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História e Epistemologia da Psicologia

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA E EPISTEMOLOGIA DA


PSICOLOGIA

A definição de psicologia foi mudando à medida que o seu


Psicologia: enfoque se modificou.
O QUE É? Ao longo da história a psicologia foi definida como o
estudo da psique ou da mente, do espírito, da consciência e, mais
recentemente, como o estudo ou ciência do comportamento.
É evidente que não existe uma definição única do que é a psicologia, que possa
ter em conta a ampla variedade de atividades que os psicólogos de todo o mundo
desenvolvem.
Parece mais conveniente indicar, simplesmente, que a psicologia se define em
função das atividades profissionais dos psicólogos; estas atividades caracterizam-se por
uma enorme diversidade de métodos, temas de interesse, e pressupostos sobre a
natureza humana.

Problemas para escrever a história da psicologia

É o estudo da maneira correta de escrever a História. O


Historiografia tema é muito complexo e não existem respostas definitivas
para as questões que coloca:
o Onde começar: Psicologia significa, literalmente, o estudo da
psique ou da mente, e é tão antiga como o ser humano. (Pegar em algo
recente que nos leva ao passado).

o O que incluir: Geralmente, para estabelecer o que incluir na História de


algo, segue-se o rasto das pessoas, ideias e factos que conduziam ao que
é importante no presente. Stocking (1965) denomina este enfoque da
história do “presentismo”, por comparação com o “historicismo”, o
estudo do passado em si, sem tentar demonstrar a relação entre o passado
e o presente.

o Seleção de enfoque:

 Influência do contexto sociocultural: Zeitgeist (espírito da época);


 Enfoque nos grandes personagens;
 Enfoque no desenvolvimento histórico;
 Enfoque eclético.

o Para ganhar perspetiva: As ideias, vistas de uma perspetiva


Porquê estudar a história histórica, permitem apreciar a psicologia moderna na
da psicologia? sua plenitude.
o Para obter uma compreensão mais profunda: Uma
perspetiva mais ampla leva a uma compreensão mais profunda.
o Para reconhecer modas e modas passageiras: Um ponto de vista nem sempre
desaparece por ser incorreto; alguns desaparecem, simplesmente, porque deixam
de ser populares.
o Para não repetir erros: Diversas escolas de pensamento se revelaram, com o
tempo, estéreis, pouco produtivas ou becos sem saída.
o Por ser uma fonte de ideias valiosas: Mediante o estudo da História podemos
descobrir ideias que, surgiram num momento anterior, mas que, permaneceram
em estado latente.
o Por curiosidade.

RAÍZES FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA

Antiguidade Clássica
Período da história cultural entre o século VIII a.C. e o século VI d.C. centrado
no mar Mediterrâneo, compreendendo as civilizações entrelaçadas da Grécia antiga e da
Roma antiga conhecidas como o mundo greco-romano.
Convencionalmente, é considerado que teve início com a mais antiga poesica
épica grega de Homero (século VIII a VII a.C.), e continuou através do surgimento do
cristianismo e da queda do Império Romano do Ocidente (século V d.C.). Termina com
a dissolução da cultura clássica no final da Antiguidade tardia (300-600), misturando-se
à Idade Média (600-1000).

o Pré-Socráticos: Fazem parte do primeiro período da filosofia grega. Receberam


este nome porque foram os filósofos que antecederam Sócrates. Estes filósofos
procuravam nos elementos da natureza respostas sobre a origem do ser e do
mundo, focando principalmente nos aspetos da natureza, daí serem chamados
“filósofos da physis’’ ou “filósofos da natureza”.
São os responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência
filosófica. Desta forma, procuravam das uma resposta racional para a origem de
todas as coisas. Construíram a cosmologia, que explica o universo baseado em
logos (“argumentação”, “lógica”, “razão”). Os deuses criaram a natureza para
através desta se compreender a origem das coisas.

Mito vs. Logos: unidade e multiplicidade


LEI=NATUREZA
Pensamento mítico é uma construção imaginativa. Explicação racional, lógica
racional. A lógica esta
submetida a razão, teste
Homero
empírico, relação com a
Hesíduo
experiência. Pensamento
empírico, conceitos devem
ter conexões logicas.
 Tales de Mileto: Muitas vezes referenciado como o primeiro filósofo,
Tales afirma que tudo o que existe no universo é composto por substâncias naturais e
regido por princípios naturais. Acreditava que a água era o principal elemento.

 Anaximandro de Mileto: Discípulo de Tales. Para ele o princípio de


tudo estava no elemento denominado ‘’ ápeiron’’, uma espécie de matéria infinita.

 as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo, segundo a


“De onde
necessidade; pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças,
conforme a ordem do tempo.”

 Anaxímenes de Mileto: Discípulo de Anaximandro. O princípio de todas


as coisas estava no elemento ar.

 Heráclito de Éfeso: Considerado o ‘’Pai da Dialética’’. O princípio de


todas as coisas estava contido no elemento fogo. Para ele, “é impossível entrar duas
vezes no mesmo rio”. A segunda vez em que entramos no rio este já não se encontra da
mesma forma em que estava quando entramos da primeira vez, ou seja, já sofreu alguma
alteração. “Como se pode conhecer algo que está em constante mudança? Se algo é
diferente em dois momentos e, portanto, não é o mesmo objeto, como se pode conhecê-
lo com certeza? Que conhecimento não requer permanência?”
Heráclito questiona o saber empírico: Não é só ver, sentir, ouvir. Temos que
refletir obre as coisas.
Mundo empírico

A informação que deriva diretamente dos sentidos não tem utilidade, mas as
abstrações são infalíveis.

Leis científicas

 Pitágoras: Foi o primeiro a utilizar o termo “filosofia” e o primeiro a


intitular-se filósofo.
Postulava que a explicação básica de tudo o que existe no universo se encontrava
nos números e nas relações numéricas.
Os números e as relações numéricas, embora abstratos, não deixam de ser reais
nem de exercer influência no mundo empírico.
O mundo dos números existe independentemente do mundo empírico e apenas
se pode conhecer na sua forma pura por meio da razão.
O mundo dos números é independente do mundo empírico.

Governa o nosso mundo imperfeito.


O universo é dual: uma parte é abstrata, permanente e passível de ser conhecida
intelectualmente, e a outra é empírica, mutável e apenas passível de ser conhecida pelos
sentidos.
Pitágoras NEGA OS SENTIDOS, porque não proporcionam conhecimento e
interferem com a obtenção do conhecimento, devendo ser evitados.
Acha que tudo pode ser explicado assim.
Exemplo: O arrastar de uma cadeira, para Pitágoras, tem algo relacionado com
números e relações numéricas.
Parte abstrata do universo: NÚMEROS
Parte empírica do universo: SENTIDOS
Postulava a existência de um dualismo nos humanos (dualismo mente/corpo):
para além de carne e corpo, possuem uma capacidade de raciocinar que lhes permite
conhecer o mundo abstrato (um dos primeiros dualismos claros mente- corpo na
História do pensamento ocidental)

 Xenófanes: um dos fundadores da escola eleática, opondo-se contra o


misticismo na filosofia e o antropomorfismo.

 Parmênides: focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o


primeiro significa a luz da verdade, e o segundo, é relativo à opinião.

 Zenão: Foi um grande defensor das ideias acerca dos conceitos de


“Dialética” e “Paradoxo”. Apoia o infinito insuperável.
 Demócrito: Para ele, o átomo (o indivisível) era o princípio de todas as
coisas, desenvolvendo assim a ‘’Teoria Atômica’’.

o Sofismo
Um grupo de filósofos chegou à conclusão que não existe uma única verdade,
mas sim muitas.
Acreditavam que tudo é verdade se for possível convencer outro que é verdade.
Não existe nada correto ou errado, mas sim a crença faz com que assim seja.
Os sofistas eram mestres profissionais de retórica e lógica que acreditavam que a
comunicação eficaz de uma ideia determinava se esta era aceite ou não, em lugar
dos fatores que determinavam a sua validade.

Exemplo: Os produtos vendidos pela Apple não são nada de especial, mas o que
realmente importa é a forma como eles expõe o produto e como comunicam. Mesmo
os produtos não sendo os melhores, basta a comunicação ser eficaz e o produto tem
imensas vendas.

A ideia em si é irrelevante, o importante é comunicar.

 Protágoras: “O Homem é a medida de todas as coisas, das coisas que


são, no que são, e das coisas que não são, no que não são”.
Todos temos uma perceção diferente das coisas porque as perceções variam de
acordo com as experiências que as pessoas que as percebem tiveram, sendo diferentes
de pessoa para pessoa.
A cultura determinará, em parte, o que se considera correto, porque a cultura de
uma pessoa influência as suas experiências.
Para saber porque uma pessoa acredita no que acredita é preciso conhecer as
pessoas.

