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O Aristocrata Contra o Burocrata

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Eixo: Quadrinhos e História.

O ARISTOCRATA CONTRA O BUROCRATA: UMA BREVE


DISCUSSÃO SOBRE A ICONOGRAFIA DO SOCIALISMO SOVIÉTICO
NAS PRIMEIRAS HISTÓRIAS DE BATMAN NAS EDIÇÕES DA
DETECTIVE COMICS (JULHO E AGOSTO DE 1939).

André Moreira de Oliveira

Mestrando em História Social, USP, Av. Prof. Lineu Prestes 338, São Paulo, São Paulo.
posfflch@usp.br

Resumo: Este artigo propõe uma breve reflexão sobre a iconografia socialista nas histórias
em quadrinhos americanas do personagem Batman da editora DC Comic’s em 1939.

Palavras-Chaves: Batman, Socialismo, Roosevelt, História, Mídia.

Abstract: This article has a propos the on brief reflection about the socialist iconography in
Comic’s American’s of personage Batman of DC Comic’s in 1939.

Keywords: Batman, Socialism, Roosevelt, History, Media.

As histórias em quadrinhos enquanto meios de comunicação de massas


icônicos fazem uso ícones de fácil identificação de seu grupo leitor. A coleção
desses ícones constitui uma iconografia; uma espécie de “estoque” das mais
diversas representações gráficas acerca de grandes quantidades de assuntos dentro
de uma ou mais sociedades, ocidentais ou não. Essa reserva icônica sofre
influências das práticas e significações da sociedade em que são utilizados, ou seja,
de acordo com o desenrolar do devir histórico as valorações iconográficas mudam;
criando, recriando e resgatando sentidos. Como defendido na obra de Will Eisner
Quadrinhos e Arte Sequencial, as estruturas das histórias em quadrinhos para terem
um maior ou menor impacto (entendido aqui como alcance sobre o público
pretendido no quesito vendagem) enquanto meio de comunicação precisam fazer
uso de conceitos e modelos tanto gráficos e literários que sejam reconhecidos pelo
maior número possível de pessoas.

Temos aqui um bom modelo de exercício analítico na medida em que este


popular personagem tem em suas bases uma proposta de combate ao crime. A
partir disso surge uma possibilidade investigativa: quais crimes Batman combate?
Os crimes políticos também são alvo do personagem? E como esses crimes
políticos seriam tratados por meio desta iconografia?

Ou seja, irá se empreender um pequeno exercício de como se dá a


iconologia (lógica organizativa de uma determinada iconografia) americana da
década de 30 e 40 em relação ao tema do socialismo de tipo soviético. E
necessário perceber e situar a questão histórica que se propõe: como uma
sociedade capitalista liberal irá representar um sistema oposto, a priori, a suas
visões políticas dominantes. Por meio deste tipo de análise será possível exercitar a
questão do entendimento de que, ao contrário de algumas opiniões leigas, os meios
de comunicação icônicos possuem certa politização. Esta politização está ligada a
manutenção da sociedade circundante que os potencializa e que lhes concede
suporte, seja este pragmático-logístico (instalações, distribuição, matéria-prima e
outros fatores de produção), temático (questões ligadas tanto ao ethos quanto ao
pathos presentes socialmente). Assim uma a grande proposta desta comunicação é
discutir como a iconografia das histórias em quadrinhos é influenciada pelo contexto
sociológico que as gestaram.

Faz-se necessária uma visão do contexto dessas discussões. Apesar de


algumas opiniões leigas, é possível traçar uma ojeriza do governo Norte-Americano
ao Socialismo Científico Marxista bem antes da Guerra Fria (1945-1991). Verifica-se
a presença de partidos socialistas no E.U.A. desde a década de 1910 como o
Socialist Party of America (SPA) e Industrial Workers of the World (IWW). Essas
organizações sofreram grandes sanções pelo governo Norte-Americano como a
prisão de 165 dirigentes do IWW por conspiração e insubordinação militar já em
1918. O SPA chegou a lançar um candidato à presidência Eugene Debs à
presidência em 1912. Este último devido à posição de protesto adotada pelo SPA de
condenação à participação americana na Primeira Guerra Mundial foi condenado em
1918 a dez anos de prisão.i Esse tipo de opressão governamental aliado à ascensão
econômica americana a partir de 1920 diminuiu em muito a penetração dos
socialistas nas classes trabalhadoras americanas.

