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Farmacotécnica I - CFA 41 - 2023 Dezembro 29

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DISCIPLINA - FARMACOTECNICA

TEMA: INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA E


BIBLIOGRAFIA.

● Generalidades e Definição.

Distingue-se duas partes:

-Farmácia galênica (produção de mdtos em farmácia de


oficina);
-Farmácia industrial (Tecnologia de produção industrial de
mdtos).

1. A Farmácia Galénica é a “ciência e a arte de preparar,


conservar e apresentar os medicamentos”.

Antigamente, como arte, ela interessava-se aos


medicamentos complexos, mal definidos, extraídos de plantas
ou animais.

Actualmente, como ciência, trata da totalidade dos mdtos


porque todo o princípio activo necessita, para a sua
administração, de ser apresentado em forma galênica.

E pode ser definida com o enunciado do seu objectivo, que é o


de:

Encontrar para cada princípio activo (substância


medicamentosa) a apresentação medicamentosa mais
adaptada e dotada de acção terapêutica adequada para o
tratamento de uma determinada doença.

2. A Farmácia Industrial: Tecnologia de produção industrial


de mdtos.

Para estudar a F.G, o aluno deve se dotar de conhecimentos


de:
- Química;
- Farmacognósia;
- Física;
- Farmacologia e outros.

A transformação das substancias dotadas de acção


terapêutica (formas farmacêuticas) obriga à execução de
certas manipulações (operações farmacêuticas).

● Objectivos:

-Dotar o estudante de conhecimentos e pratica de produção


de mdtos;
-Ensinar ao estudante nas condições de produção industrial;
-Preparar:
-soluções;
-comprimidos;
-cápsulas;
-supositórios;
-formas liquidas estéreis;
-pomadas, etc.
-analisar as formas preparadas e
-aprender as regras de conservação.

● Breve historial.

O acto farmacêutico das origens ao presente:

-Consiste em saber recolher, conservar as matérias primas ou


drogas simples, dar-lhes as formas necessárias misturando-
as para compor o remédio prescrito pelo médico, isto é arte
do farmacêutico.

-Conhecer milhares de produtos de origem mineral, vegetal


ou animal, procurá-las a qualquer altura e colocá-las nas
melhores condições para que não se alterem, dar-lhes as
formas convenientes para a preparação ou a administração
de mdtos, eliminando as partes inertes ou inúteis.

-Preparar também pós, sucos, tisanas, mucilagens, emulsões,


tinturas, vinhos medicinais, extractos de xaropes, pastas,
comprimidos, pílulas, pomadas, supositórios, loções, colírios,
injecções, dentífricos, etc.
Preparar estes remédios de maneira mais precisa, tendo em
conta as condições físicas, reacções, será que não e arte ?

Hoje, o farmacêutico merece de ser qualificado de sábio como


o físico, o químico, o botânico ou o medico == Ciência.

 Definição de acordo com o dicionário de Trevoux:

A Farmácia é a segunda parte da medicina, que ensina a


eleição, a preparação e a mistura de medicamentos.

No século XVII, existia uma ligeira diferença entre o


Farmacêutico e o Apotecário.

 O Farmacêutico: é o perito na arte da farmácia.


 O Apotecário: é aquele que exercia a profissão e mantinha
uma botequim.

Este vocabulário só desapareceu no fim do século XVIII e


ficou bem definido o papel do Farmacêutico.

 Evolução do Acto Farmacêutico.

Distingue-se 4 fases ou períodos:

1º: PERIODO RELIGIOSO.


2º: PERIODO FILOSOFICO.
3º: PERIODOEXPERIMENTAL.
4º: PERIODO CIENTIFICO.

► Período religioso.

A doença é anterior ao homem, assim como a medicina e


depois a farmácia.
O acto farmacêutico desde a pré-história era instintivo e
empírico.

O uso de remédios era acompanhado de invocações a


divindades. O essencial era render homenagem aos deuses do
bem afim de se combater os maus espíritos dos deuses do
mal.
Esta farmácia empírica cobre o período religioso da historia
da nossa profissão. Entre a farmácia egípcia, a chinesa e a
mesopotamiana, é difícil dizer, qual delas é a mais antiga.

O Pen Tsao, farmacopeia chinesa, fornece os primeiros


elementos do acto farmacêutico.

No Médio Oriente, a farmacopeia de Sumer, gravada na tábua


de Nippur, encontrada na Babilónia, é a mais antiga.

O Código de Hammourabi contem centenas de receitas de


medicina.

► Período filosófico(de 1000 antes de cristo ate ao 900 da


nossa era).

Predominado pela personalidade e a fama de alguns médicos


gregos e romanos.
O Apollon e o seu filho Esculape eram venerados nos
templos, onde este último é sempre representado
acompanhado de uma serpente e tratando doentes.

A Hygia, filha do Esculape, também faz parte da lenda.


Deusa da saúde, representada por uma jovem com taça na
mão direita e uma serpente na mão esquerda.

No século de Pericles, os filósofos tais como o Platão,


Sócrates e Aristóteles falam da arte médica na praça
pública.

O Hipócrates (450 antes de Cristo), considerado como o pai


da medicina, foi o primeiro a trazer um apontamento
cientifico na pratica medica.
Ele separou a medicina da filosofia e subordinou o raciocínio
a experiência.
Precisou a atitude moral do medico, concretizada pelo
juramento de Hipocrates, prestado por todos os médicos.

O Claudius Galenus (século II da nossa era), hoje chamado


Galien, considerado como o pai da farmácia, compôs 500
tratados de medicina cuja maior parte foi consagrada à
composição e à classificação de medicamentos.

Daí a Farmácia galênica representa a ciência de


transformação das drogas em medicamentos.

► Período experimental.

(da idade média ao século XVII)

Os debates foram pouco a pouco substituídos por descrições


baseadas na observação e experimentação (influência árabe).

Apaixonados pelas ciências médicas e farmacêuticas, os


árabes inventaram a distilação, descobriram a sublimação e
isolaram o álcool.

Avicenne, médico célebre (980-1037).


Cohen El Attar, padre farmacêutico e galenista.

Na sua partida da Europa, os árabes deixaram uma herança,


a alquimia, o pensamento mestre da idade média.
Foi instituída a inspecção das oficinas por mestres em
medicina e em farmácia, daí a separação da medicina e da
farmácia com a criação da Apoteca (botequim, com duas
partes: a recepção de clientes e a preparação de remédios).

► Período científico.

Surgimento de: Quinina e Tabaco.

