
onde dN é o elemento diferencial do caminho no qual a corrente circula. Assim, podemos
escrever IdL da seguinte forma,
𝐼𝑑𝐋 = 𝐊𝑑𝑆 = 𝐉𝑑𝑣 (5)
𝐊 × 𝐚𝑅 𝑑𝑆
𝐇=∫ (6)
𝑠 4𝜋𝑅 2
e
𝐉 × 𝐚𝑅 𝑑𝑣
𝐇=∫ 2
(7)
𝑣𝑜𝑙 4𝜋𝑅
Como exemplo, vamos aplicar a Lei de Biot-Savart no caso ilustrado na figura abaixo, onde
temos om filamento infinitamente longo, e determinar o campo no ponto 2. A geometria do
problema nos diz que não pode haver variação ao longo de z ou
Assim,
𝐑12 = 𝐫 − 𝐫 ′ = 𝜌𝐚𝜌 − 𝑧′𝐚𝑧
𝜌𝐚𝜌 − 𝑧′𝐚𝑧
𝐚𝑅12 =
√𝜌2 + 𝑧 ′2
2
𝑅12 = |𝐑12 |2 = 𝜌2 + 𝑧 ′2
∞
𝐼𝑑𝑧′𝐚𝑧
𝐇2 = ∫ 2 + 𝑧 ′2 )3/2
× (𝜌𝐚𝜌 − 𝑧 ′ 𝐚𝑧 )
−∞ 4𝜋(𝜌
∞
𝐼𝜌𝐚𝜙 𝑧′
𝐇2 = |
4𝜋 𝜌2 √𝜌2 + 𝑧 ′2
−∞
𝐼
𝐇2 = 𝐚 (8)
2𝜋𝜌 𝜙
Assim,
𝑧2
𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅 𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅
𝐇=∮ 2
= ∫
4𝜋𝑅 𝑧1 4𝜋𝑅 2
𝐼
𝐇= (𝑠𝑖𝑛𝛼2 − 𝑠𝑖𝑛𝛼1 )𝐚𝜙 (9)
4𝜋𝜌
Esta equação nos permite encontrar 𝐇 devido a filamentos de corrente arranjados como uma
sequência de segmentos de reta.
Exemplo:
1) [Hayt Jr] Determine H no ponto P2(0.4, 0.3, 0) no campo de uma corrente filamentar de
8 A direcionada do infinito para a origem ao longo do eixo x positivo, e depois da origem
para o infinito ao longo do eixo y, conforme a figura abaixo.
Vamos considerar primeiro a corrente semi-infinita no eixo x. Da figura podemos extrair
que 𝛼1𝑥 = 90° e 𝛼2𝑥 = atan (0.4/0.3) = 53.1°. A distância radial 𝜌 é medida em
relação ao eixo x, logo, 𝜌𝑥 = 𝑦 = 0.3, que é o afastamento do ponto P em relação ao eixo
x.
Assim,
𝑥2
𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅 𝐼𝑑𝐋 × 𝐚𝑅
𝐇1 = ∮ 2
= ∫
4𝜋𝑅 𝑥1 4𝜋𝑅 2
𝜌𝑥 𝐚𝜌 + 𝑥𝐚𝑥
𝐚𝑅 =
√𝜌𝑥2 + 𝑥 2
𝑅 = √𝜌𝑥2 + 𝑥 2
𝑑𝐋 = −𝐚𝑥 𝑑𝑥
−𝑦 tan(𝛼2𝑥 ) 𝜌𝑥 𝐚𝜌 + 𝑥𝐚𝑥
𝐼(−𝐚𝑥 )𝑑𝑥
𝐇1 = ∫ 2 2
×
ytan(𝛼1𝑥 ) 4𝜋(𝜌𝑥 + 𝑥 ) √𝜌𝑥2 + 𝑥 2
−𝑦tan(𝛼2𝑥 )
𝐼𝐚𝜙 𝑥 𝐼 tan(𝛼2𝑥 ) tan(𝛼1𝑥 )
𝐇1 = − | = [ − ]𝐚
4𝜋 𝑦√𝑥 2 + 𝑦 2 4𝜋𝑦 √1 + tan2 (𝛼2𝑥 ) √1 + tan2 (𝛼1𝑥 ) 𝜙
𝑦tan(𝛼1𝑥 )
Simplificando, temos,
𝐼
𝐇1 = − [−sin (𝛼2𝑥 ) − sin (𝛼1𝑥 )]𝐚𝜙
4𝜋𝑦
8
𝐇1 = − [−sin (53.13°) − sin (90°)]𝐚𝜙
4𝜋(0.3)
8
𝐇1 = [0.8 + 1]𝐚𝜙
4𝜋(0.3)
12 12
𝐇1 = 𝐚𝜙 = − 𝐚𝑧 A/m
𝜋 𝜋
Para o eixo y, por analogia temos que 𝛼1𝑦 = atan(0.3/0.4) = 36.9° e 𝛼2𝑦 = 90°. Agora
podemos utilizar a mesma equação derivada acima (marcada em amarelo) e substituir os
valores diretamente. Assim, a distância radial 𝜌 é medida em relação ao eixo y, logo, 𝜌𝑦 =
𝑥 = 0.4, que é o afastamento do ponto P em relação ao eixo y.
