TCC Gestão Escolar Na Educação Do Campo
TCC Gestão Escolar Na Educação Do Campo
TCC Gestão Escolar Na Educação Do Campo
CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE
PEDAGOGIA-ÁREA DE APROFUNDAMENTO DA
EDUCAÇÃO DO CAMPO
JOÃO PESSOA-PB
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE
PEDAGOGIA-ÁREA DE APROFUNDAMENTO DA
EDUCAÇÃO DO CAMPO
JOÃO PESSOA-PB
2016
P475g Pessoa, Jany Raquel de Oliveira.
34f.
OBRIGADO DEUS!
AGRADECIMENTOS
Inicialmente dirijo meus agradecimentos à força natural e benevolente que nos rodeia ,
assim como diversos são os povos também é múltipla a sua denominação, mas nesse
momento digo Deus, fonte de sabedoria.
Aomeu querido orientador deste trabalho, Magno Alexon Bezerra Seabra, a quem
humildemente devo os conhecimentos apreendidos, oportunidades concedidas, por sua
dedicação exemplar e intelectualidade incontestável.
Ao meu pai que contribuiu expressivamente na minha formação ética e para lutar em
busca dos meus maiores sonhos.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo compreender e analisar o papel do gestor na educação
do campo, tendo em vista a variável da gestão democrática da Pedagogia do campo, que
tem como prioridade a formação do gestor para atuar, prioritariamente, na Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental na educação do campo. Buscamos
refletir a importância da Gestão Escolar da Educação do Campo e obtivemos através
deste estudo, um maior entendimento a cerca do que seja gestão escolar na educação do
campo e de tudo o que faz parte como um todo. Temos com principais objetivos
específicos: fazer uma reflexão sobrea gestão escolar na educação do campo, numa
visão histórica; Identificar os desafios enfrentados na gestão escolar daeducação do
campo. O interesse por essa temática surgiu a partir de inquietações que emergiram no
decorrer dos estudos e debates em tornos das questões que emergiram em grupo de
estudo e congressos na área. O estudo cujo foco se localiza nos significados papel e ou
ator do gestor na educação do campo tem por base teórica os estudos desenvolvidos
sobre a temática, dentre os quais se destacam a contribuição de Mello, (2001), Franco
(2003) e Hall (2011), entre outros. A metodologia envolveu a análise documental e
bibliográfica. Com o aumento das oportunidades de ensino foi concretizada a partir da
instituição da legislação vigente, pois, não tem sido apropriado para gerar alterações
significativas no processo de gestão escolar e no atendimento à escolarização dos povos
do campo.
ABSTRACT
This work aims to analyze the role of the manager in the education of the field, aiming
at a variable of the democratic management of the Pedagogy of the field, which has as
priority a training of manager to act, as a priority, in Early Childhood Education and in
the initial years Do Elementary education in rural education.We will try to reflect the
importance of the School Management of the Field Education and we intend to obtain
through this study, a greater understanding about what is school management in the
education of the field and of everything that is part as a whole. We have with specific
main objectives: to make a reflection about the school management in the education of
the field, in a historical vision; Identify the challenges faced in school management of
rural education.The interest in this theme arose from the concerns that emerged in the
course of studies and debates on issues of issues that emerged in a study group and
congresses in the area. The study, whose focus is on the role and role of the manager in
the education of the field, is based on theoretical studies on the theme, among which the
contribution of Caldart(2004), Gatti (2011) and Hall 2011), among others. The
methodology involved documentary and bibliographic analysis.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
2 Educação do Campo...................................................................................................12
3 Legislação.....................................................................................................................20
4 Gestão democrática:breve contexto histórico...........................................................24
4.1 Papel do gestor escolar.............................................................................................28
5 Participação da comunidade escolar do campo........................................................29
6 O Projeto Político-Pedagógico como ferramenta da gestão democrática..............31
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................33
8 REFERENCIAS.........................................................................................................34
1 INTRODUÇÃO
Conforme Ferreira, Reis e Pereira (1999, p.6) “a palavra gestão tem origem latina,
genere, que significa conduzir, dirigir ou governar”. A palavra Gestão democrática é
fundamental para exercer a cidadania.
