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Disciplinas Da Filosofia

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Disciplinas da Filosofia

A Filosofia encerra dentro de si várias disciplinas que ao longo do tempo foram tornando-se autónomas.
Dentre elas destacamos:
 Filosofia da Natureza: preocupa-se com a interpretação e explicação da natureza. Interroga-se a cerca da
natureza das coisas, ou seja, o que são as coisas, isto é, essência donde vem (origem) e, a partir dai, explicar
os seus movimentos.
 Antropologia filosófica: estuda o próprio homem, que ele é, a sua origem, a sua essência, o seu destino.
 Metafísica: interroga-se sobre o princípio e o fim de todas as coisas. É a essência do ser enquanto ser, aquilo
que faz com que as coisas sejam o que são.
 Ética: é a reflexão sobre a moral, sobre conjunto dos costumes e dos comportamentos que caracterizam a
conduta.
 Teoria de Conhecimento: trata da relação entre o sujeito, objecto e o conteúdo do conhecimento.
 Lógica: estudo das formas e leis do pensamento válido. É o estudo das conclusões da coerência do
pensamento e do discurso.
 Filosofia Política: estuda o homem enquanto um ser social, estabelecido regras e normas de conduta para a
vida em comunidade.
 Estética - Estuda o Belo, a sua natureza e os fundamentos da arte enquanto expressão do ser humano.
 Teodiceia – parte da Metafísica que se interessa pelos problemas de Deus: justificação da possibilidade da sua
existência pela via racional e não pela fé.

A Filosofia e outras ciências


Desde a criação do Homem enquanto ser pensante houve Filosofia, ou seja, todo o Homem nasce filósofo,
como diz Aristóteles, só que deixa de ser quando considera o mundo habitual e sem surpresas, isto é, quando
perde seu encanto.
O método de trabalho das ciências e da Filosofia é diferente: enquanto as ciências utilizam o método
experimental assente na verificação e na experimentação, a Filosofia tem como método de trabalho a
especulação e a análise crítica.
Filosofia
 Disciplinas - A natureza humana;
 Objecto de estudo - A essência das coisas e fundamento último da realidade;
 Método - Especulativo (lógico racional) e crítico-analítico;
 Tipo de conhecimento - Compreensivo: Procura compreender os princípios e a finalidade da
existência Humana e do real.

Outras ciências
Objecto de estudo - A lei dos fenómenos naturais; Funcionamento de um corpo, Procurar explicar
comportamentos; A constituição física dos fenómenos físicos e humanos e as leis que a regem.
Método - Experimentação, Observação, Analise, indução, Verificação, Generalização
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Tipo de conhecimento - Explicativo: Tenta explicar o funcionamento da realidade

A Filosofia distingue-se de outras ciências pelas seguintes razões:


 Pela profundidade da investigação: enquanto a ciência procura as causas próximas imediatas da s coisas, a
Filosofia procura as causas últimas e finais das coisas;
 Pela reflexão crítica: enquanto a ciência pressupõe reflexão e crítica, a Filosofia põe em questão tudo o que se
apresenta ao espírito para examinar, discutir, avaliar e descobrir o seu significado, inclusive o da própria
ciência;
 Pelo grau de generalidade e síntese: a ciência limita-se à realidade dos factos e ocupa-se dos fenómenos,
enquanto a Filosofia procura dar unidade total ao saber e pretende penetrar na realidade global;
 Pela humanidade e valorização: a ciência ocupa-se em geral, da realidade estranha ao homem, enquanto a
Filosofia é essencialmente humana e axiológica, ou seja, ela dá valor à acção e a existência humana.

Se a ciência tende cada vez mais a especialização, a Filosofia, no sentido inverso, quer superar a
fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à alienação do
poder parcelado. Por isso a filosofia tem uma função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo entre as
diversas formas do saber e do agir.
 A Filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objecto: em todos os sectores de
conhecimento e da acção, a Filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos fundamentos desse
conhecimento e desse agir.

