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2 Etica Social

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Consciência e o valor ético

Nome completo: Docente : Ivone Joaquim

Sidónia Eugénio Guila

Código Nr: 708190370

Licenciatura em ensino de português

Ética Social

3ᵒ Ano

Maputo, Agosto de 2021

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distancia

Nome completo: Docente: Ivone Joaquim

Sidónia Eugénio Guila

Código nr: 708190370

Trabalho a ser apresentado a instituição


de ensino a distancia, centro de recurso
de Maputo, no curso de licenciatura em
ensino de português na cadeira de Ética
Social, 3 ano.

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Maputo, Agosto de 2021

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Índice
1 Introdução................................................................................................................................................5
2.0 Revisão do conceito de consciência......................................................................................................6
2.1 Tipos de consciência..............................................................................................................................6
2.2 Classificação da consciência..................................................................................................................7
3.0 O que a consciência influencia?.............................................................................................................8
4.O Consciência como função de origem social que regula o contato com outros indivíduos....................9
4.1 Consciência Como mecanismo que filtra o mundo..............................................................................10
4.2 Aspectos da natureza do juízo da consciência do Homem...................................................................10
5.0 Conclusão............................................................................................................................................12
Bibliografia................................................................................................................................................13

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1 Introdução

Estudos sobre ética vêm se constituindo em objeto de interesse e estudo por parte de
pesquisadores e profissionais em diferentes áreas. Sob denominações e compreensões diversas, o
tema tem se tornado alvo de investigação nas práticas socias.
São frequentes as queixas sobre falta de ética na sociedade, na política, na indústria e até mesmo
nos meios esportivos, culturais e religiosos.
O presente trabalho surge no âmbito das actividades curriculares do modulo de Ética Social, que
se enquadrado na licenciatura de português e tem como objetivo compreender a consciência
como um valor ético e moral.
Para o levantamento bibliográfico, foram consultados materiais publicados em livros, manuais,
dissertações e web sites. A base de dados mais utilizada foi o Google, utilizando-se a palavras
chave consciência como um valor ético. O material foi selecionado de acordo com a relação
destes artigos com o tema e foi analisado segundo a interpretação dos mesmos, ou seja, depois de
recolhidos os dados, deve-se passar para a interpretação dos dados, que devem ser analisados,
controlados e classificados de acordo com a análise do trabalho estatístico e na interpretação.
(Ciribelli, 2003).
O presente trabalho para uma fácil compreensão se encontra dividido em capítulos, títulos e
subtítulos e estão postos em negrito ou itálico as partes necessárias para uma boa percepção.

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2.0 Revisão do conceito de consciência

Segundo Revier (1985) a consciência é a percepção imediata do sujeito, daquilo que se passa,
dentro ou fora dele.
A consciência pode definir se como o conhecimento que o homem possui dos seus próprios
pensamentos, sentimentos e actos.
A consciência possibilita ao Homem pensar o mundo que o rodeia, e é nele que estão enraizados
o sentimento de existência e pensamento da morte. Malon (2003)
A consciência é a essência do ser humano e a fonte do conhecimento e verdade.
De acordo com Descartes e o seu principio “penso logo existo”, a consciência surge como
fundamento e modelo de todo o conhecimento. Através dela, sabe se que, se existe e que se é, ou
seja, uma coisa pensante, uma alma separada do corpo.
Para Espinosa a consciência é a fonte de ilusões. Somos conscientes dos nossos desejos e
representações. Facto que torna a consciência um conhecimento incompleto que mantem o
homem ignorante das causas que produzem conhecimento verdadeiro e total. assim, a
consciência não é do modo algum, lugar de conhecimento verdadeiro, mas sim causadora de
ilusões.

2.1 Tipos de consciência


 Consciência antecedente: - é a que tomamos antes de agir ou fazer algo, este tipo de
consciência guia-nos para a futura reações e ações;
 Consciência consequente: - é aquela que tomamos depois de executar um acto;
 Consciência Moral:

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Consciência moral é a atenção do sujeito ao valor moral das suas acções, para julgar se elas são
boas ou más. Esta atenção ou capacidade de avaliar a moralidade dos actos diz respeito tanto às
ações já efectuadas como àquelas que se estão a realizar e às que serão realizadas futuramente.
A consciência moral é a voz da nossa consciência ou juiz interior que nos obriga, nos acusa ou
repreende enquanto sujeitos livres e racionais, capazes de responder pelos próprios actos ou de
avaliar os actos alheios.