Exemplo: Quando vamos comprar uma roupa, aquilo que nós vemos é que faz a
peça de roupa e ninguém a vê da mesma forma.
A VERDADE É SUBJETIVA, ‘’ A beleza está nos olhos de quem vê’’.

 Górgias: Concluiu que, como a experiência de cada pessoa molda o que


lhe parece ser verdade, todas as coisas são igualmente verdadeiras.
O facto de o conhecimento ser subjetivo e relativo demonstra que todas as coisas
são igualmente falsas.
Como o indivíduo só pode conhecer a verdade pelas suas perceções, não existe
uma base para determinar a verdade.
Três conclusões:
1. Não existe nada;
2. Se existe, não seria possível compreendê-lo;
3. Se fosse compreendido não se poderia comunicar a outra pessoa.
Em suma: Cada um tem a sua verdade.
Aquilo que cada um pensa que existe foi aquilo que ele próprio viu, logo não
existe (aquilo que os nossos sentidos moldam sobre um certo objeto não é igual ao de
outras pessoas, logo o objetivo que percebemos não existe).
Mal conhecemos algo compreendemo-lo de uma forma única e pessoal.
 Sócrates: Tal como os sofistas focava-se ma importância da experiência
individual.
Procurava a essência das coisas como a beleza, o amor, a justiça e a verdade.
Acreditava que estes conceitos transcendiam as suas manifestações individuais,
portanto, eram estáveis e passíveis de serem conhecidos.
A essência de algo é a sua natureza básica, as características duradouras que o
identificam.
Segundo ele, para realmente conhecer algo é necessário compreender a sua
essência.
Não acreditava que a essência tivesse uma existência abstrata, mas sim que uma
essência era uma definição de um conceito que era aceite universalmente, uma definição
que para todas as partes interessadas era exata e aceitável.
Uma vez formuladas estas definições poderia existir uma comunicação precisa
entre os indivíduos interessados.
Ao contrário dos sofistas, acreditavam que a verdade podia ser geral e
partilhada.
As essências que procurava eram simples definições verbais e nada mais.
Para Sócrates, o saber consistia em conhecer as essências, e o objetivo da sua
vida era chegar ao conhecimento.
Interessava-se principalmente por saber o que significa ser humano e pelos
problemas relacionados com a existência humana – primeiro filósofo existencialista.

Este vence todos os diálogos e desafia os sofistas de que há verdade absolta e


o paradigma é a matemática. Há conhecimento que vem do espírito humano. A
alma, a mente e o espírito. A verdade tem graus e a verdade sensorial não é
verdade.

Formas 1

Geometria 2
Formas 3
Soma
4 Geometria
Sensações

Soma
1- Essências da realidade, dos objetos, ideias que servem de modelo para a
realidade
2- Atividades intelectuais, purifica a sensação enriquecendo-a com sensações
3- Corpos
4- Valor de conhecimento baixo.

 Platão:
 Teoria das formas ou das ideias
Tudo o que existe no mundo empírico é uma manifestação de uma forma pura
(ideia) que existe em abstrato.
Isto é válido para todos os objetos que designamos por um nome.
O que experimentamos através dos sentidos é o resultado da interação entre a
forma pura e a matéria e, como a matéria está em constante mutação e é experienciada
por meio dos sentidos, o resultado desta interação será menos perfeito que a ideia pura
antes da sua interação com a matéria.
 Alegoria da caverna
Platão descreveu uns presos fictícios que passaram toda a sua vida na
profundidade de uma caverna:
- Os presos estão amarrados de forma que só conseguem ver para a frente.
- Atrás deles existe um caminho por onde passam pessoas, transportando
diversos objetos.
- Por trás do caminho arde uma chama que faz com que se projetem as sombras
dos transeuntes e dos objetos no muro que está à frente dos presos.
- Para estes, as sombras projetadas são a realidade.
Platão descreve o que sucederia se um dos presos conseguisse soltar-se, fugisse e
saísse da caverna:
- Se dirige-se ao fogo, teria dores nos olhos e talvez optasse por regressar ao
mundo das sombras.
- Caso contrário, com o tempo adaptar-se-ia às chamas e veria as pessoas e os
objetos cujas sombras conhecia.
Finalmente Platão pede que imaginemos o que aconteceria se o preso fugido
regressa-se à caverna para contar aos seus companheiros:
- Ainda imparcialmente cego pela experiência iluminadora, o preso teria
dificuldade em voltar a adaptar-se à sua vida anterior de sombras.
- Cometeria erros ao descrever as sombras e a predizer que objeto se sucederia
do anterior.
- Isto seria prova suficiente para os seus companheiros que abandonar o mundo
das sombras não traria nada de bom. De facto, os presos matariam quem tentasse
arrancá-los do mundo sombrio da caverna.

Os presos representam os humanos que confundem o mundo sombrio da


experiência sensorial com a realidade.
O preso que foge representa o indivíduo cujos atos se regem pela razão e não
pelas impressões sensoriais.
Após uma experiência tão iluminadora, normalmente faz-se um esforço por
arrancar os outros da sua ignorância e conduzi-los à sabedoria.

 Teoria da reminiscência do conhecimento


O único caminho para chegar ao verdadeiro conhecimento é ignorar a
experiência sensorial e concentrar os pensamentos no conteúdo da mente.
Todo o conhecimento é inato e só se pode obter por meio da introspeção que
significa procurar experiências internas próprias.
Quando muito, a experiência pessoal só nos pode recordar aquilo que já
sabíamos.
Portanto, para Platão, todo o conhecimento deriva das reminiscências, de
recordar as experiências que a alma teve antes de entrar no corpo.
“A alma, dado que é imortal e nasceu muitas vezes e viu todas as coisas, neste
mundo e no outro, aprendeu tudo o que existe. Portanto, não nos deve surpreender que
possa recordar o conhecimento da virtude ou de qualquer coisa que, como vemos,
alguma vez possuiu. Toda a natureza é semelhante, e a alma aprendeu tudo, por isso,
quando um homem recorda uma parte do conhecimento, não há motivo para que não
descubra o resto, se mantiver um coração firme e não se cansar da procura, pois
procurar e aprender de facto são apenas recordações.”

 Aristóteles: Primeiro filósofo a tratar em profundidade muitos temas que


viriam a ser parte da psicologia, e.g., a memória, a sensação, o sono, os sonhos, a
geriatria e a aprendizagem;
O seu livro “De Anima” é considerado a primeira história da psicologia.
Para Aristóteles as essências existem, mas só se podem conhecer estudando a
natureza.
Se um individuo investigar manifestações individuais suficientes de um
princípio ou fenómeno, com o tempo poderá interferir a essência que exemplificam.
Abraça o racionalismo mas também o empirismo: acredita que é necessário usar
a mente para atingir o conhecimento, mas que o objeto do pensamento racional é a
informação que lhe proporcionam os sentidos.

Escolástica Medieval
Método ocidental de pensamento crítico e de aprendizagem com origem nas
escolas monásticas cristãs, que concilia a fé cristã com um sistema de pensamento
racional, especialmente o da filosofia grega (razão aristotélica e platónica).
A escolástica dominou no período dos séculos IX ao XVI, surgindo da
necessidade de responder às exigências da fé. O filósofo de principal destaque deste
período foi Tomás de Aquino.
A filosofia, que, até então, possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos,
sofreu influências da cultura judaica e da cristã a partir do século V, quando pensadores
cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo,
numa tentativa de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns
temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais
como Providência e Revelação Divina e Criação, passaram a fazer parte de temáticas
filosóficas. A escolástica possui uma constante de natureza neoplatônica, que conciliava
elementos da filosofia de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretadas pelo
Ocidente cristão. E mesmo quando Tomás de Aquino introduz elementos da filosofia
de Aristóteles no pensamento escolástico, essa constante neoplatônica ainda é presente.
Basicamente, a questão-chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico
é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão.
Para a escolástica, algumas fontes eram fundamentais no aprofundamento de sua
reflexão, por exemplo os filósofos antigos, a Bíblia e os Padres da Igreja, autores dos
primeiros séculos cristãos que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.

