DISSERTAÇÃO - EstimativaParâmetrosHidrodinâmicos (1) - Unlocked
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i
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Reitor
Vice-Reitor
ESCOLA DE MINAS
Diretor
Vice-Diretor
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Chefe
Issamu Endo
iii
EVOLUÇÃO CRUSTAL E RECURSOS NATURAIS
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 67
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Nº 285
MÉTODOS INDIRETOS
Orientador
Luis de Almeida Prado Bacellar
OURO PRETO
2009
v
Universidade Federal de Ouro Preto - http://www.ufop.br
Escola de Minas - http://www.em.ufop.br
Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita
35.400-000, Ouro Preto, Minas Gerais
Tel.: (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606, e-mail: pgrad@degeo.ufop.br
ISSN 85-230-0108-6
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Edição 1ª
xxvii, 112 f.: il. color.; grafs.; tabs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra,
Série M, v.67, n. 285)
ISSN: 85-230-0108-6
CDU: 556.33
Catalogação: sisbin@sisbin.ufop.br
"O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita que é. Se eu insisto em repetir para
mim mesmo que não sou capaz de realizar alguma coisa, é possível que realmente seja incapaz
de fazê-lo. Ao contrário, se tenho convicção de que posso fazê-la, certamente adquirirei
capacidade de realizá-la, mesmo que não a tenha no começo."
Mahatma Gandhi
vii
Agradecimentos
ix
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................. ix
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... xv
LISTA DE TABELAS............................................................................................................... xxi
LISTA DE SÍMBOLOS............................................................................................................ xxiii
RESUMO................................................................................................................................... xxv
ABSTRACT............................................................................................................................... xxvii
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS.................................................................. 01
1.1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 01
1.2 – OBJETIVOS....................................................................................................................... 02
CAPÍTULO 2 – ASPECTOS GERAIS REGIONAIS............................................................ 03
2.1 – LOCALIZAÇÃO DAS BACIAS DE DRENAGEM......................................................... 03
2.2 – GEOLOGIA....................................................................................................................... 05
xi
3.3 – ROTAS DE FLUXO HÍDRICO......................................................................................... 15
3.3.1 – Fluxo Superficial.................................................................................................... 16
3.3.2 – Fluxo Subsuperficial.............................................................................................. 17
3.3.3 – Fluxo de Base......................................................................................................... 17
3.4 – ANÁLISE DE HIDROGRAMAS...................................................................................... 17
3.5 – FLUXO DE BASE E RECESSÃO..................................................................................... 19
3.5.1 – Índice Q7,10............................................................................................................. 19
3.6 – COEFICIENTE DE RECESSÃO....................................................................................... 19
3.6.1 – Método de Maillet ou de Barnes............................................................................ 20
3.6.2 – Método da Correlação............................................................................................ 20
3.6.3 – Método Matching Strip.......................................................................................... 21
3.6.4 – Método de Drogue................................................................................................. 22
3.7 – RESERVAS RENOVÁVEIS.............................................................................................. 24
3.8 – PARÂMETROS HIDRODINÂMICOS............................................................................. 25
3.8.1 – Coeficiente de Armazenamento............................................................................. 25
3.8.2 – Condutividade Hidráulica...................................................................................... 25
3.8.3 – Transmissividade................................................................................................... 26
3.9 – MÉTODOS INDIRETOS DE OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS
HIDRODINÂMICOS.................................................................................................................. 26
3.9.1 – Modelo de Maillet.................................................................................................. 27
3.9.2 – Modelo de Boussinesq........................................................................................... 28
3.9.3 – Modelo de Brutsaert............................................................................................... 30
3.10 – FATORES DE INTERFERÊNCIA NA RECESSÃO...................................................... 32
3.10.1 – Geologia............................................................................................................... 33
3.10.2 – Geomorfologia..................................................................................................... 34
3.10.3 – Clima.................................................................................................................... 35
3.10.4 – Cobertura vegetal................................................................................................. 35
3.10.5 – Uso e ocupação do solo....................................................................................... 36
CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA.......................................................................................... 37
4.1 – ETAPA 1: AQUISIÇÃO DOS DADOS BÁSICOS........................................................... 37
4.2 – ETAPA 2: SELEÇÃO DAS BACIAS................................................................................ 37
4.3 – ETAPA 3: ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS.................................................. 40
4.3.1 – Análise das séries hidrológicas históricas.............................................................. 40
4.3.2 – Caracterização morfométrica das bacias................................................................ 40
4.3.3 – Construção de hidrogramas anuais e diários.......................................................... 41
4.3.4 – Determinação dos coeficientes de recessão........................................................... 41
4.3.5 – Determinação dos coeficientes de armazenamento e transmissividade................. 41
4.3.6 – Outros parâmetros calculados................................................................................ 42
4.4 – ETAPA 4: INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E CONCLUSÕES................................... 42
CAPÍTULO 5 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS................................................... 45
xiii
Lista de Figuras
Figura 2.2 – Localização das bacias Araújos, Usina Camarão, Marilândia, Lamounier e
Santana do Jacaré...................................................................................................................... 04
Figura 3.2 – Hidrograma representativo do método gráfico de Barnes para a separação dos
fluxos de base e superficial....................................................................................................... 18
Figura 3.6 – Curva de recessão com a determinação das vazões Q1, Q2 e Q3, utilizadas para
o método de Drogue – exemplo da estação Araújos................................................................. 23
Figura 5.1 – Hidrogramas com vazões médias mensais históricas das bacias......................... 47
Figura 5.2 – Hidrogramas com vazões médias mensais específicas das bacias....................... 48
Figura 5.3 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia
Araújos...................................................................................................................................... 49
Figura 5.4 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia
Lamounier................................................................................................................................. 50
Figura 5.5 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia
Fazenda Maracujá......................................................................................................................
50
Figura 5.6 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia
Marilândia................................................................................................................................. 51
xv
Figura 5.7 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Santana
do Jacaré.................................................................................................................................... 51
Figura 5.8 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Usina
Camarão..................................................................................................................................... 52
Figura 5.28 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Aráujos............................................................................................................................. 65
Figura 5.29 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Lamounier........................................................................................................................ 66
Figura 5.30 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Fazenda Maracujá........................................................................................................... 67
Figura 5.31 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Marilândia........................................................................................................................ 68
Figura 5.32 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Santana do Jacaré............................................................................................................. 69
Figura 5.33 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a
bacia Usina Camarão................................................................................................................. 70
xvii
Figura 5.43 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a
bacia Marilândia........................................................................................................................ 76
Figura 6.1 – Comparação entre os coefientes de recessão obtidos pelos métodos indiretos
para cada uma das bacias........................................................................................................... 89
Figura 6.2 – Relação inversa entre os Q7,10 e os coeficientes de recessão obtidos pelo
método de Boussinesq............................................................................................................... 91
Figura 6.3 – Comparativo entre os valores de transmissividade obtidos por diversos autores
e nas bacias monitoradas com os métodos de Maillet e Boussinesq......................................... 92
Figura 6.4 – Gráfico destacando a relação direta entre as transmissividades obtidas com os
métodos de Maillet e Boussinesq............................................................................................. 93
Figura 6.6 – Gráfico com a relação inversa entre Q7,10 e slope índex...................................... 94
Figura 6.7 – Gráfico A: relação entre as reservas renováveis específicas de água das bacias
e seus respectivos coeficientes de recessão, obtidos pelo método de Boussinesq; Gráficos B,
C e D: relação entre as reservas renováveis de água das bacias e índices morfométricos e
Q7,10............................................................................................................................................ 95
Figura 6.9 – Diagrama com representação esquemática da situação esperada para a região:
nas bacias de cabeceira, mais íngremes, o regolito tende a ser mais delgado, sendo mais
espesso em bacias de maior ordem hierárquica................................................................ 98
Figura 6.10 – Gráfico evidenciando a relação direta entre o slope index e o coeficiente de
recessão obtido pelo método da Correlação, quando são considerados conjuntamente os
dados desta pesquisa e os levantados em microbacias por Costa (2005).................................. 98
Figura 6.12 – Relação entre o índice de compacidade (Kc) e a área das bacias...................... 99
xix
Lista de Tabelas
Tabela 5.2 – Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de
Maillet......................................................................................................................................... 52
Tabela 5.3 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método da
Correlação................................................................................................................................... 63
Tabela 5.4 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método
Matching Strip............................................................................................................................. 64
Tabela 5.5 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de
Boussinesq................................................................................................................................... 74
Tabela 5.6 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de
Drogue......................................................................................................................................... 78
Tabela 5.10 – Apresentação dos valores das reservas renováveis de água das bacias e seus
respectivos α (Maillet) e Q0......................................................................................................... 84
xxi
Lista de Símbolos
xxiii
Resumo
xxv
Abstract
The recession represents the period when the river’s flow is maintained predominately by
subterranean water return, so establishing the base flux. In hydrographic basins, the recession
coefficient (or of drain) can be determined in an indirect manner by several graph methods
using series of hydrologic data. From this coefficient is possible to calculate other important
parameters, like the aquifer transmissivity. The recession coefficient still turns possible to get
information about the minimal flow in the drainage channels, that usually are obtained toward
other hydrological indexes, as the Q7,10, frequently used in management of superficial
hydrological resource. In this work were determined the recession coefficient, the transmissivity
and the store coefficient for six basins, towards several indirect methods. There were also
calculated some morfometrics indexes, how the amplitude, the slope index and the compactness
index, allowing thus the correlation between the morfometrics characteristics of the basins and
their hemodynamic parameters. The methods used to determine the recession coefficient were:
Maillet, Boussinesq, Correlation, Matching Strip e Drogue. To obtain the transmissivity, beyond
the use of recession coefficient of Maillet’s and Boussinesq’s methods, the Brutsaert method
was used too; however, this last method presented results much higher than the traditionally
described in the literature. The basins studied occur in regions where the predominance is of
granite-gnaissic rocks, and under similar vegetation, climatic, use and occupancy, located in the
Central-South region of Minas Gerais state. One of those is the Maracujá river basin, inserted in
the Metamórfico Bação complex, on Quadrilátero Ferrífero (QF). The other basins are located at
west of QF, on the Metamórfico Campo Belo complex. Regarding the used methods, was
verified that, the Boussinesq method presented the best relation between their recession and
transmissivity coefficients when confronted with others indexes of the basins, as area, Q7,10,
compactness index and slope index. From the analysis of the results and the previous results
were ascertained that the biggest basins with most plan relief have bigger capacity to store
water, liberating it slowly, so contributing for the sustainable maintenance of the base flux. In
head basins this behavior is reverse. The estimate of renewable reserves from the recession
coefficient provides results that can be used how a tool of determination of subterranean water
quantity to be explored on the basins. The results revealed that the recession coefficient
constitute an efficient parameter of interest for the subterranean water explore and to manage
the hydrographic basins.
