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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CAMPUS - BARREIRAS

CLAUDIO HENRIQUE GOMES DE VASCONCELOS


HEBERTH MATHEUS ROMEIRO CORDEIRO DOS SANTOS
MARIA EDUARDA DE SOUZA CALDEIRA
MATHEUS RODRIGUES TORRES
MEL KÍRIA DE LIZ COSTA ERMENEGILDO SILVA

RELATÓRIO DA SEGUNDA PRÁTICA - VISITA AO IDOSO

Barreiras - Bahia
2024

INTRODUÇÃO E CONCEITOS:
A Estratégia de Saúde da Família é um programa realizado pelo Governo
Federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) visando reorganizar e
dinamizar o acesso à atenção básica no país. O Ministério da Saúde a vê como uma
forma de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica”. Em visita
realizada por estudantes da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Campus
Reitor Edgard Santos – Barreiras), buscamos entender como funciona esse
programa, quais as principais atividades desempenhadas nas Unidades de Saúde e
quais as necessidades que de certa forma podem atrapalhar o esse trabalho. O
presente relatório tem como principal objetivo aprofundar o estudo do trabalho que é
realizado na Estratégia de Saúde da Família na prática, por meio da observação e
experimentação do mesmo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o conceito de saúde


abrange um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença. Ela é resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos,
políticos e culturais e esse conceito abrange várias áreas, não somente a física,
sendo elas:

1. Bem-estar físico: Envolve a condição do corpo e a ausência de doenças


físicas. Inclui fatores como nutrição adequada, atividade física, sono suficiente e a
capacidade de realizar atividades diárias sem limitações.

2. Bem-estar mental: Refere-se à saúde emocional e psicológica. Envolve a


capacidade de lidar com o estresse, relacionamentos positivos, autoconhecimento e
satisfação com a vida.

3. Bem-estar social: Relaciona-se com a qualidade das interações e


relacionamentos com outras pessoas, o apoio social disponível e a integração na
comunidade.

“O processo de capacitação da comunidade (indivíduos e coletividade) para


atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior
participação no controle desse processo” - Carta de Ottawa, sobre promoção à
Saúde (I Conferência internacional de promoção à saúde).

A promoção da saúde é o processo de capacitação das pessoas para


aumentar o controle sobre sua saúde e melhorar sua qualidade de vida. Envolve
uma abordagem proativa e preventiva, focando em:

1. Educação em Saúde: Desenvolvimento e oferta de informações e recursos


para ajudar as pessoas a conhecerem mais sobre saúde e com base em seus
conhecimentos, tomarem decisões relevantes. Campanhas de informação sobre
doenças, nutrição, exercícios, higiene e entre outros podem ser fundamentais nesse
processo.
2. Ambientes Saudáveis: Criação de ambientes físicos e sociais que
suportem comportamentos saudáveis, como espaços públicos para atividades
físicas, políticas de alimentação saudável, e redução de riscos ambientais.

3. Políticas Públicas Saudáveis: Desenvolvimento de políticas que promovam


a saúde da população, como leis anti-tabagismo, regulamentações de segurança
alimentar, programas de vacinação e oferta de atendimento de qualidade de forma
gratuita. É aqui que podemos enquadrar o programa da Estratégia de Saúde da
Família, citado inicialmente.

4. Participação Comunitária: Envolvimento das comunidades na identificação


de problemas de saúde e na implementação de soluções, promovendo a
responsabilidade coletiva pela saúde.

A territorialidade, no contexto da saúde, refere-se ao conceito de que a saúde


e o bem-estar das populações são influenciados pelo espaço geográfico e pelo
ambiente em que vivem. Envolve:

1. Análise Geográfica da Saúde: Estudo da distribuição de doenças e


condições de saúde em diferentes áreas geográficas. Pode revelar padrões e
desigualdades na saúde que estão relacionadas ao local de residência.

2. Planejamento de Serviços de Saúde: Distribuição e organização dos


serviços de saúde com base nas necessidades específicas de diferentes territórios.
Inclui a localização de hospitais, clínicas, e programas comunitários de acordo com
as demandas locais.

