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Apostila Vanguardas Européias 2020

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Artes (Vanguardas Européias) 2º ano/2020

As vanguardas européias configuraram uma época marcada por grandes movimentos artísticos e culturais
iniciados na Europa a partir do século XX. As escolas serviram de inspiração em diversos segmentos
das artes plásticas (literatura, pintura, escultura, etc.). A palavra Vanguarda surgiu do termo francês
“avant-garde”, e significa a “guarda avançada” ou “o que marcha na frente”, que pressupõe, nesse contexto,
ser um movimento pioneiro das Artes.
Dessa forma, as vanguardas européias derrubaram os paradigmas criados por outras tendências artísticas
apresentadas durante o século XIX, pois o olhar dos artistas desse período era direcionado para o futuro.
O objetivo era introduzir na Arte o sentimento de libertação, inovação, a subjetividade e até mesmo um
pouco de Irracionalismo. Dessa forma, o movimento provocou uma grande ruptura na tradição cultural dos
anos anteriores.

Impressionismo
Os impressionistas buscavam retratar em suas obras os efeitos da luz do sol sobre a natureza, por isso,
quase sempre pintavam ao ar livre. A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em modificar
todas as cores de um ambiente, assim, a retratação de uma imagem mais de uma vez, porém em horários e
luminosidades diferentes, era algo normal. O impressionismo explora os contrastes e a claridade das cores,
resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia.
Para os impressionistas, os objetos deveriam ser retratados como se estivessem totalmente iluminados
pelo sol, valorizando as cores da natureza. Além disso, as figuras não deveriam ter contornos nítidos e o
preto jamais poderia ser utilizado; até as sombras deveriam ser luminosas e coloridas.
Os principais artistas impressionistas foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent
Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin, Morisot, etc.
No Brasil, o representante máximo do impressionismo foi Eliseu Visconti, o qual teve contato com a obra
dos impressionistas e soube transformar as características do movimento conforme a cor e a atmosfera
luminosa do nosso país.

 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PINTURA IMPRESSIONISTA


- A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado
momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar
imagens.
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras
ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim,
um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-
escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,
devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas;
- É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura
deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

‘ O Ensaio” Edgas Degas


1873/1878

“Garota Lavando Pratos” Camille Pissarro,1882.


Obra de arte: “Impressão: Sol Nascente”, Claude Monet,
1872
Este quadro é o responsável pelo nome do Impressionismo,
movimento de arte de Degas, Sisley, Pissarro, Renoir e
Monet, entre outros, artistas individualistas motivados por
ideias e atitudes díspares, mas que estavam unidos no desejo
de representar as sensações visuais através da cor e da luz.
O termo "impressionismo" surgiu após a primeira grande
mostra do grupo, em 1874, quando o jornalista Louis Leroy
fez um sarcástico ataque à pintura de Monet aqui
apresentada.
Na crítica, Leroy afirmava que "papel de parede em estado rudimentar" era "mais bem acabado" que a obra
de Monet. Contudo, este termo de valor depreciativo, num primeiro momento, foi adotado por outros e
determinou o nome pelo qual, historicamente, os artistas desta vertente vieram a ser imortalizados.
Como podemos comprovar na pintura reproduzida, o pintor não contorna de modo preciso a imagem
representada, o que há é uma impressão, pois a luz e sua incidência sobre a realidade transforma pessoas e
espaços em aparentes borrões.
Para cumprir o desafio de retratar essas qualidades voláteis da luz, os impressionistas criaram uma
pincelada distinta, curta, cortada. Aqueles pontos vivamente coloridos formavam um mosaico de borrões
irregulares que vibravam de energia como o pulso da vida no brilho da luz sobre a água. De perto, os
borrões de cor pura dos impressionistas, lado a lado, tinham aparência ininteligível, provocando nos críticos
a acusação de que "disparavam tinta na tela com uma pistola".
A uma distância, porém, o olho fundia listas separadas de azul e amarelo, por exemplo, em verde, fazendo
com que cada matiz parecesse mais intenso do que se tivesse sido misturado na paleta. Até mesmo as
sombras que pintavam não eram cinza ou pretas, mas compostas de muitas cores, porque, como o mestre
Monet dizia "Cor é luz".