xxvii
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1.1 – INTRODUÇÃO
A água exerce um papel fundamental na sobrevivência dos seres vivos. Atualmente
ela tem despertado uma atenção especial por parte dos estudiosos devido ao mau uso,
desperdício, crescimento populacional e uso e ocupação inadequados do solo. Estes fatores
isolados ou correlacionados podem levar à diminuição da quantidade de água disponível para o
consumo humano. Conhecer as propriedades e o comportamento das águas subterrâneas é de
grande importância, uma vez que se trata da maior fonte de água potável existente.
1
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
1.2 – OBJETIVOS
¾ Analisar qual dos métodos é de mais fácil utilização e qual deles produz melhores
resultados;
2
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 2
ASPECTOS GERAIS REGIONAIS
Neste capítulo estão descritas a localização das bacias estudadas bem como as
principais características físicas das mesmas, para um melhor entendimento do seu
comportamento hidrológico e hidrogeológico.
N
Estação pluvio-fluviométrica
sco
Fazenda Maracujá
ci
Bacia do Alto
F r an
MG
R io d
as Ve
lhas
Bacia
Fazenda
R.
Ma
Maracujá
ra
c uj
á
0 6 km
3
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
A figura 2.2 mostra a localização das outras cinco bacias selecionadas. Para facilitar o
entendimento, as bacias foram nomeadas de acordo com o nome da estação fluviométrica
correspondente a cada uma delas. Sendo assim, a bacia do rio Maracujá foi denominada bacia
Fazenda Maracujá. As outras bacias são: Araújos (rio Lambari), Usina Camarão (rio Lambari),
Marilândia (rio Itapecerica), Lamounier (ribeirão Vermelho/Gama), Santana do Jacaré (rio
Jacaré). As bacias apresentadas na figura 2.2 estão localizadas entre os meridianos 44º 26’
41,8’’ e 45º 21’ 22,4’’ W e os paralelos 19º 53’ 20,1’’ e 20º 55’ 22,4’’ S, estando distribuídas
nos municípios de Santo Antônio do Monte, Araújos, Divinópolis, Pedra do Indaiá, São
Sebastião do Oeste, Itapecerica, Oliveira e Santana do Jacaré.
Figura 2.2 – Localização das bacias Araújos, Usina Camarão, Marilândia, Lamounier e Santana do
Jacaré.
4
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
2.2 – GEOLOGIA
A figura 2.3 mostra a geologia regional bem como a localização das seis bacias
estudadas.
Araújos
Fazenda
Marilândia Maracujá
Usina
Camarão
Lamounier
Santana do
Jacaré
Figura 2.3 – Mapa geológico da região destacando a localização das bacias. Legenda: I - Complexos
Metamórficos (gnaisses, migmatitos e granitóides); II - Supergrupo Rio das Velhas (xistos, quartzitos
meta-ultramáficos); III - Rochas metamáficas; IV - Granitóides; V - Supergrupo Minas (xistos, filitos,
quartzitos, itabiritos e dolomitos); VI - Metagabros e metadioritos; VII - Suíte Alto Maranhão (tonalito e
granito calcialcalino metaluminoso); VIII - Grupo Itacolomi (quartizitos, filitos, metaconglomerados); IX
- Grupo Sabará (clorita xisto, metatufo, metagrauvaca); X - Supergrupo São Francisco (pelitos,
carbonatos e dolomitos); XI - Coberturas detrítico-lateríticas; XII - Depósitos aluviais quaternários.
5
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de67,
... n°285, 112p.
(Dorr, 1969; Carneiro et al, 1995; Endo, 1997; Alkmin & Marshak, 1998), envolvendo
mapeamento geológico e hidrológico, dentre outros.
Segundo Dorr (1959), o Quadrilátero Ferrífero constitui uma das áreas clássicas da
geologia pré-Cambriana do mundo. Recebeu esse nome devido aos extensos depósitos de
minério de ferro que ocorrem numa área com geometria limitada aproximadamente pelas linhas
que ligam Itabira, Rio Piracicaba, Mariana, Congonhas do Campo, Casa Branca e Itaúna. As
rochas da área encontram-se dobradas, falhadas e foram metamorfisadas em diferentes graus.
6
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
1/10.000, realizado por alunos do Departamento de Geologia da UFOP (Ferreira, 1999; Franco,
1999; Martins, 1999; Martins, 2001) em seus Trabalhos de Graduação, foi possível perceber que
sua constituição geológica é mais heterogênea do que se pensava anteriormente.
Neste complexo ocorrem vertentes com baixa declividade em cujo eixo desenvolve-se
solos de origem gnáissica (rocha predominante na área), com diferentes graus de alteração. Suas
bordas apresentam-se cisalhadas, com porções de um antigo embasamento que foi retrabalhado
em eventos posteriores.
O Supergrupo Rio das Velhas está subdividido em dois grupos, Maquiné no topo e
Nova Lima na base (Dorr, 1969; Ladeira et al, 1980).
O Grupo Nova Lima possui grande extensão. As rochas deste grupo são
representativas de uma sequência do tipo “greenstone belt” e subdividem-se em três unidades
(da base para o topo):
7
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
2.2 – GEOMORFOLOGIA
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de67,
... n°285, 112p.
2.3 – HIDROGEOLOGIA
Os complexos metamórficos são constituídos por sistemas aquíferos similares entre si,
apesar das diferenças estruturais. Os poços geralmente possuem produtividade baixa a muito
baixa, sendo que a alta produtividade está normalmente relacionada às fraturas das rochas ou à
boa interconexão com fontes de recarga superficial (Costa, 2005).
O sistema aquífero superficial (no regolito) tem caráter granular livre e permeabilidade
e armazenamento variáveis. Este sistema tem grande importância uma vez que o regolito atua
como alimentador dos aquíferos fissurais subjacentes, promovendo a conexão entre a superfície
e os aquíferos profundos, facilitando sua recarga (Bacellar, 2000; Golder Associates, 2001;
Costa, 2005).
10
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
2.4.1 – Clima
2.4.2 – Solos
2.4.3 – Vegetação
A região encontra-se em uma área de transição entre mata atlântica e cerrado, com
ocorrência de campos rupestres, especialmente nas serras com quartzito. Devido à intensa
exploração mineral e ocupação humana, a vegetação nativa apresenta-se bem degradada
(RADAM BRASIL, 1983; Costa, 2005).
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Área desmatada
Bacias Área Urbana (%) Mata Preservada (%)
e/ou plantação (%)
Araújos 1 59 40
Lamounier 4 66 30
Fazenda Maracujá 4 56 40
Marilândia 1 64 35
Santana do Jacaré 1 59 40
Usina Camarão 0 65 35
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 3
CONCEITOS E VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS E
HIDROGEOLÓGICAS
Neste capítulo estão descritos alguns conceitos importantes para o entendimento deste
trabalho, bem como os métodos indiretos utilizados para obtenção dos parâmetros
hidrodinâmicos.
As pessoas tendem a imaginar que a maior fonte de água para o atendimento das
necessidades do homem é proveniente das águas de superfície, por serem visíveis. Hoje se sabe
que as águas do subsolo representam em torno de 97% da água doce disponível na Terra,
portanto apenas cerca de 3% dela provêm das águas superficiais – rios, lagos, represas e
pântanos (Feitosa, 1997, Gleick, 1996). As águas subterrâneas podem ocorrer com baixa
concentração de sais (doce) ou com uma concentração elevada de sais dissolvidos das rochas
(salobra). A tabela 3.1 apresenta a distribuição da água em nosso planeta.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciências de
da Aquíferos emM,
Terra - Série Áreas
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caso das águas subterrâneas. Na atmosfera o processo é inverso, onde a água permanece menos
tempo. Em nenhum dos meios que contém água o armazenamento é estático. Portanto, as águas
estão sempre em movimento, seja em qual meio estiverem, participando das trocas de massa
entre os componentes do ciclo hidrológico (Batista, 2006). Nos aquíferos a água escoa de forma
muito lenta se comparada aos ambientes superficial e atmosférico, isso se deve à resistência ao
fluxo imposta pelas formações.