Renascimento
O Renascimento foi período da história da Europa aproximadamente entre
meados do século XIV e o fim do século XVI.
O Humanismo pode ser apontado como o principal valor cultivado no
Renascimento, fundamentado em conceitos que tinham uma origem remota na
Antiguidade Clássica,
Chamou-se Renascimento em virtude da intensa revalorização das referências
da Antiguidade Clássica, que nortearam um progressivo abrandamento da influência do
dogmatismo religioso e do misticismo sobre a cultura e a sociedade, com uma
concomitante e crescente valorização da racionalidade, da ciência e da natureza. Neste
processo o ser humano foi revestido de uma nova dignidade e colocado no centro da
Criação, e por isso deu-se à principal corrente de pensamento deste período o nome
de humanismo.
o A ‘’ romanização’’ da filosofia grega
Procura de um sentido para a vida de todos os dias.

Navalha de Occam: intuição Se penso em algo, Método


como ponto de partida para o esse algo existe. dialético
conhecimento do universo

Corpo Sentidos Razão Espírito

Felicidade / Boa Infelicidade / Dor


vidCinismo,
Cinismo, Epicureanismo, Estoicismo

Neoplatonismo
Aproximação do mal Aproximação do bem
Estoicismo
RENASCER DO FOCO NO SER HUMANO

Período de medo e Período de


de doença criatividade ímpar

Ímpeto para desenvolver o potencial humano;


Contacto com outros povos e conhecimentos;
Mais fácil transmissão de conhecimentos escritos.

o Humanismo
O humanismo foi um movimento artístico e intelectual surgido na Itália no
século XIV e que valorizou a Antiguidade Clássica. Para os humanistas o homem
era a medida de todas as coisas e estava no centro do universo (antropocentrismo).
Assim, consideravam o homem não só uma criatura espectadora da obra de Deus,
mas, dotado de razão, era autor de grandes realizações. Essa visão contrariava a
Igreja que via o homem marcado pelo pecado e dependente da fé para a salvação da
alma. Entretanto, os humanistas buscavam o equilíbrio entre os autores pagãos da
Antiguidade e os ensinamentos cristãos da Bíblia.
Inspirados pelos humanistas, artistas italianos iniciaram um movimento cultural
conhecido como Renascimento. O grande interesse dos renascentistas era recuperar
elementos da cultura greco-romana para os seus dias.

 Características:
 Antropocentrismo;
 Cientificismo;
 Racionalismo;
 Empirismo;
 Antiguidade Clássica;
 Valorização do ser humano.

INTERESSE INTENSO NA DESCOBERTA DO SER HUMANO.


 Individualismo: potencial e competência do ser humano.
Escolher viver ao máximo das próprias competências

 Religião como experiência pessoal


 Redescobrir (algum) passado filosófico

Viver de acordo com predeterminação (Luther)

A boa vida é natural e longe das convenções (Erasmus)


Não há uma verdade nem como atingi-la (Montaigne)

As convenções e ritualizações impostas ao ser humano questionam o seu


MODERNIDADE potencial.

o Racionalismo e Empirismo
A conceção escolástica do mundo já colocava dois séculos em questão. As
profundas mudanças produzidas a partir do Renascimento exigiam a busca de um novo
método de conhecimento que fosse mais utilitário e estivesse dirigido à consecução de
objetivos práticos. Para conhecer e dominar a natureza, o conhecimento tinha de ser
livre, sem estar submetido a autoridade nem a tradição alguma. Para proceder a esta
libertação do conhecimento perguntava-se o que é o próprio conhecimento e o que é que
lhe dá segurança. No modo de responder a estas interrogações, distinguem-se duas
tendências básicas tanto do pensamento científico como do pensamento filosófico da
época: o racionalismo e o empirismo.
Os racionalistas (Descartes, Espinosa, Leibniz) desconfiavam do
conhecimento, sensível e apenas asseguravam aquilo que a razão considerava evidente.
Propuseram um método dedutivo decalcado do modelo matemático e que aceitava a
existência de verdades inatas, como o cogito, ergo sum (penso logo existo).
Quanto aos empiristas, as figuras mais notáveis apareceram na Grã-Bretanha:
Francis Bacon, John Locke, George Berkeley e David Hume. Partiam do princípio que
todo o conhecimento se baseava no facto de ser percetível pelos sentidos e negavam a
existência de ideias inatas. Propugnavam um método indutivo baseado na experiência,
copiando o modelo de investigação das ciências naturais.
 Racionalismo Cartesiano: PENSO LOGO EXISTO.

Estudo científico da
consciência

O ser pensante é passível de averiguação científica.

 Atos reflexos (mecanicistas) em animais e humanos.

Condicionamento Psicologia
clássico comparativa
O objetivo final do pensamento cartesiano ao afirmar que a alma e corpo,
pensamento e extensão, são substâncias distintas de salvaguardar a autonomia da alma
em relação à matéria. A ciência clássica aceite por Descartes, impunha uma conceção
mecanicista e determinista do mundo material, no que não ficava vestígio algum para a
liberdade. A liberdade, assim como o conjunto de valores espirituais defendidos por
Descartes, apenas se podiam salvaguardar subtraindo a alma do mundo da necessidade
mecanicista, o que por sua vez presumia concebê-la como uma esfera da realidade
autónoma e independente da matéria. Esta independência de alma e corpo é a ideia
central que proporciona o conceito cartesiano de substância.
 Empirismo
Denomina-se empirista toda a filosofia para a qual a origem e valor dos
nossos conhecimentos depende da experiência. Neste sentido, o empirismo é uma
constante da história do pensamento, na qual se encontra presente nas mais diversas
épocas. O empirismo inglês do século XVIII carateriza-se por construir uma resposta
histórica ao racionalismo do século anterior.
O espírito humano é “tabula Rasa”, ou seja, não tem conteúdo.
 John Locke:
Demonstra que não existem ideias nem princípios inatos. A havê-los,
argumenta que todos os seres humanos os possuíram a partir do primeiro momento da
sua existência.
Locke coloca o problema do conhecimento de um modo psicologista. O
psicologismo pode ser definido como a doutrina segundo a qual o valor dos
conhecimentos depende da sua origem e génese e estuda esta génese do ponto de vista
dos processos psíquicos da mente humana.
Quanto às ideias, para Locke são de objeto imenso, da nossa perceção ou
conhecimento: as ideias são imagens ou representações da realidade exterior. Distingue
entre ideias simples e complexas. As ideias simples podem provir da sensação ou da
reflexão. As ideias complexas procedem da combinação de ideias simples.
As ideias complexas podem ser de 3 tipos: ideias de substâncias, ideias de
modos ou ideias de relações.
No que refere à substância, Locke afirma que não a conhecemos. Um
fragmento de matéria há de ter uma estrutura determinada em virtude da qual possui
umas qualidades e não outras, mas a referida estrutura não é desconhecida. Em
consequência, a experiência é a origem e ao mesmo tempo o limite do nosso
conhecimento.
TODO O CONHECIMENTO DERIVA DA EXPERIÊNCIA SENSORIAL
E DAS OPERAÇÕES INTERNAS INATAS QUE AGEM SOBRE A EXPERIÊNCIA
SENSORIAL.
Experiência sensorial

Ideias Qualidades
simples primárias

Operações internas inatas

Ideias Ideias Qualidades


simples complexas secundárias

 George Berkeley
Para este filósofo a realidade não existe a não ser ao ser percebida: só existem
qualidades secundárias.
A realidade é um agregado de informação percebida em simultâneo/associada: a
perceção complexa é composta por perceções simples que se associam.
 David Hume
A filosofia de Hume tem origem tanto no empirismo de Locke como no idealismo
de Berkeley. Tenta referir os princípios racionais, que pensamos inatos, a associações de
ideias que o hábito e a repetição vão fortalecendo; assim, algumas delas adquirem uma
necessidade aparente. Tal é, por exemplo, o caso do princípio da causalidade. Fazemos
dele uma lei sobre as coisas, quando na realidade não expressa mais que uma coisa que
nós esperamos, uma necessidade completamente subjetiva desenvolvida pelo hábito. As
leis científicas resumem a experiência passada, mas não comportam certeza alguma no
que ao futuro se refere. A substância, seja material ou espiritual, não existe. Os corpos
não são mais que grupos de sensações ligadas entre si pela associação de ideias.
Também o eu é somente uma coleção de estados de consciência. Por esta via, Hume
chega ao ceticismo e ao fenomenismo absoluto: só conhecemos as perceções, o que
parece ou se mostra (fenómeno).
 James Mill
A força das associações pode variar em função de:
1. Vivacidade (impressões, prazer/ d da experiência sensorial)
2. Frequência da experiência sensorial

 John Stuart Mill


Psicologia como o estudo da química da mente

If we knew the person thoroughly, and know all the inducements which
are acting upon him we could foretell his conduct with as much certantiy
as we can predict any physical event.