3. Determinantes Sociais da Saúde: Fatores sociais, econômicos e


ambientais que afetam a saúde das pessoas em diferentes territórios. Por exemplo,
acesso a alimentos saudáveis, qualidade da água, poluição ambiental e segurança.

A compreensão desses conceitos é fundamental para o desenvolvimento de


estratégias eficazes de saúde pública e para a melhoria da qualidade de vida das
populações. A Estratégia de Saúde da Família visa trabalhar utilizando esses
conceitos para melhor funcionamento da saúde pública, principalmente no que diz
respeito à atenção primária.

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro contato entre a comunidade


e o sistema de saúde, sendo responsável pela organização e cadastramento das
famílias na rede. Além disso, tem como fator importante a presença de profissionais
capacitados nas unidades de saúde para proporcionar qualidade na atenção
primária e possibilitar a resolução de problemas da população. Para isso, é
essencial que a APS articule diferentes níveis de atenção, garantindo o acesso
universal.

A Vigilância em Saúde (VS) é desenvolvida a partir da Política Nacional de


Vigilância em Saúde (PNVS) que visa definir diretrizes que promovam e protejam a
saúde e previnam, reduzam e/ou eliminem os riscos e agravos à saúde da
população de forma igualitária. Por meio de análises de dados (laborais,
epidemiológicos, territoriais, climáticos, sociais, etc), processo de coletas
sistemáticas e disseminação de informações a VS torna possível o planejamento e
implementação de políticas públicas que atendam às novidades da população.
Dessa maneira, a VS sustenta-se em três pilares: territórios, problemas e práticas
de Saúde.

O papel do agente comunitário de saúde é crucial na promoção da saúde e


prevenção de doenças nas comunidades, atuando como intermediário entre a
população e os serviços de saúde. Sua rotina inclui visitas domiciliares para orientar
sobre higiene, vacinação e prevenção de doenças, além de acompanhar pacientes
com condições crônicas e identificar possíveis surtos. Para desempenhar essa
função, é necessário ter empatia, habilidades de comunicação e conhecimento da
realidade local. Os agentes comunitários de saúde colaboram com as equipes de
saúde da família, coletando dados importantes para a elaboração de políticas
públicas de saúde do local aferido.

Nas Unidades de Saúde da Família, diversos profissionais atuam para


garantir a saúde da comunidade. Aqui estão alguns deles e suas funções:

1. Médico: Realizar consultas, diagnósticos e acompanhamento de pacientes,


promovendo a saúde e prevenindo doenças.

2. Enfermeiro: Coordena a equipe de saúde, realiza atendimentos, vacinações,


acompanhamento de doenças crônicas e orientações sobre cuidados de saúde.

3. Técnico de Enfermagem: Auxilia enfermeiros e médicos em procedimentos,


cuidados básicos e apoio aos pacientes.

4. Agente Comunitário de Saúde: Faz a ligação entre a comunidade e a unidade,


promovendo atividades de educação em saúde e identificando necessidades locais.

5. Dentista: Realiza atendimentos odontológicos, promovendo a saúde bucal e


prevenindo doenças.

6. Nutricionista: Oferece orientação nutricional, realiza avaliações e desenvolve


planos de alimentação saudável.

7. Psicólogo: oferece suporte emocional e psicológico, realizando atendimentos e


promovendo saúde mental na comunidade.

8. Fisioterapeuta: Atua na reabilitação de pacientes, ajudando na recuperação de


funções motoras e na prevenção de doenças.

9. Farmacêutico: Gerencia o uso de medicamentos, orienta sobre sua utilização e


participa da educação em saúde.
10. Assistente Social: Aborda questões sociais que afetam a saúde, auxiliando na
integração de serviços e na busca de direitos.

Esses profissionais trabalham de forma integrada para promover a saúde e o


bem-estar da comunidade; dependendo da demanda da Unidade Básica de Saúde
da Família, a mesma pode ter à sua disposição e assistência mais de uma equipe
prestadora de serviços.