Breve Contextualização histórica da Filosofia


Mito
A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheo (contar, narrar, falar
alguma coisa para outros), e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Para os
gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para os ouvintes que recebem como verdadeira a
narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada na autoridade e
confiabilidade da pessoa do narrador. E essa autoridade vem do facto de que ele ou testemunhou
directamente o que está a narrar ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados.
Os mitos revelam tudo o que se passou, desde a cosmografia até a fundação das instituições socioculturais.
Estas revelações não constituem um conhecimento no sentido restrito do termo; não esgotam o mistério das
realidades cósmicas e humanas
Transição do Mito para a reflexão Filosófica
Desde há muito tempos os seres humanos se preocuparam em conhecer a razão das coisas. Os homens
antigos ficam satisfeitos com as explicações dadas através da utilização de mitos que explicam as matérias
da natureza.
Os mitos são história sagrada que dominava a vida da comunidade humana. A criação de tais história era
atribuída a seres sobrenaturais: os deuses. Teriam sido os deuses a narrarem essas histórias aos antepassados
2
ou individuo que tinha um estatuto especial numa comunidade. Em geral, os mitos narram histórias da
origem do universo, dos objectos e seres particulares, e de acidente geográfico.
Ex: A origem de uma ilha, de um palácio, de um museu.
Mito tinha dupla função:
 Função Explicativa: os mitos explicavam o porquê das coisas, acontecimento ou instituições,
dizendo como em que eles foram criadas e como são recriadas pelos deuses
 Função Normativa: os mitos serviam de regras para a acção dos homens, de modelo que o
indivíduo devia imitar. Os mitos respondiam igualmente a questões como: Que devemos fazer? Que
fins devemos alcançar? O que é uma vida boa?

Os primeiros filósofos questionaram-se e procuraram, através da razão encontrar uma explicação racional
sobre a origem da natureza. Com estas características comum faz com que eles fossem conhecidos como
naturalistas. Que defendem que "Do nada, nada pode vir".
A palavra e a mensagem do mito refere-se à totalidade da existência, do mundo, e das coisas, e transporta-
nos às suas origens, relação e finalidade.
Caracterização do Mito
Mito caracteriza-se pelo facto de compreender o mundo empírico, o que é e o que nele acontece, partindo de
uma realidade que o reduz à unidade e que o transcende. O mito oferece-se em geral, em forma de uma
narração de uma história, como palavra sagrada carregada de autoridade e tradição.
O mito mostra como o homem esteve sempre preocupado com o que o rodeia, questionando-se de várias
maneiras e preocupado em dar respostas adequadas às tais questões.
O mito ocupou um lugar importante nas sociedades antigas, antes do florescimento do pensamento filosófico
lógico racional. Mas, mesmo com advento do pensamento crítico racional o mito não deixou de ocupar um
lugar de destaque na vida dos homens, dai que ainda hoje, temos a coexistência do pensamento mítico com o
pensamento filosófico crítico e lógico racional.
O homem sempre preocupou – se em sair da explicação mítica para uma explicação racional (filosófica) da
realidade, dai que temos a passagem do pensamento mítico para o pensamento filosófico (racional), cujo
exemplo marcante é o esforço e o papel dos filósofos de Mileto, na Grécia Antiga, chamados filósofos da
natureza ou da “physis”.
Etapas da Filosofia grega clássica: o período cosmológico
O apogeu da Filosofia acontece durante o apogeu da cultura e da sociedade gregas; portanto, durante a
Grécia clássica distingue-se dois períodos principais da Filosofia grega, que são:
 Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a. C., quando a
Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na
Natureza.

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Os Naturalistas
Tales de Mileto - É conhecido como o pai da Filosofia grega e de toda a Filosofia ocidental. Para ele o
princípio de todas coisas é a água; sustentou que a terra repousava sobre a água e que, num certo sentido,
tudo era feito de água.
Anaximandro de Mileto - Nascido em Mileto e aluno de Tales, formulou várias teorias sobre o cosmos e
pensou também a questão da unidade do mundo físico. Para ele, o princípio de todas coisas é o
indeterminado ou infinito “apeiron1”, que é eterno e sem idade e contém todos os mundos.
Anaxímenes de Mileto - Discípulo de Anaximandro e terceiro filósofo de Mileto, Anaxímenes aponta como
causa primordial de todas as coisas, o ar. Ele verificou que o ar é essencial para o Homem e para todos os
seres vivos; Em segundo lugar, verificou que do céu caem a chuva (água) e os raios (fogo); que para o céu
sobem os vapores e as exalações e, finalmente, pela consideração de que o ar se presta melhores que
qualquer outro elemento as variações.
Parménides de Eleia – Funda a área filosófica mais tarde designada por Ontologia, ao atribuir a criacao do
mundo ao Ser, este Ser incausado e que causa todas as coisas. Parménides defende que «toda a mutação é
ilusória» e demonstra a necessidade da existência do ser como garantia da unidade do mundo. Este é uno,
eterno, não gerado e imutável. Portanto, o que muda no mundo são os seres por si gerados. Parménides vai
então afirmar que «o que é, é e o que não é, não é» o não ser é impensável. O não ser é pensado em oposição
ao ser, ou seja, ele não é fora do ser.
Pitágoras - Não estando de acordo com a ditadura de Policrates viajou até ao Egipto, estabelecendo se
depois em Itália. Os pitagóricos acreditavam numa cósmica. Os números estavam na sua base e na base das
relações entre as coisas.
Sua grande Filosofia: Estendeu assim esta noção de harmonia a todas as coisas, explorou ainda a
geometria. Todas as coisas são números, tudo o que existe esta ordenada e tudo estão ligadas por uma
harmonia.
Heráclito de Éfeso
Heráclito viveu por volta 500 anos a.C. e afirmou que tudo a nossa volta se encontrava num estado de fluxo,
mas também acreditava numa justiça cósmica que mantinha o equilíbrio do mundo.
Escolheu como elemento primário o fogo, sua ideia era de certo complexo.
Sua grande Filosofia: Tudo o que existe sobre o cosmos está sujeito a mudanças permanentes, de tal forma
ninguém pode passar ou banhar-se duas vezes no mesmo rio. «PANTA-RHEI»
Os Atomista:
Leucipio e Demócrito: Tomaram a ideia da existência das partículas elementares básicos. Propuseram a
ideia de enumeras partículas sólidas de pequenas dimensões, os átomos – que não poderiam ser
subdivididas.

