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Aula Drogas Curso Tao

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CURSO PARA CARREIRAS JURÍDICAS DE PSICOLOGIA

Drogadição

Nathália Della Santa


Psicóloga clínica e jurídica TJPE - CRP 02/15.665
Mestre em Neuropsiquiatria e
Ciências do Comportamento pela UFPE
Tópicos abordados na aula

 Conceito de drogas e substâncias psicoativas


 Classificação geral das drogas
 DSM-5: novos critérios diagnósticos
 Possíveis Tratamentos
 Perspectiva cognitivo-comportamental
 Entrevista Motivacional
 Tratamento em grupo
 Perspectiva psicodinâmica
Breve história...
• As drogas sempre existiram e já foram utilizadas para os
mais diversos fins;
• O uso de substâncias não é um fenômeno atual;
• A relação das sociedades com o uso de drogas varia
conforme época e região;
• Existiram ciclos de tolerância e intolerância;
• O consumo de praticamente todas as substâncias já foi
permitido/proibido.

(Moreira, Niel & Silveira, 2009)


Drogas - Conceito

“É toda substância ou produto que, administrado ao


organismo vivo, produz artificialmente modificações
em uma ou mais de suas funções”
(Organização Mundial de Saúde)
Substâncias psicoativas

“Atuam no sistema nervoso gerando alteração de


comportamento.”

Substâncias psicoativas: qualquer substância química


que modifica uma ou várias funções do SNC. De modo
geral produzem uma sensação de prazer ou excitação.
Estão vinculadas as áreas de substâncias do cérebro:
nucleus accumbens, a área tegumentar e o lócus ceruleus.
Outros conceitos importantes
• Fissura ou CRAVING: Termo que se dá ao desejo intenso
de usar uma substância.

• BINGE: episódios de uso intenso e compulsivo de uma


substância.

• Tolerância: refere-se à diminuição do efeito de uma


substância após repetidas administrações. O organismo
passa a necessitar de quantidades cada vez maiores da
substância para que se obtenha o mesmo nível inicial de
seu efeito.
Outros conceitos importantes
• Intoxicação: Reação fisiológica a substâncias ingeridas.
Depende da droga, da quantidade e da reação biológica
individual. Síndrome reversível específica (alterações
comportamentais ou mentais, como prejuízo do nível de
consciência e outras alterações cognitiva, agressividade e/ou
humor instável) causada por substância psicoativa
recentemente ingerida.
• Abstinência: é uma síndrome que ocorre quando as
concentrações de uma substância no sangue ou nos tecidos
diminuem em um indivíduo que manteve uso intenso
prolongado. Os sintomas de abstinência apresentam grande
variação de uma classe de substâncias para outra, e conjuntos
distintos de critérios para abstinência são fornecidos para as
classes de drogas.

(DSM-5, 2003).
Classificação geral das drogas
DEPRESSORAS/CALMANTES: Causam diminuição da atividade do
sistema nervoso.
Ex. Álcool; sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos (barbitúricos,
benzodiazepínicos); opióides (heroína, morfim); solventes ou inalantes;

ESTIMULANTES: Aquelas que têm a probabilidade de aumentar a


atividade do sistema nervoso.
Ex. Cocaína, crack, nicotina, anfetaminas e a cafeína;

PERTUBADORAS: Capazes de alterar a percepção ao redor, bem como a


orientação no tempo e no espaço. Alterações ligadas aos cinco sentidos.
Ex. Cannabis, LSD, alucinógenos, psilocibina (alguns cogumelos).
(Moreira, Niel & Silveira, 2009)
DSM-5
Novos critérios diagnósticos
Diferenças entre o DSM-IV e DSM-5
• Não há mais uma diferenciação entre abuso e
dependência – Esses dois diagnósticos foram fundidos em
um só: TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS;
• O critério de FISSURA, ou um forte desejo ou necessidade
de usar uma substância, foi acrescentado no diagnóstico do
transtorno;
• A gravidade do transtorno é especificada com base no
número de sintomas presentes;
• A abstinência de cafeína e a abstinência de Cannabis
foram acrescentadas.

(Black & Grant, 2015).