𝜌𝑦 𝐚𝜌 − 𝑦𝐚𝑥
𝐚𝑅 =
√𝜌𝑦2 + 𝑦 2
𝑅 = √𝜌𝑦2 + 𝑦 2
𝑑𝐋 = 𝐚𝑦 𝑑𝑦
𝑥 tan(𝛼2𝑦 )
𝐼𝐚𝜙 𝑦 𝐼 tan(𝛼2𝑦 ) tan(𝛼1𝑦 )
𝐇1 = | = − 𝐚𝜙
4𝜋 𝑥√𝑥 + 𝑦 2
2 4𝜋𝑥
−𝑥tan(𝛼1𝑦 ) √1 + tan2 (𝛼2𝑦 ) √1 + tan2 (𝛼1𝑦 )
[ ]
𝐼
𝐇2 = [sin(𝛼2𝑦 ) + sin (𝛼1𝑦 )]𝐚𝜙
4𝜋𝑥
8
𝐇2 = [sin(90°) + sin (36.9°)]𝐚𝜙
4𝜋(0.4)
8 8
𝐇2 = 𝐚𝜙 = − 𝐚𝑧 A/m
𝜋 𝜋
Exemplos:
1) [Hayt Jr] Dados os seguintes valores para P1, P2 e I1L1, calcule H2: (a) P1(0, 0, 2),
P2(4, 2, 0), 2π𝐚𝑧 μA·m; (b) P1(0, 2, 0), P2(4, 2, 3), 2π𝐚𝑧 μA·m; (c) P1(1, 2, 3), P2(−3, −1,
2), 2π(−𝐚𝑥 + 𝐚𝑦 + 2𝐚𝑧 ) μA·m.
Respostas: −8.51𝐚𝑥 + 17.01𝐚𝑦 nA/m; 16𝐚𝑦 nA/m; 18.9𝐚𝑥 – 33.9𝐚𝑦 + 26.4𝐚𝑧 nA/m
𝐼 = ∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 (10)
Como exemplo, considere a linha de transmissão coaxial infinita da figura abaixo, pela qual
flui uma corrente total I, uniformemente distribuída no condutor central e -I no condutor
externo. A simetria do problema nos diz que o campo H não é função de z ou .
Para facilitar a análise, podemos dizer com base na simetria do problema que:
• Os condutores se constituem de filamentos. Não há filamentos com componente na
direção z. A Lei de Biot-Savart permite inferir isso sem fazer o produto vetorial;
• O componente 𝐻𝜌 em φ = 0o, produzido por um filamento posicionado em ρ = ρ1, φ = φ1,
é cancelado pelo componente 𝐻𝜌 produzido pelo filamento simetricamente posicionado
em ρ = ρ1, φ = −φ1 (veja figura (b) acima);
• Com isso, teremos apenas a componente 𝐻𝜙 .