Na constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) certamente na sua elaboração,
em diversos setores da sociedade e em especial aos docentes, embora estavam ainda por
cima no sentido da democratização das políticas públicas de educação, daí
implementaram no art. 206, a gestão democrática da educação do ensino público como
um de seus princípios brasilares (AGUIAR, 2008). A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, conforme o inciso VIII do art.3º, “gestão democrática do ensino
público na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino. Segundo Paro ( 2003)
A gestão democrática da escola, já está necessariamente implícita a participação da
população em tal processo . “Valoriza, portanto, a participação da comunidade escolar
no processo de tomada de decisão na construção coletiva dos objetivos e das práticas
escolares, no diálogo e na busca do consenso” (LÍBANEO, 2008, p .132).
Aguiar (2008) e Dourado (2006) afirmam ainda que é uma política, pois, é
direcionada a ampliação dos espaços oferecidos nas escolas básica, temos um exemplo
que é o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, mas que seja
implementado o conceito de gestão democrática, envolvendo professores, funcionários,
alunos e pais e representante da comunidade local. A percepção de liderança é
justamente onde ocorre em grupos humanos interligados numa coletiva.
Dizemos que uma organização caracteriza-se por um grupo de pessoas reunidas
com metas e objetivos afins. As organizações facilitam a vida em sociedade porque
buscam a otimização de metas. Desde que nasce o indivíduo aprende regras e normas
que ele deve seguir para estar inserido num determinado grupo e, à medida que
amadurece, ele vincula este conjunto de valores às próprias atitudes e ações. Neste
sentido, quando uma organização engloba valores e possui propósitos que atingem a
interação entre pessoas, temos caracterizada uma instituição. Segundo Canterli (2004,
p.33), as instituições
[...] são organizações que incorporam normas e valores considerados valiosos
para seus membros e para a sociedade. É produto de necessidades e pressões
sociais valorizadas pelos seus membros e pelo ambiente, preocupados não
apenas com lucros ou resultados, mas com a sua sobrevivência e perenidade.
São guiadas pelo senso de missão. Nas Instituições as forças e pressões
sociais atuam como vetores que moldam o comportamento das pessoas.
Analisando a escola sob esta ótica, veremos que ela assume características de
uma instituição, mas também não deixa de ser uma organização. Para Capanema (1996)
a escola é uma instituição que apresenta características peculiares, que dizem respeito a
sua função social, traduzindo-se como “[...] um lócus privilegiado para a aquisição de
conhecimento sistematizado que desenvolve habilidades indispensáveis ao sucesso na
vida pessoal e no trabalho”. O ambiente escolar é um lugar onde as ações nele
desenvolvidas centralizam-se nas relações entre as pessoas, considerando seus valores.
Portanto, neste trabalho, adotamos o termo “instituição” para nos referirmos à escola,
julgando esta designação bem adequada ao tema em debate: violência escolar.
No tocante à tomada de decisões na instituição escolar, perceberemos que ela
está vinculada à interação entre pessoas, à forma como se comunicam e aos objetivos
pedagógicos pretendidos. É a gestão que irá administrar estes processos que se
constituem de etapas, de tarefas executadas com vistas a uma realização final. Até
chegar-se a uma determinada decisão e fazê-la funcionar de forma que uma situação
seja modificada ou mantida, ocorre à formação de um ou vários processos. Quem
administra e conduz este caminho processual são os membros da gestão (cf. LIBÂNEO
e TOSCHI, 2003).
A cultura também é fator determinante no quadro da gestão das instituições.
Aparece de duas formas: cultura instituída e cultura instituinte. A primeira refere-se às
normas legais definidas por leis e órgãos oficiais. A segunda resulta da relação entre as
pessoas. Cultura envolve valores, crenças, histórias, experiências, enfim, tudo aquilo
que perpassa pela experiência e criação humana. O espaço cultural é fator
preponderante na gestão de uma instituição.