A denominação água subterrânea é atribuída à água que circula na zona saturada, isto é,
na zona situada abaixo da superfície freática. O nível freático é aquele que separa a zona não
saturada (ou zona de aeração) da zona saturada. A zona não saturada é aquela cujos espaços
estão preenchidos por água e ar (Todd, 1959). O nível freático tem profundidade variável
relacionada com a topografia, permeabilidade das rochas e influências climáticas. Desse modo,
as águas subterrâneas encontram-se em profundidades variáveis (Rebouças, 2002).
De acordo com Feitosa (1997), as águas subterrâneas são águas armazenadas nas
rochas, nos solos e depósitos sedimentares que se acumularam ao longo de milhares de anos e se
encontram, sob condições naturais, numa situação de equilíbrio governada por um mecanismo
de recarga e descarga.
14
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
são formações capazes de armazenar e transmitir água suficiente para fornecer quantidades
razoáveis para poços. Deste modo, as formações aquíferas atuam como reservatórios e
condutores. Os interstícios e poros do meio funcionam como uma rede de pequenos canais além
de possibilitarem a acumulação de água (Fetter, 1994).
Os tipos de aquíferos podem ser distintos, segundo a porosidade das rochas em que se
encontram, em granulares (rochas sedimentares), fissurados (rochas fraturadas), cársticos
(rochas carbonáticas submetidas a processos de dissolução cárstica) e cárstico-fissurais (rochas
carbonáticas com fraturas e com dissolução cárstica). No Brasil, as águas subterrâneas ocupam
diferentes tipos de reservatórios, desde zonas fraturadas do embasamento cristalino, até
depósitos sedimentares cenozóicos (Souza, 1995). As bacias apresentadas nesta dissertação
encontram-se em áreas de embasamento cristalino, onde o sistema aquífero é composto por
aquíferos fissurais, nas rochas, e granulares, no regolito. Os aquíferos granulares, neste caso,
contribuem muito com a manutenção dos aquíferos fissurais subjacentes e, consequentemente,
com o fluxo de base das bacias.
O fluxo em um canal pode ser separado em fluxo de chuva e fluxo de base. O fluxo de
chuva contribui para a vazão do canal com os fluxos superficial e subsuperficial rápido. Já o
fluxo de base é devido a fluxos subterrâneos e subsuperficiais lentos. Analisando as vazões do
canal ao longo do tempo, em hidrogramas, é possível separá-lo em três componentes principais,
a saber: fluxo superficial, fluxo subsuperficial e fluxo de base (Fetter, 1994; Castany, 1971). Em
bacias que formam um sistema isolado, sem aporte ou saída de água para bacias vizinhas, a
vazão encontrada no exutório da bacia corresponde ao balanço de todos os seus fluxos internos
(Costa, 2005).
15
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
16
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
direção às cabeceiras, se retraindo posteriormente com o fim das chuvas. Esse fenômeno de
expansão e retração varia de acordo com a duração e intensidade da chuva, além das condições
antecedentes de umidade do solo (Dunne, 1980; Costa, 2005).
A água subterrânea liberada no fluxo de base geralmente corresponde à água que sofreu
infiltração, atingindo posteriormente o lençol freático. À medida que ocorre a infiltração, o nível
do lençol freático aumenta, liberando mais água subterrânea nas proximidades do rio. A direção
em que ocorre o fluxo depende do gradiente hidráulico entre o nível do lençol freático e o rio.
Quando a superfície potenciométrica do primeiro encontra-se acima do segundo, o rio é dito
como efluente. Ao contrário, se a carga hidráulica do rio é maior que a do aquífero, têm-se rios
influentes (Fetter, 1994; USAE, 1999; Costa, 2005).
17
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
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Curva de Curva de
concen- decaimento
tração
Curva de recessão
- α log e
Figura 3.2 – Hidrograma representativo do método gráfico de Barnes para a separação dos fluxos de base
e superficial (Modificado de Costa, 2005).
Observa-se que o ponto A está mais baixo que o ponto B no gráfico. Isso acontece
porque parte da precipitação se infiltrou causando a recarga do aquífero. Apesar disso,
teoricamente, as recessões antes e depois do evento chuvoso apresentam inclinações iguais,
quando plotadas em gráficos semi-logarítimicos. A forma das curvas de concentração e de
decaimento depende das condições da precipitação e das características físicas da bacia,
respectivamente (Castany, 1971; Mello et al, 1994; Costa, 2005).
18
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Os fluxos de base são definidos como parte componente do fluxo canalizado que se
mantém durante os períodos secos e são alimentados pela descarga de água subterrânea
residente nos solos e rochas (Guerra & Cunha, 2007). A recessão do fluxo de base corresponde
à depleção da água subterrânea na ausência de recarga. Ela indica a que taxas as reservas de
água subterrânea estão sendo liberadas para o rio. Com base na recessão é possível obter
informações a respeito das condições do aquífero (Castany, 1971; Fetter, 1994; Feitosa, 1997;
Smakhtin, 2001; Costa, 2005).
Existem algumas fórmulas para determinação deste coeficiente na literatura. Para obtê-
lo de forma numérica, nesta pesquisa foram utilizados os métodos aproximados de Barnes,
Correlação, Matchting Strip, Boussinesq e Drogue. Os três primeiros serão descritos neste
tópico. O método de Boussinesq será descrito no item 3.9.2, por se tratar de um método de
obtenção de parâmetros hidrodinâmicos também.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
A recessão do aquífero está destacada no hidrograma da figura 3.3, pela reta que passa
no ponto B. Pode-se determinar α graficamente, segundo os princípios do método de Barnes
(Custodio & Lhamas, 1976). Este consiste na separação dos fluxos superficial e subterrâneo. O
coeficiente de recessão é obtido através da inclinação da curva de recessão, de acordo com a
figura 3.3. O método de Barnes é o mais comumente utilizado no Brasil.
Q1
Figura 3.3 - Método gráfico de Barnes para determinação do coeficiente de recessão em hidrogramas
(Modificado de Custodio & Llamas, 1976).
20
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
α = - logk (3.4)
0,4343
Figura 3.4 – CRM típica obtida pelo método Correlação (extraído de Costa, 2005 – modificado de
Nathan & McMahon 1990).
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
Strip, que ajusta todas as pequenas curvas de recessão, de diferentes eventos, resultando em uma
curva representativa das demais: a curva de recessão mestra.
O método Matching Strip ou método das Tiras de Papel, segundo Mello et al. (1994),
consiste em destacar graficamente, todas as curvas de recessão existentes. O gráfico deve conter
as vazões diárias em escala logarítmica (logQ x t). Primeiramente traçam-se todas as recessões,
estas são então ajustadas uma a uma, movimentando-as horizontalmente de forma que todas se
ajustem em uma única curva de recessão mestra (CRM), tal como a ilustrada na figura 3.5
(Tallaksen, 1995). O coeficiente de recessão calculado a partir desta curva principal seria mais
próximo da realidade e é dado pela inclinação da CRM, utilizando a equação de Barnes (Nathan
& McMahon, 1990; Costa, 2005).
Figura 3.5 – CRM típica obtida pelo método Matching Strip (extraído de Costa, 2005 – modificado de
Nathan & McMahon, 1990).
Qt = Q1__ (3.5)
(1+ αt)n
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 3.6 – Curva de recessão com a determinação das vazões Q1, Q2 e Q3, utilizadas para o método de
Drogue – exemplo da estação Araújos.
O coeficiente de recessão correto, para o método de Drogue, será aquele que satisfaça a
equação (3.6). Para tanto, adota-se um valor inicial para α (geralmente 0,5) e esse valor vai
sendo mudado até que satisfaça a equação citada. Graficamente, esse resultado pode ser
verificado como mostrado na figura 3.7. O coeficiente de recessão correto é o que faz uma reta
através dos pontos determinados por Q1, Q2 e Q3, e os tempos correspondentes t1, t2 e t3.
23
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
n = log(Q1/Q2) ou n = log(Q2/Q3)
log(1+ α.t2) log 1+ α.t2
1+ α.t3
As reservas renováveis indicam a quantidade de água que pode ser explotada sem
prejudicar a sustentabilidade do sistema. Sendo assim, sua determinação é de grande
importância nas políticas de gerenciamento dos recursos hídricos.
Para calcular o volume em questão, basta integrar a equação de Maillet (3.8) entre o
instante t0 e ∞.
24
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
(3.7)
Onde:
A condutividade hidráulica (K) expressa a facilidade com que um fluido percola por um
meio. Ela depende das características do meio (porosidade, tamanho, distribuição, forma e
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de67,
... n°285, 112p.
arranjo das partículas) e das propriedades do fluido (viscosidade e massa específica). É expressa
em m/s ou cm/s e pode ser determinada através de fórmulas empíricas, métodos de laboratório
ou ensaios de campo (Feitosa, 1997).