Inicia com as descobertas do botanista Linné, o químico


Lavoisier e outros, o farmaceutico-militar Parmentier.

Surge a primeira vacina por Jenner.


Primeiras especialidades: água de colonha.
Declaração do rei francês em Abril de 1777, que recomenda
a organização da profissão em Paris e arredores.
Os Apotecários desmarcam-se dos Cantineiros e formam o
Colégio de Farmácia.
Surgimento da 1a associação: Société libre des Pharmaciens,
depois deu lugar a Société de Pharmacie.
TEMA : PRINCÍPIOS DE CONFECÇÃO DA RECEITA
MÉDICA
E INSTRUÇÕES PARA O SEU SEGUIMENTO
PELO PACIENTE.

● Generalidades.

Receita.

A Receita médica (R.m) é uma importante transacção


terapêutica entre o médico e o paciente.
É uma forma escrita através da qual o médico se dirige ao
Farmacêutico para a dispensação de mdtos sob forma
farmacêutica e dose determinadas e determinando a sua
forma de administração.

Distingue-se:

a) A receita pré-fabricada e.
b) A extemporânea.

Obs.: A R.m deve ser bem escrita, clara e concisa, senão


torna-se inútil.
Deve instruir adequadamente o paciente.

Receituário.

É a parte do manuseamento dos mdtos que estuda as regras


de formulação (elaboração) da R.m e a prescrição nela de
determinadas formas farmacêuticas.

Posologia.
É o estudo das doses nas quais devem ser administrados os
mdtos.
A posologia é específica para um mdto e depende de vários
factores:
-natureza do princípio activo;
-natureza da doença a ser tratada;
-A via de administração;
-Factores individuais (idade, sexo / raça, peso, tolerância);
-Associação de mdtos, etc.

Confecção da Receita médica.

Foi abandonada a prática de escrever receitas complexas (


vários ingredientes, adjuvantes, correctivos e veículos, etc.) a
favor de drogas e misturas únicas de drogas, fabricadas pela
industria farmacêutica.

Hoje em dia, um inquérito levado a cabo nos UEA, revela que


99% de receitas contêm drogas pré-fabricadas e somente 1%
exige manipulação.

A confecção correcta e rápida da R.m exige prática


(experiência).
O receituário deve conter:
-O nome da unidade sanitária;
-O nome do médico e o seu número de registo na ordem dos
médicos;
-O endereço, número de telefone, horas de consulta, etc.

Como a R.m é um documento médico-legal, ela deve ser


escrita a tinta obrigatoriamente.
É bom costume, o médico guardar uma cópia para o seu
arquivo. Isto o protege e serve para completar o registo do
tratamento.

Princípios de prescrição.

a) Escolha do nome da droga.

As drogas podem ser receitadas sob nome oficial, de marca


(comercial) ou não comercial (genérico = DCI).
Aconselha-se o nome não comercial para evitar a duplicação
do fármaco e proporcionar um beneficio económico para o
paciente (baixo preço).

Argumentos contra:

Preocupações acerca da qualidade dos genéricos;


-Inequivalência terapêutica na mudança do produto
(comercial ou não).

b) Escolha de um sistema de pesos e medidas.

A R.m deve ser escrita no sistema métrico (quantidades em


número + unidade métrica de peso ou volume desejada).
► Sistema apotecário (Trabalho em autonomia).

Equivalência: Apotecário – métrico.

► Medidas caseiras.

A droga receitada em mg ou ml é medida através de utensílios


comuns de casa.

A gota é um problema especial. Ela varia de tamanho em


função do líquido, sua densidade, temperatura, viscosidade,
orifício do conta-gotas, ângulo de incidência, etc.

O tamanho da colher de chá também varia


consideravelmente.
A colher de chá padrão contém 4,93 ml +/- 0,24 ml e
considera-se que a sua capacidade é de 5,0 ml.
“American National Standads”.

A colher para sobremesa contém 7,5 ml a de sopa contém 15


ml (varia em função do fabricante).

Porém, existem outros dispositivos: cilindros, copinhos


calibrados, seringas orais, etc.

● Elaboração da R.m

A R.m segue um padrão definido que facilita a interpretação e


deve ter os seguintes elementos (cf. T. 5).
● Instruções para seguimento pelo paciente.

A maior parte dos médicos supõe que, uma vez feito o


diagnóstico e passada e entregue a receita, o paciente irá
beneficiar-se do seu diagnóstico e do tratamento.

Mas o tratamento do paciente pode ser comprometido pelo


seu próprio incumprimento (erros de obediência. Omissão,
deliberação, dosagem, hora e sequência, adição de mdtos não
receitados, término prematuro da ingestão do mdto, etc.).

A doença do paciente.

Após elaboração da R.m, o médico deve certificar-se de que o


paciente compreende a natureza e o prognóstico da
enfermidade e o que deve esperar do mdto.
O médico deve explicar como o mdto altera o processo da
enfermida.

O paciente.

Erros e desobediência ao tratamento ocorrem mais com


frequência nas faixas etárias extremas e nos pacientes que
moram sozinhos.

O mau seguimento do tratamento nas crianças relaciona-se


com problemas de sabor e deglutição (explorar os hábitos
alimentares, sono e de trabalho do paciente).

O médico.

As vezes é incapaz de prever o mau seguimento do


tratamento.
O relacionamento entre o médico e o paciente e a forma clara
com que é explicado o programa de tratamento possuem um
forte impacto na obediência ao tratamento.

O mdto receitado.
Vários mdtos, programas de doses frequentes e aspectos
físicos do mdto em si, muitas as vezes, favorecem a não
observação do tratamento.

Há confusão também quando são receitados mdtos de


aspectos semelhantes para o mesmo paciente.

O meio ambiente do tratamento.

Estudos realizados revelam que a desobediência ao


tratamento aumenta progressivamente de acordo com o meio
ambiente.

19% - nos internados;


37% - nos semi-internados;
48% - nos ambulatórios.

Antes de deixarem o hospital, o médico deve ensinar aos


pacientes alguns princípios de auto-medicação.

Consequências da não-observação do tratamento (TEM).

O Farmacêutico e a observância do tratamento pelo


paciente.

O Farmacêutico, por regra geral, é o último profissional a


entrar em contacto com o paciente ambulatório antes do
início da medicação.

Os Farmacêuticos podem, de modo eficaz, cooperar com o


médico na educação do paciente acerca da observância do
tratamento.
Podem aconselhar os pacientes sobre como devem tomar os
mdtos.
Daí a cooperação entre o Farmacêutico e o médico para
melhorar o tratamento do paciente.
TEMA: AS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS.