Com a crise de 1929 vemos novamente as condições para uma tendência à


esquerda socialista. A quebra da bolsa e o desemprego gerado fazem o “espectro”
de o socialismo surgir novamente em terreno norte-americano. Assim a ideia de que
o socialismo é “alienígena” ao pensamento da classe trabalhadora americana cai por
terra. O desemprego se alastra por todos os E.U.A.: em Chicago as hoovervilles
(nome dado em referência ao então presidente Hoover): habitações de baixíssima
qualidade se proliferavam, cerca de 1,5 milhão de jovens sem emprego os “bandos
de errantes” usando um jargão da época; em 1930 manifestações de
desempregados em Nova York, e em Detroit (iniciativa criada pelo Partido
Comunista Americano); ataques a depósitos de alimentos; a greve de Toledo em
1934 (Dirigida por A. J. Muste da Liga Nacional de Desempregados com 10 mil
membros só em Seattle a chamada “cidade soviética”.) entre outras manifestações.
Nesse contexto de crise do sistema financeiro temos o ressurgimento do movimento
sindical na figura do Commitee of Industrial Organizations (CIO) fundado em 1935ii.
Contra esse tipo de movimentação e para sanar a crise programa-se o New Deal
formulado no governo de Franklin Delano Roosevelt. Apesar da grande valorização
desse plano a crise só é sanada tanto culturalmente quanto financeiramente com a
entrada dos E.U.A. na Segunda Guerra Mundial em 1942 depois do ataque japonês
à base da marinha americana de Pearl Harbor. Com uma economia de guerra foi
possível ao então reeleito presidente Roosevelt (seu governo durou de 1931 a 1945
quando de sua morte em 12/04/1945) o poder político necessário para impor uma
economia de guerra e assim abandonar o laissez-faire que estava causando danos à
economia, e, simultaneamente a população americana viria a ter um inimigo em
comum: o nazismo. iiiTemos um quadro bastante interessante se fazendo presente.
Um país em crise tomado pela desordem e pelo “crime”. A proposta de que ideias
exteriores vêm a causar danos à “liberdade” americana. Um homem surge para
fazer a diferença, um homem que transforma o problema americano em uma guerra.
Em 1939 vemos a criação de um personagem de histórias em quadrinhos
criado pelo cartunista Bob Kane em colaboração com Bill Finger (embora esse
crédito de criação não tenha sido de imediato reconhecido fato que só ocorreu em
1974) um “super-herói” que trava uma guerra solitária contra o crime chamado de
Batman. A construção iconográfica do personagem se baseia em desenhos da asa
voadora de Leonardo Da Vinciiv. Sua estreia se dá em maio na revista Detective
Comic’s 27. Em sua trajetória o personagem irá enfrentar os mais diversos
adversários os chamados “super-vilões” inspirados nas questões da época de sua
criação, palhaços de circo (o Coringa de 1940, inspirado no personagem
interpretado pelo ator Conrad Veidt, no filme “O Homem que Ri” de 1928: este último
criado a partir de uma releitura do conto de mesmo nome de Victor Hugo),
catedráticos de psicologia (Espantalho de 1940, aeromoças que sofrem acidentes e
perdem a memória (Mulher-Gato em 1940), trapaceiros de feiras de variedades
(Charada 1940), atores insanos (Cara-de-Barro, baseado no Fantasma da Ópera
que ficou célebre no cinema em 1925, em 1940), burgueses em ascensão (Pinguim
em 1941). Esses tipos sociais eram o reverso do American way of life deformados
física e moralmente eram as vítimas que deveriam ser postas sobre controle.
Injustiçados mas que não devem ser tolerados. Se partirmos do princípio defendido
por Will Eisner de que as Histórias em Quadrinhos enquanto meio de comunicação
de massa precisam se valer da experiência visual dos leitores para realizar sua
linguagemv podemos afirmar que estes personagens da galeria de vilões de Batman
sofrem de grandes tragédias sociais e pessoais que por vezes não são culpa dos
mesmos, ainda sim, estes devem ser contidos, como os grevistas, os
desempregados e outros tantos vítimas da situação econômica mas que devem ser
contidos pelo Estado Americano. Batman é fruto de uma tragédia advinda do crime
(a morte de seus pais) mas não se desforra na sociedade. Ele escolhe ajuda-la.

No entanto há mais um personagem que não perdurou nesse grupo de


ameaças o chamado Doctor Death que aparece em julho de 1939vi. Seu plano é o
uso de um “pólen da Morte” que colocará o mundo a seus pés. Porém há um
empecilho: o chamado Batman que opera na cidade de Nova York (para os menos
avisados a cidade de Gotham City é criada posteriormente devido às reclamações
das associações de pais sobre a figuração noir da cidadevii). Como ajudante tem
indiano Jabah. Tentam eliminar Batman, mas ambos acabam morrendo em um
incêndio no esconderijo do Doutor Death. Isso pelo menos até a edição de agosto de
1939 onde o Doctor Death retorna de sua aparente morte, agora com o rosto
enfaixado devido aos ferimentos ocorridos no incêndio de seu laboratório depois de
seu confronto anterior com o defensor de Nova York. Tem como seu ajudante o
cossaco (segundo o próprio Batmanviii) Mikhail (vestido devidamente de turco). Ao
tentar um roubo de diamantes para financiar suas atividades acaba mais uma vez
enfrentando Batman que ao final da história o desmascara literalmente, pois o
mesmo teve sua face destruída durante o incêndio da edição anterior.