3.8.3 – Transmissividade
T = K.b (3.8)
Onde:
26
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
É aplicável em poços de pequeno diâmetro e não apresenta bons resultados para aquíferos muito
permeáveis (Fetter, 1994).
Pelas razões expostas, faz-se necessário testar os métodos indiretos para obtenção
destes parâmetros, pois são muito baratos e podem ser utilizados quando se tem dados
hidrológicos da bacia. Os métodos indiretos para obtenção dos parâmetros hidrodinâmicos
utilizados nesta pesquisa foram os métodos de Maillet, de Boussinesq e Brutsaert & Lopez.
Seus modelos básicos serão apresentados a seguir.
Em 1877, Boussinesq propôs uma equação exponencial (3.9), uma solução analítica
aproximada para se determinar o coeficiente de recessão. A figura 3.8 apresenta o modelo
conceitual proposto por ele para descrever as taxas de fluxo de aquíferos e mostra também
algumas das simplificações assumidas, dentre elas: aquífero poroso, não confinado, homogêneo
e isotrópico com limite inferior côncavo, e com profundidade b. Em 1905, Maillet criou um
modelo análogo ao de Boussinesq, porém mais simples, utilizando a mesma equação que ele.
Esta equação acabou se tornando conhecida como Fórmula de Maillet. A Fórmula de Maillet é
uma equação exponencial largamente utilizada para a análise da curva de recessão (Dewandel et
al, 2002), por se ajustar bem às recessões e por sua simplicidade em relação ao tratamento
matemático (Custodio e Llamas, 1976; Nathan & McMahon, 1990; Mwakalila et al, 2002;
Dewandel et al, 2002).
Qt = Q1e-αt (3.9)
Q1 = π.K.b.l.h (3.10)
2 L .
α = π2.K.b (3.11)
4.S.L2 .
Onde:
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
S = coeficiente de armazenamento.
Boussinesq propôs outro modelo em 1903, baseado em seu modelo anterior, porém com
algumas modificações, considerando o aquífero com uma camada impermeável horizontal
(figura 3.9). Este modelo retrata a recessão do fluxo de base de forma quadrática, e é uma
solução analítica exata da equação geral do fluxo, segundo Dewandel et al (2002).
28
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Qt = Q1 . (3.12)
(1+ αt)2 .....
Resultando em:
α = √Q1 - √Qt
t . √Qt
Onde:
S = coeficiente de armazenamento.
Figura 3.9 – Modelo proposto por Boussinesq em 1903 (Modificado de Costa, 2005).
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Segundo Brutsaert a curva de recessão não poderia ser representada por uma única reta
contínua (de inclinação única), mas sim por duas de inclinações diferentes, cada uma
representativa de um estágio da recessão. A equação 3.15 caracterizaria os dois diferentes
estágios de recessão, uma vez que a inclinação das curvas de recessão (x) seria variável. Para o
fluxo rápido, no início da recessão, considera-se x=3, e para fluxo lento, x=3/2. Quando x=1, a
solução passa a ser linear, coincidente com o método de Boussinesq.
dQ = - a.Qx (3.15)
dt ..
Onde:
t = tempo (d);
Nas equações acima Qi representa a vazão de um dia, e Qi+1 a vazão do dia seguinte.
Para tanto, as vazões históricas devem ser separadas em pequenos intervalos de recessão, pois
Qi deve ser sempre maior que Qi+1.
30
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
S = coeficiente de armazenamento.
Para se traçar as curvas tracejadas mostradas na figura 3.10, traçam-se duas retas, com
inclinações 1,5 e 3 que contenham cerca de 90% dos pontos plotados acima delas.
31
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
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vol.de67,
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Ponto de
dimensionamento
da transição
Translação
Curva de
dimensionamento
da recessão
Dados
Ponto de
transição
Figura 3.10 – Modelo de teórico de obtenção dos parâmetros básicos de translação da curva teórica (H e
V), proposto por Parlange et al (2001) baseado em Brutsaert (modificado de Mendoza, 2003).
32
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
coeficientes de recessão e alguns índices obtidos por Costa (2005) para microbacias situadas no
complexo metamórfico Bação.
Tabela 3.3 – Coeficientes de recessão e índices morfométricos das microbacias estudadas por Costa
(2005).
A Slope Matching Strip Correlação
Bacias Referência
(km2) Index α (d-1) (t=2) α (d-1)
B1 Córrego Soledade 1,023 158,19 0,00727 0,01491
B2 Barrero 0,098 319,44 0,01191 0,04002
B3.1 Córrego Maracujá 0,146 157,03 0,00432 0,0149
B4 Córrego do Canal 0,861 140,1 0,00334 0,00918
B5 CDB 0,271 461,03 0,0105 0,03031
B6 Córrego Peixoto 0,915 250,9 0,00749 0,027
3.10.1 – Geologia
33
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
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67,...n°285, 112p.
diferentes no regolito e na rocha alterada (Deere & Patton, 1971; Chilton & Foster, 1995; Costa,
2005). De acordo com Chilton & Foster (1995), a rocha sã tende a apresentar menores valores
de S e K.
Em relação aos fluxos hídricos, o fluxo superficial apresenta uma relação inversa com a
permeabilidade. Segundo Castany (1971), quanto menos permeável uma região, maior sua
densidade de drenagem. Sendo assim, o padrão de drenagem pode ser definido indiretamente
através da geologia. No fluxo de base, a geologia tem um papel ainda mais importante. Bacias
localizadas em regiões de rochas altamente fraturadas e solo permeável profundo têm maior
fluxo de base. Rochas graníticas e basálticas tendem a produzir valores altos de fluxo de base
(Lacey & Grayson, 1998; Smakhtin, 2001; Mwakalila et al, 2002; Costa, 2005).
3.10.2 - Geomorfologia
Nas áreas de relevo mais íngreme predomina a recarga, já nas áreas mais baixas ocorre,
preferencialmente, a descarga do lençol freático (Lacey & Grayson, 1998). Para avaliar a
interferência do relevo no regime do fluxo existem alguns índices morfométricos importantes.
Abaixo estão listados alguns índices que foram utilizados nesta pesquisa.
34
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
bacia, pode-se calcular este índice diretamente pela fórmula 3.22 (Garcez, 1974;
Custodio & Llamas, 1976; Costa, 2005).
Kc = 0,28.P (3.22)
√A ..
3.10.3 – Clima
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciências de
da Aquíferos emM,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
Vale ressaltar que, ao estudar bacias de maior magnitude, algumas destas considerações
citadas aqui, a respeito do uso e ocupação do solo, tornam-se menos importantes. Por exemplo,
a diminuição da taxa de infiltração devido à compactação gerada no solo por uma estrada pode
ser insignificante em uma bacia de 100 km2.
36
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 4
METODOLOGIA
A bacia do Rio Maracujá foi escolhida desde o início do projeto, por ser uma bacia já
conhecida e bem estudada (Bacellar, 2000; Costa, 2005) servindo de base para escolha das
demais. O objetivo nesta etapa do trabalho foi selecionar cinco bacias, duas menores (com área
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
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Para tanto, foram cruzados mapas geológico, topográfico e hidrológico, de toda a região
centro-sul de Minas Gerais, permitindo assim a visualização de possíveis áreas de estudo. O
software utilizado para sobreposição dos mapas foi o ArcGis (versão 9.0). Abaixo estão, em
forma sequencial, as etapas da seleção das bacias.
38
Tabela 4.1 – Informações básicas sobre as bacias estudadas.
Estações
Araújos Lamounier Maracujá Marilândia Santana do Jacaré Usina Camarão
Informações
39
Altitude (m) 713 734 940 750 830 783
Latitude 19° 56' 00'' 20° 28' 00'' 20º 15' 46'' 20° 12' 58'' 20° 54' 11'' 20° 16' 00''
Longitude 45° 08' 00'' 45° 01' 00'' 43º 41' 51'' 44° 55' 06'' 45° 07' 55'' 45° 09' 00''
Série (anos) 40 25 7 40 68 40
1935-2001; 2003- 1938-43; 50-70; 76-
Anos monitorados 1939-64; 66-81. 1938-63. 2000-2007. 1967-2006.
2004 86; 88-89.
Operadora Desativada Desativada CEMIG CPRM FURNAS Desativada
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Com as bacias já selecionadas, partiu-se para a análise das séries hidrológicas históricas
das mesmas, no banco de dados da ANA, mais especificamente, no site da WidroWeb. Para a
localização destes dados foram utilizados os códigos de cada estação, fornecidos pela ANA na
relação de estações fluviométricas. Na planilha original, as vazões histórias vêm separadas por
mês, em planilhas de 32 colunas por n linhas (de acordo com o período de monitoramento). A
primeira coluna é intitulada data (mês-ano), as outras, vazão01 a vazão31, correspondem aos
dias do mês e contêm as vazões diárias. Estas vazões foram transferidas para uma planilha
eletrônica (uma para cada bacia) de apenas duas colunas. A primeira com a data e a segunda
com sua respectiva vazão. Esta modificação foi necessária para poder trabalhar com os dados,
permitindo a construção de hidrogramas diários, além de facilitar a utilização de fórmulas. O
software utilizado para o tratamento dos dados foi o Excel.