O Impressionismo no Brasil.
No Brasil, ecos do impressionismo podem ser encontrados nas obras de Arthur Timótheo da Costa (1882-
1922), Belmiro de Almeida (1858-1935), Almeida Júnior (1850-1899), Castagneto (1851-1900), Eliseu
Visconti (1866-1944) e Antônio Parreiras (1860-1937) entre outros. O clareamento da paleta, a atenção
aos efeitos produzidos pelas diferentes atmosferas luminosas, a incorporação de temas simples e
afastados da eloquência acadêmica, o uso de pinceladas fragmentadas e descontínuas são incorporados aos
poucos pelos artistas brasileiros. No entanto, o acanhamento do ambiente artístico, a resistência do
público e das instituições às novas tendências estéticas e as limitações impostas pela Academia Imperial
de Belas Artes (Aiba) - no ensino por ela ministrado e nas orientações que imprime ao estudo de
brasileiros no exterior - dificultam um diálogo mais fecundo entre as investigações introduzidas pelos
impressionistas e a arte realizada pelos pintores nacionais, que muitas vezes não vão além de uma
incorporação superficial das técnicas impressionistas, adaptando-as a um olhar ainda comprometido com os
padrões acadêmicos.

Patinhos no Lago ( Eliseu Visconti) Camponesa ( Almeida Júnior) Fundação de São Paulo
( Antonio Parreiras)
Pós-impressionismo

Longe de indicar um grupo coeso e articulado, o termo se dirige ao trabalho de pintores que, entre 1880 e
1890, exploram as possibilidades abertas pelo impressionismo, em direções muito variadas. A noção é
cunhada pelo crítico britânico Roger Eliot Fry (1866-1934) quando da exposição Manet e os pós-
impressionistas, realizada nas Grafton Galleries, em Londres, 1910, que incluía pinturas de Paul Cézanne
(1839-1906), Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903), considerados as figuras centrais
da nova atitude crítica em relação ao programa impressionista.

As obras pós-impressionistas apresentaram algumas características. São elas:


• Uso de cores vivas.
• Emprego da bidimensionalidade.
• Retrato de temas da vida real.
• Utilização de cores, luz e texturas.
• Visão subjetiva;
• Uso da técnica pontilhista.
• Experimentação da força da imagem, o contorno de segurança e a liberdade de cor.
• Superação de tendências artísticas do impressionismo.
Principais artistas do pós-impressionismo:
Paul Cézanne - Explorando, inicialmente, a pintura de paisagens,
Cézanne pintou a partir de sua imaginação, incluindo em seus primeiros
trabalhos, grupos de figuras grandes e pesadas. Mais tarde, ele adotou
um estilo de pintura mais leve e arejada, trabalhando a partir da
observação direta, ordenando estruturalmente as coisas em formas e
planos de cor simples. As Grandes Banhistas ( Paul Cézanne)

Vicent Van Gogh - Nos primeiros trabalhos, Van Gogh focou na vida de camponeses e de paisagens
desertas nas eles quais viviam. Nessa fase, ele explorou em sua paleta
de cores tons terrosos, principalmente, o marrom escuro, que fazia
alusão a uma atmosfera melancólica. Mais tarde, adotou cores mais
brilhante e pinceladas mais fortes, especialmente, em pinturas de
paisagens como a “Paisagem Marinha em Saintes-Maries”. Van Gogh
se dedicou ao desenho e à pintura, explorando além de paisagens,
pinturas de retratos e autorretratos.

Paul Gauguin - A pintura de Gauguin é caracterizada por natureza


alegórica, decorativa e sugestiva. Ele utilizou formas dimensionais,
estilizadas, sintéticas e estáticas. Gauguin foi um dos artistas que
desenvolveu as técnicas do sintetismo e alveolismo, estilos de
representação simbólica da natureza, nos quais se utiliza formas
simplificadas e cores vivas. O Paraíso Perdido ( Paul Gauguin)

Toulose-Lautrec - Toulouse-Lautrec não foi um paisagista. Sua pintura representou cenas internas,
retratando pessoas e a vida boêmia de Paris. Além de fazer pinturas, Toulose-Lautrec
revolucionou o design gráfico se destacando na publicidade do século XIX com a
confecção de cartazes promocionais dos cabarés e teatros. Uma vez que a arte passou
a ser comprada e utilizada pelo comércio, o cartaz litográfico colorido foi uma nova
ferramenta de divulgação das opções de lazer de Paris. Assim, Lautrec explorou a
confecção dos cartazes, definindo o estilo que ficou conhecido como Art Nouveau.
Retrato de Vicente Van Gogh ( Toulose Lautrec)

