2016 PDP Hist Unespar-Campomourao Daianeaparecidatrevisan
2016 PDP Hist Unespar-Campomourao Daianeaparecidatrevisan
2016 PDP Hist Unespar-Campomourao Daianeaparecidatrevisan
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR
CAMPUS DE CAMPO MOURÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
ÁREA: HISTÓRIA
CAMPO MOURÃO
2016
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR
CAMPUS DE CAMPO MOURÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CAMPO MOURÃO
2016
Ficha para Identificação – Produção Didático-Pedagógica – 2016
Disciplina/Área: História
Colégio Estadual Pedro II
Escola de Implementação do Projeto
Avenida Duque de Caxias, 5910 – Alto São
e sua localização:
Francisco. CEP 87504-040
Município da escola: Umuarama-PR
Para compreender a intenção desse trabalho em que o tema tem como foco as fontes
históricas, primeiramente precisamos conhecer sobre o que é a história, o que ela pode
representar na vida do ser humano e da sociedade, bem como o papel do profissional que está
diretamente envolvido na construção dessa narrativa histórica, que nos situa no tempo e no
espaço, e reconta as relações das pessoas nesse contexto.
Glossário
Veracidade: quando atesta a verdade ou diz a verdade
Hipótese: suspeita, suposição, possibilidade
A História e o Historiador
Sempre que pensamos em história, imaginamos que seja algo que aconteceu há
muitos anos atrás, com heróis e grandes personagens, bem distante da nossa realidade,
que não muda mais, estática. Afinal, são essas histórias que geralmente encontramos nos
livros. Entretanto, a História está presente em todos os momentos da vida e em constante
mudança. Todas as pessoas constroem uma história.
Existem muitas definições para o que é História. As Diretrizes Curriculares
Estaduais da Educação Básica, no Paraná, define o objeto de estudo da História como
sendo os processos históricos relativos às ações e às relações humanas praticadas no
tempo, tanto no passado como no presente.
Para construir uma narrativa histórica, destaca-se o trabalho do profissional que atua
nessa área: o historiador. Para desenvolver essa função, o historiador reúne dados, coleta
informações, interpreta documentos, analisa o passado de grupos, registrando seus
costumes sociais, ideias, organização de instituições, e tantos outros aspectos relacionados
à religião, cultura, economia, etc.
Para formar um historiador, é preciso que ele curse uma graduação de História na
Universidade. Dessa forma, ele poderá atuar como professor (licenciatura) ou como
pesquisador (bacharelado), dedicando-se à investigação e a novas descobertas. O perfil de
um historiador deve ser de uma pessoa curiosa, ávida por questionamentos e em busca de
respostas, que tenha senso crítico aguçado e que goste de ler. Muitas áreas procuram o
historiador para organização de exposições, preservação da memória, interpretação de
documentos e coleta de dados. O ato de perguntar e buscar respostas é próprio do
ofício do historiador. É claro que não é apenas ele que utiliza dessas estratégias, mas
é nele que elas ficam mais evidentes.
Glossário
Veja algumas definições sobre o ofício do historiador: Ofício: trabalho, profissão, missão
-
E para você, o que faz o historiador? Como é seu trabalho?
Converse com seus colegas e criem uma definição sobre essas
questões.
A seguir, compartilhe com a turma.
Professor(a), coloque no quadro as definições apresentadas. É
Imagem 9
importante que os alunos anotem no caderno.
Imagem 8
Reflita: quais registros uma pessoa poderia utilizar para contar a sua história? Documentos?
Fotografias? Cartas? Diários? Redes Sociais?
Pois bem, o historiador utiliza desses registros, já que as pessoas deixam vestígios de sua
existência, seja hoje ou no passado. Vestígios esses que representam os costumes, tradições,
memórias de uma determinada época ou sociedade. Entretanto, os documentos ou vestígios não
revelam uma história por si só, é necessário a intervenção do historiador numa ação questionadora,
investigadora, para compreender a maior número de elementos que a fonte pode revelar, interpretá-
las e, junto com outras referências históricas, poder escrever sobre um fato, um acontecimento.