A bacia do Maracujá foi a única que não constava no banco de dados da ANA. Seu
monitoramente é feito pela CEMIG em parceria com o IGAM. As vazões desta bacia foram
fornecidas diretamente pela CEMIG.
Foi avaliado o tamanho (quantidade de anos) das séries históricas de vazão bem como a
consistência dos dados disponíveis das bacias.
Os índices morfométricos das bacias, slope index e índice de compacidade (Kc), foram
calculados a partir de informações métricas obtidas através do ARCGIS (área, perímetro e
altitude mínima) e de cartas topográficas (altitude máxima), em escala 1:50000. A altitude da
estação fluviométrica foi considerada a altitude mínima da bacia, tendo em vista que se trata do
exutório e, portanto, o ponto mais baixo da mesma.
O índice de compacidade, por sua vez, refere-se à forma da bacia (item 3.10.2). Quanto
mais próximo de 1 for esse valor, mais circular será a bacia e, consequentemente, mais propensa
a ter enchentes.
40
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
A caracterização dos períodos de recessão foi feita a partir dos hidrogramas anuais em
escala semi-logarítmica, pelo método de Barnes (Custodio & Llamas, 1976).
41
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
Os valores de Q7,10 das bacias foram fornecidos pelo IGAM (Instituto Mineiro de
Gestão das Águas). Para tanto, foi utilizado o Sistema Integrado de Meio Ambiente (SIAM),
muito empregado por este órgão. O SIAM disponibiliza um mapa que possui as principais redes
de drenagem e várias curvas de rendimento específico (Re, em l/s.km2), como mostra a figura
4.1. Estes valores de Re já levam em consideração a tipologia da região.
Figura 4.1 – Exemplo de mapa elucidando a forma de obtenção dos rendimentos específicos das bacias
para o cálculo do Q7,10 (IGAM, 2009).
As reservas renováveis por sua vez foram determinadas através do cálculo do volume de
água total armazenado no aquífero. Este volume foi obtido por meio de uma relação entre o
coeficiente de recessão e a vazão máxima do fluxo de base (equação 3.7).
42
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
METODOLOGIA
Aquisição de mapas
topográficos, geológicos e
AQUISIÇÃO DOS DADOS hidrológicos, imagens de
Levantamento e
satélite e dados
compilação bibliográfica BÁSICOS
hidrológicos da bacia do rio
Maracujá
Levantamento das caract.
dos aquíferos de áreas do
embasamento e das séries SELEÇÃO DAS BACIAS Delimitação de 9 possíveis
hidrológicas histórias da bacias para seleção
região centro-sul de MG
Conferência da
Interpretação das imagens disponibilidade de séries
de satélite; análise da históricas fluviométricas no
geologia, geomorfologia e site da ANA
uso e ocupação da região
Seleção das 5 bacias
desejadas
Sobreposição dos mapas no
ArcGis
Confecção dos mapas de
localização e geológicodas
bacias selecionadas
Determinação dos
coeficientes de recessão, de
Análise das séries
TRATAMENTO armazenamento e da
hidrológicas históricas DOS DADOS transmissividade, utilizando
os diversos métodos
indiretos
Elaboração de hidrogramas
diários e anuais
Cálculo dos índices
morfométricos e Q7,10
Caracterização dos
períodos de recessão
Comparação dos resultados
obtidos para todas as bacias
Proposição da metodologia
Cruzamento dos dados e INTERPRETAÇÃO DOS mais adequada para
apresentação das DADOS E determinação de
correlações entre eles parâmetros hidrodinâmicos
CONCLUSÕES
de forma indireta
44
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 5
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Para melhor avaliar a relação entre as características geomorfológicas das bacias e seus
parâmetros hidrodinâmicos, foram calculados alguns índices morfométricos para as mesmas. A
área (A) e o perímetro (P) das bacias foram obtidos com o auxílio do ArcGis e AutoCAD. A
altitude mínima (Hmín) considerada foi a altitude da estação fluviométrica, disponibilizada no
banco de dados da ANA. Já altitude máxima (Hmáx) foi obtida através de mapas topográficos
1:50.000 e 1:100.000.
A tabela 5.1 apresenta os índices morfométricos obtidos para todas as bacias. As bacias
Santana do Jacaré, Araújos e Marilândia, que são as de maior área, foram as que apresentaram
os menores valores de slope index, ou seja, relevo mais suave. Quanto à forma, com exceção da
bacia Santana do Jacaré que teve o maior índice de compacidade, bacia mais alongada, as bacias
possuem formas relativamente semelhantes, uma vez que o Kc varia entre 1,518 e 1,645.
As bacias apresentam vazões históricas que variam entre sete (Fazenda Maracujá) a
sessenta e oito (Santana do Jacaré) anos de monitoramento. Os anos monitorados de cada uma
delas, a operadora responsável pela estação, dentre outras informações pertinentes às bacias,
estão listadas na tabela 4.1.
Para a elaboração dos hidrogramas de cada bacia foram utilizados todos os anos
monitorados, mesmo se tratando de intervalos de tempo diferentes entre si, por não haver bacias
com o mesmo período de monitoramento. Foram construídos hidrogramas diários e de médias
mensais para todas elas.
45
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
Observa-se que todas as bacias possuem seu pico de cheia no mês de janeiro, o que já
era esperado, devido ao regime de chuvas da região. Com exceção da bacia Usina Camarão,
percebe-se também um aumento de vazão no mês de março.
A partir dos gráficos da figura 5.1 foram separados os períodos de recessão pelos
métodos de Maillet e Boussinesq.
Os hidrogramas com vazões diárias serão apresentados no ítem 5.3.3, juntamente com
os resultados do método Matching Strip.
46
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.1 – Hidrogramas com vazões médias mensais históricas das bacias.
Figura 5.1 – Hidrogramas com vazões médias mensais históricas das bacias.
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Contribuições de Aquíferos
às Ciências da Terra - em Áreas
Série de ...67, n°285, 112p.
M, vol.
Figura 5.2 – Hidrogramas com vazões médias mensais específicas das bacias.
Figura 5.2 – Hidrogramas com vazões médias mensais específicas das bacias.
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.3 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Araújos.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Figura 5.4 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Lamounier.
Figura 5.5 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Fazenda Maracujá.
50
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.6 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Marilândia.
Figura 5.7 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Santana do Jacaré.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de da
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Figura 5.8 – Determinação da reta de recessão pelo Método de Maillet para a bacia Usina Camarão.
Tabela 5.2 – Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de Maillet.
Coeficientes de recessão (α) – Método de Maillet
Bacias 3
Q1 (m /s) Qt (m3/s) Δt (d) α (d-1)
Araújos 12,7517 7,6630 90 0,00566
Lamounier 2,1032 1,5575 60 0,00501
Fazenda Maracujá 1,0484 0,5810 90 0,00656
Marilândia 10,4341 6,0795 90 0,00600
Santana do Jacaré 19,0795 14,3744 60 0,00472
Usina Camarão 3,2233 2,0103 90 0,00525
52
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
foram utilizados dois intervalos de atraso, t=3 e t=5. Para t=3 foram usadas sequências de
vazões decrescentes superiores a cinco dias, já para t=5 os intervalos foram superiores a sete
dias.
A partir das curvas geradas foram definidas as curvas de recessão mestra (CRM).
Todos os gráficos plotados para este método estão apresentados a seguir (figuras 5.9 a 5.27).
Figura 5.9 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Araújos (ago/39 a out/60).
53
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de67,
...n°285, 112p.
Figura 5.10 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Araújos (out/60 a jul/81).
Figura 5.11 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Método Correlação usando t=5,
para a bacia Araújos.
54
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.12 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Lamounier (jun/38 a mar/61).
Figura 5.13 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Lamounier (abr/61 a jun/63).
55
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de da
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Figura 5.14 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Método Correlação usando t=5,
para a bacia Lamounier.
Figura 5.15 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Fazenda Maracujá.
56
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.16 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=5, para a
bacia Fazenda Maracujá.
Figura 5.17 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Marilândia (jan/67 a mai/93).
57
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de Aquíferos
às Ciências da Terra - em Áreas
Série de ...
M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.18 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Marilândia (mai/93 a jan/2007).
Figura 5.19 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=5, para a
bacia Marilândia.
58
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.20 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Santana do Jacaré (jul/35 a set/64).
Figura 5.21 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Santana do Jacaré (set/64 a out/99).
59
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de da
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Figura 5.22 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Santana do Jacaré (out/99 a mai/2004).
Figura 5.23 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=5, para a
bacia Santana do Jacaré (jul/35 a nov/85).
60
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.24 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Santana do Jacaré (nov/85 a mai/2004).
Figura 5.25 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Usina Camarão (jun/38 a out/66).
61
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de da
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de ...
M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.26 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=3, para a
bacia Usina Camarão (out/66 a dez/89).
Figura 5.27 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método da Correlação usando t=5, para a
bacia Usina Camarão.
62
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
A inclinação da CRM (k) foi obtida através das fórmulas 3.3 e 3.4. O resultado do
método da Correlação está apresentado na tabela 5.3. Observa-se que só existe um valor de k e α
para t=3 e t=5, respectivamente, para cada uma das bacias. Isso porque, para as bacias em que
foram necessários mais de um gráfico para o mesmo t, a inclinação da CRM foi exatamente a
mesma. Esse resultado já era previsto, uma vez que os gráficos foram separados somente por
uma limitação do software.