Introdução.

O papel fundamental do medicamento é:


-Tratar um órgão e
-Corrigir uma função alterada.

Mas não é sempre possível meter em contacto o medicamento


com o órgão ou o tecido, onde se encontra a função alterada.
(Ex. o ferimento é tratado com anti-séptico ao passo que a
infecção pulmonar é tratada com aerossol ou anti-infeccioso
(antibiótico)).

Existem várias vias de administração que possuem


vantagens e desvantagens.

■ As principais vias de administração são:

-Via enteral / oral.


-Via parenteral.
-Via Transmucosa (perlingual, sublingual, bucofaringea,
ocular, auricular, nasal, pulmonar, rectal, vaginal, uretral,
etc.).
-Via Cutânea (local ou tópica).

► Via Enteral (oral, ora bucal).

Administração pela boca, passando pelo TGI até ao intestino


delgado (zona de absorção).

Vantagens: via cómoda: podem ser administradas doses


elevadas duma vez.
Desvantagens:

-Risco de alteração do princípio activo pelo suco gástrico (pH.


1,5-7,5) e enzimas;
-Possibilidade de irritação do TGI (salicilatos);
-Sabor e cheiro;
-Problemas de absorção, que varia em função dos princípios
activos: (sulfamidas, forma farmacêutica, hora da toma:
manhã ou tarde, presença de alimentos).

 Formas administradas por esta via:

-Formas sólidas: pós, saquetas, cápsulas, pílulas, pastilhas,


comprimidos, etc.
-Formas líquidas: soluções, xaropes, suspensões, emulsões,
etc.

► Via parenteral.

O termo parenteral vem do grego: para = ao lado e enteros =


tubo digestivo, o que significa administração de mdtos ao
lado do tubo digestivo, evitando o trato.
Classicamente, utiliza-se esse termo para designar a
administração que consiste em fazer penetrar o mdto por via
de efracção, através da pele.

Para realizar esta operação, é preciso perfurar a pele com


ajuda de uma agulha com seringa graduada, munida de um
pistão.

A agulha é um tubo metálico inox com 2 - 5 cm de


cumprimento.
As seringas em vidro / polímero sintético, são instrumentos
de precisão com um volume de 1 - 100 ml.

A via parenteral serve para administrar mdtos a vários locais


do organismo:
-Via intradérmica (ID): imediatamente em baixo da pele,
entre a epiderme e a derme.
-Via subcutânea (SC): em baixo da pele, no tecido
conjuntivo: abdómen, coxa, ombro.
-Via intramuscular (IM): no tecido muscular profundo,
nádega.
-Via intravenosa ou endovenosa (IV): na veia.
-Via intra-arterial (IA): na artéria.
-via intra-raquidiana (IR): entre a medula e a coluna.
-Via intra-cardíaca (IC): no músculo cardíaco.
-Via intra-articular (IA) numa articulação: joelho
-Via epidural, etc.

Administra-se por esta via: produtos líquidos ou suspensões,


mas também sólidos: Implantes (tipo de comprimidos
colocados no tecido conjuntivo depois da incisão).
Em (IV): podem ser administrados grandes volumes (100 ml
ou mais): perfusão com ajuda de um sistema próprio.

 Vantagens:

-Não há alteração de princípios activos pelos líquidos do TGI.


-Absorção rápida.
-Administração rápida no local desejado.

 Desvantagens:

-Dor no local de injecção.


-Dificuldade de repetir a injecção em certos locais.
-Risco de alteração ou lesão da pele ou vasos.
-Selecção de mdtos líquidos, de fraca viscosidade (suspensões
só para via Intramuscular).

Obs.: Exigência imperativa: esterilidade e sem pirogêneo..


 Formas administradas:

-Soluções;
-Emulsões;
-Suspensões;
-Sólidos (implantes).

► Via Transmucosa.
As mucosas são tecidos sensíveis e frágeis, irritáveis e bem
vascularizados que cobrem certas cavidades do organismo
abertas no exterior ( bucal, perlingual, bucofaringea, nasal,
auricular, ocular, pulmonar, rectal, vaginal, uretral, etc).

 Formas administradas:

-Comprimidos, pastilhas, gomas, gargarismos, colírios,


soluções, pomadas, pós, gases, cápsulas, suspensões, óvulos,
velas, etc.

► Via cutânea (acção local ou geral): medicamentos


colocados na pele e podem exercer:

-uma acção local (anti-inflamatório ou protecção da pele).


-Acção geral (atravessando a barreira cutânea).

Vantagens:

-aplicação directa no local de acção ou numa zona de fácil


absorção para a acção geral.

Desvantagens:

-A pele sã tem uma permeabilidade selectiva.


-A pele doente tem uma permeabilidade acrescida e a
absorção de certas substancias pode provocar efeitos
secundários.

 Formas administradas:

-Semi-sólidos (pomadas, cremes, géis, pastas).


-Espumas, líquidos (soluções, loções, linimentos).
-Sinapismos, formas adesivas (emplastrum, timbres).

♠♥ Avaliação:

-Definir cada via de administração


-Indicar o seu tipo de actividade farmacológico: local ou geral.
-Enumerar as vantagens e desvantagens.
-Enumerar as formas galênicas utilizadas.
II. Posologia.

A posologia é o estudo das doses nas quais devem ser


administradas os medicamentos.
A dose é específica para um mdto e depende de uma serie de
factores:

-A natureza do princípio activo:

Certos princípios activos agem na dose de miligrama


(estricnina), outros em doses próximas ou superiores ao
grama (aspirina 0,5 g; sulfato de sódio 5 g).

-A natureza da doença a ser tratada:

Não há regra fixa. As doses variam em função do tipo de


doença (migraine = enxaqueca: ASA 0,5 g e reumatismo:
(+/-) 5 g de ASA).

-A via de administração:

A absorção depende da via utilizada. As doses variam em


função da absorção. Doses mais fracas para (I.V).; doses mais
elevadas para (V.O).

-Os factores individuais: a dose varia em função de:

a) Idade: ajustar a dose em função da idade (criança


ou adulto).
b) Sexo e Raça: não ter muito em conta.
c) Peso: mais importante nas crianças.

-A tolerância:

Caracteriza a sensibilidade do sujeito (um grupo de pessoas


da idade, peso que recebe a mesma dose, apresenta
diferentes reacções).

-Associações medicamentosas:
O produto A associado ao B, pode aumentar a acção deste
último: sinergismo ou reduzi-la: antagonismo.