Uma das mudanças na historiografia é a amplitude do conceito de
Glossário
fontes históricas. Hoje, uma vasta gama de vestígios é considerada fontes Historiografia: é a ciência
que estuda, analisa e
históricas, sendo dividida em: fontes históricas materiais (documentos registra os fatos históricos
ao longo do tempo.
pessoais, diários, mapas, fotografias, objetos) e fontes históricas imateriais
(mitos, línguas, crenças, músicas).
“Fonte histórica, documento, registro, vestígio são todos termos correlatos para definir aquilo produzido pela humanidade
no tempo e no espaço; a herança material e imaterial deixada pelos antepassados que serve de base para a construção do
conhecimento histórico. O termo mais clássico para conceituar fonte histórica é documento. [...] Vestígio é a palavra
atualmente preferida pelos historiadores que defendem que fonte histórica é mais do que o documento oficial: que os mitos,
a fala, o cinema, a literatura, tudo isso, como produtos humanos, torna-se fonte para o conhecimento da história. [...]”
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique, Dicionário de conceitos históricos.São Paulo: Contexto, 2006, p. 158
Durante muito tempo acreditava-se que apenas os documentos
oficiais eram fontes seguras para considerar um fato verdadeiro.
Entretanto, com novos estudos e a amplitude de fontes, novas formas
de se contar a história ganham espaço. A variedade de fontes é enorme,
sendo alguns exemplos: entrevistas, registros de cartório, contratos de compra e
venda, objetos, vestuário, moradias, fotografias, cartas, diários, filmes,
Exemplos de documentos
oficiais: Carta de Pero Vaz
esculturas, pinturas, obras de arte, literatura, canções, poemas, de Caminha à corte e
Certidões.
certidões, entre tantos outros.
A mudança advinda desse fato é que as pessoas comuns passaram a ser
valorizadas pela história, e não apenas os grandes heróis. Hoje não se acredita mais em
uma história única, mas nas várias vozes que devem ser ouvidas, e posteriormente
comprovadas.
Ao contarmos uma história, muitos elementos se fazem presentes na narração dos
fatos. Vejamos a imagem:
Ao analisarmos a imagem
vemos um contador de história, nas
aldeias africanas conhecido como
griot. Era de costume sentar-se ao
redor dos griots, embaixo de um
sombra ou ao redor da fogueira e
ficar ouvindo as histórias de seus
ancestrais. Os griots remetem-se à
memória para fazer uma narrativa
histórica. Observa-se crianças
Figura 1: Griot em cena da animação Kirikou. Disponível em:
https://aculturaafricana.wordpress.com/2013/09/14/a-tradicao-oral-africana-griots/, sentadas, atentas à história.
acesso em 08 dez. 2016.
A tradição oral é muito importante
para preservação da memória familiar. Você também costuma ouvir
histórias, de seus pais ou avós, por exemplo?
Será que apenas os escritos são considerados história? Pense nisso.
As fontes históricas podem ser classificadas em:
Fontes materiais: objetos, utensílios, vestuário, móveis, instrumentos de trabalho,
construções, restos de pessoas ou animais mortos, restos de alimentos, entre outros.
Fontes escritas: certidões, documentos, livros, cartas, diários, jornais, mapas, entre
outros.
Fontes visuais: pinturas, fotografias, gravuras, filmes, entre outros.
Fontes orais: entrevistas, gravações, depoimentos orais, canções, entre outros.
Encaminhamento Metodológico1
Atividade: Eu pesquisador?
Imagem 11
Umuarama
Imagem 12
Você sabia
A Certidão de Nascimento, além de ser um documento de identificação, é a primeira garantia de
cidadania e direito a todos os brasileiros.