Logo, para um caminho circular de raio ρ, onde a < ρ < b, chegamos à expressão de campo
para a componente 𝐻𝜙 ,
𝐼
𝐻𝜙 =
2𝜋𝜌
ou
𝐼
𝐇= 𝐚
2𝜋𝜌 𝜙
𝜌2
𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝐼
𝑎2
e que,
𝜌2
2𝜋𝜌𝐻𝜙 = 𝐼
𝑎2
ou
𝐼𝜌
𝐻𝜙 = para 𝜌 < 𝑎
2𝜋𝑎2
Para 𝜌 > 𝑐, nenhuma corrente será envolvida e 𝐻𝜙 = 0. Isso ocorre porque o campo
produzido por cada condutor irá se cancelar tendo em vista que as correntes nestes condutores
tem sinais opostos.
Considere, agora, uma lâmina de corrente que flui na direção +y, posicionada no plano z = 0,
como mostra a figura abaixo.
Simplificando,
𝐻𝑥1 − 𝐻𝑥2 = 𝐾𝑦
Comparando a as duas últimas equações vemos que 𝐻𝑥3 = 𝐻𝑥1, e que 𝐻𝑥 é o mesmo para
qualquer z.
A simetria nos diz que:
1
𝐻𝑥 = 𝐾𝑦 (𝑧 > 0)
2
1
𝐻𝑥 = − 𝐾𝑦 (𝑧 < 0)
2
Assim,
1
𝐇 = 𝐊 × 𝐚𝑁
2
onde 𝐚N é o unitário normal à superfície.
Agora, se incluirmos uma segunda lâmina em z = h com corrente circulando no sentido
inverso, onde 𝐊 = −𝐾𝑦 𝐚𝑦 a expressão para H entre as lâminas torna-se,
𝐇 = 𝐊 × 𝐚𝑁 (0 < 𝑧 < ℎ)
e
𝐇=0 (𝑧 < 0, 𝑧 > ℎ)
4) Rotacional
Nesta seção, a Lei Circuital de Ampère será utilizada para discutirmos a terceira e última das
derivadas espaciais na análise vetorial, ou seja, o rotacional.
Primeiro, iremos obter a forma pontual da Lei Circuital de Ampère. Mas para isso, vamos
escolher em coordenadas cartesianas um caminho fechado incremental de lados ∆𝑥 e ∆𝑦,
como ilustra a figura abaixo.
Suponha que uma corrente produza o seguinte campo elétrico no centro do quadrado,
Assim,
𝜕𝐻𝑦 1
𝐻𝑦,1−2 =̇ 𝐻𝑦0 + ( ∆𝑥)
𝜕𝑥 2
Logo,
1 𝜕𝐻𝑦
(𝐇 ∙ ∆𝐋)1−2 =̇ (𝐻𝑦0 + ∆𝑥) ∆𝑦
2 𝜕𝑥
Para o segmento 2-3,
1 𝜕𝐻𝑥
(𝐇 ∙ ∆𝐋)2−3 =̇ 𝐻𝑥,2−3 (−∆𝑥) =̇− (𝐻𝑥0 + ∆𝑦) ∆𝑥
2 𝜕𝑦
𝜕𝐻𝑦 𝜕𝐻𝑥
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 =̇ ( − ) ∆𝑥∆𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑦
A Lei Circuital de Ampère nos diz que o resultado da equação acima deve fornecer a corrente
que é envolvida pelo caminho. Logo, para uma corrente qualquer J, a corrente envolvida será,
∆𝐼 =̇ 𝐽𝑧 ∆𝑥∆𝑦
e
𝜕𝐻𝑦 𝜕𝐻𝑥
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 =̇ ( − ) ∆𝑥∆𝑦 = 𝐽𝑧 ∆𝑥∆𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑦
Ou ainda,
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 𝜕𝐻𝑦 𝜕𝐻𝑥
=̇ − = 𝐽𝑧
∆𝑥∆𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 𝜕𝐻𝑧 𝜕𝐻𝑦
lim = − = 𝐽𝑥
∆𝑦,∆𝑧→0 ∆𝑦∆𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 𝜕𝐻𝑥 𝜕𝐻𝑧
lim = − = 𝐽𝑦
∆𝑧,∆𝑥→0 ∆𝑧∆𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑥
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋
∇ × 𝐇 = lim
∆𝑆𝑁 →0 ∆𝑆𝑁
onde ∆𝑆𝑁 é a área plana envolvida pela integral de linha fechada. O subscrito N indica que o
componente do rotacional é normal à superfície em questão.