Transtorno por uso de substâncias
• Consiste na presença de um agrupamento de sintomas
cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso
contínuo pelo indivíduo apesar de problemas significativos
relacionados à substância;
• Há uma alteração básica nos circuitos cerebrais que pode
persistir após a desintoxicação, especialmente em indivíduos
com transtornos graves ;
• A gravidade pode ser classificada pelo número de sintomas:
Leve (2 ou 3), Moderado (4 ou 5) e Grave (6 ou mais).
• O diagnóstico de um transtorno por uso de substância pode se
aplicar a todas as 10 classes inclusas neste capítulo, com
exceção da cafeína. Para determinadas classes, alguns sintomas
são menos salientes e, em uns poucos casos, nem todos os
sintomas se manifestam.
(Black & Grant, 2015).
10 classes de substâncias:
1. Álcool
Em vez de ter os conjuntos de critérios
2. Cafeína genéricos “abuso de substâncias”,
“dependência de substâncias”, cada classe de
3. Cannabis drogas tem o seu próprio conjunto de critérios
para um “transtorno por uso”.
4. Alucinógenos
5. Inalantes
6. Opióides
7. Sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos;
8. Estimulantes;
• Transtorno por uso..
9. Tabaco; • Intoxicação
• Abstinência
10. Outras substâncias.
(DSM-5, 2013)
DSM-5: Álcool

(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Transtorno por uso de Álcool
A. Um padrão problemático de uso de álcool, levando a comprometimento ou
sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos
seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses:

1. Álcool é frequentemente consumido em maiores quantidades ou por um


período mais longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir
ou controlar o uso de álcool.
3. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de álcool, na
utilização de álcool ou na recuperação de seus efeitos.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar álcool.
5. Uso recorrente de álcool, resultando no fracasso em desempenhar papéis
importantes no trabalho, na escola ou em casa.
6. Uso continuado de álcool, apesar de problemas sociais ou interpessoais
persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos.
7. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas
ou reduzidas em virtude do uso de álcool.
8. Uso recorrente de álcool em situações nas quais isso representa perigo para a
integridade física.
9. O uso de álcool é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou
psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado
pelo álcool.
(DSM-5, 2013)
10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores de álcool para
alcançar a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma
quantidade de álcool.
11. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:
a. Síndrome de abstinência característica de álcool (consultar os Critérios A
e B do conjunto de critérios para abstinência de álcool, p. 499-500).
b. Álcool (ou uma substância estreitamente relacionada, como
benzodiazepínicos) é consumido para aliviar ou evitar os sintomas de
abstinência.

Especificar se:
Em remissão inicial: Após todos os critérios para transtorno por uso de álcool
terem sido preenchidos anteriormente, nenhum dos critérios para transtorno
por uso de álcool foi preenchido durante um período mínimo de três meses,
porém inferior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4, “Fissura ou um
forte desejo ou necessidade de usar álcool”, ainda pode ocorrer).
Em remissão sustentada: Após todos os critérios para transtorno por uso de
álcool terem sido satisfeitos anteriormente, nenhum dos critérios para
transtorno por uso de álcool foi satisfeito em qualquer momento durante um
período igual ou superior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4,
“Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar álcool”, ainda pode ocorrer).
(DSM-5, 2013)
Especificar se:
Em ambiente protegido: Este especificador adicional é
usado se o indivíduo se encontra em um ambiente no qual o
acesso a álcool é restrito.

Especificar a gravidade atual:


305.00 (F10.10) Leve: Presença de 2 ou 3 sintomas.
303.90 (F10.20) Moderada: Presença de 4 ou 5 sintomas.
303.90 (F10.20) Grave: Presença de 6 ou mais sintomas.

(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Intoxicação por Álcool
A. Ingestão recente de álcool.
B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente
significativas e problemáticas (p. ex., comportamento sexual ou
agressivo inadequado, humor instável, julgamento prejudicado)
desenvolvidas durante ou logo após a ingestão de álcool.
C. Um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos
durante ou logo após o uso de álcool:
1. Fala arrastada.
2. Incoordenação.
3. Instabilidade na marcha.
4. Nistagmo.
5. Comprometimento da atenção ou da memória.
6. Estupor ou coma.

D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica


nem são mais bem explicados por outro transtorno mental,
incluindo intoxicação por outra substância
(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Abstinência de Álcool
A. Cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool.
B. Dois (ou mais) dos seguintes sintomas, desenvolvidos no período de
algumas horas a alguns dias após a cessação (ou redução) do uso de
álcool descrita no Critério A:
1. Hiperatividade autonômica (p. ex., sudorese ou frequência
cardíaca maior que 100 bpm).
2. Tremor aumentado nas mãos.
3. Insônia.
4. Náusea ou vômitos
5. Alucinações ou ilusões visuais, táteis ou auditivas transitórias.
6. Agitação psicomotora.
7. Ansiedade.
8. Convulsões tônico-clônicas generalizadas.
C. Os sinais ou sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica
nem são mais bem explicados por outro transtorno mental, incluindo
intoxicação por ou abstinência de outra substância
(DSM-5, 2013)
DSM-5: Cannabis