1
Termo grego utilizado por Anaximandro para designar "aquilo que não tem limiar, extremidade ou limite", sendo considerado,
pois, como "infinito" e "imenso", como o princípio original dos seres, tanto de seu apare cimento quanto de sua dissolução .
4
Sua grande Filosofia: Tudo o que existe é resultante de umas partículas muito pequenas e indivisíveis e a
essas chamamos por átomos.
Virada antropológica ou filosófica humanística: Período socrático ou antropológico, do final do século
V e todo o século IV a. C
Humanistas
Quando a Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas (em grego, antropos
quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).
Os sofistas - virada antropológica ou filosófica humanística. De uma perspectiva da explicação da physis
passou para uma perspectiva da explicação do antropos, isto é, uma perspectiva antropológica e
antropocêntrica. Assim o antropos, torna-se o centro de toda a problemática filosófica grega.
Os sofistas estiveram na origem dessa mudança. Eram mestres e professores, dedicavam-se ao ensino dos
jovens, filhos da classe aristocrata ateniense, o seu propósito fundamental era na prática educativa dos
jovens de Atenas, privilegiando a transmissão de um saber enciclopédico e a formação do espírito nos seus
diversos campos (a retórica, a persuasão) com Sócrates o modo de ensino foi diferente (só sei que nada sei)
(homem conhece-te a ti mesmo). Sócrates educava a juventude ateniense em ordem dos valores universais e
em termos, acusado de ser perturbador da ordem e corruptor da juventude, foi julgado e condenado a morte.
Os representantes: Protágoras de Abdera, Górgias de Leontino, Hípias de Elis, Licofrono, Pródigos
Protágoras de Abdera (491 – 481 a.C.) – “o homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto
são e das que não são enquanto não são”. Aplicada ao homem individual e concreto, esta máxima conduz a
duas perspectivas de conhecimento humano (Relativismo e Cepticismo). A posição relativista defende que
“não há verdade absoluta e universal, mas uma diversidade de opiniões”, enquanto o cepticismo sustenta que
“se há verdade absoluta, não é possível conhece-la”. Esta posição céptica é sobretudo evidenciada no
pensamento do sofista Gόrgias, que defende que nada existe e que mesmo se houvesse não poderia ser
conhecido.
. “A justiça é a vantagem dos fortes”.
Enfim, tudo isso fez com que lhes criasse problemas em Atenas, por estar a inculcar os maus hábitos na
população.
Conclusão a respeito dos sofistas, é de salientar que eles encontraram muita oposição na sua filosofia,
porque foram acusados em trocar os conhecimentos com dinheiro. Isto é; havia maior número dos jovens
que gostavam de frequentar nos lugares onde os sofistas expunham e em paralelo a isto, pagavam as suas
entradas. Esta atitude de pagamento tirou-lhes o mérito de serem vistos como verdadeiros filósofos.
Sócrates (470 – 399 a.C.)
Foi discípulo do Platão. Ele afirma que o que leva o homem a pecar é a falta de conhecimento e se soubesse
não pecaria, o conhecimento era virtude e a principal causa do mal era ignorância. Ele interpretou afirmação
“será sábio aquele que como Sócrates sabe que a sua sabedoria é pouca”.

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Sua grande Filosofia: «Eu sei que nada sei», o conhecimento entre o bem e o mal é a causa necessária e
suficiente para fazer o bem ou o mal,
Platão (428 – 354 a.C.), - o nome originário é Aristóteles, a palavra Platão vem do grego
(platos=amplitude).
Sua grande Filosofia: A sua filosofia centraliza-se no mundo das ideias onde podemos encontrar as
verdadeiras coisas. A causa daquilo que é físico é metafísica

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