Com a Certidão de Nascimento, a criança terá direito de ser atendia em todos os serviços públicos como,
por exemplo, hospitais, postos de saúde, escolas etc. Para que esses direitos possam ser exigidos desde
os primeiros dias de vida, todas as crianças devem ser registradas logo após seu nascimento.
Para saber mais... conheça a Lei nº 9.534, que dispõe sobre a gratuidade de registros públicos.
Fonte: www.guiadedireitos.org
document0 2
Imagem 13
Analise o Documento 2 e responda em seu caderno:
Imagem 15
Imagem 16
Faça os mesmos questionamentos da atividade anterior e outros que podem ajudar a recolher
maiores informações. Após esse exercício, observe as semelhanças (permanências) e diferenças
(transformações) entre os documentos, e complete o quadro:
Certidão de Nascimento
Registro Geral
Atividade com a família.
Passado e Presente
Agora é sua vez:
Vamos analisar os seus documentos? Afinal, você também faz história! Em casa,
pegue seus documentos (certidão de nascimento ou Registro Geral) e compare com o de
seus pais ou de seus avós. O que consegue observar? Se possível, fotografe-os, anote as
informações e traga para a próxima aula.
Aproveite para pesquisar na internet sobre o que estava acontecendo no mundo
no ano de seu nascimento!
Referências
CAIMI, Flávia Eloisa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção do
conhecimento histórico.Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, dez. 2008.
LE GOFF, Jacques & NORA, Pierre. História: Novos Problemas, Novas Abordagens, Novos
Objetos. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1976, 3 vols.
REIS, José Carlos. Escola dos Annales: a inovação em história. São Paulo: Paz e Terra,
2000.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. As fontes históricas e o ensino dehistória. In:
Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004, p. 89-110.
Esse capítulo está voltado para o trabalho das fontes históricas em sala de aula:
como reconhecê-las, investigá-las, interpretá-las para a construção de narrativas históricas.
Pela amplitude de fontes, o recorte realizado especifica o trabalho com três tipos de fontes
históricas: os vestígios arqueológicos (fontes materiais), as fotografias (fontes visuais) e as
notícias/jornal (fontes escritas).
O objetivo desse capítulo é que o aluno perceba-se como sujeito histórico a partir
das fontes históricas que ele mesmo cria (e deixa registrada sua história). É importante
também a compreensão de que as fontes históricas não são neutras e que podem existir
várias versões para um mesmo fato, e dessa forma, quanto mais fontes históricas tiver
disponíveis, maior será o número de informações recolhidas para o estudo das relações das
pessoas no tempo, por meio da investigação e reconstituição histórica do passado.
1. Sambaquis
2. Sarcófago
Sambaqui - Corte estratigráfico de um
sambaqui, comum em assentamentos
Sarcófago 3. Artefatos líticos
litorâneos de toda a América, com 4. Fóssil
ossadas e camadas de conchas e
artefatos 5. Papiro
Você sabia
Por alguns milhares de anos, entre cem e quarenta mil anos atrás,
encontramos esqueletos que correspondem a dois tipos de
humanos: o homo sapiens e o homem de neandertal. Os primeiros
são nossos antepassados diretos, enquanto os segundos, com
capacidade cerebral maior do que a nossa, poderiam ser mesmo
mais inteligentes que os seres humanos, mas provavelmente,
extinguiram-se sem deixar descendentes. As comparações entre os
crânios das duas espécies de antropoides permitem notar que havia
duas diferenças, uma aparente e outra mais sutil. Na aparência, o
neandertal apresentava uma cavidade ocular muito mais marcada do
que a nossa, de modo que sua face se parecia muito mais do que a
nossa com a de alguns tipos de macacos. Contudo, isso não explica
como, tendo um cérebro tão grande, acabou por extinguir-se, à
diferença do homem. O estudo da sua cavidade bucal, entretanto,
levou os estudiosos a proporem que o neandertal, à diferença do
homem, emitia sons, mas não os poderia articular como o homo
sapiens, de modo que a comunicação entre eles nunca poderia
desenvolver-se como entre os humanos. Assim, apesar da
capacidade cerebral menor o homo sapiens teve uma grande
vantagem histórica e fundamental: a possibilidade de transmitir
informações oralmente, de geração em geração, formando o que
chamamos de cultura. A fonte arqueológica, portanto, se estudada
no detalhe, permite ao historiador formular hipóteses tanto sobre
a época mais antiga, como mesmo posterior, pois se essa
interpretação for válida, então mais ainda poderemos considerar
que a que a vida social depende da comunicação e da transmissão
cultural.