Em coordenadas cartesianas:
Na forma de um determinante,
𝐚𝑥 𝐚𝑦 𝐚𝑧
𝜕 𝜕 𝜕
∇×𝐇=| | (13)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝐻𝑥 𝐻𝑦 𝐻𝑧
Em coordenadas cilíndricas:
1 𝜕𝐻𝑧 𝜕𝐻𝜙 𝜕𝐻𝜌 𝜕𝐻𝑧 1 𝜕(𝜌𝐻𝜙 ) 1 𝜕𝐻𝜌
∇×𝐇=( − ) 𝐚𝜌 + ( − ) 𝐚𝜙 + ( − ) 𝐚𝑧 (14)
𝜌 𝜕𝜙 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝜌 𝜌 𝜕𝜌 𝜌 𝜕𝜙
Em coordenadas esféricas:
Exemplo:
1) [Hayt Jr] Suponha que 𝐇 = 0.2𝑧 2 𝐚𝑥 para z > 0, e 𝐇 = 0 nos outros pontos, conforme
mostrado na figura abaixo. Calcule ∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 ao longo de um caminho quadrado de lado d,
centrado em (0, 0, z1) no plano y = 0 onde z1 > d/2.
1 2 1 2
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 = 0.2 (𝑧1 + 𝑑) 𝑑 + 0 − 0.2 (𝑧1 − 𝑑) 𝑑 + 0 = 0.4𝑧1 𝑑2
2 2
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 0.4𝑧1 𝑑2
(∇ × 𝐇)𝑦 = lim = lim = 0.4𝑧1
𝑑→0 𝑑2 𝑑→0 𝑑2
∇ × 𝐇 = 0.4𝑧1 𝐚𝑦
𝐚𝑥 𝐚𝑦 𝐚𝑧
𝜕 𝜕 𝜕 𝜕
∇×𝐇=| | = (0.2𝑧 2 )𝐚𝑦 = 0.4𝑧𝐚𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝐻𝑥 𝐻𝑦 𝐻𝑧
∇×𝐇=𝐉 (16)
que é a forma pontual da Lei Circuital de Ampère, e também a segunda das quatro equações
de Maxwell para campos não variantes no tempo. Podemos aproveitar e escrever a terceira
equação de Maxwell,
∇×𝐄 = 0 (17)
5) Teorema de Stokes
Considere a figura abaixo.
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋∆𝑆
=̇ (∇ × 𝐇)𝑁
∆𝑆
com o subscrito N indicando a superfície normal dada pela regra da mão direita. Isso é o
mesmo que escrevermos,
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋∆𝑆
=̇ (∇ × 𝐇) ∙ 𝐚𝑁
∆𝑆
Ou ainda,
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋∆𝑆 =̇ (∇ × 𝐇) ∙ 𝐚𝑁 ∆𝑆 = (∇ × 𝐇) ∙ ∆𝐒
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 ≡ ∫ (∇ × 𝐇) ∙ 𝑑𝐒 (18)
𝑠
Esta equação é uma identidade, e vale para qualquer campo vetorial, sendo denominada de
Teorema de Stokes.
Obs.: O Teorema de Stokes relaciona uma integral de superfície a uma integral de linha
fechada, enquanto o Teorema da Divergência relaciona uma integral volumétrica a uma
integral de superfície fechada.
Φ = ∫ 𝐁 ∙ 𝑑𝐒 = μ0 ∫ 𝐇 ∙ 𝑑𝐒 Wb (20)
𝑠 𝑠
definido aqui no espaço livre. Se outro meio for considerado, basta trocar μ0 por μ
(permeabilidade magnética do meio de interesse). Em se tratando de Φ, a unidade será sempre
o Wb (Weber).
Em nossos estudos, vimos pela Lei de Gauss que as cargas são as fontes de fluxo elétrico
(linhas que começam nas cargas positivas e terminam nas negativas).
Quando o assunto é fluxo magnético, é importante dizer que não existe uma fonte para as
linhas de fluxo magnético. As linhas de fluxo magnético são fechadas e não terminam em
uma “carga magnética”.