-Determinação da posologia:

É realizada durante os ensaios clínicos dos mdtos (baseando-


se, durante o desenvolvimento, nos ensaios
farmacodinámicos efectuados em animais (ideia de actividade
do princípio activo e as doses necessárias para provocar esta
actividade).

-Doses:

-Dose terapêutica é a dose usual, necessária para se obter o


efeito terapêutico desejado.
-Dose tóxica é a dose máxima, que desencadeia os efeitos
tóxicos.

Se a dose usual for muito fraca, em relação à dose tóxica, o


princípio activo tem uma margem terapêutica importante. Se
for o inverso, o interesse terapêutico deve ser elevado para o
risco que se corre na utilização deste produto.

A partir destas duas doses determina-se:

-A dose por toma: quantidade total de mdto administrado


duma vez.
-A dose em 24 horas: quantidade de mdto tomado num dia
(dose única ou fraccionada).
-A dose por tratamento: múltiplo da dose em 24 horas em
função do número dos dias de tratamento.

 Quadro de posologia:

A Farmacopeia apresenta quadros de posologia para adultos


e crianças.
A dose máxima não se deve ultrapassar sem autorização
(escrita) do médico, porque o Farmacêutico não tem o direito
de dispensar mdtos prescritos em doses superiores às doses
máximas.

♥♠ Avaliação.
-Definir a toxicidade.
-Enumerar os factores que influenciam a toxidade.
-Enumerar os factores susceptíveis de modificar a posologia.
-Explicar como determinar a posologia de um mdto.

Tema 5

Origem das matérias-primas utilizadas na preparação de

mdtos

Medicamento (Definição)

O Mdto é toda a preparação farmacêutica contendo um ou

mais fármacos, destinada ao diagnóstico, prevenção ou tto

das doenças e seus sintomas ou à correcção ou modificação

das funções orgânicas, quer no homem, quer nos outros

seres vivos.

O mdto (Excipientes) contém ainda excipientes e adjuvantes,

tudo apresentado num acondicionamento, que provém de

matérias-primas de diversas origens.

Mdto (Pa & Exp)


Princípio activo (Pa) : substância susceptível de prever ou

fazer cessar um distúrbio determinado do organismo

(propriedades curativas ou preventivas).

Excipiente (Exp) : (do latim: excipere = receber), substância

inactiva, facilita a preparação e uso do mdto, joga um papel

importante na libertação do princípio activo.

Mdto (Acondicionamento)

Existem 2 tipos:

Primário: protege, isola e conserva o mdto. Facilita a utilização do mdto.

Está em contacto directo com o mdto. (Ex. Frasco de xarope).

Secundário: permite a manipulação, a transportação assim como a sua

identificação e a sua informação para o paciente. (Ex. Caixa de cartão).

Farmácia galénica

Ciência de aplicação que tem por fim obter preparações farmacêuticas,

a que se dá o nome de mdtos. O seu papel é encontrar para cada

princípio activo, a forma medicamentosa mais adaptada ao tratamento

de uma determinada doença.

Engloba a Tecnologia industrial para a preparação de mdtos.


E a Biofarmacia, estuda o destino “in vivo” do princípio activo

(libertação, absorção, metabolismo, eliminação e resposta) em função da

forma farmacêutica, via de administração, de excipientes...

(Ex. ASA 500 mg contem ASA (Pa), amido de milho e estearato de

magnésio como (Exp)).

Apresentados em tubo de alumínio, blister ou strip. Aqui consideramos

o ASA, excipientes e material de acondicionamento como matérias-

primas.

É de salientar que todo o industrial químico pode preparar a Aspirina

mas só o Farmacêutico está habilitado a preparar e vender ao público

os comprimidos apresentados em embalagem com etiqueta, indicações e

modo de usar.

Para responder às exigências de preparação, o Farmacêutico só pode

utilizar matérias-primas definidas na Farmacopeia (actualizada

periodicamente). Antes do seu uso, as matérias-primas devem ser

controladas (analisadas) no laboratório.

Classificação das matérias-primas.

1. de acordo com a sua função:

- Princípios activos (PA); Excipientes; Material de acondicionamento.

2. de acordo com a sua natureza:


Produtos definidos (substâncias químicas): aspirina, água destilada,

estreptomicina, etc.

- Produtos não definidos (obtidos a partir de plantas, animais ou

microrganismos, reacções químicas, tratamento de vários minerais):

vaselina, lanolina, ópio, etc.

- Tecidos animais ou vegetais, animais ou plantas inteiras: flores,

folhas, cascas, raízes, hipófise, etc.

3. Em função da origem:

- Biológica (animais, vegetais, microrganismos); Mineral (minerais);

Sintética (reacções químicas).

4. de acordo com a sua acção:

- Mdtos classificados em função da sua actividade: classificação

farmacológica.

Matérias-primas de origem mineral

- O seu uso é muito antigo assim como as plantas e os animais.

- Vários minerais eram utilizados na medicina mas foram abandonados

por não terem acção real.


Actualmente são utilizadas 2 categorias de minerais:

- Produtos naturais (água, talco); Produtos elaborados (obtidos na base

de reacções químicas simples sobre matérias-primas de origem natural:

Sulfato de sódio = Ácido sulfúrico e cloreto de sódio; Nitrato de bismuto

= Ácido nítrico e Óxido de bismuto).

Na aplicação farmacêutica, eles serviram como princípios activos ou

excipientes.

Princípios activos

- Bicarbonato de sódio, Óxido de magnésio (para corrigir a acidez

gástrica);

- Sulfato de sódio e de magnésio (purgante);

- Oxalato ferroso (anti-anémico);

- Sulfato de cobre (antisséptico);

- Óxido de mercúrio (antisséptico);

- Sais orgânicos de Bismuto (anti-sifilítico);

- Arseniato de sódio (estimulante de apetite);

Excipientes
- Água (destilada, osmoseada).

- Talco, argila, gás (liquefeito ou comprimido, útil na propulsão de

aerossóis).

Obs. Estes produtos são preparados pela indústria química e o

Farmacêutico tem que velar pela sua qualidade.

Matérias-primas de origem sintética

- Substâncias com esqueleto de hidrocarbonatos que contêm vários

grupos funcionais.

- São obtidas sinteticamente com ajuda de reacções químicas.

- O Químico, não é capaz de substituir a natureza, modifica as

estruturas naturais ou prepara análogos simplificados, que apresentam

propriedades adaptadas às necessidades da terapêutica.

- A hemi-síntese, transformação de moléculas obtidas por síntese, foi

um dos primeiros resultados no domínio dos antibióticos.