(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Transtorno por uso de Cannabis
A. Um padrão problemático de uso de Cannabis, levando a comprometimento
ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos
dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses:
1. Cannabis é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um
período mais longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de
reduzir ou controlar o uso de Cannabis.
3. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de
Cannabis, na utilização de Cannabis ou na recuperação de seus efeitos.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar Cannabis.
5. Uso recorrente de Cannabis, resultando em fracasso em desempenhar
papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa.
6. Uso continuado de Cannabis, apesar de problemas sociais ou interpessoais
persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos da
substância.
7. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são
abandonadas ou reduzidas em virtude do uso de Cannabis.
8. Uso recorrente de Cannabis em situações nas quais isso representa perigo
para a integridade física.
9. O uso de Cannabis é mantido apesar da consciência de ter um problema
físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou
exacerbado pela substância. (DSM-5, 2013)
10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores de Cannabis para
atingir a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma quantidade de
Cannabis.
11. Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:
a. Síndrome de abstinência característica de Cannabis (consultar os Critérios A e B
do conjunto de critérios para abstinência de Cannabis, p. 517-518)
b. Cannabis (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para
aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.

Especificar se:
Em remissão inicial: Após todos os critérios para transtorno por uso de Cannabis
terem sido preenchidos anteriormente, nenhum dos critérios para transtorno por uso
de Cannabis foi preenchido durante um período mínimo de três meses, porém
Inferior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4, “Fissura ou um forte desejo ou
necessidade de usar Cannabis”, ainda pode ocorrer).
Em remissão sustentada: Após todos os critérios para transtorno por uso de
Cannabis terem sido preenchidos anteriormente, nenhum dos critérios para
transtorno por uso de Cannabis foi preenchido em nenhum momento durante um
período igual ou superior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4, “Fissura ou
um forte desejo ou necessidade de usar Cannabis ”, ainda pode ocorrer).
(DSM-5, 2013)
Especificar se: Em ambiente protegido: Este especificador
adicional é usado se o indivíduo encontra-se em um
ambiente no qual o acesso a Cannabis é restrito.

Especificar a gravidade atual:


305.20 (F12.10) Leve: Presença de 2 ou 3 sintomas.
304.30 (F12.20) Moderada: Presença de 4 ou 5 sintomas.
304.30 (F12.20) Grave: Presença de 6 ou mais sintomas.

(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Intoxicação por Cannabis
A. Uso recente de Cannabis.
B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente
significativas e problemáticas (p. ex., prejuízo na coordenação motora,
euforia, ansiedade, sensação de lentidão do tempo, julgamento
prejudicado, retraimento social) desenvolvidas durante ou logo após o
uso de Cannabis.
C. Dois (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos no
período de 2 horas após o uso de Cannabis:
1. Conjuntivas hiperemiadas.
2. Apetite aumentado.
3. Boca seca.
4. Taquicardia.
D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem
são mais bem explicados por outro transtorno mental, incluindo intoxicação
por outra substância.

Especificar se: Com perturbações da percepção: Alucinações com teste de


realidade intacto ou ilusões auditivas, visuais ou táteis ocorrem na ausência
de delirium.
(DSM-5, 2013)
Critérios diagnósticos para Abstinência de Cannabis

A. Cessação do uso pesado e prolongado de Cannabis (i.e., normalmente


uso diário ou quase diário durante um período mínimo de alguns
meses).
B. Três (ou mais) dos seguintes sinais e sintomas, desenvolvidos no prazo
de aproximadamente uma semana após o Critério A:
1. Irritabilidade, raiva ou agressividade.
2. Nervosismo ou ansiedade.
3. Dificuldade em dormir (insônia, sonhos perturbadores).
4. Apetite reduzido ou perda de peso.
5. Inquietação.
6. Humor deprimido.
7. Pelo menos um dos seguintes sintomas físicos causa desconforto
significativo: dor abdominal, tremor, sudorese, febre, calafrios ou cefaleia.
C. Os sinais ou sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional, ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem
são mais bem explicados por outro transtorno mental, incluindo
intoxicação por ou abstinência de outra substância.
(DSM-5, 2013)
Síndrome Amotivacional
O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome
amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse
que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome
amotivacional é muito mais freqüente em jovens.