Ciência inexata, pela combinação de leis primárias (leis da associação) e de leis


secundárias (individualidade, circunstâncias)
 Spinoza
A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito
dos estoicos num aspeto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que
a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser
ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as
emoções ativas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas
racionalmente e as outras as que não o são.
Para Espinosa o homem é uma coleção de modos de extensão e do pensamento. O
seu livre arbítrio vê-se reduzido ao desconhecimento das causas que o determinam. A
verdadeira liberdade cria-se na medida em que o homem se desprende das suas paixões
e, por meio da contemplação intelectual, identifica-se com Deus. O princípio da moral
encontra-se no amor de Deus. O espinosismo é a forma mais perfeita de panteísmo.
 Síntese de Leibniz

Leibniz, tal como Descartes, diz que a alma pensa sempre: a alma é contínua, a
perceção é contínua. Por outro lado, diz que a inteligência é descontínua.
A dinâmica percetiva e a emotiva estão intimamente ligadas, é a motivação que faz
o movimento de representação.
Fez várias intervenções em relação à matemática. Assiste à guerra entre
Descartes e Locke e faz uma síntese conciliadora. Esta baseia-se no ponto de vista dos
conteúdos serem sensoriais. As operações mentais são independentes das sensações. O
intelecto em si tem operações que não derivam de nenhuma experiência. Esta operação
já tem esquemas e ideias fundamentais como, por exemplo, a ideia de ser.
A ideia de substância ou realidade: intrínseca. Não é verdadeiramente inata
porque só existe quando pensamos. Em relação a Descartes, o cogito obtém sempre
algo. Pode ser uma forma ou ideia indefinida. Se há cogito, há um pensamento e isto
significa que o eu pensa. Todo o pensamento tem sempre algum conteúdo.
As verdades racionais são encontradas no pensar, mas as verdades que têm conteúdos
factuais têm conteúdos empíricos, para as quais as sensações são o critério necessário.
O espírito humano parece uma tábula rasa quando pensamentos em verdades de
facto. O espírito humano tem características intrínsecas próprias. Assim sendo, as
sensações não podem produzir simplesmente o que querem. A sensação é necessária
para produzir conhecimento factual específico.
 Kant
O pensamento kantiano é uma tentativa original e vigorosa de superar e
sintetizar as duas correntes filosóficas fundamentais da modernidade: o racionalismo e o
empirismo.
O criticismo de Kant é uma filosofia que tenta responder a três perguntas
básicas: que posso saber? Que hei de fazer? Que posso esperar?

CIÊNCIA MODERNA E EMERGÊNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS


Princípios lógicos e metodológicos da Ciência Moderna
o Ciência moderna experimental

Paradigma Modelo Disciplina

Ciência normal: Resolve problemas


Conjunto de todos os conceitos que e soluciona-os.
definem a construção válida de uma
disciplina, sobre as quais à um
consenso pelos praticantes da
disciplina.
1. Elementos teóricos: lei formuladas.
2. Elementos metodológicos: técnicas.
3. Elementos sociológicos: Reconhecimento/validade.

Pré-ciência

Ciência normal

Mudança de
paradigma Operação do
modelo
Modelo de
Crise do
revolução
modelo
o Pressupostos da ciência moderna

 Síntese de raciocínio e empirismo

Lógica Experiência
 Natureza = Objeto: Sistema ordenado
Tudo tem Mecanicismo: Determinismo é um suporte
causa de base.

 Matemática: Para Galileu é a linguagem da Natureza.

Psicofisiologia
A psicofisiologia é uma disciplina que representa a junção de todas as
abordagens no estudo das bases biológicas do comportamento. Foram diversas as
disciplinas – Biologia, Anatomia, Fisiologia, Química e Psicologia – que contribuíram
para o desenvolvimento da psicofisiologia como ciência.
A psicofisiologia afirma-se como o estudo das correlações entre as ações ou
comportamentos e os órgãos do corpo, uma vez que para compreendermos o
funcionamento do nosso organismo teremos que ter em conta todas as
interdependências com o ambiente, assim como os subsistemas que integra (sistema
nervoso, endócrino, órgãos sensoriais, etc.). Para além disso, a psicofisiologia dá ênfase
ao estudo da estrutura e funções cerebrais.
O estudo da psicofisiologia e as suas questões são, no fundo, as questões da
psicologia. Como experimentamos as sensações e percebemos o mundo? Como
pensamos? Porque dormimos? O que é o sonho? São interrogações destas que se
colocam relativamente aos mecanismos e às causas do nosso comportamento e
experiência.

Numa perspetiva histórica, enquanto a psicologia se desenvolveu como uma


ciência independente e experimental do comportamento e da experiência, o estudo das
propriedades do cérebro prosseguia em campos como a fisiologia, a anatomia e a
química.
Desde sempre a importância da estrutura biológica do nosso comportamento explica e
justifica as relações interdisciplinares entre a fisiologia e a psicologia. É da intersecção
destas duas áreas ou vertentes do saber que surge a psicofisiologia para esclarecer os
fundamentos biológicos do comportamento. Ao perspetivarmos o comportamento
humano, temos que considerar o homem em relação com a sua história evolutiva, e
neste campo é Darwin, que em 1859, propõe uma teoria da evolução, a qual tenta
explicar os mecanismos responsáveis pela adaptação ao meio. A teoria da evolução
estabeleceu que todos os organismos vivos descendem de um número mais pequeno de
organismos. A selecção natural acuta sobre o sucesso reprodutivo das populações e
assegura que as características vantajosas permaneçam nas gerações seguintes. Deste
modo, a evolução pode ser encarada como o resultado da selecção natural atuando sobre
características geneticamente predeterminadas. A mutação e variação do material
genético constituem a base da evolução. Estes aspetos permitem a diversidade dos
indivíduos no interior de uma espécie, o que é essencial para respostas diferenciais às
pressões do meio. Na evolução do homem a partir dos seus antepassados mais recentes,
os fatores decisivos foram o desenvolvimento do bipedismo efetivo, libertando as mãos
para outros fins e o desenvolvimento de um cérebro capaz de conceber o emprego de
utensílios.
Ao estudar o comportamento do homem é importante recordar que este é um
organismo biológico, geneticamente determinado, no entanto, as influências
do meio nunca devem ser postas de parte. Aliás, o homem é muitas vezes concebido
como uma interação complexa entre as influências do meio e as estruturas biológicas –
as aptidões e limitações biológicas geneticamente determinadas.
Um outro ponto importante é o facto de a etiologia influenciar a psicofisiologia.
A etiologia refere-se a um ramo da biologia que estuda o comportamento ocorrente em
condições naturais, ou seja, o estudo dos padrões do comportamento dos animais no seu
meio natural.
Na sequência de estudos realizados pelos investigadores europeus Konrad
Lorenz (1903-1989) e Niko Tinbergen (1907-1988), os etólogos analisaram inúmeros
padrões comportamentais que são característicos de uma espécie particular e que
parecem ser fundamentalmente inatos e próprios da espécie. Muitos destes padrões
comportamentais são sociais, determinam a forma pela qual os indivíduos interagem
com os da mesma espécie.

Psicofísica
É uma conceção de projeto da Psicologia e uma tentativa de investigar a relação
entre as sensações e estímulos com o objetivo de formular as leis matemáticas. É o
universo das sensações psicológicas e dos estímulos ou forças físicas.
O limiar absoluto é o valor mínimo da intensidade do estímulo para que haja
sensação, ou seja, abaixo deste limiar não há sensação, não há consciência de se sentir o
som, a pressão e a luz em casa um dos nossos sentidos.
O limiar diferencial é a diferença mínima entre estímulos para que haja uma
sensação diferenciada entre eles. Há valores mínimos necessários para isto existir.