EXPRESSIONISMO
• O Expressionismo se opõe ao caráter essencialmente visual desenvolvido pelos impressionistas,
adotando uma atitude subjetiva e muitas vezes até agressiva com relação à realidade. Esse
fenômeno acontece de dentro para fora, trazendo à tona as emoções, angústias e pontos de vista
do artista;
• Já o Impressionismo se empenhava em captar a luz e o movimento. Nele também podíamos
encontrar a eliminação do papel descritivo da arte, a exaltação da imaginação do artista e a
ampliação dos poderes expressivos da cor, linha e forma. Tais características influenciaram muitas
manifestações artísticas da época e estão presentes até hoje.

IDEOLOGIA
• O Expressionismo tem como principal ideologia, a de representar uma visão subjetiva, por meio do
uso da cor e da linha. Isso significa que o artista registrar uma impressão do seu próprio
temperamento e visão de mundo, ao invés de retratar exclusivamente o mundo exterior.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• Uso de cores simbólicas, imagística exagerada e intensa. Uma característica
das manifestações alemãs do Expressionismo é que em geral apresentam
uma visão sombria da humanidade;
• Movimento heterogêneo, o qual proporciona uma atitude e uma forma de
entender a arte que aglutinou diversos artistas de tendências variadas,
níveis intelectuais, diferentes formações (arquitetura, artes plásticas,
literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia etc.);
• Deformação da imagem e cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou
separadas;
• O pintor recusa o aprendizado técnico e pinta conforme as exigências de
sua sensibilidade. O pincel (ou a espátula) vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou
provocando explosões.
• Preferência pelo patético, trágico e sombrio. O artista vive não apenas o drama do homem, mas,
também, da sociedade, produzindo obras dramáticas, angustiantes e com sensações dolorosas
sobre o destino do homem.

. PRINCIPAIS PINTORES EXPRESSIONISTAS


• Vincent Van Gogh (1853 – 1890); • Otto Dix (1891 – 1969);
• Edvard Munch (1863 – 1944); • Wassily Kandinsky (1866 – 1944);
• Emil Nolde (1867 – 1957); • Paul Klee (1879 – 1940);
• James Ensor (1860 – 1949); • Francis Bacon (1909 – 1992);
• Egon Schiele (1890 – 1918); • Candido Portinari (Brasil: 1903 – 1962).

O Expressionismo no Brasil: O expressionismo tem como marca do movimento artístico a Semana de 22,
que marcou o movimento modernista, valorização da arte brasileira contra o eurocentrismo.
Os artistas expressionistas mais importantes foram: Candido Portinari (que mostra em suas telas a
migração do povo nordestino para as grandes cidades), Anita Malfatti, Lasar Segall e Osvaldo Goeldi
(autor de diversas gravuras). As peças teatrais de Nélson Rodrigues apresentam significativas
características do expressionismo.

Cândido Portinari – Acriança Morta Lasar Segall – Emigrante Anita Malfatti – Tropical

O CUBISMO
Movimento artístico cuja origem remonta à Paris e a 1907, ano
do célebre quadro de Pablo Picasso, Les Demoiselles
d'Avignon. Considerado um divisor de águas na história da
arte ocidental, o cubismo recusa a idéia de arte como imitação
da natureza, afastando noções como perspectiva e modelagem,
assim como qualquer tipo de efeito ilusório. "Não se imita
aquilo que se quer criar", diz Georges Braque, outro expoente
do movimento. A realidade plástica anunciada nas composições
de Braque leva o crítico Louis Vauxcelles a falar em realidade
construída com "cubos", no jornal Gil Blas, 1908, o que batiza a nova corrente. Cubos, volumes e planos
geométricos entrecortados reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, em vários ângulos
nas telas. O espaço do quadro - plano sobre o qual a realidade é recriada - rejeita distinções entre forma e
fundo ou qualquer noção de profundidade. Nele, corpos, paisagens e, sobretudo, objetos como garrafas,
instrumentos musicais e frutas têm sua estrutura cuidadosamente investigada nos trabalhos de Braque e
Picasso, tão afinados em termos de projeto plástico que não é fácil distinguir as telas de um e de outro.
Mesmo assim, nota-se uma ênfase de Braque nos elementos cromáticos e, de Picasso, em aspectos
plásticos.