O uso de Cannabis foi relacionado à redução de atividades pró-


sociais dirigidas a objetivos, o que chegou a ser denominado como
síndrome amotivacional, que se manifesta por meio do baixo
desempenho escolar e de problemas no trabalho. Tais problemas
podem estar relacionados a intoxicação global ou a recuperação
dos efeitos da intoxicação. De forma semelhante, o relato de
problemas com relacionamentos sociais associados a Cannabis é
bastante comum naqueles que apresentam o transtorno.
(DSM-5, 2013)
10 classes de substâncias:
1. Álcool
Em vez de ter os conjuntos de critérios
2. Cafeína genéricos “abuso de substâncias”,
“dependência de substâncias”, cada classe de
3. Cannabis drogas tem o seu próprio conjunto de critérios
para um “transtorno por uso”.
4. Alucinógenos
5. Inalantes
6. Opióides
7. Sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos;
8. Estimulantes;
• Transtorno por uso..
9. Tabaco; • Intoxicação
• Abstinência
10. Outras substâncias.
(DSM-5, 2013)
Intoxicação por outra substância
A. Desenvolvimento de uma síndrome reversível específica
atribuível à ingestão (ou exposição) recente de uma
substância não listada em outra parte do Manual ou
desconhecida.
B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente
significativas e problemáticas que são atribuíveis ao efeito da
substância sobre o sistema nervoso central (p. ex.,
comprometimento da coordenação motora, agitação ou
retardo psicomotor, euforia, ansiedade, beligerância,
instabilidade do humor, comprometimento cognitivo,
julgamento prejudicado, retraimento social) desenvolvidas
durante ou logo após o uso da substância.
C. C. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição
médica nem são mais bem explicados por outro transtorno
mental, incluindo intoxicação por outra substância.
(DSM-5, 2013)
Delirium
A. Perturbação da atenção (i.e., capacidade reduzida para direcionar,
focalizar, manter e mudar a atenção) e da consciência (menor orientação
para o ambiente).
B. A perturbação se desenvolve em um período breve de tempo
(normalmente de horas a poucos dias), representa uma mudança da
atenção e da consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade ao
longo de um dia.
C. Perturbação adicional na cognição (p. ex., déficit de memória,
desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção).
D. As perturbações dos Critérios A e C não são mais bem explicadas por outro
transtorno neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em
desenvolvimento e não ocorrem no contexto de um nível gravemente
diminuído de estimulação, como no coma.
E. Há evidências a partir da história, do exame físico ou de achados
laboratoriais de que a perturbação é uma conseqüência fisiológica direta
de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância (i.e.,
devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de exposição a uma
toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias.
(DSM-5, 2003).
Delirium
Determinar o subtipo:
Delirium por intoxicação por substância: Este diagnóstico
deve ser feito em vez de intoxicação por substância
quando predominarem os sintomas dos Critérios A e C no
quadro clínico e quando forem suficientemente graves
para justificar atenção clínica.

Especificar se:
Agudo: Duração de poucas horas a dias.
Persistente: Duração de semanas ou meses.

(DSM-5, 2003).
Crack : Utilização e
consequências
Uso de Crack
• Droga preparada à base da mistura da pasta de cocaína com
bicarbonato de sódio. Para obtenção das pedras de crack
também são misturadas à cocaína diversas substâncias
tóxicas como gasolina, querosene e até água de bateria;
• Droga de rápida absorção, prazer efêmero e devastadora
para o organismo;
• Forma menos pura da cocaína, o crack causa danos ainda
maiores ao corpo humano pela velocidade e potência com
que seus componentes chegam ao pulmão e ao cérebro;
• Apesar de todos esses males, a violência e o vírus HIV ainda
são apontados como as principais causas de morte dos
usuários de crack.

(CNJ, 2011).
Forma de utilização do crack
• A pedra de crack não é solúvel em água e não pode ser
injetada. Ela é fumada em cachimbo, tubo de PVC ou
aquecida numa lata. Após ser aquecida em temperatura
média de 95ºC, passa do estado sólido ao de vapor.
Quando queima, produz o ruído que lhe deu o nome.
Pode ser misturada com maconha e fumada com ela.

(CNJ, 2011).
Efeitos imediatos do Crack
• O usuário sente grande prazer, intensa euforia, sensação
de poder, excitação, hiperatividade, insônia, perda de
sensação de cansaço e falta de apetite;
• O uso passa a ser compulsivo, pois o efeito dura apenas de
5 a 10 minutos e a “fissura” em usar novamente a droga
torna-se incontrolável;
• Segue-se repentina e profunda depressão e surge desejo
intenso de uso repetido imediato. Assim, serão usadas
muitas pedras em seguida para manter o efeito
estimulante.