Existem modelos diferenciados de gestão escolar e estes também dizem respeito
à cultura institucional. Levar em conta esta cultura significa respeitar as pessoas, seus
diferentes posicionamentos, sem perder de vista a missão da instituição. Cabe aos
gestores à tarefa de estabelecer acordos dentro deste espaço, conciliando diferentes
concepções, abrindo campos para a discussão, levando em conta as peculiaridades de
cada um dos atores que atuam no espaço educacional.
Dentre os vários modelos de gestão, não podemos dizer que há rigidez e
concepções estanques. Na maioria das vezes as instituições adotam características de
mais de um modelo, sobressaindo-se um deles. Qualquer que seja o modelo adotado,
sempre haverá uma intenção política, cultural ou qualquer circunstância que favoreça
esta ou aquela situação. Da mesma forma, não há modelo bom ou mau, melhor ou pior,
cabendo ao gestor e ao grupo de pessoas que atuam no cenário escolar a busca por ações
que estejam devidamente adequadas à realidade local, às necessidades vigentes.
Lima (1996, p. 17) afirma que: “Enquanto construção social, um modelo de
gestão é por natureza plural, diversificado e dinâmico, dependendo da produção e da
reprodução de regras, de diferentes tipos, construídas e reconstruídas pelos atores
envolvidos”.
Com relação à violência escolar, problema de relevância no tocante à gestão
escolar, em pesquisa realizada por Gomes et al. (2003), junto a grupos de alunos de
diferentes escolas(particulares e públicas) do Distrito Federal, constatou-se que esta
instituição, a escola, não tem mais respondido às expectativas do alunado, no sentido de
estar resguardados das manifestações violentas presentes, sobretudo, no campo social.
Alunos de diferentes contextos revelaram, através da metodologia pautada nos grupos
focais, já terem tido contato com atos violentos:
A pesquisa revelou, ainda, entre outros fatores detectados, que, de forma geral,
nos estabelecimentos de ensino tanto públicos quanto particulares, o processo educativo
não tem conseguido atingir integralmente seus objetivos. Problemas como
discriminação, consumismo, bullyinge outros, parecem estar presentes na realidade
educacional em campos sociais diversos.
Num mundo onde as mudanças ocorrem muito rápido, a criatividade, a
adaptação ao novo e a postura reflexiva podem favorecer a conduta e as ações dos
gestores. No quadro atual é necessário o reinventar do cotidiano, de modo a atender à
vasta gama de problemas e lacunas que surgem no ambiente escolar, onde a violência
ocupa lugar de destaque pelas consequências de curto e até longo prazo que podem vir a
se instaurar no quadro educacional. Este é um problema que merece relevância nas
discussões educacionais da atualidade.
Neste sentido, o modelo de gestão democrática parece atender às expectativas e
necessidades educacionais de nossos tempos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) Nº 9394, de 1996, em seu artigo 14, prescreve que o ensino público
deverá ser regido pela gestão democrática. Apesar de ser um termo polissêmico que
pode vir a dar margem a diversas interpretações, quando abordamos a “gestão
democrática” deixamos bem estabelecida à ideia de que não há mais espaço para uma
visão centralizadora de gestão, pois tal prática não condiz com o perfil deste novo
século, marcado pela globalização e pelo rápido fluxo de informações. Neste âmbito,
Capanema (1996) afirma que “a tendência de descentralização que se verifica em nível
de sistemas começa a se estender ao nível da unidade escolar”.
Ressaltamos, no entanto, que um modelo de gestão democrática não significa a
garantia de qualidade na educação de uma escola ou sistema educacional. Fatores como
a formação de professores e envolvimento destes profissionais no trabalho educativo,
bem como as condições físicas dos prédios escolares ou situações sociais e políticas,
influenciam diretamente nos resultados educacionais. Existe uma escassez de pesquisas
que abordam a relação entre gestão democrática e a qualidade do ensino. No entanto,
este modelo de gestão é uma tendência natural desses novos tempos, já que significa
ruptura com uma educação pautada na centralização burocrática.