Atividade em dupla
Responda com base no texto acima:
1. A quais achados arqueológicos o autor está se referindo?
2. Quais as principais diferenças apontadas pelo autor ao estudar os dois vestígios
arqueológicos?
3. Fica evidente no texto, que ao encontrar um vestígio arqueológico o mesmo deve ser
analisado e devem ser feitas analogias. O que isso significa?
4. A que se deve a permanência de uma espécie e não a de outra?
5. Qual a importância dessa fonte histórica (vestígios arqueológicos)?
E onde são realizadas as escavações?
O principal local de estudos do arqueólogo é sítio arqueológico. São áreas onde as
pesquisas são feitas, em que se obtem uma grande quantidade de informações sobre os grupos
humanos que por ali passaram, como por exemplo: sobre costumes, alimentação, número de
pessoas nas comunidades, como foi feita a ocupação, tipo de habitação, entre outras estruturas
das sociedades. A área do sítio arqueológico deve ser demarcada e os estudos devem ser feitos
seguindo métodos próprios de observação, escavação e catalogação dos achados.
A localização do artefato em relação a sua profundidade tem grande relevância para o
estudo do arqueólogo. Geralmente, quando mais profundo estiver soterrado o achado, mais
antigo ele é, entretanto, deve-se levar em consideração também as possíveis agressões do solo.
Ao chegar na área demarcada, discuta com seus colegas como a escavação deve ser
realizada. Não esqueça do que seu (sua) professor (professora) orientou em sala de aula
sobre o trabalho do arqueólogo: observação, análise, método de escavação e catalogação
dos achados.
Série:________
Nome do Grupo:____________________________________
Integrantes:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Chegada ao Local:
Data:______________
Hora:______________
Descrição do Local:
( ) Vegetação ( ) Campo ( ) Área Alagada ( ) Área Arenosa
Primeiras observações do
local:__________________________________________________
________________________________________________________________________
Instrumentos
Utilizados:________________________________________________________
________________________________________________________________________
Tamanho da Área:________________________________________
1º Ponto de Escavação
Encontrou algum vestígio: ( ) Sim ( ) Não
Qual: _____________________________
Sobre Arqueologia:
2) Depois do trabalho realizado o que vocês sabem sobre o trabalho do Arqueólogo? Qual
sua importância?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Dicas:
Apague as luzes. Coloque som de fundo, com ruídos de animais e sons da natureza.
Fotografe os artefatos produzidos e faça uma exposição juntamente com os objetos.
Utilize o Laboratório de Informática da sua escola para pesquisar sobre os diferentes artefatos criados
pelos primeiros grupos humanos.
FICHA DE ANÁLISE
Integrantes:_____________________________________________________________
6. Como foi a realização da atividade sem a comunicação verbal? Como o grupo comunicou-
se?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
7. Qual a importância do trabalho coletivo nas sociedades, desde as primitivas até os dias
atuais?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
8. Se alguém do grupo encontrasse esse objeto por acaso, quais procedimentos deveriam ser
adotados?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Faça um breve comentário sobre o desenvolvimento do trabalho
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Referências
CAIMI, Flávia Eloisa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção do
conhecimento histórico. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, dez. 2008.