(CNJ, 2011).
Consequências Físicas
• Danos ao pulmão, associado a fortes dores no peito, bronquite
e asma;
• aumento da temperatura corporal com risco de causar
acidente vascular cerebral;
• destruição de células cerebrais e degeneração muscular, o que
confere aquela aparência esquelética do usuário frequente.
• Inibição da fome e insônia severa.
PS: Além disso, os materiais utilizados para a confecção dos
cachimbos são muitas vezes coletados na rua ou no lixo e
apresentam risco de contaminação infecciosa, gerando
potencial elevação dos níveis de alumínio no sangue, de modo
a aumentar os danos no sistema nervoso central. São comuns
queimaduras labiais, no nariz e nos dedos dos usuários
(CNJ, 2011).
Consequências Psicológicas
• Fácil dependência após uso inicial;
• Grande desconforto durante abstinência gerando depressão,
ansiedade e agressividade contra terceiros;
• Diminuição marcante do interesse sexual;
• A necessidade do uso frequente acarreta delitos, para
obtenção de dinheiro, venda de bens pessoais e familiares, e
até prostituição, tudo para sustentar o vício;
• A promiscuidade leva a grave risco de se contrair AIDS e
outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis);
• O usuário também apresenta com frequência atitudes
bizarras devido ao aparecimento de paranóia (“nóia”),
colocando em risco a própria vida e a dos outros.
(CNJ, 2011).
Consequências Sociais
• Abandono do trabalho, estudo ou qualquer outro
interesse que não seja a droga.
• Deterioração das relações familiares, com violência
doméstica e frequente abandono do lar.
• Grande possibilidade de envolvimento com
criminalidade.
• A ruptura ou a fragilização das redes de relação social,
familiar e de trabalho normalmente leva a aumento da
estigmatização do usuário, agravando sua exclusão
social.
• É comum que usuários de crack matem ou sejam mortos.
(CNJ, 2011).
Quem é o usuário do crack?

• Atualmente, o consumo de substâncias ilícitas e álcool é


indiscriminado entre mulheres e homens adultos e
adolescentes. No caso do crack, implicam-se no uso até
mesmo crianças de várias idades.
• Utilização do crack já ocorre em todas as classes sociais.
• As populações mais vulneráveis, entre elas, moradores
de rua, crianças e adolescentes constituem importante
grupo de risco.

(CNJ, 2011).
Principais serviços de cuidado...

Consultório de
Rua

Unidade de
Comunidades Acolhimento
Terapêuticas Adulto

Leitos e
enfermarias Unidade de
especializadas Acolhimento
Infantil
CAPS AD

http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/servico-abordagem-social.html
Possíveis tratamentos
Perspectiva Cognitivo-Comportamental
Perspectiva da TCC
Dependência: Necessidade física ou psicológica de uma
substância psicoativa ou de um comportamento que,
pelo uso continuado, leva ao hábito.

EMPIRISMO COLABORATIVO
• Paciente e terapeuta juntos, como um time;
• Terapeuta tem papel ativo e diretivo no tratamento;
• Paciente se envolve de forma pró-ativa no processo;
• Buscam juntos empiricamente as evidência
necessárias para confirmar ou refutar hipóteses;
• Boa e sólida relação terapêutica (empatia, interesse,
confiança, genuinidade e etc).
(CORDIOLI, 2008).
Conceitualização Cognitiva
Formulação do caso (hipótese de trabalho):
• Diagnóstico clínico (CID 10, DSM-5);
• Problemas atuais e os fatores estressores precipitantes
que contribuíram para seus problemas psicológicos;
• Aprendizagens e experiências antigas que contribuem
para seus problemas atuais;
• Predisposições genéticas e familiares;
• Pensamentos automáticos;
• Crenças subjacentes e nucleares;
• Mecanismos de enfrentamento de crenças disfuncionais;

(CORDIOLI, 2008).
Modelo Cognitivo
Pensamentos
Situação estímulo automáticos

Crenças nucleares e Fissura


intermediárias sobre (Craving)
a droga

EVA - Efeito de violação da


abstinência
Uso continuado
(recaída) Crenças
permissivas
Plano de ação

Modelo Cognitivo do uso de substância (Beck et al, 1993)

(CORDIOLI, 2008).
Intervenções da TCC

Objetivo primeiro: treinar o paciente a desafiar


seus pensamentos automáticos e a elaborar
pensamentos e crenças alternativas no manejo de
suas fissuras e no desafio de crenças permissivas.