Com o intuito de realizar pesquisas sistemáticas sobre a mente e o


comportamento, Wundt criou o primeiro laboratório formal de psicologia experimental
do mundo no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig, na
Alemanha em 1879.
No seu laboratório, Wundt testava inicialmente os processos sensoriais básicos
nos seres humanos. O objetivo era descrever exatamente as alterações da consciência e
do comportamento.
Os elementos mais básicos da consciência são as sensações, ou seja, o
empirismo britânico mantém-se.
A experimentação era feita com aparelhos que provocavam estimulações físicas.
Após uma introspeção das sensações obtidas, era pedido aos pacientes que
descrevessem a experiência.
Para ele esta psicologia estuda os processos mentais inferiores (sensações). Para
estudar os processos superiores (memoria, linguagem e diversos tipos de raciocínio), é
necessária uma psicologia social através das produções culturais, direito, línguas, as
diferentes culturas, códigos jurídicos, etc.
Wundt atraía ao seu laboratório imensos estudantes de todo o lado, alguns para
repetirem as suas experiências e outros apenas para fazerem parte experiência.
A lei de Weber-Fechner tenta descrever a relação existente entre a magnitude
física de um estímulo e a intensidade do estímulo que é percebida. Ernst Heinrich
Weber (1795–1878) foi um dos primeiros a fazer uma aproximação ao estudo da
resposta do ser humano a um estímulo físico de uma maneira quantitativa. Gustav
Theodor Fechner (1860) mais tarde elaborou uma interpretação teórica elaborada sobre
as descobertas de Weber.
A lei de Weber-Fechner pode ser enunciada como: "a resposta a qualquer estímulo é
proporcional ao logaritmo da intensidade do estímulo". Esta lei aplica-se aos 5 sentidos,
mas as suas implicações são mais bem entendidas quando se refere aos estímulos
provocados pela luz e pelo som. É decorrente do fenómeno assim descrito, que as
medidas de perceção da intensidade sonora pelo ouvido humano, e luminosa pelos
órgãos de visão, são feitas por grandezas logarítmicas.

CORRENTES DA PSICOLOGIA “CIENTIFICA”


Estruturalismo
O estruturalismo define a psicologia como ciência da consciência e da mente,
definição herdada de Wundt. Acredita-se que a mente seria uma soma de processos
estruturais e que a consciência e a mente eram resultados desta estruturação. Edward
Titchener, primeiro nome do estruturalismo, afirmava que consciência e mente eram
entes separados que tinham papéis diferentes na vivência do indivíduo. Um dos grandes
objetivos da psicologia estruturalista seria descobrir os aspetos estruturais da mente, a
maneira pela qual se estrutura e os elementos da consciência. Para isso, tinha como
principal método de estudo a introspeção, através de uma observação treinada e
preparada para garantir os dois pontos essenciais de toda a observação: a atenção e o
registro do fenômeno. Com isso, foi proposto três estágios de consciência: sensações,
imagens e estados afetivos. A era do estruturalismo terminou com a morte de Titchener,
porém, algumas ideias ou técnicas foram utilizadas ou reinventadas em outras
abordagens como a introspeção na psicanálise.
Estuda os elementos da consciência.
Em resposta ao estruturalismo, uma perspetiva americana conhecida como
funcionalismo emergiu de pensadores como Charles Darwin e William James.

Funcionalismo
Funcionalismo foi formado como uma reação ao estruturalismo e foi fortemente
influenciado pela obra de William James e a teoria evolucionista de Charles Darwin. Os
funcionalistas procuraram explicar os processos mentais de uma forma mais sistemática
e precisa. Ao invés de focar nos elementos de consciência, funcionalistas focavam
no objetivo da consciência e comportamento. O funcionalismo também enfatizou as
diferenças individuais, que tiveram um profundo impacto na educação.
Alguns dos pensadores funcionalistas importantes são William James, John
Dewey, Harvey Carr e John Angell.
O funcionalismo teve uma influência importante sobre a psicologia. Ele
influenciou o desenvolvimento do behaviorismo e da psicologia aplicada. O
funcionalismo também influenciou o sistema educacional, especialmente com relação à
crença de John Dewey que as crianças devem aprender no nível para o qual
são preparadas para o desenvolvimento.

o Dewey: Ato reflexo (1896)


O ato reflexo é um todo e não um sistema divisível em átomos. Unificar o estímulo
e resposta, as interações entre o ambiente e o organismo, tem tudo a mesma estrutura,
independentemente do organismo. O estruturalismo estuda os átomos da consciência,
analisa-as. O objeto são as estruturas básicas. No funcionalismo, ao contrário do
estruturalismo, o objeto é a totalidade da interação meio-organismo e o método é
observar o comportamento real. Critica o estudo das estruturas isoladas.
o Angell: Psicologia Funcional (1907)
Para Angell, o funcionalismo estuda as operações da consciência e não os seus
conteúdos e a consciência num organismo em interação com o meio.
Desenvolve uma perspetiva funcionalista de psicologia segundo a qual esta se de
veria ocupar da interação entre o corpo ea mente, bem como da relação psicofísica e
ntre os órgãos do corpo e o meio.

Funcionalismo vs Estruturalismo
Funções/ Estruturas/
“utilidades da “elementos” da
consciência’’ consciência

Holismo Atomismo
Unidade psicofísica Psicanálise
Unidade funcional Estímulo – resposta
Organismo- Meio Isolamento do
“sujeito humano”

Psicanálise
A psicanálise foi desenvolvida por Freud com o objetivo de compreender e
analisar o ser humano no seu estado inconsciente.
Freud iniciou o seu interesse por este estudo com Charcot e o seu interesse pela
histeria. Charcot concluiu que a hipnose era um método que permitia tratar diversas
perturbações psíquicas, em especial a histeria.
Com isto, Freud passou também a aplicar a hipnose profunda no começo da sua
carreira, mas acabou por abandoná-la uma vez que a utilizava para a obtenção de
memórias reprimidas, mas esta não era permanente. Visto que a hipnose não era
permanente, os sintomas tendiam a voltar.
Assim, Freud passou a utilizar a psicanálise, fazendo o paciente entender os seus
sintomas, tornando o motivo inconsciente dos sintomas consciente e provocando assim
uma cura permanente.
A teoria de Freud utiliza 2 tópicas:
o 1º tópica: Inconsciente, pré-consciente e consciente.

 O inconsciente:
É o sistema afetivo/emocional, ou seja, que injeta a energia que é dirigida e que
possui um vetor próprio. Funciona como motivação e organiza o comportamento através
de uma lógica própria, biológica de auto preservação e de realização de necessidades
afetivas: os desejos.
Freud diz que existe uma dinâmica libidinal que remete para a obtenção
máxima do desejo, de modo a satisfazer todas as necessidades corporais e afetivas. Não
há nenhuma imagem nem representação armazenada na memória que não tenha uma
carga afetiva. Este é a primeira descrição sobre o funcionamento da realidade. Os afetos
são forças e estas têm uma intensidade. Essa força contém um vetor orientado para esse
objeto. A força está sempre num sistema de emoções conflituais, logo há sempre forças
e contra forças, ou seja, conflitos permanentes.
Além da dinâmica, é dito ainda que existe uma economia ligada aos afetos. Tal
como a economia precisa de investimento (catexis) para produzir riqueza também é
preciso investir afetivamente para obter riqueza amorosa e afetiva.
Freud considera que se atribuirmos valor afetivo às coisas e investirmos
afetivamente em alguém, num parceiro, etc. e esse investimento é lucrativo no caso de
haver reciprocidade. No caso de não haver reciprocidade Freud considera que à uma
perda, uma reação depressiva. Para reagir a essa perda, temos de desinvestir (descatexis)
e deslocarmos a carga afetiva para outro objetivo/pessoa, reinvestindo (re-catexis).
 Pré-consciente
É um sistema de “controlo” /” filtro” que conduz a uma mediação. Esta
mediação é um canal mediador entre o inconsciente e o consciente onde passam as
forças afetivas. Como é pré-consciente, funciona sem que haja consciência sendo uma
interface.
Protege do trauma, tem função de evocação, de filtrar memórias com o fim de
proteger e ajudar em memórias futuras. Em vez de entrar num ciclo de stress pré-
traumático, ajuda a esquecer os traumas: proteção.
 Consciente
É um sistema percetivo de perceção da realidade imediata do presente, do “eu” e
da sua verbalização.
No consciente, encontramos memórias e cargas afetivas.
Não há nenhuma perceção ou representação efetivamente neutra.

o 2º Tópica: “isso”, “sobre-eu” e “eu”


 ‘’Isso” (es, it, id, ça)
Constitui o reservatório de energia psíquica, é onde se localizam as pulsões de
vida e de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente. É regido pelo
princípio do prazer (Psique que visa apenas o prazer do indivíduo).

 ‘’ sobre-eu’’ (Uberich, over-me, superego, sur-moi)


É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências
da realidade e as ordens do superego. É a verdadeira personalidade, que decide se acata
as decisões do id ou do superego.

 “eu” (Ich, I/me, ego, moi)


Origina-se com o complexo de édipo, a partir da internalização das proibições,
dos limites e da autoridade.
O comportamento inadequado sujeito à punição torna-se parte da consciência da
criança. O comportamento aceitável é determinado inicialmente pelas ações dos pais; no
entanto, uma vez que o superego se forme, o comportamento é determinado pelo
autocontrole e, nesse ponto, a pessoa administra as próprias recompensas ou punições.