FUNARI, Pedro Paulo. Os historiadores e a cultura material. In: PINSKY, Carla Bassanezi
(Orgs). Fontes Históricas. São Paulo : Contexto, 2005.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. As fontes históricas e o ensino dehistória. In:
Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004, p. 89-110.
Entretanto, assim como qualquer outra fonte histórica, a fotografia não tem a
neutralidade em sua essência. Ela demonstra uma cultura, uma época, e até mesmo uma
sociedade.
O professor Leandro Karnal, em uma de suas palestras,
abordou o tema “Se não houver registro, não existe”. Neste vídeo é
possível fazermos algumas considerações sobre a importância do
registro em diferentes épocas.
Assista o vídeoe reflita:(https://www.youtube.com/watch?v=UuDslhTeia4)
Qual a diferença entre o vivenciar e o registrar? Todo registro significa uma
vivência? É possível vivenciar sem registrar? A memória é história? Converse com seus
colegas e professor/a, registre suas impressões sobre o assunto.
A fotografia, como importante fonte histórica, tem que ser analisada, interpretada e
compreendida, pois assim como em outras fontes, não existe uma ingenuidade ou
neutralidade em seu processo de construção. Assim como um texto escrito, a fotografia foi
criada por alguém, com intencionalidade do registro, expressa uma ideologia e, portanto,
não pode ser compreendida como a única expressão da verdade.
Observe essa tirinha de Calvin e Haroldo:
Charge 2: MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane de. Perspectiva História6º ano. 3. ed. São Paulo:Editora do Brasil, 2012.
Pensando no seu dia a dia, e nas fotos reproduzidas na mídia, você acredita que
elas demonstram a verdade?
É possível verificar a manipulação nas fotos?
Na tirinha de Calvin e Haroldo, qual o contexto da fotografia e qual a mensagem
que os personagens quiseram passar? Elas condizem com a verdade dos fatos?
Você já tentou manipular o contexto de uma foto? Como fez isso?
Quais cuidados o historiador deve ter ao analisar uma fotografia?
A problematização da “verdade” histórica por meio da fotografia passa pelo problema do olhar e,
portanto, pela questão da interpretação. Não há “inocência” nesse processo: os objetos incluídos, sua
forma e aparecer, o que ganha expressão e destaque, os efeitos conotativos da fotografia, as legendas ou
informações que a complementam compõem um painel educativo que estrutura determinada memória e
participa da escrita de uma “verdade” histórica (CIAVATTA, 2004, p. 38).
Conhecer as características das obras que irá trabalhar é o primeiro passo para
identificá-las em seu contexto e interpretar a mensagem que se pretende representar.
Informações sobre o autor, cenários, personagens, técnicas utilizadas, contexto histórico,
vestimentas, enfim, são valiosas para identificação da imagem.
Quanto mais informação tiver sobre a obra fotográfica, maior será a possibilidade de
compreensão do seu contexto de criação, de aspectos históricos, sociais, temporais e
espaciais, tanto para o momento de seu registro, quanto da sua representatividade para os
dias atuais.
Vamos exercitar?
parente próximo. Sua família deseja registrar esse momento. O fotógrafo prontamente
vem com o equipamento fotográfico e: “Todos digam xis”. Flash, o registro foi feito.
Desenhe no espaço abaixo ou cole uma fotografia que represente esse momento.
Mesmo que para muitos seja apenas mais uma fotografia, para quem não estava
presente no evento, a imagem capturada pode revelar muitas mensagens, basta “treinar o
olhar” e observar as vestimentas, cenário, luzes, entre outros elementos.
Portanto, ao analisar uma imagem fotográfica, podemos recorrer a indagações que
nos permitem recolher informações sobre o registro.
Você Sabia
A palavra Fotografia deriva do grego phosgraphein e significa “marcar a luz”, “registrar a
luz” ou “desenhar na luz”. Phosou/photo=luz e graphein=escrita, registro, desenho.