Portanto, quando o assunto é gestão não há receitas prontas, nem sequer a figura
dos gestores “salvadores da Pátria”. Os problemas que permeiam a realidade
educacional de agora, inclusive a violência escolar, requerem a busca por um trabalho
coletivo, uma postura de corresponsabilidade, de construção do todo, numa perspectiva
de união e de solidariedade, educação para o exercício da cidadania, baseada no diálogo.
É a gestão, dentro da visão democrática, que irá promover, no ambiente escolar,
um clima propício ao prazer de criar, de dialogar com diferentes, aproveitando
habilidades e talentos presentes no grupo. Isto, porém, não significa ausência de
conflitos, mas sim a administração dos mesmos na busca pelo consenso.
4.1 PAPELDO GESTOR ESCOLAR
Os gestores escolares têm um papel primordial nas escolas, uma vez que agem
como líderes pedagógicos, priorizando e avaliando os programas pedagógicos, além
disso, enfatizando a importância dos resultados obtidos pelos educando. Ao mesmo
tempo agem como líderes em relações humanas porque “o gestor deve atuar como,
líder, ou seja, formar pessoas que o acompanhem em suas tarefas se prepará-las para
serem abertas ás transformações” (TRES, 2010. P.3), enfatizando a ideia de um
ambiente escolar positivo, pretende promover o consenso, no qual os objetivos é
métodos sejam alcançados numa eficaz na escola porque quando se constrói uma
relação e interação da equipe escolar, o trabalho se torna mais produtivo.
Percebe-se que a motivação não é de responsabilidades só dos gestores, mas
aqueles que fazem parte da equipe escolar, como professores e gestores, além de
trabalharem juntos para melhorarem as condições da escola e o ensino e a aprendizagem
mais eficaz. O papel do gestor escolar abrangem objetivos claros, uma escola boa, para
encorajaros docentes, é necessário recurso se é imprescindível para que realize seu
trabalho adequadamente tornando-se o ambiente positivo com metas a alcançar, e
realizáveis e relevantes, professores que garanta a disciplina em sala de aula, através
de capacitação de professores, “os gestores devem conscientizar de que seu papel na
escola de hoje é muito mais de um líder do que um burocrata. Espera-se dele que
assume a direção como um membro ativo da comunidade escolar” (SANTOS, 2002,
p.16).
O professor também tem que se manter uma relação na escola e assim obter
êxito, mas os docentes uma vez que se isola, porque “isoladamente, ainda que haja
competência e comprometimento, os resultados do trabalho são quase sempre
insignificantes” (BORGES, 2004, in: ANDRADE, 2004, p,42).
A escola como os docentes devem caminhar juntos e só tende a somar os
empenhos para se obter resultados, assim atuando desse modo tudo supera, é nessa
comunidade local onde se percebe-se que a gestão é participativa, além disso, há um
trabalho em equipe, porque o ambiente relacional escolar decorre basicamente dos
educadores que nela atuam.
A escola certamente determina as relações internas, inclusive o acolhimento, e
do diálogo. No entanto haja desenvolvimento e melhoria na escola “as escolas
necessitam de líderes capazes de trabalhar e facilitar na resolução de problemas em
grupos, capazes de trabalhar junto com educadores e colegas ajudando-os a identificar
suas necessidades de capacitação e adquiria as habilidades necessárias” (LUCK ET all.,
2002, p. 34). Por isso que o gestor escolar precisa agir como um mediador do trabalho e
incluir sua equipe escolar para promovera transformação e o rompimento de paradigmas
já existentes numa sociedade que vive em constantes modificações.
5 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR DO CAMPO
BOGO, Ademar. Identidade e Luta de Classes. São Paulo: Expressão Popular. 2008.