 Consciência Social
A consciência social pode ser definida como a capacidade que uma pessoa tem de perceber a
sociedade ao seu redor neste sentido, é importante que se compreenda como o reflexo de ações
publicas como a educação e a saúde, afecta a sociedade em todos os níveis da mesma forma que
é preciso que cada pessoa observe como as suas ações individuais afetam os outros. Com isso a
consciência social pressupõe ter sensibilidades em relação as necessidades de outras pessoas e do
ambiente. Isso é muito importante para a construção de valores fundamentais como o respeito, a
responsabilidade e o senso da justiça.

 Consciência Moral contínuo: - que se considera como sendo aquela que ilumina a
mente humano e identifica à verdade do ser humano;
 Consciência psicológica: - aquela que nos dá conta da influência externa do facto ético.
Este tipo de consciência dá-nos conta duma realidade, não só, denuncia, distingue o medo
e omite factos de reações do homem.
 Consciência reflexiva: aquela que nos leva a refletir sobre os nossos instintos. Aqui (Id,
Ego e Supergo) estão todos e são controlados pela consciência, a base deste controlo é o
sistema nervoso humano, tem a capacidade reflexiva que esta a sua volta e, é diferente
entre as pessoas, mesmo que estes tenham mesmos costumes , hábitos, etc.

2.2 Classificação da consciência

 Consciência errónea/Invencível – Quando não está de acordo. Não tem a possibilidade


de superar o erro ou o individuo encontra-se sem possibilidade de vencer o erro. Pode vir
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a ser considerada consciência vencível errónea, quando o individuo tem a possibilidade
de superar o erro.
 . Consciência duvidosa – O individuo não está certo sobre a moral ou valores éticos,
assume-se como erro colável e não culpável. Diz-se rigorosamente não existe
consciência duvidosa porque quem age consciente não duvida.
 Consciência lasser- aquele que não interessa no que é bom, exclui aquilo que é bom e
deixa sempre passar, quer dizer o individuo age sem nenhum esforço para o bem.
 Consciência Cega – O individuo age também duma maneira cega, exclui aquilo que é
bom, defende muito os actos que constituem cegeira e é influenciado pelos pequenos
abusos frequentes.
 Consciência perplexa- trata-se duma consciência que está diante a uma ou mais opções
e não sabe qual delas é certa.
 Consciência escrupulosa – é a fixação neurótica, trata-se de ansiedade e pode ser uma
neurose compulsiva. Nestas circunstâncias o individuo pode piorar quando sente
praticamente obrigada a agir ou apresentar alguns aspectos comportamentais diferentes,
podendo ser passageiras dependendo também da fase em que este se encontra.
(geralmente ocorre nos idosos).

3.0 O que a consciência influencia?

3.1. A ignorância; esta pode ser invencível, vencível afecta consideravelmente


a responsabilidade. Considera-se;
 Ignorância invencível, aquela na qual o individuo faz algo sem ser
culpado. Ex; Não conhecer certa Lei, e,
 Ignorância vencível, aquela que não tira a responsabilidade, mas pode ser superada pelo
individuo. Ex: Médico que receita medicamento a um doente sem precaver as
circunstâncias.
3.2. A Paixão: é a emoção forte da parte do apetite sensitivo que impede o
processo de deliberação do individuo, esta paixão pode ser antecedente e
consequente;
 É paixão antecedente, aquela que destrói a responsabilidade e, na
vida real este tipo de paixão diminui a responsabilidade, e
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 É paixão consequente, aquela paixão que se procura obter pela existência de algo
desejada.
3.3. Medo: é a percepção do mal que nos avizinha e o medo pode diminuir a responsabilidade. É
normal ter medo. O medo pode ser intelectual e emocional.
3.4. A Força: a força externa ou interna pode diminuir a responsabilidade, temos que entender
que qualquer coisa feita a força não é voluntária e é amoral.
3.5. O hábito: A maneira constante de agir adequerida pela repetição do mesmo hábito. O hábito
pode ser cultivado e influencia negativamente na responsabilidade devido ao relaxamento.
Existem outros elementos que podem influenciar e enfraquecer a responsabilidade, temos o caso
do Álcool, a Droga, etc. que podem afectar o psíquico e o físico e alterar o estado da consciência
do individuo levando a reagir mal ou a destruição mental, consequentemente a falta de
responsabilidade pelos actos.
Há um aspecto de pouco relevo que grandemente pode relaciona-se a ignorância, pode ser do
Erro. Analista de responsabilidade social, defendem que o erro é originado pela falta de
preconceitos, conceitos influenciados dentro de grupos sociais, de amigos, falta de leitura, etc.
O erro influencia negativamente aquilo que deveria ser percebido como verdade e
consequentemente afecta a responsabilidade do individuo. Admite-se que o erro pode ser
vencido através de investigação individual ou colectiva, orientação e outros mecanismos .