Características do Cubismo:
 Renúncia à perspectiva
 Geometrização das formas e volumes
 Cores mais austeras como branco, negro, cinza, ocre ou castanho.
 Renúncia à perspectiva

Principais artistas do cubismo:


 Georges Braque - (1882-1963
 Fernand Léger (1881-1955)
 Juan Gris, 1913
 Pablo Picasso, 1907

O cubismo se divide em duas grandes fases. Até 1912, no chamado cubismo analítico, observa-se uma
preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do
estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo. Entre 1912 e 1913, as cores se acentuam
e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. No momento do cubismo
sintético, elementos heterogêneos - recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres
tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens,
amplamente utilizadas a partir de então. O nome do espanhol Juan Gris liga-se a essa última fase e o uso
do papel-colado torna-se parte fundamental de seu método. Outros pintores como Fernand Léger, Robert
Delaunay, Sonia Delaunay-Terk, Albert Gleizes, Jean Metzinger, Roger de la Fresnaye se associam ao
movimento.

Cubismo Sintético Cubismo Analítico

Guitarra (Pablo Picasso ) Cabeça de Mulher ( Pablo Picasso)


Na escultura, por sua vez, a pauta cubista marca as obras de Alexander
Archipenko, Pablo Gargallo, Raymond Duchamp-Villon, Jacques Lipchitz,
Constantin Brancusi, entre outros. O ano de 1914 remete ao fim da colaboração
entre Picasso e Braque e à uma atenuação das inovações cubistas, embora os
procedimentos introduzidos pelo movimento estejam na base de experimentos
posteriores como os do futurismo, construtivismo, purismo e vorticismo.

Mulher Caminhando ( Alexander Archipenko)


O Cubismo no Brasil
O cubismo pode ser considerado uma das principais fontes da arte abstrata e suas pesquisas encontram
adeptos no mundo todo. No Brasil, influências do cubismo podem ser observadas em parte dos artistas
reunidos no modernismo de 1922, em alguns trabalhos de Vicente do Rego Monteiro, Antonio Gomide e
sobretudo na obra de Tarsila do Amaral. O aprendizado com André Lhote, Gleizes e, principalmente, com
Léger reverbera nas tendências construtivas da obra de Tarsila, em especial na fase pau-brasil. A pintora
vai encontrar em Léger, especialmente em suas "paisagens animadas", motivos ligados ao espaço da vida
moderna - máquinas, engrenagens, operários das fábricas etc. - e o aprendizado de formas curvilíneas.
Emblemáticas do contato com o mestre francês são as telas criadas em 1924, como Estrada de Ferro
Central do Brasil e Carnaval em Madureira. Não se pode mencionar o impacto do cubismo no Brasil sem
lembrar ainda de parte das produções de Clóvis Graciano e de um segmento considerável da obra
de Candido Portinari, evidente em termos de inspiração picassiana.

Sol Poente (Tarsila do Amaral) Pietá ( Vicente do Rego Monteiro)

FUTURISMO
O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876 - 1944), é publicado
em Paris em 1909. Nesse primeiro de uma série de manifestos veiculados até 1924, Marinetti declara a
raiz italiana da nova estética: "...queremos libertar esse país (a Itália) de sua fétida gangrena de
professores, arqueólogos, cicerones e antiquários". Falando da Itália para o mundo, o futurismo coloca-se
contra o "passadismo" burguês e o tradicionalismo cultural. À opressão do passado, o movimento opõe a
glorificação do mundo moderno e da cidade industrial. A exaltação da máquina e da "beleza da velocidade",
associada ao elogio da técnica e da ciência, torna-se emblemática da nova atitude estética e política. Uma
outra sensibilidade, condicionada pela velocidade dos meios de comunicação, está na base das novas formas
artísticas futuristas. Movimento de origem literária, o futurismo se expande com a adesão de um grupo de
artistas reunidos em torno do Manifesto dos Pintores Futuristas e do Manifesto Técnico dos Pintores
Futuristas (1910). A partir de então, se projeta como um movimento artístico mais amplo, que defende a
experimentação técnica e estilística nas artes em geral, sem deixar de lado a intervenção e o debate
político-ideológico. Dinamismo e simultaneidade são termos paradigmáticos da proposta futurista. A
ênfase na ação e na pesquisa do movimento.