Através dos gráficos e dos valores de k apresentados na tabela 5.3, é possível perceber
que a inclinação das curvas de recessão mestra é muito semelhante. A princípio, todas elas
parecem fazer um ângulo de 45°, todos os valores de k são muito próximos de 1. Para
diferenciar a inclinação das CRM foi preciso adicionar, nos gráficos do Excel, linhas de grade
secundárias com espaçamento mínimo entre elas. As diferenças são extremamente sutis entre
uma e outra. Pequenas variações na inclinação da curva de recessão mestra geram variações
consideráveis no coeficiente de recessão, considerando a grandeza de α (valores à partir da
terceira casa decimal).
Tabela 5.3 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método da Correlação.
Coeficientes de recessão (α) - Método Correlação
Bacias t=3 t=5
Qn Qn-3 -1 Qn Qn-5
k α (d ) k α (d-1)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Araújos 15,00 15,0500 0,998891 0,001109 10,00 10,0500 0,999002 0,000998
Lamounier 2,00 2,0125 0,997925 0,002077 2,00 2,0125 0,998755 0,001246
Fazenda Maracujá 0,50 0,5050 0,996689 0,003317 0,50 0,5050 0,998012 0,001990
Marilândia 15,00 15,1000 0,997788 0,002215 10,00 10,1000 0,998012 0,001990
Santana do Jacaré 20,00 20,1250 0,997925 0,002077 20,00 20,1250 0,998755 0,001246
Usina Camarão 3,00 3,0250 0,997237 0,002766 3,00 3,0250 0,998342 0,001660
Como todas as bacias estudadas neste trabalho possuem séries históricas de vazão de
no mínimo sete anos, o ajuste das recessões a uma curva de recessão mestra não apresentou
grandes dificuldades. Entretanto, quanto maior o número de anos de monitoramento, maior a
63
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
quantidade de recessões presentes no gráfico, o que torna a etapa de separação das mesmas um
pouco mais trabalhosa.
Todos os gráficos utilizados para este método estão expostos a seguir. Em cada figura
(figuras 5.28 a 5.33) estão apresentados dois gráficos, o primeiro com o hidrograma de vazões
diárias e as recessões em destaque, o segundo mostra o ajuste das curvas e a curva de recessão
mestra.
Tabela 5.4 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método Matching Strip.
Coeficientes de recessão (α) – Método Matching Strip
Bacias
Q1 (m3/s) Qt (m3/s) Δt (d) α (d-1)
Araújos 10,0 4,0 1000 0,00092
Lamounier 2,0 1,0 640 0,00108
Fazenda Maracujá 0,8 0,3 768 0,00128
Marilândia 6,0 5,0 152 0,00120
Santana do Jacaré 20,0 5,0 820 0,00169
Usina Camarão 3,0 2,0 455 0,00089
64
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Estação Araújos
Q (m /s) - escala logarítmica
3
01/08/1941
01/05/1944
Tempo (dias)
Figura 5.28 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Aráujos.
65
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos de Aquíferos em Áreas de ... Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
E s t a ç ã o Lamounier
Q (m3/s) - escala logarítmica
0,1
22/03/1940
22/12/1941
Tempo (dias)
Figura 5.29 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Lamounier.
66
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
1
3
0,1
29/04/2000
06/06/2002
Tempo (dias)
Figura 5.30 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Fazenda Maracujá.
67
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos de Aquíferos em Áreas de ... Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Estação Marilândia
100
Q (m /s) - escala logarítmica
10
3
0,1
01/08/1970
01/03/1970
Tem po (dias)
Figura 5.31 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Marilândia.
68
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
100
Q (m3/s) - escala logarítmica
10
0,1
01/02/1937
01/05/1939
Tempo (dias)
Figura 5.32 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Santana do Jacaré.
69
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos de Aquíferos em Áreas de ... Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
0,1
18/07/1940
18/10/1941
Tempo (dias)
Figura 5.33 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método Matching Strip para a bacia Usina Camarão.
70
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Para este método foram utilizados hidrogramas com vazões médias mensais históricas,
em escala normal. A escolha dos pontos inicial e final da curva de recessão foi feita de forma
que o Q1 (vazão inicial) esteja localizado no ponto de inflexão do hidrograma, onde a vazão
deixa de sofrer influência direta da precipitação, e o Qt (vazão final) no final da recessão, ponto
em que a vazão representa apenas o fluxo de base. A definição de Q1 é um pouco subjetiva, uma
vez que pode sofrer alguma variação no seu valor quando definido por pessoas diferentes.
Entretanto, essa variação deve ser pequena, não afetando de forma considerável os resultados.
Nas figuras 5.34 a 5.39 as linhas tracejadas mostram o intervalo de recessão utilizado para cada
bacia.
Figura 5.34 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia Araújos.
Figura 5.35 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia
Lamounier.
71
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de Aquíferos
às Ciências da Terra - em Áreas
Série de ...
M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.36 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia Fazenda
Maracujá.
Figura 5.37 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia
Marilândia.
72
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.38 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia Santana
do Jacaré.
Figura 5.39 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Boussinesq para a bacia Usina
Camarão.
73
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
Onde:
α = √Q1 - √Qt
t . √Qt
Tabela 5.5 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de Boussinesq.
Coeficientes de recessão (α) – Método de Boussinesq
Bacias
Q1 (m3/s) Qt (m3/s) t (d) α (d-1)
Araújos 23,250 7,750 135 0,00542
Lamounier 3,672 1,300 135 0,00504
Fazenda Maracujá 2,050 0,575 143 0,00621
Marilândia 17,375 6,125 135 0,00507
Santana do Jacaré 36,500 14,500 135 0,00435
Usina Camarão 6,350 2,000 135 0,00579
Para facilitar a comparação dos resultados, o intervalo de recessão definido para todas
as bacias no método de Drogue foi o mesmo utilizado no método de Maillet. Ou seja, os valores
de Q1 e Q3 neste método foram os mesmos Q1 e Qt, respectivamente, do método de Maillet.
74
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
0,378742 ≈ 0,378746
Método de Drogue
Bacia Araújos
Figura 5.40 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Araújos.
Método de Drogue
Bacia Lamounier
Figura 5.41 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Lamounier.
75
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de Aquíferos
às Ciências da Terra - em Áreas
Série de ...67, n°285, 112p.
M, vol.
Método de Drogue
Bacia Fazenda Maracujá
Figura 5.42 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Fazenda
Maracujá.
Método de Drogue
Bacia Marilândia
Figura 5.43 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Marilândia.
76
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Método de Drogue
Bacia Santana do Jacaré
Figura 5.44 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Santana do
Jacaré.
Método de Drogue
Bacia Usina Camarão
Figura 5.45 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Drogue para a bacia Usina
Camarão.
77
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
n = log(Q1/Q2)
log(1+ α.t2)
Tabela 5.6 - Valores utilizados no cálculo dos coeficientes de recessão pelo método de Drogue.
Coeficientes de recessão (α) - Método de Drogue
Bacias
Q1 (m /s) Q2 (m3/s) Q3 (m3/s) t2 (d)
3
t3 (d) α (d-1) n
Araújos 12,7517 10,5148 7,6630 30 90 0,00536 1,29
Lamounier 2,1032 1,7908 1,5575 30 60 0,00546 1,06
Fazenda Maracujá 1,0484 0,8227 0,5810 30 90 0,01034 0,90
Marilândia 10,4341 6,6000 6,0795 54 90 0,00786 1,01
Santana do Jacaré 19,0795 16,4165 14,3744 30 60 0,00468 1,14
Usina Camarão 3,2233 2,6600 2,0103 30 90 0,00968 0,75
78
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
T = 4L2α
S π2
Onde:
α = π2.K.b (3.11)
4.S.L2 ....
T = K.b (3.8)
A tabela 5.7 apresenta todos os valores utilizados no cálculo bem como os resultados
obtidos.
α = 1,115.K.h (13)
S.L2 .
É sabido que a transmissividade é igual à multiplicação da condutividade hidráulica pela
espessura saturada do aquífero (T=K.b). Visto que, no modelo de Boussinesq, o aquífero é
79
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
considerado com uma camada basal impermeável horizontal (item 3.9.2), a carga hidráulica (h)
corresponde à espessura saturada (b) do mesmo. Sendo assim, é possível considerar h=b e,
consequentemente, calcular a difusividade e as transmissividade (tabela 5.8) por este método
através da equação a seguir.
T = α.L2 .
S 1,115
Ao contrário dos outros métodos aplicados neste trabalho, o método de Brutsaert foi
usado para calcular apenas a transmissividade (T), uma vez que não é possível a determinação
direta do coeficiente de recessão por ele.