4.O Consciência como função de origem social que regula o contato com
outros indivíduos
Ao considerarmos os seres humanos, encontramos a intenção, a afetividade, o pensamento e a
consciência. Em Vigotski (1924/2004), a consciência pode ser definida como um entrelaçamento
de sistemas reflexos. No entanto, a consciência não se confunde com reflexo, do mesmo modo
que não é um “mecanismo interno”. Segundo o autor, o significado da palavra seria detentor das
propriedades da consciência.
Esses significados são convertidos em sentidos pessoais, de acordo com as necessidades e
emoções que motivaram o seu uso. Dessa forma, o sentido é soma de todos os eventos
psicológicos que a palavra desperta na consciência. A palavra, como detentora de significado, ao
mesmo tempo em que desperta eventos na consciência, é base para a sua formação. Nesse
sentido, a consciência possui origem social, já que os reflexos reversíveis originados da palavra
servem de fundamento para a comunicação social e para a coordenação coletiva do
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comportamento. “Com isto aborda-se um aspecto na natureza da palavra cujo significado
ultrapassa os limites do pensamento como tal e em toda a sua plenitude só pode ser estudado em
composição com uma questão mais genérica: a palavra e a consciência. Se a consciência, que
sente e pensa, dispõe de diferentes modos de representação da realidade, estes representam
igualmente diferentes tipos de consciência. Por isso, o pensamento e a linguagem são a chave
para a compreensão da natureza da consciência humana” (Vigotski, 2000, p. 485).

De acordo com Vigotski (1924/2004), a atividade humana está relacionada com o conceito de
mediação, ou, ainda, não significa apenas uma reação ao meio, mas uma transformação através
de instrumentos. A utilização de instrumentos implica na constituição do signo, na regulação da
conduta e construção da consciência, a qual possui uma estrutura semiótica que regula o contato
com os outros indivíduos e consigo mesmo (Riviére, 1985)

4.1 Consciência Como mecanismo que filtra o mundo


A consciência em Vigotski (1924/2004) é um mecanismo que filtra o mundo, tornando possível a
atuação do sujeito. Ela filtra a realidade e a modifica. Dessa forma, a consciência refletiria a
realidade, sobre a realidade e sobre si mesma. Além disso, há possibilidade de mudanças na
consciência, não percebidas pelo sujeito. Essa característica estaria relacionada à ideia de o
sujeito poder refletir sobre a própria atividade e essa reflexão poder transformá-la. A motivação
para atuação no mundo dependeria da percepção do sujeito sobre si. O caráter seletivo da
consciência é assegurado por seus limiares, que têm a função de impedir o caos (Molon, 2003).
O sujeito em Vigotski (1924/2004) estabelece relações com e na experiência de outros sujeitos
através da intersubjetividade. Dessa forma, sentimento, pensamento e vontade estão
relacionados, ou seja, não existe o funcionamento isolado entre eles, mas interconexões
funcionais. A vontade é a função que potencializa as demais, e esta se apresenta inicialmente
como social, depois interpessoal e, em seguida, intrapsíquica. Molon (2003), com base nas ideias
de Vygotski, afirma que o pensamento não nasce de si mesmo ou de outros pensamentos, mas
das motivações que compõem nossa consciência, interesses, afetos e necessidades.