Principais características do Futurismo:


• - Desvalorização da tradição e do moralismo;
• - Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
• - Defesa de uma ligação entre as artes plásticas e o mundo moderno;
• - Propaganda como principal forma de comunicação;
• - Uso de onomatopéias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas
poesias;
• - Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a idéia de velocidade;
• - Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas
deformações para passar a idéia de movimento e dinamismo. Uso da multiplicação de detalhes e linhas.

Essas características eram expressas em cada tipo de arte com suas especificidades. Na pintura, por
exemplo, era comum a utilização de cores vivas e vibrantes, bem como contrastes e sobreposição de
imagens. Também eram utilizadas técnicas do cubismo. As pinturas futuristas tinham como objetivo
retratar a velocidade que o desenvolvimento industrial imprimia às pessoas.
Os principais pintores dessa época foram Giacomo Balla (1871-1958), Carlo Carrá (1881-1966), Umberto
Boccioni (1882-1916), Gino Severini (1883-1966), Luigi Russolo (1885-1947), Enrico Prampolini (1894-
1956), Nikolay Diulgheroff (1901-1982) e Fortunato Depero (1892-1960).

Dinamismo de um Ciclista (1913) de Umberto Boccioni. “Dinamismo de um cão na coleira”, de Giacomo Balla

Na arquitetura o foco principal era o mundo industrial e urbano retratado por meio
de tecnologias de construção modernas, além de materiais novos, como ferro,
concreto armado e vidro. Vale destacar ainda que os volumes eram dinâmicos e
arrojados, com linhas oblíquas e elípticas.
Os grandes nomes da arquitetura futurista foram: Antonio Sant’Elia (1888-1916),
Angiolo Mazzoni (1894-1979), Auguste Perret (1874-1954), Eugène Freyssnet
(1879-1962), Adolf Loos (1870-1933).
Torre de água de la Colonia Rosa Maltoni Mussolini,
Angiolo Mazzoni, 1925-33, Calambrone, Pisa.

Na escultura, os futuristas fizeram trabalhos experimentais com vidro e papel e


seu expoente é o pintor e escultor italiano Umberto Boccioni (1882-1916). Sua
escultura Formas Únicas na Continuidade do Espaço (1913) – interseção de
inúmeros volumes distorcidos – é uma das obras emblemáticas do futurismo, nela
se capta a idéia de movimento e de força.

Futurismo no Brasil
O futurismo chegou ao Brasil na década de 1920, 13 anos depois do seu
surgimento, quando já era considerado ultrapassado na Europa. Nesse período, o
país enfrentava o fim do regime imperial e o início da República.
Apesar do período propício para o surgimento do movimento, quando a industrialização começava a se
desenvolver e foram criados os centros urbanos, de início, o futurismo não foi bem recebido em território
brasileiro.
Muitos intelectuais da época consideravam o estilo futurista extravagante, louco, até mesmo uma
aberração. Porém, pouco tempo depois, os modernistas brasileiros aderiram ao estilo, o que também não
durou muito.
Anita Malfatti (1889-1964) e Oswald de Andrade (1890-1954) foram os principais nomes do futurismo no
Brasil. Algumas influências futuristas puderam ser observadas na Semana de Arte de Moderna de 1922,
como a exaltação do futuro e a ruptura com o passado.
Vale frisar a visita do principal expoente do movimento, Filippo Marinetti, ao Brasil em 1926, reacendendo
os ideias do futurismo, principalmente na imprensa. O futurismo deixou um importante legado em
território brasileiro, sendo o responsável por estimular debates culturais relevantes que propiciaram a
criação de dois grupos distintos: os passadistas e os futuristas, que passaram a ser chamados
posteriormente de modernistas.
SURREALISMO
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido, primeiramente, em Paris dos anos 20. Este
movimento seria inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas
anteriormente ligados ao Dadaísmo e, posteriormente, expandido para outros países
Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo
enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou
historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do
instinto, como ponto de partida para uma nova linguagem artística.
Para isso, era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si
mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa
são percebidas totalmente isentas de contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana,
transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu
modo.
Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não
exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio
de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais
profunda do ser humano: o subconsciente.
Buscava deliberadamente o bizarro e o irracional para expressar verdades ocultas, inalcançáveis por meio
da lógica. Foram duas formas dentro do movimento: Joan Miró e Max Ernst praticavam a arte improvisada,
distanciando-se o mais possível do controle consciente.