Refere-se ao processo como as fotografias são feitas, a partir da técnica de criação da
imagem pela captura e exposição da luz, através de uma lenta própria e sensível para este efeito
de luz.
Os registros históricos destacam que a primeira fotografia foi feita pelo francês Joseph
NicéphoreNiépce, em 1826.
Encaminhamento Metodológico5
Atividade: Eu pesquisador? (5)
Foto 1
Vandira e
OracyCasamento –
1966
Foto 2
Antonia e Joaquim
Casamento – 1965
Foto 3
Laide e Francisco
Casamento – 1966
Foto 4
Selma e José
Casamento – 1965
Agora, preencha os dados do quadro abaixo, proposto pela historiadora Ana Maria
Mauad para a análise de fotografias.
Fonte:(MAUAD, 1996).
Boris Kossoy diz que a imagem fotográfica é um meio de conhecimento que nos
permite entender microcenários do passado, ela não reúne em si o conhecimento do
passado. Nas fotografias acima, nos deparamos com elementos em comum, e isso é
importante para compreendermos o perfil de uma dada época, pois não podemos tirar
conclusões de um único exemplar. Geralmente, os registros de casamento na década de
1960 eram realizadas em estúdio fotográfico, com poucas fotos, e as poses não variavam
muito.
Descreva os elementos que são comuns nas fotografias apresentadas (posição dos noivos,
cenários, enquadramento da fotografia, vestimentas, aspectos físicos, entre outros que
queira destacar).
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Se compararmos a representação de um casamento nos dias de hoje, podemos dizer que o
objetivo da fotografia é o mesmo?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Quais elementos visuais são semelhantes (permanências)? Quais são diferentes (rupturas)?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Toda fotografia registra um momento, uma história. Para que registre essa história,
podemos afirmar que existe uma intenção do fotógrafo ou do objeto/sujeito a ser fotografado.
A partir da escolha pelo registro, o segundo passo é o próprio registro, isso é, a
materialização da intenção; e por fim, o caminho que essa fotografia irá percorrer: quem irá
visualizá-la? Por quais motivos? Ficarão esquecidas?
Em grupo de três colegas, façam uma visita de campo em sua escola, observe
cenários, personagens, curiosidades. Caso tenha celular ou máquina fotográfica,
escolha apenas uma cena e fotografe (se não tiver, solicite à professora).
Em sala de aula, professor, apresente o material de cada grupo, e faça os mesmos questionamentos à
turma. Confronte as respostas.
Permita que os alunos baixem as fotos no laboratório de informática, e
pesquisem sobre as escolas no Brasil, em diferentes épocas. Registre as
permanências e rupturas de temporalidade histórica.
Faça um painel das fotografias e divulgue esse trabalho a comunidade
escolar.
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: fotografia e história interfaces. Tempo. Rio de
Janeiro, vol1, nº 2.1996. p. 73-98.
Referências Imagens
Imagem 2
Vamos lá!!!
Nos livros vem o nome dos reis, O jovem Alexandre conquistou as Índias
Quem outras tantas a reconstruiu? Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Filipe de Espanha
E para você?
Você Sabia
O jornal Correio Braziliense, que circulou entre junho de
miscelânea e correspondência.
Foi só a partir de 1970, que o próprio jornal se torna objeto de pesquisa histórica.
Antes disso, os estudos históricos no Brasil não consideravam a imprensa como objeto de
investigação, apenas como uma fonte de confirmação de análises amparadas em outros
tipos de documentação.
Como analisar notícias impressas?