Os milhares de pontos (X, Y) assim gerados foram inseridos no gráfico para obtenção
dos valores da transição vertical (V) e da transição horizontal (H). O procedimento padrão para
todas as bacias seguiu as considerações de Parlange et al (2001), baseado no método de
Brutsaert. Ou seja, foram traçadas duas retas, com inclinações de 1,5 e 3 englobando cerca de
90% dos pontos plotados acima delas; o ponto de dimensionamento da transição (recomendado
por Parlange et al, 2001), cujas coordenadas x e y são “0,1965 e 0,0918”, respectivamente, foi
inserido e destacado em todos os gráficos também. As curvas tracejadas mostradas nas figuras
5.46 a 5.51 serviram apenas para facilitar a visualização da distância entre o ponto de
dimensionamento da transição e o de transição (interseção entre as retas de inclinação 1,5 e 3).
80
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
ESTAÇÃO ARAÚJOS
Figura 5.46 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia Araújos.
ESTAÇÃO LAMOUNIER
Figura 5.47 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia
Lamounier.
81
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de Aquíferos
às Ciências da Terra - em Áreas
Série de ...67, n°285, 112p.
M, vol.
Figura 5.48 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia Fazenda
Maracujá.
ESTAÇÃO MARILÂNDIA
Figura 5.49 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia
Marilândia.
82
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 5.50 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia Santana do
Jacaré.
Figura 5.51 – Determinação do coeficiente de recessão pelo Método de Brutsaert para a bacia Usina
Camarão.
83
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciências de
da Aquíferos emM,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
Os valores obtidos pela distância vertical (V) e horizontal (H), entre o ponto de
dimensionamento da transição e o ponto de transição são relacionados com a transmissividade,
no método de Brutsaert, através da equação 3.20.
A partir dos coeficientes de recessão obtidos pelo método de Maillet, foram estimadas
as reservas renováveis de água subterrânea das bacias em questão, utilizando-se a equação 3.7
(item 3.7). Estes valores alcançaram a casa das centenas de milhões de metros cúbicos, variando
entre 18,44 x 106 e 460,47 x 106 m3, de acordo com as áreas das bacias. Quanto menor a bacia,
menor o volume de água correspondente às reservas reguladoras. Do mesmo modo, quanto
maior a bacia, maior o volume de água das reservas renováveis. Sendo assim, em ordem
crescente estão as bacias Fazenda Maracujá, Lamounier, Usina Camarão, Marilândia, Araújos e
Santana do Jacaré.
Tabela 5.10 – Apresentação dos valores das reservas renováveis de água das bacias e seus respectivos α
(Maillet) e Q0.
84
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
O cálculo do Q7,10 foi cedido pelo IGAM. Para tanto, foi o utilizado o Sistema
Integrado de Meio Ambiente (SIAM), muito empregado por este órgão. O SIAM disponibiliza
um mapa que possui as principais redes de drenagem e várias curvas de rendimento específico
(Re, em l/s.km2), determinado por regionalização. Estes valores de Re já levam em consideração
a tipologia da região.
O item 3.5.1 detalha a forma como foi calculado o Q7,10. A tabela 5.11 mostra os
valores de rendimento específico e Q7,10 obtidos para as seis bacias.
85
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições de da
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
86
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
CAPÍTULO 6
Embora não tenham sido apresentadas as relações com todos os métodos, foram
realizados todos os cruzamentos possíveis dos dados, optando-se por apresentar aqui apenas os
mais relevantes.
Todas as bacias estudadas possuem longa série de dados. A bacia Fazenda Maracujá é a
que tem o menor tempo de monitoramento, 7 anos. A bacia Lamounier foi monitorada durante
25 anos, Araújos, Marilândia e Usina Camarão, durante 40 anos e Santana do Jacaré é a que
possui o maior número de dados, 68 anos de monitoramento. O período em que cada uma das
bacias foi monitorada foi diferente também (tabela 4.1). Sabe-se que, com dados a partir de 7
anos de monitoramento, tem-se resultados próximos das médias históricas. Mesmo assim,
optou-se por trabalhar com todos os anos monitorados, visto que se tratavam de bacias com
mesma geologia e com clima e geomorfologia semelhantes e que, provavelmente, não sofreram
grandes modificações nas últimas décadas a ponto de afetar o comportamento hidrológico da
região.
A figura 6.1 destaca a separação entre os resultados dos métodos indiretos que utilizam
vazões diárias e os que utilizaram vazões médias mensais. Os coeficientes de recessão obtidos
87
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
pelo método de Drogue foram muito semelhantes aos de Maillet e Boussinesq para as bacias
Araújos (1), Lamounier (2) e Santana do Jacaré (5). Comparando apenas os métodos baseados
em vazões médias mensais, as bacias Fazenda Maracujá (3), Marilândia (4) e Usina Camarão
(6) foram as que tiveram maiores diferenças entre os valores dos coeficientes de recessão. Para
estas bacias, os coeficientes de recessão de Drogue atingiram valores duas vezes maiores que os
de Maillet e Boussinesq. Essas variações não apresentaram nenhuma relação com os índices
morfométricos das bacias e não puderam ser explicadas por outras condicionantes também.
88
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
transmissividades, com exceção do método Matching Strip, quando ela aparece com o segundo
maior coeficiente de recessão.
Métodos de vazões
Métodos de
médias mensais
vazões diárias
Figura 6.1 – Comparação entre os coefientes de recessão obtidos pelos métodos indiretos para cada uma
das bacias.
É importante ressaltar que todos os métodos utilizados aqui foram tratados a partir de
planilhas e gráficos do Excel e recursos de desenho do programa CorelDraw. Os valores das
variáveis de cada um dos métodos foram determinados visualmente, a partir dos gráficos, o que
pode acarretar em pequenos erros ao traçar as curvas de recessão e de recessão mestra (CRM).
Contudo, os resultados obtidos com o auxílio destes softwares foram satisfatórios para a maioria
dos métodos expostos neste trabalho.
89
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
O método de Drogue deve ser usado com cautela, pois as vazões Q1, Q2 e Q3 escolhidas
no gráfico interferem muito no resultado. O método preconiza que Q2 é um valor entre Q1 e Q3,
porém não especifica onde ele deve estar. Um pequeno deslocamento de Q2 na curva de
recessão pode levar a um coeficiente de recessão muito maior ou menor que o outro. As vazões
Q1 e Q3, como dito anteriormente, foram as mesmas definidas para o método de Maillet. Logo,
as discrepâncias que houveram para as bacias Fazenda Maracujá, Marilândia e Usina Camarão
podem ser até devido a um Q2 não adequado. Porém, optou-se por não modificar seu valor uma
vez que ajustar Q2 de forma a ficar mais próximo do valor de Maillet traria mais subjetividade
ao método e diminuiria seu grau de confiabilidade.
O método de Correlação foi o que se mostrou mais suscetível a erro, do ponto de vista
prático, pois é muito difícil fazer o envelopamento das curvas numa curva de recessão mestra
(CRM). Ao analisar os gráficos 5.9 a 5.27 observa-se que, aparentemente, todas as CRM fazem
um ângulo muito próximo de 45° com os eixos. As variações de inclinação neste caso são tão
sutis que, para conseguir diferenciá-las, foi necessário usar o zoom máximo e a malha mais fina
de linhas de grade secundárias do Excel, para os gráficos de todas as bacias. Definir a CRM de
forma correta para este método é muito difícil, uma vez que pequenas variações em sua
inclinação acarretam uma alteração considerável no coeficiente de recessão. Nathan &
McMahon (1990) também citam a dificuldade de determinação exata da CRM pelo método de
Correlação. Costa (2005) afirma que este método não apresentou bons resultados em seu estudo
pelo pequeno volume de dados (anos de monitoramento) disponível, entretanto, a partir do
presente trabalho, verificou-se que o método de Correlação é de difícil execução mesmo para
bacias com muitos anos de monitoramento. A criação de um software específico para este
método, que traçasse a curva de recessão mestra e determinasse sua inclinação, eliminaria
possíveis erros visuais. Entretanto, o problema também pode estar na baixa acurácia dos dados
de campo, devido à baixa resolução e a possíveis erros de leitura em régua linimétrica. Se
houvessem dados diários, ou mesmo de menor periodicidade, a qualidade dos resultados com
este método e também com o Matching Strip poderia ser melhor. De fato, alguns pequenos
90
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
períodos de dados errôneos de vazão poderiam comprometer toda uma análise que envolvesse
uma grande série histórica de vazão.
Os métodos que empregaram médias históricas mensais de vazão não incorrem nos
problemas acima mencionados e, portanto, apresentam em tese resultados mais confiáveis.
Figura 6.2 – Relação inversa entre os Q7,10 e os coeficientes de recessão obtidos pelo método de
Boussinesq.
Uma das vantagens de se calcular o coeficiente de recessão é que, a partir dele, podem-
se calcular indiretamente os parâmetros hidrodinâmicos e o volume de água subterrânea
armazenado pela recarga (reservas renováveis) nas bacias.
91
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
Figura 6.3 – Comparativo entre os valores de transmissividade obtidos por diversos autores e nas bacias
monitoradas com os métodos de Maillet e Boussinesq.
De fato, a figura 6.4 mostra a boa relação direta existente entre as transmissividades por
estes dois métodos. Por este gráfico, é possível verificar que a bacia Santana do Jacaré (5), com
relevo mais suave, apresenta menores transmissividades médias e, portanto, tende a liberar a
água subterrânea mais lentamente. As bacias Araújos (1), Lamounier (2) e Marilândia (4)
possuem valores de transmissividade intermediários, enquanto Fazenda Maracujá (3) e Usina
Camarão (6) são as que mostraram os maiores fluxos de base.