Seus representantes mais conhecidos são:


Nas artes plásticas, René Magritte, André Masson, Joán Miró, Max Ernst, Salvador Dalí, e outros. Na
fotografia, Man Ray, Dora Maar, Brasaï.

Vênus de Milo com Gavetas, O Filho do Homem, René Magritte Entrada, Saída (1923), Max Ernest.
Salvador Dali

.O surrealismo foi, por excelência, a corrente artística moderna da representação do irracional e do


subconsciente.
Este movimento artístico surge todas as vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do
espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico.
Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem
todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão
humana perde o controle.

O Surrealismo no Brasil
O surrealismo no Brasil influenciou diversos artistas, entre eles, a pintora Tarsila do Amaral e o pintor e
escritor Ismael Nery, que foram os mais influenciados. O movimento chegou ao país por volta de 1930. Na
época, as pessoas viviam uma fase na qual o sentimento nacionalista e a racionalidade eram extremamente
valorizados.
A Semana de Arte Moderna, considerada um marco na arte brasileira, propôs uma ruptura com o passado,
influenciando a literatura, a música, a pintura, a poesia e a escultura. O
evento deu espaço para novas criações, algumas mais bizarras sofrendo,
inclusive, diversas críticas. No entanto, passados os anos, seus participantes
cheios de idéias do Modernismo fundaram diferentes estilos que culminaram
na cultura brasileira contemporânea. Outros artistas que incluíram o elemento
surreal em suas obras foram: o pintor pernambucano Cícero Dias, o poeta
Murilo Mendes e os escritores Mário Pedrosa e Aníbal Machado.

Pintura "Namorados", de Ismael


Nery, com influência do surrealismo

Ovo/Urutu (1928), Tarsila do Amaral.

ABSTRACIONISMO
Em sentido amplo, abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação
do mundo. Em acepção específica, o termo liga-se às vanguardas européias das décadas de 1910 e 1920,
que recusam a representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a simplificação da forma,
os novos usos da cor, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos
convencionais de sombra e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas
sob esse rótulo. Inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, que se torna, a partir da década de
1930, um dos eixos centrais da produção artística no século XX.
A Arte Abstrata ou Abstracionismo é geralmente entendida como uma
forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não apresenta
objetos próprios da realidade concreta exterior.
Essa arte surgiu a partir das experiências das vanguardas européias, que
recusam a herança renascentista das academias de arte.

ABSTRACIONISMO SENSÍVEL OU INFORMAL - O Abstracionismo


Sensível ou Informal se inspirou no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte
imaginária ligada a uma necessidade interior, tendo sido influenciado fortemente
pelo expressionismo, mais propriamente no Der Blaue Reiter. O jogo de formas
orgânicas e as cores vibrantes são bem patentes. Além disso, a linha de contorno
se sobressai nessa arte nitidamente não figurativa. Wassily Kandinsky foi o
mentor desse gênero. Em suas obras ele utilizou cores puras em pinceladas
rápidas, tensas e violentas. Kandinsky expressava através de cores, linhas, formas,
textura a sua imaginação, sem retratar nada visível ou do mundo real.

ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO - Foca na racionalização que depende da análise intelectual e


científica. Foi influenciado pelo Cubismo e pelo Futurismo.

Divide-se em duas corrente:

• Neoplasticismo - seu criador foi Piet Mondrian. Nas obras de dele, as


cores e as formas são organizadas de maneira que a composição
resulte apenas na expressão de uma concepção geométrica. Linhas
verticais e horizontais e as cores puras (vermelho, azul e amarelo). O
ângulo reto é o símbolo do movimento. Sua característica é a busca de
objetividade, é o desejo de declarar-se anti-individualista; pretende a
universalidade e a permanência.

• Suprematismo - é uma pintura com base em forma geométrica plana, sem


qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são:
retângulo, círculo, triangulo e cruz.