- A biologia molecular permitiu a elaboração da noção de receptores,

situados na membrana celular, a sua ocupação por uma molécula

activa produz uma resposta característica.


- Esta noção está na base da concepção de vários mdtos (antagonistas

dos receptores -adrenérgicos para o tratamento da hipertensão

arterial) ou -bloqueadores.

Matérias-primas (Biologia Molecular)

Matérias-primas de origem sintética

- Outro conceito interessante na obtenção de novos princípios activos

está baseado nos mecanismos de acção enzimática.

- Está comprovado que só uma pequena porção da enzima participa no

reconhecimento do seu substrato.

- Esta parte é chamada sítio activo da enzima (caracterizado por grupos

químicos e pela disposição espacial).

Ex. Descoberta dos inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina

(ECR).
- Se existe uma enzima que permite a transformação de angiotensina I

em angiotensina II (vasopressivo), existe enzima para evitar a produção

da angiotensina II.

- Depois dos diuréticos e -bloqueiadores, os inibidores de enzima de

conversão da Renina (ECR) constituem uma nova classe de mdtos da

hipertensão.

- Modelização, sobreposição de duas moléculas no computador, uma de

referência e outra ainda não sintetizada e imaginar todas as

possibilidades de formação do esqueleto.

Matérias-primas de origem vegetal

O emprego das plantas data das origens da humanidade e foi associado

às práticas rituais ou mágicos que hoje ainda encontramos nas

sociedades primitivas ou nas nossas regiões.

A fitoterapia (terapêutica com plantas) teve o seu início no princípio do

século XVIII e acelerou-se no século XIX, em paralelo com o progresso

da medicina e a química.
As plantas recolhidas no estado selvagem ou no cultivo são utilizadas

de várias formas (administradas em natureza, sob forma de chás,

infusão, decocto, etc.

Podem apresentar vários efeitos:

- diurético (Rizomas selvagens, raiz de reglisse);

- anti-séptico (Eucalipto);

- purgativo (laxante) (Sena);

- anti-inflamatório (Camomila), etc.

- Todas estas matérias-primas vegetais, plantas, partes de plantas ou

extractos são designadas drogas.

- Uma droga vegetal é, desta feita, uma matéria-prima bruta que sofreu

o mínimo de manipulações.

- Dantes o termo droga designava matérias-primas de todas as origens.


Principais famílias químicas de princípios activos orgânicos de síntese.

- Esteróides: corticóides (cortisona, prednisolona,), androgeneos,

estrogeneos, progestativos e contraceptivos orais.

- Pirazolados: (fenilbutazona, e derivados).

- Benzodiazepinas: (diazepan, nitrozepan).

- Ureias cíclicos: barbitúricos (fenobarbital), hidantoina (fenitoina).

Principais famílias químicas de princípios activos orgânicos de síntese.

- Fenotiazinas: (prometazina, cloropromazina...).

- Tiazidas: (clorotiazida, hidroclorotiazida).

- Cromonas: (Cromoglicato).

- Imidazolinas: (Naftazolina, Clonidina).

- Feniletilaminas: (Adrenalina, Isoprenalina, Salbutamol)...

- Nitrofuranas: (Nitrofurantoina), Nitro-imidazol (Metronidazol).

-Sulfamidas: (Sulfanilamida, Sulfametoxazol...).

-Quinolonas : (Ac. Nalidíxico).

-Penicilinas hemi-sintéticas : (Ampicilina) e Cefalosporinas, etc.


Avaliação.
-Classifique as matérias primas e comente brevemente cada grupo.

Tema 6
Conservação e Estabilidade de Mdtos.

Conservação de Mdtos
Como conservar os Mdtos?

Não basta criar, fabricar e dispensar os mdtos, é preciso assegurar a


sua conservação durante o tempo previsto da sua utilização.
Este é o objectivo que se fixa o Farmacêutico da indústria na
apresentação das suas especialidades.
No âmbito da autorização de introdução de um mdto no mercado
europeu (AIM), foram definidas regras de estudo da estabilidade do
princípio activo e da forma farmacêutica de forma a se obter todas as
informações necessárias atinentes a conservação do mdto posto no
circuito comercial.
Evidência das alterações.

Alterações observadas:
- Modificação dos caracteres organolépticos (cor, sabor, consistência).
- Precipitação ou distúrbio numa solução.
- Fermentação.
== Controlos físicos e químicos, fisiológicos e microbiológicos.
Causas de alteração dos Mdtos

Podem ser atribuídas a 3 tipos de factores:


- Físicos;
- Químicos;
- Biológicos;
- Influência dos agentes físicos.
O calor e a luz são os 2 factores principais de alteração dos mdtos.
A elevação de temperatura acelera as reacções, as trocas, a evaporação
dos solventes, etc.
A luz, quando rica em irradiações ultravioletas, provoca transformações
(moleculares, polimerizações, decomposições e oxidações ou reduções).
Influência dos agentes químicos. Podem ser de origem interna ou
externa.
a) Origem Interna:
Incompatibilidades durante a mistura de pós e outros ingredientes.
Reacções entre substâncias no meio líquido; ou entre substâncias e
solventes.
Ex. Cristalização de sacarose na presença de ácidos.

b) Origem Externa:
Podem vir do material de acondicionamento (recipiente).
- O ar é o maior factor externo de alteração externa (Oxigénio, vestígios
(traços) de ozona, bióxido de carbono, vapores de água causam
oxidação).
- Influência dos agentes biológicos.
Podem ser insectos que atacam plantas, bactérias, algas, fungos que se
desenvolvem nos mdtos ou enzimas hidratantes, oxidantes, etc.
É em função destas alterações que o fabricante deve fazer o estudo de
estabilidade e de conservação do princípio activo puro e da forma
farmacêutica.
O fabricante deve verificar sobre o princípio activo a acção dos ácidos,
bases, agentes oxidantes, da temperatura ambiente e temperaturas
mais elevadas.
Sobre a forma farmacêutica, verificar a estabilidade do princípio activo
durante vários anos (2-3 anos).
Ver as condições de higrométrica e a temperatura de conservação:
 20ºC – 80 H
 37ºC – 80 H
 45ºC – 80 H
== São os chamados ensaios de envelhecimento.
Determinar o teor tolerável pelo paciente.
Estes métodos permitem determinar a caducidade (prazo de validade)
ou a data limite de utilização.
Métodos de conservação.

Contra os agentes físicos:


- Ao abrigo da luz;
- Vidro âmbar para líquidos;
- Acondicionamento unitário opaco para pós, cápsulas e comprimidos.