(CORDIOLI, 2008).
7 etapas do tratamento

1. Identificação de estímulos de alto risco


2. Identificar, modificar e atenuar crenças adictivas
(antecipatórias, de alívio e permissivas)
3. Identificar pensamentos automáticos e testá-los
4. Aprender como lidar com a fissura (Uma das metas mais
importantes)
5. Identificação e monitoramento das crenças permissivas
6. O plano de ação e implementação (construção de planos de
ação alternativos)
7. O uso continuado - Recaídas

(CORDIOLI, 2008).
Crenças adictivas
Beck preconiza que as crenças adictivas giram em torno da
busca de prazer e/ou de alívio do desconforto e variam de
pessoa para pessoa, dependendo também do tipo de
comportamento ou da droga preferida.
O indivíduo adicto terá, entre outras, as seguintes crenças
adictivas sobre o comportamento ou a droga:
• É necessária para manter o equilíbrio;
• Melhorará o funcionamento social e intelectual;
• Trará prazer e excitação;
• Fornecerá poder e força;
• Terá efeito calmante; e alívio para a monotonia, a ansiedade,
tensão e a depressão.
Crenças adictivas x Crenças de controle
(CORDIOLI, 2008).
Principais técnicas utilizadas
• Identificação, avaliação e • Distração mental;
questionamento de • Agendamento e
Pensamentos automático;
monitoramento de
• Registro Diário de atividades;
Pensamentos; • Exposição gradual;
• Identificação, avaliação e • Cartões de enfrentamento;
questionamento de crenças;
• Técnicas de relaxamento;
• Seta descendente;
• Dramatização (role-play);
• Solução de problemas;
• Treinamento de
• Exame de vantagens e assertividade.
desvantagens;
(CORDIOLI, 2008).
Estrutura da sessão
1. Revisão do humor e revisão da semana;
2. Ponte com a última sessão;
3. Revisão das tarefas;
4. Elaboração da agenda;
5. Trabalho com itens da agenda;
6. Resumo final da sessão;
7. Feedback da sessão.

(CORDIOLI, 2008).
Exame de vantagens e desvantagens

Nome: Idade:
Droga de preferências: Data:
Vantagens do uso Vantagens da abstinência

Desvantagens do uso Desvantagens da abstinência

(CORDIOLI, 2008).
Registro Diário de Pensamentos
(Específico para fissuras)
Data - Pensamento/ Grau de Resposta Racional
Situação Sentimento fissura (0 a 10)
(0 a 10)

(CORDIOLI, 2008).
Possíveis tratamentos
Entrevista Motivacional
Entrevista Motivacional
• Descrita pelo psicólogo Willian Miller em 1983;
• Objetivo principal: auxiliar no processo de mudança
comportamental, trabalhando a resolução da
ambivalência.
• Delineada para ajudar aos clientes na decisão de
mudança de comportamento considerados aditivos:
transtornos alimentares, tabagismo, abuso de álcool e drogas,
jogo patológico e etc.
• Pode ser utilizada em uma única entrevista ou como um
processo terapêutico. Comumente desenvolvida em 4 ou
5 entrevistas.

(CUNHA, 2000).
Características da EM
• Inspira-se em várias abordagens: principalmente na TCC,
terapia sistêmica, Centrada na Pessoa;
• Combina elementos não-diretivos e diretivos;
• As estratégias são mais persuasivas do que coercitivas;
• Mais suportivas do que argumentativas.
• Evita-se a confrontação;
• Credita à motivação a força propulsora que move os
indivíduos a um objetivo específico. Chave do problema
comportamental;
Ambivalência: primeiro princípio norteador do processo de
mudança. É a essência do problema.

(CUNHA, 2000).
Entrevista Motivacional

Ambivalência não é considerada um traço de


personalidade, mas uma interação dinâmica entre o
paciente e uma situação aguda, imediata e com
dimensão interpessoais e intrapessoais.

• Os clientes são estimulados a articular para si mesmos


suas razões para mudar, por meio de técnicas de
aconselhamento, de feedback adequado e de análise de
custo-benefício, entre outros.