Imagem 5: Jornal O Globo 1942 Imagem 6: Jornal do Comércio 1846 Imagem 7: Jornal A Capital 1969
Cada época, cada lugar configura uma maneira de se dar a notícia. A capa de um
jornal é o convite ao leitor para adentrar as páginas de notícias. O advento das ilustrações
nas páginas foi essencial para a diversificação e atrativo de leitores. Os novos métodos de
impressão permitiram o aumento das tiragens com um custo menor, atingindo um público
maior. Uma mercadoria mais atraente e um preço mais popular atraíram também a busca de
lucratividade e divulgação de produtos. A publicidade nas páginas dos jornais denota a
maestria em se articular com a vida cotidiana, atraindo leitores e ao mesmo tempo,
angariando recursos de patrocinadores.
Tomemos como exemplo a página do jornal Umuarama Ilustrado que circula
diariamente na região Noroeste do Paraná
.
Os elementos que constituem essa capa de jornal devem ser analisadas em séries,
e não isoladamente. Uma fonte histórica deve permitir localizá-la em uma série, pois não se
constitui em um objeto isolado e único.
Atividadeem dupla
Agora é sua vez:
Vamos analisar os jornais do dia de hoje?
Traga os principais jornais de circulação em sua cidade, com notícias do seu
município, do estado, do Brasil e do mundo, ou pesquise na internet.
Analise as capas: Quais elementos são comuns? As notícias se complementam?
É possível compreender o contexto? É atrativo ao leitor?
Anote as principais informações em seu caderno.
Para um pesquisador, é importante além de analisar a estrutura física do jornal,
analisar também o discurso da fonte, problematizando a informação imediata da narração
dos fatos e o próprio acontecimento. Não podemos esquecer que alguém faz a seleção das
notícias que serão divulgadas, isso é, alguém escolhe o que o público irá saber e o que, em
sua visão, deve ser escondido ou irrelevante para divulgação. Existe uma motivação
ideológica para essa decisão de dar publicidade a determinados fatos. E a partir do
momento que foi veiculado, outra série de averiguações deve ser realizada.
A imprensa interfere no dia a dia das pessoas, articula e dissemina ideias, culturas,
modos de pensar, agir. Interfere na vida política, econômica e social da sociedade. Por
isso, independente de seu perfil, há de se ter um cuidado com as “verdades” veiculadas nas
reportagens e notícias. Por ser uma inesgotável fonte de pesquisa, cabe ao historiador
questionar as fontes, criar hipóteses, interpretar, recolher o maior número de informações
para dar conta de compreender contextos e fatos.
Resumidamente, não existe um modelo único a ser seguido para fazer as análises
de notícias, porém, é imprescindível se atentar aos pontos levantados. Tania Regina de
Luca (2005, p. 142) apresenta um quadro de dicas que pode nos ajudar nessa tarefa:
Para o desenvolvimento dessa atividade vamos utilizar o dia do seu nascimento. Quem
nunca ficou curioso para saber o que estava acontecendo no mundo enquanto nascia?
Afinal, era o dia mais importante da sua vida!!!
https://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC&hl=pt-BR
http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/
2. Nos campos destinados a pesquisa, preencha com a data de seu nascimento.
3. Ao abrir as páginas, salve o conteúdo das mesmas.
4. Pesquise sobre em que momento da imprensa a notícia foi veiculada (exemplo: censura,
liberdade de expressão, ideologias políticas, entre outros).
5. Quais são as características de impressão?
Qual a manchete e chamada de notícia?
Tem imagens? A impressão é colorida? Descreva-as.
Tem apelo publicitário? Do que se trata?
6. Como a manchete aparece nas páginas do jornal? Qual o destaque dado às outras notícias?
Qual tema é abordado com maior destaque (política, cultura, economia, lazer, esportes, entre
outros)?
7. Como estão organizadas as notícias (tamanho de fonte, cores, títulos, colunas)?
8. Como estão representadas as imagens nas páginas internas do jornal? O que é evidenciado nas
imagens?
9. É possível identificar o responsável pela publicação (autor da notícia)?
10. Quais os principais colaboradores do jornal? É possível identificar uma linha de pensamento,
ideologia, conflitos de ideias? Quais as relações comerciais da notícia com as propagandas?