ACTION PAINTING OU PINTURA GESTUAL


Criada por Jackson Pollock, nos anos de 1947 a 1950, faz parte da Arte Abstrata Americana.
Características da Pintura:
• Compreensão da pintura como meio de emoções intensas;
• execução cheia de violência e agressividade, espontaneidade e
automatismo;
• destruição dos meios tradicionais de execução (pinceis – trincha-
espátula);
• Pintura direta na parede ou no chão, em tela enormes, utilizando
tinta à óleo, pasta espessa de areia e vidro moído.

Arte Abstrata no Brasil


No Brasil, as obras de Manabu Mabe (1924-1997) e Tomie Ohtake (1913) aproximam-se do abstracionismo
lírico, que tem adesão de Cicero Dias (1907-2003) e Antonio Bandeira (1922-1967). Nos anos 80, observa-
se uma apropriação tardia da obra de Kooning na produção de Jorge Guinle (1947-1987). O pós-
minimalismo, por sua vez, ressoa em obras de Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Ana Maria
Tavares (1958). Em termos de abstração geométrica, são mencionados os artistas reunidos no movimento
concreto de São Paulo (Grupo Ruptura) e do Rio de Janeiro (Grupo Frente) e no neoconcretismo.

Natureza morta ( Manabu Mabe) CICERO DIAS - " Geométricos ", serigrafia, tiragem

FAUVISMO
Ao contrário de outras vanguardas que povoam a cena européia entre fins do século XIX e a 1ª Guerra
Mundial, o fauvismo não é uma escola com teorias, manifestos ou programa definido. Para boa parte dos
artistas que adere ao novo estilo expressivo - com forte presença na França entre 1905 e 1907 -,
o fauvismo representa sobretudo uma fase em suas obras. Falar em vida curta e em organização informal
de pintores em torno de questões semelhantes, não significa minimizar as
inovações trazidas à luz pelos fauves ('feras'). O grupo, sob a liderança de
Henri Matisse (1869-1954), tem como eixo comum a exploração das amplas
possibilidades colocadas pela utilização da cor. A liberdade com que usam
tons puros, nunca mesclados, manipulando-os arbitrariamente, longe de
preocupações com verossimilhança, dá origem a superfícies planas, sem
claros-escuros ilusionistas. As pincelas nítidas constroem espaços que são,
antes de mais nada, zonas lisas, iluminadas pelos vermelhos, azuis e
alaranjados. Como afirma Matisse a respeito de A Dança (1910): "para o
céu um belo azul, o mais azul dos azuis, e o mesmo vale para o verde da
terra, para o vermelhão vibrante dos corpos" 1.

Seguindo esse princípio, podemos elencar as seguintes características para o movimento:


 Utilização de cores puras, vivas, com pinceladas irregulares e em planos lisos;
 O artista busca simplificar a representação do mundo, sem se preocupar em realizar uma cópia fiel
da natureza;
 A espontaneidade correspondia a uma marca desse movimento, sendo o improviso uma
característica do desenho;
 A expressividade corresponde a outra característica marcante, evidenciada pelo exagero das
formas;
 Valorizar a personalidade do artista era um traço do movimento. Uma das razões apostadas para o
fim dessa expressão artística foi exatamente essa, uma vez que os artistas possuíam estilos
individuais bem definidos frente à estética.
Participaram do movimento fauvista os pintores: Henri Matisse, Maurice de Vlaminck, André Derain e
Othon Friesz; principais responsáveis pelo gosto do uso de cores puras, presentes no cotidiano atual, em
objetos e peças de vestuário.

Mulher com Chapéu ( Matisse)

Barcos em Collioure Paisagem de outono


Andre Derain Maurice de Vlaminck

No Brasil, parece difícil localizar influências especificamente fauvistas embora alguns desses artistas
puderam ser vistos na exposição de arte francesa realizada em São Paulo em 1913, no Liceu de Artes e
Ofícios. Mais fácil, talvez, pensar em impacto de tendências expressionistas entre nós, por exemplo na
produção dos anos 1915-16 de Anita Malfatti (1889-1964) - em trabalhos como O Japonês,
A Estudante Russa e A Boba -, na dicção expressionista de parte da obra Lasar Segall (1891-1957), ou
ainda em Oswaldo Goeldi (1895-1961). Flávio de Carvalho (1899-1973) e Iberê Camargo (1914-
1994) exemplificam novas possibilidades abertas pela sintaxe expressionista entre nós.