(CUNHA, 2000).
Técnica da balança decisional
Modelo transteórico
Está baseado na premissa de que a mudança
comportamental é um processo e que as pessoas têm
diversos níveis de motivação, de prontidão para mudar.
Estágios de uma trajetória linear no processo de mudança:
1. Pré-contemplação
2. Contemplação
3. Determinação
4. Ação
5. Manutenção

(CUNHA, 2000).
Estágios
(em média 6 meses em cada)

1. Pré-contemplação: Não há intensão de mudança. Falta de


consciência dos seus problemas. Não se enxergam no
tratamento porque não percebem que têm um problema. A
resistência para reconhecer ou modificar o problema é a
marca de pré-contemplação.

2. Contemplação: Já há uma consciência do problema, já


pensam sobre ele, mas ainda não iniciaram a ação. Maior
abertura para aumentar a conscientização. Mais propensos às
intervenções educacionais (Ex. Balança decisional dos prós e
contras). É nesse estágio que se manifesta a ambivalência.
“Eu sei aonde quero ir, mas ainda não estou pronto”

(CUNHA, 2000).
Estágios
3. Determinação: Estágio que combina a intenção com a
conduta. Ponto de transição entre a contemplação e a ação. Aqui
a decisão ou determinação será alcançada, objetivando a
mudança.
“Alguma coisa precisa mudar, não posso continuar assim. O que posso
fazer?”
4. Ação: Momento que o sujeito faz alguma coisa. Escolhe uma
estratégia de mudança e a persegue. Há o reconhecimento
externo. Senso de auto-eficácia. Modificação do comportamento
e esforços para a mudança.
“Qualquer um pode falar em mudar, mas eu realmente estou fazendo
alguma coisa para isso”.
5. Manutenção: Momento de trabalhar a prevenção de
recaídas e a consolidação dos ganhos obtidos durante a ação.
Estágio dinâmico. Pode durar a vida toda.
(CUNHA, 2000).
Modelo de processo de mudança
Novo modelo do processo de
mudança

(CUNHA, 2000).
Recaída

• Considerada como um evento que marca o final do


estágio de ação ou manutenção e deve ser encarada
como um estado de transição. Processo transicional;
• Faz parte do processo de mudança e que, muitas
vezes, é o modo como a pessoa apreende e recomeça
de uma forma mais consciente.

(CUNHA, 2000).
5 princípios para trabalhar em EM:

1. Expressar empatia
2. Desenvolver discrepância
3. Evitar argumentações
4. Fluir com a resistência
5. Estimular a auto-eficácia

Auto-eficácia: processo cognitivo. É a percepção, a


certeza e a capacidade de exercer as habilidades.

(CUNHA, 2000).
Possíveis tratamentos
Tratamento em Grupo
Psicoterapia de Grupo

• A psicoterapia de grupo para dependentes químicos é


tão importante quanto a individual;
• É importante estruturar e planejar a psicoterapia de
grupo segundo necessidades e particularidades dos
integrantes;
• Os principais itens para a estruturação do funcionamento
grupal são definir o tipo de grupo e o processo de
seleção dos pacientes, realizar contrato terapêutico e
estabelecer os objetivos do tratamento.

(DIEHL, CORDEIRO & LARANJEIRAS, 2011)


Vantagens dos grupos
• Permite atender um número maior de pessoas;
• Oferece meio para que o indivíduo se perceba como
parte integrante do grupo, sendo, assim, parte de uma
sociedade;
• Auxilia-o criar saídas para o isolamento e a solidão;
• Tem força para criar uma identidade única grupal, que
servirá para construção de uma identidade própria;
• Aumenta a possibilidade de percepção de si mesmo e do
outro.

(DIEHL, CORDEIRO & LARANJEIRAS, 2011)


Características do Grupo
• Focado
• Definido e coerente
Objetivo: elaboração de dificuldades pessoais e
manutenção da abstinência.
• São utilizados conceitos de prevenção de recaída,
treinamento de habilidades sociais e entrevista
motivacional.

(DIEHL, CORDEIRO & LARANJEIRAS, 2011)


Tipos de Grupo
1. Grupos Operativos
• Ensino-aprendizagem “Um conjunto de pessoas
com um objetivo em comum”
• Institucionais
Conceitos:
• Comunitários
• Vínculo
• Terapêuticos • Tarefa

2. Grupos Psicoterápicos
Visam os mesmos objetivos que os terapêuticos, a
diferença fundamental está na condução, pois somente
psicólogos e psiquiatras com formação estão aptos a
coordená-los.
(DIEHL, CORDEIRO & LARANJEIRAS, 2011)
Fatores terapêuticos no grupo:

• Aceitação (sentir-se aceito pelo grupo)


• Altruísmo (ajuda aos outros membros)
• Universalidade (noção de “todos no mesmo barco”)
• Instalação da esperança (desejo por bons resultados)
• Auto-entendimento
• Aprendizagem a partir de ações interpessoais
• Autorrevelação
• Catarse

(DIEHL, CORDEIRO & LARANJEIRAS, 2011; CORDIOLI, 2008)


Enquadre (Setting)
• Grupo aberto ou fechado;
• Homogêneo ou Heterogêneo;
• Frequência e duração das sessões;
• Número de pacientes;
• Idade e sexo.