11. A qual público se destina?
12. Quais as fontes de pesquisa foram utilizadas para a escrita das notícias (ou da reportagem da
manchete)?
13. Qual a importância dessa notícia para a época e para os dias de hoje?
CAPELATO, Maria Helena Rolim. A imprensa na História do Brasil. São Paulo: Contexto/EDUSP,
1988.
CAPELATO, Maria Helena e PRADO, Maria Ligia. O Bravo Matutino, imprensa e ideologia no jornal
O Estado de S. Paulo, SP, Alfa e Omega, 1980.
LUCA, Tânia Regina de. História dos, nos, e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi.
Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 111-153.
RODRIGUES, José Honório. Teoria da História do Brasil: introdução metodológica. 3. ed. rev. São
Paulo, Companhia Editora Nacional, 1968, p. 198-200.
9) Recebe algum benefício social? (Bolsa Família, Bolsa Escola, PETI, ProJovem)
( ) Sim
( ) Não
27 - Assinale a (as) alternativa(s) que você considera fonte para escrever a História.
( ) Achados arqueológicos (vasos, ferramentas, etc)
( ) Jornais, revistas
( ) Documentos oficiais
( ) Cartas, diários, relatos de viagem
( ) Fontes audiovisuais ( filme, desenho, foto, música)
( ) Fontes orais (depoimentos, entrevistas)
( ) Obras de arte ( pinturas, esculturas)
b. Compreender
o presente
c. Buscar
orientação para o
futuro
33- Quais as formas em que a História aparece que mais te agrada? Enumere de 1 a
10 sendo 1ª a que mais lhe agrada e 10ª a que menos lhe agrada.
a. Livros escolares
b. Documentos e outros vestígios
c. Romances históricos
d. Filmes
e. Novelas e minisséries
f. Documentários na televisão
g. Falas dos professores
h. Falas de outros adultos (pais, avós)
i. Museus e lugares históricos
j. Sites na internet
34 - Qual seu interesse sobre a história dos seguintes lugares: Enumere de 1 a 5 sendo
1ª a que mais lhe interessa e 5ª a que menos lhe interessa
a. A história do lugar onde vivo
b. A história da minha região
c. A história do Brasil
d. A história de países vizinhos do Brasil
e. A história do mundo
35 - Que influência você acha que terão os seguintes fatores na mudança da vida das
pessoas de agora até 2.050?
Muito Pouca Média Grande Muito
pouca Grande
a. Invenções técnicas e mecanização
b. Movimentos e conflitos sociais
c. Reis, presidentes e personagens politicamente
importantes no poder
d. Religiões e chefes religiosos
e. Desenvolvimento da ciência e do conhecimento
f. Guerras e conflitos
g. Avanços tecnológicos
h. Interesses econômicos e concorrência econômica
i. Filósofos, pensadores e pessoas instruídas
j. Revoluções políticas
k. Problemas ambientais
l. Migrações
m. Organização dos trabalhadores
n. Esforço pessoal
o. Cientistas e engenheiros
36 - Como você pensa que era a vida na região em que vive há 40 anos?
a. Pacífica
b. Explorada por um país estrangeiro
c. Próspera e rica
d. Democrática
e. Poluída
f. Agitada por problemas entre ricos e pobres
g. Agitada por conflitos políticos
h. Habitada por mais pessoas que hoje
i. A população era bem menor que a de hoje
37 - Como você pensa que estará a região em que vive daqui 40 anos?
a. Na minha opinião não mudará em nada.
b. Acredito que será mais próspera e rica
c. Vai ser um lugar tranquilo para se viver.
d. Terá maior desigualdade social.
e. Na minha opinião terá muita violência, drogas e insegurança.
f. Penso que a população diminuirá buscando centros maiores para viver.
g. Penso que a população aumentará, pois pessoas dos grandes centros tendem a
buscar
lugares menores para viver.