A estudante russa

DADAÍSMO
Segundo estudos, o Dadaísmo tem como conceito ser um movimento composto por arte caprichosa,
colorida, espirituosamente sarcástica e, às vezes, totalmente tola.
Quem seguia a linha do Dada era contra a sociedade e, acima de tudo, contra a arte. Eles queriam
destruí-la a partir de uma postura ilógica. No Dadaísmo, celebrava-se a infantilidade. Não havia
preocupação com a estética visual, mas com a ideia. A falta de sentido era o próprio significado.
O Dadaísmo tinha como estilo o “Shock Art”, ou seja, arte para chocar as pessoas. Com esse foco, os
artistas expressavam-se falando obscenidades, apresentavam humor escatológico, faziam trocadilhos
visuais, entre outros.
O objetivo era provocar o público, o qual, por vezes, sentia-se revoltado com as
formas de antiarte propostas. A intenção dos dadaístas era causar choque e
indignação com as suas expressões.
Eles tinham raiva da sociedade europeia, que, na opinião deles, permitiu que a
guerra aflorasse, então, apreciavam desafiar o nacionalismo, o racionalismo,
o materialismo e qualquer outro “-ísmo”.
Hugo Ball e o romeno Tristan Tzara são considerados os fundadores
do Dadaísmo. Tanto é que Ball leu o primeiro manifesto dadaísta em 14 de
junho de 1916. Ambos diziam que Dada era uma nova tendência de arte.
O dadaísmo foi um movimento artístico originado na cidade de Zurique, em 1916. Os artistas que formaram
o mesmo eram alemães e franceses exilados na Suíça por não concordarem com a posição de seus países na
Primeira Guerra Mundial. Estes artistas se sentiam frustrados, de certa forma, pelo fato de toda a
ciência, arte e filosofia existente na época não ser capaz de evitar as guerras sem fim. Tal frustração se
transformou na essência do dadaísmo.
O próprio nome do movimento exemplifica isto. A palavra “dada” é de origem francesa e significa “cavalo
de pau”. Mas qual a relação entre esse tipo de brinquedo e a arte? Nenhuma.
A falta de sentido e de relação obrigatória entre as coisas é justamente uma das principais
características do dadaísmo, por isso o movimento leva tal nome. Não existia uma padronização, uma arte
institucionalizada: valorizava-se o absurdo, o irreverente artístico e a crítica social.
Os artistas utilizavam objetos do cotidiano, fotografias, jornais e diversos outros elementos inusitados,
no mínimo, para se fazer arte até aquele momento. O dadaísmo foi, talvez, o primeiro movimento artístico
que rejeitou totalmente qualquer outro estilo anterior. Aliás, transformar qualquer coisa em obra de arte
era, na verdade, uma forma de crítica ao sistema da arte.

Entre as principais características do dadaísmo está:


 O combate das formas tradicionais e institucionalizadas da arte;
 Ênfase nos absurdos e temas sem lógica (nonsenses);
 Critica ao consumo e ao capitalismo;
 Aversão a guerra e aos seus motivos capitalistas;
 Valorização da irreverência artística;
 Utilização de diversas formas de expressão cotidianas (fotografias, sons, poesias, músicas, jornais,
objetos e etc) para a produção das obras plásticas;
 Caráter pessimista e irônico em relação aos assuntos políticos.

Os principais artistas do dadaísmo foram Marcel Duchamp (1887-1968), François Picabia (1879-1953),
Max Ernest (1891-1976), Man Ray (1890-1976) e Hannah Höch (1889-1978). Embora tenha se findado em
1922, o movimento influenciou de forma significativa as vertentes futuras.

Marcel Duchamp, "Fonte" (1917) Man Ray, "Presente" (1921) Roda de bicicleta (1913), Marcel Duchamp

O Dadaísmo no Brasil
Entre os principais artistas plásticos, que vestiram a camisa como artistas
dadaístas brasileiros estão Flávio de Carvalho e Ismael Nery.
Flávio foi um dos artistas que trouxeram o dadaísmo para o Brasil, afinal, viveu
na Europa por tempo suficiente para conhecer e entender o que era o
movimento e seus ideais. Foi um dos principais artistas brasileiros aplicando
os conceitos e as características do dadaísmo em suas obras.

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