Contra os agentes químicos:


- Contra o efeito do oxigénio: utilizar frascos (soluções), bisnagas
(pomadas), revestir os comprimidos, etc.
- Contra o efeito de vapor de água atmosférica: conservar os produtos
fora da humidade (comp. efervescentes no tubo de alumínio com tampa
e silicagel).

Contra agentes biológicos:


- Contra microrganismos: esterilização, utilização de conservantes.
- Contra enzimas: estabilização (inactivação de enzimas).

Tema 8
Acondicionamento de Mdtos.
Conceitos de Acondicionamento

É uma operação complementar de colocação na forma.


Consiste em colocar a preparação num envelope, de forma e de matéria
variadas, e dar ao mdto o seu aspecto definitivo, de fácil utilização para
o doente: (acondicionamento primário).
Esta forma é protegida pela embalagem:
(acondicionamento secundário), geralmente constituída por cartão.
Características do acondicionamento:
Sendo o acondicionamento a continuação da colocação em forma e
inseparável, recomenda-se estudar a relação entre o conteúdo e o
recipiente afim que não haja trocas físico-químicas entre eles.

Características do acondicionamento:
Ex. Xarope: frasco de vidro com rolha de alumínio ou plástico.
 Comprimidos: blíster ou strip.
 Sol inject.: ampolas.
 Colírio: frasco.
 Supositórios / Óvulos: moldes individuais.
 Sol de uso ext.: frascos.
 Pomadas: bisnagas, etc.

Objectivos do acondicionamento

Conter e proteger o mdto (contra choques, deformações, factores de


alteração, pela sua impermeabilidade aos agentes exteriores: oxigénio,
vapores de água, luz e aos constituintes do medicamento).
Facilitar a distribuição e a utilização. Elemento de segurança, deve ter
etiqueta. Inspirar confiança.

Exigências sobre o acondicionamento

 Resistência física suficiente.


 Impermeabilidade e estanquidade.
 Inércia vis-à-vis do conteúdo.
 Inocuidade.
 Comodidade no uso.

Materiais de acondicionamento

O Vidro:
 Vantagens: impermeabilidade, dureza, transparência, resistência,
limpeza fácil.
 Inconvenientes: fragilidade, peso, ocupa espaço, reage com o
conteúdo.

Matérias plásticas:
 Polietileno, polipropileno, policloride de vinil, poliestirene,
poliamide, derivados da celulose (celofane), silicones.

Materiais de acondicionamento

- Elastómeros (Borracha natural / sintética para rolhas, juntas).


- Metais (Alumínio (ligeiro, maleável, inerte, estanque, opaco, não tóxico
e sem sabor) e para folhas e tubos: Estanho).
- Complexos (Complexo de alumínio e polietileno para o
acondicionamento de comprimidos e supositórios).
Vantagens: associação de alumínio e polietileno termoselável.
Caixa de cartão canelado Bolsas de soro

Função principal do acondicionamento

Função de protecção:
Assegura a conservação do medicamento até a sua utilização.
Recipiente: elemento essencial desta protecção. Entra em contacto
directo com o mdto, sem esquecer a embalagem exterior e outros
elementos (fecho, etiqueta...). Papel funcional: Deve ser concebido para
facilitar o uso do mdto. Pode intervir na sua eficácia e aumentar a
segurança da sua utilização.

Função de identificação e informação:


Contem etiquetas, prospecto, precauções, número de lote do fabricante,
etc.
Propriedades do acondicionamento:
Vários inconvenientes são relacionados com o acond. Por isto o material
deve possuir as seguintes propriedades:
 Resistência física suficiente;
 Impermeabilidade aos constituintes do mdto;
 Isolar o mdto dos factores exteriores;
 Ser inerte;
 Ser de inocuidade absoluta.

Par além do material de acondicionamento, existe outro material de


interesse farmacêutico: pequeno material médico-cirúrgico (seringas,
sondas, acessórios para perfusão, etc. E também biberões, tetinas, etc.).

Composição e propriedades de alguns materiais de


acondicionamento.

Vidro.
Material de eleição em farmácia devido às suas propriedades (dureza,
transparência, estabilidade, inércia química, limpeza de fácil execução e
controlo), apesar de alguns inconvenientes (fragilidade, densidade, etc.).
Composição e propriedades de alguns materiais de
acondicionamento (Vidro)

Composição química:
Composição geral do vidro comum:
 (SiO2)m: elemento vitrificante;
 (Na2O)n: fundente;
 (CaO)p: estabilizante
Estes três componentes podem ser substituídos ou adicionados de
diversos elementos que conferem ao vidro várias propriedades.

Ex. O B2O3 - substitui parcialmente o SiO2 e confere o coeficiente de


dilatação e dá um vidro menos frágil.
 O As2O3-afina ou descolara,
 O PbO - confere o brilho e a sonoridade do cristal,
 O K2O - aumenta o brilho do vidro.

Propriedades físicas:
 Fragilidade;
 Transparência.
Propriedades químicas:
 Troca de iões entre a água e o vidro;
 Precipitação de bases fracas (sulfato de estricnina);
 Saponificação de ésteres (atropina, cocaína);
 Oxidação de fenóis: produtos inactivos mais ou menos coloridos
(morfina, adrenalina);
 Os ácidos e alcalinos atacam o vidro.
Em contacto com a água só há troca de catiões mas as bases atacam e
destroem lentamente o vidro.
Uso do vidro em farmácia:
 Utilizado no fabrico de garrafas, frascos, ampolas (para
injectáveis).

Composição e propriedades de alguns materiais de


acondicionamento Plástico:

Plástico.
Material de origem orgânica e não mineral.
Alto polímero com 2 tipos de ligações: covalente e secundária (ligação de
H- frágil).
Propriedades:
 Plasticidade (aptidão a deformações permanentes).
 Elasticidade (aptidão a deformações reversíveis).
Plástico

Preparação (3 Fases)

Preparação de alto polímero que dá um produto parecido a resina.


Mistura da resina com adjuvantes: pó homogéneo (pó para moldagem).
Moldagem dá a forma desejada para o uso (recipientes, folhas, tubos...).

A. Materiais plásticos utilizados no acondicionamento

 Polietileno (acondicionamento, embalagem).