Principais técnicas utilizadas:


• Associação livre;
• Foco no aqui-e-agora;
• Feedback;
• Interpretação.
(CORDIOLI, 2008).
Possíveis tratamentos
Perspectiva Psicodinâmica
Perspectiva Psicodinâmica
• Busca compreender elementos psíquicos relacionados ao
início ou a manutenção do uso de substâncias
psicoativas.

• Relação entre sintomas psiquiátricos e uso de drogas:


forma de automedicação.

• Tentativas do indivíduo de lidar com os mundos internos


e externos - Drogas seriam uma tentativa de balancear
funções desorganizadas com a vivência do efeito gerado
por este uso.
Perspectiva Psicodinâmica
• O uso de drogas seria causado por um desequilíbrio no
desenvolvimento da estrutura emocional do indivíduo
que, na tentativa de “lidar” com sua ansiedade,
depressão, sentimentos de raiva ou desconforto
subjetivo, aprendeu a utilizar os efeitos das drogas
para obter sensações.

• Uso de drogas a serviço das defesas contra impulsos e


sentimentos pouco compreendidos pelo paciente.
“ A maneira como os pais lidam com o consumo de
substâncias psicoativas tem muito mais efeito sobre seus
filhos do que as informações que são dadas. As crianças e
jovens começam a aprender o que é droga quando
observam os adultos em busca de tranquilizantes ao menor
sinal de tensão ou nervosismo (...) “

(Moreira, Neil & Silveira, 2009).


Lei 10.216 - 2001
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares
ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único
deste artigo.

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;

IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou


não de sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;


VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.


II - CAPS II: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, podendo
também atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas, conforme a organização da rede de saúde local, indicado para
Municípios com população acima de setenta mil habitantes;
VI - CAPS i: atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e
persistentes e os que fazem uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço aberto e
de caráter comunitário indicado para municípios ou regiões com população acima
de cento e cinquenta mil habitantes.
Comunidades Terapêuticas: serviço de saúde destinado a oferecer cuidados
contínuos de saúde, de caráter residencial transitório por até nove meses para
adultos com necessidades clínicas estáveis decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas
Consultório na Rua: equipe constituída por profissionais que atuam de forma
itinerante, ofertando ações e cuidados de saúde para a população em situação de
rua, considerando suas diferentes necessidades de saúde, sendo responsabilidade
dessa equipe, no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, ofertar cuidados em
saúde mental, para:
1. pessoas em situação de rua em geral;
2. pessoas com transtornos mentais;
PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*)
Lei 10.216 - 2001
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será
realizada mediante laudo médico circunstanciado que
caracterize os seus motivos.

Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de


internação psiquiátrica:

I - internação voluntária: aquela que se dá com o


consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o
consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela
Justiça.
Para aprofundar...
• Cartilha sobre o Crack:
http://uniad.org.br/desenvolvimento/images/stories/arquivos/cartilhacrack.
PDF

• Livro digital sobre o uso do Crack no Brasil – Fiocruz:


http://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/Pesquisa%20Naci
onal%20sobre%20o%20Uso%20de%20Crack.pdf

• Estatuto da Criança e do Adolescente:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

• Lei 10.216 – Direito das pessoas com Transtorno Mental:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10216.htm

• Portaria Nº3.088 – Instituição da Rede de Atenção


Psicossocial:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_re
p.html

• Modalidades de tratamento e encaminhamento, 2014:


http://www.supera.senad.gov.br/wp-
content/uploads/2016/03/SUP7_Mod6.pdf
Para aprofundar...
Dependência Química: prevenção,
tratamento e políticas públicas. 2011
Alessandra Diehl et al.

Psicoterapias. 2008.
Aristides Volpato Cordioli.

Psicodiagnóstico-V. 2000.
Jurema Alcides Cunha.

Drogas, Família e Adolescência. 2009.


Fernanda Moreira et al.

Guia para o DSM-5. 2015.


Donald Black & Jon Grant.
nath.dellasanta@gmail.com

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