4.2 Aspectos da natureza do juízo da consciência do Homem


O aspecto da consciência não é posto em dúvida. Há diversas opiniões em relação a isso.

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Alguns Sentimentalista, defendem que a consciência é uma espécie de estado que nos dá a
conhecer o Bem e o Mal e o juízo da consciência estão no homem. São criticados pelos simples
factos de serem simplesita e deduzissem o juízo a sensibilidades instintivas, pois os instintos não
podem ser a guia da ética e nem da moral, o instinto é algo cego e o Bem ou Mal depende da
razão do julgamento do homem, apesar da natureza humana ser instintiva.
 Os Evolucionistas, defende que a natureza do juízo da consciência é adquirida pela
experiência, aperfeiçoamento e pela educação. Pela influencia social começa o homem a
compreender o que é Bom e Mau. As normas, as leis e maneiras de viver, vão
transformar estas normais de forma extrema para o homem assumir a si mesmo,
interiorizar e tornar consciente. “a consciência é a voz da liberdade e manifesta-se pela
pessoa social”. Esta visão, também é criticada pelos simples factos de reduzir o homem a
própria sociedade adapta-se a realidade própria da sociedade.
 Os Racionalista, apresenta a sua visão, admitem que a natureza do juízo da consciência é
a razão ou intelecto e que as leis morais e éticas são criação da razão humana. Existe
uma obrigatoriedade sobre o juízo da consciência humano fazer uma distinção entre razão
teórica e prática. Neste caso, a razão teórica entende-se como capacidade natural de
distinguir a verdade e o erro enquanto a razão prática, o movimento originário e
espontâneo da razão bem essencial ou principal.
 As doutrinas metafisicas, admitem que a natureza de juízo da consciência do homem é a
razão que interpreta e aplica a lei moral e, é da autoria divina, por ser iminente, porque o
homem sente que está dentro dela e é transcendental, por estar além do homem e das
instâncias sociais.

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5.0 Conclusão

A questão da consciência continua a representar um desafio ao nosso entendimento; porém,


nos últimos anos o terreno parece que se tornou menos obscuro. A proposta clara, embasada
e receptiva para a inclusão dos achados de outros autores, fornece, ao nosso ver, uma linha
mestra para os desenvolvimentos que estão por vir.
Por ser um trabalho de natureza exploratória, foram relevantes a descoberta e a compreensão da
amplitude do tema estudado: Consciência fugindo de perspetiva funcionalistas, e através do
suporte bibliográfico, foi possível perceber que o conceito da consciência é muitas vezes
“precipitadamente” utilizado sem uma reflexão mais criteriosa e detalhada sobre o assunto.
Nunca ninguém se tornou ético assistindo a seminários ou cursos de ética, como refere Moreira,
se assim fosse, as pessoas de pouca cultura teriam todos comportamentos antiéticos, pelo
contrário, são os mais instruídos que efetivamente têm condutas menos éticas. A ética é algo que
se pratica de forma continuada, não apenas quando se verificam condições favoráveis, pois o
difícil é quando temos o contrário.
Este trabalho buscou familiarizar a quem ainda não tem maior contato com o tema com algumas
ideias básicas e com alguns autores importantes que investigaram sobre o tema.

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Bibliografia

Aristoteles, A Politica. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Edição de Ouro, 1966.

Cortella, Mário Sérgio, A escola e o Conhecimento: Fundamentos epistemológicos e políticos.


12º ed. São Paulo: Cortez, 2008.

Cacciola, Maria Lúcia Mello e Oliveira. Schopenhauer e a questão do dogmatismo.


São Paulo: EDUSP, 1994.
Lima, Henrique C. Vaz de. Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética Filosófica 1. 2. ed.
São Paulo: Edições Loyola, 1999.

Locke, John. Ensaio Sobre o Entendimento Humano. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2005. 2 v.

Severino, Antônio Joaquim. Filosofia. Rio de Janeiro: Cortez. 1994.


Vázquez, Adolfo Sánchez. Ética. 36. ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira.
2005

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