 Polipropileno (resiste melhor a gorduras e óleos, suporta até 150º
de temperatura de esterilização).
 Poli (cloreto e vinil) ou PVC (matéria rígida, que pode ser
manipulada como o ferro ligeiro; resiste aos ácidos concentrados,
bases, álcoois, gorduras, óleos e vários solventes orgânicos;
Deformada pelos hidrocarbonetos e dissolvidos pelos ésteres.).
 Polistireno (matéria dura que tem aparência de vidro mais ligeiro);
resiste aos ácidos, bases, hidrocarbonetos, e vários solventes
orgânicos.
 (matérias termoplásticas, não tóxicas, impermeáveis a
cheiros e gases).
 Silicones (utilizados para o fecho e como revestimento de
superfície).

B. Matérias termodurecíveis

 Resinas duras infundíveis e insolúveis (Fenoplastes e


Aminoplastes).

C. Elastómeros

 Borracha natural;
 Borracha sintética;
 Borracha de silicone.
Devem sofrer vulcanização (processo que aumenta a elasticidade e
diminui a plasticidade).
Uso em farmácia

 Acessórios de embalagem e objectos diversos (rolhas para frascos,


juntas de fecho, tetinas para biberões, tubos e acessórios para
transfusão, sondas, preservativos, etc.).
Metais:
 Alumínio.
 Estanho.
 Chumbo.
 Aço inoxidável.

D. Revestimentos e complexos:
-Revestimento: dentro e fora do recipiente: verniz, esmalte,
pintura, silicone, parafina.
-Complexos: associações de vários filmes (camadas) ou películas
para protecção ou do produto contido ou do recipiente.

 Avaliação:

Tema 8

Solução e solventes.

Introdução

Dissolver um corpo/substância (soluto) significa misturá-lo


intimamente com um líquido (solvente), sem que se produza, no
entanto, uma reacção química.
A substância dissolvida pode ser sólida, líquida ou gasosa.

EX.:
 NaCl em água (água salgada).
 Etanol (álcool de vários títulos) ou
 Gás amoníaco (amoníaco).

Não há nenhuma reacção química porque o aquecimento de cada uma


destas soluções (acompanhado ou não de destilação) nos restituiria os
constituintes iniciais (inactivos).
Se acrescentarmos água destilada ao NaCl, este dissolve-se facilmente.
Se aumentarmos o sal, a dissolução é reduzida.
Se continuarmos a acrescentar sal, este já não se vai dissolver e fala-se
de saturação (limite de solubilidade, quantidade máxima que um
volume de solvente pode dissolver; equilíbrio com um excesso de
solvido).
Solução não saturada: quando o equilíbrio não é atingido.
Solução sobressaturada: quando a concentração ultrapassa a da
solução saturada.
Quando a concentração de uma solução diminui == a quantidade do
solvido mantém e o volume aumenta.
Diluição: (cf. Fórmula: C1 x N1 = C2 x N2)
Ex. Preparação do álcool a 70 % a partir do álcool a 98 %:

Diluição (Fórmula)

Se utilizarmos 1000 ml de álcool a 98 %:


C1 = 98º (concentração inicial);
N1 = 1000 ml (volume inicial);
C2 = 70º (concentração) e
N2 = X (volume final).

C1 x N1 98 x 1000
N2 = ------------- = -------------- = 1.400 ml
C2 70

O Volume de solvente (água) a acrescentar é


de:

N3 = N2 – N1 = 1.400 – 1.000 = 400 ml.

Diluição

O aquecimento permite reduzir a saturação (aumenta o limite de


solubilidade).
Mas há produtos que depois da saturação que mesmo com aquecimento
não há redução da saturação.

Ex. Na2SO4 pode ser dissolvido 10 vezes num litro de água a 32º C que
no mesmo volume de água a 100º C.

A solubilidade de um produto oficinal num determinado solvente pode


ser vista no Códex ou Farmacopeia e dá Indicações sobre o número de
partes dissolvidas numa parte de solvente.
Para além disso, podemos encontrar expressões tais como : muito
solúvel, bastante solúvel, pouco solúvel.

Escolha do solvente:
Alguns corpos são solúveis num solvente, e não solúveis noutros.
São solúveis :
Em água e álcool a título fraco (inferior a 30º): ácidos, bases, sais
minerais e sais de alcalóides.
Nos solventes orgânicos (álcool a título elevado, superior a 70º) e óleos:
substâncias orgânicas (alcalóides bases e heterosídios).

Adjuvantes de solubilidade:
 Para a preparação de uma solução alcoólica de iodo oficinal,
refere-se a fórmula do Códex segundo a qual são precisos os
seguintes componentes:
- 05 g de Iodo;
- 03 g de Iodeto de Potássio;
- 07 g de Agua destilada e
- 85 g de Álcool a 95º.
---------
100 g (de acordo com a Fórmula padrão).

Neste caso, o Iodeto de Potássio é adjuvante de solubilidade para o Iodo,


que se dissolve dificilmente no álcool, mas extremamente solúvel na
solução concentrada de Iodeto de Potássio.
Existem substâncias de difícil ou impossível dissolução em água, sem
utilizar adjuvantes.

Alguns adjuvantes obrigatórios para o conhecimento do bom


preparador

Substância Adjuvante de solubilidade


Acido salicílico Borato de sódio e Glicerina

Cafeína Benzoato de sódio


Cloreto de mercúrio (sublimado) Cloreto de sódio

Iodo KI (sol. Concentrada)

Fenobarbital Vestígios de soda

Sulfamidas Vestígios de soda

Sulfato de Quinino Vestígios de H2SO4

Teobromina Benzoato de Na

Solubilidade (Título de solução)

Título (concentração) de uma solução:


O título de uma solução é a quantidade de substância dissolvida e
contida numa quantidade determinada (definida/conhecida) de
solvente.

Expressão do título em percentagem ( ):


É comum expressar o título em , mas é preciso especificar esta
percentagem, porque a letra (P) designa o peso e (V) designa o volume.
 Porcento (P/P): número de gramas em 100 gramas de mistura.
 Porcento (P/V): número de gramas em 100 ml de mistura.
 Porcento (V/V): número de ml em 100 ml de mistura.
 Porcento (V/P): número de ml em 100 g de mistura.

Obs.: Tomem cuidado na redacção das etiquetas para frascos que


contêm soluções titulados de diversas substâncias utilizadas para as
preparações.

Expressão do título em (concentração molecular) molaridade:


Isso indica o número de moléculas-gramas contidas num litro de solução.
Uma solução que contem 1 molécula-grama de uma substância por
litro, é dita solução M ou solução molar.
Ex. HCl tem 36,5g e H2SO4 tem 98
A solução M de HCl tem 36,5 g de ácido / litro.
A a solução M de H2SO4 tem 98 g de ácido sulfúrico / litro.