Em suma, o Id, o Ego e o Superego são os três componentes da formação da


personalidade. São as representações da impulsividade, da racionalidade e da
moralidade, respetivamente.

o Desenvolvimento afetivo e sexual


Para Freud, o inconsciente determina os processos afetivos, ou seja, inconsciente
tem necessidade afetiva e procura de satisfação. Essas necessidades exprimem-se de
forma diferente ao longo do tempo, então procura na infância o processo de
diferenciação da procura de prazer, gratificação.
Distingue uma fase pré-genital, de latência e uma fase genital. Enato neste sentido a
própria personalidade tem diferenciações afetivas ao longo do tempo.

 Fase pré genital: possui 3 estádios relacionados com zonas do corpo.


 A primeira zona valorizada pelo bebé é a zona oral, a boca.
Porquê? Porque a alimentação vai ser a primeira atividade de gratificação,
transformando o mundo em algo comestível.
Por isso, o objeto mais valioso é o seio materno, o alimento, o movimento de
sucção, ou seja, para o recém-nascido a principal frustração é a carência de alimento.
 O segundo estádio: sádico-anal.
Há uma nova sensação corporal, ou seja, a defecação e a urinação são atividades
que bebe começa a controlar, os músculos amadurecem e então uma nova experiência
corporal aparece. Além disso, o contacto do bebé com os pais, deixa de estar 100%
focado na alimentação, mas também na higiene. Os cuidadores vão também estimular
novas zonas corporais, mais sensíveis. O corpo do bebé vai sentir que o movimento de
evacuação é uma sensação que tem um prazer intrínseco, e o esquema de todo o prazer,
essência do orgasmo. Há uma nova possibilidade erótica. O cuidador está à espera da
atividade anal para cuidar, por isso de certo modo o bebé tem controlo. É sádico porque
tem poder sobre as expectativas do outro, controla-a.
 Estado fálico: “falo (algo)/não falo (nada)”.
É uma diferenciação (feminino e masculino). As crianças vão comparar a
anatomia das meninas. Para Freud, o raciocino é falocêntrico, ou seja, para ele a
diferenciação sexual tem uma estrutura falocêntrica, ou tudo ou nada, ou seja, há uma
espécie de critério de avaliação corpora e a anatomia feminina seria interpretada como
uma ausência. As crianças interpretam o seu corpo. Na experiência feminina, as
meninas perguntam-se porque não têm pénis, o que lhe aconteceu. Se lhes
perguntássemos se gostavam de ter, elas diriam que sim, têm inveja de pénis. Na
experiência masculina, nos meninos há uma angústia e complexo de castração
influenciado pelos hábitos educativos, ou seja, há um hábito de cortar o pénis, logo há
uma ameaça. O estado fálico é também um acontecimento afetivo familiar, a família é
atravessada por um drama afetivo, criação de novas cargas afetivas.
O acontecimento de Édipo, diz que há afetividade ambivalente, ou seja, as
relações familiares tornam-se confusas e complexas. Isto significa que a criança dos 3
aos 5 sente amor e ódio, mais precisamente ao progenitor do mesmo sexo. Se for rapaz,
sente uma conectividade com o pai pelo amor da mãe, apesar de também o ver como um
modelo a seguir. Os pais produzem gratificação e frustração. Existe uma identificação
com os pais, em que se forma a sobrevivência e há uma pacificação das relações, à
medida que a criança vai interiorizando as regras da autoridade materna e paterna.
Começam os conceitos de bem, mal e princípios.
 A partir da puberdade
Com a puberdade, o desenvolvimento genital assume-se, o interesse sexual e
amoroso forma-se e o modelo do prazer sexual passa a ser heterossexual.
Para Freud, a homossexualidade não é normal a partir da fase genital. São
perversões sexuais e as crianças são perversas polimorfas, pois toda a sexualidade
infantil não é sexual, mas são desvios.
Outros tipos de fenómenos, são as inversões, regressões e fixações, ou seja,
fenómenos da mesma classe e da mesma família das perversões sexuais, desvio do coito
heterossexual: pénis e vaginas.

o Aparelho da Psicologia Freudiana


Aparelho bio psíquico influenciado por Darwin. Acredita que os seres têm um
aparelho bio psíquico que produzem máxima adaptação ao meio.
Todos os instintos são programas automáticos de adaptação. Há também instintos
que são respostas instintivas, programa automático determinante. Isto mostra que somos
determinados por instintos, evitando de dor e bem-estar.
Há preservação da espécie, procurando o maior número de parceiros sexuais.
Um dos sinais de depressão é a perda de interesse sexual.

Freud vs Jung
Devido às suas descobertas, Freud foi nomeado “Pai da psicanálise”, sendo a
principal fonte foi a origem do inconsciente.
Ao longo de sua trajetória de estudos sobre o assunto, houve conflitos referentes
a ideia original. Gerando polêmicas, mas também proporcionando grande avanço para a
psicologia moderna.
Como exemplo, temos Jung, onde após uma parceria com Freud tanto pessoal
quanto profissional, vieram as desavenças. E seu principal motivo foi as divergências de
ideias, principalmente no que se diz respeito a sexualidade.
Enquanto Freud lutava para as explicações de origem sexual criando uma linha
de teoria, Jung discordava da grande maioria e seguia uma linha alternativa de
pensamentos denominado “transpessoal”, o que Freud abominava, pois considerava
uma linha do ocultismo.
Para Freud o inconsciente era apenas pessoal, mantendo sua individualidade
psíquica, onde cada ser humano detém os seus próprios conteúdos reprimidos,
geralmente marcados na infância, abalando o equilíbrio da consciência.
Já para Jung (1998), não tinha como principal preceito a etiologia sexual, e foi o
criador da psicologia analítica, tendo a sua base frente às produções culturais da
coletividade humana.
Cada escolha, experiência, sonho, realidade ou fantasia possuem um número
imenso de interpretações. Onde cada representação possibilita uma interpretação
pessoal, sendo própria de cada indivíduo ou da coletividade, representada pela cultura
de vários povos.
Ainda para Jung (1998) o inconsciente é caracterizado em duas camadas. O
primeiro é o inconsciente pessoal, onde é mantida toda a experiência pessoal de cada
pessoa, podendo essas se tornarem reprimidas, esquecidas ou ignoradas. Também há
casos de experiências muito fracas demais para chegarem a consciência.
A outra camada é o inconsciente coletivo, sendo uma área mais profunda da
psique. Ela é remontada na infância através de restos das vidas dos antepassados. Nele
está contido os instintos juntamente com as imagens primordiais denominados
arquétipos, herdados da humanidade.
Ou seja, muitas das estruturas que constitui os seres humanos são herdadas dos
seus ancestrais, e com o tempo são transformados, juntamente com as revoluções de
ideias, tecnologia e inovações, mas nunca perdendo a essência e suas raízes.

A grande oposição do Séc. XX: Behaviorismo versus Cognitivismo


o Behaviorismo (1913-1950)
 Explicação do comportamento de um organismo sem recurso a
variáveis internas ou mentais,
 “Aprendizagem”, com a aquisição e modificação do comportamento
provocada pelo meio, é o conceito central do behaviorismo.
 Importância da experimentação em psicologia animal:
 Influência Darwinista
 Negligência dos fatores culturais e linguísticos
 Experimentação sem constrangimentos éticos.
o Cognitivismo (1950)
 Reconhecimento da intervenção de processos mentais no
comportamento (a aprendizagem implica atividade do sujeito:
organização, estruturação, processamento ou construção de
“informação”).
 Aprendizagem torna-se indissociável da memória.
ABRE A BLACK-BOX

o Definições:
 Aprendizagem é um processo pelo qual mudanças duradouras
ocorrem no potencial comportamental como consequência da
experiência.
 Memória é a retenção da experiência (a mudança cognitiva)
subjacente à aprendizagem,
 Aprendizagem é o processo; Memória é o resultado do processo.
 Aprendizagem: Potencial comportamental, distinto de performance
comportamental efetiva
 Aprendizagem refere-se ao processo de adaptação do
comportamento à experiência e memória refere-se ao registo
cognitivo que sustém essa adaptação.