Portanto, a Lei de Gauss para campo magnético é dada por,
∮ 𝐁 ∙ 𝑑𝐒 = 0 (21)
𝑠
∇×𝐄=0
(23)
∇×𝐇 = 𝐉
∇∙𝐁=0
Podemos também incluir as relações entre D e E e entre B e H, também conhecidas como
relações constitutivas, relacionadas aqui (por conveniência) ao espaço livre,
𝐃 = ε0 𝐄 (24)
𝐁 = μ0 𝐇 (25)
Além da relação entre E e V,
𝐄 = −∇𝑉 (26)
Podemos também expressar o grupo de equações em (23) na forma integral,
∮ 𝐃 ∙ 𝑑𝐒 = ∫ 𝜌𝑣 𝑑𝑣
𝑠 𝑣
∮ 𝐄 ∙ 𝑑𝐋 = 0
(27)
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 = ∫ 𝐉 ∙ 𝑑𝐒
𝒔
∮ 𝐁 ∙ 𝑑𝐒 = 0
𝑠
∇×𝐀=𝐁 (28)
1
𝐇= ∇×𝐀 (29)
𝜇0
E, por sua vez, aplicando ∇ × nos dois lados de (29), temos,
1
∇×𝐇=𝐉= ∇×∇×𝐀
𝜇0
ou,
1
∇×𝐇= ∇×∇×𝐀 (30)
𝜇0
onde ∇ × ∇ × 𝐀 = ∇(∇ ∙ 𝐀) − ∇2 𝐀 é uma identidade vetorial. ∇2 𝐀 é o Laplaciano de A.
Retomaremos esta equação mais à frente.
∇∙𝐀=0 (31)
𝜇0 𝐼𝑑𝐋
𝐀=∮ (filamento) (32)
4𝜋𝑅
Podemos, também, obter uma expressão para A a partir de uma fonte de corrente distribuída,
𝐼𝑑𝐋 = 𝐊𝑑𝑆
que no caso de uma circulação de corrente por um volume com densidade 𝐉, temos,
𝐼𝑑𝐋 = 𝐉𝑑𝑣
𝜇0 𝐊𝒅𝑆
𝐀=∫ (lâmina) (33)
𝒔 4𝜋𝑅
𝜇0 𝐉𝑑𝑣
𝐀=∫ (volume) (34)
𝒗 4𝜋𝑅
Assim como no caso eletrostático (onde definimos um potencial conservativo V), podemos
também definir um potencial escalar magnético Vm que, diferentemente de V, não é um campo
conservativo. No caso magnetostático, vimos que,
∇×𝐇=0
sempre que 𝐉 = 0, mas
∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 = 𝐼
mesmo que 𝐉 seja zero ao longo do caminho de integração. Ao darmos uma outra volta
completa no caminho, o resultado aumenta de I. Porém, se nenhuma corrente é envolvida pelo
caminho, podemos definir uma função potencial de valor único, tal que,
𝑎
𝑉𝑚,𝑎𝑏 = − ∮ 𝐇 ∙ 𝑑𝐋 (35)
𝑏
𝜇0 𝐼𝑑𝐋
𝑑𝐀 =
4𝜋𝑅
Temos que,
𝑅 = √𝜌2 + 𝑧 2
𝑑𝐋 = 𝑑𝑧𝐚z
Logo,
𝜇0 𝐼𝑑𝑧𝐚z
𝑑𝐀 =
4𝜋√𝜌2 + 𝑧 2
𝜇0 𝐼𝑑𝑧
𝑑𝐴𝑧 = (36)
4𝜋√𝜌2 + 𝑧 2
𝐼𝑑𝑧 𝜌
𝑑𝐇 = 𝐚
4𝜋 (𝜌 + 𝑧 2 )3/2 𝜙
2
que é o mesmo valor que será obtido por meio da Lei de Biot-Savart.
Lembre-se de que em (31) impusemos a condição (cuja prova é deixada como exercício)
de que ∇ ∙ 𝐀 = 0. Com isso, de (37),
1 1
∇×𝐇= [∇(∇ ∙ 𝐀) − ∇2 𝐀] = − ∇2 𝐀 (38)
𝜇0 𝜇0
∇2 𝐀 = −𝜇0 𝐉 (39)
∇×𝐇=𝐉