Expressão do título em normalidade


Uma solução normal ou solução N, contem uma Valência-grama
(massa molecular dividida pela valência do elemento activo considerado)
por litro.
Ex. Para encontrar a solução N de H2SO4 e sabendo que a massa
molecular desta substância é 98, vamos dividir este valor por 2 de H2, o
que nos dá: 98:2 = 49. O que significa que a solução N de H2SO4 tem 49
g de ácido sulfúrico.
Expressão do título em miliequivalente
Empregue nas Concentrações dos iões existentes nas soluções de
electrólitos destinados a serem administradas, geralmente, por via
endovenosa.
1mEq = 1/1000 de Eq
Eq = peso de uma substância que se combina com 1 átomo-grama de
hidrogénio.
1 Eq = peso de 1 átomo-grama ou de 1 radical dividido pela respectiva
valência.

Ex. Peso atómico de Na* = 22,98 (aproximadamente 23).

1 Eq de Na* = 23/1 = 23
1mEq de Na* = 23/1000 = 0,023 g (23 mg).
1mEq de Na* combina-se com 1mEq de Cl
1mEq de NaCl = 0,023 + 0,03585 = 0,05855 g (58,6 mg).

Obs.:
Se o catião do sal = bivalente (dois catiões monovalentes):1Eqg = PM/2.
Se o composto tiver 3 catiões monovalentes: 1 Eqg = PM/3...
A água de hidratação de um composto é considerada na determinação
do seu PM, embora não interfira na valência.
Ex. NaCl/1; NaHPO4/1; NH4Cl/1; NaHCO3/1;
Na2HPO4/2; CaCl2.6H2O/2; K3PO4.12H2/3

O número total de mEq num determinado volume de uma solução =


quantidade de electrólitos (g) existentes nesse volume / respectiva
valência.
Ex. 1) Determinar o número de mEq contidos numa solução que contém
1,20 g de Bicarbonato de Sódio em 20 ml.
PM de NaHCO3 = 84,02
1 mEq “ “ = 0,084
0,084 g ==1mEq
1,20 g == X =1,20/0,084 = 14,3 mEq de Na*
(e 14,3 mEq de HCO3-)

Ex. 2) Determinar os mEq existentes numa solução que contém 6 g de


Cloreto de sódio e 5,6 g de lactato de sódio em 1000 ml.
PM de NaCl = 58,5 == 1mEq = 0,0585
0,0585g de NaCl == 1 mEq de NaCL
6g “ “ == X = 6/0,0585 = 102,6 mEq de Na (e 102,6
mEq de Cl).

PM de Lactato de Sódio = 112 == mEq = 0,112


0,112 g de Lactato de sódio == 1mEq Lact. Sódio.
5,6 g “ “ == X = 5,6/0,112 = 50 mEq de Na (e 50 mEq
de Lact. Sódio.)
Nº Total de mEq em 1000 ml desta solução :
Na ----------------------------- (102,6 + 50) = 152,6 mEq.
Cl ----------------------------------------------- = 102,6 mEq.
Lactato --------------------------------------- = 50,0 mEq.

Quando a concentração de uma solução aumenta:


== A quantidade do solvido aumenta e o volume mantém ou
A quantidade do solvido mantém e o volume do solvente diminui.

Solubilidade: Peso & Volume


Correspondência entre peso e volume
Ao executar uma prescrição médica, é necessário ter em consideração
as densidades dos líquidos que nela figuram.
Nunca se deve, sem prévia correcção, medir um volume quando se
indica um peso, ou inversamente.

Assim, se o médico prescrever 10 g de uma tintura e quisermos


executar a prescrição medindo o volume de líquido correspondente
aquele peso (P), teremos de medir 10,75 ml; 11 ml ou 11,23 ml
conforme a tintura tiver uma densidade (d) de 0,930; 0,910 ou 0,890,
respectivamente, sendo esses volumes (V) calculados pela fórmula:

V  P/d ;
Onde, V: volume (desejado);
P: peso (prescrito);
d: densidade do líquido.

Geralmente, as tinturas têm uma densidade compreendida entre 0,870


– 0,980;
Extractos fluidos: 1,030 – 1,100 e mais; Xaropes: 1,300 – 1,330.

Ex. V  P/d
10 g/0,870
 11,49 ml.
Ex. Na solução de soda (NaOH):
OH- monovalente de Na – OH que reage.
Na solução de H2SO4, 2H que reagem, sabendo que NaOH, tem 40, a
solução N de soda contem 40/1  40 g de NaOH/litro.
H2SO4, tem 98, a solução N de ácido sulfúrico contem 98/2  49 g de
H2SO4/litro.

40 g de soda representa um equivalente de OH e 49 g de ácido


sulfúrico representa um equivalente de H.
Para designar as soluções 0,1 N; 0,01 N; 0,001 N, os químicos utilizam
as expressões decinormal, centinormal, milinormal.

Preparação de solução neutra diluída de hipoclorito de sódio


Este soluto, também chamado de Dakin, é preparado a partir da água
de javel (lixívia): solução comercial concentrada de hipoclorito de Na,
NaCl, produto instável que gera Cl2.
Este Cloro deve as suas propriedades antissépticas ao oxigénio que ele
libera no meio aquoso de acordo com a reacção seguinte: Cl2  H2O ==
HCl  ½ O2.

Soluto de Dakin

c
São constituídas de grãos sólidos em equilíbrio no seio de um
líquido.

Soluções coloidais:
Constituídas de grãos extremamente finos de diâmetro: 0,1 a 0,01 m.
O que explica o seu aspecto opalescente, e outras propriedades, tais
como:
-Adsorsão (d): fixação de certas moléculas na superfície dos grãos.
Solução coloidal (Definição)

Floculação: possibilidade de aglutinação de grãos entre eles. Depois de


um tempo precipitam e depositam-se no fundo do frasco.
Isso deve-se à factores exteriores: envelhecimento, calor, adição de
bases, de ácidos ou sais minerais.
Coagulação: aglomeração da solução coloidal no seio da qual se
encontra a água. O calor é o factor deste fenómeno, etc.
Dentre as soluções coloidais, podemos citar as soluções de: Goma,
Mucilagens, Colargol, Gema de ovo, etc.
Suspensões:
Constituídas por partículas sólidas mais importantes que as das
coloidais. O seu diâmetro varia entre 1 a 100 m.
A água e o óleo, são os solventes mais utilizados na preparação de
suspensões.
A estabilidade de suspensões é assegurada graças à adição de goma-
arábica, goma adragacante, etc. que aumentam a viscosidade.

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