No entanto o que cabe analisar aqui não é a narrativa em si, mas os


componentes dessa. A iconologia usada para a construção dessas duas histórias
em quadrinhos é bastante simples: existe um criminoso que deve ser impedido
graças à intervenção do personagem título. Algo bastante comum. Mas as
referências iconográficas são o mote de análise. Abaixo anexarei e comentarei
algumas das imagens que compõe essa edição.

Figura 1: DoctorDeath e Jabah

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995.

Nesta imagem vemos o Doutor Death conversando com seu capanga Jabah.
O tipo de vestimenta é bastante marcado. Will Eisner defende que para que os
quadrinhos tenham uma maior receptividade devem se valer de estereótipos visuais.
A figura do Doutor Death é o mote de análise. Abaixo perceba a semelhança dessa
figura com uma foto tirada de Lênin em fevereiro de 1900.

Figura 2: Doctor Death

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995.

Figura 03: Lênin

Fonte: Lênin: Biografia Ilustrada, Editora Anita 1935.

Há certa semelhança entre as duas imagens. Embora percebamos que na


foto Lenine não usa um monóculo é possível perceber que a barba, formato dos
olhos, formato da cabeça e calvície são muito parecidas. O Doutor Death tem como
princípio uma tentativa de dominar o mundo, a “ameaça comunista” propagada pela
figura de Lenine também. Os quadrinhos norte-americanos não trabalham com
referências políticas tão diretas. Pelo menos nesse momento (a partir do final da
década de 90 do século XX vemos uma renovação das Histórias em Quadrinhos
Americanas em que temas delicados da política passam a ser abordados)

Figura 04: Doctor Death e Mikhail

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995

Figura 5: Doctor Death

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995

Já nesses dois quadros vemos volta do Doutor Death que teve seu rosto
destruído após o combate com Batman. Ele tem um novo capanga chamado Mikhail
(mais uma vez vestido como numa iconografia turca). Repare como os dois quadros
da Detective Comic’s 30 a seguir praticamente repetem os quadros anteriores do
Detective Comic’s 29. No entanto nessas últimas temos um detalhe: O Doutor Death
está com seu rosto enfaixado, como se fosse uma múmia. Convém lembrar que
Lênin foi embalsamado em janeiro de 1924 logo após sua morte. E o processo de
mumificação é um processo de embalsamamento. Este tipo de ideia pode ser bem
aproveitado pela iconografia que os quadrinhos utilizam no momento: a
cinematográficaix.

Figura 6: Batman e Jabah

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995.

Mas outra referência à questão russa é inferida. No quadro acima vemos


Batman se referir ao capanga Mikhail como um cossaco a serviço do Doctor Death.
Batman o captura o vilão e o deixa para que a polícia o prenda. Não existem
referências explícitas à questão do socialismo como um perigo, porém na página 26
da mesma Detective Comic’s 30 vemos uma referência à depressão (detalhe
abaixo). Vale a pena notar como alguém ter como Hobby colecionar diamantes um
costume pouco provável para trabalhadores da década de 30 do século XX.
Figura 7: Mrs. Jones e Bruce Wayne

Fonte: Edição de Colecionador: Detective Comics, Editora Abril Jovem, 1995.

Mesmo assim cabe a pergunta: porque nesse artigo temos o título “O


Aristocrata contra o Burocrata”? A segunda parte é a mais fácil: como dirá Arthur
Conte “[Lenine...] preparou a revolução em um meticuloso trabalho intelectual de
x xi
gabinete” um homem que tem em seu grande mérito a capacidade de “conduzir”
a Revolução Russa, mais do que propriamente dirigi-la. Um homem dedicado a
revolução de um ponto pragmático: a burocratização da ação revolucionária.Sua
grande capacidade de mobilizar, organizar e orientar o caos que havia se tornado o
Império Russo no final da Segunda Guerra Mundial, claro que com a ajuda das
estruturas do Partido Bolchevique é conseguiu transformar um comoção de massa
na primeira nação socialista do mundo.

Mas o aristocrata Batman não é fundado em mera invenção de Bob Kane.