Comportamentalismo/ Behaviorismo
Para os behavioristas todo o comportamento é puro (estímulo- resposta).
Os behavioristas rejeitam a consciência (BLACK-BOX: não mexer na black-
box). Todos os estímulos são externos. O interior não importa.
Para eles, não existe nada entre o estímulo e a resposta.
A psicologia não pode tocar na black-box da consciência, pois esta pode destruí-
la. Para os behavioristas os estruturalistas destroem a psicologia.
Tudo o que é mental deve ser evitado, destrói a objetividade da psicologia.
Todo o behavior é learning.

o J. Watson e o projeto da Psicologia “Naturalista/Experimental”


Em 1913 J. B. Watson publicou uma revista psicológica: “Psycjology as a
behavorist views it”.
 Empirismo – Ambientalismo (Determinação externa).
As ideias não precedem as sensações, as sensações são transformadas em ideias.
Watson diz que só compreendemos um organismo através de uma hipótese
ambientalista. O ambiente forma toda a resposta, através de estímulos externos
ambientais.
 Explicação causal: “Aprendizagem”
Aquisição e Modificação de Comportamento.
Não há comportamentos espontâneos, são todos respostas a estímulos, todas as
respostas são efeitos de estímulos que são causas. O fenómeno essencial do
behaviorismo é a aprendizagem, todo o processo de aquisição e modificação de
qualquer comportamento.
 Leis behavioristas pavlovianas: a aprendizagem precisa de momentos
específicos
 Watson e o pequeno Albert
Watson demonstrou a sua teoria das respostas condicionadas nos estudos
experimentais realizados com o bebé Albert de 11 meses condicionando-o a ter medo de
um rato branco, que ele não temia antes de ser submetido ao condicionamento.
Para estabelecer a relação de medo, provocou um enorme barulho atrás da
cabeça de Albert sempre que o rato lhe era mostrado. Em pouco tempo a mera
visualização do rato produzia sinais de medo na criança.
Esse medo condicionado generalizou-se a outros estímulos similares como um
coelho, uma pele branca ou a barba do pai natal.

Condicionamento clássico:

1. Barulho (Estímulo Incondicionado) Medo (Resposta incondicionada)


2. Rato Branco (estímulo neutro) Ausência de medo
3. Barulho (e. incondicionado) + Rato branco (e. neutro) Medo (R. incondicionada)
4. …
5. …
6. …
7. Rato Branco (E. Condicionado) Medo (R. Condicionada);

Generalização de Resposta
1. Coelho Branco (E. Condicionado) Medo (R. Condicionada);
2. Barba do pai natal (E. Condicionado) Medo (R. Condicionada);
o Pavlov (1849-1936): Reflexos condicionados
Condicionamento clássico:
 Apresentação inicial: EC- EI – RI
 Condicionamento: EC- RC & EI – RI
 Extinção: EC- RC
 Paradigma experimental com humanos RI (fecho das pálpebras), EI (sopro
de ar), EC (som ou luz)
 Paradigma da resposta emocional condicionada:
 Condicionamento com estímulos aversivos (dolorosos) tem como
efeito o congelamento de comportamento condicionado.
 Processos básicos do condicionamento clássico:
 Aquisição (aumento com repetição: curva de condicionamento)
 Extinção
 Recuperação espontânea
 Generalização e discriminação
 Importância da sequência temporal: EC- EI
 Fenómeno de neurose experimental: incapacidade de discriminação

 Cães de Pavlov
Incondicionado – Pó de carne
Estímulo
Condicionado – Campainha
Incondicionada – Salivação (+)
Resposta
Condicionada – Salivação (-)
 Sequência de aquisição
EC- EI – RI (repetidamente)

EC- RC- EI – RI

 Sequência de Extinção: Deixa de haver pó de carne, só há campainha


EC-RC
De modo a o animal reter o processo era tocada uma campainha e logo a seguir
era mostrado ao animal o pó de carne, fazendo-o salivar bastante. Ao fim de várias
repetições, bastava tocar a campainha sem mostrar a carne e o cão já salivava. Isto
mostra que o cão entendeu que a campainha significava que lhe ia ser dada carne.
Para acabar com este processo, o pó de carne deixa de aparecer e mostram só a
campainha. O cão começa a perceber que já não significa que vai ter a carne e já não
tem a mesma reação.
 Skinner (1904-1990)
 Behaviorismo Radical: o comportamento de um indivíduo é função
da história das contingências de reforço a que foi exposto no seu
meio ambiente.
 Condicionamento Operante (Operant Conditioning).
 Comportamento Respondente vs operante: o comportamento
respondente depende de estímulos antecedentes, e o comportamento
operante são ações espontâneas permanentes- estamos sempre a
emitir novos comportamentos espontâneos permanentes com
conservação e extinção segundo o efeito/consequências.
As consequências dos comportamentos podem ser:
 Reforço: consequências que tornam um comportamento mais intenso.
 Positivo: é quando algo acontece.
 Negativo: é algo que é retirado. O organismo retira algo
desagradável (evita um estímulo doloroso).
 Punição: efeitos que diminuem a intensidade do comportamento.
 Positiva: estimulação dolorosa.
 Negativa: retirada de um estímulo que é gratificada.
 Pautas de reforço (Schedules of Reinforcement)
 Sistema de Economia de Fichas (Token System Economy)
 Shaping & Chaining

 E. L. Thorndike (1874-1949)
 “Puzzle Box”: os gatos aprendem a sair através de “ensaios e erros”
aleatórios.
 Curvas de aprendizagem
mostram gradualidade:
aumento automático de
determinadas conexões.
 Aprendizagem
instrumental: o estímulo é a
puzzle box e a resposta é a
pressão da alavanca que
abre a caixa. A resposta é o
“instrumento” para obter
um reforço: a evasão e a
comida no exterior da
caixa. O reforço depende da
resposta (inversão do
esquema do
Condicionamento clássico).
 Princípios fundamentais:
 Lei do efeito (esquema darwinista)
 Lei do exercício
 Princípio da pertença
 Para ele não há inteligência animal. Os gatos têm comportamentos
aleatórios para saírem da caixa, sem qualquer plano e por acaso é que
conseguem sair.

 W. Köhler (1925): The Mentality of Aples


Os macacos constroem mentalmente uma forma de atingir o objetivo que é as
bananas. São inteligentes e planejam como irão conseguir chegar a elas. Deslocam as
caixas, sobrepõem-se em cima uns dos outros para atingirem o seu objetivo.
 W. Köhler vs Thorndike
 Para Köhler a inteligência dos primatas é estrututalmente semelhante à
dos humanos: “reestruturação súbita”
 As conclusões de Thorndike sobre a incapacidade cognitiva dos animais
dependem do tipo de dispositivo experimental:
 Grau de dificuldade da “resolução do problema”;
 Invisibilidade do mecanismo da puzzle-box;
 Explorações de aleatórias e soluções lentas;

Neobehaviorismo
o Tolman
Tolman propõe um novo modelo behaviorista baseando-se em alguns princípios
dissoantes perante a teoria de Watson. Esse modelo apresentava um esquema S-O-
R (estímulo-organismo-resposta) onde, entre o estímulo e a resposta, o organismo passa
por eventos mediacionais, que Tolman chama de variáveis intervenientes (em oposição
às variáveis independentes, isto é, os estímulos, e às variáveis dependentes, isto é, as
respostas). As variáveis intervenientes seriam, então, um componente do processo
comportamental que conectaria os estímulos e as respostas, sendo os eventos
mediacionais processos internos.
Baseado nesses princípios, Tolman apresenta uma teoria do processo
de aprendizagem sustentada pelo conceito de mapas cognitivos, i. e., relações estímulo-
estímulo, ou S-S, formadas nos cérebros dos organismos. Essas relações S-S
gerariam expectativas no organismo, fazendo com que ele adote comportamentos
diferentes e mais ou menos previsíveis para diversos conjuntos de estímulos. Esses
mapas seriam construídos através do relacionamento do organismo com o meio, quando
observa a relação entre vários estímulos. Os processos internos que permitem a criação
de um mapa mental entre um estímulo e outro são usualmente chamados gestalt-sinais.
Como se vê, Tolman aceitava os processos mentais, assim como Watson, mas,
ao contrário desse, efetivamente os utilizava no estudo do comportamento. O próprio
Tolman viria a declarar que sua proposta behaviorista seria uma reescrita da Psicologia
mentalista em termos comportamentalistas. Tolman também acreditava no caráter
intencional do comportamento: para ele, todo comportamento visa alcançar algum
objetivo do organismo, e o organismo persiste no comportamento até o objetivo ser
alcançado. Por essas duas características de sua teoria (aceitação dos processos mentais
e proposição da intencionalidade do comportamento como objeto de estudo), Tolman é
considerado um precursor da psicologia cognitiva.

o Clark Hull
Em 1943, a publicação, por Clark L. Hull, do livro Principles of Behavior marca
o surgimento de um novo pensamento comportamentalista, ainda baseada o paradigma
S-O-R, que viria a se opor ao behaviorismo de Tolman.
Hull, assim como Tolman, defendia a ideia de uma análise do comportamento
baseada na ideia de variáveis mediacionais; entretanto, para Hull, essas variáveis
mediacionais eram caracterizas como neurofisiológicas. Esse é o principal ponto de
discordância entre os dois autores: enquanto Tolman efetivamente trabalhava com
conceitos mentalistas como memória, cognição etc., Hull rejeitava os conceitos
cognitivistas em nome de variáveis mediacionais neurofisiológicas.
Nos seus debates, Tolman e Hull evidenciavam dois dos principais aspetos das
escolas da análise do comportamento. De um lado, Tolman adotava a abordagem
dualista watsoniana, onde o indivíduo é dividido entre corpo e mente (embora
assumindo-se que o estudo da mente não possa ser feito diretamente); de outro, Hull,
embora mediacionista, adota uma posição monista, onde o organismo é puramente
neurofisiológico.