Com finalidade de aprofundamento do estudo e conhecimento do estudo de


Atenção Primária e promoção à saúde pública, o docente Diego Ramos, da
disciplina de Práticas em Saúde Coletiva I (A Comunidade), da Universidade
Federal do Oeste da Bahia (UFOB), realizou esta primeira aula de campo e visita à
Unidade de Saúde da Família Dr. Jaime Dias Lima (bairro Vila Dulce/Barreiras –
BA), com o intuito de aprendermos sobre a rotina de profissionais diretamente
englobados nessa abordagem, sendo eles os Agentes Comunitários em Saúde. A
visita em questão teve seguimento na construção de diálogos e caminhada por toda
a microárea designada para a agente comunitária que nos acompanhou neste
processo,para a construção deste relatório. Como dinâmica de trabalho,
acompanhamos a Agente Comunitária em sua microárea, com o objetivo de ouvir e
questionar sobre seus respectivos trabalhos e contribuições na comunidade do
bairro Vila Dulce.

FONTE: Google maps

DESENVOLVIMENTO:

A primeira visita de campo foi realizada no dia 11 de julho de 2024, e como


forma de organização tivemos diversos grupos ordenados e acompanhados por
diferentes agentes comunitários, este grupo em questão foi acompanhado pela
agente Miranilde Silva dos Santos que atua na instituição desde 2005 trabalhando
na mesma microárea e mesma equipe desde seu início. Através da visita foi
possível observar o elo de ligação entre a população e a Unidade de Saúde por
meio da agente, uma vez que, morar no bairro, e estar sempre convivendo em
contato direto com a população, e no trabalho atuando de porta em porta
atendendo as necessidades das famílias residentes permite a solução de problemas
e proporciona maior suporte às mesmas. Durante a visita, Miranilde descreve a
organização das áreas e microáreas, e alguns problemas, como a falta de
infraestrutura do bairro, e a carência de recursos básicos para atender a demanda
de saúde da população.

A agente Miranilde faz parte da equipe 18 (representada pelo cartão amarelo),


haja previsto que a unidade dispõe de 3 equipes de 7 ou 8 agentes, a mesma afirma
atender uma população de aproximadamente 700 pessoas e 150 famílias na sua
microárea. A agente afirmou que mora no bairro, mesmo que hoje em dia não seja
obrigatório para trabalhar em uma determinada área, e que diariamente convive
com o seu público alvo.

Por conseguinte, através desse mapeamento, a profissional respondeu que


suas principais funções consistem em realizar o cadastro de famílias daquela área
através de monitoramentos, ou seja, o Agente Comunitário é o responsável pela
busca ativa e entendemos que essa busca se define pelo seguinte ciclo: ir ao posto
de saúde, participar de reuniões, analisar e cadastrar as situações das famílias,
acionar o médico e/ou enfermeira de acordo com a necessidade e também
desconstruir informações falsas sobre algumas doença.

Ao chegarmos à Unidade de Saúde logo fomos recepcionados pela agente e


assim começamos o percurso, a microárea em questão se estendia até o limite do
canal englobando diversas residências, e se localiza em um ponto pouco afastado
da Unidade de Saúde, a caminhada de reconhecimento de território durou cerca de
uma hora e meia.

O local apresenta uma geografia relativamente arborizada, repleta de comércios,


pavimentado em sua grande maioria, mas podemos encontrar ruas ainda sem
pavimento.
Porém existem constantes queimadas pela região provocadas pelos próprios
moradores, a agente relatou que nos últimos anos houve abandono de uma
construção de creche pela prefeitura e alguns indivíduos carentes aproveitaram para
construir residências temporárias e não convencionais apresentando riscos à saúde
pública pela falta de estrutura básica para com os indivíduos.
Podemos encontrar também falhas no sistema de saneamento básico e esgoto
nesta microárea.
A travessia de um lado a outro do canal, precisa também ser substituída por
uma cobertura por toda a sua extensão.