Ele antes tem como parâmetro uma figura histórica: o presidente Theodore
Roosevelt. Apesar de várias comparações atuais da personalidade do personagem
Batman com figuras como o ubermensh nietzschiano ou com a figura de Aristótelesxii
figura que tem paralelo biográfico com Bruce Wayne é o 26º Presidente Americano:
seu pai era um grande benfeitor de Nova York, como o pai de Bruce Wayne,
Thomas; embora não tenha perdido os pais a grande tragédia familiar de Roosevelt
foi ter perdido a esposa e a mãe no mesmo dia, depois de uma breve viagem a
xiii
Parque nacional de Dakota, voltou como comissário de polícia de Nova York E um
de seus primos em quinto grau é o presidente Franklin Delano Roosevelt o então
xiv
presidente. Este último, aliás, tinha grande admiração por seu primo mais velho .
Batman é outro “parente” afastado dos Roosevelt. Só que uma espécie de visão
icônica. A Família Roosevelt é uma aristocracia política americana que vem desde
que seus descendentes holandeses que vieram aos E.U.A. em busca de fortunaxv.

E que crime é pior para uma família de aristocratas capitalistas americanos xvi
do que um burocrata russo?

Bibliografia Analisada

DETECTIVE COMIC’S, As quatro primeiras histórias de Batman. Editora Abril Jovem, 1995.

Bibliografia Utilizada

BOLSANELLO, ELIO. Lênin: biografia ilustrada. São Paulo, Anita, 1994.

CONTE, ARTHUR. Lenin, o revolucionário discreto. História Viva, São Paulo, n. 20,
p 26-31, jun. 2005.

CHURCHILL, ALLEN. Os Roosevelts. Trad.: Maria Luiza Mariani. Edições Bloch,


1966.

COGGIOLA, OSWALDO. O capital contra a história: gênese e estrutura da crise


contemporânea. São Paulo Edições Pulsar, 2002.

EISNER, Will. Narrativas Gráficas. Trad.: Leandro Luigi Del Manto. São Paulo: Devir,
2005.

___________.Quadrinhos e Arte Seqüencial. Trad.: Luís Carlos Borges. São Paulo,


Martins Fontes, 1999.

GUBERN, Roman. Médios icônicos de masas. Madrid, História 16, 1997.


HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. Trad.:
Marcos Santarrita. Rev. Técnica: Maria Célia Paoli. São Paulo, Companhia das
Letras, 1995.

IRWIN, WILLIAM (coord.). Super-Heróis e a Filosofia: verdade, justiça e o caminho


socrático. Trad.: Marcos Malvezzi Leal. São Paulo, Madras, 2009.

RIBAS, Sílvio. Dicionário do Morcego. São Paulo, Flama Editorial, 2005.

Videografia Utilizada

Batman Unmasked. Steven Smith. Produção Natalie Artin. E.U.A. 2008.


Documentário para TV.

i
Oswaldo Coggiola, O Capital contra a história: gênese e estrutura da crise contemporânea,
p 270.
ii
IBID, p 282-284
iii
IBID, p 285
iv
Silvio Ribas, Dicionário do Morcego, p 75.
v
Will Eisner, Quadrinhos e Arte Sequencial, p 7.
vi
No caso usarei aqui um reprodução das quatro primeiras histórias de Batman que foram
publicadas na ocasião do lançamento de uma nova revista do personagem lançada pela
Abril Cultural em março de 1995. Como a mesma não tem uma numeração impressa irá se
contar as páginas a partir da capa. Nas próximas referências só irei citar a edição da
Detective Comic’s. Está referência vem da história de Bob Kane, Detective Comic’s 29 de
julho de 1939, p 15-24.
vii
Silvio Ribas, Ibidem, p 142.
viii
Bob Kane, Detective Comic’s 30 de agosto de 1939, p 25-34.
ix
Román Gubern, Médios Icónicos de Masas, p 90.
x
Arthur Conte, Lenin o revolucionário discreto, p 29
xi
Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos, p 67
xii
Matt Morris, Super-Heróis e a Filosofia, p 108.
xiii
Batman Unmasked, Steven Smith.
xiv
“Theodore tinha ganho [sic] a eleição de 1904 com 2.5.000.000 votos, um deles [sic] de
Franklin [Roosevelt] que, na primeira eleição de sua vida, votou tribalmente no republicano
Tio Ted.” Allen Churchill, Os Roosevelts, p 214.
xv
IBID, p 7.
xvi
“Animado e inspirado por seu amor ele [Franklin Delano Roosevelt], se tornaria o fidalgo
capitalista, segundo o padrão confortavelmente [sic] estabelecido por James [pai de
Franklin].” IBID, p 204.

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