Psicologia da Gestalt
É uma doutrina que defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes,
compreender o todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é
colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A palavra gestalt tem o significado "de
uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que
tem uma forma ou configuração como um de seus atributos".

Max Wertheimer (1880-


1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940) foram os criadores
das leis da gestalt. Wertheimer pôde provar experimentalmente que diferentes formas de
organização preceptiva são percebidas de forma organizada e com significado distinto
por cada pessoa. Como pode ser visto nas figuras do Cubo de Necker e do Vaso de
Rubin. O todo é maior do que a soma das partes que o constituem. Por exemplo: uma
cadeira é mais do que quatro pernas, um assento e um encosto. Uma cadeira é tudo isso,
mas é mais que isso: está presente na nossa mente como um símbolo de algo distinto de
seus elementos particulares.
Psicologia Humanista
“eu / Self” (Capacidade de ser para si próprio reflexivo, livre)
A psicologia humanista surgiu como uma reação ao determinismo dominante
nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma
força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de
uma personalidade criativa e saudável.
O primeiro teórico a desenvolver uma teoria humanista na psicologia
foi Abraham Maslow, com sua pirâmide das necessidades.

o Maslow
Maslow criou uma escala de
necessidades a serem satisfeitas e, a
cada conquista, nova necessidade era
apresentada. Isso faria com que o
indivíduo procura-se a sua
autorrealização, pelas sucessivas
necessidades satisfeitas, conforme
gráfico:

o Carl Rogers
“Process of Becoming a Person” O objeto da psicologia é o “self” da pessoa. Uma
pessoa é essencialmente um “eu”, mas a palavra “eu” não resigna propriamente a
palavra self. Eu e self são diferentes.
O eu é como reflexividade, ou seja, autoconsciência. Defende que o “self” é a
perceção consciente da experiência vivida. Cada um se define pela sua singularidade,
orienta-se nesse campo de experiência e há uma espécie de galáxia de self:
 Self concept: resulta da perceção da experiência vivida, conjunto das
perceções de si próprio;
 Self image: representação de si próprio;
 Self worth: valor atribuído a si próprio, autoestima.
Adota o modelo dinâmico de Maslow, mas enriquece-o com condições de
autorrealizações. São precisas 3 condições, em que o meio ambiente se encontre em
autenticidade ou genuinidade e em que a pessoa encontre outras pessoas que sejam
genuínas. As pessoas hipócritas não se desenvolvem como pessoas. Só há o processo de
“Becoming a Person”, se forem pessoas autênticas e haja:
 Aceitação incondicional positiva/consideração, ou seja, as pessoas só se
tornam pessoas se tiveram com outras pessoas genuínas e se tiverem
aceitação;
 Condicionadas positivamente;
 Apatia, inserida em relações apáticas.
Acreditou que os humanos têm uma motivação básica, para alcançarem o seu
potencial e atingirem o nível mais elevado ser humano. Quando há congruência entre o
self ideal e autoimagem real dá-se o processo de autorrealização.
 Fully functional person, o sinonimo de Rogers para self Actualization.
 Fully functional person é uma pessoa aberta à experiência, ambas as
emoções são aceites, os sentimentos negativos são trabalhados em vez de
serem tratados;
 Existencial living, ou seja, conexão plena com o momento real presente, sem
fuga para o passado ou futura, sem preconceitos ou juízos de valor;
 Trust feelings: confiança nos sentimentos, confiar no que sentimos, tudo o
que sentimos é real e nosso;
 Creativity: pensamento criativo, arriscar com segurança, com alegria, sair da
zona de conforto;
 Fulfilled life: vida realizada e preenchida.
Para Rogers, o self é criativo, como um critério de autenticidade, se tem
comportamentos expressivos criativos. A pessoa autêntica é criativa, a “Fully
Functional person”.
A sua filha Natalie Rogers, em 1980, criou o livro “Emerging Women”.

AVANÇOS RECENTES NA PSICOLOGIA


Revolução cognitiva
Nos anos 50 o paradigma dominante era da psicologia comportamental ou
behaviorista. Ainda que esta tenha tido sucesso em explicar muitos dos fenômenos
psicológicos, era também bastante reducionista já que se preocupava em explicar apenas
o observável. Tudo aquilo que estava entre os estímulos e as respostas era chamado de
“a black-box behaviorista”. Era considerado ou irrelevante para o estudo do
comportamento observável ou até mesmo algo metafísico.
Quanto a teoria em voga chegou a um beco sem saída, foi observado que os
fenômenos que ocorriam em nossa mente eram importantes. Acontecia algo durante o
tempo que se passava entre o estímulo recebido e a resposta que este gerava. Foi aí que
os cientistas começaram a estudar os processos de racionalidade, linguagem, memória,
inteligência, imaginação… A black-box é aberta.
o Modelos sócio-cognitivos: Rotter & Bandura
 Julian Rotter (1916-2014)
Conceitos centrais:
 Motivação: expressa na lei empírica do efeito (procura de estimulação
agradável e evitamento de estimulação desagradável).
 Personalidade: Sistema relativamente estável (e continuamente em
mutação) de potenciais de resposta.
 Locus do controlo: expectativa generalista (vs. Específica) de controlo
do reforço; crença sobre os fatores determinantes da ocorrência de
reforços.
 Psicopatologia: problemas de adaptação resultantes de expectativas
racionalmente baixas e de “objetos mínimos” (minimal goals)
demasiado elevados; a psicopatologia considerada como
aprendizagem cognitiva/motivacional.

BP=F (E& RV)

 Albert Bandura (1925)


 Aprendizagem social ou behaviorismo social (Social Learning ou
Social Behaviorism)
 Observação de um modelo (modeling) mediação
sociocognitiva.
 Reforço/Punição vicariante (vicarious learning).
 Autoeficácia: perceção ou crença no sucesso do desempenho.

Atenção Retenção Reprodução Motivação

Atenção: ativada por valência afetiva, experiências anteriores


Retenção: mantida por codificação simbólica, construção de imagens mentais, repetição
(motora, sensorial, linguística).
o Modelos de processamento de informação
 Linguagem: Chonsky vs Skinner.
 Perceção e memória: Miller “Magical number 7”.
o Revolução cognitiva em Psicologia (Baars, 1986)
 A black-box e a tábua rasa/inscrita.
 Contexto Histórico de mutações interdisciplinares:
 Cibernética e Robótica: controlo e comunicação em máquinas e
animais (N. Wiener, 1948).
 Computabilidade e formação de padrões (A. Turing): Teste
de Turing, números computáveis, números Fibonacci.
 Teoria matemática da informação (C.Shannon, 1948):
quantidade de informação, entropia da informação,
codificação e canalização.
 Informática e inteligência artificial: realização material de
informação e computação; autor-reprogramação e
autorregulação.
 Biologia e General System Theory: holismo, finalismo...

o Alguns pioneiros da Revolução

 G. Miller (1956). The magical number seven, plus or minus two.


 A memória de curto prazo tem working memory.

 J. Bruner (1956). A study of thinking.


 Pensar é organizar informação através de conceitos.
 Pensar é construir categorias.

 D. Broadbent (1956). Perception and Communication.

 N. Chomsky (1959). Review of verbal behavior, by Skinner.


 A linguagem é uma anomalia.
 A gramática exige processos cognitivos.

 Newell, A., & Simon, H.A. (1972). Human problema solving.


 Aplicar informática e conceitos cognitivos.

 U. Neisser (1967). Cognitive Psychology.


 Ativação, perceção.
o Ideias fundamentais da revolução cognitiva
 A psicologia cognitiva não é sem integridade física.
 The mind cannot be a blank slate becaus slates don’t do anything.
 “An infinite range of behavior can be generated by finite combinatorial
programs in the mind”.
 Universal mental mechanisms can unverlie superficial variation across
cultures.
 The mind is a complex sistem composed of many interacting parts.

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