92
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 6.4 – Gráfico destacando a relação direta entre as transmissividades obtidas com os métodos de
Maillet e Boussinesq.
A vazão mínima de sete dias de recessão com período de recorrência de dez anos (Q7,10)
é amplamente utilizada para caracterizar o comportamento hidrológico de bacias,
principalmente para se definir as vazões mínimas e, por conseguinte, a explotação permitida e
aceitável das mesmas. Definir a relação entre este índice e os outros, calculados neste trabalho, é
importante por possibilitar um conhecimento mais profundo das características hídricas de uma
bacia.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às Ciênciasde
daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de
67,...n°285, 112p.
Cabe também destacar, que o slope index e a área da bacia demonstraram também uma
correlação muito forte com o Q7,10. A área é de fato diretamente proporcional a ele, mesmo
porque interfere diretamente em seu cálculo. Já o slope index possui relação inversa ao Q7,10. Na
figura 6.6 nota-se que as bacias maiores e de relevo mais suave (1, 4 e 5) são as que possuem os
maiores Q7,10, enquanto as menores e mais íngremes (2, 3 e 6) apresentam as menores vazões
para este parâmetro. Ou seja, bacias de cabeceira tendem a produzir menos água subterrânea de
forma sustentável que bacias maiores e, em média, topograficamente mais suaves.
Figura 6.6 – Gráfico com a relação inversa entre Q7,10 e slope index.
94
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
A figura 6.7 mostra a relação entre as reservas renováveis das bacias e seus respectivos
Q7,10, slope index e compacidade, bem como a relação entre as reservas renováveis específicas
de água das bacias e os coeficientes de recessão obtido pelo método de Boussinesq. Por esta
figura pode-se verificar que: bacias mais íngremes, de maior slope index, possuem menor
capacidade de renovação de suas águas subterrâneas; partindo do pressuposto que o Q7,10 é um
bom parâmetro de determinação da vazão a ser explotada numa bacia, a determinação das
reservas renováveis a partir dos coeficientes de recessão podem fornecer resultados satisfatórios
também, levando em conta a relação de proporcionalidade entre as reservas renováveis e o Q7,10;
em relação ao índice de compacidade, percebe-se que há aparentemente uma relação direta do
grau de alongamento das bacias (maior compacidade), com o volume de reserva de água
subterrânea renovável.
5 450 5
300
Reservas renováveis (10 6 m 3 )
2
Reservas renováveis específicas
6 400
250 350
200 1 300
4
(10 3 m 3 /km 2 )
3 250 1
150
200 4
100 150
100 6
50
50
0 3 2
0
0,0040 0,0045 0,0050 0,0055 0,0060 0,0065 0 1 2 3 4 5 6 7
α (d‐1) ‐ Boussinesq Q 7,10 (m3 /s)
450 5
Reservas renováveis (10 6 m 3 )
Reservas renováveis (10 6 m 3 )
500
400 5
350 400
300
250 1 300
200 4 1
200 4
150
100 100
50 6 6
2 2
3 3
0 0
10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000 40,000 1,400 1,600 1,800 2,000 2,200
Slope index Compacidade
Figura 6.7 – Gráfico A: relação entre as reservas renováveis específicas de água das bacias e seus
respectivos coeficientes de recessão, obtidos pelo método de Boussinesq; Gráficos B, C e D: relação entre
as reservas renováveis de água das bacias e índices morfométricos e Q7,10.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série M, vol.de67,
... n°285, 112p.
A grande dimensão das bacias não permitiu que se fizesse um controle de detalhe das
características geológicas, geomorfológicas e de uso e ocupação da região estudada. O trabalho
foi realizado sem acompanhamento de campo, tendo-se baseado somente em mapas, imagens de
satélite e dados da ANA e do IGAM. Sendo assim, as correlações descritas a seguir foram
fundamentadas nas informações pré-existentes da região.
O slope index apresentou uma relação muito boa quando confrontado com o Q7,10 das
bacias (figura 6.6). Quando comparado aos coeficientes de recessão não demonstrou nenhuma
relação evidente. Entretanto, com exceção da bacia Lamounier, percebe-se certa relação linear
direta entre os coeficientes de recessão obtidos pelo método de Boussinesq e o slope index
(figura 6.8). Acredita-se que com um volume maior de bacias essa relação possa ser mais
evidente.
Embora o slope index seja um bom indicador de declividade, ele deve ser usado com
cautela. Para a obtenção deste índice usa-se a maior e a menor altitude da bacia, portanto, se
houver uma grande elevação localizada, o slope index pode ter seu valor superestimado. Isto
pode ocorrer principalmente em bacias grandes. Cabe ressaltar que durante o levantamento das
altitudes máximas e mínimas das bacias tomou-se o cuidado de desconsiderar picos isolados
para reduzir este efeito. Mesmo assim, outros parâmetros, como a integral hipsométrica de
bacias podem produzir resultados mais realistas como indicador de relevo que o slope index.
Este parâmetro é obtido através da integração acumulada das curvas de nível da bacia. Optou-se
96
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
por usar o slope index por ser um parâmetro de mais fácil obtenção, mas em estudos futuros
outros índices devem ser avaliados.
O efeito do relevo pode ser melhor avaliado na figura 6.9, que mostra um perfil
esquemático esperado para a região. As cabeceiras de drenagem normalmente apresentam-se
mais íngremes e com solo mais delgado, mas para jusante (bacias de maior ordem hirárquica) o
regolito apresenta-se cada vez mais espesso. Sendo assim, os fluxos nas cabeceiras são
controlados principalmente pelas rochas fissurais enquanto que nas partes mais baixas uma
porção considerável do fluxo se concentrará no regolito. Como o regolito tende a apresentar
menor transmissividade (T) e condutividade hidráulica (K) e maior coeficiente de
armazenamento (S) que a rocha sã ou alterada (Deere & Patton, 1971), bacias mais suaves
tenderão a apresentar maior produção de água subterrânea de forma sustentável, quando
comparadas às bacias mais íngremes. De fato, é este o comportamento observado nas bacias
estudadas, de acordo com a figura 6.7.
97
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições às CiênciasdedaAquíferos em Áreas
Terra - Série de67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Bacias de
cabeceira
Bacias de maior
ordem hierárquica
NA
Regolito
>S
<KeT
Rocha sã
ou alterada
<S e >KeT
Figura 6.9 – Diagrama com representação esquemática da situação esperada para a região: nas bacias de
cabeceira, mais íngremes, o regolito tende a ser mais delgado, sendo mais espesso em bacias de maior
ordem hierárquica.
A influência da escala pode ser mais bem analisada se forem comparados os parâmetros
aqui obtidos com aqueles determinados por Costa (2005) em microbacias e em cabeceiras de
drenagem (< 1 km2) do embasamento, no Complexo Bação. Cabe destacar que esta análise só
pode ser feita com os métodos que empregam curvas de recessão mestra, pois foi o único
empregado por aquela autora. Mesmo com todos os problemas encontrados para a determinação
com o método da Correlação, citados anteriormente, ao se analisar os coeficientes de recessão
obtidos neste trabalho com os de Costa (2005), observa-se uma relação direta destes com seus
respectivos slope index (figura 6.10). Esta relação reforça o modelo exposto na figura 6.9, ou
seja, que bacias menores e mais íngremes (com maior slope índex) apresentaram os maiores
coeficientes de recessão.
Figura 6.10 – Gráfico evidenciando a relação direta entre o slope index e o coeficiente de recessão obtido
pelo método da Correlação, quando são considerados conjuntamente os dados desta pesquisa e os
levantados em microbacias por Costa (2005).
98
Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
Figura 6.11 – Relação entre o coeficiente de recessão de Boussinesq e o índice de compacidade (Kc).
Figura 6.12 – Relação entre o índice de compacidade (Kc) e a área das bacias.
99
Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
Terra - Série de 67,
M, vol. ... n°285, 112p.
Figura 6.13 – Gráfico sugerindo a relação inversa entre a transmissividade de Boussinesq e a área das
bacias.
100
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CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O Q7,10 apresentou boa relação inversa com o slope index, além de agrupar as bacias de
acordo com a escala das mesmas. Isso significa que, bacias mais íngremes tendem a produzir
vazões mínimas (Q7,10) inferiores às bacias de relevo mais suave.
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Silva, R. F. G., 2009. Estimativa de Parâmetros Hidrodinâmicos
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daAquíferos em M,
Terra - Série Áreas
vol.de67,
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Bacias maiores e mais planas tendem a ter menores transmissividades, liberando a água
mais lentamente, contribuindo assim para a manutenção sustentável do fluxo de base. Nas
bacias de cabeceira este comportamento apresenta uma tendência inversa. Neste trabalho,
assumiu-se um valor fixo para o coeficiente de armazenamento (S) para todas as bacias,
portanto, não foi possível estabelecer relações diretas entre este parâmetro e os outros analisados
aqui.
É importante salientar que são necessários mais estudos para confirmar as relações e
tendências aqui sugeridas.
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
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Contribuições deda
às Ciências Aquíferos em Áreas
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Contribuições às Ciências da Terra - Série M, vol. 67, n°285, 112p.
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