Como didática de perguntas e respostas a agente nos contou como é a


dinâmica de seu trabalho e a importância que o contato direto com a comunidade e
sua contribuição no reconhecimento de problemáticas presentes no local, dessa
forma prestando serviços e assistência a sociedade.
Alguns dos problemas de saúde mencionados por Miranilde, destacam-se as
verminoses, associadas à má alimentação e à exposição ao canal a céu aberto. A
falta de saneamento básico adequado contribui para a disseminação dessas
doenças no bairro. Doenças transmitidas por vetores, como dengue, e a gripe
sazonal foram observadas como preocupações de saúde pública devido à presença
de focos de mosquito e à vulnerabilidade de grupos como idosos e crianças.Além
disso, foram mencionados casos de câncer entre os residentes, destacando a de
campanhas de conscientização e programas de prevenção. A agente também
destaca a numerosa quantidade de pessoas que dependem da Unidade de Saúde

As doenças crônicas, como pressão alta e diabetes, também são prevalentes no


bairro, exigindo acompanhamento médico regular e programas educativos para o
controle dessas condições. Ademais,existem casos raros como Tuberculose e
Hanseníase, que no passado eram bem frequentes e atualmente não, ou seja,
houve uma grande melhora ao longo dos anos na qualidade vida dessa
comunidade. A depressão também é uma preocupação significativa. A agente de
saúde destacou a necessidade de oferecer suporte psicológico e psiquiátrico mais
acessível à comunidade.Outra preocupação levantada foi o consumo de
substâncias prejudiciais à saúde, como tabaco, álcool e drogas ilícitas, que têm um
impacto direto na qualidade de vida dos moradores. A intensificação de medidas
preventivas, campanhas educativas e melhorias na infraestrutura urbana pode
promover um ambiente mais saudável e seguro para todos os residentes.

Seguindo a abordagem, em um momento da conversa,o docente Diego


questionou se a Unidade de Saúde dispunha de um farmacêutico e infelizmente a
resposta veio em negativa, segundo ela, quem fornece os medicamentos na
farmácia da USF são técnicas de enfermagem ou até mesmo funcionários que são
delegados a tal atividade. Desse modo, também entendemos a necessidade de um
profissional da Farmácia para administrar os medicamentos assim como sua
distribuição e orientação individual de forma adequada. Logo, a atenção
farmacêutica resolveria muitas barreiras que a USF enfrenta diariamente.

Porém, mesmo com toda assistência e esforço dos agentes , o Sistema Público
de Saúde ainda apresenta falhas. A motivo de exemplo a agente comunitária
sentem relata a necessidade do retorno e assistência de órgãos que ajudem nos
seus trabalhos, como os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) na tentativa
de ampliar a atenção básica de Saúde no território brasileiro por meio da realização
de atividades de planejamento, controle, gestão, prevenção de doenças, proteção,
vigilância, acolhimento e tratamento, facilitando a prestação de serviço e apoio a
sociedade.

CONCLUSÃO:

Com isto, conclui-se que o Agente Comunitário de Saúde (ACS) possui um papel
crucial na promoção, prevenção e cuidado à saúde. O Agente torna-se um elo de
comunicação entre o usuário do sistema de saúde e a equipe da Unidade de Saúde
da Família (USF). Por meio do cadastro dos usuários, das visitas domiciliares e de
pesquisas de campo o ACS é capaz de analisar e fornecer dados demográficos,
epidemiológicos e sociais da população residente de um determinado território
visando atender as necessidades dessa região.Dessa maneira, promovendo maior
acesso ao sistema de saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL, Ministerio da Saúde. Política Nacional de Vigilância em Saúde -


Governo Federal. Brasília. Disponível em:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/politica-nacional-de-
vigilancia-em-saude

OLIVEIRA C.M., CASANOVA A.O..Vigilância da Saúde no espaço de práticas


da atenção básica. Scielo, 2009. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/csc/a/DPpJ3NsQFHTvBx3SxZpxRhB/#:~:text=Nesse
%20caminho%2C%20a%20vigil%C3%A2ncia%20da,problemas%20e%20pr
%C3%A1ticas%20de%20sa%C3%BAde

BRASIL, Ministerio da Saúde. Estratégia de Saúde da Família - Governo


Federal. Brasília. Disponível em:

https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-familia

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